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10 | 07 | 2013 www.grupoastral.com.br LUTO NO CAMINHO PARA 2014: MALÁRIA MATA BRASILEIRO E VITIMA OUTROS DOIS Fonte: Globoesporte.com Quatro jogadores brasileiros começaram, com a camisa de Guiné Equatorial, o jogo contra a Tu- nísia, em 16 de junho, em Malabo, pelas eliminatórias africanas para a Copa do Mundo de 2014. Passado menos de um mês, o volante Claudiney Rincón está morto, o goleiro Danilo luta pela vida em um hospital, o meia Diouzer espera receber alta nesta quarta-feira e o atacante Jonatas Obina passa por exames, como precaução. Os três primeiros foram vitimados pela malária, em uma onda que espalhou luto, dor e susto na legião verde-amarela que lutava pelo sonho de disputar um Mundial em casa - mesmo que por outro país. O quarteto e outros dois reservas, o meia Judson e o atacante Ricardinho, ajudaram Guiné Equatorial a empatar com a Tunísia por 1 a 1 naquele domingo na capital do pequeno país que defendem - ainda havia esperança de classificação, hoje encerrada. São todos naturalizados. Antes, dia 8, eles haviam perdido por 2 a 1 para Cabo Verde. Parecia mais uma viagem para eles, mais um episódio da dura batalha por uma improvável vaga na Copa. Não era. Eles não sabiam, mas ali começavam a viver um pesadelo. O tempo livre costuma ser escasso para os jogadores da seleção de Guiné Equatorial. Na correria das eliminatórias, os atletas ficam basicamente restritos a treinos, repouso no hotel e deslo- camentos. Desta vez, porém, sobraram algumas horas. E os brasileiros decidiram passear por Malabo. Foram ao centro da cidade. Queriam comprar roupas, eletrônicos - presentes para familiares ou para eles próprios. Também passaram por um supermercado. Estavam todos os brasileiros da seleção juntos - unidos pelo idioma. E foi aí, possivelmente, que o destino deles mudou. A malária é transmitida por um mosquito do gênero anopheles - muito frequente em países tro- picais. Por vezes, leva bastante tempo, até duas semanas, para escancarar seus sintomas. Começa

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Informativo semanal com notícias sobre o mundo das pragas.

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LUTO NO CAMINHO PARA 2014: MALÁRIA MATA BRASILEIRO E VITIMA OUTROS DOISFonte: Globoesporte.com

Quatro jogadores brasileiros começaram, com a camisa de Guiné Equatorial, o jogo contra a Tu-nísia, em 16 de junho, em Malabo, pelas eliminatórias africanas para a Copa do Mundo de 2014. Passado menos de um mês, o volante Claudiney Rincón está morto, o goleiro Danilo luta pela vida em um hospital, o meia Diouzer espera receber alta nesta quarta-feira e o atacante Jonatas Obina passa por exames, como precaução. Os três primeiros foram vitimados pela malária, em uma onda que espalhou luto, dor e susto na legião verde-amarela que lutava pelo sonho de disputar um Mundial em casa - mesmo que por outro país.

O quarteto e outros dois reservas, o meia Judson e o atacante Ricardinho, ajudaram Guiné Equatorial a empatar com a Tunísia por 1 a 1 naquele domingo na capital do pequeno país que defendem - ainda havia esperança de classificação, hoje encerrada. São todos naturalizados. Antes, dia 8, eles haviam perdido por 2 a 1 para Cabo Verde. Parecia mais uma viagem para eles, mais um episódio da dura batalha por uma improvável vaga na Copa. Não era. Eles não sabiam, mas ali começavam a viver um pesadelo.

O tempo livre costuma ser escasso para os jogadores da seleção de Guiné Equatorial. Na correria das eliminatórias, os atletas ficam basicamente restritos a treinos, repouso no hotel e deslo-camentos. Desta vez, porém, sobraram algumas horas. E os brasileiros decidiram passear por Malabo.

Foram ao centro da cidade. Queriam comprar roupas, eletrônicos - presentes para familiares ou para eles próprios. Também passaram por um supermercado. Estavam todos os brasileiros da seleção juntos - unidos pelo idioma. E foi aí, possivelmente, que o destino deles mudou.

A malária é transmitida por um mosquito do gênero anopheles - muito frequente em países tro-picais. Por vezes, leva bastante tempo, até duas semanas, para escancarar seus sintomas. Começa

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com um desconforto: dor de cabeça, náusea, calafrios, dores pelo corpo. Depois, progride para febre alta, muito suor, até convulsões. O esporozoíto, célula causadora da malária, se aloja no fígado e depois se espalha pela corrente sanguínea. Atinge o sistema imunológico. Pode matar.

E matou. Na madrugada da última segunda-feira, encerrou, na precocidade dos 33 anos, a vida do volante Claudiney Ramos, apelidado de Rincón, um dos líderes da seleção de Guiné Equato-rial. O último clube do atleta paranaense foi o Avenida, do Rio Grande do Sul. Também defendeu Ceilândia, Santo André, Paulista de Jundiaí, Guarani, São Bernardo, ASA, Macaé, Itabiaiana e São Bento. Morava em Sorocaba.

Foi um abalo para os jogadores brasileiros de Guiné Equatorial. E por mais de um motivo: primei-ro, pela dor que a perda de um colega causa; segundo, pela preocupação gerada com o aviso da gravidade da malária. Diouzer, internado em Maceió, teve que lidar com o sentimento duplo.

- Foi um susto muito grande. A gente fica muito assustado. Perdemos um companheiro de tra-balho. Ele era um cara alegre, que estava sempre sorrindo, de bem com a vida, sempre feliz. Nada o deixava de baixo astral. Era amigo, muito companheiro, até por ser mais experiente. Fico muito triste - lamentou, por telefone, o meio-campista.

Diouzer está bem. Espera receber alta nesta quarta-feira. Em uma semana, segundo os médicos, poderá voltar a jogar futebol. Precisará decidir seu futuro. Está sem clube. A última camisa que vestiu foi a do Águia Negra, do Mato Grosso do Sul. É gaúcho. Tem 26 anos. E acredita que foi o passeio em grupo que causou tanta dor à colônia brasileira de Guiné Equatorial.

- Foi lá mesmo. Lá a malária é tipo a dengue para nós. É pelo mosquito. A gente joga, treina e fica em hotel quando está lá. Desta vez, a gente teve uma folga, foi em supermercado, andou pelo centro para comprar roupas, celulares. Pode ter sido num desses passeios que aconteceu de ter transmitido. Uns dez dias depois de a gente chegar ao Brasil, passei a ter dor de cabeça, febre, dor no corpo, vomitar. A gente chegou dia 19. Dia 29, comecei a sentir uns sintomas diferentes. Tive uma melhora e depois tive febre de novo. Aí falaram que era suspeita de malária. Fiz exames, e era mesmo.

O goleiro Danilo, 31 anos, teve quadro mais grave. Foi internado na quarta-feira na UTI do Hospi-tal Giselda Trigueiro, em Natal, onde defende o Alecrim. Chegou a ter uma convulsão. Foi tratado com sedativos. Passou por diálise. Respira com ajuda de aparelhos. Mas seu quadro é estável. Nesta quarta-feira, se tudo der certo, talvez passe a respirar de forma normal. Mesmo assim, seguirá sob extremo cuidado.

O alerta

A morte de Rincón, a situação preocupante de Danilo e a recuperação de Diouzer ligaram um alerta na delegação de Guiné Equatorial. Os demais brasileiros da equipe foram prontamente orientados a fazer exames. Mas o caso parece mesmo restrito ao trio.

Jonatas Obina, jogador do Caldense, ex-atleta do Atlético-MG, foi correndo procurar atendimen-to. Ele não tem sintomas de malária.

- Três contraíram e outros três não apresentaram nada. Todos fizeram os exames, e não foi cons-tatado nada. Acho que fomos mordidos pelo mosquito em um passeio que fizemos pelo centro da cidade, por um mercado local, ou na partida que disputamos em Cabo Verde. É uma pena que um dos meus companheiros tenha morrido. Fico triste por essa situação. Graças a Deus, os outros dois estão respondendo bem aos medicamentos - comentou o atacante.

uuClaudiney Rincón, 33 anos, morreu vítima de malária (Foto: Reprodução/TV Tem)

uuDiouzer está em recuperação e logo deve voltar a jogar futebol (Foto: Reprodução/TV Morena)

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A seleção de Guiné Equatorial tem pouca identidade nacional. É recheada de jogadores estran-geiros. Há muito espanhóis, também colombianos. Os brasileiros costumam chegar lá por meio de contatos com treinadores. Diouzer, por exemplo, foi comandado pelo brasileiro Antônio Dumas no Avenir Sportif, da Tunísia. Como o técnico já havia passado pela seleção de Guiné Equatorial, ficou aberto o caminho para o convite, que também envolve uma compensação financeira. Com Jonatas Obina, foi investigada a árvore genealógica do atleta até se chegar a um parentesco que leve a Guiné Equatorial.

A legião verde-amarela no país não fica restrita a jogadores. Gilson Paulo foi outro brasileiro a treinar a equipe nacional - de janeiro a dezembro de 2012. Trabalhou apenas com o goleiro Danilo. Dos outros brasucas que atualmente defendem a seleção local, sabe muito pouco. De passagem por Guiné Equatorial para resolver pendências deixadas no ano passado, o treinador afirmou que todo cuidado é pouco para evitar a mordida do mosquito transmissor da malária.

- Quando cheguei ao país, eu sabia da doença. Tomei todos os cuidados necessários para evitar o problema. Graças a Deus, no ano que passei em Guiné Equatorial, não sofri com a doença. Mas é comum aqui – afirmou o técnico, que atualmente está desempregado e à espera de um convite do exterior.

Mais problemas

No último dia 18, a Fifa emitiu um comunicado informando que investiga irregularidades nas condições de jogo de um jogador do país africano - o nome não é revelado. O texto cita o artigo oito do regulamento da Copa do Mundo de 2014, que fala sobre respeitar a nacionalidade dos atletas. A federação deve sofrer punições pela naturalização sem vínculo efetivo com Guiné Equatorial.

Em meio à preocupação com a bronca da Fifa, a morte de Rincón foi um golpe muito duro. Diri-gentes de Guiné ligaram assustados para o Brasil. Conversaram com Altair Machado, empresário de Diouzer e Jonatas Obina, para tentar entender o que estava acontecendo.

- Eles estão preocupados. Fizeram uma reunião de emergência, até. Eles pretendem vir ao Brasil para ver a situação de perto. Querem inclusive pagar os custos do velório do Rincón - comentou Machado.

Guiné Equatorial é a lanterna do Grupo B da segunda fase das eliminatórias africanas para a Copa. Está eliminada, com cinco pontos. Apenas o campeão de cada uma das dez chaves avança para a etapa final, onde ocorrerão cinco confrontos que definirão os classificados ao Mundial. Em 6 de setembro, abalada pela perda de Rincón, a seleção recheada de brasileiros fará sua despedi-da da disputa. Enfrentará Serra Leoa fora de casa.

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INFESTAÇÃO DE RATOS E ESCORPIÕES PREOCUPA MORADORES EM RIBEIRÃO, SPFonte: G1

Moradores do Parque Industrial Tanquinho, na Zona Norte de Ribeirão Preto (SP), enfrentam uma infestação de ratos e escorpiões nas casas há pelos menos duas semanas. O problema, segundo eles, vem de caçambas abandonadas na Rua Rafael Defina. Além de restos da constru-ção civil, as caçambas acumulam lixo, madeira e outros materiais. De acordo com os moradores, o depósito atrai ratos, baratas e escorpiões. A Prefeitura afirma que o entulho será retirado até o fim desta semana.

A cozinheira Isabel Aparecida Rocha mora em uma chácara no bairro há três meses. Nesse período, já encontrou mais de 20 escorpiões dentro de casa e foi picada duas vezes. O entulho deixado no local agravou ainda mais a situação. “Além de escorpiões, tem rato quase do tama-nho de gato aqui. Ultimamente eu penso que vou chegar na cozinha e vai estar tudo revirado. A gente fica com medo. A comida que sobra da janta eu jogo fora, porque fico com medo de os ratos irem em cima”, afirma.

Segundo os moradores, o material começou a ser depositado na rua após a Polícia Militar Am-biental interditar duas áreas de triagem e entulho próximo ao local. “As caçambas ficavam nas chácaras. Estavam aterrando as chácaras e as caçambas iam para lá. Só que foi interditado e eles estão jogando as caçambas aqui”, afirma a aposentada Sonia Barufalti.

Os ratos viraram sinônimo de pesadelo para Sonia. Além de percorrerem os cômodos da casa, os animais ainda causaram prejuízo para a aposentada, já que eles roeram a fiação de uma máqui-na de lavar roupas. “Paguei R$ 990 na máquina e há dez dias ela parou de funcionar. Aí fui ver os ratos saindo de lá debaixo, porque eles formam ninho dentro da máquina. Não temos mais casa. A casa vive suja, é pura terra. Os vizinhos estão revoltados, porque a gente vai na Prefeitura, fala, e ninguém toma nenhuma providência”, diz.

De acordo com os moradores, os problemas no bairro são antigos. O mato alto causa insegu-rança, e a falta de asfalto prejudica a população tanto na época de chuvas quanto na seca. A situação, no entanto, teria chegado ao limite com o abandono das caçambas no local.

Prefeitura

Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que as caçambas devem permanecer na Rua Rafael Defina até o fim desta semana, prazo estipulado para que a administração munici-pal, a Polícia Ambiental e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) façam um acordo para a destinação final do entulho.

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