tdtonline magazine março/abril 2009

29
tdton TDTOnline Magazine

Upload: tdtonline

Post on 12-Mar-2016

220 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

Edição de Março/Abril de 2009 da TDTOnline Magazine cujo tema de destaque é a mudança no site do TDTOnline.

TRANSCRIPT

Page 1: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

1

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

Page 2: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

2

Março /Abril

TDTOnline Magazine

Fundador: Fernando Leite

Administração: Marlene Brandão e Carolina Gasiba

Responsável de Conteúdo: Susana Monteiro

Colaboração por área profissional: Anatomia Patológica: Marta Ribeiro, Nuno Silva

Dietética: Cecília Santos

Farmácia: Nuno Marques, David Estêvão

Higiene Oral: Ricardo Pingo

Design e Redacção: Henrique Pimenta, Joel Graça

Colaboração Geral: Sílvia Silva e Vítor Paiva

Neurofisiologia: Daniel F. Borges, Joana Ribeiro

Ortoprotesia: Ana Vinagre, Cátia Frade

Ortóptica: Luís Martins, Andreia Guerreiro

Terapia Ocupacional: Juliana, Diana

Todos os artigos publicados na TDTOnline Magazine são da total e exclusiva responsabilidade dos seus autores.

É interdita a reprodução total ou parcial do conteúdo da TDTOnline Magazine.

Contacto Tecnologias da Saúde Online: [email protected]

Contacto TDTOnline Magazine: [email protected]

Sumário Editorial | 3

A Fisioterapia e o Serviço Nacional de Saúde: a

realidade incontornável – Artigo de Opinião 4 |

Os que estão em crise e os que se

aproveitam da crise – Artigo de Opinião

| 6

As novidades no site do TDTOnline 7|

Caracterização e comparação do percurso

académico e profissional da profissão de técnico

de Anatomia Patológica em Portugal e Reino Unido

| 9

Carcinoma do Endométrio 15|

Sabia que… - Datas a recordar em

Saúde e Ciência… | 21

Casos Clínicos do Radiology Picture of

the Day

25|

Page 3: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

3

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

Editorial

Caros leitores e utilizadores do TDT Online,

Nesta edição o destaque vai sem dúvida para a fantástica

reformulação que o portal e o fórum receberam. Pois é, o

nosso webmaster surpreendeu-nos, mais uma vez, com

esta fantástica ideia. E com este novo look, o TDT Online, de

facto, não poderia ter celebrado de melhor forma a entrada

da Primavera. Lanço desde já o convite para espreitarem o

artigo do nosso webmaster, aqui nesta edição do TDT

Online magazine, onde ele desvenda todas as mudanças e

aplicações deste novo formato.

E porque para muitos de vocês pode ter passado

despercebido, vou aqui fazer uma chamada de atenção

especial para a nossa mais recente “aquisição” da equipa

TDT Online. O nosso Joel (TDT Online webdesigner)

substituiu o Henrique nesta edição março/abril da

magazine, e fez um excelente trabalho como decerto

muitos de vocês concordarão comigo. Sê benvindo, Joel

Graça!

E porque o TDT Online não pára de surpreender, e também

porque desejamos que a inovação e a criatividade sejam

sempre a nossa imagem de marca, desta vez a próxima

surpresa será no layout da TDT Online magazine. O TDT

Online já tem alguns melhoramentos planeados e ideias

delineadas, no entanto, porque queremos oferecer sempre

o nosso melhor, uma pausa na publicação da magazine será

fundamental para solidificar ideias e criar um bom projecto.

Assim sendo, a próxima edição da TDT Online magazine

será a de Julho/Agosto, com lançamento previsto para os

primeiros dias de Julho de 2009. Lamentamos que a pausa,

apesar de curta, seja mesmo necessária e pedimos a

compreensão de todos os leitores da TDT Online magazine.

Agora que já deixamos todos os recados, foquemo-nos em

tudo que esta edição tem para vos oferecer.

Para abrir, contamos com os habituais artigos de opinião,

desta vez com uma opinião acerca da fisioterapia e o

serviço nacional de saúde e outra opinião que nos fala da

tão badalada crise.

Numa altura em que tanto se fala da emigração como

resposta à falta de emprego, decidimos incluir uma

monografia que faz a comparação da carreira de técnico de

anatomia patológica em Portugal e no Reino Unido. Depois,

seguimos com um artigo que nos descreve um dos mais

comuns tipos de neoplasia na mulher, o carcinoma do

endométrio e terminamos com três casos clínicos de

radiologia.

Em nome da toda a equipa do TDT Online resta-me desejar

a todos os leitores uma óptima leitura e... até Julho!

Susana Monteiro

Page 4: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

4

Março /Abril

Artigo de Opinião Luís Coelho, 2009

A Fisioterapia e o

Serviço Nacional de

Saúde: a realidade

incontornável

O nosso país possui o hábito

insuportável de manter certas

atitudes comportamentais do foro educativo e

administrativo por um tempo incomensuravelmente longo

mesmo quando se provou estarem magistralmente erradas.

Por exemplo, é certo que o emprego nas profissões de

saúde não é mais o oásis que constituiu no passado, mas

ainda assim o Sistema vai permitindo a abertura de novos

cursos, com novas vagas, em escolas e universidades

particulares, muitas delas de qualidade muito questionável.

E tal hábito tornou-se apanágio irreversível da Fisioterapia,

com o surgimento de quase quinze novas escolas nos

últimos dez anos.

Acontece que o aumento exponencial do número de

fisioterapeutas criou dificuldades de emprego numa

profissão que não as possuía ainda há cinco ou seis anos

atrás. Agora, com tantos terapeutas espalhados pelo

mercado, e perante a crise de criatividade do mesmo no

concernante à criação de projectos e novas actividades de

inclusão do terapeuta, o desemprego entre os

fisioterapeutas torna-se uma realidade gritante e cada vez

menos contornável.

Ninguém questiona a utilidade destes profissionais, assim

como não é obrigatoriamente criticável a entrada dos

mesmos em novos modelos de trabalho como o Fitness e o

Wellness. Mas o que é certamente questionável é o tipo de

fisioterapia que se realiza nas tantas e tantas clínicas que

por aí abundam, com os fisioterapeutas, por serem

demasiados, a ganharem progressivamente menos. Mas a

qualidade da Fisioterapia praticada nas clínicas e outro tipo

de serviços não é reflexo somente dos ganhos dos

terapeutas. É reflexo de todo um conjunto de expectativas

relativamente às possibilidades da Fisioterapia – cada vez

mais débeis entre os próprios doentes – assim como

depende irrefutavelmente do tipo de investimento que as

clínicas realizam em termos da qualidade dos serviços. E se

essa qualidade é cada vez menor, com fisioterapeutas a

tratarem muitas vezes cinco a dez doentes por hora, é

porque, a curto termo o terapeuta não possui

possibilidades de aplicar as técnicas mais “luxuosas” que

aprendeu na sua formação e pós-graduações, a médio

termo os médicos fisiatras que regulam os serviços não

entendem as possibilidades da Fisioterapia (e aqui muito

pode ser dito...), e a longo termo é o próprio Estado que

não quer investir num tipo de cuidados de saúde

destinados aos idosos, população já não activa e, portanto,

não contributiva.

Se é importante o próprio terapeuta e a sua Associação

agirem junto do Estado no sentido de divulgar a qualidade

dos seus serviços e funções, assim como a importância da

manutenção de uma “quarta idade” activa (nem que seja

por um determinado compromisso ético), mais importante

é ainda que o próprio sistema hierárquico, inerente ao

funcionamento das clínicas, sofra uma mudança de

paradigma. Decerto muitos dos futuros fisioterapeutas que

agora tiram os seus cursos não se apercebem que, na sua

maioria, irão ficar sob o jugo intrépido da coordenação

científica de um médico fisiatra. E, se todos nós

(profissionais de saúde) sabemos que já vão longe os

tempos em que o médico era visto como uma figura sábia,

munida por uma atitude de deificação (por parte dele

mesmo e dos doentes), ainda vem longe o tempo em que o

fisioterapeuta virá a ser adequadamente respeitado tanto

por “colegas” como pelos próprios doentes. Na atitude de

médicos e até de certos terapeutas, para além de doentes e

outros trabalhadores que lidam directamente com os

fisioterapeutas, os terapeutas ainda são vistos como uma

força de trabalho manual, uma força sem inteligência,

como se o trabalho com o doente, munido de um poderoso

processo fenomenológico, e portanto, único, singular e

irrepetível, fosse possível de se realizar por uma mera “mão

de obra”. Mas se os argumentos de uma “fenomenologia

crítica” são insuficientes, pensemos ao menos no esforço

de constituição de um crescente “corpus” científico entre

os fisioterapeutas, crescentemente formados (em termos

de formação pós-graduada), mestres e doutores. Tudo isto

e muito mais deveria ajudar no necessário processo de

Page 5: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

5

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

desalienação desta nossa sociedade portuguesa tão dada

aos “dr.s”, como é próprio das sociedades perigosa e

estultamente neo-liberais. Eu, que sou partidário de uma

visão pós-marxista da sociedade (como aquela que é

partilhada entre os filósofos da escola de Frankfurt), vejo

nas profissões de saúde como a Fisioterapia uma

necessidade crescente de introjecção de uma forçosa

consciência sociológica, adequada aos novos modelos de

visão da Saúde Global e holística, num modelo que,

oficialmente, é crescentemente bio-psico-social.

Este modelo não é praticável no domínio de uma

Fisioterapia gerida por códigos de Medicina Física e de

Reabilitação, prescrições médicas como se a saúde fosse

positivamente estática (efectuadas por médicos que

comummente sabem menos sobre Fisioterapia que os

próprios fisioterapeutas), credenciais que consubstanciam

o parco pagamento desses códicos prescritivos (ainda por

cima como uma necessária limitação numérica), como se a

Fisioterapia não passasse de um processo limitante,

associado ao tratamento do doente por partes do corpo ou

secções (como se um doente não fosse um Todo...),

segundo um paradigma totalmente perdulário porque

aberto à fractura sistémica.

A Fisioterapia é uma ciência, mas é sobretudo uma Arte,

segundo a qual o doente deve ser respeitado na sua

Globalidade morfo-psico-analítica, e tal visão não é

consubstanciável sob o jugo de prescritores médicos ou

governamentais. Quando vivemos num Sistema em que o

fisioterapeuta é substituído nas suas tarefas por auxilares

de parca formação, restringindo-se a tarefas, que devido ao

grande número de doentes, são cada vez mais de gestão e

de “exercício activo”, num tipo de Fisioterapia

transformada em “número de sessões” e “limite de partes

do corpo a tratar” (restringido pelos códigos das

credenciais) perdemos, no fundo, o contacto e o respeito

pelos doentes, assim como perdemos o contacto e o

respeito pela nossa própria dignidade profissional e

intelectual.

É bom que os estudantes de Fisioterapia sejam alertados

desta realidade ainda durante a formação base, pois a sua

grande formação científica esbarrará com a incontornável

realidade pragmática do Sistema, o que, não obstante

todas as batotas e “fugas” que possam ser realizadas pelo

profissional, criará uma necessária (mas não obrigatória)

frustração.

Não há, contudo, razão para o total desânimo. Cabe ao

terapeuta, ao novo profissional, valorizar-se, formando-se,

estimando-se intelectualmente, e negando-se a contextos

pouco dignos de trabalho, contribuindo, dentro dos

possíveis, para a construção de uma Fisioterapia

crescentemente especializada, cientificada e autónoma. É o

desafio eutópico para o futuro! ■

Veja toda a informação sobre as V Jornadas Técnicas de

Imagiologia da ESSUA. Clique aqui.

Page 6: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

6

Março /Abril

Artigo de Opinião Liliana Silva, 2009

Os que estão em

crise e os que se

aproveitam da crise

Todos nós sabemos do

momento crítico que o

mundo está a atravessar ao

nível económico, o que se reflecte em muitos outros

campos da nossa vida, nomeadamente na nossa

estabilidade emocional e na nossa saúde. Acho que posso

dizer que, segundo a definição de saúde da OMS, neste

momento estamos todos meio adoentados, para não

utilizar um termo mais drástico. Diz o povo, de forma sábia,

que “em casa onde não há pão todos ralham e ninguém

tem razão”. É o caso do casal que quer formar família, mas

não consegue contrair um empréstimo para a casa. É o caso

da família já formada que precisa de mais espaço, de um

carro maior, e de outros bens porque têm um novo

membro a caminho, e não consegue fazer esticar o pouco

que recebe. É o caso dos pais que querem dar uma

educação superior aos filhos, mas que estão

desempregados ou cujos patrões não lhes pagam os

ordenados, e como tal não há como pagar as proprinas. É o

caso do jovem recém-licenciado que quer criar a sua

independência, direccionar a sua vida e vê as suas asas

cortadas mal começa a tentar voar. Isto, só para falar de

casos de pessoas que, à partida, não têm problemas graves

de saúde, mas que estão a ficar gravemente doentes pela

falta que lhes faz a sua saúde social. Estamos numa altura

de crise financeira, mas mais do que isso, estamos cada vez

mais num clima de crise social.

O pior de tudo isto é que há quem esteja

realmente em crise e há aqueles que se aproveitam da

crise. E hoje, em particular, refiro-me a empresários que,

não digo sem esforços, mas que conseguirão superar a crise

sem grandes perdas. Quantas das empresas que estão sem

pagar os salários dos seus funcionários necessitam mesmo

de ficar a dever? Quantas das empresas que provocam o

aumento do número de desempregados todos os dias,

estão mesmo em tão má situação que os obriga a dispensar

os serviços destas pessoas? Quantas das empresas que vão

pedir apoios à segurança social e ao governo precisam de

facto deles? Quantas das empresas que deixam de recrutar

pessoal, sobrecarregando os funcionários que têm com

trabalho extra, precisarão mesmo de o fazer? Quantas das

empresas que recusam aumentos de salário aos seus

funcionários têm realmente necessidade de congelar estes

justos aumentos? Infelizmente, há muitas empresas que

estão a aumentar os seus lucros à custa dos funcionários

que foram despedidos/dispensados. Ainda hoje vi uma

notícia sobre uma dessas empresas, uma empresa de

renome a nível nacional, que deveria ser das primeiras a

dar o exemplo. Aumentou significativamente os seus lucros,

quando despediu cerca de 300 funcionários. “...é

moralmente errado.”, dizia um comentador. Pois é,

moralmente errado, mas neste mundo de interesses e

lobbys quem é que está interessado no que é moralmente

correcto? Isto leva-me a mais uma tecla fortemente batida.

A crise é, também, de valores. De valores monetários, de

valores sociais e de valores morais. Estamos todos num

mesmo barco que, se fosse conduzido por todos para o

mesmo lado, levaria um rumo certo e, talvez, seguro.

Assim, com cada um a remar para o seu lado e a usar a

máxima do “homem ao mar, desde que não seja eu está

tudo bem”, não vamos lá.

Esta é mais uma crise, como tantas outras pelas

quais a sociedade já passou ao longo da história e que,

espero, como estas também deverá passar. Só espero é

que, no final, as feridas não sejam demasiado profundas,

deixando incapacitados muitos de nós. Será que esta

tempestade trará a bonança? ■

Page 7: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

7

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

TDTOnline

Henrique Pimenta, 2009

As novidades no site do TDTOnline

Afirmar que o Tecnologias da Saúde Online assume,

actualmente, um papel de destaque ao nível da divulgação

e comunicação de, para e entre muitos dos profissionais

das Tecnologias da Saúde, não será, certamente,

censurável. Não obstante, para que esse papel seja

cumprido cada vez melhor e em maior escala é necessário

que o site se vá ajustando às necessidades dos utilizadores

e à evolução da própria Internet.

Durante a sua não muito longa história, o TDTOnline sofreu

algumas alterações sobretudo ao nível dos softwares que

servem de base ao fórum e ao portal, porque estes tinham

graves incompatibilidades com browsers que se começam a

assumir actualmente (falo obviamente do Mozilla Firefox)

ou porque o próprio software, por si só, ficou obsoleto e

pouco funcional quando comparado com as alternativas

existentes ou mesmo com os seus upgrades. A última

destas mudanças conjugou uma evolução conjunta entre o

Portal e o Fórum culminando numa fusão entre estas duas

áreas que, até agora, sempre estiveram bastante afastadas

tanto ao nível visual como ao nível dos próprios conteúdos.

Esta foi, sem dúvida, a grande conquista (se é que se pode

usar este termo) desta última mudança no TDTOnline,

deixamos de ter um portal e um fórum para passar a ter um

site com um aspecto uniforme onde, obviamente, se

destacam a página inicial (portal) e a área de discussão

(fórum).

Vamos então explorar cada uma das áreas destacando os

seus pontos fortes.

O Portal (página inicial) está agora mais voltado para o

Fórum, isto é, mais voltado para a comunidade e as suas

conversas/discussões. Existe um bloco com títulos

noticiosos que vai “beber” o seu conteúdo à secção do

fórum com o mesmo nome, o que permite que qualquer

utilizador coloque uma notícia no site e esta possa receber

comentários de qualquer membro do TDTOnline. Foi

integrada uma funcionalidade do Google (Google calendar)

que permite organizar no formato de calendário os eventos

que vão sendo divulgados no TDTOnline para facilitar a

consulta. Instalou-se uma shoutbox para que os utilizadores

possam “enviar recados” de uma forma rápida e eficiente

para todos os membros e visitantes do TDTOnline. Passa,

ainda, a ser possível efectuar login logo no portal e assim

ter a possibilidade de aceder directamente às zonas

reservadas aos membros, a partir do Portal. Mantém-se o

acesso aos conteúdos mais estáticos (como são exemplo a

legislação o a lista de escolas das Tecnologias da Saúde)

através do Portal, tal como existia anteriormente.

Figura 1 – Bloco de Notícias existente no novo Portal

Figura 2 – Calendário de Eventos disponível no novo Portal

As mudanças que ocorreram no fórum, sendo menos

relevantes e em menor número, centraram-se sobretudo

ao nível da organização, para que a integração com o novo

portal seja a mais adequada. Foi criado um sub-fórum para

divulgação de notícias dentro da secção de Debate e

Opinião, sendo esta a fonte das notícias que surgem no

Portal.

A TDTOnline Magazine tem vindo a merecer, cada vez mais,

um lugar de destaque no Tecnologias da Saúde Online.

Neste sentido, foi-lhe dada particular atenção durante este

processo de remodelação. Para além da integração da

página dedicada à TDTOnline Magazine no template base

do site, foi introduzido também um sistema de visualização

em formato flash que a permite visualizar directamente no

site num modo de leitura que simula uma revista física;

permite um melhoramento na fluidez da leitura - na

medida em que deixa de ser necessário carregar todo o

documento antes de começar a ler, passando este a ser

carregado gradualmente de acordo com a vontade do

utilizador/leitor - e oferece uma série de outras funções, à

semelhança dos leitores de PDF, onde se destacam os

melhoramentos visuais associados sem um esforço

acrescido para o computador. Na secção da TDTOnline

Magazine está, ainda, disponível o documento PDF para

quem preferir fazer download e visualizar mais tarde,

porventura offline. Convém referir que a ferramenta de

visualização é uma integração disponibilizada pelo

issuu.com, uma espécie de biblioteca online

Page 8: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

8

Março /Abril

completamente grátis onde qualquer pessoa pode publicar

e consultar documentos sempre com um ambiente de

fundo que faz lembrar uma verdadeira biblioteca.

Figura 3 – Novo sistema de Visualização da Magazine

A integração de ferramentas Google estendeu-se ainda ao

motor de busca do site com o objectivo de apresentar quer

os resultados de pesquisa do fórum, quer os do portal. No

entanto, continua a ser possível efectuar pesquisas apenas

nos tópicos, ficando a decisão à escolha do utilizador.

A merecer destaque está também a criação de dois Feeds

RSS, um deles que lista todos os novos tópicos do fórum e

outro que mostra as notícias mais recentes que são

colocadas na respectiva secção. Para quem desconhece o

conceito dos Feeds RSS talvez seja um pouco complicado

entender, à partida, a utilidade destas funções. No entanto,

basta dizer que permitem o acesso às respectivas

informações sem a necessidade de aceder ao site (usando a

barra lateral do Windows Vista, por exemplo) para se

compreender que se tratam de funcionalidades úteis e

interessantes.

Figura 4 – Feeds RSS

Por fim, destaque para mais uma ferramenta integrada do

Google – fica aqui o registo do agrado e agradecimento

pelas fantásticas ferramentas gratuitas desenvolvidas por

esta companhia – cuja conquista foi resumida pelo Google

na seguinte frase “Receba sugestões em vez de mensagens

de erro”. É isso mesmo, a partir de agora, sempre que se

enganar e introduzir um endereço do domínio tdtonline.org

inválido, receberá a respectiva mensagem de erro (erro 404

– página não encontrada) mas receberá também

informações úteis para encontrar aquilo que realmente

procura, para além de ter disponível um pequeno

formulário de pesquisa para procurar dentro do TDTOnline.

Esta ferramenta permite que, por exemplo, ao introduzir o

endereço: www.tdtonline.org/forumn (coloquei

propositadamente um “n” no final do endereço para

simular um erro) o sistema retribua a informação de que o

endereço correspondente mais próximo é:

www.tdtonline.org/forum. Por isso já sabe, a partir de

agora não há problema caso se engane no endereço, o

TDTOnline faz o trabalho de encontrar para si aquilo que

procura!

Figura 5 – Mensagem de Erro 404

Se relativamente às funções e funcionalidades estamos

“conversados”, resta agora abordar a mudança mais

notória ao primeiro contacto, o aspecto visual do site. Tal

como referi anteriormente, o objectivo base e primordial

foi o de conseguir um aspecto transversal a todas as áreas

do site, incluindo o portal. Para além disto foi uma questão

de tentar obter um resultado mais “fresco” e mais moderno

mas, ao mesmo tempo, simples e centrado no conteúdo.

Figura 6 – Aspecto do novo Portal do TDTOnline

De uma forma geral julgo que o objectivo foi atingido,

embora ainda haja algumas arestas que possam ser

limadas, o que é corroborado pela opinião dos utilizadores

que contribuíram com o seu voto no inquérito presente no

portal sobre o novo aspecto visual, dado que mais de 85%

dos opinantes afirmaram que, pelo menos, gostaram

bastante e consideraram que está melhor que o anterior.

Tenho que admitir, no entanto, que me preocupam os

votos na opção “Não gosto mesmo”, embora sejam poucos,

e espero que não sejam sinónimo de “Não volto mais ao

TDTOnline”.

Page 9: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

9

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

Caracterização e comparação do percurso académico e

profissional da profissão de técnico de Anatomia Patológica em

Portugal e Reino Unido Ana Filipa dos Santos Pereira, 2009

Introdução:

Os técnicos de A.P.C.T. são “profissionais de saúde

cujas actividades principais consistem em avaliar, planear e

processar amostras de tecidos e de células isoladas,

colhidas em organismos vivos e mortos, para a sua

observação óptica ou electrónica, a nível macroscópico e

microscópico. O seu trabalho visa o diagnóstico e o

prognóstico de patologias na espécie humana, destacando-

se como suas principais áreas de intervenção a histologia e

a citologia.” (Tecnologias da Saúde Online; data de última

consulta em 10 de Novembro 2008) sendo assim um

profissional importante para qualquer sistema de Saúde

mundial.

Na página Web da Comissão Europeia (data de última

consulta a 13 de Novembro de 2008), a nível das

qualificações e regulações profissionais é possível constatar

que a profissão de Técnico de Anatomia Patológica,

Citológica e Tanatológica só se encontra regulamentada em

Portugal e Espanha. Supõe-se que nos restantes países da

União Europeia a profissão tenha outra designação não

regulamentada. Mas o técnico de Anatomia Patológica é

um pilar essencial no sistema de Saúde de qualquer país e

terá de existir, mesmo que com outra designação e

características, uma profissão semelhante em qualquer país

da Europa e do Mundo.

Assim, o presente trabalho tem como objectivo

descrever e comparar as realidades académicas e

profissionais da profissão de técnico de A.P.C.T. que

possam existir em Portugal e no Reino Unido, como a

estrutura académica, a designação profissional, formação,

competências e condições de trabalho; definindo assim os

parâmetros que regem a profissão de A.P.C.T. em Portugal

e esclarecendo se a profissão de técnico de A.P.C.T. é

reconhecida no Reino Unido, ou se não, qual a profissão

semelhante existente e quais os parâmetros que a regem.

1. O técnico de Anatomia Patológica,

Citológica e Tanatológica em Portugal:

Segundo as Tecnologias da Saúde Online (última

consulta a 10 de Novembro de 2008) “Os técnicos de

anatomia patológica, citológica e tanatológica são

profissionais de saúde cujas actividades principais

consistem em avaliar, planear e processar amostras de

tecidos e de células isoladas, colhidas em organismos

vivos e mortos, para a sua observação óptica ou

electrónica, a nível macroscópico e microscópico (...)”

Segundo o documento sobre a Formação em

Anatomia Patológica face à Implementação do processo de

Bolonha em Portugal de Novembro de 2004 as actividades

específicas do técnico de A.P.C.T. “dizem respeito à área de

diagnóstico, prevenção e promoção da saúde, e da

investigação.

Na área de diagnóstico podemos enumerar

diversas competências no que diz respeito ao planeamento

e realização da recolha e processamento de produtos

biológicos, tais como: planeamento e aplicação de técnicas

histológicas, imunocitoquímicas e moleculares em amostras

de tecidos; planeamento e realização de exames

extemporâneos e inter-operatórios; planeamento e

realização de técnicas citológicas, procedendo à

identificação e avaliação do material celular recolhido;

planeamento e controlo de diversas fases do processo

técnico, identificando e avaliando as inúmeras

características e especificidades químicas, físicas e

biológicas das técnicas utilizadas; colaboração na realização

de autópsias no âmbito da tanatologia clínica ou forense,

intervenções cirúrgicas, nomeadamente na colheita e

aplicação de técnicas em amostras de tecidos para análise;

planeamento e montagem de peças anatómicas para fins

de investigação, ensino e formação; efectua controlo de

qualidade em todas as fases do processo técnico e/ou dos

resultados obtidos; elabora relatórios técnicos das técnicas

aplicadas e dos exames efectuados.

2. As possíveis áreas de intervenção do

técnico de A.P.C.T no Reino Unido

Segundo o NHS (National Health Service) existe no Reino

Unido uma grande variedade de empregos e áreas no NHS

dentro do sector das Life Sciences. Existem os biomedical

scientists que levam a cabo várias técnicas laboratoriais

com a finalidade de proporcionar material que o médico

possa avaliar e diagnosticar; existe ainda os clinical

scientists que são especialistas numa área da ciência ou

engenharia em particular e que aplicam a sua especialidade

na medicina e ainda os clinical support workers que

Page 10: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

10

Março /Abril

trabalham em conjunto com os biomedical scientists e com

os clinical scientists proporcionando-lhes apoio técnico. A

NHS divide as life science em três áreas: Patologia, Genética

e Embriologia. Em Patologia os técnicos de saúde

investigam a causa de determinadas patologias e o seu

progresso. Nesta área enquadram-se tanto os biomedical

scientists como os clinical scientists, entre outros

profissionais de saúde. Em Genética, os técnicos exploram o

comportamento genético das doenças. Aqui inserem-se os

Clinical Scientists da área da genética molecular e

Citogenética. E a área de Embriologia é a área dos clinical

scientists onde os técnicos “criam vida” e solucionam o

problema da infertilidade.

Assim segundo a NHS, última consulta a 03 de

Dezembro de 2008, as diferentes áreas das life sciences

onde se enquadram as qualificações e as competências do

técnico de Anatomia Patológica são:

- Biomedical Scientists: esta é a principal área

onde o técnico de A.P.C.T. encontra equivalências de

competências, como a Histopatologia e a Citopatologia.

- Clinical Scientists: esta área inclui a Citogenética

que é uma área que o técnico de A.P.C.T está qualificado

para trabalhar. Segundo a NHS, o clinical scientist deve

possuir um curso superior com bases de genética, biologia,

microbiologia ou bioquímica (normalmente é o curso de life

sciences, física ou engenharia), entre outras possibilidades

académicas. O clinical cytogeneticist é o profissional perito

no estudo dos cromossomas que são extraídos do sangue,

tecidos vários, medula óssea e outros fluidos orgânicos

para o diagnóstico de doenças hereditárias. As técnicas

utilizadas incluem a cultura de células, análise microscópica

da metáfase cromossomática, fluorescência in situ, técnicas

de hibridação e análises de imagem.

- Técnicos de Anatomia Patológica: estes são os

técnicos que no Reino Unido trabalham na mortuária.

Segundo a Association of Anatomical Pathology

Techonology, última consulta a 03 de Dezembro de 2008, o

técnico de Anatomia Patológica tem à sua responsabilidade

várias tarefas relacionadas com o trabalho efectuado nas

mortuárias. Este técnico assiste os médicos Patologistas

durante os exames post-mortem e trabalham nos serviços

mortuários dos hospitais do NHS ou em mortuárias públicas

locais.

- Técnico de citologia (cervical screening): esta é a

designação equivalente ao Citotécnico Português, com a

diferença de estar limitado ao screening ginecológico. Os

técnicos de citologia são supervisionados pelos biomedical

scientist mas são responsáveis pelos seus actos, havendo

por isso um grande nível de responsabilidade envolvida.

3. Resumo dos Principais pontos de comparação entre Portugal e Reino Unido no que

refere ao percurso académico e profissional do técnico de Anatomia Patológica (e profissões

semelhantes):

Tabela I - Características do Sistema de Ensino em Portugal e Reino Unido

Portugal Reino Unido

Quem regula o sistema de Ensino

- Ministro da Educação

- Ministro da Ciência, tecnologia e Ensino Superior

- A nível do Governo Central: The Department for Children, Schools and Families, entre outras

- A nível do Governo local: autoridades locais e órgãos dirigentes das instituições de educação e ensino.Todos da responsabilidade do Secretariado de Estado

Níveis de Educação Escolar

- Ensino Básico

- Ensino Secundário

- Cursos de formação e educação equivalentes ao ensino básico

- Cursos profissionais equivalentes ao ensino secundário

- Ensino Superior: Licenciatura, Mestrado, Doutoramento.

- Pós- graduações - variável

- Ensino primário

- Ensino secundário

- Mais 2 anos de ensino regular ou técnico profissional

- Ensino Superior:

- Bachelor degree, Graduate degree, Foundation degree, Higher national diploma e Higher national certificate, Higher Education diploma, Sandwich course, Taught courses, Research programmes.

Page 11: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

11

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

Sistemas de Classificação no ensino superior

Escala numérica de 0 a 20 valores em que o 10 representa a nota positiva mínima.

Sistema de Honours com seis classes em que quatro representam a aprovação com diferentes honours degrees, uma representa a aprovação sem honous degrees, e uma representa a reprovação.

Requisitos mínimos para entrada no Ensino Superior

Aprovação num curso do ensino secundário ou equivalente, e realização das provas de ingresso exigidas para o curso a que se candidata com classificação igual ou superior à mínima afixada.

Aprovação nos exames: General Certificate of Education (GSE Advanced Level), ou exames Access na Escócia, com classificações mínimas exigidas para o curso a que se candidata o aluno.

Tabela II - Percurso académico do profissional

Portugal Reino Unido

Formação académica

necessária para exercer a profissão

Curso superior ministrado nas escolas superiores de tecnologia da saúde, ou na Escola Superior de Alcoitão, ou seu equivalente legal

Biomedical Scientists:

Curso superior (“BSc biomedical science degrees at honours level”) com qualificações de 3 GCE A-levels normalmente incluindo a Química e a Biologia ou 3 GCSEs que incluam preferencialmente Ciências, Inglês e Matemática.

Técnico de Anatomia Patológica:

Diploma do ensino secundário com pelo menos 5 GCSE nível A-C que incluam Inglês, Matemática e Biologia.

Técnico de Citologia Cervical:

Diploma do ensino secundário com boa classificação de GCSE.

Clinical Scientists:

Curso superior com bases de genética, biologia, microbiologia ou bioquímica (normalmente é o curso de life sciences, física ou engenharia).

Percurso académico

Disciplinas principais da licenciatura de A.P.

Anatomia e Fisiologia, Anatomia Patológica, Bioquímica, Histologia, Imunologia, Genética e biologia molecular, Citologia, Tanatologia, Técnicas histoquímicas, Técnicas citológicas, Técnicas laboratoriais, Metodologias de Investigação

Mestrados:

Biologia Molecular, Microbiologia, Química, Bioquímica aplicada às Ciências da Saúde, Bioinformática, Bioestatística, Medicina Legal e Ciências Forenses, Ciências Forenses, Técnicas de biologia Molecular e Citómica, Administração e gestão de Serviços de Saúde

Pós- graduações:

Gestão de unidades de Saúde, Macroscopia em Anatomia Patológica e Medinica Legal e Ciências Forenses.

Cursos de especialização vários.

Disciplinas base da Licenciatura de biomedical scientist:

- Patologia celular

- Bioquímica clínica

- Imunologia clínica

- Hematologia

- Imunohematologia e ciências de transfusão

- Microbiologia médica

- Estudos fisio-patológicos ou biologia de componentes patológicos

Pós- graduações:

- Química clínica

- Ciências da transfusão

- Hematologia

- Histopatologia

- Citologia

- Virologia

- Imunologia

Page 12: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

12

Março /Abril

Tabela III - Designação, Formação e Competências Profissionais

Portugal Reino Unido

Título Profissional Técnico de Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica

Biomedical Scientist

Clinical Scientist

Anatomy Patology Technician

Cytology Screener Technician

Área Profissional Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica Life Sciences

Autoridades regentes da profissão

Ministério da Saúde

Governo Português e seus Decretos-Lei:

- Decreto-lei nº 261/93 de 24 de Julho

-Decreto-lei nº 320/99 de 11 de Agosto

-Decreto-lei nº 564/99 de 21 de Dezembro

Departamento da Saúde

Council for Healthcare Regulatory Excellence

Health Professions Council (HPC)

Órgão Profissional Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde

IBMS – Institute of Biomedical Science

Association of Clinical Scientists

Association of Anatomical Pathology Techonology

National Association of Cytologists

Principais categorias do profissional

Técnico de 2ª Classe, técnico de 1ª classe, técnico principal, técnico especialista e técnico especialista de 1ª classe com crescente responsabilidade e funções.

Entry Level, team leader, specialist, advanced, team manager, principal, consultant.

Principais áreas de trabalho

- Histologia

- Citologia

- Imunohistoquímica

- Citogenética

- Citometria de Fluxo

- Anatomia Patológica

- Citogenética

- Citologia

- Histopatologia

- Imunohistoquímica

- Genética Molecular

Processo de ascensão na categoria Profissional

A progressão faz-se segundo módulos (escalões) de três anos na categoria, com avaliação de desempenho de Satisfaz

O progresso na carreira faz-se por escalões (pay bands) que por sua vez estão divididos em pay points. A progressão dentro de cada pay point dá-se de ano em ano e entre pay bands é efectuada quando o desempenho do funcionário é satisfatório e quando demonstra que os conhecimentos e competências são apropriados à progressão.

Avaliação do desempenho Profissional

Avaliação do grau de correcção, humanização e eficácia com que os técnicos exercem as suas funções, contribuindo para um melhor desempenho (…), detecção de necessidades de formação e identificação de factores que influenciam o rendimento profissional do técnico. Esta avaliação é obrigatória, exprime-se como Satisfaz ou não Satisfaz e ocorre de 3 em 3 anos.

O development review process faz parte da NHS Knowledge and Skills Framework e foi desenvolvido para avaliar o desenvolvimento continuo de todos os seus funcionários ao longo da sua carreira garantindo a eficácia do seu trabalho e um serviço de qualidade público através de uma boa gestão dos recursos humanos.

Page 13: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

13

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

Tabela IV - Condições de trabalho

Portugal Reino Unido

Contratação de pessoal Por Concurso previsto na Lei anunciado no diário da República.

O recrutamento do pessoal para o NHS é controlado a nível local por cada unidade de saúde podendo o profissional contactar directamente a secretaria ou o chefe de secção.

As vagas são anunciadas no site “NHS jobs”e na impressa local.

As vagas existentes são normalmente preenchidas através de competição aberta.

Número de horas de trabalho

Em regime normal, 35 horas distribuídas por cinco dias da semana

Em regime full-time 37 horas e meia distribuídas por 7 dias da semana.

Remunerações Salariais (2008)

Depende do escalão e é baseado no índice 100:

- Salário do técnico de 2ª Classe no primeiro escalão: 991, 31 euros por mês.

- Salário do especialista superior de 2ª classe no primeiro escalão na área de Medicina Legal: 1590,34 euros por mês

- Salário do estagiário de investigação científica no primeiro escalão: 1590,70.

Depende do escalão (pay band)

- Entre 18, 8275 Euros e 22,5057 Euros para a band 3;

- Entre 21,9777 Euros e 26,4225 Euros para a band 4;

- Entre 25,6698 Euros e 33,1557 Euros para a band 5;

- Entre 30, 5919 Euros e 41,4436 Euros para a band 6;

- Entre 36,9227 Euros e 48, 6769 Euros para a band 7.

Locais de Trabalho

Sector público, sobretudo em hospitais, mas também em laboratórios de investigação criminal, institutos de patologia e investigação, maternidades, laboratórios de anatomia animal, estabelecimentos de ensino politécnico e universitário.

No sector privado, trabalham em laboratórios que realizam análises de anatomia-patológica,

Serviço Nacional de Saúde (o National Health Service- NHS), laboratórios de hospitais, como os laboratórios de patologia clínica e laboratórios especializados e clínicas e no sector particular.

Condições Físicas de Trabalho

Os laboratórios devem ser constituídos por aparelhos necessários para a realização dos diversos exames e com condições que permitem cumprir as normas mínimas de segurança, higiene e saúde, estipuladas legalmente.

Riscos Profissionais e Normas Laboratoriais

Riscos: tecidos infectados com bactérias e vírus contagiosos, materiais irritantes, inflamáveis tóxicos e cancerígenos.

Normas designadas pela WHO para nível 1 e 2 de segurança biológica.

Conclusão:

Segundo a designação que a EPBS faz dos biomedical scientists estes são a união de várias áreas profissionais das tecnologias da saúde portuguesas, incluindo os técnicos de A.P.C.T. e de A.C.S.P. como nós os conhecemos em Portugal.

Apesar da profissão de técnico de A.P.C.T não ser regulamentada como biomedical science, como acontece com os técnicos de A.C.S.P, segundo a definição da EPBS de biomedical scientist, os técnicos de Anatomia Patológica têm funções que fazem parte das especialidades dos

biomedical scientists, como se pode constatar na área de Histopatologia e de Citologia.

O técnico de Anatomia Patológica não é reconhecido pela associação EPBS mas isso não invalida do profissional dessa área não trabalhar em biomecidal sciences. É sabido que vários técnicos de A.P.C.T. trabalham no Reino Unido como biomedical scientists. Isto é possível devido à escala europeia de comparabilidade de classificações e ao sistema de créditos ECTS que permite o reconhecimento e equivalência académica do profissional.

Page 14: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

14

Março /Abril

As características do percurso académico e profissional da profissão de técnico de A.P.C.T. em Portugal e no Reino Unido são muito diferentes, começando logo na base: o sistema de educação de cada país. A profissão de técnico de A.P.C.T. não é reconhecida no Reino Unido como tal, apesar da profissão existir dentro da área das biomedical sciences e da área de citogenética das clinical sciences. A profissão de técnico de A.P.C.T. devia ser reconhecida, pelo menos, como um curso da área Medical/ Biomedical Laboratory technician (que é a área em que a comissão europeia reconhece os biomedical sientists do Reino Unido), como são os técnicos de A.C.S.P.

No Reino Unido a organização estrutural académica é feita pelo aluno, que ao longo do curso tem várias opções que

permitem que dois profissionais com o mesmo curso tenham especializações muito diferentes. Também se pode dar o caso do aluno preferir ter apenas bases académicas de várias áreas sem aprofundar nenhuma em questão, o que pode não ser uma vantagem no mercado de trabalho. ■

Tem um trabalho, artigo ou

monografia que gostaria de

partilhar?

Envie-nos os seus artigos para [email protected]

Autores:

Ana Filipa dos Santos Pereira *

** Instituto Superior de Saúde Jean Piaget Algarve

Page 15: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

15

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

Carcinoma do endométrio Filipe Alves, Soraia Carlos

Epidemiologia e Etiologia

O carcinoma do endométrio é o tumor maligno ginecológico de etiologia pouco clara mais frequente nos países industrializados, o quarto mais frequente na Mulher e as suas taxas de incidência e mortalidade estão a aumentar. Erro! A origem da referência não foi encontrada. Em Portugal, a incidência é de 13,2 por 100.000 mulheres e a mortalidade é de 2,4 por 100.000 mulheres (mortalidade mais elevada em mulheres de raça caucasiana do que negra). Erro! A origem da referência não foi encontrada. Erro! A origem da referência não foi encontrada. O carcinoma do endométrio pode ocorrer durante o período reprodutivo (20-25%) ou pós-menopausa (75-80%), sendo o pico de incidência entre os 50-65A.

Factores de risco associados (alguns

exemplos):

• Obesidade (Risco Relativo 2-3);

• Nuliparidade (RR 2-3);

• Mulheres portadoras da mutação genética Síndrome de Lynch tipo II; [12]

• Diabetes Mellitus;

• Hipertensão;

• O medicamento Tamoxifen;

- Infertilidade;

- Menstruações irregulares;

- Ausência de ovulações;

- História de tumores na família;

- Cancro da Mama (RR 2-3), recto e ovário. [16]

Diagnóstico

Sintomas e sinais

• Hemorragia vaginal anormal (97%);

- Menstruações prolongadas e excessivas hemorragias em mulheres pré-menopáusicas, especialmente se tiverem um historial de menstruações irregulares, diabetes mellitus, hipertensão, obesidade ou infertilidade;

- Hemorragias vaginais que duram à mais de um ano após a última menstruação;

• Células endometriais atípicas no exame Papanicolau em mulheres assintomáticas. Estas devem ser submetidas a uma recolha de amostra do endométrio;

• Tumores extensos palpáveis numa examinação pélvica;

• Doenças avançadas como ascites, obstruções intestinais, desconforto respiratório provocado por metástases

pulmonares podem ser uma manifestação inicial do tumor. [16]

Métodos de Diagnóstico

Não existe nenhum meio de rastreio eficaz disponível para o carcinoma do endométrio.

Biópsia Endometrial

O diagnóstico do Carcinoma do Endométrio é efectuado por Biópsia endometrial. Esta consiste em introduzir um cateter através da vagina até chegar ao útero. Aí é recolhido tecido da parede uterina para examinação. As células são cuidadosamente analisadas para determinar qualquer anormalidade ou cancro do tecido. A Biópsia endometrial pode ser obtida por dois métodos: Dilatação e Curetagem e Histeroscopia.

Dilatação e Curetagem

Quando não são recolhidas amostras de tecido suficientes na biopsia, ou quando o médico suspeita de um carcinoma do Endométrio, é usado um método chamado Dilatação e Curetagem. O colo do útero é dilatado e através da

raspagem, é recolhida uma amostra de células endometriais que revestem o útero, para excluir ou diagnosticar o carcinoma. Este método traz algumas desvantagens uma vez que como não se sabe

exactamente a localização da lesão, ao ser recolhida a amostra de células endometriais parte do tecido lesado pode não ser recolhido, comprometendo o diagnóstico. [15]

Histeroscopia

Através deste método, o médico visualiza o interior do útero recorrendo a um histeroscópio. Como o útero é uma cavidade virtual, é preenchido com líquido (soro fisiológico) para que as suas paredes se distendam; depois é introduzido um histeroscópio (que tem uma pequena câmara de vídeo) que passa pela vagina até chegar ao útero. Este exame permite ao médico identificar o local onde se

Page 16: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

16

Março /Abril

encontra o Carcinoma do Endométrio. [3]

Este método tem uma grande vantagem: consegue-se recolher todo o tecido do endométrio lesado porque é identificado exactamente o local onde se encontra o Carcinoma.

Histologia

É um tumor primário maligno epitelial geralmente com diferenciação glandular com início no endométrio podendo invadir o miométrio e alastrar-se para locais distantes. Por vezes, o tumor pode obstruir o canal endometrial e causar hidrometra (secreção do tipo aquoso) ou hematometra (secreção de sangue). [8] Segundo a Organização Mundial de Saúde/International Society of Gynecological Pathology, os tipos histopatológicos são:

Adenocarcinoma endometrióide (95%), Adenocarcinoma mucinoso, Adenocarcinoma seroso, Adenocarcinoma de células claras; Adenocarcinoma misto; Carcinoma de células escamosas, Carcinoma de células de transição, Carcinoma de pequenas células, Carcinoma indiferenciado.

Graus de Histopatologia

Gx – Grau não pode ser avaliado;

G1 – Tumor bem diferenciado;

G2 – Tumor moderadamente diferenciado;

G3 – Tumor mal diferenciados ou indiferenciados. [6]

Ecografia

A ecografia destaca-se com exame de primeira linha no estudo do aparelho reprodutor feminino pois é uma técnica acessível que não usa radiação e apresenta uma elevada sensibilidade para avaliar a anatomia normal, podendo demonstrar alterações fisiológicas e patológicas do útero e anexos. Além disso, a ecografia permite a distinção entre tumores limitados ao útero e tumores com extensão extra-uterina. Existem dois tipos de ecografia:

1. Ecografia por via supra púbica;

2. Ecografia por via endovaginal – usa sondas endovaginais de alta frequência (7,5MHz), permitindo um elevado detalhe das estruturas, devido à proximidade com os órgãos a estudar. Esta técnica permite avaliar alterações endometriais. Se a Ecografia revelar um espessamento endometrial heterogéneo significa que

estamos na presença de um Carcinoma do Endométrio. [8]

Figura 11 - Metástases do Carcinoma do Endométrio na trompa de Falópio. A Ecografia mostra múltiplas lesões nodulares (asteriscos) na parede da trompa de Falópio (setas). [1]

Figura 10 - Carcinoma do Endométrio (D2), diferenciado do miométrio pela sua hiperecogenicidade. [14]

Figura 9 - Carcinoma do Endométrio. Ecografia Endovaginal (corte sagital) mostra o endométrio com uma espessura de 20mm

Figura 8 - Ecografia Endovaginal

Figura 7 - Carcinoma do endométrio visualizado através do histeroscópio. [2]

Page 17: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

17

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

Tomografia Computorizada (TC)

A TC avalia com grande acuidade a extensão local e à distância das lesões tumorais (avaliação da infiltração tumoral nas regiões adjacentes); permite ainda dar uma localização precisa da lesão para a realização de biopsia e radioterapia. Se se conhecerem as dimensões exactas das lesões tumorais, a TC avalia a resposta ao tratamento por radioterapia e quimioterapia.

O estadiamento por TC é limitado nas fases precoces.

Após a ressecção cirúrgica da lesão tumoral, um novo estudo por TC permite detectar a existência de recidivas do tumor. [8]

Ressonância Magnética (RM)

A RM apresenta várias vantagens no estudo do aparelho reprodutor feminino, das quais se destacam:

• Uma boa capacidade multiplanar;

• Um elevado grau de contraste de tecidos moles;

• Ausência de radiação;

• Ausência de artefactos provenientes do osso e gás intestinal

No entanto, é contra-indicada no caso de pacientes claustrofóbicos, portadores de implantes e pacemaker.

Deve ser a técnica escolhida nos doentes onde a Ecografia foi inconclusiva.

A RM dá um excelente detalhe do Carcinoma do Endométrio, avaliando a sua invasão local (principalmente a profundidade da invasão no miométrio) e à distância.

O Carcinoma do Endométrio caracteriza-se por apresentar hipersinal em imagens ponderadas em T2 e imagens isointensas em T1. A administração de gadolíneo permite a detecção de pequenos tumores e uma melhor visualização da profundidade de invasão do miométrio. [8]

Radiografia ao Tórax

É obtida uma radiografia do tórax na maioria dos pacientes diagnosticados com o Carcinoma do Endométrio para detectar metástases no pulmão.

Estadiamento

O sistema de estadiamento da FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia) para o carcinoma do corpo do útero é o seguinte:

1. G1: ≤ 5%

G2: 6-50%

G3: > 50%

2. Estádio 0 – Carcinoma in situ (carcinoma pré-invasivo)

3. Estádio I: tumor limitado ao corpo (75% dos casos; Taxa de sobrevivência de 87%)

• Estádio IA – Tumor limitado ao endométrio

• Estádio IB – tumor invade até à metade interna do miométrio

• Estádio IC - tumor invade para além da metade do miométrio

Figura 14 - Carcinoma do Endométrio. Imagem ponderada em T2, corte sagital, mostra uma neoplasia endometrial hiperintensa a infiltrar mais de 50% da espessura do miométrio (estádio IC). [1]

Figura 13 - Carcinoma do Endométrio. Estádio IIA. A imagem mostra o Carcinoma do Endométrio (T) com uma pequena invasão do miométrio e extensão do tumor para o canal cervical. Presença de um Leiomioma (L). [1]

Figura 12 - TC pélvica. Massa heterogénea (tumor).

Page 18: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

18

Março /Abril

4. Estádio II: o tumor estende-se para o colo uterino mas não para além do útero (11% dos casos; Taxa de sobrevivência de 76%)

• Estádio IIA – tumor invade o epitélio glandular mas não invade o estroma

• Estádio IIB - tumor invade o estroma do colo

5. Estádio III: tumor ultrapassa o útero mas limita-se à pélvis (11% dos casos; Taxa de sobrevivência de 63%)

• Estádio IIIA - tumor invade a serosa e/ou os anexos e/ou citologia peritoneal positiva

• Estádio IIIB – Metástases vaginais

• Estádio IIIC – metástases ganglionares pélvicas e/ou lombo-aórticas

6. Estádio IV: tumor invade a bexiga e/ou o recto e/ou metástases à distância (3% dos casos; Taxa de sobrevivência de 37%)

• Estádio IVA – tumor invade a bexiga e/ou o recto

• Estádio IVB – metástases à distância (incluindo gânglios intra-abdominais e/ou inguinais)

Tratamento

A escolha do tratamento do carcinoma do endométrio depende de factores intrínsecos do paciente e pelo grau histológico/estadiamento do tumor. As várias opções de tratamento podem ser: cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

Cirurgia

Segundo a Sociedade Portuguesa de Ginecologia, é consensual que o estadiamento deve ser cirúrgico, excepto quando se trata de infiltração dos paramétrios, metástases vaginais extensas, invasão da bexiga e/ou recto (com comprovação histológica) e contra-indicação médica.

Exame anátomo-patológico intra-operatório da peça:

• Tumores IA (G1,2), IB (G1,2) – Pode não prosseguir a cirurgia

• Tumores IAG3, IBG3, IC, II, III – Linfadenectomia pélvica e lombo-aórtica

• Estádio II clínico – histerectomia radical modificada (Piver II) com linfadenectomia pélvica e lombo-aórtica. (obtenção de gânglios das cadeias ganglionares obturadora, interilíaca, ilíaca externa, ilíaca comum (nº mínimo de 5

gânglios de cada lado) e para - aórtica abaixo da mesentérica) [12]

É aceitável a histerectomia vaginal assistida por laparoscopia desde que sejam cumpridos os restantes critérios cirúrgicos.

Após estadiamento cirúrgico completo

• IA (G1 e G2), IB (G1 e G2) e IIIA (G1 e G2: só por citologia positiva e sem outros factores de prognóstico uterinos) → Vigilância

• IB (G1 e G2) → Não houve consenso quanto à realização de braquiterapia vaginal.

• IAG3, IBG3, IC (G1 e G2), IIA (G1 e G2) → Braquiterapia vaginal

• ICG2 (com invasão linfo-vascular, tumor > 2 cm ou extensão ao istmo e > 60 anos), ICG3, IIA c/ invasão > 50% do miométrio G1, G2, IIAG3, IIB → Braquiterapia vaginal + radioterapia externa pélvica

• IIIA (só por citologia positiva) G3 → Braquiterapia + radioterapia externa pélvica

• IIIA, B e C → Braquiterapia vaginal + radioterapia externa pélvica +/- quimioterapia (com carboplatina/paclitaxel ou cisplatina/doxorubicina)

• IIIC com gânglios para-aórticos positivos → Braquiterapia vaginal + radioterapia externa pélvica e lombo-aórtica + quimioterapia (com carboplatina/paclitaxel ou cisplatina/doxorubicina)

• IV → Terapêutica individualizada. *12+

Hormonoterapia

É considerada apenas em contexto de doença metastática nos tumores G1. São aconselhados o acetato de megestrol (160 mg/d) e o acetato de medroxiprogesterona (150-200 mg/d). [12]

Doentes inoperáveis

Devem efectuar radioterapia externa pélvica com ou sem braquiterapia. Se não tiver condições, ponderar terapêutica sistémica ou de suporte. [12]

Protocolo de Seguimento

Doentes de baixo risco (IAG1, IAG2, IBG1, IBG2):

Exame clínico e ginecológico:

• 1º ano: 6 em 6 meses;

• 2º ano e seguintes: controlo anual.

Os exames complementares realizam-se consoante as queixas da doente. [12]

Restantes doentes:

Exame clínico e ginecológico:

• 1º ao 4º ano: 6 em 6 meses

• A partir do 5º ano: controlo anual

Figura 15 - Histerectomia: peça operatória. www.uptodate.com

Page 19: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

19

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

Os exames complementares realizam-se consoante as queixas da doente e se CA 125 elevado no pré-tratamento. [12]

Prognóstico

Factores de Prognóstico

Grau do Tumor e Invasão do Miométrio: a invasão do miométrio e um grau do tumor crescente estão associados com um alto risco de aparecimento de metástases pélvicas e metástases à distância;

Histologia do Tumor: os tipos histológicos com melhor prognóstico são o Adenocantoma e o Adenocarcinoma; o tipo histológico com pior prognóstico é o Carcinoma de Células Pequenas;

Invasão do Espaço Vascular:

Tamanho do Tumor: quanto maior for o tumor, maior é o risco do aparecimento de metástases nos gânglios linfáticos e, consequentemente, pior é o prognóstico; [16]

Cerca de 75-80% são diagnosticados no Estádio I, uma vez que as mulheres pós-menopausicas, quando surge um sangramento vaginal, recorrem rapidamente a um ginecologista; Daí que o prognóstico seja mais favorável.

Tabela V - Relação entre o Estádio e a Taxa de Sobrevivência aos 5 anos. [16]

Estádio Sobrevivência

aos 5 anos (%)

I 87

II 76

III 63

IV 37

Referências Bibliográficas:

[1]. American Journal of Roentgenology - 2008.

[2]. Asociacion Internauta de Cirugia Ginecológica - Histeroscopia y cancer endometrio. 2008.

[3]. AVA Clinic - histeroscopia. 2008.

[4]. Baert A.L., Knauth M., Sartor K. - MRI and CT of the Female Pelvis. 2007.

[5]. Dilatação e curetagem. - 2008.

[6]. FIGO, Federation International of Gynecology and Obstetrics. - 2008.

[7]. IARC - International Agency for Research on Cancer. 2008.

[8]. Martins J., Sousa L.A - Noções Fundamentais de Imagiologia. Lidel Lisboa,

[9]. Moeller T.B. MD, Reif E. MD - MRI Parameters and Positionining. New York: 2003.

[10]. Radiographics - TC pélvica. 2008.

[11]. Seeley R.R., Stephens TD & Tate - Anatomia & Fisiologia. 6ª. Lusodiciência, 2003.

[12]. SPG - Sociedade Portuguesa de Ginecologia. 2007.

[13]. The Center for Menstrual Disorders & Reproductive Choice - Ecografia Endovaginal. 2007.

[14]. Thieme Clinical Companions ultrasound. - Thieme,

[15]. Uterine Cancer - Uterine Cancer Diagnosis and Prognosis. 2008.

[16]. William T Creasman MD., J Marion Sims Professor - Endometrial Carcinoma. E-Medicine, WebMD, 2007.

Autores:

Filipe Alves *

SSoorraaiiaa CCaarrllooss **

** AAlluunnooss ddaa EEssccoollaa SSuuppeerriioorr ddee SSaaúúddee ddaa UUnniivveerrssiiddaaddee ddee AAvveeiirroo

Veja toda a informação sobre as Jornadas de Radiologia da

Universidade Atlântica. Clique aqui.

Page 20: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

20

Março /Abril

Esta página pode ser sua!

Anuncie na TDTOnline Magazine, garanta

que a sua publicidade atinge o seu público-

alvo!

Contacte-nos em:

@ [email protected]

Page 21: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

21

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

William Clouser Boyd

Nasce a 4 Março de 1903;

Faleceu a 19 de Fevereiro de

1983. Foi um imunoquímico

Americano e em 1930,

juntamente com a sua mulher,

realizou um trabalho de

recolha de dados acerca da

distribuição a nível mundial dos

grupos sanguíneos. Ele

descobriu que os grupos sanguíneos eram

herdados e não influenciados pelo meio ambiente.

Ele dividiu a população mundial em 13 raças

distintas geográficamente com diferentes perfis

genéticos de grupo sanguíneo. Mais tarde, Boyd

discobriu as lectinas nas plantas, que são proteínas

do género anticorpo. Ele também estudou os grupos

sanguíneos em múmias.

Dia Mundial do Rim

Alertar para o grave problema de saúde pública que

a doença renal crónica constitui em todo o mundo.

Sabia que… - Datas a recordar em Saúde e Ciência…

4 Março 13 Março

www.tribunamedicapress.pt

Page 22: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

22

Março /Abril

Albert Einstein

Nascido a 14 de Março de

1879; Faleceu a 18 Abril de

1955.

Físico Alemão-Americano que

desenvolveu as teorias especial

e geral da relatividade e foi

laureado com o Prémio Nobel

da Física em 1921 pela sua

explicação do efeito fotoeléctrico. Foi reconhecido

na sua época como um dos intelectos mais

criativos da história humana. Nos primeiros 15

anos do século 20, Einstein avançou com uma

série de teorias que propuseram completas novas

formas de pensar acerca do espaço, tempo e

gravidade. As suas teorias da relatividade e

gravidade eram um profundo avanço sobre a física

newtoniana velha e revolucionou a ciência.

Dia Mundial da Tuberculose

Em 1882 o cientista alemão Robert Koch anunciou

à Berlin Physiological Society que tinha descoberto

o bacilo responsável pela tuberculose. Três

semanas depois, a 10 de Abril, ele publica o artigo

“ A Etiologia da Tuberculose”. Em 1905 recebe o

prémio nobel da Medicina. Faleceu em 1910.

Gene da doença de Huntington

Em 1993 o Huntington’s

Disease Collaborative

Research Group formado por

6 laboratórios nos E.U.A,

Inglaterra e País de Gales,

anunciou a identificação do

gene que causa a doença de

Huntington, após de 10 anos

de esforço sem resultados. A doença provoca

sintomas debilitantes progressivos como demência,

mudanças de personalidade, perda de memória e

irritabilidade. A mutação encontrada no cromossoma

4, afecta um tripleto CAG, dos quais 11 a 34 tripletos

estão normalmente presentes em pessoas saudáveis,

enquanto que em pacientes com a doença de

Huntington existem 35 a 100 destes tripletos.

Max (Johann Sigismund) Schultze

Nasceu a 25 de Março de 1825.

Faleceu a 16 de Janeiro de

1874.

Zoólogo e citologista alemão,

conhecido especialmente pela

sua investigação em anatomia

microscópica. Ele alterou o

conceito de célula, enfatizando

não a membrana, mas a massa viva de protoplasma

com um núcleo (1861). Schultze também estudou

protozoários e demonstrou minúsculas terminações

nervosas na orelha (1858), nariz (1863), e retina

(1866). Ele foi um fenomenal histologista, introduzindo

diversas novas técnicas de histologia, incluíndo o uso

de ácido de ósmio para coloração de pequenos

detalhes celulares. Morreu subitamente devido a uma

úlcera perfurante.

14 Março 23 Março

24 Março 25 Março

www.topnews.in

www.fonoecia.com.br

Page 23: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

23

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

Penso rápido medicinal

Em 1845 foi registada a primeira patente para o

penso rápido medicinal (No.3965), denominado de

“Band-aid”. Os medicos Dr. Horace Harrell e William

H. Shecut desenvolveram um processo em que

plástico é dissolvido num solvente que depois

espalha-se em tecido. Eles depois venderam a idea

a Dr. Thomas Allcock que mudou o nome para

Allcocks’s Porous Plaster.

James Dewey Watson

A 6 de Abril de 1928

nasce James Dewey

Watson, um biólogo

molecular americano,

mais conhecido por ser

um dos co-descobridores

da estrutura do ADN

conjuntamente com Francis Crick e Maurice Wilkins.

Em 1962 receberam o Prémio Nobel da Fisiologia

ou Medicina, pelas suas descobertas na estrutura

molecular dos ácidos nucleicos e a sua importância

na transferência de informação em material vivo.

Morte do Dr Arthur Martin Vineberg

Morre a 26 de Março de

1988 Dr Arthur Martin

Vineberg, um cirurgião

cardiologista canadiano,

notado pelo seu

desenvolvimento, em

1950, de um

procedimento cirúrgico

para a correcção do

defeito da circulação coronária. A primeira

intervenção cirúrgica foi efectuada no Royal

Victoria Hospital em Montreal em 1950.

Dia Mundial da Saúde

O Dia Mundial da Saúde evoca a criação da

Organização Mundial da Saúde (OMS) e é o

esforço mais vísivel desta organização para

chamar a atenção para um aspecto-chave global

escolhido anualmente.

26 Março 26 Março

6 Abril 7 Abril

www.chem.ucsb.edu

www.worldofstock.com

Page 24: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

24

Março /Abril

Dia Mundial da Doença de Parkinson

Em 1952 a doença de

Parkinson foi pela primeira

vez tratada com cirúrgia. O

grupo liderada por Irvin

Cooper em Islip, Nova Iorque

operaram o cérebro do

paciente Raymond Walker.

Anteriormente à disponibilidade de L-dopa em 1968, o

tratamento de Parkinson implicava cirurgia. Um dos

primeiros procedimentos foi a pedunculotomia, para

reduzir o tremor.

Dupla-hélice de ADN

É também em Abril, mas em 1953 que é publicado o

primeiro artigo científico acerca da dupla-hélice de

ADN na revista “Nature”.

Conheça o site Historical Anatomies on the Web, é um

projecto digital concebido com o objectivo de

disponibilizar aos cibernautas imagens de elevada

qualidade provenientes de atlas históricos de anatomia,

cujas obras mais antigas remotam ao século XV. Não será

possivel consultar a obra completa, no entanto enúmeras

páginas com uma digitalização de elevada qualidade estão

disponiveis para visualização.

Visitem Museam Of Healthcare, via web ou em Kingston.

Aqui está um Museu com uma temática diferente daquela

que conhecemos normalmente e uma visita que valerá

muito a pena!!! Este Museu, propriedade do Kingston

General Hospital, é uma instituição sem-lucros cujo

objectivo é preservar todo o material cultural e esclarecer

a história da saúde e dos cuidados de saúde no Canadá.

Conheça a colecção de obras, exibições entre outros

programas, promovidos pelo Museu e inclusivé uma

exibição online.

11 Abril 25 Abril

Adaptado de www.3DSCIENCE.com

Page 25: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

25

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

Casos Clínicos do Radiology Picture of the Day

1. Lacerated Horseshoe Kidney

Horseshoe kidney is a common congenital renal anomaly,

with an incidence of 1:500 to 1:1000. It is characterised by

fusion of the kidneys at their poles (lower pole in 90%,

upper pole in 10%) which produces a horse-shoe shaped

structure continuous across the midline. The midline

isthmus may be functioning renal parenchyma or non-

functioning fibrous tissue. The isthmus cannot ascend past

the inferior mesenteric artery and thus the kidney is low in

position. The ureters arise anteriorly and there are

commonly multiple renal arteries. The complications of

horseshoe kidney are 1) urinary stasis with infection or

stone formation, due to abnormal ureteric orientation, and

2) predisposition to traumatic injury, due to abnormal

position. They are associated with other congenital

anomalies and Turner’s syndrome.

Reference:

Dahnert W. Radiology Review Manual, 5th edition.

Lippincott, Williams and Wilkins 2003

Credit: Dr Donna D'Souza

Nesta edição do nosso já conhecido artigo “Radiology Picture of the Day”

apresentamos dois casos de patologia renal e um de coluna lombar.

1- Laceração de rins “em ferradura”

2- Trombose tumoral da veia renal

3- Lipomatose epidural

Continuamos a convidar os colegas que tenham imagens como estas e que

queiram no mesmo formato publicar um caso na TDTOnline Magazine que o

façam enviando os seus artigos para: [email protected]

Page 26: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

26

Março /Abril

2. Renal Vein Tumour Thrombus

This patient has a renal cell carcinoma (RCC) of the left

kidney invading the renal vein. RCC has a strong propensity

to venous invasion which is seen up to 20% of cases, with

extension into the IVC in 4 to 15% of cases. Renal vein

invasion classifies RCC as TNM stage T3 and Robson stage

3A. Tumour thrombus is distinguished from bland thrombus

by contrast enhancement on CT and MRI and colour flow

on ultrasound. Other tumours with a strong tendency to

venous invasion are hepatocellular carcinoma and adrenal

carcinoma.

References:

Kaufman J & Lee M. Vascular & Interventional

Radiology: The Requisites, Mosby 2004

Renal cell carcinoma staging, Radiopaedia.org

Credit: Dr Donna D'Souza

Page 27: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

27

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

Epidural Lipomatosis

This patient presented with progressive weakness of the

legs and tingling sensation. This was attributed to his long-

standing diabetes.

On MRI, there is evidence of extensive epidural fat

infiltration which is hyperintense on both T1W and T2W.

There is also associated fatty atrophy of back muscles. The

cord and cauda equina are compressed anteriorly by the

epidural lipomatosis, with complete effacement of CSF.

There are mild posterior disc herniations at several levels

which may be contributing to the compressive myelopathy.

References:

Francis G. Greiner and Deepak Takhtani.

Neuroradiology Case of the Day. RadioGraphics 1999;

19: 1397.

Credit: Dr Abhijit Datir

Page 28: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

TDTO

nlin

e

Mag

azin

e

28

Março /Abril

A TDTOnline Magazine vai de Férias!

(Próxima edição: Julho/Agosto)

Page 29: TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

29

tdtonline.org TD

TOn

line

Magazin

e

Normas para a publicação de artigos científicos na TDTOnline

Magazine

Com a finalidade de uniformizar os artigos

recebidos pela Equipa do Tecnologias da

Saúde Online e consequentemente

divulgados na TDTOnline Magazine, torna-se

necessária a definição de normas próprias

para a publicação de artigos científicos, de

forma a estimular o interesse e curiosidade

dos visitantes/leitores.

Selecção de Artigos

1. Serão aceites os temas que se enquadrem

no âmbito de cada publicação e da temática

do site “Tecnologias da Saúde Online”, após

avaliação pelos membros designados pela

administração do supracitado site.

2. O envio de um trabalho/artigo implica o

compromisso por parte dos autores em como

todas as declarações nele constantes são da

sua exclusiva responsabilidade.

3. Qualquer texto deve respeitar os princípios

éticos aceites, nomeadamente no que diz

respeito à confidencialidade.

4. Serão aceites para publicação monografias,

cujas regras de selecção, apresentação e

estruturação deverão obedecer ao que aqui é

pré-estabelecido, salvaguardando as

características inerentes ao tipo de

publicação a que nos referimos, com

excepção para o limite do número de páginas

que não se aplica.

Apresentação e Estruturação

de Artigos

1. Os artigos devem ser redigidos em português,

no formato .doc (Microsoft Office Word™), letra

tipo Arial, tamanho 12 com um espaçamento de

1,5 linhas.

2. A extensão máxima do artigo será de 10

páginas, incluindo espaços, figuras, tabelas,

quadros, gráficos, notas, bibliografia e

fotografias, todos devidamente legendados e

identificados.

3. Na primeira página e depois do título do artigo,

deverá constar a identificação de todos os

autores (máximo 6) de acordo com o formato

seguinte:

Título do trabalho

Autor 1 (Instituição); Autor 2 (Instituição)

4. Os artigos deverão respeitar a estrutura geral:

introdução, desenvolvimento, conclusão e

referências bibliográficas.

Envio de Artigos

1. Os artigos devem ser enviados por correio

electrónico (com aviso de leitura) para

[email protected], com os seguintes dados de

identificação:

- Nome completo

- Morada

- Nº Cédula Profissional

2. Todos os artigos apresentados na TDTOnline

Magazine serão devidamente certificados, sendo os

certificados enviados para a morada de um dos

autores referenciados, após lançamento da TDTOnline

Magazine em questão.