tdtonline magazine setembro/outubro 2008

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Edição de Setembro/Outubro de 2008 da TDTOnline Magazine cujo tema de destaque é "Radiologia em Formação Contínua".

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Editorial

Portugal medalha de ouro em “desperdício”?

Actividade do Fórum

Radiologia em Formação Contínua

Diagnóstico, tratamento e prevençãodo pé diabético

Medicina Nuclear – Saiba mais!

Uma Viagem Virtual pelo Cólon –Colonoscopia Virtual

I Jornadas de Fisioterapia dos Centros de Saúde do Dist. Bragança

Ser Saúde

Casos Clínicos do Radiology Picture of the Day

Normas para a publicação de artigos científicos na TDTOnline Magazine

TDTOnline Magazine

Fundador: Fernando Leite

Administração: Marlene Brandão e Carolina Gasiba

Responsável de Conteúdo: Vítor Paiva

Colaboração por área profissional:Anatomia Patológica: Marta Ribeiro, Nuno Silva

Dietética: Cecília Santos

Farmácia: Nuno Marques

Higiene Oral: Ricardo Pingo

Design e Redacção: Henrique Pimenta

Colaboração Geral: Sílvia Silva, David Estêvão e Susana Monteiro

Neurofisiologia: Daniel F. Borges, Joana Ribeiro

Ortoprotesia: Ana Vinagre, Cátia Frade

Ortóptica: Luís Martins, Andreia Guerreiro

Terapia Ocupacional: Juliana, Diana

Todos os artigos publicados na TDTOnline Magazine são da total e exclusiva responsabilidade dos seus autores.

É interdita a reprodução total ou parcial do conteúdo da TDTOnline Magazine.

Contacto Tecnologias da Saúde Online: [email protected]

Contacto TDTOnline Magazine: [email protected]

Sumário

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Editorial

Caros leitores e utilizadores do TDTOnline:

"O TDTOnline vai fazer 3 anos!!!"

Muito provavelmente, esta não será a melhor frase para começar um editorial, mas não o fazemos por mal. Para todos nós, enche-nos de orgulho saber que este projecto continua de pé, que a comunidade continua a crescer, e que o TDTOnline está cada vez melhor.

O TDTOnline vai fazer 3 anos, e estamos na fase de preparação para celebrar o aniversário. Para já, estamos ainda a sondar o interesse dos utilizadores acerca do local onde se deve realizar o evento. No entanto, se ainda não reparou nisso e tem interesse em participar, passe pela seguinte “thread”, onde poderá ficar actualizado sobre o estado de preparação do evento -http://www.tdtonline.org/forum/viewtopic.php?f=10&t=2744

Esperámos contar com todos vós na celebração do aniversário deste fórum, que também é o vosso!

Quanto à Magazine TDTOnline, como podem reparar, esta tem um "novo" formato, estreado em edição anterior.

Estas mudanças contínuas fazem parte da filosofia do TDTOnline. Estaremos sempre a querer testar novos formatos, e novas e diferentes formas de apresentação.

O formato da Magazine TDTOnline parece ter, agora, chegado a uma altura de relativa maturação. Temos já uma revista, temos um índice esquematizado, e temos uma apresentação padronizada e simples dos diferentes temas da Magazine. Tudo isto, feito de uma forma digna para quem está interessado em participar na sua elaboração, ou na sua leitura.

Em termos gráficos e visuais, podemos dizer que temos já um produto com a maturação ideal para ser consumido.

No que toca ao conteúdo da Magazine, continuámos, como sempre, a depender da boa-vontade e do empenho de todos os nossos utilizadores, sem excepção, em participar na sua redação. Como tal, temos disponível uma nova caixa de e-mail, para onde devem dirigir todos os pedidos de participação na Magazine: [email protected].

Continuámos, como sempre, a querer dar voz a todos, independentemente da idade, da experiência, e do curso TDT. Acima de tudo, privilegiamos a vontade, o interesse de participar, formar/educar e, claro, tornar a Magazine TDTOnline melhor, a cada nova edição

Este novo formato permite-nos também outras ambições, dado que se torna mais fácil intercalar avisos e anúncios ao longo da Magazine, sem quebrar o ritmo de leitura.

De certa forma, permite-nos sonhar em angariar patrocinadores para a Magazine, porque dispomos agora de um meio excepcional, de contacto privilegiado com todos os nossos utilizadores.

Como foi também anunciado em edições anteriores, o TDTOnline mudou o seu servidor e com essa mudança, outras logo surgiram. Mudámos o nosso email geral de contacto - [email protected], passando este a ser agora o nosso email geral de contacto, substituindo o velhinho [email protected]

De resto, está o leitor por sua conta para explorar a Magazine, descobrindo, página após página, o fruto do trabalho da colaboração dos nossos utilizadores. Você pode ser o próximo, e estaremos sempre interessados em dar voz á comunidade!

De resto, que a leitura da Magazine TDTOnline, neste seu novo formato, seja um motivo para continuar, edição após edição, a aproximar a comunidade entre si.

Boas leituras,

Vítor Paiva

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Ao raio-X – Artigo de OpiniãoFernando Leite, 2008

Portugal Medalha de Ouro “em desperdício?”

No ninho de pássaro, mais umas olimpíadas acabaram no fim do passado mês de Agosto e como já

vem sendo “à boa maneira portuguesa” a participação do nosso país foi recheada de polémica. Enquanto o Nelson Évora recebia a medalha de ouro e fazia milhares de pessoas no estado olímpico se levantarem para ouvirem a portuguesa, outros milhares de portugueses se levantavam para mais um dia de travessia no deserto (este último entenda-se como “crise”).

Não há dúvidas que se existisse uma modalidade olímpica chamada desperdício o nosso país seria um candidato sério à medalha de ouro. Peguemos então no caso dos atletas olímpicos, aos quais tanto se exigiram medalhas e vejamos um caso simples de desperdício. Milhões de euros gastos nos já mais que falados estádios do euro 2004 e neste país não existe um centro de estágio para atletas olímpicos dignos desse nome. Continuamos a mandar atletas treinar para o estrangeiro, isto se o mesmo conseguir um bom patrocínio porque por cá apenas existe tal palavra para um desporto, e como todos sabem, esse desporto é o futebol. O estádio do Algarve, é sem dúvida um bom monumento ao desperdício, onde se realizam por ano alguns casamentos e congressos e quando se lembram, colocam a selecção nacional de futebol a jogar lá, isto para não parecer muito mal. Outro exemplo engraçado é o estádio do Leiria, onde a câmara municipal entrou com uma grande verba na ajuda da reconstrução do estádio e continua a “orgulhar-se ?” de dizer que tem um estádio imponente para a cidade, enquanto existem freguesias do concelho sem saneamento básico.

Outro caso de desperdício, e puxando claramente já a brasa à nossa sardinha, é o que se passa com os profissionais de saúde deste país e como é evidente com os recém-licenciados. Não vou perder o meu tempo a falar da situação de empregabilidade destes profissionais, pois todos já sabemos o lamaçal em que estamos metidos, mas evidenciar como até nestes casos a palavra desperdício está na ordem do dia. Imaginem pois os euros gastos pelos pais dos alunos em propinas, em livros, em viagens de transporte, em alimentação e estadias, durante uma licenciatura de quatro anos e vejam o grande saco roto para onde esse investimento vai. Claro que existe sempre uma fuga possível, o investimento numa carreira fora de Portugal mas se isso cada vez mais acontece com os recém-licenciados porque é que ainda ninguém fechou a torneira (entenda-se como número de vagas para os cursos de saúde) para que a bacia pare de transbordar? Seremos um país viciado em desperdiçar que até desperdiçamos os nossos próprios recursos humanos? Ou será que o desperdiçar para alguns se reflecte em enriquecer à custa da ingenuidade de terceiros?

Parece piadético ouvirmos os nossos governos falar em aperto de cinto quando são os primeiros a prevaricar. Casos como este, como o famoso aeroporto de Lisboa, o TGV a terceira faixa de rodagem da A1 quando o limite de velocidade são 120 km/h fazem realmente Portugal um candidato sério à medalha de ouro do desperdício, mas não se preocupe senhor primeiro-ministro, continuaremos a ser atletas olímpicos do “poupar”. ■

Foi lançada a Ser Saúde nº 11

Veja mais na Página 27

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Actividade do Fórum

Aniversário do TDTOnline

"O fórum vai fazer 3 anos!!!"... e os preparativos já começaram!

Para já, vai-se discutindo, entre todos, qual o local onde se deve realizar o encontro.

Este ano, a data do aniversário calha a um sábado, o que acaba por ser uma feliz coincidência, dado que vamos poder celebrar o aniversário no dia em que fórum foi criado.

Devido a motivos óbvios, está-se a propor a realização do evento num local a norte, à escolha dos utilizadores.

O objectivo, é cada um dos elementos que estejam interessados em participar, passarem pela respectiva “thread”, e deixarem registado até onde estariam disponíveis a ir.

A “thread” onde se está a tratar do evento é http://www.tdtonline.org/forum/viewtopic.php?f=10&t=2744

Espera-se que, há semelhança de edição anterior, o encontro seja um sucesso, e reúna, à mesma mesa, os vários utilizadores que fazem desta a "nossa" comunidade TDT. Contámos contigo, faz-te ouvir, e aparece!

Campanha anti-pseudotécnicos

A iniciativa não morreu!

No TDTOnline temos unido esforços, redigindo um manifesto, que demonstre o desagrado sentido na classe, pela usurpação indevido de funções inerentes aos TDT, por pessoas sem uma preparação teórica e prática para tal.

Como tal, pedimos, há semelhança da edição anterior da newsletter, que cada utilizador copie o texto para a sua caixa de email, com o titulo "Reenvie este email pela sua saúde", e que, além de enviar o mesmo para todos os seus contactos, que envie para os contactos das diferentes associações representativas dos TDT, e meios de comunicação, que foram sendo adicionados e estão na 1ª página da thread http://www.tdtonline.org/forum/viewtopic.php?f=4&t=2524

Apesar de ser uma iniciativa colectiva, não há um momento específico para o envio do manifesto. Cada um o deve fazer quando bem entender, ou quando tiver disponibilidade para tal. Pretende-se, por este meio, não causar um efeito de "spam" em quem recebe as mensagens, e assim, com este efeito esporádico, tentar que nos seja prestada a devida atenção por persistência.

Pelo desenvolvimento e dignificação da carreira de Técnico de Diagnóstico e Terapêutica, contamos contigo!

Clique aqui para ver a reportagem do 2º Encontro Protecção Radiológica da Saúde | Medical Consult

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Radiologia em Formação ContínuaHugo Baptista e Vasco Vieira, 2008

Abstract

Health, with the growing evolution of communication means and technology, has been through the last decade’s one of the areas with the biggest development on present society. Therefore, it becomes necessary that health professionals can maintain a permanent actualization of existing knowledge and can be able to put it in practice in their activity, contributing this way not only to correspond to the patients necessities, but also to their demands. Radiology is perhaps, the health slop that has the biggest technological component, and the continuous development of its equipments leads to that radiographers should be able to have a dynamic of continuous education, in order to be aware of new knowledge and practices to use in their acting area. Nowadays, are mainly the various educational meetings undergoing through the country, which allow radiographers to be aware of new knowledge, and also of new equipments emerging in the market. However, although there are many educational meetings to radiographers on health and educational institutes, these have a thematic component that aims only the interest of some segments of these professionals. In the present study, the authors refer the research and assessment made with radiographers that practice their profession in 9 hospitals in the Great Lisbon area, and various members of TDTonline forum about the most relevant themes to be presented and/or spread on an educational meeting.

Keywords: Continuous education, radiology; educational meetings; radiographer; level of interest

Resumo

A Saúde, com a crescente evolução dos meios de comunicação e da tecnologia, tem sido ao longo das últimas décadas uma das áreas de maior desenvolvimento na sociedade actual. Assim, torna-se necessário que os profissionais de saúde mantenham uma actualização permanente dos conhecimentos existentes e sejam capazes de os pôr em prática na sua actividade, contribuindo assim para corresponder não apenas às necessidades dos utentes, mas também às suas exigências. A Radiologia é talvez, a vertente da saúde que detém uma componente tecnológica maior, e o constante desenvolvimento dos seus equipamentos leva a que os Técnicos de Radiologia devam ser capazes de ter uma dinâmica de formação permanente, de modo a estarem a par dos novos conhecimentos e práticas a utilizar na sua área de actuação. Actualmente, são sobretudo as diversas acções de formação que vão sendo realizadas por todo o país, que permitem aos

Técnicos de Radiologia estar a par de novos saberes, e também de novos equipamentos que vão surgindo no mercado. No entanto, apesar de serem realizadas várias acções de formação para os Técnicos de Radiologia nas instituições de saúde e ensino, estas têm uma componente temática que visa apenas o interesse de alguns segmentos destes profissionais. No presente estudo, os autores expõem a pesquisa e a avaliação efectuada junto dos Técnicos de Radiologia, que exercem a sua profissão em 9 hospitais da área da Grande Lisboa, e diversos utilizadores do fórum TDTonline sobre os temas mais pertinentes a serem apresentados e/ou divulgados numa acção de formação.

Palavras-chave: Formação contínua, radiologia; acção de formação; técnico de radiologia; grau de interesse

1. Introdução

Numa época em que se torna cada vez mais visível as transformações na sociedade, tornando-se esta cada vez mais competitiva em todos os seus sectores (económico, cultural, profissional, educacional, etc.), existe não só o desafio, mas também a necessidade de abranger novos conhecimentos e actualizar os já existentes, de modo a melhorar e dinamizar a performance de cada um na sua actividade profissional. Só assim é possível que haja um progresso na prestação de serviços (nomeadamente da saúde), mas também das competências de cada um, correspondendo assim às exigências cada vez maiores da sociedade.

Na Saúde, isto é particularmente evidente com os utentes. A sociedade de informação leva a que as pessoas tenham já algum conhecimento geral sobre os eventuais problemas de saúde que possam ter, levando a uma maior exigência para com os profissionais de saúde numa prestação de serviços de qualidade.

O Técnico de Radiologia tem vindo progressivamente a construir um conhecimento próprio, transitando de uma fase em que a prática dos cuidados se baseava em aspectos meramente técnicos para uma outra centrada em conceitos, modelos e teorias com vista a melhorar os métodos utilizados e conseguir descrever e explicar fenómenos com os quais se defronta, na sua própria perspectiva.

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Assim, tal como Estrela (1992) defende para a formação dos professores também nós consideramos necessário que o Técnico de Radiologia “reflicta permanentemente sobre a sua acção e sobre o seu pensamento, de modo a que a investigação de que ele é mentor seja constantemente reorientada”.

Na verdade, as exigências dos utentes face aos cuidados pelo Técnico de Radiologia são hoje cada vez maiores. A problemas médicos cada vez mais complexos tem o Técnico de Radiologia que responder com práticas que exigem um saber profissional não menos complexo e uma resposta imediata. Sem dúvida que será a prática profissional a principal fonte de saber do Técnico de Radiologia, mas será da investigação e conceptualização que ele fizer dessa mesma prática que se fará a construção do saber.

De facto, o desenvolvimento tecnológico e científico que, nos últimos anos, tem atravessado o campo da saúde constitui um mais que indispensável argumento de interrogação das práticas bem como um desafio à formação contínua do Técnico de Radiologia.

2. Enquadramento Teórico

A formação contínua no decorrer de toda a vida profissional deve constituir uma preocupação constante para os Técnicos de Radiologia, quer porque os conhecimentos na área da saúde estão em evolução constante, quer porque os equipamentos que utilizam beneficiam regularmente de inovações tecnológicas. Para possibilitar a estes profissionais a actualização dos seus conhecimentos técnicos e científicos, as escolas superiores de tecnologia de saúde, os hospitais e as associações profissionais ou sindicatos representativos destes técnicos, por exemplo, organizam regularmente diversas iniciativas como acções de formação, jornadas, seminários, entre outros.

É de focar a importância contínua fornecida pela entidade empregadora, devendo esta ser obrigatória e constituir um factor preponderante para a progressão da carreira, pois só assim se pode inserir uma cultura de formação na profissão e obter profissionais qualificados no serviço da sociedade (Rosa, 2006).

Por sua vez Legrand, citado por Léon, refere que a formação contínua é “un ordre d’idées, d’expériences et de réalisations bien spécifiques, c’est-à-dire l’éducation dans la plénitude de son concept, dans la totalité de ses aspects et de ses dimensions, dans la continuité ininterrompue de son développent depuis les premiers moments de l’existence jusqu’aux derniers, et dans l’articulation intime et

organique de ses divers moments et de ses phases successives” (1975, p.225).

A formação contínua, nesta perspectiva, pode então definir-se como um processo indefinido de adaptações sucessivas, cujo sentido é o da optimização da integração profissional das competências no âmbito do trabalho, sendo estas competências avaliadas em termos do seu contributo para a economia de mercado. Esta é uma definição defendida por diversos autores que se têm debruçado sobre o fenómeno da formação contínua (Charlot: 1989; Ferrand: 1988; Jobert: 1988; Dubar:1990; Barbier, J. M. et al.:1991; Correia:1994; Dumazedier: 1989; Moisin: 1995; Antunes: 1996; Nóvoa: 1996).

3. Metodologia

3.1. População e AmostraAssim, neste estudo pode-se definir como população alvo, todos Técnicos de Radiologia que exercem as suas funções em Portugal.

A amostra corresponde aos Técnicos de Radiologia que são membros do fórum TDTOnline (www.tdtonline.org) e que responderam ao questionário que foi por nós elaborado. A amostra irá conter também Técnicos de Radiologia que exercem a sua actividade na área da Grande Lisboa nas seguintes instituições de saúde:

Hospital S. José;

Hospital de St. Marta;

Hospital D. Estefânia;

Hospital dos Capuchos;

Hospital Egas Moniz;

Hospital CUF Infante Santo;

Hospital Fernando Fonseca;

Hospital Pulido Valente;

Hospital Curry Cabral.

A amostra neste estudo é constituída por 110 Técnicos de Radiologia que responderam ao questionário efectuado nas instituições de saúde acima indicadas, e por 30 Técnicos de Radiologia que responderam ao mesmo questionário disponibilizado no fórum TDTOnline, perfazendo um total de 140 profissionais.

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3.2. Instrumento de MedidaPara aferir a opinião dos Técnicos de Radiologia sobre quais os temas mais importantes para uma acção de formação, optámos por elaborar e realizar um questionário com algumas respostas curtas, tabelas para avaliação da importância de cada tema, assim como um espaço para sugestão em cada valência da Radiologia.

4. Resultados

A análise estatística deste estudo foi feita recorrendo ao software informático SPSS. Segundo os dados obtidos pelo questionário efectuado, foi possível verificar o seguinte:

Mais de metade dos Técnicos de Radiologia refere que as acções de formação são muito importantes(53,5%) e 42,4% referem estes eventos como importantes.

85,4% refere que as acções de formação devem ter um peso ponderado na carreira profissional.

A grande maioria dos Técnicos já participou em acções de formação (90,3%).

No gráfico seguinte é possível distinguir as valências da Radiologia que os Técnicos consideram mais interessantes/necessárias a serem inseridas numa acção de formação:

Figura 1 - Distribuição das valências da Radiologia que os Técnicos preferem para componente temática de uma acção de formação.

Observando o gráfico, é possível constatar que a Ressonância Magnética (21,9%) e a Tomografia Computorizada (21,5%) surgem destacadas e com uma diferença insignificante entre elas. A Radiologia Convencional surge de seguida com 13,5%, sendo a 3ª vertente da Radiologia mais escolhida.

Radiologia Convencional

Figura 2 - Temas considerados mais interessantes na Radiologia Convencional.

Na Radiologia Convencional, a “Análise Patológica da Imagem” destaca-se como o tema mais interessante com uma percentagem de 16,3%.

De seguida, os temas considerados como mais interessantes são “Controlo de Qualidade” (15,6%) e “Radiologia em Ortopedia” (15,4%) respectivamente.

Ressonância Magnética

Figura 3 - Temas considerados mais interessantes na Ressonância Magnética.

Na Ressonância Magnética, o tema “Estudos Cardíacos” é considerado como o tema mais interessante com uma percentagem de 14,3%.

De seguida, os temas considerados como sendo os mais interessantes são a “Angio-RM” (13,5%) e “Aquisição de Imagem” (12,2%).

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Tomografia Computorizada

Figura 4 - Temas considerados mais interessantes na Tomografia Computorizada.

Na Tomografia Computorizada, o tema com maior interesse é “Estudos Cardíacos” com 9,7%.

De seguida, os temas considerados como mais interessantes são “Estudo Trifásico do Fígado” (9,4%) e “Neurorradiologia” (9,2%).

Ainda, cruzando os dados do questionário que considerámos mais oportunos observámos o seguinte:

Anos de Serviço + Frequência em Acções de Formação

Analisando o cruzamento de dados entre as duas variáveis verifica-se que 31,5% das pessoas que já participaram em acções de formação têm menos de 5 anos de serviço.

Das pessoas que nunca frequentaram acções de formação, 57,1% tem entre 5 a 9 anos de serviço.

Sexo + Mamografia Das pessoas que escolheram a Mamografia como

valência a ser abordada numa acção de formação, 73,9% são do sexo feminino.

Anos de Serviço + Valência A maioria das pessoas que escolheram a

Radiologia Convencional como valência a ser abordada numa acção de formação tem mais de 20 anos de serviço (38,5%).

Das pessoas que escolheram a Ressonância Magnética como valência a ser abordada numa

acção de formação 31,5% tem menos de 5 anos de serviço e cerca de ¼ (25,4%) tem entre 5 a 9 anos de serviço.

Das pessoas que escolheram a Tomografia Computorizada como valência a ser abordada numa acção de formação 33,9% tem menos de 5 anos de serviço e cerca de ¼ (25,8%) tem entre 5 a 9 anos de serviço.

Aproximadamente 1/5 (19,4%) conta com mais de 20 anos de serviço.

Valência em que o Técnico de Radiologia exerce funções + Valência que o Técnico de Radiologia gostaria ver inserida numa acção de formação

Das pessoas que trabalham em Radiologia Convencional (cerca de 97,2% da população), as preferências dividem-se muito entre a Tomografia Computorizada (21,9%) e a Ressonância Magnética (21,2%), com uma margem irrelevante entre elas de apenas 0,6%.

Os Técnicos de Radiologia que trabalham em Ressonância Magnética, 11% optou por escolher “A Profissão de Técnico de Radiologia” como o tema mais pertinente a ser discutido numa acção de formação. De seguida verifica-se a relevância da Ressonância Magnética com 9,6% de escolhas.

Dos Técnicos que trabalham em Tomografia Computorizada 12,0% escolhe a Ressonância Magnética para inserir numa acção de formação, seguida da Radiologia Convencional (10,6%).

5. Discussão

O facto de este ser um estudo pioneiro em Portugal, leva a que as justificações encontradas face aos resultados obtidos não possam ser corroboradas com outros estudos. No entanto, as justificações aqui referidas são as que os autores deste trabalho julgam como as mais pertinentes na explicação dos dados obtidos.

Após a análise dos resultados obtidos com a realização dos questionários é possível verificar que os Técnicos de Radiologia atribuem bastante importância às acções de formação, considerando que esta deve ter um peso ponderado na sua carreira profissional. Além disso, acresce também o facto de apenas cerca de 10% da amostra nãoter participado em qualquer acção de formação.

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Radiologia ConvencionalDa análise efectuada aos temas de Radiologia Convencional, constatou-se que o tema com mais interesse a ser abordado numa acção de formação é “Análise Patológica da Imagem”. O facto de no plano curricular do Curso de Radiologia não ter existido (até agora) no seu conteúdo programático uma disciplina onde se leccionasse esta temática poderá ser uma explicação para a importância dada a este assunto.

Os temas “Controlo de Qualidade” e “Radiologia em Ortopedia” tiveram um grau de interesse também elevado. Actualmente existe uma maior preocupação pelas instituições de saúde na qualidade dos seus serviços, sendo normal que haja um interesse significativo em Controlo de Qualidade.

O facto de ser constante o aparecimento de casos de fracturas nos serviços de Radiologia Convencional, e de no plano curricular do Curso Superior de Radiologia não haver uma abordagem efectiva sobre este tipo de traumas, poderá justificar o interesse sobre este tema.

Ressonância MagnéticaO tema “Estudos Cardíacos” foi considerado como o de maior interesse. A Ressonância Magnética tem vindo a evoluir no sentido de obter maior especificidade em estudos cardíacos, que anteriormente eram difíceis de realizar devido à pulsação cardíaca, tal como os estudos vasculares, explicando desta forma um dos segundos temas mais interessantes, a “Angio RM”. Na Ressonância Magnética, a evolução tem vindo também a ser feita nas técnicas de pós-processamento e aquisição de imagem, que permitem uma melhor visualização das estruturas e um diagnóstico mais completo e específico sobre eventuais patologias. Assim, o tema “Aquisição de Imagem” surge também com relevância.

Tomografia ComputorizadaNa Tomografia Computorizada os temas “Estudo Trifásico do Fígado” e “Neurorradiologia” são considerados os mais interessantes pelos Técnicos de Radiologia. O estudo trifásico do fígado exige um procedimento técnico diferente dos habituais exames em TC, que requer um conhecimento anatómico mais específico. É assim natural que os Técnicos de Radiologia considerem este um tema bastante interessante e relevante. A Neurorradiologia revela-se como uma área pertinente por ser frequente o exame neurológico nos vários serviços de TC.

Tal como na Ressonância Magnética, também a evolução tecnológica da Tomografia Computorizada tem vindo a

permitir maior eficácia em exames cardíacos, justificando desta forma a importância do tema “Estudos Cardíacos” em TC.

Como seria de esperar, de todas as valências inseridas no questionário efectuado, a Radiologia Convencional, a Ressonância Magnética e a Tomografia Computorizada foram as mais seleccionadas como áreas de interesse para uma acção de formação. Estas são de facto, as valências mais predominantes da Radiologia sendo normal que sejam as que tenham maior interesse para os Técnicos de Radiologia, até porque todos eles, de um modo geral, trabalham em alguma destas áreas.

No entanto, através deste estudo foi possível verificar que existe um maior interesse nas valências que têm tido uma maior evolução tecnológica ao longo dos últimos anos, ou seja, a Tomografia Computorizada e a Ressonância Magnética, respectivamente. A Radiologia Convencional, que é a valência mais “antiga” e onde mais Técnicos de Radiologia trabalham, surge como a terceira valência nas várias áreas de interesse.

Verifica-se também que dos Técnicos que já participaram em acções de formação, 1/3 trabalha há menos de 5 anos.

Na análise efectuada pelo cruzamento entre o género sexual dos Técnicos e a escolha da Mamografia como área a apresentar numa acção de formação, nota-se uma clara evidência de profissionais do sexo feminino que escolheram esta área (73,9%). A explicação para este facto parece-nos óbvia, uma vez que a Mamografia é uma prática realizada de um modo muito geral, por Técnicos de Radiologia do sexo feminino. Além disso, acresce o facto de que, normalmente, a grande maioria dos utentes que recorrem a este tipo de exame são também do sexo feminino. Os dados obtidos poderão sugerir, eventualmente, um enorme preconceito existente na sociedade actual sobre esta matéria.

É também possível verificar, que as valências mais escolhidas – Tomografia Computorizada e Ressonância Magnética – foram predominantemente escolhidas por Técnicos de Radiologia que exercem a sua profissão há menos de 10 anos (Tomografia Computorizada foi a valência escolhida com 59,7% (33,9% + 25,8%) dos Técnicos entre 0 e 9 anos de serviço; Ressonância Magnética foi a valência escolhida com 56,9% (31,5% + 25,4% dos Técnicos entre 0 e 9 anos de serviço). Já no caso da Radiologia Convencional, esta foi predominantemente escolhida por Técnicos de Radiologia que contam maioritariamente (38,5%) com mais de 20 anos de serviço. O facto de a Tomografia Computorizada e a Ressonância Magnética serem exames que envolvem uma componente tecnológica maior e serem técnicas de imagem mais recentes do que a

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Radiologia Convencional, poderá explicar estes dados obtidos.

Segundo o estudo efectuado, é de notar que regra geral, os Técnicos de Radiologia preferem ver outras valências numa acção de formação, que não aquela em que exercem a sua actividade. Os Técnicos que trabalham em Radiologia Convencional optaram pela Tomografia Computorizada (21,9%) e pela Ressonância Magnética (21,2%). Tal como os que trabalham em Tomografia Computorizada que optaram pela Ressonância Magnética (12,0%) e pela Radiologia Convencional (10,6%).

Apenas os Técnicos de Radiologia que actuam na Ressonância Magnética, é que optaram por esta valência numa acção de formação (9,6%), e pela “Profissão de Técnico de Radiologia” (11,0%).

6. Conclusão

A crescente preocupação mundial com a saúde, tal como a assunção geral de que a melhoria da qualidade de vida das pessoas passa obrigatoriamente pela promoção da saúde, tem conduzido à valorização dos cuidados prestados nesta área.

Neste contexto, as tecnologias da saúde têm vindo a assumir um papel cada vez mais importante e a radiologia, em particular, tem-se caracterizado por um desenvolvimento contínuo. Assim, esta área continuará a registar uma evolução tecnológica bastante expressiva, visível no constante aperfeiçoamento dos equipamentos e na diversidade e melhoria da qualidade das imagens de diagnóstico obtidas.

Assim a formação contínua é indispensável não só para recordar os conhecimentos adquiridos, mas também para se estar ao corrente das novas tendências, técnicas e métodos utilizados na área da saúde e principalmente em Radiologia.

Só com uma formação constante, que é sentida com uma necessidade básica para a não estagnação de saberes, os Técnicos de Radiologia poderão desempenhar a sua profissão de uma forma qualitativa.

Alguns dos temas seleccionados como os mais interessantes, podem ser justificados pelo facto de não serem leccionados no Curso Superior de Radiologia e terem relevância na prática clínica desta profissão. Outros podem ser justificados pela evolução tecnológica dos equipamentos nos últimos anos, que não foi de todo acompanhada por uma actualização no plano curricular do Curso Superior de Radiologia.

Este estudo demonstrou também, que os Técnicos de Radiologia sentem maior necessidade de formação em áreas/valências em que não actuam.

Reconhecimentos

Este estudo contou com a orientação dada pelo Mestre Jorge Moura e o Dr. Júlio Lopes, sem a qual este trabalho não teria sido possível. Os autores querem também agradecer a todos os Técnicos de Radiologia pelo tempo dispendido na resposta ao questionário efectuado, possibilitando desta forma o seu trabalho e a conclusão deste projecto de investigação.■

Referências:

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Artigo de:

Hugo Baptista Vasco Vieira

Curso Superior de Radiologia

Universidade Atlântica, Escola Superior de Saúde Atlântica.

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Diagnóstico, tratamento e prevenção do pé diabéticoBruno Glória, 2008

Resumo

A diabetes mellitus é um importante problema de saúde pública que afecta cada vez mais um maior número de pessoas no mundo desenvolvido. Esta doença acarreta várias complicações, entre elas a neuropatia. Da relação entre a neuropatia diabética, a isquemia (que resulta de problemas macro e microvasculares) e a infecção, surge a síndrome do pé diabético. Esta síndrome caracteriza-se pela formação de úlceras no membro inferior, sobretudo no pé, do utente diabético, que depois associadas à infecção e/ou gangrena pode levar, em casos extremos, à amputação do membro ou de parte dele. O estudo do pé diabético ao longo dos últimos anos permitiu a criação de medidas preventivas capazes de reduzir ou mesmo eliminar os factores responsáveis pela formação de úlceras no pé diabético. Na prevenção da ulceração do pé diabético também contam a utilização de calçado e ortóteses plantares (palmilhas) adequados. Quando surge a ulceração no pé diabético há sempre a hipótese de tratamento, que passa pela cirurgia e pelo uso de ortóteses feitas sob moldagem e calçado especial.

Palavras-chave: Pé diabético; diabetes mellitus; úlceras diabéticas; neuropatia; ortóteses plantares.

Introdução

Actualmente, a diabetes mellitus é um importante problema de saúde pública que afecta cada vez mais um maior número de pessoas no mundo desenvolvido (1).

A diabetes mellitus é, fundamentalmente, o resultado da secreção inadequada de insulina ou da incapacidade dos tecidos para responder à insulina (2). São reconhecidas duas formas principais de diabetes mellitus: a diabetes mellitus tipo 1, também, denominada diabetes insulino-dependente, e a diabetes mellitus tipo 2, também designada por diabetes insulino-resistente (1, 2, 3).

A diabetes mellitus tipo 1 é um distúrbio vitalício da homeostase da glicose e resulta da destruição auto-imune das células β nos ilhéus pancreáticos. A doença caracteriza-se pela presença de poucas células β funcionais, ou mesmo a sua ausência total nos ilhéus pancreáticos, o que acarreta a redução substancial ou a inexistência da secreção de insulina. Como consequência, a gordura corporal é metabolizada em vez da glicose. A oxidação da gordura

produz ácido cetónico e ácido β-hidroxibutírico em excesso, que são libertados no sangue a partir do fígado e acarretam cetoacidose metabólica (1). Caracteriza-se por sintomas como hiperglicemia, glicossúria e desidratação (1, 2, 3, 4). Este distúrbio aparece sobretudo em jovens com menos de 20 anos (1).

A diabetes mellitus tipo 2 é um distúrbio heterogéneo caracterizado por diminuição da sensibilidade tecidual à insulina e comprometimento da secreção de insulina (1), ou seja, resulta da incapacidade dos tecidos para responderem à insulina (2). Geralmente, a doença desenvolve-se em adultos, com uma frequência maior em indivíduos obesos e em idosos (1, 3). Recentemente parece existir um aumento da incidência da diabetes mellitus tipo 2 em adultos jovens e adolescentes, devido ao agravamento da obesidade e à falta de exercício físico nestes grupos etários (1).

A diabetes mellitus tipo 2 é mais comum que a tipo 1. Aproximadamente 97% dos diabéticos têm diabetes mellitus tipo 2 (2). É caracterizada pelo aumento da glicemia e da produção de urina, que conduzem à hiperosmolalidade do sangue e desidratação celular. O uso reduzido de nutrientes e a desidratação celular provocam letargia, fadiga e períodos de irritabilidade. Os níveis elevados de glicemia originam infecções recorrentes e prolongam a cicatrização (1, 2).

A diabetes mellitus acarreta várias complicações, sendo as mais frequentes: aterosclerose (3, 6, 7), doença cardiovascular (1, 3), nefropatia diabética (1, 3), retinopatia diabética (1, 3, 7) e neuropatia diabética (1, 2, 3). Destas complicações, sobretudo da neuropatia diabética, surge o pé diabético (1, 3, 4, 5, 6, 7).

O pé diabético é uma complicação comum da diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 (6). É o resultado da ulceração, infecção e/ou gangrena de tecidos profundos do pé, associados à diabetes mellitus e a vários graus de doença vascular periférica do membro inferior (6, 7, 8, 9, 10). Um importante sinal clínico da síndrome do pé diabético é o surgimento de úlceras no pé do paciente com diabetes (5, 6, 8, 10). Cerca de 20% dos indivíduos com diabetes desenvolvem pelo menos uma vez na vida úlceras no pé diabético (5). A ulceração aliada à infecção pode levar à necrose do tecido (6). E caso não haja tratamento, num caso extremo, leva à amputação (4, 5, 6, 7, 8, 10, 11, 13, 14, 16). Segundo Rathur et al. (2007), 80% das amputações em diabéticos são precedidas de úlceras.

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A tríade diabéticaO surgimento de úlceras no pé diabético é causado por uma “tríade” composta por neuropatia, infecção e isquemia (6, 8, 10, 11, 12, 13).

A neuropatia do pé diabético afecta nervos sensitivos (neuropatia sensitiva), nervos motores (neuropatia motora) e nervos autónomos (neuropatia autónoma) (6, 8, 10):

a) A neuropatia sensitiva resulta em perda gradual da sensibilidade à dor, calor e pressão, tornando o paciente susceptível de desenvolver úlceras no pé sem sentir nada (6) (ver figura 5A). Por exemplo, um indivíduo com esta patologia não sente o incómodo e a pressão provocados por um sapato apertado ou a dor provocada pelo pisar de um objecto pontiagudo no chão ou do bico da tesoura de cortar as unhas (8).

b) A neuropatia motora provoca a deficiente inervação dos pequenos músculos do pé (6), que leva a um desequilíbrio entre os flexores e extensores dos dedos, desencadeando deformidades ósteo-articulares como dedos em garra (ver figura 5B), dedos em martelo, proeminências das cabeças dos metatarsos e joanetes, que alteram os pontos de pressão na região plantar (8). Esta alteração da pressão plantar leva à formação de calos, que com a contínua deambulação e a carga aplicada pelo peso do indivíduo resultam na formação de úlceras (8, 9).

c) A neuropatia autónoma, que é provocada pela lesão dos nervos simpáticos (8), resulta em pele seca (6, 8, 10), com consequentes fissuras, que constituem um ponto de entrada para infecções microbianas (6). Há ainda perda de tónus vascular, promovendo uma vasodilatação com aumento da abertura de comunicações artério-venosas, o que faz com que haja passagem directa do fluxo sanguíneo da circulação arterial para a venosa, provocando a redução da nutrição dos tecidos (8).

Figura 5 - A. Pé diabético com neuropatia sensitiva que já apresenta ulceração no 1º metatarso. Retirado de (6); B. Dedos

em garra, deformidade ósteo-articular característica do pé diabético, provocada por neuropatia motora. Retirado de (6).

A fraca resistência às infecções, juntamente com uma predisposição para surgimento de fissuras, sobretudo entre os dedos, e lesões na pele, como por exemplo a ulceração de calos na planta do pé, leva a infecções invasivas (11) que podem variar de uma simples celulite localizada até celulite necrótica, abcesso profundo ou gangrena (8).

A isquemia pode ser causada por macroangiopatia e/ou microangiopatia (6, 8, 11).

A macroangiopatia afecta o fluxo sanguíneo dos grandes vasos, normalmente das artérias femoral, poplítea e tibial (6), e é causada pela aterosclerose (6, 8).

A microangiopatia afecta os vasos sanguíneos de menor calibre (6, 8). É caracterizada pelo espessamento difuso do endotélio dos pequenos vasos sanguíneos (6).

A microangiopatia e a macroangiopatia reduzem o fluxo sanguíneo para as partes afectadas dos membros, sobretudo no pé, causando inicialmente dor isquémica, mas a progressão da doença vascular pode atingir níveis tão graves de redução do fluxo sanguíneo que pode ocorrer lesão dos tecidos com aparecimento de ulceração ou gangrena (8). De notar que a pele do pé diabético com isquemia é vermelha, seca (6, 10) e muito fina, tornando o pé muito susceptível de sofrer uma lesão ao menor trauma (6).

Além de neuropatia, infecção e isquemia causada por doença vascular, existem outros factores que contribuem para a formação de úlceras no pé diabético (6, 10). Os mais comuns são: falta de visão (6), mobilidade limitada das articulações (6), complicações microvasculares (10) e edema periférico devido a doença coronária (6, 10). Associados a estes factores acrescenta-se ainda a falta de higiene, prevenção e de cuidados com os pés (11, 13, 14).

Pé de CharcotA evolução do pé diabético com neuropatia é denominada pé de Charcot (13) ou artroneuropatia de Charcot (10). Esta patologia é provocada por um processo progressivo e degenerativo no qual se observa alteração estrutural do pé com altos riscos de ulceração por pressões inadequadas e quadro de infecção (13, 14). Uma das alterações sofridas é a fragilidade óssea que associada com a neuropatia e com traumas sucessivos levam a múltiplas fracturas e deslocamentos ósseos, causando deformidades graves como o desabamento do arco plantar (8) (ver Figura 6). Um pé de Charcot que venha a desenvolver úlcera diabética e infecção apresenta maior risco de amputação de parte do membro inferior (6).

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Figura 6 - Pé de Charcot, com desabamento do arco plantar. Retirado de (8).

Diagnóstico e avaliação do pé diabético

Existem métodos para diagnosticar o pé diabético, que passam sobretudo pela avaliação de sinais e sintomas clínicos (8, 13).

Entre os sintomas e sinais relacionados com a neuropatia contam-se dores tipo queimadura e picadas, atrofia da musculatura do pé, deformidades ósteo-articulares como dedos em martelo, dedos em garra, joanetes, presença de calos e calosidades, ressecamento da pele, formação de fissuras e coloração rosa da pele (8).

Os sintomas e sinais relacionados com a isquemia resultam de problemas vasculares, sobretudo da redução do fluxo sanguíneo que promove o aparecimento da dor isquémica, alteração da temperatura e coloração do pé e surgimento de unhas muito frágeis e quebradiças (8). Em casos mais graves podemos encontrar úlceras secas com necrose cutânea (13).

Por fim, os sintomas e sinais de infecção superficial são os clássicos sinais inflamatórios: calor, tumor, rubor e dor (8). Sinais clínicos prévios para infecção profunda são tumefacção do dorso do pé, sensibilidade na superfície posterior ao maléolo médio, febre, leucocitose e perda do controlo da diabetes (11).

Em relação a exames clínicos, a presença de neuropatia pode ser identificada com a utilização do teste do monofilamento de 10-g (ver Figura 7A) ou do teste dos reflexos do tendão de Aquiles, com a utilização do martelo (6, 8, 10). Uma simples radiografia pode revelar alterações ósteo-articulares características do pé diabético, sobretudo do pé de Charcot (8) (ver Figura 7B).

Figura 7 – A. Teste do monofilamento 10-g usado para detectar a presença de neuropatia no pé diabético. Retirado de (8); B. Radiografia em que são evidentes deformações ósteo-articulares características do pé de Charcot. Retirado de (7).

No que diz respeito aos exames dos problemas vasculares, é comum a palpação dos pulsos femoral, poplíteo e tibial posterior (6, 8).

Depois do diagnóstico e dos exames pode-se recorrer ao quadro 1 para classificar o grau de risco do pé.

Tabela I - Grau de risco do pé diabético. Adaptado de (13), por sua vez citando Wagner Jr., F.W. (1979). A classification and treatment for diabetic, neurophatic, and dyvascular foot problems. AAOS Instructional Course Lecture. Vol. XXVIII. St. Louis: CV Mosby

Grau de risco Características do pé diabético

0Sem neuropatia sensitiva e sem historial de úlcera plantar

1Com neuropatia sensitiva, mas sem presença de úlceras ou deformidades ósteo-articulares do pé

2Com neuropatia sensitiva, com sinais de doença vascular periférica e/ou deformidades ósteo-articulares do pé

3Com neuropatia sensitiva, deformidades ósteo-articulares do pé e historial de úlceras

Prevenção de ulceração do pé diabético

O estudo do pé diabético ao longo dos últimos anos permitiu a criação de medidas preventivas capazes de reduzir ou mesmo eliminar os factores responsáveis pela formação de úlceras no pé diabético. A seguir apresentam-se as medidas mais importantes, segundo Fidelis (2003) e Carvalho (2006):

1. Inspecção e exame regular dos pés e do calçado, de preferência diariamente (no caso de ser idoso ou não poder realizar esta acção pedir a ajuda de terceiros ou então auxiliar-se de um espelho);

2. Hidratar a pele;

3. Ter cuidado com as unhas, sobretudo ao cortá-las (cortar as unhas rectas);

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4. Utilizar meias de algodão sem costuras, de preferência brancas, o que facilita a detecção de lesões;

5. Não caminhar descalço nem usar chinelos de dedo;

6. Lavar regularmente os pés e secá-los muito bem, principalmente entre os dedos (a água não pode ser muito quente);

7. Se possuir calos, devem ser cortados e tratados por um especialista, nomeadamente um podólogo;

8. Não fumar;

9. Controlar a alimentação;

10. Controlar a glicemia;

11. Realizar exercício físico.

É necessário educar os pacientes, os seus familiares e os próprios técnicos de saúde para a adopção destas medidas preventivas, pois a educação é muito importante para a prevenção (8). Às medidas preventivas anteriores acrescenta-se um ponto muito importante: utilização de calçado e ortóteses plantares (palmilhas) adequados (8, 13, 15). Ramos et al. (2007) recomendam a utilização de calçados especiais, sem costuras internas, largos, altos na região anterior e hiperprofundos para pacientes diabéticos (ver Figura 8).

Figura 8 - Sapato hiperprofundo artesanal. Retirado de (7).

Sendo que os calos e calosidades plantares são frequentemente identificados no pé diabético e sabendo que podem evoluir para ulceração se não houver prevenção, recomenda-se a aplicação de ortóteses plantares (9) que terão como função a redução e redistribuição das pressões plantares (12). Para a prescrição de ortóteses plantares adequadas utilizam-se recursos de avaliação de pressões plantares, como a baropodometria (17) (ver Figura 9).

Figura 9 - Gráfico de distribuição de pressões plantares do pé direito em paciente diabético de 59 anos antes (em A) e depois

(em B) de usar ortóteses plantares. Retirado de (12).

Tratamento do pé diabético

As deformidades ósteo-articulares do pé diabético, nomeadamente dedos em martelo, dedos em garra, joanetes e o próprio pé de Charcot podem ser tratadas cirurgicamente, através de ósteo-artroplastias (8). Pode-se também optar pela utilização de calçados biomecânicos (13).

Os calos e calosidades podem ser desbastados cirurgicamente, pois podem evoluir para úlceras devido à pressão (8, 9, 12, 13). Esta é uma alternativa à utilização de ortóteses plantares como medida preventiva.

As úlceras podem ser tratadas através de calçado especial e de ortóteses (7, 8, 10, 13).

De Luccia (2006) e Rathur et al. (2007) recomendam a utilização de ortóteses feitas sob modelagem (ortóteses de contacto total) para pacientes diabéticos com grave ulceração (ver Figura 10).

Figura 10 - Ortótese feita sob modelagem para reduzir a pressão plantar num pé de Charcot. Verificar o contacto total ao longo do membro em A e o fechamento da ortótese com descarga de peso abaixo da rótula e na face anterior da tíbia em B. Retirado de (7).

Também se recorre ao tratamento cirúrgico para as úlceras, que passa sobretudo pelo desbridamento (6, 7, 8), que consiste em remover o tecido necrótico (6).

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O tratamento da infecção faz-se através da prescrição de antibióticos e de cuidados com a área afectada (8).

Como a doença vascular surge muitas vezes associada à diabetes (13), também é necessário tratá-la. Inicialmente recorre-se ao uso de medicamentos vasodilatadores, além do controlo de factores de risco como a hipertensão arteriale o tabagismo (8). Em casos mais graves, recorre-se à cirurgia, com o objectivo de restabelecer um fluxo sanguíneo adequado para a região afectada, num procedimento chamado revascularização (8), que passa sobretudo pela realização de um by-pass (6).

Porém, quando nenhum destes tratamentos é eficaz, é necessário recorrer à amputação do membro (7, 8, 13), pois a prioridade é sempre salvar a vida do paciente e só depois o membro (8, 14, 18).

Conclusão

Mais de 158 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de diabetes mellitus 85). Uma complicação a longo termo da diabetes mellitus é a formação de úlceras no pé diabético (5, 10).

As complicações do pé diabético, de todas as complicações a longo termo da diabetes mellitus, são as que dão mais entrada nos hospitais (10).

A ulceração do é diabético, aliada à infecção pode levar à necrose do tecido e à amputação. A diabetes mellitus é a maior causa não-traumática de amputações do membro inferior (6). Só nos EUA, 50% das amputações não-traumáticas do membro inferior são realizadas em pacientes portadores de diabetes mellitus (8).

Os pacientes diabéticos devem entender a dimensão e a gravidade deste problema de saúde mundial e adoptar medidas preventivas (10), que passam sobretudo pela educação do paciente para ter cuidados com os pés e pela utilização de calçado apropriado (5, 7, 8, 13).■

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Artigo de:

Bruno Glória o 3º ano de Ortoprotesia

Universidade do Algarve

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Medicina Nuclear – Saiba mais!Edgar Lemos Pereira, 2008

O que é a Medicina Nuclear?

A Medicina Nuclear é um técnica complementar de diagnóstico e terapia querecorre ao uso de radiações ionizantes para a obtenção de imagens diagnósticas ou resultados terapêuticos. É

administrado ao paciente um complexo radioactivo, constituído por um componente emissor de radiação, quimicamente acoplado (ocorre uma reacção de marcação) a um vector químico, que é uma molécula específica com afinidade para determinado órgão ou estrutura. Esses complexos são denominados Radiofármacos (RF).

O Papel do Técnico de Medicina Nuclear:

O Técnico de Medicina Nuclear (TMN) é o profissional responsável pela execução e análise primeira dos procedimentos de Controlo de Qualidade dos equipamentos e dos RF.

É o TMN que procede à preparação dos RF, à preparação das mono-doses a administrar e à sua administração aos pacientes. Sob tutoria de um Médico, geralmente um especialista de Medicina Nuclear, o TMN deve ainda proceder à realização da anamnese do paciente (recolha de dados relevantes da sua história clínica), explicar o procedimento e a preparação específicos para o exame a realizar e acompanhar o paciente até ao final do estudo.

Finalmente, o TMN é o responsável pela realização técnica do estudo, por controlar a sua qualidade e por efectuar o seu processamento (tratamento dado à imagem “em bruto”).

Durante todos estes procedimentos, é da responsabilidade do TMN a aplicação das normas e princípios de protecção contra radiações, visando a sua própria segurança radiológica, bem como a dos seus pacientes e colegas.

Áreas de actuação em Medicina Nuclear:A Medicina Nuclear apresenta duas áreas principais de actuação – Terapêutica e Diagnóstico.

Terapêutica:Em terapia por Medicina Nuclear, são utilizadas fontes radioactivas de emissores Beta (ou Alfa) que estão também a “radiomarcar” uma molécula que apresente afinidade para o órgão ou estrutura a tratar. Por exemplo, para terapia paliativa de metastização óssea, é marcado um difosfonato (molécula com afinidade para o osso) com um elemento radioactivo com emissão Beta.

Alguns emissores Beta, emitem também radiação Gama, pelo que permitem ainda a realização de imagens em Câmara Gama, ou seja, além da acção terapêutica, é possível ter acesso imagiológico à distribuição dessa substância no organismo. Por outro lado, existem emissores Beta que apenas emitem aquela radiação: são emissores Beta puros.

Diagnóstico – MN Convencional:Para diagnóstico, o RF é administrado ao paciente (por via oral, endovenosa, inalatória, entre outras), seguindo-se um tempo de espera determinado. Esse período é essencial para a correcta biodistribuição do Radiofármaco e é variável dependendo do tipo de molécula administrada e,

necessariamente, do exame a realizar.

Após a administração do Radiofármaco e o período de espera correspondente, segue-se a aquisição das

imagens complementares de diagnóstico. Estas, são genericamente denominadas Cintigrafias (Imagem por Cintilação) ou Gamagrafias (Imagens por raios Gama).

A Cintigrafia ocupa um período variável, dependendo da taxa de contagens no órgão/ estrutura em análise, ou seja, do número de fotões gama contabilizados pelos detectores

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do equipamento (Câmara Gama) e, naturalmente, do tipo de exame realizado.

Pode então realizar-se Cintigrafias aos mais variados órgãos ou estruturas, dependendo apenas da Investigação de moléculas com mais ou menos especificidade para determinado tipo de estudo.

São comuns, a Cintigrafia Óssea, da Tiroideia, Renal, Cardíaca (ou de Perfusão do Miocárdio), Cerebral, Hepática, Pulmonar (de Ventilação e de Perfusão), entre muitos outros.

Menos comummente, realizam-se estudos in vitro, Cintigrafias para estudo de focos infecciosos de etiologia indeterminada (Cintigrafia com 67Gálio), Cintigrafia da Medula Óssea, Imunocintigrafia...

Diagnóstico – PET:

Outra vertente da Medicina Nuclear, esta mais recente em Portugal, é a Tomografia por Emissão de Positrões, ou PET (do inglês Positron

Emission

Tomography).

É também uma técnica de imagiologia diagnóstica, mas que utiliza radioisótopos emissores de positrões (“anti-partícula” do electrão).

Os positrões aniquilam-se com os electrões do local do corpo em que se en-

contram, originando a projecção de dois fotões em direcções diametralmente opostas, denunciando assim a localização do local onde se encontram.

Tal como nas técnicas de diagnóstico de Medicina Nuclear convencional, as PET podem também ser realizadas para pesquisa de diversas patologias e para o estudo de vários órgãos, dependendo mais uma vez do tipo de vector químico acoplado ao elemento radioactivo (do Radiofármaco).

Diagnóstico – Osteodensitometria:

Tal como os Técnicos de Radiologia, também os Técnicos de Medicina Nuclear estão habilitados a realizar a osteodensitometria.

É um exame indicado especificamente para a avaliação da densidade óssea, deduzindo-se o diagnóstico de osteoporose ou osteopenia.

Na osteodensitometria é mais habitualmente realizado imagens ao colo do fémur (esquerdo ou direito), à coluna lombar e ao punho/ante-braço (esquerdo ou direito), podendo no entanto ser avaliadas outras regiões do corpo e até mesmo o corpo inteiro.■

Nota: Este artigo está disponível permanentemente em: http://www.tdtonline.org/forum/viewtopic.php?t=2794

Artigo de:

Edgar Lemos Pereira

TDT área de Medicina Nuclear

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Uma Viagem Virtual pelo Cólon – Colonoscopia VirtualCristina Almeida, Eugénia Arede, Fátima Dias, Pedro Rodrigues, Rosa Cardoso e Susana Vieira, 2008

Introdução

Tem sido dito com insistência, que as alterações tecnológicas têm feito a Humanidade progredir nos últimos 50 anos, mais do que em toda a história da Humanidade.

As mudanças contínuas que se têm verificado na sociedade e na saúde exigem novas abordagens e soluções para os problemas, que se afiguram cada vez mais complexos e diversificados. Deste modo, o contínuo desenvolvimento de técnicas auxiliares de diagnóstico que se revelem eficazes e simultaneamente mais agradáveis para o cidadão comum, cada vez mais participante e esclarecido, é sempre acolhido de braços abertos pelos profissionais de saúde.

Uma técnica ainda bastante recente mas que parece ser promissora é a colonoscopia virtual realizada através de Tomografia Computorizada (TC). Esta técnica define-se como o estudo endoscópico do cólon que se realiza através de um procedimento de TC Helicoidal, que por meio de um programa informático específico, permite efectuar distintas reconstruções do cólon e do recto. Esta permite obter uma imagem tridimensional muito semelhante à obtida pela técnica da colonoscopia óptica convencional, na representação de superfícies bem como na representação de volumes em perspectiva [1].

Esta técnica tem sido alvo de grande pesquisa nos últimos anos.

Desenvolvimento – O que é a Colonoscopia Virtual?

A colonoscopia virtual é um exame minimamente invasivo e geralmente bem tolerado pelo paciente, que permite a visualização dinâmica de toda a mucosa do cólon, utilizando para tal imagens adquiridas, por meio da TC helicoidal com obtenção de cortes finos ao nível do abdómen e pelvis, e posteriormente reconstruídas tridimensionalmente. As imagens obtidas são muito idênticas às obtidas por colonoscopia convencional, embora a primeira permita a visualização de toda a mucosa do cólon a partir de qualquer ângulo.

A colonoscopia virtual pode também ser obtida a partir de imagens obtidas por ressonância magnética (RM) [1, 3], no entanto focaremos unicamente a técnica realizado por TC Helicoidal.

Qual a preparação exigida neste exame?Para a realização deste exame é necessário uma limpeza rigorosa do cólon, uma vez que os resíduos fecais podem facilmente ser confundidos com pólipos [2]. Por esta razão, pode ser pedido ao paciente para ingerir um preparado de bário, denominado na literatura por marcador fecal, que ao ser absorvido pelas fezes aumenta a sua densidade e permite a sua diferenciação. A utilização de um marcador fecal constitui um elemento chave para a boa realização deste exame, uma vez que reduz significativamente a incidência de falsos positivos. É necessária uma distensão adequada do cólon de forma a optimizar a detecção de lesões na mucosa. Para isso é insuflado ar ou CO2 através de uma cânula rectal e para avaliar se a distensão é a pretendida, utiliza-se a imagem de referência (o topograma – Figura 11), e fazem-se os ajustes considerados necessários, de acordo com a tolerância do paciente [2]. Da preparação para este exame consta a abstinência de todo o tipo de comida sólida durante os dois dias anteriores ao exame e a ingestão de laxantes e uso de enemas de forma a conseguir-se a evacuação completa do intestino antes do exame.

Para prevenir a desidratação sugere-se o consumo de uma quantidade abundante de líquidos como, sumos e caldos e uma semana antes da realização do mesmo deve ser suspenso o consumo de preparações de ferro, uma vez que os resíduos deste produzem fezes negras que impedem a correcta visualização da mucosa [3, 6].

Figura 11 - Imagem do topograma, seguida e imagem axial em supinação e imagem axial em pronação. Fonte: www.alar-

dxi.org/colonotc.htm

As imagens adquiridas por TC são transferidas para uma workstation em que os dados de volume tridimensional da TC são projectados como imagens

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bidimensionais no ecrã do computador.

Para a análise das imagens de colonoscopia virtual podem ser utilizadas duas técnicas diferentes de representação dos dados: o algoritmo de representação de superfície (SSD - surface shaded display) ou o algoritmo de representação de volume (VRT - volume rendering technic).

É ainda possível observar o interior de toda a superfície intestinal através da funcionalidade endoscopia virtual.

Porquê a Colonoscopia Virtual?A colonoscopia virtual é um exame auxiliar de diagnóstico que permite o rastreio bem como o diagnóstico precoce de lesões pré-malignas/ malignas, estando principalmente indicado nas seguintes situações [4]:

Seguimento de pacientes assintomáticos mas com antecedentes pessoais que aumentam o risco habitual;

Rastreio de pólipos ou cancro do cólon e ainda pesquisa de causa de dor abdomino-pelvica;

Avaliação pré-operatória do cólon nas grandes neoplasias do cólon esquerdo que impedem a colonoscopia optica;

Controlo do cólon proximal em estudos endoscópicos incompletos por: obstrução ou estenose benigna, como por ex. na Doença Diverticular;

Avaliação da porção anastomática do cólon pós-operatória;

Aplicação na Pediatria para diagnóstico de lesões e malformações congénitas;

Avaliação do cólon pós insucesso da colonoscopia optica.

Não apresenta contra-indicações, no entanto apresenta algumas limitações como [4]:

Pouca eficácia na detecção de pólipos de dimensões inferiores a 6/8 mm;

Não está indicada para o estudo de úlceras, lesões plana ou alterações inflamatórias do cólon (colite ulcerosa ou doença de Crohn);

Elevado custo;

Não permite visualizar com precisão a textura e a cor da mucosa cólica

Apresenta alguns falsos positivos nomeadamente por se confundirem restos fecais com pólipos;

Apresenta alguns falsos negativos nomeadamente por não permitir a visualização de formações submersas no líquido intra-luminal cólico, resultante da preparação prévia intestinal;

Permite apenas o diagnóstico ao passo que a colonoscopia óptica convencional permite, para além do diagnóstico, o tratamento e biopsia da lesão.

A Colonoscopia virtual é em tudo um exame semelhante à Colonoscopia óptica convencional, contudo traduz vários benefícios relativamente ao método tradicional [4]:

O paciente apresenta-se normalmente menos ansioso e assustado com a técnica, uma vez que pode retomar de imediato a sua vida quotidiana;

Método minimamente invasivo e bem tolerado pelo paciente;

Reduz drasticamente o risco de perfuração do intestino;

Não requer sedação ou anestesia;

Pode ser realizada mesmo na presença do cólon inflamado;

Pode revelar outras patologias não possíveis de observar pelo método tradicional;

Realiza-se em cerca de 10 minutos (a colonoscopia óptica de 30 a 60 minutos);

Técnica mais segura que a colonoscopia convencional, uma vez que apresenta menor risco de perfuração e consequentemente de morte;

Possibilidade de avaliação da patologia exterior ao cólon uma vez que fornece imagens tomográficas de toda a anatomia circundante ao cólon;

Sensibilidade semelhante à obtida com a colonoscopia óptica convencional para pólipos de dimensões superiores a 10 mm e sensibilidade superior à técnica de clister de duplo contraste.

Figura 12 - Adenoma Viloso: a) vista endoluminal da reconstrução 3D de TC (colonoscopia virtual); b) Fotografia tirada através da técnica de colonoscopia convencional correspondente

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ao pólipo anterior; c) imagem do corte da TC onde é visualizado o pólipo anterior

Fonte:radiographics.rsnajnls.org/cgi/reprint/24/6/1535

Figura 13 - A) imagem do corte da TC onde é visualizado o pólipo; B e C) vista endoluminal da reconstrução 3D de TC (colonoscopia virtual); D) Fotografia tirada através da técnica de colonoscopia

convencional correspondente ao pólipo anterior; Fonte:radiographics.rsnajnls.org/cgi/reprint/24/6/1535

Os principais riscos [4]:

A realização desta técnica requer a utilização de radiações ionizantes, embora em doses reduzidas, por este motivo não deve ser efectuada durante a gravidez;

Existe o risco embora reduzido de perfuração do intestino pela introdução de ar para distensão deste, uma vez referirmos este ser minimamente invasivo.

O que concluímos:

A incidência crescente do carcinoma colo-rectal, nos países Europeus e E.U.A, verificada nas últimas três décadas, a alta taxa de curabilidade cirúrgica alcançada nas formas menos avançadas e o conhecimento de que cerca de 90% destes tumores malignos se desenvolvem a partir de lesões benignas endoscopicamente identificáveis e ressecáveis (a bem estudada sequência adenoma-cancro) fazem do rastreio destas patologias, em populações assintomáticas, o paradigma de uma campanha de prevenção oncológica bem sucedida.

A colonoscopia virtual é uma técnica em evolução que pode, dentro dos parâmetros actuais, ser utilizada para substituir a colonoscopia convencional em condições especiais, como no rastreio de pólipos maiores que 1,0 cm e na pesquisa de alterações a montante de obstruções intestinais [1].

Para doentes que não queiram passar pela experiência desagradável da colonoscopia óptica convencional, a colonoscopia virtual apresenta-se como um exame atractivo. Artigos publicados, nos Estados Unidos, referem que cerca de 60% dos doentes que efectuam colonoscopia virtual nunca tinham realizado outro exame de rastreio [5].

Até agora temos assistido a progressivos refinamentos nos equipamentos, software e técnica de exame mas o crescente interesse nesta técnica, a qual em vários estudos internacionais, tem atingido valores de [7] :

a) 87% de sensibilidade e 86% de especificidade, para lesões <5mm

b) 90% de sensibilidade e 91% de especificidade, para lesões entre 5 e 9mm

c) 100% de sensibilidade e 100% de especificidade, para lesões >9mm

Importa referir que em todos estes estudos a concordância na interpretação diagnóstica dos resultados imagiológicos aumenta com a aprendizagem.

Terá a colonoscopia virtual um papel no rastreio do cancro colo-rectal?A questão está em aberto mas, parece-nos lógico afirmar que o papel secundário que tem tido até agora face á colonoscopia óptica convencional será rapidamente invertido.

Apesar de não possuir um papel terapêutico, a colonoscopia virtual, por ser uma técnica em fase inicial, tem potencial para melhorar o seu desempenho.

As constantes inovações tecnológicas melhorarão ainda mais a acuidade diagnóstica e reduzirão o custo. Será também interessante que venha a ser dispensada a desconfortável preparação intestinal que exige actualmente.

Por tudo o exposto, podemos afirmar que num futuro próximo ela terá um papel importante no rastreio da patologia neoplásica colo-rectal, tendo já hoje valor no rastreio de patologia tumoral do cólon ascendente e em casos de presença de estenoses inultrapassáveis endoscopicamente [1].

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Assim, em áreas nas quais os pedidos de exames de colonoscopia convencional ultrapassem os recursos humanos existentes, esta pode ser uma técnica alternativa para selecção de doentes a biopsar. ■

Referências Bibliográficas:

1. Calha, Canena; “Colonografia por Tomografia Computorizada: Primeiros Resultados”; Dezembro, 2006, Disponível em URL:www.spg.pt/publicacoes/?file=ultimo&middle=pdf&edicao=161&publicacao=21&artigo=381

2. Helen M. Fenlon, M.B., David P. Nunes, M.B., Paul C. Schroy, M.D., M.P.H., Matthew A. Barish, M.D., Peter D. Clarke, M.D., and Joseph T. Ferrucci, M.D.; “A Comparison of Virtual and Conventional Colonoscopy for the Detection of Colorectal Polyps”; Novembro 11, 1999; Volume 341:1496-1503; Numero 20, Disponível em URL:content.nejm.org/cgi/reprint/341/20/1496.pdf;

3. Perry J. Pickhardt, MD; “Differential Diagnosis of Polypoid Lesions Seen at CT Colonography (Virtual Colonoscopy)”; Radiographics; Novembro-Dezembro 2004; Volume 24; Numero 6; Disponível em URL:radiographics.rsnajnls.org/cgi/reprint/24/6/1535

4. Bradford J.Wood, M.D., Pouneh Razavi, M.D.;” Virtual Endoscopy: A Promising New Technology”; AMERICAN FAMILY PHYSICIAN; Julho de 2002; Volume 66, Número 1; Disponível em URL:www.aafp.org/afp/20020701/107.pdf

5. Joseph T. Ferrucci, MD; “Colonoscopy: Virtual and Optical—Another Look, Another View1”; Setembro 2004; Radiology 2005; 235:13-16;

6. M. E. Stoopen, K. Kimura y P. R. Ros; abdomen: El Tubo Digestivo, Tomo I.; Lippincott Wilkins; Philadelphia; 1999; Volume I, Capitulo 21, Páginas 263 – 270;

7. Carrascosa P., Capunay C., Castiglioni R., Carrascosa J.: ”Virtual Colonoscopy. Experience after 500 studies”. Third Virtual Colonoscopy Symposium. Bóston, USA, 2002.

I Jornadas de Fisioterapia dos Centros de Saúde do Dist. Bragança

O Tecnologias da Saúde Online concretizou mais uma parceria, desta vez com as I Jornadas de Fisioterapia dos Centros de Saúde do Distrito de Bragança, que se realizam no dia 22 de Novembro de 2008, na ESTIG de Bragança.

Nesta edição da TDTOnline Magazine trazemos até si as primeiras informações sobre este evento, disponíveis para consulta no subfórum criado para o efeito, em: http://www.tdtonline.org/forum/viewforum.php?f=71.

Na referida secção do fórum está disponível o programa (provisório) das Jornadas bem como a ficha de inscrição.

Brevemente estarão mais informações disponíveis. Por isso, se este evento é do seu interesse, não perca de vista o subfórum das I Jornadas de Fisioterapia dos Centros de Saúde do Distrito de Bragança, disponível na secção de parcerias do TDTOnline.

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Ser Saúde nº 11

Inquérito de Satisfação Ser Saúde

A Revista "Ser Saúde", dedicada a artigos de ciência e divulgação de investigação na área da saúde, é, desde longa data, parceira do TDTOnline.

Neste momento, a "Ser Saúde" conta já com 11 números lançados. Em jeito de revisão, pretende passar pelos seus leitores, um inquérito de satisfação. Com este inquérito, pretende saber os pontos fortes e fracos de cada edição, e onde poderá actuar para melhorar cada número que chega até nós.

O TDTOnline, na condição de parceiro da "Ser Saúde", não poderia deixar de se aliar a esta iniciativa que visa melhorar ainda mais a qualidade da revista. Como tal, difundimos a mensagem do director da "Ser Saúde", e disponibilizámos, no fórum, o inquérito a que devemos responder e, posteriormente, re-enviar para o email da "Ser Saúde".

Para descarregar o questionário, clique neste link -http://www.tdtonline.org/forum/viewtopic.php?f=50&t=2807

Exmo(a). Sr(a).

A Ser Saúde, em 11 números, traçou um caminho sólido e único em Portugal na divulgação de ciência e investigação em saúde. No sentido de aprofundarmos a relação com o nosso público, enviamos um pequeno inquérito para sentirmos a Sua ideia e, em conjunto, reformularmos o projecto Ser Saúde.

Na próxima edição, a Ser Saúde será diferente. E essa diferença, as mudanças, um outro possível sentido, será feita com base na Sua opinião.

Enviamos um Inquérito, ao qual gostaríamos que respondesse e voltasse a enviar por E-mail para: [email protected].

Sabemos que no futuro a Ser Saúde será sempre uma Sua companhia.

Eugénio Pinto

Director da Ser Saúde

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Casos Clínicos do Radiology Picture of the Day

Nesta edição da TDTOnline Magazine retornamos a apresentação de casos clínicos do site Radiology Picture of the Day, gentilmente cedidos pelo Dr. Laughlin Dawes, desta vez mostrando um caso de Doença de Crohn através de um exame de radiologia digestiva e um caso de hipertrofia benigna da próstata através de IRM.

Queremos também salientar que julgamos de interesse apresentar os casos em inglês, ou seja no seu formato original sem tradução, pois à semelhança de outros profissionais de saúde, defendemos que os TDT devem habituar-se à leitura de artigos científicos em línguas que não sejam o português.

Por isso, boa leitura!

Crohn’s Disease

Crohn’s disease is an idiopathic inflammatory bowel disease with discontinuous and asymmetric involvement of the entire gastrointestinal tract. It is characterised by transmural non-caseating granulomatous inflammation. The usual onset is between 15 and 30 years, with no sex predominance. Presentation is with abdominal pain, fever, weight-loss, anaemia, perianal abscess or fistula, or malabsorption. There is involvement of the small bowel in 80% of cases, which manifests as fold thickening, aphthous ulcers, or extensive mucosal ulceration. In this case there is

cobblestoning which is due to serpiginous longitudinal and transverse ulcers separated by areas of oedema. There is also separation of small bowel loops due to bowel wall thickening. Deep mucosal ulcers are seen, sometimes referred to as rose-thorn ulcers.

Reference: Dähnert W. Radiology Review Manual, 5th edition, Lippincott, Williams & Wilkins, 2003.

Credit: Dr Laughlin Dawes

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Benign Prostatic Hypertrophy

Benign prostatic hypertrophy is extremely common in elderly men, seen essentially as a ‘normal’ part of aging, and is a major cause of outflow obstruction. By the age of 60, 50% of men have BPH, and by 80 years of age the prevalence has increased to 80%. It is due to a combination of stromal and glandular hypertrophy predominantly of the central zone (as opposed to prostate cancer which typically originates in the peripheral zone).

USUS has become the standard first line investigation after the urologist’s finger. Typically there is an increase in volume of the prostate with a calculated volume exceeding 30cc ( (A x B x C)/2 ). The central gland is enlarged, and is hypoechoic or of mixed echogenicity. Calcification can be seen both within the hypertrophied gland as well as in the pseudocapsule (representing compressed peripheral zone).

Post micturition residual volume is typically elevated.

MRITypically demonstrates the enlarged central zone to be heterogenous in signal with an intact low signal pseudocapsule around its periphery.

For more images from this case, and other cases of BPH please visit Radiopaedia.org here.

References:

1. Primer of Diagnostic Imaging by Weissleder

2. J Ishida “Benign prostatic hyperplasia: value of MR imaging for determining histologic type” Radiology, Vol 190, 329-331

3. eMedicine

Credit: Dr Frank Gaillard ■

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Normas para a publicação de artigos científicos na TDTOnline Magazine

Com a finalidade de uniformizar os artigos recebidos pela Equipa do Tecnologias da Saúde Online e consequentemente divulgados na TDTOnline Magazine, torna-se necessária a definição de normas própriaspara a publicação de artigos científicos, de forma a estimular o interesse e curiosidadedos visitantes/leitores.

Selecção de Artigos1. Serão aceites os temas que se enquadrem no âmbito de cada publicação e da temática do site “Tecnologias da Saúde Online”, após avaliação pelos membros designados pela administração do supracitado site.

2. O envio de um trabalho/artigo implica o compromisso por parte dos autores em como todas as declarações nele constantes são da sua exclusiva responsabilidade.

3. Qualquer texto deve respeitar os princípios éticos aceites, nomeadamente no que diz respeito à confidencialidade.

4. Serão aceites para publicação monografias, cujas regras de selecção, apresentação e estruturação deverão obedecer ao que aqui é pré-estabelecido, salvaguardando as características inerentes ao tipo depublicação a que nos referimos, com excepção para o limite do número de páginas que não se aplica.

Apresentação e Estruturação de Artigos1. Os artigos devem ser redigidos em português, no formato .doc (Microsoft Office Word™), letra tipo Arial, tamanho 12 com um espaçamento de 1,5 linhas.

2. A extensão máxima do artigo será de 10 páginas, incluindo espaços, figuras, tabelas, quadros, gráficos, notas, bibliografia e fotografias, todos devidamente legendados e identificados.

3. Na primeira página e depois do título do artigo, deverá constar a identificação de todos os autores (máximo 6) de acordo com o formato seguinte:

Título do trabalho

Autor 1 (Instituição); Autor 2 (Instituição)

4. Os artigos deverão respeitar a estrutura geral: introdução, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.

Envio de Artigos1. Os artigos devem ser enviados por correio electrónico (com aviso de leitura) para [email protected], com os seguintes dados de identificação:

- Nome completo

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2. Todos os artigos apresentados na TDTOnline Magazine serão devidamente certificados, sendo os certificados enviados para a morada de um dos autores referenciados, após lançamento da TDTOnline Magazine em questão.