tcc i - projeto de pesquisa - ponto de equilibrio
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ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.
Faculdade Anhanguera de Jacareí
Curso de Administração de Empresas
Francisco de Sousa Roberto Junior
O PONTO DE EQUILIBRIO EM UMA EMPRESA DE USINAGEM
Jacareí – SP2011
ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.
Faculdade Anhanguera de Jacareí
Curso de Administração de Empresas
Francisco de Sousa Roberto Junior
SISTEMA DE CUSTEIO ABC EM EMPRESA DE USINAGEM
Trabalho de Conclusão de curso I apresentado à Faculdade Anhanguera de Jacareí, como parte dos requisitos para conclusão do curso de Administração de empresas. Orientador: Prof.(a)Msc. Maria Helena do Amaral
Jacareí – SP2011
ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.
Faculdade Anhanguera de Jacareí
Curso de Administração de Empresas
Francisco de Sousa Roberto Junior
SISTEMA DE CUSTEIO ABC EM EMPRESA DE USINAGEM
Este Trabalho de Conclusão de Curso I foi considerado _________________
para servir de base para o desenvolvimento da monografia de graduação
que será entregue como Trabalho de Conclusão do curso de Administração
de Empresas da Faculdade anhanguera de Jacareí e foi avaliado com a nota
_______________
____________________________Professor (a) Orientador (a): Msc. Maria Helena do Amaral
Faculdade Anhanguera de Jacareí
_______________________________________
Professor Ms. Rogério dos Santos MoraisFaculdade Anhanguera de Jacareí
Coordenador do Curso de Administração de Empresas
Jacareí – SP2011
Roberto Junior, Francisco de Sousa. Reestruturação financeira, 2011. No. de folhas f.29
Trabalho de Conclusão de Curso I em Administração de Empresas da Faculdade Anhanguera de Jacareí.Orientador: Msc. Maria Helena do Amaral.Bibliografia: p.29
RESUMO
Toda organização trabalha visando sua perpetuação no mercado, porém com a dinâmica em que o mercado atua saber qual o ponto de equilíbrio da organização e assim avaliar se a empresa tem condições de honrar com os seus compromissos é importante para as decisões estratégicas da organização. Para encontrar um ponto de equilíbrio é necessário entender qual é o verdadeiro produto da organização, e estabelecer uma relação entre os “produtos” entregues ao cliente. De um modo geral encontrar o ponto de equilíbrio, dá uma visão macro dos custos da organização, e para empresas que atuam onde o mercado define o preço a identificação do ponto de equilíbrio ajuda a verificar a viabilidade do empreendimento. Este projeto de pesquisa tem por objetivo principal fornecer subsídios para que a direção da organização possa saber se o preço cobrado pelo serviço cobre os custos operacionais, visando à sustentabilidade do empreendimento. Para qualquer administrador saber quando sua empresa dá lucro ou quando ela dá prejuízo é imprescindível para sua sobrevivência num mercado tão agressivo como os de hoje em dia. E num mercado tão competitivo como o mercado de usinagem, onde fatores como tecnologia e mão-de-obra especializada são fatores decisivos no desenvolvimento das organizações. Conhecer o ponto de equilíbrio é fundamental para a tomada de decisão, seja ela na formação do preço, no percentual de margem de contribuição, nas políticas de relacionamento entre clientes e fornecedores e até nas políticas de salários e benefícios dos funcionários
Palavras-chave: contabilidade, custo, contabilidade de custos, contabilidade gerencial
LISTA DE FIGURAS
.
1. Demonstração gráfica dos custos fixos ................................................................... 14
2. Demonstração gráfica do custo variável ......................................................... 15
3. Demonstração gráfica do ponto de equilíbrio ................................................. 16
4. Visão macro dos processos da organização “X” .............................................. 23
5. Demonstração gráfica do ponto de equilíbrio da organização “X” .................... 25
LISTA DE TABELAS
1. Cronograma de elaboração do trabalho de conclusão de curso................................19
2. Resultados Financeiros.....................................................................................23
3. Classificação dos custos...................................................................................24
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 10
1.1. Objetivos ............................................................................................ 11
1.1.1. Objetivos gerais........................................................................... 11
1.1.2. Objetivos específicos.................................................................... 12
1.2. Justificativa.......................................................................................... 12
CAPÍTULO II
2. REVISÃO DA LITERATURA................................................................... 13
2.1. Indústria ou prestadora de serviços?........................................................ 13
2.2. Contabilidade de custos......................................................................... 14
2.3. Custos fixos......................................................................................... 15
2.4. Custos variáveis.................................................................................... 16
2.5. Margem de contribuição........................................................................ 17
2.6. Ponto de equilíbrio............................................................................... 17
CAPÍTULO III
3. METODOLOGIA..................................................................................... 18
3.1. Metodologia do trabalho de campo......................................................... 18
3.2. Local da pesquisa................................................................................. 18
3.3. Público alvo......................................................................................... 18
3.4. Desenvolvimento da pesquisa................................................................. 19
3.5. Instrumento de coleta de dados............................................................... 19
3.6. Coleta de dados.................................................................................... 19
3.7. Cronograma da elaboração e orientações do TCC I.................................... 20
CAPÍTULO IV
4. ANÁLISE DOS DADOS E INFORMAÇÕES.............................................. 21
4.1. Histórico da organização........................................................................ 21
4.2. Processos organizacionais....................................................................... 22
4.3. Macro processos.................................................................................... 22
4.4. Resultados financeiros........................................................................... 24
4.5. Classificação dos custos......................................................................... 25
4.6. Ponto de equilíbrio............................................................................... 25
CAPÍTULO V
5. RESULTADO E DISCUSSÃO..................................................................... 26
CONCLUSÃO E CONTRIBUIÇÕES................................................................ 28
SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS.................................................. 28
REFERÊNCIAS............................................................................................... 29
CAPITULO I
INTRODUÇÃO
Toda organização trabalha visando sua perpetuação no mercado, porém com a dinâmica
em que o mercado atua saber qual o ponto de equilíbrio da organização e assim avaliar se a
empresa tem condições de honrar com os seus compromissos é importante para as decisões
estratégicas da organização.
Na organização estudada essa avaliação é dificultada por existir uma variação muito
grande de “produto” que são produzidos e pela alta flexibilidade da demanda, por exemplo:
De uma gama de aproximadamente 2000 itens diferentes a organização pode produzir
em um mês cerca de 500 itens de quantidades variadas, e no mês seguinte produzirem 100
itens também de quantidades variadas, isso de acordo com a necessidade do cliente. Existem
casos de termos ordens de compra de apenas uma peça de um determinado item em uma
semana e na próxima semana haver ordens de compra do mesmo item de 10, 15 ou até mesmo
100 peças.
Para encontrar um ponto de equilíbrio é necessário entender qual é o verdadeiro produto
da organização, e estabelecer uma relação entre os “produtos” entregues ao cliente.
De um modo geral encontrar o ponto de equilíbrio, dá uma visão macro dos custos da
organização, e para empresas que atuam onde o mercado define o preço a identificação do
ponto de equilíbrio ajuda a verificar a viabilidade do empreendimento.
Segundo Martins (2009, p.220),
“É muito mais provável que uma empresa analise seus custos e suas despesas para verificar se é viável trabalhar com um produto, cujo preço o mercado influencia marcantemente ou mesmo fixa, do que ela determinar o preço em função daqueles custos ou despesas.”
O mercado de usinagem mecânica figura-se dentro deste cenário, a usinagem mecânica
consiste na remoção de material utilizando-se ferramentas ou máquinas-ferramentas
adequadas até obter-se o produto final ou peça como costumamos dizer. Existem vários
processos de usinagem mecânica entre os principais estão o torneamento, fresamento, furação,
serramento, aplainamento etc. As máquinas-ferramentas podem ser convencionais, ou seja,
equipamentos alimentados com eletricidade, porém operados por um operador especializado.
Além das máquinas convencionais existem as máquinas CNC1, que embora exista a
necessidade de um operador quem realmente faz a peça é a máquina através de um programa
com coordenadas que determina o formato da peça.
1 CNC – Computer Numeric Control , ou Comando Numérico Computadorizado em português
Com o desenvolvimento do processo de terceirização dentro das grandes montadoras a
usinagem mecânica começou a ser subcontratada, ou seja, o que antes era um centro de custo
para a grande empresa, tornou-se uma empresa fornecedora de serviços, pois na grande
maioria dos casos o projeto é do cliente.
Este projeto de pesquisa se propõe a responder a seguinte questão que a grande maioria
dos empreendedores fazem a si mesmos: O preço que estou cobrando pelo meu serviço cobre
os meus custos?
A idéia é identificar o ponto de equilíbrio para que os gestores possam tomar suas
decisões, e assim tomar suas ações para perpetuar o empreendimento.
1.1 – Objetivos
Este projeto de pesquisa tem por objetivo principal fornecer subsídios para que a
direção da organização possa saber se o preço cobrado pelo serviço cobre os custos
operacionais, visando à sustentabilidade do empreendimento.
1.1.1 - Objetivos Gerais
O objetivo deste projeto de pesquisa é o de identificar o ponto de equilíbrio para que os
administradores de pequenas empresas de usinagem possam ter uma base de informações
uteis na formação do preço de venda.
1.1.2 - Objetivos Específicos
Para atender ao objetivo proposto, este projeto de pesquisa irá:
Levantar os dados financeiros relativos ao ano de 2011 para análise e classificação.
Tabular os dados levantados para chegar ao ponto de equilíbrio da organização
estudada.
Analisar através da identificação do ponto de equilíbrio o resultado operacional da
organização estudada.
Concluir através da análise feita a atual situação da organização estudada e apontar
soluções para os problemas encontrados.
1.2- Justificativa
Para qualquer administrador saber quando sua empresa dá lucro ou quando ela dá
prejuízo é imprescindível para sua sobrevivência num mercado tão agressivo como os de hoje
em dia.
E num mercado tão competitivo como o mercado de usinagem, onde fatores como
tecnologia e mão-de-obra especializada são fatores decisivos no desenvolvimento das
organizações. Conhecer o ponto de equilíbrio é fundamental para a tomada de decisão, seja
ela na formação do preço, no percentual de margem de contribuição, nas políticas de
relacionamento entre clientes e fornecedores e até nas políticas de salários e benefícios dos
funcionários.
Através deste trabalho a organização estudada pode identificar quando ela terá lucro
diminuindo a probabilidade de efetuar um orçamento com uma margem negativa. Outro
beneficio que este trabalho trará é um conhecimento mais detalhado dos custos da
organização, facilitando o seu entendimento e a melhora na tomada de decisão.
CAPÍTULO II
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 – Indústria ou prestadora de serviços?
O que caracteriza uma empresa ser uma indústria ou uma prestadora de serviços?
Uma indústria tem por característica básica a transformação de matéria-prima em
produto intermediário ou final, ou seja, o produto é concreto, ele pode ser tocado e estocado
segue abaixo a definição de indústria de transformação dada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística(IBGE), através da Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE):
[...]as atividades que envolvem a transformação física, química e biológica de materiais, substâncias e componentes com a finalidade de se obterem produtos novos. Os materiais, substâncias e componentes transformados são insumos produzidos nas atividades agrícolas, florestais, de mineração, da pesca e produtos de outras atividades industriais. (IBGE, 2011)2
O serviço é geralmente caracterizado por ser intangível, pois o objetivo do serviço seria
satisfazer a uma necessidade do cliente, ele pode vir acompanhado ou não de um produto.
Segundo Kotler (2005, p.249) o que caracteriza o serviço é a intangibilidade, a
inseparabilidade, a variabilidade e a perecibilidade.
A usinagem mecânica sempre foi um serviço, porém este só se tornou mais claro
quando ela deixou de ser feita pelo fabricante do produto, ou seja, o dono do produto, para ser
feita por terceiros, o que antes era um centro de custos passou a ser um prestador de serviços.
A usinagem mecânica se classifica como um serviço segundo a caracterização definida
acima por Kotler. Ela é intangível, pois ela não pode ser tocada, a usinagem é um processo de
transformação que resulta em um produto físico, ela também se classifica como inseparável,
ou seja, ela acontece simultaneamente à transformação da matéria prima em produto, ela
também é variável devido aos diversos tipos de peças fabricadas além da variação da
demanda, ela também é perecível, pois não pode ser estocada.
O IBGE classifica dentro da estrutura da indústria de transformação os chamados
serviços industriais.
2 Fonte: http://www.cnae.ibge.gov.br/secao.asp?codsecao=C&TabelaBusca=CNAE_201@CNAE 2.1 - Subclasses@0@cnaefiscal@0
As indústrias de transformação, em geral, produzem bens tangíveis (mercadorias). Algumas atividades de serviços são também incluídas no seu âmbito, tais como os serviços industriais, a montagem de componentes de produtos industriais, a instalação de máquinas e equipamentos e os serviços de manutenção e reparação. Em alguns casos, a dificuldade de estabelecimento de limites na extensão de determinadas atividades leva à adoção de convenções. Alguns desses casos serão mencionados adiante.
Os serviços industriais (serviços de acabamento em produtos têxteis, tratamento de metais, etc.) constituem parte integrante da cadeia de transformação dos bens e exigem equipamentos, técnicas e habilidade específica características do processo industrial, e tanto podem ser realizados em unidades integradas como em unidades especializadas. (IBGE, 2011)
2.2 - Contabilidade de custos
Antes do século XVIII a contabilidade era feita exclusivamente para dois tipos de
organizações, as comerciais e as bancárias. Com o advento da Revolução Industrial surgiu um
novo tipo de organização: a “indústria”.
Segundo Martins (2009, p.19) “Até a Revolução Industrial (século XVIII), quase que só
existia a Contabilidade Financeira (ou Geral)”.
Com o surgimento da indústria houve a necessidade de se adaptar a estrutura da
contabilidade geral para sua realidade, que era muito mais complexa devido à dificuldade de
obter as informações.
A contabilidade de custos surgiu com a finalidade de realizar a apuração dos estoques
das indústrias. Por causa da visão limitada das organizações a contabilidade de custos passou
muito tempo sem que sofresse alterações, porém com a evolução da economia e o surgimento
das grandes empresas e o distanciamento do “dono” da empresa da sua administração, houve
a necessidade de se rever os critérios contábeis tornando-os ferramentas de gestão.
Assim as partes interessadas poderiam mesmo a distância saber com maiores detalhes os
resultados obtidos pelas organizações.
Segundo Martins (2009, p. 21) “[...], a Contabilidade de Custos tem duas funções
relevantes: o auxílio ao Controle e a ajuda às tomadas de decisões.”
2.3 - Custos fixos
Os custos fixos são aqueles que não possuem relação com o volume produzido, ou seja,
se a organização não fabricar nenhuma peça mesmo assim ela terá obrigações a pagar.
Exemplos de custos fixos são: aluguel, depreciação de equipamentos, mão de obra etc.
(CARIOCA, 2009, p.196)
Segundo Atkinson (2008, p.184) “Os custos fixos não mudam com alterações no nível
de produção (ou de vendas)[...].”
1 2 3 4 -
10,000.00
20,000.00
30,000.00
40,000.00
50,000.00
60,000.00
70,000.00
80,000.00
CUSTOS FIXOS
PRODUÇÃO MENSAL EM MILHARES DE PEÇAS
CUST
O F
IXO
MEN
SAIS
0 5 10 15
Figura 1. Demonstração gráfica dos custos fixos. Feito pelo autor.
2.4 - Custo variável
O custo variável é todo o custo que aumenta na mesma proporção que o volume
produzido. Por exemplo, o custo de tratamento de superfícies aumenta de acordo com o
volume de peças produzidas, pois se antes eu fabricava 1000 peças em um mês com
tratamento a um custo R$ 5,00 por peça tratada eu teria um custo total no mês de R$ 5.000,00.
Porém se eu fabrico 2000 peças ao mesmo custo unitário agora eu teria um custo total de R$
10.000,00.
Segundo Carioca(2009, p.23) o custo variável “são custos que aumentam ou diminuem
na mesma proporção do objeto que está em analise.”
Segundo Atkinson (2008, p.184) “ Os custos variáveis mudam em proporção ao nível
de produção (ou de vendas).”
0 1000 2000 3000 4000 5000 60000
50000
100000
150000
200000
250000
CUSTO VARIÁVEL
Figura 2. Demonstração gráfica do custo variável. Feito pelo autor.
2.5 – Margem de contribuição
A margem de contribuição é o resultado esperado que cada produto tem para cobrir os
as despesas fixas totais e o lucro desejado.
Segundo Atkinson (2008, p.193) a margem de contribuição “[...] é a diferença entre[...]
o preço e o custo variável unitário[...].”
Segundo Carioca (2009, p.208),
“Para se obter o valor da contribuição de cada produto, é necessário que sejam excluídos os riscos provocados pela arbitrariedade na alocação dos custos indiretos, logo, o cálculo da margem de contribuição é feito levando em conta somente os custos efetivamente pertinentes aos produtos, ou seja, os custos variáveis”
2.6 – Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio também conhecido como “Break Even Point” é obtido quando as
receitas totais se igualam aos custos totais da empresa. Segue abaixo um gráfico indicando
quando é atingido o ponto de equilíbrio. (CARIOCA, 2009)
Figura 3. Demonstração gráfica do ponto de equilíbrio. Feito pelo autor.
CAPÍTULO III
3. METODOLOGIA
O estudo será realizado utilizando-se de pesquisa bibliográfica específica de
contabilidade de custos e gerencial, os dados fornecidos pela empresa estudada, através de
documentos internos que detalham as etapas de todos os processos da empresa, dos registros
financeiros internos e dos documentos contábeis como o balancete acumulado.
Com a disponibilidade dos dados será feita uma análise do atual ponto de equilíbrio, e
em seguida será apontado às possibilidades de melhoria para potencializar os lucros da
organização.
3.1 Metodologia do Trabalho de Campo.
O estudo será feito através de uma pesquisa aplicada utilizando referência bibliográfica,
os documentos e registros disponibilizados pela alta direção da organização estudada.
3.2 Local da Pesquisa
O local da pesquisa será a própria organização estudada.
3.3 Público Alvo
O publico alvo da pesquisa é a média e alta gerência da organização.
3.4 Desenvolvimento da Pesquisa
A pesquisa se dará através do estudo do ponto de equilíbrio em bibliografias disponíveis,
da coleta de dados internos da organização estudada, através de dados fornecidos pela alta
direção da organização estudada
Após a coleta de dados será efetuado uma tabulação dos dados, onde será identificado o
ponto de equilíbrio atual da organização.
Com o ponto de equilíbrio identificado podemos avaliar que ações a direção deverá tomar
para maximizar os resultados.
3.5 Instrumento de Coletas de Dados
Para a coleta de dados serão utilizados os dados contábeis fornecidos pela empresa
contábil terceirizada e dados financeiros fornecidos pela alta gerência da organização.
3.6 Coletas de Dados
Serão utilizados os dados contábeis e financeiros do 1º quadrimestre de 2011 da organização estudada.
3.7 Cronograma de Elaboração e orientações do Trabalho de Conclusão de
Curso I
ATIVIDADE Fevereiro Março Abril Maio
1. Orientações do TCC IP
R
2. Revisão bibliográficaP
R
3. Detalhamento da metodologia de pesquisa P
R
4. Coleta de dadosP
R
5. Análise e interpretação dos resultadosP
R
6. Revisão do TCC IP
R
7. Entrega do TCC IP
R
Tabela 1 – Cronograma de elaboração do trabalho de Conclusão de Curso I – Fonte: preparado pelo autor
CAPÍTULO IV
4. ANÁLISE DOS DADOS E INFORMÇÕES
A seguir serão apresentados os dados coletados da organização estudada, estes dados
foram fornecidos pela própria direção da organização, para preservar sua identidade o seu
nome será substituído por organização “X”.
1.1. Histórico da organização
A organização estudada foi estabelecida em setembro de 2007, porém suas atividades
começaram em janeiro de 2008.
Sua atividade principal é a usinagem mecânica, utilizando máquinas ferramentas como
tornos e fresas convencionais e controladas por comando numérico computadorizado (CNC).
O seu principal cliente é a Embraer que corresponde a 90% do seu faturamento, os 10%
restante fica dividido em empresas aeronáuticas e empresas de outros segmentos de mercado
como manutenção industrial e máquinas.
No processo de fabricação de itens aeronáuticos existem certas atividades que são
realizadas por empresas terceirizadas que são homologadas pelo cliente, ou seja, qualquer
atividade produtiva na qual a organização estudada não detiver a tecnologia ela pode contratar
de empresas que façam parte da base de fornecedores do cliente. Isso em certa parte prejudica
pois determinadas atividades só existe uma empresa para executá-la, ocasionando atrasos
devido ao volume de serviços nestes fornecedores, e a dificuldade em reduzir preços ou
aumentar a margem de contribuição.
Em setembro de 2010 a organização estudada mudou de uma planta de 400m2 de área
construída para uma área de 1000m2, o que possibilitou a aquisição de mais três centros de
usinagem3, ampliando sua capacidade produtiva em aproximadamente 1000 horas/mês.
Esta nova planta permitiu uma melhor organização dos setores produtivos e dos setores
de apoio a produção, tornando determinadas atividades mais rápidas e reduzindo o tempo de
preparação de máquinas (setup).
Atualmente a empresa possui 45 funcionários distribuídos conforme descrito abaixo:
3 Centro de usinagem – máquina ferramenta semelhante à fresadora e o que as diferenciam é que o centro de usinagem possui um comando numérico computadorizado, e uma magazine de ferramentas que agilizam o processo de fabricação.
Processo: 05;
Produção: 29;
Qualidade: 07;
Planejamento da Produção:02;
Administração: 02.
E o horário de trabalho é dividido em dois turnos se segunda à sexta-feira, o primeiro
turno entra às 06:00 horas e sai as 15:48, com uma hora de intervalo para o almoço. O
segundo turno entra às 15:45 e sai às 00:06 também com uma hora de intervalo para o jantar.
1.2. Processos organizacionais
Os processos organizacionais são as atividades ou conjuntos de atividades que
interagem entre si, transformando as entradas (insumos, inputs) em saídas (produtos, outputs).
Para tornar o entendimento dos processos organizacionais mais claros foi criada uma
forma muito utilizada no mundo inteiro: o fluxograma4.
Na organização “X” os seus processos organizacionais foram divididos em dois níveis,
um macro onde existe uma visão geral do negócio demonstrando os seus principais processos
e as suas interações e um micro que detalha os principais processos separadamente.
1.3. Macro Processo
Os processos da organização estudada foram divididos em três partes: processos
administrativos e financeiros, processos de apoio e processos principais (ver figura 1).
Os processos administrativos são formados pelos subprocessos contábeis, financeira e
estratégica da organização. Estes subprocessos estão relacionados diretamente a alta
administração. Nas atividades contábeis estão envolvidas as atividades de escrituração
contábil, apuração dos resultados e a elaboração dos relatórios contábeis, como o balanço
patrimonial e o demonstrativo dos resultados do exercício, essas atividades são executadas por
empresa terceirizada. As atividades financeiras envolvem as rotinas de contas a pagar e a 4 Fluxograma - diagrama esquemático que apresenta uma seqüência de operações, tal como para um programa de
computador ou processo industrial.
receber, captação de recursos e negociação com clientes e fornecedores. Nas atividades
estratégicas são realizadas análises dos resultados obtidos, de oportunidades de novos
negócios, dos riscos tanto do negócio principal como das novas oportunidades.
Os processos de apoio envolvem as atividades de gestão dos recursos humanos, de
tecnologia da informação (TI) e da garantia da qualidade. Os processos de apoio como o
próprio nome diz apóia os processos principais da organização. Os processos de recursos
humanos envolvem todas as atividades relacionadas à seleção, contratação, aperfeiçoamento
dos mesmos, assim como a gestão dos benefícios oferecidos pela organização. Os processos
de TI garantem o fluxo e a segurança das informações da organização assim como a troca de
informações com clientes e fornecedores, disponibilizando recursos tecnológicos aplicados. O
processo de garantia da qualidade tem como principal objetivo disseminar dentro da
organização as boas práticas operacionais, ou seja, fazer com que cada funcionário saiba
exatamente o que fazer, como fazer, e quando fazer, para atender aos requisitos especificados
pelo projeto e pelo cliente. Monitorar o desempenho da organização e de seus fornecedores e
a satisfação de seus clientes.
E por último os processos principais, que são formados pelos processos comerciais,
planejamento da fabricação do produto e a fabricação do produto. O processo comercial é
responsável pelas atividades de compra e venda da organização. O processo de planejamento
da fabricação do produto é responsável pela as atividades de desenvolvimento dos processos
de fabricação, e planejamento e controle da fabricação. Estas duas atividades são consideradas
as mais importantes da organização, pois dessas atividades que saem as instruções de como e
quando realizar a fabricação. O processo de fabricação do produto se divide em duas partes a
interna que é a usinagem propriamente dita e a externa que são realizadas por empresas
terceirizadas homologadas pelo cliente.
Figura 4. Visão macro dos processos da organização “X”. Fonte organização “X”.
1.4. Resultados financeiros
A organização apresenta o seguinte resultado financeiro referente ao 1º quadrimestre de
2011 extraído de seus registros:
TOTAIS Janeiro Fevereiro Março Abril
Receitas 291.061,43
366.984,47
302.913,01
377.197,79
Despesas (87.411,88)
(87.411,88)
(87.411,88)
(87.411,88)
Custos (187.603,21)
(208.744,23)
(183.778,35)
(179.504,60)
Resultado 16.046,34
70.828,36
31.722,78
110.281,31
Tabela 2 – Resultados Financeiros – fonte: Departamento financeiro da organização “X”
Olhando para a tabela percebe-se que neste inicio de ano a empresa tem apresentado um
resultado positivo no período, e que a variação encontra-se nos custo e na receita.
1.5. Classificação dos custos
Como visto no capítulo dois os custos se classificam em dois grupos, os fixos e os
variáveis, abaixo será apresentado uma tabela demonstrando os custos fixos e variáveis da
organização “X”.
TIPO DE CUSTOS JAN FEV MAR ABR
FIXO (73.639,46) (73.639,46) (73.639,46) (73.639,46)
VARIÁVEL (201.375,63) (222.516,65) (197.550,77) (193.277,02)
TOTAL (275.015,09) (296.156,11) (271.190,23) (266.916,48)Tabela 3- Classificação dos custos. Fonte: organização “X”
1.6. O ponto de equilíbrio
Para encontrar o ponto de equilíbrio da organização “X” e preciso lembrar que o
produto que ela vende é o serviço de usinagem que é medido em tempo de execução, já que o
projeto do produto é do cliente e na maior parte dos casos é o próprio cliente que fornece a
matéria prima. Olhando por esse prisma a empresa tem disponível no total 5.413 horas de
usinagem. Na média do período analisado foram produzidas 13.200 peças o que dá
aproximadamente 2 peças produzidas por hora.
Os custos e despesas fixas totais (CDFT) são R$ 73.639,46 conforme tabela 3.
A margem de contribuição unitária (MCU) sai em média R$ 24,00 por hora de
usinagem.
Para determinar quantas horas de usinagem seriam necessárias para cobrir os custos
fixos utilizaremos a seguinte fórmula:
QPE=CDFTMCU
O resultado ficaria assim:
QPE=73.639,4624
≅ 3000 horas
Seriam necessárias aproximadamente 3000 horas de usinagem para igualarmos as
receitas com os custos totais da organização, ou seja, este é o ponto de equilíbrio da
organização.
CAPÍTULO V
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo os dados levantados no capítulo anterior o resultado encontrado, ou seja, o
ponto de equilíbrio da organização “X” é de aproximadamente 3000 horas como podemos ver
no gráfico abaixo.
Figura 5. Demonstração gráfica do ponto de equilíbrio da organização “X”. Feito pelo autor.
Isso quer dizer que para a organização cobrir todos os seus custos cobrando em média
R$ 62,00 por hora de usinagem e com uma margem de contribuição em média de R$ 24,00
por hora de usinagem ela precisaria de 3.000 horas de usinagem, o que exceder a estas horas
pode ser considerado como lucro.
Como a empresa tem capacidade para 5.413 horas de usinagem ela está trabalhando
com lucro. Deve-se tomar certo cuidado, pois empresas de usinagem possuem uma
necessidade de investimentos em tecnologia, como novas ferramentas máquinas e etc. Estes
investimentos muitas vezes são confundidos com custos, é preciso analisar com cautela como
classificar estes investimentos.
Esta visão permite que a alta direção da organização tome outras decisões além da
política de preços como capacidade aumento ou diminuição da capacidade instalada, mix de
produtos e etc.
CONCLUSÃO e CONTRIBUIÇÕES
Com base nas informações extraídas da organização “X” e com base no conteúdo
teórico pesquisado conclui-se que a organização estudada cobra um preço adequado que
permite a liquidação de suas obrigações oferecendo uma margem de contribuição satisfatória
que ainda lhe permite um lucro também satisfatório.
Embora o estudo tenha respondido a questão levantada no inicio deste trabalho, uma
dificuldade encontrada durante a execução deste trabalho é a falta de estrutura das
informações, mesmo com a autorização da direção da organização, as informações não estão
estruturadas para uma análise gerencial.
Outro situação identificada foi que essa falta de visão gerencial é por causa da própria
postura da direção da organização que tem uma visão de curto prazo da situação financeira,
não existindo uma projeção do fluxo de caixa a médio e longo prazo.
A cultura do imediatismo é muito forte dentro da organização estudada, algo
preocupante que deve ser mudada com práticas gerenciais de análise e tomadas de ações para
médio e longo prazo.
A identificação do ponto de equilíbrio permite a direção uma visão macro de sua
situação financeira, mas possibilita também outras formas de avaliação dos custos e receitas
que lhes permitam tomadas de decisões também para novos investimentos e tomadas de
decisões mais acertadas.
Sugestões para Trabalhos Futuros
Como sugestão para trabalhos futuros a organização “X” deveria preocupar-se em
estruturar melhor seu banco de dados para que ele possibilite uma visão gerencial do negócio,
visto que a organização possui uma ferramenta de ERP implantada que se for configurada de
forma correta permite uma visão detalhada do negócio.
Com essas alterações na base de dados a organização facilitaria a identificação do ponto
de equilíbrio e possibilitaria novas análises gerenciais.
REFERÊNCIAS
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Gerencial. (A. O. Castro, Trad.) São Paulo: Atlas S.A.
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EMPRESA DE USINAGEM DE PEÇAS.In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE
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Carioca, V. A. (2009). Contabilidade de Custos. Campinas: Alínea.
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http://www.cnae.ibge.gov.br/subclasse.asp?
CodSecao=C&CodDivisao=25&CodGrupo=253&codclasse=2539-0&CodSubClasse=2539-
0/01&TabelaBusca=CNAE_201@CNAE 2.1 - Subclasses@0@cnaefiscal@0
http://www.priberam.pt/dlpo/Default.aspx