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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDANome: Luiz Felipe de Oliveira SantosProfessor (a): Jos Roberto Franco ReisDisciplina: Histria Contempornea IData: 19/06/2014

1-a) Sobre a tese otimista, Franois Bdarida diz que no se pode concluir que houve uma melhora geral (principalmente no aspecto econmico), porm devemos perceber que o beneficiamento gerado pelo melhoramento geral tambm atingiu as classes baixas. O autor aborda a precariedade das condies de vida das classes mais baixas e das condies de trabalho do operariado. Essa viso tradicional do perodo no abandonada por ele. Entretanto, pelas diversas conquistas do perodo no mbito do mundo do trabalho e pelo boom econmico, as classes mais baixas conseguiram melhorar alguns aspectos de vida. Portanto, mesmo concordando com a tendenciosidade da tese otimista, por diversos motivos (geralmente os interlocutores contemporneos do perodo eram indivduos oriundos das classes mais abastadas da sociedade; a riqueza obtida teria se concentrado em maior escala para os ricos; ausncia de melhoras no nvel cultural ou de vida do pobre), a melhora que alcanou as classes menos abastadas da sociedade so inegveis. A partir deste ponto de vista, a posio do autor de moderar a viso otimista - no discordando, nem negando -, mas ponderando a tese com alguns argumentos.

b) Franois Bdarida questiona o suposto processo de "aburguesamento" do movimento operrio e, posteriormente, o papel da aristocracia operria para a ocorrncia deste movimento. Para o autor, o fato de o movimento operrio ter virado uma pgina, adotando uma postura mais moderada e ttica, causaria um equvoco naqueles que encontram um recrudescimento no movimento operrio - algo que o autor contesta, principalmente abordando o nmero de greves. Bdarida demonstra que esta conscincia moderada estava acompanhando o contexto da poca, ps-movimentos de 1850, em que no se buscava mais acabar com as estruturas existentes, mas adapt-las ou melhor-las. Os meios aderidos para alcanar essa realidade ideal foram lutas mais efetivas e prticas, que passariam pela moderao e pela negociao. O autor coloca que a luta operria 'tornou-se menos uma questo de "faca e garfo" e mais uma questo de "colarinho e gravata"'. Mesmo assim, a luta operria no se separou de parceiros herdados dos radicais, como a democratizao social e poltica. Outro ponto abordado, que pouco se restava daquelas grandes foras polticas de perodos anteriores, como o socialismo Owenista ou o Cartismo. Sobre o papel da aristocracia operria, Franois Bdarida entende que a mudana para o clima mais moderado do movimento se deve a certa participao da aristocracia do trabalho, provocado por um sentimento de segurana gerado pela sua posio de destaque na hierarquia do trabalho. Eles quem mais poderiam pressionar os empregadores e o prprio Estado, portanto eles encabeavam foras do movimento, como os sindicatos. Por isso, a aristocracia do trabalho taxada de culpada pela historiografia conservadora por um possvel aburguesamento do movimento. O autor contra esta viso pejorativa. Ele argumenta que a posio de destaque da aristocracia do trabalho era totalmente natural, pois havia uma chance maior das exigncias serem atendidas, e que o movimento continua questionando os mesmo dogmas e reivindicados os mesmos requisitos bsicos de perodos anteriores. Alm disso, havia uma barreira cultural que impedia a penetrao desta aristocracia na classe burguesa dominante, portanto ela no teria "mudado de lado". Com todos esses argumentos, o autor demonstra seus questionamentos diante da tese de "aburguesamento" do movimento operrio e da prpria aristocracia do trabalho.

2- O desenvolvimento industrial da Europa Continental, ao contrrio do modelo britnico, ainda no tinha o favorecimento das pr-condies que o levaria para o desenvolvimento espontneo das indstrias, atravs da empresa privada. Hobsbawm aborda que a Gr-Bretanha preparou as condies de sua Industrializao por 200 anos, at no haver obstculos institucionais ou escassez de recursos de produo. Por isso, comparada ao desenvolvimento industrial do continente, o desenvolvimento industrial britnico teria sido mais lento, ainda mais por que ao se consolidar o modelo ingls serviu de exemplo e por realizar muitas experimentaes. Em decorrncia, na Europa Continental, por mais que se houve o modelo, ainda havia elementos que embarravam o desenvolvimento espontneo da indstria, como: escassez de capital e de recursos, as tradicionais guildas e grmios, governos que inibiam o desenvolvimento racional, entre outros fatores. Esses elementos inibidores da espontaneidade do desenvolvimento industrial j haviam sido resolvidos na Gr-Bretanha. Desta maneira, o desenvolvimento industrial do continente teve que funcionar de modo diferente do britnico. Os governos do continente tinham que ser mais controladores e participativos (influenciadores) no processo de Industrializao dos pases e o capital privado deviam ser estimulados, ao contrrio do britnico que bem mais espontneo e agressivo. Assim, a Europa Continental buscou aderir inspirao britnica em meio a suas caractersticas, diferenciando o funcionamento e adequando a sua realidade. J o desenvolvimento do processo industrial francs foi um caso aparte no continente europeu. Segundo Hobsbawm, a Frana condies muito favorveis para seu desenvolvimento capitalista e industrial era o pas que mais deveria avanar, na teoria. O autor destaca que havia em solo francs, duas favorveis conquistas oriundas da Revoluo Francesa: um aparato financeiro e uma moderna legislao bancria, comercial e de negcios - o que beneficiava as empresas. Alm disso, havia a grande inventividade dos financistas franceses. Porm, em funo de outros elementos abordados pelo autor, a Frana, apesar de ter condies muito favorveis para o desenvolvimento industrial e econmico, no consegue se transformar em potncia industrial na primeira parte do sculo XIX.

3- Os fatores que determinaram a grande expanso capitalista aps 1850 esto ligados ao boom nos negcios ocasionado pela combinao de capital barato e um rpido aumento dos preos. Esta combinao foi bastante lucrativa para os homens de negcios. Esse acontecimento teve algumas consequncias positivas para a populao, como: elevao das taxas de emprego e certo aumento salarial dentro das possibilidades. Mais satisfeitos, a populao retrai os movimentos revolucionrios. As preocupaes sobre esses movimentos cessam, gerando estabilidade e prosperidade necessrias para se recuperao dos pases e para que se concentrassem no desenvolvimento capitalista. Outro grande fator destacado por Hobsbawm foi soma entre um mundo econmico novo com o antigo e a integrao deste primeiro no segundo. Esse ponto foi crucial, pois forneceu a base para as exportaes e transaes, o que ocasionou a expanso do espao geogrfico da economia capitalista. E essa expanso ultrapassou o territrio europeu. O destino favorito era os Estado Unidos da Amrica. Neste pas, houve um grande investimento de investidores franceses e ingleses. Alm de investimentos internacionais, os EUA tambm participavam, junto com a Austrlia, da economia global com a extrao de ouro, que foi uma inovao para o mercado global como forma de pagamento, salvando alguns investidores e animando o mercado. Desta forma, a integrao entre mercados e a interao entre eles abriram novas reas, expandindo o capitalismo para outras fronteiras, formando, mais a frente, uma economia global capitalista. Um fator que contribuiu para a expanso econmica foi adeso das formulaes do liberalismo econmico por parte dos pases europeus. Mesmo aqueles pases em que o Liberalismo no triunfou, neste perodo, adotaram medidas que incentivaram a iniciativa privada e, a partir dela, o progresso industrial ganhou fora. Portanto, governos se esforavam para acabar com as barreiras institucionais que ainda persistiam e o caminho tomado ia de encontro ao livre comrcio. Apesar de ter havido muitas desconfianas e vrios resultados especificamente positivos, o livre comrcio apresentava mais vantagens do que desvantagens, principalmente aos pases subdesenvolvidos europeus e aqueles que estavam em processo de industrializao, pois obtiveram benefcios com a expanso do comrcio e poderiam usufruir das estruturas indstrias inglesas. Por isso, zonas monetrias foram institudas, alm de tratados de livre comrcio que diminuram as taxas alfandegrias dos pases industrializados, isso em 1860. Assim, todas essas mudanas liberais se deram pela confiana de uma poca no liberalismo econmico e por suas aparentes vantagens.