tapiri 170 digital novembro dezembro 2014

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Boletim Informativo da Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia - Manaus - Brasil

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Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira), sdbDelegado para a Animação Pastoral

Manaus, 10 de Dezembro de 2014

Com esta edição de “O Tapiri” esta-mos encerrando o ano 2014. O final de mais um ano é uma oportunidade pro-pícia para a avaliação e programação do ano vindouro. É naturalmente isso que se sente de por todos os lados. Mas um olhar sabiamente crítico sobre o passa-do, sempre nos estimula a encarar o fu-turo com mais projetualidade e firmeza.

Nesta edição publicamos novas ma-térias significativas que nos estimulam à reflexão e ao estudo além das notícias salesianas. A partir desta edição, du-rante todo o ano 2015, teremos uma matéria sobre o Conteúdo do Capítulo Geral XXVII. Será uma forma de apro-fundamento desse importante docu-mento da Congregação Salesiana. Por isso o Pe. João Sucarrats nos apresenta o processo do caminho histórico de re-novação da Congregação.

O Pe. Justino Sarmento, com pro-priedade por ser indígena, nos apre-senta uma importante reflexão sobre a sensibilidade religiosa do povo indí-gena que abraça a sua vida cotidiana permeada de ritos e práticas naturais da vida. A vida indígena está sempre envolvida pelo senso religioso que dá significatividade para cada compromis-so comunitário.

EDITORIALEstimados(as) amigos(as), irmãos e irmãs

O Senhor Ramon Salcido Ruiz, vo-luntário mexicano, resume e comparti-lha conosco suas motivações para a ex-periência do voluntariado missionário. Mas trata-se de uma experiência de fa-mília que necessitou um longo processo de discernimento.

Não poderia faltar nesta edição uma explícita menção à solenidade do Natal! O abaixo-assinado nos convida ao aprofundamento teológico do mis-tério da encarnação. Que linda é a ex-pressão do evangelista Lucas quando descreve o cântico de Zacarias no qual declara: “Graças ao misericordioso co-ração do nosso Deus, o Sol que nasce do alto nos visitará, para iluminar os que vivem nas trevas e na sombra da morte” (Lc 1,78-79). Jesus Cristo é o Sol que nasce do alto, não aceso pelo ser humano, mas por Misericórdia do Pai nos foi enviado para “guiar nossos pas-sos no caminho da paz”.

Enfim agradecemos a todos aque-les que estão contribuindo para que O Tapiri possa continuar a cumprir seus objetivos. Esperamos que cresça ain-da mais a participação! Desejamos aos nossos (as) leitores e leitoras um Feliz Natal e um abençoado ano 2015.

Boa Leitura!

O CG 27: Processo de Um Caminho Histórico de Renovação Pg. 03Matriz Religiosa Indígena Pg. 08Uma Família Missionaria Mexicana no Amazonas Pg. 16O Significado do Natal do Senhor Pg. 18Aconteceu Pg. 21

TAPIRI é uma publicação bi-mestral e gratuita da Inspetoria São Domingos Sávio, iniciada em janeiro de 1989, dirigida aos Sale-sianos de Dom Bosco, membros da Família Salesiana e aos colabo-radores leigos e educadores; tem como objetivo ser um instrumen-to de reflexão sobre temas diver-sos alinhados à ação pastoral do carisma salesiano.

O TAPIRI reserva-se o direi-to de condensar/editar as maté-rias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do ins-trumento pastoral, sendo de total responsabilidade de seus autores.

Inspetor: Pe. Francisco Alves de Lima

Organização: CIP

Coordenador: Pe. Antônio de Assis Ribeiro

Equipe de articulação: Gisele Lopes, José Luis (Zeca) e

Animadores de Pastoral

Projeto Gráfico: Eduardo Lacerda

Revisão: Josely Moura

Distribuição: José luis (Zeca)

Articulistas: Convidados

Capa: Logotipos do CG27 e Bicentenário

Manaus - Am - Brasil

SUMÁRIO

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Por Pe. João Sucarrats, sdbDiretor do Colégio N. S. do Carmo

O CG 27: PrOCessO DO CaminhO históriCO De renOvaçãO

O texto final do CG 27 da Congregação Salesiana, na sua introdução, nos lembra que falar da “Radicalidade Evangélica” não é um modismo ou um tema inventado de repente, mas uma palavra de ordem que está em con-tinuidade com a reflexão da Igreja e da Congregação Salesiana, a partir do Concílio Vaticano II:

Viver a “radicalidade evangélica” é o tema do CG 27 convocado pelo Reitor-Mor P. Pascual Chávez, como “conclusão aberta” de um itinerário que, a par-tir das Constituições renovadas (1984), continuou até hoje visando acolher os grandes apelos do Concílio Vaticano II, na escuta da voz do Espírito com refe-rência especial à vida consagrada.

Os quatro últimos Capítulos Gerais concentraram a atenção nos des-tinatários da nossa missão (CG 23), na participação, comunhão e cor-responsabilidade de salesianos e leigos na única missão (CG 24), na co-munidade (CG 25) e na espiritualidade salesiana (CG 26). O CG 27, em continuidade com os anteriores, evidencia o enraizamento evangélico da nossa consagração apostólica.

O COnCíLIO VATICAnO II

O Concílio Vaticano II, através da Constituição Dogmática “Lu-men Gentium” e do Decreto “Per-fectae Charitatis”, convidou a Igreja a mudar de perspectiva ao falar do sentido da Vida Consagrada: passar do conceito estático de “estado de perfeição” ao conceito dinâmico de vivência da radicalidade evangélica como concretização da consagração batismal. O capítulo VI da “Lumen Gentium”, sobre os Religiosos, foi colocado imediatamente depois do

capítulo sobre a “Vocação universal à santidade” (c V), mostrando assim, qual o lugar da vida consagrada na Igreja. A partir daí foi-se desenvol-vendo e ganhando relevância a nova Teologia da Vida Religiosa.

No final do Concílio, em 1965, a Congregação Salesiana realizou o seu XIX Capítulo Geral. Na ocasião, foram apresentadas as novas pers-pectivas com relação à vida religio-sa, iniciando desta forma um cami-nho de mudança de mentalidade.

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Em 1971 foi realizado o Capítu-lo Geral Especial (CGE XX). Foi “Es-pecial” porque nele a Congregação Salesiana realizou o pedido conciliar de adequar os textos fundamentais dos Institutos de Vida Consagrada aos princípios e orientações ema-nadas pelo Concílio. O “livro ama-relo” – como é conhecido – passou a ser objeto de estudo e de reflexão durante muitos anos, em todas as instâncias de formação da Congre-gação Salesiana.

As cartas circulares do Reitor Mor e as estreias anuais que se seguiram, foram abordando e aprofundando aspectos da nossa vida e da nossa missão, adaptando a linguagem e a mentalidade dos salesianos à busca da essencialidade na missão apos-tólica, a partir do seguimento de Jesus. Os dicastérios da formação e da pastoral juvenil deram passos significativos através da “Ratio” e de abundantes subsídios pastorais. Também se multiplicaram os en-

contros de formadores e de pasto-ralistas a nível mundial, regional, na-cional e inspetorial.

AS COnSTITUIçõES REnOVADAS

Os Capítulos Gerais 21 e 22, de 1977 e 1984, foram dedicados a re-escrever as Constituições e os Regu-lamentos da Congregação Salesia-na. O espírito da renovação conciliar ficou plasmado no título do livro do Pe. José Aubry: “Um caminho que leva ao amor”. A vivência do amor – dom do Espírito Santo – que foi o carisma de Dom Bosco em favor dos adolescentes e dos jovens, pas-sou a ser o aspecto condicionador da forma e do conteúdo das Consti-tuições renovadas.

A linguagem das novas Consti-tuições, tradicionalmente jurídica e imperativa, passou a ser afirmativa e espiritual, fundamentada de forma explícita na Palavra de Deus através de oportunas citações iluminado-ras. Os Salesianos nos definimos na Igreja e no mundo como “Sinais e portadores do amor de Deus aos jo-vens, especialmente aos mais pobres”.

O conteúdo das Constituições renovadas colocou em evidência os dois aspectos fundamentais da vida religiosa salesiana: Consagra-ção e Missão. Ficou claro que é o próprio Deus que nos consagra no Batismo e na Crisma e que a nossa “Vida Consagrada” é uma resposta

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de amor ao amor que se manifesta no carisma – dom de Deus a Dom Bosco – e que tem sua continuida-de na Congregação Salesiana e em outros grupos que na Igreja partici-pam do mesmo dom. Acenos cons-tantes e alguns documentos mos-traram a preocupação pela “Graça da unidade”: Consagração e Missão, vida comunitária e oração, bem como a formação e as estruturas, não são compartimentos estanques e independentes, mas tudo forma uma unidade.

A Primeira parte - “OS SALESIA-NOS DE DOM BOSCO NA IGREJA” - no capítulo primeiro, apresenta uma definição da Sociedade de São Francisco de Sales, indicando o lugar que ocupa na Igreja e na sociedade a partir do carisma de que é porta-dora. O capítulo segundo trata das características do espírito salesiano que é espiritualidade da ação e está na base do nosso ser e do nosso agir. A profissão religiosa (capítulo 3) é a celebração dessa espiritualidade como compromisso diante de Deus e do mundo.

A segunda parte - “ENVIADOS AOS JOVENS EM COMUNIDADES NO SEGUIMENTO DE CRISTO” – coloca em evidência a nossa missão juvenil, a dimensão educativo pas-toral e os critérios e corresponsáveis da missão salesiana (capítulo 4). A missão se realiza em comunidades (capítulo 5) de consagrados, no se-guimento de Jesus Cristo obediente pobre e casto (capítulo 6). A vida de

oração (capítulo 7) é fundamental para alimentar a fidelidade à respos-ta de amor.

A terceira parte – “FORMADOS PARA A MISSÃO DE EDUCADO-RES PASTORES” – indica os critérios (capítulo 8) e as etapas do processo formativo (capítulo 9).

A quarta parte – “O SERVIÇO DA AUTORIDADE EM NOSSA SO-CIEDADE” – trata dos “princípios e critérios gerais” (capítulo 10) e a mo-dalidade deste serviço nos diversos níveis: mundial (capítulo 11), inspeto-rial (capítulo 12) e local (capítulo 13). Finalmente, se estabelecem crité-rios e normas para a administração dos bens temporais (capítulo 14).

APROfUnDAMEnTO DA nOSSA MISSãO

Os capítulos gerais 23, 24 e 25 – de1990, 1996 e 2002 – se carac-terizaram pelo aprofundamento de alguns aspectos fundamentais da nossa missão: Educar os jovens à fé (CG 23), Salesianos e Leigos corres-ponsáveis pela missão (CG 24) e as responsabilidades da Comunidade Salesiana no Núcleo Animador da missão (CG 25).

O Capítulo Geral 23, ao abordar o tema “EDUCAR OS JOVENS À FÉ”, lembra o compromisso prioritário na missão juvenil salesiana: edu-cação, evangelização e promoção humana formam uma unidade que tem como objetivo levar os jovens a

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um verdadeiro encontro com Jesus Cristo e seu Evangelho do Reino. A partir daí cresceu na Congregação Salesiana a animação de grupos e a articulação dos mesmos – MJS, AJS – com a oferta de itinerários concre-tos, adaptados a cada contexto, de espiritualidade juvenil.

O Capítulo geral 24 abordou o tema da comunhão e da missão comum de salesianos e leigos que fazem parte do “Vasto movimento eclesial” que tem como referência Dom Bosco. A vocação e a missão salesiana é irradiante: se durante muito tempo parecia que o ideal das obras salesianas era que todos os postos fossem ocupados por sale-sianos, a teologia do laicato fez per-ceber que os leigos que participam da nossa missão não são uma es-pécie de suplência, mas participam realmente do mesmo espírito e da mesma missão, embora em diferen-tes graus, dando uma contribuição específica e insubstituível.

O Capítulo geral 25 voltou os olhos para a comunidade salesia-na dentro do contexto ampliado da missão salesiana: é irrenunciável seu papel profético como consequência da radicalidade da consagração reli-giosa. Por isso, a comunidade sale-siana tem um lugar próprio dentro do “Núcleo Animador” de toda a missão salesiana. O capítulo geral se realizou tendo como pano de fun-do o “Duc in altum” – Avançar para águas mais profundas – apresenta-do pelo papa S. João Paulo II como

palavra de ordem para o jubileu do terceiro milênio, e desenvolveu cinco aspectos da comunidade sa-lesiana: 1 A vida fraterna; 2 O tes-temunho evangélico; 3 A presença animadora entre os jovens; 4 A for-mação e animação da comunidade; 5 Condições organizativas.

PREPARAçãO PARA O bICEnTEnÁRIO DO nASCIMEnTO DE DOM bOSCO

O Capítulo geral 26, de 2008, quis aprofundar os fundamentos da espiritualidade salesiana. O Reitor Mor, Pe. Pascual Chaves, no discur-so de encerramento definiu aque-le Capítulo Geral como “Uma carta de navegação a caminho do jubi-leu de 2015, segundo a marca do

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‘Da mihi animas, coetera tolle’” e propunha três chaves de leitura das cinco fichas de trabalho: “1. Aquecer o coração dos irmãos: Espiritualida-de, Comunidade e Missão; 2. Mis-sionariedade: obedientes à ordem do Senhor Jesus; convicção do valor transformador do Evangelho; predi-leção pelos jovens; 3. Novas frontei-ras: como Dom Bosco saber escutar a realidade social; fantasia pastoral; promover uma mudança cultural.

A partir daquele Capítulo Geral a preparação para o bicentenário do nascimento de Dom Bosco foi aquecendo o coração dos salesia-nos, da Família Salesiana e do “Vas-to Movimento Eclesial” inspirado em Dom Bosco. Foi lançado e con-cretizado o projeto de três anos de preparação: 2012, ano de aprofun-damento da história de Dom Bosco, 2013, ano de aprofundamento do Sistema Preventivo e da pedagogia salesiana, e 2014, ano de aprofun-damento da espiritualidade salesia-na. As estreias do Reitor Mor para esses anos foram muito importan-tes e orientadoras.

Neste contexto foi preparado e realizado o Capítulo geral 27 que terminou no dia 12 de abril de 2014. O tema escolhido “Testemunhas da radicalidade evangélica” reco-lhe toda a reflexão feita nos últimos cinquenta anos pela Congregação Salesiana. Trata-se de ir ao encontro

do fundamento de toda a renovação pastoral e espiritual. O ícone da “Vi-deira e os ramos” resume todo o pro-cesso realizado: as tarefas de renovar as nossas Constituições, ser educa-dores da fé dos jovens formando um vasto movimento eclesial inspirado em Dom Bosco, lembrar a história, a pedagogia e a espiritualidade sale-siana... só tem sentido na medida em que estamos enraizados em Jesus Cristo, como Dom Bosco.

“COnCLUSãO AbERTA”

O Capítulo Geral 27 nos diz que a “Radicalidade evangélica” é uma “conclusão aberta” de um itinerário realizado a partir das Constituições renovadas. É “conclusão aberta” porque muitas outras reflexões po-dem ser feitas a partir do “Senhor, que quereis que eu faça?”; é “con-clusão aberta” também porque novos desafios poderão ser detec-tados no dinamismo da história e novos processos deverão ser pos-tos em andamento; mas sobretudo é “conclusão aberta” porque a Con-gregação Salesiana espera que “o Caminho” seja percorrido de ver-dade e o documento capitular não acabe sendo um livro a mais nas nossas prateleiras.

“Que a graça de Deus e nossos irmãos salesianos nos ajudem a sermos fieis”.

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Por Pe. Justino Sarmento Rezende1, sdbDiretor e Ecônomo da Missão Salesiana de Marauiá

MATRIZ RELIgIOSA InDígEnA

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InICIAnDO A COnVERSA

O presente artigo é uma refle-xão sobre alguns eixos religiosos dos povos indígenas da região do alto rio Negro, município de São Ga-briel da Cachoeira, Amazonas/Bra-sil. Nessa região nós somos vinte e três povos pertencentes a quatro fa-mílias linguísticas: Tukano, Aruak, Maku e Yanomami.

Desde o século XVI (1542) nós temos contatos com os colonizado-res comerciantes e missionários. Junto com eles chegou entre nós re-ligião cristã católica. Os cristãos e o cristianismo eram cheios de precon-ceitos com relação a nós indígenas e às nossas culturas. Duvidavam de nossa humanidade, perguntavam se éramos gente ou não? Destruíram muitas práticas culturais.

No século XXI é possível reali-zar uma reflexão como essa, numa perspectiva de reconhecimento das

2 É indígena do povo Ʉtapinopona Tuyuka. Tem formação em Filosofia, Teologia e Mes-trado em Educação Indígena. Atualmente (2010-2014) atua com o povo Yanomami do rio Marauiá, município de Santa Isabel do Rio Negro/AM. Artigo preparado para formação dos professores do Ensino Religioso da SEDU-C-AM, Manaus, 11/10/2014.

diversidades culturais e intercultu-ralidade. A Constituição Federal de 1988, no artigo 231 assegura nos-sos direitos: “São reconhecidos aos índios sua organização social, cos-tumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocu-pam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar to-dos os seus bens”.

Queremos apresentar alguns pontos importantes da nossa exis-tência humana indígena, são realida-des bem visíveis, sensíveis e palpá-veis, mas essas realidades apontam algo além de suas expressões.

1. PESSOA HUMAnA – IDEnTIDADE E DIfEREnçA

Nós somos filhos/filhas do Deus da Origem/Transformação3. Os meus parentes afirmam que nós so-mos Pamʉri Basoka, isto é, Gente de Transformação. Na nossa região do

3 Na mitologia do Ʉtapinopona Tuyuka e ou-tros povos da bacia do rio Uaupés dizemos que nós nascemos junto ao Pamʉri Oãkʉ (Deus da Origem).

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rio Negro alguns povos indígenas afirmam ter suas origens no Lago de Leite [Opekõtaro – em Tuyuka]. Nós viajamos no ventre do Pamʉri Pino/Pamʉri Yokosoro = Cobra/Canoa de Transformação. Viemos passando por Pamʉri Wiseri = Casas de Trans-formação até à nossa emergência para o patamar da terra (o chão de nossa vida). Outros povos afirmam ter vindo do alto, outros surgiram das florestas. Independentemente de nossas Origens nesse Patamar de nossas vidas, seguimos diversos pro-cessos históricos de construção de nossas identidades e diferenças.

Nesse texto o que estou apon-tando é de que nós não somos ape-nas humanos, somos também seres divinos, pois as nossas raízes huma-nas estão fundamentadas nas Casas das Divindades cujos nomes variam conforme cada povo indígena de nossa região do alto rio Negro. Por isso em todos os rituais de cantos/danças, quando se realizam discur-sos sagrados, quando fazem ritu-ais de benzimentos de crianças, de jovens, dos adultos e benzimentos das casas, dos trabalhos, dos rios, do universo sempre se referem às divindades e suas casas de origem.

2. VIDA DIÁRIA – COTIDIAnIDADE

Nós povos indígenas buscamos viver intensamente cada dia. Meus parentes Tuyuka dizem: marĩ katiri

bʉreko4 = dia de nossa vida. Nós vivemos envolvidos por seres criado-res, vivemos do lado deles, vivemos nas palmas desses Seres Poderosos. Eles são deuses da fertilidade, que acompanham os caçadores, pescado-res, protegem as mulheres que vão e voltam das roças, que protegem as florestas, os meninos, as meninas, os animais; que cuidam da nossa saúde, da beleza, etc. Por isso, nós pedimos a proteção das divindades para nossas vidas antes de um trabalho, antes da pesca, da caça, antes da realização de festas, viagens etc. Esses deuses são conhecidos por diversos nomes.

Nossos protetores são divinda-des e espíritos que se encontram nas montanhas, nos lagos, nas cachoei-ras, nas roças, etc. Outros seres vivos e outros espaços também possuem seus protetores. O mundo está cheio de seres protetores, divindades. Por isso, nossa vida e os ritmos de vida cotidiana são benzidos pelos nossos sábios através de diferentes mate-riais: breu para defumação, cigarro, urucum, bebida, etc.

4 Em língua Ʉtapinopona Tuyuka.

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3. bEnZIMEnTOS

Os benzimentos são nossas ri-quezas imateriais e materiais para o cuidado da nossa vida humana, vidas da natureza e do mundo em geral. Somos benzidos ao longo de nossa existência pelos sábios ben-zedores para vivermos em harmo-nia e equilíbrio com outros seres humanos e outros seres vivos.

Existem os benzimentos consi-derados mais importantes [niro-makañe]. São benzimentos rela-cionados ao nascimento da criança, rituais de nominação da pessoa, da alimentação, da iniciação masculina e feminina (na primeira menstrua-ção), benzimentos rituais com suas devidas danças e cantorias. São ben-zimentos de manutenção da vida hu-mana em harmonia consigo mesma, com outras pessoas, com outros se-res vivos e o cosmo que nos envolve. Esses tipos de benzimentos são fei-tos por pessoas que receberam dom para isso e são reconhecidos pela so-ciedade indígena.

Existem outros benzimentos de coisas passageiras, para curar as doenças. Esses benzimentos qual-quer pessoa pode aprender.

4. CUIDAR DAS DIVERSAS fASES DA VIDA

Nossos avós procuram cuidar bem da vida com os benzimentos. Você leitor está percebendo que a força material e imaterial caminha

junta. Não dá para ser só material nem só imaterial. São duas forças que se complementam. Vejamos algumas fases de nossas vidas indígenas.

GRAVIDEZ: o útero materno e a mãe são benzidos para prevenir contra as doenças e tornar o útero em espaço bom para o crescimento da vida nova (criança em gestação). Benze-se geralmente com mingau, suco de frutas.

PARTO: no momento das pri-meiras dores de parto o benzedor benze a mulher, o espaço de nas-cimento com cigarro, breu, sikãta. Com eles os espaços serão defuma-dos e o corpo da mulher.

CASA: é benzida para proteger das doenças, pois a casa é como novo útero que acolherá a pessoa após o nascimento. Benzem com breu, cigarro, sikãta, abano e pote. Benze a vida dos pais e todo o ma-terial que se encontra na casa, pois eles também são possuidores de vida. Nos rituais de cantos/danças também bem a Casa Ritual – em Tuyuka dizem: Wanoare = prote-gem a Casa Ritual e os participantes da festa. Benze o cigarro para diag-nosticar como vai ser a festa, benze com Carajuru, ipadu, caxiri, cera-de-abelha, breu e o caapi.

NOMINAÇÃO: após o nasci-mento o benzedor dará um nome seguindo uma escala de nomes mi-tológicos da etnia. Para isso, dize-mos que é benzimento da alma

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– Yeripona basere5 (em Tuyuka) para que a criança cresça forte e sa-dia. Materiais: caldo de cana, suco de abiu ou de cucura. Entre nós Tuyuka nomes são: Bʉabi, Põro, Ʉtãro, Po, Poani, Dʉpo, Bua, Ñi-dʉpʉ, Wamʉrõ, Bʉkayai, Ʉtãdiata e outros; nomes femininos: Kamo, Sano, Sume, Dia, Yabe, Sena e ou-tros). O benzimento do nome feito na hora do nascimento pode ser re-petido na vida adulta em diferentes momentos. A criança recebe o ben-zimento para estar em harmonia com outros seres vivos.

RESGUARDO E RITUAL DE BANHO: tempo de resguardo é tempo necessário para vida da mãe, pai e criança. Eles ficam dentro de casa sem sair para ou-tros lugares e trabalho. Ritual do banho marca a saída oficial da casa após o nascimento da crian-ça. Os benzimentos antes desse ritual servem para criar harmo-nia entre a natureza, seres vivos da natureza e os seres humanos.

5 Tradução literal da língua tuyuka: Yeripona (coração) basere (benzimentos) = Benzimen-to do coração.

Materiais utilizados são: cigarro, breu e outros. Nesse momento também fazem os benzimentos dos alimentos dos pais da crian-ça: beiju, pimenta, sal e outros alimentos apropriados para este momento.

ALIMENTOS: quando a criança já tem os dentes os pais pedem os benzimentos da alimentação, pri-meiro é o peixe e posteriormente, carne. São benzimentos para apa-ziguamento das forças negativas que podem vir dos alimentos e tornar os alimentos como fonte da vida, da saúde, da beleza, etc.

INICIAÇÃO MASCULINA E FE-MININA: para menina está liga-da à sua primeira menstruação e para o menino nas mudanças das vozes. A menina é benzida para a proteção de sua saúde e ajude no bom crescimento. Os adolescentes recebem os benzimentos para for-talecer a vida de menino, proteção da saúde, sua voz. Os jovens são benzidos para crescerem fortes, livres dos maus sentimentos, en-direitar sua voz, seus sonhos, etc.

TRABALHO: os benzedores benzem para que as pessoas te-nham disposição ao trabalho, te-nham saúde e que não aconteçam desastres de trabalhos, proteção dos males que podem provir dos seres vivos. Benzem os instru-mentos de trabalhos. Benzem a terra que cultivada produzirá bons frutos.

CASAMENTO: casar é a meta

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de toda educação humana. Geral-mente o casamento acontece en-tre pessoas de diferentes etnias. O benzimento é feito para que tenha boa convivência, respeito, sejam trabalhadores, eduquem seus fi-lhos com alegria.

MORTE: benzem o corpo de fa-lecido e enviam seu espírito para Casa dos Antepassados. Benzem também os participantes do fune-ral para que chorando pela morte não se sintam atingidos pela tris-teza prolongada, não fiquem do-entes, que consigam desligar-se mais rapidamente de seu espíri-to. Para algumas culturas como o povo Yanomami é motivo de gran-des festas.

5. TERRA – nOSSA VIDA

A terra é geradora das vidas: vida humana e outros seres vi-ventes. Nós Tuyuka dizemos marĩ katire dita = terra nossa vida. Cada povo possui modos diferen-tes de relacionar com a terra. A terra é vida, é outro ser dialogan-te, sabe o que nós pessoas huma-nas e outros seres viventes pre-cisamos para viver. Nós vivemos na/da terra. Ela é a totalidade da vida. A própria terra nos fala so-bre o cuidado que devemos ter com a vida. A terra é sagrada. Na terra desenvolvemos nossos tra-balhos seguindo nossos saberes que herdamos de nossos avós: preparação das roças, queimadas

e plantio. A terra está intimamen-te ligada com outras realidades do alto, como as constelações e com as realidades de baixo, como a água. Sabedoria indígena é viver em profunda interação com essas realidades grandes.

Os movimentos das constelações influenciam profundamente na vida da terra, na vida humana e na vida de todos os seres viventes. Os rios que percorrem cortando nossas terras estão profundamente ligados às realidades do alto, do sol, da lua, das constelações, das chuvas. Os nossos benzedores benzem sempre as nossas relações com a natureza, terra, seres vivos, rios, vento, tro-vões, chuvas e nós mesmos.

6. nOSSAS HISTÓRIAS SAgRADAS

Pamʉri Wiseri = Casas de Emergência ou Surgimento são Casas que marcam o início de nos-sas histórias sagradas. Nossos mes-tres de danças/cantos narram que existem duas Casas: Opekõwi = Casa de Leite; Tõkowi = Casa de bebida doce [do Bem]. Ao lado dessas Casas um lago Opekõtaro = Lago de Leite. Tenório (2005, 11) diz: “Tetiro to niku marĩya tokõkosope, marĩya tokõwi, marĩya tokõkumuro, marĩya tokõwatoa, tie niku kʉ Ʉtapino-makʉ niñamasãre”6. As histórias

6 Marĩya tokõkosope = nossa porta do bem [por-

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de nossas origens estão bem liga-das às divindades geradoras da vida. Por outra parte existem lon-gas rotas de emergência ou trans-formação dos povos indígenas, por isso, são muitas Casas de Transfor-mação até estabeleceram nas mo-radias atuais. Porém, nas histórias sagradas somente as Casas Originá-rias, bem antigas que fazem parte de nossas histórias sagradas.

Essas histórias são transmiti-das no dia a dia aos filhos e netos. Porém, de forma solene narra-se durante as cerimônias de cantos e danças rituais: discursos, entoa-ções, etc. São momentos sagrados por isso, antes, durante e depois os mestres de danças, cantos e pessoas que consomem bebidas e comidas benzidas seguem dietas alimentares recomendadas pelo benzedor principal.

Nós Filhos-da-Cobra-de-Pedra7 – chegamos à Cachoeira de Caju8 como um só grupo. Ai construíram Basawi (Casa Ritual) e os primei-ros seres emergentes (primeiros

ta do bem, doce]; marĩya tokõwi = nossa casa do bem [doce]; marĩya tokõkumuro = nosso banco do bem [doce], marĩya tokõwatoa = nossa cuia do bem [doce]; tie niku kʉ Ʉtapino-makʉ niñamasãre = são esses elementos que dão vida ao Filho-da-Cobra-de-Pedra. Tradu-ção do texto: Por isso ai estão nossa Porta do Bem, nossa Casa do Bem, nossa Banco do Bem, nossa Cuia do Bem, esses elementos consti-tuem a vida do Filho-da-Cobra-de-Pedra.

7 Ʉtapinopona é o povo popularmente conhecido como Tuyuka. Nome sagrado: Ʉtã = Pedra; Pino = Cobra; Pino = Cobra; Filhos-da-Cobra-de-Pedra.

8 Essa Cachoeira está localizada no território colombiano no alto Uaupés. Também chama-da Cachoeira de Jurupari.

Tuyuka) realizaram rituais de ini-ciação de todos os seus filhos, uti-lizando instrumentos cerimoniais, flautas sagradas, adornos de cabeça ou faixas emplumadas, benzimen-tos, entoações, cantos, caapi. Dentro da Casa Ritual através de discursos entremeados de cantos, danças e brincadeiras, narram histórias sa-gradas passando pelas diversas Ca-sas de Transformação.

7. CICLO DAS VIDAS E fESTAS

Os cantos e danças cerimoniais es-tão relacionados à vida humana e ao mundo material e imaterial que nos envolvem. Essas vidas são temidas, reconhecidas, respeitadas, invocadas, faladas, benzidas, cantadas e dança-das. Entre os Tuyuka existe Basamo [= conjunto de Músicas/Cantos]. Al-guns cantos e danças importantes:

DASIA BASA (Dança do Cama-rão): é cantada e dançada quando dá primeira menstruação das mo-ças, quando se quer dar nome a um filho ou filha de um chefe e quando

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vão dar de comer peixe pela primei-ra vez a essa criança.

HIÃ BASA (Dança da Lagar-ta): como o Dasia basa, é cantada e dançada durante a cerimônia de dar nome a uma criança, na pri-meira menstruação da moça e de dar de comer peixe. Dançada e cantada durante o verão Hiarõ que significa “tempo de aparecimen-to de lagartas que comem folhas de cunurizeiro”. Eles representam espíritos de pajés do universo e provocam trovoadas e doenças nas pessoas. Através dessa dança/can-to os benzedores protegem as co-munidades fazendo apaziguamen-to dos seus espíritos.

IKIGA (Dança Inajá): cantam e dança na cerimônia de oferecimen-to de comida (dabucuri, na língua geral), como peixe, produtos de mandioca e carne de caça. A origem da cerimônia e do canto vem dos seres divinos Diroa-masã, quando eles fizeram a primeira cerimônia de oferecimento de comida, peixe e caça para seus avôs.

UMUA BASA (Dança do Japu): assim como a dança do Camarão, é cantada nas cerimônias de nomina-ção e de proteção da casa e, por ex-tensão, de toda a comunidade.

WAI BASA (Dança do Peixe): é cantada e dançada antes da época das enchentes, quando os peixes se juntam e fazem sua desova. Serve para apaziguar os espíritos dos pei-xes (Wai masã), para não provoca-rem doenças na humanidade.

WASÕ BASA (Dança de Wasõ): cantada e dançada quando se faz oferecimento de frutas, como açaí, buriti, ingá, ucuqui, cunuri, jatobá, japurá, uacu, tucumã, sorva, sorvi-nha, cucura, etc.

ÑASA BASA (Dança do Mara-cá): cantada e dançada na festa de confraternização durante a qual se protegem as pessoas e suas casas contra doenças do universo e as enviadas pelos pajés e os espíritos da floresta.

YUA BASA (Dança do Calangui-nho Azul): cantada e dançada após concluir os trabalhos das roças. Pedem aos espíritos para que haja um bom verão para boa queimada. Cantam e dança pedindo para não apareçam doenças às mulheres du-rante seus trabalhos.

YUKɄ BASA (Dança dos Paus): cantada e dançada como comple-mento da dança Yua Basa.

KAMÕKA BASA (Dança do Ka-mõka): é cantada e dançada nas fes-tas com os membros da maloca e os demais irmãos. Servem para ben-zimentos de proteção de seus mo-radores contra doenças, picadas de cobra e acidentes de trabalho.

Existem outros instrumentos mu-sicais e músicas mais simples que são utilizadas em meio as músicas sagradas. Alguns são: Sʉ (caracol), ñama koã (flauta de osso de vea-do), ñama dʉpoa (flauta de cabeça de veado), kuware (casco de jabuti), weru weru hiri koã (flauta de osso de anta), perurige (flauta de pã),

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tõrõriwʉ (flauta de taboca) e seru-ru hirõ (flauta de pã pequena).

8. nOSSOS SÁbIOS: gUIAS ESPIRITUAIS

Nas nossas culturas indígenas desde que nascemos os nossos avós benzedores nos benzem conforme a nossa pertença étnica e pertença na hierarquia. Por isso, nós temos personalidades especializadas para se tornarem guias espirituais, mes-tres de benzimentos, de cantos e danças. São educadas-formadas pe-los conhecedores de nossos saberes construídos desde as Origens.

Vejamos algumas personalida-des: Yai, numa tradução bem sim-ples é Onça. São pessoas treinadas e recebem os poderes da mente para antecipar as visões das reali-dades, descobrir as causas das do-enças e fazer curar jogando a água no corpo da pessoa, chupar a do-ença para jogar, com benzimentos. Kumu é pensador, benze e curas as doenças. Basegʉ é aquele benze e cura. Baya é mestre de cantos e

danças. Wederige hĩgu ou Yuamʉ é aquele que entoador de histórias.

São pessoas que estão a servi-ço das comunidades, das tradições. São pessoas que zelam as riquezas culturais.

fECHAnDO A COnVERSA

Apresentei aqui alguns eixos im-portantes de nossas vidas e nossas culturas rionegrinas. As variáveis de rituais, cerimônias, cantos, dan-ças, discursos, pinturas, instrumen-tos musicais e de danças só pode-rão ser aprofundados conhecendo cada povo em particular.

Nesse momento eu não consigo ter domínio das culturas de vinte e três povos indígenas. Decidi não co-locar aqui todos os avanços que esses povos realizaram no campo de en-contro/diálogo com a religião cristã católica e evangélica, suas variáveis, as práticas interculturais, inter-reli-giosas, práticas de inculturação que enriquecem as práticas religiosas in-dígenas e práticas religiosas cristãs.

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Ramón Salcido RuizMissionário Salesiano

UMA fAMíLIA MISSIOnARIA MExICAnA nO AMAZOnAS

1. OS CAMInHOS DE DEUS

Deus tem caminhos diferen-tes para ser visto e construir cada pessoa. No nosso caso como ca-sal, conhecemos Deus através do testemunho de nossos pais, nas pequenas comunidades cristãs de amigos onde aprendemos seguir Jesus, e nos corações das pessoas pobres no apostolado e os volunta-riados sociais nos bairros marginali-zados, comunidades indígenas, es-coteiros, etc. Então, a vida trouxe o desafio de dar aos nossos filhos a fé e treiná-los para experimentar a ale-gria de servir e sentir a presença de Deus entre os mais pobres no meio de um mundo materialista que usa as pessoas. Achamos que ajudá-los a amar a Deus e aos outros, acima de qualquer outro valor, é a heran-ça mais importante que podíamos legar a eles, mesmo que isso signi-ficasse arriscar tudo, e assim foi que nos oferecemos como voluntários missionários na Inspetoria Salesiana do México Guadalajara.

2. PROCESSO DE PREPARAçãO

Tentamos nos preparar lendo as “Memórias do Oratório” de Don Bosco, meditando a família inteira e nos esforçando para melhorar a nós mesmos e nos manter abertos a um destino ainda não conhecíamos. Dis-seram-nos que talvez enviariam nos ao Togo na África, á Filipinas, ou as favelas do Rio de Janeiro. Finalmen-te, em 19 de março, dia de São José, o inspetor nos disse que iria enviar-nos para a Amazônia. Houve mo-mentos de entusiasmo e resistência entre nossos filhos, sacrifícios e di-ficuldades na obtenção do dinheiro necessário para a viagem até o pon-to em que nos pensávamos que não poderíamos realizar esse sonho. Mas com a orientação de amigos salesia-nos, o exemplo de Dom Bosco, nós pudemos de colocar nossa confiança na intercessão de Maria Auxiliadora, que mudou os corações das pessoas muito generosas que nos ajudaram a completar as despesas de viagem.

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3. DÚVIDAS E DESAfIOS

Também tivemos dúvidas sobre a nossa idoneidade, porque vimos nossas falhas e deficiências, ape-sar de nossos esforços de conver-são. Mas o Espírito Santo sempre confortou e ajudou-nos a confiar que Deus usa as pessoas limita-das para que brilhe a sua ação que supre as nossas deficiências.

Não é fácil superar o medo de deixar tudo para trás e largar o que a gente tem para procurar o desconhecido, enfrentando obs-táculos como a burocracia de imi-gração, uma nova língua, uma cul-tura estranha. Mas a incerteza é

parte do espírito missionário, para esvaziar a mente e o coração de preconceitos e seguranças, e em seguida, para ser preenchido com Deus, que retorna a mãos cheias especialmente através do carinho das pessoas.

Convidamos todos os jovens e as famílias de responder ao con-vite do Papa Francisco para sair o mais remoto e levar a mensagem do Evangelho, sabendo que vão encontrar a felicidade que Jesus prometeu nas bem-aventuranças, e que o Pai vai dar muito mais do que eles precisam a quem deixa tudo para construir o Reino de li-bertação dos pobres e sofredores.

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Por Antônio de Assis Ribeiro (Pe. bira), sdbDelegado de Animação de Pastoral

O SIgnIfICADO DO nATAL DO SEnHOR

1. O SOL nASCEnTE nOS VEIO VISITAR (Cf. LC 1,78)

São Lucas narra que no oitavo dia, foram circuncidar o menino João Ba-tista no templo (cf. Lc 1,59). Zacarias seu pai, que era sacerdote, com gran-de alegria, proclama a todos os pre-sentes a grandeza da missão daquela criança e ao mesmo tempo declara a extraordinária manifestação de Deus no Messias. Cheio do Espírito Santo Zacarias profetizou dizendo: “graças ao misericordioso coração do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos vi-sitará, para iluminar os que vivem nas trevas e na sombra da morte; para guiar nossos passos no caminho da paz”. (Lc 1,78-79).

Sim, por sua pura bondade, o Se-nhor Deus, o Sol Nascente nos veio visitar! (cf. Lc 1,78-79). Jesus Cristo é o “Emanuel”, “DEUS CONOSCO” (cf. Mt 1,23). “Conosco”, não somen-te “no planeta terra”... É “conosco” em nossa natureza humana; “co-nosco” em nossa forma humana; “conosco” em nossa condição exis-tencial; “conosco” em nossos sen-timentos (humanos); “conosco” em nossa pequenez; “conosco” em nos-sas limitações; “conosco” em nossas

inquietudes... A Carta aos Hebreus firma: “ele foi provado como nós, em todas as coisas, menos no peca-do” (Hb 4,15).

2. “E O VERbO SE fEZ CARnE E HAbITOU EnTRE nÓS” (JO 1,14)

É com essa maravilhosa afirma-ção que o evangelista São João des-creve, numa só frase, o mistério da encarnação do Filho de Deus. Enca-nação, quer dizer, assumir a carne; carne quer dizer a realidade humana na sua totalidade com todas as suas dimensões.

O Filho de Deus, antes sem cor-po, agora toma forma humana, fa-zendo-se humano. É a divindade que se humaniza, sem deixar de ser o que é; e a humanidade, por sua vez, é divinizada, sem deixar suas características próprias, sem confusão. Deus vem ao encontro da humanidade fazendo-se um de nós e sem deixar de ser Deus. Que mistério!

A palavra “verbo” usada pelo evangelista João, no início do seu evangelho, quer significar a essên-

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cia do Filho de Deus antes de vir ao mundo (cf. Jo 1,1,). O Filho de Deus já existia, mas não tinha corpo ma-terial, mas unicamente espírito! De fato a palavra não tem expressão material, não tem cor, nem peso, nem medida física; a palavra é so-pro, a palavra é som... Por isso é in-visível, misteriosa, intocável, aérea, fugaz, intangível...

Quando João nos fala da trans-formação da Palavra, nos quer falar da beleza desse movimento divino para tornar-se capaz de interação com os seres humanos, de modo humano... e a melhor maneira, era fazer-se humano! Dessa forma, quem escuta a sua Palavra, deve acolher a sua pessoa! A Palavra as-sumiu um corpo físico e fez-se pre-sente entre nós!

3. O DEUS ESCOnDIDO SE MAnIfESTA! (Cf. IS 45,15)

Deus cumpriu a promessa de vir ao mundo e o sonho dos profetas que falava do Messias chegando, se con-verteu em realidade, em história, em fato (cf. Is 7,10-14). A divindade saiu da abstração! O “Deus escondido, o Deus Salvador” (cf. Is 45,15), se manifestou!

Deus é solidário, fazendo-se presente na história dos homens! O evangelista João ainda insiste di-zendo: “aquilo que existia desde o princípio (o Deus de Filho)”, invisível, se mostrou; o que ouvimos dos pro-fetas, se cumpriu; o que vimos com nossos olhos (a pessoa de Jesus), o que contemplamos e tocamos com nossas mãos, agora testemunhamos (cf. Jo 11,1-2).

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E assim Deus se manifestou como Pastor presente que anda em meio ao rebanho, pedagogo que acompanha educando, guia que di-rige os passos da humanidade pelos caminhos da vida plena (cf. Lc 1, 179).

4. AS LIçõES DE DEUS: PARA SALVAR SE APROxIMA!

Precisamos algo mais do que mensagens natalinas! É necessário que nossos bons propósitos se con-vertam em ações, se materializem em obras! A prática da assimilação do bem não é fácil! Deus transcende a virtualidade, assume um corpo não porque dele necessite, mas porque sabe que para salvar é preciso estar próximo, portanto, assume a corpo-reidade como instrumento salvífico!

A prática do bem requer visibilida-de, a prática significa relação, a práti-ca envolve os sentidos... Então, Deus “onipotente”, “onipresente”, “onis-ciente”, “invisível”, “espírito absoluto”

decide, por sua liberalidade, assumir uma forma passando assim a ser uma referência concreta capaz de ser vista, identificada, acolhida, observa-da, seguida: é Jesus de Nazaré!

A divindade que, tudo transcen-de (supera), abraça a humanidade limitada! Deus se faz solidário e, nessa solidariedade, assume a fragi-lidade, a limitação, o tempo, o espa-ço e tudo o que é naturalmente hu-mano... Contudo, sem deixar de ser Deus! A Encarnação, é Solidariedade e não renúncia da Identidade Divi-na... Caso contrário, jamais poderia ser o nosso Salvador!

Celebrar o Natal é fazer memó-ria de tudo isso! Nasce daí o com-promisso de aprendermos com o Exemplo de Deus que, encarnan-do-se, denuncia toda e qualquer prepotência, indiferença, invisibili-dade, distanciamento,impessoali-dade, exclusão, orgulho, fechamen-to... A fé é a vivência cotidiana do “Deus conosco”!

Feliz Natal!

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ACOnTECEU

O evento aconteceu no dia 06 de novembro na casa de Retiro Monse-nhor Lourenço Giordano. Participaram todos os salesianos das comunidades de Manaus, com exceção de alguns enfermos. Estiveram também pre-sentes os salesianos da comunidade de Manicoré. Pela parte da manhã, após um momento de oração segui-do das palavras do padre Inspetor, os irmãos partilharam o que sentiram diante do documento do CG 27. De modo geral a recepção do conteú-do do CG 27 foi muito positiva. Pela parte da tarde refletimos sobre com-promissos relacionados à Celebração do Centenário da presença Salesiana

na Amazônia (2015), do Bicentenário do nascimento de Dom Bosco, bem como alguns encaminhamentos prá-ticos a partir do discurso conclusivo do Reitor presente no documento do CG 27. Concluímos com a celebração eucarística. Foi um dia formativo para todos e de grande riqueza partilhada.

1 – REPASSE DO Cg 27 AOS SALESIAnOS DA ÁREA DE MAnAUS

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nil, foi uma importante experiência de leitura, reflexão, discussão e cres-cimento no sentido de comunhão na animação da missão salesiana de acordo com as perspectivas da Con-gregação. O QRPJS apresenta a con-cepção da Congregação Salesiana a respeito da sua mentalidade pastoral que deve gerar em cada inspetoria e em suas obras uma determinada sensibilidade e atitude organizacio-nal. Por isso deve ser lido, estudado e assimilado por todos os salesianos e leigos das nossas obras.

ACOnTECEU

o evento aconteceu em Brasí-lia de 22-25 de outubro; teve como finalidade aprofundar o estudo do “Quadro Referencial da Pastoral Ju-venil Salesiana (2014, III edição); participaram os Delegados da Pas-toral Juvenil Salesiana do Cone Sul (Paraguay, Uruguay, Argentina, Chile e Brasil) sob a coordenação do Pe. Fabio Attard, conselheiro para a Pas-toral Juvenil e do padre NataleVitali conselheiro regional do Cone Sul. A iniciativa, conduzida e gerida pelo Departamento para a Pastoral Juve-

2 – EnCOnTRO DOS DELEgADOS DA PASTORAL JUVEnIL SALESIAnA – COnE SUL:

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No dia 10 de Novembro (segun-da-feira) ocorreu em São Gabriel o repasse do CG 27 na área do Rio Negro e envolveu todos os salesia-nos das comunidades de Santa Isa-bel, Marauiá, Maturacá, São Gabriel da Cachoeira e Yauaretê.

Na ocasião foi realizado o En-contro de Missionários tendo como foco principal a revisão do Projeto de Animação do Rio Negro.

Foram dois dias de escuta da realidade indígena através de três importantes organizações sociais: FOIRN: Federação as Organizações Indígenas do Rio Negro; FUNAI e COPIARN. Também se ouviu o Con-

selho dos Professores Indígenas do Alto Rio Negro.

No mesmo período também ocorreu a Assembleia pastoral com intuito de conhecer e refletir a rea-lidade eclesial, com seus desafios para a evangelização e a educação, através da palavra de sacerdotes, religiosas e do bispo da Diocese - Dom Edson Damian.

Foram dias de intenso estudo, reflexão e reprojeção da missão sa-lesiana entre os povos indígenas do Alto Rio Negro. O evento contou com a participação do inspetor, do vice e do delegado para a animação missionária.

3 – ACOnTECEU nO RIO nEgRO

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Na semana Global do Empreen-dedorismo a FSDB realizou a pe-dalada empreendedora no dia 20 de novembro em parceria com a Associação dos ciclistas do Amazo-nas e ciclistas de Manaus. O evento substituiu a carreata de neutraliza-ção de carbono já promovida pela Faculdade em anos anteriores, na qual encerrava com o plantio de mudas cedidas pela Secretaria do Meio-Ambiente.

4 – PEDALADA PROMOVIDA PELA fACULDADE SALESIAnA DOM bOSCO

A proposta deste ano foi alertar às pessoas a grande quantidade de emis-são de CO2 na atmosfera, fator que favorece o aquecimento global. “A Fa-culdade tem o compromisso e a res-ponsabilidade por fazer desse evento um meio ambientalmente correto, economicamente viável e socialmen-te justo”, por Eliana Veras – Gestora da Unidade Leste. O evento contou com a participação dos acadêmicos, ex-alu-nos, colaboradores e parceiros.

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Como organização da sociedade civil de natureza filantrópica, o Cen-tro Educativo Dom Bosco – CEDB contribui significativamente para a melhoria de vida dos adolescentes em nossa cidade. Neste ano são mais de 300 atendimento reali-zados gratuitamente. Para manter essa oferta de cursos e as atividades esportivas e culturais são necessá-rios investimentos em recursos hu-manos, materiais permanentes e de consumo, além de reparos e manu-tenções no prédio.

O grande problema é que a so-brevivência de uma instituição como esta é vista ainda como um problema exclusivo e individual da organização e não da sociedade como um todo. Para mostrar, divul-gar o trabalho e também arrecadar recursos, um grupo de colabora-dores do CEDB organizou o 1º Bai-le de Casais, que ocorreu dia 15 de

5 – JI-PARAnÁ MObILIZAR RECURSOS PARA fInAnCIAR PROJETOS

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novembro na quadra da instituição. O evento contou com a prensença dos familiares dos alunos, amigos e parceiros dos Projetos do Centro Educativo Dom Bosco de Ji-Paraná.

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Desde inicio de 2014, o Pe. Bené de Castro se reencontra com anti-gos ex-alunos do Carmo. Muitos de-les foram seus alunos na década de 80. Esforço de superar mais de 20 anos de distanciamento.

Em Belém, há dois grupos or-ganizados de Ex-alunos do Carmo: Uma celebração eucarística reuniu um novo grupo de ex-alunos que está se re-estrurando como grupo desde início de 2014. Há um outro grande grupo de ex-alunos que re-gularmente se reúne há mais de 20 anos. A característica do segundo grupo, o grupo nascente, é que, além dos laços de amizade cultivados pe-las redes sociais, o grupo está, sob orientação do Pe. Bené, procurando caminhos de formação da vida de fé.

O Primeiro encontro foi uma Missa, na quadra do colégio do Car-

6 – Ex-ALUnOS DO CARMO SE REEnCOnTRAM

mo, em Agosto e reuniu cerca de 200 ex-alunos. Foi uma festa de reencontro, de abraços, uma ex-plosão de fotos. A missa de Dom Bosco foi presidida pelo Pe. Bené e concelebrado pelo Pe. Ronyvon. Vários educadores das décadas de 70-90 estiveram presentes. Cada ex-aluno presente contribuiu com uma doação de alimentos para obras de caridade. Houve ex-alu-nos que vieram de Porto Velho e de Goiânia. Havia quem morando nos Estados Unidos não viajou por mo-tivos de passaporte. Depois da Mis-sa, o grupo vivenciou um almoço festivo numa churrascaria.

na busca pela vida em Deus:

Um segundo encontro de ex-alu-nos aconteceu um dia 15 de Novem-

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bro, com numero limitado de parti-cipantes pela natureza da atividade: uma oficina de oração para revigora-mentoda vida espiritual. A experiên-cia aconteceu no salão da Escola Sa-lesiana do Trabalho, com duração de uma hora e meia. 25 ex-alunos ins-critos previamente compareceram e validaram a experiência. A experiên-cia foi animada pelo Pe. Bené e pelo jovem Jefferson, do Setor de Anima-ção Pastoral da EST.

A festa natalina

Para o dia 15 de Dezembro, o grupo mais recente de ex-alunos vai reunir suas famílias numa ce-

lebração evocando a presença de Jesus entre os homens, em prepa-ração do Natal. O local será o sitio do Grupo Líder; todos os seus atu-ais gerentes estudaram no Carmo e sempre evocam os nomes do Pe. Gerosa, Pe. Benjamim e Pe. Bené entre outros salesianos.

Uma mensagem mensal:

A cada Inicio de cada mês, o Pe. Bené elabora uma breve mensagem com tema especifico. A Coordena-ção do grupo de Ex-alunos reenvia aos demais a mensagem mensal, via rede sociais. As ressonância está de total acolhida.

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7 – A fORMAçãO DE PROfESSORES InDígEnAS DO RIO MARAUIÁ

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nomami: Tabuleiro, Balaio e Piranha. Um professor de cada comunidade ficou encarregado de coordenar al-gumas tarefas: animação, oração, fotografias etc.

No primeiro dia de formação, Pe. Justino Rezende, diretor da Missão de Marauiá, entre os índios Yanoma-mi apresentou o precesso de mu-danças sociais em Marauiá desde o ano 2010 até o ano 2014, levan-do em conta o processo educacio-nal. No segundo dia formativo, Pe.

O I Encontro de Formação Conti-nuada de professores indígenas da região do rio Marauiá aconteceu nos dias 31/10 e de 01 a 06/11/2014. A realização do encontro foi promovido pela Escola Estadual Indígena Sagrada Família em parceria com Faculdade Salesiana Dom Bosco e a SEDUC.

A promotora do evento prepa-rou com uma bonita acolhida, orga-nização, dos coordenadores e dos educadores. O evento teve a con-tribuição de três comunidades Ya-

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Lázaro Andrade tratou sobre o tema Ética profissional e sobre a função de cada educador na escola, ressal-tando suas práticas pedagógicas em sala de aula.

Na formação do terceiro dia, Pe. Justino Rezende falou do Perfil do Professor Indígena pela parte ma-nhã. Pela parte da tarde, o professor Antônio apresentou propostas apro-vadas pelo Estado de MATRIZ CUR-

RICULAR InTERCULTURAL para os professores das escolas Indígenas. O estudo continuou festivamente com a pintura os yanomami que dança-ram no Xapono do Komixiwë.

À noite, houve o momento cul-tural e entrega de certificado para os participantes da formação continua-da. A avaliação do encontro foi posi-tiva, de acordo com os professores e convidados.

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Na noite do dia 05 de dezembro, no auditório da Faculdade Salesiana Dom Bosco aconteceu a solenidade de encerramento do Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Preven-ção e Tratamento da Dependência Química, ofertado pela FSDB a pro-fissionais do Sistema de Segurança Pública.

O Dr. Roney Ribeiro Nogueira, Delegado da Polícia Civil, repre-sentando o Excelentíssimo Sr. Se-cretário de Segurança Pública, Cel. QOPM Paulo Roberto Vital de Me-

6 – PREVEnçãO E TRATAMEnTO DE DEPEnDÊnCIA QUíMICA

nezes, ressaltou a par-ceria do Governo do Estado, por meio da SESEG, com os Salesia-nos, visando propiciar qualificação específica aos profissionais que compõem o Sistema de Segurança Pública, para atuarem em projetos relacionados à preven-ção do uso, uso abusivo e dependência de subs-tâncias psicoativas.

O Curso é pioneiro no Estado e formou Po-liciais Civis e Militares de várias patentes, propor-

cionando-lhes conhecimentos acer-ca da dependência química e seus contextos, bem como seus efeitos sociais, psíquicos e biológicos, a fim de formar profissionais críticos e bem preparados.

A Prof. Meire Botelho destacou o empenho da Coronel QOPM Rosely de Souza Corrêa (Gerente do Pro-cyon) e de sua equipe, na viabiliza-ção do Curso, ressaltando também o acompanhamento do Corpo do-cente e administrativo da FSDB. A Tenente QOPM Juliana Paese, Ora-

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dora da Turma, destacou os Cem Anos de Presença dos Salesianos na Amazônia. O Pe. Antônio de Assis Ribeiro, Diretor-Sócio, destacou o acompanhamento da Prof. Fernan-da Melo e ressaltou a importância do Curso, propondo ofertá-lo tam-bém aos profissionais do interior de Estado. O Paraninfo da turma, Prof. Ewerton Helder Bentes de Castro, destacou a aprendizagem e os ta-lentos dos Pós-graduandos que

também homenagearam os Profes-sores André Luis Machado das Ne-ves e Márcia Moraes, Orientadores do Trabalho de Conclusão de Curso.

A Faculdade Salesiana Dom Bos-co parabeniza a todos os Pós-gra-duados na certeza que contribuiu para fornecer-lhes subsídios teóri-cos para fazerem diagnóstico, en-caminhamento, tratamento e rein-tegração do dependente químico à sociedade.

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LAnçAMEnTO DAS ObRAS DO PE. JOãO MEnDOçA

Maiores Informações: [email protected]

SEnSIbILIZAçãO VOCACIOnAL SALESIAnA

No ano do Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco e do Centenário da Presença Salesiana na Amazônia, queremos renovar nosso compromisso de promoção das Vocações Salesianas. Renovemos o nosso compromisso de oração pela vocações!

ORAçãO A DOM bOSCO PELAS VOCAçõES SALESIAnAS

Ó São João Bosco, Pai e Mestre da juventude, que tanto trabalhaste para a salvação das pessoas, sê nosso guia em nossa própria santificação e na salvação dos jovens a quem somos enviados. Desperta o coração de muitos jovens, inclusive os de nossa

própria comunidade, para o seguimento do Senhor, seja como sacerdote, como religioso, como religiosa ou como leigo comprometido. Ensina-nos a amar a Deus e aos jovens com o mesmo fervor com que os amaste e entregaste tua vida por eles.

Amém!

Mande sugestões de matérias, comentários, etc para o e-mail: [email protected]