tanatologia É o ramo da medicina legal que estuda o morto e a morte, assim como os fenÔmenos...

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TANATOLOGIA É O RAMO DA MEDICINA LEGAL QUE ESTUDA O MORTO E A MORTE, ASSIM COMO OS FENÔMENOS DELA DECORRENTE

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TANATOLOGIA

É O RAMO DA MEDICINA LEGAL QUE ESTUDA O MORTO E A MORTE, ASSIM COMO OS FENÔMENOS DELA DECORRENTE

CONCEITO DE MORTE É a cessação dos processos vitais,

por parada das funções cerebral, respiratória e circulatória, e o surgimento dos fenômenos abióticos, lentos e progressivos, que lesam irreversivelmente os órgão e tecidos.

TIPOS DE MORTE MORTE APARENTE – É o estado em

que na verdade o indivíduo apenas parece morto em razão da baixa atividade metabólica e circulatória –

Há inconsciência, relaxamento muscular, respiração diminuída –

Lei exige o decurso de 24h antes da inumação.

TIPOS DE MORTE

MORTE ANATÔMICA ( REAL) – É a parada total e permanente de todas as grandes funções do organismo - parada total de todas as funções orgânicas.

TIPOS DE MORTE MORTE HISTOLÓGICA – É a morte

das células que compõem os vários tecidos e órgão – é perfeitamente possível encontrar células vivas no cadáver mesmo após dias de inumação.

TIPOS DE MORTE MORTE RELATIVA – É o estado de

parada cardíaca reversível em que o organismo ainda não ultrapassou o ponto de não retorno – massagem cardíaca oportuna retorna à vida.

TANATOGNOSE/ CRONOTANATOGNOSE

É a parte da tanatologia que estuda a realidade da morte.

É a parte da tanatologia que se ocupa com o tempo que a morte ocorreu.

FENÔMENOS CADAVÉRICOS ABIÓTICOS IMEDIATOS – Conjunto

de sinais precoces sugestivos de morte, embora não sejam totalmente convincente:

Perda de consciência; Imobilidade; Parada cardíaca; Ausência de pulso; Parada respiratória

FENÔMENOS CADAVÉRICOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS –

determinam o momento da morte.

RESFRIAMENTO DO CORPO – Com o advento da morte cessam as queimas metabólicas e, conseqüentemente, o organismo já sem vida não consegue manter a temperatura usual.

Cadáver resfriadoCadáver resfriado

FENÔMENOS CADAVÉRICOS RIGIDEZ CADAVÉRICA – É proveniente de uma

reação química de acidificação nos músculos com o aumento do ácido lático.

Inicia-se de 3 a 5 horas após o óbito, instala-se completamente entre 8 e 12 horas e permanece por um período de até 24 horas, quando a musculatura retorna ao estado de flacidez

FENÔMENOS CADAVÉRICOS HIPOTASES – Com a morte cessa circulação

sanguínea e, pela ação da gravidade o sangue tende-se a deposita-se nas partes mais baixas do corpo, de acordo com a posição do cadáver.

Surgem em geral em torno de 2 ou 3 hora após a morte e passadas 8 a 12 horas, fixam-se em razão da coagulação do sangue – importante na determinação da posição do corpo no momento do óbito.

FENÔMENOS CADAVÉRICOS DESIDRATAÇÃO – Ocorre a

evaporação da água dos tecidos, além da perda de peso, ocorre um apergaminhamento da pele, ou seja, a pele se desseca, endurece.

FENÔMENOS CADAVÉRICOS TRANSFORMATIVOS

DESTRUTIVOS: AUTÓLISE – É a destruição das células pela ação

descontrolada de suas enzimas. Ocorre a alteração do Ph e pela ação da pressão

osmótica, as membranas celulares rompem-se, desintegrando os tecidos. – Primeiramente no sistema digestivo.

FENÔMENOS CADAVÉRICOS TRANSFORMATIVOS

DESTRUTIVOS: PUTREFAÇÃO – Começa logo após

a autólise, pela ação de germes aeróbicos e anaeróbicos. – Inicia-se geralmente no intestino grosso.

FASES DA PUTREFAÇÃO I - FASE DE COLORAÇÃO – Surge

entre 20 e 24 horas após a morte e pode durar até 7 dias.

II - FASE GASOSA – Decorre dos gases de putrefação, faz com que o cadáver adquira uma aparência de agigantamento. – Tem início de 2 a 7 dias após o óbito e pode durar até 30 dias – O odor decorre ao aparecimento do gás sulfídrico.

FASES DA PUTREFAÇÃO III – FASE COLIQUATIVA – É a

dissolução pútrida das partes moles do cadáver pela ação conjunta das bactérias e da fauna necrófaga ou cadavérica. – Pode durar de um mês a 2 ou 3 anos. (fauna fechada)

IV – FASE DE ESQUELETIZAÇÃO – Tem início entre a terceira e quarta semana, quando os osso vão ficando expostos.

FENÔMENOS CADAVÉRICOS TRANSFORMATIVOS

DESTRUTIVOS:

MACERAÇÃO – Ocorre quando o cadáver fica imerso em líquidos. Ocorre com os afogados e com o feto retido no útero.

FENÔMENOS CADAVÉRICOS TRANSFORMATIVOS

CONSERVADORES:

MUMIFICAÇÃO – Natural ocorre no cadáver insepulto, em regiões de clima quente e seco e de arejamento intensivo suficiente para impedir a ação microbiana, provocadora dos fenômenos putrefativos. – Artificial.

FENÔMENOS CADAVÉRICOS TRANSFORMATIVOS

CONSERVADORES: SAPONIFICAÇÃO – O cadáver

adquire consistência untuosa e mole como sabão e cera.

CALCIFICAÇÃO – Ocorre em fetos retidos na cavidade uterina e que passam por uma incrustação de sais e cálcio, aparência pétrea( Litopédio).

FENÔMENOS CADAVÉRICOS TRANSFORMATIVOS

CONSERVADORES: CORIFICAÇÃO – Observados em corpos

encerrados em caixões metálicos. – A pele adquire o aspecto de couro

curtido. – As vísceras permanecem conservadas,

mas amolecidas. CONGELÃÇÃO – (- 40ºc)

FAUNA CADAVÉRICA Em cadáveres expostos ao ar livre, as

legiões de larvas necrófagas surgem em certa seqüência regular em 8 etapas:

1º legião – 8º e o 15º dia 2º legião – de 15 a 20 3º legião – 3 a 6 meses 4º legião – 10 meses 7º legião – 1 e 2 anos 8º legião – cerca de 3 anos

FAUNA CADAVÉRICA Um cadáver em uma semana ao ar livre

é igual a duas na água e oito na terra. DESTINO DO CADÁVER: Inumação simples – 24h após a morte,

até 36 horas. Cremação – Nas mortes violentas para

que se proceda à cremação é necessária a autorização da autoridade judiciária.

Embalsamamento – Casos em que o sepultamento será realizado superior a 4 dias.

DIAGNÓSTICO JURÍDICO DA MORTE

É toda e qualquer causa violenta

(homicídio, suicídio ou acidente), capaz de determinar a morte do indivíduo, revestindo-se sua elucidação de fundamental importância.

DIAGNÓSTICO JURÍDICO DA MORTE

Os óbitos provocados por causas naturais, sejam rápidos ou lentos, não oferecem dificuldades aos peritos ou à justiça.

A dificuldade repousa nos casos em

que a violência não é evidente, são os casos de morte suspeita.

MODALIDADES DE MORTE MORTE SÚBITA – São aquelas em – São aquelas em

que não há manifesta violência, e que não há manifesta violência, e são consideradas suspeitas apenas são consideradas suspeitas apenas por serem inesperadas, por serem inesperadas, imprevisíveis, atingindo pessoa de imprevisíveis, atingindo pessoa de que nada se suspeitava.que nada se suspeitava.

Ex: distúrbios cardiovasculares, Ex: distúrbios cardiovasculares, respiratórios. respiratórios.

MODALIDADES DE MORTE MORTE SUSPEITA: Por violência oculta – O corpo não

apresenta lesões externas, mas podem ocultar algum tipo de lesão. – Traumatismo, envenenamento, sinais que comprovado por perícia médico-legal, alteram a natureza jurídica da ocorrência. ( morte a esclarecer).

MODALIDADES DE MORTE MORTE SUSPEITA: Por violência indefinida – Nestes

casos, a violência existe e é evidente, mas o exame externo não permite determinar com precisão a causa da lesão, e por conseqüência a causa jurídica do evento. – Casos onde a grande extensão das lesões podem mascarar outras. – Atropelamento por trem, por ônibus, porém o indivíduo já estava morto antes do evento.

MODALIDADES DE MORTE MORTE SUSPEITA: Por violência definida – O corpo

mostra lesões externas perfeitamente definidas quanto à sua causa, mas a etiologia jurídica do evento permanece obscura. – O encontro de um corpo na água, afogado, embora aponte sentido de morte acidental, não permite que se descarte as hipóteses de homicídio ou suicídio.

MODALIDADES DE MORTE MORTE DE INFORTÚNIO DO

TRABALHO – Aquela ocorrida no ambiente de trabalho, tendo como causa o desempenho da atividade laboral.

MORTE NATURAL

MORTES VIOLENTAS São consideradas mortes violentas,

aquelas decorrentes de homicídio, suicídio e acidentes. (aeroviário, marítimo, ferroviário, domésticos e de trânsito).

Todas essa modalidades de morte interessam a medicina legal, pois necessitarão da realização de necropsia pelo médico legista, antes da liberação do corpo e expedição da declaração de óbito.

NECROPSIA É o exame que se realiza no cadáver,

interna e externamente, com a finalidade de determinar a causa da morte.

Depois de minucioso exame e coleta de material, o corpo é recomposto para ser entregue aos familiares e inumado.

Necropsia em cadáver baleado.

NECROPSIA A necropsia é realizada pelo IML: os cadáveres que entram como

desconhecidos são fotografados e submetidos a exames de identificação.

Os cadáveres não reclamados pro seu familiares, serão mantidos em conservação por um prazo de 30 a 60 dias, após, através de autorização judicial serão inumados.

EXAMES REALIZADOS PELO IML

EXAME DE LESÃO CORPORAL ( art. 129, CP, § 1º, 2º, 3º);

EXAME COMPLEMENTAR DE LESÃO;

EXAME DE CONJUNÇÃO CARNAL;

EXAME DE ATO LIBIDINOSO;

NECROPSIA No caso de ossadas não

identificadas e não reclamadas por seus familiares, serão inumadas em 15 dias.

Os cadáveres identificados ou não que não forem oriundos de morte violenta e, não reclamados por familiares, poderão ser doados para instituições de estudo e pesquisa.(lei 8.501/92).

DECLARAÇÃO E CERTIDÃO DE ÓBITO

DODO - - É documento fornecido pelo médico, informando as causas da morte.

– em casos de morte não violenta, será emitido pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), não possuindo na localidade o SVO, será emitido por médico da rede pública.

– Em casos de mortes violentas , pelo médico-legista do IML ou DML

DECLARAÇÃO E CERTIDÃO DE ÓBITO CO – É a prova cabal e incontestável

do desaparecimento do indivíduo do meio natural e jurídico.

O registro de óbito é obrigatório no assentamento dos cartórios de pessoas naturais.

A DO e CO, no caso de perdas fetais serão emitidas quando a gestação tiver duração igual ou superior a 20 semanas ou o feto tiver peso corporal igual ou superior a 500g e estatura igual ou superior a 25cm.