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Ano II, número 2 - 15 de novembro de 2006 - BH Edição Especial Confira as ações da Sedese e Caade para a inclusão social Página 7 Superando limites A arte, como instrumento de liberdade de expressão, tem garantido a inclusão social de pessoas com deficiência, resgatando, dessa forma, a auto-estima e melhorando o equi- líbrio entre o corpo e a mente. Nesta edição do Jornal da Caade, dedicada à arte e distribuída durante a 1ª Jornada de Minas pela Inclusão: a Vitória pela Arte, você vai conhecer alguns exemplos de afirmação e valorização das diferenças por meio da via estética. A 1ª Jornada de Minas pela Inclusão, realizada pelo Governo do Estado de Minas Gerais, em parceria com diversas organizaçõs governamentais e não governa- mentais, traz a BH uma série de espetáculos, buscan- do a construção da cidadania das pessoas com defi- ciência. O ator Marcos Frota, coordenador do pro- jeto "Somos Todos Brasileiros" e um dos parceiros do evento mostra hoje as atrações da Universidade Livre do Circo (Unicirco). O evento na Casa do Conde deve receber 3,5 mil pessoas. O encerramento será feito pela banda Paralamas do Sucesso, de Herbert Viana.Na foto, David Valente, em uma das apresentações do pro- jeto “Somos Todos Brasileiros”. Leia mais nas páginas 3, 4 e 5 DIVULGAÇÃO/ Unicirco - "Somos Todos Brasileiros"

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Ano II, número 2 - 15 de novembro de 2006 - BH

Edição Especial

Confira as açõesda Sedese eCaade para ainclusão socialPágina 7

SuperandolimitesA

arte, como instrumento de liberdade deexpressão, tem garantido a inclusão social depessoas com deficiência, resgatando, dessaforma, a auto-estima e melhorando o equi-

líbrio entre o corpo e a mente. Nesta edição do Jornal da Caade, dedicada à arte

e distribuída durante a 1ª Jornada de Minas pelaInclusão: a Vitória pela Arte, você vai conhecer algunsexemplos de afirmação e valorização das diferençaspor meio da via estética.

A 1ª Jornada de Minas pela Inclusão, realizada peloGoverno do Estado de Minas Gerais, em parceria comdiversas organizaçõs governamentais e não governa-mentais, traz a BH uma série de espetáculos, buscan-do a construção da cidadania das pessoas com defi-ciência. O ator Marcos Frota, coordenador do pro-jeto "Somos Todos Brasileiros" e um dos parceirosdo evento mostra hoje as atrações da UniversidadeLivre do Circo (Unicirco).

O evento na Casa do Conde deve receber 3,5mil pessoas. O encerramento será feito pela bandaParalamas do Sucesso, de Herbert Viana.Na foto,David Valente, em uma das apresentações do pro-jeto “Somos Todos Brasileiros”.

Leia mais nas páginas 3, 4 e 5

DIVULGAÇÃO/ Unicirco - "Somos Todos Brasileiros"

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Os conselhos são um avanço real

Temos o prazer de apresentarmais um número do BoletimCAADE, publicação destinadaa estreitar os laços de coope-

ração entre a Coordenadoria de Apoioe Assistência à Pessoa Deficiente -CAADE/MG - e todos aqueles que seinteressam pela promoção da inclusãosocial das cerca de 2,6 milhões de pes-soas com deficiência residentes em nos-so Estado, segundo dados do censo2000 do IBGE. Acreditamos sincera-mente na valiosa contribuição que esteBoletim pode oferecer, uma vez que acooperação pressupõe o conhecimen-to mútuo do trabalho realizado por to-das as partes interessadas na relação.Assim, entendemos que juntos, gover-nos, sociedade civil e empresas, pode-remos promover as mudanças sociaisque desejamos, isto é, uma sociedadecada vez mais inclusiva, sustentável e jus-ta. Uma sociedade onde as diferençashumanas e a diversidade cultural sejamtratadas como um valioso patrimônio enão como barreiras entre as pessoas.

A CAADE/MG é um órgão da ad-ministração direta do governo de MinasGerais, vinculado à Secretaria de Desen-volviento Social e Esportes - SEDESE - etem por missão institucional coordenara política estadual de inclusão das pes-soas com deficiência, oferecendo osapoios técnicos necessários às organiza-ções governamentais, às não governa-mentais e aos indivíduos que procuramo órgão em busca de informaçõesespecíficas sobre a área da deficiência.Desde janeiro de 2003, por determi-nação do governador Aécio Neves, aCAADE/MG vem procurando desen-volver o seu trabalho através dos princí-

pios de um serviço público de quali-dade, que envolvem: a permanentecapacitação de sua equipe, no que dizrespeito ao conhecimento técnicoespecífico sobre as necessidades daspessoas com deficiência; o aprimora-mento nas práticas de uma gestão públi-ca eficiente e eficaz; e finalmente, aaposta no sucesso do trabalho desen-volvido em parceria.

Em Minas Gerais, nos últimos qua-tro anos, o movimento social das pessoascom deficiência obteve algumas conquis-tas importantes, entre as quais valedestacar a consolidação do ConselhoEstadual de Defesa dos Direitos das Pes-soas Portadoras de Deficiência -CONPED -, órgão propositivo, contro-lador e fiscalizador das políticas públi-cas estaduais para essa população, oqual possui caráter paritário e delibe-rativo e que em dezembro realizarámais um processo eleitoral para a

sociedade civil. Outro ponto desseavanço é o crescente interesse por partedos municípios na criação de seus própriosconselhos . É inegável, pois, o importantepapel que a CAADE vem tendo nesseavanço, seja atuando como secretariaexecutiva do CONPED, seja incentivan-do a criação de conselhos municipais eoferecendo apoio aos municípios quepretendem implantar os seus conselhos,tendo sempre como parceiros funda-mentais o próprio CONPED, o CONADE,a CORDE e as entidades da sociedadecivil, com especial destaque para as enti-dades de e para pessoas com deficiênciade todo o Estado.

Mas por que a criação e a consoli-dação de conselhos são consideradasavanços? Porque os conselhos sãoinstâncias mistas, onde a sociedade ci-vil e o governo decidem juntos sobre oscaminhos a serem trilhados pelas políti-cas públicas relativas à área de atuaçãodo conselho, promovendo assim umaforma de governança social compartilha-da, que oferece aos setores organizados dasociedade mais uma instância de partici-pação democrática. Esperamos, assim,que Minas Gerais continue dando exem-plo de democracia e que os conselhos depessoas com deficiência se multipliquempelos municípios de nosso Estado. ASedese, a CAADE/MG, o Conselho Estaduale o Conselho Nacional dos Direitos dasPessoas Portadoras de Deficiência estarãosempre prontos a colaborar para isso.

FLÁVIO OLIVEIRASuperintendente da CAADE/MGPresidente do CONPED e membro titular do CONADE

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Editorial

SECRETARIA DE ESTADO DEDESENVOLVIMENTO SOCIAL E ESPORTES Rua Martim de Carvalho, 94

Santo Agostinho/BH - MG

CEP: 30190-090

Maria Coeli Simões Pires Secretária

COORDENADORIA DE APOIO E ASSISTÊNCIA À PESSOA

DEFICIENTE (Caade)Flávio Couto eSilva de OliveiraSuperintendente

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA SEDESEMaria Cesarina N. MagalhãesAssessora-chefe

REDAÇÃO E EDIÇÃOJorn. Marciano Menezes

Reg. Prof.: 03513/MG

BOLETIM CAADERua da Bahia, 2.200

Bairro Lourdes

BH/MG - CEP: 30160-012

Telefone: 3275-4145

Site: www.caade.mg.gov.br

Juliana Cordeiro (Contato)

REVISÃOWagner Ribeiro Pinto

Reg. MEC-LP3776

Projeto Gráfico e EditoraçãoRogério Damasceno

Tiragem: 5.000 exemplares

As matérias e artigospublicados neste jornal poderão ser reproduzidos,desde que citada a fonte.

Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa DeficientePAGINA 2

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Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa Deficiente PAGINA 3

Evento em BH busca a conscientização da sociedade

Aarte como fator de livre ex-pressão, onde cada um é ca-paz de criar um olhar própriosobre o mundo, com leveza eharmonia, tem garantido, a

cada dia mais, a inclusão social de pes-soas com deficiência. Hoje, em todosos cantos, não só do Brasil mas do mun-do, já estão se intensificando as açõespara dar maior visibilidade às potencia-lidades das pessoas com deficiência.Prova disso é a realização da 1ª Jornadade Minas pela Inclusão: a Vitória pelaArte, que acontece hoje, na Casa doConde, em Belo Horizonte, uma pro-moção do Governo do Estado de MinasGerais. O evento busca mobilizar e sen-sibilizar tanto o poder público quanto asociedade sobre a necessidade de açõespara ampliar a inclusão social desse públi-co.

O evento, que espera receber 3,5 milpessoas e reúne ONGs de diversos setorespúblicos e privado, que atuam na áreada deficiência, mostra trabalhos inéditosdesse segmento da população, como o dofotógrafo e filósofo franco-esloveno EvgenBavcaer, que é cego. Um ensaio fotográ-fico sobre o barroco mineiro, feito porBavcaer em Ouro Preto, no ano passa-do, é uma das atrações da 1ª Jornada.

Bavcaer é autor de diversos artigos elivros, entre eles o Le Voyer Absolue,onde discute o papel da fotografia a par-tir de suas memórias e experiências mul-tisensoriais. Seu último texto publica-

do no Brasil é “A imagem, vestígiodesconhecido da luz”, que faz parte dolivro “Muito além do espetáculo”, orga-nizado por Adalto Novaes.

O evento mostra também vários tra-balhos que têm sido desenvolvidos emMinas para a inclusão da pessoa comdeficiência através da arte, como o dogrupo de dança contemporânea daONG Associação Crepúsculo, Arte,Saúde e Educação sem Barreira, onde seisde seus integrantes são pessoas comdeficiência. Da ONG surgiu também oForró Bão Dimais, cujos integrantes sãocegos.

A Escola Estadual São Rafael, especia-lizada na educação de deficientes visuais,que completou 80 anos de existência

em Belo Horizonte, apresenta tambémduas peças com seu coral: Ave Mariade Jacó e Luz Viva, de Flávio Venturine,cujo arranjo é do próprio regente docoral, Ivan Gomes.

Para o ator Marcos Frota, que coman-da o projeto "Somos Todos Brasileiros", devalorização da cidadania da pessoa comdeficiência, “o evento é uma forma dedemonstrar através do talento a arte comoinstrumento de inclusão, integração e delibertação espiritual das pessoas com defi-ciência". Marcos Frota, que viveu o papeldo cego Jatobá, na novela América, é umadas atrações de encerramento da 1ª Jor-nada com a apresentação do seu circo.Outra atração é o show da banda Pa-ralamas do Sucesso, de Herbert Viana.

Para o superintendente da Coorde-nadoria de Apoio e Assistência à Pessoacom Deficiência em Minas Gerais (Ca-ade/MG), Flávio Couto e Silva de Oliveira,a arte tem servido como um fator deexpessão livre e de inclusão, onde as pes-soas são todas igualadas, não existindoum juízo de valor. "A rte é sentimento e téc-nica. Como sentimento, a expressão artís-tica é livre para qualquer um. Como téc-nica, é desejável que cada um possa ter aoportunidade de desenvolvê-la,o quedeve ser feito respeitando-se as necessi-dades especiais ligadas a cada tipo dedeficiência".

Segundo ele, desde que a pessoatenha sensibilidade artística, desejode se expressar e tenha capacidade,"pode ser um artista pleno comoqualquer outro".

O fotógrafo e filósofo Evgen Bavcaer, durante sua passagem por Ouro Preto

Apresentação do Unicirco em Brasília: valorização da pessoa com deficiência

Divulgação/Unicirco - “Somos Todos Brasileiros”

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Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa DeficientePAGINA 4

Da energia do tambor à leveza e criatividade da dança contemporânea

Um dos exemplos da arte para a inclusão de pes-soas com deficiência em Minas tem sido dado peloGrupo de Percussão Especial da Associação de Paise Amigos de Excepcionais (Apae), do município de

São Lourenço, na região do Circuito das Águas, no Sul do Esta-do. Criado há três anos pelo professor Luiz Massaccesi , o Luca,o conjunto possui dez integrantes com deficiência física ouportadores da Síndrome de Down, que tocam dois instru-mentos africanos: o Djembe e o Dumns.

O Djembe é um tambor feito com estrutura de vergalhãoutilizado em obras, com couro na extremidade superior erevestido com tela e papel marché. Já o Dumns é um cilin-dro com couro nas duas extremidades, que leva ainda umsino para ser tocado com a mão esquerda. Este último instru-mento, com tamanhos pequeno, médio e grande, é utiliza-do sobre um cavalete.

As adaptações dos instrumentos foram feitas pelo profes-sor Luca, que morou 12 anos em Londres e conheceu a téc-nica em sua passagem pela África. "Hoje, os próprios alunosda Apae que participam do projeto, confeccionam o instru-mento", conta Luca.

"É uma energia que estou colocando nos alunos. Aprópria energia do tambor está trazendo um benefício nãosó para eles, mas para toda a Apae, que vira um clima de fes-ta", conta entusiasmado o professor Luca, salientando que"é uma satisfação muito grande poder fazer esse trabalho”.

Luca salienta que tem vivenciado a cada dia a evoluçãodos alunos. "Vejo a evolução. Eles aprendem e não esque-cem, têm a memória muito boa, além de ritmo e musicali-dade. Esse trabalho permite o resgate da auto-estima não sódeles, mas a minha também", frisa.

"Esse trabalho é de suma importância. É a oportunidadede conviver com a adversidade humana. E isso está prova-do que melhora os relacionamentos, a tolerância, a soli-dariedade não com enfoque piedoso, mas com respeitoàs diferenças", afirma Elane Medeiros do Espírito Santo,diretora da Apae de São Lourenço.

Hoje, os alunos que participam do Grupo de PercussãoEspecial, que têm entre 16 e 34 anos de idade, fazem apre-sentações no município e região, além de congressos e se-minários no Estado. "As pessoas têm gostado muito. Em SãoLourenço, quando saio na rua, as pessoas perguntam: évocê que ensina o pessoal da Apae?. Somos conhecidos nacidade", conta Luca, lembrando que a principal meta ago-ra é montar um grupo que tenha repercussão nacional,"mostrando que eles (os alunos) conseguem fazer as coisas".

"Queremos possibilitar a essas pessoas a inclusão nasociedade, mostrar que eles podem se incluir também jun-to às pessoas que se dizem normais", afirma o professor.

Mary Lane Vaz

Apresentação da CrepúsculoCia. de Dança e oficina de artesplásticas da ONG de BH

Fotografia Líbia Tavares

Kely Aguiar

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Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa Deficiente PAGINA 5

Da energia do tambor à leveza e criatividade da dança contemporânea

Em Belo Horizonte, os novebailarinos da Crepúsculo Com-panhia de Dança - seis com defi-ciência - têm atuação decisiva

em todo o processo de criação e apre-sentação da dança contemporânea."Os integrantes, além de bailarinos, sãointérpretes e criadores. Buscamos emcada trabalho artístico desenvolver opotencial de cada pessoa, possibilitarque ela se manifeste", conta LucianeKattaoui, coordenadora artística daONG Associação Crepúsculo, Arte,Saúde e Educação Sem Barreira, enti-dade criada há 10 anos.

Mas não é só a dança que tem con-tribuído para a inclusão da pessoa comdeficiência. A Associação Crepúsculoconta também com um grupo de teatro- cuja maioria dos 14 integrantes é por-tadora da Síndrome de Down -, além doforró Bão Dimais, composto por seispessoas cegas.

"Temos prestado também serviçode consultoria para algumas instituiçõesem oficinas de arte, que inclui dança,música, teatro, artes plásticas e capoeira,além de educação inclusiva e palestras",conta Luciane, lembrando que todo otrabalho da ONG, que funciona na ruaTomé de Souza, 83, no Bairro Fun-cionários, teve início com a parte artís-tica.

A ONG atende cerca de 50 pessoas,inclusive na área clínica, onde são ofer-ecidos serviços de fonoaudiologia, psi-copedagogia, terapia ocupacional, psi-

cologia, acupuntura e massoterapia."A clientela é pequena, mas estamosinvestindo na divulgação", contaLuciane, lembrando que hoje a Associ-ação Crepúsculo sobrevive de con-tribuições de associados e da realizaçãode projetos. "Temos procurado acessi-bilizar ao máximo os serviços, mas nãotemos patrocinador fixo, nem sedeprópria", conta.

Quem quiser ajudar a AssociaçãoCrepúsculo pode entrar fazer contatocom a ONG, através dos telefone (31)3225-0040 ou 3223-4611. O e-mailé: crepú[email protected].

A Escola Estadual São Rafael, emBelo Horizonte, também tem contribuí-

do para a inclusão social da pessoa comdeficiência. Com 80 anos de existência,completados dia 2 de setembro desteano, o São Rafael mantém hoje umcoral adulto, com 30 integrantes, e uminfantil, com 22 pessoas, todas portado-ras de deficiência visual.

Segundo Ivan Gomes, regente doCoral, a escola também conta com cur-sos de violão, piano, acordeon, flautadoce, teclado e teoria musical, alémde um grupo de seresta da maturidade,com 22 integrantes.

A Escola Estadual São Rafael, queatende pessoas com deficiência visual,funciona na Avenida Augusto de Lima,2.109, no Barro Preto.

Coral do São Rafael, de Belo Horizonte. Entidade completou 80 anos em 2006

Forró Bão Dimais, uma das grandes atrações na capital

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Mary Lane Vaz

Oficina de Teatro da Associação Crepúsculo

Mary Lane Vaz

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Empresas estão mais abertas à garantia de vagas

Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa DeficientePAGINA 6

RESPONSABILIDADE SOCIAL

As empresas mineiras estão maisreceptivas em relação à garan-tia da reserva legal de vagas àpessoa com deficiência, esta-

belecida pela Lei 8213/ 91. A cons-tatação é da gerente da área de Inte-gração Empresarial da Federação dasIndústrias do Estado de Minas Gerais(Fiemg), Fernanda Cotta. "Percebo queas empresas estão muito mais abertasà questão da inclusão da pessoa comdeficiência, mas tem que haver umaconscientização mais ampla, não sóda empresa, mas de toda a sociedade",salienta.

Segundo Fernanda Cotta, apesarde o mercado estar mais receptivo,muitas vezes ainda falta a percepção doproblema vinculado ao negócio daempresa. "Às vezes, a empresa nãosabe a quem procurar, como vai inseriressa pessoa no seu quadro. Falta infor-mação", disse. Por outro lado, afirma agerente da Fiemg, o mercado não estápreparado para o processo de inserçãoda pessoa com deficiência, já que fal-tam pessoas capacitadas. "O trabalhotem que ser feito nas duas pontas. Issoé tema de responsabilidade social",

enfatiza.Fernanda Cotta ressalta que nos-

sas estruturas hoje não estão preparadaspara atender as pessoas com deficiên-cia. "Hoje, a infra-estrutura da socieda-de ainda é muito excludente", afirma.

O sistema Fiemg tem todo um pro-grama voltado para a inserção da pes-soa com deficiência no mercado detrabalho como, por exemplo, o Centro

Integrado de Apoio ao Portador deDeficiência Rogéria Amato (Cira).Segundo Fernanda Cotta, o Conselhode Cidadania Empresarial tem traba-lhado também com a sensibilizaçãodas empresas em relação à diversi-dade, pensando na inclusão de formamais ampla.

"O Cira, que trabalha especifica-mente a questão do portador, fazum trabalho desde a sensibilizaçãoda empresa para receber o portadorde deficiência, bem como com osfuncionários ", conta, lembrandotambém que é feita inclusive umaanálise da estrutura física, para ver sehá necessidade de algumas alte-rações.

A gerente da área de IntegraçãoEmpresarial de Fiemg ressalta quequando se trata de responsabilidadesocial, fala-se de gestão, como aempresa vai se relacionar com opúblico, não só na ação. "Como vaiinserir isso no seu dia a dia, quaisferramentas disponíveis. Por isso, éum processo de mudança. E ocenário em Minas é muito favorá-vel", salienta.

Conped vai eleger representante da sociedade civilAs entidades não governamentais,

com no mínimo dois anos de funciona-mento, têm até a próxima sexta-feira, dia17, para se habilitarem no processoeleitoral que vai escolher o represen-tante da sociedade civil no ConselhoEstadual de Defesa dos Direitos da Pes-soa Portadora de Deficiência (Conped).

O pedido de habilitação, que deveser assinado pelo representante legal daentidade, deverá ser protocolado naCoodenadoria de Apoio e Assistência àPessoa Deficiente (Caade), na rua daBahia, 2.200, no horário de 9 às 18horas. Nos pedidos apresentados pelosCorreios, vale a data da postagem.

Cada entidade só poderá concorrera uma categoria definida no ato de habi-litação. Ao todo, são 24 vagas, sendo12 titulares e igual número de suplentes.

O dia e horário das eleições serão divul-gados pelo presidente do Conped no Edi-tal de Convocação, que será publicado noórgão de divulgação oficial de Estado, o"Minas Gerais", e na imprensa local.

A eleição será realizada através deAssembléia Geral das entidades habi-litadas. Cada entidade eleitora terá dire-ito a sete votos, sendo um para cadacategoria de vaga a ser preenchida.

A votação será secreta e os votosserão depositados em uma urna invio-

lável perante a Comissão Eleitoral. Osvotos serão do representante legal daentidade ou do procurador indicado nafase de habilitação.

Serão considerados eleitos como titu-lares os mais votados em cada categoriade representação. Como suplentes, os maisvotados após os titulares da mesma catego-ria de representação subseqüente.

As entidades eleitas indicarão ofi-cialmente à Caade, no prazo fixado noEdital, os seus representantes no Conse-lho. Os eleitos serão empossados cole-tivamente pelo Secretário de Estadode Desenvolvimento Social e Esportes,em data a ser divulgada.

Fernanda Cotta: “Hoje, a infra-estrutu-ra ainda é muito excludente”

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1.Qualificação profissional eempregabilidade• Mini curso Preparando para o em-

prego:o curso é oferecido mensalmente atrabalhadores em busca de colocação nomercado de trabalho , cadastrados no pos-to do SINE/CAADE e visa oferecer orien-tações, dicas e técnicas para auxiliar os par-ticipantes no processo seletivo das empresas.

•Curso de Informática básica parapessoas com deficiência auditiva evisual:A CAADE possui termo de coope-ração técnica com a UTRAMIG para ofe-recer cursos de qualificação em informáti-ca a trabalhadores cadastrados no postoSINE/ CAADE.

•Palestras de sensibilização em em-presas :a equipe da CAADE realiza palestrasnas empresas que já possuem pessoas comdeficiência trabalhando ou que desejamcontratá-las, esclarecendo sobre as poten-cialidades dessas pessoas para o trabalho esuas necessidades especiais.Várias palestras

foram realizadas durante o ano de 2006.Também algumas empresas utilizaram oespaço da CAADE para realizar entrevistase dinâmica de grupo para a contratação depessoas com deficiência.

• Intermediação de mão-de-obra : Oposto SINE/CAADE realiza o cadastro depessoas com deficiência e a colocação nomercado de trabalho, de acordo com asoportunidades oferecidas por empresas.O posto atende também a trabalhadorespara fazer o requerimento do seguro-desemprego.De janeiro a outubro de 2006,188 pessoas com deficiência foram colo-cadas no mercado de trabalho pelo postoSINE, superando a meta prevista para operíodo.

2.Informações gerais sobre a área da deficiência e garantia de direitos • Informações sobre os direitos asse-

gurados em lei, rede de serviços de atendi-

mento às pessoas com deficiência, normasde acessibilidade , criação de associaçõese conselhos de diretos de pessoas com defi-ciência.

• Orientação jurídica às entidades,coordenadorias e conselhos de direitos daspessoas com deficiência.

• Encaminhamento de pessoas quenecessitam de assistência jurídica ao Núcleode Atendimento às Pessoas com Deficiência,da Defensoria Pública de Belo Horizonte.

• Palestras sobre acessibilidade, edu-cação inclusiva, empregabilidade das pessoascom deficiência , criação de conselhos de di-reitos da pessoa com deficiência e outrostemas relacionados à área da deficiência.

3.Bolsa de estudos para crianças e adolescentes comdeficiência

A CAADE oferece bolsas de estudospara crianças e adolescentes que necessi-tam de escola especializada,por meio deconvênio com a Loteria Mineira .

Ações para inclusão social

Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa Deficiente PAGINA 7

1. Programa casa larTem como objetivo oferecer atendi-

mento personalizado em pequenos gru-pos, a crianças e adolescentes, em situaçãode risco pessoal e social, com ou sem defi-ciência e que se encontram impossibili-tadas ,em um período de suas vidas, doconvívio familiar ou aquelas que perderamo vínculo com sua família. O atendimentoé realizado como medida de proteção emabrigo, conforme o Estatuto da Criança e doAdolescente e a NOB/2005.

2. Programa Unidade de Atendimento Especializado- UAEO programa visa atender, por meio de

clínicas credenciadas, crianças e adoles-centes com deficiência, necessidades espe-ciais e distúrbios de conduta, na faixa etáriade 0 a 21 anos, nas áreas de psicologia ,psi-copedagogia, fisioterapia,terapia ocupa-cional e fonoaudiologia.

3. Projeto Minas ParaolímpicaO projeto visa o desenvolvimento de

esportistas cidadãos e tem por objetivo aestruturação de um amplo sistema de apoioe aprimoramento da prática desportiva paracrianças e adolescentes em todo o Es-tado.Uma faceta importante do MinasOlímpica é o Projeto Paraolímpico: rumo aopódio, que atua diretamente no treinamen-to de atletas com deficiência, contemplan-do as seguintes modalidades: atletismo,natação,judô, tênis de mesa, halterofilis-mo, hipismo, futebol de cegos, basqueteem cadeira de rodas, goalball e tênis decampo. Os atletas têm oportunidade departicipar de diversos campeonatos esta-duais e nacionais.

4. Programa MocatuO programa atende a um público de

160 pessoas, acima de 7 anos, comdiversos tipos de deficiência em ativi-

dades esportivas, recreativas, artes ealfabetização. O atendimento é realiza-do no período da manhã e tarde. Osadolescentes que participam das ativi-dades esportivas têm se destacado emcompetições, em diversas modalidades.

5. Proteção Social Básica e Especial para Pessoas com DeficiênciaApoio técnico e financeiro a municípios

e entidades sociais para o desenvolvimentode ações de proteção social básica e especiale inclusão das pessoas com deficiência esuas famílias.O programa tem como objeti-vo assegurar os direitos sociais da pessoacom deficiência , criando condições parapromover sua autonomia, inclusão social eparticipação efetiva na sociedade por meiode ações de prevenção de deficiências, habi-litação e reabilitação, equiparação de opor-tunidades e proteção social.

Conheça as principais ações da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes (Sedese) e da Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa

Deficiente (Caade) para garantir a inclusão social desse segmento da população.

C A A D E

S E D E S E

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Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa DeficientePAGINA 8

Pesquisa realizada pela Associ-ação Mineira de Reabilitação(AMR), em 22 municípios daRegião Metropolitana de Belo

Horizonte (RMBH), aponta demandareprimida superior a 2 mil crianças pre-cisando de atendimento na área dereabilitação, o que tem incentivado aassociação a tentar quadruplicar onúmero de serviços prestados à popu-lação. "Queremos passar dos 250atendimentos por dia para mil", con-ta Georgiana Luna, gerente de Projetosda AMR. Segundo ela, o levantamen-to, concluído em agosto deste ano, foifeito junto a instituições na Grande BHque prestam algum tipo de atendimen-to à criança e ao adolescente com defi-ciência física.

Criada há 42 anos, a AMR atendediariamente em sua sede, no bairroMangabeiras, em Belo Horizonte, cer-ca de 250 crianças e adolescentes ca-rentes com algum tipo de deficiênciafísica. Segundo Maria da Graça Pimen-ta Mota, coordenadora de Telemar-

keting da AMR, a associação sobrevivehoje de doações em geral e de aluguéis,e conta com um corpo de 80 volun-tários.

"Algumas voluntárias atendem nonosso bazar de roupas usadas, outrasfazem costuras artesanais e tapeçariae revertem o dinheiro para o trata-mento das crianças", explica Mariada Graça, lembrando que muitas vo-luntárias ajudam nas brincadeirascom as crianças na sala de espera daAMR e ensinam trabalhos manuaisàs mães desses jovens. "Elas (as mães)aprendem, fazem o trabalho e ven-dem no saguão da AMR para geraçãode renda", explica.

Com uma equipe multidiscipli-nar, que inclui psicólogos, fonoau-diólogos, terapeutas ocupacionais, aAMR possui também uma oficina paraa confecção de órteses e equipa-mentos como cadeiras de roda ecadeiras de banho, com produçãopara o público interno atendido pelaassociação e atendimento a uma

pequena demanda do Sistema Úni-co de Saúde (SUS).

Segundo a gerente de projetos, hojea AMR tem também uma equipe paraa realização de um trabalho junto àsescolas. "Essa equipe vai à escola, con-versa com os diretores e professores, fazum diagnóstico sobre o que precisa seradaptado e nós confeccionamos omobiliário de apoio para as crianças",conta.

Georgiana Luna informa tambémque a AMR está hoje com três proje-tos aprovados e em execução quecontam com incentivos fiscais: inclu-são escolar, travessia e acessibilidade."São projetos que buscam contem-plar e promover os direitos das cri-anças e adolescentes carentes e defi-cientes, que sofrem dupla exclusão dasociedade", afirma a gerente de pro-jetos, ressaltando que as pessoas comdeficiência "ainda têm enfrentadobarreiras de todas as espécies, sejaurbanas, arquitetônicas e até mes-mo de aceitação".

AMR quer ampliar o atendimento em BH

Com uma equipe multidisciplinar, a Associação Mineira de Reabilitação tem garantido o atendimento a 250 pessoas por dia

Fotos: Geraldo Ribeiro Filho