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1 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU ARTES VISUAIS “ A arte constitui uma forma de linguagem e comunicação. Essa comunicação se dá por meio da arte de várias formas, as quais consistem as poéticas da arte.” COORDENADORA DE ARTE CLEIRI TERESA FAQUINI [email protected] FONE: (45) 9919-7684 EQUIPE DE ENSINO Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARTE 3

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1 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

ARTES VISUAIS

“ A arte constitui uma forma de linguagem

e comunicação. Essa comunicação se dá por

meio da arte de várias formas, as quais

consistem as poéticas da arte.”

COORDENADORA DE ARTE

CLEIRI TERESA FAQUINI

[email protected]

FONE: (45) 9919-7684

EQUIPE DE ENSINO

Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu

ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

PARTE 3

2 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Mandala e suas formas

A palavra " mandala” (palavra sânscrita) significa círculo, representação

geométrica. É símbolo de integração e harmonia. Durante muito tempo foi usada

como expressão artística e religiosa, através da arte indígena para rituais de

cura.

Mandala é uma imagem circular composta por um padrão de formas que se

repetem simetricamente em torno de um ponto central. Uma mandala é muito

mais que um simples desenho. Elas são formadas por uma série de formas

geométricas: círculos, triângulos, quadrados e retângulos.

Os indígenas construíam suas mandalas com areia colorida e acreditavam que

cada cor possuía um significado, por isso, a mandala apresenta sempre grande

profusão de cores.

Vermelho: A cor do amor e da força

Azul: A cor da paz e da paciência

Amarelo: A cor do pensamento e da concentração

Verde: A cor da cura e da saúde

Lilás: A cor da bondade e da harmonia

Laranja: A cor da energia

3 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Branco: A cor da purificação e equilíbrio, pois é a junção de todas as cores que

existem na natureza

Nas sociedades primitivas, o ciclo cósmico, que tinha a imagem de uma trajetória

circular (circunferência), era identificado como o ano. O simbolismo da santidade

e eternidade do templo aparece claramente na estrutura mandálica dos

santuários de todas as épocas e civilizações.

Na arte podemos ver as mandalas retratadas de várias formas, nas abobadas

das grandes catedrais europeias, nos vitrais de Chartres, nas auréolas dos

santos, em pratos e porcelanas chinesas e gregas, na arte indígena e rupestre.

Atualmente muitos artistas pintam e desenham lindas mandalas decorativas para

comporem ambientes, o objetivo é somente decorativo, não espiritual.

Também a astrologia utiliza a forma mandálica para diagramar o zodíaco. O

diagrama astrológico contém doze setores de 30 graus cada um, onde estão

colocados os signos do zodíaco e que correspondem às doze constelações de

estrelas fixas, as quais conservam até hoje o mesmo nome que na Antiguidade:

Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário,

Capricórnio, Aquário, e terminando a Mandala Astrológica por Peixes.

Um exemplo bem típico brasileiro de mandala, a partir da arquitetura, é a planta

superior da Catedral de Brasília.

Catedral de Brasília – Forma mandálica

4 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Atividades:

Confeccionar mandalas utilizando diferentes bases e os mais diferentes

materiais.

Proporcionar às crianças o conhecimento das mandalas desde a pré história

(utilização espiritual) até os nossos dias (utilização espiritual ou decorativa).

Trabalhar com simetria, cores e texturas sobre bases circulares.

Modo de fazer

a) Corte um círculo de cartolina, ou algum outro papel firme, do tamanho que

será sua mandala e pinte da cor que você preferir.

b) Dobre a cartolina ao meio, novamente ao meio e mais uma vez ao meio.

c) Risque nas laterais formas circulares ou retas e recorte.

d) Ao abrir você terá uma “toalha vazada”. Coloque-a sobre a base do papel que

você pintou.

e) Pinte preenchendo com lápis tinta ou cola colorida, todas as formas vazadas.

f) Retire a cartolina. Espere secar.

g) Decore com cola prateada. Cole lantejoulas, pérolas.

h) A decoração da sua mandala fica a seu critério.

Com cola prateada e dourada decore sua mandala.

5 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Mandala – CD com cola

Material: CD, cola, papel, tesoura e lápis.

Modo de fazer:

a) Risque no papel ou na cartolina um círculo do tamanho do CD. Recorte.

b) Faça desenhos simétricos para formar a mandala.

c) Transfira com lápis para o CD.

d) Com a cola vá fazendo as formas, os círculos até que a mandala esteja

pronta.

e) Complete com pérolas, lantejoulas, ou com o material que você tiver.

Mandala em prato prateado

Material: Prato plástico prateado e cola.

Modo de fazer:

a) Recorte um círculo em papel do mesmo tamanho do prato.

b) Faça um esboço de uma mandala. Pinte.

6 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

c) Com cola faça a mandala sobre o prato plástico prateado.

Beatriz Milhazes (Rio de Janeiro, 1960) é uma pintora, gravadora, ilustradora e

professora. Frequentou cursos de arte na Escola de Artes Visuais do Parque

Lage e em várias universidades dos Estados Unidos da América. Vem

destacando-se em exposições no exterior, sua obra é caracterizada pela

utilização de cores e formas geométricas.

Milhazes concluiu a sua graduação em Comunicação Social na Faculdade Hélio

Alonso, Rio de Janeiro, em 1981.

Sua trajetória pelas artes plásticas começou em 1980 ao ingressar na Escola de

Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, onde mais tarde passou a ser

professora e coordenar atividades culturais.

A artista cursou gravura em metal e

linóleo no Atelier 78, com Solange

Oliveira e Valério Rodrigue, de 1995

a 1996. Em 1997, em mais uma

atividade como ilustradora,

participou do livro As Mil e Uma

Noites à Luz do Dia: Sherazade

Conta Histórias Árabes, de Katia

Canton.

Já teve obras vendidas em leilão por

mais de 2 milhões de dólares, o mais

Beatriz Milhazes (Rio de Janeiro, 1960)

7 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

alto valor alcançado em leilão por um artista brasileiro, e foi a primeira a ganhar

uma retrospectiva no Museu de Arte Latino-americano de Buenos Aires.

Estilo

A cor é um elemento onipresente na obra de Beatriz Milhazes. Seu repertório

estrutural inclui a abstração geométrica, o carnaval e o modernismo.

Flores, arabescos, alvos e quadrados ganham primeiro uma superfície de

plástico para a posterior transferência para a tela.

Beatriz Milhazes eventualmente usa a colagem na superfície da tela e aplica

adicionais para viabilizar as obras como pintura, decalque, justaposição e

sobreposições

ATIVIDADE:

Saber identificar e distinguir as formas geométricas, apropriando - se do uso dos

blocos lógicos e tangram a darem formas diferentes e atentar-se ao ambiente

associando as figuras geométricas aos objetos.

Tenha sempre em mãos:

Blocos lógicos

Tangram coloridos

Palitos de fósforos

Questionar o que eles sabem sobre formas geométricas;

Leitura da história de forma criativa;

8 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Desenho da história;

Observar que formas geométricas têm na

sala, no pátio da escola, nos materiais

escolares;

Apresentar os blocos lógicos: classificar em

tamanho, cor, espessura, forma

Criar um boneco engraçado com o auxílio

dos blocos, produzir um texto e apresentar

aos colegas.

Um peixe com escamas só de

círculos

Era uma casa, muito engraçada… Um ratinho de triângulo e círculos

9 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Quantas formas geométricas diferentes você consegue encontrar nesse palhaço

Vamos formar um painel com formas geométricas, com objetos e caixas:

Dobradura utilizando formas geométricas:

10 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

TANGRAM QUADRADO, OVAL E REDONDO

ATIVIDADE COM AS PEÇAS DO TANGRAM

Responda as questões de acordo com

a figura ao lado.

História do Tangram

11 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Existem várias lendas sobre a origem deste jogo. Uma delas conta que um

chinês deixou cair no chão um pedaço de espelho, de forma quadrada, o qual se

quebrou em sete pedaços. Para sua surpresa, com os cacos do espelho, ele

poderia dar origem a várias formas conhecidas como animais, plantas, pessoas,

objetos, letras, números, figuras geométricas, entre outras.

Uma outra história do tangram diz que foi inventado por um homem enquanto

tentava consertar os bocados quebrados de um azulejo de porcelana, o nome

do home era Tan. Temos como primeira publicação do Tangram, na China, em

1813.Na Europa e na América durante o século XIX vemos um grande interesse

por esse jogo.

Sam Loyd escreveu em 1903 "The Eighth Book of Tan-O oitavo livro de Tan".

Afirmando que este quebra-cabeça fora inventado há 4.000 anos pelo Deus Tan.

Mas o que realmente se sabe é que o tangram é um quebra-cabeça chinês e

que hoje esse jogo milenar tem atraído muitos, tanto para entretenimento como

para auxilio em conceitos matemáticos.

1) Quantas peças tem o Tangram?

2) Quantas peças são triangulares?

3) Quantas peças são quadriláteras?

4) Quantas peças são paralelogramos?

5) Separe as peças do Tangram em grupos, de modo que em cada grupo

todas as peças tenham o mesmo número de lados.

6) Em quantos grupos foi possível separar todas as peças?

7) Qual o nome que se dá às figuras de cada grupo?

12 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

TANGRAM CORAÇÃO PARTIDO

O Tangram coração partido é um quebra-cabeça que possibilita as mais diversas

atividades. Ele explora a coordenação motora, envolvendo relações entre parte

de uma figura e sua totalidade, assim como sua composição.

É muito importante que os alunos tenham oportunidade de manipular as peças

desse quebra-cabeça. Para isso, com as peças embaralhadas o professor deve

orientá-los a remontar e depois criar algumas

figuras usando todas as peças.

TANGRAM OVAL

13 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

TANGRAM REDONDO

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A Arte de Tarsila do Amaral

Uso de cores vivas;

Influência do cubismo (uso de

formas geométricas)

15 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

As obras de Tarsila do Amaral são obras de arte figurativa. Pois em cada obra

contém representações de situações, temas, pessoas, flora, fauna, objetos

dentre outros aspectos. Em todos os seus quadros existem um porquê da

realização de sua obra e um caráter subjetivo. Na maioria dos seus quadros se

representam aspectos do Brasil no seu todo, desde suas características físicas,

como o social.

São obras de caráter simbólico, que tem um enorme valor artístico e cultural para

o Brasil, que é reconhecido internacionalmente.

Uma das principais técnicas de suas obras é a “pintura lisa”, com influência do

Impressionismo.

Abordagem de temas sociais, cotidianos e paisagens do Brasil Tarsila do Amaral

16 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Tarsila do Amaral nasceu em Capivari – SP em 1886. Passou a infância nas

fazendas de seu pai. Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e depois em

Barcelona, na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, 'Sagrado Coração de

Jesus', 1904. Quando voltou, casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve

a única filha, Dulce.

Separaram-se alguns anos depois e então iniciou seus estudos em arte.

Começou com escultura e, depois, teve aulas de desenho e pintura no ateliê de

Pedro Alexandrino em 1918, onde conheceu Anita Malfatti. Em 1920, foi estudar

em Paris, ficou lá até 1922 e soube da Semana de Arte Moderna (que aconteceu

em fevereiro) através das cartas da amiga Anita. Quando voltou ao Brasil, Anita

a introduziu no grupo modernista e Tarsila

começou a namorar o escritor Oswald de

Andrade. Formaram o grupo dos cinco: Tarsila,

Anita, Oswald, o também escritor Mário de

Andrade e Menotti Del Picchia. Agitaram

culturalmente São Paulo com reuniões, festas,

conferências.

Em 1923, em Paris, estudou com o mestre

cubista Fernand Léger e pintou a tela 'A Negra'.

A figura da Negra tinha muita ligação com sua

infância, pois essas negras eram filhas de

escravos que tomavam conta das crianças e, algumas vezes, serviam até de

amas de leite. Com esta tela, Tarsila entrou para a estória da arte moderna

brasileira.

Em 1924, Blaise Cendrars veio ao Brasil e um grupo de modernistas passou com

ele o Carnaval no Rio de Janeiro e a Semana Santa nas cidades históricas de

Minas Gerais. No grupo estavam além de Tarsila, Oswald, Dona Olívia Guedes

Penteado, Mário de Andrade, dentre outros.

Tarsila disse que foi em Minas que ela viu as cores que gostava desde sua

infância, mas que seus mestres diziam que eram caipiras e ela não devia usar

em seus quadros. 'Encontrei em Minas as cores que adorava em criança.

Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Mas depois vinguei-me da

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opressão, passando-as para as minhas telas: o azul puríssimo, rosa violáceo,

amarelo vivo, verde cantante, ...' E essas cores tornaram-se a marca da sua

obra, assim como a temática brasileira, com as paisagens rurais e urbanas do

nosso país, além da nossa fauna, flora e folclore. Ela dizia que queria ser a

pintora do Brasil. Esta fase da sua obra é chamada de Pau Brasil, e temos

quadros maravilhosos como 'Carnaval em Madureira', 'Morro da Favela', 'EFCB',

'O Mamoeiro', 'São Paulo', 'O Pescador', dentre outros.

'Sagrado Coração de Jesus' foi pintada em 1904

Expoente do movimento modernista, a pintora Tarsila do Amaral começou a

carreira com este prosaico retrato de Jesus Cristo. Pintado por volta de 1904, o

Sagrado Coração de Jesus (óleo sobre tela, 103 cm por 76 cm) é considerado

seu primeiro quadro, numa época em que ela ainda assinava como Tharcilla.

18 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

“A negra”,1923 “O Mamoeiro” - 1925

Em 1926, Tarsila fez sua primeira Exposição individual em Paris, com uma crítica

bem favorável. Neste mesmo ano, casou-se com Oswald (o pai de Tarsila

conseguiu anular em 1925 o primeiro casamento da filha para que ela pudesse

se casar com Oswald). Washington Luís, o Presidente do Brasil e Júlio Prestes,

o Governador de São Paulo na época, foram os padrinhos deles.

Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao

seu marido, Oswald de Andrade. Pintou o 'Abaporu'. A figura do Abaporu

simbolizou o Movimento Antropofágico que queria deglutir, engolir, a cultura

europeia, que era a cultura vigente na época, e transformá-la em algo bem

brasileiro.

“Abaporu” - 1928

Outros quadros desta fase Antropofágica são: 'Sol Poente', 'A Lua', 'Cartão

Postal', 'O Lago', 'Antropofagia', etc. Nesta fase ela usou bichos e paisagens

imaginárias, além das cores fortes.

Em 1933 pintou a tela 'Operários'. Desta fase Social, temos também a tela

'Segunda Classe'. A temática triste da fase social não fazia parte de sua

personalidade e durou pouco em sua obra. Em 1950, ela voltou com a temática

do Pau Brasil e pintou quadros como 'Fazenda', 'Paisagem ou Aldeia' e 'Batizado

de Macunaíma'.

Abaporu é uma

clássica pintura do modernismo brasileiro,

da artista Tarsila do Amaral. O nome da obra

é de origem tupi-guarani que significa "homem

que come gente" (canibal ou antropófago),

uma junção dos

termos aba (homem), pora (gente) e ú (comer).

19 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

A tela foi pintada por Tarsila em 1928 e Tarsila participou da

I Bienal de São Paulo em 1951, teve sala especial na VII

Bienal de São Paulo, e participou da Bienal de Veneza em

1964. Em 1969, a mestra em história da arte e curadora Aracy

Amaral realizou a Exposição, 'Tarsila 50 anos de

pintura'. Tarsila faleceu em janeiro de 1973.

“Os Operários” – 1933

Atividades:

a) Conhecer a vida, as obras e as fases de Tarsila do Amaral.

b) Conhecer o Movimento Modernista Brasileiro e a Antropofagia.

c) Inspirar-se nas obras de Tarsila e criar as próprias obras utilizando técnicas

e materiais diferenciados.

Releitura da obra “Abaporu”

Material: Papel preto, ¼ cartolina, papeis coloridos,

Cola, tesoura e régua.

Modo de fazer:

a) Recorte tiras com 2 cm de largura dos papeis

coloridos. Cole-as sobre ¼ de cartolina.

b) Recorte os elementos da obra “Abaporu” no

papel preto e cole sobre o fundo de tiras coloridas.

c) Faça uma moldura com 2 ou 3 cm de largura no

20 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

papel preto e cole sobre o trabalho para dar acabamento.

Releitura da obra “Abaporu”

Material: Papel preto e coloridos, Cola branca,

Canetinha (preta), tesoura e régua.

Modo de fazer:

a) Recorte os elementos da obra “Abaporu” no

papel colorido. Cole sobre ¼ de papel preto.

b) Faça os detalhes com a canetinha (preta).

a) Faça uma moldura de 2 ou 3 cm no papel

preto e cole sobre o trabalho para dar acabamento.

Releitura da obra “O Mamoeiro”

Material: papeis coloridos, tampa de pizza, cola

branca.

Modo de fazer:

a) Faça a base do trabalho. Risque o desenho

das formas por trás do papel (azul, bege,

marrom) e vá rasgando (não utilize tesoura,

somente as mãos). Cole as partes sobre a tampa

de pizza (fundo).

b) “Rasgue” papéis em tons de azul (nuvens) e cole sobre o fundo. “Rasgue as

formas da casa e cole sobre a base.

c) “Rasgue” as plantas, os cocos, troncos, roupas (varal). Cole sobre o

trabalho.

d) Se quiser, faça texturas com cola colorida.

e) O que está a cima do lago?

f) E ao lado esquerdo da casa?

21 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Atividade da obra “A Cuca”

Essa obra Tarsila pintou em 1924. Ela usou muitas cores: amarelo,

laranja, roxo, verde, vermelho. E usou muito a imaginação e variadas

formas geométricas.

1) O que os alunos conseguem

identificar no quadro.

2) Quantos animais estão

vendo?

3) Quantas árvores?

4) Que formato tem as folhas das

árvores?

5) Por que será que a artista fez a arvore com folhas em forma de coração?

6) A artista descreveu a obra como "um bicho esquisito, no meio do mato, com

um sapo, um tatu, e outro bicho inventado".

7) Qual é o bicho esquisito? E que animal(is) está à direita do bicho esquisito?

8) Explorar também o medo e a fantasia das crianças.

Cantar: Nana Neném

Nana neném

que a cuca vem pegar

papai foi pra roça

mamãe foi trabalhar

Desce gatinho

“A Cuca,1924”

22 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

De cima do telhado

Pra ver se a criança

Dorme um sono sossegado

9) Conversar sobre “Medo” (O medo da Cuca/Os medos que crianças possam

ter - do que você tem medo? Por que?);

10) O título da obra lembra uma personagem de Monteiro Lobato que costumava

causar medo nos demais. Com base nesse sentimento, responda:

11) Tarsila pintou este quadro no começo de 1924 e escreveu à sua filha dizendo

que estava fazendo uns quadros "bem brasileiros". Se você fosse acrescentar

outros elementos bem brasileiros, quais seriam e como ficaria o quadro?

12) Qual o nome que você deu ao animal que está à direita da Cuca?

Obra Cartão Postal

Destaque nas cores verde, azul,

amarelo, marrom e vermelho. As

formas geométricas são o

círculo, retângulo, oval e retas

FORMAS ORGÂNICAS:

Formas ordenadas ou aleatórias em estruturas não geométricas, observadas

principalmente na natureza, daí o seu nome (asa de inseto, folha de árvore, curso

e ramificações de um rio)

23 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

São as formas livres, geralmente inspiradas nos elementos naturais daí a

denominação “orgânicas”.

24 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

O movimento Land Art – origem, história e expressão

A Land Art, também conhecida como Earth Art ou Earthwork é o tipo de arte em

que o terreno natural, em vez de prover o ambiente para uma obra de arte, é ele

próprio trabalhado de modo a integrar-se à obra.

A Land Art surgiu em finais da década de 1960, em parte como consequência de

uma insatisfação crescente em face da deliberada monotonia cultural pelas

formas simples do minimalismo, em parte como expressão de um desencanto

25 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

relativo à sofisticada tecnologia da cultura industrial, bem como ao aumento do

interesse às questões ligadas à ecologia

É um tipo de arte que, por suas características,

não é possível expor em museus ou galerias (a

não ser por meio de fotografias). Devido às muitas

dificuldades de colocar-se em prática os

esquemas de land art, suas obras muitas vezes

não vão além do estágio de projeto. Assim, a

afinidade com a arte conceitual é mais do que

apenas aparente.

Dentre as obras de land art que foram

efetivamente realizadas, a mais conhecida talvez

seja a Plataforma Espiral (Spiral Jetty), de Robert

Smithson (1970), construída no Grande Lago Salgado, em Utah, nos Estados

Unidos da América

A Land Art foi reconhecida como a mais “suportada” das inspirações artísticas.

No final dos anos 60, um número de artistas iniciou fora das quatro paredes da

galeria uma série de criações no deserto e montanhas do Nevada, Utah, Arizona

e Novo México. A Land Art deixa os espaços comuns de exposição como a

galeria, o atelier e o museu para “investir no planeta”. Renova a noção de

exposição: uma experiência real e intransponível, representada em vastos

espaços, como a montanha, o mar, o deserto e o campo, para uma maior

liberdade criativa.

26 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

ATIVIDADE

Após conhecerem essa outra forma de fazer artístico relacionada à paisagem,

proponha aos alunos que eles escolham o lugar que mais gostam na escola.

Eles devem fazer um desenho desse local que pode ser áreas abertas (pátios,

quadras) ou espaços fechados (salas de aula). O importante é que ele tente

desenhar respeitando ao máximo as características reais do local escolhido.

Com os desenhos finalizados o professor deve propor que eles imaginem uma

interferência nesse local, algo que habitualmente não poderia estar ou acontecer

nesse ambiente que eles desenharam. Distribua folhas de papel manteiga ou

papel vegetal. O aluno deve posicionar a folha por cima do seu desenho e

redesenhá-lo, agora inserindo as características que não fazem parte desse

ambiente na realidade.

Essa atividade é uma aproximação dos alunos com a possibilidade (ainda que

hipotética) de interferir nos ambientes. O professor pode realizar uma exposição

contrapondo os locais reais desenhados pelos alunos e as interferências

imaginadas para esses locais.

27 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

ATIVIDADE

Propor a criação coletiva de uma grande obra dentro do contexto da Land Art na

escola.

Os alunos devem decidir quais materiais serão utilizados. Por exemplo, eles

podem escolher materiais descartados pela escola (cadeiras, mesas, papel) ou

criar uma obra onde cada um traga objetos que digam sobre sua personalidade

e quando agrupados criem um grande retrato da turma dentro da escola.

O mais importante é estabelecer um dia para a montagem coletiva do

trabalho.

Frans Krajcberg

Nascido na Polônia, Frans Krajcberg chega ao Brasil em 1948, procurando

reconstruir sua vida, após perder toda a família em um campo de concentração,

durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Com formação em engenharia

e artes, realizada em Leningrado, sua carreira artística inicia-se no Brasil. Após

residir um curto espaço de tempo no Paraná, muda-se para o Rio de Janeiro,

onde divide ateliê com o escultor Franz Weissmann (1911 - 2005). Suas pinturas

desse período tendem à abstração, predominando tons ocre e cinza. Trabalha

motivos da floresta paranaense, com emaranhados de linhas vigorosas.

Em Paris com viagens a Ibiza, na Espanha, onde produz trabalhos em papel

japonês modelado sobre pedras e pintados a óleo ou guache. Essas

28 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

"impressões" são realizadas com base no contato direto com a natureza, e

aproximam-se, em suas formas, de paisagens vulcânicas ou lunares. A natureza

torna-se a matéria-prima essencial do artista. Em 1964, instala um ateliê em Cata

Branca, Minas Gerais. A partir desse momento ocorre em sua obra a explosão

no uso da cor e do próprio espaço. Começa a criar as "sombras recortadas", nas

quais associa cipós e raízes a madeiras recortadas. Nos primeiros trabalhos,

opõe a geometria dos recortes à sinuosidade das formas naturais. Destaca-se a

importância conferida às projeções de sombras em suas obras.

Em 1972, passa a residir em Nova Viçosa, no litoral sul da Bahia. Amplia o

trabalho com escultura, iniciado em Minas Gerais. Intervém em troncos e raízes,

entendendo-os como desenhos no espaço. Essas esculturas fixam-se

firmemente no solo ou buscam libertar-se, direcionando-se para o alto. A partir

de 1978, atua como ecologista, luta que assume caráter de denúncia em seus

trabalhos: "Com minha obra, exprimo a consciência revoltada do planeta".

Krajcberg viaja constantemente para a Amazônia e Mato Grosso, e registra por

meio da fotografia os desmatamentos e queimadas em imagens dramáticas.

Dessas viagens, retorna com troncos e raízes calcinados, que utiliza em suas

esculturas.

Na década de 1980, inicia nova série de "gravuras", que consiste na modelagem

em gesso de folhas de embaúba e outras árvores centenárias, impressas em

papel japonês. Também nesse período realiza a série africana, utilizando

raízes, cipós e caules de palmeiras associados a pigmentos minerais. Krajcberg

sempre fotografa as suas esculturas, muitas vezes tendo o mar como fundo. O

artista, ao longo de sua carreira, mantém-se fiel a uma concepção de arte

relacionada diretamente à pesquisa e

utilização de elementos da natureza. A

paisagem brasileira, em especial a

floresta amazônica, e a defesa do meio

ambiente marcam toda a sua obra.

29 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Maior obra da exposição de

Frans Krajcberg, com 6 m

de altura

Aos 87 anos, o escultor faz sua primeira grande exposição em São Paulo. Com

materiais retirados de queimadas ilegais em florestas, sua intenção é denunciar

as atrocidades que o ser humano comete contra a natureza

Árvores destruídas pelas queimadas e pigmentos extraídos da terra: essas são

as matérias primas do trabalho do escultor Frans Krajcberg.

FORMAS ORGANICAS

Tarsila do Amaral, Manacá

Tela com colorido forte em linhas estruturais

definidas, as formas são organizadas com certa

regularidade.

FORMA: Todo ato de perceber uma FORMA no mundo é um ato intelectual de

destacar um significado.

30 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

A FORMA é o oposto da insignificância, é a presença em si. Na Comunicação

Visual, em especial, toda FORMA tem contorno e superfície, e é criada sobre

algum tipo de suporte. O contorno é o limite exterior da forma, uma espécie de

fronteira entre o significado (FORMA) e o insignificante (FUNDO). O SUPORTE

é qualquer meio material onde se realiza a FORMA, podendo ser desde uma

folha de papel, a tela de um computador ou o bloco de pedra onde se lavra uma

escultura. Conceitualmente, a FORMA é uma relação que permanece constante

mesmo que mudem os elementos aos quais ela se aplica. Um triângulo pode ter

vários tamanhos ou inúmeras formas, mas a triangularidade permanece

constante, independentemente de suas características. FIGURA E FUNDO Uma

FIGURA se destaca do fundo pela atenção que desperta no observador. A

FIGURA é o elemento que possui significado, enquanto o FUNDO é o pouco

significativo. A atenção sobre a FIGURA ocorre pelas características próprias do

objeto ou por características presentes no observador. O contraste é o

responsável pela distinção entre a FIGURA e o FUNDO. Contraste que pode ser

formal, pela qualidade da superfície ou pelo significado da FIGURA. A FIGURA

possui algo formalmente diferente em relação ao contexto sobre o qual está

colocada. Pode ser um formato diferente, uma cor, uma textura etc. Com relação

ao observador, as motivações pessoais podem ajudar a destacar uma FIGURA

em relação ao seu contexto. Nem sempre as relações entre a FIGURA e o

FUNDO são definidas. Pode-se perceber um espaço ora como FIGURA, ora

como FUNDO.

Formas positivas e negativas – figura e fundo – A relação entre a figura e o fundo

nos traz uma outra definição de forma:

Forma positiva: é a figura

Forma negativa: é o fundo

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Observe esta tela de Franz Kline,

pintor expressionista abstrato, ele

pintava grandes formas de cor negra

que parecem flutuar sobre a brancura

da tela

Espaço negativo é um conceito artístico presente em vários ramos distintos das

artes, na pintura, escultura, gravura, design, e pode ser definido como todo o

espaço ocupado em torno do motivo principal. Em fotografia, podemos falar que

é toda área ao redor do motivo principal, que pode ser chamado de espaço

positivo, e que serve de complemento a este. A delimitar o espaço negativo

temos os limites físicos do frame e o próprio motivo principal. De se notar que o

espaço negativo, embora limite o espaço positivo não se opõe a ele, ao contrário,

dialoga com este para complementá-lo e tornar a fotografia melhor palatável aos

olhos. De maneira geral, tudo aquilo que se encontra no mesmo plano focal do

motivo é também considerado espaço positivo, mas há formas de “mascará-lo”,

fazendo convergir a atenção do observador em um único ponto focal da foto,

concentrado assim o olhar no motivo principal, induzindo a

32 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

interpretação do observador naquilo que reputamos importante no frame.

O exemplo mais celebre de utilização de espaço negativo como complemento

ao motivo principal se encontra na gravura “O vaso de Rubin”, amplamente

conhecido nos estudos de designs

O conceito demonstrado pelo dinamarquês Edgar Rubin é facilmente aplicável

na fotografia.

A utilização do espaço negativo poderá dar mais ênfase ao assunto principal,

bem como mais força à própria composição ao isolar o motivo principal na

composição. O efeito visual apresenta ao observador o motivo principal no frame

em uma composição mais limpa, não deixando margem para dúvidas quanto ao

ponto focal da imagem.

O espaço negativo serve, também, para dar “espaço” para o olhar se deslocar

por toda a extensão do frame, fornecendo um roteiro para o olhar investigador

de todo o frame fotográfico.

Diferentemente do que se possa pensar inicialmente, o espaço negativo não é

exclusivamente uma área livre de informação, muito embora esse recurso seja

amplamente utilizado. Pode-se perfeitamente acrescentar informação ao espaço

negativo, sejam de texturas, de cores, de tons, de formas, contudo nessa área

não residirá o interesse maior da foto. Ela servirá mais como um apoio, um

complemento ao espaço positivo.

33 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

A imagem acima passa a ganhar destaque pela grande quantidade de espaço

negativo ao redor do motivo principal. Aqui, o espaço negativo concentra toda a

atenção do observador no motivo principal da fotografia.

Mas o espaço negativo pode ser preenchido com informação complementar ao

espaço positivo.

Flor de Dente de Leão - Dandelion Flower

O positivo se refere às imagens com

preenchimento interno.

FRAME: Cada um dos quadros ou

imagens fixas de um produto

audiovisual; foto; moldura.

As imagens de câmeras de vigilância

formam frames.

Quadro, moldura.

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O negativo se refere às imagens

com preenchimento externo

cujo a ausência de cor define a imagem

QUE IMAGEN É ESSA?

Um homem tocando saxofone ou a sombra do

rosto de uma mulher?

Você pode ver ambos, mas a cada momento, uma das duas

imagens "salta" mais aos seus olhos. Essa alternância de

uma para a outra às vezes é tão rápida que até parece que

conseguimos ver ambas ao mesmo tempo, mas não. Esse processo rápido de

alternância entre figura e fundo acontece também em nossas vidas. A cada

momento, e de acordo com nossas necessidades e interesses, nossa figura

muda. Se enquanto estou escrevendo, sinto sede, a sede passa a ser minha

figura e escrever aqui torna-se fundo até que minha sede seja satisfeita. Por isso

diz-se que este processo de alternância é fluído.

Salvador Dali

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“Mãos em Negativo”

Umas das primeiras

manifestações artísticas dos

homens primitivos, foram as

"Mãos em Negativo", onde eles

usavam carvão, sangue, ossos

triturados e folhas de árvores

como tinta e como pincel eles

utilizavam os dedos e/ou canudos feitos de galhos de árvores ocos, onde eles

sopravam o carvão em cima das mãos e após retirar a mesma, ficava a parte

que não pegou o carvão ou outro pó colorido, em branco (mão em negativo).

FIGURA E FUNDO

A figura, em uma imagem, para ser percebida imediatamente, deve ser colocada

em destaque do fundo.

Na relação figura-fundo as formas (figuras) podem ser: positivas e negativas.

Forma positiva: é a forma completa com todos os detalhes, é apenas a silhueta,

o contorno de uma forma. São as figuras formadas em torno de um espaço

negativo ou vazio.

Forma negativa: constituía parte transparente de uma obra, figuras “ocas”; são

as formas que rodeiam um espaço positivo

Forma positiva Forma negativa

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37 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Hélio Oiticica – Pintor e Escultor Brasileiro Hélio Oiticica nasceu no dia 26 de julho de 1937 na cidade do Rio de Janeiro.

Foi pintor, escultor, artista plástico e performático. Como um

dos artistas revolucionários, foi também anarquista, professor e filólogo. No

ano de 1959, funda o Grupo Neoconcreto, juntamente com Amilcar de Castro,

Lygia Clark, Lygia Pape e Franz Weissmann.

38 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Criador do Parangolé, denominado por ser uma espécie de bandeira, onde

mostra os tons, cores, formas, texturas, grafismos, textos, juntamente com sua

composição, como tecido, borracha, tinta, papel, vidro, cola, plástico corda e

palha, sendo considerada uma escultura móvel. O movimento Tropicália, onde

o pintor brasileiro participou, teve uma grande repercussão na época impondo

a imagem brasileira sobre o tema da vanguarda.

Criou também as bólides, objetos com pigmento, onde traziam a cidade para

mostrar sua arte. Em 2009, seu acervo de 90% foi destruído por um incêndio,

mas uma grande parte foi preservada pela digitalização do programa Helio

Oiticica, coordenado pela curadora e crítica de arte Lisette Lagnado.

Vejas abaixo alguns quadros, pinturas e obras de Hélio Oiticica:

39 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Grande Núcleo – Hélio Oiticica

Meta Esquema – Hélio Oiticica – 1958

40 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

ATIVIDADE

TRABALHAR COM MOLDES VAZADOS COM FIGURA E FUNDO

COR

“A cor é a revelação primeira do mundo. Ela existe como luz, diluída nas

aparências. A cor na pintura, porém é sintética, não diluída, possui sentido

próprio. A pintura decorre à medida que se lhe quer dar o sentido naturalista de

cor, diluída em mil tonalidades. Longe de aproximá-la do homem ela volta a

uma espécie de caos da natureza, pois o homem não é a natureza caótica e

sim uma síntese complexa e sublime. A preferência dos pintores pelas cores de

croma alto e puras é justamente essa necessidade de escapar à relatividade

das coisas, pois a cor raramente existe como croma alto na natureza. A cor

passa, pois, a construir mundo, vontade suprema do artista, aspiração

altamente humana. A cor é a síntese, o elemento de conciliação entre o

homem e a natureza, mas não a cor da natureza e sim a cor criada pelo

homem, na obra de arte. No sentido nietzscheriano de dionisíaco não cabe

esse sentido de cor, como também não o sentido apolíneo, seria, pois um meio

termo, nem dionisíaco nem apolíneo, e sim o equilíbrio dessas polaridades. É a

cor do homem, da sua dialogação com o mundo e com si mesmo, cheia de

polaridades, flexível a ponto de se tornar um abismo. Que se quer com a cor?

Afirmar ou se perder? Apenas vivê-la.”

(Hélio Oiticica)

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A cor não existe: o que você vê é luz

A cor não existe objetivamente, pelo menos não em qualquer sentido literal. O

que existe é a luz

Os corpos iluminados absorvem parte das ondas eletromagnéticas e refletem as

restantes. Essas ondas refletidas são captadas pelos olhos e, dependendo do

comprimento de onda, são interpretadas pelo cérebro. Em condições de pouca

luz, o ser humano apenas consegue ver a preto e branco.

A cor branca, neste sentido, é o resultado da sobreposição de todos as cores. A

cor preta, em contrapartida, é o contrário e define-se como sendo a

ausência de cor.

Rosas são vermelhas, violetas são azuis… será mesmo? O fato é que as cores

que você enxerga podem não ser as mesmas que outra pessoa vê. Isso porque

percebemos as cores através do nosso cérebro, e não de nossos olhos, a

impressão que a luz refletida ou absorvida pelos corpos produz nos olhos. A

cor branca representa as sete cores do espectro: vermelho, laranja, amarelo,

verde, azul, anil e violeta. A cor preta é a inexistência de cor ou ausência de luz

O termo "cor" é aplicado em diferentes contextos. Pode se

referir à cor do cabelo, à cor dos olhos ou à cor da pele.

42 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Neste último caso, a expressão "de cor" indica alguém com

tom de pele escuro.

No sentido figurado, "ficar sem cor" exprime a palidez

súbita de um indivíduo seja por um susto, por doença ou

por alguma emoção. "Mudar de cor" pode indicar palidez

ou ruborização da pele.

Em diversas expressões populares surge o termo, por

exemplo:

- "dar cor à vida" se refere a uma mudança de atitude de

alguém que deseja viver mais intensamente, com mais

alegria;

- "cor de burro quando foge" significa uma cor indefinida;

- "não ver a cor do dinheiro" pode indicar um calote sofrido

por alguém ou não ter recursos financeiros.

Significado das cores

As cores possuem diferentes significados que variam entre

diferentes culturas. Na cultura ocidental, as cores estão

relacionadas com as emoções do ser humano. Também

podem assumir diferentes funções, por exemplo, através

das cores padronizadas dos semáforos.

Na decoração dos ambientes, o efeito estimulante das

cores não é negligenciado, nem o efeito energético, que,

através da cromoterapia, influencia na saúde das pessoas.

As cores foram convencionadas para simbolizarem

determinados acontecimentos ou sensações, por exemplo,

43 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

o vermelho simboliza a guerra, o verde é símbolo da

esperança e o branco é símbolo da paz.

primárias

Também chamadas cores puras, pois não precisam da mistura de outras cores

para se formarem.

São elas: Amarelo, Magenta (Vermelho) e Ciano (Azul).

OBS.: A cor magenta é como se fosse um rosa bem forte, como não

encontramos essa cor na caixa de lápis de cor de 12 cores usada pelos alunos

na escola, vamos estudar as cores com o uso do vermelho claro.

Cores secundárias

Surgem da mistura das cores primárias.

São elas: Laranja, Verde e Roxo.

LARANJA: Amarelo + Vermelho.

VERDE: Amarelo + Azul.

ROXO: Azul + Vermelho.Cores terciárias

44 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Surgem da mistura de cores primárias com cores secundárias. Você vai misturar

duas cores para conseguir uma terceira cor. Então, a cor que tiver mais

quantidade na mistura feita puxará o seu nome. Veja o exemplo:

Cores neutras

Caracterizam-se pela não predominância de tonalidades quentes ou frias.

São elas: Preto, Branco e a junção das duas que é o Cinza (Preto + Branco).

45 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Além delas, consideramos como cores neutras os tons pastéis: bege, marrom e

suas nuanças e matizes.

Atividade DESENHO COM CORES NEUTRAS.

Crie um desenho figurativo com o tema sugerido pelo professor e pinte-o usando

somente cores neutras e suas tonalidades.

Cores quentes

As cores quentes transmitem-nos energia e calor, pois nos lembram o sol e o

fogo. São cores alegres que têm poder de aproximar as imagens e faze-las

parecer maiores do que são. São elas: Amarelo, Laranja e Vermelho com todas

as nuances dessas cores.

As cores quentes são consideradas excitantes.

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Cores frias calmantes.

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Cores frias

As cores frias transmitem-nos calma, tranquilidade e tristeza, pois nos lembram

água, mar vegetais, florestas. Têm o poder de afastar imagens e faze-las parecer

menores. São elas: Verde, Azul e Roxo e todas as suas nuances.

Atividade

DESENHO COM CORES QUENTES.

Crie um desenho figurativo com o tema sugerido pelo professor e pinte-o com a

predominância de cores em tonalidades quentes.

Fase azul

Os quadros da fase azul caracterizam-se pelo tom quase monocromático. As

telas são realizadas em uma gama estreita de cores, variando em tons de azul

e tons pastel. O tema é sempre a pobreza ou a morte. Os personagens são

envolvidos por uma aura de solidão e desespero, os olhares são entristecidos, a

tez pálida, os pés descalços.

Obras da Fase Azul de Picasso

Mother and child,1902 Seller of gul,1902 Life,1903

48 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Fase rosa

A fase rosa é um retorno do artista à alegria da vida. Os tons azuis e a melancolia

da fase anterior são amenizados pela introdução de um novo tema, os

saltimbancos, assim como uma nova gama de cores, mais variada. Picasso vai

explorar este tema em inúmeras situações, demonstrando seu apreço pela vida

circense. Retrata famílias de acrobatas, mulheres com seus bebês em meio a

animais do circo, meninos treinando malabarismo sobre bola, meninas

adestrando cavalos. As cores são mais suaves, predominando os tons

vermelhos muito pálidos, assim como o tom geral da pintura torna-se mais

luminoso.

Obras da Fase Rosa de Picasso

Acrobata e Equilibrista, 1905 Acrobat and young harlequin,

1905

Family of Acrobats with Monkey, 1905

49 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

ATIVIDADE – DESENHO COM CORES FRIAS.

Crie um desenho figurativo com o tema sugerido pelo professor e pinte-

o com a predominância de cores em tonalidades frias.

Disco cromático

COLORINDO O CÍRCULO CROMÁTICO.

50 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

ATIVIDADE:

Pinte com lápis de cor, lápis aquarela ou tinta guache os espaços abaixo de

acordo com as cores pedidas no círculo cromático.

OBS: AS CORES PRIMÁRIAS SÃO MAGENTA, (VERMELHO), AZUL CIANO E

AMARELO.

ESTE EXERCÍCIO USA A COR VERMELHA EM VEZ DE MAGENTA DEVIDO

AS LIMITAÇÕES DE ALGUMAS CAIXA DE COR ESCOLARES QUE NÃO

CONTÉM ESTA COR.

Construindo o disco de Newton

51 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Materiais

Compassos

- Cartolinas brancas

- Lápis de cor, giz de cera ou tinta guache

- Réguas

- Borrachas

Modo de fazer

Utilizando o compasso, fazer círculos de cartolina, de aproximadamente quinze

centímetros de diâmetro.

Dividir o círculo em sete partes, colorindo cada uma com uma das cores do arco-

íris.

Aproveitar o furo do compasso e inserir um lápis nesta região, tal como indica a

imagem abaixo:

Testando o disco de Newton:

Peça para que seus alunos girem velozmente o lápis, e observem que,

52 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

surpreendentemente, o círculo apresentará a cor branca – comprovando as

ideias de Newton.

Outras formas de montar o disco de Newton:

- Fazer um disco de diâmetro maior, e fixá-lo em um ventilador de chão.

- Utilizar um LP como suporte, colando o disco com as sete cores sobre ele e,

depois, fixá-lo na ponta de uma furadeira manual.

Materiais: - cartolina branca - lápis de cor - compasso - lápis preto - régua -

borracha

Passo a Passo:

1. Deve-se realizar um círculo com aproximadamente 15 cm de diâmetro.

2. Dividir o círculo em sete partes iguais.

3. Pintar utilizando as cores: verde, amarelo, vermelho, violeta, roxo, alaranjado

e azul-marinho.

4. Realizar um furo no centro do círculo e acrescentar um lápis, com o intuito de

girá-lo a alta velocidade, observando assim o aparecimento da cor branca.

Lista de cores

Amarelo Azul Branco Cinza Dourado Laranja Marrom Prata Preto Rosa Verde Vermelho Violeta

Monocromia (radiação (ou luz) monocromática) é a radiação produzida por

apenas uma cor. É uma harmonia conseguida por apenas uma cor e seus tons

diferentes. Monocromia é o contrário de policromia. Na monocromia, existe a

53 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

escala monocromática, onde uma cor tem diferentes tons de radiação, como: A

cor verde pode se fazer nesta escala a cor verde-claro, verde-escuro, verde-

marinho ou vermelho + branco = cor-de-rosa ou vermelho + preto = bordô e

assim por diante. A monocromia está muito ligada com a escala monocromática.

ESCALA MONOCROMÁTICA

Adicionando porções gradativas de branco ou preto a uma cor qualquer obtemos

diferentes tonalidades desta cor, resultando numa escala monocromática.

Observe as modificações das cores azul e preto com adição do branco:

MONOCROMIA

Quando empregamos uma única cor ou suas

resultantes na escala monocromática, realizamos

uma monocromia.

MONO = UMA

CROMIA = COR

Veja neste painel uma monocromia das escalas do

verde:

54 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

O trabalho de Piet Mondrian intitulado "Árvore cinzenta", que já prenuncia a

abstração em seus trabalhos, nos dá exemplo de monocromia e de abstração.

Monocromia quando ele utiliza uma só cor com suas variações e abstração se

você ignorar o título.

Piet Mondrian

Guernica

Trabalho monocromático de Picasso.

Picasso concebeu sua obra em preto e branco, com alguns traços amarelados,

evidenciada pela monocromia, traduzindo assim os intensos sentimentos que o

abalaram na destruição de Guernica, sua rejeição a tamanha violência. Sem

55 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

dúvida nenhuma constituída em estilo cubista, o pintor nela reproduz o povo, os

animais e as construções atingidas pelo bombardeio.

A própria recorrência ao recurso conhecido como ‘collage’ evidencia as

intenções emocionais do artista. Ele não cola simplesmente as imagens na tela,

mas as pintas, simulando o ato da colagem. Assim ele tece um espaço renovado

e original, não obtido por meio de técnicas ilusórias, mas sim pela justaposição

de imagens cortadas na perspectiva plana, em tonalidades pretas e cinzas,

perpassadas por luzes brancas e amarelas, atingindo a impressão de uma falta

completa de cores, que aqui lembram sem dúvida a morte.

O pintor representa em Guernica, com certeza, a dissolução da existência, que

se resume a fragmentos, a transformações na anatomia dos seres retratados, de

certa forma irreais, mas que ao mesmo tempo transmitem o absurdo significado

ou a absoluta falta de sentido da realidade gerada pela guerra.

Policromia é o estado de um corpo ou sistema cujas partes têm várias cores. É

o emprego de várias cores em um mesmo trabalho. Na Antiguidade,

os assírios e caldeus pintavam com cores brilhantes as suas estátuas e

decoravam as paredes dos edifícios com azulejos ou pinturas murais de cor viva,

em cujo perfil estavam desenhados grossos.

Exemplo com cor azul: pode-se usar o azul, azul claro, azul escuro ou outras

cores que tendem para o azulado. Pode-se acrescentar preto ou branco para

alterar a tonalidade da cor escolhida.

56 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Policromia

(Poli = Muitos; Cromo = Cor; muitas cores. )

Policromia é o emprego de variadas cores com ou sem ordem estabelecida.

Causando um belo impacto visual.

Obras Henri Matisse

Obras de André Derain

57 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

ATIVIDADE –

COLORINDO COM MONOCROMIA.

Crie um desenho figurativo com o tema sugerido pelo professor. Escolha apenas

uma cor (exceto cores neutras). Pinte o desenho apenas com a varial tonal da

cor que você escolheu.

"Composição com Vermelho, Amarelo e Azul", de Piet Mondrian - 1921

Descrição da imagem:

Composição com Vermelho, Amarelo e Azul, um quadrado perfeito, exibe um

cruzamento de linhas, em ângulos retos, na vertical e horizontal, que formam

compartimentos assimétricos.

Dos oito compartimentos formados pelas linhas negras, cinco são variações de

luz. Nos dois extremos da variação do quadro, um retângulo (em altura) vermelho

e outro (em largura) azul. Vermelho (quente), azul (frio) são os registros das

variações (brancos quentes e frios) que culminam no retângulo (em altura)

amarelo, a zona mais luminosa do quadro. Sem as linhas pretas as cores se

tocariam, influenciando umas nas outras. Não deve existir uma relação de força

e sim relações métricas proporcionais.

58 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Pieter Cornelis Mondrian (7 de março de 1872-1944), artista plástico,

holandês, desde jovem interessou-se por pintura, mas não tinha o apoio de sua

família. Ele era o segundo filho do professor Pieter Cornelis Mondrian e de sua

mulher Johana Christina Mondrian. Piet Mondrian começou a sua carreira como

caminhoneiro ao mesmo tempo que ia praticando a sua pintura. O estilo artístico

de Mondrian se caracteriza pelo trabalho com obras abstratas geométricas,

principalmente trabalhando com formatos retangulares nas cores primárias:

vermelho, azul, amarelo também o preto e branco, que Mondrian considerava

como as cores elementares do Universo.

A aplicação de suas teorias conduziu Mondrian a realizar obras como

Composição em vermelho, amarelo e azul (1921), na qual a pintura, composta

unicamente por algumas linhas e blocos de cores bem equilibrados, cria um

efeito monumental apesar da escassez de meios, propositalmente limitados, que

emprega.

A maior parte do seu trabalho deste período é influenciada pelo naturalista ou

impressionista. No museu Gemeente, em Haia, estão expostos vários trabalhos

deste período, incluindo exemplares pós-impressionistas tais como "O Moinho

Vermelho" e "Árvores ao andar”. (O museu também tem exemplos do seu

trabalho geométrico posterior).

Fundador do "Neoplasticismo”, movimento que se organiza em torno da

necessidade de clareza, certeza e ordem. Tem como propósito central encontrar

uma nova forma de expressão plástica, liberta de sugestões representativas e

composta a partir de elementos mínimos.

Mondrian teve diversas obras, algumas classificadas como as principais, como:

* Árvores a luz da lua 1908;

* A árvore vermelha 1908;

* Composição de cores 1917.

Mondrian morreu em 1 de fevereiro de 1944, vítima de uma pneumonia, deixando

uma obra incompleta.

59 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

O Expressionismo das Cores

Vermelhos, azuis, verdes, laranja, violeta... São tantas as cores! Umas fazem

rir, outras chorar; algumas são sombrias, outras luminosas; algumas são puras,

contrastantes, loucas, vibrantes, densas, fluídas ou transparentes; outras fazem

pensar. O que seria da vida sem as cores? Muitos artistas foram apaixonados

pelas cores, mas, um artista usou as como poucos: Vincent Van Gogh. Esse

artista exagerava no uso dessas cores. Aliás, para Van Gogh, as cores, as linhas

e as formas de um desenho eram apenas um pretexto para expressar emoção:

“Eu quero a luz que vem de dentro, quero que as cores representem as

emoções” (Vincent Van Gogh). Podemos ver que não é a sua vida que explica a

sua obra e sim a sua obra que transcende as barreiras de sua própria vida, dando

sentido a ela. Van Gogh mesmo sendo considerado louco reformulou a pintura,

teve a capacidade e a sensibilidade para ver o mundo de uma maneira

completamente diferente. Que valor tem a arte ao pensarmos em Van Gogh?

Quais são esses valores? São os mesmos valores de Munch? Observe com

atenção esta obra de Van Gogh:

VINCENT VAN GOGH. Trigal

com corvos, 1890.

O Artista: Vincent Van Gogh (1853-90), nasceu na Holanda e, aos 27 anos,

perguntou-se: “Existe alguma coisa em mim que pode ser útil, mas o quê?”

Decidiu cumprir por meio da arte sua missão para com a humanidade. A sua

obra manifesta a essência da própria vida com cores que saltam aos olhos e

expressam a alegria e a agonia de viver. Segundo STRICKLAND (1999, p. 120),

60 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

o pintor era sujeito a crises de profunda solidão, sofrimento e colapso emocional,

atirava-se à pintura com um frenesi terapêutico, produzindo oitocentas telas e

outros desenhos no período de dez anos. Não conseguiu o reconhecimento de

sua obra como artista e vendeu apenas um quadro em toda a sua vida.

Essa foi a última obra que Van Gogh pintou. Os trigais são turbulentos e

inquietos, podemos ver que o céu apresenta-se escuro e carregado com corvos

em revoada. Assim como as linhas, também as cores expressam muito do que

somos e do que sentimos. Por exemplo, o céu em um dia claro, não nos transmite

uma sensação diferente de um céu com nuvens carregadas? O que sentimos

quando vemos o verde das árvores em um dia de sol e em um dia chuvoso no

inverno? Pois é, somos envoltos pelas cores e o mundo, quanto mais iluminado,

mais parece colorido. Van Gogh sabia disso e, em suas obras, usou e abusou

das cores retratando, por meio delas, além de sua alma, as suas emoções.

ATIVIDADES:

As linhas e as cores são evidentes, nas obras de Van Gogh uma ênfase nos

azuis e amarelos. E você tem preferência por alguma cor? Qual? O que essa cor

“diz” sobre você ou sobre seu estado de espírito? Por quê? Crie uma composição

usando suas cores prediletas. Use lápis de cor ou giz de cera. Enquanto realiza

a atividade, anote todas as suas impressões e sentimentos usando palavras-

chave. Após terminar seu desenho, crie uma “poesia” com as palavras-chave

que traduzam seus sentimentos. Apresente a sua composição e leia a poesia

para a turma.

ATIVIDADE:

Releitura de Mondrian

Entender o que são cores primárias.

Conhecer a vida e obras do artista Mondrian.

Analisar as obras de Mondrian.

61 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Trabalhar formas geométricas e lateralidade.

Painel para Poesias (Releitura de Mondrian)

Recursos Pedagógicos:

Papel: amarelo, vermelho, preto, verde, rosa peônia, branco -

Cola

Caneta marcador permanente

Tinta relevo branca.

Desenvolvimento:

Risque e corte com a régua e tesoura as linhas conforme a foto.

Você pode colar os pedaços de sulfite branco, ou colar diretamente a cor que irá

usar da obra, em cima de outro papel de sua preferência para fazer o fundo.

Ex: quadrado vermelho, azul e retângulo amarelo.

62 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

LITERATURA

Com fita adesiva dupla face, cole sobre o papel preto as figuras deixando um

pequeno espaço entre elas, formando assim uma releitura de uma obra de

Mondrian.

Fure várias formas em papéis de cores diferentes - flores, borboletas e folhas.

63 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Monte as flores com fita adesiva de espuma dupla face.

Cole as borboletas e as pequenas flores com cola para scrapbook.

Faça os miolos das flores com tinta relevo branca ou cola colorida.

64 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Escreva poesias com a caneta marcador sobre os retângulos brancos.

ATIVIDADE:

Falar o nome das principais obras e o ano que foi feita.

O que há de comum e de diferente entre as obras? Já viram em algum lugar,

alguma dessas obras? Como são classificadas as cores utilizadas na obra

chamada: Composição de cores? Já ouviram falar do pintor das obras?

Vale conhecer a obra de Israel Pedrosa.

"Na lida da casa, uma mulher estendeu no varal três lençóis

brancos”. Então, sobre o branco, espraiou-se intenso violeta.

Para o pesquisador, a intuição de um fenômeno físico. Para o

artista, o êxtase cromático. O pintor busca e encontra o “além-

da-cor”. Realiza o além-da-forma. O além-da-técnica.

Ao longo de sua estrada o artista fez um intenso estudo

sobre as cores descobrindo que o efeito dos movimentos a

partir das cores básicas surge aos olhos a tal cor

inexistente.

65 SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ARTES VISUAIS FOZ DO IGUAÇU

Israel fez uma exposição em São Paulo onde

logo na entrada, o visitante se surpreendia com

uma curva de filetes nas três cores primárias:

vermelho, amarelo e azul. À medida que a pessoa

caminhava, a peça mudava de cor, revelando o

nome da exposição “O nome da cor”.

ATIVIDADE:

Na imagem a seguir, não leia as palavras, leia as cores que foram usadas nas

palavras:

A interpretação da cor pode ser uma referência:

REFERÊNCIA

COR OBJETIVO SIGNIFICADO

Branco Vestido de noiva Pureza

Preto Noite desconhecdo

Cinza Fumaça Tristeza

Vermelho Sangue Excitação

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Cores também são associadas a EMOÇÕES

A situação ficou PRETA.

Ele sorriu AMARELO.

Ela ficou BRANCA de medo.

A imprensa MARROM iventa notícias.

Estou VERDE de fome.

Crie uma iluistração para a exressão “Sorriso Amarelo”:

Aldemir Martins O artista, o desenho e a cor

Aldemir Martins foi provavelmente um dos

artistas mais prolíficos e criativos que o Brasil

já teve. Genuinamente brasileiro, nascido no

Ceará de praias paradisíacas e sertões

tórridos, trouxe desse contraste para as telas e

os papéis, as cores e os traços precisos, com

uma obra, em todo o seu conjunto, de encher

os olhos. Nascido em Ingazeiras no interior

cearense, a 8 de novembro de 1922, ano da

tão famosa Semana de Arte Moderna, Aldemir veio ao mundo com o selo da

genialidade e da sensibilidade à flor da pele. Deixando a terra natal em 1945,

após atividade artística já intensa como pintor e ilustrador, chega ao Rio de

Janeiro, onde expôs na Galeria Askanasi e no Salão Nacional de Belas Artes do

Rio de Janeiro. No ano seguinte chega a São Paulo, terra que o adotou como

filho dileto. Trabalhando muito, principalmente o desenho, e expondo

constantemente, não demorou muito para que o reconhecimento viesse.

Em 1951, ganhou o prêmio de melhor desenhista na Bienal de São Paulo,

obtendo a mesma premiação na Bienal de Veneza de 1956. Com premiações

por toda parte e reconhecimento da crítica e do público, cresceu por demais o

número das exposições e a demanda por obras de Aldemir, tanto no Brasil como

no exterior. A obra reproduzida, Cavalo, pertence justamente a essa fase

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premiada do artista. É fácil perceber o estilo, a precisão de execução e a beleza

obtida por traços a princípio simples, mas inegavelmente geniais.

Aldemir desenhou, pintou, gravou, esculpiu e foi também um dos pioneiros no

"merchadising", ou seja, na produção de obras especialmente feitas para itens

de uso doméstico como toalhas de mesa, copos, pratos e utensílios, além de

outros objetos. Seus traços limpos e precisos e suas cores vibrantes cheias de

luz e vida, atraiam cada vez mais admiradores, tornando-o naquilo que podemos

chamar de um "best seller”. Com o tempo, alguns temas foram se tornando mais

recorrentes, principalmente em função do sucesso que faziam junto ao público.

Seus cangaceiros, mulheres rendeiras, paisagens marinhas, naturezas mortas

com frutas do cotidiano nordestino e bichos como peixes, aves e principalmente

os gatos, ganhavam as paredes de colecionadores, as ilustrações de livros e

também os acervos de museus.

O gatinho abaixo, é um típico exemplo do colorido utilizado por Aldemir, mesmo

pertencendo à sua última fase. Em suas obras, é sempre perceptível a utilização

da veladura, da sobreposição de pigmentos, obtendo

nuances, volumes e efeitos de grande beleza e

harmonia.

Aldemir Martins faleceu em fevereiro de 2006 e além

de saudades deixou uma obra extensa e marcante,

principalmente pelo carinho com que trabalhava na

execução de um desenho estilizado e desinibido e na

utilização de cores quentes e vibrantes, que traduziram

em imagens de cangaceiros, rendeiras, frutas, flores e

animais, o grande amor que ele, Aldemir, tinha pelo

seu imenso Brasil. Graças ao esforço da família do artista, principalmente na

pessoa do filho Pedro Martins, a obra de Aldemir vem sendo catalogada e

acreditamos ser extremamente válida a iniciativa, pois dos pintores modernos

brasileiros, a obra de Aldemir talvez seja uma das mais significativas e

importantes. O cearense Aldemir Martins foi sem dúvida, um dos maiores artistas

brasileiros.

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Aldemir Martins

A luz e a sombra são elementos fundamentais da linguagem visual. Com elas

podemos criar no desenho, na pintura e escultura belíssimos efeitos como o de

dilatação do espaço, o de profundidade e o de valorização da parte mais

iluminada. Podemos também variar o significado das imagens, criando efeitos

dramáticos, irônicos, grotescos e poéticos.

Todo objeto não transparente exposto à luz determina uma sombra. Existe

elemento importante da luz e da sombra. A luz, que pode ser natural ou artificial:

Luz natural: é quando o objeto recebe luz do sol.

Luz artificial: é quando o objeto recebe luz de maneira artificial (lâmpada,

vela, etc.).

Quando um foco luminoso (natural ou artificial) emite seus raios sobre um

objeto, este se apresenta com uma zona iluminada e outra sombreada. O objeto

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então projeta, sobre o chão ou sobre outros objetos próximos, a sombra de si

próprio.

Definindo as sombras:

Sombra: é a parte privada de luz. Iluminar um objeto é

banhá-lo de luz.

Sombra própria: é a que está no próprio objeto e aparece sempre que

ele esteja voltado para um ponto de luz: a parte iluminada do objeto faz

sombra na parte que ficou atrás. A sombra própria varia de intensidade:

fica mais escura ou mais clara de acordo com a intensidade de luz sobre

o objeto.

Sombra projetada: é a que aparece fora do objeto; decorre do mesmo

ponto de luz que, incidindo sobre o objeto, forma a sombra própria.

Existem muitas maneiras e técnicas para produzir sombras nos desenhos.

A maneira d se produzir esses efeitos são chamados de FATURAS

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As faturas do lápis podem ser esbatido: O lápis desliza pelo papel criando áreas

mais escuras.

Esfumado: efeito de fumaça, esfregando com o dedo, algodão, papel ou

esfuminho no grafite do desenho.

Observe as três obras de arte abaixo, elas nos mostram exemplos de luz e

sombra

A Sagrada Família, 1504, Michelangelo

O contrate de luz e sombra é chamado de efeito claro-escuro. Os artistas da

Renascença utilizaram esses efeitos por meio da técnica de esfumado, que dá

à pintura as gradações estabelecidas pela luz.

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A Sagrada Família, 1504,

Michelangelo

A composição é de estilo barroco. Quando observamos a pintura o que mais nos

chama atenção é a luz, o claro e o escuro. Esse tipo de colorido, criado por meio

da luz e da sombra, dramatiza a pintura. A linha diagonal que compõe as formas

nos dá a sensação de desequilíbrio, movimento, de dramaticidade.

A ceia de Emaús Caravaggio

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Os comedores de batata, Nuenun, 1885, Van Gogh

Van Gogh pintou as pessoas humildes que ele ajudava. Na obra, a família é tão

pobre que tem apenas algumas batatas para jantar. Todo tem a aparência

cansada e infeliz. O contraste de luz e sombra valoriza o efeito plástico, pois os

corpos ganham volume e a variedade das cores diminui.

Os comedores de batata,

Nuenun, 1885, Van Gogh

ATIVIDADE:

Procure em revistas fotografias que tenham luz e sombra.

Proponha aos alunos que façam desenhos de observação. Podem ser

figuras simples: por exemplo, a borracha, ou uma cadeira da sala de aula,

ou ainda pode-se utilizar desenhos prontos, apenas contornados. Depois,

os alunos devem preocupar-se com a luz e a sombra dos desenhos. Não

é para colorir. Deve-se utilizar apenas lápis preto fazendo hachuras que -

por vezes mais esparsas e por outras mais densas - dão o efeito claro-

escuro.