substâncias e seus princípios químicos no processo de revelação e digitais

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1.1. Substâncias e seus princípios químicos no processo de revelação e digitais. 1.1.1. Nitrato de Prata A técnica baseia-se na reação entre nitrato de prata com os íons cloretos presentes na impressão digital. A superfície de interesse é imersa em uma cuba contendo solução 5 % de nitrato de prata durante aproximadamente trinta segundos. O produto desta reação, cloreto de prata, é de considerável insolubilidade em água à temperatura ambiente. XCl (aq) + AgNO3 (aq) AgCl (ppt) + XNO3 (aq) Com exceção dos cloretos de prata, mercúrio e chumbo, todos os outros são solúveis em água. É exatamente uma destas exceções, o cloreto de prata, que permite a visualização da impressão papilar latente. Na reação acima, “XCl(aq)” representa qualquer sal de cloro, como o cloreto de sódio dissolvido [NaCl (aq) ]. Deve-se deixar a superfície contendo a impressão papilar secar em uma câmara escura. Após isto, ela é exposta à luz solar o tempo necessário para que o íon prata seja reduzido à prata metálica, revelando a impressão sob um fundo negro. A impressão digital revelada deve ser fotografada rapidamente antes que toda a superfície escureça. Contudo, a impressão pode ser preservada quando guardada em um local escuro ou quando tratada com solução de tiossulfato de sódio a 10 %, semelhante com o que ocorre no processo fotográfico.

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Page 1: Substâncias e Seus Princípios Químicos No Processo de Revelação e Digitais

1.1. Substâncias e seus princípios químicos no processo de

revelação e digitais.

1.1.1. Nitrato de Prata

A técnica baseia-se na reação entre nitrato de prata com os íons cloretos

presentes na impressão digital. A superfície de interesse é imersa em uma

cuba contendo solução 5 % de nitrato de prata durante aproximadamente trinta

segundos. O produto desta reação, cloreto de prata, é de considerável

insolubilidade em água à temperatura ambiente.

XCl(aq) + AgNO3(aq) AgCl(ppt) + XNO3(aq)

Com exceção dos cloretos de prata, mercúrio e chumbo, todos os outros

são solúveis em água. É exatamente uma destas exceções, o cloreto de prata,

que permite a visualização da impressão papilar latente. Na reação acima,

“XCl(aq)” representa qualquer sal de cloro, como o cloreto de sódio dissolvido

[NaCl(aq)].

Deve-se deixar a superfície contendo a impressão papilar secar em uma

câmara escura. Após isto, ela é exposta à luz solar o tempo necessário para

que o íon prata seja reduzido à prata metálica, revelando a impressão sob um

fundo negro. A impressão digital revelada deve ser fotografada rapidamente

antes que toda a superfície escureça. Contudo, a impressão pode ser

preservada quando guardada em um local escuro ou quando tratada com

solução de tiossulfato de sódio a 10 %, semelhante com o que ocorre no

processo fotográfico.

1.1.2. Ninidrina

Em 1913, Ruhemann descobriu, por engano, a ninidrina, e constatou que os

alfa aminoácidos, os polipeptídios e as proteínas formavam produtos coloridos

ao reagirem com ela. Aminoácidos fazem parte de um grupo de compostos

orgânicos que possuem função mista e a ninidrina tem uma afinidade muito

grande por este tipo de estrutura química. Inclusive em algumas técnicas,

juntamente com a ninidrina, são adicionadas enzimas que promovem a

“quebra” de proteínas em aminoácidos, a fim de aumentar a quantidade de

reagentes e tornar a revelação da Impressão papilar mais intensa.

Page 2: Substâncias e Seus Princípios Químicos No Processo de Revelação e Digitais

Geralmente a proporção da solução usada é de 0,5 g de ninidrina para 30

mL de etanol, armazenada em um recipiente que permite a pulverização. O

líquido deve ser borrifado de longe (cerca de 15 cm) do material. Esperam-se

alguns instantes até que o solvente evapore e, então, borrifa-se novamente,

quantas vezes for necessário. O desenho da impressão digital somente

aparecerá quando a superfície ficar totalmente seca. Isto pode levar horas na

temperatura ambiente, mas pode-se fazer isto em fornos que propiciem

temperaturas da ordem de 50-70°C.

1.1.3. Vapor de Ciannoacrilato (Super Bonder)

O cianoacrilato líquido forma um vapor que reage com certos componentes

de uma impressão digital. O vapor é polimerizado seletivamente nas cristas

dermopapilares formando um polímero branco. As impressões digitais

gordurosas são particularmente sensíveis ao vapor de cianoacrilato. Esta

técnica é eficaz em superfícies não porosas, em especial plásticas. O contraste

dessa técnica pode ser melhorado pela aplicação de um corante ou agente

luminescente.