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2013.2 Arlete Bandeira PRODUÇÃO VEGETAL

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2013.2

Arlete Bandeira

PRODUÇÃO VEGETAL

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1. CAPACIDADE DE USO E MANEJO DO SOLO

O solo é composto por sais minerais dissolvidos em água, seres vivos e rochas em decomposição.

Existem muitos tipos de solo, mas todos eles têm quatro camadas principais:

A camada mais superficial (horizonte O) é chamada de camada fértil porque é rica em húmus

(matéria orgânica em decomposição). Nessa camada estão disponíveis os nutrientes de que as

plantas necessitam.

A segunda camada (horizonte A) é composta por calcário, argila e areia. É uma camada mais

permeável, na qual existem espaços que permitem a entrada de ar e de água.

A terceira camada (horizonte B) contém rochas parcialmente decompostas pela ação da erosão e

de outros agentes geológicos (intemperismo, metamorfismo etc).

A quarta camada (horizonte C) é composta pela rocha matriz, que está começando a se decompor

pela ação da erosão e de outros agentes geológicos.

A classificação dos solos permite conhecer suas características, avaliar sua adequação ao plantio de

determinadas espécies, além de compreender como um tipo de solo se transforma em outro. Um aspecto

importante na classificação dos solos é a sua textura. A textura do solo depende da proporção de areia, do

silte e da argila na sua composição. A proporção desses elementos na composição do solo influencia vários

aspectos, determinantes da sua fertilidade.

A textura do solo vai influenciar na taxa de infiltração de água, ou seja, na quantidade de água que

é absorvida pelas diferentes camadas do solo. Influencia também na quantidade de água que será

efetivamente armazenada no solo após a infiltração. A textura determina a aeração do solo, ou seja, a

quantidade de ar que existe entre as partículas. Água e ar são recursos fundamentais para que os seres

vivos que estão no solo, especialmente as plantas cultivadas, realizem seus processos vitais. A textura

também influencia na distribuição dos nutrientes pelo solo, que é determinante para as plantas cultivadas.

Além disso, a textura determina a possibilidade de manejar o solo com instrumentos de máquinas,

chamada de mecanização do solo.

A textura do solo muda bastante ao longo da extensão de um terreno. Mas, de maneira geral, no

Brasil os solos apresentam uma camada superficial arenosa e outra, logo abaixo, argilosa. Assim sendo, a

água penetra mais facilmente na parte de cima e mais lentamente na camada inferior. Isto pode facilitar a

erosão do solo e prejudicar o desenvolvimento das plantas. Portanto, é de fundamental importância

conhecer as características do terreno e as técnicas de manejo do solo para garantir a produtividade dos

cultivos, aliada à conservação do solo.

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A classificação dos solos, diferentemente da classificação dos seres vivos, geralmente tem origens

nacionais ou regionais, ou seja, é baseada nas características do solo local. Mas de maneira geral podemos

classificar os solos nos seguintes tipos:

Arenosos - apresentam boa aeração e pouca umidade, por isso é permeável.

Argilosos - não são tão arejados, porém armazenam mais água. Por isso, são menos permeáveis.

Siltosos - São muito erosíveis, já que o silte tem partículas muito pequenas e leves que, porém,

não se agregam como a argila.

Humífero - apresenta maior quantidade de húmus, por isso é geralmente fértil. Apresenta

coloração escura e boa capacidade de reter água e sais minerais. Apresenta boa aeração e

porosidade, uma vez que os grãos são de tamanhos variados e de formas diversificadas.

Calcáreo - tipo de solo que fornece matéria-prima para fabricação de cal e cimento. Deste solo é

retirado um pó branco ou amarelado utilizado na fertilização de outros solos, destinados à

agricultura e à pecuária.

No solo existem grandes quantidades de seres vivos, especialmente na sua camada mais superficial.

Estes seres são conhecidos como microfauna ou macrofauna do solo, dependendo do seu tamanho. A

microfauna do solo é composta por milhões de bactérias, fungos, algas e protozoários. A maioria desses

seres decompõe a matéria orgânica. A macrofauna do solo é composta por insetos, aracnídeos, miriápodes,

anelídeos, mamíferos e outros seres que, de forma indireta, também participam da decomposição, porque

facilitam a ação dos decompositores.

A ação dos micro-organismos decompositores do solo depende das condições ambientais tais como

a temperatura, a arejamento e umidade. A ação dos decompositores do solo consiste basicamente em

transformar a matéria orgânica (restos dos seres vivos que morreram), que é complexa, em elementos

simples. A microfauna, especialmente os fungos, transforma a matéria orgânica em nutrientes para as

plantas. Assim o ciclo se fecha: as plantas produzem o alimento que mantém as cadeias alimentares; e os

decompositores transformam os seres vivos em elementos simples, que serão novamente utilizados pelas

plantas. Por isso, sem a microfauna, a fertilidade do solo pode ser reduzida drasticamente.

NUTRIENTES

Você já ouviu falar que as plantas produzem seu próprio alimento? Esse alimento é a glicose, que é

produzida pelos seres autotróficos no processo da fotossíntese. Nesse processo os vegetais transformam a

energia luminosa em energia química, que pode ser então utilizada pela própria planta e consumida por

outros seres vivos. A partir desses seres produtores de glicose começa a cadeia alimentar. Então você pode

pensar: Se a planta produz seu próprio alimento, o que ela retira do solo? O solo não é apenas um

substrato para a planta se apoiar? Ela não precisa apenas da água, já que ela produz seu próprio alimento?

Você já percebeu que em alguns locais as plantas crescem saudáveis e em outros nem chegam a

germinar? Um solo é considerado fértil quando ele contém os nutrientes de que a planta precisa. Mas se a

planta produz seu próprio alimento, o que é um nutriente para as plantas? Ocorre que a fotossíntese é um

processo fundamental para a obtenção de energia pelas plantas, mas não é um único processo que

acontece na planta. A fotossíntese envolve a absorção de água (H2O) pelas raízes e gás carbônico (CO2) do

ar para produção de glicose (C6H12O6). Nesse processo a planta libera oxigênio (O2) no ar. Perceba que os

elementos envolvidos nesse processo são basicamente e hidrogênio, o oxigênio e carbono. Mas a planta

também necessita de outros elementos, que absorve do solo, para se desenvolver. Tais elementos

constituem a sua estrutura e regulam seus processos de crescimento.

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Existem elementos, tais como o azoto, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e magnésio que são

essenciais para o crescimento das plantas. A quantidade desses elementos varia de acordo com a espécie,

mas todas as plantas necessitam deles em grandes quantidades. Por isso são chamados de

macronutrientes. Outros elementos tais como boro, manganês, zinco, cobre e cloro são necessários em

pequena quantidade, por isso são chamados micronutrientes. Uma exceção é o ferro, que pode ser para

algumas plantas um macronutriente para outras um micronutriente, dependendo da quantidade que a

espécie necessita. A falta ou excesso de micro e macronutrientes nos solos pode levar as plantas a

apresentarem sintomas visíveis, tais como alterações no desenvolvimento saudável das raízes, dos caules e

das folhas. Estes sintomas são o crescimento menor do que o normal de algumas partes da planta e

aspectos de coloração diferente do padrão da planta saudável. Portanto, manchas negras e amarelas nas

folhas, raízes escuras e crescimento irregular são sintomas de falta ou excesso dos nutrientes disponíveis

para a planta no solo.

USO DE ADUBOS QUÍMICOS

Os adubos químicos ou fertilizantes são substâncias aplicadas no solo para melhorar a produção

agrícola. Eles podem suprir as deficiências de nutrientes apresentadas pelo solo. As plantas necessitam de

macronutrientes (carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo, enxofre, cálcio, magnésio e potássio).

E também de micronutrientes (boro, cobalto, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco). Alguns destes

elementos que existem em grande quantidade no ambiente e são diretamente assimilados pelos vegetais,

como é o caso do carbono, do hidrogênio e do oxigênio, presentes na água e na atmosfera. Outros

nutrientes, como é o caso do nitrogênio, apesar de estarem muito disponíveis na atmosfera só são

absorvidos por algumas plantas, com o auxílio de bactérias nitrificadoras.

Os adubos ou fertilizantes são aplicados no solo com intuito de tornar disponíveis os nutrientes

vegetais. Ocorre que para a aplicação desses nutrientes no solo é necessário uma análise química

cuidadosa. Não basta colocar os nutrientes no terreno por que eles podem reagir com as substâncias do

solo, ficando indisponíveis para as plantas apesar de estarem lá. Apesar do mérito dos fertilizantes para

agricultura, eles podem causar poluição dos solos e dos cursos d'água. Os fertilizantes em excesso no solo

são lavados pelas águas da chuva e levados para os rios e lagos e contribuem para a eutrofização. O

fenômeno da eutrofização é causado pelo excesso de nutrientes nas águas, que gera a proliferação

excessiva das algas microscópicas. Daí aumenta o número de outros seres vivos microscópicos, além das

algas. Quando algas e outros seres morrem, são decompostos. Tal ação dos decompositores microscópicos

diminui a quantidade de oxigênio na água. Quando o nível de oxigênio da água cai, peixes e outros animais

aquáticos morrem asfixiados. A causa do processo de eutrofização é o despejo sem tratamento de

efluentes urbanos e industriais, além dos agrícolas, nos corpos d'água.

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DEGRADAÇÃO DOS SOLOS

São muitos e variados os processos que levam a degradação dos sistemas de produção. Em geral,

ocorrem em duas fases: a primeira, denominada degradação agrícola e a segunda, degradação biológica.

A degradação agrícola é o processo inicial no qual o sistema apresenta perda da produtividade

econômica, com desequilíbrio pela ausência de ações no sentido de mantê-lo no ponto ideal de controle de

ervas daninhas e de agentes bióticos adversos (fitopatógenos e pragas), resultando em menor produção da

cultura principal. Nessa situação, não há necessariamente uma perda da capacidade do solo em sustentar o

acúmulo de biomassa, porém, haverá perdas devido à redução do potencial de produção das plantas

cultivadas.

A degradação biológica consiste no processo final no qual há uma intensa diminuição da

capacidade de produção de biomassa vegetal e é provocada, primariamente, pela degradação dos solos,

ocasionada por diferentes processos que conduzem a perda de nutrientes e matéria orgânica e ao aumento

da acidez ou da compactação. É nessa fase que os processos erosivos tornam-se evidentes.

Erosão significa desgaste e é ela a responsável pela formação dos solos, sendo chamada de erosão

geológica ou natural. No aspecto físico, a erosão é a realização de uma quantidade de trabalho no

desprendimento do material de solo e no seu transporte. Porém, o problema ocorre quando o processo é

acelerado pela ação antrópica e atinge níveis danosos ao meio ambiente. Com o incremento das atividades

agropecuárias, houve o aumento de pressão pelo uso do solo, que tem sido feito de forma inadequada,

gerando o que se pode chamar de erosão agrícola dos solos, que é o processo de desagregação e

arrastamento das partículas de solo produzido pela ação da água das chuvas ou do vento. Com a erosão

dos solos, além do empobrecimento pela perda de nutrientes e matéria orgânica e do próprio solo, ocorre,

também, a contaminação dos recursos hídricos.

PRINCIPAIS AGENTES DE EROSÃO NAS REGIÕES TROPICAIS

1. Hídrica

É a erosão provocada pela ação da água. Ela faz parte do ecossistema e está relacionada com o

escoamento superficial, que é uma das fases do ciclo hidrológico, correspondente ao conjunto de águas

que, sob a ação da gravidade, movimenta-se na superfície do solo no sentido da sua pendente. A forma e a

intensidade da erosão hídrica, embora estejam relacionadas com atributos intrínsecos do solo, são mais

influenciadas pelas características das chuvas, da topografia, da cobertura vegetal e do manejo da terra,

ocorrendo a interação de todos esses fatores. As características das chuvas determinam o seu potencial

erosivo, isto é, a capacidade de causar erosão. O potencial erosivo é avaliado em termos de erosividade,

que é a medida dos efeitos de impacto, salpico e turbulência provocados pela queda das gotas de chuva

sobre o solo, combinados com os da enxurrada, que transportam as partículas do solo. As principais formas

de expressão da erosão hídrica são a laminar, em sulcos e em voçorocas. Sendo a erosão hídrica o agente

mais importante em regiões tropicais, a ela será dada maior ênfase nesta publicação.

2. Eólica

É a erosão provocada pela ação dos ventos. No Brasil, não é a forma mais grave de degradação.

Porém, em algumas regiões específicas do país, ocorre processo acelerado de desertificação,

principalmente nas regiões Nordeste e Sul. A erosão eólica é provocada pela ação do vento e será mais

intensa quanto maior a sua velocidade e a área livre de vegetação ou obstáculos naturais. A erosão eólica

está mais relacionada às grandes planícies sem cobertura vegetal. Nessas regiões, a energia cinética do

vento desloca as partículas do solo. Dependendo da força e da velocidade do vento, são removidas as

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partículas mais finas (argila e silte) e, posteriormente, as partículas mais grosseiras (areia). A distância de

deposição está diretamente relacionada à intensidade e à duração do processo.

SISTEMAS DE CULTIVO

O sistema de cultivo tem grande importância nas perdas de solo, pois interfere diretamente na

cobertura vegetal e nas características físicas e biológicas do solo. O preparo do solo é uma prática agrícola

que tem como objetivo oferecer condições ideais para a semeadura, germinação, emergência das

plântulas, desenvolvimento e produtividade das culturas. De forma geral, pode ser dividido em três

categorias:

Preparo primário: refere-se às operações mais profundas e grosseiras que visam, principalmente,

eliminar e enterrar as ervas daninhas estabelecidas, enterrar os restos da cultura anterior e,

também, tornar o solo mais friável. Exemplo: aração, escarificação etc.

Preparo secundário: são todas as operações subsequentes ao preparo primário, como o

nivelamento do terreno, destorroamento, incorporação de herbicidas e fertilizantes e eliminação

de ervas daninhas no início de seu desenvolvimento, produzindo ambiente favorável ao

desenvolvimento inicial da cultura implantada. Exemplo: gradagem, operação com enxada rotativa

etc.

Cultivo do solo após o plantio: utilização de práticas após a cultura ser implantada visando,

basicamente, eliminar as ervas daninhas, fazer amontoa etc. Exemplo: capina mecânica etc.

O preparo do solo resulta, geralmente, na diminuição do tamanho dos agregados, aumento

temporário do espaço poroso e da atividade microbiana, além da incorporação dos resíduos, deixando o

solo descoberto. Com o passar do tempo, ocorre a diminuição do conteúdo de matéria orgânica e,

consequentemente, do número de micro-organismos, resultando na redução da agregação promovida por

eles. Isso faz com que haja maior suscetibilidade à desagregação e ao transporte, ou seja, maior

suscetibilidade à erosão. Além disso, o peso das máquinas e implementos pode imprimir a aproximação das

partículas, decorrendo na formação de camadas compactadas. Em função dessas alterações físicas, o

preparo é a prática que mais induz à erosão do solo na agricultura. Portanto, os implementos de preparo

do solo devem se adaptar às condições e tipos de solo, visando, principalmente, à preservação das

características físicas e biológicas na camada de preparo, evitando a desagregação excessiva, aumentando

a infiltração e, consequentemente, diminuindo as perdas de solo.

O efeito do preparo do solo sobre suas propriedades químicas, físicas e biológicas não depende

apenas do implemento empregado, mas, também, da forma e intensidade de seu uso. Em muitas ocasiões,

o efeito benéfico de determinado implemento pode ser anulado pelo uso inadequado. Sob o ponto de vista

da conservação, o melhor preparo é aquele que envolve menor número de operações e deixa o máximo de

resíduos culturais na superfície, de forma a proteger os agregados do solo do impacto direto das gotas de

chuva. Deve-se considerar, no entanto, que nenhum implemento de preparo promove melhorias na

estrutura do solo. Isso só é conseguido através de atividade biológica (macro e micro-organismos e sistema

radicular). Baseado no tipo de implemento e na intensidade de seu uso, podem ser identificados três tipos

básicos de preparo do solo:

Convencional - envolve uma ou mais arações e duas ou mais gradagens.

Reduzido - o principal aspecto desse sistema de preparo é o reduzido número de operações.

Plantio direto - pode ser definido como a técnica de colocação da semente ou muda em sulco ou

cova no solo não revolvido, com largura e profundidade suficientes para obter a adequada

cobertura e o adequado contato da semente ou muda com a terra. As entrelinhas permanecem

cobertas pelos restos de culturas anteriores ou de plantas cultivadas especialmente com essa

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finalidade. Segundo esses preceitos, o solo permanece com no mínimo 50% da cobertura e o

revolvimento máximo para a abertura do sulco ou cova é de 25 a 30% da área total.

Alguns resultados de pesquisa vislumbram as diferenças entre os métodos de preparo de solo e

suas vantagens e desvantagens. Em trabalhos efetuados em Campos de Lages, com sete lavouras de alho

sob preparo com subsolagem + aração + duas gradagens + enxada rotativa, Bertol (1989) observou que,

passados apenas seis anos de preparo, houve aumento da densidade global do solo, da resistência à

penetração de raízes e da microporosidade. Também houve formação de camada compactada

subsuperficial, acompanhada de redução da macroporosidade, da porosidade total e da infiltração de água

no solo.

Nas figuras a seguir, podem ser observados os efeitos do preparo do solo com arado de disco

tracionado por trator morro abaixo (Fig.2) e arado de aiveca com tração animal em nível (Fig.3). Observa-

se, na figura 3, maior densidade e aprofundamento das raízes. Além disso, os dados de penetrômetro

indicam adensamento do perfil do solo, que pode ser constatado na figura 2, pelo aspecto maciço e pela

linha de pé de arado.

Figura 2 - Aspecto visual do perfil de solo preparado com arado de disco

tracionado por trator, sentido morro abaixo (Paty do Alferes-RJ, 1995).

Figura 3 - Aspecto visual do perfil de solo preparado com arado de aiveca com

tração animal (Paty do Alferes-RJ, 1995).

Wünsche e Denardin (1980) compararam dois manejos da palhada com preparo convencional nas

culturas de soja e trigo em Passo Fundo-RS, observando que a perda de solo quando houve a incorporação

da palhada foi de somente 30% em relação à perda verificada quando foi feito o manejo com queima dos

restos culturais (Tabela 1).

Camada compactada

Tabela 1 - Perda média de solo por erosão em dois anos agrícolas, sob chuva natural, nas culturas de trigo e

soja em Latossolo Vermelho-Escuro.

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Tratamento Perda de solo

(t/ha)

Preparo convencional (1 aração + 2 gradagens)

com queima de palhada 12,8

Preparo convencional (1 aração + 2 gradagens)

com incorporação da palhada 3,7

MANEJO E CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS

1. Planejamento conservacionista

O planejamento conservacionista é essencial para se obterem melhores rendimentos na exploração

das culturas, visando obter o máximo rendimento da terra por unidade de área plantada, proporcionando o

desenvolvimento socioeconômico do produtor rural e sua família, assim como a conservação dos recursos

naturais da propriedade agrícola. A caracterização ambiental e o planejamento de uso das terras da

propriedade devem ser feitos por técnicos atuantes na área agrícola. É necessário ter em mente que a

propriedade não é constituída somente por um tipo de solo e este não ocorre em apenas um tipo de

relevo. Via de regra, a propriedade rural é dotada de terras planas, inclinadas, grotas, brejos etc. Por isso, a

distribuição dos cultivos na propriedade é o ponto chave no planejamento conservacionista. Em

consonância com a adequada distribuição dos cultivos, devem-se associar outras técnicas vegetativas e

mecânicas, pois o planejamento conservacionista não é composto de técnicas isoladas, mas sim integradas.

Embora possa parecer que as terras possuam características pedológicas semelhantes, é certo que

essas características podem variar de área para área, dentro da mesma propriedade. Nesse caso, é

necessário identificar essas diferentes áreas. O planejamento determinará as áreas mais apropriadas para o

plantio de culturas anuais, perenes, pastagem e reflorestamento, entre outras e determinará as medidas de

controle à erosão a serem adotadas. Cada tipo de solo tem sua aptidão, isto é, os solos devem ser usados

com culturas mais adequadas a sua capacidade de uso. A caracterização ambiental consiste,

essencialmente, em:

- reconhecimento e levantamento topográfico da área a ser explorada;

- levantamento e anotações das informações básicas a respeito das características principais dos solos e

hidrologia;

- reconhecimento das características da flora para preservá-la em locais a serem estudados em função dos

levantamentos anteriores;

- mapeamento da área.

As principais características dos solos que devem ser levantadas são: profundidade efetiva, textura,

permeabilidade, reação do solo (alcalinidade ou acidez), teor de matéria orgânica, inclinação, grau de

erosão e uso atual.

2. Métodos de controle da erosão

Os dois fatores que concorrem diretamente para a erosão do solo são a declividade do terreno e o

volume e intensidade da precipitação. Os diversos métodos de conservação do solo visam reduzir/evitar a

ação da água da chuva sobre o terreno. O nivelamento de uma vertente é imprescindível em trabalhos de

conservação do solo, pois, através dele, podem-se determinar as diferenças de altitude entre dois ou mais

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pontos consecutivos, o que permitirá o cálculo da inclinação ou pendente (declividade) do terreno.

Determina-se a pendente através de métodos expeditos ou por processos de precisão.

Os nivelamentos expeditos podem ser feitos com régua e nível de pedreiro; esquadros e nível de

mangueira.

Os nivelamentos de precisão podem ser feitos com clinômetro, teodolito, nível de precisão,

nivelamento composto e interpretação aerofotogramétrica.

Locação das curvas de nível

As curvas de nível podem ser locadas em campo por meio de instrumental rudimentar ou com

aparelhos de precisão. Os processos mais utilizados são: locação com esquadros; locação com nível de

mangueira; locação com nível de precisão; e locação com teodolito.

Locação com esquadros: o trabalho inicia calculando-se a declividade do terreno por um dos

métodos citados anteriormente. Uma vez determinada a inclinação, calcula-se o espaçamento das

niveladas ou linhas mestras com o auxílio de tabela própria, seja para a locação de estruturas

mecânicas ou vegetativas. A demarcação deve ser iniciada a partir da parte mais elevada da

vertente, consistindo na alternância de posições do trapézio ou do triângulo, no sentido transversal

à linha de declive. Os pontos da mesma cota são obtidos pela centralização da bolha no nível de

pedreiro ou pela verticalidade dada pelo fio de prumo, verificada pela referência a um indicador no

meio exato do travessão do esquadro triangular. Nos pontos nivelados, colocam-se piquetes.

Locação com nível de mangueira: o processo consiste em se alternar as réguas graduadas, com a

mangueira esticada, procurando os pontos da mesma altitude que são dados pela coincidência dos

níveis de água em cada uma das réguas graduadas, colocando-se varas para a orientação dos

trabalhos mecanizados.

Locação com nível de precisão ou teodolito: é o processo que fornece maior precisão. Calculada a

declividade por meio de nivelamento simples ou composto, tomada das distâncias horizontais, e

obtido o espaçamento entre as niveladas, o trabalho tem início a partir da parte superior da

vertente. Instala-se o aparelho no ponto inicial da linha de nível a ser locada, podendo-se instalá-la

acima ou abaixo desse ponto, segundo a conveniência. Visando-se uma baliza, coloca-se uma

referência na altura correspondente à visada, efetuada com o fio médio da luneta. Para a marcação

dos pontos subsequentes, o balizeiro caminha de 20 a 30 metros, sempre no sentido perpendicular

ao declive, até que o fio médio da luneta do aparelho coincida com a marca feita na baliza. Dessa

forma, marcam-se com piquetes quantos pontos sejam alcançados pela luneta, sendo que no

último ponto o aparelho será transferido e reinstalado, podendo a baliza receber nova marca de

referência ou continuar com a mesma.

TERRACEAMENTO

Para se controlar o escorrimento superficial, nem sempre são suficientes as técnicas de aumento da

cobertura vegetal e da infiltração, principalmente quando ocorrem chuvas de grande intensidade, havendo

necessidade de procedimentos para reduzir a velocidade e a capacidade de transporte através de barreiras

mecâncias e, às vezes, até obras de engenharia, como terraços, canais escoadouros ou divergentes, bacias

de captação de águas pluviais, barragens etc. (BERTOLINI; LOMBARDI NETO, 1994).

Terraceamento é um dos métodos de conservação do solo mais antigos e, também, dos mais

utilizados, que visa reduzir a velocidade da água das chuvas erosivas que escorrem sobre o terreno. É um

método mecânico, que visa formar obstáculos físicos e parcelar o comprimento de rampa, possibilitando,

assim, a redução da velocidade e subdividindo o volume do deflúvio superficial, aumentando a infiltração

da água no solo. Os terraços visam, também, disciplinar o escoamento das águas até um leito estável de

drenagem natural ou artificial.

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COBERTURA VEGETAL/COBERTURA MORTA

O fator isolado mais importante que influi sobre a erosão ou perdas de solo por enxurrada é a

cobertura do solo, seja ela com plantas em crescimento (cobertura viva) ou com a palhada dessas plantas.

A cobertura do solo pode ser alcançada com um rápido crescimento da cultura, que permitirá a proteção

contra as gotas da chuva. O rápido crescimento das culturas é proporcionado por adequadas características

físicas, químicas e biológicas do solo. Ao contrário, é prejudicada pela baixa fertilidade, compactação (pé de

grade), drenagem imperfeita etc. O conhecimento do estado nutricional do solo, ou seja, do nível de macro

e micronutrientes disponíveis à cultura, através da análise química, é de grande importância, pois permitirá

ao produtor programar a calagem e as adubações minerais, verde e orgânica, que permitirão o rápido

crescimento das plantas e a cobertura de toda a área de plantio. Isso reduzirá o risco potencial de erosão e

permitirá que maior quantidade de massa vegetal seja devolvida ao solo, promovendo melhor proteção

após a colheita, mantendo e aumentando o teor de matéria orgânica.

ADIÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA

A adição de matéria orgânica ao solo tem por objetivo melhorar suas condições físicas, químicas e

biológicas, permitindo o adequado crescimento das culturas. Esse aporte de matéria orgânica pode ser

feito de várias maneiras, através da adubação verde, adubação com esterco de animais (boi, suínos etc),

restos de culturas, composto orgânico e húmus de minhocas, entre outras. Entretanto, o agricultor nem

sempre tem a chance de encontrar com facilidade o esterco de animais (seja pela disponibilidade do

produto, seja pelo custo) ou de fazer a adubação verde. Uma forma de conseguir adubo orgânico de boa

qualidade é através do composto.

BENEFÍCIOS DA ADUBAÇÃO VERDE

Proteção da camada superficial do solo contra as chuvas de alta intensidade, sol e vento.

Manutenção de elevadas taxas de infiltração de água pelo efeito combinado do sistema radicular e

da cobertura vegetal. As raízes, após sua decomposição, deixam canais no solo, enquanto a

cobertura evita a desagregação e o selamento superficial, reduzindo a velocidade do escoamento

superficial.

Promove grande e contínuo aporte de massa vegetal ao solo, mantendo ou até mesmo elevando,

ao longo dos anos, o teor de matéria orgânica.

Atenua a amplitude térmica e diminui a evaporação, aumentando a disponibilidade de água para as

culturas comerciais.

O sistema radicular rompe camadas adensadas e promove a aeração e a estruturação das

partículas, induzindo ao “preparo biológico do solo”.

Promove a reciclagem de nutrientes. O sistema radicular bem desenvolvido de muitos adubos

verdes tem a capacidade de translocar os nutrientes que se encontram em camadas profundas

para as camadas superficiais, tornando-os novamente disponíveis para as culturas de sucessão.

Diminui a lixiviação de nutrientes. A adubação verde, por reter os nutrientes na fitomassa e liberá-

los de forma gradual durante a decomposição do tecido vegetal, atenua esse problema.

Promove a adição de nitrogênio ao solo através da fixação biológica por parte das leguminosas,

podendo representar importante economia desse nutriente na adubação das culturas comerciais,

além de melhorar o balanço de nitrogênio no solo.

Reduz a população de ervas daninhas através do efeito supressor e/ou alelopático, devido ao

rápido crescimento inicial e exuberante desenvolvimento da massa vegetal.

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O crescimento vegetal dos adubos verdes e sua decomposição ativam o ciclo de muitas espécies de

macro-organismos e, principalmente, micro-organismos do solo, cuja atividade melhora a dinâmica

física e química do solo.

Apresenta múltiplos usos na propriedade. Alguns adubos verdes possuem elevada qualidade

nutritiva, podendo ser utilizados na alimentação animal (aveia, ervilhaca, guandu e lab-lab), na

alimentação humana (tremoço e guandu) ou como fonte de madeira e lenha (leucena e sabiá).

ROTAÇÃO DE CULTURAS

Entende-se por rotação de culturas a sequência ordenada de diferentes culturas, no tempo e no

espaço. A condição ideal do sistema de rotação de culturas é a que adiciona matéria orgânica ao solo de

forma contínua. A rotação de culturas é fundamentada:

No fato de uma cultura extrair do solo maiores quantidades de determinados nutrientes do que

outros;

Nos diferentes sistemas radiculares que exploram profundidades variáveis do solo;

Nos diferentes tipos de cobertura do solo;

Na adição de materiais orgânicos de qualidade diferenciada;

No controle de pragas e doenças.

Principais vantagens da rotação:

Otimiza a fertilidade do solo;

Diminui a incidência de pragas e doenças;

Melhores resultados econômicos, através do adequado planejamento das culturas;

Controla ervas daninhas com o mínimo de despesas.

Em relação ao sistema de rotação de culturas, duas situações devem ser consideradas:

Médias e grandes propriedades rurais, nas quais, pela disponibilidade de área, é possível adotar um

sistema de rotação para culturas econômicas.

Pequenas propriedades rurais, que não dispõem de área suficiente para um programa de rotação das

culturas econômicas, necessitando, muitas vezes, de toda a área disponível para determinada cultura, cuja

produção será utilizada na própria propriedade (exemplo: milho x suíno). Com vistas à pequena

propriedade, recomenda-se que o técnico oriente diretamente os agricultores para:

Adotar sistemas de consórcio visando ao melhor aproveitamento das áreas e maior resultado

econômico;

Utilizar culturas de inverno para adubação verde e/ou pastagem;

Utilizar leguminosas de verão nas áreas de milho solteiro, como é o caso da mucuna;

Intercalar culturas que permitam o máximo de rendimentos por efeitos positivos de alelopatia e/ou

incorporação de nutrientes para a cultura seguinte (leguminosa x gramínea);

Procurar fazer rotação mesmo nas culturas mais sujeitas a doenças, caso do feijão, tomate e

pimentão.

Quando da adoção de programa de rotação de culturas, é desejável que:

A cultura anterior beneficie a posterior;

Haja o completo aproveitamento do adubo aplicado, plantando-se, de preferência, uma cultura

aproveitadora após uma exigente;

Os implementos agrícolas sirvam para as diferentes culturas;

As culturas mantenham o solo sempre coberto;

As culturas conservem a bioestrutura do solo;

Haja controle de doenças, pragas e invasoras;

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As culturas tenham mercado compensador e/ou possam ser utilizadas na propriedade.

ESTUDO DIRIGIDO

1. De que é composto o solo e quais são suas principais camadas?

2. Se as plantas produzem seu próprio alimento, porque os nutrientes são tão importantes e quais as

consequências para a sua falta ou excesso?

3. Quais as preocupações que devemos ter ao utilizarmos os adubos químicos?

4. Quais os tipos de degradação e quais as suas consequências?

5. Comente sobre os sistemas de plantio e os tipos de preparo do solo.

6. Em que se baseia o manejo e conservação dos recursos naturais?

2. ESTUDO DOS FATORES CLIMÁTICOS E SUA RELAÇÃO COM A PLANTA

Uma variedade de estímulos externos ou ambientais pode estar envolvida na regulação do

desenvolvimento da planta. A maioria dos estímulos ambientais são parâmetros físicos. Luz, temperatura e

gravidade apresentam os efeitos mais óbvios e dramáticos.

Luz - desempenha papel fundamental na vida das plantas, influenciando na fotossíntese, como

crescimento, desenvolvimento e forma das plantas. A capacidade de germinação das sementes

também pode estar associada à iluminação, dependendo da espécie a ser cultivada. Algumas

necessitam de luz para brotar (a semente não deve ser totalmente enterrada), outras, porém, não

necessitam tanto da luz para germinarem. Em muitas variedades, o fotoperíodo é responsável pela

germinação das sementes, pelo desenvolvimento das espécies e pela formação de flores e bulbos.

Temperatura - o aumento da temperatura faz aumentar também a velocidade de crescimento da

planta. Cada planta possui uma temperatura ótima de crescimento (em torno de 25ºC para as

plantas tropicais), ou seja, uma faixa de temperatura que fará com que a planta se desenvolva no

tempo certo, sem perda na produção.

Umidade - a água é um elemento essencial para a vida e para o metabolismo das plantas. Assim, a

irrigação deve estar de acordo com a tolerância de cada espécie. A deficiência de água no solo

(“stress” hídrico) pode aumentar ou diminuir os princípios ativos de acordo com a cultivar

estudada.

Altitude - à medida que aumenta a altitude (acima de 100 metros), a temperatura diminui 1ºC e

aumenta a insolação, que interfere no desenvolvimento das plantas e na produção de princípios

ativos. Plantas produtoras de alcalóides, quando em baixas altitudes, apresentam maior teor de

princípios ativos.

Latitude - teoricamente, plantas cultivadas em latitudes equivalentes (Norte e Sul) têm o mesmo

desenvolvimento, época de floração e teor de princípios ativos.

Outros fatores ambientais, tais como umidade do ar e nutrição mineral também influenciam o

desenvolvimento em muitos casos. Algumas evidências recentes têm indicado que uma variedade de

poluentes do ar e da água podem, também, modificar o padrão de desenvolvimento vegetal. Visto que os

sinais do ambiente se originam no meio externo, as plantas devem possuir alguns meios para perceber e

converter (ou traduzir) a informação contida em tais sinais em alguma mudança metabólica ou bioquímica.

O entendimento da natureza da percepção do sinal é uma das primeiras etapas no entendimento das

cadeias de eventos que levam à resposta final. Atualmente, muitas evidências indicam que a maioria dos

estímulos ambientais, se não todos, agem, pelo menos em parte, modificando a atividade hormonal e, ou a

expressão gênica (ver exemplo abaixo). Os estímulos ambientais (luz, redução na umidade do solo,

temperatura, etc.) provocam aumento nos níveis de determinados hormônios (como ácido abscísico,

giberelinas, etc.), os quais podem alterar a expressão de genes específicos para uma determinada resposta

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final. Esta resposta final pode representar uma adaptação ao ambiente (por exemplo, se ocorrer redução

no teor de água no solo, a planta fecha os estômatos para reduzir as perdas de água pela transpiração).

Em resumo podemos ter:

Estímulo ambiental _ ­Hormônio _ Alteração na expressão gênica _ Resposta Final

ESTUDO DIRIGIDO

1. Quais os fatores climáticos que interferem no desenvolvimento das plantas e quais as suas

características?

3. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA PLANTA

Crescimento é um fenômeno geral dos seres vivos, sendo entendido como aumento quantitativo

irreversível no volume (aumento do protoplasma vivo), seja este uma célula, um órgão, um tecido ou um

organismo como um todo. Envolve dois processos; divisão celular e alongamento (expansão).

Meristemas e Crescimento ao Nível de Órgãos Vegetais

Nos meristemas estão ocorrendo 3 eventos, em sequencia ou concomitantemente:

- divisão celular;

- distensão ou alongamento celular

- diferenciação celular.

O crescimento se faz então por aumento do número e do tamanho das células, em processo de

diferenciação, conforme as funções que exercerão. O aumento de volume ocorre por síntese

citoplasmática, seguida de duplicação dos cromossomos, desintegração do nucléolo, migração polar,

reorganização do novo núcleo e nucléolo, formação da nova parede, a partir da lamela média, na qual está

presente pectato de cálcio e magnésio. Durante a distensão celular a parede primária se mantém elástica,

ocorre a vacuolização com entrada d’água, síntese de proteínas, lipídeos, ácidos nucléicos, enzimas e

outros componentes, além do aumento do número de organelas.

A diferenciação celular se dá pelo aparecimento de modificações leves ou profundas na estrutura

celular, como um preparo para a célula exercer funções especializadas. Desta forma, algumas células

alongadas perdem o conteúdo protoplasmático, com simultânea lignificação da parede originando

elementos condutores (vasos); outras células aumentam as células parenquimáticas do mesofilo e outras

ainda, mais achatadas, tem a parede externa recoberta por cutina, originando células epidérmicas

cuticularizadas. Após a divisão celular, normalmente uma célula permanece meristemática e a outra sofre

diferenciação, levando a formação de um tecido adulto especializado, o qual, após desempenhar sua

função, entra em senescência e morre. O crescimento das plantas é concentrado em regiões de divisão

celular conhecidas como meristemas. Praticamente, todas as divisões nucleares (mitoses) e todas as

divisões celulares (citocineses) ocorrem nas regiões meristemáticas. Após a divisão celular algumas células

permanecem como células meristemáticas e outras se expandem (zona de alongamento) e produzem o

crescimento do órgão. Estes meristemas se classificam como:

• Meristemas Apicais – Encontrados nos ápices e ramificações (meristemas axilares e das raízes

laterais) de caules e raízes – produzem o crescimento em extensão.

• Meristemas Intercalares – Encontrados entre tecidos maduros ou diferenciados (por exemplo,

acima do nó no colmo e na base da folha de milho) – produzem o crescimento em extensão.

• Meristemas Laterais – Situados paralelamente ao eixo do órgão em que se encontram –

produzem o crescimento em diâmetro.

As raízes crescem longitudinalmente por ação de um meristema subapical, assim denominado

porque está revestida pela coifa, uma estrutura de proteção contra o atrito com as partículas do solo. As

células periféricas da coifa, uma estrutura de proteção contra o atrito com as partículas do solo. As células

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periféricas da coifa são continuamente descamadas e ao mesmo tempo substituídas por outras adicionadas

pelo meristema radicular. A formação de raízes laterais é proporcionada pela atividade do periciclo (anel de

células interno à endoderme). O crescimento em diâmetro das raízes se faz por ação do câmbio vascular e

do câmbio cortical.

Os caules crescem longitudinalmente por ação de um meristema apical (gema apical), geralmente

protegido por folhas modificadas (escamas e catáfilos) contra ação do intemperismo e do ataque de

fitófagos ou herbívoros, principalmente insetos. No ápice caulinar localizam-se os primórdios foliares que

originarão as folhas e os primórdios de gemas nas axilas das folhas; os primórdios de gemas são futuras

gemas laterais, que se desenvolverão em ramos laterais, de padrão semelhante à gema apical. O

crescimento caulinar em diâmetro se dá de forma idêntica ao das raízes, por atividade dos meristemas

laterais cambiais. Há caules que aparentemente não crescem, como é o caso de muitas hortaliças e tais

plantas são ditas acaules (Ex. Daucus carota, Plantago sp). Meristemas intercalares permitem alongamento

de internós e crescimento de bainha foliar (monocotiledôneas). O meristema apical é dominante sobre os

meristemas abaixo situados, as gemas axilares ou laterais, as quais tem a função de formar folhas e ramos;

as inflorescências podem se desenvolver diretamente do caule (caulefloria) ou nas extremidades dos

ramos. As posições do caule onde ocorrem as folhas são denominados nós e as posições desfolhadas

internos. Meristemas intercalares (na base dos entrenós) permitem alongamento de internos e

crescimento da bainha foliar (monocotiledôneas).

As folhas originam-se de divisões periclinais de um grupo de células nas partes laterais do

meristema apical; forma-se uma protuberância chamada primórdio foliar, que já obedece à filotaxia da

espécie; em posição axilar aos primórdios foliares, formam-se os primórdios de gemas axilares. O tamanho

e a forma de uma folha serão determinados por vários fatores, tais como o tamanho do primórdio, a

velocidade de divisão e alongamento celular, a duração do período de crescimento, etc. No entanto, em

plantas, o crescimento é avaliado principalmente por aumento em tamanho ou em massa. Aumentos em

tamanho são frequentemente obtidos pela medição da expansão em uma única direção, tais como altura e

diâmetro de caules, ou área das folhas. Aumentos em massa são frequentemente obtidos, colhendo-se as

plantas e pesando-as rapidamente. Neste caso, obtém-se a produção de matéria fresca, o qual é bastante

variável por que depende do “status” hídrico da planta.

Em muitos casos, particularmente quando estamos interessados na produtividade da planta, é

preferível utilizar a matéria seca para avaliação do crescimento. A matéria seca é geralmente obtida,

pesando-se as plantas ou parte delas após secagem da matéria fresca em estufa de circulação forçada de ar

(60 a 80°C), durante um período de 24 a 48 horas.

CONTROLE DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL

O crescimento e o desenvolvimento ordenados de um organismo multicelular requerem uma

coordenação, a qual apresenta controles intrínsecos e extrínsecos. O controle intrínseco opera tanto no

nível intracelular como no nível intercelular. Tipicamente, o controle intracelular envolve mudanças na

expressão gênica que influenciam as atividades celulares, alterando os tipos de proteínas feitas pelas

células. O controle intercelular está associado aos hormônios e seus papéis na coordenação da atividade de

grupos de células. Os controles extracelulares são extrínsecos, isto é, eles se originam de fatores externos

aos organismos, principalmente de fatores ambientais. Estes três tipos de controle interagem de várias

maneiras para determinar o desenvolvimento global da planta.

Desenvolvimento é um fenômeno paralelo ao crescimento, sendo entendido como aumento

qualitativo, pode ser definido também, como uma sucessão de alterações irreversíveis ou fases do ciclo de

vida de uma célula, um órgão ou um organismo, ou seja, é um conjunto das diferentes fases que leva à

formação do corpo total da planta.

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Substância de crescimento: para um composto ser considerado uma substância de crescimento

deve ser sintetizada pela planta, agir em baixas concentrações, promover resposta amplificada, não deve

ter valor energético, calórico ou nutricional, podendo ou não agir no local de síntese.

Regulador de crescimento: termo geral que se aplica a substâncias sintéticas ou naturais. Os

principais grupos substâncias de crescimento são: auxinas, giberelinas, citocininas, etileno, ácido abscísico,

brassinosteróides, ácido salicílico, poliaminas, ácido salicílico e jasmonatos.

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO CRESCIMENTO DA PLANTA

Algumas estruturas das plantas apresentam crescimento determinado e outras apresentam

crescimento indeterminado. As estruturas determinadas crescem até certo tamanho e então param de

crescer. Eventualmente sofrem senescência e morte. Folhas, flores e frutos são bons exemplos de

estruturas de crescimento determinado. Por outro lado, os caules e as raízes são estruturas de crescimento

indeterminado. Estas estruturas crescem pelas atividades dos meristemas apicais, que são persistentes. É

interessante notar, que algumas espécies anuais, como o feijão-de-corda (Vigna unguiculata), podem

continuar crescendo vegetativamente, mesmo após o florescimento. Neste caso, é comum se referir a esta

espécie como de crescimento indeterminado. De modo contrário, as plantas de crescimento determinado

produzem certo número de folhas, florescem e, então, morrem. Um exemplo típico é o milho (Zea mays L.).

ESTUDO DIRIGIDO

1. O que você entende por crescimento e diferenciação?

2. O que você entende por desenvolvimento e o que significa desenvolvimento vegetativo e

desenvolvimento reprodutivo?

3. Como podemos avaliar (medir) o crescimento vegetal?

4. Quais são as etapas no crescimento e desenvolvimento de uma célula vegetal?

5. Quais são os locais de crescimento nas plantas? Explique, resumidamente, como ocorre o crescimento de

raízes, caules e folhas.

6. Comente sobre os fatores que atuam no controle do crescimento e desenvolvimento vegetal.

4. NOÇÕES DE AGROECOLOGIA E SISTEMAS AGROFLORESTAIS

A agroecologia deve ser entendida como a aplicação de conceitos e princípios ecológicos no

desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis. Os sistemas agroecológicos ou de base ecológica

referem-se àqueles com ampla adoção de princípios da agroecologia. Na ideia de continuum, os sistemas

agroecológicos corresponderiam aos estágios mais avançados da transição agroecológica, às formas de

“agricultura alternativa”. Nesses sistemas, a característica fundamental é que as variáveis ambientais e

biofísicas passam a ter um papel de destaque na determinação das práticas agrícolas e está implícita a

noção de sustentabilidade no sentido temporal em suas várias dimensões: social, econômica, ecológica,

política, cultural, ética e também a prioridade para o uso racional de recursos locais admitindo sua

combinação com insumos externos. Um dos princípios agroecológicos é a tendência de valorizar o

conhecimento e as habilidades dos agricultores não se contrapondo ao avanço científico e o progresso

tecnológico desde que não intensifiquem o uso de insumos industriais, capital e que se harmonize com a

conservação ambiental. A agricultura de base ecológica poderia ser entendida como sendo de baixa

necessidade de capital, pouca utilização de fatores de produção e alta adoção de tecnologias de processo

(baixa dependência de insumos externos), bem como alto retorno do investimento e lucro líquido mais

estável. Também se caracteriza pela alta biodiversidade, por sistemas agrícolas redesenhados,

ambientalmente adequados, com equidade social, valorização da cultural local e elevado grau de exercício

da cidadania. Outras características:

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Intensiva em mão de obra familiar ou da comunidade;

Mais complexa e diversificada em atividades e cultivos;

Cultivares regionais e esforço para a produção própria de sementes;

Manejo de pragas e doenças com práticas culturais, biológicas, resistência e rusticidade de cultivares,

rotação de culturas, extratos vegetais;

Manejo da vegetação espontânea por métodos culturais, biológicos, competição, mecânico;

Manejo da fertilidade do solo por ciclagem de nutrientes, fixação biológica de nitrogênio, cobertura

morta, recriação da vida do solo, rolagem, decomposição da matéria orgânica;

Geração de conhecimento participativa, agregando contribuições externas bem adaptadas;

Baixo risco para a saúde e baixos danos ambientais;

Alta produtividade da terra em médio e longo prazo.

Sistemas agroflorestais, orgânicos, agrossilvipastoris, extrativismo e cultivo sustentável de espécies

do cerrado, policultivos e sistemas permaculturais podem ser considerados de base ecológica, desde que

reúnam tais características. O desenvolvimento de sistemas de base ecológica não está necessariamente

atrelado a algum tipo de norma ou de certificação. A agrossilvicultura como ciência desenvolveu-se a partir

da década de 1970, quando as principais hipóteses do papel das árvores sobre os solos tropicais foram

desenvolvidas. Ela promove uma interface entre a agricultura e a floresta, o que acaba por aproximar o ser

humano deste ambiente que há séculos é visto como um empecilho, hostil e perigoso. Fundamenta-se na

silvicultura (estudo e exploração de florestas), na agricultura, na zootecnia, no manejo do solo e em outras

disciplinas ligadas ao uso da terra, visando à produção de alimento, de produtos florestais madeireiros e

não-madeireiros (móveis e medicamentos), a produção de matéria orgânica, a melhoria da paisagem, o

incremento da diversidade genética, a conservação ambiental e a formação de cercas-vivas, quebra-ventos

e sombra para criação animal.

A agrossilvicultura inclui tanto o conhecimento e o uso de práticas agroflorestais, quanto o

desenvolvimento de sistemas agroflorestais - SAF, que se diferem de um sistema agropecuário por ter um

componente lenhoso e perene que ocupam papel fundamental na sua estrutura e função. Eles são usados

deliberadamente na mesma unidade de manejo da terra com cultivares agrícolas e, ou, animais, em alguma

forma de arranjo espacial e sequencia temporal. Na corrente da agrossilvicultura podem ser classificados os

sistemas agroflorestais sucessionais, que transcendem qualquer modelo pronto e sugerido à

sustentabilidade, já que partem de conceitos básicos fundamentais, aproveitando os conhecimentos locais

e desenvolvendo sistemas adaptados para o potencial do lugar.

Os princípios do desenvolvimento dos ecossistemas interferem nas relações entre o homem e a

natureza, dado que a estratégia de máxima proteção que caracteriza o desenvolvimento ecológico entra

frequentemente em conflito com o objetivo do homem de máxima produção. Os sistemas agroflorestais

sucessionais como uma tentativa de harmonizar nossas atividades agrícolas com os processos naturais dos

seres vivos para produzir um nível ideal de diversidade e quantidade de frutos, sementes e outros materiais

orgânicos de alta qualidade sem o uso de insumos como fertilizantes, pesticidas ou maquinários pesados,

pois o objetivo é que cada planta se desenvolva para aproximar nossos sistemas agrícolas do ecossistema

natural do local, portanto trata-se do oposto da agricultura moderna, na qual o homem tenta adaptar

plantas e ecossistemas às necessidades da tecnologia.

ESTUDO DIRIGIDO

1. Qual a característica fundamental dos sistemas agroecológicos?

2. Cite algumas características da agricultura de base ecológica.

3. De que modo a agrossilvicultura se adapta ao sistema agroecológico?

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5. PROPAGAÇÃO E PLANTIO

TIPOS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS

1. Sexuada: A propagação sexuada é baseada no processo meiótico de divisão celular, em que o número de

cromossomos das células reprodutivas é reduzido à metade para formar os gametas: oosfera e o grão de

pólen. A divisão meiótica é de fundamental importância para a geração da variabilidade por meio da

divisão reducional e independente dos cromossomos e Crossing over. Durante a divisão meiótica, os

cromossomos homólogos pareados trocam pares entre si, aumentando a variabilidade genética. A

propagação de plantas, normalmente é realizada através de sementes. No entanto, por esse método não se

tem a certeza de que os indivíduos formados, devido à recombinação gênica, mantenham as mesmas

características selecionadas das plantas parentais. Já na multiplicação de planta por propagação vegetativa,

obtêm-se indivíduos com características geneticamente iguais àquelas de seus progenitores. A propagação

através de sementes retarda a produção, devido ao longo período improdutivo ocasionado pela

juvenilidade. Além disso, muitas plantas originadas de sementes têm uma pequena produção.

- Flor: Assim como o fruto, a flor é uma estrutura característica das angiospermas, embora as

gimnospermas já apresentem estruturas compostas de folhas modificadas, os estróbilos, que originam os

gametas femininos e masculinos. As flores das angiospermas apresentam ampla complexidade e variedade.

Por esse motivo, as angiospermas são denominadas, também, antófitas (do grego, anthós, “flor”, e phytos,

“planta”).

A flor é um conjunto de folhas modificadas que podem ser agrupadas em subconjuntos

denominados verticilos, que podem ser de proteção (como pétalas e sépalas), ou de reprodução (como

estames e pistilos). Nem todas as flores possuem todos os verticilos; por exemplo, existem flores sem

pistilos ou sem estames. Os verticilos partem de um local geralmente mais largo, denominado receptáculo,

localizado na base da flor. Na ilustração abaixo, é possível ver sépalas e pétalas, que formam os verticilos

de proteção. O conjunto de sépalas de uma flor recebe o nome de cálice, ao passo que o conjunto de

pétalas recebe o nome de corola. Características específicas do cálice e da corola, como formatos e cores,

são importantes para atrair insetos polinizadores, por exemplo.

1. Ilustração de uma flor completa de angiosperma mostrando suas diferentes estruturas.

2. Flor de lírio. Note os estames ao redor do gineceu.

Os verticilos de reprodução incluem folhas muito modificadas e especializadas na produção dos

gametas masculinos e femininos, como veremos mais adiante no ciclo de vida dessas plantas. Essas folhas

são denominadas estame e carpelo: Estame, que corresponde à estrutura que origina o gameta masculino.

Algumas flores possuem um único estame, embora a maior parte das angiospermas possua dois ou mais

estames. O estame é formado por um filamento denominado filete, na ponta do qual se encontra uma

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estrutura dilatada, a antera. O conjunto de estames de uma flor recebe o nome de androceu. Carpelo, que

corresponde à estrutura que origina o gameta feminino. Os carpelos são folhas modificadas que, em

algumas plantas, apresentam-se fundidas. Carpelos isolados ou fundidos formam uma estrutura chamada

pistilo. Cada pistilo é constituído de um estigma, um estilete e um ovário, dentro do qual se encontram

óvulos e, dentro destes, o gameta feminino (oosfera). O conjunto de pistilos de uma flor é denominado

gineceu. As angiospermas podem ser dioicas, quando cada indivíduo apresenta apenas um sexo, ou

monoicas, espécies nas quais o mesmo indivíduo apresenta ambos os sexos. Nas plantas dioicas, cada

indivíduo apresenta apenas flores masculinas ou femininas. Ou seja, há indivíduos que produzem apenas

flores com estames e outros que produzem apenas flores pistiladas, como acontece com certas figueiras.

Nas plantas monoicas, a mesma planta produz gametas masculinos e femininos. Em algumas espécies,

como certas palmeiras, o mesmo indivíduo apresenta flores unissexuadas, masculinas e femininas. Em

outras, como a roseira, a planta produz flores hermafroditas, que têm estames e pistilos na mesma flor.

- Ciclo de vida: Ao se tornarem maduras, as anteras dos estames produzem grãos de pólen. Cada

grão de pólen possui dois núcleos espermáticos haploides, que são os gametas masculinos das

angiospermas. Ao chegar ao estigma da flor, o grão de pólen desenvolve o tubo polínico, pelo qual

os núcleos espermáticos migram em direção ao óvulo. O tubo polínico cresce por dentro do

estigma e atravessa o estilete até alcançar a abertura do megagametófito, representado por uma

estrutura multicelular denominada saco embrionário e localizado no interior do ovário da flor. No

saco embrionário existem oito células, geradas por meiose da célula-mãe do megásporo:

Uma oosfera, o gameta feminino das angiospermas;

Dois núcleos polares (secundários);

Cinco células, chamadas antípodas quando localizadas no lado oposto da oosfera e sinérgides

quando localizadas ao lado da oosfera.

Diferentemente das gimnospermas, em que um dos núcleos espermáticos degenera e morre, nas

angiospermas os dois núcleos são funcionais. Entre as angiospermas, ocorre um fenômeno biológico

exclusivo desse grupo de plantas: a dupla fecundação. Um dos núcleos espermáticos irá fecundar a

oosfera, que é o gameta feminino das angiospermas, dando origem ao embrião diploide. O outro núcleo irá

fundir-se aos dois núcleos polares, originando um tecido triploide (3n), denominado albúmen ou

endosperma, que nutre o embrião durante a germinação. As outras células do saco embrionário

degeneram e morrem.

Após a fecundação, o ovário da flor ganha volume e cresce, dando origem ao fruto das

angiospermas, dentro do qual se encontra a semente, originada do desenvolvimento do óvulo. Assim, nas

angiospermas, o fruto é originário do ovário, e a semente é originária do óvulo.

Polinização. Na polinização, os grãos de pólen são transportados dos estames até os estigmas das flores. A

polinização é fundamental para que ocorra a fecundação e a formação do zigoto. Embora pareça ser um

processo simples, a polinização das flores das angiospermas envolve estratégias muito variadas e por vezes

complexas. Estames, pétalas, sépalas e outras estruturas adaptaram-se a mecanismos específicos de

polinização, como ocorre com espécies polinizadas exclusivamente por um tipo de polinizador.

A autopolinização ocorre quando o grão de pólen alcança o estigma da mesma flor ou de flores

situadas na mesma planta. Esse processo é pouco frequente entre as angiospermas. O mecanismo mais

comum é o da polinização cruzada, no qual o grão de pólen alcança o estigma de flores pertencentes a

outros indivíduos. Essa estratégia aumenta a variabilidade genética das populações de plantas. Muitas

plantas apresentam mecanismos que evitam a autopolinização. Um deles é o desenvolvimento de pistilos e

anteras em momentos diferentes: enquanto o pistilo está maduro, as anteras ainda estão imaturas.

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A polinização cruzada envolve diversos agentes polinizadores, como vento, aves, insetos e

mamíferos. Abelhas, beija-flores e outros seres vivos transportam grãos de pólen ao visitar diversas plantas

em busca de néctar, seu alimento. O néctar é um líquido açucarado produzido em nectários, órgãos

presentes em certas plantas. As estratégias de polinização recebem nomes específicos, dependendo do

agente polinizador envolvido.

Anemofilia: o vento é o agente polinizador.

Entomofilia: a polinização é realizada por insetos, como borboletas,

moscas, abelhas e vespas.

Ornitofilia: as flores são polinizadas por aves, como os beija-flores.

Mastofilia: mamíferos, como morcegos, realizam a polinização.

ESTRUTURA E GERMINAÇÃO DAS SEMENTES

As sementes das angiospermas são formadas por três partes. A parte mais externa, geralmente

dura e resistente, é denominada casca ou tegumento. É essa estrutura que protege o embrião contra

possíveis choques mecânicos, evitando também que ele fique desidratado. Para que o embrião germine,

porém, é necessário que a casca se rompa. Isso pode ocorrer em contato com água ou umidade no solo, ou

então por algum mecanismo traumático (por exemplo, quebra, raspagem ou trituração por algum animal),

químico (contato com enzimas digestivas no interior do trato digestório de aves, por exemplo) ou mesmo

físico (em diversas plantas do Cerrado, o tegumento das sementes se rompe após incêndios ou

temperaturas altas no solo).

No interior da semente está o embrião. É ele que, ao germinar, dará origem ao esporófito jovem ou

plântula. Se encontrar condições favoráveis de temperatura, umidade, nutrientes necessários, entre

outros, a plântula cresce e desenvolve um novo indivíduo. A parte entre o tegumento e o embrião é

denominada albúmen ou endosperma. Essa parte é responsável pela nutrição do embrião nos primeiros

estágios de desenvolvimento, até que a plântula se desenvolva e passe a realizar fotossíntese. Em geral, o

endosperma é rico em óleos, amido e proteínas. A concentração de cada nutriente varia de acordo com a

espécie. O endosperma é reduzido em algumas sementes, como o feijão. Nesse caso, a reserva nutritiva

fica armazenada em folhas especiais, os cotilédones. Os cotilédones são formados durante o

desenvolvimento do embrião. Eles são bem visíveis durante a germinação do feijoeiro. Em outras espécies,

os cotilédones ficam enterrados durante a germinação. Algumas angiospermas possuem apenas um

cotilédone, como as monocotiledôneas (milho, arroz e trigo); outras, como feijão, soja e amendoim,

possuem dois cotilédones.

2. Assexuada: A propagação assexuada é uma técnica utilizada para produzir plantas geneticamente iguais

à planta mãe. Isso só é possível porque as células contêm, em seus núcleos as informações necessárias para

gerar uma nova planta, através de um princípio denominado de totipotência. Como essas células

reproduzidas são somáticas, as plantas resultantes são denominadas clones. As vantagens das mudas

obtidas por estaquia ou por outro processo assexuado consistem no fato de serem plantas com

estabilidade genética garantida, o que implicará na formação de plantas uniformes e mais produtivas.

2.1. Propagação vegetativa natural : A planta-mãe pode originar novas plantas a partir das várias partes

que a constituem como as folhas, os caules aéreos (estolhos), ou os caules subterrâneos (rizomas,

tubérculos e bolbos).

- Folhas: certas plantas desenvolvem pequenas plântulas nas margens das folhas. Estas, ao cair no solo,

desenvolvem-se e dão origem a uma planta adulta.

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- Estolhos: certas plantas, como o morangueiro, produzem plantas novas a partir de caules prostrados

chamados estolhos. Cada estolho parte do caule principal e origina várias plantas novas, indo o caule

principal morrer assim que as novas plântulas desenvolvem as suas próprias raízes e folhas.

- Rizomas: os lírios, o bambu, e os fetos, possuem caules subterrâneos alongados e com substâncias de

reserva, denominados rizomas. Estes, além de permitirem à planta sobreviver em condições desfavoráveis,

podem alongar-se, originando gemas que se vão diferenciar em novas plantas.

- Tubérculos: Os tubérculos são caules subterrâneos volumosos e ricos em substâncias de reserva, sendo a

batata um dos mais conhecidos. Os tubérculos possuem gomos com capacidade germinativa e que

originam novas plantas.

- Bolbos: são caules subterrâneos arredondados, com um gomo terminal rodeado por camadas de folhas

carnudas, ricas em substâncias de reserva. Quando as condições do meio são favoráveis, formam-se gomos

laterais, que se rodeiam de novas folhas carnudas e originam novas plantas. Alguns dos bolbos mais

conhecidos são a cebola e a túlipa.

2.2. Propagação vegetativa artificial : Este tipo de reprodução assexuada tem sido largamente utilizado no

sector agro-florestal para a multiplicação vegetativa de plantas. Os mais comuns são a estaca, a mergulhia e

a enxertia.

- Estaca: este tipo de multiplicação vegetativa consiste na introdução de ramos da planta-mãe no solo indo,

a partir destes surgir raízes e gomos que vão originar uma nova planta. A videira e a roseira reproduzem-se

deste modo.

- Mergulhia: este tipo de multiplicação vegetativa consiste em dobrar um ramo da planta-mãe até enterrá-

lo no solo. A parte enterrada irá ganhar raízes e quando está enraizada pode separar-se da planta-mãe,

obtendo-se, assim, uma planta independente.

- Enxertia: consiste na junção das superfícies cortadas de duas partes de plantas diferentes. As plantas

utilizadas são da mesma espécie, ou de espécies muito semelhantes. A parte que recebe o enxerto chama-

se cavalo e a parte doadora chama-se garfo. Existem vários tipos de enxertia: a enxertia por garfo, a

enxertia por encosto e a enxertia por borbulha.

Na enxertia por garfo, o cavalo é cortado transversalmente. Seguidamente faz-se uma fenda

transversal nesse cavalo e introduz-se nele o garfo. A zona de união é envolvida em terra úmida para ajudar

à cicatrização da união entre as duas plantas.

Na enxertia por encosto vão juntar-se os ramos de duas plantas, que foram previamente

descascados na zona de contacto, e amarram-se para facilitar a união. Após a cicatrização, corta-se a parte

do cavalo que se encontra acima da zona de união e a parte da planta doadora que se encontra abaixo da

mesma zona. A nova planta é constituída pelo sistema radicular e tronco da planta receptora do enxerto e

pelo ramo, ou ramos, da planta doadora do enxerto.

Na enxertia por borbulha efetua-se um corte em forma de T na casca do caule da planta receptora

do enxerto. Depois levanta-se a casca e introduz-se no local da fenda o enxerto, constituído por um pedaço

de casca contendo um gomo da planta doadora. Seguidamente, a zona de união é atada, para facilitar a

cicatrização.

Métodos de propagação: As mudas para a instalação de uma lavoura podem ser obtidas através da

reprodução natural da própria planta ou através de sementes.

Propagação por sementes: Poderá ser feita em sementeiras para posterior transplante ou no local

definitivo. Considerações iniciais sobre sementes: Antes do início da construção dos canteiros para a

produção de mudas e da semeadura direta, é necessário calcular a quantidade de sementes a ser comprada

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ou produzida. Para isso, é necessário calcular a área que será produzida (hectare), o espaçamento entre as

fileiras e o espaçamento entre as plantas no local definitivo da cultura e saber quanto pesa o grama da

semente que será plantada.

Preparo da sementeira: O solo da sementeira deve ser fértil, sem ser muito argiloso ou arenoso.

Geralmente, utiliza-se sementeira quando as sementes são muito pequenas, têm baixo poder de

germinação, demoram muito tempo para germinar e necessitam de cuidados especiais, como local

sombreado e irrigação, entre outros.

Sementeira: Pode ser feita em caixas, caixotes, bandejas de isopor (72, 128, 200, 162 células), vasos, sacos

plásticos, embalagens de UHT ou garrafas PET, entre outros. Pode ser semeada a lanço ou em linhas, com

cobertura de terra ou não, dependendo do tamanho das sementes e das características de cada planta. Na

construção das sementeiras, devem ser adotados os mesmos procedimentos utilizados para os canteiros. É

recomendável fazer uma cobertura (jirau) para proteger as sementes de predadores, como pássaros e

roedores. A cobertura pode ser feita com folhas de capim, de coqueiro, de bananeira ou sombrite, entre

outros. Outra forma de proteção é fincar estacas nas bordas e fazer um trançado de barbante. Manter a

sementeira em estufa também oferece proteção.

Bandeja de isopor: Composta por diversas células, ou seja, por orifícios preenchidos com o substrato (solo,

palha de arroz queimada, areia e composto orgânico ou esterco curtido, plantimax®, húmus de minhoca e

compostagem, dentre outros, todos peneirados e livres de ervas invasoras). Utilizada tanto para o semeio

quanto para o enraizamento de estacas. As bandejas podem ser parcialmente sombreadas para aumentar a

sua durabilidade.

Vantagens:

o Facilidade no manuseio.

o Possibilidade de reutilização após desinfecção e lavagem (hipoclorito de sódio diluído em

água), evitando contaminações na cultura.

o Maior número de mudas por espaço.

o Reduz a necessidade de mão de obra e materiais, pois as mudas podem ser plantadas

diretamente no local definitivo.

o Dispensa capina e retém a umidade.

o Exige pouca quantidade de substrato.

o Permite o desenvolvimento das mudas que, ao serem transplantadas, mantêm o torrão com

raízes, mantendo a planta intacta.

TRANSPLANTE

É a transferência da muda dos recipientes ou da sementeira para o local definitivo.

- Deve ser realizado pela manhã, quando a temperatura está amena, ou em dias nublados ou à tarde, para

que a planta não morra.

- Um dia antes do transplante não se deve irrigar a planta para facilitar a adaptação da muda ao local

definitivo.

- A planta deve ser transplantada quando atingir de 10 a 15 cm de altura e apresentar de 4 a 6 folhas

definitivas.

- Após o transplante, irrigar a planta.

- Eliminar os recipientes (sacos plásticos, vasos, bandeja de isopor, entre outros) antes de colocar a planta

no local definitivo.

- A cova deve manter a mesma altura que a planta tinha na sementeira ou no recipiente.

- Algumas espécies não toleram o transplante, por isso devem ser semeadas em local definitivo.

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Locais para o transplantio

Canteiro: É o local onde se plantam as mudas transplantadas das sementeiras. Os canteiros podem

ser de alvenaria, pedras ou de materiais retirados da própria região, como madeiras e varas, entre outros.

O tamanho dependerá do número de plantas a serem transplantadas e do tamanho do terreno.

Geralmente, possuem 1m de largura por 0,20m de altura e 5m de comprimento; a distância entre os

canteiros deve ser de pelo menos 1m para facilitar os tratos culturais.

Covas: Largura e profundidade devem ser de acordo com o tamanho da planta.

- Devem ser preparadas com antecedência.

- Se houver a necessidade de corrigir o pH do solo, recomenda-se aplicar calagem com aproximadamente

um mês de antecedência do plantio.

- O espaçamento linha x plantas varia de acordo com cada espécie.

- Ao cavar, separe a terra de cima da terra de baixo.

- Encha as covas misturando a terra de cima com o adubo orgânico, cuja quantidade varia de acordo com a

análise do solo, e complete com a terra de baixo.

- Aguar diariamente até o dia do plantio. Cobrir a planta com cobertura morta para manter a umidade e

evitar o crescimento de ervas invasoras e erosão. Também serve como adubo orgânico e repelente de

insetos.

- Semeadura direta: É feita no local definitivo quando a planta não requer cuidados especiais. Exige bom

preparo do solo. A semeadura pode ser feita a lanço ou em linhas. O tamanho da semente é que irá

determinar a melhor forma de semeadura, manual ou com equipamentos.

- Micropropagação: Propagação realizada através de tecido vegetativo ou semente. Utiliza a biotecnologia

na produção de mudas (clones) in vitro. Geralmente, é realizada com cultura de importância econômica e

de difícil germinação.

Vantagens:

o Produção de espécies saudáveis, resistentes a pragas e livre de doenças.

o Diminuição do ciclo de produção da planta.

- Hidroponia: Os estudos de produção hidropônica de plantas medicinais são escassos. Consiste no cultivo

da planta sob estufas, num sistema em que as raízes das espécies cultivadas ficam submersas (tubo) em

solução nutritiva, em água corrente. A hidroponia não é considerada manejo orgânico por utilizar

substâncias químicas na propagação de novas mudas.

Estudo Dirigido

1. Quais os tipos de propagação das plantas e suas características?

2. Qual a função da flor na formação das sementes?

3. Qual a importância da polinização e quais os tipos existentes?

4. Qual a diferença entre propagação vegetativa natural e artificial?

5. Cite em quais estruturas da planta ocorrem a propagação vegetativa natural e dê exemplos de

palntas.

6. Cite os tipos de propagação vegetativa artificial e quais suas características.

7. Caracterize o método de propagação por sementes e como pode ser feito.

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6. MANEJO DE PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS

Organismos praga são organismos que competem direta ou indiretamente com o homem por

alimento, matéria prima ou prejudicam a saúde e o bem-estar do homem e animais. Exemplos de

organismos praga:

Pássaros (marrecos, goderos, assanhaços, etc.).

Mamíferos (ratos, morcegos, capivaras, coelhos, etc.). Patógenos (vírus, bactérias, fungos, etc.).

Plantas invasoras.

Nematóides (são estudados pela Nematologia).

Artrópodes (ácaros, sinfilos, diplopodas, aranhas, insetos, etc.)

Moluscos (lesmas e caracóis).

1. Conceitos de pragas: Praga agrícola ou florestal compreende uma população de organismos capazes de

causar danos às plantas, seus produtos e subprodutos. O dano pode afetar o rendimento do produto ou

sua qualidade, através do consumo direto dos tecidos ou órgãos da planta, frutos ou sementes, sucção de

seiva, transmissão de doenças, competição por espaço e por nutrientes. Além disso, deve-se considerar o

custo do controle destas pragas.

-Exemplos de pragas

A) INSETOS MASTIGADORES: Consumidores de folhagem: podem comer parcial ou total.

1) Lepidoptera:

Noctuidae: Alabama argilacea – curuquerê-do-algodão que corta e ingere a folha do algodoeiro;

Spodoptera frugiperda - lagarta militar (polífaga, ataca milho e muitas gramíneas); Sphingidae: Manduca

sexta paphus - mandarová do fumo (ataca solanáceas); Erinnyis ello - mandarová da mandioca (ataca

Euphorbiaceaes).

2) Coleoptera:

Chrysomelidae: família de importância econômica com pragas perfuradoras de folhas. Orifícios mais ou

menos regulares e circulares na folhagem. Atacam diversos cultivos agrícola. Epitrix – pulga-do-fumo,

batata; Diabrotica speciosa - vaquinha, desfolhadora de diversas culturas.

3) Hymenoptera:

Formicidae: Compreende as formigas cortadeiras de folhas para cultivarem fungos que serão usados na

alimentação dessas formigas. Exemplos nos gêneros Atta e Acromyrmex. Meliponidae: esta família

compreende abelhas pretas sem ferrão. Atacam (roem e escarificam) frutas cítricas e flores e outras plantas

com casca pinus. Gênero Trigona.

4) Coleoptera:

Curculionidae: Sitophilus spp. - perfuram grãos armazenados.

B) MINADORES: Estes insetos em sua forma larval, atacam as folhas, até talos e frutos, entre as duas

epidermes, construindo galerias:

1) Lepidoptera:

Lyonettidae: Peryleucoptera - bicho mineiro da folhas de café; Phyllocnistis citrella – lagarta minadora dos

citros.

2) Coleoptera:

Chrysomelidae: as larvas minadoras do gênero Xenochalepus minam folhas de feijão.

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3) Diptera:

Agromyzidae: os gêneros Agromyza, Liromyza, atacam diferentes plantas, tanto cultivadas, como

ornamentais, fazendo galerias em forma de serpentina na folhagem.

C) DESTRUIDORES DE RAÍZES: São insetos subterrâneos (vivem no solo durante a fase ativa de

alimentação), danificam pelo corte ou sucção de nutrientes.

1) Orthoptera: Gryllotalpidae: Neocurtilla (cortam as raízes)

2) Hemiptera: Cydnidae: Scaptocoris catanes (sugam a seiva nas raízes de diversas plantas).

D) DESTRUIDORES DE BOTÕES, FLORES E FRUTOS

1) Lepidóptera:

Noctuidae: Helicoverpa zea (comem grãos de milho na espiga em formação); Helliothis virescens (comem

internamente na maçã em formação no lgodoeiro)

2) Coleoptera:

Curculionidae: Anthonomus grandis - ataca flor, botões e maçãs do algodoeiro.

3) Diptera

Tephritidae: Gêneros Anastrepha e Ceratitis, cujas larvas são pragas de diversas frutas.

Cecidomyiidae: Moscas do sorgo, Gênero Contarinia, cujas larvas danificam flores e botões.

E) VETORES DE DOENÇAS: Transmissores principalmente de vírus fitopatogênicos. Exemplo: pulgões em

feijão, algodão.

F) INSETOS RASPADORES-SUGADORES

Thysanoptera: os tripes, causam danos pelo seu aparelho bucal raspador-sugador que causam necrose nos

tecidos foliares, podendo causar desfolhamento total em ataques intensos. Podem deformar botões ou

flores, provocar cicatrizes em frutos, bulbos, etc. Os gêneros mais importantes são Thrips e Frankliniella.

G) INSETOS PERFURADORES-SUGADORES: Quase a totalidade da ordem Hemiptera vive às expensas de

vegetais, perfurando e sugando a seiva de diversas partes da planta, sendo o dano, nem sempre aparente.

A sua maior importância é ser vetor de doenças, causando danos secundários e indiretos. Destacam-se

neste grupo as seguintes famílias: Hemiptera: Coreidae, Miridae, Pentatomidae, Tingitidae; Homoptera:

Aleyrodidae (mosca branca), Aphididae (afídeos), Coccidae (cochonilhas), Cicadelidae (cigarrinhas),

Delphacidae, Membracidae, Cicadidae (cigarras).

TIPOS DE PRAGAS

1. De acordo com a parte da planta que é atacada

1.1. Praga direta: Ataca diretamente a parte comercializada. Exemplo: broca pequena do tomateiro

(Neoleucinodes elegantalis Guenée, 1854) que ataca os frutos do tomateiro.

1.2. Praga indireta: Ataca uma parte da planta que afeta indiretamente a parte comercializada.

Exemplo: lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis Hueb.) que causa desfolha nas plantas da soja.

2. Densidade populacional

a) Nível de equilíbrio (NE): É a densidade populacional média da população durante um longo período de

tempo. Reflete a população da praga na lavoura sem causar dano significativo.

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b) Nível de Controle (NC) “Threshold” ou Limiar: É a densidade populacional onde medidas devem ser

tomadas para impedir que a população atinja o nível de dano econômico.

c) Nível de Dano Econômico (NDE): É a menor densidade da população capaz de causarperda econômica. Ë

o nível populacional da praga cujo controle resulta em benefício econômico ao menos equivalente ao custo

da ação de controle . É o ponto de equilíbrio entre o custo e o benefício.

Na flutuação populacional de uma espécie de artrópodo (praga ocasional), a posição de equilíbrio

está abaixo do NC, mas a mais alta flutuação da população, excede o NC. Ex.: mandarová da mandioca,

vaquinha, bicho cesto, Grapholita em pêssego, coleobrocas de citros., lagarta dos cafezais. Ocorrem em

nível populacional baixo, mas podem tornar-se de importância econômica em função de condições

climáticas, desequilíbrio biológico, etc. Na flutuação populacional de uma espécie de artrópodo (praga

constante), a posição de equilíbrio está abaixo do NC, mas a sua flutuação populacional frequentemente

excede o NC. Ex.: mosca das frutas, bicho mineiro em café, broca do café, traça da batata, broca da cana,

estão sempre presentes na cultura e causam danos a cada ano, pois sua densidade populacional varia

pouco de ano para ano. Na flutuação populacional de uma espécie de artrópodo (praga chave), a posição

de equilíbrio está acima do NC com freqüência. É muito difundido o uso de inseticidas e necessário para

prevenir o dano econômico. O NDE está abaixo do NE pela fácil adaptação às condições. Ex.: mosca branca,

pulgão da batata, bicudo (transmissão de doenças). Têm a característica de mesmo em baixos níveis,

transmitir agentes de doenças

CONSEQUÊNCIAS DO ATAQUE DE PRAGAS ÀS PLANTAS

1. Injúrias: Lesões ou alterações deletérias causadas nos órgãos ou tecidos das plantas.

As pragas de aparelho bucal mastigador provocam as seguintes injúrias:

- lesões em órgãos subterrâneos;

- roletamento de plantas;

- broqueamento (confecção de galerias no interior de órgãos subterrâneos, caule, frutos e grãos);

surgimento de galhas;

- vetores de doenças; desfolha;

- confecção de minas (galerias surgidas nas folhas devido a destruição do mesófilo foliar).

As pragas fitossucívoras provocam as seguintes injúrias:

- sucção de seiva;

- introdução de toxinas; vetores de doenças (principalmente viroses).

. Sendo que ataque de pragas fitossucívoras pode ocasionar:

- retorcimento ("engruvinhamento"); amarelecimento;

- anormalidade no crescimento e desenvolvimento; secamento; mortalidade;

- queda na produção das plantas.

2. Prejuízos das pragas: Queda na produção agrícola causada por pragas.

3. Dano das pragas agrícolas: Prejuízos causados por organismos fitófagos com densidade populacional

acima de nível de dano econômico.

4. Fatores favoráveis à ocorrência de pragas

- Descaso pelas medidas de controle

- Plantio de variedades suscetíveis ao ataque das pragas

- Diminuição da diversidade de plantas nos agroecossistemas (o plantio de monoculturas favorecem as

populações das espécies fitófagas "especialistas" e diminui as populações dos inimigos naturais das pragas)

- Falta de rotação de culturas nos agroecossistemas.

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- Plantio em regiões ou estações favoráveis ao ataque de pragas.

- Adoção de plantio direto (geralmente há um aumento de insetos que atacam o sistema radicular das

plantas).

- Adubação desequilibrada (as plantas mal nutridas são mais susceptíveis ao ataque de pragas)

- Uso inadequado de praguicidas (uso de dosagem, produto, época de aplicação e metodologia

inadequada).

5. PROBLEMAS ADVINDOS DO USO INADEQUADO DE PRAGUICIDAS

5.l. Redução das populações de inimigos naturais em níveis superiores ao das populações de pragas

devido:

- possuirem maior mobilidade do que as pragas, ficando assim mais expostas aos praguicidas.

- ocorrência de maior consumo de pragas contaminadas por praguicidas devido a maior facilidade de

"captura" destas;

- maior concentração de substâncias tóxicas (o praguicida) em níveis tróficos mais elevados (no caso dos

inimigos naturais). A redução nas populações dos inimigos naturais traz como consequências:

Ressurgência de pragas (a praga reaparece em safras subsequentes, oriunda de lugares de refúgio e

dos indivíduos sobreviventes na lavoura, em níveis populacionais superiores aos da sanfra anterior).

Erupção de pragas (mudança de "status", com praga secundária tornando-se chave). Exemplo disto

pode ocorrer com o uso de inseticidas do grupo dos piretróides no controle do bicho mineiro

(Perileucoptera coffeella (Guérin - Menéville, 1842)) do cafeeiro. Esse uso pode reduzir a população

de ácaros predadores do ácaro vermelho (Oligonychus ilicis (McGregor, 1919)), que passa para o

"status" de praga chave.

5.2. Quebra da cadeia alimentar

Consiste na redução da população de espécies fitófagas, que servem como fonte inicial de

alimentação de predadores, os quais posteriormente serão essenciais no controle de pragas chaves.

Exemplo disto é o que ocorre na cultura algodoeira quando se usa semente preta (semente tratada com

inseticida sistêmico) diminuindo assim, a população de pulgões e tripes. Estes insetos são fonte inicial de

alimento dos predadores de pragas chaves que surgirão posteriormente como o curuquerê do algodoeiro (-

A. argillacea Hueb., 1818) e lagarta das maçãs (Heliothis virescens (Fabr., 1781).

5.3. Resistência das pragas aos praguicidas.

Consiste no aumento da tolerância das populações de pragas a doses de um praguicida

anteriormente considerado eficiente no seu controle. Isto ocorre devido a eliminação de indivíduos

susceptíveis, fato este que fará com que haja seleção de indivíduos que possuam carga genética para

resistência à ação do praguicida.

Os mecanismos de resistência podem ser:

alterações no alvo de ação do praguicida;

aumento da taxa de desintoxicação (por degradação ou excreção) do praguicida pela praga;

redução da taxa de penetração do praguicida no corpo da praga, e

resistência por comportamento (modificações no comportamento como repelência ao praguicida

que permitam esse tolerar o praguicida).

- Além da resistência induzida a um praguicida pode também ocorrer:

resistência cruzada (quando a resistência induzida por um praguicida se estende também a outro

produto de mesmo modo de ação);

resistência múltipla (quando a resistência se estende a praguicidas de modo de ação diferentes).

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6. FILOSOFIAS DE CONTROLE DE PRAGAS

1. Filosofia tradicional de controle de pragas: Segundo essa filosofia, devem ser adotadas medidas

de controle (geralmente se utiliza o método químico) quando o organismo praga está presente,

independentemente de outros fatores. Esta filosofia, e o seu uso, se deve entre outros fatos a falta de

informações disponíveis para a maioria dos agroecossistemas e a simplicidade de sua adoção por técnicos e

agricultores.

2. Manejo integrado de pragas (MIP): É uma filosofia de controle de pragas que procura preservar e

incrementar os fatores de mortalidade natural, através do uso integrado dos métodos de controle

selecionados com base em parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos.

2.1. Componentes do MIP

Avaliação do agroecossistema: Consiste na avaliação da população da praga (amostragem para verificação

da densidade populacional da praga), na avaliação das populações dos inimigos naturais das pragas

(amostragem para verificação de suas densidades populacionais), na observação do estádio fenológico das

plantas (verificação do grau de susceptibilidade da cultura em cada estádio) e na avaliação das condiões

climáticas (as quais podem determinar aumento ou decréscimo da população das pragas, inimigos naturais

e eficiência dos métodos de controle).

Tomada de decisão: Nesta fase, tomaremos a decisão de controlar ou não as pragas com base nos

seguintes componentes:

População de praga (Tomamos decisão de controlar a praga se a densidade populacional da praga

for igual ou maior que o nível de controle).

População dos inimigos naturais (Só tomaremos decisão de controlar as pragas se as densidades

populacionais de inimigos naturais estiverem menores que o nível de não-ação).

Estádio fenológico da cultura (Na tomada de decisão, devemos considerar o grau de

susceptibilidade da cultura em cada estádio).

Condições climáticas (Na tomadas de decisão, deve-se verificar as condições climáticas, visto que

estas têm efeito sobre as populações das pragas, inimigos naturais e eficiência dos métodos de

controle).

Escolha dos métodos de controle (Deve-se levar em consideração os fatores técnicos, econômicos,

ecológicos e sociológicos).

7. AMOSTRAGEM DAS POPULAÇÕES DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS

Para avaliação correta, das populações de pragas e inimigos naturais é necessário se realizar

amostragens. Para tanto, é necessário o desenvolvimento de pesquisas que permitam o desenvolvimento

de metodologia de avaliação populacional, plano de amostragem e tipo de caminhamento a ser adotado na

amostragem.

1. Métodos absolutos: Consistem na avaliação da população total existente em determinada área.

Praticamente não usado em Entomologia Agrícola devido ao tempo, pessoal e dinheiro gasto na sua

realização.

2. Métodos relativos

Estima-se a população existente em determinada amostra. Esta contagem pode ser feita através

de:

contagem direta das pragas existentes numa amostra, como é feito na cultura de citros para o

ácaro da leprose (Brevipalpus phoenicis Geijskes, 1939), onde conta-se o número de ácaros

existentes nos frutos;

uso de armadilhas, como é feito para a cultura da soja quando conta-se o número de percevejos

(Heteroptera: Pentatomidae) presentes em pano colocado entre as fileiras das plantas.

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8. MÉTODOS DE CONTROLE DE PRAGAS : Os principais métodos usados no controle de pragas são:

Métodos culturais: Emprego de práticas agrícolas normalmente utilizadas no cultivo das plantas

objetivando o controle de pragas.

Controle biológico: Ação de inimigos naturais na manutenção da densidade das pragas em nível inferior

àquele que ocorreria na ausência desses inimigos naturais.

Controle químico: Aplicação de substâncias químicas no controle de pragas

Controle por comportamento: Consiste no uso de processos (hormônios, feromônios, atraentes, repelentes

e macho estéril) que modifiquem o comportamento da praga de tal forma a reduzir sua população e danos.

Resistência de plantas: Uso de plantas que devido suas características genéticas sofrem menor dano por

pragas.

Métodos legislativos: Conjunto de leis e portarias relacionados a adoção de medidas de controle de pragas.

Controle mecânico: Uso de técnicas que possibilitem a eliminação direta das pragas.

Controle físico: Consiste no uso de métodos como fogo, drenagem, inundação, temperatura e radiação

eletromagnética no controle de pragas.

Método genético: Consiste no controle de pragas através do uso de esterilização híbrida.

PLANTA DANINHA

Num conceito amplo, uma planta só deve ser considerada daninha se estiver direta ou

indiretamente prejudicando uma determinada atividade humana, como, por exemplos, plantas interferindo

no desenvolvimento de culturas comerciais, plantas tóxicas em pastagens, plantas ao lado de refinarias de

petróleo, plantas estranhas no jardim, etc. Entretanto, todos os conceitos baseiam-se na sua

indesejabilidade em relação a uma atividade humana. As plantas daninhas podem ser agrupadas em

plantas daninhas comuns e verdadeiras. As comuns são aquelas que não possuem habilidade de

sobreviver em condições adversas. Por exemplo, num plantio rotacional trigo/soja, as plantas de trigo que

surgirem das sementes remanescentes no solo passam a ser consideradas daninhas à cultura da soja. As

consideradas verdadeiras possuem características especiais que permitem fixá-las como infestantes ou

daninhas, como:

a) Não são melhoradas geneticamente.

b) Crescem em condições adversas.

c) São rústicas quanto ao ataque de pragas e doenças. Possuem habilidade de produzir grande

número de sementes por planta, geralmente com facilidade para disseminação pelo vento, água,

pêlo de animais, etc. Exemplo: Desmodium totuosum, que produz até 42.000 sementes por

planta, as quais são facilmente dissemináveis por animais, por máquinas, por misturas de

sementes, etc.

d) Apresentam dormência e germinação desuniformes, que são atributos que facilitam a

perpetuação da espécie, pois, se todas as sementes germinassem de uma só vez, seria fácil

erradicar uma espécie daninha. Muitas espécies de plantas daninhas são, ainda, capazes de se

multiplicar por diversas maneiras (sementes, rizomas, bulbos, tubérculos, folhas, raízes, etc.)

1. Características práticas para reconhecimento das principais famílias de plantas daninhas

Graminae - talo cilíndrico, com nós e entrenós; entrenós com talo oco; bainha normalmente aberta;

lígula normalmente presente. Exemplo: Bracharia plantaginea.

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Compositae- Inflorescência em capítulo (flores muito pequenas e em dois tipos: tubulares e

ligulares); estames livres e anteras unidas; cálice transformado em papus, fruto em aquênio; etc.

Exemplo: Bidens pilosa.

Cyperaceae - talo triangular sem nós; bainha fechada sem lígula. Exemplo: Cyperus rotundus.

Polygonaceae - presença de serocina; nós dos talos inchados ou protuberantes; seiva ácida e

penetrante. Exemplo: Rumex crispus.

Amaranthaceae - flores muito pequenas e de cor verde; brácteas espinhosas; inflorescências

condensadas. Exemplo: Amaranthus hybridus.

Cruciferae - estames tetradínamos (quatro comprimidos para dentro e quatro curvados para fora); o

fruto é uma síliqua, dividido em dois lóculos. Exemplo: Raphanus raphanistrum.

Leguminosae - é subdividida em subfamílias:

Subfamília I - Mimosaceae - corola actinomorfa; estames quatro a infinito; folhas bipenadas ou

penadas. Exemplo: Mimosa e Acacia.

Subfamíla II - Cesalpinaceae - corola irregular com estandarte interno; estames 3-12 inseridos no

cálice; em geral as folhas são penadas. Exemplo: Senna obtusifolia.

Subfamília III - Papilionaceae - corola com estandarte interno; estames 10, geralmente (9) + 1,

inseridos na corola; folhas nunca bipenadas. Exemplo: Desmodium e Phaseolus.

Convolvulaceae - trepadoras com folhas alternadas e sem estípulas; corola em forma de tubo; flores

vistosas, hermafroditas e actinomorfas; cinco estames de tamanho desigual; estames inseridos no

fundo do tubo polínico; o fruto é uma capsula. Exemplo: Ipomoea sp.

Chenopodiaceae - folhas de disposição alternadas, sem estípulas; flores muito pequenas e de cor

verde; talo estriado; planta com escamas. Exemplo: Chenopodium album.

Malvaceae - flores vistosas com cálice e corola pentâmeros, usualmente anuais, com seiva

mucilaginosa e talos fibrosos, com muitos estames em androceu tubular; o fruto muitas vezes é uma

capsula ou um policoco. Exemplo: Sida spp.

Solanaceae - possuem cinco estames; anteras agrupadas ao redor do estilete; folhas e caules, muitas

vezes, com odor forte e característico; folhas irregularmente recortadas; talos e folhas muitas vezes

com espinho. Exemplo: Solanum americanum.

2. Prejuízos causados pelas plantas daninhas

2.1. Prejuízos diretos

a) Reduzem a qualidade do produto comercial. São exemplos a presença de sementes de picão-preto

(Bidens pilosa) junto ao capulho do algodão, sementes de capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)

junto ao feno, sementes de carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum) aderidas à lã,

tubérculos de tiririca se desenvolvendo dentro tubérculos de batata, etc.

b) São responsáveis pela não-certificação das sementes de culturas, quando estas são colhidas junto

com sementes de determinadas espécies de plantas daninhas proibidas, como leiteiro ( Euphorbia

heterophylla), arroz-vermelho (Oryza sativa), capim-massambará (Sorghum halepense) e feijão-

miúdo (Vigna ungiculata). É comum, também, impedirem a certificação de mudas em torrão,

como é o caso de mudas cítricas produzidas em viveiro infestado com tiririca (Cyperus rotundus).

c) Podem intoxicar animais domésticos, quando presentes em pastagens. Por exemplo: cafezinho

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(Palicourea marcgravii), oficial-de-sala (Asclepias curassavica), cavalinha (Equisetum piramidale),

flor-das-almas (Senecio brasiliensis), samambaia (Pteridium aquilinium), algodoeiro-bravo

(Ipomoea fistulosa), chibata (Arrabidae bilabiata) e outras que podem causar a morte de

animais.

d) Algumas espécies exercem o parasitismo em citros, milho e plantas ornamentais. São exemplos a

erva-de-passarinho (Phoradendron rubrum) em citros e a erva-de-bruxa (Striga lutea) em milho.

Esta última é a pior invasora para milho, ainda não introduzida no Brasil. Ela produz cerca de

5.000 sementes por planta, que germinam e parasitam as raízes do milho; dois meses mais tarde

as plantas aparecem na superfície do solo, florescem rapidamente e iniciam novamente o ciclo

parasitário.

2.2. Prejuízos indiretos

As plantas daninhas podem ser hospedeiras alternativas de pragas e doenças, como o mosaico-

dourado do feijoeiro, causado por um vírus à cultura do feijão, que é transmitido pela mosca-branca.

Algumas espécies, diminuem a eficiência das máquinas e aumentam as perdas durante a operação da

colheita até mesmo quando em infestação moderada nas lavouras. Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus),

carrapicho-de-carneiro (Acathospermum hispidum), arranha-gato (Acassia plumosa).

As plantas daninhas, também, podem ser altamente inconvenientes em áreas não-cultivadas: áreas

industriais, vias públicas, ferrovias, refinarias de petróleo. Nestas áreas não é desejável a presença de

plantas daninhas vivas ou mortas. Causam, também, problemas sérios em ambientes aquáticos, onde

podem dificultar o manejo da água, aumentando o custo da irrigação, prejudicando a pesca, dificultando a

manutenção de represas, o funcionamento de usinas hidrelétricas, etc. Exemplos: taboa (Typha

angustifolia), aguapé (Eichornia crassipes), etc. Outras espécies de plantas daninhas podem ainda reduzir o

valor da terra, como a tiririca (Cyperus rotundus) em áreas destinadas à produção de hortaliças e a

Ciganinha (Memora peregrina) em áreas de pastagens, uma vez que o custo de controle muito elevado,

tornando-se inviável economicamente.

3. Utilidades das plantas daninhas

a) Promovem a cobertura do solo reduzindo a erosão.

b) Fornecimento de matéria orgânica.

c) Promovem reciclagem de nutrientes.

d) Fonte de alimentação para aves e animais silvestres.

e) Pela cobertura do solo promovem a manutenção da estabilidade térmica e da umidade do solo.

f) Podem promover o impedimento da germinação e, ou o desenvolvimento de outras espécies de

plantas daninhas (alelopatia), favorecendo o manejo de culturas, principalmente no sistema de Plantio

Direto.

g) Muitas são plantas medicinais

h) Muitas são importantes na produção de mel pelas abelhas.

i) Muitas são utilizadas na alimentação alternativa do homem, etc.

4. Métodos de Controle de plantas daninhas

4.1. Controle preventivo

O controle preventivo de plantas daninhas consiste no uso de práticas que visam prevenir a

introdução, o estabelecimento e, ou, a disseminação de determinadas espécies-problema em áreas ainda

por elas não infestadas. As medidas que podem evitar a introdução onde a espécie ainda não ocorre são:

utilizar sementes de elevada pureza; limpar cuidadosamente máquinas, grades e colheitadeiras;

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inspecionar cuidadosamente mudas adquiridas com torrão e também toda a matéria orgânica (esterco e

composto) proveniente de outras áreas; limpeza de canais de irrigação; quarentena de animais

introduzidos; etc.

4.2. Controle cultural: O controle cultural consiste no uso de práticas comuns ao bom manejo da água

e do solo, como rotação de cultura, variação do espaçamento da cultura, uso de coberturas verdes, etc.

4.3. Controle mecânico ou físico: São métodos mecânicos de controle de plantas daninhas o

arranque manual, a capina manual, a roçada, a inundação, a queima, a cobertura morta e o cultivo

mecanizado.

4.4. Controle biológico: O controle biológico consiste no uso de inimigos naturais (fungos, bactérias,

vírus, insetos, aves, peixes, etc.) capazes de reduzir a população das plantas daninhas, reduzindo sua

capacidade de competir.

4.5. Controle químico: O controle químico das plantas daninhas proporcionar as seguintes

vantagens:

1. Menor dependência da mão de obra, que é cada vez mais cara, difícil de ser encontrada no momento

certo, na quantidade e qualidade necessária.

2. Mesmo em épocas chuvosas, o controle químico das plantas daninhas é mais eficiente.

3. É eficiente no controle de plantas daninhas na linha de plantio e não afeta o sistema radicular

das culturas.

4. Permite o cultivo mínimo ou plantio direto das culturas.

5. Pode controlar plantas daninhas de propagação vegetativa.

6. Permite o plantio a lanço e, ou, alteração no espaçamento, quando for necessário.

5. Manejo Integrado De Plantas Daninhas (Mipd): Um bom programa de manejo de plantas daninhas pode

ser resumido em três situações básicas: máxima produção no menor espaço de tempo, máxima

sustentatibilidade de produção e mínimo risco. Dez palavras-chave descrevem os processos recomendados,

e elas são um bom guia para o programa de manejo:

1. Monitorar sementes e espécies da área de produção.

2. Identificar as espécies-problema e suas densidades.

3. Estudar os métodos usados na propriedade.

4. Conhecer as espécies dominantes e suas interações.

5. Prever populações e mudanças de populações de plantas daninhas.

6. Decidir quando o controle deve ser feito.

7. Escolher a(s) tecnologia(s) de controle compatível(is) com sistema.

8. Considerar os recursos e as necessidades do fazendeiro.

9. Integrar os processos com as medidas de proteção das culturas.

10. Avaliar os impactos ambiental, social e econômico a curto e a longo prazo.

DOENÇAS: Doença é resultante da interação entre hospedeiro, agente causal e ambiente. Diversos

critérios, baseados no hospedeiro e/ou no agente causal, têm sido usados para classificar doenças de

plantas.

Grupo I - Doenças que destroem os órgãos de armazenamento

Grupo II - Doenças que causam danos em plântulas

Grupo III - Doenças que danificam as raízes

Grupo IV - Doenças que atacam o sistema vascular

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Grupo V - Doenças que interferem com a fotossíntese

Grupo VI - Doenças que alteram o aproveitamento das substâncias fotossintetizadas.

1. Classificação dos patógenos

Parasitismo é um fenômeno extremamente complexo, sendo delineado em vários níveis.

Baseado nesses aspectos, existem várias classificações para patógenos de plantas, entretanto,

simplificadamente eles podem ser agrupados em:

· Parasitas obrigados: são aqueles que vivem as custas do tecido vivo do hospedeiro. Não são cultivados em

meio de cultura. Ex: fungos causadores de míldios, oídios, ferrugens e carvões; vírus, viróides, nematóides e

algumas bactérias.

· Saprófitas facultativos: são aqueles que vivem a maioria do tempo ou a maior parte de seu ciclo de vida

como parasitas, mas em certas circunstâncias, podem sobreviver

saprofiticamente sobre matéria orgânica morta. Podem ser cultivados em meio de cultura. Ex: fungos

causadores de manchas foliares, como Alternaria spp., Colletotrichum spp. e Cercospora spp.

· Parasitas facultativos: são aqueles que normalmente se desenvolvem como saprófitas, mas que são

capazes de passar parte, ou todo o seu ciclo de desenvolvimento como parasitas. São facilmente cultivados

em meio de cultura. Ex: fungos como Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii.

· Parasitas acidentais: são aqueles organismos saprófitas que em determinadas condições (Ex.: planta com

estresse) podem exercer o parasitismo. Ex: Pseudomonas fluorescens causando podridão em alface.

2. Classificação dos Sintomas

Os sintomas de doenças de plantas podem ser classificados de acordo com vários critérios.

Entretanto, qualquer que seja o critério, ele é sempre arbitrário, não sendo possível separar

completamente os sintomas em classes ou grupos definidos, pois não existem sintomas isolados, uma vez

que são resultantes de alterações fisiológicas ao nível de células e tecidos, estando todos interligados

dentro do quadro sintomatológico. Contudo, como a sintomatologia visa a diagnose da doença, para

facilitar essa atividade os sintomas são padronizados e agrupados. Os sintomas podem ser classificados

conforme a localização em relação ao patógeno, as alterações produzidas no hospedeiro e a estrutura e/ou

processos afetados. Conforme a localização dos sintomas em relação ao patógeno, podem ser separados

em sintomas primários, resultantes da ação direta do patógeno sobre os tecidos do órgão afetado (Ex.:

manchas foliares e podridões de frutos), e sintomas secundários ou reflexos, exibidos pela planta em

órgãos distantes do local de ação do

patógeno (Ex.: subdesenvolvimento da planta e murchas vasculares).

A doença pode provocar alterações no hábito de crescimento da planta, como superbrotamento,

nanismo, esverdeamento das flores e escurecimento dos vasos, sendo denominados sintomas habituais.

Em outros casos, os sintomas caracterizam-se por lesões na planta ou em um de seus órgãos, como

manchas necróticas, podridões e secas de ponteiro, sendo denominados sintomas lesionais.

3. Sinais: Sinais são estruturas ou produtos do patógeno,geralmente associados à lesão. Além de

estruturas patogênicas (células bacterianas, micélio, esporos e corpos de frutificação fúngicos, ovos de

nematóides, etc.), exsudações ou cheiros provenientes das lesões podem ser considerados como sinais. Em

geral, os sinais ocorrem num estádio mais avançado do processo infeccioso da planta.

4. Os princípios de gerais de Controle e o triângulo da Doença: Num esforço de sistematização dos

métodos de controle até então conhecidos, Whetzel et al. (1925) e Whetzel (1929) agruparam-nos em

quatro princípios biológicos gerais: exclusão – prevenção da entrada de um patógeno numa área ainda não

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infestada; erradicação - eliminação do patógeno de uma área em que foi introduzido; proteção -

interposição de uma barreira protetora entre as partes suscetíveis da planta e o inóculo do patógeno, antes

de ocorrer a deposição; imunização - desenvolvimento de plantas resistentes ou imunes ou, ainda,

desenvolvimento, por meios naturais ou artificiais, de uma população de plantas imunes ou altamente

resistentes, em uma área infestada com o patógeno. Com o tempo, a esses princípios foi acrescentado o da

terapia, que visa restabelecer a sanidade de uma planta com a qual o patógeno já estabelecera uma íntima

relação parasítica.

Esses princípios podem ser enunciados como passos sequenciais lógicos no controle de doenças de

plantas, levando em consideração o ciclo das relações patógeno-hospedeiro em uma determinada área

geográfica. Assim, a exclusão interfere na fase de disseminação, a erradicação na fonte de inóculo e na

sobrevivência, a proteção na inoculação e na germinação, a imunização, na penetração e colonização e a

terapia, na colonização e na reprodução.

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ESTUDO DIRIGIDO

1. O que existe em comum entre pragas, doenças e plantas daninhas?

2. Quando um inseto é considerado praga e como isso é determinado?

3. Quais os métodos de controle das pragas?

4. Em relação as plantas daninhas, cite a sua classificação e suas vantagens?

5. O que é doença, quais os agentes causadores e os principais sintomas apresentados pelas plantas?

7. TÉCNICAS DE COLHEITA E PÓS-COLHEITA

A colheita é um desafio e pode ser complexa, dependendo da espécie, maturidade do produto e

período de colheita. Em linhas gerais, considera-se a colheita como sendo única ou múltipla. A colheita

única é mais aplicada para hortaliças, por exemplo: cenoura, batata, repolho e também alface, produtos

que só uma colheita retira totalmente do campo. Por sua vez, a colheita múltipla aplica-se normalmente às

frutas, mas também a algumas hortaliças, como tomate de mesa e morango. Tanto para a colheita única

como para a múltipla, a chance de ocorrer perdas devido a danos físicos é grande, porém, em geral, nesta

os frutos ficam mais sujeitos a exposição e manuseio. Na colheita múltipla, a incidência de danos físicos

pode variar durante a colheita, entre cultivares, colhedores e pontos de colheita. A colheita pode ser

dividida em três tipos, considerando-se a sensibilidade do produto particular ao manuseio e mercado de

destino: (1) Manual; (2) Por meio de equipamentos de auxílio; (3) Mecanizada.

1. Colheita manual

A colheita manual baseia-se na sensibilidade do colhedor principalmente em termos de visão e

tato. Possui vantagens e desvantagens. Apresenta como vantagens:

a possibilidade de o ser humano bem treinado utilizar bem os sentidos (visão, tato, olfato),

com melhor sucesso da tarefa;

a de colhedores mais cuidadosos, em campo ocasionar menos injúrias aos produtos; a

de a seleção e empacotamento serem realizados no campo, portanto com menor número

de etapas.

As desvantagens são:

o alto custo da mão de obra em algumas regiões, muitas vezes destreinada e desqualificada

para tal operação, o que pode ocasionar problemas diversos;

o possível desafio, para diversas regiões, da sazonalidade relacionada a oferta de mão de

obra.

Para algumas culturas, ocorre mais comumente a colheita manual do que em outras, como a do

morango destinado ao consumo fresco, cuja colheita e classificação são concomitantes. A principal razão

apontada para a realização da colheita manual em morangos é a sensibilidade dos frutos a danos físicos.

Morangos destinados à indústria são normalmente colhidos por meio de máquinas, devido ao menor custo

e rapidez no processamento. Equipamentos diversos podem auxiliar na colheita manual, por exemplo,

carriolas e sacolas de colheita.

2. Equipamentos de auxílio

A colheita auxiliada é aquela em que se utilizam equipamentos para fornecer melhores condições

de trabalho, maior rapidez no processo e melhor conservação do produto. Equipamentos de auxílio à

colheita podem aumentar a produtividade e/ou reduzir custos, em especial quando utilizados em conjunto

com maquinário ou operações de embalagem. O uso de equipamentos de auxílio à colheita é comum em

alguns países como Estados Unidos, Canadá, Itália, Espanha, Austrália e Israel. No Brasil, existem alguns

tipos de equipamentos disponíveis, porém o conceito não está tão bem difundido quanto nos países

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mencionados acima. Esses equipamentos têm como objetivo reduzir o esforço e energia necessários para

realizar cada operação e diminuir as possíveis injúrias aos colhedores. Equipamentos de auxílio podem ser

desde simples lâminas, como as utilizadas para levantamento de tubérculos e cenouras, até complexas

plataformas móveis. Essas unidades podem ser utilizadas somente para colher, ou realizar todo o processo:

colheita, classificação e embalagem. No Brasil, a utilização de plataformas móveis é recente: no ano de

2007, foi finalizado projeto da construção da Unidade Móvel de Auxílio à Colheita para tomate de mesa

(UNIMAC), que realiza a colheita, beneficiamento, classificação e embalagem do produto em campo.

3. Colheita mecanizada

A colheita totalmente mecanizada caracteriza-se pelo baixo uso de mão de obra, situação em que a

máquina desenvolve todas as atividades relativas à colheita: corte e/ou retirada do produto da planta,

limpeza e embalagem ou ensaque do produto. A utilização de máquinas para colheita possui a limitação de

algumas culturas não se adaptarem a este tipo de colheita, devido principalmente à sensibilidade dos frutos

e à não adequação da planta a essa finalidade. Todavia a utilização de máquinas pode proporcionar

redução de custos e aumento no rendimento de colheita superior a dez vezes. Frutas e hortaliças são em

geral produtos sensíveis ao manuseio, cuja aparência externa e ausência de defeitos são importantes

atributos no momento da comercialização. Por tal razão, a colheita mecanizada de hortifrutícolas

geralmente é utilizada para produtos destinados para processamento, como citros, tomate indústria e

morango. Possui como potencialidades viabilizar colheita mais rápida, possibilitando melhores condições

de trabalho, com redução nos custos com mão-de-obra e eventuais problemas com ela. Como dificuldades

de desenvolvimento e uso, é importante mencionar:

a possibilidade maior de causar danos físicos a frutas e hortaliças no momento da colheita;

limitação quanto à capacidade de manipulação e processamento desses equipamentos,

relacionada ao rendimento do equipamento e sensibilidade do produto;

possibilidade de que as inovações tecnológicas tornem o maquinário obsoleto antes da sua

amortização.

A colheita mecanizada tem como desafio realizar a colheita sem danificar permanentemente a

planta, sendo rápida e econômica.

PÓS-COLHEITA

As perdas pós-colheita de frutas e hortaliças estão diretamente relacionadas ao manuseio,

transporte e armazenamento inadequados do produto desde a colheita até a chegada ao consumidor final.

O manuseio inadequado dos produtos agrícolas durante o processo de colheita e pós-colheita pode causar

alterações mecânica, fisiológica ou patológica. Portanto, a manutenção da qualidade de frutas e hortaliças

depende da tecnologia aplicada em toda esta cadeia. Sendo assim, torna-se cada vez mais evidente a

necessidade do desenvolvimento de sistemas de beneficiamento que garantam a manutenção da qualidade

do produto advinda do campo. Com o intuito de minimizar tais perdas e prolongar a vida de prateleira, o

beneficiamento dos produtos é realizado tanto no campo, como em unidades de beneficiamento de acordo

com as características e necessidades do produto, garantindo a satisfação do consumidor final. No que se

diz respeito à mobilidade, uma planta de

beneficiamento pode ser estacionária ou móvel.

1. Plantas de beneficiamento estacionárias

Um produto que passa por uma planta de beneficiamento estacionária pode levar maior tempo no

trajeto campo-prateleira, já que se torna necessário o transporte do produto do campo até a planta de

beneficiamento. Esse transporte pode ainda gerar impactos mecânicos e expor o produto à radiação solar

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elevando sua taxa de respiração devido ao aumento da temperatura, trazendo prejuízos à qualidade do

produto. Uma planta de beneficiamento móvel pode garantir maior autonomia ao produtor, já que passa a

independer de um espaço de instalação, que muitas vezes é compartilhado com outros produtores.

2. Plantas de beneficiamento móvel

Uma planta de beneficiamento móvel deve possuir uma estrutura adequada agregada a um

processo compacto. Deve, ainda, possuir mobilidade adequada na forma de capacidade de tração para

superar obstáculos do terreno e uma fonte de potência própria (motor de combustão interna, por

exemplo), juntamente com mecanismos de transmissão de potência (mecânica, hidráulica ou elétrica),

estabilidade ao tombamento e direcional, assim como mecanismos de transferência de produto (esteiras,

correntes, escovas). As operações realizadas por uma planta de beneficiamento móvel ou estática devem

obedecer a princípios físicos, técnica e economicamente viáveis.

BENEFICIAMENTO DE FRUTAS E HORTALIÇAS

O objetivo deste é proporcionar acesso às principais informações e princípios básicos relativos a

este assunto. Portanto, são apresentadas informações relacionadas a características do beneficiamento e

suas etapas. As etapas referentes ao beneficiamento foram divididas em dez e são abordadas

separadamente. Algumas hortaliças e frutas adaptam-se ao beneficiamento em campo, em especial

aquelas mais sensíveis ao manuseio, como algumas frutas, folhosas e o morango. Outras podem ser

beneficiadas tanto em campo, quanto em unidades de beneficiamento, dependendo do investimento

disponível e da relação custo/beneficio.

Nas linhas de beneficiamento, os produtos em geral são mais bem visualizados e até classificados

em equipamentos de precisão, de modo que podem ser muito bem selecionados. Por sua vez, em uma

situação como essa, o produto pode ser exposto a uma maior incidência em danos físicos durante um

número maior de movimentos e transporte. No campo, a seleção e classificação são em geral, manuais,

consequentemente, mais sujeitas à subjetividade prática dos colhedores. Porém, com o aumento da

demanda por produtos de qualidade, passou a ser beneficiado em máquinas de grande precisão. No

entanto, deve-se ter em mente que o beneficiamento e classificação em unidades de beneficiamento não

implicam obrigatoriamente o uso de máquinas; o sistema pode ser totalmente manual. Todavia, na grande

maioria dos casos, observa-se esta interação com o uso de máquinas.

1. UNIDADES DE BENEFICIAMENTO E CLASSIFICAÇÃO – ETAPAS

- Recebimento: Esta etapa pode ser realizada a seco em esteiras ou em tanques de recebimento com água.

Em esteiras de recebimento, deve-se prestar atenção especial à incidência de danos físicos, podendo esta

operação ser manual ou mecânica. A operação mecanizada pode ser automatizada tanto para caixas

plásticas quanto para grandes caixas denominadas “beans”. No recebimento em tanques, a qualidade da

água é fator crucial. A entrada de água e patógenos no interior do produto ocorre em medida variável. São

especialmente sensíveis à infiltração de água e patógenos, produtos com lóculos (ex.: manga e tomate) e

produtos com cortes e outras aberturas causadas por danos mecânicos.

- Seleção: A seleção caracteriza-se pela retirada e eliminação antes da classificação de frutos danificados,

deformados e com presença de doenças. A eliminação de frutos com doenças é importante, pois limita a

sua disseminação. Como se trata de um trabalho repetitivo e constante, é necessário o posicionamento

ergonômico do trabalhador para a operação. A seleção pode ocorrer no inicio do equipamento de

beneficiamento ou, em alguns, casos, no final.

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- Limpeza: A etapa da limpeza é uma das principais no sistema de beneficiamento e classificação de frutas e

hortaliças, no que tange à sua influência no aspecto do produto. Dependendo da natureza do produto, a

limpeza pode ser realizada de maneiras distintas. Algumas frutas não devem ser molhadas, como o caqui e

também, certas hortaliças, por exemplo, cebola. O uso ou não da água no processo de limpeza, também,

relaciona-se a preferências comerciais menos técnicas. Assim, por exemplo, a maior parte da batata

comercializada no Brasil é lavada, enquanto que em outros países utiliza-se para limpeza apenas escovação

a seco. O consumidor habituado ao produto lavado dificilmente comprará a batata escovada.

- Classificação: A classificação pode ser por (1) Diâmetro: frutas, bulbos e tubérculos e hortaliças em geral;

(2) Peso: frutas e algumas hortaliças, por exemplo, tomate; (3) Cor: frutas e outros órgãos cuja maturação é

acompanhada de variações na cor. Atualmente já existem equipamentos que eletronicamente separam

para defeitos internos, externos e teor de sólidos solúveis (Brix). Os equipamentos de classificação, grosso

modo, podem ser divididos em sistemas mecânicos e eletrônicos. Os equipamentos de classificação

mecânica em uso no Brasil, para frutas e hortaliças, classificam os produtos em tamanho mediante o uso de

correia de lona furada, rolete transversal e longitudinal e taças ou bandejas. Os equipamentos com sistema

eletrônico mais utilizados classificam por diâmetro, peso, cor e por eliminação de defeitos.

- Embalagens: A embalagem é o instrumento de proteção, movimentação e exposição do produto. A

instrução normativa conjunta SARC/ANVISA/INMETRO nº 009, de 12 de novembro de 2002, estabelece as

exigências para as embalagens de frutas e hortaliças frescas. As embalagens podem ser descartáveis ou

retornáveis. Se retornáveis, devem ser higienizadas a cada uso. Se descartáveis, devem ser recicláveis ou de

incinerabilidade limpa. Devem adicionalmente apresentar medidas paletizáveis, isto é, o seu comprimento

e a sua largura devem ser submúltiplos de 1m por 1,2 m, a medida do palete padrão brasileiro (PBR).

Devem também ser rotuladas, obedecendo à regulamentação do Governo Federal.

- Rotulagem: Identidade do produto e identificação do produtor. O rótulo identifica o responsável pelo

produto e a sua origem. Descreve o produto, utilizando as características estabelecidas pela norma de

classificação. A rotulagem é obrigatória e regulamentada pelo Governo Federal. Informações que devem

constar no rótulo:

• Nome do cultivar da fruta ou hortaliça

• Nome do produtor

• Endereço – Bairro – Município – Estado - CEP

• Grupo de formato

• Grupo de coloração

• Grupo de durabilidade

• Subgrupo

• Apresentação

• Classe

• Categoria

• Data de embalagem

• Peso líquido

• Código EAN (opcional) – O código de barras é opcional, mas é fundamental para a obtenção e dos dados

do rótulo nos processos automatizados.

Resfriamento: Frutas e hortaliças, em geral, possuem alta taxa metabólica, o que causa rápida perda na

qualidade caso o produto não seja rapidamente resfriado para temperatura adequada de armazenamento

e transporte. Infelizmente, no Brasil, a grande maioria das frutas e hortaliças não são adequadamente

refrigeradas, exceção feita aos produtos de exportação. O resfriamento pode ocorrer antes ou depois da

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classificação, sendo mais utilizada a refrigeração posterior. No Brasil, os sistemas de resfriamento utilizados

têm sido por ar-forçado e por água fria.

Carregamento: Importante a distribuição dos equipamentos, para proporcionar um melhor funcionamento

e fluxo dentro da unidade de beneficiamento. A transferência das embalagens com o produto pós-

classificado pode ser realizada manualmente ou por meio do uso de “palleteiras”, equipamento acoplado

na parte inferior de um “pallet” (dimensões 1,00 x 1, 20 m) para transporte desse até o interior do

caminhão.

Transporte: O transporte do produto deve buscar manter a sua qualidade após a classificação. Condições

de transporte inadequadas, sem a manutenção da cadeia do frio prejudicam a qualidade do produto final.

Consumidor: O consumidor está se tornando cada vez mais atento às condições que as frutas e hortaliças

são produzidas e manuseadas. Para tanto, certificação de origem e qualidade tem sido utilizada para

diversos sistemas de produção.

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