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1 SIXTO PAZ WELLS E O CONTATO EXTRATERRESTRE Tradução Equipe do Instituto Rede Rama Guarapuava - Paraná

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SIXTO PAZ WELLS E O CONTATO EXTRATERRESTRE

Tradução – Equipe do Instituto Rede Rama – Guarapuava - Paraná

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SOBRE-CAPA

SIXTO PAZ WELLS E O CONTATO EXTRATERRESTRE

A história do contato extraterrestre de Sixto Paz Wells e do Grupo Rama é a

história de mais de três décadas de experiências extraordinárias, corroboradas

em sete ocasiões pela imprensa internacional, que começaram no Peru, mas se

estenderam por todo mundo.

Um grupo de seres humanos espiritualizados, identificados com a meditação

e com a necessidade do trabalho interior, conseguiram estabelecer uma ponte

de comunicação com o Cosmos por meio da comunicação psicográfica ou da

escrita automática, comprovando posteriormente que estas recepções

telepáticas eram reais e vivendo em seguida experiências de avistamentos e

encontros físicos, que levaram a transpassos interdimensionais e até uma

viagem fora deste mundo.

Quem são os Guias Extraterrestres? Que técnicas utilizaram? Qual é a

anatomia de toda experiência de contato? O que são os Xendras e os Cristais

de Césio? Depois de tanto tempo, o contato continua? E de que maneira? Qual

é a mensagem do contato extraterrestre?

Isto e muito mais encontrará o leitor neste novo e fascinante livro de Sixto Paz.

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Trabalho elaborado por Carlos Alberto Polo

para MC CASTEPOL e CIA. S. em C.

SIXTO PAZ WELLS

McCASTEPOL E Cia. S. em C.

Carrera 18 No. 86ª – 14

Telefone: 6386322

Bogotá, D.C.

DESENHO, DIAGRAMAÇÃO E IMPRESSÃO

GRUPO EDITORIAL IBÁÑEZ

Proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por qualquer processo

reprográfico ou fônico, especialmente por fotocópia, microfilme, offset ou

mimeógrafo.

Lei 23 de 1982

ISBN: 978-958-8297-89-7

Desenho de Capa: Francisco Montenegro

2007

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Dedicado

A Marinita, minha amada esposa, companheira da aventura de minha vida e a

minhas queridas filhas, Yearim e Tanis, as quais, estando à mesa da sala de

jantar de nossa casa, insistiram para que fizesse esta antologia de experiências.

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INDICE

Reflexões ..................................................................................... 6

Introdução a edição brasileira........................................................ 7

Introdução .................................................................................... 8

Capítulo 1

O Avistamento .............................................................................. 11 Capítulo 2 Os cristais ..................................................................................... 18 Capitulo 3 A Porta de Luz .............................................................................. 22 Capitulo 4 A nave desce ............................................................................... 36 Capítulo 5 Data marcada com jornalistas..................................................... 39 Capítulo 6 Dentro da nave .......................................................................... 65 Capitulo 7 A base submarina ...................................................................... 86 Capitulo 8 Viagem fora da Terra .............................................................. 108 Capítulo 9 Crônica de um avistamento anunciado......................................... 155 Capítulo 10 A experiência com o Real Tempo do Universo ........................... 179 Capítulo 11 O convite de Mardorx .................................................................. 192 ‘Capítulo 12 Encontros Imediatos nas Montanhas de Constanza ..................... 217

Epílogo: Como Contatar? ............................................................ 229

Glossário ....................................................................................... 236

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REFLEXÕES

“Vivemos em um universo sem limites. O único limite é nossa ignorância”.

“A meta do contato não é procurar pensar igual, mas pensar juntos e unidos”.

“Se uma só mensagem, se uma só experiência e saída a campo tiverem

contribuído para esclarecer quem somos, de onde viemos e para onde vamos,

justificou-se amplamente o contato, todo esforço e dedicação que lhe foram

dados”.

“A natureza do contato é dar luz para o sentido de tudo o que se viveu neste

planeta e, sobretudo, o que se poderia chegar a viver”.

“Estes seres que nos visitam têm tanto o que aprender conosco, como nós

deles”.

“Tudo quanto ocorre em nosso planeta afeta todos aqueles que habitam aqui e,

igualmente, nosso estado mental afeta o mundo que nos abriga. Somos uma

unidade e, portanto, devemos atuar a partir dessa unidade para mudar as

coisas.”

“A existência por ela mesma é aprendizagem e todos estão aprendendo o tempo

todo”.

“Finalmente compreenderemos que o único contato que necessitamos ter e

manter é com nós mesmos”.

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INTRODUÇÃO A EDIÇÃO BRASILEIRA

A presente edição deste livro de Sixto Paz Wells no Brasil se deu por iniciativa

do Instituto Rede Rama por ver que este importante fenômeno mundial de

contato com extraterrestres, a Missão Rama originada em 1974 no Peru, era

pouco conhecida em nosso país sob a ótica de um de seus mais importantes

participantes e pioneiro do contato.

Sua experiência com seres extraterrestres completa hoje quarenta e três

anos, durante os quais aconteceram vários fenômenos, observados

coletivamente nos grupos de contato e mesmo em presença da imprensa. Os

avistamentos de naves e dos seres extraterrestres, o aparecimento de

passagens dimensionais (Xendras) se davam com data, local e hora

determinados por eles.

Durante esses anos de trabalho, por quatro vezes foi convidado a entrar nas

naves e recebeu muitas mensagens que sempre são compartilhadas com os

grupos. Dedica-se a levar suas experiências e dos grupos da Missão para o

maior número de pessoas, realizando conferências e oficinas constantemente

em muitos países. Tem dezenove livros publicados, conhecidos mundialmente,

e este será o primeiro editado no Brasil.

A mensagem é real e verdadeira, testemunhada por quem a pratica e difunde

em seu meio. Os membros do Instituto Rede Rama já viveram estas experiências

com Sixto Paz, o que faz com que a convicção e clareza em relação a estas

vivências, nos motivem a colocar em prática tudo que foi vivido em todos estes

anos. Nestas épocas de tantas mudanças climáticas e sociais no planeta, estas

mensagens procuram auxiliar positivamente a humanidade em todo este

processo. Dentro dos grupos tem-se a clareza de que a meta destes seres que

orientam a Missão poderia se resumir em promover uma evolução consciente

positiva do ser humano, acessando os níveis mais elevados de sua consciência.

O Instituto Rede Rama, juntamente com os grupos de contato existentes em

outros países, busca levar o que de fato ocorreu e ocorre com as experiências

com extraterrestres e sua importância para o crescimento e entendimento do ser

humano. Procuramos aclarar os fatos e descortinar brumas já que, movidos por

competição ou desconhecimento, alguns buscam atrapalhar a difusão desta

importante mensagem, que permanece atualizada pelos constantes contatos

com estes seres, nas experiências dos diversos grupos, nos eventos de saídas

de campo e encontros regionais e internacionais, que conta com a presença de

representantes de grupos da missão, presentes em quase todos os países.

Instituto Rede Rama

Guarapuava, Paraná, 2017

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INTRODUÇÃO

“A vida pode chegar a ser mais incrível do que tudo que alguém

poderia imaginar e sonhar e reservar-lhe as experiências mais insólitas das quais

se podem extrair as maiores experiências. A chave é não se pôr limites e acessá-

la com olhos vigilantes, a consciência desperta e o coração aberto”.

Minha esposa, nossas filhas e eu estávamos na cozinha de nossa casa,

sentados ao redor da mesa, em um aprazível bairro nos arredores da cidade de

Lima, capital do Peru, um lugar tranquilo entre montanhas pedregosas sem

vegetação, de clima um pouco mais seco e longe do bulício da metrópole. Havia

feito um alto entre as inumeráveis viagens que me cabem realizar pelo mundo,

para passar uns dias de bem-estar e descanso. Estávamos conversando durante

o almoço sobre um projeto que tinha de dois novos livros que já estavam na

etapa de correção, que se somariam à longa lista dos já publicados, quando de

repente surgiu em uma delas a ideia de que eu publicasse uma antologia das

experiências mais intensas do que eu tinha vivido ao longo de três décadas de

contato extraterrestre. Imediatamente as demais fizeram eco a esta ideia e

insistiram, com exacerbado entusiasmo, em que já era tempo de que eu as

selecionasse e transcrevesse.

Certamente não tinha a mesma visão das coisas que no início do contato,

tampouco dos dezoito anos de quando tudo começou. Então, senti que, tal como

elas aconselhavam, já era o momento de fazer isso, de retomar tudo o que foi

vivido e voltar a escrever, dando a conhecer tudo de novo, mas chegando,

sobretudo, àquele novo público, àquelas novas gerações que vão se

aproximando do tema e que não leram meus primeiros livros ou que hoje

necessitam da compreensão, maturidade e claridade que dão os cabelos

brancos e os acertos e erros assumidos.

Não pensei que seria tão fácil fazer isso e que me entusiasmaria tanto, que

deixaria tudo o que vinha fazendo para pôr-me a escrever por horas, recordando

e transcrevendo as memórias daqueles encontros imediatos. É verdade que,

viajando por muitos países a cada ano, cabia a mim muitas vezes contar como

começou tudo, como evoluiu e como chegamos até o momento atual, mas

fazendo isto de maneira resumida sem maiores detalhes. Isto seria diferente.

Dedicar-me-ia a falar só das experiências que marcaram minha vida e que me

levaram a ser a pessoa que sou na atualidade e pelas quais sou conhecido.

Este livro é um convite para conhecer em profundidade as experiências de

contato e de um contatado com extraterrestres, um ser humano a mais, que não

é uma pessoa especial, mas que viveu uma experiência especial. Uma

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experiência que me levou a fazer duas conferências sobre a mensagem do

contato extraterrestre até na sede das Nações Unidas, também na Sociedade

das Américas e em algumas das mais importantes universidades do mundo.

Hoje, com muito orgulho, posso dizer que fiz parte de um fato histórico e

transcendental e que, junto com muitas pessoas, pudemos comprovar e

demonstrar algo que, por interesses criados, vem sendo ocultado

sistematicamente: a existência de vida inteligente extraterrestre e o contato com

esta outra realidade!

Ao longo de todo esse processo de contato e como mostra da sua realidade,

convocou-se em sete oportunidades a imprensa internacional para que

testemunhasse a autenticidade, verdade e vigência das experiências, assim

como a mensagem recebida e transmitida que, fundamentalmente, procura

semear esperança na humanidade em relação a um futuro positivo para o

planeta, já que as profecias são advertências para serem modificadas, sempre

que antepusermos a elas o esforço de nossa própria transformação pessoal e

coletiva.

Bastaria ter feito uma só convocação, ter convidado uma só vez o pessoal da

imprensa e não arriscar-se a que na próxima vez nada aparecesse e tudo fosse

desmentido ou ridicularizado. Por que tantas vezes? Precisamente porque para

nós mesmos era importante saber que, sendo verdade, continua sendo depois

de tanto tempo.

Um daqueles convites para a imprensa, o quinto deles, ocorreu em março de

89, quando quarenta jornalistas de oito países acorreram ao deserto conosco e

com oitenta representantes de nossos grupos de todo o mundo. Entre os

convocados estavam: Letícia Callava, do canal 51 Telemundo de Miami, Beatriz

Parga do Miami Herald, José Gray, Canal 23 Univision, Rolando Veras Canal 2

de Buenos Aires, Hugo Chávez de Colorvision da República Dominicana, entre

outros, os quais puderam ver, filmar e fotografar a nave extraterrestre.

A última vez que se convocou a imprensa, isto é, a sétima vez, foi na Praia

Paraíso, ao norte de Lima, em agosto de 1997, quando jornalistas como Rosário

Abrahams do diário Expresso de Lima, Cecília Novoa do diário Hoje de Quito e

Alícia Escribano O’Connor do diário a Nación de Buenos Aires, entre outros, não

só tiveram avistamentos, como até vivenciaram experiências muito diretas que

antes só estavam reservadas aos contatados, como a recepção dos Cristais de

Césio e a passagem por Xendra.

Também sabemos que o tempo não passa em vão. Ter afirmado, há mais de

três décadas, que tínhamos contato com seres que tinham adaptado a vida de

forma artificial nas luas de Júpiter, com construções em forma de domo e que se

dedicavam à atividade mineira era próprio daqueles tempos, de mentes fogosas

e fantasiosas. No entanto, a Sonda Galileu, uma sonda de última geração

fotografou em 1996 as luas de Júpiter, entre elas o satélite Europa, e detectou

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grandes massas de água debaixo do gelo de sua superfície. Em Ganímedes esta

mesma sonda e o telescópio Huble detectaram uma magnetosfera, campo

magnético próprio de um planeta vivo e manchas sobre sua superfície que

pareciam ser vegetação e gelo, e até uma estranha formação de ozônio na

atmosfera de Ganímedes, o que seria indicativo de vida. Ainda mais, cientistas

russos da Universidade de Moscou analisaram as fotografias da sonda norte-

americana Galileu e concluíram que, sobre a superfície das luas Europa e

Ganímedes, apareciam o que pareciam ser construções em forma de domos,

estradas e pontes elevadas, túneis e escavações próprias da atividade mineira.

E como reflexão final diria que o mais interessante de tudo isto é que esta é

uma experiência que foi corroborada e repetida por muitíssimas pessoas, não só

jornalistas, que beberam desta fonte e que depois de tantos anos, continua

envolvendo mais pessoas, trazendo-lhes uma mensagem: Não estamos sós,

nunca estivemos e há sim esperança, mas esta esperança está em nós mesmos!

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CAPITULO 1

O AVISTAMENTO

“Toda experiência real de contato é comprovável e sua

contundência e transparência estão em relação direta com o número e

objetividade das testemunhas”.

Desde muito jovem tive profundas inquietudes espirituais. Buscava

diligentemente, apesar de minha pouca idade (17 anos), respostas para aquelas

perguntas que todos os seres humanos fazem em algum momento de suas

vidas: quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?

Havia estudado em um colégio religioso e tinha formação como crente, mas

minhas necessidades interiores eram mais espirituais, necessidades de

conteúdo, não de forma. Meu pai investigava o fenômeno Ovni como hobby, mas

de forma tão apaixonada que havia chegado a ser considerado o mais importante

investigador no país e nos países latino-americanos. Minha mãe, norte-

americana de nascimento, dez anos mais jovem que ele, apoiava-o em sua

cruzada para desentranhar a verdade que os governos podiam estar ocultando

sobre este assunto.

Havia nascido, pois, neste ambiente, mas este não era um assunto que me

atraía muito. Ou melhor, aceitava a possibilidade de vida extraterrestre como

algo lógico e de senso comum. Todavia, o destino tinha me reservado muitas

surpresas a este respeito.

Devido a umas conferências que meu pai fez em um grupo de yoga, sempre

sobre este mesmo assunto e às quais, a pedido de minha mãe, o acompanhei

com meus irmãos, me senti atraído e envolvido pela filosofia oriental, assim como

pela prática de técnicas de concentração e meditação. Essas técnicas foram

trazendo, a partir de meu ser interno, muitas respostas, mas também mais

perguntas e a necessidade de enfrentá-las.

Em janeiro de 1974 saiu uma notícia no diário mais sério e conservador de

Lima, o Diário do Comércio, que dizia que havia sido descoberto, pelos voos

tripulados e radiotelescópios, que o espaço não era um silêncio sepulcral como

se acreditava, mas que, pelo contrário, existia muito ruído, muito barulho. E que

todos esses sons e ondas de rádio podiam ser mensagens enviadas por

civilizações avançadas de outros planetas, interessadas em conectar-se com

seus similares no universo. Falava do projeto Ozma, uma versão antiga do que

hoje se conhece como o projeto Seti. Tudo isso motivou meu pai, Carlos Paz

Garcia, homem jovial e sociável, a organizar uma conferência para comentar o

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artigo. A conferência esteve a cargo de um amigo seu, Dr. Víctor Yáñez Aguirre,

médico do Hospital de Polícia de Lima, esotérico eminente e apaixonado pela

Parapsicologia, a quem coube o tema de uma possível comunicação

extraterrestre, supondo que houvesse civilizações mais avançadas que

pudessem não só estar chegando fisicamente à Terra com suas naves espaciais,

mas que, talvez, estivessem procurando contato mentalmente, de forma

telepática, ou até astralmente nos sonhos. Estes seres de outros planetas, cujo

único mérito era ter começado antes de nós e ter sobrevivido à intolerância e ao

egoísmo e também a suas mais importantes crises de crescimento, poderiam

estar nos visitando não só agora, mas desde tempos imemoriais e estar

interessados por diversas razões em nosso processo.

A conferência inspirou em mim o desejo de experimentar a telepatia, mas

não tanto pela parafernália Ovni, mas talvez porque, se fosse possível o contato,

estes seres teriam as respostas pelas quais eu tanto ansiava. Como fazia um

ano que vinha praticando Yoga, com diversas técnicas de meditação e

concentração, ocorreu-me aproveitar esta preparação prévia para tentar, como

se estivesse brincando com minha mãe e irmã, receber uma mensagem.

Realmente foi uma brincadeira, sem nenhuma base nem sustentação que

garantisse uma experiência.

Na noite de 22 de janeiro de 1974, sentados em torno de uma mesa com

minha mãe Rose Marie e minha irmãzinha Rosi, com umas folhas de papel e

lápis, tentamos a conexão. Havíamos feito, como de costume, um relaxamento

profundo e, em seguida, uma meditação. E foi em plena meditação que veio à

minha mente a imagem de um rosto, com olhos marcadamente oblíquos que me

olhavam e a necessidade compulsiva de escrever. Abri os olhos, agarrei o lápis

e o papel e, relaxando o braço, comecei a fazer traços desordenados e, em

seguida, tratando de controlar a recepção, escrevi o seguinte:

“Sala de estar boa para fazer comunicação. Chamo-me Oxalc e sou de

Morlen, vocês chamam de Ganímedes, uma das luas de Júpiter, podemos ter

contato com vocês. Logo nos verão“.

Minha mãe, minha irmã e eu tínhamo-nos preparado com uma atitude positiva

e muito entusiasmo e recebemos uma primeira mensagem psicográfica de

escrita automática sem nenhum transe, mas pelo contrário, tão consciente que

pareceu difícil crer pela facilidade com que chegou. Logo depois de ter recebido,

comparei o escrito com minha mãe e minha irmã e ambas haviam captado a

mesma mensagem, só que não haviam registrado no papel.

Diante da possibilidade de que fosse uma travessura da imaginação, disse a

minha mãe e a minha irmã que parássemos por ali, que não poderia ser verdade.

Mas não contava com o entusiasmo de minha irmã Rosi que naquela noite

chamou os amigos pelo telefone, contando-lhes o que havia ocorrido, de tal

maneira que no dia seguinte tínhamos vinte pessoas na sala da casa, desejosas

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de que se repetisse o experimento. Cheguei da rua e me encontrei com essa

reunião improvisada e a insistência de todos para que tentasse mais uma vez.

Eu não queria fazer isso porque não queria enganar-me, nem enganar ninguém,

menos ainda cair no ridículo. Mas foi tanta a pressão de todos que, para

demonstrar que não era verdade, aceitei fazer uma vez mais. E qual não foi

minha surpresa quando, após alguns minutos de ter começado a meditação,

novamente me veio a vontade de escrever e se repetiu na minha mente a visão

daquele olhar enigmático.

A segunda mensagem canalizada dizia:

- “Sim, sou Oxalc, de Morlen. Podem fazer as perguntas que desejarem.”

Ao ler o que havia escrito, com sarcasmo e ironia dirigi-me a meus companheiros

e lhes disse:

- O extraterrestre diz que podemos fazer-lhe perguntas. Na primeira pergunta

que não poderei responder, ou responda errado, ficará demonstrado que é

imaginação, que é coisa minha.

Neste momento começaram a chover toda sorte de perguntas vindas dos

assistentes. Não faltaram os que perguntassem:

- Pergunta~lhe, Sixto, de que cor é minha bicicleta.

- Para que time de futebol eu torço?

- O que vou fazer amanhã?

E para todas vieram respostas exatas e imediatas, o que causou surpresa

geral. Para mim a explicação era que nos conhecíamos bastante e eu estava

respondendo com respostas prováveis e pela grande sorte que tinha naquela

noite, as respostas se encaixavam.

Então, a mãe de um dos companheiros ali presentes e amiga de minha mãe

disse:

- Pergunta-lhe, Sixto, que livro tenho dentro de minha bolsa? E diga também

o nome do livro e o nome do autor, se posssível.

Neste momento pensei que tudo acabava ali e que havia sido só uma questão

de tempo para acabar parecendo ridículo. Neste momento, apesar da minha

incredulidade e pessimismo, não sei nem por que, nem como, a resposta

apareceu no papel. Escrevi o nome do livro, do autor e até o número da página

que ela tinha assinalado, o que maravilhou a todos. A senhora tirou o livro da

bolsa e era isso mesmo. Ela não se lembrava conscientemente onde havia

parado na sua leitura, mas estava marcado.

Fui o primeiro a ficar surpreso. Não podia acreditar que fosse verdade, nem

que fosse tão simples. Parecia-me mais fácil aceitar que ali estava ocorrendo

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algo paranormal, mas criado por nós mesmos, do que crer que pudesse ser uma

entidade extraterrestre vindo de seu mundo ou de sua nave espacial, utilizando-

me como canal.

Neste momento, um dos amigos disse:

- Vamos lhe fazer perguntas sem falar. Vamos pensar nelas. Não vamos

dizê-las para que o extraterrestre, se é que existe, nos responda.

- Parece-me que está muito bem – disse, sem crer no que estava acontecendo

e, por isso, interessado em descartar qualquer possibilidade.

Ele perguntou na sua folha de papel:

- Por que não acredito em seres extraterrestres?

E eu, sem conhecer a pergunta, recebi:

- Porque nunca nos viu. Não se preocupe, logo nos verá.

Realmente, era alucinante aquele jogo de perguntas e respostas e a atmosfera

tão especial que começou a se respirar no ambiente.

Então, meu irmão mais velho, Charlie, interveio:

- Sixto, se é mesmo um ser extraterrestre, ele que não venha com rodeios.

Diga-nos, então, aonde podemos ir para vê-lo. Onde podemos ver sua nave?

Instantaneamente e sem pensar, minha mão começou a se mover e escrevi

rapidamente:

- Vão a sessenta quilômetros ao sul de Lima, em um lugar no deserto que se

chama Chilca, porque no dia 7 de fevereiro, às 21 horas verão aparecer nossa

nave. E isto será a confirmação da realidadde do contato.

Fomos ao deserto mas um dia antes, para passar uma noite no lugar para

certificar-nos de que o que víssemos no céu não era um satélite, uma estrela,

um avião, ou qualquer outro fenômeno aéreo e pensássemos que ali estava a

nave prometida. Tínhamos que estar completamente seguros e descartar todas

as possibilidades. No primeiro dia anterior ao contato não aconteceu nada de

especial na zona de Chilca, nem vimos nada no céu, mas no dia do encontro,

quando se aproximava a hora, inexplicavelmente a emoção crescia em todos. O

grupo estava disperso, separado entre si, e eu estava comentando com alguns

como havia sido estranha a noite da recepção psicográfica. De repente, por uns

segundos o céu se iluminou como se fosse dia. Produziu-se um grande

resplendor por trás das montanhas e, neste momento, todos vimos sair um

objeto luminoso que se deslocou lentamente por cima da crista das montanhas,

até que se deteve suspenso no céu do lado direito de onde nos encontrávamos.

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O grupo, que estava disperso entre si, começou a reagrupar-se e todos

perguntavam uns aos outros o que era aquilo que estávamos vendo. De repente

alguém gritou:

- Olhem, está se movendo!

E o objeto luminoso que girava sobre si mesmo com luzes multicoloridas,

começou a avançar e a descer, até ficar em cima de nós, colocando-se a uma

altura de uns oitenta metros. Era um disco com mais ou menos uma dúzia de

janelas. Não produzia nenhum ruído e chegou a projetar um feixe de luz que caiu

na vertical e diretamente sobre nós.

Neste momento sentimos pânico, terror. Nunca havíamos tido tanto medo

como naquele instante. Alguns companheiros, ingenuamente querendo

esconder-se atrás de mim, me diziam:

-Sixto, diga para eles irem embora! É você que se contata com eles!

E eu lhes respondi:

- Mas não sei como isso funciona! A última coisa que pensei é que fosse real.

E é!

Neste momento todos captamos em nossa mente, como se nos falassem nos

ouvidos e nos diziam:

- Não baixamos neste momento porque vocês não sabem controlar suas

emoções. Haverá uma preparação, um tempo e um lugar.

Aquele objeto esteve vários minutos em cima de nós, o que nos pareceu uma

eternidade, até que de repente começou a mover-se e a elevar-se como se

estivesse subindo uma escada e partiu em grande velocidade, de forma oblíqua.

Quando vimos que tinham ido embora, pulamos de felicidade e todos se

abraçaram. Mas eu não podia acreditar. Por que nós? Um grupo de garotos

comuns, de um país em vias de desenvolvimento, não tinha sentido que

tivéssemos tido uma experiência desta classe. Chegamos a pensar

ingenuamente neste momento que, como do espaço não se veem os países com

as diferentes cores como aparecem no mapa, nem se observam as línhas

pontilhadas que os dividem, estes seres pensavam que tivessem chegado aos

Estados Unidos ou à Alemanha, quando na realidade haviam parado na metade

do caminho, no Peru.

Foi assim que tivemos nosso primeiro avistamento no deserto de Chilca.

Tínhamos observado a aparição de um objeto em forma de disco que iluminou o

lugar e desceu por entre as montanhas, colocando-se em cima de nós com

pouca altura, tal como eles haviam prometido e para não nos deixar a menor

dúvida. Ficou demonstrado que não estávamos sós, que há outros seres mais

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avançados no universo que nos observam e que a possibilidade de conexão

psíquica é um fato.

De um momento para outro, tudo isto me aproximava de satisfazer a

necessidade de verificação de respostas transcendentes.

Voltando para casa, nos encontramos com meus pais e lhes contamos o que

havíamos vivido. Meu pai, que não conhecia os antecedentes da data marcada,

ao escutar nosso relato, sorriu, pensando que estávamos zombando de suas

investigações. Mas quando insistimos neste assunto, aborreceu-se e terminou

bruscamente a conversa. Neste meio tempo tentamos novamente receber

comunicação, aproveitando o grupo de amigos que se havia improvisado em

torno da experiência. E, com a concentração e energia de todos, recebi uma

nova mensagem. Por meio desta conexão, pedimos-lhes se podiam dar uma

comprovação a meu pai e Oxalc concordou, mas sempre e quando fosse só ele

conosco. Deram-nos a data e confirmaram o lugar, que era o mesmo onde havia

acontecido o avistamento inicial.

Não foi nada fácil convencer papai para que nos acompanhasse, mas no final,

aborrecido porque insistíamos tanto, prometeu ir, mas por sua própria conta,

para nos encontrar no sítio indicado. Ele, bastante incrédulo, em meio a uma

reunião de sua associação e instituto de investigação, anunciou esta saída e,

como não acreditava que acontecer algo, convidou a todos para aproveitar e

fazer uma sessão de astronomia ao ar livre.

Como tínhamos chegado primeiro ao local e desconhecíamos o alcance da

convocação de meu pai, esperávamos somente por ele. De repente apareceu

atrás das montanhas um objeto cilíndrico gigantesco. Estava inclinado para a

esquerda e se via que era enorme. Nas extremidades tinha luzes intensas.

Emocionamo-nos pensando na recepção que esperava meu pai, quando, ao

darmos a volta, vimos uma multidão de carros se aproximando, vindo na estrada

de terra batida. Subitamente os carros se detiveram, alinhando-se e do interior

saíram meu pai e seus amigos investigadores, acompanhados de suas esposas

e familiares. Sem perceber o que havia no céu, começaram a baixar mesas e

cadeiras dobráveis, telescópios, caixas de cerveja, etc. Surpreendidos pelo que

estava ocorrendo abaixo, descemos as encostas da montanha e nos

aproximamos do acampamento de meu pai, encontrando-o em plena sessão

astronômica, com binóculos e telescópios. Ao nos ver chegar, alegrou-se e nos

cumprimentou. Eles estavam tão entretidos na conversa que nem sequer haviam

se dado conta do avistamento.

Neste instante, das extremidades do cilindro, saíram duas luzes que baixaram

a toda velocidade pelas montanhas na direção de onde estavam todos,

precipitando-se de tal maneira que criaram pânico, fazendo fugir as pessoas ali

reunidas. Ao chegar ao acampamento detiveram-se e, instantaneamente, o

cilindro elevou-se em uma vertical ascendente. Em seguida, o grande objeto se

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nivelou, pôs-se de frente e começou a mover-se lentamente, com a velocidade

de um dirigível, cruzando todo vale numa altura constante.

Meu pai ficou fortemente perturbado por esta visão. Depois ele nos confessou

que tinha pensado o seguinte:

- Não pode ser possível! Tantos anos investigando o fenômeno ovni e no fim

estes seres se contatam com meus filhos e não comigo. Que injusto!

Nossa relação com papai não voltou a ser a mesma depois daquela noite. Em

mais de uma ocasião encontrei-o de madrugada na sala de nossa casa

experimentando e buscando receber uma psicografia, mas nunca quis fazer isto

conosco.

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CAPITULO 2

OS CRISTAIS

“Ao que vencer dar-lhe-ei uma pedra branca na qual está escrita

um nome novo que ninguém conhece senão aquele que o receber”. (Apocalipse

2;17)

Ao final de um mês já éramos oito pessoas, meninos e meninas que recebiam

as comunicações psicográficas. Entre as damas estavam minha irmã Rosi e

minha namorada Marina. E já não era só Oxalc que se comunicava, mas havia

muitos outros seres extraterrestres que estavam em conexão, tanto homens

como mulheres, procedentes de diversos lugares. Reuníamos em grupo uma vez

por semana para fazer meditação juntos e tentar canalizar as mensagens.

Sempre fazíamos um questionário de perguntas que eram anotadas e

formuladas por todos. Uma ou duas vezes por mês saíamos ao deserto,

geralmente na mesma zona de Chilca e ali tínhamos avistamentos de um, dois

e até três objetos, às vezes era um só que se dividia em vários, ou um só que

soltava em cacho uma quantidade de pequenas esferas luminosas de uns trinta

centímetros de diâmetro que desciam das montanhas e revoluteavam ao nosso

redor. E tinham um comportamento de criança curiosa!

Dentro da fenomenologia Ovni fala-se destes objetos que foram chamados de

“foo-fighters”, “caneplas” ou também “olhos de gato”, que são câmaras robôs de

televisão, controladas à distância. Elas costumam vir no bojo das naves

extraterrestres que as soltam para vários lados, sobre as cidades e campos,

distribuindo-as de tal maneira que projetam tudo o que observam em umas telas

internas que as naves têm. Assim, sem precisar descer da nave, eles sabem o

que está ocorrendo embaixo, graças a estas câmaras esféricas voadoras.

Costumam ser de diferentes cores: vermelhas, laranja, brancas, azuis, verdes,

prateadas ou simplesmente transparentes. Existem outros objetos também em

forma de esfera, mas são de energia e costumam ser menores (às vezes são

confundidos com centelhas ou raios bola) e são chamados “sincronizadores

magnéticos” ou também “Orbs”. Chegam a medir o tamanho de um punho ou de

uma bolinha de ping-pong e às vezes são tão pequenos como a luz de uma

caneta laser e atuam com inteligência própria, tendo trabalhos específicos a

realizar, como curar pessoas ou ingressar no corpo de alguém, estimulando a

ativação de faculdades psíquicas. Nem todos chegam a vê-los, mas são algo

real.

Uma tarde minha irmã, minha mãe e eu estávamos sós na sala da casa e nos

ocorreu fazer uma meditação. Estávamos sentados um em frente ao outro,

deixando um grande espaço, quando na metade da prática senti a presença de

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alguém mais na casa além de nós e, por isso, abri os olhos e não vi ninguém.

Voltei a fechá-los, continuei meditando e novamente a sensação foi muito forte.

Então, entreabri os olhos e vi que foi se materializando no nosso meio um ser

com uma túnica brilhante e comprida. Ele tinha mais ou menos um metro e

oitenta, cabelos compridos e soltos dos lados. Também começou a aparecer

uma estranha máquina. Imediatamente minha irmã e mamãe também abriram

os olhos, vendo, então, a máquina e o ser. De repente este ser de túnica fez

gestos com as mãos que entendemos facilmente, ainda mais que vinham

acompanhados de formas mentais e de uma voz no ouvido, como se falasse

conosco. Paramos com os calcanhares juntos, colocamos os braços flexionados,

cotovelos ao lado do corpo, palmas das mãos para cima. E vimos uma luz que

atravessava o teto da sala. Era como um holofote de teatro, só que mais suave.

Deste facho de luz que descia sobre a máquina e sobre nós, caia alguma coisa

parecida com pétalas de flores brancas, ou algo assim. Enquanto isso, nossas

mãos começaram a se tornar fosforescentes e vimos formar nas nossas palmas

uma espécie de bolas brancas, parecidas com sorvete. Sentíamos

simultaneamente um peso e uma queimação nas palmas. Em seguida essas

bolas tornaram-se transparentes e, convertidas em uma geada dourada ou

celeste, levantaram-se, formando em nossas mãos pirâmides de base quadrada.

Uma em cada mão. Neste instante o ser, que já parecia alguém muito físico e

real, fez o gesto de cruzar as mãos à altura do peito e assim fizemos também,

imitando-o. A sensação foi de um intenso calor no peito e era como se

tivéssemos comido uma azeitona e o caroço tivesse ficado atravessado, não na

garganta, mas à altura do esterno. De repente houve um estouro de luz no

ambiente e a imagem do ser e da máquina começaram a desvanecer

lentamente.

Ficamos maravilhados por semelhante visão e, daí em diante, cada vez que

estava com Rosi, sentia fortemente no meu peito uma opressão, mas não era

nada ruim, era estranha, alguma coisa entre uma sensação incômoda, mas

também de proteção, como uma recordação de responsabilidades assumidas

em outro tempo.

Nos dias seguintes outros companheiros do grupo receberam os Cristais de

Césio em uma saída de contato no deserto de Chilca, tal como assinalaram as

comunicações psicográficas, repetindo-se os elementos que acompanharam

nossa recepção em casa. Ali sim é que vimos fisicamente a nave colocar-se em

cima de nós, projetar o facho de luz e materializar os cristais à vista de todos.

Em resumo, os Cristais de Césio são uma das iniciações mais intensas na

experiência de contato. Consiste na recepção de duas estruturas cristalinas,

projetadas de uma nave próxima nas palmas da mão da pessoa receptora. Elas

chegam em um estado plasmático. Estes cristais são visíveis tanto para o

receptor como para os demais presentes no lugar e terminam sendo integrados

no peito quando cruzamos as mãos e os braços sobre o corpo. Seu propósito

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relaciona-se com a necessidade de estimular a sensibilidade e captação de

novas e poderosas energias que estão chegando neste tempo, procedentes do

Sol Manásico, ou Sol Central da Galáxia, conhecida como a energia de luz

violeta e que, a cada final de ciclo cósmico, chegam com maior intensidade do

que nunca, incrementando nosso potencial psíquico.

O césio é um elemento alcalino que pode ser encontrado na forma de cristais,

ou formando nitratos e sulfuretos. Por ser seu ponto de fusão mais baixo do que

a temperatura de nosso corpo, o césio muda de estado ao simples contato com

ele e, por ser solúvel na água, sua dispersão molecular no organismo se dá com

facilidade. Experimentou-se a utilização do césio no funcionamento de raios

iônicos para foguetes, além de que já é utilizado nos voos espaciais da Nasa. O

césio radioativo tem em média trinta e três anos de vida, o que o destaca como

substituição segura do cobalto na medicina. Também se utiliza este material nos

processos de refrigeração das centrais termonucleares e, finalmente, na célula

fotoelétrica. O césio, como podemos ver, é um elemento muito versátil, com

múltiplas e variadas aplicações, mas ainda é muito o que se desconhece dele.

Posteriormente saberíamos que ambos os cristais que recebemos em nosso

peito serviriam como sintonizadores e tradutores do Registro Akáshico

(informação que se encontra retida no cinturão magnético terrestre) e dos

ideogramas que compõem os anais da Humanidade, o Livro dos que se Vestem

de Branco” (arquivos guardados no mundo intraterreno). Também eles servem

como amplificadores de nossa capacidade de irradiar energia nas curas.

Em outra das saídas a que fomos convidados pelas comunicações, dirigimo-

nos à Mina (Chilca) e fizemos um trabalho de projeção mental, prática que

tínhamos aprendido nas mensagens pela instrução direta dos Guias. Nesta

experiência, um amigo chamado Guillermo e eu, que tínhamos nos separado do

resto dos rapazes que participavam da saída, fomos projetados no interior de

uma nave, em uma espaçosa sala redonda onde o Guia que nos recebeu nos

disse que naquele momento ele estava acompanhado de Rolem e Tell-Ellam.

Supusemos de imediato que seriam outros dois Guias, mas como não víamos

ninguém em nenhum lugar, não demos maior importância.

Este ser nos disse mais adiante que estes eram nossos nomes cósmicos,

uma espécie de nome espiritual ou chave vibratória pessoal.

Os Irmãos Mais Velhos, ou Guias, como de comum acordo os denominamos,

têm a visão mental, ou clarividência (terceiro olho), muito aguçada e isto lhes

permite não só visualizar a aura de uma pessoa (campo bioplasmático ou

cinturão eletromagnético), mas também captar a vibração que identifica a

essência do indivíduo ou Nome Cósmico.

Sem querer cercear as etapas de nosso processo evolutivo, estes seres,

fazendo honra ao apelido de “Guias”, chegam até nós para colaborar na

descoberta de uma de nossas chaves interiores de desenvolvimento. E fazem

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isso com o único propósito de ajudar-nos a acelerar nossa frequência vibratória,

seja para facilitar o contato físico conosco (eles vibram mais rápido do que nós),

seja como ajuda a alguém na abertura de sua consciência até os planos

superiores de consciência.

O Nome Cósmico é, assim, uma chave de acesso ao nosso arquivo interior,

um trampolim no processo de descobrimento pessoal. É uma frequência

vibratória que nos permite sintonizar-nos com o Cosmos, além de nos ajudar a

definir e clarear nossa missão na vida, a parte que nos toca no grande plano e

recordar o caminho de chegada (recordação das vidas anteriores).

Os Nomes Cósmicos, assim como podem ser dados pelas comunicações

telepáticas com os Guias, podem também ser recebidos de forma muito pessoal

e íntima por um sonho, uma visão ou em uma meditação. Este nome, como

dissemos, busca desvelar o registro reencarnatório das experiências passadas.

Lança luzes sobre o que foi aprendido nas inúmeras existências anteriores e dos

tantos erros cometidos. Aproxima-nos, portanto, de uma possível resposta às

perguntas: Quem somos, de onde viemos e para onde vamos?

Cada nome possui, portanto, um significado que será descoberto na hora

apropriada.

Existem dois tipos de meditação que se realizam no interior dos grupos de

contato para receber o nome cósmico, ou se já foi recebido, para ativá-lo. São

estes:

Meditação Lunar: consiste em meditar à noite por 15 a 30 minutos em

silêncio, repetindo mentalmente a pergunta “Quem sou eu”, primeiro

rapidamente e depois cada vez mais lento. E se já conhecemos nosso Nome

Cósmico, em lugar da pergunta, repetimos o nome.

Meditação Solar: consiste em meditar de manhã por 15 a 30 minutos,

cantando em voz baixa um mantra (palavra-chave de poder, como por exemplo

o OM), ou se já conhecemos o Nome Cósmico, fazendo isso com esta palavra.

O primeiro nos induz à prática noturna da meditação, sempre em silêncio.

Sentados em uma posição confortável, com respirações lentas e profundas pelo

nariz, fazemos um relaxamento, sem que haja nada que possa desviar nossa

atenção e por isso recomenda-se afrouxar a roupa e fazer esta prática na cama.

É conveniente que, se escolher uma hora determinada da noite, esta se

mantenha constante e de forma disciplinada.

O segundo tipo de meditação consiste em práticas no começo da manhã,

sempre procurando estar em jejum e sentados. Relaxados, com os olhos

fechados, repetiremos o Nome Cósmico, desta vez em forma verbal a cada vez

que exalemos, decompondo o nome por sílabas, buscando dar-lhe

adequadamente os tons musicais correspondentes.

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CAPITULO 3

A PORTA DE LUZ

“As fronteiras entre as dimensões

podem ser transpostas e para isso há portais interdimensionais naturais e outros

artificialmente obtidos. Estes últimos são os Xendra”

As mensagens continuaram, trazendo cada vez mais informações e os

avistamentos também se repetiam, o que assegurava a realidade da conexão. A

experiência do contato foi-se generalizando entre os membros do grupo de

amigos, até que chegou a mês de junho deste ano e o grupo havia crescido

muito. Éramos cinquenta ou sessenta pessoas que costumávamos sair todos

juntos cada vez que havia uma convocação. De repente, as mensagens nos

disseram que, na próxima saída, fôssemos em grupos de não mais de sete

pessoas, grupos de afinidade e sintonia, preparando-nos para o contato físico. A

comunidade não gostou que nos dividissem em grupos pequenos, mas

devíamos aceitar porque eles eram “os guias” e sabiam o que diziam.

Coube a mim integrar o primeiro grupo de sete e fomos ao deserto, deixando

o carro em que tínhamos ido em um povoado próximo ao deserto de Chilca,

chamado Papa Leão XII. Dali fomos caminhando até “a Mina”, uma pedreira

abandonada, onde já havíamos tido observações anteriores.

Partimos todos juntos e eu vinha conversando com um dos companheiros,

quando, de repente, ao fazer-lhe uma pergunta e não receber sua resposta, me

dei conta de que estava andando sozinho e já me encontrava na Mina, uns dois

quilômetros adiante dos demais.

Como não podia explicar a mim mesmo este estranho caso de

teletransportação, dei a volta, procurando regressar por onde vínhamos

habitualmente e buscar os outros para que me explicassem o que havia ocorrido.

Comecei a voltar e então vi, perto de mim do lado direito, atrás de uma colina,

um estranho resplendor. Pensei logo que eram os companheiros com suas

lanternas, o que me tranquilizou e me fez avançar mais rápido e seguro nesta

direção. Mas quando passei para o outro lado, surpreendi-me porque, diante de

mim, a uns cem metros de distância encontrava-se algo como uma meia-lua

dourada que pulsava sobre o solo. Era como se palpitasse, como se tivesse vida

própria. Então pensei que era uma nave que havia descido e eu estava sozinho.

Não pensei duas vezes, dei a volta e me pus a correr para ir buscar meus

companheiros para que vissem o que ali havia. Mas enquanto me afastava,

comecei a sentir a desagradável sensação de que me olhavam, por isso me

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detive, girei sobre os calcanhares e, voltando o olhar, observei que do interior do

domo luminoso saia a silhueta de uma pessoa com o braço levantado. E na

minha mente, com toda claridade captei que me diziam:

- “Vem! ”

Minha reação foi, então, ficar petrificado de medo, dizendo para mim mesmo,

que não podiam me obrigar a fazer isso. Eles não podiam obrigar a me

aproximar.

Por uma segunda vez captei em minha mente que me diziam que me

aproximasse. Mas desta vez era uma ordem que não aceitava negativa e eu

repliquei que não. Não faria isso e não podiam me obrigar.

Houve uma terceira vez, mas a sensação mudou. Era como se me

oferecessem sua amizade, algo muito agradável. E voltei a responder que não!

Então vi que este ser dava meia volta e se introduzia na luz, desaparecendo

nela. Temendo perder a experiência, não sei como foi que reagi, pondo-me a

caminhar.

Dirigi-me até o domo e, quando fiquei bem perto, algo me fez levantar a vista

para o céu e pude observar, a uns quinhentos metros de altura, a presença de

um objeto ovalado com luzes brancas no bojo. Pareceu-me, então, que haviam

ali duas naves, uma no céu e outra na terra e estendi minha mão e meu braço e

avancei em direção à luz, entrando nela. Imediatamente me dei conta de que

não era sólido. Senti no mesmo instante sensações de náusea, vômitos e tontura

e era como se todo o corpo se queimasse. A luz era tão intensa que me obrigava

a fechar os olhos. Mas quando pude abri-los, vi diante de mim a presença de

uma pessoa. Era um ser de aparência humana, de mais ou menos um metro e

oitenta de altura, rosto largo, pomos proeminentes, olhos oblíquos, cabelos lisos

que lhe chegavam aos ombros. A impressão que dava era a de um mongol ou

de um oriental corpulento, com traje esportivo de cor clara, com botas. Fazia

gestos com as mãos. Em nenhum momento moveu os lábios para falar, todavia

eu o captava em minha mente com toda a clareza, como se ele estivesse falando

em meus ouvidos. O que escutei foi:

- Eu sou Oxalc, o mesmo ser que se comunicou com você desde o princípio

e isto que atravessou é um Xendra, uma porta dimensional, um umbral no

espaço-tempo.

Disse-me que eles são capazes de concentrar a energia de tal maneira que

podem desmaterializar uma pessoa e projetá-la em outro lugar, anulando sua

coesão molecular e parte do seu peso atômico, de tal maneira que, através

desse portal, eu o acompanharia a Morlen, isto é, Ganímedes, a maior lua de

Júpiter, e que o tempo que viveria ali não corresponderia ao tempo daqui.

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Como não sabia se acreditava ou não, segui-o, avançando através da luz.

Poucos passos depois saímos em um lugar diferente do deserto de Chilca. No

fundo de um vale entre montanhas, iluminado como com a luz da Lua, podia-se

ver uma cidade composta de gigantescos domos ou cúpulas de cristal entre

branco e celeste, onde tudo era arredondado e não havia ângulos. Segundo

Oxalc, os ângulos concentram mais facilmente a tensão e a agressividade das

pessoas e cortam o fluxo das energias, por isso são pouco saudáveis.

No céu de Ganímedes via-se a presença de Júpiter, o maior planeta do

sistema solar, ocupando umas quinze ou dezoito vezes mais o horizonte do que

costumamos ver o Sol no céu.

De um momento para outro, inexplicavelmente encontrava-me a seiscentos

milhões de quilômetros da Terra.

Oxalc me disse que eles não são naturais dali, mas que vêm de planetas

distantes de nosso sistema solar, a centenas de anos-luz e que chegaram faz

milhares de anos dos nossos a sua atual localização nas luas de Júpiter, onde

estabeleceram colônias mineradoras e adaptaram a vida de forma artificial,

criando um microclima e uma microatmosfera sobre suas cidades que se

estendem principalmente no subsolo.

Enquanto caminhávamos, pude ver homens, mulheres e crianças, isto é,

tinham divisão de sexo como nós. Oxalc me explicava que eles podiam viver

milhares de anos dos nossos, porque dominam a regeneração celular com o

poder da mente, além de uma adequada metodologia de vida. Eles são

vegetarianos, naturistas, não consomem nenhum tipo de carne. Explicou-me

também que mantêm a relação sexual para a procriação, mas o que

normalmente praticam é uma forma de tantrismo para sublimar a energia sexual.

Como desenvolveram o poder psíquico manifestado na telepatia e na

clarividência, podem ler o pensamento e ver a aura e assim, quando escolhem

o parceiro não o fazem às cegas, nem deslumbrados pela aparência, mas

buscando um justo complemento. Igualmente, para eleger suas autoridades eles

conhecem, porque percebem na aura o campo magnético do indivíduo, o nível

de evolução de cada um e quem é chamado para dirigir e guiar os demais, por

isso não há eleições democráticas. Simplesmente eles designam aqueles que

entre todos é o que se mostra mais evoluído e adequado. E as mesmas pessoas

que os guiam espiritualmente dirigem-nos materialmente e assim são como uma

sociedade de místicos.

O Guia me falou também de um conselho local de doze pessoas, que eles

chamam de “Conselho de Menores de Morlen”, diferenciando-o do Conselho da

Confederação de Mundos da Galáxia, conhecido como o dos Vinte e Quatro

Anciãos, uma hierarquia superior que é a que dispõe do movimento de

civilizações para intervir ou impedir que alguém intervenha nesse ou naquele

lugar da Galáxia.

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Pude ver também nas suas cidades grandes estufas onde eles produzem

seus alimentos e, como não têm terra vegetal, seus cultivos são hidropônicos e

aeropônicos (suspensos no ar). Também conheci um estádio de esportes onde

os vi praticando uma espécie de ginástica rítmica coletiva, ou algo parecido com

o Tai Chi.

Depois de percorrer a cidade, Oxalc me levou até uma construção em forma

de cone truncado, onde me mostrou em uma espécie de tela de gás suspensa

no ar, de uma cor verde com labaredas laranja, uma série de imagens do que,

segundo eles, poderia chegar a ser o futuro planetário, com as respectivas

advertências para que nos comprometamos a reverter o futuro.

Entre as imagens que vi e as mensagens que me transmitiram, estes seres

enfatizaram que nosso planeta está sujeito a ciclos cósmicos, do mesmo modo

que o universo que nos rodeia e que, a partir da década de 90, como parte do

final de um ciclo, chegaria com grande intensidade uma radiação, uma energia

procedente do Centro da Galáxia, do Sol Central também conhecido como o Sol

Manásico. Esta energia é chamada de luz violeta ou energia piramidal e é

energia da transmutação, da mudança, da mística, fé e magia, portanto sua

chegada a nosso sistema solar traria consigo alterações de todo tipo em nosso

Sol e, em consequência, em todos os planetas do sistema. As mudanças

climáticas, magnéticas e outras que se produziriam em nosso mundo afetariam

todos os seres vivos e, especialmente, gerariam grandes transformações

planetárias, pondo em grave perigo tudo o que foi criado pelo ser humano.

Tudo quanto ocorre em nosso planeta, ainda que às vezes tenha uma origem

externa, afeta todos aqueles que habitam aqui e, igualmente, nosso estado

mental afeta o mundo que nos abriga. Cada um de nós, de onde se encontra,

deve comprometer-se com o futuro planetário, orientando seu presente e

corrigindo seu passado. Os seres humanos têm potenciais sem limites que

temos que descobrir, ou simplesmente recordar, e aplicá-los na transformação

de nossas vidas e dos processos que ocorrem ao nosso redor, elevando para

isso nossa vibração. Mas, como fazer isso? A chave é saber que existe essa

potencialidade, crer que podemos acioná-la, cada um onde se encontra e querer

poder fazê-lo, pondo o melhor de nós nas atitudes positivas. A forma não é tão

importante, o que realmente importa é sempre a atitude. A vantagem também

está em saber que não estamos sós e que sempre haverá quem esteja disposto

a dar-nos uma mão.

Estive vários dias com eles nesta cidade de Ganímedes, talvez quatro ou

cinco, mas quando voltei através do Xendra haviam se passado só quinze

minutos do nosso tempo. Ainda era de noite e meus companheiros que haviam

chegado ao lugar, me viram aparecer da luz e ficaram impressionados por isso.

Um dos meus companheiros que vinha pelo lado, pôde ver que, de perfil, o

Xendra tinha poucos milímetros. Para ele, eu apareci do nada.

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Quando me perguntaram onde tinha estado e o que era aquela luz, preferi

não lhes contar os detalhes porque nem eu mesmo acreditava no que havia visto.

O que lhes disse foi que dentro da luz haviam me dito que em duas semanas

entraríamos todos os sete juntos.

Desde esta experiência do Umbral do Tempo, duas semanas se passaram

rapidamente e o grupo estava preparado para o encontro. Como sempre,

chegamos todos juntos ao lugar, deixamos o carro e iniciamos a caminhar. Desta

vez o Xendra se manifestou a uma distância regular da anterior, na mesma zona

da Mina. Ao mesmo tempo apareceu, em cima dos morros, uma nave em forma

de banana, com luzes vermelhas e amarelas, que se deteve sobre o lugar.

Éramos sete quando entramos na passagem dimensional que, diferente da

primeira, agora era formada por uma luz azul violeta brilhante, parecendo um

domo ou iglu, composto por uma energia que, às vezes, parecia uma espessa

névoa concentrada em um só lugar determinado. Não sabia o porquê da

diferença, mas com confiança arrisquei entrar com os garotos dentro dele. A

experiência também teve suas variações, ainda que se repetissem sensações

como intenso calor e perda de peso. Nesta experiência vimo-nos projetados por

um canal de energia até um grande salão circular e abobadado, com um piso de

metal brilhante.

A cúpula que se levantava em cima de nós estava cheia de símbolos. Em

ambos os lados do recinto havia doze assentos, uma espécie de tribunal,

debaixo dos quais se multiplicavam uns ideogramas, ou hieróglifos. Em nossa

frente se encontravam seis lâmpadas, três em cada um dos flancos de um

grande assento independente, como se fosse um trono, sobre o qual tinha-se

colocado uma espécie de vaso com flores. O singular promontório era coroado

pela Estrela de Seis Pontas, símbolo do equilíbrio universal, rodeado por um

círculo.

Os vinte e quatro tronos estavam ocupados por seres diversos, com uns

contrastes incríveis em tamanho, raça e forma e davam a impressão, ou nos

faziam sentir, que todos eles eram anciãos, talvez mais por sua sabedoria e

vibração do que por sua aparência, porque muitos não tinham forma humana,

mas, em geral, inspiravam bondade e sabedoria. Um dos mais próximos do

assento central, com um físico similar ao comum dos humanos, mas com uma

espessa barba branca, manifestou-se, assinalando o vaso de flores:

- Querem saber nossa concepção de Deus? Pois lhes dizemos que é uma

realidade tão complexa e maravilhosa que se representa na singeleza e

simplicidade da natureza. Se não puderem compreender, alegrem-se de poder

sentir e de serem conscientes da grande esperança e do consolo que isto

concede.

Nem bem acabou de manifestar isso para nós, sentou-se. Olhamos, então,

uns para os outros porque, apesar de tê-lo escutado claramente, em nenhum

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momento o Ancião havia movido os lábios, como os Guias em suas mensagens

telepáticas, já que não há idioma algum que limite os meios de expressão de

ideias e conceitos.

Outro que se achava do lado oposto, seguiu o primeiro orador. Seu rosto era

totalmente vermelho e seu queixo, triangular. Media aproximadamente um metro

e meio de estatura. Apresentando-se, nos olhou e nos transmitiu muitíssimas

ideias que dificilmente teríamos podido retê-las conscientemente. Explicou-nos

que o portal Xendra que tinha nos transportado até ali era o Xendra Gimbra, que

se diferenciava do anterior por ser um arco dimensional que se move tanto em

projeções mentais como astrais conscientes e que mobiliza o desenvolvimento

das faculdades extrassensoriais.

Falou-nos também que existiram muitas civilizações na Terra que chegaram

a um grande desenvolvimento e que a soberba, o egoísmo e a estupidez das

quais, novamente o homem se vangloria, terminaram por arrasar tudo. Ele disse:

- Quantas vezes o homem teve que voltar a começar, quantas raças e sub-

raças terão que ter sua oportunidade para que a humanidade chegue a cristalizar

seu destino. Isto cada vez está mais perto, mas custará muito esforço e

sofrimento.

- Certamente!

Outro ser que se levantou imediatamente apressou-se a confirmar isso. Ele

era muito menor que o anterior, não tinha nenhum cabelo e tampouco viam-se

lhe as orelhas, mas com certeza era de grande intelecto, refletido na volumosa

cabeça que ostentava.

- Assim é! – disse. O homem acabou por criar um deus à imagem e

semelhança de seus interesses, defeitos e debilidades. Ele, evidentemente, nem

é real, nem existe desse jeito fora da ignorância humana. Esse deus, reflexo dos

defeitos da civilização, que para alguns é a ciência e para outros, o dinheiro e o

poder, pede toda veneração, prostituindo seus adeptos, ocultando e perseguindo

seus rebeldes detratores. Não há por que fugir do mundo, pois se pode estar

nele sem necessidade de pertencer ou cair no jogo do sistema.

- Rapazes! Vocês, iguais a centenas de milhares de Missionários da Luz, são

preparados livres de organizações e estruturas que restrinjam as possibilidades

de êxito no que concerne ao ensinamento do exemplo pelo amor e compreensão.

Não permitam que ninguém os limite, nem aprisionem a espontaneidade de seu

serviço. Sejam autênticos e sempre estejam prontos a colaborar na construção

de uma Nova Humanidade que está se forjando hoje na pureza de seus ideais,

já que encontraram neste dia apoio do Profundo Amor da Consciência Cósmica...

Nem bem este estranho personagem havia concluído seus intensos e sábios

comentários, uma luz brilhante cor de água marinha invadiu a ampla sala circular

em forma de cúpula que os abrigava. A luz parecia provir das paredes. Então,

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outro ser se levantou. Era muito magro e alto. Dirigiu seu olhar para o altarzinho

da parte central e depois de fazer uma respeitosa reverência, voltou seu rosto

para nós, olhando-nos fixamente, como se quisesse penetrar em nossas

consciências. Os pensamentos que emitia apareciam nas mentes de cada um

dos sete que estavam de pé em frente ao venerável Conselho. As ideias eram

captadas com toda claridade e numa velocidade assombrosa, sem sequer nos

dar tempo para fazer algum comentário com o companheiro ao lado. Ele se

referiu ao florescimento de uma Nova Raça na América do Sul, dizendo:

- Chegou o momento do despertar do continente eleito. Vocês são como a

Galileia dos Gentios nos tempos do mestre Jesus. O lugar se manterá limpo da

contaminação que ameaça o planeta, preparando-se para albergar o novo

homem entre suas montanhas e verdes vales. Este lugar é a América do Sul,

mas terá que esperar que o próprio egoísmo destrua a maldade para que tudo

comece a retornar, porém não desde o começo, mas a partir de onde se havia

chegado. Quantas vezes antes o homem teve que começar do zero, esquecendo

todo progresso, devendo cair muitas vezes em estado de barbárie que o fez

regressar às cavernas, porque cada humanidade é como em cada encarnação,

isto é, “borrón y cuenta nova” (expressão que significa esquecer os erros

cometidos no passado e recomeçar do zero. NT). Quando esquecem suas

existências passadas é porque existem mecanismos que protegem o homem da

carga de suas recordações, de seus erros passados, triunfos e tristezas, que

poderiam fazê-lo viver simultaneamente vidas paralelas e não aproveitar as

novas oportunidades. Todavia, a experiência alcançada, a maturidade

conseguida o acompanha sempre.

Como é difícil para aquele que não avançou no caminho espiritual e no

desenvolvimento da consciência, crescer, sabendo que em outra existência teve

outras relações, amou e odiou, teve outro sexo, morreu desta ou de outra

maneira. Realmente, não poderia desenvolver-se normalmente. Mas para

aquele que já fez algum progresso, as recordações vêm como resposta e

confirmação, fortalecendo a consciência e a vontade. Quando se produz o

despertar diante do destino comum da autorrealização, tudo ajuda, nada

atrapalha. Estas recordações são, para quem avançou, um estimulo e uma pauta

para não cometer os mesmos erros.

Cada homem nunca foi antes melhor do que é agora, já que é o produto de

um ciclo de encanações. Assim como vocês não enviam seus filhos durante só

um ano à escola, mas ano após ano para garantir aquilo que aprenderam e para

que aprendam coisas novas, assim também as múltiplas encarnações são

oportunidade de crescimento.

Acontece em muitas ocasiões que, quando alguém evolui, é-lhe permitido

ficar e continuar encarnando neste plano, por desejo próprio de continuar

ajudando, mesmo quando sua própria evolução já lhe permita transcender a

planos mais elevados e a mundos muitas vezes mais sutis. Também acontece

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que alguém desça a planos inferiores por amor, em planetas muito densos,

baixando sua vibração e recuperando corpos já superados.

Tenham presente, e não sejam enganados, que ninguém que realmente seja

evoluído lhe dirá ou fará algum alarde disso. Pelo contrário, serão reconhecidos

por sua humildade, autenticidade, sinceridade e exemplo, que falarão por ele. E

não duvidem de que seres assim, estando na matéria, não vacilarão em imolar-

se em sacrifício pelos demais, sem esperar nada em troca, ressurgindo vitoriosos

da morte. E é assim porque a morte realmente não existe, é só uma mudança

de estado.

Agora era a vez de um ser do qual não se podia saber sua forma real, pois

não se viam nem pernas, nem braços. Todo ele era uma massa amorfa, metida

dentro de umas telas claras, como se fosse um fardo ou um embrulho. Deste ser

desprenderam-se pensamentos ainda mais esclarecedores sobre a vida e sobre

a morte.

Ele disse:

- O homem teme a morte porque se esqueceu de onde vem e para onde vai.

A morte pode ser a culminação de toda uma vida plena de realizações e, por

isso, um triunfo, mas também pode ser a frustração de metas a longo prazo não

alcançadas, ou até um vazio sem fim para uma existência sem meta alguma. Por

isso a existência deve ser enfrentada praticamente, procurando que se cumpra

com um sentido, agora! Se a vida durar um tempo determinado, ou se reduza a

uma mínima fração, sua conclusão estará realizada.

A morte leva o ser a esferas e planos sutis, onde não há tempo. Ali é avaliado

por um Conselho Kármico, ou Guardiães do Destino, onde é preparado para a

encarnação seguinte, a menos que haja rejeitado a oportunidade e o processo,

como é o caso dos suicidas, que não voltam a encarnar, até que se cumpram as

condições específicas de tomada de consciência e arrependimento. Outros

casos são os daqueles que resistem em aceitar que morreram, não podendo

libertar-se de seus apegos e afetos transitórios, aprisionando-se por si sós ao

plano.

O Profundo Amor da Consciência Cósmica que é adorado em todas as

Galáxias e dimensões e por todas as criaturas deste Universo que pulsa e vibra,

que se dilata, crescendo indefinidamente, foi tão misericordioso que, sabendo

que o ser dificilmente se aperfeiçoa em uma só vida, concedeu-lhe a quantidade

de existências de que necessite para conseguir a aprendizagem e avançar até

o plano imediato superior para que, assim, vá liberando-se de cada um dos

diferentes corpos de diversos graus de matéria que possui. O que não existe na

grande escola da vida é o retrocesso, porque a única coisa que pode acontecer

é o estancamento ou estagnação, que significa a negação do livre arbítrio da

evolução constante.

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A morte não é mais do que uma passagem mediante a qual se conclui uma

oportunidade, uma de tantas, voltando aos planos astrais para ser avaliado.

Neles passamos mais tempo do que na vida material, porque ali estamos antes

de nascer e depois de morrer e durante uma grande parte de nossas

experiências astrais, por isso, em última análise, são mais reais do que a vida

material.

Outro dos seres se manifestou, citando-nos muitas coisas que serviriam para

nossa preparação e para que entendêssemos por que estávamos ali. Este era

de aparência humana e de características marcadamente orientais e abundante

cabelo, que lhe chegava aos ombros. Começou dizendo:

- Sim, Ele é Filho de Deus!

Acontece que ele nos havia lido o pensamento, porque naquele momento

estávamos confusos com muitas coisas, entre elas sobre a pessoa de Jesus. A

pergunta que fervia em nossas mentes era: para eles, quem era Jesus?

Respondeu-nos imediatamente:

- Yeshua, Jesus, Emmanuel ou Isa, no princípio e no fim. Ele é o Cristo, o

Ungido, o Marcado, o Assinalado, tal como O conhecem e que veio ao planeta

de vocês procedente das mais altas esferas por um ato de amor supremo ao

homem, a fim de dar-lhe a oportunidade de sair deste estado de ignorância,

tocando seu endurecido coração. (Hoje sabemos, pela evolução da informação

no contato, que Jesus foi um ser humano que, através de muitas encarnações,

alcançou na Terra um alto grau de evolução, de tal maneira que não necessitava

reencarnar. Todavia, por amor à humanidade, aceitou voltar e durante trinta anos

se preparou para que, durante os três anos de vida pública, se produzisse nele

uma simbiose cósmica, uma transmigração pela qual um ser da categoria dos

Pais Criadores, ou Filhos de Deus, incorporou-se Nele. Os Hellel ou Pais

Criadores são hierarquias de um Universo paralelo ao nosso, chamado de

Universo Mental. Um Deles, chamado Miguel, fundiu-se com Jesus no início de

sua vida pública, de tal maneira que, durante esta etapa da vida de Jesus, houve

duas entidades coexistindo em um mesmo corpo: o Filho do Homem e o Filho

de Deus).

Nós coordenamos nas esferas materiais aquilo que se referiu ao nascimento

de Yeshua, seu corpo, sua família e mensageiros que dariam os diferentes

avisos no plano material e astral. Até uma das naves da Confederação

acompanhou os instrutores e protetores do menino, mestres dos diversos retiros

interiores da Grande Fraternidade Branca, que exerce o Governo Interno

Positivo do Planeta e mantém o equilíbrio necessário à espera do cumprimento

do tempo.

No final dos dias de sua Ressurreição, uma nave o recolheu, levando-o para

fora da Terra e ele, na atualidade com um nível de consciência de sétima

dimensão, move-se à vontade pelas diversas esferas e dimensões, preparando

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o dia de sua Segunda Vinda e da reorganização final da Humanidade como

Planeta e ascensão de plano. Não necessita reencarnar-se novamente, pois, na

atualidade possui um corpo glorificado, atomizado e regenerado de quarta

dimensão, com o qual virá até vocês. Saibam esperar e tirar proveito de seus

simples e contundentes ensinamentos, que não são outros senão a mensagem

de amor e exemplo que Ele deixou.

Recordem sempre que até os mais elevados, ao encarnarem-se no plano

material fazem voto de humildade, aceitando instrutores que lhes recordem e

preparem. Não houve, pois, mestre ou guia de luz que não tenha aceito tal lei

“Ninguém pode guiar, se antes não foi guiado...”

Já chegou o momento de maturidade mediante o qual o homem sofrerá uma

mudança que o marcará finalmente e de forma definitiva. Nosso trabalho se

concentra em preparar com vocês, os jovens de espírito da Terra, a volta e

regresso do Cristo, que é o Senhor do Tempo e do Espaço e que está acima de

povos, religiões, raças, civilizações e planetas. Por isso, cuidem-se, porque,

apesar de que tudo seja mental e produto da luta em níveis sutis de forças

poderosíssimas, o senhor do mundo, que não é outro senão o “enganador”,

aquele que comanda a obscuridade, semeia as trevas da ignorância que se

abatem sobre a Humanidade, buscando afundá-la nos abismos insondáveis do

erro. Ele fará o indizível para em todo momento encorajar o egoísmo e a soberba

dos seres humanos, procurando que se enfrentem e se separem, induzindo-os

a serem dominados pelo governo do erro e pelos sentidos, para que, desunidos,

se dissolvam no nada. Assim, antes de tudo, mantenham-se limpos de toda

contaminação, esforçando-se por manter a unidade e a integração pelo respeito

mútuo. Aprenderão a ser uma família espiritual se antes se esforçarem por

desenvolver uma verdadeira amizade entre vocês.

O trabalho que se abre diante de vocês é o de despertar a consciência, sem

complicar os conceitos, esclarecendo-os; mas jamais desmerecendo o trabalho

de todos aqueles que, dentro de sua própria forma, já tiverem conseguido algum

êxito em seu crescimento.

Existem, pois, muitas formas para realizar um mesmo fim, sempre que estas

conservem a independência da vontade humana, defendendo assim a liberdade,

estabelecendo o equilíbrio entre a razão e uma sensível intuição. Toda forma é,

então, a adequada, se mantiver como prioridade a consecução do fim

fundamental que é a salvação do que é mais importante no homem, ou seja, sua

essência.

As limitações e erros dos intermediários, assim como a procedência

extraplanetária dos mensageiros, confundidos muitas vezes com “anjos”, assim

como a extração popular dos profetas que guiaram os povos, de modo algum

desacredita ou minimiza o que é transcendente nas religiões e doutrinas que se

estabeleceram na Terra, nem desvirtuam em nada o caráter sagrado da

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mensagem de esperança. É claro que deverão sempre discernir entre o que é

anexado pela tradição e o que é o fundamento original de cada doutrina, a

essência que sempre é a mesma, tanto em uma como em outra e que se

encontra acima de toda intenção de manipulação interesseira. Por tudo isso, o

fato de que, ao longo das diversas épocas da humanidade, civilizações

interplanetárias tenham intervindo, com ou sem êxito, às vezes tomando partido

do lado oprimido, obedeceu ao impulso solidário de todo um universo atento ao

momento que se aproxima galopante de vossa humanidade. A intervenção

procurou em todo momento a realização de um plano procedente das

Hierarquias deste Conselho, respeitando o livre arbítrio, ainda que tenha havido

casos em que, por um desmedido interesse e reiterada aproximação, perdeu-se

a perspectiva e excessos foram cometidos, com clara intromissão no curso dos

acontecimentos, como aquele protagonizado por duzentos pleiadianos que

chegaram à Terra em tempos remotos e tiveram contato sexual com a raça negra

originária do planeta, apesar disso lhes ser proibido, procriando seres híbridos

com o fator negativo no sangue.

Tudo isso alterou muitas vezes os planos previstos pelo Conselho dos Vinte

e Quatro Anciãos, que já haviam disposto os mecanismos para o cumprimento

dos planos estabelecidos pelo Criador para esta galáxia e, em especial, para o

terceiro planeta deste sistema solar.

- Mas... e o homem feito à imagem e semelhança de Deus? – perguntou um

dos rapazes do nosso grupo.

Imediatamente um outro personagem de semblante peculiar e alta estatura

manifestou-se, dizendo:

- Amiguinho, por acaso você acredita que Deus tem um corpo físico como o

homem? Vivemos em um universo onde o denominador comum é a diversidade

das formas. Em tudo há beleza, só é preciso saber vê-la.

Em outro nível sabemos que existem sete corpos que vão sendo deixados à

medida que se progride espiritualmente, mas certamente até os seres espirituais

possuem corpos, mas é diferente. Quer dizer, de natureza sutil, não assim de

uma matéria densa e este corpo pode ser percebido por cada pessoa de forma

muito variada.

Quando se disse, e chegou a ser escrito, que o homem havia sido criado à

imagem e semelhança de Deus, fazia-se referência ao aspecto qualitativo do

Profundo Amor da Consciência Cósmica. Demonstra-se isso pelo fato de que a

religião hebraica, herdeira e transmissora da versão bíblica, não pretende em

momento algum descrever a aparência de Deus para não cair em idolatria,

porque Deus é indefinível, inabarcável e indescritível. Mas ainda assim são

muitos os homens submersos na ignorância e na vaidade que pensam que os

traços humanos são inerentes a Deus. A esses se deveria perguntar se creem

de fato que a divindade é visivelmente de aspecto humano. E se fosse assim, de

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que raça, tamanho, ou sexo corresponderia sua figura? A resposta seguramente

estará carregada de preconceitos, apesar do caráter pluralista universal do

Criador.

Com isso fica descartada a interpretação esquemática do relato criador que

não reflete realmente o conhecimento ali expresso. Mas vejamos de que modo

se cumpre a versão bíblica na realidade da Terceira Dimensão, na qual o homem

manifesta qualidades divinas como a capacidade de amar. Esta é a capacidade

que o distingue dos demais seres de seu planeta, porque ele mesmo é produto

do amor, pois procede de um ato de procriação que, na maioria dos casos, é

livremente assumido conscientemente e do qual nasce um ser como síntese de

uma trindade perfeita e harmoniosa. Além disso, o homem pode chegar a amar

outros seres que não sejam de sua família, nem de sua própria raça ou espécie,

chegando a amar a vida em si mesma e a natureza que o rodeia. Outra qualidade

no homem é o aspecto criativo que tanto pode aproximá-lo de Deus, como

afastá-lo. Mas a diferença está na proporção, porque, ainda que seja verdade

que possui esta faculdade, não pode criar nada do nada. O homem tem que, a

partir das coisas já criadas, reorganizá-las de acordo com suas necessidades.

Como podem ver, cumpre-se aquilo que foi dito que o homem foi criado à

imagem e semelhança, quer dizer, de acordo com sua natureza de chispa divina.

Recordem que a imagem é o reflexo da luz que o corpo projeta numa superfície

polida. São, pois, o reflexo da luz do Criador.

- Veja agora, querido amigo, semelhança não é o mesmo que igualdade.

- É chegado o tempo de que regressem – determinou um outro Ancião de

aparência humana em cujo peito brilhava um peitoral feito de pedra e de cristal.

Trazia-o sobre a túnica branca que lhe chegava até os pés. Não tinha cabelo,

mas um fino bigode que caia descobrindo sua boca alongada, coroada por um

nariz achatado como o dos orientais. Seus olhos escuros e penetrantes,

inesquecivelmente expressivos, nos envolviam completamente. Voltou a falar-

nos, dizendo-nos:

- Já está ficando tarde. Devem regressar comprometidos com a missão que

levam entre as mãos e que hoje lhes é pedida. Este será um trabalho de

irradiação de luz e de esperança. Consistirá em manter a ponte de comunicação

já estabelecida, fazendo com que se estenda e se aperfeiçoe. Voltarão ao mundo

como infiltrados, pois a civilização se acha governada pela confusão e pelo

engano, por isso, quando regressarem como missionários da luz, serão

rechaçados e devem suportar isso, guardando-se de toda contaminação. Não

poderemos culpá-los se, em algum momento, chegarem a querer voltar para

trás, mas, se continuarem, saibam que terão sempre nosso apoio e respaldo.

Estaremos permanentemente pedindo por vocês, fazendo chegar a ajuda

necessária, mas sem criar dependência alguma que possa estorvá-los. A prova

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é sua, e seu o triunfo, portanto, preparem-se intensamente e iluminem o caminho

para a mensagem crística que deve manifestar-se.

Com a presença cada vez mais manifesta das naves, os mensageiros farão

soar o sinal do chamado final, o que vocês também farão, ainda que restasse só

um para realizar o trabalho. Assim, aqueles que se prepararam e os que se

dispuseram com seu trabalho espiritual saberão responder ao último aviso antes

do tempo previsto.

No caso de que a humanidade não consiga reverter os acontecimentos,

previmos um plano de contingência, por meio do qual uma parte da humanidade

será evacuada pelas naves do espaço.

Vão em paz e que o Profundo Amor da Consciência Cósmica os ilumine e

fortaleça no tempo de espera, que foi ampliado para que cheguem aqueles que

faltam, mas, ao mesmo tempo, vai sendo encurtado em dias porque senão

ninguém perseveraria.

Tivemos que chamar a atenção de uns e de outros para que fizessem uma

reverência de despedida e nos retiramos. Muitos tinham a vista fixa na imensa

estrela de seis pontas que coroava a cúpula do recinto. Era a mesma figura da

Estrela de Davi que o rei israelita usou como emblema, mas parecia que o

símbolo e o que significava era muito anterior a ele e simbolizava a segunda lei

universal: “Assim como é em cima, é embaixo”, o que significava que as mesmas

leis que regulam o macrocosmos funcionam no microcosmos, por isso se

quisermos conhecer o universo, conheçamo-nos a nós mesmos. E se quisermos

que o universo mude, mudemos a nós mesmos.

Depois destas vivências dos Xendra, muitos, de forma individual e coletiva,

repetiram a experiência e entre eles minha namorada Marina, que, sempre

valente e audaz, entrou sozinha dentro de um deles e se encontrou cara a cara

com os guias.

Nossa experiência Xendra saiu publicada no primeiro livro do jornalista

navarro Juan José Benítez, no final de 1974 e começo de 1975. Tempos depois

o cabo chileno Armando Valdéz, do Regimento Rancagua, em 25 de abril de

1977, encontrava-se com um grupo de soldados patrulhando a zona de Putre

em Arica, ao norte do Chile, que é uma zona fronteiriça com o Peru, onde há

muito contrabando. De repente observou uma estranha luz que descia sobre

uma colina. Ele, muito valente, pediu aos soldados que o cobrissem porque iria

ver do que se tratava. Foi até a luz e penetrou nela. Ao cabo de quinze minutos

os demais o viram sair do seu interior. Simplesmente materializou-se diante de

todos eles, aparecendo com a barba crescida de vários dias e o relógio adiantado

em cinco dias. Havia vivido uma experiência similar a nossa, ainda que não

recordasse o que havia acontecido dentro daquela luz.

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Nos últimos anos os cientistas, com a Física Quântica desenvolveram uma

teoria fundamentada em seus conhecimentos adquiridos nos grandes

laboratórios de Aceleração de Partículas. Segundo eles, os elétrons excitados

que giram em torno do núcleo de átomo não descrevem uma órbita completa,

mas desaparecem e aparecem depois no extremo oposto, como se

encontrassem uma espécie de atalho. Estes atalhos que existem no

microcosmos, existiriam também no macrocosmos e lhes deram o nome de

“buracos de minhoca”, ou pregas interdimensionais. Isto responderia à pergunta

de como fazem os supostos extraterrestres para movimentar-se no universo

através de longas distâncias. E isto seria aplicável aos Xendras que são

desenvolvidos com a concentração de energia e poder psíquico.

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CAPITULO 4

A NAVE DESCE

“A observação de uma nave extraterrestre é um

espetáculo fantástico e emocionante. A descida do objeto até o solo é algo

estremecedor, porém o encontro com os tripulantes é uma experiência mística.”

Desde a primeira comunicação psicografada já haviam se passado sete

meses, nos quais ocorreram uma infinidade de experiências, exigindo sempre

uma preparação constante que nos levaria ao contato físico.

No mês de julho fizemos uma nova saída, durante a qual passaríamos a noite

no deserto. Como naquela ocasião não havia mensagens para irmos em um

grupo reduzido de sete pessoas, nem havia sido posta nenhuma restrição, vinte

e cincos de nós aproveitaram para ir.

Nem bem nos instalamos no lugar, todos nós fizemos uma cúpula de

proteção, que é um exercício muito bonito que nos ajuda a criar sempre uma

atmosfera especial em todo local. Esta prática é sempre acompanhada de

invocações e mantralizações.

Depois dos exercícios em grupo, nos separamos aquela noite formando

pares. Assim, estava com um amigo chamado Guilhermo perto de um dos

desfiladeiros nas cercanias da Mina. Ali faríamos nossa prova de autocontrole,

que, como em oportunidades anteriores, serviria para controlar o nervosismo e

fortalecer nossa convicção de estarmos protegidos. Separamo-nos, andando em

direções diferentes em meio à escuridão da noite para meditar. E pelo espaço

de uma hora estivemos sozinhos, cada um com sua consciência, em meio ao

ambiente mais propício para encontrar-se a si mesmo, que é o silêncio e a

solidão do deserto, onde o tempo não existe. Provas como essa, recomendadas

pelos Guias Extraterrestres, eram frequentes para vencer nossos medos, mas a

primeira vez é muito difícil. Logo aprendemos a amar a solidão e o silêncio,

quando claramente escutamos a voz do nosso ser interior.

Ao passar a hora da prova, cada um caminhou até a Mina, onde nos

reuniríamos com os demais. Encontramo-nos no caminho e caminhamos junto

para regressar ao acampamento, quando de repente vimos pessoas vestidas

com roupas brancas de mergulhador (trajes esportivos) que estavam extraindo

algo do solo. Pensando que podiam ser nossos companheiros, nos aproximamos

deles e, para nossa surpresa, verificamos que não eram eles, mas seres

luminosos e altos que estavam extraindo uma espécie de máquina do chão.

Surpreendidos por este encontro fortuito, rapidamente demos a volta para ir

aonde estavam os demais e avisá-los sobre esta situação.

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Quando chegamos ao acampamento, estavam todos compartilhando os

pormenores das experiências de autocontrole e, quando quisemos falar, algo

distraiu a todos. Vimos surgir um intenso resplendor por trás da montanha e

então resolvemos investigar. Guilhermo e eu estranhamente nos esquecemos

dos seres que havíamos visto anteriormente e todos nós subimos no alto da

elevação o mais rápido que nos permitia o corpo entorpecido pelo frio. Então

observamos à distância um objeto muito luminoso que estava pousado no chão,

o que nos entusiasmou tanto que nem nos preocupamos em ver se os outros

nos seguiam, ou não. Simplesmente nos dirigimos para lá.

Nem bem havíamos descido a ladeira aproximando-nos do objeto, diante de

nós e a uns 60 metros de distância interpôs-se um ser de pelo menos dois metros

e meio de altura, usando uma vestimenta prateada parecida com roupa de

esquiador, com uma espécie de peitoral negro sobre o peito. Tinha cabelo liso

cinza prateado que quase lhe chegava aos ombros e permanecia nos

observando cuidadosamente. Via-se que compreendia que havíamos nos

assustado ao ter aparecido assim de improviso.

Imediatamente nos fez sinal para que nos tranquilizássemos, comunicando-se

telepaticamente, dizendo que são eles que se comunicam conosco e não nós

com eles e que, assim como fazem conosco, também estabeleceram

comunicação com muitas pessoas em nível mundial. Também mencionou que

devíamos mudar por um tempo o lugar dos contatos, pois era preciso que

fôssemos aos centros onde está guardada parte da chave do despertar da

Humanidade e que aquilo serviria para acelerar o processo de liberação do

homem da escravidão da ignorância, consolidando com isso o acesso até a

quarta dimensão. Disse-nos que deveríamos viajar a um lugar que se chamava

Marcahuasi, nos Andes Centrais, e que receberíamos maiores detalhes por meio

das mensagens psicografadas que iríamos captando nos dias sucessivos.

Explicou também que Chilca havia sido o primeiro lugar por estar próximo de

uma base submarina na costa e que tal lugar manifestava condições

atmosféricas, magnéticas e energia especiais, porém não era o único.

Também disse que, por ocasião dos avistamentos, eles coordenavam para

que as naves que passam pela área sejam sempre as mesmas que efetuam os

contatos, fazendo coincidir as duas circunstâncias. Fazem isso porque não

dispõem as naves exclusivamente para que as vejamos, deixando de fazer

coisas muito mais importantes. O curso que seguiam as naves obedecia, então,

à localização de suas bases e seus trabalhos.

Para terminar, o Guia nos disse que ainda não subiríamos na nave em forma

física, mas alguns o seguiriam em forma astral e mental, até que chegasse o

tempo de preparação, não sendo nós necessariamente os que viveríamos esta

experiência, mas muitos outros que poderiam ser preparados por nós, o que o

tempo corroboraria.

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O objeto que se via atrás desse ser parecia uma lentilha com trens de

aterrissagem tipo módulo de decolagem na vertical. Parecia metálico, mas sem

uniões ou rebites e até parecia translúcido, já que se viam sombras em seu

interior. Debaixo, partindo de baixo, notava-se que estava projetando um feixe

de luz.

Sentíamos nesse momento que nos dizia mentalmente que deveríamos voltar,

por isso nos retiramos e aí nos demos conta de que só haviam chegado ali quatro

pessoas e o resto havia ficado no acampamento porque o medo não os havia

permitido continuar.

Regressando do contato físico e assim que a nave se foi, o que foi observado

pelos demais que estavam do outro lado do morro, compartilhamos a relevância

da experiência com todos.

.

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CAPITULO 5

ENCONTRO COM OS JORNALISTAS

“Se estes seres quiserem se fazer conhecer, por que não

dão uma única prova que até agora não deram? A presença dos jornalistas em

um encontro anunciado previamente...” J.J.BENITEZ

Durante os dias seguintes foram se acertando os dados a respeito da viagem

a Marcahuasi. Os Guias haviam referido que este lugar era chamado “Altar dos

Deuses” e que no caminho encontraríamos dois camponeses aos quais

deveríamos perguntar por este nome e isto seria o sinal de que chegaríamos ao

local indicado. Segundo a comunicação, o mais velho daqueles agricultores

tomaria a palavra e nos mostraria o caminho correto. Antes disso havíamos

tratado de averiguar algo sobre Marcahuasi, porque naquele tempo não era tão

conhecido como agora e, além disso o nome era igual ao de vários outros lugares

similares existentes no interior do país. Procuramos viajar inicialmente ao mais

próximo deles que depois se comprovou ser o correto.

Partimos numa segunda-feira, 19 de agosto do ano de 1974, às 10 h da

manhã de Lima, em um carro do arquiteto Eduardo Elias, uma das seis pessoas

que integrava a expedição. Os outros cinco integrantes eram Paco Oré, David

Martínez, Oscar Gonzáles, meu irmão Charlie e eu.

A distância de Lima a San Pedro de Casta, povoado próximo a Marcahuasi, é

de aproximadamente 80 km, encontrando-se o centro do povoado a uma altitude

de 3180 metros de altura. No caminho tivemos que passar pelas localidades de

Chaclacayo, Chosica e Santa Eulalia na Serra Central, usando posteriormente

um desvio até Huinco (central hidroelétrica) para passar pela impressionante e

perigosa ponte de Autisha, chegando finalmente ao povoado de San Pedro, que

se encontra no alto de um penhasco ao pé do planalto.

A aparente proximidade em quilômetros de Lima não era real, já que a rota

não se fazia em linha reta, ao contrário, seguia por um caminho em ferradura e

subida permanente. Em razão disso a velocidade em que íamos diminuía,

convertendo, em determinados momentos, o veterano Chevrolet em uma nuvem

de vapor que nos fazia parar constantemente para pôr água no radiador. Nosso

desconhecimento do terreno e das dificuldades da rota fez com que ficasse muito

tarde, obrigando-nos a parar na metade do caminho para passarmos a noite ao

lado da estrada de terra que serpenteava a montanha, arranhando profundos

abismos. Apesar do incômodo do lugar sentíamo-nos satisfeitos, já que poucas

horas antes naquele mesmo caminho havíamos encontrado dois camponeses,

justo quando estávamos frente a um desvio e não sabíamos por onde seguir e

foi o mais velho que mostrou por onde deveríamos seguir, dizendo-nos que o

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“Altar dos Deuses” (Marcahuasi) encontrava-se atrás de uma das montanhas

que tínhamos à nossa frente, por isso deveríamos seguir pelo caminho de subida

à esquerda. Ao comprovar que os detalhes da comunicação estavam se

cumprindo, soubemos que estávamos perto de concretizar uma grande

aventura.

Ao amanhecer retomamos a marcha. Estávamos um pouco inquietos porque

durante a noite havíamos visto ao redor do carro estranhas formas que

inicialmente pensamos ser fruto de nossa imaginação, porém depois

descobrimos que eram reais, pois lançavam-se contra nós fazendo todo carro

balançar. Do temor inicial passamos à segurança de estarmos protegidos pelos

Guias, então ocorreu-nos fazer uma concentração cobrindo-nos com uma cúpula

de luz, o que terminou por tranquilizar o ambiente. Já na madrugada tratamos de

fazer uma viagem astral dirigida, que permitiu a alguns ter experiências pessoais.

Apesar do cansaço pela inquietação e incômodo da noite, nossa ansiedade

por chegar nos estimulou a seguir e chegamos até ao último povoado antes do

planalto. San Pedro, como disse antes, é um típico povoado da Serra, construído

sobre as fundações de um assentamento anterior que remontaria a tempos pré-

incas. Encontra-se localizado em uma beirada que termina em um precipício

espetacular, ao lado do desfiladeiro do rio Carhuayumac. O povoado conserva o

padrão urbanístico da época em que foi fundado, ao redor de uma ampla e

desigual praça. Neste povoado há um conjunto de edifícios onde se destacam a

igreja, o Logradouro Público, a Queijaria, entre outros. As casas são de pedra e

barro com teto de palha e calamina (chapa de metal), suportado por vigas de

madeira de eucalipto. Sobre esses tetos costuma-se ver a secagem da comida

típica, o charque (carne seca).

Entre as ruazinhas de pedra e debaixo dos balcões talhados no puro estilo

tirolês, podem-se ver os moradores nas suas conversas costumeiras.

Na chegada, colocamos nosso equipamento e mochilas sobre o muro que

rodeia a igreja em plena praça principal. O teto da igreja é coberto por calamina

e sobre ele vê-se uma pequena cúpula de vidro colorido. Sua aparência solene

denota uma sincera e arraigada religiosidade local. Ao lado esquerdo da igreja

há uma pequena capela em forma de pirâmide cortada e escalonada, de três

corpos, construída integralmente com pedras superpostas. Pode-se ver que as

pedras utilizadas nas construções modernas procedem das ruínas arqueológicas

sobre as quais se fundou a atual San Pedro.

Depois de nos apresentarmos à comunidade e da pechincha de praxe,

conseguimos que uma senhora concordasse em alugar uns burros para levar o

grosso do equipamento em seus lombos. Concordamos que fosse eu quem iria

na frente com um menino, que nos serviria de guia, e seus dois burros

carregados com nosso equipamento. O resto terminaria de adquirir os últimos

mantimentos, reservando os cantis para enchê-los com a fresquíssima água da

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vertente. Assim começou a subida por aqueles caminhos nas cordilheiras, que

pouco a pouco iam se estreitando, distanciando-nos da civilização e nos

aproximando do céu limpo e claro dos altos picos.

Marcahuasi em Quechua significa “Casa de dois Pisos” ou “Casa do Povo”, e

está a 3 km a leste de San Pedro. É um planalto de 4 km de comprimento por

1,5 km de largura aproximadamente, encontrando-se a 4000 metros de altitude.

Dizem os castenhos que ali viveram os “gentios”, isto é, gente anterior à

conquista espanhola e que ainda seus espíritos rondam o lugar protegendo a

comunidade.

Encontram-se as primeiras referências do planalto nas crônicas sobre os

mitos da região, assim como em notas de ilustres exploradores como Julio C.

Tello, porém o mais importante investigador que o estudou de forma integral foi

o Doutor Daniel Ruzo, tornando-o conhecido em nível mundial. Suas

investigações levaram-no a estabelecer-se desde 1951, e por mais de nove anos

no planalto, porém por razões de saúde viu-se obrigado a deixá-lo, passando um

bom tempo sem que publicasse o suficiente aqui no Peru.

A massa rochosa é de diorito granular, coberta por líquens que

implacavelmente desgastam a pedra, o que também fazem as bruscas

mudanças de temperatura que ali acontecem, a água das chuvas, as nevascas

e o vento. As formações naturais foram, em alguns casos, retocadas pela mão

do homem com a clara intenção de fazer uma escultura, e em outras, como na

Deusa Hipopótamo, divindade de fertilidade do Alto Egito, como um sinal ou um

aviso sobre a humanidade anterior que chegou a esses lugares.

Apesar da minha juventude era impossível manter o passo do menino que me

servia de guia, porque conduzia os burros praticamente correndo montanha

acima. Pedi em mais de uma oportunidade que me esperasse, já que a cada

trecho tinha que parar para descansar, porque, arquejante, a essa altura já me

faltava a respiração. Chegamos à costumeira bifurcação onde os burros tomam

o caminho mais curto para chegar mais rápido, que é uma subida de acentuado

declive. Apesar de não me agradar a ideia, segui-os, e foi ali que, já avançando

um bom trecho e numa altura considerável, um dos burros empinou, desatando

as amarras que, ao que parece, estavam frouxas, jogando no abismo parte do

equipamento. Meu entusiasmo que até ali cambaleava pelo excesso de esforço

físico, terminou por desabar. Não havia outra saída, teria que descer por um

estreito caminho até uma pedra onde pendia a carga.

Ainda me recordo dos inúmeros espinhos que entraram no meu corpo por me

arrastar espremido entre as saliências. Uma vez recuperadas as mochilas,

sentei-me para descansar do esforço olhando para cima, enquanto meus

pensamentos se rebelavam na minha mente, tentando dissuadir-me de terminar

a aventura. Para piorar a situação, os burros e o menino haviam continuado,

deixando em minhas mãos toda aquela carga pesada que tive de colocar nas

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costas, duplicando o peso pela altura. Teria que alcançá-los, o que estava cada

vez mais difícil.

Tinha o corpo todo banhado de suor. As gotas que caiam na minha testa se

acumulavam nos olhos, dificultando a visão e tornando cada vez mais perigosa

e penosa a subida pelo escarpado atalho. Sentia claramente que as forças me

abandonavam. As batidas do coração retumbavam na cabeça de tal maneira que

parecia que estava a ponto de explodir.

De vez em quando parava para descansar, deixando o equipamento e os

tambores de água de lado, então aproveitava para esfregar os ombros que

haviam empolado pela fricção das alças da mochila e pelo calor que fazia ao

meio dia. As mãos me doíam como nunca pelo peso dos recipientes de água.

Naqueles instantes cheguei a sentir-me tão angustiado e deprimido pelo

cansaço, que me escorreram algumas lágrimas de desespero.

Toda vez que descansava, o menino e os burros se distanciavam mais e mais

de mim, deixando-me completamente sozinho e, por mais que lhes gritasse para

que parassem para me esperar, pareciam não me escutar.

A cada parada que fazia para recobrar o folego naquelas alturas onde era

escasso o oxigênio, debilitavam-se cada vez mais minhas pernas, que já não

respondiam para continuar caminhando e maior era o esforço que tinha que fazer

para não cair no precipício cada vez que eu tropeçava. Sobrevieram-me, então,

ligeiras tonturas que me atraíam ao abismo, porque tínhamos comido muito

pouco pela manhã, e mais nada, diante da emoção de chegar finalmente ao

planalto que estava mais acessível e próximo.

Sem compreender o porquê da prova de esforço, e sem saber se valeria a

pena ou não, segui pela estreita trilha que já havia deixado de ser um caminho

de mulas para converter-se em degraus e arquibancadas talhadas no penhasco,

rodeadas de restos de pequenos muros de vigilância pré-incaicos. Pouco a

pouco foi-se nivelando o terreno ao entrarmos por uma estreita abertura na

ladeira de Marcahuasi.

Já desfalecendo, consegui flanquear a porta de acesso seguindo por inércia

o caminho que me afastava do abismo, apoiando em umas gigantescas lajes de

pedra lavrada que puderam algum dia ter sido altares e que haviam caído,

arrancadas de seus lugares originais por um terremoto ou demolição. Entre os

penhascos de pedra podiam-se ver profundas grutas ou cavernas que, mais

adiante, nos dedicaríamos a investigar.

Totalmente esgotado, caí pesadamente por entre umas rochas até uma

depressão e tropecei, rodando em cima de uns espinhos e fiquei estendido no

solo quase sem sentidos. Pude, então, fazer um último esforço para tirar a

mochila das costas e observar quase à minha frente o “Monumento da

Humanidade”, “O Rosto do Inca” ou “A Esfinge” como nós a chamamos e ainda

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vi o menino que havia deixado as coisas à pouca distância de onde eu me

encontrava e já ia embora com seus burros. Quis sentar-me, mas não pude.

Eram duas da tarde e estava sozinho naquele planalto e, afligido pelo esforço,

adormeci profundamente. De repente estava na minha casa, ou na casa de meus

pais, em Lima. Reagi então, me dando conta de que estava sonhando. Não podia

acreditar! O que fazia ali, a quase 100 km de distância? A primeira coisa que me

ocorreu foi sentar-me na borda da cama, que sempre rangia por causa de seu

velho estrado de metal; depois, dirigi-me para o quarto dos meus pais e pude ver

no corredor a luz do sol, do jeito que cai todas as tardes. Vi, então, minha mãe

que estava acompanhada de minha irmã Rosi. Prestei atenção no que estavam

fazendo e como estavam vestidas, até que se levantaram de suas cadeiras, indo

para meu quarto, como se algo lhes houvesse chamado a atenção. Escutei,

então, um violento ruído e rapidamente, como se uma brisa me cobrisse e um

redemoinho me arrastasse, voltei, despertando e olhei o relógio, comprovando

que havia tido um bom tempo de sono porque já eram 4h da tarde e sobre o

planalto corria um intenso vento frio.

Abriguei-me com a primeira coisa que encontrei, refletindo sobre o sonho que

havia tido, porque não só podia recordar os detalhes com toda a clareza, mas

também tinha a convicção do que o havia vivido. De volta a casa trataria de

confronta-lo com a realidade, o que me levou a uma incrível surpresa. Minha

mãe e minha irmã escutaram um ruído em meu quarto e o ranger da cama e, ao

aproximar-se, caiu um espelho que estava pendurado na parede, mas que não

se quebrou. Elas me confessaram que haviam me sentido ali.

Ali no planalto, percebi que tinha as costas atravessadas por grossos

espinhos de um arbusto que estava embaixo de mim e sobre o qual havia

dormido. Estava dolorido, mas, descansado por aquele sono reparador, recobrei

ânimos para dar um pequeno passeio pelas imediações. No primeiro esforço que

fazia, por menor que fosse, o coração voltava a bater aceleradamente e reboar

na cabeça, agitando-me todo. Então procurei ter mais paciência e não me exigir

demais da conta.

Virei-me, observando os arredores e especialmente o gigantesco rosto da

Esfinge e, do lado esquerdo, a forma de um condor.

Aproximei-me subindo por entre as pedras e as matas de espinhos, e vi que

debaixo do rosto de quase 27 metros de altura havia desenhos rupestres com

estranhos símbolos.

Atrás havia uma pitoresca cabana e, entre suas rústicas paredes de pedra,

barro e teto de calamina, buscaríamos refúgio, abrigando-nos da intempérie.

Daquele lugar, que está numa elevação do terreno, dava para ver uma parte do

caminho de acesso e daí percebi ao longe os companheiros que já chegavam

guiados também por um aldeão. Via-se que o ânimo deles também já tinha

diminuído pelo pesado esforço da subida.

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Reunimo-nos todos pelas 5 horas da tarde, aproveitando de imediato para

acampar dentro daquela acolhedora cabana que foi construída na década de

cinquenta pelo Dr. Ruzo.

A temperatura desceu bruscamente de 25°C, que havíamos tido durante o

dia, para uns 10°C e continuou baixando mais. Não tínhamos lenha, nem ramos

secos para queimar e fazer uma fogueira, porém, felizmente, Charlie sempre

precavido, havia levado um fogareiro a álcool e pudemos nos defender do frio e

nos esquentar com a mais deliciosa e simples sopa instantânea que já havíamos

provado em nossa vida. Verdadeiramente a necessidade nos faz valorizar as

pequenas coisas, detalhes e circunstâncias.

O horizonte visto do planalto era um espetáculo maravilhoso, o entardecer

havia tido um pôr do sol com todas as cores e tonalidades possíveis e ali, no

meio de rochas a quatro mil metros de altura, tratamos de nos juntar o máximo

possível, abrigando-nos para conservar o calor.

Pelo esgotamento não tivemos sequer a pretensão de receber comunicação,

sabendo que um bom descanso e alguma alimentação nos colocaria em boas

condições para a manhã seguinte.

Enquanto se repartia a sopa preparada pelo “cozinheiro-chefe” Charlie, vimos

no céu uma nave a grande altitude, que inicialmente confundimos com um

satélite, mas à medida que foi descendo, pudemos ver sua forma discoidal com

três níveis ou pratos unidos, além de uma luz muito potente prateada. O tipo de

nave assemelhava-se à indicada pelos guias como procedente de Xilox

(Andrômeda).

O objeto se deteve por breves minutos e logo tomou direção noroeste,

acendendo e apagando suas intensas luzes. Consideramos este avistamento,

acompanhado por uma estranha vibração, a confirmação de estarmos no lugar

correto, fazendo o que se esperava de nós.

A temperatura caia ainda mais e entramos rapidamente no interior da cabana,

estendendo sobre os plásticos com que cobríamos o solo os sacos de dormir e

os cobertores e dormimos imediatamente. De madrugada ouvimos alguns ruídos

iguais ao de um cachorro que cheirava os restos que estavam em uma bolsa

plástica do lado dos currais, na frente da porta da cabana. Meu irmão acordou,

chamando-nos de imediato, porque os ruídos já tinham se aproximado de um

lado da cabana e parecia que estavam escavando. Agasalhamo-nos bem e

saímos lentamente, levando nas mãos as lanternas. Assim que atravessamos a

porta de madeira, que naquele momento mantinha a barraca, não vimos nada a

princípio, mas, dando uma última olhada, apareceu pelo lado direito, de trás dos

currais, uma luz amarelada como se fosse uma labareda, movendo-se de um

lugar para outro como nos convidando a segui-la para nos distanciar da cabana.

Sentimos temor, porque era algo que se movia sozinho e não era nem efeito

visual, nem reflexo. Do lado oposto materializou-se uma bruma espessa,

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formando uma grotesca figura sem rosto, com a cabeça afundada entre os

ombros, ou talvez sem cabeça, que, em seguida, avançou atropeladamente

contra nós. Fechamos imediatamente a portinha, cobrindo-a com nossos corpos,

sacudidos pelo impacto do golpe desse ser. Umas três vezes repetiu os golpes,

procurando derrubar a entrada e depois rodeou a barraca, golpeando as

paredes.

Apesar de nosso medo, colocamos de imediato em funcionamento nosso

trabalho mental, cobrindo a casinha com uma cúpula de proteção, o que

certamente funcionou, pois o mau cheiro que sentíamos no ambiente e que

acompanhava esta presença foi diluindo-se para desaparecer junto com aquela

entidade.

Aquelas manifestações nos fizeram pensar e comentamos sobre o assédio do

qual havíamos sido vítimas, pois se via que tais seres não se contentariam até

nos causar mal e o que conseguiram foi que, com nossa confiança na proteção

permanente, não nos impôs medo. Por isso os guias nos ensinaram que a única

coisa que devemos temer é nosso próprio medo, porque ele é a nossa

ignorância, insegurança e desconhecimento do poder das forças positivas pelas

quais se supõe que estamos lutando. A confiança cresce com o grau de

identificação que tenhamos com as forças de luz. Nada pode nos causar danos,

sem que nós mesmos lhe tenhamos dado oportunidade para que nos submeta.

Tudo é produto dos estados mentais. E é nesse nível que se dão as reais lutas

das forças espirituais, por isso, chegando a um estado de equilíbrio interior,

convicção e paz podemos nos tornar invulneráveis à ação permanente do

“perseguidor ou enganador”, como queiramos chamar.

As forças negativas sempre atacam enquanto houver possibilidade de nos

fazer cair. Ninguém está, pois, livre de ser atingido, porém devemos ter fé e

confiança, que não é outra coisa senão a garantia de que nunca seremos

provados além de nossas possibilidades de superar as provas. Lembremo-nos,

porém, que na maioria das vezes, essas provas chegarão pelo lado mais fraco,

porque senão onde estariam o mérito e o esforço ao superá-las?

O que ocorreu naquela noite não foi outra coisa senão uma avaliação de

nosso aprumo e segurança, pois quantas pessoas há que, sofrendo todo tipo de

ataque por meio de maldades, sugestões e encantamentos, produto de trabalhos

mentais negativos, não têm capacidade para superá-los? A capacidade de

sugestão e autossugestão do homem é imensa e o poder mental é uma faca de

dois gumes. O desuso, ou o uso indevido da mente, assim como a debilidade da

vontade (superstição), dão oportunidade para a manipulação das entidades

obscuras que se aproveitam de nossos temores e debilidades.

Se uma pessoa por tensão ou estresse é capaz de materializar uma úlcera ou

produzir um infarto no seu organismo, pensemos em tudo que poderia conseguir

se esse poder mental de materialização se colocasse a seu próprio serviço, ou

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se o utilizasse para ajudar os outros. Poderia o homem curar ou curar-se a si

mesmo. Porém, o ser humano se esqueceu de seus potenciais que Deus lhe

deu, na qualidade de dons gratuitos.

O estado de superação se dará quando cada ser trabalhar sua mente a

serviço do que for construtivo e edificante. Em outras palavras, a serviço da

materialização de ideais transcendentes. Recordemos sempre que a luz

resplandece em meio à escuridão e que tudo vibra, nada está quieto ou estático,

tudo se encontra em movimento perpétuo, o que condena irremediavelmente o

homem a evoluir até os planos superiores, embora seu livre arbítrio não faça

outra coisa a não ser atrasar esse trânsito. E ainda podemos pensar que as

entidades negativas sairão algum dia de seu estado de estagnação e chegarão

a se elevar.

A noite passou e com ela o ataque desses seres que encontraram em nós um

momento de debilidade orgânica para nos assustar, vergando nosso

entusiasmo, procurando impedir que percorrêssemos o planalto. Na manhã

revisamos o entorno e não achamos pegada alguma de pessoa ou animal, porém

o que observamos foi o que pareciam ser algumas ranhuras na porta e nas

paredes externas do casebre, realizadas, ao que parece, por um ser de grandes

proporções. Apesar de seu aparente tamanho, não pôde conosco e firmaram-se

a fé e a convicção de que estávamos protegidos. Ao diminuir nosso temor, a

aparição se havia diluído e desaparecido no nada.

Paco Oré, um dos rapazes do grupo, nos relembrou que os Guias haviam

sinalizado que receberíamos comunicação na manhã seguinte ao chegar ao

planalto, por isso nos dispusemos, antes do café da manhã, a fazer os

relaxamentos e concentrações necessários para predispor o contato. Peguei um

lápis e o caderno da mochila, sentei-me sobre o poço de água coberto com

cimento ao lado da cabana. Os Guias imediatamente entraram em contato

conosco e todo lugar parece que se iluminou. Até o ambiente se encheu de um

agradável aroma de flores.

Os Irmãos Mais Velhos referiram-se ao nosso esforço e trabalho, assim como

as provas a que nos víamos submetidos, da seguinte maneira:

“Sou Oxalc. Foi grande seu esforço, porém valeu a pena porque a subida até

esta montanha representa a conquista do topo espiritual em que o essencial é

chegar a vencer-se a si mesmo, perseverando para alcançar a meta. Aquele

cume será alcançado muitas vezes, enquanto exista o compromisso que é viver,

porque atrás do mais alto topo que possam ver, sempre haverá outro maior.

Vocês começaram a desenvolver uma força de vontade férrea que poderá

enfrentar de agora em diante as maiores dificuldades. A Fraternidade Branca

está à espera de superações como as suas, porque isso gera uma energia

renovadora que, somada ao esforço de muitos, garantirá o futuro da Terra.

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Saibam que em cada prova que enfrentam representam simbolicamente a

humanidade. ”

Era necessário que houvesse obstáculos em nosso trabalho, ainda que

fossem muito duros, já que quanto maior a dificuldade no caminho, maior valor

em avançar e maior mérito em conservar-se dentro dele.

Se tivéssemos dado um passo atrás na viagem, se houvessem nos vencido

as entidades negativas, a missão não teria prosperado. Porém nós tivemos fé de

que não seríamos provados além de nossas possibilidades.

A comunicação seguiu dizendo:

“Já sabem como será valioso que desenvolvam a sensibilidade e

especialmente as viagens astrais conscientes, porque elas sempre contarão com

a proteção adequada e porque por meio delas poderão continuar a preparação

em diversos planos. ”

Certamente que foi à luz dessas experiências que trabalhamos intensamente

nas viagens astrais conscientes e dirigidas, projetando-nos além do

inimaginável, sobretudo indo por meio delas a lugares especialmente preparados

para continuar a intensa instrução.

Como sabemos, o ser humano possui sete corpos que, ao longo do ciclo de

encarnações, irão se desprendendo, até finalmente ficar somente com a última

vestimenta, o Corpo Essencial ou Divino, para nos integrar com o Pai/Mãe

Universal, que não é outro senão o Profundo Amor da Consciência Cósmica e

ser uno com Ele.

O Astral é o corpo das emoções e se encontra unido ao corpo físico pelo

Cordão de Prata, à maneira de um cordão umbilical. Seu rompimento marca o

momento da morte física e o fim do corpo denso.

Todos realizamos viagens astrais durante os sonhos, propriamente todos

sonhamos sempre, embora a grande maioria não se lembre das experiências

vividas naquele plano. O plano astral é onde continuamos experimentando

avanços e quedas. Ali estamos antes de nascer, voltamos durante os sonhos e

retornamos ao final dos nossos dias no planeta Terra, quando desencarnamos.

Assim, passamos no astral a maior parte do nosso tempo, o que nos faz perceber

a relatividade da realidade material.

Assim como o ser humano costuma não se recordar de seus sonhos,

tampouco se recorda de suas existências passadas, porque recordar é um

mérito, fruto do amadurecimento e avanço no caminho.

Como poderíamos desenvolver nossa vida atual se paralelamente estivessem

presentes os traumas, ódios e afetos de outras existências? Em compensação,

quando se adquire o estado de consciência espiritual, as lembranças vêm por si

mesmas, existindo na pessoa o reconhecimento do valor de medir o sentido e

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os ensinamentos dessas experiências para não cometer novamente os mesmos

erros.

Devemos ter em conta que somos o produto das existências anteriores e

dizer: “Nunca antes fomos melhores do que somos agora.”. A pessoa avança ou

estanca, porém não retrocede na evolução.

Se um aluno terminar reprovado em um ano da escola, ninguém pensará em

rebaixá-lo para anos inferiores, mas lhe será dada a oportunidade de repetir

todas as vezes que sejam necessárias para passar ao grau seguinte. O Criador

em sua infinita misericórdia outorga a quantidade de encarnações que sejam

necessárias para que cada ser humano possa superar-se.

O mundo astral é a continuação da nossa experiência material diária de

superação, por isso “todos os sonhos são viagens astrais, porém não todas as

viagens astrais são sonhos”. Quer dizer, pode-se fazer um desdobramento astral

sem a necessidade de estar dormindo e isto requer estar muito relaxado, ou ter

muito controle sobre si mesmo e exercícios de concentração que darão a cada

um a prática, a força de vontade e a proteção necessária.

A pessoa que não tem avanço suficiente não recorda suas experiências

astrais, porque existe um véu que impede a memória consciente de guardar

aquelas imagens, apagando-as antes de despertar, ou gravando-as no mais

profundo do subconsciente. Costuma ocorrer que o esquecimento, a criptografia

da vivência se produza imediatamente depois. O que chegamos a recordar

usualmente é a superposição de diferentes imagens de cada um dos sonhos que

tivemos durante a noite, por isso carece de falta de sentido e até consideramos

na maioria das vezes que foi um disparate que não vale a pena guardar. É

importante que prestemos mais atenção aos sonhos e que nos preparemos e

nos disponhamos a ter viagens astrais conscientes, sonhos lúcidos e

recordações exatas. Aprendendo a relaxar e fazendo meditações prévias,

conseguiremos ter mais consciência e mantê-la desperta no sonho, podendo

diferenciar as verdadeiras experiências que costumam confundir-se e misturar-

se com os afloramentos do subconsciente, no exato instante do retorno. Usemos

como exemplo um copo de cristal dentro do qual colocaremos água turva que,

estando em repouso, o barro termina por assentar-se no fundo, clareando a parte

superior, mas se sacudirmos, novamente se turvará e voltará a perder sua

transparência e claridade. Igualmente ocorre na volta do corpo astral ao físico,

quando a memória do que se viveu se turva com o afloramento de temores,

desejos, angústias e outras retenções do subconsciente.

A comunicação referiu-se também a outros temas interessantes, como aquele

em que deveríamos realizar no planalto trabalhos de dermótica, regressões ou

viagens mentais através do tempo para assim nos identificarmos com a história

do lugar, o que fizemos sobre umas rochas perto das ruínas que se encontravam

sobre os penhascos. Pusemos nossas mãos nos muros, concentrando-nos nas

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vibrações do que estava esculpido nas pedras, nos restos de cerâmica e ossos

esparramados nas tumbas ou Kullpis. Nas práticas que nos recomendaram fazer

começamos a absorver uma grande quantidade de informações que estavam

sendo evocadas em nossa mente por meio de imagens.

Em um tempo remoto, o “Altar dos Deuses” compunha todo um complexo

subterrâneo, governado por cinco descendentes das grandes mentes

extraterrestres que haviam se estabelecido no Peru e protegido pelo seu

conhecimento. Sempre se considerou Marcahuasi um lugar sagrado, ao qual as

tribos pré-incaicas, como os Huallas e Huanchos, subiam para adorar.

Posteriormente fariam isso os Incas. Das últimas e anteriores ocupações do

lugar ficou na superfície a recordação das ruínas das cidades dos mortos

(necrópolis), diferentes das casas de uso cotidiano. A superstição mantida até

nossos dias nos diz que os Apus e Guamanes, quer dizer, os espíritos das

montanhas, cuidavam dos mortos, impedindo que descessem para molestar a

população das zonas baixas e nesse caso nos referimos a São Pedro de Casta.

A orientação dos cultos e os costumes nos mostram que se conserva o temor

do retorno dos mortos, por isso os enterros mantêm a intenção específica de

acondicionar as coisas de tal maneira que, provendo o defunto de todos os bens

que gozou na vida, assim se impeça de que ele encontre alguma razão para

voltar e incomodar os vivos. As festas e ofícios para celebrar sua memória

pretendem que os mortos limitem suas possíveis inquietações.

As cidades dos mortos de Marcahuasi eram guardadas pelas pedras

esculpidas, recordação imperecível de um passado ainda mais remoto: a

destruição das galerias subterrâneas de Marcahuasi há mais de dois mil anos,

depois da morte da última mente ou “Ancião de Vara” que coincidiu com um

grande terremoto na área do planalto. Este último ancião encarregou-se de

depositar em uma caverna das redondezas os registros da civilização, ou parte

da história da humanidade, junto com outros elementos ou objetos que, com o

progresso, o homem poderá chegar a encontrar e merecer.

E no resto da comunicação recebemos informações difíceis de aceitar, como

aquela narração na qual nos diziam que os norte americanos não foram os

primeiros a descer na Lua, mas que foram os soviéticos e que isso havia

acontecido meses antes da Apollo 11, no mesmo ano de 1969. Esse ano, uma

nave soviética havia ganhado uma vez mais a disputa com Houston, enviando

três cosmonautas à Lua, aterrissando na face oculta e dali informaram sobre a

existência do que parecia ser uma base extraterrestre. Tempos antes tinham

sido observadas estranhas luminosidades que pareciam próprias de instalações

ou edifícios e, com a aproximação se comprovaria que há muito estavam

abandonadas, porém com uma fatal proteção. O caso foi que um dos soviéticos

morreu em um enfrentamento com os mecanismos de defesa do lugar, enquanto

que os outros dois fugiram e no regresso só um dos tripulantes tinha suficiente

sanidade mental para expor este insólito acontecimento. Essa escaramuça

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obrigou os russos a enviar posteriormente um veículo autopropulsado, chamado

Lunojod, depositado no Mar das Chuvas pelo Lunix XVII, em 17 de novembro de

1970. Este tanquezinho robô tinha um sistema de raio laser que havia sido

enviado como uma clara resposta guerreira. Todavia, sabemos que os

astronautas americanos também conheciam a existência das antigas instalações

da Confederação, que também são citadas por Júlio Verne na sua obra “Da Terra

à Lua”.

Segundo os Guias, foram lançados artefatos nucleares com os módulos de

comando (naves de descida) que orbitavam a Lua, para que se chocassem

contra sua superfície ao iniciar o retorno de cada missão. Com isso não

pretendiam outra coisa a não ser bombardear aquelas instalações, fazendo

desaparecer toda evidência que pudesse afetar os interesses criados e não

como se afirmaram que eram para medir os movimentos telúricos e estratos

geológicos lunares com os sismógrafos instalados pelo Apollo no Mar da

Tranquilidade.

É o temor do desconhecido e a soberba do homem diante da possibilidade de

vida em outros mundos e de outras civilizações que pudessem nos superar que

o levaram a destruir aquilo que não podia medir, nem compreender. Este medo

instintivo e irracional, além da ambição e do egoísmo mesquinhos, impede que

os governos das grandes nações possam chegar a ter contato com os

extraterrestres.

Existem em grande quantidade informes pessoais de astronautas norte-

americanos e soviéticos que confirmam que, durante seus voos orbitais, foram

seguidos por ovnis. O caso mais conhecido, envolvendo a descida à Lua, é o da

Apolo 11, que levou Neil Armstrong e Aldrin a pisar no satélite, em um

acontecimento anunciado mundialmente via satélite e televisão. Porém, foi aqui

que houve minutos interrompidos da transmissão, censurados pela sala de

controle de Houston, porque neles se escutavam os astronautas conversando

alteradamente sobre um acontecimento inesperado, o que posteriormente seria

confirmado em todo mundo por muitos receptores que haviam captado esta

comunicação. Acontece que, enquanto os astronautas trabalhavam perto do

módulo, começaram a se aproximar estranhos objetos que tinham aparecido no

horizonte. Poucos momentos depois, podiam ser vistos com toda claridade, pois

eram como pequenas esferas que, com a curiosidade própria das crianças,

aproximavam-se dos astronautas. Armstrong foi, então, o primeiro que indicou

que, de astronaves em forma de disco que haviam pousado no fundo de uma

cratera, haviam se desprendido luzes. As esferas não eram outra coisa senão o

que comumente chamamos de “olhos de gato”, câmaras robóticas de televisão

que servem para enviar à nave imagens de tudo quando observam.

Por mais preparação que tivessem para enfrentar os imprevistos, já podemos

imaginar a forte impressão desses experientes cosmonautas. Sabe-se que o

astronauta Aldrin teve que ser submetido a um intenso tratamento psiquiátrico

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quando voltou à Terra. Poderia, por acaso, isto estar relacionado com o

acontecimento anterior? Recordemos que foi Armstrong que não somente não

desmentiu as versões sobre os ovnis na Lua, mas as sustentou em muitas de

suas palestras, sobretudo para as organizações que investigam os óvnis e para

as lojas maçônicas às quais pertencia. Na atualidade Armostrong, já

aposentado, encontra-se afastado do programa espacial, como a maioria dos

que participaram das missões Apollo. E muitos deles tiveram a valentia de dizer

a verdade e dedicaram-se à investigação ovni por conta própria, como no caso

de Gordon Cooper.

Também nos disseram que, num futuro próximo, se concretizaria a recepção

do “Livro dos que se Vestem de Branco”, que não é outra coisa senão o “Registro

Akáshico da Terra”, ou o “Arquivo da História Planetária”, do qual teríamos que

extrair os ensinamentos, confrontando-os com os que nos foram dados em

diversas épocas e pelos mais variados meios.

Os Guias nos advertiram para que soubéssemos dar o justo valor às coisas,

já que tudo aquilo que pudéssemos receber por outros meios que não fossem a

comunicação teria um caráter complementar e corroborador das mensagens,

porém jamais o que tivesse chegado por outras fontes poderia fazer com que

descuidássemos das comunicações, que são a forma de trabalho dos grupos de

contato.

A mensagem recebida pela manhã terminava com a afirmação de que, depois

de tudo o que aconteceu, nada poderia surpreender-nos, porém, ao lê-la,

olhamo-nos incrédulos. A comunicação dizia assim:

“E abriremos os meios de informação para que o conhecimento e a mensagem

da Missão Rama (grupo de contato) cheguem a todos aqueles que foram

preparados antes. Não duvidem, nem vacilem, pois, ainda que não

compreendam a magnitude de seu trabalho, este é um compromisso com a

humanidade. Vocês são pequenas peças, como as engrenagens de uma grande

máquina que já foi posta em movimento por sua livre aceitação e com o concurso

de todos os Guias de missão. O resto é só saber terminar o que foi começado.”

Estávamos muito emocionados para soltar algum comentário e, enquanto

cada um pensava no que tínhamos recebido, nos concentramos para organizar

o acampamento e nos preparar para o tão esperado café da manhã.

Pensávamos todos em como poderiam ocorrer as situações mencionadas

pelos guias. Sabíamos de nossas limitadas possibilidades de atrair a imprensa

e da falta de evidências que demonstrassem a veracidade comprovada do nosso

contato. Tudo isso somado a que não conhecíamos nenhum jornalista que

pudesse nos levar a sério ou, pelo menos, que nos concedesse a menor

noticiazinha na imprensa.

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Parecia-nos, então, que seria muito dificil que se cumprisse o que os guias

sinalizavam e prometiam, apesar disso procurávamos não desanimar e nem em

cair em especulações. Devíamos confiar e foi isto o que fizemos.

Durante o café tínhamos muitos assuntos para conversar e que nos levaram

a profundas reflexões. Reanimados pela comida, subimos os poucos metros que

nos separavam do planalto propriamente dito, chegando a divisar o primeiro

conjunto de ruínas, visitando também as “chullpas” ou tumbas, tirando uma série

de fotos do interessante panorama que se abria ante nossos olhos.

Ao terminar os trabalhos de dermótica, feitos quando a manhã já ia avançada,

andamos pelo planalto até o extremo oposto, encontrando em nosso caminho

duas pequenas poças de água putrefata e pestilenta, dos tempos de chuva.

Podia-se perceber que no passado Marcahuasi deveria manter uma série de

lagunas.

No nosso caminho pelo calcinante planalto, ia se sucedendo grande

quantidade de formações pétreas, nas quais a natureza caprichosamente

delineou rostos e figuras, algumas das quais podem ser vistas claramente, sem

nenhum esforço para reconhecer. E há uma boa quantidade delas que

obviamente foram retocadas pela mão do homem. Entre as dezenas de figuras

que detectamos no planalto, nos chamaram especialmente a atenção o Homem

Negro, o Leão Africano, o Sapo, o Camelo, as Focas, o Hipopótamo e do lado

sul, uma inacreditável forma de Gafanhoto, inseto muito temido pelo seu caráter

de predador dos cultivos em diversos lugares do planeta.

Aquela caminhada pelos quase 4 km de extensão de Marcahuasi e por um

terreno muito acidentado, difícil sobretudo pela altura, nos deixou totalmente

esgotados e com falta de água. O sol estava vertical e a temperatura superava

os 27°C, sem sombra em nenhum lugar. Porém no momento em que nos

encontrávamos mais abatidos, concentramo-nos pedindo ajuda e nem bem se

passaram cinco minutos, descendo por umas grandes pedras, no meio daquela

aridez, apareceu uma senhora pastoreando seu gado e carregando em seu

burrinho leite fresco e água, que, com inusitada caridade, compartilhou conosco.

Entendemos que havíamos sido socorridos para que ninguém desmaiasse, pois

ainda se esperava de nós que intensificássemos nosso trabalho de preparação.

Depois de múltiplos trabalhos e avistamentos, iniciamos o retorno, procurando

seguir o caminho que contorna um abismo de centenas de metros para chegar

ao acampamento que se encontrava detrás da Cabeça do Inca. Muitos sentiram

vertigem, porém ninguém desejava continuar suportando os implacáveis raios

solares, por isso nos imaginamos estar já na cabana, como estímulo para chegar

e descansar. Já no lugar, preparamos o almoço e o desfrutamos, abençoando

antes os alimentos. Todo alimento pressupõe uma comunhão, por isso vimos a

necessidade de redescobrir a ação de graças que confere ao momento de comer

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sua justa dimensão de ato sagrado que nos diferencia dos demais seres da

natureza.

Nos vegetais a consciência de acha transferida para os elementais ou seres

sutis que mantêm uma estreita interdependência com eles, por isso ao colher o

fruto de uma árvore ou de uma planta deveríamos pedir algo assim como uma

autorização ou permissão a essas entidades e ao vegetal, porque lhes

arrancamos parte do seu ser. Além disso, sabemos que os vegetais ostentam

uma nobreza tal que, por meio dos elementais são conscientes de que, ao serem

comidos e integrados ao nosso organismo, cumprem um papel, um sentido que,

por sua vez, permite-lhes ascender em sua evolução, pois se unem a nossa

corrente sanguínea, fazendo-se um conosco.

Porém, o ato de agradecer ainda vai mais além, pois considera que, tendo o

homem os atributos de razão e livre arbítrio, é capaz de ser consciente de que

só o fato de ter alimento e poder desfrutar dele, já é uma benção.

Por tudo isso, a alimentação é mais do que cumprir uma necessidade

fisiológica. É um processo de integração e transformação de elementos e

energias em nosso corpo, que nos dá a vitalidade necessária para perpertuar as

condições da existência material, para que possamos cumprir voluntariamente a

missão que nos atribuiu a vida.

Uma vez mais, insisto nisso, nada nos separaria dos animais quanto à

satisfação das necessidades orgânicas, se não houvesse a distância que dão o

discernimento e a vontade para saber escolher os alimentos adequados e a

atitude com que os ingerimos. As formas não diferenciam o homem do animal e

comer com utensílios e sobre uma mesa não quer dizer nada, mas importa o

nível de consciência do que se faz e do seu por quê. Desde a antiguidade

diversos povos abençoam os alimentos, porém cada um faz isso obedecendo a

suas próprias inclinações, seja por superstição, intuição ou respeito. Assim, para

alguns era aconselhável oferecer aos deuses os alimentos que se consumiam,

ou primeiro fazer alguma inclinação diante deles para solicitar que o céu fosse

propício e não degenerasse esta comida em uma indigestão ou algo pior. Muito

compreensível isto em épocas em que não existiam medicamentos preventivos

e não valia a pena correr riscos, ainda que não se tivesse muita fé.

É realmente muito curioso que seres tão avançados como os Guias

Extraterrestres, cuja civilização deve ter superado muitíssimos esquemas,

preconceitos e ritualismos a que nos submete o costume, ou a ignorância, deem

tanta importância a detalhes aparentemente triviais e a coisas tão simples,

cotidianas e rotineiras, porém, isso é bastante compreensível quando eles

mesmos insistem que tratemos de fazer com que cada dia em sim mesmo

alcance sua própria realização e que valha a pena de ser vivido.

Depois de haver suportado uma forte temperatura durante o dia, a chegada

da tarde trouxe uma violenta queda. Cobrimo-nos de imediato com todo agasalho

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que havíamos levado, porém ainda assim muitos tremiam de frio. Fizemos,

então, exercícios de respiração e relaxamento, enquanto a tarde dava lugar à

noite.

Em meio a um colorido entardecer, apareceram dois objetos brilhantes no céu.

Seu tamanho parecia o de bola de ping-pong, um vinha do Leste e outro do

Oeste. Parecia que iam se chocar pela velocidade com que voavam, porém,

pouco antes de se encontrarem, ambos baixaram a velocidade quase ao mesmo

tempo, ficando um ao lado para que o outro passasse com tranquilidade. Então,

novamente aumentaram a velocidade e acenderam sua luz com o dobro de brilho

sobre nós.

Todos nos sentimos muito contentes por aquilo que tomamos como uma

confirmação do nosso trabalho. Agora sabíamos que estavam perto e o ambiente

refletia a harmonia que havia entre nós. Então nos dispusemos a receber

comunicação.

Em nova mensagem, os Guias nos falaram de um Mestre que nos

acompanharia em uma viagem astral consciente, por isso deveríamos nos

preparar para realizá-la. Fizemos um relaxamento profundo e em pouco tempo

estávamos fora de nossos corpos, olhando uns para os outros. Pude observar

então que a única pessoa maior de idade do grupo, Eduardo Elias, não havia se

desdobrado porque sobre ele se via claramente uma gigantesca mão que o

puxava para baixo, impedindo-o de sair. Depois ficaríamos sabendo que ele

praticava o espiritismo, o que lhe ocasionava o permanente assédio de entidades

espirituais de baixo nível.

Nós que conseguimos sair viajamos guiados por aquele personagem ancião

que, como se tivesse estado nos esperando desde sempre, aguardava nossa

saída para dirigirmos a 30 km ao norte, até o interior de uma caverna em um

penhasco. Vimos que ela se encontrava em uma montanha a uma regular altura

e que estava iluminada por uma luz esverdeada. Dentro dela se amontoavam os

“Anais da Humanidade”. O arquivo era formado por dezenas de placas metálicas

de uns 40 cm de comprimento por 20 cm de largura, todas elas gravadas de um

só lado, como uma espécie de hieróglifos ou ideogramas, que segundo nos

disseram são extratos do Registro Akáshico” da Terra e só podem ser

interpretados com o uso dos Cristais de Césio, aquelas duas pirâmides

materializadas e integradas em nosso corpo, sobre os quais já falei

anteriormente. Assim, são os cristais os tradutores do que os Guias chamam de

“O Livro dos que se Vestem de Branco”.

Sabemos que tudo vibra, que tudo está em movimento, produzindo uma ação

e uma reação, causa e efeito, uma impressão de acontecimentos que ficaram

gravados como vibrações etéreas com as quais uma pessoa clarividente poderia

sintonizar-se e ler, se deseja esquadrinhar a verdadeira história. Ao nosso redor

há um cinturão magnético (Cinturão de Van Allen), que funciona como uma fita

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de vídeo e áudio, onde tudo fica gravado, tudo o que foi realizado, dito e até

pensado. É, portanto, a fonte inesgotável da memória cósmica. Encontramos

nesses anais toda a experiência humana, com suas diversas etapas e

civilizações, mas não só neles se encontram o passado e o presente, como

também vai mais além, registrando alguns momentos muito intensos do futuro,

programados por nossas atitudes passadas e presentes. Um exemplo disso

vemos em nossa vida quando sonhamos coisas que depois de um tempo se

cumprem com detalhes, verdadeiras revelações do futuro, e que sorrateiramente

se apresentam como querendo familiarizar-nos com nossos potenciais

adormecidos ou como precaução e aviso. Poderia também se pensar que os

sonhos proféticos ou premonitórios, ao serem lembrados, trazem consigo a

intenção de parte das Hierarquias Espirituais de estimular a pessoa para que

encontre o caminho correto que a leve a realizar o plano que recai sobre cada

ser, cumprindo as expectativas de sua missão pessoal.

O interior da caverna era tão brilhante que podia cegar qualquer um. O

ambiente estava saturado de um cheiro de violetas e ao fundo se escutava um

zumbido parecido com máquinas. Se viam ali objetos muito variados de cristal e

outros de um metal muito polido que, segundo referiu o ancião, pertenceram a

humanidades anteriores, hoje desaparecidas. Algumas dessas máquinas eram

tão perigosas que só alguém muito equilibrado e puro de sentimentos poderia

colocá-las em funcionamento a serviço da humanidade.

Naquele depósito havia muitos livros que durante a invasão comunista foram

resgatados das Lamaserias do Tibete, dos Templos da Índia e dos Monastérios

Medievais e também ali se achavam cascas de árvore gravadas do tempo dos

Maias, dos Incas, assim como pergaminhos e papiros da desaparecida biblioteca

de Alexandria. Todo esse conjunto de informações, além das placas, seria

devolvido ao homem quando ele estivesse preparado para assimilar seus

próprios erros e superá-los definitivamente de forma pessoal e coletiva.

A entrega da informação do Livro dos que se Vestem de Branco assegurará

a passagem da humanidade para a Quarta Dimensão, porque este

conhecimento liberará aqueles que o receberem e souberem administrá-lo do

estado atual de ignorância e dependência do erro

Os grupos de contato servirão de ponte para recepcionar parte daquele Livro

ou Registro, no tempo que a Grande Fraternidade Branca determinar. E aquele

que foi chamado para esta missão, por mais que se perca, mais de uma vez

voltará e no final cumprirá o compromisso que livremente assumiu em vidas

anteriores, porque a eleição dos integrantes foi correta, porém, nem todos os

que estão, “são” e nem todos que são, “estão”.

Ficamos muito impressionados com tudo que havia ali, então o ancião nos

pediu que o seguíssemos e continuou conversando conosco normalmente.

Descemos a escada até uma mesa que parecia de mármore onde nos mostrou

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em uma lâmina de metal, provavelmente de prata, os simbolos que identificariam

nosso trabalho e suas etapas.

Ele nos disse:

“Chegará o tempo em que cada um recordará como foram chamados para

formar o grupo de contato. Cada um logo saberá seu caminho de chegada. ”

Comentou conosco muitíssimas coisas com relação ao plano da missão de

contato, dos seres que estão tutorando o processo, dos que seriam chamados

para realizá-la e como funcionaria tudo em um nível vibratório que ativaria e

despertaria muitos.

Depois disso, o ancião nos apertou as mãos, despedindo-se de nós e nos

deixou, entrando ainda mais no interior da caverna, enquanto a luz em todos os

lugares variava de intensidade. Compreendemos, então, que a experiência tinha

chegado ao fim e que deveríamos retornar.

Nem bem tínhamos pensado isso, um forte redemoinho nos apanhou, um

turbilhão que nos deixou tontos e quase imediatamente abrimos os olhos.

Estávamos no planalto, onde tínhamos iniciado a experiência.

A noite estava muito fria, porém pouco a pouco fomos nos recuperando da

tontura da experiência. E para nos recuperar, preparamos um pouco de chá com

a ajuda do pouco combustível que ainda restava no fogareiro. O céu estava

especialmente claro e assim que nos recompusemos com a bebida quente, nos

aventuramos a dar uma última caminhada pelo planalto, já que no dia seguinte,

sexta-feira, 22 de agosto, empreenderíamos a viagem de volta a Lima.

Uma hora mais tarde nos deitamos. Era relativamente cedo, sobretudo se

considerarmos a hora para pessoas da cidade como nós. Felizmente, todos

pudemos dormir muito bem, apesar dos desconfortos do terreno, do frio e da

altura. Pela manhã, depois do café com os últimos mantimentos que nos

restavam, e que não eram muitos, levantamos acampamento e demos uma

última olhada nas figuras de pedra que se agrupavam a nosso arredor.

Pensávamos em quanto tempo demoraríamos para voltar naquele lugar e,

sobretudo, quantas coisas teriam que ocorrer para que voltasse pelo menos um

de nós preparado para cumprir o que foi estipulado.

O retorno também teve suas peripécias, pois logo que havíamos chegado ao

povoado de San Pedro de Casta para pegarmos o carro, tivemos a surpresa de

que não tínhamos gasolina, nem no carro, nem no povoado. Durante algumas

horas tivemos que negociar para que um caminhoneiro nos vendesse gasolina

suficiente para chegar a Huinco, coisa que conseguimos depois de muito

negociar.

Na descida o perigo espreitava a cada momento, já que havia caminhões

subindo por aquele pequeno caminho, o que exigia que descêssemos no abismo

para deixá-los passar.

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Quando parecia que tudo havia sido superado, Eduardo, que estava ao

volante dormiu por alguns segundos e o carro ficou suspenso no precipício com

uma roda no vazio. Com essa experiência nos curamos de vez da tontura, porém

conscientes de que as forças negativas não cessariam o seu empenho para nos

destruir e evitar que chegássemos a realizar nossa missão.

Depois de várias horas chegamos a Lima. Já em casa nos deparamos com

uma agradável surpresa que confirmava o apoio que os Guias nos dispensavam.

Nosso pai, no mesmo dia em que iniciamos nossa aventura em Marcahuasi,

havia se encontrado na rua com o representante da agência de notícias EFE em

Lima, Enrique Valls, um jornalista catalão que lhe perguntou se tinha alguma

notícia fresca sobre o tema Ovni que quisesse compartilhar com a agência. Meu

pai aproveitou para confiar a ele os pormenores do que sabia sobre nosso

contato e sobre a viagem a Marcahuasi, despertando tanto interesse no jornalista

que colocou tudo por escrito em uma nota para a imprensa, que foi retransmitida

à Espanha.

A notícia teve tanto impacto na Espanha que a Agência de notícias EFE se

comunicou com seu correspondente em Lima e lhe perguntou sobre a seriedade

da notícia. Don Enrique garantiu a pessoa de meu pai e, confirmando os

detalhes, encarregou-se de difundi-la em nível mundial. A notícia dizia o

seguinte:

“Cinco jovens peruanos mantêm contato com seres extraterrestres no

planalto de Marcahuasi.

Como clímax de um processo de contato, cinco jovens peruanos partiram para

Marcahuasi, altiplano situado a 70 km da cidade de Lima, capital do Peru. Este

planalto está a uma altura de 4.000 m e permaneceram ali por vários dias para

estabelecer comunicação com os tripulantes de um Ovni procedente de

Ganímedes, o maior dos satélites de Júpiter, revelou ontem ao EFE o Presidente

do Instituto Peruano de Relações Interplanetárias, Senhor Carlos Paz Garcia. ”

A agência EFE encomendou a tarefa de verificação a Juan José Benítez,

jornalista experiente, de reconhecida objetividade, da “Gazeta do Norte” de

Bilbao, Espanha. Ele chegou a Lima e nem bem deixou as malas no hotel, dirigiu-

se imediatamente à casa de meu pai no distrito de limenho de Barranco. O

endereço que levava na mão ajudou-o a chegar em um táxi que pegou no centro

da cidade.

Benítez estava entrevistando meu pai na sala de casa, quando chegamos com

nossos equipamentos, todos empoeirados e cansados. Nem bem entramos pela

porta, meu pai saiu acompanhado de Benítez para nos dar boas vindas e

apresentar-nos ao homem da imprensa. Tanto meu irmão como eu, ficamos tão

entusiasmados que pegamos de imediato a pasta com as mensagens. Porém

Benítez não entendeu o que queríamos dizer, quando contamos a ele que sua

presença cumpria com as indicações e previsões dos extraterrestres,

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demonstrando que tudo havia sido preparado para que obedecesse a um plano

de desenvolvimento da missão de contato e que ele tinha sido enviado para

realizar parte desse trabalho específico.

Depois de nos assegurar que não negava a possível existência de seres de

outros mundos e da possível vinculação deles com alguns seres humanos,

negou enfaticamente de que tivesse vindo da Espanha por outra razão que não

fosse o interesse da agência de notícias pelo que supostamente estava

acontecendo ali conosco.

Como insistíssemos com ele e procurássemos explicar-lhe toda nossa história

de evolução do contato até este momento, ele nos disse:

- Se é certo que estes seres querem que sua experiência de contato seja

conhecida e que ela é verdadeira, por que não pedem que deem a única prova

que até agora ninguém deu? Fotografias são facilmente falsificadas, há muitos

testemunhos, mas nunca de testemunhas imparciais, objetivas e consideradas

sérias, na presença de jornalistas, em um encontro programado com data

marcada. Isso seria realmente útil e importante. ”

Como nos havia pedido que consultássemos sobre a possibilidade de um

avistamento combinado, a pergunta foi feita em uma psicografia e o Guia Kulba,

do sistema da estrela próxima de Centauro, respondeu marcando com o grupo

o dia 7 de Setembro, às 19h30 para um contato que se daria às 21h, com as

seguintes pessoas, que deveriam assistir: Eduardo, Mito, Sixto, Charlie, Juan

José Benítez, Berta, Lilian, Ana Maria, Paco e aqueles que considerássemos

aptos (porém não mais do que três pessoas).Quem recebeu a comunicação foi

meu irmão Charlie. Uma mensagem transcendental e comprometida com o

futuro da missão do contato, que em caso se confirmar-se, nos abriria as portas

da difusão da informação em nível mundial como haviam dito os Guias, ou caso

contrário, terminaria por fechá-las para sempre.

O jornalista ficou assombrado com a facilidade com que nos comunicávamos,

embora não tenha se impressionado nem um pouquinho com seu conteúdo,

porque, como confessaria depois, estava completamente cético. Suas dúvidas

eram compreensíveis devido a que nossas comunicações eram

despretensiosas, algo demasiadamente comum e simples, o que o fazia pensar

no absurdo e irreal de uma possível experiência física. Dissemos-lhe, então, que

entendíamos e que não o culpávamos por pensar assim, mas que suas dúvidas

seriam resolvidas como as nossas tinham sido durante a saída.

Desde que começou a experiência de contato, os Guias extraterrestres, ou

Irmãos Mais Velhos, nos fizeram saber que esta era uma experiência

compartilhada e repartida. Que, como grupo, haveria o cuidado para que as

antenas receptoras fossem muitas, porque assim cada um receberia uma parte

do todo, sem criar dependências e a soma das partes, isto é, o

compartilhamento, nos permitiria alcançar a totalidade.

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Durante as entrevistas que Benítez fez, ele tomou as seguintes informações:

- BENITEZ: Por que os extraterrestres nos visitam e que provas existem da

sua presença?

- CHARLIE: Pelos inúmeros casos registrados em todo o mundo, vividos pelas

mais diversas pessoas, podemos afirmar que somos visitados por muitas

civilizações diferentes e com as mais variadas intenções. Prova disso são as

evidências que, servindo-se da arqueologia e das religiões comparadas, podem

ser reunidas com uma análise desapaixonada, objetiva e com amplitude de

critério e que nos falam de sua presença ao longo das idades. Igualmente, em

uma visão retrospectiva da história da origem dos diversos povos e suas lendas,

encontramos a atuação inusitada e a influente intervenção dos comumente

chamados deuses, anjos, ou mesmos mensageiros celestes, cujas descrições

atualizadas se encaixam e se relacionam facilmente com as de viajantes

espaciais. Nem todos os planetas são habitados e nem todos oferecem

condições de vida, porém, aqueles que têm condições, são sim habitados. Não

necessariamente todos são habitados por seres superiores ao homem. Não há,

pois, raças superiores, mas processos diferentes e diversas civilizações

atravessando seu próprio episódio evolutivo. Encontramo-nos em um espaço

vastíssimo de milhões de galáxias, que não é silêncio, obscuridade e solidão,

muito pelo contrário, é um tráfego fantástico de ondas de diversas frequências,

de naves das mais diversas formas e procedências (tripuladas e não tripuladas),

também de aerólitos, meteoritos, cometas. As civilizações que chegam a

alcançar a Terra, ou que se detêm nela – porque deve haver muitas que

passarão ao largo, evitando-nos, talvez por razões de segurança e precaução –

algumas vêm por investigação científica e fazer experimentos, levando toda

sorte de espécimes. Outras chegam buscando lugares de assentamento de

futuras colônias. Algumas em uma situação mais desesperada, usam de

engenhosidade para se mesclarem com o gênero humano, assumindo

semelhanças físicas que lhes permitam passar despercebidos para sobreviver.

Há civilizações que utilizam nosso planeta como uma grande pedreira ou como

depósito, levando posteriormente, grandes quantidades de minerais que extraem

do interior da Terra, escavando inúmeros túneis nas montanhas, levando assim

aquilo a que não teríamos acesso em muito séculos. Não é estranho que esses

túneis existam perto de lagos, onde continuamente se veem ovnis submergirem,

ou também no mar. Pelos contatos fomos informados que muitas destas

civilizações instauraram um sistema de permuta, mediante o qual pagam os

materiais extraídos com o estabelecimento de grandes extensões de cultivo no

fundo marinho, assegurando com isso a sobrevivência da fauna submarina, que

o homem está condenando à extinção, porque está convertendo os mares em

grandes lixeiras de dejetos atômicos e em grandes latrinas. Além disso, limpam

grande parte da atmosfera da excessiva contaminação e radioatividade, assim

como sucata espacial e interceptam alguns grandes meteoros com risco de

colisão.

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Os visitantes, Guias ou Irmãos Mais Velhos, ou como os queiramos chamar,

representam uma parte daqueles planetas que nos visitam, porém com

intenções que vão além da mera observação, já que o fazem por razões de

parentesco e de solidariedade com o momento que o ser humano está

atravessando. Interessam-se pelo curso dos acontecimentos aqui na Terra, com

o conhecimento de causa que lhes outorga o fato de ter passado por

experiências similares e ter sobrevivido aos seus erros. Eles nos estendem as

mãos com clara atitude de ajuda desinteressada.

Ao que meu irmão havia falado, acrescentei o seguinte:

- SIXTO: Sim, vêm desde sempre. Com certeza que você pensará, então por

que não mudaram aqui as coisas para o bem, ou então, será que fracassaram

no seu trabalho de orientação? Eu lhe direi que respeitam nosso livre arbítrio e

por isso têm intenções pacíficas. Porque se tivessem querido nos fazer mal, não

teriam esperado que desenvolvêssemos o armamento atômico que temos hoje

em dia com o qual poderíamos enfrentá-los. Teriam aproveitado o século

passado quando ainda lutávamos com espadas e mosquetes.

Os exércitos das grandes potências temem os ovnis e se sentem humilhados

pelo esbanjamento de tecnologia que ostentam, porque comparados com eles

não são nada. Se nós tivéssemos a capacidade que eles mostram, há muito

tempo teríamos nos lançado em um plano de conquista cósmica, muito longe da

atitude que os extraterrestres mostram. Também referente a isto poderia surgir

a pergunta: se desejam nos ajudar por que não fazem de forma mais aberta ou

com alguma ajuda tangível, entregue aos governos das grandes potências? A

resposta é muito simples: primeiro porque os governantes são os que colocaram

o mundo na situação em que se encontra, satisfazendo os interesses criados

que apoiaram a sua chegada ao poder. Assim não lhes interessa realmente que

o mundo melhore porque isso iria contra seus próprios planos. Mesmo assim,

uma grande porcentagem dos cientistas do mundo dedica-se à fabricação de

armamentos cada vez mais sofisticados e mesmo uma boa parte das intenções

dos países está concentrada nisso. Com todos esses recursos materiais e

humanos, não somente poderiam erradicar a fome no mundo, mas também

poderiam avançar a ciência em função do homem, criando as condições para

uma vida mais digna, igualitária, humana, saudável e longa. Vemos que o

homem tem os meios de sair de onde se encontra, construindo seu próprio

futuro, porém não reage, então os extraterrestres não devem fazer por nós aquilo

que é nossa responsabilidade, porém há prazos que se cumprem

inexoravelmente. Temos que entender que a crise do homem não é uma crise

econômica, nem social, muito menos cientifica, mas é uma crise ética, de

valores. Chegamos a uma ausência total de humanismo e amor ao próximo, que

faz com que tudo o que alcançamos não só não nos ajuda, mas nos estorva e

prejudica.

-BENITEZ: “Por que o contato se dá com gente simples e comum? ”

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-SIXTO: “Como dizíamos, porque gente comum é a grande massa humana

que não tem por que pagar pelo egoísmo de uns poucos. Por isso, a mensagens

de contato é para toda a humanidade, liberando-a do estado atual de opressão

em que a submergiu a ignorância, preparando-nos para que superemos

conscientemente a prova da qual nos aproximamos a passos largos e que será

absolutamente definitiva e definidora.

A presença extraterrestre pode produzir experiências ou encontros casuais

que não seriam mais do que um contato fortuito que dificilmente se repetiria.

Porém o que nós procuramos é um contato induzido e programado, para o qual

devemos nos preparar, o que não só nos permitirá consegui-lo, mas também nos

ensinará a mantê-lo, porque dele podemos aprender e compartilhar muito.”

-BENITEZ: “E de onde vêm os visitantes espaciais, se as sondas negam toda

a possibilidade de vida no Universo próximo à Terra?”

-SIXTO: ”Vêm de Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, entre nossos mais

próximos vizinhos e de estrelas como Alfa Centauro, Cão Maior, Plêiades, Órion,

etc. Ainda que em muitos de seus planetas se saiba que não existem condições

similares às da Terra, e mais ainda, até se consideram adversas, recebemos

contínuas visitas destes lugares, já que sua avançada tecnologia lhes permitiu

instalar-se em colônias de vida artificial. Façamos uma comparação para que

tudo isso seja mais esclarecedor: pensemos na Terra. Aqui em nosso planeta há

países e lugares onde a civilização se encontra à beira do século XXI e em outras

por contraste, como na África, na Austrália e na Amazônia, existem centenas de

milhares de seres humanos em plena idade da pedra.

Encontramos neste Universo interior que é nosso planeta seres humanos que

vivem o tempo todo a dezenas de graus abaixo de zero no Polo Norte, em meio

a uma fauna composta por ursos, focas, baleias. Os beduínos do deserto vivem

em altas temperaturas, adaptados e acostumados ao Saara, onde, em condições

normais não seria qualquer pessoa que poderia sobreviver. Se nesses lugares

que citei baixasse uma sonda espacial como aquelas que os Estados Unidos ou

a Rússia enviam a outros planetas, confirmaria a impossibilidade total de

existência humana. E mais, se a sonda se mantivesse somente na estratosfera,

como costumam fazer, produziria também informação negativa a respeito das

condições de vida em nosso próprio planeta, já que em determinada altura da

atmosfera faz muito calor e um pouco mais abaixo faz muito frio.

Argumenta-se frequentemente que as possibilidades de vida nos planetas

dependem da proximidade a sua estrela e isto não é o correto, já que quando

subimos a uma montanha supõe-se que estejamos mais próximos do Sol, e

quanto mais alto subimos, mais frio sentimos e, pelo contrário, quanto mais

longe, sentimos mais calor. Outro exemplo muito importante é sobre a órbita que

a Terra descreve ao redor do sol, em forma de elipse ou parábola. Quando

estamos indiferentemente mais próximos ou mais distantes, sempre em uma

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região da Terra há inverno e em outra há verão e nunca quando estamos mais

próximos ou quando estamos mais afastados o verão é mais quente ou o inverno

é mais frio, o que nos demonstra que não é a proximidade do Sol que produz

mais ou menos temperatura ou condições de vida, mas a composição de gases

da atmosfera e a incidência de raios solares sobre ela. Por isso, se em nosso

planeta há tanta variedade de raças, tamanhos, progresso e outras diferenças,

como será no espaço infinito onde se considera que devem existir umas cem

bilhões de galáxias, cada uma com centenas de bilhões de estrelas e planetas?

Os extraterrestres que se comunicaram conosco vêm especialmente de

Ganimedes, Vênus e Alfa Centauro, enviados aqui pelo Governo da Galáxia que

conhecemos como Via Láctea. Esse conselho é conhecido como a

Confederação de Mundos da Galáxia, ou dos Vinte e Quatro Anciões.”

-BENITEZ: “O que dizem os extraterrestres a respeito do fim do mundo?

Haverá uma terceira guerra mundial? Quando ocorrerá tudo isso? ”

-SIXTO: “O mundo não vai se acabar, mas se transformar, chegando a uma

metamorfose que levará o homem a um estado de transição até a quarta

dimensão. Será esta uma etapa de definição em que se radicalizarão os

extremos e somente aqueles que se mantiverem equilibrados, privilegiando o

sentido comum e o humanismo, conseguirão superá-la. Todas as religiões nos

falam de um julgamento, de uma autosseleção, precipitando-se o tempo em que

a humanidade deverá se render a um exame coletivo. Sabemos que parte dela

será aprovada nestas provas, mas o restante seguirá vinculado a um ciclo

indefinido de encarnações em outros planos similares à Terra antes de sua

mudança. Essas pessoas deverão aguardar que voltem a acontecer as

condições e a oportunidade de transcender. Segundo o previsto pelos

extraterrestres, não haverá uma terceira guerra mundial, já que nem mesmo

saímos da segunda, nem de todas as que estamos arrastando há mais de cinco

mil anos, que estão sendo atiçadas ou provocadas pelas grandes potências em

terreno neutro. Porém o que pode ocorrer é que pela quantidade de armas que

foram criadas e por todo o negativismo que foi despertado, fruto do egoísmo do

homem e de sua desmesurada soberba, se chegue a provocar um acidente

nefasto. Quer dizer, há cada vez mais probabilidade hoje que tudo se volte contra

o próprio homem, determinando a destruição do sistema atual que se esqueceu

dos valores, pisoteados a todo momento. A chegada de um grande cometa ou

aerólito poderia precipitar as coisas, já que só de roçar nosso planeta ou se

chocar com ele, como já ocorreu na antiguidade, nos afetaria violentamente.

Também se esperam transformações geradas pela radiação do Sol Central da

Galáxia, que de tempos em tempos chega com mais intensidade, afetando nosso

Sol e acelerando as convulsões do planeta. E com a mudança brusca no eixo e

nos polos, as armas que se encontram ativadas em seus arsenais atômicos

poderiam terminar por detonar-se sozinhas, ali onde se encontram. Isto

significaria que, para as grandes potências, o “tiro sairia pela culatra”

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-BENITEZ: “Então não há esperança? ”

-CHARLIE: “Com certeza há, porém custa mudar a mentalidade de tanta

gente. Nisso consta a nossa missão, que é conscientizar a humanidade para a

mudança, despertando seus potenciais adormecidos para alterar os

acontecimentos e informar sobre o futuro que nos aguarda e o apoio que nos

oferecerão os Guias, fornecendo não só grandes naves que previnam a

destruição total e, no caso remoto de haver necessidade, assegurando um

resgate. Se se tratasse só de preservar parte dos homens com os mesmos

defeitos que temos hoje, voltaríamos em pouco tempo a cometer os mesmos

erros, por isso, devem ser homens que aprenderam hoje a ser novos, em meio

à adversidade e ao negativismo para que, quando ocorrerem as melhores

condições para começar de novo, não se espere até este momento para mudar,

mas que já tenhamos nos preparado antes.

Por fim chegou o dia da saída para o contato programado. Benítez se

preparou bem para ir conosco, por isso acompanhou o grupo que partiu para a

saída. Meu irmão conduziu muito bem a experiência até que, como os Guias

disseram, apareceram duas naves fazendo uma série de piruetas que

assombraram especialmente o racionalista e objetivo jornalista, que estava ali

em representação do mundo, sedento por provas.

Para Benítez eram dois ovnis fazendo evoluções um em torno do outro,

enquanto que para nós eram Veds (veículos extraterrestres dirigidos),

acompanhando a noite com seus movimentos e contundente presença.

A descrição fidedigna e o testemunho que confirmam a autenticidade do

contato aparecem descritos no livro que, em seu regresso, Juan José Benítez

publicou na Espanha pela Editorial Plaza y Janés, de Barcelona, chamado

OVNIS, S.O.S À HUMANIDADE.

Com aquela saída nosso grupo passou a ser o primeiro contato demonstrado

e o único que permitiu a participação de membros da imprensa. Os Guias sempre

cumprem com a sua parte e o fazem bem, por isso sempre nos advertiram que

jamais prometeríamos nada, nem deixaríamos que se criassem expectativas, já

que as experiências e momento de contato não estão sujeitos à nossa vontade,

mas à daqueles que planejaram isto há muito tempo, sabendo melhor que nós

quando, como, onde e do que necessitamos para nos manter avançando firmes

em nossa convicção.

A responsabilidade havia sido esmagadora, porém os rapazes responderam

à altura das circunstâncias, com apoio dos Guias. Era evidente que até o

jornalista havia sido escolhido como portador autorizado e honesto daquela

vivência, por sua qualidade humana.

Durante todos esses anos Juan José Benítez soube manter essa sinceridade,

honradez e integridade que o caracterizavam, convertendo-se em um dos

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principais investigadores e difusores do fenômeno Ovni na Espanha e no mundo

inteiro.

O relato do que foi vivido naquela noite de 7 de setembro de 1974 deu uma

grande popularidade ao grupo, já que a imprensa havia sido testemunha de

acontecimento insólito e único, programado com antecipação pelos seres

extraterrestres que haviam se disposto a isto como parte da Missão de despertar

a consciência na adormecida humanidade.

Em seu retorno à Europa Benítez conversou em diversas ocasiões com os

reis da Espanha, os quais desde o primeiro momento demonstraram verdadeiro

interesse em sua experiência, dando crédito a seu relato. Os artigos que

apareceram naquele tempo nos diários da Espanha provocariam posteriormente

que se aproximassem de nós delegações da televisão japonesa, argentina,

espanhola, para filmar uma série de programas.

A difusão mundial cresceria em um ritmo tão acelerado e incontrolável, que

toda tentativa de organizar nosso trabalho para orientar as pessoas que nos

escreviam ou visitavam era infrutífero e experimentamos muitos sistemas de

organização que não chegaram a durar muito tempo. Em países como a

Espanha chegaram a se formar mais de seiscentos grupos de contato, dispersos

por todo o território, porém mantendo uma unidade de propósito que superou,

desde o primeiro momento, os regionalismos típicos.

No ano seguinte Benítez regressou ao Peru em companhia de outro jornalista

da Agência EFE, Manuel Mújica e ambos assistiram com o grupo um novo

encontro programado, porém desta vez em uma praia ao norte de Lima, onde se

deu um novo avistamento anunciado para a imprensa, do qual surgiu outro livro

de Benítez, intitulado: CEM MIL QUILÔMETROS EM BUSCA DOS OVNIS.”

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CAPITULO 6

DENTRO DA NAVE

“O elo perdido procede das estrelas.

Os seres de outros mundos são nosso passado,

e nós em certa medida,

somos seu futuro...”

Foi preciso que se passassem doze anos antes que eu pudesse subir

fisicamente, em 18 de abril de 1986, no interior de uma nave deles. Dias antes,

em 9 de abril de 1986, minha esposa Marinita estava em casa fazendo umas

anotações em um caderno do Colégio de Yearim, a mais velha das minhas filhas,

quando sentiu um impulso muito intenso de escrever uma mensagem que

canalizou no próprio caderno. Ela mesma se surpreendeu ao ler o conteúdo da

psicografia que aconteceu em um momento em que sua mente estava

completamente alheia à ideia.

A mensagem dizia:

“Diz a Tell-Elam (Sixto) que o esperamos sexta-feira, 18 de abril às 20h30, em

Santo Domingo de los Olleros (um deserto ao sul de Lima), para um encontro

conosco. Poderá acompanhá-lo o casal Santos, mas somente se eles

desejarem. Com amor Oxalc”.

Imediatamente minha esposa pegou o telefone para me chamar no trabalho e

informar-me do que tinha acontecido. Quando ouvi, fiquei estupefato, pois fazia

uns meses que vinha se repetindo no meu interior um convite para um encontro

que, por diversas razões, nunca quis traduzir em uma mensagem escrita e nem

havia comentado com ninguém. Aquilo era uma confirmação de que o que sentia

era real. Mas não podia me precipitar. Apesar de que internamente reconhecia

a veracidade do conteúdo da recepção, preferi esperar e agir com cautela.

- Marinita, fico feliz por você porque, desde 1977, não recebe mensagens! –

disse-lhe, mostrando meu apoio.

- Obrigada! - respondeu ela pelo telefone. - Mas você sabe que deixei de

receber comunicações faz tempo por medo dos mentalismos. Considero que

esta canalização seja algo muito sério e não se pode brincar com essas coisas.

- É sim, Marinita. Agora temos que aguardar a confirmação que poderá

acontecer, quem sabe, na reunião de antenas que se realiza todas as semanas.

Ali poderia perguntar, esperando que, sem avisá-los do que se trata, recebam

algo similar.

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E a confirmação não demorou. Dias depois, reunidos na Avenida Brasil, no

Distrito de Magdalena em Lima, enquanto as cinquenta pessoas reunidas

meditavam, seis delas já preparadas anteriormente, canalizaram por psicografia

as respostas às perguntas formuladas no início. Entre estas, tinha incluído uma

alusão ao conteúdo da mensagem de Marinita, sem precisar seu conteúdo.

Assim, de maneira mais velada possível, não havia possibilidade de respostas

pré-fabricadas.

E a resposta chegou, repetindo-se na maioria dos comunicados que o convite

era real e que estava em vigor. Agora só faltava eu…

O tempo passou, e meus pensamentos foram interrompidos. Estava agora

sentado na parte traseira do carro do casal Santos, sendo conduzido ao sul.

Estávamos passando perto do que já foi a capital religiosa da antiguidade na

América do Sul, a Cidade de Pachacamac, oráculo do Criador da Terra desde

tempos pré-incas.

Na velocidade em que estávamos indo, as colinas que ocultam as

desgastadas pirâmides de barro e adobe, iam ficando rapidamente para trás, em

meio à escuridão da noite.

Os amigos e irmãos em missão que tão gentilmente haviam se oferecido para

me levar até Chilca, tinham ido me buscar em casa em seu automóvel às 19

horas de sexta-feira, 18 de abril de 1986, a fim de chegarmos o mais tardar às

20h30 ao lugar definitivo.

Tínhamos chegado juntos na porta do apartamento quando voltava do

trabalho. Pude observar, então, no lindo céu limpo de Lima, uma grande estrela

brilhante que se deslocava lentamente por cima das árvores do parque que

estava à nossa frente. Pensei de imediato em um avião, mas algo internamente

me dizia que ali havia algo mais. De acordo com minhas percepções, o objeto

parou no ar no mesmo instante em que mencionei o fato ao casal ali presente.

Interpretei, então, que os guias estavam me fazendo recordar a importância

daquela ocasião e o interesse tão especial que eles tinham de que se realizasse

o encontro para benefício e evolução do contato.

Senti-me tomado de emoção pelo apoio manifestado e, com grande alegria

rapidamente troquei de roupa, preparando-me sem demora para sair.

Um beijo e umas carícias foram o melhor apoio, vindos de Marinita e as

meninas, impressionando-me seus olhares que pareciam me dizer em voz alta:

estamos com você!

Em seguida peguei o caderno de comunicações onde tomo nota das

mensagens importantes, o livro dos símbolos (de onde extraio a simbologia que

acompanha as recepções e experiências) e uma câmera fotográfica, coloquei-

os na minha mochila e dirigi-me rumo ao sul pela rodovia panamericana no

veículo dos meus acompanhantes.

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A inquietação e o temor dos meses anteriores inexplicavelmente haviam

desaparecido, haviam se transformado em um estado de paz interior, com a

convicção crescente de que tudo aconteceria tal como havia sido proposto e

seria bem aproveitado.

Nos anos anteriores tive, junto com outras pessoas, a oportunidade de vários

contatos físicos, mas em nenhum deles haviam me convidado para entrar no

interior de uma nave. Parecia-me incrível estar agora tão perto e ainda não

acreditava estar totalmente pronto.

Uma experiência de contato físico é, como definem os próprios Guias

extraterrestres “o encontro de velhos amigos, que se encontram em um mesmo

caminho, caminhando.” É um convite para maiores compromissos, mas no meu

caso e naquela situação, perguntava a mim mesmo o que mais poderia oferecer

e arriscar pela mensagem, se já havia exposto tudo muitas e muitas vezes.

Durante o caminho, Juanita me perguntou em três ocasiões como me sentia.

E nas três vezes, estranhando sua insistência, respondi-lhe: bem!

Próximo do nosso destino final, depois de haver passado pelos balneários

costeiros de Punta Negra e Punta Hermosa, uma estranha sensação nos

inundou esta noite, um silêncio e uma claridade que só eram interrompidos pelo

ruído do motor ligado que, em algum momento, também havíamos deixado de

escutar.

Estava distraído, olhando pelas janelas do carro as sombras da noite cobrindo

as colinas desérticas quando, de repente, vi-me projetado mentalmente ao local

definido. Encontrava-me, na visão, parado ao lado de umas rochas, em meio aos

desfiladeiros de Chilca, quando uma luz dourada caiu sobre mim e uma voz

repetia insistentemente que não tivesse medo. Senti-me suspenso, até que a luz

mudou, deixando-me diante de um ser cujo olhar me assustou. Então reagi mais

uma vez, voltando minha consciência à estrada e ao carro. Não me parecia ter

imaginado aquela visão. Pelo contrário, podia jurar que tinha vivido aquilo

intensamente, como se fosse um fenômeno de bilocação, isto é, estar em dois

ou mais lugares ao mesmo tempo. A quem não aconteceu, direta ou

indiretamente, a experiência de ter sido visto ou percebido em outro lugar, ou

termos visto alguém que não deveria estar ali? Temos muitos exemplos na

história, dentre eles um muito famoso e amplamente conhecido do santo mulato

Frei Martín de Porres. Este santo peruano tinha fama de ser observado

simultaneamente em vários lugares, muitas vezes distantes entre si, tal como

nos contam as crônicas do Convento de Santo Domingo de Lima no século XVII.

Outro exemplo similar é o da Santa Teresa d´Avila, na Espanha, que era vista

simultaneamente em vários lugares distantes entre si.

A semelhança dessas experiências com a de um ser comum e normal como

eu não pressupõe de forma alguma um grau superior de espiritualidade, uma vez

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que o fenômeno que estava acontecendo comigo ocorria sem o controle da

minha vontade.

Também se podia pensar que o que ocorreu foi uma forma de profecia ou

antecipação de acontecimentos, ou seja, uma visão de um futuro imediato,

visões que nos últimos anos vêm ocorrendo e se confirmando, como um sonho

de que algo vai acontecer e se cumpre em pouco tempo.

Passando o povoado de Papa León XIII, chegamos aos arredores de Chilca,

onde se encontra o desvio até o leste montanhoso, que conduz até ao

Desfiladeiro de Santo Domingo de los Olleros. Seguimos então pelo empoeirado

caminho de terra batida, que em alguns trechos não passa de uma simples trilha

que se confunde com a imensidão do acidentado terreno.

Ao lado corre paralelo o leito seco do rio Chilca, cujas águas, hoje

desaparecidas, fluem no subterrâneo a dezenas de metros de profundidade.

Ao longo dos desfiladeiros foram aumentando as granjas avícolas e pequenas

zonas de cultivo, que extraem água de profundos poços perfurados nas camadas

de argila, areia e conglomerados de seixo rolado.

Na escuridão daqueles lugares desolados, avançamos pelo amplo

desfiladeiro que é contornado por altos morros rochosos sem vegetação, em

cujas laterais abrem-se pequenos cânions aluviais.

Havíamos avançado uma boa distância, quando tive a clara sensação de uma

grande quantidade de energia que descia em jorros pelos meus ombros até

minhas mãos.

Enquanto isto ocorria, por cima dos morros podíamos ver brilhos e clarões,

concentrados especialmente no lugar onde eu sabia ser o escolhido para o

contato. Tudo isso entendi como um sinal evidente da presença das naves no

local.

Naquela noite havia uma linda lua que permitia observar todo o panorama

com muita claridade. O céu limpo de nuvens parecia ser uma decoração de

brilhantes estrelas salpicadas, confabulando com todo o ambiente para criar o

quadro propício para uma grande experiência.

Quando entramos no vale, deixando para trás as fazendas e a civilização, pedi

ao casal Santos que parasse o carro ao lado da estrada. Pedro estacionou em

uma colina próxima ao leito do rio.

Estávamos exatamente em frente ao lugar escolhido por alguns avistamentos

e marcado em uma saída anterior para que ali ocorressem encontros especiais.

Além disso, este lugar coincidia em todos os seus detalhes com visualizações

anteriores.

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Saí do automóvel. A temperatura era agradável e não havia o vento frio de

outras ocasiões. Podia enxergar sem recorrer a uma lanterna.

Juanita e Pedro, que com sincero apreço e interesse tinham me acompanhado

até ali, ficaram realizando trabalhos de concentração como apoio ao que teria de

ser vivenciado.

Para subir nas ladeiras das colinas que estavam a minha frente e em seguida

seguir pela vala que se abre entre eles, tinha que atravessar o largo canal que

naquele lugar era muito profundo, cheio de buracos feitos pelos agricultores que

buscam a umidade das camadas de argila. Em todos os lugares podiam ser

vistos os vestígios das areias trazidas pelos rios em outras épocas, deixando

diferenças de nível no terreno como desordenados terraços.

O barro seco, que cobria as pedras e grandes extensões de arbustos

ressecados, formava com as sombras da luz da lua um panorama noturno

alucinante.

Despedi-me dos meus acompanhantes e comecei a avançar. Quando desci o

morro, afundei até a cintura no pó e na terra escavada para eventuais

semeaduras e, então, considerei mais prudente voltar e pegar uma lanterna.

Compreendia que não podia perder tempo, nem arriscar-me a tropeçar na

traiçoeira penumbra.

Iniciei minha jornada praticamente às 20h30, hora marcada para o contato.

Depois de atravessar com dificuldade por um longo tempo os desníveis do solo,

pude chegar ao outro lado e subir entre as rochas.

Surpreendi-me muito quando, ao chegar à primeira colina, deparei-me com

um veículo muito iluminado em movimento. Estava a uns quinhentos metros de

onde eu me localizava. Estava na minha frente e ouvia o ruído de motor que dele

saía.

Passada a surpresa inicial, reconheci nele um caminhão que jogava detritos

das granjas vizinhas que tinham superpovoado a área. Esperei que fosse

embora e logo depois de uns intermináveis minutos, pude continuar caminhando

colina acima.

Às 21h cheguei a um descampado no alto do desfiladeiro, ao pé de um dos

morros. Ali havia um círculo de pedras de uns vinte metros de diâmetro. Algumas

daquelas rochas eram muito grandes e pareciam ser restos de moradias e

currais para o gado de tempos pré-hispânicos.

Os grandes blocos de pedra estavam fincados intencionalmente na terra, com

uma entrada no círculo, ou porta, em um dos lados.

Entrei no recinto de pedra e comecei a meditar imediatamente. Depois de

certo tempo senti que novamente recebia energia, predispondo-me a receber

uma mensagem. Relaxei e a comunicação recebida dizia:

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“Sou Oxalc,

Da nave que está muito próxima de ti. Confia, em breves instantes

chegaremos a ti.

Relaxa, pois estás muito tenso. Deixa todas as tuas preocupações (…)

Fica tranquilo, a vibração que sentes e escutas é nossa nave que se aproxima.

Tem confiança, pois estás preparado, ainda que sempre terás que melhorar tuas

conquistas interiores.

(…) Agora levanta porque subirás”.

Eram 21h 25min quando a comunicação se interrompeu, repetindo-se na

minha mente a insistência de ascender. Fiquei inquieto com a proximidade

daquela vibração que havia chamado minha atenção antes, pois agora estava

mais forte.

Suava e um calor muito intenso no meu peito ocasionava uma ligeira tontura

que me obrigou a encostar na parede rochosa do morro. Foi então que no

firmamento, há uns instantes limpo e claro, apareceram estranhas nuvens

levemente amareladas em forma de grumos ou pedacinhos de algodão,

reunindo-se em torno de um centro que as unia. Essa massa amarelada se

concentrou, colocando-se exatamente por cima de onde eu me achava, sem tirar

meus olhos dela. Observei novos brilhos e clarões que saíam de dentro do monte

de nuvens. Naquele momento observei um objeto luminoso que apareceu,

deslocando-se de leste a oeste e ingressou nas nuvens. Então, todo o cúmulo

se moveu, ficando eu na diagonal dele.

Foi, quem sabe, a primeira vez que a ansiedade não se fez acompanhar de

temor, e mais, não senti medo algum neste instante. Tratava de manter minha

mente lúcida e os meus sentidos atentos, para não me deixar confundir pelos

traumas da experiência.

Repentinamente, um feixe de luz como um tubo de energia caiu sobre mim e

fui arrastado por uma estranha força que procedia, ao que parece, da parte

inferior do objeto, que começou a se destacar entre as pequenas nuvens igual a

um anel de pequenas luzes intermitentes. A luz branca azulada brilhante que me

envolvia iluminava um metro e meio à minha volta.

Não sentia nesse momento nem frio, nem vento, nem nada a meu redor. A

atmosfera dentro da luz era diferente daquela do ambiente exterior. Era como se

ali se criasse um vazio e anulasse a gravidade. Isso aconteceu em menos de um

minuto. De repente, fui erguido do meu lugar, perdendo todo o contato com o

solo. Suspenso no ar, podia perceber uma força que me arrastava,

acompanhada de uma brisa quente que me deslocava através da luz.

Fui transportado até o interior da nave e fiquei deslumbrado com a potência

da luz na proximidade do aparelho, chegando a me cegar um pouco depois de

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alcançar sua estrutura chumbo-prateada, com muitas luzes redondas aos pares,

que davam a impressão de pertencer à borda circular de um objeto grande.

Repentinamente a luz se tornou mais clara e menos brilhante e, ao entrar,

escutei um som metálico distante fechando-se sob meus pés, como se fosse

uma escotilha circular, como uma tampa de bueiro de uns três metros de

diâmetro, sobre o qual se viam três círculos concêntricos com alguns raios que

se repartiam do centro até a borda.

A sensação de falta de gravidade tinha sido, até esse momento,

extremamente desagradável, a tal ponto que quase fiquei enjoado. Ali

compreendi o valor de ter feito antes, por indicação das mensagens, três dias de

dieta de frutas e um de jejum.

Com a diminuição da intensidade da luz fui descendendo sobre a tampa que

havia aparecido embaixo de mim. Suavemente, pisei primeiro com o pé direito e

depois com o esquerdo.

Foi então que pude observar a luz que um grande cristal romboidal emitia,

suspenso no alto de um teto abobadado. Sentia já a gravidade normal e fiquei

na penumbra ao apagar-se a luz. Estava em uma sala circular, cujo piso como

um espelho refletia luzes retangulares vermelhas de um metro de comprimento,

espaçadas entre si, encostadas na parede. À distância escutava um zumbido

como o motor de um freezer.

Até nesse instante estava sozinho e notei, então, a existência de uma porta

ovalada que estava aberta a minha esquerda, em um nível mais alto que do

chão, à qual se chegava por uma pequena rampa lateral. Avancei até ali

caminhando lentamente, pois ainda tinha a sensação de flutuar e estava meio

entorpecido. Seguia sem ver ninguém e, depois de pensar bem, tomei coragem

para colocar timidamente e com precaução a cabeça pela porta, chamando-me

a atenção um amplo e iluminado salão hexagonal.

Atravessei a porta e, apesar de não ver ninguém, senti que estavam me

observando. A sala emitia luz de suas paredes, sem que fosse evidente sua

fonte. Em cima observava-se uma forração similar a vidro, com pirâmides

invertidas alaranjadas e de larga base quadrangular. O piso era atapetado ou

acolchoado, de uma cor mostarda. O lugar parecia ser a sala de comando, bem

no coração da nave. De ambos os lados do aposento saíam mesas, projetando-

se das paredes e deixando ver sobre elas centenas de pontos brilhantes como

pequenos discos, mas não se viam assentos. No centro do salão apareciam dois

grandes cilindros: da metade para baixo eram escuros e na parte superior eram

transparentes e terminavam em uma espécie de bolha, em cujo interior havia

uma coleção de recipientes metálicos tubulares, cheios de fragmentos minerais.

Sobre as mesas, e se repetindo em ambos os lados (direita e esquerda), havia

na parede três níveis de telas, como de televisão, com a diferença de que, em

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vez de serem convexas, eram ligeiramente côncavas. Umas quatro ou cinco em

cada nível, mas sem nenhuma imagem. Embaixo de cada uma havia hieróglifos.

Aproximei-me por curiosidade da mesa do lado esquerdo e, em determinado

momento, não sei por que, coloquei meu dedo indicador da mão direita sobre

um daqueles discos brilhantes, ou botões, sem que se produzisse nenhuma

alteração nas telas. Ao tocar, a sensação que tive era a de uma superfície fria,

mas que queimava como o gelo seco. Quando tentei retirar o dedo dali não

consegui, tinha grudado nessa superfície e fiquei muito nervoso com o

contratempo.

Comecei a suar frio, angustiando-me porque alguém poderia aparecer e me

encontrar naquela situação. Queria retirar o dedo e não podia, sentia que se

forçasse, arrancaria a pele. O braço começou a ter câimbras e a amortecer,

como quando a circulação sanguínea se interrompe.

No momento em que tive outros pensamentos que não eram os de estar preso

ali, pude soltar a mão e fiquei muito assustado e aborrecido.

Caminhei até o centro do hexágono, chamando em voz alta aqueles que

haviam me convidado, intimando-os a aparecerem.

De repente, o salão todo começou a brilhar, abrindo-se uma porta onde estava

uma parede. De dentro saiu um potente brilho, cegando-me. Logo minha vista

se acostumou ao resplendor e pude ver que, através da luz, apareciam uns

seres, dos quais observei somente as silhuetas.

Alguns segundos depois pude reconhecer que tinha diante de mim quatro

seres de forma humanoide, um deles mais alto do que o resto. Estavam

estáticos, olhando-me e aguardando alguma reação de minha parte.

Tomei a iniciativa, rompendo o agoniante silêncio que reinava no ambiente,

que se inundou com uma forte fragrância de flores.

Levantei, então, minha mão direita em sinal de saudação, sem que se

produzisse neles nenhuma resposta. Foi uma tensa espera, até que o ser mais

alto caminhou até mim, aproximando-se lentamente.

Saiu da luz, exibindo traços bem definidos e familiares. Era de 1,80m, olhos

oblíquos, rosto quadrado, pômulos pronunciados e pele clara. Vestia colado ao

corpo um macacão branco brilhante de aparência metálica, cobrindo com uma

só peça a cabeça e o corpo. Permaneciam descobertos somente o rosto e as

mãos e pude perceber que era homem, aparentemente de uns cinquenta anos

de idade.

Seus olhos claros que me pareciam extremamente familiares expressavam

um olhar compassivo e sábio. Quantas vezes havia observado aqueles olhos em

minhas meditações? Cada recepção de mensagens, cada comunicação havia

sido sempre precedida por aquela imagem mental que, como padrão de sintonia

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ou logotipo de um canal de televisão quando entra no ar, antecipava um contato

telepático.

Já na minha frente seus gestos e atitudes se revelaram como próprios de

alguém muito conhecido. Era Oxalc! E para minha surpresa, moveu os lábios e

falou, expressando-se perfeitamente em castelhano, pronunciando inicialmente

meu nome e dizendo:

- Six… to!

Imediatamente pensei que, por não ter o costume de se manifestar por

conversa falada, ele vocalizava os sons de maneira excessivamente lenta e

pausada. Surpreendeu-me que me chamava pelo meu nome terrestre e não pelo

nome cósmico, chave vibratória pessoal que eles mesmos me mostraram, anos

atrás.

A pronúncia de Oxalc produzia no ambiente uma ressonância agradável e

solene. Grande parte do que senti que ele queria me transmitir ia captando mais

rapidamente de forma mental. Foi então que me disse:

- Vemos com preocupação o futuro dos acontecimentos, pois as causas, que

conscientemente vão gerando, não são fortes o suficientemente para neutralizar

as que ainda estão vigentes.

A humanidade, com sua ignorância e indiferença, é cúmplice da manipulação

daqueles que integram o governo interno negativo deste planeta e seus

intermediários.

Faz muito pouco do tempo terrestre que a “nave” explodiu e isso foi um

aviso… Neste mês ocorrerão outros “acidentes”.

-Que nave? Que tipo de aviso? Que acidentes? - perguntei preocupado.

-As grandes potências são governadas por verdadeiros atores, pois os

Diretores e Produtores se encontram por trás das cortinas, como diriam vocês,

em sua linguagem teatral. Semear tensão no planeta contribui para continuar

adoecendo e destruindo a resistência mental da humanidade. Em janeiro deste

ano será o primeiro sinal. Abril e maio continuarão chamando a atenção, até que

reajam.

- Mas… que nave? - do que ele estava falando?

- Era uma missão puramente militar. - disse Oxalc, ficando sério. Queriam

colocar, orbitando ao redor da Terra, uma estação espacial permanente, que

além de instalar um escudo espacial, incluiria o posicionamento de canhões a

laser que poderiam desintegrar os mísseis nucleares no mesmo instante em que

saíssem de suas bases e, finalmente, uma arma que podia perfurar a camada

de ozônio para que os raios ultravioletas e gama desintegrassem a vida sobre

extensas regiões do planeta.

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- Refere-se ao Challenger? - perguntei sobressaltado, ao recriar a cena da

explosão da nave na minha mente. - Vocês o destruíram? Acabaram com o

ônibus espacial? Aqueles tripulantes eram inocentes!

- Não! Não fomos nós que o destruímos. Mas se tivesse chegado a uma

situação em que não houvesse mais remédio, teríamos atuado friamente.

Destruiu-se sozinho, devido à carga de negativismo que levava e também porque

estava contaminado com o estado mental alterado daqueles que o planejaram e

construíram. A carga de negatividade acumulada nesse projeto trouxe este

desfecho natural, além do que não se podia permitir que se consolidasse tal

ameaça ao futuro.(1)

Sabia-se que a missão era secreta e militar, pois Ronald Reagan, presidente

norte-americano na época, tinha escrito um documento com o Pentágono, em

que limitariam as viagens de ônibus espaciais exclusivamente a atividades

militares.

- E os tripulantes? Por que morreram?

- Não morreram! Estão conosco em bases submarinas na Terra. Foram

resgatados precisamente no instante em que aconteceu a tragédia.

- Isso é incrível!

A nave não durou nem um minuto e meio no ar. Mas o que podia ser mais

incrível do que estar em uma nave de outro planeta, falando com um

extraterrestre? (2)

Certamente para a opinião pública, eles eram heróis representando falsos

valores, e como propaganda romântica, uma professora foi incluída na viagem

para dar aulas, do espaço, a todas as crianças dos Estados Unidos.

Com fundadas suspeitas podemos interpretar agora o porquê das autoridades

não permitirem a presença de jornalistas nos trabalhos de resgate dos destroços.

- Que paradoxo! Não é mesmo? Por si só, todo o projeto era uma aula sobre

o desprezo que têm as grandes corporações, empresas, comandos militares e

políticos pela vida.

- Mas… Aviso de que era tudo isso?

- Um aviso de que foi permitido levar as coisas até certo extremo, mas agora

não mais. Algo vai acontecer e muito em breve, que os levará a destruir toda a

estrutura que construíram para a destruição; e dependerá da massa humana, se

for bem ou mal orientada, inclinar a balança dos acontecimentos pela

canalização de energias por meio de suas atitudes.

- Vocês poderiam impedir que se cumprissem todas as coisas profetizadas?

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- Vocês também… disse o Guia. - O próprio homem é convocado a salvar a

si mesmo.

- Mas Oxalc, desculpe-me se eu o contesto, é que nossas religiões nos

ensinam que não podemos salvar a nós mesmos. Que deve ser alguém de fora

que nos salve. E no caso do Cristianismo é o próprio Cristo quem nos salvou na

cruz. O que você fala contradiz minha fé.

- De maneira alguma. Não é assim. O comodismo dos homens os faz pensar

que deve haver alguém que viva, morra e ressuscite por eles. Entretanto, quem

realmente ama, liberta o outro de toda dependência material e espiritual, já que

o caminho da iluminação é pessoal e intransferível. Ninguém pode percorrê-lo

por você, nem deve tentar. A liberação vem através da transmissão de uma

verdade, aquela que o ilumina diante da ignorância, pois é muito difícil para quem

está na escuridão sair sem um estímulo externo ou um apoio inicial. Mas o resto

é você quem tem que fazer.

Cristo salvou a humanidade do erro e a liberou da ignorância, abrindo-lhe o

caminho do conhecimento do seu papel planetário e cósmico, o desenvolvimento

da sua potencialidade no amor; também a fez conhecer o real inimigo que a

espreita a partir de seu próprio interior. A carência do verdadeiro conhecimento

faz com que os seres humanos sejam facilmente manipulados e mais ainda, o

conhecimento também foi manipulado.

Jesus, como muitos outros grandes seres de luz, deu o primeiro grande passo

para a humanidade, o segundo e os seguintes cabem a cada um,

individualmente.

- O que é o Cristo para vocês? - perguntei.

- É um estado de consciência de que lhe falaremos em breve, mas também é

uma entidade. Já chegou o tempo de lhes ensinar a respeito sem que se

confundam.

- O que acontecerá se não conseguirmos mudar os possíveis

acontecimentos?

- Não se preocupe com o que ainda não ocorreu, pois pode não ocorrer.

Preocupe-se com o que já está acontecendo, pois é aí que você pode semear

suas futuras colheitas.

Devem recuperar a fé em vocês mesmos. O Profundo Amor da Consciência

Cósmica, Deus, crê em vocês, senão não existiriam as expectativas que hoje

existem sobre vocês e o seu mundo.

- O que eu posso fazer?

- Como sabe bem, não se pode percorrer o caminho espiritual sem sacrifício

e sem renúncia. Conhecemos tanto de sua vida atual como das anteriores. Você,

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como os outros, foram forjados na dor, no desespero e na angústia dos seus

povos, mas também na esperança.

Você é inteligente para perceber que o chamado desta missão não teria êxito

se não fosse feito por pessoas como você. Seja firme e justo consigo mesmo.

Lidere os acontecimentos com vontade, sabedoria e disciplina e maneje o futuro

dos grupos sem criar dependências e peça conselho sempre que necessitar,

pois se estiver aberto de mente e coração, este sempre chegará.

(…) Como grupo de contato colaborarão enormemente na liberação do

homem para que possa deixar de lado a ignorância que submerge o indivíduo

no cárcere do medo e da superstição. Significa isso que a verdadeira missão

fornecerá elementos para a supressão do egoísmo e da estupidez, que leva a

negar o senso comum e trair a própria liberdade.

O Cristo Cósmico, manifestação da Energia Divina nos planos densos, se fez

presente cinco vezes neste planeta, em diversos graus e ao longo de cinco

humanidades. No embate final com as forças obscuras, a sexta humanidade

sofrerá as dores do seu nascimento, como a Terra nas dores do parto, que

concluirão a transformação de sua adolescência precoce de um tempo

acelerado. E triunfará. Sabemos que será assim.

Vejo na tua mente a inquietude persistente para saber sobre o Senhor Jesus.

Só lhe direi a respeito que seu corpo foi encomendado aos Engenheiros Médicos

Estelares das Plêiades, pelos Nove Anciões do Conselho da Galáxia Central de

Andrômeda, porque tinha que ser especialmente adaptado e compatível ao

Programa Genético 2, 2, 2. Dualidade – Correspondência – Equilíbrio, previsto

em sua Puríssima Mãe carnal durante muitas gerações.

Adiantamos tudo isso porque vocês, com suas vidas, anunciam Seu próximo

retorno e chegada nas Naves da Confederação, enquanto continuam os tristes

acontecimentos que o homem vai desencadeando.

Enquanto se preparam para tudo isso, saibam visualizar sem ambições

pessoais de nenhum tipo que não sejam as espirituais de conquista interior.

Não temam atuar, temam não fazê-lo, pois em se unirem no serviço à

humanidade, em verdade lhes falamos que todo o positivo a que se propuserem

acontecerá, porque não estão sozinhos.

Até esse momento escutei-o atentamente da melhor maneira possível, de

acordo com as circunstâncias em que me encontrava.

Queria reter e memorizar tudo. Não podia deixar que me escapasse nenhum

conceito proposto, pois sabia que me encontrava ali para vivenciar algo muito

grande e representando muitos.

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De repente, não pude deixar de notar uma mudança no rosto sereno do meu

interlocutor. Seus olhos, pouco a pouco iam traduzindo certo aborrecimento.

Atrevi-me a perguntar se estava tudo bem, ao que me respondeu:

- (…) Não esqueçam jamais que são livres “libertadores” que vão restaurar

uma ordem que estava interrompida e alterada, difundindo todas as suas

experiências cosmo inovadoras.

Oxalc levantou suas mãos interrompendo suas próprias palavras,

pronunciadas com uma grande ressonância na estranha cabine. Pôs sua mão

direita sobre mim e respondi a isso caindo de joelhos ao solo. Foi então que

colocou também a mão esquerda sobre minha cabeça e me disse:

- Você é e será como um filho para mim, mas um filho espiritual. Estaremos

sempre unidos com a proteção do Profundo Amor.

Senti de imediato meu corpo estremecer. Um grande calor e muita energia se

desprendiam das mãos do Guia. Em seguida fez com que me levantasse para

me aproximar de uma das telas que estavam inseridas na parede, sobre os

aparentes painéis de controle. A imagem que era projetada parecia do lugar de

onde eu havia sido levado ali em Chilca, mas visto do alto.

- Venha aqui e veja este lugar! - disse Oxalc, como querendo ganhar tempo.

Este será o lugar das próximas saídas dos grupos de Lima. Isto porque sabemos

o quanto é complicado para vocês deslocarem-se tão longe em meio a uma

situação econômica difícil, e porque assim nos certificamos que conseguirão

manter-se equilibrados no esforço que cada experiência exige.

Não querendo interromper, perguntei:

-Para que serve o tipo de vestimenta que estão usando?

- Viemos da Antártida nesta nave e voltaremos para lá imediatamente, assim

que terminar esta experiência, mas haverá outra oportunidade posterior em que

não apenas ficará mais de uma hora conosco, mas também nos acompanhará,

como já vem pressentindo, até Morlen. Além do mais, há um Ancião dos Doze

de Morlen que deseja falar com você diretamente. Você sabe quem é. Também

conhecerá a Cidade Confraternidade, onde vivem muitos terrestres. Logo

chegará esta oportunidade. Prepare-se para isto, e prepare em cada lugar alguns

dos mais comprometidos, porque é necessário comunicar a cada um deles

coisas importantes e, assim unidos, complementar e compartilhar a informação.

Notei que fazia um bom tempo que Oxalc não tirava seus olhos do caderno

dos símbolos que eu levava debaixo do braço, o qual havia carregado comigo

precisamente a pedido das mensagens.

Prontamente peguei o caderno e me aproximei dele para ver se não queria

revisá-lo, mas assim que fiz isto o Guia se afastou para o lado. Apareceu, então,

um daqueles seres que o acompanhavam, vestido com um traje similar. No

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entanto este era menor, muito esguio, de cabeça avantajada e pálida. Seu rosto

era branco como leite, os olhos escuros ocupavam a terça parte do rosto, com

dois orifícios no lugar do nariz e o lábio superior cobrindo o inferior, dando a

impressão de não ter boca.

Trazia entre suas mãos umas grandes lâminas retangulares que parecia um

grande livro com anéis de um lado. Ao passar próximo de mim, senti que não

tinha vida como a nossa, que era como um andróide ou robô.

Do meu lado, Oxalc me explicou que eu devia comparar a exatidão dos

símbolos, confrontando o caderno de nossas compilações de símbolos com as

lâminas que pareciam repletas dos mesmos caracteres.

Surpreendeu-me observar como o ser delgado e pálido carregava sem o

menor esforço o estranho e aparentemente pesado registro de informações. E

enquanto eu o observava, tirou uma das mãos debaixo da pilha que era formada

pelas amontoadas lâminas e aproveitou para virar, com sua mão de dedos

longos ligeiramente unidos por membranas, uma após a outra, as lâminas de

reluzente metal, que apesar de serem bem finas não se dobravam.

Depois verifiquei que a maioria dos símbolos que nós tínhamos era uma fiel

reprodução do existente ali. O que me preocupou foi o fato de que, o que

guardávamos em nosso caderno, não era nada comparado com o volume

daquilo que me mostravam. Era como ter umas poucas páginas de uma

enciclopédia de vários volumes.

O Guia se apressou em me consolar enquanto o outro ser se retirava até o

fundo do quarto, precisamente pelo lugar de onde havia aparecido. Oxalc tentou

me animar dizendo que, com fé e trabalho constante, receberíamos o restante.

Com o fortalecimento da vontade pela disciplina interior, teríamos a

capacidade de receber, entender, proteger e saber aguardar o momento de

compartilhar, administrando sabiamente o conhecimento.

Oxalc me explicou que naqueles textos havia uma parte que tratava

especificamente do processo do nosso grupo de contato, chamado Missão

Rama, na história terrestre. Apontou para o caderno que, com mais cuidado do

que nunca eu segurava em minhas mãos e fez com que eu o abrisse uma vez

mais e, rabiscando com o dedo, indicou um grupo de símbolos recebidos em

comunicações de 1o de janeiro de 1980.

Logo me disse:

- Observe bem… Ative seus cristais para que estes símbolos despertem em

sua mente a recordação e o sentido que tiveram as experiências vividas.

Minha mente se transportou às lembranças de viagens realizadas por encargo

dos Guias extraterrestres em agosto de 1981 (que descrevi no meu livro Os

Guias Extraterrestres). Dei a devida atenção à explicação que estavam me

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dando. Era uma sucessão de imagens muito nítidas na minha mente que

procuravam dar-me o significado real daquelas viagens, que durante tantos anos

haviam sido um enigma para nós e que naquele tempo intuímos que só nos

pediam disposição, humildade, entrega sincera e fé para desenvolver o plano.

Visualizei cavernas, uma em cada lugar onde estivemos naquele ano e

comecei a escutar:

-“ As portas entre as dimensões são encontradas por quem se sensibilizou

para isso. O poder para fechar o que foi aberto inconvenientemente está no

mesmo lugar onde está o poder para abrir e estabelecer a conexão adequada.

No passado abriram-se portas a outras dimensões, no entanto nos planos e

níveis mais baixos, manifestando-se o astral inferior e todo tipo de entidades

negativas que se alimentaram da energia e das potencialidades do homem. O

medo e a superstição foram aprimorados para fazer do homem uma vítima.

Hoje a consciência humana deve permitir que se faça a seleção correta. O

momento chegou para se estabelecer a conexão com a quarta dimensão

superior.

Aproxima-se a liberação da humanidade da estagnação em que se encontra

por ação das forças obscuras. Tudo voltará a recuperar sua mobilidade e

dinâmica, retornando à sua justa ordem.

Era necessário que vocês vencessem a si mesmos com humildade e fé,

renunciando à compreensão imediata de certos trabalhos, para assim protegê-

los do assédio a que estavam expostos.

Deviam preparar-se para que a intuição os guiasse. Somente assim se

produziria a auto seleção, que criaria as condições para que, no final, se

reunissem os receptores e os que servirão de ponte de difusão da luz, para se

ter acesso definitivo ao livro que garantirá, em parte, a transição da Quinta

Humanidade e do planeta para o plano da quarta dimensão e o surgimento da

Nova Humanidade, a Sexta!”

- O que são essas portas? – interrompi, ainda confuso pelas afirmações.

- Diferentes estados vibracionais, diferentes realidades e diferentes planos de

consciência, que podem ser interconectados entre si. Para o bem e para o mal!

- respondeu Oxalc, tirando-me da visão com a vibração da sua voz.

- Aonde levam? Onde se encontram? – perguntei, atropelando-o com minhas

indagações.

- Concentre-se mais uma vez nos seus cristais e nestes símbolos.

Oxalc voltou a me tocar com as mãos. Senti um grande calor no peito que me

sufocava e as visões voltaram com mais força do que antes, acompanhadas de

uma forte pressão na testa.

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- Vejo a Terra como se fosse do espaço – disse entusiasmado.

- E agora, o que mais?

- Vejo um triângulo de luz. Nos seus vértices há colunas de luz azul e uma

energia especial.

- É energia piramidal! E está descendo sobre a América do Sul. (3)

Esta energia conecta o centro de cada Galáxia com seus braços espirais,

onde se encontram os sistemas e os planetas. Especialmente os planetas vêm

a ser a base da pirâmide imaginária, que se forma ao receber a energia, o que

os faz vibrar em níveis de quarta dimensão.

- Sim, mas cuidado, porque trará todo tipo de reações, inclusive as mais

violentas e negativas, porque as forças obscuras tentam aproveitar para anular

a importância do que vai ocorrer. Essa energia pode provocar toda espécie de

mudanças violentas na natureza e nas pessoas.

- O que vai acontecer então?

- Haverá luz! Luz na terceira dimensão! Se canalizarem a energia da forma

adequada, haverá uma elevação vibracional coletiva e um ingresso consciente

na quarta dimensão. Além disso, se produzirá um acesso direto, mas esporádico

e por pouco tempo, à fronteira com o universo mental por meio das entidades de

serviço. Poderá se estabelecer também a conexão com a Entidade Maior.

- Estou vendo-O! Vem vindo ali! É um ser de luz com forma humana. Tudo em

volta dele é de cristal. Quem é ele? Tudo isso lembra uma experiência anterior.

- Tudo está unido, aguardando respostas e atitudes. A entidade que vê não

se encontra nem na terceira, nem na quarta dimensão, mas na sétima, podendo

ser contatada por uma quarta consciente, porque uma vez ali, não é tão difícil

transitar pelas dimensões da Alma e do Espírito.

Ficar de uma maneira consciente no Mental Superior requer um trabalho

constante, reconhecendo e manifestando cada dia mais o real ser. Os trabalhos

de meditação e concentração deverão ter enfoque em um afastamento

progressivo da busca de sensações, emoções e ilusões próprias do mental

inferior, do astral e do físico.

A vibração pessoal se afinará no silêncio e na solidão, para que assim o

Mestre Interior apareça, trazendo-lhes unidade na dualidade (corpo – mente) e

equilíbrio na trindade (corpo – mente – espírito). O resultado do trabalho permitirá

a síntese pelo amor.

Jamais se esqueça da preparação integral, cuja base prática exige o emprego

da respiração e do jejum. O jejum terapêutico purificador dos veículos sutis

proporcionará a fortaleza para conseguir e manter a vontade firme.

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- Vou lembrar tudo isso que vivi? Havia sido tanto em tão pouco tempo!

- A energia que recebeu antes de subir na nave e que produziu o enjoo em

você elevou sua vibração. Sentirá muito calor e canalizará uma grande força que

virá através de você. Aproveite-a, ajudando e se concentrando naquilo que seja

benéfico para todos. Nada esquecerá, porque tudo é importante.

Um ruído como o do vapor que soltam as locomotivas antes de partir (as

antigas), e uma ligeira diminuição na intensidade da luz na sala hexagonal

acompanharam a descida da nave.

De repente, todos os botões em forma de discos brilhantes do painel, ou mesa

branca da direita, acenderam-se com uma luminosidade impressionante que

contrastava com a penumbra reinante. Pareciam pequenas estrelas num

firmamento ordenado.

Foi então que se aproximaram dois daqueles seres que acompanhavam

Oxalc. Observei que em seus estranhos traços faciais até há alguns momentos

inexpressivos, pareciam exprimir gestos de doçura, quando me indicaram com

suas mãos que os acompanhasse, porque eu tinha que ir.

Como eram menores que eu, pareciam-me graciosos, e suspeitosamente

artificiais, como já disse, como se fossem andróides. Isto se confirmaria quando

os vi transformarem-se, crescendo em tamanho e estrutura ao colocarem uma

espécie de cristal na testa.

Quando já tinham alcançado o meu tamanho, pegaram-me pelos braços,

levando-me até um quarto pequeno e escuro que se abriu ao nos aproximarmos

da parede lateral.

Quis me despedir de Oxalc, mas ao virar-me para vê-lo pela última vez, ele já

havia se deslocado até o extremo oposto. Dali se despediu, cruzando suas mãos

na altura do peito, inclinando ligeiramente a cabeça para frente. Senti nesse

momento que me transmitia com isso todo seu amor e apoio.

Com a impressão de que os seres pareciam ter pressa, fui deixado sozinho

no interior do quarto, fechando-se a entrada imediatamente quando a

atravessaram.

No nível do solo acenderam-se umas pequenas luzes retangulares, vermelhas

e verdes, do tamanho de uma tomada de parede. Senti imediatamente um

formigamento por todo o corpo, além de uma grande sede, como se rapidamente

estivesse me desidratando. Em seguida abriu-se uma porta trapezoidal com um

som parecido com o que há pouco tinha escutado. Estendeu-se diante de mim

algo como uma rampa brilhante que baixava até quase tocar o chão. Então, sai

por ela deslizando, até entrar em contato com o pedregoso solo de Chilca.

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Quis olhar outra vez para a nave que estava às minhas costas e vi, flexionados

sobre o terreno, trens de aterrissagem que terminavam em algo parecido com

grandes ventosas circulares metálicas.

Alguma coisa me dizia internamente que fosse embora rapidamente, por isso

tratei de sair dali enquanto o calor do ambiente aumentava.

Cheguei até a borda rochosa do morro e, em segundos, a nave em forma de

lentilha se acendeu com uma luz deslumbrante. Elevou-se de forma oblíqua a

grande altura e em alta velocidade, dirigindo-se ao grupo de nuvens de onde

originalmente havia saído e que, inexplicavelmente, não se afastou nem um

pouco do lugar onde apareceu.

A direção seguida pela nave foi primeiro para o norte e, incrivelmente, na

mesma velocidade, girou para o leste, formando um ângulo impressionante,

entrando no aglomerado de nuvens que brilhou com relâmpagos e se espalhou

instantaneamente sobre a região, deixando-a totalmente coberta, como muitas

vezes se vê na Costa Central.

Entre as rochas, ainda não conseguia coordenar minhas reações físicas com

os pensamentos. Pensava na importância daquele encontro, no inacreditável

daquela experiência e no quanto seria difícil transmiti-la com a mesma

naturalidade com que se deram os acontecimentos. Sentei novamente no chão,

tentando fazer com que minha mente também aterrasse. Vi que meu relógio

marcava 22h 30, tendo permanecido uma hora dentro da nave.

Pensando naqueles que me aguardavam e que estavam apoiando à distância,

decidi pegar o caminho de volta.

Cheguei às 23h no automóvel dos Santos, em cujo interior os encontrei

inexplicavelmente dormindo. Minha presença despertou Juanita, que avisou seu

marido de que eu já estava de volta.

Fomos embora imediatamente daquela desolada e empoeirada área,

procurando chegar a Lima antes de uma hora da madrugada, momento em que

começava o toque de recolher por causa do estado de emergência contra o

terrorismo na capital.

Chegamos por volta da meia noite a minha casa e fui recebido com grande

expectativa por Marinita. Contei-lhe em linhas gerais os acontecimentos daquela

noite. Ao ouvir, ela se maravilhou e, com sua costumeira sinceridade, me disse

que, se qualquer outra pessoa lhe contasse a mesma experiência, não teria

acreditado. E não era para menos! Até a mim mesmo parecia difícil conciliar a

realidade diária e cotidiana com coisas como esta.

No dia seguinte, 19 de abril, o governo dos Estados Unidos, veemente e

impulsivo, lançou outro colossal projétil, o Titan D-34, da Base Aérea Militar de

Vanderberg na Califórnia. O foguete viajaria transportando “partes” do Projeto da

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Guerra nas Estrelas. Mas, aos dois minutos do lançamento, quando

aparentemente tudo estava sob controle, ele explodiu no ar, desintegrando-se

completamente e deixando na base uns cinquenta e oito feridos.

Este acontecimento foi uma clara demonstração do quanto é difícil aprender

as lições quando a ambição, os interesses criados e o medo são os que

governam nossos atos.

Em 3 de maio de 1986 explodiu outro foguete, mas desta vez um Delta na

base de Cabo Canaveral. O aviso ainda estava valendo!

Outro sinal que finalmente reorientaria os acontecimentos foi um desastre

nuclear de grandes proporções. Iniciou na madrugada de 26 de abril, com a

explosão no reator número 4 da Central Termonuclear de Chernobyl na Ucrânia,

União Soviética.

Sob a aparência de uma produtiva e inofensiva Central de Energia Nuclear,

ocultava uma fonte de enriquecimento de plutônio para as ogivas múltiplas dos

mísseis nucleares. E foi precisamente nos túneis secretos da saída do plutônio

até o porto de embarque, para ocultá-los dos satélites espiões norte-americanos,

zona de fraca proteção no reator, onde se produziu o vazamento radioativo e a

explosão seguida de incêndio, arremessando na atmosfera quinhentos milhões

de curies de radioatividade. Por anos transformou em deserto uma zona de mais

de trinta quilômetros ao redor da central, morrendo trinta e uma pessoas,

irradiando com gravidade várias centenas e contaminando mais de dois milhões

de pessoas, muitas das quais encontram-se na atualidade em campos de

concentração, esperando irremediavelmente sua vez de morrer.

A catástrofe de Chernobyl, cidade cujo nome traduzido, curiosamente significa

“absinto ou amargo”, termo biblicamente ligado ao Apocalipse de São João

Apóstolo, pela primeira vez fez a Europa tomar consciência dos verdadeiros

riscos da energia nuclear, energia cujos benefícios não justificam os perigos que

traz consigo, porque, além dos riscos de um acidente, sempre existe a

impossibilidade de se livrar dos resíduos radioativos. Mas, lamentavelmente,

nisto também estão os interesses criados por aqueles que fornecem a tecnologia

das Centrais e produzem os mísseis nucleares.

Os extraterrestres nos ensinaram que no Espaço e ao redor de planetas como

o nosso, existe uma grande e ilimitada fonte de energia, e o melhor, gratuita,

chamada “Unificada” por Albert Einstein. Essa energia permitiria alcançar

velocidades próximas à da luz, sem necessidade de que existam estações

espaciais no cosmos para o reabastecimento de combustível.

No caso de Chernobyl, também houve ajuda extraterrestre, pois a nuvem

radioativa que envolveu a Europa não chegou a se precipitar sobre a Terra,

voltando inexplicavelmente ao lugar de onde saiu. Sabe-se que os avistamentos

de Ovnis se multiplicaram no velho mundo, coincidindo com esses momentos.

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Este último fato, mais o do ônibus espacial Challenger e os contatos com

naves extraterrestres que aconteceram nas estações espaciais soviéticas Mir e

Salyut que orbitavam o planeta, ocasionaram uma reunião de emergência dos

líderes das grandes potências, primeiro em Helsinki e depois em Genebra, onde

aconteceram as conferências de junho de 1986, quando representantes dos

Estados Unidos e da União Soviética firmaram um “pacto” de ajuda mútua no

caso de um “Ataque Extraterrestre!”.

O curioso é que as grandes nações não puderam entrar em acordo em

diversos temas transcendentais para a humanidade, mas se puseram de acordo

com algo tão estapafúrdio quanto pode ser um tratado para se ajudarem

mutuamente no caso de uma hipotética ação no nosso mundo de algumas

civilizações interplanetárias. E o mais extraordinário é que tal ocorra depois de

terem passado muitos anos fazendo o impossível para desmentir a possível

existência de ovnis e extraterrestres, gastando muitíssimo dinheiro em projetos

de manipulação e desinformação.

O pronunciamento em torno deste tratado deixava evidente a aceitação de

que “algo” existe, uma realidade que está causando um temor crescente nos

comandos militares das grandes nações. Isso é assim porque sempre julgamos,

usando a nós mesmos como espelho. Por isso diz o ditado: “O ladrão crê que

todos são da sua mesma laia”. Assim, pensamos que poderiam querer nos

invadir algum dia, porque quando estamos em situação tecnológica privilegiada,

não hesitamos em nos impor aos seres mais frágeis do que nós. Por um acaso

isto não reflete a história dos inúmeros processos coloniais?

Ronald Reagan foi interrogado por jornalistas tempos depois sobre este

assunto e declarou:

- “Eu não posso lhes dizer se existem ou não os extraterrestres, mas o que

lhes posso informar é que, se existirem, não vêm com boas intenções”.

Por que esta última afirmação tão categórica que o assunto Ovni tem sido tão

ridicularizado várias vezes, pela oficialidade norte-americana? Além disso, se

pensarmos na provável existência, presença ou participação dos “visitantes” em

nossa história, veremos que eles sempre encorajaram processos culturais e, se

quisessem nos fazer mal, teriam feito há muito tempo, sem nos pedir permissão,

nem querendo nos enganar ou dialogar, pois contam com a vantagem da força

sobre nossa ignorância. Não vêm com nenhuma má intenção, ou pelo menos

não é essa a intenção da grande maioria dos que nos visitam, mas ao contrário,

como é o caso do nosso grupo de contato e outros que confirmam isto, vêm para

nos trazer uma mensagem de alento e esperança.

Outro dado interessante que não devemos deixar passar é que, no mês de

julho, o líder soviético Mikhail Gorbachev recebeu uma carta de Ronald Reagan

como resposta formal às proposições sobre o controle de armas nucleares,

formuladas por Moscou. Da noite para o dia, iniciou-se uma grande mudança,

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até há pouco tempo inesperada. Arsenais atômicos seriam desmantelados,

exércitos soviéticos seriam retirados do Afeganistão, dariam uma moratória de

mais de cem anos aos países devedores da URSS, se aceitaria a devolução de

partidas de compras de armas, falariam de eleições livres, autonomia, etc.

Outubro marca o momento em que se deu o encontro definitivo a nível

governamental. Gorbachev e Reagan reuniram-se nos dias 11 e 12 em Reikjavik

(Islândia) e prepararam uma agenda que incluiria uma próxima reunião nos

Estados Unidos. Durante os dois dias chegaram a certos acordos sobre o

controle de armas e sobre direitos humanos. Mas podemos nos aventurar em

dizer que os artífices destes grandes passos para a Paz Mundial não foram os

governantes, que, inclusive, foram indicados para o Prêmio Nobel da Paz, depois

de muitos anos serem os porta-bandeiras da morte e da injustiça. Os autores

intelectuais, chamemos assim, da mudança que hoje nos assombra cada vez

mais, foram “os vigilantes e guardiões extraterrestres” que, mediante

mecanismos de pressão tais como a sua presença cada vez mais manifesta,

precipitaram os acontecimentos.

Notas do Autor

(1) - Em 28 de fevereiro de 1986 a humanidade testemunhou a explosão em

milhares de fragmentos do gigantesco ônibus espacial que não ficou mais do

que um minuto no ar. Nele iam sete tripulantes, duas mulheres e cinco homens.

(2) - Na revista “Somos” do Diário de Lima- Peru, saiu publicada a fotografia de um

Ovni que esteve muito próximo de Ônibus Espacial, exatamente no momento da

explosão. Além disso, não se pode deixar de levar em conta o domínio que essas

civilizações possuem da desmaterialização, teletransporte e passagens

interdimensionais.

(3) - Esta energia piramidal brota do seio das estrelas centrais e constitui o fogo

purificador, representando a força criadora. Esta força é emanada como um fluxo

cósmico, como uma emanação que chega com mais intensidade do que nunca,

pouco antes do final de um ciclo cósmico.

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CAPITULO 7

A BASE SUBMARINA

“As grandes naves nutrizes ou naves mãe

conseguem descer nas profundezas oceânicas,

fixando-se nas zonas abissais,

onde terminam sendo indetectáveis”.

Sem indicação dos guias, pois não houve comunicação neste meio de tempo,

ainda que tivesse muitas intuições, fizemos uma saída a campo no dia 31 de

janeiro de 1987. Integrou-se a ela um número de dezoito pessoas, todas elas

membros do grupo de contato. Muitas ficaram sem poder participar da

improvisada saída e a maioria foi em jejum total, sem que tivéssemos combinado

isso. O propósito do jejum nas saídas, visa hipersensibilizar-nos, conseguindo

assim um estado especial que facilita a concentração e a meditação.

Em quatro carros atravessamos o empoeirado caminho rumo a nosso destino

final: o desfiladeiro dos contatos. Lugar difícil de ser achado e pouco acessível

para quem não conhece bem a zona, e saiba reconhecer a irregular e

escorregadia trilha de terra na imensidão de um milenar leito de rio.

Só uma pessoa, além de mim, sabia da importância transcendental que podia

alcançar esta saída, mas, independentemente disso, já sabemos que toda

experiência de campo é importante para que saibamos valorizá-la,

comparecendo a ela o mais bem preparados possível, numa atitude de sensível

recolhimento.

Depois das cinco horas da tarde, deixamos os carros estacionados a poucos

metros do recente aluvião que havia descido há pouco pelo leito do rio Chilca.

Estas descidas de água, lodo e pedras são pouco frequentes nesta zona, mas,

quando ocorrem são produzidas no verão da costa que coincide com o inverno

na Serra. Devido às chuvas na Cordilheira, as lagoas ao pé dos glaciais tendem

a transbordar, do mesmo modo quando o gelo derrete ou as paredes de gelo se

desprendem abruptamente e caem sobre as lagoas, formando ondas que

descem pelos vales andinos, arrasando tudo a sua passagem. Chamamos este

fenômeno de “huaico”.

Com o pôr do sol nosso ânimo ia crescendo e todos transbordavam de alegria

e paz interior.

Um agradável perfume nos envolvia e acompanhava nossos passos. Não era

desconhecido e o associávamos à presença próxima de entidades de um alto

nível vibratório. Podia-se sentir no ambiente uma tranquilidade única e

agradável, que nos motivou a trabalhar desde o primeiro momento, assim que

os participantes se instalaram perto das marcas que deixou a nave pousada em

18 de abril de 1986. O trabalho consistiu em uma rotina típica: proteção,

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respiração, relaxamento, concentração, vocalizações e meditação, durando a

prática uma meia hora, e ao seu final, abrimos os olhos.

Ainda era dia e o ambiente estava carregado de uma forte tonalidade laranja

e violeta. Foi aí que observamos no céu um objeto esbranquiçado e comprido,

inclinado obliquamente. Parecia cilíndrico e se colocava um pouco acima dos

morros, voltado para oeste do desfiladeiro. Estava estático, por isso supusemos

que provavelmente esteve ali durante toda a meditação, observando-nos.

Estávamos todos atentos à nave suspensa nos céus, quando, obedecendo a

um chamado interno, um impulso, levantei-me e olhei para todos. Informei-os de

que precisava afastar-me do grupo, percebia que me chamavam, e assim

comecei as subir pelo cânion.

O espaço diáfano e claro da noite deixava aparecer timidamente as primeiras

estrelas. Meus passos eram a única coisa que se escutava na imensidão do

campo semeado de pedras.

Por entre os montes vi aparecer em grande velocidade um manto de nuvens

azuladas que rapidamente cobriu o lugar. O céu ficou coberto por um colchão

impenetrável de nuvens que mergulhou o lugar em uma profunda escuridão. De

repente, uma luz saiu do meio dos cúmulos e lançou um impressionante clarão,

iluminando todo o desfiladeiro. Lembrei neste momento que alguns do grupo

haviam me contado que viram clarões durante a meditação. Tudo parecia indicar

que eu devia chegar até o lugar das colinas onde se via à distância uma intensa

luminosidade. Então repetiram-se as esferas luminosas, ou caneplas, das saídas

anteriores, como assegurando de que a saída contava com suficientes

propósitos para ser considerada importante.

Do lado direito e a uns vinte metros de onde me encontrava, havia-se formado

um Xendra de tamanho regular, em cujo interior via-se uma espécie de

redemoinho cintilante. Parecia que a energia se condensava e irradiava para

frente. A minha esquerda percebi as projeções de dois seres que, mentalmente,

indicavam que eu me introduzisse no umbral para que esta energia me

purificasse e ajudasse a manter a consciência durante toda a experiência.

Caminhei decidido a tudo, até ficar no meio da concentração e, como se fosse

uma esponja, absorvi maior parte dela. Então tive que despojar-me rapidamente

do abrigo que vesti para afastar o frio do deserto.

Não estive mais de um minuto no interior do Xendra e já estava novamente

no caminho para o lugar mais afastado. Ao rodear uma colina vi a certa distância

um grupo de luzes que desciam por uma grande luminosidade azul elétrica.

Estas luzes eram verdes e alaranjadas, todas alinhadas até chegar ao solo. Do

interior daquela presença saiu um potente facho luminoso que, envolvendo-me,

deslumbrou-me. Abriu-se diante de mim um corredor metálico no final do qual

uma voz varonil e amável me atraiu. Apareceram as silhuetas de três pessoas.

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Eram todos do mesmo tamanho, calculo uns 1,85 metros, e eles faziam gestos

com as mãos para que eu me aproximasse.

De repente encontrei-me no interior do objeto. Era uma nave de forma

idêntica à da experiência de abril de 86, só que o salão circular estava totalmente

iluminado nesta ocasião. Em frente a mim havia um ser de aparência humana,

manipulando uma máquina retangular e parecia que outros dois estavam

revisando uns compartimentos nas paredes. Um deles se aproximou de mim e,

aproveitando que eu estava imóvel devido à forte impressão, tocou-me o ombro

e disse:

- “O tempo está se cumprindo e já não se pode esperar por mais tempo.

Compreenda que não é nossa intenção fazer mal a você, nem prejudicá-lo e nem

à sua família. Tem que confiar em nós, não o enganaremos. Tudo está previsto

para que uma viagem a Morlen signifique uma verdadeira e decisiva mensagem

à obra empreendida na Terra, através do contatismo, cuja versão atualizada são

os grupos Rama”.

A comunicação havia sido mental, e era difícil reconhecer quando me falavam

ou quando me transmitiam ideias. Pediram-me ali mesmo que mudasse de roupa

e para isso me deram um traje igual aos deles, devendo tirar a roupa para vesti-

lo.

O traje era fino e de uma só peça; não tinha fecho ou botões, dando a

impressão de um traje de mergulho de cor dourada. Por dentro parecia de

algodão ou tecido vegetal, enquanto que por fora parecia metálico.

Diante de uma indicação dos seres, cujos rostos pareciam orientais, segui-

os, subindo por uma rampa lateral até uma porta ovalada, entrando no salão

hexagonal que conhecia da experiência anterior.

Ali me surpreendi quando observei que extraiam das paredes e debaixo das

mesas, uns assentos dobráveis, em um dos quais me sentaram, colocando-me

em um extremo da sala, longe dos painéis de comando.

A poltrona em que me encontrava era de coloração negra, parecia de

acolchoado marroquino, mas não muito grosso. Quem nela se sentasse, se

sentiria preso por uma ventosa que o sugava. Não havia cinto de segurança.

No ambiente respirava-se ordem e organização. Via-se que cada um sabia o

que tinha que fazer e quando. Ainda que tivesse querido levantar-me, não teria

conseguido, porque sentia uma força que me sujeitava à poltrona que havia

adquirido uma forma anatômica.

Observei que puseram minhas roupas dentro de uma máquina que foi

colocada no salão hexagonal, introduzindo-a em um espaço dissimulado na

parede. O traje que vestia me apertava e era idêntico ao que meus anfitriões

usavam.

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Enquanto via como manobravam seus aparelhos e luzes, comecei a sentir-

me como um deles. Nada me parecia estranho, ao contrário, era como se muitas

vezes tivesse estado ali, participando ao lado deles. Sentia por todos esses seres

um grande amor, a tal ponto que me invadia uma espécie de ternura.

Telas que pareciam televisões me rodeavam, projetando imagens de um

acoplamento no céu escuro: uma nave pequena, que eu supunha ser esta que

me encontrava e uma maior, de forma cilíndrica. Escutei uma vibração em todo

aparelho, o que me inquietou e minhas mãos suaram com o sobressalto.

Procurei, então, acalmar-me fazendo exercícios de respiração, mas me distraiam

os jogos de luz, ruídos e os movimentos dos tripulantes.

Vi uma porta se abrir em um dos lados do hexágono. Do seu interior e em

meio a uma potente luz, apareceu a silhueta de um ser muito alto, calculo que

de mais de dois metros. Seu porte era impressionante e sua aparição foi algo

espetacular.

Superada a primeira impressão, este ser me localizou com o olhar e dirigiu-

se a mim. Pensei que poderia ter chegado há pouco na nave, procedente

daquela outra cilíndrica que os monitores mostravam. Pegou-me pelo braço,

fazendo com que eu me levantasse. Levou-me a uma sala contígua, onde

apareciam mais controles e uma larga janela panorâmica, por onde transparecia

o exterior que dava a impressão de ser um grande hangar brilhante. Enquanto

olhava para fora, o ser me fez um comentário falando-me em perfeito castelhano.

Ele me disse:

- “Durante séculos as naves da confederação visitaram continuamente seu

sistema solar, onde, por condições muito especiais e que estão em relação direta

com a influência do Sol, os seres estão orientados ao egoísmo e à violência. A

agressividade é, então, um condicionamento do plano e precisa ser superada

pelo desenvolvimento das energias e da consciência, pelo fortalecimento da

vontade, assumindo-se livremente e de forma responsável uma disciplina

interior.

A inteligência e o raciocínio devem acompanhar o amor, pois são necessários

como mecanismos que regulem a ação. Devem controlar em vocês a violência,

tanto no falar como nas ideias, orientando seus atos para realizações

construtivas e positivas. Não se deixem levar pelos impulsos, pois estes os

conduzirão a situações que depois lamentarão pelo resto de suas vidas. A

preparação é a parte mais importante do trabalho interno nos grupos de contato,

pois o autocontrole que se consegue com a constância e a perseverança lhes

permitirá enfrentar todas as provas que sobrevenham quando as forças obscuras

os enfrentarem. E tenham cuidado porque as mesmas energias que vão

despertando neste caminho de busca, podem ser tremendamente

contraproducentes, se não houver constância na preparação e controle.

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Encontrem força na disciplina, no jejum e na meditação, que é a forma mais

eficaz de ingressar no espiritual. (...)

Se não assumirem os riscos, as forças que estão despertando podem superá-

los, destruí-los. Recordem que a mudança pode ocasionar que canalizem

energias que, por não estarem devidamente purificados, nem preparados, lhes

trarão desunião, tensão, aversão entre vocês e pelos outros. Aprendam a

importância da mansidão, da caridade, da simplicidade para com tudo e com

todos os que os rodeiam... Amor e paz, Tell-Elam”.

Respondi-lhe automaticamente, pois estava absorto nos conceitos

transmitidos, dizendo-lhe:

- Amor e Paz, Antarel! – e eu mesmo me surpreendi de tê-lo reconhecido.

Suas feições eram agradáveis, de nariz aquilino, olhos cinza e amendoados que

se destacavam em um rosto branco marfim. O traje que usava era prateado e

deixava descobertos somente seu rosto e as mãos.

Trazia em seu peito um adorno que, à distância, parecia um medalhão, mas

que, de perto, via-se que era um distintivo preso ao corpo. Era circular e o

símbolo em seu interior parecia um tridente. Segundo ele me explicou depois,

simbolizava que o fim último era a evolução.

Impressionava-me nele a amizade espontânea que me tributava, apesar de

que ao meu lado parecia um gigante acompanhado de um anão. Via-se que ele

se preocupava muito em que eu compreendesse o que me havia transmitido.

Finalmente, Antarel sorriu, deu meia volta e pelo estreito corredor se dirigiu

para o salão hexagonal. Em substituição a ele veio até mim outro ser dos que ali

estavam. Desdobrando uma das poltronas dobráveis que estavam embaixo da

mesa em frente à janela, convidou-me para sentar e continuar olhando para fora.

Estava distraído com isso, quando se aproximaram outros dois seres, mas desta

vez um pouco mais baixos que Antarel, ligeiramente mais altos do que os de

Ganímedes. Eles eram delgados, de pele acobreada, cujos olhos claros e

fendidos destacavam-se em um rosto meio desfigurado e ovalado. Traziam a

cabeça coberta pelo traje. Pude observá-los de lado, quando se aproximaram de

mim, sentando-se um de cada lado, em poltronas encontradas com a facilidade

habitual desses magos cósmicos. Ao me ver de um momento para outro rodeado

por estas pessoas, afundei na poltrona e minhas palpitações aceleraram-se.

Havia visto, durante parte do processo de acoplamento, que descendíamos

em uma espécie de estrutura similar às colmeias das abelhas, nas quais havia

vários outros discos em plataformas colocadas em forma de taludes que

baixavam até um grande espaço aberto, onde se via um pequeno grupo de seres

que circulava em torno de um círculo perfeito de tamanho regular, marcado por

luzes vermelhas e azuis, próprio para as descidas

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Senti uma ligeira opressão no peito, depois na cabeça e debaixo do umbigo

como se algo girasse dentro de mim e um som, ou vibração, que gerava essas

sensações. No instante em que a nave tocou o chão, os acompanhantes que

estavam ao meu lado puseram as mãos em meus ombros. Um forte calor

percorreu meus ombros, o que me fez virar e olhar em direção à porta, onde

Antarel estava de novo parado. Com as mãos juntas à altura do peito, formava

um triângulo com os dedos com o vértice superior voltado para cima. Estava

concentrado enviando energia, cujo receptor era eu.

Olhando em meus olhos, senti que pedia que eu me levantasse. Neste

momento o ser que estava à minha esquerda apresentou-se como Mardorx de

Xilox, guia técnico e de apoio, encarregado de informar-me sobre o propósito

final da experiência e dos alcances dela, assim como os detalhes para a

preparação de um novo e transcendental encontro no mês de março deste

mesmo ano.

Para expressar-se, Mardorx recorria a muitos gestos, movendo seus longos

e finos dedos da mão. Sua boca, muito menor, movia-se muito rápido ao se

comunicar comigo.

Fui levado de novo à sala de comando e me indicaram que ficasse no lugar

onde tinha sido colocado pela primeira vez ao entrar na nave. Ao meu lado

também sentou-se o ser de Xilox. As fileiras de janelas à minha frente

começaram a mostrar imagens do que estava ocorrendo fora da nave-hangar.

Numa delas via-se a escuridão da noite e, de repente, aproximando-se em

grande velocidade, vi o mar! Tive a percepção muito reduzida do som exterior

próprio de uma imersão e depois o contraste com outra escuridão, a das

profundezas oceânicas, interrompida só por poderosos refletores e uma

infinidade de pequenas esferas de cor branca, amarela e laranja que cruzavam

na frente, como se brincassem entre elas. O panorama submarino havia

adquirido uma coloração azul elétrico, enquanto aumentavam no interior da nave

estranhos sons que pareciam emitidos por golfinhos e baleias.

Avisaram-me de que já podia me levantar, o que também fez Mardorx. Fomos

juntos até o fim da sala, entrando por uma porta na antessala do exterior.

Esperamos uns segundos, durante os quais fomos banhados por uma luz que

subia de baixo para cima e depois saímos para o exterior, para a nave hangar.

Descemos, então, por uma rampa até o solo que parecia de vidro laranja, mas

talvez fosse só luz concentrada. Caminhamos uns cem metros, enquanto eu

olhava para os lados e para cima, deslumbrado por um sem fim de luzes de todos

os tamanhos e cores.

Chegamos ao final da pista e, então, abriu-se uma porta transparente de

entrada para um lugar parecido com uma estufa ou um grande jardim, no final

do qual se abria uma meia cúpula quadriculada por divisões metálicas por onde

se podia ver o fundo do mar.

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No fim de um profundo abismo submarino e no meio de grandes montanhas

submersas, aparecia diante de meus olhos o que aparentava ser uma pequena

cidade, toda iluminada. Viam-se construções em forma de cúpula e prismas de

diversas cores intensas, entre elas o verde e o amarelo dourado. Surpreendeu-

me ver, à direita da base, uma colossal nave-mãe de forma alongada como um

torpedo ou um aspirador antigo, muito iluminada, pousada nas profundezas

como se fosse um submarino. Era muitas vezes maior do que a nave cilíndrica

que nos havia transportado primeiro.

Estávamos ainda observando pela sacada, quando chegaram até nós dois

seres muito grandes, de aparência Apuniana como Antarel, vestidos com

macacões azuis, nos quais reconheci intuitivamente os guias Sum e Reges.

Pediram-me que voltasse à pequena nave exploradora, porque seríamos

transladados à nave principal.

Pelas janelas verifiquei que a cena da manobra de encaixe se repetia, mas

desta vez saindo de uma para entrar na outra. Em determinado momento, um

ser que estava nos painéis se aproximou. Era de aparência Morleana e me deu

uma palmada no ombro com sua mão esquerda, sinal de que podia levantar-me

e que terminara a observação dos movimentos da nave em frente à mesa que

ficava embaixo das telas. Dei-me conta de que toda essa contínua confusão de

me fazer levantar e sentar, levando-me daqui para ali, tinha um objetivo e não

era porque não conseguiam pôr-se de acordo aonde me levar. Mantinham-me

de propósito em contínuo movimento para que eu pudesse suportar muitas

coisas relativas ao nível vibratório deles e do ambiente. Foi aí que, de uma

maneira muito suave e quase imperceptível, entramos na nave-mãe. Mardorx

aproximou-se uma vez mais e disse:

- “Assim como observa que uma estrutura é absorvida por uma outra maior,

também chegará o momento em que se fará necessário renovar-se e deixar o

que é temporário para assumir formas mais elevadas e sutis. O trabalho menor

será envolvido pelo grande plano e para isso devem preparar-se. Não é nada

bom manter-se estático em um universo dinâmico de mudança e renovação

contínua.

Não se descuidem nem negligenciem o trabalho interno do grupo de contato,

voltado para a interiorização. Chegará o tempo em que a única luz que os poderá

iluminar será seu próprio ser, que é o mestre Interno, o mental superior, por isso

devem redescobri-lo. Conhecê-lo significará acessar a missão individual e a

parte de participação na missão coletiva”.

Ao atravessar a porta de saída, encontrei-me em um ambiente banhado de

luz verde e celeste brilhante. Havia em frente a mim uma pequena comitiva de

boas-vindas, integrada em parte pela tripulação do disco que me levou e do

pessoal da nave principal. Informaram-me o nome de alguns dos que se

encontravam ali: Olea, Oletano e Oesceve, todos eles de Morlen. Ao sair a seu

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encontro, saudaram-me tocando-me os ombros e os braços e percebi a

importância que dão ao contato direto, como as crianças e que de maneira

nenhuma representa sinal de debilidade.

Oesceve, então, me disse:

- “Bem-vindo à nave Arton lll, Tell-Elam!... Estávamos esperando-o. Você

demorou muito para criar as condições para aceitar este convite e adquirir a

confiança necessária. Saiba que esta nave não podia permanecer por mais

tempo na Terra, pois a tripulação precisa regressar a Morlen e de lá a seus

planetas de origem. Estar alojados em seu mundo representa para todos nós um

sacrifício, pela aceleração do processo de envelhecimento celular e pela

influência desarmônica da vibração do plano terrestre”.

Olea interveio, dizendo:

- “Pedimos-lhe que viesse só e com tempo, porque o que foi disposto pelo

Mestres é que passe vários dias na Cidade Confraternidade, onde se encontra

a colônia terrestre. A intenção é que se identifique plenamente, de uma vez por

todas, com o programa de contato e com o plano da Missão Rama para que,

assim, possa transmiti-los a todos.

Lembre-se de que o amor à humanidade deve manifestar-se ao oferecer

alternativas de trabalho responsável e vivência prática. É necessário valor para

assumir a disciplina interior e exterior. Não é bom omitir detalhes, pois, ainda que

não conheçam o significado de uma recomendação, não pensem que a ela falte

importância ou sentido. Se, pelas mensagens, lhes pedimos algo, meditem sobre

a importância da confiança que depositaram em nós e da humildade necessária

para traduzir os conselhos e pautas em uma forma de vida coerente com seu

próprio sentimento.

Não podemos explicar-lhes tudo neste momento, mas usamos a bagagem de

formas mentais que mantêm em sua memória. São vocês os trabalhadores que

foram contratados para construir uma ponte. Numa primeira etapa só devem

saber que é um projeto necessário, porque pontes unem dois extremos

separados. Mais adiante, à medida que as diversas equipes e trabalhadores vão

cumprindo as respectivas tarefas apresentadas e que o projeto vá se adiantando,

os responsáveis, Engenheiros e Arquitetos, se reunirão pessoalmente, dando-

lhes cada vez maior compreensão sobre a dimensão da obra empreendida,

incentivando-os a terminar de uma forma eficiente o que foi iniciado. Talvez,

quando faltar muito pouco, se faça a revelação do porquê deste lugar, neste

momento e desta forma. Até este momento, os trabalhadores foram crescendo

com a obra, foram sendo forjados com o esforço e sacrifício que foi pedido. Agora

sim estão capacitados para entender porque amam seu trabalho, sua criação e

alcançaram a mística necessária.

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Ainda que seja paradoxal, lhe diremos que insistíamos que viesse só, porque

a experiência é para o coletivo de pessoas que estão representadas em você,

que precisam de sua maturidade e sabedoria. Você é o capataz da obra que foi

chamado ao escritório da construtora para que, com os planos pela frente, se

marquem as tarefas e se faça um balanço do quanto foi conseguido, do

cumprimento de metas previstas e alguma coisa mais.

As pessoas que o seguem não serão afetadas por que tenha ou não subido

a uma ou mais naves, nem que vá viajar conosco a outro planeta. Muitos não

sabem, nem entendem o significado e a importância que tem a responsabilidade

que pessoas como você assumiram. Realmente não sabem. Siga oferecendo o

exemplo de sua equanimidade, simplicidade, fé e confiança no plano, bem como

a fidelidade à bandeira do amor.

Não tente convencer ninguém de nada, nem sequer tente confiar-lhes os

detalhes das experiências. (...) Não lhe será autorizado obter uma prova, porque

ela poderia significar sua própria destruição. Deve manter a discrição, e nós não

podemos alimentar dependências (...) Sabemos o que lhe dizemos, deve

aprender a deixar-se guiar... Um comentário, uma confidência, a ingenuidade de

um relato transmitido em um momento inapropriado lhe gerarão grandes

problemas.

Aprenda a calar certas coisas, e a transmitir em silêncio as verdades às quais

teve acesso, para que outros sejam estimulados a achar sua própria porção

delas. Deve falar o justo, o necessário e assim será oportuno, exato e não

confundirá ninguém. Seja prudente!”

Oletano, que se mostrava o mais sério, também falou:

- “O amor não é o que vocês na Terra pensam que é. Confundem amor com

carinho e afeto, e também com complacência, irreverência, hipocrisia e mentira.

Há muito pouco de divino no amor que manifestam.”

Aí não pude aguentar e disse ao guia:

- “Mas se Cristo mesmo nos ensinou que é preciso dar tudo àquele que pede.

Se alguém lhe pede a túnica, dá-lhe o manto, se alguém lhe pede para caminhar

um quilômetro com ele, caminha dois.

E, então, eu pergunto: Como podem nos acusar de nos equivocar sobre o

conceito de amor?”

- “Quando dá o melhor de si mesmo, procurando o melhor para o outro, sem

pensar em benefício próprio, você ama; mas não pode, nem deve, agir por um

impulso intenso que esconde a vaidade e a soberba, mas com espontânea

naturalidade e sentido comum, escolhendo com discernimento o mais útil, o

realmente necessário. E, ainda que lhe pareça paradoxal, há momentos em que

responder com um “não” rotundo se dá mais, porque talvez esta negativa em

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satisfazer o desejo de alguém que busca deleitar-se, o livrará de prejudicar a si

mesmo e aos outros.

O amor verdadeiro obriga discernir entre o que se quer, pode ou deve dar a

alguém. Sempre fará o que for justo, porque só assim aprenderá a amar. Sim,

porque até para amar é preciso aprender.

E, se falamos de amor à humanidade (risos entre os presentes), há entre nós

alguém que os ama como poucos...”

Neste momento os guias puseram-se de lado, empurrando para frente um

deles, tomando-o pelos braços.

Este ser, de longos cabelos amarelo-ouro que caiam sobre os ombros, olhos

verdes e rosto triangular laranja-rosado, era mais baixo que os outros, calculo

1m 65, vestido com um macacão verde brilhante. Tinha um rosto agradável e

risonho e compleição um tanto robusta.

- “Aqui está ele, Sampiac!... (risadas).”

Pareceu-me incrível que os guias agissem com tanta naturalidade e bom

humor, passando tão rapidamente da seriedade de uma admoestação à alegria,

criando uma situação jocosa em cima de um comentário que acabava parecendo

mais um elogio. Não havia sombra alguma de sarcasmo ou má intenção na

brincadeira que faziam os guias com seu companheiro que, ao que parece,

destaca-se por ser o que mais advoga e intercede pela humanidade.

Sampiac saudou-me com uma das mãos, pegando-me com força o antebraço

e parte do pulso, e com a outra tocou-me o ombro.

Sorridente, me disse:

- “Não leve muito a sério o que lhe dizem, já que são demasiadamente

generosos em suas apreciações... Sempre pensei que deveríamos procurar as

condições para que pudéssemos fazer algo mais efetivo e concreto por vocês e

não só dar-lhes advertências sobre as possibilidades futuras. Mas logo reflito

sobre a grande responsabilidade que têm e a necessidade de que alcancem

suas metas com a menor ajuda possível, então minha inquietação se reduz.

Também compartilho da expectativa de muitos de nós que aguardamos que

vocês se comprometam mais com sua própria mudança e se aproximem do

contato mais conscientes por meio da preparação, para que isto nos permita

atuar em benefício de todos aqueles que tenham se envolvido nesta parte do

plano.”

Perguntei-lhe, então, aquilo que surgiu espontaneamente no meu interior:

- “O que devemos fazer neste momento?”

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- “Sigam adiante, não se detenham mais do que o necessário em avaliar os

erros; resolva-os enquanto caminham, pois o caminho ainda é longo e cada vez

fica mais difícil avançar, mantendo e superando os níveis já alcançados.

Se começarem por procurar se conhecerem, descobrirão a importância da

tolerância e da compreensão para com vocês mesmos e com os outros, assim

como o significado do respeito, mas se perderem a continuidade em seu

processo de autoconhecimento, se tornarão conflitivos e agressivos.

Aconselhamos a que não olhem para trás, vendo seus erros, só olhem para

frente, em direção às suas metas, porque, quando menos imaginarem terão

alcançado o máximo de suas realizações.

Tem alguém aqui querendo cumprimentá-lo. Lembram-se de você, quando

se apresentaram em uma saída no norte do planeta, no país dos Estados Unidos,

na qual se reuniram você e outras treze pessoas, já faz vários anos dos seus.

São nossas irmãs Anitac e Titinac.”

Saindo de trás do grupo, foram-se aproximando duas jovens mulheres de

aparência agradável e juvenil. Seus rostos mostravam uma beleza singular, sem

nenhuma maquiagem. Eram triangulares, com olhos rasgados e

impressionantemente claros, e sua pele, rosada e corada. Chamou-me

particularmente a atenção os lóbulos de suas orelhas, que se escondiam

timidamente nos seus grossos e abundantes cabelos lisos. Eram mais compridos

que o normal, chegando a roçar os ombros. Esta particularidade de suas orelhas

me fez recordar o costume de algumas culturas antigas de exibir orelhas

grotescamente alongadas, como no caso dos Incas, cuja nobreza chamou

atenção dos conquistadores europeus precisamente por aquele detalhe,

batizando-os de “Orelhões”.

Também nas origens lendárias da Cultura Tiahuanaco, assentada no

Altiplano Boliviano, fala-se de Orjena ou Orejona, uma mulher de orelhas

compridas vinda de Vênus que se uniu a um camponês e deu nascimento a uma

civilização mestiça.

Orelhas longas e grandes foram consideradas em muitos povos da

antiguidade como sinal de nobreza, à imitação dos Deuses do Céu. Muitas

deformações e alongamentos cranianos eram um arremedo dos crânios dos

visitantes extraterrestres.

As duas mulheres extraterrestres cumprimentaram-me e observei que Titinac

era mais magra do que Anitac, e o que a diferenciava também era seu cabelo

mais grosso e um pouco branco. Também os olhos da primeira eram mais longos

do que o da segunda.

Vi-me, então, rodeado por mais seres que me observavam, fazendo-me sentir

estranho e incomodado, pois se via em seus rostos a avidez por fazer-me

perguntas e escutar de mim o que sentia, ainda que eu soubesse que eles

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podiam ler minha mente. Percebia, realmente, seu respeito, o que diz muito do

nível alcançado por estes seres.

Vi entre eles os guias Oscim, Omuni e Oxlam, todos eles de Morlen, que me

consultaram sobre os diversos grupos e antenas com quem eles estiveram em

contato, como se, de repente, os papéis se tivessem invertido e eu tivesse

passado à condição de guia.

Que grande lição de humildade e simplicidade que me davam estes seres!

Em nenhum momento fizeram-me sentir inferior a eles, pelo contrário, deram-me

um tratamento cordial, amistoso e sempre fraterno.

Um guia de Alfa Centauro me tomou pelo braço, como quando um adulto

pega uma criança pequena, e me puxou, desculpando-se pelo resto da comitiva

de boas-vindas, dizendo que já era tempo de que eu fosse cumprir o objetivo

daquela ocasião. Eu ainda ignorava o desenlace que poderia ter tal experiência,

tampouco vislumbrava a essência do que ali se trataria.

Fomos caminhando até uma porta circular e transparente que se abriu e

seguimos por longos corredores cilíndricos, até que chegamos a uma imponente

entrada que revelava uma área importante daquela nave. Naquele instante saiu

a nosso encontro outro guia de características similares. Trocaram olhares,

gestos e depois algumas palavras incompreensíveis para mim, e só pude

entender de que um deles chamava-se Anrar.

Via estes seres envoltos em uma aura especial de tranquilidade e paz,

imperturbáveis quando os consultava sobre o que ia ocorrer. Quando lhes pedi

que me adiantassem algo, sua reação foi um sorriso e um deles respondeu:

- “Aqueles que o esperam, você já aguardava... Eles estão aqui para que

alguém viesse voluntariamente e chegasse por seu próprio esforço, para escutar

o que eles têm para transmitir à humanidade.”

- “Mas, o que eu posso fazer? Minha voz não é importante no mundo. Sou

inadequado para um trabalho, ou missão como esta. Exige muita capacidade,

muita notoriedade e prestígio, e também uma personalidade mais firme, porque

tudo isso me deixa atordoado, fazendo perder a dimensão humana da missão.

Até agora fiz o melhor que pude na transmissão da mensagem, ainda que

reconheça que cometi muitos erros e que até aqui não me esforcei o suficiente.

Neste momento creio que se enganaram de pessoa e esperaram demais de um

terrestre comum e normal.”

- “Bem sabe que não é assim – replicou um daqueles gigantescos instrutores.

O entendimento se produz quando se conjugam a maturidade de vidas

anteriores, a oportunidade que este indivíduo se dá e a vontade de prestar-se a

um compromisso maior. Se continuar deixando-se guiar, com o tempo

compreenderá que, a partir de algo pequeno, podem-se construir grandes

coisas. No princípio tudo é pequeno, imperceptível e humilde, até que, produto

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da constância e dedicação, vai alcançando força. Você teve o valor de chegar

aos mais importantes fóruns mundiais, e isso não é pouco, e para isso não teve

dúvida em sacrificar muitas coisas. Chegou o momento em que poderá entender

os propósitos superiores que estão por detrás disso.

- Anda e veja o que os Maiores lhe mostrarão e não deixe decair seu ânimo.”

Eles se foram e me deixaram só em frente à entrada que, depois de alguns

segundos, abriu suas portas lentamente, convidando-me a cruzar o umbral. Uma

vez dentro do quarto, a porta foi se fechando atrás de mim, sem fazer o menor

ruído, deixando-me na escuridão e silêncio total. De repente, uma suave e

agradável melodia foi enchendo o ambiente com um sutil colorido. Parecia-me

incrível poder sentir e ver as cores da música. Também percebi um agradável

aroma de flores inundando o quarto. Na frente vi um grande círculo escuro que

ia aparecendo na parede e ele foi se iluminando pouco a pouco. À minha direita

pude ver uma figura humana sentada em meio à penumbra. Quando fui me

acostumando com o ambiente, distingui um ancião com uma comprida túnica

branca. Do teto desprendeu-se uma luz oblíqua que alcançou o rosto do estranho

anfitrião.

Na parte oposta da sala, igual à anterior, apareceu outro ancião que estava

colocado frente à frente com o primeiro.

Ambos permaneciam sentados em poltronas que pareciam gigantescas e

artísticas folhas de uma planta. Davam a impressão de que não percebiam minha

presença, até que ouvi uma voz:

- “Estão em uma etapa na qual devem confiar plenamente naquele que

preparou o plano de ajuda à humanidade. Não se confundam e não busquem

mais o apoio nos intermediários, dos que já foram oferecidos até agora, pois

existem restrições em benefício da própria humanidade.

O Profundo Amor da Consciência Cósmica decidiu que já chegou o momento

do homem amadurecer sua adolescência e avançar para uma juventude

responsável, para deixar de uma vez por todas de ser um perigo para si mesmo

e para os outros. As condições do planeta logo serão muito diferentes, por isso

preparem suas consciências e veículos físicos.

O propósito do homem é chegar à sua própria cristificação. Ela é a chave do

Universo, o cristal que canaliza a energia motriz do Cosmos. Sua missão é ser

ponte para que os outros cheguem e passem, é ser luz na terceira dimensão e

entre as outras dimensões. Por isso não deixaremos de insistir na necessidade

de que se esforcem em prepararem-se e em vencerem-se.”

Ao terminar a intervenção, os anciãos haviam girado sobre suas poltronas e

estavam olhando-me de frente. Em seus peitos apareciam medalhões bastante

grandes sobre suas túnicas brancas azuladas, que destacavam suas longas

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cabeleiras e barbas sobressaindo de seus rostos macilentos de olhos escuros e

penetrantes.

Enquanto meditava no que me falaram, a parede do fundo incendiou-se com

uma luz clara, deixando visível um complicado vitral multicolorido no qual se

sobressaía uma cruz simétrica, composta por quadrados de diferentes

tamanhos, os maiores próximos do centro. No meio da figura via-se a estrela de

seis pontas, com uma cruz linear no seu interior.

Minha observação foi interrompida por um novo comentário de uma voz que

eu sabia proceder de um daqueles dois mestres, que identifiquei intuitivamente

como membros do Concelho dos Doze Menores de Morlen. Depois vim a saber

que aqueles anciãos eram ASINT e ANUR. Escutei, então, que me diziam:

- “Desta vez você não chegará às Colônias, já que não se pode condicionar o

regresso da nave à sua disposição de tempo e toda viagem demandaria no

mínimo de três a quatro dias dos seus. O temor que têm em sua casa de que

não volte é natural, mas neste caso é injustificado, já que não é nosso propósito

que fique conosco, mas até onde lhe for possível e chegue seu compromisso, se

arrisque uma vez mais, para saber mais. Ninguém ficará desprotegido quando

tudo acontecer. Ainda hoje, valorizem as forças que os protegem e os apoiam

nas provas. Dissemos-lhe que a próxima nave de transporte não voltará de

Morlen à Terra antes de dois meses (...). Agora fará um transbordo e voltará ao

lugar de onde veio (...)”

- “Senhor, com todo respeito, não sei o que lhe dizer. Não quero prejudicar os

planos e metas do programa de contato, mas realmente ainda não consigo

entender o propósito de uma viagem a Morlen e, inclusive, queria entender o

plano maior que está por trás de todo esforço que os senhores desprendem ao

vir aqui. Por que não escolheram gente importante, procurando políticos,

governantes, líderes religiosos, militares?”

- “Não se menospreze. Está muito certo que exija saber, pois chegou o

momento de que compreenda tudo da melhor maneira. Muitos são procurados

para um contato, mas poucos são os capazes de suportá-lo e menos ainda os

dispostos a assumir suas consequências e enfrentá-las da forma madura que é

necessária.

O sentido de uma viagem neste momento a Morlen (Ganímedes) tem o

objetivo de que, em representação de todos, constate o processo por si mesmo.

Referimo-nos à preparação daquelas 12.000 pessoas levadas em diferentes

momentos da história humana, para serem preparadas por nós e que estão

estabelecidas nas Colônias, para voltar no tempo em que sua presença possa

significar um apoio transcendental para a mudança e despertar da consciência

da humanidade.

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É bom que sinta e veja as melhores intenções por parte da Confederação dos

Mundos para com a humanidade. É necessário que essas intenções sejam

verificadas por alguém que se destacou na sua percepção e sensibilidade. Isto

porque há forças de oposição que procuram enganar cada vez mais, de tal

maneira que não possam reconhecer quem é seu apoio verdadeiro.

Sobre os terrestres em Morlen, dizemos-lhe que é verdade que há alguns que

foram levados contra sua vontade, mas não ocorreu isto por nossa culpa, já que

foram resgatados das mãos sinistras daqueles que são cúmplices da hierarquia

oculta negativa da Terra. Regimentos militares completos nos séculos XVIII e

XX, foram subtraídos por naves gigantescas da Ursa Maior, em

empreendimentos audazes e terríveis para constituir exércitos de escravos

guerreiros, que pudessem ser reintroduzidos em uma ofensiva final material e

psíquica, para destruir toda luz e conhecimento em seu planeta.

A influência nefasta das forças demoníacas animou a constituição de projetos

imorais de exércitos de clones e androides na Alemanha Nazista e

posteriormente nos Estados Unidos.“

- “Desculpem-me a ingenuidade da pergunta, mas preciso verificar que os

senhores são bons? Sinto não só que não são maus, mas até confio em seu

amor protetor e na intenção desinteressada de sua ajuda.”

- “Não é o suficiente! – replicou um daqueles anciãos – Existe uma campanha

infame, iniciada faz muito anos por aqueles que servem no mundo ao que é

satânico, deturpando as intenções dos diversos visitantes, generalizando os

poucos casos, que escaparam do nosso controle, daqueles que não chegam

com bons propósitos, procurando criar uma psicose coletiva e uma aversão a

tudo o que é de fora. Também existem aqueles que, usando os mesmos

mecanismos de transmissão de mensagens e ajuda, fazem o oposto,

confundindo e desequilibrando as pessoas, induzindo-as ao suicídio coletivo.

É importante que saibam reconhecer quem procura o melhor para vocês,

assim como em quem podem confiar, devido a que a intuição humana ainda é

intermitente por falta de estímulo e trabalho.”

- “Por que tudo isto? Por que permitem que venham aqueles que nos

prejudicam?” – perguntei contrariado.

- “Já estão aqui, já estavam há muito tempo. Lembra-se do relato de Jó na

Bíblia? Ali se vê como o Senhor autorizou que o homem fosse posto à prova

como parte de sua purificação e superação.

O plano Maior é a Cristificação do homem e a restauração de uma ordem

interrompida. A humanidade deste planeta foi eleita como o Plano de Evolução,

como a Chave do Santuário Cósmico. São vocês a garantia de que os Três

Universos tornem-se interconectados novamente e que todos os que se acham

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em uma relativa e perigosa imobilidade, sejam impulsionados para a dinâmica

da mudança, da perfeição e da ascensão.

Não os escolhemos, vocês é que vão se autosselecionando dia por dia, como

a muitos outros. Nós escolhemos os momentos, as zonas e os grupos de

pessoas que mantêm uniões cármicas entre si, formando colônias de espíritos,

seres com os quais já tivemos relação no passado, em vidas anteriores, para

que através deles se cumpra o plano.

Sabíamos que muitos o seguiriam e conhecíamos as próprias circunstâncias

do contato. Saber quem chegaria e continuaria era, em certa medida,

imprescindível, pois começar é fácil, o difícil é continuar e terminar. A constância

cria a disciplina, a vontade garante o triunfo. Nunca se esqueça disso.

Quer saber por que foram selecionados? Porque todo compromisso traz

renúncia e entrega e são poucos os que estão dispostos a assumir um papel que

exige vocação de serviço e desapego. E quem melhor do que jovens simples e

humildes de um país considerado de terceiro mundo pelas grandes nações, sem

nada de transcendental para oferecer aos outros?

Hoje, lentamente os olhos do mundo estão se dirigindo para vocês.

Estejam seguros de que, assim como acontece um programa de abertura e

de mudança, pela lei dos opostos vai crescendo a negatividade que busca

neutralizar todo movimento. Tenham confiança, não estão sós.

Há também importantes razões cármicas entre Europa e América que

influenciarão as relações e situações futuras, por isso deverão estar atentos aos

acontecimentos que se produzirão e à evolução deles.

- Estou entendendo que a viagem que está prevista para visitar Morlen se

destina a que se tenha acesso aos resultados parciais do trabalho para a

mudança terrestre. Poderei sentir se tudo está bem encaminhado e se nós

mesmos estamos correspondendo ou não. Será uma importante avaliação!” –

disse, decidido a incrementar minha preparação e voltar bem depressa.

- “Também poderá ver o livro, aquele que lhe foi dito que seria recebido! O

Registro da História Planetária.”

- “Mas, ele não estava reservado para que um grupo de pessoas previamente

selecionadas o recebesse, assegurando que, com a difusão do conhecimento, a

humanidade não voltasse a cometer os mesmos erros, devido à ignorância da

qual foi vítima? Os senhores comentaram isso mais de uma vez. É o Livro dos

que se Vestem de Branco, o Registro Akashico da terra, a síntese vibracional

impregnada, onde ficou registrada toda nossa história. Por que agora eu devo

vê-lo? Que sentido pode ter que só eu tenha acesso a ele?”

- “Alguma vez não se perguntou onde estão todos os que começaram com

você? Terás acesso a parte daquela informação, e isso acontecerá para que seja

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aperfeiçoada a caminhada, porque, se continuam no ritmo atual, os

acontecimentos encontrarão a maioria desprevenida e inconsciente.

Depois disto, todos se sentirão comovidos e fortalecidos. O programa original

não foi alterado. Ainda aguardamos que a difusão que possam realizar permita

que sejam conectadas as pessoas preparadas há milhares de anos para que se

reúnam neste tempo e que, dentre elas, surjam as que receberão o

conhecimento e outros cento e vinte que o difundirão para toda a humanidade.

Não é importante que aqueles que formam o grupo de missionários saibam

conscientemente que constituem um grupo especial, pois é vital, no caminho

espiritual, evitar tropeçar nos egos e nos protagonismos que, como você já

observou, vem fazendo estragos nos grupos ao longo de todos esses anos.

Quando chegar o momento em que eles forem necessários operativamente,

todos eles sentirão e escutarão o chamado, começando a receber cada um a

parte à qual terá acesso. Além disso, pouco a pouco irá crescendo a capacidade

de convocação, o que permitirá que aqueles que devem ser reunidos estejam no

momento e no lugar oportuno.

Agora já está ficando tarde e sentimos muito que esteja demorando a decidir-

se. Lembre-se, amado filho, de que você é um dos homens do tempo, um elo

aberto que chama os demais a reunirem-se e fecharem a cadeia para o encontro

com os guardiães do templo.”

- “Compreendo que, mais do que nunca, devo preparar-me para ir, mas agora

devo parar. Ainda não estou pronto” – respondi, afundando a cabeça entre os

ombros.

Um dos anciãos, sorrindo com ternura e compreensão, apesar de sua visível

preocupação, respondeu-me:

- “Faça como quiser. É sua responsabilidade e respeitamos as decisões que

tomar. Mas prepare-se, prepare os de sua casa e volte no final de março, quando

uma das naves da base da América do Sul for levar outro grupo de troca e o

tempo de regresso também seja curto.

Não se esqueça de que mestre Joaquim, membro dos Doze de Morlen e

guardião dos arquivos, o espera e a missão precisa de você. É importante que

constate quão perto estão de receber e viver os símbolos conscientemente.

Recordem que já tem em seu peito os cristais para com eles trabalhar a

interpretação. O dia em que chegarem a terminar esta etapa, os acontecimentos

deverão encontrá-los liberados de esquemas, estruturas e apegos. Só assim se

produzirá em vocês o renascimento espiritual. Filho, vá em paz e deixe-se guiar

por aqueles que conhecem o momento da abertura dos Selos...”

- “Venerável pai, só permita-me saber, de que selos está falando?”

- “Ainda não é tempo de ter definições. Elas vêm com os riscos assumidos. O

conhecimento tem o preço do risco. Só lhe diremos que são sete os selos que,

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como etapas e níveis, serão alcançados e superados pelos méritos e virtudes

conquistados por uma vida perfeita.”

- “Por onde tudo começa?”

- “Pela pureza de intenção e amor incondicional ao serviço, segue pela

humildade para deixar-se guiar, continua pela fé e confiança no plano...”

(silêncio)

- “E por onde conclui?”

- “Pela esperança de que, no final, tudo se cumprirá dentro de seus prazos e

tal qual estava previsto pelo Alto...”

Ambos os anciãos levantaram-se de suas poltronas, sorrindo e conversando

entre si. Ergueram os braços em sinal de despedida, olhando-me nos olhos.

Senti que meu rosto era banhado pela compreensão daqueles olhares sábios.

Também me despedi, retirando-me imediatamente, ficando com um sentimento

de gratidão e paz.

A porta se abriu e me dirigi para fora, onde me aguardavam pacientemente os

dois gigantes de Alfa Centauro, que me convidaram para que eu os seguisse

com certa pressa ao terraço, de onde se podia ver a imensidão de um oceano

na penumbra, só interrompida pelas luzes das construções, das naves e pelos

deslocamentos ocasionais de alguns objetos. Distrai-me olhando, quando

percebi que o mar começou a revolver-se, com grandes borbulhas e fervia como

se estivéssemos dentro de uma válvula de pressão. Parecia que estávamos

subindo.

Olhei inquieto para meus acompanhantes que permaneciam imperturbáveis,

observando também ao longe, como se me dessem a oportunidade de dar uma

última olhada para aquele espetáculo indescritível. Em poucos segundos o mar

revolto estava abaixo de nós e estávamos flutuando sobre ele, enquanto os

refletores iluminavam as ondas, dando-lhes um tom esverdeado. Vi que o mar,

cada vez menos agitado, ia se distanciando, pois estávamos em uma repentina

subida. Extasiado pelas imagens, demorei em reagir diante do convite de ir para

o salão mais próximo, onde, segundo os guias, estavam me esperando outros

companheiros seus presentes na nave.

Por um corredor iluminado com placas retangulares no solo, dirigimo-nos para

uma câmara que abriu suas portas automaticamente e ingressamos em um

amplo aposento que mostrava vários níveis em semicírculo, como em um

parlamento, nos quais mais ou menos vinte seres estavam sentados atrás de

algo como escrivaninhas e mostravam entre si diferenças de aparência e

vestimentas. Via-se que estiveram aguardando ali por um bom tempo.

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Quando entrei no lugar, de imediato fez-se silêncio. Timidamente tinha ficado

atrás sem avançar mais do que o necessário, mas os sorrisos e olhares

afetuosos deram-me confiança para aproximar-me do centro do salão.

Imediatamente o Guia Oscim, que estava na primeira fila, mais próximo de

mim e abaixo dos outros, tomou a palavra:

- “Estivemos com vocês fisicamente em recentes reuniões no norte de seu

país. Viemos precisamente desta base submarina. Mas o cansaço não lhes

permitiu aquilatar a importância do que estava acontecendo ali. Houve até

Xendras coletivos. Se estivessem melhor preparados teriam percebido.”

- “A que se deve este interesse dos senhores e da Confederação pela Terra?

Quando vão nos explicar com clareza o sentido de tudo isto? O que os senhores

sabem que até agora não quiseram nos dizer?” – perguntei, sem querer ser

desrespeitoso.

- “Em grande parte vocês mesmos descobrirão,” - disse outro extraterrestre

do extremo esquerdo do segundo nível. “Em seu interior estão todas as

respostas e todo conhecimento. Vocês mesmos possuem a chave de seu

despertar e a chave é ...”

Inexplicavelmente aquele forte ser de aparência morleana sentado na última

fila e que no momento não identifiquei quem era, guardou silêncio.

- “Qual é a chave de nosso despertar coletivo? Por que dizem tudo pela

metade? Por que temos que encontrar dentro de nós e não nos facilitam as

coisas? Por que tanto mistério? “– insisti, deixando de lado toda timidez.

Levantou-se de seu lugar uma mulher de graciosa beleza e corpo esbelto,

descendo pela escada lateral até chegar à minha frente.

Todos guardavam silêncio, como se esperassem dela uma resposta

reveladora.

- “A chave é uma sucessão numérica: 33, 44 e ... “- também fez silêncio a

jovem de quase dois metros e altura e que identifiquei com a guia extraterrestre

de Apu, chamada Meth.

- “Trinta e três, quarenta e quatro, e o que mais? Isto parece a combinação da

fechadura de um cofre forte. O que significa?”

- “Significa, meu amigo, que dentro de um ano terão a resposta da chave

completa. Mas o sentido real de tudo isto é que o contato físico tem fases e

etapas. Quatro fases muito importantes: o chamado, as experiências, a recepção

da informação e a realização do plano. Fases que terão de ser vividas por muitos

antes que termine a etapa de preparação, para que cresça o discernimento e

compreensão de vocês e também o compromisso. As quatro fases que

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constituem a adaptação a um processo superior são o cimento, a base para o

estado seguinte. Estas fases não podem esperar ninguém.

Elas são eficazes e ativas, e isto significa que, uma vez que comecem a ser

cumpridas no âmbito da missão, darão lugar à fase seguinte, mas ainda muitos

poderão continuar passando por elas, por isso estão ativas. São portas que se

abrem para que muitos continuem usando-as.“

Meth me trouxe informações que eu procurava digerir e reter, por isso

perguntei.

- “Por que não podem ser mais claros e diretos? Por que tudo tem que ser tão

complicado e dão tantas voltas para manifestar-se e não dizem abertamente o

que têm para dizer-nos? Então, qual é o nível superior ou quinta fase?” – estava

interessado em unir as respostas e obter conceitos claros.

- “Vocês têm que alcançar a vibração adequada que lhes permita abrir os véus

que ocultam tudo. Não podemos explicar com clareza coisas que mesmo para

nós ainda não estão claras. Vocês são uma versão corrigida e melhorada

daqueles que visitaram a Terra, possuem recursos sem limites que ainda

desconhecem. O meio para chegar a um nível ótimo é a preparação, pela qual

ajudarão a quinta humanidade na antessala da mudança” – falou outro guia

apuniano parado em uma extremidade.

-“ Há possibilidade de mudar as coisas neste mundo? Já não está tudo dito e

profetizado? E as Profecias?”

- “As profecias não foram feitas para que se cumpram, mas para que não se

cumpram. A ideia é advertir para corrigir. Vocês estão demonstrando que não só

a mudança é possível, mas que ela já está acontecendo. Dentro de muito pouco

tempo verão resultados palpáveis nos acontecimentos mundiais.

A humanidade possui em si mesma a chave e, por sua vez, ela é uma chave

cósmica. A existência material de vocês está identificada com um código de

abertura que se comunica com o Santuário Interno onde a Arca da Nova Aliança

será colocada, e aí morará o conhecimento adquirido em razão do mérito das

virtudes alcançadas que os inscreveram no Livro da Vida. A humanidade,

representada em alguns de vocês, foi selecionada para a abertura dos selos do

Grande Arquivo. Só se conseguirá a abertura vivendo a mensagem, sendo a vida

de cada um por si só “uma mensagem para todos”.

A chave de seu despertar para a missão profunda identifica-se também com

a chave sagrada de “serem sóis na Terra”. Esta é a missão coletiva que os

agrupa e que têm entre as mãos. Quando vibrarem nesta chave e tornarem os

objetivos dela o que há de mais importante para vocês, então, despertarão de

um longo sono, recordarão e reconhecerão o que falta.

- Quando as chaves numéricas forem completadas, seus nomes cósmicos

vibrarão em sintonia com elas, identificando em vocês, segundo suas

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terminações, o trabalho a ser realizado e o lugar para efetuá-lo – afirmou uma

guia que estava sentada na primeira fila.

- Será por isso que muitas pessoas veem que, de maneira obsessiva,

repetem-se diante de seus olhos, nas licenças de seus carros, nos documentos,

em suas contas e pagamentos, estes códigos33, 44 e muitos outros? –

perguntei, entusiasmado.

- Claro! – concordaram em coro vários guias que estavam no salão auditório.

- Mas nunca permitam que a falta de compreensão leve-os à obsessão. Há

um tempo para tudo, inclusive para compreender, mas é preciso disposição,

humildade e compromisso – assegurou Sampiac, que estava ali.

- E meu país? – perguntei, mudando de assunto e com certa preocupação.

- A situação de seu país irá se agravando cada dia mais, até que chegue a um

ponto no qual aqueles que sempre foram indiferentes e egoístas comovam-se e

entendam que sua atitude levou a angústia e o desespero a grande número de

seres humanos e também à loucura destrutiva de quem se refugia no fanatismo.

Só a solidariedade, o amor e o bom exemplo levarão seu país para a frente, pois

as forças obscuras aproveitaram-se da situação atual para neutralizar seu papel

de protagonista – falou Oesceve.

- Logo haverá mudanças positivas? – perguntei ingenuamente.

- Sim, haverá, mas depois de fortes crises e as soluções virão de onde menos

se espera – interveio um guia do lado esquerdo.

A conversa foi interrompida por um sinal luminoso e uma forte vibração que

inundou o ambiente. Todos os guias começaram a deixar o lugar numa ordem

exemplar. Neste momento aproximaram-se Antarel e Sum para conduzir-me até

uma espécie de tubo para o translado até a nave em que retornaria até o lugar

de saída em Chilca.

A experiência durou três horas e trinta minutos e finalmente, como poderão

testemunhar os que compareceram ao encontro, apareci no deserto muito perto

dos irmãos que já iam embora. Na escuridão da noite perderam-se pelo caminho

e andavam desorientados.

Chamei a atenção do grupo para o lugar onde estava, pois por ali ficava o

caminho de retorno até os carros. O grupo observou-me à distância, envolto em

uma intensa luz azul elétrico que lhes serviu de farol na obscuridade, o que os

deixou maravilhados.

Nem bem chegaram onde eu estava, nos demos um grande abraço que

mostrava a emoção daquela experiência e a alegria do reencontro. Em casa

conversei com Marinita sobre parte da experiência e ela me confessou que havia

duvidado de que eu voltasse. Então, sua alegria foi duplicada, tanto pela

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experiência, como pelo retorno imediato, o que lhe deu a tranquilidade para

apoiar-me uma vez mais na próxima oportunidade que terminaria com a viagem

em uma nave até Morlen.

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CAPITULO 8

VIAGEM FORA DA TERRA

“A guerra do homem não é

contra seres de carne e osso,

mas contra as altas hierarquias celestiais

infernais que têm controle e autoridade

sobre este mundo obscuro e confuso”

(Carta aos Efésios, Capítulo 6)

Já haviam passado dois meses desde a experiência de janeiro e o convite

continuava de pé, reiterado muitas vezes pelos guias nas comunicações.

Insistiam no devido preparo que deveria acompanhar uma aventura de

semelhante magnitude. A solicitação dos guias marcava para fins de março a

data prevista para o encontro.

Viveria uma nova e estranha experiência ao lado dos Guias, visitando uma

colônia que abriga seres humanos de todas as raças e de diferentes momentos

da história. Naquela cidade sabia que se encontrava o conselho dos Doze

Menores de Morlen, por isso deveria esperar consequências transcendentais

desse périplo. Por intermédio de diversas antenas foi enfatizada a necessidade

da viagem e a data escolhida, portanto me dispus o melhor possível para ir até

o deserto.

Refletindo sobre certas coisas relacionadas à experiência, lembrei-me de que

no ano de 1974 na porta dimensional Xendra, os guias me explicaram que não

me levariam naquele momento numa nave porque poderia, pelo meu espírito de

aventura, querer ficar com eles e isto não deveria acontecer. Agora, treze anos

depois, eles insistiam para que os acompanhasse fisicamente. Acho que agora

tinha muitas razões para ficar na Terra e a maturidade alcançada me fazia ver

que o grande compromisso estava aqui.

Estranhamente, no caminho rumo a Chilca, pressentia e visualizava tudo o

que aconteceria, como se estivesse vivendo antecipadamente. Era uma situação

estranha que me permitia suportar acontecimentos, sem ser vítima da tensão.

Talvez devido ao preparo integral que mantive, pude considerar tudo como algo

natural. Tinha feito uma semana de dieta de frutas e no dia anterior fiz jejum de

limpeza interna. Também fui dormir cedo nas noites anteriores.

Os guias me pediram que fosse sozinho ao encontro, que não deveria levar

ninguém comigo ao desfiladeiro no deserto. A reunião exigia muita reserva e

discrição, mas a preocupação de minha esposa Marinita de que eu fosse sozinho

era tanta, que ela comentou com meu bom amigo Tito Boceta e ele se ofereceu

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para me levar no seu carro. Recusei, mas foi tanta a insistência de minha esposa

que finalmente aceitei que ele me deixasse e voltasse.

Chegando ao lugar no dia 30 de março de 1987, avançamos com o carro pelas

margens secas do rio Chilca, penetrando na imensidão montanhosa da

paisagem. A tarde já tinha caído e eram necessários os faróis acesos para

atravessar o caminho poeirento.

Após parar o carro quis me despedir de meu ocasional companheiro de

viagem, mas ele insistiu em querer acompanhar-me a pé em parte do caminho.

Por fim deixei que ele caminhasse comigo por um bom tempo, sem conseguir

que ele voltasse.

Subimos por uma colina em direção ao desfiladeiro lateral que se abre do lado

esquerdo do leito seco e, ao querer lembrá-lo da necessidade de que eu deveria

ir sozinho, ele me disse:

- Mais um pouquinho e logo te deixo!

Já tínhamos andado um bom tanto, quando, entre as sombras da noite,

começaram a se multiplicar os clarões e resplendores num céu nublado e

fechado. Continuamos subindo e, de repente, nossos corpos começaram a se

iluminar com a conhecida tonalidade azul brilhante, mas, curiosamente, assim

como emitíamos luz, também fazíamos sombra. Era difícil entender o que

ocorria, enquanto o calor corporal aumentava a extremos insuportáveis. Meu

companheiro foi o primeiro a se dar conta de que, à frente de nós, estavam se

materializando as silhuetas de cinco seres altos e espigados, de uma cor chumbo

brilhante, como que tentando impedir que avançássemos mais. O temor

aumentou em Tito, que me disse:

- Está vendo o que vejo? São vários e nos impedem a passagem!

- Sim, e já é hora de que volte. Você não deveria estar aqui.

Fui categórico, não querendo ofendê-lo, mas sabia que sua presença

comprometeria o bom êxito da saída.

- Acho que você tem razão. Desculpe-me deixá-lo sozinho, mas acho que é

melhor que eu saia.

Tito estava nervoso e suas frases entrecortadas mostravam isto. Afastou-se

então, voltando por onde tínhamos vindo e, até que acendesse a luz do carro e

partisse, eu não continuei.

Uma vez sozinho no lugar, voltei ao caminho, mas as projeções haviam

desaparecido. A cada passo que dava entre as pedras do vale poeirento, crescia

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meu entusiasmo e percebia que me acompanhava uma força incrível que me

dava uma grande segurança e serenidade. Sentia-me atraído para as encostas

de uns morros no final do desfiladeiro.

Meu corpo novamente ia se transformando numa espécie de lâmpada que

emitia uma luz brilhante. Por momentos deixava de perceber o chão sob meus

pés, meus passos tinham um só ritmo, concentrado em evitar as pedras e

desníveis do terreno. Vestia na ocasião calça jeans azul, camisa branca, um

abrigo chumbo e tênis branco. Além disso, levava comigo uma mochila pequena

marrom onde carregava, entre outras coisas, um caderno de mensagens, outro

de recopilação de símbolos, uma Bíblia pequena e uma câmara fotográfica

simples. Ao chegar a uma curva do cânion, os clarões no céu se multiplicaram

exageradamente e, então, fez sua aparição entre as nuvens um potente facho

de luz amarela que se projetava oblíquo sobre a terra. As nuvens foram se

abrindo, formando um círculo que deixava entrever as estrelas e por ali apareceu

a nave que mantinha o facho sobre o solo.

O objeto começou a descer sobre o desfiladeiro, até que se colocou a uns

quinhentos metros de onde eu me encontrava e, do facho de luz que caía sobre

a terra, saiu alguém. Parecia um ser humano pelo contorno do corpo, que era a

única coisa que dava para distinguir. Esta forma, ou ser, começou a se mover

em linha reta na minha direção, flutuando, sem tocar o solo.

Confesso que naquele momento fiquei nervoso e com medo, apesar de todo

o preparo. Aquela forma humana era imprecisa. Ao se aproximar de mim, pude

ver que não tinha um rosto definido. Observou-me por uns instantes, depois se

aproximou estendendo os braços, tocando-me os ombros. Neste momento

escutei-o dizer:

-Acompanhe-nos!

Deu a volta e voltou imediatamente por onde veio. Fui atrás deste ser até à

coluna de luz, onde se dera a projeção. O ambiente estava inundado por uma

forte vibração, um estranho som, sem que se pudesse distinguir nenhum outro

ruído.

Quando fiquei em frente à luz, decidi entrar nela. Muito no alto via-se um

objeto discoidal que parecia girar sobre si mesmo, se bem que poderia ser o

efeito de dezenas de pequenas luzes que se prendiam em toda borda da nave e

acendiam e apagavam intermitentemente. Calculo que objeto tivesse entre

quinze e vinte metros de diâmetro.

Dentro da luz, sentia que meu corpo se expandia e percebi também uma forte

pressão e calor. Após alguns segundos me vi submetido à falta de gravidade e

fui sugado para cima pela força que acompanhava a luz.

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Como numa experiência anterior, após uns instantes, embaixo de mim foi se

fechando uma escotilha e, ao diminuir a intensidade da luz que me continha, fui

colocado em cima dela. Nesta ocasião a sala circular e abobadada estava

iluminada, podendo distinguir com toda clareza o cristal suspenso no teto de

onde vinha o facho de tração. Também observava o piso que refletia como um

espelho. Na minha frente encontravam-se cinco seres, todos de aparência

masculina, de estatura e raça similares. Minha impressão imediata foi de que

eram oriundos de Ganímedes, devido a seus traços orientais.

Aqueles indivíduos estavam todos parados, formando um semicírculo ao redor

de um console branco e retangular, que lhes chegava quase até o queixo, cuja

largura era um pouco maior do que a do corpo de um homem. A parte que se

mostrava para mim era totalmente lisa e não se viam rodas ou qualquer

mecanismo de transporte.

Um dos guias levantou o braço e escutei sua voz, pedindo que me

aproximasse e caminhei em sua direção. Detive-me a pouca distância destas

pessoas e olhei-os com atenção. Com voz firme e decidida um deles, que

identifiquei como Oxmalc, um ser parecido em nome e aspecto com Oxalc, me

disse:

- Você veio para ser testemunha de como a esperança ativa dá frutos. Está

chegando o tempo em que as palavras devem dar lugar aos fatos. Não há tempo

a perder. Todo momento de agora em diante é e deve ser aproveitado para

conseguir o que se propuserem. Ponha este traje, pois a nave partirá

imediatamente.

Neste momento me estendeu um traje similar ao deles, como aquele que tinha

usado dois meses antes na experiência da Base Submarina. Estava bem

dobrado e o havia tirado de uma caixa no console. Ao pegá-lo, vi que era um

pijama inteiriço, como aqueles que as crianças usam no inverno e que incluía

até o gorro.

Explicaram-me que deveria tirar toda a roupa rapidamente. Mas como não

havia um banheiro ou lugar reservado para me trocar, tive que fazer isso diante

do grupo. Coloquei meus pés pelo pescoço do traje que era de uma só peça e

de um material elástico que não se deformava.

À medida que ia me desfazendo de minhas coisas, dois dos seres pegavam

minha roupa e a colocavam numa espécie de móvel, escrivaninha ou máquina.

Isto me preocupou, pensando que pudesse ser que nesta ocasião estivessem

colocando meus pertences em uma espécie de incinerador, e aí, como voltaria

para casa?

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Tirei o relógio de pulso, mas não coloquei entre minhas coisas e o escondi no

punho de minha mão, guardando bem a hora que marcava. Fiz o possível para

que eles não percebessem, inclusive até tentei bloquear minha mente para que

não descobrissem meus pensamentos. Achei que teriam muitas outras coisas

em que pensar para dar atenção a estes pequenos detalhes. Mas era muita a

minha ingenuidade!

Sentia-me ridículo com aquele traje com gorrinho que dava a sensação de

uma armadura levíssima, quase imperceptível.

Estava distraído ajeitando o traje, quando os seres começaram a se retirar do

recinto. Um deles mantinha a palma da mão em frente do console, com o dedo

polegar ligeiramente separado do resto dos dedos, os quais ficavam juntos. Com

isto o guia conseguia que o aparelho deslizasse rapidamente sobre o solo e

avançasse flutuando.

Segui a comitiva pela rampa lateral que unia a planta baixa onde estávamos,

com uma porta oval na parte superior, que conduzia para a sala hexagonal que

já conhecia.

Oxmalc tomava conta do móvel retangular, que havia levado para o extremo

esquerdo da sala de comando, colocando-o num lugar da parede no final das

escrivaninhas brancas, cheias de discos brilhantes. Este aparelho, ou móvel,

atravessou a parede e desapareceu. De imediato o guia se dirigiu ao centro da

sala onde se encontravam dois cilindros, pôs as mãos a certa altura sobre eles

e começaram a refletir uma intensa luz.

Os demais haviam ficado em frente às escrivaninhas do lado direito e se

sentaram sobre cadeiras dobráveis que tiravam debaixo destas escrivaninhas.

No final das escrivaninhas, do lado esquerdo, havia um assento parecido com

marroquim negro, colocado ali no mesmo lugar da experiência anterior e Oxmalc

me indicou com a mão para ir ali e sentar, o que fiz rapidamente.

Fiquei de costas para a parede, olhando para o centro da sala, onde Oxmalc

continuava numa espécie de transe. De suas mãos saia um ligeiro resplendor

que às vezes se confundia com a luz que se desprendia dos cilindros. Sua ação

terminou e voltou a seus companheiros, colocando a palma da mão direita em

frente às telas, com o braço flexionado. Eu só via o que acontecia nas três fileiras

de telas que estavam diante de mim sobre as escrivaninhas. As telas, cinco por

fila, mediam, pelos meus cálculos, uns oitenta centímetros de comprimento por

sessenta de largura, separadas por uns vinte centímetros entre si.

Os que estavam sentados tiravam por debaixo das escrivaninhas uns tubinhos

compridos que pareciam vidro e iam colocando-os por cima dos discos brilhantes

nos painéis, olhando como iam derretendo ou diminuindo. A intensidade da luz

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da sala diminuiu e Oxmalc veio para o meu lado, tirando um assento parecido

com o meu, mas com um símbolo no encosto que o meu não tinha. O símbolo

era um triângulo grande com um círculo pequeno no seu interior, de cor branca.

As telas acesas começaram a se mover na parede, foram-se unindo, lançando

imagens de um ponto branco que ia se aproximando, em contraste com um fundo

totalmente escuro.

Um som muito intenso que parecia vir de fora me deixou nervoso, mas o guia

me colocou a mão sobre o ombro, buscando acalmar-me, enquanto sussurrava

em voz baixa e em perfeito castelhano:

- Fique tranquilo, acalme-se! Ah, e cubra bem seu relógio embaixo da roupa

e não o tire por nada, porque senão a alta vibração da nave o danificará.

Fiquei envergonhado do meu pequeno segredo entre as mãos, mas apertei-o

contra o peito para que não se danificasse. Não senti sensação alguma de

movimento na nave, mas, pelo que via nos monitores, aparentemente estávamos

nos deslocando no espaço. E enquanto o ponto crescia e se aproximava, o teto

até há pouco composto por pirâmides invertidas de larga base quadrada de cor

laranja, tornava-se completamente liso, como se fosse líquido. Depois se

transformou em uma cúpula por dentro e finalmente ficou totalmente

transparente, criando a sensação de estar flutuando no espaço. A isto se somou

o fato de que todas as telas já tinham se unido, formando três imagens longas e

diferentes, segundo o nível em que se encontravam, para finalmente agruparem-

se todas e formar uma visão única, como uma só grande tela. A sala escureceu,

de modo que, em meio à penumbra da sala, a sensação visual de vazio foi

impactante.

De repente a luz branca começou a alinhar-se de tal maneira que se podia

distinguir que era um objeto cilíndrico de proporções incríveis, cuja frente estava

abarrotada de luzes multicoloridas, como cristas sobressaindo da fuselagem.

Debaixo ficavam muitas janelas e uma grande comporta, rodeada de potentes

refletores.

A nave em que eu ia parecia estar entrando, segundo a imagem que se via,

dentro de uma nave mãe. O interior era como um hangar, mas maior ainda do

que aquele que já tinha visto anteriormente em janeiro deste ano, antes de ir

para a estação submarina. Dos lados, havia imensos terraços onde se viam

objetos menores, que eram naves de curto alcance e de diferentes formatos,

todas ali estacionadas.

Surpreendeu-me ver no fundo do hangar dois objetos que me pareceram

imensos, em forma de esferas lisas e metálicas, suspensas no grande espaço

central e no meio delas outro objeto, este sim uma nave, a coisa mais estranha

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que já vi, pois tinha forma piramidal e, ainda que fosse metálica, às vezes parecia

translúcida pelos reflexos de luz.

O disco onde eu estava começou a manobrar para pousar num dos grandes

pátios, ou terraços, do lado esquerdo. Os pátios não eram todos iguais,

descreviam semicírculos, de modo que os que se encontravam na zona média

eram mais retirados que os de zonas mais baixas ou altas. Na parte baixa via-

se gente trabalhando como numa grande oficina ou fábrica.

No momento em que a pequena nave pousou, o falso teto voltou a aparecer

na sua forma original. Conforme me explicou Oxmalc, a sala possui num entre-

teto, além das pirâmides visíveis, outras não visíveis que complementam

estruturas rombóides como octaedros.

Ao se normalizar tudo internamente, a sala hexagonal se iluminou. Pensei

então, que toda a viagem dentro da nave mãe não produziria maiores sensações,

mas estava enganado.

Depois de alguns minutos, quando ia começar um diálogo com meu

companheiro do lado, veio-me uma sensação terrível. Era como se algo me

subisse dos pés à cabeça com grande velocidade. Senti um calor intenso no

rosto e mãos, acompanhado de um forte golpe só nas partes descobertas de

meu corpo. E foi tão rápido e violento que me fez perder os sentidos.

Depois de um bom tempo, reagi. Enquanto isto, a meu lado o guia me tocava

o ombro. Ao ir recobrando os sentidos, minha vista foi clareando, permitindo vê-

lo. Surpreso pelo acontecido, perguntei-lhe:

- Onde estou? O que aconteceu?

- Está conosco na nave... Saímos do planeta e todos seus átomos e moléculas

foram alinhados e ajustados com energias cósmicas e com as linhas de força

que cruzam seu sistema solar. Houve uma transferência por intermédio dos

grandes cristais e forças eletromagnéticas, e estamos agora nos condutos de

linhas de força que atravessam e entrelaçam este sistema solar. Estamos

deslizando sobre a energia. A comoção experimentada por você nunca mais irá

senti-la e ao longo da viagem irá se adaptando às ondas vibratórias de influência

de cada um dos planetas por onde “fluímos”.

- Como podem percorrer estas incríveis distâncias que nos separam?

- Não é difícil se existem a sintonia e o conhecimento necessários. Depende

muito com qual de seus veículos quer viajar, que tipo de percepções e vivências

vai buscar ou espera ter. Se pretende viajar com todos seus corpos, incluindo o

material, é importante que saiba que o Universo é como um corpo humano que

tem um sistema nervoso, onde tudo se move por impulso e através de tais

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impulsos vem a informação. Depende do ser consciente a forma e a velocidade

com a qual quer chegar a este ou aquele lugar, nesta ou em outra dimensão.

Como já sabe, o universo todo é atravessado por linhas de força que são como

autopistas cósmicas, que permitem ligar pontos distantes e alcançar distâncias

enormes com um mínimo esforço de energia.

No espaço, e entre as Galáxias, existem pregas parecidas com túneis que

funcionam como atalhos, e são as naves-mãe que são capazes de fazer as

viagens interplanetárias, já que contam com fontes de poder alimentadas pela

energia das estrelas e realimentadas em planetas como o seu. Absorvemos a

energia telúrica dos vulcões e de zonas de falhas geológicas.

Nossas naves possuem tecnologia para atuar como condensadores de

energia cósmica abundante, irradiada por bilhões de caldeiras termonucleares à

espera de ser recebida e catalisada.

Uma nave-mãe cria uma atmosfera artificial e um cinturão energético capaz

de captar e aproveitar tudo quanto existe ali no espaço, aguardando sua

utilização. Por isto elas costumam evitar descer sobre as cidades porque

absorveriam toda a energia.

Eu mantinha meu relógio com a mão fechada, tentando evitar o problema que

me dizia o guia. Só ao chegar a Morlen pude verificar que aquela incrível viagem

da Terra até a Lua de Júpiter tinha se realizado em apenas três horas terrestres!

- Vocês chegam à velocidade da luz? - perguntei.

- Sim, mas desta vez não a utilizamos. Normalmente a ultrapassamos,

reacelerando no momento em que a atingimos. Isto nos permite ultrapassar

portas dimensionais e ingressar em outro tempo e espaço que é controlado a

partir de dentro. Quando um corpo alcança velocidades superiores à da luz, se

transforma numa “matéria diferente da densa de terceira dimensão”, participando

de outro estado vibratório ou quarta dimensão.

- É preciso algum preparo especial para quem viva esta experiência?

- Claro que sim. É mais fácil poder voltar a reintegrar-se molecularmente para

alguém que tenha consciência de sua continuidade existencial e de sua

atemporalidade. Para sobreviver a experiências como esta, deve-se enfrentar a

ruptura das concepções espaço-temporais e sujeitar-se a drásticas mudanças

físicas.

- Desculpe-me se o incomodo, mas poderia pegar minhas coisas? Tenho ali

anotadas centenas de perguntas que gostaria de fazer-lhe. Além disso, lhes

pediria que me permitissem tirar-lhes uma foto, se me deixar pegar a câmera.

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- Não podemos devolver-lhe nada, pois tudo isto está seguindo seu próprio

processo.

- Não me danifiquem a câmera, por favor!

- Se a pegássemos neste momento seria danificada. Além disso, as fotos não

sairiam, porque as condições da nave fazem com que a luz atravesse e penetre

tudo. Seu filme já está velado...

- Bem, se não tem jeito, mudemos de assunto. Digam-me: quando vocês se

comunicam conosco telepaticamente estão neste instante do outro lado da linha,

isto é, vocês estão sempre atentos?

- Enquanto estamos perto, ou na Terra, participamos de sua temporalidade,

mas em outros momentos as mensagens estão no ambiente como uma

gravação, e estando desse jeito, quem recebe os comunicados se encontra em

uma situação que impossibilita o intercâmbio de perguntas. Na comunicação há

um jogo duplo no qual se deve conciliar, pelas práticas de respiração,

relaxamento e concentração, a elevação vibracional e sintonia fina de vocês com

o envio de nossas emissões. A fluidez da mensagem depende do

estabelecimento de uma ponte que podemos chamar de comunidade mental. E

é assim que pode e deve funcionar entre vocês e nós. Também deveriam

procurar isso entre vocês mesmos, o que lhes permitirá uma comunicação

integral.

- Não sei o que mais perguntar. Tinha anotado tantas coisas, mas agora me

sinto bloqueado. Gostaria de saber mais! É que precisamos saber, há tantas

coisas importantes.

- Relaxe e visualize, imaginando em sua mente o caderno onde anotou suas

inquietudes. Olhe e imagine-o aberto nas páginas. Leia as perguntas

mentalmente.

- Já vi, ou melhor, já imaginei! Sim, funciona.

Abri os olhos, maravilhado de poder ver tão claramente com a mente em

minha memória.

- O poder da vontade e uma atitude positiva são capazes de permitir alcançar

o que se busca, só que precisa aprender a focalizar.

Quando abri os olhos, o recinto estava envolto numa luz esverdeada e um

arco de luz se formou entre os dois cilindros do centro hexagonal.

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- Apesar de que nos encontros anteriores vocês já me esclareceram sobre

isso, gostaria de confirmar e complementar a história. Desde quando vêm se

manifestando na Terra? - perguntei.

- Desde antes de o homem existir na face da Terra. E não somente nós temos

atuado aqui, mas também muitas outras civilizações, sob o patrocínio do

Conselho da Confederação de Mundos da Galáxia ou Conselho dos Vinte e

Quatro Anciões.

- Quem foram os primeiros a chegar?

- Foram os da Constelação do Cisne. E a eles se pode chamar de “Antigos

Pais”, embora o conceito de Antigos Pais se confunda muito nas escolas e

organizações esotéricas de seu mundo, porque envolve a maioria das

civilizações que intervieram. Algumas destas entidades são aqueles que mais

tarde se hibridaram com a humanidade e lhes ensinaram conhecimentos.

Os da Constelação de Cisne desceram ao planeta quando este ainda se

encontrava coberto por mares ácidos. Instalaram-se aqui em colônias

submarinas no que hoje corresponderia à Antártida, porém quando esta ainda

estava no Equador Terrestre.

Esta primeira civilização na Terra foi chamada humanidade Antártica e seus

experimentos contribuíram com a natureza, acelerando processos, semeando

vida e esporos nos oceanos, ajudando assim a sua transformação em mares

alcalinos, por meio de reações químicas provocadas.

- Ainda continuam conosco na Terra?

- Não! Chegou um tempo em que se foram, pois o programa do planeta exigia

aguardar que a mão da natureza fizesse sua parte. Além disso, a Terra era muito

instável ainda para acomodar uma civilização em seus continentes enlameados

e com uma fina crosta quebradiça. Ao viajar através do tempo e do espaço, o

tempo não passa para nós como para vocês.

- Vocês intervieram nas histórias que a Bíblia narra?

- Sim, e não só nós. A Terra é o resultado de muitas e variadas intervenções.

- Eu sabia! – disse. Em todos os livros sagrados, tradições e lendas existe

menção explícita sobre isso. Mas em meu mundo consideramos a Bíblia um

conjunto de livros que sintetizam a verdade inspirada por Deus por meio de

profetas. E vocês, o que dizem a respeito? Possuem algo similar?

- O que vocês entendem por Bíblia? – perguntou o guia.

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- Bem, a Bíblia é, como disse, muitos livros escritos em diferentes épocas por

diferentes pessoas, mas em essência é a recopilação de muitas canalizações

com uma mensagem moralista e espiritual atemporal.

- Você se lembra muito bem de tudo o que aprendeu em sua cultura e sua

intuição está certa. Mas saiba que para nós a verdade inspirada por aquilo que

querem definir como Deus, está em todos os livros sagrados de todas as

religiões e culturas e em nenhum lugar em particular. E sobre sua pergunta, se

temos algo similar, lhe direi que sim e está no interior de cada um.

O guia dirigiu sua mão esquerda ao centro do peito, na altura do osso esterno.

- Agora entendo – eu disse - e tem razão, dentro de cada um! Certamente

agora vejo com clareza que sua onipresença existe porque está em cada um,

em todas as partes ao mesmo tempo e que essa essência divina jamais deixou

de falar com sua criação, mas somos nós que não aprendemos a escutá-la.

Obrigado pela explicação tão simples e tão clara!

- A Bíblia menciona manifestações muito violentas e contraditórias de Yahvéh

ou Jehová. Seriam vocês ou outros visitantes culpados destas demonstrações

de força? Tiveram participação direta ou indireta no que a humanidade

desencadeou agora?

- Vocês os terrestres estão tendo uma magnífica oportunidade para que, à luz

da experiência do contato, possam chegar a entender como se comporta a

natureza humana e como surgem os mentalismos, ou seja, os afloramentos do

subconsciente, as manifestações disfarçadas da personalidade e do ego inferior,

assim como as influências negativas do ambiente e até o assédio do baixo astral.

Tudo isto significa que há uma grande distância entre o que realmente ocorre,

o que o homem crê e interpreta que ocorre, e como acomoda quando quer

transmitir aos demais.

Vocês em seu mundo são muito hábeis para complicar as coisas. Ainda que

nisso, lamentavelmente, tenhamos responsabilidade.

O que quero lhe dizer é que a história é desfigurada por interesses e erros de

percepção, ficando difícil para as pessoas perceberem a realidade. E isto, por

falta de um trabalho interno. Nem todas as coisas ocorreram exatamente como

foram escritas e narradas nos livros sagrados, nem em seus livros de história. E

as interpretações nem sempre foram acertadas.

Refleti alguns minutos dando razão ao guia, porque sabia que os livros do

Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia), adquiriram sua forma definitiva

séculos depois de Moisés pelas mãos dos escribas e salmistas de Salomão e

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depois de tanto tempo a visão do passado tende a se alterar, floreando e

exagerando seu caráter épico, ou impondo um sentido moralista.

E nos grupos de contato, certamente também aconteceram erros de

interpretação durante todo o processo, produto algumas vezes da ausência de

espírito crítico, inconstância no trabalho interior, relaxamento da disciplina de

vida ou devido ao interesse de impor ou manipular as ideias e opiniões.

Sempre existe a sombra dos mentalismos nas recepções, no entanto, não

devemos acreditar que a possibilidade de cometer erros é algo latente e inerente

às nossas personalidades. Estar atento e em permanente auto-observação nos

livrará dos perigos que isto traz consigo.

É preciso vontade para continuar, humildade para corrigir e maturidade para

extrair os ensinamentos de tudo isto.

A Bíblia foi escrita por homens e, por isto, está carregada de mentalismos,

sem negar, é claro, sua riqueza espiritual que iluminou a vida de tantas pessoas.

Assim como todos os livros sagrados. Estes mentalismos permaneceram nos

textos revelados sem que, com o passar dos séculos, ninguém se atrevesse a

questioná-los, ou caindo nos extremos de fazê-lo com veemência e de modo

destrutivo. A história nos ensina que, pela falta de espírito crítico ou por excesso

de zelo, caiu-se em tensões desproporcionais, discrepâncias, divisões e

distorções com respeito aos ensinamentos originais. Também há o caso de se

querer justificar o injustificável, entender o incoerente e explicar o absurdo,

chegando-se a interpretações engenhosas, forçadas e às vezes disparatadas.

Todo mentalismo padece de defeitos que poderiam ser facilmente

reconhecíveis se existisse a equanimidade, objetividade e critério necessários

para questionar o humano que contamina as coisas espirituais e sagradas.

Tudo o que atenta contra o amor e a justiça não pode provir das mesmas

entidades geradoras de ensinamentos de compreensão, respeito e tolerância

máximos.

Perguntei em seguida:

- Tudo o que é negativo é produto da ação de nossa mente egoísta?

- Não! Nem tudo. Vocês estão submetidos ao assédio de forças igualmente

superiores, polarizadas na direção do negativo e destrutivo. Estas forças são as

que muitas vezes lhes colocam armadilhas para destruí-los e desviá-los do

caminho correto da evolução e consciência, porque eles e os que estão por trás

têm medo de vocês.

- Têm medo de nós? Como é possível?

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- A força de oposição que conspira contra vocês e o Plano Cósmico – interveio

o guia - também forma um tipo de irmandade e ela ataca de muitas maneiras, às

vezes fisicamente, mentalmente e também por meio do astral inferior, que são

entidades recrutadas entre aqueles seres humanos que se deixaram arrastar por

suas paixões inferiores e instintos, e que ficaram presos no mundo astral por sua

condição extremamente densa. Também estão incluídos neste contingente

outros seres criados por esta força tenebrosa.

Este poder sinistro que governa a Terra sabe muito bem que o homem tem a

chave de uma conexão superior, mesmo não se lembrando que a possui, nem

de qual chave se trata. Por isto faz o impossível para manter a ignorância e a

inconsciência, apesar de que já existe quem esteja se aproximando, para eles

perigosamente, do despertar consciente. É por isto que se acentua o caos

instituído no mundo às portas do umbral.

Essa chave, como já lhe foi explicado antes, é um conhecimento e uma

singularidade que pode ser expressa em símbolos, e um deles é o círculo e a

cruz de quatro lados iguais. Simboliza a Terra. O círculo é a unidade, o

autoconhecimento e o desenvolvimento da potencialidade, enquanto que a cruz

aparece não como símbolo da morte, mas da vida. Realmente, o que representa

é a atitude positiva que soma esforços, o centro de todos os caminhos que se

cruzam e a ascensão, voluntariamente assumida numa condição superior, pelo

sacrifício no amor, morrendo para si mesmo para renascer imediatamente em

um estado de consciência superior.

- Desculpe-me voltar à pergunta que fiz há pouco, mas me diga: Quem ou o

que era Yahveh ou Jehová?

- Quem eram, você pergunta! As duas palavras representam a mesma ação

realizada por um grupo de entidades vindas da Constelação de Touro,

pertencentes à quinta dimensão de consciência. Era uma tripulação de seres das

Plêiades.

- Como se explica então tanta agressividade e intolerância?

- Muitas das atitudes que são atribuídas à Divindade, ou como já dissemos,

àquela tripulação, para falar mais exatamente, foram muito mais em grande parte

próprias dos erros dos que atuavam e falavam em nome de Yahveh, querendo

justificar assim determinadas ações. Isto não é nem cinismo, nem desculpa, é

simplesmente esclarecer as coisas tal como foram. Tal agressividade e

intolerância são próprias do plano onde o homem atua. O homem e tudo aquilo

que atua em seu mundo estão sujeitos à influência das forças e energias que ali

se mobilizam. Isto quer dizer que reconhecemos que os interventores também

foram afetados e atuaram equivocadamente. Enquanto não trabalharem o

autocontrole, não poderão influir sobre o planeta, controlando e redirecionando-

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o. Este mundo é sua responsabilidade, mas, no momento atual, uma

responsabilidade compartilhada.

O homem, como já lhe dissemos antes, distorce a imagem da divindade,

tornando-a um reflexo de suas próprias debilidades e, no final, ele mesmo acaba

destruído pela traição e descuido progressivo dos valores que levantou como

bandeira de luta.

Por falta de busca interior, não chegam a perceber o verdadeiro Deus, não

conseguem apreciar, nem senti-Lo. Parece até que evitam senti-Lo e enfrentá-

Lo, pois temem ficar envolvidos em seu amor, o que os obrigaria a mudar.

Os ensinamentos foram dados pelos interventores extraterrestres, vindos de

tempos imemoriais, retransmitidos pelos que os receberam e continuados por

aqueles que se consideraram herdeiros daquela verdade revelada. Com o tempo

o conhecimento foi se diluindo, a luz das próprias fontes foi sendo

sistematicamente subtraída para constituir e logo manter uma casta ou classe

de elite de privilegiados sacerdotes que, ao invés de continuar sua ligação com

as esferas superiores e a divindade, aproximando o homem da consciência de

sua transcendência, tornou-se um estorvo e bloqueio de toda relação com o

superior, com os visitantes e com as próprias pessoas.

- Mas não se pode generalizar. Há religiões muito positivas e muitos religiosos

exemplares e admiráveis – disse eu.

- Ah sim, claro! Toda generalização é injusta e há bons homens e mulheres

trabalhando pela luz e pelo amor em todas as religiões, e fora delas também,

existindo uma inter-relação entre eles no nível da chamada Grande Fraternidade

Branca. E graças a eles o mundo ainda existe, pois suas orações, pensamentos

e ações criaram condições de esperança positiva. As estruturas formais das

religiões vêm caindo uma após a outra no jogo de quem realmente domina o

mundo. Elas deverão mudar até romper as barreiras e estruturas rígidas que tem

limitado a espiritualidade espontânea, até constituir uma única grande religião, a

da Unidade no Amor e na Paz.

- Pode-se falar de uma história realmente sagrada?

- A vida dos seres já é por si sagrada e, como consequência, sua história, que

reflete a busca para chegar a reconectar-se conscientemente consigo mesmo e

com a criação, é uma história e uma aventura sagradas.

A história da inter-relação cósmica operada na Terra vem desde muito antes

que houvesse vida sobre a face do mundo e continuou aumentando essa relação

à medida que as condições foram sendo propícias, até chegar a uma conexão

direta ao longo do desenvolvimento da civilização, mas procurando evitar criar

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dependências. Assim temos o exemplo do projeto Sumério, Egípcio, Hebreu,

Olmeca, Maia, Tiahuanaco, Chimú, Asteca, Inca, entre outros.

- Se houve tantos projetos ou experimentos, onde fica o do povo escolhido?

- A Terra e a Humanidade foram selecionadas, mas não um só povo.

Diferentes povos, em diferentes épocas, receberam responsabilidades e

missões transcendentes. O caso de Israel é o de uma seleção individual e

relação direta com a pessoa de Abraão, programando sua descendência para

que atuasse mais à frente como guias espirituais de uma parte da humanidade.

É o típico caso de alguém programado e escolhido, em vista de suas atitudes,

para canalizar parte do Plano Cósmico em sua versão terrestre e programar por

sua vez sua descendência, perpetuando suas qualidades de inteligência e guia,

para que, com vontade de serviço, guiasse os demais, mas não para vangloriar-

se pela responsabilidade encomendada e deixar de fazê-la ou descuidá-la,

considerando-se melhor que os outros.

- Estou entendendo... Abraão pertencia a um clã semita instalado na Síria e a

uma família que emigrou para Ur dos Caldeus. Mas, o que tinha Abraão de tão

especial?

- Alguém fora de série como diriam vocês. Um ser especial preparado nas

encanações anteriores sem perder a humildade necessária para aqueles

destinados a grandes tarefas. Era um antena por antonomásia, que soube

canalizar conceitos e fazê-los seus, apesar de serem muito avançados para sua

época, alguns dos quais se contam hoje em seu mundo entre as concepções de

vanguarda, em matéria de teologia. Por exemplo: o conceito recebido e

transmitido por Abraão a sua parentela sobre a existência de um Deus, superior

a qualquer outra imagem ou ideia que pudesse ter sido elaborada anteriormente,

de natureza espiritual, invisível, sem aparência alguma, incompreensível e

impenetrável, com o qual se podia estabelecer uma relação direta de amizade e

amor sem intermediários, diferente de tantos outros deuses conhecidos naquele

tempo que eram adorados em templos colossais, servindo-se de exércitos de

sacerdotes.

- Sim! – disse eu. Templos dedicados a Astarte, Moloc, Marduk, Baal, Ptah,

Osíris, Hórus, etc. Centros religiosos que, por sua estrutura e a de suas

descomunais e monstruosas estátuas convidavam a transformar medo em

devoção!

Minha mente se transportou aos conhecimentos que estavam incorporados

em mim, desde quando estudava história, procurando recriar a ambientação que

envolveu a vida do patriarca bíblico para entender o processo que me estava

sendo explicado.

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Assim, há 3000 anos antes de Cristo os semitas emigraram da Arábia Saudita,

devido a mudanças climáticas ocorridas naquela zona, instalando-se uma série

de clãs ao longo do Crescente Fértil que ia de Canaã até a Caldeia. A família de

Abraão pertencia a um destes clãs, o qual se instalou no que hoje corresponde

à Síria, na região de Aram Padam, no povoado de Haram. Posteriormente Teraj,

pai de Abram (este era o nome original de Abraão), emigrou para a Ur dos

Caldeus, metrópole daqueles tempos, onde Abraão teve contato com as

imagens que depois serão plasmadas, quase mil anos depois, no Gênese, em

versões bastante distorcidas, próprias daquele tempo e da herança recebida das

culturas mesopotâmicas.

Mais tarde chegaria a ter contato direto com anjos, ou extraterrestres,

conforme a concepção daquele tempo, graças a sua sensibilidade e abertura

mental. Este contato lhe dará uma versão mais próxima do relato original e dos

acontecimentos. Assim por exemplo, o Noé Bíblico não se deteria no Monte Nisir

no Kurdistão, como aparece na versão da Epopeia Suméria de Gilgamesh, mas

terminaria por aportar sua arca no Monte Ararat, na fronteira com a Turquia.

Um problema “econômico” que é mencionado no Talmud em forma de conto,

levou Teraj a voltar para Haram e, depois de sua morte, seu filho é contatado

para que se dirija a Canaã, zona programada para finalizar algo importante...

- Um plano de atualização do despertar da consciência humana – interveio o

guia.

- Agora entendo. Abraão se instalou em Canaã entre povoados pequenos,

comprando terras e sendo acolhido com sincero apreço pela gente local. Mas

rapidamente manteve distância do comportamento das tribos locais, já que os

costumes dos cananeus incluíam sacrifícios humanos no alto dos montes.

- Esse sangue derramado alimentava energeticamente as “egrégoras” de

medo com as quais se alimentava a Hierarquia Oculta Negativa e aumentava o

Karma coletivo da zona, condenando-a a futuros acontecimentos nefastos.

- Mas permita-me terminar sua história. Com o passar do tempo os

mensageiros extraterrestres anunciaram-lhe que viria um filho e que Sodoma e

Gomorra, cidades onde morava seu sobrinho Lot, seriam destruídas.

- Sim! Por que destruíram Sodoma e Gomorra? Como podem falar de amor e

de karma coletivo quando se prestam a exterminar povoados inteiros? Não

temiam que as leis se voltassem contra os que atuaram desse jeito?

- Vocês têm um equivocado e conveniente conceito sobre amor e respeito à

vida. Por preconceitos religiosos desaprovam sancionar a maldade em alguém,

mas não desaprovam esmagar um inseto por puro prazer. Matam uma ave ou

um cervo por prazer ou “esporte”, colecionando cabeças de animal na sala,

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eliminando espécies para satisfazer uma nova moda de roupas ou para ficar com

seu habitat. Suas leis muito humanas estão permitindo que se estenda a

semente do mal sobre a Terra, tornando-se benévolos e cúmplices com ele, mas

em contraste, poderosos e inflexíveis com o mais fraco.

Quando se toma uma decisão procurando o bem comum, as implicações

dessa decisão têm diferentes efeitos kármicos.

Entre nós existe uma visão mais equitativa e prática da justiça, baseada em

leis e princípios universais. De acordo com isto, uma vida, ou muitas, podem ser

canceladas só se for estritamente necessário para proteger o bem comum, em

estrita defesa da ordem e da liberdade da maioria.

- Surpreende-me tanta frieza! Com esta filosofia pode-se cometer toda sorte

de excessos, atuando arbitrariamente. Realmente somos diferentes de vocês.

Em nós o que costuma manifestar-se é a compaixão – disse eu, bastante

surpreso.

- Pois surpreende-nos tanta hipocrisia na Terra, que só se explica pela

imaturidade e interesses criados. Ninguém poderia cortar um dedo da mão sem

as dores que isto traz e a tristeza que disto deriva, primeiro pela dor em si e,

segundo, por ficar sem um dedo; mas se nisso está envolvido que se possa

perder a mão, o braço ou mesmo a vida... É questão de senso comum.

Quando se conhecem as leis universais, pode-se atuar com justiça, sem

arrependimento algum, ao ter que aplicar uma limpeza em função de um plano

maior.

- E qual foi esse plano maior no caso da Bíblia?

- Canaã havia sido selecionada para receber ali a pessoa de Abraão para que

neste lugar se multiplicassem suas qualidades de guia espiritual por meio de sua

descendência. Isto porque Canaã é, como bem sabe, uma ponte natural entre

Ásia e África, uma zona de falha geológica que move energias telúricas

poderosas, um lugar de passagem pelo qual muitos povos se deslocariam e

deveriam ser influenciados energeticamente e ideologicamente durante seu

trânsito.

- Entendo, é como quando alguém quer anunciar um produto ou vender uma

revista, procura fazê-lo naqueles lugares de maior concentração de pessoas,

num aeroporto ou uma estação rodoviária. Canaã era algo assim? Um ponto de

encontro?

- Certamente, e quanto a Sodoma e Gomorra, não se podia permitir que tais

lugares contaminassem vibratoriamente o resto com a degeneração.

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- Continuando com minhas perguntas, quem foi Noé?

- Há a mistura de dois relatos diferentes no tempo e no espaço que se

confundem ao redor da pessoa de Noé ou Ushnapitztin. Um era atlante mestiço

com extraterrestres, sobrevivente da grande hecatombe e mudança climática

que afundou Poseidonis no fundo do Atlântico sob a terrível violência das ondas,

e se dirigiu para o mar Mediterrâneo, passando pelas colunas de Hércules (o

Estreito de Gibraltar). O outro personagem é um patriarca que conseguiu atrair

a atenção dos Interventores do Plano, após reorganizar os grupos humanos,

depois das gravíssimas inundações que aconteceram na Mesopotâmia há uns

seis mil anos.

Ambos os acontecimentos, distantes entre si e que com o tempo foram se

entrelaçando devido à transmissão oral, foram causados por fenômenos

naturais, apesar de que, no primeiro, o mal uso das energias pelos atlantes

contribuiu muito para acelerar os processos cíclicos planetários.

- Somos realmente um experimento?

- Melhor, são um “projeto”. O mesmo que já esteve sujeito a várias

interrupções, eventualidades diversas, modificações inesperadas e adaptações

de última hora.

- Um projeto de quem e para quê? Acaso de vocês?

- Não! Nós não somos tão conscientes para conceber tal tipo de iniciativa,

mas, sim, temos a capacidade de executá-las e levar a cabo projetos de tal

natureza. Existem autoridades de outras dimensões e outros universos que

decidem o lugar, momento e condições para atuar. São eles que sabem o porquê

profundo. Logo saberão de quem realmente procede o programa, o por quê e o

para quê de todo o drama humano.

- Então é um drama?

- Tem de tudo, mas tem mais de um Poema Épico... Mas deixe-me continuar

e voltar ao ponto de sua pergunta sobre o relato original.

O que podemos lhe contar neste momento é que os Vinte e Quatro Anciões

designaram sete seres como responsáveis pela aparição material da primeira

humanidade nativa do Planeta Terra. Já falamos antes, de uma primeira

humanidade de origem externa como a da Antártida e a esta se somariam outras

mais que viriam dar sua contribuição.

Quando foi proposto o Grande Projeto Terra, modificação da vida e sistemas

operacionais de ensino, seu planeta era ainda uma massa informe de fogo com

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uma crosta quebradiça de lava fundida esfriando-se e flutuando sobre um mar

ígneo. Não havia ainda nenhum ser vivente.

Da Constelação que conhecem como do Cisne, chegou o primeiro grupo de

exploradores, investigadores e analistas científicos, os quais se instalaram muito

tempo depois numa Terra que deixava vislumbrar timidamente as primeiras

massas de líquido. Habitaram os oceanos primigênios e se foram, assim que sua

intervenção acelerou os processos naturais para o aparecimento da vida. Depois

deles apareceram os primeiros colonos extraterrestres, os quais se instalaram

na zona superior norte do planeta e por isto foram chamados “Hiperbóreos”

(Hiper = superior, Boreal = norte). Isto ocorreu na época que vocês chamam de

Era Secundária.

Sendo a Terra um planeta muito instável e, temendo um novo acidente

Cósmico por impacto de um corpo celeste dos muitos que aconteceram na sua

história, aqueles seres instalados nestas colônias, cujo centro ou capital foi

chamado de Tule ou Tollán, começaram a emigrar, ficando muito poucos quando

se produziu aquele desastre que precipitou a mudança de Era e a morte da

maioria dos grandes répteis, modificando violentamente a geografia daquela

nova ilha do oceano cósmico.

Foi durante o Terciário que chegaram de forma definitiva os “Semeadores de

Vida ou Engenheiros Genéticos”, chamados os “Elohim”. Vieram para finalizar o

projeto, pois anteriormente já tinham recomposto a grande mortandade e

depredação produzida pelo acidente estelar. A ideia agora era acelerar a

aparição de elementos humanos naturais do planeta, que pudessem modificar

pouco a pouco as condições operativas vigentes no universo em torno, com a

intenção de beneficiar a coletividade de civilizações.

As modificações, alternativas e diminuição da violência natural do planeta

seriam controladas a partir do domínio que poderiam desenvolver os próprios

seres humanos.

- O mundo fica mais estável quanto mais estáveis são seus habitantes?

- Sim, mas isto não descarta o efeito que ocasionam os processos naturais na

dinâmica da mudança voluntariamente gerada pelos seres. Absolutamente tudo

está sujeito a modificações contínuas, porém controláveis e previsíveis para os

potenciais do ser humano.

Os Sete Elohim encarregaram-se de realizar modificações genéticas em

Proto-hominídeos, antepassados do homem, em lugar selecionado para isto no

sul da África e num continente hoje fragmentado e em grande parte

desaparecido, chamado Lemúria. Ali uma grande nave espacial desceu,

procurando criar condições artificiais para a aparição do homem em um grande

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ambiente propício para a experimentação. Era uma nave-estufa que continha

plantas, insetos e animais de diversos lugares para introduzi-los aqui e assim

incrementar a fauna e flora, com o objetivo de hibridar e multiplicar as espécies

nativas.

Foram vários os seres pré-humanos incorporados no experimento e que foram

submetidos, numa primeira etapa, a modificações que procuraram uma maior

adaptação às exigências do projeto.

- Não eram um Adão e uma Eva? - comentei.

-Não! Eram vários casais selecionados. Os Elohim tinham pensado em

adaptar ao meio externo uma variedade de seres andróginos e, para isto,

experimentaram com um primeiro grupo. Isto teria a vantagem de que toda

energia sexual não ficaria no futuro sujeita a desperdício. Os seres sujeitos ao

experimento poderiam controlar mais suas paixões e mais facilmente poderiam

desenvolver-se de modo espiritual e transcendente.

- É claro que o sexo, na maioria das vezes atua como um freio para o

desenvolvimento superior. Não é à toa que os santos do cristianismo e os yogues

da Índia, preferem o celibato.

- O sexo é, na verdade, a experiência mais maravilhosa de intercâmbio

energético e a melhor oportunidade para oferecer amor com desapego na

entrega mútua.

O ambiente de sensualidade próprio de um planeta instável, fomentado na

civilização terrestre pelas forças obscuras, procura contaminar o sagrado,

corromper o natural e perder o homem no vórtice de suas paixões desenfreadas.

Tudo o que se executa com controle, com o uso da vontade bem canalizada e

de forma construtiva, mas com amor real, é sagrado.

- Hoje em dia se apresentam muitas opções para trabalhar com a energia

sexual. Há quem fale de transmutação da energia sexual, outros de celibato.

Qual delas seria a opção mais correta?

- Ninguém poderá alcançar a realização espiritual só pelo sexo, pois este é

apenas um dos aspectos da vida, como dormir, comer, respirar. São as atitudes

que cada um mantém que lhe permitirão avançar e realizar-se, de acordo com o

nível de consciência adquirido diante de tudo o que constitui a própria vida.

A verdadeira transmutação da energia sexual em energia psíquica e espiritual

se consegue impedindo que seja o desejo egoísta que governe o coito no casal.

No caso daqueles que sejam celibatários voluntários, consegue-se assumindo

isso com alegria e renúncia, canalizando suas potencialidades com exercícios e

orientando-as a serviço da coletividade, em nome do amor.

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Cada ser é livre para manifestar-se neste sentido, mas respeitando o direito

dos outros e respeitando seu próprio templo interior. Não se deve esquecer que

no ato sexual encontra-se inerente toda força da criação, a qual exige

consciência e respeito mútuo e, portanto, constitui uma verdadeira comunicação

sagrada.

Voltando aos primeiros seres do experimento. Estes andróginos podiam fazer

as vezes de macho e fêmea. Mas esta fase do projeto não prosperou, pois como

já lhe disse antes, eram muito delicados e fracos para a parte mais agressiva do

plano. Decidiu-se, então, voltar atrás. Por meio de intervenções diretas que

incluíram operações cirúrgicas...

- A famosa costela de Adão!

- Sim, por tais intervenções e novas manipulações genéticas se restituiu a

ordem inicial e voltaram a ser machos e fêmeas definidos e definitivos.

Dentro da nave laboratório dos antepassados foram reunidos e instruídos

sobre como deveria ser seu comportamento. Foi-lhes dito naquela época, como

bem dizem as Escrituras Sagradas: “De toda planta, de todo fruto ou semente

poderão comer sem que isto os contamine, mas por nenhum motivo provarão

das plantas que se encontram na área reservada”. Tinha de ser assim porque

aquelas plantas eram alucinógenas, as quais podiam provocar nos seres

humanos visões e percepções para as quais não estavam preparados ainda e

impediriam que, num futuro próximo, desenvolvessem as mesmas percepções e

faculdades correspondentes para dominar e controlar aquilo que iria mais além

de seus sentidos físicos. Além disso, consumir estas plantas traria consigo a

deterioração dos neurônios (células cerebrais), iniciando um processo

irreversível de morte e destruição celular que nem mesmo nós poderíamos deter.

Suas auras seriam igualmente afetadas, rasgando-se e estariam à mercê de

entidades que sempre estão à espreita...

Os Adões e Evas aceitaram humildemente as restrições, acatando as ordens

dos engenheiros genéticos. Mas um dos Elohim, chamado Gadriel ou Gadreel,

não estava de acordo com as limitações do projeto. Ele foi influenciado pela

entidade Lúcifer, ser de origem ultraterrestre, procedente de um universo

paralelo ao nosso. Gadriel, então, chamou de lado os terrestres e lhes disse:

“Provem daquela planta, das que lhes foi recomendado que evitassem. Não

liguem para meus companheiros que têm medo de que possam rapidamente

conseguir poder e conhecimento. Além disso, como avançaria a ciência sem

experimentação?”

- É essa a antiga serpente?

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- O conhecimento não é mau, o que é mau é ser inescrupuloso, indisciplinado

ou desrespeitoso com os processos proporcionados por hierarquias superiores.

Assim, este engenheiro genético transgrediu a ordem, excedeu-se e atuou

egoisticamente, convertendo-se ...

- Numa espécie de Dr. Frankestein!

- Num obstáculo e primeiro tropeço do gênero humano terrestre.

- A serpente é um símbolo muito antigo do conhecimento. Também é ligada à

energia localizada na base da espinha dorsal, encarregada de despertar os

centros energéticos ou rodas (chakras) de energia, chamada Kundalini, cuja

forma é a de uma serpente enrolada. A energia assim chamada pode ser

desperta e controlada por um preparo integral que inclui uma vida equilibrada e

metódica, que inicia com exercícios de respiração e continua com uma dieta

alimentícia natural, jejuns, ginástica e meditações.

- Vemos que vocês aprenderam bem! Manter a constância é a única coisa que

falta.

- Voltando ao relato, gostaria de perguntar: como um ser superior pôde cair

em tal tentação e por sua vez seduzir os que estavam sob sua responsabilidade?

Como pode ser possível que seres de um nível tão alto pudessem cometer

semelhante erro?

- Lamentavelmente se viu influenciado pelo meio no qual atuava e por aquele

ser do Universo Mental.

- A Terra tem más influências e forças desenfreadas?

- Não! Aqui as forças da natureza e da criação se encontram concentradas de

tal maneira que é comparável a um animal selvagem, que precisa ser

domesticado. Se vocês não aprenderem a dominar as energias planetárias, elas

acabarão por dominá-los e talvez destruí-los. Comecem a dominá-las em seu

interior.

E voltando ao relato, seus antepassados consumiram aquelas plantas,

seduzidos pela curiosidade e ali aconteceu a primeira experiência de consumo

de drogas que se registra na história.

- Quem diria! Não foram nem maçãs, nem frutas, nem sexo! Eram

alucinógenos!

- A Bíblia não estava muito longe do relato original, talvez o que tenha faltado

fosse um pouco de imaginação no uso das figuras simbólicas, ou ao contrário,

talvez tenha havido um excesso de imaginação. Obviamente o mito e a lenda

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que chegaram até o povo hebreu procediam originalmente da Suméria e não de

uma revelação. Quando os seis semeadores restantes se inteiraram do ocorrido,

mas não dos detalhes (não souberam imediatamente que seu companheiro

havia boicotado o projeto), consideraram que a curiosidade do homem era tão

perigosa que até poderia pôr em perigo a própria existência deles.

A transgressão de seus antepassados poderia envaidecê-los até que

ficassem praticamente incontroláveis e, temendo o imprevisto, os Elohim

decidiram expulsá-los da estufa e colocaram alguns robôs para cuidar da área

reservada do seu laboratório.

- Eram eles os querubins com suas espadas de fogo?

- Quem diz é você... Ao sair para o exterior se deram conta de que não eram

os únicos sobre a Terra e se misturaram.

- Entendo, é a isto que se referem os livros sagrados quando falam que Caim

fugiu para o país de Nod, no limite com o Éden, onde encontrou sua mulher com

a qual se casou. Mas, que significado tem o episódio de Caim e Abel?

- A luta entre os primitivos povos agricultores e pastores, que marcaria a

história de seu mundo.

- E o que aconteceu com Gadriel, que foi o organizador de toda esta

confusão?

- Quando os seis Elohim se inteiraram da ação do companheiro, decidiram

dar-lhe uma sanção, que consistiu em deixá-lo aqui no planeta, convertendo-se

no primeiro caso de deportado que vocês conhecem.

- E quanto tempo ficou aqui?

- Algum tempo, até que os Elohim regressaram para recolhê-lo e avaliar como

havia seguido o processo humano terrestre. Já fazia um tempo que os

experimentadores haviam perdido o controle sobre o experimento porque ele

seguia sua própria dinâmica.

- Vocês me falaram de mentalismos na Bíblia. Poderiam me dar algum

exemplo?

- Lembra-se de Abraão e de como sua esposa Sara, pelos cuidados e

regeneração de órgãos feitos pelos visitantes (os três anjos do carvalho de

Mambré, em Hebron), pôde conceber Isaac, o filho da promessa? Acontece que

Abraão se sentiu influenciado pelos cultos locais dos cananeus que sacrificavam

seus filhos primogênitos aos seus deuses nos montes e sentiu a necessidade de

provar a si mesmo até que ponto era capaz de amar a seu Deus que ele sabia,

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no mais profundo de seu ser, que era o verdadeiro. Não falamos aqui de um

Deus extraterrestre, mas do Verdadeiro Pai-Mãe Universal, ao qual Abraão teve

acesso pela fé e conhecimento interior e que lhe foi corroborado pelo seu

contato.

Abraão acreditou escutar que naquele momento lhe era pedido demonstrar

seu amor e sua fé sacrificando Isaac, travando internamente uma batalha da qual

não se descarta a influência das forças negativas, que sempre assaltam a vida

daqueles que podem influenciar positivamente uma grande coletividade.

No Monte Moriá, Abraão preparou o holocausto de seu filho, até que apareceu

uma canepla, ou visor eletrônico das naves, que interrompeu e frustrou o ato,

repreendendo-o e fazendo-o compreender que esse tipo de sacrifício não era

necessário.

- Mas houve sim um sacrifício, o de um pobre animal!

- É preciso colocar-se na mentalidade daqueles homens de quatro mil anos

atrás.

A forma que eles tinham de entender sua relação com a divindade, seguia os

padrões de sua vida diária. O sacrifício era um presente. Com Abraão e sua

descendência não se quis criar uma elite de pessoas, ou povo diferente, melhor

que o resto, mas um grupo humano programado para o serviço dos demais,

conscientes de sua missão de ser sábios guias espirituais e exemplos de vida,

como sacerdotes da humanidade. Mas como não se deu atenção às

recomendações de manter a pureza do sangue, a programação genética

começou a sofrer distorções e com o tempo a mensagem transmitida,

fundamentada em atitudes, perdeu a força de seu universalismo, desunindo os

homens, incentivando maiores diferenças e elitismos.

- E o que aconteceu com Moisés e os quarenta anos no deserto? Por acaso

não era injusto castigar todo um povo a vagar pelo deserto por quase meio

século?

- Não foi um castigo! A quarentena era necessária, porque depois de séculos

de escravidão e cativeiro, o povo de Israel havia se acostumado a viver sem

liberdade. Os quarenta anos representam o isolamento como oportunidade para

que nascessem gerações de pessoas livres que amassem a liberdade e não

desejassem voltar à escravidão do Egito. A ideia era que o povo aprendesse a

se organizar e desenvolvesse sua própria identidade.

Lembre-se de que as condições não eram as mesmas. Quando Jacó e seus

filhos saíram de Canaã eram um grupo de sessenta a oitenta pessoas e

tornaram-se quase meio milhão. Além disso, o panorama era diferente, pois os

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povos cananeus já não eram pequenos grupos tribais isolados e primitivos, mas

haviam se organizado e crescido em torno de cidades fortificadas.

- A Bíblia menciona castigos para o comportamento humano, que são muito

violentos. Também se fala da lei do Talião. O que podem dizer a esse respeito?

- A Lei do Talião é a própria lei cósmica de Causa-Efeito. Revela esta lei que

tudo no universo é ordem, por isto cada um colhe o que semeou em atos,

pensamentos e omissões.

- Por que distorceram tanto as coisas? – insisti.

- Moisés no alto do monte Horeb no Sinai, recebia “sugestões” reveladas do

alto por irmãos das Plêiades designados para esta missão. Depois as

retransmitia a Aarão – seu irmão - que as fazia chegar até ao povo sob a forma

de imposições, para que as pessoas mudassem seus hábitos e aceitassem

novas e básicas regras de conduta, higiene e convivência.

Moisés, educado no Egito como um príncipe e iniciado nos conhecimentos

ocultos, entendia a mensagem à sua maneira, expressando-a assim ao seu

irmão que a interpretava de acordo com suas concepções hebraicas e informava

o povo do modo como achava melhor, deformando muito a mensagem original.

- Aarão gostava de complicar as coisas! Amedrontava o povo, como muitos

sacerdotes da atualidade usam a habilidade de intimidar, com supostos castigos

divinos para que o povo aceite as coisas sem discernimento e para que não

pensem, nem questionem sua fé na ordem estabelecida. Lembro, pelo que li,

que Aarão já tinha seus maus antecedentes quando não pensou duas vezes

(ante a pressão coletiva) em fazer-lhes um bezerro de ouro para que o povo o

adorasse.

- E este ia ser o sumo sacerdote, representante do Clero Hebreu? – comentei

bastante contrariado.

- Aquilo que entorpece e embrutece o homem é o medo. Por medo ou por

coação não se podem alcançar realizações transcendentais.

- Acabo de lembrar que na Bíblia se relata uma revelação de regras sobre leis

sanitárias, entre as quais se incluía a novidade de lavar as mãos antes de comer.

Tudo o que foi sugerido, como disse, teria sido imposto por aqueles que atuavam

como intermediários da mensagem? Que forma de complicar a vida e dificultar

o que é simples!

- A ideia era evitar as bactérias para impedir a disenteria e a colite, assim

como diversas enfermidades e infecções que procedem da insalubridade e que

ali no deserto já tinham sido fatais, recomendações que foram mal interpretadas,

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ou, por falta de cultura, omitidas e transformadas em rituais sem sentido, nem

explicação coerente.

- Recordo uma passagem evangélica – interrompi novamente – em que os

fariseus criticaram Jesus porque os apóstolos não lavavam as mãos na hora de

comer, e ele mesmo lhes respondeu: “Vocês ensinam como mandamentos de

Deus os preceitos dos homens”.

Agora me dou conta de como a falta de entendimento do povo, porque não se

podia explicar-lhe as razões fundamentais de cada coisa, levou a que se

omitissem as explicações e as impusessem como ordens. Talvez se

menosprezasse a capacidade das pessoas para entender as razões, havendo

então quem guardasse as razões profundas para si mesmo de forma egoísta,

como se esse conhecimento fosse a base de um novo status.

Os ensinamentos impostos como ordem criaram novos hábitos, como uma

disciplina interior forçada e ritualística, mas sem consciência. Com o passar do

tempo isto daria origem às adulterações e se converteriam em tradições e ritos.

- Gostaria de recapitular para verificar se entendi bem o que me informaram:

conclui-se, então, que a origem de Israel não supõe a ideia de criar um povo

diferente, mas criar geneticamente uma comunidade de seres que pudessem ser

guias espirituais, a serviço dos outros. E que Canaã como zona programada,

pré-estabelecida, era o lugar indicado para que dali partisse a difusão de uma

mensagem de mudança espiritual e de esperança.

- Isso mesmo! E não se esqueça de que os seres das Plêiades que

intervieram durante todo o Êxodo nunca patrocinaram campanhas militares,

ainda que não descuidassem de ajudar o povo quando este se encontrava em

apuros, ou em momentos de grandes decisões. A sugestão deles foi sempre

evitar os conflitos diretos a tal ponto que, se analisarmos a história, veremos que

fizeram grandes rodeios para evitar as mais importantes fortalezas da época. Em

todo momento evitaram a luta direta e em campo aberto. Mas quando não houve

remédio, procuraram fortalecer a moral do povo para que não desaparecesse

nas mãos de outros.

Tivemos muitos temas para estas duas horas muito bem aproveitadas. Logo,

diante de um sinal dos que estavam nos painéis, Oxmalc, que estava ao meu

lado, me tocou o ombro pedindo-me em voz baixa que o seguisse. Ao ver que

não me movia, insistiu para que me levantasse e, então, lhe respondi:

- Não posso, estou preso no assento!

Voltou a repetir que me levantasse, que tentasse imaginar que estava em pé.

Quando fiz isso, pode-se dizer que o assento mesmo me expulsou. As pernas

funcionavam bem e não sentia nenhum adormecimento, mas um peso quente

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que baixou subitamente da cintura aos pés, para logo sentir-me perfeitamente

normal.

Fomos caminhando em direção da parede lisa em frente à porta de entrada

para a sala hexagonal. De repente a parede se abriu, deixando ver um pequeno

corredor de uns três metros de comprimento que ia se estreitando e que

terminava num semicírculo de janelas grandes com uma escrivaninha embaixo.

Aproximou-se primeiro o guia, tirando debaixo da escrivaninha os dois

assentos já conhecidos. Ele se sentou e me disse para sentar a seu lado. Em

seguida escutamos um ruído, como o do motor de um carrinho sobre trilhos e,

em seguida, outro som, mas muito agudo que me surpreendeu. Senti algum

medo e olhei para fora, vendo as paredes do hangar feitas por gigantescos

hexágonos parecidos com alumínio. Logo as paredes começaram a se abrir e a

nave foi se deslocando para fora, encontrando-nos rapidamente no espaço

aberto. Impressionou-me um abismo insondável de profunda escuridão.

Estava distraído com minhas impressões e sensações, quando vi pelo canto

do olho direito as cenas mais incríveis e emocionantes de minha vida. Ali na

minha frente ia se formando a visão espetacular de duas luas que Oxmalc me

confirmou serem de Júpiter. Uma era de uma cor ocre avermelhada com

manchas, com crateras de um tom argiloso e com intensas camadas de cor

branca azulada brilhante. Era Ganimedes ou Morlen, o maior satélite do planeta

gigante. A outra, menor e mais longe, se mostrava de uma cor avermelhada

alaranjada.

Estava atento à observação quando senti uma ligeira pressão sobre o rosto e

mãos, um tipo de calor, como resultado da proximidade com os campos

gravitacionais. Então, houve ali um movimento brusco para a esquerda, ficando

a imagem de Ganimedes sobre a parte superior direita das janelas. Mas comecei

a me dar conta de que a maior parte da impressão era percebida visualmente,

pois dentro da nave não se percebiam os movimentos.

Fomos nos aproximando numa velocidade vertiginosa, descendo sobre a

superfície acidentada daquela lua e, já estando muito perto, a nave desacelerou,

aterrissando tão suavemente que eram imperceptíveis os deslocamentos ao se

fechar os olhos.

O contato com o solo foi extraordinariamente suave. Quando estávamos

descendo, vi como a curvatura de Morlen se alinhava, destacando-se debaixo

de nós montanhas baixas em pequenas cadeias.

E à distância, massas de gelo e crateras, com um cânion profundo onde se

viam reflexos de luzes e clarões. Olhei para meu companheiro ao lado, que

parecia estar avaliando todas minhas reações. Então, ele me disse:

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- Sim, ali está uma de nossas cidades. As cidades estão afastadas umas das

outras, mas estão unidas num só espírito e mente. Cada uma guarda autonomia

própria e estão tão bem organizadas, que cada uma, sem competir com a outra,

contribui com o melhor de si.

A aterrissagem se deu em um lugar marcado numa extensa planície de cor

marrom, destacando-se uma grande ponta de flecha ou triângulo no solo que me

fez lembrar de imediato das figuras existentes em Nazca, no Sul do Peru.

Na última vez que vi o céu das janelas da nave, observei a forma exterior da

nave mãe que nos trouxe: parecia um aspirador antigo, com luzes nas pontas.

Já no solo comecei a sentir várias sensações próprias do nervosismo, como

um nó na garganta e “frio na barriga”. Ficava imaginando o que me esperava ali.

Observei meu relógio, tirando-o de debaixo da manga e vi que marcava somente

três horas desde nossa saída de Chilca.

Oxmalc pediu que me levantasse e o acompanhasse de volta pelo corredor

até o salão hexagonal. Ali observei como os outros companheiros do

extraterrestre guardavam os tubinhos de vidro debaixo dos painéis e

escrivaninhas. Depois todos se reuniram no lado direito da sala, atravessando

uma porta de correr, do lado da que se comunicava por um facho de luz com o

ponto de entrada na nave.

Entramos juntos num pequeno quarto retangular, fechando-se a porta atrás

de nós. Ficamos alguns segundos ali, enquanto éramos irradiados por luzes

vermelhas e azuis que saiam do rodapé. Depois se abriu uma comporta e

apareceu uma rampa estendida para frente que chegava até o solo. Descendo

por ela, percebi uma atmosfera exterior um pouco pesada, como se me faltasse

oxigênio.

Sabia que ali em Morlen não havia uma atmosfera respirável, pois as grandes

massas de gás metano o impediam, mas também sabia que os guias tinham

acondicionado, pela tecnologia e seu poder psíquico, atmosferas artificiais sobre

suas cidades, muitas das quais se estendem no subterrâneo. Explicaram-me que

eles não precisavam de grandes cúpulas de cristal ou de plástico para impedir

que os gases escapassem, nem para proteger-se contra meteoritos. Basta,

segundo eles, seu controle da energia e um grande poder mental coletivo

positivo. Até o clima pode ser alterado pelos estados mentais, me disseram.

Atrás de mim, e ocupando umas quinze ou dezoito vezes o firmamento em

relação ao Sol como é visto na Terra, aparecia Júpiter, o planeta gigante, a

segunda estrela de nosso sistema, mas que nunca chegou a ser. Via-o com uma

miragem de cores e manchas não definidas. À minha frente se viam muito

poucas estrelas e me pus a buscar entre elas o ponto luminoso da Terra. Oxmalc

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se aproximou e me mostrou com sua mão esticada uma pequena luz de um

brilho azulado, dizendo-me:

- Se procura seu mundo, essa é a Terra!

A sensação que se produziu dentro de mim foi indescritível. Fui tomado por

uma estranha e profunda melancolia. Quase imediatamente reparei que à

esquerda, ao lado de uma cadeia de montanhas, via-se uma estrutura

trapezoidal, semelhante a uma pirâmide cortada. Oxmalc me explicou que era a

sede dos Doze Menores de Morlen, o Conselho e governo das Colônias e que

se encontravam ali, ligados à colônia terrestre, já que a cidade que estávamos

visitando era a cidade “Confraternidade”, onde se encontram cerca de doze mil

pessoas vindas da Terra nos últimos trezentos anos, evacuados alguns por sua

vontade, outros resgatados de passagens dimensionais naturais que os

aprisionaram, como no caso do “Triângulo das Bermudas” e alguns até

resgatados das mãos de civilizações extraterrestres que os sequestraram para

fins de investigação ou manipulação.

- Como são e o que buscam essas civilizações não positivas?

- Há de tudo no universo, como em seu planeta e, assim, existem planetas

cuja tecnologia avançada não guarda nenhuma relação com seu pobre

crescimento espiritual, pois não puderam superar suas ambições

expansionistas. Há ainda outros com um puro interesse científico, às vezes

inescrupuloso, que os levou não só a extrair amostras de planetas como a Terra,

como também animais e seres humanos para seus próprios fins. Atualmente,

como já dissemos, seu mundo está protegido por uma quarentena de isolamento,

estabelecida pela confederação de Mundos da Galáxia, durante a qual nenhuma

civilização pode atuar, nem intervir.

- E o que me diz daqueles que se perderam no Triângulo das Bermudas, e

agora estão com vocês? – perguntei enquanto íamos caminhando por uma

ampla vereda na planície, aproximando-nos dos limites do cânion.

- Como você sabe, na Terra como no Universo, abrem-se no espaço-tempo e

de maneira natural, portas dimensionais, umbrais, similares aos Xendras.

Atualmente estes vórtices têm se multiplicado no planeta, sendo mais conhecido

o que se encontra entre as Bermudas, Porto Rico e Florida, zona onde o índice

de desaparições é maior, devido a um maior tráfego marítimo e aéreo.

- Então é como um sumidouro?

- Exatamente! Mas se prestar atenção, o ser humano, pela mesma

potencialidade psíquica que tem, pode abrir e fechar estas e outras portas

dimensionais. Crianças muito pequenas de seu mundo, assim como

adolescentes em plena puberdade, liberam e canalizam tal quantidade de

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energia psíquica que conseguem abrir passagens entre as dimensões, correndo

o risco de perderem-se nelas.

- Quer dizer que aquelas pessoas que desapareceram no mundo não

necessariamente foram sequestradas, mortas ou fugiram de suas casas, mas

que poderiam simplesmente ter cruzado um umbral?

- Estariam presas em portas que se abriram sozinhas ou que foram produzidas

por elas mesmas! Ou por seus companheirinhos de brincadeira.

- Isto é incrível! E os governos sabem alguma coisa disso tudo? Já fizeram

algo a respeito?

- Os Estados Unidos, como nação poderosa do mundo, continuaram fazendo

experimentos com portas dimensionais desde o famoso Projeto Filadélfia (1).

Lembrando as múltiplas informações filtradas, este projeto consistiu na

criação de campos magnéticos envolvendo um navio da armada norte americana

recém-saído dos estaleiros, o destroyer U.S. Elric. Em 1943 instalaram dois

potentes geradores, um na proa e outro na popa da embarcação e ativaram-nos,

procurando criar uma camuflagem perfeita que fizesse desaparecer o barco, não

só à vista e paciência dos demais navios da Marinha, mas também fazendo-o

desaparecer das telas dos radares.

O projeto teve um êxito inicial que superou as expectativas e quando o barco

voltou a aparecer, a tripulação registrou o desastre de corpos queimados pela

radiação, indivíduos que continuavam aparecendo e desaparecendo

intermitentemente até ficarem loucos. Não foi permitido a ninguém desta

tripulação voltar para casa e, apesar dos acontecimentos terríveis, o governo

norte-americano continuou investigando e experimentando os portais

interdimensionais.

Atualmente nas imediações do monte Yunque em Porto Rico, há uma área

reservada para suas forças militares, onde continuam experimentando e

desenvolvendo este projeto com a intenção de conseguir viagens pelo tempo e

espaço. E como é natural, eles mantêm o fato em segredo absoluto.

- Mas, por que não devolvem as pessoas que se perdem no Triângulo das

Bermudas e em lugares parecidos?

- Há bases submarinas próximas a Porto Rico de onde saem as naves que

em momentos de perigo, realizam resgates.

- Como salva-vidas numa praia de verão!

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- Nem sempre estas portas dimensionais estão abertas. Geralmente

dependem da concentração de energia eletromagnética no lugar, antes, durante

ou depois das tormentas. E muita gente presa lá sofre alterações em sua

constituição bioenergética de tal maneira que, se fosse devolvida imediatamente

depois do resgate, poderia morrer prematuramente, pois teriam um

envelhecimento celular acelerado. Além disso, as centrais de inteligência das

grandes nações os fariam desaparecer, eliminando-os em centros militares de

segurança máxima, internando-os ali, porque somente sua presença seria

testemunho definitivo da nossa presença na Terra e da existência das portas

dimensionais.

- E se vocês não as resgatassem, para onde iriam estas pessoas com seus

barcos e aviões?

- Poderiam aparecer em qualquer ponto do espaço e tempo, infalivelmente se

perdendo.

- Imagino o choque que seria para a tripulação de uma sonda espacial de

repente ver flutuando no espaço um barco ou um avião da segunda guerra

mundial, - comentei eu.

Íamos caminhando para a beira do cânion, parei um instante e não pude evitar

inclinar-me para o chão quando vi duas pedras muito especiais, com as quais

poderia confirmar minha permanência neste lugar. Segurei-as fortemente com a

mão direita, talvez porque não quisesse que meus eventuais companheiros

percebessem. Estas pedrinhas eram multicoloridas, combinando-se

principalmente o marrom, verde e chumbo. Por sua estrutura pareciam

cristalinas.

Oxmalc, enquanto caminhava, voltou seu rosto para mim e com um olhar sério

me transmitiu uma ideia que captei intensamente em meu cérebro:

- “Não queira demonstrar nada a ninguém, senão será vítima de sua intenção.

Não pode e nem deve convencer porque seria um esforço inútil, nunca teria

provas suficientes. Além disso, não está aqui para isto. Sua experiência concreta

não servirá de nada para ninguém a não ser como curiosidade. O que interessa

é a mensagem da experiência interna e isto não requer nem provas nem pedras.

Se levar isto que tem na mão, será prisioneiro de si mesmo e vítima dos outros

em muitos sentidos. Além disso, ficaria exposto a num perigo maior.

Senti e visualizei simultaneamente a realidade dos pensamentos do guia.

Então compreendi que não podia apegar-me à aparente segurança e

tranquilidade que me poderiam dar essas pedrinhas. Além disso, me fez sentir o

perigo ao qual me expunha.

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Aproximando-me mais da borda do cânion, com o devido cuidado devido ao

temor ainda não superado da altura, pude observar uma cidade no interior deste

acidente geográfico. Havia terraços que iam descendo para a parte mais baixa

e profunda. Esses terraços eram ocupados por construções esféricas, domos e

cones cortados, que se repetiam dos lados das ladeiras. À primeira vista podia-

se observar que a cidade não era muito grande externamente, podendo-se

estender provavelmente no subterrâneo para os lados onde havia umas pontes

parecidas com cilindros, ou tubos transparentes, presos a fortes colunas, que

atravessavam o cânion de lado a lado, terminando nos taludes laterais. Viam-se

rampas que desciam das plataformas para a zona mais profunda, onde havia

uma vegetação densa.

Enquanto olhava o tamanho da cidade, Oxmalc me chamou em voz alta para

que me juntasse a eles. Fui direto para ali, observando do lado esquerdo,

camuflada no solo, a entrada de um subterrâneo. A porta se comunicava com

um tipo de elevador de forma cilíndrica que se fechou conosco dentro e desceu

com movimentos atípicos verticais e horizontais combinados, o que se podia

observar pela mínima inércia que se sentia.

Ao se abrir o elevador, encontramo-nos numa trama de túneis muito grandes,

revestidos por cerâmicas claras e brilhantes que iluminavam o lugar. O solo era

de um material diferente, ligeiramente mais fofo e de cor esverdeada. Os quatro

seres que nos acompanhavam, a mim e a Oxmalc, separaram-se, despedindo-

se enquanto meu companheiro me indicou que seguiríamos sozinhos.

Saindo para o exterior, aparecemos no fundo do cânion rodeado de algumas

plantas e sobre nós víamos cúpulas construídas sobre terraços artificialmente

nivelados. O escasso verde a nosso redor parecia ter sido extraído em sua maior

parte da Terra, apesar de eu mesmo não conhecer todas as variedades de

plantas que existem em nosso mundo. Havia também grandes cúpulas com

vegetação em seu interior, parecendo formar microclimas e microambientes.

Caminhávamos sobre um pavimento muito simples e artístico, onde se viam

riachos decorativos que combinavam com pequenos bosques, flores e plantas

diversas, que me faziam lembrar os jardins japoneses. Daquele lugar Oxmalc me

mostrava os diferentes lugares, ambientes e locais, sua distribuição e utilidade.

Ao olhar para cima, vi passar diferentes tipos de naves e em especial um

pequeno enxame de objetos esféricos que se elevavam de um lugar próximo.

Também observei as pessoas que passavam pelas pontes, alguns parando para

nos olhar, como se estivessem conscientes da presença de alguém novo. Minha

reação foi levantar o braço e saudá-las, o que foi correspondido de imediato por

um grupo de pessoas que tinham se reunido e outras que as seguiam, juntando-

se a elas. Aproximou-se de nós um grupo de seres altos, magros, calvos e de

pele marrom avermelhada que me lembraram Mardorx. Suas cabeças eram

ovaladas, sem orelhas visíveis, com braços bastante longos, alguns vestindo

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trajes justos ao corpo, escamados e outros lisos de cor azul. Havia também quem

usasse túnicas longas e brancas.

Ao vê-los na minha frente, reconheci-os como seres de Xilox. A delegação

composta por uns quinze indivíduos aproximou-se, rodeando um ancião que

expressava venerável aparência e vestia também uma túnica branca, com uma

espécie de mantilha e um chapéu muito singular que parecia o que usam as

holandesas, da mesma cor que a roupa. Aquele homem parecia ter uns oitenta

anos ou mais e caminhava com as mãos muito juntas.

Oxmalc me disse que se tratava de Joaquim, um dos doze Menores de

Morlen, e que os outros seres eram os instrutores da comunidade terrestre.

Explicou-me que o propósito de sua presença ali era a de preparar as pessoas

que deveriam ser devolvidas nos próximos meses à Terra, para ajudar a

humanidade no processo de mudança e transformação.

A todos os seres que haviam se aproximado, lhes estendi a mão para saudá-

los e eles não reagiram. Só me observaram fixamente, sem gestos que

mostrasse o menor sorriso ou sinal de aprovação, o que me obrigou a baixar a

mão.

Todos estavam muito sérios, com exceção de Joaquim que mostrava um rosto

mais afável.

De repente Oxmalc se desculpou despedindo-se, deixando-me sozinho com

aquela comitiva. Também os de Xilox cruzaram os braços sobre o peito e se

retiraram. Joaquim aproveitou esse momento para indicar-me que era preciso

que fosse extremamente discreto sobre o que receberia ali e o que me diriam.

Devido à falta de preparo da grande maioria dos que poderiam me escutar,

poderiam distorcer as informações e reagir negativamente por não entender o

significado profundo do que seria abordado.

Enquanto conversava com Joaquim, aproximaram-se de nós umas dezoito

pessoas, acompanhadas por um homem alto de raça negra, com cabelos meio

grisalhos e traços muito finos. Aquele homem de aparência terrestre era Xendor,

um dos quarenta e nove guias da missão, filho de terrestres nascido em Morlen

e que, por seu alto nível de desenvolvimento psíquico e moral, foi integrado há

pouco à equipe de guias, substituindo a guia Xanxa de Apu, que foi tirada de

suas funções ao ter transgredido certos limites na comunicação com os antenas

da Terra. Esta mulher extraterrestre se enganou ao não manter distância

necessária em sua relação com as pessoas dos grupos e se deixou envolver em

assuntos pessoais.

Os acompanhantes que rodeavam Xendor eram pessoas de diversas raças,

que ao se aproximarem de mim, me falavam em vários idiomas, mas ao lhes

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responder em castelhano todos concordaram em se expressar assim, coisa que

me facilitou tremendamente a conversação.

As pessoas que se encontram na cidade Confraternidade manifestam

diferenças quanto ao seu progresso e evolução, como ocorre na Terra, já que

foram incorporados em diferentes momentos históricos, mas a vantagem que

têm é que estão num processo acelerado de adaptação e reeducação, que as

conduz a integrar-se e uniformizar o preparo.

Vi-me então rodeado por um grupo de pessoas, que se mostravam

espontâneas e comunicativas, comovendo-me quando algumas delas me

diziam:

- Ânimo! Já falta pouco!

- Pouco para quê? – perguntei, sem poder localizar os autores daquela frase.

- Para a avaliação coletiva antes da grande transformação – disse um homem

de uns cinquenta anos de aparência europeia, que se aproximou de mim,

colocando sua mão esquerda no meu pescoço e olhando-me com uma paz que

me penetrou fundo.

- O mundo está em convulsão, cego e surdo às mensagens – disse eu, um

pouco entristecido.

- Está do jeito que foi anunciado! Mas há, cada vez, mais bem do que mal no

mundo! - expressou entusiasmada uma jovem mulher.

Que delícia era eu ser lembrado do que disse tantas vezes a tanta gente! O

mal é mais publicitado e o bem não é notícia que se venda.

- Podem me dizer, como se sentem ao estar aqui? Deve ser muito duro, hein?

- Não é tanto, sabendo tudo o que conhecemos agora! - responderam em

dueto duas pessoas do grupo.

- E o que é que sabem?

- Conhecemos o que virá, por que virá e para que servirá – replicou com

segurança uma senhora de certa idade, bastante grisalha.

- O que é que virá? – perguntei, fingindo não saber a que se referia.

- Você vai saber por si mesmo e agora - respondeu o guia Xendor,

interceptando a conversa.

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Nesse momento um jovem de aparência e sotaque sul americano me

perguntou, entusiasmado e ingenuamente:

- Como vão as coisas na minha Terra?

- Suponho que vocês sabem bem como vão as coisas lá por nossos países.

Além disso, me disseram que há extraterrestres que vivem entre nós, com

grande parcela de sacrifício, avaliando permanentemente o processo da

humanidade e informando sobre as mudanças positivas e negativas que

acontecem.

- Sim, isto mesmo! Interceptamos também todas as transmissões das

telecomunicações e via satélite da Terra! – falou com grande segurança um

homem que parecia militar.

- Estamos preparados para voltar! – proclamou em coro um casal de jovens.

Ante um sinal de Xendor, o grupo se despediu, desejando-me paz. E ficamos

sozinhos com Joaquim.

- Não há tempo a perder. Não se deve descuidar do preparo e do propósito

para o qual se chegou a este lugar. Toda esta gente que conheceu está se

preparando para voltar e começará a fazer isso a partir de Agosto deste ano

terrestre - disse Joaquim como se falasse para si mesmo, com a cabeça baixa e

movendo rapidamente as mãos.

- Mas que mundo encontrarão? – perguntei.

- Um mundo em mudança constante pelo trabalho de muitas pessoas como

vocês.

- Quando chegarem deverão apoiar-se mutuamente. Os que voltam se

infiltrarão no mundo com um estado mental superior que contribua para sustentar

as mudanças promovidas – interveio novamente Joaquim.

- Será suficiente nosso trabalho? – perguntei, duvidando de nossa

capacidade.

- Não, não será suficiente, mas é preciso insistir com a reunião de muitas

pessoas que irão se comprometendo.

- E quantas pessoas serão necessárias para reverter a ordem das coisas?

- A chave numérica vocês já sabem, é a necessária para criar uma alternativa

diferente e modificar definitivamente o futuro. Seriam necessárias ao menos 144

mil pessoas comprometidas e conscientes.

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Verá que o número 9 está ali contido com seu significado de nascimento e

criação.

- Cento e quarenta e quatro mil nem parece um número muito grande, levando

em conta que a Terra tem bilhões de habitantes.

- Não são muitos em relação à quantidade de seres humanos da Terra, mas

não creia que seja fácil completar esse número com gente constante e

consciente, que tenha a convicção de que pode “criar o que se crê”.

- Esta é a primeira lei ou princípio universal do Mentalismo !

- Certamente que é, e para seu consolo, o futuro já começou a mudar e certas

situações não vão acontecer, ou acontecerão de outra maneira, pois foram

diminuídas e reorientadas numa forma positiva, ou acelerada. Isto porque cada

vez mais tem gente se conscientizando pouco a pouco da necessidade de criar

um estado mental coletivo harmônico que altere o destino para o qual a

inconsciência e o egoísmo estavam conduzindo.

- O futuro começou a se alterar?

- Sim, num milionésimo de grau, mas o suficiente para que as coisas já não

ocorram necessariamente como foi profetizado.

- Aprendi com vocês que as profecias não foram dadas para que se cumpram,

mas para que não se cumpram. Isto é uma grande notícia, ainda mais ouvida de

vocês.

- Você já vinha ouvindo e nós lhe confirmamos isto. ¨O homem pode e deve

modificar o futuro, semeando causas novas que gerem novos efeitos na história

e reorientem os acontecimentos¨.

- Agora estou entendendo porque quiseram que eu viesse.

- Sim, agora você começa a entender. E em verdade lhe digo, não voltará

como veio. Voltará identificado com o otimismo de quem está se preparando

aqui, porque terá visto como é que começaram a acontecer mudanças que não

tardarão a se mostrar e que representarão luzes de esperança.

- Cremos e confiamos em vocês. Agora são vocês que devem confiar em

vocês mesmos.

Até agora a Confederação tem mantido contato com os governos das grandes

nações da Terra por meio de seus cosmonautas, a fim de sensibilizá-las para a

mensagem, alertando-os sobre um desenlace terrível que pode se abater de um

momento para outro sobre seu mundo. Sei que já lhe falaram de tudo isto, mas

sabe que não é nada fácil combater o governo interno negativo em seu terreno

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e fora dele, pois há controle psíquico em certo setor da humanidade,

manipulando os que detêm o poder tanto na política quanto na economia, cultura

e religião.

- Se me permite perguntar, o que afinal vai acontecer?

- A mudança! Não percebeu ainda? Já chegou o tempo de a humanidade e

de vocês como grupo dar o passo seguinte para a juventude responsável.

- Mas mudança do planeta, da humanidade, da missão? Não poderia me

explicar mais claramente?

- A mudança de tudo e de todos, mas já não há mais tempo. Veja por si

mesmo. Siga-nos.

Joaquim deu a volta e apressou o passo, enquanto Xendor, que tinha ficado

silencioso, depois de olhar-me fixamente seguiu o ancião e eu fui atrás deles. O

ambiente da cidade era de uma paz indescritível, com uma música muito suave

que inundava tudo com cor e luz.

Enquanto caminhávamos, perguntei se o retorno à Terra era o que provocava

a ansiedade e excitação que via nas pessoas do lugar.

- O retorno mais importante e transcendental é o do Cristo Cósmico! Sim,

Jesus, aquele que ressuscitou há dois mil anos, está voltando e estará em

Ganimedes ao lado dos Vinte e Quatro Anciões, entre os meses que

correspondem ao seu tempo de Agosto e Dezembro. – disse Joaquim com

entusiasmo, mas sem perder a seriedade que tinha assumido.

- E de onde volta? Onde esteve todo este tempo?

- No centro da Galáxia Principal deste grupo local, isto é, em Andrômeda. Esta

galáxia espiral atua como ponto de gravidade de várias galáxias satélites como

a Via Láctea.

- Ele volta da sétima dimensão do Universo material – respondeu Xendor em

resposta à indicação de Joaquim.

- E por que dali?

- Porque no centro das Galáxias se abrem portas dimensionais entre os planos

físico, mental e espiritual. São portas abertas de cima para baixo, não de baixo

para cima. Com Jesus recentemente aconteceu esta dupla conexão.

- Ele, representando toda a humanidade! – continuou comentando aquele

moreno alto de aspecto robusto, enquanto o ancião mestre concordava com a

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cabeça e com um sorriso de satisfação, que parecia celebrar o conhecimento do

discípulo.

- E qual é a razão de seu retorno?

- Ele volta para avaliar as mudanças e a transformação da humanidade. Sua

presença selará uma etapa...

- Mas, Seu corpo é o mesmo com o qual ressuscitou?

- É um corpo regenerado, glorificado e que naturalmente não poderia ser

exatamente como o que teve antes, por isto trouxe consigo problemas de

identificação posteriores aos discípulos e seguidores.

Quando Maria Madalena e os Apóstolos viram o Mestre ressuscitado, viram-

no em um corpo revitalizado, com uma aparência juvenil. Eles o recordavam

envelhecido pelo sofrimento e pelo conhecimento que tinha de seu futuro

martírio. Além disso, tendo morrido como se sabe, o corpo astral e o mental

inferior, onde se encontram a personalidade e o caráter também morrem.

Quando ressuscitou, foi com o corpo que havia sido elevado vibratoriamente à

quarta dimensão, mas agora volta sem o astral, nem mental inferior, diretamente

com seu mental superior. Seu ser real!

Chegamos por caminhos pedregosos até o extremo oposto do cânion,

começando a subir pelas rampas bem pronunciadas até uma das plataformas

superiores.

- Irmão! – o guia Xendor interrompeu o silêncio breve e reflexivo – É

importante que aproveitemos todos instantes em que pudermos compartilhar os

ensinamentos que o levarão a uma maior capacidade de resolver situações, mas

deixe que sejamos nós que respondamos às suas necessidades de informação,

porque estas são relativas. Ainda não estão preparados para saber muita coisa

que falta e devem se preparar. Quanta coisa gostaríamos de dizer-lhes e dar-

lhes a conhecer, mas como ainda não superaram as atitudes de

impermeabilidade e superficialidade diante dos conhecimentos, seria perigoso

para vocês, e irresponsável para nós, comprometê-los se ainda não estão

prontos. Precisam se preparar para superar seus preconceitos e programações

anteriores.

Devem evitar se distrair com coisas sem importância, valorizando o que já

conseguiram. Também devem desenvolver a capacidade de amar o que fazem

e onde vivem, mediante o serviço com desprendimento. Só assim saberão

receber para dar.

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Deverão entender que maior disposição para o amor e maior compreensão,

como consequência fará o conhecimento aflorar em vocês, proveniente de seu

ser real, e aí receberão de nós e de outros maiores informações.

É importante que, por meio dos antenas da Terra, formulem suas perguntas,

descartando as más recepções, incompletas e mentalizadas. O vínculo da

comunicação exige manter uma harmonia e vibração especiais que, por sua vez,

requerem o trabalho em grupo, analisando e questionando com crítica

construtiva. A comunicação os manterá unidos e ativos. Isto também lhes

permitirá verificar nossa proximidade.

Experimentando e arriscando-se ao fracasso com objetividade, poderão

distinguir quando a pergunta preparada de antemão não recebe resposta idônea

e coerente.

Nada ganham acumulando mensagens e tendo antenas receptoras, se não

há consciência real da responsabilidade do que recebem, pois tudo aquilo que

se recebe em perfeitas condições de preparação está sujeito a ser aplicado. Por

isto insistimos na necessidade de se preparar para amar, dar, e não deem sem

antes ter-se preparado para fazê-lo. De outro modo, ninguém aproveitaria o que

foi recebido e compartilhado, seria mal interpretado e se dispersaria o

conhecimento sem proveito algum.

- Como poderei me lembrar de tudo que me disseram? Como poderei

transmitir tudo o que estou captando e sentindo, quando voltar à Terra?

- Fica gravado em seu subconsciente. Quando retornar, terá de se exercitar

na regressão consciente que aprendeu. Além disso, em sua cabeça existe um

pequeno cristal que foi introduzido com seu consentimento para que possa ser

localizado, e nele é gravada muita informação. Quando o ativar, a inspiração que

recebe não será mais do que uma conexão direta.

- De acordo com o convite que nos fazem, poderão responder a todas nossas

perguntas?

- Entenderão todas nossas respostas? Estarão preparados para romper todos

seus esquemas mentais e questionar tudo o que creem e sabem?

- Podemos tentar, pois tudo é melhor do que a obscuridade. Além disso, cada

vez há mais pessoas dispostas a uma entrega maior e a única coisa de que se

necessita saber é por onde caminhar, que rota seguir, como e quando fazer isso.

- O problema de vocês é que buscam numa ordem equivocada. Primeiro

deveriam buscar dentro de vocês mesmos, pelo contato interno, onde

encontrarão a essência de todas as respostas e depois fora de vocês. Aí,

observando, obteriam a forma de todas as respostas. Assim terão também

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elementos de constatação. E a forma é o de menos, porque fundamentalmente

depende da intenção e atitude no que façam. Há muitas formas que podem

provar, até encontrar a síntese que lhes convenha e acomode, mas não se

esqueçam de que é mais importante a fé e a convicção no trabalho.

- Desculpem minha necessidade, mas como se pode conseguir o contato com

nosso Eu Superior, ou o ser real de cada um?

- Por acaso você não sabe? – interveio Joaquim, sorrindo.

Dei-me conta de que estava insistindo demais em algo que eu mesmo sabia,

querendo garantias de sua evidência. Meio que murmurando, eu disse:

- Talvez a gente sempre soubesse, mas é difícil aceitar porque exige o esforço

da auto-observação diária e contínua.

- Exige valor para se ver tal como é, significa conhecer-se, aceitar-se, perdoar-

se, respeitar-se e querer mudar e para isto não se necessita de maior ajuda do

que procurar estar consciente, ser responsável por cada ato, pensamento e

intenção, dando-nos conta de que estamos vivendo e que a dinâmica do universo

é a mudança e evolução.

- Queremos que nos lembrem a cada hora do que já sabemos!

- E nós os lembramos muitas vezes, pois para isto existem missões como

esta.

Ante um sinal de Joaquim, que parecia ter sido o que mais tinha desfrutado

da conversa, nos apressamos. Recebi neste instante um surpreendente e

carinhoso abraço de aprovação daquele gigante que era Xendor.

Para que fôssemos aproveitando melhor a caminhada, Xendor me contou

resumidamente o processo de colonização do lugar e as dificuldades que tiveram

no começo, bem como o objetivo de reunir precisamente ali aquelas pessoas

para serem preparadas, fora da influência vibracional de nosso planeta.

Enquanto subíamos, via o rosto de Joaquim, que permanecia em silêncio e

observava sua serenidade ainda quando sentia nele alguma preocupação.

Chegamos a um local de forma cônica que acabava em sua parte superior

externa com uma pirâmide de cristal. Ao cruzar a porta de entrada, fomos

recebidos por três pessoas de aparência muito terrestre, uma das quais era um

homem, ao que parece japonês, de uns quarenta e oito anos, segundo meus

cálculos que, ao fazer uma saudação, lembrou-me os hábitos ancestrais de sua

raça e nação, os quais, obviamente, não tinha perdido nem esquecido. As outras

duas pessoas eram um casal de aparência europeia que me disseram estar há

somente doze anos em Morlen e que tinham desaparecido na zona das

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Bermudas num pequeno iate antes de uma tempestade. Eles me disseram que

estavam a par das vicissitudes que nosso grupo e outras fraternidades já haviam

passado na Terra.

O senhor de aparência oriental que depois de seu relato soube ser realmente

japonês, falou-me em perfeito castelhano com muito orgulho e alegrando-se por

confraternizar, que havia desaparecido no Pacífico durante a segunda guerra

mundial. Era um oficial que tripulava um avião Zero. Durante uma batalha aérea

sua esquadrilha tinha sido dizimada, quando algo aconteceu com os controles.

Sem que fizesse nada de especial, viu que toda a paisagem estava invertida e o

avião parecia estar de cabeça para baixo. De repente uma nuvem de cor

esverdeada se aproximou dele em grande velocidade, arrastando-o para ela (aí

não se lembrava muito bem). Depois houve uma forte sacudida, não se

lembrando de mais nada, até que se encontrou no interior de uma nave espacial,

onde outras pessoas de origem terrestre o tranquilizaram e lhe explicaram a

situação.

Como tínhamos avançado, me pediram que entrasse no local em cujo interior

uma luz esverdeada cobria o recinto cônico. Uma vez dentro, os cinco se deram

as mãos, deixando-me no centro do círculo formado por eles, ficando

exatamente debaixo da pirâmide do teto que projetava sobre mim um facho de

luz que inicialmente parecia branco, depois mudou para dourado, depois rosado,

verde, celeste, acabando num violeta brilhante. Enquanto isto acontecia,

Joaquim que estava com o rosto iluminado e os olhos fechados em atitude de

concentração, sem seu habitual chapéu, disse em voz alta:

“O que ama a luz há de vibrar no Quinto de Rahma. O que se entrega ao plano

do Altíssimo conhecerá seus desígnios, interpretará seus mandatos e realizará

sua existência. O Quinto de Rahma é o tempo de uma humanidade predestinada

à mudança e à redenção cósmica mediante a magia, a morte mística e o

nascimento num estado de consciência superior.”

“Sua proteção será o nível de consciência que tiver e o amor que irradiar. Sua

missão será trabalhar responsavelmente pela restauração da ordem cósmica e

da dinâmica da evolução. Aquele que vibrar no Quinto do Rahma saberá que

tem o poder de mudar o destino de sua própria humanidade pessoal, e através

dela, influir no resto da humanidade”.

Terminou de falar o ancião mestre e o recinto ficou envolto num silêncio

impenetrável, até que Xendor tomou a palavra:

- O Quinto de Rahma é o despertador que já tocou para que reajam aqueles

que ainda continuavam adormecidos para desenvolver sua missão.

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O cinco é o número da magia, que representa a capacidade de transformar-

se e transformar. É o símbolo da proteção com a qual se conta. A proteção está

na definição e no alinhamento em torno da luz.

Dito isto, novamente se fez silêncio.

- Esta é a quinta humanidade, poderosa e ingênua, jovem e bem intencionada!

- falou o piloto japonês, enquanto mantinha os olhos fechados e esboçava um

sorriso de genuína alegria.

- Já nasceram os novos essênios! - disse a mulher com visível entusiasmo.

- Os profetas do Novo Tempo! Os que se prepararam para serem os

depositários do conhecimento antigo – afirmou o marido daquela mulher.

Novamente sobreveio o silêncio e uma penumbra de mistério que me

emocionou profundamente. De repende uma nova luz apareceu sobre mim,

tímida e gradual, diferente da anterior e junto com ela, uma lindíssima e

longínqua música que parecia conter em sua melodia um coro de vozes. Tentei

olhar de onde vinha a música e então me dei conta de que estava completamente

só. Ao que parece meus companheiros tinham ido embora, aproveitando que eu

estava distraído.

Pouco a pouco a penumbra foi deixando ver, longe de onde me encontrava,

uma espécie de suporte de cristal, no qual se encontrava o mesmo livro que

observara no interior da nave em que subi em 18 de Abril de 1986. Foi nesse

momento que escutei a voz de Joaquim me dizendo:

- Aproxime-se, meu filho, porque, por meio de você e de todos os que por

amor começaram a morrer para si mesmos, hoje começa a cumprir-se a missão

Humanidade...

- Aproxime-se do livro e alimente-se dele. Este livro é parte do que há em seu

planeta e especialmente na América do Sul, no lugar em que as forças positivas

travam uma grande batalha contra a escuridão. Toque-o, porque, a partir deste

momento, a Missão e os que nela trabalham ficam consagrados ao Profundo e

à Fraternidade Branca... A ponte começa a ser restabelecida.

Vi-me compelido a tocar cada uma daquelas lâminas de metal com uma

grande reverência, enquanto em meu peito sentia um fogo abrasador. Estava

maravilhado, e não podia acreditar que estivesse ali, naquele momento, vivendo

tal experiência.

Em minhas mãos percebi impulsos elétricos e estranhas sensações e também

imagens que se multiplicavam no meu corpo e mente em grande velocidade.

Também sentia um grande calor, pressão na cabeça e muitas coisas mais que

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iam se produzindo em meu interior. E enquanto isto acontecia, novamente todo

o recinto se acendeu em luz verde brilhante, e diante de mim uma parede de

cristais se abriu num corredor.

Deixei o livro, sentindo-me saturado de informações que demoraria muito para

assimilar e fui entrando timidamente por aquele túnel. Já tinha avançado uns dez

metros, quando me encontrei num recinto octogonal de cristal, que tinha no

centro dois cadafalsos, ou sarcófagos, também de cristal translúcido, separados

uns três metros um do outro. Dentro deles se viam os corpos perfeitamente

conservados de dois anciãos de aparência similar, vestidos com túnicas e

mantos grossos brancos. Seus rostos exibiam espessas barbas e estavam

emoldurados por cabelos brancos longos que acentuavam uma avançada

calvície.

Nos pedestais que sustentavam as caixas mortuárias (via-se claramente que

estavam mortos), havia símbolos perfeitamente reconhecíveis, idênticos àqueles

que os guias permanentemente manejam.

Escutei novamente a voz de Joaquim que me dizia:

- “Estes são os testemunhos, Enoch e Elias, aqueles que cumpriram seu

trabalho em outros corpos e momentos.”

- Por que estão aqui? – perguntei em voz alta.

- Esses são só seus veículos físicos, temporais, envoltórios de quando foram

tirados da Terra. São parte da história de seu mundo e da veracidade de um

processo que não foi entendido.

Naquele instante, do lado direito do recinto se abriu uma parede de espelhos,

deixando a descoberto um salão circular que continha centenas de esferas do

tamanho de um punho adulto, suspensas no ar, a uma altura de um metro e

meio, por um facho de luz que saia do solo embaixo de cada esfera. O teto

parecia o de um planetário, pois mostrava a distribuição de estrelas, sistemas e

Galáxias. Nas paredes do recinto que foi se iluminando pouco a pouco, apareceu

uma tela que dava a volta completa de 360 graus no salão, mostrando imagens

de lugares diversos que não eram da Terra.

Depois a imagem desapareceu, escurecendo-se o lugar e voltando a aparecer

o teto estrelado. Comecei a caminhar em meio às esferas e perguntei:

- Qual é o significado de tudo isto?

Escutei uma voz que não pude relacionar com a de Joaquim, nem com a de

Xendor, que dizia:

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- O que está vendo?

- O cosmos e muitas esferas suspensas por colunas de luz.

- Você disse bem! Tudo mantém a ordem quando se encontra suspenso pela

luz. A ordem foi rompida e a luz precisa ser restituída. Busquem dentro de vocês

mesmos a fonte da luz, o valor e a força; poderão restituir a ordem com o amor

que os caracteriza. Essa é a missão e destino de vocês! – disse a voz, sem poder

descobrir sua origem, nem identificá-la.

- Mas, por que nós? Por acaso todos os extraterrestres que nos visitam não

possuem o mesmo ou até maior amor que a humanidade da Terra possui?

A tela circular que rodeava o recinto voltou a se acender, mostrando imagens

do que parecia ser a estratosfera terrestre e, imediatamente depois, a cena do

que parecia ser um objeto, ou nave espacial pequena sendo perseguida por

outra um pouco maior.

- Há grande violência nos céus! Reiteramos que nem todos os seres que

chegam a seu mundo vêm com boas intenções. Alguns que jamais negaram sua

simpatia à dissidência e a rebelião dos seres de Órion, têm tentado entrar no

planeta para ajudar na fuga daqueles que permanecem prisioneiros numa quarta

dimensão. Uma das formas que procuram para ajudá-los na fuga é pela

fertilização de seres humanos terrestres, criando corpos híbridos e mestiços,

assim eles poderiam conseguir que reencarnassem aqueles que exercem o

poder sinistro. A Confederação, como você sabe, instituiu uma quarentena neste

mundo para evitar a evasão. Os deportados não podiam encarnar facilmente na

Terra porque o nível vibratório era muito baixo.

- Mas, espera aí! As biografias dos considerados santos pela Igreja, na

Antiguidade, falam que eram perseguidos pelos demônios que queriam possuir

seus corpos. Isto é possível?

- Disse bem, isto mesmo. Foram poucos os casos, e isolados no tempo, em

que aconteceram tentativas de entrada não autorizada e que não foi possível

controlar que chegassem e ultrapassassem o bloqueio.

- Ou seja, aquelas naves que explodiram em nosso mundo, como as do Novo

México e outras, foram derrubadas por vocês.

- A quarentena nos exige sermos rigorosos. E quando não se importam com

as advertências, então temos que agir. Logo receberão mais informações que

complementarão o que sentiu em seu contato com o livro! Viverão experiências

que os farão recordar conhecimentos que repousam em seu interior e,

finalmente, depois que as lembranças e revelações os predispuserem,

receberão o livro da verdadeira história planetária nesta terceira dimensão,

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também conhecido como o Livro dos que se Vestem de Branco. É um

conhecimento, mais que um livro físico, embora, como você viu, exista

fisicamente.

A tela que mostrava há pouco a explosão da pequena nave se apagou... Saí

daquele local cônico movido por uma força interna, e fora de lá, encontrei-me

com meus cinco acompanhantes.

- Ainda entendo muito pouco de tudo quanto me foi transmitido, além do que

vejo muitas peças soltas – declarei com certo tom de censura diante da situação.

- Exijam o conhecimento só quando merecerem esta responsabilidade!

Preparem-se, trabalhem com vocês mesmos. Se lhes disséssemos tudo agora,

não só não poderiam digerir, mas seria muito pesado – falou Joaquim, sério e

taxativo.

As pessoas que ali estavam foram se despedindo, dizendo-me que não

desanimássemos no esforço... Joaquim também se despediu, agitando a mão

direita e movendo a cabeça para os lados dizendo:

- Você viu, portanto já não é mais cego! Atue como um guia, guiando-se! Amor

e Paz.

Xendor me tomou pelo braço e me convidou a acompanhá-lo, descendo pelas

rampas que desciam para a parte mais baixa do cânion. Seguimos pelos

corredores da cidade rumo ao elevador, o qual nos conduziu à zona de

aterrissagem e decolagem das naves, na parte lateral superior do vale.

Durante o caminho Xendor me explicou que o que faltava receber como

história da humanidade ia ser dado logo, para garantir que não se voltasse a

repetir os erros do passado por desconhecimento, mas que isto ocorreria quando

acontecesse o contato físico com a Fraternidade Branca da Terra e quando

houvessem sido ligados e conectados aqueles 144 mil e os Vinte e Quatro, que

trabalhariam no conhecimento a ser recebido. Disse-me também que não

deveríamos nos preocupar com o cumprimento dos detalhes que não eram de

nossa responsabilidade, mas daquilo que dependia de nós, repetindo conselhos

anteriores.

Chegamos à zona inicial, na planície desértica pelo mesmo elevador. Ao longe

viam-se, entre resplendores, três naves em forma de sino, com luzes

intermitentes em suas bases e poderosos faróis laranja e verdes na parte

superior de uma espécie de cápsula que mostrava janelinhas azuladas.

Fomos caminhando para lá, quando o interior de uma destas naves, abriu-se

uma porta, ou escotilha, na altura das janelinhas. Da abertura apareceu um ser

de aparência venusiana, com um rosto triangular. Tinha o braço levantado e

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então Xendor se deteve, voltou-se e pegando-me pelos ombros com uma das

mãos, agachou-se para diminuir a diferença de altura e olhando-me fixamente

nos olhos me disse:

- Tell-Elam! Diga a todos que os amamos e confiamos neles e na essência

divina que encontra-se em cada um. Que tenham valor diante da mudança.

Essas naves voltam à colônia de Vênus, são de Romelta. Farão escala para

deixá-lo na Terra, senão, teria que ficar vários meses aqui conosco, até que

ocorresse outra viagem de mudança de tripulações.

Lembre às pessoas com quem trabalha e a quem chegam suas palavras e

sentimentos, que todos nós pedimos por estar nesta época tão transcendental e

neste trabalho. Fomos abençoados com a consciência e devemos atuar em

concordância com o que sentimos e com o que sabemos. Cada dia se saberá

mais, de acordo com a responsabilidade assumida. Amor e Paz!

- Amor e Paz! – foi o que respondi a este gigante que me deu um profundo

abraço apesar da altura desigual. Depois se afastou. No céu apareceu uma nave

espetacular em forma de um cilindro imenso, todo iluminado por centenas de

luzes azuis.

Aproximei-me dos aparelhos que estavam sobre a esplanada, vindo ao meu

encontro três seres de aparência venusiana, dois dos quais por suas definidas

formas femininas se viam que eram mulheres. Tinham estatura de 1,70 m, cabelo

vermelho brilhante e olhos extremamente claros. O homem tinha cabelo grisalho

e igualmente longo. Pediu-me que os acompanhasse por uma rampa que

chegava até a pequena porta da nave. Obedeci, entrando no interior de um

estreito lugar circular rodeado de telas. Havia assentos dispostos ao lado dos

mostradores ou mesas. No centro havia um desnível, ou piso mais afundado,

também circular que comunicava com outro recinto mais abaixo.

Uma escotilha se abriu na nossa frente, deixando ver um quarto ou espaço

mais reduzido ainda. Fomos até ali, caminhando ao redor desta sala de

comandos. Pela porta de correr pude ver que havia, apoiados nas paredes e

paralelo ao piso, uns três cilindros, ou torpedos transparentes, um pouco maiores

e mais grossos do que o corpo de um homem normal. O guia masculino abriu

uma destas cápsulas, correndo um selo de bronze de uns quinze centímetros de

largura no meio dela, removeu-o e escutou-se o ruído da abertura de um vazio.

Foi naquele momento que este ser identificou-se com o nome de Oniac e me

pediu que lhe devolvesse a roupa que vestia e que me deitasse no interior do

cilindro. Já sem o menor constrangimento, desnudei-me e deitei dentro da

cápsula, que foi fechada rapidamente pelo extraterrestre, transmitindo-me com

o olhar e mentalmente que ficasse tranquilo e relaxasse. Num instante vi-me

flutuando sem gravidade naquele receptáculo, sentindo-me bastante estranho,

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enquanto pensava e recordava tudo o que tinha significado aquelas intensas

horas vividas. Minutos depois notei a presença de uma esferinha amarelo-

alaranjada que saiu da parede e começou a percorrer, por fora do cilindro, todo

o comprimento de meu corpo, produzindo-me um irresistível sono. Não senti

mais nada até que, já vestido, despedi-me da nave à distância e em pleno sol,

no meio do deserto de Chilca, ao sul de Lima, Peru.

Os dias seguintes seriam muito duros para mim, tentando assimilar aquela

experiência. Queria aprofundar seu conteúdo e reter conscientemente o que

havia vivido, mas não era fácil. Marinita me ajudou a superar o choque que era

conciliar realidades tão brutalmente diferentes como o cotidiano e o doméstico à

semelhante experiência. Ela, como sempre, foi a força que me permitiu, pelo

diálogo e interesse respeitoso e comprometido com a verdade, descobrir o

significado profundo do desdobramento realizado, podendo no final daquela

análise chegar a identificar-me mais com o papel que me cabia no processo da

missão que tínhamos nas mãos.

Nunca poderei agradecer devidamente o amor de minha esposa Marinita que,

com eficiente trabalho crítico e humildade, ajudou-me a controlar o ego e a cuidar

de minha sensatez.

Nota

(1) Nota do Autor - Em 1988 completaram-se os 45 anos do Projeto

Filadélfia e, em uma reunião de Imprensa, os jornalistas, bastante inquisitivos,

conseguiram que o Presidente Ronald Reagan confessasse que este

experimento tinha sido verdadeiro.

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CAPITULO 9

CRÔNICA DE UM AVISTAMENTO ANUNCIADO

“Diz-se que algo é científico quando é possível

reproduzi-lo, isto é, quando se pode repeti-lo quantas vezes seja necessário para

certificar-se.”

A noite havia chegado sobre a acolhedora cidade de Santiago de Los

Caballeros, segunda mais importante depois de Santo Domingo, na exótica e

paradisíaca ilha caribenha de Quisqueya, ou da Espanhola. Uma ilha de praias

douradas e verdes florestas tropicais, dividida em duas nações estreitamente

unidas geograficamente e, no entanto, muito diferentes em suas raízes

ancestrais, culturais, linguísticas e em suas perspectivas de futuro. No extremo

ocidente está o Haiti, país de língua francesa, atolado em um caos perene, em

um círculo vicioso de escravidão, ditaduras, pobreza, miséria, violência e vodu,

completamente o oposto da sociedade progressista que fica na parte leste da

ilha, de língua espanhola, exemplo de cultura e intelectualidade na região.

A República Dominicana suporta os custos sociais da imigração massiva de

haitianos para seu território, em busca de melhores condições de vida. É

lamentável a condição e a aparência de seus vizinhos cor “prieto”, como dizem

os dominicanos, cujos olhos esbugalhados saltam das órbitas de seus rostos

cadavéricos e corpos esfomeados. Diariamente centenas deles atravessam

ilegalmente a fronteira entre os países, escondidos e apinhados em caminhões

de carga, enfrentando o risco de serem maltratados e deportados ao seu país,

ou de trabalhar por salários miseráveis nas usinas de açúcar, onde a agressão

é o menor mal que devem enfrentar. Tais injustiças são combatidas por

jornalistas dominicanos, que são verdadeiros guerreiros nesse sentido, mas a

ambição e os interesses incrustrados como em todas as sociedades, são os

obstáculos mais difíceis de serem superados. No ambiente se pode perceber a

carga vibracional negativa que interfere na troca cultural, devido à ligação muito

forte com santos, feitiçaria e magia negra que gradualmente vai intoxicando a

cultura espiritual do berço do descobrimento do novo mundo.

Os membros do grupo de contato da região estavam chegando à casa da

família Acevedo, um casal exemplar, que durante muitos anos vinha carregando

sobre suas costas o peso da responsabilidade na orientação dos interessados

na mensagem dos Irmãos Mais Velhos, contando com a colaboração amorosa e

generosa de várias pessoas constantes e maduras no caminho espiritual.

Homens e mulheres foram se reunindo e imediatamente acolhidos pelos

anfitriões que, aproveitando a confiança presente no momento, os

encaminhavam ao pátio traseiro, onde, debaixo de uma pérgola, estavam

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cadeiras de vime que seriam dispostas em círculo quando se iniciassem as

atividades.

O pátio era um local fresco e aconchegante, rodeado por limoeiros e diversas

plantas e para lá se dirigiram todos os participantes, repetindo a cena das

reuniões semanais nos montes de Gurabo, colina que domina um amplo setor

da cidade. Mas aquela era uma situação especial, na qual, depois de algum

tempo, me reencontraria com todo o grupo que aguardava ansiosamente as

informações atualizadas do processo de contato em nível mundial.

Essa noite todos os presentes, cerca de trinta pessoas, aguardavam a

recepção intuitiva de uma importante mensagem dos Guias. Aquele ano de 1988

havia sido o de maior difusão em nível mundial: mais de vinte países e sessenta

cidades foram visitados e mais de uma centena de conferências foram feitas,

além de diversas entrevistas e reportagens. Entre tantas situações importantes,

em novembro, a atriz norte-americana Shirley MacLaine me convidou para

almoçar em seu apartamento em Manhattan (Nova York), para compartilharmos

nossas experiências de contatos e conversamos por mais de seis horas. Ali,

pude apreciar as qualidades pessoais dessa atriz, que de fato é uma sincera

buscadora da verdade e do espiritual, destacando-se não só a sua qualidade

profissional, como também suas virtudes de simplicidade e qualidades humanas.

Tanta difusão e conhecer este tipo de pessoas célebres, levou-nos a vários

diálogos com irmãos de diferentes grupos, sobre a necessidade de canalizar a

crescente inquietação dos jornalistas, que habitualmente nos entrevistam, com

a organização de uma nova saída programada, para que os jornalistas

assistissem como testemunhas objetivas do mundo, a realidade do contato,

assim como ocorreu em setembro de 1974 e em 1975, com Juan José Benítez.

Havia, pois, uma grande expectativa entre os grupos para que alguma coisa

acontecesse e assim chegou, como “luz na escuridão”, a oportunidade de

consultar se poderíamos organizar uma “quinta demonstração e prova” com a

participação do jornalismo internacional. Eu mesmo não estava seguro se era

isso do que precisávamos, mas era certo que havíamos avançado muito em

pouco tempo e foram expostos assuntos muito sérios que precisavam de um

apoio contundente.

Em quatro oportunidades a imprensa havia verificado a autenticidade e

coerência da mensagem e do contato. Depois de presenciar um avistamento em

1974, Juan José Benítez regressou no ano seguinte, em 1975, juntamente com

Fernando Mújica, fotógrafo da Agencia EFE, para participar de uma saída de

campo programada, mas dessa vez em uma praia ao norte de Lima, chamada

Ventanilla. Ali as pessoas da imprensa observaram as evoluções de vários

objetos, o que levou Benítez a escrever um novo livro intitulado Cem Mil

Quilômetros em Busca dos Ovnis.

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Em 1977 convidamos vários jornalistas peruanos, mas ao final apenas a Sra.

Carmen Sarria, do jornal local Última Hora, nos acompanhou a Cienaguilla, que

fica ao pé da Cordilheira, onde presenciou outro avistamento. Em 1985 quisemos

renovar a mensagem e de novo divulgá-la intensamente em todo o Peru,

aproveitando que alguns canais de televisão estavam interessados em fazer

reportagens conosco. Fomos entrevistados nos programas Panorama, no Canal

5 e La Semana, do Canal 9.

O Canal 5 não acreditou no convite que posteriormente lhes fizemos para um

encontro programado, segundo uma mensagem recebida, pois acreditavam que

queríamos apenas uma nova oportunidade para publicidade e não conseguimos

convencê-los do contrário, apenas nos ignoraram e não vieram, enquanto que o

Canal 9 entusiasmou-se desde o primeiro momento, mas no dia em que os

esperávamos, recebemos uma ligação de Patsy Adolph, repórter do programa

La Semana, para desculpar-se porque, segundo ela, o câmera havia ficado

doente e a administração tampouco havia dado autorização para que a

reportagem fosse feita e por isso esperava que em outro momento a entrevista

pudesse acontecer. Então, aquela quarta oportunidade se frustrou, confirmando-

se a passagem bíblica que diz: “Ninguém é profeta em sua própria terra”.

Após a apresentação de todos os participantes, em um ambiente de sadia

alegria e entusiasmo, assumimos todos a atitude de interiorização e

sensibilidade com respirações profundas, envolvendo-nos na costumeira cúpula

mental de luz, meio engenhoso de proteção. Logo relaxamos e nos

concentramos. A luz ambiente havia sido apagada, enquanto acontecia o

processo que nos levaria a um nível adequado de receptividade, necessário para

propiciar o contato. Então, um silêncio envolveu o grupo que já estava vibrando

em uníssono, todos conscientes da responsabilidade que uma recepção implica.

Vivia-se intensamente o trabalho que estávamos realizando naquela noite,

quando, de repente, sete de nós sentiram o impulso de escrever aquilo que fluía

de suas mentes. As mensagens captadas se complementavam e diziam:

Comunicação 21/02/1989.

“Sou Oxalc, com amor entre vocês e com vocês.

O contato e sua mensagem os unem e os integram na consciência e em sua

força espiritual.

As capacidades do ser humano, inexploradas em sua maioria, poderiam

permitir-lhes unir universos e fechar de portais dimensionais naturais que atuam

como armadilhas energéticas.

Sua vontade é tão importante para o novo tempo, que será ela que permitirá

a sobrevivência da humanidade e de seu mundo. A vontade é como estalactite

(solidificação que pende do teto de cavernas, formada por infiltrações que

contêm calcário, silício, etc.) de cavernas que vai se formando ao longo de muito

tempo e com constância, chegando a exercer o papel de coluna de grandes

abóbadas. A vontade é a pedra angular do triunfo espiritual. É ainda, a força

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criadora do universo. A vontade no homem vai-se amplificando enormemente

pelo amor, o qual contém o poder transformador de todas as estruturas, ainda a

mais dura.

O grupo de contato está, pouco a pouco, alcançando a maturidade, o que

requer que, mantendo sua preparação, escutem o conselho que lhes damos e

que, de tempos em tempos, saiam em pequenos grupos para práticas de campo,

e, desse modo, facilitem o encontro conosco nos mais diferentes níveis de

experiência.

Temos ainda muito para comunicar-lhes, por isso, não se descuidem da

comunicação conosco e do vínculo que isto significa.

A difusão da mensagem deve continuar de forma participativa e ativa por

todos, mas de tal maneira que seja feita controlando suas projeções.

Existem decisões que devem assumir sem esperar maior pronunciamento de

nossa parte, pois elas lhes trarão maior avanço.

(...) Este ano, bem sabem, tem-se como acordado que se estabeleça em

diversos níveis, inclusive o físico, o contato com a Fraternidade Branca da Terra

e para isso serão realizadas viagens orientadas. Toda viagem em missão seguirá

uma clara conotação simbólica que procurará ativar ainda mais sua capacidade

de interpretação e o uso dos cristais.

Estejam atentos aos ativadores numéricos e a outros relacionados às

circunstâncias que rodeiam determinados acontecimentos, os mesmos que

servirão às Hierarquias espirituais para fazê-los despertar cada vez mais.

Haverá viagens para o Egito e Paititi (selva amazônica, onde há retiros da

Fraternidade Branca) e uma segunda viagem será realizada antes do fim do ano,

para fora da terra, a fim de conhecerem os nossos mundos, mas cuidado com

as emboscadas das forças obscuras e negativas neste plano, que tentarão

impedir que assumam as condições de equilíbrio para manter a preparação.

Agosto será tão importante quanto março deste ano, mas maio e junho não

serão menos importantes, assim como outubro, novembro e dezembro em todo

o mundo.

Em março, jornalistas serão convidados para que no dia 24 sejam informados

sobre a mensagem e no dia 25, tarde da noite e logo no dia seguinte, 26,

verifiquem por si mesmos o nosso respaldo e presença ... Isto busca encorajar

o mundo com uma voz de verdade e alerta.

O avistamento será suficientemente contundente para que saibam que o

contato estava previsto e que faz parte de um Plano Maior. Confiem com

humildade e simplicidade, porque o plano se manifesta tal qual deve acontecer.

Com amor, sempre são amados

Oxalc.”

Ao lermos as comunicações, a surpresa foi unânime. De repente

nos deparamos com fato de que os Guias não apenas aceitavam a proposta de

um novo convite aos repórteres, mas também chegavam a definir os dados do

encontro. Também se referiam ao alcance dele e o colocaram no contexto de um

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ano considerado por eles “muito importante”, ao mesmo tempo em que

antecipavam grandes mudanças planetárias. Nosso pedido não apenas foi

aceito, como também nos esclareceram que o estavam esperando, porque tinha

um significado mais profundo do que nós mesmos imaginávamos. Os guias

indicavam que 1989 seria o ano em que se poderia cumprir o objetivo que ainda

não havia sido cristalizado no interior dos grupos de contato: o encontro físico

com a Fraternidade Branca dos Retiros Interiores (Guardiões do conhecimento

antigo). Este contato com o Governo Interno Positivo do Planeta deveria ter

acontecido em agosto de 1975. Como, na época, não foram realizadas as

viagens recomendadas, houve nova tentativa em 1976, mas sem maiores

resultados e apenas vieram a concretizar-se em 1981, no entanto, com êxito

relativo.

As viagens complementares que nos eram sugeridas agora se orientariam

para o misterioso Egito e para a lendária cidade perdida dos Incas, chamada

Paititi, nas selvas entre o Peru e o Brasil. Ali se terminaria de abrir aquilo que foi

iniciado nas viagens anteriores, sempre por determinação dos Irmãos Mais

Velhos, para que no fim de tanto esforço, e só se demonstrássemos um nível de

maturidade, verificada na unidade de grupo, solidariedade, humildade e

desapego, receberíamos o Livro dos que se Vestem de Branco, uma informação

esclarecedora sobre a História Secreta da Humanidade, verdadeiro registro da

história oculta do planeta.

Durante minha curta estada na República Dominicana, nos comprometemos

a guardar com muita discrição o conteúdo da mensagem, não reproduzindo e

nem compartilhando com ninguém, conservando-a de uma forma reservada até

que tivéssemos elementos que corroborassem que seu conteúdo era correto,

pois continha informações que poderiam, no caso de atuarmos com muita

empolgação, expor-nos a um fracasso, levando a perder quinze anos de grandes

esforços e criando uma confusão geral, no caso de que nada ocorresse. De

maneira alguma se tratava de falta de fé, mas sim de prudência. Por mais seguro

que pudesse estar das recepções daquela noite, a responsabilidade me obrigava

a atuar com cautela, até que estivéssemos completamente seguros.

Da República Dominicana continuei viagem até Nova York onde ministrei

conferências sobre a mensagem extraterrestre. Em uma delas compareceram

muitos membros de nossos grupos de contato e, enquanto estava

cumprimentando as pessoas que se apinhavam na porta, que separava o frio da

rua da acolhedora calefação do local, um membro dos grupos de Manhattan me

chamou à parte para me confessar algo que o estava deixando nervoso e

inquieto. Era Diego Betancourt, que me disse naquela ocasião:

- Sixto!... Saiba que ando recebendo muitas mensagens e em uma das últimas

os Guias me disseram que deveria ajudá-lo, pois tem que realizar uma

importante viagem para a Missão. Informaram-me de que a viagem é para o

Egito, e assim, fui até uma agência de viagens e lhe comprei uma passagem.

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Talvez pareça uma loucura, mas assim fiz porque senti fortemente dentro de

mim, com uma segurança poucas vezes sentida. Asseguro que não me prejudica

financeiramente. Se pensa que isso é uma loucura e que não tem sentido,

podemos cancelar.

- Não é uma loucura! - disse eu - É uma confirmação extraordinária! Sua

mensagem é verdadeira. Uma comunicação que acabamos de receber na

República Dominicana confirma o que está dizendo. E mais, este é o sinal que

esperava para saber que o encontro no deserto no mês de março é real e será

um êxito.

Depois expliquei a Diego, com luxo de detalhes, todo o conteúdo da

mensagem. Enquanto falava com ele, lembrei-me das palavras que Juanita

Santos me disse, enquanto me deixou no aeroporto nos primeiros dias de

janeiro. Quando estava prestes a subir no avião da Avianca rumo à Colômbia,

ela me confessou: “Sabe, sinto que este ano é de compromisso, provas e

seleção de tudo, para tudo e todos.”

E tinha razão. Os acontecimentos não deixavam lugar para dúvidas de que

1989 era o término de uma década, o final de um ciclo e início de outro para a

humanidade e para o contato.

Durante os dias que passei em Nova York e Nova Jersey recebi uma ligação

telefônica proveniente da Espanha, que interrompeu o vertiginoso ritmo dos

últimos dias dedicados à divulgação e à concretização dos convites a vários

jornalistas. A chamada procedia de Barcelona e foi feita por Joaquín

Goyenechea, advogado e um grande amigo, que desejava informar-se de minha

situação pessoal. Ao contar para ele sobre a próxima saída com os jornalistas,

com sua reconhecida profundidade e sensatez, questionou-me se havia

ponderado sobre o que sucederia se nada acontecesse e se, afinal, a mensagem

não passasse de um grande mentalismo. Respondi-lhe que já havia meditado e

que estava consciente da reponsabilidade que isto supunha, já que se exporia o

trabalho de muitos anos, mas que estava seguro de que tinha sido atribuído

pelos Guias. Assegurei que já havia recebido a confirmação necessária e que

devíamos confiar. Então, Joaquín prestou novamente seu voto de apoio e

confiança, ajudando-nos a convidar jornalistas espanhóis para a saída.

Durante o processo dos convites, aconteceram diversas histórias, como a dos

jornalistas que se atemorizaram diante da eventualidade de que o contato

realmente se desse e no último momento se arrependeram de assistir. Foi o caso

de um importante comentarista do Canal 41 de televisão dos Estados Unidos

que, durante todo o ano de 1988, insistiu muito para que o levasse em uma

próxima oportunidade em que a imprensa pudesse presenciar. Avisei-o de que

o momento havia chegado e ele me respondeu:

- A nave baixará enquanto estivermos reunidos?

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- Isso não sabemos, mas pode acontecer – respondi-lhe eu, entusiasmado.

- Mas, e se nos levarem com eles?

- Não creio, não penso que isso ocorrerá, mas se for o caso, melhor para você

e seus colegas, conseguiriam uma reportagem espetacular!

O nervosismo do repórter era nítido e não apareceu mais no canal pelo resto

da semana, até que tivemos que partir. Sua esposa, diante das repetidas

chamadas telefônicas do pessoal do grupo de contato, desculpou-se dizendo

que ele havia ficado doente.

Houve também quem temesse a convulsão política do Peru, vítimas da

propagando negativa e de uma atmosfera de histórias violentas e versões

fantasiosas e exageradas que os jornais gostam de propalar. Outros, por

excessivo zelo jornalístico e à procura de exclusividade, condicionaram sua

participação se os “seus concorrentes” não fossem.

De Nova York continuei viagem até Miami, onde ministrei outras conferências

em importantes hotéis, como Holliday In e Sheraton e houve entrevistas nos

canais de televisão 23, 51 e 18, assim como em programas de rádio nas

estações mais importantes como Mambí, a Cubaníssima e Radio Martí, para o

conhecido programa de teor político “A Voz da América”. Com tanta difusão,

anunciei muitas vezes o contato que teria a imprensa como testemunha.

De Miami fui a São Francisco onde, com apoio do grupo local, apresentamos

uma palestra na importante universidade John F. Kennedy, de Okland, sendo

acolhidos com muito interesse por muitas pessoas conhecedoras do tema.

Voltei a Lima depois de passar alguns dias em Tijuana (fronteira mexicana),

onde, graças ao esforço de uma pessoa, a queridíssima Berta Fezeri, e ao

generoso apoio da Grande Fraternidade Universal local, importante organização

internacional fundada por um dos mais transcendentais mestres da Nova Era,

realizamos uma série de palestras muito concorridas.

Na capital do Peru nos preparamos para aguardar a chegada dos jornalistas

convidados para a realização da experiência que deveria levar-nos ao deserto

de Chilca, nos dias 25 e 26 de março, na Semana Santa, para a confirmação

definitiva de que o contato está mais vivo do que nunca e que a mensagem da

mudança é real e uma séria alternativa para a humanidade.

Ao meu retorno, Marinita não conseguia esconder sua preocupação pelo

significado dos acontecimentos e as consequências tanto positivas como

negativas que isto poderia trazer, por isso insistiu muito para que eu fosse

rigoroso e seletivo com os participantes, para assim garantir o bom resultado do

contato. Contou-me que estava surpresa de que os Guias tivessem concordado

com semelhante convite, pois considerava que não estávamos preparados para

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enfrentar as consequências da avalanche de fama e popularidade de tal

magnitude que atrairia muita gente. Também se angustiava ao pensar que se

nada ocorresse, todo o trabalho de anos se perderia.

Internamente compreendia sua preocupação responsável, mas também sabia

que o convite era correto e que tudo daria certo. Além disso, sabia que os Guias

haviam mensurado as consequências e tudo ocorreria segundo uma ordem

superior, sempre e quando nós não atrapalhássemos a correta ordem e

disciplina que um acontecimento desta natureza requeria.

De qualquer maneira, não posso negar que em algum momento me sobreveio

a dúvida e o medo de ter falhado e estar equivocado, mas tinha que confiar em

meu esforço e no propósito fundamental, assim como nos Irmãos Mais Velhos.

Foi gratificante e um grande incentivo presenciar a chegada dos jornalistas de

diversos países e meios de difusão, em grandes grupos e também com eles

muitas delegações de membros dos nossos grupos de contado, desejosos de

compartilhar e participar das verificações que os jornalistas iriam fazer sobre o

contato convocado.

Surpreendeu-nos constatar a aceitação e acolhida de nosso chamado pelos

meios de comunicação, o que significava um reconhecimento tácito da seriedade

e trajetória que a missão vinha traçando durante os quinze anos de difusão da

mensagem.

No dia vinte e quatro de março nos reunimos com todos os repórteres e

visitantes em um local de Av. Salaverry, no distrito de San Isidro (Lima) para

familiarizar os participantes com a mensagem, dar-lhes uma cópia dela e

explicar-lhes as motivações que nos levaram a fazer o convite, tudo conforme

pedia a comunicação dos Guias.

Resumidamente foi explicado como haviam sido iniciados os contatos, o que

os extraterrestres buscavam em nosso mundo, e complementamos com a leitura

das mensagens recebidas em fevereiro.

Depois disso, abriu-se para a sessão de perguntas e em seguida fizemos

várias recomendações em relação à alimentação aconselhada durante os dois

dias no deserto, sugerindo também que fosse evitado o consumo de qualquer

substância nociva ao organismo, como o tabaco e o álcool.

A reunião foi muito dinâmica, antes de tudo uma conferência motivadora e,

em seguida, uma mesa redonda com perguntas e respostas. Notava-se no

ambiente um grande nervosismo e inquietação. Foi comunicado a todos que no

dia seguinte, 25 de março, sairíamos do Hostel “Oscar” em Miraflores, que

estava abarrotado de gente dos grupos, enquanto o Sheraton havia se

convertido em uma espécie de quartel general dos meios de comunicação. Dois

ônibus contratados foram encarregados de transladar todos os participantes

para o mesmo local dos acontecimentos. A hora da partida foi marcada para 10

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horas da manhã. Foram informados da necessidade de cada um contribuir um

pouco para cobrir os gastos com transporte e alimentação, o que foi aceito pela

maioria, embora não tenham faltado aqueles que não mantiveram o mesmo nível

de compreensão e boa vontade.

Até aqui tudo parecia estar andando nos trilhos, mas a suposta ordem reinante

era apenas aparente. Devo confessar que, por excesso de confiança, tivemos

problemas para controlar os assistentes que iam participar da saída, falhas que

posteriormente se tornariam prejudiciais para o bom desfecho da experiência.

Outro erro que poderia ter sido evitado foi não contar com um maior número de

mensagens complementares que servissem para um maior esclarecimento dos

detalhes relativos ao trabalho a ser realizado no lugar, o número de assistentes,

condições dos participantes e desfecho dos acontecimentos.

Os Guias, em constantes mensagens telepáticas, e até em sonhos, haviam

indicado a Marinita que insistisse comigo a respeito dos cuidados que deveriam

ser tomados acerca da idoneidade dos que iriam à saída. No entanto, minha

veemência me fez não atender às advertências. Havia sido indicado que apenas

deveriam participar os repórteres que já nos tivessem entrevistado alguma vez,

já que os extraterrestres, por meio de nossa memória, percebem a imagem e

características das pessoas, podendo assim, avaliá-las. Outra recomendação

que não foi atendida era de que a assistência fosse mínima e indispensável,

assim, a participação de poucos membros dos grupos poderia trazer a harmonia

e unidade necessárias.

Afinal, ficamos assustados pela avalanche de participantes do estrangeiro que

chegaram de última hora, sem ter nos avisado anteriormente de sua vontade de

participar. O mesmo aconteceu com alguns jornalistas convidados de maneira

informal por terceiras pessoas. A expectativa de grandes vivências ocasionou

que muitos viessem acompanhados de familiares e amigos, transtornando as

coisas e perdendo-se a seriedade do acontecimento, aproximando-nos

perigosamente de um contraproducente show. Mais uma vez, por falta de

disciplina, ou por um amor mal-entendido manifestado pela incapacidade de

dizer “não” ou de pôr limites, cometeram-se várias arbitrariedades que causaram

prejuízos à atividade, ainda que não tivessem impedido, felizmente, que ela se

realizasse.

Os inconvenientes de última hora nos desarmonizaram, pois alguns insistiam

para que as pessoas não convidadas fossem conosco, chegando a colocá-las

nos ônibus, apesar de que lhes tivesse sido negada a participação muitas e

muitas vezes.

A luta foi tão deprimente e vergonhosa que no final não insisti para não nos

desarmonizarmos mais. Reconheço que fui pressionado por pessoas amigas e

faltou-me caráter para me impor nesse momento com a força e disciplina

necessárias.

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Os jornalistas que participaram do encontro, procedentes do Peru foram:

Rosario Abrahams D’Ornellas e Edilberto Alvarado, do diário Expresso de Lima;

Guiliana Lévano e seus fotógrafos da revista Caretas, Pablo de Madalengoitea

do canal 4 América Televisión, Alejandro Guerrero com dois assistentes do

Canal 5 Panamericana Televisión. Do estrangeiro vieram: Beatriz Parga, do

Miami Herald dos Estados Unidos, José Gray e seu câmera do Canal 23 de

Miami; Letícia Callava, seu câmera e uma assistente do Canal 51 Telemundo de

Miami, Gilda Miroz do Radio Hit de Nova York, Joan Basseda do programa

“Tempo Para O Inexplicável”, da Radio El Vendrell de Catalunha, Espanha, com

seus assistentes; Frey Deras Goico com seus assistentes e câmeras do

programa “O Gordo da Semana”, da televisão de Santo Domingo, Hugo Chávez,

da Colorvisión da República Dominicana, Lizette Zelman do Canal 2 de Santo

Domingo, com seus câmeras e assistentes, Rolando Vera do Canal 2, de Buenos

Aires, Argentina. Ainda se fizeram presentes um jornalista salvadorenho, dois

jornalistas de Londres (Inglaterra) radicados na Espanha e uma jornalista de

Porto Rico. Total: 40 jornalistas.

A saída em direção ao deserto começou no dia 25 de março, partindo de

Miraflores, importante distrito residencial e comercial ao sul de Lima, seguindo

pela estrada pan-americana até Chilca, distante cerca de 63 quilômetros, para

em seguida pegar um desvio até o desfiladeiro de Santo Domingo de los Olleros,

por onde avançamos uns 12 quilômetros, chegando depois de duas horas ao

local onde montaríamos acampamento, no alto de um desfiladeiro lateral à

encosta de umas colinas. A localização do acampamento foi mantida com estrita

reserva para evitar a presença de curiosos no lugar. É importante destacar que

foi possível chegar com os ônibus até o lugar do contato, graças a que nos dias

anteriores um grupo de pessoas, entre elas Carlos Medína e José Breña, esteve

trabalhando duro no deserto, preparando o caminho para que os jornalistas

pudessem chegar facilmente ao lugar e não ter que penosamente carregar os

equipamentos por vários quilômetros.

Chegando ao lugar da reunião, todos os ocupantes desceram dos ônibus,

instalando-se os jornalistas e câmeras para imediatamente inspecionar o

terreno, subindo ao alto das colinas que rodeavam o vale, em busca das

melhores perspectivas para suas tomadas, enquanto o resto da expedição se

ocupava montando as barracas de acampamento.

Na ocasião éramos cento e vinte pessoas, o que superava largamente a

expectativa inicial, calculada em uns quarenta participantes.

Via-se desde o princípio que seria muito difícil manter a harmonia e equilíbrio

com a presença de dois grupos diferentes entre si, um olhando para fora e outro,

para dentro.

Muita gente se sentiu incomodada desde o primeiro momento da realização

dos trabalhos, porque os jornalistas não deixavam de manter uma estreita

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“marcação”, colados com suas câmeras em tudo que realizávamos para depois

comentar entre eles, alguns com descarada zombaria.

As câmeras e microfones eram colocados até na frente de nossos narizes,

gravando e filmando até nossa respiração, chamando especialmente a atenção

dos jornalistas às mantralizações contínuas, que consistiam na repetição

continuada de certas palavras que buscavam a harmonia e tranquilidade diante

das expectativas e nervosismo reinantes. Isto naturalmente confundiu muitos

que acreditaram ver nisso uma espécie de prática ritual ou religiosa, nada mais

distante da realidade, fruto da ignorância e do preconceito.

Durante a tarde e em boa parte da noite o trabalho continuou, combinado com

práticas de meditação e concentração, exercícios habituais em nossas saídas.

Pessoalmente, durante os exercícios senti um grande calor e energia

transbordante que me envolvia. Senti como se centenas de pessoas estivessem

conectadas comigo, protegendo-me e apoiando-me em todos os níveis. Entre

elas, muito especialmente percebia Marinita. Certamente foi algo estranho e

muito nítido, que nunca tinha acontecido antes. Era algo que não me permitia

baixar a guarda e graças a isso, no momento da verdade não me senti derrotado

e nem falto de valor para enfrentar a situação.

Próximo às 19 horas, Jorge Rey, dos grupos de Nova York, convidou Elisa

Archer e Francisco Quesada de Salvador, Julian Sánchez de Nova York, Roser

Castellvi da Espanha e Julio Anaya do Peru para dar uma caminhada. O

ambiente estava completamente escuro e nublado quando o pequeno grupo de

caminhantes acendeu suas lanternas, enquanto avançavam pelo deserto,

afastando-se do acampamento. Todos estavam sentindo uma sensação

estranha, algo que os impulsionava a se aventurar mais e mais entre as colinas.

Sentiam um chamado que se explicaria por si só no seu devido tempo.

Começaram a distinguir entre as colinas uma luminosidade peculiar que

transformava a paisagem nevoenta. Então, entre as nuvens, saíram enormes

relâmpagos ou clarões prateados que iluminavam o solo por alguns segundos e,

em seguida, uns resplendores menores que aconteciam com intervalos

regulares, querendo indicar uma direção. Assim foi como o grupo interpretou e

imediatamente eles sentiram-se motivados a seguir o rumo da luminosidade

dentro dos pequenos desfiladeiros laterais. À medida que avançavam, sentiam

que seus corpos iam se tornando leves, perdendo de repente a consciência de

espaço/tempo. Sem terem combinado, todos se sentiram impelidos a desligarem

suas lanternas ao se encontrarem em frente a uma espécie de pista

fosforescente. Não se via a possível fonte de iluminação, mas algo os convidava

a percorrerem o caminho que se abria à frente. Enquanto os seis exploradores

estavam ali, observaram que de um lado estava se formando uma cúpula de

beleza extraordinária e de grandes dimensões, de um branco brilhante, enquanto

sentiam uma forte pressão sobre a cabeça e no peito. A sensação coletiva era

de que caminhar por aquela pista tinha sido extremamente fácil, especialmente

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levando-se em conta que, antes de entrar nela, o terreno em que caminhavam

era bastante acidentado e pedregoso. Alguns confessariam depois que sentiam

como se estivessem flutuando em vez de caminhar.

Enquanto se encontravam na estranha pista, ocorreu-lhes mantralizar a

palavra Rama, enquanto livravam-se de seus casacos devido ao intenso calor

que os paralisou e que superou toda e qualquer explicação racional possível.

Quando a experiência terminou, descobriram que se encontravam em cima

de uma colina de altura regular e nenhum dos participantes podia explicar como

havia chegado até ali, pois ninguém tinha percebido que estivesse subindo uma

encosta, já que a caminhada parecia ter acontecido sempre em terreno plano.

Outro detalhe interessante foi que todos acharam que a caminhada tinha durado

poucos minutos, no entanto, o retorno até o ponto de partida tinha levado mais

de meia hora. A experiência ficou profundamente gravada no interior de todos

os participantes e, na hora de trocarem as vivências, todos revelaram ter visto

dentro do aparente Xendra, a projeção de um ser muito alto com uma luz muito

intensa que se desprendia de seu corpo vestido com uma jaqueta. Seus olhos

eram rasgados, o olhar fixo e de seu peito emanava uma luz rosada.

Ao voltar ao acampamento o grupo veio conversar comigo, ficando todos de

acordo em não compartilhar a experiência até que se comprovasse o

avistamento anunciado. Até altas horas da noite os grupos se mantiveram firmes

no trabalho continuado, combinando as práticas de concentração e visualizações

que fascinaram vários jornalistas. Aproveitaram também para conversar, o que

nos permitiu conseguir uma interessante mesa redonda internacional sobre

temas variados e importantes.

A tensão crescia apesar dos esforços denodados e das práticas diversas. Eu

mesmo recordava a dificuldade dos últimos dias anteriores à saída, e das horas

anteriores em que havia sido presa da insegurança e da dúvida. Às vezes

preferia não pensar, mas então apareciam os jornalistas me questionando

muitas e muitas vezes sobre o que aconteceria, já que nada estava acontecendo.

Então, começaram a passar por minha mente o responsáveis e sábios

questionamentos de Marinita e Joaquín de España, quando haviam me

perguntado sobre o porquê de tal encontro, o porquê de colocar tudo em risco

em uma saída e as possíveis consequências negativas.

A responsabilidade me angustiava, ainda que uma força interior me dissesse

para confiar. Além disso, o conteúdo das mensagens era esse: confiança!

A meia noite chegou sem que nada contundente houvesse acontecido e

sobreveio o desapontamento em todos. Em mim, o desespero e a impaciência

me faziam rebelar-me. Sentia-me sozinho e abandonado, lançado ao matadouro

inutilmente.

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Via que desnecessariamente havia complicado minha existência e em uma

noite tinha exposto o trabalho realizado por quinze anos. E para quê? Era apenas

para satisfazer meu ego? Tudo isso fervia em minha mente, que estava confusa.

Naquela madrugada do dia 26, implorei a Deus que não permitisse que tanta

gente se decepcionasse, mesmo quando meus erros e os do grupo tivessem

prejudicado a seriedade da saída.

Às três da manhã, na entrada do vale onde nos encontrávamos, começou a

se formar um estranho resplendor que foi aumentando sua intensidade em forma

de leque e vibrava, ou melhor, mudava de intensidade como se pulsasse.

Primeiro o vimos brotar do solo, mas imediatamente sua contrapartida veio do

céu, nesse mesmo lugar. Quando o fenômeno se iniciou, houve uma debandada.

Os gritos eram: “Já estão aqui! Tragam as câmeras! Passa-me as luzes!” E a

correria dos jornalistas indo de um lado a outro rompeu a paz e o sossego do

deserto. Inicialmente pensei que se tratava de um carro de alguém perdido na

noite, ou um curioso inoportuno e foi isso que disse a quem estava ao meu lado

naquele momento, mas depois verificamos que não se tratava de faróis de carro.

Imediatamente, com alguns jornalistas que ainda se mantinham despertos e já

estavam cientes da manifestação, formamos uma improvisada comissão para

investigar, aproximando-nos do local.

Nesse momento algumas pessoas se depararam com uma surpresa muito

estranha: suas câmeras não funcionavam. Alguma coisa havia descarregado

suas baterias quando quiseram registrar o fenômeno, que havia deixado de ser

uma estranha luminosidade para se tornar uma sólida luz do dobro do tamanho

de um carro sobre o solo, a uns dois mil metros do acampamento. A luz foi

mudando de forma, sempre em leque, até que se dissolveu novamente com um

grande clarão, que gradualmente foi desaparecendo durante uns cinco minutos.

A luz se apagou e chegamos poucos minutos depois, devido ao acidentado

terreno do local e não encontramos rastro algum.

A natureza da luz observada permaneceu um grande mistério, seus últimos

resíduos se confundindo com a escuridão da noite... Mas a nave não apareceu

ainda. Às seis da manhã, realizou-se, ao que tudo indicava, “A última entrevista

de Sixto Paz” para o programa Panorama, do Canal 5 Panamericana Televisión

de Lima, a cargo do reconhecido profissional e jornalista Alejandro Guerrero.

O repórter me perguntou:

- Sixto, o que aconteceu?

Respondi-lhe:

- Apesar de não ter acontecido o anunciado avistamento até esse momento,

algumas pessoas tiveram durante a noite experiências individuais e em grupo.

Mas isso não muda as coisas e, se houve alguma falha, atribuo os erros a mim

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mesmo, tanto em relação à disciplina quanto às mensagens recebidas. Ainda

continuo pensando e crendo internamente que são reais, que não houve

mentalismos. O grupo de contato é independente das falhas individuais, por isso

a responsabilidade e fracasso desta saída se limitam à minha gestão pessoal.

Nosso contato já havia sido comprovado em saídas anteriores, também com a

presença de jornalistas e uma saída desafortunada é uma lição para nós.

Dei-me conta de que Guerrero ficou impressionado por eu ter humildemente

reconhecido minhas falhas, sem me esquivar das responsabilidades. Em um

gesto que o enobreceu, terminou sua entrevista, que iria ao ar às nove da noite

daquele mesmo domingo, com a seguinte frase:

-Até o momento em que deixamos o deserto, a nave não havia aparecido.

Outra vez aparecerá.

Uma atrás da outra, as entrevistas se multiplicaram de cada um dos canais

de televisão, rádio, revistas e jornais ali reunidos. A resposta não poderia ser

outra: reconhecia e assumia minha responsabilidade. Pois o mais provável era

que as mensagens que recebera tivessem sido mentalismos, de maneira que a

culpa não recaia sobre o grupo, senão que eu era o único responsável.

A inesperada resposta que recebiam alguns dos mal-humorados jornalistas,

entediados pelo cansaço, falta de sono, ansiedade e frio noturno, assim como

pelo calor do deserto e pelo incômodo, permitiu que ficassem comovidos em

parte e não insistissem mais sobre o desastre, decidindo por retornar

imediatamente a Lima.

Havia sido uma noite muito longa e, apesar da relativa manifestação noturna,

respirava-se desalento, incredulidade e em alguns jornalistas, desprezo. O grupo

de contato para muito homens da imprensa havia morrido naquela noite e, junto

com ele, Sixto Paz, a quem dificilmente poderiam ressuscitar ou recuperar de

semelhante fracasso e ridículo.

Fez-se um silêncio aterrador no acampamento, apenas interrompido por

eventuais impropérios e palavras grosseiras de algum participante

descontrolado, maldizendo as pedras sobre as quais havia se recostado,

passando uma péssima noite de incômodo. Cada grupo de repórteres

preparava-se para ir embora, recolhendo seus equipamentos, sem esconder o

cansaço e o desgosto em seus contraídos rostos ao ver seus caros materiais

cobertos com tanta terra e poeira quanto suas roupas. Mas não foram se

retirando só as pessoas da imprensa, também muitos membros dos diversos

grupos de Lima e do exterior empreenderam o retorno à capital, alguns vítimas

da decepção, outros por razões de trabalho ou pelo incômodo do lugar em que

haviam estado, condicionando sua participação futura no grupo de contato aos

possíveis resultados daquela malograda noite. Isto foi um golpe psicológico que

desanimou ainda mais os que ficaram, sentindo com isso o abandono nos

momentos difíceis e uma grande solidão.

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O acampamento foi abandonado por quase todos os jornalistas, que foram a

Lima buscar alguma notícia política, econômica ou social que enterrasse o

fracasso e a decepção, compensando em parte o inútil esforço da perda de

tempo e dinheiro, devolvendo o tema dos óvnis para o terreno da ciência de

ficção e da fantasia, onde deveria estar, segundo eles.

Somente a jornalista porto-riquenha permaneceu entre nós por manter

vínculos com o grupo de contato. Nesse momento pedi aos jornalistas dos

Estados Unidos, Espanha e República Dominicana que não se fossem, mas seu

ceticismo era tão grande quanto seu desconforto, por isso não fizeram caso

quando lhes disse que a saída ainda não havia terminado e que a mensagem

falava também do dia 26, por isso aquela noite podia ser uma surpresa para

todos. Mas como não tinha maiores argumentos para segurá-los, pois havia

perdido toda a credibilidade que alguma vez pude gozar, o êxodo continuou

rapidamente.

Uma comunicação solitária recebida por Yolanda Ugarte, dos grupos de Lima,

chamou a atenção de algum periodista aberto a escutar qualquer possível razão

pela qual os extraterrestres não tinham se apresentado de forma contundente. A

mensagem dizia que os Guias lamentavam que as condições não tivessem sido

as mais propícias para que acontecesse o avistamento. Também dizia que o que

aconteceu traria como consequência algo harmonioso, ainda que os jornalistas

não vissem assim e que os fracassos reforçam ainda mais as grandes obras. A

mensagem dizia: “A firmeza dos seus sentimentos será sua principal aliada para

superar este revés”…Enquanto Yolanda psicografava, alguém perguntou

reiteradamente se naquela noite se daria o esperado avistamento. A resposta

foi: “Sempre estamos com vocês, tenham confiança”.

Alguém perguntou também o que aconteceria agora com os jornalistas. A

nova resposta foi: “Sozinhos encontrarão a resposta. Seus caminhos serão

iluminados”.

O comentário e a análise da mensagem, por mais sensibilizados que nos

encontrássemos todos, não foram nada objetivos e só alimentaram mais a

tensão e o mal-estar reinantes. Eu mesmo descartei imediatamente seu

conteúdo, julgando-a apressadamente como desculpa fácil e mentalismo

consolador.

Inexplicavelmente ocorreu um fato natural que, se tivesse sido interpretado

como um possível sinal, teria mudado um pouco as coisas, mas foi recebido mais

como uma desgraça adicional a se somar às anteriores. O desfiladeiro principal

de Santo Domingo de los Olleros amanheceu naquele domingo com um rio

caudaloso, que corria pelos até agora secos e gretados leitos milenares. Depois

de muitíssimos anos a água voltava a correr pelo rio seco de Chilca, impedindo

o deslocamento de veículos e que se pudesse abandonar o desfiladeiro lateral

onde nos encontrávamos. Aparentemente um aluvião ou “Huaico” como se

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conhece no Peru, havia descido pelas montanhas naquela noite. A fonte desta

precipitação de água, barro e pedras tem origem nas lagunas da cordilheira ao

pé dos glaciares. Quando as paredes de gelo dos glaciares se quebram, caem

sobre os lagos formados nas encostas, produzindo uma onda gigante que desce

costa abaixo, arrastando tudo no seu caminho e, muitas vezes, sepultando

povoados inteiros. Os Huaicos são próprios dessa época do ano, mas

dificilmente chegam até a costa como naquela ocasião.

Com um esforço incomum, os que foram embora conseguiram cruzar,

alcançando com muito trabalho a outra margem, vencendo a lama e as

turbulentas águas que desciam com força. O nível das águas chegava à altura

da cintura, obrigando-os a ter que fazer uma corrente humana para passar os

equipamentos e acabar com o que alguns já chamavam de pesadelo de suor e

pó. Então alguns jornalistas que não podiam mais controlar sua frustração, raiva

e nervosismo, deram rédeas soltas a seu mau humor, proferindo gritos e

maldições contra o grupo de contato e contra Sixto Paz, que pacientemente

ajudavam a atravessar com dificuldade aqueles que estavam indo. Para acúmulo

dos males, o ônibus que levaria aqueles que necessitavam voltar no domingo

demorou para chegar, devendo os homens e mulheres da imprensa caminhar

vários quilômetros com seus pesados equipamentos nas costas sob o implacável

sol que já se tornava abrasador.

Quando foram embora, ficaram poucos, menos da metade daqueles que

havíamos reunido para aquela ocasião. Apesar disso, sem entender por que,

senti-me aliviado e pude respirar tranquilo. Era como se tivessem retirado um

grande peso das minhas costas.

Era o peso do endeusamento das pessoas e dos grupos, que pensavam que

eu era infalível ou alguém especial. Agora se viam obrigados a ter que ver por

eles mesmos e viver cada qual a sua experiência, sentindo sua participação. Ao

cruzar meu olhar com alguns dos presentes e eles recusarem o cumprimento,

não sentia pena, mas muita paz como há muito tempo não experimentava. Mas

não faltaram as almas generosas, os amigos leais e amorosos, que se

aproximaram de mim para darem seu apoio.

Ao meio dia reuni todos que ficaram no acampamento. O número reduzido me

fazia pensar no inconveniente do superdimensionamento de público em uma

saída deste tipo. Fizemos um trabalho em que se discutiram os acontecimentos,

desencadeando-se uma forte polêmica com duras recriminações, que serviram

para descarregar a tensão acumulada e a impotência diante dos

acontecimentos, ocasionando que alguns mais se fossem.

Dirigi uma viagem astral que terminou de eliminar os resíduos de tensão,

fazendo com que muitos dormissem, abatidos pelo cansaço da noite em claro.

Na tarde de domingo conversei com alguns irmãos que me transmitiram algo

mais do que um pressentimento: era uma certeza. Tendo visto durante a noite

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uma concentração de grandes massas de energia azul brilhante nas zonas dos

morros, acompanhadas de clarões luminosos e estranhos resplendores, que

coincidiam com a experiência que me havia contado Jorge Rey, tudo parecia

indicar que aquela noite algo muito grande ia ocorrer entre aqueles que se

mantiveram ali constantes. Meu sentir concordava com as manifestações,

experiências e intuições antecipadas e, apesar do sol escaldante que nos

sufocava, trabalhamos.

Pelas cinco horas da tarde fomos surpreendidos pela chegada do jornalista

Edilberto Alvarado, do diário Expresso, que chegou ao lugar em um Fusca

(Volkswagen), trazendo a publicação de sábado do seu jornal, na qual relatava

o encontro e o convite à imprensa ao deserto. Seu retorno foi recebido com muito

entusiasmo por todos nós, que vimos na insólita atitude deste fotógrafo um sinal

de que algo realmente ocorreria e que estava sendo preparado para esta noite.

E mais, Alvarado nos relatou que pediu licença a seu jornal para retornar

simplesmente por um pressentimento e que nem ele mesmo sabia como havia

chegado no lugar; mas o caso é que tinha que voltar e que, ao chegar ao leito

de aluvião, este havia baixado o volume do seu caudal, o que lhe permitiu cruzá-

lo, mesmo com risco de ficar encalhado.

A confiança que este repórter irradiava deixou a todos maravilhados. Nesta

mesma hora apareceu no desfiladeiro outro automóvel, com barro até a metade

e com os repórteres José Gray e seu câmera do Canal 23 Univisión de Miami e

o jornalista do Canal 2 da Argentina, Rolando Vera. Eles nos disseram que não

se conformavam em pensar que tudo havia sido um fracasso ou um erro. Algo

devia haver, sobretudo para que tanta gente tivesse ficado. Assim, eles

regressaram esperando confirmar sua inquietação.

Meditamos naquela tarde e logo caminhamos todos até a região onde, na

madrugada, se concentrou aquela estranha fosforescência azulada. Para isso

cruzamos o desfiladeiro lateral, ficando de frente para o acampamento. Dali

víamos claramente o lugar onde havia aparecido a esfera luminosa, que havia

desaparecido ao irmos ao seu encontro e que eu havia confundido na

madrugada com um carro.

Já no lugar escolhido para trabalhar durante a noite, começamos

mantralizando as palavras-chave conhecidas, encontrando uma ressonância

muito especial com os morros próximos. Estávamos reunidos em um talude de

terra e pó, então me levantei do chão onde estava sentado, enquanto os demais

seguiam com o exercício e me afastei caminhando na penumbra. Pude verificar

então, com a ajuda da minha intuição, a existência de uma concentração de

energia muito nítida, próprias para o aparecimento de Xendras. Disse, então,

que se formassem grupos de sete pessoas, de acordo com a afinidade, para

predisporem-se a viver as experiências.

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Enquanto isso, fizemos o que é adequado com aqueles que nunca antes

haviam recebido os cristais de césio, fazendo-os formar um círculo. A recepção

daquela noite foi bastante clara, igual às experiências de Xendra Gimbra, ainda

que alguns não recordassem conscientemente o vivenciado por eles nas

passagens dimensionais. Os sete jornalistas puderam contemplar pela primeira

vez e ser testemunhas privilegiadas de iniciações tão transcendentais. Enquanto

tudo isso acontecia em um impressionante clima de paz e harmonia, logo depois

de uma seleção natural a qual havia sobrevivido metade dos assistentes,

aconteceu o prometido pelos irmãos mais velhos.

Por trás de um morro bastante alto e a uma distância de pouco mais de um

quilômetro, apareceu um objeto similar a uma bola de ping-pong amarelada.

Eram nove horas da noite quando uma nave apareceu entre as montanhas bem

na hora marcada, o que depois verificamos.

O objeto não fazia ruído algum, enquanto se elevava bamboleando naquele

silêncio assustador do deserto. Elevou-se e desceu, voltando a se ocultar para

sair em seguida, ricocheteando e dando uns pulinhos sobre o cume dos morros

e novamente se escondeu. Não se passaram nem vinte segundos quando voltou

a aparecer, mas com uma forma diferente, desta vez com uma estrutura curvada

em seus extremos como uma banana, de uma cor vermelho alaranjado. Nesse

momento o repórter Edilberto Alvarado do diário Expresso, com suas duas

câmeras fotográficas, uma com teleobjetiva e a outra com um filme de grande

sensibilidade, com muito sangue frio fotografou a nave com todas as fotos dos

dois rolos, sem parar para respirar no meio do conjunto de flashes das câmeras

domésticas dos demais assistentes, condenadas estas, por suas evidentes

limitações, a não captarem maiores detalhes. Enquanto isto ocorria, José Gray

de Univisión indicou a seu câmera Diego para que não deixasse de filmar o

convidado da noite. Rolando Vera do Canal 2 de TV de Buenos Aires estava

paralisado e mudo diante do espetáculo, estremecido pelo contato cósmico que

presenciava, sacudindo sua carreira de jornalista político.

A nave elevou-se por cima do morro mais alto, fazendo movimentos em

ângulos retos, como se subisse uma escada e, na sequência, realizou um incrível

giro no ar, virando até o centro do desfiladeiro, sobrevoando à baixa altura.

Chegou a ficar no centro do desfiladeiro, entre nós e o acampamento numa altura

de uns 80 metros, quando acendeu uma potentíssima luz, ampliando seu

tamanho e resplendor, elevando-se lenta e verticalmente, fazendo aparecer sua

projeção no solo. Esta projeção adquiriu a forma de esfera de luz e do resplendor

em leque, já observado e discutido na noite anterior. A nave se perdeu entre as

nuvens nas quais tinha subido e a luminosidade no chão começou a desaparecer

gradualmente.

O protagonista da noite tinha ido embora, mas algo havia ficado no ambiente,

a alegria de ter visto confirmadas nossas esperanças e fé grupais, não uma fé

nos extraterrestres, mas em um plano superior do qual formamos parte, e em

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uma mensagem, em que o contato só é a forma exterior escolhida para sua

difusão.

Havia uma felicidade transbordante no local enquanto os clarões seguiam se

multiplicando sobre nós e o ambiente ficava envolto em um inexplicável e

penetrante odor de flores. Havíamos constatado que não estávamos

equivocados quanto à mensagem e ao trabalho que realizamos para cumpri-lo,

mas também ficava uma grande lição em relação à disciplina e à ordem, sem as

quais não podemos avançar.

Ao cabo de uns dez minutos novas luzes irromperam na região, mas desta

vez à altura do chão, chamando a atenção imediata de todos. Mas a necessária

e imprescindível objetividade nos levou a formar uma comissão mista, composta

por jornalistas e alguns coordenadores de grupos, para verificar a natureza delas

que tinham parado na frente do acampamento.

Enquanto nos aproximávamos, íamos pensando que dificilmente aquilo

poderia ser uma nave que tivesse descido, porque as luzes corriam

horizontalmente e em pares, assemelhando-se mais a automóveis. Além do mais

as mensagens não haviam dado a entender que se pudesse produzir outro

acontecimento além do avistamento. No entanto, quem sabe, poderia acontecer

qualquer coisa naquela noite.

Quando chegamos ao acampamento, verificamos que as luzes provinham de

três carros alugados pelos jornalistas da República Dominicana, que também

haviam regressado também pela mesma intuição, mas lamentavelmente

chegaram tarde e só puderam ver à distância os resplendores e clarões.

Os jornalistas dominicanos, em torno de umas quinze pessoas, se perderam

durante a noite no desfiladeiro principal, tendo sérias dificuldades para

atravessar a torrente, atrasando-se em seu esforço para chegar aonde nos

encontrávamos.

Os colegas, testemunhas da aparição, não puderam ocultar seu entusiasmo

quando os dominicanos lhes perguntaram sobre seu testemunho do ovni que

apareceu dez minutos antes sobre os morros. Isto causou um mal estar muito

grande, assim como uma frustração geral entre os jornalistas. Alguns deles

chegaram a maldizer sua sorte e uma das mulheres chorava amargamente em

um carro pela impotência de não poder cobrir sua missão informativa, perdendo

a oportunidade de sua vida.

No frenesi desta “Noite dos Jornalistas”, tivemos que controlar os excessos

nas avaliações de alguns repórteres dominicanos, que começaram a ver ovnis

em cada luzinha que aparecia na noite, como foi o caso das luzes das lanternas

dos membros dos grupos, do outro lado do canal.

O pessoal da imprensa não conseguia acreditar na nossa atitude ao desmentir

suas apressadas observações. Logo um deles se manifestou:

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- Não posso crer, Sixto, que você mesmo nos peça calma e controle na

interpretação do que estamos vendo, em vez de tirar partido da nossa ansiedade

e desespero. Como pode ser que você esteja mais controlado que nós e seja

mais objetivo em um momento como este?

- Tenho a obrigação moral de ser objetivo. Nós não podemos nos dar ao luxo

de nos enganarmos nem de mal interpretar um fenômeno, não somente porque

temos experiência acumulada, mas também porque sabemos o que temos

vivenciado pouco a pouco, além do que devemos ser verdadeiros no pequeno e

no grande, neste momento e em todo o tempo.

Em poucos minutos se observava um grande rosário de luzes que se

aproximava do acampamento na escuridão da noite. Eram os grupos que

voltavam da região onde os Xendras haviam se manifestado e, como levavam

as lanternas nas mãos, impressionavam os recém-chegados.

Naquela noite fizemos uma palestra informal ao redor do fogo da cozinha.

Diante dos lampiões de querosene, cobertos de incontáveis mariposas que

revoavam em torno da luz, repetiam-se os copos do reconfortante mate bem

quente para enfrentar o frio da noite, aos quais se somavam alguns pães com

geleia para aliviar a fadiga. Os comentários iam e vinham sobre a forma do objeto

observado, suas cores, deslocamentos, as experiências do Xendra, os cristais,

os clarões, etc. A excitação não diminuía, mantinha-se ativada pelas perguntas

e entrevistas dos jornalistas a seus colegas e ao resto das pessoas. Nós também

nos permitimos interrogar os jornalistas pelo seu estranho comportamento ao

regressar. E o surpreendente para nós foi que voltaram por conta própria, muitos

deles aventurando-se na noite, numa região difícil de localizar na escuridão, na

qual muitos de nós já nos perdemos, mesmo conhecendo-a bem.

Os jornalistas concordaram que havia certo mistério em que tantas pessoas,

simultaneamente e sem se comunicarem, tivessem sentido a imperiosa

necessidade de voltar… e fizessem isso. Como puderam voltar e chegar ao

lugar? Por que voltaram? Tantas perguntas se acumulavam naquela noite e, sem

dúvida, somente uma coisa estava clara: os Guias tinham convidado os

jornalistas diretamente, de forma telepática e estes se deixaram conduzir até ali.

Não havia outra explicação.

Fui dormir muito tarde, procurando recompor-me do cansaço acumulado na

noite anterior. Aproveitei para orar em silêncio a Deus, agradecendo-lhe o

testemunho do qual havíamos participado, além de pedir desculpas pelas

dúvidas que tivera.

Naquela noite dormi tranquilo e profundamente, sentindo dentro de mim que

a Semana Santa de março de 1989 havia ficado gravada para sempre. Ajeitei-

me no saco de dormir que havia colocado na encosta de uma colina, longe das

barracas, de onde eu olhava e avistava todo o desfiladeiro. As últimas reflexões

se confundiram com as imagens daqueles dias, com minhas pálpebras fechando

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pesadamente, enquanto me submetia ao incontrolável sono que deixaria para

trás as angústias, comentários e tensões.

Durante a noite houve quem afirmasse que ocorreram outros avistamentos,

mas distantes e fugidios, como que nos lembrando de que sempre estão e

continuarão estando ali, próximos de nós para que não duvidemos, nem

deixemos de nos comprometer com a mudança.

Na manhã seguinte fomos despertando com a luminosidade do sol do deserto

colorindo um a um os morros que tocava com seu resplendor. Voltei a agradecer

o descanso e o novo dia e por estar consciente de um plano maravilhoso e real.

A alegria no acampamento era evidente, os sorrisos se multiplicavam em cada

rosto, enquanto os jornalistas novamente nos entrevistavam, corrigindo o

aparente final da manhã anterior.

Decidimos nos apressar em levantar acampamento, pois naquela manhã o

ônibus alugado chegaria muito cedo para nos buscar. Alguns jornalistas como

Edilberto Alvarado já haviam partido para Lima para dar em primeira-mão a

notícia ao Peru e ao mundo. E assim foi publicado no Expresso, o jornal de maior

circulação em nível nacional e de reconhecida seriedade, que se encarregou de

dar a notícia na primeira página:

“NAVE EXTRATERRESTRE APARECEU EM CHILCA – EXPRESSO

ESTEVE PRESENTE”.

As manchetes vinham acompanhadas da foto de Edilberto Alvarado, que

relatou em um artigo não somente o que viu na noite de domingo, mas também

o que ocorreu ao revelar os dois filmes fotográficos. Acontece que somente a

primeira foto de cada filme apareceu impressa e o resto foi completamente

velado. Ele afirmava que em todo o tempo como repórter fotográfico era a

primeira vez que acontecia algo assim.

Enquanto partiam os poucos carros com os jornalistas, levando o grosso do

grupo, guardamos as coisas e partimos até o rio, para alcançar o ônibus que

chegaria naquela manhã.

Com o moral elevado e em uma ação coordenada e solidária, empreendemos

uma penosa caminhada até o vale e, depois de um longo tempo em que o suor

banhava nossos corpos, conseguimos alcançar o leito do rio Chilca.

Surpreendeu-nos que ele estivesse seco. Via-se o rastro ainda úmido do grande

volume de água que tinha corrido por ali, e nós pudemos passar caminhando

sem qualquer problema ou dificuldade. Cruzamos facilmente as regiões que

ainda estavam enlameadas, chegando à outra margem onde já estava chegando

o ônibus, esquivando-se das granjas que se espalham por ali.

Com os dois jovens irmãos, Moisés e Carlos Santana do Equador, mas

residentes nos Estados Unidos, corremos até encontrá-lo e o trouxemos para

reunir, sem contratempos, todos os caminhantes com seus equipamentos. Isto

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foi possível com um espírito de confraternidade e entusiasmo transbordante, que

aumentou mais quando o motorista nos contou o conteúdo de um programa de

televisão. Quando já estávamos reunidos para efetuar o encerramento e

despedida ao lado da torrente, comentou que o programa “Panorama”, do Canal

5 de Lima, havia sido muito respeitoso e positivo, apesar das circunstâncias das

quais Alejandro Guerrero participou.

O retorno ao Hostel “Oscar” de Miraflores foi feito em um ambiente de risadas

e cantos, e em um piscar de olhos chegamos a Lima. O ônibus nos deixou na

porta do Hostel que havia se tornado o quartel general do grupo de contato. Ali

fomos recebidos por uma impressionante quantidade de membros dos grupos e

por todos aqueles que, tendo se retirado no domingo de manhã, já haviam se

inteirado da notícia pelo jornal desse dia. O Expresso, na sua edição daquela

manhã, já havia dado a notícia com exclusividade.

Entrei no Hostel entre aplausos, beijos e abraços, demorando em chegar à

recepção, por ter que estar atendendo a uma enorme quantidade de felicitações

pessoais e chamadas telefônicas nacionais e estrangeiras. Mesmo os

funcionários do Hostel me pediam autógrafos!

Então soubemos que os jornalistas do canal 51 do Telemundo de Miami, do

Miami Herald e do Colorvisión, de Santo Domingo, naquela noite também

voltaram ao deserto por conta própria, perdendo-se como os outros

dominicanos, ficando com o carro encalhado no barro do rio e, justo quando já

pensavam em retornar à cidade, desmoralizados pelo esforço inútil, viram a nave

em cima dos morros. E puderam filmá-la, perseguindo-a por todo o deserto

depois que tiraram o carro da lama, até o balneário de San Bartolo, de onde

viram com detalhes seus movimentos e como finalmente a nave ingressou no

mar. Por tudo isso os jornalistas estavam frenéticos de entusiasmo e felicidade.

A repórter e locutora Sra. Gilda Miroz, da Radio Hit de Nova York, me pediu

de imediato para dar a notícia em primeira-mão, comunicando-se por telefone

com seu programa de rádio, o que foi feito, citando-me ela por duas vezes. O

resultado foi um grande êxito. Igualmente Joan Basseda, da Rádio Vendrell da

Espanha, fez o mesmo, multiplicando-se depois as diferentes entrevistas dos

canais de televisão que voltavam a me pedir entrevistas, prolongando-se as

atividades deste tipo por várias horas. A partir do retorno de Chilca acionou-se

uma grande rede de difusão no mundo e no Peru. No país a resposta foi

impressionante, ainda que as opiniões fossem contraditórias. Houve quem nos

apoiou com grave risco para seu próprio prestígio e imagem pública, como no

caso do prestigiado jornal “Expresso”, na pessoa da jornalista Sra. Rosario

Abraham de O’mella, e também houve outros que atacaram com uma violência

inusitada, ou porque não foram convidados para o encontro ou porque se

retiraram antes do tempo. Mas tudo isso trouxe consequências positivas, pois

gerou uma grande publicidade para o contato e para a mensagem que este

carrega.

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Com o passar dos dias, tivemos que enfrentar os riscos derivados de um

acontecimento de tamanha magnitude: a admiração, a bajulação, a fama, a

inveja, os ciúmes, a zombaria e a ignorância e, certamente, não foi nada fácil.

No exterior também começaram a se registrar os sintomas da intolerância e

as manifestações das ações obscuras do governo interno negativo do planeta.

A respeito disso não poderíamos ser tão ingênuos de pensar que iriam facilmente

nos deixar cumprir a tarefa de despertar consciências, e isso foi o que ocorreu,

quando programas de televisão sobre o contato que tinham ampla cobertura dos

Estados Unidos foram, por ordens governamentais, suprimidos ou limitados ao

mínimo, ou seja, reduzidos à difusão local e extremamente breve. A censura

havia iniciado…

No final do mês de abril os jornalistas dos canais norte-americanos que

estiveram em Chilca me contaram por telefone que, ao voltar a seu país,

depararam-se com a censura oficial que eles ingenuamente provocaram, quando

do hotel de Lima telefonaram para seus respectivos canais anunciando seu êxito,

“cantando vitória antes do tempo”. As administrações de ambos os canais

receberam visitas de membros do governo, os chamados “Homens de Preto”,

recomendando que tratassem a notícia da forma mais discreta possível e que

lhes entregassem as filmagens para que as revisassem antes e que foram

devolvidas recortadas. Agora eles sentiam na própria pele o zelo excessivo que

os governos das grandes nações põem em suas políticas de ocultamento do fato

extraterrestre.

Restringiram os repórteres de cumprir sua função informativa, reduzindo-a a

um informativo de três minutos em um noticiário local, impedindo-os de

desenvolver, em nível nacional, os programas especiais de televisão de uma

hora que iriam realizar.

Ao jornalista da Colorvisión da República Dominicana, que tinha uma das

melhores filmagens, avisaram da cabine do piloto, ainda no avião em que ele

retornava, que na sua chegada ao aeroporto de San Juan em Porto Rico para

trocar de avião, deveria entregar seu material a uma pessoa que o estaria

esperando porque já estava vendido, sem que pudesse fazer nenhuma cópia

dele.

No Peru, uma importante agência de notícias internacional comprou as

fotografias de Edilberto Alvarado, ao que tudo indica, para que não circulassem.

Apesar da campanha de silenciamento e de desinformação, distorcendo a

realidade dos acontecimentos e ocultando-os, a verdade se impôs e se foi dando

a conhecer pouco a pouco em nível mundial, graças como disse, à ação valente

e decidida de muitas pessoas.

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As viagens para conectar com a Fraternidade Branca continuaram a ser

realizadas com êxito, vivendo-se experiências grupais extraordinárias em

recônditos lugares cheios de magia e aventura, e acessando-se um

conhecimento surpreendente sobre a história planetária. Mas por essas

experiências não terem se dado diretamente com os extraterrestres, não as

mencionarei neste livro, pois já se encontram nas minhas obras anteriores.

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CAPÍTULO 10

A EXPERIÊNCIA COM O REAL TEMPO DO UNIVERSO

“O deus Make Make, o criador,

criou o universo, mas trancou a terra,

dentro de um ovo e experimentou nela

o poder do sentimento e da emoção,

para ver que, se isso fosse bom, abriria o ovo para inundar o

universo com essa luz”

Don Benito, sábio Rapa Nui.

No ano de 1977 fez cinquenta anos da Era Moderna dos Ovnis. Haviam se

passado vinte e três anos desde que se iniciou nosso contato telepático e

psicográfico com os Guias Extraterrestres. Passaram-se oito anos desde que os

Irmãos Mais Velhos me convidaram para acompanhá-los para viver o contato

com o Real Tempo do Universo, que ainda não havia se concretizado até o

momento.

Sentia-se que aquele seria um ano muito auspicioso e havia grandes

possibilidades para que se definissem as próximas experiências.

Durante o mês de janeiro, aproveitando umas férias que passei em casa ao

lado de minha família, ocorreram as reuniões com os grupos de contato em Lima.

Nesses agradáveis encontros combinados com meditações e confraternizações,

recebemos a seguinte mensagem:

Comunicação: 22-01-97

Lugar: Surco – Lima

“Sim, somos seus irmãos guias da missão. Saiam a Chilca em 31 deste mês.

Será um bom dia para estabelecer uma conexão no lugar conhecido. A partir das

19 horas os aguardamos, trabalhando. Preparem-se bem porque é chegado o

tempo de acelerar as transformações planetárias.

Estamos com vocês.

Com amor, Sampiac”

“Sou, Oxalc

O convite está feito, a preparação é responsabilidade de vocês. É útil e

necessário que esse encontro seja vivido como um salto aguardado, como um

passo seguinte. E estamos seguros de que assim será.

O contato permanece além do tédio e do desalento. Renovem-se a cada dia

e não temam, pois estamos com vocês, apoiando-os.

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As coisas estão mudando para melhor, acelerando processos, mas é difícil

para vocês perceberem isso. Abram os olhos, a mente e o coração e verão a luz

no caminho.

Com amor, Oxalc.”

Ao final da recepção da mensagem, o comentário do grupo foi que devíamos

nos preparar e voltar a criar as condições para captar novas pautas nos dias

seguintes, quando alguma outra indicação nos esclareceria os requisitos da

saída. E assim foi.

Em 28 de janeiro nos reunimos em casa com minha família e, com o apoio de

Marinita e minhas filhas, recebi uma nova mensagem. Simultaneamente, em

outro lugar de Lima, as pessoas do grupo do distrito de Maranga, também se

encontravam reunidas e eles captaram outra comunicação que coincidia e se

complementava com a recebida por mim. A mensagem dizia:

Comunicação: 28-01-97

Lugar: Surco -Lima

“Sim, somos seus irmãos guias em missão.

Aquele lugar no deserto ao pé das montanhas (A Estrela, no desfiladeiro de

Santo Domingo de Los Olleros), é onde os aguardamos (no dia 31). Cheguem

às 18 horas (comecem os trabalhos às 19 horas) e vão, no máximo, dez pessoas,

com uma atitude e preparação coerente com o tempo e a maturidade que devem

manifestar os missionários da luz.

Com amor, Sampiac”

A sexta-feira, dia 31, amanheceu ensolarada e luminosa, sem uma só nuvem.

Muito cedo já havia me levantado, escutando o canto da multidão de aves que

voavam sobre as árvores da rua, em nosso bairro que é residencial e muito

tranquilo, por estar mais retirado da cidade e cercado de campos.

Depois de um pouco de ginástica e uma ducha de água fria, me encontrava

pronto para ir ao escritório que tenho no extremo oposto de minha casa, em um

cômodo independente com acesso por uma escada em espiral. Ali tenho meu

escritório e a biblioteca, junto com um delicioso tesouro de várias lembranças e

souvenires das diversas viagens (pontas de flechas e fósseis), assim como

presentes de todos os amados amigos que conheci ao longo dos anos, também

como produto do carinho dos grupos. Este cômodo, que considero muito

acolhedor, tem uma vista muito agradável do jardim interior e das montanhas

próximas. Também possui uma acústica muito especial, porque se encontra sob

uma grande cúpula de concreto pintada de azul e cheia de estrelas

fosforescentes, formando constelações, colocadas com muito amor e grande

esforço por minhas filhas, de acordo com o mapa do céu nessa latitude.

Realmente era um bonito e cálido dia de verão que convidava a divertir-se na

praia, entretanto não podíamos distrair nossa atenção em nada mais do que nos

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preparar para a saída da tarde. Às 15 horas estaríamos partindo ao sul para uma

extraordinária aventura, para encontramo-nos, mais uma vez, com seres

provenientes de outros mundos e dimensões.

Depois de revisar meus e-mails, desliguei meu computador e desci até a

garagem para tirar o meu carro e deixa-lo lá fora, na rua. Ali me encontrei com

um vizinho que além de me saudar amavelmente, me contou que no dia 28 de

janeiro, à noite (coincidia com o horário da última comunicação que recebemos),

vinha dirigindo pela estrada que chega a Lima e, ao passar por Chilca (zona de

nossos contatos), ele e a esposa viram sair de entre as colinas um objeto em

forma de esfera de cor laranja, que se dirigiu ao mar. Mas não lhe pareceu que

fosse meteorito, uma vez que seu deslocamento era horizontal.

Achei muito interessante que me contasse justo nessa manhã, de tal maneira

que, ao regressar a minha casa, contei a Marinita que se encontrava na cozinha

organizando as coisas, vestida confortavelmente só com uma comprida camiseta

e com os pés descalços sobre o piso de mármore travertino, buscando refrescar-

se em contato com o chão. Ela me escutava atentamente enquanto ia repartindo

a comidinha de cada um de nossos dois carinhosos e petulantes gatos persas,

chamados: “Mingo” e “Saravi”, que já são parte muito querida de nossa família

(hoje já se multiplicaram e são seis).

Ambos ficamos pensativos, mas ela terminou esboçando um delicioso sorriso

travesso, confirmando-me que, assim como eu, pressentia que algo muito

especial nos aguardava mais adiante. Assim não foi nenhum esforço manter o

jejum que havíamos iniciado no dia anterior, preparação adequada para nos

sensibilizar mais.

No momento adequado entramos em nossa camionete vermelha e tomamos

a estrada Panamericana Sul em direção aos pedágios, para aguardar ali o

restante do grupo: sete pessoas do grupo de Maranga (Nimer e Carmen,

Obregón, Elard e Cucki Pastor, Silvia Maza, Richard González e Fiorella Pita) e

um grupo de San Borja (Pablo Manrique). Nossos companheiros de saída

chegaram um pouco atrasados ao ponto de encontro, mas imediatamente

partimos em direção a Chilca e chegamos ao povoado depois de uma hora.

Devíamos procurar Don “Nico” e sua fábrica de gelo, por ser o dono da última

fazenda antes de entrarmos no deserto desabitado. Havia um caminho que

passava por suas instalações e que permanecia fechado por uma porteira, por

isso precisávamos de sua permissão para mostrar a seus funcionários e guardas

para que nos deixassem passar. Na fábrica nos disseram que ele estava

precisamente onde havia os poços d’água, a uns cinco quilómetros antes da

fazenda e que ali poderíamos encontrá-lo.

Felizmente, este simpático empresário estava no local nos aguardando,

sempre jovial e generoso, em meio aos motores que extraiam um valioso

elemento, água pura, a uns vinte metros de profundidade da superfície do

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deserto! E não só nos deu sua permissão como também a sua benção, por isso

foi muito fácil chegar à hora combinada (18h) na região de La Estrella.

Deixamos nossos carros em uma região plana aos pés das colinas, e fomos

nos distanciando do único caminho que chega até ali, que é apenas uma trilha

de terra batida para nos isolarmos ainda mais do mundo. Percorremos uns dois

quilómetros pelo deserto, caminhando até um local muito especial: uma pequena

planície rodeada por uma imensidade de pedras, pequenas ravinas e canais

secos de torrentes, onde em oportunidades anteriores haviam acontecido

intensas experiências de avistamentos e pousos de naves.

Havíamos nos localizado no extremo direito do desfiladeiro, e assim que

chegamos, pedimos permissão às forças da natureza para trabalhar ali e

agradecemos a Deus pela oportunidade que nos concedia de estarmos todos

juntos, unidos em mente e espírito.

Depois de fazer uma harmonização e cadeia de proteção, nos sentamos em

círculo, aproveitando os desníveis do solo. Então, tomei a palavra para comentar

a todos que pressentia que a experiência iria acontecer ao pé de uma pequena

colina distante do lugar onde nos encontrávamos, mais ou menos a um

quilometro e meio. E até me permiti apontá-la.

Cada vez em que nas mensagens se mencionou o tema do contato com o

Real Tempo do Universo, sempre me vinha à mente esse lugar, por isso fui

categórico e taxativo ao apontá-lo como sendo o local! Mas era o lugar ao qual

seriamos convidados mais tarde. Por enquanto, devíamos trabalhar para elevar

nossa própria vibração ali onde nos acomodáramos.

Em seguida fizemos nossa primeira meditação, do tipo solar, com

vocalizações de palavras-chave (mantra), que durou cerca de trinta minutos. No

fim da qual, abrimos os olhos e, apesar de que quando chegamos não havia uma

só nuvem no céu, agora, exatamente sobre nós, havia se formado uma única e

solitária. Estava a uns quinhentos metros de altura. Era ovalada, compacta e de

uma cor marrom escuro, muito suspeita. Mas sem nos distrair com sua presença,

continuamos os trabalhos, unindo-nos para fazer uma cadeia de irradiação

positiva para o país e o mundo, fechando os olhos e estendendo nossos braços

à frente, de tal maneira que visualizávamos nossa nação em nossas mentes,

como se estivesse diante e abaixo de nós, como que visualizada do espaço. A

cada respiração lenta e profunda, sentíamos que poderosíssimas energias

coloridas desciam sobre nós e eram direcionadas através de cada um para

reverter todo o mal e a negatividade. Ao término, abrimos os olhos e a nuvem

acima de nós havia se transformado em duas linhas convergentes, grossas e

compridas que assinalavam um ponto, exatamente o lugar que mencionara

antes. Era como se a própria natureza estivesse jogando conosco, confirmando

as coisas.

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Sentamo-nos e fizemos uma nova meditação, mas mentalmente, em silêncio

durante mais meia hora. Nela, alguns de nós sentiram uma predisposição ao

desdobramento, e também percebemos claramente que havia gente

caminhando ao nosso redor. Ao abrir os olhos, tudo a nossa volta estava

iluminado, como se houvesse lua.

Em seguida, vimos várias caneplas, esferas luminosas de cor vermelha

alaranjada, movendo-se à distância por entre as colinas próximas, assim como

fortes brilhos e relâmpagos. O céu estava estrelado e nos maravilhamos ao

perceber que havia se formado no espaço um grande círculo, entre branco e

cinza, que ocupava todo o céu sobre o local e que dentro, havia um triângulo

equilátero cujas pontas tocavam o círculo. Era fantástico, incrível.

Nesse momento Sílvia nos fez olhar para o alto de uma colina, à esquerda de

onde nos encontrávamos, na direção das granjas distantes. Ali aparecera uma

luminosidade imensa. Todos contemplamos aquela luz que foi avançando

lentamente, até que se deteve diante de nós e projetou uma coluna de luz, que

desceu de forma oblíqua sobre a colina que eu tinha indicado logo em nossa

chegada, mantendo-se o objeto luminoso e a coluna permanentemente sobre o

lugar.

Foi, para mim, a confirmação definitiva. E como sentia internamente que

estavam me chamando, disse a todos que eu deveria ir até lá. Assim, me

preparei, me despedi de Marina e do restante do grupo e rapidamente caminhei

até lá.

Fui sem lanterna, mas mesmo assim via tudo muito claro. Inexplicavelmente,

enquanto avançava via se formar no chão algo como umas manchas luminosas

que pareciam células gigantescas de luz, que se moviam como se tivessem vida,

andavam e se juntavam, formando um extraordinário caminho luminoso.

Geralmente caminhar pelo deserto é difícil mesmo de dia, pelo terreno ser muito

irregular, cheio de pó e pedras soltas.

Mas ia avançando sem sentir nem pedras, nem desníveis, fazendo com que

me sentisse privilegiado por ter encontrado o que acreditava ser um caminho.

Mas imediatamente fui tomado pelo medo do desconhecido.... Sentia uma

presença que bloqueava o caminho e hesitei em seguir adiante, mas afinal venci

o medo e segui avançando.

À distância, o grupo também estava sendo testemunha das tais manchas

inteligentes de luz, e então Nimer – engenheiro mecânico, homem valente, forte

e robusto – também se sentiu chamado a dirigir-se até a coluna de luz. Assim,

comunicou a todos e se levantou do chão. Caminhou por um bom tempo,

maravilhado pelos resplendores e luzes que revoluteavam a seu redor. Mesmo

assim, de repente foi envolvido igualmente pelo mesmo temor. Nesse instante,

intimidado, deu a volta e retornou até onde os demais estavam reunidos.

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Fui avançando até que me detive a uns trinta metros da colina, onde se situava

o feixe de luz projetado pelo objeto, que já se delineava como uma evidente nave

lenticular. Parei onde o caminho aparentemente terminava em um círculo

amarelado no solo. Subitamente caiu sobre mim alguma coisa como um clarão

ou resplendor espetacular, acompanhado de uma estrutura gasosa, circular e as

vezes cilíndrica (de uns 3m de diâmetro), de uma cor marrom acinzentado, que

me isolou do deserto e me deixou estupefato. De repente, estava e não estava

no lugar, ainda que pudesse ver a paisagem ligeiramente esfumaçada. Olhei,

então para o chão, e ele começou a se mover, desde o pó até as pedras, grandes

e pequenas, formando-se uma espiral que girava em grande velocidade,

enquanto a mesma força me elevava e me mantinha suspenso no ar. De repente,

tudo começou a serenar, compactando-se a terra abaixo de mim, formando um

promontório, parecendo uma pequena colina artificial sobre a qual fui

depositado. Estava com o coração na garganta quando vi, do lado direito uma

esfera (canepla) laranja de uns trinta centímetros de diâmetro, que se

aproximava da estrutura que me envolvia, penetrando nela e se colocando diante

de mim, a um metro de distância, e a altura de meu rosto. Quis tocá-la, mas

recuou transformando-se nesse instante em uma estrutura escura retangular e

plana com mais ou menos um metro de largura por 1,80 de altura. Parecia uma

porta ou uma janela e logo começaram a aparecer muitas portas paralelas que

me faziam recordar o programa Windows dos computadores. Em cada uma

dessas janelas apareciam as imagens de cada uma das vezes em que os grupos

de contato haviam trabalhado neste lugar na abertura de portas dimensionais.

Via ali cada saída, mas era como se estivesse ocorrendo recentemente. Era uma

sensação estranha. A janela mais próxima mostrava o encontro que ocorrera no

dia 25 de dezembro de 1993, muito perto dali, em que eu não pude estar. Era

tão impressionante ver as pessoas e essas cenas de alguns anos, tão vívidas

que aproximei o meu rosto e o torso de meu corpo, penetrando em parte dentro

do umbral. Então me dei conta de que as pessoas me viram e reagiram, eu me

assustei e recuei, desaparecendo o portal. Eu pude interagir com uma realidade

ocorrida há quatro anos! Era uma loucura!

Dali a alguns dias, quando contei a experiência completa, pessoas que

estavam na saída de 93 aproveitaram para revelar algo testemunhado por várias

pessoas, mas ocultado por sua estranha natureza. Consistia em que naquela

saída eles viram materializar-se no deserto um domo luminoso, um Xendra.

Correram até ele, esperando ver sair de seu interior um extraterrestre e quem

viram aparecer fui eu em pessoa, surpreendendo a todos... Eles, sem saber, me

viram aparecer do ano 97 no ano 93!...

Como disse, a experiência continuou, de modo que as janelas ou portas

desvaneceram-se instantaneamente, como que se compactassem no ar à minha

frente. Nisso vi fora do cilindro gasoso a silhueta escura de duas pessoas altas

e pensei que eram alguns dos rapazes do grupo que haviam chegado até ali.

Desci do promontório buscando encontrá-los e, assim que me aproximei do limite

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da estrutura, podendo atravessá-la sem dificuldade, percebi um ligeiro vento

cálido sobre mim. Já fora dela, não havia ninguém, de modo que percorri a

pequena distância que me separava da colina e do feixe de luz que havia

formado um domo brilhante, um bonito e contundente Xendra. Detive-me diante

do domo luminoso e nesse momento, colocaram-se, atrás de mim e em um dos

lados, dois seres físicos de aparência humana, vestidos com trajes brilhantes.

Um era muito alto e o outro de minha estatura. Isso me causou tal impressão

que, devido à surpresa, só podia observá-los com o rabo dos olhos, sem me

atrever a girar para encará-los de frente. E, então, escutei o que me disseram:

- Siga adiante!...

Dei uns passos dentro daquela energia radiante e concentrada. Esperava que

se produzissem em mim os sintomas próprios de um transpassar

interdimensional, como náuseas, tontura, sensação de perda de peso e muito

calor; mas não ocorreram. Só senti uma suave brisa cálida. E o que veio em

seguida foi que vi e senti, que me alcançava algo como uma explosão que, ao

atravessar-me, entrei em uma outra realidade. Parecia que estava do outro lado

de um espelho, como no conto de Alice no País das Maravilhas. Mas essa outra

realidade vinha acompanhada da impressão de ter sido conduzido em grande

velocidade por um profundo túnel.

Então apareceram diante de mim um céu verde e um oceano vermelho.

Estava ali e não me senti estranho. Sabia que o que tinha diante de mim era um

mar, ainda que não houvesse ondas, apenas uma impressionante calma. Eu me

encontrava na margem, mas com meus pés nessa água pouco profunda. À

esquerda percebia, à distância, algo como uma ilha e nela uma cidade composta

por gigantescas cúpulas brancas azuladas. Logo a imagem mudou e, apesar de

estar parado sobre um outro mar de águas tranquilas, a cor desta era prateada

como mercúrio e o céu azul índigo, onde se destacava um incrível e próximo

planeta de cores pastel. Do mar brotavam gigantescas estruturas semelhantes

a cactos e em cada braço havia edifícios iluminados. E continuaram aparecendo

e desaparecendo uma infinidade de paisagens de todas as cores e formas, com

um denominador em comum: a presença de oceanos com águas paradas. Em

uma dessas paisagens, sempre com os pés na água rasa, voltei-me e vi que os

seres que me convidaram a passar pelo portal permaneciam atrás de mim,

imóveis. Então, captei ou escutei o que me diziam:

- Já percebeu a diferença?

- Com respeito ao oceano? – respondi, devolvendo a pergunta, porque era

essa a imagem que me vinha à mente.

- Sim, em relação às águas! – confirmaram meus acompanhantes, sem que

eu soubesse se era telepática ou verbalmente que me comunicavam as coisas.

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- O que vejo é que tudo está calmo. Não há movimento. Sente-se como se

estivesse estagnado – disse, refletindo em voz alta e voltando a olhar para frente,

de onde saiam do mar gigantescas torres coroadas por esferas.

- Agora, preste atenção ao seu mundo....

Assim que disseram isso, via atrás sem sequer ter que girar a cabeça. Podia

ver as imagens da Terra, com as suas áreas costeiras e grandes ondas

golpeando os penhascos e formando diferentes praias. Provavelmente

visualizava isso em minha mente, mas era muito claro. Eram cenas de grandes

ondas e muito contraste em um só lugar.

- Há movimento, muito movimento! Mas qual o significado de tudo isso? –

perguntei estranhando, sem saber a que ponto queriam chegar.

- Sinta!... Os climas e as mudanças planetárias não obedecem somente aos

deslocamentos no espaço, inclinação, presença de astros próximos e aos

processos da própria dinâmica interna de cada mundo, mas também sofrem

influência dos estados mentais e vibratórios de quem vive neles. O coletivo e a

comunidade mental são capazes de regular, controlar e afetar o meio.

- Vocês escolheram essa uniformidade sem contrastes? Não se aborrecem?

– respondi com estranheza.

- Saber ser constante no processo de evolução e não temer as mudanças

para alcançá-la é a chave deste assunto. Quando as civilizações chegam a um

nível de maturidade, como é o nosso caso, aceita-se a continuidade, até estar

preparado para o passo seguinte. Às vezes a meditação demasiada faz com que

as conquistas futuras sejam afetadas pela ausência de uma dinâmica de

mudança...

- Vocês têm medo de mudar? Ficaram velhos de idade e de mente! Por que

não se arriscam em variar? Quer dizer que vocês também têm medos. Mas

também não têm a capacidade de ver o futuro? – permiti-me fazer esses

comentários, sem pensar nem saber se lhes agradaria o meu ponto de vista.

- É que o tipo de futuro para o qual devíamos ter nos dirigido não se chega

com a mente, mas com o “coração”, ou como vocês chamam, com o “espírito”.

Por isso não podemos ver nada e termina em um lugar incerto. Evoluímos

criando mentalmente todo o tempo, sem deixar espaço para que ocorressem

coisas imprevistas. Sabemos e entendemos muitas coisas, mas o terreno se

apresenta para nós de forma instável quando se trata de senti-lo. Recordem que

muitas coisas temos esquecido por olhar só adiante. Necessitamos que vocês

nos ajudem a relembrar o que é sentir, entender o que sentimos e a perder o

temor de arriscar tudo, renovando-se a cada dia. Poderão fazê-lo?... Os

mentores creem em vocês, agora vocês têm que crer também.

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- Mas, como é possível? São mentalmente espirituais! Vocês mesmos, em

uma infinidade de mensagens, insistem para que sintamos as coisas, usemos a

intuição. Como nos pedem algo que vocês não fazem? – realmente me senti

confuso.

- O que lhe dissemos não tem nada a ver com a intuição de quarta dimensão.

É em um nível superior e espiritual, que seja capaz de manter a conexão com os

níveis inferiores materiais, sem perder a perspectiva.

Nesse momento, a imagem mudou e me encontrei à noite, sob um céu

estrelado no qual se destacavam duas luas (satélites) próximos, de uma cor

amarelo azulado. Estava parado sobre umas rochas perto da praia e havia uma

ponte cristalina, cheia de arcos, mas muito larga, de uma cor celeste, que se

comunicava com uma cidade edificada sobre o mar que também parecia de

cristal e da mesma cor. A cidade era cheia de gigantescos domos e de altos e

finos edifícios em forma de tubos. No espaço se via o deslocar de algumas naves

saindo e entrando daquele lugar. Algo que percebi foi que, em todas as partes,

havia pouca variedade na vegetação.

Dirigi-me, então, até a ponte e avancei sobre ela, observando que as águas

do oceano eram de uma cor violeta escuro, tão quietas que refletiam o céu dando

impressão de se estar no vazio. Somente a presença de uma espécie de

gigantescas águas-vivas multicoloridas (medusas), que flutuavam próximas à

ponte, me faziam verificar a existência da água. Ao me aproximar da cidade,

saíram de seu interior múltiplas esferas, pequenas e grandes, de diferentes cores

e duas massas amorfas coloridas, que inicialmente me pareceram duas grossas

fitas, uma vermelha e a outra azul. Transformaram-se diante de mim em dois

belíssimos seres humanoides, um totalmente vermelho e o outro azul. Ambos

me falavam tantas coisas e tão rápido, que era difícil segui-los e reter

conscientemente suas mensagens ou ensinamentos.

- “A Terra morreu há mais de um bilhão e duzentos milhões de anos, alvo de

uma chuva de meteoros, extinguindo-lhe a vida. Imagine que o tempo do

universo é como uma espiral ascendente. Em uma das curvas da espiral, a Terra

morreu, mas o universo continuou e foi assim que um grupo de civilizações foi

encarregada por hierarquias cósmicas, de viajar pelas dobras cósmicas, ou

portas interdimensionais através do tempo e espaço e chegar a seu planeta,

antes de sua morte, impedindo que ele morresse, criando assim um tempo

alternativo, paradoxal, diferente do tempo real. Segundo isso, vocês estariam em

outra realidade paralela, que em algum momento se reconectará com o tempo

real do universo”. – disse um desses seres.

- Originalmente, por causa do tempo de vocês ser paradoxal, não seria

possível reconciliá-lo com o tempo real, mas, a partir do momento em que tantas

civilizações interagiram com vocês, chegando algumas a se hibridizarem com o

ser humano, agora existe mais de uma possibilidade de que se produza a

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reconexão dos tempos e seu planeta ocupe o lugar da Terra morta, no outro

tempo – interveio o outro ser.

- Agora compreendo... – comentei. Vejo porque as profecias não falam do fim

do mundo, mas do fim dos tempos. E para que haja um final dos tempos deve

haver mais de um tempo.

- Certamente! – disse-me um daqueles seres – A intenção foi criar as

condições para que surgisse uma civilização com um potencial psíquico e

espiritual capaz de abrir portas e selos entre as dimensões, que pudesse servir

como referência para outras civilizações estacionadas em sua evolução, que

avançaram muito mentalmente mas às custas, como já sabe, do sacrifício de

importantes aspectos, como o sentimento e a emoção.

Em meu interior refletia sobre alguns aspectos que nossa ciência tem

descoberto e que confirmam o que estes seres me haviam dito. Ao tentar datar

a idade do universo, os cientistas utilizaram o efeito “Dopler”, que é conferindo a

mudança da luz até o vermelho a fim de descobrir a que velocidade as estrelas

e galáxias se distanciam entre si. De acordo com tais medições, os cientistas

descobriram que o universo teria entre dez e quinze bilhões de anos. Mas o que

não puderam explicar é que, ao dirigirem seus telescópios à determinada região

do universo, encontraram certas estrelas que tinham uma idade maior que a

criação do universo, o que seria impossível. Não deveria haver estrelas mais

antigas que a criação, a menos que estejamos observando através de uma

“janela” que se comunica com outra realidade, e nós mesmos estejamos em

outra realidade.

- Tudo o que está pensando está correto – disse-me o ser vermelho. E o portal

que conecta com essa outra realidade está mais próximo do que podem

imaginar...

Sentia como se minha cabeça fosse arrebentar pela quantidade de imagens,

sons, e até aromas que compartilhavam comigo. Até que algo ocorreu, e esses

seres se afastaram ante a presença de alguém que ia saindo do interior de um

edifício central, próximo de onde estávamos.

De um momento a outro, foi fazendo sua aparição um ser muito pequeno, de

cerca de um metro de estatura, de aparência humana. Parecia uma menina ou

uma bonequinha que caminhava rápido. Até me fez lembrar das imagens de

algumas estátuas da Virgem nas igrejas latino-americanas. Era um ser feminino

de rosto claro e gracioso, usando algo como um chapéu, ou um capacete

redondo na cabeça e uma capa dourada que dava uma graciosa forma cônica a

seu corpo. Aproximou-se de mim e atrás dela via muitos como ela, mas sem a

capa ou com roupas mais simples. Inclinei a cabeça, em saudação, e ela fez o

mesmo. E, então, pronunciou algumas palavras em um idioma desconhecido

para mim, com vibrações que produziram algumas sensações estranhas em meu

corpo, como se dentro de mim, em minhas costas se abrisse algo.

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Nesse instante, já entendia o que me dizia, mas já era demais para mim.

Muitas coisas não as tenho conscientes, ainda que as sinta. O que pude

recordar, ao longo do tempo, com muito esforço em práticas de regressão, me

permitiram transcrever o seguinte:

- Sou a regente desta cidade, desta civilização e deste mundo! Pediram-me

que o recebesse e lhe mostrasse nossa forma de vida, porque como já percebeu,

há muitas e muito variadas formas de vida, mas nada comparado ao seu mundo.

O mais importante nesse momento é que, para a missão que tem em suas mãos,

deve se abrir para sentir da forma mais intensa possível a necessidade que todos

nós temos, nesta parte do universo, de que a humanidade seja capaz de seguir

adiante e crescer em consciência. Estive em seu mundo em diversas ocasiões

e aprendi muitas coisas sobre sua natureza. Alguns que chegaram a me ver

confundiram-me com a mãe de Jesus, Maria, honra que não mereço. Confusão

positiva em alguns casos, permitindo-nos transmitir uma mensagem que

pretendia chegar aos corações e mentes de quem pudesse ser afetado

positivamente por ela.

- E qual é realmente a mensagem, senhora? – perguntei fascinado com minha

anfitriã.

- A mensagem é que, como na vida das plantas que dão frutos, estes devem

ser recolhidos a tempo para serem aproveitados, ou se não, tornar a esperar

uma nova semeadura e colheita, assim também na vida do jovem que está em

vias de se tornar adulto, com suas atitudes projeta e arrisca o seu futuro, do

mesmo jeito, no processo da humanidade da Terra, vocês chegaram à idade da

definição. Não devem perder de vista o horizonte e, sem deixar de ser o que são,

devem descobrir - no caso de vocês é o mesmo que recordar - a grande

esperança e expectativa que cabe a vocês como civilização.

Nós sabemos que ainda desconhecem sobre si mesmos. Devem se dar conta

agora de que, se um de vocês abriu os selos da memória (Jesus) e encarnou

sua missão, se muitos tentarem isso e conseguirem, tornariam realidade a

mudança geral.

Nesse momento, a pequena dama se aproximou e me mostrou com sigilo algo

que guardava com muito cuidado em suas mãos. Era uma esfera de cristal azul

água-marinha com luzes brilhantes, e dentro dela se reproduziam diversos

símbolos entre os quais recordo uma cruz de quatro lados iguais rodeada por

um círculo, um tridente, um número sete, a chave 33 e a estrela de seis pontas,

um coração dentro de um losango, um rosto humano dentro de uma forma de

coração, uma estrela de cinco pontas com um Ank egípcio embaixo, uma mão

humana e uma estrela de seis pontas dentro de um círculo. Ao contemplar minha

estranheza ela sorriu com benevolência, fazendo-me sentir que eram sinais

ativadores nas etapas do caminho de nossa missão.

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Meus pensamentos foram interrompidos pela visão de meus acompanhantes,

que me chamaram para que voltasse com eles pelo umbral que, contra tudo que

eu havia imaginado, esteve continuamente atrás de mim. Ao cruzá-lo

novamente, entrei no turbilhão de extensos túneis até que saí pela luz e apareci

outra vez nos desfiladeiros. Ao me dar conta do lugar e do momento, nosso céu

me pareceu muito estranho, com tanta falta de cor mas ao mesmo tempo tão

especial...

Comecei a caminhar e fui tropeçando nas pedras a cada passo. Já não

encontrei aquele caminho de luz do princípio, mas não importava, agora só

queria chegar aonde se encontrava o grupo.

Enquanto eu estava no interior do Xendra, o grupo ficou trabalhando com

muito vigor, especialmente Nimer que havia dirigido um belo trabalho, criando

entre todos umas “esferas de luz” para ajudar o planeta, que chegaram a ser

sentidas por todos, com uma força extraordinária.

Depois de muito andar, consegui distinguir à distância meus companheiros.

Eles se surpreenderam ao me ver chegar com o corpo iluminado e fosforescente,

como se estivesse envolto em uma estranha irradiação.

Assim que me viu, Marinita saltou em minha direção, envolvendo-me em seus

braços, me dando beijos e me perguntando de forma atropelada como fora, e se

havia se cumprido a experiência. Olhando para ela e para todos os presentes,

disse muito contente:

- “Sim, tudo se cumpriu! ”

Nesse momento, subitamente o deserto se escureceu, como se alguém

tivesse apagado de repente a luz que o iluminava por inteiro como se fosse lua

cheia. E alguém nos fez ver que o objeto que estava sobre a colina começara a

modificar suas luzes.

Em seguida a nave que se encontrava sobre as colinas retraiu lentamente o

feixe de luz e começou a mover-se, avançou um trecho e logo se dividiu ante

nossos olhos em dois objetos lenticulares idênticos, dirigindo-se à direita de onde

nos encontrávamos, isto é, ao oeste na direção do mar, até desaparecer entre

as colinas mais altas.

Nesse momento, em grupo decidimos regressar aos carros, enquanto

comentávamos durante o caminho.

Mal chegamos aos veículos, olhamos o relógio e eram 20h. Como ainda era

cedo, aproveitamos e interrompemos o jejum com um pouco de chá de camomila

e bolinhos. Foi nesse momento, em que nos preparávamos para caminhar, que

por cima dos morros apareceram os dois objetos que havíamos visto se afastar.

Mas agora se dirigiam até nós.

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Ao se aproximarem em uma baixa altitude por cima de nossas cabeças, vimos

cada um se dividir novamente e se formar uma esquadrilha de quatro objetos,

produzindo simultaneamente um grande flash de luz ao passar sobre o grupo.

Por alguns segundos ficamos imóveis, sem poder reagir, extasiados pelo

espetáculo que contemplamos.

Quando reagimos só conseguimos olhar uns para os outros, sorrir com uma

profunda satisfação pelo apoio que isso significava e embarcarmos nos carros,

dirigindo-nos imediatamente até a porteira das granjas, distante uns cinco

minutos de onde estávamos. E quando nos detivemos para avisar os guardas,

olhamos novamente o relógio e não pudemos acreditar, era meia noite!... Isso

era impensável, porque todos conheciam bem os tempos e as distâncias. De um

momento para outro tínhamos perdido pelo menos uma hora e quarenta e cinco

minutos. Isso nos deixou pálidos pela impressão, mas continuamos o regresso

a casa que normalmente se realiza quando muito em um hora e meia. Mas

quando chegamos a Lima, haviam transcorrido duas horas e meia! Uma hora a

mais do que o normal e em nenhum momento paramos na rodovia. Tínhamos

quase três horas de tempo perdido ao retornar da saída. Pelo visto, a distorção

do espaço-tempo tinha afetado a todos.

Mesmo que posteriormente o grupo tenha se reunido, era difícil recordar

conscientemente o que realmente ocorreu naquela noite depois das 20h. Mas o

que vinha se repetindo para alguns era a imagem fixa de todo o grupo fora dos

veículos, e as naves acima de nós e, imediatamente, um resplendor, aparecendo

em seguida uma abóboda circular e iluminada, mas nada mais. Quem sabe o

esquecimento oculte algum contato físico coletivo, ou talvez, como disse antes,

a abertura do umbral tenha criado fortes distorções espaço-temporais, que não

só afetaram a nós, mas também a todo o lugar, o que algum dia

compreenderemos.

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CAPITULO 11

O CONVITE DE MARDORX

O mais extraordinário das revelações é que as mais

transcendentais e importantes ainda não tenham sido reveladas

porque o coração humano as escreverá e, neste sentido,

daremos a última palavra ...

Os grupos de contato do Chile vinham recebendo uma série de comunicações

que coincidiam com o que nós estávamos canalizando, com as confirmações

exigidas para pôr em funcionamento o mecanismo que materializasse o que

estas mensagem pediam: organizar um Encontro Mundial de Contato no Chile,

em março de 1998. E assim fizeram, mandando convites a outros grupos e

coordenando a logística necessária.

No mês de março reuniram-se em Viña del Mar mais de cem pessoas

entusiasmadas para participar daquele importante acampamento que se

realizaria em um lugar mágico ao pé das montanhas, rodeado de árvores e às

margens de um lago de águas tranquilas.

Da linda cidade de Viña partiram os veículos que conduziram os participantes

ao lugar do encontro. O transporte foi muito bem organizado, cômodo e

agradável, percorrendo uma excelente rodovia costeira em direção ao Norte, até

que, depois de pouco mais de uma hora, por um desvio chegamos a uma zona

de campo e chácaras.

Estávamos muito perto do mar, mas também ao pé de montes altos e por isso

durante o dia intensificava-se um sol forte de verão, enquanto que durante a

noite soprava do mar um vento muito frio que se somava ao clima gelado da

cordilheira. O lugar havia sido escolhido pelo grupo de Santiago, seguindo as

instruções trazidas pelas comunicações captadas meses antes, as quais falavam

da necessidade do encontro nessa zona de “Quintero”, pertencente à Quinta

Região (zona central da costa chilena). E certamente aquele sítio era algo muito

especial por ser o cruzamento de poderosíssimas linhas de energia, porque se

achava sobre uma zona de falha geológica. No solo podia-se ver uma rachadura

que se estendia de forma transversal em frente das barracas do acampamento,

localizadas na margem ocidental de um pequeno lago de águas tranquilas e de

forma ligeiramente ovalada. Ao caminhar perto da fissura, sentia-se claramente

como as correntes de energia telúrica afetavam qualquer um, produzindo forte

dor de cabeça que só se aliviava quando se descalçava e abraçava uma árvore.

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Depois que todos se instalaram, fomos chamados à reunião de apresentação

geral. Foi uma festa amistosa e fraternal, durante a qual o grupo do país anfitrião

nos deu as boas vindas.

Assim transcorreu o primeiro dia. No segundo começamos a trabalhar com as

meditações e as cadeias de irradiação. Já era terça-feira quando fizemos

atividades cada vez mais fortes que começavam com práticas de Tai Chi,

ginástica psicofísica, meditação solar e depois nos reuníamos debaixo de um

toldo onde trocávamos ideias, conversávamos e fazíamos mais meditações,

protegidos dos intensos raios solares. À noite, fazíamos cadeias de irradiação

para o planeta, mais meditação e nelas procurava-se a recepção de mensagens.

Todos nós esperávamos estabelecer um maior contato coletivo com os Irmãos

Mais Velhos Extraterrestres, mas o contínuo desfile dos retardatários, mais do

que o previsto, que por diversas razões (a maioria por causa de trabalho) foram

chegando a qualquer hora ao longo da semana, afetou a sintonia e vibração que

íamos alcançando, produzindo uma sensação de retrocesso e queda de energia

significativa que era sentida no ambiente. Apesar disso, procuramos manter a

harmonia e o trabalho pedido pelos Guias, fazendo cadeias de irradiação ao país

anfitrião e igualmente a todas as nações em conflito neste momento para aliviar

a carga de negatividade mundial. Também nos esforçamos para manter as

meditações contínuas que facilitaram a recepção de novas mensagens,

corroboradas pela presença de naves sobre o lugar. Cada trabalho foi dirigido

pelos representantes dos diversos grupos presentes, permutando assim

modalidades e estilos diferentes, mas complementares, o que tornava os

exercícios variados e interessantes.

Era maravilhoso ver tanta gente de diferentes países e cidades convivendo

em harmonia com o mesmo objetivo de semear paz e esperança em nosso

planeta.

No fim de cada dia, os entardeceres eram de uma beleza e um colorido

indescritível, permitindo os avistamentos das naves que apareciam lançando

clarões de luz, como se fossem flashes de câmara fotográfica, concentrando-se

os resplendores sobre uma colina próxima de forma ligeiramente cônica, do lado

direito e do outro lado do lago. Isto confirmava a intuição geral que tivemos desde

o início, de que naquele lugar se dariam experiências importantes.

Na quinta-feira chegaram mais pessoas. Apesar disso, naquele dia fizemos o

máximo esforço para alcançar níveis máximos de sensibilidade, com

empenhadas e longas meditações que permitiram receber mensagens que

falavam de experiências de Cristais de Césio e de Xendra para sexta e sábado.

Durante a meditação muitos visualizaram um ser de luz, ou como definiram

alguns, um Mestre de túnica branca.

Assim chegamos à sexta-feira, percebendo-se no ambiente uma

compreensível ansiedade. Desde muito cedo havia gente fora de suas barracas,

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andando a esmo, sem poder ocultar seu nervosismo e alegria. Muitos se

aproximavam de mim para consultar-me sobre os detalhes do que se poderia

viver naquela noite, para não desperdiçar a oportunidade ou não cometer erros.

Procurei tranquilizar todos, sem poder ocultar meu próprio entusiasmo. O

sentimento era generalizado: algo muito importante ia acontecer.

Depois dos exercícios psicofísicos matinais, lembramo-nos da necessidade

de fazer um jejum geral, que nos daria a fortaleza interior e sensibilidade para

preparar-nos para as experiências. Além disso, na hora das conversas

formaram-se grupos que deram explicações do que significava a recepção dos

cristais, sua conservação e uso, assim como o compromisso que supõe uma

iniciação de tal importância que consiste em receber uma ativação interior para

dar mais e melhor.

Estávamos no quinto dia no vale e a atmosfera criada depois de cinco dias de

jornada era muito especial. Para aqueles que recebessem as iniciações, seriam

um marco em suas vidas, pois despertariam a capacidade de canalizar energias

extraordinárias de transmutação, que estão chegando na atualidade,

procedentes do centro de nossa galáxia, para ajudar a si mesmo e aos outros,

beneficiando o planeta. E para aqueles que os apoiavam seria uma nova

oportunidade de serviço e fortalecimento de nossos compromissos.

Naquela noite do dia 20 o céu estava escuro e estrelado. A temperatura do

ambiente felizmente não estava tão fria, por isso não era tão difícil concentrar-

se. Enquanto no acampamento o pessoal se preparava para iniciar a caminhada

até a colina, cruzando para o outro lado do lago, todos nós apreciávamos o

avistamento de um objeto luminoso com a forma de uma lentilha, que passou na

altura que costumam voar os aviões, mas descrevendo arcos, acendendo e

apagando, dirigindo-se exatamente para o lugar onde nos reuniríamos.

Um grupo reduzido ficou no acampamento cuidando das crianças, enquanto

os outros partiram pelo caminho poeirento, bem abrigados e levando lanternas

na mão. Foi uma bela caminhada em silêncio, em fila indiana pela beira do lago,

passando ao lado da fenda. Em seguida ladeamos um riozinho, até encontrar o

lugar de bifurcação. Subimos uma escarpada colina e a rodeamos, até ficarmos

de frente para o acampamento, mas do outro lado do pequeno lago. A noite

estava sem lua e pedimos a todos que se mantivessem perto uns dos outros.

Quando chegamos ao alto da colina, pedimos às mais de cem pessoas ali

reunidas sua atenção para formar dois círculos. No círculo interior ficavam os

que não haviam recebido os cristais e no círculo exterior os que já os tinham

recebido e iam apoiar e ser testemunhas da recepção. Neste momento

começaram a acontecer manifestações de energia muito contundentes, como

flashes luminosos de cores diferentes que caíam sobre a colina e sobre todos os

que estavam reunidos. Eram clarões laranja, vermelhos, azulados e brancos. A

vibração que se percebia no lugar criou um ambiente estranho, com a sensação

de que o tempo havia parado. Todos estavam com os olhos postos no centro da

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reunião, onde visualizamos claramente a projeção de uns seres altos e

luminosos. Então, atrevi-me a dizer:

- Bom, eles já estão aqui!

Assim pedimos que todos cantassem o mantra OM de maneira ininterrupta,

os que estavam no círculo interior giraram sobre si mesmos e olharam para os

que estavam no círculo exterior. Cada um se colocou com os braços flexionados

e as palmas das mãos para frente e para cima. A essa altura, os clarões se

multiplicaram com grande intensidade e apareceram lá no alto, sobre o lago e na

direção norte-sul, duas esferas brilhantes que lançavam sobre o lugar um cone

de luz azul, iniciando-se a recepção dos cristais. Depois as pessoas do

acampamento nos disseram que, neste momento, viram algo como se fosse

neve descendo sobre o grupo concentrado na colina.

A recepção dos cristais foi muito intensa e também muito próxima a projeção

dos Guias. Nas mãos de quem estava recebendo os cristais viam-se claramente

pequenos resplendores, seguidos por uma intensa fosforescência nas palmas,

que logo ia dando lugar à formação de algo como uma bola branca de sorvete,

que se transformava em seguida em uma pirâmide cristalina, de uma cor entre

branca e dourado, ou às vezes azul. Isto acontecia em ambas as mãos, mas de

uma forma tão clara em algumas pessoas que, na visão daqueles que estavam

fora do círculo, podia-se ver num simples olhar. Mas nem todos receberam os

cristais.

Ângela Borri da Argentina que tinha os olhos fechados, sentiu a presença de

Elvis, um alto, magro e experiente instrutor de nossos grupos de Porto Rico,

perguntar-lhe:

- O que está sentindo nas mãos?

Ela abriu os olhos e viu suas mãos fosforescentes, de uma cor azulada. Então,

nosso amigo caribenho, que atuava como testemunha e coordenador, cruzou-

lhe as mãos no peito. Ela sentiu uma vibração dentro de seu corpo que subia

dos pés à cabeça, fazendo-a tremer. E essa vibração se fazia cada vez mais

intensa, mas ela mesma se surpreendia por ver que o corpo não se sacudia por

fora, mas por dentro.

No círculo interior havia uma espécie de tensa espera, porque para alguns a

recepção se fazia muito lentamente. Repentinamente Oscar Borri, marido de

Ângela, começou a ter visualizações. Via diante de si, no ar, algo como um túnel

de acrílico transparente e o que percebia era tão claro que ele não sabia se seus

olhos estavam fechados ou abertos. Parecia que das paredes desse acrílico

refletia-se uma luz que dava a sensação de ser tubular. No fundo do túnel um

rosto olhava-o com aparência severa, com grandes olhos quase inexpressivos e

cabeça afunilada. Ele só via o rosto e o peito deste personagem. Isto durou uns

instantes. Em seguida passou a observar uma semi-esfera composta de luzes

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multicoloridas, em cuja borda havia uma potente luz branca que vinha em sua

direção, procedente de um lugar próximo onde havia algumas árvores. Esta

experiência o fez observar o círculo exterior, e ali, Oscar observou a presença

de uma pessoa alta e delgada, fora do segundo círculo, diferente do resto, que

tinha os braços cruzados no peito, sem expressão definida e vestido,

aparentemente, com um traje cinza metálico, mas sem brilho e com botas altas.

Esta pessoa permaneceu ali durante toda a experiência, sem que ninguém

notasse sua presença.

Aproximei-me de Oscar e perguntei-lhe se sentia algo nas mãos. Ele ainda

não estava certo do que estava percebendo. Talvez estivesse confuso por ter

chegado com uma grande expectativa que o levava a manter uma espécie de

tensão. Mas sentia uma grande energia que lhe chegava pelo chacra coronal e

muito peso nas mãos. Então, pedi aos companheiros que lhe dessem uns

minutos mais. O peso passou a ser insustentável e neste momento Oscar sentiu

que ia desmaiar. Neste instante começou a ver que, da cabeça para baixo, seu

corpo ia se partindo em bolinhas de meio centímetro, em pequenas e bem

definidas partes brancas até chegar aos pés. Neste momento perdeu a

consciência e teve um espetacular desmaio, caindo de bruços no chão.

Ângela havia terminado de receber os cristais quando se deu conta de que

Oscar estava abaixando as mãos e os braços, caindo desmaiado de um jeito

fantástico. Neste momento gritou pedindo ajuda para seu marido, porque tinha

medo de que ele tivesse sido vítima de um infarto, apesar dele ser esportista.

Imediatamente os coordenadores o cercaram para socorrê-lo, acomodando-o da

melhor maneira possível para que pudesse respirar, fazendo a irradiação com a

imposição das mãos. Ângela depois recordaria que, quando seu marido

desmaiou e os outros se moveram, viu atrás de Oscar Jaar, do Chile, uma

silhueta luminosa que ela não pôde ver nitidamente, uma pessoa indefinida, não

muito alta, que se mantinha estática na mesma posição dos que tinham

terminado a recepção, com as mãos cruzadas no peito. O que ela via claramente

era que vestia uma roupa cinza grudada no corpo e botas mais escuras do que

a roupa.

No primeiro instante do desmaio, Oscar Borri viu-se num túnel com uma luz

no fundo e a sombra de alguns objetos que ali havia. Em seguida, perdeu

totalmente os sentidos e despertou em sua própria cama em Buenos Aires,

sentindo uma incrível sensação de prazer. Então, se deu conta de que não podia

estar ali e, tomando consciência, pensou que estava na barraca do

acampamento despertando de um profundo sono, mas viu que também isso não

poderia ser possível. Tomando consciência plena do momento e do lugar,

lembrou-se do desmaio e percebeu a quantidade de pessoas ao seu redor que,

ali na montanha, estavam ajudando-o com irradiação de energia.

Uma vez que nosso querido amigo argentino se sentiu de novo no chão,

Ângela e todos os outros verificaram que ele estava bem, fizemos um novo

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círculo para agradecer por tudo o que havia acontecido. Convidei todos para que

fizéssemos uma cadeia de irradiação para nossos lares e famílias. Aí ocorreu

um fenômeno estranho: na casa dos Borri, em Buenos Aires, a muitos

quilômetros de distância e na mesma hora, sua filha Vivi notou que a máquina

de lavar roupas ligou sozinha e começou a funcionar. Ela ficou muito surpresa.

Na volta de seus pais puderam compartilhar ambas as experiências.

Oscar, que ainda se encontrava dentro do círculo, sabia que já haviam

acabado suas experiências por este dia e se mostrou disposto a voltar ao

acampamento com a maioria dos presentes. Ele havia sido um dos poucos

presentes que, antes da recepção, desde o momento em que nos aproximamos

da colina foi se tornando luminoso.

Houve muitos que receberam os cristais e outros não, mas todos ficaram muito

motivados pela quantidade de fenômenos que envolveu o lugar.

No acampamento, procurando conciliar o sono, na mente de Oscar vinha uma

infinidade de imagens que se amontoavam, sem poder defini-las, acelerando-lhe

o coração. Isto se repetiu várias vezes, até que foi passando e ele pode dormir.

Houve o caso de uma família chilena que tinha um filho de dez anos. Os pais

foram incluídos na roda daqueles que iam receber os Cristais, enquanto o

pequeno, que tinha ficado de fora, se mantinha atento ao desenvolver dos

acontecimentos. Alguns que supervisionavam a recepção quiseram incluir o

garoto no círculo central e, ao pedirem-lhe que tirasse as luvas, produziu-se o

estalo de estática e ele viu como tinha suas mãos extremamente luminosas.

Todos ficaram surpresos e o menino começou a chorar de felicidade.

Na manhã seguinte todos pensavam que Oscar iria aparecer com o rosto

inchado, inflamado pelo golpe violento, porque a lanterna guardada no bolso de

sua jaqueta tinha-se feito em pedaços. E quando saiu da barraca não podíamos

crer que ele estivesse sem ferimento algum. Estava impecável, a roupa não tinha

nenhuma marca de pó, o que seria a consequência lógica de ter caído

violentamente no solo pedregoso e poeirento. Realmente ninguém podia

explicar.

Sábado, o sexto dia do acampamento e do encontro mundial. O acampamento

estava cheio de alegria pelas vivências que haviam acontecido na noite anterior,

mas não ficamos parados. Continuamos nossa dinâmica de preparação, sem

esmorecer em nenhum momento. Depois dos trabalhos de meditação, correntes

de irradiações ao planeta, fizemos de tarde um exercício de projeção mental à

Quarta Dimensão.

De noite saímos novamente em direção a uma colina. O que íamos fazer

agora era a experiência do Xendra, mas como alguns não tinham podido integrar

os Cristais no dia anterior, levamos agora aqueles que ficaram do outro lado do

lago e aguardamos. A vantagem é que já não havia a expectativa desmedida do

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dia anterior e, com muita tranquilidade e com menos gente formou-se um novo

círculo e as pessoas se concentraram. Neste momento, Oscar Borri, novamente

presente, longe das percepções usuais de peso e calor, sentiu como se algo ou

alguém tocava-lhe o centro das palmas das mãos. Percebi que algo estava

acontecendo com ele e aproximei-me para perguntar o que sentia. Ele me

mostrou suas mãos e ao ver a presenças dos cristais em suas palmas, ajudei-o

a integrá-los, juntando suas palmas no peito. Oscar percebeu a energia radiante

ali onde tinha colocado suas mãos. Pensava que com isso terminava a recepção

e ficou surpreso quando, com os olhos abertos, vislumbrou no lugar, a uns trinta

ou quarenta metros de distância e suspensa no ar, a presença de uma imagem

circular cheia de luzes coloridas, em cujo interior percebeu uma pessoa com uma

túnica marrom. Não soube por que, mas a sensação era muito clara e o impacto

emocional também: ali, diante dele estava o próprio Jesus, o Mestre da Galileia,

que parecia supervisionar o momento e a experiência. A observação durou

quase que um minuto e meio. Depois a imagem desapareceu rapidamente, ou

então, a excessiva emoção causada, o fez perder a concentração. Mas Oscar

não contou esta parte da experiência senão muito tempo depois do encontro.

Os que haviam recebido os cristais foram convidados a sair do círculo. Já fora

dele, Oscar viu que entre as árvores avançava lentamente uma esfera de luz

branca, medindo uns trinta centímetros de diâmetro. Ficou observando-a mover-

se, até que se deteve e, a uma distância de uns setenta metros, viu que, da bola

de luz saiu como se fosse um cordel de luz violeta que avançava de uma forma

ligeiramente ondulada. Quando chegou a estar a uns dez centímetros de seu

peito, o raio se abriu em três e o atravessou, trazendo a ele uma infinita paz e

harmonia. A sensação foi muito agradável e ele mesmo se surpreendeu por não

ter-se descontrolado diante de semelhante experiência. Oscar ficou muito

impactado com esta última vivência, sobretudo porque, ao regressar ao

acampamento com sua esposa Ângela, viram como que uma nuvem muito

luminosa que, com raios e relâmpagos, deslizava inexplicavelmente contra o

vento, passando sobre o acampamento.

Na madrugada umas poucas pessoas iam voltar à colina para viver a

experiência do Xendra, ou Porta Dimensional. Os Irmãos Mais Velhos, segundo

as comunicações, reservaram-na para um reduzido grupo de quatro pessoas

que a atravessariam. A seleção de um número tão reduzido era muito difícil, já

que o número dos presentes à saída havia ultrapassado uma centena. Existia

sempre o perigo de que nossos egos fossem afetados pelo protagonismo, ou a

seleção fosse influenciada pelas simpatias pessoais. Isto me levou a escolher os

possíveis candidatos entre as pessoas mais comprometidas, que dirigem os

grupos, e assim restaram quatorze pessoas as quais eu acompanharia até o

lugar das experiências, deixando para os Guias terminar de selecionar entre

eles, aqueles quatro que consideravam definitivamente preparados. Com Jaime

Villamandos, advogado brilhante e honesto e também um grande amigo de

muitos anos no Chile, percorremos primeiro toda a zona, procurando detectar a

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presença marcante do domo luminoso. Mas, estranhamente não conseguimos

localizá-lo, ainda que se pudesse perceber muita energia saturando o lugar, com

uma suave névoa à meia altura, iluminada pela luz da Lua. Voltando ao

acampamento, esperamos a hora do contato, que deveria acontecer na

madrugada do sábado para o domingo.

Parecia-me estranho que não estivesse evidente no lugar a presença do

Xendra, mas para dizer a verdade, sabia, desde o início, que no encontro havia

faltado disciplina suficiente nas pessoas que ficavam entrando e saindo do lugar,

apesar das restrições da organização. Isso estava se refletindo naquela noite na

dispersão das energias, mas tínhamos que fazer um esforço maior para criar as

condições que permitissem materializar o que estava estipulado.

Chegada a hora, passamos o comando aos participantes e uma vez mais, em

fila indiana, avançamos pela estrada de terra cheia de cardos, seguindo a fenda

até o riacho, novamente o cruzamos e depois subimos em direção à colina.

Foi um longo passeio, todo grupo selecionado percorrendo junto aquela zona

na busca infrutífera do umbral. Por fim, voltamos à colina onde horas antes os

cristais haviam sido recebidos. Ali pedimos a todos que se dispersassem para

que cada um meditasse por sua conta, esperando que se dessem as

manifestações da experiência e que os próprios Guias concretizassem o trabalho

de selecionar as quatro pessoas que teriam que vivê-la, guiando-as para ela.

Eu me considerava à margem desta possível experiência, porque já a havia

vivido só ou acompanhado. Portanto, pensei que era um bom momento para dar

a oportunidade aos outros.

Encontrava-me já há um bom tempo em frente ao lago em plena meditação

quando senti uma inexplicável necessidade de levantar-me do chão para dirigir-

me a umas árvores próximas. Ao chegar a elas senti muito calor e estática e

também um estranho brilho. Não querendo me confundir, fechei os olhos e

avancei com os braços e mãos estendidos para frente, procurando definir o que

sentia. Apesar de ter os olhos fechados, era como se tivesse um foco diante de

mim, iluminando-me. De repente fui envolvido por uma extraordinária luz e

energia, como um rodamoinho e, no meio dela vi surgir um rosto ovalado e

escuro de um ser que não tinha cabelos. Era esguio, calvo e muito alto,

provavelmente de um metro e noventa de altura. Seus olhos pareciam uma fenda

em sua pele escura acobreada, sua boca e seu nariz eram pequenos e sua

roupa, grudada no corpo, era de uma cor branca metálica. Pude observar, apesar

de tudo, que calçava botas. De imediato reconheci-o como Mardorx, de Xílox,

que já havia conhecido há muitos anos. Ele me fez sinal com as mãos de longos

dedos para que o acompanhasse. Segui-o através da profunda luz que queimava

meu corpo e, em seguida, apareci em meio a construções em forma de domo

numa paisagem irreal, embaixo de um céu diferente do de Quintero.

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Estava novamente em Morlen! Ganímedes, a maior lua de Júpiter! E, uns

instantes atrás, eu estava no Chile!

Seguindo este ser, encaminhamo-nos diretamente a uma destas estruturas

em forma de cúpula e ingressamos imediatamente no seu interior. Dentro,

percebia-se um lugar espaçoso e luminoso. As paredes curvas e arredondadas

eram de uma cor branca esfumaçada, similar ao cristal enegrecido e davam ao

interior uma relaxante tonalidade azulada. Eram dois cômodos, mas um ao redor

do outro e no centro do domo havia outro menor, semelhante a um ovo, que

imaginei que fosse o quarto. Só a parte superior do domo era translúcida. Não

se percebiam muitos móveis e os que havia eram mais apropriados a uma sala

ou a um escritório de aspecto muito moderno. Havia também estantes embutidas

nas paredes, destacando-se alguns estranhos objetos. Enquanto satisfazia

minha curiosidade observando o que ali havia, fui convidado a acomodar-me em

uma espécie de grande sofá, enquanto Mardorx permanecia parado diante de

mim, disposto a explicar-me o motivo de minha presença neste lugar. De

repente, este ser levantou a mão e, rompendo o silêncio, comunicou-me

mentalmente:

- Chegou o tempo para que, em alguns a preparação chegue no ápice e

comece a ação comprometida e definitiva.

- Desculpe-me, mas pensei que esta experiência não competia a mim e estava

preparando outros para vivenciar o que estava previsto – permiti-me comentar

sinceramente.

- Cada um tem seu tempo para amadurecer na Missão de Contato e ninguém

deve facilitar-lhes as coisas nem pular etapas. Que cada um assuma suas

responsabilidades e crie seus próprios méritos. No momento sua

responsabilidade é estar aqui, e o propósito de sua presença é o de ser os olhos

e ouvidos do grupo de contato, para que em seguida possa continuar a ser uma

voz inspiradora que chegue com convicção e esperança à humanidade... mas

são os passos de cada um que os trazem aqui.

- Pois aqui estou, mas ainda não sei no que consiste este convite.

Alguns dos conceitos expressos por este ser eram muito similares aos que

havia escutado em mensagens anteriores, o que evidenciava que havia um

critério comum desenvolvido entre os Guias.

- Faz dois milênios - comentou Mardorx – um Grande Mestre deixou seu

planeta depois de ter aberto um Portal que asseguraria à humanidade a

oportunidade única de cumprir sua parte no Plano Cósmico.

- E por que se foi? – perguntei, querendo aproveitar a oportunidade.

- Foi para garantir este Portal, mediante a conexão com o Tempo Real do

Universo. Indo para a quarta dimensão com o nível de consciência da sétima

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dimensão que havia alcançado em sua perfeição no amor, estabeleceu uma

ponte do mundo material com o universo espiritual. Ainda que não esteja

fisicamente com vocês na Terra, está no mental e espiritual como uma

companhia permanente e sem tempo.

- Quando se foi, enlaçou os universos e as dimensões de tal maneira que o

“Espírito Crístico” (a consciência desperta da missão pessoal e coletiva) vem

sendo derramado sobre todos aqueles que se abrem para recebê-lo. Podem

chamá-lo, se assim desejarem, de “iluminação” ou “Espírito Santo”, que é o que

lhes permitirá manterem-se atuantes. Mas agora é a grande oportunidade para

que não só vocês, mas toda a humanidade atue e mude, ajudando outros

mundos e civilizações também a mudar. Nos últimos anos de seu tempo, vocês

vêm cumprindo não muito conscientemente os objetivos do contato. Por isso é

chegado o momento de que se deem conta do “porquê” e do “para que” desse

contato: serem sóis na Terra! Vocês são chamados a serem pontos de referência

para os demais.

Mardorx dirigiu seus olhos e seu corpo para as estantes do lado direito de

onde me encontrava. Ali se via uma pequena caixa de madeira arredondada na

parte superior com um relógio tipicamente terrestre em seu interior e com um

pequeno pêndulo. Era igual a um relógio do século XIX. E embaixo, ao lado da

perna esquerda do extraterrestre, no chão, havia algo como uma obra de arte de

metal, pelo menos foi o que me pareceu, talvez de um metro e meio de altura e

uns setenta centímetros de largura na parte superior. Parecia um cone invertido,

cheio de muitos outros conezinhos espiralados, soldados à estrutura principal e

abrindo-se para cima.

Concentrei, então, meu olhar nos dedos das mãos do Guia, que tinham uma

falange a mais que a nossa, que retomou a conversa e disse:

- Não te incomoda que estejamos esperando? Estamos aguardando a

autorização para ir à Cúpula Central da Cidade Cristal. Ali vai ser nossa reunião.

- Não tem nenhum problema. Está bem!

Não sabia com quem, nem para que seria a reunião, mas já que estava ali, só

me restava aguardar e ficar atento aos detalhes. Mas, de repente me passou

pela cabeça que a reunião seria com os outros três companheiros que haviam

sido convidados como eu para o Xendra.

- É fascinante... Vocês estão vivendo em um tempo sem tempo! – comentou

este ser.

Enquanto dizia isto, abriu o vidro do relógio e começou a girar suavemente

com seus longos dedos os ponteiros para diante e para trás e continuou:

- Que diferença do nosso, que é rígido e sem variações significativas, preso

em nosso próprio projeto!

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Deixou então o relógio de madeira e mostrou a obra de arte que tinha a seus

pés e que era uma espécie de relógio cósmico.

- Desculpe-me, mas não entendi. O que quer dizer com isto? Será por caso

que já acabou nosso tempo, ou que o tempo não existe para nós? Pode me

explicar melhor?

Ainda estava perguntando quando senti imediatamente a resposta... Entendia,

mas não podia definir

- Estando em um tempo alternativo, muitas coisas podem variar e, de onde

vocês se encontram podem afetar outras realidades, como a nossa, por exemplo.

Isso despertou grandes temores e fez com que entidades muito elevadas e até

civilizações inteiras se opusessem a que seguisse adiante este projeto que

envolve a Terra e a humanidade. Mas isso já começa a mudar e já estamos

sentindo coisas significativamente úteis e inovadoras para nós. Vocês estão nos

fazendo sentir coisas que só conhecíamos como conceito.

Estávamos ali quando de repente entrou no cômodo uma pequena esfera

metálica branca, de uns 30 cm de diâmetro. Colocou-se diante de Mardorx como

se estivesse transmitindo-lhe algo de muita importância, porque ele manteve o

olhar fixo no objeto. Em seguida este ser voltou seu inexpressivo rosto para mim

e me disse que já havíamos recebido autorização para ir aonde devíamos.

Juntei-me a ele e acompanhei-o até a saída do domo enquanto a esfera ia diante

de nós.

- Qual sua opinião sobre a canepla (olho eletrônico) que nos acompanha? –

perguntou-me.

- Parece-me seu secretário. Deve ser um bom colaborador, não? – respondi

superficialmente, porque procurava relaxar-me.

- Certamente que sim! As caneplas são muito práticas e úteis – respondeu

sem maiores comentários, no instante em que saíamos para o exterior.

Não podia imaginar o que me aguardava em seguida. Todavia, havia em mim

uma espécie de expectativa crescente e incerteza, que logo se confirmariam ao

chegar ao interior da Grande Cúpula Central de Morlen, diante da presença do

“Mestre dos Mestres”. Já haviam se passado vinte e quatro anos desde que se

iniciou nossa aventura, e eu não deixava de surpreender-me com tudo aquilo

que nos cabia viver.

Saímos da casa do Guia e ficamos sob um céu colorido e estranho, onde o

planeta Júpiter ocupava grande parte do horizonte. Fui avançando, sem

suspeitar que ia viver um momento especial em minha vida. Um momento que

nunca esqueceria.

Fui caminhando com Mardorx pela cidade, sempre guiados pela esfera branca

que se mantinha a uma distância constante de nós. Íamos por um caminho largo

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e calçado com pedras, que cruzava a cidade de um extremo a outro,

aproximando-nos do pé de uns morros não muito altos, distanciando-nos do

núcleo dos edifícios que, pelo que nos haviam dito, estendem-se a grandes

profundidades pelo subsolo. Ao abaixar o olhar para ver por onde ia, pude

observar que se destacava, ali perto e diante de nós, uma impressionante cúpula

branca azulada com lampejos brilhantes. Tinha na sua parte superior o que

parecia ser o símbolo de uma estrela de seis pontas.

Este edifício era a sede transitória dos Vinte e Quatro Anciãos ou Conselho

da Confederação dos Mundos da Galáxia, lugar em que já havia estado em uma

outra ocasião, numa experiência coletiva através de passagens

interdimensionais. Recordo muito especialmente a de 1974, quando vários de

nós estivemos diante do Conselho por meio de um Xendra Gimbra.

O caminho terminava em uma rampa que subia até uma imensa e espetacular

porta que se abriu a nossa passagem. Dentro, o colorido era alucinante. Havia

uma quantidade de salas e corredores que se multiplicavam e se abriam em

todas as direções, mas o denominador comum era a pouca presença de móveis.

Seguimos nosso caminho pela direita e mais adiante tomamos o lado

esquerdo, onde encontramos uma rampa que ascendia formando uma curva

com uns pequenos degraus que se intercalavam de vez em quando. Por este

lugar subimos até um salão onde havia esculturas de metal, muitas delas

representando mundos, sistemas e toda espécie de estruturas estelares.

A esferazinha adiantou-se e foi para o fundo do aposento onde apareceu um

homem de cabelo escuro comprido, vestido de branco. De repente, este

personagem se deteve, comunicando-se com a canepla e depois com o guia,

que também se adiantou até colocar-se diante dele. Fiquei para trás e a

distância, talvez a espera de autorização para aproximar-me. Em seguida aquela

pessoa levantou seu braço e sua mão, chamando-me com voz forte e melodiosa.

-Aproxime-se, querido amigo!

Fui aproximando-me até ficar diante desta pessoa de meia idade, magro mas

forte e um pouco mais alta que eu. Tinha uma aura de sabedoria antiga e estava

vestido com uma túnica comprida e solta. Seu cabelo, como já havia percebido

à distância, era comprido, escuro e ligeiramente ondulado, com uma risca no

meio, poderosas entradas e testa ampla. Sua pele apresentava-se tostada, como

a dos árabes atuais, com bigodes e barba espessa partida no meio, arredondada

dos lados e nas pontas.

Este rosto me parecia familiar, enquanto meu corpo estremecia na sua

presença.

- Desculpe-me, Mestre! - apressei-me em dizer, sem poder ocultar a emoção

– mas o senhor é quem creio que é?

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- O que diz seu coração?

- Pois meu coração está a ponto de arrebentar! – repliquei gaguejando.

- Não está errado e, como pode ver, ainda conservo as marcas de minha

última passagem pela Terra.

Disse isto e me mostrou suas mãos. Quando as estendeu, arregaçou as

mangas de sua túnica, deixando ver as terríveis cicatrizes rosa alaranjadas,

como se fossem bolhas de queimadura e não os buracos dos pregos, colocadas

à altura do pulso.

Neste momento a única coisa que me ocorreu foi, trêmulo, aproximar minha

mão direita da sua e tocar com os dedos sua palma, que era dura e áspera, mas

muito quente. De imediato retirei minha mão porque Ele começou a falar.

- Valeu a pena! – disse, esboçando um sorriso.

Seu comentário deu um branco em mim. Fiquei num profundo silêncio e

pensativo. Não podia acreditar!... Estava diante do Mestre! Em 1987, na minha

terceira entrada física em uma nave extraterrestre, quando eu os acompanhava

pela primeira vez a Morlen (Ganímedes) cheguei a uma das cidades deste

satélite. Esta cidade era chamada de “Confraternidade”, onde viviam cerca de

doze mil pessoas de origem terrestre que foram levadas de nosso mundo, nos

últimos trezentos anos, resgatadas pelos extraterrestres de lugares como o

“Triângulo das Bermudas” ou do “Triângulo do Dragão” no Pacífico, nos quais

portas interdimensionais se abrem por um certo tempo e em determinadas

condições. São Umbrais naturais que capturam todo tipo de objetos metálicos,

junto com suas tripulações.

Ali em Morlen estavam sendo preparadas para serem devolvidas em

pequenos grupos ao nosso mundo, a partir de agosto desse mesmo ano, para

infiltrar-se em nossa sociedade, vinculando-se a postos de poder e a meios de

comunicação para ajudar dessa maneira a acelerar a transformação. Também

me disseram nesta ocasião que neste ano, de acordo com nosso calendário, o

Grande Mestre estava regressando à nossa Galáxia, especificamente a Morlen,

com a finalidade de supervisionar o processo da humanidade da Terra.

O Mestre Jesus, diante dos apóstolos, foi levado por uma nave extraterrestre

para fora da Terra e conduzido além do nosso sistema solar e de nossa galáxia.

Tudo isso me vinha à cabeça, como uma multidão de imagens e recordações

que atulhavam minha memória. Quando pude reagir, disse:

- Desculpe, não entendi. O que foi que valeu a pena? – perguntei, ainda sem

recuperar-me da forte impressão.

- Dar tudo por amor em uma existência. Porque, com esse esforço hoje o

caminho está mais claro, aberto e acessível a todos.

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- Mas foi em uma ou em várias? – perguntei com insolente curiosidade.

- A última foi a melhor, ainda que tenha sido a mais dura!

Sua resposta foi um bálsamo para mim, porque a tinha dado com um especial

sentido de humor.

Havia n’Ele uma cordialidade tão especial e maravilhosa, que sinceramente

não me sentia digno de estar ali. E até me envergonhei de tê-lo tratado com tanta

familiaridade e de tê-lo questionado.

Ele se deu conta de meu conflito de emoções e pensamentos, então, dando-

me uma ajuda espiritual me fez uma pergunta:

- O que o aflige, meu amigo?

- A seu lado sinto-me bem, parece que nada importa, Senhor. Mas no mundo

as coisas estão tão difíceis... – respondi, sem poder evitar certo desalento. Sentia

que neste momento podia desabafar com Ele.

- É uma etapa difícil, é verdade, mas à medida que haja mais pessoas

dedicadas ao serviço dos outros, haverá mais esperança e amor no mundo. Isso

é o que conta!

- Mas, até quando?

- Até o final do ciclo. Já falta pouco...

- E para quê, Mestre? Em que consistiu realmente sua missão? Durante muito

tempo escutamos muitas coisas do Senhor, mas são incompletas – repliquei,

atropelando tudo com meus pensamentos e perguntas desordenadas.

- Houve um tempo em que era necessário criar a esperança da qual lhe falei.

Havia-se chegado a uma situação crítica em que parecia inviável construir uma

ponte de luz e de união entre os tempos e os universos. Havia muitos seres que

procuravam assegurar a sobrevivência da humanidade e o cumprimento de seu

trabalho, ajudando o ser humano a descobrir as expectativas cósmicas que

pesam sobre ele, mas o trabalho do “adversário” foi muito grande, neutralizando

este processo de despertar e tomar consciência.

- Não faltaram aqueles que chegaram a duvidar de que a humanidade

conseguiria. Então, ofereci-me para tentar. Vim para unir as margens e

aproximar o que estava separado. Pedi a oportunidade para viver o amor até as

últimas consequências e dar esperança, pondo o melhor de mim a serviço do

Plano. Mas, sem o apoio do Pai não teria conseguido...

- Em verdade lhe digo: vim para recordar o que se espera de nós, aprender e

ensinar como se faz isso, ou pelo menos tentar...

- Suas palavras lembram muitos dos pensamentos que os Guias nos

transmitiram por todo este tempo. Por que é assim?

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- Eles também estão aprendendo a ser bons discípulos...

Observei neste momento que, ao fazer seu último comentário, o Mestre dirigiu

um olhar benevolente e um sorriso carinhoso a Mardorx.

- E como podemos aproximar o que estava distante? – voltei a perguntar,

retomando suas palavras.

- Lembra-se de que durante minha vida pus ênfase nas curas? Pois se trata

disso. É preciso curar a alma da humanidade pelo “amor no perdão”. Minha

missão foi ensinar que o amor é a força mais poderosa do universo, capaz de

abrir impenetráveis muros e ligar abismos insondáveis, e que é sim possível viver

para amar e morrer por amor para alcançar a vida eterna.

- Ressuscitar no amor? É isso que o Senhor propõe, Mestre? - falei quase sem

me dar conta, porque estava seguindo cada uma das palavras de seu

maravilhoso ensinamento.

- Na verdade é assim mesmo, e vai ser pedido à humanidade um grande

esforço de amor quando ela souber sua natureza e origem. Aí vai ter que ser

capaz de perdoar muito, tanto aos que permitiram que outros viessem de fora

com atitudes equivocadas, como aos perseguidores e a quem esteve a seu

serviço, sabotando o progresso. Mas, se antes não exercitaram este perdão

diário, cotidiano, prioritário e mais próximo, fracassarão na missão coletiva.

- Então, confundiram sua mensagem! Não entenderam o que disse, nem o

que fez. Não valorizaram a importância do perdão como meio transformador e,

pelo contrário, creram que o Senhor já tinha feito tudo e que bastava ter fé.

Como é necessária nesta época a reconciliação dos seres humanos consigo

mesmos e com os outros, pensava com meus botões. Mas o que eu estava

dizendo? Como podia ser que estivesse ali vivendo essa experiência e dirigindo-

me ao Mestre de uma forma tão simples e coloquial? Mas sim, estava ali e era

real!

- Já entendi. Desculpe-me, Senhor, que mude de assunto, mas por que os

Evangelhos dizem que é o “Senhor do Tempo”?

- Não aprendeu bem a lição que lhe ensinaram os irmãos do espaço ou está

tomando a lição de mim? - neste momento riu como um menino que comemora

uma inocente travessura. Com minha vida, o que se conseguiu foi aproximar o

tempo em que vive a humanidade, com o tempo em que o universo se

desenvolve, de onde chegaram aqueles que foram chamados de “anjos”. Minha

vida foi um portal que se abriu, uma ponte que se estendeu daqui para lá, e que

agora espera ser reencontrado e transpassado. Também era preciso elevar o

ser humano acima de sua condição de “projeto”, dignificando-o diante dos outros

mundos e civilizações, alcançando níveis nunca antes vistos e que permitiram

aproximar nossa existência material e mental do Universo Espiritual.

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- É complicado tudo isso que os extraterrestres nos vêm dizendo, que estamos

vivendo em um tempo alternativo que realmente não existe e que há um tempo

real do universo que ele sim é que existe. Mas, por acaso o tempo não seria só

uma criação mental, uma forma referencial? O que seria o tempo, então? –

estava maravilhado de ter a oportunidade de perguntar e ser esclarecido da

forma que estava acontecendo. É claro que estava aproveitando a situação ao

máximo.

- Certamente é complicado! – respondeu o Mestre. E vou lhe explicar como

aqui ensinamos para as crianças, para que possa unir com tudo o que lhe

disseram antes: o Tempo é a própria Criação, mas depois da última criação

houve uma criação alternativa, ou segunda criação, ou se desejar, chame-a de

recriação, afetando os processos originais. Um círculo tocando outro círculo.

- Como um número oito, ou o símbolo do Infinito? - perguntei, intrigado.

- Isto mesmo – disse o Mestre, demonstrando uma paciência infinita. Como

sabe, em mim se produziu, ao longo de minha vida, uma transmigração, quando

um dos Pais Criadores do Universo Mental, um “Hellel”, ou “Resplandecente”,

chamado Michael ou Miguel, fundiu-se comigo, separando-se na hora da

crucificação e deixando que eu morresse só, o que confirmou (selou) minha

missão.

- Confirmou quando o Senhor disse: “Pai, perdoai-os porque não sabem o que

fazem”?

- Certamente. Foi neste momento.

- Depois que eu ultrapassei o umbral da sétima dimensão, foi como se um selo

simbólico tivesse sido aberto, uma realidade que se concretizou, descortinando

os véus do conhecimento, que iluminaria as vidas daqueles buscadores da

verdade, para que cada um também tentasse achá-la. Estava na sétima

dimensão, conectado com o Universo Espiritual, mas também podia deslocar-

me à vontade até a oitava dimensão, por isso fui considerado “Filho de Deus”

por mérito próprio.

- Uma vez ressuscitado não podia permanecer materialmente aqui, pois já

pertencia a outra realidade dimensional, ainda que conservasse o corpo físico

glorificado e regenerado. Por isso, teria que estabelecer-me fora daqui, para dar

opção para que cada um fizesse sua parte e, assim, cimentar o processo de

construção da ponte.

- O processo de reconexão cósmica, que permite integrar as duas realidades

paralelas? – acrescentei impulsivamente.

- Muito bem, aprendeu a lição. E haverá, então, um novo tempo e uma nova

Terra, assim como um novo ser humano. Isto significa uma renovação total...

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- E onde esteve, então, realmente durante todo este tempo? – fiz minha

pergunta como se quisesse complementar a informação que tinha.

- Você sabe muito bem! Porque eles, (os Guias) já haviam comentado isso há

alguns anos. Mas vejo que quer uma descrição mais detalhada do assunto.

- Quando uma nave enviada pela Grande Fraternidade Branca do Universo

recolheu-me da Terra, pouco tempo depois da minha ressurreição, fui levado ao

espaço exterior. Primeiro cheguei ao Conselho dos Vinte e Quatro Anciãos da

Galáxia, depois segui meu caminho até o Centro do Universo Local e cheguei ao

Conselho dos Nove de Andrômeda, que faz parte da Grande Fraternidade

Branca do Universo que me acolheu, até que se cumprisse o tempo para a

humanidade da Terra. Depois, voltei à Via Láctea e ao interior do Sistema Solar,

encontrando-me neste lugar, como você vê, próximo de regressar à Terra.

- Agora lhe pergunto, e através de você a toda humanidade: onde estavam

durante todo este tempo?

Puxa, agora estava com um problema, porque não sabia o que responder-lhe!

Eu era um ser humano insignificante, o que poderia contar-lhe ou dizer-lhe?

- Imagino que buscando, Senhor... Buscando em toda parte – respondi,

sentindo-me encurralado e sem saída, condenado irremediavelmente a um

puxão de orelhas.

- Não busquem fora de vocês. Com os outros e aqui, está sua missão.

Novamente seu comentário enchia meu espírito como um alimento. E, sem

poder controlar minha inquietação, continuei com uma enxurrada de perguntas.

- E por que está aqui, Mestre? – ainda que tivesse uma idéia, queria ouvir sua

versão.

- A porta de conexão do Sistema Solar com o Universo no Tempo Real está

nesta zona (entre as luas de Júpiter) e não falta muito para que a humanidade

note a sua existência.

A resposta me deixou pasmado. Estava surpreso. Então, voltei a insistir:

- Quando será o dia em que se saibam e se cumpram essas coisas?

- Já está se aproximando e se cumprindo o prazo, os acontecimentos já

manifestam isso. Por isso estou cada vez mais próximo – enfatizou o Mestre.

De repente Mardox interrompeu, aproveitando que o Mestre fez um longo

silêncio e o olhou com cumplicidade, esperando que dissesse algo e não fosse

só um convidado mudo.

- Mas são vocês que estão se aproximando, a partir do momento em que se

está produzindo um processo coletivo de definição do ser humano. Porque se

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crescerem em consciência, descobrirão que têm um trabalho com vocês

mesmos e com os demais.

- Certamente – disse o Mestre, aplaudindo o Guia presente. O momento atual

está convidando-os a assumir seu lugar na festa da grande transformação. Não

se recusem a participar conscientemente, a serem felizes e a celebrar.

- Desculpe-me a pergunta, mas o que aconteceu a seus apóstolos? Na

atualidade, como parte dos delírios e desequilíbrios dos egos, tem uma

quantidade de gente na terra que se julga a encarnação de seus primeiros

seguidores.

- Você já sabe, também já lhe contaram! Mas você quer que eu mesmo lhe

confirme. Muitos dos meus apóstolos que se identificaram com esse processo

propiciaram sua própria cristificação, de acordo com o grau de consciência e de

compromisso, morrendo por amor. E por isso não voltarão a encarnar na Terra,

mas em planetas superiores, fazendo agora parte das hierarquias extraterrestres

que vêm colaborar solidariamente. Ou porventura não disse a eles: “que aonde

iria, lhes prepararia um lugar?”

- Mas, Senhor, por que tem que ser por um caminho de sofrimento? Não é

pedir às pessoas que sejam resignadas, conformistas, ou então masoquistas?

- Por que na forja se tempera o metal com golpes de martelo? Por que os

cristais de rocha se formam a partir de grandes pressões? Por que o sofrimento

e a dor de uma mãe quando está parindo? Por que se ama tanto o que é mais

difícil conseguir? Deus não deseja o sofrimento de ninguém, tampouco pode

impedir o aprendizado.

A dor e o sofrimento fazem parte de uma dinâmica universal de crescimento

em consciência. Constituem ambos parte de um mecanismo mediante o qual

interatuam as leis que dirigem a evolução no universo material. Como seus

opostos são o gozo e a plenitude, a dor e o sofrimento são chaves para o

conhecimento e o reconhecimento de muitas coisas.

O caminho é um eterno aprendizado no amor e no serviço. Ainda que

transcendam o sofrimento em vocês mesmos, sempre haverá outros que ainda

vivem nele e poderão continuar crescendo como seres humanos ao comoverem-

se e solidarizarem-se com os outros. O sofrimento inspira compaixão e essa é a

prova pela qual se cresce. Quanto mais conscientes forem, menos sofrimentos

viverão em vocês mesmos, mas não deixarão de sentir a dor alheia, porque a

solidariedade lhes permitirá continuar amando. Não se apeguem às formas para

que possam cultivar a paz interior e assim suas vidas serão um sinal de fortaleza

e coragem para o mundo e outros mais, como uma luz de esperança no final do

caminho.

- Mas não poderia ser de outra maneira? Por que ter que lutar e enfrentar,

sofrer e chorar, crescer e sentir dor?

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De uma hora para outra uma sensação de tristeza me avassalou. Por um lado

as respostas pareciam-me claras, por outro havia uma espécie de rebeldia em

mim.

- O universo foi criado perfeito, mas como uma semente. A semente é perfeita

em si mesma, mas não pode permanecer igual para sempre, tem que mudar,

ainda que isto signifique morte como semente, para transformar-se em planta,

dar frutos e gerar outras plantas.

O universo, ainda que seja perfeito, evolui, muda, inova, melhora e neste

caminhar se adapta e se corrige. O ser humano tem que ser agente de novas e

profundas transformações. Podemos e devemos aperfeiçoar o perfeito,

sugerindo e implementando novas formas e alternativas que devolvam ao

universo a capacidade de transformação e de mudança, mas é preciso fazer isso

a partir da essência e em contato com ela. A vida é uma experiência de

aprendizagem na mudança e as transformações sempre arrastam consigo algum

tipo de violência.

- E por que tudo isso? Perdoe-me, Senhor, mas penso que esta é uma

oportunidade única para interrogá-lo sobre essas coisas que todos sempre

quiseram perguntar-lhe. Foram dois mil anos e a humanidade não progrediu em

essência. Sua espiritualidade é superficial, inclinando-se sempre para o

sectarismo, fanatismo e inconsequência. Talvez até tenhamos involuído!

- Muitos reagiram bem e todos são motivo de esperança e inspiração para os

outros – disse o Mestre, olhando-me com ternura e trazendo-me paz com seu

olhar.

- Mas são poucos em relação ao coletivo. O que vai acontecer com a maioria?

– perguntei com certa angústia.

- Bom, já chegou o tempo em que ficará claro o porquê e o para quê de toda

essa longa peregrinação. Agora tem de cumprir-se o que tem de ocorrer, e para

o que vocês colaboraram. Também é o momento para que não aconteça aquilo

que alguns trataram de evitar.

O tempo que transcorreu teve sua razão de ser e porque foi difícil, isso nos

garante a qualidade e importância da missão do ser humano neste mundo.

Aqueles que como você estão em contato com outras realidades, atuam hoje

como uma espécie de profetas do novo tempo e por isso não devem deixar-se

arrastar pelo desalento, a apatia, ou o pessimismo. Pelo contrário, olhem ao seu

redor e verão um terreno fértil onde arar. Verão que nunca antes como agora há

mais sede de vida e fome de amor, e são muitos os corações, mentes e almas

dispostos a dar o melhor se si para alcançar isso. Todos eles precisam de um

guia, uma orientação, alguém que como eles se esforça por conseguir este

estado e esteja disposto a ensinar, vivendo isso em si mesmo. E é porque falta

tão pouco, que nesta etapa é preciso que haja aqueles, deste mesmo coletivo

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humano, que animem e estimulem a unirem-se as distâncias, em uma mesma

intenção, a todos aqueles que são capazes de atuar de uma forma prática e que

já vêm contribuindo com o valioso tesouro de suas meditações e orações.

Certamente foi uma longa peregrinação de milhares de anos para o ser

humano, de milhões de anos para o universo, mas de poucos segundos em

escala cósmica, para que se termine de aprender e hoje se possa ensinar. Eu fiz

assim e muitos estão fazendo também!

- Então, não estamos indo tão mal! – ao fazer esse comentário, meu estado

de ânimo novamente começava a mudar.

- Não estão indo tão mal, mas poderiam fazer melhor.

O mestre disse isto, tornando-se ligeiramente sério.

- Afinal de contas, no que é que devemos nos esforçar para que não ocorra?

Fiz esta pergunta por causa de alguns aspectos que não havia entendido do

que eu havia escutado d’Ele.

- O fim violento e cruel... A destruição indiscriminada de todo planeta.

- Mas não foram suficientemente cruéis todas as guerras, pestes e

enfermidades? Senhor, sei que no seu tempo não era melhor, até a semente que

deixou se contaminou – neste momento cruzaram pela minha mente as imagens

mais terríveis que o egoísmo humano tinha produzido. E experimentei uma dor

profunda em meu coração, o que me fez sentir muito triste.

- A semente caiu em diferentes terrenos e, ainda que seja certo que uma parte

significativa se contaminou por livre escolha ou por falta de força, há outra parte

que deu um bom resultado. E é maior do que se possa imaginar. E ainda a má

semente transformada em planta, ao ser consumida pelo fogo purificador das

transformações, recicla-se, volta a terra e a fortalece.

Como já sabem, não fui o único mensageiro, nem o único semeador, houve

muitas boas colheitas ao longo da vida humana, consequência da boa

semeadura de muitos e eficientes operários. Hoje há semente selecionada, que

está aguardando que o campo termine de ser preparado.

Quando coube a mim semear, ensinei-lhes que havia dentro de cada um,

poder e sabedoria que deviam despertar e que Deus mesmo havia-os colocado

dentro de nossas mentes e corações como um dom, para que sejamos um

reflexo consciente d’Ele. Agora devem despertá-los, utilizando-os com fé para

assegurar a transição definitiva do mundo e da humanidade para um novo

estado. Para que passem rapidamente da semeadura à colheita.

Pude ver que em seus últimos comentários, o Mestre havia recuperado a

alegria, contagiando-me com ela. Neste momento o Guia Mardorx, não querendo

interromper demasiado bruscamente a conversação, interveio de novo, dizendo:

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- Para isso foram preparados ao longo de muitas encarnações e agora mais

do que nunca têm em suas mãos a possibilidade de selar com êxito o que foi

começado.

- Até pouco tempo, conheciam só em parte! – retomou a conversação o

Mestre, de uma forma enérgica – mas já é o momento de maturidade, para que

conheçam mais profundamente o porquê das coisas. Porque nada acontece em

vão ou por acaso. O crisol onde se forjou e purificou a humanidade foi muito

forte. Por isso, quando chegarem a dominar as leis que tudo regulam, não serão

nunca mais arrastados pela indiferença nem negatividade, mas se sentirão

impelidos a uma entrega maior em um serviço mais comprometido.

Os outros serão o motivo das suas existências, como foi para mim, e a

recompensa será a paz e a verdadeira felicidade que se alcança ao saber dar

sentido à vida.

Com tudo o que havia escutado por último, meu ânimo novamente se

fortaleceu e por isso decidi perguntar de novo:

- Quando veremos os sinais definitivos da mudança positiva?

- Já estão acontecendo. Vocês mesmo são parte deste sinal. Só que estão

demasiado ansiosos e também demasiado atentos àqueles outros sinais que de

propósito são difundidos, manipulados e exagerados para confundi-los e

desanimá-los.

- Ainda que a pergunta esteja um pouco atrasada, gostaria de saber por que

estou aqui? Se não mereço nada disso, por que me foram concedidos esta

oportunidade e privilégio?

- Porque você se colocou à margem das instituições religiosas, políticas,

filosóficas, mantendo uma férrea vontade de universalismo, representando todos

e ninguém em especial, estando com todos em igualdade. E porque, ao assumir

a atitude correta no amor, por meio de você e de muitos como você, chegaremos

aos corações e às mentes de grandes maiorias que se encontram frustradas,

decepcionadas e confusas.

- O que devo fazer agora? – disse, sentindo que meu peito explodia.

- Observe e faça o que deve fazer! Compartilhe com todos a mensagem de

amor no perdão e na transformação, dando sempre ênfase e importância à

essência e não à forma.

- É hora de regressar ao Xendra – apressou-se em dizer o Guia Mardorx.

- Mestre, não demore em voltar! - disse-lhe, olhando-o nos olhos, com

palavras na garganta que me sufocavam.

- Agora não depende de mim, nem do Pai-Mãe. Depende única e

exclusivamente de vocês porque não vou voltar para julgar ninguém, mas para

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participar de uma avaliação final, que ficará a cargo da própria humanidade. Eu

mesmo lhes ensinei que não julgassem. Mas não demorem em prestar atenção

e terminar o que devem fazer. Vá em paz!

Os longos dedos das mãos de Mardorx pousaram em meu ombro, fizeram-me

girar e me conduziram para a rampa. Voltei o rosto para dar-lhe uma última

olhada naquele campeão de espiritualidade, observando que ele também ia se

afastando para o fundo da sala.

Fui conduzido para fora daquele gigantesco domo, sede atual do Conselho

Galático. Ao sair, olhava para frente. Não me animei a fazer nenhum comentário

com Mardorx, porque ainda estava meditando uma por uma as palavras do

Mestre e não queria esquecer nada. Ao sair, a atmosfera mudava e a Cidade

Cristal de Morlen parecia deslumbrante e aquele estranho firmamento....

Cruzamos a cidade, andando de um extremo ao outro, até chegarmos ao final

onde se encontrava aquela meia lua radiante de energia, o portal que me trouxe

e que agora me levaria de volta. Então, o guia despediu-se de mim, tocando uma

vez mais meus ombros com as mãos e me disse:

- Volte agora porque já é tempo de que se reúna com todo o resto. Não se

esqueça o quanto é importante que não se descuidem da responsabilidade que

têm entre as mãos, e do momento extraordinário que estão vivendo que lhes

permitirá que tudo o que façam, pensem e desejem se materialize para o bem

de todos.

- As portas da Fraternidade Branca da Terra foram abertas para que de suas

edificações possam fazer seu trabalho e cumprir seus objetivos. Esta é a razão

de suas viagens aos Retiros. Além disso, é um privilégio que lhes concede a

vida, serem capazes de tanta coisa, aproveitarem da oportunidade para crescer

e criar um futuro diferente.

- Amor e Paz, Tell-Ellam!

- Amor e Paz! – respondi, enquanto entrava no vórtice de energia que me

levaria de regresso a Quintero, no Chile.

A noite estava fria ao pé da laguna, quando me vi caminhando. A experiência

havia produzido em mim uma paz indescritível, por isso fui até a margem da

laguna e me sentei para meditar, agradecendo do fundo do meu coração tudo o

que tinha vivido. Estava ensimesmado quando Cármen, de Lima, e Elvis, de

Porto Rico, chegaram ao lugar, interrompendo meu silêncio e perguntando-me

se tinha localizado o Xendra. Disse-lhes que sim e mostrei-lhes as árvores e eles

se encaminharam rapidamente para elas. Logo regressaram muito emocionados

porque Elvis viu a energia e, ao ingressar nela, sentiu-se absorvido por um

redemoinho de luz, observando à distância algo como um planeta de cor violeta.

A sensação de medo do desconhecido foi tão forte que se arrependeu e

bruscamente saiu do Umbral. Cármen viu o que aconteceu com Elvis e por isso

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não se atreveu a tentar. Aproveitei, então, para contar-lhes algo do que me coube

viver, sem ter procurado. Eles ficaram surpresos.

Pouco depois, os convocados, que se encontravam espalhados por uma

extensa zona, foram chegando um a um. Uma vez reunidos, regressamos ao

acampamento com a intenção de fazer os comentários junto com os outros. Por

ser tão tarde e faltar poucas horas para o amanhecer, muitos foram dormir.

Aquela madrugada de 22 de março de 1998 ficaria como uma recordação

indelével em minha vida.

No domingo pela manhã, enquanto compartilhávamos a experiência vivida no

Xendra e nos preparávamos para terminar o encontro, escutamos o testemunho

de Oscar Jaar e sua esposa Guisela, do Chile, que narraram a experiência que

lhes coube viver, segundo suas próprias palavras.

- À noite, quando recebemos que devíamos ir procurar o Xendra, saímos os

quatorze em busca da Porta Dimensional que supostamente já estaria formada,

cruzando um arroio e dirigindo-nos para o morro onde no dia anterior havíamos

recebido os Cristais de Césio.

Começamos a caminhar em direção à colina, sob uma maravilhosa lua cheia

que nos iluminava a caminhada. Eu ia adiante, procurando o lugar e procurando

percebê-lo por mim mesmo, sem guiar-me por Sixto, para não deixar-me

influenciar. De repente, quando havíamos caminhado uns trezentos metros,

comecei a ver diante de mim, minha própria sombra (o estranho é que a Lua

estava em frente a nós e era impossível que minha sombra estivesse na minha

frente). Em seguida vi duas figuras humanas luminosas. Comentei com Sixto e

depois de haver caminhado um pouco mais e não encontrar nada, ele nos disse

para voltarmos.

Demos a volta e, então, comentei com ele que seria bom deter-nos para

visualizar onde estava a concentração de energia. Tudo isso enquanto olhava o

céu, procurando encontrar um sinal.

Chegamos às margens da laguna e Sixto nos pediu que nos separássemos e

voltássemos a nos encontrar em uma hora. Eram 2h20min.

Saí em direção ao Leste, sempre buscando o Xendra. E quando havia

caminhado cerca de duzentos metros, novamente encontrei as duas formas

lumínicas, de uma cor branca azulada, uma a minha esquerda e outra a minha

direita. Primeiramente, por minha formação científica, pensei que pudesse ser

um reflexo.

Então, senti que não devia continuar caminhando e deixei de ver esses dois

seres, mas vi que atrás de mim havia alguém muito alto, talvez de uns três

metros, com ombros largos e cabeça redonda. Ao me voltar para procurá-lo, não

o encontrei. Então, observei que, a uns sessenta metros de distância, em frente

de mim, alguém se aproximava e notei que era Guisela. Quando ela chegou a

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meu lado, indiquei-lhe que à minha esquerda estava vendo uma luminosidade

que se movia no solo e que eu entendi ser uma acumulação de energia. Guisela,

então, dirigiu-se para lá. Em seguida, aproximei-me uns metros, mas não tanto

quanto ela. Voltei-me para o sul e olhei o céu, que estava completamente claro

e vi, então, uma esfera de uns 35 cm de diâmetro, de cor magenta, que enviou

para minha cabeça um facho de luz cilíndrica. Pude ver através de seu centro,

mas depois não me lembro nada deste momento.

Um segundinho depois chegou Guisela e me contou que havia vivido uma

experiência importante, porque, quando se distanciou seguindo a luz no chão,

esta se deslocou para o Norte, até deter-se em um ponto sobre o qual caiu uma

luz branca que iluminou, dentro dela, a figura de um ser de uns dois metros de

altura, calvo, de pele acobreada, boca reta, ombros retos e estreitos, vestido com

um traje branco muito apertado no corpo e botas brancas. A figura e as cores

eram tão nítidas que pareciam estar fisicamente ali. Guisela parou a uns dois

metros dele e quis avançar, mas o ser a deteve, dizendo-lhe que primeiramente

se harmonizasse. Ela obedeceu e, enquanto fazia um trabalho de interiorização,

escutou uma voz autoritária que lhe disse que avançasse em direção a ele, mas

que ficasse a uns 50 cm de distância de seu corpo. Neste instante desceu um

novo facho branco de luz, mas desta vez de 1,50 metros de diâmetro e apareceu

outro ser, agora feminino e baixinho, de uns 1,40 metros de altura. Era uma

mulher loira, de olhos verdes, que tinha em sua mão direita os dedos cobertos

por uns dedais escuros com pontas verdes. Ela ficou observando Guisela de

perto, com curiosidade, enquanto passava sua mão e seus dedos

perpendicularmente ao corpo, movendo-se verticalmente em frente a ela.

Enquanto este ser feminino examinava Guisela, o guia começou a falar-lhe:

- Para conectar-se com os mestres da Fraternidade Branca é necessário estar

relaxado, mentalmente descansado, receptivo e saber guardar silêncio.

Então, em uma tela de 50X50 cm que apareceu em frente dela, projetou a

imagem de um mestre que tinha uma capa magenta como o do Papa e um gorro

estranho. A tela desapareceu e ele continuou falando:

- Quando os vinte e quatro se reunirem com o Mestre Jesus, não será por

meio de um Xendra.

Guisela sabia que se referia aos vinte e quatro que têm que receber o Livro

dos que se Vestem de Branco (história da humanidade e das civilizações que

aqui intervieram).

O guia retrocedeu um passo. Saindo do cilindro de luz e desaparecendo,

elevou-se então o cilindro, junto com o ser feminino. Guisela voltou e aproximou-

se de mim. Eram 2h 45 da madrugada quando lhe disse que esperássemos as

oito horas antes de voltar. Foi aí que apareceu diante de mim, a uns dez metros,

um anel dourado girando em seu eixo e sobre ele um triângulo azul com um

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círculo no seu interior. Comentei isso com a minha companheira e ela me disse

que via uma pirâmide azul sobre minha cabeça. Neste momento lembrei-me de

um sonho no qual aparecia Sixto. Foi há muito tempo. Ele tinha um relógio que

chamava a atenção e eu o comparava com o meu, como se, mais do que relógio,

comparasse tempos diferentes.

A energia era tão forte no ambiente que me sentei no chão e apoiei minha

cabeça entre os joelhos e ao levantar-me, não sabia onde estava. Perguntei,

então, a Guisela:

- Onde estamos?

Ela me perguntou se eu estava brincando e tornei a perguntar-lhe. Ela

respondeu que estávamos no Chile. Neste instante olhei ao meu redor e, ao girar

a cabeça, via as imagens, quadro por quadro. Perguntei, então:

- Em que parte do Chile?

- Em Quintero, ela me respondeu.

Então voltamos a nos reunir com o grupo, chegando um pouco atrasados

porque só faltávamos nós. Sixto, visivelmente emocionado, aproveitou para

perguntar-nos o que havíamos vivido. Guisela contou sua experiência e Sixto

nos contou que havia estado com o mesmo ser que se chamava Mardorx, de

Xilox.

Ao término do encontro, já em nossa casa, chamamos Vicky Beer, de Tijuana

(México) e ela nos contou muito entusiasmada, a experiência que teve na mesma

noite do Xendra e na mesma hora, só que em sua casa, segundo o fuso horário.

Ela entrou no seu escritório onde está o computador para revisar os e-mails e,

no momento em que se sentou em frente a ele, viu um resplendor violeta no

centro do quarto. Pensou que era uma mensagem de que devia apoiar os grupos

do Chile e decidiu sentar-se para meditar. Mal fechou os olhos viu descer um

facho de luz branca sobre ela e sentiu-se levada a toda velocidade a uma nave

onde se viu em um quarto completamente branco e, em frente a ela, um ser

exatamente igual ao que Guisela descreveu e que Sixto identificou como

Mardorx. Ela recorda que este ser lhe falou durante longo tempo e quando

regressou da experiência, estava completamente gelada. Havia se passado uma

hora e ela não se recordava do que lhe disseram, mas sabia que era uma

experiência real.

Quatro pessoas haviam vivido a experiência, tal como os guias haviam

sinalizado nas comunicações, só que uma delas a milhares de quilômetros de

distância, mas na mesma hora.

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CAPITULO 12

ENCONTROS IMEDIATOS NAS MONTANHAS DE CONSTANZA

“Toda experiência real de contato conta com tanta

riqueza de informação, com tal profundidade nela mesma, e

complementação com tudo o que foi recebido anteriormente,

que tudo isso evidencia sua origem superior.”

Um vento suave envolvia o acampamento nas montanhas de Constanza, no

centro da República Dominicana. Haviam se passado poucos minutos que

tínhamos terminado uma prática de meditação e o grupo tinha deixado suas

cadeiras para se dirigir às barracas de camping e se abrigar antes de escurecer.

Eram quatro e meia da tarde, e diferente do dia anterior, o clima frio havia se

tornado cada vez mais suave e agradável.

Trinta e sete pessoas estavam reunidas no acampamento ao pé de umas

colinas amareladas, cheias de bosques verdes de pinos e altos “pajonales”.

Estávamos a mais de dois mil e duzentos metros de altura em relação ao nível

do mar, com uma temperatura que oscilava entre 10 e 5 graus centígrados. Já

fazia um dia e meio que iniciáramos um Encontro Mundial de Contato, na

República Dominicana, o primeiro nessa formosa e quente ilha caribenha.

Pela manhã, a chuva e a neblina insistiam em se fazer presentes, porém a

partir das quatro da tarde - tal como assinalavam as mensagens recebidas -, o

clima começou a mudar, clareando e abrindo o céu, deixando-nos receber as

carícias de um luminoso sol que, ao entardecer, banhou o lugar com cores

pastel.

Estávamos trabalhando desde o dia anterior todas as práticas conhecidas de

respiração, relaxamento, concentração, meditação, cadeias de cura e de

irradiação e jejuando para purificação e sensibilização. Tínhamos terminado uma

dinâmica e estávamos nos organizando, quando, do acampamento, avistamos,

a uns 300 metros de onde estávamos, uma espessa névoa que avançava com

suspeitíssima velocidade, mas só rente ao solo, vindo da zona mais estreita do

vale. Ao chegar à parte mais ampla, a névoa rapidamente se elevou e se

concentrou, adquirindo a forma exata de uma meia lua, alterando sua cor,

tornando-se levemente cinza azulada, um tanto prateada. Nesse momento

interrompi meu diálogo com um dos companheiros e todos paramos, observando

esse estranho fenômeno. Havíamos ficado estáticos, ninguém ousava dizer ou

fazer nada. Então reagi e disse a todos que deveríamos nos aproximar. Como

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ninguém me seguiu, dirigi-me rapidamente até essa formação, com a intenção

de verificar a realidade e a contundência da possível experiência que estava

sendo preparada ali, para logo torná-la extensiva a todo grupo.

Fui caminhando ligeiro, apesar do barro no caminho, de tal maneira que,

quando estava me aproximando, todo esse domo luminoso se juntou sozinho e

se dirigiu para mim, envolvendo-me por inteiro numa espécie de turbilhão. Nesse

momento pude ver a presença de um homem muito alto, vestido com um traje

escuro que veio até mim, o que também foi visto pelas pessoas do

acampamento.

Embora tudo tivesse sido muito rápido, vi diante de mim e suspensa entre as

árvores, uma esfera metálica entre o dourado e o laranja, de um metro de

diâmetro, uma canepla (foo-fighter ou olho eletrônico), e sobre o bosque, do lado

direito, a presença de uma nave em forma de disco prateado e luminoso. E nesse

momento uma força invisível elevou-me um pouco do solo e fui levado

violentamente na diagonal até a nave, ingressando em seu interior

vertiginosamente. Ao que parece, o ser muito alto subiu comigo e por isso o

efeito descontrolado da luz, diferente de qualquer outra experiência anterior.

Uma vez dentro, encontrei-me em um quarto circular abobadado, ligeiramente

escuro, porém não muito grande. Por um lado, tinha a sensação de estreiteza e

por outro, de profundidade. O que eu observava era que a decoração do lugar

parecia a de um céu estrelado por constelações. De repente surgiram quatro

pessoas, todas com aparência muito humana, diante de mim. Três delas eram

muito semelhantes entre si, tanto em aparência como em vestimenta e o quarto

era bem diferente, um gigante (2,50m) de aspecto nórdico, parado no extremo

direito. Via-se que estava incomodamente encurvado. Estava vestido de escuro,

com uma espécie de peitoral prateado, com os cabelos grisalhos não muito

longos. Os outros três eram da minha altura (1,76m), tinham roupas de cor azul

coladas ao corpo, seus rostos eram triangulares de um tom suavemente

alaranjado, com os olhos muito claros e ligeiramente felinos. As orelhas não

muito grandes, mas bastante compridas, desciam sobre os ombros. Seus

cabelos eram abundantes e muito grossos.

Reconheci, então, que eles eram Sampiac, Anitac e Titinac de Vênus (lugar

onde condicionaram a vida) e o quarto, que não sei por que demorei a

reconhecer, era Antarel do planeta Apu de Centauro.

O que me lembro foi que me disseram o seguinte, e quem tomou a iniciativa

do diálogo foi o guia Sampiac, sempre em uma comunicação telepática que se

reproduzia em minha mente:

-“Isso que está vivendo é consequência do encontro do Monte Shasta (saídas

organizadas pelos grupos de contato dos Estados Unidos) e do trabalho que

estão fazendo na República Dominicana durante esses anos. Isto pode ocorrer

aqui, na Califórnia, ou em Chilca, porque agora são o mesmo. Todos os lugares

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estão sendo ativados e conectados entre si por portais dimensionais, os quais

são abertos cada vez que entram em sintonia com a vibração do planeta e criam

consciência em relação ao Real Tempo e ao Tempo Alternativo.

Vimos maturidade em alguns, e isso nos agrada, e cada vez são mais, ainda

que não todos, os que compreendem a urgência e importância do momento. Se

fossem conscientes da gravidade dos acontecimentos, não poderiam sequer de

noite conciliar o sono. ”

-“Certamente - disse Anitac, com uma voz suave, porém segura que percebia

em meu cérebro. – Está chegando o momento em que a humanidade deve

descobrir a chave que significou em seu tempo aquele continente esquecido que

vocês conhecem como Lemuria.

Há oitenta mil anos dos seus, começou a aventura Lemuriana e houve um

momento muito especial em que a raça negra, originária do planeta e

especialmente adaptada às condições de vida desse mundo, evoluiu

rapidamente e esteve nas melhores condições de restaurar e conseguir

sincronizar os tempos, porém, não faltaram entre as civilizações extraterrestres,

tidas como Semeadores quem considerasse que, como a humanidade havia

chegado a essa condição sem uma supervisão expressa da Confederação, isso

é “por sua conta”, e, por terem utilizado plantas alucinógenas como elemento

adicional para seu despertar, não se poderia permitir que concluíssem a

reconexão porque as consequências seriam imprevisíveis e poderiam ser

nefastas.”

- “Realmente, houve temor e insegurança, um sintoma maravilhoso do grau

de sucesso a que estavam chegando e que demonstra que está se cumprindo o

plano cósmico” – disse Titinac.

- “Nossas civilizações se baseiam no controle quase absoluto das situações.

Quando estas escapam do domínio da mente, baseado em nossa capacidade

de fazer previsões, nos sentimos perdidos” – comentou Sampiac.

- “O último período de Lemuria, conhecido como Mu, faz uns doze mil anos,

marca o momento em que a destruição final de Atlântida (civilização de híbridos

e mestiços com extraterrestres), termina por prejudicar o processo evolutivo

dessa outra parte do planeta, levando junto o que restava. Portanto, é chegado

o momento de lhes revelar informações que já acessaram, produto do esforço

de sua peregrinação nesta encarnação. Chegou o momento de saber e de

entender. Assim, estamos em condições de poder confiar-lhes que uma das

primeiras encarnações do mestre Jesus se deu na época de Lemuria.

Como bem sabem, uma vez que se produz a síntese das energias da

natureza, a partir da alma coletiva do planeta, há uma explosão de luz e de som

da qual surge um espírito individualizado acompanhado de uma vibração, que é

a primeira parte do seu nome cósmico, que representa sua essência

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condensada. A partir desse momento começa um processo de múltiplas

encarnações, até que em alguma delas se torne consciente do caminho

espiritual. Este momento é como um segundo nascimento que vem

acompanhado de outra vibração, que é a segunda parte do nome, conhecida

como a terminação cósmica.

A encarnação em que o real ser do Mestre Jesus tomou consciência do

caminho espiritual e iniciou seu bem sucedido caminho até a maestria, foi

durante Lemuria e ele pertencia à raça negra” – parece que foi Anitac quem

comentou isto, já que esboçou um delicado sorriso e senti sua energia.

- Os membros dos grupos de contato terão cada vez mais relevância e

destaque em sua sociedade, de tal maneira que as pessoas lhes pedirão

explicações. Isto se incrementará com a revelação de informações cada vez

mais comprometedoras. No tempo que virá, haverá uma sensação de

inquietação e de confusão na humanidade e, por isso, as pessoas irão até

aqueles que tenham clareza para orientá-las e paz para consolá-las” - disse

Titinac.

- “Este encontro é um marco! Devem contar à imprensa o que está ocorrendo

nesse encontro para que atue e funcione como um sino que pode despertar

consciências. Não se preocupem, porque saberão o que dizer e tudo mobilizará

consequências importantes.

As pessoas têm que saber que estas coisas acontecem em suas terras, em

sua ilha, não em um lugar distante, e que precisamente acontecem quando

ocorrem movimentos sísmicos e sociais muito fortes. São as transformações de

que tanto temos falado e que sinalizam o final de um ciclo.

Ao se aproximarem os tempos de mudança, a vibração ascendente trará toda

sorte de movimentos físicos e psíquicos, por isso o aumento da atividade sísmica

na Ilha e nas placas de todo o planeta. Porém, já estamos vendo isso para ajudar,

minimizando os efeitos e assim evitar terríveis catástrofes. Vocês têm que fazer

sua parte, conservando a paz e harmonia, apesar de tudo.

A sincronização será precedida de mudanças climáticas, fenômenos insólitos

e muito caos, anarquia e violência, plantadas, como bem sabem, de propósito

para justificar a eliminação em massa de povos e raças pela semeadura

coordenada de vírus - sentenciou Sampiac.

- Nunca antes como agora, as energizações em cadeia e trabalhos serão mais

do que úteis para criar um equilíbrio – apontou Titinac

- Lembrem-se de que ocorrerá o que vocês permitirem que ocorra. Sabemos

o que pode acontecer por dedução estatística, por cálculo de probabilidades, por

estudo e observação sistemática, e como consequência de todo o anterior. Além

disso estudamos em profundidade as profecias captadas e elaboradas pelos

próprios seres humanos da Terra. – disse Anitac

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- Porém, essas profecias não foram reveladas por vocês? – perguntei

bastante intrigado

- Não, realmente vêm do Profundo Amor de Deus, com o qual vocês podem

mais facilmente se conectar de que nós. – respondeu Sampiac.

- Nem sequer vocês, que são mulheres, têm maior evolução da intuição e da

sensibilidade em sua civilização? – voltei a perguntar

- Faz muito tempo que tendemos a pensar e refletir sobre todas as coisas,

chegando a ser mais mentais do que os homens. – disse Titinac, um pouco

envergonhada.

- Nos próximos meses e anos antes da Grande Transformação, terão acesso

a tudo que é mais importante do Registro Akáshico do planeta. Assim, abram

suas mentes e disponham seus corações para a grande missão. Não será nada

fácil para vocês ter a maturidade necessária para aceitar o que terão que saber.

Houve períodos da história planetária em que a Terra, tendo sido descartada do

Plano, foi usada como lugar de passagem, aproveitando-se nesse tempo os

recursos naturais dela e grupos humanos foram submetidos à servidão e

escravidão, assim como também foi explorada a energia emocional humana.

Vão ter que ser fortes e não esquecer o que se espera de vocês, porque o que

conhecerão poderá comovê-los e, em alguns casos, até enojar. – interveio Anitac

- Todavia, irão a lugares inimagináveis e viverão experiências muito belas e

fortes, ainda que nem sempre tenham necessariamente que deslocar-se

fisicamente, porque ao se aproximarem as fronteiras entre as dimensões, os

portais interdimensionais estarão na ordem do dia.

- Agora volte Tell-Elam (Sixto) e diga a todos que são vocês os que devem

alcançar e manter uma vibração superior para que tudo isso aconteça. Não será

fácil, se não mantiverem a atitude adequada e se não fortalecerem sua unidade,

e não combaterem o desalento com que as forças negativas procuram

enfraquecê-los a cada dia – disse Sampiac

Nesse momento um feixe de luz azul brotou de um cristal piramidal que estava

pendurado no teto, banhando-me com uma suave energia, abrindo-se abaixo de

meus pés uma comporta que me permitiu ver de uma grande altura o bosque à

distância. Fui envolvido por uma estranha força e me fizeram descer

rapidamente, acompanhado de outro ser muito alto, que ficou no solo a uns vinte

metros de distância de onde fui depositado.

Meu coração batia rapidamente. Havia sido muito e muito rápido. Ainda não

conseguia organizar minhas ideias e tudo o que haviam me confiado parecia ser

muito importante. Observei então que estava acompanhado por Antarel, este ser

muito alto de Apu que estava muito próximo de mim. Perguntei-lhe se ele queria

que eu me aproximasse, e ele me disse que não era necessário e que deveria

preparar os demais para que também pudessem viver suas experiências.

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Assim me despedi e dei meia volta, retornando ao acampamento com forte

taquicardia e sem poder me recuperar das fortes emoções vividas durante toda

experiência.

Sabia que estávamos próximos de grandes realizações, porém os passos

seguintes dependeriam de nossas iniciativas e preparação, de nossa convicção

e atitude, assim como do controle de nosso estados anímicos e emocionais, tão

facilmente exploradas pelas forças tenebrosas.

Dias depois me encontrava em Valência (Espanha), em companhia de dois

extraordinários seres humanos, Maribel Garcia e Carlos Berga, e ao entrar em

um povoado bastante rústico e antigo, tive uma visão que me fez recordar de

grande parte da bagagem de informação que havia recebido na experiência de

Alto Bandera. Assim, comecei a encaixar o que recebi antes, com o que por

último haviam me explicado.

Ocorre que uma vez que consideraram que o projeto Terra havia fracassado

pela propensão da humanidade programada geneticamente, à transgressão e à

indisciplina; e devido também a que posteriormente foi descoberto no interior da

nave Éden, estacionada em um ponto da África, a desatinada atuação de um

dos sete Semeadores de Vida enviados, chamado Gadreel, o planeta foi

abandonado à sua sorte, sendo o primeiro dos oito planetas selecionados que

foi descartado do Plano Cósmico.

A Terra, junto com os outros sete planetas havia sido selecionada para abrigar

uma civilização com potencial psíquico e espiritual capaz de abrir portas entre

as dimensões e, chegando o momento adequado, ser capaz de sincronizar o

tempo alternativo paradoxal em que se encontrava, com o Real Tempo do

Universo de onde vêm os Semeadores, Interventores, Guardiães, Vigilantes e

Instrutores Extraterrestres.

Nosso mundo foi escolhido porque há mais ou menos 1 bilhão e 200 milhões

de anos havia morrido, em decorrência de uma chuva de meteoros que acabou

com a vida inicial do planeta. Isso permitiu que seres de civilizações avançadas

recebessem a autorização de parte das hierarquias cósmicas, para vir aqui e a

outros sete planetas similares, ingressando através de dobras cósmicas, ou

portais interdimensionais, viajando através do tempo e espaço.

O tempo no Universo é como uma espiral ascendente. Em um determinado

momento a Terra morreu, porém, o tempo e o Universo continuaram. Foi então

que se decidiu fazer uma experiência aqui, por isso eles vieram antes que a Terra

morresse e impediram sua morte, criando assim um tempo alternativo

aparentemente irreconciliável com o tempo Real. No tempo Real a Terra não

existe, é um planeta morto ou simplesmente desaparecido.

Voltando ao relato do Éden, o Semeador Gadreel, que encorajou o consumo

de plantas alucinógenas entre nossos antepassados, foi castigado e exilado na

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própria Terra, refugiando-se no mundo Intraterreno onde semeou seres de sua

própria criação, os quais continuaram induzindo os seres humanos ao consumo

de toda espécie de plantas proibidas de consumo direto, como suposta e

enganosa via de proteção a toda espécie de ameaças e para facilitar o contato

com estes seres (elementais), conseguindo deles favores que seriam sempre

cobrados por um preço muito alto. O pagamento seria a dependência, o bloqueio

natural das faculdades e a gradual autodestruição do próprio ser humano.

Surgiu, assim, uma variedade perigosa de mal, os chamados elementais ou

espíritos da natureza, diferentes dos naturalmente existentes que são produtos

da evolução espontânea da energia e da consciência planetária. Estes seres,

sob certas condições chegam a materializar-se, situação impensada para os que

são fruto do processo natural. Porém nem todas essas entidades têm uma

tendência para o mal. Como nosso mundo é parte do Universo onde impera a

dualidade, existe a tendência para ambas as direções da polaridade em todos

os seres. Por isso também há seres benéficos refugiados no mundo intraterreno.

Pouco tempo depois do abandono e do esquecimento a que foi submetido o

planeta, chegaram naves a nosso habitat, declarando-o terra de ninguém, o que

lhes permitiria extrair uma vasta variedade de metais, entre eles o ouro. Porém

o ouro da Terra não era da qualidade e refinamento necessários para criar doze

discos em forma de espelhos metálicos, de um ouro quase translúcido que,

conectados entre si por meio de um outro décimo terceiro, ainda maior, e que

conectava a todos. Deveriam ser colocados em pontos estratégicos, para que

pudessem constituir um curso de conexão com o portal cósmico de regresso ao

Real Tempo do Universo, assim como aportar uma energia capaz de abrir portas

entre as dimensões.

Para a confecção destes discos era necessária a combinação por um

processo alquímico de vários minerais, sete precisamente. Porém não era

suficiente a mera liga dos metais, se requeria que em sua fabricação houvesse

a intervenção de vozes e sons, mentes e corações do planeta e desse tempo

alternativo.

Os Interventores do Plano Cósmico – como dissemos – focaram sua atenção

sobre oito planetas de categoria UR, de quatro galáxias escolhidas de um grupo

local, limitando a área de experimento, ingressando por dobras cósmicas em um

Tempo Alternativo, que era criado à medida que ingressavam nele. Ao entrar,

iam deixando para trás uma porta que rapidamente abria outras, convertendo-se

em várias, chegando a ser sete no cosmos e não menos de doze na Terra,

confundindo os Interventores no processo de seu retorno e arriscando a se

perderem no caso de escolherem o portal errado. Porque somente um é o correto

para voltar a seu tempo.

Cada um dos treze discos impediu por um tempo que se abrissem mais

portais, porém com a proximidade do Giro do Tempo e a ativação dos centros,

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os discos estão dando margem a aberturas maiores, até que todo o planeta seja

absorvido por um só mega portal.

Os Vinte e Quatro Anciãos da Galáxia e os Nove de Andrômeda, que são o

governo da nossa Galáxia e do conjunto do grupo local, sabiam o que significava

enviar os experimentadores a esta outra realidade e, intencionalmente,

dispuseram para que aqueles que chegassem aos planetas de intervenção não

pudessem voltar atrás, impedindo-os de voltar imediatamente sem antes

completarem suas tarefas, obrigando-os assim a ter o devido interesse de que o

projeto alcançasse êxito. Por isso os Semeadores, os Guardiões, Vigilantes e os

Instrutores, seres de nível 4,4, ou seja, com corpos de quarta dimensão, físicos,

porém ligeiramente mais luminosos do que os nossos e com uma quarta

dimensão de consciência, pagaram um preço alto pelo ingresso, com um trauma

de esquecimento parcial, que chamaríamos de desorientação.

Os Maiores e Mentores, que são seres de nível 6,6 não têm corporiedade

física e se projetam no Tempo Alternativo, porém não estão nele.

Os sete portais são como os sete selos do Apocalipse. Para localizar a porta

correta deveriam usar a humanidade ou deixar-se guiar por ela para a volta para

casa, acompanhando seu despertar. Porém, isso os interventores iam entender

muito tempo depois.

Originalmente não se usou os seres humanos da Terra para o trabalho das

minas, porém alguns grupos humanos primitivos e posteriormente os conhecidos

como Neandertais foram empregados para essas funções, ou melhor dizendo,

escravizados sem nenhum remorso.

Paralelamente a tudo isso, a humanidade em contato com os intraterrestres e

com os elementais, avançou, porém de uma maneira desordenada, conectando-

se facilmente com diferentes esferas e planos. Há uns 80 mil anos a raça negra

originária do planeta, chamada Lemuriana e a melhor adaptada ao planeta,

começou a refinar-se e a destacar-se, tornando-se rapidamente capaz de

construir mental e espiritualmente uma escada para o céu. Os Lemurianos, com

uma civilização de cultura própria, foram entendendo que possuiam o papel de

protagonismo, uma grande responsabilidade coletiva, mentalmente pelo

entendimento das coisas e espiritualmente com a percepção da existência dos

universos paralelos, planos e dimensões.

Naquele momento os humanos se conheciam a si mesmos, e se entendiam

entre eles mentalmente, como em um só idioma e também se comunicavam

usando a liguagem das aves, sons parecidos com assobios, imitando o canto

das aves. Tudo isso, somado ao final de um ciclo cósmico de quase 26.000 anos,

que criava as condições ideais para fazer a sincronização dos tempos, colocou

em alerta aqueles que dirigiam o Plano Cósmico.

A humanidade havia avançado no tempo sem tempo, a margem da

observação, supervisão, controle e guia dos interventores e tudo isso era

inaceitável. O projeto havia sido criado para que fosse um ensinamento e

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significasse um aprendizado para os extraterrestres, e não podia, ou devia, ter

êxito sem a presença, acompanhamento e observação próxima dos

interventores. Além disso, havia o risco de que só a humanidade da Terra desse

o salto, e os extraterrestres ficassem presos nesta outra realidade. Neste

sentido, nós teríamos passado, não eles! Por isso decidiu-se bloquear a

possibilidade de lograr um êxito imediato, fazendo o ser humano esquecer o

conhecimento e a recordação de suas capacidades, produzindo neles um terrível

adormecimento e retrocesso. A chave para recordar estaria no nome secreto de

cada um, também conhecido como “Nome Cósmico”, que funcionaria como uma

chave ou código pessoal e intransferível.

O passo seguinte foi retomar a Terra como parte ativa do projeto, porque dos

outros sete planetas escolhidos, três se destruiram completamente e quatro

estacionaram pelo excesso de cuidados e dependências. O único planeta em

que os experimentadores haviam perdido o controle sobre o experimento, e

existiam possibilidades reais para alcançar um bom resultado, era a Terra.

Há 25.000 anos, duas grandes civilizações foram enviadas a nosso mundo na

qualidade de Guardiões e Vigilantes. Uns procediam de Órion e os outros eram

das Plêiades. O chefe dos seres de Órion se chamava Satanel, e sua aparência

era reptiliana. Porém nem todos os seres de Orion são assim, porque é uma

constelação que contém vários planetas e civilizações, e muitos deles são de

aspecto muito humano.

Houve um momento em que Satanel considerou que, como as energias do

planeta eram tão violentas e a humanidade imprevisível, a situação era muito

insegura e perigosa porque poderia colocar em perigo a ordem estabelecida. Era

arriscado usar a humanidade ou deixá-la atuar espontaneamente. Era melhor

neutralizá-la, ou se não houvesse outra alternativa, dirigi-la.

Satanel pertencia a uma linhagem cósmica dos chamados “Serpentes”, uma

linhagem das estrelas que consideram a si mesmos com direito de governar o

processo deste planeta, ao qual também estão presos. As atitudes deste ser de

Órion e de um grupo de seus seguidores levou a Confederação dos Mundos a

uma tensão tal que desencadeou uma verdadeira guerra de planetas e

civilizações, cujos ecos ainda ressoam nesta parte do Universo.

Finalmente os dissidentes foram submetidos e enviados à Terra como

deportados. Semelhante decisão não objetivava outra coisa senão assegurar a

possibilidade de reconexão entre os tempos, por isso foi permitida. Uns a favor

e outros contra o projeto, porém tudo em uma área controlada e observada.

Originalmente foi previsto que houvesse toda uma situação de forte pressão

sobre as civilizações escolhidas para o experimento cósmico. A presença deles

exerceria esta pressão.

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Ainda que nem todos o seres de Órion participassem da dissidência, os que

se mantiveram fiés ao Plano Cósmico e à Irmandade Branca do Universo foram

substituídos por seres de Sirius, de Cão Maior, que deveriam atuar junto com o

Pleiadianos no papel de Guardiões e Vigilantes.

Os seres de Órion, seguidores de Satanel, por isso chamados de “satânicos”,

conseguiram, aqui do nosso planeta, influenciar psiquicamente os Pleiadianos,

os quais se viram afetados pela sensualidade do planeta, cometendo a grave

transgressão de ter contato sexual com os seres humanos. Os mestiços,

produtos dessa relação, são o que conhecemos como os “Atlantes”.

A intenção dos dissidentes, ao fomentar esses desacertos, era poder

reencarnar através dos híbridos atlantes, para escapar da Terra, ou apoderar-se

dela, ou, se fosse o caso, destruí-la. Só que o problema que se apresentava no

momento de reencarnar nesse mundo, é que todos enfrentam um processo de

esquecimento. Esquecemos quem somos, de onde viemos, para onde vamos e

por que estamos aqui, e isso era um incoveniente sem salvação.

O mal uso que os Atlantes fizeram do conhecimento recebido de seus pais

extraterrestres, levou-os à autodestruição, coincidindo com mudanças climáticas

cíclicas e fenômenos externos. Muito conveniente para aqueles presos em nosso

planeta! Mas a destruição não foi total como eles gostariam, mas afetou o último

período de Lemúria, chamado de “MU”, fazendo com que os murianos fossem

evacuados pelos Pleiadianos a partir da Antártida, onde sua história e seus

progressos ficaram enterrados com o avanço das geleiras, sendo remanejados

até a América Central, dando origem à civilização Olmeca.

Uma das particularidades da humanidade em comparação com os

interventores, é que somos capazes de antecipar o futuro nesse tempo

alternativo, isto é, temos potencialmente a capacidade de premonição e

precognição. Os visitantes, ao ingressar no tempo alternativo, sofrem uma

desorientação que os impede de antecipar e captar os acontecimentos futuros

desta realidade. Todas suas previsões baseiam-se em cálculos de

probabilidades, estatística, projeções especulativas e tudo que podem chegar a

descobrir através de nós. Portanto, os extraterrestres que vêm à Terra, por atuar

em um tempo diferente do seu, só conhecem o passado, que buscam manter

oculto pelas implicações dele. Se o conhecêssemos, seríamos conscientes das

nossas potencialidades, de nosso papel e missão no concerto dos mundos,

assim como conheceríamos o nosso oponente, suas debilidades e limitações.

Só que este conhecimento, sem que estejamos preparados, nos faria muito mais

mal do que bem.

Para corrigir as consequências das tragédias de Atlântida e Lemúria, e ao

mesmo tempo dar uma nova oportunidade à humanidade que já havia

demonstrado sua capacidade potencial de alcançar os objetivos iniciais

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fundamentais, foi decidido acelerar os processos, porém desta vez sob o estrito

controle e supervisão dos interventores.

E foi nesse tempo que decidiram enviar os Intrutores Planetários que, em

número de 144, visitaram diferentes partes da Terra e depositaram parte do

conhecimento, supervisionando em determinados períodos o seu

desenvolvimento.

As mulheres terrestres, pelo sua predisposição natural de canalisar e orientar

as energias planetárias como verdadeiras antenas, receberam dos seres de

Sirius um conhecimento adicional em primeira mão, que consistia em como

aplicar na prática as Leis e Princípios Universais, o que as transformou

rapidamente em sacerdotisas da deusa mãe, que não significava outra coisa que

ser representantes do espírito planetário ou dos aspectos femininos do Criador.

Por isso, no Mito de Osiris, Isis é a deusa feiticeira capaz de ressuscitar seu

marido, que representa a humanidade sacrificada no ciclo anterior. Ela,

transformada em ave (desprende-se de seu corpo e busca seu marido nos

planos sutis, como ocorre com os mediuns no espiritismo), voa ao redor do corpo

do marido assassinado, devolvendo-lhe magicamente e somente por alguns

instantes, a vida, para gerar Hórus, aquele que restaurará o equilíbrio.

As poderosas energias planetárias colocaram à prova os Vigilantes que

dividiram o planeta por seções, criando áreas de influência segundo os mundos,

como feudos, o que despertou a agressividade entre eles e entraram em franca

e violenta competição. Os extremos de tensão a que se chegou foram tantos que

foi necessária a intervenção de seres ultraterrestres para colocar tudo em

ordem. Em meio a semelhante caos, o trabalho de vigilância deixou muito a

desejar, relaxando-se e tornando o planeta um ambiente propício para o

aparecimento de visitantes inoportunos e inadequados.

Para ajudar o planeta, a humanidade e o Plano, sem falhar na tentativa, depois

dos cento e quarenta e quatro Instrutores Planetários e como uma forma de pôr

ordem nas disputas geradas, os Vigilantes promoveram a chegada e instalação

na Terra da “Grande Fraternidade Branca”, que reunia trinta e dois seres de

diferentes mundos, que se instalaram no deserto de Gobi, na Mongólia, e se

encarregaram de aliviar os instrutores iniciais, limitando a participação dos

Vigilantes no processo Planetário. Também ficaram responsáveis pelos Discos

Solares, doa Retiros Interiores e da vigilância dos Portais Interdimensionais que

se encontram abertos de maneira natural no planeta; e de quantos poderiam

chegar a abrir-se à medida que nos aproximássemos do final do ciclo cósmico.

Com o Cristo, que se manifestou sete vezes ao longo do processo planetário,

colocou-se a porta correta de reconexão com o Tempo Real. A abertura do

sétimo selo coincide, portanto, com a ascensão planetária e da humanidade à

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quarta dimensão, assim como o retorno do Cristo como manifestação do espírito

de compaixão, caridade e fraternidade, porém para sua manifestação se requer

um estado vibratório superior na humanidade, baseado no amor incondicional

por meio do perdão.

Seres como mago Merlin, que eram híbridos entre extraterrestres e humanos,

conheciam ambas as direções do tempo e por isso foram convocados a serem

os guardiões dos discos solares e das portas próximas a eles, substituindo os

extraterrestres e constituindo assim uma nova Irmandade Branca.

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EPÍLOGO: COMO CONTATAR?

“O propósito da comunicação

é estabelecer uma ponte de conexão

com outros seres, realidades e dimensões.

É abrir uma porta para outra realidade,

é abrir os olhos, os ouvidos e o coração ao universo

interior e exterior.”

Falamos ao longo de todo este livro de incríveis experiências de contato, as

mesmas que estão acontecendo repetidamente em diversas partes do mundo e,

muitas vezes, entre pessoas que não se conhecem entre si, nem têm

conhecimento das vivências dos outros, experiências que, mesmo que tenham

sido corroboradas e comprovadas por testemunhas imparciais e objetivas, como

jornalistas, cientistas e militares, não deixam de nos assombrar.

Mas, é possível que qualquer pessoa chegue a ter uma experiência deste

tipo? Já vimos que são estes seres que chegam à Terra, que selecionam aqueles

com quem desejam contatar-se, gente simples e sensível, mas isso não nega a

possibilidade de que cada um, por seu próprio esforço de sensibilização, possa

se predispor e criar as condições necessárias.

Comunicação Psicográfica e Telepatia

Sabemos por experiência própria que o contato chegou a se concretizar por

uma comunicação telepática, pelo método de psicografia ou escrita automática

em estado consciente durante uma meditação, que esta comunicação foi com

extraterrestres e que foi induzida por eles, ocorrendo nos limites de uma

ambientação especial que podemos criar.

A comunicação é o meio pelo qual se estabelece esta ponte de conexão com

o universo para abrir-nos ao conhecimento de todo um plano de ajuda à

humanidade, realizada pelas Hierarquias Superiores da Galáxia, que nos veem

como seus irmãos menores e que coordenam a supervisão e apoio ao processo

de transição e amadurecimento que enfrenta a humanidade.

Estamos na chamada Era de Aquário, caracterizada pela excessiva luz, ou

seja, se antes havia obscurantismo e ignorância, hoje pelo contrário há

demasiada informação e muito dela de duvidosa procedência (desinformação).

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Hoje em dia, facilmente se confundem as verdades com as semiverdades e até

com as mentiras.

O contato extraterrestre, que é comprovável e que leva a um conhecimento

atualizado, vem cobrir este vazio que traz insegurança em relação aos

conhecimentos difundidos e que, na maioria das vezes, não podem ser

questionados, porque nos alegam proceder da mais pura tradição iniciática ou

da mais profunda investigação científica. Assim, a negação da análise e a

subordinação aos esquemas nos colocam em uma situação de clara

manipulação.

Devemos estar abertos a todas as fontes de verdade, sem excluir nenhuma,

mas com objetividade, espírito crítico e mesmo com intuição. Só assim podemos

tomá-las como algo seguro. Mas recordemos que em nosso próprio interior está

reunida toda a informação que a humanidade teve acesso, não só em nossa

genética, mas também em nossa alma, enriquecida pelas múltiplas vivências de

encarnações passadas. Por isso, a verdade profunda não está tão longe como

se possa pensar.

Nos contatos, as canalizações podem se dar de múltiplas maneiras. Assim, a

comunicação telepática pode manifestar-se como: 1) Psicografia ou escritura

automática, quando se sente necessidade de transcrever as mensagens que se

está recebendo simultaneamente à recepção. 2) Mental, que vem de forma direta

na mente, sem que a pessoa receptora sinta necessariamente desejos de

escrever. 3) Astral, quando as mensagens chegam em sonhos.

São, pois, os visitantes do cosmos que se comunicam conosco e não nós com

eles. São eles que selecionam e induzem o contato com alguém e depois fazem

um grande esforço, baixando a uma frequência em que os possamos captar.

Nós somente necessitamos sensibilizar-nos, predispondo-nos pela

preparação integral que foi sugerida desde o primeiro momento.

Para sintonizar-se com os Guias não existem maiores segredos, mas, se bem

que qualquer pessoa possa receber o contato (se é que já não o teve como

inspiração ou em sonhos), nem todos podem manter este contato, porque ele

requer um trabalho interior e uma preparação contínua e constante.

Agora, toda verdadeira mensagem precisa cumprir certas características e

requisitos. O primeiro deles é que uma boa mensagem chegue através de uma

boa antena receptora.

Características de todo bom contatado

Se tivéssemos que descrever os requisitos que devemos levar em conta para

todos aqueles que tentem uma recepção, diríamos que estes são:

Primeiro: A pessoa que deseja a recepção de mensagens deverá ser alguém

equilibrado, sadio, tanto física como mentalmente. Uma pessoa que não está

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sadio fisicamente tem a atenção dispersa por seu corpo que está enfermo e

assim não pode concentrar-se, nem menos canalizar. Uma pessoa que não está

sã mentalmente encontra-se em um caos mental e não pode distinguir nem a

origem ou a procedência das ideias. Alguém depressivo, ou passando por uma

crise espiritual, está vibrando baixo, predispondo-se a conectar-se com

entidades baixas. Se esta for a situação, a ideia é esperar que a pessoa melhore,

que alcance seu equilíbrio interno e externo para não arriscar-se a equivocar-se

e equivocar os demais com seu desequilíbrio.

Segundo: Todo bom antena receptor tem que ser alguém disciplinado,

porque a disciplina fortalece a vontade e a vontade reduz as margens de

manipulação e de erro. A disciplina requer uma preparação integral que é física,

mental e espiritual.

A preparação física consiste em aprender a respirar, relaxar e alimentar-se

adequadamente da forma mais natural possível, incluindo jejuns terapêuticos de

limpeza orgânica, que nos hipersensibilizam e fortalecem a vontade. Também

deve-se deixar de lado toda sorte de estimulantes que danificam o sistema

nervoso e criam dependências, fazer esportes, dormir cedo e buscar mais

contato com a natureza.

A preparação mental consiste em aprender a respirar, relaxar e alimentar a

mente com boas leituras, e seleção de imagens e conteúdos audiovisuais

adequados que alimentam o subconsciente, fazer jejuns mentais, não se

dispondo a contaminações psíquicas, fazer ginásticas mentais com

visualizações, concentrações e meditações, ir dormir cedo e procurar mais

contato com a natureza.

A preparação espiritual consiste também em respirar, relaxar e alimentar o

espírito com trabalho social, com meditações e orações, procurar superar os

fanatismos e esquemas religiosos e conectar-se com os planos superiores por

meio da natureza e da interiorização.

A meditação contínua e constante, em qualquer de suas formas, contribui para

preparar-nos nos três aspectos e engloba a respiração, relaxamento e

concentração.

Terceiro: O futuro antena deverá ser alguém objetivo e analítico, sincero e

veraz. Deverá desenvolver a autocrítica mais sincera em relação a suas atitudes,

estado interior, momento atual e a qualidade de suas possíveis mensagens.

Além disso, deve estar aberto a aceitar a crítica dos outros.

Quarto: Quem deseja canalizar deve ter espírito de serviço e de sacrifício.

Recordará permanentemente que a recepção de mensagens não constitui

nenhum cargo hierárquico no interior da sociedade, nem dentro de grupos de

contato, mas um meio de ajudar a humanidade e um serviço ao Plano Maior.

Quinto: Quem se prepara para ser antena, deverá trabalhar seu ego com

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muita exigência, valendo-se da auto-observação, evitando que os chamados

mentalismos (afloramentos do subconsciente) possam contaminar suas

recepções.

Sexto: O futuro receptor deverá procurar desenvolver o discernimento para

ele mesmo saber escolher o melhor lugar e momento para captação de uma

comunicação, mesmo quando sinta a urgência dela.

Sétimo: A pessoa que procura receber as mensagens deverá assumir com

humildade a mensagem, tornando-a sua, vivendo e sendo exemplo dela mesma.

O antena deverá possuir qualidades como honestidade, justiça, integridade,

responsabilidade, espiritualidade e ser positivo.

O que levar em conta na hora de analisar as mensagens.

O que temos que considerar na hora de analisar as mensagens, sejam estas

de extraterrestres, intraterrenos, Mestres Ascencionados, ultraterrestres, anjos,

mensagens marianas, é que todas elas mantêm e possuem características

comuns, um denominador comum por ter procedência em entidades elevadas.

As características de sua veracidade e real procedência são:

Primeiro - A mensagem é sempre coerente e lógica – Sendo os Guias

extraterrestres, ou os seres de luz, entidades evoluídas, poderão explicar

sempre coisas muito complicadas de forma simples, com conceitos claros e

precisos, de forma sucinta e resumida, revelando sempre grandes verdades, por

isso as comunicações não têm por que serem muito longas, nem muito seguidas.

Segundo - A mensagem não é catastrófica, sempre é positiva e oferece

alternativas.

Estas entidades conhecem melhor do que ninguém as Leis e Princípios

Universais e sabem muito bem que se pode “Criar aquilo em que se acredita” e

que “Concretiza-se o que se decreta”, por isso sempre falam de possibilidades e

nunca são determinantes.

Terceiro - Toda verdadeira mensagem é universalista, isto é, tem caráter

grupal e não pessoal, de tal maneira que cada um que leia poderá extrair dela

um ensinamento de acordo com seu nível de compreensão. Não há a

possibilidade de mensagens pessoais e secretas, porque por ser de natureza

espiritual e transcendente, não encorajam distinções.

As mensagens reais não necessitam de ninguém que as interprete, sempre

são entendidas por si mesmas.

Quarto - As comunicações verdadeiras são atemporais. Isto quer dizer que

uma parte delas ou toda em geral, não se esgota em uma só leitura, mas a cada

vez que seja lida nos dará maiores conhecimentos, graças também a uma mais

ampla consciência de nossa parte.

Quinto – Todas as mensagens se complementam entre si e nunca se

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contradizem. Além disso, não são mera repetição de coisas que já se sabe.

Sempre fornecem coisas novas.

Sexto - As mensagens são construtivas e não destrutivas. Mantêm

permanentemente um conteúdo edificante aplicável ao desenvolvimento diário,

o que faz da comunicação uma fonte inesgotável de conselhos práticos e, às

vezes, de pautas transcendentes que englobam a vida espiritual e fundamental

do ser. Por isso é inadmissível encontrar no conteúdo das mensagens

adulações, menosprezos, ou ataques a ninguém, nem a agrupações ou outras

linhas de pensamento, pois a mensagem mantém sempre um total respeito e

amor.

Sétimo – Independente de sua procedência, toda comunicação é

corroborável. Isto é, pode ser confirmada por manifestações tangíveis e

concretas da proximidade das entidades com as quais se contata, sejam elas

Guias Extraterrestres, Intraterrestres, Mestres Ascencionados ou Anjos. As

vezes as comprovações se dão por meio de revelações que se cumprem num

curto espaço de tempo.

O que se busca por meio das confirmações é verificar que o contato existe,

que além de nós há outra fonte real e externa de emissão das mensagens e que

elas não são artimanhas de nossa mente ou de entidades baixas que poderiam

estar brincando conosco ou nos induzindo ao erro.

A comprovação das mensagens demonstra que houve contato, mas não que

a comunicação está bem recebida. Para verificar se a mensagem é de todo

verdadeira, temos que cumprir todos os requisitos mencionados anteriormente.

Por isso é tão importante a análise das mensagens.

Somos conscientes de que os Guias e todas as espécies de seres de luz,

mesmo com a melhor das boas intenções, não poderiam e nem estariam

dispostos a fomentar dependências, nem falta de segurança para nós, por isso,

sempre estão dispostos a mostrar-se e dar evidências de sua presença e da

origem das mensagens.

Resumindo

Como já dissemos, a comunicação real sempre traz contribuições novas, não

sendo estas só um resumo de mensagens anteriores, mas também a

comunicação não é alheia ao contexto da mensagem, pois não poderia

contradizer tudo que já foi dado e verificado antes. O que pode e deve conter

nas comunicações novas são informações que proporcionem uma maior

compreensão ou que possam melhorar ou aprofundar ainda mais nossa forma

de entender o que antes já nos vinham dando e que, devido à não existência de

certos conceitos anteriores ou pela presença de esquemas em nós, não

podíamos compreender como deveria ser.

Uma vez recebida a comunicação, seja em grupo ou em particular (acontecem

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circunstâncias em que a mensagem é recebida quando não há ninguém por

perto que possa apoiar sua recepção) deverá ser analisada por quem a recebeu,

corrigindo-a se for necessário, ou passar a limpo de tal maneira que sua redação

final expresse exatamente o que os Guias quiseram transmitir e sua leitura seja

fácil e inteligível.

As comunicações deverão, portanto, ser sempre compreensíveis, de fácil

leitura, sem ter que contar com a presença do receptor para que as explique, o

que facilitará sua distribuição e difusão. Se acontecer o caso de o receptor inserir

algumas frases para que a comunicação expresse o sentido original da ideia

transmitida ou para desenvolver algumas das ideias expostas, isto será

permitido. Tudo isso contribui para sua melhor compreensão.

E se tiver alguma ideia ou frase não compreendida, ou não puder ser

interpretada por quem a recebeu, poderá omiti-la de sua redação final, pois, se

tal conceito for importante de ser conhecido, os Guias o darão novamente em

outra recepção e para outro antena.

Em toda comunicação sempre está presente o mentalismo, embora a

experiência e o cuidado que se tenha reduzam as margens disto acontecer,

porém não o anulam, nem o descartam completamente. E existem também os

mentalismos inocentes e superficiais: mensagens com saudações floridas e

elaboradas, ou com despedidas com assinatura de tal ou qual entidade

importante, buscando com isto, de forma não consciente, elaborar a categoria

da mensagem.

Existem outros mentalismos nada inocentes e muito perigosos, quando as

supostas mensagens canalizadas solicitam atuações que vão contra a decência

e os valores morais, ou pedem ao antena ou ao grupo atuações que colocam em

risco a vida das pessoas. Por isso não podemos confundir a humildade com

ausência de sentido comum, lógica e amor próprio. Ninguém está obrigado a

fazer nada que vá contra seus princípios, ou que atente contra seu livre arbítrio

e contra o sentido comum. Além disso, as entidades de luz sempre sugerem,

jamais ordenam nada.

Recordemos também que a comunicação é algo importante e sério, com a

qual não devemos brincar, já que a linha divisória entre a iluminação e a loucura,

entre a realidade e a ilusão é tão sutil que é como caminhar no fio de navalha.

Temos, portanto um compromisso fundamental com nós mesmos, de sermos

verazes e não enganadores, tendo a responsabilidade espiritual de não

confundir ninguém. Por isso as comunicações não devem circular livremente

sem uma análise prévia.

Finalmente, queremos recordar que, quanto à comunicação, de nada serve

que se esteja seguro de si mesmo, se não inspira a mesma confiança nos

demais. Tampouco de nada serviria que os demais acreditassem nas

mensagens recebidas por alguém, se ele mesmo não crê nelas. E a confiança

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em si mesmo, ou dos outros nele, sustenta-se pelo exemplo de vida e pela

preparação constante que é mantida e que será garantida pelo respaldo dos

Irmãos Maiores.

A experiência dos anos nos permitirá conhecer os elementos próprios de toda

boa comunicação, experiência que dependerá sempre duma preparação e

maturidade conseguida com os erros, a humildade e a vontade de continuar.

Como o provador de um bom vinho, a experiência irá incrementando nossa

capacidade para perceber a infiltração de mentalismos, preconceitos e pré-

julgamentos que possam aparecer na comunicação, porque nem sempre são

evidentes e, assim, reduzir ao mínimo as margens de erro que toda recepção

contém. Porém, nada nos livra de prosseguir equivocando-nos.

Não devemos temer falhas ou equívocos, mas temer permanecer muito tempo

no erro...

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GLOSSÁRIO

Buracos de minhoca – Este é um termo utilizado na física quântica e

levado para a Astrofísica, utilizado para denominar uma espécie de dobra ou

atalho cósmico que existiriam no microcosmo e no macrocosmo para encurtar

distâncias no tempo e no espaço.

Aura – Campo magnético que envolve o corpo dos seres vivos e que foi

comprovado por Semyur Kirliam em 1935.

Avistamento – É a observação de um ovni. No caso de haver uma

psicografia no meio, a captação do objeto seria a confirmação de que aconteceu

a percepção de um contato pré-fixado.

Canepla – “Olho de Gato” ou “Caça-Fantasmas”. Costuma-se denominar

assim um objeto esférico que soltam as naves, uma câmera de televisão

controlada à distância, que pode chegar a medir desde 30 cm até 1,5 metros de

diâmetro e pode ter desde uma cor metálica, branca, laranja ou vermelho

intenso.

Contatado – É toda aquela pessoa que estabeleceu uma experiência real

e verificável de contato com entidades superiores, sejam extraterrestres, Mestres

Ascencionados, etc.

Cristais de Césio – São uma das iniciações mais intensas na experiência

de contato. Consiste na recepção de duas estruturas cristalinas, projetadas de

uma nave próxima, nas palmas das mãos da pessoa receptora. Estes cristais

são visíveis tanto para o receptor como para os demais presentes no lugar e são

integrados no peito ao cruzar as mãos e braços sobre o corpo. Seu propósito se

relaciona com a necessidade de estimular no receptor a sensibilidade e captação

de novas e poderosas energias.

Cristificação – Denominação do processo de tomada de consciência e

recordação da missão pessoal e coletiva de cada ser humano, para aprender e

ensinar a amar.

Quarta Dimensão – É aquela que corresponderia ao terreno das

faculdades psíquicas e à percepção extra-sensorial, na qual o tempo e o espaço

podem ser transcendidos.

Forças satânicas – Este nome é relacionado a um grupo de

extraterrestres procedentes de Órion, liderado pelo ser chamado “Satanael” que

foi deportado para a Terra há milhares de anos, por mau comportamento e que

na atualidade atua como uma força invisível que governa por meio de mentes

escravas vinculadas ao poder material.

Grays (ou Greys) – Denominação dada na atualidade a entidades

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extraterrestres procedentes de um planeta da estrela Zeta-Retículi, como seu

nome indica, que fica na constelação do Retículo, não na Ursa-Maior. Sua

aparência é a de pequenos seres antropomorfos com cabeça volumosa, braços

compridos e só quatro dedos em cada mão. Relaciona-se este tipo de

alienígenas com o fenômeno das abduções, ainda que sejam muitas as raças

denominadas grays e nem todos chegam com más intenções.

Guardiões e Vigilantes – São aquela categoria de seres enviados pela

confederação de Planetas de nossa Galáxia à Terra, para guardar nosso mundo

(quarentena) da presença de civilizações mal intencionadas.

Guia – Cada um dos seres extraterrestres de maior nível de evolução que

participa de um trabalho de direção e orientação dos contatados e dos grupos

de contato.

Fraternidade Branca – É o governo interno positivo planetário,

originalmente constituído por trinta e dois seres extraterrestres que foram

enviados à Terra, descendo no deserto de Gobi (Mongólia), na qualidade de

guardiões do conhecimento planetário. Depois de fundar Shamballa, a capital do

mundo intraterreno de Agartha, encarregaram-se de preparar pessoas de

diferentes filosofias, religiões e povos, muitos deles remanescentes de

civilizações desaparecidas, para que fossem seus sucessores, assumindo a

responsabilidade de serem depositários do conhecimento que deve ser colocado

à disposição do ser humano, quando ele der sinais de amadurecimento.

Iluminati – Governo secreto mundial a serviço das forças satânicas que

manipulam a humanidade, levando-a para a autodestruição. É um governo na

sombra, isto é, que se encontra por trás dos grandes governantes, movendo os

fios invisíveis que possam manter o caos planetário.

Jardineiros Cósmicos – é a denominação de certo grau hierárquico de

seres de nossa Galáxia, que atua como semeadores de vida nos planetas de

experimentação.

Missão Rama – É a experiência de contato que traz como mensagem a

necessidade de que o ser humano descubra a importância da comunicação

consigo mesmo, com os demais, com a vida e com o universo. Rama é contato

para estabelecer uma ponte de comunicação com civilizações mais avançadas,

das quais podemos aprender muito. Traz um ensinamento e uma filosofia de vida

que nos recorda que somos criadores, de esperança e de futuro. A Missão

começou oficialmente em 1974, a partir de uma mensagem psicográfica que foi

comprovada em poucos dias com o avistamento de uma nave extraterrestre,

anunciado previamente.

Nome Cósmico – É a chave vibratória pessoal de cada indivíduo.

Funciona como uma chave de acesso ao arquivo interior de cada um. Este nome

é o mesmo ao longo de todas as encarnações. E pode ser recebido nos sonhos,

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em meditação ou revelada pelos mestres durante as meditações.

Ovni – Sigla de Objeto Voador Não Identificado.

Paititi – É a lendária cidade perdida dos Incas, nas selvas do Madre de

Dios (Peru). É vinculada com a lenda do retorno do Inkarri (Rei Inca). No interior

desta cidade acredita-se que haja um templo que guarda um grande Disco Solar,

que funciona como conexão com portas dimensionais em diversos pontos do

planeta, relacionadas com arquivos da história planetária. Neste lugar estaria

funcionando na atualidade um retiro da Fraternidade Branca, por isso não é

qualquer pessoa que pode ingressar nela. Muito perto destas ruínas, nas

nascentes do Rio Siskibenia se encontraria também uma importantíssima base

extraterrestre chamada de Base Azul.

Plano Cósmico – Projeto ultraterrestre e extraterrestre que considerou a

necessidade de criar em oito planetas de categoria “UR” as condições para o

surgimento de uma civilização com um potencial psíquico e espiritual capaz de

transformar-se em pouco tempo em “mestres” de seus próprios mestres.

Psicografia – É a técnica de escritura automática, ou canalização de uma

mensagem telepática simultânea à sua transcrição.

Para que a recepção da mensagem seja válida, esta deve cumprir uma

série de requisitos, entre eles que seja feita conscientemente, dentro de um

grupo e com uma preparação prévia.

Tempo Real – Existiria mais de um tempo no Universo Material, sendo o

nosso um tempo alternativo criado artificialmente para desenvolver um Plano

Cósmico. Nosso planeta há milhões de anos sofreu um desastre meteórico,

extinguindo-se nele a vida, o que permitiu que civilizações extraterrestres

viajassem através de portais dimensionais ao nosso passado, impedindo que o

mundo morresse e dando-lhe uma segunda oportunidade.

Retiros Interiores – São os lugares secretos no mundo onde a Grande

Fraternidade Branca depositou arquivos de um conhecimento oculto e que deve

ser liberado e entregue à humanidade nesta época.

Sincronizador magnético – É um objeto esférico e inteligente, similar às

caneplas, porém menores, chegando a medir o tamanho de um punho ou bola

de ping-pong. São observados muitas vezes como uma luz verde, amarela ou

azul e pode chegar a atravessar a parede para entrar em uma habitação. Esta

esfera ativa os potenciais psíquicos da pessoa que entra em contato com ela.

Ultraterrestre – São os seres que habitam o Universo Mental, além da

sétima dimensão. A esta categoria correspondem os verdadeiros Anjos,

Arcanjos, Tronos, Principados, Querubins, Potestades e Dominações.

Justamente um grupo destes seres, chamados “Hellel” ou “Resplandescentes”,

ou também chamados “Filhos de Deus”, foram os pais criadores do Universo

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Material.

UR – Categoria de planeta próprio daqueles que existem em sistemas

solares de uma só estrela e que, ao entrar em convulsão, passam a estar sujeitos

a uma experimentação especial, por serem considerados laboratórios naturais.

VED – Sigla para Veículo Extraterrestre Dirigido.

Xendra – Umbral, ou Portal Dimensional, criado artificialmente pela

tecnologia e pelo poder psíquico extraterrestre, que permite às pessoas

convocadas viverem a experiência de uma teletransportação que pode ser física

a outro planeta, a uma base ou ao interior de uma nave. Geralmente tem a forma

de uma meia lua dourada brilhante ou de um domo gasoso. Dependendo do grau

de intensidade, reconhece-se a existência de três tipos de Xendra, sendo o

terceiro o mais sutil, chamado Xendra “Gimbra” que produz experiência

consciente de bilocação, desdobramento astral ou projeção mental.

Zin-Uru – Mantram ou palavra-chave ou uma chave que é capaz de abrir

portas entre as dimensões e que foi ensinada por Hermes Trimegistro ou Thot,

o Atlante.