sistema nacional de unidades de conservaÇÃo · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas...

84
1 SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 1. Histórico Internacional 2. Histórico no Brasil 3. Diplomas de interesse 4. Populações Tradicionais 5. Importância das UC´s 6. SNUC - Objetivos e Estrutura 7. Categorias do SNUC 8. Outros Espaços Protegidos 9. Regularização Fundiária 10. Regulamentação 11. Planos de Manejo

Upload: others

Post on 02-Aug-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

1

SISTEMA NACIONAL DEUNIDADES DE CONSERVAÇÃO

1. Histórico Internacional2. Histórico no Brasil3. Diplomas de interesse4. Populações Tradicionais5. Importância das UC´s6. SNUC - Objetivos e

Estrutura7. Categorias do SNUC8. Outros Espaços

Protegidos9. Regularização Fundiária10. Regulamentação11. Planos de Manejo

Page 2: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

2

1. HISTÓRICO INTERNACIONAL

• territórios para a caça e lazer de soberanos do império assírio,700 anos a.C.

• império persa, entre 550 e 350 anos a.C.

• Idade Média, nos feudos ,reis e suzeranos eram donos de todas as riquezas naturais e em certas áreas /parques naturais aqueles que entrassem sem autorização eram condenados à morte (Runte, 1979).

• No início séc. XX a nobreza contemplava a paisagem rural ( valores estéticos, recreativos e científicos -interesse pela História Natural) (Thomas, 2001).

Page 3: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

3

•Na Índia, muitas áreas protegidas estão vinculadasreligião(santuários ou florestas sagradas) nas quais lagos,florestas, montanhas são atribuídos a presença de deuses.

• 4 sec AC proibição de quaisquer usos e atividades no interior dessas florestas sagradas.

Page 4: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

4

•As mesmas limitações e intenções de usoapresentavam-se nos bosques sagrados daRússia (Allin, 1990 apud Davenport & Rao, 2002 inFerreira, Carolina Peixoto – USP. op cit).

• séc XIX / séc XX a urbanização interferiu narelação homem x natureza : devastar imensasflorestas era atividade de progresso nacional, ouseja, a utilização econômica dos recursosnaturais era justificada pelo desenvolvimento domercado

Page 5: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

5

A natureza, até então ameaçadora, passa a ser romântica dentro de um movimento de retorno explicado como resgate de valores que nos grandes centros foram destruídos (superpopulação / lixo/ poluição ambiental)

Socialmente estabelece-se um mito arcádico (bucólico) da natureza (Diegues, 1994).

Nos EUA surgem defensores da natureza (pastores, jornalistas, educadores, pesquisadores, políticos e outros) que passaram a promover campanhas de preservação de áreas naturais (Sierra Club /1892 - Wilderness Society /1935), conquistando, na esfera política, espaço para reivindicações, marcadas principalmente pela criação de parques nacionais e santuários de pássaros

Page 6: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

6

Artigos e fotos sobre natureza em revistas populares da época eram rotina.

Entre 1906 e 1910, revistas americanas promoveram uma campanha para preservar Niagara Falls – foram mais de 6500 cartas a favor das cataratas.

O uso de símbolos de fácil identificação - tais como o gêiser Old Faithful do Parque Yellowstone - tambémforam muito explorados pelo movimento (Hannigan, 1995)

Page 7: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

7

Inicio Séc XX, duas preocupações com a natureza selvagem : • científica (com estudos e preservação de espécies) • moral (cidadãos em busca de prazer - fortalecimento físico e espiritual)

Longe das “urbes” a natureza preservada era sinônimo de garantia de um ambiente propiciador de equilíbrio mental e físico para citadinos.

Na mesma direção, a proteção de áreas naturais era reconhecida como forma de garantir “ilhas naturais” diante do avanço desenvolvimentista.

criação do Parque Nacional de Yellowstone em 1872,nos Estados Unidos.

Preservar era manter a área sem quaisquer alterações da natureza, a não ser aquelas voltadas à infra-estrutura necessária à visitação.

Page 8: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

8

Para Diégues (1994) o pensamento que estava por detrás da implementação dessas áreas alicerçava-se no culto à natureza selvagem e intocada Os aspectos religiosos também estavam presentes nessa concepção, uma vez que a presença de Deus poderia ser vivenciada nessas áreas.

Mas outras razões econômicas e científicas também estavam por detrás.No Brasil, assim como em vários outros países, a criação de áreas protegidas tinha o sentido de reservar para uso futuroa para futuras explorações ( madeira e minérios )

A criação de Yellowstone - marco de atuação do Estado, bem como de reservas inglesas - pela sociedade civil - quer para recreação ,quer para a preservação ,acabariam por repercutir nas políticas ambientais de outros países.

Page 9: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

9

Segundo John McCormick ( Rumo ao Paraíso 1992),os primeiros passos rumo a uma organização internacional de proteçãoà natureza, 1909, surgiram no Congresso Internacional paraProteção da Natureza, realizado na cidade de Paris, que obteve aaceitação dos governos da Alemanha, Argentina, Áustria, Espanha,Estados Unidos, Bélgica, Dinamarca, França, Grã- Bretanha, Holanda,Hungria, Itália, Noruega, Portugal, Rússia e Suécia.

No entanto, apenas em 1913 ,foi assinada, por 17países europeus, a fundação de uma Comissão Consultiva para aProteção Internacional da Natureza, que tinha por objetivo divulgarinformações sobre a proteção internacional da natureza, mas quesucumbiu com a 1ª Guerra Mundial.

Page 10: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

10

Até o fim da 2ª Guerra Mundial, 1945,várias tentativas de um organismo que congregasse os países do mundo em torno da temática ambiental.

Mas só atuações isoladas, de algumas nações, em alguns temas ambientais vingaram.

Em 1940, p ex, os EUA se comprometeram a: criação e manutenção de áreas naturais protegidas, maior integração das pesquisas, proteção dos pássaros migratórios, de outras espécies e,pelo controle da comercialização de animais selvagens por meio da Convenção sobre a Proteção da Natureza e a Preservação da Vida Selvagem no Hemisfério Ocidental(Convenção de Washington);

Page 11: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

11

ao término da Guerra, porém, apenas oito Estados haviam assinado.

Uma cooperação internacional pelo meio ambiente só seria alcançada com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945.

A partir de então, com os objetivos de assegurar a paz e promover a cooperação entre as nações, passou a fomentar e a organizar convenções e conferências internacionais sobre o meio ambiente mundial.

Page 12: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

12

Em 1948 foi fundada a União Internacional para a Proteção da Natureza (UIPN), atualmente denominada União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), durante um Congresso organizado pelo governo francês e a UNESCO

A UICN agrega agências governamentais e não governamentais e tem entre seus objetivos o intercâmbio técnico científico e a difusão dos conhecimentos conservacionistas, tendo como alvo prioritário as áreas naturais protegidas.

A UICN organizou em 1962 a I Conferência Mundial sobre Parques Nacionais (Seatle-EUA) a qual recomendava o zoneamento e manejo dos Parques sendo permitido o uso de algumas de suas áreas pelos homens..

Page 13: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

13

A ratificação do instrumento de manejo ao conceito dos Parques Nacionais ocorreu dez anos depois, emYellowstone, no II Congresso Mundial de Parques Nacionais

Essa nova visão justifica a alteração de seu nome, de UIPN p UICN em 1965, em face da mudança de atitude política diante do ambiente natural.

Para proteger, se faz necessário manejar, ou seja, já não bastava deixar uma área natural protegida de forma isolada, em auto regeneração, mas sim impor um plano de manejo.

O manejo e a interferência humana nessas áreas, sob o respaldo do conhecimento cientifico, passam a ser vistos como atitudes fundamentais à proteção.

Page 14: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

14

Em 1972 a ONU realizou a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano (Estocolmo).

Como alguns resultados podem ser citados a formação de um GT para promover estudos sobre a preservação ambiental e a qualidade de vida, e a criação do PNUMA

Deve-se registrar que foi a primeira vez que se pensou no planeta como um todo, onde as questões ambientais afetam a todos, pobres ou ricos

Deve-se registrar que pela primeira vez ao lado dos grandes indicadores econômicos tais como: produto interno bruto, densidade demográfica, crescimento populacional, renda per capita, dívida externa e inflação, se contrapôs a questão da qualidade da vida, da qualidade ambiental

Page 15: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

15

A UICN passou então a definir as categorias e funções das áreas protegidas que são definidas como “uma superfície de terra ou mar consagrada à proteção e manutenção da diversidade biológica, assim como dos recursos naturais e dos recursos culturais associados, e manejada através de meios jurídicos e outros eficazes”

São seis as categorias de áreas protegidas estabelecidas pela UICN :

(i) Reserva Natural Estrita/Área Silvestre (função: pesquisa científica e proteção da vida silvestre),

(ii) Parque Nacional (função: proteção de ecossistemas e recreação,

Page 16: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

16

(iii) Monumento Natural/Formação Natural (função: conservação de uma característica natural específica), (iv) Área de Manejo de Espécies ou Habitats (função: pesquisa e manejo da área), (v) Paisagem Terrestre ou Marinha Protegida (função: proteção de paisagens e recreação) e (vi) Área Protegida de Manejo de Recursos (função: uso sustentável dos recursos naturais)

Do modelo de Yellowstone aos dias de hoje, a UICN apresentou várias percepções sobre a delimitação e categorias de manejo dessas áreas.

A valoração inicial da natureza, baseada na preservação de espécies específicas, foi ampliada com a noção científica de ecossistemas como escala de trabalho.

Page 17: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

17

Assim, os atributos naturais devem ser protegidos não só devido à sua importância ecológica econômica e estética, mas também por sua importância cultural (são considerados tanto o ambiente natural como o ambiente construído).

O alarme dado pelo Clube de Roma em 72 e pela Conferência de Estocolmo sobre a escassez dos recursos naturais diante do adensamento populacional, industrial e da poluição crescente do meio ambiente repercutiu significativamente na expansão do estabelecimento de áreas naturais protegidas.

Apenas nos anos 70, foram criados 1.300 novos parques. A superfície protegida cresceu mais de 80%, sendo que 2/3 deste total localizados nos países do terceiro mundo (WCED, 1988).

Page 18: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

18

Com a biotecnologia e a prospecção genética , a natureza e as áreas protegidas já valorizadas pela medicina são revalorizadas e potencializadas como detentoras de princípios ativos capazes de solucionar inúmeras doenças, sendo as áreas de proteção consideradas laboratórios vivos.

Como resposta aos diferentes objetivos e funções pretendidos com a criação de unidades de conservação, surgem várias categorias de manejo, adaptadas nos diferentes países conforme suas peculiaridades e necessidades.

Para muitos, o elo entre populações locais e tradicionais e conservação ambiental por meio de manejo sustentável, surge como uma alternativa ao alarme levantado em 1972, tendo por lastro a idéia de que é possível o homem interagir com a natureza sem destruí-la,.

Page 19: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

19

Surgem então novas categorias de áreas protegidas habitadas por várias populações nativas que procuram compatibilizar a conservação da natureza e o desenvolvimento econômico, atrelados à justiça social e à conservação da biodiversidade.

Para outros , a idéia de preservação total e integral de algumas áreas, sem a interferência humana, ( mito da natureza intocada) é a única estratégia para garantir a renovabilidade dos estoques naturais .

Para esses a idéia de conjugar áreas protegidas com ocupação de populações ainda que tradicionais, traz embutido o (mito do bom selvagem), que nunca existiu.

Page 20: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

20

2. HISTÓRICO NO BRASIL

No Brasil Colônia, os indíos tinham espaços consagrados aosespíritos da floresta e dos rios enquanto para os portuguesestudo pertencia à coroa, ao rei de Portugal.

O governo português começou a estruturar uma rede para o cultivo de espécies a partir de 1760. Em meados de 1790, D. Rodrigo de Souza Coutinho, ministro da Marinha e Ultramar de D. João, determinou para vários pontos do império, a construção de hortos botânicos.

Os governadores do Grão-Pará, Maranhão, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Goiás receberam cartas circulares com essa orientação, mas a maioria teve dificuldades em criar e manter os jardins.

Page 21: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

21

Somente D. Francisco de S Coutinho, capitão do Grão-Pará e Rio Negro, teve êxito na execução da ordem ; tempos depois porém, a rede vingou, com a formação de vários hortos / jardins, com a finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”.

Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do JardimBotânico do Rio de Janeiro com origem no Decreto de 13 dejunho de 1808 do Príncipe – Regente D João de Bragança.

Nesta época deve se registrar oDecreto Federal 4.421 de 28/12/21que criou o Serviço Florestal do Brasil

Page 22: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

22

A primeira tentativa de criação de uma unidade de conservaçãopropriamente dita no Brasil ocorreu em 1876 por proposta doengenheiro André Rebouças que, inspirado na experiênciaamericana de Yellowstone, queria delimitar duas áreas para aimplementação de Parques Nacionais, uma nas Sete Quedase outra na ilha do Bananal.

No entanto, não havia base jurídica suficiente.

Page 23: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

23

Só com o advento do Código Florestal pelo Dec23.793 de 23 de janeiro de 1934 é que veio a ser prevista a figura dos parques naturais.

Criação dos Primeiros Parques Naturais:

Os parques eram criados como reservas para futura exploração e não como áreas ecologicamente importantes para o equilíbrio do meio ambiente.

Parque Nacional de Itatiaia 1937

Parque Nacional de Foz de Iguaçu 1939

Parque Nacional da Serra dos Órgãos 1939

Page 24: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

24

Pode se tentar, a partir do Atlas das Unidades de ConservaçãoAmbiental do Estado de São Paulo, elaborado em 1996, peloGoverno do Estado , ver a evolução do conceito de áreas protegidasno Brasil em quatro fases principais, lembrando que sua reserva parausos futuros, especialmente a mineração, perpassa todos osperíodos:

1) de 1934, data do primeiro Código Florestal (que já permitia a criaçãodas categorias Floresta Nacional e Floresta Protetora), até os anos 60,prevalece a idéia de proteção integral de áreas de valor estético ecientífico. Utilizadas para pesquisas científicas e como refúgio parapopulações urbanas, protegidas do desenvolvimento industrial,perfazem o pioneiro modelo americano de conservação, que nãoabre a gestão para populações locais.

2) entre as décadas de 60 e 70, o objetivo principal das unidades deconservação era o de manter habitats de espécies ameaçadas deextinção (em particular as migratórias) e porções de ecossistemasbrasileiros representativos de sua biodiversidade.

Page 25: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

25

3) nos anos 80, deu-se um grande “boom” de criação de áreasprotegidas, impulsionadas pela PNMA, com ênfase paras as APA`se EEcológicas, aglutinando os objetivos e modelos das décadaspassadas, com ênfase na pesquisa científica e na perspectiva dodesenvolvimento sustentável. Lei 6.902/81 dispôs sobre APA e EE.

4) na década de 1990 (e que perdura até hoje), a justificativa deproteção das espécies e de seus ambientes foram inseridas numadiscussão mais abrangente, envolvendo a temática das populaçõestradicionais. A criação das Reservas Extrativistas como novacategoria de manejo pelo Decreto nº 98.897 de 30/01/90, bemilustra esse cenário.

Some-se nessa década, como mote para a criação de mais áreasprotegidas, especialmente as de uso sustentável, a preocupaçãocom a perda da biodiversidade que inspirou a Convenção daBiodiversidade na Rio 92 e as preocupações com a pirataria derecursos genéticos e uso de princípios ativos na biotecnologia.

Page 26: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

26

3. PRINCIPAIS DIPLOMAS JURÍDICOS DE INTERESSE

Em seguida, observa-se a edição, à época, dos principais diplomas legais de interesse para a criação e consolidação das áreas protegidas( gênero) especificamente das unidades de conservação da natureza( espécie):

Dec .Lei 3365/41 que dispôs sobre os casos de desapropriação por utilidade pública art 5º , alínea K

K) a preservação e conservação dos monumentoshistóricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanosou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteçãode paisagens e locais particularmente dotados pela natureza;

Page 27: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

27

Lei nº 4132/62 - Previu os casos de desapropriação por interesse social para promover a justa distribuição da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem estar social

1964 – Estatuto da Terra – Lei Federal nº 4.504 de 30/11/64: introduziu o conceito de “função social da propriedade”, ( art. 186 CF)

Código Florestal ( Lei Federal nº 4771/65 complementado pelas Res CONAMA nº 302/02 e 303/02 e 369/96– substituiu o Código Florestal de 34 substituído pela Lei 12.651/12)

Enfatizou o caráter ambiental de proteção dos recursos em detrimento do conceito de reserva. Introduziu as noções de funcionalidade para proteção da fauna e dos recursos hídricos Criou as APPs ( arts.. 2º e 3º ) e RLOs ( art.16).Previu a criação de Parques; REBIO’s e Flonas

Page 28: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

28

Art. 5° O Poder Público criará:a) Parques Nacionais, Estaduais e

Municipais e Reservas Biológicas, com a finalidade de resguardaratributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral daflora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivoseducacionais, recreativos e científicos;

b) Florestas Nacionais, Estaduais eMunicipais, com fins econômicos, técnicos ou sociais, inclusivereservando áreas ainda não florestadas e destinadas a atingir aquelefim.

Parágrafo único. Ressalvada a cobrança de ingresso a visitantes, cujareceita será destinada em pelo menos 50% (cinquenta por cento) aocusteio da manutenção e fiscalização, bem como de obras demelhoramento em cada unidade, é proibida qualquer formade exploração dos recursos naturais nos parques e reservas biológicascriados pelo poder público na forma deste artigo.

Page 29: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

29

No novo Código Florestal – Lei nº 12.651/12 - essa previsão não maisaparece porque deixou de existir Foi revogada quando da publicaçãodo SNUC

Lei nº 6513/77 Áreas e Locais de Especial Interesse Turístico.

Decreto Federal 84.973/80 que estabeleceu a co-localização de usinas nucleares e Estações Ecológicas, “permitirá estabelecer um excelente mecanismo para acompanhamento preciso das características do meio ambiente”

Lei 6.902 de 27 de Abril de 1981 que deu diretrizes para a gestão das EE e APA´s

Decreto nº 98.897 de 30/01/90 que criou as Reservas Extrativistas

Resolução CONAMA 13 de 6/12/90 Considera como área de entorno o raio de 10 Km subordinando o licenciamento a manifestação do órgão gestor.

Substituída pela Res CONAMA 428/10 ( 3 km p EIA/RIMA, 2 Km p outros instrumentos de lic- 5 anos de prazo p/ definição da ZA)

Page 30: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

30

Acórdão STF na ADI 3.378-6 DF ajuizada pela CNI - Confederação Nacional da Indústria –pela inconstitucionalidade do artigo 36 e seus parágrafos decidiu:

• que a compensação deve ter relação com os impactos e estes serem valorados.• que não pode ser um % do valor do projeto.

Contudo, ante a interposição de embargos de declaração pela União, ela ainda não é definitiva. Não definiu seu alcance temporal “ ex tunc’?

Natureza do instituto “ para fazer face aos danos causados a biota” era para os impactos imensuráveis.

Decreto Federal nº 6.848 de 14/05/2009 alterou regulamentação inserindo uma equação e matriz e limitando a $ até 0,5%.

Page 31: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

31

Lei de Crimes Ambientais Lei nº 9605/98

Art. 15 São circunstâncias que agravam a pena, quandonão constituem ou qualificam o crime:

I. reincidência nos crimes de natureza ambiental;II.ter o agente cometido a infração:...e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreassujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial deuso;

Art. 40.Causar dano direto ou indireto às Unidades deConservação, independentemente de sua localização:Pena - reclusão, de um a cinco anos.

Page 32: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

32

•Decreto nº 3179/99 regulamento da lei de crimessubstituido pelo 6514/10

Art. 27. Causar dano direto ou indireto às Unidades deConservação, independentemente de sua localização:Multa de duzentos reais a cinqüenta mil reais.

Art. 36. Penetrar em Unidades de Conservaçãoconduzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente: Multa de R$ 1.000,00 (mil reais)

Page 33: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

4. POPULAÇÕES TRADICIONAIS

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

A) NOÇÃO DE FAMÍLIA EXTENSA

B) APROPRIAÇÃO COMUNITÁRIA DO TERRITÓRIO

C) CONSÓRCIO DE ATIVIDADES PRODUTIVAS

D) VINCULAÇÃO DE GERAÇÕES NA REGIÃO

E) CONHECIMENTO DE ALGUNS CICLOS NATURAIS E ESPÉCIES

F) ISOLAMENTO E ALTO GRAU DE INDEPENDÊNCIA

G) LIVRE ACESSO A OUTRAS TERRAS.

33

Page 34: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

34

5. IMPORTÂNCIA DAS UC´S

• Como contraponto aos espaços dominados pelo nosso modelo de civilização;

• Como garantia de preservação de espécies, bancos genéticos e ecossistemas;

• Como medida de defesa de sítios de valor arqueológico histórico, arquitetônico, artístico e paisagístico

• Como áreas experimentais para modelos de desenvolvimento sustentável;

• Como garantia de perpetuidade dos serviços ambientais necessários à vida, tais como:

regulação da composição atmosférica e do clima;

controle de erosão do solo;

reciclagem de nutrientes e produção de alimentos;

Page 35: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

35

absorção e reciclagem de materiais já utilizados;

regulação do fluxo, suprimento e armazenagem da água;

formação e conservação dos solos;

polinização;

controle biológico de populações;

refúgio de espécies migratórias e estáveis; e

multiplicação de recursos genéticos

• (recomendação da IUCN para cada país - 12% de Unidades de Proteção Integral - no Brasil ~ 4%)

Page 36: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

36

5.1 RELEVÂNCIA DO CENÁRIO DE FUNDO2005 - AVALIAÇÃO DO MILÊNIO

Dos 24 ecossistemas considerados vitais, 15 já foram seriamente degradados ou usados de forma insustentável;

1,4 bilhão de pessoas padecem de grave escassez de água;

A quantidade de água armazenada em reservatórios é de três a seis vezes maior do que a que flui naturalmente;

Cenário no ano de 2032: perda de 72% da biodiversidade

1.300 cientistas de 95 países afirmam que:Estamos gastando todo o capital natural da Terra, 20% a mais do que o

planeta pode oferecer”.

Page 37: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

37

6. Lei nº 9985 de 18 de julho de 2000 que instituiu o SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO -

SNUC

MULTI-FUNCIONAL Permite diferentes níveis de intervenção nosecossistemasMULTI-ESPACIAL Protege a biodiversidade em diferentes regiões doterritório nacionalPARTICIPATIVO Possibilita a gestão das UC em conjunto com a sociedade

Entre outras providências, o SNUC: • Criou conselhos consultivos para as unidades de proteção integral e conselhos deliberativos para as de uso sustentável, a serem formados com a soc. civil;• inovou as formas de criação e manejo que apoiadas em estudos técnicos devem ser submetidas à consulta pública;

Page 38: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

• abriu a possibilidade de sua administração às OSCIP’s –Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Lei nº9.790/99), bem como,

• a possibilidade de exploração de seus usos públicos porempresas particulares que explorem turismo e lazer.

• Previu (art 36) a alocação de 0,5% do valor total doempreendimento para a criação e manutenção de UC do Grupode Proteção Integral,( revogando as Res CONAMA nº 10/85 e02/96

• criou a figura dos mosaicos para casos de sobreposição, justaposição ou proximidade antevendo formas integradas de sua gestão;

38

Page 39: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

39

MOSAICO DO JACUPIRANGA

Page 40: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

40

E. EC. JURÉIA-ITATINS (1986)Área: 79.230ha

o

Page 41: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

41

E. EC. JURÉIA-ITATINSP. E. DO ITINGUÇUP. E. DO PRELADOR. D. S. DO DESPRAIADOR. V. S. ABRIGO E GUARARITAMARDS BARRA DO UNA

MOSAICO (2006)E. EC. JURÉIA-ITATINS (1986)

o

Page 42: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

42

APA Marinha Litoral Sul

Proposta novo MosaicoEE Juréia-ItatinsPE ItinguçuPE PreladoRDS Barra do UnaRDS DespraiadoAPA Marinha Litoral SulRVS Ilhas do Abrigo e GuararitamaARIE Ilha do Ameixal

Page 43: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

43

6. OBJETIVOS E ESTRUTURA DO SNUC• O Sistema Nacional de Unidades De Conservação - SNUC,

instituído pela Lei nº 9985/00, é o conjunto organizado de áreas naturais protegidas (unidades de conservação federais, estaduais e municipais) que, planejado, manejado e gerenciado como um todo será capaz de viabilizar os objetivos nacionais de conservação.

• São eles:• I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos

recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;

• II - proteger as espécies ameaçados de extinção no âmbito regional e nacional;

• III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais

Page 44: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

44

•IV - promover o desenvolvimento sustentável •V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento;

•VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;

•VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;

•VIII - proteger e recuperar recursos hídricos; •IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; •X - proporcionar pesquisa científica, estudos e monitoramentoambiental;

•XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;•XII - e promover a educação e interpretação ambiental, arecreação e o turismo ecológico;

•XIII - proteger os recursos naturais necessários às populaçõestradicionais, respeitando sua cultura e promovendo-as social eeconomicamente

Page 45: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

45

Art 6º O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:

• I - Órgão consultivo e deliberativo: o CONAMA, com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema; • II - Órgão central: o MMA, com a finalidade de coordenar o sistema; e •III - Órgãos executores: o IBAMA, os órgãos estaduais e municipais com a função de subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades de conservação nas respectivas esferas de atuação.

• § único: Podem integrar o SNUC, unidades de conservação que, concebidas para atender à peculiaridades, possuam objetivos de manejo claramente diferenciados que não possam ser atendidos por nenhuma categoria prevista.

Page 46: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

46

Art 7º Dois GruposPROTEÇÃO INTEGRAL

USO SUSTENTÁVEL

“Manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas porinterferencia humana, admitindo apenas o uso indireto dos seusatributos naturais”

(uso indireto= não envolve consumo, coleta, dano ou destruiçãodos recursos naturais)

“Exploração do Ambiente de maneira a garantir a perenidade dosrecursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos,mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, deforma socialmente justo e economicamente viável”

(Perenidade= manutenção constante)

Page 47: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

47

7. CATEGORIAS de MANEJO

7.1 UC DE PROTEÇÃO INTEGRAL

(USO INDIRETO) - destinadas à conservação da biodiversidade, à pesquisa científica, à educação ambiental e à recreação. Veda-se a exploração dos recursos naturais;admite-se, porém, o aproveitamento indireto de seus benefícios. São elas:

I - Estação Ecológica; II - Reserva Biológica; III - Parque Nacional; IV - Monumento Natural; e V - Refúgio de Vida Silvestre.

Page 48: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

48

7.2 UC’s DE USO SUSTENTÁVEL

(USO DIRETO) - destinadas à conservação da biodiversidade onde se permite utilizar os recursos de forma

sustentável.

• São elas :

I - Área de Proteção Ambiental; II - Área de Relevante Interesse Ecológico; III - Floresta Nacional; IV - Reserva Extrativista; V - Reserva de Fauna VI - Reserva de Desenvolvimento Sustentável; VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural.

Page 49: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

49

7.1 PROTEÇÃO INTEGRAL 7.1.1 Estações Ecológicas

• Áreas destinadas à realização de pesquisas científicas e à proteção integral do ambiente natural.

É proibida a visitação pública, excepcionalmente admitindo as que possuam objetivo educacional, conforme Plano de Manejo

permite alterações no caso de: restauração de ambientes; manejo de espécies; coleta científica;

Lei 6.902/81 - 90% (noventa por cento) ou mais da área será destinada, em caráter permanente, à preservação integral da biota. - 10% permite pesquisa científica que altere a biota.

Proíbe a presença de rebanho de animais domésticos; porte e uso de armas de qualquer tipo; de instrumentos de corte de árvores; de redes de apanha de animais e outros artefatos de captura.

Arts. 25 e 26 do Dec 99.274/90

Page 50: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

50

7.1.2 Reservas Biológicas - REBIO’s

• Áreas de proteção integral, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, a qualquer título, excetuando-se a recuperação dos ecossistemas alterados e o manejo das espécies , para a preservação da biodiversidade.

é proibida a visitação, exceto educacional, e as pesquisas científicas podem ser restringidas

artigo 5º., alínea “a” do Código Florestal e da Lei de Proteção à Fauna (Lei 5.197/67)

Page 51: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

51

7.1.3 Parques - PARNA’s

• tem como objetivo a preservação de ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando pesquisas científicas e atividades de educação e interpretação ambiental, na recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

Parques Nacionais, Estaduais e Municipais - art. 5o., alínea “a”, Cód. Florestal - Lei 4.771/65.

Regulamento em vigor Dec. Federal 84.017/79

Page 52: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

52

7.1.4 Monumento Natural

Sítios geológicos que por sua raridade, singularidade, beleza cênica e vulnerabilidade exijam proteção, sem justificar a criação de unidade de conservação.

•Dec nº 26.578, de 01/06/2006 criou o MN dos Morros do Pão de Açucar e da Urca - Resolução SMAC nº 543, de 03/10/2013

Page 53: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

53

7.1.4 Monumento Natural

•Lei Nº 12.229, de 13 de abril de 2010 MONA Federal Ilha Cagarras

O Monumento Natural pode ser constituídos por áreas particulares desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários.

Havendo incompatibilidade entre o proprietário e o órgão responsável a área deve ser desapropriada.

Page 54: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

7.1.5. Refúgio da Vida Silvestre

Tem com objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído por áreas particulares desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários.

DECRETO Nº 45.574 DE 03 DE FEVEREIRO DE 2016 Lagoa da Turfeira – Resende/RJ

54

Page 55: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

55

7.2. USO SUSTENTÁVEL7.2.1 Áreas de Proteção Ambiental - APA

art 9º. da Tem por objetivo a proteção da qualidade ambiental, com vistas àmelhoria da qualidade de vida da população local e à proteção dosecossistemas regionais; devem ser dividas em zonas de uso, onde poderãoser proibidas / limitadas atividades.

Lei 6.902/81 e art 9º, VI da Lei 6.938/81, Res CONAMA 010/88- arts 28 a32 do Dec 99.274/90

o Poder Executivo estabelecerá normas, limitando ou proibindo: a)indústrias poluidoras, capazes de afetar mananciais de água; b)terraplenagem e a abertura de canais, quando importarem alteraçãodas condições ecológicas locais; c) atividades capazes de provocarerosão e/ou assoreamento das coleções hídricas; d) atividades queameacem extinguir as espécies raras da biota regional.

Page 56: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

56

7.2.2. Áreas de Relevante Interesse Ecológico -ARIES

• São áreas em geral de pequena extensão, ( < 5.000 hec.), com pouco ou nenhuma ocupação humana, com características extraordinárias ou que abrigam exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.

art. 9º, inciso VI da Lei 6.938/81-Dec 89336/84

Page 57: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

7.2.3. Floresta Nacional - FLONA• São áreas com cobertura nativa

e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos de exploração sustentável

é admitida a permanência de populações tradicionais que a habitam quando de sua criação, em conformidade com o Plano de Manejo da unidade.

Lei n 11284 de 02/03/06 instituiu o SFB – e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal

• FLONA Mário Xavier –

Serópedica / RJ Decreto Federal nº 93.369/86 57

Page 58: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

7.2.4. Reservas Extrativistas - RESEX• Áreas utilizadas por populações

extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e na agricultura de subsistência e tem como objetivos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais

É de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais

artigo 9º., inciso VI da Lei 6.938/81-Dec 98.897/90

• RESEX CHICO MENDES Dec nº 99.144 de 12 de março de 1990

58

Page 59: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

59

7.2.5. Reserva de Fauna• Área natural com populações animais de espécies nativas, terrestre

ou aquáticas, residentes ou migratórias adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos .

proibido o exercício da caça

comercialização dos produtos resultantes da pesquisa obedecerá ao disposto nas leis sobre fauna e regulamentos.

Baía de Babitonga, SC 2007

Page 60: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

7.2.6. Reserva de Desenvolvimento Sustentável - RDSAbriga populações tradicionais baseadas em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos, desenvolvidos por gerações e adaptados às condições locais com papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.

Destina-se a preservar a natureza, assegurando condições para a reprodução e a melhoria da vida das pop. tradicionais valorizando seus conhecimentos.

60

Page 61: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

61

7.2.7. Reserva Particular do Patrimônio Natural -RPPN’s

• Área de domínio privado a ser especialmente protegida, por iniciativa de seu pro-prietário, mediante ato do Poder Público, por ser de grande importância pela sua biodiversidade, ou aspecto paisagístico, ou ambientais que justifiquem ações de re-cuperação. (Decreto 1.922/96).

Page 62: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

Níveis de manejo

APA/ARIE

FLO/FAU

RE

RDS

RPPN

MN

RVS

P

EE

RB

GFEDCBA A - Pesquisa básicaB - Pesquisa experimentaC - Educação ambientalD - Visita contemplativaE - Visita lazerF - ExtrativismoG - Manejo de recursos

Nível de interferência

Res

triçã

o ao

uso

62

Page 63: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

63

8. OUTROS ESPAÇOS PROTEGIDOS

• Patrimônio Nacional• Cavidades Naturais • Jardins Botânicos• Jardins Zoológicos• Hortos Florestais

Page 64: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

64

8.1 PATRIMÔNIO NACIONAL

• FLORESTA AMAZÔNICA• PANTANAL

MATOGROSSENSE• MATA ATLÂNTICA• ZONA COSTEIRA• SERRA DO MAR • (Art. 225, § 4o., da

CONSTITUIÇÃO FEDERAL).

Page 65: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

65

8.2 CAVIDADES SUBTERRÂNEAS• Bens da União (CF. Art. 20, X)

• Constituem patrimônio cultural brasileiro e, como tal, serão preservadas e conservadas de modo a permitir estudos e pesquisas de ordem técnico científica bem como atividades turísticas, paisagísticas e educativas (Dec. 99.556/90 alterado pelo Dec 6.640/08).

Page 66: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

66

8.3 JARDINS BOTÂNICOS

• Primeiras áreas protegidas surgidas no País (Jardim Botânico do RJ, Alvará de 1811).

• Espaços fechados onde se cultiva plantas e flores seletas para estudo e exposição

• Res CONAMA Nº 339, DE 25/09/03

Page 67: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

67

8.4 JARDINS ZOOLÓGICOS

• Coleção de animais silvestres mantidos vivos em cativeiro ou em semiliberdade e expostos à visitação pública.

• Sujeitos a registro e fiscalização do IBAMA.

• Regulamentados pela Lei 7.173/83

Page 68: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

68

8.5 HORTOS FLORESTAIS

• Unidade fechada, destinada a proteger e conservar os espécimes vegetais sob sua responsabilidade, a produzir e fornecer mudas de essências florestais para auxiliar reflorestamentos.

Page 69: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

69

9. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

• As desapropriações são efetuadas com base em dois regimes:

• UTILIDADE PÚBLICA (Dec. Lei 3.365/41)

• INTERESSE SOCIAL (Lei 4.132/62)

Page 70: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

70

Page 71: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

71

10. REGULAMENTAÇÃO DO SNUC

• DECRETO Nº 4.340, DE 22 DE AGOSTO DE 2002

• Art. 2º O ato de criação deve indicar:

• I - a denominação, a categoria de manejo, os objetivos, os limites, a área da unidade e o órgão responsável por sua administração;

• II - a população tradicional beneficiária, no caso das Reservas Extrativistas e das Reservas de Desenvolvimento Sustentável;

• III - a população tradicional residente, quando couber, no caso das Florestas Nacionais, Florestas Estaduais ou Florestas Municipais; e IV - as atividades econômicas, de segurança e de defesa nacional envolvidas

Page 72: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

72

Art. 4º Compete ao órgão executor proponente de nova unidade de conservação elaborar os estudos técnicos preliminares e realizar, quando for o caso, a consulta pública e os demais procedimentos administrativos necessários à criação da unidade.

Art. 5º A consulta pública tem a finalidade de subsidiar a definição da localização, da dimensão e dos limites mais adequados para a unidade.

A consulta consiste em reuniões públicas ou outras formas de oitiva dapopulação local e de outras partes interessadas, onde o órgãocompetente deve indicar, de modo claro e em linguagem acessível, asimplicações para a população residente no interior e no entorno daunidade proposta.

Art. 15. A partir da criação de cada unidade de conservação e até queseja estabelecido o Plano de Manejo, devem ser formalizadas eimplementadas ações de proteção e fiscalização.

Page 73: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

73

Art. 26. Quando existir um conjunto de uc próximas, justapostas ou sobrepostas, constituindo um mosaico, a gestão deverá ser feita de forma integrada e participativa de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional

O mosaico de unidades de conservação; deverá dispor de um conselho com a função de atuar como instância de gestão integrada das unidades de conservação que o compõem

Compete ao conselho de cada mosaico:propor diretrizes para compatibilizar, integrar e otimizar:a) as atividades em cada unidade de conservação, especialmente:os usos na fronteira entre unidades; o acesso; o monitoramento edos Planos de Manejo; a pesquisa científica; e a alocação derecursos da compensação ambiental

b) a relação com a população residente na área do mosaico;

Page 74: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

74

Art. 33. A aplicação dos recursos da compensação ambiental de quetrata o art. 36 da Lei nº 9.985, de 2000, nas unidades de conservação,existentes ou a serem criadas, deve obedecer à seguinte ordem deprioridade:

I - regularização fundiária e demarcação das terras;

II - elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo;

III - aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão,monitoramento e proteção da unidade, compreendendo sua área deamortecimento;

IV - desenvolvimento de estudos necessários à criação de novaunidade de conservação; e

V - desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo daunidade de conservação e área de amortecimento.

Page 75: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

75

Parágrafo único. Nos casos de Reserva Particular do Patrimônio Natural, Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre, Área de Relevante Interesse Ecológico e Área de Proteção Ambiental, quando a posse e o domínio não sejam do Poder Público, os recursos da compensação somente poderão ser aplicados para custear as seguintes atividades:

I - elaboração do Plano de Manejo ou nas atividades de proteção da unidade;

II - realização das pesquisas necessárias para o manejo da unidade, sendo vedada a aquisição de bens e equipamentos permanentes;

III - implantação de programas de educação ambiental; e

IV - financiamento de estudos de viabilidade econômica para uso sustentável dos recursos naturais da unidade afetada.

Page 76: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

76

11. PLANO DE MANEJO O Plano de Manejo deverá ser elaborado pelo órgão gestor

ou pelo proprietário quando for o caso, será aprovado: I - em portaria do órgão executor II - em resolução do conselho deliberativo, no caso de Reserva

Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável, após prévia aprovação do órgão executor.

art.27 § 1o O Plano de Manejo deve abranger a área da unidadede conservação, sua zona de amortecimento e oscorredores ecológicos, incluindo medidas com o fim depromover sua integração à vida econômica e social dascomunidades vizinhas.

§ 3o O Plano de Manejo de uma unidade de conservação deve ser elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de sua criação. ( revisão no mesmo prazo)

Page 77: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

MOSAICO CARIOCA

77

Page 78: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

MOSAICO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO MARAPENDI

78

Page 79: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

79

Page 80: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

80

BIBLIOGRAFIA

ADAMS, Cristina (1996) “Caiçaras na Mata Atlântica: pesquisa científicaversus planejamento egestão ambiental”. Dissertação de Mestrado, Instituto de Biociências-USP, São Paulo.ALLIN, C.W. (1990) International Handbook of National Parks andNature Reserves. Greenwood Press.BRASÍLIA (2002) Biodiversidade Brasileira: avaliação eidentificação de áreas e ações prioritárias para a conservação,utilização sustentável e repartição dos benefícios dabiodiversidade nos biomas brasileiros. Brasília: MMA/SBF.BRITO, Maria Cecília Wey de (1995) “Unidades de Conservação:intenção e resultados”. Dissertação de Mestrado, PROCAM-USP, SãoPaulo.CANDIDO, Antonio (1964) Os parceiros do rio Bonito: estudo sobreo caipira paulista e a transformação dos seus meio de vida. Rio deJaneiro: Ed. José Olympio, Coleção Documentos Brasileiros, nº118.

Page 81: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

81

DEAN, Warren (1997) A ferro e fogo: a história e a devastação daMata Atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das Letras.DIEGUES, Antonio Carlos (1994) O mito moderno da naturezaintocada. São Paulo: Núcleo de Pesquisas em Áreas Úmidas do Brasil(NupaubDIEGUES, Antonio Carlos & NOGARA, E. (1994) O nosso lugar virouparque. São Paulo: Núcleo de Pesquisas em Áreas Úmidas do Brasil(Nupaub).DIEGUES, Antonio Carlos & VIANA, Virgílio (orgs.) (2000)Etnoconservação - novos rumos para a proteção da natureza nostrópicos. São Paulo: Ed. Hucitec.FERREIRA, Carolina Peixoto - Percepção Ambiental na Estação Ecológica de Juréia-Itatins - Dissertação de Mestrado USP (2005)FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de Curso de Direito Ambiental-4 ed.SP Ed. RT 2011

Page 82: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

82

FURLAN, Sueli Angelo (2000) “Lugar e cidadania: implicaçõessocioambientais das políticas de conservação ambiental (situaçãodo Parque Estadual da Ilhabela na ilha de São Sebastião)”. Tese deDoutorado, Programa de Pós-Graduação em Geografia Física, USP,SP.HANNIGAN, J. (1995) Environmental Sociology. London: RoutledgeMARCILIO, M.L. (1986) Caiçara: terra e população. São Paulo: Ed.Paulinas, CEDHAL.MACHADO, P.A.L. (2001). Direito Ambiental Brasileiro, EditoraRevista dos Tribunais - São Paulo.McCORMICK (1992) Rumo ao Paraíso: a história do movimentoambientalista. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.MEIRELLES, H. (1991). Direito Administrativo Brasileiro, EditoraRevista dos Tribunais - São PauloMILARÉ, E. (1991) - Legislação Ambiental do Brasil - Editora APMP,São Paulo.

Page 83: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

83

MMA - Ministério do Meio Ambiente/ PNMA “Diagnostico da GestãoAmbiental nas Unidades da Federação”DF- 2001MUSSOLINI, Gioconda (1980) Ensaios de Antropologia Indígena eCaiçara. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, Coleção Estudos Brasileiros.PIETRO, M.S.Z.Di. (1991) . Direito Administrativo, Editora Atlas.QUEIROZ, M.I.P. (1973) O campesinato brasileiro: ensaios sobrecivilização e grupos rústicos no Brasil. Petrópolis/São Paulo: Ed.Vozes/Edusp. Estudos Brasileiros vol.3.RUNTE, A. (1979) National Parks: the American experience. Lincolnand London: University of Nebraska Press.SANCHES, R.A. (1997) “Caiçaras e a Estação Ecológica de Juréia-Itatins, litoral sul, SP. Uma abordagem etnográfica e ecológica para oestudo da relação homem - meio ambiente”. Instituto de Biociências-USP, São Paulo..

Page 84: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO · finalidade de “acomodar as especiarias trazidas de além mar”. Nesta esteira, no Brasil Império, observa-se a criação do Jardim

84

SÃO PAULO (1991b) Educação Ambiental e Unidades de Conservação e de Produção. SP, Secretaria do Meio Ambiente, Coordenadoria de Educação Ambiental.__________ (1995) Desapropriações em Parques e Estações Ecológicas. Relatório elaborado por GT constituído pela Portaria D.G.-I.F. de 25.04.95. SP, Secretaria do Meio Ambiente, Instituto Florestal.__________ (1996a) Atlas das unidades de conservação ambiental do Estado de São Paulo: parte I - litoral. .__________ (1998a) Regularização imobiliária de áreas protegidas. SP, Secretaria do Meio Ambiente e Procuradoria Geral do Estado, vol. 1 - Coletânea de Trabalhos Forenses, Relatórios Técnicos e Jurisprudência (Orgs: Paulo de M. Schwenck Jr. e Pedro U. E. de Azevedo).THOMAS, Keith (2001) O homem e o mundo natural. SP: Companhia das Letras.UICN (1994) Directrices para las Categorias de Manejo de Areas Protegidas. Gland.WCED (1998) Nosso futuro comum. RJ Fundação Getúlio Vargas.