sistema imunitário
TRANSCRIPT
U3 Imunidade e controlo de doenças
Qual é a importância da existência de um sistema imunitário?
U3Imunidade e controlo de doenças
O sistema imunitário é composto por órgãos, células e moléculas. Visa permitir a defesa
contra infecções provocadas por agentes patogénicos (bactérias, vírus, fungos alguns parasitas
eucariontes).
É um sistema que assiste e suporta o balanço entre o "eu" (self) e o "não - eu" (non-self) ao
longo da vida, desenvolvendo e activando mecanismos e estratégias próprias.
Os linfócitos T citotóxicos atacam células que se tornam anormais. O sistema
imuniutário vigia e destrói células envelhecidas ou com deficiência.
A foto de M.E.V. aumentada 20.000x mostra um linfócito T citotóxico (amarelo)
a atacar a célula tumoral (vermelho).
Líquidos circulantes
U3Imunidade e controlo de doenças
Um indivíduo adulto possui em média cerca de 5 litros
de sangue (8% do seu peso total).
Plasma
• Água
• Proteínas
• Outras substâncias
Células sanguíneas
• Hemácias
• Leucócitos
• Plaquetas
Sangue
Líquidos circulantes
U3Imunidade e controlo de doenças
Características dos Constituintes do Sangue
Constituintes Origem Função
Hemácias ou Eritrócitos(Glóbulos Vermelhos) Medula óssea Transporte de gases (O2 e CO2)
Leucócitos(Glóbulos brancos)
Medula óssea; Baço; Gânglios; Amígdalas
Defesa do Organismo
Plaquetas Células especiais da medula óssea Coagulação do Sangue
Plasma - Transporte de nutrientes e de CO2
1 – Leucócitos; 2 – Hemácias; 3 – Plaquetas; 4 – Plasma.
Líquidos circulantes
U3Imunidade e controlo de doenças
A linfa é constituída por plasma e glóbulos brancos. Estes atravessam as paredes dos capilares por diapedese, sendo novamente recolhida pelos capilares linfáticos.
Linfa intersticial – encontra-se nos espaços entre as células.
Linfa circulante – encontra-se no interior dos vasos linfáticos.
Constituintes do sistema imunitário
U3Imunidade e controlo de doenças
Órgãos linfóides primários ou centrais
Responsáveis pela produção e maturação dos leucócitos
Medula óssea vermelha e Timo
Órgãos linfóides secundários ou periféricos
Responsáveis pela captura e destruição de agentes agressores externos
Baço, gânglios linfáticos e nódulos linfáticos, que são agregados de tecido linfático localizados nos aparelhos respiratório, urinário e digestivo:
- tonsilas palatinas (boca)
- placas de Payer (íleo, intestino delgado)
- apêndice
Constituintes do sistema imunitário
U3Imunidade e controlo de doenças
Células efectoras
Diferentes tipos de
leucócitos (glóbulos
brancos).
Com origem na medula
vermelha (tecido ósseo
esponjoso no interior dos
ossos) e/ou no fígado
fetal.
Leucócitos
U3Imunidade e controlo de doenças
Neutrófilo
Existem 2 tipos de leucócitos
Granulares
(com grânulos que albergam
substâncias, de cariz enzimático ou
outra e colaboram na digestão de
antigénios)
Agranulares
(sem grânulos)
Leucócitos granulares
U3Imunidade e controlo de doenças
Neutrófilos (75% de todos os leucócitos)
- Núcleo polilobado
- Circulam no sangue
- Realizam fagocitose
- Primeiros a chegar ao local de infecção (atracção por quimiotaxia)
Basófilos (até 1 % de todos os leucócitos)
- Núcleo volumoso, irregular
- Grânulos numerosos
- Realizam fagocitose (mais lenta)
- Com histamina (sinal para eosinófilos e neutrófilos na resposta inflamatória)
Eosinófilos ou acidófilos (até 4 % de todos os leucócitos)
- Núcleo Bilobado
- Grânulos similares a lisossomas
- Reduzem a reacção inflamatória (enzimas anulam substâncias dos basófilos)
- Atacam sobretudo parasitas (actividade selectiva e limitada)
Leucócitos agranulares - monócitos
U3Imunidade e controlo de doenças
Monócitos (cerca de 5% dos leucócitos)
- Núcleo em forma de ferradura
- Circulam no sangue poucas horas, depois migram para os
tecidos e aumentam de tamanho transformando-se em
macrófagos
Macrófagos
- Realizam fagocitose de forma eficiente
- Segregam citocinas (moléculas mensageiras que servem de comunicação entre os diferentes
intervenientes na resposta imunitária, regulando certas funções dos linfócitos T, B e dos macrófagos)
- Células de grande dimensão e vivem durante muito tempo
Leucócitos agranulares - linfócitos
U3Imunidade e controlo de doenças
Linfócitos B
- Derivam de células mãe (precursoras) da medula óssea e amadurecem até se
converterem em células plasmáticas (plasmócitos), produtoras de anticorpos
Célula NK (natural killer, “assassinas naturais”)
- Estão preparadas, desde o início, para destruir diversos tipos de células
(dispensam o processo educativo dos linfócitos B e T)
- Matam certos micróbios e células cancerosas (nestas surgem substâncias
químicas novas na membrana celular, permitindo a sua identificação)
- Produzem citocinas
Linfócitos T
- Formam-se na medula óssea e migram para o timo (divisão e amadurecimento)
- Aprendem a distinguir o próprio do estranho
- Vigiam, reconhecem e ajudam a destruir agentes patogénicos
Derivação celular a partir das células estaminais da medula óssea
U3Imunidade e controlo de doenças
Mecanismo de Defesa Humano
U3Imunidade e controlo de doenças
Epitélio de revestimento nasal (M.E. – coloração alterada)
batimento ciliar para encaminhar substâncias estranhas para o exterior.
MECANISMO DE DEFESA DO HOMEM
RESPOSTA IMUNITÁRIA INATA RESPOSTA IMUNITÁRIA ADQUIRIDA
Reconhecimento de determinantes antigénicos (Representação)
Mecanismo não específico
Impede a entrada e destrói agentes patogénicos
Presente em todos os organismos
Mecanismo específico
Existência de células específicas (linfócitos)
Produção de substâncias específicas (anticorpos)
Relacionado com a “memória imunitária”
• Inclui o conjunto de processos através dos quais o organismo previne a entrada de agentes estranhos e os reconhece e destrói, quando essa entrada acontece.
• A resposta do organismo é sempre a mesma, qualquer que seja o invasor, qualquer que seja o número de vezes com que este contacta com o organismo.
• Não se verifica especificidade nem memória.
Resposta Imunitária Inata
U3Imunidade e controlo de doenças
BARREIRAS MECÂNICAS e QUÍMICAS
Pele (pH ácido problemático para muitas bactérias)
Glândulas sudoríparas, sebáceas e lacrimais (substâncias tóxicas para os microrganismos (lisozima nas lágrimas e na
saliva ataca paredes bacterianas))
Mucosas dos tubos digestivo, respiratório e urogenital (mucina (substância tóxica para alguns microrganismos); HCl
destrói microrganismos e as enzimas do suco gástrico que são ingeridas com os alimentos)
Cílios e pêlos (filtração e remoção de microrganismos e outras partículas)
Esquemas ilustrativos da pele (diferentes zonas do corpo humano)
Resposta Imunitária Inata
U3Imunidade e controlo de doenças
DISTINÇÃO – células do organismo v.s. células estranhas
Os antigénios são diferentes entre
todos os organismos
Antigénios – moléculas (proteínas) estranhas que reagem
com anticorpos (permitem aos leucócitos identificar agentes
patogénicos), podendo desencadear uma resposta imunitária (presentes na membrana das células, podem constituir moléculas livres)
O organismo humano produz anticorpos que são específicos para os antigénios
dos organismos patogénicos
Os anticorpos são moléculas altamente específicas para os antigénios, ligando-se a eles
Resposta Imunitária Inata
U3Imunidade e controlo de doenças
MHC - Complexo de Histocompatibilidade (HLA - Human Leucocyte Antigen )
As glicoproteínas membranares, codificadas por genes do cromossma 6 (MHC),
funcionam como marcadores (sistema de identificação que permite aferir se uma célula
pertence ou não ao organismo).
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2005002400013&script=sci_arttext
Resposta Imunitária Inata
U3Imunidade e controlo de doenças
MHC - Complexo de Histocompatibilidade
As moléculas do MHC (antigénios leucocitários humanos) de cada pessoa são únicas.
Existem três tipos:
Apesar de gémeos verdadeiros terem idênticas moléculas de histocompatibilidade, existe uma fraca probabilidade (1/4)
de gémeos falsos terem moléculas idênticas. É extraordinariamente baixa para duas pessoas que não sejam irmãos.
Classe I - em todas as células do corpo com excepção dos glóbulos
vermelhos.
Classe II - nas superfícies dos macrófagos e nos linfócitos B e T que
tiverem sido estimulados por um antigénio.
Classe III – proteínas solúveis do sistema de complemento.
Imagens comparando as moléculas de
MHC I (1hsa) e MHC II (1dlh)
Resposta Imunitária Inata
U3Imunidade e controlo de doenças
FAGOCITOSE
As enzimas hidrolíticas destroem o organismo
patogénico
Da digestão intracelular resultam compostos que podem ser expulsos ou
aproveitados pela célula
Os leucócitos emitem pseudópodes que
englobam os invasores
Quando ocorre uma invasão por organismos patogénicos, o organismo reage aumentando a produção de leucócitos,
que realizam a fagocitose
Processo em que determinadas células englobam partículas, digerem-nas e eliminam-nas.
Resposta Imunitária Inata
U3Imunidade e controlo de doenças
FAGOCITOSE
As células NK (linfócitos), à semelhança dos macrófagos, também podem realizar fagocitose
Célula NK a realizar fagocitose (esquema animado) Macrófago a realizar fagocitose (esquema interpretativo)
Defesa Imunitária Inata
U3Imunidade e controlo de doenças
RESPOSTA INFLAMATÓRIA - mecanismos
O pus é formado por leucócitos e
microrganismos mortos
Aumenta o fluxo sanguíneo, responsável pelo aparecimento da vermelhidão, inchaço e
calor
Um ferimento pode afectar determinadas células que libertam histaminas, que activam a quimiotaxia, com a libertação de sinais químicos que atraem mais leucócitos
A geração de uma ferida permite a entrada de
organismos patogénicos
Os leucócitos deslocam-se para o local de infecção, atravessando, por diapedese, os capilares sanguíneos
U3Imunidade e controlo de doenças
RESPOSTA INFLAMATÓRIA - mecanismos
Defesa Imunitária Inata
No caso de uma resposta inflamatória generalizada surge febre
(desencadeada por toxinas produzidas pelos agentes patogénicos, ou
por pirógenos produzidos pelos leucócitos).
U3Imunidade e controlo de doenças
INTERFERÕES (INF)
Defesa Imunitária Inata
Proteínas (citocinas), produzidas pelas células do organismo, que induzem um estado
de resistência antiviral em células não infectadas, como resposta a uma agressão.
U3Imunidade e controlo de doenças
SISTEMA DE COMPLEMENTO
Defesa Imunitária Inata
O sistema do complemento engloba mais de 18 proteínas produzidas pelo fígado
Essas actuam em cadeia, isto é, cada uma activa a seguinte
O sistema do complemento pode ser activado por meio de duas vias diferentes:
- por ligação a produtos microbianos ou antigénios
- por anticorpos ligados aos antigénios de bactérias (complexos imunes)
U3Imunidade e controlo de doenças
Defesa Imunitária Inata
Esquema
ilustrativo do
funcionamento do
Sistema
Complemento
SISTEMA
DE
COMPLEMENTO
U3Imunidade e controlo de doenças
SISTEMA DE COMPLEMENTO
Defesa Imunitária Inata
Acções desenvolvidas pela actuação do sistema complemento:
- Lise de bactérias (rebentamento osmótico provocado por perforinas)
A proteína c-reactiva, pertencente a outras proteínas não especificas (produzidas no fígado), liga-se a
moléculas comuns nas bactérias mas inexistentes nos humanos, activando o complemento e a fagocitose.
- Limitação da mobilidade de agentes patogénicos permitindo a
fagocitose
- Atracção de leucócitos (por quimiotaxia)
- Desencadeamento de respostas inflamatórias