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SISPAT IMÓVEIS: A NOVA FERRAMENTA DE GESTÃO DO ACERVO IMOBILIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ PAULO JORGE DA P AZ PEREIRA

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SISPAT IMÓVEIS: A NOVA FERRAMENTA DE GESTÃO DO ACERVO IMOBILIÁRIO DO ESTADO

DO PARÁ

PAULO JORGE DA PAZ PEREIRA

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Painel 46/141 Avanços e resultados da gestão patrimonial nos estados

SISPAT IMÓVEIS: A NOVA FERRAMENTA DE GESTÃO DO ACERVO

IMOBILIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ

Paulo Jorge da Paz Pereira

RESUMO

Um dos fatores de grande relevância para a operação e produção de qualquer organização é o seu patrimônio. Entretanto, a realidade que se constata na grande

maioria das organizações públicas brasileiras é a inexistência de um eficiente controle físico e financeiro de seus bens, e como consequência, a falta de

informações sobre eles. Em decorrência disso, o Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Estado de Administração, elaborou e está implementando um conjunto de ações voltadas a suprir a lacuna existente nessa área, destacando-

se aqui, as que se referem ao controle e a gestão efetiva do acervo de imóveis do Estado. Como parte de um projeto maior de modernização da gestão do patrimônio

imobiliário do Estado, que contempla o reordenamento do acervo estadual, o Sistema de Patrimônio Imobiliário do Estado (SISPAT IMÓVEIS) surge como uma grande ferramenta auxiliar para os gestores da área, possibilitando maior segurança

na tomada de decisões. Concebido em parceria com a Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará (PRODEPA), o Sistema permite aos

seus usuários, que de forma simples e ágil, por meio da internet, acessem informações constantes da base de dados imobiliária, alcançando a repercussão econômica do acervo incorporado, viabilizando com isso, a efetiva gestão e o

controle desses ativos, bem como a redução de gastos com locação e a maximização do uso dos imóveis do Estado.

3

INTRODUÇÃO

A gestão patrimonial do Estado do Pará avançou de forma significativa

para alcançar os pressupostos básicos de qualquer organização que visualiza o seu

patrimônio, não só como fator de relevância econômica, mas também como

elemento de suporte fundamental à produção e à efetivação de políticas públicas.

Nesse contexto, observa-se a atenção especial dispensada ao acervo

imobiliário do Estado a partir de 2004, com o advento do projeto de “Reordenamento

do Patrimônio Imobiliário Estadual”, idealizado com o objetivo fundamental de prover

o Estado do Pará de um sistema de gestão que permitisse à Administração Pública

Estadual, alcançar o real conhecimento do acervo imobiliário existente.

O Projeto abrangeu um universo de aproximadamente 3.000 imóveis

localizados na Capital e em 143 municípios do interior Estado, em uma área

territorial equivalente a 1.248.042,51 km², e contemplou seis etapas de

desenvolvimento, dentre as quais destacamos: a concepção e a implementação do

modelo de gestão para a área; e a construção da nova ferramenta tecnológica de

controle do acervo imobiliário do Estado do Pará, o SISPAT IMÓVEIS.

Para uma melhor compreensão do momento vivenciado pela

administração patrimonial no Pará, este trabalho i nsere a evolução histórica da

gestão dos imóveis públicos na Administração Estadual, na qual se destaca, em

meados da década de 90, a experiência pioneira do controle informatizado dos

imóveis, que passa a ser realizado através do Sistema Rede Física, disponibilizado

inicialmente para o controle físico da rede escolar estadual, mas posteriormente

liberado para o registro e monitoramento dos imóveis destinados as demais áreas

governamentais.

A modernização da gestão patrimonial com a adoção de novos processos

de trabalho e instrumentos gerenciais que vem sendo adotados desde 2006 também

merece enfoque destacado, por permitir aos gestores condições de acesso a

informações confiáveis e em tempo real, o que possibilita mais segurança para as

tomadas de decisões.

4

Finalizando, acrescenta-se que as ações que vem sendo desenvolvidas e

implementadas na área de patrimônio nos últimos dez anos, têm possibilitado ao

Estado do Pará avanços relevantes e significativos, oportunizando com isso, um

controle físico-financeiro mais efetivo do acervo imobiliário estadual, ao mesmo

tempo em que são compatibilizados os procedimentos de registro patrimonial às

novas NBCASP, em face do processo de convergência da contabilidade pública aos

padrões internacionais.

1 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo apresentar as ações de grande

relevância voltadas ao controle dos imóveis estaduais, projetadas e implementadas

pela Secretaria de Estado de Administração (SEAD), das quais se dará ênfase a que

concebeu o Sistema de Patrimônio Imobiliário (SISPAT IMÓVEIS), que se afirma

como a nova ferramenta de gestão do acervo imobiliário do Estado do Pará, pelo

qual se tornou possível o compartilhamento com os órgãos estaduais, das

informações constantes da base de dados imobiliária existente, alcançando a

avaliação da situação contábil e a consequente repercussão econômica do acervo

incorporado.

2 METODOLOGIA

Na produção deste trabalho utilizou-se a metodologia descritiva, uma vez

que se buscou relatar o processo de idealização e desenvolvimento do Sistema de

Patrimônio Imobiliário do Estado. Para subsidiar o trabalho aqui apresentado, foram

realizadas pesquisas bibliográficas e documentais, bem como consultas, entre

outras fontes, aos planos, programas e projetos elaborados e implementados pelo

Governo do Pará, voltados especificamente para a gestão do patrimônio público

imobiliário, sendo utilizado para tanto, uma abordagem analítica das experiências

práticas adotadas na área, com ênfase destacada ao projeto de planejamento,

desenvolvimento e implantação do SISPAT IMÓVEIS.

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3 A EVOLUÇÃO DA GESTÃO PATRIMONIAL NO ESTADO DO PARÁ

Os primeiros registros de controle patrimonial dos imóveis estaduais que

se tem informações disponíveis, remontam ao surgimento da SEAD em 1975, cuja

criação se deu pela Lei no 4.582/1975. Naquele ano foi realizado o levantamento e

cadastramento manual dos próprios do Estado pela então Diretoria de Serviços

Gerais (DSG), unidade responsável à época pela gestão do patrimônio estadual, que

a partir disso, passou a realizar o controle desses ativos, através de lançamentos em

fichas cadastrais, arquivadas em pastas físicas específicas, geradas à medida que

os imóveis iam sendo identificados.

Em 1995, por demanda da Secretaria de Estado de Educação, foi

desenvolvido pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do

Estado do Pará (PRODEPA), o Sistema REDE FÍSICA destinado ao controle dos

imóveis integrantes da Rede Escolar Estadual, cuja configuração foi estruturada

especificamente para atender a área de engenharia daquele Órgão do Governo

do Estado.

Ocorre que àquela altura, o número de imóveis que constavam do

cadastro estadual tinha alcançado um volume significativo e os instrumentos até

então utilizados, já não respondiam satisfatoriamente às necessidades da gestão

patrimonial, fato que levou a SEAD a assumir o Sistema e readequar sua

configuração para uma utilização mais ampla, de modo a possibilitar o controle

cadastral dos imóveis afetados aos órgãos e entidades integrantes das demais

áreas da Administração Estadual. O REDE FÍSICA operava em uma plataforma alta,

mainframe, utilizando a linguagem Natural/Adabas, possuindo em sua estrutura

funcionalidades para cadastro, atualização de dados, desativação, baixa de imóvel,

consultas e emissão de relatórios.

Em 1996, por decisão governamental estabelecida no Decreto

no 1.491/1996, a gestão do patrimônio imobiliário foi transferida para a Secretaria

de Obras Públicas, que passou a ter a responsabilidade pela gerência do acervo

estadual.

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No entanto, por força do Decreto no 018/2003, a competência legal da

gestão imobiliária retornou para a SEAD após sete anos. A partir daí, o enfoque

dispensado para a área passou a ter uma maior importância, especialmente em

virtude da Lei Complementar no 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que

estabeleceu como obrigação dos gestores, além de transparência e correta

destinação dos bens públicos, a proibição do uso de receita derivada da alienação

de bens para pagamento de despesas de custeio, tais como, pessoal, serviços de

terceiros, encargos e outras despesas correntes, isso tudo objetivando

prioritariamente a preservação do patrimônio público.

Em 2005, foi iniciado o recadastramento dos imóveis estaduais, cujos

trabalhos prolongaram-se até dezembro de 2006, alcançando todas as regiões do

Estado, a exceção de parcela da região sudoeste do Pará.

4 O REORDENAMENTO DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO ESTADUAL

Toda organização para operar e produzir e portanto, cumprir com sua

finalidade, não pode prescindir de seu patrimônio. Dessa forma, a gestão patrimonial

precisa ser efetiva e para isso, necessita que lhe sejam disponibilizados meios e

instrumentos que possibilitem a instituição realizar o controle físico e financeiro dos

bens móveis e imóveis integrantes de seu acervo, permitindo em consequência

responder a três perguntas fundamentais para qualquer organização; o que temos?

onde está? e quanto vale?

Portanto, torna-se de compreensível entendimento, que a resposta a

essas questões nos leve a concluir que estamos diante de um grande desafio, não

só por uma necessidade gerencial, mas também, por imposição legal, especialmente

em decorrência da edição das novas Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas

ao Setor Público (NBCASP) e a obrigatoriedade do seu pleno cumprimento,

considerando o que estabelece a Portaria STN no 828/2011, da Secretaria do

Tesouro Nacional.

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Como resposta ao desafio apresentado, a SEAD, através de sua Diretoria

de Gestão do Patrimônio, elaborou em 2004 e está implementando, o Projeto de

Reordenamento do Patrimônio Imobiliário do Estado que se propõe a responder as

três questões fundamentais colocadas para os gestores patrimoniais, de modo a

possibilitar à Administração; conhecer a real dimensão do acervo; saber a sua

localização; e finalmente a repercussão econômica dele derivada.

O Projeto em tela tem por objetivo prover o Estado do Pará de um

sistema de gestão que permita o conhecimento e o controle físico-financeiro do

acervo imobiliário estadual. Sua implementação confere inúmeros benefícios para a

gestão patrimonial, dentre os quais podemos destacar:

conhecimento real da dimensão, localização e valor do acervo

imobiliário estadual;

redução de custos com a locação de imóveis;

realização da apropriação contábil com maior segurança;

constituição de garantias para a realização de operações de crédito

junto ao mercado financeiro; e

otimização do uso dos imóveis do Estado.

A gestão efetiva pressupõe entre outras coisas, não apenas o controle

pelo controle dos ativos imobiliários, mas fundamentalmente a otimização do seu

uso, conforme bem observa Marques Neto:

a gestão patrimonial não se cingirá à mera atuação garantidora da servência do bem aos usos afetados, mas passará pela busca da

otimização, racionalização e ampliação do uso dos bens públicos.

A abrangência do Projeto alcança aproximadamente 3.000 imóveis

pertencentes ao Estado, localizados em 144 municípios do Pará, que possui

1.248.042,51 km² de extensão territorial. Esse empreendimento foi dividido em seis

etapas a saber:

levantamento físico das características dos imóveis, mediante o

recadastramento do acervo, a partir de visitas realizadas aos próprios

estaduais;

avaliação econômica dos imóveis visitados;

digitalização das informações obtidas no levantamento de campo;

definição do modelo de gestão;

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desenvolvimento de um sistema de controle de bens imóveis, capaz de

auxiliar a gestão imobiliária e a tomada de decisão; e

capacitação de servidores.

O trabalho de recadastramento dos imóveis foi realizado nos anos de

2005 e 2006 e atingiu praticamente todo universo estimado, considerando para

tanto, os imóveis registrados no Sistema REDE FÍSICA, que a época era a base de

dados utilizada, que referenciou os trabalhos de campo realizados em todas as

regiões do Estado. Das visitas realizadas resultaram, não só os dados das

características físicas dos imóveis visitados, mas também toda uma produção

documental técnica, tais como, plantas baixa e de localização, coordenadas

geográficas, registros fotográficos e avaliação econômica desses imóveis.

Além disso, os gestores passaram a dispor de informações estratégicas

que possibilitarão um planejamento mais eficaz para a destinação dos imóveis

estaduais, bem como a formulação de políticas públicas mais efetivas para a área

patrimonial, que permitam a otimização do uso do acervo estadual.

Com os dados físicos levantados e tratados, passou-se a visualizar a

distribuição espacial dos imóveis, as grandes concentrações existentes e o estado

de conservação em que se encontravam esses bens. Desse modo, foi possível

constatar que a região nordeste do Estado é onde se concentra a maior parte do

acervo estadual, seguida da região metropolitana de Belém. Por outro lado, a região

do Marajó dispõe da menor densidade de imóveis públicos, conforme podemos

observar no gráfico abaixo.

IMÓVEIS POR REGIÃO DO PARÁ

Figura 1

24%

32% 7%

14%

14% 9% Metropolitana

Nordeste

Marajó

Sudeste

Sudoeste

Baixo Amazonas

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Também foi possível identificar com segurança, a situação de ocupação

dos imóveis recadastrados, a vinculação desses próprios aos órgãos da

Administração direta e indireta do Estado, aos outros Poderes Constituídos e ao

Ministério Público Estadual.

IMÓVEIS POR ÓRGÃO DE AFETAÇÃO

Figura 2

As áreas de educação, saúde e segurança abrigam mais de 60% do total

do acervo estimado, estando vinculados a essas áreas cerca de 1.840 imóveis

públicos estaduais já recadastrados.

5 MODELO DE GESTÃO ADOTADO NO ESTADO

Ao desencadear o processo de modernização da gestão patrimonial

almejado pela Administração, se constatou a necessidade da estruturação de um

sistema de gestão que levasse ao estabelecimento de um conjunto de práticas

padronizadas logicamente interrelacionadas, onde estariam bem definidas as ações

de responsabilidade de cada um dos atores envolvidos com a gestão do patrimônio

imobiliário no Estado.

Em face disso, ainda em 2006, foi elaborada uma proposta de modelo de

gestão, que após as avaliações necessárias se transformou em diretriz normativa

para a Administração Pública Estadual. Isso se materializou com a edição do

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Decreto 2.708/2006, que instituiu o Sistema de Gestão do Patrimônio Imobiliário do

Estado do Pará, que tem como objetivo fundamental a execução das políticas

públicas definidas para a área, através da contribuição efetiva voltada para a

produção das informações necessárias ao atendimento das demandas

governamentais, uti lizando para tanto, mecanismos facilitadores da permanente

atualização, difusão e circulação da informação respectiva, no âmbito da

Administração Pública Estadual.

O Sistema abrange os seguintes tipos de imóveis vinculados aos órgãos e

entidades estaduais:

próprios;

em processo de aquisição;

cedidos por terceiros;

locados; e

simplesmente ocupados.

O Sistema foi estruturado de forma a possibilitar uma inter-relação lógica

e harmônica entre os órgãos e entidades integrantes da Administração Estadual,

sendo em função disso, organizado em níveis.

A gerência do Sistema foi atribuída à SEAD, a quem coube dentre outras

competências, a normatização e a coordenação do Sistema de Gestão. Além disso,

os procedimentos relativos à cessão e à permissão de uso, à doação, e a qualquer

outra forma de alienação gratuita ou onerosa de imóveis de titularidade da

Administração direta ou por ela utilizados, passaram a ser padronizados e os

processos a terem um fluxo mais racional.

O Sistema de Gestão está estruturado em três níveis conforme

demonstrado a seguir:

nível gestor;

nível de assessoria;

nível setorial.

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Figura 3

Desse modo, a composição do Sistema ficou constituída da seguinte

forma:

1. Órgão gestor: Secretaria de Estado de Administração

2. Órgãos de assessoria:

Procuradoria Geral do Estado

Secretaria de Estado de Obras Públicas

Secretaria de Estado de Planejamento

Escola de Governo do Estado (EGPA).

3. Órgãos setoriais: todos os demais órgãos e entidades da

Administração Pública Estadual.

Pode-se destacar, dentre outras competência atribuídas a Procuradoria

Geral do Estado, na condição de órgão de assessoramento do Sistema de Gestão

aqui referenciado, as seguintes:

aplicar sua função institucional na defesa do patrimônio imobiliário

estadual;

solicitar informações ao Órgão Gestor nos casos que envolvam ação

de usucapião;

dar conhecimento ao Órgão Gestor de todos os processos de

desapropriação tão logo sejam iniciados, fornecendo os dados

necessários;

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informar o Órgão Gestor sempre que houver imissão provisória ou

definitiva na posse de imóvel;

providenciar a regularização documental e o registro dos imóveis

desapropriados, encaminhando em seguida ao Órgão Gestor;

fornecer mensalmente a relação dos imóveis adquiridos por meio de

dação em pagamento, adjudicação ou arrematação em ações de

execução fiscal e a cópia das respectivas sentenças judiciais.

À Secretaria de Estado de Obras Públicas, dentre outras competências,

cabe:

realizar vistorias e avaliações de qualquer bem imóvel, sempre que

solicitado;

informar o Órgão Gestor acerca de quaisquer obras realizadas em

imóveis do Estado;

fornecer ao Órgão Gestor, ao final da obra, toda a documentação

correspondente (planta baixa, planta de localização, laudo de avaliação

e registro fotográfico).

A promoção da capacitação do pessoal que tem atuação na área

patrimonial coube a Escola de Governo, que é a responsável pela inclusão dos

cursos regulares de capacitação e de reciclagem dos servidores.

5.1 A padronização de procedimentos

Visando disciplinar e padronizar as rotinas de trabalho, bem como

estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliação do acervo imobiliário,

permitindo a redução de custos com a manutenção do patrimônio e a maximização

do uso dos imóveis do Estado, foi realizado o levantamento e a racionalização de

todos os processos de trabalho referentes à incorporação, uti lização dos imóveis

próprios e locados, seguridade e baixa por alienação de próprios estaduais,

facilitando aos gestores, o acompanhamento dos processos que se relacionem com

qualquer imóvel de interesse da Administração.

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Após a conclusão da etapa inicial de levantamento e racionalização dos

processos de trabalho, foram identificados dezesseis tipos de rotinas imobiliárias,

conforme demonstra a figura abaixo:

Figura 4

Identificados os processos, a etapa seguinte envolveu a descrição e a

fluxogramação das rotinas, sendo produzido a partir daí, o Manual de Procedimentos

do Patrimônio Imobiliário, que foi a seguir disponibilizado para todos os órgãos

estaduais, encontrando-se a disposição dos usuários e interessados no site da

SEAD (www.sead.pa.gov.br).

Figura 5

14

É importante observar, que os procedimentos administrativos descritos no

Manual são aplicáveis obrigatoriamente a todos os órgãos da administração direta e

facultativamente as entidades da administração indireta estadual.

6 O SISTEMA DE PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ

Cumprindo uma das etapas do Projeto de Reordenamento, foi planejado e

desenvolvido o Sistema de Patrimônio Imobiliário do Estado (SISPAT IMÓVEIS)

como uma ferramenta de apoio gerencial aos usuários e gestores patrimoniais dos

órgãos e entidades da Administração Pública Estadual.

O Sistema foi estruturado de modo a permitir aos seus usuários, que de

forma simples e ágil, por meio da WEB, acessem informações constantes da base

de dados imobiliária, alcançando à avaliação da situação contábil e a repercussão

econômica do acervo incorporado, viabilizando a efetiva gestão e o controle desses

ativos, e consequentemente a redução dos custos com locação a partir da

otimização do uso dos imóveis estaduais.

O SISPAT IMÓVEIS foi desenvolvido uti lizando a plataforma Java

Interprise, Banco de dados Postgre e linguagem Java, que possibilita o registro da

incorporação dos imóveis e o acompanhamento da sua utilização, dispondo das

funcionalidades de cadastro, atualização, análise de solicitações, localização

geográfica dos imóveis, controle de contratos e termos, consultas, produção de

gráficos gerenciais e emissão de relatórios.

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Figura 6 – Tela inicial do SISPAT Imóveis

A SEAD, através da Diretoria de Gestão do Patrimônio do Estado, é o

órgão responsável pela gestão do SISPAT IMÓVEIS, sendo de competência da

Empresa de Tecnologia da Informação do Pará o suporte técnico ao Sistema.

Identificadas as funcionalidades do Sistema, passaremos a conhecer

suas aplicações de forma mais detalhada, iniciando pela função de Incorporação

Cadastral de um imóvel.

Em um novo cadastro os órgãos estaduais dispõem da rotina de

solicitações, através da qual são informados os dados relativos ao imóvel que está

sendo incorporado ao patrimônio estadual. Devem ser informados nos campos

disponíveis os seguintes dados:

Descrição – Este campo refere-se a denominação do imóvel.

Órgão de Vinculação – Deve ser preenchido com o nome do órgão no

qual o imóvel está afetado.

Tipo de Incorporação – O usuário deve informar neste campo a forma

de ingresso do imóvel no patrimônio estadual.

Situação de Ocupação – Identifica qual a condição de uso do imóvel.

Data de Incorporação – Deve ser informada a data da incorporação do

imóvel ao patrimônio do Estado do Pará.

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Figura 7

Destino – Neste campo deve ser informado se o órgão ou entidade

destinatário do imóvel pertence a administração direta ou indireta.

Tipo de Utilização – Refere-se ao tipo de atividade a que se destinará o

imóvel. Ex: escola, hospital, delegacia de polícia, etc.

No do Processo – Neste campo é informado o número do protocolo

gerado no Sistema e-Protocolo, contendo os arquivos para análise da

SEAD.

Endereço – Identificação da localização do imóvel.

Telefones – Informa os telefones existentes no imóvel.

Localização Geográfica – Neste campo são informadas as

coordenadas geográficas de localização do imóvel (latitude e

longitude).

Documentação Jurídica – Deve constar dados da escritura e do registro

do imóvel, tais como; nome do cartório, matrícula, livro e folha de

registro imobiliário.

Dados do Terreno – Informa dados técnicos do terreno e valor de

avaliação.

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Figura 8 – Tela para novo cadastro de imóveis

Realizado o cadastro do imóvel, será necessário manter os dados

atualizados. Para que isso ocorra, o usuário deverá acessar no menu Imóveis

Próprios, o link Solicitações Nova Atualização, através do qual será aberta uma

tela em que serão apresentados campos que deverão ser preenchidos com a

identificação do imóvel, conforme a seguir:

Descrição – Refere-se a denominação do imóvel.

RPI – Neste campo deve ser informado o número de registro do imóvel

no Sistema.

UF – Informa a unidade federativa de localização do imóvel.

Município – Deve ser informado o município onde está situado o

próprio estadual.

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Figura 9 – Tela pesquisa de imóvel

Após o lançamento seletivo dos dados de identificação do imóvel e

acionado o botão “Pesquisar”, surgirá na tela do Sistema o imóvel objeto da

atualização cadastral, conforme nos mostra a imagem abaixo.

Figura 10 – Tela solicitação de atualização cadastral

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Na solicitação de atualização cadastral o usuário deverá informar o motivo

da alteração, o número do processo correspondente, no qual constará a

documentação que deu causa a solicitação e os dados que devem ser atualizados,

tais como, a descrição do imóvel, a situação de ocupação, o tipo de utilização,

complemento de endereço, dados da edificação, valor e área do terreno, entre

outras informações.

Por sua vez, as consultas ao acervo poderão ser realizadas no SISPAT

IMÓVEIS, utilizando-se a opção do menu “Consultas Imóveis Próprios”. Poderão

ser consultados ainda, os imóveis locados que se encontram em uso pela

Administração Estadual e os cedidos por terceiros, utilizando-se para tanto a opção

“Consultas Imóveis de Terceiros”.

Utilizando a funcionalidade em ênfase, o usuário poderá ter acesso a

diversas informações sobre os imóveis pertencentes ao acervo do Estado do Pará,

bem como às suas fichas cadastrais, que são disponibilizadas a partir da seleção de

um dos campos destinados à pesquisa do imóvel a ser consultado.

A novidade é que o Sistema possibilita a realização de consultas sobre a

localização dos imóveis cadastrados, utilizando como referência as coordenadas

geográficas de localização registradas no SISPAT IMÓVEIS, facilitando assim, o

acesso a imagens que permitirão a fácil identificação desses próprios estaduais.

Figura 11 – Tela de consulta- localização geográfica de imóvel

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É possível também, visualizar fotos e documentos digitalizados dos bens

cadastrados no Sistema, bastando que o usuário selecione o imóvel de interesse e

clique na lupa de visualização, localizada à direita da tela de consulta de imóveis

próprios, conforme mostrado nas figuras 12 e 13 a seguir:

Figura 12 – Tela de consulta- seleção de imóvel

Figura 13 – Tela de consulta- visualização de imóvel

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Com a utilização do SISPAT IMÓVEIS se tornou possível consultas

mais rápidas e seguras a informações e documentos vinculados aos imóveis

pertencentes ao Estado do Pará. Dessa forma, o usuário poderá ter a sua

disposição documentos técnicos e jurídicos digitalizados, tais como; plantas baixas,

plantas de situação, escrituras públicas, registros de imóveis, cartas de adjudicação,

títulos de aforamento, contratos de permuta, atos legais autorizativos de doação e

decretos de desapropriação, entre outros.

Para a análise técnica das informações relativas ao acervo imobiliário, o

Sistema disponibiliza como apoio à gestão patrimonial, gráficos e relatórios

gerenciais que permitirão aos gestores estaduais a tomada de decisão com mais

segurança e confiabilidade.

O usuário do SISPAT IMÓVEIS conta no momento com os seguintes

relatórios:

Imóveis Disponíveis;

Imóveis Incorporados no Exercício;

Imóveis Baixados no Exercício;

Imóveis por Órgão/Município;

Físico-Financeiro de Bens Imóveis;

Imóveis Cedidos por Cessão de Uso;

Imóveis Cedidos por Permissão de Uso;

Inventário Anual; e

Resumo do Inventário.

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Figura 14 – Relatório Físico-Financeiro de Bens Imóveis

Os relatórios apresentados no SISPAT IMÓVEIS são

disponibilizados para impressão em formato PDF, devendo o usuário para

tanto, clicar no botão “Emitir Relatório” que aparece na tela mostrada, quando

o usuário seleciona o relatório de seu interesse.

Por fim, é importante ressaltar que objetivando a maior segurança e

a integridade do processo de manutenção das informações, foram criados

diferentes perfis de acessibilidade, bem como a auditoria dos registros

imobiliários lançados pelos usuários no Sistema.

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7 CONCLUSÃO

Como visto nesta abordagem, o Governo do Pará tem desenvolvido ao

longo dos últimos anos, várias ações voltadas para o aperfeiçoamento da gestão

patrimonial do Estado, buscando para isso, sempre a melhor destinação dos imóveis

pertencentes ao acervo estadual, bem como a necessária economicidade, a partir da

eficiente aplicação dos recursos públicos.

Com a disponibilização do SISPAT IMÓVEIS para os órgãos e entidades

da Administração Pública Estadual, a Secretaria de Estado de Administração do

Pará vai decisivamente ao encontro do aperfeiçoamento da gestão imobiliária e

consequentemente em busca da redução dos gastos com a locação de imóveis,

priorizando para tanto, a melhor utilização dos próprios estaduais.

REFERÊNCIAS

DECRETO ESTADUAL no 018, de 13 de fevereiro de 2003. Disponível em:

<http://www.alepa.pa.gov.br/portal/listaLeis.php>.

DECRETO ESTADUAL no 2.708, de 28 de dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.alepa.pa.gov.br/portal/listaLeis.php>.

LEI ESTADUAL no 4.582, de 24 de setembro de 1975. Disponível em: <http://www.sead.pa.gov.br/sites/default/files/Lei_de_criacao_da_SEAD.pdf>.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ. Disponível em: <http://www.sead.pa.gov.br/sites/default/files/manuais/manual-procedimentos-

patrimonio-imobiliario.pdf>.

MARQUES NETO, Floriano de Azevedo. Bens Públicos: função social e exploração

econômica: o regime jurídico das utilidades públicas.Belo Horizonte: Fórum. 2009.

SANTOS, Gerson dos. Manual de Administração Patrimonial. Florianópolis: Pallotti. 2002.

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___________________________________________________________________

AUTORIA

Paulo Jorge da Paz Pereira – Diretor de Gestão do Patrimônio do Estado da Secretaria de Estado de Administração do Pará.

Endereço eletrônico: [email protected]