síntese do texto-base da campanha da fraternidade 2012
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Idéias centrais do texto-base da CF 2012 para equipes de apoio da Campanha da Fraternidade 2012, Curitiba, PR.TRANSCRIPT
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APRESENTAÇÃO
“Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8)A promoção da vida e a dignidade humana se tornam um apelo
que continua sendo sinal de realidade em Cristo. Ao falar e discutir sobrea fraternidade e saúde pública, a Igreja no Brasil deseja tornar nossascomunidades escolas da promoção da vida.
Em nossa Arquidiocese, queremos uma ação voltada para a vida, elembramos que nossas relações sociais e comunitárias sempre renovama esperança em um Deus Criador que renova a vida e concede esta vida
de maneira gratuita.A alteridade e a gratuidade marcam nossas ações pastorais emtoda nossa Igreja no Brasil. Uma ação espelhada no próprio Jesus CristoBom Pastor que dá a vida palas ovelhas (Jo 10,11).
EmnossaArquidiocesecaoanseioderespondermosacertasperguntas que emergem no meio da violência e de exclusão que vivemos.
Que todos os animadores de comunidades possam aproveitar estatemática para uma nova evangelização no encontro com Cristo sofredor eque revela o Reino de Deus no desejo de vida e abundancia para todos.
Amém!
Pe. Rivael de Jesus Nacimento
Coordenador da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Curitiba
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OBJETIVOS
Geral:ReetirsobrearealidadedasaúdenoBrasilemvistadeumavida
saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na aten-ção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde.
Específcos:
a) Disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a práticade hábitos de vida saudável.
b) Sensibilizar as pessoas para o serviço aos enfermos, o supri-mento de suas necessidades e a integração na comunidade.
c) Alertar para a importância da organização da Pastoral da Saúdenas comunidades - criar onde não existe, fortalecer onde estáincipiente e dinamizá-la onde ela existe.
d) Difundir dados sobre a realidade da saúde no Brasil e seus de-saos,comestreitarelaçãocomosaspectossocioculturaisdenossa sociedade;
e) Despertar nas comunidades a discussão sobre saúde pública,visando a defesa do SUS e a reivindicação do seu justo funcio-namento;
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INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO
“saúde é um processo harmonioso de bem-estar físico, psíquico, social e espiritual,
e não apenas a ausência de doença,
processo que capacita o ser humano a cumprir a missão
que Deus lhe destinou,
de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontre”.
A vida saudável requer harmonia entre corpo e espírito, entre pes-soa e ambiente, entre personalidade e responsabilidade. Nesse sentido,o Guia Pastoral, entendendo que a saúde é uma condição essencial parao desenvolvimento pessoal e comunitário, apresenta algumas exigênciaspara sua melhoria:
a) articular o tema saúde com a alimentação; a educação; o trabalho;a remuneração; a promoção da mulher, da criança, da ecologia,do meio ambiente etc;
b) a preocupação com as ações de promoção da saúde e defesa da
vida, que respondem às necessidades imediatas das pessoas,das coletividades e das relações interpessoais. No entanto, queestas ações contribuam para a construção de políticas públicase de projetos de desenvolvimento nacional, local e paroquial,calcada em valores como: a igualdade, a solidariedade, a justiça,a democracia, a qualidade de vida e a participação cidadã.
Trata-se de uma concepção dinâmica e socioeconômica da saúdeque,aotomarotemadasaúde,nãorestringeareexãoacausasfísicas,mentais e espirituais, mas avança para as sociais. Com esta abordagem,
a Igreja objetiva apresentar elementos para dialogar com a sociedade, amdemelhorarasituaçãodesaúdedapopulação.
A Seguridade Social (com a tríade: Assistência Social, PrevidênciaSocial e a Saúde) e o seu futuro representa um dos principais problemassociais que vivemos na atualidade. As preocupações são as mais varia-das possíveis e representam uma análise contextual de uma sucessãode equívocos e falta de priorização na boa condução da coisa pública edas políticas governamentais deste país. E o povo brasileiro é tido comoo principal prejudicado neste cenário. Cabe ainda ressaltar que só o setor
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da saúde movimenta R$ 160 bilhões/ano no Brasil e responde por 8% doPIB (em comparação com os 17% dos EUA) e emprega cerca de 10% dapopulação brasileira.
O Brasil com cerca de 192,3 milhões de habitantes (IBGE, 2010) e5.565 municípios, sendo que em aproximadamente 1.000 deles não hámédicos, tem no SUS o único acesso à saúde para 150 milhões (78%da população) de brasileiros. São 63 mil unidades ambulatoriais, 6 milhospitais e 440 mil leitos hospitalares espalhados pelo país. Segundo opróprio Ministério da Saúde, só em 2006 foram 1 bilhão de procedimentosde atenção primária, 300 milhões de exames laboratoriais, 150 milhões deconsultas médicas e 132 milhões de atendimentos de alta complexidade.E ainda, anualmente, há 12 milhões de internações, 2 milhões de partose 12.000 transplantes de órgãos em toda a rede credenciada do SUS.
Mesmo com números tão impressionantes, o SUS avançou emalguns aspectos, tais como: cobertura vacinal destacável em recentescampanhas(contra:InuenzaSazonal;GripeA;RubéolaePoliomielite);Programa referência de Assistência Farmacológica aos Portadores deHIV/AIDS e na questão dos Transplantesde Órgãos, o SUS é responsável por maisde 98% dos eventos realizados no país.Temos ainda cerca de 46,6% da populaçãobrasileira (cerca de 87,7 milhões de pes-
soas) coberta pelo Programa de Saúde daFamília em 5.125 municípios (Ministério daSaúde, 2007), com um montante de 27.324equipesdeprossionaiseagentescomunitáriosdesaúde.
No entanto, a dura realidade que permeia o setor saúde e que pro-voca uma interferência direta na vida da imensa maioria da populaçãobrasileira faz com que possamos inferir que a Saúde no Brasil vive umdos períodos mais críticos e precários e, para alguns mais realistas, es-tamos diante de um verdadeiro caos ou um grave apagão do bem estar.
Podemos enumerar aqui alguns dos mais sérios e delicados problemasque enfrentamos no dia-a-dia nos estabelecimentos públicos de saúde,dentre eles destacamos:
a) superlotação das unidades de urgência e emergência (pronto-socorros);
b)acessoprecáriocomlasintermináveisdemarcaçãodeconsul-tas, procedimentos e exames;
c)mádistribuiçãodeleitoshospitalaresnopaíseinsuciênciadeleitos de UTI;
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d) carênciaemádistribuiçãodeprossionaisdesaúdepeloterritórionacional;
e) comprometidaeinsucienteassistênciafarmacêuticaàpopulaçãono sistema público;
f) sucateamento de material permanente e precarização de materialde consumo;g) falta de humanização e de acolhimento adequados nas unidades
de saúde;h) carência de informações e esclarecimentos adequados à popu-
lação;i) ausência de planejamento e desorganização dos serviços dis-
ponibilizados; j) tendência a terceirização de várias unidades públicas de saúde;k) tabela de valores do SUS defasada e não condizente com a
nossa realidade;l) baixaedesestimulanteremuneraçãoaosprossionaisdesaúde;
m) violência e tensionamento crescente entre pacientes/familiareseprossionaisdesaúde;
n) reduçãocontínuadomontantederecursosnanceirosaplicadosnasaúdecomodescumprimentodaEC29(nanciamentoinsu-ciente);
o) despreparo ou falta de gerenciamento ou má gestão por partedos responsáveis pela execução das políticas públicas em saúde,dentre outros.
Realizar uma Campanha da Fraternidade sobre a temática da Saú-de Pública representará um grande divisor de águas no nosso país, poisapós as CF de 1981 (“Saúde e Fraternidade”, com o lema: “Saúde paratodos”) e de 1984 (“Fraternidade e Vida”, com o lema: “Para que todos
tenham vida”) e a grande mobilização e apoio ao movimento de ReformaSanitárianoBrasildonaldadécadade70emeadosda80, tivemosa VIII Conferência Nacional de Saúde (1986) e com a promulgação daConstituição Federal de 1988, o modelo de Saúde Pública brasileiro foiconstruído e detalhado inicialmente nas duas leis orgânicas da saúde em1990 (leis n. 8.080 e 8.142), porém o SUS (Sistema Único de Saúde),desejado por toda a sociedade, e que inclusive serve como bom exemplopara muitos outros países, vem apresentando uma consolidação frágil etênue, necessitando assim de uma urgente defesa e revitalização.
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JESUS – AGENTE DE SAÚDE
Contemplamos o apogeu da proximidade de Deus ao sofrimento
do homem, no próprio Jesus que é “Palavra encarnada. Sofreu conosco,morreu. ‘Com a sua paixão e morte, assumiu e transformou profundamentea nossa debilidade’”. O Evangelho, em sua totalidade, no-lo mostra, maspodemos deter-nos na Parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-37); oumesmonaindicaçãosobreojuízonal(Mt25,31-46).
BOM SAMARITANO: PARADIGMA DO CUIDADO
A parábola do bom samaritano é enten-dida como paradigma do cuidado. Mesmo que
sejam possíveis outras interpretações, parece-nos oportuno evidenciar, neste contexto daCampanha da Fraternidade, o bom samaritanocomoumaguraemblemáticaparaocuidadoqueseesperadapartedosprossionaiseser -vidores da saúde. “Esta parábola, em si mesma,exprime uma verdade profundamente cristã e,ao mesmo tempo, muitíssimo humana universalmente. Não é sem motivoque até na linguagem corrente se designa obra de bom samaritano qual-
quer atividade em favor dos homens que sofrem ou precisam de ajuda”.A parábola ajuda a pensar sobre a solidariedade, como também
acerca da vulnerabilidade a que todos estamos condicionados, desde acriação. De fato, os dois relatos da criação do homem e da mulher, dealguma maneira nos remetem a esta ambiguidade que nos constitui. Oprimeiro relato sublinha a dignidade humana. Nós somos imagem e seme-lhança de Deus. Manifestamos uns para os outros a presença de Deus. Osegundo relato lembra a matéria de que somos feitos: do húmus, do barroda terra. Assim, temos a dignidade de Deus, mas somos modelados pela
fragilidade, pela precariedade. Carregamos a marca da criaturalidade, ouseja,dadependênciaenãoaautossuciência.Ninguémvivesozinho!
Essa condição faz lembrar outra imagem. A imagem do profetaJeremias. Deus nos criou do barro, mas temos a possibilidade de ser constantemente recriados. Foi isso que Deus revelou ao profeta: “Desceà casa do oleiro. Aí eu comunicarei minha palavra a você. Desci até acasa do oleiro e o encontrei fazendo um objeto no torno. O objeto queele estava fazendo se deformou, mas ele aproveitou o barro e fez outroobjeto, conforme lhe pareceu melhor. Então veio a mim a palavra de Deus:
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por acaso não posso fazer com vocês da mesma forma como agiu esseoleiro? Como barro nas mãos do oleiro, assim vocês estão em minhasmãos!” (cf. Jr 18,1-6)
A parábola do Bom Samaritano nos lembra a condição de fragilidade
humana, mas também indica que os seguidores de Jesus devem descobrir a importância do cuidado. Esse é, de fato, o apelo do texto evangélico:reconhecer a condição de fragilidade e de vulnerabilidade de todo ser hu-mano e libertar do temor da proximidade sanadora do outro. A fragilidadesomente se cura mediante a proximidade daquele que se dispõe a cuidar do debilitado. Cuida-se da própria vulnerabilidade quando se consente aproximidade do outro.
O samaritano é aquele que em face da necessidade do outro aassimila e se deixa transformar por ela. Não só porque cuida do ferido
e lhe dá abrigo, mas porque o faz em prejuízo dos seus próprios planosiniciais. Tornar-se próximo compreende uma vulnerabilidade ativa, umaceitar tornar-se frágil nas mãos de outrem. O que essa dimensão revelaé outra dimensão da fragilidade humana, uma dimensão ativa que semanifesta em ato de entrega ao projeto do outro, o que implica deixar-senas mãos de quem se cuida.
Essa atitude é revelada nos sete verbos desta parábola e indica ummodo de ser diante do outro, que pode iluminar o engajamento da Igrejae dos cristãos no campo da saúde pública.
Ver - a primeira atitude do samaritano que descia pelo caminho foienxergar a realidade. Ele não ignorou a presença de alguém caído, dealguém que teve seus direitos violentados e que se encontra à margemdaestrada.Estaatitude,porém,nãoésuciente.O‘sacerdote’eo‘levita’que haviam passado antes dele também ‘viram’, mas passaram adiante.“Bom samaritano é todo homem que se detém junto ao sofrimento deoutro homem, seja qual for o sofrimento”.
Compadecer-se - a percepção da presença do caído conduziu oSamaritano à atitude de compaixão. Ele deixou-se afetar pela presençado violentado que jazia quase morto. A compaixão diante da fragilidadedo outro desencadeou as demais atitudes tomadas pelo samaritano. “Bomsamaritano é todo homem sensível ao sofrimento de outrem, o homemque se ‘comove’ diante da desgraça do próximo. Se Cristo, conhecedor do íntimo do homem, põe em realce esta comoção, quer dizer que ela éimportante para todo o nosso modo de comportar-nos diante do sofrimentode outrem. É necessário, portanto cultivar em si próprio esta sensibilidadedo coração, que se demonstra na compaixão por quem sofre. Por vezes
esta compaixão acaba por ser a única ou a principal expressão do nosso
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amor e da nossa solidariedade com o homem que sofre”.
Aproximar-se - ao contrário dos que o antecederam, o viajante es-trangeiro aproximou-se do caído, foi ao seu encontro, não passou adiante.No homem assaltado, ferido, necessitado de cuidado, reconheceu seupróximo, apesar das muitas diferenças entre ambos.
Curar - a presença do outro exige cuidado. A aproximação, a com-paixão não são simplesmente sentimentos benevolentes voltados aooutro. Elas se tornam obra, se transformam em ação que lança mão doselementos que tem disponíveis para salvar o outro.
Colocar no próprio animal - Estepassotambémésignicativo.Elecolocou a serviço do outro os próprios bens. Não temeu disponibilizar aodesconhecido ferido tudo o que dispunha: primeiro seu meio de transporte,depois o que trazia para seu próprio cuidado, dinheiro.
Levar à hospedaria - o samaritano não só viu, aproximou-se,curou,colocounopróprioanimal,porm,tambémmudouoseuitinerário,adaptando-se para poder atender aquele necessitado. E ainda mais: eleacabou mobilizando e envolvendo outras pessoas e estruturas para nãodeixar morrer aquele que fora assaltado. Isso é muito importante, poisnem sempre conseguimos responder a todas as demandas, mas podemosmobilizar outras forças para atender e cuidar de quem sofre. Trata-se decriar parcerias, ser referência e contrarreferência. “A Igreja, em sua missãoprofética, é chamada a anunciar o Reino aos doentes e a todos os que
sofrem, cuidando para que seus direitos sejam reconhecidos e respeita-dos, assim como a denunciar o pecado e suas raízes históricas, sociais,políticas e econômicas, que produzem males como doença e a morte”.
Cuidar - esse é o sétimo verbo e expressa o conjunto da interven-ção do samaritano. Trata-se de um cuidado coletivo, que envolveu outrospersonagens,recursosnanceiros,estruturasqueoviajantenãodispunhae o compromisso de retornar. Mesmo que ele tenha dado sequência à suaviagem,elanãoteveomesmom,nemselimitouacumprirosobjetivosiniciais. A razão é que agora ela incluiu outra pessoa, um compromissoque não estava planejado no início da viagem, mas não pode mais ser ignorado. Cuidar passa a ser uma missão.
Aguradobomsamaritanoassumeacondiçãodemodeloparaaação evangelizadora da Igreja no campo da saúde e no campo da defesadas políticas públicas. Seguindo o exemplo da parábola, “na comunhãocom Cristo morto e ressuscitado, a Igreja se transforma em lugar de aco-lhida, em que a vida é respeitada, defendida, amada e servida – lugar de esperança, em que todo o peregrino cansado ou enfermo, que busca
sentido para o que está vivendo, pode viver de maneira saudável e sal-
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vícaseusofrimentoesuamorteàluzdaressurreição”.
“O espírito do samaritano deve impulsionar o trabalho da igreja.Como mãe amorosa, ela deve aproximar-se dos doentes, dos fracos, dosferidos,detodososqueseencontramjogadosnocaminhoamdeacolhê-los, cuidar deles, infundir-lhes força e esperança. No restabelecimento dasaúde física está em jogo mais que a vitória imediata sobre a enfermidade.Quando nos aproximamos dos enfermos, aproximamo-nos de todo ser humano de suas relações porque a enfermidade o afeta integralmente”.
A proximidade de Jesus aos doentes não se interrompeu: prolonga-se no tempo graças à ação do Espírito Santo na missão da Igreja, naPalavra e nos Sacramentos, nos homens de boa vontade, nas atividadesde assistência que as comunidades promovem com caridade fraterna,
mostrando assim o verdadeiro rosto de Deus e o seu amor. O Sínodo dágraças a Deus pelo testemunho esplêndido, frequentemente escondido,de muitos cristãos – sacerdotes, religiosos e leigos – que emprestaram econtinuam a emprestar as suas mãos, os seus olhos e os seus coraçõesa Cristo, verdadeiro médico dos corpos e das almas. Depois exorta paraque se continue a cuidar das pessoas doentes, levando-lhes a presençavivicadoradoSenhorJesusnaPalavraenaEucaristia.Sejamajudadasa ler a Escritura e a descobrir que podem, precisamente na sua condição,participar de um modo particular no sofrimento redentor de Cristo pela
salvação do mundo (cf. 2Cor 4,8-11.14).Ao longo dos trabalhos sinodais (Sínodo sobre a Palavra de Deus
na Vida da Igreja – 2008), a atenção dos Padres deteve-se também nanecessidade de anunciar a Palavra de Deus a todos aqueles que estãoem condições de sofrimento físico, psíquico ou espiritual. De fato, é nahora do sofrimento que se levantam mais acutilantes no coração do ho-mem as questões últimas sobre o sentido da própria vida. Se a palavrado homem parece emudecer diante do mistério do mal e da dor e a nossasociedade parece dar valor à vida apenas se corresponde a certos níveisdeeciênciaebem-estar,aPalavradeDeusrevela-nosquemesmoestascircunstâncias são misteriosamente «abraçadas» pela ternura divina. Afé que nasce do encontro com a Palavra divina ajuda-nos a considerar avida humana digna de ser vivida plenamente, mesmo quando está debi-litada pelo mal. Deus criou o homem para a felicidade e a vida, enquantoa doença e a morte entraram no mundo em consequência do pecado (cf.Sb 2, 23-24). Mas o Pai da vida é o médico por excelência do homem enão cessa de inclinar-Se amorosamente sobre a humanidade que sofre(Da Exortação pós-Sinodal Verbum Domine n. 106).
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Como resposta a todas essas provocações da Palavra de Deus,na vida de nossa Arquidiocese, a Dimensão Social coordena atividadesde promoção da vida, em seu sentido amplo. Vale conhecer o trabalhorealizado pelas pastorais ligadas à saúde: Pastoral da Saúde, da Criança,daSobriedade,daAIDS,doIdoso,daPessoacomDeciência,dosSur -
dos e tantas Instituições ligadas à Igreja Católica, que ao longo dos anosvem dando sua resposta ao Evangelho, como é o caso da Santa Casa,da Aliança e Saúde, da AIC(Vicentinos), dos Camilianos, Carmelitas, Mis-sionários do Sagrado Coração, Redentoristas, Salesianos. Quantas casasderecuperaçãoecuidadosdavidaqueorescememnossaArquidiocese,suscitadas pela Palavra de Deus que vai movendo corações e inspirandoações concretas em favor dos irmãos menos favorecidos. Mas, nesseserviço à vida, ninguém está isento e essa Campanha da Fraternidadenos quer mobilizar a todos, numa pastoral orgânica, como nos propõe o
XVII PLANO DE PASTORAL ARQUIDIOCESANO.
IGREJA: A SERVIÇO DA VIDA PLENA PARA TODOS
f) A missão dos discípulos é o serviço pela vida plena (DAp, CapVII). A Igreja se reconhece como servidora da vida e volta suaatenção aos “novos rostos dos pobres”. O discípulo missionárionão se cala diante da vida impedida de nascer, seja pela decisãopessoal, seja pela legalização e despenalização do aborto. Nessa
ótica, a vida deve ser promovida em todas as suas dimensões,valorizada desde a concepção até a morte natural. É atravésda promoção da cultura da vida que os discípulos missionáriostestemunham verdadeiramente sua fé.
g) Os pobres e excluídos são sujeitos da evangelização e da promo-çãohumanaintegral.EisodesaodaIgreja:promoveravidaeadignidade humana, onde todos têm acesso à alimentação, casa,trabalho, educação, saúde, lazer, desejo de crescer e constituir família. Nossos ambientes eclesiais são sinais de vitalidade onde
o perdão é regra; a reconciliação meta de todos; a tolerância erespeito condição de felicidade; a gratuidade, vitória sobre a am-bição.Aopçãopelospobresaindaératicadaepotencializada,onde lembramos que Deus se fez pobre para nos enriquecer comsua pobreza.
h) No desejo de uma Igreja samaritana, o discípulo vive o anúnciode um mundo que, acima de tudo por amar a vida, convoca àcomunhão entre todos os seres vivos em uma perspectiva eco-lógica, para um mundo justo, fraterno e solidário.
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PROPOSTA DA PASTORAL DA SAÚDE
A Pastoral da Saúde da CNBB formula um conceito de saúde queengloba quatro dimensões do ser humano: Saúde física – equilíbrio orgâ-nico; Saúde psíquica-equilíbrio nas diversas situações da vida, aberturapara o outro; saúde social – habitação adequada, trabalho e salárioscondizentes, lazer,educação, amizade,relacionamento;Saúde Espiritual
– dar sentido à própria existência, ligar a vida ao transcendente(Deus).
Essas dimensões são concretizadas em li-nhas de ação da Pastoral da saúde: a DimensãoSolidária, que nos provoca a ir ao encontro de
quem sofre, como Jesus, o Bom Samaritano. Aação Evangelizadora não discrimina, não excluinem por credo, condição social ou raça. Todossão destinatários de nossa ação, seja paralevar o consolo de uma palavra, para prestar um serviço ou encaminhar a atendimento es-pecializado.
A preocupação em ser agentes de mais vida nos faz assumir aDimensão Comunitária da Pastoral da Saúde, apoiando ações da co-munidade,rmandoparcerias,promovendoeincentivandoatitudesdevida, participando dos conselhos locais de saúde e noutras instâncias depromoçãoequalicaçãodavida.
A Dimensão Político-Institucional zela para que organismos e insti-tuições públicas e privadas tenham presente sua missão social, política,ética bioética e comunitária, na promoção da vida. Dessa dimensão fazparte a presente iniciativa da Campanha da Fraternidade 2012.
Pensaremsaúdepúblicaremete imediatamenteauma reexão
sobre o SUS, que é ainda a melhor resposta ao melhoramento da saúdepública no Brasil, apesar de suas limitações e falhas. É preciso formar ascomunidades para bem usar o SUS e seus instrumentos de participação nocontrole da gestão da saúde pública. É preciso encararmos a saúde nãocomo mercadoria, mas como direito e dever de todos e convertermo-nosa uma real fraternidade para que o sofrimento Redentor de Cristo resulteem plena vida para todos.
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GRANDES PREOCUPAÇÕES NA SAÚDE PÚBLICA
Atualmente existem cinco temas preocupantes na saúde pública
do Brasil. São eles: Doenças Crônicas Não Transmissíveis (doenças cardiovascu-lares, hipertensão, diabetes, cânceres, doenças renais crônicase outras);
Em 2007, cerca de 72% das mortes no Brasil foram atribuídas àsDCNT, 10% às doenças infecciosas e parasitarias e 5% aos distúrbios desaúde materno-infantis.
Historicamente as doenças do aparelho circulatório têm represen-tado a primeira causa de óbitos do Município de Curitiba, seguida das
neoplasias, das causas externas e das doenças respiratórias. Nos últimosdezanos,observa-seatendênciadereduçãodoscoecientesdemor -talidade por doenças infecto-parasitárias, afecções do período perinatale doenças circulatórias. Por outro lado, nota-se o aumento de óbitos por neoplasias e causas externas.
As neoplasias são a segunda causa de óbitos no Município deCuritiba e vêm aumentando sua participação na mortalidade proporcio-nal. Na avaliação segundo o sexo, os três primeiros tipos de cânceres nosexo masculino obedecem o padrão nacional: traquéia/brônquio/pulmão,próstata e estômago. No sexo feminino, entre as neoplasias, a de mamaé a primeira causa de óbito, seguida por traquéia/brônquio/pulmão eestômago e pâncreas. O câncer do colo do útero está na sexta posição.
Doenças transmissíveis (AIDS, tuberculose, hanseníase, gripe,dengue e outras)
De acordo com a série histórica dos casos de AIDS no Brasil,desde 1980 a junho de 2011, foram registrados 608.230 casos. Omaior número está concentrado na região Sudeste com 343.095
(56,4%) casos, seguido da Sul com 123.069 registros (20,2%),Nordeste 78.686 (12,9%), Centro-Oeste 35.116 (5,8%) e Norte28.248 (4,6%).
Em 2010, a região Sul apresentou a maior taxa de incidência (28,8casos a cada 100 mil habitantes. O total de casos de AIDS em jovens de15 a 24 anos, de 1982 até junho de2011, corresponde a 66.698. No anode 2010, a região com a maior taxa de incidência foi a Sul (14,3 casosa cada 100 mil habitantes). De 1980 a 2010 foram registrados 241.469óbitosporAIDSnoBrasil.Em2010,ocoecientedemortalidadefoide
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6,3 óbitos por 100 mil habitantes. Em termos regionais, a região commaior índice é o Sul (9,0). Na faixa etária de 13 a 19 anos, a maior taxade incidência é no sexo feminino.
A Tuberculose ainda é a terceira maior causa de óbitos por do-enças infecciosas.
A Hanseníase (lepra), doença que tem cura, acomete cerca de47.000 pessoas a cada ano, no Brasil, sendo que 8% deles sãomenores de 15 anos.
O vírus da gripe acomete, anualmente no Brasil entre 400 e 500mil pessoas e mata de 3 a 4 mil indivíduos, em sua maioria idosos.
fatorescomportamentaisderiscomodicáveis(tabagismo,dislipi-demias por consumo excessivo de gorduras saturadas de origemanimal,obesidade,ingestãoinsucientedefrutasehortaliças,
inatividade física e sedentarismo);
O tabagismo é a principal causa evitável de morte no mundo. É in-contestável a associação entre o cigarrocom suas mais de quatro mil substânciastóxicas e os vários tipos de câncer (comode pulmão, boca, lábio, língua, laringe,garganta, esôfago, pâncreas, estômago,intestino delgado, bexiga, rins, colo deútero), bem como com diversas mo-léstias, por exemplo: derrame cerebral,ataque cardíaco, doenças pulmonarescrônicas, problemas de circulação, úlce-ras, diabetes, infertilidade, bebês abaixodo peso, osteoporose, infecções no ouvido. Segundo a OPAS, 90% doscasos de câncer de pulmão estão associados ao tabagismo.
O crescimento do número de pessoas com sobrepeso e obesas,emumcurtoperíodo,éumatendênciaeconstituiumdesaomundialaser enfrentado. A OMS projetou que em 2005 o mundo tinha 1,6 bilhõesde pessoas acima de 15 anos com excesso de peso e 400 milhões deobesos (IMC acima ou igual a 30). A projeção para 2015 é ainda maispessimista: 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso e 700 milhõesde obesos, indicando aumento de 75% nos casos de obesidade em 10anos. No Brasil, há 48,1% de pessoas com excesso de peso, sendo15%deobesos.Alémdasdiculdadesnaturaiscausadaspeloexcesso
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de peso, a obesidade pode, ao longo do tempo, acarretar problemas àsaúde do ser humano como hipertensão arterial e diabetes.
A transição nutricional proporcionou mudança no padrão físico do
brasileiro. O excesso de peso ou sobrepeso e a obesidade (índice demassa corpórea entre 25 e 30 e acima de 30, respectivamente) explodi-ram. Segundo o IBGE, em 2009, o sobrepeso atingiu mais de 30% dascrianças entre 5 e 9 anos de idade; cerca de 20% da população entre10 e 19 anos; 48% das mulheres; 50,1% dos homens acima de 20 anos.Segundo dados, 48,1% da população brasileira estão acima do peso,15% são obesos.
Esses números acenam para um quadro de verdadeira epidemia.Desde 2003, a POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) indica que as
famílias estão substituindo a alimentação tradicional na dieta do brasilei-ro (arroz, feijão, hortaliças) pela industrializada, mais calórica e menosnutritiva,comreexosnoequilíbriodoorganismo,podendoresultaremenfermidades, por exemplo, no descontrole da pressão arterial.
A prática regular de exercícios físicos está longe de fazer parte darotina dos brasileiros. Em 2008, somente 10,2% da população com 14anos ou mais tinha uma atividade física regular. De acordo com dados,14,2% da população adulta não praticam nenhuma atividade física, nemdurante o tempo de lazer nem para ir ao trabalho.
Dependência química e uso crescente e disseminado de drogaslícitas e ilícitas (álcool, crack, oxi e outras);
O Brasil é o segundo maior mercado de cocaína das Américas, comcerca de 870 mil usuários adultos (entre 15 a 64 anos), atrás apenas dosEstados Unidos, que têm cerca de 6 milhões de consumidores da droga.
Segundo o Ministério da Saúde, o crack poderá tirar a vida de, pelomenos, 25 mil jovens por ano no Brasil, A estimativa é que mais de 1,2milhão de pessoas sejam usuárias de crack no país e cerca de 600 milpessoas façam uso frequente de droga. A média de idade do início douso é 13 anos.
Ultimamente, há notícias que indicam a rápida difusão de uma novadevastadora droga, já apreendida em todas as regiões do país. Trata-sedo oxi, uma droga mais barata e de consequências ainda mais danosas
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para os usuários que o temível crack. O oxi é produzido pela mistura decocaína, combustível, cal virgem, cimento, acetona, ácido sulfúrico, sodacáustica e amônia. Pesquisas iniciais do Ministério da Saúde apontamque cerca de um terço (33%) dos usuários de oxi morrem no primeiro ano.
A dependência do álcool é um dos gra-ves problemas de saúde pública brasileiro. Deacordo com o CEBRID, atualmente 18% dapopulação adulta consomem álcool em exces-so. O uso do álcool, além de causar sérios eirreversíveis danos a vários órgãos do corpo,está também relacionado a cerca de 60%dos acidentes de trânsito e a 70% das mortes
violentas. O consumo elevado de álcool e usode drogas ilícitas também é comum no Brasil.Em Curitiba, por exemplo, (76,2%) das 130vítimas ou os agressores acusados entre 1990e 1995 estavam intoxicados na hora do crime.
Segundo o Documento de Aparecida, “oproblema da droga é como mancha de óleo que invade tudo. Não reconhe-cefronteiras,nemgeográcas,nemhumanas.Atacaigualmentepaísesricos e pobres, crianças, jovens, adultos e idosos, homens e mulheres.
AIgrejanãopodepermanecerindiferentediantedesseageloqueestádestruindo a humanidade, especialmente as novas gerações”.
O problema da depressão, o mal do século, que acomete grandeparcela da população brasileira, é uma preocupação e nos convoca àsolidariedade.
CAUSAS EXTERNAS (ACIDENTES E VIOLêNCIAS).
No Brasil, o número de mortes por causas externas (mortes vio-
lentas) já ocupa o terceiro lugar em relação aos óbitos da população emgeral, só perdendo para as doenças cardiovasculares e as neoplasias(cânceres), e detém o primeiro lugar como causa de morte na faixa etáriade 15 a 39 anos. Segundo um estudo sobre Saúde no Brasil, houve, nopaís, em 2007, 47.707 homicídios (36,4%) e 38.419 óbitos (29,3%) rela-cionados ao trânsito, constituindo juntos 67% do total de 131.032 óbitospor causas externas.
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É assustador o alto número de acidentes de trânsito que acontecempelo país, ceifando milhares de vidas. Eles também deixam inúmerossobreviventes com sequelas irreversíveis, que passam a depender muitodo sistema de saúde e da família devido ao constante cuidado de queprecisam. No Brasil, cerca de 5 mil crianças morrem e 137 mil são hos-
pitalizadas anualmente.Em Curitiba, as causas externas são a terceira causa de mortalidade,
correspondendo em 2008 a 15% do total dos óbitos. Do total dos óbitosno grupo de 15 a 29 anos, 81% foram por causa externa. Na análise doperíodo de 1980 a 2008, observa-se que o número de óbitos por homicídioquintuplicou em Curitiba (de 7,9 óbitos/100 mil habitantes em 1980, para42,1 em 2008), assumindo desde 2001 a primeira causa de morte violentano Município. Em 2008 observa-se que os homicídios representam 48,7%do total de óbitos, os acidentes de trânsito 26,9%, as quedas 10,3% e ossuicídios 4,8%.
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PROPOSTAS DE AÇÃO PARA A IGREJA COOPERAR NOAVANÇO DO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE
O XVII PLANO DE PASTORAL DE NOSSA ARQUIDIOCESE propõecomo pistas de ação em vista de sermos uma Igreja a serviço da vida:
a) Incentivar a participação dos leigos na vida política, em associa-ções locais, conselhos de direitos e partidos políticos.
b) Organizar, implantar e fortalecer uma pastoral social estruturada,orgânica e integral; (saúde, criança, pessoa idosa e outras).
c) Promover parcerias com agentes que atuam na prevenção erecuperação de jovens vulneráveis à drogadição e à violência.
d) Implantar e fortalecer a Pastoral da Sobriedade nas paróquias.e) Criar a Escola de Fé e Política com ênfase na doutrina social da
Igreja.
O Guia da Pastoral da Saúde na Améri-ca Latina e Caribe enfatiza: “A Igreja, em suamissão profética, é chamada a anunciar oReino aos doentes e a todos os que sofrem,
cuidando para que seus direitos sejam reco-nhecidos e respeitados, assim como denun-ciar o pecado e suas raízes históricas, sociais,políticas e econômicas, que produzem malescomo a doença e a morte”. Apresentamospara as comunidades algumas sugestões deações transformadoras, em vista de melhorescondições de atendimento de saúde para to-dos, em especial para os mais necessitados:
trabalhar, com as comunidades e os grupos pastorais em geral,datas ligadas à saúde, e mostrar a importância de se desenvolver um estilo de vida saudável;
incentivar as comunidades a promoverem seminários, cursose encontros de conscientização e formação política, que visemdesenvolver a participação cidadã cada vez mais responsáveldos cristãos;
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criarnaPastoraldaSaúdeumtrabalhoespecíco, tantodeevangelização como com os agentes da área de saúde, espe-cialmente nas datas de grandes santos que se empenharam naassistência aos doentes;
articular a participação efetiva de membros das comunidadesnas instâncias colegiadas do SUS (conselhos municipais e con-ferências de saúde) nas três esferas de governo, oferecer-lhesrespaldo e acompanhá-los neste trabalho;
criar observatórios locais da saúde, com membros competentese idôneos, que se tornem referências para a população. Paratanto, é necessária uma estrutura mínima de ouvidoria, diag-nóstico, pesquisa, comunicação, monitoramento das iniquidadesem saúde;
estabelecer parcerias com Defensoria Pública, Controladoria Ge-ral da União (CGU), Advocacia Geral da União (AGU), Procons,Ministério Público, Fóruns de Justiça, dentre outros, para denun-ciar situações de irregularidade na condução da coisa pública;
dar continuidade às discussões iniciadas com a Campanha daFraternidade de 2011 (Fraternidade e Vida no Planeta) e refor-çar a necessidade de equilíbrio na relação entre ser humano eo meio ambiente.
A família ocupa o lugar primário na humanização da pessoa e dasociedade. Por isso, é chamada a ser umacomunidade de saúde, a educar para viver bem, a promover o bem estar de seus mem-bros e do ambiente que a cerca. É importanterecuperar a família como colaboradora es-sencial no cuidado e no acompanhamentode seus membros (GPS, p. 96, 2010).Váriosdos condicionantes e determinantes da saú-de dependem da adesão das famílias e daeducação prática das crianças.
Seguem algumas propostas de ação concreta para esta esfera: incentivar o cuidado pleno aos extremos de vida (criança e ido-
sos), buscando atendimento digno, humano e com qualidade nosserviços de saúde nos três níveis de governo;
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garantir que a prevenção avance para além da informação. Énecessário visar não só ao bem estar individual, mas também aofamiliar e ao de todos, através de ações educativas abrangentes;
buscar a sensibilização e a mobilização de familiares e amigosquanto às ações básicas de prevenção e promoção da saúde,como manter o cartão de vacinas atualizado;
estimular a adoção e a manutenção de padrões e estilos de vidasaudáveis e a abolição de hábitos inadequados de vida, até ree-ducação alimentar e incentivo à atividade física regular;
Ao dedicarmo-nos fraternalmente à luta paraque “A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A TERRA”,nesta CF 2012, que deixemos ações estabeleci-
das e duradouras de conversão para a melhoriade condições de vida e saúde, fazendo acontecer o Reino de Deus, fruto da Redenção conquistadapela CRUZ E RESSURREIÇAO de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A principal fonte para conhecermos a CF/2012 é o Texto Base.(É possível encontrar o Texto Base na internet, disponível gratui-
tamente)
Os dados sobre saúde de nossa população podem ser acessadosem:
MINISTÉRIO DA SAÚDE(MS) – www.saude.gov.br
VIGILÂNCIA SANITÁRIA – www.portal.saude.gov.br DADOS DO SUS – WWW.datasus.gov.br
CNS - WWW.conselho.saude.gov.br
Secretaria Municipal de saúde – Curitiba - http://sitesms.curitiba.pr.gov.br/saude/
IBGE – www.ibge.gov.br
RevistaPoli-www.revista.epsjv.ocruz.br
Cartilha sobre gestão - www.cgu.gov.br Dados da saúde no Brasil, publicados na Revista Inglesa The Lancet –edição de maio 2011: WWW.abc.org.br/MG/pdf/doc-574.pdf
É claro que os documentos da Igreja são muito importantes nessareexãoealémdaquelesmaisconhecidosháasmensagensdoSantoPadre, o Papa, para o dia dos doentes e outros documentos do PontifícioConselho para a Pastoral no campo da saúde, que se pode encontrar nosite da Santa Sé: www.vaticano.va