sentença - adicional de periculosidade

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sentença

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  • PODER JUDICIRIO FEDERALJUSTIA DO TRABALHO DA 6 REGIO

    1 Vara do Trabalho de Jaboato-PEEstrada da Batalha, 1280, TRREO, Jardim Jordo, JABOATAO DOS GUARARAPES - PE - CEP: 54315-570, Telefone:

    (81) 33418963

    Atendimento ao pblico das 8 s 14 horas.

    PROCESSO N 0001333-08.2013.5.06.0141 CLASSE: AO TRABALHISTA - RITO ORDINRIO (985)

    AUTOR: LAERT ANDRE DA SILVARU : ALPHA PLAST-INDUSTRIA E COMERCIO LTDA

    SENTENAVistos etc.

    I RELATRIO

    LAERT ANDR DA SILVA props reclamatria em face da ALPHA alegando e pleiteando o contido naPLAST INDSTRIA E COMRCIO LTDA.

    petio inicial ID 737929.

    Regularmente notificada, a reclamada, aps a primeira tentativa de acordo,apresentou defesa escrita, acompanhada de documentos.

    Valor da alada fixado na petio inicial.

    As partes impugnaram a documentao colacionada pelo adverso.

    Na sesso seguinte, foram dispensados os depoimentos pessoais e ouvida umatestemunha. Face ao pedido de adicional de insalubridade, determinou-se a realizao depercia.

    As partes formularam quesitos. Embora intimadas, no se manifestaramacerca do laudo pericial.

    Na sesso seguinte, nada mais sendo requerido, foi encerrada a instruo.

    Prejudicadas as razes finais, assim como a segunda proposta conciliatriaAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ADRIANA SATOU LESSA FERREIRAhttp://pje.trt6.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14100613521198100000004295173Nmero do documento: 14100613521198100000004295173 Num. 4311074 - Pg. 1

  • o relatrio.

    II FUNDAMENTAO

    1. DA SMULA 330, DO C. TST

    Sustenta a reclamada que os ttulos discriminados no termo de rescisocontratual - homologados sem ressalvas pelo Sindicato da categoria do reclamante encontram-se devidamente quitados e no podem ser objeto de condenao, emobservncia ao teor da Smula 330, do C. TST.

    Ocorre que no tem o entendimento jurisprudencial o alcance pretendido pelareclamada, eis que, nos termos do artigo 5, inciso XXXV, da Constituio Federal, nemmesmo a lei pode subtrair da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito.Ademais, em consonncia com o disposto no artigo 18, 3, da Lei 8036/90, o termo deresciso contratual exime o empregador unicamente em relao aos valores nelediscriminados.

    2. DAS QUESTES MERITRIAS

    2.1 DAS MULTAS DOS ARTIGOS 467 E 477 DA CLT

    Consoante dispe o art. 477, 8, da CLT, a multa pelo atraso nopagamento das verbas rescisrias devida quando no observada a regra do seu 6, ouseja, o empregador deve liquidar o dbito trabalhista dentro do decndio legal, sob penade incorrer em mora pelo atraso na quitao. Consoante se pode constatar do TRCT eguia de depsito ID 1311883, o reclamado observou o prazo de pagamento das verbasrescisrias, previsto no artigo 477, 6, "b", da CLT. O deferimento de eventuaisdiferenas decorrentes da presente reclamatria trabalhista, no autoriza o pagamento damulta postulada.

    Nesse sentido o aresto infra:

    DIREIRO PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DO TRABALHO. MULTADO 8, do art. 477, da CLT. Nos moldes da jurisprudncia dominantenesta E. Turma e no C. TST, devida a multa prevista no 8 do art. 477,

    Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ADRIANA SATOU LESSA FERREIRAhttp://pje.trt6.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14100613521198100000004295173Nmero do documento: 14100613521198100000004295173 Num. 4311074 - Pg. 2

  • da CLT, ante a ausncia to somente de quitao tempestiva dos ttulos daresciso, ou seja, quando caracterizada a mora, idntica ilao no seaplicando, quando h pagamento efetuado, ainda que incompleto.Acrdo (unnime). 1 Turma. TRT Sexta Regio. Processo N00056-2008-014-06-00-0. Relator Juiz Ibrahin Alves Filho. Publicado noDO/PE 10/01/2009.

    O mesmo raciocnio se aplica multa do artigo 467, Consolidado. Poisinexiste verba rescisria de natureza incontroversa reconhecida no presente feito.

    Ademais, as normas de natureza punitiva tm que ser interpretadasrestritivamente, ou seja, de forma que as suas sanes no sejam aplicadas seno ssituaes jurdicas nela expressamente descritas.

    2.2 DA JORNADA DE TRABALHO

    Postula o reclamante o pagamento de horas extraordinrias, ao argumento deregularmente havia extrapolao da jornada contratual sem a correspondente remunerao.

    Os controles de ponto foram jungidos aos autos e apontam o registro dediversas horas extras. Documentao, saliente-se, impugnada pelo autor. Ocorre que nohouve demonstrao de diferenas de horas extras, domingos e feriados a luz dadocumentao.

    Na verdade, o autor, ilustrativamente, tomou o perodo de um ms, apontoucomo se essa fosse a mdia mensal de alongamento de jornada, e atribuiu o montantepara 52 semanas. Acontece que o critrio de apurao do autor no atende nem aoscritrios de identificao do saldo de horas extras impagas, nem se coaduna com arealidade processual.

    Conforme se evidencia do testemunho do Sr. Evandro Mesquita, nos cartesde ponto constam os efetivos dias e horrios trabalhados. A nica ressalva foi feita comrelao ao intervalo intrajornada do labor nos dias de sbados e domingos. O dia e horriotrabalhados, constam corretamente, apenas o intervalo para refeio, quando houve laborem sbados e domingos que seria parcialmente suprimido.

    Partindo dessa premissa, no houve demonstrao de saldo credor de horasextras, dobra de domingos e feriados em favor do reclamante, pelo que improcedentes aspretenses correspondentes e seus reflexos. Mas, apenas, comprovao de que nos dias desbado e domingos, considerando os limites da postulao, o intervalo era de apenas30min.

    Segundo o disposto no 3, do artigo 71, da CLT, a concesso do intervaloconstituiu norma de ordem pblica que assegura o descanso mnimo intrajornada ao

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  • empregado que cumpre jornada superior a seis horas (hiptese dos autos), normainsuscetvel de ser flexibilizada, salvo ajuste coletivo.

    O intervalo mnimo intrajornada constitui medida de higiene, sade esegurana do empregado, no apenas garantida por norma legal imperativa (art. 71, CLT),como tambm tutelada constitucionalmente (art. 7, XXII, CF/88).

    Sobre a matria, no mesmo sentido tem entendido a Suprema CorteTrabalhista, conforme a seguinte ementa jurisprudencial.

    "ACORDO COLETIVO DE TRABALHO INTERVALOINTRAJORNADA REDUO IMPOSSIBILIDADE (ART. 71, 3,DA CLT) NORMA DE ORDEM PBLICA PRESERVAO DA

    HIGIDEZ FSICA E PSQUICA DO EMPREGADO A clusulaconstante de acordo coletivo de trabalho que reduz o intervalo de descanso erefeio, intrajornada, sem a chancela do Ministrio do Trabalho, carece deeficcia jurdica. O art. 71, 3 da CLT de ordem pblica, na medida emque procura assegurar mnimo perodo para repouso e alimentao aotrabalhador, no curso de uma jornada de 8 horas dirias de servio, razo pelaqual no comporta disponibilidade pelas partes e muito menos pelo sindicatoprofissional, seja para excluir, seja para reduzir sua durao, salvo mediantenegociao coletiva com assistncia expressa do Ministrio do Trabalho, quetem o dever de verificar se o estabelecimento atende integralmente asexigncias concernentes organizao dos refeitrios e constate, igualmente,que os empregados no estejam em regime de trabalho prorrogado a horassuplementares. Registre-se que outra no a orientao da Seo deDissdios Coletivos (SDC) desta Corte: No possvel a prevalncia deacordo sobre legislao vigente, quando ele menos benfico do que aprpria Lei, porquanto o carter imperativo dessa ltima restringe o campo deatuao da vontade das partes. (Orientao Jurisprudencial n 31). Recurso

    " (TST RR 686 4 T. Rel. Min. Milton dede revista no conhecido.Moura Frana DJU 25.04.2003).

    INTERVALO INTRAJORNADA. REDUO. FLEXIBILIZAO.ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. 1. O intervalo mnimo intrajornadaconstitui medida de higiene, sade e segurana do empregado, no apenasgarantida por norma legal imperativa, (CLT, art. 71), como tambm tuteladaconstitucionalmente (art. 7, inc. XXII da CF/88). Comando de ordempblica, inderrogvel pelas partes e infenso mesmo negociao coletiva: olimite mnimo de uma hora para repouso e/ou refeio somente pode serreduzido por ato do Ministro do Trabalho (CLT, art. 71, 3). 2. O acordocoletivo de trabalho e a conveno coletiva de trabalho, igualmente garantidospela Constituio Federal como fontes formais do Direito do Trabalho, no seprestam a validar, a pretexto de flexibilizao, a supresso ou a diminuio dedireitos trabalhistas indisponveis. A flexibilizao das condies de trabalhoapenas pode ter lugar em matria de salrio e de jornada de labor, ainda assimdesde que isso importe uma contrapartida em favor da categoria profissional.3. Invlida clusula de acordo coletivo de trabalho que autoriza a reduo do

    Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ADRIANA SATOU LESSA FERREIRAhttp://pje.trt6.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14100613521198100000004295173Nmero do documento: 14100613521198100000004295173 Num. 4311074 - Pg. 4

  • intervalo mnimo intrajornada. 4. Recurso de recista de que se conhece e aque se nega provimento. Ac. (unnime). TST. 1 Turma. RR185-2002-900-06-00-3. Relator Ministro Joo Oreste Dalazen, julgado em20-08-03. Publicado no Dicionrio de Decises Trabalhistas de B. CalheirosBomfim.

    E, ainda, recente entendimento do E. TRT da Sexta Regio:

    INTERVALO INTRAJORNADA. CONCESSO IRREGULAR. No lhesendo concedido o intervalo intrajornada, com durao mnima de uma hora(artigo 71, 4, da CLT), faz jus o empregado ao pagamento de reparao,que, segundo a tese prevalecente na Segunda Turma deste Regional, devecorresponder ao valor de uma hora normal, acrescida de 50%, alm derepercutir sobre outros ttulos, porque dotada de natureza salarial . PROC. N

    rgo Julgador: Segunda Turma. Relator:TRT - 0001589-13.2011.5.06.0143.Desembargador Ivanildo da Cunha Andrade. Recorrente: JURANDIR JOS GUIMARES. Recorrido: ALPHA PLAST INDSTRIA E COMRCIOLTDA. Publicado em 29/08/2012.

    INTERVALO INTRAJORNADA. REDUO Inexistindo comprovao deque a reduo do intervalo intrajornada decorreu de norma coletiva ou de atodo Ministrio do Trabalho e Emprego, tem-se por violada a regra constante doart. 71, da CLT. Devido, portanto, o pagamento do perodo correspondente. Recurso improvido PROC. N TRT 0001951-49.2010.5.06.0143 (RO).rgo Julgador: Primeira Turma. Relator: Juiz Bartolomeu Alves Bezerra.Recorrente: Recorrido:ALPHA PLAST INDSTRIA E COMRCIO LTDA.

    Publicado em 13/12/2011.ENGIO RAMOS DE SOUZA.

    Assim, o labor em inobservncia ao intervalo intrajornada deve serremunerado, pois visa a compensar o prejuzo causado ao empregado que no desfrutou dodevido repouso em prol de sua sade fsica e mental. Defere-se o pedido de indenizao dahora normal, acrescida do adicional de 50%, conforme estabelecido no 4, do artigo 71,da CLT, relativamente aos sbados e domingos consignados nos cartes de ponto, comrepercusses sobre: aviso prvio, frias + 1/3, 13 salrio, repouso semanal remunerado eFGTS +40%.

    Observe-se a evoluo salarial e a excluso dos comprovados dias deafastamento.

    2.3 DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADEAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ADRIANA SATOU LESSA FERREIRAhttp://pje.trt6.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14100613521198100000004295173Nmero do documento: 14100613521198100000004295173 Num. 4311074 - Pg. 5

  • Face ao pedido contido no ttulo em epgrafe, determinou o Juzo fosserealizada percia para apurar a existncia ou no de periculosidade no ambiente de trabalhodo reclamante.

    As partes formularam quesitos. E, da anlise do local de trabalho do obreiro,concluiu o em laudo circunstanciado, pela inexistncia de periculosidade.expert,

    Segundo o trabalho tcnico (acompanhado pelo reclamante) e anlise eentrevista com paradigma do autor, o trabalho preponderante do obreiro consistia emrealizar a manuteno das mquinas de produo, injetoras de prolipopileno. Todo oprocesso foi detalhado com mincias, assim como a eventualidade com que havianecessidade de se ingressar na Casa de Fora da empresa.

    Na verdade, num e noutro caso era bastante remota a possibilidade de oobreiro vir a ter contato com alta tenso.

    A manuteno da Casa de Fora era realizada por empresa terceirizada. O Sr.Perito demonstra que era de tal sorte eventual o ingresso no ambiente, que analisando oscontroles da empresa, constatou, em 29/04/2014, que o ltimo ingresso de eletricistaempregado no recinto fora em fevereiro/2014. Considerando que o reclamante no era onico a desempenhar tal funo, de fato, bastante remoto o ingresso do trabalhador naCasa de Fora. Ainda com a observao de que seu contato seria com botoeira isolada e apenas em caso de falha em tal sistema, ingresso do eletricista em rea de risco, o que, emtermos estatsticos, no foi sequer aventado, dada a eventualidade da ocorrncia do fato.

    Nem mesmo a ao de produtos qumicos que pudessem vir a representarrisco inflamvel foi apurada no presente feito.

    Acrescentando que os enfeites natalinos, como bem esclarecido pelotrabalhador durante a inspeo, no o submetiam a servio sob alta tenso. Logo, semrepresentao de riscos.

    Na verdade, o maior contato, como j assinalado, foi com a manuteno dasmquinas de prolipopileno, cujo procedimento transcrevo do trabalho tcnico:

    Foi solicitada a presena de um eletricista que estivesse de planto, comoparadigma deste Reclamante, sendo trazido o Sr. Adriano CavalcantiLuna-eletricista, no local h 01 (um) ano e 06 (seis) meses a laborando.Indagado informou ter conhecido o Reclamante presente, realizando suasmesmas tarefas no setor eltrico. Informou que seus lavores mais importantese de necessidade empresarial, eram a manuteno das mquinas de produo,que so injetoras de polipropileno, utilizando dispositivo de fuso, combomba de injeo forada, que aps algum tempo de consolidao, ocorre aabertura automtica do molde, extrao da pea recm fundida,limpeza/borrifao de desmoldante, remontagem do molde, iniciando novociclo. Durante a remontagem do molde, de forma automtica o operador com

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  • estilete, retira as rebarbas, sempre existentes por algum desgaste najustaposio da ferramenta. Como se verifica h movimentos coordenadoscom trao eltrica ou eltrica/hidrulica, todos com temporizao especficade tempos x movimentos, em cada operao parcial.

    Solicitei a escolha de uma destas mquinas, para estudar o funcionamento: OQuadro Eltrico, constitudo por um disjuntor geral de distribuio de fora,que fragmentando a alimentao eltrica, energiza retificadores,temporizadores, rels, transformadores de voltagem, contactores, etc.Todas asligaes internas entre os componentes no dito quadro, feitas com condutoresisolados eletricamente, de diferentes bitolas, os mais grossos, de transmissoda corrente, como potncia de movimentao de motores ou de resistncias defuso plstica, sob voltagem de 380 V, os mais finos, utilizados nos comandosrespectivos, utilizando, quase sempre baixa voltagem tanto em correntecontnua, como em alternada.

    Diante deste quadro com chave geral, apto a ser desligado, quando naefetivao de servios de manuteno, tanto o paradigma como o Reclamante,ambos, informaram que na pesquisa, dos possveis defeitos operacionais,teriam que trabalhar com o quadro geral, com o disjuntor energizado. O peritolembra que os instrumentos de deteco de continuidade da corrente ourecepo de sinal de comando, possuem hastes isoladas, tendo apenas aspontas de sondagem para contato, em metal, assim no permitindo contatosfortuitos com a eletricidade, no caso, com mximo de 380 V, entre fases, nostapes de comando as voltagens, so bem mais baixas.

    Quanto indagao de . . . que o demandante laborava manuseando os fiosde energia, fazendo manuteno de iluminaes pblicas, nas redes eltricasde 380 volts, alm de trabalhar fazendo iluminaes decorativas sem o uso de

    . . . conforme queixa na exordial o paradigma silenciou por noqualquer EPIentender. O reclamante falou na manuteno da rede externa area deiluminao das ruas e iluminaes decorativas, as gambiarras de pocanatalina. A percia entende ambas as tarefas citadas, so eventuais, no sedesenvolvem sob tenso, a no ser para teste de continuidade, assim norepresentando riscos.

    No se vislumbrou em todo ambiente do estoque tanto de produto acabadocomo de matrias primas e insumos, agentes fluidos, cidos ou alcalinos, oumesmo, produtos orgnicos capazes de, naturalmente, haver evoluo devapores, que poderiam ser inflamveis. Isto foi observado, para verificao depossvel abrangncia pela periculosidade, por outros agentes, que no, aeletricidade.

    Assim, tenho por satisfatrios formao do convencimento, o trabalhotcnico elaborado pelo Dr. Waldemir Ramalho, que reconheceu a inexistncia depericulosidade no desempenho das funes empreendidas pelo obreiro.

    Acolho, portanto, as concluses do laudo de ID 2555405, para julgarAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ADRIANA SATOU LESSA FERREIRAhttp://pje.trt6.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14100613521198100000004295173Nmero do documento: 14100613521198100000004295173 Num. 4311074 - Pg. 7

  • improcedente o pedido de adicional de periculosidade.

    Porque sucumbente no objeto da percia, dever o reclamante arcar com oshonorrios periciais ora arbitrados em R$ 1.000,00.

    2.4 DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS

    A assistncia advocatcia particular inviabiliza a condenao da parcelaacessria de honorrios advocatcios, merc das Smulas 219 e 329 do C. TST. Ademais,o excelso STF suspendeu em liminar o artigo 1, I, do estatuto da OAB no mbito daJustia do Trabalho, pelo que permanece ntegra a aplicao da L. 5584/70 no tocante aosrequisitos necessrios ao deferimento da verba honorria.

    2.5 DA ASSISTNCIA JUDICIRIA GRATUITA

    Consagra a Constituio Federal de 1988, em seu art. 5, dentre outros, oprincpio do exerccio livre e regular do direito de ao. E, mais especificamente, em seuinciso LXXIV, prev o benefcio da justia gratuita, com o esprito de garantir o amplodireito da prestao jurisdicional queles que no tem condio de arcar com as despesasdo processo.

    Neste diapaso, o artigo 4 da Lei 1.060, com a redao que lhe deu a Lei7.510, de 4.7.1986, estabeleceu que a parte gozar dos benefcios da assistnciajudiciria, mediante simples afirmao, na prpria petio inicial, de que no est emcondies de pagar as custas do processo e os honorrios de advogado, sem prejuzo

    . Obedecendo ao comando legal, declarou a parte autora seuprprio ou de sua famliaestado de miserabilidade, motivo pelo qual concedo os benefcios da justia gratuita.

    O reclamante foi sucumbente na pretenso objeto da percia, de forma queseria responsvel pelo pagamento dos honorrios periciais, conforme art. 790-B da CLT.Entretanto, por ser beneficirio da justia gratuita, a questo passa a ser analisada.

    A assistncia jurdica gratuita e integral, nos termos em que disciplinada noartigo 5, LXXIV, da Constituio da Repblica, assegura ao hipossuficiente a realizaode percia, devendo por ela responsabilizar-se o ente pblico, no mbito da Justia doTrabalho, quando sucumbente o necessitado.

    Esse entendimento se harmoniza com a orientao do Supremo TribunalFederal, que j decidiu pela auto-executoriedade do referido artigo 5, LXXIV, daConstituio Federal.

    Eis a jurisprudncia acerca da matria:

    JUSTIA GRATUITA HONORRIOS PERICIAIS ART. 790-B DA CLT LEI N 1.060/50 1. A responsabilidade pelo pagamento dos honorrios

    Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ADRIANA SATOU LESSA FERREIRAhttp://pje.trt6.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14100613521198100000004295173Nmero do documento: 14100613521198100000004295173 Num. 4311074 - Pg. 8

  • periciais da parte sucumbente na pretenso objeto da percia, salvo sebeneficiria de justia gratuita (CLT, art. 790-B). 2. Por outro lado, a Lei n1.060/50 determina que as disposies nela previstas aplicam-se Justia doTrabalho e que a assistncia judiciria compreende as isenes doshonorrios de advogado e peritos. 3. Sendo a Autora beneficiria da justiagratuita, por certo que tambm faz jus iseno dos honorrios periciais,nos termos das disposies contidas nos arts. 3 e 4, da Lei n 1.060/50, e790-B, da CLT. 4. Recurso de revista conhecido e provido, no particular.

    (TST RR 635/2003-044-03-00.6 1 T. Rel. Min. Joo Oreste Dalazen DJU 03.02.2006)

    No se pode deixar de remunerar o trabalho realizado por perito particular que, inclusive, foi nomeado compulsoriamente pelo Poder Judicirio, mormente porque aordem jurdica no compactua com o empobrecimento sem causa e o profissionalespecializado que presta servios requisitados no o responsvel pela assistnciajudiciria prevista na Lei.

    dever da Unio, no mbito federal, proporcionar o acesso justia para osnecessitados, seja mantendo, em seus quadros, profissionais habilitados para a realizaode trabalhos periciais, seja arcando com o pagamento dos honorrios de peritosparticulares (artigos 5, LXXIV, da Constituio da Repblica e 1 da Lei n 1.060/50).

    Observe-se a Resoluo Administrativa TRT-GP N 04/2005, alterada pelaResoluo Administrativa TRT GP N 02/2008 do E. TRT Sexta Regio.

    III DISPOSITIVO

    Diante do exposto, e considerando o que mais dos autos consta, decido julgarPROCEDENTE EM PARTE a postulao de LAERT ANDR DA SILVA em face deALPHA PLAST INDSTRIA E COMRCIO LTDA., para conden-la a pagar, no prazode 48 horas aps o trnsito em julgado, os valores correspondentes aos seguintes ttulos:

    Horas de intervalo referentes aos sbados e domingos trabalhados,conforme carto de ponto, com incidncia sobre: aviso prvio, frias+ 1/3, 13 salrio, repouso semanal remunerado e FGTS + 40%.

    Honorrios periciais pela Unio, no montante de R$ 1.000,00.Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ADRIANA SATOU LESSA FERREIRAhttp://pje.trt6.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14100613521198100000004295173Nmero do documento: 14100613521198100000004295173 Num. 4311074 - Pg. 9

  • Tudo nos termos e limites da Fundamentao supra, parte integrante do presentedispositivo como se nele estivesse transcrita.

    Quantum debeatur a ser apurado em fase de liquidao de sentena, passvel daincidncia de juros na forma da Lei n 8.177/91, Enunciado n 04 do TRT da 6 Regio,Smula 381, do C. TST e correo monetria calculada em conformidade com as planilhasfornecidas pela Corregedoria do TRT da 6 Regio.

    Custas processuais, pelo reclamado, no montante de R$ 80,00, calculadas sobre R$4.000,00, valor atribudo condenao.

    Recolhimentos tributrios a cargo da fonte pagadora. Observe-se o disposto no art.28, da Lei 10.833/03, art. 46, da Lei 8.541/92, bem como o Provimento n 01/96 do C.TST.

    Quanto aos recolhimentos de custeio da Seguridade Social, nos termos da Lei n10.035/00, impende a este Juzo determinar que a responsabilidade por seu recolhimento do empregador, sendo autorizada a reteno no crdito devido ao empregado dacontribuio por este devida. Incidem os recolhimentos sobre 13 salrio, repouso eintervalo.

    D-se cincia desta deciso ao INSS.

    Face prolao antecipada da sentena, intimem-se as partes.

    E, para constar, foi lavrada a presente ata, que vai assinada na forma da Lei.

    Adriana Satou Lessa Ferreira Pinheiro

    Juza do Trabalho

    Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ADRIANA SATOU LESSA FERREIRAhttp://pje.trt6.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14100613521198100000004295173Nmero do documento: 14100613521198100000004295173 Num. 4311074 - Pg. 10