sensores “em movimento · esses sensores são configurados over-the-air através de uma camada de...
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David Filipe Serra Henriques Licenciatura em Ciências de Engenharia Eletrotécnica e de
Computadores
Sensores “em movimento"
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia Eletrotécnica e de Computadores
Orientador: Tiago Oliveira Cardoso, Doutor, FCT
Setembro 2015
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Sensores “em movimento”
Copyright © David Filipe Serra Henriques (32229), Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade
Nova de Lisboa
A Faculdade de Ciências e Tecnologia e a Universidade Nova de Lisboa têm o direito, perpétuo e
sem limites geográficos, de arquivar e publicar esta dissertação através de exemplares impressos
reproduzidos em papel ou de forma digital, ou por qualquer outro meio conhecido ou que venha a
ser inventado, e de a divulgar através de repositórios científicos e de admitir a sua cópia e
distribuição com objetivos educacionais ou de investigação, não comerciais, desde que seja dado
crédito ao autor e editor.
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Agradecimentos
Agradeço ao meu Professor Orientador Tiago por me ter dado motivação para continuar e entregar
tudo a tempo devido.
Agradeço ao Sr. Eng. Rui Henriques, por ajudar na evolução deste projeto, tanto nas ideias como
concretização desta dissertação.
À minha namorada agradeço por me ter ajudar a completar esta fase da minha vida, por me ter
ajudado a ultrapassar os obstáculos e pela paciência que teve ao longo de todos estes anos.
Aos meus pais por me terem dado a oportunidade de poder chegar até aqui, por me ajudarem,
darem tudo sempre que necessitava e estarem sempre presentes em todos os momentos
importantes da minha vida.
Agradeço a meu grande amigo Diogo Joshua por me ter acompanhado e apoiado sempre que
precisei ao fim destes anos todos e a dar-me inspiração para continuar.
Por fim e não menos importante, agradeço também ao meu grande amigo, Ricardo Lima, que desde
o secundário que estamos juntos nesta grande batalha (sempre com piadas e grande ajuda),
inclusive no projeto completo desta dissertação.
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Resumo
A domótica e a Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) são dois conceitos que estão a ter
bastante impacto na sociedade e a mudar o seu quotidiano, pelo que o utilizador é mais exigente
na utilização dos seus equipamentos, pretendendo, que sejam mais simples e eficazes.
A IoT é também muito utilizada na vertente da qualidade de vida (verificação da qualidade do ar,
temperatura etc.) pelo que é necessário a utilização de uma rede de sensores de forma que toda a
informação recolhida seja disponibilizada ao utilizador. Os sensores estão ligados a nós da rede de
forma a recolherem informação. Essa rede pode ser constituída por diferentes topologias, sendo
que a mais usual é a rede em Malha, pois no caso de um dos nós deixar de funcionar, a mensagem
é enviada através de outros nós até chegar ao nó principal. O passo seguinte consiste em enviar
toda essa informação para a Cloud, sendo que, nas soluções existentes, é necessário que o utilizador
tenha um ponto fixo (gateway) com acesso à internet. Quando não é possível internet por cabo, a
solução é a utilização de redes sem fios ou a utilização de, por exemplo, um cartão 3G/4G que
implica o pagamento de taxas às operadoras móveis. Estas soluções implicam, na sua grande
maioria uma instalação elétrica para alimentação dos nós dos sensores.
O grande problema surge quando o utilizador não possui nenhum acesso à Internet (no local onde
são instalados os sensores), ou no caso de não existência de nenhuma instalação elétrica para
alimentação dos nós dos sensores.
A solução proposta nesta dissertação consiste na utilização de um telemóvel, de um utilizador
aleatório, como gateway. Assim, um utilizador comum pode ligar os seus sensores onde for
necessário. Esses sensores são configurados Over-The-Air através de uma camada de aplicação do
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dispositivo de comunicação, como por exemplo, o Synapse. Após configuração, os sensores estão
prontos a recolher toda a informação e enviá-la através da rede até ao nó principal. O nó principal
é constituído pelo dispositivo de comunicação referido anteriormente, ligado a um
microcontrolador (Arduino, por exemplo) que tem agregado um leitor de cartões SD e um
dispositivo Bluetooth (BLE). Toda a informação recolhida pelos sensores é guardada no cartão SD
até que um utilizador, com um telemóvel (Smartphone Android com a aplicação desenvolvida
instalada) com o Bluetooth ligado, se aproxime do nó principal. Assim que a ligação é aceite e
estabelecida, a aplicação envia a data mais recente de um sensor específico presente na sua base
de dados na Cloud para o Arduino, permitindo que este apague os dados mais antigos presentes no
cartão e envie, como resposta para o telemóvel, a informação mais antiga recolhida pelo sensor,
atualizando assim a informação.
A aplicação deste conceito pode ser útil quando não existe nenhuma ligação à internet ou quando
um utilizador, por exemplo uma entidade responsável pelo meio ambiente e que seja necessário
inserir sensores numa floresta, para prevenção de fogos. Assim os nós vão enviar toda a informação
recolhida através da sua rede. Posteriormente, cabe ao utilizador escolher um sítio estratégico,
onde saiba que irão passar indivíduos com alguma frequência, de modo a que estes recebam essa
informação para o seu telemóvel.
Palavras-chave: Redes de Sensores sem Fios, Synapse, ZigBee, IEEE 802.15.4, Bluetooth, BLE,
Arduino, Domótica, Internet das Coisas, Gateway, Plataformas Móveis, Cloud
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Abstract
Domotics and the Internet of Things (IoT) are two concepts which are having much impact on our
society and changing our quotidian, making the user much more exigent about their devices, that
means, the devices have to be easier and more efficient for the user.
IOT it’s also used on the life quality (as quality air check, temperature, etc.) and a wireless sensor
network is needed to collect all information passing by the sensors and finally to be showed to the
user. Wireless sensor network, have sensors which are connect to one node of the network. There
are different types of topologies that can be used on that network, which the most common is the
Mesh Network because, if one of the nodes stops working, the message is routed and sent through
other nodes until reach principal node. Next step is send that information to the Cloud which, in
the most used technics, the user has to have one gateway in one fixed point, where the Internet
access has to be available or for other hand, if the Internet access is not available, the user needs
to pay taxes to mobile phone operators, or one fixed point with electric installation to turn on the
devices.
In this thesis, the propose solution is to use one mobile phone instead the conventional gateways,
and with that, the user can put the sensor devices where he wants. These sensors can be uploaded
and configured Over-The-Air by the application layer of the Synapse device. Sensors are ready after
configuration, and they start, at that time, collet and send information through the Mesh network
to the principal node. Principal node has one Synapse device connected to a microcontroller
(Arduino) which has one SD card reader and a Bluetooth (BLE) device. All that collected information
by the sensors is saved on the SD card until an user pass in front of principal node with a mobile
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phone (Smartphone Android with our app installed) and with Bluetooth on. With all these
requirements the Bluetooth and the mobile phone can be connected and the app send the newest
date of one specific sensor on the Cloud database to the Arduino and after that, the Arduino delete
the oldest dates present on the SD card. In response, the Arduino sends to mobile phone the oldest
date collected by the sensor after delete, updating the cloud database.
This concept application can be used when does not exists a wireless or wired connection to the
Internet or when one user want to put his sensors on the forest, and the nodes are going to send
all collected information through the Mesh network. And the user has to choose one strategic place
to put the principal node, which has to be in one place where many people pass in front of that
node, to receive the information of the sensors on their mobile phones.
Keywords: Wireless Sensor Network, Synapse, ZigBee, IEEE 802.15.4, Bluetooth, BLE, Arduino,
Domotics, Internet of Things, Gateway, Mobile Platforms, Cloud
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Índice
1 Introdução ............................................................................................................................ - 1 -
1.1 Enquadramento e Motivação ....................................................................................... - 1 -
1.2 Identificação do problema............................................................................................ - 2 -
1.3 Objetivo ........................................................................................................................ - 4 -
1.4 Projeto IrRADIARE ........................................................................................................ - 5 -
1.5 Organização da Dissertação ......................................................................................... - 6 -
2 Estado da Arte ...................................................................................................................... - 7 -
2.1 Tecnologias sem fios e tecnologias com fios ................................................................ - 7 -
2.1.1 Vantagens e desvantagens ................................................................................... - 7 -
2.1.2 Topologias ............................................................................................................ - 9 -
2.1.3 Tipos de Comunicações sem Fios........................................................................ - 11 -
2.2 Redes de Sensores Sem Fios ....................................................................................... - 17 -
2.2.1 Arquitetura das WSN .......................................................................................... - 19 -
2.2.2 Arquitetura ZigBee e Sinapse.............................................................................. - 21 -
2.2.3 Encaminhamento de mensagens ........................................................................ - 23 -
2.2.4 Segurança ........................................................................................................... - 25 -
2.2.5 Recolha de Energia (Energy Harvesting) ............................................................. - 26 -
2.3 Sensores ..................................................................................................................... - 28 -
2.3.1 Tipos de sensores ............................................................................................... - 28 -
2.4 Plataformas para telemóveis ...................................................................................... - 32 -
2.5 Serviços Web e Cloud ................................................................................................. - 33 -
2.6 Projetos Similares ....................................................................................................... - 34 -
3 Proposta ............................................................................................................................. - 39 -
3.1 Proposta para solução do problema ........................................................................... - 39 -
3.2 Arquitetura do modelo proposto ............................................................................... - 42 -
3.3 Proposta de criação de uma aplicação para PC .......................................................... - 44 -
4 Validação ............................................................................................................................ - 47 -
4.1 Escolha dos métodos de comunicação ....................................................................... - 47 -
4.1.1 Comunicação do nó principal com o gateway .................................................... - 47 -
4.1.2 Escolha do equipamento de comunicação da rede em Malha ........................... - 49 -
4.1.3 Componentes utilizados ..................................................................................... - 52 -
4.2 Comunicação através do Arduino ............................................................................... - 52 -
4.2.1 Informação recebida da rede em Malha............................................................. - 53 -
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4.2.2 Informação enviada por Bluetooth para o telemóvel ......................................... - 54 -
4.3 Programas desenvolvidos em Python ......................................................................... - 58 -
4.3.1 Interface com o utilizador – Registo ................................................................... - 58 -
4.3.2 Login e registo de sensores ................................................................................. - 59 -
4.3.3 Comunicação entre Arduino e Synapse .............................................................. - 61 -
4.4 Consumo e especificações .......................................................................................... - 63 -
4.4.1 Bluetooth ............................................................................................................ - 65 -
4.4.2 Synapse ............................................................................................................... - 67 -
4.4.3 Arduino UNO ...................................................................................................... - 69 -
4.5 Resultados da validação ............................................................................................. - 71 -
4.5.1 Montagem do protótipo ..................................................................................... - 71 -
4.5.2 Comunicação com o Serviço Web ....................................................................... - 72 -
4.5.3 Teste de operação .............................................................................................. - 74 -
4.5.4 Teste de expansão .............................................................................................. - 76 -
5 Conclusões e Trabalhos Futuros ......................................................................................... - 79 -
5.1 Conclusões .................................................................................................................. - 79 -
5.2 Trabalhos Futuros ....................................................................................................... - 81 -
Bibliografia ................................................................................................................................. - 83 -
Anexo ......................................................................................................................................... - 87 -
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Índice de Figuras
Figura 2.1- Tipos de Topologias .................................................................................................. - 10 -
Figura 2.2 - Comunicação sem fios ............................................................................................. - 12 -
Figura 2.3 - Canais com separação entre portadoras ................................................................. - 15 -
Figura 2.4 - Exemplo tipo quando um nó deixa de funcionar ..................................................... - 17 -
Figura 2.5 - Arquitetura de acordo com o Modelo OSI ............................................................... - 19 -
Figura 2.6 - Semelhanças do modelo OSI utilizadas no ZigBee ................................................... - 21 -
Figura 2.7 - Arquitetura Synapse ................................................................................................ - 22 -
Figura 2.8 - Algoritmo AODVjr .................................................................................................... - 23 -
Figura 2.9 - Algoritmo utilizado pelo Synapse ............................................................................ - 24 -
Figura 2.10 - Modelo comum de Recolha de Energia ................................................................. - 27 -
Figura 2.11 - Modelo de Recolha de Energia .............................................................................. - 27 -
Figura 2.12 - Evolução na utilização da Rede de Sensores ......................................................... - 28 -
Figura 2.13 - Tipos de Sensores (Termopar, RTD, Termístores respetivamente) ....................... - 30 -
Figura 2.14 - Sensor UV .............................................................................................................. - 31 -
Figura 2.15 - Sensor de Monóxido de Carbono .......................................................................... - 31 -
Figura 2.16 - Conceito Coud ....................................................................................................... - 34 -
Figura 2.17 - Produto Valarm com a utilização de um telemóvel como gateway ...................... - 35 -
Figura 2.18 - SensorCloud com um gateway (necessário ligação à internet) ............................. - 36 -
Figura 2.19 - Libelium com um gateway ligado por cabo ou sem fios (necessário ligação à internet)
................................................................................................................................................... - 37 -
Figura 3.1 – Comunicação entre a rede, dispositivo e sensor .................................................... - 39 -
Figura 3.2 - Comunicação entre a rede, dispositivo de comunicação e gateway ....................... - 41 -
Figura 3.3 - Arquitetura .............................................................................................................. - 43 -
Figura 4.1 - Adaptadores para o Synapse ................................................................................... - 52 -
Figura 4.2 - Shield para Arduino, Synapse e Cartão SD ............................................................... - 52 -
Figura 4.3 - Fluxograma visto do Arduino ................................................................................... - 57 -
Figura 4.4 - Registo de um novo utilizador ................................................................................ - 58 -
Figura 4.5 - Pedido a um serviço web ......................................................................................... - 59 -
Figura 4.6 - Bluetooth TinySine .................................................................................................. - 65 -
Figura 4.7 - Synapse RF200P81................................................................................................... - 67 -
Figura 4.8 – Módulo para ATmega328P ..................................................................................... - 70 -
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Figura 4.9 - Protótipo ................................................................................................................. - 71 -
Figura 4.10 - Exemplo de um registo de um novo utilizador ...................................................... - 72 -
Figura 4.11 - Web Site criado na dissertação Ponto de Acesso Móvel em Ambiente Sensorial . - 72 -
Figura 4.12 - Diferenças de um utilizador particular (lado esquerdo) e de uma organização (do
lado direito) ................................................................................................................................ - 73 -
Figura 4.13 - Exemplo da adição de um novo sensor ................................................................. - 73 -
Figura 4.14 - Ficheiro .txt que representa os valores recebidos da rede de sensores ................ - 74 -
Figura 4.15 - Exemplo da atualização do cartão SD (envio de dados na aplicação Android) ...... - 75 -
Figura 4.16 - Exemplo da receção de dados enviados pelo Bluetooth ....................................... - 76 -
Figura 4.17 – Diretorias criadas no cartão SD com formato YYYY/MM/DD/HH ......................... - 77 -
Figura A.1 – Tabela de comparação de dispositivos Synapse ..................................................... - 87 -
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Índice de Tabelas
Tabela 2.1 – Frequências típicas da camada física ..................................................................... - 21 -
Tabela 2.2 - Comparação da utilização de sistemas operativos nos Smartphones ..................... - 32 -
Tabela 4.1 - Tabela de comparação de tecnologias para gateway-Arduino (1) ......................... - 48 -
Tabela 4.2 - Tabela de comparação de tecnologias para gateway-Arduino (2) ......................... - 48 -
Tabela 4.3 - Tabela de comparação de tecnologias para a rede em Malha ............................... - 50 -
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Acrónimos
AES Advanced Encryption Standard
AODV Ad hoc On-Demand distance Vector
BLE Bluetooth Low Energy
CDMA Code Division Multiple Access
CSMA Carrier Sense Multiple Access Collision Avoidance
DYMO Dynamic MANET On-demand
GSM Global System for Mobile communication
HSPA High Speed Packet Access
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
IoT Internet of Things
JSON JavaScript Object Notation
MAC Media Access Control
OSI Open Systems Interconnection
RF Radio Frequency
RPC Remote Procedure Call
RTD Resistive Temperature Detector
SDK Software Development Kit
SNAP Synapse Network Application Protocol
SSL Secure Sockets Layer
TKIP Temporal Key Integrity Protocol
WDSL Web Services Description Language
WEP Wired Equivalent Privacy
WiMAX Worldwide Interoperability for Microwave Access
WLAN Wireless Local Area Network
WMAN Wireless Metropolitan Area Network
WPA Wi-Fi Protected Access
WPAN Wireless Personal Area Network
WSN Wireless Sensor Network
WWAN Wireless Wide Area Network
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1 Introdução
1.1 Enquadramento e Motivação
Cada vez mais a Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) é mais utilizada nos dias de hoje. [1]
A populoção quer ter os seus gadgets, eletrodomésticos, casas, carros, etc. ligados à internet de
modo a obter a mais vasta informação dos mesmos, controlando melhor o seu quotidiano e tendo
acesso a toda essa informação em qualquer lado e instante.
Para que tal seja possível, na maior parte dos casos, é necessário uma rede de sensores sem fios
(Wireless Sensors Network – WSN) que recolhe toda a informação necessária e útil para o utilizador,
que posteriormente, com uma ligação à internet, a informação ficará disponibilizada na Cloud, mais
propriamente, num servidor que guardará os dados referentes aos sensores.
As WSN são uma área em pesquisa que tem tido um rápido e desejado crescimento, de modo a
tornarem-se cada vez mais uma tecnologia de baixo custo e escalável. Muitos protocolos e
algoritmos foram propostos para a rede de sensores [1] e cada vez são mais as áreas de interesse
na sua utilização nas mais diversas aplicações, como por exemplo: [2]
Saúde – controlo de administração de medicamentos no hospital, monitorização dos
médicos e dos doentes;
Militar – monitorizar forças amigas, reconhecimento de terreno inimigo, reconhecimento
de ataque nuclear, biológico ou químico;
Segurança – intrusão, deteção de movimento, perseguição;
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Ambiente – deteção de fogo, chuva, temperatura, deteção de inundação, humidade,
qualidade do ar;
Habitações – ambientes e casas inteligentes, temperatura de cada divisão da casa, controlo
de eletricidade e fluxo de água.
Os sensores da rede podem ser constituídos por diversos tipos, como por exemplo, de temperatura,
humidade, movimento, pressão, intensidade de luz, ruido, deteção de presença de um
determinado objeto, deteção da velocidade, direção/tamanho/aceleração de um objeto, etc..
Esta dissertação foi realizada com a parceria da empresa IrRADIARE. A IrRADIARE é uma empresa
que trabalha mais para a vertente da monitorização urbana, redução de custos energéticos,
otimização no processo de segurança, proteção do ambiente, entre outras.
O projeto foi dividido em duas partes:
a parte de mais baixo nível – incluindo os sensores, a rede de sensores e a comunicação
com um gateway (neste caso um dispositivo móvel);
a parte de mais alto nível – incluindo o gateway, web site e toda a parte envolvente do
processamento dos dados na internet, feita pelo colega José Ricardo de Lima Abrantes,
Ponto de Acesso Móvel em Ambiente Sensorial.
1.2 Identificação do problema
A tecnologia tem vindo a tornar-se uma dependência e tem criado uma melhor qualidade de vida
para vários utilizadores. A utilização da Internet nos mais diversos equipamentos tem tido uma
vasta procura, nomeadamente em aparelhos elétricos ou eletrónicos, permitindo que o utilizador
possa ter acesso a toda informação dos mesmos em qualquer lugar e instante. É neste tópico que
foi desenvolvida esta dissertação – Sensores “em movimento”.
A utilização desses sensores não passa só pelo entretenimento do utilizador, ou seja, não está
relacionado somente em controlar a que a temperatura está a sua casa regularmente, ver o número
de vezes que entra e sai de casa, etc.. Existem muitas outras aplicações que, ao serem utilizados os
sensores, podem ajudar o meio em questão, como por exemplo, na deteção de um incêndio ou no
controlo da qualidade do ar.
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Foram propostas várias soluções de conseguir obter informação através de sensores, e torná-la
acessível em qualquer local, disponível a qualquer momento, sendo que todas elas possuem seus
prós e contras.
Uma das propostas frequentemente utilizada é a aplicação de uma rede em Malha (Mesh) de
sensores permitindo que comuniquem e recebam todos os dados necessários para posteriormente
serem entregues ao sensor principal/coordenador. Posteriormente existem algumas formas de os
dados serem disponibilizados na internet, ou mais concretamente na Cloud. A solução mais utilizada
é uma ligação direta à rede, por cabo Ethernet, em que os dados são recebidos, tratados e enviados
para a Cloud, ficando posteriormente disponíveis ao utilizador. Este método torna-se um problema
quando os edifícios ou locais, onde será necessária a utilização destes equipamentos, não possuem
uma ligação Ethernet próxima. Sendo assim a melhor solução a utilização de redes sem fios
(Wireless). Fica assim possível a instalação de sensores noutros locais (menos acessíveis),
permitindo a receção dos dados na Cloud assim que a ligação a um Encaminhador (Router) esteja
estabelecida.
Volta a existir um outro problema no caso de existir um corte de corrente elétrica no edifício onde
o Encaminhador estava instalado, assim, os dados que supostamente eram para ser recebidos, são
perdidos se o sensor coordenador não possuir nenhuma forma de corrigir este problema de ligação.
Por exemplo, a colocação de um dispositivo que proceda ao armazenamento dos dados
(juntamente com uma bateria auxiliar para estes continuarem em funcionamento) e
posteriormente que envie os dados em falta.
Existe ainda um outro problema quando nenhum dos equipamentos, anteriormente referidos,
estetão disponíveis, ou seja, tanto a ligação Ethernet bem como a ligação sem fios (Wi-Fi) a um
Encaminhador não estão diretamente acessíveis, como é o caso de uma herdade com grande
dimensão, ou num parque onde se pretende avaliar a quantidade de humidade presente no solo,
permitindo saber se será mesmo necessário proceder à rega. Para corrigir este problema, pode
existir a possibilidade da colocação de um cartão que estabeleça uma ligação 3G ou 4G (formas de
comunicação móveis), garantindo assim a comunicação com a internet de forma a atualizar os
dados na Cloud. Isto implica que, por cada sensor coordenador instalado, o utilizador estará
dependente das tarifas que a operadora lhe cobrar por cada cartão.
Revendo todos os factos atrás referenciados, verificou-se que existe um problema de como se pode
garantir que os dados dos sensores instalados pelo utilizador cheguem ao seu destino de forma
económica e de fácil implementação.
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1.3 Objetivo
Existe um problema de fazer chegar os dados ao utilizador de forma económica e de fácil
implementação. O objectivo desta dissertação é encontrar um gateway (ponto de acesso) entre os
sensores e a Cloud que permita que o próprio receba dados de sensores e posteriormente os
disponibilize ao utilizador, sem que tenha como requisito principal, um ponto fixo que internet ou
alimentação.
Os sensores estão ligados numa rede em Malha (capítulo 2.1.2) incluindo Dispositivos Finais,
Encaminhadores e Coordenadores. Assim a informação é passada dos Dispositivos Finais para os
Encaminhadores que irão escolher o melhor caminho para enviar toda essa informação para o
Coordenador. Estes módulos têm uma bateria acoplada para que o posicionamento dos mesmos
não esteja limitado, ficando independentes de uma instalação elétrica. A escolha destes módulos
devem de cumprir alguns requisitos como baixo custo e baixo consumo de energia, de modo a que
o utilizador não tenha que mudar frequentemente as baterias dos dispositivos. Irá ser utilizado o
protocolo IEEE 802.15.4 para a comunicação entre os dispositivos pois este protocolo está bastante
otimizado e cumpre os requisitos necessários. Os dispositivos têm que cumprir requisitos, como é
o caso do consumo, alcance e baixo custo, pois é pretendido que o utilizador desta rede de sensores
possa usufruir da mesma sem grandes intervenções.
Depois de escolhido como os sensores se irão interligar, o desafio é enviar os dados dos sensores
para a Cloud. O Coordenador comunicará através de um gateway enviando uma informação de
forma a saber se o mesmo permite receber dados recolhidos pelos sensores que estão no local
onde se encontra. Assim, quando estabelecida a ligação entre o gateway e o dispositivo principal,
são enviadas pequenas quantidades de dados e que quando este estiver conectado à internet
enviará os dados recebidos para a Cloud.
Mas como se terá garantia que não se perderá informação? E se o gateway naquele momento
recusar a receção dos dados? E se ninguém se aproximar do sensor durante muito tempo, a
informação será perdida? E como tornar esse gateway um ponto não fixo?
Este será o objetivo deste projeto.
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1.4 Projeto IrRADIARE
Os sensores estão diretamente ligados por cabos a dispositivos que regularmente recebem
informação dos mesmos, sendo esses dispositivos módulos de comunicação sem fios. Essa
informação passa de dispositivo para dispositivo dentro da rede de sensores até chegar ao
dispositivo principal. Esse dispositivo é responsável por agrupar todas essas mensagens e
armazená-las. Este tem acoplado um dispositivo de comunicação, que servirá para comunicar com
o gateway.
Quando um utilizador se aproxima do dispositivo principal, com um gateway, este envia um pedido
de conexão, caso o utilizador assim o permita e tenha a aplicação necessária instalada no seu
gateway, a ligação é estabelecida. Essa aplicação, envia uma mensagem com a data mais recente
contida na base de dados e, assim, o dispositivo principal procura todos os dados, anteriores a essa
data, existentes no cartão e elimina-os (uma vez que já se encontram na base de dados na internet).
De seguida, o dispositivo principal, procura no armazenamento interno, a data mais antiga para
proceder ao envio dos dados para o gateway. Após o envio, desliga a conexão e retoma o processo
anterior de recolha de dados dos sensores.
O gateway, caso não tenha uma ligação à internet, é armazenado na sua capacidade interna, o
ficheiro completo com os dados recolhidos (estes dados não ficam acessíveis ao utilizador). Quando
existir uma ligação à internet, o gateway envia os dados para uma aplicação que está em
funcionamento no servidor, usando uma tecnologia que vai tratar os dados e verificar na base de
dados se essa informação já existe (os dados são enviados várias vezes para diferentes gateways e
para a aplicação no servidor, até se garantir que esses mesmos dados já se encontram no servidor,
sendo essa confirmação, a mensagem enviada para o dispositivo principal com a última data
encontrada no servidor). Por fim os dados ficam acessíveis ao utilizador, através de uma página de
internet, esses são recolhidos por serviços da base de dados anteriormente referida.
Com o desenvolver de todo o projeto demonstrado nesta dissertação o maior contributo está
relacionado com a facilidade que o utilizador poderá ter em colocar os seus sensores, sendo que:
O utilizador não fica dependente de pontos fixos ou pontos onde seja necessário ter
cobertura de internet;
O conceito pode ser usado por exemplo numa floresta, podendo prevenir incêndios;
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De acordo com a empresa IrRADIARE a sua utilização poderia vir a ser feita para substituição
de grandes centrais de sensores da qualidade do ar, ou usado em centros históricos, pois
não é necessário mais nenhum recurso para além dos sensores.
1.5 Organização da Dissertação
Esta dissertação está dividida em seis capítulos, sendo eles:
Introdução – É demonstrado qual o problema existente aquando de uma utilização de uma
rede de sensores e um gateway, referindo o objetivo deste projeto e uma breve solução. É
também aqui descrito, de forma resumida, o funcionamento de todo o projeto (incluído
nas duas dissertações);
Estado da Arte – É dado a conhecer todos os termos e pesquisas presentes nesta
dissertação. É falado de todas as escolhas que estiveram em causa a sua utilização, bem
como o fundamento teórico do funcionamento das escolhas principais;
Proposta – Demonstração da criação do projeto, referindo como vai funcionar cada
dispositivo. Contém a arquitetura da proposta bem como os diagramas de comunicação
entre dispositivos;
Validação – Descrição e justificação das escolhas dos equipamentos para o projeto. Para
facilitar a compreensão estas escolhas forma feitas e demonstradas através de tabelas.
Consumos teóricos, de modo a dar a previsão da duração das baterias. E, por fim
apresentação de todo o conceito e justificações para os erros obtidos durante a realização
do projeto. Os resultados são apresentados através de imagens;
Conclusões e Trabalhos Futuros – Apresentação das conclusões com recomendações a
serem realizadas no projeto, pois para ser um produto final é necessário algumas
alterações, de forma a torna-lo mais eficaz e eficiente;
Bibliografia – Referências bibliográficas.
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2 Estado da Arte
2.1 Tecnologias sem fios e tecnologias com fios
Existe cada vez mais impacto na evolução e na utilização de equipamentos sem fios. Mas quais
serão as suas vantagens e desvantagens? Quão vantajoso é para prescindir de uma ligação com
fios?
2.1.1 Vantagens e desvantagens
Assumindo um exemplo comum: uma ligação de dois computadores à mesma rede (LAN – Local
Access Network – Rede de Acesso Local). Se a ligação dos dois for estabelecida por cabo, geralmente
é necessário um hub, switch ou encaminhador e dois cabos Ethernet para poderem partilhar a
mesma ligação, tendo que os dois computadores permanecerem fixos num único lugar. Se a ligação
for feita sem fios com tecnologia Wi-Fi (por exemplo), os utilizadores podem colocar os seus
computadores em qualquer outro local (limitado pelo alcance dos mesmos).
Um caso mais genérico, por exemplo, nas tecnologias com fios, esta ligação pode ser feita por um
hub ou switch (caso se pretenda ter mais do que um dispositivo ligado à mesma rede pois, por
vezes, o encaminhador não tem terminais suficientes para mais do que um dispositivo) onde
anteriormente estará ligado a um encaminhador para permitir que esse mesmo dispositivo tenha
acesso à internet. Nestas tecnologias, na sua maioria, os componentes pelos quais são compostos
são mais baratos do que comparativamente com as redes sem fios, bem como um baixo consumo
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de energia, pois existe muita potência dissipada pelas antenas multidirecionais nas redes sem fios.
A ligação com fios é também mais segura, visto que não existe transmissão de dados pelo ar, o que
dificulta a sua interceção por piratas informáticos (hackers). No caso da ocorrência de um problema
na ligação, com esta tecnologia é mais fácil a sua deteção, pois se existir uma ligação de A para C
passando por B, e se A e B tiverem acesso à internet e C não, facilmente se pode concluir que o
problema estará no cabo que os une ou possivelmente o dispositivo C poderá não estar nas
melhores condições.
Algumas das limitações das tecnologias com fios está relacionada com a ligação física entre dois
dispositivos, o que dificulta a deslocação/alteração do local onde esses dispositivos possam ser
colocados, visto que, frequentemente, os cabos, switchs e encaminhadores têm que estar fixos.
Existe também um outro problema que corresponde à potência dissipada nos cabos, caso a
distância da ligação de um dispositivo para outro seja significativamente grande.
As tecnologias sem fios têm uma maior flexibilidade na instalação dos equipamentos, o que permite
ter um maior alcance, onde possivelmente os dispositivos que necessitam de uma rede com fios
não poderiam ser instalados. Isto evita a passagem de cabo e calhas na parede. Ainda assim esta
tecnologia está dependente de um único ponto com ligação com fio, sendo que é necessário que
um dos encaminhadores tenha uma ligação direta à internet. Após esta ligação todos os outros
dispositivos, desde que estejam ao alcance da rede, podem conectar-se à internet. Os componentes
deste tipo de tecnologias são um pouco mais caros e consomem mais energia do que nas redes com
fios. As ondas de rádio emitidas por estes equipamentos, por trabalharem na mesma banda de
frequência que outros equipamentos, como o Bluetooth, podem fazer com que por vezes ocorram
interferências com os mesmos. Neste tipo de ligação, a segurança e a qualidade de serviço por
vezes é relativamente baixa pois, as ligações podem ser intercetadas por piratas informáticos. Existe
ainda um outro problema, pois esta tecnologia não contorna obstáculos que, no caso de existirem
paredes sucessivas, pode fazer com que a informação não chegue ao seu destino ou a intensidade
do sinal seja baixa.
Para tal é necessário reconhecer quais os desafios das WSN para garantir que nada falha no sistema,
como o tipo de serviço, qualidade de serviço, tolerância a falhas, tempo de vida, escalável, vasta
gama de densidades, programável e manutenção.
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2.1.2 Topologias
As topologias são normalmente esquemas que definem como é que as ligações das redes vão ser
executadas, incluindo os nós e as ligações entre eles. As topologias, como pode ser observado na
figura 2.1, podem ser caracterizadas pelos seguintes tipos [3]:
Barramento (Bus) – é constituída por uma única ligação, em que todos os dispositivos estão
ligados à mesma. Neste tipo de topologia quando um dispositivo tenta comunicar com
outro, este envia uma mensagem Broadcast para a única ligação (cabo) existente, em que
todos os dispositivos a ele ligado vão conseguir ver a mensagem, mas somente o
destinatário a aceitará e a processará. Como é de esperar esta ligação é bastante fácil de
utilizar mas tem bastantes problemas, como é o caso de, por exemplo, uma ligação que
seja de A para B e posteriormente para C, se a ligação para B não estiver operacional e a
mensagem for direcionada de A para C, então C nunca irá receber essa mensagem;
Anel – cada dispositivo tem dois vizinhos, pois se um deles deixar de funcionar, a mensagem
pode ser enviada pelo outro dispositivo vizinho até ao seu destino. Esta topologia tem
também alguns problemas em termos consistência pois basta uma falha num dispositivo
para que a rede deixar de funcionar corretamente;
Estrela – existe um dispositivo central que troca informação com todos os dispositivos à
sua volta, como é o caso de um switch ou encaminhador. Caso um dos dispositivos ligados
ao dispositivo central falhe, não irá interferir no funcionamento da rede, pois são
dispositivos independentes;
Árvore – várias topologias em estela ligadas em Barramento;
Malha – nesta topologia cada dispositivo tem um algoritmo que reencaminha todas as
mensagens para o dispositivo que estiver: mais próximo, com mais fiabilidade ou com o
caminho mais favorável; isto de acordo com o algoritmo pré-estabelecido. Esta topologia é
importante neste projeto pois quando um dispositivo necessita enviar a sua informação até
ao dispositivo principal e existe algum problema na ligação mais direta então, através do
algoritmo estabelecido, é fornecida uma outra rota/forma de essa informação chegar
corretamente ao dispositivo principal sem comprometer a receção da informação. Será
esta a topologia utilizada nesta dissertação, pois é aquela que melhor satisfaz todas as
necessidades de fluxo de mensagens.
Mais especificamente as redes em Malha pertencem ao grupo de trabalho do IEEE 802.15 e para se
perceber como funcionam este tipo de redes tem que se perceber o quão diferente são das redes
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tipicamente usadas para ligar aparelhos como telemóveis e computadores pessoais. Nessas redes
existe apenas um único ponto (HUB) que recebe todos os dados e faz de Ponto de Acesso para os
dispositivos.
Nas redes em Malha os dispositivos estão ligados a encaminhadores, normalmente denominados
por nós, que interligam todos os dispositivos e enviam os seus dados de nó para nó até chegar ao
seu destino final. Mas o que são estes nós e como funcionam?
Os nós permitem que os dados enviados pela rede sejam novamente enviados por esse mesmo nó
para um outro, ou seja, os nós são capazes de receber e enviar dados sempre que necessário. Estes
não são escolhidos aleatoriamente, têm um algoritmo (podem existir muitos algoritmos diferentes,
dependendo da finalidade, fluidez e garantia que se desejar) que determina qual será o próximo nó
para onde terá que enviar os dados. São estes mesmos algoritmos que também detetam quando
um nó deixa de estar disponível ou simplesmente deixar de existir, e assim gerar um novo caminho,
de forma que os dados cheguem ao seu destino sem problemas. Quando se instala um novo nó, a
rede em Malha vai reconhecer que existe um outro caminho que pode seguir e vai integrá-lo na
rede.
Figura 2.1- Tipos de Topologias [3]
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2.1.3 Tipos de Comunicações sem Fios
Para um melhor fundamento na escolha da tecnologia utilizada neste projeto, serão apresentadas
algumas formas de comunicação, tanto para a comunicação entre sensores como entre o
dispositivo móvel e o nó principal.
A evolução da tecnologia deu origem ao aparecimento de várias alternativas e protocolos que
permitem a transmissão de dados sem fios. Desde então existem quatro grandes grupos
responsáveis pelos standards IEEE (Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrónicos – Institute of
Electrical and Electronics Engineers). Esta é uma organização profissional sem fins lucrativos,
promovendo o desenvolvimento tecnológico para o bem da sociedade [4].
O IEEE, como pode ser verificado na figura 2.2, divide as redes sem fios em:
WPAN (Rede de Área Pessoal Sem Fios – Wireless Personal Area Network (802.15)) – São
destinadas para sensores/redes sem fios de curto alcance. Tivera início com o Bluetooth
(802.15.1) que teve um grande impacto no envio de dados através dos telemóveis
tornando-se bastante popular. Além de ser uma tecnologia de baixo custo, também
permitiu a comunicação entre computadores, telemóveis e outros dispositivos móveis. O
protocolo 802.15.2 é um outro subgrupo que trata, principalmente, das interferências
criadas pela frequência de trabalho 2.4GHz do WLAN e WPAN. Já o protocolo 802.15.4 tem
como preocupação o estudo de versões de baixo custo e de baixa taxa de transferência de
dados, o qual é bastante usado nas redes em Malha para controlo de sensores, permitindo
assim um consumo reduzido, levando as baterias a durarem meses ou anos. [5] [6]
WLAN (Rede de Área Local Sem Fios – Wireless Local Area Network (802.11)) – Este grupo
teve e continua a ter um papel importante na evolução das tecnologias sem fios,
possibilitando a interconectividade entre as redes WPAN e WLAN. Cada dispositivo que se
conecta a uma WLAN pode ser dividido em duas categorias: Ponto de Acesso e Cliente. Por
exemplo, os encaminhadores, são um Ponto de Acesso, sendo o seu principal objetivo
receber e reenviar o sinal, enquanto que o Cliente pode ser um portátil, um telemóvel,
impressora, etc. [7]. Um dos principais utilizadores deste grupo é o Wi-Fi.
WMAN (Rede de Área Metropolitana Sem Fios – Wireless Metropolitan Area Network
(802.16)) – Tal como nas redes WLAN existe um principal utilizador das redes WMAN, que
é o caso do WiMAX. Este grupo é responsável por fornecer uma ligação para uso doméstico
ou empresarial através de um único Ponto de Acesso. [5] [6]
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WWAN (Rede de Área Mundial Sem Fios – Wireless Wide Area Network) – Este grupo tem
como foco principal a rede sem fios a longas distâncias, permitindo uma ligação regional,
nacional ou mundial. Este grupo é utilizado pelas operadoras móveis nas suas redes de
transmissão (GSM, CDMA, HSPA, etc.). [5] [6]
Figura 2.2 - Comunicação sem fios [8]
As redes WPAN e WLAN são as que têm mais enfase neste projeto. Como tal existem muitas formas
de comunicação e bastantes equipamentos/protocolos que podem satisfazer os requisitos pedidos.
De seguida será descrito a forma de trabalho e protocolos utilizados.
BLUETOOTH
O Bluetooth é uma tecnologia sem fios de baixo custo, baixo consumo e de curto alcance usada
para transferir dados entre diferentes tipos de dispositivos móveis e redes LAN. Hoje em dia, o
Bluetooth é utilizado na sua grande maioria para a comunicação entre dispositivos eletrónicos.
Criado por um grupo de engenheiros da Ericsson em 1994, acabando por se tornar oficial em 1998,
para ser uma alternativa sem fios aos cabos RS-232 (portas série), este opera numa banda não
industrial, científica e médica de 2.4GHz a 2.485GHz. A partir de então o desenvolvimento da
tecnologia permitiu ligação sem fios para chamadas de voz (mãos livres), impressoras /fax, relógios
inteligentes, sincronização automática com os PDA, teclados e ratos, entre outros. O Bluetooth
permite também a partilha de fotos, musica, vídeos, dados e voz, etc..
Desde 1998, até aos dias de hoje, a tecnologia Bluetooth tem vindo a evoluir, já contando com
quatro versões, sendo uma delas utilizada no desenvolvimento desta dissertação – Bluetooth 4.0
BLE (Bluetooth de Baixo Consumo – Bluetooth Low Energy). Bluetooth BLE é uma tecnologia
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desenvolvida para consumir apenas uma fração de potência, quando comparado com outras
tecnologias Bluetooth. [9]
Esta tecnologia trabalha tipicamente com um dispositivo mestre (master) e um ou mais dispositivos
escravos (slaves), e a comunicação não necessita de ser direta entre dispositivos. Se um obstáculo
estiver entre eles ou caso não estejam perfeitamente alinhados, como é o caso da tecnologia
Infravermelho [10], não existirá perda de informação.
WI-FI
O Wi-Fi é um standard utilizado nas comunicações com o protocolo 802.11 (WLAN). Este
veio facilitar a comunicação através da internet, eliminando passagens de cabo, caso o
utilizador quisesse alterar a posição do seu computador. Através desta tecnologia foi
possível conectar vários dipositivos na mesma rede, como por exemplo, telemóveis,
tablets, impressoras, máquinas de lavar a louça ou roupa, etc.. Existem cinco versões de
comunicação [11]:
802.11a
802.11b
802.11g
802.11n
802.11ac
A comunicação 802.11a é a mais antiga e mais cara, o que levou a comunicação 802.11b a
ser mais utilizada. A sua velocidade de transmissão chegava no máximo até 11Mb/s e podia
ter um alcance de 400m em áreas abertas ou 50m em espaços fechados. À medida que a
tecnologia foi evoluindo, também a velocidade de transmissão foi aumentando. Na
comunicação 802.11ac, a velocidade de transmissão é de 1.3Gb/s.
Apesar de esta tecnologia ser de fácil utilização e instalação, normalmente é mais cara que
as opções de ligação por cabo e, o seu rendimento, é inversamente proporcional à distância
entre os dispositivos e o ponto de acesso, ou seja, quanto mais afastado estiver menos
“força” de sinal terá.
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Dentro desta tecnologia, desenvolveu-se uma aplicação denominada Wi-Fi Direct. Esta é
uma comunicação entre dispositivos em que não é necessário acesso à internet, ou seja,
basta que dois dispositivos possuam uma placa Wi-Fi com essa tenologia, para poderem
partilhar informação.
NFC
A comunicação NFC (Campo de Comunicação Próximo – Near-Field Communication) tem
sido uma grande aposta utilizada, principalmente nos telemóveis. NFC é um standard
definido pelo Fórum NFC, um consórcio global de hardware, software, companhias de
cartões de crédito, bancos, provedores de internet, e outras instituições, com o intuito de
desenvolver esta tecnologia. [12]
A comunicação é de muito curto alcance e foi desenhada com o intuito de unir os
telemóveis e os cartões de crédito. Esta funciona quando dois dispositivos com NFC (ou um
dispositivo e um chip (TAG)) se tocam ou quando estão relativamente perto, cerca de 30cm
[13] e é estabelecida a ligação.
A utilidade do NFC passa por substituir, principalmente cartões de crédito, bilhetes de
avião, transportes públicos, leitura de uma Tag RFID (Identificação por Rádio-Frequência –
Radio-Frequency IDentification), etc., como por exemplo, obter a informação de um
eletrodoméstico, aproximando um telemóvel ao mesmo. [14]
Infravermelhos
A comunicação por infravermelhos é uma comunicação sem fios e ainda é bastante
utilizada, como por exemplo, nos comandos das televisões (os telemóveis mais recentes
ainda utilizam esta tecnologia, para substituir o comando), no controlo de carros
telecomandados, e foi usada durante algum tempo na transmissão de dados entre
telemóveis. Esta tecnologia foi suprimida pelo Bluetooth, pois a comunicação entre
dispositivos não é omnidirecional e o seu alcance é relativamente baixo, que em casos
bastante favoráveis pode chegar aos 10 metros. A sua intensidade é alterada quando existe
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algum objeto entre os dois dispositivos, ou seja, é necessário que o emissor e o recetor
estejam praticamente alinhados, sem nenhuma perturbação pelo meio, para garantir que
a comunicação é realizada com sucesso. [10] [15]
ZigBee e Sinapse
Estes dois dispositivos de comunicação (ZigBee e Sinapse) são dois exemplos que usam o
mesmo tipo de protocolo de comunicação, o IEEE 802.15.4 (pertencente as WPAN). E são
muito utlizados em redes de sensores sem fios.
O ZigBee é uma tecnologia sem fios de baixo custo/consumo e funciona nas larguras de
banda de 2.4GHz, (“podendo nesta frequência utilizar até 16 canais com uma separação
entre portadoras de 5MHz” [16], como mostra a Figura 2.3), 900MHz e 686MHz. Este foi
desenvolvido pela ZigBee Alliance que teve como objetivo interligar vários objetos, como
lâmpadas, equipamentos de segurança, termostatos e termómetros, entre muitos outros
que se podem encontrar numa habitação. É também utilizado em aplicações onde a
velocidade de transmissão de dados não seja muito necessária, mantendo uma longa
durabilidade da bateria acoplada ao mesmo.
Figura 2.3 - Canais com separação entre portadoras [16]
O ZigBee tem como principais características o baixo consumo, baixo custo e de pequenas
dimensões. Devido às suas baixas potências e período de transmissão, o dispositivo
utilizado pode durar durante alguns anos com duas baterias tipo AA sem necessitar de
substituição (através dos modos Ativo e Adormecido (Sleep), pelo que consegue ter uma
eficiência elevada). É constituído por dispositivos finais, encaminhadores e coordenadores
e utiliza o protocolo IEEE 802.15.4, para tirar partido das camadas Física, MAC, da
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frequência, da largura de banda e da técnica de modulação [17]. Esses dispositivos podem
ser agrupados em duas classes:
FFD (Dispositivos com Todas as Funções – Full Function Devices) que estão
permanentemente ativos e prontos para receber dados, geralmente estão ligados
a uma fonte de energia;
RFD (Dispositivos de Funções Reduzidas – Reduced Function Devices) que ao
contrário da FFD os dispositivos passam a maior parte do tempo adormecidos para
poupar a energia das baterias. [18]
O dispositivo tem integrado um módulo RF (Rádio-Frequência – Radio Frequency) que
normalmente é de curto alcance, mas como o ZigBee funciona com rede em Malha, permite
cobrir uma vasta área com os dispositivos. Este está estruturado em camadas seguindo o
Modelo OSI (Intercomunicação de Sistemas Aberto – Open Systems Interconnection). Para uso
comercial do ZigBee, o custo pode ser bastante elevado.
O Synapse proporciona uma plataforma de baixo custo e longo alcance. Pode ser utilizado
monotorização nas mais diversas aplicações e utilidades, tendo como especificações e
benefícios a utilização de rede em Malha com auto formação (multi-hop), comunicação
ponto a ponto, não é necessário a utilização de um coordenador, é programável através de
um sistema operativo de rede sem fios em Malha denominado SNAP (baseado em Python)
e possuí um microcontrolador independente, que pode ser programado Over-The-Air
(atualização sem necessitar de intervenção física diretamente no equipamento).
Este tem a facilidade de se poder adicionar um novo nó à rede sem que exista grandes
problemas pois, lida perfeitamente com a complexidade da rede em malha, bastando
indicar qual o canal em que se pretende que seja adicionado o novo nó e fica operacional.
Tem facilidade de se poder fazer testes rápidos, como já dito anteriormente, através da
atualização Over-The-Air, enviando novos scripts para o nó pretendido ou para todos os
nós da rede. Tal como no ZigBee, o Synapse também segue as camadas do modelo OSI. [19]
Através da figura 2.4, pode ser verificado o funcionamento da rede em Malha no estado
normal, ou quando um dos dispositivos falha.
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Figura 2.4 - Exemplo tipo quando um nó deixa de funcionar [19]
O SNAP tem a desvantagem de possuir pouca informação em relação à sua utilização
(pouco feedback).
Outros tipos de comunicações
Para além das tecnologias acima apresentadas, existem muitas outras (que não vão ser
aprofundadas) que podem ser utilizadas com o mesmo intuito, como é o caso da Z-Wave
da Z-Wave Alliance, Libelium, Mi-Wi, iDom, X10, UPB, INSTEON. [20]
2.2 Redes de Sensores Sem Fios
As Redes de Sensores Sem Fios, ou WSN, como o nome indica são um conjunto de sensores que
estão ligados em rede. Estes podem, ou não, comunicar entre si, dependendo da topologia aplicada
a cada conceito, sendo a mais falada neste projeto a topologia em Malha. Esta permite que os
sensores comunicam entre si, enviando a informação recolhida pelo caminho mais próximo até ao
sensor principal/coordenador. Este tipo de tecnologia com o passar do tempo, com a utilização
pedida e pela investigação exercida, a tendência será que se torne cada vez mais barata e cada vez
mais pequena.
As WSN podem ter várias topologias, de acordo com o desejado, e cada nó possuí um
microcontrolador e/ou um microprocessador, um transmissor rádio (RF) e um ou mais sensores de
modo a proceder à recolha dos dados. Estes podem ser utilizados para fins medicinais, militares,
ambientais. O dispositivo, depois de obter a informação recolhida pelos sensores, poderá processar
essa informação de forma que seja só enviado o necessário para não existir um congestionamento
de mensagens na receção, ou ocupar muita largura de banda. Assim, pode ser enviado
separadamente as mensagens caso não seja necessário o envio constante de informação.
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Posteriormente essa informação passará por vários nós adjacentes, pertencentes à rede, até chegar
ao nó principal. Este processo é repetido sempre que existir novos dados recolhidos pelos sensores.
As WSN são bastante diferentes dos outros tipos de redes, principalmente pelas suas aplicações,
equipamento, interações em diferentes ambientes, possibilidade de expansibilidade, energia, etc..
Estas têm de cumprir certos requisitos [21] [22]:
Tolerância a falhas – Os nós são propícios a falhas quer pelo ambiente onde estão inseridos
quer por operações autónomas, pelo que, para não existir falhas num nó, este tem que
conseguir ter um autodiagnostico, autocalibração e autorrecuperação;
Autonomia – O tempo de vida tem de ser bastante razoável, pois existem muitos cenários
em que é importante que a bateria dure um certo tempo, para evitar que o utilizador
troque as baterias dos seus dispositivos constantemente. Isto significa que os dispositivos
têm que ter uma limitação de potência, ou uma fonte de energia externa, como por
exemplo células fotovoltaicas, de modo a carregar as baterias para uma maior duração;
Baixo custo – Os componentes utilizados têm que ser significativamente baratos, pois como
se trata de uma rede, implica a compra de mais do que um dispositivo;
Tamanho reduzido – os nós podem ser utilizados em diferentes tipos ambientes, sendo que
por vezes é melhor que o tamanho do dispositivo seja pequeno impondo também uma
redução no consumo;
Autoconfiguração – Os sensores têm que ser capazes de se autoconfigurarem em caso de
falhas, quer dos próprios nós quer existam modificações na topologia da rede;
Segurança – A rede de sensores tem que ter mecanismos de segurança de modo a garantir
a privacidade do utilizador e também impedir acessos não autorizados ou ataques por parte
de piratas informáticos.
Fiabilidade – Para garantir que os dados cheguem corretamente ao seu destino e
inalterados, a rede tem que ter um controlo de erros e mecanismos de correção, pois a
mensagem pode sofrer alterações devido ao ruído, variações de tempo entre canais e
propagação de erros.
Qualidade de Serviço – Dependendo da aplicação pretendida para a rede de sensores, a
qualidade de serviço tem de variar, pois o serviço pretendido pode não querer dar
importância ao tempo de atraso da mensagem mas sim dar a uma mensagem perdida.
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As WSN podem ser bastante utilizadas na Domótica (do latim Domus (Casa) + Robótica), que tem
como conceito a utilização da robótica, de forma a trazer a maior segurança e conforto nas
habitações. A sua utilização pode implicar a existência de sensores para controlo automatizado.
Os sensores podem ser utilizados também para fins comunitários. No caso concreto da empresa
IrRADIARE, a existência de uma rede de sensores que possam controlar a qualidade do ar, pode
tornar-se muito menos dispendioso do que instalar uma central de controlo, por exemplo, no
centro do Terreiro do Paço. [23]
2.2.1 Arquitetura das WSN
A maior parte dos dispositivos WSN têm uma arquitetura que segue o modelo OSI. Este modelo é
composto, como apresentado na figura 2.5, por sete camadas: Física, Data Link, Rede, Transporte,
Sessão, Apresentação e Aplicação. [24]
Figura 2.5 - Arquitetura de acordo com o Modelo OSI [25]
Camada Física
A camada física é a camada de mais baixo nível do modelo e tem como principal objetivo transmitir
ou receber um conjunto de bits para a camada Data Link. Transforma os impulsos elétricos em bits,
ou vice-versa, isto é, lida com interfaces mecânicas ou elétricas e com o meio de transmissão. Esta
camada é também responsável por dizer se a transmissão pode ser realizada nos dois sentidos
simultaneamente ou não.
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Camada Data Link
Nesta camada os pacotes de dados são codificados e descodificados em bits. Esta deteta e corrige
erros que possam acontecer na camada física. Existe uma subcamada denominada MAC (Media
Access Control) que vai determinar quando é que o nó tem direito/permissão para aceder ou
transmitir. Controla também o trafego de mensagens de forma a impedir o congestionamento,
informando assim o recetor quando existe espaço no buffer para receber informação.
Camada de Rede
É definido como é que os pacotes de mensagens vão ser encaminhados até ao seu destino. Estes
podem ter um caminho estático/pré-definido ou um caminho dinâmico. O controlo de fluxo de
mensagens é feito nesta camada, pelo que fica responsável da qualidade de serviço, ou seja, é
responsável pelo tempo de resposta, instabilidade, tempo de envio, etc..
Camada de Transporte
É responsável também pela garantia da transmissão de dados de um nó para outro através de um
mecanismo de controlo de erro adaptado de acordo com a fiabilidade induzida pela camada de
aplicação. Esta camada assegura que toda a mensagem chegará corretamente ao seu destino,
podendo essa mensagem ser dividida em fragmentos caso necessário. O tipo de serviço pode ser
alterado quando a conexão é estabelecida, por exemplo, pode não ser pretendido que as
mensagens cheguem na ordem em que foram enviadas.
Camada de Sessão
Como o nome indica, a camada permite que diferentes dispositivos estabeleçam sessões entre eles,
mantendo uma sincronização de modo a garantir que, se existir uma falha, a transmissão seja
retomada do ponto onde ocorreu a falha.
Camada de Apresentação
A seguinte camada está vocacionada para a sintaxe e semântica das informações transmitidas,
tornando possível a comunicação entre dispositivos com diferentes representações de dados.
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Camada de Aplicação
A camada de Aplicação é a camada que está mais relacionada com o utilizador final, por exemplo,
no caso de um utilizador procurar uma página de internet, é enviado um pedido ao servidor,
utilizando o protocolo HTTP, que posteriormente apresenta a página desejada ao utilizador.
2.2.2 Arquitetura ZigBee e Sinapse
As principais escolhas recaem sobre o ZigBee e o Synapse. Ambos seguem o modelo OSI
apresentado acima, com umas pequenas modificações de acordo com os protocolos criados pelos
dois (estes têm a arquitetura apresentada na Figura 2.6).
Figura 2.6 - Semelhanças do modelo OSI utilizadas no ZigBee [26]
No caso do ZigBee a camada física e MAC estão definidas de acordo com o protocolo IEEE 802.15.4,
que trata das operações de modulação e desmodulação dos sinais transmitidos e recebidos,
respetivamente. A tabela 2.1 demonstra os valores típicos da camada física.
Tabela 2.1 – Frequências típicas da camada física [27]
Espaço Velocidade Num. De Canais
2.4GHz Universal 250kbps 11-26
868MHz Europa 20kbps 6
915MHz América 40kbps 1-10
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A camada de MAC é responsável pela transmissão de dados acedendo a diferentes endereços com
CSMA (Carrier Sense Multiple Access Collision Avoidance).
A camada de Rede é descrita pelos fabricantes dos dispositivos que normalmente é denominada
por camada ZigBee, onde são também apresentados os mecanismos de encriptação. Esta é
responsável pelo encaminhamento, configurações dos dispositivos e conexão dos dispositivos
finais.
A camada de aplicação está dividida em três partes: subcamada de aplicação (APS), aplicação
Framework (AF) e dispositivos finais. A camada contém a aplicação que corre na camada de rede,
sendo que um nó pode conter mais do que uma aplicação, como por exemplo, uma para medir
temperatura, outra para medir a pressão e outra para medir a humidade. A subcamada APS pode
disparar instruções necessárias para a aplicação específica, de modo a que seja executada uma
ação, como por exemplo, ligar um LED. [20] [28] [29]
Por outro lado, a arquitetura do SNAP (Synapse Network Application Protocol) foi criada de modo
a que o utilizador, mesmo que não tenha o mínimo de conhecimento acerca de redes sem fios
possa, mesmo assim, utilizá-la e criar aplicações que executem nos nós pretendidos. Uma visão de
mais alto nível da arquitetura do SNAP é representada na figura 2.7, que foi desenhada de forma a
correr com a máxima eficiência num microcontrolador de 8bits.
Figura 2.7 - Arquitetura Synapse [19]
A camada física e a camada MAC, tal como anteriormente explicado no ZigBee, também elas estão
definidas através do protocolo IEEE 802.15.4. As restantes camadas permitem que o utilizador final
possa desenvolver aplicações que vão ser compiladas na Máquina Virtual SNAPpy (SNAPpy Virtual
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Machine). No caso da camada de Aplicação, é o utilizador que cria a sua própria aplicação. A
subcamada SNAP RPC (Remote Procedure Call) é bastante importante pois, permite que o utilizador
invoque funções presentes noutros nós, através da rede em que estão ligados.
Como o Synapse é um produto em desenvolvimento (apesar de já possuir alguns produtos para
comercialização) ainda não existe muita informação do mesmo, ficando sem conhecimento do que
realmente se processam as restantes camadas.
2.2.3 Encaminhamento de mensagens
Nas WSN o tipo de encaminhamento de mensagens é um pouco diferente dos encaminhamentos
convencionais em redes fixas. Existem muitos fatores que são mais importantes para as WSN do
que para as redes convencionais, como por exemplo, a inexistência de uma infraestrutura, os nós
dos sensores podem falhar, a rede tem que ser escalável, heterogénea e existe ainda muitos
requisitos em relação à utilização de energia.
Existem alguns protocolos para o encaminhamento de mensagens definidos para este tipo de
redes, podendo ser divididos em protocolos: baseados na localização (Location-based Protocols),
baseados em hierarquia (Hierarchical-based Protocols), baseados na mobilidade (Mobility-based
Protocols) e oportunistas. [30] [31] [32]
No ZigBee, o encaminhamento de mensagens utiliza um algoritmo Cluster-Tree ou uma
simplificação do algoritmo AODV (Ad hoc On-Demand Distance Vector) – o algoritmo AODVjr (figura
2.8).
A simplificação do algoritmo AODV tem em conta o baixo custo e consumo. Este não utiliza um
número de série do nó de destino, mas estimula a localização do nó de destino através de um único
pacote que este é capaz de responder, ou seja, mesmo que passe por outros nós, somente o nó de
destino é que irá responder.
Figura 2.8 - Algoritmo AODVjr [33]
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No Synapse, no encaminhamento de mensagens, é utilizado um protocolo oportunista. Este não
utiliza nenhum protocolo de encaminhamento de mensagens específico, apenas invoca funções
RPC usando o endereço de cada nó da rede. O sistema de encaminhamento de mensagens adotado
SNAP foi um sistema ad-hoc baseado no Standard DYMO (Dynamic Manet On-demand). O
protocolo DYMO tem como principais operações a descoberta e gestão. A operação de descoberta,
como o nome indica, serve para detetar qual o nó destino, que quando é reconhecido, envia uma
mensagem de volta pelo mesmo percurso. Quando o nó que fez o pedido receber essa resposta,
estabelece a ligação entre eles [34]. Este protocolo é bastante idêntico ao algoritmo AODV usado
no ZigBee.
Os caminhos são pré estabelecidos assim que necessário e, o estado da rede, é constantemente
atualizado através de tabelas que especificam quando existe alterações na rede. O SNAP, de forma
a lidar com efeitos dinâmicos dos RF, suporta Link Quality (figura 2.9) baseados em parâmetros de
encaminhamento, isto é, o SNAP identifica todos os nós presentes na rede com diferentes pesos
relativos, sendo esse peso determinado pelo canal, largura de banda e intensidade do sinal. De
acordo com o resultado, é escolhido o caminho a percorrer para que a informação chegue
corretamente ao seu destino. [35] [36]
Figura 2.9 - Algoritmo utilizado pelo Synapse [37]
A principal função do encaminhamento de mensagens no SNAP é a capacidade de gestão das rotas
armazenadas na RAM de cada nó, aumentando assim a velocidade da formação das novas rotas e
minimizando o número de pedidos a todos os nós para saber qual o que tem menos peso. No caso
do módulo RF200 suporta até 100 entradas, para armazenamento das rotas.
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2.2.4 Segurança
A segurança é um tema bastante importante quando se faz um projeto de redes sem fios, pois os
utilizadores não querem os seus dados expostos e disponíveis para todos, nem querem receber
dados que não sejam fidedignos, com a possibilidade de piratas informáticos os intercetarem e
alterá-los. Desde 1990 que os algoritmos de segurança têm sofrido bastantes atualizações.
Os tipos de segurança mais conhecidos são utilizados pela tecnologia Wi-Fi, mais concretamente o
WEP (Wired Equivalent Privacy), WPA (Wi-Fi Protected Access), WPA2 (Wi-Fi Protected Access II).
No WEP a segurança não era propriamente forte devido a certas restrições que naquele tempo
existiam, pois só permitiam que o tamanho da chave fosse até 64bits. Após essas restrições, passou
a ser possível uma chave até 256bits. Mas, posteriormente veio a ser publicado a facilidade que era
desencriptar uma chave feita com este algoritmo.
O WPA2, como se pode verificar é uma evolução do WPA pois, tal como o WEP, o WPA apesar de
utilizar um algoritmo de encriptação TKIP (Temporal Key Integrity Protocol), também a sua
segurança foi comprometida. Já o WPA2 veio melhorar a segurança dos utilizadores e dificultar os
piratas informáticos, devido ao seu algoritmo de encriptação AES (Advanced Encryption Standard).
Mas ainda assim é possível derrubar esta encriptação, sendo necessário que os piratas informáticos
gastem cerca de duas a catorze horas e que tenham um computador capaz de processar bastante
informação. [38]
Nesta dissertação existem dois tipos de segurança, a segurança na privacidade do utilizador e a
segurança na integridade das mensagens. Sendo que a melhor forma de garantir toda a segurança,
passa principalmente pela encriptação das mensagens.
Existem vários mecanismos de encriptação, como por exemplo, SHA (Secure Hash Algorithm), MD5
(Message-Digest algorithm 5), AES, TKIP, entre outros.
O SHA e o MD5 usam funções Hash. Estas funções são também conhecidas como encriptações de
um único sentido, sendo que um valor único de Hash, de comprimento fixo, é calculado com base
no texto que se quer encriptar, o que torna impossível (até à data) reverter a situação. Esta
encriptação funciona como uma impressão digital única e têm um uso muito comum na encriptação
de palavras passe. Nos casos específicos, o MD5 foi desenvolvido pelo Ron Rivest que gera,
independentemente do tamanho da mensagem a encriptar, valores Hash de 128bits. O SHA,
também desenvolvido pelo Ron Rivest, é bastante idêntico ao MD5 sendo um pouco mais forte e
possuí diferentes tamanhos de valores Hash pelo que pode ser SHA-1, SHA-224, SHA-256, SHA-384
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e SHA-512, tendo um tamanho de 160, 224, 256, 384 e 512 bits respetivamente. Este tipo de
encriptação funciona para garantir uma autenticação segura para o utilizador que, quando
registado, é gerada uma chave Hash única para cada um dos dados enviados, ou seja, uma para o
nome de utilizador e outra para a palavra passe. [39] Supondo uma palavra passe como “David”, a
chave de encriptação gerada é:
0f4e49e88d2b8b8501a4ba7a2a320a1e496c2d4a1d1cba1c068822cf690a339349fdc3d3d8545f972
36e3f07f9cf40eefd8f590ca3f8aea4919adef66361b506
O AES é composto por três blocos de cifras, o AES-128, AES-192 e AES-256, que cada um encripta e
desencripta as mensagens em blocos, usando chaves com tamanho de 128, 192 e 256 bits,
respetivamente, necessitando também de uma grande capacidade de processamento. [40] O
protocolo 802.15.4, utiliza um algoritmo de encriptação denominado AES (Advanced Encryption
Standard) com uma chave de encriptação de 128 bits o que perfaz uma complexidade
computacional de 2126.1. Assim os dados enviados entre os dispositivos, ou seja, os dados recolhidos
pelos sensores e enviados pela rede (sem fios) até chegar ao dispositivo principal, não ficam
facilmente acessíveis a qualquer pessoa que os tente intercetar.
No caso da página de internet, a comunicação feita entre servidor e a própria página, que é
executada por serviços Web (são serviços que respondem a perguntas previamente definidas), está
protegida com um método de encriptação denominado SSL (Secure Sockets Layer). Normalmente,
sem este tipo de proteção os dados enviados entre clientes e serviços Web são vulneráveis, pois
são enviados como texto dito “normal”. Com o protocolo de segurança SSL, o algoritmo encripta
todo o tipo de informação que passe entre eles. [41]
2.2.5 Recolha de Energia (Energy Harvesting)
No que toca à rede de sensores sem fios, é importante que o consumo de energia seja bastante
reduzido, de modo a maximizar o tempo de vida das baterias. Os dispositivos que foram
dimensionados para trabalhar numa WSN consomem muito pouca energia, dependendo do
fabricante e do tipo de processamento que tenha que executar.
Supondo que a bateria duraria um ano, sem ser necessária a intervenção humana para a carregar,
se fossem utilizadas fontes externas para carregar a bateria, logicamente duraria muitos anos. Isto
depende do tipo e de quantas fontes de energia externa seriam necessárias para manter o
dispositivo a trabalhar durante anos sem ser necessário nenhuma intervenção.
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Figura 2.10 - Modelo comum de Recolha de Energia [42]
Existem muitos modelos de recolha de energia, seguindo sempre o modelo representado na figura
2.10. Um exemplo de um dos modelos em estudo está apresentada na figura 2.11 que como se
pode observar, a energia pode ser usada diretamente para o sensor (caso necessite de energia para
funcionar). Este tem incluindo também uma bateria, de forma que, se a recolha de energia
(proveniente de uma célula pucovoltaica, por exemplo) não for suficiente para alimentar o sensor,
será retirado energia da bateria. Mas quando a energia recolhida é em demasia para o
funcionamento do sensor, existe um controlo de energia, em que certa parte irá para o sensor e a
restante será armazenada na bateria. [43] [42]
Figura 2.11 - Modelo de Recolha de Energia [42]
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2.3 Sensores
“Tal como acontece com muitas tecnologias, as aplicações de defesa têm sido um motor de
pesquisa e desenvolvimento nas redes de sensores.” [44]. Com o passar dos anos os sensores têm
evoluído cada vez mais e foram abrangendo as mais diversas áreas de investigação de modo a
facilitar e a controlar tudo à sua volta. Como pode ser verificado na figura 2.12, demonstra as suas
aplicações de acordo com o passado e o presente, através da procura de mercado, relacionado com
a energia consumida por sensor.
Figura 2.12 - Evolução na utilização da Rede de Sensores [45]
Os sensores são uma mais-valia para a sociedade e com a evolução da Internet das Coisas, mais do
que nunca, a sua utilização tem vindo a expandir-se, como por exemplo, na segurança das casas,
meio militar. Neste capítulo serão mencionados alguns sensores existentes, principalmente na
perspetiva da empresa IrRADIARE.
2.3.1 Tipos de sensores
Existem muitas aplicações para a utilização dos sensores e, para tal, tem que existir diferentes tipos
de sensores para cada uma das aplicações desejadas, pelo que para entender as WSN é necessário
compreender um pouco do funcionamento dos sensores. [45]
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Os sensores são dispositivos que convertem um parâmetro físico como temperatura, fluxo
sanguíneo, humidade, pressão, etc., num sinal elétrico de modo a ter essa informação em formato
digital. Os sensores podem ser escolhidos de acordo com os seguintes critérios [46]:
Precisão – os dados recolhidos têm que ter um mínimo de precisão para não ocorrer erros
de leitura;
Condições atmosféricas – é necessário ter em conta qual o tipo de ambiente a que os
sensores vão ficar expostos, pois existem limites mínimos e máximos para os quais estão
dimensionados;
Alcance – as medições feitas pelo sensor podem conter um limite mínimo ou máximo,
dependendo do tipo de sensor.;
Custo – o critério qualidade/preço tem que ser bem estudado;
Calibração – as leituras podem sofrer alterações ao longo do tempo, quer seja por desgaste,
quer seja pelas condições a que estava exposto.
A maior parte dos critérios acima descritos podem ser confirmados no Datasheet de cada sensor,
ato a ser executado após a escolha do tipo de sensor.
Sensor de temperatura
O sensor de temperatura é sem dúvida um dos mais utilizados em qualquer área. Está presente em
praticamente todos os dispositivos, podendo ser mecânico ou eletrónico, requerendo ou não
contato físico direto com o dispositivo. O comportamento do sensor de temperatura é equivalente
ao termómetro de mercúrio, em que o mercúrio expande e contrai consoante a temperatura. Entre
eles estão termostato e termostato bi-metálico, termístor, RTD (Resistive Temperature Detector),
termopar (Thermocouple), como apresentado na figura 2.13.
Os termopares são bastante eficazes quando se quer medir grandes diferenças de temperaturas,
como por exemplo de zero a quinhentos graus centigrados. Estes têm um tempo de resposta
significativamente baixo e, a sua precisão, pode ser inferior a um grau, dependo do fabricante. Os
termopares são, basicamente, dois fios (exatamente do mesmo material) que a extremidade fusão
está exposta, de forma a medir a temperatura. As pontas são então ligadas a terminais que através
da corrente que passa pelo fio, gera uma diferença de potencial, cujos valores podem ser
consultados no Datasheet do material. Como é o caso de um termopar do tipo-k 3 que, por
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exemplo, se a temperatura for de 20 graus centigrados então a diferença de potencial é igual a
0.919mV. [47]
Os RTD são relativamente mais caros que os termopares. Estes são utilizados para medições exatas
da temperatura com um erro de ± 0.019 graus centígrados e possuem um menor alcance.
Os termístores são praticamente iguais aos RTD, sendo que a sua principal diferença é que
requerem uma tensão de excitação ao invés de corrente de excitação necessária para os RTD. O
seu erro absoluto é de ± 0.05 graus centígrados e são mais baratos que os RTD.
Figura 2.13 - Tipos de Sensores (Termopar, RTD, Termístores respetivamente) [48] [49] [50]
Sensor UV (Ultra Violeta)
Os sensores Ultra Violeta (figura 2.14), medem a intensidade ou potência incidente de raios Ultra
Violeta no sensor. Estes sensores servem, por exemplo, averiguar se a exposição ao sol (numa praia)
num certo período horário é, ou não, prejudicial para a pele humana, pois esta é uma radiação que
tem uma largura de banda que não é visível ao olho humano. O sensor UV tem também diversas
aplicações em automóveis, farmácia, robótica, entre outros. É usado um diamante policristalíno,
que a luz incidente nele é refletida para um detetor que vai detetar a intensidade da radiação UV
presente. [51]
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Figura 2.14 - Sensor UV [52]
Sensor de Monóxido de Carbono
Ao contrário do que se pensa, o dióxido de carbono não é o gás mais preocupante quando se trata
da saúde da população em geral. O monóxido de carbono é um gás incolor e inodoro que pode
matar repentinamente. Normalmente estes sensores (figura 2.15) são usados em parques
subterrâneos, túneis, oficinas, etc. O princípio de funcionamento é igual ao dos sensores de
temperatura, mas este tem um semicondutor de metal óxido, que altera a resistência interna de
acordo com a quantidade de monóxido de carbono existente. Essa alteração faz disparar um relé
que normalmente ativa as ventoinhas das condutas de ar. [53]
Figura 2.15 - Sensor de Monóxido de Carbono [54]
Existem muitos outros sensores, que não serão falados pormenorizadamente, mas todos têm
praticamente o mesmo princípio, que passa por alterar a corrente elétrica (através da resistência
interna dos sensores) criando uma queda de potencial aos seus terminais, que posteriormente com
os valores fornecidos pelo Datasheet do fornecedor, pode-se obter um valor conhecido aos olhos
do utilizador. Alguns dos outros sensores mais conhecidos são mencionados em baixo:
Sensores de som
Sensores de vibração;
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Sensores de deformação;
Sensores de movimento;
Sensores de luminosidade;
Sensores de pressão;
Sensores de humidade;
Sensores de fumo;
Sensores de presença;
Sensores de proximidade;
Sensores indutivos;
Sensores capacitivos.
As seguintes secções estão apresentadas de forma a contextualizar todo o projeto, pois serão
utilizados termos que estão descritos mais pormenorizadamente na dissertação Ponto de Acesso
Móvel em Ambiente Sensorial, realizado por José Ricardo de Lima Abrantes.
2.4 Plataformas para telemóveis
Os sensores, após recolherem os dados necessitam de os enviar para a Cloud, permitindo que o
utilizador possa aceder a essa informação. Para tal, é utilizado o telemóvel como meio
intermediário para recolher