seminário: teorias da comunicação e cultura do automóvel
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Apresentação de trabalho + debate na disciplina Mídias, Identidades Culturais e Cidadania ministrada pelo prof. dr. Alberto Efendy Maldonado no mestrado em Ciências da Comunicação (UNISINOS, 2008).TRANSCRIPT
A CIRCULAÇÃOE AS TEORIAS DA COMUNICAÇÃO
por Alessandro Souza e Hélio Paz
ANTES DAS TEORIAS
SÉCULO XIX: sistemas técnicos básicos de comunicação
• Princípio do livre comércio
• A comunicação como fator de integraçãodas sociedades humanas
A REVOLUÇÃO DA CIRCULAÇÃO
Fim do séc. XVIII (Adam Smith): a divisão do trabalho
A COMUNICAÇÃO contribui:
• Para a ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO coletivono interior da fábrica
• Na ESTRUTURAÇÃO DOS ESPAÇOS ECONÔMICOS
A REVOLUÇÃO DA CIRCULAÇÃO
INGLATERRA (séc. XVIII): O que eram os MEIOS DE COMUNICAÇÃO?
• VIAS FLUVIAIS, MARÍTIMAS E TERRESTRES: opulência e crescimento
A REVOLUÇÃO DA CIRCULAÇÃO
FRANÇA (séc XVIII): estado agrário
Quesnay: o comércio tem um poder criador“LAISSEZ FAIRE, LAISSEZ PASSAIRE” (liberalismo)
• Liberar os fluxos de bens e mão-de-obra
• Sustentar uma POLÍTICA DE CONSTRUÇÃO E CONSERVAÇÃODAS VIAS DE COMUNICAÇÃO (referência: CHINA)
O DR. QUESNAY VIU LONGE
Conjunto de CIRCUITOS do mundo econômico:
• SISTEMA
• UNIDADE
• DUPLA CIRCULAÇÃO DO SANGUE
• ECONOMIA DE FLUXOS
FLUXOS E INFORMAÇÃOJohn Stuart Mill (ainda ENG fim do séc. XVIII):
• Modelo CIBERNÉTICO dos FLUXOS MATERIAIScom os FLUXOS FEEDBACK do DINHEIRO COMO INFORMAÇÃO
Charles Babbage:
• Divisão do trabalho mental
• Projetos de MECANIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES DA INTELIGÊNCIA
O ORGANISMO-REDE
Saint-Simon (mesma época):o social a partir da metáfora do ser vivo
• A sociedade como um SISTEMA ORGÂNICO:Justaposição ou TECER DE REDES
• Sistema INDUSTRIAL gerado por e como indústria
• Estratégia: administração das VIAS DE COMUNICAÇÃOe estabelecimento de um sistema de crédito
O ORGANISMO-REDE
Sansimonismo = bases do positivismo
• Função organizadora das REDES ARTIFICIAISde COMUNICAÇÃO-TRANSPORTE (redes materiais)e de FINANÇAS (redes espirituais):
Linhas de estradas de ferro, sociedades bancáriase companhias marítimas
A SOCIEDADE ORGÂNICAHerbert Spencer (meados do século XIX)o positivismo inglês:
• A COMUNICAÇÃO COMO SISTEMA ORGÂNICO:SOCIEDADE-ORGANISMO COERENTE e INTEGRADA,FUNÇÕES cada vez mais DEFINIDAS,PARTES cada vez mais INTERDEPENDENTES
• COMUNICAÇÃO: GESTÃO DAS RELAÇÕES COMPLEXASENTRE UM CENTRO DOMINANTE E SUA PERIFERIA
A SOCIEDADE ORGÂNICA
• PAPEL DAS INFORMAÇÕES: imprensa, petições, pesquisas
• CONJUNTO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO pelos quaiso centro pode “PROPAGAR SUA INFLUÊNCIA”:correio, telégrafo, agências noticiosas
• Informes: DESCARGAS NERVOSAS QUE COMUNICAM UM MOVIMENTO DE UM HABITANTE DE UMA CIDADE AO DE OUTRA
A SOCIEDADE ORGÂNICA
Fim do séc. XIX: BIOLOGIZAÇÃO DO SOCIAL - senso comump/caracterizar os SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO COMO AGENTES DE DESENVOLVIMENTO E CIVILIZAÇÃO (Mattelart, 1994)
O positivismo de Auguste Comte: “A sociedade, organismo coletivo, obedece a uma lei fisiológica de desenvolvimento progressivo.”
COMO ÚNICA AÇÃO
História sem desvios nem retornos (fim do séc. XIX):etnologia, economia política
• Darwinismo social: transforma ordem de sucessão cronológica em escala na ordem moral, quando não na ordem de raças.
• “Povos criança”, primitivos, sob tutela do centro: seguir mesmas etapas de acesso à “idade adulta” das sociedades desenvolvidas
• A COMUNICAÇÃO COMO FERRAMENTA DE UNIFORMIZAÇÃO
SFEZA CIÊNCIA TRADICIONAL DA COMUNICAÇÃO
• A cultura é mediadora da comunicação.A comunicação existe inserida na cultura.
• FLUIDEZ DO ORGANISMO
• LIBERDADE DE ESCOLHA (signos, palavras que intervêm nas mensagens,códigos, mensagens, imagens):
“NÃO PRECISAMOS SABER PRA ONDE VAMOS: NÓS SÓ PRECISAMOS IR”(‘Infinita Highway’ - Engenheiros do Hawaii)
BATESONINFORMAÇÃO: É DIFERENÇA QUE PRODUZ DIFERENÇA
• ENTROPIA: a informação é o grau de organização dos elementos de um sistema.
QUANTO MAIOR A INCERTEZA DA ORGANIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DE UM SISTEMA,maior será a DESORDEM DO SISTEMA. O grau de desordem vai crescendo,até a DISSOLUÇÃO DESSE SISTEMA.
“And when a double decker bus crashes into us / To die by your side is such a heavenly way to die / And when a ten ton truck kill the both of us / To die by your side / Well, the the privilege is mine” (There Is a Light That Never Goes Out - The Smiths)
ESTUDOS CULTURAISDécadas de 1950-1960: Birmingham (ENG) / EUA (1990): temas + atuais, crítica social
• CHOMSKY: totemização do modelo matemático:o poder simbólico da máquinaA sedução da máquina
• As possibilidades de produzir conhecimento tornam-se restritas
• As possibilidades técnicas são exaustivamente endeusadas
“Criar meu web site / Fazer minha homepage / Com quantos Gigabytes se faz uma jangada, um barco que veleje / Que navegue nesse infomar / Que aproveite a vazante da infomaré... Depois de um hotlink...” (Pela Internet - Gilberto Gil)
MATTELART“NOVOS PARADIGMAS”, “PENSAR O MUNDO DAS ALTERIDADES”,“ARMADILHAS DO RELATIVISMO CULTURAL”
• Preocupação com o PROCESSO de comunicação:muito mais amplo do que suas regras
• Resgate do RUÍDO
• A ideologia está na psicoesfera e não apenas na linearidade emissor-receptor
• TENSIONAMENTO DAS REGRAS:“Ela namora um moço / Só toca beijinhos no rosto / Mas quando sai com outro rapaz / Ela vira Satanás / Deixa eu andar na tua moto...” (Moto - Cascavelletes)
MILLS e VERÓN
“LA IMAGINACIÓN SOCIOLOGICA” (Mills)
“IDEOLOGIA, ESTRUTURA E COMUNICAÇÃO” (Verón)
• Distanciamento dos paradigmas das ciências naturais
• O sujeito sempre atravessa o processo:logo, A PESSOA NÃO É PROBLEMA!!!
• A ciência é uma instituição social
LASSWELL
“A ESTRUTURA E A FUNÇÃO DA COMUNICAÇÃO NA SOCIEDADE”
• LINEARIDADE: paradigma funcionalista
• Modelo clássico: QUEM - DIZ O QUE - EM QUE CANALPARA QUEM - COM QUE EFEITO
“Hit” - paradigma que ainda orienta o ensino no Brasil:“Pela janela do meu quarto / Ouço a buzina me chamando”(Vou de Táxi, Angélica)
WOLF e STRINATTI“A TEORIA CRÍTICA” (Wolf)
“A ESCOLA DE FRANKFURT E A INDÚSTRIA CULTURAL” (Strinatti)
• Assim como Verón, considera a IDEOLOGIA
• INDÚSTRIA CULTURAL
• Discute aspectos éticos na Comunicação
• Foco na PROPRIEDADE DOS MEIOS
• O MACRO ENVOLVE E SUBESTIMA O MICRO
TEORIA CRÍTICAMEIOS DE COMUNICAÇÃO E CULTURAS CONTEMPORÂNEAS
• INDÚSTRIA CULTURAL: sistema de produção cultural que condicionaria a produção dos bens culturais (como ela é feita, distribuída, remunerada, etc.)
• Frankfurt fazia inferências a partir de um conjunto empírico observando aspectos negativos das culturas contemporâneas pensando prioritariamente no MACRO.
• Postura crítica e aristocrática sobre o que seria a cultura
• O discurso tecnicista e cientificista é alienante
PROPRIEDADE:“Já tive carro e grana / E um monte de convites pra qualquer lugar /Hoje eu só ando a pé / Mas eu continuo a andar” (Carro e Grana - Leoni)
SEMIOSESIGNO: qualquer coisa que faça referência a outra coisa
LINGUAGEM: sistema de relações entre signos
LÍNGUA: possibilidade de transmissão de geração em geração
POLISSEMIA: um signo aberto é aquele que possui vários significados
LÍNGUA X FALA: para falar, precisamos expressar algo que está fora de nós, inclusive para falar do eu
“Drive like the wind / Straining the limits of machine and man / Laughing out loud with fear and hope / I've got a desperate plan / At the one-lane bridge / I leave the giants stranded at the riverside / Race back to the farm / To dream with my uncle at the fireside” (Red Barchetta - Rush)
GARCÍA-CANCLINI“NOTICIAS RECIENTES SOBRE LA HIBRIDACIÓN”“CULTURAS HÍBRIDAS, PODERES OBLÍQUOS”
• DESTERRITORIALIZAÇÃO e RETERRITORIALIZAÇÃO do processo de PRODUÇÃO e CONSUMO
• O HÍBRIDO PODE AJUDAR A PENSAR ALÉM DOS TERRITÓRIOS
• O POPULAR não é aquele lugar de complacência melancólica:é um lugar de criação e de transgressão
“Dentro do carro, banco inclinado / Rola um DVD / Vidro fechado, mão na buzina / A gente manda ver” (Maria Gasolina - Latino)
ECONOMIA POLÍTICA DA COMUNICAÇÃO
RELAÇÕES DE PODER: a sociedade é marcada por disputas constantesentre poderes assimétricos.
• EPISTEMOLOGIA: REALISTA (trabalha com a realidade social); INCLUSIVA (procura incluir a complexidade dos fenômenos econômicos, políticos e sociais); CONSTITUTIVA (as estruturas e os processos são dinâmicos); CRÍTICA (crítica do seu próprio fazer e crítica do fazer buscando uma sociedade melhor)
“Oh Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz? / My friends all drive Porsches, I must make amends / Worked hard all my lifetime, no help from my friends / So Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz?” (Mercedes-Benz - Janis Joplin)
MCLUHAN“A GALÁXIA DE GUTENBERG”“OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMO EXTENSÕES DO HOMEM”
• MÁQUINAS/TECNOLOGIAS COMO EXTENSÕES DOS SENTIDOS HUMANOS
• A ALTERAÇÃO DAS ESTRUTURAS SOCIAIS E MENTAISDEVIDO AO ADVENTO DA PRENSA
• A DESQUALIFICAÇÃO/SUPERAÇÃO DO MODELO NEWTONIANO (linear)
• A CONTRADIÇÃO/TENSÃO ENTRE INDIVIDUALIZAÇÃOE PRODUÇÃO HOMOGENEIZADA DE CONSUMO MASSIVO
MCLUHAN
• AS MÁQUINAS FÍSICAS SÃO EXTENSÕES DOS MEMBROS
• OS MÍDIA SÃO EXTENSÕES DOS SENTIDOS
• A ELETRICIDADE É A EXTENSÃO DA INTELIGÊNCIA
• FIGURA E FUNDO: o meio sempre opera em um contexto
COZIDÃO FINALCriar meu web site / Fazer minha home-page / Com quantos gigabytes Se faz uma jangada / Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar / Que aproveite a vazante da infomaré Que leve um oriki do meu velho orixá / Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar / Que aproveite a vazante da infomaré Que leve meu e-mail até Calcutá / Depois de um hot-link / Num site de Helsinque Para abastecer
Eu quero entrar na rede / Promover um debate / Juntar via Internet Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar / O chefe da Macmilícia de Milão / Um hacker mafioso acaba de soltar Um vírus pra atacar programas no Japão
Eu quero entrar na rede pra contactar / Os lares do Nepal, os bares do Gabão Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular / Que lá na praça Onze tem um vídeopôquer para se jogar
(PELA INTERNET - Gilberto Gil)
AGRADECIMENTOSARMAND e MICHELLE MATTELART
CHARLES DARWINHENRY FORD
MARSHALL MCLUHANAOS MÚSICOS EM GERAL
Prof. EFENDYe a TODOS OS COLEGAS