semi familia e sociedade 07

Upload: vanessaapmsantos1

Post on 07-Jul-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    1/24

    Família e SociedadeAutor: Cláudia Regina Benedetti

    Tema 07

    Os Papéis Sociais na Família: O Pai e aFigura Masculina

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    2/24

    Como citar este material:

    BENEDETTI, Cláudia Regina. Família eSociedade:  Os Papéis Sociais na Família: O Paie a Figura Masculina. Caderno de Atividades.Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.

    Tema 07 

    Os Papéis Sociais na Família: O Pai e a FiguraMasculina

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    3/24

     S e ç õ e s S e ç õ e s

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    4/24

    Tema 07 

    Os Papéis Sociais na Família: O Pai e a FiguraMasculina

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    5/24

    5

    CONTEÚDOSEHABILIDADES

    Conteúdo

    Nessa aula você estudará:

    • Como os papéis sociais se conguram na estrutura familiar

    • Como o casamento consolida um novo núcleo familiar.

    • O pai contemporâneo: novas territorialidades e antigos modelos

    • A Figura Masculina na Família: o Pai

    Introdução ao Estudo da Disciplina

    Caro(a) aluno(a).

    Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Política Social, Família e

    Juventude, dos autores Mione Apolinário Sales, Maurílio Castro de Matos e Maria Cristina

    Leal, editora Cortez, 2010, Livro-Texto n. 267.

    Roteiro de Estudo:

    Cláudia Regina BenedettiFamília e Sociedade

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    6/24

    6

    CONTEÚDOSEHABILIDADES

    Os Papéis Sociais na Família: O Pai e a Figura Masculina

    Ainda cercam o imaginário e algumas práticas sociais, as imagens secularmente

    construídas sobre os papéis dos membros familiares, a saber: pai, mãe, lhos, avós, tios eoutros.

    Quantas vezes não se pega cobrando uma atitude por esta ser “a função do pai” ou “coisade mãe”? Já se viu ou se ouviu dizer a frase como: “pai e mãe cria e avô estraga”, não émesmo?

    Postulações como estas, pertencentes ao senso comum, revelam em parte que se atribuiaos membros da Família determinadas funções especícas, são os papéis sociais.

    Na história da família tradicional, o modelo dominante, que se destaca, é o da famíliaburguesa: constituída pelo matrimônio, consolidada pela monogamia e legitimada pelos

    lhos. Este padrão revela como o “homem de família” era visto e seu tratamento social: “Afamília ’objeto de devoção para os membros‘, é um ser moral: (...) O chefe é o pai, e apenassua morte dissolve a família” (PERROT, 1991). O pai é o sustentáculo, o núcleo da célulafamiliar, é o chefe!

    Habilidades

    Ao nal, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

    • Qual é o papel social do pai, historicamente construído?

    • Como o casamento congura e estrutura o núcleo familiar?

    • Qual o papel do pai na sociedade contemporânea?

    • Como se compõe a gura masculina na família?

    LEITURA OBRIGATÓRIA

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    7/24

    LEITURA OBRIGATÓRIAA família, como rede de pessoas e conjunto de bens, é um nome, um sangue,um patrimônio material e simbólico, herdado e transmitido. A família é um uxode propriedades que depende primeiramente da lei (PERROT, 1991).

    Etimologicamente, a palavra família deriva do latim “famulus”, que signica escravodoméstico. O conceito de família ocidental moderna pode ser entendido como o grupo depessoas que se relacionam entre si formando grau de parentesco, compartilhando o mesmosobrenome por meio do matrimônio ou adoção, e no interior da sociedade capitalista, afamília é também uma instituição econômica, responsável pela manutenção dos membros

    que a compõem e pela conservação da riqueza produzida entre tais membros, porém, aocontrário de outras sociedades, a riqueza é produzida “fora” do lar.

    Segundo Max Weber, o ato constitutivo do capitalismo moderno foi a separaçãoentre os negócios e o lar — o que signicou ao mesmo tempo a separaçãoentre os produtores e as fontes de sua sobrevivência (como acrescentou KarlPolanyi, invocando o insight  de Karl Marx). Esse duplo ato libertou as açõesvoltadas para o lucro, e também aquelas voltadas para a sobrevivência, da teiados laços morais e emocionais, da família e da vizinhança — simultaneamenteesvaziando tais ações de todo o sentido de que eram, antes, portadoras(BAUMAN, 2003).

    Dessa forma, a família, no contexto histórico da modernidade ou – como denominam alguns – da hipermodernidade, é considerada o núcleo gerador de conceitos morais, sociais,regulador da identidade física, psicológica e cultural dos seus membros (CAMBI, 1999),porém, tais referências só podem ser compreendidas segundo a lógica do capital: a famíliacomo reprodutora das relações de poder, como conservadora da ideologia dominante, comoaparelho ideológico do Estado, já que “modéstia, resignação, submissão de uma parte,cinismo, desprezo, segurança, altivez, grandeza, o falar bem, habilidade (...) se aprendemtambém nas Famílias, na Igreja, no Exército, nos Belos Livros, nos lmes, e mesmo nosestádios” (ALTHUSSER, 2003). A família proletária, em sua essência, pauta-se pelo modelo

    burguês de família, já que, como explica Althusser (2003),(...) segue-se que toda formação social para existir, ao mesmo tempo queproduz, e para poder produzir, deve reproduzir as condições de sua produção.Ela deve, portanto, reproduzir: 1) as forças produtivas; 2) as relações deprodução existentes.

    Sendo assim, o clássico modelo pai/mãe/lhos permeia as relações de parentesco instituídasmesmo em famílias cuja estrutura não corresponde a esta organização. As condiçõesmateriais de existência perpetuam-se na instância ideológica, a família é então: um núcleode pessoas ligadas por laços consanguíneos cujos papéis sociais se classicam em funçõescomo o Pai, a Mãe e os lhos frutos desta união.

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    8/24

    8

    Segundo Henry Bruland, a divisão dos papéis dentro das famílias se dá segundo seus“caracteres naturais”, a estrutura familiar era composta pelo pai de família que era o “chefe”,e somente com a sua morte a dissolvia, a mulher era submissa ao homem e responsável

    pelo lar e pelos lhos. Os lhos passam a ser o centro da família, ser de investimentoseconômicos e afetivos, mas muitas vezes era pensado apenas como sucessor: “Ele nãome amava como indivíduo, mas como lho que devia continuar a família.” (BRULAND apudPERROT, 1991).

    Reitera-se então a ideia de que a família da qual se está falando, é a família burguesa –

    ideologicamente burguesa – que vê em seus descendentes não somente a continuidadedo “sangue” – como a nobreza da Idade Média – mas também, e fundamentalmente, apreservação do patrimônio, da riqueza acumulada. Nesse sentido,

    (...) a família é instrumento do exercício de poder, à medida que o seu chefederiva autoridade coercitiva da ordem política, a qual então, por seu intermédio,controla (“controle organizado”) os indivíduos, em vez de fazê-lo por relaçõesdiretas entre o governo e eles. Na nossa sociedade, em que esta autoridade éreduzida, ela se manifesta ainda claramente em relação às pessoas de menoridade, sujeitas ao controle pela justiça ou policia, apenas, na hipótese de falhaclamorosa da autoridade paterna (LENHARD, 1985).

    O modelo, do pai como o chefe, reproduz – analogamente – o poder do Estado, o chefe dacasa deve prover o lar, garantir a segurança, a educação e o sustento de seus membros,assim como o Estado deve garantir o mesmo para os cidadãos. No que se refere à educação,este último deve providenciar o espaço adequado para o desenvolvimento satisfatório dasgerações que futuramente ocuparão os postos de trabalho: a Escola. Família e Estadogarantem a perpetuação das relações de produção.

    O pai é tão somente o sujeito que dá o nome à família e garante a herança e a hereditariedade.Os laços afetivos que se constroem dessa imagem social de pai e efetivamente das práticas

    culturais na família, correspondem ao distanciamento entre pai e lho: “O lho, mesmomaior de idade, deve ser “tomado de um respeito sagrado à visão dos autores de seus dias”.(PERROT, 1991). O pai assume explicitamente uma posição hierárquica, sendo o chefe, sefaz o comandante, o gestor de seu núcleo institucional, como chefe é preciso garantir orespeito à sua autoridade, e isto só é possível a partir limitação das manifestações de afeto.

    A relação entre pais e lhos, principalmente voltada ao pai, até a primeira metade do séculoXX, era de respeito mútuo, devendo sempre obediência e a ele, podendo até condenaro lho à prisão se lhe faltar com respeito e desagrado referente à sua conduta, isto erachamado de “correção paterna” e tinha total apoio nos trâmites legais (PERROT, 1991).

    A relação de carinho e afeto dentro destas famílias era bastante limitada, acontecia muitomais nas famílias que viviam no campo do que as famílias urbanas, controlava-se muito asexpressões corporais, “intensicação da disciplina sobre a linguagem e as atitudes físicasdas crianças, intimadas a car retas, a comer direito, e assim por diante” (1991).

    LEITURA OBRIGATÓRIA

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    9/24

    9

    A estrutura familiar é o resultado de padrões culturais socialmente compartilhados, padrõesque têm origem em condições materiais especícas, e que são, por conta dessa materialidade,peculiares. “Esta imposição de padrões uniformes, chamada institucionalização, chega a serfundamental para o desenvolvimento das relações sociais e pessoais” (LENHARD, 1985).Esse padrão não é lei, encontram-se famílias diversas em uma mesma sociedade – maisainda em uma sociedade de massas como a atual! – porém, essa diversidade acomoda-se, em maior ou menor grau, ao modelo ocidental de família, discursivisado pela literatura,pela iconograa e, mais recentemente, pelos suportes midiáticos. Sendo assim, pensa-se: nessa família, qual é o papel do pai? Qual o papel da mãe? Quantas são as famíliasque não desfrutam deste modelo veementemente circulante e difundido pelos meios decomunicação: da propaganda da margarina, a do antigripal, a Família ideal está lá! O paichegando do trabalho, a mãe zelosa e o lho saudável! Papéis bem denidos e galgadosem uma experiência secular.

    A contemporaneidade fornece também outra imagem de Pai. Um “Pai” que entra em conitocom os modelos historicamente consolidados, que, apesar de não eliminá-los ou substituí-los promove em tempos atuais uma enorme contradição e levanta perguntas como: Anal,quais são as funções de um pai na atualidade? Que atribuições se devem esperar da guramasculina?

    O homem na concepção histórica ocidental era visto como o centro do seio familiar, eledominava o espaço tanto no lar quanto na sociedade, era quem comandava o dinheiro e osgastos, e no âmbito econômico seus poderes aumentavam: “ele é o senhor pelo dinheiro.Nos meios burgueses, ele controla as despesas domésticas entregando à mulher umadeterminada soma, muitas vezes bastante apertada” (PERROT, 1991). Marca-se tambémnesse caso, uma posição de gênero, “é a posição atribuída, na sociedade, a cada um dossexos. A reserva de importantes funções prossionais, políticas ou religiosas aos homensterá por contrapartida a maior autoridade do marido no lar” (LENHARD, 1985). O comando

    da família pertence ao homem, o poder de administrar os gastos seria dele, fazendo o queachava melhor para controlar as nanças do lar.

    É o pai quem dá o sobrenome, identidade social, e está garantido pela lei para exercer asuperioridade de marido sobre sua família, (PERROT, 1991), a mulher é um ser socialmenteincapaz, que passa da tutela do pai para a do marido. O Pai é quem governa o lar e realiza

    as negociações, inclusive, de suas mulheres: ele é quem tem, na sociedade ocidental, emalguns casos até meados do século XX, total poder em decidir o casamento de suas lhas,muitas vezes contrariando a vontade feminina, e a mãe não podendo assim opinar aceitavaa decisão.

    A mulher, gura incapaz e frágil devia obediência ao seu marido prestando conta de todosos seus atos, enquanto ele tinha – na típica família burguesa – em sua casa locais restritospara o encontro com os amigos:

    LEITURA OBRIGATÓRIA

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    10/24

     10

    ele tem seus aposentos particulares: o fumoir e a sala de bilhar para ondeos homens se retiram para conversar após os jantares sociais, a biblioteca,porque os livros (e a bibliolia) continuam a ser coisa de homens, o escritórioonde os lhos entram apenas tremulando (PERROT, 1991)

    Tais espaços eram socialmente marcados, mulheres e crianças não deviam ocupá-los emenos ainda transitá-los, o homem burguês segrega inclusive seu espaço privado, imprimesobre ele o domínio masculino e o poder autoritário do pai.

    Já as famílias proletárias conhecem outras condições de existência, o espaço da casa étotalmente ocupado, as mulheres são responsáveis por ele, submetidas a múltiplas funções,por exemplo, dar à luz e cuidar das crianças, procurar o melhor preço para comprar osalimentos, preparar a marmita do marido quando este trabalha longe, buscar água, lavar

    roupas, limpar a casa. Além do tempo de trabalho dedicado à família e à casa, boa partedessas mulheres trabalham “fora”, em busca de um rendimento familiar maior, e maisrecentemente, em busca da independência nanceira (PERROT, 1991).

    Lembrando que as refeições nas famílias proletárias retratam claramente a superioridadedo marido, uma vez que este ca com a melhor parte do alimento mesmo que tenha sidogarantido pela mulher, “Deixando a carne e o vinho, alimentos masculinos, para o chefe defamília, o açúcar para as crianças, muito amiúde contentam-se com o queijo e o café comleite” (PERROT, 1991).

    A educação dos lhos da burguesia era decisão a ser tomada pelo pai, mesmo que esteassunto fosse vinculado à mãe, que deveria fornecer a primeira educação, o trato e oscuidados elementares, assim como o ensinar a andar, a falar. Porém, cabia ao pai escolheronde ou como seria a educação formal, quais instituições e/ou tutores seriam contratados.Grandes apreciadoras dos folhetins, as mulheres do século XIX alfabetizavam-se e,consequentemente, a seus lhos – pelo método Jacotot (PERROT, 1991). Mas a formalidade

    do ensino – seja do lho da burguesia ou do proletariado – era uma decisão paterna:O homem tem duplos poderes no século XIX, este século é denido comodomínio exclusivo do homem. Na educação dos lhos cabe a ele as decisõespedagógicas, e em vários momentos sua decisão é vista como argumentos daciência e da razão (PERROT, 1991).

    Vê-se então como o pai está presente na vida familiar, sua importância simbólica e seu pesoinstitucional e ideológico. Ser homem, ser pai, signicava ser o fundamento da principalinstituição da sociedade burguesa do século XIX. Porém, é enganoso pensar que essaimagem, esse papel simbólico e, principalmente, essa prática social extingue-se no século

    XX, ou que no mundo contemporâneo a gura do pai e do masculino no âmbito familiarse alterou completamente. No Brasil, por exemplo, a supremacia masculina perdurou até1988,

    LEITURA OBRIGATÓRIA

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    11/24

     11 

    foram necessários 462 anos, desde o início da colonização portuguesa, paraa mulher casada deixar de ser considerada relativamente incapaz (Estatutoda Mulher Casada, Lei n. 4.121, de 27 de agosto de 1962); foram necessáriosmais 26 anos para consumar a igualdade de direitos e deveres na família(Constituição de 1988), pondo m, em denitivo, ao antigo pátrio poder e aopoder marital (LÔBO, 2006).

    Por isso, ao pensar na gura contemporânea do pai, não é possível abandonar ou ignorarque esta é herdeira histórica da família do século XIX e que, sendo o Brasil um país fundadosob o legado patriarcal e escravista durante cerca de 400 anos, a imagem de pai que se

    compartilha hoje está impregnada pelas nuances e tintas dos modelos seculares.Segundo Guiddens (1991), “as instituições sociais modernas são (...) diferentes em formade todos os tipos de ordem tradicional”, as mudanças que ocorreram na família foramdrásticas, modicando seus relacionamentos, estrutura, modo de viver e conviver muitodistinto do antigo núcleo familiar, consequência do mundo moderno que se vive hoje. Aordem familiar se transforma, mas vale dizer que o modelo de família permanece, apesardas “mães solteiras” ocuparem outro status , a referência ao pai ou à gura masculina nãodeixa de existir: ou ganha um substituto (avô, tio, irmão mais velho) ou a marca da ausência(sem pai).

    Porém, essas mudanças parecem não estar ocorrendo com a mesmafrequência e intensidade em todas as famílias. O que encontramos hoje emdia são famílias com diferentes congurações e estruturas, o que implicadiretamente na divisão de tais tarefas. Coexistem modelos familiares nosquais segue vigente a tradicional divisão de papéis; outros nos quais maridose esposas dividem as tarefas domésticas e educativas e, ainda, famílias nasquais as mulheres são as principais mantenedoras nanceiras do lar, mesmoacumulando a maior responsabilidade pelo trabalho doméstico e educação doslhos (WAGNER e COLS., 2005).

    A instituição familiar vive um processo de transição, respalda-se em um modelo secular,

    apesar de estruturalmente conhecer outra realidade. Sendo assim, a apreciação leva emconsideração estes interstícios e peculiaridades, que tornam ainda mais complexas asanálises.

    No decorrer do século passado, a instituição da família mudou em todo omundo. Algumas mudanças foram memoráveis – a erosão do patriarcado, ainstalação mundial do controle da natalidade e algumas grandes populaçõesxando-se no declínio natural. O sexo e o casamento mudaram radicalmenteantes disso e suas mudanças no século XX não contam ainda uma nova eraglobal (THERBORN, 2006).

    É preciso pensar em um pai desterritorializado, perdido em meio a outra realidade que nãoaquela de “chefe”, “dono”, “patrão”, de autoridade inquestionável no núcleo familiar, um paique encontra como suporte o modelo já existente, um modelo insuciente, inadequado,mas, por hora, o único consolidado.

    LEITURA OBRIGATÓRIA

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    12/24

     12

    É necessário pontuar que, quando se fala do pai, refere-se conceitualmente à concepçãosociológica e antropológica de “papel social”, pensa-se no “sujeito pai” e não no indivíduo.Sendo assim, este é um pai socialmente e culturalmente denido: o pai em uma sociedadecapitalista, urbana e ocidental, fundamentado historicamente por uma organização socialpatriarcal.

    As sociedades humanas conhecem diversos modelos de “família” e, consequentemente,de “pai” (como papel social e não como nominação), a questão do gênero está semprepresente na organização social, no caso da sociedade, ao homem são atribuídas tarefas

    distintas às das mulheres, dedicados aos seus trabalhos fora de casa, parecem ter somenteesta preocupação, deixando os problemas de casa para as mulheres. Quando o seupapel é ser pai, ele ganha novas tarefas, a responsabilidade de sustentar uma casa e umafamília, mas mesmo assim seu maior dever é o seu trabalho.

    Devido às tradições culturais, o homem é uma pessoa forte e capacitada para executartarefas difíceis e pesadas, sendo atribuído a ele um papel extremamente importante nasociedade; mas na família o seu papel de pai se esgota e justica-se na supressão da vidamaterial: em cuidar da alimentação, do conforto e das economias de sua casa. O mesmohomem tem papéis diferentes e muito importantes, colaborar para o desenvolvimento e

    transformação dos ambientes familiares e sociais nos quais está inserido.

    Com o passar dos tempos, as tarefas cotidianas desempenhadas na sociedade requeremcada vez mais das pessoas que as executem, desta forma, os pais deixam de participar davida social e escolar de seus lhos, cumprindo seu papel de pai, somente algumas horaspor dia, ou somente aos nais de semana, enquanto estão descansando do trabalho,

    Os modos de vida produzidos pela modernidade nos desvencilharam de todosos tipos tradicionais de ordem social, de uma maneira que não tem precedentes(...) em termos intencionais, elas vieram a alterar algumas das mais íntimas epessoais características de nossa existência cotidiana (GUIDDENS, 1991).

    O tempo e o trabalho são fenômenos de interferência no cotidiano familiar, se o pai tradicional – burguês ou proletário – ausentava-se para buscar fora o sustendo do lar, agora suaausência é maior ainda, pois este pai sofre a intervenção de outros fatores: no trânsito dasgrandes cidades o tempo prolonga-se com as horas perdidas no transporte público ou no

    automóvel, a distância a percorrer entre o lar e o trabalho é maior; a televisão, a internet eoutros suportes midiáticos tomam o espaço do diálogo familiar, até o pai é suplantado em suaautoridade, ou pelo noticiário que possui um discurso mais legítimo e “verdadeiro” que o seu,ou pelas novelas e propagandas que mostram um mundo idealizado e, consequentemente,

    sua incapacidade de provê-lo à sua família. Esses fatores preponderantes como a falta detempo enfrentada pelas pessoas, os avanços tecnológicos, entre muitas outras coisas, sãofatores relevantes da modernidade,

    LEITURA OBRIGATÓRIA

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    13/24

     13 

    Tanto Marx como Durkheim viam a era moderna como uma era turbulenta. Masambos acreditavam que as possibilidades benécas abertas pela era modernasuperavam suas características negativas (GUIDDENS, 1991).

    Uma das consequências da modernidade para os papeis sociais na família é odesenraizamento dos sujeitos (principalmente crianças e jovens), como você pode ler noPosfácio de seu Livro-Texto, é papel do assistente social colaborar para a reconstruçãodas raízes sociais da infância e da juventude e, neste sentido, a família se congura comoespaço privilegiado de atuação.

    LEITURA OBRIGATÓRIA

    LINKSIMPORTANTESQuer saber mais sobre o assunto?Então:

    Sites

    Leia trechos do livro: ROMANELLI, Geraldo.A família contemporânea em debate . Disponí-

    vel em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

    Acesse o artigo: DE ANTONI, Clarissa; KOLLER, Sílvia Helena. A visão de família entreas adolescentes que sofreram violência intrafamiliar. Estud. psicol. (Natal), v. 5, n. 2, Dec.2000. Disponível em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

    Leia também o artigo LEWIS, Charlie; DESSEN, Maria Auxiliadora. O Pai no contexto fami- liar. Disponível em: . Acesso em:02 jan. 2014.

    http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=wtHiLCNtqXEC&oi=fnd&pg=PA73&dq=fam%C3%ADlia+pai&ots=ev4ms2w_4-&sig=4eKFQv-eXZgRMmkNLdkbIHkPiOk#v=onepage&q=fam%C3%ADlia%20pai&f=falsehttp://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=wtHiLCNtqXEC&oi=fnd&pg=PA73&dq=fam%C3%ADlia+pai&ots=ev4ms2w_4-&sig=4eKFQv-eXZgRMmkNLdkbIHkPiOk#v=onepage&q=fam%C3%ADlia%20pai&f=falsehttp://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=wtHiLCNtqXEC&oi=fnd&pg=PA73&dq=fam%C3%ADlia+pai&ots=ev4ms2w_4-&sig=4eKFQv-eXZgRMmkNLdkbIHkPiOk#v=onepage&q=fam%C3%ADlia%20pai&f=falsehttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2000000200004&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2000000200004&lng=en&nrm=isohttp://revistaptp.unb.br/index.php/ptp/article/view/1485http://revistaptp.unb.br/index.php/ptp/article/view/1485http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2000000200004&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2000000200004&lng=en&nrm=isohttp://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=wtHiLCNtqXEC&oi=fnd&pg=PA73&dq=fam%C3%ADlia+pai&ots=ev4ms2w_4-&sig=4eKFQv-eXZgRMmkNLdkbIHkPiOk#v=onepage&q=fam%C3%ADlia%20pai&f=falsehttp://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=wtHiLCNtqXEC&oi=fnd&pg=PA73&dq=fam%C3%ADlia+pai&ots=ev4ms2w_4-&sig=4eKFQv-eXZgRMmkNLdkbIHkPiOk#v=onepage&q=fam%C3%ADlia%20pai&f=falsehttp://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=wtHiLCNtqXEC&oi=fnd&pg=PA73&dq=fam%C3%ADlia+pai&ots=ev4ms2w_4-&sig=4eKFQv-eXZgRMmkNLdkbIHkPiOk#v=onepage&q=fam%C3%ADlia%20pai&f=false

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    14/24

     14

    LINKSIMPORTANTESVídeos

    Veja o lme: À Procura da Felicidade. Trechos disponíveis em: . Acesso em: 02 jan. 2014.O lme relata a emocionante história de um pai com problemas nanceiros e sua relação deamor incondicional ao seu lho.Você pode ver trechos do lme em:

    Instruções:

    Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluçõesdas questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarãovocê no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamenteos enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo deresolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Textoe fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

    AGORA ÉA SUAVEZ

    Questão 1:

    O pai assume explicitamente uma posiçãohierárquica, sendo o chefe, se faz o coman-dante, o gestor de seu núcleo institucional,

    como chefe é preciso garantir o respeito àsua autoridade, e isto só é possível a par-

    tir limitação das manifestações de afeto. Apartir desta armação, explique quais pa-péis pertencem ao Pai.

    Questão 2:

    No âmbito da PNAS, Política Nacional de

    Assistência Social, garantir o direito à con-vivência familiar e comunitária e contribuirpara o processo da autonomia e da eman-

    cipação social das famílias são alguns dos

    objetivos especícos.

     a) Da proteção social especial.

    http://www.youtube.com/watch?v=G0zHBc2zeJUhttp://www.youtube.com/watch?v=G0zHBc2zeJUhttp://www.youtube.com/watch?v=G0zHBc2zeJUhttp://www.youtube.com/watch?v=G0zHBc2zeJU

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    15/24

     15

     b) Da proteção social básica.

     c) Do pacto de aprimoramento de gestão.

     d) Do Programa Bolsa Família.

     e) Do Centro de Referência Especializadode Assistência Social.

    Questão 3:

    Leia as armativas:

    I. A família é considerada o núcleo gera-dor de conceitos morais, sociais, regu-

    lador da identidade física, psicológica ecultural dos seus membros;

    II. A família é transformadora das rela-ções de poder, revoluciona a ideologiadominante, funcionando como apare-lho ideológico do Estado;

    III. A família proletária, em sua essência,pauta-se pelo modelo burguês de famí-lia: pai/mãe/lhos;

    IV. O modelo de família burguesa vêem seus descendentes não somentea continuidade do “sangue” mas tam-bém, a preservação do patrimônio, dariqueza acumulada;

    Estão corretas somente:

    a) I e II.

    b) I, III e IV.

    c) III.

    d) II e IV.

    e) I, II e IV.

    Questão 4:

    Sobre as concepções tradicionais de paie sua gura masculina na família, pode-se

    dizer, exceto:

    a) O homem era visto como o centro do

    seio familiar, ele dominava o espaço tantono lar quanto na sociedade.

    b)  Era o homem quem comandava

    o dinheiro e os gastos, e no âmbito

    econômico ele é o senhor pelo dinheiro.

    c)  O marido possui maior autoridade

    no lar, pois ocupa importantes funçõesprossionais, políticas ou religiosas.

    d) O poder de administrar os gastos seria

    da mulher, fazendo o que achava melhorpara controlar as nanças do lar, o homemsó forneceria o dinheiro.

    e) O Pai é quem governa o lar e realiza as

    negociações, inclusive, de suas mulheres:ele é quem tem, na sociedade ocidental,

    total poder em decidir o casamento de

    suas lhas.

    Questão 5:

    Leia as armativas sobre as transforma-ções dos papéis sociais na família, comdestaque para o papel do pai:

    AGORA ÉA SUAVEZ

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    16/24

     16

    I. Os pais deixam de participar da vida so-cial e escolar de seus lhos, cumprindoseu papel de pai, somente algumas ho-

    ras por dia, ou somente aos nais desemana, enquanto estão descansandodo trabalho.

    II. O tempo e o trabalho são fenômenosde interferência no cotidiano familiar,

    se o pai tradicional – burguês ou prole-tário – ausentava-se para buscar fora osustendo do lar, agora sua ausência é

    maior ainda, pois este pai sofre a inter-venção de outros fatores.

    III. A televisão, a internet e outros suportesmidiáticos tomam o espaço do diálogofamiliar, até o pai é suplantado em sua

    autoridade, ou pelo noticiário que pos-sui um discurso mais legítimo e “verda-deiro” que o seu.

    IV. Os fatores preponderantes como a fal-ta de tempo enfrentada pelas pessoas,os avanços tecnológicos, entre muitasoutras coisas, são fatores relevantesda modernidade que interferem na legi-timidade dos papéis sociais na família.

    Estão corretas somente:

    a) I.

    b) II e III.

    c) I, II, III e IV.

    d) II, III e IV.

    e) II e IV.

    Questão 6:

    Analise e explique as transformações nosnovos papéis que são assumidos pelo Paina família contemporânea.

    Questão 7:

    Está-se longe de vericar na existência fa-miliar as relações harmônicas tão difundi-das pelo senso comum, menos ainda de

    encontrar unicamente o modelo virtuoso da

    Família burguesa: pai provedor, esposa e

    mãe obediente, lhos respeitosos.

    Explique a armação acima sob a perspec-tiva da composição da família contemporâ-nea.

    Questão 8:

    Leia o texto abaixo:

    “Segue-se que toda formação social paraexistir, ao mesmo tempo em que produz,

    e para poder produzir, deve reproduzir ascondições de sua produção. Ela deve, por-tanto, reproduzir: 1) as forças produtivas; 2)as relações de produção existentes” (LouisAlthusser).

    Explique por que se pode armar que a Fa-mília é reprodutora das relações de poder.

    AGORA ÉA SUAVEZ

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    17/24

     17 

    Questão 9:

    “Segundo Max Weber, o ato constitutivo docapitalismo moderno foi a separação entreos negócios e o lar — o que signicou aomesmo tempo a separação entre os produ-tores e as fontes de sua sobrevivência”.

    Explique a relação entre a armação acimae o processo de transformação dos papéissociais na família, mais especicamente odo pai.

    Questão 10:

    Uma das consequências da modernidadepara os papéis sociais na família é o de-

    senraizamento dos sujeitos. Neste sentido,qual seria o papel do assistente social no

    contexto da família contemporânea?

    AGORA ÉA SUAVEZ

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    18/24

     18

      O pai moderno está diante de um conituoso processo: o de não ser de fato o pai

    “chefe de família” tendo como contraponto as transformações sociais das últimas décadasque não puderam ainda denir um “modelo de substituição”.

    Vericou-se que tal “crise” não é exclusividade deste período histórico, porém as situaçõesde indenições e desterritorializações são vivenciadas cotidianamente. Desterritorializaçãosignica que os limites que denem o que é ser Pai, como se deve agir e falar, que funçõesatribuir, não estão mais bem marcados, ou melhor, é um território em “guerra civil” paradelimitar sobre quais “poderes” institui-se a gura do Pai contemporâneo.

    Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar

    sua ATPS e verifcar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

    BAUMAN, Zygmunt. Comunidade : a busca por segurança no mundo atual. Tradução: Plínio

    Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.

    LÔBO, Paulo Luiz Netto. Do poder familiar. Disponível em:

    . Acesso em: 02 jan. 2014.

    THERBORN, Goran. Sexo e Poder :  a família no mundo, 1900/2000. Tradução: ElisabeteDória Bilac. São Paulo: Contexto, 2006.

    REFERÊNCIAS

    FINALIZANDO

    http://www.http/http://www.http/

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    19/24

     19

    REFERÊNCIAS

    LENHARD, Rudolf. Sociologia Educacional. São Paulo: Pioneira, 1985.

    PERROT, Michele. Os Atores. In: História da vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira

    Guerra. v. 4. São Paulo: Cia das Letras, 1991.

    WAGNER, A. e COLS. Compartilhar Tarefas? Papéis e Funções de Pai e Mãe na Família

    Contemporânea. In: Psicologia: Teoria e Pesquisa. mai-ago 2005, v.. 21 n. 2, p. 181-186.

    Postulações: demanda, requerimento, ação judiciária, processo, solicitação.

    Sustentáculo: o que sustenta (algo ou alguém), que concorre para a sua subsistência;proteção, defesa, arrimo.

    Proletária: cidadão pobre que só tem para viver a remuneração insuciente da sua forçade trabalho.

    Trâmites: o curso regular para a consecução de algo.

    Supremacia: total e incontestável superioridade; hegemonia, primazia, preponderância.

    GLOSSÁRIO

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    20/24

    20

    Questão 1

    Resposta: A relação entre pais e lhos, principalmente voltada ao pai, até a primeira metadedo século XX, era de respeito mútuo, devendo sempre obediência e a ele, podendo até

    condenar o lho à prisão se lhe faltar com respeito e desagrado referente a sua conduta,isto era chamado de “correção paterna” e tinha total apoio nos tramites legais. A relaçãode carinho e afeto dentro destas famílias era bastante limitada, acontecia muito mais nasfamílias que viviam no campo do que as famílias urbanas, controlava-se muito as expressõescorporais.

    Questão 2

    Resposta: Alternativa B

    A Família é ponto de destaque nas políticas de assistência social, pois é entendida como a

    referência social, cultural e afetiva dos sujeitos assistidos. Garantir a convivência familiar égarantir a proteção social no que tange aos elementos apontados, inclusive à proteção deamparo econômico.

    Questão 3

    Resposta: Alternativa B

    A família é reprodutora das relações de poder, conserva a ideologia dominante, funcionandocomo aparelho ideológico do Estado.

    Questão 4

    Resposta: Alternativa D

    O poder de administrar os gastos seria do homem, fazendo o que achava melhor paracontrolar as nanças do lar, ele era a gura economicamente soberana dentro do lar.

    GABARITO

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    21/24

    21 

    Questão 5

    Resposta: Alternativa C

    Todas as armativas estão corretas sobre a transformação dos papéis sociais na família,dando destaque para a interferências das mudanças sociais provocadas pela urbanização epela industrialização, que alteraram os modos de vida e subsistência, transformando assimas relações sociais, inclusive as familiares.

    Questão 6

    Resposta: As mudanças que ocorreram na família a partir da segunda metade do séculoXX foram drásticas, modicando seus relacionamentos, estrutura, modo de viver e convivermuito distinto do antigo núcleo familiar, consequência do mundo moderno da atualidade. Aordem familiar se transforma, a referência ao pai ou à gura masculina não deixa de existir:ou ganha um substituto (avô, tio, irmão mais velho) ou a marca da ausência (sem pai), o paiassume funções que antes eram exclusiva da mãe, como cuidar dos lhos.

    Questão 7Resposta: A família contemporânea ganha novos pers, isso porque a realidade sociale econômica diversa também produz famílias diversas. Pode-se destacar desde a famíliamonoparental, cuja composição limita-se à mãe e lhos ou pai e lhos, até à famíliahomossexual, resultado da adoção por casais homoafetivos. Dessa forma, o modelopatriarcal, homogêneo e idealizado de família, passa a ser questionado, sofrendo profundastransformações quanto à sua composição. A família contemporânea conhece novas formasde organização familiar justamente porque esta nova Família é resultado de novas relaçõessociais, da aceitação (em parte) da diversidade sexual.

    Questão 8

    Resposta: Como conservadora da ideologia dominante e como aparelho ideológico doEstado, a família proletária, em sua essência, pauta-se pelo modelo burguês de família,

     já que, como explica o clássico modelo pai/mãe/lhos permeia as relações de parentescoinstituídas mesmo em famílias cuja estrutura não corresponde à essa organização. Ascondições materiais de existência perpetuam-se na instância ideológica, a família é, então:um núcleo de pessoas ligadas por laços consanguíneos cujos papéis sociais se classicam

    em funções como o Pai, a Mãe e os lhos frutos desta união.

    Dessa forma, há que a Família reproduz e regulariza as relações de poder.

    GABARITO

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    22/24

    22

    GABARITO

    Questão 9

    Resposta: A modernidade (enquanto contexto histórico) trouxe inúmeras transformaçõessociais, econômicas, culturais e políticas, sendo assim, a família foi diretamente afetadapor elas, já que sua principal função continuaria a ser a de núcleo gerador de conceitosmorais, sociais, regulador da identidade física, psicológica e cultural dos seus membros. Noentanto, esse núcleo passa a estar submetido à lógica do capital: a família é reprodutoradas relações de poder e conservadora da ideologia dominante, ou seja, o modelo burguês

    predomina para a denição da estrutura familiar. Tal modelo se impõe e dene os papéissociais de pai, mãe, lho, avô. Neste contexto, o pai (burguês ou proletário) é o provedor,aquele que busca o sustento da família fora de casa, por isso esvazia-se sua presençaafetiva e comunitária, já que, com o advento da industrialização e da urbanização, a famílianão está mais ligada à terra e tem que buscar longe de casa o seu sustento.

    Questão 10

    Resposta:  O papel social do pai na contemporaneidade vive uma crise de valores e

    denições. Tal vazio deixado pela fugacidade das mudanças provoca outros conitos: a faltade autoridade familiar sobre os jovens, a violência doméstica, a violência contra a mulher.Por isso e muito mais, o Assistente Social deve compreender que pai e que Família é esta

    que se coloca à sua frente. Como traçar estratégias e políticas públicas que minimizem taisefeitos. É papel do assistente social, colaborar para a reconstrução das raízes sociais dainfância e da juventude e, neste sentido, a família se congura como espaço privilegiado deatuação.

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    23/24

  • 8/19/2019 SEMI Familia e Sociedade 07

    24/24