semi familia e sociedade 06

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    Família e SociedadeAutor: Cláudia Regina Benedetti

    Tema 06

    Escola, Ordem Social e Família

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    Como citar este material:

    BENEDETTI, Cláudia Regina. Família eSociedade:   Escola, Ordem Social e Família.Caderno de Atividades. Valinhos: AnhangueraEducacional, 2014.

    Tema 06

    Escola, Ordem Social e Família

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     S e ç õ e s S e ç õ e s

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    Tema 06

    Escola, Ordem Social e Família

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    CONTEÚDOSEHABILIDADES

    Conteúdo

    Nessa aula você estudará:• A relação entre educação e letramento.

    • O papel da educação como instrumento social.

    • A relação entre educação e trabalho.

    • A escola como reprodutora da ordem social.

    Introdução ao Estudo da Disciplina

    Caro(a) aluno(a).

    Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Política Social, Família e

    Juventude, dos autores Mione Apolinário Sales, Maurílio Castro de Matos e Maria Cristina

    Leal, editora Cortez, 2010, Livro-Texto n. 267.

    Roteiro de Estudo:

    Cláudia Regina BenedettiFamília e Sociedade

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    CONTEÚDOSEHABILIDADES

    Escola, Ordem Social e Família

      Sempre que você vê alguma notícia sobre problemas sociais, é comum pensar: opaís precisa investir em educação! Mas o que de fato é educação? Ou melhor, o que faltapara a criança e o jovem em uma área tão complexa? Enquanto a palavra “educação” évelha conhecida, ainda que empregada para fazer menção a signicados muito diversos,

    a palavra “letramento” não desfruta da mesma popularidade. A utilização da noção de

    letramento é bastante recente, mais precisamente da década de 1980, tendo sido inicialmenteempregada pelos estudiosos das áreas de Educação e Linguística. Em geral, letramento éapressadamente considerado como sinônimo de alfabetização, o que não procede.

    Em linhas gerais, letramento associa-se à

    aquisição, utilização e funções da leitura e escrita em sociedades letradas,como habilidades e conhecimentos que precisam ser ensinados e aprendidos,estando relacionado também com a escolarização e abrangendo processoseducativos que ocorrem em situações tanto escolares quanto não escolares.

    (MORTATTI, 2004: 11)

    Habilidades

    Ao nal, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

    • O que é letramento?

    • Qual o papel da educação na sociedade?

    • Qual a diferença entre educação para a instrução e educação para o conhecimento?

    • Como a educação para o trabalho nem sempre pode signicar transformação social?

    LEITURA OBRIGATÓRIA

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    LEITURA OBRIGATÓRIAPortanto, a ideia de letramento é mais abrangente que a de alfabetização e está relacionadaaos conhecimentos e atitudes necessários ao uso efetivo e competente da leitura e daescrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita.

    Cabe ao Estado garantir a educação, promovendo o acesso de todos os indivíduos ao direitode ler e escrever, já que estas são uma das formas de inclusão social e de construção dademocracia. Mas, no Brasil, há um grande abismo entre a teoria e a prática, entre os direitose a efetivação dos mesmos.

    É importante ressaltar que os quinhentos anos de história do Brasil assistiram à persistênciado analfabetismo.

    A escola está longe de garantir a inserção social dos indivíduos, uma vez que o ensinoé, por si só, hierarquizante e mantenedor das desigualdades sociais. Muitos discursosapreendem o iletrado como um deciente.

    Outras teorias lutam contra o chamado iletrismo, compreendendo o advento como resultado

    (e causa intermitente) da pobreza, esta visão valoriza somente a escrita, deixando de ladoa capacidade de apreender o mundo, os contextos.

    O Instituto Paulo Montenegro (IPM), braço social do Grupo IBOPE, computa anualmentedados acerca da taxa de alfabetização no Brasil, que compõem o Indicador de AlfabetismoFuncional (INAF) – Leitura e Escrita. Segundo o INAF, 30% dos entrevistados estão nonível rudimentar, ou seja, conseguem ler títulos ou frases, localizando uma informação bemexplícita. Quase 33% são da classe C e 64%, das classes D e E. Somente 6% deles usamcomputadores, mas 52% dizem ler jornais e 48%, revistas. Outros 38% dos brasileiros

    estão no nível básico de alfabetismo. Estes conseguem ler um texto curto, localizando umainformação explícita ou que exija uma pequena inferência.

    Os dados mostram que realmente a educação é um grande problema que não se restringesomente aos bancos escolares, pois como o indivíduo vai trabalhar? Agir politicamente?Conhecer e exigir seus direitos? A “falta” da educação mantém a estrutura social hierarquizadae impede que grande parte da população atinja condições sociais e materiais dignas.

    De acordo com o sociólogo francês Pierre Bourdieu, as instituições mantenedoras das

    hierarquias e distinções sociais são:

    • A Escola.

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    • A Família.

    • A Igreja.

    • O Estado.

    O campo da cultura é apreendido por Bourdieu como um espaço de lutas e tensões. Aposse de bens simbólicos é como a posse de bens materiais, é um símbolo de distinção, umsigno de diferenciação, é um elemento que hierarquiza e cria barreiras entre os indivíduos

    de diferentes grupos sociais, possuidores de diferentes recursos.

    A cultura pode ser compreendida como fonte de saber legitimado, institucionalizado. Ela éum sistema que separa, hierarquiza e que, no limite, atua como instrumento ideológico dedominação.

    A cultura escolar institucionalizada e o acesso diferenciado a ela expressam uma dimensãopolítica na medida em que assumem o poder de criar hierarquias e barreiras sociais entreos grupos: escolarizados versus  iletrados.

    O ideário liberal burguês, que preconizava a universalização dos direitos humanos, não temcorrespondência na prática. A educação, um direito universal, é, na verdade, uma fonte deprivilégio.

    Desde a Antiguidade Clássica a relação entre educação e trabalho, cultura e trabalho, ensinoe trabalho teve como fundamento a ideia de exclusão. Em outros termos, quem estuda ouensina deve “viver” em outro mundo, que não é o do trabalho físico ou dos negócios.

    Na Idade Média, com a educação monástica, também se verica essa relação: de um lado,os que se dedicam ao trabalho manual e produtivo, e de outro, aqueles que se preocupamem “cultivar o espírito”, por meio da leitura, da reexão. O trabalho manual está sempre

    associado às funções que domesticam o corpo, que martirizam.

    Com a consolidação do modo de produção capitalista, que subentende a redenição

    da concepção de trabalho, também se redene a ideia de educação e a relação que se

    estabelece entre ambos.

    Instituiu-se (principalmente após a Reforma Protestante), gradualmente, a ideia de que o

    trabalho educa, investindo-se de um caráter pedagógico signicativo. Há duas correntesde pensamento, desenvolvidas no contexto da sociedade capitalista, voltadas para ainvestigação das relações entre trabalho e educação. São elas:

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    • A educação é considerada um mero instrumento para transformar as pessoas em sujeitosmais produtivos no processo de trabalho. Essa corrente representa o pensamento demuitos industriais e tem Henry Ford (1863-1947) como gura emblemática. A Educaçãoé vista somente como instrução.

    • O trabalho é considerado um princípio educativo, sendo essa relação analisada em termosdo processo de formação e de educação mais amplo e integral do sujeito. A Educaçãoé vista como conhecimento.

    O pensador responsável pelo desenvolvimento dessa linha de pensamento foi o italianoAntonio Gramsci (1891-1937). A primeira vertente possibilita compreender o processo

    de ensino falho e excludente, que caracteriza a sociedade brasileira. A generalização daescolarização é correspondente ao arrefecimento da educação. O que isso quer dizer? Quepara uma parcela dos capitalistas, é interessante que todos os trabalhadores saibam ler,escrever, contar, mas não é desejável que sejam críticos e esclarecidos. Cria-se assim obinômio: expandir a escolarização e inviabilizar a educação. É contra essa posição que asegunda vertente se desenvolve.

    O pensamento de Gramsci não separa trabalho e educação, tomando-os como conceitoscomplementares e indissociáveis. Para o pensador, era fundamental unicar o mundo do

    trabalho ao da cultura, a escola prossionalizante com a de estudos literários e humanistas,

    que não tinham como interesse exclusivo a produtividade. Gramsci questionava o métodode ensino das escolas prossionalizantes, porque, para ele, elas marcavam a ferro o destino

    social dos trabalhadores. Ter o domínio da técnica produtiva do trabalho é importante, masnão pode ser um objetivo isolado. Daí a proposta de uma educação integral, em vez da

    prossionalizante.

    Desde meados do século XIX, o Brasil esteve preocupado em atrelar educação e trabalho. Asescolas fundadas em meados do século XIX não tinham vínculo algum com as indústrias, poisestavam voltadas para uma educação predominantemente literária e retórica, desvinculadadas questões práticas e utilitárias, pelo simples fato de atender à elite e à aristocracia.Basta dar o exemplo do Liceu de Artes e Ofícios, fundado em 1856, no Rio de Janeiro,então capital federal.

    No nal do século XIX, houve, por parte de alguns industriais brasileiros, o interesse emtreinar a força de trabalho, o que anunciava o risco de fornecer aos trabalhadores condiçõesque os levassem a reivindicar seus direitos. No Brasil, as escolas técnicas tiveram como

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    propósito a introdução das crianças no mundo do trabalho, especialmente os lhos dos

    trabalhadores. Em 1942, é criado o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial),organizado e mantido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e, em 1946, o SENAC(Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). Tais sistemas de ensino obtiveram êxito,até porque, os alunos recebiam uma ajuda de custo para estudar, o que era um atrativo paraas classes populares. No entanto, esse sistema particular, nanciado pelos empresários

    acaba sendo pago pelos próprios trabalhadores em geral, pois o custo de sua manutençãoé integralmente repassado aos preços dos produtos. Assim, quando os trabalhadoresadquirem um produto, estão indiretamente nanciando o custo desse ensino prossional

    que, em um primeiro momento, se agura como uma doação dos empresários.

    O trabalho prossionalizante foi, em certa medida, um entrave para o trabalhador, pois não

    o prossionalizou de fato, e ao mesmo tempo retirou-lhe a oportunidade de ter um ensino

    mais aprofundado dos conteúdos curriculares, que lhes seriam muito válidos, contribuindopara uma vida mais consciente e participativa na sociedade e na política nacional. Comovocê leu no capítulo 2 (parte 2) de seu Livro-Texto, o trabalho surge da diferença e é fonte

    de diferenças, a qualicação estritamente prossional cria dependência e transforma-se emum gerador de diferenças e até, em algumas instâncias, de violência.

    Instruir o trabalhador, no sentido de torná-lo mais produtivo, tal como defendia Henry Ford,

    faz as vezes do ensino voltado para a formação ampla e integral do trabalhador, tal comopropunha Gramsci.

    Não há dúvida de que a educação transforma o homem, mas é este que determina,socialmente, a extensão das funções sociais construtivas da educação em sua vida. Há uma

    interdependência estrutural e dinâmica entre a educação e a sociedade, em consequênciada qual:

    • A educação forma o homem.

    • O homem dene o valor social da educação.

    A importância da educação como técnica social e as funções que ela chega a desempenharna formação da personalidade dependem estreitamente do modo pelo qual os homensentendem socialmente, por conta de suas concepções de mundo e condições de existência,as relações que devem ser estabelecidas entre a educação e a vida humana. Nenhumafatalidade compele a educação a atuar como uma força unilateral; ela pode, em outraspalavras, formar o homem de diferentes maneiras, mas é o homem quem decide como será

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    essa formação. Considerando um conjunto de sociedades que partilham de uma mesmaherança cultural, as escolas que propendem para modelos básicos semelhantes produzemrendimentos muito diferentes, pois as atitudes dos homens diante da educação escolarizadanão são padronizadas, o que evidencia que a capacidade por eles adquirida de utilizar osrecursos educacionais varia de sociedade para sociedade.

    Desde o passado colonial brasileiro até o m da Primeira República, a socialização do

    homem para a vida se fazia, quase que exclusivamente, independentemente e acima das

    instituições escolares. Apenas nas elites das camadas dominantes a escola possuía algumaimportância, como veículo de transmissão de hábitos intelectuais conspícuos ou comosímbolo social da condição de civilizados (ou seja, de pessoa instruída e culta). Assim,nesses restritos círculos, a educação se revelava como uma peça essencial na preparaçãodo homem para a vida. O fundamental e indispensável aprendia-se no lar ou na vida prática,pois era por meio do convívio com os mais velhos e pela experiência prática que se adquiriatraquejo para desempenhar os papéis sociais referentes às carreiras abertas aos jovenscultos das camadas dominantes.

    A grande massa populacional não carecia de nenhuma espécie de educação escolarizada,para poder ajustar-se às condições de vida imperantes. Em suma, era acanhado, até esseperíodo, o uso que se fazia da educação escolarizada. Essa situação se alterou principalmenteem virtude dos surtos de crescimento urbano, ocorridos a partir das últimas décadas doséculo XIX (industrialização, democratização do poder político, crescimentos demográco,

    formação de novos padrões de vida, intensicação dos contatos entre as diversas áreas

    da sociedade). Mas estas transformações não foram tão intensas a ponto de promoveremuma revolução na educação escolarizada. Por conta disso, os vícios “congênitos” de um

    sistema educacional estruturado para atender às necessidades socioculturais de umasociedade patrimonialista e tradicional perpetuam-se de maneira ostensiva e disfarçada. Éfundamental reconhecer esse quadro se quiser obter um diagnóstico preciso da situaçãoeducacional brasileira e buscar modicá-la.

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    Quer saber mais sobre o assunto?Então:

    Sites

    SAVIANI, Dermeval. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Rev. Bras.Educ ., Rio de Janeiro, v. 12, n. 34, abr. 2007. Disponível em: . Acesso em:02 jan. 2014.

    Acesse o artigo: Educação e Trabalho: bases para debater a Educação ProssionalEmancipadora. Disponível em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

    Leia também o artigo: ANTUNES, Ricardo; ALVES, Giovanni. As mutações no mundo dotrabalho na era da mundialização do capital. Educ. Soc.,  Campinas, v. 25, n. 87, ago.2004 . Disponível em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

    Vídeos

    SAVIANI, Dermeval. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Rev. Bras.Educ., Rio de Janeiro, v. 12, n. 34, abr. 2007. Disponível em: . Acesso em:02 jan. 2014.

    LINKSIMPORTANTES

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782007000100012&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782007000100012&lng=en&nrm=isohttp://150.162.1.115/index.php/perspectiva/article/view/8463/7770http://150.162.1.115/index.php/perspectiva/article/view/8463/7770http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302004000200003&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302004000200003&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782007000100012&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782007000100012&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782007000100012&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782007000100012&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302004000200003&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302004000200003&lng=en&nrm=isohttp://150.162.1.115/index.php/perspectiva/article/view/8463/7770http://150.162.1.115/index.php/perspectiva/article/view/8463/7770http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782007000100012&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782007000100012&lng=en&nrm=iso

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    Instruções:Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluçõesdas questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarãovocê no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamenteos enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo deresolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Textoe fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

    AGORA ÉA SUAVEZ

    Questão 1:

    Explique a diferença entre a educação paraa instrução e a educação para o conheci-mento?

    Questão 2:Escolha a alternativa que melhor dene a

    concepção de Letramento:

    a)  Letramento é considerado comosinônimo de alfabetização.

    b)  Letramento não está associado àaquisição, utilização e funções da leitura

    e escrita em sociedades letradas.

    c) Letramento é mais abrangente que ade alfabetização, e está relacionada aosconhecimentos e atitudes necessários aouso efetivo e competente da leitura e daescrita nas práticas sociais que envolvema língua escrita.

    d)  Letramento consiste em ensinar aoseducandos todas as letras do alfabeto.

    e) O letramento restringe-se a habilidadese conhecimentos especícos que

    precisam ser ensinados e aprendidos, erelaciona-se somente com a educaçãoformal do espaço escolar.

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    Questão 3:

    Sobre a relação entre cultura, educação eestrutura social é possível dizer, EXCETO:

    a)  A cultura pode ser compreendidacomo fonte de saber legitimado,institucionalizado.

    b) É um sistema que separa, hierarquizae que, no limite, atua como instrumentoideológico de dominação.

    c)  A cultura escolar institucionalizada eo acesso diferenciado a ela expressamuma dimensão política.

    d)  Assume o poder de criar hierarquiase barreiras sociais entre os grupos:escolarizados versus  iletrados.

    e)  A educação é um direito universal egarante a igualdade social em todas asinstâncias.

    Questão 4:

    Para Gramsci:

    a) Trabalho e educação não podem serseparados, são parte de um mesmoprocesso.

    b) A educação deve ser um privilégio parapoucos.

    c)  Educação e trabalho devem seguircaminhos distintos.

    d)  O trabalho não é algo que deva serconsiderado no processo educativo.

    e)  A educação deve voltar-se para omercado de trabalho.

    Questão 5:

    Sobre as escolas de internação, voltadas àeducação de jovens em conito com a lei,

    pode-se dizer:

    a) São lugares de total reintegração social,permitindo uma inserção harmônica nasociedade.

    b)  Apesar do estigma, as escolas

    produzem os efeitos desejados e permitemum índice elevado de reintegração social.

    c)  São um produto da reproduçãohierarquizante da estrutura educacional,não garantem a reintegração nasociedade, pelo contrário, estigmatizamainda mais os jovens.

    d)  Assim como as escolas regularespermitem o acesso democrático aoensino, servindo inclusive de exemplopara a educação prossionalizante e seu

    papel de devolver o jovem ao mundo dotrabalho.

    e)  Os prossionais responsáveis pelo

    chamado trabalho sujo são preparadospara fornecer aos jovens uma educaçãoespecializada e voltada às habilidades

    AGORA ÉA SUAVEZ

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    AGORA ÉA SUAVEZe ao conhecimento necessários à suareintegração social.

    Questão 6:

    O chamado trabalho sujo possui relaçãocom a hierarquização do trabalho promovi-da pela reprodução das diferenças sociaisalicerçadas na estrutura educacional? Ex-plique.

    Questão 7:

    Explique a relação entre letramento e co-nhecimento.

    Questão 8:

    A partir das leituras realizadas, expliqueporque a educação é considerada um ele-mento hierarquizante.

    Questão 9:

    Por que a escola não pode ser consideradaum elemento para a democratização so-cial, nos moldes de sua composição atual?

    Questão 10:

    O que é o sistema “S” e qual a sua visão detrabalho prossionalizante?

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    Você viu neste tema a relação entre educação e letramento, vislumbrando a necessidade

    de um ensino contextualizado, para a formação de sujeitos críticos e capazes de agirsocialmente, fazendo da educação um instrumento social e que, realmente, possacompreender uma transformação social e diminuir as desigualdades sociais. Você viutambém que a educação está associada ao trabalho, mais precisamente ao mundo dotrabalho – não mercado de trabalho – idealmente seria necessário uma educação voltadapara a formação do conhecimento e não somente para a instrução, os indivíduos devem terescolha e não serem condicionados a uma função.

    Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessarsua ATPS e verifcar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

    BOTTOMORE, T. B. Introdução à sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 1987.

    LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, M. A. Sociologia geral. São Paulo: Atlas, 1999.

    BERGER, Peter; BERGER, Brigitte. Socialização: como ser um membro da sociedade. In:FORACCHI, M.; MARTINS, J. S. Sociologia e sociedade . Rio de Janeiro: Livros técnicos ecientícos, 1977.

    VILA NOVA, Sebastião. Introdução à sociologia. São Paulo: Atlas, 1995.

    REFERÊNCIAS

    FINALIZANDO

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    Hierarquizante: organizado de acordo com uma ordem hierárquica.

    Iletrado: aquele que não tem instrução escrita, não lendo nem escrevendo; analfabeto;pobre de cultura literária.

    Monástica: relativo à vida num mosteiro ou convento.

    Emblemática: que tem caráter de emblema; simbólico.

    Aristocracia: grupo de privilegiados que, nem sempre por merecimento, exerce supremacia

    em diversos domínios da vida social, intelectual, cultural.

    Propendem: ter tendência, pendor ou gosto para (algo); inclinar-se, tender.

    GLOSSÁRIO

    Questão 1

    Resposta: A educação para a instrução não considera a formação completa do aluno,corresponde a uma visão produtivista, que tem como objetivo capacitar o sujeito parafunções determinadas, tornando-o mais produtivo para um trabalho especíco, não pretende

    e nem quer formar pessoas críticas e participativas. Já a educação para o conhecimento,

    corresponde à formação completa, para o chamado mundo do trabalho, esta visão nãovê diferença entre educação e trabalho, pois estas duas instâncias compõem a vida dossujeitos e, por isso, não podem ser separadas em sua formação, o objetivo é formar um

    GABARITO

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    sujeito capaz de fazer suas próprias escolhas para a vida prossional, sendo assim, uma

    pessoa crítica e reexiva, capaz de transformar a sua vida e a da sociedade em que vive.

    Questão 2

    Resposta: Alternativa C

    O letramento é um conceito que implica uma visão mais ampliada da aquisição da língua eda linguagem, as competências vão além da simples decodicação das palavras.

    Questão 3

    Resposta: Alternativa E

    Apesar de, no Brasil, a educação ser um direito universal, ela não garante a igualdadesocial, por diversos motivos, mas, principalmente, por sua estrutura hierarquizante que nãofornece uma educação de qualidade para todos.

    Questão 4

    Resposta: Alternativa A

    Para o pensador italiano, educação e trabalho são indissociáveis, ou seja, a formação doindivíduo deve ser completa e permitir uma visão crítica da sociedade, para que os mesmostenham escolha no mundo do trabalho e não quem condicionados a uma única função.

    Questão 5

    Resposta: Alternativa C

    A escola tradicional tem como princípio a formação de hierarquias – os que sabem maise os que sabem menos – e a manutenção das mesmas. Sendo assim, aqueles que nãopossuem acesso à educação de qualidade cam responsáveis pelos trabalhos menos

    qualicados, o chamado trabalho sujo. Os jovens em conito com a lei, geralmente estão

    em espaços de regulação e punição, voltados não para a formação e reintegração e simexclusivamente para a correção, os responsáveis por esta correção são justamente os querealizam o “trabalho sujo” na hierarquia social.

    GABARITO

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    GABARITO

    Questão 6

    Resposta: O trabalho sujo é resultado de um processo educacional prossionalizante que

    vislumbra somente a instrução para o exercício de tarefas especícas, tal concepção retira

    da pessoa o poder de escolha, reiterando uma formação mecanicista e limitada que temcomo objetivo somente o trabalho produtivo e não a aquisição de conhecimento. Esse tipode educação corrobora a manutenção das desigualdades sociais, pois não permite a açãopolítica dos sujeitos, como resultado, os mesmos só têm como opção o “trabalho sujo”.

    Questão 7

    Resposta: O letramento vai além da simples alfabetização, corresponde à aquisição, dehabilidades de leitura e escrita em sua contextualização, não está relacionado somente àescolarização, abrange todos os processos educativos, incluindo a família e a comunidade,por isso, o letramento está ligado ao processo de conhecimento como um todo. Um sujeitoletrado é uma pessoa capaz de compreender o mundo e fazer escolhas para a vida.

    Questão 8

    Resposta: A educação como um todo depende de vários fatores, dentre eles estão afamília e a escola. Até o nal do século XIX, no Brasil, a formação educacional estava

    restrita às famílias abastadas, que tinham em seu próprio seio a disposição em educarpara o conhecimento, e atribuir a escola uma importância social. A população como umtodo não tinha, até então, acesso à educação formal. No entanto, a ampliação do acessoao ensino escolar não garantiu o m das desigualdades sociais, pois as transformações

    não foram tão intensas a ponto de promover uma revolução na educação escolarizada. Os

    vícios “congênitos” de um sistema educacional estruturado para atender às necessidadessocioculturais de uma sociedade patrimonialista e tradicional perpetuam-se de maneiraostensiva e disfarçada de educação democrática, quando na verdade ainda impera amáxima: tem educação de qualidade quem tem dinheiro para pagar por ela.

    Questão 9

    Resposta:  As últimas décadas no Brasil vêm reforçando a ideia da educação escolaruniversal como uma característica essencialmente democrática. O crescimento maciço

    no número de matrículas efetuadas fortalece o sentimento de igualdade de status , ouseja, pais, crianças e jovens acreditam que o simples acesso à escola garante-lhes umaqualicação prossional futura. O fato não deixa de ser verdade, no entanto, para a maioria

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    da população, a educação de qualidade não é uma realidade, dessa forma, somente oensino de qualidade pode servir como mecanismo social de ascensão. Os cursos voltadospara a formação prossional vêm garantindo uma qualicação maior da força de trabalho,

    no entanto, a maioria das políticas de inserção conguram-se em uma ilusão e não passam

    de cursos superciais, que não preparam o sujeito para pensar criticamente e realizar suas

    próprias escolhas prossionais.

    Questão 10

    Resposta: O sistema S é o sistema de ensino prossionalizante nanciado pela indústria

    e pelo comércio, suas principais escolas são o SENAI (Serviço Nacional de AprendizagemIndustrial) e o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). Corresponde a umsistema privado e, em certa medida de assistência social, no entanto sua atividade deformação é voltada para o ensino pragmático e doutrinário, capacitando os alunos paraexercer uma função especíca e não para uma formação complexa que garanta a autonomia

    do sujeito.

    GABARITO

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