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BRASÍLIA-DF, SEXTA-FEIRA, 4 DE SETEMBRO DE 2009 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 10 | Número 2321 Crianças de escolas públicas de Brasília participaram da abertura da exposição Semana da Pátria - os Símbolos Nacionais, em homenagem ao Dia da Independência, comemorado em 7 de setembro. A mostra exibe painéis com a história da criação da Bandeira, do Hino, das Armas e do Selo que representam a nação brasileira. O primeiro vice- presidente da Câmara, Marco Maia, abriu a exposição, que pode ser vista até o dia 20 de setembro, no Salão Negro. SEMANA DA PÁTRIA E OS SÍMBOLOS NACIONAIS PRÉ-SAL | 3 Urgência para projetos deve ser mantida; oposição diz que continuará a obstruir GRIPE A | 8 Ministério da Saúde: Tamiflu poderá ser disponibilizado em breve nas farmácias RODOLFO STUCKERT LUIZ ALVES Página 2

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BRASÍLIA-DF, SEXTA-FEIRA, 4 DE SETEMBRO DE 2009 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 10 | Número 2321

Crianças de escolas públicas de Brasília participaram da abertura da exposição Semana da Pátria - os Símbolos Nacionais, em homenagem ao Dia da Independência, comemorado em 7 de setembro. A mostra exibe painéis com a história da criação da Bandeira, do Hino, das Armas e do Selo que representam a nação brasileira. O primeiro vice-presidente da Câmara, Marco Maia, abriu a exposição, que pode ser vista até o dia 20 de setembro, no Salão Negro.

SEMANA DA PÁTRIA E OS SÍMBOLOS NACIONAIS

PRé-SAL | 3Urgência para projetos deve ser mantida; oposição diz que continuará a obstruir

GRIPE A | 8Ministério da Saúde: Tamiflu poderá ser disponibilizado em breve nas farmácias

Rodolfo StuckeRt

luiz AlveS

Página 2

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agendasexta - FeIRa

4 de setembro de 2009

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

2

seMaNa Da PÁtRIaBrasília, 4 de setembro de 2009

Diretor: Sérgio Chacon (61) 3216-1500 [email protected]

Câmara dos Deputados - anexo I - sala 1508 - 70160-900 Brasília [email protected] | Fone: (61) 3216-1660 | Distribuição - 3216-1826

1º Vice-PresidenteMarco Maia (PT-RS)2º Vice-PresidenteAntonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA)1º secretárioRafael Guerra (PSDB-MG)2º secretárioInocêncio Oliveira (PR-PE)3º secretárioOdair Cunha (PT-MG)4º secretárioNelson Marquezelli (PTB-SP)

suplentesMarcelo Ortiz (PV-SP), Giovanni Queiroz (PDT-PA), Leandro Sampaio (PPS-RJ) e Manoel Junior (PSB-PB)Ouvidor ParlamentarMario Heringer (PDT-MG)Procurador ParlamentarSérgio Barradas Carneiro (PT-BA)Diretor-GeralSérgio Sampaio de Almeidasecretário-Geral da MesaMozart Vianna de Paiva

Presidente: Michel Temer (PMDB-SP)

DiretorPedro Noleto

editora-chefeRosalva Nunes

DiagramadoresGuilherme Rangel BarrosJosé Antonio FilhoRoselene Figueiredo

IlustradorRenato PaletEditor de fotografia Reinaldo Ferrigno

editorasMaria Clarice DiasRenata Tôrres

SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Jornal da Câmara

Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA / CGRAF) em papel reciclado

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 53a Legislatura SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Sessão soleneHomenagem ao Dia do

Biólogo. Plenário Ulysses Gui-marães, às 15h

A Câmara realiza desde o último dia 1º até 20 de setembro, no Salão Negro, a exposição Semana da Pátria - os Símbolos Nacionais. A mostra conta, em uma sequência de painéis, a histó-ria da criação da Bandeira, do Hino, das Armas e do Selo que representam a nação brasileira, incluindo a partici-pação do Poder Legislativo no processo de consolidação do Estado.

Os materiais expostos integram os acervos do Museu, do Arquivo e da Biblioteca, unidades integradas no Centro de Documentação e Informa-ção da Casa.

“Os símbolos são elementos essen-ciais para a afirmação da nacionali-dade, a construção da democracia, a consolidação dos ideais democráticos e a promoção da cidadania”, analisa o historiador Casimiro Neto, servidor da Câmara e curador da exposição come-morativa da Semana da Pátria.

Desde 1934, os símbolos nacionais estão presentes na Carta Magna. A Constituição de 1988, ao consolidar a tradição no texto, declarou que são símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais, com forma, apresenta-ção e uso regulamentados por lei.

Com relação à Bandeira Nacional, a lei estabeleceu que ela deve ser al-terada sempre que algum estado da

a exposição comemorativa da semana da Pátria mostra também a história do Hino Nacional, estabeleci-do em Decreto de 1890. No texto, foi consagrada a composição musical do maestro Francisco Manoel da silva, que data dos primeiros anos do Império do Brasil, com primeira audição oficial em 1823.

a melodia recebeu diferentes versos durante o período imperial.

Com a proclamação da República, foi executado durante vários anos somente como música instrumental, até que, em 1908, o governo criou um prêmio por meio de concurso para a escolha da melhor letra.

Venceu o poema de Joaquim Osório Duque Estrada, poeta fluminense. O hino letrado foi aprovado pelo Congresso em 21 de agosto de 1922, por decreto legislativo que autorizou “o Poder exe-

cutivo a adquirir a propriedade plena e definitiva da letra do Hino Nacional Brasileiro, escrita por Joaquim Osório Duque estrada, e torná-la oficial”.

em 1936, pela Lei 259, o canto do hino tornou-se obrigatório nos estabelecimentos de ensino e nas associações de fins educativos, mantidos ou não pelos poderes públicos.

Hino com letra de Duque Estrada tornou-se oficial em 1922

Câmara conta a história da Bandeira, do Hino, do Selo e das Armas nacionais

federação for criado ou extinto. Os novos estados serão representados por estrelas, a serem incluídas.

O Hino e a Oração da Bandeira, com textos de autoria do poeta Olavo Bilac são conteúdos de painéis da ex-posição, que também trazem a histó-ria do Dia da Bandeira. As Armas Na-cionais representam a glória, a honra e a nobreza do Brasil. Esse símbolo foi criado durante o governo provisó-rio do marechal Manoel Deodoro da Fonseca, daí a sua denominação de Brasão da República.

As armas são de uso obrigatório nos papéis de expediente, nos convi-tes e nas publicações oficiais de nível federal, além de serem exigidas em vários locais, dentre eles o Palácio da Presidência da República, a residência oficial do presidente, os ministérios, o Congresso Nacional, os tribunais su-periores, a sede dos poderes Executi-vo, Legislativo e Judiciário dos estados e no Distrito Federal, as prefeituras e câmaras municipais e os quartéis das Forças Armadas, inclusive polícias e corpos de bombeiro militares.

Atos autenticados - O Selo Na-cional é constituído por um círculo re-presentando uma esfera celeste, igual ao que se acha no centro da Bandeira Nacional, tendo em volta as palavras República Federativa do Brasil.

Dentre os símbolos nacionais, esse é o destinado a autenticar os atos de go-verno e os diplomas e certificados emi-tidos pelos estabelecimentos de ensino oficiais e os reconhecidos. No aspecto gráfico, o Selo sintetiza formalmente os elementos essenciais da Bandeira: a esfera, a faixa, as estrelas e a legenda.

o primeiro vice-presidente da câmara, Marco Maia, inaugurou, na última terça-feira, a exposição da Semana da Pátria

Rodolfo StuckeRt

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Brasília, 4 de setembro de 2009 3

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

VOtações

Em reunião na quarta-feira com a bancada do PMDB na Câmara, o minis-tro de Minas e Energia, Edison Lobão, atribuiu ao Congresso a responsabilida-de de chegar a um entendimento sobre a distribuição dos royalties da explora-ção das reservas do pré-sal, de forma a atender ao bom senso, aos interesses dos estados e da União. Lobão esquivou-se, porém, de falar sobre a opção do gover-no em relação ao assunto.

A distribuição dos royalties é a principal preocupação dos peemede-bistas. Os governadores do Rio, Sérgio Cabral (PMDB); de São Paulo, José Serra (PSDB); e do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), são contra a mudança na atual política de dis-tribuição, que favorece os estados produtores do petróleo, exatamente esses três. No entanto, na bancada do PMDB, vários deputados questionam a atual sistemática, que, na opinião de-les, fere o chamado Pacto Federativo. Marcelo Castro (PMDB-PI) ressaltou que o partido pediu para relatar o pro-jeto que trata da partilha dos royalties. “Isso é uma questão que vem se arras-tando há muito no Brasil. Os estados produtores, no início dessa concepção, tiveram o monopólio desses royalties. E nós discordamos dessa maneira de distribuição”, afirmou.

Segundo Castro, o presidente Lula, o

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Conselho Político decidiram ontem manter o regime de urgência constitucional previsto para a tramita-ção dos quatro projetos de lei que tratam da exploração de petróleo na camada do pré-sal (5938, 5939, 5940 e 5941). A Câ-mara e o Senado têm 45 dias cada para discutir e votar os projetos antes que eles tranquem a pauta de votações.

A oposição reclama que esse tempo é muito curto para um tema tão importante. O presidente Michel Temer afirmou que agora é hora de acalmar os ânimos de go-vernistas e oposicionistas. “É intrinseca-mente uma matéria urgente. Em qualquer hipótese, ela tramitaria com urgência. Eu, pelo menos, faria esforço para isso. Natu-ralmente, mantido o regime, é uma ques-tão política. O governo tem uma posição, a oposição tem outra. A mim cabe admi-nistrar esse problema na Câmara”.

Governo deve manter urgência na tramitação dos projetos do pré-sal

O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), conside-ra a urgência importante para a análi-se dessas matérias. Ele afirmou que a oposição não está debatendo o mérito do tema. “Ainda não ouvi as vozes da oposição comentarem se concordam ou não com a capitalização e o fortaleci-mento da Petrobras. Se concordam ou discordam da mudança do sistema de concessão para o de partilha que am-plia a parcela que fica para o País. Isso porque são novos campos com baixo risco exploratório e alta rentabilidade. Se a oposição concorda ou não com o fundo social que vai separar esse recurso do petróleo para investir nas próximas gerações em educação, ciência e tec-nologia.

Obstrução - O líder do DEM, depu-tado Ronaldo Caiado (GO), disse que vai continuar mantendo a obstrução na

pauta do Plenário. Para ele, o regime de urgência desses projetos é um desrespei-to ao Congresso. “O presidente Lula, com essa sua postura de intransigência, de petulância, de arrogância, de prepo-

a Consultoria Legislativa e o Centro de Documentação e Informação da Câmara dos Deputados divulgaram nota técnica sobre os projetos de lei do Poder executivo que tratam da exploração do pré-sal. a análise faz uma bre-ve descrição do atual marco legal do setor petrolífero nacional e das quatro propostas apresentadas ao Congresso, que dispõem sobre a introdução do regime de partilha de produção; a criação de uma nova empresa pública; a criação de um fundo social; e a cessão de direitos de exploração da União e a capitalização da Petrobras.

a nota técnica foi elaborada pelo consultor legislativo Paulo César Ribeiro Lima, doutor em engenharia Mecânica no campo de produção de petróleo, que trabalhou como pesquisador da Petrobras por mais de 15 anos. O texto está disponível no Portal da Câmara (www.camara.gov.br), na página especial sobre pré-sal da seção “Fique por Dentro”.

Decisão sobre distribuição dos royalties aos estados cabe ao Congresso, diz ministro Edison Lobão

ministro Edison Lobão e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, chegaram ao entendi-mento de que agora, na exploração do pré-sal, seria diferente, ou seja, os royalties seriam parti-lhados por todos os esta-dos da Federação, e não só pelos produtores..

Indenização - Castro observou que os royalties significam uma indeni-zação aos estados pelos danos causados pela ex-ploração de suas rique-zas, mas que, no caso do petróleo do pré-sal, a plataforma fica a 300 km da costa do continente. Para ele, não se trata de jogar os outros estados contra Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, mas de fazer o que é adequado para toda a sociedade brasileira.

Jackson Barreto (PMDB-SE) também observou que o petróleo do pré-sal não pode ser considerado dos estados. “O pré-sal está a 300 km da costa. Então, nós não podemos dizer que pertence ao estado A ou ao estado B. É um patrimônio do País, da União, e como tal deve servir de riqueza para

ser distribuída pelo País como um todo, levando-se em conta as carências e as desigualdades regionais”, ressaltou.

Barreto disse que a escolha do re-lator do projeto será difícil dentro da bancada, pois o partido não pode tomar uma decisão que favoreça alguns esta-dos em detrimento dos outros.

Guerra fiscal - Já Geraldo Pudim (PMDB-RJ) alertou o partido para o perigo de uma guerra fiscal dentro do Congresso. “Eu acho um erro os esta-dos e municípios que não são produtores

estarem vendo os royalties do petróleo como salvação”, afirmou. O deputado argumentou que o petróleo e o gás são retirados por oleodutos e gasodutos que passam no litoral e no estado, com risco de acidentes, daí a indenização, com o pagamento dos royalties, por danos causados ao meio ambiente. Pudim disse ainda que o próprio pre-sidente Lula compreendeu a dificul-dade que haveria no debate sobre os royalties, e não remeteu ao Congresso projetos sobre o tema.

tência nesse momento, acaba de fechar o Congresso Nacional. Com essa atitu-de antidemocrática truculenta, típica de Hugo Chávez, ele fez justamente com que a Casa não funcione mais.”

Câmara divulga nota técnica sobre as propostas

A distribuição dos royalties do pré-sal foi a principal preocupação manifestada pelos peemedebistas

JAnine MoRAeS

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Pinga-Fogo

Brasília, 4 de setembro de 20094

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

PLeNÁRIO

A Confederação Nacional de Muni-cípios está articulando um encontro de prefeitos em Brasília, em 23 de setembro, para defender uma distribuição mais justa dos royalties incidentes sobre as jazidas de petróleo da camada do pré-sal, informou o deputado Átila Lins (PMDB-AM). Com o mesmo objetivo, de acordo com o

Pré-sal IJosé Guimarães (PT-CE)

disse concordar com o pedido de urgência do executivo para a análise, pelo Congresso, dos quatro projetos de lei que regulam a exploração do petróleo na camada do pré-sal. O deputado ressaltou, no entanto, ser preciso incluir a questão regional nos debates, uma vez que será criado um fundo destinado à inclusão social. ao criticar a atual repartição dos royalties do petróleo, José Guimarães afir-mou ser preciso ter equilíbrio na distribuição dos recursos do pré-sal. Por isso, em sua opinião, os royalties deveriam ser divididos igualmente entre todos os estados - e não ape-nas para o Rio de Janeiro, são Paulo e espírito santo.

Pré-Sal IILuiz Alberto (PT-BA) afir-

mou que o envio de projetos com urgência constitucional pelo executivo retratam a determinação do presidente Lula em regulamentar o novo modelo de exploração de petróleo na camada pré-sal. O deputado lembrou que o debate sobre a indústria do petróleo é antigo, mas ainda necessita de definições claras. em sua avaliação, isso deve acontecer com as regras previstas nas propostas do governo federal, entre elas, o marco regulatório, a criação de um fundo social e de uma nova empresa estatal que irá gerir os recursos oriundos do pré-sal. Na opiniãode Luiz al-berto, os recursos do petróleo devem melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro.

Pré-Sal IIIEduardo Valverde (PT-

RO) elogiou a iniciativa do go-verno federal de lançar o mar-co regulatório do pré-sal, que define a partilha de royalties da extração do petróleo com os estados. Para o deputado, a política energética deve beneficiar todos os estados, mas o modelo exploratório precisa trazer vantagens aos diferentes entes da federação. Valverde destacou que o di-nheiro arrecadado pela União com o pré-sal será destinado a criar um fundo voltado para o desenvolvimento do País e, consequentemente, haverá mais investimentos para a educação, o meio ambiente, a cultura, a ciência e a tec-nologia.

Ao analisar os debates sobre o pré-sal que vêm ocorrendo, o deputado Marçal Filho

(PMDB-MS) observou que o presi-dente Lula foi bem claro ao dizer que o Congresso Nacional é que definirá o assunto. Ele lembrou que, em reunião com a bancada do PMDB na Câmara na quarta-feira (2), o ministro de Minas

Átila Lins: royalties do petróleo das novas

jazidas devem ser distribuídos a todo o País

Congresso Nacional tomará decisão madura

sobre o pré-sal, avalia Marçal Filho

e Energia, Edison Lobão, expôs a posição do governo em relação ao tema, mas teria deixado várias diretrizes para que os depu-tados e senadores tomassem decisões.

“Há uma divergência sobre esses as-suntos, mas acredito que o Congresso Nacional vai ser respeitado no sentido de poder debater o pré-sal à exaustão e tomar uma decisão madura em relação ao tema - afinal, a questão é decisiva para o futuro do nosso País”, disse.

Segundo o parlamentar, a produção de petróleo total média no primeiro semestre deste ano foi de 1,94 millhão de barris por dia. Já a estimativa de produção do pré-sal, em 2013, será de 219 mil barris por dia; em 2015, de 582 mil; em 2017, de 1,34 milhão; e, em 2020, de 1,81 milhão de barris por dia.

Na avaliação do parlamentar, o Brasil está em situação privile-giada: descobriu que possui gran-des reservas de petróleo, dispõe de alta tecnologia de exploração, de base industrial diversificada e de grande mercado consumidor.

Ele defendeu que todos os estados brasileiros sejam benefi-ciados com a descoberta, princi-palmente os mais pobres. “Hoje, a estabilidade institucional e jurídica faz com que não incorramos no erro que outros países cometeram quando descobriram grandes jazidas de petróleo

e de recursos naturais, e acabaram caindo na esparrela de que falamos da ‘maldição do petróleo’ ou da ‘do-ença holandesa’, para citar o caso da Holanda. Temos todas as condições para evitar esses problemas e capita-lizar este momento de forma positiva para o País”, disse.

Idoso - Marçal Filho também pe-diu o engajamento da sociedade e do Ministério Público para fazer cumprir o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03). “Na cultura oriental, há todo um res-peito pelo idoso, por tudo o que ele representou, pela experiência que tem, pela sabedoria que acumula, por

tudo o que ele pode oferecer às novas gerações - diferente-mente do nosso País. Infelizmente, não temos essa cultura. A pessoa mais velha significa alguém que não serve mais à so-ciedade, que não é aproveitada devida-mente”, disse o par-lamentar.

Citando pesquisa do IBGE, o deputado

alertou que o número de idosos vem aumentando no Brasil, mas não há infraestrutura para atendê-los.

parlamentar, o governador de Pernambu-co, Eduardo Campos, estaria articulando uma reunião do Fórum dos Governadores do Nordeste, para discutir uma proposta sobre o pré-sal a ser enviada ao Congresso Nacional.

“A imensa riqueza do pré-sal é um bem do povo brasileiro. Não há como sustentar a atual política de royalties. O petróleo em alto mar é propriedade da Nação. O pré-sal é uma ocorrência que pode vir a ser deter-minante para o futuro do País, com menos desigualdades entre as regiões e maiores oportunidades no Brasil”, ressaltou.

Por esse motivo, o deputado conclamou governadores, deputados, se-nadores, prefeitos e vereadores das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul a participa-rem do debate, com o objetivo de encontrar uma solução que permita que essas regiões tam-bém sejam contempladas com os recursos do pré-sal.

Projetos - O parlamentar também destacou os quatro projetos de lei enviados pelo Executivo ao Congresso que preveem nova legislação para o setor (PLs 5938/09, 5939/09, 5940/09 e 5941/09). O primeiro trata da exploração e produção de petróleo e gás sob o regime de partilha no pré-sal e em áreas estraté-

gicas. O segundo cria a Petro-Sal, empresa que representará a União nos consórcios e comitês a serem criados para gerir os con-tratos de partilha.

O terceiro projeto prevê a criação de um fundo social (com os recursos da exploração do pré-sal) para o combate à pobreza e incentivo à educação e à cultu-ra, à inovação científica e à sustentabili-dade ambiental. A última proposta trata da capitalização da Petrobras. “A projeto que cria o fundo social me parece o mais importante. Foi de grande valia a decisão do presidente Lula de ampliar as áreas de aplicação desses recursos”, avaliou.

Urgência - Átila Lins também defendeu a ur-gência pedida pelo gover-no para a tramitação das propostas. “Tenho certeza de que, ao final desses 45 dias, haveremos de oferecer ao País uma legislação que realmente atenda à média da vontade da população brasileira”, disse, ressaltan-do que, apesar de muitos considerarem o tempo cur-to, o tema já vinha sendo

debatido há algum tempo pelos partidos políticos. “Não é uma matéria que esteja chegando agora e seja completamente des-conhecida para nós”, ponderou.

A imensa riqueza do pré-sal é um bem

do povo. Não há como

sustentar a atual política de royalties. O petróleo em alto

mar é da Nação

GilbeRto nASciMento

GilbeRto nASciMento

Acredito que o Congresso vai ser

respeitado no sentido de poder debater o pré-sal à exaustão,

e tomar uma decisão madura em

relação ao tema

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Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

CURsO sUPeRIOR

A Comissão de Constituição e Jus-tiça e de Cidadania aprovou na quarta-feira o reconhecimento da profissão de turismólogo. Entre as atribuições des-se profissional estão a organização de eventos, o planejamento e a divulgação de produtos turísticos, a formulação de políticas para o setor, a criação de rotei-ros turísticos e de planos de marketing, assim como o ensino na área.

A reconhecimento da profissão foi pro-posto no Projeto de Lei 6906/02, de autoria do então senador, e hoje deputado, Morei-ra Mendes (PPS-RO). A proposta rece-beu parecer favorável da relatora, deputada Maria Lúcia Cardoso (PMDB-MG).

Câmara aprova o reconhecimento da profissão de turismólogo

Foi aprovada pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias, na última quarta-feira, a criação das Unidades de Preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro, áreas ocupadas por comu-nidades que desempenharam papel relevante na formação do País. O pro-jeto, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisado nas comissões de educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

a medida foi proposta pelo deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), no Projeto de Lei 3056/08, e tem como objetivo reconhecer segmentos da população que, ao lado de portugueses, índios e negros, foram cruciais na formação populacional e territorial, como os imigrantes europeus e asiáticos.

Brasil poderá ter unidades de preservação do patrimônio culturalDe acordo com o texto aprovado,

essas comunidades poderão ter seu patrimônio imaterial - como modo de vida, expressões orais e manifestações artísti-cas - salvaguardadas pelo estado.

Renovação - O projeto recebeu parecer favorável do relator, deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE). ele destacou que nos anos 80 iniciou-se no País um movimento de renovação da his-toriografia, que reconheceu a importância de minorias étnicas e culturais, como os negros e os índios. “a partir daí é que a ação preservacionista do poder público passou a dar atenção a bens e valores culturais de outros segmentos sociais”, disse santiago. Uma prova disso, segun-do ele, seria o tombamento da serra da Barriga (aL), onde se abrigou o Quilombo

de Palmares no século 17.Por conta disso, ele considerou relevan-

te a proposta de reconhecer o patrimônio imaterial “de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional”, reforçando o caráter de pluralidade étnico-cultural da formação brasileira.

Estudo - O projeto é extenso e define as regras para reconhecimento das unida-des de preservação do patrimônio cultural e as formas de participação da população no processo. segundo o texto, a instala-ção das unidades será precedida pela elaboração de relatório técnico e parecer conclusivo pelo Instituto do Patrimônio His-tórico e artístico Nacional (Iphan).O projeto permite ainda que as novas unidades de preservação sejam consideradas Áreas especiais de Interesse turístico.

Como tramita em caráter conclusivo, o projeto pode ser remetido diretamente à sanção presidencial. Ele só será vota-do pelo Plenário se, no prazo de cinco sessões, houver recurso assinado por no mínimo 52 deputados.

Para o exercício da atividade na área de turismo, o texto aprovado estabelece que o profissional deverá obter o registro em órgão federal da categoria, cuja cria-ção ficará a cargo do Poder Executivo.

Modificações - A relatora ressaltou que o PL 6906 não regulamenta a profis-são, e sim reconhece e a disciplina, pois o poder de regulamentar é prerrogativa do Executivo. A deputada acatou duas

emendas aprovadas nas comissões ante-riores. A primeira suprime a exigência de que o contrato de trabalho do turismólo-go seja regido apenas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), típico do setor privado. Essa redação impediria o poder público de realizar concurso para contratar profissionais da área.

A segunda emenda alterou a redação do artigo que elenca as atribuições dos turismólogos. O texto original fala que as atividades serão exercidas em caráter privativo. Maria Lúcia Cardoso enten-deu que as atividades são concorrentes com outras profissões e não podem ficar restritas apenas aos turismólogos.

Formação - Segundo o texto apro-vado, a profissão só poderá ser exercida por bacharéis em turismo ou hotelaria, formados em instituições de ensino su-perior formalmente reconhecidas. Di-plomas estrangeiros poderão ser aceitos desde que revalidados pelo Ministério da Educação.

O texto abre a possibilidade de re-conhecimento para os profissionais de outras áreas que exercem as atividades de turismólogo na data da publicação da lei. Nesse caso, o profissional terá 180 dias, após a publicação, para comprovar o exercício contínuo da profissão por pelo menos cinco anos.

Paulo Rubem Santiago

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Brasília, 4 de setembro de 20096

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PLeNÁRIO

Total de processosno TRF da 1ª Região

cresceu 600% desde 89,informa Paes LandimDesde março de 1989 até dezem-

bro de 2008, a demanda de trabalho no Tribunal Regional Federal da 1ª Região aumentou 600%, enquanto o número de magistrados teve 50% de acréscimo, informou o deputado Paes Landim (PTB-PI). Para ele, embora o TRF tenha adotado ações inteligentes e louváveis em busca de celeridade para atender ao aumento da demanda, ele esbarra em entraves de ordem legislativa.

O parlamentar destacou que, no ano de sua instalação (1989), foram distribuídos para julgamen-to 18.437 processos, oriundos das 14 unidades federativas sob sua jurisdição, que abrange 80,3% do território nacional. À época, lem-brou, o TRF era composto por 18 magistrados. Em 2007, foram dis-tribuídos 107.297 processos aos 27 magistrados (composição que se mantém até hoje), e no ano de 2008, 119.307 processos.

Primeira instância - Por ou-tro ângulo, observou Paes Landim, em 1989 havia 45 magistrados atuando em primeira instância na Justiça Federal da 1ª Região. Hoje, existem 357 magistrados na primeira região, entre juízes fe-derais titulares e substitutos. Ele ressaltou que houve incremento de 780% no número de juízes fe-derais, enquanto o número de de-sembargadores permanece sendo de 27, ou seja, 50% a mais que na data da criação do TRF.

Outro fator que se deve levar em consideração, disse Paes Landim, é que, em razão da interiorização da Justiça Federal e da ampliação do acesso à Justiça, promovida pela criação dos Juizados Especiais Fe-derais, aumentou o número de pro-cessos para apreciação no TRF.

Portanto, analisou o parlamen-tar, o congestionamento de 67,1% a que se refere a portaria conjunta do Conselho Nacional de Justiça ocorre em virtude da demanda que cresce exponencialmente, “enquan-to a estrutura do tribunal em muito pouco foi modificada desde a sua instalação”.

A recente “reforma do Judiciá-rio”, analisou o deputado, revelou preocupação com a descentralização da Justiça Federal para possibilitar ou facilitar o acesso de cidadãos ao sistema, especialmente aqueles mais carentes. “No entanto, até o momento, foram adotadas pelo le-gislador apenas medidas de natureza processual para imprimir celerida-de e eficiência ao serviço judiciário, como a reafirmação do efeito vin-culante das decisões do Supremo Tribunal Federal”, informou.

Landim defendeu a aprovação de lei federal para ampliar os quadros da justiça de segunda instância e de uma nova reforma constitucio-nal para suprir a demanda de novos desembargadores.

O deputado lamentou ainda as mortes dos magistrados José Guilher-me Vilella, que foi ministro do Tri-bunal Superior Eleitoral; e de Carlos Alberto Menezes Direito, ministro do Supremo Tribunal Federal.

Dalva Figueiredo: Amapáprecisa de compensação

por contribuir com a preservação ambiental

O Amapá tem direito a com-pensações econômicas por contri-buir com a preservação da floresta amazônica, defendeu em Plenário a deputada Dalva Figueiredo (PT-AP). Segundo a parlamentar, seu estado tem mais de 98% das flores-tas preservadas. Somente o Parque

Nacional das Montanhas do Tu-mucumaqui conta com 3,8 milhões de hectares, conforme informou a parlamentar.

Dalva Figueiredo relatou que era governadora na época da criação do parque pelo então presidente Fer-nando Henrique Cardoso, e apoiou a proposta. “Entendia que era um passo importante para a pesquisa e o desenvolvimento do estado, e foram dadas garantidas de compensações, sociais e econômicas”, lembrou.

Mas hoje, passados sete anos, a deputada afirmou que os investimen-tos não são suficientes para atender às necessidades da população. “To-das as obras de infraestrutura estão com problemas, e nós temos pressa. Exigimos que o governo dê a aten-ção necessária ao estado que desti-nou muito mais de 3,8 milhões de hectares à conservação a Amazônia e permite que o Brasil discuta aqui e no exterior a preservação ambien-tal”, cobrou.

Rodovia federal - No que se refere à BR-156, que corta o estado, a deputada relatou que as obras no trecho ao norte avançaram, “mas ainda não é o que o estado merece e precisa”. Ela defendeu também a am-

pliação das obras ao sul do estado. “No sul, as dificuldades são muito maiores”, informou, ao destacar que, na fronteira com o Pará, em Laran-jal do Jari, o único caminho é uma estrada de terra no meio da floresta, viagem que não é possível fazer em menos de seis horas, ou de barco, o que pode levar até 48 horas.

Desabrigados - As obras para a construção de casas com recursos da Caixa Econômica Federal para atender à população desabrigada pelas enchentes, segundo Dalva Fi-gueiredo, também enfrentam pro-blemas. “Apesar de a obra contar com R$ 12 milhões previstos para sua realização, os trabalhos estão emperrados e não andam por causa da burocracia”, acusou.

Outra obra que passa por difi-culdades, conforme a parlamentar, é a do aeroporto de Macapá. Se-gundo disse, a obra foi incluída no Programa de Aceleração do Cresci-mento, tem recurso garantido, mas foi interrompida devido a proble-mas da empresa construtora com o Tribunal de Contas da União. “Queremos exigir a aceleração da obra e a superação dos problemas”, reivindicou.

Germano Bonow voltaa defender revisão

da política de saúdemental do País

O deputado Germano Bonow (DEM-RS) voltou a defender a revisão da política de saúde mental do País. segundo ele, em seis unidades da federação não há nenhum Centro de atendimento Psicos-social (CaPs), apesar de a política de saúde mental do País estar alicerçada em instrumentos como esse. Os outros são o Programa de Volta para Casa, o serviço de Residência terapêutica, o Centro de Convivência e leito em hospital em geral.

O parlamentar explicou que o CaPs está previsto numa norma de 2002, que diz que o centro deve estar capacitado “para realizar prioritamente o atendi-mento de pacientes com transtornos mentais severos e persistentes em sua área territorial, em regime de tratamento intensivo, semi-intensivo e não intensivo”. segundo informou o deputado, o CaPs deveria acolher o paciente que é aten-dido na rede pelo Programa de saúde da Família, pelo posto de saúde e pelo ambulatório.

“a base da política de saúde mental do País é o CaPs, que tem vários tipos, e o tipo I não tem sequer psiquiatra. Dos 1,3 mil que existem, pouco mais de 600 são do tipo I, ou seja, não tem médico treinado”, criticou. Bonow alertou ainda que 16 estados não têm nenhum CaPs III, “o mais importante, que deve ter dois psiquiatras”. Seis unidades da Federação, prosseguiu, não possuem um CaPs vol-tado para a criança, e dois não contam com CaPs para tratamento de viciados em álcool e drogas.

segundo Bonow, os cidadãos quando necessitam de uma internação permanen-te, e que antes recorriam aos manicômios, que foram fechados, agora estão nas ruas. Mesmo manifestando-se contrário à volta dos manicômios, Bonow criticou o fechamento de leitos psiquiátricos pelo Ministério da saúde.

segundo dados do ministério de junho deste ano, existem no País 35.426 leitos psiquiátricos. “Há 20 anos, havia 120 mil leitos, o que significa que mais de 80 mil leitos psiquiátricos foram fechados nesse período”, lamentou.

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Pinga-Fogo

Brasília, 4 de setembro de 2009 7

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aGRICULtURa

Noéli Nobre

O deputado Wandenkolk Gonçalves (PSDB-PA) anunciou ontem que elimina-rá, em seu relatório, pontos que considera controversos no Projeto de Lei 5665/09, do Poder Executivo, que cria a Política Nacio-nal de Assistência Técnica e Extensão Ru-ral para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Pnater).

Os objetivos da proposta são promover o desenvolvimento rural sustentável e o aumento da produtividade e da qualidade das atividades agropecuárias. Serão be-neficiados, entre outros, os assentados da reforma agrária, povos indígenas e rema-nescentes de quilombos.

Apesar de considerar a proposta be-néfica, Wandenkolk Gonçalves criticou a dispensa de licitação, prevista no texto, para contratar empresas públicas e pri-vadas, organizações não-governamentais (ONGs) e entidades ligadas a sindicatos e movimentos sociais para prestação de assistência técnica a assentados e agricul-

Vereadores IDr. Paulo César (PR-

RJ) pediu a inclusão, na pauta de votações da Câ-mara, da PeC que trata da recomposição das câmaras municipais em todo o País. De acordo com o deputado, a matéria limita o número máximo de vereadores nas câmaras municipais, levando-se em conta à população dos municípios. O parlamentar lembrou que o controle administrativo e econômico dos municípios é uma das funções dos vereadores.

Vereadores IIao ressaltar que o País

deve estar atento ao traba-lho dos vereadores como representantes da popula-ção, Henrique Afonso (PT-AC) defendeu a aprovação da PeC dos Vereadores, que, segundo ele, tem efeito retroativo e permitirá a posse dos suplentes no atual mandato. a expec-tativa do deputado é que as distorções existentes quanto à representação popular sejam corrigidas com a proposta. O parla-mentar lembrou ainda que o aumento do número de vereadores no País não resultará no aumento de gastos, como pensam muitas pessoas.

Vereadores IIIJosé Airton Cirilo (PT-

CE) também solicitou que a Câmara inclua na pauta de votações a PeC que eleva o número de vereadores de 51.748 para 59.791. O deputado ainda destacou os 113 anos de emancipa-ção política do município de senador Pompeu (Ce).

ParaíbaLuiz Couto (PT-PB)

disse estar preocupado com o desenvolvimento da Paraíba, cujos indicadores sociais, de acordo com o deputado, estão entre os piores do País. O parla-mentar denunciou ainda a gestão do atual governo do estado que, segundo ele, tem beneficiado diversos empresários com dinheiro público. Couto divulgou também matéria do portal PB agora, que denuncia festa realizada pelo go-vernador José Maranhão (PMDB) com recursos públicos.

Durante a audiência sobre o PL 5665/09, a coordenadora-geral da Federação Nacio-nal dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Fetraf), Elisângela Araújo, e o representante da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Eugênio Ferrari, ressaltaram a necessidade de controle social da Política Nacional de Assistência Técnica e Exten-são Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Pnater).

“O sentido que vemos nesse projeto é o de garantir a perenidade de uma política por meio de instrumentos que permitam

a transparência no uso de recursos públi-cos e o controle social. Nossas sugestões foram no sentido de garantir que os be-neficiados possam participar não só no monitoramento da política, mas também da elaboração dos projetos de assistência”, declarou Ferrari.

Agricultura sustentável - Já o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrá-rio, Argileu Martins da Silva, explicou que o projeto demonstra a preocupação do go-verno federal com o setor, que, segundo ele, ficou sem nenhuma orientação entre

1992 e 2003.Ele disse que não adianta haver pro-

gramas de crédito voltados ao agricultor familiar se não for garantida também a transferência de tecnologia para melho-rar a produção no campo, com resultados positivos.

“Sem conhecimento, sem tecnologia, não há condições de haver agricultura sustentável no País. Precisamos de um serviço de assistência técnica que coor-dene de fato a agricultura. Ela exige que o conhecimento esteja disponível a tempo e hora hábeis.” (NN)

Debatedores querem maior controle social do programa

tores familiares.Apadrinhados - “O artigo foi colocado

para facilitar o chamamento de apadri-nhados políticos”, alertou Wandenkolk. “Eles transformarão o dinheiro público em um festival de incompetências, pelo despreparo e pelas condições administra-tivas dessas empresas, que muitas vezes são recém-criadas e não têm condição de fazer [o trabalho]. Só o serviço oficial de assistência técnica teria, porque está bem estruturado.”

O deputado é relator do projeto na Co-missão de Meio Ambiente e Desenvolvi-mento Sustentável e sugeriu audiência so-bre o assunto realizada ontem na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. No evento, ele ouviu representantes de entidades ligadas ao setor, que também discordam da me-dida.

A proposta tramita na Câmara em regi-me de urgência constitucional e tem como relatores os deputados Geraldo Simões (PT-BA), na Comissão de Agricultura,

Pecuária e Abastecimento Rural; Pedro Eugênio (PT-PE), na de Finanças e Tri-butação; e José Genoíno (PT-SP), na de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Tratamento diferenciado - O presi-dente da Associação Brasileira das Enti-dades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), José Silva So-ares, por exemplo, sugeriu que entidades mais novas de assistência técnica recebam tratamento diferente das mais antigas.

“Entidades, independente de fins lucra-tivos ou não, sem experiência comprova-da, não têm estrutura adequada, não têm sustentabilidade. Queremos garantir que o serviço seja de qualidade e sustentável”, afirmou.

Para garantir essa qualidade, outro item que Wandenkolk Gonçalves preten-de eliminar do projeto é o que permite nova inscrição no programa de entidade descredenciada, após um período de dois anos. “Se uma entidade demonstrou que é corrupta, por que voltará a ser creden-ciada?”, questionou.

o objetivo do Pl 5665/09, discutido ontem na audiência pública, é promover o aumento da produtividade das atividades agropecuárias de assentados da reforma agrária, indígenas e quilombolas

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Relator excluirá pontos polêmicos de assistência à reforma agrária

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Remédio contra a gripe A poderá estar em breve nas farmácias, diz ministério

Sílvia Mugnatto

O diretor de Vigilância Epidemioló-gica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, informou ontem aos deputados da Comissão de Seguridade Social e Fa-mília que o medicamento Tamiflu, usa-do no tratamento da gripe A (H1N1), poderá estar disponível em breve para comercialização pelas farmácias.

Segundo ele, a venda nunca foi proibida, mas houve a prioridade de abastecer o Ministério em um primeiro momento, para distribuição na rede pú-blica. “Na primeira fase, o laboratório ti-nha que atender o Ministério da Saúde, porque não havia capacidade suficiente para a atender a demanda que fizemos e colocar nas farmácias - não somente do Brasil como de outros países”, destacou o representante do governo.

Em sua avaliação, a priorização das demandas do ministério foi correta. “Na medida em que foi aumentando sua capacidade de atender o Minis-tério da Saúde, eles [os laboratórios] estão informando que vão ter dispo-nibilidade de atender novas demandas que apresentamos, bem como comer-cializar”, acrescentou.

“A partir do momento em que eles [os laboratórios] oficializarem e disserem ‘olha, nós estamos atendendo e podemos colocar isso no mercado’, nós vamos nos manifestar, e não há nenhum problema. A restrição que houve [em relação à venda nas farmácias] foi no sentido de poder atender a capacidade de demanda do ministério e, em especial, do Brasil”,

disse Eduardo Hage.Ele afirmou que não há

falta do medicamento na rede pública. Segundo ele, já foram distribuídos quase 1 milhão de tratamentos. Até agora, foram confirmados 6.592 casos gra-ves da nova gripe no Brasil, com 657 mortes.

Burocracia - Durante a au-diência pública, o presidente da Sociedade de Medicina e Cirur-gia do Rio de Janeiro, Celso Ra-mos, criticou a burocracia para a liberação do Tamiflu. Embora concorde com o protocolo atu-al que indica o medicamento apenas para casos graves e pes-soas com algum fator de risco, Ramos afirma que esta orien-tação foi elaborada quando o vírus era endêmico.

Com a pandemia, boa par-te dos casos tem ocorrido em adultos jovens que não estão no pro-tocolo. “O julgamento tem que ser do médico. O que não pode é uma pessoa por telefone decidir se vai ou não vai liberar o medicamento que o médico que examinou o paciente decide que tem que ser usado”.

Celso Ramos disse ainda que a pre-ocupação do governo com a resistência do vírus ao medicamento não se justi-fica porque existem apenas 12 casos de resistência registrados no mundo. Edu-ardo Hage explicou que o governo tem se baseado em evidências científicas e está monitorando a situação no Brasil

e no mundo a todo momento.Canal direto - Como vários depu-

tados relataram casos de pessoas que procuraram os gabinetes para reclamar da falta do Tamiflu em alguma região do País, o deputado Eleuses Paiva (DEM-SP) sugeriu ao diretor que o governo providencie um canal direto para o relato destes casos.

“Nossos e-mails estão cheios de queixas de pacientes que não conse-guem o Tamiflu, de médicos que estão colocando dificuldades neste momento de crise”, destacou o deputado. “O que estamos pedindo é que a gente possa

DeFesa DO CONsUMIDOR

Promotor afirma que lei não protege contra propaganda em celularesJuliano Pires

O promotor de Defesa do Con-sumidor do Ministério Público do Distrito Federal, Guilherme Fer-nandes Neto, afirmou ontem, em audiência pública na Câmara, que as regras atuais sobre propaganda comercial por meio de mensagens (torpedos) para celulares não prote-gem os clientes. A possibilidade de optar por não receber as mensagens, segundo ele, não funciona na prá-tica, pois não há sanção contra as empresas que usam o recurso.

“Se não houver sanção, a lei é ineficaz. Tem que ter uma sanção

e um órgão específico para aplicar uma sanção; e os melhores para fazer isso, hoje, são os os órgãos de defesa do consumidor. Não são as agências [reguladoras]”, declarou.

O debate, promovido pela Co-missão de Defesa do Consumidor, foi proposto pelo deputado Vinícius Car-valho (PTdoB-RJ), relator do Projeto de Lei 757/03, do deputado José Carlos Martinez, já falecido, que proíbe esse tipo de propaganda. A proposta trami-ta conjuntamente com outros quatro projetos sobre o assunto (PLs 2387/03, 2766/03, 6593/06 e 3159/08).

Mudança desnecessária - O pre-sidente da Mobile Marketing Associa-

tion, Omarson Costa, que representa a maioria das empresas responsáveis por enviar esse tipo de mensagens, reconhece que as empresas muitas vezes enviam torpedos em quantida-de e horários inapropriados. Mesmo assim, considera que já existem bons mecanismos de controle e o projeto é desnecessário. Segundo ele, as res-trições a esse tipo de propaganda já existem em normas estabelecidas pela Agência Nacional de Telecomunica-ções (Anatel).

Apesar de o projeto original proibir esse tipo de mensagem, Vinícius Car-valho deve optar por apenas restrin-gir essa prática.”O fato de o cliente ter

comprado uma linha não significa que ele tenha autorizado [a propa-ganda]. O cliente tem que fazê-lo expressamente. A simples aquisição do produto, segundo o deputado, não autoriza as operadoras ou ou-tras empresas a enviarem mensagens ou fazerem ligações para o usuário dos serviços.

Para Vinicius Carvalho, é pre-ciso regulamentar o setor, para que os direitos do consumidor sejam respeitados.

O relator acredita que o projeto deve ser votado pela Comissão de Defesa do Consumidor até o final de outubro.

identificar quais são esses focos. A par-tir do momento em que há um canal, vamos poder identificar por estado, por cidade, por região e tentar criar, naquele local, maior facilidade no acesso a essa droga”, acrescentou.

Vacina - Sobre a vacina contra a nova gripe, o representante do Minis-tério da Saúde disse que a estimativa continua sendo a de imunizar cerca de 35 milhões de pessoas no Brasil com prioridade para profissionais da área médica e pessoas com fatores de risco. Os sintomas mais comuns da nova gripe são febre, tosse e falta de ar.

Segundo os deputados, várias pessoas têm procurado os gabinetes parlamentares queixando-se de não conseguir o Tamiflu e de médicos que dificultam a sua liberação

Rodolfo StuckeRt