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A Bandeira de Portugal é um dos símbolos nacionais de Portugal . De acordo com o Decreto nº 150, de 30 de Junho de 1911 , a Bandeira de Portugal é bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde escuro e escarlate , ficando o verde para o lado da tralha (lado esquerdo, quando representada graficamente). Ao centro, e sobreposto à união das duas cores, terá o escudo das Armas de Portugal , orlado de branco e assentando sobre a esfera armilar manuelina , em amarelo e avivada de negro. O comprimento da Bandeira de Portugal é uma vez e meia a altura da tralha (proporções: 2:3). A divisória entre as duas cores fundamentais é feita de modo a que fiquem 2/5 do comprimento total ocupados pelo verde e os 3/5 restantes pelo vermelho. O emblema central ocupa metade da altura da tralha, ficando equidistante das orlas superior e inferior. [1] O modelo da actual Bandeira de Portugal foi aprovado por decreto da Assembleia Nacional Constituinte de 19 de Junho de 1911 , sendo as suas dimensões e descrição mais pormenorizada definidas pelo decreto de 30 de Junho de 1911. No entanto, já desde a proclamação da República Portuguesa , a 5 de Outubro de 1910 que eram usadas bandeiras provisórias semelhantes ao modelo que viria a ser aprovado oficialmente. [1] [2] O significado da Bandeira A bandeira tem um significado republicano e nacionalista. A comissão encarregada da sua criação explica a inclusão do verde por ser a cor da esperança e por estar ligada à revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891 . Segundo a mesma comissão, o vermelho é a cor combativa, quente, viril, por excelência. É a cor da conquista e do riso. Uma cor cantante, ardente, alegre (...). Lembra o sangue e incita à vitória. Durante o Estado Novo , foi difundida a ideia de que o verde representava as florestas de Portugal e de que o vermelho representava o sangue dos que tinham morrido pela independência da Nação. As cores da

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A Bandeira de Portugal um dos smbolos nacionais de Portugal.De acordo com o Decreto n 150, de 30 de Junho de 1911, a Bandeira de Portugal bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde escuro e escarlate, ficando o verde para o lado da tralha (lado esquerdo, quando representada graficamente). Ao centro, e sobreposto unio das duas cores, ter o escudo das Armas de Portugal, orlado de branco e assentando sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivada de negro. O comprimento da Bandeira de Portugal uma vez e meia a altura da tralha (propores: 2:3). A divisria entre as duas cores fundamentais feita de modo a que fiquem 2/5 do comprimento total ocupados pelo verde e os 3/5 restantes pelo vermelho. O emblema central ocupa metade da altura da tralha, ficando equidistante das orlas superior e inferior.[1]O modelo da actual Bandeira de Portugal foi aprovado por decreto da Assembleia Nacional Constituinte de 19 de Junho de 1911, sendo as suas dimenses e descrio mais pormenorizada definidas pelo decreto de 30 de Junho de 1911. No entanto, j desde a proclamao da Repblica Portuguesa, a 5 de Outubro de 1910 que eram usadas bandeiras provisrias semelhantes ao modelo que viria a ser aprovado oficialmente.[1][2]

O significado da BandeiraA bandeira tem um significado republicano e nacionalista. A comisso encarregada da sua criao explica a incluso do verde por ser a cor da esperana e por estar ligada revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891. Segundo a mesma comisso, o vermelho a cor combativa, quente, viril, por excelncia. a cor da conquista e do riso. Uma cor cantante, ardente, alegre (...). Lembra o sangue e incita vitria. Durante o Estado Novo, foi difundida a ideia de que o verde representava as florestas de Portugal e de que o vermelho representava o sangue dos que tinham morrido pela independncia da Nao. As cores da bandeira podem, contudo, ser interpretadas de maneiras diferentes, ao gosto de cada um.No seu centro, acha-se o escudo de armas portuguesas (que se manteve tal como era na monarquia), sobreposto a uma esfera armilar, que veio substituir a coroa da velha bandeira monrquica e que representa o Imprio Colonial Portugus e as descobertas feitas por Portugal.Os cinco pontos brancos representados nos cinco escudos no centro da bandeira fazem referncia a uma lenda relacionada com o primeiro rei de Portugal. A histria diz que antes da Batalha de Ourique (26 de Julho de 1139), D. Afonso Henriques rezava pela proteco dos portugueses quando teve uma viso de Jesus na cruz. D. Afonso Henriques ganhou a batalha e, em sinal de gratido, incorporou o estigma na bandeira de seu pai, que era uma cruz azul em campo branco.Outra explicao aponta ainda para o uso da bandeira em escudos; a cruz azul teria pintados (ou incorporados) pregos brancos para a segurar ou pinturas brancas, podendo j aludir s chagas de Cristo. Esta decorao nos escudos sofreria danos com as batalhas e com o tempo, deixando apenas o azul envolto com os pregos ou pinturas de branco, dando a iluso dos actuais escudos azuis com as (actualmente) 5 quinas em cada um.H ainda a referncia que, segundo a lenda, o nmero das quinas (5) e dos besantes (25) esto relacionados com os 30 dinheiros que Judas ter recebido pela traio a Jesus Cristo.[3]Aqui pinta no branco escudo ufano,Que agora esta victoria certifica,Cinco escudos azues esclarecidosEm signal destes cinco Reis vencidos

Luis de Cames

Tradicionalmente, os sete castelos representam as vitrias dos portugueses sobre os seus inimigos e simbolizam tambm o Reino do Algarve. No entanto, a verdade que os castelos foram introduzidos nas armas de Portugal pela subida ao trono de Afonso III de Portugal. Este rei portugus no podia usar as armas do irmo, D. Sancho II, sem diferena por no ser filho primognito de D. Afonso II. Adoptou assim as armas de sua me que era castelhana, sendo que a bandeira de Castela, data, era composta por um fundo vermelho e trs filas e trs colunas de castelos dourados. H quem considere que, com a subida ao trono de D. Afonso III, e j na qualidade de rei, este deveria ter abandonado as suas armas pessoais e usado as do pai e do irmo.[editar] Nomes da Bandeira de PortugalA Bandeira de Portugal , oficialmente, designada Bandeira Nacional.A bandeira , tambm, muitas vezes designada como a Bandeira das Quinas. Esta designao refere-se aos cinco escudetes das Armas de Portugal (as cinco quinas) e tem vindo a ser aplicada a todos os modelos da Bandeira de Portugal, pelo menos desde o sculo XV.O modelo da Bandeira de Portugal, em vigor desde 1911, tambm , ocasionalmente, referido como Bandeira Verde-Rubra.[editar] Etiqueta e protocoloAs regras gerais para o uso da Bandeira de Portugal esto definidas pelo Decreto-Lei n 150/87. Deve seguir-se, alm disso, o que est estabelecido pela tradio e pelas regras protocolares internacionais. .[editar] Bandeira de Portugal quando hasteada com outras bandeiras

Bandeira de Portugal hasteada no Castelo de So JorgeQuando hasteada, conjuntamente com outras bandeiras, a Bandeira de Portugal dever ter sempre precedncia sobre todas as restantes. Esta precedncia aplica-se a todas as bandeiras incluindo a Bandeira da Unio Europeia, bandeiras nacionais estrangeiras, bandeiras regionais, bandeiras municipais, bandeiras privadas e outras. Devem ser seguidas as seguintes regras genricas:1. A Bandeira de Portugal dever ser sempre de dimenso superior ou igual das outras bandeiras;2. Se forem hasteadas 2 ou mais bandeiras no mesmo mastro, a Bandeira de Portugal ocupar o topo do mesmo;3. Se existirem 2 mastros, a Bandeira de Portugal ocupar o da direita (de quem est de costas para o edifcio ou recinto);4. Se existirem 3 mastros, a Bandeira de Portugal ocupar o do centro;5. Se existirem 4 mastros ou mais, a Bandeira de Portugal ocupar o mais direita (de quem est de costas para o edifcio ou recinto);6. Se existirem mastros de diferentes alturas, a Bandeira Nacional ocupar sempre o topo do mais alto.[4][editar] Bandeira a meia hasteEm ocasies de luto nacional ou local, as autoridades podem decretar que a Bandeira de Portugal seja hasteada a meia haste, segundo as seguintes regras:1. Antes de ser colocada a meia haste, a Bandeira de Portugal iada at ao topo da haste e, s depois, descida at meio;2. Depois de ter sido colocada a meia haste, para ser arriada, volta a ser iada at ao topo e, s ento descida;3. Qualquer outra bandeira que seja hasteada conjuntamente com a Bandeira de Portugal tambm ter que ser colocada a meia haste se aquela o fr.[4][editar] Modo de iar e de arriar

Bandeira de Portugal hasteada no Monumento aos Marinheiros Portugueses mortos na Grande Guerra, em Ponta DelgadaA Bandeira de Portugal dever ser iada de forma viva e enrgica, mas dever ser arriada de forma lenta e cerimoniosa.Quando sejam hasteadas vrias bandeiras em conjunto, a Bandeira de Portugal dever ser a primeira a ser iada e a ltima a ser arriada.[editar] Dias e locais onde deve ser hasteadaA Bandeira de Portugal dever ser hasteada todos os dias, no seguintes locais:1. Sedes dos rgos de Soberania Nacional.Dever ser hasteada, pelo menos, aos domingos, feriados e em outros dias em que tal seja decretado pelas autoridades competentes, nos seguintes locais:1. Instalaes de outros rgos das administraes pblicas, central, regional e local;2. Sedes de institutos e de empresas pblicas;3. Monumentos nacionais.Alm daqueles, a Bandeira de Portugal pode ser hasteada em qualquer outro local - pblico ou privado - desde que sejam cumpridas as regras do protocolo e das precedncias.Nos dias e locais onde a Bandeira de Portugal seja hasteada deve ser iada s 9h00 e arriada ao pr do Sol. Opcionalmente, a Bandeira de Portugal pode permanecer hasteada durante a noite, se estiver iluminada por holofotes.[4][editar] Modo de dobrarQuando for dobrada, especialmente em cerimnias, a Bandeira de Portugal, dever s-lo de modo a que, no final resulte um rectngulo com a largura e comprimento do Escudo Nacional. A dobragem dever ser feita por, normalmente, quatro pessoas, seguindo os seguintes passos:PassoDescrioExemplo

IncioColoca-se a bandeira na horizontal, segura pelas bordas da tralha e do batente.

PrimeiroDobra-se o tero superior para trs

SegundoDobra-se o tero inferior para trs

TerceiroDobra-se o lado do batente (encarnado) para trs

QuartoFinaliza-se, dobrando-se o lado da tralha (verde) para trs

[editar] Outras bandeiras oficiais de PortugalA Bandeira de Portugal , essencialmente, a Bandeira Nacional de uso geral. Existem, no entanto, variantes da Bandeira de Portugal para uso especfico de certos rgos e autoridades do Estado Portugus. Estas ltimas so, essencialmente, as bandeiras de uso militar e as bandeiras distintivas de magistrados e rgos do Estado.[editar] Bandeiras militares

Estandarte Nacional num desfile militarO Decreto n 150, de 30 de Junho de 1911, que definiu as caractersticas da Bandeira Nacional, definiu tambm as caractersticas das bandeiras das unidades militares (tambm conhecidas como bandeiras regimentais e, actualmente, designadas estandartes nacionais), do Jaque Nacional e da Flmula Nacional.O Estandarte Nacional a verso para desfile da Bandeira de Portugal. Existe um exemplar por cada por cada uma das unidades militares ou militarizadas que a ele tm direito, sendo transportado em paradas ou em outras cerimnias. O modelo padro foi estabelecido em 1911 e consiste numa bandeira talhada em seda, com as dimenses de 1,20 m x 1,30 m. As Armas Nacionais so rodeadas por duas vergnteadas douradas, cruzadas em baixo, e presas por um lano branco com a inscrio "Esta a Ditosa Ptria Minha Amada".[1]Apesar do um modelo padro definido, os diferentes ramos das Foras Armadas e outros corpos militarizados ou civis, usam estandartes nacionais de diversos modelos diferentes, quer em termos de dimenses, quer em termos de ordenao. Por exemplo, os actuais estandartes nacionais do Exrcito medem apenas 0,90 m x 0,90 m. J os estandartes nacionais da Marinha, seguem o modelo padro em termos de dimenses, mas no seu ordenamento acrescentada uma cruz de Cristo, bordada no canto superior junto tralha.O Jaque Nacional hasteado na popa dos navios de guerra da Marinha Portuguesa e significa que o navio est em estado de armamento. quadrado, com o campo encarnado rodeado de uma orla verde, tendo ao centro as Armas de Portugal.[1]A Flmula de Portugal a bandeira hasteada no mastro principal das embarcaes, sob comando de oficiais, ao servio da Marinha ou de outras instituies do Estado Portugus. A flmula uma bandeira longa e triangular, verde e vermelha.[1]Estandarte Nacional (modelo padro)Jaque NacionalFlmula Nacional

[editar] Bandeiras distintivas de entidades do EstadoVrios altos magistrados e rgos do Estado Portugus, usam uma variante da Bandeira de Portugal, como distintivo pessoal ou colectivo. Estas bandeiras so hasteadas em edifcios, automveis, aeronaves, embarcaes ou outros locais onde se encontram os altos magistrados ou os representantes dos respectivos rgos.Bandeira do Presidente da Repblica PortuguesaBandeira da Assembleia da Repblica PortuguesaBandeira do primeiro-ministroBandeira de ministro do Governo da Repblica PortuguesaBandeira de governador civil de distrito

[editar] Herldica e opinies discordantesEmbora hoje em dia esteja profundamente enrazada no povo portugus, a Bandeira Verde-Rubra rejeitada por aqueles que discordam da imposio sem consulta ao povo de cores historicamente alheias identidade nacional, independentemente do regime de chefia de Estado em que o pas viva, monarquia ou repblica. Os monrquicos, por exemplo, continuam a utilizar a tradicional bandeira liberal azul e branca de 1830.Outro problema a questo herldica: nas regras da herldica, o verde e o vermelho so dois esmaltes, e como tal nunca deviam entrar em contacto um com o outro (a herldica permite apenas a justaposio de esmaltes e metais ou seja, das demais cores com o branco/prata e o amarelo/ouro). Sendo assim, muitos estudiosos da herldica consideram a bandeira portuguesa (bem como, por exemplo, as da Litunia ou do Vaticano), como "erros herldicos".[editar] Histria e evoluo[editar] c. 1095 a 11391143

1:1? ? (c. 1095)A ostentao de bandeiras era algo de relativamente recente nesta poca. As bandeiras derivavam dos escudos de armas usados pelos senhores feudais (o primeiro braso tornado bandeira parece ter sido o do reino de Jerusalm, por concesso do Papa Urbano II).O escudo do Condado Portucalense era o do conde D. Henrique, o qual consistia numa simples cruz azul sobre fundo de prata (idntico, curiosamente, ao braso da cidade porturia de Marselha).Duarte Nunes de Leo na Cronica Brando na Monarquia (3.part.lib.10.cap.17) diz que as cores com que era pintado o escudo de D. Afonso Henriques eram branco assentando nele uma cruz azul daquele feitio que se chama potentea, por ter a haste mais comprida que os braos.A historicidade desta bandeira discutvel, pois grande parte das suas referncias surgem aquando das grandes comemoraes patrocinadas pelo Estado Novo Portugus em 1940, designadamente na Exposio do Mundo Portugus.[editar] 11391143 a 1185

1:1? ?(c. 1139 / 1143)No seguimento da independncia de Portugal, embora sem provas histricas que corroborem tal teoria, Afonso Henriques teria sobreposto cruz azul do seu escudo os besantes (ou dinheiros), indicando assim que o dono desse escudo de armas poderia cunhar dinheiro sinal de clara reivindicao de autonomia face a Afonso VII. No obstante, no era esse o nico motivo: os besantes, como pregos de ao que eram, podiam oferecer mais solidez ao escudo. De acordo com a tradio, esta incluso dos dinheiros estaria relacionada com o milagre de Ourique, segundo o qual Jesus Cristo teria aparecido ao rei, dando-lhe a vitria. Assim, Afonso Henriques teria colocado no seu escudo de armas os trinta dinheiros pelos quais Jesus foi vendido (ou segundo outra leitura, as suas cinco chagas). Note-se, contudo, que o suposto milagre de Ourique foi forjado sculos depois dos acontecimentos pelos monges de Alcobaa.Esta bandeira constitui a interpretao de Trindade Coelho (in Manual Poltico do Cidado Portuguez), posto que a maior parte da bibliografia prope, como bandeira deste perodo, uma idntica do conde D. Henrique. A proposta de Trindade Coelho tem a vantagem de dar uma possvel explicao para o aparecimento dos besantes e dos escudetes.

[editar] 1185 a 12451248

1:1 ? (1185)O sucessor de D. Afonso Henriques, D. Sancho I, substituiria a cruz azul por cinco quinas da mesma cor. Diz a tradio que, do escudo que D. Afonso Henriques recebera do pai, com uma cruz azul, qual sobrepusera os besantes, nada mais restava que os pregos que representavam os dinheiros e pequenos pedaos de tecido azul a eles pegados, dando assim a impresso dos cinco escudetes de quinas que ainda hoje a bandeira possui. A cruz azul desaparecia, assim, definitivamente e estava encontrado o elemento central das armas da nao nascente (esta teoria uma curiosa interpretao de Trindade Coelho no seu Manual Poltico do Cidado Portuguez, para explicar como surgiram os besantes e os escudetes). Os escudetes eram cinco, postos em cruz, sendo que os dos flancos se achavam derribados e apontados ao centro, e cada escudete estava semeado de um nmero elevado e indeterminado de besantes.

[editar] 12451248 a 13831385

1:1 ? (1248)De acordo com as prticas herldicas da poca, por no ser filho primognito de D. Afonso II, ao herdar o trono de seu irmo D. Sancho II por imposio do papa Inocncio IV, Afonso III no poderia usar armas limpas, isto , usar o braso de seu pai sem introduzir alteraes. Pensa-se que a introduo da bordadura vermelha castelada a ouro tivesse a ver com o facto de sua me (Urraca de Castela), ser castelhana ou, em menor probabilidade, influenciado pelo seu casamento com Beatriz de Castela.No entanto, a tradio fixou outra histria, corroborada por inmeros cronistas ao longo da nossa histria (Duarte Nunes do Leo, Frei Antnio Brando, etc.) a de que os castelos representavam as fortalezas tomadas por Afonso III aos mouros no Algarve. Estes representam, assim, a integrao do Reino mouro do Algarve na coroa de Portugal, doravante chamada de Reino de Portugal e do Algarve. Estes cronistas referem vrios castelos, no concordando, porm, entre si, quanto a quais (Albufeira, Aljezur, Cacela, Castro Marim, Estmbar, Faro, Loul, Paderne, Porches e Sagres), pelo que, embora escrevam numa altura em que se achava j fixado em sete o nmero de castelos, aludem a um nmero superior. Foi nesta teoria que a comisso encarregue de propor o desenho da nova bandeira republicana, em 1910, se baseou para justificar heraldicamente a presena e o significado dos sete castelos na bordadura.Desconhece-se o nmero exacto, quer de castelos na bordadura, quer de bezantes nos escudetes.[editar] Crise de 1383-1385

1:1 ? (1383)Esta bandeira no uma das bandeiras histricas do pas e figura aqui a mero ttulo de curiosidade e interesse histrico (veja-se a igualmente quimrica bandeira de Afonso V de Portugal).Em 1383, com a morte de D. Fernando, aclamada rainha de Portugal em algumas localidades a sua nica filha, D. Beatriz, ento casada com o monarca de Castela, Joo I. Este desde logo mandou adicionar as armas de Portugal s suas, colocando-as por baixo do braso de Castela (como se v na imagem da esquerda), tal como se depreende na Crnica de D. Joo I, de Ferno Lopes: Vinha o arcebispo de Toledo com capa bem rica, e mitra na cabea, e todos os conegos, e clerezia da cidade rezando, e traziam a bandeira das armas de Castella, e os signaes de Portugal, e concertos em baixo (captulo LV).

1:1 ? (1383)Sucedeu, porm, que ao sair da S de Toledo, onde foi aclamado s vozes de Real, real, por el-Rei D. Joo de Castela e de Portugal pelos dignitrios castelhanos e os membros do squito de D. Beatriz a presentes, quando a bandeira era transportada pelo alferes-mor Juan Hurtado de Mendoza, que seguia a cavalo, descoseu o vento os signaes de Portugal, que iam debaixo, e ficaram pendurados, e o cavallo em que ia o alferes foi topar em um canto da S, e quebrou lhe uma espdua, e cahiu com elle. Alguns que esto viram tiveram-no a mau signal, dizendo entre si que nunca el-Rei de Castella havia de ser Rei de Portugal, e disseram a el-Rei de Castella que no era bem de os signaes de Portugal andarem assim em fundo. E elle logo mandou poer os signaes ambos em escudo eguaes. (Ferno Lopes, Crnica de D. Joo I, captulo LVI). A quimrica bandeira armorial de Portugal e Castela, um reino que nunca existiu, tomou ento o aspecto com que surge representada direita (idntica s armas constantes nos selos que sobreviveram dos documentos assinados por D. Beatriz como pretensa rainha de Portugal).Tal bandeira no poderia nunca figurar na galeria das bandeiras nacionais. Foi a bandeira derrotada e capturada na batalha de Aljubarrota. Consider-la uma bandeira nacional seria to absurdo como dizer que D. Joo I e Nuno lvares Pereira lutaram contra a bandeira de Portugal! Pelo tratado ou contrato antenupcial de Salvaterra de Magos, de Maro de 1383, D. Beatriz e D. Joo I de Castela seriam soberanos nominais ou de jure de Portugal, sem qualquer poder efectivo ou de facto de governao (Crnica de el-rei D. Fernando, captulo CLVIII). Este acto de criar uma bandeira conjunta para ambos os reinos, os quais se deviam manter separados, assim como o de nomear um Alferes-mor de Castela e de Portugal, configuram actos efectivos ou de facto de governao e constituem as duas primeiras violaes substanciais do tratado de Salvaterra cometidas por Joo I de Castela. Assim logo o entendeu o fidalgo portugus Vasco Martins de Melo, a quem Joo I de Castela ofereceu esse cargo de Alferes-mor e pediu que tomasse logo aquela bandeira e levantasse-a por ele segundo costume quando fazem algum rei novamente. Vasco Martins disse que lho tinha em grande merc, mas que tal carrego no filharia por ele ser vassalo delRei dom Fernando e seu Guarda-mor, e que poderia ser de se recrescer depois guerra contra o reino de que ele era natural, e cair em caso de menos valer (Crnica de el-rei D. Joo I, captulo LV). Jamais tendo sido hasteada em Lisboa, enquanto capital do reino sempre fiel ao Mestre de Avis, e em muitas cidades e vilas do pas, esta bandeira esvoaou durante cerca dum ano e meio nas alcovas dos vrios castelos que reconheceram o governo ilegtimo de Joo I de Castela e D. Beatriz, designadamente o de Santarm, onde D. Beatriz e o seu marido se instalaram na tentativa do reconhecimento do seu poder de facto. Mas a cada seu novo acto de governo de facto constitua-se mais uma violao do tratado antenupcial de Salvaterra, pelo que no de estranhar a afirmao do Doutor Joo das Regras, nas Cortes de Coimbra de 1385: Pois se ns houvssemos de reptar por traidores quantos em tal caso caram, britando seu juramento, e de demandar tantos cem mil marcos d'ouro quantos elRei encorreu de penas, depois que ele jurou estes tratos e os comeou de quebrar, no abundaria o reino de Castela, ainda que todo o metessem em prego, para paga de to grande soma (capitulo CLXXXV).

[editar] 1385 a 1475 e 1479 a 1485

1:1 ? (1385)Com a subida ao trono do Mestre de Avis, D. Joo, produziu-se nova quebra na continuidade dinstica, j que no era filho legtimo de D. Pedro I; assim sendo, para se distinguir do predecessor (o seu meio irmo D. Fernando I), adicionou s armas nacionais a flor-de-lis verde que constitua o smbolo da Ordem de Avis, ficando cada uma das quatro pontas visvel sobre a bordadura dos castelos.

1:1 ? Bandeira de S. Jorge. a primeira bandeira cuja historicidade est comprovada todas as anteriores so reconstrues. tambm nesta poca que surgem as primeiras referncias ao uso do termo quina para designar os escudetes das armas nacionais.Esta bandeira esteve na origem da bandeira da organizao de juventude salazarista: a Mocidade Portuguesa.Paralelamente bandeira armorial de Portugal, generalizou-se o uso da chamada Bandeira de So Jorge, santo protector de Portugal na luta contra os Castelhanos. Esta bandeira consistia numa cruz vermelha firmada sobre campo branco, semelhante s bandeiras de Inglaterra, de Gnova ou de Barcelona, que tambm tinham So Jorge por patrono. Esta bandeira continuar em utilizao durante os reinados seguintes, sendo uma das que se destacam nas tapearias de Pastrana, que retratam a tomada de Arzila por D. Afonso V.[5][editar] 1475 a 1479

1:1 ? (1475)Em 1474, falece o rei de Castela, Henrique IV. O rei deixava como herdeira a sua filha Joana, chamada a Beltraneja pelos seus detractores, que apoiavam a meia-irm de Henrique, Isabel, como candidata ao trono. Na esperana de fazer valer os direitos da sua filha, o defunto rei pedira ao cunhado, D. Afonso V que casasse com a sobrinha, no sentido de legitimar a sua dbil posio como herdeira. Em 1475 D. Afonso d sequncia ao projecto de Henrique e casa com Joana, junta ao seu ttulo rgio o da Coroa de Castela (Rei de Castela, de Leo, de Portugal, de Toledo, de Galiza, de Sevilha, de Crdova, de Jen, de Mrcia, dos Algarves d'Aqum e d'Alm Mar em frica, de Gibraltar, de Algeciras, e Senhor da Biscaia e de Molina) e procede tambm a uma alterao nas suas armas, exibindo um escudo esquartelado, com as armas de Portugal no I e IV quartis, e as de Castela no II e III. No ano seguinte, quando invade Castela e derrotado em Toro, esta a bandeira que as suas hostes transportam - e esta a bandeira que o quase-mtico alferes-mor Duarte de Almeida, o Decepado, defende com a maior valentia, tendo perdido ambas as mos na defesa do estandarte nacional e acabando a segur-lo com os dentes. esta tambm a bandeira que acompanha o rei D. Afonso V na sua deslocao at Frana, onde tenta desesperadamente obter auxlio junto do rei Lus XI para prosseguir a guerra contra Isabel e Fernando de Arago, seu marido.[editar] 1479 a 1485

1:1 ? (1385)Aps a assinatura do Tratado das Alcovas-Toledo, em 1479, e a renncia de D. Afonso V, em seu nome prprio, e no de sua mulher, D. Joana, Coroa de Castela, voltou-se anterior frmula da bandeira nacional.

[editar] 1485 a 1495Um sculo volvido, D. Joo II foi o responsvel pela elaborao do escudo de armas portugus tal como hoje o conhecemos, nos seus traos gerais. Foi tambm o ltimo rei portugus a usar uma bandeira armorial. Assim, em 1485 (segundo o relato de Rui de Pina na sua crnica de D. Joo II) ordenou a supresso da flor-de-lis da Ordem de Avis da bandeira (por sentir que a mesma estava margem da identidade nacional que o escudo dos castelos e quinas comeavam a transmitir). Estabeleceu igualmente a colocao vertical das quinas laterais do escudo, uma vez que os escudetes derribados poderiam ser heraldicamente considerados como sinal de bastardia ou derrota, o que no era o caso. Finalmente, ordenou a fixao definitiva do nmero de castelos da bordadura em sete e dos besantes em cada quina em cinco, dispostos em aspa (esta ltima deveu-se, em parte, grande devoo que o soberano tinha pelas cinco chagas de Cristo). Contudo, o seu sucessor D. Manuel voltaria a frmulas antigas, nomeadamente usando, mais frequentemente bandeiras com 8 castelos.1:1 ? (1485) Verso com 7 castelos1:1 ? (1485) Verso com 8 castelos

[editar] 1495 a 1521Dez anos depois, D. Joo II sucedido pelo primo, o Duque de Beja, D. Manuel I. com o novo Rei a bordadura do escudo voltou a ser carregada com um nmero superior a sete castelos (embora tambm haja representaes com apenas sete), terminando em forma de cunha. Igual forma assumiam os pequenos escudetes no seu interior. Por fim, D. Manuel I ordenou que sobre o escudo fosse colocada uma coroa real aberta, smbolo de autoridade rgia e da centralizao do Estado que tanto ele como o seu antecessor procuraram levar a cabo.Vrios autores indicam que, neste reinado - ou mesmo j no reinado anterior - teria sido feita uma alterao bandeira. As armas reais teriam passado a estar assentes sobre um campo branco de formato quadrangular ou rectangular (at aqui, a bandeira mais no era que a quadratura do escudo de armas uma bandeira armorial). Apesar desta bandeira vir includa em quase todas as histrias da Bandeira de Portugal, o seu uso discutvel, j que, na iconografia da poca, aparece sempre a bandeira armorial de 1485, pelo menos, at ao reinado de D. Sebastio.Refira-se, ainda, que, durante o reinado de D. Manuel, devido intensa actividade martima, frequentemente usado como pavilho naval portugus a bandeira da Ordem de Cristo, j que esta a grande ordem ligada s viagens de expanso.Tambm bastante usado o estandarte pessoal do Rei. usada uma verso em que a esfera armilar aparece sobre um campo franchado de branco e vermelho e outra em que est sobre um campo talhado.1:1 ou 2:3 ? (1495)1:1 ou 2:3 ? (1495)1:1 ?Bandeira da Ordem de Cristo1:1 ou 2:3 ? (1495) Estandarte pessoal de D. Manuel I1:1 ou 2:3 ? (1495) Estandarte alternativo pessoal de D. Manuel I

[editar] 1521 a 1578

1:1 ou 2:3 ? (1521)Com a subida ao trono do filho de D. Manuel I, D. Joo III, procedeu-se a alteraes menores no formato e composio do escudo. Seguindo o gosto humanista, tpico da poca, estabeleceu-se o formato redondo na parte inferior do escudo (formato dito portugus), acompanhando as quinas a mesma alterao. Foi neste reinado que o nmero dos castelos parece ter voltado definitivamente aos sete.

[editar] 1578 a 1580

2:3 ? (1578)Pouco antes de embarcar para frica e de perder a vida em Alccer-Quibir, D. Sebastio ordenou uma mudana aparentemente insignificante, mas de grande significado poltico procedeu substituio da coroa aberta por uma coroa real fechada. Este pormenor simbolizava o reforo da autoridade rgia atravs da conquista de Marrocos e da obteno de um ttulo imperial, que a coroa fechada simbolizava. De igual forma, ao gosto da poca maneirista, regressou-se ao escudo em formato ogival. Parece ter sido a primeira bandeira portuguesa com formato rectangular; anteriormente todas eram quadrangulares.

Estandarte pessoal de D. Sebastio.O decreto de D. Sebastio relativo bandeira determinou tambm que, doravante, e semelhana do que j antes fizera D. Joo II, se estabelecesse para sempre em nmero de sete os castelos na bordadura.De observar que, na altura em que D. Sebastio partiu para o Norte de frica, usava um estandarte pessoal carmesim, com as Armas Reais bordadas numa face e a imagem de Cristo na outra.[6]

[editar] 1580 a 1640

2:3 Bandeira militar dos Habsburgos, utilizada pelas embarcaes de guerra portuguesas em esquadras conjuntas.

3:2 Bandeira armorial dos Habsburgos: as armas de Portugal em ponto de honra, no abismo do chefe.

2:3 ? (putativa bandeira de 1580)Durante o governo dos Filipes, uma vez que o reino de Portugal permanecia, de jure, separado dos demais domnios dos Habsburgos de Espanha, Portugal manteve as suas armas e bandeira. Este facto decorre do princpio de unio dinstica, segundo o qual existiam na Pennsula Ibrica dois reinos diferentes com um s rei.Foi nas armas familiares dos Habsburgos de Espanha que se verificou uma mudana, com a sobreposio do escudo portugus ao conjunto Leo-Castela/ Arago-Catalunha-Npoles-Siclia). Esta honrosa posio do escudo portugus no conjunto armorial dos domnios da Coroa Espanhola fora um dos pontos mais debatidos entre o Cardeal D. Henrique e Filipe II de Espanha (atravs dos seus plenipotencirios em Lisboa, Cristvo de Moura e o Duque de Ossuna). A partir do momento em que o rei portugus compreendeu que seria impossvel resistir presso castelhana para a absoro de Portugal, o velho cardeal pediu ao monarca espanhol que o escudo de armas portugus ocupasse um dos lugares mais distintos nas suas novas armas (eventualmente, todo o primeiro quartel do escudo, onde se achavam as armas de Leo e Castela, reformulando a localizao dos demais brases dentro do escudo). Os embaixadores de D. Filipe recusaram esta proposta, por considerarem que Sua Majestade Catlica no poderia fazer to notvel agravo aos mais antigos domnios da sua monarquia[7] (Castela e Arago), mas que, no obstante, daria s armas de Portugal o lugar de pea mais honrosa do escudo. Assim sendo, acabou por coloc-las no abismo do chefe, o ponto importante e digno do escudo.Note-se que esta bandeira, no entanto, no relativa a um pas ou um estado. Representa isso sim, o poder de uma famlia real sobre os seus vrios domnios europeus. Curiosamente ou no, a sua utilizao em Portugal foi pouco expressiva, tendo apenas sido usada a bandeira armorial dos Habsburgos por ocasio das deslocaes de Filipe II a Tomar e de Filipe III a Lisboa (1619). Subsistem ainda alguns exemplares das armas em espcimes numismticos e em algumas peas de artilharia preservadas no Museu Militar e no Museu da Marinha.Por outro lado, a bandeira dos Habsburgos da Espanha (a cruz vermelha aspada da Borgonha) torna-se co-oficial, juntamente com o pavilho portugus, para efeitos de utilizao martima.Contudo, em certas representaes (de origem desconhecida) surge a bandeira adoptada por D. Sebastio rodeada por 16 ramos de oliveira (com dez ps visveis e os seis restantes ocultos), dando particular realce ao escudo portugus. Assim, se a conservao das armas e bandeira nacional parece demonstrar o respeito dos monarcas filipinos pelos costumes e independncia de Portugal, tal como acordado nas Cortes de Tomar, a presena dos elementos vegetais podem representar, consoante as teorias: aluso ao apelido Silva do Marqus de Alenquer, Vice-Rei de Portugal, com o objectivo de melhor distinguir, ao longe, a bandeira portuguesa da castelhana (tambm branca com as armas ao centro); a alegria demonstrada pelo novo rei em obter o domnio de Portugal (ou ao invs, a alegria das classes dirigentes portuguesas, encantadas com uma unio que previam benfica, sobretudo a nvel econmico); a relativa paz com que se fizera a juno da coroa de Portugal aos domnios dos Habsburgos (mau grado a batalha de Alcntara), ou o desejo do novo rei de que a paz voltasse a reinar clere em Portugal; ser um smbolo da vitria de Castela, demonstrando assim a conquista e submisso de Portugal. Esta interpretao parece pouco consistente, tendo em conta o esforo que D. Filipe II fez para pacificar o pas e no ferir o seu orgulho; por fim, como Filipe II entrou em Elvas, a fim de se deslocar s Cortes de Tomar e a ser jurado rei, em Dezembro de 1580, precisamente quando os camponeses festejavam a colheita das oliveiras, h tambm quem sugira que o novo monarca decidiu acrescentar bandeira portuguesa aquele elemento vegetal em lembrana dessa viagem, ou ento serem os ramos de oliveira um convite para o povo portugus se dedicar mais ao trabalho agrcola, to descurado ao longo do sculo XVI.Ao que parece, a dita bandeira ter sido adoptada em 1616[8][9].[editar] 1640 a 1667Com a restaurao da independncia, isto , com o fim do domnio da Dinastia Filipina, a bandeira permaneceu inalterada, excepto num pequeno detalhe esttico o regresso ao escudo portugus redondo. No essencial, esta foi a base da bandeira usada por Portugal at ao liberalismo. Durante o perodo considerado, foi tambm amplamente usada a bandeira da restaurao, que era a bandeira da Ordem de Cristo com fundo verde.Entretanto, o rei D. Joo IV, por decreto de 25 de Maro de 1646, declara Padroeira do Reino Nossa Senhora da Conceio. Nessa altura teria agregado bandeira nacional uma orla azul. Tambm teria usado uma bandeira com o campo totalmente azul.No reinado de D. Joo IV as tropas empenhadas na Guerra da Restaurao usam como estandarte de guerra, uma bandeira verde com a cruz de Cristo.[6]2:3 ? (1640)2:3 ? (1646)2:3 ? (1646)1:1 ? (1640) Bandeira de guerra

[editar] 1667 a 1707Neste ano d-se o golpe de estado que afasta do poder D. Afonso VI e coloca na regncia do reino o seu irmo D. Pedro II, que procede a nova mudana na bandeira (pelos mesmos motivos que Afonso III, Joo I e Manuel I). A coroa real fechada com trs arcos passa a ter cinco arcos visveis, simbolizando assim um novo reforo da autoridade rgia.D. Pedro usou como bandeira pessoal as armas nacionais sobre fundo verde.Como se entendia que s os navios de guerra do Rei deveriam usar uma bandeira com as Armas Reais, as embarcaes mercantes usam bandeiras alternativas. As embaracaes costeiras usam uma bandeira com faixas verdes e brancas. As embarcaes que navegam para o Brasil usam uma bandeira branca com a esfera armilar - smbolo do Principado do Brasil.Tambm provvel que tenha sido a partir do reinado de D. Pedro II que os navios de guerra portugueses tivessem passado a hastear uma flmula verde e branca.2:3 ? (1667)2:3 ? (1667) Estandarte pessoal de D. Pedro II2:3 ? (1667) Bandeira da navegao costeira2:3 ? (1667) Bandeira da navegao para o Principado do BrasilFlmula naval

[editar] 1707 a 1816Com a subida ao trono de D. Joo V, as mudanas na bandeira so meramente cosmticas, atendendo apenas ao gosto da poca barroca. A borda inferior passa a terminar em arco contracurvado (escudo dito francs) e acrescentado um barrete prpura coroa real. Note-se, no entanto, a importncia simblica da cor prpura, que a cor imperial por excelncia. A essa alterao no alheia a descoberta de ouro no Brasil, que possibilitou o financiamento de tantas das obras e de todo o fausto deste reinado, incluindo a atribuio, por parte do Papa, da dignidade de Patriarcado cidade de Lisboa (1716) e a concesso do ttulo de Sua Majestade Fidelssima a el-rei D. Joo V e seus sucessores (1744).O prprio D. Joo V usou as armas nacionais assentes num pavilho vermelho/prpura como seu estandarte pessoal. Este pavilho tornar-se-ia no estandarte pessoal dos Reis de Portugal at 1910. medida que nos aproximamos do final do sculo XVIII, o formato exterior do escudo torna-se mais intrincado e complexo, de acordo com os padres artsticos da poca, influenciados pelo rococ.Ter sido tambm em meados do sculo XVIII que a flmula naval portuguesa ter passado a ser totalmente branca.2:3 ? (1706)2:3 (1706) Bandeira rodeada pelo colar da Ordem de Cristo2:3 Estandarte pessoal de D. Joo V2:3 ? (segunda metade do sculo XVIII)Flmula naval

[editar] 1816 a 1826Por decreto do prncipe regente D. Joo, assinado em 16 de Dezembro de 1815, o Brasil foi elevado condio de Reino dentro do Estado Portugus, que passou a ter a designao oficial de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Assim, procedeu-se a uma nova alterao nas armas nacionais, sancionada por carta de lei de Joo VI de Portugal em 13 de Maro de 1816.Para representar o Brasil no quadro do novo reino, foi posta por detrs do escudo uma esfera armilar de ouro em campo de azul, sobrepondo a todo o conjunto a coroa real fechada (do mesmo modo que, lendariamente, as quinas representavam o reino de Portugal e a bordadura dos castelos representava o reino do Algarve.Recuperou-se, assim, um velho smbolo associado imagtica imperial manuelina para representar o novo reino.Segundo algumas teorias, o prprio Reino do Brasil teria direito a uma bandeira prpria, que era semelhante do Reino Unido, excepto pela ausncia do escudo de armas portugus. Sendo vlida essa teoria, o Reino de Portugal e dos Algarves, seria representado por uma bandeira s com o escudo portugus e sem a esfera armilar. Na verdade, pouco provvel que estas bandeiras tenham existido, sendo o mais provvel apenas o uso da bandeira comum ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.As armas nacionais, que consistiam no escudo portugus envolvido pelo colar da Ordem de Cristo e por dois grifos passou inclusivamente a ter trs grifos, simbolizando o novo reino do Brasil integrado na Coroa Portuguesa.2:3 ?Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816)2:3 ?Hipottica bandeira do Reino de Portugal e dos Algarves, dentro do Reino Unido

[editar] 1826 a 18301834Tendo a independncia do Brasil sido oficialmente reconhecida em 1825 por Portugal (Tratado do Rio de Janeiro), aps a morte do rei D. Joo VI, em Maro de 1826 voltou-se antiga expresso da bandeira, adoptada por D. Joo V em 1707. Com efeito, no fazia sentido manter nas armas nacionais um smbolo que representava um pas agora independente.Esta bandeira foi abandonada em 1830 pela Rainha D. Maria II e pelos liberais. No entanto, manteve-se em uso pelos partidrios de D. Miguel I e do absolutismo at sua derrota e capitulao em vora Monte, em 1834.De observar que, no reinado de D. Miguel I, os navios de guerra portugueses teriam passado a hastear, proa, um jaque branco com uma orla vermelha e as Armas Reais ao centro. At ento, a bandeira de popa dos navios de guerra era idntica bandeira de popa.2:3 ? (1826)Jaque naval

[editar] 1830 a 1910A ltima bandeira da Monarquia entrou em vigncia pelo decreto de 18 de Outubro de 1830, emitido pelo Conselho de Regncia em nome da rainha Maria II de Portugal, Conselho esse que se achava exilado na Ilha Terceira, no quadro da guerra civil de 18321834.Este, determinava que a bandeira nacional passasse a ser verticalmente bipartida de branco e azul, ficando o azul tralha; sobre o conjunto, ao centro, deveria assentar as armas nacionais, metade sobre cada cor.O branco e o azul tinham sido adoptados como cores nacionais por decreto das Cortes Gerais da Nao de 22 de Agosto de 1821, na sequncia da revoluo liberal do ano anterior. A bandeira nacional tinha, no entanto, mantido a mesma ordenao, com o campo totalmente em branco.Reza a tradio que a primeira bandeira constitucionalista teria sido bordada pela prpria rainha Maria II de Portugal e trazida para o continente pelos Bravos do Mindelo, quando desembarcaram nas proximidades em Vila do Conde para conquistarem o Porto, onde viriam a ficar sitiados ao longo de mais de um ano.Tem-se gerado alguma controvrsia acerca das propores do branco e do azul nesta bandeira; a bandeira para uso terrestre era igualmente bipartida de branco e azul; a para uso naval, essa sim, apresentava o azul e o branco na proporo de 1:2, um pouco semelhana do que sucede com o actual pendo nacional portugus.Ao mesmo tempo foi introduzido um novo Jaque Nacional para os navios de guerra. Era branco, com uma orla azul e as Armas Nacionais ao centro. Foi tambm introduzida uma nova Flmula Nacional, azul e branca.2:3 (1830)2:3 (1830)Jaque NacionalFlmula Nacional

D. Pedro IV usou um estandarte pessoal, rectanguar armorial, cujo campo era totalmente ocupado pelas Armas de Portugal. A partir de D. Maria II, os Reis continuaram a usar estandartes pessoais vermelhos, com as Armas Nacionais ao centro.[6]Estandarte Imperial de D. Pedro IVEstandarte Real a partir de D. Maria IIVariante do Estandarte Real, usada por D. Pedro V

[editar] Desde 1910

2:3 Actual bandeira portuguesaLogo aps a Revoluo Republicana, em 5 de Outubro de 1910, a Bandeira da Monarquia Constitucional foi abolida, e o Estado promoveu um concurso de bandeiras para representar o novo governo.Houve ento um grande debate para decidir sobre a manuteno do azul e branco da monarquia ou pela adopo do verde e vermelho do Partido Republicano Portugus. Embora muitas das propostas para bandeiras se centrassem no azul e branco (como, entre outras, a do poeta Guerra Junqueiro), o vencedor final foi uma bandeira vermelha e verde, cores associadas ao PRP desde a fracassada revolta de 31 de Janeiro de 1891. Os autores do actual desenho do smbolo ptrio por excelncia so Columbano Bordalo Pinheiro, Joo Chagas e Abel Botelho. Para a escolha da nova bandeira o Governo no esperou pela opinio da assembleia constituinte nem procedeu realizao de um plebiscito, como foi reclamado pelos opositores das novas cores da bandeira. Anunciada oficialmente em 30 de Junho de 1911, era baseada na bandeira que Machado Santos, o "heri" da Rotunda usou, bem como a hasteada pelo navio rebelde Adamastor, durante a Revoluo Republicana. O governo ordenou desde logo Cordoaria Nacional que fossem confeccionadas em larga escala, para que fossem hasteadas por todo o pas nas reparties oficiais no 1. de Dezembro seguinte, feriado que se tornou na altura o Dia da Bandeira.Mesmo com duas revolues que conduziram a outras tantas mudanas de regime, os sucessivos governos republicanos nunca alteraram o desenho da bandeira.No entanto, a actual Bandeira de Portugal s foi consagrada, constitucionalmente, como smbolo nacional, em 1976, ao entrar em vigor a nova Constituio da Repblica.

Bandeira de Portugal Aplicao ...

Proporo 2:3 Adoo 30 de Junho de 1911 Cores Verde

Vermelho

Amarelo

Azul

Branco

Preto

O braso de armas de Portugal pode ser descrito heraldicamente do seguinte modo:de prata, com cinco escudetes de azul, postos em cruz, cada um carregado por cinco besantes de prata, postos em aspa; bordadura de vermelho carregada de sete castelos de ouro; o escudo sobreposto a uma esfera armilar, rodeada por dois ramos de oliveira de ouro, atados por uma fita verde e vermelhaNas bandeiras militares, a fita surge colorida singularmente apenas de prata com a inscrio retirada d'Os Lusadas: "Esta a ditosa Ptria minha amada".As armas podem-se dividir em duas metades distintas, embora no seja frequente essa distino na herldica portuguesa: as armas maiores so as aqui representadas, ao passo que as armas menores consistem apenas do escudo tradicional (representado na bandeira portuguesa) sobreposto esfera armilar, sem mais enfeites.Quanto ao seu significado, o escudo de prata carregado de escudetes azuis besantados de prata aludem mtica batalha de Ourique, na qual Cristo teria aparecido a D. Afonso Henriques prometendo-lhe a vitria, se adoptasse por armas as suas chagas (em nmero de cinco, donde os cinco escudetes); sobre a origem dos besantes, diz-se ser a representao dos trinta dinheiros pelos quais Judas vendeu Jesus aos romanos (dobrando-se o nmero cinco no escudete central, por forma a totalizar trinta e no vinte cinco). Outros afirmam ser a prova da soberania portuguesa face a Leo, pelo direito que assistia ao soberano de cunhar moeda prpria - de que os besantes mais no so que a constatao herldica desse facto.A bordadura de vermelho carregada de sete castelos de ouro representa, segundo a tradio, o antigo reino mouro do Algarve, conquistado por Afonso III em 1249; a sua origem, porm, muito mais obscura, sendo que, por Afonso III ser colateral de Sancho II, no poder usar armas limpas - e dessa forma, para marcar a diferena face s armas do pai e do irmo, foi buscar s armas maternas (de Castela), o elemento central para o distinguir (os castelos em bordadura vermelha, tal como as armas de Castela eram um castelo de ouro sobre fundo vermelho). Para alm disso, a bordadura, em certos momentos da histria, j possuiu mais do que os sete castelos actuais.Enfim, a esfera armilar de ouro, smbolo pessoal de D. Manuel I representa a expanso martima dos Portugueses ao longo dos sculos XV e XVI. Historicamente, a associao da esfera armilar a D. Manuel deu-se aquando da sua investidura no Ducado de Beja por D. Joo II, em 1484, logo aps o assassnio do seu irmo D. Diogo, Duque de Viseu, tendo D. Joo concedido a D. Manuel, por empresa a esfera armilar, e por mote a misteriosa palavra Spera (que, pela confuso entre o p e o dgrafo ph, com valor de f, acabou sendo lida como Sfera, criando um jogo de palavras entre a esfera, como representao do mundo, e a espera de D. Manuel para alcanar um trono ao qual nunca havia pensado chegar).[editar] Evoluo do Escudo de PortugalEntre 1093? e 1180?Entre 1180? e 1247Entre 1247 e 1385Entre 1385 e 1481

Braso de armas de Portugal

Detalhes Adopo 30 de Junho de 1911 Escudo Portugus; de prata com cinco escudetes azuis em cruz, cada um carregado com cinco besantes de prata em aspa; bordura vermelha carregada com sete castelos de ouro"A Portuguesa"Hino Nacional Portugus

Data: 1890 (com alteraes de 1957)

Letra: Henrique Lopes de Mendona

Msica:Alfredo Keil

I(cantado em actos oficiais)Heris do mar, nobre povo,Nao valente e imortalLevantai hoje de novoO esplendor de Portugal!Entre as brumas da memria, Ptria, sente-se a vozDos teus egrgios avsQue h-de guiar-te vitria!

s armas, s armas!Sobre a terra, sobre o mar,s armas, s armas!Pela Ptria lutarContra os canhes marchar, marchar!

IIDesfralda a invicta Bandeira, luz viva do teu cu!Brade a Europa terra inteira:Portugal no pereceuBeija o teu solo jucundoO oceano, a rugir de amor,E o teu Brao vencedorDeu mundos novos ao mundo!

s armas, s armas!Sobre a terra, sobre o mar,s armas, s armas!Pela Ptria lutarContra os canhes marchar, marchar!IIISaudai o Sol que despontaSobre um ridente porvir;Seja o eco de uma afrontaO sinal de ressurgir.Raios dessa aurora forteSo como beijos de me,Que nos guardam, nos sustm,Contra as injrias da sorte.

s armas, s armas!Sobre a terra, sobre o mar,s armas, s armas!Pela Ptria lutarContra os canhes marchar, marchar!