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VIII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Panamá, 28-31 Oct. 2003 Seleção e formação inicial de servidores públicos: a experiência recente de identificação de perfil na Escola de Administração Fazendária -ESAF, do Ministério da Fazenda do Brasil Luiz Claudino Amaury Patrick Gremaud 1 - Introdução Os cursos para os servidores do Ministério da Fazenda vêm sendo ministrados desde 1945. Nessa época, o ingresso nas carreiras era precedido de algumas palestras, voltadas para a integração do candidato com os demais servidores do órgão em que deveriam trabalhar e cujas atividades de integração constituíam um procedimento não vinculado ao processo seletivo. A partir de 1970, com o ingresso dos Técnicos de Tributação, passou-se a realizar concursos em duas etapas. Na primeira, que costuma alcançar um significativo número de inscrições, os candidatos submetem-se a provas objetivas e discursivas, tendo por base programas divulgados por meio de edital, que estabelece as regras que serão observadas para a seleção, nessa etapa do concurso, de determinado número de candidatos. Selecionado o grupo, dá-se início à segunda etapa, também eliminatória, na qual os candidatos são submetidos a outro conjunto de atividades, orientadas para a preparação para o exercício do cargo. A realização de concursos públicos é uma atividade importante no contexto de atuação da Escola de Administração Fazendária - ESAF, pois não se limita a recrutar e selecionar candidatos para cargos do Ministério da Fazenda, mas também para outros órgãos públicos que estabeleçam convênios com a Escola, como se vê a seguir. A Escola de Administração Fazendária - ESAF é um órgão da administração direta federal, subordinado ao Ministério da Fazenda. O Decreto nº 4.643, de 24 de março de 2003, estabelece que ela tem como finalidade: I- planejar, promover e intensificar programas de treinamento sistemático, progressivo e ajustado às necessidades do Ministério nas suas diversas áreas; II- promover a formação e o aperfeiçoamento técnico-profissional dos servidores do Ministério; III- sistematizar, planejar, supervisionar, orientar e controlar o recrutamento e a seleção de pessoal para preenchimento de cargos do Ministério; IV- planejar e promover pesquisa básica e aplicada, assim como desenvolver e manter programas de cooperação técnica com organismos nacionais e internacionais sobre matéria de interesse do Ministério; V- planejar cursos não integrados no currículo normal da Escola e executar projetos de atividades de recrutamento, seleção e treinamento que venham a ser conveniados com órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e com organismos nacionais e internacionais; e VI- administrar o Fundo Especial de Treinamento e Desenvolvimento, de natureza contábil, de que trata o Decreto nº 73.115, de 8 de novembro de 1973, art. 34.

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VIII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Panamá, 28-31 Oct. 2003

Seleção e formação inicial de servidores públicos: a experiência recente de identificação de perfil na Escola de Administração Fazendária -ESAF, do Ministério da Fazenda do Brasil

Luiz Claudino

Amaury Patrick Gremaud

1 - Introdução Os cursos para os servidores do Ministério da Fazenda vêm sendo ministrados desde 1945.

Nessa época, o ingresso nas carreiras era precedido de algumas palestras, voltadas para a integração do candidato com os demais servidores do órgão em que deveriam trabalhar e cujas atividades de integração constituíam um procedimento não vinculado ao processo seletivo.

A partir de 1970, com o ingresso dos Técnicos de Tributação, passou-se a realizar concursos em duas etapas. Na primeira, que costuma alcançar um significativo número de inscrições, os candidatos submetem-se a provas objetivas e discursivas, tendo por base programas divulgados por meio de edital, que estabelece as regras que serão observadas para a seleção, nessa etapa do concurso, de determinado número de candidatos.

Selecionado o grupo, dá-se início à segunda etapa, também eliminatória, na qual os candidatos são submetidos a outro conjunto de atividades, orientadas para a preparação para o exercício do cargo.

A realização de concursos públicos é uma atividade importante no contexto de atuação da Escola de Administração Fazendária - ESAF, pois não se limita a recrutar e selecionar candidatos para cargos do Ministério da Fazenda, mas também para outros órgãos públicos que estabeleçam convênios com a Escola, como se vê a seguir.

A Escola de Administração Fazendária - ESAF é um órgão da administração direta federal, subordinado ao Ministério da Fazenda. O Decreto nº 4.643, de 24 de março de 2003, estabelece que ela tem como finalidade:

I- planejar, promover e intensificar programas de treinamento sistemático, progressivo e ajustado às necessidades do Ministério nas suas diversas áreas;

II- promover a formação e o aperfeiçoamento técnico-profissional dos servidores do Ministério;

III- sistematizar, planejar, supervisionar, orientar e controlar o recrutamento e a seleção de pessoal para preenchimento de cargos do Ministério;

IV- planejar e promover pesquisa básica e aplicada, assim como desenvolver e manter programas de cooperação técnica com organismos nacionais e internacionais sobre matéria de interesse do Ministério;

V- planejar cursos não integrados no currículo normal da Escola e executar projetos de atividades de recrutamento, seleção e treinamento que venham a ser conveniados com órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e com organismos nacionais e internacionais; e

VI- administrar o Fundo Especial de Treinamento e Desenvolvimento, de natureza contábil, de que trata o Decreto nº 73.115, de 8 de novembro de 1973, art. 34.

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O propósito deste trabalho é mostrar como se desenvolve o processo de seleção na primeira e na segunda etapas do concurso público para o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal - AFRF, da Secretaria da Receita Federal - SRF, e quais as principais características de perfil dos candidatos que postulam esse cargo.

Para isso, foram tratados os dados obtidos na fase de matrícula na segunda etapa dos três últimos concursos para esse cargo, nos anos de 2000 e 2002.

2 - O Concurso Público A realização de um concurso público é uma atividade complexa, que pode ser analisada sob

diversos aspectos. Para os fins deste trabalho, nossa abordagem será sucinta, pois o foco é o conhecimento do perfil dos candidatos selecionados na primeira etapa e matriculados nos cursos que constituíram as segundas etapas dos três últimos concursos realizados para AFRF.

2.1 - A Primeira Etapa Um concurso tem início com o exame da legislação que rege a carreira e as normas específicas

que autorizam a sua realização. Em seguida, são discutidas as características próprias desse concurso, dentre as quais especificamos: quantos selecionar, para quais áreas de atuação, para quais áreas geográficas, quais tipos de conhecimento exigir dos candidatos, quantos e quais tipos de prova aplicar para avaliar os candidatos, onde as provas de primeira etapa serão aplicadas e em quais cidades serão realizados os Cursos de Formação correspondentes à segunda etapa do concurso.

No concurso de 2000, os candidatos submeteram-se a provas sobre as seguintes áreas de conhecimento:

a) Área Comum − Língua Portuguesa − Inglês ou Francês ou Espanhol − Matemática Financeira e Estatística Básica − Ética na Administração Pública − Contabilidade Geral − Direito Tributário e Sistema Tributário Nacional − Direito Constitucional

b) Área de Auditoria − Contabilidade Avançada − Auditoria

c) Área de Aduana − Comércio Internacional − Relações Econômicas Internacionais

d) Área de Tributação e Julgamento − Direito (Institutos de Direito Público e Privado) − Contencioso e Processo Fiscal

e) Área de Política e Administração Tributária − Economia e Finanças Públicas − Direito Administrativo e Administração Pública

Simultaneamente são contratados os profissionais que se encarregarão da formulação dos

programas e das provas, da apuração e divulgação dos resultados. Também são preparados os atos administrativos relacionados com a abertura do concurso, a definição do período de inscrição e de realização das provas da primeira etapa e as regras gerais para a realização da segunda etapa.

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2.2 - A Segunda Etapa A preparação da segunda etapa do concurso – denominada Programa ou Curso de Formação,

desenvolve-se paralelamente às atividades da primeira etapa, sob a responsabilidade do Centro Estratégico de Formação e Educação Permanente – CEFOR/ESAF.

São indicados os Coordenadores Técnicos de Área e de Disciplinas e é promovida a realização de seminários pedagógicos para a definição de programas e de metodologias de ensino e avaliação da aprendizagem. São preparados os instrumentos de avaliação de reação e, especificamente, o Regulamento do Programa de Formação, que especifica responsabilidades da administração central e das unidades descentralizadas, dos instrutores e dos candidatos. A preparação do material didático a ser empregado e a constituição das equipes responsáveis pela execução do programa também são realizadas nesse período.

2.3 - Atividades Básicas de um Concurso Público

A - Realização da 1ª etapa - seleção pública − Publicação do Edital de Abertura − Período de inscrição − Aplicação das provas − Apuração do resultado − Divulgação do resultado

B - Realização da 2ª etapa - estruturação do Curso/Programa de Formação − Indicação do negociador do órgão cliente - Secretaria da Receita Federal - SRF − Identificação dos pólos de execução − Definição da estrutura curricular − Indicação de Coordenadores-Técnicos − Realização de reunião com os Coordenadores-Técnicos − Indicação/seleção de instrutores/professores − Elaboração de material didático − Realização de seminário com os instrutores/professores

C - Preparação de documentos sobre o Curso/Programa

D - Realização de reunião com os Supervisores de Pólos

E - Definição da SRF sobre a distribuição das vagas

F - Matrícula - 1ª e 2ª chamadas − Publicação do Edital de Convocação - 1ª chamada − Período de matrícula da 1ª chamada − Constituição da equipe multiprofissional − Resultado da equipe multiprofissional − Publicação do Edital de Convocação - 2ª chamada − Processamento e distribuição por pólo

G - Processamento das opções por vaga

H - Realização do Curso/Programa de Formação

I - Apuração do resultado da 2ª etapa, incluída a apreciação de recursos sobre provas

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J - Divulgação do resultado da 2ª etapa

K - Homologação do concurso

L - Nomeação e localização dos candidatos habilitados

3 - O Desenvolvimento do Concurso

3.1 - O Edital O concurso propriamente dito tem início com a divulgação do edital que estabelece as regras de

seleção. É um ato normativo, publicado no Diário Oficial da União, que disciplina, especificamente: − número de vagas, por Região Fiscal/Unidades Centrais e Áreas de Especialização; − remuneração inicial do cargo; − atribuições do cargo; − requisitos para investidura no cargo; − provas e pesos específicos; − condições para inscrição, locais de realização das provas, os recursos, a habilitação e

classificação; − locais onde o Programa de Formação será realizado; − homologação do resultado; − nomeação e localização; − disposições finais; − cidades e endereços dos locais de realização das provas; − programas das diversas disciplinas; − recursos contra resultados das provas aplicadas na primeira etapa.

3.2 - O Programa de Formação O Programa de Formação é ministrado como parte dos concursos realizados em duas etapas,

com o objetivo de preparar o candidato para exercer o posto de trabalho (cargo) a que se candidata. Para isso considera, prioritariamente:

a) os objetivos da organização, ao decidir pela seleção dos candidatos; b) os pré-requisitos exigidos na 1ª etapa do concurso público; c) as características do posto de trabalho a ser exercido, especificadas na legislação da carreira; d) as práticas administrativas e os recursos tecnológicos e materiais disponíveis na organização

interessada no Curso de Formação; e) os recursos humanos que a organização colocará à disposição da ESAF para realizar o Curso

de Formação.

A estruturação do currículo a ser ministrado privilegia as áreas de conhecimento distribuídas em três dimensões, tendo por base os seguintes critérios orientadores:

− dimensão humana – explora os fundamentos essenciais do desenvolvimento individual e a qualidade das relações entre o indivíduo e seu grupo de atuação, o indivíduo e a organização e o indivíduo e a sociedade;

− dimensão organizacional – abrange o entendimento da cultura organizacional e da dinâmica das mudanças e das relações com o meio ambiente, como uma prática essencial para melhorar a qualidade das ações gerais e administrativas; e

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− dimensão técnico-profissional – aborda temáticas próprias da carreira em que o candidato ingressa, e que tende a ocupar cerca de sessenta por cento do tempo destinado ao Curso de Formação.

As disciplinas que compõem a estrutura curricular são definidas em conjunto com os

Coordenadores de áreas e de disciplinas, indicados pelo órgão-cliente, considerando como pré-requisitos as disciplinas constantes do programa da primeira etapa, aprofundando determinados conteúdos e explorando outras disciplinas com o objetivo de preparar os candidatos para o trabalho que irão desenvolver.

O Programa de Formação para Auditor-Fiscal da Receita Federal - AFRF, relativo ao concurso de 2000, observou a seguinte estrutura curricular:

Carga horária (Ch) Área de Especialização Parte comum Parte específica Estágio Soma Aduana – ADU 168 252 60 480 Auditoria – AUD 168 252 60 480 Política e Administração Tributária – PAT 168 246 60 474 Tributação e Julgamento – TeJ 168 252 60 480

a) Parte comum a todas as áreas

I – Dimensão Humana

Disciplinas Sigla Ch 1- Teleconferência de abertura Teleconf. abertura 3 2- Integração Integ. 6 3- Ética e disciplina no Serviço Público Ética 12 Soma 21

II – Dimensão Organizacional

Disciplinas Sigla Ch 4- Organização e Funcionamento do MF e da SRF OSRF 3 5- Teleconferência - Recursos Humanos Teleconf. RH 3 6- Palestra das Superintendências e Unidades Centrais SRRF/UC 3 7- Estágio 60 Soma 69

III – Dimensão Técnico-Profissional

Disciplinas Sigla Ch 8- Direito Tributário Aplicado DTA 24 9- Processo Administrativo Fiscal PAF 36 10- Tributos Administrados pela SRF TA 18 11- Introdução à Informação e à Informática na SRF INFOR 15 12- Filosofia de Atendimento ao Contribuinte na SRF FAC 6 13- Arrecadação e Cobrança ARC 18

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14- Sistema e Administração Tributária –Evolução e Tendências SAT 18 15- Papel Institucional, Atribuições e Organização da Aduana

Brasileira PIAB 3

Soma 138 b) Partes Específicas

b.1 – Auditoria - AUD

Disciplinas Sigla Ch 16- Imposto de Renda Pessoa Jurídica/Contribuições Sociais (Legislação) IRPJ 45 17- Contribuições - PIS/PASEP e COFINS CONT 12 18- Imposto de Renda Pessoa Física (Legislação) IRPF 12 19- Imposto de Renda Retido na Fonte (Legislação) IRRF 12 20- Classificação de Mercadorias I CLM I 15 21- Imposto sobre Produtos Industrializados (Legislação) IPI 27 22- Programação, Seleção e Preparo da Ação Fiscal PREP 18 23- Controle da Ação Fiscal CAF 12 24- Instrução e Formação do Processo Fiscal IPRO 24 25- Sistema de Auditoria em Meio Magnético AUDI 3 26- Manuais de Fiscalização MANU 3 27- Papéis de Fiscalização PAPE 9 28- Sistema Informatizado de Emissão de Auto de Infração - SAFIRA SAFI 24 29- Malhas Fiscais MALH 12 30- Prática Fiscal do IRPF PFPF 6 31- Prática Fiscal do IPI PFIP 6 32- Prática Fiscal do IRPJ PFPJ 12 Soma 252

b.2 – Tributação e Julgamento - TeJ

Disciplinas Sigla Ch 16- Princípios Constitucionais Tributários PCT 18 17- Interpretação e Integração da Legislação Tributária ILT 18 18- Atos Tributários-Administrativos ATA 18 19- Sistemas Informatizados da Tributação SIT 12 20- Imposto de Renda Retido na Fonte (Legislação) IRRF 18 21- Imposto de Renda Pessoa Física (Legislação) IRPF 12 22- Contabilidade CTB 18 23- Imposto de Renda Pessoa Jurídica/Contribuições Sociais (Legislação) IRPJ 45 24- Contribuições (PIS/COFINS) PIS 15 25- Imposto sobre Produtos Industrializados (Legislação) IPI 27 26- Tributação da Renda e do Patrimônio Rural TRPR 18 27- Tributos sobre o Comércio Exterior TCE 18 28- Classificação de Mercadorias I CLM-I 15 Soma 252

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b.3 – Política e Administração Tributária - PAT

Disciplinas Sigla Ch 16- Arrecadação e Cobrança I ARC I 30 17- Arrecadação e Cobrança II ARC II 48 18- Centro de Atendimento ao Contribuinte CAC 21 19- Sistema e Administração Tributária – Evolução e Tendências SAT 18 20- Sistemas de Informação e Informática na SRF - I SINFOR I 24 21- Sistemas de Informação e Informática na SRF - II SINFOR II 36 22- Administração Orçamentária e Financeira AOF 18 23- Licitações e Contratos LIC 18 24- Palestra - Divisão/DISAR Pal/DISAR 3 25- Palestra - Divisão/DITEC Pal/DITEC 3 26- Procedimentos de Controle e Fiscalização PCF 9 27- Sistema de Informação da Aduana SIA 9 28- Panorama do Sistema de Tributação PST 9 Soma 246

b.4 – Aduana - ADU

Disciplinas Sigla Ch 16- Legislação Aduaneira Básica LAB 27 17- Classificação de Mercadorias I CLM - I 15 18- Classificação de Mercadorias II CLM - II 18 19- Valoração Aduaneira VAL 24 20- Regimes Aduaneiros Especiais e Atípicos RAE 24 21- Despacho Aduaneiro - I DESP-I 12 22- Despacho Aduaneiro - II DESP-II 30 23- Despacho Aduaneiro - III DESP-III 12 24- Infrações e Penalidades IPA 18 25- Fiscalização Aduaneira - I FIA-I 21 26- Fiscalização Aduaneira - II FIA - II 30 27- Fiscalização Aduaneira - III FIA - III 21 Soma 252

A duração dos cursos varia segundo as características dos cargos a serem preenchidos e também os objetivos mais imediatos da organização para o grupo objeto da seleção. É importante que, ao ingressar, o candidato se sinta seguro para realizar as atividades que deva desempenhar e, portanto, seja imediatamente produtivo para a organização. Seguem alguns exemplos de duração de cursos:

Horas Curso Mínimo Máximo Auditor-Fiscal da Receita Federal 360 520 Analista de Finanças e Controle 240 320 Técnico da Receita Federal 120 180

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3.3 - O Regulamento do Programa de Formação É o documento que estabelece as regras da segunda etapa do concurso, nos seguintes aspectos:

− Objetivo do programa; − Carga horária geral, por área e por disciplina; − Disciplinas e provas, por área de especialização; − Administração do curso - equipes centrais e descentralizadas; − Atribuições do CEFOR, de instrutores, Supervisores Pedagógico e Administrativo, e da

Comissão de Avaliação; − Horários/dia e controle de freqüência; − Condições de aprovação − Direitos e deveres do candidato; − Sanções disciplinares; − Disposições gerais.

3.4 - A Preparação do Plano de Ensino de uma Disciplina A preparação do Plano de Ensino tem início com a declaração do objetivo a ser alcançado por

essa disciplina no contexto do Programa de Formação.

Em seguida, o tempo destinado à disciplina é distribuído pelo número de aulas possíveis, em face do módulo de programação definido. Normalmente, ocorrem duas aulas pela manhã e duas à tarde.

A programação de uma aula, com a duração de 90 ou 120 minutos, observa a seguinte seqüência:

− Enumeração dos objetivos da aula; − Apresentação sucinta do assunto, com base em slides; − Leitura individual de texto; − Exercitação individual e/ou em grupo; − Avaliação da aprendizagem.

O material didático empregado no Programa de Formação é constituído de:

− livros regularmente adquiridos no mercado editorial; − apostilas especialmente preparadas para o Programa de Formação; − slides; − exercícios de fixação de aprendizagem; − planos de aula.

A elaboração do material didático do curso é concluída com a preparação do que denominamos

Plano Geral de Treinamento - PGT, para todas as disciplinas. O PGT é o documento que norteia o trabalho do instrutor. Nele estão declarados os objetivos da disciplina e de cada aula, a seqüência em que as atividades devem ser realizadas e a forma de avaliar os resultados alcançados. A importância desse documento é indiscutível, pois visa a assegurar que todos os candidatos a determinado cargo, onde quer que se encontrem, tenham a oportunidade de acesso aos mesmos meios disponíveis de informação e de discussão dos temas que serão objeto de avaliação individual. A uniformidade de procedimentos na sala de aula é garantida por meio da realização de seminários para nivelamento de instrutores, Coordenadores de Disciplina e de Área, juntamente com a coordenação pedagógica do Centro Estratégico de Formação e Educação Permanente - CEFOR.

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Nessa oportunidade são também distribuídos ao corpo de instrutores/professores o Manual do Instrutor, que trata dos seguintes assuntos pertinentes ao trabalho a ser desenvolvido:

− Valores Educacionais da ESAF; − A atuação do CEFOR; − Atribuições do Coordenador de Área; − Atribuições do Coordenador-Técnico de Disciplina; − Atribuições do instrutor; − Atribuições do monitor; − Modelos de pesquisa de opinião; − Orientações didático-pedagógicas e administrativas; − Informações específicas sobre o Programa de Formação.

3.5 - A Avaliação do Programa de Formação – Avaliação de Desempenho ou de Aprendizagem - constituída de provas objetivas, sendo o

número, peso e/ou média, definidas no Regulamento do Curso.

– Avaliação de Reação - realizada por meio de formulários próprios do CEFOR/ESAF, “Pesquisa de Opinião”, constituídos de duas partes: uma objetiva e outra aberta, destinada ao registro das críticas e sugestões para a melhoria do trabalho realizado. São aplicadas aos participantes e aos instrutores, ao término das disciplinas.

Os participantes opinam sobre 17 itens: − um a respeito do alcance do objetivo, expresso em percentual; − três a respeito da disciplina; − sete a respeito do instrutor; − três a respeito do apoio logístico do pólo; − três a respeito de sua participação (auto-avaliação).

Os instrutores opinam sobre 37 itens: − um sobre o alcance do objetivo, expresso em percentual; − doze sobre a disciplina; − três sobre seu próprio desempenho; − quatro sobre a atuação do pólo; − até dezessete sobre a sala de aula, considerada, todavia, a peculiar situação da disciplina.

As Pesquisas de Opinião são consolidadas e mostradas em gráficos (parte objetiva) juntamente

com as críticas e sugestões recebidas. Em seguida, são encaminhadas aos instrutores e aos Coordenadores de Disciplinas, para conhecimento e análise e para subsidiarem cursos futuros, além de fazerem parte do Relatório Pedagógico.

3.6 - O Relatório As atividades do Programa de Formação encerram-se com a preparação do Relatório -

documento que reúne todas as informações relativas ao programa, encaminhado ao órgão cliente, com cópia para arquivo do CEFOR/ESAF, e que contém:

− Atos normativos; − Estrutura curricular; − Grade horária; − Conteúdo programático;

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− Cronograma; − Avaliação de desempenho (resultado final das provas e freqüência); − Avaliação de reação (consolidação das Pesquisas de Opinião aplicadas); − Análise e conclusão.

4 - A Matrícula no Programa de Formação Concluída a primeira etapa do processo seletivo, os candidatos são convocados para realizar sua

matrícula na etapa seguinte do concurso, denominada Curso de Formação ou Programa de Formação – segundo a característica imposta pela legislação da carreira objeto do concurso –, durante a qual esses candidatos serão submetidos a treinamento dirigido para a preparação para o exercício do posto de trabalho para o qual estão sendo selecionados.

O formulário de matrícula é um instrumento de preenchimento obrigatório pelo candidato. Ele serve para a coleta de dados indispensáveis para o registro do candidato na Secretaria Escolar e para a opção pelo recebimento ou do auxílio financeiro, ou da remuneração do cargo que ocupa, se ele for servidor da administração direta da União.

Os dados do formulário de matrícula são úteis para apoiar as atividades didáticas e também para subsidiar a instituição que promove o concurso com elementos que viabilizem a melhor localização dos candidatos em suas futuras atividades.

5 - Vagas Oferecidas e Candidatos Matriculados Nos três últimos concursos para o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal - AFRF, da

Secretaria da Receita Federal - SRF, realizados nos anos de 2000 e 2002, buscou-se preencher 804 vagas, distribuídas por Região Fiscal - RF e Áreas de Especialização, como se segue:

− Aduana - ADU − Auditoria - AUD − Política e Administração Tributária - PAT − Tributação e Julgamento - TeJ

Quadro 1 - Quantitativo de vagas oferecidas por Regiões Fiscais e Áreas de Especialização

RF Estado ADU AUD PAT TeJ Total UC DF 25 25 45 14 109 1ª DF, GO, MS, MT, TO 61 29 15 10 115 2ª PA, AC, AP, AM, RO, RR 113 69 15 18 215 3ª CE, MA, PI 5 10 - - 15 4ª AL, PB, PE, RN 5 10 - - 15 5ª BA, SE - 10 5 - 15 6ª MG - 10 5 - 15 7ª RJ, ES - - - - - 8ª SP - - - - - 9ª PR, SC 85 45 10 10 150 10ª RS 95 35 15 10 155

Total 389 243 110 62 804

As Regiões Fiscais estão assim constituídas:

UC – Unidades Centrais(UC), sediadas em Brasília (DF);

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1ª RF – Distrito Federal, Goiás (GO), Mato Grosso do Sul (MS), Mato Grosso (MT) e Tocantins (TO);

2ª RF – Pará (PA), Acre (AC), Amapá (AP), Amazonas (AM), Rondônia (RO) e Roraima (RR); 3ª RF – Ceará (CE), Maranhão (MA), Piauí (PI); 4ª RF – Alagoas (AL), Paraíba (PB), Pernambuco (PE), Rio Grande do Norte (RN); 5ª RF – Bahia (BA) e Sergipe (SE); 6ª RF – Minas Gerais (MG); 7ª RF – Rio de Janeiro (RJ) e Espírito Santo (ES); 8ª RF – São Paulo (SP); 9ª RF – Paraná (PR), Santa Catarina (SC); 10ª RF – Porto Alegre (RS).

A essas 804 vagas oferecidas concorreram 45.333 candidatos. Entre aqueles que obtiveram

sucesso na primeira etapa do processo de seleção, 766 foram matriculados nos Programas de Formação, juntamente com outros 23 incluídos por decisões judiciais. Quadro 2 - Candidatos concorrentes, vagas disponíveis e candidatos matriculados nos Programas de

Formação Concursos 2000 2002 2002 B Total

Vagas 324 320 160 804 Candidatos inscritos na 1ª etapa 19.363 15.432 10.538 45.333

Candidatos matriculados na 2ª etapa 336* 303 150 789 * 23 candidatos matriculados por decisões judiciais

6 - Perfil dos Candidatos dos Concursos para AFRF em 2000 e 2002

6.1 - Características Analisadas

Os registros a seguir apresentados têm por base dados obtidos por intermédio do formulário de matrícula, desenhado para delinear um perfil mínimo dos candidatos que participaram das segundas etapas de concursos realizados pela ESAF.

Para os concursos para Auditor-Fiscal da Receita Federal - AFRF, realizados em 2000 e 2002, esses dados se destinaram a mostrar o perfil dos candidatos quanto:

− à distribuição por faixa etária; − à origem, por local (UF/DF) de nascimento; − à origem, por local (UF/DF) de residência; − aos cursos de nível superior realizados; − ao conhecimento de informática que possuíam; − ao conhecimento de idiomas estrangeiros; − à experiência profissional que traziam para a organização, considerada a ocupação

exercida por setor econômico.

O modelo de levantamento de perfil aqui descrito foi criado no ano de 2000 e aplicado em 17 concursos. A escolha do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal - AFRF, da Secretaria da Receita Federal - SRF, para esta apresentação tem o propósito, principalmente, de oferecer subsídios para decisões pertinentes aos próximos concursos para esses cargos.

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6.2 - Idade e gênero A distribuição por idade apresenta significativa semelhança nos três concursos. As mulheres,

que representam 20% dos candidatos, apresentam o mesmo tipo de distribuição que se identifica no grupo masculino.

O candidato mais jovem habilitou-se aos 21 anos. E o mais idoso, aos 61 anos. A idade média situa-se em 34 anos.

Entre 28 e 37 anos se encontram 62% dos candidatos. Isso significa que, com a aposentadoria limitada à idade mínima de 55 anos (sexo feminino), permanecerão trabalhando por, pelo menos, 18 anos, se mulheres, ou 23 anos, se do sexo masculino. No grupo, os homens são 80%.

Quadro 3 - Idade e gênero Total Faixa Etária Masculino Feminino Abs. Rel.

18 a 22 3 1 4 0,5123 a 27 59 17 76 9,6328 a 32 221 54 275 34,8533 a 37 175 42 217 27,5038 a 42 102 24 126 15,9743 a 47 40 13 53 6,7248 a 52 21 1 22 2,7953 a 57 8 2 10 1,2758 a 62 5 1 6 0,76

Total Abs. 634 155 789 - Total Rel. 80 20 - 100,00

Idade e gênero

0

5

10

15

20

25

30

18 a 22 23 a 27 28 a 32 33 a 37 38 a 42 43 a 47 48 a 52 53 a 57 58 a 62

Can

dida

tos

(%)

Masculino Feminino

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6.3 - Naturalidade Em relação ao local de nascimento, os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo contribuíram

com 35,24% dos candidatos desses concursos. A segunda Região Fiscal, com 215 vagas oferecidas, teve 73,5% (158) delas preenchidas com candidatos nascidos em outras regiões. A implicação para a futura mobilidade funcional é evidente.

Quadro 4 - Naturalidade

Total Região Fiscal Origem Abs. Rel.

2ª Amazonas 14 1,775ª Bahia 40 5,073ª Ceará 37 4,691ª Distrito Federal 13 1,657ª Espírito Santo 13 1,651ª Goiás 14 1,776ª Minas Gerais 86 10,902ª Pará 27 3,429ª Paraná 70 8,874ª Pernambuco 24 3,047ª Rio de Janeiro 166 21,0410ª Rio Grande do Sul 99 12,559ª Santa Catarina 21 2,668ª São Paulo 112 14,20- Exterior 11 1,39- Outros Estados 42 5,32

Total 789 100,00

Naturalidade

0

5

10

15

20

25

AM BA CE DF ES GO MG PA PR PE RJ RS SC SP Ext. Outros

Can

dida

tos

(%)

Estados/DF

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6.4 - Residência Na época da matrícula, 33,46% dos candidatos residiam nos Estados do Rio de Janeiro e de São

Paulo. O fato de nesses Estados não haver a alocação de candidatos explica o volume de mudanças de residências que o concurso impõe.

Quadro 5 - Residência

Total Região Fiscal Residência Abs. Rel. 2ª Amazonas 20 2,53 5ª Bahia 32 4,06 3ª Ceará 25 3,17 1ª Distrito Federal 70 8,87 7ª Espírito Santo 13 1,65 1ª Goiás 15 1,90 1ª Mato Grosso do Sul 12 1,52 6ª Minas Gerais 65 8,24 2ª Pará 24 3,04 9ª Paraná 72 9,13 4ª Pernambuco 20 2,53 7ª Rio de Janeiro 140 17,74 10ª Rio Grande do Sul 90 11,41 9ª Santa Catarina 27 3,42 8ª São Paulo 124 15,72 - Outros Estados 40 5,07

Total 789 100,00

Residência

02468

101214161820

AM BA CE DF ES GO MG MS PA PE PR RJ RS SC SP Outros

Can

dida

tos

(%)

Estados/DF

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6.5 - Vagas Oferecidas e Candidatos Habilitados segundo a Região Fiscal em que Nasceram No quadro 6 se observa que a relação candidatos por vagas oferecidas e a naturalidade mostra

que as 7ª e 8ª Regiões Fiscais supriram 34,45% do contingente que ingressou na SRF por esses concursos, mesmo não tendo sido oferecidas vagas para essas Regiões Fiscais.

Quadro 6 - Vagas oferecidas e candidatos habilitados

Regiões Nº de vagas Candidatos Candidato/Vaga 1ª/UC 109 70 -39

1ª 115 30 -85 2ª 215 57 -158 3ª 15 37 22 4ª 15 31 16 5ª 15 33 18 6ª 15 65 50 7ª 0 153 153 8ª 0 124 124 9ª 150 99 -51 10ª 155 90 -65

Total 804 789 15

Vagas oferecidas e candidatos habilitados

0

50

100

150

200

250

1ª/UC 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª

Núm

ero

de C

andi

dato

s

Candidatos Nº Vagas

6.6 - Escolaridade O formulário de matrícula permite que o candidato informe até quatro cursos que tenha

realizado a partir do 2º grau. Fica a critério do candidato escolher qual/quais curso(s) deva relacionar. Considerando que para o cargo de AFRF exige-se formação de 3º grau - curso superior, tabulamos apenas os cursos de 3º e 4º graus informados no quadro abaixo.

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6.6.1 - Cursos de Nível Superior O Quadro 7 relaciona os cursos superiores agrupados por áreas. Ele mostra os cursos que mais

contribuíram para a formação do contingente, quais sejam, Engenharia e afins (31%), Contabilidade (15%) e Administração (13%).

Quadro 7- Cursos de nível superior (por agrupamento)

Total Grupos Denominação Abs. Rel.

1 Administração 113 13,332 Engenharia/Eletrônica/Tecnologia 261 30,783 Economia 61 7,194 Contabilidade 126 14,865 Educação/Comunicação Social 67 7,907 Agricultura 21 2,488 Meio Ambiente 4 0,479 Direito 47 5,5410 Comércio Exterior 4 0,4711 Informática 83 9,7912 Saúde/Serviço Social 39 4,6013 Militar 22 2,59

Total 848 100,00Candidatos 789 - Cursos por candidato 1,07 -

Cursos de nível superior

0

5

10

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 7 8 9 10 11 12 13

Can

dida

tos

(%)

Grupos

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6.6.2 - Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu O Quadro 8 mostra o agrupamento dos cursos de pós-graduação lato sensu realizados pelos

candidatos. A especialização está centrada em Administração (27%), Engenharia (19%), Informática (17%) e Contabilidade (12%).

Quadro 8 - Cursos de pós-graduação lato sensu (por agrupamento)

Total Grupos Denominação Abs. Rel.

1 Administração 31 27,192 Engenharia/Eletrônica/Tecnologia 22 19,303 Economia 4 3,514 Contabilidade 14 12,285 Educação/Comunicação Social 5 4,396 Finanças 8 7,027 Agricultura 2 1,758 Meio Ambiente 1 0,889 Direito 2 1,7510 Comércio Exterior 2 1,7511 Informática 19 16,6712 Saúde/Serviço Social 3 2,6313 Militar 1 0,88

Total 114 100,00Candidatos 789 - % de Candidatos com especialização - 14,44

Cursos de pós-graduação lato sensu

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Can

dida

tos

(%)

Grupos

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6.6.3 - Cursos de Mestrado O Quadro 9 indica que 35 candidatos obtiveram o grau de mestre. Os cursos realizados

concentram-se nas áreas de Engenharia (43%), Educação e Comunicação Social (17%), Informática (11%) e Economia e Meio Ambiente (9%).

Quadro 9 - Cursos de mestrado (por agrupamento)

Total Grupos Denominação Abs. Rel. 1 Administração 1 2,862 Engenharia/Eletrônica/Tecnologia 15 42,863 Economia 3 8,574 Contabilidade 2 5,715 Educação/Comunicação Social 6 17,148 Meio Ambiente 3 8,579 Direito 1 2,8611 Informática 4 11,43

Total 35 100,00Candidatos 789 - % de Candidatos com mestrado - 4,44

Cursos de mestrado

05

1015202530354045

1 2 3 4 5 8 9 11

Cand

idat

os (%

)

Grupos

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6.7 - Conhecimentos sobre Informática É grande o conhecimento de informática pelos candidatos, conforme se vê no quadro que se

segue.

Quadro 10 - Conhecimentos sobre informática Total Grupos Tipos Abs. Rel.

A Com conhecimentos técnicos 396 - a.1 Análise de sistemas 124 15,80a.2 Programação 162 20,64a.3 Manutenção de micro 110 14,01B Com conhecimentos de usuários 1726 - b.1 Processadores de textos 507 64,59b.2 Planilhas eletrônicas 326 41,53b.3 Correio eletrônico 390 49,68b.4 Navegador de internet 503 64,08Total 2122 - C Sem conhecimentos 4 - Candidatos 785 100,00Conhecimentos por candidato 2,7 -

Conhecimentos sobre informática

0

10

20

30

40

50

60

70

a.1 a.2 a.3 b.1 b.2 b.3 b.4

Con

heci

men

tos

(%)

Grupos de candidatos

6.8 - Conhecimento de Idiomas Estrangeiros O grau de domínio de idiomas estrangeiros é informado pelo candidato. Embora inglês, francês

e espanhol sejam objeto de avaliação na primeira etapa do concurso, a indicação do domínio da língua não considera o desempenho nas provas correspondentes.

O grau de domínio é informado com base em entender, falar, escrever e ler, complementados pelos conceitos “Bem”, “Regularmente” e “Mal”. Foram tabulados os dados de quem informa que entende, fala, escreve e lê “Bem” o idioma.

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20

Quadro 11 - Candidatos com bom conhecimento de idiomas estrangeiros Valores absolutos Valores relativos Idiomas Entende Fala Escreve Lê Entende Fala Escreve Lê

Alemão 4 4 4 3 0,51 0,51 0,51 0,38Chinês 2 2 1 1 0,25 0,25 0,13 0,13Espanhol 107 35 23 159 13,56 4,44 2,92 20,15Francês 19 15 9 24 2,41 1,90 1,14 3,04Hebraico 1 1 0 1 0,13 0,13 0,00 0,13Inglês 240 167 174 355 30,42 21,17 22,05 44,99Italiano 11 4 4 10 1,39 0,51 0,51 1,27Japonês 3 2 0 0 0,38 0,25 0,00 0,00Sem bom conhecimento 327 41,44 Sem conhecimento 25 3,17 Candidatos 789 100,00

Candidatos com bom conhecimento de idiomas estrangeiros

05

101520253035404550

Alemão Chinês Espanhol Francês Hebraico Inglês Italiano Japonês

Can

dida

tos

(%)

Entende bem Fala bem Escreve bem Lê bem

6.9 - Ocupação Profissional Anterior Apenas 4,18% dos candidatos não trazem experiência profissional anterior. Entre os que a têm,

13,81% não se encontravam trabalhando na oportunidade em que foram convocados para a matrícula.

A distribuição por tipo de ocupação identifica como principal supridora de profissionais para o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal, nesse período, a própria Secretaria da Receita Federal - SRF, pois 37% do contingente é originário do cargo de Técnico da Receita Federal - TRF. Em seguida, por agrupamento, aparecem os profissionais de Administração, Comércio e Serviços (19%). Também são significativos os percentuais que dizem respeito aos grupos de militares, policiais e servidores do Poder Legislativo e Judiciário (8%) e engenharia e serviços afins (6%).

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Quadro 12 - Ocupação profissional anterior (por agrupamento) Total Grupos Denominação Abs. Rel.

A Administração, comércio e serviços 155 19,68B Engenharia e serviços afins 47 5,95C Educação e atividades afins 20 2,53D Informática 38 4,71E Serviços de saúde 14 1,77F Militares, policiais e servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário 68 8,61G Serviços típicos e afins ao Fisco 407 51,69H Sem experiência anterior 33 4,18I Não informou ocupação anterior 7 0,88

Candidatos 789 100,00Candidatos que não exerciam atividade profissional à época da matrícula 109 13,81

Ocupação profissional anterior

0

10

20

30

40

50

60

A B C D E F G H I

Cand

idatos

(%)

Grupos

6.10 - Vínculo Profissional Anterior Nos Quadros 13 e 14 é identificada a origem dos candidatos em relação aos setores privado e

público, bem como aos setores econômicos a que pertenciam. Observa-se a seguinte distribuição:

Quadro 13 - Origem por setores econômicos e esferas de governo

Total Origem Abs. Rel. Sem experiência ou não informada 37 4,68Experiência no setor privado 173 21,92 Setor primário 7 0,89 Setor industrial 24 3,04 Setor de serviços 142 17,99Experiência no setor público 579 73,40 Federal 468 59,34 Estadual e do Distrito Federal 78 9,88 Municipal 33 4,18Total 789 100,00

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Origem por setores econômicos

4,68

73,40

21,92

0

10

20

30

40

50

60

70

80Ca

ndid

atos

(%)

Sem experiência ou não informada Experiência no setor privado Experiência no setor público

O grande fornecedor de profissionais para o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal - AFRF é o setor público federal, a partir da própria Secretaria da Receita Federal - SRF, seguida pelo setor de serviços da área privada.

Quadro 14 - Servidores públicos por origem

Total Origem Federal Estadual e do DF Municipal Abs. Rel.

Administração direta, autarquias e fundações 420 68 29 517 89

Empresas públicas e sociedades de economia mista 48 10 4 62 11

Total 468 78 33 579 100

Servidores públicos por origem

0

20

40

60

80

100

Federal Estadual e do DF Municipal

Can

dida

tos

(%)

Administração direta, autarquias e fundações Empresas públicas e sociedades de economia mista

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Conclusão

O resultado indica que os 789 candidatos que participaram das segundas etapas dos concursos para Auditor-Fiscal da Receita Federal, em três distintas oportunidades, têm características bastante assemelhadas.

Boa parte deles nasceu ou residia fora da Região Fiscal para onde concorreu. É significativa a quantidade de candidatos de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, para onde não foram oferecidas vagas.

A formação acadêmica de terceiro grau tem por base cursos de Engenharia, Administração, Informática, Educação e Direito. Os cursos de especialização predominantes estão, igualmente, nas áreas de Administração, Engenharia e Informática, mas também em Contabilidade e Finanças. E os cursos de mestrado mantêm a concentração em Engenharia e Informática, mas aparecem cursos na área de Educação e Meio Ambiente.

O grupo tem significativo grau de conhecimentos de informática, especialmente em processadores de textos e navegadores de internet. Muitos detêm conhecimentos de programação e análise de sistemas.

O conhecimento de idiomas estrangeiros apresenta melhores indicadores em Inglês e Espanhol.

Quanto à ocupação que exerciam antes do concurso, verifica-se que a grande maioria trabalhou em serviços relacionados com atividades típicas do fisco. Os que atuavam no setor privado, vieram da área de comércio e serviços e industrial.

Quanto ao tipo de organização em que trabalhavam, vê-se que o serviço público é o principal supridor de recursos humanos para esse cargo. E, principalmente, o próprio Governo Federal, por intermédio de seus órgãos da administração direta, das autarquias e fundações públicas.

Referências bibliográficas BRASIL. Decreto-Lei nº 2.225, de 10 de janeiro de 1985. Cria a Carreira Auditoria do Tesouro Nacional e seus encargos, fixa os valores de seus vencimentos e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, v. 123, n. 8, p. 749, 11 jan. 19785. Seção 1. BRASIL. Decreto nº 90928, de 7 de fevereiro de 1985. Dispõe sobre a Carreira Auditoria do Tesouro Nacional, criado pelo Decreto-Lei n. 2.225, de 10 de janeiro de 1985. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, v.123, n. 28, p. 2.257, 8 fev. 1985. Seção 1. BRASIL. Decreto nº 92360, de 4 de fevereiro de 1986. Dispõe sobre o ingresso nos cargos da Carreira Auditoria do Tesouro Nacional e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, v. 124, n. 25, p. 2.045, 5 fev. 1986. Seção 1. BRASIL. Lei nº 10593, de 6 de dezembro de 2002. Dispõe sobre a reestruturação da Carreira Auditoria do Tesouro Nacional, que passa a denominar-se Carreira Auditoria da Receita Federal – ARF, e sobre a organização da Carreira Auditoria-Fiscal da Previdência Social e da Carreira Auditoria-Fiscal do Trabalho, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, v. 139, n. 237, p.89, 9 dez. 2002. Seção 1.

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BRASIL. Escola de Administração Fazendária. Portaria nº 91, de 30 de julho de 2001. Aprova o Regulamento do Programa de Formação – Segunda Etapa do Concurso Público para Auditor-Fiscal da Receita Federal, objeto do Edital nº 22, de 19 de outubro de 2000, publicado no Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, v. 138, n. 203 – E, p. 13, 20 out. 2000. Seção 3. BRASIL. Decreto nº 4643, de 24 de março de 2003. Aprova a Estrutura Regimental e o quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas do Ministério da Fazenda, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, v.140, n. 58, p.1, 25 mar. 2003. Seção 1 e v. 140, n. 63, 1 abr. 2003, Seção 1.

Resenha biográfica 1. Nome: Luiz Claudino E-mail: [email protected] Cargo atual: Coordenador do Centro Estratégico de Formação e Educação Permanente - CEFOR, da Escola de Administração Fazendária - ESAF BR 251, Km 4 - Lago Sul 71.686-900 - Brasília - DF Formação e experiência profissional: Administrador. Mestre em Administração Pública, pela Universidade de Brasília. Foi servidor do Tribunal de Contas da União. No Ministério da Fazenda, dirigiu diversas unidades de desenvolvimento de recursos humanos. Professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal e Auditor-Fiscal da Receita Federal aposentado. 2. Nome: Amaury Patrick Gremaud E-mail: [email protected] Cargo atual: Diretor-Geral Adjunto da Escola de Administração Fazendária - ESAF BR 251, Km 4 - Lago Sul 71.686-900 - Brasília - DF Formação e experiência profissional: Economista. Doutor em Economia pela Universidade de São Paulo. Professor do Departamento de Economia da FEA-RP/USP - Ribeirão Preto-SP e do PROLAM/USP