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Tribo Maria Cecília Moura Começamos o semestre conhecendo melhor o tema “Trabalho Infantil”. O livro “Serafina e a criança que trabalha”, de Jô de Azevedo, Iolanda Huzak e Cristina Porto, permitiu que o assunto pudesse ser discutido com com tranqüilidade e entendimento, não apenas pela linguagem, muito adequada e próxima do universo infantil mas, também, por apresentar a questão junto aos muitos movimentos e iniciativas pelo mundo afora para minimizar essa dura realidade. As discussões e os depoimentos das crianças durante esse estudo nos mostraram o quanto foi importante abordar esse assunto. A criança, nas diferentes culturas e sociedades, tem direitos e deveres comuns que precisam ser respeitados. Quando abrimos espaço para ouvir as opiniões e idéias das nossas crianças a respeito do seu lugar no mundo, nos surpreendemos com valiosas e maduras observações e depoimentos que geraram novas perguntas e questões, às vezes sem respostas imediatas, mas 1 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F2M Segundo Ano - F2M Ensino Fundamental Relatório do Segundo Semestre de 2008 ana carolina paiva chaves gallindo / antonio neves saad / beatriz carneiro cardoso da silva / beatriz passos guimaraes de uzeda / bianca del rio kodato melo / carolina campello do rêgo valença / clara miller baumworcel / fernanda metzler pereira / francisca paz iturrieta giacomini / giulia hervé quaranta cabral elia / guilherme leon rodrigues / helena deak barretto / joão luiz maritan de aboim costa / julia almeida de amorim / julia goncalves francisco / laura abissamara santa clara de castro / leonardo skopinich monteiro / letícia de queiros mattoso badofszky / lito kemper saboia de albuquerque / maria eduarda arruda prado / maria rita abreu monte-mor de morais / marina nascimento das chagas / nina hara cunegundes gomes / sofia cançado cheib / tiago teixeira salem / violeta campos reveilleau

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Page 1: Segundo Ano - F2M - escolasapereira.com.br · Quem são esses profissionais? ... inventou formas de reproduzir personagens e cenários. ... enriquecidos pela idéia da fita de Moebius,

TriboMaria Cecília Moura

Começamos o semestre conhecendo melhor o tema “Trabalho Infantil”. O livro “Serafina e a criança que trabalha”, de Jô de Azevedo, Iolanda Huzak e Cristina Porto, permitiu que o assunto pudesse ser discutido com com tranqüilidade e entendimento, não apenas pela linguagem, muito adequada e próxima do universo infantil mas, também, por apresentar a questão junto aos muitos movimentos e iniciativas pelo mundo afora para minimizar essa dura realidade. As discussões e os depoimentos das crianças durante esse estudo nos mostraram o quanto foi importante abordar esse assunto. A criança, nas diferentes culturas e sociedades, tem direitos e deveres comuns que precisam ser respeitados. Quando abrimos espaço para ouvir as opiniões e idéias das nossas crianças a respeito do seu lugar no mundo, nos surpreendemos com valiosas e maduras observações e depoimentos que geraram novas perguntas e questões, às vezes sem respostas imediatas, mas

1 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F2M

Segundo Ano - F2MEnsino FundamentalRelatório do Segundo Semestre de 2008

ana carolina paiva chaves gallindo / antonio neves saad / beatriz carneiro cardoso da silva / beatriz passos

guimaraes de uzeda / bianca del rio kodato melo / carolina campello do rêgo valença / clara miller baumworcel /

fernanda metzler pereira / francisca paz iturrieta giacomini / giulia hervé quaranta cabral elia / guilherme

leon rodrigues / helena deak barretto / joão luiz maritan de aboim costa / julia almeida de amorim / julia goncalves

francisco / laura abissamara santa clara de castro / leonardo skopinich monteiro / letícia de queiros mattoso badofszky / lito kemper saboia de albuquerque / maria eduarda arruda prado / maria rita abreu monte-mor de

morais / marina nascimento das chagas / nina hara cunegundes gomes / sofia cançado cheib / tiago teixeira

salem / violeta campos reveilleau

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que colocam a indagação e a indignação como formas de abrir possíveis caminhos para novas soluções. Aproveitamos muito esse tempo! Para ampliar a reflexão, assistimos ao curta “Bilu e João”, olhar da diretora Katia Lundi para compor o longa “Crianças Invisíveis”. Fechamos o ano, ainda observando as crianças de outras culturas, só que dessa vez fazendo o “seu trabalho”, ou seja, sendo estudante. Assistimos a alguns episódios da série “Minha Escola”, buscando um olhar observador sobre o estudante e o professor nos diferentes lugares do mundo. Depois, em descontraídas conversas, as crianças estranhavam o muito diferente e apontavam os aspectos comuns. Fechamos o ano lendo nossos desejos para 2008 na escola, registrados na primeira Tribo do ano. Concentrados, voltados para si mesmos, e ao mesmo tempo em sintonia com seu grupo – companheiro de tantas vivências e aprendizagens – queimamos os papéis e, junto com a fumaça, deixamos nossos desejos, de hoje e de sempre, se espalharem pelo espaço.

ProjetoTânia Velozo

Iniciamos em agosto, a todo vapor!

Depois de muitas conversas sobre atrasos e faltas, e com empenho de todas as famílias, passamos a contar com a maioria das crianças em praticamente todas as nossas manhãs. Esta conquista foi festejada, dia a dia, e os benefícios foram sentidos por todos nós.

Esse grupo, ao longo de todo esse tempo, ganhou corpo e forma. Todos cresceram e, juntos, constituíram uma verdadeira identidade. Companheiros e solidários, fortaleceram muitos laços de amizade recheados de carinho, respeito e cumplicidade.

Com curiosidade, comprometeram-se com todos os nossos projetos de estudo, pesquisaram e aprenderam muito!

Empreendedores, apostaram em nossas idéias e, às nossas, somaram as suas com sabedoria e encanto. E nesse encontro intenso e diário vivemos mil e uma aventuras, fizemos várias descobertas e tramamos outras tantas histórias!

Gente, Bicho - Quem trabalha com isso?Por que os animais?

Os animais são assunto recorrente e presente na fala e na vida das crianças dessa faixa etária. É um tema bastante rico que nos aponta para inúmeras possibilidades de estudo e que pode garantir diferentes aprendizagens. Unir esse interesse ao tema do Projeto Institucional foi o nosso desafio.

Iniciamos o percurso do jeito que se deve começar a pensar sobre um determinado assunto: elaborando perguntas, procurando respostas.

Bicho trabalha? Depois de muita conversa, do levantamento de muitas hipóteses e de várias leituras, as crianças conseguiram diferenciar os homens dos animais. Perceberam que os homens, ao longo dos tempos, através da inteligência e do pensamento, transformam o ambiente, criam e recriam o mundo à sua volta, enquanto os animais apenas repetem hábitos para garantir a sobrevivência de suas espécies. Foi assim, neste ponto da história, que seguimos nosso rumo pensando sobre pessoas que trabalham com bichos. Muitas brincadeiras, jogos e propostas de leitura e escrita fizeram parte desse capítulo e daí, então, surgiram as profissões de nomes esquisitos que decidimos estudar: mirmecólogos, herpetólogos e zootecnistas além dos veterinários e biólogos.

O Cantinho de Pesquisa da sala foi reinaugurado pelas crianças que passaram a, diariamente, trazer materiais diversos sobre o novo tema, iniciando suas pesquisas.

O caderno de projeto, diário de nosso percurso, passou a conter registros de todas essas vivências do grupo e muitas perguntas. Quem são esses profissionais? O que fazem? O que estudam? Quem são esses bichos que a todos encantam? A investigação desta resposta, em especial, não podia ser adiada. Por isso tratamos logo de preparar um material que contivesse informações a respeito do surpreendente “mundo animal”. Foi assim que nasceu a apostila “Quem são os animais?”.

Nela, as crianças encontraram textos, desafios e propostas variadas de leitura, escrita e interpretação. Aprenderam sobre as características dos seres vivos, seus hábitos alimentares, seus ambientes e começaram a pensar sobre os profissionais

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relacionados à área. Caminhamos neste material até o momento em que convidamos as crianças a uma visita diferente ao Jardim Zoológico. No dia seguinte fomos conhecer os bastidores do Zôo.

No ZoológicoO passeio foi riquíssimo! Fomos recebidos por Pedro, um animado biólogo, que nos deu uma aula e tanto! As crianças conheceram a maneira como os animais podem ser classificados quanto à alimentação: herbívoros, carnívoros e onívoros. E escutaram notícias sobre a classificação dos vertebrados nos cinco grandes grupos: mamíferos, répteis, anfíbios, peixes e aves. Na cozinha, viram as dietas serem preparadas e ainda deu tempo de vermos os recintos, jaulas, adequados às necessidades de cada espécie. Foi realmente um passeio inesquecível!

Na volta à escola degustaram, com prazer, as últimas páginas de nossa apostila que falava, justamente, sobre as características dos animais vertebrados e invertebrados e seus hábitos alimentares.

Durante esse passeio, observamos algumas crianças fazendo anotações espontâneas. Dessa observação nasceu outra apostila! Batizamos o novo material de “Bastidores do Zôo”. Reunimos as anotações, curiosidades aprendidas por lá e várias fotografias de momentos do nosso "tour" e de profissionais do Zôo em serviço. Depois de pronta, foi uma verdadeira alegria! Puderam relembrar o que viveram, elaborar, resignificar, construir e registrar outros aprendizados.

O que é pesquisar? “Pesquisar é ter uma dúvida sobre alguma coisa e procurar uma resposta. É procurar informações sobre alguma coisa que a gente não saiba”

Palavra da F2M

O que será que estuda um mirmecólogo? E um herpetólogo? Depois de muitas buscas e pesquisas descobrimos as respostas. Os mirmecólogos são estudiosos das formigas e os herpetólogos de anfíbios e répteis. Já craques nessas nomenclaturas, mergulharam em livros sobre esses assuntos e, no final, já tinha gente querendo estudar jacarés e cobras

quando crescer!!!

Para arejar as idéias e botar o conhecimento na prática, fomos passear no Parque Laje. Lá a criançada, além de brincar e correr muito, com lupas e binóculos, apreciaram, com olhar de pesquisadores, insetos, anfíbios, répteis e pequenos mamíferos soltos na natureza. As conversas e descobertas davam gosto de ouvir e ver. Como cresceram e aprenderam estes pequenos ao longo deste ano!!

Muitas leituras Uma farta e sortida literatura recheou nossas manhãs. Adotamos dois livros: Bichos do Brasil, de Gabriela Brioschi, e Fábulas de Esopo. E parece que fomos felizes na escolha, pois ambos despertaram interesse e curiosidade. A leitura de Bichos do Brasil se desdobrou em outras pesquisas e em um mural a que aderiram e confeccionaram as duas turmas, manhã e tarde. Nele, as crianças colaram desenhos de animais e pequenos textos distingüindo o grupo dos vertebrados e dos invertebrados. As fábulas renderam gostosos e criativos momentos de recontos onde cada um, com sua imaginação, inventou formas de reproduzir personagens e cenários.

Nesse tempo, lemos também outros autores como Sylvia Orthof e Clarice Lispector. E nas várias leituras as crianças se inspiraram e escreveram as suas histórias fantásticas de bichos.

Compartilhar esses momentos de leitura é sempre enriquecedor. Abrem-se os horizontes para outras informações, para várias reflexões e muitas conversas.

Nas Artes Nas Artes Visuais iniciamos pensando em Escher com toda a sua produção de obras repletas de linhas, formas geométricas e labirintos cheios de ilusões. Achamos que seria fascinante as crianças conhecerem esse expressivo artista, sem falar nos tantos animais que ele também desenhou e pintou. Mostramos algumas reproduções de suas obras e, a partir de sua apreciação, as crianças puderam realizar ensaios interessantes. Brincaram com linhas e formas seqüenciadas usando apenas o preto e branco, depois todas as cores. Em pequenos grupos, após a apreciação da série Metamorfoses, inventaram as suas metamorfoses. Com muito colorido e dedicação, passaram dias trabalhando, indo e vindo em suas produções, fazendo negociações com os colegas e se deliciando com os resultados. Lagartas se transformaram em borboletas, hexágonos em coelhos, losangos em pipas e tubarões.

Na Biblioteca, nossa viagem continuou. Assistimos ao filme “Microcosmos”, realizado por um casal de biólogos franceses, uma real pintura da natureza, uma fantástica viagem repleta das sutilezas da vida de pequenos insetos aumentadas pelas lentes desses dois artistas.

Fomos convidados pela Pereirinha para participar de uma exposição sensorial. Aceitamos o convite e lá, surpresos, tivemos a oportunidade de mergulhar no instigante e curioso mundo de Lygia Clark. Na hora, percebemos como aquele universo tinha a ver com a nossa história. A famosa série

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“Bichos”, de esculturas móveis, é maravilhosa. Elas lançaram um novo conceito dentro da própria história da arte. Podiam ser aqueles objetos tridimensionais que tanto queríamos propor às crianças. Os “Trepantes”, recortes espiralados feitos por Lygia, enriquecidos pela idéia da fita de Moebius, nos fizeram lembrar da obra de Escher em que assustadoras formigas percorrem a fita num caminho sem fim. Na volta à escola, lemos juntos o livro “Lygia Clark, linhas vivas” e juntamos as idéias.

Com papéis coloridos as crianças criaram as suas dobras e marcas e nasceram objetos vivos que se mexiam e se modificavam. Ao longo de duas semanas, recortaram tiras móveis e nelas colaram, não formigas, como Escher, mas outros bichos para nelas perambular. Por aí fomos nos enroscando em muitas idéias!

O Almanaque foi mais uma delas! Primeiro pensamos num livro, depois num almanaque. “Um tipo de revista que tem de tudo...” mais ou menos como a nossa história, de tudo um pouco. Reunimos a coletânea de todas as nossas vivências, registros e descobertas. Uma costura artesanal enriquecida a cada dia com mais uma história, um desenho, uma foto. Um trabalho criativo, interativo e divertido, assinado por todos. Uma delícia de processo, cheio de significado.

Entre a leitura de uma fábula e outra, “'A Cigarra e a Formiga”. História e tema de acordo com o nosso projeto e de acordo com o projeto institucional. Daí para inaugurarmos uma parceria com as professoras de Teatro e Música foi um pulo! Logo fizemos uma adaptação, criamos, em parceria com as crianças das duas turmas, cenário e figurino. Em pouco tempo, com muita animação, estávamos ensaiando. Cada dia criando um improviso aqui, outro ali... um trabalho gostoso, realizado passo a passo, com alegria e ajuda de todos. O resultado valeu muito a pena! As crianças ficaram muito felizes e, com certeza, realizaram aprendizagens de todas as ordens ao longo de todo o processo.

Já era hora de dividir com a comunidade vivências, aprendizados e resultados.

A culminância de todo processo se deu em nossa festa pedagógica, quando as crianças brilharam no palco e, com toda pompa, autografaram os Almanaques. Um momento mágico de alegria e prazer! Tudo intrincado como uma trama cheia de textos, de contextos, intertextos e significados!

Números, Problemas e mais problemasNossas pesquisas também se deram na Matemática. As crianças estiveram diante dos mais variados tipos de problemas. Novos parentes da Família Gorgonzola apareceram para enriquecer, ainda mais, os desafios. As propostas se complexificaram, o que fez com que as crianças ampliassem seu repertório de procedimentos de cálculo. Devagarinho, passaram a compreender que um mesmo problema pode ser resolvido de diferentes formas, assim como na vida. Agora já atentam para a estrutura de cada situação e, pouco a pouco, vão reutilizando procedimentos eficientes legitimados pelo grupo. Os desenhos, as bolinhas e os risquinhos, usados para registrar os dados numéricos, vão cedendo lugar aos numerais e a procedimentos mais econômicos e organizados. As questões relacionadas aos agrupamentos, ao valor posicional e aos aspectos que caracterizam o sistema de numeração decimal vão sendo, com mais freqüência, observados e analisados pelas crianças. Com naturalidade, integram a redação aos registros de seus cálculos. Através de uma linguagem bastante original, em pequenos textos, buscam descrever recursos e caminhos que precedem a chegada à resolução dos desafios. Uma tarefa que encanta e surpreende e que colabora para que encontrem ferramentas para expressarem o modo como operam mentalmente.

Canção do sal e Minha História, nossa despedidaO ano se encerra para esse grupo que se tornou tão companheiro e implicado em seus estudos, com duas lindas canções, cheias de poesia: Canção do Sal, de Milton Nascimento e Minha História, de João do Vale, cantada por Chico Buarque.

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Nas aulas de música, assistimos a várias interpretações da Canção do Sal realizadas pelo próprio Milton, pela Elis Regina e pelo coral da Sá Pereira. Refletimos sobre todas elas e, nas aulas de Projeto, realizamos alguns desdobramentos. Conversamos sobre o ciclo da água, sobre o fenômeno da evaporação nas salinas e ainda sobre a vida no sertão brasileiro.

Nas aulas de Expressão Corporal criamos passos e gestos para duas singelas coreografias.

E é assim, só assim, com toda essa poesia, que podíamos encerrar este ano tão feliz! No palco e na vida, com alegria, expressando tanto crescimento!!

Percebemos o quanto esse grupo amadureceu. Trocar idéias, dividir tarefas, negociar desejos, perceber e colaborar com o outro são ações corriqueiras no nosso cotidiano e que, com certeza, levarão para a vida toda!!

InglêsRosângela Caldas

O nosso ponto de partida rumo a essa longa jornada foram os profissonais que encontramos em nosso bairro, na nossa vizinhança - "Who are the people in our neighborhood?". Depois de muita dedicação, trabalho e aprendizado, voltamos com muitas novidades para dar continuidade ao caminho que já havia sido trilhado. Era hora de aprender mais com os profissionais do bairro; era hora de conhecer um pouco mais os trabalhadores da Sá Pereira! Foram muitas atividades que nos ajudaram a descobrir um pouco mais sobre o trabalho que cada um realiza na escola. Passeamos pela "Sá Pereira School", fotografamos, entrevistamos os profissionais... Não faltou trabalho para ficarmos por dentro das funções realizadas pelos "school workers".

Hora de assistir ao vídeo "Who are the people in my neighborhood", da turma "Sesame Street"... Assistir e cantar! Com ele, as crianças aprenderam a música e enriqueceram o vocabulário relacionado às profissões. Depois de trabalharmos com o vídeo, começamos a pensar no trajeto que fazemos da nossa casa até a escola. Os lugares que encontramos na nossa

vizinhança, onde podemos identificar diferentes tipos de trabalhadores. Que profissionais encontramos pelo caminho? As crianças desenharam um mapa com o trajeto e os locais de trabalho. Com os mapas prontos, começamos a aprender novas palavras em novas atividades.

Entre um trabalho e outro, uma atenção especial a uma nova estação do ano que começava - a primavera! Aproveitamos para florear um pouco mais as aulas! Falamos um pouquinho sobre as estações e suas características.

As crianças já estavam bem familiarizadas com diferentes locais de trabalho, com os trabalhadores... Já estavam prontos para montar a nossa própria vizinhança! Caixas de sapato, tinta, figuras, muita criatividade e mãos à obra! Em parceria com a F2 do outro turno, escolheram os locais de trabalho e os profissionais que iriam representar para montar a maquete.

Montamos o nosso próprio bairro com direito a restaurante, correio, padaria, cinema e muito mais!

Além dos estudos, das atividades relacionadas ao projeto, que são registradas nos cadernos e em fichas, também ampliamos o vocabulário, exploramos as funções comunicativas, as expressões do dia a dia utilizando muitas imagens, músicas e brincadeiras.

A colaboração das crianças e a participação ajudaram a enriquecer muito as nossas aulas!

Expressão CorporalAna Cecília Guimarães

Iniciamos o semestre apreciando o espetáculo de abertura das Olimpíadas de Pequim. Experimentamos, em grupo, algumas movimentações coletivas, inspiradas na organização e na harmonia que vimos. A simultaneidade dos gestos e o ritmo do grupo soando junto foi uma rica vivência para a turma.

Buscando uma integração com a pesquisa que realizavam em Projeto, sobre os profissionais que se dedicam aos animais, fizemos diversas atividades relacionadas ao tema. Vimos, no Youtube, alguns vídeos de Kempo, arte marcial oriental inspirada na movimentação de alguns animais. Escolhemos

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cinco animais bem diferentes para experimentarmos as qualidades de seus movimentos, trazendo-as para nossos gestos e deslocamentos em linhas e pela diagonal da sala. Depois, as crianças foram desafiadas a coordenar a movimentação criada para cada animal com uma base rítmica quaternária. Sugerimos a execução das seqüências individuais ao mesmo tempo, tornando a experiência bem rica. Filmamos e assistimos, apreciando e percebendo os efeitos que surgiram no processo. Ainda fizemos uma atividade que propunha às crianças uma organização em pequenos grupos para representar um animal juntando seus corpos em uma pose final.

“Lobo Bobo” e “ O Pato”, dois sucessos da Bossa Nova explorados nas aulas de música, também serviram para embalar passos de dança.

Então, em meados de novembro, começamos os ensaios das duas coreografias que integram o espetáculo que toda a escola prepara para a festa de encerramento “Minha História”, de João do Vale e “Canção do Sal”, de Milton Nascimento.

Todas as experiências vividas ao longo do ano, favoreceram avanços significativos no desenvolvimento motor e na expressão corporal das crianças que hoje estão muito mais familiarizadas com a linguagem da dança.

MÚSICAManoela Marinho

Iniciamos o semestre experimentando elementos da linguagem musical por meio de jogos de percepção auditiva e jogos de improviso e incentivo à composição.

Os 50 anos da Bossa Nova foram o pretexto para falarmos e ouvirmos esse gênero tão especial. Depois de apreciar algumas canções, falar um pouco sobre os compositores e assistir a alguns vídeos, escolhemos as músicas Lobo Bobo., de Carlos Lyra e Ronaldo Boscoli e O pato, de Jonas Silva e Neusa Teixeira. As crianças aprenderam a cantar e, com a letra e a melodia decoradas, fizemos uma dramatização interpretando as cenas sugeridas pela letra. Para a festa pedagógica, ensaiamos as canções de A cigarra e a Formiga, tendo como desafio a junção das duas canções no final do espetáculo. O desafio foi

conquistado com alegria e o resultado pôde ser visto pelos pais na apresentação.

Depois da festa iniciamos um trabalho de composição coletiva. As crianças foram divididas em grupos e incentivadas a criar pequenas frases rítmicas com instrumentos de percussão. Com esse mosaico de idéias fomos montando uma composição única, onde todos contribuíram e opinaram. As últimas aulas foram dedicadas a conhecer e cantar as músicas selecionadas para a festa de encerramento.

TeatroRaquel Libório

As aulas de Teatro, neste segundo semestre, trouxeram o seguinte desafio: apresentá-los à linguagem teatral através de diversos jogos e exercícios, a fim de capacitá-los para a sua primeira montagem, que seria apresentada na Festa Pedagógica, em outubro.

Mas para se chegar ao resultado pretendido, ou seja, a essa formatação que chamamos de teatro, os alunos tiveram que passar pela experiência do jogo dramático, um processo anterior ao processo de ensaios, onde, a priori, não há palco nem platéia, e nem mesmo atores: todos são jogadores que compartilham de um jogo previamente estabelecido pelo professor. A linguagem do jogo, assim como a linguagem teatral, tem regras bem definidas, códigos e procedimentos específicos, onde alguns conceitos básicos como atenção, concentração, foco e ritmo são trabalhados de forma lúdica e descontraída, pois o objetivo não é acertar, e sim jogar, experimentar.

Muitas vezes o jogo vai apresentar algum desafio, como a solução de um conflito. E é justamente na solução desses desafios que o aluno, sem se dar conta, vai aprendendo a fazer teatro. Vai se descobrindo, na própria experiência de jogador, como alguém que atua, pois a linguagem do jogo é muito semelhante à linguagem teatral. Jogar é como atuar, é como estar no palco. E o aluno descobre que para se estar em cena, é necessário manter a mesma disposição que um jogador tem em campo. Para ser um ator, é preciso entrar nesse estado de jogo, o estado de prontidão.

Após a fase do jogo, e em parceria com as aulas de Projeto,

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começamos os ensaios de “A Cigarra e a Formiga”, uma adaptação da história recontada por Braguinha. Essa livre-adaptação se desenvolveu a partir da troca com os alunos e da experiência com o jogo dramático durante o período de ensaios (período de Criação) onde procuramos registrar e valorizar cada contribuição que julgamos pertinente à encenação. Enfim, do jogo à cena.

Educação FísicaRenato Lent

Iniciamos o semestre animados com a proximidade das Olimpíadas de Pequim e com a realização de mais uma Olimpíada da Sá Pereira.

As equipes eram compostas por crianças de todas as turmas divididas por cores e nomeadas por diferentes profissões. Alegres, entoaram seus gritos de guerra, mostrando criatividade. Além disso, participaram, com muita garra e determinação, das modalidades oferecidas.

Neste momento de integração pudemos observar que, apesar da competição, há um forte espírito de cooperação e solidariedade entre as crianças.

Acreditamos que essa é uma oportunidade para que exercitem o controle de suas emoções e conheçam suas habilidades,

trocando valiosas experiências.

Foi emocionante vê-los reunidos no pátio de baixo, cantando o Hino Nacional, com os olhinhos atentos e ansiosos, aguardando a premiação!

Um segundo pátio sobre rodas trouxe, para os recreios, skates, patins e patinetes. As crianças se equilibraram e se empenharam em cumprir o circuito que, dessa vez, continha placas de trânsito. Batidas, ultrapassagens perigosas, tráfego na contramão e em local proibido, entre outros exemplos de desrespeito às leis de trânsito, geravam multas cuja cobrança era a suspensão temporária do brinquedo e seu empréstimo a um colega.

Contamos, também, com o auxílio de guardas de trânsito para verificar o cumprimento das regras. Uma farra!!!

Nas partidas de câmbio, uma adaptação do voleibol, as turmas experimentaram e vibraram com os saques, rodízios, passes e pontos marcados.

Futebol e queimado continuam sendo os preferidos da garotada, porém também temos disputadas partidas de basquete, handebol e pique-bandeira animando as manhãs e tardes.

A liberdade para a escolher suas brincadeiras prediletas e se organizarem com autonomia em pequenos grupos, também foi

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vivida nos "Pereirões Livres", nos quais o espaço era dividido de forma a que todos pudessem se divertir ao mesmo tempo.

Impressionante como essa turma melhorou em termos de organização e atenção.

No pátio sobre rodas, por exemplo, nos preocupamos em passar previamente as regras de forma bem claramente, evitando assim acidentes. Essa turma foi uma das que mais rápido as escutou e se organizou para que a atividade fosse muito bem aproveitada.

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