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A escravidão brasileira

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A escravidão brasileira

A África antes da chegada dos europeus no

século 15 era um continente com várias

culturas, povos, línguas e religiões diferentes.

Deste modo, não existia uma unidade, mas pelo contrário, uma imensa e

rica diversidade cultural, social e política.

Apesar da escravidão já existir na África há milhares de anos, a

chegada dos europeus, em particular dos portugueses,

alteraria a dinâmica do continente ao multiplicar a

demanda por escravos, criando uma diáspora

africana e prejudicando o desenvolvimento de várias sociedades do continente.

Diáspora – Dispersão forçada de povos, motivada principalmente por motivos

políticos e religiosos

A captura de escravos no continente africano era feita por povos africanos aliados dos portugueses, que

trocavam escravos por produtos, principalmente armas. Os europeus, nesta época, não passaram do litoral,

estabelecendo-se nas feitorias (entrepostos comerciais)

Principais rotas do tráfico de escravos

Ao longo de 300 anos, estima-se que 12 milhões de escravos foram trazidos ao continente americano.

Dos 12 milhões,

mais ou menos

4,5 milhões vieram para o

Brasil.

Nos navios negreiros, os escravos eram submetidos a condições desumanas de sobrevivência. Muitos não aguentavam e morriam durante a travessia.

“No transporte de negros, os carregadores e

capitães dos navios

têm a prática escandalosa

de colocá-los a bordo tão

juntos uns dos outros

que não só lhes falta a

necessária facilidade de movimento indispensável à vida (...) Devido à condição de

superlotação em que viajam, muitos morrem, e aqueles

que sobrevivem chegam em estado deplorável”.

Decreto Real, Lisboa, 1684.

Mortalidade nos “tumbeiros”

Quando chegavam, os africanos eram batizados, tinham seus

nomes trocados e eram colocados à venda.

Mesmo sendo tratados como mercadorias, como coisas, os escravos eram seres humanos. Desta forma, eles inventavam e criavam formas de viver na

nova sociedade que habitavam e, assim,

manifestavam-se culturalmente, seja através da

dança, da religião ou da música e também

constituindo família, casando-se com outros

escravos.

Brasil, um país escravista. Os escravos eram empregados em praticamente todas as atividades no Brasil, do século 15 até o

século 19.

Fazendo a maioria dos trabalhos nas fazendas

Carregando seus senhores...

Nas cidades, a maioria dos escravos eram conhecidos como

“escravos de ganho”

Vendendo aves...

Carnes

Fabricando e / ou vendendo cestas

Carregando no porto

Vendendo leite

Barbeiros

Escravos domésticos

Para garantir o controle sobre os escravos, a sociedade colonial utilizava principalmente os

castigos como exemplo.

Os castigos variavam de intensidade, desde a palmatória, para penas leves até as chibatadas públicas

no pelourinho, para penas mais pesadas.

Sapateiros

Mesmo com todas as formas de controle impostas, os escravos não aceitaram a sua condição passivamente,

resistindo de diversas formas à escravidão

O capitão do mato

Linha 1 Linha 2 Linha 3 Linha 40

2

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12

A forma mais expressiva de resistência escrava foi a formação de quilombos, povoados formados por

escravos fugidos e normalmente escondidos no meio da mata e de difícil acesso, elaborados estrategicamente

para defesa militar.

Os quilombos assemelhavam-se a verdadeiras cidades fortificadas, contendo no seu interior os mocambos, áreas de ocupação dos

quilombolas. Ao redor das altas cercas, os quilombolas espalhavam armadilhas e preparavam emboscadas. Além disso, os quilombos não

ficavam totalmente isolados, assaltando engenhos para roubar mantimentos e armas e libertar escravos. Muitas vezes, quilombos

chegavam a praticar comércio com regiões próximas.

Pelo seu tamanho (200 km e 35 mil habitantes) e duração de tempo (1580-1695), o quilombo dos Palmares é o mais famoso e o símbolo da resistência escrava no Brasil. Situado em Pernambuco, na atual Alagoas, o quilombo dos Palmares atingiu seu auge sob o domínio

de Zumbi

Zumbi promovia ataques a engenhos e cidades vizinhas no

intuito de conseguir armas e libertar escravos e criou um exército que resistiu a várias

expedições militares fortemente armadas mandadas por Portugal. Em 1695, Zumbi

foi assassinado em uma expedição militar que continha mais de 8000 homens armados

com canhões.

Vídeo sobre Zumbi

https://www.youtube.com/watch?v=pMdZ80VnEy4

Angola, Congo, BenguelaMonjolo, Cabinda, MinaQuiloa, ReboloAqui onde estão os homensHá um grande leilãoDizem que nele háUma princesa à vendaQue veio junto com seus súditosAcorrentados em carros de boisEu quero verAngola, Congo Benguela, Monjolo Cabinda, MinaQuiloa, Rebolo

Aqui onde estão os homensDum lado cana de açúcarDo outro lado o cafezalAo centro senhores sentadosVendo a colheita do algodão brancoSendo colhidos por mãos negrasEu quero verQuando Zumbi chegarO que vai acontecerZumbi é senhor das guerrasÉ senhor das demandasQuando Zumbi chega Zumbi é quem mandaEu quero ver

ZUMBI – Jorge Ben