a escravidao retratada por rugendas e debret

Upload: elisiane-lorenzato

Post on 09-Jul-2015

2.041 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Rugendas e Debret: retratos da escravido

RUGENDASO alemo Johann Moritz Rugendas (1802-1858) conhecido por suas pinturas de cenas brasileiras, inspiradas por uma viagem feita ao Brasil entre 1821 e 1823, na qual integrou, como desenhista, a equipe de investigao cientfica do baro de Langsdorff. Suas principais obras esto no livro Viagem pitoresca ao Brasil.Retrato de Rugendas realizado por volta de 1852 por Franz HanfstaenglABRIL EDUCAO 2

DEBRETO francs Jean-Baptiste Debret (1768-1848), outro artista que pintou o Brasil do sculo 19, passou 15 anos no Rio de Janeiro, entre 1816 e 1831, lecionando em uma academia de Artes e Ofcios. Suas obras em estilo neoclssico esto reunidas em seu livro documental Viagem Pitoresca e Histrica ao Brasil.Auto-retrato publicado em Voyage pittoresque et historique au Brsil, 1834.ABRIL EDUCAO 3

A escravido um dos temas recorrentes nas obras de Debret e Rugendas. O fato de ambos terem participado de misses cientficas em solo brasileiro influenciou o tom documental, embora romntico, presente em muitas de suas pinturas.

Mercado de escravos, Rugendas

ABRIL EDUCAO

4

A vinda

Negros no poro do navio, Rugendas

ABRIL EDUCAO

5

Embarcam-se, anualmente, cerca de 120 mil negros da Costa da frica, unicamente para o Brasil, e raro chegarem a seu destino mais de 80 a 90 mil. Perde-se, portanto, cerca de 1/3 durante uma travessia de dois meses e meio a 3 meses. Reflita-se sobre a impresso cruel do negro diante da separao violenta de tudo que lhe caro, sobre os efeitos do mais profundo abatimento ou a mais terrvel exaltao de esprito unidos s privaes do corpo e aos sofrimentos da viagem, e nada tero de estranho to incrveis resultados. Esses infelizes so amontoados num compartimento cuja altura raramente ultrapassa 5 ps... a so eles reunidos em nmero de 200 a 300, de modo que para cada homem adulto se reserva apenas um espao de 5 ps cbicos (em: Rugendas, J. M. Viagem pitoresca ao Brasil, 1835).

ABRIL EDUCAO

6

Os negros eram reunidos em um mercado para ser vendidos como qualquer outra mercadoria.

Mercado da rua do Valongo, Rugendas

ABRIL EDUCAO

7

As etnias

Cabinda, Quiloa, Rebolla, Mina, Rugendas

ABRIL EDUCAO

8

Croles, Rugendas

ABRIL EDUCAO

9

Benguela e Congo, Rugendas

ABRIL EDUCAO

10

Mozambique, Rugendas

ABRIL EDUCAO

11

Benguela, Angola, Congo, Monjolo, Rugendas

ABRIL EDUCAO

12

O trabalhoPreparao da raiz de mandioca, Rugendas

Engenho manual que faz caldo de cana, JeanBaptiste DebretABRIL EDUCAO 13

O jantar no Brasil, JeanBaptiste Debret

ABRIL EDUCAO

14

O castigoAoite em praa pblica, Debret.

Quando um escravo comete um crime, as autoridades se encarregam de puni-lo... mas quando ele se limita a descontentar o senhor pela sua embriaguez, preguia, imprudncia ou pequeninos roubos, este o pode punir como bem entende...

ABRIL EDUCAO

15

Feitor castigando negro, Debret.

... existem leis que impem certos limites ao arbtrio e clera dos senhores, como por exemplo a que fixa o nmero de chicotadas que permitido inflingir de uma s vez ao escravo, sem a interveno da autoridade; entretanto,... essas leis no tm fora e talvez mesmo sejam desconhecidas da maioria dos escravos e senhores (em: Rugendas, J.M. Viagem pitoresca ao Brasil, 1835).ABRIL EDUCAO 16

Os costumesCapoeira e batucada, Rugendas.

Enterro de um negro, Debret.

ABRIL EDUCAO

17

Jogador de Uruncungo, Debret. Urucungo, matunga, gunga, macungo, gobo e bucumbumba eram alguns dos muitos nomes dados a este instrumento de origem banta-escrava, que, no final do sculo 19, ganhou o nome definitivo de berimbau.

ABRIL EDUCAO

18

A abolioIsabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragana e Bourbon, princesa imperial, apoiou o movimento para a extino da escravatura. Como regente do Imprio, assinou a Lei do Ventre Livre, que libertou os filhos dos escravos, e a Lei urea, que aboliu definitivamente a escravido negra no Brasil.

ABRIL EDUCAO

19

Apesar de libertos, os negros no receberam condies de ascender socialmente e de se tornar cidados de fato.

O quadro Habitao de escravos, de Rugendas, mostra uma tpica casa de negros no sculo XIX.

ABRIL EDUCAO

20

Negras cozinheiras vendedoras de angu, Rugendas.

Negras livres vivendo de suas atividades, Rugendas.ABRIL EDUCAO 21