viagem pitoresca ao brasil de debret e rugendas
DESCRIPTION
A fotografia jornalística, as imagens que documentam o homem e o seu cotidiano, a cidade e o campo, a paisagem e os fatos gerados por ela, é hoje uma realidade corriqueira, que pode ser exercida por qualquer um, desde que se tenha uma objetiva na mão e observe o mundo ao seu redor. Nem sempre dispositivos como uma câmera digital, estiveram à disposição. Cabia no passado, aos desenhistas e pintores retratarem o cotidiano do mundo em que viviam, através de litografias que registravam o seu tempo e a sua época.O Brasil colonial foi fartamente retratado por grandes pintores e desenhistas, como o francês Jean-Baptiste Debret e o alemão Johann Moritz Rugendas. Pintores e desenhistas das cenas brasileiras da primeira metade do século XIX, eles trazem a paisagem humana viva de uma colônia que elevada à categoria de reino unido, ainda não rompera com as amarras econômicas que se sustentava pela escravidão tanto dos negros africanos quanto dos indígenas nativos. Do homem à botânica, das etnias que construíam a Colônia aos animais que habitavam as suas florestas, tudo foi retratado por estes grandes desenhistas.Aqui fazemos uma viagem ao Brasil colônia do século XIX, com Debret e Rugendas (autor da gravura acima, “Missa de Nossa Senhora da Candelária em Pernambuco”, da obra “Voyage Pittoresque au Brésil”), mergulhando em um passado que não mais existe, mas mesmo distante, deixou suas marcas indeléveis na paisagem humana e nos costumes da nação que se construiu a partir desta época.TRANSCRIPT
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 1/28
VIAGEM PITORESCA AO BRASIL DE DEBRET E RUGENDAS
A fotografia jornalística as i!ag"ns #$" %oc$!"nta! o &o!"! " o s"$ coti%iano a ci%a%" " o
ca!'o a 'aisag"! " os fatos g"ra%os 'or "la ( &oj" $!a r"ali%a%" corri#$"ira #$" 'o%" s"r
")"rci%a 'or #$al#$"r $! %"s%" #$" s" t"n&a $!a o*j"ti+a na !,o " o*s"r+" o !$n%o ao s"$r"%or- N"! s"!'r" %is'ositi+os co!o $!a c.!"ra %igital "sti+"ra! / %is'osi0,o- Ca*ia no
'assa%o aos %"s"n&istas " 'intor"s r"tratar"! o coti%iano %o !$n%o "! #$" +i+ia! atra+(s %"
litografias #$" r"gistra+a! o s"$ t"!'o " a s$a ('oca-
O Brasil colonial foi farta!"nt" r"trata%o 'or gran%"s 'intor"s " %"s"n&istas co!o o franc1s
2"an3Ba'tist" D"*r"t " o al"!,o 2o&ann Morit4 R$g"n%as- Pintor"s " %"s"n&istas %as c"nas
*rasil"iras %a 'ri!"ira !"ta%" %o s(c$lo 5I5 "l"s tra4"! a 'aisag"! &$!ana +i+a %" $!a
col6nia #$" "l"+a%a / cat"goria %" r"ino $ni%o ain%a n,o ro!'"ra co! as a!arras "con6!icas
#$" s" s$st"nta+a '"la "scra+i%,o tanto %os n"gros africanos #$anto %os in%íg"nas nati+os- Do
&o!"! / *ot.nica %as "tnias #$" constr$ía! a Col6nia aos ani!ais #$" &a*ita+a! as s$as
flor"stas t$%o foi r"trata%o 'or "st"s gran%"s %"s"n&istas-
A#$i fa4"!os $!a +iag"! ao Brasil col6nia %o s(c$lo 5I5 co! D"*r"t " R$g"n%as 7autor da
gravura acima, “Missa de Nossa Senhora da Candelária em Pernambuco”, da obra “Voyage
Pittoresque au Brsil” 8 !"rg$l&an%o "! $! 'assa%o #$" n,o !ais ")ist" !as !"s!o %istant"
%"i)o$ s$as !arcas in%"l(+"is na 'aisag"! &$!ana " nos cost$!"s %a na0,o #$" s" constr$i$ a
'artir %"sta ('oca-
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 2/28
Jean-Baptiste Debret e a Missão Artística Francesa
2"an3Ba'tist" D"*r"t 79:;<39<=<8
'intor " %"s"n&ista nasci%o "!
Paris int"gro$ a Miss,o Artística >ranc"sa c&"gan%o ao Brasil "! 9<9; ao la%o %o ar#$it"toGran%j"an %" Montign?- A !iss,o acont"c"$ 'or solicita0,o %" %o! 2o,o VI s"n%o 'lan"ja%a
'or Ant@nio Arajo " A4"+"%o o con%" %a Barca- O o*j"ti+o %a !iss,o "ra "ntr" o$tros
organi4ar a cria0,o %a Aca%"!ia %" B"las Art"s-
D$rant" a ('oca #$" "st"+" no Brasil %" 9<9; a 99 D"*r"t co! os s"$s tra0os %o
n"oclassicis!o r"trato$ co! %"tal&"s &ist@ricos nicos o Brasil %" "nt,o- Da cort" 'ort$g$"sa
no 'aís / cort" instala%a '"lo 'rocla!a%or %a in%"'"n%1ncia %o! P"%ro I na%a 'asso$
%"s'"rc"*i%o na o*ra %" D"*r"t- $an%o r"torno$ / >ran0a '$*lico$ "ntr" 9<= " 9<
Voyage Pittoresque et !istorique au Brsil F 7Viagem Pitoresca e !ist"rica ao Brasil 8 #$"
%oc$!"nta+a os as'"ctos %o &o!"! %a nat$r"4a " %a soci"%a%" *rasil"ira-
O Brasil de Debret
As gra+$ras a#$i !ostra%as t1! t")tos %o 'r@'rio 2"an3Ba'tist" D"*r"t ")traí%os %" Voyage
Pittoresque et !istorique au Brsil F-
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 3/28
Charruas Civilizados –
Jean-Baptiste Debret – Da obra “Voyage Pittoresque et Historique au Brésil!
E! $!a %as 'ro+íncias !"ri%ionais %o Brasil--- ")ist" $!a na0,o %" in%íg"nas co!'l"ta!"nt"
s"l+ag"ns %"no!ina%os C&arr$as #$" oc$'a! $!a +asta Hr"a %" '.ntanos " *os#$"s- Vi+"!
"! !"io a !ana%as %" ca+alos s"l+ag"ns %" #$" co!"! a carn" 'r"f"rin%o3a a #$al#$"r
ali!"nto-
--- so!"nt" na 'ro+íncia %" S,o P"%ro " %" Es'írito Santo #$" s" "ncontra gran%" n!"ro %"
C&arr$as ci+ili4a%os a !aior 'art" originHrios %o Parag$ai- An%a! #$as" s"!'r" a ca+alo
"n+ol+i%os '"lo 'onc&o--- " tra4"! s"!'r" $!a gran%" faca / cint$ra o$ si!'l"s!"nt"
coloca%a "! $!a %as *otas- O co!(rcio %" ani!ais ( a s$a 'rinci'al oc$'a0,oJ "
fr"#K"nt"!"nt" so* o no!" %" '""s s"r+"! %" g$ias aos +iajant"s #$" '"rcorr"! "stas
'ro+íncias- N,o !"nos intr('i%os a '( #$" a ca+alo "l"s n,o t"!"! atacar a on0a o *ra0o
"s#$"r%o "n+ol+i%o '"lo 'onc&o co! to%a 'r"ca$0,o " co*"rto 'or $! '"%a0o %" co$ro- Assi!
'r"'ara%o ao co!*at" " t"n%o na !,o %ir"ita a s$a faca "l" +ai ao "ncontro %o ani!al " o
%"safia- O ca0a%or a+an0a o *ra0o "s#$"r%o " #$an%o a on0a arr"!"t" "l" l&" !"rg$l&a a faca
no '"ito " a !ata %" $! s@ gol'"- Est" g1n"ro %" co!*at" l&"s ( t,o fa!iliar #$" "st,o s"!'r"
%is'ostos a 'ro'orcionar so*"r*as '"l"s %" on0a '"la #$antia %" cinco francos 7$! 'atac,o8J (
$!a "s'"c$la0,o #$" "l"s r"s"r+a! 'ara fa4"r fr"nt" /s %"s'"sas co! s$as %i+"rs"s 'o$co +aria%as na +"r%a%" 'ois consist"! "! 'assar gran%" 'art" %" s"$ t"!'o nas ta+"rnas
f$!an%o *"*"n%o ag$ar%"nt" " jogan%o cartas 'ra4"r #$" t"r!ina #$as" s"!'r" "! gol'"s %"
faca- E!*ora nat$ral!"nt" inclina%os ao ro$*o " ao assassinato "l"s s,o %" $!a fi%"li%a%" a
to%a 'ro+a caso t"n&a! si%o contrata%os 'ara a "scolta %" $! +iajant"-F
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 4/28
"etour # la Ville de
$%gres Chasseurs – Jean-Baptiste Debret – Da obra “Voyage Pittoresque et
Historique au Brésil! so*r"t$%o na ro0a #$" s,o cria%os os n"gros #$" s" torna!
ca0a%or"s %" 'rofiss,o- lH #$" %"+"n%o %"s%" jo+"ns aco!'an&ar os co!*oios o$ "!
co!'an&ia so!"nt" %" s"$ s"n&or "! longas " '"nosas +iag"ns "l"s +,o s"!'r" ar!a%os %"
$! f$4il tanto 'ara s$a s"g$ran0a '"ssoal #$anto 'ara o*t"r ali!"nto--- Est" g1n"ro %" +i%a
torna3s" $!a 'ai),o a tal 'onto %o!inant" "ntr" os n"gros %a ro0a #$" "l" n,o as'ira /
li*"r%a%" s"n,o 'ara '"n"trar nas flor"stas co!o ca0a%or 'rofissional " s" %ar s"! r"s"r+as /s
atra0"s %" $!a inclina0,o #$" s"r+" ao !"s!o t"!'o a s"$s int"r"ss"s- Ent,o li+r" long" %a
o'r"ss,o %o c&icot" o %ir"ito %" '"nsar fa4 %"l" $! forn"c"%or t,o &H*il #$anto o &o!"!
*ranco %" #$"! con&"c" os g"stosJ " '"rf"ita!"nt" a 'ar %o +alor %" $!a '"0a fina #$" s"
"ncontra !ist$ra%a / ca0a grossa #$" "l" tra4 / ci%a%" "l" +ai of"r"c13la %" 'r"f"r1ncia ao
co4in&"iro %" $!a gran%" casa #$" o 'aga %" !o%o satisfat@rioJ assi! alian%o a int"lig1ncia ao
"sfor0o fr"#K"nt"!"nt" "l" torna s$a 'rofiss,o !$ito l$crati+a-F
&elvagens Civilizados
&oldados 'ndios da Prov(n)ia de Curitiba Conduzindo Prisioneiros *nd(genas –
Jean-Baptiste Debret – Da obra “Voyage Pittoresque et Historique au Brésil!
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 5/28
O*s"r+a3s" na 'ro+íncia %" S,o Pa$lo Co!arca %" C$riti*a as al%"ias %" Ita'"+a " C$rros c$ja
'o'$la0,o int"ira s" co!'" %" ca0a%or"s in%íg"nas "!'r"ga%os '"lo go+"rno *rasil"iro 'ara
l$tar contra os s"l+ag"ns " os ")'$lsar 'o$co a 'o$co %os locais 'r@)i!os /s t"rras 'or on%" os
c$lti+os co!"0a! a a+an0ar---
Est"s sol%a%os ag$"rri%os--- %or!"! s"! ac"n%"r fogo na flor"sta 'ara #$" s$a 'r"s"n0a n,o
s"ja '"rc"*i%a '"los s"l+ag"ns #$" "l"s 'roc$ra! s$r'r""n%"r--- Ca%a ano n$!a c"rta ('oca o
go+"rno l&"s %H !$ni0"s 'ara a ca!'an&aJ $!a +"4 "! !arc&a "l"s n,o r"torna! ant"s %"
&a+"r "sgota%o s$as 'ro+is"s %" g$"rraJ "nt,o r"'o$sa! at( a ca!'an&a s"g$int"- D$rant"
"st" int"r+alo "l"s c$lti+a! s$as t"rras " s"r+"! %" g$ia aos +iajant"s "strang"iros--- S$a tHtica (
atacar os ranc&os %os s"l+ag"ns !atar os &o!"ns " tra4"r 'rision"iras as !$l&"r"s " crian0as-
S"l+ag"ns at( ('oca r"c"nt" "l"s !ostra!3s" !ais a'tos #$" os "$ro'"$s a "!'r"gar as
arti!an&as n"c"ssHrias a "st" g1n"ro %" ")'"%i0"s-F
+,ia de u Che.e Coroado – Jean-
Baptiste Debret – Da obra “Voyage Pittoresque et Historique au Brésil!
S"g$n%o a o'ini,o %" $! "scritor !$ito r"s'"ita%o os s"l+ag"ns %o Brasil c&a!a%os Coroa%os
s"ria! os antigos Goitaca4"s- Est" no!" %" Coroa%os l&"s foi 'ri!iti+a!"nt" %a%o '"los
'ort$g$"s"s 'or ca$sa %o '"nt"a%o %" s"$s c&"f"s #$" "f"ti+a!"nt" corta! o ca*"lo %" !o%o a
%"i)ar $!a "s'(ci" %" coroa isola%a no alto %a ca*"0aJ no "ntanto !$ito %"l"s tra4"! os
ca*"los caí%os so* as "s'H%$as---
Os Coroa%os tin&a! antiga!"nt" o cost$!" %" "nt"rrar s"$s c&"f"s %" $!a !an"ira 'artic$lar
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 6/28
os r"stos !ortais %"st" c&"f" r"+"r"ncia%o "ra! "nc"rra%os "! $! gran%" +aso %"no!ina%o
ca!$cis "nt"rra%o "! s"g$i%a 'rof$n%a!"nt" j$nto a $!a gran%" Hr+or"---
Estas !!ias r"+"sti%as %" s$as insígnias "st,o '"rf"ita!"nt" intactas " s,o s"!'r"
coloca%as "! s$a $rna f$n"rHria %" !o%o a cons"r+ar a atit$%" %" $! &o!"! s"nta%o so*
s"$s calcan&ar"s 'osi0,o &a*it$al %o s"l+ag"! #$an%o "! r"'o$so- Pr"t"n%ia! 'or "st" !"io
fa4"r $!a al$s,o / !ort" "st" "t"rno r"'o$soF
Rugendas, Vindo com a Epedi!ão do Barão de
"angsdor##
O %"s"n&ista 2o&ann Morit4 R$g"n%as 79<39<Q<8 nasci%o "! A$gs*$rg c&"go$ *"! jo+"!
ao Brasil "! 99 +in%o co!o !"!*ro %a ")'"%i0,o %o Bar,o %" Langs%orff ci"ntista "
%i'lo!ata r$sso-
No Brasil R$g"n%as logo %"i)o$ a ")'"%i0,o " 'asso$ a +iajar 'or s$a 'r@'ria conta
'"rcorr"n%o %" 9< a 9<Q +Hrias 'art"s %o 'aís %"%ican%o3s" a r"tratar os !ais +aria%os
as'"ctos %a +i%a %a na0,o #$" s" for!a+a %"'ois %a in%"'"n%1ncia "! r"la0,o a Port$gal-
R$g"n%as r"gistra j$sta!"nt" o !o!"nto %" transi0,o "ntr" o Brasil col6nia " o Brasil na0,o
in%"'"n%"nt"-
Os r"gistros %" R$g"n%as %o coti%iano *rasil"iro for!ara! $!a col"t.n"a %" c"! tra*al&os
'$*lica%a "! Paris "! 9<Q so* o tít$lo %" Voyage Pittoresque au Brsil” #Viagem Pitoresca
ao Brasil$-
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 7/28
O Brasil de Rugendas
%a o*ra Voyage Pittoresque au Brsil F #$" s" ")trai$ os t")tos #$" il$stra! as i!ag"ns a#$i
a'r"s"nta%as "scritos 'or ost"r cita%os 'or R$g"n%as-
$%gres a /ond de Calle
0$egros no Por1o de $avio2 – Johann +oritz "ugendas – Da obra “Voyage
Pittoresque au Brésil! E!*arca!3s" an$al!"nt" c"rca %" 9 n"gros na costa %a
frica $nica!"nt" 'ara o Brasil " ( raro c&"gar"! ao %"stino !ais %" < a !il- P"r%"3s"
'ortanto c"rca %" $! t"r0o %$rant" a tra+"ssia %" %ois !"s"s " !"io a tr1s !"s"s--- Aoc&"gar"! / fa4"n%a confia3s" o "scra+o aos c$i%a%os %" $! o$ o$tro !ais +"l&o " jH *ati4a%o-
Est" o r"c"*" na s$a ca*ana " 'roc$ra fa413lo 'o$co a 'o$co 'artici'ar %" s$as oc$'a0"s
%o!(sticasJ "nsina3l&" ta!*(! alg$!as 'ala+ras "! 'ort$g$1s-
E so!"nt" #$an%o o no+o "scra+o s" ac&a co!'l"ta!"nt" r"f"ito %as cons"#K1ncias %a tra+"ssia
#$" s" co!"0a a fa413lo to!ar 'art" nos tra*al&os agrícolas---F
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 8/28
Habita34es de $egros –
Johann +oritz "ugendas – Da obra “Voyage Pittoresque au Brésil! En+ia!3s"os "scra+os logo ao nasc"r %o sol--- s oito &oras conc"%"3s"3l&"s !"ia &ora 'ara al!o0ar "
%"scansar- E! alg$!as fa4"n%as fa4"! os "scra+os al!o0ar"! ant"s %" 'artir"! 'ara o
tra*al&o isto ( i!"%iata!"nt" %"'ois %o nasc"r %o sol- Ao !"io %ia "l"s t1! %$as &oras 'ara o
jantar " o r"'o$so " "! s"g$i%a tra*al&a! at( as s"is &oras-
As !$l&"r"s casa!3s" co! cator4" anos os &o!"ns co! %"4"ss"t" " %"4oitoJ "! g"ral
inc"nti+a!3s" "ss"s casa!"ntos- As jo+"ns !$l&"r"s 'artici'a! %o tra*al&o %o ca!'o " aos
r"c(!3casa%os s" %H $! '"%a0o %" t"rra 'ara constr$ir s$a ca*ana " 'lantar 'or conta 'r@'ria
"! c"rtos %ias--- Nos %o!ingos o$ %ias %" f"sta t,o n$!"rosos #$" a*sor+"! !ais %" c"! %ias
'or anos os "scra+os s,o %is'"nsa%os %o tra*al&o 'or s"$s s"n&or"s " 'o%"! %"scansar o$
tra*al&ar 'ara si 'r@'rios--- Assi! $! %os !an%a!"ntos %a Igr"ja Cat@lica t,o a!i%"
c"ns$ra%o co!o a*$si+o " '"rnicioso torno$3s" $! +"r%a%"iro *"n"fício 'ara os "scra+os "
#$an%o o Go+"rno 'ort$g$1s ac&o$ #$" %"+ia at"n%"r /s n"c"ssi%a%"s %o 'rogr"sso to!an%o
!"%i%as 'ara %i!in$ir o n!"ro %" f"stas a ino+a0,o n,o alcan0o$ a a'ro+a0,o %os &o!"ns
!ais "sclar"ci%os %o Brasil- Di4ia! "st"s co! ra4,o #$" o #$" 'o%ia s"r *"n"fício 'ara
Port$gal n,o 'assa+a %" cr$"l%a%" 'ara co! os "scra+os- $" r"s'on%"r a isso s"n,o #$" "ssa
contra%i0,o jH constit$i $!a 'ro+a %o a*s$r%o %" to%o o sist"!a Co!o #$"r #$" s"ja as
ca*anas %os "scra+os cont1! !ais o$ !"nos t$%o #$" n"st" cli!a 'o%" s"r consi%"ra%o
n"c"ssHrio- Por o$tro la%o "l"s 'oss$"! galin&as 'orcos /s +"4"s !"s!o $! ca+alo o$ $!a
*"sta #$" al$ga! co! +antag"! 'or#$" a ali!"nta0,o na%a l&"s c$sta-F
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 9/28
5uerrilhas – Johann
+oritz "ugendas – Da obra “Voyage Pittoresque au Brésil! Os r"lat@rios %os
!ais antigos +isitant"s co!o 2"an L(r? ans Sta%"n "tc- %"!onstrara! #$" na ('oca %a
con#$ista os &a*itant"s 'ri!iti+os %o Brasil "sta+a! n$! "stHgio %" ci+ili4a0,o !ais "l"+a%a
#$" a#$"l" "! #$" os +"!os &oj"- A ra4,o 'rinci'al %"ssa %"ca%1ncia "stH s"! %+i%a nas
r"la0"s co! os 'ort$g$"s"s--- os ín%ios n,o s,o &o!"ns "! "sta%o nat$ral " n,o s,o s"l+ag"ns
!as si! &o!"ns #$" r"troc"%"ra! ao "sta%o %" s"l+ag"ria 'or#$" fora! r"c&a0a%os
+iol"nta!"nt" %o 'onto a #$" &a+ia! c&"ga%o---
---li!ita3s" o go+"rno a instalar nos l$gar"s !ais ")'ostos %o 'aís o$ na#$"l"s "! #$" a "stra%a
atra+"ssa a flor"sta #$art(is o$ 'r"sí%iosJ s,o g"ral!"nt" si!'l"s 'ostos co! alg$ns sol%a%os
so* o co!an%o %" $! s$*oficial---
$an%o os ín%ios 'ratica! alg$! ato %" &ostili%a%" "! %"t"r!ina%o l$gar o$ #$an%o co!o
acont"c" ataca! %" s$r'r"sa $! %"ss"s 'ostos 'ara '$ni3los " a!"%rontH3los fa43s" $!a
"ntra%a- R"n"!3s" alg$ns 'ostos so* o co!an%o %o ca'it,o %o %istrito " %H3s" ca0a aos ín%ios
atacan%o3os "! to%a 'art" on%" s" "ncontr"!- Proc$ra3s" %" 'r"f"r1ncia s$r'r""n%13los nos
aca!'a!"ntos " #$an%o %"sco*"rtos s,o c"rca%os %$rant" a noit" " ao clar"ar %o %ia fa43s"
fogo %" to%os os la%os contra os ín%ios ain%a a%or!"ci%os- Assi! s$r'r""n%i%os os s"l+ag"ns
t"nta! "sca'ar '"la f$ga- E! r"gra g"ral os sol%a%os !assacra! t$%o #$" l&"s cai nas !,os "
s@ 'o$'a! as !$l&"r"s " crian0as !$ito rara!"nt" " assi! !"s!o #$an%o c"ssa to%a a
r"sist1ncia a #$al ( n,o raro o*stina%a-
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 10/28
/6te de &te! "osalie7 Patrone d6s $%gres 0/esta de $ossa &enhora do "os8rio7 Padroeira dos $egros2
– Johann +oritz "ugendas – Da obra “Voyage Pittoresque au Brésil! No !1s
%" !aio os n"gros c"l"*ra! a f"sta %" Nossa S"n&ora %o RosHrio- n"sta ocasi,o #$" t1! 'or
cost$!" "l"g"r o R"i %o Congo o #$" acont"c" #$an%o a#$"l" #$" "sta+a r"+"sti%o %"ssa
%igni%a%" !orr"$ %$rant" o ano #$an%o $! !oti+o #$al#$"r o o*rigo$ a %"!itir3s" o$ ain%a
o #$" ocorr" /s +"4"s #$an%o foi %"strona%o '"los s"$s s%itos- P"r!it"! aos n"gros %o Congo
"l"g"r $! r"i " $!a rain&a %" s$a na0,o " "ssa "scol&a tanto 'o%" r"cair n$! "scra+o co!o
n$! n"gro li+r"- Est" 'rínci'" t"! so*r" s"$s s%itos $!a "s'(ci" %" 'o%"r #$" os *rancos
ri%ic$lari4a! " #$" s" !anif"sta 'rinci'al!"nt" nas f"stas r"ligiosas %os n"gros co!o 'or
")"!'lo na %" s$a 'a%ro"ira Nossa S"n&ora %o RosHrio---
--- s on4" &oras f$i / igr"ja co! o ca'"l,o " n,o %"!oro$ !$ito +i!os c&"gar $!a !$lti%,o
%" n"gros ao so! %os ta!*or"s- o!"ns " !$l&"r"s $sa+a! +"sti!"ntas %as !ais +i+as cor"s
#$" &a+ia! "ncontra%o- $an%o s" a'ro)i!ara! %isting$i!os o R"i a Rain&a o Ministro %"
Esta%o- Os 'ri!"iros $sa+a! coroas %" 'a'"l,o r"co*"rtas %" 'a'"l %o$ra%o--- As %"s'"sas %a
c"ri!6nia %"+ia! s"r 'agas '"los n"gros 'or isso &a+ia! coloca%o na igr"ja $!a '"#$"na !"sa
/ #$al "sta+a! s"nta%os o t"so$r"iro " o$tros !"!*ros %a ir!an%a%" n"gra %o RosHrio os
#$ais r"c"*ia! os %onati+os %os assist"nt"s %"ntro %" $!a "s'(ci" %" cofr"-F
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 11/28
Chasse au 9igre 0Ca3a
# :n3a2 – Johann +oritz "ugendas – Da obra “Voyage Pittoresque au Brésil!
O arco " a fl"c&a s,o as ar!as 'rinci'ais %os ín%ios- S,o !$ito !ais co!'ri%os %o #$" as %"
o$tros s"l+ag"ns "!*ora a !aior 'art" %os ín%ios %a A!(rica M"ri%ional $s" ta!*(! arcos "
fl"c&as !$ito co!'ri%os- A lan0a " o la0o s" "ncontra! a'"nas "! alg$!as tri*os #$" %"'ois
%o %"sco*ri!"nto a%otara! o ca+alo 'ara co!*at"r- E so!"nt" n"ssas tri*os fora! os arcos "
as fl"c&as "nc$rta%os- O arco %os *rasil"iros t"! !$itas +"4"s cinco s"is " !"s!o s"t" '(s %"
c$!'ri!"nto---
H tr1s "s'(ci"s %" fl"c&a- U!a %" 'onta larga f"ita "! g"ral %" *a!*$ tangara0$J ( %$ra "
!$ito ag$0a%a- Para a$!"ntar ain%a a for0a %a '"n"tra0,o a 'onta ( "nc"ra%a " a ta#$ara
ta!*(! "nc"ra%a ao fogo torna3s" t,o %$ra #$anto o c&ifr"- Co!o na ta#$ara a 'onta ( oca os
f"ri!"ntos #$" "la 'ro%$4 sangra! fort"!"nt"- Por isso ( "!'r"ga%a 'rinci'al!"nt" na
g$"rra " na ca0a %" gran%"s ani!ais-F
O Desenho em foco: a arte aplicada na transição do
século XIX para o XX
Bruno dos Santos Dias* , Daniela Fláia !artins
Fonseca** e "enata #arcia $ampos Duarte***
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 12/28
DIAS, Bruno dos Santos; DUARTE, Renata Garcia Campos, FONSECA,Daniela Fl!ia "artins# O Desen$o em %oco& a arte aplicada na transi'(odo s)culo *I* para o **# +-./, Rio de 0aneiro, !# III, n# ., a1r# .//2#Dispon3!el em&4$ttp&55666#de7eno!e!inte#net5ensino8artistico5ea81d8desen$o#$tm9#
: : :
As técnicas praticadas pelo homem, algumas vezes, produzem
obras artísticas. Assim, foi estabelecida uma divisão entre a
chamada arte pura e a arte aplicada. A arte pura era considerada
superior à arte aplicada. Argan ressalta que “o próprio conceito
de aplicaão implica a idéia de uma preced!ncia da arte pura e
do sucessivo emprego secund"rio das suas formas de produão e
ob#etos de uso$. %A&'A(, )***+)-.
Aqui serão trabalhadas provas de desenho, a partir dasquais se pretende entender a funão da disciplina de/esenho no que diz respeito à aplicaão da arte. 0orconseguinte, é possível estabelecer rela1es entre algunsanseios da sociedade e o ensino dessa disciplina.2egundo Argan, “a arte assim chamada aplicadatransmite a imagem da sociedade e de seus graus evalores internos, e sobretudo das suas fun1es$.%A&'A(, )***+3.
/essa forma ob#etiva4se recuperar parte da história dadisciplina de /esenho nas 5scolas (ormais 6ficiais de7inas 'erais, no período compreendido entre 89) a9*:;<. 0ara isso, utilizamos como refer!ncia provas,0rogramas e 0ontos da disciplina de /esenho
encontradas no Arquivo 0=blico 7ineiro, por meio do0ro#eto Memória da Administração do Estado de MinasGerais: organização, preservação e acesso do acervodocumental (188919!"#;)<. >omo fontes para a an"liseda documentaão, servimo4nos de leis e decretosmineiros, além de pareceres e reformas propostas por &ui?arbosa a partir de 88*. 2egundo 2ouza, muitas dasconcep1es e propostas contidas nos estudos de &ui
?arbosa “foram adotadas nas reformas da @nstruão0=blica, realizadas em v"rias províncias na década de
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 13/28
88* e, posteriormente, pelos estados nas primeirasreformas educacionais da era republicana$ %26BA,)***+*C entre estes o de 7inas 'erais.
6 estudo das propostas de &ui ?arbosa #ustifica4se, devido àimportDncia;-<, atribuída por ele, a algumas disciplinas no
currículo escolar, com destaque para a de /esenho. 5m 88),
&ui ?arbosa, então deputado, apresentou à >Dmara um pro#eto
que tratava da $e%orma do Ensino &ecund'rio e &uperior ,
visando preparar o aluno para as mudanas no cen"rio nacional.
5ra necess"rio privilegiar conte=dos como, por eEemplo,
7=sica, 'in"stica, Figiene e /esenho.
/esignado como relator do pro#eto de reforma dainstruão no ?rasil, &ui ?arbosa foi influenciado pelomovimento intelectual que acreditava na educaão comoum dos pilares para a formaão de uma naão em ordem,rica e moralizada. G possível verificar em seus trabalhosas refer!ncias feitas aos modelos dos países ditos“civilizados$ que deveriam ser seguidos. >omo consta no
pref"cio do arecer da $e%orma do Ensino rim'rio e
)'rias *nstituiç+es da *nstrução -lica, escrito porHacobina Américo Iacombe, na edião de 9J*, a obra
possui ao total -:J cita1es bibliogr"ficas especializadasno assunto, sendo 39 em língua francesa, )9 em línguainglesa, ): em portugu!s, cinco obras em língua alemã,quatro em italiano e cinco em espanhol.
0ara o republicano e liberal &ui ?arbosa, era urgente que o país
se desenvolvesse e se tornasse também uma naão industrial.Acreditava que “o dia em que o desenho e a modelaão
comearem a fazer parte obrigatória do plano de estudos na vida
do ensino nacional, datar" o comeo da história da ind=stria e da
arte no ?rasil$. %?A&?62A, 88)+)J3.
>onforme a leitura dos pareceres de &ui ?arbosa, percebe4se que, para ele, eEistiam duas formas de arte.ma era a arte de admiraão e contemplaão e outra, que
nos interessa aqui, a arte aplicada. 5ssa não se destinava
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 14/28
ao cultivo superior da pintura, da escultura, daestatu'ria, mas a e/plorar completamente asopul0ncias ine/auriveis da adaptação da arte aotra-alo industrial, mediante o estudo ca-al dodeseno e da modelação so- os seus variad2ssimosaspectos, cada um dos 3uais 4 uma mina deri3uezas para o Estado. %?A&?62A, 88)+9K.
/e acordo com esse pensamento, tudo seria subordinadoao car"ter de aplicaão industrial, em prol do crescimentoe fortalecimento do 5stado. ?arbosa criticava que, no?rasil, ao contr"rio do resto do mundo civilizado, oensino do desenho era envolvido pela idéia de prenda deluEo ou dom inato, “um passa tempo de ociosos, um
requinte de distinão reservado ao cultivo das classessociais mais ricas, ou à vocaão eEcepcional de certasnaturezas privilegiadas para as grandes tentativas daarte$. %?A&?62A, 88)+*8. /efendia que tanto oensino como o aprendizado do desenho eram =teis enecess"rios a todos que se dedicassem a tal fim,recomendava que deveria ser disciplina ministrada desdea escola prim"ria, ou citando 0estalozzL;K<, poderia virantes mesmo do estudo das primeiras letras, #" que odesenho seria uma inclinaão natural do espírito humano,tendo somente a contribuir para o aprendizado, #amaisretard"4lo. Apontava as contribui1es do ensino do/esenho às outras disciplinas do currículo escolar e paraa formaão de um novo padrão de valores. Afirmava,ainda, ser o /esenho
%... indispens'vel 5 per2cia especial do %uturooper'rio, 5 onra industrial e 5 prosperidade
mercantil do pa2s, o deseno apresenta ainda,en3uanto 5 cultura geral da intelig0ncia,assinaladas vantagens: 4 um meio de desenvolvera %aculdade perceptiva e, ao mesmo tempo, um
preciso au/iliar a v'rios outros ramos do ensino(a escrita, a aritm4tica, a geometria e a
geogra%ia#6 a disciplina, a um tempo, um esp2rito,a mão e o olo6 inclina o menino a ordem, a
precisão6 incutele gosto, e inspirale o amor do-elo. %?A&?62A, 88-+J.
>om o ensino do /esenho não era esperado quesurgissem grandes artistas, mas sim oper"rios mecDnicos
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 15/28
capazes de ler os signos mais importantes para oeEercício de suas fun1es, capazes de compreender ossignos do desenho e também produzir ob#etos =teis asociedade. ?arbosa ressalta que o fim da educaão não
era “promover individualidades eEtraordin"rias$, massim “educar esteticamente a massa geral das popula1es,formando a um só tempo, o consumidor e o produtor,determinando simultaneamente a oferta e a procura nasind=strias do gosto$. %?A&?62A, 88)+*3.
A reforma do ensino que &ui ?arbosa propunha abrangia a
aplicaão das disciplinas, a reestruturaão do espao escolar e,
sobretudo, a reorganizaão dos métodos e a reforma do professorado. 0ara tanto, as escolas normais;J< seriam espaos
privilegiados para a formaão de professores prim"rios que
disseminariam os seus conhecimentos a maior gama possível da
populaão. /entre as disciplinas a serem ministradas nas escolas
normais e nos diversos níveis da @nstruão 0=blica estava a
disciplina de /esenho. ?arbosa mencionava que não bastava
%... dispor de e/celentes pro%essores especiais de
deseno, esta-elecer -ons cursos e -oas escolasespeciais6 4 mister 3ue 7& & ME&7$E& E ME&7$A& seam a-ilitados a distri-uir, nasaulas *;$*A&, A 7A A <=A>? A&&<A& E&@=A& E&* $*M;$*
E&EB. %?A&?62A, 88)+*34*8.
2egundo &ui ?arbosa o método que deveria ser adotado na
reforma do ensino deveria ser o =iç+es de @oisas ou M4todo
*ntuitivo;:<. 5ste #" havia sido formalmente adotado pelo artigo
KM do /ecreto nM 3.)K3, de 9 de abril de 839, conformea $e%orma =eCncio de @arvalo. 5ntretanto, ?arbosa criticava a
rotina com que o método era aplicado, alegava que não passava
de imitaão dos modelos desenvolvidos N pelos estudiosos dos
países “civilizados$ N com tamanha precisão e coer!ncia.
Ioureno Oilho resgata o pensamento de &ui ?arbosa,
@umpre renovar o m4todo, orgDnica, su-stancial,a-solutamente, nas nossas escolas. u, antes,cumpre criar o m4todo6 por3uanto o 3ue e/iste
entre nós usurpou um nome, 3ue só por ant2%rasele assentaria6 não 4 o m4todo de ensinar6 4, pelo
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 16/28
contr'rio, um m4todo de ina-ilitar paraaprender. %?A&?62A apud Ioureno Oilho,9KJ+PPP@.
6 =iç+es de @oisas consiste em eEplorar os sentidos
como instrumento do aprendizado, substituindo o car"terabstrato, baseado na palavra e na memorizaão, poratividades que valorizassem a percepão e intuião doaluno. /e acordo com Qaldemarin “devido ao uso dosob#etos, à observaão e ao resultado pro#etado, estemétodo é considerado por seus propositores como sendoconcreto, racional e ativo$. %QAI/57A&@(, )***+33.
6 ensino do desenho, associado ao M4todo *ntuitivo, esteveconstantemente relacionado à idéia de desenvolvimento
industrial. 5ssa era a #ustificativa para a consolidaão das novas
disciplinas nos currículos educacionais das institui1es de
ensino do país. ?arreto ressalta que “o ensino da arte, mais
propriamente dito o ensino do desenho assumiu papel relevante
na educaão para o trabalho, se#a ele como ob#eto disciplinador,
ou como forma de aperfeioar a mão4de4obra e cultivar o
espírito de trabalhador$. %?A&&5R6, )**:+*).
G possível que &ui ?arbosa tenha entrado em contato com esse
método quando, segundo Ioureno Oilho, em 839, se transfere
para a >orte, onde conhece a professora norte4americana
5leanor Ieslie, diretora do >olégio 0rogresso. 5sta
provavelmente possuía a obra rimar -ect =esson,
de Allison (orman >alSins, pois “comprazia4se em conversar
sTbre assuntos de ensino, informando4se do movimento de
idéias pedagógicas nos 5stados nidos$. %I6&5(U6 O@IF6,9KJ+PQ. Rambém aponta a possibilidade de ter ocorrido os
primeiros contatos de &ui ?arbosa com a obra, por meio do
relatório de Oerdinand ?uisson referente à seão de educaão da
5Eposião @nternacional de Oiladélfia, em 839;3<. A grande
contribuião de &ui ?arbosa no que diz respeito ao M4todo
*ntuitivo est" na traduão dessa obra, bem como as críticas feitas
à forma com que o 7étodo era aplicado no ?rasil.
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 17/28
(a legislaão mineira do início do período republicano é possível perceber, no &egulamento das 5scolas (ormais,no /ecreto nM :*3, de )3 de fevereiro de 89-, o espaoreservado à disciplina de /esenho. 6 Art. -M estabelece
que “6 curso normal ser" de K annos, e comprehender"as seguintes matérias ;...< desenho geométrico,topogr"fico, de ornato, de paizagem e de figura$, comli1es de desenho do primeiro ao quarto ano, divididasem tr!s li1es por semana no M ano, uma lião no )M,duas li1es no -M e tr!s li1es no KM ano. 5m relaão aométodo a ser utilizado, o artigo 9M determina que “os
professores das aulas pr"ticas farão tr!s vezes por semana
li1es de cousas, às quais assistirão os alunos do primeiroanno$.
>onstantemente é ressaltado o car"ter pr"tico e profissional do método de ensino. 6 /ecreto nM :*3também assevera+ “sempre que for possível se farão usodos processos intuitivos, tanto nas aulas pr"ticas comonas do curso normal, não chegando aos estudosabstractos sinão progressivamente$. 5ra repudiada a idéiade se usar o método de forma em que o professor apenasrepetisse os pontos e os cobrassem nos eEames eeEercícios. &ecomendava4se que “no desenvolvimentodas li1es, deverão os professores associar à eEposião ainterrogaão, não só para estimularem a attenão dosalumnos, mas também, para se inteirarem doaproveitamento dos mesmos$.
6 fato de a legislaão determinar, não significa que tenhasido cumprida a fio. 0ercebe4se que a repetião, e autilizaão do método, às vezes, era bem diferente da
proposta de &ui ?arbosa, mas por outro lado encontram4se, também, outros documentos que demonstram que as
propostas da &eforma haviam conseguido adeptos e eramseguidas em 7inas 'erais. Ooram encontrados
programas de ensino do =iç+es de @oisas, nas escolas
normais do estado a partir de 89:, que utilizam comocomp!ndio a traduão da obra de >alSins realizada por
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 18/28
&ui ?arbosa, ou se#a, o ensino da disciplina pontuava4se pelas propostas mais modernas daquela época. 5sses programas são provenientes, principalmente, das 5scolas (ormais de >ampanha, 7ontes >laros e 2ão Hoão del
&ei, os quais apresentam semelhanas entre si como, poreEemplo, o pressuposto do desenvolvimento da faculdadede observaão do aluno.
(a documentaão estudada nota4se que dentre as técnicas propostas por &ui ?arbosa, consta a utilizaãodo M4todo Estigmogr'%ico. 5ste o define da seguinteforma+
papel para o deseno, segundo o m4todoestigmogr'%ico, 4 3uadriculado, isto 4: est'co-erto com linas, 3ue encem a %ola,cruzandose em Dngulo reto, e %ormando uma redede pe3uenos 3uadrados. As %iguras %ormamsetraçando, isto 4, co-rindo as linas de um3uadrado a outro, at4 se completar a %igura
proposta pelo mestre como modelo. As linas darede estigmogr'%ica são mais tarde su-stitu2das
por pontos e, %inalmente, os pontos reduzidos emnmero, mais e mais, at4 desaparecerem de todo e
darem lugar ao deseno livre a olo6 @om estem4todo não avia, nem ', nem aver' saltosmortais6 a progressão pode ser graduadamatematicamente. %?A&?62A, 88-+J.
5sse método, de influ!ncia austríaca, era baseado nautilizaão de cadernos quadriculados para a realizaão deeEercícios a mão livre. (ota4se, na documentaãoencontrada, a aus!ncia do emprego da régua devido àfalta de firmeza no trao. ?arbosa deiEa claro em seus
trabalhos, que não se deveria iniciar o estudante noensino do desenho usando a régua, pois isso limitaria acriatividade do aluno pre#udicando todo seu aprendizado;Fiura +<.
Rambém foram encontrados desenhos de figuras humanas,
animais, ornatos fitomorfos e geométricos N barrados e frisos
inspirados na gram"tica cl"ssica, edifícios em perspectiva e
fachadas ;Fiura .<, utensílios domésticos ;Fiura << e de usolit=rgico, formas geométricas, etc. 0ercebe4se que esses
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 19/28
desenhos se inserem no campo das artes aplicadas, pois
pretendem assegurar o aprendizado de técnicas =teis ao
indivíduo em sua vida profissional.
6utra técnica utilizada era o estudo das formas vegetais ;Fiura=<, a base para a arte ornamental ;Fiura ><C compreende4se que
o treinamento em desenhos padr1es vegetais aprimora os
desenhos de ornatos. 5stes são inspirados no vocabul"rio
rococó, comum na maioria das cidades e presente na vida
cotidiana dos alunos.
6s desenhos não eram meramente enfeites, estavam inseridos
em uma seqV!ncia de aprendizado que partia do estudo da
geometria, incluindo o estudo da perspectiva, da luz e da
sombra, do espao e da linha, conforme a graduaão alcanada
pelo aluno. 5ram utilizados nas aulas modelos em gesso,
estampas e ob#etos, conforme a proposta do =iç+es de
@oisas;8<. 5ntre os documentos, foi encontrado um pro#eto de
arquitetura de interior, uma sala de aula adequada ao estudo do
desenho. A disposião do mobili"rio e a localizaão das #anelas
%a entrada de luz natural privilegia a visão do estudante de
diversas perspectivas, valorizando o modelo de acordo com a
proposta do =iç+es de @oisas ;Fiura ?<.
5stendendo4se por todos os anos do >urso (ormal, a disciplina
deveria assegurar o domínio das técnicas estudadas criando as
condi1es b"sicas para o desenvolvimento do desenho
industrial+ mobili"rio, peas de maquin"rio, desenhos de
arquitetura e engenharia civil, como consta na documentaão
encontrada.
5m síntese, como demonstrado por ?itencourt, “as finalidades
de uma disciplina tendem sempre a mudanas, de modo que
atendam diferentes p=blicos escolares e respondam às suas
necessidades ;...< inseridas no con#unto da sociedade$.
%?@R5(>6&R, 998+K). (ota4se que com a disciplina de
/esenho não foi diferente, uma vez que correspondeu à
necessidade de seu tempo, e por isso pode ser analisada como
um fenTmeno histórico.
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 20/28
A utilizaão de desenhos como fonte para a pesquisa acad!mica
ainda não é suficientemente eEplorada. 5sta restrião eEplica4se
em parte pelo fato do desenho ser considerado como esboo ou
eEercício preparatório para uma obra a ser elaborada, todavia,
fundamental para a compreensão do processo de construão de
uma idéia, as altera1es operadas em seu desenvolvimento e,
finalmente, a obra materializada. >oncentrando4se
preferencialmente na obra final, as pesquisas perdem muito,
deiEando em segundo plano os desenhos %os esboos, que nos
dão a dimensão do processo de produão.
REFER@NCIAS
A&'A(, 'iulio >arlo. Arte moderna& do iluminismo aos
movimentos contemporDneos. 2ão 0aulo+ >ompanhia das
Ietras, 99). 3*9 p.
WWWWWWWWWWWWWWWWW. roeto e Destino# 2ão 0aulo+ Xtica,
)**. --K p.
A&A2, 'ladLs 7arL ReiveC 0&6>F(6Y, /enise de 0aulo
7. As li1es dos grupos escolares+ um estudo sobre aincorporaão do método de ensino intuitivo na cultura escolar
dos primeiros grupos escolares florianopolitanos %949-J.
@n+ Q@ 2emin"rio de 0esquisa em 5ducaão da &egião 2ul N
A(05/ 2ul, :, )**:, 2anta 7aria N &2. I ANED Sul
Seminrio de esuisa em Educa'(o da Rei(o Sul# Santa
7aria+ niversidade Oederal de 2anta 7aria, )**:. /isponível
em+ Zhttp+[[\\\.sbhe.org.br ]. Acesso em+ fev. )**8.
?A&?62A, Ana 7ae Ravares ?astos. ArteEduca'(ono Brasil& das origens ao modernismo. 2ão 0aulo+0erspectiva, 938. -) p.
?A&?62A, &ui. Ii1es de >oisas. @n+ O1rasCompletas de Rui Bar1osa& volume -, tomo +Rrabalhos /iversos. &io de Haneiro+ 7inistério da5ducaão e 2a=de, 9J*. p. )J94-:J.
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 21/28
WWWWWWWWWWWWW. 7étodo e /esenho 5scola. @n+ O1rasCompletas de Rui Bar1osa& volume *, tomo )+&eforma do 5nsino 0rim"rio e Q"rias @nstitui1es>omplementares da @nstruão 0=blica. &io de Haneiro+
7inistério da 5ducaão e 2a=de, 9K3. p. *J49:.
FFFFFFFFFFFFF. O desen$o e a arteindustrial# /isponível em+Zhttp+[[\\\.casaruibarbosa.gov.br ]. Acesso em+ 9 #an.)**8.
?A&&5R6, >arolina 7arielli. 5nsino de Arte e 5ducaão
0rofissional Oeminina+ a >riaão da 5scola 0rofissional
Oeminina de 2ão 0aulo. Re!ista Diital Art- , v. *J, )**:.
/isponível em+ Zhttp+[[\\\.revista.art.br[site4numero4
*J[indeE.htm]. Acesso em+ *9 #an. )**8.
?@RR5(>6&R, >irce 7aria Oernandes. 6 que édisciplina escolar. @n+ O sa1er $istrico na sala deaula# ) ed. 2ão 0aulo+ >onteEto, 998. p. --4JJ.
?&A2@I. /ecreto nM :*3, de )3 de fevereiro de 89-.&egulamento das 5scolas (ormais do 5stado de 7inas'erais.
?&6^5I5R, Alfred. Arte Applicada H Indstria# &io de
Haneiro+ F. 'arnier, Iivreiro 5ditor, 9. K p.
>A&/626, &afael. A Academia @mperial de ?elas Artese o 5nsino Récnico. +-./ A Re!ista EletrJnica de
De7eno!einte, &io de Haneiro, v. @@@, n. *, #an. )**8./isponível em+ Zhttp+[[\\\.dezenovevinte.net[9e)*[].Acesso em+ fev. )**8.
O6(25>A, >elso 2ucSo\ da. Kistria do ensino industrial
no Brasil# &io de Haneiro, 9:4:). ) v.
F52_5RR, Hohn. Desen$o Industrial# ).ed. &io de Haneiro+ H.
6lLmpio, 998. ))3 p.
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 22/28
25>&5RA&@A do @nterior. /esenhos encontrados nofundo 2ecretaria do @nterior, ainda em fase deorganizaão, referente às 5scolas (ormais de >ampanha,/iamantina, 7ontes >laros, 6uro 0reto, 2abar", 2ão
Hoão del &ei e beraba.
25>&5RA&@A do @nterior. 0ontos para o 5nsino de/esenho do )M ano da 5scola (ormal de >ampanha,89:.
25>&5RA&@A do @nterior. 0rograma de Ii1es de>ousas da 5scola (ormal de 7ontes >laros, 898.
25>&5RA&@A do @nterior. 0rograma de 0ontos para a 0rova de
'ram"tica de Ii1es de >ousas da 5scola (ormal de 2ão Hoão
/el &ei, 899.
2>F5I?A5&, Analete &egina. 7étodo intuitivo eli1es de coisas+ saberes em curso nas confer!ncias
pedagógicas do século P@P. @n+ I67?A&/@, Hosé>laudineiC 2AQ@A(@, /ermevalC (A2>@75(R6, 7aria
@sabel 7oura. %6rg.. Na!eando pela $istria daeduca'(o 1rasileira# >ampinas+ 'r"fica O5+F@2R5/?&, )**:, p. 4)-. /isponível em+Zhttp+[[\\\.histedbr.fae.unicamp.br[ ]. Acesso em+ fev. )**8.
26BA, &osa O"tima de. @novaão educacional noséculo P@P+ a construão do currículo da escola prim"riano ?rasil. Cadernos Cedes, >ampinas, Ano PP, n. J,
p. 94)J, nov. )***.
QAI/57A&@(, Qera Reresa. Ii1es de coisas+ concepão
científica e pro#eto modernizador para a sociedade. Cadernos
Cedes , >ampinas, Ano P@P, n. J), p. 3K48:, nov. )***.
` 'raduando do curso de Fistória da 0ontifícia niversidade >atólica de7inas 'erais e bolsista do 0ro#eto Memória da Administração do Estado de Minas Gerais: organização, preservação e acesso do acervo documental
(188919!"# no Arquivo 0=blico 7ineiro.
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 23/28
`` 'raduada no curso de Fistória da 0ontifícia niversidade >atólica de7inas 'erais e bolsista ?AR %?olsa de AuEílio Récnico do 0ro#eto Memóriada Administração do Estado de Minas Gerais: organização, preservação e
acesso do acervo documental (188919!"# no Arquivo 0=blico 7ineiro.
``` 'raduanda do curso de Fistória da 0ontifícia niversidade >atólica de7inas 'erais e bolsista ?@> %?olsa de @niciaão >ientífica do0ro#eto Memória da Administração do Estado de Minas Gerais:organização, preservação e acesso do acervo documental (188919!"#noArquivo 0=blico 7ineiro.
;< 5sse recorte temporal se deve ao fato da maior parte da documentaãoencontrada se referir a esse período.
;)< 6 pro#eto Memória da Administração do Estado de Minas Gerais:
organização, preservação e acesso do acervo documental (188919!"#, do
qual fazemos parte, é parceria do Arquivo 0=blico 7ineiro %A07 com aOundaão de Amparo a 0esquisa do 5stado de 7inas 'erais %OA057@'.5sse é assessorado pela historiadora do @nstituto 5stadual do 0atrimTnioFistórico e Artístico de 7inas 'erais %@50FA, Ana Rorres, e possui comocoordenador acad!mico o professor >aio ?oschi. 6 ob#etivo é higienizar,descrever e acondicionar os documentos não encadernados provenientes das2ecretarias do 5stado de 7inas 'erais surgidas após a 0roclamaão da&ep=blica no ?rasil. A documentaão encadernada referente a estassecretarias #" se encontra organizada e disponível à consulta na sede do A07.Até o momento, foram parcialmente concluídas a organizaão dosdocumentos não4encadernados pertencentes à 2ecretaria da Agricultura e a2ecretaria de Qiaão e 6bras 0=blicas. Atualmente, a documentaão
trabalhada é proveniente da 2ecretaria do @nterior. 5ste trabalho nos coloca,estudantes de Fistória, em contato com documentos inéditos de grande valor político, administrativo e educacional, que nos leva a indaga1es, tendo comofruto o presente trabalho. 0or se tratar de uma primeira refleEão gerada a
partir da documentaão pretendemos chamar a atenão dos pesquisadores para as possibilidades de pesquisa em funão da diversidade documental quevem sendo organizada pelo 0ro#eto.
;-< >ompreende4se que a importDncia dada a essas disciplinas nos currículosescolares articulou4se com as eEig!ncias e as necessidades próprias dodesenvolvimento industrial e o processo de urbanizaão do país, momentoem que ocorria a escolarizaão de diversos saberes sociais, com fim pr"tico e
ob#etivo.
;K< Qer ?A&?62A, &ui. Ii1es de >oisas. @n+ -ras @ompletas de $ui ar-osa.
;J< A origem da instituião designada 5scola (ormal, no ?rasil, a partir da primeira metade do século P@P, se deu em funão da necessidade de profissionalizar o corpo docente nacional. 2ua criaão vem em decorr!nciada necessidade de uniformizar o sistema educacional do país, e a formaão de
professores capacitados fazia parte dessa reforma.
;:< G necess"rio ressaltar que a aplicaão do método intuitivo não eranovidade na segunda metade do século P@P. 2egundo 2chelbauer, foi nestaépoca, sobretudo por meio das 5Eposi1es @nternacionais, dos >ongressos
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 24/28
0edagógicos, dos &elatórios 6ficiais, além dos comp!ndios e manuais deensino, que o conhecimento em torno do ensino intuitivo foi colocado emcirculaão, associado à idéia de que ele se constituía em um instrumentocapaz de reverter a inefici!ncia do ensino escolar e o método mais apropriadoà difusão da instruão elementar entre as classes populares. >om estaroupagem, desembarcou na realidade brasileira como um saber pedagógico
que traduzia as eEpectativas de renovaão educacional que os intelectuaisilustrados acreditavam poder modificar o cen"rio da naão, modernizando4a
por meio da educaão. %2chelbauer, )**:+9.
;3< (a segunda metade do século P@P, no mundo ocidental, as discuss1es emrelaão aos métodos de ensino ocorridas nos congressos, confer!ncias eeEposi1es pedagógicas atingiram grande proporão, produzindo importantesinova1es pedagógicas na escola. (as 5Eposi1es @nternacionais de Iondres,de 8J e 8:), a @nglaterra foi o grande eEemplo de desenvolvimentoartístico4industrial, copiada pelos países do Qelho e do (ovo 7undointeressados em seguir o modelo de desenvolvimento da então pot!nciamundial. A partir de então, gradativamente, nota4se a influ!ncia dessas
5Eposi1es no ?rasil, como se percebe no relatório do conselheiro Orancisco@n"cio >arvalho 7oreira, em visita à 5Eposião de 8:).
;8< (ão foi possível descobrir se eram realizadas aulas ao ar livre. m estudomais detalhado da documentaão poder" esclarecer4nos.
Evolução da Arte
As primeiras expressões da arte brasileira estão representadas nas manifestações culturais amazônicas entre o
período de 5000 a.C. a 1100. A fabricação de artefatos de cerâmica !asos antropomorfos e zoomorfos com
suportes e apli"ues ornamentais fazem parte desta #ist$ria.
A arte indí%ena tamb&m te!e importantes manifestações caracterizada pelas cores e desen#os feitos com
pi%mentos !e%etais 'unto com a confecção de adornos "ue são encontrados por todo o territ$rio brasileiro.
A arte barroca foi introduzida no (rasil no início do s&culo )*++ pelos mission,rios cat$licos especialmente
'esuítas "ue trouxeram o no!o estilo como instrumento de doutrinação cristã. - poema &pico rosopop&ia de(ento /eixeira em 101 & um dos marcos iniciais. /i!emos o Alei'adin#o como expoente na escultura e o
estre Ataíde na pintura.
A pintura e a escultura barrocas se desen!ol!eram como elementos auxiliares fundamentais para a pre%ação
da reli%ião. Ao lado da ar"uitetura forma!am o cen,rio dram,tico e emocional para a cate"uese.
As primeiras pinturas criadas no (rasil tamb&m tin#am fins reli%iosos. Apareceram em meados do s&culo )*++
feitas sobre pranc#as de madeira. As pinturas em telas "ue retrata!am as terras brasileiras e as pessoas locais
foram feitas nesta mesma &poca por artistas #olandeses em ernambuco.
- s&culo se%uinte !iu a pintura florir em inumer,!eis centros reli%iosos em todas as re%iões do país. 2m 134
Caetano da Costa Coel#o introduziu na +%re'a da -rdem /erceira de 6ão 7rancisco da enit8ncia no 9io de
:aneiro a primeira pintura de perspecti!a ar"uitetural ilusionística.
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 25/28
;e!ido ao apoio da Corte portu%uesa ao neoclassicismo a pintura barroca brasileira assim como as outras
artes encerrou sua tra'et$ria a partir do início do s&culo )+). as sua influ8ncia ainda ficou por mais uns 50
anos. Al%uns exemplos são< anuel de Ataíde líder da escola mineira com uma obra perfeitamente rococ$ e
:os& /e$filo de :esus uma das maiores fi%uras na (a#ia com trabal#os em "ue se percebe apenas uma le!e
atualização estilística com elementos pr&=cl,ssicos.
2m 1>0> com a c#e%ada da Corte portu%uesa ao (rasil a cidade do 9io de :aneiro passou por um processo deurbanização. Começou um ciclo cultural com um campo propício ? di!ul%ação das no!as influ8ncias europeias.
6ur%iu o Academismo nacional um sistema de ensino e um mo!imento filos$fico e político. Antes disso a
produção artística ocorria atra!&s de corporações de artesãos e ateli8s coleti!os e o aprendizado acontecia de
modo essencialmente informal. Adotando a ideia de "ue a arte pode ser ensinada atra!&s de um treinamento
disciplinado e met$dico fica!a problematizada a noção de ori%inalidade e separa!a=se arte e artesanato. Assim
o Academismo não foi um estilo específico e sim uma forma de aprender arte contemplando estilos como o
renascentista maneirista e barroco.
A @escola de arte foi criada mas tardou em se estabelecer enfrentando muitas oposições e #ostilidades por
parte de artistas ', estabelecidos e #erdeiros das tradições do barroco. ;ebret e onti%nB foram dois dos mais
persistentes no ob'eti!o de desen!ol!er a escola. - primeiro realizou extensa documentação !isual da naturezados índios e escra!os e da !ida urbana do (rasil em uma s&rie de a"uarelas e desen#os. 6implício 9odri%ues
de 6, colaborou e foi autor de um dos mel#ores retratos oficiais da pintura nacional o ltimo de ;om edro +
em um estilo neocl,ssico ele%ante com ecos do rococ$. Desta fase tamb&m foram desta"ues :os& Correia de
Eima bom retratista e Au%usto Fller paisa%ista e retratista de talento.
- Academismo foi a expressão "ue pre!aleceu do início do s&culo )+) at& o início do s&culo )). Dasceu com a
2scola 9eal de Ci8ncias Artes e -fícios fundada por ;om :oão *+ em 1>1 por incenti!o da issão Artística
7rancesa floresceu com a Academia +mperial de (elas Artes e o mecenato de ;om edro ++ e encerrou=se com
a incorporação de sua sucessora republicana a 2scola Dacional de (elas Artes criada pela Gni!ersidade
7ederal do 9io de :aneiro em 1H41.
A estabilidade do 6e%undo +mp&rio %erou condições para mais um ciclo de %rande desen!ol!imento nas artes. Ap$s 1> cresceu no (rasil independente o sentimento de nacionalismo. (uscou=se o passado #ist$rico e
exaltou=se a natureza da p,tria.
A produção central desta fase pode ser descrita como romântica com um ima%in,rio #eroico dram,tico e
ufanista "ue se alin#ou em um pro'eto nacionalista in&dito na #ist$ria cultural do (rasil. Ao mesmo tempo
durante este período #ou!e uma inspiração na tem,tica indí%ena "ue se tornou símbolo de uma brasilidade
aut8ntica e pura dado importante no res%ate das raízes nacionais.
edro Am&rico um dos maiores pintores brasileiros do s&culo )+) pri!ile%iou cenas #ist$ricas com temas
nacionais num estilo %randioso "ue tanto %lorifica!a as façan#as do po!o e de seus prota%onistas como a
bene!ol8ncia e firmeza da Coroa. 6uas obras mais importantes - Irito do +piran%a e A (atal#a do A!aí são
peças capitais do Academismo nacional.
-utro mestre desta fase foi *ictor eirelles. ossuidor de um talento "ue transcende a política e a ideolo%ia
#eroica pintou "uadros como A rimeira issa no (rasil de feição tran"uila e composição impec,!el e oema
peça=c#a!e do nacionalismo indí%ena tipicamente romantizado. 2m 6ão aulo destaca!am=se Almeida :nior
2liseu *isconti edro Alexandrino (or%es. 9efletiram em seus trabal#os a di!ersidade de tend8ncias da &poca
como o 9ealismo o +mpressionismo o 6imbolismo o 2cletismo e a Art Dou!eau.
Da primeira metade do s&culo )) sur%iu o odernismo brasileiro amplo mo!imento cultural "ue repercutiu
fortemente sobre a cena artística e a sociedade sobretudo no campo da literatura e das artes pl,sticas. /e!e
como influ8ncias a assimilação de tend8ncias lançadas pelas !an%uardas europeias no período "ue antecedeu
a rimeira Iuerra undial como por exemplo o Cubismo e o 7uturismo. 9efletia a procura da abolição de
todas as re%ras anteriores e a procura da no!idade e da !elocidade.
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 26/28
- odernismo te!e tr8s mo!imentos distintos. Gm primeiro radical opondo=se a tudo o "ue foi anterior c#eio de
irre!er8ncia e escândalo. Gm se%undo mais ameno "ue formou %randes romancistas e poetas e um terceiro
c#amado de $s=odernismo "ue se opun#a ao primeiro e era por isso ridicularizado e c#amado tamb&m de
Deoparnasianismo.
- ponto de partida para a arte moderna foi a 6emana de Arte oderna realizada em 6ão aulo em 1H e
marcada pela liberdade de estilo pela reno!ação de lin%ua%em e pela ruptura com o passado. - cerne dadiscussão não eram estilos ou correntes em si nem o (rasil ou a 2uropa mas sim a liberdade de pes"uisa e
expressão indi!idual "ue se refletia não apenas na tem,tica e forma assim como no instrumental t&cnico e
material.
A pintora Anita alfatti foi a precursora com uma exposição criticada por %randes nomes como onteiro Eobato
escritor "ue pre%a!a uma arte com princípios imut,!eis. Do entanto lo%o ela foi apoiada por nomes
consa%rados como< ,rio de Andrade -sJald de Andrade *icente do 9e%o onteiro *íctor (rec#eret enotti
;el ic#ia 6&r%io illiet e Keitor *illa=Eobos entre outros.
Desse período foram feitas %randes críticas ao Academismo. +dealizador da 6emana de Arte de e refer8ncia
do odernismo o pintor ;i Ca!alcanti descre!eu o Academismo como um estilo @idiota das críticas liter,rias e
artísticas dos %randes 'ornais. ;este modo ele apoia!a as especulações culturais curiosas de no!as formas eestilos do seu %rupo de modernistas. ;e um lado esta!am os "ue defendiam "ue a arte fosse uma c$pia fiel do
realL do outro os modernos "ue alme'a!am uma liberdade criadora para o artista sem os limites da realidade.
M neste contexto "ue sur%e a fi%ura de /arsila do Amaral com obras ori%inais como A De%ra e A Caipirin#a
al&m da tela Abaporu de 1H> com mo!imentos antropof,%icos. A Antropofa%ia propun#a de%lutir as influ8ncias
estran%eiras absor!endo suas "ualidades e concedendo a elas uma feição mais brasileira.
- odernismo brasileiro te!e %rande adesão entre as d&cadas de 40 e N0 fazendo com "ue a corrente principal
da pintura se abrisse em lar%o le"ue sendo impossí!el acompan#ar uma lin#a unificada de e!olução. -
crescente contato dos intelectuais brasileiros com o exterior trazia constantemente ? cena informações no!as
"ue eram absor!idas com presteza e ', deri!a!am em no!as formulações. 2m 1H41 realizou=se o 6alão
9e!olucion,rio pela primeira !ez aberto aos modernos. 2m 6ão aulo e%ressos da 6emana de 'untamentecom Easar 6e%all e Antonio Iomide fundaram em 1H4 a 6ociedade r$=Arte oderna com uma arte
an%ulosa de cores fortes "ue procura!a expressar as paixões e os sofrimentos dos seres #umanos.
2m 1H4N Candido ortinari iniciou uma bril#ante carreira com a tela Caf&. 6ua arte denuncia!a as
desi%ualdades da sociedade brasileira. 6eu trabal#o ficou con#ecido internacionalmente caracterizado pelo
!olume de corpos #umanos e p&s enormes relacionando as fi%uras com a terra. 9ecebeu uma s&rie de
encomendas oficiais e retomou uma tradição de composições #ist$ricas %randiosas num estilo moderno. 7ez
tamb&m uma %rande "uantidade de obras em "ue retrata!a de maneira expressionista a realidade da população
rural notadamente dos retirantes do Dordeste.
2m 1HN3 o Irupo dos 1H realizou uma mostra marcada pelo 2xpressionismo do p$s=%uerra da "ual
participaram entre outros 7l,!io 6#ir$ aria Eeontina Euís 6acilotto Aldemir artins e ,rio Iruber. Al%unsde seus inte%rantes se destacaram no panorama nacional e le!aram a interpretação brasileira da abstração a
uma no!a aborda%em do 6urrealismo.
- Abstracionismo se estabeleceu no (rasil influenciado pelo desen!ol!imento industrial acelerado com a
atuação precursora de Cícero ;ias Antônio (andeira e 6amson 7lexor. 2m 1H54 foi lançada a primeira
2xposição Dacional de Arte Abstrata com obras de (andeira +!an 6erpa EB%ia ClarO e K&lio -iticica. 7ormou=
se paralelamente o mo!imento Concreto "ue expôs pela primeira !ez em 1H5 no A de 6ão aulo. -
Concretismo desapareceu por !olta de 1H5H abrindo espaço para a criação do mo!imento Deoconcreto "ue
busca!a um res%ate da sensibilidade depois dos ri%ores %eom&tricos cerebrais do antecessor. Alfredo *olpi
com uma obra amadurecida de %rande re"uinte assumiu um car,ter puramente abstrato e construti!o.
Da d&cada de 0 duas %randes tend8ncias se fizeram notar. A primeira foi uma continuidade das pes"uisasformais abstratas deri!adas do Concretismo e Deoconcretismo com influ8ncia das artes %r,ficas ou
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 27/28
incorporando ob'etos e cola%ens nas obras com uma or%anização %eom&trica. ;estacaram=se ira 6c#endel
Abelardo Paluar Arcan%elo +anelli 9aBmundo Collares e edro 2scoste%uB. A outra lin#a ficou con#ecida como
Do!a 7i%uração e retomou a fi%ura com uma lin#a informal pri!ile%iando formas fluidas com 8nfase na
sensibilidade do %esto espontâneo e das sutis %radações de cor. 7oi influenciada pelos meios de comunicação
de massa pelas expressões populares incultas e pelas artes %r,ficas aproximando=se da arte pop americana
embora com ob'eti!os bem distintos. /in#a uma !eia urbana mais a%ressi!a en%a'ada socialmente com apelo e
#umor crítico. 6eus nomes principais foram 9ubens Ierc#man QesleB ;uOe Eee Carlos *er%ara Antônio ;iasDelson Eeirner 9oberto a%al#ães Cl,udio /ozzi Carlos Pílio anabu abe e +ber8 Camar%o com seu
dramatismo explosi!o.
A transição entre a d&cada de 1H0 e a de 1H30 foi marcada pela atmosfera da ditadura militar. Atra!&s da
pintura di!ersos artistas tomaram a tarefa de rea!aliar a natureza da arte e seu papel na sociedade. A obra
deixou de ser um ob'eto e passou a ter uma função social. Dasceu a arte conceitual minimizando a importância
do ob'eto físico e pri!ile%iando as ideias e propostas sub'acentes. -bser!ou=se um entrecruzamento de
materiais e t&cnicas tornando difícil a classificação de cada peça. Desta mistura c#e%ou=se a acreditar "ue a
pintura ou pelo menos sua representação tradicional esta!a morta. As obras de Euiz aulo (ara!elli Carlos
7a'ardo Cl,udio /ozzi e Carlos *er%ara nesta fase exemplificam o estilo.
A pro%ressi!a abertura política dos anos >0 trouxe um clima de relaxamento ao cen,rio das artes. 2mblem,ticadesta &poca foi a exposição @-nde est, *oc8 Ieração >0R montada na 2scola de Artes *isuais do ar"ue
Ea%e no 9io de :aneiro. Dela a pintura !oltou com %rande força pro!ando "ue a @suposta morte fora um
período de incubação e assimilação da multiplicidade de perspecti!as abertas pelos "uestionamentos da
d&cada anterior. A tem,tica política foi abandonada em fa!or de uma explosão de cores formas e assuntos para
abordar a !ida urbana e o corpo #umano em seus !ariados aspectos como a sexualidade. Al%uns de seus
artistas de desta"ue foram ;aniel 6enise (eatriz il#azes :or%e Iuinle 7il#o Eeonilson Sarin Eambrec#t e
Eeda Catunda.
A d&cada posterior re!elou um certo es!aziamento e a releitura tornou=se um lu%ar comum. 6entiu=se a
necessidade de direcionar os esforços em busca de um no!o sentido para a pr,tica da pintura. A saída
encontrada por al%uns foi a deformação e a 8nfase em aspectos de per!ersidade com o corpo #umano e as
relações interpessoais como ob'eto central. -utros usaram mais positi!amente a enxurrada de no!os conceitose a abertura de campos de pes"uisa criando lin%ua%ens pessoais plasticamente atraentes e com uma
pluralidade de leituras e associações possí!eis.
A pintura brasileira contemporânea recente tem recebido maior atenção e aceitação no exterior e est,
plenamente atualizada com todas as correntes importantes em e!id8ncia no momento. ;estaca=se a
di!ersidade e tamb&m a busca por uma no!a si%nificação de termos e elementos espel#ando a sociedade
%lobalizada de "ue o (rasil #o'e faz parte.
T mar%em do circuito artístico intelectualizado existe tamb&m no (rasil um rico acer!o de pintura "ue não se
en"uadra na cate%oria erudita. 6ão os artistas populares ou naUfs. - %8nero pode ser encontrado em "ual"uer
&poca da arte brasileira mas somente no início do s&culo )) recebeu atenção da crítica especializada a partir
da produção de :os& (ernardo Cardoso :nior o Cardosin#o com obras no /ate IallerB de Eondres.
Al#eios ? e!olução erudita e sem um ensino acad8mico muitos artistas são anônimos e preser!am uma
atmosfera atemporal e in%8nua em sua produção. A "ualidade est&tica prima pela ori%inalidade de soluções
pl,sticas caracteriza=se pela simplicidade e pelo uso fre"uente de cores prim,rias tornando=se um estilo muito
popular. Como exemplo temos %randes nomes como Keitor dos razeres Vcom #umanos no centro de seu
trabal#oW ;'anira C#ico da 6il!a :os& Antônio da 6il!a :os& 9odri%ues de iranda A%ostin#o (atista de
7reitas Constância DerB 6ônia 7urtado /ercília dos 6antos e ;al!an da 6il!a 7il#o entre muitos outros.
A arte moderna atual toma rumos nunca pre!istos. Ko'e um ob'eto "ual"uer pode ser considerado arte dependo
do seu contexto e forma de an,lise. /emos uma %rande "uantidade de artes di!ersas "ue !ão sendo
denominadas e modificadas com o passar do tempo.
- %rafite por exemplo sur%iu na 7rança mas difundiu=se pelo mundo todo. uito presti%iada no (rasil como
uma maneira de comunicação e expressão esta arte muitas !ezes possui car,ter político ou demarca territ$rio
7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas
http://slidepdf.com/reader/full/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e-rugendas 28/28
ou representa tribos e mo!imentos urbanos. /rata=se de inscrições desen#os e manifestações inicialmente
feitas em paredes ou lu%ares pblicos abandonados. Ko'e o %rafite & !isto como arte urbana. Artistas como
-s%emeos ', expuseram seu trabal#o na fac#ada do /ate odern de Eondres.
-s materiais se misturam a foto%rafia entra em cena e continua a transformação. Das artes pl,sticas *iO
uniz emer%e como %rande artista brasileiro recon#ecido internacionalmente. 6eu trabal#o ino!ador rene
foto%rafia e materiais perecí!eis. ais recentemente aposta em obras de maior escala tais como desen#osesculpidos com terra ou com enormes pil#as de lixo.
-s pr$ximos passos da arte ', estão sendo construídos. -s instrumentos de trabal#o #o'e são a pr$pria
extensão do corpo #umano. A interati!idade e a tecnolo%ia pedem passa%em e a arte brasileira procura seu
lu%ar.