viagem pitoresca ao brasil de debret e rugendas

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  VIAGEM PITORESCA AO B RASIL DE DEBRET E RUGENDAS  A fotografia jornalística as i!ag"ns #$" %oc$!"n ta! o &o!"! " o s"$ coti%iano a ci%a%" " o ca!'o a 'aisag"! " os fatos g"ra%os 'or "la ( &oj" $!a r"ali%a%" corri#$"ira #$" 'o%" s"r ")"rci%a 'or #$al#$"r $! %"s%" #$" s" t"n&a $!a o*j"ti+a na !,o " o*s"r+" o !$n%o ao s"$ r"%or- N"! s"!'r" %is'ositi+os co!o $!a c.!"ra %igital "sti+"ra! / %is'osi0,o- Ca*ia no 'assa%o aos %"s"n&istas " 'intor"s r"tratar"! o coti%iano %o !$n%o "! #$" +i+ia! atra+(s %" litografias #$" r"gistra+a! o s"$ t"!'o " a s$a ('oca- O Brasil colonial foi farta!"nt" r"trata%o 'or gran%"s 'intor"s " %"s"n&istas co!o o franc1s 2"an3Ba'tist" D"*r"t " o al"!,o 2o&ann Morit4 R$g"n%as- Pintor"s " %"s"n&istas %as c"nas  *rasil"iras %a 'ri!"ira !"ta%" %o s(c$lo 5I5 " l"s tra4"! a 'aisag"! &$!ana +i+a %" $!a col6nia #$" "l"+a%a / cat"goria %" r"ino $ni%o ain%a n,o ro!'"ra co! as a!arras "con6!icas #$" s" s$st"nta+a '"la "scra+i%,o tanto %os n"gros africanos #$anto %os in%íg"nas nati+os- Do &o!"! / *ot.nica %as "tnias #$" constr$ía! a Col6nia aos ani!ais #$" &a*ita+a! as s$as flor"stas t$%o foi r"trata%o 'or "st"s gran%"s %"s"n&istas-  A#$i fa4"!os $!a +iag"! ao Brasil col6nia %o s(c $lo 5I5 co! D"*r"t " R$g"n%as 7 autor da gravura acima, “Missa de Nossa Senhora da Candelária em Pernambuco”, da obra “Voyage  Pittoresque au Brsil” 8 !"rg$l&an%o "! $! 'assa%o #$" n,o !ais ")ist" !as !"s!o %istant" %"i)o$ s$as !arcas in%"l(+"is na 'aisag"! &$!ana " nos cost$!"s %a na0,o #$" s" constr$i$ a 'artir %"sta ('oca-

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A fotografia jornalística, as imagens que documentam o homem e o seu cotidiano, a cidade e o campo, a paisagem e os fatos gerados por ela, é hoje uma realidade corriqueira, que pode ser exercida por qualquer um, desde que se tenha uma objetiva na mão e observe o mundo ao seu redor. Nem sempre dispositivos como uma câmera digital, estiveram à disposição. Cabia no passado, aos desenhistas e pintores retratarem o cotidiano do mundo em que viviam, através de litografias que registravam o seu tempo e a sua época.O Brasil colonial foi fartamente retratado por grandes pintores e desenhistas, como o francês Jean-Baptiste Debret e o alemão Johann Moritz Rugendas. Pintores e desenhistas das cenas brasileiras da primeira metade do século XIX, eles trazem a paisagem humana viva de uma colônia que elevada à categoria de reino unido, ainda não rompera com as amarras econômicas que se sustentava pela escravidão tanto dos negros africanos quanto dos indígenas nativos. Do homem à botânica, das etnias que construíam a Colônia aos animais que habitavam as suas florestas, tudo foi retratado por estes grandes desenhistas.Aqui fazemos uma viagem ao Brasil colônia do século XIX, com Debret e Rugendas (autor da gravura acima, “Missa de Nossa Senhora da Candelária em Pernambuco”, da obra “Voyage Pittoresque au Brésil”), mergulhando em um passado que não mais existe, mas mesmo distante, deixou suas marcas indeléveis na paisagem humana e nos costumes da nação que se construiu a partir desta época.

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 VIAGEM PITORESCA AO BRASIL DE DEBRET E RUGENDAS

 A fotografia jornalística as i!ag"ns #$" %oc$!"nta! o &o!"! " o s"$ coti%iano a ci%a%" " o

ca!'o a 'aisag"! " os fatos g"ra%os 'or "la ( &oj" $!a r"ali%a%" corri#$"ira #$" 'o%" s"r

")"rci%a 'or #$al#$"r $! %"s%" #$" s" t"n&a $!a o*j"ti+a na !,o " o*s"r+" o !$n%o ao s"$r"%or- N"! s"!'r" %is'ositi+os co!o $!a c.!"ra %igital "sti+"ra! / %is'osi0,o- Ca*ia no

'assa%o aos %"s"n&istas " 'intor"s r"tratar"! o coti%iano %o !$n%o "! #$" +i+ia! atra+(s %"

litografias #$" r"gistra+a! o s"$ t"!'o " a s$a ('oca-

O Brasil colonial foi farta!"nt" r"trata%o 'or gran%"s 'intor"s " %"s"n&istas co!o o franc1s

2"an3Ba'tist" D"*r"t " o al"!,o 2o&ann Morit4 R$g"n%as- Pintor"s " %"s"n&istas %as c"nas

 *rasil"iras %a 'ri!"ira !"ta%" %o s(c$lo 5I5 "l"s tra4"! a 'aisag"! &$!ana +i+a %" $!a

col6nia #$" "l"+a%a / cat"goria %" r"ino $ni%o ain%a n,o ro!'"ra co! as a!arras "con6!icas

#$" s" s$st"nta+a '"la "scra+i%,o tanto %os n"gros africanos #$anto %os in%íg"nas nati+os- Do

&o!"! / *ot.nica %as "tnias #$" constr$ía! a Col6nia aos ani!ais #$" &a*ita+a! as s$as

flor"stas t$%o foi r"trata%o 'or "st"s gran%"s %"s"n&istas-

 A#$i fa4"!os $!a +iag"! ao Brasil col6nia %o s(c$lo 5I5 co! D"*r"t " R$g"n%as 7autor da

gravura acima, “Missa de Nossa Senhora da Candelária em Pernambuco”, da obra “Voyage

 Pittoresque au Brsil” 8 !"rg$l&an%o "! $! 'assa%o #$" n,o !ais ")ist" !as !"s!o %istant"

%"i)o$ s$as !arcas in%"l(+"is na 'aisag"! &$!ana " nos cost$!"s %a na0,o #$" s" constr$i$ a

'artir %"sta ('oca-

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Jean-Baptiste Debret e a Missão Artística Francesa

2"an3Ba'tist" D"*r"t 79:;<39<=<8

'intor " %"s"n&ista nasci%o "!

Paris int"gro$ a Miss,o Artística >ranc"sa c&"gan%o ao Brasil "! 9<9; ao la%o %o ar#$it"toGran%j"an %" Montign?- A !iss,o acont"c"$ 'or solicita0,o %" %o! 2o,o VI s"n%o 'lan"ja%a

'or Ant@nio Arajo " A4"+"%o o con%" %a Barca- O o*j"ti+o %a !iss,o "ra "ntr" o$tros

organi4ar a cria0,o %a Aca%"!ia %" B"las Art"s-

D$rant" a ('oca #$" "st"+" no Brasil %" 9<9; a 99 D"*r"t co! os s"$s tra0os %o

n"oclassicis!o r"trato$ co! %"tal&"s &ist@ricos nicos o Brasil %" "nt,o- Da cort" 'ort$g$"sa

no 'aís / cort" instala%a '"lo 'rocla!a%or %a in%"'"n%1ncia %o! P"%ro I na%a 'asso$

%"s'"rc"*i%o na o*ra %" D"*r"t- $an%o r"torno$ / >ran0a '$*lico$ "ntr" 9<= " 9<

Voyage Pittoresque et !istorique au Brsil F 7Viagem Pitoresca e !ist"rica ao Brasil 8 #$"

%oc$!"nta+a os as'"ctos %o &o!"! %a nat$r"4a " %a soci"%a%" *rasil"ira-

O Brasil de Debret

 As gra+$ras a#$i !ostra%as t1! t")tos %o 'r@'rio 2"an3Ba'tist" D"*r"t ")traí%os %" Voyage

 Pittoresque et !istorique au Brsil F-

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Charruas Civilizados –

 Jean-Baptiste Debret – Da obra “Voyage Pittoresque et Historique au Brésil! 

E! $!a %as 'ro+íncias !"ri%ionais %o Brasil--- ")ist" $!a na0,o %" in%íg"nas co!'l"ta!"nt"

s"l+ag"ns %"no!ina%os C&arr$as #$" oc$'a! $!a +asta Hr"a %" '.ntanos " *os#$"s- Vi+"!

"! !"io a !ana%as %" ca+alos s"l+ag"ns %" #$" co!"! a carn" 'r"f"rin%o3a a #$al#$"r

ali!"nto-

--- so!"nt" na 'ro+íncia %" S,o P"%ro " %" Es'írito Santo #$" s" "ncontra gran%" n!"ro %"

C&arr$as ci+ili4a%os a !aior 'art" originHrios %o Parag$ai- An%a! #$as" s"!'r" a ca+alo

"n+ol+i%os '"lo 'onc&o--- " tra4"! s"!'r" $!a gran%" faca / cint$ra o$ si!'l"s!"nt"

coloca%a "! $!a %as *otas- O co!(rcio %" ani!ais ( a s$a 'rinci'al oc$'a0,oJ "

fr"#K"nt"!"nt" so* o no!" %" '""s s"r+"! %" g$ias aos +iajant"s #$" '"rcorr"! "stas

'ro+íncias- N,o !"nos intr('i%os a '( #$" a ca+alo "l"s n,o t"!"! atacar a on0a o *ra0o

"s#$"r%o "n+ol+i%o '"lo 'onc&o co! to%a 'r"ca$0,o " co*"rto 'or $! '"%a0o %" co$ro- Assi!

'r"'ara%o ao co!*at" " t"n%o na !,o %ir"ita a s$a faca "l" +ai ao "ncontro %o ani!al " o

%"safia- O ca0a%or a+an0a o *ra0o "s#$"r%o " #$an%o a on0a arr"!"t" "l" l&" !"rg$l&a a faca

no '"ito " a !ata %" $! s@ gol'"- Est" g1n"ro %" co!*at" l&"s ( t,o fa!iliar #$" "st,o s"!'r"

%is'ostos a 'ro'orcionar so*"r*as '"l"s %" on0a '"la #$antia %" cinco francos 7$! 'atac,o8J (

$!a "s'"c$la0,o #$" "l"s r"s"r+a! 'ara fa4"r fr"nt" /s %"s'"sas co! s$as %i+"rs"s 'o$co +aria%as na +"r%a%" 'ois consist"! "! 'assar gran%" 'art" %" s"$ t"!'o nas ta+"rnas

f$!an%o *"*"n%o ag$ar%"nt" " jogan%o cartas 'ra4"r #$" t"r!ina #$as" s"!'r" "! gol'"s %"

faca- E!*ora nat$ral!"nt" inclina%os ao ro$*o " ao assassinato "l"s s,o %" $!a fi%"li%a%" a

to%a 'ro+a caso t"n&a! si%o contrata%os 'ara a "scolta %" $! +iajant"-F

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 "etour # la Ville de

 $%gres Chasseurs – Jean-Baptiste Debret – Da obra “Voyage Pittoresque et

 Historique au Brésil! so*r"t$%o na ro0a #$" s,o cria%os os n"gros #$" s" torna!

ca0a%or"s %" 'rofiss,o- lH #$" %"+"n%o %"s%" jo+"ns aco!'an&ar os co!*oios o$ "!

co!'an&ia so!"nt" %" s"$ s"n&or "! longas " '"nosas +iag"ns "l"s +,o s"!'r" ar!a%os %"

$! f$4il tanto 'ara s$a s"g$ran0a '"ssoal #$anto 'ara o*t"r ali!"nto--- Est" g1n"ro %" +i%a

torna3s" $!a 'ai),o a tal 'onto %o!inant" "ntr" os n"gros %a ro0a #$" "l" n,o as'ira /

li*"r%a%" s"n,o 'ara '"n"trar nas flor"stas co!o ca0a%or 'rofissional " s" %ar s"! r"s"r+as /s

atra0"s %" $!a inclina0,o #$" s"r+" ao !"s!o t"!'o a s"$s int"r"ss"s- Ent,o li+r" long" %a

o'r"ss,o %o c&icot" o %ir"ito %" '"nsar fa4 %"l" $! forn"c"%or t,o &H*il #$anto o &o!"!

 *ranco %" #$"! con&"c" os g"stosJ " '"rf"ita!"nt" a 'ar %o +alor %" $!a '"0a fina #$" s"

"ncontra !ist$ra%a / ca0a grossa #$" "l" tra4 / ci%a%" "l" +ai of"r"c13la %" 'r"f"r1ncia ao

co4in&"iro %" $!a gran%" casa #$" o 'aga %" !o%o satisfat@rioJ assi! alian%o a int"lig1ncia ao

"sfor0o fr"#K"nt"!"nt" "l" torna s$a 'rofiss,o !$ito l$crati+a-F

 &elvagens Civilizados

 &oldados 'ndios da Prov(n)ia de Curitiba Conduzindo Prisioneiros *nd(genas –

 Jean-Baptiste Debret – Da obra “Voyage Pittoresque et Historique au Brésil!

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O*s"r+a3s" na 'ro+íncia %" S,o Pa$lo Co!arca %" C$riti*a as al%"ias %" Ita'"+a " C$rros c$ja

'o'$la0,o int"ira s" co!'" %" ca0a%or"s in%íg"nas "!'r"ga%os '"lo go+"rno *rasil"iro 'ara

l$tar contra os s"l+ag"ns " os ")'$lsar 'o$co a 'o$co %os locais 'r@)i!os /s t"rras 'or on%" os

c$lti+os co!"0a! a a+an0ar---

Est"s sol%a%os ag$"rri%os--- %or!"! s"! ac"n%"r fogo na flor"sta 'ara #$" s$a 'r"s"n0a n,o

s"ja '"rc"*i%a '"los s"l+ag"ns #$" "l"s 'roc$ra! s$r'r""n%"r--- Ca%a ano n$!a c"rta ('oca o

go+"rno l&"s %H !$ni0"s 'ara a ca!'an&aJ $!a +"4 "! !arc&a "l"s n,o r"torna! ant"s %"

&a+"r "sgota%o s$as 'ro+is"s %" g$"rraJ "nt,o r"'o$sa! at( a ca!'an&a s"g$int"- D$rant"

"st" int"r+alo "l"s c$lti+a! s$as t"rras " s"r+"! %" g$ia aos +iajant"s "strang"iros--- S$a tHtica (

atacar os ranc&os %os s"l+ag"ns !atar os &o!"ns " tra4"r 'rision"iras as !$l&"r"s " crian0as-

S"l+ag"ns at( ('oca r"c"nt" "l"s !ostra!3s" !ais a'tos #$" os "$ro'"$s a "!'r"gar as

arti!an&as n"c"ssHrias a "st" g1n"ro %" ")'"%i0"s-F

 +,ia de u Che.e Coroado – Jean-

 Baptiste Debret – Da obra “Voyage Pittoresque et Historique au Brésil! 

S"g$n%o a o'ini,o %" $! "scritor !$ito r"s'"ita%o os s"l+ag"ns %o Brasil c&a!a%os Coroa%os

s"ria! os antigos Goitaca4"s- Est" no!" %" Coroa%os l&"s foi 'ri!iti+a!"nt" %a%o '"los

'ort$g$"s"s 'or ca$sa %o '"nt"a%o %" s"$s c&"f"s #$" "f"ti+a!"nt" corta! o ca*"lo %" !o%o a

%"i)ar $!a "s'(ci" %" coroa isola%a no alto %a ca*"0aJ no "ntanto !$ito %"l"s tra4"! os

ca*"los caí%os so* as "s'H%$as---

Os Coroa%os tin&a! antiga!"nt" o cost$!" %" "nt"rrar s"$s c&"f"s %" $!a !an"ira 'artic$lar

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os r"stos !ortais %"st" c&"f" r"+"r"ncia%o "ra! "nc"rra%os "! $! gran%" +aso %"no!ina%o

ca!$cis "nt"rra%o "! s"g$i%a 'rof$n%a!"nt" j$nto a $!a gran%" Hr+or"---

Estas !!ias r"+"sti%as %" s$as insígnias "st,o '"rf"ita!"nt" intactas " s,o s"!'r"

coloca%as "! s$a $rna f$n"rHria %" !o%o a cons"r+ar a atit$%" %" $! &o!"! s"nta%o so*

s"$s calcan&ar"s 'osi0,o &a*it$al %o s"l+ag"! #$an%o "! r"'o$so- Pr"t"n%ia! 'or "st" !"io

fa4"r $!a al$s,o / !ort" "st" "t"rno r"'o$soF

Rugendas, Vindo com a Epedi!ão do Barão de

"angsdor##  

O %"s"n&ista 2o&ann Morit4 R$g"n%as 79<39<Q<8 nasci%o "! A$gs*$rg c&"go$ *"! jo+"!

ao Brasil "! 99 +in%o co!o !"!*ro %a ")'"%i0,o %o Bar,o %" Langs%orff ci"ntista "

%i'lo!ata r$sso-

No Brasil R$g"n%as logo %"i)o$ a ")'"%i0,o " 'asso$ a +iajar 'or s$a 'r@'ria conta

'"rcorr"n%o %" 9< a 9<Q +Hrias 'art"s %o 'aís %"%ican%o3s" a r"tratar os !ais +aria%os

as'"ctos %a +i%a %a na0,o #$" s" for!a+a %"'ois %a in%"'"n%1ncia "! r"la0,o a Port$gal-

R$g"n%as r"gistra j$sta!"nt" o !o!"nto %" transi0,o "ntr" o Brasil col6nia " o Brasil na0,o

in%"'"n%"nt"-

Os r"gistros %" R$g"n%as %o coti%iano *rasil"iro for!ara! $!a col"t.n"a %" c"! tra*al&os

'$*lica%a "! Paris "! 9<Q so* o tít$lo %" Voyage Pittoresque au Brsil” #Viagem Pitoresca

ao Brasil$-

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O Brasil de Rugendas

%a o*ra Voyage Pittoresque au Brsil F #$" s" ")trai$ os t")tos #$" il$stra! as i!ag"ns a#$i

a'r"s"nta%as "scritos 'or ost"r cita%os 'or R$g"n%as-

 $%gres a /ond de Calle

0$egros no Por1o de $avio2 – Johann +oritz "ugendas – Da obra “Voyage

 Pittoresque au Brésil!  E!*arca!3s" an$al!"nt" c"rca %" 9 n"gros na costa %a

 frica $nica!"nt" 'ara o Brasil " ( raro c&"gar"! ao %"stino !ais %" < a !il- P"r%"3s"

'ortanto c"rca %" $! t"r0o %$rant" a tra+"ssia %" %ois !"s"s " !"io a tr1s !"s"s--- Aoc&"gar"! / fa4"n%a confia3s" o "scra+o aos c$i%a%os %" $! o$ o$tro !ais +"l&o " jH *ati4a%o-

Est" o r"c"*" na s$a ca*ana " 'roc$ra fa413lo 'o$co a 'o$co 'artici'ar %" s$as oc$'a0"s

%o!(sticasJ "nsina3l&" ta!*(! alg$!as 'ala+ras "! 'ort$g$1s-

E so!"nt" #$an%o o no+o "scra+o s" ac&a co!'l"ta!"nt" r"f"ito %as cons"#K1ncias %a tra+"ssia

#$" s" co!"0a a fa413lo to!ar 'art" nos tra*al&os agrícolas---F

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 Habita34es de $egros –

 Johann +oritz "ugendas – Da obra “Voyage Pittoresque au Brésil!  En+ia!3s"os "scra+os logo ao nasc"r %o sol--- s oito &oras conc"%"3s"3l&"s !"ia &ora 'ara al!o0ar "

%"scansar- E! alg$!as fa4"n%as fa4"! os "scra+os al!o0ar"! ant"s %" 'artir"! 'ara o

tra*al&o isto ( i!"%iata!"nt" %"'ois %o nasc"r %o sol- Ao !"io %ia "l"s t1! %$as &oras 'ara o

 jantar " o r"'o$so " "! s"g$i%a tra*al&a! at( as s"is &oras-

 As !$l&"r"s casa!3s" co! cator4" anos os &o!"ns co! %"4"ss"t" " %"4oitoJ "! g"ral

inc"nti+a!3s" "ss"s casa!"ntos- As jo+"ns !$l&"r"s 'artici'a! %o tra*al&o %o ca!'o " aos

r"c(!3casa%os s" %H $! '"%a0o %" t"rra 'ara constr$ir s$a ca*ana " 'lantar 'or conta 'r@'ria

"! c"rtos %ias--- Nos %o!ingos o$ %ias %" f"sta t,o n$!"rosos #$" a*sor+"! !ais %" c"! %ias

'or anos os "scra+os s,o %is'"nsa%os %o tra*al&o 'or s"$s s"n&or"s " 'o%"! %"scansar o$

tra*al&ar 'ara si 'r@'rios--- Assi! $! %os !an%a!"ntos %a Igr"ja Cat@lica t,o a!i%"

c"ns$ra%o co!o a*$si+o " '"rnicioso torno$3s" $! +"r%a%"iro *"n"fício 'ara os "scra+os "

#$an%o o Go+"rno 'ort$g$1s ac&o$ #$" %"+ia at"n%"r /s n"c"ssi%a%"s %o 'rogr"sso to!an%o

!"%i%as 'ara %i!in$ir o n!"ro %" f"stas a ino+a0,o n,o alcan0o$ a a'ro+a0,o %os &o!"ns

!ais "sclar"ci%os %o Brasil- Di4ia! "st"s co! ra4,o #$" o #$" 'o%ia s"r *"n"fício 'ara

Port$gal n,o 'assa+a %" cr$"l%a%" 'ara co! os "scra+os- $" r"s'on%"r a isso s"n,o #$" "ssa

contra%i0,o jH constit$i $!a 'ro+a %o a*s$r%o %" to%o o sist"!a Co!o #$"r #$" s"ja as

ca*anas %os "scra+os cont1! !ais o$ !"nos t$%o #$" n"st" cli!a 'o%" s"r consi%"ra%o

n"c"ssHrio- Por o$tro la%o "l"s 'oss$"! galin&as 'orcos /s +"4"s !"s!o $! ca+alo o$ $!a

 *"sta #$" al$ga! co! +antag"! 'or#$" a ali!"nta0,o na%a l&"s c$sta-F

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5uerrilhas – Johann

 +oritz "ugendas – Da obra “Voyage Pittoresque au Brésil!  Os r"lat@rios %os

!ais antigos +isitant"s co!o 2"an L(r? ans Sta%"n "tc- %"!onstrara! #$" na ('oca %a

con#$ista os &a*itant"s 'ri!iti+os %o Brasil "sta+a! n$! "stHgio %" ci+ili4a0,o !ais "l"+a%a

#$" a#$"l" "! #$" os +"!os &oj"- A ra4,o 'rinci'al %"ssa %"ca%1ncia "stH s"! %+i%a nas

r"la0"s co! os 'ort$g$"s"s--- os ín%ios n,o s,o &o!"ns "! "sta%o nat$ral " n,o s,o s"l+ag"ns

!as si! &o!"ns #$" r"troc"%"ra! ao "sta%o %" s"l+ag"ria 'or#$" fora! r"c&a0a%os

 +iol"nta!"nt" %o 'onto a #$" &a+ia! c&"ga%o---

---li!ita3s" o go+"rno a instalar nos l$gar"s !ais ")'ostos %o 'aís o$ na#$"l"s "! #$" a "stra%a

atra+"ssa a flor"sta #$art(is o$ 'r"sí%iosJ s,o g"ral!"nt" si!'l"s 'ostos co! alg$ns sol%a%os

so* o co!an%o %" $! s$*oficial---

$an%o os ín%ios 'ratica! alg$! ato %" &ostili%a%" "! %"t"r!ina%o l$gar o$ #$an%o co!o

acont"c" ataca! %" s$r'r"sa $! %"ss"s 'ostos 'ara '$ni3los " a!"%rontH3los fa43s" $!a

"ntra%a- R"n"!3s" alg$ns 'ostos so* o co!an%o %o ca'it,o %o %istrito " %H3s" ca0a aos ín%ios

atacan%o3os "! to%a 'art" on%" s" "ncontr"!- Proc$ra3s" %" 'r"f"r1ncia s$r'r""n%13los nos

aca!'a!"ntos " #$an%o %"sco*"rtos s,o c"rca%os %$rant" a noit" " ao clar"ar %o %ia fa43s"

fogo %" to%os os la%os contra os ín%ios ain%a a%or!"ci%os- Assi! s$r'r""n%i%os os s"l+ag"ns

t"nta! "sca'ar '"la f$ga- E! r"gra g"ral os sol%a%os !assacra! t$%o #$" l&"s cai nas !,os "

s@ 'o$'a! as !$l&"r"s " crian0as !$ito rara!"nt" " assi! !"s!o #$an%o c"ssa to%a a

r"sist1ncia a #$al ( n,o raro o*stina%a-

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 /6te de &te! "osalie7 Patrone d6s $%gres 0/esta de $ossa &enhora do "os8rio7 Padroeira dos $egros2

– Johann +oritz "ugendas – Da obra “Voyage Pittoresque au Brésil!  No !1s

%" !aio os n"gros c"l"*ra! a f"sta %" Nossa S"n&ora %o RosHrio- n"sta ocasi,o #$" t1! 'or

cost$!" "l"g"r o R"i %o Congo o #$" acont"c" #$an%o a#$"l" #$" "sta+a r"+"sti%o %"ssa

%igni%a%" !orr"$ %$rant" o ano #$an%o $! !oti+o #$al#$"r o o*rigo$ a %"!itir3s" o$ ain%a

o #$" ocorr" /s +"4"s #$an%o foi %"strona%o '"los s"$s s%itos- P"r!it"! aos n"gros %o Congo

"l"g"r $! r"i " $!a rain&a %" s$a na0,o " "ssa "scol&a tanto 'o%" r"cair n$! "scra+o co!o

n$! n"gro li+r"- Est" 'rínci'" t"! so*r" s"$s s%itos $!a "s'(ci" %" 'o%"r #$" os *rancos

ri%ic$lari4a! " #$" s" !anif"sta 'rinci'al!"nt" nas f"stas r"ligiosas %os n"gros co!o 'or

")"!'lo na %" s$a 'a%ro"ira Nossa S"n&ora %o RosHrio---

--- s on4" &oras f$i / igr"ja co! o ca'"l,o " n,o %"!oro$ !$ito +i!os c&"gar $!a !$lti%,o

%" n"gros ao so! %os ta!*or"s- o!"ns " !$l&"r"s $sa+a! +"sti!"ntas %as !ais +i+as cor"s

#$" &a+ia! "ncontra%o- $an%o s" a'ro)i!ara! %isting$i!os o R"i a Rain&a o Ministro %"

Esta%o- Os 'ri!"iros $sa+a! coroas %" 'a'"l,o r"co*"rtas %" 'a'"l %o$ra%o--- As %"s'"sas %a

c"ri!6nia %"+ia! s"r 'agas '"los n"gros 'or isso &a+ia! coloca%o na igr"ja $!a '"#$"na !"sa

/ #$al "sta+a! s"nta%os o t"so$r"iro " o$tros !"!*ros %a ir!an%a%" n"gra %o RosHrio os

#$ais r"c"*ia! os %onati+os %os assist"nt"s %"ntro %" $!a "s'(ci" %" cofr"-F

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Chasse au 9igre 0Ca3a

# :n3a2 – Johann +oritz "ugendas – Da obra “Voyage Pittoresque au Brésil! 

O arco " a fl"c&a s,o as ar!as 'rinci'ais %os ín%ios- S,o !$ito !ais co!'ri%os %o #$" as %"

o$tros s"l+ag"ns "!*ora a !aior 'art" %os ín%ios %a A!(rica M"ri%ional $s" ta!*(! arcos "

fl"c&as !$ito co!'ri%os- A lan0a " o la0o s" "ncontra! a'"nas "! alg$!as tri*os #$" %"'ois

%o %"sco*ri!"nto a%otara! o ca+alo 'ara co!*at"r- E so!"nt" n"ssas tri*os fora! os arcos "

as fl"c&as "nc$rta%os- O arco %os *rasil"iros t"! !$itas +"4"s cinco s"is " !"s!o s"t" '(s %"

c$!'ri!"nto---

H tr1s "s'(ci"s %" fl"c&a- U!a %" 'onta larga f"ita "! g"ral %" *a!*$ tangara0$J ( %$ra "

!$ito ag$0a%a- Para a$!"ntar ain%a a for0a %a '"n"tra0,o a 'onta ( "nc"ra%a " a ta#$ara

ta!*(! "nc"ra%a ao fogo torna3s" t,o %$ra #$anto o c&ifr"- Co!o na ta#$ara a 'onta ( oca os

f"ri!"ntos #$" "la 'ro%$4 sangra! fort"!"nt"- Por isso ( "!'r"ga%a 'rinci'al!"nt" na

g$"rra " na ca0a %" gran%"s ani!ais-F

O Desenho em foco: a arte aplicada na transição do

século XIX para o XX 

 Bruno dos Santos Dias*  , Daniela Fláia !artins

Fonseca**  e "enata #arcia $ampos Duarte*** 

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DIAS, Bruno dos Santos; DUARTE, Renata Garcia Campos, FONSECA,Daniela Fl!ia "artins# O Desen$o em %oco& a arte aplicada na transi'(odo s)culo *I* para o **# +-./, Rio de 0aneiro, !# III, n# ., a1r# .//2#Dispon3!el em&4$ttp&55666#de7eno!e!inte#net5ensino8artistico5ea81d8desen$o#$tm9#

: : :

As técnicas praticadas pelo homem, algumas vezes, produzem

obras artísticas. Assim, foi estabelecida uma divisão entre a

chamada arte pura e a arte aplicada. A arte pura era considerada

superior à arte aplicada. Argan ressalta que “o próprio conceito

de aplicaão implica a idéia de uma preced!ncia da arte pura e

do sucessivo emprego secund"rio das suas formas de produão e

ob#etos de uso$. %A&'A(, )***+)-.

Aqui serão trabalhadas provas de desenho, a partir dasquais se pretende entender a funão da disciplina de/esenho no que diz respeito à aplicaão da arte. 0orconseguinte, é possível estabelecer rela1es entre algunsanseios da sociedade e o ensino dessa disciplina.2egundo Argan, “a arte assim chamada aplicadatransmite a imagem da sociedade e de seus graus evalores internos, e sobretudo das suas fun1es$.%A&'A(, )***+3.

/essa forma ob#etiva4se recuperar parte da história dadisciplina de /esenho nas 5scolas (ormais 6ficiais de7inas 'erais, no período compreendido entre 89) a9*:;<. 0ara isso, utilizamos como refer!ncia provas,0rogramas e 0ontos da disciplina de /esenho

encontradas no Arquivo 0=blico 7ineiro, por meio do0ro#eto Memória da Administração do Estado de MinasGerais: organização, preservação e acesso do acervodocumental (188919!"#;)<. >omo fontes para a an"liseda documentaão, servimo4nos de leis e decretosmineiros, além de pareceres e reformas propostas por &ui?arbosa a partir de 88*. 2egundo 2ouza, muitas dasconcep1es e propostas contidas nos estudos de &ui

?arbosa “foram adotadas nas reformas da @nstruão0=blica, realizadas em v"rias províncias na década de

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88* e, posteriormente, pelos estados nas primeirasreformas educacionais da era republicana$ %26BA,)***+*C entre estes o de 7inas 'erais.

6 estudo das propostas de &ui ?arbosa #ustifica4se, devido àimportDncia;-<, atribuída por ele, a algumas disciplinas no

currículo escolar, com destaque para a de /esenho. 5m 88),

&ui ?arbosa, então deputado, apresentou à >Dmara um pro#eto

que tratava da $e%orma do Ensino &ecund'rio e &uperior ,

visando preparar o aluno para as mudanas no cen"rio nacional.

5ra necess"rio privilegiar conte=dos como, por eEemplo,

7=sica, 'in"stica, Figiene e /esenho.

/esignado como relator do pro#eto de reforma dainstruão no ?rasil, &ui ?arbosa foi influenciado pelomovimento intelectual que acreditava na educaão comoum dos pilares para a formaão de uma naão em ordem,rica e moralizada. G possível verificar em seus trabalhosas refer!ncias feitas aos modelos dos países ditos“civilizados$ que deveriam ser seguidos. >omo consta no

 pref"cio do arecer da $e%orma do Ensino rim'rio e

)'rias *nstituiç+es da *nstrução -lica, escrito porHacobina Américo Iacombe, na edião de 9J*, a obra

 possui ao total -:J cita1es bibliogr"ficas especializadasno assunto, sendo 39 em língua francesa, )9 em línguainglesa, ): em portugu!s, cinco obras em língua alemã,quatro em italiano e cinco em espanhol.

0ara o republicano e liberal &ui ?arbosa, era urgente que o país

se desenvolvesse e se tornasse também uma naão industrial.Acreditava que “o dia em que o desenho e a modelaão

comearem a fazer parte obrigatória do plano de estudos na vida

do ensino nacional, datar" o comeo da história da ind=stria e da

arte no ?rasil$. %?A&?62A, 88)+)J3.

>onforme a leitura dos pareceres de &ui ?arbosa, percebe4se que, para ele, eEistiam duas formas de arte.ma era a arte de admiraão e contemplaão e outra, que

nos interessa aqui, a arte aplicada. 5ssa não se destinava

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ao cultivo superior da pintura, da escultura, daestatu'ria, mas a e/plorar completamente asopul0ncias ine/auriveis da adaptação da arte aotra-alo industrial, mediante o estudo ca-al dodeseno e da modelação so- os seus variad2ssimosaspectos, cada um dos 3uais 4 uma mina deri3uezas para o Estado. %?A&?62A, 88)+9K.

/e acordo com esse pensamento, tudo seria subordinadoao car"ter de aplicaão industrial, em prol do crescimentoe fortalecimento do 5stado. ?arbosa criticava que, no?rasil, ao contr"rio do resto do mundo civilizado, oensino do desenho era envolvido pela idéia de prenda deluEo ou dom inato, “um passa tempo de ociosos, um

requinte de distinão reservado ao cultivo das classessociais mais ricas, ou à vocaão eEcepcional de certasnaturezas privilegiadas para as grandes tentativas daarte$. %?A&?62A, 88)+*8. /efendia que tanto oensino como o aprendizado do desenho eram =teis enecess"rios a todos que se dedicassem a tal fim,recomendava que deveria ser disciplina ministrada desdea escola prim"ria, ou citando 0estalozzL;K<, poderia virantes mesmo do estudo das primeiras letras, #" que odesenho seria uma inclinaão natural do espírito humano,tendo somente a contribuir para o aprendizado, #amaisretard"4lo. Apontava as contribui1es do ensino do/esenho às outras disciplinas do currículo escolar e paraa formaão de um novo padrão de valores. Afirmava,ainda, ser o /esenho

%... indispens'vel 5 per2cia especial do %uturooper'rio, 5 onra industrial e 5 prosperidade

mercantil do pa2s, o deseno apresenta ainda,en3uanto 5 cultura geral da intelig0ncia,assinaladas vantagens: 4 um meio de desenvolvera %aculdade perceptiva e, ao mesmo tempo, um

 preciso au/iliar a v'rios outros ramos do ensino(a escrita, a aritm4tica, a geometria e a

 geogra%ia#6 a disciplina, a um tempo, um esp2rito,a mão e o olo6 inclina o menino a ordem, a

 precisão6 incutele gosto, e inspirale o amor do-elo. %?A&?62A, 88-+J.

>om o ensino do /esenho não era esperado quesurgissem grandes artistas, mas sim oper"rios mecDnicos

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capazes de ler os signos mais importantes para oeEercício de suas fun1es, capazes de compreender ossignos do desenho e também produzir ob#etos =teis asociedade. ?arbosa ressalta que o fim da educaão não

era “promover individualidades eEtraordin"rias$, massim “educar esteticamente a massa geral das popula1es,formando a um só tempo, o consumidor e o produtor,determinando simultaneamente a oferta e a procura nasind=strias do gosto$. %?A&?62A, 88)+*3.

A reforma do ensino que &ui ?arbosa propunha abrangia a

aplicaão das disciplinas, a reestruturaão do espao escolar e,

sobretudo, a reorganizaão dos métodos e a reforma do professorado. 0ara tanto, as escolas normais;J< seriam espaos

 privilegiados para a formaão de professores prim"rios que

disseminariam os seus conhecimentos a maior gama possível da

 populaão. /entre as disciplinas a serem ministradas nas escolas

normais e nos diversos níveis da @nstruão 0=blica estava a

disciplina de /esenho. ?arbosa mencionava que não bastava

%... dispor de e/celentes pro%essores especiais de

deseno, esta-elecer -ons cursos e -oas escolasespeciais6 4 mister 3ue 7& & ME&7$E& E ME&7$A& seam a-ilitados a distri-uir, nasaulas *;$*A&, A 7A A <=A>? A&&<A& E&@=A& E&* $*M;$*

 E&EB. %?A&?62A, 88)+*34*8.

2egundo &ui ?arbosa o método que deveria ser adotado na

reforma do ensino deveria ser o =iç+es de @oisas ou M4todo

 *ntuitivo;:<. 5ste #" havia sido formalmente adotado pelo artigo

KM do /ecreto nM 3.)K3, de 9 de abril de 839, conformea $e%orma =eCncio de @arvalo. 5ntretanto, ?arbosa criticava a

rotina com que o método era aplicado, alegava que não passava

de imitaão dos modelos desenvolvidos N pelos estudiosos dos

 países “civilizados$ N com tamanha precisão e coer!ncia.

Ioureno Oilho resgata o pensamento de &ui ?arbosa,

@umpre renovar o m4todo, orgDnica, su-stancial,a-solutamente, nas nossas escolas. u, antes,cumpre criar o m4todo6 por3uanto o 3ue e/iste

entre nós usurpou um nome, 3ue só por ant2%rasele assentaria6 não 4 o m4todo de ensinar6 4, pelo

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contr'rio, um m4todo de ina-ilitar paraaprender. %?A&?62A apud Ioureno Oilho,9KJ+PPP@.

6 =iç+es de @oisas consiste em eEplorar os sentidos

como instrumento do aprendizado, substituindo o car"terabstrato, baseado na palavra e na memorizaão, poratividades que valorizassem a percepão e intuião doaluno. /e acordo com Qaldemarin “devido ao uso dosob#etos, à observaão e ao resultado pro#etado, estemétodo é considerado por seus propositores como sendoconcreto, racional e ativo$. %QAI/57A&@(, )***+33.

6 ensino do desenho, associado ao M4todo *ntuitivo, esteveconstantemente relacionado à idéia de desenvolvimento

industrial. 5ssa era a #ustificativa para a consolidaão das novas

disciplinas nos currículos educacionais das institui1es de

ensino do país. ?arreto ressalta que “o ensino da arte, mais

 propriamente dito o ensino do desenho assumiu papel relevante

na educaão para o trabalho, se#a ele como ob#eto disciplinador,

ou como forma de aperfeioar a mão4de4obra e cultivar o

espírito de trabalhador$. %?A&&5R6, )**:+*).

G possível que &ui ?arbosa tenha entrado em contato com esse

método quando, segundo Ioureno Oilho, em 839, se transfere

 para a >orte, onde conhece a professora norte4americana

5leanor Ieslie, diretora do >olégio 0rogresso. 5sta

 provavelmente possuía a obra rimar -ect =esson,

de Allison (orman >alSins, pois “comprazia4se em conversar

sTbre assuntos de ensino, informando4se do movimento de

idéias pedagógicas nos 5stados nidos$. %I6&5(U6 O@IF6,9KJ+PQ. Rambém aponta a possibilidade de ter ocorrido os

 primeiros contatos de &ui ?arbosa com a obra, por meio do

relatório de Oerdinand ?uisson referente à seão de educaão da

5Eposião @nternacional de Oiladélfia, em 839;3<. A grande

contribuião de &ui ?arbosa no que diz respeito ao M4todo

 *ntuitivo est" na traduão dessa obra, bem como as críticas feitas

à forma com que o 7étodo era aplicado no ?rasil.

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 (a legislaão mineira do início do período republicano é possível perceber, no &egulamento das 5scolas (ormais,no /ecreto nM :*3, de )3 de fevereiro de 89-, o espaoreservado à disciplina de /esenho. 6 Art. -M estabelece

que “6 curso normal ser" de K annos, e comprehender"as seguintes matérias ;...< desenho geométrico,topogr"fico, de ornato, de paizagem e de figura$, comli1es de desenho do primeiro ao quarto ano, divididasem tr!s li1es por semana no M ano, uma lião no )M,duas li1es no -M e tr!s li1es no KM ano. 5m relaão aométodo a ser utilizado, o artigo 9M determina que “os

 professores das aulas pr"ticas farão tr!s vezes por semana

li1es de cousas, às quais assistirão os alunos do primeiroanno$.

>onstantemente é ressaltado o car"ter pr"tico e profissional do método de ensino. 6 /ecreto nM :*3também assevera+ “sempre que for possível se farão usodos processos intuitivos, tanto nas aulas pr"ticas comonas do curso normal, não chegando aos estudosabstractos sinão progressivamente$. 5ra repudiada a idéiade se usar o método de forma em que o professor apenasrepetisse os pontos e os cobrassem nos eEames eeEercícios. &ecomendava4se que “no desenvolvimentodas li1es, deverão os professores associar à eEposião ainterrogaão, não só para estimularem a attenão dosalumnos, mas também, para se inteirarem doaproveitamento dos mesmos$.

6 fato de a legislaão determinar, não significa que tenhasido cumprida a fio. 0ercebe4se que a repetião, e autilizaão do método, às vezes, era bem diferente da

 proposta de &ui ?arbosa, mas por outro lado encontram4se, também, outros documentos que demonstram que as

 propostas da &eforma haviam conseguido adeptos e eramseguidas em 7inas 'erais. Ooram encontrados

 programas de ensino do =iç+es de @oisas, nas escolas

normais do estado a partir de 89:, que utilizam comocomp!ndio a traduão da obra de >alSins realizada por

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&ui ?arbosa, ou se#a, o ensino da disciplina pontuava4se pelas propostas mais modernas daquela época. 5sses programas são provenientes, principalmente, das 5scolas (ormais de >ampanha, 7ontes >laros e 2ão Hoão del

&ei, os quais apresentam semelhanas entre si como, poreEemplo, o pressuposto do desenvolvimento da faculdadede observaão do aluno.

 (a documentaão estudada nota4se que dentre as técnicas propostas por &ui ?arbosa, consta a utilizaãodo M4todo  Estigmogr'%ico. 5ste o define da seguinteforma+

papel para o deseno, segundo o m4todoestigmogr'%ico, 4 3uadriculado, isto 4: est'co-erto com linas, 3ue encem a %ola,cruzandose em Dngulo reto, e %ormando uma redede pe3uenos 3uadrados. As %iguras %ormamsetraçando, isto 4, co-rindo as linas de um3uadrado a outro, at4 se completar a %igura

 proposta pelo mestre como modelo. As linas darede estigmogr'%ica são mais tarde su-stitu2das

 por pontos e, %inalmente, os pontos reduzidos emnmero, mais e mais, at4 desaparecerem de todo e

darem lugar ao deseno livre a olo6 @om estem4todo não avia, nem ', nem aver' saltosmortais6 a progressão pode ser graduadamatematicamente. %?A&?62A, 88-+J.

5sse método, de influ!ncia austríaca, era baseado nautilizaão de cadernos quadriculados para a realizaão deeEercícios a mão livre. (ota4se, na documentaãoencontrada, a aus!ncia do emprego da régua devido àfalta de firmeza no trao. ?arbosa deiEa claro em seus

trabalhos, que não se deveria iniciar o estudante noensino do desenho usando a régua, pois isso limitaria acriatividade do aluno pre#udicando todo seu aprendizado;Fiura +<.

Rambém foram encontrados desenhos de figuras humanas,

animais, ornatos fitomorfos e geométricos N barrados e frisos

inspirados na gram"tica cl"ssica, edifícios em perspectiva e

fachadas ;Fiura .<, utensílios domésticos ;Fiura << e de usolit=rgico, formas geométricas, etc. 0ercebe4se que esses

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desenhos se inserem no campo das artes aplicadas, pois

 pretendem assegurar o aprendizado de técnicas =teis ao

indivíduo em sua vida profissional.

6utra técnica utilizada era o estudo das formas vegetais ;Fiura=<, a base para a arte ornamental ;Fiura ><C compreende4se que

o treinamento em desenhos padr1es vegetais aprimora os

desenhos de ornatos. 5stes são inspirados no vocabul"rio

rococó, comum na maioria das cidades e presente na vida

cotidiana dos alunos.

6s desenhos não eram meramente enfeites, estavam inseridos

em uma seqV!ncia de aprendizado que partia do estudo da

geometria, incluindo o estudo da perspectiva, da luz e da

sombra, do espao e da linha, conforme a graduaão alcanada

 pelo aluno. 5ram utilizados nas aulas modelos em gesso,

estampas e ob#etos, conforme a proposta do =iç+es de

@oisas;8<. 5ntre os documentos, foi encontrado um pro#eto de

arquitetura de interior, uma sala de aula adequada ao estudo do

desenho. A disposião do mobili"rio e a localizaão das #anelas

%a entrada de luz natural privilegia a visão do estudante de

diversas perspectivas, valorizando o modelo de acordo com a

 proposta do =iç+es de @oisas ;Fiura ?<.

5stendendo4se por todos os anos do >urso (ormal, a disciplina

deveria assegurar o domínio das técnicas estudadas criando as

condi1es b"sicas para o desenvolvimento do desenho

industrial+ mobili"rio, peas de maquin"rio, desenhos de

arquitetura e engenharia civil, como consta na documentaão

encontrada.

5m síntese, como demonstrado por ?itencourt, “as finalidades

de uma disciplina tendem sempre a mudanas, de modo que

atendam diferentes p=blicos escolares e respondam às suas

necessidades ;...< inseridas no con#unto da sociedade$.

%?@R5(>6&R, 998+K). (ota4se que com a disciplina de

/esenho não foi diferente, uma vez que correspondeu à

necessidade de seu tempo, e por isso pode ser analisada como

um fenTmeno histórico.

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A utilizaão de desenhos como fonte para a pesquisa acad!mica

ainda não é suficientemente eEplorada. 5sta restrião eEplica4se

em parte pelo fato do desenho ser considerado como esboo ou

eEercício preparatório para uma obra a ser elaborada, todavia,

fundamental para a compreensão do processo de construão de

uma idéia, as altera1es operadas em seu desenvolvimento e,

finalmente, a obra materializada. >oncentrando4se

 preferencialmente na obra final, as pesquisas perdem muito,

deiEando em segundo plano os desenhos %os esboos, que nos

dão a dimensão do processo de produão.

REFER@NCIAS

A&'A(, 'iulio >arlo. Arte moderna& do iluminismo aos

movimentos contemporDneos. 2ão 0aulo+ >ompanhia das

Ietras, 99). 3*9 p.

 WWWWWWWWWWWWWWWWW. roeto e Destino# 2ão 0aulo+ Xtica,

)**. --K p.

A&A2, 'ladLs 7arL ReiveC 0&6>F(6Y, /enise de 0aulo

7. As li1es dos grupos escolares+ um estudo sobre aincorporaão do método de ensino intuitivo na cultura escolar

dos primeiros grupos escolares florianopolitanos %949-J.

 @n+ Q@ 2emin"rio de 0esquisa em 5ducaão da &egião 2ul N

A(05/ 2ul, :, )**:, 2anta 7aria N &2. I ANED Sul

Seminrio de esuisa em Educa'(o da Rei(o Sul# Santa

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25>&5RA&@A do @nterior. /esenhos encontrados nofundo 2ecretaria do @nterior, ainda em fase deorganizaão, referente às 5scolas (ormais de >ampanha,/iamantina, 7ontes >laros, 6uro 0reto, 2abar", 2ão

Hoão del &ei e beraba.

25>&5RA&@A do @nterior. 0ontos para o 5nsino de/esenho do )M ano da 5scola (ormal de >ampanha,89:.

25>&5RA&@A do @nterior. 0rograma de Ii1es de>ousas da 5scola (ormal de 7ontes >laros, 898.

25>&5RA&@A do @nterior. 0rograma de 0ontos para a 0rova de

'ram"tica de Ii1es de >ousas da 5scola (ormal de 2ão Hoão

/el &ei, 899.

2>F5I?A5&, Analete &egina. 7étodo intuitivo eli1es de coisas+ saberes em curso nas confer!ncias

 pedagógicas do século P@P. @n+ I67?A&/@, Hosé>laudineiC 2AQ@A(@, /ermevalC (A2>@75(R6, 7aria

@sabel 7oura. %6rg.. Na!eando pela $istria daeduca'(o 1rasileira# >ampinas+ 'r"fica O5+F@2R5/?&, )**:, p. 4)-. /isponível em+Zhttp+[[\\\.histedbr.fae.unicamp.br[ ]. Acesso em+ fev. )**8.

26BA, &osa O"tima de. @novaão educacional noséculo P@P+ a construão do currículo da escola prim"riano ?rasil. Cadernos Cedes, >ampinas, Ano PP, n. J,

 p. 94)J, nov. )***.

QAI/57A&@(, Qera Reresa. Ii1es de coisas+ concepão

científica e pro#eto modernizador para a sociedade. Cadernos

Cedes , >ampinas, Ano P@P, n. J), p. 3K48:, nov. )***.

` 'raduando do curso de Fistória da 0ontifícia niversidade >atólica de7inas 'erais e bolsista do 0ro#eto Memória da Administração do Estado de Minas Gerais: organização, preservação e acesso do acervo documental

(188919!"# no Arquivo 0=blico 7ineiro.

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`` 'raduada no curso de Fistória da 0ontifícia niversidade >atólica de7inas 'erais e bolsista ?AR %?olsa de AuEílio Récnico do 0ro#eto Memóriada Administração do Estado de Minas Gerais: organização, preservação e

acesso do acervo documental (188919!"# no Arquivo 0=blico 7ineiro.

``` 'raduanda do curso de Fistória da 0ontifícia niversidade >atólica de7inas 'erais e bolsista ?@> %?olsa de @niciaão >ientífica do0ro#eto Memória da Administração do Estado de Minas Gerais:organização, preservação e acesso do acervo documental (188919!"#noArquivo 0=blico 7ineiro.

;< 5sse recorte temporal se deve ao fato da maior parte da documentaãoencontrada se referir a esse período.

;)< 6 pro#eto Memória da Administração do Estado de Minas Gerais:

organização, preservação e acesso do acervo documental (188919!"#, do

qual fazemos parte, é parceria do Arquivo 0=blico 7ineiro %A07 com aOundaão de Amparo a 0esquisa do 5stado de 7inas 'erais %OA057@'.5sse é assessorado pela historiadora do @nstituto 5stadual do 0atrimTnioFistórico e Artístico de 7inas 'erais %@50FA, Ana Rorres, e possui comocoordenador acad!mico o professor >aio ?oschi. 6 ob#etivo é higienizar,descrever e acondicionar os documentos não encadernados provenientes das2ecretarias do 5stado de 7inas 'erais surgidas após a 0roclamaão da&ep=blica no ?rasil. A documentaão encadernada referente a estassecretarias #" se encontra organizada e disponível à consulta na sede do A07.Até o momento, foram parcialmente concluídas a organizaão dosdocumentos não4encadernados pertencentes à 2ecretaria da Agricultura e a2ecretaria de Qiaão e 6bras 0=blicas. Atualmente, a documentaão

trabalhada é proveniente da 2ecretaria do @nterior. 5ste trabalho nos coloca,estudantes de Fistória, em contato com documentos inéditos de grande valor político, administrativo e educacional, que nos leva a indaga1es, tendo comofruto o presente trabalho. 0or se tratar de uma primeira refleEão gerada a

 partir da documentaão pretendemos chamar a atenão dos pesquisadores para as possibilidades de pesquisa em funão da diversidade documental quevem sendo organizada pelo 0ro#eto.

;-< >ompreende4se que a importDncia dada a essas disciplinas nos currículosescolares articulou4se com as eEig!ncias e as necessidades próprias dodesenvolvimento industrial e o processo de urbanizaão do país, momentoem que ocorria a escolarizaão de diversos saberes sociais, com fim pr"tico e

ob#etivo.

;K< Qer ?A&?62A, &ui. Ii1es de >oisas. @n+ -ras @ompletas de $ui ar-osa.

;J< A origem da instituião designada 5scola (ormal, no ?rasil, a partir da primeira metade do século P@P, se deu em funão da necessidade de profissionalizar o corpo docente nacional. 2ua criaão vem em decorr!nciada necessidade de uniformizar o sistema educacional do país, e a formaão de

 professores capacitados fazia parte dessa reforma.

;:< G necess"rio ressaltar que a aplicaão do método intuitivo não eranovidade na segunda metade do século P@P. 2egundo 2chelbauer, foi nestaépoca, sobretudo por meio das 5Eposi1es @nternacionais, dos >ongressos

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0edagógicos, dos &elatórios 6ficiais, além dos comp!ndios e manuais deensino, que o conhecimento em torno do ensino intuitivo foi colocado emcirculaão, associado à idéia de que ele se constituía em um instrumentocapaz de reverter a inefici!ncia do ensino escolar e o método mais apropriadoà difusão da instruão elementar entre as classes populares. >om estaroupagem, desembarcou na realidade brasileira como um saber pedagógico

que traduzia as eEpectativas de renovaão educacional que os intelectuaisilustrados acreditavam poder modificar o cen"rio da naão, modernizando4a

 por meio da educaão. %2chelbauer, )**:+9.

;3<  (a segunda metade do século P@P, no mundo ocidental, as discuss1es emrelaão aos métodos de ensino ocorridas nos congressos, confer!ncias eeEposi1es pedagógicas atingiram grande proporão, produzindo importantesinova1es pedagógicas na escola. (as 5Eposi1es @nternacionais de Iondres,de 8J e 8:), a @nglaterra foi o grande eEemplo de desenvolvimentoartístico4industrial, copiada pelos países do Qelho e do (ovo 7undointeressados em seguir o modelo de desenvolvimento da então pot!nciamundial. A partir de então, gradativamente, nota4se a influ!ncia dessas

5Eposi1es no ?rasil, como se percebe no relatório do conselheiro Orancisco@n"cio >arvalho 7oreira, em visita à 5Eposião de 8:).

;8<  (ão foi possível descobrir se eram realizadas aulas ao ar livre. m estudomais detalhado da documentaão poder" esclarecer4nos.

Evolução da Arte

 As primeiras expressões da arte brasileira estão representadas nas manifestações culturais amazônicas entre o

período de 5000 a.C. a 1100. A fabricação de artefatos de cerâmica !asos antropomorfos e zoomorfos com

suportes e apli"ues ornamentais fazem parte desta #ist$ria.

 A arte indí%ena tamb&m te!e importantes manifestações caracterizada pelas cores e desen#os feitos com

pi%mentos !e%etais 'unto com a confecção de adornos "ue são encontrados por todo o territ$rio brasileiro.

 A arte barroca foi introduzida no (rasil no início do s&culo )*++ pelos mission,rios cat$licos especialmente

 'esuítas "ue trouxeram o no!o estilo como instrumento de doutrinação cristã. - poema &pico rosopop&ia de(ento /eixeira em 101 & um dos marcos iniciais. /i!emos o Alei'adin#o como expoente na escultura e o

estre Ataíde na pintura.

 A pintura e a escultura barrocas se desen!ol!eram como elementos auxiliares fundamentais para a pre%ação

da reli%ião. Ao lado da ar"uitetura forma!am o cen,rio dram,tico e emocional para a cate"uese.

 As primeiras pinturas criadas no (rasil tamb&m tin#am fins reli%iosos. Apareceram em meados do s&culo )*++

feitas sobre pranc#as de madeira. As pinturas em telas "ue retrata!am as terras brasileiras e as pessoas locais

foram feitas nesta mesma &poca por artistas #olandeses em ernambuco.

- s&culo se%uinte !iu a pintura florir em inumer,!eis centros reli%iosos em todas as re%iões do país. 2m 134

Caetano da Costa Coel#o introduziu na +%re'a da -rdem /erceira de 6ão 7rancisco da enit8ncia no 9io de

:aneiro a primeira pintura de perspecti!a ar"uitetural ilusionística.

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;e!ido ao apoio da Corte portu%uesa ao neoclassicismo a pintura barroca brasileira assim como as outras

artes encerrou sua tra'et$ria a partir do início do s&culo )+). as sua influ8ncia ainda ficou por mais uns 50

anos. Al%uns exemplos são< anuel de Ataíde líder da escola mineira com uma obra perfeitamente rococ$ e

:os& /e$filo de :esus uma das maiores fi%uras na (a#ia com trabal#os em "ue se percebe apenas uma le!e

atualização estilística com elementos pr&=cl,ssicos.

2m 1>0> com a c#e%ada da Corte portu%uesa ao (rasil a cidade do 9io de :aneiro passou por um processo deurbanização. Começou um ciclo cultural com um campo propício ? di!ul%ação das no!as influ8ncias europeias.

6ur%iu o Academismo nacional um sistema de ensino e um mo!imento filos$fico e político. Antes disso a

produção artística ocorria atra!&s de corporações de artesãos e ateli8s coleti!os e o aprendizado acontecia de

modo essencialmente informal. Adotando a ideia de "ue a arte pode ser ensinada atra!&s de um treinamento

disciplinado e met$dico fica!a problematizada a noção de ori%inalidade e separa!a=se arte e artesanato. Assim

o Academismo não foi um estilo específico e sim uma forma de aprender arte contemplando estilos como o

renascentista maneirista e barroco.

 A @escola de arte foi criada mas tardou em se estabelecer enfrentando muitas oposições e #ostilidades por 

parte de artistas ', estabelecidos e #erdeiros das tradições do barroco. ;ebret e onti%nB foram dois dos mais

persistentes no ob'eti!o de desen!ol!er a escola. - primeiro realizou extensa documentação !isual da naturezados índios e escra!os e da !ida urbana do (rasil em uma s&rie de a"uarelas e desen#os. 6implício 9odri%ues

de 6, colaborou e foi autor de um dos mel#ores retratos oficiais da pintura nacional o ltimo de ;om edro +

em um estilo neocl,ssico ele%ante com ecos do rococ$. Desta fase tamb&m foram desta"ues :os& Correia de

Eima bom retratista e Au%usto Fller paisa%ista e retratista de talento.

- Academismo foi a expressão "ue pre!aleceu do início do s&culo )+) at& o início do s&culo )). Dasceu com a

2scola 9eal de Ci8ncias Artes e -fícios fundada por ;om :oão *+ em 1>1 por incenti!o da issão Artística

7rancesa floresceu com a Academia +mperial de (elas Artes e o mecenato de ;om edro ++ e encerrou=se com

a incorporação de sua sucessora republicana a 2scola Dacional de (elas Artes criada pela Gni!ersidade

7ederal do 9io de :aneiro em 1H41.

 A estabilidade do 6e%undo +mp&rio %erou condições para mais um ciclo de %rande desen!ol!imento nas artes. Ap$s 1> cresceu no (rasil independente o sentimento de nacionalismo. (uscou=se o passado #ist$rico e

exaltou=se a natureza da p,tria.

 A produção central desta fase pode ser descrita como romântica com um ima%in,rio #eroico dram,tico e

ufanista "ue se alin#ou em um pro'eto nacionalista in&dito na #ist$ria cultural do (rasil.  Ao mesmo tempo

durante este período #ou!e uma inspiração na tem,tica indí%ena "ue se tornou símbolo de uma brasilidade

aut8ntica e pura dado importante no res%ate das raízes nacionais.

edro Am&rico um dos maiores pintores brasileiros do s&culo )+) pri!ile%iou cenas #ist$ricas com temas

nacionais num estilo %randioso "ue tanto %lorifica!a as façan#as do po!o e de seus prota%onistas como a

bene!ol8ncia e firmeza da Coroa. 6uas obras mais importantes - Irito do +piran%a e A (atal#a do A!aí são

peças capitais do Academismo nacional.

-utro mestre desta fase foi *ictor eirelles. ossuidor de um talento "ue transcende a política e a ideolo%ia

#eroica pintou "uadros como A rimeira issa no (rasil de feição tran"uila e composição impec,!el e oema

peça=c#a!e do nacionalismo indí%ena tipicamente romantizado. 2m 6ão aulo destaca!am=se Almeida :nior

2liseu *isconti edro Alexandrino (or%es. 9efletiram em seus trabal#os a di!ersidade de tend8ncias da &poca

como o 9ealismo o +mpressionismo o 6imbolismo o 2cletismo e a Art Dou!eau.

Da primeira metade do s&culo )) sur%iu o odernismo brasileiro amplo mo!imento cultural "ue repercutiu

fortemente sobre a cena artística e a sociedade sobretudo no campo da literatura e das artes pl,sticas. /e!e

como influ8ncias a assimilação de tend8ncias lançadas pelas !an%uardas europeias no período "ue antecedeu

a rimeira Iuerra undial como por exemplo o Cubismo e o 7uturismo. 9efletia a procura da abolição de

todas as re%ras anteriores e a procura da no!idade e da !elocidade.

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- odernismo te!e tr8s mo!imentos distintos. Gm primeiro radical opondo=se a tudo o "ue foi anterior c#eio de

irre!er8ncia e escândalo. Gm se%undo mais ameno "ue formou %randes romancistas e poetas e um terceiro

c#amado de $s=odernismo "ue se opun#a ao primeiro e era por isso ridicularizado e c#amado tamb&m de

Deoparnasianismo.

- ponto de partida para a arte moderna foi a 6emana de Arte oderna realizada em 6ão aulo em 1H e

marcada pela liberdade de estilo pela reno!ação de lin%ua%em e pela ruptura com o passado. - cerne dadiscussão não eram estilos ou correntes em si nem o (rasil ou a 2uropa mas sim a liberdade de pes"uisa e

expressão indi!idual "ue se refletia não apenas na tem,tica e forma assim como no instrumental t&cnico e

material.

 A pintora Anita alfatti foi a precursora com uma exposição criticada por %randes nomes como onteiro Eobato

escritor "ue pre%a!a uma arte com princípios imut,!eis. Do entanto lo%o ela foi apoiada por nomes

consa%rados como< ,rio de Andrade -sJald de Andrade *icente do 9e%o onteiro *íctor (rec#eret enotti

;el ic#ia 6&r%io illiet e Keitor *illa=Eobos entre outros.

Desse período foram feitas %randes críticas ao Academismo. +dealizador da 6emana de Arte de e refer8ncia

do odernismo o pintor  ;i Ca!alcanti descre!eu o Academismo como um estilo @idiota das críticas liter,rias e

artísticas dos %randes 'ornais. ;este modo ele apoia!a as especulações culturais curiosas de no!as formas eestilos do seu %rupo de modernistas. ;e um lado esta!am os "ue defendiam "ue a arte fosse uma c$pia fiel do

realL do outro os modernos "ue alme'a!am uma liberdade criadora para o artista sem os limites da realidade.

M neste contexto "ue sur%e a fi%ura de /arsila do Amaral com obras ori%inais como A De%ra e A Caipirin#a

al&m da tela Abaporu de 1H> com mo!imentos antropof,%icos. A Antropofa%ia propun#a de%lutir as influ8ncias

estran%eiras absor!endo suas "ualidades e concedendo a elas uma feição mais brasileira.

- odernismo brasileiro te!e %rande adesão entre as d&cadas de 40 e N0 fazendo com "ue a corrente principal

da pintura se abrisse em lar%o le"ue sendo impossí!el acompan#ar uma lin#a unificada de e!olução. -

crescente contato dos intelectuais brasileiros com o exterior trazia constantemente ? cena informações no!as

"ue eram absor!idas com presteza e ', deri!a!am em no!as formulações. 2m 1H41 realizou=se o 6alão

9e!olucion,rio pela primeira !ez aberto aos modernos. 2m 6ão aulo e%ressos da 6emana de 'untamentecom Easar 6e%all e Antonio Iomide fundaram em 1H4 a 6ociedade r$=Arte oderna com uma arte

an%ulosa de cores fortes "ue procura!a expressar as paixões e os sofrimentos dos seres #umanos.

2m 1H4N Candido ortinari iniciou uma bril#ante carreira com a tela Caf&. 6ua arte denuncia!a as

desi%ualdades da sociedade brasileira. 6eu trabal#o ficou con#ecido internacionalmente caracterizado pelo

!olume de corpos #umanos e p&s enormes relacionando as fi%uras com a terra. 9ecebeu uma s&rie de

encomendas oficiais e retomou uma tradição de composições #ist$ricas %randiosas num estilo moderno. 7ez

tamb&m uma %rande "uantidade de obras em "ue retrata!a de maneira expressionista a realidade da população

rural notadamente dos retirantes do Dordeste.

2m 1HN3 o Irupo dos 1H realizou uma mostra marcada pelo 2xpressionismo do p$s=%uerra da "ual

participaram entre outros 7l,!io 6#ir$ aria Eeontina Euís 6acilotto Aldemir artins e ,rio Iruber. Al%unsde seus inte%rantes se destacaram no panorama nacional e le!aram a interpretação brasileira da abstração a

uma no!a aborda%em do 6urrealismo.

- Abstracionismo se estabeleceu no (rasil influenciado pelo desen!ol!imento industrial acelerado com a

atuação precursora de Cícero ;ias Antônio (andeira e 6amson 7lexor. 2m 1H54 foi lançada a primeira

2xposição Dacional de Arte Abstrata com obras de (andeira +!an 6erpa EB%ia ClarO e K&lio -iticica. 7ormou=

se paralelamente o mo!imento Concreto "ue expôs pela primeira !ez em 1H5 no A de 6ão aulo. -

Concretismo desapareceu por !olta de 1H5H abrindo espaço para a criação do mo!imento Deoconcreto "ue

busca!a um res%ate da sensibilidade depois dos ri%ores %eom&tricos cerebrais do antecessor. Alfredo *olpi

com uma obra amadurecida de %rande re"uinte assumiu um car,ter puramente abstrato e construti!o.

Da d&cada de 0 duas %randes tend8ncias se fizeram notar. A primeira foi uma continuidade das pes"uisasformais abstratas deri!adas do Concretismo e Deoconcretismo com influ8ncia das artes %r,ficas ou

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incorporando ob'etos e cola%ens nas obras com uma or%anização %eom&trica. ;estacaram=se ira 6c#endel

 Abelardo Paluar Arcan%elo +anelli 9aBmundo Collares e edro 2scoste%uB. A outra lin#a ficou con#ecida como

Do!a 7i%uração e retomou a fi%ura com uma lin#a informal pri!ile%iando formas fluidas com 8nfase na

sensibilidade do %esto espontâneo e das sutis %radações de cor. 7oi influenciada pelos meios de comunicação

de massa pelas expressões populares incultas e pelas artes %r,ficas aproximando=se da arte pop americana

embora com ob'eti!os bem distintos. /in#a uma !eia urbana mais a%ressi!a en%a'ada socialmente com apelo e

#umor crítico. 6eus nomes principais foram 9ubens Ierc#man QesleB ;uOe Eee Carlos *er%ara Antônio ;iasDelson Eeirner 9oberto a%al#ães Cl,udio /ozzi Carlos Pílio anabu abe e +ber8 Camar%o com seu

dramatismo explosi!o.

 A transição entre a d&cada de 1H0 e a de 1H30 foi marcada pela atmosfera da ditadura militar. Atra!&s da

pintura di!ersos artistas tomaram a tarefa de rea!aliar a natureza da arte e seu papel na sociedade. A obra

deixou de ser um ob'eto e passou a ter uma função social. Dasceu a arte conceitual minimizando a importância

do ob'eto físico e pri!ile%iando as ideias e propostas sub'acentes. -bser!ou=se um entrecruzamento de

materiais e t&cnicas tornando difícil a classificação de cada peça. Desta mistura c#e%ou=se a acreditar "ue a

pintura ou pelo menos sua representação tradicional esta!a morta. As obras de Euiz aulo (ara!elli Carlos

7a'ardo Cl,udio /ozzi e Carlos *er%ara nesta fase exemplificam o estilo.

 A pro%ressi!a abertura política dos anos >0 trouxe um clima de relaxamento ao cen,rio das artes. 2mblem,ticadesta &poca foi a exposição @-nde est, *oc8 Ieração >0R montada na 2scola de Artes *isuais do ar"ue

Ea%e no 9io de :aneiro. Dela a pintura !oltou com %rande força pro!ando "ue a @suposta morte fora um

período de incubação e assimilação da multiplicidade de perspecti!as abertas pelos "uestionamentos da

d&cada anterior. A tem,tica política foi abandonada em fa!or de uma explosão de cores formas e assuntos para

abordar a !ida urbana e o corpo #umano em seus !ariados aspectos como a sexualidade. Al%uns de seus

artistas de desta"ue foram ;aniel 6enise (eatriz il#azes :or%e Iuinle 7il#o Eeonilson Sarin Eambrec#t e

Eeda Catunda.

 A d&cada posterior re!elou um certo es!aziamento e a releitura tornou=se um lu%ar comum. 6entiu=se a

necessidade de direcionar os esforços em busca de um no!o sentido para a pr,tica da pintura. A saída

encontrada por al%uns foi a deformação e a 8nfase em aspectos de per!ersidade com o corpo #umano e as

relações interpessoais como ob'eto central. -utros usaram mais positi!amente a enxurrada de no!os conceitose a abertura de campos de pes"uisa criando lin%ua%ens pessoais plasticamente atraentes e com uma

pluralidade de leituras e associações possí!eis.

 A pintura brasileira contemporânea recente tem recebido maior atenção e aceitação no exterior e est,

plenamente atualizada com todas as correntes importantes em e!id8ncia no momento. ;estaca=se a

di!ersidade e tamb&m a busca por uma no!a si%nificação de termos e elementos espel#ando a sociedade

%lobalizada de "ue o (rasil #o'e faz parte.

 T mar%em do circuito artístico intelectualizado existe tamb&m no (rasil um rico acer!o de pintura "ue não se

en"uadra na cate%oria erudita. 6ão os artistas populares ou naUfs. - %8nero pode ser encontrado em "ual"uer 

&poca da arte brasileira mas somente no início do s&culo )) recebeu atenção da crítica especializada a partir 

da produção de :os& (ernardo Cardoso :nior o Cardosin#o com obras no /ate IallerB de Eondres.

 Al#eios ? e!olução erudita e sem um ensino acad8mico muitos artistas são anônimos e preser!am uma

atmosfera atemporal e in%8nua em sua produção. A "ualidade est&tica prima pela ori%inalidade de soluções

pl,sticas caracteriza=se pela simplicidade e pelo uso fre"uente de cores prim,rias tornando=se um estilo muito

popular. Como exemplo temos %randes nomes como Keitor dos razeres Vcom #umanos no centro de seu

trabal#oW ;'anira C#ico da 6il!a :os& Antônio da 6il!a :os& 9odri%ues de iranda A%ostin#o (atista de

7reitas Constância DerB 6ônia 7urtado /ercília dos 6antos e ;al!an da 6il!a 7il#o entre muitos outros.

 A arte moderna atual toma rumos nunca pre!istos. Ko'e um ob'eto "ual"uer pode ser considerado arte dependo

do seu contexto e forma de an,lise. /emos uma %rande "uantidade de artes di!ersas "ue !ão sendo

denominadas e modificadas com o passar do tempo.

- %rafite por exemplo sur%iu na 7rança mas difundiu=se pelo mundo todo. uito presti%iada no (rasil como

uma maneira de comunicação e expressão esta arte muitas !ezes possui car,ter político ou demarca territ$rio

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7/18/2019 Viagem Pitoresca Ao Brasil de Debret e Rugendas

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ou representa tribos e mo!imentos urbanos. /rata=se de inscrições desen#os e manifestações inicialmente

feitas em paredes ou lu%ares pblicos abandonados. Ko'e o %rafite & !isto como arte urbana. Artistas como

-s%emeos ', expuseram seu trabal#o na fac#ada do /ate odern de Eondres.

-s materiais se misturam a foto%rafia entra em cena e continua a transformação. Das artes pl,sticas *iO

uniz emer%e como %rande artista brasileiro recon#ecido internacionalmente. 6eu trabal#o ino!ador rene

foto%rafia e materiais perecí!eis. ais recentemente aposta em obras de maior escala tais como desen#osesculpidos com terra ou com enormes pil#as de lixo.

-s pr$ximos passos da arte ', estão sendo construídos. -s instrumentos de trabal#o #o'e são a pr$pria

extensão do corpo #umano. A interati!idade e a tecnolo%ia pedem passa%em e a arte brasileira procura seu

lu%ar.