segue o teu destino[1]

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“Segue o teu destino” Fernando Pessoa Heterónimo – Ricardo Reis Trabalho de Sónia Oliveira 12º1 n16

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Page 1: Segue o teu destino[1]

“Segue o teu destino”

Fernando PessoaHeterónimo – Ricardo

ReisTrabalho de Sónia Oliveira12º1 n16

Page 2: Segue o teu destino[1]

Fernando Pessoa

- Nasceu a dia 12 de Junho de 1888 e faleceu a 30 de Novembro de 1935, em Lisboa;

- Foi poeta e escritor português;- Um dos maiores poetas da Literatura Portuguesa e Universal;- Cresceu na África do Sul, onde aprendeu a língua inglesa;- A grande criação estética de Pessoa foi a invenção dos seus

heterónimos que atravessa toda a sua obra;- Os seus heterónimos mais conhecidos são o Álvaro de Campos,

Ricardo Reis e Alberto Caeiro.

Page 3: Segue o teu destino[1]

Heterónimo – Ricardo Reis

- Nasceu no dia 19 de Setembro de 1887 (um ano antes de Fernando Pessoa), no Porto;

- Foi imaginado em 1913;- Estruturalmente, era um pouco mais baixo que

Alberto Caeiro e também mais forte, Ricardo Reis era de pele morena;

- Foi educado num colégio de jesuítas;- Exercia a profissão de médico;- Em 1919 foi para o Brasil por ser

monárquico;- Pessoa afirmou que Ricardo Reis

escrevia melhor que ele próprio;- Na sua biografia não consta o ano da sua

morte, em que José Saramago, em 1984, escreve um livro (“O ano da Morte de Ricardo Reis”) situando a sua morte em 1936.

Page 4: Segue o teu destino[1]

“Segue o teu destino”

Segue o teu destino,Rega as tuas plantas,Ama as tuas rosas.O resto é a sombraDe árvores alheias.

A realidadeSempre é mais ou menosDo que nós queremos.Só nós somos sempreIguais a nós próprios.

Suave é viver só.Grande e nobre é sempreViver simplesmente.Deixa a dor nas arasComo ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.Nunca a interrogues.Ela nada podeDizer-te. A respostaEstá além dos deuses.

Mas serenamenteImita o OlimpoNo teu coração.Os deuses são deusesPorque não se pensam.

Page 5: Segue o teu destino[1]

“Segue o teu destino”

- Escrito em 1916 por Ricardo Reis;

- Sugere uma vida feliz e uma renuncia do conhecimento, por não acreditar que o consiga alcançar;

- Retrata o dia-a-dia do ser humano, quando se questiona do significado da vida;

- Está presente o didactismo (lição de vida);

- O Homem é manipulado pelos Deuses, devido a condições superiores destes.

Page 6: Segue o teu destino[1]

O poema apresenta 5 estrofes

“Segue o teu destino” – Análise externa

Com 5 versos cada um

Existência de rima branca e métrica irregular

Page 7: Segue o teu destino[1]

Análise da primeira estrofe

Segue o teu destino,Rega as tuas plantas,Ama as tuas rosas.O resto é a sombraDe árvores alheias.

“A sombra de árvores alheias” representa tudo o que é adjacente à nossa própria vida, tal como o sofrimento.

O “destino” aqui apresentado corresponde à nossa vida.

Estes versos podem ter dois significados:

Por um lado, é um incentivo a amar tudo o que a vida nos dá.

Por outro, é como se devêssemos amar aquilo que a vida faz de nós.

Page 8: Segue o teu destino[1]

Análise da segunda estrofe

A realidadeSempre é mais ou menosDo que nós queremos.Só nós somos sempreIguais a nós próprios.

A realidade é o que nós fazemos dela, havendo momentos em que temos situações menos agradáveis (quando faz referência a “mais ou menos”).

Nós somos apenas o que somos, e nunca vamos mudar essa essência, apenas podemos mudar a nossa interpretação da natureza.

Page 9: Segue o teu destino[1]

Análise da terceira estrofe

Suave é viver só.Grande e nobre é sempreViver simplesmente.Deixa a dor nas arasComo ex-voto aos deuses.

Devemos esquecer toda a dor que sentimos e viver o que a nossa vida nos dá, consoante o destino.

Tudo o que não é considerado importante, devemos esquecer, e viver simplesmente. De modo a que fiquemos satisfeitos connosco.

Page 10: Segue o teu destino[1]

Vê de longe a vida.Nunca a interrogues.Ela nada podeDizer-te. A respostaEstá além dos deuses.

Análise da quarta estrofe

Temos de sair um pouco da nossa “esfera” e ver a vida de outra forma, de maneira a que vejamos bem tudo à nossa volta, para evitar problemas e inquietações.

A resposta à interrogação da vida está além dos Deuses. A vida existe para além do divino e apenas julgamos saber a sua resposta.

Page 11: Segue o teu destino[1]

Mas serenamenteImita o OlimpoNo teu coração.Os deuses são deusesPorque não se pensam.

Análise da quinta estrofe

No nosso interior, devemos ser Deuses, mestres dos nossos próprios sentimentos, porque só assim alcançaremos a felicidade.

Ao pensarmos tanto no porquê das coisas, atingimos uma grande inquietude e ansiedade, pois não encontramos resposta para tal questão. Esta é uma metáfora ilusiva ao ser humano e à sua felicidade.

Page 12: Segue o teu destino[1]

Figuras de estilo

2ª estrofe

A realidadeSempre é mais ou menosDo que nós queremos.Só nós somos sempreIguais a nós próprios.

5ª estrofe

Mas serenamenteImita o OlimpoNo teu coração.Os deuses são deusesPorque não se pensam.

ALITERAÇÃO

Page 13: Segue o teu destino[1]

Figuras de estilo

5ª estrofe

Mas serenamenteImita o OlimpoNo teu coração.Os deuses são deusesPorque não se pensam.

METÁFORA

Page 14: Segue o teu destino[1]

O poeta apresenta um tom coloquial, dirigindo-se a um

“tu”.

À medida que o poeta vai

escrevendo o poema, vai dando um conselho ao

leitor:

MENOS CONHECIMENTO

MENOS SOFRIMENTO

MAIOR FELICIDADE