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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UNESPAR PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

AS EMBALAGENS COMO ALTERNATIVA PARA O ESTUDO DE CONCEITOS DE GEOMETRIA EUCLIDIANA

Professora PDE Marinês Siman

Artigo Final apresentado à Universidade Estadual do

Paraná – UNESPAR/Campo Mourão e à Secretaria de

Estado da Educação do Paraná – SEED, como requisito

para conclusão da participação no Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, sob orientação da

Professora ME Veridiana Rezende.

CAMPO MOURÃO 2012

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AS EMBALAGENS COMO ALTERNATIVA PARA O ESTUDO DE CONCEITOS DE GEOMETRIA EUCLIDIANA

Autora: Marinês Siman1

Orientadora: Veridiana Rezende2

Resumo

Apresentam-se neste artigo os resultados do projeto realizado no decorrer do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, desenvolvido com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Dom Bosco de Campo Mourão – Paraná. O objetivo do projeto foi explorar conceitos de geometria espacial e geometria plana por meio de embalagens. Para isto, elaborou-se uma sequência de atividades, auxiliadas pela manipulação de diversas embalagens presentes no cotidiano dos alunos, como: caixas de pasta dental, pizza, gelatina, sabão em pó, leite condensado, perfume, papel filme, lâmpadas, remédios, bombom, latas de batatas, Nescau, e também as garrafas pet e embalagens de shampoo, até um funil foi utilizado para os estudos. A elaboração e realização das atividades em sala de aula foram fundamentadas na Modelagem Matemática. Assim, explorando algumas embalagens presentes no cotidiano dos alunos, cujas formas se associam a sólidos geométricos, foi possível estudar alguns conceitos de geometria euclidiana. As atividades foram aplicadas em grupo no decorrer do ano de 2011. Uma das principais atividades consistiu dos alunos realizarem cálculos e compararem áreas de alguns sólidos distintos, tais como paralelepípedo, cubo e cilindro, que comportavam a mesma capacidade de volume – 1 litro. Estes cálculos os levaram e refletir sobre quais formatos geométricos são mais econômicos em termos de material utilizado para a fabricação de embalagens. Após as reflexões sobre esta atividade os alunos construíram a embalagem mais econômica, levando em consideração o mesmo volume para a menor área. Pode-se concluir que é necessária a prática em uma matemática significativa e interessante. Ficou evidente que durante o processo de aprendizagem, é importante se trabalhar de forma em que os alunos, possam participar em equipes, relacionar, interagir, discutindo e trocando suas ideias, para atingir os resultados esperados com satisfação.

Palavras chave: Educação Matemática; Embalagens; Modelagem Matemática.

1 INTRODUÇÃO

1 Professora de Matemática do Colégio Estadual Dom Bosco- Ensino Fundamental, Médio e

Profissionalizante - Campo Mourão-Paraná. [email protected]. 2 Professora assistente do Departamento de Matemática da Universidade Estadual do Paraná –

Campo Mourão. [email protected].

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Este projeto, desenvolvido no período de agosto a outubro de 2011, em sala

de aula, como parte das atividades realizadas no Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE teve como objetivo elaborar e aplicar uma sequência de

atividades relacionadas a alguns conceitos de geometria plana e espacial. Porém,

além do estudo de conceitos de geometria, almejava-se apresentar aos alunos um

estudo relacionado a um tema de seus cotidianos, de modo que os alunos

pudessem se interessar pelo tema e consequentemente se envolverem com as

atividades matemáticas propostas. Neste sentido, aliou-se a este projeto a

metodologia da Modelagem Matemática, que segundo Barbosa (2001) consiste e

apresentar problemas de Matemática fundamentados em temas e dados da

realidade dos alunos. Por isso, optou-se pelo tema embalagens, para estruturar a

sequência de atividades.

De acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná - DCE (2008)

deve-se refletir sobre a importância social do ensino desta disciplina por meio da

Educação Matemática. O professor pode direcionar criticamente sua ação docente

para que a matemática seja vista como objeto em construção. O aluno vivenciando a

experiência, com reflexão e participação, de forma dinâmica e com significado,

servindo de suporte cognitivo, sendo facilitador no processo de ensino e

aprendizagem, possibilitando aos alunos, conjecturar, analisar, discutir, formulando

suas ideias por meio da apropriação dos conceitos matemáticos. “Isso implica olhar

tanto do ponto de vista do ensinar e do aprender matemática, quanto do seu fazer,

do seu pensar e da sua construção histórica, buscando compreendê-los”

(MEDEIROS, 1987, p. 48).

Neste sentido, procuramos desenvolver este projeto com o intuito de estudar

conceitos de geometria plana e espacial aliado às embalagens, envolvendo

situações reais ao ensino e aprendizagem da Matemática. Para isto, levaram-se em

consideração as solicitações das DCE, concernentes ao conteúdo estruturante

geometria, para o quarto ciclo do Ensino Fundamental. A partir de conceitos de

geometria euclidiana presentes nas DCE, a sequência das atividades foi elaborada

com a intenção de explorar os conceitos de volume, áreas, perímetro, ângulos,

vértices, arestas, formas de figuras geométricas tanto espaciais como planas,

aliados a embalagens, que estão presentes no cotidiano dos alunos.

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Foi muito importante desenvolver este projeto em sala de aula, para o

professor e para escola, pelo fato de se trabalhar de maneira diferenciada por meio

da Modelagem Matemática, aliando as embalagens, e principalmente para os

alunos, por que as aulas devem ser significativas, agradáveis, e atrativas, e o

resultado de tudo isto é a satisfação de ambos os lados.

Por meio da Modelagem Matemática, utilizando as embalagens, por serem

materiais concretos, que contribuem enriquecendo as aulas de matemática,

permitindo a manipulação, planificação, e a construção de desenhos geométricos,

elaboração se situações problemas, resolução dos mesmos, observação e

comparação de formas, medidas, e resultados obtidos de ensino e aprendizagem.

As sequências de atividades propostas pelo professor permitiram que fosse

possível diagnosticar as dúvidas e dificuldades de aprendizagem dos alunos, a partir

do momento que o aluno, entra em contato com o real, observando e visualizando

as embalagens, eles se surpreendem com as descobertas dos conceitos

matemáticos. O que possibilitou para as equipes de alunos o acréscimo do

conhecimento, pois formularam seus conceitos através de diálogos e interpretações,

portanto, sendo possível verificar que o recurso utilizado inovou as aulas de

matemática, tornando a teoria e a prática, interessante e significativa para os alunos.

2 Os Conceitos de Geometria plana e espacial nas diretrizes curriculares do

Paraná

Para a elaboração da sequência de atividades, consideramos os conceitos

de geometria euclidiana presentes nas DCE.

Apresenta-se a seguir, os conteúdos estruturantes para a Educação Básica

da Rede Pública Estadual que são:

Números e álgebra;

Grandezas e Medidas;

Geometrias;

Funções;

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Tratamento da Informação.

O conteúdo estruturante de geometria é desdobrado em geometria

euclidiana e geometrias não euclidianas. No entanto, devido aos objetivos deste

trabalho, foram enfatizados os conceitos de geometria plana e espacial presentes

nas DCE, uma vez que não é objetivo deste trabalho o estudo de conceitos de

geometrias não euclidianas.

De acordo com as DCE o Conteúdo Estruturante Geometrias, no Ensino

Fundamental tem espaço, como referência, de modo que o aluno consiga analisá-los

e perceber seus objetos para, então, representá-lo. Neste nível de ensino o aluno

deve compreender:

Os conceitos de geometria plana: ponto, reta, e plano; paralelismo; estrutura e

dimensões das figuras geométricas planas e seus elementos fundamentais;

cálculos geométricos: perímetro e área, diferentes unidades de medidas e suas

conversões; representação cartesiana e confecção de gráficos.

Geometria espacial: nomenclatura, estrutura e dimensões dos sólidos

geométricos e cálculos de medidas de arestas, área das faces, área total e

volume de prismas retangulares (paralelepípedos e cubo) e prismas

triangulares (base triangulo retângulo), incluindo conversões (PARANÁ, 2008,

p.56).

3 As Contribuições da Modelagem Matemática

Este trabalho visa apropriar-se da Modelagem Matemática como

metodologia, por parte do professor, para a sala de aula, uma vez que esta pode ser

a “chave” para abrir portas ao entendimento e conhecimento matemático dos alunos,

envolvendo situações problemas do cotidiano dos alunos, conduzindo os alunos a

tomar posse do aprendizado.

Segundo Machado Júnior (2005) a Modelagem Matemática é indicada para

tentar superar a crise no ensino, pois é capaz de responder a pergunta presente no

processo de ensino e de aprendizagem da matemática: Porque tenho que aprender

isso? Por meio dela é possível apresentar uma forma de construção de

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conhecimento que flui de maneira natural e não por imposição, facilitando o

entendimento e as relações com o cotidiano do aluno.

Para auxiliar este aprendizado foi desenvolvido um material didático com a

intenção de se explorar conceitos de Geometria Plana e Espacial, por meio de uma

sequência de atividades, aliando as Embalagens, auxiliada pela Modelagem

Matemática.

Modelagem Matemática é, para Bienbemgut e Hein (2005, p. 34), “a arte de

transformar situações do meio circundante em modelos matemáticos”. A autora

ainda afirma que a modelagem é um processo para se chegar à obtenção de um

modelo, no qual, além de conhecimento apurado de Matemática, o modelador deve

ter uma dose significativa de intuição e criatividade para interpretar o contexto,

diferenciar qual conteúdo matemático melhor se adapta e senso lúdico para jogar

com as variáveis envolvidas.

Já Bassanezi (2006) afirma que a Modelagem Matemática, agrupa teoria e

prática, motivando o aluno a entender a realidade a sua volta, onde ele pode agir e

buscar meios para transformá-la. A visão de Barbosa (2003), trás a modelagem

como um ambiente para a aprendizagem, favorecendo a investigação por meio da

matemática, fazendo da modelagem um ponto de vista sócio crítico, para a

compreensão de um problema, integrando os conhecimentos de matemática, de

modelagem com a reflexão.

A Modelagem Matemática gera oportunidades, para a metodologia, de

formas diferenciadas, fazendo com que a matemática tenha um significado aos olhos

do aluno.

Barbosa (2004, p. 04) afirma que “a Modelagem Matemática é um ambiente

de aprendizado no qual os alunos são convidados a problematizar e investigar, por

meio da matemática, situações com referências na realidade”. Assim o professor

deve trabalhar como mediador do conhecimento, motivando a participação dos

alunos, para que eles sejam capazes de buscar informações através de pesquisas,

organizando-se, refletindo, desenvolvendo suas habilidades, para aplicar a

Modelagem Matemática, em diversas situações de suas realidades.

Pensando numa metodologia de ensino, como estratégia de envolver a

matemática com o dia a dia do aluno, optou-se pela Modelagem Matemática aliada

às embalagens, para se explorar conceitos de Geometria Plana e Espacial nas aulas

de Matemática.

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Acreditamos que o professor com o auxílio da Modelagem Matemática, faça

a interação dos conteúdos já estudados pelos alunos no decorrer de sua vida

escolar.

A Modelagem Matemática é fundamental, para que os conceitos tenham

significados amplos, para os alunos diante dessa Matemática existente nas escolas,

é uma forma de renovar a matemática no dia a dia dos alunos, para que possam

analisar e resolver situações problema.

Para Biembengut e Hein (2005), a Modelagem Matemática deve acontecer

gradualmente na sala de aula, isto é, em três etapas: interação, matematizarão, e

modelo matemático.

Para Barbosa (2004), a Modelagem Matemática pode ser desenvolvida em

sala de aula de acordo com os três casos apresentados na tabela abaixo:

Caso 1 Caso 2 Caso 3

Formulação do problema Professor Professor Professor/aluno

Simplificação Professor Professor/aluno Professor/aluno

Coleta de dados Professor Professor/aluno Professor/aluno

Solução Professor/aluno Professor/aluno Professor/aluno

Tabela 1: Casos para Modelagem Matemática na sala de aula Fonte: Barbosa (2004, p. 5)

Segundo o autor,

No caso 1, o professor apresenta um problema, devidamente relatado, com dados qualitativos e quantitativos, cabendo aos alunos à investigação (...); no caso 2, os alunos deparam-se apenas com o problema para investigar, mas tem que sair da sala de aula para coletar dados, (...); no caso 3, trata-se de projetos desenvolvidos a partir de temas ‘não matemáticos’, que podem ser escolhidos pelo professor ou pelos alunos. Aqui, a formulação do problema, a coleta de dados e a resolução são tarefas dos alunos (BARBOSA, 2004, p. 5).

É na perspectiva de Modelagem Matemática de Barbosa (2004) e,

principalmente considerando os casos elaborados pelo autor, disponíveis na Figura

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1, que o presente trabalho foi desenvolvido. É possível perceber que o trabalho

realizado refere-se ao caso 2 de Barbosa (2004), pois o professor escolheu um tema

da realidade dos alunos, no caso as embalagens, e lançou o desafio para as

equipes de alunos, que passaram a se preocupar com a coleta de dados (medidas)

e os cálculos (áreas e volumes) propostos na sequência das atividades, despertando

nos alunos o interesse em estudar, pelo fato de estarem vivenciando situações de

seus cotidianos relacionadas com conceitos matemáticos. O resultado do trabalho

por meio da sequência de atividades foi satisfatório, pois as equipes de alunos

interagiram por meio de diálogos e interpretações, atingindo os resultados previstos.

Sempre que necessário, o professor interferiu como mediador diante das

dificuldades e dúvidas que sugiram no decorrer dos estudos, argumentando com os

alunos e questionando-os. Algumas equipes de alunos desenvolveram estratégias

diferentes em certas situações problemas que se apresentavam, isso gerou

discussão, análises que facilitaram para algumas equipes que estavam meio

perdidas em suas ideias.

O trabalho de inserção da Modelagem Matemática é fundamental para o

desenvolvimento do conhecimento dos alunos, por proporcionar a aplicação dos

conceitos matemáticos (GONÇALVES, 2010). Por meio da Modelagem Matemática,

é possível reverter isto, e tornar o estudo da matemática mais significativo, onde

tanto o aluno quanto o professor, poderão obter resultados positivos que favoreçam

a aprendizagem.

Através da Modelagem Matemática o professor pode dar ao aluno

oportunidades de entender o assunto, opinando por meio de situações que ele tenha

observado, analisado e discutido em grupos. Oferecendo, de acordo com Barbosa

(2009), uma boa oportunidade para revisar e ampliar a compreensão de tópicos

anteriormente estudados pelos alunos.

A Modelagem Matemática é a essência de ideias no ensino e aprendizagem,

uma situação real que consiste em concluir etapas matemáticas, detalhadas que

formulamos e tentamos resolver, reconhecendo situações problemas que levem a

solução ou permitam a dedução de uma solução. “[...] a modelagem Matemática

consiste na arte de transformar problemas reais com os problemas matemáticos e

resolve-los interpretando suas soluções na linguagem do mundo real” (BASSANEZI,

2006, p.16).

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Desta maneira, se desperta no aluno o interesse por tópicos matemáticos

que ele desconhece, por meio de pesquisas dá-se a oportunidade ao estudante de

desenvolver situações problema estimulando a participação, descontração e

criatividade individual ou em equipes.

O trabalho pedagógico com a modelagem matemática possibilita a intervenção do estudante nos problemas reais do meio social e cultural em que vive, por isso, contribui para sua formação critica. Partindo de uma situação pratica e seus questionamentos, o aluno poderá encontrar modelos matemáticos que respondam essas questões. O modelo matemático buscado deverá se compatível com o conhecimento do aluno, sem desconsiderar novas oportunidades de aprendizagem, para que ele possa sofisticar a matemática conhecida a priori (PARANÁ, 2008, p.65).

A Modelagem Matemática vem se destacando entre os professores e

estudiosos, com o propósito de mudar essa realidade exposta nos dias de hoje,

onde os alunos não têm interesse pelos estudos, por ser um ensino tradicional,

desmotivador e cansativo, então a Modelagem vem de encontro com o meu projeto

por ser uma Metodologia de Ensino que faz com que o aluno participe ativamente

desse processo de aprendizagem.

4 Descrição e Análise das Atividades

Atividade 1: Conhecer as embalagens para estudar geometria

Para realização desta atividade, os alunos foram divididos, a princípio, em

equipes com quatro alunos. Esta primeira atividade teve duração de 50 minutos em

horário normal de aula, no dia 22/08/2011. A professora e os alunos levaram para a

sala de aula diversas embalagens tais como: caixas, latas, e garrafas de vários

formatos. No que diz respeito às caixas, foram levadas caixas de sabão em pó, leite

condensado, pizza, perfume, pasta dental, papel filme, gelatina, lâmpada, remédios,

bombom, entre outras. Em relação às latas, levaram-se latas de batata, leite

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condensado, Nescau. As garrafas utilizadas foram garrafas pet e embalagens de

shampoo. Até um funil foi utilizado para os estudos.

Os alunos, em equipes, manusearam as embalagens, identificando-as, cada

uma com sua respectiva formas geométrica. Nesta atividade os alunos se

envolveram e participaram descontraidamente. Percebeu-se que eles estavam

interessados pela situação, como pode ser indicado em seus comentários: Que aula

legal professora! Diferente! Nossas aulas de matemática deveriam ser sempre

assim. A gente aprende mais, com seus questionamentos. Fazem-nos pensar e

relacionar a matemática inclusa nestas embalagens, visualizar a geometria, as

medidas. Devido aos comentários dos alunos percebemos o quanto é importante à

interação com o conhecimento teórico e prático.

Os alunos deixaram transparecer que uma boa aula é aquela em que eles

sentem-se a vontade e aprendem por meio da participação e a motivação, expondo

seus conhecimentos. Ainda nesta atividade, foi solicitado aos alunos completarem

uma tabela com nomes e formas geométricas das embalagens identificadas por eles

anteriormente.

Duas perguntas relacionadas à existência e vantagens de tipos diferentes de

embalagens foram propostas aos alunos. Nesta situação, os alunos, em equipe,

concluíram que nem todo produto é igual, cada produto é feito para cada tipo de

recipiente, porque algumas são mais práticas e fáceis de manusear, certas

embalagens são mais vantajosas que outras por suportarem mais produtos e o custo

mais em conta.

Em relação aos tipos de embalagens que eles têm em casa e que são mais

fáceis e adequadas para serem manuseados, os alunos comentaram que existem

muitas e são variadas tais como: Caixas de sabão em pó; pasta dental; gelatina;

sabonete; leite; litros de óleo; refrigerantes; etc.

Os alunos argumentaram que as embalagens de fácil manuseio são as que

apresentam forma retangular e redonda, porque se encaixa melhor nas mãos de

quem esta pegando o objeto, e aquelas que têm cabo como o alvejante e o

amaciante de roupa, tudo isso proporciona facilidade, por isso tem que ser bem

pensado por quem as imaginou.

Os alunos comentaram ainda, que o vidro de perfume com spray facilita o

uso; que a caixa de ovos é bem elaborada, pois os protege, e fica bem embalado,

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também é fácil de manusear os pacotes, tais como: pacotes de arroz e feijão, etc.,

também facilitam porque se adéquam as mãos.

Pôde-se concluir que os alunos se envolveram com a atividade, pelos

comentários que fizeram a respeito das aulas percebe-se que foram motivados, e

suas respostas nas atividades propostas foram satisfatórias.

Atividade 2: Identificando as embalagens, que estão presentes no seu cotidiano

Para realização desta atividade, desenvolvida em duas aulas sucessivas, no

dia 25/08/2011, levaram-se as embalagens anteriores para sala de aula, onde os

alunos puderam realizar a presente atividade. Porém, antes de iniciá-la algumas

questões foram propostas para identificar certas partes da embalagem que envolve

a geometria espacial, tais como: O que são arestas, vértices, ângulos, faces? Com

estes questionamentos, percebeu-se momentos de aprendizagens e conhecimentos

adquiridos no decorrer do tempo. Os alunos que participaram da atividade

consideraram que arestas é a quina da caixa; vértices é o cantinho da caixa e as

faces são os lados.

Eles conseguiram diferenciar pirâmide de cone de lã e de um funil,

lembraram-se da pirâmide de Quéops. E, perceberam que a base da pirâmide é

quadrada e que não é igual ao funil e ao cone de lã por estes serem de forma

circular, e que o cone de rua também não é tronco de pirâmide.

Contaram a quantidade de vértices, faces, arestas de todas as embalagens

descritas. Comentaram: Professora! Gostamos muito desta atividade por ser de fácil

entendimento e aprendizagem. Porque o manuseio das embalagens ajuda a

visualizar. E também pelo fato de não ter cálculos, a matemática fica mais fácil.

Nesta atividade também foi proposta na pergunta: o que é poliedro e

polígono para vocês? Os alunos encontraram dificuldades em responder, eles não

sabiam a diferença entre polígono, poliedro, e prisma.

Acredita-se que ao invés de apresentar diretamente estes conceitos aos

alunos, conduzi-los a uma pesquisa seria mais significativo. Por isso, neste

momento, os alunos foram convidados a pesquisarem em dicionários e livros

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didáticos os significados, e discutirem em grupo as respostas encontradas. Assim,

eles conseguiram diferenciar e responder.

Os alunos perceberam que poli= muitos gono= ângulos, e edro = lados.

Alguns primas possuem faces iguais com formato retangular, como por exemplo, a

caixa de bombom, que tem formato de paralelepípedo. Depois desta pesquisa os

alunos conseguiram classificar as embalagens e escrever nas tabelas propostas

como atividades de identificação.

No que diz respeito à outra pergunta: existe algum sólido que não tem

vértice? Dê exemplos. Alguns alunos responderam: que se trata de uma bola, lata,

funil, cone. Alguns alunos observaram e responderam que algumas embalagens

redondas, mas nem todas, por que um chapéu de aniversario tem vértice.

A participação dos alunos nesta atividade foi satisfatória e gratificante pelo

empenho e dedicação demonstrada entre as equipes. Porém, em certos momentos

alguns alunos não se mostraram interessados pela atividade e não colaboraram com

os demais colegas da equipe.

4.1 Construção de três sólidos: cubo, paralelepípedo e cilindro

As atividades 3, 4 e 5, apresentadas a seguir, estão relacionadas à

confecção destes sólidos geométricos. Para a confecção dos mesmos foram

necessários materiais como: papel cartaz colorido, tesoura, cola; régua, lápis,

borracha. Os sólidos deveriam ser confeccionados com papel cartaz, porém, antes

de os alunos representarem cada uma das planificações e recortarem o papel

cartaz, foi solicitado que os alunos os fizessem em folha sulfite.

Atividade 3: Construção do Cubo

Esta atividade foi realizada em duas aulas, no dia 15/09/2011. Os alunos

mediram, fazendo ampliações e acompanhando o modelo de planificação proposto

na atividade. Ao terminarem os alunos perceberam que não tinham abas no

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desenho proposto. Sendo assim, eles desenharam as abas. Alguns alunos

colocaram abas em todos os lados da planificação do cubo. Em seguida,

perceberam que não poderiam colocar abas em todos os lados e imaginaram onde

elas poderiam ser colocadas, para que o cubo pudesse ser lacrado. Os alunos

tiveram um pouco de dificuldades, mas conseguiram resolver em grupo. Após o

desenho que serviu como rascunho, na folha sulfite, os alunos utilizaram o papel

cartaz, desenharam e recortaram, fizeram as dobras devidas, colaram, concluindo a

construção do cubo.

A importância do lúdico, neste processo, foi percebida no desenvolvimento

deste trabalho, pois houve a participação de todos os colegas das equipes e a

interação com os conceitos matemáticos envolvidos, tais como: cubo, quadrado,

medida do lado do quadrado, proporção entre medidas, entre outros. Alguns

comentários surgiram: Sabe professora parece que quando a gente constrói,

aprendemos mais, surgiram no decorrer da aula.

No momento dos cálculos sobre a área deste sólido geométrico, percebeu-

se desestímulo entre os alunos. E alguns os seguintes comentários foram feitos:

Tudo estava muito bom, mas quando chegamos nesta parte de cálculos, tão

difíceis!, pelos alunos. Diante destes comentários resolvi levá-los até o laboratório de

informática para pesquisarem, e desenvolverem em duas aulas as atividades

propostas nesta sequência.

Esta atividade foi realizada no dia 19/09/2011. Com o auxílio da internet, os

alunos pesquisaram os conceitos de área, perímetro e volume, por que não sabiam

o que significavam. Para que servia essa tal de área? E volume? Foi necessário

induzi-los a pensarem o que seria área e volume? Para que serve? Eles descobriram

que área é a medida de uma superfície plana, e que tem duas medidas (que

significa duas dimensões). Nesse momento, alguns alunos exemplificaram o

conceito de área com o terreno da casa deles, que tem um espaço plano e que tem

duas dimensões, segundo os alunos, frente e lado. Então foi proposta a seguinte

pergunta: para cercar o terreno da casa de vocês como é que fariam os cálculos?

Para responder esta pergunta, os alunos pesquisaram sobre o conceito de perímetro

e descobriram que era a soma de todos os lados. A partir da pesquisa a resposta da

pergunta especificada acima, se concretizou com satisfação, que se precisava saber

a medida dos quatro lados do terreno para cercar.

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Diante de todas as pesquisas realizadas pelos alunos, no laboratório de

informática, eles conseguiram diferenciar área de perímetro.

Em seguida, os alunos realizaram os cálculos de área e volume do sólido

proposto. Cada grupo discutia relembrando os comentários sobre as embalagens

apresentadas e as pesquisas realizadas no laboratório. A partir disto elaboraram

seus conceitos, relacionando e percebendo a diferença de fazer cálculos entre área

e volume.

Algumas equipes não utilizaram fórmulas de área e volume, porém,

realizaram os cálculos e encontraram os resultados satisfatórios. Eles utilizaram

termos como: lado do quadrado vezes o outro lado e depois multiplicaram pelos seis

lados (faces). Uma das equipes calculou a área de uma face do cubo proposta na

atividade de 10 cm vezes o outro lado de 10 cm que resultou em 100 cm², contou-se

os quadrados, multiplicou-se por seis quadrados de 100 cm², encontrando o valor de

600cm² de área, por exemplo: 10cm x 10cm = 100cm² x 6 = 600cm². Já outra equipe

somou os seis quadrados (área das faces) de 100 cm² mentalmente e comentaram:

Professora o resultado de somar é o mesmo que multiplicar por seis quadrados.

Por meio das pesquisas descobriram que volume é o espaço ocupado e que

são três dimensões. Comentaram: É o que vai dentro das embalagens, Professora!

Daí ficou fácil calcular o volume, pois perceberam que precisava das três medidas

do sólido em questão, o cubo. Começaram os cálculos utilizando as medidas do

referido problema.

Conseguiram fazer os cálculos, que no princípio apresentaram dificuldades,

animaram-se e perceberam que fizeram cálculos sem usar fórmulas, e que as

fórmulas e as medidas foram inventadas para facilitar a vida do homem em seu

trabalho. Percebi que apresentaram resultados produtivos e descobriram o porquê

da grandeza ser denominada centímetro ao quadrado (cm²) e centímetro ao cubo

(cm³), e também porque essa figura é espacial, tridimensional. Logo após questionei

as equipes quantos litros caberia naquele cubo? A resposta veio logo, pois alguns

alunos sabiam, pela resposta obtida, que cabiam 1000 ml ou 1 litro. Para instigar,

perguntei se no cubo constasse outra medida? Não tiveram dificuldades em

perceber que depende do tamanho do cubo para que caibam mais litros ou menos

litros.

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Atividade 4: Construção do Paralelepípedo

Esta atividade foi realizada em sala de aula, em quatro horas-aula, sendo

aulas geminadas. Assim como na atividade anterior, os alunos mediram ampliando e

acompanhando o modelo do desenho proposto. Porém, nesta atividade,

encontraram muito mais dificuldade do que para a confecção do cubo. No momento

de desenharem o paralelepípedo, para depois montá-lo, alguns grupos tiveram

dificuldades, pois os lados (retângulos) tinham medidas diferentes, mediram e

rabiscaram muitas vezes o desenho, erraram e acertaram, perceberam e

comentaram entre eles que é preciso arriscar em cometer erros para acertar.

Uma equipe se destacou ao perceber que o paralelepípedo parecia com

uma caixa de bombom, isso facilitou a construção do paralelepípedo pelas equipes

que acompanharam essa ideia. Desta vez não tiveram problemas com as abas,

desenharam ampliando e montaram o modelo com papel sulfite, concluindo com

êxito o fechamento deste sólido. A partir disto, partiram para construção do

paralelepípedo no papel cartaz. Depois que relacionaram a embalagem da caixa de

bombom com o paralelepípedo, se entusiasmaram com a construção e houve

participação e comentários:

Poxa! Professora como é legal essa atividade, apesar das dificuldades,

amei.

Quando se desenha, conseguimos identificar a geometria plana e identificar

as figuras geométricas nas dobras. Ah! Mais uma coisa eu percebi que tem duas

faces iguais uma de cada lado.

Após a tarefa da montagem do sólido ser concluída, os alunos realizaram os

cálculos matemáticos. Para compreenderem sobre superfície e volume, discutimos

situações sobre medidas e como devemos utilizá-las. Por meio de comentários e

questionamentos os envolvi a observarem as embalagens presentes de formatos

parecidos, para que pudessem aliar suas ideias e refletir diante da atividade

proposta.

No momento dos cálculos, as equipes não encontraram dificuldades, pois a

atividade três os ajudou a estruturar o conhecimento, interpretação e comparação.

Para fazer os cálculos matemáticos as equipes compararam com o sólido anterior e

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observaram que as medidas eram diferentes, mas, a maneira de calcular era a

mesma, portanto os resultados e a aprendizagem foram satisfatórios.

Acredita-se que esta atividade foi significativa para os alunos, pois eles

perceberam que a união das ideias, e discussão com os colegas ajuda, fazendo-os

visualizar, pensar, e perceber as partes iguais da figura desenhada e montada.

Atividade 5: Construção do Cilindro

Para esta atividade foram necessárias 2 horas aulas para a realização dos

desenhos e montagem do cilindro, que foi no dia 13/10/2011. Esta foi uma das

atividades em que, os alunos das equipes, encontraram mais dificuldade para

entender.

Apresentaram dificuldades em imaginar o cilindro e as abas. Erraram

também na medida da circunferência, uns fizeram menor, outros maior. Foi

necessária minha intervenção. Conduzi-os às pesquisas em livros didáticos sobre os

conceitos de diâmetro e raio, ensinei a manusear o compasso, proporcionei

pesquisa sobre diâmetro e raio.

Para auxiliá-los na atividade, solicitei que planificassem uma lata de batatas,

que, por ser de papelão, facilitou a planificação. Eles observaram, manusearam e

perceberam como ficaria a montagem do modelo proposto na atividade. Porém,

como o circulo desenhado na atividade, não tinha abas, os alunos desenharam uma

circunferência em torno desse circulo, que segundo os alunos serviria de abas.

No entanto, quando foram dobrar e colar, perceberam que não dava certo.

Ao procurarem uma solução para o problema, alguns alunos cortaram formando

triângulos, outros em forma de trapézios. Assim, apesar das dificuldades,

conseguiram colar as abas do circulo no papel sulfite. Após toda confirmação podia-

se começar a desenhar o cilindro ampliado para o papel cartaz, melhoraram as abas

e recortaram, dobrando e colando, quando terminaram ficaram satisfeitos, pois o

sólido ficou correto. Mas para a realização desta atividade foi necessário mais duas

horas aulas, que ocorreu no dia 17/10/2011.

Os alunos, perceberam que errando e arrumando, conseguiram aprender a

trocar idéias com os colegas e observar outras equipes discutindo como fazer para

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sair daquela situação de dificuldade e usar suas capacidades de pensar e conceituar

a construção do sólido.

Para a realização dos cálculos de área e volume do cilindro, os alunos

também tiveram muitas dificuldades, não sabiam como fazê-los. Então os levei

novamente a pesquisar em livros didáticos, precisaram de mais 2 horas aulas, que

foi no dia 20/10/2011. Por meio destas pesquisas aprenderam sobre o que é

circunferência e círculo. Percebeu-se que a tampa da lata tinha formato circular,

portanto identificaram o círculo e onde se situava a circunferência. As leituras e os

desenhos explicativos no livro didático foram positivos para algumas equipes que

resolveram que poderiam fazer algo diferente: desenharam a tampa do cilindro e

tentaram dividir em fatias (setores circulares), utilizando o compasso e régua, mas

não conseguiram desenhar corretamente nem entender o porquê de fazer isto.

Neste momento, uma aluna de uma das equipes resolveu utilizar o método

da dobradura. Ela dobrou o círculo de papel ao meio e percebeu o diâmetro

pesquisado no livro. A aluna dobrou novamente e percebeu o raio, e o centro da

circunferência. Assim, com as demais dobras conseguiu que todas as partes

ficassem iguais com formatos triangulares. Coloriram os triângulos e recortaram ao

meio, separando a metade do círculo, logo após recortou-se todos os triângulos,

depois os encaixaram formando uma figura geométrica, cujo contorno lembrou um

paralelogramo; e descobriu que o comprimento do paralelogramo media a metade

do comprimento da circunferência e o outro lado representava o raio (altura).

Figura 1: Dobradura do círculo Fonte: a autora

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Figura 2: Recorte da dobradura do círculo Fonte: a autora

Nesse momento os alunos da equipe, começaram a interpretar a fórmula e o

círculo, identificando onde ficava o raio e o comprimento da circunferência, e

comentaram que devido à montagem do desenho do círculo cortado em setores

circulares, percebia-se que no desenho do paralelogramo a metade da

circunferência esta esticada em cima e embaixo, por isso é representada no livro

didático assim (C/2) e de cada lado (altura) estava representado pelo (r), que

representa o raio. Esse comentário ajudou outras equipes que ouviram e

entenderam melhor o desenho. Mas nesta fórmula apareceu o PI (π vezes r²) para

calcular a área do círculo.

Para sanar as dúvidas sobre o número PI, solicitei a todas as equipes, que

saíssem da sala de aula para medir o contorno de objetos circulares e respectivos

diâmetros. Os alunos mediram copo, bacia e prato da cozinha e o lixo da escola. Por

meio destas medidas e pelas leituras que fizeram diante das pesquisas, os induzi a

pensar! Que tipo de cálculos poderia se fazer com essas medidas para descobrir o

valor aproximado de PI? O comentário da aluna que usou o método da dobradura foi

o seguinte: Professora assim como eu dobrei ao meio o círculo que eu desenhei e

recortei, eu descobri o diâmetro, então eu dividi! E dobrei novamente descobri o raio,

então professora, dividir provavelmente vai dar um valor do PI! Deixando

transparecer que a aluna assimilou as informações dos livros didáticos relacionadas

ao número PI e circunferências.

Retornando à embalagem da lata de batatas planificada, por meio da

visualização, tentei fazê-los perceber que é possível calcular o comprimento da

circunferência “esticando” a circunferência. E perguntei: O que significa o contorno

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da tampa da lata para vocês? Um aluno respondeu: O contorno que envolve a

tampa da lata é a circunferência.

Porém, alguns alunos mataram a charada com seus comentários:

Professora se a tampa da lata esta ligada ao contorno que envolve lateral desse

cilindro, então é a medida da circunferência esticada.

De que forma poderíamos calcular a superfície lateral desse cilindro?

Questionei. Olha profe planificado percebe-se que é um retângulo, essa lateral.

Concordo Professora com o colega vejo no comprimento deste retângulo a medida

da circunferência esticada. Bom gente pelas nossas pesquisas aprendemos sobre o

PI (π). Então, vamos usar a formula que é 2 vezes o PI vezes o raio,(2.π.r), mas

temos a altura desse retângulo que é representado pelo h, então medimos a altura

desse retângulo, acrescentamos o h na formula (2.π.r.h) para calcular a área da

lateral.

Perguntei o que podemos fazer para calcular a área total desta lata

cilíndrica? O comentário de um dos alunos: Professora! Os resultados da área lateral

somaram com o resultado da área da tampa da lata (área da base) que aprendemos

anteriormente.

De que maneira vocês fariam os cálculos da área das bases dessa lata?

Indaguei. Profe! Lembrança das dobraduras e recortes do círculo, a tampa (base) da

lata cilíndrica mede a metade da circunferência e sua altura mede o raio, portanto a

utilizamos o que aprendemos que é (π.r²). Colega ainda tem que acrescentar, pois

temos dois círculos (bases), portanto temos que usar duas vezes o PI vezes raio ao

quadrado (2.π.r²).

As pesquisas anteriores foram significativas para o ensino e aprendizagem,

pois conseguiram observar que estava tudo ali naquela embalagem planificada.

Atividade 6: Comparar e Analisar áreas e volumes dos sólidos construídos

Após a confecção dos três sólidos, cubo, paralelepípedo e cilindro, e os

respectivos cálculos de área a volume, os alunos das equipes estruturaram seus

conhecimentos, interpretando e comparando os resultados obtidos dos três sólidos.

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A presente atividade foi realizada no dia 24/10/2011 com carga horária de

duas aulas. As equipes de alunos completaram a tabela proposta na atividade,

relacionada aos resultados dos cálculos de áreas e volumes dos três sólidos.

A interpretação e comparação dos resultados fizeram com que os alunos

respondessem as questões: Qual dos três sólidos em termos de papel cartaz foi

mais econômico? E o que observaram em relação ao volume dos três sólidos?

Tiveram surpresas, quais e por quê? E o que aprenderam com a construção dos

sólidos? Posteriormente a discussão em equipes, os alunos concluíram que após os

cálculos, foi possível comparar as áreas e os volumes de cada um dos sólidos e

perceber que o paralelepípedo tem menos área e maior volume, em relação aos

outros dois estudados. Portanto gasta menos material e cabe mais produto. Já o

cubo, além de gastar menos material em relação ao cilindro, seu o volume é maior

em relação ao cilindro.

Em relação aos resultados obtidos, os alunos comentaram ainda que

quando vão às compras é preciso analisar o tamanho das embalagens, à quantidade

de produto e o preço. Segundo os alunos, nem sempre o sólido que aparente ser

menor gasta menos material, e que depende muito de suas medidas.

Atividade 7: Medir e calcular áreas e volume da embalagem cilíndrica

Esta atividade realizada em uma hora aula no dia 31/10/2011, explorou os

conceitos estudados até o momento com o sólido cilíndrico, por meio da embalagem

de lata de leite condensado de 395 gramas. Nesta atividade foram solicitados aos

alunos em equipes, que completassem uma tabela relacionada às medidas e cálculo

da área da lata de leite condensado, que é cilíndrica. Pelo fato de ser uma lata

cilíndrica, percebeu-se que a fórmula ou a maneira de fazer os cálculos foram mais

trabalhosas do que embalagens com formatos de prismas.

Logo após, foi solicitado que respondessem a seguinte pergunta: Há uma

maneira de se fazer cálculos de embalagens cilíndricas sem planificá-las? As

equipes responderam que sim, e alegaram que haviam acabado de medir o contorno

da lata de leite condensado, o diâmetro, encontraram o raio e a altura da lata.

Faltava saber calcular a área lateral e somar com a área da tampa e da

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base. Mas tem uma diferença se quiser saber quanto ao material gasto para

construir a lata fica a desejar, pois tem partes da lata que estão coladas ou lacradas

e não foram medidas pelo fato de não ter planificado.

Para os cálculos do volume, os alunos completaram a tabela aproveitando

os cálculos e medidas da atividade anterior, como: o raio da tampa e a área da

tampa, e a medida da altura, restando somente substituir os resultados na formula e

multiplicar tudo obtendo o resultado final do volume e anotar na tabela. Quanto à

pergunta, precisamos planificar a embalagem para calcular o volume? As equipes

responderam o seguinte: não precisamos, pois por meio deste calculo aprendemos

qual é a quantidade que esta embalagem contém em cm³.

Percebe-se que todo esforço por parte de todas as equipes foi satisfatório.

Apesar das dificuldades conseguiram se sair muito bem, mas tive que interferir, com

questionamentos que muitas vezes incomoda, por não estarem acostumados a

pensar, sempre há alunos que são persistentes e acabam estimulando os outros que

não tem costume de ler e interpretar.

Atividade 8 : Medir e Calcular área da caixa de leite condensado: Paralelepípedo

Nesta atividade consta uma tabela para ser completada com dados do

comprimento e largura da caixa de leite condensado, para depois poder realizar o

cálculo da área total. Atividade foi realizada no dia 03/11/2011com uma hora aula.

Percebeu-se que os alunos das equipes, não encontraram dificuldade para

medir e realizar o cálculo da área da caixinha de leite condensado, pois identificaram

a embalagem como sendo um paralelepípedo que já havia realizado os cálculos de

área e volume.

Foram feitas as seguintes perguntas para a realização da atividade: De que

forma seria calculada a área deste paralelepípedo? E por que planificamos? Uns

alunos responderam: medimos o comprimento e a largura da caixa, e multiplicamos

uma pela outra, temos a solução da área representada ao quadrado. Planificar uma

embalagem significa saber com precisão o material gasto.

Alguns alunos calcularam sem planificar, enquanto que, outros planificaram,

fizeram comparações e constataram diferenças de resultados. Portanto percebeu-se

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que se quiser saber quanto material foi gasto, tem que planificar, para ter precisão.

Conclui–se sucesso na aprendizagem, não demonstraram dificuldades para

realizar a atividade proposta. Valeu todo empenho em fazê-los entender e interpretar

por meio das pesquisas, manuseio, observação e planificação das embalagens.

Atividade 9: Medir e Calcular o volume da caixa de leite condensado:

Paralelepípedo

Nesta atividade realizada em 50 minutos, no dia 7/11/2011, os alunos em

equipes mediram a altura, comprimento, e a largura da caixa de leite e completaram

com esses dados à tabela, pois foram estes que nos deram um norte para o cálculo

do volume desta embalagem. Pelo fato de os alunos compararem valores de grama

e centímetros ao cubo, eles foram levados a pesquisar na internet o que é grama (g)

e como se faz sua transformação e por que. Por meio das pesquisas, os alunos

perceberam que grama é a unidade principal, e que massa tem uma densidade, que

define quanto de massa existe dentro de um determinado volume. E que esta

relacionada às medidas de volume e capacidade, portanto é a unidade principal das

medidas, como: um grama (1 g) corresponde um cm³.

Para facilitar os cálculos e as interpretações, é importante saber os fatores

de conversão que permitem a transformação para descobrir qual é a densidade de

um produto. Para descobrir a densidade de um produto calculamos o volume. O

valor em gramas divididos pelo volume da lata ou caixa, conclui-se o valor da

densidade, em gramas por centímetro cubico (g/cm³), e tem mais, utilizamos esta

fórmula é d=m/v.

Algumas perguntas foram feitas para que os alunos refletissem: Qual é a

diferença entre área e volume? E qual é a diferença para calcular a área e volume

de um paralelepípedo e de um cilindro? Os alunos responderam: Que a área tem

duas medidas (dimensões), e o volume têm três medidas (dimensões). Para calcular

área de um paralelepípedo, precisa-se planificar ou não, depende o que se procura,

medimos dois lados o comprimento e a largura, mas para calcular o volume é mais

simples é só medir altura, comprimento e largura. Agora o calculo da área do cilindro

tem duas partes: dois círculos (tampa e o fundo da lata) e a lateral, para calcular é

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preciso planificar e medir corretamente para facilitar o cálculo, mas o volume é o

mais fácil, menos trabalhoso, precisa-se das três medias: altura, raio ao quadrado e

pi, esta resolvido, mas para chegarmos a entender como solucionar tivemos que

pesquisar, ler e interpretar as fórmulas existentes.

Atividade 10: Construir dois Modelos de Caixas Econômicas

Esta atividade foi proposta no dia 10/11/2011 e 14/11/2011 com 4 horas

aulas, para que os alunos de todas as equipes construíssem duas embalagens

econômicas.

Tendo como referência embalagens de: leite animal e leite vegetal, com

capacidade de 1 litro, porém com formatos diferentes. Uma tabela foi proposta para

as equipes de alunos na atividade, facilitando anotações dos resultados dos cálculos

e das medidas das caixas tais como: largura, comprimento, e a área das duas

embalagens. No primeiro momento as equipes de alunos planificaram as

embalagens, mediram e anotaram os dados e fizeram os cálculos das áreas das

duas embalagens e anotaram na tabela: Caixa de Leite Vegetal: a área =817,8 cm².

Caixa de Leite Animal: volume = a área =784 cm², anotação importantíssima, pois

comparariam os resultados depois.

Por meio dos resultados, deu-se inicio à construção das embalagens

econômicas. Mas antes, foi solicitado que os alunos respondessem algumas

questões: Existe diferença de resultado das áreas das duas embalagens? Sim, pelos

resultados obtidos nos cálculos? Sim, pois as duas embalagens tem medidas e

formatos diferentes, portanto áreas diferentes. E quanto ao volume? O volume já

constava na embalagem, mas o volume depende das medidas, para que a

capacidade seja maior ou menor. E ao abrir a embalagem percebe-se o que? Ao

abrir as embalagens, facilitou a observação e discutição das diferenças de medidas

de uma caixa para outra. Planificando as embalagens nós percebemos a diferença

de tamanho de cada caixa. Quando abrimos as embalagens se podem perceber

formatos retangulares. Professora facilitou os cálculos? As equipes de alunos

responderam as questões demonstrando facilidade na aprendizagem.

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A participação dos alunos das equipes foi ótima, pois eles se empenharam o

máximo, para solucionar todas as situações problema propostas na atividade. Para

posteriormente construir as duas embalagens econômicas solicitadas, comparando o

gasto de material da embalagem anterior.

Construiu-se a princípio uma tabela, para anotações dos dados, tais como;

altura, largura e comprimento, discriminando separadamente por denominações

caixa de leite vegetal (soja) e leite animal, área e volume de cada uma. Após a

planificação das embalagens de leite originais, que serviram como ponto de partida,

para descobrir qual seria a melhor medida, para desenhar e confeccionar as

embalagens econômicas, que, se possível, gastasse menos material e a capacidade

fosse igual a um litro.

As equipes de alunos começaram a fazer o jogo de medidas calculando o

volume, e anotando num rascunho quando encontraram medidas favoráveis fizeram

os cálculos das áreas, pois a partir destes cálculos saberiam o gasto do material. No

começo alguns alunos não conseguiam, pois o jogo exigia deles paciência e a

concentração, mas percebeu-se que quanto mais jogavam mais se aproximavam

das medidas para se construir a caixa econômica.

Ficaram entusiasmados com essa atividade, pois a aprendizagem estava

sendo interessante e significativa. Alguns alunos discutiram a diferença das

embalagens que serviu de referência de estudos em relação às embalagens que iam

construir.

A caixa econômica desenhada, logo depois confeccionada, de cor verde

representando Leite Animal, com as seguintes medidas: comprimento: 30cm com

abas incluídas; altura: 19,5cm sem abas; fundo e tampa; altura: 6,7cm e

comprimento: 9,0cm com abas incluídas. O calculo da área resultou em 705,6cm².

E o cálculo do volume da caixa econômica de Leite Animal, com as

seguintes medidas: comprimento = 8,4cm; largura = 6,2cm e altura = 19,5cm

obtiveram resultado de 1.015,56cm³.

Para construção da Caixa de Leite Vegetal, ou seja, (SOJA), optaram por

desenhar e pintar, e utilizaram as seguintes medidas: comprimento: 30,2cm com aba

incluída; altura: 20cm sem abas; fundo e tampa: altura:7,5cm e comprimento:8,5cm

com abas incluídas (todas abas com meio centímetro cada uma), calcularam a área

que resultou em 731,5cm². E o volume com as seguintes medidas: comprimento =

7,5 cm; largura = 7,0cm e altura = 19,8cm obtiveram resultado de 1039,5cm³.

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Após terminarem o trabalho das caixas, os comentários das equipes de

alunos em sala de aula, analisando e comparando resultados obtidos pelas equipes

e discutiu-se qual foi à melhor embalagem econômica.

Comentários dos alunos: comparando as duas áreas há diferença de valores

professora. Há também tem medidas diferentes em relação à caixa econômica

construída. O desenho da nossa caixa tinha a tampa e o fundo, parecendo à caixa

de bombom professora. Nossa caixa não tem abas com reforço, que a caixa original

tem. A nossa caixa tem abas muito diferentes da caixa de estudos. Nossa caixa

gastou menos material, mas deve ser por causa das abas sem o devido reforço.

Valeu professora aprendi muito com essa atividade! Quanto ao volume da caixa

original consta na caixa um litro. Mas quando calculamos o resultado: Caixa de Leite

Vegetal: volume = 1020,46cm³. Caixa de Leite Animal: volume = 951,39cm³.

Professora uma passou de um litro e a outra faltou? E a caixa que nosso

grupo tentou construir também aconteceu o mesmo fato. Poxa! Foi interessante

porque comparamos valores, e analisamos áreas e volumes.

Então? Por que será gente que isto aconteceu? Opiniões: A espessura do

papel que usamos! Que tal tirar do resultado um pouquinho da espessura? Sabe por

que professora quando planificamos constatamos igualdade de medidas. Mas tem

diferença quando medimos por fora de uma caixa não planificada, por causa das

dobras, perdem-se alguns milímetros.

O que vocês podem fazer para comprovar esse volume? Comentários: Profe

colocando um litro de agua dentro dessas embalagens! E já verificamos se

realmente tem ou não um litro.

Foi uma experiência interessante que partiu deles, demonstraram atitudes

para resolver situações duvidosas. Não foi totalmente satisfatória, pois alguns alunos

não conseguiram construir a embalagem econômica, algumas equipes só fizeram os

cálculos para construir a embalagem, mas não a fizeram. O tempo também não

ajudou, já estava sendo finalizado o ano letivo e alguns alunos de equipes deixavam

de ir para escola. Mas ouve interação de todos diante das embalagens construídas e

escolhidas para discutição e avaliação da melhor embalagem, os comentários dos

alunos ajudaram o ensino-aprendizagem de todos que participaram com seus

comentários.

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Figura 3: Confecção das embalagens econômicas Fonte: a autora

5 Considerações Finais

Por meio deste trabalho foi possível observar diversos benefícios ao trabalhar

com as embalagens por ser um material concreto e manipulável, a motivação dos

alunos é um deles, pois o conteúdo passa a ser significativo, e podemos perceber

durante o processo as dificuldades dos educando, fazendo interferências para que

sejam sanadas as duvidas surgidas no ensino e aprendizagem. A utilização das

embalagens no decorrer das atividades foi escolhida por fazer parte do cotidiano dos

alunos e pelo fato de poderem manusear, visualizar, comparar, planificar, desenhar,

medir, calcular, construir tomando decisões e compartilhando suas diferentes ideias

com seus colegas em equipes. O interesse e o entusiasmo na sequência de

atividades propostas eram percebidos claramente em todos os grupos, desta forma

ficou evidente a importância de se trabalhar em equipes para que compartilhem mais

suas ideias, interagindo e relacionando, discutindo formas diferentes de pensar

relacionadas a cada atividade proposta pelo professor.

Depois que participaram de todas as atividades, foi proposto às equipes como

atividade extraclasse, à construção de duas caixas econômicas de leite (leite de soja

e animal), para depois discutirem qual embalagem seria mais econômica em relação

ao material gasto, contendo a mesma capacidade da embalagem utilizada como

modelo. Os alunos esboçaram uma tabela para fazer comparações de medidas e

cálculos de áreas, concluindo a atividade proposta.

Como resultado deste trabalho realizado em sala de aula, relacionado às

embalagens e conceitos de geometria, foi realizada uma exposição organizada pelo

Colégio Estadual Dom Bosco. Nesta exposição alguns alunos puderam apresentar a

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confecção dos sólidos realizadas em sala de aula e os cálculos de áreas e volumes

de embalagens de diferentes formatos, bem como a comparação entre estes

cálculos. Também fizeram parte da exposição diversas embalagens do cotidiano dos

alunos, tais como caixas de suco, caixas de sabão em pó, caixas de leite,

embalagem de shampoo, caixa de pizza, pacotes, entre outras.

Referências

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BARBOSA, J. C. Uma perspectiva de Modelagem Matemática. In: CONFERÊNCIA NACIONAL SOBRE MODELAGEM E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 3., 2003, Piracicaba. Anais... Piracicaba: UNIMEP, 2003. <http://www.uefs.br/nupemm/cnmem2003.pdf> Acesso em 20 de junho de 2012.

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PARANÁ. Diretrizes curriculares de matemática para a educação básica. Curitiba. 2008.