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Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos Secretaria Executiva de Desenvolvimento e Assistência Social Gerência de Planejamento, Projetos e Capacitação

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Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos Secretaria Executiva de Desenvolvimento e Assistência Social

Gerência de Planejamento, Projetos e Capacitação

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TEMA:

Família e Trabalho em rede

Facilitadoras:

Raquel Uchôa

Christiane Franca

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PROGRAMAÇÃO

1º Dia 08h00 às 8h30 – Abertura •Apresentação dos participantes e em seguida breve reflexão sobre o tema. •Acordos de Convivência 08:30 às 10:00: A família e formação social no Brasil: A família como campo de análise 10h00 às 10:15: Intervalo 10h15 ás12h00: Família, pobreza e políticas públicas: Reflexões sócio-históricas

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13h30 ás 15h00: A família como sistema – reflexões sobre redes de solidariedade, parentesco e vizinhança 16h00 ás 17h00 – Considerações; Avaliação e Encerramento

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Considerações iniciais:

“Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar” (Antônio Machado)

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Sobre ensinar

e aprender...

“Professor de espantos”

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Retrovisor da história

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“Da mesma forma que os franceses

associam as cores azul, branco e

vermelho aos ideais de sua

revolução: liberdade, igualdade e

fraternidade, se fosse para

associar atributos ao nosso verde e

amarelo, o que você escolheria? Eu

diria diversidade e desigualdade”

(Marcelo Nery, 2011)

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Gayatri Spivak : “Pode o subalterno falar?”

Objetivo para a escrita: contar a história de Bhubaneswari Bhaduri: “mulher indiana cujo o ato de rebeldia é suprimido da história por jamais ter sido reconhecido e aceito, razão pela qual ela não pode ser ouvida e seu nome é apagado da memória familiar e histórica”

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Gayatri Spivak evoca a responsabilidade que o intelectual tem em desafiar os discursos hegemônicos produzidos [muitas vezes por nós mesmo] sobre os sujeitos subalternos. Segundo a autora, não se trata de qualquer sujeito. Seguindo formulação de Antonio Gramsci (referindo-se ao proletariado), são aqueles que estão alijados do poder, ou seja “aquele cuja a voz não pode ser ouvida” e que portanto não podem ocupar uma categoria monolítica e indiferenciada, por ser irredutivelmente heterogêneo.

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Sobre nós, intelectuais, Spivak desvela em sua argumentação o lugar incomodo, muitas vezes de cumplicidade, de julgarmos poder falar pelo outro e, por meio dele, construir um discurso de resistência, o que para a autora, ainda que em alguns casos de modo não intencional, atua por reproduzir as estruturas de poder e opressão.

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“Poder é toda chance, seja ela qual for, de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra a relutância dos outros” (Weber).

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CASAMENTO MONOGÂMICO;

HETEROSSEXUAL;

PATRIARCAL;

A PROPRIEDADE PRIVADA;

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José de Souza Martins:

“Era de noite. Foi no Flamengo. Trinta marmanjos chegaram em 15 motos. Os quatro adolescentes caminhavam para Copacabana, "para tomar um banho de mar". "Era (um) fortão e tinha um magrinho. O magrinho já chegou jogando a moto em cima. Vou matar! Vou matar os quatro!" A moto e a enturmação fizeram o magrinho ficar fortão e valente. O magrinho foi acusando: "Bando de ladrão, fica roubando bicicleta dos outros". Três dos garotos conseguiram fugir. O menino de 15 anos, não. Nenhum deles estava de bicicleta.

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[...] Desde quando seus antepassados foram trazidos da África, empilhados em navios negreiros, para serem vendidos no Valongo depois de estirados na praia para destravar o corpo, o menino negro sabe quem manda e quem obedece. O tronco e a chibata no lombo de seus antepassados surraram também sua memória e lhe ensinaram as lições que sobrevivem 125 anos depois da liberdade sem conteúdo da Lei Áurea. A lei que libertou os brancos do fardo da escravidão antieconômica. Mais de um século depois, o menino ainda sabe como é que se fala até mesmo com moleque que herdou os mimos da casa-grande: "Eu não, meu senhor, todo mundo aqui é trabalhador", defendeu-se.

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[...] Esse menino descende de homens livres há mais de um século. Mas a chibata ficou lá dentro da alma, ferindo, dobrando, humilhando, criando desconfiança, ensinando artimanhas de quilombo para sobreviver. Esse "meu senhor" diz tudo, fala alto, grita na consciência dos que a tem. Esse "meu senhor" desdiz a liberdade, desmente a Lei Áurea, nos leva de volta aos tempos da senzala, do tronco e do pelourinho. Esse "meu senhor" expressa uma liberdade não emancipadora, que não integrou o negro senão nas funções subalternas de uma escravidão dissimulada, mas não na ressocialização para a liberdade e para a cidadania. Quem acusa o menino não sabe que a sociedade não pode colher o fruto que não semeou.

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[...] No dia 13 de maio de 1888 não libertamos ninguém. Continuamos todos escravos da escravidão que não acaba, da moral retorcida que nos legou, da consciência cindida que nos faz crer que somos uma coisa sendo outra. No mundo novo da liberdade abstrata de um contrato fictício não podemos nos encontrar porque não encontramos o outro, não podemos ser livres porque não nos libertamos no outro, não podemos ter direitos de que os outros carecem.

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[...] O menino levou uma surra de capacetes. "Bateu, bateu", disse ele a uma repórter. Desmaiou. Foi ferido a faca na orelha. Com uma trava de bicicleta, foi amarrado pelo pescoço num poste. Coisa de gente muito valente, coisa de macho: 30 homens contra um menino franzino. E na Câmara dos Deputados houve quem se orgulhasse disso. Confessou um deputado mais inclinado ao justiçamento do que à Justiça: "Praticou um ato corajoso quem deu uma surra nesse vagabundo, porque os moradores estão cansados de serem roubados e assaltados por essa gentalha". Isto é, gentinha, populacho, ralé. O mesmo tratamento que tinha vigência antes da lei do 13 de Maio, quando o escravo era considerado coisa, semovente, mercadoria, um ser abaixo da condição humana. Mero animal de trabalho, com a diferença de que das azêmolas diferia porque falava, gemia, chorava, sabia.

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[...] A Lei Áurea trouxe implícita a igualdade jurídica do negro liberto, coisa que não ficou muito clara na Constituição de 1891, que condicionou a cidadania ao ter propriedade e ao ser alfabetizado, não ser mendigo, não ser mulher, não ser praça de pré. A igualdade do 13 de Maio era, portanto, uma igualdade relativa. Porém, quem não é igual não pode ser livre. O deputado que agora, no próprio Parlamento, se congratula com os agressores do menino negro, revoga a Lei Áurea, restaura a inferioridade social do cativo e dos filhos e herdeiros do cativeiro. Traz de volta o feitor.

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[...] O Estado brasileiro, de que o deputado é membro e privilegiado beneficiário, é um Estado omisso, descumpridor das próprias leis que inventa e promulga. A delinquência juvenil é fruto dessa omissão e do desamparo que engendra e alimenta. Mas fruto, também, da pseudocidadania dos atiradores de pedra e dos linchadores, dos que reclamam direitos, omitindo-se quanto aos deveres correspondentes. No próprio caso ocorrido no Flamengo, alguns boyzinhos de 14 que foram presos e já estão soltos declararam que patrulham "o Aterro em busca de potenciais autores de delitos". O caso do menino deixa claro que os "potenciais autores de delitos" têm cor e raça. O vigilantismo reacionário ergue uma muralha de terror para criar um território fechado e excludente, só deles. Uma pátria particular, impatriótica.

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[...] O menino foi libertado pelos bombeiros que o socorreram. Tiveram que usar maçarico para cortar o cabo de aço que lhe atava o pescoço ao poste. Foi levado para o hospital. De lá fugiu e foi espontaneamente se apresentar na casa abrigo da prefeitura do Rio. Os agressores louvados pelo deputado não se apresentaram em lugar nenhum. Fugiram. Por aí se vê que ao menos o menino tem recuperação.

JOSÉ DE SOUZA MARTINS É SOCIÓLOGO, PROFESSOR EMÉRITO DA FACULDADE DE FILOSOFIA DA USP, ORGANIZADOR E COAUTOR DE O MASSACRE DOS INOCENTES (HUCITEC, 1993)

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“A classe média paulistana é

sinistra."

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Desafios:

A exemplo da institucionalização da Assistência Social como direito de cidadania, que se efetiva através de seguranças sociais tendo como fim a ampliação das capacidades fundamentais para a constituição de sujeitos políticos .

“[…] os pobre são descritos pela classe média e pela própria mídia (por exemplo, quando o individuo é chamado de 'marginal', 'preguiçoso', 'vagabundo’, ou é acusado de ser culpado pela sua situação sem poder em momento nenhum oferecer sua visão de pobreza). Ao receber este rótulo de membros perigosos, inúteis e associais da comunidade, os pobres são de fato excluídos expressamente dela; porém, espera-se deles, ao mesmo tempo, que se comportem como membros comprometidos com ela”(Rego e Pinzani, 2013)

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Não é possível democratizar as relações na família sem que se tornem democráticas as relações sociais (leitura de Jelim)

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Autonomia como capacidade de ação

“Atribuímos autonomia a um sujeito quando ele é capaz de agir conforme um projeto pessoal de vida boa (projeto que contudo, pode ser inspirado em modelos pré-existentes) e de considerar a si e a outros sujeitos como capazes de estabelecer relações entre direitos e deveres). Esta definição se refere ao que podemos chamar de grau mínimo de autonomia, já que esta última é uma qualidade que pode ser possuída de forma maior ou menor: a autonomia de um sujeito se torna maior (1) quanto mais constrói seu projeto de vida boa de forma independente dos modelos fornecidos pelo seu ambiente mais próximo […] (2) quanto mais atribui (a si e aos outros) direitos e deveres com base em princípios universais, e não locais e sociais […]”.

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O que faz o Brasil, Brasil!

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“A família é um sistema complexo de relações, onde seus membros compartilham um mesmo contexto social de pertencimento. A família é o lugar do reconhecimento da diferença, do aprendizado de unir-se e separar-se, a sede das primeiras trocas afetivo-emocionais, da construção da identidade [...]É um sistema em constante transformação, por fatores internos à sua história e ciclo de vida em interação com as mudanças sociais . Sua história percorre a dialética continuidade/ mudança, entre vínculos de pertencimento e necessidade de individuação. É no cenário familiar que aprendemos a nos definir como diferentes e enfrentar os conflitos de crescimento. Falar de família é também falar de mito, memória, transmissão” (Tai Castilho).

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Famílias – vínculos familiares

Lia Sanicola (1996) define família como sendo

[...] uma rede de solidariedade, quase sempre eficaz para oferecer os cuidados necessários a seus membros, especialmente àqueles que apresentam uma incapacidade temporária ou permanente para prover suas próprias necessidades de maneira autônoma, como no caso de crianças, idosos, de enfermidades físicas ou psíquicas, ou ainda de desemprego.

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Fatores de proteção são descritos como “recursos pessoais ou sociais que atenuam ou neutralizam o impacto do risco” (Eisenstein e Souza, 1993, p. 19-20)

(Risco, proteção e resiliência no desenvolvimento da criança e do adolescente -Graziela Sapienza* Márcia Regina Marcondes Pedromônico)

Fatores de proteção

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Os fatores de risco se referem às variáveis ambientais que aumentam a probabilidade de que ocorra algum efeito indesejável no desenvolvimento

(Risco, proteção e resiliência no desenvolvimento da criança e do adolescente -Graziela

Sapienza* Márcia Regina Marcondes Pedromônico)

Fatores de risco

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“[...] há um preço a pagar pelo privilégio de ‘viver em comunidade’. O preço é pago em forma de liberdade, também chamada ‘autonomia’, ‘direito à auto-afirmação’ e à ‘identidade’. Qualquer que seja a escolha, ganha-se alguma coisa e perde-se outra. Não ter comunidade significa não ter proteção; alcançar a comunidade, se isto ocorrer, poderá em breve significar perder a liberdade” (BAUMANN, 2003, p.10)

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“ a capacidade de interação dos indivíduos, seu potencial para interagir com os que estão a sua volta, com seus parentes, amigos, colegas de trabalho, mas também com os que estão distantes e que podem ser acessados remotamente” (Rogério da Costa, PUC/SP)

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“Capital social significaria aqui a capacidade de os indivíduos produzirem suas próprias redes, suas comunidades pessoais” (Rogério da Costa, PUC/SP).

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“Estudos têm apontado a necessidade do levantamento de uma série de informações sobre o cotidiano das pessoas como, por exemplo, saber se elas conversam com seus vizinhos, recebem telefonemas, mas também se freqüentam clubes, igrejas, escolas, hospitais etc. Traduzindo de outra forma, é preciso levantar a implicação dos indivíduos em associações locais e redes (capital social estrutural), avaliar a confiança e aderência às normas (capital social cognitivo) e, igualmente, analisar a ocorrência de ações coletivas (coesão social). Estes seriam alguns indicadores básicos do capital social de

uma Comunidade” (Rogério da Costa, PUC/SP). .

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“ O que se opõe ao descuido e ao

descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro” (Leonardo Boff)

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GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO, PROJETOS E CAPACITAÇÃO – GPPC

(81) 3183-3051 / 3183-3042

[email protected]