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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude Secretaria Executiva de Assistência Social Gerência de Projetos e Capacitação Centro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social

Gerência de Projetos e CapacitaçãoCentro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

ATUALIZAÇÃO DE PLANOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL CURSO

Facilitador(a): Andrea Perotti

O Curso

Curso direcionado a gestores etécnicos das secretarias estaduais emunicipais da assistência social oucongêneres, tem como objetivo:capacitar diferentes atoresenvolvidos na formulação dos Planosde Assistência Social nosconhecimentos, metodologias eprocedimentos aplicáveis aoprocesso de sua elaboração,monitoramento e atualização.

Objetivos:• compreender o conceito e a práticade planejamento estatal no contextoda construção de políticas públicas• compreender e diferenciar osmodelos de planejamento aplicadosàs políticas públicas• compreender o ciclo orçamentáriono contexto do planejamento e daPolítica de Assistência Social.

Modulo I

PLANEJAMENTOE POLÍTICADE ASSISTÊNCIASOCIAL

? ? ? ?• Motivações para a escolha do

Curso• Apresentações individuais: Nome,

Município, Serviço ou Setor ondeatua e Função.

• O que o perfil do Grupo nossinaliza sobre o desenvolvimentodo curso?

Construindo oPerfil doGrupo

Vídeo

Eva viu a Uvahttps://www.youtube.com/watch?v=Vpaj0A08oAs

• Conhecimento para a Transformação

• “A mais perversa armadilha da alienaçãoé acreditar que sempre foi assim e,portanto, sempre será assim”. (MauriLuis Iase / UFRJ)

• Momento de conhecimento é, portanto,um momento subversivo em suaessência (Max Beer, História doSocialismo)

O VALOR DO

CONHECIMENTO

Programa que integra a Política de EducaçãoPermanente do SUAS (estabelecida naRESOLUÇÃO do CNAS Nº 4, DE 13 DE MARÇO DE2013, por efeito da NOB RH) em perspectiva de:

a. Consolidação de um modelo de atenção cidadãna perspectiva do direito.

b. Desprecarização do trabalho, dostrabalhadores e agentes sociais do SUASatravés do esforço coletivo e integrado.

c. É espaço de trocas e debates que permitamaos participantes suspender seu cotidiano ereconstruí-lo à luz de conceitos e paradigmas.

Capacita SUAS

No sentido de fortalecer:

- Capacidade de análise de conjuntura do

modelo social produtor de exclusões;

- Compreensões

- Práticas que busquem a emancipação e

autonomia dos sujeitos

!!! “A educação não muda o

mundo. A educação muda o

homem, o homem muda o

mundo”Paulo Freire

Tradição de práticas clientelísticas,paternalistas e assistencialistas,associadas a administraçõesconservadoras, a caridade, religião evoluntarismo: face da ajuda aos pobresou cooptação de grupos ou pessoas.

Apenas em 1988, na ConstituiçãoFederal, a Assistência passou a integrar oSistema de Seguridade Social - Políticapública não contributiva, pautada pelauniversalidade da cobertura e doatendimento

BREVEHISTÓRICO DAASSISTÊNCIASOCIAL

Regulamentada em 1993 a Lei Orgânica daAssistência Social (LOAS):

•Dever do estado e direito do cidadão:primazia da responsabilidade do Estado

• Estrutura descentralizada e democrática.

•Cofinanciamento pelos três níveis degoverno

•Conselho, Plano e Fundo comoelementos fundamentais de gestão

A IV Conferência Nacional de Assistência Social,realizada em 2003, em Brasília, deliberou sobre aconstrução e implementação do Sistema Único deAssistência Social - SUAS, que representa aconsolidação da estrutura descentralizada,participativa e democrática, e a constituição deuma rede nacional de proteção social.

Com base nesta deliberação o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e o Conselho Nacional de Assistência social elaborou e publicou a Política Nacional de Assistência Social em outubro de 2004.

Política Nacional de Assistência Social emoutubro de 2004:

•Municípios classificados por porte: PequenoPorte I - até 20.000 habitantes / Pequeno PorteII - de 20.001 a 50.000 habitantes / Médio Porte– de 50.001 a 100.000 habitantes / GrandePorte - de 100.001 a 900.000 habitantes /Metrópole - mais de 900.000 habitantes

•Princípios norteadores: territorialização, amatricialidade sociofamiliar e aintersetorialidade.

•Serviços socioassistenciais organizados emníveis de proteção: básica e especial, sendo aespecial dividida em média e altacomplexidade.

Ao lado da territorialização, a matricialidadesociofamiliar e a intersetorialidade são oselementos norteadores da Política Nacional deAssistência Social. Portanto, evidencia-se que aPolítica de Assistência Social deve orientar-se poruma diretriz territorial, identificando localidadese segmentos que vivem situações devulnerabilidade e risco, e reconhecer osrebatimentos dos processos de exclusão nasfamílias e caracterizá-la como foco primordial deatenção.

Avanços técnicos e normativos,assegurando a institucionalidade dapolitica de assistência social:

NOB SUAS

NOB RH

Implantação de equipamentos em todo territórionacional

Tipificação dos Serviços

Equipes de Referência

Vigilância Socioassistencial

Plano Decenal

Pacto de Aprimoramento de Gestão

• A cultura da ajuda e do voluntarismo naassistência social ao longo de sua história permitiuque ela se configurasse enquanto política comfrágeis padrões de organização, desenvolvimentoe desempenho, e se consolidasse enquantomodelo de política orientada pela improvisação epela vontade política vigente

• Na atual Política Nacional de Assistência Social,organizada em Sistema Único, reforçam-se osmodelos e sistemas de gestão democrático eparticipativo, o efetivo controle social e anecessidade de implantação de sistemas deplanejamento, monitoramento e avaliação comocondicionantes para a sua efetividade.

• A Política Nacional de Assistência Social qualificaenquanto “providências urgentes” a formulação ea implementação de sistemas de planejamento,monitoramento e avaliação.

Para Dialogare Refletir

O planejamento realista, atento ecomprometido, seguido de processospermanentes e responsáveis de avaliação dodesenvolvimento das ações da assistênciasocial, permitirá a política medir o seu grau dealcance junto à população usuária e, aomesmo tempo, projetar a ampliação de seusresultados e impactos, conduzindo-a a suaefetivação enquanto sistema público deproteção social e enfrentamento as situaçõesde vulnerabilidade e exclusão social.

Para Dialogare Refletir

A adoção de práticas sistemáticas deplanejamento, monitoramento e avaliaçãopermitem:

• Identificação da realidade

•Definição de prioridades

•Definição de estratégias e metas

•Organização das ações

•Acompanhamento e redirecionamentopermanentes

•Promoção do impacto necessário à superação dascondições de vulnerabilidade e risco

•Medição do grau de alcance junto à populaçãousuária

•Projetar a ampliação de resultados e impactos

Para Dialogare Refletir

Sistemas de planejamento, monitoramento eavaliação assumem caráter estratégico eprioritário para a efetivação do SUAS quando seassociam a ideia de “promoção de novospatamares de desenvolvimento da política deassistência social no Brasil, das ações realizadase da utilização de recursos” assim como secolocam a disposição da força democrática,quando servem à transparência e a qualificaçãodos processos e mecanismos de participação econtrole social.

!!!! Responsabilidade dos municípios, estados e união

/ competência aos órgãos gestores da assistência

REALEJODebate coletivo orientado porafirmações...

Exercício

Mas o que é Planejamento

Mesmo?

Vídeo

Foco na Tarefa x Foco no Resultadohttps://www.youtube.com/results?search_query=foco+na+t

arefa+x+foco+no+resultado

• O planejamento é uma característica inerente àatividade humana. A mais simples tarefa de sairdiariamente para o trabalho exige desde adivisão do tempo entre as rotinas domésticas,de higiene pessoal, alimentação e escola dosfilhos até a opção pelo meio de transporte a serutilizado, a definição do trajeto e previsão depossíveis imprevistos com o trânsito.

• A organização do dia-após-dia é comum a todotipo de pessoas. Sejam agricultores, donas decasa, viajantes ou gente que adota modelosmais alternativos de vida. O hábito dos dias e opercorrer do calendário, que pode parecercondição automática, exige do ser humano umcomplexo exercício de premeditação, deorganização prévia, de controle e distribuiçãodos recursos disponíveis.

• O vivente do cotidiano é sim um gerenciador detarefas, de tempo, de recursos, de riscos eimprevistos. É especialmente o gestor deobjetivos e ambições mais particulares. Omovimento do dia a dia não acontece sempropósito. Cada qual, independente da ordemde grandeza, decide sobre o seu pódio dechegada, a sua meta pessoal e as suas própriasestratégias.

!!! Portanto, ao discutir os conceitos emetodologias de planejamento, deve-se considerarinicialmente que esse é um tema com o qual todosjá têm afinidade.

Você é um(a) planejador(a)!

• O planejamento no ambiente institucional ou naimplementação de políticas públicas parte dos mesmosprincípios já conhecidos e praticados por todos,entretanto está submetido a um conjunto de normas ecódigos exatamente por tratar de questões quetranscendem a decisão particular.

• Em via de regra envolve um conjunto de atores comvisões e expectativas diversas e uma infinidade defatores políticos-institucionais que norteiam oprocesso de tomada de decisão e regulam da práticacotidiana comum, cuja responsabilidade por seu êxito,passa a ser de uma coletividade, e não mais doindivíduo em seu universo pessoal.

• Neste contexto, o planejamento caracteriza-se comoferramenta de trabalho utilizada por um conjunto deatores envolvidos para tomar decisões e organizarações de modo a promover as transformaçõesdesejadas na realidade da instituição ou da sociedade.

“É o cálculo que precede e preside a ação”.

(Carlos Matus, 1985)

“É o processo sistemático e ordenado de tomada de decisões”.

(Sergio Buarque, 1999)

“O planejamento envolve a utilização do conhecimento para modelar uma trajetória futura. Planejar é construir

o futuro desejado e não se deixar ser arrastado pelos acontecimentos”.

(Carlos Matus, 1985)

Um elemento fundamental na conceituação doplanejamento é a sua compreensão enquanto processo.O produto de um processo de planejamento é o plano.Não se deve confundi-los.

O plano é um instrumento de orientação que reúne asconclusões do processo de planejamento. É um compostode várias declarações. Declarações estas que buscamdefinir com a maior precisão possível o que se pretendeexatamente e como alcançar o proposto.

O processo de planejamento proporciona a participação ea aprendizagem a todos os envolvidos e promove apactuação de um projeto coletivo mediante a tomadaconjunta de decisão.

!!! Nesse sentido, o processo é mais importante que oproduto.

PLANEJAMENTO É PROCESSO!

Planejamento é Processo

Plano é Produto

• Os modelos de planejamento são metodologias para aelaboração dos planos.

• No planejamento tradicional, de caráter normativo,durante muito tempo utilizado no planejamentogovernamental, o ator mais importante é o formulador,indivíduo que detém conhecimento técnico e trabalha aserviço dos que têm poder de decisão.

• Entre várias metodologias de planejamento, o Caderno doCursista destaca o Planejamento Estratégico Situacional(PES) idealizado por Carlos Matus, a partir da análise dasexperiências do planejamento normativo na AméricaLatina. Matus acreditava que o planejamento era aexpressão da liberdade conquistada pelos indivíduos deescolher seu futuro. Pois planejar é criar o futuro e nãoser arrastado pelos acontecimentos.

• Este prevê a participação de diferentes agentes,considerando a importância dos diferentes saberes, e nãosó o conhecimento técnico.

MODELOS DE PLANEJAMENTO

Do Normativo

Ao Participativo

Resultado dos avanços no processo de democratização

Planejamento Operacional - Executivo• Abrange um conjunto de metas e atividades que

remete à operação propriamente dita. Indica quaisatividades serão realizadas no período, seusrespectivos cronogramas, profissionais responsáveis erecursos disponíveis.

• É comum que as instituições possuam plano anual detrabalho. É também recorrente que as equipes sereúnam com seus coordenadores diretos para traçarplanos de ação periódicos - trimestrais, bimestrais,mensais etc. - assim como também avaliar os êxitos eas dificuldades do período anterior como forma deplanejar o período seguinte.

• Normalmente adota-se a forma de matrizes , tabelasou planilhas

• É um importante instrumento de gestão de curto emédio prazo. Tem caráter dinâmico ondefrequentemente ocorrem mudanças ereplanejamentos.

EXPRESSÕES MAIS USUAIS DO PLANEJAMENTO

Planejamento Estratégico

• Utiliza projeções de tendências para o futuro,baseadas em dados históricos e atuais.

• Elege temas prioritários, de maior impacto paraa instituição, projeto ou política.

• Envolve a definição de objetivos e projetosestratégicos e tem seus próprios planosoperacionais.

• Ele é voltado operacionalização de estratégias.

• Trata sempre de período de tempo maior.

• Não substitui outros planos e deve serimplementado de forma concomitante. Emgeral, os outros planos se orientam por suasopções estratégicas. É o instrumento mestrenuma gestão estratégica.

EXPRESSÕES MAIS USUAIS DO PLANEJAMENTO

O planejamento envolve um ciclo básico dedesenvolvimento.

!!! São inúmeras as metodologias eferramentas à disposição. Mas, quase semexceção, todas elas orientam-se para queperguntas essenciais sejam respondidas naforma de plano.

1. Qual o estado atual da realidade sobre aqual se planeja intervir?

2. Qual o futuro desejado?3. Quais os obstáculos, potencialidades e

oportunidades?4. Quais os meios disponíveis e necessários

para que o projetado seja possível?

O CICLO DO PLANEJAMENTO

Qual a realidade

atual?

Qual a realidade desejada?

Como vamos

chegar lá?

!!! Processo cíclico e ininterrupto de planejamento

onde a realidade desejada se converte em realidade atual a cada renovação de ciclo

Um processo de planejamento se dá sempre numcontexto de mudança. Obviamente de umasituação original para uma situação melhoradaatravés do enfrentamento de problemas eaproveitamento de oportunidades.

Conhecer a situação original, realizar um precisodiagnóstico da realidade atual sobre a qual seplaneja uma ação interventiva é o para adeflagração do processo de planejamento.

Alguma das metodologias de planejamento maisutilizadas referem-se a esse momento comoAnálise de Ambiente, Análise de Cenário, ouEstudo de Contexto ou simplesmente Diagnóstico.

PLANEJAMENTONUM CONTEXTO DEMUDANÇA

Ao se concluir a etapa de diagnóstico, avança-seno ciclo rumo à definição da realidade desejadapor meio da formulação de objetivos. É comum autilização dos termos objetivo geral e objetivosespecíficos.

Para alcançar os objetivos propostos rumo àrealidade desejada, apontam-se um conjunto demeios tais como, estratégias, metas, ações,atividades e indicadores de desempenho.

A presença de um ou outro destes elementos,assim como a posição que ocupam no conjunto doplano, é variável conforme o método escolhido. Damesma forma a terminologia e conceitosutilizados.

O envolvimento de uma coletividade nainterpretação de uma dada realidade e numprocesso de tomada de decisão conferedimensões técnica e política ao planejamento.

Dimensão Técnica

O caráter técnico do planejamento revela-sequando o mesmo se configura como uminstrumento de organização ação interventiva,quando sistematiza o conjunto das informaçõesinstitucionais, quando zela pelo tratamentotécnico e científico dos dados e quando, a partirdestes, subsidia a tomada de decisões.

PLANEJAMENTO EPODER

Dimensão PolíticaO planejamento manifesta seu aspecto político quando se traduz enquanto instrumento de negociação e pactuação de interesses, enquanto se propõe ferramenta de suporte ao processo de escolhas e tomada de decisões, enquanto comunica e expressa a opção política dos atores que planejam.

A dimensão política do planejamento refere-se também a sua estreita relação com as estruturas de poder numa instituição ou na sociedade. Neste sentido, o planejamento PODE-SE REVELAR COMO A EXPRESSÃO DE UM AMPLO PROCESSO PARTICIPATIVO E DEMOCRÁTICO OU COMO A DECLARAÇÃO DE UMA HEGEMONIA OU VONTADE DOMINANTE.

!!! A percepção do planejamento enquanto “síntese técnico-política” (Buarque, 1999) é determinante para a

compreensão plena de sua matriz conceptiva

Conhecimento da realidade

Tomada de decisão

Execução

Monitoramento

e

Avaliação

EngrenagemPolítica

• Para melhor conhecer a realidade

• Para melhorar a compreensão e aprendizagem

• Para ampliar e fortalecer capacidades

• Para estimular a participação e o controle social

• Para democratizar a tomada de decisão

• Para conciliar interesses

• Para tomar decisões acertadas

• Para organizar a operacionalização das ações

• Para perceber e corrigir desvios e problemas

• Para prevenir riscos

• Para melhorar a comunicação intra e interinstitucional e com o usuário

!!!! Para transformar a realidade

ENTÃO, PARA QUEPLANEJAR?

Identificar os elementos de planejamento noTexto “Cem dias entre céu e mar” donavegador Amyr Klink.

Exercício

1. O importante é ser hábil e competente para enfrentar situações de risco no mar.

2. Navegar com segurança e chegar ao destino de acordo com o desejado exige um cauteloso e suficiente processo de planejamento.

3. Ao atravessar oceanos o ideal é escolher o trajeto mais curto, independente dos riscos.

4. O estudo das correntes marítimas e dos ventos é que definem o melhor trajeto.

5. O estudo prévio ocupa demasiadamente o tempo que deveria ser dedicado exclusivamente à viagem.

6. Se o barco não for forte e potente o suficiente, a viagem não deve ser realizada.

Verdadeiro ou Falso?

Vídeo

Muito desgaste sem planejamentohttps://www.youtube.com/results?search_query=foco+na+t

arefa+x+foco+no+resultado

O planejamento governamental é a atividadeque, a partir de diagnósticos e estudosprospectivos, orienta as escolhas de políticaspúblicas.

Historicamente, o Brasil teve momentos distintosde realizar o planejamento governamental,começando pela fase em que planejar eraprivilégio da tecnocracia, depois evoluiu para omodo normativo e, posteriormente, para omomento atual, de forma estratégica eparticipativa.

PLANEJAMENTOGOVERNAMENTAL E OCICLO DE GESTÃO DEPOLÍTICAS PÚBLICAS

POLÍTICAS PÚBLICASSão aquelas que requerem a participação ativa do Estado, sob o controle da sociedade, no planejamento e execução de procedimentos emetas ,voltados para a satisfação de necessidadessociais (PEREIRA, 2008, p. 173).

A sociedade brasileira produziu relevantes mudançasquando lutou pela democratização e pelos direitossociais para todos os seus cidadãos, o que posicionou oEstado no papel de ser o viabilizador das necessidades edemandas sociais da população.

A sociedade demonstrou sua vocação participativa nostemas que afetam suas condições de vida, explicitandosua “pluralidade da representação política e a intensamobilização que ocorre na sociedade brasileira com vistaà promoção e à defesa de seus particulares interesses”(REZENDE, 2010, p. 32).

A política de assistência social no Brasil é uma políticasetorial quese constituiu como política pública a partir da luta pelademocratização e pela conquista dos direitos sociais,materializada na Constituição Federal de 1988 e vemavançando na formulação de planos para ampliar oprofissionalismo e transparência na gestão da coisapública.

A aliança entre o conhecimento no uso da estratégia deplanejamento e a capacidade política dos governos énecessária para o alcance dos propósitos emanados dasdiretrizes e objetivos da Política de Assistência Social.

Torna-se importante considerar, nos processos deplanejamento, as especificidades advindas da densidadedemográfica e portes dos municípios, mas não só,devem-se considerar também aspectos vinculados àruralidade, ao mundo urbano; às especificidadesregionais; características de grupos populacionais, alocalização (fronteiras, áreas de desastres ecológicos)dentre outros.

O planejamento está inserido em todas as etapas doCICLO DE GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS. Este ciclo écomposto por fases que correspondem a momentosespecíficos e ao mesmo tempo, interdependentes,requeridos para a efetivação das políticas públicas.

CICLO DE GESTÃO DEPOLÍTICAS PÚBLICAS(Caderno do Cursista)

Definição da Agenda

Formulação das

Alternativas

Tomada de Decisão

Implementação

Avaliação dos Resultados

I. Definição da agenda: etapa na qual um problemaadquire relevância política, tal que passará a receberatenção prioritária dos gestores públicos. São várias asquestões de políticas públicas, mas apenas algumas setornam problemas de políticas públicas, ou seja, entramna agenda. A definição do problema, quando entra naagenda, tem impactos diretos sobre as alternativas e assoluções que a ele serão apresentadas.

II. Formulação das alternativas: etapa que consiste nadefinição das alternativas possíveis de tratamento doproblema, conforme os objetivos a serem alcançados e osmeios disponíveis para a solução do problemaidentificado. Envolve, pelo menos, uma avaliaçãopreliminar sobre os custos e benefícios das várias opçõesde ação disponíveis, assim como uma avaliação daschances do projeto se impor na arena política.

ETAPAS DO CICLO DE GESTÃO DEPOLÍTICAS PÚBLICAS

III. Tomada de decisão: etapa em que se adota uma ouum conjunto de alternativas possíveis, ponderandoexpectativas de resultados e custos para sua obtenção,segundo os meios a serem empregados. Normalmenteprecedem ao ato de decisão processos de conflito e deacordo envolvendo os atores mais influentes na política ena administração.

IV. Implementação: etapa em que se procede à execuçãodas ações planejadas para a consecução dos objetivosdelineados. A implementação estabelece a conexãoentre a intenção do planejamento e o resultadoalcançado. Nesta etapa se põe à prova a qualidade dadecisão tomada e sua adequação ao mundo do possível.No momento da implementação surgem os obstáculos,previstos ou não, à execução do planejado, exigindodesenvoltura e liderança dos gestores para superá-los.Durante a implementação, surgem problemas menores,relativas à formulação das alternativas e de tomada dedecisão, que podem “subir” para os tomadores dedecisão, mas muitas vezes permanecem no nível dosimplementadores.

V. Avaliação dos resultados: etapa em que se apreciam osresultados e os impactos produzidos pelo programa. Busca-severificar o atendimento e o não atendimento dos resultadosesperados, assim como os efeitos colaterais indesejados,visando deduziras ações necessárias daí em diante: seja a suspensão dapolítica, seja sua modificação ou manutenção. Trata-se deuma fase de importante aprendizagem (BRASIL, 2013 a, p.67).

!!! A sistematização do ciclo de gestão de políticas públicas

permite a compreensão da dimensão do trabalho a serrealizado para a consecução da política de assistência social.Para este planejamento, na perspectiva estratégica eparticipativa, vários atores são partícipes, configurando-seem um processo que envolve a interação de muitos agentes,com diferentes interesses. Faz parte deste processo apresença de movimentos de apoios, assim como deresistências, repleto de avanços e retrocessos, e comacontecimentos não necessariamente na sequência esperadae não plenamente antecipáveis (JANNUZZI, 2013).

• O ciclo de planejamento posiciona-se comoinstrumento de relevância extrema na organizaçãoda oferta de serviços, benefícios e programas daassistência social, desde a sua concepção eacompanhamento, até definição de sua basemetodológica.

• É um poderoso meio de promover a amplaparticipação e engajamento, dos diversos segmentosda sociedade, em processos de reconhecimento ereflexão acerca da realidade, de decisão coletivasobre os rumos da política e, especialmente, de seucontrole e acompanhamento.

• É também um poderoso instrumento decomunicação e de divulgação das prioridades ecompromissos de um governo para com a populaçãopobre e vulnerável em dado território.

Todo gasto no âmbito público com ação oubenefício governamental para cidadãosdeve ser precedido de elaboração eaprovação de marcos normativos e legaisespecíficos, além da aprovação dosConselhos.

Lembrando!

• O orçamento público, em sentido amplo, é umdocumento legal, aprovado por lei, contendo aprevisão de receitas e a estimativa de despesas aserem realizadas por um Governo em umdeterminado exercício.

• Inicia- se com um texto elaborado pelo PoderExecutivo e entregue ao Poder Legislativo paradiscussão, aprovação e conversão em lei. Odocumento contém a estimativa de arrecadaçãodas receitas (federais, estaduais e municipais)para o ano seguinte e a autorização para arealização de despesas do Governo.

• O orçamento público é um instrumentoestratégico de planejamento das ações doEstado.

INSTRUMENTOS DELANEJAMENTOORÇAMENTÁRIO:

PPA, LDO ELOA

• A elaboração destes instrumentos (PPA, LDO eLOA) é de iniciativa privativa do Chefe do PoderExecutivo, de acordo com o art.165 daConstituição Federal de 1988.

• Após a sua elaboração, o Chefe do Executivo(Presidente do País, Governador dos Estados ePrefeitos dos Municípios) encaminha para opoder Legislativo (Congresso Nacional,Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores)fazer a sua apreciação e aprovação, quando oorçamento passará a ser Lei, sancionada pelochefe do respectivo governo.

• O acompanhamento e fiscalização deste ciclo deplanejamento deve ser feita pela sociedadeorganizada, sendo este um dos papeis centraisdos Conselhos das Políticas Públicas, no nossocaso, o da Assistência Social.

•Instrumento-mestre de planejamento na gestão pública

•Exigência constitucional

•Sua elaboração e aprovação está incluída no ciclo orçamentário

•Tem vigência do segundo ano de um mandato até o final do primeiro ano do mandato seguinte.

•Anualmente é submetido a revisões.

•Só é possível realizar ações desde que nele previstas, orçadas e aprovadas.

•Existe uma margem de flexibilidade onde um pequeno percentual de orçamento pode ser transferido (suplementado) de uma ação à outra

•É dividido em planos . Cada órgão tem a sua seção: objetivos, metas, programas, ações, projetos, atividades, recursos e fontes de financiamento.

•O PPA revela as intenções e prioridades de um governo.

Plano Plurianual

(PPA)

•Integra o ciclo orçamentário e é também uma exigênciaconstitucional

•É elaborada anualmente pelo poder executivo eaprovada pelo poder legislativo

•Estabelece o planejamento, as metas e prioridades asprioridades do governo para o próximo ano.

• Ela orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual,baseando-se no que foi estabelecido pelo PlanoPlurianual. Ou seja, é um elo entre esses doisdocumentos.

• A LDO serve como um ajuste anual das metas colocadaspelo PPA. Algumas das disposições da LDO são: reajustedo salário mínimo, quanto deve ser o superávit primáriodo governo para aquele ano, e ajustes nas cobranças detributos.

•Enquanto o PPA é um documento de estratégia, pode-sedizer que a LDO delimita o que é e o que não é possívelrealizar no ano seguinte.

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

•As revisões anuais do PPA estão expressas naLOA.

•Ênfase nos aspectos financeiros e físicos (metas).

•Estima as receitas e autoriza as despesas dogoverno de acordo com a previsão dearrecadação.

•Se durante o exercício houver necessidade dedespesas acima do limite, o poderexecutivo submete ao legislativo um novoprojeto de lei solicitando crédito adicional.

•Visa concretizar os objetivos e metas propostaspela política governamental e estabelecidas noPPA, segundo as diretrizes estabelecidas pelaLDO.

Lei Orçamentária Anual (LOA)

Ciclo Orçamentário

PPA: diretrizes, objetivos e metas,

programas, ações e atividades. Validade de 04 anos

LDO: Metas, prioridades, parâmetros de

arrecadação e gasto. Validade de01 ano

LOA: Recursos necessários para executar o

PPA e LDO. Valores, categorias de despesa, fontes de financiamento. Validade de01 ano

Todos os governantes brasileiros deverão inserirem suas peças orçamentárias as políticas públicaspara a área de Assistência Social, conformeprevisto em seus principais normativos – PNAS,NOBSUAS 2012.

Para que as ações de Assistência Social sejamimplementadas precisam estar contempladas noPPA, na LDO e na LOA.

A Política Nacional de Assistência Social (PNAS),determina que o PPA, a LDO e a LOA contemplema apresentação dos programas e das ações,considerando os níveis de complexidade dosserviços, programas, projetos e benefícios,alocando-os como sendo de proteção social básicae proteção social especial de média e/ou de altacomplexidade (BRASIL, 2004, p. 120).

ARTICULAÇÃO DOSINSTRUMENTOS DEPLANEJAMENTO COMA POLÍTICA DEASSISTÊNCIA SOCIAL

O orçamento da Assistência Social deverá ser inserido naproposta de L ei Orçamentária, na função 08 – AssistênciaSocial, sendo os recursos destinados às despesas correntes ede capital relacionadas aos serviços, programas, projetos ebenefícios governamentais e não-governamentais alocados nosFundos de Assistência Social (constituídos como unidadesorçamentárias) e aqueles voltados às atividades-meio,alocados no orçamento do órgão gestor dessa política nareferida esfera de governo” (BRASIL, 2004, p.120).

A PNAS fornece a diretriz e a plataforma conceitual para aelaboração dos Planos de Assistência Social, a começar peloPlano Decenal de Assistência Social

O Plano Decenal de Assistência Social deve se refletir no Pactode Aprimoramento do SUAS, tanto da gestão nacional como dagestão estadual.

O Plano Municipal de Assistência Social, por sua vez, devecontemplar as prioridades e metas previstas no Pacto deAprimoramento do SUAS - nacional e estadual.

Articulação entrePlano Decenal, Pactode Aprimoramento ePlano Municipal deAssistência Social

Plano Decenal de Assistência

Social

Pacto de Aprimoramento

do SUAS

Plano Municipal de Assistência

Social

Instrumento de planejamento estratégico queorganiza e orienta a execução da PolíticaNacional de Assistência Social na perspectiva doSistema Único de Assistência Social – SUAS(BRASIL, 2012).

Para que se faz necessário o Plano de AssistênciaSocial?

Para que se cumpram as definições e osobjetivos da LOAS:

Art. 1º - “A assistência social, direito do cidadãoe dever do Estado, é Política de SeguridadeSocial não contributiva, que provê os mínimossociais, realizada através de um conjuntointegrado de ações de iniciativa pública e dasociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas” (BRASIL, 1993).

O QUE É OPLANO DEASSISTÊNCIASOCIAL (PAS)?

• A NOB/SUAS 2012 determina que é uma responsabilidade dosgovernos organizar e coordenar o SUAS em seu território.

• Nesse contexto, o Plano de Assistência Social é uma ferramenta paradar diretrizes, priorizar, organizar e operacionalizar a Política deAssistência Social.

• O Plano é uma ferramenta de gestão que dá foco e direcionamentoaos governos, pois nele estão contidos os objetivos da gestão e asações que serão desenvolvidas para alcançá-los.

• Além de um instrumento de gestão, o Plano também é ummecanismo de transparência, pois torna pública as intenções dosgestores públicos e oferece um parâmetro para avaliação daadministração.

• O Plano de Assistência Social deve ser elaborado pelo órgão gestor daassistência social

• O Plano de Assistência Social deve ser apreciado, a discutido eaprovado pelo Conselho de Assistência Social

• Deve conter os programas e ações que serão executados durante esseperíodo.

O Plano de Assistência Social é também a condição paraos repasses financeiros dos recursos da União aosMunicípios, aos Estados e ao Distrito Federal, comoprevisto na LOAS (BRASIL, 2004) no seu artigo 30, quetambém requer a efetiva instituição e funcionamentode:

I. Conselho de Assistência Social, de composiçãoparitária entre governo e sociedade civil

II. Fundo de Assistência Social, com orientação econtrole dos respectivos Conselhos de Assistência Social

III. Plano de Assistência Social, com aprovação dosrespectivos Conselhos de Assistência Social

!!! O Plano, juntamente com o Fundo e o Conselho deAssistência Social, é uma exigência para ocofinanciamento federal.

• Diagnóstico socioterritorial

• Objetivos gerais e específicos

• Diretrizes e prioridades deliberadas

• Ações estratégicas correspondentes para suaimplementação

• Metas estabelecidas

• Resultados e impactos esperados

• Recursos materiais, humanos e financeirosdisponíveis e necessários

• Mecanismos e fontes de financiamento

• Cobertura da rede prestadora de serviços

• Indicadores de monitoramento e avaliação

• Espaço temporal de execução

ESTRUTURA DOPLANO DEASSISTÊNCIASOCIALNormatizada naNOB/SUAS (2012)

A NOB/SUAS 2012, em seu artigo 22, informa que os Planos devem observar:

I. Deliberações das conferências de assistência social para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

II. Metas nacionais pactuadas, que expressam o compromisso para o aprimoramento do SUAS para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

III. Metas estaduais pactuadas que expressam o compromisso para o aprimoramento do SUAS para Estados e Municípios

IV. Observar as prioridades do Plano Decenal

V. Ações articuladas e intersetoriais

VI. Ações de apoio técnico e financeiro à gestão descentralizada do SUAS.

Os planos devem ser elaborados acada quatro anos, de acordo com o

período de elaboração do PPA (Art. 19 da NOB/SUAS 2012).

O processo de elaboração do Plano deve nortear-se pelaidentificação das vulnerabilidades, violações de direitose desproteções sociais existentes nos territórios deabrangência do PAS.

Os territórios se diferem em razão da sua trajetóriahistórica e das dinâmicas que neles ocorrem e quepodem variar no tempo, ou seja, há relações queocorrem simultaneamente e que incidem no território,como também há uma trajetória que deixa marcas eproduz especificidades.

O SUAS, ao adotar a lógica territorial como um de seuspressupostos de gestão, o fez na perspectiva deaprimorar o conhecimento da realidade social; demelhorar o acesso dos destinatários aos serviços ebenefícios; de favorecer a articulação da rede deserviços; de potencializar a intersetorialidade comoestratégia de gestão; de possibilitar a integração entreserviços e benefícios; e de aprofundar e materializarprocessos participativos.

A perspectiva territorial na gestão do SUAS favorece sua capacidade deampliar seu foco para além de indivíduos e famílias alcançando grupospopulacionais, considerando as diferentes realidades, a história, asrelações de poder, a estrutura e as dinâmicas próprias.

A atuação sobre o território significa a atuação no plano coletivo com ocompromisso e estabelecimento de vínculos reais entre as equipes dereferência dos serviços e os territórios, “uma aliança estratégica”, comonos ensina Rizzotti (2011, p. 65), entre os profissionais, o território e osusuários, de forma a desenvolver intervenções que possibilitem apromover na população a “coletivização” na reflexão sobre os problemas,assim como construção das estratégias igualmente coletivas para o seuenfrentamento ou superação.

A identificação nos territórios das incidências de demandas tanto as que sãoatendidas quanto as reprimidas, e a capacidade para reconhecer as ocorrências,irá contribuir para a construção de respostas a serem garantidas pela gestão doSUAS.

A Dimensão Territorial no Plano de

Assistência Social

Para a elaboração do Plano de Assistência Social énecessário identificar os recursos humanos existentesnos territórios e aqueles necessários, cujos perfis devemestar de acordo com as desproteções sociais e assituações de vulnerabilidade e violações de direitos comas quais a política de assistência social deverá realizarseu atendimento junto aos usuários, assim comoobservar e prever os recursos materiais e deestruturação do trabalho social qualificado (vínculos detrabalho, Planos de Cargos, Carreiras e Salários,remuneração, gratificações, saúde do trabalhador,formação e capacitação, dentre outros).

!!!! A área da Gestão do Trabalho, responsável pelaexecução das ações de valorização do trabalhador e daestruturação do processo de trabalho institucional, deveestar integrada ao processo de planejamento econstrução do Plano.

A Gestão do Trabalho no SUAS e o

Plano de Assistência Social

Como já tratado anteriormente, o Plano deAssistência Social é uma ferramenta deplanejamento estratégico, de médio prazo que deveser elaborado pelo órgão gestor da assistênciasocial a cada quatro anos, sempre com participaçãoe aprovação do Conselho de Assistência Social,devendo conter os programas e ações que serãoexecutados no período.

Complementa esse sistema de planejamento oPlano de Ação, que consiste em instrumentoinformatizado de planejamento, constante doSUASWeb, disponibilizado pelo Ministério doDesenvolvimento Social para lançamento de dadose validação anual das informações relativas àsaplicações e transferências regulares e automáticas,na modalidade fundo a fundo, do cofinanciamentofederal, estadual, municipal e do Distrito Federal daassistência social (Portaria MDS nº 113, de 10 dedezembro de 2015).

PLANO DE AÇÃO -SUAS WEB

o Plano de Ação é um instrumento que viabiliza o

repasse regular e automático do fundo

nacional para os fundos estaduais e municipais.

O Plano de Ação deve ser preenchido por municípios eestados que recebem cofinanciamento federal para osserviços socioassistenciais das Proteções Básica e/ouEspecial, programas e projetos, assim como os municípiose estados contemplados com a expansão dos serviçossocioassistenciais cofinanciados pelo Governo Federal.

Mesmo que o município receba somente um incentivo eledeverá preencher o Plano de Ação, pois é a partir deleque é possível garantir a continuidade do repasse desteincentivo.

O Plano de Ação viabiliza o repasse regular e automático,entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios econtribui para organização da gestão e da redesocioassistencial. O cofinanciamento possibilita a ofertacontinuada dos serviços, programas e projetos e institui agestão cooperada e solidária entre as três esferas degoverno, essencial para o desempenho da funçãoproteção social desempenhada pelo SUAS.

As informações contidas no Plano de Ação deverão estar emconsonância com o Plano de Assistência Social dos respectivosEstados, Municípios e o Distrito Federal, conforme previsto noinciso III do artigo 30 da Lei nº 8.742, de 1993.

Constam no Plano de Ação as transferências e aplicaçõesdestinadas a cofinanciar a totalidade das ações (inclusive asinstituídas durante o exercício financeiro), para ampliar acobertura da rede, assim como para complementar oufortalecer as ações existentes.

Em dezembro de 2015 ,o MDS editou a Portaria nº 113, quedefiniu os prazos para os gestores estaduais e municipais erespectivos conselhos, a partir da abertura do sistema,preencherem o Plano de Ação:

• de 60 dias, a partir da abertura do sistema, para os gestoresestaduais e municipais

• 30 dias para os respectivos conselhos darem seu parecer,aprovando ou não o Plano de Ação.

O lançamento das informações que compõem o Plano de Ação deverá ocorrer a cada ano. O MDS editará, anualmente, uma portaria definindo a data de abertura do aplicativo informatizado para preenchimento do

Plano de Ação.

Os membros do Conselho deverão ser convocados para reunirem-seordinária ou extraordinariamente a fim de analisarem o Plano deAção.

O conselho deve analisar as informações prestadas pelo gestor noPlano de Ação, com base no Plano Municipal de Assistência Social –PMAS e na lei Orçamentária Anual (LOA). Se as informaçõesrefletirem as metas e diretrizes estabelecidas no PMAS e na LOA, oPlano de Ação deverá ser aprovado.

Após os prazos citados anteriormente, se algum município, estado ouDF não lançar as informações no Plano de Ação e respectiva avaliaçãodo Conselho de Assistência Social competente, a SNAS suspenderá orepasse dos recursos federais (conforme incisos I a IV do art. 7º daPortaria 113/2015, até que todo o ciclo de preenchimento ocorra,com o parecer favorável do Conselho de Assistência Social.

O Plano de Ação não substitui o Plano Municipal ou Estadual deAssistência Social. Assim como a regulamentação e o funcionamentodo Conselho e do Fundo de Assistência Social, a elaboraçãoquadrienal do Plano de Assistência Social é condição para os repassesdo cofinanciamento federal, conforme previsto no artigo 30 da LOAS.

Atenção!

É o INSTRUMENTO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS DOS RECURSOS FEDERAIS dos blocos definanciamento da Proteção Social Básica e Especial de Média e Alta Complexidade, dos Programas edos Projetos, contido no sistema informatizado SUASWEB, cujos dados deverão ser lançados pelosgestores estaduais, municipais e do Distrito Federal e submetidos à manifestação do Conselho deAssistência Social competente, quanto ao cumprimento das finalidades dos recursos.O acesso ao Plano de Ação e aos sistemas da RedeSUAS é realizado por meio do SAA (Sistema deAutenticação e Autorização) com login e senha individuais, conforme estabelecido na Portaria SNASNº 15, de 17 de dezembro de 2010.

O Demonstrativo Sintético Anual da Execução Físico-Financeira

O sistema para preenchimento do Plano de Ação 2016 trouxe uma novidade: OCOFINANCIAMENTO FEDERAL POR MEIO DE BLOCOS DE FINANCIAMENTO.“A Norma Operacional Básica de 2012 prevê que o cofinanciamento federal de serviços,programas e projetos de assistência social e de sua gestão, no âmbito do SUAS, poderá serrealizado através de Blocos de Financiamento. Pela NOB “consideram-se Blocos de Financiamentoo conjunto de recursos destinados aos serviços, programas e projetos, devidamente tipificados eagrupados, e à sua gestão, na forma definida em ato do MDS”. Em dezembro de 2015, o MDSpactuou na CIT a Portaria 113/2015, que regulamentou o cofinanciamento federal dos SUAS, pormeio de blocos de financiamento.

OS BLOCOS DE FINANCIAMENTO E SUA COMPOSIÇÃO

BLOCOS DE FINANCIAMENTO

COMPONENTES

Proteção Social BásicaOs serviços já instituídos etipificados e os que virão aser criados no âmbito decada Proteção

Proteção Social Especial deMédia Complexidade

Proteção Social Especial deAlta Complexidade

Gestão do SUASÍndice de GestãoDescentralizadado SUAS – IGD-SUAS

Gestão do Programa BolsaFamília e Cadastro Único

Índice de GestãoDescentralizadado PBF – IGD - PBF

INTERCÂMBIO DE EXPERIÊNCIAS ENTRE MUNICÍPIOS

1. Você conhece o PAS do seu município?

2. Como se dá o processo de elaboração do PAS no seu município?

3. As equipes participam?

4. Os usuários participam?

5. O Plano contempla as deliberações das Conferências?

6. Os aspectos de cada território são considerados? Existe um diagnostico socioterritorial prévio?

7. O Plano inclui metas relacionadas a gestão do trabalho no SUAS?

8. O Plano contempla as metas dos Pactos de Aprimoramento do SUAS?

9. O Plano contempla as prioridades do Plano Decenal?

10. O PPA da Assistência Social reflete as definições do Plano?

11. O Conselho tem tido uma participação qualificada no processo de elaboração do Plano (para além das aprovações formais)?

Exercício:

Produzam uma caracterização que traga os elementos comuns aos municípios. Podem indicar particularidades locais, sobretudo boas práticas!

A CONSTRUÇÃODEMOCRÁTICA EPARTICIPATIVADO PLANO DEASSISTÊNCIASOCIAL

VídeoO Farol da Responsabilidade

https://www.youtube.com/watch?v=cUuKDRzs3F4&spfreload=5

A Constituição Federal de 1988 marca um importante processode democratização da sociedade brasileira e também da gestãodas políticas sociais, pois ao definir as suas diretrizes, apontapara a necessidade de que a gestão das políticas públicas sejaparticipativa. No caso específico da Assistência social asdiretrizes constam do art. 204:

As ações governamentais na área da assistência social serãorealizadas com recursos do orçamento da seguridade social,previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas combase nas seguintes diretrizes:

I - descentralização político-administrativa, cabendo acoordenação e as normas gerais à esfera federal e acoordenação e a execução dos respectivos programas às esferasestadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e deassistência social;

II - PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO, POR MEIO DEORGANIZAÇÕES REPRESENTATIVAS, NA FORMULAÇÃO DASPOLÍTICAS E NO CONTROLE DAS AÇÕES EM TODOS OS NÍVEIS.(BRASIL/Constituição Federal de 1988)

A CONSTRUÇÃODEMOCRÁTICA EPARTICIPATIVADO PLANO DEASSISTÊNCIASOCIAL

Esse processo participativo exige tanto a adoção de um modelode gestão que permita aos diferentes sujeitos (conselho,usuários, trabalhadores, gestores e entidades) dialogaremcontinuamente nos processos decisórios, quanto o respeito efortalecimento de instâncias participativas.

Dentre essas instâncias reconhece-se que os conselhos deassistência social têm atribuição pública para a função docontrole social, pois estes devem ter representação de todos ossegmentos presentes da política de assistência social.

No que tange à participação no processo elaboração,acompanhamento e monitoramento do plano, é de fundamentalimportância que o gestor e o conselho definam metodologias ecaminhos para que se ampliem o diálogo e a capacidade dereconhecer e articular diferentes posicionamentos, pois esseprocesso permitirá o avanço na política de assistência social.

!!! Destaca-se a importância de se ter um cronograma de

atividades e que sejam privilegiados espaços de diálogos com osusuários e a rede de serviços em seus territórios.

São consideradas instâncias de participação e deliberação, osconselhos, as conferências, as comissões bipartites etripartites, os diferentes e diversos fóruns (trabalhadores,usuários) e outras organizações instituídas.

Destaca-se, no entanto, que os conselhos e as conferênciasestão presentes em todas as esferas governamentais, pois sãorequisitos fundamentais para a implementação do SUAS.

Já as comissões de pactuação (CIB e CIT) correspondem àsinstâncias de governos estaduais e federal.

• As CIBs (Comissões Integestoras Bipartites) estãocompostas pela representação de gestores municipais egestores estaduais.

• A CIT (Comissão Integestora Tripartites), instância depactuação instituída em nível federal, está composta porrepresentantes dos colegiados dos gestores municipais,estaduais e o gestor federal.

O PAPEL DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO, DELIBERAÇÃO,PACTUAÇÃO E CONTROLE SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DO

PLANO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

A elaboração do Plano Municipal de Assistência Social deveconsiderar as decisões tomadas no âmbito das comissõesbipartites e tripartites, pois definem metas de aprimoramento aserem cumpridas por todas as esferas de governo.

As instâncias de pactuação foram criadas pela NormaOperacional Básica da Assistência Social de 1998. Estasinstâncias, em conjunto com as instâncias de deliberação,compõem o processo democrático de gestão do SUAS (BRASIL,2005).

Mas por que PACTUAR?

O processo de descentralização das políticas públicas no país,decorrente do processo de democratização, e institucionalizadona Constituição Federal de 1988, criou a necessidade deexistirem instâncias de pactuação para que os entes federadospossam fazer acordos sobre o cumprimento de suasresponsabilidades

!!!!!! É importante saber que o Brasil tem um sistema federativode tripla soberania. A união, os estados, o distrito federal, e osmunicípios são entes autônomos, com autoridade administrativae jurídica própria, não havendo hierarquia entre os mesmos.

As instâncias de deliberação do SUAS estão regulamentadas no artigo 113 daNOB/SUAS 2012:

I. o Conselho Nacional de Assistência Social;

II. os Conselhos Estaduais de Assistência Social;

III. o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal;

IV. os Conselhos Municipais de Assistência Social.

Parágrafo único. As Conferências de Assistência Social deliberam as diretrizespara o aperfeiçoamento da Política de Assistência Social.

A Resolução CNAS 237, de 2006, determina que os Conselhos de Assistência Socialdeverão ser compostos por 50% de representantes do governo e 50% derepresentantes da sociedade civil.

Art. 11. A eleição da sociedade civil ocorrerá em foro próprio, coordenado pelasociedade civil e sob a supervisão do Ministério Público, tendo como candidatose/ou eleitores:

I. representantes dos usuários ou de organização de usuários da assistência social;

II. entidades e organizações de assistência social;

III. entidades de trabalhadores do setor.

As Conferências são espaços voltados para a avaliação dapolítica de assistência social e definição de diretrizes parao aprimoramento do SUAS. Elas ocorrem nos três níveisde governo a cada dois anos e são convocadas pelosConselhos. No que concerne à relação das conferênciascom a elaboração dos Planos é necessário que suasdeliberações sirvam de base para a elaboração dosobjetivos e metas de aperfeiçoamento

O processo participativo dos usuários pode ser ampliado!

Além do reforço na articulação com movimentos sociais epopulares, por meio de diversos espaços a seremorganizados, a NOB/SUAS 2012 indica outras instâncias noartigo 126.

I. o coletivo de usuários junto aos serviços, programas eprojetos socioassistenciais;

II. comissão de bairro;

III. fórum;

IV. entre outros.

CIT – COMISSÃO INTERGESTORES TRIPARTITEEspaço de articulação e expressão das demandas dos gestores federais, estaduais e municipais.Negocia e pactua sobre aspectos operacionais da gestão do SUAS, mantendo contato permanentecom as CIBs para troca de informações sobre o processo de descentralização.Integrantes da CIT:• MDS: órgão da União responsável pela coordenação do SUAS em seu âmbito, representadopelas Secretarias Nacionais de Assistência Social, de Renda de Cidadania, de Segurança Alimentare Nutricional e a Secretaria Executiva do MDS.• Fonseas: Fórum Nacional de Secretários de Estado de Assistência Social, formado pelos gestoresestaduais de assistência social.• Congemas: Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social, que representa osmunicípios brasileiros junto ao Governo Federal e aos governos estaduais.

CIB – COMISSÕES INTERGESTORES BIPARTITEInstâncias que negociam e pactuam sobre aspectos da organização e gestão do sistema estadualde assistência social, observando as deliberações do Conselho Estadual de Assistência Social, alegislação vigente e as orientações da CIT e do Conselho Nacional de Assistência Social. Todas assuas pactuações são encaminhadas ao Conselho Estadual de Assistência Social paraconhecimento, apreciação e/ou deliberação e aos conselhos municipais, CIT e CNAS paraconhecimento.Integrantes da CIB:• Gestor Estadual de Assistência Social• Coegemas: Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Assistência Social

As Instâncias de Pactuação do SUAS

• PREFEITURA (ÓRGÃO GESTOR MUNICIPALDE ASSISTÊNCIA SOCIAL)

• CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIASOCIAL

• REDE SOCIOASSISTENCIAL

• CÂMARA MUNICIPAL

• TRABALHADORES DO SUAS

• USUÁRIOS DO SUAS

ATORES ENVOLVIDOSNA CONSTRUÇÃO DOPLANO

Vídeo

A Ultima Entrevista de Paulo Freire

Perguntas Orientadoras:1. Qual as possibilidades do seu município

de elaborar o Plano de Assistência Social assegurando o modelo democrático e participativo, envolvendo o conjunto de atores indicados pela Política?

2. Quais estratégias /medidas seriam necessárias para realizá-lo dentro deste modelo?

3. Quais as dificuldades / obstáculos para realizá-lo?

4. Quais seriam as propostas de superação destas dificuldades / obstáculos?

GRUPOS POR MUNICÍPIO

Exercício 1

Perguntas Orientadoras:1. Quais são os desafios de planejar a

política de assistência social no contextode um projeto nacional de ajuste fiscal econgelamento do repasse de recursos?

GRUPOS POR MUNICÍPIO

Exercício 2

VídeoEntenda em 5 min a PEC 241

Texto de ApoioO NOVO REGIME FISCAL E SUAS

IMPLICAÇÕES PARA A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social

Gerência de Projetos e Capacitação

www.sigas.pe.gov.brE-mail: [email protected]

Telefone: 81 3183 0702

Centro Universitário Tabosa de Almeida – (ASCES-UNITA)

E-mail: [email protected]: (081) 2103-2096