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CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM SAÚDE PÚBLICA EPIDEMIOLOGIA Profª Enfª Gabriela Souto

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1. EPIDEMIOLOGIA

Conceito: Estudo da distribuição e dos determinantes da saúde em populações

humanas.

A abordagem dos fenômenos da saúde-doença por meio da

quantificação, usando bastante o cálculo matemático e técnicas estatísticas de

amostragem e análise.

Ciência que estuda o processo saúde-enfermidade na sociedade,

analisando a distribuição populacional e fatores determinantes do risco de

doenças, agravos e eventos associados à saúde, propondo medidas específicas

de prevenção, controle ou erradicação de enfermidades, danos ou problemas de

saúde e de proteção, promoção ou recuperação da saúde individual e coletiva,

produzindo informação e conhecimento para apoiar a tomada de decisão no

planejamento, administração e avaliação de sistemas, programas, serviços e

ações de saúde.

1.1 Definição dos termos mais utilizados

Epidemia: elevação do número de casos de uma doença ou agravo, em

determinado lugar e período de tempo, caracterizando de forma clara um

excesso em relação à frequência esperada.

Porto Alegre vive pré-epidemia de dengue, diz

secretário da Saúde Segundo Carlos Henrique

Casartelli, "há mosquitos em toda cidade".

Partenon, Navegantes e Bom Jesus são as áreas

mais preocupantes.

"No ano de 2011, quando tivemos mais casos, foram

11 autóctones, mas mais para o final do verão. Esse

ano estamos num processo de aparecimento de

casos em um período muito inicial do verão", salienta

Casartelli. "Apesar de todos os cuidados, temos o

mosquito em toda cidade transmitindo a doença.

Todos os bairros da cidade estão com índices que

indicam um alto risco para epidemia", alerta o

secretário.

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/02/porto-alegre-vive-pre-epidemia-

de-dengue-diz-secretario-da-saude.html

Surto: tipo de epidemia em que os casos se restringem a uma área geográfica

pequena e bem delimitada ou a uma população institucionalizada (creches,

quartéis, escolas, etc.).

“A Vigilância Sanitária de Porto Alegre (RS) recebeu até este

sábado 171 notificações de pessoas que apresentaram intoxicação

alimentar após refeição na lanchonete Pampa Burger... Roger Halla,

coordenador interino da Vigilância Sanitária, alerta que, devido ao período

de encubação do micro-organismo causador da intoxicação, mais pessoas

podem apresentar os sintomas nos próximos dias.

A investigação deve apontar o agente causador e o alimento

envolvido com o surto, conforme Halla.”

http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/rs-171-tem-intoxicacao-apos-lanche-restaurante-e-

interditado,af3a4cb8511da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

Pandemia: Uma pandemia ocorre quando uma determinada doença, geralmente

transmissível, atinge uma grande parte da população de uma determinada região

(cidade, estado, país) ou do planeta. Portanto, a pandemia é de maior proporção

em relação à epidemia, pois pode levar a milhares ou até milhões de vítimas.

OMS eleva gripe H1N1 à pandemia; casos no Brasil chegam a 52

A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou nesta quinta-

feira o nível de alerta do vírus da gripe H1N1 para a fase 6, em uma

escala de seis pontos, o que significa uma pandemia. A OMS decidiu

elevar o alerta devido ao surto da doença, conhecida como gripe suína.

"Isso significa que o mundo está entrando nos primeiros dias da

primeira pandemia do vírus influenza no século 21", disse a repórteres, em

Genebra, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan. (2009)

http://oglobo.globo.com/mundo/oms-eleva-gripe-h1n1-pandemia-casos-no-brasil-chegam-52-

3193729#ixzz2MJ0zZokB

Mortalidade: "Variável característica das comunidades de seres vivos, refere-

se ao conjunto dos indivíduos que morreram num dado intervalo de tempo".

(Rouquayrol, 1999, p. 544)

Morbidade: "Variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se

ao conjunto de indivíduos que adquiriram doenças num intervalo de tempo.

Denota-se morbidade ao comportamento das doenças e dos agravos à saúde

em uma população exposta". (Rouquayrol, 1999, p. 544)

X

1.2 Medidas e Indicadores de Saúde

- Indicadores: são medidas utilizadas para descrever e analisar uma

situação existente, avaliar o cumprimento de objetivos, metas e suas

mudanças ao longo do tempo, além de confirmar tendências passadas e

prever tendências futuras. Podem se apresentar como:

Indicadores demográficos: natalidade, fecundidade, expectativa de vida.

Indicadores socioeconômicos: renda per capita e familiar, escolaridade,

saneamento...

Indicadores de saúde: morbidade, mortalidade, entre outros.

Coeficiente ou taxa: é a relação entre o número de eventos reais e os que

poderiam acontecer, sendo a única medida que informa quanto ao “risco” de

ocorrência de um evento.

Ex.: número de óbitos por dengue no Rio de Janeiro, em relação às

pessoas que residem ou residiam nessa cidade, no ano ou período

considerado.

Proporção: é a relação entre frequências atribuídas de determinado evento (no

numerador se registra a frequência absoluta - total de casos - do evento).

Ex.: número de óbitos por doenças cardiovasculares em relação ao

número de óbitos em geral.

Razão: é a medida de frequência de um grupo de eventos relativa à frequência

de outro grupo de eventos.

Ex.: razão entre o número de casos de AIDS no sexo masculino e o

número de casos de AIDS no sexo feminino.

Coeficiente de mortalidade infantil

Todos os óbitos de crianças menores de um ano de idade de uma determinada

região em um dado período, considerando o número de nascidos vivos da mesma

região e período.

•Um dos indicadores mais empregados para medir níveis de saúde e de

desenvolvimento social de uma região).

•A mortalidade infantil mede o risco de um nascido vivo morrer no seu primeiro ano

de vida.

•Alta correlação como as condições sociais, o que a posiciona como um bom

indicador indireto das condições sanitárias;

•Coeficiente < 20/1000 é considerado baixo;

•≥ 50 / 1000 nascidos vivos é considerada elevada.

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=24437

17/12/2012-10h00 – Folha de São Paulo

Cai mortalidade infantil, mas Brasil ainda está distante de países desenvolvidos

- PEDRO SOARES

O Brasil reduziu a mortalidade infantil, mas ainda está em um patamar distante dos países

desenvolvidos. Pelos dados das "Estatísticas do Registro Civil", divulgadas pelo IBGE nesta

segunda-feira (17), os chamados óbitos de neonatais (precoces e tardias, somados),

atingiu, em 2011, 68,3% do total de mortes de menores de 1 ano.

Em países desenvolvidos, 90% dos óbitos concentra-se na faixa neonatal precoce, com

até seis dias de vidas. O neonatal tardia tem até 27 dias após o nascimento. Em 2011,

apenas 51,8% dos óbitos infantis registrados foram neonatais precoces.

"Os estudos relacionados com a mortalidade infantil mostram que à medida que o país tem

avanços nas questões estruturais relacionados com as áreas de saneamento

e acesso à saúde, a tendência é dos óbitos infantis se concentrarem na componente

neonatal precoce", diz o IBGE

Indicadores de Morbidade

Indicam o risco de cada ser humano adoecer.

Taxa de incidência

É o número de casos novos de uma doença em dado local e período,

relativo a uma população exposta. Alta incidência indica alto risco coletivo em

adoecer.

Taxa de Prevalência

É o número total de casos de uma doença, novos e antigos, existentes

em determinado local e período. Indica a força com que subsiste a doença na

população. É mais utilizada em casos de doenças crônicas.

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sih/cnv/nirs.def

1.3 Epidemiologia Descritiva

Definição:

"É o estudo da distribuição de freqüência das doenças e dos agravos à saúde coletiva, em

função de variáveis ligadas ao tempo, ao espaço – ambientais e populacionais – e a pessoa,

possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico, com vistas à promoção da saúde".

(ROUQUAYROL e ALMEIDA-FILHO, 1999, p. 77)

Na ciência epidemiológica é fundamental ter o conhecimento das circunstâncias sob as quais

se desenvolve o processo saúde-doença na população:

Quem adoeceu?

•Analisa a distribuição da doença segundo a idade, sexo, ocupação, hábitos

alimentares e culturais, entre outros. Ex.: sarampo é o mais comum em crianças.

Onde a doença ocorreu?

•Analisa a ocorrência de algum padrão espacial da doença. Ex.: a diarréia é mais

comum em áreas com condições sanitárias precárias.

Quando a doença ocorreu?

•Analisa o período e a velocidade de ocorrência da doença. Ex.: a dengue é mais

comum no verão.

Então, a epidemiologia descritiva permite conhecer:

•Onde, quando e sobre quem ocorre o evento?

•Há grupos especiais, mais vulneráveis?

•Existe época do ano em que aumentam os casos?

•Em que áreas, municípios, regiões ou país a doença é mais freqüente?

•Há disparidades regionais?

•Idosos são mais atingidos que crianças?

•Pertencer a uma dada classe social determina diferenças e riscos?

A epidemiologia ao buscar informar situações de saúde-doença, trata de fazê-lo tendo por

base, dentre outras, uma das seguintes diretrizes:

Descrição do estado atual

–Trata de captar e registrar a situação num determinado intervalo cronológico (anos,

meses, grupo de meses, semana epidemiológica ou dias). É como se fosse a obtenção

da fotografia de um determinado estado de coisas, em um dado momento.

Descrição da tendência histórica

–Através de justaposição de uma série de descrições momentâneas, colhidas em tempos

consecutivos, visa mostrar a dinâmica do processo e sua tendência no tempo.

1.4 Vigilância Epidemiológica

Surgiu a partir do interesse em acompanhar a ocorrência de doenças em comunidade com o

sentido de prevenir sua disseminação

.

INFORMAÇÃO PARA AÇÃO

A vigilância epidemiológica reflete a complexidade das mudanças de comportamento das

doenças, da interação do homem com o meio ambiente e da mobilidade das populações

humanas.

Vigilância no Brasil:

“Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer

mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a

finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos"

(MEDRONHO, 2002, p. 74)

•A vigilância possibilita o reconhecimento e a analise do processo saúde-doença, sendo

fundamental para o planejamento, desencadeamento e a avaliação de impactos de medidas

destinadas a interromper a ocorrência de agravos.

Atividades da Vigilância Epidemiológica

As principais funções que envolvem a:

•coleta dos dados; processamento; análise; interpretação dos dados; recomendação;

avaliação da eficácia e da efetividade das medidas de controle; divulgação das

informações obtidas.

Tipos de Dados

> Demográficos: número de habitantes, sexo, idade.

> Morbidade: ocorrência isolada de agravos sintomáticos ou assintomáticos, surtos e

epidemias.

> Mortalidade: declaração de óbito, indicadores de saúde...

> Áreas de situação de risco: dispõem de informações acerca dos fatores condicionantes

de doenças para que possa mapear áreas em situação de risco.

Fontes dos Dados

> Demográficos: Censo Demográfico, Sistema de Informação de Nascidos Vivos

(SINASC)

> Morbidade: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema de

Informação Hospitalares (SIH-SUS), Sistema de Informação Ambulatoriais (SIA-SUS)

> Mortalidade: Sistema de Informação de Mortalidade (SIM)

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21379

1.5 Notificação Compulsória

Notificação

Consiste na comunicação da ocorrência de determinada doença/agravo à saúde ou surto,

feita às autoridades sanitárias, por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, visando a

adoção das medidas de intervenção pertinentes.

Notificação Compulsória é a notificação obrigatória de casos de doenças da listagem

de doenças de notificação compulsória (DNC). São doenças cuja gravidade, magnitude,

transcendência, capacidade de disseminação do agente causador e potencial de causar surtos

e epidemias exigem medidas eficazes para a sua prevenção e controle. Algumas têm período

de incubação curto, e merecem a adoção de medidas imediatas de controle. Após a detecção

de um único caso, é fundamental para impedir a disseminação do agente e o aparecimento de

casos secundários no grupo populacional onde foi detectado o caso índice. Por isso, as listas

de doenças de notificação compulsória, estabelecem quais DNC são de notificação imediata, e

ainda mais, dentre estas, quais devem ser notificadas à simples suspeição. O não cumprimento

desta exigência pode comprometer a eficácia das medidas de prevenção e controle

disponíveis.

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan é alimentado, principalmente,

pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional

de doenças de notificação compulsória (Portaria GM/MS Nº 2325 de 08 de dezembro de 2003),

mas é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua

região

Lista Nacional de Agravos de Notificação Compulsória

Botulismo, Carbúnculo ou "antraz", Cólera, Coqueluche, Dengue, Difteria, Doenças de Chagas

(casos agudos), Doenças Meningocócica e outras Meningites, Esquistosomose (em área não

endêmica), Febre Amarela, Febre do Nilo, Febre Maculosa, Febre Tifóide, Hanseníase,

Hantaviroses, Hepatites Virais, Infeccção pelo vírus da imunodeficência humana (HIV) em

gestantes e crianças expostas ao risco de transmissão vertical, Leishmaniose Tegumentar

Americana, Leishmaniose Visceral, Leptospirose, Malária, Meningite por Haemophilus

influenzae, Peste, Poliomielite, Paralisia Flácida Aguda, Raiva Humana, Rubéola, Síndrome da

Rubéola Congênita, Sarampo, Sífilis Congênita, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

(AIDS), Síndrome Respiratória Aguda Grave, Tétano, Tularemia, Tuberculose, Varíola.

1.O que estuda a Epidemiologia?

2.Diferencie Epidemia, Pandemia e Surto:

3.Qual a importância do Coeficiente de Mortalidade Infantil?

4.Explique os Indicadores de Mortalidade e Morbidade:

5.O que faz a Epidemiologia Descritiva?

6.Qual a função e a importância da Vigilância

Epidemiológica?

7.Explique o que é Notificação Compulsória:

Exercícios de Fixação