saúde informa 08

8
Boletim Informativo da Faculdade de Medicina da UFMG Nº 8 - Ano II - Belo Horizonte, março de 2011 Páginas 4 e 5 A porta instalada na nova fachada da Facul- dade de Medicina abre passagem para um resgate histórico sobre o primeiro prédio da avenida Alfredo Balena, demolido em 1958. Inauguração da primeira etapa das obras ex- ternas do atual edifício é um dos destaques das comemorações pelos cem anos da instituição, em março. Fotografia: Bruna Carvalho Uma porta para o passado 3 6 DEBATE Os desafios da Ciência para atender aos anseios da saúde feminina ENSINO Novidades para calouros e veteranos na volta às aulas PESQUISA Diagnóstico de má-formação na gravidez afeta o relacionamento dos pais 7 Edição Especial de Aniversário

Upload: faculdade-de-medicina

Post on 03-Apr-2016

229 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Saúde Informa 08

Boletim Informativo da Faculdade de Medicina da UFMGNº 8 - Ano II - Belo Horizonte, março de 2011

Páginas 4 e 5

A porta instalada na nova fachada da Facul-dade de Medicina abre passagem para um

resgate histórico sobre o primeiro prédio da avenida Alfredo Balena, demolido em 1958. Inauguração da primeira etapa das obras ex-ternas do atual edifício é um dos destaques das comemorações pelos cem anos da instituição, em março.

Foto

graf

ia: B

runa

Car

valh

o

Uma porta para o passado

3

6

DEBATEOs desafios da Ciência para atender aos anseios da saúde feminina

ENSINONovidades para calouros e veteranos na volta às aulas

PESQUISADiagnóstico de má-formação na gravidez afeta o relacionamento dos pais 7

Edição

Especial de

Aniversário

Page 2: Saúde Informa 08

Ano IIA oitava edição do

Saúde Informa está em clima festivo. É o primei-ro aniversário do boletim, lançado em março de 2010, na abertura das ati-vidades do Centenário da Faculdade de Medicina da UFMG.

O Saúde Informa já é reconhecido como um dos principais canais de informação do campus Saúde. Agora, a propos-ta é que ele se consolide como veículo de divulga-ção científica, propondo pautas sobre saúde com uma abordagem mais am-pla para o público externo e a mídia.

A reportagem prin-cipal deste número traz a história do prédio da ave-nida Alfredo Balena. No auge das comemorações pelos cem anos da Me-dicina, será inaugurada a primeira etapa das obras externas do edifício, no dia 14 de março.

No mês da mulher, não poderíamos deixar de falar também de saúde fe-minina. E aproveitar para dar boas-vindas aos calou-ros na volta às aulas.

Boa leitura!

Editorial Saúde do português

EstrangeirismosO uso de palavra, expressão ou cons-

trução estrangeira que tenha ou não equivalen-te em nossa língua é classificado como estran-geirismo. A base do léxico de uma língua é o fundo léxico comum, que expressa noções não afetadas por mudanças econômicas, sociais e políticas. Grande parte das palavras desse fun-do é de origem latina e encontra-se em franco uso. Os estrangeirismos existentes no Portu-guês advêm principalmente do Inglês, devido à forte presença norte-americana no nosso co-tidiano. Esses anglicismos não fazem parte de nosso fundo léxico comum, pois são emprés-timos linguísticos consequentes de uma situa-ção socioeconômica vivida pelo Brasil em um momento histórico. Projeto de Lei (1676/99), aprovado em 2001, “prevê punições para quem abusar do uso de expressões estrangei-ras”. Para o ex-presidente da Academia Brasi-leira de Letras, Tarcísio Padilha, “uma lei não seria suficiente para conter o uso de determi-nadas expressões ou palavras”. Algumas até foram incorporadas à nossa língua, como pen drive e tuíte. Domingo fui ao cinema, e, no “shopping”, encontrei vitrines com 70% off. Depois, tomei um chopp no ‘Marcus’ Bar. Lá sim, a bebida é mais gelada que no Bar do Marquinho. E você, leitor. Qual sua opinião? Manifeste-se. Ajude a cuidar da Saúde do Por-tuguês na comunidade acadêmica.

Washington Cançado de AmorimProfessor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia

Contribua para a ‘Saúde do Portu-guês’. Envie sua sugestão ou opinião para [email protected].

Publicação

Anticoncepção, Endocrinologia e Infertili-dade: soluções para as questões da ciclici-dade feminina

O professor do Departamento de Gi-necologia e Obstetrícia da Faculdade de Me-dicina da UFMG, Aroldo Fernando Camar-gos, dá respostas a ginecologistas, obstetras e médicos da estratégia de Saúde da Família, sobre os problemas relacionados à saúde fe-minina. “Nosso objetivo foi apresentar uma obra de conteúdo nem muito extenso e nem muito resumido, que apresentasse de forma fundamentada e prática questões que afetam a mulher em anticoncepção, endocrinologia feminina e infertilidade”, explica o autor.

A publicação tem co-autoria dos mé-dicos Francisco de Assis Nunes Pereira, Ines Katerina Damasceno Cavallo Cruzeiro e do professor Rogério Bonassi Machado, da Fa-culdade de Medicina de Jundiaí.

São 1155 páginas, com artigos de di-versos especialistas na área. O livro já está à venda na livraria Coopmed, por R$ 224, mas o lançamento oficial será durante o IV Con-gresso Mineiro de Ginecologistas e Obstetras, previsto para ocorrer em maio, em Belo Hori-zonte. Ed. Coopmed.

Ilust

raçã

o: B

arro

s M

ulat

o

Na última edição do Saúde Informa, convidamos os leitores a ajudarem na identificação dos professores da turma de 1938, na charge abaixo. A diretora de cooperação institucional da UFMG, Lígia Maria Moreira Dumont, procurou a

Assessoria de Comunicação Social, depois de reconhecer os médicos Hilton Rocha (4) e Lucas Machado (23). A leitora é filha de Oromar Moreira, que ingressou na então Escola de Medicina da Universidade de Minas Gerais, em 1930, como

titular da cátedra de Física Biológica. Mais tarde, em 1960, ele tornou-se titular do Labo-ratório de Medicina Nuclear. “Esses retratos sempre rodavam lá em casa”, conta Lígia.

Outros nomes já tinham sido identi-ficados: Amilcar Martins (1), Clóvis Salgado (9), Luiz Adelmo Lodi (11) e Alfredo Balena (20). Se você souber algum outro nome, envie um e-mail para [email protected]. A charge também estará disponível no hotsite do Centenário: www.medicina.ufmg.br/centenario.

Jogo da Memória

1 23

5

20

6 7 89

10 11 12 13

14 15 1617

18 19 21 22 23 2524

4

Março de 20112

Page 3: Saúde Informa 08

3

Sexo feminino: o que esperar do futuro?Um dos desafios é equilibrar o desejo de sucesso pessoal e profissional com o relógio

biológico, que ainda marca hora limite para a maternidade.

Debate

Março de 2011

Le Trung, um inventor canadense, anunciou em 2008 ter criado “a mulher perfeita”. Aiko é um robô de 1,52m

de altura e corpo curvilíneo, que fala inglês e japonês, cozi-nha, faz massagem e nunca reclama. O modelo de mulher perfeita para Le Trung só poderia ser uma máquina. Aiko não é nem um pouco parecida com uma mulher de verda-de do presente e, como aposta a ciência, está ainda mais longe de ser a do futuro.

“A mulher quer ser dona de sua autono-mia, de sua liberdade, deixar de vez o rótu-lo de Amélia” afirma Anayansi Brenes, coordenadora do Núcleo de Estudos Mulher e Saúde (Nems), da Facul-dade de Medicina. Para ela, em-bora seja inegável a evolução daquele que já foi chamado de sexo frágil, principalmen-te no ambiente de trabalho, ainda falta conquistar ou-tros campos, como a reli-gião e as forças armadas. “As mulheres têm plenas condições de ocupar o exército, por exemplo. O corpo não é, de for-ma alguma, um empe-cilho, até grávidas par-ticipam de guerrilhas”, observa.

A partir da déca-da de 1960, uma das mu-danças de maior impacto na vida das mulheres foi o controle da própria repro-dução. A disseminação do uso da pílula anticoncepcional foi decisiva para a descoberta do sexo pelo prazer. Para as ge-rações futuras, o desafio é outro: conseguir encontrar um ponto de equilíbrio entre o desejo de su-cesso pessoal e profissional com o relógio biológico, que ainda marca hora limite para a mater-nidade.

“Exaltam-se esses casos de mulheres grávidas com idade mais avançada, mas ainda há uma queda de fertilidade muito acentuada a partir dos 35 anos”, alerta o médico Agnaldo Lopes da Silva Filho, professor do departamento de Ginecologia e Obstetrícia. Segundo ele, gravidez tardia pode acarretar em uma série de proble-mas para a mãe e o feto.

Para vencer o tempo, uma das apostas da medicina

é o congelamento de óvulos. “É uma técnica ainda em es-tudo. Por enquanto, é bastante arriscado para a saúde da mulher”, adverte o professor. Os óvulos são congelados em nitrogênio líquido à - 196°C e guardados em isolamen-to térmico. Nesse estado, podem ficar por anos.

A ciência também se debruça para reduzir a mor-talidade por doenças típicas em mulheres, como o câncer de mama. “Temos técnicas cada vez menos invasivas, mas

não há nada revolucionário. O que temos que insistir ainda é na prevenção”, aconselha

Agnaldo Lopes. Segundo ele, é aconse-lhável manter uma rotina de consultas

ao ginecologista, além de cuidar da alimentação e praticar atividades

físicas.

BelezaHá 30 anos, as mu-

lheres costumavam usar ferro de passar roupa para alisar o cabelo. Uma déca-da atrás, aproximadamen-te, disseminou-se o uso da chapinha. Nos últimos anos, é a escova progres-siva que mantém os fios lisos por meses. Todas essas invenções mostram que a ciência vem conse-guindo atender bem o de-sejo da mulher de se man-ter cada vez mais bonita.

Segundo a derma-tologista Luciana Baptista

Pereira, professora do De-partamento de Clínica Médi-

ca da Faculdade de Medicina da UFMG, a tendência é que a medicina estética continue con-tribuindo com os anseios femi-ninos. No entanto, é importante ter cuidado com promessas mila-grosas de uma juventude eterna. “Temos procedimentos cada vez mais modernos. Mas não temos nenhuma cápsula revolucionária que deixe o cabelo liso para sem-pre, por exemplo”, pondera.

O foco agora é desvendar e poder trazer à socie-dade a terapia gênica, que pode trazer tratamentos para doenças graves, como a epidermólise bolhosa, que produz ferimentos em todo o corpo. “Já sabemos onde está o de-feito em várias doenças de pele. O que nos falta agora é solucioná-lo”, afirma.

“A mulher tem um papel que não tinha há 40 anos, mas o corpo é o mesmo de dois mil anos atrás”.

Agnaldo Lopes da Silva Filho

Ilustração: Ana Cláudia Ferreira

Page 4: Saúde Informa 08

Março de 2011

Um lugar, muitas histórias

Centenário

4

Foto: Bruna Carvalho

Em 14 de junho de 1958, alunos, professores e funcio-nários posaram juntos para a última foto do prédio

que, por mais de 40 anos, abrigou a Faculdade de Me-dicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Do an-tigo edifício, demolido um dia depois, sobraram muitas recordações e a porta principal, de madeira maciça. Agora restaurada, a peça volta para a fachada da instituição, no ano de seu Centenário.

A decisão de instalar a porta antiga no prédio ergui-do sobre as ruínas da primeira sede construída na avenida Al-fredo Balena revela o esforço da Faculdade em se reconciliar com seu passado. A peça esta-va guardada no Centro de Me-mória da Medicina, depois de ter sido localizada no Museu Histórico Abílio Barreto.

A demolição da antiga sede foi consequência, princi-palmente, do crescimento do curso de Medicina, que forma-va, por ano, 60 profissionais. Em 1960, já no novo edifício, construído no mesmo local da demolição, foi possível ampliar o corpo discente. Em menos de uma década, a quantidade de universitários pulou de 60 para 320, número que se mantém até hoje e fez da Fa-culdade de Medicina da UFMG a instituição pública que mais recebe estudantes do país: foram mais de 15 mil mé-dicos formados, ao longo desses cem anos. Atualmente,

a unidade recebe ainda, por ano, 50 fonoaudiólogos e 80 tecnólogos em Radiologia.

O antigo prédio, porém, deixa saudades, até mes-mo em quem não passou por lá. “Eu acho que não deveria ter sido demolido. Poderia, como aconteceu com o ambu-latório Borges da Costa, ter sido restaurado para outros

fins. Ele tinha um valor histórico muito grande”, defende o profes-sor emérito Luiz Otávio Savassi Rocha, vinculado ao Departa-mento de Clínica Médica. Segun-do ele, naquele tempo, ideias de avanço sobrepunham ao valor de preservação do passado. “Foi na época em que pensava-se muito no futuro, no desenvolvimento”, afirma, recordando os anos em que Juscelino Kubitschek, outro ex-aluno da Medicina da UFMG, era presidente da República.

Novos temposPor quase cinco décadas,

Nassim da Silveira Calixto, pro-fessor emérito, aposentado pelo departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia, presenciou várias transformações na Facul-dade de Medicina, como aluno e,

mais tarde, como docente. “Esse novo prédio passou por mudanças. No lugar do estacionamento, por exemplo, ha-via um campo de futebol. E antes, tínhamos um jardim”, lembra.

Na área acadêmica, o professor destaca o aumento

“Trazer a porta antiga foi uma ideia muito interessante. Já que

não temos mais o prédio, ficamos, pelo menos, com uma lembrança”

Professor Luiz Otávio Savassi

Ilust

raçã

o: N

úcle

o de

Eng

enha

ria e

Arq

uite

tura

da

Facu

ldad

e de

Med

icina

Page 5: Saúde Informa 08

Alunos, professores e funcionários posam para a foto, antes da demolição do primeiro prédio construído na Avenida Professor Alfredo Balena

Foto: Arquivo Cememor

da carga horária do curso. “Eram seis anos, mas geralmente ficávamos só pela manhã tendo aulas. À tarde, nós traba-lhávamos”, conta o professor, que, para se tornar médico, precisou ganhar seu próprio sustento num serviço de caça e pesca da Secretaria de Agricultura do Estado de Minas Gerais. “Hoje não dá mais para fazer isso. Os alunos têm aulas de manhã e à tarde”.

Nos dias atuais, Nassim Calixto nota um distancia-mento entre professores e alunos. “Nós éramos muito mais próximos. As turmas eram menores, e os professores até nos conheciam pelos nomes”, recorda. Para o oftalmolo-gista, porém, essa foi uma consequência natural do aumen-to de quatro vezes no número de estudantes da Faculdade.

Com uma ponta de tristeza, Calixto aponta mesmo a passagem de disciplinas básicas, feitas até o quarto período, para o Instituto de Ciências Biológicas, no campus Pampu-lha. “Acho que a faculdade foi desintegrada”.

No rol das boas novidades, Nassim Calixto desta-ca a mudança do perfil dos alunos da Medicina. O prédio, segundo ele, ficou mais diversificado, heterogêneo. “Não somente mudou o corpo docente, como também o corpo discente. Antes, tínhamos basicamente homens por aqui. Hoje, talvez metade dos alunos sejam moças”, observa.

Perspectiva da nova fachada da Faculdade de Medicina

Ilust

raçã

o: N

úcle

o de

Eng

enha

ria e

Arq

uite

tura

da

Facu

ldad

e de

Med

icina

Page 6: Saúde Informa 08

Novidades para todos na volta às aulasMudanças físicas, curriculares e no corpo docente alcançam calouros e veteranos

Ensino

Os 225 novos alunos aprovados nos cursos de Medicina, Fono-audiologia e Tecnologia em Radiologia encontrarão novidades ao in-gressar na Faculdade, assim como os estudantes que voltam das férias.

O segundo ano do curso de Tecnologia em Radiologia será marcado pela chegada de sete novos docentes. “Agora, o curso já se or-ganizou, com um colegiado indicado pelo Departamento de Propedêu-tica, e está preparado para ofertar o melhor ensino aos alunos”, avalia o professor Marcelo Henrique Mamede Lewer, eleito em fevereiro como coordenador do curso. A subcoordenação ficou a cargo do professor Ulisses Campanha Parente. O colegiado da Tecnologia em Radiologia vai ganhar espaço físico e secretaria próprios, após a conclusão da re-forma do Centro de Graduação.

Ainda no primeiro semestre, está prevista a inauguração de um centro de imagens, no primeiro andar, com computadores preparados para a simulação e o processamento de imagens em alta definição. Os equipamentos já foram comprados, só falta a aquisição das bancadas, que está em processo de licitação. O centro poderá ser usado para o aprendizado nas áreas de Radiologia e Medicina Nuclear.

Para o curso de Fonoaudiologia, uma novidade, na área admi-nistrativa, é a mudança da secretaria do curso, que passou a funcionar no segundo andar, na sala 251, mais perto dos professores. Na área aca-dêmica, esta será a terceira turma que deverá entregar uma monografia, ao final da graduação. “Este novo currículo visa à formação tanto de profissionais clínicos quanto de pesquisadores”, explica a subcoordena-dora, Érica de Araújo Brandão Couto. Segundo a professora, a mono-grafia ajudará os alunos a entenderem a importância da pesquisa.

Na Medicina, o novo currículo, pautado nas Diretrizes Curricu-lares Nacionais, foi aprovado no final do ano passado, mas só deve ser adotado entre o segundo semestre de 2011 e o início do ano que vem. “Até lá, priorizaremos a revisão dos objetivos de aprendizagem, o aper-feiçoamento dos métodos de avaliação e a oferta ampla e permanente de oportunidades de formação e capacitação didática para os professo-res”, afirma o coordenador, professor Fernando Reis.

Recepção aos calourosComo já é tradição, o Diretório Acadêmico Al-

fredo Balena (DAAB), que representa os alunos da Medicina, preparou uma extensa programa-ção para recepcionar os novatos, entre os dias 15 e 19 de março, com o apoio do Centro de Gra-duação (Cegrad).

O tema central das atividades é “Saúde Pú-blica: Medicina e a diversidade do Humano”. A proposta, segundo o DAAB, é incentivar “uma formação crítica e humanística”, desde o ingres-so na Faculdade. Pela primeira vez, a programa-ção inclui ações solidárias, como um mutirão de doação de sangue para a Fundação Hemominas e a coleta de alimentos para serem repassados à Cruz Vermelha.

Para os novos alunos de Tecnologia em Ra-diologia, a recepção foi organizada pela coorde-nação do curso, em dois dias: 10 e 11 de março. O destaque da programação é a palestra “Os Raios X no Exame e Diagnóstico da Obra de Arte Escultórica”, ministrada pela professora Maria Regina Emery Quites, coordenadora do Curso de Conservação-Restauração de Bens Culturais Móveis da UFMG.

Já a recepção dos calouros da Fonoaudiolo-gia será na sexta-feira, 11 de março, com apre-sentação dos principais setores da Faculdade, orientações sobre a estrutura do curso e uma visita aos ambulatórios do Hospital das Clínicas.

Os alunos de cada curso poderão conferir a programação completa da recepção aos calou-ros em um impresso produzido pela Assessoria de Comunicação Social (ACS).

Page 7: Saúde Informa 08

Ilust

raçã

o: A

na C

láud

ia F

erre

ira

Bom relacionamento ajuda casais a lidarem com má-formação na gravidez

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 1,6% das gestações resultam no nascimento de crianças com má-formação fetal. No Brasil, o índice médio é de 3%

O diagnóstico de qualquer tipo de má-formação na gra-videz é um momento de tensão para os pais e pode

representar o fim do sonho de ter um filho “perfeito”. Por ser uma crise diferente das habituais, a recomendação dos especialistas é que os casais não tentem resolvê-la sozinhos, mas com acompanhamento psicológico profissional.

A forma como os casais reagem a essa dificuldade foi o tema da dissertação de mestrado da psicóloga Maria Eugênia da Costa Machado, apresentada em novembro de 2010, no Programa de Pós-Graduação em Saúde da Mulher da Faculdade de Medicina da UFMG. Os dados analisados foram recolhidos por meio de entrevistas individuais com dez casais em acompanhamento pré-natal no Centro de Medicina Fetal do Hospital das Clínicas da UFMG, no pe-ríodo de julho a agosto de 2010.

O que mais chamou a atenção da autora foi a influência do relacionamento conjugal na vivência do diagnóstico de má-formação fetal. Os casais que tiveram reação mais positiva à crise foram aqueles que demons-travam mais companheirismo e afinidade sexual, antes da gravidez.

Ao mesmo tempo, o relacionamento também é afetado por esse diagnóstico. A análise revelou que os casais oscilavam entre dois comportamentos extremos: eles se aproximavam ou se afastavam demais. Entre os principais sentimentos observados, a culpa teve a maior predominância, além de raiva e frustração. Quanto maior a intensidade da culpa, maior o isolamento do indivíduo e o afastamento entre o casal.

Segundo Maria Eugênia, muitas vezes o sentimento de cul-pa leva o homem a trabalhar mais, como uma estratégia de fuga. Outras vezes, há uma inversão de papéis, como forma de reparar o que a pessoa considera uma falha dela para com o outro. Um dos exemplos é o homem que passa a dedicar mais tempo para cuidar dos filhos. A situação pode indu-zir a um carinho ainda maior de um cônjuge com o outro.

Divulgação Científica

Título: : Diagnóstico pré-natal de malformação fetal: um olhar sobre o casal Autora: Maria Eugênia da Costa Machado Nível: MestradoPrograma: Pós-Graduação em Saúde da MulherOrientadora: Profa. Ala-manda Kfoury PereiraDefesa: 5 de novembro de 2010

Recomendações

“A gestação é um mo-mento de mudanças para qualquer relaciona-mento, que desencadeia vários sentimentos, cri-ses e conflitos”, lembra a psicóloga Maria Eugê-nia da Costa Machado. “O diagnóstico de má-formação fetal é uma situação muito delicada. Como equipe de saúde, é importante atentar-mos para a necessida-de de um profissional qualificado junto dessas pessoas”, recomenda. Outra postura indicada pela es-pecialista é compartilhar o fato com amigos e família. Segundo ela, os casais que se isolam acabam ampliando a dimensão do problema para o relacionamento, o que leva ao afastamento.

Foto

: Bru

na C

arva

lho

Page 8: Saúde Informa 08

Memória Acontece

Em 1967, um decreto lei assinado pelo presidente Castello Branco mudaria de

vez a organização das universidades no Brasil. Até então divididas em cátedras, cadeiras com titulares permanentes, as instituições passa-ram a ser organizadas em departamentos.

“Nas Faculdades mais tradicionais, os catedráticos foram, automaticamente, escolhidos para chefiar os departamentos. Na Faculdade de Medicina da UFMG, apro-veitamos para fazer as coisas de maneira democrática, de ver-dade”, conta o fun-dador do Centro de Memória (Cememor), professor João Amíl-car Salgado.

“Para o Depar-tamento de Clínica Médica, que era um dos maiores da Facul-dade, por exemplo, elegemos um profes-sor assistente como novo chefe. Houve até a tentativa de im-pedir que ele fosse empossado”, explica.

A história dos departamentos

Março de 20118

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Diretor: Professor Francisco José Penna – Vice-Diretor: Professor Tarcizo Afonso Nunes – Coordenador da Assessoria de Comunicação Social: Gilberto Boaventura – Editora: Alessandra Ribeiro (Reg. Prof. 9945/JP) – Redação: Jornalistas: Larissa Nunes e Marcus Vinicius dos Santos – Estagiários: Estefânia Mesquita, Fernando Maximiano, Victor Rodrigues. Projeto Gráfico: Ana Cláudia Ferreira de Oliveira e Leonardo Lopes Braga. Diagramação: Ana Cláudia Ferreira de Oliveira - Atendimento Publicitário: Janaina Carvalho – Impressão: Imprensa Universitária – Tiragem: 2.000 exemplares – Circulação mensal – Endereço: Assessoria de Comunicação Social, Faculdade de Medicina da UFMG, Av. Prof. Alfredo Balena, 190 / sala 5 - térreo, CEP 30.130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Telefone: (31) 3409-9651 – Internet: www.medicina.ufmg.br; www.twitter.com/medicinaufmg e [email protected]. É permitida a reprodução de textos, desde que seja citada a fonte.

Expediente

IMP

RES

SO

Centenário na CâmaraA Faculdade de Medi-cina receberá duas ho-menagens da Câmara Municipal, em março. No dia 22, o diretor Francisco Penna rece-berá o título de Cida-dão Honorário. No dia 30, haverá uma sessão solene em homenagem ao Centenário. As ses-sões serão no Plenário Amyntas de Barros, a partir das 19h.

Coral MedicinaO Coral Medicina está com vagas abertas para receber novos inte-grantes. Não é neces-sário ter vínculo com a Faculdade para parti-cipar. O coral integra o projeto Corais do Cam-pus, da Escola de Músi-ca da UFMG. Informa-ções: 3409-9644/9645.

Cememor onlineJá é possível visitar a página do Centro de Memória da Medicina no portal da Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG. Você pode co-nhecer o Museu Virtual, ver fotografias de ex-alunos notáveis e os professores eméritos pelo www.ufmg.br/re-dedemuseus/medicina.

Infográfico: Ana Cláudia

MPS ALO APM CLM CIR PED OFT GOB SAM PRO FON*

ALOAPMCIR

– Aparelho Locomotor– Anatomia Patológica e Medicina Legal– Cirurgia

MPSOFT PED

– Medicina Preventiva e Social– Oftalmologia e Otorrinolaringologia– Pediatria

CLMFONGOB

– Clínica Médica– Fonoaudiologia– Ginecologia e Obstetrícia

– Propedêutica Complementar– Saúde Mental

PROSAM* Antes da criação do Departamento, a Fonoaudiologiaera ligada à Oftalmologia

Formação dos Departamentos

“Para o Departamento de Clínica Médica, elegemos um professor assistente como

novo chefe. Houve até a tentativa de impedir que ele

fosse empossado”.Prof. João Amílcar

Mesmo antes do decreto, a Medicina da UFMG já estava à frente, no processo de democratização da estrutura universitária. “A Congregação aprovou a nova divisão de-partamental em 1971, mas o Departamento de Medicina Preventiva foi instituído muito antes da reforma, ainda em 1961”, afirma João Amílcar.

Segundo o professor emérito Roberto Assis, do Departamento de Pediatria, a nova

divisão alterou tam-bém o papel das dis-ciplinas no curso. “Os departamentos de Ci-rurgia, de Ginecolo-gia e Obstetrícia e de Clínica Médica eram enormes e poderosos, porque reuniram vá-rias cátedras em sua formação. Com as re-formas, a Pediatria e a Medicina Preventiva e Social aumentaram o corpo docente e alcançaram um lugar de destaque na Facul-dade e no currículo”, avalia.