saúde - 15 de abril de 2012

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Sa úde Caderno E e bem- estar [email protected] MANAUS, DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012 (92) 3090-1017 Saúde e bem-estar 4 e 5 Especial: noivas em forma Elas batem um bolão! Driblando o preconceito, elas hoje dominam o campo e fazem bonito na hora do gol, passando para trás muitos homens considerados “pernas de pau”. São as mulheres em campo, mostrando outra alternativa para manter a forma A prática de futebol feminino foi proibida em 1964, pelo Conselho Nacional de Desportos, assim como o halterofilismo, lutas e beisebol. A “desculpa”? Se a mulher levasse uma bolada (ou sofresse algum impacto mais grave) durante uma partida, ela correria o risco de não engravidar. Em 1981, o Conselho legalizou a prática, mas sem a profissionalização das boleiras. Futebol proibido para mulheres O pensamento de que futebol é “coisa de homem” está no passado. Cada vez mais, as mulheres estão mostrando que também sa- bem se virar com a bola no pé. O sucesso da alagoana Marta, camisa dez da Se- leção Brasileira com cinco títulos de melhor jogadora do mundo no currículo, colocou a modalidade no centro das conversas. Agora, ser mulher e jogar futebol não são mais duas coisas impossíveis de serem associadas. Com apenas 20 anos de idade, Maria Jeysiane Aparí- cio joga futebol desde os 12, quando deu os primeiros pas- sos – ou melhor, os primei- ros dribles! – no município de Tabatinga, onde morava. “Meu pai era militar, e, por isso, viemos para Manaus. Quando cheguei à cidade, fui para o time do (bairro) São Raimundo, onde estou até hoje”, conta a moça, que joga na posição de ala esquerda e já conquistou títulos nas categorias sub-17 e sub-20, e agora começa a dar os primeiros passos no adulto. Apesar do reconheci- mento crescente, o pre- conceito não parou de existir. É comum ver comentários maldosos, princi- palmente por par- te da ala masculina, tanto nas partidas dos campeonatos amadores quanto dos profissionais. “Minha própria mãe diz que é uma brincadeira ‘de menino’, mas eu nunca liguei. Não dá para se importar com o que as pes- soas falam, até porque des- concentra na hora do jogo”, ressalta Maria Jeysiane. Entretanto, o professor de educação física com espe- cialização em futebol Thiago Durante, acredita que ima- gem negativa do futebol feminino está sendo apaga- da. “Na minha visão, mudou bastante o pensamento das pessoas. Agora, todos con- seguem ver que as mulheres que praticam o futebol mui- tas vezes possuem família, e até levam seus maridos e filhos para vê-las jogar. É um esporte como outro qualquer”, avalia. Boa forma Quem não gosta de ir à academia, pode encontrar na modalidade a alternati- va ideal na busca pelo corpo perfeito. “Há a melhora da qualidade física, capacidade aeróbica e anaeróbica (res- piração), noção de tempo e espaço, principalmente para as mais novas. No quesito físico, o futebol trabalha a panturrilha, as articulações, e desenvolve principalmen- te o quadril e as pernas, que ficam mais fortes”, re- vela Durante, que trabalha na organização de um dos principais campeonatos da modalidade, a Copa de Fu- tebol de Areia Feminino, da Prefeitura de Manaus. “No último ano, jogaram 45 equi- pes”, acrescenta. Maria Jeysiane faz coro com o professor. Segundo a jogadora do São Raimun- do, o futebol trouxe muitos benefícios à sua vida, e mui- tos deles em sua aparên- cia física. “Quando começa a temporada de treino, nós perdemos muitos quilos, por- que trabalhamos muito o nosso condicionamento físico. Quase não apa- rece celulite, porque exercitamos muito as pernas”, diz. Uma vanta- gem do fute- bol feminino em relação ao masculino é o número pequeno de contusões. Segundo Duran- te, isso acontece pelo pouco impac- to e o contato me- nor que a modalidade tem nas mulheres. “É uma modalidade que está crescendo no Brasil e no mundo, principalmente nos Estados Unidos. Para quem quer se profissionalizar, é um mercado que se abre e mais um segmento esporti- vo”, conclui o professor de Educação Física. BENEFÍCIOS Além de todas as van- tagens que o esporte pode trazer para as mulheres, como o aumento da capacida- de física, tem a ques- tão da modelação do corpo e o benefício de manter o peso CAMILA HENRIQUES Equipe EM TEMPO DIVULGAÇÃO/STCK

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Saúde - Caderno de saúde e bem-estar do jornal Amazonas EM TEMPO www.emtempo.com.br

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Page 1: Saúde - 15 de abril de 2012

SaúdeCa

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e [email protected], DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012 (92) 3090-1017

Saúde e bem-estar 4 e 5

Especial: noivas em forma

Elas batem um bolão!Driblando o preconceito, elas hoje dominam o campo e fazem bonito na hora do gol, passando para trás muitos homens considerados “pernas de pau”. São as mulheres em campo, mostrando outra alternativa para manter a forma

A prática de futebol feminino foi proibida em 1964, pelo Conselho Nacional de Desportos, assim como o halterofi lismo, lutas e beisebol. A “desculpa”? Se a mulher levasse uma bolada (ou sofresse algum impacto mais grave) durante uma partida, ela correria o risco de não engravidar. Em 1981, o Conselho legalizou a prática, mas sem a profi ssionalização das boleiras.

A prática de futebol feminino foi proibida em 1964, pelo Conselho Nacional de Desportos, assim como o halterofi lismo, lutas e beisebol. A “desculpa”? Se a mulher levasse uma bolada (ou sofresse algum impacto mais grave) durante uma partida, ela correria o risco de não engravidar. Em 1981, o Conselho legalizou a prática, mas sem a profi ssionalização das boleiras.

Futebol proibido para mulheres

O pensamento de que futebol é “coisa de homem” já está no passado. Cada

vez mais, as mulheres estão mostrando que também sa-bem se virar com a bola no pé. O sucesso da alagoana Marta, camisa dez da Se-leção Brasileira com cinco títulos de melhor jogadora do mundo no currículo, colocou a modalidade no centro das conversas. Agora, ser mulher e jogar futebol não são mais duas coisas impossíveis de serem associadas.

Com apenas 20 anos de idade, Maria Jeysiane Aparí-cio joga futebol desde os 12, quando deu os primeiros pas-sos – ou melhor, os primei-ros dribles! – no município de Tabatinga, onde morava. “Meu pai era militar, e, por isso, viemos para Manaus. Quando cheguei à cidade, fui para o time do (bairro) São Raimundo, onde estou até hoje”, conta a moça, que joga na posição de ala esquerda e já conquistou títulos nas categorias sub-17 e sub-20, e agora começa a dar os primeiros passos no adulto.

Apesar do reconheci-mento crescente, o pre-conceito não parou de existir. É comum ver comentários maldosos, princi-palmente por par-te da ala masculina, tanto nas partidas dos campeonatos amadores quanto dos profi ssionais. “Minha própria mãe diz que é uma brincadeira ‘de menino’, mas eu nunca liguei. Não dá para se importar com o que as pes-soas falam, até porque des-concentra na hora do jogo”, ressalta Maria Jeysiane.

Entretanto, o professor de educação física com espe-cialização em futebol Thiago Durante, acredita que ima-gem negativa do futebol feminino está sendo apaga-da. “Na minha visão, mudou bastante o pensamento das pessoas. Agora, todos con-seguem ver que as mulheres que praticam o futebol mui-tas vezes possuem família, e até levam seus maridos e fi lhos para vê-las jogar. É um esporte como outro qualquer”, avalia.

Boa formaQuem não gosta de ir à

academia, pode encontrar na modalidade a alternati-va ideal na busca pelo corpo perfeito. “Há a melhora da qualidade física, capacidade aeróbica e anaeróbica (res-

piração), noção de tempo e espaço, principalmente para as mais novas. No quesito físico, o futebol trabalha a panturrilha, as articulações, e desenvolve principalmen-te o quadril e as pernas, que fi cam mais fortes”, re-vela Durante, que trabalha na organização de um dos principais campeonatos da modalidade, a Copa de Fu-tebol de Areia Feminino, da Prefeitura de Manaus. “No último ano, jogaram 45 equi-pes”, acrescenta.

Maria Jeysiane faz coro com o professor. Segundo a jogadora do São Raimun-do, o futebol trouxe muitos benefícios à sua vida, e mui-tos deles em sua aparên-cia física. “Quando começa

a temporada de treino, nós perdemos muitos quilos, por-que trabalhamos muito o nosso condicionamento físico. Quase não apa-rece celulite, porque exercitamos muito as pernas”, diz.

Uma vanta-gem do fute-bol feminino em relação ao masculino é o número pequeno de contusões.

Segundo Duran-te, isso acontece pelo pouco impac-to e o contato me-nor que a modalidade tem nas mulheres. “É uma modalidade que está crescendo no Brasil e no mundo, principalmente nos Estados Unidos. Para quem quer se profissionalizar, é um mercado que se abre e mais um segmento esporti-vo”, conclui o professor de Educação Física.

BENEFÍCIOSAlém de todas as van-tagens que o esporte pode trazer para as mulheres, como o aumento da capacida-de física, tem a ques-tão da modelação do corpo e o benefício de manter o peso

CAMILA HENRIQUESEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012E2 Saúde e bem-estar

Ao mesmo tempo em que a inovação farmacêutica tem contribuído para a redução da mortalidade prematura, ela tem tido um impacto econômi-co considerável sobre o serviço de saúde e, particularmente, sobre os serviços hospitalares. Os novos medicamentos têm proporcionado economias em hospitais por duas vias: redu-zindo a necessidade de inter-nação e encurtando o tempo de hospitalização de muitos doentes que precisam realmen-te ser internados.

É evidente que muitos dos medicamentos existentes ho-diernamente poderiam ser melhorados no sentido de ter maior eficácia e menos efeitos colaterais. Porém, talvez ainda mais importante é o fato de que existem muitas doenças pelas quais pouco se pode fa-zer: a esclerose múltipla, ar-trite reumatoide e demência senil, são exemplos flagrantes de doenças que ainda não são tratadas eficazmente. Faz-se urgente desenvolver novos me-dicamentos para as referidas doenças, o que será extrema-mente caro e, para justificar

as verbas necessárias, torna-se urgente demonstrar o impacto de tais medicamentos na me-lhoria da qualidade de vida.

Os medicamentos têm gera-do, desde a década de 40, be-nefícios econômicos e sociais de vultos: têm salvado muitas vidas, especialmente de crian-ças e jovens. O futuro promete a continuação e o aumento dos efeitos benéficos que o progresso da indústria farma-cêutica poderá ter na saúde e na economia.

Há um desenvolvimento mui-to grande de novas tecnologias, como o nível da biotecnologia (nova era dos medicamentos), a nova promessa de tratamento para doenças complexas,os me-dicamentos biológicos, que, de um momento para outro, alterou completamente todo o conceito médico que existe hoje em dia. Diria, em outras palavras: alte-rou completamente o mercado farmacêutico, com substâncias inovadoras efi cientes em diver-sas áreas médicas.

Mas o medicamento, sem me-nosprezar todos os seus atribu-tos e qualidades, é uma arma de defesa de dois gumes. Temos de

saber utilizá-lo corretamente, para que o tiro não saia pela culatra. Ele tem efeitos dese-jáveis, mas também tem os indesejáveis. Não basta dispor dele, é necessário selecioná-lo, prescrevê-lo, dispensá-lo e o administrar de forma adequa-da. É necessário usá-lo acerta-damente, para que possamos aproveitar ao máximo as suas potencialidades e alcançar os fins pretendidos.

Isso tem particular relevân-cia quando assistimos a uma evolução vertiginosa do arsenal terapêutico que se traduz pelo aparecimento de medicamen-tos cada vez mais específi cos e ativos, e que por isso mesmo apresentam também maior toxi-cidade e maior probabilidade de efeitos secundários, o que obriga a maiores precauções no seu uso e torna cada vez mais complexo o seu manuseio.

A acrescer a essa evolução te-rapêutica, também no campo da tecnologia farmacêutica, assis-timos hoje ao aparecimento de novas formas de administração mais sofi sticadas que impõem uma informação adequada e precisa sobre a sua utilização.

As inovações farmacêuticas

Humberto Figliuolohfi [email protected]

Humberto Figliuolo

Humberto Figliuolo

Farmacêutico

EditoraVera [email protected]

RepórteresAlita MenezesCamila Henriques

DiagramaçãoMarcelo Robert

RevisãoMarco Adolfs

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

O milho é um dos alimentos mais saborosos e nutritivos da culinária brasileira. Ele possui uma elevada proporção de carboidratos, gorduras e proteínas digestíveis, além de grandes quantidades de vitaminas (principalmente B1 e E), sais minerais (ferro e potássio) e fi bras. No entanto, não abuse se estiver acima do peso, pois uma espiga de milho média contém por volta de 80 calorias. O milho verde possui propriedades anticancerígenas e antivirais. Se consumido em pequenas porções, pode neutralizar a acidez estomacal.

Milho verde é um agente efi caz contra o câncer

O aipo é um alimento rico em potássio, importante mineral para o bom funcionamento do organismo. Ele é uma excelente fonte de vitamina A e cálcio, além de ser um tradicional remédio para pressão alta. Os compostos do aipo têm um efeito diurético brando que contribui para desintoxicar o organismo. Este vegetal tem o benefício de possuir baixas calorias e ser rico em fi bras, além disso, tem a função de reduzir infl amações e proteger contra o câncer. Na Àsia, o aipo é muito apreciado por ser um excelente tônico e uma hortaliça com caracte-rísticas medicinais. O vegetal tem, ainda, propriedades que reforçam e acalmam o sistema nervoso.

Adote o aipo na dieta e reduza a pressão arterial

Os medi-camentos têm gerado, desde a dé-cada de 40, benefícios econômicos e sociais: têm salvado muitas vidas, especialmen-te de crian-ças e jovens”.

As mentalidades estão marca-das pela sedução exercida pelos taumaturgos e adivinhos, hábeis articuladores na dualidade sa-grada e profana. Esses homens e mulheres, reconhecidos como portadores de dotes especiais, su-pra-humanos, como no passado remoto, aqui e acolá, continuam curando e adivinhando.

O dom ou o carisma de curar a doença ou o infortúnio, como dá-diva divina, parece estar ajustado à posse da terra e à guarda do corpo, ambos atavicamente liga-dos à sobrevivência.

Aquele que tem o dom de curar pessoas ou sociedades (líder, mes-sias, benzedor, pajé, padre, médico, etc.) deve ser obedecido e reveren-ciado (Eclo 38, 1-2).

A cultura judaica admite o sinal da deidade - o milagre. Essa cons-trução fi ccional assumiu lugar de destacada importância, porque é a prova da materialização do dom, isto é, a fuga do conhecido, do na-tural, do esperado. Esse é o motivo da aclamação e do júbilo.

Os primeiros padres da cris-tandade fi zeram uma fantástica reelaboração teórica dos sinais do AT. Os milagres de Cristo, em particular as curas, descritos pelos quatro evangelistas, assumiram grande importância na apologé-tica da nova religião.

O tomismo entendeu a impor-tância do milagre, na fé, como fato extraordinário produzido por Deus. Os anjos bons e os santos poderiam ser agentes na promoção dos acontecimentos situados à margem das leis natu-rais. Por outro lado, distinguiu o milagre do prodígio. Este último, simples simulacro, não era fruto do poder divino.

A abordagem tomista foi du-ramente criticada por diversos fi lósofos. Voltaire, no Dicionário Filosófi co, tomou a argumentação dos físicos para contestar. Afi r-mava ser falso pensar no milagre como transgressão das leis ma-temáticas, criadas pela divindade, porque são coerentes e imutáveis. Espinoza também recusou a ve-racidade do milagre, apoiado na premissa de que era impossível a intervenção extraordinária para mudar o curso da criação trans-cendente, reafi rmou o engano da prática milagrosa.

O golpe mais forte recebido pela teorização cristã do sinal foi sustentado pelo agnosticis-mo kantiano, fi rmado contra o determinismo absoluto. Seria in-cognoscível porque é muito difícil distinguir as formas variáveis e ex-traordinárias de agir da natureza. De acordo com Kant, não existem leis fi xas e constantes, porque a

estável provém, exclusivamente, do nosso aspecto subjetivo para conhecê-las. A religião não seria mais nada do que o conjunto das obrigações vistas como determi-nismo para facilitar a ordem de um poder transcendente.

Com o intuito de reforçar o conjunto do debate, cabe lembrar a imutabilidade das leis matemáticas, regendo a essência da coisa visível, expressando o modo de ser. Assim, em nenhuma hipótese, nem por milagre, o triângulo poderá deixar de ter os três ângulos internos.

No Ocidente cristão medieval, os santuários curadores e profé-ticos de Compostela (Espanha) e Jerusalém viveram vários sé-culos de glória, recebendo pe-regrinos de toda a cristandade. Nos últimos anos, o de Fátima, em Portugal, e o de Lourdes, na França, são muito procurados. Mais recentemente, surgiu o de Medjugorje, na Iugoslávia.

Milhares de curas foram anun-ciadas pelos fi éis que procuraram o santuário de Fátima. Como o número excedeu os limites acei-táveis, foi criado, em 1882, uma comissão de médicos e religio-sos, para analisar a veracidade dos sinais, vindos da divindade, ocorridos em Lourdes.

O dom ou o carisma de curar

João Bosco [email protected]

João Bosco Botelho

O dom ou o carisma de curar a doen-ça ou o infor-túnio, como dádiva divina, parece estar ajustado à posse da terra e à guarda do corpo”.

João BoscoBotelho

Doutor Honoris Causa na França

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MANAUS, DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012 E3Saúde e bem-estar

Milagre ou crendice?Tradicionalmente conhecido na região como um “santo” remédio para curar ressaca, como revigorante e até para recuperação após cirurgias, o caldo tem ultrapassado gerações e, hoje, é até recomendado por alguns médicos locais

Não é incomum en-contrar pessoas que garantem ter sido “curadas” de todo

e qualquer tipo de doença pelas “milagrosas” receitas caseiras. Tradições que pas-sam de mãe para fi lha, essas fórmulas mágicas são, mui-tas vezes, simples de fazer, e possuem um efeito impres-sionante em quem as usa.

Uma das receitas mais populares é o Caldo da Ca-ridade. Com ingredientes tão fortes e diferentes entre si como pimenta, alho e fa-rinha, essa sopa é a alter-nativa mais usada na cura de enfermidades prosaicas como o resguardo e a ressaca (na Paraíba, inclusive, essa última função é evidenciada pelo nome de “Cura Ressaca” que o prato tem).

A digitadora Marlene For-tes, 58 anos, é uma das fãs do famoso caldo. Ela apren-deu com a mãe, morta há quase duas décadas, e faz até hoje. “Eu gosto muito de tomar e de colocar coisas diferentes. O caldo fi ca uma delícia com cheiro-verde e pimenta!”, exemplifi ca Marle-ne, que também gosta de chá de cidreira no tratamento de problemas de saúde.

OpiniãoA opção por essas receitas

caseiras é avaliada pelo PHD em geriatria, Euler Ribeiro, como parte da cultura popu-lar. Porém, ele ressalta a im-portância do assessoramento médico em caso de doenças, graves ou amenas. “Eu sempre analiso se o princípio ativo vai fazer bem ou mal. É arriscado tomar só porque a vizinha tomou. Afi nal, cada ser é di-ferente”, alerta.

Atualmente pesquisando a farmácia da Floresta Amazô-nica, o médico diz que chás como o da folha de goiabeira possuem uma substância que diminuem a motilidade intes-tinal e, consequentemente a diarreia – mas não garantem a cura.

CAMILA HENRIQUESEquipe EM TEMPO

Uma boa receita de Caldo da Caridade pode levar todos os temperos, e ser feito com ovo de pata para fi car mais nutritivo

- 1 copo (200 ml) de leite- 1 copo (200 ml) de água- 1 colher (sopa) de manteiga- 4 ovos- 2 colheres (sopa) de farinha de mesa - 1 colher (sopa) de pimenta em pó- sal e coentro a gosto- 2 dentes de alho amassados

Ingredientes do Caldo da Caridade:

Coisa de [email protected]

Madura como um pêssego!Fechei mais um ano no ca-

lendário da minha vida. Não fi z muito alarde da data, embora também não tenha sido lá mui-to discreta, uma vez que nasci justamente no Dia do Jornalis-ta. Não saberia dizer se isso foi uma predestinação ou uma gozação do destino para que eu não escolhesse uma profi ssão como veterinária, comissária de bordo, psicóloga (quase fui) ou simplesmente dondo-ca (essa, eu ainda não desisti de ser). Bom, a verdade é que acabei sendo mesmo jornalista e, cá entre nós, amo a minha profi ssão, embora reclame de alguns pequenos detalhes.

O fato é que fi quei mais ve-lha e isso não é exatamente a melhor parte dos aniversários, que têm muitas outras vanta-gens como bolo, salgadinhos, muitos amigos e, claro, não poderia deixar de ser, presen-tes e mimos.

Fui regrada em alguns pe-quenos detalhes como a ques-tão dos amigos que foram pou-cos porque estive trabalhando no dia do niver; quanto aos comes e bebes, fui mais res-trita ainda porque, em nome da preservação do meio am-biente, evitei aquele enorme bolo repleto de velinhas para não aumentar o aquecimento global. Tenho certeza que vocês me entendem.

Depois, tem outra coi-sa, quando a gente vai aumentando o número de velinhas no bolo e tende a fazer uma fogueira na hora de cantar parabéns, é melhor pular essa parte e ir direto para os salgadinhos e brigadeiros. Aliás, as velinhas do bolo são uma mancada, porque se você é daquelas que

esconde a idade tem penetra que só vai para as comemo-rações para ver quantos anos você está completando.

Esses eu mato na unha, que nem piolho, porque para difi -cultar, ao enfeitar o bolo eu coloco todas as velinhas que tenho direito e na metade da contagem a fi gura desiste e vai direto para o bufê. Ai, como eu sou bandida!

A outra parte que deve ser motivo de refl exão, embora não muita senão fi co “deprê”, é que o fato de estar fi cando mais velha em uma sociedade que privilegia o jovem não é muito animador. A começar pelo fato de que na nossa cultura o idoso não é respeitado e muito menos valorizado. Não que eu esteja idosa, estou numa fase boa de minha vida e posso dizer que para minha realização só falta fazer o cruzeiro do Roberto Car-los e ouvir o Rei cantar “Outra vez” para mim, olhando nos meus olhos e jogando aquela rosa direto na minha testa. Ah, eu chego lá!!!

De resto estou de bem com a vida e posso erguer as mãos para o céu, porque, na época da minha santa avozinha, mu-lheres que passavam dos 50 eram relegadas às cadeiras de balanço com direito a es-quentar a barriga nos fogões enquanto entupiam os netos de guloseimas e acumulavam “pneus” na cintura.

Hoje, para alívio da mu-lherada, conseguimos anos e anos de vantagens graças a inúmeras conquistas, dentre elas a de envelhecer mais tarde e com dignidade (em alguns casos nem tanto, mas deixa isso para lá).

O fato é que, embora hoje estejamos jovens em idades que antes eram redutos dos idosos, não podemos e nem devemos esquecer que a ve-lhice é o caminho de todos e dele só escapa quem morre antes. Respeito deveria ser a lição maior a passarmos aos jovens de hoje e idosos de amanhã. Fica a dica e um bom domingo para todos.

Vera Lima

DIVULGAÇÃO/STCK

cos porque estive trabalhando no dia do niver; quanto aos comes e bebes, fui mais res-trita ainda porque, em nome da preservação do meio am-biente, evitei aquele enorme bolo repleto de velinhas para não aumentar o aquecimento global. Tenho certeza que

Depois, tem outra coi-sa, quando a gente vai aumentando o número de velinhas no bolo e tende a fazer uma fogueira na hora de cantar parabéns, é melhor pular essa parte e ir direto para os salgadinhos e brigadeiros. Aliás, as velinhas do bolo são uma mancada, porque se você é daquelas que

eu chego lá!!! bom domingo para todos.

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Page 4: Saúde - 15 de abril de 2012

E4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012 E5

Uma pele perfeitamente

Chegamos à metade do mês de abril, e maio já bate à porta, trazendo consigo a expectativa

de muitas noivas que planejam subir ao altar durante esse período. Os momentos mais críticos e estressantes vão fi -cando para trás, como decidir o local do evento, contratar serviço de buff et e atendimen-to para a festa, perder alguns quilinhos extras para afi nar a silhueta na prova fi nal do vestido escolhido, entre vários outros itens da enorme lista de afazeres de uma noiva.

A palavra de ordem agora é relaxar e cuidar da pele do rosto e do corpo para não apa-rentar uma imagem cansada no tão esperado dia do “sim”. Além da tradicional limpeza de pele, diversos centros de beleza e estética da cidade oferecem a possibilidade de melhorar a textura e fi rmeza da pele, estimulando ainda à prática de hábitos mais sau-dáveis, como exercícios físicos regulares e uma alimentação mais equilibrada.

“É preciso que as pessoas entendam que os tratamentos estéticos são complementa-res e multidisciplinares e vão depender muito mais da mu-dança no estilo de vida das pessoas do que da funciona-lidade das novas tecnologias”, explica o fi sioterapeuta e en-fermeiro Leonardo Paiva.

Ainda segundo o especialis-ta, as novidades do segmento são uma ótima alternativa para auxiliar e acelerar os re-sultados em busca de um cor-po mais bonito e de uma pele mais saudável, entretanto é preciso empenho da paciente para garantir sua efi ciência. “Um exemplo dessa falta de cuidado com a pele é a falta de costume que as pessoas da região têm de não usar protetor solar”, completa a fi sioterapeuta Solange Oli-veira de Araújo.

Operação noivasSolange alerta que o sol é

um dos maiores vilões para a saúde da pele, por isso o uso do protetor deve ser constante, mesmo em locais abrigados dos raios diretos. “O resseca-mento excessivo, manchas e o envelhecimento precoce da pele estão entre os principais problemas causados pela ex-posição ao sol”, destaca. Vale lembrar que hoje, até para quem tem a pele mais oleosa, já existem protetores solares adstringentes, formulados para atender a necessidade de proteger a pele, regulando sua produção de sebo.

Mesmo para as jovens que já têm uma pele boa sem agres-

sões mais profundas, mas que querem dar uma melhorada na aparência, deixando-as mais joviais, o ideal é que pro-gramem qualquer tratamento estético com antecedência. A pele precisa de pelo menos 15 dias para se recuperar, considerando ainda a neces-sidade de mais de uma sessão com intervalo igual ou supe-rior aos 15 dias. “O primeiro passo é fazer uma avaliação do tipo de pele e da rotina de cada paciente, para poder indicar qual o tratamento mais aconselhável ou até mesmo a combinação de tratamentos que irão surtir o efeito espe-rado”, afi rma Leonardo Paiva. Nos procedimentos corporais, a mudança na rotina e estilo de vida é essencial.

É preciso que as pessoas entendam que os tratamentos estéticos são com-plementares e mul-

tidisciplinares

Leonardo Paiva, fi sioterapeuta

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO Limpeza, hidratação e massagens

A limpeza de pele deve ser feita 15 dias antes do evento Massagens e tratamentos especiais ajudam a desintoxicar

O SPA Tropical oferece pacote especial para as noivas

RostoLimpeza de pele: Primei-

ro é feita uma esfoliação para retirar as peles mortas e deixar o rosto mais limpo, em seguida se aplica um produto que juntamente com o vapor amolecem os cravos e acnes, que serão retiradas pelo especialista. Preço mé-dio: R$ 100.

Peeling de diamante: Atua na camada mais pro-funda da pele, promovendo o rejuvenescimento da pele por meio da descamação e renovação, elimina ainda as manchas e rugas mais sua-ves. Preço médio: R$ 120.

Hidratação: Pode ser fei-

ta com massagens ou apli-cação de máscaras variadas que favorecem ainda o re-laxamento. Preço médio: R$ 50 a R$ 80.

CorpoVela shape: ajuda a redu-

zir a gordura localizada, a celulite e a fl acidez. Dez se-ções, duas vezes por semana. Preço médio: R$ 140.

Manto: promove a quebra da gordura na barriga, cintura, pernas e braços. Mínimo de 12 seções. Preço médio: R$ 80.

Invel: Infravermelho que atua na circulação sanguínea e ativa o metabolismo, pro-movendo o emagrecimento

e a eliminação das toxinas. Três vezes por semana até completar 12 seções. Preço médio: R$ 70.

Desintoxiredução: Es-folia-se a pele que depois é envolvida com argila e atadura, formando uma manta térmica. Após o procedimento que dura 40 minutos é feita a drenagem linfática. Indicação 10 se-ções. Preço médio R$ 60 (desintoxiredução) a R$ 320 (drenagem linfática).

Tratamento especialPara quem deseja um tra-

tamento intensivo em um SPA, onde profi ssionais irão

monitorar sua alimentação e desenvolver novas alter-nativas para cuidar da saú-de de todo o corpo, próximo do município de Rio Preto da Eva, no quilômetro 69 da AM 10, o SPA Tropical oferece o pacote de noivas com três diárias, incluindo dieta de baixa caloria, hospedagem em suíte individual, ativida-des físicas específi cas para melhorar a resistência fí-sica e ajudar na perda de gordura central. Entre os serviços estão massagens corporais e redutoras, ba-nho de lua, drenagem lin-fática e manthus. O pacote custa R$ 900.

Cuidado intensivo e tratamento especial

Programe os cuidados para estar belíssima no seu dia D

linda e saudável Quase tudo pronto para o dia do “sim”, programação do cerimonial dentro do prazo, silhueta em forma e vestido fi nalizado. Chegou o momento de investir em detalhes para estar maravilhosa

FOTOS: IONE MORENO

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

Máscaras e peelings revitalizam e hidratam a pele

Várias técnicas ajudam a reduzir a gordura localizada

Drenagem linfática manual desincha e relaxa o corpo Com a ajuda de aparelhos elimine os excessos de líquidos

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Page 5: Saúde - 15 de abril de 2012

E4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012 E5

Uma pele perfeitamente

Chegamos à metade do mês de abril, e maio já bate à porta, trazendo consigo a expectativa

de muitas noivas que planejam subir ao altar durante esse período. Os momentos mais críticos e estressantes vão fi -cando para trás, como decidir o local do evento, contratar serviço de buff et e atendimen-to para a festa, perder alguns quilinhos extras para afi nar a silhueta na prova fi nal do vestido escolhido, entre vários outros itens da enorme lista de afazeres de uma noiva.

A palavra de ordem agora é relaxar e cuidar da pele do rosto e do corpo para não apa-rentar uma imagem cansada no tão esperado dia do “sim”. Além da tradicional limpeza de pele, diversos centros de beleza e estética da cidade oferecem a possibilidade de melhorar a textura e fi rmeza da pele, estimulando ainda à prática de hábitos mais sau-dáveis, como exercícios físicos regulares e uma alimentação mais equilibrada.

“É preciso que as pessoas entendam que os tratamentos estéticos são complementa-res e multidisciplinares e vão depender muito mais da mu-dança no estilo de vida das pessoas do que da funciona-lidade das novas tecnologias”, explica o fi sioterapeuta e en-fermeiro Leonardo Paiva.

Ainda segundo o especialis-ta, as novidades do segmento são uma ótima alternativa para auxiliar e acelerar os re-sultados em busca de um cor-po mais bonito e de uma pele mais saudável, entretanto é preciso empenho da paciente para garantir sua efi ciência. “Um exemplo dessa falta de cuidado com a pele é a falta de costume que as pessoas da região têm de não usar protetor solar”, completa a fi sioterapeuta Solange Oli-veira de Araújo.

Operação noivasSolange alerta que o sol é

um dos maiores vilões para a saúde da pele, por isso o uso do protetor deve ser constante, mesmo em locais abrigados dos raios diretos. “O resseca-mento excessivo, manchas e o envelhecimento precoce da pele estão entre os principais problemas causados pela ex-posição ao sol”, destaca. Vale lembrar que hoje, até para quem tem a pele mais oleosa, já existem protetores solares adstringentes, formulados para atender a necessidade de proteger a pele, regulando sua produção de sebo.

Mesmo para as jovens que já têm uma pele boa sem agres-

sões mais profundas, mas que querem dar uma melhorada na aparência, deixando-as mais joviais, o ideal é que pro-gramem qualquer tratamento estético com antecedência. A pele precisa de pelo menos 15 dias para se recuperar, considerando ainda a neces-sidade de mais de uma sessão com intervalo igual ou supe-rior aos 15 dias. “O primeiro passo é fazer uma avaliação do tipo de pele e da rotina de cada paciente, para poder indicar qual o tratamento mais aconselhável ou até mesmo a combinação de tratamentos que irão surtir o efeito espe-rado”, afi rma Leonardo Paiva. Nos procedimentos corporais, a mudança na rotina e estilo de vida é essencial.

É preciso que as pessoas entendam que os tratamentos estéticos são com-plementares e mul-

tidisciplinares

Leonardo Paiva, fi sioterapeuta

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO Limpeza, hidratação e massagens

A limpeza de pele deve ser feita 15 dias antes do evento Massagens e tratamentos especiais ajudam a desintoxicar

O SPA Tropical oferece pacote especial para as noivas

RostoLimpeza de pele: Primei-

ro é feita uma esfoliação para retirar as peles mortas e deixar o rosto mais limpo, em seguida se aplica um produto que juntamente com o vapor amolecem os cravos e acnes, que serão retiradas pelo especialista. Preço mé-dio: R$ 100.

Peeling de diamante: Atua na camada mais pro-funda da pele, promovendo o rejuvenescimento da pele por meio da descamação e renovação, elimina ainda as manchas e rugas mais sua-ves. Preço médio: R$ 120.

Hidratação: Pode ser fei-

ta com massagens ou apli-cação de máscaras variadas que favorecem ainda o re-laxamento. Preço médio: R$ 50 a R$ 80.

CorpoVela shape: ajuda a redu-

zir a gordura localizada, a celulite e a fl acidez. Dez se-ções, duas vezes por semana. Preço médio: R$ 140.

Manto: promove a quebra da gordura na barriga, cintura, pernas e braços. Mínimo de 12 seções. Preço médio: R$ 80.

Invel: Infravermelho que atua na circulação sanguínea e ativa o metabolismo, pro-movendo o emagrecimento

e a eliminação das toxinas. Três vezes por semana até completar 12 seções. Preço médio: R$ 70.

Desintoxiredução: Es-folia-se a pele que depois é envolvida com argila e atadura, formando uma manta térmica. Após o procedimento que dura 40 minutos é feita a drenagem linfática. Indicação 10 se-ções. Preço médio R$ 60 (desintoxiredução) a R$ 320 (drenagem linfática).

Tratamento especialPara quem deseja um tra-

tamento intensivo em um SPA, onde profi ssionais irão

monitorar sua alimentação e desenvolver novas alter-nativas para cuidar da saú-de de todo o corpo, próximo do município de Rio Preto da Eva, no quilômetro 69 da AM 10, o SPA Tropical oferece o pacote de noivas com três diárias, incluindo dieta de baixa caloria, hospedagem em suíte individual, ativida-des físicas específi cas para melhorar a resistência fí-sica e ajudar na perda de gordura central. Entre os serviços estão massagens corporais e redutoras, ba-nho de lua, drenagem lin-fática e manthus. O pacote custa R$ 900.

Cuidado intensivo e tratamento especial

Programe os cuidados para estar belíssima no seu dia D

linda e saudável Quase tudo pronto para o dia do “sim”, programação do cerimonial dentro do prazo, silhueta em forma e vestido fi nalizado. Chegou o momento de investir em detalhes para estar maravilhosa

FOTOS: IONE MORENO

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

Máscaras e peelings revitalizam e hidratam a pele

Várias técnicas ajudam a reduzir a gordura localizada

Drenagem linfática manual desincha e relaxa o corpo Com a ajuda de aparelhos elimine os excessos de líquidos

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MANAUS, DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012E6 Saúde e bem-estar

Aposte nos benefícios da pipoca para a sua saúde Ao contrário do que muitos acreditam, o alimento possui várias propriedades alimentares que favorecem o organismo

Personal Fitness ClubJean da Silva Santos - Professor de educação física

A importância da avaliação físicaQuando um aluno decide

frequentar uma academia ele tem em mente uma sé-rie de metas e objetivos, e a melhor forma de expressar isso em números é fazendo uma avaliação física que é dividida em dois tipos: a ava-liação inicial e a periódica (reavaliação).

A avaliação inicial, serve para classificar o nível de ap-tidão física do aluno e assim elaborar, de forma segura, o seu programa de treinamento, pois, muitas vezes, ele não sabe a diferença entre o que ele quer e o que ele precisa e é na avaliação que isso fica claro. Baseado nos dados co-letados, o avaliador físico faz uma interpretação e explica

para o aluno essa diferen-ça. A avaliação periódica é imprescindível para que seja possível verificar se o treino prescrito está sendo efetivo e se os objetivos foram alcança-dos. Assim, tem-se uma base concreta para que eventuais mudanças nas variáveis do treino sejam realizadas.

A avaliação tem uma série de variações, protocolos e fórmulas, que são determi-nadas de acordo com cada aluno e suas necessidades.

Aqui vão alguns dos procedi-mentos e suas definições:

• anamnese – É um ques-tionário que visa obter um breve histórico da vida do aluno (histórico familiar, doenças etc.);

• peso e altura – São utiliza-dos na determinação do IMC;

• IMC – significa índice de massa corporal e é usado para classificar se o aluno está com baixo peso, peso normal, peso a mais ou obeso;

• medidas de circunfe-rências – por meio dessas medidas é possível detectar se o aluno tem assimetria de membros (diferenças) e classificar o ICQ (relação cintura quadril);

• medidas de dobras cutâ-neas – permitem calcular o percentual de gordura;

• teste de flexbilidade – de-termina se o aluno tem algum tipo de encurtamento em certas articulações.A avaliação deve ser realizada por um profissional qualificado e indicado pela academia

DIVULGAÇÃO/STCK

Sinônimo de diversão, a pipoca é item indis-pensável em qualquer seção de cinema, reu-

nião com os amigos ou festa infantil, mas o que ninguém imagina é que seu consumo pode ser ainda mais amplo sem nenhum comprometi-mento da saúde. Ao contrário, uma pesquisa recente realiza-da por cientistas da University of Scranton, nos Estados Uni-dos, revela que a pipoca é um dos alimentos que mais detêm polifenóis e fibras.

De acordo com a nutri-cionista Yeda Neves, os polifenóis são um tipo de antioxidantes, responsáveis por prevenir a deterioração dos alimentos, que se conser-vam mais na pipoca que em algumas frutas ou verduras devido a baixa concentração de água presente no grão, apenas 4% em média.

“A casca da pipoca, aque-la parte escura, que às ve-zes fica presa nos dentes, é a que mantém as maiores concentrações de polifenóis e fibras”, destaca a espe-

cialista. Segundo cientistas americanos, aproximada-mente, 20 gramas de pipoca representam, em média, 13% do consumo diário recomen-dado dessa substância.

Estudos apontam que as propriedades dos antioxidan-tes ajudam a prevenir, entre

outras doenças, os problemas cardiovasculares, neurológi-cos, envelhecimento precoce e até câncer. “Se preparada com certos cuidados e ingerida de forma favorável a pipoca é um alimento importante, pois os nutrientes do milho são pre-servados até mesmo quando o grão estoura em altas tempe-

raturas”, completa Yeda.Ela explica que uma porção

de 100 gramas de pipoca tem duas vezes mais polifenóis que a mesma quantidade de uma fruta qualquer ou até mesmo que alguns vegetais. “Nes-sa porção de pipoca estão presentes, aproximadamente, 300 miligramas de antioxi-dantes, quase o dobro das 160 miligramas encontradas na maioria das frutas e verduras”, exemplifica a especialista.

Efeito digestivoAinda de acordo com a nutri-

cionista, a pipoca é conside-rada um alimento integral por excelência, uma vez que seus grãos podem ser visualizados inteiros sem a possibilidade de misturas. “Além dos po-lifenóis, a pipoca é rica em ômega 3, ômega 4, potássio, magnésio, fósforo e fibras”, afirma Yeda Neves.

Até aquela porção do cine-ma tem cinco vezes mais fibras do que se fosse consumida a mesma quantidade de alface, por exemplo. Mas, para que as fibras auxiliem no processo digestivo é preciso que se beba bastante líquido, porém, nada de refrigerantes.

Preparar uma pipoca sa-borosa e saudável é fácil, basta colocar o milho em uma panela apropriada, pre-viamente aquecida, e mexer até que o milho pare de estourar, sem necessidade de colocar óleo e com o mínimo de sal.

“O óleo, a manteiga e/ou a margarina podem trans-formar a pipoca em uma bomba calórica. Uma porção de 100 gramas que teria,

aproximadamente, 30 ca-lorias quando acrescida de quatro a cinco gotas de óleo passa a ter um valor calóri-co de 110 calorias”, alerta Yeda Neves, especialista em segurança de alimentos.

Ela alerta que a margarina e a manteiga são ainda me-nos indicadas para o preparo da pipoca porque saturam mais rápido que o óleo e quanto mais saturado um alimento, pior ele é para

a saúde, devido a gordura trans. “Também não reco-mendo a pipoca de micro-ondas porque elas possuem três vezes mais calorias e tem uma elevada quantida-de de sódio”, conclui.

Vale lembrar que a pi-poca não substitui a necessidade da ingestão de frutas, vegetais ou qualquer outro alimento necessário em uma dieta saudável e balanceada.

Livre de óleo e com pouco sal

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

A casca da pipoca, aquela parte escura,

que às vezes fica presa nos dentes, é a que mantém as

maiores concentra-ções de polifenóis

Yeda Neves,nutricionista

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

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MANAUS, DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012 E7Saúde e bem-estar

De olho nas doenças do ovárioO ovário é um órgão com-

plexo que, durante toda a sua existência, poderá abrigar diversas doenças, inclusive tumores. O número de tu-mores que podem acometer os ovários é muito amplo. Por isso é tão difícil dife-renciar um tumor benigno de um maligno.

Os sintomas que costumam levar à investigação e diag-nóstica do câncer de ovário são a dor pélvica, dor durante a relação sexual, aumento pro-gressivo do volume da barriga, alterações no ritmo alimentar (perda de apetite ou rápido empachamento logo após as refeições), e aumento da fre-quência urinária. Sempre que esses sintomas persistem por algumas semanas, é hora de buscar ajuda médica. Embora o público-alvo sejam mulheres na menopausa, esses sinto-mas também podem acome-ter pacientes jovens.

Na sua evolução, o câncer de ovário costuma ser uma

doença silenciosa – com os sintomas maiores surgindo já em estágio mais avançado e dificultando as chances de tratamento e cura. Por isso, é importante que as mulhe-res estejam sempre atentas. Felizmente, a incidência desse tipo de câncer não é alta – ao contrário dos cistos, que são muito comuns.

De acordo com o doutor Os-mar Saito, médico radiologis-ta do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, al-gumas características perce-bidas no exame de ultrassom apontam claramente as dife-renças entre cisto e tumor. “O cisto ginecológico simples geralmente é formado por lí-quido de aspecto homogêneo, sem vegetações sólidas nas suas paredes internas. Por outro lado, o tumor é uma massa anormal de tecido, geralmente sólida, mas que poderá conter alguma quanti-dade de líquido também. Vale ressaltar que nem todos os

nódulos com vegetações são malignos”, diz o médico.

Uma doença que assola grande parte das mulheres jovens é a endometriose – que poderá apresentar cis-

tos com septos e conteúdo espesso que muitas vezes são sugestivas de tumores de natureza maligna. “Nesse ponto, o uso do ultrassom com Doppler colorido poderá identificar, dentro das vege-

tações ou septos, vasos ar-teriais. Outros tumores que atingem as mulheres jovens são os teratomas, cujo com-ponente maior é a gordura, mas poderão ter dentes e, pasmem, até cabelo. Embo-ra benignos, eles poderão sofrer ação gravitacional e torcer o ovário, resultando numa urgência cirúrgica”, afirma o radiologista.

Na opinião de Saito, o sur-gimento de cistos com formas bizarras (septos, vegetações in-ternas e líquido espesso) em pa-cientes na menopausa costuma gerar preocupação, na medida em que podem dar metástases (semeadura de células tumo-rais) precocemente. “Se diag-nosticados a tempo e retirados cirurgicamente, esses tumores costumam ter altos índices de cura. Portanto, o grande aliado da saúde da mulher é o exame médico periódico, seguido de perto dos exames laborato-riais e dos exames de imagem, como o ultrassom”.

PREVENÇÃO

Exames preventivos podem reduzir os riscos de tumores

DIVULGAÇÃO/STCK

Do lado esquerdoEm um mundo onde a maioria é destra, ser canhoto é ser diferente e exige adaptação em alguns ambientes, como na escola, onde ele ganha até um lugar diferenciado. Entretanto, o funcionamento do cérebro é igual ao dos destros

O que os Simpsons e os Muppets têm em comum? Sim, são programas de

TV (que migraram posterior-mente para o cinema) com tantos seguidores que se tor-naram “cults” com o tempo. Porém, uma peculiaridade une as criações de Matt Groening e Jim Henson: a maioria dos personagens dos dois univer-sos é canhota.

É uma curiosidade que pas-sa despercebida por muita gente, já que o mundo é, por excelência e maioria, destro. Até mesmo quem utiliza a mão esquerda predominan-temente, às vezes tem que se esforçar para aprender a ser ambidestro. É o caso do cirurgião-dentista José Rober-to Brandão Jr. Desde criança, ele teve que se adaptar às dificuldades pelas quais os canhotos passam. “Na esco-la em que estudei, eram 49 carteiras de destro para uma de canhoto – e na sala tinham quatro canhotos. Ou seja, era disputada a tapa, e quem so-brava tinha que improvisar duas carteiras”, conta.

Já adulto, ele continuou en-contrando dificuldades, até mesmo em sua própria pro-fissão. “As cadeiras odonto-lógicas são feitas 99% para destros, e aí você tem que se adaptar à situação de atender em cadeira para canhoto”, res-

salta José, que tentou ganhar destreza com a mão direita durante a faculdade, fazendo caligrafia, para dar condições de realizar os procedimentos com as duas mãos.

“Atleta de fim de semana”, ele joga futebol e tênis, e vê certa vantagem dos ca-nhotos na prática esportiva, em especial na última mo-dalidade. “No tênis, normal-mente os destros reclamam de jogar contra os canhotos

por causa do posicionamento de quadra. Eu acho que isso pode ser considerado uma vantagem”, acrescenta.

Apesar dos paradigmas que cercam essa pequena parcela da população, o neurologista Marcus Vinícius Colleta afirma que não existe uma gran-de diferença anatômica no cérebro dos canhotos. “É a mesma coisa que pegar dois computadores, um com Linux e o outro com Windows. O sistema é diferente, mas o HD é o mesmo”, diz ele.

CAMILA HENRIQUESEquipe EM TEMPO

- Na Idade Média, os ca-nhotos eram considerados bruxos e diabólicos. Por isso, foram todos queima-dos na Inquisição;

- três dos Presidentes mais recentes dos Estados Unidos (Barack Obama, Bill Clinton e George Bush) são canhotos. Outros líderes, como Mahatma Gandhi, Fi-

del Castro e Alexandre, o Grande, também nasceram com essa condição;

- a rainha Elizabeth 2º e os dois próximos membros da família real na linha de su-cessão pelo trono. O príncipe Charles e o duque de Cam-bridge, William, são canhotos. A rainha-mãe, falecida em 2002, também era canhota;

- Machado de Assis era canhoto;

- no esporte brasileiro eram/são canhotos Ayrton Senna, Romário, Roberto Carlos, Pelé e Thomaz Bellucci;

- falando em Bellucci, o tênis é uma modalidade que possui um grande número de canhotos. Lendas como Rod Laver, Martina Navratilova

e John McEnroe deixavam os adversários do outro lado da quadra loucos com as suas esquerdas;

- na música, gênios de todas as gerações, como Beetho-ven, Cole Porter, Paul McCar-tney, Jimmy Hendrix e Kurt Cobain também eram e são, no caso do eterno parceiro de John Lennon – canhotos.

Algumas curiosidades sobre os canhotos

As dificuldades de adaptação dos alunos canhotos podem ser resolvidas com a utilização de cadeiras especiais nas escolas

DIFERENÇAS?Apesar dos paradig-mas que cercam essa pequena parcela da população, o neurolo-gista Marcus Vinicius Colleta afirma que não existe uma grande di-ferença anatômica no cérebro dos canhotos

O cisto ginecológico simples geralmen-te é formado por líquido de aspecto homogêneo, sem

vegetações sólidas nas suas paredes

Osmar Saito, médico radiologista

Muitos canhotos acabam aprendendo a usar as duas mãos

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

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E8 MANAUS, DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012Saúde e bem-estar

Vida e [email protected]

B12 neles!

Idosos e vitaminasA vitamina B12 tem um pa-

pel importante no tratamento de algumas doenças. Estudos indicam que altos níveis da vitamina no sangue diminuem os sintomas de depressão. Há também a comprovação de que níveis adequados de B12 no organismo reduzem os epi-sódios de asma em crianças. Para os idosos, a vitamina desempenha um papel ainda mais marcante. Um estudo re-alizado pelo Departamento de Fisiologia, Anatomia e Genéti-ca da Universidade de Oxford (GB), comprovou que os idosos que apresentam altos níveis de vitamina B12 são seis vezes menos propensos a apresentar diminuição no volume do cére-bro. Portanto, a B12 protege contra o que podemos chamar de “encolhimento” do órgão típico do envelhecimento, que leva à redução de certas fun-ções cognitivas, como perda da memória.

PróstataOs apelos de celebridades

pedindo aos homens britâni-cos que apalpem seus testí-culos com regularidade para detectar sinais precoces de câncer são uma perda de tempo, denunciou um mé-dico em artigo publicado na revista British Medical Journal (BMJ). O doutor Keith Hopcroft, médico geral do condado de Essex, afirmou que a possibilidade de desco-brir algo significativo atra-vés do autoexame dos tes-tículos é minúscula. Seriam necessário que pelo menos 50 mil homens fizessem este autoexame durante dez anos para evitar uma morte.

MeditaçãoHá centenas de pesquisas

em todo o mundo compro-vando que com a meditação ocorre uma redução momen-tânea da atividade mental, dando condições para que a mente e a fi siologia repousem e o sistema nervoso inicie um processo de restauração e de reequilíbrio mental e físico, que proporciona um funciona-mento ideal. Sendo assim, a MT melhora a saúde, confere maior clareza, calma, criati-vidade e capacidade de foco. O praticante pode atingir um estado de relaxamento duas vezes mais intenso que o pe-

ríodo de sono mais profundo, conhecido como R.E.M. (Rapid Eye Movement), tornando a mente mais tranquila e alerta. A meditação é recomendada para qualquer indivíduo acima de 10 anos e não há contrain-dicação, já que não existem efeitos colaterais.

Corpo e espírito

A ligação entre espiritua-lidade e saúde é conhecida desde o início das culturas mais antigas. Mas, desde que a ciência começou pro-var as origens das doenças “físicas”, foi feita a divisão: religião cuida do espírito e ciência, do corpo. Agora se sabe que além do corpo tam-bém tem o lado espiritual, e o ideal é unir ambos e chegar à espiritualização da medicina. Assim é possível fazer melhores diagnósticos e aprimorar os processos de cura.

EquilíbrioA Organização Mundial da

Saúde (OMS) reconhece a es-piritualidade como um fator que não deve ser desprezado, porque pode gerar equilíbrio e declara que, quando ela é bem empregada, o resulta-do observado é um reflexo positivo na saúde psíquica, social e biológica, tal como o bem-estar do indivíduo.

CâncerA tomografia computado-

rizada para detecção de cân-cer no pulmão em fumantes é mais barata do que a neces-sária para a identificação de câncer de mama, no colo do útero e colo-retal. O exame evitaria a morte de cerca de 15 mil pessoas nos EUA, por ano, se fossem oferecidos pelo governo, de acordo com estudo. As informações são do Los Angeles Times.

Câncer 2O ácido aristolóquico, um

potente cancerígeno produzi-do pela planta aristolóquia, foi associada ao câncer do trato urinário superior, segundo indi-ca artigo do site da Academia Americana de Ciências. O es-tudo foi conduzido em Taiwan, onde a incidência deste tipo de câncer é a maior do mundo, segundo aponta a publicação. A planta Aristolóquia vem sido utilizada há vários anos com fi ns medicinais.

O consumo de folhas verdes é ótimo para a saúde, mas observe al-guns cuidados:

- evite folhas rasgadas ou com furos, o rompi-mento das fibras causa perda de nutrientes;

- folhas amassadas es-tragam mais rápido e, por isso, devem ser descar-tadas;

- não guarde folhas tem-

peradas, pois elas perdem a água e ficam murchas;

- sirva-as cruas, refo-gadas rapidamente ou no vapor, para não perderem nutrientes;

- inove, incluindo as folhas em preparações com massas, tortas e la-sanhas;

- para não enjoar, apos-te no rodízio, um dia espi-nafre, no outro agrião.

Folhas verdes no cardápio

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A doença está associada a cegueira, infarto e amputações e requer cuidados permanentes

Medicamento substitui cirurgias

Crianças com astrocitoma subependimário de células gigantes (Sega), um tipo de tumor cerebral associado à esclerose tuberosa, doença genética que pode causar tu-mores em diversos órgãos, ganham uma alternativa ao procedimento cirúrgico. O medicamento Afi nitor (eve-rolimo), indicado para o tratamento do câncer renal avançado e de tumores neu-roendócrinos de pâncreas é aprovado também para o tra-tamento deste tipo de tumor cerebral que afeta principal-mente crianças e adolescen-tes e pode ser fatal.

Antes da terapia oral, a única opção para o tratamen-to do Sega era a cirúrgica. “Com esta nova opção de

tratamento, alguns pacientes não precisarão mais passar por recorrentes e delicadas intervenções cirúrgicas cere-brais. Além disso, o novo me-dicamento atua diretamente na causa da doença e não só melhorando os seus sinto-mas”, explica a doutora Nasjla Saba, oncologista pediátrica do Instituto de Oncologia Pe-diátrica do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer da Universidade Federal de São Paulo.

No Brasil, o tratamento com everolimo é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvi-sa) para o tratamento de pacientes a partir de 3 anos com Sega tendo como base um estudo com 28 pacien-

tes não elegíveis à cirurgia curativa. Durante o trata-mento com everolimo, 75% dos pacientes tiveram re-dução do volume do tumor em 30% e nenhum deles precisou passar por cirurgia durante o período de trata-mento. O Sega abrange entre 5% e 20% dos pacientes com esclerose tuberosa. O tumor localiza-se nos ventrículos do cérebro e pode acarretar sé-rios danos, como hemorragia cerebral e hidrocefalia. Em casos mais graves, a doença pode evoluir para situações agudas e graves de hiperten-são intracraniana.

Uma das manifestações de-correntes do crescimento do tumor é o agravamento de cri-ses convulsivas ou espasmos.

TUMOR

O novo tratamento atua diretamente na causa da doença e não apenas nos sintomas

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O que é neuropatia diabética?O aumento dos casos de

diabetes vem chamando a atenção da comunidade mé-dica e das autoridades ao redor do mundo. A maior disponibilidade de alimen-tos e os novos hábitos de vida da população urbana contribuem para o fato: o sedentarismo e a obesidade são fatores de risco para o desenvolvimento do dia-betes tipo 2. Caracterizada pelo aumento anormal dos níveis de glicose (açúcar) no sangue, a doença está associada a consequências graves como cegueira, in-farto e amputações.

Segundo dados da Interna-tional Diabetes Federation (IDF), o custo global com o tratamento do diabetes passará dos mais de US$ 8 bilhões gastos em 2010 para US$13 bilhões em 2030. Es-tima-se que no mundo haja mais de 360 milhões de dia-

béticos. No Brasil, são apro-ximadamente 12 milhões de pessoas, segundo os cálcu-los da entidade. Tão grave quanto o crescimento da do-

ença é o desconhecimento a seu respeito: especialistas acreditam que a metade dos diabéticos não saiba de sua condição.

DisfunçõesSegundo o Dr. Luiz Clemen-

te Rolim, endocrinologista, a neuropatia diabética, tam-bém chamada de neurite diabética, é uma das com-plicações mais frequentes em decorrência do diabetes mellitus, principalmente do tipo 2, atingindo cerca de 50% de seus portadores. O médico explica que o descon-trole glicêmico pode causar a infl amação dos nervos pe-riféricos. “Podemos defi nir as neuropatias diabéticas como um grupo heterogê-neo de disfunções do siste-ma nervoso periférico que podem afetar virtualmente todas as fi bras nervosas do nosso corpo. Costumo dizer que o açúcar em excesso no sangue é tóxico para os nervos da mesma forma que o excesso de álcool, isto é, ambos são neurotóxicos“, afi rma o especialista.

ALERTA

Podemos defi nir as neuropatias diabéti-cas como um grupo heterogêneo de dis-funções do sistema

periférico

Luiz Clemente Rolin, endocrinologista

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