04 - abril - 15

1
CLASSIFICADOS VEÍCULOS ESTADO DE MINAS D O M I N G O , 1 5 D E A B R I L D E 2 0 0 7 2 LANTERNAGEM E PINTURA CHAVES AR CONDICIONADO DISTRIBUIDOR MOTOR REVISÃO REVISÃO GERAL, TROCA TÉCNICA DE ÓLEOS E FILTROS P/ VEÍCULOS NACIONAIS E IMPORTADOS. ( ) AV. BIAS FORTES 954 FONE: 31 3222-8822 SEGUROS REPRESENTANTE A Bravox inovou no Salão de Acessórios, em São Paulo, e lançou o subwoofer FLT10D para pequenos espaços. No estande da marca, Hudson Navarro, Cássia Moraes (gerente nacional de Marketing da Bravox), Wilson Navarro e Marco Lopes. Carlos Cortes/Especial para o EM ROLIMÃ PARADO NA CONTRAMÃO O monarca absoluto do cancioneiro sentimental brasileiro completa 66 anos nesta quinta-feira. Supersticioso ao limite do transtorno obsessivo compulsivo (TOC), Roberto Carlos Braga deve estar com o altar de seu apartamento no Bairro da Urca, no Rio de Janeiro, repleto de velas azuis e brancas acesas orando para Nossa Senhora. O 66 é o quase diabólico 666, que, dependendo da interpretação dos versículos bíblicos, pode ser o número da besta. COMO DOIS E DOIS Tudo vai mal para o rei. A alentada biografia Roberto Carlos em detalhes (foto), de Paulo César de Araújo, atrapalha o sono de sua majestade e teve audiência de conciliação entre o autor e biografado marcada para o malfadado dia 13 – sexta-feira, às 13h30. Porém, os advogados do cantor conseguiram adiá-la para dia 27. O dia 13 é tão macabro quanto vestir um paletó marrom para o cantor, que só usa branco e tons azuis. MEXERICO DA CANDINHA Com tanto qüiproquó, Roberto Carlos voltou às colunas de fofoca, dessa vez não por ser “louco, esquisito e cabeludo” ou “porque dirige em disparada”. Aliás, dirigir em disparada é uma das brasas do rei, desde quando usava bermuda e era chamado de Zunga, em Cachoeiro do Itapemerim (ES), sua terra natal. Época em que, como conta Paulo César de Araújo na biografia, teve sua paixão despertada pelo automóvel. O CALHAMBEQUE O primeiro foi um jipe de pedal, na vitrine do principal magazine da cidade. O pai, Robertino, não pôde comprar, mas meses depois, no Natal, deu ao filho um jipinho de madeira, desses de puxar pela cordinha. Com uma forte chuva, o brinquedo desmanchou. A PRIMEIRA VEZ Anos depois, entre idas e vindas, insucessos e muita persistência, Roberto estourou com Splish splash (1963) e comprou o primeiro carro. Paulo César conta em detalhes: “Um Volkswagen 1960, bege, com estofamento vermelho de chenile, equipado com calotas cromadas, antena estilo rádio patrulha e outras bossas”. PAREI NA CONTRAMÃO Daí em diante, o rei iniciou a fase de simbiose entre as letras turbinadas com temas automotivos e uma paixão visceral por carros. Ainda em 1963, trocou o Fusca por um Chevrolet Bel Air e, dois anos depois, com o hit Quero que tudo vá para o inferno (1965), sentiu- se um monarca absoluto a bordo de um Chevrolet Impala vermelho conversível. DOCE LOUCURA Até o fim de 1965, Roberto Carlos acumulava sete automóveis (foto central) : o Impala, um Oldsmobile conversível, um Esplanada, um Cadillac, um velho calhambeque e um Fusca 1.6 para os serviços de casa. Em 1968, ganhou um Jaguar da gravadora CBS, e, em 1971, recebeu de presente da Chrysler um Dodge Charger. No livro está a declaração de Roberto: “Eu apenas procuro recompensar as coisas que não tive durante a minha infância de menino pobre em Cachoeiro do Itapemerim”. ESTRADA DE SANTOS A doutora em ciência ambiental Tatiana Schor, professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas, usa a canção Nas curvas da estrada de Santos como exemplo para sua tese de que vivemos em uma sociedade na qual as pessoas se reconhecem como iguais pelo que têm. Para Tataiana, “aqueles que se vestem com roupas do mesmo tipo, usam sapatos da mesma marca, dirigem carros de valores iguais se reconhecem como pares”. E completa, citando a clássica canção de Roberto : "Se você pretende saber quem eu sou, eu posso lhe dizer: entre no meu carro e na estrada de Santos você vai me conhecer". 120...150...200KM/H Foi a bordo do Jaguar, pelas ruas de São Paulo, que o rei compôs os versos da música que prega o excesso de velocidade e que dá título à nota. A música, conforme ressalta Paulo César na biografia, encerra o ciclo de canções automotivas. A 300 KM /H Além das músicas, a velocidade impulsionou os três filmes do rei: Roberto Carlos em ritmo de aventura (1967), Roberto Carlos e o diamante cor-de- rosa (1969), A 300 km por hora (1971) (fotos à esquerda) , todos dirigidos por Roberto Faria. Nos dois primeiros, Roberto interpreta ele mesmo, em situações que servem de mote para suas músicas. No terceiro, transforma-se no mecânico Lalo, que sonha ser piloto de Fórmula 1. NOSSA SENHORA Depois da overdose de gasolina , só em 1984, com Caminhoneiro, Roberto Carlos bebe um pouco de diesel e volta a pisar no acelerador. Em 1993, retorna ao tema, com O velho caminhoneiro e com a boléia enfeitada por santinhos e terços. Com o beatismo atual, a brasa do rei agora é pegar carona no papamóvel. RONALDO MORAES/O CRUZEIRO/ARQUIVO EM-10/12/66 ARQUIVO/EM - 1971 O CRUZEIRO/ARQUIVO/EM EDITORA PLANETA/REPRODUÇÃO FOTOS: CBS/REPRODUÇÃO

Upload: daniel-camargos

Post on 07-Mar-2016

227 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

REVISÃO GERAL, TROCA TÉCNICA DE ÓLEOS E FILTROS P/ VEÍCULOS NACIONAIS E IMPORTADOS. Daí em diante, o rei iniciou a fase de simbiose entre as letras turbinadas com temas automotivos e uma paixão visceral por carros. Ainda em 1963, trocou o Fusca por um Chevrolet Bel Air e, dois anos depois, com o hit Quero que tudo vá para o inferno (1965), sentiu- se um monarca absoluto a bordo de um Chevrolet Impala vermelho conversível. NOSSA SENHORA Depois da PAREI NA CONTRAMÃO (

TRANSCRIPT

Page 1: 04 - abril - 15

CLASSIFICADOSVEÍCULOS

E S T A D O D E M I N A S ● D O M I N G O , 1 5 D E A B R I L D E 2 0 0 7

2

LANTERNAGEM E PINTURA

CHAVES

AR CONDICIONADO

DISTRIBUIDOR

MOTORREVISÃO

REVISÃO GERAL, TROCA TÉCNICADE ÓLEOS E FILTROS P/ VEÍCULOS

NACIONAIS E IMPORTADOS.( )AV. BIAS FORTES 954 FONE: 31 3222-8822

SEGUROSREPRESENTANTE

A Bravox inovou no Salão deAcessórios, em São Paulo, elançou o subwoofer FLT10D parapequenos espaços.

No estande da marca, HudsonNavarro, Cássia Moraes (gerentenacional de Marketing da Bravox),Wilson Navarro e Marco Lopes.

Carlos Cortes/Especial para o EM

R O L I M ÃPARADO NA CONTRAMÃO

O monarca absoluto do cancioneiro sentimentalbrasileiro completa 66 anos nesta quinta-feira.

Supersticioso ao limite do transtorno obsessivocompulsivo (TOC), Roberto Carlos Braga deve estar

com o altar de seu apartamento no Bairro da Urca, noRio de Janeiro, repleto de velas azuis e brancas acesasorando para Nossa Senhora. O 66 é o quase diabólico

666, que, dependendo da interpretação dos versículosbíblicos, pode ser o número da besta.

COMO DOIS E DOIS Tudo vai malpara o rei. A alentada biografiaRoberto Carlos em detalhes(foto), de Paulo César de Araújo,atrapalha o sono de suamajestade e teve audiência deconciliação entre o autor ebiografado marcada para omalfadado dia 13 – sexta-feira,às 13h30. Porém, osadvogados do cantorconseguiram adiá-la para dia27. O dia 13 é tão macabroquanto vestir um paletómarrom para o cantor, quesó usa branco e tons azuis.

MEXERICO DA CANDINHA Com tanto qüiproquó, RobertoCarlos voltou às colunas de fofoca, dessa vez não por ser“louco, esquisito e cabeludo” ou “porque dirige emdisparada”. Aliás, dirigir em disparada é uma das brasas dorei, desde quando usava bermuda e era chamado de Zunga,em Cachoeiro do Itapemerim (ES), sua terra natal. Época emque, como conta Paulo César de Araújo na biografia, teve suapaixão despertada pelo automóvel.

O CALHAMBEQUE O primeiro foi um jipede pedal, na vitrine do principal magazine

da cidade. O pai, Robertino, não pôdecomprar, mas meses depois, no Natal, deuao filho um jipinho de madeira, desses de

puxar pela cordinha. Com uma fortechuva, o brinquedo desmanchou.

A PRIMEIRA VEZ Anos depois, entre idase vindas, insucessos e muita persistência,

Roberto estourou com Splish splash(1963) e comprou o primeiro carro. Paulo

César conta em detalhes: “UmVolkswagen 1960, bege, com estofamento

vermelho de chenile, equipado comcalotas cromadas, antena estilo rádio

patrulha e outras bossas”.

PAREI NA CONTRAMÃODaí em diante, o rei

iniciou a fase desimbiose entre as letrasturbinadas com temas

automotivos e umapaixão visceral por

carros. Ainda em 1963,trocou o Fusca por um

Chevrolet Bel Air e, doisanos depois, com o hit

Quero que tudo vá parao inferno (1965), sentiu-

se um monarca absolutoa bordo de um Chevrolet

Impala vermelhoconversível.

DOCE LOUCURA Até o fim de1965, Roberto Carlos acumulavasete automóveis (foto central): oImpala, um Oldsmobileconversível, um Esplanada, umCadillac, um velho calhambequee um Fusca 1.6 para os serviçosde casa. Em 1968, ganhou umJaguar da gravadora CBS, e, em1971, recebeu de presente daChrysler um Dodge Charger. Nolivro está a declaração deRoberto: “Eu apenas procurorecompensar as coisas que nãotive durante a minha infância demenino pobre em Cachoeiro doItapemerim”.

ESTRADA DE SANTOS A doutora em ciência ambientalTatiana Schor, professora do Departamento de Geografia daUniversidade Federal do Amazonas, usa a canção Nas curvasda estrada de Santos como exemplo para sua tese de quevivemos em uma sociedade na qual as pessoas se reconhecemcomo iguais pelo que têm. Para Tataiana, “aqueles que sevestem com roupas do mesmo tipo, usam sapatos da mesmamarca, dirigem carros de valores iguais se reconhecem comopares”. E completa, citando a clássica canção de Roberto : "Sevocê pretende saber quem eu sou, eu posso lhe dizer: entre nomeu carro e na estrada de Santos você vai me conhecer".

120...150...200KM/H Foi a bordo do Jaguar, pelas ruas deSão Paulo, que o rei compôs os versos da música que prega oexcesso de velocidade e que dá título à nota. A música,conforme ressalta Paulo César na biografia, encerra o ciclo decanções automotivas.

A 300 KM /H Além das músicas, a velocidade impulsionou ostrês filmes do rei: Roberto Carlos em ritmo de aventura (1967),

Roberto Carlos e o diamante cor-de-rosa (1969), A 300 km por hora (1971)(fotos à esquerda), todos dirigidospor Roberto Faria. Nos doisprimeiros, Roberto interpreta elemesmo, em situações que servemde mote para suas músicas. Noterceiro, transforma-se no mecânicoLalo, que sonha ser piloto deFórmula 1.

NOSSA SENHORA Depois daoverdose de gasolina , só em 1984,com Caminhoneiro, Roberto Carlosbebe um pouco de diesel e volta apisar no acelerador. Em 1993,retorna ao tema, com O velhocaminhoneiro e com a boléiaenfeitada por santinhos e terços.Com o beatismo atual, a brasa do reiagora é pegar carona no papamóvel.

RONALDO MORAES/O CRUZEIRO/ARQUIVO EM-10/12/66

ARQUIVO/EM - 1971

O CRUZEIRO/ARQUIVO/EM

EDITORA PLANETA/REPRODUÇÃO

FOTOS: CBS/REPRODUÇÃO