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CESA – CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA GESTORES DO SISTEMA ESTADUAL DE AGRICULTURA VALDIMIR DE JESUS PASSOS SATISFAÇÃO NO TRABALHO: ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES EM UMA EMPRESA PÚBLICA LONDRINA 2010

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CESA – CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA GESTORES DO

SISTEMA ESTADUAL DE AGRICULTURA

VALDIMIR DE JESUS PASSOS

SATISFAÇÃO NO TRABALHO: ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES EM

UMA EMPRESA PÚBLICA

LONDRINA

2010

VALDIMIR DE JESUS PASSOS

SATISFAÇÃO NO TRABALHO: ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES EM

UMA EMPRESA PÚBLICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Especialização em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura, do Departamento de Administração da UEL, como requisito final para obtenção do título de Especialista.

Orientador: Profª Ms Adriana Martello Valero

LONDRINA

2010

VALDIMIR DE JESUS PASSOS

SATISFAÇÃO NO TRABALHO: ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES EM

UMA EMPRESA PÚBLICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Especialização em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura, do Departamento de Administração da UEL, como requisito final para obtenção do título de Especialista.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________ Profª Ms Adriana Martello Valero

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Prof. Componente da Banca

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Prof. Componente da Banca

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, _____de ___________de _____.

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho ao meu filho

Rafael, que tanto se privou da minha atenção e

presença, durante as muitas noites e finais de

semanas dedicados a essa pesquisa.

À minha esposa Elizabete, pelo seu

apoio e compreensão durante toda essa

jornada.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os professores que participaram de forma direta e

indireta deste estudo, e em especial à Profª Adriana Martello Valero, pela sua

atenção, apoio e dedicação despendidos durante toda a pesquisa.

Agradeço a Deus por ter me iluminado e me dado a inspiração

necessária para concluir mais essa jornada.

PASSOS, Valdimir de Jesus. Satisfação no trabalho: estudo da percepção dos colaboradores em uma empresa publica. 78 fls. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação “lato sensu”, Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura-2009/2010) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010.

RESUMO

A temática Motivação e satisfação no trabalho tem sido objeto de estudo de diferentes pesquisas já realizadas sobre o assunto. Pesquisar a motivação é importante para minimizar conflitos entre as necessidades da organização e as dos indivíduos no ambiente de trabalho. Através desse estudo, foi possível mensurar a satisfação dos servidores públicos do Instituto EMATER, da região de Cornélio Procópio-PR com relação ao ambiente de trabalho, às relações com superiores e com relação à remuneração; e como objetivo proposto apurou e avaliou os resultados e o nível de satisfação geral dos colaboradores com relação à instituição. O estilo de pesquisa adotado no estudo foi do tipo descritivo, e utilizou o censo como forma de pesquisa quantitativa, sendo os dados coletados através da utilização de questionários impressos, aplicados no período de setembro a outubro de 2010. Os resultados foram analisados através de sistema informatizado para tabulação dos dados, realizado em planilha elaborada em Excel, e da análise interpretativa das perguntas, tendo o seu embasamento sustentado no referencial teórico construído no estudo, com destaque às teorias abordadas por LUZ, CHIAVENATO e AQUINO. Dentre os resultados, destacou-se a caracterização do clima organizacional do Instituto EMATER, considerado bom, numa análise geral das variáveis presentes nessa pesquisa, com ênfase nos resultados positivos demonstrados na variável remuneração, em detrimento aos resultados considerados negativos ou críticos, das variáveis lideranças e benefícios oferecidos pela empresa. Palavras-chave: Motivação. Clima organizacional. Liderança. Satisfação.

PASSOS, Valdimir de Jesus. Job satisfaction: a study of the perceptions of employees in a public company. 78 pages. Course Conclusion Assignment (Graduate "latu sensu", Public Administration for Managers of the Agricultural State System 2009/2010) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010.

ABSTRACT The theme of motivation and job satisfaction has been studied in different previous studies already performed on the subject. Finding the motivation is important to minimize conflicts between the needs of the organization and the individuals in the workplace. Through this study it was possible to measure the satisfaction of civil servants of EMATER Institute in the region of Cornelio Procopio, PR regarding the work environment, their relations with superiors and salaries. As the proposed objective the results and general level of satisfaction related to the institution were evaluated. The style of research adopted in this study was descriptive and it used the census as quantitative research, the data were collected through printed questionnaires applied between September and October of 2010. The results were analyzed through a computerized system for tabulating the data, this was carried out in a spreadsheet developed in Excel software and the interpretative analysis of the questions, the foundation is based on theoretical referential built in the study and highlighted by the theories approached by LUZ, CHIAVENATO, AQUINO. Among the results, we can emphasize the characterization of the organizational environment of EMATER institute, considered good in a general analysis of the variables presented in this research, with emphasis on the positive results demonstrated in the variable salary, rather than the results considered negative or critical of the variables leadership and benefits offered by the company. Keywords: Motivation. Organizational environment. Leadership. Satisfaction.

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Sexo ...................................................................................................... 45

Gráfico 2 – Faixa Etária ........................................................................................... 46

Gráfico 3 – Grau de Escolaridade ........................................................................... 46

Gráfico 4 – Área de Atuação ................................................................................... 47

Gráfico 5 – Tempo de Serviço ................................................................................. 48

Gráfico 6 – Função que exerce na empresa ........................................................... 48

Gráfico 7 – Sistema jurídico de contratação ............................................................ 49

Gráfico 8 – Satisfação com a remuneração - Geral ................................................ 50

Gráfico 9 – Satisfação com os benefícios – Geral ................................................... 51

Gráfico 10 - Satisfação com a distribuição da carga de trabalho– Geral ................. 52

Gráfico 11– Satisfação com a distribuição da carga de trabalho– Área Técnica ..... 52

Gráfico 12– Satisfação com a distribuição da carga de trabalho– Área

Administrativa ........................................................................................................... 53

Gráfico 13 – Satisfação com treinamentos de capacitação profissional– Geral ...... 54

Gráfico 14 – Satisfação com treinamentos de capacitação profissional–

Área Técnica ............................................................................................................ 54

Gráfico 15 – Satisfação com treinamentos de capacitação profissional–

Área Administrativa .................................................................................................. 55

Gráfico 16 – Satisfação com reconhecimento e recompensa– Geral ...................... 56

Gráfico 17 – Satisfação com reconhecimento e recompensa– Área Técnica ......... 56

Gráfico 18 – Satisfação com reconhecimento e recompensa- Área

Administrativa ........................................................................................................... 57

Gráfico 19 – Reconhecimento demonstrado pelos chefes- Geral ........................... 58

Gráfico 20 – Reconhecimento demonstrado pelos chefes- Área Técnica ............... 58

Gráfico 21 – Reconhecimento demonstrado pelos chefes- Área Administrativa ..... 59

Gráfico 22 – Oportunidade de desenvolvimento- Geral .......................................... 60

Gráfico 23 – Oportunidade de desenvolvimento- Área Técnica .............................. 60

Gráfico 24 – Oportunidade de desenvolvimento- Área Administrativa .................... 61

Gráfico 25 – Relacionamento com colegas de trabalho .......................................... 62

Gráfico 26 – Relacionamento com as chefias- Geral ........................................... 63

Gráfico 27 – Procura algum chefe para tratar de assuntos relacionados ao

Trabalho - Geral ........................................................................................................ 64

Gráfico 28 – Procura algum chefe para dar idéias e sugestões- Geral ................... 64

Gráfico 29 – Satisfação com informações recebidas- Geral ................................... 65

Gráfico 30 – Satisfação com informações recebidas- Área Técnica ....................... 65

Gráfico 31 – Satisfação com informações recebidas- Área Administrativa ............ 66

Gráfico 32 – Satisfação com liderança dos chefes- Geral ....................................... 67

Gráfico 33 – Satisfação com liderança dos chefes- Área Técnica ........................... 67

Gráfico 34 – Satisfação com liderança dos chefes- Área Administrativa ................ 68

Gráfico 35 – Satisfação com valorização pelo trabalho- Geral ................................ 69

Gráfico 36 – Satisfação com tempo dedicado ao trabalho- Geral ............................ 70

Gráfico 37 - Satisfação levando-se tudo em conta na empresa- Geral .................... 70

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................................ 13

1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................ 13

1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 13

1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 14

1.4 JUSTIFICATIVA DO PROJETO ................................................................................... 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 15

2.1 TEORIAS MOTIVACIONAIS ........................................................................................ 15

2.1.1 A Hierarquia das Necessidades ....................................................................... 16

2.1.2 Teoria dos Dois Fatores de Herzberg .............................................................. 17

2.1.3 Teoria de Mc Gregor ( X e Y) .......................................................................... 18

2.1.4 O Modelo Contingencial de Motivação de Vroom ........................................... 19

2.1.5 Teoria de Expectação ...................................................................................... 20

2.2 MENSURANDO A MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS ......................................................... 21

2.3 A PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL ................................................................. 22

2.4 FATORES CONSTITUTIVOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL ............................................. 23

2.4.1 Gestão de Recompensas ................................................................................. 23

2.4.2 Padrões de Desempenho ................................................................................. 25

2.4.3 Liderança .......................................................................................................... 27

2.5 ETAPAS DA PESQUISA DE CLIMA .............................................................................. 30

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 38

3.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DA PESQUISA ...................................................................... 38

3.2 DEFINIÇÃO OPERACIONAL DAS VARIÁVEIS ............................................................... 38

3.2.1 Reconhecimento Financeiro (Salário e benefícios) .......................................... 39

3.2.2 Carga de Trabalho ........................................................................................... 39

3.2.3 Capacidade Profissional ................................................................................... 39

3.2.4 Reconhecimento Profissional e Oportunidade de Crescimento ....................... 40

3.2.5 Relacionamento Individual do Servidor com Colegas e Superiores ................. 40

3.2.6 O Servidor se Considera Motivado e Valorizado no Ambiente de Trabalho ..... 40

3.2.7 Nível de Satisfação Geral dos Colaboradores com Relação à Instituição ........ 41

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ........................................................................................ 41

3.4 COLETA DE DADOS................................................................................................. 41

3.5 TABULAÇÃO DOS DADOS ......................................................................................... 43

3.6 RELATÓRIOS ......................................................................................................... 43

3.7 LIMITES DA PESQUISA ............................................................................................. 44

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................... 45

4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES – GERAL ..................................................................... 45

4.2 REMUNERAÇÃO ...................................................................................................... 50

4.3 BENEFÍCIOS ........................................................................................................... 51

4.4 DISTRIBUIÇÃO DA CARGA DE TRABALHO .................................................................. 52

4.5 TREINAMENTOS DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL ................................................... 54

4.6 RECONHECIMENTO E RECOMPENSA ........................................................................ 56

4.7 RECONHECIMENTO DEMONSTRADO PELOS CHEFES .................................................. 58

4.8 OFERECIMENTO DE OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO .................................... 60

4.9 RELACIONAMENTO COM OS COLEGAS DE TRABALHO ................................................ 62

4.10 RELACIONAMENTO COM AS CHEFIAS ..................................................................... 63

4.11 PROCURA ALGUM CHEFE PARA TRATAR DE ASSUNTOS RELACIONADOS AO

TRABALHO................................................................................................................... 64

4.12 PROCURA ALGUM CHEFE PARA DAR IDÉIAS E SUGESTÕES ..................................... 64

4.13 INFORMAÇÕES RECEBIDAS .................................................................................... 65

4.14 LIDERANÇA DOS CHEFES ...................................................................................... 67

4.15 VALORIZAÇÃO PELO TRABALHO ............................................................................. 69

4.16 TEMPO DEDICADO AO TRABALHO .......................................................................... 70

4.17 LEVANDO-SE TUDO EM CONTA NA EMPRESA .......................................................... 70

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 72

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 74

APÊNDICES ............................................................................................................. 76

APÊNDICE A - Pesquisa de clima organizacional Perfil dos servidores públicos do

instituto EMATER, da região de Cornélio Procópio ................................................... 77

APÊNDICE B - Marque com “x” no quadro que corresponde ao seu sentimento

Atual .......................................................................................................................... 78

12

1 INTRODUÇÃO

O estudo da motivação humana tem sua origem na antiguidade,

entretanto, ele surge dentro da Administração a partir da Escola das Relações

Humanas, sendo a primeira a enfatizar a satisfação do funcionário e a se ocupar das

questões afetivas e pessoais, buscando estudar e analisar de forma sistemática os

aspectos humanos dentro da organização; em específico, à partir dos estudos de

Maslow (1943), que passou a relevar o homem complexo como um indivíduo que

tem necessidades ligadas ao seu ego, ao seu desenvolvimento pessoal, à sua

aprendizagem e à sua realização. Acredita-se que os indivíduos, ao buscarem

ativamente a sua auto-realização no trabalho, acabam se envolvendo com a

organização e canalizam a sua energia vital produtiva para a realização dos

objetivos organizacionais.

O atual ambiente das organizações caracteriza-se por uma turbulência

crescente, com as mudanças sucedendo a uma velocidade sem precedente,

fazendo com que ocorram mudanças na gestão de pessoas e outros benefícios,

mas, em contrapartida, transforma máquinas, ferramentas e até mesmo tecnologia,

em recursos atrasados. E neste cenário de mudanças rápidas que vivemos, criou-se

um ambiente de inquietação, no qual os acontecimentos influenciam negativamente

a vida das pessoas, os quais citamos: o desemprego, o consumismo, o

materialismo, o individualismo, a competição e a desigualdade social. Em razão

destes, e tantos outros, que, cada vez mais, observamos pessoas desmotivadas,

com medo do desconhecido e principalmente do futuro.

A busca de explicações para a motivação do trabalhador em relação ao

seu trabalho tem sido tema freqüente de diferentes pesquisas realizadas sobre o

comportamento humano. Em meio a esse contexto, surge o interesse em pesquisar

como se encontra a satisfação dos servidores do Instituto Emater, na região de

Cornélio Procópio-PR, visto que, este acadêmico faz parte do corpo funcional da

instituição e vislumbra entender melhor o contexto motivacional, podendo, assim,

contribuir para a melhoria do ambiente de trabalho.

Vale ressaltar que, outro motivo para a escolha da temática “motivação

e satisfação no trabalho”, se deve ao fato do cenário de mudanças, observado nos

últimos anos, ter proporcionado enormes desafios às organizações. As

13

conseqüências da economia globalizada com intensa competição internacional, com

uma força produtiva que exige mais do trabalho do que simplesmente um meio de

ganhar a vida, e uma complexidade crescente de conhecimento técnico e fluxos de

informações, tem pressionado as organizações a explorar formas inovadoras de

utilizar os recursos humanos, com mais eficácia.

O tema é importante e relevante, considerando que as abordagens

tradicionais de aspirações e auto-satisfação ligadas às teorias de motivação,

lastreadas normalmente na psicologia humanística, como plano de cargos e salários,

por si só, já não atendem aos anseios do servidor público atual, acredita-se que uma

série de atitudes, voltadas para a valorização do empregado e a cultura da

organização é fundamental para a motivação das pessoas.

Espera-se como contribuições relevantes pretendidas por este

trabalho, e com base nos resultados a serem obtidos nessa pesquisa, subsidiar a

Área de Gerenciamento de Pessoas - GDP com informações que irão contribuir com

a reestruturação de nova política de valorização do servidor público do Instituto

Emater, na região de Cornélio Procópio-PR, e, por conseguinte, nas demais regiões

de abrangência do estado do Paraná.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Como os servidores públicos do Instituto EMATER, da região de

Cornélio Procópio-PR, percebem sua satisfação em relação ao ambiente de

trabalho, às relações com superiores e com relação à remuneração?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Apurar o nível de satisfação geral no trabalho, dos servidores públicos

do Instituto EMATER, região de Cornélio Procópio- PR.

14

1.3.2 Objetivos Específicos

• Identificar o grau de satisfação dos servidores públicos em

relação à remuneração e benefícios, carga de trabalho,

capacitação profissional, reconhecimento profissional, e

oportunidade de crescimento;

• Levantar informações que demonstrem como se sente o servidor

no relacionamento com colegas e superiores;

• Analisar se o servidor se considera motivado e valorizado no

ambiente de trabalho;

• Avaliar os resultados e o nível de satisfação geral dos

colaboradores com relação à instituição.

1.4 JUSTIFICATIVA

Pesquisar sobre a temática motivação é importante para minimizar

conflitos entre as necessidades da organização e as dos indivíduos, pois, é através

do conhecimento dos desejos, aspirações e necessidades dos empregados, que é

possível a adoção de medidas corretivas, de modo que a instituição possa atingir os

seus objetivos, mas, também, atender as expectativas dos indivíduos no seu

ambiente de trabalho.

O sucesso de uma empresa depende da sua capacidade de lidar com

a motivação, com a cooperação e com a boa vontade de seus colaboradores,

criando um ambiente de forma que os mesmos sejam canalizados em benefício do

todo, mediante a criação de condições de trabalho que proporcionem e facilitem as

relações humanas dos empregados, tornando-as mais agradáveis no convívio diário.

15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 TEORIAS MOTIVACIONAIS

A motivação para o trabalho é um estado de espírito positivo, que

permite ao indivíduo a realização das tarefas do cargo e de seu pleno potencial. É o

“combustível” interior para se enfrentar os desafios da função e da organização. É a

paixão com que o indivíduo exerce uma missão, alcançando satisfação quando os

objetivos são alcançados (AQUINO, 1980).

A maior motivação é tornar real a idéia que a pessoa faz de si mesma,

isto é, viver de maneira mais apropriada ao respectivo papel preferido, ser tratado de

modo correspondente à categoria que mais deseja possuir e obter a recompensa

que atinja o nível que o indivíduo considere equivalente às suas aptidões. A

motivação humana é constante, infinita e complexa (BERGAMINI, 1997).

Motivação envolve sentimentos de realização e de reconhecimento

profissional, manifestados por meio de exercícios das tarefas e atividades que

oferecem suficiente desafio e significado para o trabalho (LOPES, 1980).

A motivação é um processo que governa escolhas entre

comportamentos; e uma espécie de força interna que emerge, regula e sustenta

todas as nossas ações mais importantes. Geralmente é empregado como sinônimo

de forças psicológicas, desejos, impulsos, instintos, necessidades, vontade, intenção

e etc (AGUIAR, 1992).

Alguns dos principais estudiosos como: Maslow, McGregor e até

mesmo Herzberg, durante muito tempo, pensaram que os objetivos motivacionais

fossem genéricos. Onde, acreditava-se que as pessoas buscavam sequencialmente

determinados objetivos, e tão logo tivessem atingido alguns deles, partiriam

necessariamente à busca de outros, também já previsíveis, e ora descobria-se que

há objetivos que não são propriamente perseguidos, mas são condições que

asseguram a insatisfação das pessoas num grau de desconforto mínimo, e que

outros são realmente perseguidos e, quando encontrados, de fato trazem muita

satisfação ao indivíduo. Herzberg denominou-os, respectivamente, fatores higiênicos

e motivacionais (BERGAMINI, 1997).

16

2.1.1 A Hierarquia das Necessidades

A Hierarquia das Necessidades, segundo Chiavenato (2000), é uma

divisão hierárquica proposta por Abraham Maslow, em que as necessidades de nível

mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada

pessoa tem de “escalar” uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto

realização. Maslow define um conjunto de cinco necessidades, conforme

demonstrado na pirâmide abaixo:

Hierarquia das necessidades humanas segundo Maslow:

Figura 2.7 – Hierarquia das necessidades humanas segundo Maslow. Fonte: Chiavenato, 2000

• Necessidades Fisiológicas básicas, tais como: a fome, a sede, o

sono, o sexo, a excreção, o abrigo;

• Necessidade de segurança, que vão da simples necessidade de

sentir-se seguro dentro de uma casa, a formas mais elaboradas de

segurança, como um emprego estável, um plano de saúde e um

seguro de vida;

• Necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos

tais como os de pertencer a um grupo ou de fazer parte de um clube;

• Necessidade de estima, que passa por duas vertentes, o

reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o

17

reconhecimento dos outros, face à nossa capacidade de adequação

às funções que desempenhamos;

• Necessidade de auto realização, em que o indivíduo procura

tornar-se aquilo que ele pode ser.

E é neste último patamar da pirâmide, que Maslow (HIERARQUIA DE

NECESSIDADES DE MASLOW, 2010) diz que a pessoa tem que ser coerente com

aquilo que é na realidade. “[...] temos de ser tudo o que somos capazes de ser,

desenvolver o nosso potencial”. Entretanto, existem várias críticas a sua teoria,

sendo a principal delas a de que é possível uma pessoa estar auto-realizada, e,

contudo não conseguir uma total satisfação de suas necessidades fisiológicas.

2.1.2 Teoria dos Dois Fatores de Herzberg

De acordo com Chiavenato (2000), enquanto Maslow fundamenta sua

teoria da motivação nas diferentes necessidades humanas (abordagem intra-

orientada), Herzberg alicerça sua teoria no ambiente externo e no trabalho do

indivíduo (abordagem extra-orientada).

• Fatores Higiênicos: São aqueles fatores que se referem às

condições que rodeiam o funcionário enquanto trabalha, englobando

as condições físicas e ambientais de trabalho, o salário, os

benefícios sociais, as políticas da empresa, o tipo de supervisão

recebido, o clima de relações entre a direção e os funcionários, os

regulamentos internos, as oportunidades existentes etc.,

correspondem à perspectiva ambiental.

• Fatores Motivacionais: São aqueles fatores que se referem ao

conteúdo do cargo, às tarefas e aos deveres relacionados com o

cargo em si. São esses fatores motivacionais que tem a capacidade

de produzir algum efeito duradouro de satisfação e de aumento de

produtividade em níveis de excelência, isto é, acima dos

considerados níveis normais. O termo motivação para Herzberg,

18

envolve sentimentos de realização, de crescimento e de

reconhecimento profissional, que são manifestados por meio do

exercício das tarefas e atividades, que oferecem um suficiente

desafio e significado para o trabalhador.

Teoria dos dois fatores: os satisfacientes e os insatisfacientes como

dois contínuos separados.

Figura 2.9 – Teoria dos dois fatores: os satisfacientes e os insatisfacientes como dois contínuos separados Fonte: Chiavenato, 2000.

2.1.3 Teoria de Mc Gregor ( X e Y)

Para Chiavenato (2000), a teoria de Mc Gregor é na verdade um

conjunto de dois extremos opostos de suposições. Esses conjuntos foram

denominados de “X e Y”. Por esse motivo é também conhecida pelo nome de

“Teoria de X e Teoria de Y”.

• Teoria X: Classificou as concepções deformadas a respeito da

natureza do trabalhador, isto é, de que ele é preguiçoso, indolente e

que só trabalha sob supervisão cerrada.

• Teoria Y: Classificou como o lado positivo da natureza humana,

com elevada dose de crença em seu valor. Nesta concepção, as

chefias tem condições de ajudar seus subordinados a alcançarem os

objetivos do trabalho, porque o relacionamento chefe-subordinado

evolui para um determinado estágio de maturidade.

19

2.1.4 O Modelo Contingencial de Motivação de Vroom

De acordo com Chiavenato (2000), Víctor H. Vroom desenvolveu a

teoria da motivação que rejeita noções preconcebidas e que reconhece as

diferenças existentes nas teorias de Maslow, Mc Gregor e Herzberg. Para Vroom

(1997), o nível de produtividade individual parece depender de três forças básicas

que atuam dentro do indivíduo:

• Os objetivos individuais, ou seja, a força do desejo de atingir

objetivos;

• A relação percebida entre produtividade e alcance dos objetivos

individuais; e

• A capacidade de o indivíduo influenciar seu próprio nível de

produtividade, à medida que acredita poder influenciá-lo.

Para Vroom (1997), um indivíduo pode desejar aumentar a

produtividade quando três condições se impõem:

1 Objetivos pessoais do indivíduo; que pode incluir dinheiro,

segurança no cargo, aceitação social, reconhecimento e trabalho

interessante.

2 Relação percebida entre satisfação dos objetivos e alta

produtividade.

3 Percepção de sua capacidade de influenciar sua produtividade

A teoria de Vroom (1997) é a que tem tido melhor aceitação pelos

psicólogos e sociólogos contemporâneos, por ser bastante parecida com a teoria

desenvolvida por outros autores como: Atkinson e outros, e Edwards na Psicologia

Experimental, e por Peak, Rosenberg e Fishbein na Psicologia Social.

20

2.1.5 Teoria de Expectação

Segundo Chiavenato (2000), Edward E. Lawler III (1998) encontrou

evidências de que o dinheiro pode motivar não apenas desempenho, como também

companheirismo e dedicação. Verificou que o dinheiro tem apresentado pouca

potência motivacional em virtude de sua incorreta aplicação pela maior parte das

organizações. A relação não consiste entre o dinheiro e o desempenho, em muitas

organizações, é devida a uma infinidade de razões, dentre as quais destaca-se:

1- Grande extensão de tempo de trabalho ligado a aumentos

periódicos e modestos, que podem dar a impressão de que seus

ganhos são independentes de seu desempenho; e

2- Os gerentes não fazem muitas distinções nas avaliações de

desempenho, especialmente se elas ocasionam diferenças salariais,

talvez porque o confronto com as pessoas avaliadas traga

problemas de relacionamento.

As conclusões de Lawler III (1998) são:

1- As pessoas desejam dinheiro porque este permite-lhes não

somente a satisfação de necessidades fisiológicas e de

segurança, mas também dá plenas condições para a satisfação

das necessidades sociais, de estima e de auto-realização;

2- As pessoas crêem que seu desempenho é, ao mesmo tempo,

possível e necessário para obter dinheiro.

Desde que as pessoas creiam haver ligação entre diferenças de

remuneração e de desempenho, dinheiro poderá ser um excelente motivador.

Não se pretende discutir nenhuma dessas teorias em particular, mas

tentar um novo enfoque, mais em termos de como se passa a psicodinâmica interna

motivacional, do que em termos de levantar os tipos de objetivos perseguidos pelas

pessoas. (CHIAVENATO, 1991).

21

Figura 2.14 – Teoria de expectação de Lawer III. Fonte: Chiavenato, 2000.

2.2 MENSURANDO A MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS

É prática usual nas empresas a adoção de programas de mudanças,

com o objetivo de melhoria do clima organizacional, entretanto, é muito importante,

antes de iniciar qualquer pesquisa, que algumas perguntas básicas sejam

respondidas: primeiro se alguma ação específica será realizada com base nos

resultados, pois, é sabido que uma pesquisa de clima por si só, já funciona como um

agente motivador em sua execução, os funcionários sentem-se participando,

sentem-se ouvidos e respeitados em suas opiniões. Portanto, é pressuposto básico

que o primeiro ponto a ser verificado, através da pesquisa de clima organizacional, é

identificar as causas geradoras de problemas, pois, a pesquisa de clima

organizacional tem como objetivo, analisar o ambiente interno da empresa, à partir

do levantamento dos aspectos críticos, com a participação efetiva dos funcionários.

(KAHALE, 2010).

Com base na pesquisa, é traçado um diagnóstico que visa identificar

quais as metodologias que serão aplicadas para a melhoria do clima organizacional.

Esse diagnóstico realizado pela pesquisa de clima organizacional pode ser utilizado

para auxiliar a organização a realizar diferentes ações, dentre as quais, pode-se

destacar:

- Melhorar o balizamento dos programas de treinamentos

específicos, onde, através da identificação dos pontos críticos, os

22

resultados são produzidos e orientados às reais necessidades dos

colaboradores;

-Potencializar os propulsores- através da identificação dos pontos

fortes da organização, pode-se ter uma ação específica para a sua

valorização e melhoria, e assim tirar proveito dos seus efeitos;

- Obter a sinergia dos colaboradores e sinergia das lideranças – a

aplicação desta atividade proporciona aos colaboradores a

oportunidade de refletir sobre suas realidades, seu desenvolvimento

profissional e pessoal, assim como, permitir as lideranças através da

apresentação dos resultados, uma ótima oportunidade de avaliação

e reorientação das lideranças em torno dos mesmos objetivos, ou

seja, propicia um clima adequado à realização de outros trabalhos

no nível de comando da organização. Dentre os quais, destaca-se a

revitalização do planejamento estratégico da organização, buscando

melhor reorientação e redefinição das diretrizes estratégicas da

empresa. (KAHALE, 2010).

A pesquisa aplicada de clima organizacional proporciona identificar os

fatores que motivam e desmotivam os funcionários da empresa.

2.3 A PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL

O Clima Organizacional deve ser encarado pelas lideranças, não

apenas como mais um item a ser gerenciado dentro da empresa, mas sim como

uma variável importante, que demanda uma análise constante.

A pesquisa de clima é um método formal de se avaliar o clima de uma

empresa. Ela é um instrumento importante para fornecer subsídios capazes de

aprimorar continuamente o ambiente de trabalho. (LUZ, 2003, p. 42).

Segundo (SORGATO, 2007), uma pesquisa de clima é importante e

necessária porque permite à empresa acompanhar de forma sistemática o grau de

satisfação e insatisfação de seus empregados, permitindo, dessa forma, que haja

23

um melhor alinhamento de suas ações de gestão de recursos humanos com os

valores, a missão e o futuro almejado pela empresa.

De acordo com (SORGATO, 2007), é através do monitoramento

continuado do clima da empresa, que se consegue implementar ações que tragam

maior satisfação no trabalho. Quando se tem funcionários mais satisfeitos e

motivados, esses contribuirão de forma mais efetiva para o bom desempenho e

consequentemente para o alcance dos resultados planejados pela empresa.

A pesquisa de clima funciona como um marco orientador, dando o

apoio de equilíbrio necessário entre a gestão de recursos humanos e alguns

aspectos ligados ao negócio empresarial, tais como: estilo de competências

empresariais, estilos de lideranças, a estrutura e os processos dos negócios.

(SORGATO, 2007).

2.4 FATORES CONSTITUTIVOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL

2.4.1 Gestão de Recompensas

Quando se fala em recompensas, as idéias que surgem são de

retribuição, reconhecimento e premiação. Na Administração de Recursos Humanos,

as noções predominantes quanto ao processo de recompensar pessoas são as

mesmas indicadas, sendo que esse processo pode ser realizado de maneira distinta

na empresa. (CHIAVENATO, 1992).

Especificamente em relação aos empregados, Chiavenato (1992),

afirma que a remuneração recebida é constituída por tudo aquilo que é auferido

direta ou indiretamente a pessoa, como conseqüência do seu trabalho realizado na

empresa. Assim, temos na retribuição três componentes: a remuneração básica, que

é o salário direto (recebido por mês ou por hora), os incentivos salariais, que é o

salário indireto, incluindo gratificações, prêmios, comissões, gorjetas, adicionais de

periculosidade, insalubridade e noturnos, participação nos lucros, etc; e os

benefícios sociais, incluindo auxílio alimentação, seguros em geral, auxílio

transporte, dentre outros.

24

O que observamos conforme estudo mencionado por Chruden;

Sherman Jr, (1963, apud CHIAVENATO, 1992) é que a remuneração representa

uma parcela significativa nos custos da empresa, podendo em algumas situações, o

salário representar até 55% do custo do produto, dependendo do ramo de atividade;

de modo que, é fundamental que as empresas se preocupem com a eficácia das

políticas salariais adotadas.

De acordo com Chiavenato (1992), as recompensas podem ser

financeiras (diretas e indiretas) e não financeiras. As recompensas não financeiras

dizem respeito àqueles fatores que afetam a satisfação das pessoas com o sistema

de remuneração, tais como: reconhecimento, oportunidades de crescimento

profissional, reconhecimento e auto-estima, promoções, qualidade no trabalho,

estabilidade na empresa, etc.

As recompensas financeiras diretas referem-se aos salários diretos, às

comissões, prêmios e bônus pagos pelas empresas, em retribuição ao serviço

prestado, podendo estar convencionado ao pagamento por hora, dia, semana,

quinzena ou mês; enquanto que, as recompensas financeiras indiretas, envolvem as

férias, 13º salário, DRS (descanso semanal remunerado), horas extras,

gratificações, adicionais e outros benefícios definidos em convenções coletivas de

trabalho, como: auxílio alimentação, seguro de vida, seguro saúde, auxílio

transporte, etc.

Portanto, podemos afirmar que a remuneração é constituída pela soma

do salário direto e indireto, ou seja, é tudo aquilo que o empregado recebe pelo

trabalho prestado na empresa (CHIAVENATO, 1992).

No contexto atual, segundo Chiavenato (1992, p. 293), a maioria das

empresas estabelece quatro tipos de recompensas como forma de retribuição pelos

objetivos organizacionais alcançados:

• As recompensas que podem estar ligadas diretamente aos

critérios daqueles objetivos de realização empresarial, como o lucro

ou o prejuízo. Geralmente está limitada a poucas pessoas na

organização.

• As recompensas que são aplicadas levando-se em conta o

tempo de serviço do empregado. Costuma ser concedida

automaticamente em determinados intervalos, aqueles funcionários

25

que apresentam desempenho satisfatório. Geralmente são

incentivos pequenos, mas que visam manter um melhor equilíbrio

salarial dos funcionários.

• As recompensas que são aplicadas a um número restrito de

pessoas, que são aquelas que apresentam desempenho

excepcional, situadas em determinada faixa salarial. Esse tipo de

recompensa exige somente diferenças no desempenho, com erro de

mensuração mínimo, envolvendo melhorias salariais significativas e

amplo valor motivacional.

• As recompensas relacionadas aos resultados departamentais,

divisionais ou globais, que são objetivamente mensuráveis. Esse tipo

de recompensa pode estar sendo compartilhada dentro do grupo, de

forma igualitária em termos percentual e em relação à base salarial

de cada funcionário.

A política salarial de uma empresa deve considerar outros aspectos

importantes do sistema de recompensa dos funcionários, tais como: benefícios

sociais, estímulos e incentivos ao desempenho, oportunidade de crescimento

profissional, estabilidade no trabalho, etc. (CHIAVENATO, 1992).

Uma política salarial bem alicerçada deve ter como conteúdo: uma

estrutura de cargos e salários; tetos de salários de admissão para diferentes classes

salariais; previsão espontânea ou por determinação legal (dissídios coletivos) de

reajustes salariais. (CHIAVENATO, 1992).

2.4.2 Padrões de Desempenho

O desempenho da pessoa, para Chiavenato (2002, p. 200), é

“conseqüência de seu estado motivacional e do esforço individual dedicado para a

realização de determinada tarefa, e atingir os objetivos organizacionais propostos.

Assim, podemos dizer que é a satisfação obtida pelo indivíduo”.

De acordo com Chiavenato (2002, p. 250), para desenvolver um

sistema de incentivo eficaz, é preciso que a organização defina antecipadamente os

26

objetivos a serem alcançados, e devem estar embasados de acordo com critérios

pré-estabelecidos:

• As recompensas devem ser justas com relação aos esforços e

riscos, ou seja, recompensas apropriadas para contribuições

apropriadas;

• Definir parâmetro de análise para determinação do salário, tendo

como base o cargo, todos na mesma condição receberão a mesma

remuneração, ou o indivíduo, que pelo provimento do seu

conhecimento, habilidades e competência, irá desempenhar tarefas

mais complexas, e deverá receber de forma proporcional;

• O sistema deve ser equitativo para todas as pessoas da

organização, de modo que seja estabelecido um padrão justo de

remuneração, podendo ser definido um sistema de remuneração,

onde todos receberão o mesmo benefício, ou estabelecendo planos

diferentes de acordo com o nível hierárquico de cada pessoa;

• As recompensas devem ser competitivas com relação às

oferecidas no mercado, ou seja, muitas empresas iniciantes optam

por pagar abaixo do mercado, com a promessa de recompensar os

empregados em uma situação de maior estabilidade da empresa,

em relação à concorrência;

• As recompensas devem ser apropriadas, de acordo com os

resultados esperados: o cumprimento de metas pré-estabelecidas

habilita o direito a prêmios monetários e não monetários, como:

salários, promoções e benefícios de segurança pessoal;

• A compreensão pelas pessoas da força de funcionamento do

sistema de recompensas é importante para se ter a clareza exata

em relação às regras, o comprometimento individual e os resultados

que deverão ser atingidos.

Diante do exposto, conclui-se que toda organização deve adotar uma

política de administração de salários, favorecendo a construção de um sistema de

remuneração que atenda plenamente as necessidades específicas da empresa, e

27

viabilize a motivação, o comprometimento das pessoas, o aumento da produtividade,

o controle dos custos, o tratamento igualitário dos funcionários e o cumprimento da

legislação vigente.

Dentro de uma abordagem mais tradicional, a condução se dá com

base no modelo “homo economicus”, ou seja, a pressuposição de que as pessoas

são motivadas por recompensas salariais, econômicas e materiais.

Enquanto que, numa abordagem mais moderna, o modelo adotado é o

do “homem funcional”, contrastando com o conceito do homo economicus, ou seja,

aquele que se motiva por diferentes incentivos, mantém expectativas em relação ao

desempenho das outras pessoas, e interagem entre si. (CHIAVENATO, 2003).

Para Chiavenato (2002), o sistema de remuneração do ponto de vista

da organização, serve para fazer cumprir determinadas funções, tais como: Atrair e

reter na empresa pessoas bem qualificadas; recompensar o desempenho desejado

e reforçá-lo devidamente; recompensar o bom desempenho, a experiência

profissional, a lealdade, as novas responsabilidades e outros comportamentos dos

empregados; assim como, para motivar desempenhos futuros, assegurando a

manutenção da equidade interna e externa, dentro dos preceitos legais vigentes.

2.4.3 Liderança

Liderança é o processo de exercer influência sobre pessoas ou grupos

para a consecução de objetivos em uma determinada situação. É um processo

interativo do líder, dos liderados e das variáveis situacionais existentes. Chiavenato

(2003).

Teorias sobre Liderança:

Conforme mencionado por Chiavenato (2003, p. 123), os autores

humanistas classificam as teorias de liderança em três grupos distintos e com

características próprias:

a- Teorias de traços de personalidade do líder

28

Segundo essas teorias, o líder é aquele indivíduo que possui traços

específicos de personalidade que o diferencia das demais pessoas. E são essas

características marcantes de personalidade, que tem a capacidade de influenciar o

comportamento de outras pessoas e que definem o líder.

Alguns autores especificam esses traços característicos de

personalidade como: Traços físicos (energia, aparência pessoal, estatura e peso),

Traços intelectuais (adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e autoconfiança),

Traços sociais (cooperação, habilidades interpessoais e habilidade administrativa), e

Traços relacionados com a tarefa (impulso de realização, persistência e iniciativa).

b- Teorias sobre estilos de liderança

Estudam a liderança com base no estilo de comportamento do líder,

em relação aos subordinados, ou seja, numa abordagem dos estilos de liderança

refere-se ao fazer do líder, e o seu estilo de comportamento para liderar.

Estilos de Liderança:

Para Chiavenato (2002, p. 152), existem três estilos de liderança com

suas características específicas, que são denominadas como: autocrática, liberal e

democrática .

Ações Liderança

Autocrática

Liderança

Liberal

Liderança

Democrática Tomada de Decisões

Apenas o líder decide e fixa as diretrizes sem qualquer participação do grupo.

Total liberdade para a tomada de decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder.

As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo que é estimulado e assistido pelo líder.

Programação dos Trabalhos

O líder determina providências pra a execução das tarefas, cada uma por vez, na medida em que se tornam

A participação do líder no debate é limitada, apresentando apenas alternativas variadas ao grupo, esclarecendo que

O próprio grupo esboça as providências e técnicas para atingir o alvo com aconselhamento técnico do líder. As tarefas

29

necessárias e de maneira imprevisível para o grupo.

poderia fornecer informações desde que fossem solicitadas.

ganham novas perspectivas com os debates.

Divisão do Trabalho

O líder determina qual a tarefa que cada um deverá executar e qual seu companheiro de trabalho.

Tanto a divisão das tarefas como a escolha dos colegas ficam totalmente por conta do grupo. Absoluta falta de participação do líder.

A divisão das tarefas fica a critério do grupo e cada membro tem liberdade de escolher seus colegas de tarefa.

Participação do Líder

O líder é ‘pessoal’ e dominador nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro.

O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou regular o curso das coisas. Somente faz comentários irregulares sobre as atividades quando perguntado.

O líder procura ser um membro normal do grupo, em espírito, sem encarregar-se muito de tarefas. É objetivo e limita-se aos fatos em seus elogios e críticas.

Quadro 1 – Estilos de liderança. Fonte: CHIAVENATO, 2002.

c- Teorias situacionais da liderança

De acordo com Chiavenato (2003, p. 126), as teorias situacionais

explicam a liderança dentro de um contexto mais abrangente, e partem do

pressuposto de que não existe um estilo único de liderança que se adapta a

qualquer situação, ou seja, cada situação exige um tipo de liderança diferente capaz

de atingir a eficácia dos seus subordinados. As teorias situacionais são mais

flexíveis, pois permitem ao gestor mudar o modelo de liderança conforme a

conveniência, ou adaptá-lo de acordo com a exigência de cada situação.

Dentro de uma abordagem situacional, podem-se inferir as seguintes

proposições no modo de ação de um líder:

• Liderança limitada e sujeita ao controle do chefe, demanda

situação em que as tarefas são rotineiras e repetitivas;

• Liderança em padrões diferenciados, ou seja, situação onde um

líder pode assumir determinados padrões de liderança voltados para

cada um dos seus subordinados;

30

• Liderança situacional, onde o líder pode assumir diferentes

padrões de liderança para um mesmo subordinado, conforme a

situação envolvida.

Liderança Orientada na Tarefa x Liderança Orientada nas Pessoas, de

acordo com Chiavenato (2002, p. 152):

Segundo essa abordagem existem dois tipos de liderança, sendo:

• Liderança orientada na tarefa: é aquele estilo que tem a sua

preocupação voltada exclusivamente para a execução da tarefa e

seus resultados.

• Liderança orientada nas pessoas: é aquele estilo que se

preocupa com os aspectos humanos dos subordinados, procurando

manter equipes de trabalhos atuantes e participativas, inclusive nas

tomadas de decisões. Dá maior ênfase às pessoas, mas sem

descuidar em manter o nível de desempenho desejado.

Segundo Chiavenato (2002, p.153), pesquisas realizadas em empresas

com baixa eficiência, estão associadas ao estilo de liderança orientado para tarefa.

No curto prazo pode até promover melhores resultados de eficiência e produtividade,

entretanto, no médio e longo prazo provoca insatisfação das pessoas.

2.5 ETAPAS DA PESQUISA DE CLIMA

Luz (2003, p. 49) considera onze etapas para a montagem e aplicação

de uma pesquisa:

1ª) Obtenção da aprovação e apoio da direção da empresa.

É indispensável buscar a Aprovação, o Apoio e o Comprometimento da Direção.

31

O Comprometimento caracteriza-se pelo compromisso assumido com as mudanças a serem implementadas. Esse é o momento essencial para decidir pela realização ou não de uma pesquisa. Caso a direção da empresa não queira se comprometer com o projeto da pesquisa, mais especificamente com a realização das mudanças que ficarem identificadas pela pesquisa como necessárias, então não convém iniciá-la pois a área de RH (Recursos Humanos) só perderia a sua credibilidade, já que sozinha não teria condições de implementar determinadas mudanças que teriam de ser aprovadas pela direção da empresa (LUZ, 2003, p. 50).

2ª) Planejamento da pesquisa – definindo os objetivos, técnicas de aplicação,

divulgação, tabulação dos dados, entre outros quesitos necessários no processo.

Nessa etapa são tomadas as seguintes decisões: definição do objetivo da pesquisa; definição do público-alvo; quem vai conduzir a pesquisa; quem vai coletar as pesquisas ou a forma de coleta; definição da técnica a ser usada; periodicidade ou momento de aplicação da pesquisa; preparação das chefias; abrangência da pesquisa; identificação dos setores pesquisados; distribuição de funcionários em outros departamentos da mesma diretoria: quando o número deles for inferior a 3; formação da equipe para análise/solução dos fatores críticos (LUZ, 2003, p. 50).

3ª) Definição das variáveis de pesquisa.

Variáveis organizacionais são os assuntos pesquisados. São os diferentes aspectos da empresa que podem causar satisfação ou insatisfação nos empregados. A pesquisa identifica seu impacto sobre os funcionários e como eles percebem e reagem a cada uma delas (LUZ, 2003, p. 53).

Existem inúmeras variáveis organizacionais, tradicionalmente pesquisadas pelas empresas. A partir da análise dessas variáveis, a empresa poderá optar por aquelas que julgar mais importantes e ainda acrescentar algumas variáveis específicas à sua realidade (LUZ, 2003, p. 53). Grande parcela do sucesso de uma pesquisa está na correta definição das variáveis organizacionais, já que sua abrangência permitirá uma maior ou menor cobertura aos aspectos a serem pesquisados. Nesta etapa da pesquisa, são escolhidas as variáveis organizacionais que serão pesquisadas. É recomendável que de uma pesquisa para outra a empresa mantenha um bloco mínimo de perguntas, a fim de facilitar a comparação dos resultados das pesquisas (LUZ, 2003, p. 53).

32

Dentre as diversas variáveis, as mais importantes, em função do

impacto que causam na satisfação/insatisfação das pessoas no trabalho, são

Gestão e Salário. (LUZ, 2003, p. 53).

4ª) Montagem e Validação do instrumento de pesquisa.

Nessa etapa a empresa vai construir e validar, sozinha ou com o auxílio de uma consultoria especializada, o instrumento de pesquisa. Existem algumas técnicas para realizar uma pesquisa de clima, sendo a mais tradicional a aplicação de questionários, por meios eletrônicos ou impressos. O questionário impresso apresenta inúmeras vantagens, dentre elas, uma melhor aceitação por parte dos pesquisados, que vêem na pesquisa eletrônica uma possibilidade de quebra do anonimato dos respondentes (LUZ, 2003, p. 54). Também é nessa etapa, que são elaboradas as perguntas do questionário, com suas respectivas opções de respostas, para cada variável organizacional pesquisada. Após a montagem do questionário de pesquisa, deve-se proceder a validação dele junto a um grupo piloto de funcionários. (LUZ, 2003, p. 54).

Essa operação é importante para se ter a certeza de que as perguntas

serão compreendidas, quando da aplicação da pesquisa (LUZ, 2003, p. 54).

5ª) Parametrização para tabulação das opções de resposta.

Essa etapa, preliminar à tabulação da pesquisa, exige um detalhado

trabalho de planejamento, necessário à parametrização de todas as respostas do

instrumento de pesquisa (LUZ, 2003, p. 56).

Nessa fase, são formulados os parâmetros que permitirão a tabulação eletrônica ou manual dos dados coletados, em conformidade com os critérios previamente formulados. Na tabulação eletrônica dos dados, devem trabalhar o especialista em informática, a equipe de RH (Recursos Humanos) da empresa e, quando necessário, os consultores (LUZ, 2003, p. 56). A Parametrização consiste em definir parâmetros (critérios) para facilitar a tabulação (cálculos) das diferentes opções de respostas. Cada opção de resposta do questionário de pesquisa de clima, deve ser interpretada, no momento da tabulação, como manifestação de satisfação ou insatisfação do respondente.(LUZ, 2003, p. 56)

33

6ª) Divulgação da pesquisa.

Essa etapa reveste-se de enorme importância, porquanto é responsável pelo índice de adesão ou de respostas de uma pesquisa de clima. A participação maciça é fundamental nesse tipo de pesquisa. Para tanto, é indispensável empreender todo um esforço no processo de comunicação, para se assegurar toda a compreensão dos funcionários quanto aos objetivos da pesquisa, data, local e forma de aplicação e coleta dos questionários (LUZ, 2003, p. 57). O sucesso dessa etapa depende do apoio que a alta administração da empresa manifestará quanto ao projeto. Por isso, é condição sine qua non que a área de Recursos Humanos certifique-se, previamente, do real comprometimento da direção da empresa para realizar as mudanças identificadas como necessárias pela pesquisa (LUZ, 2003, p. 57). A divulgação (sensibilização) acontece antes da aplicação da pesquisa. Consiste em empreender todo um esforço de endomarketing, a fim de divulgar a pesquisa e sensibilizar os funcionários. A divulgação cria um clima em torno da pesquisa, afinal trata-se de uma importante ação desenvolvida pela empresa, trata-se de um projeto institucional (LUZ, 2003, p. 58). A etapa de divulgação é responsável pelo índice de adesão dos funcionários à pesquisa. Para essa divulgação, o RH (Recursos Humanos) deve utilizar todos os meios de comunicação disponíveis na empresa: circular, jornal interno, intranet, quadros de aviso (LUZ, 2003, p. 58). Nessa etapa o RH (Recursos Humanos) divulga os objetivos da pesquisa; quando e como ela será aplicada; quem a conduzirá, se a empresa contará com a assessoria de alguma consultoria especializada no assunto ou se será conduzida pela sua equipe de RH (Recursos Humanos); como será coletada (LUZ, 2003, p. 58). Ainda nessa etapa a área de RH (Recursos Humanos) deve demonstrar o comprometimento e o apoio da alta administração. Para tanto, é recomendável divulgar uma circular do presidente ou de algum diretor avalizando a iniciativa. É comum, também, que esses comunicados acompanhem o material da pesquisa no momento de sua aplicação (LUZ, 2003, p. 58).

7ª) Aplicação e coleta da pesquisa.

Nessa etapa, define-se se a pesquisa será aplicada diretamente pela

equipe da empresa, por uma consultoria externa, ou por ambas. Também é definida

a forma de coleta dos questionários (LUZ, 2003, p. 58).

34

A pesquisa deve ser respondida, de preferência, no próprio local de trabalho. Quando respondida em casa, corre-se o risco de sofrer influência de terceiros. Corre-se também o risco de o funcionário perder a pesquisa ou não devolvê-la em tempo hábil. Não se deve permitir que a coleta dos cadernos de respostas seja feita através dos gestores. Isso pode influenciar nas respostas dos pesquisados, que poderão “maquiar” as suas opções, para “agradar” aos gestores (LUZ, 2003, p. 58). A presença dos chefes no momento da aplicação da pesquisa pode intimidar os respondentes, sobretudo se eles ficarem responsáveis pela sua coleta. A coleta deve ser feita através de urnas. O próprio funcionário, após preencher o questionário, deposita a folha de resposta em uma das urnas. Outra forma de coleta é através do envio dos questionários pelo Correio (LUZ, 2003, p. 58-59). A aplicação e a coleta podem ser feitas eletronicamente. O sucesso dessa opção depende da cultura da organização. Alguns funcionários poderão questionar a quebra do sigilo de suas respostas. Essa opção agiliza e torna mais barato e preciso o processamento da pesquisa (LUZ, 2003, p. 59).

8ª) Tabulação da pesquisa.

Essa etapa da pesquisa consiste no processamento manual ou eletrônico dos dados coletados, com o propósito de calcular o percentual dos funcionários satisfeitos em relação aos diferentes assuntos pesquisados. Quando uma pesquisa é feita para um grande número de pessoas, a tabulação manual torna-se extremamente trabalhosa. Nesses casos, recomenda-se que a tabulação seja feita através de um sistema informatizado (LUZ, 2003, p. 59). TIPOS DE TABULAÇÃO: Por Pergunta; Por Variável; Conjunto de Variáveis; Série Histórica das Variáveis; Por Região; Por Diretoria; Por Departamento; Por Unidade (Fábrica ou Loja); Por Nível Hierárquico; Por Regime de Trabalho (Estagiário - Terceirizado Temporário); Por Tempo de Serviço; Por Turno de Trabalho; Por Sexo e Faixa Etária; Resultado Global: Índice de Satisfação Geral – ISG; Série Histórica do ISG (LUZ, 2003, p. 59).

9ª) Emissão de relatório.

Esta etapa da pesquisa compreende a emissão de diversos relatórios. Eles devem ser detalhados, apresentando os resultados de cada variável, o ISG - Índice de Satisfação Geral, os resultados de cada setor etc. Os relatórios devem apresentar gráficos para representar os dados tabulados da pesquisa, assim como os comentários pertinentes a cada gráfico (LUZ, 2003, p. 71).

35

Os gráficos facilitam a visualização dos números apresentados pela

tabulação da pesquisa. Cada assunto tabulado deve ser apresentado sob a forma de

um gráfico (LUZ, 2003, p. 71).

Os relatórios devem apresentar também os respectivos comentários: A interpretação dos resultados da pesquisa é de fundamental importância. A partir dela, são preparados os comentários que se seguem aos gráficos. Esses comentários ressaltam os pontos positivos que devem ser mantidos pela empresa. Realçam ainda os pontos críticos pesquisados. Eles sugerem as medidas que a empresa deve tomar a fim de modificar esses pontos críticos (LUZ, 2003, p. 71). O objetivo dos comentários é analisar os resultados da tabulação, representados sob a forma de gráficos. Nos comentários são ressaltados os pontos fortes do ambiente de trabalho e são recomendadas certas medidas que possam aumentar o grau de satisfação dos empregados (LUZ, 2003, p. 71).

Para que a empresa possa identificar de forma mais clara seus pontos

críticos, necessita analisar os resultados dos diferentes tipos de tabulação que a

pesquisa oferece. (LUZ, 2003, p. 71).

Dependendo do assunto que a empresa queira analisar, é necessário levantar as informações tabuladas por turno de trabalho, por tipo de mão-de-obra (operacional ou administrativa), por região, por diretoria, por fábrica ou por escritório. Só assim vai dispor de mais informações para analisar melhor os problemas que afetam a qualidade do seu ambiente de trabalho e, conseqüentemente, para tomar melhores decisões sobre intervenções no clima organizacional. (LUZ, 2003, p. 71).

10ª) Divulgação dos resultados.

Quem participa de uma pesquisa espera conhecer seus resultados. Por isso, é fundamental que a empresa divulgue os resultados da pesquisa. A área de RH (Recursos Humanos) deve preparar um relatório geral da pesquisa para entregar à diretoria da empresa. É importante entregar para cada diretor, relatórios detalhados, ilustrados e comentados, contendo os resultados de suas respectivas áreas de responsabilidade (LUZ, 2003, p. 74). Antes de divulgar os resultados da pesquisa para os empregados, é recomendável consultar a direção da empresa sobre o que, eventualmente, não deve ser divulgado. Esse cuidado evita eventuais desgastes do RH (Recursos Humanos), por divulgar sem

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autorização algumas informações consideradas sensíveis (LUZ, 2003, p. 74). Alguns resultados podem ter a sua divulgação censurada, pela direção da empresa, em função de sua gravidade. Nesses casos é recomendável consultar também a direção da empresa, sobre a possibilidade de divulgá-los parcialmente. É de bom-tom, que a área de RH (Recursos Humanos) organize, preliminarmente, uma reunião com os gestores, para anunciar os resultados gerais da pesquisa, antes que eles sejam divulgados para os demais funcionários. A área de RH (Recursos Humanos) deve reunir-se, separadamente, com cada gerente, para apresentar os resultados específicos de suas gerências. Essas reuniões de feedback permitem que os resultados de cada gerência possam ser examinados e detectadas as oportunidades de melhoria, em seus respectivos ambientes de trabalho (LUZ, 2003, p.74 - 75). Em seguida, deve ser providenciada a Divulgação total ou parcial dos resultados da pesquisa para todos os funcionários, explorando todos os canais de comunicação. Essa providência gera credibilidade para a empresa e favorece a participação dos funcionários nas pesquisas futuras (LUZ, 2003, p. 74). É conveniente publicar uma edição especial do jornal interno para divulgar os resultados da pesquisa de clima. É necessário usar todos os canais de comunicação disponíveis na empresa: mural, e-mail, jornal interno, intranet, reuniões com os funcionários etc. É aconselhável publicar uma edição especial do jornal interno, fornecendo flashes dos resultados das principais variáveis pesquisadas (LUZ, 2003, p. 74). É importantíssimo que junto com os resultados da pesquisa seja divulgada alguma decisão da direção da empresa, para melhorar algum ponto crítico detectado pela pesquisa. Essa providência também fortalece a credibilidade da pesquisa. Quanto mais ilustrada for a comunicação da pesquisa, mais bem entendida ela será. (luz, 2003, p. 74).

11ª) Definição do plano de ações.

Essa é a etapa mais importante. A pesquisa de clima em si não é um fim, mas sim um meio para a empresa identificar oportunidades de melhorias contínuas no seu ambiente e nas condições de trabalho. Portanto, uma vez identificadas algumas causas que estejam prejudicando a qualidade do ambiente de trabalho, resta à empresa intervir sobre elas (LUZ, 2003, p. 80). É recomendável que a área de RH (Recursos Humanos) forme e coordene uma comissão de trabalho, composta por representantes das diferentes áreas da empresa, a fim de: Priorizar as causas a serem enfrentadas e Discutir e apresentar à direção da empresa

37

planos de ação com as medidas corretivas cabíveis (LUZ, 2003, p. 80). É importante que, antes de tabular os dados de uma pesquisa, a direção da empresa defina limites de resultados, abaixo dos quais os resultados possam ser classificados como “críticos” e que, portanto, devam merecer atenção especial. Por exemplo, uma empresa poderá definir que considera crítico qualquer resultado que apresente menos de 40% de satisfação. Assim, por hipótese, uma empresa obteve um resultado de 34 % de satisfação com relação às instalações do vestiário, 28% de satisfação com relação aos serviços internos de alimentação. Nesses casos, a empresa compromete-se em priorizar a solução desses problemas (LUZ, 2003, p. 80).

De acordo com Barçante e Castro (1995), eles consideram que quando

a empresa decide realizar uma pesquisa de clima, ela tem que ter em mente que se

cria uma via de mão-dupla, onde de um lado, trafegam as informações oferecidas

pelos funcionários, e de outro, devem trafegar as ações emanadas da Alta

Administração, no sentido de atender aos anseios de seus funcionários.

Para o (INSTITUTO MVC, 2010), é nessa etapa, que os resultados são

discutidos e analisados, e com base na visão de futuro da empresa é gerado o Plano

de Ações. Dentro da gestão do clima organizacional, as ações são desenvolvidas de

forma a assegurar que haja:

- Manutenção das expectativas, numa visão de que essas não

devem ser frustradas;

- Há a geração do plano de ações;

- Divulgação dos resultados e do plano de ações;

- Envolvimento e preparo das pessoas no processo;

- Realização do plano;

- Divulgação dos progressos alcançados, assim como, o

acompanhamento e monitoramento do plano;

- Realização de nova pesquisa em 1 ou 2 anos, num ciclo de

melhoria contínua.

38

3 METODOLOGIA

3.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DA PESQUISA

A pesquisa foi do tipo descritiva, visto que, retratou as características

de um grupo de servidores públicos do Instituto Emater, da região de Cornélio

Procópio- PR.

Do ponto de vista de abordagem, foi utilizado o modelo quantitativo de

pesquisa de levantamento. O objetivo geral foi identificar o nível de Satisfação com

que os servidores públicos do Instituto Emater, da região de Cornélio Procópio-PR

estão desempenhando suas funções.

De acordo com Gil (1991), quando se deseja conhecer

comportamentos, pode-se interrogar diretamente um grande número de pessoas de

forma direta. As vantagens de um levantamento são: atingir um grande número de

pessoas, mesmo estando elas dispersas; menores gastos; rapidez e imediatismo na

obtenção dos resultados, garantia do anonimato das respostas.

3.2 DEFINIÇÃO OPERACIONAL DAS VARIÁVEIS

Dentre as diferentes variáveis presentes em pesquisa dessa natureza,

conforme mencionado por Luz (2003), optamos pelas seguintes: Reconhecimento

Financeiro (Salário e benefícios), Carga de Trabalho, Capacidade Profissional,

Reconhecimento Profissional e Oportunidade de Crescimento, Relacionamento

Individual do Servidor com Colegas e Superiores, O Servidor se Considera Motivado

e Valorizado no Ambiente de Trabalho e Nível de Satisfação Geral dos

Colaboradores com Relação à Instituição. Entendendo assim, serem essas as

variáveis mais importantes a serem analisadas dentro do atual clima percebido no

ambiente interno da empresa, além do provável impacto que causará na

satisfação/insatisfação das pessoas no trabalho.

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3.2.1 Reconhecimento Financeiro (Salário e benefícios)

O aspecto salarial e outros benefícios inerentes (plano de saúde,

auxílio moradia, auxílio alimentação, auxílio creche, vale transportes, e etc), são

importantes para a motivação, porque está ligado diretamente à satisfação das

necessidades básicas e de segurança do funcionário.

3.2.2 Carga de Trabalho

É importante que a empresa mantenha instrumentos que possa

mensurar, com determinada precisão, uma relação de carga de trabalho que seja

compatível com a capacidade física do profissional, evitando assim a sobrecarga de

trabalho, que quando não percebida pela área gerencial, pode levar o funcionário a

priorizar mais o aspecto quantitativo do resultado, em prejuízo aos demais aspectos

como: qualidade no cumprimento da atividade, a visão sistêmica da atividade como

um todo, etc.

3.2.3 Capacidade Profissional

É uma característica desenvolvida e potencializada na maioria das

vezes no próprio ambiente da empresa ou fora dela. A competitividade reinante em

nossa sociedade obriga que o indivíduo busque o aperfeiçoamento profissional

constante, para que não fique desatualizado frente a todo o dinamismo do mundo

moderno, com o surgimento sistemático de novas técnicas, teorias e preceitos

administrativos. Um programa permanente de capacitação profissional deverá ser

mantido pela empresa.

40

3.2.4 Reconhecimento Profissional e Oportunidade de Crescimento

Apesar de pouco praticada pela maioria das empresas, o emprego de

elogio e de reconhecimento profissional pode estimular o auto-respeito, a

autoconfiança e propiciar que o funcionário explore melhor suas potencialidades,

assim como, a empresa deve contemplar no seu plano de carreira, a perspectiva de

oportunidade de crescimento, que poderá ser medida através de instrumentos como

avaliação de desempenho ou outro instrumento de análise de potencialidade, para

assumir novos desafios na organização com maior nível de complexidade.

3.2.5 Relacionamento Individual do Servidor com Colegas e Superiores

Conhecer as relações de trabalho na empresa possibilita enxergar com

maior clareza a existência de pontos de conflitos. As corporações atualmente

desejam funcionários maleáveis e que troquem informações entre si. O mercado

está cada vez mais ágil, e um profissional com o ego inflado acaba não tendo a

iniciativa de procurar outro para dividir informações.

Gostar de trabalhar em equipe é imprescindível. Situação de conflito acaba-se dividindo as forças das equipes, quando o objetivo deveria ser oposto, o de unir. Os gestores devem estimular a troca de idéias entre os profissionais, o que é bem diferente de fomentar brigas. (ALONSO, 2009).

3.2.6 O Servidor se Considera Motivado e Valorizado no Ambiente de Trabalho

Essa análise é importante para que a empresa possa encontrar o

equilíbrio entre a necessidade da organização com a realização de cada

colaborador. Afinal, funcionário motivado produz mais e possibilita a empresa buscar

o lucro mais fácil.

41

3.2.7 Nível de Satisfação Geral dos Colaboradores Com Relação à Instituição

O objetivo principal é conhecer o quanto os colaboradores estão

satisfeitos em trabalhar na instituição. Esse diagnóstico possibilita à empresa, ter

uma noção geral do comprometimento dos funcionários, em relação aos objetivos e

resultados pretendidos pela empresa.

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Foi adotado o Censo como forma de pesquisa quantitativa.

Participaram desta pesquisa todos os 52 funcionários das áreas técnica e

administrativa da empresa Instituto Emater, da região de Cornélio Procópio- PR.

3.4 COLETA DE DADOS

Após a realização minuciosa de estudos das diferentes técnicas de

pesquisa, foi definido como instrumento a ser utilizado nessa pesquisa, a opção pelo

uso da técnica mais tradicional de aplicação de Questionários impressos. Essa

técnica apresenta características fundamentais para manter um nível elevado de

qualidade e eficiência, nos dados coletados, e principalmente, por possibilitar uma

segurança maior de preservação do anonimato dos respondentes.

O instrumento utilizado constituiu-se de um questionário estruturado

pelo pesquisador, composto por 23 questões objetivas (APÊNDICES A e B) com o

propósito de termos dados quantificáveis e possíveis de serem levantados e

tabulados. As questões envolveram todas as variáveis definidas na pesquisa, de tal

forma que as perguntas relativas a cada variável, sejam o suficiente para cobrir

satisfatoriamente o assunto pesquisado. As perguntas foram respondidas com

respostas diretas, na forma de opções pares, evitando assim vício da tendência

central.

42

No caso específico dessa pesquisa, por se tratar de um público

formado em praticamente sua totalidade por nível médio e superior, ou seja, baixas

diferenças de entendimento, foi utilizado na pesquisa somente um padrão de

caderno de perguntas.

O instrumento de pesquisa foi validado através da sua aplicação junto

a um grupo piloto, de 06 funcionários, das unidades municipal e regional do Instituto

Emater de Cornélio Procópio – PR, sendo a aplicação realizada no dia 02/09/2010

nas 02 unidades municipal e regional. Durante o processo de aplicação dos

questionários para validação, não houve nenhum questionamento no entendimento

das perguntas, que pudessem suscitar dúvidas. Portanto, não foi necessária a

realização de ajustes de interpretação das perguntas.

A pesquisa foi aplicada pelo pesquisador, membro da equipe regional

da área administrativa e financeira do Instituto EMATER, no período de setembro a

outubro de 2010.

Foi aplicada junto ao grupo de servidores, distribuídos nas 23 unidades

municipais da região e na unidade regional do Instituto EMATER de Cornélio

Procópio. Ocorreu em visitas programadas e agendadas em cada unidade,

individualmente, seguindo uma linha de roteiro, que facilitou a conclusão dentro do

período estabelecido. Foram pesquisados nos dias 20, 21 e 22/09/2010 os

funcionários do município de Cornélio Procópio, envolvendo as 02 unidades

municipal e regional, e do município de Nova Fátima. No dia 29/09/2010, foram

pesquisados os funcionários da unidade municipal de Jataizinho, e no dia

04/10/2010 foram pesquisados os municípios de Nova América da Colina, São

Sebastião da Amoreira e Assaí, localizados geograficamente no mesmo trajeto de

linha. No dia 06/10/2010 foram pesquisados os funcionários dos municípios de

Santa Cecília do Pavão, Nova Santa Bárbara, São Jerônimo da Serra e Sapopema,

no dia 08/10/2010 foram pesquisados os funcionários dos municípios de Leópolis,

Rancho Alegre e Sertaneja, no dia 13/10/2010 foram pesquisados os funcionários do

município de Uraí, no dia 15/10/2010 foram pesquisados os funcionários dos

municípios de Santa Mariana, Bandeirantes, Andirá e Itambaracá, respectivamente.

No dia 18/10/2010, foram pesquisados os funcionários dos municípios de

Congonhinhas e Santo Antônio do Paraíso, e no dia 19/10/2010 foram pesquisados

os funcionários dos municípios de Ribeirão do Pinhal, Abatiá e Santa Amélia. Foram

adotados os mesmos procedimentos em todos os trajetos, com a distribuição dos

43

questionários aos funcionários da unidade municipal, procedendo o recolhimento

dos mesmos durante o retorno do último município do trajeto.

Quando atingido esse último município do trajeto, o pesquisador

aguardou o preenchimento dos mesmos, e após a conclusão, estes foram lacrados

em envelopes e colocados em urna específica, e na sequência, esta foi conduzida

aos demais municípios de retorno, e assim foi realizado o mesmo procedimento de

recolhimento de questionários. Essa rotina foi estabelecida, até atingir 100% dos

municípios, a terem suas equipes de funcionários pesquisados na região.

3.5 TABULAÇÃO DOS DADOS

A tabulação dos dados coletados foi realizada eletronicamente em

planilha desenvolvida em Excel. O tipo de tabulação adotado, foi por Pergunta, onde

foi tabulada cada pergunta individualmente.

O sistema informatizado para tabulação dos dados foi realizado através

de planilha elaborada em Excel, e procedeu a interpretação adequada das

perguntas, considerando as perguntas classificadas como satisfatórias e as

consideradas como insatisfatórias, e para isso, foi utilizado um código de leitura para

cada resposta descrita no questionário.

3.6 RELATÓRIOS

Os relatórios foram apresentados em formato de gráficos

representativos dos dados, tabulados para facilitar a visualização dos números

apresentados pela pesquisa. Seguem, aos gráficos, os respectivos comentários

pertinentes a cada gráfico, para melhor interpretação dos resultados. Sendo que,

cada assunto tabulado por variável, foi representado por um gráfico, seguido de seu

respectivo comentário.

Nos comentários foram ressaltados os pontos positivos, que devem ser

mantidos no ambiente de trabalho da empresa; assim como, os pontos críticos

44

pesquisados foram realçados, sugerindo medidas que devem ser tomadas pela

empresa, a fim de modificá-los, e aumentar o grau de satisfação dos funcionários.

3.7 LIMITES DA PESQUISA

Por se tratar de uma pesquisa de clima em uma empresa pública, há

que se prever a existência de limitações durante a realização do plano de ações.

Essas limitações estão relacionadas mais diretamente ao impacto, causado pelas

possíveis medidas adotas para corrigir os pontos críticos identificados. De uma

forma geral, praticamente todas as medidas corretivas de pontos críticos, implicam

em custos para a empresa.

No caso do Instituto EMATER, onde, o orçamento é totalmente

dependente do governo do estado, há que se prever que aquelas decisões de maior

impacto financeiro, principalmente aquelas relacionadas diretamente a salário,

fogem à competência interna da diretoria da empresa, e que, se não for dado um

tratamento especial pelas lideranças competentes, poderá gerar certas

desconfianças e incertezas junto aos funcionários, em relação a implementação das

medidas de correções cabíveis ao caso.

45

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados das questões foram apresentados de duas formas: em

um único gráfico geral, para os resultados das questões onde não houve ocorrência

de variações, ou variações pouco significativas, quando comparados os dados

gerais, em relação aos individuais da área técnica e da área administrativa. E em 03

gráficos individualmente, com os dados gerais, da área técnica e administrativa,

respectivamente, para os resultados das questões onde ocorreram variações

significativas, quando comparados os dados gerais, em relação aos individuais da

área técnica e da área administrativa.

4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES – GERAL

Gráfico 1 - Sexo Fonte: O autor, 2010

Os resultados demonstram um quadro geral de funcionários da

empresa constituído por uma maioria de 67,31% do sexo masculino e 32,69% do

sexo feminino. Esse resultado obtido acredita-se estar relacionado ao ramo de

atividade fim da empresa (Assistência técnica e extensão rural), que ainda continua

sendo um campo de trabalho mais identificado às pessoas do sexo masculino.

46

Gráfico 2 - Faixa Etária Fonte: O autor, 2010

Os resultados apresentaram um quadro geral de funcionários

constituído das seguintes faixas etárias: 1,92% com idade entre 20- 29 anos, 5,77%

com idade entre 30- 39 anos, 55,77% com idade entre 40- 49 anos, 34,62% com

idade entre 50- 59 anos e 1,92% com idade acima de 60 anos. Esses resultados

obtidos identificam a existência na empresa de um quadro significativo de pessoal,

com média de idade elevada, sendo, 55,77% com idade entre 40- 49 anos e 34,62%

entre 50- 59 anos, o que é considerada uma média alta de idade para os padrões de

gestão praticados atualmente no mercado. Isso demonstra uma baixa renovação do

quadro, e a ausência de uma política de renovação contínua na empresa.

Gráfico 3 - Grau de Escolaridade Fonte: O autor, 2010

47

Os resultados obtidos apresentam um quadro geral de funcionários,

com grau de escolaridade constituído em sua maioria, com 61,54% por nível

Superior Completo, 25,00% por nível Médio Completo, 11,54% por nível Superior

Incompleto e 1,92% Outros. Esses resultados obtidos identificam um número

considerado elevado de funcionários de nível Superior Completo, com 61,54%,

demonstrando que há uma preocupação existente entre os funcionários, pela busca

de oportunidade de crescimento profissional na empresa.

Gráfico 4 - Área de Atuação Fonte: O autor, 2010

Os resultados obtidos apresentam um quadro geral de funcionários

constituído por 75% com atuação na área Técnica e 25% com atuação na área

administrativa. Esse resultado demonstra uma maioria significativa de profissionais

da área Técnica, o que é condizente com a atividade fim da empresa (Assistência

técnica e Extensão rural).

48

Gráfico 5 - Tempo de Serviço Fonte: O autor, 2010

Os resultados obtidos apresentam as seguintes faixas de tempo de

serviço dos funcionários: 15,38% com 0 a 5 anos, 19,23% com 15 a 20 anos,

28,85% com 20 a 25 anos, 19,23% com 25 a 30 anos, 15,38% com 30 a 35 anos e

1,92% acima de 35 anos. Esses resultados demonstram a existência de um quadro

de pessoal na empresa com uma média considerada elevada de tempo de serviço, o

que reflete o tipo de política adotada, com uma baixa renovação do quadro, e a

ausência de uma política de renovação contínua na empresa.

Gráfico 6 - Função que exerce na empresa Fonte: O autor, 2010

49

Os resultados obtidos apresentam um quadro geral de funcionários

constituído por 55,77% de profissionais que exercem funções de Nível Médio,

42,31% que exercem funções de Nível Superior e 1,92% Outros. Esses resultados

demonstram uma distribuição, com certo equilíbrio, de profissionais que exercem

funções de nível médio e nível superior na empresa, atualmente em proporção

compatível com a demanda de carga de trabalho exigida pela empresa, com

priorização maior da área técnica que é a atividade fim da empresa.

Gráfico 7 - Sistema jurídico de contratação Fonte: O autor, 2010

Os resultados obtidos apresentam um quadro de funcionários

constituído por 84,62% contratado sob o sistema jurídico CLT e 15,38% sob o

sistema jurídico Estatutário. Esses resultados demonstram a existência de 02

regimes jurídicos na empresa, sendo uma maioria absoluta de funcionários

Celetistas (contratados antes do processo de autarquização da empresa em 2006) e

uma minoria de funcionários Estatutários (contratados após o processo de

autarquização da empresa em 2006).

50

4.2 REMUNERAÇÃO

Gráfico 8 - Satisfação com a remuneração - Geral Fonte: O autor, 2010

A satisfação dos funcionários em geral quanto à remuneração recebida

apresentou um resultado positivo, com 73% de satisfeitos, e apenas 27% de

insatisfeitos, o que demonstra um nível elevado de satisfação entre os

colaboradores. Acredita-se que esses bons resultados apresentados estão

relacionados ao novo plano de carreira implantado recentemente na empresa (ano

2009).

O dinheiro é o incentivo mais largamente usado pelas empresas,

porém cabe salientar que sua utilização possibilita o atendimento das necessidades

básicas e de segurança (em parte). Entretanto, se os salários oferecidos não forem

suficientes para satisfazer as necessidades fisiológicas básicas, essa possível

estabilidade oferecida não surtirá os efeitos desejados.

51

4.3 BENEFÍCIOS

Gráfico 9 - Satisfação com os benefícios – Geral Fonte: O autor, 2010

A satisfação dos funcionários em geral com relação aos benefícios

oferecidos pela empresa apresentou um resultado negativo, com apenas 40% de

satisfeitos, o que é considerado baixo, e com 60% de insatisfeitos, que é

considerado um número relativamente alto. Esses resultados demonstram a

necessidade de uma melhor reflexão sobre os benefícios atuais oferecidos pela

empresa.

Os benefícios oferecidos atualmente pela empresa se restringem à,

Contribuição ao Plano de Aposentadoria de Previdência Privada, Auxílio Transporte

restrito a determinada faixa salarial, e o Auxílio Saúde- SAS(Assistência a saúde dos

servidores públicos do Governo do Estado Paraná).

Outros benefícios inerentes (plano de saúde, auxílio moradia, auxílio

alimentação, auxílio creche, vale transportes, e etc), são importantes para a

motivação, porque está ligado diretamente à satisfação das necessidades básicas e

de segurança do funcionário. Portanto, em vez de salários, muitas empresas

atualmente tem procurado promover segurança aos seus funcionários na forma de

assistência médica, hospitalar e odontológica, visando proporcionar-lhes a

estabilidade desejada.

52

4.4 DISTRIBUIÇÃO DA CARGA DE TRABALHO

Gráfico 10 - Satisfação com a distribuição da carga de trabalho– Geral Fonte: O autor, 2010.

Gráfico 11 - Satisfação com a distribuição da carga de trabalho– Área Técnica Fonte: O autor, 2010.

53

Gráfico 12 - Satisfação com a distribuição da carga de trabalho– Área Administrativa Fonte: O autor, 2010.

A satisfação geral dos funcionários com relação à distribuição da carga

de trabalho, apresentou um resultado positivo, com 77% de satisfação e apenas

23% de insatisfeitos, o que é considerado um resultado muito bom.

Entretanto, os resultados demonstrados na área administrativa,

apresentaram-se bem superior em relação ao geral e à área técnica, com 92% de

satisfeitos e apenas 8% de insatisfeitos, enquanto que, os da área técnica

apresentaram 72% de satisfeitos e 28% de insatisfeitos.

Essa variação pode ser atribuída em parte, às diferentes peculiaridades

envolvidas nas atividades da área técnica, com maior grau de incertezas, enquanto

que, as atividades na área administrativa são mais previsíveis.

A sobrecarga de trabalho, que quando não percebida pela área

gerencial, pode levar o funcionário a priorizar mais o aspecto quantitativo do

resultado, em prejuízo aos demais aspectos como: qualidade no cumprimento da

atividade, a visão sistêmica da atividade como um todo, etc.

Entretanto, quando mantida esse tipo de situação por um período

longo, e associado a outros fatores de insatisfação, pode levar a um quadro de

acomodação, ou até mesmo de prejuízos à saúde física e mental do funcionário.

54

4.5 TREINAMENTOS DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

Gráfico 13 - Satisfação com treinamentos de capacitação profissional– Geral Fonte: O autor, 2010.

Gráfico 14 - Satisfação com treinamentos de capacitação profissional– Área Técnica Fonte: O autor, 2010.

55

Gráfico 15 - Satisfação com treinamentos de capacitação profissional– Área Administrativa Fonte: O autor, 2010.

A satisfação dos colaboradores em geral com relação aos treinamentos

de capacitação profissional recebidos apresentou um resultado de 50% de

satisfeitos e 50% de insatisfeitos, o que é considerado regular. Entretanto, os

colaboradores da área técnica apresentaram 59% de satisfeitos e 41% de

insatisfeitos, o que é considerado um resultado bom. Enquanto que, os

colaboradores da área administrativa apresentaram resultado negativo, com apenas

23% de satisfeitos e 77% de insatisfeitos, o que é considerado um resultado muito

baixo.

Esses baixos resultados demonstrados na área administrativa,

acredita-se estarem relacionados à política adotada pela empresa, de investir mais

em treinamentos na área técnica, considerada a atividade fim da empresa, em

detrimento da área administrativa, considerada a atividade meio da empresa, pouco

priorizada em termos de investimento de capacitação.

A competitividade reinante em nossa sociedade, obriga que o indivíduo

busque o aperfeiçoamento profissional constante, para que não fique desatualizado

frente a todo o dinamismo do mundo moderno, com o surgimento sistemático de

novas técnicas, teorias e preceitos administrativos. Um programa permanente de

capacitação profissional deverá ser mantido pela empresa.

56

4.6 RECONHECIMENTO E RECOMPENSA

Gráfico 16 - Satisfação com reconhecimento e recompensa– Geral Fonte: O autor, 2010.

Gráfico 17 - Satisfação com reconhecimento e recompensa– Área Técnica Fonte: O autor, 2010.

57

Gráfico 18 - Satisfação com reconhecimento e recompensa- Área Administrativa Fonte: O autor, 2010.

A satisfação geral dos colaboradores com relação ao reconhecimento e

recompensa por suas contribuições foi considerada boa, com o resultado de 60% de

satisfeitos e 40% de insatisfeitos. Entretanto, os colaboradores da área técnica

apresentaram 54% de satisfeitos e 46% de insatisfeitos, resultado considerado

regular. Enquanto que, a área administrativa, apresentou resultado bem superior,

com 77% de satisfeitos e apenas 23% de insatisfeitos, o que é considerado um

resultado muito bom.

Acredita-se que o baixo nível de satisfação, demonstrado na área

técnica em relação à área administrativa, esteja relacionado às diferentes

peculiaridades e o grau de complexidade das atividades que envolvem a área

técnica, o que em determinados aspectos dificulta a sua mensuração em termos de

resultados, enquanto que, na área administrativa as atividades são mais rotineiras e

previsíveis.

58

4.7 RECONHECIMENTO DEMONSTRADO PELOS CHEFES

Gráfico 19 - Reconhecimento demonstrado pelos chefes- Geral Fonte: O autor, 2010.

Gráfico 20 - Reconhecimento demonstrado pelos chefes- Área Técnica Fonte: O autor, 2010.

59

Gráfico 21 - Reconhecimento demonstrado pelos chefes- Área Administrativa Fonte: O autor, 2010.

A satisfação geral dos funcionários com relação ao reconhecimento

demonstrado pelos chefes, pelo bom trabalho e pelo esforço extra foi considerado

bom, com 77% de satisfeitos e 23% de insatisfeitos. O resultado demonstrado pela

área técnica também foi considerado bom, com 72% de satisfeitos e 28% de

insatisfeitos. Entretanto, os colaboradores da área administrativa apresentaram um

resultado positivo ainda maior, com 92% de satisfeitos e apenas 8% de insatisfeitos.

As variações estatísticas apresentadas, demonstrando uma maior

satisfação entre os funcionários da área administrativa em relação à área técnica,

acredita-se estar relacionada à forma centralizada de atuação de determinados

níveis de gerência na empresa, em alguns casos pouco participativa e presente

junto à área técnica dos municípios da região, o que não ocorre na área

administrativa, que segue uma hierarquia gerencial mais enxuta e melhor definida.

60

4.8 OFERECIMENTO DE OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Gráfico 22 - Oportunidades de desenvolvimento- Geral Fonte: O autor, 2010.

Gráfico 23 - Oportunidades de desenvolvimento- Área Técnica Fonte: O autor, 2010.

61

Gráfico 24 - Oportunidades de desenvolvimento- Área Administrativa Fonte: O autor, 2010.

A satisfação geral dos funcionários com relação ao oferecimento de

oportunidades de desenvolvimento para o seu crescimento profissional foi

considerado bom, com 52% de satisfeitos e 48% de insatisfeitos. Os colaboradores

da área técnica apresentaram resultados também considerados bons, com 54%

de satisfeitos e 46% de insatisfeitos. Enquanto que, os colaboradores da área

administrativa apresentaram resultados negativos, com 46% de satisfeitos e 64% de

insatisfeitos, o que é considerado baixo.

As variações apresentadas, demonstrando uma baixa satisfação da

área administrativa em relação à área técnica, acredita-se estar relacionada a

própria cultura organizacional da empresa, onde, as oportunidades de ocupação de

determinados cargos na empresa, principalmente os de maior importância, tendem

ser ocupados por profissionais da área técnica, mesmo não sendo um cargo afim a

formação profissional, trazendo assim um descompasso na igualdade de

oportunidades em relação a área administrativa.

Colaboradores motivados pela competência procuram o domínio do

trabalho, o desenvolvimento das atividades de resolução de problemas e esforçam-

se em ser inovadores. Geralmente executam um bom trabalho alimentado pela

satisfação interior que sentem ao realizarem uma dada atividade.

62

4.9 RELACIONAMENTO COM OS COLEGAS DE TRABALHO

Gráfico 25 - Relacionamento com colegas de trabalho- Geral Fonte: O autor, 2010.

O relacionamento com os colegas de trabalho em geral, e envolvendo

tanto as áreas técnica, quanto administrativa, apresentou um percentual de 100%

em termos motivacionais. Os resultados apresentados demonstram que há um

espírito colaborativo bastante intenso. Acredita-se que esses resultados são frutos

da forma descentralizada de atuação das equipes técnica e administrativa, e do

estilo atual de gerência exercido nos diferentes municípios da região, aliada a

presença proativa de equipes multidisciplinares, formada por técnicos especializados

atuando de forma integrada junto aos profissionais dos municípios da região.

Segundo (FLEURY; FISCHER, 1989), o clima organizacional está

intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes. Quando há

elevada motivação dos colaboradores, o clima motivacional se torna elevado,

traduzindo-se em relações de satisfação, de animação, interesse e colaboração

entre os membros.

63

4.10 RELACIONAMENTO COM AS CHEFIAS

Gráfico 26 - Relacionamento com as chefias- Geral Fonte: O autor, 2010.

A satisfação dos funcionários com relação ao relacionamento em geral

com as chefias, apresentou um percentual de 88% de satisfeitos e 12% de

insatisfeitos, o que é considerado muito bom. Os resultados positivos obtidos

demonstram que há um estilo de liderança mais democrática, com uma maior

participação do grupo na tomada de decisões, que em geral são compartilhadas

junto ao grupo de colaboradores da região.

Quando uma empresa possui uma liderança ruim, pode resultar em

efeitos negativos em seus colaboradores, sendo assim, qualquer melhora por menor

que seja deverá ter um efeito positivo (LOPES, 1980).

64

4.11 PROCURA ALGUM CHEFE PARA TRATAR DE ASSUNTOS RELACIONADOS AO TRABALHO

Gráfico 27 - Procura algum chefe para tratar de assuntos relacionados ao trabalho- Geral Fonte: O autor, 2010.

A satisfação geral dos funcionários quando procura algum chefe para

tratar de assuntos relacionados ao trabalho, apresentou um resultado de 86% de

satisfeitos e 14% de insatisfeitos, o que é considerado um resultado muito bom. O

resultado positivo apresentado reflete o estilo de liderança praticado atualmente na

empresa, mais participativa e com decisões mais democráticas e integradas junto ao

grupo de colaboradores.

4.12 PROCURA ALGUM CHEFE PARA DAR IDÉIAS E SUGESTÕES

Gráfico 28 - Procura algum chefe para dar idéias e sugestões- Geral Fonte: O autor, 2010.

65

A satisfação geral dos funcionários quando procuram algum chefe para

dar idéias e sugestões, apresentou um resultado bastante positivo, com 78% de

satisfeitos e 22% de insatisfeitos, o que é considerado muito bom.

Esse resultado obtido reflete um estilo de liderança bastante

participativa, com forte iniciativa presente no grupo, dividindo com o gerente as

decisões da área em praticamente todos os momentos.

4.13 INFORMAÇÕES RECEBIDAS

Gráfico 29 - Satisfação com informações recebidas- Geral Fonte: O autor, 2010.

Gráfico 30 - Satisfação com informações recebidas- Área Técnica Fonte: O autor, 2010.

66

Gráfico 31 - Satisfação com informações recebidas- Área Administrativa Fonte: O autor, 2010.

A satisfação geral dos funcionários com relação às informações

recebidas para executar o seu trabalho, apresentou com 71% de satisfeitos e 29%

de insatisfeitos, o que é considerado um resultado muito bom. O resultado

demonstrado pela área técnica também foi considerado bom, com 67% de satisfeitos

e 33% de insatisfeitos. Entretanto, os colaboradores da área administrativa

apresentaram um resultado positivo ainda maior, com 85% de satisfeitos e apenas

15% de insatisfeitos.

As variações estatísticas apresentadas, demonstrando uma maior

satisfação entre os funcionários da área administrativa em relação à área técnica,

acredita-se estar relacionada à forma de atuação gerencial pouco proativa em

determinados níveis de hierarquia na empresa, dificultando em certos momentos a

agilidade nos processos e no fluxo de informações técnicas a serem repassadas, o

que não ocorre na área administrativa, que mantém uma hierarquia de gerência

melhor definida e mais proativa. Entretanto, cabe à Área de Desenvolvimento de

Pessoas – GDP, analisar os resultados individualmente e tomar as medidas

preventivas e de correção cabíveis ao caso.

67

4.14 LIDERANÇA DOS CHEFES

Gráfico 32 - Satisfação com liderança dos chefes- Geral Fonte: O autor, 2010.

Gráfico 33 - Satisfação com liderança dos chefes- Área Técnica Fonte: O autor, 2010.

68

Gráfico 34 - Satisfação com liderança dos chefes- Área Administrativa Fonte: O autor, 2010.

A satisfação geral dos funcionários com relação a liderança dos chefes,

apresentou com 53% de satisfeitos e 47% de insatisfeitos, o que é considerado um

resultado regular. Entretanto, o resultado demonstrado pela área técnica foi

considerado negativo, com apenas 47% de satisfeitos e 53% de insatisfeitos, em

relação aos resultados, geral e da área administrativa.

Os colaboradores da área administrativa apresentaram um resultado

positivo, com 69% de satisfeitos e apenas 31% de insatisfeitos, o que é considerado

um resultado bom.

As variações observadas nos resultados obtidos entre a área técnica e

a área administrativa, acredita-se que esteja relacionada ao estilo de gerência

adotado em determinados níveis hierárquicos da empresa, pouco participativa e

mais delegativa em relação à área técnica dos municípios da região; enquanto que,

na área administrativa existe uma distribuição hierárquica mais enxuta e um estilo de

liderança melhor definido. Entretanto, cabe à Área de Desenvolvimento de Pessoas-

GDP, analisar os resultados individualmente e tomar as medidas corretivas e

preventivas, necessárias para conter os pontos críticos.

69

4.15 VALORIZAÇÃO PELO TRABALHO

Gráfico 35 - Satisfação com valorização pelo trabalho- Geral Fonte: O autor, 2010.

A satisfação geral dos funcionários com relação à sua valorização pelo

trabalho que executa, apresentou um resultado positivo, com 69% de satisfeitos e

apenas 31% de insatisfeitos, o que é considerado um resultado bom.

Esse resultado positivo obtido, demonstra que existe uma preocupação

da empresa em valorizar os seus funcionários, atrelado a um plano de carreira que

tem possibilitado às lideranças uma valorização mais justa dos talentos existentes na

empresa, resultando, assim, em um melhor equilíbrio entre os objetivos de seus

colaboradores e os da empresa.

70

4.16 TEMPO DEDICADO AO TRABALHO

Gráfico 36 - Satisfação com tempo dedicado ao trabalho- Geral Fonte: O autor, 2010.

A satisfação geral dos funcionários com relação ao tempo dedicado ao

trabalho apresentou um resultado positivo, com 88% de satisfeitos e apenas 12% de

insatisfeitos, o que é considerado um resultado muito bom.

Esse resultado obtido, demonstra o respeito mútuo entre a empresa e

seus colaboradores, com relação aquilo que foi combinado.

4.17 LEVANDO-SE TUDO EM CONTA NA EMPRESA

Gráfico 37 - Satisfação levando-se tudo em conta na empresa- Geral Fonte: O autor, 2010.

71

A satisfação geral dos funcionários levando-se tudo em conta na

empresa, apresentou um resultado positivo, com 75% de satisfeitos e 25% de

insatisfeitos, o que é considerado um resultado bom.

Esse resultado obtido demonstra que a empresa vem buscando

compatibilizar o equilíbrio dos interesses entre empresa x colaboradores, e de uma

forma compartilhada, tem buscado a produtividade e atingido um bom nível de

conforto e satisfação.

Em se tratando de uma empresa pública, que é regida por normas, e

que, na maioria das vezes, os seus gestores encontram limites para agir, esse

resultado obtido contraria a visão distorcida de muitos, em relação à gestão no

sistema público, de que certas teorias só funcionam no sistema privado. Isso

demonstra que mesmo numa empresa pública é possível encontrar um ambiente de

trabalho que traga satisfação e prazer aos seus colaboradores, e tida como uma boa

empresa para se trabalhar.

Os dados apresentados pela Revista Guia Exame, 2007 (apud

INSTITUTO MVC, 2010) “150 Melhores Empresas para se trabalhar”, traz o slogan:

Felicidade traz dinheiro, e que tratar bem os funcionários é mais que uma questão

de cidadania empresarial, tem a ver com a sobrevivência do negócio. Os números

demonstrados pelas 500 melhores empresas do período apresentaram uma

rentabilidade média sobre o patrimônio de 12,87%, enquanto que, as 150 melhores

empresas apresentaram uma rentabilidade de 18,04% e as 10 melhores empresas

apresentaram uma rentabilidade de 27,5% respectivamente; o que reforça a tese de

que as melhores empresas para trabalhar, também estão entre as mais rentáveis do

país.

72

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conhecimento das diferentes teorias existentes sobre clima

organizacional e os fatores determinantes, que podem levar os indivíduos a um grau

maior ou menor de motivação no ambiente de trabalho, nos permitiu enxergar com

uma maior clareza o comportamento humano na organização pública.

Os resultados obtidos através dessa pesquisa atingiram de forma plena

os objetivos propostos, demonstrando, de um modo geral, um elevado grau de

motivação e satisfação dos funcionários do Instituto Emater, na região de Cornélio

Procópio.

Foi possível observar, que esses bons resultados demonstrados pelos

colaboradores, podem estar ligados diretamente à recente política salarial adotada

pela empresa, devendo, portanto, haver uma preocupação em relação a outras

variáveis analisadas, como no caso, por exemplo, dos benefícios oferecidos pela

empresa, que apresentaram resultados negativos; pois, sabemos que o aspecto da

remuneração é um importante fator motivacional, mas de duração momentânea,

devendo, portanto, ser motivo de uma análise crítica mais aprofundada por parte dos

seus gestores e da Área de Desenvolvimento de Pessoas - GDP, procurando

compatibilizar com os resultados de outras variáveis motivacionais pesquisadas.

Percebeu-se, também neste estudo, a ocorrência de um grau médio de

insatisfação dos colaboradores na variável liderança dos chefes, principalmente do

ponto de vista da área técnica, o que demonstra certo grau de preocupação por ser

área fim da empresa, devendo, portanto, ser motivo de uma análise crítica por parte

dos gestores, em relação ao estilo de liderança praticado atualmente na instituição.

Cabe, portanto, aos gestores, buscar o equilíbrio na relação líder e

liderados, procurando manter sempre as condições necessárias para que

permaneçam motivados, amenizando o conflito entre os desejos dos colaboradores

e as necessidades da empresa.

A preocupação em manter elevado o nível de motivação dos

colaboradores, ainda é um grande desafio para as empresas. Não basta,

simplesmente, atingir um nível satisfatório de motivação entre os colaboradores, é

necessário criar e manter as condições necessárias para manutenção continuada da

motivação intrínseca das pessoas.

73

Não se pode ter a visão equivocada de que uma mudança na política

salarial de uma empresa irá manter os funcionários sempre motivados. É preciso

enxergar os outros fatores motivacionais, conforme enfatiza Herzberg, que as

organizações, na tentativa de elevar o desempenho e a satisfação das pessoas,

acabam negligenciando e desprezando os outros fatores motivacionais.

A busca dessas condições necessárias para a manutenção dessa

motivação intrínseca dos colaboradores numa empresa pode estar relacionada à

teoria dos dois fatores de Herzberg, onde diz que a motivação envolve as condições

físicas e ambientais de trabalho, o salário, os benefícios sociais, as políticas da

empresa, o modelo de gestão, a relação dos colaboradores com superiores, e as

oportunidades de desenvolvimento existentes na empresa.

Outro aspecto a ser considerado na organização, é que recompensa

monetária, em determinados momentos, não é um fator de motivação, mas um fator

higiênico, como apontou Herzberg. Os resultados práticos alcançados com esse

tipo de recompensa, demonstram que são eficazes apenas para assegurar regras e

normas da empresa, e que, não havendo a preocupação com outros benefícios

motivacionais, dos quais citamos: a perspectiva de oportunidade de valorização e

o reconhecimento profissional, ainda que, os funcionários recebam uma excelente

remuneração, esses se mostrarão desmotivados.

Não podemos ter o dinheiro como um mero paliativo, mas sim como

um instrumento agregador dentro da política de incentivos da empresa.

Portanto, concluímos que, não existe uma teoria que assegure a

motivação completa das pessoas, pois, sabemos que cada indivíduo reage de forma

diferente aos mesmos estímulos motivacionais, ou seja, os anseios e as

individualidades variam de pessoa para pessoa, e as suas ações e reações são

reflexos dessa escala de valores individualizada, podendo, portanto, em

determinadas situações, funcionar de forma momentânea ou duradoura.

74

REFERÊNCIAS

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KAHALE, Flávia. Pesquisando a motivação: a pesquisa de clima organizacional. Disponível em: <http://www.institutomvc.com.br/portfolio/clima_org/clim_motiv1.htm>. Acesso em: 3 jun. 2010. LAWLER III, E. Estratégia versus funcionários. HSM Management, São Paulo, p. 12-15, set./out. 1998. LOPES, Tomás de Vilanova Monteiro. Motivação no trabalho. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1980. LUZ, Ricardo Silveira. Gestão do clima organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003. SORGATO, Adriana. Pesquisa sobre clima organizacional na agência do Banco do Brasil S/A de Xaxim- SC. 2007. Monografia (Especialização em Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. VROOM, Victor H. Gestão de pessoas, não de pessoal: os melhores métodos de motivação e avaliação desempenho. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

76

APÊNDICES

77

APÊNDICE A

Pesquisa de clima organizacional Perfil dos servidores públicos do instituto EMATER,

Da região de Cornélio Procópio

Prezado Colaborador:

O presente questionário faz parte de uma pesquisa desenvolvida para o Curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas, ofertado pela Escola de Governo e UEL, no ano 2009/2010. Essa é uma pesquisa anônima e gostaríamos de contar com sua valiosa contribuição respondendo-o de forma verdadeira e com a maior franqueza. É muito importante sabermos sua opinião. Obrigado!

1. SEXO: ( ) FEMININO ( ) MASCULINO 2. FAIXA ETÁRIA: ( ) 20 A 29 ANOS ( ) 30 A 39 ANOS ( ) 40 A 49 ANOS ( ) 50 A 59 ANOS ( ) ACIMA DE 60 ANOS 3. GRAU DE ESCOLARIDADE: ( ) 1º GRAU COMPLETO ( ) 1º GRAU INCOMPLETO ( ) 2º GRAU COMPLETO ( ) 2º GRAU INCOMPLETO ( ) SUPERIOR COMPLETO ( ) SUPERIOR INCOMPLETO ( ) OUTROS 4. ÁREA DE ATUAÇÃO: ( ) TÉCNICA ( ) ADMINISTRATIVA 5. TEMPO DE SERVIÇO: ( ) 0 – 5 ANOS ( ) 5 – 10 ANOS ( )10 – 15 ANOS ( ) 15 – 20 ANOS ( ) 20 – 25 ANOS ( ) 25 – 30 ANOS ( ) 30 – 35 ANOS ( ) ACIMA DE 35 ANOS

6. A FUNÇÃO QUE EXERCE NA EMPRESA É: ( ) NÍVEL MÉDIO ( ) NÍVEL SUPERIOR ( ) OUTROS 7. O SISTEMA JURÍDICO DE CONTRATAÇÃO É: ( ) CLT ( ) ESTATUTÁRIO

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APÊNDICE B

Marque com “x” no quadro que corresponde ao seu sentimento atual

PERGUNTAS SATISFEITO INSATISFEITO 1. Com relação à remuneração recebida pelo trabalho que

realiza na empresa.

2. Com relação aos benefícios oferecidos pela empresa?

3. Como se sente com relação à distribuição da carga de trabalho em sua área de atuação?

4. Como se sente com relação aos treinamentos de capacitação profissional?

5. Como se sente com relação ao reconhecimento e recompensa por suas contribuições?

6. Como se sente com relação ao reconhecimento demonstrado pelos chefes, pelo bom trabalho e pelo esforço extra?

7. Como se sente com relação ao oferecimento de oportunidades de desenvolvimento para seu crescimento profissional?

8. Como se sente no relacionamento com os colegas de trabalho?

9. Como se sente no relacionamento com as chefias?

10. Quando você procura algum chefe para tratar de assuntos relacionados ao trabalho, você se sente:

11. Quando você procura algum chefe para dar idéias e sugestões, você se sente:

12. Com relação às informações que você recebe para executar o seu trabalho, você se sente:

13. Com relação à liderança dos chefes, para coordenar pessoas e distribuir tarefas adequadas você se sente:

14. Como você se sente com relação à sua valorização pelo trabalho que executa?

15. Como se sente com relação ao tempo que você dedica ao seu trabalho, é aquele que foi combinado com a empresa?

16. Como se sente de forma geral com a empresa, ou seja, levando-se tudo em conta, você está:

Fonte: MAXIMIANO, 2000