a percepÇÃo de bem-estar no trabalho e...
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
GRACIANE RODRIGUES FERNANDES JALES
A PERCEPÇÃO DE BEM-ESTAR NO TRABALHO E
SATISFAÇÃO COM A VIDA DE NUTRICIONISTAS DE UMA
CONCESSIONÁRIA DE ALIMENTAÇÃO DO DISTRITO
FEDERAL
Brasília
2017
i
GRACIANE RODRIGUES FERNANDES JALES
A PERCEPÇÃO DE BEM-ESTAR NO TRABALHO E SATISFAÇÃO
COM A VIDA DE NUTRICIONISTAS DE UMA CONCESSIONÁRIA
DE ALIMENTAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL
Monografia apresentada ao Curso de Pós-
graduação em Ciências da Saúde, da Faculdade de
Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, como
requisito parcial para obtenção do título de
Especialista em Gestão da Produção de Refeições
Saudáveis.
Orientadora: Profª Drª Rita de Cássia Coelho de
Almeida Akutsu
ii
Brasília
2017
Jales, Graciane Rodrigues Fernandes A percepção de bem-estar no trabalho e satisfação com a vida de nutricionistas de uma concessionária de alimentação do Distrito Federal/Graciane Rodrigues Fernandes Jales
Monografia/ Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de
Brasília. Brasília, 2017.
Área de Concentração: Nutrição
Orientador: Profª Drª Rita de Cássia Coelho de Almeida Akutsu
l. Nutricionista 2. Bem-estar 3. Satisfação com a vida
iii
A PERCEPÇÃO DE BEM-ESTAR NO TRABALHO E SATISFAÇÃO
COM A VIDA DE NUTRICIONISTAS DE UMA CONCESSIONÁRIA
DE ALIMENTAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL
Monografia apresentada ao Departamento de Nutrição – NUT da Universidade de Brasília – UNB,
como requisito parcial à obtenção do grau em Especialista em Gestão da Produção de Refeições
Saudáveis.
Aprovada por:
_________________________________________________________
Professora orientadora: Drª Rita de Cássia Coelho de Almeida Akutsu
v
AGRADECIMENTOS
À professora Drª Rita de Cássia Coelho de Almeida Akutsu, orientadora, agradeço o
incentivo e apoio incondicionais prestados durante todas as etapas deste trabalho.
Aos Nutricionistas, colegas de trabalho, que participaram da pesquisa pela valiosa
colaboração.
vi
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
VINÍCIUS DE MORAES
vii
RESUMO
A forma como se deu o desenvolvimento da profissão de nutricionista ainda gera implicações
na atuação desses profissionais, que enfrentam problemas e condições de trabalho diversas
das ideais. Considerando que tanto as condições de trabalho como as características das
personalidades de cada profissional podem influenciar na sua percepção de Bem-estar no
Trabalho, o presente estudo teve como objetivo identificar a percepção de Bem-estar pessoal
no Trabalho e a Satisfação com a Vida de nutricionistas de uma empresa concessionária de
alimentação no Distrito Federal. Além disso, buscou-se identificar a existência de relação
entre essas duas variáveis, bem como se haveria correlação entre a percepção de Bem-estar no
Trabalho com as variáveis demográficas. Para tal, realizou-se estudo transversal exploratório,
com revisão bibliográfica sobre o tema e aplicação de questionários enviados por email a
nutricionistas que trabalham nessa concessionária de alimentação. O referido questionário
teve como finalidade obter informações relativas ao Bem-estar no Trabalho, Satisfação com a
Vida e dados demográficos desses profissionais. Foram analisados os resultados de 46
questionários, a partir de análises estatísticas dos dados de natureza descritiva (frequência,
média, porcentagem e desvio padrão), bem como foram realizadas análises de variância –
ANOVA, Teste T de Student e Correlações de Pearson para analisar as relações entre as
variáveis. Os resultados obtidos indicam que os nutricionistas frequentemente vivenciam
Bem-estar no Trabalho, e demonstram estar Satisfeitos com sua Vida. A partir da análise da
correlação de Pearson foi possível identificar uma correlação significativa e positiva entre
essas duas variáveis (p= 0,000). As variáveis de Faixa Etária, Faixa de Renda, Escolaridade,
Religião, Estado Civil e Ter Filhos não foram significativas para influenciar o Bem-estar
pessoal no Trabalho. A única variável demográfica a influenciar a Satisfação com a Vida foi a
Faixa de Renda (p=0,032; F= 3,726). Dessa forma, conclui-se que essa pesquisa vai ao
encontro da literatura em diversos aspectos sociodemográficos da Nutrição: essa ainda é uma
profissão eminentemente feminina, com salários baixos para o nível de graduação, e com
poucos profissionais com pós-graduação stricto senso. Entretanto, tais aspectos demográficos
não demonstraram ter relação significativa com a percepção de Bem-estar no Trabalho dos
profissionais pesquisados, apontando a necessidade de mais pesquisas para compreender a
aparente contradição entre as condições de trabalho dos nutricionistas que atuam na área de
produção e a percepção de Bem-estar no Trabalho medida com essa pesquisa.
viii
ABSTRACT
The development of the profession of nutritionist still has implications for the work of these
professionals, who face problems and working conditions different from the ideals.
Considering that both working conditions and personality characteristics of each professional
can influence their perception of Well-being at Work, the present study aimed to identify the
perception of Personal Well-being at Work and Life Satisfaction of Nutritionists that work in
a food concession company in Distrito Federal. In addition, we sought to identify the
existence of a relationship between these two variables, as well as whether there would be a
correlation between the perception of Well being at Work and the demographic variables. For
that, an exploratory cross-sectional study was carried out, with bibliographic review on the
subject and application of questionnaires sent by email to nutritionists working in this food
distribution company. The purpose of this questionnaire was to obtain information on
Occupational Well-Being, Life Satisfaction and demographic data of these professionals. The
results of 46 questionnaires were analyzed based on desciptive statistical analysis (frequency,
mean, percentage and standard deviation), as well as analysis of variance - ANOVA,
Student's T-Test and Pearson's Correlations to analyze the relationship between variables. The
results indicate that nutritionists often experience Well-being at Work, and demonstrate that
they are Satisfied with their Lifes. From the analysis of Pearson's correlation it was possible
to identify a significant and positive correlation between these two variables (p = 0.000). The
variables of Age Group, Income Range, Schooling, Religion, Marital Status and Having
Children were not significant in influencing Personal Well-being at Work. The only
demographic variable influencing Life Satisfaction was the Income Range (p = 0.032, F =
3.726). Thus, it is concluded that this research is in line with the literature on several
sociodemographic aspects of Nutrition area: this is still an eminently feminine profession,
with low salaries for a graduated level, and with few professionals with master’s or doctorate
degree. However, such demographic aspects have not been shown to have a significant
relationship with Worker's Well-being perception, pointing to the need for further research to
understand the apparent contradiction between the working conditions of nutritionists who
work in the area of production and the perception of Well-being at Work as measured by this
research.
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ...................................................................................................................................
24
Tabela 2 ...................................................................................................................................
25
x
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................. vi
ABSTRACT ............................................................................................................................
vii
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................
viii
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 10
CAPÍTULO 1 – O BEM-ESTAR NO TRABALHO DE NUTRICIONISTAS .................
12
1.1 DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO DE NUTRICONISTA NO BRASIL –
ASPECTOS HISTÓRICOS ...............................................................................................
12
1.2 O TRABALHO .............................................................................................................
14
1.3 BEM-ESTAR ................................................................................................................
16
1.3.1 Satisfação com a Vida ........................................................................................
17
1.3.2 Bem-estar no Trabalho .....................................................................................
17
1.3.2.1 O Bem-estar no Trabalho de nutricionistas .............................................
18
1.4 OBJETIVOS ................................................................................................................. 20
CAPÍTULO 2 – MÉTODO ...................................................................................................
21
2.1 DESENHO DO ESTUDO ............................................................................................ 21
2.2 AMOSTRA ...................................................................................................................
21
2.3 INSTRUMENTOS ........................................................................................................
22
2.3.1 Escala de Bem-estar no Trabalho .....................................................................
22
xi
2.3.2 Escala de Satisfação com a Vida .......................................................................
23
2.3.3 Variáveis demográficas .....................................................................................
23
2.4 ANÁLISE DOS DADOS ..............................................................................................
23
CAPÍTULO 3 – RESULTADOS ...........................................................................................
24
CAPÍTULO 4 – DISCUSSÃO ...............................................................................................
26
4.1 A PROFISSÃO NUTRICIONISTA – ASPECTOS DEMOGRÁFICOS ......................
26
4.2 BEM-ESTAR NO TRABALHO E SATISFAÇÃO COM A VIDA DE
NUTRICIONISTAS ........................................................................................................... 27
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO ............................................................................................
30
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 31
APÊNDICES ..........................................................................................................................
34
ANEXOS ................................................................................................................................ 38
12
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas foi possível verificar um avanço significativo no
desenvolvimento da profissão do nutricionista no Brasil. Inicialmente, entre as décadas de
1930 e 1940, a profissão foi concebida como uma prática técnica de nível médio destinada à
administração de restaurantes mantidos pelos Serviço de Alimentação da Previdência Social
(BOSI, 1996; VASCONCELOS, 2002). Um longo caminho foi percorrido até a
regulamentação da profissão em 1967, por meio da Lei nº 5276, bem como seu
reconhecimento como profissional de saúde (Lei nº 8234/91).
Não obstante, segundo estudo realizado por Bosi em 1996, até aquele ano o
nutricionista ainda não tinha garantido uma identidade profissional claramente percebida pela
sociedade (BOSI, 1996). Persistiam, segundo ela, características correspondentes à de uma
“semiprofissão”, como baixa remuneração, admissão em cargos que dificultam a
possibilidade de ascensão hierárquica na empresa, submissão a um chefe não nutricionista, e,
em muitos casos sem formação superior. Em estudo mais recente, analisando a expansão dos
cursos de graduação em Nutrição, Vasconcelos e Calado (2011) concluíram que ainda era
necessária a incorporação imediata a luta pela defesa de um perfil para o nutricionista
brasileiro.
Assim, a forma como se deu o desenvolvimento da profissão de nutricionista ainda
gera implicações tanto na identidade do profissional quanto em condições de trabalho. No que
se refere a esse aspecto, Akutsu (2008a) traz que o nutricionista executa suas atividades nos
mais diversos ambientes, nos quais, a exemplo do que acontece com todos os outros
profissionais de saúde, enfrentam problemas e condições de trabalho diversas das ideais.
Akutsu (2008a) ainda aponta que ao longo dos anos no exercício da profissão de
nutricionista deparou-se com depoimentos de alguns profissionais que indicavam satisfação
no desempenho de suas atividades laborais, sendo que outros encaravam seu labor como um
fardo a ser carregado. As condições de trabalho e as características das personalidades de cada
profissional podem influenciar na sua percepção de Bem-estar.
O Bem-estar no Trabalho é aqui compreendido com base nos escritos de Paz (2004),
que define o conceito a partir dos polos gratificação/desgosto vivenciados no trabalho. Assim,
Bem-estar individual no trabalho é a “satisfação de necessidades e realização de desejos dos
indivíduos no desempenho do seu papel organizacional” (p. 138). O oposto também é
considerado, ou seja, o mal-estar no trabalho decorreria da insatisfação de necessidades e da
não realização de desejos dos membros no cotidiano organizacional.
13
Nesse cenário das condições atuais de trabalho de nutricionistas, e tendo em vista as
reflexões de Paz (2004) que o Bem-estar deve ser considerado numa dimensão pessoal,
contextualizado no ambiente de trabalho, o presente estudo se propõe a identificar a
percepção de Bem-estar pessoal no Trabalho e a Satisfação com a Vida de nutricionistas de
uma empresa concessionária de alimentação no Distrito Federal, na qual a autora exerce cargo
de gestão há cinco anos.
14
CAPÍTULO 1 – O BEM-ESTAR NO TRABALHO DE NUTRICIONISTAS
Neste capítulo buscar-se-á definir a profissão de nutricionista, pela análise de alguns
aspectos históricos, de modo a compreender como o desenvolvimento da profissão influiu em
um perfil profissional e em condições de trabalho que podem se relacionar a percepção de
Bem-estar no exercício da profissão.
1.1 DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO DE NUTRICIONISTA NO BRASIL –
ASPECTOS HISTÓRICOS
O código de ética do nutricionista, define ser este um “profissional de saúde, que,
atendendo aos princípios da ciência da Nutrição, tem como função contribuir para a saúde dos
indivíduos e da coletividade” (CFN, 2004).
O campo da Nutrição, entretanto, é relativamente recente no cenário mundial, seja
como ciência, política social ou profissão, como apontado por Vasconcelos (2002). Ainda
segundo o autor, a constituição enquanto campo científico encontrou condições históricas
para seu desenvolvimento a partir da revolução industrial europeia, no século XVIII, mas
principalmente entre 1914 e 1918, época da Primeira Guerra Mundial. Os primeiros centros
de estudos e pesquisas e os primeiros cursos para formação de profissionais foram criados na
Europa e Américas entre as duas Guerras Mundiais.
No Brasil, o processo de consolidação do campo da Nutrição se deu a partir de 1930,
no Rio de Janeiro e em São Paulo, da união de duas correntes de pensamento desenvolvidas
por médicos nutrólogos denominadas: Biológica e Perspectiva Social (VASCONCELOS,
2002). A corrente Biológica, com forte influência nos estudos das escolas norte-americanas e
europeias, deu origem à Nutrição Clínica (Dietoterapia), cujos paradigmas eram o homem sob
a ótica individual, o doente, e a fisiologia. Já a corrente da Perspectiva Social, sob forte
influência do médico argentino Pedro Escudero, cujas ideias influenciaram toda a américa
Latina, dava ênfase à alimentação coletiva, a produção, a distribuição e ao consumo dos
alimentos. Sob esta ótica a Nutrição assumia um caráter multidisciplinar, que impulsionou o
surgimento da Alimentação Institucional e, posteriormente, da Nutrição em Saúde Pública.
Os primeiros nutrólogos brasileiros logo começaram o processo de produção e difusão
de estudos e pesquisas na área, bem como trataram de criar os mecanismos e espaços
institucionais para formar novos profissionais (VASCONCELOS, 2002). É dessa época o
primeiro curso de Nutrição do Brasil, criado em 1939 no Instituto de Higiene de São Paulo.
Assim como a formação, a prática do nutricionista no Brasil teve sua origem ligada à
15
prática médica em hospitais. Segundo Costa (1999, p. 7), o nutricionista era um “dietista,
dentro de uma equipe técnica individualista, com a responsabilidade de prestar assistência ao
paciente através da alimentação”. A autora ainda informa que o dietista era profissional de
nível médio, com formação e atuação delimitadas por Nutrólogos, demarcando uma
hierarquia na relação com a medicina e uma redução na autonomia do profissional.
Em 1964, por meio da Portaria nº 514/64-MEC, o curso de Nutrição foi reconhecido
como de nível superior pelo Conselho Federal de Educação – CFE (CALADO, 2004). Tendo
sido reconhecida e regulamentada no dia 24 de abril de 1967 por meio da Lei nº 5.276
(BRASIL, 1967).
A década seguinte foi marcada pela criação dos Conselhos Regionais e Federal de
Nutrição, bem como por um grande aumento na oferta de cursos superiores na área. Segundo
Vasconcelos e Calado (2011), havia, em 2009, 391 cursos de graduação, 67 eram oferecidos
por instituições públicas e 324 por instituições privadas. Em pesquisa realizada na página do
eMEC para consultas de Instituições e Cursos de Educação Superior, foi possível verificar a
existência, em 18/05/2017, de 522 registros (MEC, 2017).
Atualmente existem 120.426 nutricionistas inscritos no Brasil, segundo dados
disponibilizados pelo Conselho Federal de Nutrição (CFN, 2017) No último levantamento
realizado pelo CFN quanto ao perfil do nutricionista brasileiro, feito em 2005, indicavam que
96,5% dos nutricionistas pertenciam ao sexo feminino; 79,4% tinham entre 20 e 40 anos;
53,6% eram solteiros; 71,1% de cor branca; 66,7% com atuação profissional nas capitais dos
estados brasileiros, e que a renda média mensal era de R$ 1.616,00 (VASCONCELOS;
CALADO, 2011).
Os dados de 2005 foram corroborados por pesquisa de Akutsu (2008b) que
demonstrou que a profissão de nutricionista é preponderantemente feminina, e composta por
profissionais jovens. Outro aspecto relevante é o baixo piso salarial apontado pela pesquisa
CFN, bem como o fato de uma parcela significativa desses profissionais trabalharem em mais
de uma área (AKUTSU, 2008b).
Tais aspectos do perfil dos nutricionistas brasileiros se relacionam, segundo Souza et
al (2016) ao seu desenvolvimento enquanto profissão como extensão da vida privada, ou seja,
de ser uma profissão pensada inicialmente para mulheres. A Nutrição seria a permanência da
mulher no cuidado com a alimentação dos outros, antes apenas em casa e agora em outros
ambientes públicos.
Ainda segundo as autoras, as diferenças entre os sexos são vistas com normalidade
dentro da hierarquia social, de forma que as atividades relacionadas com tarefas domésticas
16
parecem ser mais adequadas às mulheres enquanto que aos homens são destinadas carreiras
com inserção social e afetas ao jogo de poder, com maiores espaços no campo político. Dessa
forma, apesar das mulheres terem conseguido, a partir da década de 1990, ganharem maior
espaço no mercado de trabalho ocupando postos preteritamente exclusivamente masculinos,
as assimetrias ainda persistem, e são facilmente perceptíveis na ocupação dos cargos de
comando e na remuneração pagas para homens e mulheres. O mesmo aconteceria na
Nutrição, apesar de estar mudando o perfil dessa profissão, ela ainda é marcadamente
feminina e mal remunerada.
Tais aspectos profissionais podem refletir nos índices observáveis de Bem-estar no
Trabalho e Satisfação com a Vida, conceitos que serão apresentados a seguir, após uma breve
definição do campo do trabalho na contemporaneidade.
1.2 O TRABALHO
O trabalho é todo empreendimento físico, ou intelectual, levado a efeito para ser
atingir um objetivo específico. Mas não apenas isso. O trabalho ocupa uma parcela tão
significativa na vida das pessoas que o seu estudo, segundo Akutsu (2008a, p. 17), “pode
contribuir para a busca de meios mais adaptativos e equilibrados para o gerenciamento de
prioridades necessárias à saúde do indivíduo, da sua família, da organização que o emprega e
da sociedade como um todo”.
Na execução do trabalho o indivíduo extrapola a dimensão da busca pelo objetivo, se
defrontando com a interação com materiais, ferramentas e tecnologias, e, principalmente se
relacionando com pessoas, provocando, não raro, o aprimoramento e transferência do
conhecimento. O trabalho, assim, não pode ser tido como “coisa ou um objeto separado
daquele que o realiza” (GERNET; DEJOURS, 2011, p. 62).
Essa visão, porém, não existiu desde sempre. Segundo bem anotado por Akutsu
(2008a), em uma perspectiva histórica “o trabalho mudou de sentido, valor e importância”. Da
antiguidade, quando era considerado atividade sem prestígio, até a metade do século XX, o
trabalho veio a alcançar novos patamares paradigmáticos com o advento da Revolução
Industrial.
Corroborando com esse entendimento, os ensinamentos de Arendt (2009), em sua obra
“A condição humana”, esclarecem que o pensamento grego, antes do desenvolvimento das
cidades-estados, desprezava o trabalho que tinha como objetivo a mera subsistência, de modo
que mal faziam diferença entre escravos (que geralmente se tratavam de inimigos vencidos e
capturados em guerras) e os operários do povo, entre os quais se achavam muitos
17
estrangeiros. Acreditavam que todo o tempo e esforço do cidadão deveria ser dedicado a uma
atividade política, que conduzisse ao desenvolvimento da polis, frutificando uma obra “digna
de ser lembrada” (p.91). O desenvolvimento da sociedade grega consumia cada vez mais o
tempo dos cidadãos, de forma que procuravam não se dedicar a nada que não se relacionasse
à política e que exigisse esforço. Isso não significa dizer, no entanto, que os gregos não
trabalhavam. Davam importância ao trabalho na medida em que ele significasse autonomia e
independência para quem o executasse, diferentemente do que ocorria com os escravos.
Ainda segundo Arendt, a evolução histórica do entendimento do trabalho, passa pela
identificação da produtividade decorrente da atividade exercida. Esse novo paradigma elevou
o trabalho a um reconhecimento na esfera pública, e forneceu elementos para o
desenvolvimento de diversas teorias acerca do assunto. Dentre elas, Karl Marx postula que a
produtividade do labor não se encontra em seu resultado, nos produtos, mas na “força
humana” que é capaz de produzir um excedente. Essa constatação, que forneceu balizamento
para o entendimento do trabalho na era moderna, foi a “mais coerente e grandiosa expressão
da obra de Marx”, a de que “todo trabalho é produtivo” (ARENDT, 2009, p. 91).
Mesmo esse novo olhar não impediu, segundo Akutsu (2008a), que dentro do sistema
capitalista os trabalhadores fossem distanciados e considerados como uma enorme “massa
anônima”, submetidos a jornadas de trabalho exaustivas, de até 16 horas diárias, num cenário
de crescente urbanização, ausência de uma legislação trabalhista, e no qual a mão-de-obra
preferida eram crianças e mulheres.
Muita coisa mudou desde então, com o aprimoramento das técnicas e das relações
humanas, o advento da globalização, e com elas o entendimento sobre o trabalho. Cimbalista
e Raffaelli (2003), destacam que:
“O fenômeno da globalização, sua inter-relação com a técnica e o trabalho são
paradoxais. Por um lado, o ser humano vive e muitas vezes, deleita-se com os
benefícios que a era globalizada e informacional o fornece, satisfazendo-se com a
possibilidade ‘sempre’ desafiante de desenvolver um trabalho com o novo todos os
dias dando asas ao seu espírito criativo a partir de novos conhecimentos e
instrumentos de trabalho, por outro, escraviza-se, e muitas vezes esgota-se,
esquecendo de outros lados da vida absorto pelo frisson de estar sempre atualizado
e conhecedor das últimas notícias, novidades técnicas e interesses que certamente o
levaram ao Olimpo do sucesso empresarial bem como ao reconhecimento tanto
pessoal com organizacional” (pp. 5-6).
O trabalho, se tornou, na visão de Bendassolli e Saboll (2011, p.6), “atividade pela
qual o sujeito se afirma na sua relação consigo mesmo, com os outros com quem ele trabalha
18
e pela qual colabora para a perpetuação de um gênero coletivo”. Isto é, o trabalho, para além
da produção material de existência, é uma parte fundamental na vida de um indivíduo e influi
significativamente em seu Bem-estar.
1.3 BEM-ESTAR
Conceituar o estado de Bem-estar é uma tarefa complexa e multidisciplinar, com
pontos de contato com a psicologia, filosofia, sociologia e outras.
A felicidade ou Bem-estar é um estado muito relativo e peculiar, pois o que torna uma
pessoa feliz pode não representar absolutamente nada para outra. Sob uma ótica material e
simplista poder-se-ia pensar, por exemplo, que um trabalhador que aufere um salário maior
necessariamente experimentaria um Bem-estar maior do que o trabalhador que possui uma
remuneração inferior. Entretanto, Mendonça et al (2012, p. 20) afirmam que “o ganho elevado
de dinheiro pode proporcionar a vivência de prazeres, mas não “blinda” o indivíduo das
possibilidades de sofrimento psíquico, como também de perigos das mais diversas naturezas”.
Ou seja, mesmo que historicamente o conceito de Bem-estar estivesse ligado à ideia de Bem-
estar material, atualmente consideram-se os aspectos econômicos insuficientes para explicar
essa variável tão complexa que é o Bem-estar.
A dificuldade em se conceituar Bem-estar, bem como a estabelecer um consenso
teórico prático sobre os antecedentes, consequentes e suas dimensões advém de divergências
que compõem dois eixos distintos: a ideia de Bem-estar físico e a ideia de Bem-estar
psicológico (Mendonça et al, 2012). Este último, analisado sob os parâmetros cognitivos e
afetivos, pode ainda ser subdividido em Bem-estar psicológico e Bem-estar subjetivo
(GALINHA; RIBEIRO, 2005).
Alguns autores (MENDONÇA et al, 2012; PASCHOAL; TAMAYO, 2008) trazem a
perspectiva de Ryan e Deci (2001) de uma organização dos estudos sobre Bem-estar em duas
distintas perspectivas filosóficas: a hedonista e eudaimonista.
A Tradição Hedonista afirma que o bem supremo da vida é o prazer, em todas as
suas dimensões, e pode ser dividida em Hedonismo psicológico, segundo o qual todo
pensamento e ação do homem está voltado para a obtenção do prazer, e o Hedonismo Ético
que afirma ser o prazer objeto de contemplação para o homem. Já a Tradição Eudaimônica
estabelece que a felicidade do ser humano reside na sua capacidade de auto realização, na
forma como se coloca e se percebe diante do mundo.
Assim, enquanto em uma perspectiva eudaimoista o Bem-estar é compreendido
principalmente a partir de aspectos cognitivos como domínio do ambiente, autoaceitação e
19
autonomia, por exemplo; a perspectiva hedonista foca mais nos aspectos afetivos, na
experiência de prazer e desprazer, a qual decorre de julgamentos sobre elementos positivos e
negativos da vida (PASCHOAL; TAMAYO, 2008). Segundo Mendonça et al (2012),
entretanto, as evidências mais recentes defendem uma perspectiva mais integradora,
entendendo o Bem-estar como um fenômeno multidimensional. Assim, o Bem-estar poderia
ser definido enquanto “a representação das pessoas sobre as avaliações feitas aceca de seu
estado biopsicossocial e, consequentemente, está relacionado às vivências afetivas positivas e
à avaliação da Satisfação com a Vida de um modo geral” (p. 29).
1.3.1 Satisfação com a Vida
O conceito de Satisfação com a Vida está relacionado ao construto de Bem-estar
subjetivo, sendo uma de suas dimensões (ALBUQUERQUE, TRÓCOLLI, 2004). Seria o
julgamento cognitivo sobre a Satisfação do indivíduo com sua vida, podendo ocorrer em
diferentes domínios, como o trabalho, a família, o lazer, as finanças e o próprio self
(MENDONÇA et al, 2012).
Apesar da dimensão cognitiva estar relacionada aos aspectos afetivos, há uma certa
distinção que justifica uma análise em separado. Segundo Albuquerque et al (2010), as
pessoas tendem a avaliar seu nível de Satisfação com a Vida a partir da reflexão sobre o
quanto se sentiram bem-humoradas em oposição ao tempo que se sentiram mal-humoradas.
Entretanto, segundo os autores, no momento que ocorre, esse julgamento não é
completamente dependente do estado afetivo da pessoa.
1.3.2 Bem-estar no Trabalho
A partir dessas considerações acerca da centralidade do trabalho para a vida das
pessoas e de como este pode impactar na saúde e na percepção de felicidade, neste estudo,
pretende-se analisar o Bem-estar no Trabalho e a Satisfação perante a Vida de nutricionistas
que trabalham em uma empresa concessionária de alimentação no Distrito Federal. Assim,
será preciso confrontar a visão contemporânea do trabalho, enquanto atividade de “afirmação”
com a realidade vivenciada por esses profissionais, a partir dos modelos teóricos de Bem-estar
e Satisfação com a Vida.
A partir do modelo teórico exposto sobre Bem-estar subjetivo, compreende-se que o
Bem-estar no Trabalho também é um construto multidimensional, que envolve as dimensões
cognitivas e afetivas. Segundo Paschoal e Tamayo (2008), o Bem-estar no Trabalho pode ser
20
conceituado como “a prevalência de emoções positivas no trabalho e a percepção do
indivíduo de que, no seu trabalho, expressa e desenvolve seus potenciais/habilidades e avança
no alcance de suas metas de vida” (p. 16).
Assim, o conceito de Bem-estar no Trabalho não se dissocia de um Bem-estar geral.
Segundo Ferreira et al (2012), o Bem-estar designa a satisfação do indivíduo com diferentes
aspectos da sua vida como um todo (vida familiar, espiritual, social, entre outros) e de seu
trabalho (satisfação com o trabalho em si, o salário, oportunidades de crescimento ou
promoção, a relação com os colegas, a chefia, etc.). Expressa-se por meio de indicadores
psicológicos, como afeto, frustração e ansiedade, e físicos, como pressão sanguínea, condição
cardiovascular, etc. “Sob essa perspectiva, portanto, o Bem-estar no Trabalho faz parte do
Bem-estar individual, isto é, consiste em um dos diferentes aspectos deste” (FERREIRA et al,
2012, p. 92).
Paz (2004) também traz elementos importante para compreender o Bem-estar
individual no Trabalho. Segundo ela, esse conceito se relaciona à
“satisfação de necessidades e realização de desejos dos indivíduos no desempenho
do seu papel organizacional, sem desconsiderar o seu oposto, o mal-estar
decorrente da insatisfação de necessidades e da não realização de desejos dos
membros no cotidiano organizacional” (p. 138).
A satisfação e realização dos indivíduos no trabalho, segundo a autora, se referem à
sua percepção em relação aos seguintes aspectos: valorização do trabalho, reconhecimento
pessoal, autonomia, perspectiva de crescimento, suporte ambiental, recursos financeiros
(pagamento justo) e orgulho referente à organização em que se atua. Assim, por mais que se
paute na realidade das condições de trabalho, o construto se refere, principalmente, aos
aspectos subjetivos, de percepção do trabalhador. Ou seja, essa perspectiva corrobora o que já
foi exposto de que o conceito de Bem-estar no Trabalho é permeado pela subjetividade do
trabalhador, isto é, depende das características pessoais de cada indivíduo no exercício de seu
trabalho.
1.3.2.1 O Bem-estar no Trabalho de nutricionistas
Em relação ao trabalho de nutricionistas, Akutsu (2008a), em observações realizadas
no exercício de sua profissão como nutricionista, verificou que “alguns profissionais
relatavam satisfação no desempenho de suas atividades laborais, enquanto para outros o
trabalho parecia ser um fardo a ser carregado” (p. 20). À essa constatação ainda se adicionava
o fato de, não raro, profissionais formados na mesma instituição, e, muitas vezes, trabalhando
21
na mesma organização e área, tinham diferentes percepções e motivações relacionados ao
trabalho. Parece assim evidenciar que o sentimento de Bem-estar no Trabalho, para além das
condições técnicas e materiais do emprego, envolvem variáveis individuais, as quais precisam
de um olhar particular.
Assim, no caso dos profissionais da Nutrição, em especial aqueles que atuam em
empresas de refeições, como no caso desse estudo, para compreender seu Bem-estar no
Trabalho, há de se considerar os aspectos objetivos, mas também os subjetivos, a saber a
percepção dos nutricionistas quanto à sua Satisfação com a Vida e os afetos positivos e
negativos relacionados ao trabalho.
No que se refere aos aspectos objetivos da atuação em empresas de refeições coletivas,
o nutricionista, quando investido na função de gerência, normalmente ocupa posições
medianas na estrutura hierárquica (ANSALONI, 1999). Ao mesmo tempo que a ele é
atribuída alguma autoridade também lhe são cobradas habilidades multidisciplinares: técnicas,
administrativas e gerenciais, ao passo em que também representam, para os demais
funcionários, a imagem do patrão.
Guardadas as devidas proporções, essas mesmas características também podem ser
identificadas na atuação de todos os nutricionistas que trabalham em uma Unidade de
Alimentação e Nutrição (UAN), mesmo que não exerçam a função gerencial.
Tais circunstancias, que poderiam oferecem grandes oportunidades de
desenvolvimento profissional e influenciar diretamente na qualidade de vida desses
profissionais, devem ser vistas com certa reserva, porque as UAN’s, fortemente
caracterizadas pela área de “produção”, como bem ensina Akutsu (2008a, p. 124), possuem
uma lógica que “obedece aos conceitos taylorista/fordista e, nesse cenário, as relações
positivas no trabalho e a percepção de uma contribuição positiva para a sociedade ficariam
prejudicadas, comprometendo a percepção de Bem-estar”.
Assim, a área de produção acaba sendo marcada por condições físicas de trabalho
insatisfatórias, submissão a um trabalho desgastante e com controle de produtividade
(ANALONI, 1999). Tais fatores podem, segundo Akutsu (2008a), comprometer o Bem-estar
dos nutricionistas que atuam na produção. Isso pois, estes apresentam menor percepção de
Bem-estar se comparados com nutricionistas que atuam em outras áreas.
Frente a esse cenário faz-se necessário investigar a percepção de Bem-estar no
Trabalho de profissionais e a Satisfação com a Vida de nutricionistas de uma empresa
concessionária de alimentação no Distrito Federal.
22
1.4 OBJETIVOS
O objetivo geral do presente estudo é identificar a percepção de Bem-estar pessoal no
Trabalho e a Satisfação com a Vida de nutricionistas de uma empresa concessionária de
alimentação no Distrito Federal, na qual a autora exerce cargo de gestão há cinco anos.
Os objetivos específicos foram:
Identificar a existência de relação entre Bem-estar no Trabalho e a Satisfação com a
Vida das nutricionistas participantes.
Identificar a existência de correlação entre a percepção de Bem-estar no Trabalho com
as variáveis demográficas.
23
CAPÍTULO 2 - MÉTODO
Neste capítulo serão apontadas a estratégia metodológica selecionada para a
obtenção do objetivo proposto, a amostra, os instrumentos de coleta de dados, e a
tratamento de dados.
2.1 DESENHO DE ESTUDO
O presente desenho de estudo é de caráter transversal exploratório. Essa
metodologia “tem por objetivo conhecer a variável de estudo tal como se apresenta, seu
significado e o contexto onde ela se insere” (PIOVESAN; TEMPORINI, 1995, p. 321). Foi
escolhido por permitir a investigação de características pessoais, demográficas e de trabalho
dos nutricionistas, de modo a considerar a complexidade do tema abordado (AKUTSU,
2008a).
O plano e estrutura do trabalho da investigação teve por base revisão bibliográfica
com consulta a artigos e literatura (com abrangência nas áreas de saúde, psicologia,
condição humana e Bem-estar relacionadas com o trabalho); e uma pesquisa realizada no
período de 02/05/2017 a 15/05/2017 por meio da aplicação de um questionário (enviado via
e-mail pela plataforma de questionários SurveyMonKey) a nutricionistas que trabalham em
uma concessionária de alimentação no Distrito Federal. O referido questionário teve como
finalidade obter informações relativas ao Bem-estar no Trabalho e Satisfação com a Vida
desses profissionais.
Os instrumentos utilizados já haviam sido apresentados e aprovados no Comitê de
Ética da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília – UnB.
2.2 AMOSTRA
O contexto de realização da pesquisa é uma empresa concessionária de
alimentação do Distrito Federal. Esta é uma empresa prestadora de serviço com sede no DF
e filiais em outros dois estados. A sede presta serviço para alguns hospitais públicos de
Brasília e restaurantes universitários e possui cerca de 2500 colaboradores, distribuídos em
diversas funções.
O profissional da Nutrição é fundamental para o funcionamento da empresa, uma
vez ser ligado à atividade fim da mesma. Sendo assim, conta com aproximadamente 100
nutricionistas envolvidos em toda a cadeia de produção, ocupando, inclusive, boa parte das
24
posições gerenciais.
A decisão de realizar a pesquisa nessa empresa se deve ao fato de a autora deste
estudo ocupar um cargo de gerência. Assim, além do aspecto de conveniência, essa
pesquisa é uma possibilidade de construção de conhecimento que permitisse uma nova
compreensão do cenário de trabalho.
Dessa forma, em maio de 2017, foram encaminhados e-mails, contendo o
questionário da pesquisa, para todos os 83 nutricionistas que trabalham nessa empresa
concessionária. A amostra final, no entanto, é composta pelos 53 profissionais que
responderam à correspondência enviada, em um total de 63,85% do grupo que se tentou
alcançar inicialmente.
Importante salientar que a amostra é composta por nutricionistas que atuam em
diferentes áreas da empresa concessionária, como por exemplo, cargos de gerência,
administrativos, e de produção.
2.3 INSTRUMENTOS
A partir da fundamentação teórica apresentada foram escolhidos os instrumentos e
as variáveis que foram pesquisadas, apresentados a seguir.
No momento da coleta dos dados, ao acessarem o link da plataforma de
questionário, cada indivíduo participante da pesquisa foi esclarecido acerca do objetivo do
estudo (APÊNDICE A), bem como teve que assentir com o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (APÊNDICE B), garantindo as devidas precauções éticas.
O questionário encaminhado via e-mail para os nutricionistas foi composto por
três escalas.
2.3.1 Escala de Bem-Estar
A escala de Bem-Estar utilizada nessa pesquisa teve como objetivo avaliar a
percepção de Bem-estar dos nutricionistas. O instrumento foi a Escala de Bem-estar
individual no Trabalho, construída e validada por Akutsu (2008a).
O instrumento original contém 14 itens e um único fator de confiabilidade de
0,88 (Alpha de Cronbach) e escala de 5 pontos, variando de 1 (nunca) a 5 (sempre). O
instrumento deste estudo contém 26 itens e um único fator com confiabilidade igual a 0,78
(Alpha de Cronbach) e escala de cinco pontos (ANEXO A) que variou de 0 (nunca) a 4
(sempre).
25
2.3.2 Escala de Satisfação com a Vida
Na pesquisa, visando levantar os dados relativos à Satisfação com a Vida, foi utilizada
a Escala de Satisfação com a Vida validada por Albuquerque et al. (2010). O instrumento,
tanto o original quanto o utilizado, contém cinco itens tratando da percepção que se tem da
vida, sua condição, satisfação e realização.
O índice de confiabilidade (Alfa de Cronbach) da escala original foi de 0,84. A escala
de cinco pontos (ANEXO B), semelhante ao estudo original, variou de 1 (discordo
totalmente) a 5 (concordo totalmente).
2.3.3 Variáveis demográficas
Os respondentes também foram questionados quanto a dados demográficos, como, por
exemplo, Sexo, Idade e Estado Civil, com a finalidade de verificar se a percepção que os
mesmos possuem de seu Bem-estar no Trabalho e sua Satisfação com a Vida varia de acordo
com os dados levantados.
2.4 ANÁLISE DOS DADOS
Foram realizadas análises estatísticas dos dados de natureza descritiva (frequência,
média, porcentagem e desvio padrão). Para caracterização da amostra, análises fatoriais para
verificação das qualidades psicométricas dos instrumentos de medida e análise de correlação
para verificar as relações entre as variáveis.
Todos os testes foram realizados mediante do Statistical Package for Science – SPSS,
na versão 21.0.
Quanto à análise dos dados, foram verificados os requisitos necessários à minimização
da ocorrência de erros de decisão estatística. Foram realizadas análises de variância –
ANOVA, Teste T de Student e Correlações de Pearson para analisar as relações entre as
variáveis.
26
CAPÍTULO 3 - RESULTADOS
A partir das respostas dos participantes são expostos a seguir os resultados.
Primeiramente serão apresentadas as características da amostra a partir dos dados
demográficos levantados, considerando as respostas de 46 questionários. Os dados
socioeconômicos demográficos estão apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 – Dados socioeconômicos demográficos dos nutricionistas trabalhadores em uma
concessionaria de alimentação do Distrito Federal, 2017
N %
Sexo Feminino 45 97,8
Masculino 1 2,2
Faixa etária 25 ate30 5 10,86
31 até 35 17 36,95
36 até 40 18 39,13
41 até 45 2 4,34
46 até 50 4 8,69
Escolaridade Graduação 24 52,17
Especialização 21 45,65
Mestrado 1 2,17
Estado civil
Solteiro (a) 24 52,17
União estável 2 4,34
Casado (a) 17 36,95
Separado (a) 3 6,52
Qual a renda mensal familiar Entre 2.001,00 e
4.000,00 Reais
11 23,91
Entre 4.001,00 e
16.000,00 Reais
27 58,69
Mais de 16.001,00 Reais 8 17,39
Local de atuação Hospital 30 65,21
Restaurante 9 19,56
Administrativo 2 4,34
Centro de distribuição 5 10,86
Número de locais do exercício profissional 1 36 78,26
2 7 15,21
3 3 6,52
Tipo de instituição da graduação Pública 6 13,04
Privada 40 86,95
Trabalho antes do término da graduação Sim 23 50
Não 22 47,82
Quanto às escalas de Bem-estar no Trabalho e Satisfação com a Vida, a média e
desvio padrão são apresentados na Tabela 2.
Tabela 2 – Média e desvio padrão dos resultados das escalas de Bem-estar no Trabalho e
27
Satisfação com a Vida dos nutricionistas trabalhadores em uma concessionaria de alimentação
do Distrito Federal, 2017
N Média DP
Bem-estar 46 2,4 0,56
Satisfação com a Vida 46 3,5 0,83
Assim, os nutricionistas responderam que frequentemente vivenciam Bem-estar no
Trabalho (Tabela 2). No que se refere à Satisfação com a Vida, a média obtida também está
acima do ponto médio da escala (equivalente a 3), demonstrando que os respondentes estão
satisfeitos com sua Vida.
As variáveis de Faixa Etária, Faixa de Renda, Escolaridade, Religião, Estado Civil e
Ter Filhos não foram significativas para influenciar o Bem-estar pessoal no Trabalho. A única
variável demográfica a influenciar a Satisfação com a Vida foi a Faixa de Renda (p=0,032; F=
3,726). Aquelas que recebem abaixo de R$ 4000,00 têm percepção de Satisfação com a Vida
significativamente menor (m=3,07) do que as que recebem acima de R$ 16.000,00 (m= 4,07).
A partir da análise da correlação de Pearson foi possível identificar uma correlação
significativa e positiva entre o Bem-estar pessoal no Trabalho e a Satisfação com a Vida.
Assim, quanto maior o Bem-estar pessoal no Trabalho, maior a Satisfação com a Vida (p=
0,000).
28
CAPÍTULO 4 – DISCUSSÃO
Os resultados do presente estudo foram analisados a partir da base teórica apresentada,
e expostos a seguir em dois eixos de discussão: a profissão nutricionista – aspectos
demográficos; o Bem-estar no Trabalho e a Satisfação com a Vida de nutricionistas.
4.1 A PROFISSÃO NUTRICIONISTA – ASPECTOS DEMOGRÁFICOS
Esse estudo corrobora a revisão de literatura no sentido de apontar que a Nutrição
ainda é uma profissão eminentemente feminina. Costa (1999) já havia feito tal constatação de
que na década de 1960 a profissão de nutricionista era tida e divulgada como exclusivamente
feminina. Como já exposto anteriormente, os estudos de Akutsu (2008b) indicaram que a
hegemonia feminina na profissão ainda persistia nos anos 2000, sendo que, em sua pesquisa,
mais de 95% dos respondentes foram mulheres. A mesma situação foi apontada em estudos
mais recentes, como os de Vasconcelos e Calado (2011) e de Souza et al. (2016). Essa
situação vai ao encontro do obtido nesse estudo, cuja amostra foi composta praticamente
apenas por mulheres.
No quesito idade, a maioria dos respondentes da presente pesquisa (76%) se encontra
na Faixa Etária entre 30 e 40 anos de idade, de forma que podemos notar um aumento de dez
anos na Faixa Etária desse grupo em relação à amostra dos estudos de Akutsu (2008b),
ocorrida há quase dez anos. No referido estudo, a Faixa Etária com maior concentração foi a
faixa entre 20 e 30 anos, correspondendo a 43% daquela amostra.
No que se refere ao Estado Civil, a maioria das respondentes nesse estudo são
solteiras, dado similar ao de 2005, apontado por Vasconcelos e Calado (2011), mas diferente
do obtido por Akutsu (2008b).
Quanto ao grau de instrução, apesar de metade da amostra ter apenas graduação, uma
parcela significativa (45%) possui alguma especialização. Em comparação com os dados
apurados nos estudos de Akutsu (2008b) não se verificou uma alteração significativa no
número de nutricionistas com especialização (49%). Dado semelhante também ao apresentado
por Vasconcelos e Calado (2011), de que 47,4% dos nutricionistas brasileiros cursaram ou
estavam cursando uma especialização.
Entretanto, em relação à pós-graduação stricto sensu, a presente pesquisa aponta que
apenas um dos respondentes (2% da amostra) possui mestrado, enquanto que na pesquisa em
nível nacional, Akutsu (2008b) apurou que 15% dos profissionais eram mestres e/ou doutores.
29
Vasconcelos e Calado (2011) também margeiam esse percentual e trazem um número de
menos de 12% de mestres e doutores, a partir de dados do CFN.
Esses dados não apenas apontam para a necessidade de investimentos no processo de
formação continuada do nutricionista, em especial à ampliação das possibilidades de
realização de cursos de pós-graduação de mestrado e doutorado. São fundamentais também
para a discussão sobre a profissionalização e a remuneração desses profissionais. Sabe-se que
a remuneração média dos brasileiros eleva-se de maneira significativa quando ele passa de um
nível educacional para o imediatamente seguinte. Possuir um mestrado equivale a ter uma
renda média 84% superior a de quem apenas concluiu a graduação (SOUZA et al., 2016).
Dessa forma, o fator educacional se mostra como uma possibilidade relevante de
aumento salarial, principalmente quando comparado aos baixos salários de nutricionistas
apontados por Vasconcelos e Calado (2011). Esse fator é corroborado pelo dado levantado
nessa pesquisa de que 50% dos respondentes já trabalhavam antes de terminar a graduação.
Como apontado anteriormente, compreende-se que as condições de vida e de trabalho
podem afetar a relação de Bem-estar vivenciada no trabalho. Assim, frente aos aspectos
sociodemográficos obtidos com esse estudo, passa-se a analisá-los em relação à percepção de
Bem-estar no Trabalho e Satisfação com a Vida desses nutricionistas.
4.2 BEM-ESTAR NO TRABALHO E SATISFAÇÃO COM A VIDA DE
NUTRICIONISTAS
Os resultados obtidos indicam uma correlação significativa e positiva entre Bem-estar
no Trabalho e Satisfação com a Vida obtida. Essa correlação vai ao encontro do referencial
apresentado de que o Bem-estar no Trabalho é um dos aspectos do Bem-estar geral
(FERREIRA et al., 2012). A satisfação com o trabalho em si, com o salário, com as
oportunidades de crescimento, o reconhecimento, a relação com os colegas e a chefia, dentre
outros, é englobado pelo conceito de Bem-estar designado pela satisfação do indivíduo com
diferentes aspectos da sua vida como um todo.
Depreende-se assim, que aspectos relacionados ao trabalho podem afetar
significativamente a percepção de Bem-estar e Satisfação com a Vida como um todo e no
trabalho de modo específico. Tamayo e Pachoal (2008) trazem que o Bem-estar pessoal e a
felicidade são fundamentalmente afetados pelo trabalho, porque nele o indivíduo, além de
estar exposto a emoções e humores, se conscientiza de suas possibilidades de expressar-se e
de se realizar pessoalmente. Isto é, pela centralidade do trabalho na vida dos indivíduos, há
uma ligação importante entre Bem-estar no Trabalho e Satisfação com a Vida.
30
Quanto aos aspectos específicos que pudessem interferir na percepção de Bem-estar
dos nutricionistas pesquisados, a variável demográfica Estado Civil não foi significativa na
avaliação do Bem-estar no Trabalho. Esse resultado parece corroborar os estudos de Akutsu
(2008b) que, ao relacionar a ocorrência de uma mudança cultural às respostas da parcela
feminina de sua amostra, vislumbrou que, no trabalho, as nutricionistas possivelmente estejam
mais preocupadas na busca de valores individualistas, prezando mais o prazer e a
independência.
Outro fator analisado é o da Renda. Houve relação da Renda com a Satisfação com a
Vida, apontando diferença significativa entre as percepções daqueles com salários menores
em relação aos que possuem as maiores rendas. Esse resultado vai ao encontro da literatura
sobre Satisfação com a Vida, isto é, mesmo que a Renda não seja capaz de garantir a
felicidade e Satisfação, por ser um fator determinante na garantia de diferentes condições de
vida, interfere na percepção de Satisfação com a Vida (MENDONÇA et al., 2012;
OLIVEIRA et al., 2009).
Em relação ao Bem-estar no Trabalho, no presente estudo não houve correlação
significativa entre a percepção de Bem-estar e a Renda recebida. Tal resultado deve ser
interpretado com cautela. Ao mesmo tempo que Bem-estar no Trabalho se relaciona, como
dito previamente, a fatores individuais, características pessoais e de personalidade, não se
pode ignorar como as condições de trabalho, inclusive salariais, podem ter impacto nessa
percepção. Como apontado por Mendonça et al. (2012), rendimentos menores tem maior
capacidade de promoverem sofrimento do que rendimentos mais altos de fazerem as pessoas
felizes.
Assim, dos resultados apontados nesse estudo, emerge uma questão recorrente na
literatura, qual seja, por que as nutricionistas percebem um Bem-estar no Trabalho se as
condições nas quais exercem a profissão estão aquém do ideal? Mesmo considerando os
aspectos subjetivos que definem o Bem-estar no Trabalho, como já enfatizado anteriormente,
não se pode ignorar questões imediatas como salário, jornada, condições materiais, etc. Como
apontado no estudo de Ansaloni (1999), os nutricionistas que trabalham na área de produção,
como é o caso da maioria dos profissionais da empresa pesquisada, encontram-se, de maneira
geral, em condições físicas de trabalho insatisfatórias, submetidos a um trabalho desgastante e
com controle de produtividade.
Uma das possibilidades de interpretar tal questão se dá a partir dos estudos de Akutsu
(2008a). Segundo a autora, os nutricionistas frequentemente se percebem em Bem-estar
trabalhando na profissão, entretanto, raramente consideram justa a remuneração recebida. Um
31
resultado importante da referida pesquisa é o de que para o Bem-estar dos nutricionistas, as
relações sociais no trabalho são mais importantes que a variável Renda. Assim, ela indica que
não é que o aspecto financeiro não seja importante, “mas que suas necessidades materiais
podem estar sendo supridas por outras fontes não só pelo próprio trabalho, notadamente se
considerarmos que a maioria dos nutricionistas é do sexo feminino” (p. 122).
Considerando as diferenças amostrais, isto é, de que esse estudo foi conduzido com
nutricionistas de uma única empresa, permanece a dúvida quanto aos fatores determinantes
dessa relação não significativa entre a percepção de Bem-estar no Trabalho e a variável
Renda. Dessa forma, se faz necessária uma maior atenção a essa relação e aponta-se a
necessidade de futuras pesquisas.
32
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO
Os objetivos dessa pesquisa foram 1) identificar a percepção de Bem-estar pessoal no
Trabalho e a Satisfação com a Vida de nutricionistas de uma empresa concessionária de
alimentação no Distrito Federal; 2) identificar a existência de relação entre Bem-estar no
Trabalho e a Satisfação com a Vida das nutricionistas participantes; 3) identificar a existência
de correlação entre a percepção de Bem-estar no Trabalho com as variáveis demográficas.
A partir das respostas dos nutricionistas que participaram da pesquisa foi possível
identificar que eles percebem frequentemente um Bem-estar no Trabalho, assim como
demonstram estar satisfeitos com suas vidas. Além disso, constatou-se uma correlação
significativa e positiva entre esses dois fatores, ou seja, quanto maior a Satisfação com a Vida,
maior o Bem-estar no Trabalho.
A pesquisa ainda corroborou a literatura em diversos aspectos, no sentido de que: a
Nutrição ainda é uma profissão eminentemente feminina, com salários baixos para o nível de
graduação, e com poucos profissionais com pós-graduação stricto senso. Entretanto, tais
aspectos demográficos não demonstraram ter relação significativa com a percepção de Bem-
estar no Trabalho. A variável Renda foi a única a interferir na Satisfação com a Vida dentre os
nutricionistas pesquisados.
Sabe-se que as condições de trabalho podem influenciar significativamente no Bem-
estar no trabalho, e consequentemente na Satisfação com a Vida. Também é sabido que as
condições de trabalho enfrentadas pelos profissionais de Nutrição são diversas das condições
ideais, como já apontado na literatura revisada. Entretanto, nesse estudo, os respondentes
demonstraram perceber um Bem-estar no trabalho e, de maneira geral, estarem satisfeitos com
sua vida.
Assim, os instrumentos de Bem-estar e a de Satisfação com a Vida mostraram-se
adequados em relação aos objetivos. Contudo, faz-se necessário a utilização de outros
métodos para compreender a contradição entre o que é dito na literatura sobre as condições de
trabalho dos nutricionistas que atuam na área de produção e a percepção de Bem-estar no
Trabalho medida com essa pesquisa.
Dessa forma, aponta-se, a partir desse estudo, a necessidade de investigações
posteriores de modo a identificar que outras variáveis podem interferir no bem-estar no
trabalho, aprofundando o debate sobre o tema.
33
REFERÊNCIAS
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jul.-ago, 2011.
37
APÊNDICE A
OBJETIVO DO ESTUDO
Instruções
Este estudo está sendo desenvolvido na atividade da Especialização em Gestão da Produção em
Refeições Saudáveis da Universidade de Brasília com o objetivo de investigar a Satisfação com
a vida e o Bem-estar Psicológico de nutricionistas que atuam em uma concessionária de
alimentação no Distrito Federal.
38
APÊNDICE B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Convidamos o(a) Senhor(a) a participar da pesquisa SATISFAÇÃO COM A VIDA E BEM-
ESTAR PSICOLÓGICO DO NUTRICIONISTA EM UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO
EM NUTRIÇÃO, sob a responsabilidade da aluna Graciane Rodrigues F. Jales.
O objetivo desta pesquisa é investigar a Satisfação com a Vida e o Bem-estar Psicológico no
trabalho de nutricionistas.
Você receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe
asseguramos que seu nome não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo pela omissão
total de quaisquer informações que permitam identificá-lo(a).
A sua participação se dará por meio de convite por e-mail para responder a perguntas acerca de
seus sentimentos sobre o cotidiano do seu trabalho e vida profissional, sua satisfação perante a
vida, e perguntas socioeconomicodemográficas. Os possíveis incômodos causados pelas
perguntas podem ser superados informando à aluna por e-mail ou recusando-se a responder às
perguntas que lhe causem incomodo. O tempo estimado é de 10 minutos para o preenchimento
do instrumento.
Os riscos decorrentes de sua participação na pesquisa são o da emoção em responder acerca de
sua carreira e do seu trabalho como nutricionista. Caso se sinta desconfortável, isso pode ser
expresso livremente por e-mail e será feito todo o possível para que o desconforto seja o menor
possível.
Se você aceitar participar, estará contribuindo para a identificação das relações entre Satisfação
com a vida e bem-estar no trabalho. A partir dos resultados internos, quais os pontos a serem
trabalhados por entidades de classe, entidades formadoras, organizações de trabalho e pelo
próprio profissional para melhorar a percepção de Bem-estar no trabalho e consequentemente,
da sua Satisfação com a Vida.
Você pode se recusar a responder qualquer questão que lhe traga constrangimento, podendo
desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo. Sua participação
é voluntária, isto é, não há pagamento por sua colaboração.
Caso haja algum dano direto ou indireto decorrente de sua participação na pesquisa, você
poderá ser indenizado, obedecendo-se as disposições legais vigentes no Brasil.
Os resultados da pesquisa serão divulgados na Universidade de Brasília podendo ser publicados
posteriormente. Os dados e materiais serão utilizados somente para esta pesquisa e ficarão sob
a guarda da aluna por um período de cinco anos, após isso serão destruídos.
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde
(CEP/FS) da Universidade de Brasília. O CEP é composto por profissionais de diferentes áreas
cuja função é defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e
dignidade e contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos. As dúvidas
com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do participante da pesquisa podem ser
esclarecidos pelo e-mail [email protected] ou [email protected].
39
Caso concorde com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, pedimos que assinale no
campo correspondente a seguir.
*1. Caso concorde com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, pedimos que
assinale no campo correspondente a seguir.
Concordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e em participar da
pesquisa, preenchendo o questionário a seguir
Prefiro não participar e abandonar o questionário
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ANEXO A
ESCALA DE BEM-ESTAR INDIVIDUAL NO TRABALHO
Este instrumento pretende avaliar o seu nível de bem-estar no exercício da profissão de
nutricionista. Para tanto, você deve avaliar cada uma das afirmativas abaixo, preenchendo os
espaços em branco conforme os códigos seguintes:
Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre
0 1 2 3 4
1 --------- O trabalho de nutricionista é importante para mim
2 --------- Percebo que minha profissão é valorizada onde trabalho
3 --------- Considero que exerço um trabalho importante para a sociedade
4 --------- Sou recompensado por minha competência como nutricionista
5 --------- Sou admirado por meus colegas pelo trabalho que faço
6 --------- Tenho liberdade para executar minhas atividades com meu estilo pessoal
7 --------- Tenho a infraestrutura material necessária para a execução do meu trabalho
8 --------- Tenho possibilidade de me desenvolver profissionalmente
9 --------- Sinto-me realizado profissionalmente
10 --------- Sinto-me seguro com a possibilidade de continuar trabalhando como nutricionista
11 --------- Tenho um bom suporte tecnológico para executar o meu trabalho
12 --------- As relações sociais com meus colegas influenciam positivamente o meu trabalho
13 --------- Sinto-me bem com o relacionamento com meus chefes
14---------- Sinto-me bem com o relacionamento com meus e subordinados
15 --------- Considero justo o salário que recebo
16 --------- Tenho orgulho de pertencer à categoria profissional de nutricionistas
17 --------- Sinto-me bem trabalhando como nutricionista.
18 --------- Sou admirado pela sociedade /clientes pelo trabalho que faço
19 --------- Considero meu trabalho criativo e estimulante
20 --------- Quero permanecer sempre trabalhando como nutricionista
21 --------- Considero que as tarefas que excuto para atender meus clientes são importantes
para a qualidade de vida deles
22--------- Sinto-me estimulado a estar sempre atualizado
23--------- Considero que os avanços da ciência da nutrição melhoram o meu desempenho
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profissional
24 -------- Considero que as novas tecnologia criadas melhoram meu desempenho profissional
25-------- Considero minha carga horária de trabalho adequada
26------- Minhas perspectivas de aposentadoria são satisfatórias
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ANEXO B
ESCALA DE SATISFAÇÃO COM A VIDA
Este instrumento pretende avaliar percepção que se tem da vida, sua condição, satisfação e
realização. Para tanto, você deve avaliar cada uma das afirmativas abaixo, preenchendo os
espaços em branco conforme os códigos seguintes:
Discordo
totalmente
Discordo
parcialmente Indiferente
Concordo
parcialmente
Concordo
totalmente
1 2 3 4 5
1 --------- Na maioria dos aspectos, minha vida é próxima ao meu ideal.
2 --------- As condições da minha vida são excelentes.
3 --------- Estou satisfeito com a minha vida.
4 --------- Dentro do possível tenho as coisas mais importantes que quero na vida.
5 --------- Se pudesse viver uma segunda vezm não mudaria quase nada na minha vida.