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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL | OUTUBRO - 2016 | ANO LXIII • N o 10 | SÃO FRANCISCO DE ASSIS Boas Festas!

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Boas Festas!

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Sumário

Província franciscana da imaculada conceição do BrasilRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | [email protected]

MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL Solenidade do Seráfico Pai .........................................................................................................................535

FORMAÇÃO PERMANENTE Artigo: “E fiz misericórdia com eles”, de Frei Fábio Cesar Gomes ...................................538 Encontro de Frades Jovens termina com peregrinação à Penha ................................541

SAV Profissão solene em Petrópolis de Frei Roberto e Frei José Morais ............................542 Frei Edvaldo é ordenado presbítero na Bahia ..............................................................................548 Entrevista: Frei Robson Scudela será ordenado no dia 29 .................................................554

FORMAÇÃO E ESTUDOS Cantando e Encantando franciscanamente .................................................................................556 Fraternidade de Rondinha faz passeio em Ponta Grossa ...................................................559 Festa de São Francisco de Assis no Seminário de Ituporanga ........................................560

FRATERNIDADES Rocinha é sede do Capítulo das Esteiras da CFFB-RJ/ES .....................................................561 “Rimas da Vida”, o livro de Trovas de Frei Walter Hugo ..........................................................562 Paroquianos da Mosela peregrinam à Porta Santa no centenário de Frei Aniceto .................................................................................................................563 Florianópolis: Paróquia celebra Jubileu de Ouro .......................................................................564 ES: Paróquia do Rosário passou a Porta Santa em celebração festiva ......................566 PVF: Benfeitores se reúnem em Encontro Regional ...............................................................569 Encontro de Irmãos Leigos da Província em Vila Velha ........................................................570 Encontro do Regional do Vale do Itajaí .............................................................................................573 Oração do Missionário ...................................................................................................................................573 Regional do Vale do Paraíba faz 3º encontro ................................................................................574 Regional de Curitiba se reúne em Rondinha ...............................................................................575 Semana da Família mobiliza comunidades de Pato Branco ............................................576 Dom Evaristo toma posse na Prelazia do Marajó ......................................................................578 Curitiba: Religiosos celebram o seu dia ............................................................................................581 Missões Franciscanas da Juventude em Vila Velha ..................................................................582 Regional Serra faz encontro no ITF ......................................................................................................583

EVANGELIZAÇÃO Rede Celinauta realiza debates para as Eleições 2016 ..........................................................584 O social mais forte na Associação Bom Jesus ..............................................................................585 Vozes: Grün lança novo livro em “maratona” no Brasil ...........................................................586 Notícias da USF ....................................................................................................................................................590 Petrópolis: Gritando por um mundo novo ....................................................................................591 Notícias do Sefras ...............................................................................................................................................592 Angola: Criada nova Província Capuchinha ..................................................................................594 Frades se reúnem para refletir sobre o Serviço de Comunicação ...............................596 Encontro Provincial da Frente de Educação .................................................................................597 DEFINITÓRIO PROVINCIAL Encontro realizado em Rodeio nos dias 22 a 25 de agosto ..............................................598

CFFB OFS Sudeste III elege novo Conselho ................................................................................................607

FALECIMENTO Falece Frei Alécio Broering ..........................................................................................................................608

AGENDA ...........................................................................................................................................................612

Capa

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outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 535

Mensagem

Caríssimos irmãos e irmãs,Que o Senhor vos dê a Paz e todo o Bem!

no próximo dia 04 de outubro cele-bramos a solenidade de São Fran-cisco de Assis. Festividade que nós, Família Franciscana, inicia-

mos na véspera com o “Transitus” de São Francisco, isto é, a celebração que encerra o mistério da vida e da morte do nosso Seráfico Pai como caminho único para a ressurreição e a glória. Este caminho úni-co nós o professamos quando rezamos com toda a Igreja esta oração da soleni-dade: “Ó Deus, que fizestes o seráfico Pai São Francisco assemelhar-se ao Cristo por uma vida de humildade e pobreza, concedei que, trilhando o mesmo cami-nho, sigamos fielmente o vosso Filho, unindo-nos convosco na perfeita alegria”.

Assemelhar-se a Jesus Cristo é para cada cristão um itinerário penitencial a ser abraçado todos os dias na fiel obser-vância da boa-nova do santo Evangelho. São Francisco de Assis realizou este seu caminho com muita propriedade, como tão bem nos atesta Santa Clara: “O Filho de Deus fez-se para nós o caminho, que nosso bem-aventurado pai Francisco, que o amou e seguiu de verdade, nos mostrou e ensinou por palavra e exem-plo” (TestC 5).

São Francisco, no Testamento que elaborou pouco tempo antes de deixar esta vida terrena, nos recordou que Jesus Cristo foi o ponto de partida deste itine-rário que ele empreendeu: “Foi assim que o Senhor concedeu a mim, Frei Francis-co, iniciar uma vida de penitência” (Test 1). Este Senhor que o chamou a esta vocação, também foi ao longo de toda a sua vida seu Conselheiro, Amigo, Mes-tre, Guia, Caminho e Fundamento em todas as suas ações. Por isso, ao cumprir o mandado que recebeu do Crucificado, “Vai, restaura a minha Igreja” (LTC 13), “não desfez os alicerces, mas edificou

sobre eles, reservan-do essa prerrogativa, mesmo sem pensar, ao Cristo: ninguém pode pôr outro fundamento senão o que foi posto: Jesus Cristo” (1Cel 18).

A Regra que ele deixou para a Ordem Franciscana, no seu denominador comum, prescreve que esta vida e sua permanente for-mação, onde quer que os irmãos estejam, é a busca incessante deste “assemelhar-se ao Cris-to”. Alguns exemplos: “A regra e a vida dos frades menores é esta: observar o santo Evan-gelho de Nosso Senhor Jesus Cristo” (RB1,1); “Aqueles que quiserem abraçar esta vida e vão ter com os nossos ir-mãos,... a eles digam os ministros a palavra do santo Evangelho” (RB2,1.5); “Digam os irmãos o ofício divino” e nos exercícios quares-

ao Senhor observar” (RB 10); “Guardar a pobreza e a humildade e o santo Evange-lho de Nosso Senhor Jesus Cristo como firmemente prometemos” (RB 12).

Também os biógrafos do Santo de Assis atestam que a sua vida foi uma constante busca de assemelhar-se a Je-sus Cristo. São Boaventura, na Legenda Maior, cap. XIII, elaborou um belíssi-mo texto para mostrar a fidelidade e a conformidade de São Francisco com a “Cruz” (Evangelho) de nosso Senhor Jesus Cristo. E afirma que “o angélico Francisco não tinha por hábito descan-sar enquanto estivesse à procura do bem”

solenidade do seráfico Pai

mais tenham como referência os misté-rios da Encarnação, Paixão, Morte e Res-surreição do Senhor (RB 3); “Admoesto em Nosso Senhor Jesus Cristo que, ao irem pelo mundo...” tenham em tudo como referencial o Santo Evangelho (RB 3, 10-14); “Servir o Senhor em pobre-za e humildade...” Portanto, “por amor ao nome de nosso Senhor Jesus Cristo, não queirais possuir jamais outra coisa debaixo do céu” (RB 6); Na pregação (evangelização) falar com clareza e reti-dão “porque o Senhor, na terra, usou de palavra breve” (RB 9); Viver uma relação obediencial “em tudo que prometeram

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536 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

Mensagem

(LM 13,1). Ainda no mesmo relato sobre os sagrados estigmas, quando Francisco chega “ao cume da perfeição do Evan-gelho” (LM 13,10) no Monte Alverne, o Doutor Seráfico escreve que o “valente soldado de Cristo” (LM 13,9) permitiu que “o verdadeiro amor de Cristo trans-formasse o amante na própria imagem do amado” (LM 13,5). Um itinerário de identificação pelo qual o “amante de Cristo” se transfigurou, “não tanto pelo martírio corporal quanto pelas chamas do amor do espírito” (LM 23,3), trilhado pela tríplice via (purificativa, iluminati-va e caritativa) e que “deram ao santo o poder de curar, livrando da peste, de dar claridade ao céu e aos corpos calor” (LM 13,7).

Já Tomás de Celano, ao querer passar para a memória de cada frade os feitos do Seráfico Pai, afirma: “São Francisco é um espelho santíssimo da santidade do Senhor e uma imagem de sua perfeição” (2Cel 26).

Neste querer assemelhar-se a Cristo, Francisco observou atentamente e viveu com intensidade duas características a ele reveladas pelo próprio Filho de Deus: a humildade e a pobreza.

Para assemelhar-se a Jesus Cristo na humildade, Francisco despojou-se de tudo e de todas as coisas para ser merecedor da “humildade sublime e hu-milde sublimidade” de Deus. Isso trans-parece quando ele se despojou de suas vestes e se revestiu de vestes humildes e vis; quando não temeu a mendicância como companheira e irmã da pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe pobrezinha; quando reconheceu e con-fessou sua fragilidade humana e tomou consciência de que a salvação é obra do Deus da Misericórdia; quando partilhou o pouco da fraternidade com os mais pobres deste mundo; quando reconhe-ceu e enalteceu as virtudes na vida dos irmãos a ele dados pelo Senhor; quando se compadeceu e ofereceu misericórdia ao irmão que clamava por misericórdia; etc. Se nos ‘Louvores a Deus Altíssimo’

Francisco proclamou “Tu és Humilda-de”, esta humildade não é um sentimento abstrato ou uma concepção teórica sobre Deus, mas é a contemplação concreta de um Deus humano e humilde que se tor-nou visível e palpável na Encarnação, na Paixão e na Eucaristia.

Da mesma forma, para assemelhar-se a Jesus Cristo na pobreza, Francisco não viveu um conceito genérico e nem assumiu uma filosofia abstrata e nem en-trou na ‘moda’ de mais um movimento pauperístico. O princípio da opção que Francisco elegeu para si e para a fraterni-dade foi o de colocar-se com retidão no caminho da bem-aventurança evangéli-ca: “Bem-aventurados os pobres”. Nesse sentido, a pobreza de Cristo passou a ser o caminho ascético-penitencial que se atinge depois de muita luta e desa-propriação do coração das coisas que impedem o discípulo de abraçar, viver e caminhar com liberdade o caminho do Santo Evangelho. Este apelo espiritual foi magnificamente descrito na alegoria da Pobreza Franciscana e retratado com maestria e sutileza no texto do ‘Sacrum Commercium’. O autor desta obra coloca na boca de São Francisco estas palavras, exortando os seus cavaleiros-irmãos a irem à luta: “Irmãos, o caminho é aper-tado e a porta que leva à vida é estreita, e são raros os que a encontram. Forta-lecei-vos no Senhor, pelo seu soberano poder, pois tudo o que é difícil ser-nos-á fácil. Deponde a carga da vontade pró-pria, atirai para longe o peso dos pecados e preparai-vos como homens fortes... E há um espírito que vos guia, Cristo Se-nhor, que vos atrai até o cume do monte com vínculos de caridade” (SC 12). E no cume deste itinerário habita a “rainha das virtudes”, “a Senhora Pobreza, que se reclinando no trono de sua nudez, veio-lhes ao encontro com preciosas bênçãos” (SC 15).

Para concluir, retomo a segunda par-te da oração da Solenidade de São Fran-cisco: “Concedei que, trilhando o mes-mo caminho, sigamos fielmente o vosso

Filho, unindo-nos convosco na perfeita alegria”. Não importa a minha identi-dade pessoal. Cada um de nós pode ser este irmão (e irmã) perfeito, sonhado por São Francisco (cf. EP 85). Posso ser o “Frei Bernardo, homem de fé e de amor à pobreza”, ou o “cortês e gentil Frei Ân-gelo, com sua simplicidade e pureza”, ou o “distinto e sensato Frei Masseo com sua bela e piedosa eloquência”, ou o “contem-plativo e piedoso Frei Gil”, ou o “Frei Ru-fino, com sua prece virtuosa e constante”, ou o paciente Frei Junípero, com toda a sua vileza e ardente desejo de imitar Cris-to”, ou “Frei João, com seu vigor corporal e espiritual”, ou o “caridoso Frei Rogério”, ou até mesmo ser “o inquieto Frei Lúcio, preocupado em não querer permane-cer mais de um mês no mesmo lugar”. Enfim, também posso ser o “Frei Leão”, apelidado por São Francisco de “ovelhi-nha de Deus”. Importa que cada um em-preenda o caminho da “perfeita alegria” (cf. Fior 8) na qualidade de fiel discípulo e companheiro de São Francisco.

E para se chegar à “perfeita alegria”, é notório que o caminhar de Francis-co não passou pelo poder da sabedoria humana, nem pelo poder civil e ecle-siástico, e muito menos pelo poder que procede do pregador midiático com seus feitos miraculosos de ‘cura e libertação’, entendido como apropriação dos dons recebidos de Deus. O caminho da “per-feita alegria” trilhado por São Francisco consiste no “vencer-se a si mesmo” e no “gloriar-se na cruz da tribulação de cada aflição, porque isso é nosso e assim diz o Apóstolo: Não quero gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cris-to” (Fior 8).

A você Confrade, e a cada irmão e irmã da nossa Família Franciscana, de-sejo uma feliz e abençoada Festa de São Francisco de Assis! Que o Senhor, por intercessão do nosso Pai Seráfico, nos abençoe e nos guarde no seu amor!

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFMMinistro Provincial

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Em Assis bravo menino nasceuUm futuro lhe está destinadoAlegre dom que Deus lhe deuPelo nome de Francisco chamado

Vive uma vida de festejosNa riqueza, gasta todo seu dinheiroCurte a vida, para as damas faz ensejosNem esperava ser de Deus companheiro

Em seu sonho de ser cavaleiroDe repente um leproso a esmolarQuer fugir, mas Deus lhe fala ligeiroDesce do cavalo vai a ele abraçar

Na pequena capela de São DamiãoEscuta uma voz que lhe vem da cruzE, admirado, reflete a instrução:“Venha reconstruir a Igreja de Jesus”

Uma veste em sinal de pobrezaJunto a ele também vêm os irmãosPedro, Silvestre, Leão, com certezaArautos do Rei: eis divina missão

O apelo de Cristo eles escutam:“Vende tudo que tem, vai ao necessitado”A pobreza do Cristo agora cantam:“Creiam todos no Amor que não é amado”

Eis que então aparece uma damaDe clara nobreza, de claro esplendorJovem Clara que diz que a Deus só o amaEla quer, como eles, seguir ao Senhor

Então Francisco a Roma se dirigeE pede ao Papa a regra aprovarEis que exemplo, seu coração se aflige:“Preguem a penitência sem nunca cessar”

Agora os irmãos estão numa OrdemE a Clara, menina, também Cristo seguiuE também os casados agora podemViver o Evangelho, como nunca se viu

Em Greccio celebra o Filho divinalQue nasce bem pobre e sem larRevive, pois, o mistério do NatalO pequenino rei que veio pra salvar

Um lobo de espírito revoltadoNa ingratidão, escondido em abrigoLá vem, pois, Francisco, por Deus orientado,Com o lobo, agora, se tornam amigos

Lá na montanha, de alma transfiguradaFrancisco, já no final de sua vidaRecebe do Cristo as chagas sagradasÉ sua vida, por Deus tão querida

Eis que pressente a morte chegarEntão canta o louvor das criaturas:“Sejam louvados, o céu, terra e marGlória ao Senhor, lá nas alturas”

A três de outubro pro céu tão felizFrancisco a sua vida entregouDo exemplo do santo de AssisA todos os frades saudade ficou

Frei Carlos Nunes Corrêa

ao Jovem de assis

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Partindo dos dois versículos iniciais do Testamento de São Francisco, refleti-remos muito brevemente sobre a ex-pressão “fazer misericórdia”, fazendo

referências a alguns outros Escritos do Santo onde a mesma também se faz presente.

No final da vida, Francisco dita o seu Tes-tamento iniciando-o com estas palavras:

“O Senhor concedeu a mim, Frei Francisco, começar a fazer penitên-cia: como eu estivesse em pecados, parecia-me sobremaneira amargo ver leprosos. E o próprio Senhor me conduziu entre eles, e fiz misericór-dia com eles. E afastando-me deles, aquilo que me parecia amargo se me converteu em doçura da alma e do corpo; e, depois, demorei só um pouco e saí do mundo”1.

Nessas frases iniciais, percebe-se que Francisco reconhece na experiência do “fa-zer misericórdia” o ponto de partida do seu processo de conversão radical ao Evangelho, de “saída do mundo”, que ele chama de “fazer penitência”. De fato, se antes, por causa do seu “estar em pecados”, ele somente conse-guia fugir dos leprosos - que representavam, na sociedade medieval, a imagem viva do pecado2– agora, movido pela graça divina - “o Senhor concedeu a mim”-, ele consegue acolhê-los, beijá-los, em uma palavra, usar de misericórdia para com eles3.

Destas frases iniciais do Testamento, fica bastante evidente que, para Francisco, a mi-sericórdia identifica-se sobretudo com uma prática, um fazer, uma experiência a ser vi-

“e fiz misericórdia

com eles”

Formação Permanente

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Formação Permanente

venciada, e não simplesmente com uma bela teoria a ser compreendida. Uma experiência que, por sua vez, não se reduz a ações isoladas, pontuais, a obras de misericórdia que se fazem esporadicamente - para o que costumava-se usar a expressão ‘obras de misericórdia’ – mas, refere-se às motivações que impelem a pessoa a um determinado gesto”4.

Portanto, para o Poverello, o fazer misericórdia diz res-peito a um modo de fazer que deve caracterizar cada ação do ser humano, sobretudo quando o mesmo é instado a corrigir o pecado alheio ou a julgar o comportamento de alguém, como no caso dos superiores, juízes e sacerdotes:

“Aquele a quem foi confiada a obediência e que é tido como maior seja o menor e servo dos ou-tros irmãos. E faça e tenha misericórdia para com cada um dos irmãos, como gostaria que se lhe fi-zesse, se estivesse em caso semelhante. Não se ire contra o irmão por causa do pecado dele, mas, com toda a paciência e humildade, admoeste-o e benignamente o apoie”.

“Se alguns dos irmãos, por instigação do inimi-go, pecarem mortalmente, tratando-se daqueles pecados, acerca dos quais foi ajustado entre os ir-mãos que se recorra somente aos ministros pro-vinciais, devem os ditos Irmãos recorrer a eles, o mais cedo que puderem, sem demora. Os minis-tros, porém, se são sacerdotes, com misericórdia lhes imponham a penitência; se, porém, não são sacerdotes, façam impor por outros sacerdotes da Ordem, como, perante Deus, melhor lhes pare-cer. E tomem cuidado em não se encolerizar ou perturbar com o pecado de alguém, porque ira e perturbação entravam a caridade em si e em outros”.

“Aqueles que receberam o poder de julgar os outros exerçam o julgamento com misericórdia, como eles próprios gostariam de obter do Senhor misericórdia. Pois, julgamento sem misericórdia terão os que não fizerem misericórdia”5.

Dos textos citados, contata-se também que, para Fran-cisco, o fazer misericórdia e fazer tudo com misericórdia não significam permissividade ou relativismo moral. Para ele, o pecado há de ser condenado e o pecador corrigido, mas, há de se evitar também o moralismo e o rigorismo.

Nesse sentido, é interessante a estreita relação que

Francisco estabelece, numa das suas Admoestações, entre misericórdia e discernimento – misericordia et discretio -, consideradas como virtudes irmãs que devem sempre andar juntas a fim de que se afugente, de uma parte, a ri-gidez, e, de outra, a superfluidade6. Isso se confirma num outro escrito de Francisco, o Audite, Poverelle, endereçado às irmãs de São Damião, no qual ele lhes suplicava que tivessem discrição com as esmolas recebidas, a fim de que por um excesso de rigor penitencial, não deixassem de su-prir às próprias necessidades corporais7.

Mas, sem dúvida, o exemplo maior do fazer miseri-córdia em Francisco o encontramos na sua célebre Carta a um Ministro que, com toda razão, pode ser considerada a “Carta Magna” da misericórdia franciscana:

A Frei N, ministro. O Senhor te abençoe! O me-lhor que te posso dizer com relação às dificul-dades de tua alma é isto: Considera como uma graça tudo quanto dificultar o teu amor a Deus nosso Senhor, bem como as pessoas que te cau-sam aborrecimentos, sejam irmãos ou gente de fora, mesmo que cheguem a te fazer violência. Esta seja a tua vontade e nada mais. E esta seja a tua orientação na verdadeira obediência para com Deus nosso Senhor e para comigo, porque sei com toda certeza que é esta a verdadeira obe-diência. Ama aos que assim contra ti procedem, não exigindo deles outra coisa senão o que o Se-nhor te der. E justamente nisso deves amá-los, nem mesmo desejando que eles se tornem cris-tãos melhores. E isto te valha mais do que a vida em eremitério. E nisto reconhecerei que amas realmente o Senhor e a mim, servo dele e teu, se fizeres o seguinte: não haja irmão no mundo, mesmo que tenha pecado a não poder mais, que, após ver os teus olhos, se sinta talvez obrigado a sair de tua presença sem obter misericórdia se misericórdia buscou. E se não buscar mise-ricórdia, pergunta-lhe se não na quer receber. E se depois disto ele se apresentar ainda mil vezes diante de teus olhos, ama-o mais do que a mim, procurando conquistá-lo para o Senhor. E tem sempre misericórdia de tais irmãos. E logo que puderes, leva ao conhecimento dos guardiães que decidiste agir assim8.

Como se pode constatar logo na primeira leitura da Carta, Francisco propõe ao ministro - que supostamente queria deixar o ofício por causa de dificuldades com os

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voltarmos para os dois versículos iniciais do Testamento de Francisco e os tomarmos como chave de leitura da sua experiência espiritual. Como ele nos diz, o fazer miseri-córdia com os leprosos provocou nele uma grande trans-formação: “aquilo que me parecia amargo, converteu-se em doçura da alma e do corpo”.

Em outras palavras, através do abraço do leproso, Francisco é tocado pelo mistério do amor de Deus que vem ao encontro da sua própria miséria fazendo com que ele se reconheça, agora, não apenas como um grande pe-cador, mas, como um pecador perdoado. E assim, com o perdão de Deus no coração e nos olhos, Francisco vai capacitando-se sempre mais a olhar para o próximo com olhos novos (misericordiosos) e a fazer tudo de maneira nova (misericordiosamente). Eis a grande transformação do amargo para o doce: a transformação interior. Não é o leproso que muda: é o modo de Francisco considerá-lo que muda.

Talvez seja essa a maior provocação de Francisco para nós hoje: nossa alegria e paz interior não podem depender de que a realidade ao nosso redor mude. O decisivo será sempre o modo como nós nos colocamos dentro dela, como a percebemos, se somos capazes de, numa perspec-tiva de fé, considerar tudo quanto dificultar o nosso amor a Deus como graça e como possibilidade de fazermos mi-sericórdia com todos.

Em louvor de Cristo!

Frei Fábio Cesar Gomes

1. Testamento 1-2.

2. Cfr. J. Le Goff, Il meraviglioso e il quotidiano nell’Oc-cidente medievale, Editori Laterza, Roma/Bari, 2004, 169.

3. Cfr. 1Celano 17; 2Celano 9; Legenda Maior 1,5; Le-genda dos Três Companheiros 11.

4. P. Martinelli; P. Messa, Francesco d’Assisi e la miseri-cordia, Edizioni Dehoniani, Bologna, 2015, 70.

5. Carta aos fiéis II 42-44; Regra Bulada 7; Carta aos fiéis 28-29.

6. Cfr. Admoestação 27,6.

7. Cfr. Audite, Poverelle 4.

8. Carta a um ministro, 1-12.

9. P. Martinelli; P. Messa, Francesco d’Assisi e la miseri-cordia, 15. Tradução nossa.

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Formação Permanente

seus subordinados - um fazer misericórdia elevado à sua máxima potência, vale dizer, uma oferta de misericórdia ao próximo incondicional e invencível, ou seja, livre in-clusive da pretensão de que o mesmo venha a se tornar um cristão melhor e à prova de toda e qualquer resistência da sua parte. Uma misericórdia que “aparece aqui como o princípio que regenera continuamente o humano, ven-cendo indomavelmente todas as suas resistências”9.

Uma proposta assim radical de prática de misericór-dia certamente representa um desafio para a nossa men-talidade utilitarista e pragmática que condiciona também nossa experiência de fé, levando-nos a sempre realizá-la não de forma gratuita, mas, em vista de algum resultado, de alguma intensão mais ou menos confessada, ainda que boa, como a de tornar alguém um cristão ou cristã melhor.

Um fazer misericórdia assim tão incondicional e in-vencível só é possível, no nosso entender, se novamente

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Formação Permanente

como ocasião de retiro, reen-contro, partilha e revisão de vida, ocorreu o encontro para frades com até 10 anos de

primeira transferência, entre os dias 15 e 18 de agosto de 2016, no Projeto Santa Clara, localizado na Ponta da Fruta, Vila Velha, ES. Para refletir os temas propostos nos retiro, os jovens frades contaram com a assessoria de Dom Rubens Sevilha, religioso da Or-dem dos Carmelitas Descalços e Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória. Dom Sevilha abordou a temática “A vida religiosa e os desafios dos primei-ros anos”. Com diversas referências ao Papa Francisco, Dom Sevilha dirigiu aos jovens frades palavras de incentivo e provocação na fidelidade ao projeto de vida que assumiram.

Diante das colocações do bispo, os frades participantes, num momento de partilha, levantaram alguns desa-fios sentidos como experiência pró-pria nos primeiros anos de Profissão Religiosa, entre eles: o esfriamento na vocação, o risco do desânimo, o peso das estruturas, entre outros. Apesar de os problemas terem sido aborda-dos, em suas falas, os participantes apresentaram uma postura proposi-tiva, procurando encontrar em cada desafio uma chance de fortalecimento para a vida e a vocação.

Também esteve com o grupo Frei Clarêncio Neotti, trazendo a temática “O Evangelho como fonte de nossa vida e missão”, numa reflexão apoiada na Regra Franciscana, nas Constitui-ções Gerais e no Plano de Evangeli-zação da Província. Incentivados por estas colocações, os frades também puderam partilhar os sentimentos e as experiências de Evangelização nas fraternidades onde vivem.

Como encerramento do Encon-

tro, os jovens frades tiveram a chan-ce de realizar uma peregrinação ao Convento da Penha, onde fizeram uma breve celebração penitencial e tiveram a chance de passar pela Porta da Misericórdia aberta na-quele Santuário. Como avaliação geral, os participantes destacaram o encontro como importante oportu-nidade de revigoramento do ânimo

encontro de frades Jovens terminacom Peregrinação ao convento da Penha

vocacional, num espírito de mútua ajuda e reforço dos laços fraternos. De acordo com o grupo, novas ini-ciativas desta natureza, que contem-plam atividades divididas por faixas etárias devem se tornar mais fre-quentes no programa da Formação Permanente.

Frei Gustavo Medella

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Profissão solenefrei JosÉ morais camBolo

frei roBerto aParecido PereiraPetróPolis, 28/8/2016

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SAV

os votos solenes de seus dois confra-des durante Celebração Eucarística às 10 horas na Igreja do Sagrado Co-ração de Jesus, em Petrópolis (RJ), lotada para ver os neoprofessos da Província Franciscana da Imacula-da Conceição. Participaram da cele-bração Frei César Külkamp, Vigário Provincial; Frei James Girardi, o pá-roco do Sagrado; Frei Jorge Schiavi-

ni, o guardião da Fraternidade; fra-des que vieram de toda a Província, além de religiosos e seminaristas. O Coral dos Canarinhos garantiu a so-lenidade e a beleza na linda manhã petropolitana.

A família de Frei Roberto, de Lençóis Paulista (SP), esteve presen-te na celebração e, representando os familiares de Frei José, que residem

frei fidêncio indica as “vestes” dos neoProfessos:

humildade, simPlicidade e serviço

“o Senhor me deu irmãos!”, disse São Francisco de Assis no seu Testamen-to. Desde então, há mais

de 800 anos, os irmãos não param de se juntar a ele. Neste domingo, 28 de agosto, foi a vez de Frei José Morais Cambolo e Frei Roberto Aparecido Pereira ingressarem de-finitivamente na Ordem dos Frades Menores e estarem mais próximos do Poverello de Assis.

Segundo o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, neste domingo a Ordem Franciscana es-tava em festa. “A Ordem dos Frades Menores está em festa por causa de vocês dois, Frei José e Frei Roberto. Mais de 12 mil frades estão em festa por causa de vocês dois”, frisou Frei Fidêncio, que recebeu em suas mãos

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em Angola, estavam seus confrades angolanos e brasileiros, entre eles seus primeiros formadores: Frei Sa-muel Ferreira de Lima, mestre no Noviciado, e Frei Alexandre Mag-no, que o acompanhou na formação inicial. Frei José Morais é o quarto professo solene da jovem Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola.

O rito da profissão solene come-çou depois da leitura do Evangelho. O mestre Frei Marcos Andrade cha-mou cada um dos professandos pelo nome. Em pé, diante do Ministro Provincial, eles responderam: “Aqui estou!”. O mestre, então, fez um breve resumo da vida de cada um. Depois, juntos, eles fizeram o pedido para

serem admitidos definitivamente na Ordem dos Frades Menores.

Em seguida, Frei Fidêncio se aproximou deles e os agraciou com lindas mensagens sobre o signifi-

cado daquele momento de entre-ga ao Senhor. “Hoje, a Palavra de Deus que acabamos de ouvir é sig-nificativa para esse momento, para esse gesto: a profissão solene. Deus

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nores, somos agraciados diante do Senhor, porque é para os humildes que o Senhor revela os seus misté-rios. Isso é o que nós aprendemos com São Francisco. Isso é o que o Senhor nos fala constantemente no Evangelho: aos humildes Deus reve-la a sua misericórdia e essa humil-dade nós vivemos quando a fazemos transparecer no nosso ser frades menores”, ensinou.

Como frades menores, disse Frei Fidêncio, “nós também somos con-vidados a participar do banquete do Reino de Deus”, como diz o Evan-gelho de hoje. “Mas o Senhor nos questiona: qual é o lugar que nós ocupamos no banquete? Queremos rezar no lugar de honra? Não, o lugar de honra é o lugar da formalidade. O lugar de honra, muitas vezes, é o lu-gar da frieza. Jesus convida a vocês, como convida e reconvida nós, fra-des menores, a estarmos de fato na

minoridade, na humildade quando soubermos ocupar os últimos luga-res. Jesus diz claramente no Evan-gelho que esse último lugar é o lugar dos pobres, dos menores, dos margi-nalizados. É ali que devemos exercer o nosso exercício do lava-pés. Porque

são essas pessoas, que não tinham chance de participar do banquete do Reino e não podiam sequer entrar no templo, que Jesus diz: ‘É ali que deve-mos estar como irmãos e menores’”, apontou o Ministro Provincial.

“E o banquete que Jesus hoje

se aproxima de vocês, Deus vem ao encon-tro de vocês, Deus fala a vocês professandos como fala a todos nós nesta manhã e diz: ‘Fi-lho, filha, realiza a tua vocação com mansidão e serás amado mais que um homem genero-so’. E para realizar esse trabalho, essa vocação, o Senhor, na leitura do Evangelho, nos reco-menda a humildade, que tem muito a ver com a minoridade que nós queremos viver en-quanto frades”, explicou Frei Fidêncio.

“A humildade nos faz encontrar graça diante de Deus”, disse o celebrante. “Quando somos humildes, quan-do vivemos como me-

Frei José Morais Cambolo proclama a fórmula da profissão solene diante do Ministro Provincial

Frei Roberto proclama a fórmula da profissão solene diante do Ministro Provincial

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nos apresenta é o banquete em que nós também acreditamos: o ban-quete da fraternidade. A vida entre irmãos para construir no mundo a grande fraternidade sonhada e que-rida por Deus. Uma fraternidade na lógica do Reino de Deus, na lógica do Evangelho. A nossa fraternidade deve ser expressão dos contornos do banquete do Reino de Deus que Je-sus quer nos oferecer”, explicou.

Segundo o celebrante, não dá para participar do banquete dos fa-riseus. “O nosso banquete cristão deve oferecer a forma do Evangelho e ter os laços da fraternidade. Fra-ternidade que acolhe irmãos dados pelo Senhor, fraternidade que acolhe irmãos queridos e amados por Deus, fraternidade que tem de fato o sabor da irmandade, fraternidade que se expressa, sobretudo, na comunhão”, exortou, falando a Frei José e Frei Roberto: “Por isso, meus caros, pro-fessar definitivamente é exatamente despojar-nos das atitudes de superio-ridade, de orgulho, de ambição para revestirmo-nos definitivamente das virtudes da humildade, da simplici-dade e do serviço”, completou, dese-jando boas vindas aos novos profes-sos solenes na grande Fraternidade Franciscana, que é a que vai ajudá-los a viver esse Evangelho de Nosso Se-nhor Jesus Cristo em obediência, em pobreza e em castidade.

o rito da Profissão soleneFrei Fidêncio explicou que o ges-

to da profissão é revestido de muita simplicidade e que o professando, ao prostrar-se diante do Ministro, o faz diante do Senhor Deus. “Vão co-locar a história deles, a vida entre as mãos do Ministro. É só esse o gesto. Mas é um gesto que nós só podere-mos compreender e entender à luz da fé”, disse Frei Fidêncio.

Em seguida à homilia, o guar-dião Frei Jorge Schiavini se apro-

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ximou do Círio Pascal, acendeu as velas que foram entregues aos pro-fessandos para recordar a vocação batismal que neles está se desabro-chando como vocação religiosa franciscana. Eles se aproximaram do Ministro Provincial e foram in-terrogados sobre a preparação para se consagrarem a Deus segundo a forma de vida dos Frades Menores. Então, eles se prostraram ao chão num gesto de entrega e despojamen-to enquanto foi cantada a Ladainha de Todos os Santos.

Terminada a Ladainha de todos os Santos, os professandos se ajoe-lharam diante do Ministro Provin-cial, colocaram as suas mãos nas mãos do Ministro, num gesto de entrega, de obediência, e leram a fórmula de profissão definitiva na Ordem dos Frades Menores. Agora, como neoprofessos, foram, então, abraçados pelos confrades num si-nal de boas vindas à fraternidade.

A liturgia continuou solene-mente até o final da comunhão. No momento de agradecimento falou Frei José Morais, que fez calorosos agradecimentos aos seus confrades, especialmente aos formadores.

Frei Fidêncio, que esteve na As-sembleia Capitular da Fundação de Angola recentemente, disse que era porta-voz não só dos abraços e das orações dos confrades da Missão, mas também do povo angolano.

“Você, Frei José Morais, para nós é a expressão mais bonita, mais viva, da nossa Missão de Angola. Frei Ro-berto, você também é expressão da nossa Província da Imaculada. A sua consagração nos alegra e gostaria de agradecer aos seus familiares pelo ir-mão que estão dando para nós”, en-cerrou. A festa franciscana deste do-mingo em Petrópolis terminou com um delicioso almoço fraterno.

Moacir Beggo

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a Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, em Entre Rios, reuniu-se para testemunhar a ordenação presbiteral de Frei

Edvaldo Batista Soares, no sábado (3/09), às 18h, na Praça da Matriz.

A missa foi presidida pelo fran-ciscano Dom Jaime Spengler, Arce-bispo de Porto Alegre e concelebrada

pelo bispo de Alagoinhas, Dom Pau-lo Dantas Bastos e Dom Jaime Mota de Farias, bispo emérito da mesma diocese. Diversos padres estiveram presentes e uma dezena de confrades, vindos de diversos estados da Provín-cia da Imaculada Conceição do Brasil e da Província Santo Antônio. Frei Gustavo Medella, Definidor Provin-

cial, representou Frei Fidêncio Van-boemmel, Ministro Provincial.

seguir de perto o senhor que nos chama

Em sua homilia, Dom Jaime falou da importância do discipulado, que é também o lema de ordenação de Frei Edvaldo: “Se alguém quer me seguir

ordenação PresBiteral

frei edvaldo É ordenado PresBítero na Bahia

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renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me”.

“A decisão de cada um pelo seguimen-to pressupõe um ato supremo de vontade e de liberdade. Há também condições que não são facultativas; a passagem pela cruz é uma necessidade para Jesus e para os dis-cípulos de tempos em tempos”, afirmou o Arcebispo. Ele destacou que o amor é o pressuposto fundamental para aquele que deseja seguir Jesus. Para ele, amar é viver na intimidade, exige entrega absoluta. E disse que para este seguimento no amor, são ne-cessárias 3 coisas: renúncia de si mesmo, tomar a sua cruz a cada dia e presença jun-to ao Senhor.

Dom Jaime afirmou que diante da in-tuição e do encontro pessoal com Cristo, o coração daquele que é chamado a seguir o Senhor arde e, diante desta realidade, tudo é possível. “A nossa fé, o nosso batismo, a nossa consagração religiosa é participação no Ser de Cristo; é uma nova vida para os outros! Esta vida pressupõe conversão, qual condição para o perdão; compromisso como pressuposto para a santidade; espiri-tualidade forte para perseverar no cami-nho assumido”, disse o bispo. Ele encerrou pedindo a Frei Edvaldo que desse seu tes-temunho diário, buscando viver através da Palavra e da Eucaristia, e que não se esque-cesse dos pobres.

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Na sequência do Rito de Orde-nação, Frei Edvaldo foi convidado a prostrar-se ao chão e foi cantada a Ladainha dos Santos. Em seguida, foi feita a imposição das mãos pelos bis-pos e sacerdotes.

Jenilda, cunhada de Frei Edvaldo e Lindinalva, irmã do confrade, entra-ram com a casula e a estola para serem entregues. Padre Edilson e Frei Mario Tagliari foram os encarregados de fa-zer a vestição do neo-sacerdote. Em seguida, Isidoria, de Calçada Nova, comunidade local do frade, entrou com o óleo do Crisma e Zete, irmã de Frei Edvaldo, entrou com a fita, com a qual foram amarradas as mãos do confrade. Dom Jaime ungiu as mãos do neo-sacerdote e as amarrou, para que os pais pudessem desatar a fita. A primeira bênção de Frei Edvaldo foi dada a seus pais, Dona Joana e Seu Florêncio.

o agradecimento emocionado de frei edvaldo

Muito emotivo, o neo-sacerdote ficou com a voz embargada ao fazer os agradecimentos. Ele afirmou que

se sente incapacitado para tal mis-são, mas que acredita que Deus ca-pacita aqueles que Ele escolhe para seu serviço. “Com sinceridade, eu espero corresponder todos os dias da minha vida, como frade menor, com toda a fidelidade, às exigências desse árduo e bonito ministério. Espero ser fiel à Igreja que, através da Ordem Franciscana, me confiou este ministério. Espero ser fiel ao povo de Deus, que deseja encontrar no sacerdote a acolhida do Cristo misericordioso”, afirmou.

Frei Edvaldo agradeceu de modo

especial a Nossa Senhora, por ser seu amparo e sustento na caminhada vo-cacional, e ofereceu a ela este ministé-rio, pedindo que ela o ajude a ser fiel. O frade agradeceu aos familiares, de modo especial à tia Lauriana, teste-munho de cristã e exemplo na vida de Frei Edvaldo.

Antes de encerrar a celebração, Dom Jaime pediu que Frei Edvaldo ficasse de joelhos para receber a bên-ção de seus conterrâneos. Após a cele-bração, todos foram convidados para uma confraternização preparada com muito carinho pela comunidade.

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Nos dias que antecederam à or-denação presbiteral de Frei Edvaldo, frades, religiosas, vocacionados e lei-gos estiveram na cidade de Entre Rios, para a missão nas famílias e o tríduo preparatório. Foram dias intensos de visitas, bênçãos, orações, testemu-nhos e muita alegria.

As celebrações do Tríduo foram muito animadas, com muitos cantos e palmas. A comunidade local foi mui-to participativa, assim como os frades da Província Santo Antônio, que esti-veram acompanhando o grupo.

Um dos momentos de maior emoção foi no 3º dia do Tríduo, quan-do Dona Joana e Seu Florêncio, os pais de Frei Edvaldo, tiveram os pés lavados pelo filho, em sinal de serviço e humildade.

Com certeza a cidade de Entre Rios ficou mais abençoada nestes dias, e os missionários mais animados com a partilha de fé e vida do povo local. A simplicidade e o carisma do povo baiano foi o diferencial destes dias, vi-vidos com muita intensidade por toda a equipe do SAV e seus colaboradores.

Para conferir a cobertura comple-ta acesse: https://goo.gl/pwHzgT

a calorosa acolhida Baiana aos missionários

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a matriz Nossa Senhora dos Prazeres foi o local escolhido para a primeira missa de Frei Edvaldo. A comunidade local

já se reunia, muito alegre (como fo-ram todos os dias durante as missões e o Tríduo), para acompanhar a pri-meira missa de mais um filho entrer-riense elevado à Ordem Presbiteral.

A missa foi concelebrada pelos frades, pelos padres da diocese, pelo pároco, Padre João Primo, pelo diá-cono Rogério Gonçalves e por Padre

Edilson, irmão de Frei Edvaldo. A animação ficou por conta do grupo local e de Frei Paulo César Ferreira e Frei Leandro Costa Santos.

Como de costume, um frade é convidado para proferir a homilia nesta primeira celebração, e Frei Dou-glas Machado, que reside em Con-córdia (SC), foi o escolhido. O frade destacou as exigências do seguimento a Jesus Cristo. “É verdade, nem todos são chamados a derramar o seu san-gue por Ele, como mártires. Mas to-

dos, sem exceção, devem carregar a sua cruz, dia após dia, a fim de dizer, com São Paulo: ‘Estou pregado à cruz de Cristo’ (Gl 2,19). São Jerônimo diz que a cruz não se restringe ao tempo de perseguição, quando afirma: ‘Cris-to repete-o a cada um de nós, ao ouvi-do, intimamente: a Cruz de cada dia. Não só em tempo de perseguição ou quando se apresenta a possibilidade do martírio, mas em todas as situa-ções, em todas as atividades, em todos os pensamentos, em todas as palavras,

a Primeira missa de frei edvaldo

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neguemos aquilo que antes éramos e confessemos o que agora somos, visto que renascemos em Cristo’.”

Frei Douglas, recordando São Gregório Magno, afirmou que todos foram mártires, ou pelo sangue, ou pela paciência, e ressaltou que não de-vemos pedir a Deus que nos livre das cruzes, mas que nos dê forças para suportá-las.

E concluiu sua homilia com um conselho: “É essa a vida de sacerdote, mais que estar à frente das ovelhas ou no meio delas, o padre deve estar atrás do Pastor, do Bom Pastor”, concluiu.

A grande devoção de Frei Edvaldo a Nossa Senhora deu o tom à celebra-ção. No momento de ação de graças, as jovens da Jufra das Chagas, de São Paulo, onde Frei Edvaldo é o assistente, entraram em procissão com uma ima-gem de Nossa Senhora das Graças, e o

frade fez a consagração a Nossa Senho-ra. Nos agradecimentos ele disse que sempre pediu que Nossa Senhora o ajudasse a ser um religioso melhor, no qual as pessoas pudessem encontrar o rosto de Jesus Misericordioso.

Após a missa, Frei Edvaldo foi calorosamente cumprimentado pelos presentes, e em seguida todos foram

acolhidos para um almoço no centro comunitário, preparado pelos paro-quianos e pela família do neo-sacer-dote.

Textos: Érika Augusto Fotos: Érika Augusto, Frei Diego

Melo, Frei Roger Strapazzon e Frei Leandro Costa

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no dia 29 de outubro, na Igre-ja Matriz São José, de Coro-nel Freitas (SC), Frei Robson Luiz Scudela será ordenado

presbítero pelo bispo diocesano de Chapecó, Dom Odelir José Magri, MCCJ, durante Celebração Eucarísti-ca, às 18 horas, liturgia que revela um pouco dos passos e da vida do futuro sacerdote franciscano, como ele mes-mo aponta. Zaqueu, mesmo diante de inúmeras dificuldades, como sua po-sição social, sua estatura, sua realida-de de pecador, ouve a voz do Senhor que lhe diz: “Desce depressa, hoje eu devo ficar na tua casa” (Lc 19,5) e, superando tudo que o afastava do Senhor, fica “de pé” e se compromete com Ele. No domingo, dia 30 de outu-bro, às 10 horas, na Comunidade de Fernando Machado, em Cordilheira Alta, SC, Frei Robson vai celebrar a Primeira Missa, que terá como prega-dor Frei Pedro da Silva.

Frei Robson ingressou no Seminá-rio de Agudos em 2002 e fez o Postu-lantado em Guaratinguetá em 2005. Vestiu o hábito franciscano em Rodeio (2006) e cursou Filosofia até 2009, quando embarcou para Angola, onde fez um estágio Missionário, de 2010 a 2011. No retorno ao Brasil, cursou Te-ologia e hoje reside no Seminário São Francisco de Assis de Ituporanga.

comunicações - Fale um pouco de suas origens, sua família e sua terra.

Frei Robson Scudela - Terceiro

e último filho de um casal agricultor, Luiz e Maria Luiza Scudela. Fui edu-cado juntamente com meu irmão e minha irmã no interior de Cordilheira Alta, SC. Nasci no dia 27 de outubro de 1986, no mesmo dia em que os líderes de diferentes religiões se reuniam pela primeira vez em Assis para rezarem pela paz, conhecido como o Espírito de Assis. Com meus pais e irmãos, aprendi o valor da família e o quanto é necessá-rio lutar através do cuidado e do traba-lho para mantê-la unida e, mesmo nas dificuldades do dia a dia, experimentar já aqui o Grande Amor, Deus (claro que na época não tinha consciência disso, somente hoje, olhando para trás, não consigo imaginar algo diferente: famí-lia, lugar que Deus escolheu para estar presente e poder ser experimentado tão carnalmente). Vivíamos em uma reali-

frei roBson luiz scudelaordenação PresBiteral de

este é o caminho pelo qual ele desejaque eu o encontre

qual Ele deseja que eu O encontre. Hoje, a comunidade confia-me esta missão de servi-la através da orde-nação presbiteral, e eu aceitei porque antes pude encontrar um amparo para minha humanidade: o modo francis-cano de viver. Tenho uma reserva den-tro de mim que sempre me repete: “Se você não fosse frei franciscano, falta-riam algumas condições para assumir esta missão de servir ao povo como presbítero”.

comunicações - Por que escolheu a vida religiosa franciscana?Frei Robson - Antes de entrar no se-minário vi um filme: “Irmão Sol e Irmã Lua”. Gostei. Achei interessante a vida de Francisco, mas nem sabia que exis-tiam os franciscanos. Somente sabia que na paróquia onde morava havia

dade católica própria de interior: “Muita reza e pouco padre”. O terço era frequente: minha vó sempre tinha um motivo para convocar a todos para rezá-lo.

comunicações - Como se deu o seu discernimento voca-cional?Frei Robson - Foi Deus, nas suas “traves-suras”. Com um jeito calmo e paciente, Ele me conduziu por este caminho. Surpreen-deu-me e me surpre-ende ainda muito o fato de como as coisas ocorreram: simples, ordinárias, mas que me convenceram que este é o caminho pelo

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padres. Sempre me surpreendia o que falavam deles e o quanto se esforçavam para estar presente na comunidade pelo menos duas vezes por ano. Tam-bém me impressionava quando minha vó contava as histórias dos padres de capuz (franciscanos) que vinham a ca-valo visitar os doentes quando estavam já sem força. E um dia, quando eu ti-nha doze anos de idade, falei que que-ria ser como esses homens. Falei num momento muito simples e informal. E deste chão sagrado alguém ouviu (mi-nha prima) e levou o fato ao frei da pa-róquia. Nem um mês depois, Frei José Clemente Schafaschek, que passava pela comunidade de meus pais, pediu para falar comigo. Fui até ele. Naquele dia eu estava tão assustado que apenas consegui falar meu nome e acrescentar que queria ser como eles, os “padres de capuz” que minha vó falava. Disse-me que era para passar na casa paroquial. Tivemos mais uma conversa e ele me encaminhou para o seminário e aí fui conhecendo o que é ser franciscano.

comunicações - Quem é o Frei Ro-bson?Frei Robson- A primeira resposta que vem para esta pergunta é aquela que os outros dão. E como seria fácil repeti-la aqui. Agora, dizer quem sou... não é

fácil. O escritor russo Dostoiévski bem disse: “Eu corava diante de mim mes-mo! Fazia-me juiz de mim mesmo e... meu Deus! que se passava em minha alma?”. Mas mesmo assim acredito ser necessário que eu diga pelo menos como me vejo: tímido e um pouco reservado, mas com necessidade de ter irmãos com os quais eu possa ca-minhar. Carrego comigo o gosto pelo trabalho prático aprendido com meu pai e o gosto do cuidado pelas coisas aprendido com minha mãe. Reflito interiormente aquilo que vejo, penso e sinto. Gosto de viajar no mundo dos livros, das palavras e da escrita, embora nunca tenha me destacado por isso.

comunicações - Que expectativas você tem para o seu ministério pres-biteral?Frei Robson - O Evangelho propos-to pela Liturgia no final da semana da ordenação ajuda-me a responder: Zaqueu, mesmo diante de inúmeras dificuldades, sua posição social, sua es-tatura, sua realidade de pecador, ouve a voz do Senhor que lhe diz: “Desce depressa, hoje eu devo ficar na tua casa” (Lc 19,5) e, superando tudo que o afastava do Senhor fica “de pé” e se compromete com Ele. Quando aceitei assumir este ministério, confiado por

Deus e autorizado pelo Seu povo, pen-sei comigo: no modo franciscano é-me possível. A expectativa que carrego co-migo é a de ser fiel. Conhecendo-me, sou amparado pela certeza de que será o próprio Deus e o povo que me auto-rizou que mostrarão como devo agir.

comunicações - Deixe uma mensa-gem para os jovens que querem se-guir a vida religiosa franciscana. Frei Robson Scudela - Sempre digo: se Deus fez isso comigo, pode fazer muito mais você! Penso que a mensagem que poderia deixar é a mesma proposta por Jesus: de deixar tudo para segui-Lo. Temos sonhos, isso é certo. Até ima-ginamos muitos modos de realizá-los. Tenho, todavia, uma preocupação com esses nossos sonhos: são eles nossos ou apenas resultado da sociedade em que vivemos, do descartável, do ime-diatismo... Também partilho com esses jovens que desejam seguir esta vida uma certeza que experimento no dia a dia da vida franciscana: na missão que Deus confia a cada um de nós, quando nos falta algo pessoalmente, a fraterni-dade complementa; quando nos falta algo em fraternidade, a Graça de Deus dá continuidade à missão.

Moacir Beggo

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Formação e Estudos

nos dias 03 e 04 de setem-bro de 2016, aconteceu no Convento São Boaventura, o Encontro de Cantos Fran-

ciscanos. Entretanto, a fraternidade já estava envolvida nos preparativos há muito tempo. Uma equipe foi composta para preparar tudo, mas quando estava chegando a data do evento todos estavam de “mangas arregaçadas” para trabalhar e fazer bonito. O convento foi devidamente

cantando e encantandofranciscanamente

canta, meu irmão, minha irmã, louva com júbilo o senhor criador!

arranjado com belíssimas ornamen-tações e na cozinha não tinha quem ficasse parado, preparando as refei-ções e os lanchinhos. Tudo isso para proporcionar aos 80 participantes do encontro uma experiência muito feliz! Participaram sacerdotes, reli-giosos, leigos, membros da Ordem Franciscana Secular (OFS), pessoas que já estão envolvidas com a músi-ca litúrgica e que compõem a Con-ferência da Família Franciscana do Brasil.

Com a graça de Deus, o Encon-tro de Cantos foi um momento agra-dável de conhecimento e partilha de vida. Para bem exemplificar isto, há um relato da vida de Francisco de Assis que pode ser muito inspirador, que, em palavras livres, vou contar

abaixo (1 Cel 171): o Santo de As-sis viu, numa figueira, uma cigarra que cantava com suavidade. Assim, percebendo o dom da mesma, ele a convidou para louvar o Senhor den-tro da capela da Porciúncula. E ela bondosamente se aconchegou na mão dele e, por oito dias, foi uma companheira do santo nos louvores. O convite que ele fez foi “Canta, mi-nha irmã cigarra, louva com júbilo o Senhor Criador!”. É claro que a irmã cigarra também descansava, assim como Francisco. Entretanto, quan-do ele ia até a capela para cantar, com suavidade, tocava-a para que fizessem um dueto ao Senhor.

Um pouco parecido aconteceu aqui em nosso encontro. Infeliz-mente não foram oito dias de lou-

1º encontro de cantos franciscanos

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Formação e Estudos

vores e cantorias, mas o povo estava animado para tal. Mesmo assim, em dois dias foram ensaiados belos can-tos que com certeza ficarão grava-dos no coração de cada participan-te. A prioridade foi executar cantos franciscanos para a animação de encontros e para bem celebrarmos as festas de nossa espiritualidade. Nas celebrações eucarísticas duran-te o encontro, os irmãos e irmãs já colocaram em prática os cantos que aprenderam. Parafraseando a Le-genda de Celano, parecia que Fran-cisco de Assis dizia no coração de cada um: “Canta, meu irmão, minha irmã, louva com júbilo o Senhor Criador!”, e assim, a liturgia foi mui-to bem celebrada e vivida por todos.

Dentre os participantes havia os compositores de alguns cantos en-saiados, como o querido Frei Beral-do Hanlon. Aos 82 anos ele mostrou a vitalidade e entusiasmo de um sá-bio compositor, que deixa transpa-recer em suas canções a verdade de que o seu coração canta a melodia que é inspirada pelo Criador. Tam-bém foi louvável a presença da ju-ventude franciscana, que, represen-tada por religiosos e leigos, fizeram acontecer o que a sabedoria dos que já estavam com “cabelos brancos” um dia também sonharam. Entre-tanto, o sonho estendeu-se para os jovens e para os mais experientes que, em um só coração, partilhavam o entusiasmo e a voz da experiência. Assim, não faltaram belos testemu-nhos de encontros anteriores e o de-sejo sincero de fazer deste uma rica experiência também.

É claro que, como aconteceu na amizade entre Francisco e a cigar-ra, os participantes tiveram alguns momentos de descanso, descontra-ção, cafezinho, conversa e partilha de vida. Alguns até compartilharam suas canções e dons com os demais. Alguns aproveitaram para provar

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Formação e Estudos

das delícias que o convento produz. Outros, é claro, sentiram um es-tranhamento com o friozinho que acompanhou os dias do encontro. Mas o coração de todos ardia quan-do os violeiros soavam os primeiros acordes das canções a serem ensaia-das. Logo o salão onde acontecia os ensaios enchia-se de belas e afinadas vozes, e em comparação com a le-genda, parecia que o Santo de Assis tocava com suavidade em cada um, convidando para o louvor, como fa-zia com a cigarra.

Sendo assim, há um belíssimo final nas duas histórias: a de Fran-

cisco com o inseto e a do Encontro de Cantos Franciscanos. O Santo de Assis, com muita gratidão, despediu a irmã cigarra para que ela pudesse cantar em outros lugares com a se-guinte motivação: “Vamos despedir nossa irmã cigarra, que já nos ale-grou bastante aqui com o seu louvor, para que nossa carne não se glorie com isso”. E nesta inspiração pode-mos dizer que o encontro de cantos poderia ser para sempre. Cada vez mais poderíamos ficar aqui can-tando alegremente os louvores do Senhor, aprimorando cada vez mais nossos conhecimentos. Entretan-

to ,correríamos o risco de ficarmos “ensimesmados”, e por isso, cada irmão e cada irmã retornou à sua realidade com a certeza de repassar os conhecimentos que recebeu e, as-sim, tendo a certeza de que não iría-mos de forma alguma ficar “presos a gloriar somente a nossa carne”, mas estender nosso louvor aos demais irmãos que encontrarmos, para que nos caminhos da nossa vida não falte os agradáveis acordes de paz e bem! Que Deus abençoe os seus cantores e cantoras!

Frei Gabriel Dellandrea

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[coMUNIcAÇÕES] 559

Formação e Estudos

a lunos, familiares de alunos, frades e colaboradores envol-vidos na Pastoral Universitária

da FAE realizaram atividade, na sexta feira (16/09), no Pequeno Cotolengo Paranaense, que ficou pequeno para tanta boa vontade dos envolvidos em se colocar a serviço do próximo.

Animados pelo exemplo de Fran-

Passeio da fraternidade franciscana são Boaventura

agraciados por Deus com um belo dia de sol, e aproveitan-do o feriadão, os frades me-

nores do Convento São Boaventura realizaram o seu passeio fraterno. A parte da manhã teve como destino o Mosteiro da Ressurreição, em Ponta Grossa-PR. Lá, acompanhados por um monge, tivemos a graça de co-nhecer a casa e a rotina dos nossos irmãos beneditinos. Ele, nos guiando pelo Mosteiro, mostrou-nos o rico significado e a espiritualidade im-pregnada de mensagem teológica, expressa em ícones, imagens e na estrutura do mosteiro, sem contar o canto gregoriano que eles se empe-nham em cultivar e aprimorar.

Depois de conhecermos um pou-co mais sobre a vida beneditina e “matarmos” as nossas curiosidades, nos dirigimos ao Parque Estadual em Vila Velha, também em Ponta Grossa.

Ao chegarmos a uma das trilhas

vam e formavam quase uma caverna. O dia vivido em fraternidade foi

simples, de muito sol e de muitas be-lezas naturais. Alguns confrades não puderam nos acompanhar, pois alguns viajaram para o Encontro de Irmãos Leigos, também em Vila Velha, só que no Espírito Santo, e outros ficaram ze-lando pela casa.

Frei Hugo Câmara dos Santos

Pastoral universitária - fae

visita ao PeQueno cotolengo em curitiBacisco de Assis, que ao abraçar o lepro-so de sua época foi capaz de humani-zar aquele que era desumanizado, os participantes da atividade puderam se humanizar ainda mais com os mo-radores do local. E esta possibilidade foi animada por uma linda festa de aniversário que é costume trimestral, para comemorar o dom da vida de

todas as pessoas que sopraram mais uma velinha nos meses de junho, ju-lho e agosto. A festa contou até com DJ, dança, bolo e doces deliciosos.

Nesta experiência, quem foi hu-manizado, com toda a certeza, foram o irmão e a irmã que saíram da catraca da FAE. Estes dançaram, alegraram-se com os moradores do Pequeno Coto-lengo e perceberam que os seus proble-mas são os menores do mundo diante de realidades tão desafiadoras, mas en-frentadas com perseverança e alegria.

Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei Gabriel Dellandrea

do parque, nos deparamos com um lugar muito diferente, com uma be-leza que a maioria de nós ainda não tinha visto. Os blocos enormes de arenitos nos circundavam ao ex-plorarmos o caminho, tomando formas diversas, muito sugestivas a quem via: um cálice, um índio, uma índia, uma garrafa... e mais o que a imaginação de cada um criava. Em alguns lugares as pedras se fecha-

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Formação e Estudos

com uma programação bastan-te intensa, a Festa do Seminá-rio São Francisco, de 12 a 18 de setembro, foi um momento de

confraternização entre o Seminário, os amigos, os festeiros e o povo de Itupo-ranga.

Já na segunda-feira, dia 12, a pa-daria da festa começou os trabalhos a todo vapor. Cucas, pães, biscoitos e bolos eram feitos desde as 5 horas até as 20h. Foi um trabalho ininterrupto, que se estendeu até o domingo. Foi um grande sucesso!

No dia 15, quinta-feira, aconteceu a Tarde Dançante com a Terceira Ida-de. Este evento é sempre um dos mais agradáveis, visto que o clima é bastante familiar. Várias pessoas, inclusive de Gaspar e Joinville, compareceram nes-se dia, dispostas a conviver, confrater-nizar-se e, sobretudo, dançar muito.

rio e ex-seminaristas se encontraram.No sábado (17), às 12 horas, a pri-

meira Feijoada do Seminário, evento que contou com a participação de mui-tas pessoas. À noite, houve a Celebra-ção da Eucaristia da festa das Chagas de São Francisco. Embora não tenham comparecido muitos fiéis, a celebração foi marcada pela nobre simplicidade e pela piedade.

O domingo foi um dia bastante intenso, embora estivesse chovendo. Às 10h30, Frei Marcos Prado dos San-tos presidiu a Missa, que contou com a participação de muitos fiéis. Após a Missa, houve o almoço, que superou em muito as expectativas da equipe de festeiros. Na última hora, foi preci-so providenciar mais comida e mesas para o povo que não parava de chegar. À tarde, aconteceu a tarde de prêmios que, geralmente, atrai muitas pessoas.

Por fim, aconteceu a Tarde Dançante, que se estendeu até as 21 horas, com um momento muito fraterno entre os festeiros, frades e seminaristas.

agradecimentosMuitas pessoas se empenharam

para a realização da festa, que é res-ponsável por parte do sustento do Se-minário ao longo do ano. Aos festeiros, voluntários e seminaristas, que não mediram esforços ao longo desses dias, a gratidão de toda a Fraternidade do Seminário.

Um muito obrigado também a todas as Fraternidades e Paróquias que contribuíram com a Ação entre Amigos, cujo sorteio aconteceu na tar-de de domingo. Abaixo, a relação dos ganhadores: 1º prêmio: Lenir Aguiar (Ituporanga); 2º prêmio: Paróquia São Pedro Apóstolo (Pato Branco-PR); 3º

festa do seminário são francisco

Na sexta-feira, dia 16, aconteceu a “Noite dos Ami-gos” do Seminário. Às 19 ho-ras, Frei César Külkamp presi-diu a Missa. Depois, foi servido um jantar, no qual vários ami-gos, benfeitores do Seminá-

prêmio: Itupel Comércio de Embalagens (Ituporanga); 4º prêmio: Marcelo Machado (Ituporanga); 5º prêmio: Luiz Felipe (Ituporanga).

Frei Alberto Eckel

ituPoranga

560 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

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outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 561

FraternidadesFraternidades

transferência de Frei Clauzemir, Frei Sandro encontra-se sozinho como pároco. Surgiram várias propostas de solução da questão, pelo menos até o fim do ano. O encontro foi encerrado com um delicioso churrasco. O clima ameno e fraterno, a alegria dos con-frades, que marcou todo o encontro,

faz-nos acreditar cada vez mais que, para além de todas as dificuldades e desafios que temos que enfrentar a cada dia, o dom da fraternidade é o melhor testemunho que os francisca-nos têm a oferecer ao mundo.

Frei Sandro Roberto da Costa

nilóPolis acolhe encontro regional do rio de Janeiro e BaiXada

nos dias 14, 15 e 16 de outubro, a Paróquia Nossa Senhora da

Boa Viagem vai receber os francis-canos e franciscanas do Regional Rio-Espírito Santo, para a realiza-ção do seu Capítulo das Esteiras. O tema será: “Com Francisco, numa Igreja em saída”. Queremos apro-veitar o evento “Papa Francisco”, como tempo de graça concedido a nós, franciscanos do mundo intei-ro, para anunciar a todos a riqueza, beleza e a força do carisma de Fran-cisco e Clara, para os conturbados dias de hoje. A programação é bem diversificada. Haverá momentos de reflexão sobre o modo franciscano

ParóQuia da rocinha será Palco do caPítulo das esteiras da cffB-rJ/esde evangelizar, vários momentos de celebração e mística com a co-munidade, além de visitas às vá-rias comunidades que compõem a Paróquia. Na programação consta um momento em que será feito um link direto com a Basílica de São Francisco das Chagas, no Canin-dé. Será um momento significativo, considerando que cerca de 90% dos moradores da Rocinha são nordes-tinos, na grande maioria, vindos do Ceará. No domingo à tarde have-rá uma panfletagem e caminhada franciscana da Paróquia até a praia de São Conrado, onde será cele-brada a missa de encerramento. As

inscrições podem ser feitas envian-do um e-mail para: [email protected].

Frei Sandro Roberto da Costa

com a presença do recém-elei-to Vigário Provincial, Frei Cé-sar Külkamp e do Definidor Frei Paulo Pereira, os frades

do Regional Baixada e Rio de Janei-ro se reuniram no dia 29 de agosto na Fraternidade Nossa Senhora Apa-recida, em Nilópolis, para o terceiro encontro do ano. O encontro foi re-alizado na nova sala da fraternidade, muito acolhedora e decorada com muito bom gosto. Como tema de es-tudo o coordenador, Frei Salésio Hil-lesheim, propôs a leitura e discussão do texto “Misericórdia como Paradig-ma Pastoral”, de Frei João Fernandes Reinert, que saiu nas “Comunicações” da Província em setembro de 2016. Seguiu-se uma rica partilha, onde destacou-se a importância de nossas fraternidades serem verdadeiras “ca-sas de misericórdia”. O tema do redi-mensionamento também entrou em pauta, principalmente por causa da Paróquia da Rocinha, onde, desde a

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562 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

Fraternidades

atualmente residindo na Fa-zenda da Esperança, Frei Walter Hugo lançou em Agudos o seu mais novo tra-

balho artístico: “Rimas da Vida”, um livro de trova. “Navego em todos os estilos literários, como poeta. Na área clássica, aprecio muito o soneto, pois sou dado ao rigor da métrica e gosto de rimas. Também, por achar mais li-vre, circulo por vezes pelos campos do moderno. Cativa-me o gênero Trova. Tenho grande acervo, e agora me pro-ponho a publicar um pouco delas em “Rimas da Vida”, adianta.

Citando o poeta Moacir Félix, diz: “Um poema vale por um romance; uma trova vale muito mais. Ela pode ser lírica, filosófica, humorística, reli-giosa etc. Mas, sempre bela; construí-da dentro de uma carpintaria própria, que lhe dá uma forma eterna e clássi-

ca. A definição é simples: ‘A Trova é uma forma poética, elaborada de qua-tro versos, com sete sílabas métricas,

rimando o primeiro com o terceiro; o segundo com o quarto, em geral; daí, expressando um pensamento em sen-tido completo”, explica.

Neste livro, Frei Walter traz temas existenciais diversos. Neste ano, este poeta mineiro de Diamantina com-pleta 45 anos de sacerdócio e celebra o jubileu de ouro de vida consagrada franciscana. Reside na Fazenda da Es-perança, para ele, uma nova experiên-cia de vida.

Frei Walter é amante dos livros, poeta, tem obra de literatura infantil, pela Editora Vozes, “Joly, um Cavali-nho de Madeira”; possui um acervo de poesias inéditas; ultimamente pu-blicou pela Editora da Fazenda, “Re-talhos da Vida”.

Quem quiser o livro, entre em contato com Frei Walter, na Fazenda Esperança.

“rimas da vida”, o livro de trovas de frei Walter

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Fraternidades

Por ocasião do Jubileu Extra-ordinário da Misericórdia, a Paróquia São Judas Tadeu (Mosela) realizou no domingo,

21, uma peregrinação à Porta Santa da Catedral São Pedro de Alcântara. No trajeto, visitaram também o túmulo de Frei Aniceto Kroker, cujo centenário se comemora neste ano.

Os paroquianos se reuniram na Matriz de São Judas Tadeu e o pároco, Padre Jardel Lima, apresentou uma pe-quena explicação sobre o Ano Santo convocado pelo Papa Francisco, que teve início no dia 8 de dezembro de 2015 – Solenidade da Imaculada Con-ceição – e segue até o próximo dia 20 de novembro – Solenidade de Cristo Rei.

Em seguida, saíram em caminhada rumo à Catedral de Petrópolis, onde se encontra uma das Portas Santas da Diocese de Petrópolis. No percurso, os fiéis foram entoando cantos e rezando o santo terço.

Na entrada do bairro Mosela, onde tem início o território da Paróquia São Judas Tadeu, foi feita uma oração por

todas as famílias do bairro e também por aqueles que trabalham na locali-dade.

Ao chegar à Catedral, todos fize-ram um momento de oração diante da Porta Santa e Pe. Jardel explicou o que representa esta porta, convidando todos a abrir o coração para “receber a misericórdia de Deus, mas também para ser sinal de misericórdia para os irmãos”.

Por fim, os paroquianos da Mosela rezaram a última dezena do terço den-tro da Catedral e fizeram alguns minu-tos de silêncio e oração.

centenário de frei anicetoNeste ano, a Paróquia São Judas

Tadeu está comemorando o centenário de Frei Aniceto Kroker, fundador desta comunidade. Por isso, durante a pere-grinação à Porta Santa da Catedral, aproveitaram para visitar o túmulo deste franciscano e rezar por sua alma.

Frei Aniceto nasceu na Alemanha em 25 de outubro de 1916 e, quando jovem, veio para o Brasil, onde ingres-sou para a Ordem dos Frades Menores.

Na década de 1950 deu início a uma de suas grandes obras, a Igreja de São Ju-das Tadeu e as escolas da Mosela.

Na visita ao túmulo do frade, os pa-roquianos foram recebidos pelos fran-ciscanos do Sagrado Coração de Jesus, Paróquia à qual pertencia a Mosela.

“Que o suor de Frei Aniceto, que caiu sobre o solo da Mosela possa gerar sempre muitos bons frutos”, declarou Pe. Jardel, lembrando que muitos dos que ali estavam presentes conviveram com o frei e foram formados por ele.

Frei Leandro, que recebeu os visi-tantes, agradeceu pela presença e pelo carinho da comunidade com Frei Ani-ceto. “Nós franciscanos ficamos muito felizes por vê-los cultivar essa memória de Frei Aniceto. Não o conheci, mas sei que ele fez muito por essa cidade, es-pecialmente pela Mosela e, até mesmo quando já estava doente, fazia questão de ir à Igreja de São Judas Tadeu”, afir-mou.

Diante do mausoléu, todos entoa-ram a ‘Oração de São Francisco’ e en-cerraram a visita com o ‘Cântico das Criaturas’.

ParoQuianos da mosela Peregrinam à Porta santa no centenário de frei aniceto

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564 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

Fraternidades

a Paróquia Santo Antônio, cuidada pelos frades francis-canos, celebrou solenemente no dia 30 de agosto seu Ju-

bileu de Ouro. Há um ano, a comu-nidade abriu o Ano Jubilar e durante esse tempo forte todas as pastorais, movimentos e devotos de Santo An-tônio se organizaram para celebrar o quinquagésimo ano de sua criação. Foram realizadas missões e celebra-ções, despertando no coração do povo de Deus o sentimento de gra-tidão por todas as bênçãos que Deus realizou e realiza na vida da comuni-dade de fé.

O Tríduo celebrado foi o mo-mento de colher os frutos para serem apresentados como gesto de gratidão ao Pai. No primeiro dia, celebrou-se a presença franciscana em Florianó-polis. No segundo dia, a missão do leigo na Igreja, e no terceiro e último dia, a presença dos párocos e vigários

em nossa paróquia. No domingo (28), também tivemos o tradicional almoço franciscano, com a presença de Dom Augustinho Petry, bispo emérito da diocese de Rio do Sul (SC).

Finalmente chegou o grande dia. A garoa que caiu no decorrer da ma-nhã não foi motivo para desanimar o pároco e os colaboradores na execu-ção de toda organização do evento.

À noite o povo acorreu lotando a igreja. O pároco, Frei Vanderley Gras-si, em nome da fraternidade Santo Antônio e do CPP, acolheu o Arcebis-po Dom Wilson Tadeu Jönck, SCJ, os frades das fraternidades de Forquilhi-nha e Santo Amaro da Imperatriz, os padres, religiosos, seminaristas, pas-torais e movimentos, o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo e Frei Ivo Müller, coordenador do Re-gional Leste Catarinense.

A Igreja lotada rezava alegre e can-tava com o coral Bom Jesus de Nazaré,

da Paróquia Senhor Bom Jesus de Na-zaré, do município de Palhoça (SC). Celebramos esse momento jubilar, agradecendo e louvando a Deus pela sua generosidade de nos agraciar com a presença franciscana. Agradecemos a todos os freis que por aqui passaram e pelos que hoje nos acompanham na caminhada e a todos que, com sua disponibilidade, ajudaram a construir essa comunidade de fé.

Após a Missa de Ação de Graças, todos os presentes foram convida-dos para o descerramento da placa comemorativa e a se dirigirem, em seguida, para o salão paroquial. Na simplicidade franciscana, o pároco Frei Vanderley Grassi e demais fra-des do regional, juntamente a Dom Wilson, foram convidados a soprar a vela dos 50 anos da paróquia e toda a comunidade cantou os parabéns. Foi nessa alegria de festejar a caminha-da de uma igreja viva e atuante que aconteceu o coquetel.

Os freis plantaram a semente do Reino neste local, cientes de que “o Evangelho é uma força que vem de Deus” (São Paulo) e com essa força somada aos ideais franciscanos, re-sultou a paróquia hoje jubilar. “Ide e Anunciai” (Mc 16,15).

José Silvestre Cesconetto

ParóQuia santo antônio celeBra JuBileu de ouro

florianóPolis

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Fraternidades

A Paróquia Santo Antônio, por Decreto Arquiepiscopal assinado por Dom Afonso Niehues, foi criada em 30 de agosto de 1966. O seu território, desmembrado da Paróquia Nossa Se-nhora do Desterro (Catedral) abran-gia toda a área de entrada da Ilha, pela ponte Hercílio Luz. Englobou o terri-tório da Paróquia Puríssimo Coração de Maria (com sede na atual Igreja de Nossa Senhora do Parto), criada a 12 de abril de 1915.

A presença dos frades desta Pro-víncia, contudo, é centenária. Em 1908, era criada a Diocese de Floria-nópolis, tendo como primeiro bispo Dom João Becker, ano em que os fran-ciscanos se estabeleceram definitiva-mente na Ilha. Nesse início, moraram os antigos frades nas dependências da Igreja de São Francisco, pertencente à Ordem Terceira. A presença francis-cana em Santa Catarina se deu com a vinda dos missionários alemães em 1891, ao se estabelecerem em Teresó-polis, município de Santo Amaro da Imperatriz.

Depois de algum tempo, muda-ram-se para o lugar atual, “o mais pi-toresco da cidade”, antigo campo de Moreira César, morto em Canudos, e depois chácara da Ordem Terceira. Os frades compraram uma área de 6.478 metros quadrados com duas casas,

onde moraram por longos anos e ins-talaram uma capela provisória. A ala central da atual residência foi inaugu-rada em 1924 e a ala lateral em 1930. São obras de Frei Evaristo Schuer-mann, como também a Igreja de Santo Antônio, construída em 1921?, como conta Frei Querubim Engel, na Revista Vida Franciscana (1964).

Neste início de século, o jesuíta Luís Schuller e Frei Evaristo Schuer-mann, em esforços conjugados, lan-çaram as bases do Grupo Escolar São José, o maior do Estado, com mais de 1.100 alunos. Em 1925, faleceram no mesmo ano os dois apóstolos de Florianópolis: Monsenhor Francisco Topp, e o Padre Luís Schuler. Frei Eva-risto tornou-se o herdeiro de ambos: foi nomeado Vigário Geral da Dioce-se e diretor da Escola Gratuita de São José. Desde o começo, os franciscanos haviam trabalhado na escola. Distri-buíam não apenas calçados e cader-nos aos inúmeros alunos carentes,

Presença franciscana centenária

1966 – Frei Martinho Meyer, OFM1968 – Frei Fidêncio Feldmann, OFM1974 – Frei Junípero Beyer, OFM1980 – Frei Faustino Tomelin, OFM1982 – Frei Tarcísio Theis, OFM1986 – Frei Faustino Tomelin, OFM1986 – Frei Marino Prim, OFM1992 – Frei Antônio Marcos Koneski, OFM1998 – Frei Dalvino Munaretto, OFM2004 – Frei Günther Max Walzer, OFM2010 – Frei José Clemente Müller, OFM2011 – Frei João Maria dos Santos, OFM2013 – Frei Vanderley Grassi, OFM

todos os Párocos

como ainda lecionavam no Instituto de Educação e no Colégio Coração de Jesus.

Frei Evaristo também teve tempo para, em 1921, construir a Igreja San-to Antônio. Os frades ajudavam nos serviços da Catedral e estavam en-carregados da Igreja de São Francis-co, fundada em 1744, com a Ordem Terceira, e da Igreja de Nossa Senhora do Parto (Paróquia anexa à Catedral).

Com o falecimento de Frei Eva-risto Schuermann em 1939, a Escola Gratuita foi transformada em Grupo Escolar e foi entregue a um diretor secular.

Atualmente, Frei Vanderley, Frei Gentil de Lima Branco e Frei Eliseu Tambosi compõem a Fraternidade Santo Antônio.

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566 [coMUNIcAÇÕES]

Éramos quase duas mil pesso-as na Prainha, na belíssima praça de figueiras e palmei-ras, terreno roubado ao mar.

Nessa Prainha aportaram, em 1535, na semana de Pentecostes, Vasco Coutinho e sua gente para coloni-zar a Sesmaria, que ele chamou de Espírito Santo, por causa da festa litúrgica. Ainda não tinham desem-barcado os pertences, e os homens já tinham erguido a ermida de pau a pique para marcar o centro da nova vila. A capela foi dedicada a Santa Catarina, para cumprir pro-messa acadêmica de Vasco Couti-nho. E logo batizada com o nome de Nossa Senhora da Vitória, para satisfazer a promessa feita pelos reis portugueses ao vencer a batalha de Aljubarrota. A piedade popular pôs nos braços da Virgem da Vitória o

Fraternidades

a ParóQuia do rosário Passou a Porta santa em celeBração festiva

vila velha

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outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 567

Rosário e a crismou com o nome de Igreja de Nossa Senhora do Rosário, nome que prevaleceu, porque pas-sam os reis e passam os comandan-tes, mas sobrevive o povo.

Toda a história de Vila Velha e do Espírito Santo gira em torno da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, ainda que no morro vizinho esteja o Convento da Penha, que se tornou o símbolo religioso e político do Estado. A Igreja do Rosário, mãe e cabeça de todas as igrejas do Espí-rito Santo, tornou-se sede paroquial em 1750. Quando os franciscanos assumiram a paróquia, em 1942, ela abrangia todo o município, que não tinha mais de seis mil habitan-tes. Hoje, 74 anos depois, o mesmo território está dividido em 15 paró-quias. A paróquia do Rosário aca-bou limitada a 10 comunidades.

E as 10 estavam presentes no anoitecer do sábado dia 3 de setem-bro para a passagem comunitária da Porta Santa da Misericórdia, uma das velhíssimas portas da Igreja do Ro-sário. O pároco, Frei Djalmo Fuck,

rezou na Praça: “Ó Deus, nosso Pai, acolhei as comunidades que com-põem a Paróquia de Nossa Senho-ra do Rosário, que nesta tarde, vêm buscar misericórdia junto de vós. Somos todos vossas criaturas neces-sitadas de perdão. Perdoai as nossas ofensas como nós queremos perdoar a todos que nos ofenderam. É grande a dívida que temos convosco pelos pecados que fizemos. Mas vosso Fi-lho Jesus nos ensinou que é infinita vossa misericórdia, sem limites vos-so amor de Pai. Nós confiamos na vossa bondade. Confiantes na vossa bondade, vos pedimos: fazei o nosso coração semelhante ao coração de vosso Filho, manso, compreensivo, fraterno e sempre voltado para vós. Isso vos pedimos por Jesus, na uni-dade do Espírito Santo”.

Cada comunidade partiu de sua sede em caminhada pelas ruas da cidade, levando à frente uma cruz com o nome e foram se juntando, uma a uma, no Santuário, de onde caminhamos, já agora conduzidos por uma frente de 10 cruzes, todos

juntos à Prainha, rezando e cantan-do cantos penitenciais. As 10 co-munidades, uma a uma, tinham se preparado. Frei Clarêncio dera em cada uma delas uma palestra sobre o significado de um Ano Santo, o significado da Porta Santa, o sig-nificado da palavra e do gesto cha-mado ‘Misericórdia’, o significado da indulgência plenária, concedida pelo Santo Padre. A palestra tinha por objetivo não só instruir, mas também despertar os corações dos paroquianos à reconciliação e à convivência como participantes do Reino de Deus. Num segundo dia, os franciscanos do Santuário foram a cada comunidade ouvir as confis-sões individuais, fazendo antes um exame de consciência comunitário.

Esse trabalho em cada comu-nidade ocupou os frades durante todo o mês de agosto. Dia 5 de agos-to abríramos as celebrações com a grande romaria noturna e encon-tro no Campinho. Aquele fogo das velas atravessando a escuridão da mata foi mais que símbolo: ajudou a

Fraternidades

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muita gente a iluminar seu coração e sua vida, sua família e seu trabalho.

As velas tornaram a se acender para a renovação da fé, das promessas batismais e da pertença a uma comunidade. A multidão, ao chegar à Prainha, pas-sara a Porta Santa da Misericórdia, em passo lento, piedoso, arrependido e prenhe de esperança. Ago-ra, no meio da Celebração Eucarística, dizia em voz alta, erguendo suas velas acesas: Creio em Jesus Porta-segurança, em Jesus Porta-acolhimento, em Jesus Porta-possibilidade de santificação; Prometo fidelidade, participação, perdão e serviço fraterno.

Ninguém perturbou o povo: os ônibus e carros tinham sido desviados; os vários bares tinham en-costado as portas; o vento virou brisa; a ameaça de chuva não aconteceu; os pecados já tinham ficado para trás nas confissões; por sobre todos desceu a graça da bênção, a misericórdia da reconciliação.

O Evangelho da ovelha acarinhada nos om-bros retornou no final da missa: com a figura de um pastor, que atravessou a multidão, com uma criança, vestida de ovelha, no colo. E feliz entre-gou a ovelha nos braços do pároco, pastor de todos, enquanto o povo cantava na melodia do Fabretti: “Tu és, Senhor, o meu pastor, nada na minha vida faltará!”. Para a homilia, Frei Clarêncio escolheu, entre centenas, sete frases do Papa Francisco so-bre a misericórdia. A certa altura pediu que dois a dois se voltassem um para o outro, se fixassem nos olhos e se dissessem a frase de Jesus: “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”.

Outro gesto, cheio de sentido e pedagogia, aconteceu no final da renovação do Batismo, quan-do de novo as pessoas se voltaram uma para a ou-tra, e traçaram o sinal da cruz um na testa do outro e se abraçaram: somos irmãos, filhos do mesmo Pai, unidos pelo abraço do amor. Se alguém na-quele momento erguesse os olhos para o céu, que estava estrelado, não teria visto estrelas, por causa das lágrimas que corriam dos olhos.

Valeu. Valeu uma missão popular. Valeu um Ano Santo. No domingo de manhã, antes da missa das 8h, quando o padre chegava à Prainha, em cada ponta das duas cruzes da igreja do Rosário, pou-savam seis urubus. O abutre, que come o podre, é símbolo de Jesus Cristo que ‘tira os pecados do mundo’. Nossa podridão foi trocada pela miseri-córdia. Somos, sim, a Família de Deus.

Frei Clarêncio Neotti

Fraternidades

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Fraternidades

no domingo, 11 de setem-bro, cerca de 80 benfeitores do Pró-Vocações e Missões Franciscanas participaram

do Encontro Regional São Paulo, que aconteceu no Santuário e Convento São Francisco, no centro da capital paulista.

O encontro teve início às 9h da manhã, com a celebração da Missa, presidida por Frei Alvaci Mendes da Luz, coordenador do PVF e pároco do Santuário São Francisco.

No início da celebração, Frei Al-vaci agradeceu a presença dos ben-feitores no encontro e ressaltou a importância destes momentos para o relacionamento entre os frades e os benfeitores.

Em sua homilia, o pároco des-tacou o aspecto da misericórdia de Deus, tema recorrente na liturgia des-te 24° domingo do Tempo Comum, e convidou os presentes a viverem uma vida sem julgamentos. “Cuidado para não sermos como os fariseus e dou-tores da lei, que julgavam os demais. Deus incluiu todos nesta grande festa, bons e maus, justos e menos justos”, concluiu Frei Alvaci.

Em seguida, os benfeitores segui-ram para a segunda parte do encon-tro. Frei Alexandre Rohling acolheu todos com muita música e alegria.

Ele deu início ao encontro fa-zendo uma retomada dos 30 anos do PVF, celebrados em 2016. Muitos benfeitores puderam recordar os an-tigos frades que passaram pelo Pró--Vocações, entre eles Frei Reynaldo Ungaretti, Frei Atílio Abati e Frei An-tônio Andrietta, já falecidos.

Frei Xandão destacou a importân-cia da ajuda dos benfeitores francisca-nos para a manutenção das casas de formação e para a missão em Angola. Ele apresentou as casas e os serviços que, com a ajuda dos benfeitores, po-

Pvf: Benfeitores se reúnem em encontro regional

dem ser realizados. “Vocês não são só benfeitores, são evangelizadores”, destacou o frade. Cada participante ganhou uma Coroa Franciscana, uma forma muito franciscana de rezar e louvar Nossa Senhora.

Retomando o tema do Ano da Mi-sericórdia, Frei Alexandre convidou os benfeitores a praticarem 15 atos de caridade, como forma concreta de serem mais misericordiosos. São eles: sorrir, agradecer, recordar as pessoas do quanto você as ama, cumprimen-tar as pessoas que você vê diariamen-te, escutar a história das pessoas sem preconceito, parar para ajudar, moti-var as pessoas, comemorar as quali-dades e conquistas dos outros, doar as coisas que você não usa, ajudar para que outra pessoa descanse, corrigir

com amor, ser cuidadoso com os que estão perto de você, limpar o que você usa em casa, ajudar o outro em suas dificuldades e ligar para seus pais ou familiares.

O encontro coincidiu com o do-mingo em que ocorre o encontro vocacional no Santuário São Fran-cisco. O grupo, que é orientado por Frei Alvaci, se reúne todos os meses, num momento de oração, formação, convivência e discernimento vocacio-nal. Os 25 jovens, vindos de diversas localidades do estado de São Paulo, se apresentaram aos benfeitores. Frei Al-vaci pediu a oração dos presentes para estes jovens que estão no processo de discernimento da vocação.

Érika Augusto

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Fraternidades

acolhidaContando seja com a “estreia” de

confrades estudantes de Rondinha, dois T(h)iagos, seja com a experiên-cia de vida de Frei Pedro Engel, um grupo de irmãos leigos da Província reuniu-se de 9 a 11 de setembro, na Ponta da Fruta, em Vila Velha. Na tarde do dia 9, aos poucos, a casa dos confrades do Santuário do Divino Es-pírito Santo foi se avolumando com a chegada dos participantes, muito bem acolhidos pela fraternidade local. Às 17h00, partimos, de ônibus, para a casa de encontros Santa Clara. Lá nos esperava simpático e acolhedor gru-po de cozinheiras. Na noite do dia 9, sentamos para aprovar a programa-ção. O texto para a reflexão, trazido pela comissão organizadora, era um resumo do primeiro capítulo do do-cumento emitido pela Congregação para os Institutos de Vida Consagra-da e as Sociedades de Vida Apostóli-ca, com o título “Identidade e missão

Ponta da fruta, em vila velha, acolhe encontro de irmãos leigos da Província

do religioso irmão na Igreja”, de 4 de outubro de 2015. Cada participante recebeu o texto na íntegra, publicado em português pelas Paulinas.

Partilha e reflexãoO dia 10 foi dedicado, primeira-

mente, a partilha em que cada um pôde falar sobre sua própria experi-ência vocacional, fraterna e de serviço na atual fraternidade a que pertence. Depois, em grupo, foi discutido o texto proposto pela equipe que organizou o encontro, que contava com Frei James Ferreira Gomes Neto, Frei Elias Dalla Rosa e Frei Alex Ferreira da Silva.

Tanto na partilha como depois no plenário ouviam-se expressões do seguinte teor: “temos um ritmo pró-prio de vida, sem perder o espírito de fraternidade”, “no Ano Missionário, nos dispomos a aprender e conviver com o diferente”, “realizo-me com os trabalhos de evangelização, nas cele-brações que animo nas comunidades”,

“estamos procurando dinamizar uma casa grande, com grande estrutura a ser reanimada”, “na Formação, e en-tre os próprios formandos, é preciso haver maior abertura à opção laical”, “além da vida do dia a dia do seminá-rio, estamos desenvolvendo trabalho social junto aos haitianos, com muitas demandas e desafios”, “nos trabalhos pastorais, como frades estudantes, procuramos ser presença, conversar, ouvir”, “fui atraído para a vida fran-ciscana pela identificação do carisma mesmo, e não por um chamado sacer-dotal”; “os serviços em Guaratinguetá são bem diversificados: acolhimento aos romeiros, formação, trabalhos caseiros e de manutenção, exéquias, visita aos hospitais, equipes de Nossa Senhora”; “o trabalho no Sefras é mui-to desafiador, com muitas demandas, como o desenvolvido no presídio fe-minino em São Paulo, com histórias de vida desconcertantes”; “é hora de superar o clericalismo que influencia

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Fraternidades

tanto os irmãos sacerdotes como os irmãos leigos, com posturas ligadas ao poder e status, e não atentas ao apelo do Papa Francisco de uma Igre-ja em saída”; “deveria ser mais claro na Formação inicial: ‘você vem para ser frade menor. Não é garantido, que se tornará padre’”; “é importante eviden-ciar e discutir na Formação as Frentes de Evangelização da Província”.

encaminhamentos Os irmãos pedem ao Secretariado

da Formação e dos Estudos e ao De-finitório Provincial que considerem e avaliem as seguintes questões:

1. Pós-noviciado. Os documentos da Ordem, referentes à Formação, e a maioria das Entidades usam o ter-mo “pós-noviciado” para o período de profissão temporária dos confra-des. A casa de Rondinha - sabe-se -, tem e deve ter como missão prin-cipal oferecer aos professos tempo-rários a continuidade da Formação Franciscana para ser frade menor, iniciada no noviciado. Nesse sen-tido, os irmãos reunidos em Vila Velha pedem que a Fraternidade de Rondinha seja considerada sem-pre mais como “casa de pós-novi-ciado”, inclusive na nomenclatura

usada nos livros e documentos da Província: Ratio Formationis, Es-tatutos Particulares, Irmãos e Fra-ternidades, etc. É muito comum ainda usarmos as expressões: “casa da Filosofia”, “tempo da Filosofia”, “terminei o noviciado e vou para a Filosofia”. Tais falas não nos ajudam na superação da visão clerical que muitos frades da Província ainda conservam e que se instala na for-mação do período pós-noviciado até a profissão solene. Período este que, necessariamente, não precisa supor os estudos de Filosofia.

Partindo disso, os irmãos leigos perguntam se não seria possível que os confrades com opção laical pudes-sem, além da imprescindível forma-ção franciscana, ter a possibilidade de cursar – na Fae ou em outra insti-tuição -, outros cursos que os qualifi-cassem e lhes abrissem possibilidades de profissionalização. Inclusive, um curso de Teologia (completo ou par-te dele), poderia ser feito em Curitiba mesmo.

Constata-se que cresce o número de candidatos que nos chegam com cursos universitários já concluídos.

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Fraternidades

Então, no caso dos irmãos leigos, o tempo do pós-noviciado, salvaguar-dada a formação franciscana, não se prestaria para uma tipo de estudo que não seja propriamente o da Filosofia, requerido este, por força, somente aos que almejam o sacerdócio?a) Sugere-se que os irmãos leigos, e

outros que o quiserem, estudem o livro de Frei Fabiano Satler “Todos vós sois irmãos – Jesus, nosso ir-mão e os Religiosos Irmãos na Vida Religiosa Consagrada”, publicado pela Paulus, em 2015. Ele faz um resgate bíblico e histórico do tema, além de uma abordagem a partir do Vaticano II, e dos atuais desafios e oportunidades.

b) Os irmãos leigos pedem ainda que no Serviço de Animação Vocacio-nal da Província, em certos mo-mentos, os irmãos possam estar presentes e ajudar. É lógico que, para isso, Frei Diego Melo e Frei Edvaldo Soares precisam contar com irmãos que se mostrem dis-poníveis.

encerramento e agradecimentoNo dia 12, após o almoço, os ir-

mãos se dirigiram ao Convento da Penha, onde participaram da Cele-bração Eucarística, junto com o povo, às 16h00. Como costuma acontecer,

os que não conheciam ainda o con-vento, mostravam-se encantados com o local, com a visão panorâmica, e com a afluência dos devotos. Antes e depois da missa, a fraternidade local, fraterna e calorosamente, ofereceu delicioso lanche, com salgados e be-bidas. Registramos aqui, na pessoa dos dois guardiães de Vila Velha, Frei Djalmo e Frei Paulo Pereira, nossos agradecimentos aos confrades todos pelo interesse, ajuda e amabilidade. Do Convento da Penha, a maioria dos confrades partiu de volta para as fra-ternidades.

Próximo encontroDeste encontro participaram: Frei

Thiago da Silva, Frei Tiago Gomes Elias e Frei Leandro Ferreira Silva (frades estudantes de Rondinha), Frei Róger Brunório e Frei José Luiz Alves

(Rio de Janeiro), Frei Alex Ferreira da Silva, Frei Walter de Carvalho Júnior e Frei Róger Strapazzon (São Paulo), Frei Elias Dalla Rosa (Ituporanga), Frei Leonir Ansolin e Frei Airton da Rosa Oliveira (Guaratinguetá), Frei João Antunes Filho, Frei Osmar Dala-zen e Frei James Ferreira Gomes Neto (Agudos), Frei Pedro Engel e Frei Nazareno Lüdtke (Vila Velha) e Frei Edrian Pasini (Petrópolis).

O próximo encontro será de 7 a 9 de setembro de 2018, em Rondinha, e será organizado por Frei Róger Bru-norio, Frei Roger Strapazzon e Frei Thiago da Silva Soares.

Já o Encontro Nacional de Irmãos Leigos Franciscanos será em Vila Ve-lha, nos dias 7 a 10 de setembro de 2017.

Frei Walter de Carvalho Júnior

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outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 573

Fraternidades

São belos os pés do mensageiro da Boa – Nova, diz o profeta Isaí-as. Senhor, o teu espírito repousa sobre teus missionários, na Igre-ja, espalhada no mundo inteiro: Na Igreja Local desse Brasil, nas Igrejas Particulares, nas Arqui-dioceses, Dioceses, Prelazias...Temos consciência, Senhor, de nossa Vocação batismal: - Tu nos chamaste. Consagra-nos, envia--nos, para animar, cultivar, nos corações, o germe do teu Reino, o Amor, nas Comunidades, em

que vivemos e nos ambientes que frequentamos. Sagra-nos, Jesus, na verdade, no senso dos valores do teu Evangelho! Inflama-nos com Línguas de Fogo de um Novo Pentecostes! Dá-nos aquele amor da madrugada de tua Igreja Nascente!...Queremos proclamar a Boa-Nova aos pobres, consolar os corações esmagados, acolher os que so-frem, fruto da incompreensão dos homens... Queremos anunciar a graça da liberdade do coração!...

Faze-nos, Senhor, teus apóstolos, portadores da esperança, para difundir o amor e fazer raiar a paz!... Torna-nos mansos, mas corajosos, destemidos e compro-metidos com a causa da Justiça!Faze-nos, Senhor, disponíveis, para gastarmos a vida, doarmo--nos de corpo e alma, de todo o coração, em favor de nossos Irmãos e Irmãs neste mundo que tu amas! Amém.

Frei Walter Hugo de Almeida

oração do missionário

Dia 5 de setembro, os freis do Regional do Vale do Itajaí reuniram-se na residência da Fraternidade de Gaspar para realizar o terceiro encontro anual. A foto atesta a presença dos frades das quatro fraterni-dades do Regional. A agenda do encontro seguiu o ritual de praxe, que deve ser comum a todos os Regionais. O que houve de especial foi a pre-sença do novo Definidor, Frei Evandro Balestrin, que agora acompanhará o Regional, e com destaque, a presença do Ministro Provincial, Frei Fi-dêncio Vanboemmel. Antes da oração final, o Definidor e o Ministro nos fizeram suas comunicações e recomenda-ções fraternas, que cada um deve ter levado para casa.

encontro do regional do vale do itaJaí

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574 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

Fraternidades

no dia 14 de setembro, os frades do Regional do Vale do Para-íba/São Sebastião, se reuni-ram pela terceira vez no ano,

na Fazenda Esperança. O encontro teve início às 9 horas, com o café da manhã, e término ao meio-dia. O pri-meiro momento da reunião foi para-litúrgico oracional: a “Celebração das Chagas de São Francisco”, conduzida por Frei Walter Hugo de Almeida. Em seguida, o texto “Misericórdia como Paradigma Pastoral”, de autoria de Frei João Fernandes, ganhou bom espaço de tempo para leitura, reflexão, partilha e depoimentos, sob a dinâmi-ca de Frei João Pereira da Silva, coor-denador do Regional.

No contexto da reflexão sobre

a misericórdia, solicitou-se a Frei Hans Stapel, já que participara do encontro com o Papa Francisco, que dissesse alguma coisa sobre esse en-contro em Roma. Disse Frei Hans: “Papa Francisco é um homem ex-traordinário, acolhedor, não faz dis-tinção de pessoas. Quer transformar estruturas, mas transformar com amor, voltar ao Espírito da Igreja Primitiva, original. Ele propõe re-novação, diminuir estruturas e não frear a misericórdia. Ele é o primei-ro a fazer o que pede que outros fa-çam também. Francisco é fraterno, irmão de todos. A todos acolhe. De todos se aproxima; e dele todos po-dem se aproximar”.

Frei Jeâ Paulo Andrade testemu-

regional do vale do ParaíBa faz terceiro encontro do ano

indispensáveis; o agradecimento, de Frei João Francisco, a todos quantos se prontificaram a cuidar da saúde de Frei Wilson Steiner nos seus mo-mentos finais e mais dolorosos de sua vida; uma alegria a mais compõe nosso Regional: Frei Paulo Back, ele está bem acolhido; um Projeto de rea-proveitamento dos alimentos está em andamento na Fazenda Esperança, comunica Frei Hans, e será divulgado oportunamente. Por fim, um agrade-cimento mútuo e a Deus por esse fra-terno encontro de esforços na prática da misericórdia, no contexto do Pos-tulantado, romeiros e serviços gerais no Regional.

Frei Claudino Dal’Mago

nhou: “É preciso tornar palpável a misericórdia, e ela vai além de estrutu-ras preestabelecidas”. Frei Marcelo Romani: “Se quisermos que os outros nos acolham e se aproxi-mem de nós, será preciso que nós os acolhamos e nos aproximemos de-les”. Frei João Francisco da Silva: “A imensidão da misericórdia divina deverá se concretizar em nossas atividades todas; precisamos usar de ternura pelo irmão; rigorismo? nem sem-pre resolve problemas”.

No prosseguimento da reunião, outros itens na pauta: o redimensio-namento, abrangente e necessário; o Projeto da Fraternidade, sua im-portância; os retiros,

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a Fraternidade Franciscana São Boaventura foi a anfitriã da reunião do Regional de Curi-tiba, que aconteceu no dia 12

de setembro de 2016, em Campo Lar-go, no Paraná. Aproximadamente 45 frades se fizeram presentes.

A parte da manhã ficou reservada para a formação a partir do artigo de Frei João Reinert, sobre a Misericór-dia como paradigma pastoral. Muitos foram os pontos destacados e com-partilhados. Acentuam-se alguns:

Frei João Mannes destacou: “A Bula de Proclamação do Jubileu Ex-traordinário da Misericórdia, Mise-ricordie Vultus, já nos apresenta Jesus Cristo como o rosto da Misericórdia do Pai, por isso, vemos que o princí-pio é Deus, que na sua natureza total doa a si mesmo, e é neste mistério de amor e doação que culmina a encar-nação de Deus em Jesus Cristo. Neste sentido, a misericórdia é sem limites porque o amor divino é infinito. Pen-so que é o princípio da ação divina de

Deus e humana de Jesus Cristo, de-monstrando assim um modo de ser e de se relacionar com Deus e com to-das as pessoas”, destacou o frade.

Frei Valdir Laurentino afirmou que esse amor misericordioso de Deus faz referência à cruz de Jesus Cristo, pois Ele perdoa até aqueles que não sabem o que fazem. E lançou a seguinte questão: “Essa misericórdia não poderia ser também um gesto de perdão que apenas passa a mão na ca-beça daqueles que não sabem o que fazem?” perguntou.

Frei Heitor Cella respondeu à in-dagação dizendo: “Desde que haja um arrependimento, Jesus Cristo perdoa”. E continuou frisando que a acolhida aos necessitados de misericórdia, por vezes não é incondicional, pois para que haja a acolhida se faz necessário um despojamento de nossas teorias, e perguntou: “Como podemos acolher livremente?” .

Frei Hugo Câmara dos Santos, estudante de filosofia, afirma que nin-

guém “fabrica misericórdia”. Segundo ele, primeiramente se faz necessário “sermos atingidos pela misericórdia, para que possamos fazer misericórdia com os irmãos”. “A misericórdia passa pela via de não querer nada em troca. Ela não pode ser personalista, deve ser algo bem próprio nosso”, acrescen-tou Frei Gabriel Dellandrea.

Frei Vagner Sassi, professor de Fi-losofia, acredita que “textos teóricos demais fazem com que reduzamos a misericórdia a uma mera teoria. A forma de se fazer misericórdia é a ação, a práxis. A questão aqui não é saber e sim fazer. Jesus Cristo não ti-nha paradigma, ele agia”, enfatizou.

Muitas outras reflexões marcaram a manhã de formação do Regional. O período da tarde ficou reservado para as partilhas de vida das fraternidades, e também para os avisos e reflexões, trazidos por Frei João Mannes, defi-nidor.

Frei Augusto Luiz Gabriel

tema da misericórdia marca encontro regional de curitiBa

Fraternidades

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o dia dos pais, celebrado no domingo, 15 de agosto, teve uma comemoração a mais no bairro Jardim Primavera, em

Pato Branco. É que os moradores da Rua Vicente Machado se reuniram para festejar o Dia do Vizinho. Orga-nizaram um costelão, que foi servido em mesas montadas no meio da rua. Cada morador levou um prato e assim passaram um dia de confraternização. Em torno de 50 pessoas participaram.

O casal Dianalu e Evandro Calda-to foi responsável pela organização. Contam que os moradores da rua já tinham um grupo de whatsapp, onde se mantêm em contato até sobre ques-tões de segurança. Mas fazia tempo que queriam promover uma confra-ternização. “Em junho fizemos uma festa junina, só que muitos vizinhos ficaram de fora. Foi então que veio a ideia do costelão. Agora consegui-mos reunir todo mundo”, explicou Dianalu. “Nós temos vizinhos mara-vilhosos. Certa vez até pensamos em

Evangelização

vender a casa aqui e nos mudar, mas, por causa da vizinhança, mudamos de ideia”, disse Evandro.

A Alcioneide de Oliveira, uma das moradoras mais antigas da rua, disse que o costelão foi tão aprovado pelos moradores que deve se tornar tradi-ção. “A gente aproveitou a Semana da Família, o Dia dos Pais e também os vizinhos que estão de aniversário para comemorar tudo de uma vez só”, disse.

O Dia do Vizinho no Jardim Pri-mavera foi apenas um dos encontros realizados em Pato Branco para cele-brar a Semana da Família. Moradores da cidade e do interior se organizaram e promoveram diversas confraterni-zações, motivados pela Pastoral Fami-liar da Paróquia São Pedro.

semana nacional da família A Semana Nacional da Família

foi realizada em todo o Brasil entre os dias 14 e 21 de agosto, promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da Conferência Na-

cional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Comissão Nacional da Pasto-ral Familiar. O objetivo foi promover ações em defesa das famílias e dos valores. Agosto foi escolhido por ser o mês vocacional.

Em Pato Branco, a Pastoral Fami-liar da Paróquia São Pedro Apóstolo foi quem lançou a ideia. Convidou diversas entidades, também de outras religiões, e juntos, definiram a progra-mação. O projeto ganhou o nome de “Viver e Conviver” e propôs a confra-ternização entre vizinhos e familiares.

Frei Neuri Reinisch, Coordenador da Patoral, conta que nas comunida-des rurais foram trabalhados momen-tos de confraternização que eram pre-cedidos de momentos de meditação e de oração. “Na Igreja Matriz São Pe-dro Apóstolo, em cada dia da semana foi trabalhado um tema, seguido de bênção. Teve o dia das crianças, dos pais, dos jovens, dos avós, e da reno-vação do compromisso matrimonial”, explicou. No final de semana, para

semana da família moBiliza comunidades de Pato Branco

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Evangelização

fechar a programação, os moradores foram estimulados a promover o Dia do Vizinho. “Nosso objetivo é, so-bretudo, resgatar o valor da família e chamar a atenção para o valor das re-lações familiares e também externas, como no trabalho, por exemplo. Teve empresas onde os funcionários se reuniram para momentos de oração, confraternização, e mostraram que a empresa também é uma família”, disse Frei Neuri.

Na Comunidade Rural de São Roque do Chopim, onde vivem em torno de 1.200 pessoas, cada rua pro-moveu o seu Dia do Vizinho em de-terminado dia da semana. No final, teve uma grande confraternização para todos os moradores, no Pavilhão Comunitário.

O Presidente da Associação de Moradores Ari Paulo Tirlone, conta que os vizinhos andavam meio afas-tados nos últimos tempos. “A gente estava esquecendo daquele espírito de fraternidade, da união familiar. Então, aqui na comunidade, nós abraçamos esta proposta da Pastoral Familiar”, explicou. Em um dos encontros, as mulheres se encarregaram da roda do chimarrão. Os homens prepararam a linguiça com pão. Teve violeiro e gai-teiro para a cantoria. A noite estava fria, mas isso não tirou a motivação da vizinhança em participar. A morado-

ra Inês Paludo separou um trecho da Bíblia para a oração. “Escolhi Eclesiás-tico 6, que fala da amizade”, contou. E lembrou da importância dos vizinhos num momento difícil que passou, quando a sogra dela faleceu. “Eu re-cebi o carinho e o conforto dos meus vizinhos. Percebi que todos sempre estiveram em torno da gente naquele momento difícil e também nas outras vezes que a gente precisou. Isso é mui-to importante”, concluiu.

a pastoral familiarA Pastoral Familiar da Igreja Ca-

tólica cuida da família de um modo geral. “Quando falamos de família, não falamos tão somente da tradi-cional. Entendemos família nas suas diferentes concepções. Queremos preparar as pessoas para viverem me-lhor dentro do ambiente familiar, o cultivo do matrimônio e também a questão dos casos especiais, como os recasados e amasiados, por exemplo. A Igreja quer ser acolhedora através da Patoral Familiar”, explicou Frei Neuri. E lembrou da declaração do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude: “A Igreja não é mãe por correspondência”.

Dentro do projeto da Pastoral Fa-miliar em Pato Branco, voltado para a Semana da Família, as ações terão desdobramentos nos próximos me-

ses. Para o dia 17 de setembro estão programadas mateadas, rodas de chi-marrão, em todas as praças da cida-de. “Também pretendemos tornar as ações da Semana da Família um pro-jeto de lei municipal, como já ocorreu em outras cidades. Assim que passar o período eleitoral, pretendemos apre-sentar a ideia na Câmara de Verea-dores de Pato Branco e mais à frente, na Assembleia Legislativa do Paraná, em Curitiba. A lei abrirá espaço nas agendas culturais para as celebrações do Dia do Vizinho”, disse Frei Neuri.

amizade e oração no bairro la salle

No bairro La Salle, um dos mais tradicionais de Pato Branco, os mora-dores escolheram um domingo para se reunir. O encontro foi no centro poliesportivo. Em torno de 50 pessoas se encontraram para jogar bocha, ba-ralho, cantar e se confraternizar com uma churrascada.

A moradora Maristela Pagliari contou que as famílias já se reúnem todas as terças-feiras para rezar o ter-ço. “E nessa proposta da Pastoral da Família, a gente teve a ideia de fazer um churrasco pra confraternizar”, contou.

Dona Maria Giovanaz, moradora do La Salle há 55 anos, conta que o terço é rezado sempre na casa dela. “É uma tradição. Toda semana o nosso grupo se reúne na minha casa pra re-zar pelas famílias e pelos vizinhos que precisam de oração. Eu adoro morar aqui”, disse.

Para a coordenação da Semana da Família em Pato Branco, o balanço é positivo. “O envolvimento dos bairros e das comunidades foi surpreenden-te”, disse Frei Neuri. “Agradeço a todos que colaboraram porque investir na família é o melhor investimento que se pode fazer”, concluiu.

Marilena Chociai

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Fraternidades

“você que nasceu sob a pro-teção de São Pedro, agora é desafiado a caminhar sobre as águas”. O Defini-

dor da Província Franciscana da Ima-culada Conceição, Frei José Francisco de Cássia dos Santos resumiu, em lin-guagem metafórica, a missão que terá o novo bispo Dom Evaristo Spengler, ao tomar posse na Prelazia do Marajó no sábado (27/8), às 9 horas, duran-te a Celebração Eucarística na quadra de Esportes do Município de Soure,

onde está a Sede da Prelazia.A exemplo da visita que fez para

conhecer a Prelazia, logo depois de sua nomeação, Dom Evaristo no-vamente foi recebido com festa na chegada à Ilha do Marajó nesta sex-ta-feira. Esse povo, religioso e cari-nhoso, lotou o ginásio para celebrar este momento tão significativo na vida e missão do novo bispo francis-cano. Junto com Frei José, estavam seus confrades Frei Germano Gues-ser, pároco da Igreja Santo Antônio

do Pari, Frei Paulijacsson de Moura, pároco da Paróquia de Gaspar (SC), e os frades da Custódia Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora do Mato Grosso. Uma caravana de 45 gasparenses viajou para Soure numa demonstração de carinho de sua cidade natal, especialmente de seus familiares.

“Logo que foi nomeado bispo, Frei Evaristo viajou para conhecer a Ilha do Marajó e, quando voltou a São Paulo, nós perguntamos: ‘Frei Evaris-

Posse de dom evaristo sPengler

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Fraternidades

to, o que o sr. viu, qual foi a sua im-pressão?’ Ele disse o seguinte: ‘Vinde e vede’. E é por isso que nós estamos aqui hoje em nome da Fraternidade Provincial para conhecer e viver essa belíssima fé que vibra, que entusiasma e celebra a Igreja Marajoara”, disse Frei José Francisco, muito aplaudido pelo povo.

Dirigindo-se ao seu confrade Dom Evaristo, disse: “Nós estamos ainda por entender a peça que o Es-pírito Santo pregou em nós. Reunidos em Assembleia Capitular em janeiro deste ano, nós, em nome do Espírito Santo, o elegemos Vigário Provincial e Secretário da Evangelização. De re-pente, um fogo, um vento impetuoso do Espírito Santo soprou em nossa Fraternidade e o trouxe aqui para o Norte do país. E nós estamos medi-tando, buscando sinais para compre-

ender o que o Senhor está nos dizen-do”, confessou Frei José.

“E nesses dias, olhando para a celebração de Dom Paulo Evaristo Arns, que festejou seus 50 anos de or-denação episcopal em São Paulo, ali vimos um sinal. Há 50 anos, o Espí-rito Santo chamava D. Paulo Evaristo Arns para ser Arcebispo do povo da grande cidade de São Paulo. E naquela época se viviam tempos difíceis com os anos de chumbo da ditadura, do peso da violência contra os direitos humanos. Foi um tempo muito difí-cil e desafiador para o Pastor daquela época. Hoje, cinquenta anos depois, o Espírito Santo chama outro confrade, com o mesmo nome de Frei Evaristo, não para ser pastor da Igreja do povo da cidade, mas do povo da Igreja da floresta e das águas. E nós aqui, en-tão, entendemos que este sinal é mais

um desafio para nós, os confrades, e, sobretudo para você, que é francisca-no, defender, ser guardião, do maior santuário ecológico do mundo, que é a Amazônia”, situou Frei José, enfa-tizando: “Hoje você é chamado a ser pastor, cuidar e zelar deste santuário do povo da floresta e das águas”.

“Outro sinal que também nos cha-ma a atenção é que alguém que nasce na comunidade de São Pedro de Gas-par, anda pela Baixada Fluminense, caminha pelas terras de Angola, na África, agora é chamado a andar so-bre as águas. Você que nasceu sobre a proteção de São Pedro, agora é desa-fiado a caminhar sobre as águas. Nós, enquanto Província e em nome de todos os confrades, estamos rezando por você para que a barca do Evan-gelho de Jesus deslize com segurança sobre essas águas e vá ao encontro de

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Fraternidades

todas as criaturas, sobretudo as mais sofridas e mais pobres”, pediu Frei José, que também coordena o Serviço Franciscano de Solida-riedade, da Província da Imaculada.

E novamente, em nome dos confrades, disse que ele será acompanhado em oração e a Província continua sendo sua casa de por-tas abertas. “Será sempre bem-vindo entre nós. É e sempre será nosso irmão, Frei Eva-risto!”, disse o seu confrade, emocionando o público. Por último, levou uma mensagem à Igreja local: “Quero dizer, em nome da nossa Fraternidade Provincial, a todos vocês que a escola que formou Dom Evaristo, a escola de Francisco e Clara, não vem para substituir a escola de Santo Agostinho e Santa Môni-ca, mas vem para fazer fraternidade”, disse, referindo-se ao bispo antecessor Dom José Luiz Azcona Hermoso, que, aos 76 anos, teve a renúncia aceita pelo Papa Francisco. Ele chegou à ilha do Marajó como missioná-rio em 1985 e, após desenvolver um intenso trabalho com comunidades e denunciar pro-blemas sociais na região, como o tráfico de seres humanos, foi ameaçado de morte. Com ele, os frades agostinianos desenvolvem um grande trabalho evangelizador na Ilha do Marajó.

A celebração reuniu cerca de dez bispos, entre eles o bispo diocesano Dom Marco Aurélio Gubiotti, da Diocese Itabira-Coronel Fabriciano, Igreja irmã da Prelazia de Mara-jó, no Pará. O Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira, deu posse a Dom Evaristo.

Frei Germano ficou impressionado com o carinho com que o povo acolheu o seu confrade. “Ele já se sente em casa. A cele-bração foi uma mostra desse carinho”, disse Frei Germano, que também se impressionou com os cantos dos marajoaras. “Foi uma bo-nita celebração, mostrando o quanto a Igreja é viva e participativa na Ilha”.

A Rede Globo deu ampla cobertura para a posse de Dom Evaristo, que não perdeu a oportunidade de pedir para que o Poder Pú-blico olhe mais para os povos ribeirinhos, esquecidos nesta região.

Moacir Beggo

No último dia 16 de setembro, o Papa Francisco recebeu 170 novos bispos, entre eles Dom Evaristo Pascoal Spengler. Os recém-nomea-dos participaram de um curso de novos bispos e um retiro.

com o PaPa francisco

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Fraternidades

cerca de 200 religiosos reuni-ram-se, em Curitiba, para a celebração do Dia dos Religio-sos Consagrados. Uma manhã

de reflexão e oração promovida pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) de Curitiba que colocou os con-sagrados na escuta atenta de seu pastor, Dom José Antônio Peruzzo, que falou a todos sobre a fundamentação bíblica da misericórdia.

O encontro foi animado novamen-te pelos frades estudantes de Rondinha, que cantaram e levaram os religiosos a entoar cantos que apresentavam o que é ser consagrado e sua principal identi-dade: o testemunho da alegria de uma vida entregue nas mãos de Deus.

Em sua reflexão, Dom José Antô-nio já começou falando que o tema da misericórdia, atual neste Ano Santo, não é inacessível ou complicado de se entender. Entretanto, ele não é ple-namente alcançado se fizermos uso apenas da razão. Pode-se falar de mi-sericórdia teoricamente, mas não se pode compreendê-la inteiramente sem experimentá-la como dom gratuito de Deus e ofertá-la aos outros, como in-termediários do amor de Deus à hu-manidade. Cabe aqui uma importante prece: se ainda não vivo a misericórdia, que Deus me ajude a experimentá-la em minha relação com ele!

Dom Peruzzo explicou, ainda, que, etimologicamente, misericórdia tem a ver com a ação de olhar com o coração para a miséria do outro, e que esta ação gera vida, é maternal. Assim, torna-se possível reconhecer que o outro é um bem para mim e passar a fazer o bem a ele não mais por mérito, mas por ele ser verdadeiro dom de Deus.

Então, passou a fazer uso do Novo Testamento para falar sobre a miseri-

consagrados celeBram dia dos religiosos em curitiBa

córdia. Afirmou que Jesus, já no iní-cio de sua vida pública, apresenta seu plano de ação, ungido que foi, ou seja, separado, consagrado para levar a Boa Nova aos pobres, libertação aos cativos e oprimidos, restituir o que falta aos enfermos e anunciar o Ano da Graça (Cf. Lc 4,18-19). Fazer o necessário àquele que encontrar, seja ele bom ou mau. Dar a chance do recomeço.

No documento Misericordiae Vultus, o papa Francisco lembra que a misericórdia do Pai se tornou viva e visível em Jesus Cristo. Através de seus gestos, palavras e vida, Deus era revelado. Como religiosos e religiosas

consagrados, somos chamados a fazer o mesmo: essa é a nossa missão! Con-sagrar-se é emprestar o que temos e somos para que Deus ame os seus. Efi-ciência, beleza, capacidade intelectual em si mesmos servem apenas à exalta-ção do “eu”, mas no desejo de revelar Deus, estes dons podem ser postos a serviço, consagrados a Ele.

Após a palestra, houve um mo-mento de confraternização e lanche seguido da celebração eucarística pre-sidida pelo bispo e concelebrada pelos religiosos presbíteros presentes. Em suas últimas palavras, Dom José An-tônio agradeceu por todos os trabalhos desempenhados pelos religiosos na arquidiocese, dizendo que as maiores obras de serviço aos necessitados são conduzidas por eles.

Que Deus abençoe os homens e mulheres que se dispõem a entregar tudo nas mãos de Deus para que ele seja misericórdia para a humanidade. Que nossa vida seja sempre guiada por esta vontade divina para que seus fru-tos atraiam sempre mais jovens para este caminho. Assim seja!

Frei Rodrigo da Silva Santos

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Fraternidades

de Frei Diego Melo, co-ordenador do SAV. Após a palestra, todos os parti-cipantes foram divididos em 10 grupos, para inte-ração e trocas de experi-ências.

Após o almoço, a ju-ventude foi a pé até o Con-vento da Penha. Durante o trajeto, a animação e a quantidade de pessoas chamou atenção de pedes-tres e motoristas. Quando os jovens chegaram ao Santuário dedicado a Nos-sa Senhora, Frei Paulo Pe-reira, reitor do Santuário, abençoou os missionários.

No final da tarde,

ParóQuia nossa senhora do rosário receBe as missões franciscanas da Juventude

nos dias 16, 17 e 18 de setem-bro, aconteceram as Missões Franciscanas da Juventude na Paróquia Nossa Senho-

ra do Rosário, em Vila Velha (ES). O evento contou com a participa-ção de 200 jovens locais e mais de 50 jovens vindos da Paróquia San-ta Clara de Assis, em Colatina (ES).

As Missões Franciscanas da Ju-ventude tiveram início nas paróquias da região Sul. Em pouco tempo, o evento tornou-se conhecido na Pro-víncia. A proposta inspirou a união das paróquias do Espírito Santo para sediarem as Missões em terras capi-xabas. Frei Diego Melo, coordenador do SAV, fala sobre o crescimento deste trabalho. “As Missões acontecem em vários lugares. As edições provinciais aconteceram em Ituporanga (SC), Concórdia (SC) e Chopinzinho (PR). Outras realidades da Província tam-bém abraçaram a ideia, é o caso de Vila Velha e Colatina. As duas fra-ternidades se uniram para fazer este

bonito trabalho que rende muitos frutos.”

Colatina foi a primeira cidade da Região Sudeste a receber as Missões Franciscanas, em julho de 2015. Neste encontro, os jovens colatinenses e de Vila Velha vivenciaram três dias de atividades missionárias e religiosas. A avaliação pós-encontro foi positiva e, com isso, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário foi escolhida para sediar as Missões em 2016.

Na sexta–feira (16), a progra-mação teve início às 23h, quando os jovens colatinenses chegaram ao San-tuário Divino Espírito Santo. Após o momento de confraternização entre os participantes, Frei Florival Ma-riano de Toledo fez abertura oficial do evento. A animação da juventude marcou o primeiro dia do encontro.

No sábado os jovens se encontra-ram no Santuário de Vila Velha, e as atividades tiveram início às 8h, com o momento de oração. Em seguida, eles conheceram o trabalho missionário

aconteceu a Missa das Chagas de São Francisco e em seguida os jovens par-ticiparam do momento de adoração ao Santíssimo. Encerrando as ativida-des do sábado, os jovens de Colatina foram surpreendidos com outra con-fraternização.

O domingo, último dia, foi mar-cado pelas visitas missionárias. O trabalho teve início às 9h. Os mes-mos grupos do dia anterior foram para as 10 comunidades que com-põem a Paróquia do Rosário. O obje-tivo principal era ir ao encontro dos jovens afastados da Igreja. Depois do almoço, os jovens participaram de atividades esportivas numa escola particular do município.

No entardecer, às 17h30, aconte-ceu a missa de encerramento das Mis-sões, na Praça em frente à Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Paroquia-nos, visitantes e as famílias visitadas participaram da Santa Missa.

Monia Simões Vianna

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Fraternidades

encontros regionais serra/BaiXada

nas datas de 24 de junho e de 2 e 3 de setembro estiveram reu-nidos os frades do Regional Serra/Baixada das fraternida-

des: Sagrado Coração de Jesus (Con-vento, Guadalupe e Paty do Alferes), São Francisco (ITF), Campos Elíseos e Imbariê, totalizando 45 frades.

No dia 24/06, realizou-se a segun-da reunião do Regional na sala da Pa-róquia e Fraternidade São Francisco de Assis, no município de Duque de Caxias, bairro Campos Elíseos. Frei Antônio Michels, guardião, deu as boas vindas aos frades e Frei Fernan-do de Araújo Lima, coordenador do Regional, declarou iniciada a reunião passando a palavra para Frei Carlos Branco que conduziu a oração inicial recordando a festa do dia - Natividade de São João Batista.

Depois de um frutuoso momento de partilha, Frei Fernando passou para um momento de formação, conduzido por ele e que teve como tema o cuidado para com a saúde total. Não somente falando de cuidados médicos, mas de outros cuidados necessários para um bem-estar físico, espiritual, emocional/afetivo, profissional, intelectual e social.

Disse que a saúde é também um aspecto subjetivo de nosso ser, pois a sensação de saúde passa, inclusive, pe-las nossas emoções. Assim um frade

que não experimenta boas emoções em ser frade não vai viver realizado. O Encontro terminou com um delicioso churrasco de confraternização.

O III Encontro foi nos dias 02 e 03/09 no salão nobre do Instituto Te-ológico Franciscano e Fraternidade São Francisco de Assis, no município de Petrópolis. Frei Fábio Cesar Gomes, guardião, deu as boas vindas aos frades e Frei Fernando de Araújo Lima, coor-denador do regional, iniciou a reunião repassando a programação dos dois dias.

Frei Fernando conduziu a dinâmi-ca de auto avaliação com as seis dimen-sões da saúde: física, emocional, social, intelectual, profissional e espiritual. Respondeu-se a um questionário de 60 questões. Logo depois se passou para a reflexão sobre os índices alcançados nas questões respondidas. O dia termi-

nou com uma confraternização (chur-rasco) na garagem do ITF.

No segundo dia, foi feita a partilha das fraternidades e conversado sobre outros temas do Regional. Uma lem-brança importante foi feita pelo Frei Antônio Everaldo: neste ano, no mês de novembro, o ITF completa 120 anos de existência e também da presença dos frades em Petrópolis e região. Frei Jorge Paulo Schiavini recordou as pos-ses, sua, como guardião, e também de Frei James Luiz Girardi, como pároco, e ainda as profissões solenes dos Freis José Cambolo e Roberto Aparecido, no dia 28/08.

O enceramento do Encontro foi com o almoço e a recordação do últi-mo Encontro, que será recreativo, no dia 19/11, em Paty do Alferes.

Frei Wagner José da Rosa

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584 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

Evangelização

Pato Branco (PR) - Como tra-dicionalmente faz em anos eleitorais, a Rede Celinauta de Comunicação, por meio

da TV Sudoeste, afiliada a Rede TV, preparou uma rodada de deba-tes entre os candidatos ao cargo de prefeito de dez municípios da região sudoeste do Paraná e oeste de Santa Catarina.

Este ano a emissora foi pioneira, realizando o primeiro debate da TV aberta no Brasil.

Para as eleições municipais de 2016, foram 14 debates programa-dos. Oportunidade valiosa para os candidatos apresentarem suas pro-postas, assim como para os eleito-res, que podem conhecer melhor o plano de governo de cada um. Neste ano ainda mais, já que o tempo de propaganda eleitoral gratuita dimi-nuiu consideravelmente, tanto no rádio, quanto na televisão. Os mu-nicípios que participam dos debates este ano são: Pato Branco, Francis-

co Beltrão, Dois Vizinhos e Palmas, com dois debates cada. Coronel Vivida, Chopinzinho, Realeza, Cle-velândia, Mangueirinha e o catari-nense, São Lourenço D’Oeste, com um debate.

A Rede Celinauta de Comuni-cação, empresa franciscana, com-preende as emissoras TV Sudoeste, Rádios Celinauta AM e Movimento FM, além do Portal 1010. A realiza-ção dos debates políticos faz parte da missão proposta pela Fundação, de promover a educação e a forma-ção do ser humano. “É um período para apresentar o projeto político de cada candidato. Temos no cenário nacional a busca por uma política muito mais consciente, tendo em vista a construção de uma socieda-de melhor. Cremos que com esses debates, estamos fomentando todo esse processo eleitoral, oportuni-zando um espaço igualitário,” disse Frei Neuri Reinisch, coordenador geral da Rede Celinauta.

rede celinauta realiza deBates Para as eleições 2016

José Luiz BetOs debates são realizados com

seis blocos, sendo o primeiro para a autoapresentação dos candidatos. O segundo, com perguntas de mo-radores do município. O terceiro bloco, com perguntas de candidato para candidato, após sorteio reali-zado ao vivo. O quarto, com ques-tionamentos dos jornalistas da Rede Celinauta. O quinto bloco possibi-lita mais uma rodada de perguntas entre si. O sexto e último bloco é reservado às considerações finais de cada um. De acordo com o Editor chefe da TV Sudoeste, Ari Ignácio de Lima, a dinâmica do debate foi pensada para possibilitar à comuni-dade uma participação direta. “Para ser ainda mais democrático, dedi-camos um bloco para as perguntas de populares. Esses questionamen-tos sempre são carregados de sim-bolismo comunitário, porque cada participante traduz o sentimento dos seus vizinhos ou colegas de tra-balho. O bloco dedicado aos jorna-listas é igualmente importante, por conta das perguntas técnicas, elabo-radas com base em pesquisa.”

Todos os debates foram reali-zados nos estúdios da TV Sudoeste em Pato Branco, com transmissão ao vivo pelos canais abertos (digi-tal e analógico), pelo portal www.portal1010.com.br e pela Rádio Ce-linauta AM. Cada debate teve uma duração média de duas horas. Uma equipe de profissionais da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, subsessão de Pato Branco, participa de cada debate para decidir sobre questões legais, como eventuais di-reitos de resposta. O cronograma dos debates teve início no dia 16 de agos-to e se encerra no dia 29 de setembro.

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outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 585

Evangelização

o Colégio Bom Jesus lança oficialmente, neste segundo semestre de 2016, o novo projeto nacional que tem como objetivo unificar e consolidar as ações de soli-dariedade da instituição em prol dos menos favoreci-

dos: o Bom Jesus Social. A iniciativa ocorre nas 34 Unidades de ensino do Bom Jesus, que estão distribuídas nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, e que atendem pessoas ligadas a mais de 50 instituições beneficentes e de ensino.

O Bom Jesus Social nasceu de uma necessidade de ali-nhar e de fortalecer os esforços da comunidade escolar em prol de empobrecidos, excluídos, sofredores, encarcerados, enfermos, dependentes químicos ou de álcool, populações de rua, enfim, pessoas, famílias e entidades de diferentes pe-riferias.

De acordo com o Frei João Mannes, presidente do Gru-po Educacional Bom Jesus – que agrega o Colégio Bom Jesus e outras sete empresas –, o projeto materializa a essência da missão franciscana da Instituição. “Os frades e toda a comu-nidade escolar do Bom Jesus congregam, a seu modo, uma fraternidade franciscana não só envolvida em atividades edu-cacionais/formativas dos alunos, mas também em gestos e ações de solidariedade com os desfavorecidos”, afirma.

As ações do Bom Jesus Social podem ser acompanhadas por meio do perfil institucional do projeto no Facebook.

o social mais forte no Bom Jesus

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586 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

Evangelização

de 24 a 29 de agosto, o mon-ge beneditino Anselm Grün percorreu diversas capitais do Brasil, lançando seu li-

vro “Onde eu me sinto em casa e encontro o equilíbrio e o bem-estar espiritual”. A maratona, promovida pela Editora Vozes, responsável pe-los livros do autor no país, passou pelas cidades de Recife (PE) no dia 24, Salvador (BA) no dia 25, Brasília (DF) no dia 26; e Limeira (SP) no dia 27. Nesta última, no interior de São Paulo, mais de mil pessoas par-ticiparam do encontro e da sessão de autógrafos.

Apesar da rotina intensa e dos longos trajetos percorridos, Anselm Grün, de 71 anos, estava bem dispos-

to para a programação do domingo (28). Logo cedo, às 8 da manhã, mais de 150 pessoas se reuniram no Centro de Eventos Anhangüera, no bairro de Perus, Zona Oeste de São Paulo, para um dia de retiro.

Frei Gustavo Medella, coordena-dor da Frente de Evangelização da Comunicação, conduziu a oração inicial. O monge Zacharias Heyes também ajudou na condução do retiro. Ele é autor do livro “Em casa comigo mesmo – guia para reequi-librar o corpo e a alma”. Frei Volney Berkenbrock, diretor da Editora Vo-zes, acompanhou os monges e aju-dou na tradução do alemão.

Zacharias Heyes iniciou sua fala partilhando a experiência de escre-

ver seu segundo livro. Ele afirmou que não tinha ideia de como o tema seria tão importante e atual, referin-do-se à crise migratória que atingiu a Europa nos últimos meses. “Cada pessoa tem em si o desejo profundo de ser acolhido, de ser aceito pelos outros. Isso que eu entendo como estar em casa”, afirmou. O autor comparou o drama dos milhares de refugiados com a história de Jesus, que também nasceu numa situação de insegurança e sua família teve que enfrentar os desafios de estar sem pátria por um período. “Nós, cristãos, acreditamos que neste Je-sus, Deus se tornou humano”, acres-centou.

O autor afirma em seu livro

grÜn lança novo livro em “maratona” no Brasil

editora vozes

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Evangelização

que o ser humano precisa entrar em contato consigo mesmo, para assim encontrar em si sua pátria e encontrar-se verdadeiramente com a vontade de Deus para sua vida. Zacharias pediu então aos presentes que recordassem quais os sonhos que traziam consigo quando eram crianças, porque as crianças são ori-ginais, não sofrem tanta influência exterior e ainda não vivem segundo as expectativas dos outros. “Eu devo ser o original, como Deus me criou. E isso eu devo afirmar sempre: eu sou um original de Deus”, afirmou o monge. E disse que para redesco-brir o desejo original de Deus para a vida de cada pessoa, é necessário estar em casa com Deus, através da oração e do encontro consigo mes-mo.

anselm grün fala sobre a redescoberta da pátria

“Onde eu me sinto em casa e en-contro o equilíbrio e o bem-estar es-piritual”, este é o título do livro mais recente do monge da Abadia de Münsterschwarzach, na Alemanha, lançado pela Editora Vozes. A fala do autor foi baseada nos 12 capí-tulos, onde ele aborda os diferentes aspectos do que significa sentir-se em casa.

Para o autor, são muitos aspec-tos que ligam uma pessoa a um lo-cal. Ele citou que em hebraico existe uma palavra bonita para dizer pá-tria, mechora, que significa o lugar onde você cava o seu poço. E neste poço se reúne com seus irmãos para compartilhar uma mesma experi-ência, seja o idioma, as crenças, as memórias.

Anselm Grün também falou a respeito da crise migratória na Eu-ropa e de outras situações, onde as pessoas, por motivos pessoais ou profissionais, precisam sair do lugar onde nasceram e recomeçar uma

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588 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

Evangelização

nova vida. “Muitas pessoas têm que sair de seu lugar, é muito importante encontrar um espaço que seja uma pátria, onde elas se sentem seguras”, afirmou o monge. E citou que as redes sociais, sobretudo para os jo-vens, é um espaço importante, onde eles se sentem parte de uma mesma comunidade.

O autor citou a questão da pátria na Bíblia, tanto de Abraão – que é chamado a deixar o seu lugar para uma nova terra – como para São Paulo, que acolheu Jesus Cristo como sua pátria, peregrinando para levar a Boa Nova.

habitar em si mesmo – missão importante

Para Anselm Grün é fundamen-tal que o ser humano se encontre em si mesmo. E é Jesus Cristo quem faz este caminho com cada um. “Quan-do Deus reina em mim, não sou conduzido para fora. Onde Deus

reina, eu estou totalmente em casa”, afirmou.

O monge disse ainda que através do autoconhecimento e do contato consigo mesmo, é possível encontrar a solução para os problemas. Outro motivo apontado pelo autor para a falta de paz consigo mesmo é o fato de as pessoas se avaliarem demais, olhando sempre para os pecados e as faltas. “Quem se vê sempre em peca-do não consegue ficar em paz”, afir-mou. E disse que a imaginação é uma forte aliada no processo de buscar a paz dentro de si, quando, por exem-plo, a pessoa está numa situação de caos, imaginar que dentro dela existe um espaço que o caos não habita, um espaço interior onde os problemas externos não têm acesso.

Em seguida, Anselm Grün con-vidou os participantes a fazerem com ele alguns ritos simples, e que recuperam a importância da bênção e do perdão.

Após a fala, os participantes pu-deram fazer algumas perguntas para os autores. Em seguida, todos foram convidados a celebrar a Eucaristia. Após o almoço, houve um momento para que Anselm Grün e Zacharias Heyes autografassem os livros dos participantes do retiro.

Anselm Grün respondeu algu-mas perguntas para o site Francis-canos, que você acompanha abaixo:

como a meditação pode ajudar as pessoas a se conhecerem melhor?

Quando eu medito, eu entro em contato com a minha própria verdade e só pelo fato de entrar em contato com esta verdade, aparecem meus pensamentos e sentimentos. A meditação tem 3 passos: olhar meus sentimentos, deixá-los existir e, através deles, ir para um espaço mais profundo.

Desta maneira eu consigo conhe-

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Evangelização

cer a mim mesmo e encontrar paz interior. Muitas pessoas têm receio da meditação porque imaginam que meditar é ter um monte de pensa-mentos e imaginam que será caóti-co ter que lidar com eles. Somente quando eu consigo estar em frente aos meus pensamentos é que eu te-nho serenidade para passar por eles.

como os cristãos hoje podem agir para sair da lógica individualista em que vivemos?

Na Bíblia, um lugar muito impor-tante para se sentir pessoa é a comu-nidade. Na Igreja Primitiva o senti-mento de estar em comunidade era muito forte. Mas eu só consigo per-ceber e desfrutar do estar em comu-nidade se eu me sinto em casa comi-go mesmo. Se eu penso que eu estou

em comunidade apenas quando eu estou com os outros, eu não sinto a mim mesmo, fico sempre dependen-te dos outros e de suas expectativas. É importante que a Igreja seja, neste mundo tão anônimo, espaço deste sentimento de comunidade, mas ao mesmo tempo deve oferecer a pos-sibilidade para que cada um consiga acessar sua própria morada interior.

na sua visão, qual deve ser o papel da igreja nas situações de conflito, como vivemos no mundo de hoje?

Na Alemanha as Igrejas, tanto a Católica como a Evangélica, tive-ram um papel muito importante na questão dos refugiados e o próprio Estado reconheceu esta ação. Para nós é muito importante que tenha-mos hospitalidade. Na Igreja antiga,

a hospitalidade era muito valorizada. Devemos ser hospitaleiros diante dos cristãos que estão fugindo da guer-ra, e igualmente diante dos muçul-manos e mostrar que conseguimos acolhê-los da mesma forma. Ali está uma chance de acabarmos com mui-tos preconceitos que os próprios mu-çulmanos têm a respeito dos cristãos.

No final da tarde, os dois segui-ram para o Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, onde acontece a 24ª Bienal Internacional do Livro, e puderam conhecer o estande da Editora Vozes e continuar em conta-to com o público, num momento de autógrafos e fotos. Os dois estarão nesta segunda-feira (29), em Porto Alegre (RS), onde encerram a pas-sagem pelo país.

Érika Augusto

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Evangelização

cultura da PazPara o 2º semestre deste ano, a USF

realiza uma série de atividades em co-memoração aos 40 anos de Presença Franciscana, que fazem parte do Festival Cultura da Paz. Serão palestras, debates, apresentações e ações de serviço para a comunidade.

As atividades do Festival traçam a trajetória desses 40 anos, sempre em con-sonância com a missão e valores francis-canos. “O Festival Cultura da Paz tem a preocupação e o objetivo de dialogar com diferentes segmentos sociais e da própria Universidade, acolher temáticas e iniciati-vas plurais que extrapolam aquelas afeitas ao universo acadêmico, o que nos propi-ciou uma gama diversificada de atividades que acontecerão ao longo desse semestre nos campi da USF e em diferentes lugares das cidades nos quais estamos presentes”, afirmou o diretor Presidente da CNSP--ASF, Frei Thiago Alexandre Hayakawa.

“rodas de conversas”No mês de agosto, ocorreu a Sema-

na “ Educação para a Paz”, promovida pelo Curso de Pedagogia, no Campus Bragança Paulista. O tema do evento foi “Roda de Conversas”. As atividades foram promovidas pelo Curso de Pe-dagogia e Sefras (Serviço Franciscano de Solidariedade). Foram abordados assuntos relacionados à Educação, Paz, Juventude, Imigrantes, HIV Aids e Violência. Cada dia da semana trouxe temas como: Dinâmica social e a edu-cação para a paz, Realidade das crianças e adolescentes, Realidade da juventude e a violência, Realidade dos imigrantes e a população com HIV/AIDS e Levan-tamento de desafios e propostas para formação.

camPus itatiBa A Universidade São Francisco (USF)

iniciou neste semestre uma série de obras

de ampliação no Campus Itatiba. As obras visam a expansão e melhorias do espaço e também fazem parte das celebrações dos 40 anos de Presença Franciscana, co-memoradas em 2016. O novo prédio terá 5.570 metros quadrados de construção, com quatro pavimentos, e abrigará um novo auditório, a biblioteca, o setor ad-ministrativo, salas para a pós-graduação Stricto Sensu (mestrado e doutorado) e, ainda, 16 salas de aulas. A entrega do novo prédio está prevista para março de 2017.

traBalhos sociais

Alunos dos Cursos de Tecnologia em Logística, Processos Gerenciais, Gestão de Qualidade, Ciências Contábeis, En-genharia de Produção e demais cursos da Universidade São Francisco (USF) criaram o grupo “Anjos em Ação”, ini-ciativa que realiza trabalhos sociais com instituições de Bragança Paulista.

usf É destaQue no ranKing da folha

A Universidade São Francisco (USF) é destaque no Ranking Universitário Fo-lha (RUF) 2016, realizado pelo jornal Folha de S. Paulo. No total foram avalia-das 195 instituições de ensino superior. A Universidade foi eleita a 4º melhor Universidade privada do estado de São Paulo, ficando no ranking geral entre as 10 melhores do estado. Em Campinas, a USF foi eleita a 2º melhor instituição privada.

Ana Paula Moreira

notícias da usf

O Campus Bragança Paulista da Universidade São Francisco (USF) iniciou em 2016 uma série de obras de expansão que visam melhoria na qualidade do Ensino Superior. Dando continuidade, no dia 25 de agosto foi feita a inauguração do Centro Tecnológico das Engenharias e da Arquitetura e Urbanismo Frei Constâncio Nogara, que faz parte da 2º fase do plano de expansão.

O Centro Tecnológico (CT) tem uma área de 1500 m² e tem como objetivo ofe-recer aos estudantes atividades práticas durante toda a graduação. No total, serão sete laboratórios: Termofluídos, Estrutura e Materiais de Construção Civil, Técnicas de Construção Civil, Física e Eletricidade, Topografia e Geociências, Sistema LEAN (Produção Enxuta) e Maquetaria, que atenderão alunos dos Cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia de Pro-dução e Engenharia Química.

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outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 591

Evangelização

o 7 de setembro foi um pouco mais movimentado que de costume na cidade de Petrópo-lis: pela primeira vez, de forma

oficial, aconteceu na cidade da Região Serrana do Rio de Janeiro o Grito dos Excluídos. O movimento nacional chegou, em 2016, à sua 22ª edição.

O caminho foi intenso e suado em Petrópolis. A proposta surgiu da vontade de celebrar, da maneira mais significativa possível, os 15 anos do Projeto Gente Viva, ligado ao Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), que em Petrópolis trabalha com as

gritando Por um mundo novo

crianças da comunidade da Vila São José (que, por ser vizinha do cemitério e “dividir espaço com os mortos”, deu o mote para a criação do projeto que, em si, já é um grito: “Somos gente viva!”). Na ocasião, meninas que participam da oficina de ballet apresentaram uma coreografia criada especialmente para a música “Roda viva”, de Chico Bu-arque, e o grupo de capoeira Karuna, responsável pela oficina de capoeira no projeto, também marcou presença.

Lançada e aceita a proposta, um pe-queno grupo inicial começou a reunir--se no Convento do Sagrado Coração de Jesus, mas restava ainda a articula-ção. Sindicatos foram visitados, entre-vistas dadas em rádio e TVs comuni-tárias, juntamos força com parceiros importantes como o Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH – par-te da história dos frades na cidade, que contou, entre seus fundadores, com o

um grito de “Basta!”, a indignação com um “Sistema insuportável que exclui, degrada e mata” – esse foi o lema para esse ano, escolhido pela Executiva Na-cional. Cinco meses de articulação e diálogo com os mais diversos setores da sociedade civil e que foram mostra-dos na rua em pouco mais de 3 horas de manifestação.

Nas reuniões estávamos cautelosos: ficaríamos felizes se o número dos par-ticipantes chegasse ao incrível número de 100. A verdade mesmo é que ainda até às 9h da manhã (para quando mar-camos a concentração) só tínhamos a certeza do dever cumprido, mais a in-certeza da adesão, que foi ficando para trás à medida que vimos o povo che-gar. E aumentou: não esperávamos a receptividade e adesão do povo na rua, reunido para o tradicional desfile das escolas para o 7 de Setembro. No final das contas, na rua, gritando contra as mais diversas formas de exclusão, vio-lência, degradação da vida e do planeta, participaram em torno de 500 pessoas – o que, como disseram muitas pesso-as envolvidas com movimentos sociais na cidade, “é muito para Petrópolis!”.

Fato é que convencemos. Mais: nos convencemos – que temos força e que juntos podemos sempre mais! Agora é descansar, dormir bem, para, amanhã, começar a planejar 2017! Paz e Bem!

Frei Rafael T. do Nascimentoentão Frei Leonardo Boff) e a Conferên-cia dos Religiosos do Brasil (CRB), núcleo Petrópolis, Juventudes de Par-tidos e Movimentos Estudantis, comuni-dades atingidas por desastres ou em risco de desapropriação.

Foram cinco me-ses de muito trabalho para mostrar, com

grito dos eXcluídos

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592 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

Evangelização

o Sefras realizou entre os dias 10 e 12 de agosto sua 13º Assem-bleia anual, no Centro de For-mação das Aldeias Infantis SOS

Brasil, em Póa (SP). O encontro teve como objetivo discutir sobre a Cons-trução do Plano Sexenal da instituição. Destinado aos trabalhadores da insti-tuição, como coordenadores, assisten-tes sociais, psicólogos, técnicos, edu-cadores sociais e frades da Província.

O diretor presidente da Institui-ção Frei José Francisco de Cássia dos Santos fez a abertura oficial da assem-bleia falando sobre como se constitui uma Província e sobre seu plano de Evangelização para os próximos anos. “Precisamos enxergar o Sefras como um todo e proporcionar um diálogo franco com os seus trabalhadores”, fri-sa Frei José.

O primeiro dia de assembleia con-tou com a participação do Frei Vagner Sassi, que abordou o tema “Evangeli-zar em tempos de Crise – Ética e Ação Social”, destacando que se existe crise é porque não há ética. “O enfraqueci-mento ou mesmo a ausência de princí-pios são fenômenos que apontam para uma situação de crise, onde a ordem

social parece seriamente ameaçada em todos os níveis. É necessário o empe-nho em favor de uma moralização da política, da economia, da sociedade e suas instituições”, argumentou.

O segundo dia da assembleia co-meçou com uma reflexão da vida humilde de Santa Clara, feita por Frei Josemberg. Em seguida foi feita uma análise da Lei Maria da Penha, que completou 10 anos no último dia 07. Os trabalhos foram prosseguidos por um debate em grupo denominado: “Aspectos das análises significativas para a composição do plano do Sefras para o sexênio”.

O dia foi marcado pelas análises em grupo para a construção dos objetivos específicos e estratégicos do plano do Sefras. “Esse é o momento de pensar-mos no coletivo, no que fará diferença em todos os serviços da instituição. Esse é o momento de olharmos para um todo e sugerirmos melhorias para um único objetivo”, destaca Rosângela Pezotti, coordenadora do setor técnico do Sefras.

Para o vice-secretário da Evan-gelização da Província Franciscana Imaculada Conceição do Brasil, Frei

Daniel Dellandrea, a assembleia tem o importante papel de contribuir para as decisões futuras da Provín-cia. “Nestes dias que participei da assembleia tive a oportunidade de acompanhar todo este encontro dos trabalhadores do Sefras, para discutir-mos juntos o plano de Evangelização da nossa Província. Vejo com muita alegria e entusiasmo o empenho da equipe pensando na Província como um todo. Eu acredito muito na força do Sefras, responsável pela Frente da Solidariedade para com os Empobre-cidos, trabalhando em conjunto com toda a Província”, ressalta.

O terceiro e último dia da assem-bleia foi marcado pela conclusão do objetivo geral e dos específicos para o plano sexenal da instituição. “A assem-bleia é o momento em que reunimos as lideranças, coordenações e técnicos de nossos setores e serviços para trabalha-mos em nossos objetivos, estratégias e atividades que iremos colocar em prá-tica. A cada ano temos um propósito. Neste foi constituída a formação do Sefras para o próximo sexênio”, desta-ca a coordenadora do setor técnico do Sefras, Rosângela Pezotti.

sefras

assemBleia define Plano Para seXênio

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outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 593

Evangelização

O Sefras Imigrantes celebrou dois anos de atuação na quarta-feira (31/08). Para comemorar, foi reali-zada uma grande festa com direito a muita música, dança e comida típica da Angola. Além disso, houve um momento celebrativo para os aniver-sariantes do mês.

“Hoje foi um momento em que os participantes puderam mostrar a

sua arte e a cultura. É um momento de mostrar que somos de uma mesma pátria, por mais que sejamos de cultu-ras diferentes”, destaca a coordenado-ra do serviço, Ir. Margareth Crispim.

De acordo com dados da coorde-nação, já passaram cerca de 700 pes-soas pela casa que atualmente aten-de 120 imigrantes, em sua maioria angolanos. Porém, o serviço atende

hoje também pessoas vindas de mais sete países, como: Haiti, República do Congo, Camarões, Nigéria, Bolívia, Palestina e República Dominicana. Atualmente o serviço abriga 80 ho-mens, 22 mulheres e 18 crianças. “Te-mos uma demanda muito grande de mulheres com crianças. É um abrigo dentro de outro abrigo”, ressalta Ir. Margareth.

sefras Premiado O Sefras ficou em primeiro lu-

gar na premiação Hebert de Souza – Prêmio Betinho de Cidadania 2016, idealizado pela Câmara Municipal de São Paulo. A instituição foi pre-miada pelo projeto “Sefras Defesa e Justiça Penal – Dejupe”, que é um serviço de atendimento para ado-

lescentes em cumprimento de me-didas socioeducativas.

camPanha de invernoO Sefras agradece as doações

recebidas por intermédio de parcei-ros, empresas e pessoas físicas, para a Campanha de Inverno 2016, reali-zado entre 01 de maio a 31 de julho.

O Sefras, em parceria com a empresa de aviação American Airli-nes, fez a distribuição de mais de 70 pijamas para a população que vive em situação de rua e participam do Sefras Reciclagem – Serviço Fran-ciscano de Apoio à Reciclagem (Re-cifran). A entrega foi realizada nesta última quinta-feira (04) no projeto.

notas

sefras imigrantes celebra dois anos de serviço

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594 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

Evangelização

um dia de festa para a Igreja em Angola. Foi criada nes-te domingo, 28 de agosto, a Província Santa Maria dos

Anjos dos Frades Menores Capuchi-nhos de Angola. Esse momento his-tórico aconteceu na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Luanda. A proclamação da nova Província foi feita na presença de Dom Filomeno de Nascimento Vieira Dia, Arcebis-po Metropolitano de Luanda e Pre-sidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST); de Dom Francisco Tchimoio, arcebispo de Maputo (Moçambique); de vá-rios bispos da CEAST; na presença do Vice-Presidente da República

de Angola, Manuel Vicente, de dis-tintas entidades políticas, militares, tradicionais, religiosas e dos fiéis de Luanda. Coube ao Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores Ca-puchinhos, Frei Mauro Jöhri, pro-clamar a criação da Província Capu-chinha de Angola.

Na verdade, as festividades co-meçaram no dia 2 de agosto último, festa de Santa Maria dos Anjos da Porciúncula, quando foram aber-tas as festividades da proclamação da Província dos Capuchinhos em Angola. Segundo o bispo Carlos Kiazico, capuchinho, várias coisas pesaram na balança da qualificação para tornar a comunidade numa

província em Angola. Além do nú-mero também a sustentabilidade vocacional: “Temos o nosso próprio seminário; isso é um sinal”, disse.

Os Capuchinhos em Angola fi-zeram um longo caminho, com uma longa experiência; passaram por muitas vicissitudes gloriosas e trá-gicas. Conheceram períodos de paz, e de guerras, períodos de crise e de prosperidade. Foi uma história em crescimento até chegar aos nossos dias.

Os Superiores, na avaliação fei-ta, em vários níveis, reconheceram a maturidade alcançada, pronta para o novo título. No ano passado, o Ministro Geral fez uma visita à Cus-

frades caPuchinhos de angola: criadaa Província santa maria dos anJos

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outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 595

Evangelização

tódia de Angola no dia 1º setembro, fazendo uma consulta por escrito a todos os frades professos solenes da Custódia, para a nomeação do Mi-nistro Provincial e dos quatros con-selheiros. Após ter tomado conhe-cimento do resultado e do parecer favorável, quer do Ministro da Pro-víncia de Veneza, quer dos Conse-lheiros Provinciais e da Conferência dos Frades Capuchinhos na África, e ter observado tudo quanto o direi-to pede para ser observado, após ter tido o consentimento do seu Con-selho, decretou, pelas 12h30 do dia 28 de agosto de 2016, o nascimento da Província de Angola dos Frades Menores Capuchinhos, sob muitos aplausos do povo.

um Pouco de históriaA nova Província capuchinha

nascente é como uma filha das fa-mílias mães de Veneza e de Portu-gal. A presença em Angola data de 1645 a 1835. Em Luanda os capu-chinhos têm presença tradicional na paróquia de Fátima, onde têm o Seminário. Mas o Santo António é conhecido como a fraternidade dos Capuchinhos Portugueses ao lado da de Fátima, considerada de Veneza.

Mas no início não foi assim. A sede principal encontrava-se em Caxito, na capital da província do Bengo, 60 km ainda mais a Norte. Existia aí uma fazenda chamada

do aumentado o número, em 1955, avançaram um pouco para Norte e fixaram-se na missão de Nambuan-gongo, a 180 km de Luanda.

Em seguida, foi estabelecido que todos os Frades da Custódia atual fossem agregados à Província de Angola com todos os direitos e de-veres. As casas e outros haveres de-vem ser integrados à Província. Fez--se saber que a Província de Angola dos Frades Menores Capuchinhos terá como titular Santa Maria dos Anjos. Fazem parte desta Fraterni-dade Provincial todos os frades que pertenciam à Custódia de Angola.

Assim, o Ministro Geral, em conformidade com as Constitui-ções, procedeu à nomeação do primeiro Ministro Provincial: Frei Afonso André Teka. Para Vigário Provincial, Frei Pedro Binji; segun-do Conselheiro, Pietro Tuzatto; ter-ceiro Conselheiro, Frei Inácio Catu-lu Cassoma; e quarto conselheiro, Frei Afonso Fernando. O Ministro Geral também informou que o 1º Capítulo Provincial será convocado em maio, para tratar dos problemas da vida e das atividades da nova en-tidade, além disso terá a tarefa de preparar os Estatutos e também de precisar os procedimentos capitula-res e eleitorais.

Frei Crisóstomo Ñgala

Tentativa, que produzia açúcar de cana e empregava 5.000 trabalha-dores. Aí ainda existe um santuá-rio dedicado a Santa Ana. Os dois primeiros Capuchinhos que, em 22 de agosto de 1954, embarcaram em Lisboa, no paquete “Rita Maria” e passaram o Equador para chegar a Angola, foram o brasileiro Frei Ci-rilo Vargas e o português Frei Lou-renço Torres Lima, ambos na faixa etária dos 30 anos. Depois de 16 dias de mar, estes dois missionários entraram no encantador porto de Luanda antes do pôr do sol do dia 6 de setembro, enquanto os raios fugitivos perpassavam pelas jovens palmeiras da marginal.

A ideia de abrir uma Missão em Angola foi tomada pelos Capuchi-nhos Portugueses no dia 22 de janeiro daquele ano e aprovada com satisfa-ção no dia 30 de julho seguinte. Ten-

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596 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

Evangelização

o evangelho de Jesus Cris-to é uma “Boa Notícia”. A missão dos frades, sonhada por São Francisco, é viver o

evangelho e anunciar esta boa notí-cia como menores em nosso tempo. Diante de uma sociedade hiperco-nectada, cabe aos franciscanos atu-alizar e buscar compreender como usar estes instrumentos digitais em nossa ação. Baseado neste novo ape-lo contemporâneo, começou-se um movimento de articulação dos ser-viços de comunicação das Provín-cias Franciscanas do Brasil.

A primeira reunião, de caráter in-formal, aconteceu em São Paulo entre

os dias 7 a 9 de setembro, na sede da Província Imaculada Conceição do Brasil. Frei Gustavo Medella acolheu na Sede Provincial Frei Marcos Car-valho, da Província Santo Antônio do Brasil, e Frei Malone Rodrigues, da Província São Francisco de Assis do Rio Grande do Sul. Também partici-pou da reunião, via videoconferên-cia, Frei Oton Junior, que partilhou um pouco da sua experiência quan-do esteve à frente do serviço da co-municação na Província Santa Cruz.

Após esta primeira reunião, os frades pretendem apresentar uma proposta para a Conferência dos Frades Menores do Brasil (CFMB),

de um serviço articulado entre as Províncias e Custódias, que bus-que formar e informar, baseado nos princípios franciscanos. A ideia dos frades é organizar já no primeiro semestre do ano que vem, uma reu-nião com todos os frades que traba-lham nos serviços de comunicação, reunindo representantes das nove entidades franciscanas do Brasil.

Para Frei Malone, “este é um pri-meiro passo, para uma frente que pode se transformar em um gran-de instrumento de evangelização e irradiação do carisma franciscano, tanto para as entidades como tam-bém para o Brasil”.

frades se reúnem Para refletir soBre o serviço de comunicação

cfmB

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outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 597

Evangelização

nos dias 14 e 15 de setembro de 2016 aconteceu o Encon-tro Provincial da Frente da Educação, na Fraternida-

de São Boaventura, em Rondinha, Campo Largo-PR.

Reuniram-se os frades, profes-sores e leigos que trabalham direta-mente nas Escolas, Universidades e nos Institutos de Filosofia e Teologia da Província Franciscana da Ima-culada Conceição do Brasil, sendo eles: Associação Franciscana de En-sino Senhor Bom Jesus (AFESBJ), FAE-Centro Universitário e a Uni-versidade São Francisco (USF).

Na pauta do encontro, houve uma apresentação geral da Provín-cia e o seu Plano de Evangelização e em seguida, uma palestra sobre a evangelização na educação, na pers-pectiva franciscana.

Dentre as reflexões, destacou--se a educação como uma platafor-ma fundamental e privilegiada de evangelização, prestando especial atenção à evangelização dos jovens. Foram apresentados também alguns dos elementos primordiais de uma evangelização franciscana: a fra-ternidade, a ousadia, a profecia e o serviço.

Em grupos, os participantes discutiram acerca de dois questio-namentos presentes no Plano de Evangelização da Província: “Por que queremos estar na Educação?” e “Como queremos estar na Edu-cação”. A partir dessas perguntas, cada entidade partilhou as ativida-des e projetos já realizados, além de apresentarem ações concretas a se-rem desenvolvidas para fortalecer o trabalho pastoral nas instituições de ensino.

encontro Provincial da frente de evangelização da educação

Aconteceu também uma mesa--redonda com a temática: “A pre-sença das Frentes de Evangelização da Província na Educação”. Ao dis-correr sobre o tema proposto, foi possível aprofundar, ampliar e vi-sibilizar ainda mais a presença de cada Frente de Evangelização na Educação.

O encontro foi muito proveitoso,

pois propiciou a vivência da espiri-tualidade franciscana e somou for-ças das diferentes entidades para a missão evangelizadora no âmbito da Educação.

Douglas PuhlProfessor e Apoio à Coordenação

de Ensino Religioso do Grupo Educacional Bom Jesus

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NOTÍCIAS DO DEFINITÓRIO PROVINCIALRodeio, 22 a 25 de agosto de 2016

muito bem acolhidos pelos con-frades de Rodeio - professos e noviços -, os Definidores reuniram-se em 22 de agosto

para dias de retiro e de reunião ordinária. Como acontecera em outros anos, as ma-nhãs foram dedicadas ao silêncio, refle-xão e partilha, e as tardes foram ocupadas com a abordagem dos assuntos previstos na pauta. A intenção dos Definidores era a de integrarem-se no ritmo de vida fraterna e de oração da fraternidade do Noviciado, por favorecer o recolhimento. Quanto às sessões do Definitório propria-mente ditas, o moderador foi Frei César Külkamp, e grande parte dos assuntos ne-las tratados segue abaixo. 1) reflexão – partilha a partir de

textos inspiradoresNas várias manhãs, os Definidores refle-

tiram individualmente, num primeiro momento, e depois discutiram em gru-po, os seguintes artigos: 1. “Recriar com amor a Vida Consagra-

da Apostólica – um caminho de dis-cernimento e audácia”, de Pe. Vinícius Augusto Ribeiro Teixeira, vicentino. Alguns comentários:3 É importante a circularidade: O

cultivo da dimensão contemplati-va de nossa vocação apostólica é o caminho para a (re)composição do perfil do consagrado com espírito. A contemplação leva à missão, sus-citando firmeza e perseverança, so-bretudo em meio a provações, de-safios e fadigas. A missão, por sua, vez, comunica nova intensidade e ardor à vida espiritual, dando-lhe substrato existencial, prevenindo--a do intimismo estéril que não se

coaduna com as exigências da ca-ridade.

3 Ressaltou-se que, se, por um lado, a espiritualidade não se restringe à prática da oração, por outro, de modo algum poderia dispensá-la. Quando o nosso cotidiano se con-some em um suceder frenético de atividades e trabalhos, sem faixas de silêncio e momentos de con-templação, acabamos expostos ao risco de perder o equilíbrio, parti-cularmente quando nossos planos fracassam e nossas expectativas se frustram.

3 Nosso problema na Vida Religio-sa é que somos pouco “religiosos”. Rezamos muito pouco, meditamos pouco. E nossas dificuldades pas-sam pela falta de fé e da experiência com Deus.

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3 Marta e Maria precisam conviver em nós, na nossa lida cotidiana. O Senhor as une em nós. A contem-plação (ver, ouvir) e a missão (tra-balho, serviço) precisam conjugar--se em nós.

3 Nossa forma de vida deveria ser curativa, terapêutica. Diz o Papa Francisco: “O modo de nos rela-cionarmos com os outros que, em vez de nos adoecer, nos cura é uma fraternidade mística, contemplati-va, que sabe ver a grandeza sagra-da do próximo, que sabe descobrir Deus em cada ser humano, que sabe tolerar as moléstias da convi-vência, agarrando-se ao amor de Deus, que sabe abrir o coração ao amor divino para procurar a feli-cidade dos outros como a procura seu bom Pai”.

3 A comunidade verdadeiramente fraterna torna-se uma crítica si-lenciosa à sociedade intolerante, ambiciosa e excludente, dentro da qual vigoram as relações de custo--benefício, a massificação dos po-bres e a lei do economicamente mais forte.

3 Questionou-se por que nos apre-sentamos meio “frios” diante da morte de confrades. Seria simples-mente devido à visão cristã e fran-ciscana da morte, ou devido ao fato de serem frágeis, de fato, os laços que nos ligam uns aos outros?

3 Citou-se Francisco: “Se uma mãe ama e nutre seu filho carnal, quão mais diligentemente deve cada um amar e nutrir seu irmão espiritual” (RB 6,7). Citou-se também o peri-go descrito na apreciação de Voltai-re sobre os que vivem em comuni-dade: “Unem-se sem se conhecer, vivem sem se amar e morrem sem se prantear”.

3 Quanto à relação jovem-idoso na Vida Religiosa, foi citada a Evange-lii Gaudium, 108: “Todas as vezes que intentamos ler os sinais dos

tempos na realidade atual, é con-veniente ouvir os jovens e os idosos (...). Os idosos fornecem a memória e a sabedoria da experiência, que convida a não repetir tontamente os mesmos erros do passado. Os jovens chamam-nos a despertar e a aumentar a esperança, porque tra-zem consigo as novas tendências da humanidade e abrem-nos ao futuro, de modo que não fiquemos enca-lhados na nostalgia de estruturas e costumes que já não são fonte de vida no mundo atual”.

3 Dentre as motivações para um re-novado ardor missionário, o Papa Francisco quis incluir o prazer es-piritual de ser povo: quanto mais amamos, encontramos e servimos o próximo, mais ampliamos o co-ração para conhecer o Senhor, vi-ver em sua presença e acolher seus dons.

3 O nosso redimensionamento pode exigir que deixemos para trás ca-minhos já frequentados e aventu-remo-nos por caminhos até então desconhecidos; que aprofundemos

outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 599

Definitório Provincial

Parte da célebre poesia de Chales Péguy (+1914). Segundo ele, no caminho da vida, “caminho íngreme, pedregoso e difícil”, somos acompanhados pelas três irmãs: a fé, a esperança e a caridade, sendo a segunda uma criança irrequieta e as outras duas, senhoras experientes. As três caminham sempre juntas, tendo no meio a esperança. Quem as vê, tem a impressão de que as duas adultas con-duzem pela mão a criança, quando, na verdade, é a “pequena esperança” que arrasta consigo as duas, fazendo-as avançar, rejuvenescendo-as e tornando-as sempre mais generosas, pois, movidas pela esperança, “a fé vê o que é e o que será, assim como a caridade ama o que é e o que será, no tempo e na eternida-de”. E conclui o poeta: “As irmãs mais velhas só caminham por causa da peque-na (...) porque a pequena esperança é aquela que sempre recomeça”.

Péguy, Charles. Le porche du mystère de deuxième vertu. In (Euvres poétiques complètes. Paris. Gallimard, 1975, p. 567s)

fé - esperança - caridade

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600 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

Definitório Provincial

convicções; que aprendamos dos acontecimentos; que reelaboremos frustrações e recuperemos o dina-mismo necessário.

3 Precisamos ser “presença caracteri-zada por uma proximidade simples e gratuita, por uma escuta atenta e respeitosa, por uma palavra cata-lisadora de esperança, conforto e encorajamento, por uma ação re-fletida e audaciosa, por uma trans-missão segura e criativa da fé cristã, por uma caridade organizada e du-radoura, por uma pedagogia que possibilite aprender e ensinar, por um engajamento verdadeiramente profético em face das estruturas que legitimam e ampliam a exclu-são social”.

3 Necessário se faz proporcionar aos confrades uma formação cor-respondente ao serviço confiado, sabendo, porém, conciliar vocação e capacitação, de modo que nin-guém se torne apenas bom pro-fissional, mas sobretudo ardoroso missionário.

3 Daí inclusive desponta a impor-tância da formação permanente, entendida como disposição ativa e inteligente para aprender durante toda a vida. Tudo em vista da atua-lização e da ressignificação do nos-so jeito de comunicar ao mundo de hoje o que a gente é, o que nós procuramos e o que queremos ser.

3 Importa “discernir os apelos do Espírito e dar início a uma nova práxis, refletindo e rezando juntos, atribuindo sentido espiritual às di-ferentes situações, estabelecendo consensos em torno do essencial e envidando esforços coerentes e perseverantes na direção da meta: uma vida consagrada apostólica fiel, fecunda e feliz, verdadeira-mente mística, fraterna e missio-nária, memória viva do Evangelho, profecia do Reino que vem, sinal expressivo daquela esperança que

não ilude, sem a qual a fé se torna frágil e a caridade logo se cansa e desanima”.

2. “francisco: timoneiro da

esperança – o projeto de uma igreja em saída e suas contradições”, do Pe. Paulo suess. alguns comentários:3 Afirma Pe. Paulo que o projeto do

Papa Francisco é configurado por discursos, gestos e práticas de diá-logo. E elenca sete eixos desse pro-jeto que realçam uma nova força de atração do Evangelho para o mun-do de hoje: a alegria, a realidade, o encontro, a missão, a misericórdia, a sinodalidade e a ecologia integral. Tal projeto, no entanto, encon-tra obstáculos, sobretudo no lado interno da própria Igreja. E tem também suas contradições... Cons-tatou-se que a Província, enquanto

instituição, e o próprio Definitório experimentam isso.

3 O princípio da sinodalidade nem sempre é fácil de ser aplicado en-tre nós. Ela leva a sínteses, e nós vivemos tempo de antíteses. Fal-tam-nos diálogo, abertura, “con-cessões”. Daí a tarefa de procurar envolver a todos nas grandes ques-tões e discussões. A sinodalidade expressa justamente o princípio da participação na construção do caminho comum. Mas, como diz a Evangelii gaudium, é preciso prever “a custosa evolução dos processos”.

3 O apego ao dinheiro, ao bem-es-tar, às seguranças e garantias nos impedem de alçar voos de profe-tismo, de leveza e atitude de saída e encontro. Caracteriza-nos, não raro, a postura do avestruz, que es-code a cabeça na areia. Pergunta o Papa: “Como posso trabalhar com

Senhor meu Deus, não tenho ideia para onde estou indo. Não vejo o cami-nho diante de mim e não tenho certeza aonde me levará. Na verdade, nem sequer me conheço. E o fato de pensar que estou seguindo tua vontade não significa que realmente o esteja. Mas acredito que meu desejo de fazer tua vontade te agrada. E espero ter esse desejo em tudo o que estiver fazendo. Espero jamais fazer alguma coisa distante desse desejo. E sei que, agindo assim, tu me levarás pelo caminho certo, embora sobre ele eu nada possa saber. Portanto, sempre confiarei em ti, ainda que pareça estar perdido e sob a sombra da morte. Não hei de temer, pois tu estás sempre comigo, e nunca deixarás que eu enfrente os perigos sozinho.

(Thomas Merton)

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outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 601

Definitório Provincial

gente sem sonhos e consciências anestesiadas? Com colaboradores que têm medo de tudo e procuram a sua salvação na fuga? Que não querem ver as realidades e põem a cabeça na areia?”.

3 Se nos falta senso de realidade, cor-remos o risco que viver um artifi-cialismo, com práticas obsoletas, sem vida, descontextualizadas, fe-chadas e autorreferenciais.

3 Muitas garantias e seguranças promovidas pela instituição po-dem nos enrijecer, nos “engessar”, tolhendo de nós a mobilidade, a itinerância, a capacidade de ir ao encontro.

3 Nos imperativos da Evangelii gau-dium, percebem-se resistências in-ternas à “Igreja em saída”:

“Não deixemos que nos roubem nos-so entusiasmo missionário!” (80)“Não deixemos que nos roubem a ale-gria da evangelização!” (83)“Não deixemos que nos roubem a co-munidade!” (92)“Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!” (101)“Não deixemos que nos roubem a for-ça missionária!” (109)

3. “Por um mundo melhor, com pesso-as mais misericordiosas”, de Pe. José Carlos Pereira, passionista. Alguns comentários:3 A misericórdia é o tipo do amor de

Deus, concretizado na encarnação;3 Misericórdia e perdão são binômio

de um mesmo procedimento: o amor.

3 No ano santo da misericórdia, o Papa nos possibilita vivermos uma das experiências mais belas do amor de Deus, vislumbrando seu rosto misericordioso nos atos de miseri-córdia de cada um de nós, criados à sua imagem e semelhança.

3 A indiferença, por sua vez, nos deixa fechados, isolados, nos tolhe a sensi-bilidade, própria de quem de fato se relaciona com amor e misericórdia.

3 Um postulante, no início do postu-lantado, que trabalhava no jardim, dizia que para ele tudo era mato. No final do ano, depois de um pro-cesso de formação, confessou que ter sensibilidade para com as dife-rentes plantas e flores, foi um gran-de aprendizado. E que influencia tudo mais.

3 Na tarefa do Definitório, como instância de animação, é preciso ter muito cuidado. Muitos o con-sideram como órgão para resolver tudo, e “punir”, às vezes. Porém, es-cutar, acolher, ter compaixão, mui-tas vezes, é entendido como atitude fraca.

3 Somos “adestrados”, na formação, para sermos seres humanos de qualidade. Nos são dadas poesia, consciência, experiência de Deus, possibilidades, mas muitas vezes não correspondemos, no decorrer da vida, ao que nos foi e é dado.

3 A expressão de São Francisco no Testamento é muito concreta, e re-porta para além de um sentimento. Fala de uma postura: “Fazer mise-ricórdia”.

2) retiros – frades do rio de Janeiro, ituporanga e do ano missionário1. O Definitório aprovou a propos-

ta de retiro da Fraternidade Santo Antônio, do Rio de Janeiro, que conta com um número grande de frades, alguns com idade avançada e com dificuldade de mobilidade. O retiro será no período de 26 a 30 de setembro, no próprio Convento Santo Antônio. O tema das refle-xões será a Misericórdia, com base na Misercordiae vultus. Na progra-mação consta a oração comum das Laudes e Completas, Missa conce-lebrada no final do dia na igreja, leitura pessoal e partilha. Participa-rão: Frei José Pereira, Frei José Luiz Alves, Frei Guido Scottini, Frei An-

tônio Nader, Frei Róger Brunorio, Frei José Ulisses de Moraes, Frei Sérgio de Souza, Frei Anselmo Fra-casso, Frei Robson de Castro Gui-marães, Frei Antônio Otávio e Frei Neylor Tonin.

2. Também foi aprovado o retiro dos frades de Ituporanga, envolvendo a fraternidade da paróquia e a do seminário, de 15 a 18 de novem-bro, no eremitério de Rodeio. Tema e assessor ainda serão definidos. Caso haja interesse, outros frades do Regional poderão participar do retiro.

3. Por indicação do Conselho de For-mação, os confrades que neste ano de 2016 fazem a experiência do Ano Missionário, farão juntos o re-tiro, em Guaratinguetá, nos dias 3 e 4 de novembro próximo. Assesso-res: Frei César, Frei João Francisco e Frei Alexandre Magno.

3) retiro dos frades de 1 a 10 anos de transferência, após os períodos em casas de for-mação

Relato de Frei Gustavo Medella:O retiro foi realizado entre os dias 15 e 18 de agosto, no Projeto Santa Clara, na Ponta da Fruta, Vila Velha, ES. Embora a participação não tenha sido muito nu-merosa, os resultados foram bons e o en-contro foi muito bem avaliado pelos par-ticipantes. Houve a assessoria de Dom Rubens Sevilha, OCD, bispo auxiliar de Vitória, ES, que abordou o tema Vida re-ligiosa: desafios dos primeiros anos, e de Frei Clarêncio Neotti, que apresentou o tema O Evangelho como fonte de nossa vida e missão. O encontro foi marcado ainda por um momento em que os fra-des puderam relatar pessoalmente como estão se sentindo em suas fraternida-des e serviços. Um breve relatório desta partilha será passado a Frei Fidêncio, na qualidade de Moderador da Formação Permanente. O encerramento do en-contro se deu com uma peregrinação ao

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Convento da Penha, onde os frades par-ticiparam de uma celebração penitencial e puderam passar pela Porta Santa da Misericórdia, instalada naquele santuá-rio. Houve também uma partilha sobre pontos destacados pelos próprios frades a partir de um diálogo fraterno:3 As circunstâncias e modos pelos

quais confrades mais jovens torna-ram-se egressos- Até que ponto nossas fraternidades

oferecem espaço para que as crises possam ser trabalhadas?

- Diante destes casos, com frequência o sentimento que impera é o de im-potência;

- Muitas vezes os que acabam saindo também adotam uma postura de to-tal fechamento;

- Somos capazes de perceber o pro-cesso que leva ao esgotamento?

- Percebermos as dificuldades do ir-mão, mas, por vezes, nos privamos de nos aproximar: falta-nos a dispo-sição de nos tornarmos participan-tes da vida do confrade;

- Nossas relações pautam-se muitas vezes numa certa diplomacia super-ficial, acabando por isolar as pessoas;

- O grupo, por vezes, sabe do proble-ma, mas tem reservas em falar com a pessoa;

- Precisamos criar a disposição pesso-al de se ter, ao menos, alguém (entre os confrades) com o qual se consiga partilhar a vida (alegrias e tristezas).

3 O cuidado com o ambiente fraterno- Precisamos cuidar dos nossos am-

bientes fraternos, bem como da dis-posição pessoal para a fraternidade, a fim de evitar o isolamento;

- Importa ter o cuidado de organizar estruturas na casa que favoreçam os encontros fraternos;

3 O peso das estruturas e a urgência do redimensionamento- Lutamos tanto, em tempos idos, por

um “Igreja em saída”. Agora que te-mos o ambiente favorável, nos per-guntamos: o que fazer?;

- As transferências são importantes para renovar o ânimo – tirar as fra-ternidades das “manias”;

- A redução do número dos frades e a manutenção de estruturas pesadas são dados que causam preocupação;

- A formação inicial deveria ser mais desafiadora – o processo de forma-ção poderia tornar o formando mais participante dos conflitos;

- A concentração de cargos e atribui-ções são sinal visível da necessidade de redimensionamento;

- Preocupa-nos o quadro da Provín-cia (faixa etária acima dos 70);

- Os Regionais podem e devem ofere-cer luzes fundamentais para o redi-mensionamento.

3 Reconhecimento do potencial da Província- Sentimos alegria pela diversidade de

campos de atuação da Província;- A confiança que a Província depo-

sita nos jovens frades é motivo de gratidão;

- A Província tem muito a contribuir com a Ordem;

- A relação horizontal que o governo provincial mantém com os frades é muito positiva.

4) ano missionário - aprovaçãoO Definitório aprovou que façam a experiência do Ano Missionário em 2017, os confrades que concluem ou cursam Filosofia em Rondinha: Frei Ângelo Fernandes Baratella, Frei Ga-briel Dellandrea, Frei Hugo Câmara dos Santos, Frei Marcos Schwengber e Frei Zilmar Augusto Moreira de Oli-veira. Os locais da experiência serão combinados posteriormente.

5) Projeto fraterno de vida e missão - apreciação

O Definitório começou a apreciar o Pro-jeto Fraterno de Vida e Missão das fra-ternidades que já o enviaram à secretaria provincial. Muitas ainda não o entrega-ram. O prazo para a composição é 30 de

agosto. Na próxima reunião do Definitó-rio, os Projetos continuarão a ser apre-ciados. Pede-se que eles sejam enviados, digitalizados, ao e-mail de Frei Walter ([email protected]).

6) frente da comunicação – meios próprios e iniciativas

Relato de Frei Gustavo Medella:Nossos meios próprios

3 Programa Espaço Família – Es-treou, há cerca de três meses, como espaço de programação religiosa local na Rádio Celinauta. Vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 20h às 22h, na Rádio Celinauta, abrindo com a Sala Franciscana e seguin-do com outros quadros. Chama a atenção o fato de ser um programa com conteúdo bastante variado e que vem sendo produzido com qualidade, sob a coordenação de Frei Nelson Rabelo. Iniciativa vá-lida que pode e deve ser ampliada em termos de quantidade de tem-po (duração) e também alcance (outras emissoras). Importante es-paço de evangelização.

3 Telejornal da tarde – Até há pou-co tempo gravado, a 2ª Edição do Sudoeste Notícias começou a ser exibida ao vivo, com uma proposta dinâmica, com entrevistas, qua-dros especiais realizados em par-ceria, inclusive com a nossa FAE e notícias. Comprometer-se com um jornalismo sério e de credibilidade também se configura numa opção evangelizadora.

3 Debate com os candidatos a pre-feito – Em cadeia, a TV Sudoeste e a Rádio Celinauta produzem e transmitem em cadeia uma série de debates com os candidatos à prefeitura dos 14 maiores muni--cípios da região. Chance de des-pertar e promover a cidadania de um voto consciente.

3 Estágio dos confrades do tempo da Filosofia – Experiência mui-

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to bem avaliada tanto por parte dos formandos quanto da frater-nidade formadora e também da fraternidade local que os acolheu. No período de quase um mês, os freis que estiveram em Pato Bran-co puderam acompanhar todos os setores de trabalho em nossas emissoras, participando ativamen-te do processo e dando, inclusive sua contribuição na produção de conteúdos radiofônicos e televisi-vos. Puderam ainda levar alguns equipamentos em desuso em Pato Branco, mas que poderiam ser muito úteis para as produções que realizam em Rondinha.

4º Encontro Provincial Com a presença de cerca de 25 partici-pantes ligados a nossos meios próprios (Rádios, TV, Editora e Site) e também às outras frentes, especialmente Educação e Solidariedade, foi realizado nos dias 02 e 03 de agosto em Rondinha. O tema foi “Comunicar e Evangelizar em Tempos de Crise”. Ponto de destaque para a parte formativa num percurso que partiu de um panorama geral em direção à nossa presença específica na Comunicação. Seguem algumas considerações:

3 A solução para a crise ética em que vivemos passa por transformação de nossa prática comunicativa, numa perspectiva mais inclusiva, dialogal e transformadora;

3 Em tempos de crise nos mais diver-sos âmbitos, é dever do comunica-dor não “colocar mais lenha na fo-gueira”, mas tentar devolver para a sociedade as informações corretas sobre economia, política e repensar como nós orientamos as massas: como sujeitos de transformações ou massas de manobra?

3 A Comunicação precisa ser pen-sada dentro da lógica da ecologia integral. Não dá mais para pensar a TV, o rádio nos seus quadrados; se a gente não pensar isso integrado,

como o Papa disse na Laudato Si’, vai ser difícil sobreviver na comple-xidade midiática de hoje;

3 Vale muito apostar em processos tentativos. Ninguém tem a fór-mula, a receita dourada para dar de como agir no mundo contem-porâneo. Pode haver seus erros e acertos;

3 Além de possuir os espaços para a Comunicação, devemos ter es-pecial atenção em nos ocuparmos dos processos comunicacionais;

3 O comunicador tem o papel de transformar o caos no cosmos. Precisamos harmonizar as diferen-ças por meio de formas de diálogo que nos permitam crescer na com-preensão e respeito;

3 Desafiados pela crise, devemos buscar a clareza das motivações de nossa vida e missão, ressignifi--cando-as diante do cenário atual.

Também fez parte do encontro um bre-ve estudo sobre o conceito de Evangeli-zação, compreendido de maneira mais ampla, levando em consideração os in-dicativos do Plano de Evangelização da Província. Seguem alguns apontamen-tos:

Evangelizaçãoa) Anúncio explícito dos conteúdos da

fé (Mc 16,16)Celebrações, encontros, cursos, ca-tequese, sacramentos, pastorais, ora-ções, programas bíblicos etc.

b) Promover a justiça e denunciar a injustiça (Mt 6,36) - Dimensão pro-fética• Jornalismo comprometido com a

comunidade• Defesa do direito dos mais fracos• Cobrança das autoridades compe-

tentes e do poder público• Politização e empoderamento do te-

lespectador, ouvinte e leitorc) Promover a qualidade de vida inte-

gral (Jo 10,10)

• Campanhas educativas (risco de drogas e bebida, prevenção de aci-dente, hábitos saudáveis etc.)

• Entrevistas de orientação e presta-ção de serviços

• Publicações que promovam a saúde integral

d) Despertar as qualidades do outro (Lc 19,5) • Matérias que divulguem bons exem-

plos• Histórias transformadoras• Pessoas e instituições que se desta-

cam na prática do bem• Iniciativas que promovam a aproxi-

mação entre as pessoase) Conscientizar para a partilha, a doa-

ção e o serviço (Lc 22,27)• Campanhas de solidariedade• Mutirões• Conteúdo audiovisual e publicações

voltadas para um modelo de vida mais modesto, apoiado no coletivo e partilhado

f) Crítica dos valores anti-evangélicos (Mt 5,38-42)• Contrapor o senso comum, espe-

cialmente em questões polêmicas (pena de morte, maioridade penal, “justiça com as próprias mãos”, etc.)

• Apostar na lógica da acolhida e do diálogo

• Levantar questões em torno de fenô-menos sociais

g) Testemunho de vida pautado na co-erência e na transparência (Mc 4,22)• Coerência de vida “no ar” e fora do

ar• Empatia• Identificação com o ouvinte, teles-

pectador ou leitor

Novas iniciativas junto ao Convento da Penha Trata-se de um passo ousado, porém ne-cessário, da fraternidade local. Face ao grau de importância e força simbólica e afetiva que o Convento tem junto ao povo capixaba e as oportunidades ofere-cidas pelos meios de comunicação local,

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achou-se por bem ampliar a presença do Santuário e toda a espiritualidade que dele nasce, junto aos meios de comuni-cação do Estado. Daí surgem as seguin-tes iniciativas:

• Transmissão diária da Missa das 15h00 pela Rádio América AM, com custo mensal de R$3.000,00. Data prevista para o início no meio de setembro.

• Transmissão dominical da missa das 9h00 pela TV Espírito Santo, em HD, mais a apresentação de um breve pro-grama com as notícias do convento, com custo mensal de R$25.000,00. Data prevista para o início no come-ço de outubro, aproveitando a festa de São Francisco. O valor desta segunda iniciativa, por ser mais elevado, no primeiro mês será honrado a partir da própria fraternidade, mas há clareza de que, para que ela siga em frente, ha-verá necessidade de patrocínio exter-no, o que se espera alcançar quando a missa começar a ir ao ar.

• Possibilidade de retransmissão da Sala Franciscana pela Rádio Améri-ca – ainda em fase de tratativa.

7) frentes de evangelização – plano de açãoAs Frentes de Evangelização estão fa-zendo suas reuniões neste período pós-capitular, e o Conselho da Evange-lização vai se reunir em novembro. Foi lembrado que na elaboração do Plano de Evangelização, o último Capítulo seguiu uma lógica diferente. Procurou concentrar-se nas prioridades e nas razões pelas quais elegemos nossas 5 Frentes de Evangelização. Cabe agora aos frades envolvidos em cada uma das Frentes elaborar um plano de ação a partir das indicações dadas pelo Capítu-lo sobre o “como” queremos nelas estar.

8) centro educacional terra santa - auditoriaO Definitório analisou as conclusões do relatório de auditoria, realizada jun-

to ao Centro Educacional Terra Santa, de Petrópolis, por técnicos da Asso-ciação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus. Aspectos legais, contábeis, financeiros, trabalhistas, e outros fo-ram considerados. “Os resultados in-dicam que o Centro Educacional apre-senta situação econômico-financeira equilibrada, não possuindo emprésti-mos e financiamentos vigentes, nem processos judiciais em andamento, mantendo regularidade no Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, nas certidões negativas e no al-vará de lo-calização. Contudo, foram constatados descumprimentos nos aspectos contábeis, trabalhistas, legais e estatutários, os quais consideramos como riscos significativos, podendo, inclusive, prejudicar a continuidade das suas atividades, na possibilidade de ocorrência desses eventos”. Os passos a serem dados a partir da auditoria se-rão combinados com a diretoria atual, com assessoria do Sefras.

9) associação Bom Jesus – nova unidade Acolhendo o parecer positivo do Conselho de Administração da Pro-víncia, o Definitório aprovou a pro-posta de se estabelecer uma nova uni-dade de ensino da Associação Bom Jesus, no bairro de Pedra Branca, no município de Palhoça, SC.

10) redimensionamento - iniciativaOs Definidores, agradecidos, con-sideraram louvável a iniciativa de confrades do Regional do Leste Ca--tarinense, que foram até o arcebis-po de Florianópolis tratar de possi-bilidades de redimensionamento da presença dos frades naquela região. Vale lembrar também que continu-am as tratativas para a “entrega” da Paróquia de Paty do Alferes, que, possivelmente, acontecerá até a Pás-coa do próximo ano.

11) encontros regionais - programaçãoO Definitório sugere que para o pró-ximo encontro os Regionais abor-dem os seguintes temas: 1. “Mise--ricórdia como paradigma pastoral”, texto de Frei João Reinert presente nas Comunicações de setembro; 2. Partilha dos Projetos Fraternos de Vida e Missão; 3. Redimensiona-mento. Na reunião do Definitório com os Coordenadores Regionais, no dia 30 de novembro, em Rondinha, será visto o que possa vir a ser uma pauta comum dos encontros regionais do próximo ano, sem desconsiderar o que lhes é peculiar e próprio.

12) frei estêvão ottenbreit – guardião do antonianumEm decreto de 12 de julho de 2016, o Definitório Geral elegeu a Frei Estê-vão guardião da Fraternidade Santo Antônio e da casa filial Beato Frei Gabriel Allegra, no Colégio Interna-cional de Santo Antônio, em Roma.

13) transferência1. Frei Clauzemir Makximovitz –

da Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem, do bairro Roci-nha, no Rio de Janeiro, para a Fra-ternidade São Luís Gonzaga, de Xaxim, como vigário paroquial;

14) nomeações diversas1. Frei Almir Ribeiro Guimarães

– assistente espiritual das Irmãs Clarissas da Gávea, no Rio de Ja-neiro.

2. Frei Cássio Vieira de Lima – atendente conventual na Frater-nidade Bom Jesus dos Perdões, de Curitiba;

3. Frei Gentil de Lima Branco – animador do SAV do Regional do Leste Catarinense;

4. Frei Gilson Kammer – mestre de Frei Alan Leal de Mattos, professo

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temporário em ano missionário em Colatina;

5. Frei Alvaci Mendes Luz – re-nomeado assistente espiritual do grupo Sul do Instituto Secular Pe--quena Família Franciscana;

6. Frei Gilmar José da Silva – assis-tente espiritual da Fraternidade OFS Nossa Senhora da Concei-ção, de Paty do Alferes;

7. Frei Marcos Prado dos Santos – assistente espiritual da Fraterni-dade OFS São Francisco Solano, de Ituporanga;

8. Frei Aloísio Paulo Agosti-nho dos Santos – secretário da FIMDA;

9. Frei André Gurzynski – anima-dor do Serviço JPIC da FIMDA;

10. Frei Ivair Bueno de Carvalho – animador do SAV da FIMDA;

11. Frei Jeferson Palandi Broca – ecônomo da FIMDA;

12. Frei Laerte de Farias dos Santos – secretário para a Evangelização da FIMDA;

13. Frei Marco Antônio dos Santos – secretário para a Formação e os Estudos da FIMDA;

15) rio de Janeiro - eleições1. Frei José Pereira – guardião da Fra-

ternidade Santo Antônio, do Largo da Carioca, no Rio de Janeiro.

2. Frei Róger Brunorio – vigário da casa na Fraternidade Santo Antô-nio, do Largo da Carioca, no Rio de Janeiro. Ele também foi nome-ado animador do SAV local.

16) capítulo da fimda - relatoFrei Fidêncio relatou aos Defini-dores o andamento do Capítulo da FIMDA, celebrado de 18 a 21 de julho deste ano, em Luanda, e pon-tuou algumas questões. Todos os frades da Fundação (professos so-lenes e professos temporários) têm direito de participar do Capítulo. Deste participaram também o Mi-

nistro Provincial Frei Fidêncio, o Definidor Frei João Francisco, e o coordenador da Frente das Missões Frei Alexandre Magno. Frei Fidên-cio:1. Comentou a apresentação dos re-

latórios, e a participação positiva e interessada dos confrades no Capítulo;

2. Apresentou em linhas gerais a composição e situação atual das fraternidades, o quadro sintéti-co dos formandos angolanos nas diversas etapas em 2016 (semina-ristas, 50; postulantes, 10; noviços, 12; professos temporários e sole-nes em tempo de estudos, 20);

3. Abordou o interesse em se estabe-lecer uma casa de Noviciado em Angola, devido ao número signi-ficativo de vocacionados. Neste ano há 12 noviços angolanos em Rodeio. O problema, no entanto, no momento, é a carência de for-madores;

4. Informou o que foi tratado quan-to à questão econômica e dos investimentos da Fundação, so-bretudo em vista das casas de formação. O sustento econômico da FIMDA depende quase ex-clusivamente dos recursos pro-venientes da Província (de 85% a 90%). Alguns recursos procedem de outras Entidades, em especial para projetos sociais e algumas obras. No presente momento, o país passa por uma profunda e delicada crise econômica, que fez com que os preços dos produtos básicos dobrassem e, em muitos casos, triplicassem de valor. Há um esforço das fraternidades em buscar caminhos e meios para o autossustento da Missão. A des-valorização cambial interna e o aumento excessivo do câmbio paralelo causam grave dificuldade ao país e, por consequência, tam-bém à FIMDA. Há racionamento

de alimentos, gravíssima carência de medicação, as estradas vão se deteriorando. Um país rico em recursos, porém a pobreza tem crescido vertiginosamente nos úl-timos tempos;

5. Citou algumas decisões capitu-lares referentes aos Estatutos da Fundação, que serão refeitos, ao Plano de Evangelização, que será composto, e às Diretrizes Econô-micas, que serão elaboradas.

17) conselho da fimda - eleiçãoNo decorrer do Capítulo da FI-MDA, ocorrida em julho deste ano, foi eleito o novo conselho:Frei José Antônio dos Santos – pre-sidente;Frei Ivair Bueno de Carvalho – 1º conselheiro;Frei Laerte de Farias dos Santos – 2º conselheiro;Frei Valdemiro Wastchuk – 3º con-selheiro.

18) frei claudino gilz - congressoFrei Claudino recebeu autoriza-ção para participar do Congresso Ibero-Americano “Património, suas matérias e imatérias”, a ocorrer em Lisboa, nos dias 2 e 3 de novembro de 2016, ocasião em que apresenta-rá trabalho acadêmico referente ao seu doutorado em Educação, cujo tema é: “Livros de Leitura da Esco-la Gratuita São José – patrimônio e memória da contribuição dos Fran-ciscanos à História da Educação no Brasil, nas primeiras décadas do sé-culo XX”.

19) cruzeiro do eremitério – mudança de localAtendendo a pedido da frater-nidade de Rodeio, em vista de melhores cuidados (problema de sombra e umidade) e por ques-tão de segurança, a cruz esculpida pelo falecido Frei José Rochinski,

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que se encontra no caminho para o eremitério, será afixada em local mais próximo à casa, dentro do terreno cercado.

20) estatutos da Província - aprovaçãoEm sessão do dia 13 de julho, o De-finitório Geral da Ordem aprovou os Estatutos Particulares da Província da Imaculada Conceição do Brasil, re-feito e aprovado no Capítulo Provin-cial deste ano. Há, no entanto, alguns acréscimos e acertos a serem feitos, por pedido da Comissão Jurídica da Ordem. Frei Mário Tagliari, Frei José Francisco de C. dos Santos e Frei Wal-ter de Carvalho Júnior ficaram encar-regados de fazer os ajustes, para poste-rior aprovação final dos Estatutos pelo Definitório Provincial.

21) vigário e definidor Provinciais - confirmaçãoEm sessão do dia 22 de julho, o Defi-nitório Geral aprovou e confirmou a eleição de Frei César Külkamp para o ofício de Vigário Provincial, e a de Frei Evandro Balestrin para o ofício de Definidor Provincial.

22) orçamento 2017 das fraternidadesDevido à instabilidade econômica pela qual o país passa, e também pelo fato de já hoje as receitas da Província estarem diminuindo e as despesas estarem aumentando, confrontadas com a previsão que se tinha para este ano, os Defini-dores pedem que todas as fraterni-dades, em capítulo local, façam de fato o seu orçamento para 2017, de modo bem realista e consciencioso, e o apresentem, logo que possível, ao Economato Provincial.

23) convento são francisco - reformasJá foram iniciadas as reformas no

quarto, quinto e sexto andares do Convento São Francisco, em São Paulo, dentro da grande readequa-ção aprovada para aquela casa. De-vido a isso, no próximo ano ficará bastante restrita a possibilidade de recepção de hóspedes. Proxima-mente a Fraternidade local enviará boletim on-line explicando a situ-ação.

24) convento do Pari – reforma do telhadoEmbora ainda deva ser pauta do conselho do Economato, o Defini-tório aprovou que seja reformado o telhado da parte antiga do Convento do Pari, em São Paulo, que se encon-tra em condições muito precárias, causando danos perigosos ao prédio como um todo.

25) frei aniceto Kroker – translado dos restos mortais O Definitório aprovou o pedido da paróquia São Judas Tadeu, do bairro Mosela, em Petrópolis, que, em carta de 7 de julho de 2016, pede o translado dos restos mor-tais de Frei Aniceto Kroker para a igreja matriz. Em outubro ocor-rerá o centenário do nascimento de Frei Aniceto, que construiu aquela igreja e escola, dentre ou-tras que construiu em Petrópolis. O bispo Dom Gregório Paixão também pede o translado como forma de valorizar a herança dos frades neste trabalho e perpetu-ar a sua memória. A fraternidade local, reconhecendo o trabalho de Frei Aniceto, apesar de algumas ressalvas, mostra-se favorável ao translado.

26) egressos e licenciados - processos Pedem para deixar definitivamen-te a Ordem: Frei Valnei Brunetto (licenciado) e Frei Reinaldo Me-

neses da Silva, que era membro da Fraternidade Santo Antônio, no Rio de Janeiro. Já Frei Clóvis Pa-sinato, em decreto de 22 de julho de 2016, recebeu do Definitório Geral o indulto de exclaustração por três anos. Por sua vez, Frei Vi-talino Piaia deixará a Fraternidade de Xaxim, e, com licença do Defi-nitório, permanecerá por um tem-po, junto a familiares, para discer-nimento.

27) autorizações de viagemPor motivos diversos, receberam autorização para viajar ao Exterior: Frei Olivo Marafon, Frei Antônio Everaldo P. Marinho, Frei Claudi-no Gilz e Frei Rozântimo Antunes Costa.

encerramentoAo final da sessão da tarde do dia 25, às 17h40, encerrando a reunião do Definitório Provincial, Frei Fi-dên-cio confessou o quão bom foi conviver e rezar com a fraternidade do Noviciado durante a semana em que os Definidores estiveram reu-nidos. Todos se mostraram agra-decidos. Frei Fidêncio elogiou os momentos de partilha e reflexão. Lamentou, porém – referindo-se às sessões do Definitório propria-mente ditas -, o grande desgaste e cansaço provocado pela aborda-gem dos assuntos colocados em pauta. Evidencia-se sempre mais o “aperto” amplo e em vários sen-tidos que a Província vive. Pensar o futuro requer que sejamos mais objetivos, realistas, despojados, fraternos, disponíveis, procurando concentrar forças e revitalizando nossa presença franciscana evan-gelizadora nos lugares em que nos encontramos.

Frei Walter de Carvalho Júnior secretário

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CFFB

com o tema “Fiéis à Regra para restaurar a Igreja, a vida frater-na e a sociedade”, foi realizado de 19 a 21 de agosto, no Semi-

nário de Agudos (SP), o Capítulo Ordi-nário Eletivo da Fraternidade Regional Sudeste III/SP, da Ordem Franciscana Secular do Brasil. O lema escolhido foi “Prometi, fiel serei”. O Ministro Nacional Vanderlei Suelio Gomes pre-sidiu o Capítulo e o Assistente Espiri-tual Nacional, Frei Alexandre Patucci, OFMConv, fez uma brilhante reflexão sobre o tema do Capítulo, antecedendo a votação, que contou com a presença de 173 capitulares.

“É importante destacar o quanto no percurso de Francisco de Assis a primeira coisa que ele acabou restau-rando foi a si mesmo! Este ponto liga--se àquilo que se propõe como lema: “Eu prometi, fiel serei”! Ou seja, tal ‘restauração’ só toma cargo a partir deste ‘eu’ que promete: ‘Fiel serei’. Mas ser fiel a quê? Ser fiel aquilo que vis-lumbramos como sentido de vida: A Regra, que de fato, mais do que regras no sentido de normas e leis, expressa para nós ‘Vida’, sentido de vida, uma forma de viver e ser, e que para nós se manifesta a partir de algo muito con-creto: a Fraternidade! Francisco quan-do falava da Regra dizia que ‘a Regra e a vida dos irmãos é esta..’ (art. 4)”, explicou Frei Alexandre.

O frade convidou os participan-tes a não verem a Regra como peso. “Francisco foi conhecido como ‘jogral de Deus’. Por isso seria interessante

pensar a regra, a modo de ‘jogral’ ou ‘jogo’: Todo jogo ou brincadeira possui regras.

Não se vê nelas algo negativo que impede a liberdade, antes se vê nelas aquilo que possibilita o jogo e a brin-cadeira! E sempre aquele que joga ou brinca faz experiência de liberdade! A liberdade de Jesus Cristo, a liberdade dos filhos de Deus que Paulo aborda em suas cartas (“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou”, Gl 5,1); a li-berdade que Francisco encontrou: jo-gral de Deus, jogando o jogo do Reino, poeta do Reino! Viver a regra com esta liberdade de espírito, com a criativida-de de quem brinca ou joga um bom jogo, e de quem canta os louvores do Senhor!”, ensinou.

Num clima alegre e de fé, foram eleitos para compor o novo Conselho no triênio 2016-2019: Ministro – An-tônio Júlio Martins; Vice-Ministro – César Augusto Galvão; Coorde-nadora de Formação – Bernadete de Lourdes Franco Pereira; 1ª Secretária – Myrthes Maria Vega de Mattos; 2ª

Secretária – Rita de Cássia Rocha Bas-tos Plotegher; 1º. Tesoureiro – Mario Zanchetta Sobrinho; 2º Tesoureiro – Lauro Antonio Baruqui Pirola; Coor-denadores do 1º Distrito – Ana Maria Rodrigues de Lima, Fernando Gregó-rio de Oliveira e João Carlos Martins; Coordenadores do 2º. Distrito – João Paulo do Nascimento e Paulo e Paulo Alexandre Ferreira; Coordenadores do 3º Distrito – Angelina Lopes Costa e Paulo Alceu Justen; Coordenadores do 4º Distrito – Eduardo Aparecido Martins de Melo e Ana Cândida de Oliveira Diniz; Coordenadores do 5º distrito – Antônio Flavio Batista e Neolita Soncin; Coordenadora do 6º. Distrito – Ana Angélica Lopes Pe-reira; Coordenadora do 7º Distrito – Sirlei Gomes; Coordenadores do 8º Distrito– José Juvenal da Silva e Elton Aparecido Michetti. Conselho Fiscal – Cleide Aparecida Marchi, Aldevir Brunini e Jalile Yared de Barros Sene; Conselho Fiscal Suplente: Silvio José de Barros, Antônio Carlos Alves e Edite Costa Beber.

ofs sudeste iii elege novo conselho

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608 [coMUNIcAÇÕES]

Falecimento

faleceu na madrugada de ter-ça-feira (23 de agosto), em São Paulo, Frei Alécio Bro-ering. O frade, que era co-

nhecido por ter dedicado sua vida à Pastoral Nipo-brasileira, faleceu de insuficiência renal e problemas car-díacos em decorrência de três am-putações devido ao diabetes.

Seu corpo foi velado no Conven-to São Francisco, no Centro de São Paulo, e, após a Missa, o corpo foi levado para o Cemitério Santíssimo Sacramento, onde os frades, amigos e familiares deixaram seu último adeus a Frei Alécio.

o frade menorFrei Alécio dedicou quase toda

a sua vida religiosa franciscana ao trabalho pastoral na colônia japo-nesa no Brasil. A falta de missas em japonês, muito pedidas pela colônia, motivou o jovem frade a estudar

no Japão em 1963, onde trabalhou como missionário. Lá, estudou a lín-gua por dois anos, adquiriu fluência e então pôde voltar para ministrar

os sermões, casamentos, bodas, ce-lebrar Missas e batizados para a Co-munidade Nipo-brasileira.

Residindo em São Paulo, onde está a maior comunidade japonesa do Brasil, Frei Alécio desenvolveu um grande trabalho pastoral, espe-cialmente na celebração de missas em japonês na Igreja São Francisco de Assis, na Vila Clementino, sem-pre no segundo e quarto domin-gos de cada mês. Durante muitos anos coordenou a Pastoral Nipo--brasileira e participou ativamente de sua fundação em 1967, quando foi o primeiro presidente nacional. Como missionário itinerante entre os japoneses visitava constantemen-te os Estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Mato Grosso, onde estavam as maiores colônias de ja-poneses.

Em 1974, Frei Alécio foi Visita-dor Geral da Federação Franciscana do Japão, que reunia 11 províncias. “O objetivo principal de minha vi-

dados pessoais, formação e atividades Nascimento: 9.05.1936 (80 anos de idade), em Santo Amaro da Imperatriz – SC; Admissão ao Noviciado: 21.12.1955, em Rodeio, SC; Primeira Profissão: 22.12.1956 (60 anos de Vida Franciscana); Profissão Solene: 22.12.1959; Ordenação Presbiteral: 06.07.1962 (54 anos de Sacerdócio);

1957 – 1958 – Curitiba – estudos de Filosofia;1959 – 1962 – Petrópolis – estudos de Teologia;1962 – Tóquio – Estudo da Língua e História Japonesa1965 – São Paulo – Pastoral Nipônica;24.01.1966 – Agudos – Professor no Seminário e missionário entre os japoneses;09.01.1967 – Bauru – Missionário entre os Japoneses;20.08.1967 – São Paulo – São Francisco – Presidente da Pastoral Nipo-brasileira;28.01.1968 – São Paulo – Vila Clementino – missionário entre os japoneses e coorde-nador interino da fraternidade;21.12.1976 – São Paulo – Vila Clementino – Vigário paroquial;15.12.1982 – São Paulo – São Francisco – Guardião e pároco (1986 reeleito);21.01.1989 – São Paulo – Vila Clementino – Vigário da casa e vigário paroquial;28.09.1990 – São Paulo – Pari – Vigário paroquial;10.01.1995 – São Paulo – Vila Clementino – Vigário paroquial;01.12.1997 – São Paulo – Vila Clementino – Guardião e pároco22.11.2000 – São Paulo – São Francisco – Vigário paroquial20.12.2006 – São Paulo – Pari – Vigário paroquial e assistente da OFS17.12.2009 – Bragança Paulista – A serviço da Pastoral Nipo-brasileira12.12.2012 – São Paulo – São Francisco – atendente conventual

frei alÉcio Broering 09.05.1936 + 23.08.2016

Foto na celebração do Natal de 2009 com a Fraternidade Santo Antônio do Pari

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outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 609

Falecimento

sita era fundar a Província Francis-cana do Japão. E aconteceu como a Cúria Geral desejava. Em 1977, foi criada a Província Franciscana dos 26 Mártires do Japão”, escreveu Frei Alécio em texto nas Comunicações internas da Província da Imaculada. Frei Alécio é autor do livro “Os 26 mártires do Japão – A Fé na terra do Sol Nascente”.

O frade dirigiu pelo menos seis romarias dos nipo-brasileiros ao Ja-pão, à Terra Santa e à Europa. Par-ticipou ainda de outros trabalhos como o do Cemitério Morumbi, onde há mais de 30 anos trabalhou como presidente da Mantenedora, a Comunidade Religiosa João XXIII. Frei Alécio também foi um dos fun-dadores da ONG Aliança pela Vida – ALIVI -, que cuida de soropositi-vos e pessoas vivendo com HIV, es-pecialmente crianças.

Para atender a um maior núme-ro de comunidades orientais, fez o Curso de Língua Coreana na Escola Haguon, de 1995-1998, estudando

em Seul de setembro a outubro de 98. Além de japonês e coreano, Frei Alécio falava alemão, inglês e fran-cês.

Sempre depois das Celebrações Eucarísticas para a Colônia havia uma confraternização, que Frei Alé-cio fazia questão de incentivar. “Na verdade a missa que celebro é mais brasileira que japonesa. No Japão, as pessoas gostam de silêncio e recato durante a cerimônia”, dizia em uma entrevista ao Jornal Nippo-Brasil. “Peço aos nikkeis que conservem o que o Japão tem de bom ao mesmo tempo que aprendam as boas coisas brasileiras. Geralmente acontece o contrário”, dizia o frade, sempre muito brincalhão e alegre.

Frei Alécio, contudo, se definia como tímido. Para ele, a preocupa-ção com os mais necessitados vinha desde cedo. Aprendeu a dividir e compartilhar pequenas coisas com os nove irmãos. “No inverno ves-tia mais camisas quando ia à escola para poder emprestar a um colega

que vinha quase sem roupa”, reve-lou. Ele era o quinto filho de Lídia e Rodolfo Augusto Broering, casal de alemães que deu todo apoio ao filho que quis ingressar no seminá-rio em 1948. “Minha mãe contava que quando comecei a falar, já dizia que queria ser padre”, dizia o frade, para explicar que o desejo de se tor-nar padre começou cedo. Para ele, a religiosidade na família e o exemplo dos frades tornaram mais forte a vontade de seguir o sacerdócio, que para ele é “usar a vida a serviço dos irmaos”.

A Pastoral Nipo-brasileira, re-presentada pela sigla PANIB, foi fundada em 1967. É uma entidade beneficente, educacional, religiosa, cultural e de assistência social, ten-do por finalidade a evangelização e catequização dos japoneses e seus descendentes, radicados no Brasil, visando a sua integração ao cristia-nismo e a sua adaptação e integra-ção na vida nacional.

R.I.P.

amigos e familiares recordam alegria e disPoniBilidade

Quem entrava na igreja São Fran-cisco, construção tricentenária lo-

calizada no coração da cidade de São Paulo, na tarde desta terça-feira (23), demorava a entender o que acontecia.

Por volta das 14 horas um grupo de religiosos, religiosas e leigos ento-avam belos cantos em japonês. O ho-menageado era Frei Alécio Broering, de 80 anos, que fez sua Páscoa na ma-drugada de ontem e estava sendo ve-lado no local. Os cantos expressavam o carinho da comunidade japonesa com o frade, que dedicou tantos anos de sua vida junto aos imigrantes.

Após os cantos aconteceu a missa de exéquias, às 15 horas, e foi presi-dida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese de

São Paulo. Frades de São Paulo e de Bragança Paulista estiveram presen-tes, além de religiosos e religiosas da PANIB – Pastoral Nipo-Brasileira e da comunidade coreana – para a qual ele também prestava assistência. Os familiares, as irmãs e os sobrinhos e sobrinhas vindos de Santa Catarina, também se despediram de Frei Alé-cio. Eles estiveram presentes em mui-tas ocasiões, principalmente durante o tempo em que o frade esteve inter-nado no hospital.

Em sua homilia, Dom Julio des-tacou que o momento era de ação de gratidão pelos bens recebidos de Deus através dos inúmeros dons de Frei Alécio, apesar da tristeza pela despedida. “A morte está inscrita em

nossa condição humana, ser homem significa ser mortal”, afirmou o bispo. Apesar da naturalidade, o ser humano ainda experimenta a morte como um drama, segundo Dom Julio, “pois cor-ta as relações definitivamente, tira de nosso convívio as pessoas que ama-mos, a morte torna definitiva a nossa separação das pessoas”, afirmou.

O bispo ressaltou que a partir da morte e ressurreição de Jesus, recebe-mos a esperança da vida eterna e que este seria então o dia do natal, dia em que o Frei Alécio nasceria para a vida eterna junto a Deus. Dom Julio convi-dou então 4 representantes para fala-rem um pouco de Frei Alécio.

Frei Leonardo Matsuo, OFMConv falou em nome da PANIB. O frade

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610 [coMUNIcAÇÕES] outuBRo / 2016

Falecimento

destacou duas características de Frei Alécio: a alegria e a inteligência. Ele recordou que no dia 27 de dezembro de 2015, os dois receberam das mãos de Dom Julio a Comenda Pro Ecclesia et Pontifice, a mais alta condecoração concedida pelo Papa a um religioso, por causa do trabalho dos frades junto aos imigrantes japoneses.

Frei Matsuo, que se revezava com Frei Alécio na presidência e vice-pre-sidência da Pastoral Nipo-brasileira, falou que o frade era uma pessoa que cultivava muitas amizades, e recor-dou um outro amigo falecido, padre Tanaka, e que certamente os dois se encontrariam na eternidade.

O padre Daniel Koo falou em nome da comunidade coreana da Fra-ternidade São Boaventura. Ele desta-cou a presença do frade na comunida-de, e do seu esforço em falar coreano. “Ele sempre se mostrou muito amo-roso, muito carinhoso com a comu-nidade”, afirmou. O religioso apontou também a presença franciscana de Frei Alécio nas reuniões, e disse que este seria um legado deixado pelo

frade na comunidade. “Ele se tornou também coreano entre nós”, concluiu Padre Daniel.

Visivelmente emocionado, Frei Anacleto Gapski falou em nome dos franciscanos, e, segundo ele, falou “de cátedra”. Os frades se conheceram em 1964, quando Frei Alécio, recém-che-gado do Japão, foi dar aula no Semi-nário Franciscano em Agudos (SP). A amizade e convivência, de 52 anos, era muito familiar. Frei Anacleto contou que quando os sobrinhos do frade vi-nham visitar o tio em São Paulo, era ele quem os levava para passear. “Leva minha turma pra lá”, dizia Frei Alécio ao confrade, pois não tinha muita pa-ciência com as crianças.

um confrade generoso e disponível

“Uma inteligência brilhante, mas um coração maior ainda”, assim o de-finiu Frei Anacleto. Ele afirmou que Frei Alécio era um bom amigo para aqueles que precisavam, e que não media esforços para atender o próxi-mo. E partilhou com os presentes o

início do trabalho do confrade com a comunidade coreana. Ele não sabia falar o idioma e, um dia, ao ver que eles necessitavam de assistência espi-ritual, foi para a Coréia aprender co-reano e contribuir com mais eficácia na comunidade. Ao retornar, toda a fraternidade participava involunta-riamente do aprendizado, pois eles assistiam TV coreana duas vezes na semana, brincou o frade.

Salete, a irmã de Frei Alécio, falou em nome da família. Ela agradeceu pelos 80 anos de vida, e afirmou que ele foi um bom irmão e um bom tio para os sobrinhos. Ela agradeceu tam-bém ao João, enfermeiro que trabalha no São Francisco, que sempre cuidou do frade nos momentos de necessida-de. Ela disse que nas últimas semanas ela ligava para ele muitas vezes, para saber do estado de saúde do Frei. “Muito obrigada por ter sido nosso irmão e ter nascido na nossa família, você nos deu muita alegria”, concluiu a irmã do frade.

Érika Augusto

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outuBRo / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 611

Falecimento

estimado Frei Alécio... Você ter-minou sua carreira na terra dos

homens. Ouvi dizer que seus últimos dias foram doloridos. Que lá, para além das estrelas, para além do cos-mos, para além do espaço e do tem-po você viva, como devem viver esses frades todos que andam largando suas mãos de nossas mãos, sem aviso pré-vio...

Não estou querendo escrever mui-to. Apenas uma palavra de saudade e de lembranças agradabilíssimas de um tempo que convivemos em Petró-polis.

Era a década de 60. Começo de sessenta. Você se chamava Frei Odol-fo. Já estava quase terminando a Te-ologia e eu vinha de Curitiba. Havia, aqui em Petrópolis, onde vivo nova-mente nesses últimos anos, um clima de muita esperança, confiança, ale-gria. Nossa casa estava cheia. Nesses acanhados e queridos espaços éramos cem estudantes de Teologia. Com os professores e irmãos chegávamos a 120. Os brasileiros, os argentinos, os americanos, os chilenos. O mundo se encontrava na Montecaseros. Pasto-ral empolgante nos finais de semana, sobretudo em Duque de Caxias. Es-ses professores que encontrávamos nos corredores: Kloppenburg, Koser, Spindeldreier, Kalverkamp. Nosso Padre Mestre era Frei Paulo Evaristo Arns... Era mestre e custos. A Provín-cia queria atender pastoralmente os japoneses. Quanta movimentação... Você estava terminando Teologia e eu chegava como recruta novo. Na simplicidade de meu jeito de ser (ao menos naquele tempo), eu admirava sua inteligência, jovialidade que se manifestava em seu jeito e seus gestos. Com outros, uns sete ou oito, você foi escolhido para estudar japonês no Ja-pão. Fiquei admirado de sua coragem

atÉ um dia, frei alÉcio!

e a dos outros... Tempo do Concílio, tempo de criar o novo, tempo da nova liturgia, do povo de Deus, e um pou-co adiante, das comunidades eclesiais de base. Quanta saudade. São pou-cos os sobreviventes com os quais a gente pode ainda falar dessas coisas. Estamos realmente na era da “morte do pai”. Essa gente toda com celular, whatsapp... bom deixa pra lá... E você passou a se dedicar aos japoneses... e depois aos coreanos... inteligente, es-perto, sagaz, eu cheguei a pensar que você, com seu brilhantismo, seria nos-so provincial. Isso não aconteceu. Pa-rece que você nunca foi bom de voto... Nos Capítulos, você era sempre secre-tário. E que secretário!!! Vejo-o quase que só em nossa casa da Vila Clemen-tino. Poucos frades, zelosos, hospitais, atendimento e você se ocupando dos japoneses, e pároco, e homem cha-mado para cá e para lá. Ultimamente vivemos juntos na casa do Pari... Mas os tempos mudaram, mudou o tem-po, mudamos nós, evoluímos, involu-ímos, a vida foi deixando marcas na sua vida, na vida...

Basta, só queria dizer que você

foi importante para mim. Você me passou entusiasmo, idealismo... Ia me esquecendo de dizer que a Ordem Franciscana Secular em São Paulo deve muito a você com sua assistência ao grupo coreano, uma das mais belas fraternidades da Ordem.

Não estive em seu sepultamento. Não tive ocasião de despedir-me de você. Muito grato pela sua vida, pela acolhida que me dava na Vila quando eu assistia as fraternidades seculares de São Paulo. No final do domingo, participávamos de um recreio ou sa-íamos todos para comer uma pizza... Frei Anacleto e Frei Heitor se lem-bram disso...

Você se irritava quando, nas refei-ções da Vila, eu me punha a falar em francês. Primeiro pensava que fosse uma irritação de mentira... Depois parece que era um bronca mesmo... Quase queria escrever: “Au revoir, Frei Alécio”. Mas deixa...

Paz, estima, saudades e até breve, Frei Alécio Broering.

Seu irmão,

Frei Almir Guimarães

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janeiro 2017 05 Primeira Profissão dos Noviços14 Vestição dos Noviços19 a 22 Missão Franciscana da Juventude (Curitiba)

março 06 Encontro do Regional do Espírito Santo (V. Velha –

Santuário)13 Encontro do Regional do Vale do Paraíba

(Guaratinguetá – Seminário)13 e 14 Encontro do Regional do Leste Catarinense27 Encontro do Regional de Agudos (Agudos)

outuBro06 e 07 Conselho da Formação e Estudos (Vila

Clementino)10 a 14 Curso de Franciscanismo (Rondinha)18 a 20 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo)24 a 26 Encontro Provincial da Frente das Paróquias,

Santuários e Centros de Acolhimento (Rondinha)29 Ordenação presbiteral de Frei Robson Luiz

Scudela (Coronel Freitas)

novemBro03 a 04 Retiro para os frades do Ano Missionário

(Guaratinguetá)07 Encontro do Regional do Vale do Itajaí - recreativo

(Vila Itoupava)07 a 18 Tempo Forte do Definitório Geral08 Conselho do Secretariado da Evangelização (Vila

Clementino)08 e 09 Reunião do Conselho do Secratariado da

Evangelização (Vila Clementino)12 a 15 Estágio Vocacional (Guaratinguetá)15 a 18 Retiro no Eremitério – Frades de Ituporanga19 Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense

– recreativo (Paty do Alferes)21 Encontro do Regional do Vale do Paraíba (São

Sebastião)28 Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense28 Encontro do Regional de Agudos – recreativo29 a 01 Reunião do Definitório Provincial (Rondinha)30 Reunião dos Coordenadores dos Regionais com o

Definitório (Rondinha)

deZemBro01 e 02 Jubileus dos confrades (Rondinha)05 Encontro do Regional de Pato Branco (Pato

Branco)05 Encontro do Regional de Curitiba-recreativo

(Caiobá)05 Encontro do Regional de São Paulo (Bragança)12 Encontro do Regional do Espírito Santo –

recreativo12 e 13 Encontro do Regional do Leste Catarinense

(Florianópolis)12 e 13 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e

Alto Vale do Itajaí - recreativo12 e 13 Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)12 a 16 Tempo Forte do Definitório Geral

Província franciscana da imaculada conceição do Brasil(*) As alterações e acréscimos estão destacados

JuBileushora de agradecer!