santa causa ed.nº 26 (fev. 2009)

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Fevereiro de 2009 Unidade de Longa Duração aprovada A Misericórdia da Póvoa de Lanhoso conseguiu financiamento para mais uma resposta a nível de Cuidados Continuados Integrados. O final da construção da Unidade de Long Duração está previsto ainda para este ano. O arquitecto do projecto deu conta ao “Santa Causa” de alguns pormenores da construção Centro de Formação Já estão em curso diversas propostas que visam aumentar a qualificação da comunidade e também dos recursos internos da Santa Casa. Curso de Alfabetização arrancou, em regime de voluntariado, para ensinar adultos a ler e a escrever. Pág. 09 Ano X - Nº 26 - Publicação Quadrimestral Distribuição Gratuita Director: Dr. Humberto Carneiro Coordenação: Mesa Administrativa Impressão: Gráfica Amares Tiragem: 8000 Design Editorial: www.tamanhoreal.com Propriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 143 4830 Póvoa de Lanhoso Pessoa Colectiva de Utilidade Pública n.º 501409084 Tel.: (+351) 253 639 030 Fax: (+351) 253 639 036 Jornal da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso Medalha de Honra - Grau Ouro CMPVL - 19/03/1985 Av. do Forte, Nº3 Edifício Suécia I, 3º Piso, Fracção 3.35 2790-073 Carnaxide Pág. 03 Tel: 21 424 14 25 Fax: 21 424 25 18 Hospital António Lopes Tem nova Direcção Clínica: Dr. Vitor Coutinho explica ao Santa Causa por onde passa a estratégia re- ferente ao hospital. Avaliação de desempenho Misericórdia da Póvoa de Lanhoso avalia as competências dos seus fun- cionários/colaboradores Pág. 04 Pág. 08

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Page 1: Santa Causa Ed.nº 26 (Fev. 2009)

Fevereiro de 2009

Unidade de Longa Duração aprovadaA Misericórdia da Póvoa de Lanhoso conseguiu financiamento para mais uma resposta a nível de Cuidados Continuados Integrados. O final da construção da Unidade de Long Duração está previsto ainda para este ano.

O arquitecto do projecto deu conta ao “Santa Causa” de alguns pormenores da construção

Centro de Formação

Já estão em curso diversas propostas que visam aumentar a qualificação da comunidade e também dos recursos internos da Santa Casa.

Curso de Alfabetização arrancou, em regime de voluntariado, para ensinar adultos a ler e a escrever.

Pág. 09

Ano X - Nº 26 - Publicação QuadrimestralDistribuição Gratuita

Director: Dr. Humberto CarneiroCoordenação: Mesa AdministrativaImpressão: Gráfica AmaresTiragem: 8000Design Editorial: www.tamanhoreal.comPropriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 1434830 Póvoa de LanhosoPessoa Colectiva de Utilidade Pública n.º 501409084Tel.: (+351) 253 639 030Fax: (+351) 253 639 036

Jornal da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso

Medalha de Honra - Grau OuroCMPVL - 19/03/1985

Av. do Forte, Nº3Edifício Suécia I, 3º Piso, Fracção 3.35 2790-073 Carnaxide

Pág. 03

Tel: 21 424 14 25Fax: 21 424 25 18

Hospital António LopesTem nova Direcção Clínica:Dr. Vitor Coutinho explica ao Santa Causa por onde passa a estratégia re-ferente ao hospital.

Avaliação de desempenhoMisericórdia da Póvoa de Lanhoso avalia as competências dos seus fun-cionários/colaboradores

Pág. 04

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Page 2: Santa Causa Ed.nº 26 (Fev. 2009)

2 Fevereiro de 2009 Santa Causa

AMisericórdia da Póvoa de Lanho-so viu aprovada a sua candidatura ao Programa Modelar, destinado à atribuição de apoios financeiros

por parte das Administrações Regionais de Saúde a Pessoas Colectivas Privadas e Sem Fins Lucrativos no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNC-CI), com vista à criação de uma Unidade de Longa Duração. O protocolo com a RNCCI foi assinado no dia 15 de Janeiro, numa cerimónia pública com a presença do Senhor Primeiro-Ministro, José Sócrates, em Lisboa. Em perspectiva está um investimento total na ordem de um milhão e 500 mil euros. Em termos nacionais, a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso foi a única a obter o financiamento máximo (750 mil euros).A Unidade de Longa Duração da Misericór-dia terá 29 camas e deverá estar concluída em Outubro deste ano, prevendo-se com isto a criação de cerca de 33 postos de trabalho directos. As Unidades de Longa Duração prestam apoio social e cuidados de manu-tenção a pessoas com doença crónica, em diferentes níveis de dependência e que não reúnam condições para serem cuidadas no domicílio. Estão concebidas para períodos de internamento superior a 90 dias. A Unidade de Cuidados Continuados de Lon-

ga Duração da Misericórdia será integrada com as valências já existentes e irá responder às grandes necessidades da população da re-gião naquele tipo de cuidados de saúde. Face à escassez de outros equipamentos simi-lares na região e ao envelhecimento continu-ado da população, a Santa Casa prevê atingir uma taxa de utilização de 100 por cento da capacidade instalada no espaço de um ano, que deverá manter-se nos anos seguintes.Para a criação desta Unidade, a Misericór-dia pretende remodelar e ampliar um edifí-cio de sua propriedade, o edifício “Casa do Feitor”, mantendo a sua imagem original. A organização espacial foi estudada e definida de acordo com a legislação e regulamentos do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais e recomendações do Ministério da Saúde sobre instalações de Cui-dados Continuados.O projecto da Unidade resultou de uma can-didatura ao Programa Modelar ao abrigo da Rede Nacional de Cuidados Continua-dos Integrados. Com esta Unidade, a Santa Casa aumenta para duas as Unidades que integram a Rede Nacional de Cuidados Con-tinuados Integrados, uma vez que tem em funcionamento uma Unidade de Convales-cença, com mérito reconhecido e tendo sido apontada pela Rede como uma “unidade de referência”.

CaracterísticasA Unidade de Longa Duração terá dois pisos acima da cota de soleira à semelhança da construção existente e um meio piso abai-xo da cota de soleira, como aproveitamento do espaço sobrante, devido à topografia do terreno. As áreas funcionais encontram-se divididas pelos dois pisos e cave, sendo cons-tituídas principalmente por: 19 quartos; sala de observações/tratamentos; instalações de banho assistido; gabinete médico; gabinete de enfermagem/preparação de medicamen-tos; ginásio/fisioterapia/terapia ocupacional; gabinete de electroterapia/reabilitação, gabi-nete de terapia da fala, gabinete de trabalho multidisciplinar; farmácia; depósito de cadá-veres; recepção; sala de espera; gabinete de direcção; gabinete de serviços administrati-vos; sala de reuniões; refeitório com copa e zona de apoio; sala de convívio; instalações sanitárias diferenciadas; zonas técnicas e de apoio, como oficina e lavandaria; entrada de serviço para funcionários; vestiários diferen-ciados por sexos, com duche e sanitários; sala de actividades intergeracional (onde se prevê uma mais-valia e inovação, pela junção dos segmentos etários da 1ª e 3ª geração, para conviverem e partilharem experiências); ca-beleireiro/podólogo; rouparia; arrumos; ar-rumos para materiais de limpeza; armazém de alimentos; compartimento para sujos; copas. Todos estes espaços serão equipados

com todos os equipamentos necessários ao seu funcionamento adequado, incluindo mo-biliário, equipamento técnico e médico indis-pensável, equipamento informático, progra-mas informáticos específicos da actividade e equipamento de telecomunicações. Para a confecção das refeições será utilizada a Cozi-nha Central da Santa Casa. As refeições serão transportadas em carros isotérmicos, estan-ques e em sistema unidose, permitindo assim um maior controlo de higiene e qualidade na alimentação. O tipo de construção que se pretende é sustentável, tanto nos aspectos de autonomia energética, como manutenção. Toda a construção terá um rigoroso sistema de segurança, a nível de incêndios, eléctrica, gases e passiva.

Com um quadro de pessoal composto por 33 pessoas, das quais 17 técnicos, e com toda a experiência acumulada pela Santa Casa na gestão de unidades de saúde e de apoio so-cial, este Projecto garante viabilidade técnica, económica, financeira e de gestão, e será um marco na região, que muito ultrapassará as fronteiras do concelho de Póvoa de Lanhoso. Com esta Unidade de 29 camas estarão des-de logo supridas as necessidades identifica-das pela RNCCI de 21 camas na Póvoa de Lanhoso, dando ainda resposta às necessida-des de concelhos e enorme procura dos con-celhos limítrofes.

A Unidade de Longa Duração da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso terá 29 camas e deverá estar concluída em Outubro deste ano

Santa Casa com Unidade de Longa Duração aprovada

Em destaque Hospital António Lopes

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3Fevereiro de 2009 Santa Causa

EditorialDr. Humberto Carneiro

A Póvoa de Lanhoso tem vindo a so-frer grandes mutações nos últimos anos. Apesar de integrarmos uma das regiões mais jovens do país e até da Europa, a taxa de envelheci-mento da população do nosso con-celho tem-se vindo a agravar consi-deravelmente. Só na última década registou-se um aumento de 13,1% de povoenses com mais de 65 anos.O aumento da esperança média de vida das pessoas arrasta, por si só, maiores necessidades sociais e maiores dependências. Essas neces-sidades são constatadas diariamente pelos nossos técnicos nas diversas áreas de actuação, seja ao nível da prestação de cuidados de saúde, seja ao nível do apoio social. Foi com o objectivo de minorar esse problema das famílias povoenses que, tantas vezes, não têm condi-ções para tratar os seus doentes dependentes, que decidimos apre-sentar uma candidatura ao Progra-ma Modelar destinado à atribuição de apoios financeiros para a criação de uma Unidade de Longa Duração. Esta nova valência da nossa Miseri-córdia, que terá um custo global su-perior a um milhão e meio de euros, irá integrar a Rede Nacional de Cui-dados Continuados. Trata-se de um projecto completamente novo, que propõe a recuperação e ampliação da antiga “Casa do Feitor” numa fi-losofia de integração harmoniosa no espaço contíguo ao Lar de S. José.A partir de Outubro próximo o “quarteirão” das valências da ter-ceira idade ficará mais rico. A beleza do projecto e, fundamentalmente, a sua funcionalidade e utilidade, foram os condimentos necessários para que lutássemos pela sua apro-vação junto do Ministério da Saúde. Este empreendimento irá exigir da Misericórdia um esforço financeiro muito grande. Mas a nossa missão filantrópica não se compadece com esse tipo de dificuldades. Temos de ter a coragem suficiente para avan-çar porque este equipamento irá proporcionar melhor qualidade de vida a muitos povoenses.Podem contar connosco na prosse-cução dos princípios que norteiam a causa misericordiana. Assim Deus nos ajude.

Como descreve o projecto?Tem duas vertentes que são impor-tantíssimas: uma é o Programa, que tenho de cumprir, é a parte funcional; e a outra refere-se ao ter em atenção a quem se dirige e onde se insere. Para quem se dirige, neste caso, são as pessoas, até ao limite, porque são as pessoas com necessidades espe-ciais; e o sítio onde se insere, neste caso, o “Polígono da Santa Casa”, porque ocupa o quarteirão todo e onde estão as valências, que estão interligadas, mas que, ao mesmo tempo, são distintas. Há que perceber o local e foi impor-tante verificar o aonde e quais eram as hipóteses que tínhamos. Logo de princípio, existiu um namoro muito grande, tanto da minha parte como da parte do Provedor, em relação à “Casa do Feitor”, que é muito bonita, tem uma traça arquitectónica cuida-da, equilibrada, com proporções. Em tempos, alguém ali fez um aumento, escandaloso, e eu aproveitei para de-molir a parte que foi acrescentada, que não tinha qualquer cabimento. Foi uma necessidade, mas não hou-ve cuidados urbanísticos, arquitectó-nicos e mesmo de qualidade cons-trutiva…E vamos limpar essa parte. A “Casa do Feitor” serve como ponto de memória, daquilo que nos agarra à história, porque isso tam-bém é muito importante, já que, para sabermos quem somos, temos de sa-ber de onde viemos e sabermos um pouco de história dá-nos um suporte mais fidedigno para aquilo que va-mos fazer. E a “Casa do Feitor” ser-viu um pouco de âncora. Depois, a ligação dessa parte com a parte nova é uma zona envidraçada, neutra, que é a charneira de toda a composição e é uma parte nova, uma ala nova, que vai sustentar todo o Programa que se pretende para lá. Da “Casa do Feitor” só vamos preservar o exterior, de resto, vamos fazer uma estrutura nova que tem obrigato-riamente de estar a condizer com as necessidades contemporâneas, estamos a falar de sistemas energé-ticos, de isolamentos térmicos, todas as necessidades de ar comprimido, etc., da parte técnica. Para além de existir um trabalho de busca na par-te estética existe também uma parte funcional e, muitas vezes, estamos delimitados por questões técnicas e não podemos crescer e temos de conseguir cumprir a legislação actual dentro de um invólucro que é a parte antiga.

Mas foi um desafio?Sim, sim. Logo de início fiz uma ma-queta virtual em três dimensões e fiz um pequeno filme para as pessoas começarem a habituar-se à ideia e, para mim, é importante sentir al-guma cumplicidade dos utentes ao saberem que se vai construir e ao saber a reacção delas. Isso ajuda-me porque estamos constantemente a aprender. Isto foi interessante porque mais do que tudo, neste polígono da

Santa Casa, existe uma história for-te e é importantíssimo preservar al-gumas regras de equilíbrio, que são coisas que não se vêem, mas que se sentem, e fazer uma coisa nova qualquer arquitecto está habituado a fazer, agora fazer respeitando os outros e respeitando a envolvente já é preciso um bocadinho mais, daí a ideia de desafio.

Tentou mergulhar no espírito que envolve aquele edifício?Exactamente. Existem linhas con-dutoras e para mim é importante alguém olhar para o edifício e per-ceber que existe ali um edifício com uma história, antigo, que está acom-panhado, mas que fica enquadrado. Existe o Lar de São José que tem

uma linguagem muito forte, não é prepotente, mas está a gerir aquele espaço e depois existe uma hierar-quia e a “Casa do Feitor” vai um pouco nessa linha dessa hierarquia. Para além dessa harmonia externa entre os vários elementos que já existem e onde vai surgir mais um, outro dos aspectos que também me parece interessante é a noção de que estamos a trabalhar para pessoas, que vão ter características e necessi-dades específicas.

É um dos aspectos que teve em consideração na concep-ção do espaço que vai surgir?Sem dúvida, além de ser obrigado a seguir as linhas condutoras da le-gislação em vigor para estes equipa-

mentos, há também a preocupação de saber o que é que as pessoas lá estarão a fazer e ter um papel peda-gógico. Se é uma Unidade de Longa Duração eu tenho todo o interesse em que as pessoas que lá estão, des-de o momento em que já se possam levantar, sejam incentivadas a fazer pequenas deslocações, a irem ali to-mar o chá, a ir ali ter com a senhora enfermeira, a andar um bocadinho… Vamos também ter cumplicidade com as outras valências, de inter-câmbio cultural, já que criamos no piso 1 dois salões amplos que po-dem funcionar como zona poliva-lente para tentar conjugar a primeira idade com a terceira idade, juntar os juniores com os seniores, porque os seniores, desde que estejam mini-mamente activos, se tiverem alguém novo a quem contar histórias, com quem brincar, tomar conta, sentem-se úteis. E o problema da nossa ve-lhice é ser útil, é sentir que a socie-dade ainda precisa um bocadinho de nós. E a primeira infância, que é uma autêntica esponja, está ávida de re-ceber infirmação, de saber como se modela o barro, de saber como se faz uma coisinha de carpintaria, como se monta um teatrinho…E todos nós adoramos os nossos avós, porque têm predisposição para nos contar uma história…Tentar conjugar estas duas gerações é importantíssimo. Foi pensado, este papel pedagógico faz parte do papel do arquitecto.

Que outras preocupações houve?Tivemos algumas preocupações também em termos de sustentabi-lidade e manutenção e eu admiro bastante este Provedor por isso, ele que é uma pessoa com bastante dinamismo e visão. Pensamos prin-cipalmente no campo energético e de isolamento estar à frente daquilo que, neste momento, já é quase de vanguarda. É evidente que até onde podemos ir. Queremos ter um be-líssimo isolamento, dos tectos, do chão, das paredes, dos caixilhos… Nós já estamos a prever tudo para optimizar e sermos independentes, no sentido de produzirmos aquilo que gastamos e vamos gastar pou-co. Quem diz em relação a isto, diz em relação aos lixos, em relação à central eléctrica de tratamento de águas. Felizmente, temos água em abundância, mas por termos em abundância não é necessário des-perdiçarmos. Neste caso, são 19 quartos, dão para 29 camas, e se-riam muitos litros que se perderiam e neste momento estamos a ver se podemos utilizar uma nova metodo-logia, que é mais cara mas que nos permitirá poupar. Vamos ter aqui um ganho e em relativamente pou-co tempo recuperar o que investi-mos a mais.É um conjunto de preocupações que fazem parte do papel do arquitecto e que dão sustentabilidade ao concei-to de manutenção, sustentabilidade.

O arquitecto José Tavares é o autor do projecto da Unidade de Longa Duração e deu conta ao “Santa Causa” de alguns pormenores da construção, em termos de premissas e de preocupações

... é importante sentir alguma cumplicidade dos utentes ao saberem que se vai construir e ao saber a reacção delas. Isso ajuda-me porque estamos constantemente a aprender.

Autor do projecto: Arquitecto José TavaresValor total do projecto (obra + equipamentos + projectos): 1.500.000,00 eurosValor do financiamento: 750.000,00 eurosNúmero de quartos: 19 (10 duplos e 9 individuais)Número de camas: 29Postos de trabalho directos a criar: 33Início: Março de 2009Conclusão: Outubro de 2009

Misericórdia online em:

www.scmpl.pt

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4 Fevereiro de 2009 Santa Causa

Dr. Vitor Coutinho, que é, desde Dezembro, o novo Director Clíncio do HAL, sucedendo no cargo à Dr.ª Adília Rebelo, enaltece o tra-balho desenvolvido pela anterior Direcção Clínica. “As Instituições vivem de lideranças e esta liderança tem marcado estes últimos anos da Misericórdia. Isto funciona como uma moti-vação pessoal, por isso, considero importan-te que o projecto iniciado por este Provedor possa ter continuidade, criando bases sus-tentadas de trabalho. Isto é um apelo a que o Provedor possa continuar com estes desafios e, da parte da Instituição, sei que ele tem tido muitos apelos para continuar, no entanto, julgo que a comunidade povoense deveria sentir-se mais honrada e grata pelo trabalho brilhante desenvolvido por este Provedor em prol desta mui nobre Instituição”, refere. Para Vítor Coutinho importante é também reforçar a notoriedade do HAL, a nível ex-terno. “Tem faltado este reconhecimento da comunidade. É importante que a sociedade se reveja na postura desta Misericórdia, des-pertando assim um novo olhar”.

Nova Cultura de OrganizaçãoO Director Clínico está empenhado em imple-mentar novas dinâmicas. “O Hospital tem tido um crescimento exponencial nos últimos cin-co anos e exige-se uma Cultura de Organiza-ção para poder responder às solicitações”. preconiza. Esta “nova Cultura” que defende estende-se pelas vertentes assistencial, de in-vestigação, de docência e de gestão clínica, em equilíbrio financeiro do HAL. “Pretende-se olhar para o HAL como serviço empresa-rial sem esquecer a sua missão de dádiva ao próximo. Isso tem sido feito por este Prove-dor, criando lógicas e mecanismos de gestão mais actualizados e modernos que confiram uma outra solidez a este projecto”, refere. Para o responsável, a mudança de práticas e a introdução de uma nova visão estratégica do ponto de vista de Saúde, nas várias vertentes, serão desafios.

Objectivos no âmbito da Saúde. São diversificados. A vertente Assistencial diz respeito a aspectos como a promoção do Blo-co Operatório, com nove camas e que tem as-sistido a um aumento exponencial do número de cirurgias. Haverá ainda a definição de um novo director. “Queremos estabilizar e consolidar o Bloco e introduzir uma dinâmica nova, novas áreas de intervenção, algum ajuste do ponto de vista do modelo, alguma regulamentação interna com a criação de algumas comissões”, infor-ma Dr. Vítor Coutinho. Outro objectivo diz respeito às Consultas Externas, sendo o objectivo “estabilizar e au-mentar o número de consultas, ter novas tipo-logias de consultas e novas áreas de interven-ção médica e cirúrgica”. Estabilizar a Unidade de Convalescença (UC) também se enquadra na vertente assistencial. “A UC atingiu um patamar de excelência. O desafio vai ser per-manecer neste nível elevado de cuidados e de práticas, o que exige uma reorganização dos recursos humanos, dos equipamentos e uma nova definição dos serviços estratégicos. Os próximos anos serão de consolidação deste

nível de crescimento”, garante o Director Clí-nico. No âmbito assistencial, há ainda os desafios próprios da Unidade de Longa Duração, com 29 camas, com o objectivo de criar uma dinâ-mica e um patamar de excelência à semelhan-ça da UC; e a Clínica Social, para os doentes de Parkinson e de Alzheimer. Ambas começa-rão a ser construídas em 2009.

Mas uma das preocupações principais do novo Director Clínico, em termos assisten-ciais, prende-se com o Serviço de Atendi-mento Permanente, as “Urgências”. “Para estas populações, é preciso manter uma actividade assistencial de urgência mí-nima e de base. As pessoas necessitam e cada vez mais de apoio efectivo numa me-dicina de proximidade. Nós temos em média 30 doentes por noite, temos também uma ac-tividade elevada ao fim-de-semana. Damos apoio assistencial à população em situações de urgência e queremos manter e respeitar este compromisso”, sublinha. Segundo o Clínico, a Misericórdia tem apos-tado em introduzir melhorias no campo mé-

dico, de enfermagem e administrativo do SAP. “A nível do HAL, a Urgência tem funcio-nado bem e estamos receptivos a que possa estender-se também a um acompanhamento diurno, já que, entre as 08h00 e as 20h00, em dias de semana, a Urgência não é da respon-sabilidade da Santa Casa”, salienta o Dr. Ví-tor Coutinho. De acordo com o que está protocolado, o SAP funciona no HAL no período nocturno, fins-de-semana e feriados. Durante a sema-na, durante o período diurno, essa responsa-bilidade é do Centro de Saúde (CS). “No en-tanto tem havido algumas situações em que o CS não tem dado uma resposta efectiva, por diversas causas, e muitas dessas situa-ções podem ser resolvidas ao nível do HAL, aliás, o relacionamento da Misericórdia com o CS, em particular com o seu Director, Dr. Ricardo Armada, tem sido saudavel e profi-cuo em determinadas áreas, numa altura em que se fala nalgumas reorganizações do ser-viço público”, refere. O Dr. Vítor Coutinho reafirma que “é im-portante que cada um assuma as suas res-ponsabilidades e nós assumimos as nossas em relação ao período nocturno, de fins de semana e de feriados e estamos disponíveis para negociar com a ARS, se assim for en-tendido, um alargamento deste período até em situações diurnas, de dias da semana, para dar apoio efectivo às populações: te-mos recursos humanos e temos os meios e a população pode estar tranquila de que a Misericórdia continuará a cumprir com as suas responsabilidades. Tem é de ser exigi-do às entidades competentes a responsabi-lidade na mesma dimensão que se exige à Misericórdia”. A perspectiva de encerramento dos SAP, no quadro de uma reorganização, preocupa o Director Clínico do HAL. “Sou contra o en-cerramento e a perda efectiva deste apoio assistencial e desta tipologia de serviços, porque ainda não existem infra-estrutras (Ex: USF) que permitam reoganizar o mode-lo. E neste momento e neste contexto, penso que o encerramento seria prematuro. Aliás, o proprio governo tem esta sensibilidade ao renovar o protocolo do SAP até Dezembro de 2009”. Para o responsável, “é importante que as pessoas façam uma reflexão tendo presen-te o bem-estar das populações e nunca uma perda efectiva de actividade assistencial nas suas diversas tipologias. “Estou contra este encerramento a médio prazo e a Misericór-dia saberá assumir, como sempre soube no passado, as suas responsabilidades”, diz.

A “nova Cultura de Organização” também passa pela Investigação, nas várias valên-cias do HAL. Perspectiva-se a criação de um Centro de Investigação e de uma Bolsa de Investigadores e já foram mesmo produzidos artigos científicos por técnicos da Unidade de Convalescença e no âmbito das Primeiras Jornadas das Misericórdias Portuguesas. Es-tas comunicações serão publicadas em pró-ximas edições do “Santa Causa”. “Havia uma lacuna a nível da investigação científica própria no HAL e o que se fez foi criar algumas bases, estimular os profissio-nais para criar alguma reflexão e desenvol-ver este espírito crítico e científico em rela-

Hospital António Lopes com nova Direcção Clínica e nova estratégia

Em destaque Hospital António Lopes

Aceitando o convite formulado pela anterior Directora, Dra. Adília Rebelo, e pela Provedoria, por representar “uma aposta pessoal e um desafio profissional”, Dr. Vítor Coutinho assumiu essas funções por um ano, confessando que, findo esse período, será tempo de avaliar o trabalho desenvolvido e de colocar o seu lugar à disposição da Mesa Administrativa (MA) que se seguir. Para já, sublinha a necessidade de que tenha continuidade o projecto “mobilizador e motivador” que, desde há alguns anos, tem vindo a ser implementado pela MA, liderada por Humberto Carneiro.

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5Fevereiro de 2009 Santa Causa

Quais os mais recentes investi-mentos que têm sido realizados no Hospital António Lopes?Para a prestação de cuidados de saúde e das demais actividades complementa-res, o HAL tem recorrido a constantes investimentos quer em remodelação das instalações, quer na aquisição de equi-pamentos, como foi o caso recente do alargamento do internamento na área cirúrgica e da aquisição de novo softwa-re, possibilitando a informatização do registo de toda a actividade clínica.

Relativamente ao alargamento do internamento em cirurgia, quando foi feita esta alteração?As obras de remodelação que possibili-taram o alargamento do internamento em cirurgia, foram realizadas durante a primeira quinzena de Agosto de 2008 tendo sido efectuado um investimento na ordem dos 17.000 euros.

Com que objectivos se procedeu ao alargamento do internamento em cirurgia?O alargamento teve por objecto a au-mento do número de cirurgias, permi-tindo maior capacidade de resposta às várias solicitações, em especial aos utentes inscritos no Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia, criado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 79/2004, de 24 de Junho e que no caso do HAL abrange as inter-venções nas especialidades de Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular, Cirurgia Plásti-ca, Ginecologia, Urologia, Otorrinolarin-gologia, Ortopedia e Oftalmologia.

Em que é que consistiu esse alarga-mento?O alargamento consistiu na junção de dois quartos particulares e da área do corredor que lhes dava acesso, resultan-do num aumento da capacidade de inter-namento em cirurgia, de 7 para 9 camas

Outra das intervenções foi a colo-cação de ar condicionado em todas as alas. Qual foi o investimento?O investimento de colocação do ar condicionado foi de 64.000 euros. Ficou concluída em Maio de 2008.

Que objectivos ditaram esta melho-ria?Teve por objectivo o conforto dos utili-zadores, possibilitando maior motivação e consequente aumento da qualidade dos serviços prestados e bem-estar aos doentes

A convite da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), o HAL aderiu ao projecto SINAS. De que trata este projecto?O Projecto SINAS (Sistema Nacional de Avaliação em Saúde) é promovido pela ERS, a quem cabe a regulação e super-visão do sector da prestação de cuida-dos de saúde na defesa dos direitos dos utentes. Nas suas atribuições incluem-se a observância dos níveis de qualidade dos cuidados e a garantia de segurança. Para esse efeito foi criado um sistema de avaliação da qualidade em saúde desig-nado por SINAS.Para a execução deste projecto foram seleccionados alguns hospitais a nível nacional - 23 do Sector Público, 7 do Sector Privado e 6 do Sector Social, nos quais se integra o HAL, cuja selecção muito nos honrou, por numa selecção muito restrita poder contribuir num pro-jecto-piloto de Avaliação Nacional em cuidados de saúde.

Quando vai ser implementado?O Projecto SINAS está em implementa-ção e está escalonado em duas fases: um projecto-piloto, seguido de quatro ciclos de implementação. O projecto-piloto consiste na implementação, análise e definição de indicadores de avaliação para uma área de saber médico, que será Ortopedia.

Os ciclos de implementação darão con-tinuidade ao projecto através da introdu-ção, em cada novo ciclo, de novas áre-as médicas e indicadores de avaliação associados.

Quais os seus objectivos?O SINAS avaliará de forma objectiva e consistente a qualidade dos cuidados de saúde prestados em Portugal, com base nos indicadores de avaliação que permi-tirão obter um rating dos prestadores de cuidados. A sua publicação garantirá o acesso dos utentes a informação ade-quada e inteligível acerca da qualida-de dos cuidados de saúde nos diversos prestadores, permitindo assim a tomada de decisões mais informadas e promo-vendo a melhoria contínua dos cuidados prestados

Em destaque Hospital António Lopes

ção ao serviço assistencial prestado”. A nível da docência, a intenção é que o HAL pos-sa receber estagiários e docentes, numa parceria com entidades como a Universidade do Minho, o CESPU, o ISAVE, a EPAVE e outras, em áreas di-versificadas. “Falamos também de actualização de conhecimentos e o Centro de Formação da Miseri-córdia pode ser potenciado nesse sentido”, adianta.A prestação de cuidados de saúde também poderá passar pela criação de um cluster de Gestão Clíni-ca, aproveitando o “know how” da UC. “Esta nova Cultura pressupõe também novos de-safios transversais aos vários serviços, uma nova imagem, a informatização dos serviços, uma maior responsabilidade de todos, dos recursos humanos e não esquecer que o bem mais precioso das organi-zação são as pessoas e que as pessoas têm que ter direitos e deveres, o que é a base para o sucesso do trabalho de uma organização A motivação para este desiderato tem a ver com o esforço colecti-vo em prol da Instituição. Parafraseando Einstein, “Deus não joga aos dados”, realça o Clínico.

Unidade de Convalescença

“O bem mais precioso da Unidade de Convalescença - a Unidade dos Afectos - são os recursos humanos. Houve o rasgar de um modelo tradicional de áreas de intervenção para um novo modelo em que aparece o alargar de uma equipa que já era multidisciplinar, com novas áreas de intervenção e novos métodos de trabalho. Criámos dinâmicas para projectar esta Unidade a um patamar de excelência e é de sublinhar o esforço e empenho da Enfermeira Rosa Silva como figura aglutinadora da UC. Também foram criadas infra-estrutruras, áreas de intervenção, como o gabinete de auto-estima, e potenciados serviços como a terapia da fala e a terapia ocupacional. Também a nível do internamento têm sido feitos ajustes para uma melhoria contínua, a nível da qualidade. A nível da consolidação, falamos da informatização dos serviços, do reajuste de metodologias de trabalho e dos equipamentos, da consolidação dos recursos humanos, com quadros próprios mínimos, a nível médico e de enfermagem, em exclusividade, e áreas de inovação, com a investigação científica que possa ser uma mais-valia e que esse trabalho possa resultar em parcerias com Unidades de Excelência, que permita a esta continuar na senda da excelência, caminhando para a “busca do UAU”.

“A integração no Projecto SINAS honra o nosso Hospital”

Administrador-Delegado do Hospital António Lopes, Agostinho Vieira

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6 Fevereiro de 2009 Santa Causa

Em destaque Valências

O projecto “Bem Envelhecer” encontra a sua funda-mentação:

1. Nas necessidades de intervenção identificadas pelas entidades que intervêm directamente com este público, em particular as que constituem o grupo de trabalho, procurando-se dinamizar as parcerias de nível inter-concelhio com vista a participação dos destinatários;

2. Nas problemáticas específicas: o isolamento e soli-dão dos idosos e a sua baixa participação social e cívi-ca desta população no distrito .

3. E no facto do envelhecimento activo afigurar-se como uma das estratégias de governação. Promover o Envelhecimento activo representa uma das estratégias de intervenção definidas no Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas, que constitui um comple-mento às acções desenvolvidas por outros programas nacionais de saúde em vigor, no âmbito do Plano Na-cional de Saúde 2004-2010.

O termo “Envelhecimento Activo” surge no final dos anos 90, definido pela OMS – Organização Mundial de Saúde - como o processo de optimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, no sentido de aumentar a qualidade de vida durante o envelhecimento. O envelhecimento activo permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do seu percurso de vida, e que essas pessoas ou grupos populacionais partici-pem na sociedade de acordo com as suas necessida-des, desejos e capacidades; ao mesmo tempo propicia protecção, segurança e cuidados adequados, quando necessários. Implica a participação contínua nas ques-tões sociais, económicas, culturais, espirituais e civis e não somente a capacidade de estar fisicamente activo ou de fazer parte da força de trabalho.Programas e projectos de envelhecimento activo são necessários para permitir que as pessoas continuem a

trabalhar de acordo com as suas capacidades e pre-ferências, à medida que envelhecem e para prevenir e retardar incapacidades e doenças crónicas que são ca-ras para os indivíduos, para as famílias e para o sistema de Saúde. A abordagem do envelhecimento activo baseia-se no reconhecimento dos direitos humanos das pessoas mais velhas e nos princípios da independência, parti-cipação, dignidade, assistência e auto-realização esta-belecidos pela ONU. Assim o planeamento estratégico deixa de ter um enfoque baseado nas necessidades (que considera as pessoas mais velhas como alvos passivos) e passa a ter uma abordagem baseada em direitos, o que permite o reconhecimento dos direitos dos mais velhos à igualdade de oportunidades e tratamento em todos os aspectos da vida à medida que envelhecem. Os projectos de envelhecimento activo que promovem a saúde mental e as relações sociais são tão importan-tes quanto aqueles que melhoram as condições físicas de saúde. A saúde deve ser vista a partir de uma pers-pectiva ampla, resultado de um trabalho intersectorial e transdisciplinar de promoção dos modos de vida sau-dável em todas as idades. Cabe aos profissionais lide-rarem os desafios do envelhecimento saudável e activo para que os idosos sejam um recurso cada vez mais va-lioso para as suas famílias, comunidades e para o país. Em suma, o envelhecimento activo é determinado por vários aspectos: por questões relacionadas com os sis-temas de saúde e os serviços sociais; pelas relações in-terpessoais; pelos estilos de vida; pelo ambiente físico; pela situação económica e pelo ambiente social.Os destinatários deste projecto são pessoas com 50 ou mais anos autónomos, independentes e benefi-ciários/clientes da Rede Solidária de respostas sociais promovidas pelas entidades parceiras.Cada entidade dinamizará um grupo de participantes – grupo experimental - constituído sempre pelos mes-mos elementos (no total 65 idosos). Conforme indica o quadro abaixo, a maioria dos destinatários são clien-tes/utentes do SAD.

Projecto “Bem Envelhecer”

1 Problemáticas identificadas nos concelhos abrangidos pelo Projecto (Braga, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Vila Verde). Cfr Plano Estratégico Grupo de Trabalho Terceira Idade 2007-2009.2O envelhecimento activo depende de uma diversidade de factores “determinantes” que envolvem indivíduos, famílias e países. Estes determinantes (económicos, sociais, pessoais, comportamentais, ambiente físico, serviços sociais e da saúde, género e cultura) aplicam-se a saúde de todas as pessoas de todas as idades. As evidências substanciais sobre o que determina a saúde sugerem que todos os factores e a interacção entre eles são bons indícios de como os indivíduos e populações envelhecem.

Entidades parceiras N.º de Destinatários Valência/ Resposta

ADCL (Guimarães) 5 SAD/Grupo de convívio

Centro Social da Paróquia de Chorense 3 SAD

Centro Social da Paróquia de Souto 3 SAD

Centro Social e Paroquial de Cervães (Vila Verde) 6 SAD

Centro Social e Paroquial de Cibões 3 SAD

Centro Social e Paroquial de Covide 3 SAD

Centro Social e Paroquial de Moimenta 3 SAD

Centro Social e Paroquial de Rio Caldo 3 SAD

Centro Social e Paroquial de Vilar 3 SAD

Centro Social e Paroquial de Vilar da Veiga 3 SAD

Centro de Solidariedade Social de Valdosende 3 SAD

Deleg. de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa (Braga) 6 + 3 SAD/Lar de idosos

Fundação Bomfim (Braga) 6 SAD/ Centro de Dia

Município/ Rede Social de Terras de Bouro - -

Núcleo Distrital de Braga da REAPN - -

Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso 6 SAD/ Lar para Idosos

Santa Casa da Misericórdia de Vieira do Minho 6 SAD/ Lar para Idosos

Total 65

As metodologias, acções e respectivos objectivos podem se consultadas no Portal Santa Casa da Misericórdia ao longo da calendarização deste projecto que terá o seu termino em 2010.

BibliografiaINE, Destaque, Projecções de População Residente, Portugal e NUTS II 2000-2025, 31 deMarço de 2004.Ministério da Saúde, Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas 2004-2010.MTSS, PNAI 2008-2010OMS, Envelhecimento Ativo: uma Política de Saúde, 2005, Brasil.

Salomé AlvesDirectora-Técnica do serviço de Apoio Domiciliário

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7Fevereiro de 2009 Santa Causa

A integração de actividades extracurriculares no sistema educativo foi implementada através do Despacho n.º 16795/2005, que determina que uma vez que este tipo de actividades não interfere na duração semanal e nas actividades curriculares, elas são vistas como actividades de animação e de apoio às famílias, bem como de enriquecimento curricular pois várias crian-ças frequentavam-nas a particular.

As actividades extracurriculares permitem à criança a aquisição de novas competências a nível do desporto, da música, da informática, de línguas estrangeiras, entre outras e conse-quentemente promovem um sucesso escolar futuro, maior desempenho e um nível de auto-estima mais elevado.

Embora este tipo de actividades ainda não esteja a funcionar a 100%, na minha opinião, como de várias colegas, são importantíssi-mas, pois contribuem positivamente para o desenvolvimento global da criança e também estimulam a criança para ir para o jardim-de-infância, porque são as novidades que ajudam a quebrar a rotina do dia-a-dia.Segundo uma análise de 50 inquéritos por questionários, preenchidos por educadores de infância, podemos verificar os seguintes resul-tados:

É notável a importância das actividades

extracurriculares para o desenvolvimento global da criança, 72% dos inquiridos con-cordam com esta afirmação.26% dos educadores dizem que estas activi-dades são úteis, mas não totalmente neces-sárias e só 2% acham que são fundamentais na realização das actividades pedagógicas.Apesar da implementação das actividades extracurriculares ser recente, notamos que grande parte dos educadores de infância concorda com a sua realização e que estas contribuem positivamente para o desenvol-vimento global da criança.Antes desta implementação, já existiam este tipo de actividades, mas eram particulares e nem todas as crianças tinham possibilidade de as frequentar, ou seja, estas actividades também vêm para igualar um pouco o nível de ensino entre as crianças e dar oportuni-dades e diminuir as discrepâncias que por vezes nós nos apercebemos que existem.O facto das actividades extracurriculares serem leccionadas por outros professores leva a que, por vezes, os educadores de in-fância, ao elaborarem o seu projecto cur-ricular de sala, não as incluam e quando o fazem é apenas como uma actividade onde ele irá cooperar com os docentes que as lec-cionam. O mesmo acontece na nossa Insti-tuição, pois as actividades extracurriculares (inglês e TIC), são leccionadas por outros docentes e apoiadas por nós educadoras de infância e auxiliares de acção educativa. Compete aos agrupamentos a que pertence o jardim-de-infância, ou ao próprio jardim-de-infância, caso pertença à rede privada ou IPSS, organizar as suas próprias actividades extra-curriculares.Esta situação leva à necessidade de “afectar mais educadores, professores, técnicos e auxilia-

res de acção educativa para acompanhamento dos alunos e das famílias. A disponibilidade dos recursos humanos será fundamental para se alcançarem os objectivos fixados, no sentido da promoção de uma escola mais próxima da realidade e das necessidades dos pais e alunos” (Carta Educativa do Porto).

É importante que, nesta etapa, a criança desenvolva as suas potencialidades a nível cognitivo e a nível socio-afectivo e sem dúvi-da que as actividades extracurriculares con-tribuem e muito para este desenvolvimento.

Eduarda CarvalhoEducadora Infância da Creche/JI de S. Gonçalo

Valências Valências

A violência doméstica goza normalmente de invisibilidade porque ocorre dentro de qua-tro paredes, mas não nos podemos esquecer que nos lares violentos existem outras per-sonagens, que assistem efectivamente à vio-lência: os filhos. Estes, por vezes assistem à violência dos pais podendo também ser alvo dessa violência. A violência parental e segundo Costa e Du-arte (2000: 19), “é dirigida às crianças e com-preende todo o acto dos pais, (ou outras que desempenham esse papel e funções) que lesem os seus direitos e necessidades relativamente ao seu desenvolvimento psicomotor, intelectual, moral, afectivo ou relacional. Referem ainda (Ibidem, 2000: 22), que as “condutas dos pais ou educadores, tais como rejeitar, isolar, ig-norar ou aterrorizar uma criança, (…), assim como a privação de sentimentos de amor, afec-to e segurança” se repercute no seu desen-volvimento emocional, social e intelectual.Exemplo destes comportamentos são as agressões verbais (ameaças, insultos, sar-casmos, depreciações contínuas, gritos…) e disputas familiares constantes. Ou seja, todo o tipo de comportamentos que desen-volvam na criança uma baixa auto-estima, medo ou ansiedade, que perturbem o seu bem-estar emocional. Acrescenta-se ain-

da que os maus-tratos às crianças incluem neste mesmo grupo diferentes níveis de vio-lência, ou seja a negligência, abuso sexual, e mesmo o impedimento ou negação de expe-riências de vida que produzam sentimentos de ser amado e querido, de segurança e que proporcionem condições facilitadoras de desenvolvimento.A violência parental, torna-se desta forma num ambiente perigoso criando na criança um mundo intimidante e inseguro, dada a proximidade que ela tem com aqueles inter-venientes e a importância que aquele con-texto familiar tem para o seu desenvolvi-mento, assim, compreende-se as razões do seu sofrimento ao testemunhar os conflitos entre os pais.Apesar da situação das crianças que estão expostas a este tipo de violência não ser um problema social novo, é no entanto de estudos recentes. Segundo Machado e Gon-çalves (2003: 97), “O interesse por esta proble-mática é, de certa forma, contingente à constru-ção relativamente recente da violência conjugal como um problema social, e é estimulado pela existência de uma maior consciência pública e profissional do problema do abuso das crianças em geral …”.O facto das crianças estarem expostas à

violência interparental tem sido um desafio para os serviços sociais e de saúde uma vez que existe um problema que se duplica, por um lado a criança que testemunha os actos de violência, por outro ser ela própria viti-ma de maus-tratos. É exemplo desta situa-ção algumas crianças que foram vítimas de maus-tratos físicos e sexuais por parte do pai relatarem que viveram aterrorizadas du-rante muito tempo por terem testemunhado a mãe a ser agredida e maltratada. Para alguns autores existem diferentes teo-rias sobre o modo como decorre o impacto negativo da criança exposta à violência in-terparental (Ibidem:98), “Não existe, de facto, um estereótipo reactivo à violência no espaço doméstico, detectando-se, inclusive, reacções bastantes díspares”, vários factores como a idade, o género, a frequência, a intensidade ou o suporte social podem contribuir para a explicação e compreensão desse impacto.Quando reflectimos acerca da protecção das crianças e jovens surge como ponto consensual a necessidade destas se desen-volverem e crescerem dentro de uma famí-lia que fomente o ambiente mais natural e propício ao seu crescimento, assim como desempenhe funções de suporte afectivo estável e regular. Porém, nem sempre o

desejável é realizável, verificando-se que existem famílias com problemas variados que não encontraram formas de resolução dos obstáculos inerentes às mudanças que favorecem o desenvolvimento do ciclo vital, famílias que não criam laços de proximidade com os filhos, ausentes ou inexistentes rela-tivamente aos afectos, levando a que estas crianças acarretem problemas ao nível físi-co, psico-afectivo e moral.A promoção dos direitos e protecção da criança atendendo aos seus interesses, as-sim como a participação e responsabilização dos pais para os seus deveres, promovendo a ideia da necessidade de um ambiente fa-miliar saudável para o desenvolvimento in-fantil, torna-se crucial para a cessação dos maus-tratos e do possível ciclo de vida que atormenta as várias gerações assim como, pela promoção do bem-estar das crianças e jovens, accionando acções de prevenção, sensibilização e formação junto das famílias de modo a prevenirmos problemas sociais futuros.

Violência/práticas parentais

Bibliografia: COSTA, Maria Emília, DUARTE, Cidália (2000), Violência Familiar, Porto, Âmbar.MACHADO, Carla e GONÇALVES, Rui Abrunhosa (2003), Violência e Vítimas de Crimes, Vol.2 – Crianças, Coimbra, QuartetoTrabalho elaborado por: Isabel Sousa, Coordenadora do CATL S. Nicolau

Actividades Extracurriculares

Contributo Percentagem

Fundamentais na realização das actividades pedagógicas

2%

Fundamentais para o desenvolvi-mento global da criança

72%

Úteis, mas não totalmente neces-sárias

26%

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8 Fevereiro de 2009 Santa Causa

Misericórdia Avaliação de Desempenho

“As práticas da Ava-liação do Desempenho não são novas, desde que um homem deu emprego ao outro, o seu trabalho passou a ser avaliado” (Idalberto Chiavenato)

As pessoas com as suas atitudes, conhecimentos e habilidades são o principal alicerce das organiza-ções/instituições. Neste sentido, a Misericórdia da Póvoa de Lanhoso espera resultados das pessoas que nela trabalham. Estas, por sua vez, sentem necessidade de, por um lado, saberem exactamente o que a Misericórdia espera delas e, por outro, de terem informação sobre a correspondência do seu trabalho às expectativas da Instituição.É neste sentido que a avaliação de desempenho surge como um sistema formal e sistemático que permite apreciar o trabalho de-senvolvido pelos colaboradores da Misericórdia bem como o seu potencial de desenvolvimento fu-turo. A avaliação do desempenho tem, assim, por objectivo central constituir-se como um instrumen-to de gestão de pessoas que auxi-lie as decisões relacionadas com a gestão da actividade profissional, identificação de necessidades de

formação, acções de melhoria, de entre outras. Para todas as funções recorrentes do organograma Institucional e das várias valências da Santa Casa foi definido um perfil de competên-cias considerado necessário para o bom desempenho da função. Esse perfil reúne um conjunto de com-petências que têm especial enfo-que no domínio técnico-profissio-nal, no campo comportamental e, quando aplicável, na área da lide-rança e gestão.A definição das competências da função não tem em conta o perfil do funcionário/colaborador que presentemente a desempenha, mas sim as competências consi-deradas necessárias para o bom desempenho do conteúdo funcio-nal decorrente dos objectivos da Misericórdia.O perfil é constituído por 13 com-petências, sendo oito funcionais (derivam da especificidade de cada função) e cinco transversais (apli-cáveis a todos os colaboradores da Instituição, independentemente da função que desempenham).O processo de avaliação inicia-se com a auto-avaliação que tem carácter preparatório da avalia-ção e não constitui componente vinculativa da avaliação a atribuir pelo avaliador. Tem como objec-tivo principal preparar o avaliado

para a entrevista com o avaliador, envolvendo-o no processo de ava-liação e fomentar o relacionamen-to com o superior hierárquico, de modo a identificar oportunidades de desenvolvimento profissional. Segue-se a hetero-avaliação que consiste na avaliação por parte do avaliador do desempenho de cada um dos seus funcionários. Nesta avaliação, o avaliador vai posicio-nar o desempenho de cada um dos seus funcionários relativamente a cada factor de avaliação, de acordo com o mesmo perfil de competên-cias da ficha de auto-avaliação.Por fim, a entrevista de avaliação consiste numa reunião entre o ava-liador e o avaliado, na qual será analisado o trabalho desenvolvido pelo avaliado no ano anterior, bem como negociar o plano de acção para o ano seguinte. Na entrevista, a função de quem avalia não se pode limitar, no en-tanto, à formulação de juízos so-bre o desempenho do trabalhador, devendo também identificar, com a colaboração deste, situações de trabalho passíveis de correcção, transformação e ajustamentos, lo-calizar as suas causas e estabele-cer perspectivas de melhoria.Em resumo, uma correcta aplica-ção da avaliação do desempenho, permitindo um melhor conhe-cimento de todo o contexto de

trabalho e as motivações dos tra-balhadores, poderá levar a uma maior produtividade dos mesmos, auxiliar nas decisões de organiza-ção e gestão de pessoal e identi-ficar potenciais candidatos a fun-ções de maior responsabilidade.É também necessário ter em con-sideração que a avaliação do de-sempenho é um processo distinto do regime disciplinar e não deve ser confundido com este. Na ava-liação do desempenho não se trata de punir infracções disciplinares e violação de deveres, mas sim de saber se o desempenho satisfaz ou não as necessidades do serviço e se atinge os objectivos e resultados esperados e de tentar melhorá-los.

Dr.ª Eduarda Oliveira A Responsável pelo processo de Ava-liação de Desempenho

Avaliação de desempenho é alicerce das organizações

Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso avalia as competências dos seus funcionários/colaboradores

Na avaliação do desempenho não se trata de punir infracções disciplinares e violação de deveres, mas sim de saber se o desempenho satisfaz ou não as necessidades do serviço e se atinge os objectivos e resultados esperados e de tentar melhorá-los.

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9Fevereiro de 2009 Santa Causa

O Centro de Formação da Miseri-córdia (CFM) abriu as portas no dia 5 de Setembro de 2008. Actu-almente, tem a decorrer diferentes propostas de formação, quer para a comunidade em geral, quer para os próprios recursos humanos da Instituição. “Nós estamos acredita-dos como entidade formadora nas áreas da Saúde, Serviços Sociais e Apoio Domiciliário, que vai de en-contro com as áreas de interven-ção da Santa Casa. Neste sentido, toda a formação que venhamos a desenvolver e propor para a comu-nidade, será sempre no âmbito das três áreas anteriormente referidas”, refere a Directora do CFM, Sónia Fernandes.

Formação externa.A nível da formação externa, o CFM tem a decorrer um curso EFA (Educação e Formação de Adultos) de “Apoio Familiar à Comunidade”, que iniciou no dia 15 de Dezem-bro de 2008, com 15 pessoas, com idades entre os 30 e os 40 anos, na sua maioria. Trata-se de uma acção destinada a maiores de 23 anos, desempregados, com escolaridade superior ao sexto e inferior ao nono ano. No final do curso, em Março de 2010, os formandos terão a compe-tência de Ajudante Familiar e de Apoio à Comunidade e uma quali-ficação de nono ano de escolarida-de, visto que este curso é de dupla certificação, pois confere uma certi-ficação profissional e escolar.Esta formação decorre de segun-da a sexta-feira em horário laboral (das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00), no CFM (Avenida 25 de Abril, por cima da Farmácia da Mi-sericórdia). Os formandos recebem

uma Bolsa mensal de formação, du-rante todo o período de duração do curso. “Esta é uma formação bastante abrangente. Tem uma componente de formação de base, de cidadania e empregabilidade, de linguagem e comunicação, língua estrangeira, matemática para a vida e tecno-logias de informação e comuni-cação; e tem também a formação tecnológica, que é uma formação numa vertente mais específica, que vai conferir competências para a função de Ajudante Familiar e de Apoio à Comunidade. A parte tec-nológica, além de dar um enqua-dramento geral sobre o que são as instituições de apoio familiar, apro-funda conhecimentos sobre relacio-namentos interpessoais, animação, noções de atendimento, prestação de cuidados de saúde, noções de dietética, bem como confecção de alimentos e de tudo, ou quase tudo, o que está subjacente ao processo alimentar, entre outras. “No final das 1815 horas em sala, os formandos terão uma componente de formação em contexto de traba-lho, com uma duração de 120 ho-ras, que decorrerá nas valências da Santa Casa ou noutras instituições que estejam interessadas em aco-lher as nossas formandas”, explica a directora do Centro. “Esta é a formação que temos apro-vada pelo POPH a nível externo, mas faremos outras candidaturas pois é nosso interesse contribuir para a requalificação dos cidadãos povoenses. A restante formação que vimos aprovada, neste âmbito, é para os nossos funcionários”, su-blinha Sónia Fernandes.

Formação interna.Ao nível da formação interna, o CFM viu aprovada formação den-tro de duas tipologias. Uma visa o aperfeiçoamento profissional e a outra está enquadrada nas Forma-ções Modulares Certificadas, que, além de valorizarem o profissional ao nível de conhecimentos, têm como objectivo “incentivar” o pro-fissional a se dirigir ao Centro de Novas Oportunidades (CNO), para iniciar o processo de Reconheci-mento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) e serem qua-lificadas com o sexto, o nono ou o 12º ano. “O objectivo é, além de motivar os funcionários para a formação e requalificação através do RVCC, dar novas competências aos fun-cionários ou rever conhecimentos, pois, como sabemos, as técnicas vão evoluindo e nós temos que as acompanhar. O que temos procu-rado nas reuniões internas com alguns grupos de trabalho é es-clarecer dúvidas que vão surgindo neste âmbito e incentivar os funcio-nários a procurarem o CNO para que aumentem a sua qualificação, quer para a sua valorização pesso-al, quer para a própria valorização da instituição e enriquecimento do seu capital humano”, explica aquela responsável.

Outras formações.Presentemente, o CFM tem ainda abertas as inscrições para os cursos de Instalação e Operação de Siste-mas Informáticos e de Práticas de Acção Educativa. São Cursos de Educação e Formação de Jovens destinados a jovens desemprega-dos com idades compreendidas

entre os 15 e os 23 anos, que por motivos de abandono escolar não completaram o nono ano. São cur-sos de dupla certificação, pois além de qualificarem com o nono ano, conferem competências de Acom-panhante de Crianças e de Ope-rador de Informática. São ainda cursos que funcionam em regime normal (horário laboral), gratuitos, em que o formando aufere de um subsídio de alimentação diário de 4,11€. “Dada a exigência dos dias de hoje em termos de qualificação e com-petências, estes cursos são uma mais-valia e uma aposta que deve ser feita pelos jovens que, pelo seu percurso na vida, deixaram de estu-dar”, explica Sónia Fernandes.

VoluntariadoNo CFM encontra-se ainda a de-correr um Curso de Alfabetização destinado a adultos que não tive-ram a oportunidade de, em tempo, frequentar ou completar o ensino básico escolar. Este curso surge

como um desafio lançado pela Dr.ª Rosa Carneiro Peixoto que desde sempre teve vontade de fazer algo semelhante. Esta Santa Casa acei-tou o desafio e abriu portas à turma que agora frequenta o curso. Fun-ciona em regime de voluntariado quer por parte da Dr.ª Rosa Carnei-ro, no tempo que disponibiliza para acompanhar os formandos, quer por parte da Santa Casa na disponi-bilização de todos os recursos asso-ciados à Formação.

Infra-estruturas. Em termos de infra-estruturas, o CFM dispõe de três salas com ca-pacidade para 15 a 20 formandos, sala de reuniões que também pode ser adaptada para sala de forma-ção para oito pessoas, sala para os formadores e uma sala multimédia com 12 postos de trabalho, com acesso à Internet e impressora, sendo que os interessados podem inscrever-se para utilizar a sala multimédia, beneficiando do apoio de um formador.

O entusiasmo já tomou conta da professora e dos alunos do Curso de Alfabetização que está a de-correr no Centro de Formação da Misericórdia. A vontade de ensinar alia-se à vontade de aprender, de uma forma ávida, que a ninguém deixa indiferente.

Facilmente se percebe em Rosa Ma-dalena Carneiro Peixoto, a professo-ra, a entrega apaixonada a esta mis-são que abraçou, pouco depois de se retirar do Ensino Público. De resto, este Curso surgiu por sua iniciativa, após proposta à Provedoria da Santa Casa. “A Alfabetização era uma área que ainda não tinha experimentado com alunos desta idade e disse ao Prove-dor que gostava de dar alfabetização, de forma voluntária, sem receber qualquer remuneração”, explica a tu-tora de nove adultos (sete senhoras e dois senhores) em idade de aprender a ler e a escrever. A mais nova tem 44 anos; a mais velha, 77. São todos reformados, com excepção de uma

pessoa. Este Curso terá a duração do ano lectivo. Realiza-se às segundas, ter-ças e quintas-feiras, entre as 14h00 e as 17h30, no CFM. Tendo inicia-do com poucas pessoas, a pouco e pouco, o grupo foi aumentando. “Algumas pessoas tinham vergo-nha de admitir que não sabiam ler nem escrever e outras acham que já não lhes faz falta aprender. En-tretanto, começámos com as pes-soas que tínhamos e depois outras foram aderindo. Chega uma pes-soa nova todos os dias”, explica a professora.

Aqueles que também desejem a alfabetização podem inscrever-se. Este curso é gratuito para os alu-nos. “Não vamos fechar as portas a ninguém. Já temos oito pessoas, não apenas da Vila, mas de ou-tras freguesias do concelho”, re-fere Rosa Madalena Peixoto, para quem leccionar a esta faixa etária exigiu uma preparação. A turma tem níveis diferentes; idênticos

são o empenho e o entusiasmo de todos: “São óptimos alunos. São muito interessados, muito atentos, muito divertidos e estamos aqui como numa família. Eles estão a aderir muito bem e estou a gos-tar imenso”, refere Rosa Peixoto. Diferentes são as motivações de cada um: a par de aprender, por questões de auto-estima ou pro-fissionais, combater o isolamento, conviver. “Tenho uma senhora que veio porque queria escrever uma carta ao namorado e quer mesmo ir para a informática aprender a es-crever, mas não importa a motiva-ção; importa é que vieram”.

Para a professora, reformada do ensino básico, a experiência está a ser muito gratificante. “A minha melhor recompensa vai ser dar um bocadinho de alegria a estas pes-soas. Eu tenho aqui senhoras que estão sozinhas e que sentem muita necessidade de ler e de escrever. Dizem-me que estar aqui é uma lufada de ar fresco nas suas vidas.

Isto ajuda-os a passar o tempo e puxa por eles. Noto que, mesmo a nível da escrita, vou ter umas letras lindas! Estou tão contente”, confessa a responsável. Para além de ensinar a ler e a es-crever, este Curso de Alfabetiza-ção vai permitir o acesso às novas tecnologias da informação, através da Sala Multimédia do Centro de Formação, com custos suportados

pela Santa Casa. Preparar aqueles que o desejem para se dirigirem a um Centro Novas Oportunidades é uma possibilidade para os alu-nos. “É uma porta que se abre. É para eles também um motivo de orgulho ter o quarto ano”, acredi-ta Rosa Peixoto, a quem também cabe aqui um papel de “aluna”: “Eu também vou aprender muito com eles”.

Centro de Formação Propostas

Curso de Alfabetização para Adultos

Turma do curso EFA de Apoio Familiar e à Comunidade

Alunos do Curso de Alfabetização

Centro de Formação da Misericórdia com propostas para a comunidade e para os recursos humanos da Santa Casa

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10 Fevereiro de 2009 Santa Causa

Centro de Formação Educação

Em 1998, a UNESCO editou o li-vro “Educação: um tesouro a des-cobrir” a partir do Relatório da Conferência Internacional sobre a Educação para o Século XXI, co-ordenado por Jacques Delors. Esse relatório, conhecido como Relató-rio Delors, estabeleceu os quatro pilares considerados por uns, ao mesmo tempo, como “pilares do conhecimento e da educação con-tinuada”, e por outros como pila-res da educação contemporânea. São eles: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. Gadotti apresenta-as como sendo:

1. Aprender a conhecer - tem a ver com o prazer da descoberta, da curiosidade, de compreender, construir e reconstruir o conhe-cimento. `Aprender a conhecer é mais do que aprender a aprender... não basta aprender a conhecer. É preciso aprender a pensar, a pen-sar a realidade... é preciso pensar também o novo, reinventar o pen-sar, pensar e reinventar o futuro.”; 2. Aprender a fazer - “Saber traba-lhar colectivamente, ter iniciativa, gostar do risco, ter intuição, saber comunicar-se, saber resolver con-flitos, ter estabilidade emocional. Essas são, acima de tudo, qualida-des humanas que se manifestam nas relações interpessoais tidas no trabalho.”;

3. Aprender a viver juntos - signifi-ca compreender o outro, ter prazer no esforço comum, participar em projectos de cooperação.;

4. Aprender a ser - tem a ver com o “desenvolvimento integral da pessoa: inteligência, sensibilida-de, sentido ético e estético, res-ponsabilidade pessoal, espiritua-lidade, pensamento autónomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa.”.

Logicamente a Santa Casa da Mi-sericórdia da Póvoa de Lanhoso, preocupada com a população que procura diariamente servir, empe-nhou-se em desenvolver progra-mas de apoio na área educativa e através do seu Centro de Forma-ção apresenta-se como entidade apta a ser mais um agente facilita-dor na procura de competências. Em concreto, na ministração de cursos técnicos, EFA, validação de competências tendo em vista o acesso ao Programa Novas Opor-tunidades, etc. Nesse sentido, fez-se rodear de um conjunto de com-petentes formadores, com vasta experiências em diversas áreas, que se mostram disponíveis para ser uma imprescindível ajuda para todos aqueles que se dirijam ao Centro de Formação. Hoje, mais do que nunca, fala-se de formação, embora sem referir qualificação, e é neste âmbito, que a construção de competências assume particu-lar importância.A Construção de Competências na Formação A abordagem por competências tem-se desenvolvido em todos os países. Perrenoud define compe-tência como uma capacidade de agir eficazmente num determina-do tipo de situação, apoiado em conhecimentos, mas sem se limi-tar a eles. Dessa forma, estabelece uma diferença entre competências e conhecimentos. Enquanto os co-nhecimentos são representações da realidade que construímos e armazenamos ao sabor de nossa experiência e da nossa formação, as competências são capacidades para os utilizar, integrar ou mobili-zar, visando a solução dos diversos problemas com os quais o indiví-duo se depara diariamente. Cons-truir uma competência implica encontrar, identificar e mobilizar conhecimentos que darão suporte à solução de problemas. Vale sa-lientar que as competências aqui

discutidas não são apenas téc-nicas, manuais, pelo contrário. 0 termo aqui adoptado insere-se no contexto mais amplo possível, e tem a ver com o desenvolvimento de competências éticas, políticas, técnicas, que habilitem o futuro profissional a tornar-se, na prática, o agente de transformação social, o ser crítico-reflexivo, que utilize a ferramenta da acção-reflexão, que aprenda a conhecer, a fazer, a ser e a viver colectivamente, pois, acre-dita-se serem estas competências fundamentais a todo ser humano livre e autónomo. Se a constru-ção de competências pertence aos trabalhadores como sujeitos deste processo, a sua mobilização e articulação em situações con-cretas dependerá da possibilidade da constituição de “organizações qualificadoras”, e a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanho-so é assumidamente uma Organi-zação Qualificadora. Este tipo de organização do trabalho não so-mente usa, utiliza as competências dos trabalhadores, mas fabrica-as, produz essas competências. Como pode a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso contribuir para construir novas competên-cias? Dando possibilidades aos trabalhadores de intervirem na gestão do trabalho e nas decisões que afectam o processo produti-vo, propiciando-lhes espaços para participação, para propor modi-ficações e sugestões de melho-ria, permitindo a discussão sobre concepções, métodos e procedi-mentos de trabalho, estimulando o aumento da autonomia e do po-der de decisão – o novo Centro de Formação da Santa Casa da Mise-ricórdia da Póvoa de Lanhoso, que como espaço formativo, quer seja de educação geral ou profissional, deverá, em igual forma, propiciar a construção destas competências, e isto implica a rediscussão dos seus métodos de gestão e da formação

dos seus próprios funcionários. Participe, seja parte activa na sua formação!

Competência é inseparável da acção e os conhecimentos teóri-cos e/ou técnicos são utilizados de acordo com a capacidade de executar as decisões que a acção sugere. A competência é a capa-cidade de resolver um problema numa dada situação. A competên-cia baseia-se nos resultados.

Nelson FerreiraLicenciado em EnfermagemFormador Residente do Centro de Forma-ção da Santa Casa da Misericórdia da Pó-voa de LanhosoCoordenador da Equipa de Enfermagem da Unidade de Convalescença do Hospital António LopesPós Graduado e Mestrando em Gestão de Serviços de Saúde

Educação: um tesouro a descobrir

Competência é inseparável da acção e os conhecimentos teóricos e/ou técnicos são utilizados de acordo com a capacidade de executar as decisões que a acção sugere. A competência é a capacidade de resolver um problema numa dada situação. A competência baseia-se nos resultados.

Referências bibliográficas• Gadotti M. Perspectivas actuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul; 2000.24-26; Porto. Porto: Universidade do Porto-Portugal; 2000.• Magalhães LMT. 0 ensino superior em enfermagem e o desafio da mudança: os referenciais de um novo processo de formação. [tese] São Paulo (SP): Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; 2000.• Morin E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; 2000.• Perrenoud P. Construir as competên-cias desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul; 1999.• Perrenoud P. Construindo competên-cias. Rev NovaEscola 2000 [Online]; Disponível em: <http://www. novaesc-ola.com.br>. (25 de Março de 2001)• PERRENOUD, Philippe. 10 novas com-petências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.• VEIGA, Ilma Passos (Org.). Forma-ção de professores: política e debates. Campinas: Papirus, 2002.• SANTO, Ruy César do Espírito. Desafi-os na formação do educador Campinas: Papirus, 2002.

Se tens entre os 15 e os 23 anos e queres com-pletar o 9.º ano de escolaridade, procura-nos.

Cursos disponíveis: Instalação e Operação de Sistemas InformáticosPráticas de acção educativa

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11Fevereiro de 2009 Santa Causa

Misericórdia Instituição

No passado dia 15 de Novembro, reuniram em Assembleia Geral os Irmãos da Santa Casa da Miseri-córdia da Póvoa de Lanhoso, com

o objectivo de aprovarem o orçamento suple-mentar para 2008 e o Plano de Acção e Orça-mento para 2009.

Objectivos para 2009. Durante a sessão, os Irmãos ficaram a conhe-cer os objectivos para o ano de 2009, que fe-cha um ciclo de gestão. A actual Mesa Admi-nistrativa assumiu o compromisso, perante os Irmãos da Misericórdia, de cumprir dois man-datos à frente dos desígnios desta Instituição. É hora de relembrar o passado, assumindo o presente, para que se possa projectar o futuro de uma forma séria e rigorosa.

A grande aposta da Mesa Administrativa para o ano de 2009 incide nas valências de saúde. No ano em curso, atingir-se-á o ponto de equi-líbrio orçamental do Hospital António Lopes, depois de sucessivos anos de gestão deficitária. O ano de 2009 será o ponto de arranque para a consolidação económico-financeira desta valência. Mas estes objectivos de gestão não desviam a Mesa Administrativa da premissa que norteia o HAL: a prestação de cuidados de saúde de qualidade superior através da oferta de um serviço altamente humanizado. As res-postas do Estado são cada vez mais escassas. Compete à Misericórdia povoense estar atenta a essa realidade, apostando na racionalização dos recursos e na formação dos seus activos. Não foi por acaso que a Unidade de Convales-cença do HAL foi considerada uma referência modelar no âmbito da Rede Nacional de Cui-dados Continuados.

No início deste ano, iniciar-se-á a construção do edifício da Clínica Social da Misericórdia,

nos terrenos anexos ao Hospital António Lo-pes. Depois de alguns atrasos de ordem buro-crática, irá avançar-se, finalmente, para a exe-cução deste empreendimento que irá suprir uma lacuna no acompanhamento dos doentes com as patologias de Parkinson e Alzheimer.

Um outro projecto que está em mãos é a cons-trução de uma Unidade de Cuidados Continu-ados de Longa Duração na “Casa do Feitor”. Para o efeito, foi apresentada à ARS Norte uma candidatura ao Programa Modelar, que visa o financiamento de Unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados (RNCCI). Esta can-didatura foi aprovada, significando que a Ins-tituição da Póvoa de Lanhoso irá integrar com duas unidades (Unidade de Convalescença e Unidade de Longa Duração) a.RNCCI.

A Instituição tem outros objectivos para o cor-rente ano. Tendo em vista a valorização do pa-trimónio e, também, o potenciar de melhores condições de frequência às nossas crianças, foram feitas diversas benfeitorias nos edifícios afectos às valências de infância. Para o ano de 2009, para além das actividades lectivas, que têm um calendário próprio, prevê-se a conti-nuidade daquela política de investimentos. Fruto da desresponsabilização do Estado, que tem vindo a reduzir significativamente as com-participações dos utentes das valências de in-fância, esta é uma área de gestão deficitária. A agravar tudo isto e fruto da entrada em vigor das novas normas de transporte colectivo de crianças, a Misericórdia teve de adquirir um mini autocarro custou cerca de 100 mil euros.

Relativamente às valências seniores, nomea-damente ao Lar de São José, há uma política de investimento contínuo na melhoria das con-dições dos utentes. Foi feita uma candidatura ao concurso “Apoio a Idosos”, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, com o objec-

tivo de conseguir melhorias no serviço, nome-adamente ao nível de equipamentos diversos e criação de uma Sala de Snoezelen, que con-siste num espaço de estimulação sensorial, relaxamento, lazer e diversão. O ano de 2009 ficará, portanto, marcado por um investimento significativo na optimização deste edifício.

Orçamento Suplementar de 2008 aprovado.

Com uma presença muito significativa de Ir-mãos, o Orçamento Suplementar para o 2008 foi aprovado com duas abstenções, prevendo-se proveitos e ganhos de 8.283.500,00 € e cus-tos e perdas de 8.079.500,00 €. Esta revisão orçamental projecta um resultado líquido po-sitivo de 204 mil euros.

Já o Orçamento para 2009, aprovado por unanimidade, reflecte proveitos e ganhos de 8.528.00,00 € e custos e perdas de 8.294.000,00 €. O resultado líquido previsional do exercício ascenderá a 234 mil euros.

De lembrar que para o ano de 2008, a Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso elegeu três grandes áre-as de actuação, tendo em vista a consolidação sócio-económica da Instituição: o potencial humano, os factores de competitividade dos diversos serviços e a valorização do patrimó-nio. Foram áreas onde houve a preocupação de melhorar e inovar.

Os recursos humanos são o activo mais impor-tante da Instituição. São eles que, no dia-a-dia, constroem e solidificam a imagem da Miseri-córdia. Daí o empenhamento da Mesa Admi-nistrativa na criação de meios que possibilitam a optimização desses recursos, tendo em vista a melhoria dos serviços e, também, o aumen-

to da competitividade. São estes factores de competitividade, resultantes de programas de formação dos seus activos, que diferenciam a Misericórdia daqueles que concorrem directa-mente consigo no mesmo segmento de activi-dade. Tratou-se de uma aposta ganha porque há hoje a consciência de que, na hora da deci-são, o factor “qualidade” é aquele que se sobre-põe a todos os outros.

No passado dia 5 de Setembro foi inaugurado o Centro de Formação da Misericórdia. Trata-se de uma valência de rendimento que irá gerar recursos para que a Instituição possa cumprir a sua missão misericordiana. Foram aprovadas três candidaturas, duas para formação dos ac-tivos da Instituição e uma para externos. Para estas três áreas de formação foi aprovada uma verba a rondar os 485 mil euros. Mas como a Misericórdia não quer cingir a a sua actividade à “formação financiada” e, cumprindo o seu desiderato de serviço comunitário, irá avançar com os cursos de alfabetização, gratuitos e em regime de voluntariado. No mesmo Centro de Formação e aproveitando as condições de ex-celência existentes, foi criada uma sala multi-média, com 12 postos de trabalho e o acompa-nhamento permanente de um formador.

Outra aposta que se revelou de vital importân-cia para a Instituição foi a implementação do Sistema de Gestão de Qualidade. Depois das valências sociais e da valência hospitalar, che-gou a hora de projectar a certificação de qua-lidade para as valências da Farmácia e Centro de Formação. Durante o ano de 2009 esta será a primeira Misericórdia do país a ver concluí-do o processo de certificação de todas as suas valências, ao abrigo da norma ISO 9001:2000. Este é mais um factor de diferenciação e com-petitividade que joga a favor da Misericórdia povoense.

Plano de Actividades e Orçamento aprovados por unanimidade

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