fev/mar de 2008 ano xxi nº 804 seg 25 ter 26 qua 27 qui 28 … · 2019. 7. 21. · pressão para...

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Pressão para garantir acordo FEV/MAR DE 2008 ANO XXI Nº 804 SEG 25 TER 26 QUA 27 QUI 28 SEX 29 SÁB 1 DOM 2 sintufrj.org.br [email protected] ASSEMBLÉIA ÀS 10H DESTA TERÇA, DIA 26, NO QUINHENTÃO Pressão para garantir acordo A categoria está sendo convocada para nesta terça-feira, 26, às 10h, ir ao auditó- rio do Quinhentão participar da assembléia geral que deliberará sobre o indicativo de paralisação nacional de 48 horas definido na última plenária da Fasubra. O eixo é pelo cumprimento do acordo da greve de 2007, pois ele está ameaçado com o corte no orçamento do dinheiro destinado ao aumento de servidores. PÁGINAS 2 E 3 ESPECIAL/ MULHER Para marcar o Dia Interna- cional da Mulher, 8 de março, o Jornal do SINTUFRJ inicia uma série de reportagens sobre a luta das mulheres em busca de seu es- paço na sociedade. A primeira matéria traz entrevista/depoimen- to da antropóloga Mirian Golden- berg, autora de vários livros sobre o universo feminino. Ela aborda assuntos como o impacto do en- velhecimento na vida das mulhe- res brasileiras e a desigualdade entre homens e mulheres na hora de definir quem vai cuidar dos filhos. PÁGINAS 10 E 11 CPV/SINTUFRJ Ninguém substitui Fidel O homem que conduziu a revolução que transformou a ilha de Cuba num país socialista deixou formalmente o poder na semana passada. O comandante Fidel Castro desceu há 50 anos Sierra Maestra com um grupo de guerrilheiros barbudos e tomou o poder de facínoras e corruptos, aliados da opressão do imperialismo americano. Ele comandou uma revolução que expropriou ricos e mafiosos para transformar Cuba numa pátria livre, soberana e com justiça para o seu povo. PÁGINA 12 Começa adesão ao plano de saúde O servidor que aderir nos pri- meiros 30 dias ficará isento de carência. Na semana passada foi realizada audiência pública para esclarecimentos na Praia Verme- lha. PÁGINAS 4 E 5 Foto: Cícero Rabrello Foto: Divulgação Foto: Internet QUARTA-FEIRA, 20. No salão Muniz Aragão, servidores buscaram esclarecimentos Quem se inscreveu para o Curso Pré-Vestibular do SINTUFRJ deve ficar atento: nesta terça-feira, dia 26, às 18h, na subsede do IFCS, será realizado o sorteio para preenchimento das vagas. PÁGINA 9

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  • Pressão paragarantir acordo

    FEV/MAR DE 2008 ANO XXI Nº 804 SEG 25 TER 26 QUA 27 QUI 28 SEX 29 SÁB 1 DOM 2 sintufrj.org.br [email protected]

    ASSEMBLÉIA ÀS 10H DESTA TERÇA, DIA 26, NO QUINHENTÃO

    Pressão paragarantir acordo

    A categoria está sendo convocada para nesta terça-feira, 26, às 10h, ir ao auditó-rio do Quinhentão participar da assembléia geral que deliberará sobre o indicativode paralisação nacional de 48 horas definido na última plenária da Fasubra. O eixo épelo cumprimento do acordo da greve de 2007, pois ele está ameaçado com o corteno orçamento do dinheiro destinado ao aumento de servidores. PÁGINAS 2 E 3

    ESPECIAL/MULHER

    Para marcar o Dia Interna-cional da Mulher, 8 de março, oJornal do SINTUFRJ inicia umasérie de reportagens sobre a lutadas mulheres em busca de seu es-paço na sociedade. A primeiramatéria traz entrevista/depoimen-to da antropóloga Mirian Golden-berg, autora de vários livros sobreo universo feminino. Ela abordaassuntos como o impacto do en-velhecimento na vida das mulhe-res brasileiras e a desigualdadeentre homens e mulheres na horade definir quem vai cuidar dosfilhos.

    PÁGINAS 10 E 11

    CPV/SINTUFRJ

    Ninguém substitui FidelO homem que conduziu a revolução que transformou a ilha de Cuba num país socialista deixou

    formalmente o poder na semana passada. O comandante Fidel Castro desceu há 50 anos Sierra Maestra comum grupo de guerrilheiros barbudos e tomou o poder de facínoras e corruptos, aliados da opressão doimperialismo americano. Ele comandou uma revolução que expropriou ricos e mafiosos para transformarCuba numa pátria livre, soberana e com justiça para o seu povo. PÁGINA 12

    Começa adesão ao plano de saúde O servidor que aderir nos pri-meiros 30 dias ficará isento decarência. Na semana passada foirealizada audiência pública paraesclarecimentos na Praia Verme-lha. PÁGINAS 4 E 5

    Foto: Cícero Rabrello

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    o: D

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    Foto: Internet

    QUARTA-FEIRA, 20. Nosalão Muniz Aragão,servidores buscaramesclarecimentos

    Quem se inscreveu para o Curso Pré-Vestibular do SINTUFRJ deve ficar atento: nesta terça-feira, dia 26, às 18h, na subsede do IFCS,será realizado o sorteio para preenchimento das vagas. PÁGINA 9

  • 2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 804 - 25 de fevereiro a 2 de março de 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected]

    JORNAL DO SINDICATODOS TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA UFRJ

    Coordenação de Comunicação Sindical: Denise Francisco Góes, Jeferson Mota Salazar e Odilon Campinas Filho / Conselho Editorial: Coordenação Geral eCoordenação de Comunicação / Edição: L.C. Maranhão / Reportagem: Ana de Angelis, Lili Amaral e Regina Rocha. / Estagiária: Silvana Sá / Secretária: KatiaBarbieri / Projeto Gráfico: Luís Fernando Couto / Diagramação: Luís Fernando Couto e Jamil Malafaia / Ilustração: André Amaral / Fotografia: Niko Júnior /Revisão: Roberto Azul / Tiragem: 11 mil exemplares / As matérias não assinadas deste jornal são de responsabilidade da Coordenação de Comunicação Sindical /Correspondência: aos cuidados da Coordenação de Comunicação. Fax: 21 2260-9343. Tels.: 2560-8615/2590-7209, ramais 214 e 215.

    Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJCx Postal 68030 - Cep 21944-970 - CNPJ:42126300/0001-61

    Assembléia discute indicativo deparalisação nacional de 48 horas

    CUT chama entidades para ação conjunta pelo cumprimento dos acordos.Cresce a pressão pelo cumprimento do acordoA categoria está sendo con-

    vocada para nesta terça-feira,26, às 10h, ir ao auditório doQuinhentão participar da as-sembléia geral que deliberarásobre o indicativo de paralisa-ção nacional de 48 horas, defi-nido na última plenária da Fa-

    subra. O eixo é pelo cum-primento do

    Modificaçãono Orçamentonão garantenada

    A pressão que vem sendo feitapela Fasubra, CUT e Condsef (Con-federação Nacional dos Trabalha-dores no Serviço Público Federal)surtiu um efeito positivo – o relatorgeral do Orçamento, José Pimentel(PT-CE), resolveu voltar atrás nasua proposta inicial de corte dosreajustes programados – mas jo-gou a decisão para os Poderes Exe-cutivo, Legislativo e Judiciário.

    Isso quer dizer que não há nadade concreto e que a decisão sobre oscortes e repactuação de prazos con-tinua. O Ministério reafirma que sóirá apresentar e discutir situaçõesconcretas após a aprovação do Orça-mento. A votação do relatório geralno Congresso Nacional está previstapara final de fevereiro.

    Ofícios da Fasubra forammandados ao MEC, à Andifes (rei-tores) e aos parlamentares aler-tando para a possibilidade do des-cumprimento do Termo de Com-promisso – este não condiciona-do a eventuais ajustes no Orça-mento – e suas conseqüências:comprometimento estrutural dofuncionamento e dos programasde expansão das IFEs e disposiçãopara deflagração de greve.

    acordo da greve de 2007.Os dias marcados, se aprovada a

    paralisação, são 26 e 27 de fevereiro edevem ser dias de atos para dar visibi-lidade à nossa luta. A palavra de or-dem da paralisação é “Acordo Assina-do, Acordo Cumprido!”. No dia 26haverá mesa de negociação entre Fa-subra, Planejamento e MEC. No mes-mo dia a CUT discute com as entida-des do funcionalismo também umaparalisação conjunta em março. Mar-cha a Brasília do funcionalismo esetor da educação também está mar-cada para a primeira quinzena.

    Segundo a direção nacional daFederação, o ajuste no Orçamentoapresentado pelo relator, deputadoJosé Pimentel (PT-CE), não explici-ta a garantia do cumprimento dosacordos, colocando a categoria emuma situação de dúvida e insegu-

    rança em relação aocumprimen-

    to do acordona íntegra(conteúdo eprazos). Se oacordo não forcumprido, fi-caremos, emtermos salari-

    ais, 2 anos e 5meses sem ne-

    nhum reajuste! Isto

    para uma categoria que tem os me-nores pisos e tetos do conjunto dofuncionalismo público federal.

    Cerco fechadoCerco fechadoCerco fechadoCerco fechadoCerco fechadoA cada dia fecha-se o cerco sobre a

    perspectiva do cumprimento ou nãopor parte do governo Lula dos acordosfirmados e negociados com 17 cate-gorias do funcionalismo público.Está na hora de aumentar a pressãopara garantir o que foi acordado em2007 com os trabalhadores, princi-palmente com os técnicos-adminis-trativos em educação das universida-des federais, que são discriminadosem relação a outras áreas considera-das estratégicas para o Estado.

    A direção da Fasubra se reuniusemana passada com a liderança doPT e deputados ligados ao serviço pú-blico, ao orçamento e ao setor daeducação para reafirmar a necessida-de do cumprimento na íntegra doacordo, com seu conteúdo e datas,defendendo a manutenção do orça-mento da Educação.

    A última plenária nacional daFasubra deliberou por unanimidadeconstruir a mobilização da categoriapara defender o cumprimento dosacordos firmados com o governo e acontinuidade das negociações. Trans-formar o acordo assinado em uminstrumento legal para garantir oseu cumprimento, sem mudança nos

    prazos, é o fiel da balança do mo-vimento. Além da questão

    salarial também estãoem jogo adequações im-portantes na Carreira, asquais o governo se com-prometeu no Termo deCompromisso.

    BatalhaBatalhaBatalhaBatalhaBatalhaNesta semana a bata-

    lha, que vem

    sendo travada pela Fasubra e demaisentidades do serviço público em Brasí-lia, começa a invadir as ruas do país.Uma paralisação de 48 horas, nestaterça e quarta-feiras, dias 26 e 27, já foidecidida nacionalmente, assim comoum dia nacional de greve geral dofuncionalismo em março pelo cum-primento dos acordos e pela aberturaimediata de negociações para as cate-gorias que ainda não possuem acordosfirmados. O objetivo é fazer uma gran-de marcha à capital federal. Estas deli-berações da plenária, realizada nos dias16 e 17 de fevereiro, fazem parte dapauta da assembléia geral dos traba-lhadores da UFRJ convocada para amanhã desta terça-feira.

  • Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 804 - 25 de fevereiro a 2 de março de 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected] – 3

    Fasubra faz alertaFederação afirma que reajuste não está garantido e que mobilização tem que ser mantida

    A Coordenação-geral da Fa-subra alerta para que a notíciade que o reajuste está garantido- devido ao anúncio de Pimen-tel que foi estampado nas capasdos principais jornais do país -não desmobilize a categoria,pois não há nada de novo ofici-almente apresentado pelo mi-nistro Paulo Bernardo. Desde omês dezembro de 2007 ele vemanunciando a dificuldade emcumprir os acordos.“Não acre-dito em Papai Noel, assim comonada que venha do Planaltocomo um “presente”. Para mimé um balão de ensaio para im-pedir a greve. O que tem que serfeito é a concretização do nossoaumento com a transformaçãolegal do acordo”, afirma JoãoPaulo Ribeiro.

    “Estamos vivendo um mo-mento decisivo para garantir onosso acordo. Não podemos re-laxar. Acredito que a manifes-tação do relator foi resultado dapressão das categorias, especial-mente da Fasubra e da CUT quevem defendendo o seu cumpri-mento desde dezembro de 2007.Nestes próximos dias teremos oquadro completo do que será ounão possível. O ministério doPlanejamento está chamando aFasubra para uma reunião so-bre o acordo e também vamosnos reunir com o MEC. Queroacreditar que o Executivo e oParlamento demonstrem que acredibilidade de qualquer pro-cesso de negociação só se dá comacordos cumpridos”, avalia LéiaOliveira. “Não aceitamos pagara conta da CPMF, até porque aEducação deve ser tratada comprioridade pelo Estado”, desta-ca.

    “A nossa pressão surtiu efei-to também em outras ques-tões importantes para ostrabalhadores, como oenvio das Convenções151 e 158 da OIT aoCongresso. Isso provaque o esforço tem de ser

    conjunto. Estamos num mo-mento delicado que pode aca-bar nos dividindo ainda mais,pois o governo pode jogar comaumento para algumas catego-rias em detrimento de outras. Eaí será um salve-se quem puder.Nisso, todo o esforço de mobili-

    Luiz Antônio Araújo.

    Principais decisões da ple-Principais decisões da ple-Principais decisões da ple-Principais decisões da ple-Principais decisões da ple-nária sobre o acordonária sobre o acordonária sobre o acordonária sobre o acordonária sobre o acordo

    * Campanha Nacional pelocumprimento dos acordos

    * Paralisação de 48 horas nosdias 26 e 27 de fevereiro

    * Transformação do Termode Compromisso em Instrumen-to Legal a ser encaminhado aoCongresso Nacional até o finalde março. Constará:

    - Alteração do Anexo I – comdatas de início e período de vi-gência das tabelas, garantindo-se que o início seja maio con-forme o termo de compromisso;

    - Alteração da redação do ar-tigo 15 da Lei 11.091/2005 quegarante a não absorção do Ven-cimento Básico Complementar– VBC;

    - Abertura de novo prazo paraadesão à Carreira;

    - Aval da Bancada de Parla-mentares, do líder do governo edo MEC para garantir que a vi-gência da tabela seja em maio.

    * A Fasubra deflagrará a gre-ve se não for elaborado o instru-mento legal que garanta o cum-primento do acordo.

    2007 foi assinado no dia 3 desetembro de 2007, entre Minis-tério do Planejamento, Secreta-ria de Ensino Superior do Mi-nistério da Educação, Fasubra,CUT e Andifes (reitores). Con-tém oito cláusulas e define osreajustes na tabela da Carreira,agora em maio, julho de 2009 ejulho de 2010. Em maio estãoprevistas a incorporação do VPI(Valor Pecuniário Individual),que é de R$ 59,87; a manuten-ção do VBC; mudança na inter-polação da Classe D para E de P-21 para P-23.

    Em 2009: mudança na in-terpolação da Classe D para E deP-23 para P-28.

    Em 2010: mudança na in-terpolação da Classe C para D deP-16 para P-17 e da Classe Dpara E de P-28 para P-31.

    Veja os salários previstos apartir de maio conforme oacordo assinado entregoverno e Fasubra

    Classe A

    Classe B

    Classe C

    Classe D

    Classe E

    PISO

    802,76

    958,04

    1.143,36

    1.364,53

    1.747,83

    TETO

    1.517,26

    1.810,76

    2.161,02

    2.579,04

    3.303,51

    Para garantir oreajuste demaio é precisocorrer contra otempo, pois onosso esgota-seem março

    Ostrabalhadoresnão podempagar aconta daCPMF

    zação conjunta em defesa dostrabalhadores e do serviço pú-blico pode ir por água abaixo.Com isso também o governo vaiganhando tempo, desmobili-zando, e aí depois vamos ter decorrer para não ficar no prejuí-zo e será tarde demais. É hora deirmos pra rua e construirmosmaior mobilização nas basespara o governo sentir a nossaforça. Se não tivermos estas ini-ciativas nosso acordo não serácumprido. Não podemos ser pe-gos no contrapé, e só trabalharcom a possibilidade de somentea Educação ser salva dos cortes.Isso não contribui para a lutamaior. Temos de trabalhar coma lógica de atender os acordos detodas as categorias. É batalha

    nossa!”, analisa

    Além dos reajustes na tabelao Termo de Compromisso defi-ne o encaminhamento à CasaCivil de instrumento legal quecontemple a reestruturação dastabelas e que haja também ins-trumento legal para que nãoseja absorvido o VBC. No Termoo governo se compromete tam-bém a retomar as discussões so-bre a racionalização dos cargos(correção de problemas origina-dos com a organização dos car-gos ns classes); concessão denovo prazo para adesão à Car-reira; como também retomar odebate sobre os percentuais deincentivo à qualificação (paraquem tem educação formal aci-ma do exigido pelo cargo e pre-cisa ter seus percentuais melho-rados) constante do Anexo IV daLei 11.091/05.

    O termo de compromissoO termo de compromissoO termo de compromissoO termo de compromissoO termo de compromissoO termo de compromis-

    so do acordo da greve de

  • 4 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 804 - 25 de fevereiro a 2 de março de 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected]

    Plano de saúde: audiênciapública na Praia Vermelha

    Na quarta-feira, dia 20,foi realizada a segundaaudiência pública para es-clarecer a categoria sobreo plano de saúde suple-mentar. PR-4, Caurj e SIN-TUFRJ compuseram a mesaque debateu e esclareceuos servidores sobre a novamodalidade de plano queserá implantada na UFRJ apartir da próxima semana.O encontro foi realizado noSalão Moniz de Aragão, naPraia Vermelha. A coorde-nadora de Políticas Sociaisdo SINTUFRJ, Noemi An-drade, relembrou que o pla-no de saúde apresentado éuma conquista da catego-ria. “Este é um fruto de nos-sas reivindicações, fruto daúltima greve. A opção pelaautogestão significa nãopensar na saúde como umproduto. Cada um que esti-ver fazendo a adesão nãoserá um cliente, mas umassociado. E como associ-ado, cada um tem direito avoz e voto”, afirmou a diri-gente.

    O coordenador-geral do Sindi-cato, Francisco de Assis, esclareceua plenária sobre a participação doSINTUFRJ nas negociações com aCaurj. “A nossa proposta inicial erade que o servidor contribuísse ape-nas com R$ 42, mesmo valor dogoverno. Percebemos que não seriapossível que toda a categoria fossecontemplada dessa forma, mas atabela IV (sem faixaetária) atendeem parte a nossa reivindicação. Abase da categoria que ganha até R$1.372,81 irá pagar apenas R$ 42pelo plano”, disse. Ele tambémchamou atenção para os dias 26 e27 de fevereiro, dias de mobiliza-ção e paralisação para que o gover-no cumpra as outras partes do acor-do de greve. “É mais uma forma depressionarmos para que tenhamostodo o acordo cumprido”, afirmou.

    Contribuição doContribuição doContribuição doContribuição doContribuição dogoverno terá reajustegoverno terá reajustegoverno terá reajustegoverno terá reajustegoverno terá reajusteA coordenadora de Administra-

    ção e Finanças do Sindicato, NilceCorrêa, deu uma boa notícia: “Jáestá confirmado que o valor pagopelo governo ao plano de saúde pas-sará de R$ 42 para R$ 50”. Elapropôs que o período de adesão co-mece no início de março, para quea categoria possa ter amplo conhe-cimento do fato “e para que oscálculos sobre como ficará a con-tribuição do servidor sejam reali-zados e informados à base”.

    O superintendente de Pessoal,Roberto Gambine, informou quepelo que foi acordado com a Fasu-

    bra, a contrapartida do servidordeve ser igual à do governo: “Nes-se caso, deverá ser aumentada acontribuição do servidor para R$50”. O assunto ainda não temuma resposta definida. “Enquan-to o Orçamento da União não foraprovado, não poderemos fazernada nesta direção”, afirmou o

    diretor da Caurj, Luiz EduardoPestana.

    AdesAdesAdesAdesAdesõesõesõesõesões - Depois de Nilce Cor-rêa, foi a vez do pró-reitor de Pesso-al, Luiz Afonso Mariz, solicitar queo período de adesão comece emmarço. “Penso que assim haverámais tempo para esclarecermos to-das as dúvidas dos servidores, que

    certamente não ficaram esclareci-das nessas duas audiências, até por-que pouca gente compareceu”, la-mentou. Com as intervenções, fi-cou acordado que entre os dias 25 e29 de fevereiro a sede e as subsedesdo SINTUFRJ e os postos de atendi-mentos da Caurj, que serão mon-tados no CCS, Reitoria e CT, reali-

    zarão atendimento aos servidorespara esclarecimento de dúvidas.Mas as adesões poderão ser feitasjá. Outra boa notícia é que agoraa categoria não precisará mais ar-car com o pagamento no ato daadesão. O desconto dá contraparti-da do servidor virá no contrache-que do mês posterior à adesão.

    SERVIDORES TIRAM DÚVIDAS. Audiência pública na Praia Vermelha atraiu muitos servidores ao Salão MonizAragão.Vários funcionários abordaram a mesa com perguntas sobre a proposta para decidir sobre adesão ou não ao plano

    Fotos: Cícero Rabello

    Reembolso pra quem tem planoA PR-4 anunciou na última

    sexta-feira, dia 22, que os R$3,8 milhões disponíveis nos co-fres da UFRJ para a saúde com-

    dezembro de 2007. Para ter acesso aobenefício, o servidor deverá entrarcom processo individual no DP desua unidade, solicitando o reem-

    plementar do trabalhador já têmdestino certo: servirão como re-embolso para os servidores que jápossuíam planos em novembro e

    bolso com os comprovantes de pa-gamento referentes aos meses emquestão. A PR-4 ainda não divul-gou o calendário.

    Saúde suplementarSaúde suplementarSaúde suplementarSaúde suplementarSaúde suplementarSaiba onde fazer adesão:CCS – Bloco LCT – Bloco AReitoria – HallIFCS – HallSede e subsedes do SINTUFRJ

    Veja os documentos necessários para a adesão:Veja os documentos necessários para a adesão:Veja os documentos necessários para a adesão:Veja os documentos necessários para a adesão:Veja os documentos necessários para a adesão:Titulares:Titulares:Titulares:Titulares:Titulares:a) Identidade;b) CPF;c) Comprovante de residência;d) Contracheque;01 (uma) Foto 3x4.

    Dependentes:Dependentes:Dependentes:Dependentes:Dependentes:a) Certidão de Nascimento /casamento;b) Identidade;c) CPF;d) 01 (uma) Foto 3x4.

    * Os dependentes deverão estar previamente cadastrados no Siape da universidade, caso contrário, não terão direito ao benefício.* Os agregados terão matrícula e adesão à parte e não terão direito de R$ 50 do governo. A tabela para agregados estará disponível nos postos de

    atendimento para consulta.

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    Perguntas e respostaspara uma adesãoconsciente

    Veja as perguntas e tire suasdúvidas:

    - A co-participação de 30%- A co-participação de 30%- A co-participação de 30%- A co-participação de 30%- A co-participação de 30%na tabela IV será cobrada ana tabela IV será cobrada ana tabela IV será cobrada ana tabela IV será cobrada ana tabela IV será cobrada apartir da segunda consulta napartir da segunda consulta napartir da segunda consulta napartir da segunda consulta napartir da segunda consulta namesma especialidade ou emmesma especialidade ou emmesma especialidade ou emmesma especialidade ou emmesma especialidade ou emespecialidades diferentes?especialidades diferentes?especialidades diferentes?especialidades diferentes?especialidades diferentes? Inde-pendentemente de ser a mesma es-pecialidade ou de ser especialida-des diferentes, o associado deverápagar 30% do valor da consulta, sefor a segunda realizada no mês.

    - No caso de policlínicas: só- No caso de policlínicas: só- No caso de policlínicas: só- No caso de policlínicas: só- No caso de policlínicas: sóa clínica deve ser credenciadaa clínica deve ser credenciadaa clínica deve ser credenciadaa clínica deve ser credenciadaa clínica deve ser credenciadaou o médico que realizará oou o médico que realizará oou o médico que realizará oou o médico que realizará oou o médico que realizará oatendimento precisará ser cre-atendimento precisará ser cre-atendimento precisará ser cre-atendimento precisará ser cre-atendimento precisará ser cre-denciado?denciado?denciado?denciado?denciado? Mesmo no caso de po-liclínicas o médico precisa ser cre-denciado na Caurj.

    - Há cobertura total de ca-- Há cobertura total de ca-- Há cobertura total de ca-- Há cobertura total de ca-- Há cobertura total de ca-rência e preexistência?rência e preexistência?rência e preexistência?rência e preexistência?rência e preexistência? Não hácarência para adesão nos primeiros30 dias de início do plano. No casode doenças preexistentes, poderáhaver, dependendo do caso, uma

    perícia com médico indicado pelaCaurj, ou com uma junta médica,com médico indicado também peloassociado.

    - É possível que seja feita- É possível que seja feita- É possível que seja feita- É possível que seja feita- É possível que seja feitaadesão de novos médicos, paraadesão de novos médicos, paraadesão de novos médicos, paraadesão de novos médicos, paraadesão de novos médicos, paraque o associado possa conti-que o associado possa conti-que o associado possa conti-que o associado possa conti-que o associado possa conti-nuar sendo atendido por seunuar sendo atendido por seunuar sendo atendido por seunuar sendo atendido por seunuar sendo atendido por seumédico de confiança?médico de confiança?médico de confiança?médico de confiança?médico de confiança? Sim. Ocredenciamento de médicos naCaurj é constante. Atualmente es-tão sendo cadastrados médicos eclínicas na Região dos Lagos, paraque os associados possam estar co-

    bertos durante seu período de féri-as.

    - O que acontece quando- O que acontece quando- O que acontece quando- O que acontece quando- O que acontece quandouma pessoa deixa de ser de-uma pessoa deixa de ser de-uma pessoa deixa de ser de-uma pessoa deixa de ser de-uma pessoa deixa de ser de-pendente do titular?pendente do titular?pendente do titular?pendente do titular?pendente do titular? A pessoapassa, automaticamente, para a ta-

    bela de agregados e a contrapartidade R$ 42 do governo referente àque-la pessoa deixa de existir. Ela passaa pagar o valor integral.

    tabela para outra poderá fazê-loa qualquer momento, entretan-to terá que cumprir as carênciasestabelecidas. É como se o servi-dor estivesse entrando no planopela primeira vez.

    - Qual é a porcentagem da- Qual é a porcentagem da- Qual é a porcentagem da- Qual é a porcentagem da- Qual é a porcentagem daco-participação na tabela I? Eco-participação na tabela I? Eco-participação na tabela I? Eco-participação na tabela I? Eco-participação na tabela I? Ena tabela II?na tabela II?na tabela II?na tabela II?na tabela II? Na tabela I a co-participação é de 10% apenas paraconsultas. Ou seja, além da men-salidade de acordo com a faixa etá-ria, o servidor pagará o equivalentea R$ 4 por consulta. A tabela II já éum pouco mais complexa. O servi-dor pagará uma porcentagem que

    varia entre 25% e 30% nos seguin-tes atendimentos e procedimentos:25% em consultas, exames, terapi-as, atendimentos ambulatoriais einternações e 30% no caso de inter-nação psiquiátrica.

    - O desconto do plano en-- O desconto do plano en-- O desconto do plano en-- O desconto do plano en-- O desconto do plano en-trará na margem de cálculo detrará na margem de cálculo detrará na margem de cálculo detrará na margem de cálculo detrará na margem de cálculo deconsignação do servidor?consignação do servidor?consignação do servidor?consignação do servidor?consignação do servidor?Não. O servidor que utiliza emprés-timos consignados não terá des-conto do plano no valor que temdireito.

    - Em que casos o servidor- Em que casos o servidor- Em que casos o servidor- Em que casos o servidor- Em que casos o servidorpoderá solicitar reembolso aopoderá solicitar reembolso aopoderá solicitar reembolso aopoderá solicitar reembolso aopoderá solicitar reembolso aoplano?plano?plano?plano?plano?O reembolso só é aplicado em casode urgência e emergência, quandoo credenciado está fora da área deabrangência da Caurj.

    - Se o servidor optar por- Se o servidor optar por- Se o servidor optar por- Se o servidor optar por- Se o servidor optar poruma tabela e depois quiseruma tabela e depois quiseruma tabela e depois quiseruma tabela e depois quiseruma tabela e depois quisermigrar para outra, poderá fazê-migrar para outra, poderá fazê-migrar para outra, poderá fazê-migrar para outra, poderá fazê-migrar para outra, poderá fazê-lo em qualquer tempo?lo em qualquer tempo?lo em qualquer tempo?lo em qualquer tempo?lo em qualquer tempo? Sim. Oservidor que quiser mudar de uma

    Tabela IV:Tabela IV:Tabela IV:Tabela IV:Tabela IV: sem faixa etária e com co-participação de 30% a partirda segunda consulta realizada no mêsPara ganhos de até R$ 1.372,81, contribuição do servidor: R$ 42.Para ganhos entre R$ 1.372,82 e R$ 4.112,43, contribuição doservidor: R$ 42 + 3,2% da Base de Cálculo do IR.Para ganhos entre R$ 4.112,44 e R$ 5.491,24, contribuição doservidor: R$ 42 + 3,6% da Base de Cálculo do IR.Para ganhos acima de R$ 5.491,24, contribuição do servidor: R$ 42+ 4% da Base de Cálculo do IR.

    FamíliaFamíliaFamíliaFamíliaFamíliaR$ 42 por vida + 4,8% da Base de Cálculo do IR, desde que nãoultrapasse o limite de R$ 380.Veja um exemplo que ilustra a situação de um servidor de 40 anose que ganha R$ 1.372,81 por mês:Na tabela I ele pagará: R$ 65,52 + R$ 4 por consulta.Na tabela II ele pagará: R$ 53,07 + R$ 10 por consulta e 25% dovalor de cada exame.Na tabela III ele pagará: R$ 137,40 (sem co-participação e comdireito a apartamento).Na tabela IV ele pagará: R$ 42 + R$ 12 a partir da segundaconsulta no mês.

  • 6 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 804 - 25 de fevereiro a 2 de março de 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected]

    Contagem de tempo especial ematividades insalubres e perigosasDepartamento Jurídico do Sindicato tem novas informações a respeito dos processos

    Desde janeiro, o DepartamentoJurídico (DJ) do SINTUFRJ pôs emprática o acordo firmado com aPró-Reitoria de Pessoal (PR-4) arespeito da documentação entre-gue pelos trabalhadores ao Sindi-cato, que possibilitou aos advoga-dos fazerem a contagem do tempoespecial em atividades insalubres eperigosas dos que requereram o be-nefício.

    Pelo acordo, o DJ do SINTUFRJassumiu o compromisso de enca-minhar às unidades, através de re-querimento administrativo, os do-cumentos dos trabalhadores na ati-va. No caso dos aposentados, os re-querimentos estão sendo protoco-lados na PR-4.

    Tire suas dúvidasTire suas dúvidasTire suas dúvidasTire suas dúvidasTire suas dúvidasOs chefes de Seção de Pessoal

    sabem como agir, pois foram trei-nados pela PR-4 e contam comassessoramento da Divisão de Le-gislação para dar conta de todos osprocedimentos relacionados ao as-

    No dia 19 de fevereiro foi reali-zado no auditório Archimedes Me-mória, prédio da Reitoria, o 1º Se-minário de Acessibilidade da UFRJ,promovido pelo Núcleo Interdisci-plinar de Acessibilidade (NIA). Oencontro contou com o depoimen-to de portadores de necessidades es-peciais sobre suas conquistas e difi-culdades no dia-a-dia da Universi-dade. O objetivo do encontro foisensibilizar a UFRJ a ter atitudesde verdadeira inclusão dos porta-dores de deficiência na instituição.

    A pesquisadora Regina Cohen,coordenadora do Núcleo Pro-Aces-so, também participante do NIA,fez um desabafo: “A UFRJ precisaassumir essa política de inclusãode pessoas com deficiência, masisso não está acontecendo. O espa-ço físico nesta universidade e suasadequações deixam muito a dese-jar. Temos muitas barreiras físi-

    Agora é só agirsunto. O técnico-administrativoque tiver dúvidas quanto à docu-mentação levada ao SINTUFRJ deveprocurar o secretário do DJ, Alexan-dre, pessoalmente, por telefone (21-2573-7301) ou e-mail ([email protected]).

    SINTUFRJ na dianteiraSINTUFRJ na dianteiraSINTUFRJ na dianteiraSINTUFRJ na dianteiraSINTUFRJ na dianteiraDesde 2005, o SINTUFRJ age

    para garantir que os profissionaisda UFRJ tenham reconhecido o di-reito à contagem do tempo quepassaram trabalhando em ativida-des insalubres e perigosas duranteo período de CLT. Além de convoca-da, a categoria foi orientada, pormeio de um formulário próprio,sobre quais os documentos básicosnecessários que deveria juntar parauma primeira análise jurídica.

    Ao todo, o DJ do Sindicato con-tabilizou a montagem de mais de1.300 kits de documentos. Em 2006,os advogados começaram a anali-sar a documentação. Cerca de 80%do trabalho foi concluído e inú-

    meras ações ajuizadas.“Em alguns casos os juízes exi-

    giram apresentação de laudo, maso importante é que fomos adequan-do caso a caso à medida do anda-mento do processo. Se um juiz exi-gia um novo documento, acioná-vamos o trabalhador requerente.Obtivemos vitória em um grandenúmero de ações distribuídas; so-mente quatro foram rejeitadas”,

    informou a advogada da catego-ria, Mara Vasques.

    Judiciário favoreceuJudiciário favoreceuJudiciário favoreceuJudiciário favoreceuJudiciário favoreceuA iniciativa do SINTUFRJ de

    agilizar para fazer valer esse direitoda categoria – que na época o go-verno federal não considerava, obri-gando a tomada de iniciativa ju-dicial – foi respaldada pelo pró-prio Judiciário. A justiça reconhe-

    ceu a contagem de tempo trabalhono período de CLT com acréscimode 20% para mulheres e 40% parahomens. A primeira tarefa do DJfoi fazer estudos, levantar doutri-nas e jurisprudências. Segundolembra Mara Vasques, a própriaAdvocacia-Geral da União (AGU)passou a orientar para que não hou-vesse recursos a esse modelo de con-tagem de tempo.

    Atualmente a situaçãoé outra, como já sabem ostrabalhadores da UFRJ ede todas as outras insti-tuições federais de ensi-no. Em junho de 2007, ogoverno federal finalmen-te admitiu a contagem detempo pela via adminis-

    trativa para o servidor quetrabalhou em ambiente in-salubre e exercendo fun-ções de periculosidade noregime celetista até dezem-bro de 1990, quando entãofoi criado o Regime JurídicoÚnico (RJU). Em novembrode 2007, o Ministério do Pla-

    nejamento, Orçamento eGestão baixou orientaçãoregulamentando as novasregras, o que determinoua alteração de encaminha-mento da documentaçãoentregue ao SINTUFRJpara elaboração de reque-rimentos administrativos.

    Portadores de necessidades especiaislutam por inclusão na UFRJ

    cas. É uma vergonha esta universi-dade não possuir um banheiroadaptado”, afirmou a pesquisado-ra, que é cadeirante.

    A coordenadora do Centro de For-mação para a Cidadania, da Escolade Serviço Social, afirmou que oBrasil é um país muito violento noque se refere à defesa dos direitoshumanos. De acordo com MariléiaInoue, esses direitos são constante-mente desrespeitados, principalmen-te pelo Estado: “Estamos imersosnuma cultura de violência que atin-ge o cidadão desde sua primeira in-fância. A UFRJ enquanto institui-ção de referência nacional precisater uma postura de atitude inclusi-va das pessoas com deficiências. Nósqueremos um mosaico étnico e cul-tural na nossa Universidade”.

    TriálogoTriálogoTriálogoTriálogoTriálogoAo final do evento os partici-

    pantes foram brindados com a per-formance Triálogo, do grupo doDepartamento de Artes Culturaisda Escola de Educação Física eDesportos. Após o espetáculo dedança, foi oferecido um coffeebrak preparado por alunos porta-

    dores de deficiência, que mostra-ram na prática que com oportu-nidade todos conseguem se desen-volver com dignidade.

    ServiçoServiçoServiçoServiçoServiçoO NIA é aberto a professores,

    técnicos-administrativos e alunosque pensam, pesquisam e traba-lham com o tema. É vinculado àPró-Reitoria de Graduação (PR-1)e visa integrar os grupos que traba-lham com o tema na Universida-de. Em breve o núcleo realizaráparcerias com outras entidades quetambém lutam pela acessibilida-de dos portadores de deficiência.

    O Núcleo Pro-Acesso se dedicaao ensino, pesquisa, planejamentoe elaboração de projetos visando àadequação espacial de ambientespara pessoas com deficiência e paraa terceira idade. É vinculado aoPrograma de Pós-Graduação em Ar-quitetura. O Núcleo faz consulto-rias para espaços públicos e parti-culares. Informações pelo telefone2598-1663 ou pelo sitewww.proacesso.fau.ufrj.br. A coor-denação é de Cristiane Duarte eRegina Cohen.

    Foto: Cícero Rabello

    ACESSIBILIDADE. Seminário foi realizado semana passada

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    Fórum de Educação será em marçoInscrições podem ser feitas até a próxima sexta-feira, 29 de fevereiro, pela página do evento na internet

    A primeira edição do Fórum Mundial de Educação(FME), em 2001, elegeu como temática central a Educa-ção no Mundo Globalizado, e a segunda edição, Educa-ção e Transformação. O FME aprovou, em Porto Alegre,duas Cartas em defesa da educação libertadora, popular ecidadã. Além disso, propôs a construção coletiva de umaPlataforma Mundial de Educação e a descentralizaçãodos eventos em fóruns temáticos, regionais e nacionais.

    O FME, organizando-se sob os princípios e objeti-vos do Fórum Social Mundial, deixou de ser eventopara se constituir num movimento em torno de umacausa comum: a construção de uma plataforma mun-dial em favor do direito à educação. Nesse sentido, será,fundamentalmente, oportunidade e instrumento dareflexão intertranscultural sobre as teorias e as práticasdesenvolvidas por seus participantes na busca da supe-ração das desigualdades e da exclusão social.

    A terceira edição temática do Fó-rum Mundial de Educação (FME)acontecerá novamente na cidade deNova Iguaçu, na Baixada Fluminen-se, Estado do Rio de Janeiro, de 27 a30 de março. Hoje, o FME constitui-se num grande movimento mundialem defesa do direito à educação. “Edu-cação Cidadã para uma Cidade Edu-cadora III” é o tema. Haverá pales-tras, mesas-redondas, apresentações detrabalho e atividades auto gestiona-das que serão realizadas durante oencontro.

    Por sua abrangência, este temafaz do Fórum Mundial de EducaçãoBaixada Fluminense (FME-BF) umespaço de discussão e construção paratodos os interessados em tornar reali-dade o sonho de uma política educa-tiva ampla e de alcance global, queinclua todas as formas de educação eas diversas manifestações culturais.Estudantes, educadores, entidades sin-dicais, movimentos sociais, funda-ções, governos, empresas, organiza-ções não-governamentais, universi-dades vão participar do evento.

    Eixos do debateEixos do debateEixos do debateEixos do debateEixos do debateO FME-BF está estruturado em

    três eixos temáticos: Educação, Cul-tura e Diversidade; Ética e Cidada-nia em tempos de exclusão; Estadoe Sociedade na Construção de Polí-ticas Públicas. A centralidade dotema – Educação Cidadã – marcaa busca da garantia dos direitos so-ciais para todos os seres humanos,por meio de projetos político-peda-gógicos de caráter emancipatório nosdiversos espaços educativos, formaise não-formais, com o objetivo deconstruir uma Cidade Educadora.

    Em 2006, a segunda edição te-mática do Fórum foi em Nova Igua-çu. O evento reuniu 30 mil educa-doras e educadores, militantes soci-ais, jovens e delegados de mais de 25países. O SINTUFRJ participou com

    uma delegação e foi a primeira vezno Brasil que o FME não foi realiza-do em uma grande capital. As trêsedições anteriores foram realizadasem Porto Alegre(RS), nos anos de2001, 2003 e 2004, e em São Paulo,com o primeiro encontro temático,em 2004.

    Os debates sobre a necessidadede se desmercantilizar a educação egarantir sua natureza pública resul-taram em uma série de recomenda-ções, como a de trazer para o currí-culo e para a escola o conhecimentoe as experiências da cidade, do cam-po e de suas comunidades, e de sereconhecer que a concepção de esco-la pública, popular e cidadã é parteda construção de uma cidade edu-cadora. Esse debate continua, agora,na Baixada Fluminense, na terceiraedição temática.

    As inscrições estão abertas e vão até o dia 29de fevereiro pelo site www.forummundialeducacao.org. Já na cidade, podemser feitas diretamente na Secretaria do Fórumaté o dia 27 de março. Nos dias do Fórum asinscrições podem ser feitas no próprio creden-ciamento. Mais informações pelo telefone 2667-1086 ou pelo e-mail [email protected]. Os valores para ainscrição individual foram definidos por catego-ria de participantes: Professores da rede pública, particular e

    universitários: R$ 20,00; Estudantes universitários e do ensino médio,

    educadores populares , funcionários: R$ 15,00; Participantes: R$ 50,00; Crianças e ensino fundamental: isentos

    Grupos: De 5 a 20 pessoas: R$ 15,00 por pessoa; Com mais de 20 pessoas: R$ 10,00 por

    pessoa.

    Plataformamundial

    Inscrições

    MEMÓRIA. Em abril de 2006, em Nova Iguaçu, o FME reuniu milhares de pessoas. O Sindicato enviou delegação

    Um fórum permanente, com-posto por centrais sindicais, sindica-tos, representantes de conselhos es-taduais e municipais de saúde, pro-jetos de pesquisa universitária e ou-tras entidades foi instalado para lu-tar contra o projeto de lei que cria asfundações estatais de direito priva-do. Em sua última reunião, dia 18,no Sindicato dos Médicos, os parti-cipantes decidiram entrar com umaADIN (ação direta de inconstitucio-nalidade) contra o projeto. É clara a

    Luta contra fundações vai à justiçaviolação do estado de direito, e essaação judicial denuncia o atropelodo processo democrático, que dei-xou marginais os principais interes-sados.

    Além disso, o Fórum em Defesado Serviço Público e contra as Fun-dações pretende empreender intensacampanha contra a privatização dosserviços públicos e o seu desmonte. Ainstitucionalização das fundaçõesseria só o início de uma reforma quepretende alcançar todos os serviços

    ou prestações sociais do Estado, comotambém a mais devastadora etapado processo de privatização empre-endido desde o final do governo Co-llor, que se ampliou no governo FHCe continua no governo Lula. Todasas áreas sociais encontram-se sob aameaça de serem transferidas para agestão das fundações.

    No Congresso Nacional segue adiscussão do projeto. No Rio de Ja-neiro a saúde já é objeto de Lei regu-lamentar: 24 unidades hospitalares

    e institutos integrariam a estruturade três fundações gestionárias doserviço público. “Entre o Estado,devedor de um serviço público essen-cial, e o usuário, detentor de umdireito fundamental, surge um in-termediário, um gestor, as funda-ções privadas instituídas pelo PoderPúblico”, denuncia o informativodo Projeto políticas públicas desaúde da Uerj.

    O dia 7 de abril , Dia Interna-cional da Saúde, foi tirado como o

    da campanha em defesa do serviçopúblico e contra as fundações. NoRio haverá ato público seguido dedebate com convidados na Alerj, apartir das 15h. Até lá, o Fórum,além de ter entrado com a ADIN,promoverá uma série de ações: as-sembléias nas unidades hospitala-res, seminários, carta à população,etc. A próxima reunião do Fórumserá no dia 25 de fevereiro, segun-da-feira, às 16h, no Sindicato dosMédicos.

    Foto: Niko Júnior

  • 8 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 804 - 25 de fevereiro a 2 de março de 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected]

    UFRJ defineA construção de prédios

    para ampliar a oferta desalas de aula e possibilitara transferência de ativida-des de unidades para oFundão faz parte das linhasgerais da proposta paraaplicação dos recursos en-viados pelo governo para oPlano de Reestruturação eExpansão da UFRJ (PRE-UFRJ), que está sendo pre-parada pela Reitoria, se-gundo o pró-reitor de Pla-nejamento e Desenvolvi-mento, Carlos Levi.

    “A proposta está em fase de de-talhamento”, disse Carlos Levi, ex-plicando que a definição final de-penderá das orientações da comis-são responsável pelo plano diretor(em vias de produzir seu relatóriofinal) e a sua apreciação pelo Con-selho Universitário.

    A verba, enviada no fim do anopassado, é de R$ 17,5 milhões, corres-pondente a 60% do valor destinado ainvestimento na UFRJ para 2008.

    Segundo Levi, além de um umcomplexo de prédios, está entre asprioridades a ampliação da capa-cidade do alojamento e a constru-ção de refeitórios para comporem– junto com o restaurante, queterá a cozinha central, já em cons-trução – o sistema de distribuiçãode refeições.

    A aplicação dos recursos foi de-finida pela resolução do ConselhoUniversitário, que aprovou o PRE -UFRJ. Como os recursos já estãodisponibilizados, a UFRJ poderápartir – segundo Levi – para a lici-tação e contratação do projeto docomplexo de instalações acadêmi-cas e do novo alojamento, cujaconstrução a Reitoria espera quecomece ainda em 2008.

    Para a diretoria do SINTUFRJ,no entanto, a discussão nos fórunsinstitucionais como o Consuni nãoisenta a Reitoria da necessidade dedebater com a comunidade as prio-ridades do Programa, em particu-lar no que tange a um tema tãopolêmico quanto a transferênciade unidades para o Fundão, mes-

    mo que voluntária, conforme ga-rante a Administração Central.

    BandejãoBandejãoBandejãoBandejãoBandejão As obras do bandejão estão com

    atraso, mas a Reitoria tem a metade iniciar a operação do refeitóriono fim de maio. “Não significa ofinal da obra. Queremos que a par-te do refeitório possa começar aoperar. Está em processo de licita-ção a empresa que vai cuidar daprodução e distribuição da refeiçãoneste refeitório”, disse Levi.

    Primeira reuniãoPrimeira reuniãoPrimeira reuniãoPrimeira reuniãoPrimeira reuniãoO estafe da Reitoria fez a pri-

    meira grande reunião de trabalhona semana passada. Tratou da con-tinuidade do conjunto de ações de-finidas em 2007, com destaquepara os desdobramentos do PRE-UFRJ aprovado ano passado e a de-finição de estratégias para sua im-plantação: “O Programa dominoupor conta de sua importância, masforam tratadas também questõesde caráter mais geral”, disse o pró-reitor , explicando que o plano di-

    Iniciativas esbarram na falta do plano diretor

    retor afeta praticamente todas asiniciativas: “Temos interesse, deforma urgente-urgentíssima nessemomento, de convergir para umplano diretor para que a gente pos-sa, de forma consistente e madura,desenvolver o trabalho”.

    Plano diretorPlano diretorPlano diretorPlano diretorPlano diretorA solicitação de algumas uni-

    dades de cessão de espaço para ex-pansão no Fundão, em pauta nasessão do Conselho Universitário dodia 14, suscitou longa discussãoque levou à aprovação da proposi-ção da bancada técnico-adminis-trativa de que o resultado do traba-lho da Comissão designada paraassessoria à Reitoria sobre o planodiretor da UFRJ seja apresentadoem 60 dias.

    Entre os processos em pauta ha-via projetos de construção do prédiopara o Núcleo Tecnológico de Edu-cação a Distância; um novo prédiopara a Coppead e expansão do CT.Compunha a pauta ainda o projetode construção do Terminal de Inte-gração e Praça da Alimentação.

    “Abriu-se debate e coloqueique tudo deveria estar dentro doplano diretor. Não se podia cederespaço, por mais importante quefosse, sem planejamento”, expli-cou o técnico-administrativo Ag-naldo Fernandes, ponderando:“Durante quase um semestre, anopassado, houve todo aquele esfor-ço para discussão do Plano de Re-estruturação e Expansão da UFRJ.E agora começamos o ano sem oplano diretor, e com cessão de ter-renos da ilha? Quando chegarmosefetivamente a discutir o plano, ocampus todo estará loteado. Temque haver prazo para apresenta-ção por parte da comissão desig-nada pela Reitoria: dia 24 deabril”. A proposta foi aprovada porunanimidade.

    O conselheiro Jeferson Salazartambém comentou a importânciado plano, que vai traçar linhas bá-sicas de intervenção urbanística nailha: “Não se justifica a aprovaçãode pedidos isolados de cessão de ter-reno. É preciso um planejamentoglobal para sua ocupação”.

    A comissão, presididapelo reitor, é compostapela vice-reitora, SilviaVargas, pelo pró-reitor deDesenvolvimento e Pla-nejamento, Carlos Levi,pelo professor do Institu-to de Pesquisa e Planeja-mento Urbano e Regio-nal, Carlos Vainer, e pe-los professores Paulo Be-

    netti, da Arquitetura, Ro-berto Lent, do ICB, JoãoFerreira, da Psiquiatria,Ivana Bentes, da Comuni-cação, Luiz Pinguelli Rosa,da Coppe. “A intenção erareunir um conjunto de pes-soas que tivessem vivênciada universidade, pudes-sem contribuir para refle-xão e servir de assessora-

    mento para a Reitoria”, ex-plicou Levi. “Já existeminiciativas acalentadas edesenvolvidas e existe anecessidade de ter um pla-no diretor que correspon-da às atuais necessidadesda Universidade. E como agente está num momentode convergência para onovo plano, há que se ter

    NA FOTO do satélite, a Ilha doFundão, que abriga a cidadeUniversitária, aparece à direita.À esquerda, o Complexo da Maré

    alguma tolerância paraconviver com essa situa-ção. Mas acho que até porcausa disso há motivaçãopara a definição do planodiretor”, explicou o pró-reitor, que acredita que acomissão tem condiçõesde concluir o trabalho nes-ses 60 dias. “Acho que tal-vez não devamos ter ex-

    pectativa de um detalha-mento muito fino. Podemter linhas gerais e a defi-nição de áreas a seremocupadas, assim comoorientações que tradu-zam os compromissos quea comunidade definiuquando aprovou o nossoPlano de Reestruturaçãoe Expansão”, disse Levi.

    destino do PRERecursos já enviados do Programa de Reestruturação e Expansão podem ir para complexo acadêmico e alojamento

  • Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 804 - 25 de fevereiro a 2 de março de 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected] – 9

    Quem se inscreveu para oCurso Pré-Vestibular do SIN-TUFRJ deve ficar atento: nestaterça-feira, dia 26, às 18h, nasubsede do IFCS, será realizadoo sorteio para preenchimentodas vagas. É bom lembrar queconcorrem ao sorteio os depen-

    CPV/SINTUFRJ: sorteiodia 26 no IFCS

    UFRJUFRJUFRJUFRJUFRJ Angélica da Silva Teixeira – Ser-

    viço Social Carlos Vinicius Gusmão de Lima

    – Educação Física César Augusto B. Silva Afonso -

    Ciências Contábeis (5º lugar) Erica da Cruz Leonardo - Letras Gabriel Jimenez – Lic. Educação

    Artística Glauco Zely da Silva Eger – Geo-

    logia Jaime Batista de Souza Neto –

    Enfermagem

    MulherTrabalhadora,Mulher deOpinião

    Este é o título do seminárioque a CUT-RJ realiza no dia 5 demarço, a partir das 14h, em suasede, na Avenida Presidente Vargas,502, 15º andar – Centro da Cidade,em comemoração ao Dia Interna-cional da Mulher. Na ocasião aCentral também fará o lançamen-to, no Estado do Rio de Janeiro, daCampanha Nacional pela Redu-ção da Jornada sem Redução deSalários.

    Representantes de entidades queatuam com questões sobre a mu-lher estão sendo convidados paraparticipar como debatedores do se-minário, cujos eixos são: Não àviolência contra a mulher; Pelofim do assédio moral e sexual; au-xílio-maternidade de 180 dias; Cre-che e Pela igualdade salarial.

    MaculandeixaSecretariade Educação

    Terça-feira, dia 19, o ex-co-mandante da Sesu e ex-reitor daUFRJ, Nelson Maculan, entregou ocargo de secretário estadual de Edu-cação a Sergio Cabral. Maculan te-ria tomado essa atitude por nãoencontrar apoio no governadorpara solucionar problemas cruci-ais da pasta, como falta de profes-sores nas salas de aulas, melhoriada qualidade do ensino e salário domagistério.

    1ª Copa CUT

    A CUT está organizando suaprimeira Copa de Futebol. Poderãoparticipar todos os sindicatos afi-liados. O campeonato terá apenasuma modalidade: masculino vete-rano, estilo society. Ainda não hádata confirmada para o início dasinscrições, mas a expectativa é deque comecem ainda na primeiraquinzena de março. Apesar disso, agrande final já tem data marcada:será realizada no dia 1º de maio,Dia do Trabalhador.

    Nos dias 1º e 2 de março serárealizado seminário para troca deexperiências entre os diversos mo-vimentos sociais e de reconheci-mento da realidade estadual e na-cional que os militantes enfren-tarão em 2008. Outro propósito doevento é elaborar um calendáriounificado e iniciar a construçãode projetos de comunicação para aPlenária dos Movimentos Sociaise de formação política da mili-tância. Local: campus da UFRJ,na Praia Vermelha.

    A relevância da iniciativa,num ano de eleições municipais,indica a importância da partici-pação das entidades e movimen-tos comprometidos com as lutaspopulares. Cada organização po-derá indicar cinco companheirosao seminário. A Plenária dos Mo-vimentos Sociais é fruto do esfor-ço da militância dos movimen-tos sociais do Rio de Janeiro que,mesmo reconhecendo suas dife-renças, apostou na unidade paralutar e fazer frente a uma conjun-tura adversa, tanto no plano naci-

    onal como no estadual e local.

    Lutas vitoriosasLutas vitoriosasLutas vitoriosasLutas vitoriosasLutas vitoriosasA unidade dos movimentos so-

    ciais tornou possível a intervençãoconjunta no 1º de maio de 2007, aluta contra as remoções para a cons-trução da Vila do PAN e a denúnciado seu superfaturamento, a luta con-tra o Caveirão e a violação sistemá-tica dos direitos humanos no Esta-do, o apoio às ocupações urbanas eàs lutas do funcionalismo público.Como também, ao mesmo tempo,possibilitou a organização da Jor-nada da Educação, o plebiscito pelaanulação do leilão da CompanhiaVale do Rio Doce, a resistência aosleilões das riquezas de nosso subsolopatrocinadas pela Agência Nacionalde Petróleo e a solidariedade à grevede fome de Dom Cappio, contra atransposição das águas do Rio SãoFrancisco.

    A realização do seminário foiaprovada na reunião de balanço dasatividades, em 2007, como formade dar seqüência à unidade dos mo-vimentos sociais.

    Seminário dos MovimentosSociais em marçoNa UFRJ, aberto à participação de entidades e organizações populares

    Programação1º DE MARÇO, SÁBADO:

    9h às 10h – Mesa de conjuntura internacional e estadual.

    Debatedores professor Roberto Leher, da UFRJ, e Gilmar

    Mauro, do MST

    10h às 12h30 – GDs sobre conjuntura internacional e

    nacional

    12h30 às 14h – Almoço

    14h – Orientação geral sobre os debates em grupo.

    14h30 às 18h – GDs sobre conjuntura estadual e balanço

    da atuação dos movimentos sociais no Rio de Janeiro

    18h – Jantar

    Noite – Confraternização

    2 DE MARÇO, DOMINGO:

    9h às 10h – Apresentação da experiência recente dos

    movimentos sociais no Rio de Janeiro

    10h às 12h30 – GDs sobre perspectivas conjuntas de luta

    e organização da Plenária dos Movimentos Sociais

    12h30 às 14h30 – Almoço

    14h30 – Plenária final

    dentes dos sindicalizados e ser-vidores filiados a outros sindi-catos. Os técnicos-administrati-vos que se inscreverem estarãoautomaticamente matricula-dos, por isso não participam dosorteio.

    Os contemplados terão até o

    dia 29 de fevereiro para efetuar amatrícula nas subsedes do HU eIFCS. Para a matrícula será ne-cessário apresentar apenas o do-cumento de identificação comfoto. Atenção aos horários:

    Subsede HU: das 9h às 17hSubsede IFCS: das 10h às 21h

    A aula inaugural está mar-cada para o dia 3 de março noSalão Nobre do IFCS, 2º andar,às 18h. É fundamental a pre-sença de todos os matriculados,pois lá serão passadas todas asinformações sobre turmas e ou-tras atividades do curso.

    Confira a lista dos aprovados (até 22/2): Juliana Silva Sandy – Letras Louise Gomes da Rocha – Serviço

    Social Nivia Cursino de Faria – Serviço

    Social Raphael Nunes Belchior – Edu-

    cação Física Rodrigo Silva de Oliveira – Servi-

    ço Social Rosana Valéria Repsso - Pedagogia

    UERJUERJUERJUERJUERJ Bruno Alves da Silva – Pedagogia César Augusto B. Silva Afonso –

    Ciências Contábeis Érika de Souza Gonzaga – Co-

    municação Social – Relações Pú-blicas Fernanda Pereira de Souza –

    Ciências Biológicas Nívia Cursino de Faria – Peda-

    gogia Rosana Valéria Repsso – Peda-

    gogia (2º lugar)

    UFFUFFUFFUFFUFF Angélica da Silva Teixeira – Ser-

    viço Social

    Rosana Valéria Repsso – Pedago-gia (5º lugar) Sirlane Araújo Marques – História

    UFRRJUFRRJUFRRJUFRRJUFRRJ Carlos Vinícius Gusmão de Lima

    – Agronomia Yuri Silveira Rodrigues – Mate-

    mática

    UniRioUniRioUniRioUniRioUniRio Carlos Vinícius Gusmão de Lima

    – Enfermagem

  • 10 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 804 - 25 de fevereiro a 2 de março de 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected]

    ESPECIAL – A MULHER EM BUSCA DE SEU ESPAÇO I

    Mulher, entre

    Uma vez por ano, 8 de Março, a mulher entra em evidência. Adata histórica internacional instituída para lembrar e homena-gear as revolucionárias do mundo todo, em várias épocas,vira gancho para lançamento de novos, velhos e maquia-dos produtos no mercado. As agências de publicidade eos veículos de comunicação exploram ao máximo esseconsumidor cada dia mais promissor. Afinal, nas últi-mas décadas, é cada vez maior o número de mulheresque marcam presença em quase todas as frentes detrabalho, pagam suas próprias contas e, sozinha, criamfilhos e arcam com despesas familiares.

    Apesar de competentes e destemidas, as mulherescontinuam recebendo salários menores que os homens,mesmo desempenhando funções iguais, liderando as esta-tísticas de violência doméstica (na qualidade de vítimas), sen-do discriminadas social, política e culturalmente. Por essas ra-zões também este é o período do ano em que sindicatos, cen-trais sindicais, ONGs e outros setores engajados da socieda-de civil, além de partidos políticos alinhados à esquerda, pau-tam debates e realizam manifestações (por sinal, cada vezmais esvaziadas) sobre temas inerentes à mulher.

    Este ano, o Jornal do SINTUFRJ durante o mês de mar-ço vai tratar do universo feminino, nos seus vários aspec-

    dramas e conquistastos. A idéia é expor os problemas e os dramas cotidi-

    anos das trabalhadoras brasileiras, com destaqueespecial, é claro, para as profissionais da UFRJ,

    que fazem parte da nossa realidade diária.Nesta primeira reportagem fomos beber na

    fonte das pesquisas de Mirian Goldenberg, an-tropóloga e professora do Departamento deAntropologia Cultural do IFCS, da UFRJ, edoutora em Antropologia Social pelo Progra-

    ma de Pós-Graduação em Antropologia Socialdo Museu Nacional, também da UFRJ.

    Autora de livros que tratam de temas polêmi-cos que envolvem tanto as mulheres como os

    homens — como, por exemplo, A outra, Toda mu-lher é meio Leila Diniz, A arte de pesquisar, Os

    novos desejos, Nu & Vestido, De perto nin-guém é normal, Infiel: notas de uma antro-

    póloga e O corpo como capital —, nestaentrevista Mirian Goldenberg expõeparte de suas pesquisas sobre o uni-verso feminino (você pode conferir aíntegra desta matéria emwww.sintufrj.org.br).

    Preocupação comPreocupação comPreocupação comPreocupação comPreocupação comenvelhecimentoenvelhecimentoenvelhecimentoenvelhecimentoenvelhecimento“Em minha observação com-

    parativa de dois universos (Ale-manha e Brasil), as mulheres ale-mãs me pareceram muito maisconfortáveis com o seu envelheci-mento do que as brasileiras. Ob-servei mulheres que pareciammuito poderosas naAlemanha,objetiva-m e n t e(em suasprofissõese relaçõesconjugais), mas, também, subje-tivamente. No Brasil, tenho ob-servado um abismo enorme entre

    o poder objetivo das mulherespesquisadas, o poder real queelas conquistaram em dife-rentes domínios (suces-so, dinheiro, prestígio,reconhecimento, e,até mesmo, a boaforma física) e

    Por que estamos longe de ser “meio Leila Diniz*”?

    v a z i o ,falta, in-

    visibilida-de e aposen-

    tadoria). Obser-

    vando a apa-rência das ale-

    mãs e das brasilei-ras, as últimas pa-

    recem muito maisjovens e em boa for-

    ma do que as primei-ras, mas se sentem sub-

    jetivamente muito maisvelhas e desvalorizadas do

    que elas. A discrepânciaentre a realidade objetiva e ossentimentos subjetivos das brasi-

    leiras me fez perceber que aquio envelhecimento é um proble-ma muito maior, o que podeexplicar o enorme sacrifício quemuitas fazem para parecer maisjovens, por meio do corpo, daroupa e do comportamento.

    No entanto, a frase ‘hoje euposso ser eu mesma pela pri-meira vez na minha vida’ foirepetida por algumas das brasi-leiras pesquisadas que percebemo envelhecimento como umare-descoberta, altamente valo-rizada, de um ‘eu’ que estavaencoberto ou subjugado pelasobrigações sociais, especialmen-te no investimento feito no pa-pel de esposa e de mãe”.

    O perfil econômico e social das mulheres mudou. Mas não o suficiente para livrá-las dadiscriminação imposta pela sociedade machista

    a miséria subjetiva que aparece emseus discursos (decadência do corpo,

    gordura, flacidez, insônia, doença,medo, solidão, rejeição, abandono,

    “Quando, em 1971, LeilaDiniz exibiu sua barriga grávidade biquíni, na praia de Ipane-ma, escandalizou e lançoumoda. Foi capa de revistas emanchete de jornais por ter sidoa primeira mulher a não escon-der sua barriga em roupas soltase escuras, consideradas maisadequadas a uma grávida. Nãosó engravidou sem ser casadacomo exibiu uma imagem con-corrente à grávida tradicional queescondia sua barriga. A barrigagrávida materializou, objetivou,corporificou seus comportamen-tos sexuais transgressores. Íconedas décadas de 1960 e 1970, Lei-la Diniz permanece, até hoje,como símbolo da mulher cario-ca, que encarna, melhor do queninguém, o espírito da cidade:

    corpo seminu, sedução, prazer, li-berdade, sexualidade, alegria, espon-taneidade.

    Ao analisar a trajetória de Lei-la Diniz, encontrei uma mulherconsiderada “revolucionária”.Não uma feminista ou alguém quedefendia bandeiras políticas, masuma jovem que, com seu própriocorpo, mudou profundamente va-lores e comportamentos da mu-lher brasileira. Mostrei, em minhatese de doutorado, depoimentosque destacavam que muitas mu-lheres “faziam” ou “diziam” asmesmas coisas que Leila, mas Lei-la “dizia e fazia”, acumulandoassim reconhecimento dos que de-sejavam contestar o modelo tradi-cional de ser mulher.

    O corpo de Leila Diniz (e demuitas mulheres de sua geração)

    era um corpo voltado para o pra-zer, para o livre exercício da se-xualidade, que exibia sua belezae plenitude à luz do sol. O corpode muitas mulheres de hoje, comoconstatei na pesquisa realizadacom indivíduos das camadas mé-dias urbanas cariocas, é um cor-po controlado, mutilado, que pre-fere a escuridão para esconder suasimperfeições. Em pouco mais detrês décadas, assistimos a umaenorme transformação do corpocarioca: do exercício do prazer àbusca da perfeição estética, da li-berdade à submissão aos mode-los, do erotismo à falta de desejo.Concluo, então, com a constata-ção de que, no Brasil do séculoXXI, estamos muito longe de po-der afirmar que ‘toda mulher émeio Leila Diniz’.”

    MIRIAN GOLDENBERG. Estudiosa do universo feminino

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    ESPECIAL – A MULHER EM BUSCA DE SEU ESPAÇO I

    O direito e o deverde cuidar dos filhosNesta parte da entrevista, a antropóloga Mirian Goldenberg discute a desigualdade dos sexosna hora de se responsabilizar pela criação da prole

    É possível uma efetiva igual-dade entre os sexos se a mulherdetém, quase exclusivamente, odireito e o dever de cuidar dosfilhos?

    “A Comissão de Direitos Hu-manos do Senado aprovou, porunanimidade, o projeto que au-menta de quatro para seis meseso período da licença-maternida-de. A autora do projeto, senadoraPatrícia Saboya (PDT-CE), come-morou dizendo: ‘Está na hora derespeitar a mulher brasileira e ascrianças’.

    Aplaudimos veementementea aprovação do projeto e o reco-nhecimento e a valorização damaternidade. Mas perguntamos:não está também na hora de res-peitar o homem brasileiro, oumelhor, a paternidade? Aparente-mente não, pois a mesma sena-dora propõe um projeto para au-mentar a licença-paternidade decinco para 15 dias, com o objeti-vo de que os pais possam ‘ajudar’as mães nos primeiros dias de vidado bebê.

    Para ilustrar com uma reali-dade oposta, na Suécia, a licençade mais de um ano para cuidardo recém-nascido é para ambosos pais. O casal pode decidir quemficará sem trabalhar para cuidardo bebê: o pai ou a mãe. A propos-ta visa estimular os homens aassumir um papel ativo na cria-ção dos filhos e propiciar umadivisão mais igualitária das tare-fas domésticas.

    Todos sabem que os mesesiniciais são fundamentais paraassegurar a adaptação do bebê aomundo, o que significa que cui-dar de um recém-nascido é mui-to mais do que apenas garantir oaleitamento materno. Esse tem-po é necessário para estabelecer ovínculo afetivo com a criança,indispensável para o seu desen-volvimento emocional e social.

    Cinco (ou 15) dias são sufici-entes para que o pai participe daformação emocional e social dacriança, enquanto a mãe devededicar seis meses exclusivamen-te a essa tarefa? É possível pensarem uma efetiva igualdade entreos sexos quando a mulher detém,quase exclusivamente, o direito eo dever de cuidar dos filhos? Essecuidado não pode (e deve) serigualmente compartilhado peloshomens?

    É verdade que muitos homensrecusam ou duvidam da própriacompetência para o exercício dapaternidade. Contudo, é fácilconstatar, inclusive com a notá-vel discrepância entre os dois pro-jetos, que aqueles que querem exer-cer plenamente a paternidade es-tão impedidos de cuidar de seus

    filhos, já que as mulheres são per-cebidas como as legítimas deten-toras do saber e do poder nesseâmbito. Elas são consideradas asúnicas realmente necessárias nomomento inicial de vida, caben-do ao pai, quando muito, a fun-ção de ‘ajudar’ a mãe.

    Limitados a um papel secun-

    dário ou terciário (quando o bebêé cuidado pela avó, babá ou em-pregada doméstica), são aindaacusados de imaturos, ausentes,irresponsáveis, incompetentes einadequados como pais. Muitasmulheres vivem a maternidadecomo um poder que não queremcompartilhar e percebem os ho-

    mens como meros coadjuvantes— ou até mesmo figurantes —em um palco em que a principalestrela é a mãe.

    Não é possível questionar asuposta superioridade femininano domínio privado sem enfren-tar uma forte reação das mulhe-res, inclusive de muitas que lu-tam pela completa igualdade en-tre os gêneros. Mas não seria exa-tamente nesse terreno, comple-tamente dominado pelas mu-lheres, que se enraizaria a maisprofunda desigualdade entre ossexos?

    É muito difícil transformaruma realidade social quando elaé vista como da ordem da natu-reza; natureza que é usada parajustificar o papel privilegiado damãe e para marginalizar ou ex-cluir o pai dos cuidados com orecém-nascido.

    No entanto, não existe abso-lutamente nada na ‘natureza’masculina que impeça um paide cuidar, alimentar, acariciar,acalentar e proteger seu bebê, as-sim como não há uma ‘nature-za’ feminina que dê à mãe aautoridade de se afirmar como aúnica capaz de cuidar do recém-nascido.

    Os cinco (ou 15) dias de li-cença-paternidade e os seis mesesde licença-maternidade revelama enorme desigualdade de gêneroem nosso país.

    Consolida-se, com esse abis-mo, o monopólio feminino dosprazeres, encargos e sacrifícioscom os filhos. Reforça-se, tam-bém, a falta de respeito e de reco-nhecimento da importância doexercício da função paterna.

    Sem desmerecer a conquistadas mulheres, muito pelo contrá-rio, é mais do que necessário de-nunciar a injustiça e a discrimi-nação que sofrem aqueles quequerem exercer plenamente a pa-ternidade.

    Se as crianças de hoje apren-derem que o pai e a mãe podemser igualmente disponíveis, aten-ciosos, responsáveis, protetores,presentes e amorosos, é possívelque, em um futuro próximo, te-nhamos uma verdadeira igual-dade entre homens e mulheres e acrença de que em nenhum domí-nio (público ou privado) um ésuperior ou mais necessário do queo outro.”

    Crise da família e do casamento no Brasil“Acredito que o que está ocor-

    rendo, no Brasil, é, na verdade, amultiplicidade e flexibilidade dosatuais arranjos conjugais. Assim, oque estaria em crise é um determi-nado modelo de família e de casa-mento. Como o modelo hegemô-nico permanece como um valor

    enraizado em cada um, fortalecidopela socialização e educação e pelaIgreja, muitos dos que vivem outrasformas de relacionamento conjugalsentem-se, ainda hoje, desviantes. Apluralidade de formas de casamentose famílias existentes em nossa cultu-ra demonstra que homens e mulhe-

    res continuam querendo casar econstituir famílias, sem, no entan-to, reproduzir o modelo tradicio-nal.

    Portanto, ao falar de família ede casamento, o plural impõe-se. Jánão há um único modelo, masvários. O divórcio, a união livre etc.”

    Quem é mais infiel, o homem ou a mulher?“Na minha pesquisa, o ho-

    mem. Dos 1.279 pesquisados, 60%dos homens afirmaram que játraíram, enquanto 47% das mu-lheres afirmaram o mesmo. Atérecentemente, era comum teruma amante por muitos anos,um segundo casamento. Com a

    aprovação do divórcio e uma mai-or independência econômica porparte das mulheres, é mais difícil asituação de um homem ter a espo-sa e a filial. As mulheres, as duas,exigem muito mais e aceitam commenos passividade essa situação.Também a descoberta da traição

    provoca divórcios, indesejados pormuitos homens. Acho que a ten-dência é a monogamia sucessiva:as pessoas casarem, separarem, ca-sarem novamente, separarem...Assim, casos eventuais são maisprováveis do que um longo rela-cionamento paralelo.”

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    FUTURO DE CUBAFUTURO DE CUBAFUTURO DE CUBAFUTURO DE CUBAFUTURO DE CUBA

    Não haverá umsubstituto para FidelIgnácio Ramonet*Ignácio Ramonet*Ignácio Ramonet*Ignácio Ramonet*Ignácio Ramonet*

    A longa e extraordinária car-reira política de Fidel Castro che-gou ao fim - pelo menos no que serefere à presidência. Mas sua enor-me influência irá continuar viva.Suas colunas regulares para oGranma, o jornal do Estado -para onde ele continuou escreven-do durante sua doença - irão con-tinuar. Apenas agora a assinaturaserá alterada - ao invés das refle-xões do comandante chefe, agoraserá velho camarada Fidel. Os cu-banos e observadores internacio-nais em geral continuarão lendo.

    Não pode haver um substitu-to para Fidel. Não apenas por suasqualidades como líder, mas por-que as circunstâncias históricasnunca serão as mesmas. Fidel pre-senciou tudo desde a revolução cu-bana até a queda da União Sovié-tica, e décadas de confronto comos Estados Unidos. O fato dele seafastar em vida irá ajudar a asse-gurar uma transição em paz. Opovo cubano agora aceita que opaís ainda pode ser conduzido nomesmo caminho, mas por umtime diferente. Há um ano e meio,eles estão se acostumando com aidéia, enquanto Fidel permane-ceu teoricamente como presiden-te. Como sempre, Fidel era o men-tor.

    A coisa mais surpreendente queeu achei sobre esse homem, emmais de cem horas que passamosjuntos em conversas para a com-pilação de sua memória, foi oquanto ele era modesto, humano,discreto e respeitoso. Ele tem umaenorme moral e senso ético. Ele éum homem de princípios rigoro-sos e existência sóbria. Ele tam-bém é – eu descobri – apaixona-do pelo meio ambiente.

    Ele não é nem o homem quea mídia ocidental pinta nem osuper-homem que a imprensa cu-bana às vezes apresenta. Ele é umhomem normal, ainda que umhomem incrivelmente batalha-dor. É um estrategista exemplar,que conduziu sua vida com per-manente resistência. Ele contémuma curiosa mistura de idealis-mo e pragmatismo: ele sonha comuma sociedade perfeita, mas sabeque as condições materiais sãomuito difíceis de serem transfor-madas.

    Ele deixa seu gabinete confi-ante que o sistema político de Cubaestá estável. Sua preocupação atu-

    al não é mais sobre o socialis-mo no seu país do que a quali-dade de vida ao redor do mundo,onde muitas crianças são iletradas,famintas e sofrendo de doenças quepoderiam ser facilmente curáveis.

    Ele também pensa que seu paísdeve ter boas relações com todas asnações, independente de seus regi-mes ou orientações políticas. Agoraele está passando a responsabilidadepara um time que já foi testado e noqual tem confiança. Isso não irátrazer mudanças espetaculares. Mui-tos dos próprios cubanos – mesmoaqueles que criticam aspectos do re-gime – não desejam mudanças. Elesnão querem perder as vantagens queforam conquistadas, a educação gra-tuita até a universidade, o acessogratuito e universal à saúde, ou ofato de que há segurança e paz, numpaís onde a vida é calma.

    *Ignácio Ramonet é diretor*Ignácio Ramonet é diretor*Ignácio Ramonet é diretor*Ignácio Ramonet é diretor*Ignácio Ramonet é diretordo jornal francês do jornal francês do jornal francês do jornal francês do jornal francês Le Monde Di-Le Monde Di-Le Monde Di-Le Monde Di-Le Monde Di-plomatiqueplomatiqueplomatiqueplomatiqueplomatique, faz parte da coor-, faz parte da coor-, faz parte da coor-, faz parte da coor-, faz parte da coor-denação internacional do Fó-denação internacional do Fó-denação internacional do Fó-denação internacional do Fó-denação internacional do Fó-rum Social Mundial e é autorrum Social Mundial e é autorrum Social Mundial e é autorrum Social Mundial e é autorrum Social Mundial e é autordo livro do livro do livro do livro do livro Biografia a Duas Vo-Biografia a Duas Vo-Biografia a Duas Vo-Biografia a Duas Vo-Biografia a Duas Vo-zeszeszeszeszes, pela Editora Boitempo. Ar-, pela Editora Boitempo. Ar-, pela Editora Boitempo. Ar-, pela Editora Boitempo. Ar-, pela Editora Boitempo. Ar-tigo publicado originalmentetigo publicado originalmentetigo publicado originalmentetigo publicado originalmentetigo publicado originalmentena na na na na Carta MaiorCarta MaiorCarta MaiorCarta MaiorCarta Maior.....

    Não pode haver umsubstituto para Fidel.Não apenas por suasqualidades como líder,mas porque ascircunstâncias históricasnunca serão as mesmas.Fidel presenciou tudodesde a revoluçãocubana até a queda daUnião Soviética, edécadas de confrontocom os EUA. A análise éde Ignácio Ramonet.

    E enquanto Fidel Castroatua em tempo integral comocolunista, então, a principaltarefa de seus herdeiros polí-ticos será a forma de enfren-tar o desafio perpétuo de Cuba:as relações com os EstadosUnidos. Nós devemos espe-rar para ver se vão ocorrermudanças. Por duas vezes,Raul Castro anunciou que estápreparado para dialogar comWashington sobre os proble-mas entre os dois países.

    E os próprios Estados Uni-dos podem ter uma mudançaem sua política. O democra-ca Barack Obama já sinali-zou, por exemplo, desejo deinteragir com países tidoscomo inimigos da América,como o Irã, a Venezuela ouCuba. No entanto, uma ime-diata e radical mudança éimprovável, embora exista ra-zão para esperar que as elei-ções de novembro nos Esta-dos Unidos provoquem ao me-nos no médio prazo uma at-

    Relações com os EUAmosfera diferente dos anosBush – uma gestão que Fidelconsiderou a mais perigosa dos10 presidentes estadunidensescom quem ele teve experiên-cia, não apenas para Cuba,mas também para o povo esta-dunidense e para o mundo.

    A saída de Bush provavel-mente conduzirá a uma reava-liação da política externa:aprendendo com as desastro-sas lições do Iraque e do Orien-te Médio e retornando o focopara a América Latina. Os Es-tados Unidos vão encontrar umcenário político transformado:pela primeira vez, Cuba temverdadeiros amigos no governona América Latina, sobretudona Venezuela, mas tambémno Brasil, Argentina, Nicará-gua e Bolívia, umasérie de governosque não são par-t icularmentepró-estaduni-denses. É dointeresse dos

    Estados Unidos redefinir suasrelações com todos eles, deforma não-colonial, não-explo-rativa e baseada no respeito.

    Ao mesmo tempo, Cuba temdesenvolvido estreita relaçõescom países parceiros como aAlternativa Bolivariana para asAméricas – uma organizaçãopolítica e econômica – e acor-dos com o Mercosul na áreacomercial. No quadro interna-cional maior, Cuba deixou deser um caso único.

    As mudanças mais visí-veis que podem ocorrer noplano internacional são o for-talecimento dos laços com aAmérica Latina. O socialismoserá sem dúvida alterado, masnão nos moldes do que ocor-reu na China ou no Vietnã.

    Cuba conti-

    nuará seguindo o seu pró-prio caminho. O novo regi-me começará as mudan-ças no nível econômico,mas a perestroika cubananão a abrirá politicamen-te, não haverá eleiçõesmultiparditárias. Suas au-toridades estão convenci-das de que o socialismo éa correta escolha, mas osistema deve ser sempremelhorado. E sua preocu-pação agora, mais do queo afastamento de Fidel, éser unitário.

    Mas em Cuba tudo érelacionado aos Estados Uni-dos: aquilo que é um aspec-to global da política externaprecisa ser compreendido.O afastamento de Fidel, an-tecipado há tempos, signifi-ca continuidade. Mas paraa evolução dessa pequena

    nação histórica, aeleição de Oba-

    ma poderia sersísmica.

    FIDEL E CH

    E GUEVARA

    , revolucion

    ários