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Jornal da Escola Secundária de Amato Lusitano

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Page 1: Salpicos 1 2009-2010

concurso de jornais escolares

Pág. 14

do rockaos blues

da música

Pág. 2

Pág. 12

crónicas...traços...escritas...

da imaginação

Escola S/3 de Amato Lusitano Av. Pedro Álvares Cabral 085-6000 Castelo Branco

Tel. 272339280Fax. 272329776

E-mail: [email protected]

Ano III - Nº 1 Dezembro 2009

Jornal da Escola Secundária/3 de Amato Lusitano

Salpicosde letras e leituras

Editorial

da biblioteca

Professoresbibliotecáriosa tempointeiro

Págs. 6 e 7

2º lugarpara oeSalpicos

Com o apoio do

Jornal Reconquista

Vivemos hoje numa sociedadeem que todos os dias somosdesafiados, pelas mais variadassituações, a utilizar as nossascompetências de leitor, nãoapenas para descodificar textosescritos mas também para “ler”o mundo que nos rodeia. É inquestionável que o acto daleitura permite ao homem nãosomente a sua inserção, mastambém a participação activa nomeio social que o rodeia. Assim, aescola deve constituir o elo deligação entre leitores compe-tentes e inserção social. Os estabelecimentos deensino vêm disponibilizando, háalguns anos, equipamentos elaboratórios de informática aosalunos para que todos tenhamacesso às novas maneiras de lere escrever. Mas é preciso,também, que o professor projectenovas formas de ministrar asaulas, utilizando essas novastecnologias, proporcionando aosalunos o contacto com os diversossuportes textuais e diversos tiposde textos, pois, isso sim, é fazercom que eles entrem nesseuniverso de leitores e possamrealmente tornar-se cidadãosconscientes e participativos, quesaibam utilizar a linguagem comprecisão, comunicar-se comexactidão, sabendo adequar o seudiscurso a diferentes situaçõescomunicativas. Neste mundo globalizado, oprofessor tem que ter acapacidade de desenvolver acompetência comunicativa dosusuários da língua, ou seja, fazercom que o aluno entenda que elenão realiza somente umaexteriorização do pensamento ouuma transmissão de informação,mas também actua sobre ointerlocutor dentro de umcontexto sócio-histórico.

João Belém

Colhamos flores.Molhemos levesAs nossas mãosNos rios calmos,Para aprendermosCalma também.

Ricardo Reis

Colhamos livros.Molhemos docesOs nossos olhosNas letras vivas,Para aprendermosVida também.

eSalpicos

tantas aventuras...

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da música

do nossopropósito … Iniciamos, com esta primeiraedição do eSalpicos deste anolectivo, uma rubrica sobre música, àqual daremos continuidade naspróximas publicações. O nossoobjectivo é estimular, em toda acomunidade escolar, o gosto pelamúsica assim como transmitir algunsconhecimentos básicos nesteâmbito. Através do jornal da ESAL,iremos divulgar a história da música,notícias de bandas conhecidas emuito mais. Desde já esperamosque o nosso primeiro artigo seja dointeresse dos leitores do eSalpicos.

Alexandre Aparício eDaniel Figueiredo, 11ºB

Dos blues ao rock

2

Ficha Técnica

Direcção

Colaboradores

Nádia Oliveira, 1º ano CEF, DACEva Santiago, 1º ano CEF, DAC

Rita Rodrigues, 8ºASandra Nunes, 8ºAOana Gabriela, 9ºB

Cristiana Gaspar, 10ºCSolange Ascensão, 10ºG

Inês Folgado, 10ºFAlexandre Aparício, 11ºBDaniel Figueiredo, 11ºB

Bruna Pereira, 11ºDCristiana Sousa, 11ºDDaniela Galante, 11ºDFilipa Oliveira, 11ºD

Mariana Ribeiro, 11ºDPatrícia Gardete, 11ºDRuben Carvalho, 11ºDInês Fortunato, 11ºE

Sílvia Silva, 11ºGSoraia Luís, 11ºG

Ana Rita Sequeira, 12ºACátia Marques, 12ºAHelena Nunes, 12ºBMiguel Ângelo, 12ºC

Luís Lopes, 12ºFPedro Alves, 12ºF

Susana Mendes, 12ºFVânia Santos, 12ºFMarlene Kléo, 12ºG

Mariana Afonso, ex-aluna da ESALProf. Carlos SalvadoProf. Graça RamosProf. João BelémProf. José Tomé

Prof. Otília DuarteProf. Filipa Santos, Ensino Especial

Margarida Bernardo, Psicóloga

Prof. Conceição NevesProf. Etelvina Maria

Prof. Hélder RodriguesProf. Hermínia Pombo

Prof.Raquel AfonsoProf. Rui Duarte

Todos nós sabemos o que é amúsica, qual o ritmo que mais nosagrada, qual a nossa bandapreferida, o nosso estilo musical…Nos dias que correm, podemosafirmar com toda a certeza quetambém houve grande evolução naárea da música. Com um simplescomputador, conseguimos fazer amistura de um ritmo com algumasnotas e temos uma música feita.Contudo, para chegarmos a esteponto, foram muitos os mestres quededicaram a sua vida à música.Casos como Ludwig van Beethovene Wolfgang Amadeus Mozart são oexemplo perfeito disso. Ao ouvirmoscom atenção qualquer obra destesMúsicos deparamo-nos com umaharmonia perfeita e com umamatemática de tempos sem umúnico erro. Desta era da música clássica, ahumanidade avançou, musical-mente, para histórias muitodiferentes entre si, sendo o númerode histórias sobre a música tãovasto como o número de culturasexistentes no planeta terra. Iremosapresentar, então, as culturasmusicais mais adoptadas eapreciadas a nível europeu. Comecemos por falar na músicarevolucionária que teve origem nosul dos Estados Unidos como porexemplo no Louisiana e Mississípiem que era habitual ver campos deplantação de algodão onde eraescravizada a população afro-americana. Os escravos utilizavama música como forma de atenuar ador e o cansaço das suas longasjornadas de trabalho. Daqui nasce,então, o blues, o jazz e o country.Destacamos o artista americanoB.B. King, um dos pioneiros napopularização do blues.

Mais tarde apareceria um blues maisritmado, ao qual chamaramRock’n’roll. Um dos músicos maisconceituados deste estilo musical éo tão conhecido Elvis Presley quecomeçou a sua carreira por volta de1952/1953. A 27 de Novembro de 1942,nasce James Marshall Hendrix.Músico que, na década de 60, sedistinguiu de tal modo que hámesmo quem afirme que ele foi omúsico de fusão para todos osestilos musicais. Não há dúvida éque constitui uma referência paratodos os guitarristas. Nas suascomposições, Jimmy Hendrix, comoé popularmente conhecido, con-seguiu revolucionar o conceito deblues e rock’n’roll, introduzindo umnovo estilo – o Rock - a par deoutros pioneiros como os de TheWho, os famosos Beatles e os LedZeppelin. A partir do Rock, surgiram todosos estilos musicais das décadasseguintes: o rock psicadélico dofinal dos anos 60, popularizadopelos Pink Floyd e pelo álbum Sgt.Pepper’s Lonely Hearts Club Banddos Beatles, o glam rock do inícioda década de 70, o hard rock dasegunda metade da década de 70e do início da década de 80, combandas bastante conhecidas comoos Scorpions, Deep Purple, BlackSabbath, Queen, entre outras. Outro estilo não menosimportante foi o Punk Rock dos anos80, com os clássicos The Clash e SexPistols. Apesar de apenas termosreferido estas quatro vertentes doRock, existem muitas mais, sendobastante difícil nomeá-las todas. Oque é necessário compreender éque a música sofre um processo de

evolução que é impossível parar.Todos os dias novas bandas sejuntam, criando um estilo próprio, oque faz com que o cenário musicalseja muito vasto. Mas não devemosesquecer as suas origens! A mensagem que queríamosdeixar está centrada nesta ideia –o passado da música foi deverasimportante para o desenvolvimentoa que actualmente assistimos, daíhaver hoje tantos e tão diferentesestilos. Vamos procurar nos próximosartigos cativar a vossa atenção paraaquilo que, na nossa opinião, foiimportante e influenciou o mundoda música. Terminamos, deixando aquialgumas sugestões musicais dosquatro estilos que acimamencionámos: Are you experienced?dos The Jimmy Hendrix Experience,Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Banddos The Beatles , The Wall dos PinkFloyd, Paranoid dos Black Sabbath eNever Mind the Bollocks dos SexPistols.

Jimmy Hendrix, pioneiro do rock

A Way to Disappear festeja umano de existência

Banda local formada por alunos da ESAL

A Way to Disappear é uma bandaformada por 6 elementos ligados àESAL, pois todos estudaram ouainda estudam presentemente nanossa escola: Nuno Rodrigues eRicardo Gonçalves na voz, JoãoDuque e Daniel Figueiredo nasguitarras, Francisco Fontes nabateria e Alexandre Aparício nobaixo. Esta banda foi criada há um anoe surgiu do gosto que estes jovenstêm pela música. Um projecto queexige muito esforço e empenho, masque é compensado pelo que ésentido no palco. Num concerto dos “A Way toDisappear” é possível ouvir-se

desde cover’s de músicas recentesa clássicos do Rock das décadassagradas da música. Para alémdisso, a banda desenvolve aindamúsicas originais, da sua autoria. No próximo sábado, dia 19 deDezembro, este grupo musical vaifestejar o seu primeiro aniversáriocom um concerto no Bunker Bar, emCebolais de Cima, local onde abanda, há um ano, se apresentoupela primeira vez em palco. Aconvite dos aniversariantes irátambém actuar “The GroovesConnection”, Dj Lady F e Djivo. Oespectáculo terá início às 23:30h efica desde já o convite a todos osleitores do eSalpicos.

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Salpicos da ESAL

Foi com este título que opaleontólogo Doutor OctávioMateus apresentou uma interes-sante palestra aos alunos de 10ºano dos Cursos de Ciências eTecnologias da Escola SecundáriaAmato Lusitano, no passado dia 19de Outubro. A vasta e interessadaassistência ficou a saber mais sobrea evolução e extinção destes répteise em particular daqueles queviveram no território que é hojePortugal. Neste âmbito, foi demonstradoo parentesco próximo entre a faunaportuguesa e a norte-americana,tendo também sido abordado osempre controverso processo deinterpretação de esqueletosincompletos, referindo-se que, porexemplo, a coloração da pele é umdado que nunca será encontradonum fóssil de dinossauro, mas queo desenhador se apoia em critérioscientíficos, começando por analisaros padrões de coloração de animaisque hoje ocupam nichos ecológicossemelhantes. A grande extinção do final doperíodo Cretácico foi explorada,tendo o Doutor Mateus explicado

O que Darwin nãosabia sobredinossauros

que a hipótese do impactometeórico, apesar de visualmentemais apelativa, apresenta lacunasgraves, pelo que a principal causada extinção destes “lagartosterríveis” terá sido a actividadevulcânica do Decão, na Índia, quese prolongou por quinhentos milanos, provocando impactos váriosna biosfera de há 65 milhões deanos. Este jovem cientista é o maiorespecialista português emdinossauros, com artigos jápublicados nas mais prestigiadasrevistas científicas internacionais,tendo contribuído para aidentificação de sete novas espéciesdestes vertebrados, das quais cincoviveram no nosso país. Devido ao sucesso destainiciativa, o grupo de Biologia daEscola Secundária Amato Lusitanopretende realizar uma visita deestudo ao principal local de trabalhodeste grande paleontólogoportuguês, o Museu da Lourinhã,para observação in loco do valiosoespólio do Jurássico superiorportuguês.

Prof. José Tomé

No passado dia 27 deNovembro, realizou-se na nossaescola uma palestra sobre“Psicologia Forense”, no âmbito dadisciplina de Psicologia B, dirigida àsturmas de Psicologia B do Curso deCiências e Tecnologias de 12º ano.Teve como oradores a Directora dosEstabelecimentos Prisionais deCastelo Branco e da Covilhã, Dra.Fátima Jerónimo, e o sociólogo doestabelecimento prisional da nossacidade, Dr. Carlos Borrego. Ainiciativa partiu dos professores dePsicologia B do 12º ano, AméricoSilva e Graça Dias, que seencarregaram de estabelecer oscontactos necessários com asentidades envolvidas. Esta palestra teve comoobjectivo proporcionar aos alunosuma abordagem relativa àsaplicações da Psicologia Forensenas prisões, mais concretamente naforma como os criminosos sãoreeducados. Os oradores explicitaram ascomponentes relacionadas com oprincipal problema da taxa decriminalidade: a falta de afectos. ASra. Directora Fátima Jerónimoafirmou que cerca de 80% dos casossão provocados por falta de afectopor parte da família, da sociedadee até da escola. Um exemplobastante elucidativo, dado pelo Dr.Carlos Borrego, foi o de umarapariga de 25 anos a quem a

primeira vez que lhe foram cantadosos parabéns foi exactamente naprisão. Ao contrário do que muitosjulgam e do que por vezes os meiosde comunicação, erradamente, nostransmitem, a maior parte dosreclusos estão presos por crimesrelacionados com droga, nãoapenas por serem traficantes mastambém por cometerem crimes parasustentar o vício. A este propósito,foi feita uma pergunta aospresentes que, agora, colocamostambém a todos os leitores doeSalpicos: “O que é para vocêsprazer?”. Muito poucos souberamresponder a esta pergunta, talvezporque é algo em que nãopensamos frequentemente, masnão deixa de ser pertinente. Sereflectirmos sobre esta questão,concluimos facilmente que, sealguém consome droga e gosta, iráprocurar novamente esse momentode satisfação. O prazer leva ao vícioe o vício leva a tal dependência quese cometem crimes tremendos.O interesse e a motivação dosalunos foi perceptível ao longo detoda a palestra, através das váriasquestões que foram colocando aosoradores. Por fim, fica a nossa opinião, quepensamos ser parti lhada pelosrestantes presentes. Consideramosque o contributo destascomunicações foi muito proveitosopara o alargamento dosconhecimentos relativos à PsicologiaForense, nomeadamente aotrabalho que é realizado dentro dasprisões de Portugal, em especial ada nossa cidade.

Inês Fortunato, 12ºEMiguel Ângelo, 12ºC

Justiça eencarceramento

Palestra no âmbito da psicologia forense

“Tinha 25 anos quandolhe cantaram osparabéns pela 1ªvez efoi na prisão.”

Concluído o secundário

Um olhar sobre a Área deProjecto Ontem aluna do secundário,hoje estudante universitária. Éincrível pensar nisto. Não tardaestou a acabar o primeiro semestredo primeiro ano do meu curso. Os últimos dois meses e meioforam os mais ricos em experiênciasque tive em toda a minha vida.Novos colegas e amigos, um novométodo de ensino, disciplinas (oumelhor, cadeiras) todas elasbastante interessantes e muitasnovidades foi aquilo que encontreiem Lisboa, onde estou a tirar ocurso de Ciências Farmacêuticas. No entanto, o secundário nãoficou totalmente para trás. Paraalém dos amigos que fiz e queacredito que sejam para a vida, apassagem por este ciclo foi umaponte para a universidade, umaóptima preparação para esta novaetapa da minha vida. Falando em concreto dadisciplina de Área Projecto do 12ºano, posso aqui confessar que oque aprendi me tem validobastante nos trabalhos que tenhofeito. Aprender a fazer citações ou

uma bibliografia é algo que naUniversidade é mais do que útil… éessencial. Saber fazer umaapresentação oral não é tão fácilquanto parece… ainda para maisquando temos um auditório cheiode pessoas, muitas delas combastante conhecimento na matériaque vamos expor. Por isso, sabercomo agir perante uma plateiacheia de gente de olhos postos emnós e de ouvidos bem abertos acaptar todas as palavras quedizemos é fulcral para se ser bemsucedido nas apresentações oraisno ensino superior. Felizmente, também issoaprendi na disciplina de ÁreaProjecto. Fiz monografias de formaexímia e tive bons “treinos” paraas apresentações orais que hojetenho de fazer. E é por coisas comoestas que digo que o secundárionão é uma ponte segura de ligaçãopara a universidade e, acima detudo, o melhor treino que podemoster para enfrentar os anos que seseguem…

Mariana AfonsoO Dr. Carlos Borrego fala sobre a reeducação dos criminosos

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Salpicos da ESAL

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Este ano lectivo, a ESAL passoua contar com um serviço depsicologia. Foi colocada na nossaescola a psicóloga Margarida RoqueBernardo que está à frente dogabinete de apoio psicológico. Esteserviço é dirigido a toda acomunidade escolar, em particularaos alunos que poderão usufruirdeste apoio por sugestão dosprofessores ou Encarregados deEducação, estando o encaminha-mento a cargo do Director de Turma. O papel da escola na sociedadeactual é cada vez mais importante,sendo cada vez mais imputado aoensino uma escola atenta àsnecessidades intelectuais ecomportamentais dos seus alunos.Formar crianças e adolescentessociáveis, felizes, livres e empre-endedores é um grande desafio nosdias de hoje. Cabe aos professores a tarefade preparar os nossos jovens parao mundo do trabalho, desen-volvendo para isso as suascapacidades de análise, raciocínio,espírito crítico, participando deforma directa na aprendizagem doaluno. No entanto, a escola é, maisque um local de aprendizagem, umespaço de vivências relacionais.Criam-se amizades, aprendem-sevalores, em suma, as pessoasrelacionam-se. Assim, um dosobjectivos deste serviço depsicologia será contribuir paramelhorar os relacionamentosinterpessoais entre alunos, pais,professores e todas as entidades

A partir deste ano lectivo

Serviço depsicologia na ESAL

pertencentes à escola. Para alémdisso, o psicólogo actuando semprede forma ética e profissional deveassessorar a implementação eavaliação de projectos pedagógicoscom os vários segmentos da escola,prevenindo problemas no processode ensino-aprendizagem. Um outro aspecto a salientarprende-se com uma afirmação quese ouve regularmente: “eu não soumaluco, por isso não preciso deconsultas de psicologia”. Esta é umaideia que ainda está bastante en-raizada, mas que não correspondeà realidade. O apoio psicológico épara todos, é sobretudo para ajudara pensar, é um espaço aberto aquestões, a dúvidas, incertezas,para cada um falar das suasdificuldades, sejam de aprendi-zagem, de relacionamento, detomada de decisões, de saber lidarcom as suas emoções, medos,ansiedades. É também um espaçopara falar de alegrias, conquistas,vitórias, de objectivos futuros.Auxiliar os professores a identificare compreender comportamentosproblemáticos, sejam eles indivi-duais ou em grupo, bem comopromover uma melhor compreensãoentre pais e fi lhos é tambémfundamental. Conseguindo esta interdiscipli-naridade vamos certamenteconseguir tornar os nossos alunosmais felizes, saudáveis e sábios!

Margarida Roque Bernardo,psicóloga da ESAL

É este um dos temas estrelaque, de modo intermitente, apareceno plano da actualidade educativa.Os fins de curso, a difusão de algumestudo ou estatística e os períodosde reforma são momentos em quecostuma soar de novo o alarme dofracasso escolar e se baralhamnovas fórmulas para o atacar. Ahistória recente brinda-nosexemplos eloquentes de processosde reforma que nascem com a ilusãode reduzir as desigualdades sociaisde origem e os índices de fracassomediante políticas compensatórias,de bolsas e de outro tipo. Do conceito de fracasso escolar,não obstante, tem-se feito uso – eincluso abuso – muito variado epintado em atenção aos diversosdiscursos ideológicos ousociológicos, às perspectivas deinvestigação quantitativa ouqualitativa e aos pontos de vistados alunos, dos professores, dospais e do Ministério. Não queroinsistir aqui no tópico dos factorese agentes que o determinam e nasua cota de responsabilidade, massim no seu carácter polémico,controvertido e cheio de matizes.Assim, a noção de êxito e fracassonão se corresponde neces-sariamente com a de rendimento, einclui uma constelação muito amplade atitudes e fenómenos que vãodesde as escassas i lusões e

Onde está ofracasso escolar?

expectativas de futuro que gera aescola até ao abandono e absen-tismo escolar. Esta concepção, mais complexae dialéctica do fracasso escolar,permite uma aproximação maiscompreensiva do actual cenárioeducativo e social, marcado pelocrescimento vertiginoso doconhecimento, pela diversidade eescassa articulação das ofertasformativas, pela generalização daescola de massas até aos 18 anos,pelo crescente grau dedesagregação social, pelas novasdesigualdades e pobrezas e,sobretudo, pela crise económica edesemprego estrutural. É sabido, e até certo pontosociavelmente aceitável, que ofracasso escolar é um instrumento deselecção e distribuição do alunodentro da pirâmide escolar e, maisadiante, dos cidadãos nos distintosdegraus da estrutura laboral esocial. A novidade é que agora muitosficam, e vão ficar, fora destaestrutura, e por isso a taxa dessenovo fracasso escolar pode dispararaté limites imprevisíveis. Uma reflexão sobre o lugar daEscola, o conhecimento e a culturana sociedade actual é, porventura,uma boa sugestão.

Prof. Carlos Salvado

Políticos por breves minutos

No passado dia 11 de Novembro,os alunos do 10ºano do curso deContabilidade e do 12ºano do cursode Ciências Socioeconómicasrealizaram uma visita de estudo aoPalácio de S. Bento, ao Museu daPresidência da República e aoPlenário da Assembleia da Repúblicacom os seguintes objectivos:promover a consolidação deconhecimentos no âmbito dadisciplina de Ciência Política,entender o Estado como umasociedade politicamente organi-zada, conhecer os elementos doEstado e os Órgãos de Soberania econtribuir para a formação integraldos alunos no domínio dodesenvolvimento de competênciassócio - efectivas, quer a nível dasocialização com colegas eprofessores, quer na sua prepa-ração enquanto cidadãos social epoliticamente activos. Iniciou-se a visita ao Palácio deS. Bento por volta das 10h,juntamente com um outro grupoescolar de Santarém. Durante avisita guiada, foi explicada aosalunos toda a história da Sede do

Parlamento de Portugal. Obser-varam-se variadas divisões dopalácio repletas de alas e de obrasde arte de diferentes épocas daHistória de Portugal, a sua orna-mentação e estilo neoclássico, assimcomo a esplêndida paisagem que sepode usufruir das traseiras da

Residência Oficial do PrimeiroMinistro. Para terminar a visita ao palácio,os alunos percorreram a “sala” doParlamento e até saborearam aexperiência de serem políticos poruns minutos. Seguiu-se para o Museu da Presi-

dência da República, localizado noPalácio de Belém. Este Museucombina a exposição tradicional depeças de colecção ligadas aospolíticos que chefiaram o Estadoportuguês desde 1910 comsistemas interactivos de informaçãoe conhecimento. O percurso davisita iniciou-se com os símbolosnacionais e terminou com umaabordagem dos poderes, funções eactividades dos Presidentes donosso país. No final, os alunos dirigiram-sea um parque onde pararam pararepousar e almoçar, retomando oroteiro da viagem por volta das 15h,para assistir a uma reunião Plenáriada Assembleia da República. Esta visita foi profícua na medidaem que os alunos tomaramconsciência da importância da suapreparação e participação social epolítica. Há a destacar o civismocomo os alunos se comportaram aolongo de toda a visita, num clima deagradável convívio entre alunos/alunos e alunos/professores.

Susana Mendes, 12ºF

Os “políticos” da ESAL na Assembleia da República

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Salpicos da ESAL

Ciência e poesia

No Dia Nacional da Cultura Científica

No dia 19 de Novembro de 2009,no âmbito da disciplina deEconomia, as turmas do 12º O,F eI e realizaram uma visita de estudoà empresa de presunto comestatuto a nível nacional - A. PiresLourenço S.A. Acompanhados pelos professoresJoão Romãozinho, Otília Duarte,Alberto Martins e Manuela Trabulo,dinamizadora da visita, fomosrecebidos de forma calorosa pelogestor da empresa, Dr. Mário Dias.Foi realizada uma visita guiada ondenos explicaram aspectos como ahistória da empresa, a focalizaçãonum só produto, o processo defabrico, os mercados de actuação ea organização comercial, o financia-mento do negócio, a sua sustenta-bilidade e linhas estratégicas parao futuro.

Com apenas seis letras seescreve uma palavra muitoimportante: ajudar. É nestaperspectiva que as turmas dePsicologia do 12º ano estãoenvolvidas num projecto de carizsolidário que, apesar de simples,promete dar bons frutos. A ideia éajudar quem precisa e levar osalunos a confrontarem-se com osseus sentimentos e emoções. Assim, quando estivermos comfamiliares ou outras pessoaspróximas perguntamos-lhes sequerem contribuir com produtosalimentícios para os mais neces-sitados e anotamos num caderno

Introspecção e solidariedade

Sabias que ser Surdo significaapresentar uma deficiência auditivaque resulta de uma lesão noaparelho auditivo? Para o Surdo arealidade externa é igual à dosouvintes, porém o mundo interno éimaginado de forma diferente. É errado chamar-se a um Surdo,“surdo-mudo”. Este, fala com asmãos e com a expressão facial emuitos deles vocalizam apesar deterem dificuldades ou mesmo delhes ser impossível ouvir sons. A nível social e cultural, ser Surdosignifica pertencer a uma comuni-dade linguística e cultural minori-tária, assumida pelas comunidadessurdas. Este comunica através deuma Língua própria, a Língua Ges-tual Portuguesa (LGP) que, em1997, foi reconhecida como umalíngua na Constituição da RepúblicaPortuguesa, passando a ter o esta-tuto de disciplina. A Língua GestualPortuguesa não é Universal. Cadapaís tem a sua própria LínguaGestual. A Língua Gestual Portuguesa é“falada” através de um espaçotridimensional, onde a configuração,a localização e a orientação dasmãos descrevem todo o esplendorque nos rodeia, o que vemos,sentimos, pensamos e transmitimosatravés do sentido das palavras. Comunicar com um Surdo, sim… é

De mãos dadascom a surdez

possível! Para chamar a atenção de umSurdo devem fazer-se movimentosque provoquem estímulo visual ouvibração como um simples toque noombro. Deve falar-se perto dele, àmesma altura e de frente para elepara que este consiga fazer leituralabial e posicioná-lo de costas paraa luz, direccionado para nós(ouvinte/falante). A l inguagemutilizada deve ser simples atravésde frases curtas e objectivas. Foram estes aspectos e outrascuriosidades sobre a LGP, o alfabetogestual português e alguns gestoscomo os dias da semana e osmeses do ano que os alunos do 9ºBtiveram oportunidade de conhecer,já que foram convidados a participarnuma actividade, organizada pelosprofessores dos alunos surdos quefrequentam a Escola, no dia 24 deNovembro, data em que seassinalou também o Dia Nacional daLíngua Gestual. Pequenas acções podem valermuito no desenvolvimento dasrelações humanas, por isso nãopodemos deixar nunca de estaratentos ao que nos rodeia elembrarmo-nos que podemossempre melhorar o mundo em quevivemos.

Prof. Filipa Santos,Ensino Especial

“Os outros ouvem, eu não. Mas tenho olhos, que forçosamente observammelhor do que os deles. Tenho as minhas mãos que falam…”  Emanuelle Laborit, O Grito da Gaivota

Comemora-se a 24 de Novembroo Dia Nacional da Cultura Científicae, para assinalar esta data eintegrando também as actividadesda Semana da Ciência e daTecnologia, o grupo disciplinar deFísica e Química, com a colaboraçãode outros professores e de váriosalunos, levou a efeito uma sessãoonde se pretendeu aliar a Ciência ea Poesia, numa homenagem aRómulo de Carvalho que nasceuprecisamente neste dia em 1906.Licenciado em Ciências Físico-Químicas e em Ciências Pedagó-gicas, foi professor, pedagogo,metodólogo e investigador daHistória da Ciência. No entanto, foisob o pseudónimo literário deAntónio Gedeão que obteve oreconhecimento do grande público,nomeadamente como autor dospoemas “Pedra Filosofal”, “Calçadade Carriche” e “Lágrima de Preta”,que viriam a tornar-se canções deintervenção. Na vasta obra poéticaque nos deixou, faz uma simbioseperfeita entre a ciência e a poesia,a vida e o sonho, a lucidez e aesperança. Na primeira parte da sessão, foirealizada uma palestra pela DraSandra Soares, professora auxiliarda Universidade da Beira Interior einvestigadora do Laboratório deFísica de Partículas que, na suacomunicação sobre o tema “Sercientista”, defendeu que se deve

o que sentimos relativamente àresposta que obtemos, usando umpouco o processo de introspecção/retrospecção pre-sente em Wundt.Ficaremos, deste modo, a entendermelhor como encaramos asolidariedade. Os alimentos angariados serãoentregues às famílias carenciadasna última semana de aulas. Uma ideia brilhantementecriativa que nos permitirádesempenhar um pouco o papel depsicólogo de nós próprios e, alémdisso, auxiliar quem realmenteprecisa. Helena Nunes, 12ºB

encarar a Ciência como umaactividade humana e acessível atodos, sendo necessário apostar nadivulgação científica de forma sériae adaptada a cada público. Consi-derando a Física uma ciênciafundamental, mostrou a sua pre-sença e importância no quotidiano.Abordou ainda algumas particulari-dades e novidades da investigaçãoem Física de Partículas feita noCERN, incluindo imagens dasprimeiras colisões no LHC, ocorridasprecisamente no dia anterior. A segunda parte da sessão, quese iniciou com uma breve apresen-tação da biografia de Rómulo deCarvalho/António Gedeão, foidedicada poesia deste autor. Algunsalunos do 11º L interpretaram “Lá-grima de Preta” em língua gestual,foi dito o “Poema para Galileo”,enquadrado por uma breve drama-tização do julgamento de Galileupela Inquisição e, por fim, um grupoformado por alunos do 10ºA, 10ºGe 11ºE interpretou canções compoemas de António Gedeão. Nestasessão, integralmente traduzidapara língua gestual, ficou bempatente que, embora as contri-buições da Ciência e da Tecnologiasejam fundamentais na sociedadeactual, é preciso não esquecer “queo sonho comanda a vida”, como dizGedeão na sua “Pedra Filosofal”.

Prof. Graça Ramos

Ficámos a saber que o auge davenda de presunto ocorre no Verão,na altura de natal e ano novo. Um ponto assinalável durante avisita foi a descoberta que estaempresa de cariz familiar produzpresunto para um dos grandeshipermercados nacionais. No final, foi-nos oferecida umaembalagem de fatiados de presuntoque saboreámos, comprovando suaqualidade. Esta visita constituiu umaexperiência enriquecedora, porquedesenvolvemos os conteúdos pro-gramáticos leccionados na disciplinade Economia, fomos sensibilizadospara a vida activa e estabelecemosa relação escola/meio.

Alunos do 12ºF

“Lágrima de preta” em lingua gestualA Dra. Sandra Soares explica o que éser cientista

Os alunos montam puzzles do alfabeto gestual português

Visita de estudobem saboreada

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da imaginação

crónicas...traços...escritas...

Direito à indignação Estava à janela. A espreitar. É porisso que as casas têm janelas. Parase olhar lá para fora (ou cá paradentro...). Quem espreita seu malespanta! Nisto, bateram à porta. Fui abrir.Era um livro. Coisa estranha, queriafalar comigo! - Entre, faça favor. Sentou-se e tirou a capa. O meuquarto estava aquecido. Pediu-me um café e começámos aconversar. Contou-me que vivia na bibliotecada escola, na terceira estante dofundo do lado esquerdo. Era umromance. Tinha uns vizinhossimpáticos mas que raramentesaíam de casa. Ele tinha sorte: eraa quarta vez que fora requisitado. - Sabes (já nos tratávamos portu), a malta espreita as estantes,abre os livros de cores vivas e vai--se embora. Nunca percebi bemporquê. Se calhar têm medo de nosincomodar.

- Talvez não saibam o que é quevocês têm a ver com a vida deles –alvitrei. - Mas então, que devemosfazer? - perguntou o romance comas letras tristes -Como levá-los dosquadradinhos à nossa estante? - E se fizessem umamanifestação? No dia seguinte, estava eu aespreitar (que mania...) a televisãoe ouvi esta notícia:“ Caso insólito na Escola Secundáriade Amato Lusitano de CasteloBranco. Os livros da bibliotecasaíram para os corredores einvadiram as salas de aula. As suasreivindicações vinham expressas emenormes cartazes onde podia ler-se: - Só televisão, não; - Temos histórias para contar; - Queremos ser lidos.

Prof. Hélder Rodrigues

Mergulhada nos seus pensa-mentos, Rosana não se apercebeudo que acontecia no jardim mesmoem frente da sua janela. Há unsdias que andava absorta, levementepreocupada com o descaminho dassuas emoções. Subitamente algo a fez olhar nadirecção do parque. Fixou-se novulto que, caminhando rapidamen-te, se dirigia para a entrada dometro. E teve a certeza: aquelamulher era mesmo a que tinha vistoà porta da sua escola, havia poucosdias. Alta e de longos cabelos negros,esta misteriosa mulher era jápresença assídua na mente deRosana. Desde a primeira vez quea vira que não parara de pensarnela. Fazia-lhe lembrar alguém quefora muito importante na sua vida.Mas não podia ser... a sua mãe tinhafalecido quando era ainda muitopequena. Aquela senhora podia sera sua mãe, mas onde estavam assemelhanças entre as duas? Foientão que se lembrou de terreparado, quando a viu a primeiravez à entrada da escola, naquilo queparecia ser um sinal igual ao quetinha no pescoço. Rosana tinhanaquele sinal a única lembrança desua mãe. Um sinal tão pequeno eao mesmo tempo tão grande. Umsinal que, aparentemente, nadadizia, mas que nos profundospensamentos de Rosana tanto lhelembrava. Memórias nuncaesquecidas vagueavam no seu

pensamento. Como poderia elaesquecer algo que, em tempos,possuiu tanto significado? Noconforto destas ternas lembranças,uma ideia absurda passou-lhe pelamente. Não, não podia ser... Noentanto, que lhe tinha contado o paisobre as circunstâncias queenvolveram a morte da mãe? Muitopouco. Pois quando aconteceu, erademasiado nova para compreendertal realidade. Mas, apesar de todaa dúvida, Rosana não deixava deacreditar numa semelhança entreelas... Ficava feliz, e por outro lado,angustiada, sempre que aobservava… Tinha de lhe falar, mas como? Asua vida complicara-se: não podiasair de casa, o tempo pareciaencurtar cada vez mais. Sentia-semais frágil, dia após dia, e o desejoda verdade era cada vez mais forte.Ela desejava falar-lhe, sim, mas teriaque pedir ajuda a alguém. Sozinha,não iria ser capaz. Então,subitamente, ocorreu-lhe uma ideiaespantosa...Iria fingir que tropeçava e cairiapara cima da misteriosa senhora.Não saberia se iria resultar, mastinha esperanças que ela pudessechamar-lhe filha por causa da afliçãoou simplesmente ser um pretextopara iniciarem uma conversa etentar chegar a uma conclusão.Agora só tinha de a ver. Foi então que, num dia de arco-íris, Rosana, ao passear no parqueda cidade, a viu e resolveu pôr o seu

do clube de leitura: história a muitas mãos

Do outro lado da janelaPor Ana Rita Sequeira 12ºA, Cátia Marques 12ºA, Cíntia Carrondo 12ºB, Cristiana Gaspar 10ºC, DanielaRosindo, 10ºA, Edgar Conceição 10ºA, João Silva 10ºA, Leila Dias 11ºO, Mariana Picado 12ºA, Pedro Afonso12ºA, Rita Garcia 12ºA, Sérgio Gomes 10ºL, Ana Lúcia, ex-aluna da ESAL, prof. Etelvina Pinto, prof.Filomena Falcão, prof. Mª Conceição Neves, prof. Raquel Afonso

plano em prática. Com medo, masconfiante, dirigiu-se discretamentepara ela. Reparou no percurso damulher e escolheu o local ideal paracair. Era uma passagem cheia depedras soltas, ali poderia cair semdificuldade. Encaminhou-se para olocal, mas qual não foi o seu espantoque mesmo diante dos seus olhosvê a senhora a ser raptada por doishomens e levada para dentro deuma carrinha. Rosana correu nadirecção da senhora para a ajudarmas... não conseguiu chegar atempo. E, mesmo que assim fosse,como poderia ela impedir osacontecimentos? Caiu de joelhos,desesperada, tentando memorizarmatrícula e características do carro.O que fazer em seguida? Estavaperplexa. Quando finalmenteganhara coragem para interpelardirectamente a misteriosa senhora,aconteceu esta situação horrível.Mas conseguiu reter os pormenores,era precisamente uma carrinhabranca com a matrícula 23-RS-11. “Eagora?” pensou. Iria à policiadenunciar o rapto, sem saber onome da senhora e sem ter algumgrau de parentesco ou de amizadecom ela? Rosana sentiu-se, aomesmo tempo, a pessoa mais infelize estúpida do mundo. Tão perto deconseguir, finalmente, tirar a dúvidaque há anos a atormentava e, deforma completamente inesperada,deixara fugir a oportunidade quetodos os dias suplicava não sabiamuito bem a quem.

- Não é possível! Não é possível! -repetia em silêncio, massacrando-se, sentindo-se culpada por umacontecimento em que, obvia-mente, não tinha nenhumaresponsabilidade. Vagueou pela rua, durantealgum tempo, olhando inces-santemente para todos os carrosque passavam. Um deles poderia,sabe-se lá, ser a misteriosa carrinhaque levara a mulher-mistério, que,na cabeça da rapariga, já era a mãeque se perdera sem deixar sinais. Depois de algumas horas, tomouuma decisão: iria falar com o pai. Era verdade que tinha sido elaprópria a afastar todas aspossibilidades de conversar sobrea morte da mãe com António, o paique sempre a acompanhara. Eraverdade, sim. E se ele tinha tentado!Mas, sem saber porquê, havia porparte de Rosana, uma resistênciaabsurda em ouvir explicações que,ao mesmo tempo, desejava ereceava. Preferira sempre viver naignorância. Até agora. Apanhou um táxi: “Para oaeroporto, por favor.” Mal lá chegou, dirigiu-seapressadamente para o balcão maispróximo e comprou um bilhetepara...

A continuar…(www.moodle.esal.edu.pt – clubede leitura)

Marlene Kléo, 12ºG

11ºG

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Ler para crescer

da imaginação

Leitura: uma experiênciacompletamente indescritível queabarca todas as emoções, reais eimaginárias. É conseguir entrar nomundo maravilhoso da mente depersonagens que nos fazemarrepiar, rir, chorar, amar… É comoencontrar um refúgio, só nosso, aovirar de cada página. Adoro passear-me por entreestantes repletas de livrosfantásticos, históricos, dramáticos,misteriosos. Saboreio o cheiro develhas livrarias apinhadas dehistórias sedentas de leitores. Ficotriste e apreensiva por saber que otempo de uma vida não chega paraas conhecer todas. Adoro ler.De todas as minhas leituras, não meconsigo recordar de nenhumadecepcionante; pelo contrário,todas elas contribuíram com algopara aquilo que sou, para a formacomo vejo o mundo. Se tivesse quedefinir a leitura numa palavra seria“reflexão”. Tudo o que leio me faz pensar,reflectir sobre o mundo que merodeia, sobre as acções humanas,principalmente. Posso afirmar, comquase toda a certeza, que a leiturame ajudou a ser mais tolerante e asaborear mais intensamente cadamomento da vida. Algumas dashistórias em que me entranhei,mostraram-me situações eacontecimentos que me provaram oquão picuinhas podemos ser nonosso quotidiano, quase perfeito.Foi-me dado ver um outro lado da

vida que desconhecia, esse, sim,verdadeiramente trágico e triste.Menciono, especialmente, os doisúltimos livros que li: O Pacto e Para aMinha Irmã, ambos de Jodi Picoult,cujos dramas me fizeram descobrirque sou mais feliz do que pensava.Mas é claro que também existe olado mais divertido e ligeiro daliteratura. As clássicas histórias deamor, por mais que se contem, serãosempre belas e envolventes. Quemnão gosta de finais felizes? Temoso exemplo actualíssimo da saga Luze Escuridão (Crepúsculo, Lua Nova,Eclipse e Amanhecer), de StephenieMeyer, com o amor entre um vampiroe uma simples humana, quealimenta tantos jovens corações.Apesar de Bella, a frágil humana,estar constantemente em perigo devida, acaba sempre salva porEwdard, o imortal vampiro, e tudofica bem. Ler é, definitivamente, umapreciosa parte da minha vida.Acredito no poder da literatura paracrescer em conhecimento eemocionalmente. Ela permite-nosexperimentar diversas sensações eviajar por lugares fascinantes,contactar com culturas diversi-ficadas, descobrir personalidadescativantes. Ler é, provavelmente, amelhor maneira de quebrar rotinase ganhar asas, pousando de portoem porto, cada vez mais livre.

Ana Rita Sequeira, 12ºA

Impressões

Excerto de um diário

Aproveito que se fez noite pararegistar as impressões do meu dia.E esclareço desde já que háimpressões de sensação eimpressões de edição. Umassentem-se por dentro das páginascom um leve arrepio das folhas. Asoutras sentem-se num alvoroço deruídos de máquinas, de deslizares,de apalpões frenéticos masrigorosos, de corridas, de buscadesta unidade que sou. Eu aparecicomo realidade livro na Caminho, emOutubro de 2009. Estava eu em Lisboa a pensardar uns dedos de conversa com osmeus gémeos todos da 4ª ediçãoquando me empacotaram muitobem empacotado e me enviarampara uma cidade da Beira chamadaCastelo Branco. Aí tive a alegria desaber que tinha sido encomendadoe não precisava de me instalar empaciência de cão abandonado emcanil. Esta alegria foi, na minha curtavida, a descoberta do tal arrepio, dotal estremecimento, das taisimpressões que quero deixar aquinestas minhas entrelinhas que sãoos lugares onde nós, os livros,guardamos as emoções. A livraria era airosa e muitoarrumadinha. Ouvia-se ali por pertoum jorro de água que soava adesgosto por se saber plantada.Distraí-me a filosofar sobre oshomens que se tomam por deusese roubam o destino à natureza. Istode encurralarem a água, fazendo-apassar num mesmo sítio eobrigando-a sempre à mesmaactuação é bem pior que tortura deSísifo porque a água não merececastigo. Alguém passou na rua, um dosmeus guardiões acenou e uma portaabriu-se sem que ninguém lhetocasse: “- Já chegou. O seu livrojá chegou!”. E era eu que, mal vim ao mundo,tinha dono destinado. Para os livros,isto de ter dono é muito agradávelporque sabemos que fomos osescolhidos e por isso temos muitas

hipóteses de cumprir o destino quenos traçou o autor quando começoua tentear nas palavras, a pesar oritmo das frases e a magicarhistórias. Rapidamente passei para asmãos do meu leitor. Segurou-mecom respeito, afagou-me a capa comcarinho, deixando-me perceber quea imagem da minha capa não lheagradava nada, mas que mesmoassim me estimaria. Para os sereshumanos esta atitude seria vistacom admiração porque quereriadizer que o meu dono não se deixalevar pelas aparências, mas para oslivros isso não tem importâncianenhuma porque não sofremos decomplexos físicos. O sol de Outubro parecia sol deAgosto e o meu leitor sentou-senuma esplanada e começou a ler-me. Foi interrompido por uma mulhermuito tagarela e a conversa foidesconversa: ela a querer prolongaro diálogo e ele, com um dedo amarcar nervosamente a página quequeria continuar a ler. Ela acomentar qualquer coisa dasnotícias do dia e ele a levantar-se ea despedir-se, que tinha que ir, queeram horas, que alguém oesperava. E antes de chegarmos a casa,sabia que o alguém era eu. Pelomodo de me folhear, pela atenção acada pormenor, pelos sorrisossilenciosos, pelos olhares que meacariciavam palavras. Agora é a noite do dia deOutubro em que viajei de Lisboapara a província. O meu donoacabou de me ler e adormeceu coma mão sobre a minha capa. Vouaproveitar para descansar tambémum pouco porque, segundotelefonemas que ouvi, eu, o Caimde Saramago, vou ser emprestadopor uns tempos. Prof. Etelvina Maria

11ºG

Carpe librum Acabas de ler um livro

Que deixas na prateleiraTu segues o teu caminhoA pensar de outra maneira.

Todo o bom livro enriqueceÉ um grande professorO bom que lês não te esqueceE aprendes a ser melhor.

Lês tristeza e alegriaVês o bem e vês o malPorque até a fantasiaNasce do mundo real.

É o espelho dos homensÉ seu retrato fielRegista suas imagensEm papiro ou em papel.

Prof. Etelvina Maria

Hoje é o dia...Tira-o da estante..Agarra um livro,de acção ou romance!

O livro é um amigo,uma verdade a confiar,aposta na leitura,vê o que te consegue dar.

A leitura dá-nos asas,há que usar a imaginação...Aprecia bem um livro,lê-o com atenção.

Cristiana Gaspar, 10ºC

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Reportagem

Das bibliotecas itinerantes àsbibliotecas públicas As bibliotecas têm desempenhado um papel fundamental na promoção da leitura, tendo sido desdesempre sua preocupação tornar o livro acessível ao leitor. Para isso, muito contribuiu o serviçoitinerante da Fundação Calouste Gulbenkian e, mais tarde, a criação da Rede Nacional de BibliotecasPúblicas.

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Antigamente as bibliotecasitinerantes tiveram grandeimportância junto dos leitores queviviam nos locais mais afastadosdos grandes centros urbanos. Poucoa pouco, perderam a suaimportância para as bibliotecasmunicipais que se foram enri-quecendo e disseminando pelo país.A primeira referência a bibliotecasmóveis surge em 1911, após aimplantação da República, com aideia de tornar os livros úteis aoscidadãos. No entanto, só na décadade 50 é que surge realmente aprimeira biblioteca móvel emPortugal, inovação que se deve aum escritor, conservador ebibliotecário chamado António JoséBranquinho da Fonseca. Com inspiração na ideia pioneirade Branquinho da Fonseca, aFundação Calouste Gulbenkian, soba direcção do mesmo, criou em 1958o Serviço de Bibliotecas Itinerantes(SBI) que tinha como objectivospromover e desenvolver o gostopela leitura e elevar o nível culturaldos cidadãos. Este serviço tinhacomo pretensão abranger todo oterritório nacional, principalmente asregiões mais desfavorecidas. Segundo dados da Gulbenkian,em 1962 já existiam 47 bibliotecasitinerantes, o número de leitoresrondava os trezentos mil e os livrosemprestados eram cerca de 3milhões de exemplares. “Asbibliotecas itinerantes ou carros-biblioteca levavam a bordo cerca dedois mil volumes arrumados nasestantes. Nas prateleiras de baixo,encontram-se os l ivros paracrianças, nas prateleiras do meio aliteratura de ficção, de viagens ebiografias e, por fim, nas de cima oslivros menos procurados, defilosofia, poesia, ciência e técnica.Circulavam por territórios queabrangiam mais do que um

concelho, permitindo, após ocumprimento das formalidades deinscrição e requisição, o empréstimodos livros por períodos de um mês,prorrogáveis, sendo até possívelefectuar reservas”, refere Rui neves,coordenador do Grupo de Biblio-tecas Públicas da BAD (AssociaçãoPortuguesa de Bibliotecários) nacomunicação apresentada no “IICongreso de Bibliotecas Móviles” emBarcelona no ano de 2005. Em testemunho ao eSalpicos, aprofessora Otília Duarte, antigautilizadora deste serviço itinerante,relembra com saudade o dia em quea carrinha parava no largo da igrejadas Benquerenças: “chegavapontualmente de quinze em quinzedias e sempre à quinta-feira. Era umconsolo sair daquela carrinha comvários livros debaixo do braço. Foiassim que li Enid Blyton e as suasaventuras dos Cinco e dos Sete. Ealguns poetas… António Gil, JoséRégio…” Será em 1983 que, face aodeclínio da rede de bibliotecasitinerantes da Fundação CalousteGulbenkian, algumas personali-dades publicam o “Manifesto da Lei-tura Pública em Portugal”, chaman-do a atenção das autoridades paraa inexistência de uma prática deleitura pública e espaços próprios. Neste seguimento, em 1987, foilançado o Programa da RedeNacional de Bibliotecas Públicas que,como nos informou o bibliotecário danossa Biblioteca Municipal, “tevecomo objectivo dotar todos osconcelhos do País de uma BibliotecaPública onde seria possível acedera novos serviços que até entãopraticamente não existiam emPortugal, tais como serviçosdiversificados para adultos ecrianças, colecções abrangentes emdiferentes suportes, livre acesso àsestantes, entre outros”.

Edifício da Biblioteca Municipal e pormenores do espaço interior

Segundo informação veiculadapela Direcção Geral do Livro e dasBibliotecas (DGLB) “o Programabaseou-se na criação de parceriasentre a Administração Central eLocal que têm vindo a possibilitar ainstalação e a modernização dasbibliotecas públicas. Propriedadedos municípios, cada bibliotecaintegra secções diferenciadas paraadultos e crianças e tambémespaços polivalentes paraactividades de animação, colóquiose exposições, entre outras. No querespeita às colecções, para além delivros, jornais e revistas, asbibliotecas reúnem documentosáudio, vídeo e multimédia, de modoa acompanhar as correntes actuaisda literatura, da ciência e das artes.Disponibil izam ainda serviçosbaseados nas tecnologias deinformação e comunicação, sendo omais generalizado o de acesso àInternet. Desde o início, a adesãodas Câmaras Municipais aoPrograma foi elevada, sendo que,volvidos 20 anos da sua existência,são 261 os Municípios apoiados –quer no Continente, quer nasRegiões Autónomas – estando 184Bibliotecas inauguradas”. Em Castelo Branco temos anossa Biblioteca Municipal, querecentemente, passou a funcionarnum novo edifício situado no Campodos Mártires da Pátria. Um espaço

moderno, luminoso e climatizadoque, como nos adiantou o Dr. JoséMartins, disponibiliza serviços muitodiversificados para todo o tipo depúblico: “empréstimo domiciliário,consulta local e leitura deperiódicos, acesso à Internet, leituraáudio e vídeo e actividades deanimação pedagógica e cultural”. Auscultados alguns cidadãossobre este novo espaço, as opiniõessão em geral muito positivas,afirmando uns que “se trata de umedifício muito agradável, com muitaluz e um bonito design”, outrosvalorizaram a localização no centroda cidade que “aproximou mais abiblioteca da população” e outrosmostraram o seu agrado em relaçãoà “oferta de acesso livre e gratuitoà Internet”. Porém, muitosapontaram como menos positivo ofacto de a BM estar fechada ao fimde semana, congratulando-se, noentanto, com o alargamento dohorário de abertura das 10:00 às18:30h sem interrupção, já que“inicialmente fechava à hora dealmoço”. Aconselhamos os albicastrensesque ainda não visitaram este novoespaço que passem e parem nestabiblioteca moderna e convidativa.

Bruna Pereira, Daniela Galante,Filipa Oliveira e Mariana Ribeiro,

11ºD

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Entrevista

Falar de Bibliotecas

Há 22 anos, o jornal daESAL, o “Triângulo”,

entrevistou o Dr.Ernesto Pinto Lobo,

professor dePedagogia da Escola doMagistério Primário eDirector da BibliotecaMunicipal. Aqui fica aentrevista publicadaem Junho de 1987

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- Dr. Ernesto, como professor edirector da Biblioteca Municipal,terá certamente uma opiniãofundada sobre os hábitos de leitu-ra dos alunos. Acha que se lê maisou menos do que antigamente?- Lê-se menos e, no meu entender,a escola tem quota-parte deresponsabilidade nesta situação. Éfácil hoje dizer-se que os massmedia esmagam os nossos alunosfora da escola e que têm

solicitações muito mais motivantespara os seus tempos livres. Paramim, é um tipo de justificação gasta,porque, se é certo que representauma verdade, a escola nada fezpara modificar esta situação.

- Há semanas, no “Expresso”,falava-se das bibliotecas escolarescomo sendo “cemitérios de livros”.Que medidas concretas, no seuentender, aponta para adinamização/animação dasbibliotecas escolares?- Já fui professor responsável dabiblioteca da vossa escola, bemcomo da Escola Preparatória Afonsode Paiva e conheço a da EscolaSecundária de Nuno Álvares. Sãotodas, para mim, bibliotecasanquilosadas. Não dão resposta aoque deve ser exigível a umabiblioteca escolar. Não existerenovação bibliográfica. Ascondições de leitura e horários sãopéssimos, incompatíveis com ohorário das aulas. O professor

encarregado das bibliotecas temapenas duas horas de redução dehorário que não lhe chegam paranada. Como medidas de dinamiza-ção das bibliotecas escolares, euapontava para, além da renovaçãobibliográfica e de processosfacilitadores de consulta, sessõesde animação da leitura, sensibiliza-ção à investigação, enfim, tantacoisa... Proporia também acçõesobrigatórias para professores efuncionários, ao nível da formação,e para alunos ao nível dasensibilização à leitura. (...)

– Dr. Ernesto, fale-nos umbocadinho da biblioteca municipal.- A biblioteca municipal,conjuntamente com a bibliotecaGulbenkian, estão preparadas paracobrir todos os níveis etários. Sobrea BM, posso dizer que está hojepreparada para responder a todasas situações de pesquisa. Temcatálogos especializados como, porexemplo, sobre temática regional.

Tem salas preparadas para ainvestigação de tipo parcelar. Temrecheio bibliográfico desde o séc. XV.Cobre, mais ou menos, todos osramos do saber. Tem funcionáriasespecializadas com os cursos deBAD. Tem ciclos de actividadesculturais, anuais, que se alternamcom exposições. Tem publicaçõesrelativas ao distrito de C. Branco.Apoia os estabelecimentos deensino na formação de professores,quando solicitada. E tem duas singu-laridades: uma sala, com ficheiropróprio, onde estão recolhidas todasas obras referentes ao distrito e deautores nascidos no distrito - a salaJaime Lopes Dias e a sala dacomunicação social do distrito, comrecolha criteriosa de todo o materialjornalístico da região, desde 1864,embora com algumas lacunas, o queé natural. Estamos, neste momento,na perspectiva de criação de umdepartamento audiovisual, de ma-neira a que, no ano lectivo 87/88,possa já prestar os seus serviços.

Novo espaço, novos serviços

Dr. José Martins,actual BibliotecárioMunicipal, fala-nos

sobre a biblioteca danossa cidade

Há 22 anos atrás

- Actualmente a nossa bibliotecamunicipal pertence à RedeNacional de Bibliotecas Públicas.Quais são as vantagens de seruma das bibliotecas pertencentesa esta Rede?- As vantagens centram-seessencialmente no acesso adeterminados conteúdos, serviços erecursos, materiais e financeiros,que seriam difíceis de conseguir deoutro modo.

- A biblioteca municipal sofreurecentemente alterações quer anível da sua localização quer anível estrutural. Quais foram asmudanças mais importantes?- De facto, houve mudanças a váriosníveis. Em primeiro lugar, a próprialocalização trouxe uma nova centra-lidade à Biblioteca, em pleno coraçãoda cidade, tornando-a mais visívele mais próxima da comunidade. Emsegundo lugar, a reformulação dequase todos os processos defuncionamento e a criação de novosmodos de actuação, uma vez queforam postos à disposição dosutilizadores novos serviços, novosconteúdos, novas colecções... De entre as mudanças maisimportantes, destacaria o livre

acesso às estantes por parte doutilizador, a criação de uma zonamultimédia, o acesso gratuito àInternet com e sem fios, a indexaçãodos fundos documentais, aelaboração de um catálogoinformatizado, a organizaçãotemática das colecções de acordocom normas internacionais, apossibilidade de ouvir música ou verfilmes e um serviço de animaçãopedagógico e cultural mais eficaz eactivo, ou seja, novos serviços enovos conteúdos, adaptados àsnovas realidades. Por exemplo, umadas apostas passa por uma maiordivulgação de alguns fundosdocumentais valiosíssimos, masdesconhecidos da grande maioria dopúblico, através da sua digitalizaçãoe disponibilização online.

- Este novo espaço temdeterminado, de alguma maneira,o aumento de utilizadores?- De facto, verificou-se um aumentosignificativo da afluência deutil izadores à Biblioteca e deempréstimos domiciliários reali-zados. Isto prova, por um lado, quea cidade sentia falta de uma boaBiblioteca e que a construção de raizde um novo edifício nestalocalização foi uma aposta ganhapor parte da autarquia. Por outro, significa que aBiblioteca tem sabido responder àsnecessidades dos seus utilizadorescom a implementação de novosserviços e conteúdos que agradam

à grande maioria das pessoas quenos procuram.

- É voz corrente que os jovens lêempouco. Já há 22 anos atrás, o Dr.Pinto Lobo o afirmou em entrevistaao nosso jornal. E hoje, o que sepassa com os hábitos de leitura dosjovens? Como bibliotecário, temnotado alguma evolução?- Embora se afirme que os jovenslêem cada vez menos por causa doscomputadores, dos jogos, etc., creioque esta situação não se temverificado tanto na BibliotecaMunicipal. De facto, os jovens sãodos nossos maiores frequentadorese dos que mais empréstimos delivros fazem. É verdade que os jovens actual-mente passam horas “agarrados”aos Pc’s e às Playstation e que nãolêem tanto como deviam, porémcreio que as Bibliotecas escolares emunicipais têm um papel importantena criação de hábitos de leitura nascamadas mais jovens. Daí que umadas grandes apostas da BibliotecaMunicipal de Castelo Branco tenhasido a organização de actividadeslúdico-pedagógicas direccionadaspara jovens dos jardins-de-infânciae das escolas do 1º ciclo, de modoa criar desde cedo esses hábitos deleitura que tanta falta fazem aosjovens. E, se bem que seja demasia-do cedo para se tirarem conclusões,temos notado alguns resultadosque nos indicam estarmos no bomcaminho. De facto, é para nós muito

reconfortante e encorajador verjovens que assistiram às nossasactividades a “exigir” posterior-mente vir à Biblioteca e a trazer osseus pais que, em muitos casos,acabam também por levar um livropara ler!

- Em suma, qual é o papel dabiblioteca no município e quais sãoos seus principais objectivos?- No fundo, a Biblioteca Municipalpretende ser um pólo dinamizadorda leitura e da cultura em CasteloBranco, capaz de responder àsnecessidades de informação ecomunicação da comunidade. Para isso, contamos ir implemen-tando gradualmente novos serviçose conteúdos de modo a criar laçoscada vez mais fortes entre aBiblioteca e a comunidade e a atrairnovos utilizadores. A BM de Castelo Branco entrounuma nova fase da sua vida o queimplicou uma reorganização total.Este reajustamento à novarealidade levará com certeza o seutempo, mas estamos convencidosque, com a ajuda dos nossosutilizadores, levaremos este barcoa bom porto, tornando a BibliotecaMunicipal um ponto de referênciapara a comunidade, quer ao níveldos serviços prestados, quer no quediz respeito à documentação e àinformação disponibilizada.

Bruna Pereira , Daniela Galantee Filipa Oliveira, 11ºD

Biblioteca Municipal hoje

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Entrevista

Bibliotecas itinerantes

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Fabião Batista, membroda Mesa Administrativa

da Santa Casa daMisericórdia de Castelo

Branco e antigofrequentador das

bibliotecas itinerantes,conta-nos sobre este

serviço

Investimento de 40 milhões de euros

Modernização das Bibliotecas Escolares

De há 20 anos para cá, opanorama das bibliotecas escolaresmudou inteiramente. É verdade que, na altura daentrevista dada pelo Dr. Pinto Lobo,as bibliotecas escolares apresenta-vam, na sua maioria, condiçõesmuito deficitárias, funcionando emespaços reduzidos, com fundosdocumentais pouco diversificados econstituídos quase exclusivamentepor l ivros. O equipamentoinformático era praticamenteinexistente e poucas disponibili-zavam material audiovisual. Aorganização documental nãoseguia sistemas de classificaçãonormalizados e a pesquisa biblio-gráfica, feita no catálogo manual,constituía-se pouco profícua. Com o programa Rede deBibliotecas Escolares (RBE), cominício no ano de 1996, novasdinâmicas foram possíveis nasbibliotecas escolares. No Despacho ConjuntoDezembro, 43/ME/MC/95, de 29 deDezembro, do Ministério daEducação e do Ministério da Culturaé justificada a necessidade da suaimplementação perante a “insufi-ciência de hábitos e práticas deleitura da população portuguesa”,afirmando-se a premência do“incentivo à utilização do livro nasmetodologias de ensino e naorganização do tempo escolar, e dodesenvolvimento de bibliotecasescolares integradas numa rede e

numa política de incentivo da leiturapública mais ampla”. Com o objectivo de elaborar umdiagnóstico e apresentar propostasde acção concretas, criou-se umgrupo de trabalho (constituído porIsabel Veiga, Cristina Barroso, JoséAntónio Calixto, Teresa Calçada eTeresa Gaspar) que produziu odocumento “Lançar a Rede deBibliotecas Escolares”, onde sedefiniram os princípios orientadoresa seguir pelas BE e que assentamem cinco parâmetros principais:recursos humanos e formação,recursos físicos, funcionamento eanimação, gestão e apoio da RBE eServiço de Apoio às BibliotecasEscolares. De seguida, foi criado ogabinete da RBE, coordenado porTeresa Calçada, a fim de gerir esteprograma.

Tratou-se, deste modo, demodernizar as bibliotecas escolares,transformá-las em espaçosagradáveis e convidativos,apetrechá-las com bonsequipamentos, fundos documentaisdiversificados, actuais e em livreacesso, formar docentes para asgerir e integrá-las em rede. Surgiu,assim, um novo conceito debiblioteca escolar, desenvolvido emconsonância com as referênciasdifundidas por organizaçõesinternacionais como a UNESCO(United Nations Educational,Scientific and Cultural Organization)e a IFLA (International Federationof Library Associations andInstitutions). Segundo o documentoLançar a Rede de Bibliotecas Escolares,este conceito de BE, “inclui osespaços e equipamentos onde são

recolhidos, tratados e disponibili-zados todos os tipos de documentosque constituem recursos pedagó-gicos quer para as actividadesquotidianas de ensino, quer paraactividades curriculares não lectivas,quer para ocupação de tempos livrese de lazer”, apresentando abiblioteca como “um núcleo daorganização pedagógica da escola,vocacionado para as actividadesculturais e para a informação,constituindo um instrumentoessencial do desenvolvimento docurrículo escolar”. Criadas as bases do programa,as escolas candidataram-se àintegração na rede através daapresentação de um projecto dedesenvolvimento para a suabiblioteca. No primeiro ano, foramfinanciadas e integradas 164bibliotecas. Hoje a RBE inclui 2077bibliotecas escolares, uminvestimento que totalizou 4ºmilhões de euros. A biblioteca da ESAL foiintegrada em 1999, dotada com umfinanciamento de 7.750.000$00,utilizado na realização de obras deadaptação do espaço, na aquisiçãode mobiliário e equipamento, fundodocumental e software bibliográfico,resultando no espaço que hojetodos conhecemos e que abrangeuma área de 310m2..

Raquel Afonso,Prof. Bibliotecária da ESAL

- Com que idade começou a ler?- Comecei a ler com nove anos deidade.

- Alguém o incentivou à leitura?- Comecei a ler por iniciativa própria,moldada pelo gosto de saber e deaprender mais.

- Lembra-se de algum títulodesses primeiros tempos de leitor?- “Um herói de quinze anos” econtos tradicionais como “O Pedrodas Malas Artes”, “O príncipe comorelhas de burro” entre outros.

- Como arranjava os livros?- A grande maioria na bibliotecaescolar, outros através da BibliotecaItinerante da Fundação CalousteGulbenkian e uma minoria compradanas livrarias.

- Com que idade começou afrequentar a biblioteca itinerante?- Por volta dos doze anos.

- Com que regularidade vinha acarrinha? Em que local estaciona-va à espera dos leitores?- A carrinha da Fundação Calouste

Gulbenkian aparecia de oito em oitodias e estacionava no Largo daGraça, em Lisboa, cidade onde viviaté aos 16 anos.

- Ainda se lembra da forma e dacor da carrinha, de como estavamdispostos os livros, de como seprocessava o empréstimo…?- A carrinha tinha uma cor cinzentaclara. O condutor, depois deestacionar, levantava os taipaislaterais e escancarava as portastraseiras. Os livros ficavam à vista,dispostos em estantes com váriasprateleiras com um estreito corredorao meio totalmente ladeado porlivros. Os leitores escolhiam asobras que desejavam e, depois, ocondutor tomava nota, numcaderno, do título, do autor e doestado e do estado em que seencontrava o livro. Quem tivessecartão de leitor, não era necessáriomais nada. Quem não o possuísse,tinha de apresentar o Bilhete deIdentidade. Os empréstimos eramfeitos por oito dias, podendosempre proceder-se à renovação

por mais três vezes, ou seja,podíamos ter o livro na nossa possepelo período de um mês.

- Qual a faixa etária que maisfrequentava a biblioteca itinerantena altura?- Quem procurava mais a BibliotecaItinerante eram os jovens dos 10aos 15 e os idosos, geralmentepessoas já reformadas.

- Actualmente pensa que ainda fazalgum sentido haver este tipo deserviço?- Acredito que sim. Nos locais ondenão há Biblioteca Municipal é umaforma de estimular a leitura,aproximando os livros dos leitoresque, por falta de tempo, descon-hecimento ou comodismo, não sedeslocam às BM, ficando naociosidade lazarenta de “não terales”. Penso que muitos jovens nãovão às bibliotecas por vergonha,acanhamento ou inacção.

Cristiana Sousa, MarianaRibeiro, Patrícia Gardete e

Ruben Carvalho, 11ºD

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Opinião

Que lugar ocupam oslivros na tua vida?Imaginas um mundosem livros?

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Pessoalmente,gosto de ler, noentanto, a fre-quência com queo faço é menor doque gostaria pelofacto de ter muitadificuldade em me

sentir atraído pelas histórias… Masnão imagino um mundo sem livros.É, incontestavelmente, uma formade nos enriquecermos.

Luís Lopes, 12ºF

Os livros sãoimportantes paramim porque pen-so que sem livroso mundo nãoseria igual etambém porquegosto de ler. Para mim, os

livros representam sabedoria. Semeles não tínhamos conhecimento deregistos e histórias que acon-teceram há centenas e centenas deanos. Na minha opinião, um bomlivro vale muito porque numa sóhistória está concentrado imensoconhecimento e muita imaginação. Não consigo imaginar o mundosem livros.

Rita Rodrigues, 8ºA

Livros sãoletras e letrinhas,histórias e histo-riazinhas sem in-teresse nenhum.Ocupar tem-po aler um livro,quando sou obri-gado a ler os da

escola, é o maior desperdício queexiste para mim. Quanto à possibilidade de existirum mundo sem livros, penso quenão era má ideia, era até uma ideiabrilhante: os livros são histórias queiludem as pessoas e, por vezes,transmitem uma ideia tal darealidade que pode levar-nos aprejudicar a nossa própria vida. Como é de obrigação os livrosexistirem, pelo menos que fossemoferecidos.

Pedro Alves, 12ºF

Eu tenho umaopinião muito boasobre os livros e aleitura. Acho queos vários temasdos livros abremnovos horizontes,dão-nos novasideias e permitem

novas descobertas.Os livros, tal como a leitura, sãobastante importantes na minha vida.Adoro ler e também acho que só fazbem. Desenvolve o vocabulário deuma pessoa, tal como a nossamaneira de ler e pensar.

Oana Gabriela, 9ºB

Acho que aleitura é muitoimportante, poisnão só desenvol-ve a nossa cul-tura como tam-bém nos ajuda adesenvolver e a

adquirir vocabulário.O mundo sem livros seria muitotriste, pois não nos poderíamosfascinar com as históriasmaravilhosas que eles nos contam. Para mim, um bom livro tem maisdo que palavras, tem tambémmuitos sentimentos.

Sandra Nunes, 8ºA

Os livros são,sem dúvida, im-portantes naminha vida vistoque, com eles,aprendo mais ehá neles semprealgo novo paradescobrir. Para

dizer a verdade, não tenho muito ohábito de ler pois descubro sempreactividades “mais interessantes”para realizar. Contudo, por vezespego num livro e, caso me interesse,sou capaz de o ler numa tarde ouum dia. A leitura influencia todas asáreas do saber. Um bom livro valede certeza bastante, quanto maisnão sendo pela qualidade doconteúdo. Gostaria de ler mais… mastambém nem sempre há tempo.

Vânia Santos, 12ºF

Ler um livro écomo realizar umsonho de viagem.Um livro poderetratar a realida-de, ser umaexplicação da vidaou abrir-nos por-tas para umainfinidade de ce-

nários desconhecidos. A leitura completa-nos, faz-nosviver sentimentos vários. Um mundo sem livros é o eco dasolidão.

Mariana Nunes, 9ºA

Marlene Kléo, 12ºG

Os livrosocupam um lugarmuito grande naminha vida. Prefiro ler umlivro do que verum filme da obra. A leitura permitedesenvolver o

nosso grau de cultura econhecimento e a nossa capacidadede compreensão e interpretação.Mais do que isso, a leitura dá asas ànossa imaginação.“Um bom livro” é um conceito muitosubjectivo, pois depende dosgostos, interesses e ocasiões emque se lê. Um bom livro merece umaboa leitura. Enfim, “um livro é umamigo”, uma frase que ouvimosmuitas vezes, mas é mesmo isso queele é para mim.

Cristiana Gaspar, 10ºC

Os livros ocupamum lugar muitoimportante naminha vida, poisum bom livro valetudo, vale sorrisos,vale carinhos, é umaconchego.Os livros são como

um portal. Através deles somostransportados para histórias deoutros mundos e outros lugares.Um mundo sem livros seria umaespécie de buraco negro, fechado,indefinido, sem lugar para aimaginação.

Solange Ascensão, 10ºG

Um livro éimaginação, co-nhecimento, cul-tura, informação esobretudo prazer. Não consigoimaginar um mun-do sem livros. Nosmomentos em que

não tenho nada para fazer, quasesempre ler é a solução. Além de medivertir, alargo os meus conheci-mentos. Por exemplo, vi naBiblioteca um filme sobre oholocausto nazi que me despertouo interesse, “O Rapaz do Pijama àsRiscas”. Fui logo procurar livrossobre esta temática e requisitei oDiário de Anne Frank.

Nádia Oliveira, 1º ano CEF, DAC

Não imagino aminha vida semlivros, pois adoroler sempre queme sinto depri-mida. Um livro nãoé apenas ummonte de folhas,

mas um amigo e uma boa companhianas minhas horas de solidão.

Eva Santiago, 1º ano CEF, DAC

Os livros ocupamum espaço muitoimportante naminha vida, pois,por vezes, insiro-me neles como sefizesse parte dosmesmos. Quandoestamos sozinhos

e todos nos abandonam, os livrosestão sempre lá e são a nossacompanhia. Não consigo sequer imaginar ummundo sem livros. A vida seria umdescontentamento nem teria cor. Umbom livro não tem preço, contudonão precisa de ser caro, pois o seuvalor não está no preço, mas sim nossentimentos que nos transmite.

Inês Folgado, 10ºF

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da biblioteca

De 23 a 27 de Novembro,decorreu a Semana da Ciência eTecnologia, promovida pela CiênciaViva e realizada a nível nacional.Mais uma vez, a nossa escola aderiua esta iniciativa, desenvolvendovárias actividades. A biblioteca e as professoras doPlano da Matemática II (PAII)organizaram um bibliopaper para dara conhecer os recursos e osdocumentos em vários suportes queexistem na biblioteca no âmbito daMatemática. Esta actividade envolveu todasas turmas do 3º ciclo quepercorreram as várias zonasfuncionais da biblioteca, descobrindolivros, filmes, CD-ROM, pesquisandono catálogo e na Internet. Chegaramà conclusão que a Matemática estáem todo o lado, “até na literatura”referiu um aluno do 8ºA que, após aactividade, resolveu requisitar o livro“Maldita Matemática” de ÁlvaroMagalhães, autor português noâmbito da literatura juvenil comvárias obras recomendadas peloPlano Nacional de Leitura. As turmas de 7º ano tiveramainda a oportunidade de realizaruma Webquest sobre “GrandesNomes da Ciência”, ficando aconhecer, com esta actividade depesquisa na Internet algumasgrandes descobertas na área dasciências assim como cientistasfamosos.

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Professores bibliotecáriosa tempo inteiro

A biblioteca está a dinamizar umclube de leitura a partir da plata-forma Moodle da escola. As actividades são desenvolvidasatravés de fóruns e centram-se naleitura e na escrita criativa. Os leitores poderão participar apartir de casa, partilhar experiênciasde leitura, inteirar-se sobre asnovidades do fundo documental,colaborar nas actividades escritas einteragir com quem se encontra napágina no momento. Estão em construção seishistórias que se vão desenvolvendocom a contribuição dos váriosparticipantes: três dos alunos doensino secundário (Do outro lado daJanela, O Cubo e Diário do 10ºC),duas dos alunos do 3º ciclo (Um DiaEstranho e Um Sonho realizado) euma dos docentes (No alto daFalésia). O clube está aberto a toda acomunidade escolar, bastando parao seu acesso o registo naplataforma da ESAL:http://www. moodle.esal.edu.pt

Clube deLeitura noMoodle

A partir deste ano lectivo

A partir deste ano lectivo, agestão funcional e pedagógicadas bibliotecas escolares (BE)ficou a cargo de um professorbibliotecário, a desempenharfunções a tempo inteiro, institu-cionalizando-se, deste modo, otrabalho realizado pelas escolase pelos professores responsáveispelas BE, proporcionando-setambém melhores condições parao bom desenvolvimento dasactividades das bibliotecas. A criação deste lugar, reguladapela Portaria n.º 755/2009, foiuma forma de “garantir que abiblioteca escolar se assumisse,no novo modelo organizacionaldas escolas, como estruturainovadora, funcionando dentro epara fora da escola, capaz deacompanhar e impulsionar asmudanças nas práticaseducativas, necessárias paraproporcionar o acesso àinformação e ao conhecimento eao seu uso, exigidos pelas socie-

dades actuais”. Para a institucionalizaçãodesta função foi definido umprocesso específico de selecçãodesenvolvido em três fases:procedimento interno dedesignação, procedimento concur-sal externo e procedimento dedesignação por vacatura de lugar. Na 1ª fase, foram designadosprofessores com mais de quatropontos de formação (100 horas deformação contínua ou curso pós-graduado), experiência decoordenação de bibliotecas edomínio das TIC. Numa segundafase, foram admitidos professoresdo quadro, da própria escola oude outras, com formação embibliotecas. Na terceira fase, foramdesignados professores que,embora sem formação em BE,apresentavam um perfi l decompetências pedagógicas epessoais adequadas ao exercícioda função.

No dia 26 de Setembrocomemorou-se o Dia Europeu asLínguas, data instituída peloConselho da Europa, pretendendocelebrar a diversidade linguística epromover a aprendizagem daslínguas. Por toda a Europa, em escolas eoutras instituições, ocorrerameventos de diversa natureza. A nossa biblioteca, emarticulação com o Departamento deLínguas, assinalou este dia comvárias iniciativas. De destacar oconcurso “Sem Papas na língua”cuja vencedora foi a aluna SolangeAscensão do 10ºG; o concurso de

Actividades no diaeuropeu das línguas

cartazes, dirigido aos 10º e 12ºanos da disciplina de Inglês, queapurou um trabalho em cada ano deescolaridade: o cartaz vencedor do10ºano foi realizado por CatarinaRoque, Flávia Beirão, Mariana Diase Renata Farinha da turma F e o do12º ano elaborado pelas alunas AnaRamos, Catarina Silva, MarianaPicado, Rita Mónica da turma A.Foram ainda realizados um Quizsobre a diversidade linguística euma Webquest sobre a importânciadeste dia, sendo os melhoresdesempenhos das alunas Ana RitaSequeira do 12ºA e Diana Gama do12ºI respectivamente.

Cartaz vencedor do 10º ano Cartaz vencedor do 12º ano

BiblioPaperda Matemática

Durante o mês de Novembro,decorreram as inscrições para oconcurso Nacional de Leiturapromovido pelo PNL. A 1ª fase, a nível de escola,selecciona os concorrentes para afase distrital, mediante a realizaçãode uma prova de leitura, a efectuarno dia 13 de Janeiro de 2010. As obras tomadas comoreferência para as provas da ESALsão “O Guarda da Praia”, de MariaTeresa Maia Gonzalez (3º ciclo) e “OVelho que lia Romances de Amor" deLuís Sepúlveda (ensino secundário). Os regulamentos nacional e dafase a nível de escola podem serconsultados na disciplina da BE naplataforma Moodle da escola.

ConcursoNacional deLeitura

Diga não aoconsumismo

Buy Nothing Day, celebrado noúltimo Sábado do mês de Novembro,é o nome por que internacional-mente é conhecido o Dia SemCompras, celebrado desde há cincoanos em Portugal. É um dia deprotesto contra o consumismo, euma chamada de atenção para acultura do consumo que caracterizaa nossa sociedade.

A Biblioteca aderiu a estainiciativa, em articulação com a áreacurricular não disciplinar deFormação Cívica do 8º ano, promo-vendo um concurso de slogansalusivos a este dia, com o objectivode assim sensibilizar os alunos paraesta temática. Os alunos apelaram ao não con-sumismo e deram alguns conselhos:- Para quê gastar, se pode poupar.(André Cardoso e Bruno Lourenço).

- Compre com cabeça, faça a diferença.(Joana Esteves, Salmana Só, SandraNunes)

- Para dinheiro poupar, nas lojas nãovai entrar.- Sem as lojas ver, a carteira vaiencher.(Patrícia Marques e Rita Rodrigues)

- Não compres o que não precisas. Semgastar, podes poupar.(João Leitão, Yan Martins)

- Um dia sem compras não é umtrauma.(Marcelo Félix)

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Para a minha irmãde Jodi Picoult

iblioteca

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da biblioteca

Experiência de leitura por Cátia Marques, 12ºA

Umas das minhas leituras maisrecentes e preferidas foi o Drama/Romance de Jodi Picoult chamado“Para a minha irmã”. É, sem dúvida,uma leitura surpreendente até àúltima página, pela história, pelaspersonagens, pelas relações entreelas, pelo final. Este livro conta a história deuma família normal, como todas asoutras, excepto no facto de ter sidoabalada pela doença da filha Kateà qual, aos dois anos, foidiagnosticada uma leucemiamielóide aguda. Todos os elementosda família efectuam testes decompatibilidade de medula óssea,porém os resultados são negativos.Os desesperados pais, Sara e BrianFitzgerald, encontram apenas umasolução possível para salvarem afilha Kate, conceberem outra

criança, geneticamente progra-mada. Nasce Anna que, desde oberço, é sujeita a transfusões desangue, recolha de medula óssea,análises aos glóbulos brancos eglóbulos vermelhos, tudo com afinalidade de manter a irmã vivanem que seja por mais um minuto. Anna e Kate partilham laçosextremamente fortes, mas emboraAnna ame a sua irmã incondi-cionalmente, aos 11 anos decideobter uma emancipação médica,pois está prestes a doar-lhe um rimsem ninguém a ter questionadosobre o assunto. Visto que, desdeque nasceu não teve aoportunidade de tomar as suaspróprias decisões em relação ao seucorpo, Anna inicia um processojudicial, contratando o seu próprioadvogado, dividindo a família e

pondo a sobrevivência da irmã emrisco. Este drama mostra o poderosolaço existente entre pais e filhos eo polémico tema da manipulaçãogenética. Revela o contraste entreo lado emocional e o lado científico,misturando-os de forma a prendero leitor até à última página do livro. Adorei esta leitura pelo facto deter aumentado o meu conhecimentosobre a leucemia e por cada capítuloser narrado por um elementodiferente da família, pois não é só odoente que tem algo para contarnesta história, mas todos os outrosmembros. Aqui tudo é partilhado:sangue, medula óssea, felicidade etristeza. É um livro que recomendo poisé, sem dúvida, surpreendente.

De Robert Wilson

O quarteto de Sevilha

Robert Wilson,um escritor de intrigas...

pela professora Otília Duarte

A primeira vez que ouvi falar deRobert Wilson foi quando mechegou às mãos um livro cujo títuloera “O último acto em Lisboa”.Comecei a ler com algumacuriosidade, tentando percebercomo um inglês escreveria sobrePortugal e os portugueses. Trata-se de um romance em que convivemdois tempos: um é o de Portugal dadécada de 1940, durante a II GuerraMundial e das (in)existentesrelações de Salazar com o regimenazi e o outro que se passa nosanos 90, envolvendo um crimecometido em Lisboa e investigadopor um curioso investigador daPolícia Judiciária. É mais do que umsimples policial, retrata uma épocae uma faceta pouco divulgada daHistória de Portugal – oenvolvimento do país na 2ª GuerraMundial e o papel do volfrâmioportuguês e do ouro nazi, aomesmo tempo que cria uma sériede personagens fascinantes quetornam a leitura absolutamenteinadiável… Fiquei fã do autor a partir dessaaltura e não lhe resisti quando,

passado algum tempo, encontreinuma livraria O Cego de Sevilha. Ocenário desloca-se para Espanha ecentra-se em Sevilha, cidade dastouradas, das sevilhanas, daExpo92, dos rituais religiosos daSemana Santa e do turismo que lheestá associado. Tudo isto éprimorosamente retratado nestethril ler, cujo protagonista, oinspector Javier Falcón, persegue umassassino obsessivo que obriga assuas vítimas a enfrentarem o seupassado e os seus medos… Mais uma vez a leitura se faznum sopro de tão empolgante quese revela. A narrativa desenvolve-se no presente e no passado sem,no entanto, se perder o fio condutorda história. Para além dapersonagem principal, ganhamrelevo Consuelo Jiménez, a mulherda primeira vítima e também aprimeira suspeita, e Alicia Aguado,psicóloga clínica, cega, que ajudaJavier a desenrolar o novelo daintrincada trama. No final, fica-nos a sensação deque nem tudo foi descoberto, queexistem ainda mistérios por

desvendar e traumas por resolver.De facto, Robert Wilson deixa umaporta aberta e é fácil perceber queas personagens do Cego de Sevilhaterão ainda muito para viver. Encontramo-las novamente nosromances “As Mãos Desaparecidas”,“Assassinos Escondidos” e na suamais recente publicação “ AIgnorância do Sangue” que completao que o autor chama de “Quartetode Sevilha”. O que faz um bom romance é,não apenas uma boa história, massobretudo o modo como é contadae a qualidade da escrita. E a escritade Robert Wilson é fantástica:ambientes descritos com talperfeição que quase ouvimos ossons e sentimos os cheiros, enredosricos e densos com personagenscomplexas que nos envolvem de talmodo nos seus dramas que sóconseguirmos abandonar a leiturano final. Aqui fica a obra de Robert Wilsoncomo sugestão de leitura para asférias de Natal que se aproximam.

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do eSalpicos2º lugar para oeSalpicos

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Concurso nacional de jornais escolares

No âmbito do seu projecto deeducação para os media, o jornalPúblico promoveu, em 2008-2009,mais um concurso nacional dejornais escolares com o altopatrocínio do Presidente daRepública, da Assembleia daRepública e do Ministério daEducação e o apoio da AgênciaNacional para a Gestão do ProgramaJuventude em Acção, do CentroPortuguês de Design, da CiênciaViva – Agência Nacional para aCultura Científica e Tecnológica, daMicrosoft, do Museu Nacional daImprensa e da Porto Editora. Estaedição subordinada ao tema“Porque é que a política também épara nós?” distinguiu mais de trêsdezenas de jornais escolares eatribuiu ao “eSalpicos” o 2º lugar,na categoria de escolas secundáriase profissionais, um prémio no valorde 2500 euros a ser aplicado nodesenvolvimento de um projecto decomunicação. O júri desta iniciativa foiconstituído por Teresa Calçada,coordenadora do Gabinete da Redede Bibliotecas Escolares doMinistério da Educação; AmiltonMoreira, João Nuno Torres e RosárioOliveira, da Ciência Viva; PedroMarques, do Museu Nacional daImprensa; Felisbela Lopes e LuísAntónio Santos, professores daUniversidade do Minho; Maria JoséBrites, investigadora na área dosestudos dos jovens e dos media; e

Eduardo Jorge Madureira, directorpedagógico do PÚBLICO na Escola. Uma vez mais pretendeu-sepromover a utilização do jornalescolar como instrumento cívicopara a discussão de temasrelevantes para a comunidadeescolar e para a promoção derelações entre a escola e o meioenvolvente, estimular a prática deum jornalismo escolar crítico eimaginativo, aumentar a importânciada utilização dos jornais escolaresno processo ensino/ aprendizageme na construção da identidade dasescolas, promover a utilização dastecnologias da informação ecomunicação na produção de jornaisescolares, e utilizar o jornal comoinstrumento de divulgação científica.

eSalpicos promove concurso

A partir deste ano lectivo, oeSalpicos vai iniciar a 1ª edição doconcurso “Jovens Jornalistas daESAL” a realizar anualmente. Este concurso é dirigido a todosos alunos colaboradores do nossojornal. Serão atribuídos 3 prémios: aomelhor texto jornalistico, ao melhortexto de opinião e ao melhor textocriativo das várias edições de cadaano. Se a qualidade dos trabalhos ojustificar, os prémios serãoinstituídos em dois escalões, 3º ciclo

Concurso de cartazesdivulga jornal da ESAL Durante o mês de Outubro, foipromovido um concurso de cartazescom vista à divulgação do nossoeSalpicos no Encontro do Projecto“Educação para os Media no Distritode Castelo Branco” realizado no dia21 de Novembro. Neste concurso participaram comgrande entusiamo os alunos do

Jornais escolares em destaqueConferência regional: primeiros resultados do Projecto de Educação para os Media no distrito

No dia 21 de Novembro, foirealizado um Encontro no âmbito doProjecto “Educação para os Mediano Distrito de Castelo Branco”, comos professores das escolas parti-cipantes, a equipa de investigaçãoe os avaliadores internacionaisEvelyne Bevort (directora-delegadado Clemi, do Ministério de Educaçãode França) e Pier Cesare Rivoltella(Universidade Católica de Milão). Este projecto, que teve início emOutubro de 2007 e envolve 29estabelecimentos de ensino donosso distrito, pretende ajudar asescolas na produção de jornaisescolares e é financiado pela Funda-ção para a Ciência e Tecnologia epelo Reconquista. Os professores eos alunos contam com o suporte ea orientação do DVD “Vamos fazerjornais escolares”, de um manual deapoio, de uma plataforma de pro-dução de jornais on-line assim comodo apoio perso-nalizado por partedos elementos da equipa de inves-tigação e do Jornal Reconquistaonde são impres-sos sem custos osjornais das escolas envolvidas. Neste Encontro, que constituiu oprimeiro momento da avaliação

intermédia do projecto, foiapresentado, pela investigadoraresponsável Dra. Helena Menezes(Instituto Politécnico de C.B.) e peloDr. Vítor Tomé (Reconquista/Universidade de Lisboa), o trabalhodesenvolvido até à data,comunicados os dados iniciais doprojecto e feito um balanço doprimeiro ano de actividades. Dasvárias conclusões, de realçar que,segundo os professores, o DVD“Vamos fazer jornais escolares”

teve impacto na produção do jornalescolar, verificando-se por parte dosalunos uma maior preocupação coma estrutura dos artigos após a suaexploração e uma maior autonomiana produção de artigos. Seguiram-se as comunicaçõesda Dra. Guilhermina Miranda daUniversidade de Lisboa e da Dra.Cristina Ponte da Universidade Novade Lisboa, também elaspertencentes à equipa deinvestigação do projecto. Ainda no

período da manhã, três escolasapresentaram as suas experiências. À tarde, os participantesassistiram às intervenções dosavaliadores externos. EvelyneBevort chamou a atenção para aimportância da definição deobjectivos pelas escolas, referindoque “não é preciso definir muitosobjectivos, mas dois ou trêsobjectivos claros a atingir pelosalunos. Os objectivos podem incidirna produção de texto, na leitura, notrabalho de equipa, na criação deum meio de comunicação da escola,na aprendizagem para a cidadaniaou ainda no desenvolvimento dosentido crítico através da análise deconteúdos dos media. Importa é quese possam avaliar os progressos nofinal do ano”. Pier Rivoltella, durantea sua apresentação, quis deixarclaro que “é urgente integrar aEducação para os Media noscurrículos, formar professores emtermos técnicos, reflectir sobre aspráticas, ligar a escola ao espaçoinformal, avaliar os alunos de formadiferente e fomentar a troca deexperiências”.

Prémios para oscolaboradores doeSalpicos

do ensino básico e ensinosecundário. O júri será constituídopelo Director da ESAL e pelos seisprofessores da direcção doeSalpicos. Pretende-se com este concursocontribuir para o desenvolvimentoda Educação para os média,fomentar o respeito pela diversidadede opiniões, estimular um jornalismocrítico, criativo e imaginativo efomentar a educação para acidadania.

10ºano do curso profissional deMultimédia, orientados peloprofessor Filipe Franco. Os trabalhos vencedorespertencem a David Ramos, AntónioCastanheira e Ricardo Barata. Ver cartazes vencedores napágina seguinte.

Os avaliadores internacionais pronunciaram-se positivamente sobre o projecto

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Concurso de cartazes

Ricardo Barata, 10ºMAntónio Castanheira, 10ºM David Ramos, 10ºM

Trabalhos vencedores

A tua leitura do

E agora, se já leste o eSalpicos, dá-nos a tua opinião sobre estaedição.

- Qual o título que consideras mais apelativo?

_______________________________________________________

- Algum título te levou a ler um artigo completo? Qual? _______________________________________________________

- De todos os artigos, qual o que mais gostaste de ler?

_______________________________________________________

- E dentro dos vários géneros? Indica a tua preferência: Textos jornalísticos (notícias, reportagem, entrevistas)

__________________________________________________

Textos de opinião

__________________________________________________

Textos criativos ______________________________________________________

- Assinala o desenho que mais apreciaste, identificado a seguir pela sua autoria:

Livros, 11ºG, p.6 q Marlene Kléo, 12ºG, p.6 q Soraia Luís, 11ºG, p.7 q Prof. Natércia Belo, p.7 q Marlene Kléo, 12ºG, p.11 q

- Uma sugestão para as próximas edições do jornal:_____________________________________________________

_____________________________________________________

_____________________________________________________

Tu sabes como é ! Tal e qual como escolhes os teus programas favoritosna televisão: zapping, zapping, zapping...até que te decides...Porque o jornal não se lê da primeira à última página. Há muita gente queprefere começar pela última e, pasme-se, quantos gostam de começarpela necrologia, se se trata de um jornal regional!

Mas vamos a uma hipótese de leitura:

A capa do jornal – a primeira página 

v Fais le lêche vitrine” - como dizem os franceses – olha essa montra:ela vai convidar-te a entrar!

v Lê os títulos.  Mergulha nas imagens. Repara nos destaques que,no caso do eSalpicos, aparecem no lado direito da página: umaespécie de índice que te mostra os títulos da informação tratada eque te remete para a página respectiva.

Lá dentro

v Podes entrar directamente para a página que escolheste quandoleste os destaques...

v Folha a folha, página a página, percorre o jornal. Normalmente,cada uma, mesmo lá no cimo, indica a rubrica em análise : política,notícias, economia, anúncios, etc, etc; se for o eSalpicos, as rubricasserão diferentes: salpicos da ESAL, salpicos da imaginação, salpicosdisto e daquilo...

Outras dicas

v Como na Internet, podes navegar pelos artigos mais curtos, (asbreves), pelas imagens, pelas legendas.

v Se há um título que te cativa, lê também o lead (em inglês), ochapeau (em francês) – o essencial da notícia... e, se te agradar,lê até ao fim.

v Anda para trás e para a frente...algum artigo mais longo iráinteressar-te e descobrirás personagens ou notícias que irãosurpreender-te.

v Também há artigos que poderás ler mais tarde...

v E se for o eSalpicos, guarda-o! Daqui a uns anos, sentirás o aromadaqueles tempos que por aqui passaste!

E se eu ler um jornalSó pelo prazer de saber?!

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MURAL DO eSALPICOS

Ler - o direito ao prazer

Ler também é partirFazer muitas viagensÉ ver mundo e sorrirParar noutras paragens.

Ler logo de pequeninoÉ crescer devagarinhoÉ andar muito caminhoE promover o destino.

Letra a letra que se cheiraÉ a palavra que encantaÉ uma frase à nossa beiraÉ conto que nos espanta.

Na pedraNo pergaminhoNo papel ou digitalTanta coisa já foi escrita...que em nós a História se agita.

Temos tanta Literatura......então,Apostemos na leitura.

Quanta página e folhaTanto pedaço de vidaTanta memória contida...tão difícil é a escolha.

Ler jornais e ler revistasÉ saber o dia-a-diaÉ alargarmos as vistasÉ beber cidadania.

Vamos tentar descobrirSe lá dentro vive genteSe há coisas para rir...Fica-se muito contente.