saber local e meio ambiente no alto...

16
IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil Saber Local E Meio Ambiente No Alto Jequitinhonha Daniel Coutinho da Silveira (Universidade Federal de Lavras) Estudante de Engenharia Florestal [email protected] Rafael Eduardo Chiodi (Universidade Federal de Minas Gerais) Engenheiro Florestal, mestrando em agroecologia UFMG [email protected] Thiago Magalhães Meireles (Universidade Federal de Lavras) Estudante de Engenharia Florestal [email protected] Mbatuya Medina (Universidade Federal de Lavras) Estudante de Agronomia [email protected] Resumo Atualmente, procura-se planejar e executar os projetos de desenvolvimento sustentável na perspectiva cultural, política e econômica dos grupos humanos envolvidos. A etnobiologia, a etnoecologia e as metodologias participativas são ferramentas importantes que têm contribuído no estabelecimento da agroecologia como ciência e prática durante esta transição no modelo de desenvolvimento pelo qual passamos. Objetivou-se neste trabalho organizar e analisar os dados etnobotânicos levantados pelo Núcleo de Estudo e Apoio à Agricultura Familiar Justino Obers (Núcleo PPJ) em parceria com o Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV) junto às comunidades rurais do alto Jequitinhonha no período de 2002 à 2006. Apresenta-se 277 espécies e outras 39 plantas que não foram identificadas no Herbário da UFLA. A analise realizada revela grande ocorrência no ambiente denominado pelos agricultores como terra de Cultura. Categorizou- se nove classes de usos para as plantas que os agricultores apontaram e dentre outros números, os agricultores nos apresentaram 34 plantas utilizadas para alimentação humana, 13 espécies foram qualificadas como bioindicadores e do total de plantas identificadas e organizadas, 89 espécies apresentaram múltiplos usos. Conclui-se que os agricultores possuem um grande conhecimento sobre as plantas, seus usos e sobre o meio em que vivem. Este trabalho reúne e apresenta informações que poderão auxiliar no desenvolvimento de trabalhos como: apicultura, sistemas agrários mais dinâmicos e equilibrados, identificação de sítios produtivos, recuperação e conservação de nascentes e áreas degradadas, dentre outros. Palavras-chave Etnoconhecimento, Agricultura Familiar, Jequitinhonha. 1

Upload: duongdieu

Post on 24-Jan-2019

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil Saber Local E Meio Ambiente No Alto Jequitinhonha

Daniel Coutinho da Silveira (Universidade Federal de Lavras) Estudante de Engenharia Florestal

[email protected]

Rafael Eduardo Chiodi (Universidade Federal de Minas Gerais) Engenheiro Florestal, mestrando em agroecologia UFMG

[email protected]

Thiago Magalhães Meireles (Universidade Federal de Lavras) Estudante de Engenharia Florestal

[email protected]

Mbatuya Medina (Universidade Federal de Lavras) Estudante de Agronomia [email protected]

Resumo

Atualmente, procura-se planejar e executar os projetos de desenvolvimento sustentável na perspectiva cultural, política e econômica dos grupos humanos envolvidos. A etnobiologia, a etnoecologia e as metodologias participativas são ferramentas importantes que têm contribuído no estabelecimento da agroecologia como ciência e prática durante esta transição no modelo de desenvolvimento pelo qual passamos. Objetivou-se neste trabalho organizar e analisar os dados etnobotânicos levantados pelo Núcleo de Estudo e Apoio à Agricultura Familiar Justino Obers (Núcleo PPJ) em parceria com o Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV) junto às comunidades rurais do alto Jequitinhonha no período de 2002 à 2006. Apresenta-se 277 espécies e outras 39 plantas que não foram identificadas no Herbário da UFLA. A analise realizada revela grande ocorrência no ambiente denominado pelos agricultores como terra de Cultura. Categorizou-se nove classes de usos para as plantas que os agricultores apontaram e dentre outros números, os agricultores nos apresentaram 34 plantas utilizadas para alimentação humana, 13 espécies foram qualificadas como bioindicadores e do total de plantas identificadas e organizadas, 89 espécies apresentaram múltiplos usos. Conclui-se que os agricultores possuem um grande conhecimento sobre as plantas, seus usos e sobre o meio em que vivem. Este trabalho reúne e apresenta informações que poderão auxiliar no desenvolvimento de trabalhos como: apicultura, sistemas agrários mais dinâmicos e equilibrados, identificação de sítios produtivos, recuperação e conservação de nascentes e áreas degradadas, dentre outros.

Palavras-chave Etnoconhecimento, Agricultura Familiar, Jequitinhonha.

1

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil Saber Local E Meio Ambiente No Alto Jequitinhonha Introdução A sub-bacia hidrográfica do rio Jequitinhonha abrange grande parte do nordeste do estado de Minas Gerais, fazendo parte do trecho leste da bacia do Atlântico, está compreendida entre os paralelos 16º e 18º S e os meridianos 39º e 44º W, totalizando uma área de 70,315 km2. Deste total, 66.319 km2 situam-se em Minas Gerais e 3.996 Km2 na Bahia. A área compreende sessenta e três municípios (IBGE, 2000). A região do alto Jequitinhonha sofre influência do regime continental tropical, apresentando índice pluviométrico médio da ordem de 1.060 milímetros anuais. O clima é quente e úmido, do tipo Aw, com chuvas concentradas nos meses de verão. Os solos são em sua grande maioria, ácidos e aluminosos, de baixa fertilidade natural, formado por um relevo tabular desenvolvido a partir de chapadas Cenozóicas (IBGE,2000). O semi-árido no alto Jequitinhonha é caracterizado pela presença de diversos tipos de vegetações, é comum observar fisionomias de cerrado combinando-se com outras formações nas grotas e nas chapadas. Além desta, o semi-árido no Alto Jequitinhonha, pode ser definido segundo outras características, tais como: média de precipitação maior que as outras regiões semi-áridas do país; solos profundos, que retém água formando um lençol freático que possibilita o surgimento de nascentes. A presença de nascentes no alto Jequitinhonha é uma condição que diferencia esta região do semi-árido das demais. A nascente tem um significado importante para as famílias, que arranjam a unidade produtiva (casas, estruturas, lavouras, áreas de pastagem) em função da distribuição da água no terreno. O Jequitinhonha mineiro é dividido pela população local em alto, médio e baixo segundo características políticas, agrárias e ambientais. O alto é reconhecido principalmente pela escassez de água e pelas ricas manifestações culturais apresentadas nas feiras livres locais. Esta região possui uma gradação do relevo muito específica marcada por espaços distintos, mas complementares: grotas e chapadas. As grotas são vales de áreas úmidas e frescas. Acompanhando os cursos d’água em solos mais profundos e mais férteis é provável que encontre árvores de maiores dimensões. Chapadas são suas contraposições: com algumas árvores baixas e tortuosas sob grandes extensões de terras planas e elevadas, naturalmente pouco férteis, e escassas fontes de água. Foto 1: A organizaç

ão da população: moradias e benfeitorias próximas da água. Ao fundo a Chapada.

2

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil A organização da família no terreno é arranjada em função da proximidade com a água. A casa geralmente é construída em locais próximos e abaixo das nascentes, e as atividades produtivas responsáveis por gerar mantimento e renda para as famílias por meio da produção de alimentos são localizadas de acordo com o acesso a água e a necessidade de água de cada atividade. De maneira geral atividades que precisam de um maior volume de água ficam mais próximas das barragens e dos rios. Em períodos de seca as mulheres são as responsáveis por buscar água para a casa e por levar a roupa para lavar, assim quanto mais longe a fonte de água maior a carga de trabalho para as mulheres e mais tempo é gasto para realização destas atividades. (Ribeiro e outros, 2000). Atualmente, os projetos de desenvolvimento sustentável têm se baseado na perspectiva do grupo humano envolvido. A etnobiologia, a etnoecologia e as metodologias participativas têm sido importantíssimas na construção coletiva da agroecologia como ciência e prática que apoiada na valorização dos conhecimentos e dos métodos tradicionais que induzem à agricultura e ao modo de vida permanente nos agroecossistemas com a contribuição da ciência e a participação proporcionam condições favoráveis ao diálogo e à construção coletiva do desenvolvimento sustentável. Assim, segundo Malvezzi 2007 não existe desenvolvimento cultural, político ou econômico sem envolvimento da população e das comunidades. Em outras palavras, sem o envolvimento da população local, por mais bem intencionada que seja a ação governamental, pouco ou nada modificará a realidade no sentido eqüitativo das responsabilidades e benefícios. Então os programas governamentais só serão eficazes quando induzirem esses agentes sociais mais dinâmicos a uma articulação em âmbito local da qual resulte seu pacto de desenvolvimento sustentável. O grau de exploração dos recursos naturais varia em função de alguns fatores, que vão desde a disponibilidade temporal de um determinado produto até o grau de interesse em algum desses em especial. Conhecer a maneira como as pessoas se relacionam e utilizam esses recursos pode resultar em vários benefícios para a comunidade, muitas possuem sistemas próprios de manejo, resultantes de anos de experiência acumulada e convívio com a natureza. Algumas dessas técnicas são mais produtivas do que as que os extensionistas desejam aplicar, pois estão adaptados às condições locais de clima, solo, ecologia, etc. Assim, esse conhecimento autóctone pode se constituir em bons modelos historicamente construídos sobre os quais o saber científico pode se basear (Albuquerque e Andrade, 2002). No entanto, os conhecimentos tradicionais sobre os recursos naturais, foram muito utilizados por organizações privadas na prospecção, coleta, apropriação e patenteamento de algumas espécies da flora nacional, eliminando metade dos custos com pesquisa. Tais procedimentos fizeram surgir um debate sobre o real direito das patentes dessas espécies, destacando as comunidades como os verdadeiros portadores do direito à patente e todos os seus benefícios (Calixto, 2002). Em conformidade com João Carlos Costa Gomes, é necessário adotar não só ações de tipo interdisciplinar ou transdisciplinares como também promover o dialogo de saberes, articulando os conhecimentos científicos e tradicionais. Ou seja, é preciso superar a concepção de ciência como fonte única do conhecimento válido; os conhecimentos produzidos pela "epistemologia natural" representam importante alternativa na recuperação e manutenção dos recursos naturais e da sustentabilidade em suas várias dimensões. Em lugar do conhecimento que permite o domínio da natureza, deve se buscar o sentimento de cooperação, que promove uma interação positiva entre cientistas, cidadãos e natureza. Objetivo Geral O objetivo deste trabalho foi sistematizar informações de pesquisas etnobotânicas realizadas pelo Núcleo de Pesquisa e Apoio à Agricultura Familiar Justino Obers (Núcleo PPJ) em uma lista de espécies vegetais reconhecidas e utilizadas pela população rural do alto do Jequitinhonha.

3

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil

Objetivos específicos Organizar uma base de dados contendo a classificação botânica, nome popular, ocorrência e respectivos usos de espécies vegetais apontadas como importantes para os agricultores e agricultoras do alto Jequitinhonha; Realizar análises quantitativas do número de famílias botânicas, gêneros e espécies; Analisar a distribuição de espécies vegetais em relação aos seus ambientes específicos de ocorrência; Identificar os múltiplos usos que a população local faz das espécies vegetais. Materiais e Métodos: Este trabalho foi elaborado através da sistematização e revisão bibliográfica de monografias e publicações provenientes de projetos de pesquisa desenvolvidos pelo Núcleo de Pesquisa e Apoio à Agricultura Familiar Justino Obers (Núcleo PPJ) sediado no Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras mediado pelo Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV) situado em Turmalina-MG e seus parceiros, as comunidades rurais do alto Jequitinhonha. Estes projetos de pesquisa tiveram um objetivo em comum, que foi realizar o levantamento etnobotânico de espécies que apresentam uso para as famílias rurais no vale do Jequitinhonha. O enfoque foi principalmente em espécies com uso medicinal, apícola, implantada em sistemas agroflorestais e as de relativa importância para a conservação de nascentes. As demandas sobre as pesquisas surgem quando as famílias agricultoras apresentam ao CAV que repassa ao Núcleo a necessidade do estudo. A importância destas pesquisas para as comunidades está na validação dos seus costumes e saberes para o aprimoramento dos planos locais de desenvolvimento. A etnobotânica foi o instrumento metodológico utilizado para buscar o nome e caracterizar as espécies vegetais no alto Jequitinhonha. Integrando o conhecimento popular e o conhecimento científico identificou e classificou-se em categorias segundo o uso popular, ocorrência, etc. As informações sobre as plantas coletadas e identificadas nos trabalhos partiram do conhecimento que os agricultores detém sobre as mesmas onde se inserem aspectos de importância cultural, econômica e ecológica.1 As técnicas para pesquisas etnobotânicas utilizadas durante os trabalhos de campo foram entrevistas semi-estruturadas com os agricultores locais e com os técnicos do CAV que os acompanham em seus ambientes de vida e trabalho. Utilizou-se da observação participante, da coleta, da amostragem, da identificação popular das plantas e da descrição de uso e ocorrência no ambiente em que as pessoas identificam localmente. À partir desta base de informações centralizada e organizada, foi realizado a conferência das nomenclaturas usando sítios especializados da Internet como o Flora brasiliensis, o Botanical Missouri Garden e o Acta Botanica Brasílica além da própria Internet pesquisando artigos científicos. Após a conferência dos dados, a ferramenta de Excel foi utilizada para fazer organização e análises quantitativas das informações. Resultados e Discussões A partir dos dados coletados nas monografias acima citadas, organizou-se uma lista de espécies vegetais reconhecidas e utilizadas pela população rural do vale do Jequitinhonha, seus usos e

1 Para maiores informações consultar CALIXTO, J.S.(2002) Botica da Natureza, CHIODI, R.A. (2206) Levantamento Etnobotânico de Espécies Apícolas no Alto Jequitinhonha-MG e DOS SANTOS, I.F. (2006) Saber Popular e Conservação de Nascentes no Alto Jequitinhonha, Minas Gerais.

4

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil

ambiente de ocorrência (Tabela 1). Nesta tabulação2 foram enumeradas 277 espécies compreendidas em 207 gêneros e 54 famílias, incluindo ainda 39 plantas que não foram identificadas no herbário da UFLA. As famílias de maior ocorrência foram: Fabaceae, representada por 35 espécies; Asteraceae e Poaceae com 12 representantes cada; seguidas por Myrtaceae com 9 espécies e Anacardiaceae, Euphorbiaceae, Malvaceae e Sapindaceae com 6 espécies respectivamente. O alto índice de ocorrências das Fabaceae, Asteraceae e Poaceae se devem a ampla distribuição geográfica destas famílias ditas cosmopolitas. As categorias utilizadas pelos agricultores para classificar o ambiente são distintas daquelas descritas pela literatura agronômica. Os lavradores do Alto Jequitinhonha constroem sua classificação a partir de critérios próprios, englobam fertilidade do solo, mas adicionam aspectos como relevo, umidade, exposição ao sol, cor e composição da terra, e, principalmente, uma forte consideração pelo tipo de vegetação. Percebem o espaço a partir de categorias resultantes de experiências de várias gerações, estabelecem uma divisão espacial e, concomitantemente, distinguem os usos possíveis. Diagrama-1. Paisagem do alto Jequitinhonha, corte grota/chapada com classificação de terras e ocorrência mais freqüente de recursos naturais.

Diagrama-1. Paisagem do alto Jequitinhonha, Corte grota/chapada com classificação de terras e ocorrência mais freqüente de recursos naturais. Fonte: Ribeiro, 2000

eucaliptal

cultura

cultura

campo

campo chapada

Porte da vegetação crescente Fertilidade crescente Domínio crescente Ação humana crescente

Extrativismo crescente Brotação de água crescente Produção de medicinais crescente Produção de frutos nativos crescente

água

Assim, com base na vegetação, no potencial de uso, na distribuição espacial e no domínio, os lavradores construíram uma classificação das diversidades ambientais recorrentes na região: As “chapadas” são os platôs, terras altas, profundas, planas, cobertas por vegetação de cerrado onde podemos encontrar dentre outras plantas o Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra), o Velame (Macrosiphonia velame), o Angiquinho do Campo (Mimosa pteridifolia), o Cabelo de Anjo (Calliandra sp), o Dente de Engenho (Cordia glabrata) e a Quina de Chapada (Strychnos pseudoquina). Apresentam solos ácidos, mas ricos em diversidade vegetal e de fundamental importância como área de recarga do lençol freático. A agricultura se desenvolve pouco nas chapadas. Elas são comumente utilizadas como áreas de extração de frutas, de plantas medicinais, de retirada de lenha para uso doméstico e produção de carvão. Descendo das chapadas para as grotas são encontrados os terrenos identificados pelos lavradores como de “campo”, que apresentam declive acentuado, solos pedregosos com baixa fertilidade natural. Como dizem alguns agricultores da região, é uma terra “carrasca”, mas rica em plantas medicinais. Calixto, 2002 informa que segundo especialistas locais, nas terras de campo é que se encontra a maior fonte de plantas medicinais. Na terra de campo há predominância de capins nativos, arbustos e árvores retorcidas, de casca grossa, e a presença de nascentes de

2 Ver lista completa em anexo.

5

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil águas que abastecem as famílias, onde plantas como a Lobeira ou Boleira (Solanum lycocarpum), o Pau-doce (Vochysia cinnamomea), o Pau Terra (Qualea sp.) e a Caraíba (Simarouba versicolor) são encontradas. Não são áreas propícias para lavouras, sendo utilizadas somente para pastoreio e extração de madeira, lenha, frutas e plantas medicinais. Nas baixadas estão definidas as terras de “cultura”, que são caracterizadas por terrenos frescos, úmidos e férteis, estão próximas aos cursos d`água e considerados os melhores para o cultivo das roças de mantimentos. Nas terras de cultura são encontradas as vegetações de maior porte onde predominam madeiras como Aroeiras (Myracrodrun urundeuva), Cipós Timbó (Serjania sp), Aroeirinha (Schinus terebentifolium), Pereira (Aspidosperma sp.), Ingá (Inga sp), a Capeba (Potomorphe umbellata), o Cipó de São João (Pyrostegia venusta), a Macaúba (Acrocomia aculeata), dentre outras. Foto 4: A terra de cultura. Partindo da analise percebeu-se grandeCultura com 215 espe a terra de ChapadaQuando se faz umasignificativo a dominconhecimento que opassam a maior paambiente apresenta.este ambiente.

realizada sobre as diversas espécies e seus locais de ocorrência (Gráfico 1) dominância em número de espécies ocorrendo em ambiente de terra de écies. Seguidamente, o ambiente de terra de Campo apresentou 69 espécies , 24 espécies.

análise destes números percebe-se que no ambiente de terra de cultura é ância de espécies identificadas. Este número possivelmente corresponde ao s agricultores e agricultoras firmaram sobre o ambiente onde geralmente rte do tempo ou talvez mesmo pelas condições edafoclimáticas que este Uma notação clara pode ser feita: existe grande proximidade da família com

6

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil

41 6924

215

0

50

100

150

200

250

300

cultura campo chapada

nº espécies

Cultivadas

Gráfico 1: Distribuição de espécie vegetais em relação ao seus ambientes de ocorrência. Do total de espécies de ocorrência em ambiente de terra de cultura vale ressaltar a presença das plantas cultivadas. Aquelas que são plantadas pela família e tem serventia direta. Deste total foram identificadas 41 espécies cultivadas para diversas finalidades (Gráfico 1). Com a sistematização dos dados, foram categorizadas nove classes de usos diferentes para as plantas que os agricultores apontaram (Gráfico 2).

Usos

010203040506070

apic

ultu

ra

med

icin

al

cobe

rtura

ener

gia

arte

sana

to

mad

eira

bioi

ndic

ador

nº d

e es

péci

es

Gráfico 2: Distribuição quantitativa para os usos das espécies coletadas. Nesta listagem de plantas, que os agricultores nos apresentaram, identificamos 34 plantas utilizadas para alimentação humana, o que é um número considerável. Estas plantas classificadas como para alimentação, são aquelas usadas como alimento in natura, processado ou condimentos. Conta–se aí um diverso menu de plantas cultivadas e selvagens que contribuem para a segurança alimentar, nutricional e para a valorização da identidade cultural do povo do Alto Jequitinhonha. Como alimento animal foram apresentadas 22 plantas, sendo estas usadas no trato das criações e aquelas que os animais silvestres consomem diretamente no ambiente. Os agricultores identificam como matéria prima para as abelhas 64 espécies. Estas foram categorizadas como para uso na apicultura. Para o uso medicinal, os agricultores apontaram 61 espécies dentre elas encontramos remédios tanto para os seres humanos quanto para os animais. Espécies vegetais categorizadas como plantas de cobertura foram 36, utilizadas pelos agricultores

7

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil como adubo verde, paisagismo, sombra para animais e pessoas, proteção do solo, além de outras espécies que eventualmente eles deixam nos roçados, próximas às casas, pastos e outras estruturas com algum interesse ecológico, econômico ou cultural. Identificou-se ainda 7 espécies como próprias para o uso energético, enquadram-se nessa categoria aquelas usadas como lenha ou carvão. Fibras, pequenos objetos de madeira e corantes utilizados para o artesanato foram catalogadas 8 espécies. Plantas com fins estruturais, acabamentos em construções, incorporação em equipamentos e ferramentas, foram indicadas 17 espécies e categorizadas como para madeira. Os bioindicadores, ou seja, aquelas plantas que as famílias rurais utilizam para identificar características qualitativas ou quantitativas de água e qualidade do solo, foram encontradas 13 espécies. Do total de plantas identificadas e organizadas 89 espécies apresentaram múltiplos usos. Estes números e usos mostram o importante conhecimento acumulado pelos agricultores sobre o ambiente que o cerca, sobre as espécies vegetais que estão a sua volta e sobre as diversas finalidades que atribuem para as plantas. Este aspecto pode ser destacado, pois reúne um significativo estoque de recursos a disposição da população, tendo papel fundamental na manutenção da vida e da cultura dos agricultores familiares do alto Jequitinhonha. Conclusões Diante desta compilação de resultados de pesquisa dois aspectos podem ser analisados como conclusão. Primeiro é que os agricultores possuem um grande conhecimento sobre as espécies vegetais do alto Jequitinhonha. Desde a identificação nominal das plantas, seus locais de ocorrência até os seus diversos usos. O mais importante é que a partir destas informações, as organizações de apoio a programas e projetos de desenvolvimento local que atuam na região poderão ter acesso a uma massa de informações sobre espécies vegetais que poderão auxiliar no desenvolvimento de trabalhos voltados à exploração vegetal, como: apicultura, sistemas agrários mais dinâmicos e equilibrados, recuperação e conservação de nascentes, entre outras.

8

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil Bibliografia ALBUQUERQUE, U. P. de. & ANDRADE, L. H. C. Conhecimento Botânico Tradicional e Conservação em uma área de caatinga no estado de Pernambuco, nordeste do Brasil. Acta bot. bras. 16(3): 273-285, 2002. CALIXTO, J.S. Botica da Natureza: conhecimento, uso e regulação de recursos vegetais para a saúde em comunidades rurais do alto Jequitinhonha. Lavras: UFLA, 2002.(Monografia – Graduação Engenharia Florestal). CHAVEZ-TAFUR, J. Aprender com a prática: uma metodologia para sistematização de experiências—Brasil: AS-PTA, 2007. CHIODI, R.A. Levantamento Etnobotânico de Espécies Apícolas no Alto Jequitinhonha-MG: Lavras: UFLA, 2006. (Monografia - Graduação Engenharia Florestal). DOS SANTOS, I.F. Saber Popular e Conservação de Nascentes no Alto Jequitinhonha, Minas Gerais. Lavras: UFLA, 2006. (Monografia - Graduação Engenharia Florestal). Programa de Avaliação de Sistemas Agroflorestais – UFLA/CAV Projeto SAF/Solos. Relatório Técnico de Pesquisa. Lavras – Turmalina, 2005. GALIZONI. F.M.: “Águas da vida – população rural, cultura e água em Minas Gerais”, tese de doutorado: IFCH/UNICAMP 2005. IBGE,2000.http://www.ibge.gov.br/home/geociências/recursosnaturais/diagnósticos_levantamentos/jequitinhonha/apresentação.shtm LIMA, V.M.P. “SECAS E S’ÁGUAS”: UM ESTUDO SOBRE AS ALTERAÇÕES NA DINÂMICA DA ÁGUA NO ALTO JEQUITINHONHA, MG. Relatório de Estágio Supervisionado apresentado ao Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras como parte das exigências do curso de Engenharia Agrícola, para a obtenção do título de Engenheiro Agrícola. LAVRAS MINAS GERAIS – BRASIL 2006. MALVEZZI. R.; SEMI-ÁRIDO Uma Visão Holística. Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – Confea; Série Pensar o Brasil e Construir o Futuro da Nação: 2007. RIBEIRO, A. E. M.; GALIZONI, F. M. Sistemas agrários, recursos naturais e migração no alto Jequitinhonha, Minas Gerais. In: TORRES, H.; COSTA, H. População e meio ambiente: debates e desafios. São Paulo: SENAC, 2000. p.163-187. RIBEIRO, A. E. M.; GALIZONI, F. M., DANIEL, L.O., AYRES, E.C.B, ROCHA, L.C.D., GOMES, G.A. “Práticas, preceitos e problemas associados à escassez da água no vale do Jequitinhonha, Minas Gerais”. In Anais do XII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP. Belo Horizonte, 2000. Pesquisa em sítios especializados da Internet entre outubro e novembro de 2007: http://florabrasiliensis.cria.org.br/http://www.mobot.org/default.aspwww.scielo.br/abb. http://www.recor.org.br/publicacoes/plantas-nativas.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fabaceae

9

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil

Tabela 1

Tabela 1. Espécies vegetais reconhecidas e utilizadas pela população rural do vale do Jequitinhonha, seus usos e ambiente de ocorrência.

Ocorrência Nº Família Nome científico Nomes populares Usos

campo cultura chapada 1 Malvaceae Abelmoschus esculentus Quiabo alimentação *

2 Fabaceae Acacia polyphylla Prequeteira apicultura * 3 Fabaceae Acácia spp. Acácia cobertura/energia * 4 Asteraceae Acanthospermum australe Maroto cobertura * 5 Asteraceae Acanthospermum hispidum Carrap.-de-carneiro cobertura * 6 Arecaceae Acrocomia aculeata Macaúba medicinal * 7 Verbenaceae Aegiphila sp. martinzeiro cobertura * 8 Asteraceae Ageratum conyzoides Mentrasto cobertura * 9 Fabaceae Albizia hassleri Farinha-seca cobertura/energia *

10 Rubiacaea Alibertia concolor cobertura * 11 Rubiaceae Alibertia sp. marmelada cobertura * * 12 Asteraceae Alomia fastigiata Mata pasto, Melosa apicultura * 13 Amaranthaceae Alternanthera sp. Apaga-fogo, Ervanço cobertura * 14 Malvaceae Althaea officinallis Malvarisco cobertura * 15 Anacardiaceae Anacardium occidentales cajú alimentação/apicultura * 16 Fabaceae Anadenanthera falcata Angico Branco medicinal * 17 Fabaceae Anadenanthera sp. Angico-Cascudo cobertura/madeira * 18 Fabaceae Anadenanthera spp. Angico cobertura/madeira * 19 Bromeliaceae Ananas comosus Abacaxi alimentação * 20 Anarcadiaceae Anarcadium sp. cajuzinho do campo alimentação/apicultura * * 21 Violaceae Anchieta salutaris Suma roxa medicinal * 22 Fabaceae Andira sp. Angelim madeira/cobertura * 23 Lauraceae Aniba riparia Canelinha cobertura * 24 Anonaceae Annona sp. Pinha alimentação * 25 Anonaceae Annonna spp Jaca dura do campo medicinal/alimentação *

26 Apocynaceae Aspidosperma sp. Pereirão/pau-pereiro/pereira

madeira/artesanato/bioindicador/cobertura *

27 Anacardiaceae Astronium fraxinifolium Gonçalo Alves, Gonçalves, gonçalo madeira/apicultura * *

28 Arecaceae Attalea sp. Coco Vassoura alimentação/apicultura * * 29 Asteracae Baccharis dracunculifolia Macieira do campo apicultura * * * 30 Asteraceae Bacharis trimera Carqueja medicinal/apicultura * * 31 Malpighiaceae Banisteriopsis anisandra Amarra vaqueiro apicultura * *

32 Fabaceae Bauhinea sp. unha de boi/ unha de vaca medicinal/bioindicador *

33 Fabaceae Bauhinia forficata Pata-de-Vaca cobertura * 34 Fabaceae Bauhinia langifolia Unha d'anta medicinal * 35 Asteraceae Bidens pilosa Picão-preto cobertura/medicinal * *

36 Bixaceae Bixa arborea Urucum artesanato/alimentação *

37 Bixaceae Bixa orellana Urucum artesanato/alimentação *

38 Poaceae Brachiaria brizantha Braquiarão alimentação animal/cobertura *

39 Poaceae Brachiaria decumbens Braquiária

alimentação animal/cobertura/apicultura *

10

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil

40 Poaceae Brachiaria mutica Campim-angola alimentação animal/cobertura *

41 Poaceae Brachiaria sp. Grama

alimentação animal/cobertura/apicultura * *

42 Bromeliaceae Bromelia fastuosa Gravatá medicinal * 43 Urticineae Brosimum gaudichaudii Miminha de cadela medicinal * 44 Loganiáceas Buddleia brasiliensis Balbaço medicinal * 45 Malpighiaceae Byrsonima sp. murici do Brejo madeira/bioindicador * 46 Fabaceae Caesalpineae pulcherrima Flamboiant cobertura/apicultura *

47 Fabaceae Cajanus cajan Andú alimentação/alimentação animal/cobertura *

48 Fabaceae Calliandra sp. Cabelo de Anjo apicultura * 49 Fabaceae Calopogonium mucunoides Calopogônio cobertura * 50 Myrtaceae Campomanesia pubescens gabiroba média apicultura * *

51 Myrtaceae Campomanesia sp. Sete-Capote, Gabiroba-brava cobertura *

52 Flacourtiaceae Carpotroche brasiliensis Fruta de Macaco cobertura * 53 Caryocaraceae Caryocar brasiliensis Pequi alimentação/apicultura * * 54 Flacourtiaceae Casearia arborea Espeteiro apicultura * 55 Fabaceae Cassia ferrugínea Canafístula cobertura * 56 Fabaceae Cassia sp. Pingo -de-ouro cobertura *

57 Cecropiaceae Cecropia pachystachya Embaúba apicultura/alimentação animal *

58 Cecropiaceae Cecropia sp. Imbaúba/embaúba medicinal/apicultura/bioindicador * *

59 Compositae Chaptalia nutans Erva de sangue medicinal * 60 Chenopodiaceae Chenopodium ambrosioides erva de santa maria medicinal 61 Poaceae Chresquea sp. taquari (bambu) artesanato 62 Menispermaceae Cissampelos glaberrima Buta medicinal * * 63 Rutaceae Citrus limon Limão alimentação/apicultura * 64 Rutaceae Citrus sinensis Laranjeira alimentação/apicultura * 65 Rutaceae Citrus sp. Laranjeira-brava alimentação/apicultura * 66 Fabaceae Clotalaria sp. Xique-Xique cobertura * 67 Rubiaceae Coffea arabica café alimentação/apicultura * 68 Rubiaceae Coffea sp. Café alimentação/apicultura * 69 Commelinaceae Commelina sp. Trapueraba cobertura * 70 Burseraceae Commiphora sp. Caimbão cobertura *

71 Fabaceae Copaifera langsdorffii pau d'óleo madeira/bioindicador/apicultura/medicinal * *

72 Fabaceae Copaifera martii Pau-d'óleo madeira/bioindicador/apicultura/medicinal *

73 Boraginaceae Cordia glabrata Dente de Engenho apicultura * 74 Boraginaceae Cordia sp. Vara-de-canoa cobertura * 75 Boraginaceae Cordia velowienia Rema canoa apicultura * 76 Boraginaceae Cordia vulneraria Alcanfor medicinal * 77 Zingiberaceae Costus spiralis Cana de Macaco medicinal * 78 Chrysobalanaceae Couepia americana pequizinho do campo apicultura * *

79 Euphorbiaceae Croton antisyphiliticus Velame Roxo, Bico de Perdiz apicultura/medicinal *

80 Euphorbiaceae Croton sp. Velame Branco, pau algodão apicultura/energia * *

81 Dilleniaceae Curatella omericana samambaia bioindicador 82 Curcubitaceae Curcubita moschata Abobora alimentação/apicultura * 83 Cucurbitaceae Curcubita sp. Abóbora alimentação/apicultura * 84 Cyatheaceae Cyathea sp. samambaia do espinho cobertura *

85 Poaceae Cynodon sp. Capim-estrela alimentação animal/cobertura *

11

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil

86 Cyperaceae Cyperus sp Capim pé de galinha

alimentação animal/cobertura/apicultura *

87 Cyperaceae Cyperus spp. tiririca, tiririca do campo apicultura/alimentação animal/bioindicador *

88 Solanaceae Datura sp. Cipó - saia branca cobertura * 89 Dilleniaceae Davilla rugosa Sambaibinha medicinal * 90 Sapindaceae Davilla sp. cipó timbó artesanato 91 Araliaceae Dendropanax cuneatus pau de colher cobertura * 92 Fabaceae Desmanthus virgatus Angico-Mirim cobertura * 93 Fabaceae Desmodium sp. Feijão-fininho cobertura * 94 Fabaceae Desmodium tortuosum Car. -beiço-de-boi cobertura * 95 Poaceae Digitaria insularis Capim-amargoso cobertura * 96 Sapindaceae Dilodendron bipinnatum maria pobre cobertura/energia * 97 Rubiaceae Diodia sp. Quebra-tijela cobertura * 98 Fabaceae Dipterix alata Baru alimentação *

99 Sterculiacea Dombeya wallichii Estrapegia, astrapéia, astrapéia rosa apicultura *

100 Fabaceae Dormidium sp. carrapicho medicinal/apicultura 101 Lauraceae Dyospirus sp. imbireiro madeira * 102 Alismataceae Echinodorus grandiflorus Chapéu-de-couro medicinal * 103 Asteraceae Elephantopus molles fumo Bravo medicinal/apicultura 104 Convolvulaceae Elvolvulos glomerata Alegria de viúva apicultura * *

105 Asteraceae Emilia sonchifolia Falsa-Serralha, Bambulim cobertura/apicultura *

106 Fabaceae Enterolobium contortisiliquum Tamboril madeira/cobertura * 107 Asteraceae Erechtites valeanaefolia cerqueiro comum medicinal 108 Asteraceae Eremanthus sp. Candeinha do campo apicultura * * 109 Fabaceae Erythrina dominguezii Mulungu apicultura * 110 Fabaceae Erythrina sp. Mulungu cobertura * 111 Erythroxylaceae Erythroxylium sp. três folhas artesanato * * 112 Erythroxylaceae Erythroxyllum deciduum jambinho apicultura * 113 Rutaceae Esenbeckia febrifuga Momona pobre medicinal *

114 Myrtaceae Eucalyptus spp Eucalipto apicultura/madeira/energia *

115 Myrtaceae Eugenia arenaria Cambuim ou cambuí cobertura * 116 Myrtaceae Eugenia candolleana cambuí apicultura * 117 Myrtaceae Eugenia dysenterica Cagaita, Cagaiteira medicinal/alimentação * * 118 Myrtaceae Eugenia sp. pitanga da nascente alimentação * 119 Asteraceae Eupatorium sp. Pau-de-Canzil cobertura/apicultura * 120 Asteraceae Galinsoga sp. Picão-branco cobertura * 121 Fabaceae Glycyrrhiza glabra Alcaçuz medicinal * 122 Amaranthaceae Goniphrena sp. Jalapinha cobertura * 123 Malvaceae Gossypium sp. Algodão cobertura/artesanato * 124 Meliaceae Guarea sp Figo duro medicinal * 125 Annonaceae Guatteria nigrescens toceirinha cobertura * 126 Malvaceae Herissantia sp. Malva cobertura * 127 Malvaceae Herissantia tiubae Malva-Branca cobertura * 128 Euphorbiaceae Hieronymia sp. folha de bolo madeira/bioindicador * 129 Fabaceae Hymenaea spp Jatobá medicinal *

130 Poaceae Hyparrhenia rufa Capim-jaraguá cobertura/alimentação animal *

131 Lamiaceae Hyptis sp. Pau de fogo, Arranha gato apicultura *

132 Lamiaceae Hyptis suaveolens Betônica apicultura *

12

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil

133 Fabaceae Indigofera suffruticosa Anil cobertura/artesanato * 134 Fabaceae Inga ingoides Ingá tripa apicultura * 135 Convolvulaceae Ipomea aristolochiaefolia apicultura 136 Convolvulaceae Ipomoea sp. Cipó-coração cobertura * 137 Campanulaceae Isotoma longiflora Sansão-do-campo cobertura * 138 Bignoniaceae Jacaranda semiserrata Carobinha medicinal * 139 Clusiaceae Kielmeyera cariacea Cebolão do campo apicultura * * 140 Verbenaceae Lantana camara Camará medicinal/apicultura * 141 Verbenaceae Lantana microphylla Alecrim da várzea medicinal/apicultura * 142 Verbenaceae Lantana sp. Camará, Cidreira cobertura * 143 Melastomataceae Leandra sp. Cafezinho do urubu apicultura * 144 Lamiaceae Leonurus sp. Cruzinha cobertura * 145 Fabaceae Leucaena leucocephala Leucena apicultura/cobertura * 146 Anacardiaceae Lithraea molleoides aroeirinha bioindicador * * 147 Fabaceae Lonchocarpus guilleminianus Embira-de-porco cobertura * 148 Onagraceae Ludwigia sp. Tiazinha, Galinha choca apicultura * 149 Malvaceae Luehea divaricata Açoita cavalo apicultura * 150 Fabaceae Machaerium aculeatum Cabo de formão apicultura * 151 Fabaceae Machaerium hirtum Sete capota medicinal/bioindicador * * 152 Fabaceae Machaerium sp. Crescedeira cobertura * 153 Moraceae Maclura sp. Amora alimentação/cobertura * 154 Fabaceae Macropitilium sp. Feijão-Bravo alimentação/cobertura * 155 Apocynaceae Macrosiphonia velame Velane medicinal *

156 Sapindaceae Magonia pubescens tingui/pau pomba madeira/apicultura/energia

157 Malphigiaceae Malpighia glabra Acerola alimentação/apicultura * 158 Rubiaceae Manettia sp. Poaia cobertura *

159 Anacardiaceae Mangifera indica Mangueira apicultura/alimentação/alimentação animal *

160 Euphorbiaceae Manihot esculenta Mandioca alimentação * 161 Lamiaceae Marsypiantes chamaedrys Betônica cobertura * 162 Sapindaceae Matayba paniculatum apicultura * 163 Celastraceae Maytenus ilicifolia Espinheira santa medicinal * 164 Celastraceae Maytenus rigida Pau-Colher cobertura *

165 Poaceae Melinis minutiflora Campim-meloso cobertura/alimentação animal *

166 Convolvulaceae Merremia sp. Getirana cobertura * 167 Melastomataceae Miconia sp. mata sede/quaresmeira alimentação * 168 Asteraceae Mikania sp. Cipó pode apicultura * 169 Fabaceae Mimosa pteridifolia Angiquinho do campo apicultura * 170 Fabaceae Mimosa sp. Malicia cobertura * 171 Fabaceae Miroxylon peruiferum Baspo medicinal * 172 Cucurbitaceae Momordica charantia Cipó de São Caetano medicinal *

173 Moraceae Musa spp. Bananeira alimentação/alimentação animal *

174 Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Aroeira apicultura/medicinal * 175 Myrtaceae Myrcia falax Araçasão apicultura *

176 Myrtaceae Myrcia guianensis Araçazinho do brejo, araçá pequeno apicultura *

177 Myrtaceae Myrcia sp. araça do brejo, orelha de coelho cobertura *

178 Myrsinaceae Myrsinae sp. landim carvalho madeira * * 179 Lauraceae Nectandra grandiflora guenara bioindicador * 180 Solanaceae Nicotiana sp. Fumo-bravo cobertura *

13

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil

181 Lamiaceae Ocimum sp. Mangericão medicinal * 182 Lauraceae Ocotea corimbosa Canela de velho apicultura * 183 Ochnaceae Ouratea sp. pau de serra cobertura * 184 Oxalidaceae Oxales sp. Boazinha cobertura * 185 Rubiaceae Palicourea marcgravii Erva-de-rato cobertura * 186 Rubiaceae Palicourea rigida Galuína, Galouina medicinal/apicultura * *

187 Poaceae Panicum maximum Capim-colonião cobertura/alimentação animal *

188 Poaceae Paspalum maritimum Capim-gengibre cobertura * 189 Poaceae Paspalun sp. Capim-cemitério cobertura * 190 Passifloraceae Passiflora cincinnata Maracujá-do-Mato apicultura/alimentação * 191 Passifloraceae Passiflora edulis Maracujá alimentação * 192 Passifloraceae Passiflora sp Maracujá do mato medicinal *

193 Poaceae Pennisetum purpureum Campim-elefante cobertura/alimentação animal *

194 Euphorbiaceae Pera glabrata laranginha alimentação/bioindicador * *

195 Lauraceae Persea americana abacate alimentação/apicultura * 196 Apocynaceae Peschiera sp. Pau-Leite cobertura * 197 Verbenaceae Petrea sp. Sucupira branca apicultura * *

198 Araceae Philodendron sp. Banana de macaco alimentação/bioindicador

199 Euphorbiaceae Phyllanthus sp. quebra pedra medicinal 200 Euphorbiaceae Phyllantus niruri Quebra-pedra medicinal * 201 Euphorbiaceae Phyllantus tenellus Quebra-pedra cobertura * 202 Piperaceae Piper sp. jaborandi medicinal 203 Piperaceae Piper spp. pau de canziu medicinal * 204 Fabaceae Pithecelobium sp. Maria-preta / Jurema cobertura/apicultura *

205 Fabaceae Plathymenia reticulata Vinhático madeira/apicultura/cobertura * *

206 Polygonaceae Polygonum sp. Erva-de-bicho cobertura * 207 Piperaceae Potomorphe umbellata Capeba medicinal * 208 Burseraceae Protium sp. amesqueira bioindicador * 209 Burseraceae Protium spruceuanuns amesqueira vermelha cobertura * 210 Burseraceae Protium widgrenii Amescla apicultura * 211 Rosaceae Prunus persicae Pêssego alimentação * 212 Malvaceae Pseudobombax grandiflorum Imbiruçu apicultura * * 213 Myrtaceae Psidium cinereum Araçá cobertura *

214 Myrtaceae Psidium guajava Goiabeira, Goiabinha, Goiaba

alimentação/alimentação animal/apicultura/medicinal * *

215 Myrtaceae Psidium sp. goiabeira do brejo alimentação animal * * 216 Myrtaceae Psidium spp. goiaba brava alimentação animal * 217 Rubiacea Psychotria sp. trucisco medicinal 218 Fabaceae Pterodon polygalaeflorus Monjol medicinal *

219 Fabaceae Pterogyne nitens carne de vaca/saco de bode cobertura *

220 Fabaceae Pterogyne sp. Carne-Vaca cobertura *

221 Bignoniaceae Pyrostegia venusta Cipó de fogo, Cipó-de-são-joão

cobertura/medicinal/apicultura *

222 Vochysiaceae Qualea sp. pau terra cobertura *

223 Poaceae Saccharum sp Cana-de-açúcar alimentação/alimentação animal/cobertura *

224 Anacardiaceae Schinus sp. Aroeira, Aroeirinha, aroeira do Brejo cobertura/energia *

225 Poaceae Schizachyrium condensatum Rabo-de-égua cobertura *

14

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil

226 Fabaceae Schizolobium parayba Cuarupuvu cobertura/apicultura * 227 Scrophularinae Scoparia dulcis Vassourinha medicinal * 228 Euphorbiaceae Sebastiana brasiliensis Coíte do campo, pau leite apicultura * * * 229 Fabaceae Senna macranhtera Fedegoso medicinal * 230 Fabaceae Senna obtusifolia Fedegozinho cobertura * 231 Fabaceae Senna occidentallis Fedegoso-café cobertura * 232 Fabaceae Senna sp. Fedegoso, angiquinho cobertura * 233 Sapindaceae Serjania fuscifolia timbó do brejo medicinal 234 Sapindaceae Serjania gracilis Timbó apicultura * 235 Sapindaceae Serjania caracasana Timbó cobertura * 236 Fabaceae Sesbania sp. Cássia, Goiaba-paquinha cobertura *

237 Malvaceae Sida sp. Malva-Guanxuma, Malva-vermelha cobertura *

238 Simaroubaceae Simarouba versicolor Caraíba medicinal * 239 Monimiaceae Siparuna guianensis Lagramina medicinal/bioindicador * * 240 Monimiaceae Siparuna sp. Canelão cobertura * 241 Irideae Sisyrinchium galaxioides Capim-reis medicinal * 242 Solanaceae Solanum lycocarpum lobeira/boleira cobertura *

243 Solanaceae Solanum paniculatum Jurubeba, Jurubeba braba cobertura/apicultura * *

244 Solanaceae Solanum sp. Maria-Pobre cobertura * 245 Solanaceae Solanum spp. Lôbeira cobertura * 246 Asteraceae Sonchus oleraceus Serralha alimentação * 247 Poaceae Sorghastrum bicolor Sorgo alimentação animal *

248 Anacardiaceae Spondias sp. Cajarana da chapada, Siriguela cobertura *

249 Verbenaceae Stachylarpheta sp. Jarubão cobertura * 250 Fabaceae Stizolobium aterrimum Mucuna Preta cobertura * 251 Fabaceae Stizolobium sp. Mucuna cobertura * 252 Verbenaceae Stochytanphetta sp. Jurubão apicultura * 253 Laranthaceae Structhanthus marginatus Erva de Bicho apicultura * 254 Loganiaceae Strychnos pseudoquina Quina da chapada medicinal * 255 Fabaceae Stryphnodendron adstringens Barbatimão medicinal * 256 Fabaceae Stylosanthes sp. Riscadinha, Malinera cobertura * 257 Bignoniaceae Tabebuia sp. Ipê-roxo cobertura/madeira * 258 Bignoniaceae Tabebuia spp. Ipê-branco cobertura *

259 Anacardiaceae Tapirira guianensis aroeira d'água, amescla vermelha, pau pombo bioindicador/apicultura * *

260 Combretaceae Terminalia glabrensis Pau sangue apicultura * * * 261 Combretaceae Terminalia sp. massambé apicultura * * 262 Thelypteridaceae Thelypteris sp. Samambaia cobertura * 263 Bignoniaceae Tynanthus fasciculatus Cipó-cravo cobertura * 264 Malvaceae Urena lobata Malva-roxa cobertura * 265 Asteracea Vermonia sp. assa peixe branco medicinal/apicultura * * 266 Asteraceae Vernonia ferruginea Assa-peixe medicinal * 267 Fabaceae Vigna sp. Feijão-de-porco cobertura * 268 Fabaceae Vigna uniculata Feijão-de-corda alimentação/cobertura *

269 Verbenaceae Vitex polygama Azeitona apicultura/alimentação animal/cobertura * *

270 Vitaceae Vitis sp uva alimentação/apicultura * 271 Vochisiaceae Vochysia cinnamomea Pau-doce medicinal * 272 Malvaceae Waltheria sp. Malva Roxa apicultura * 273 Asteraceae Wedelea sp. Paratudo apicultura * 274 Annonaceae Xylopia emarginata articum madeira/bioindicador * *

15

IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil

275 Rutaceae Zamthoxyluns riedelianuns mama cadela cobertura/madeira * *

276 Poaceae Zea mays Milho alimentação/alimentação animal/apicultura *

277 Bignoniaceae Zeyheria digitalis Saco-de-bode cobertura *

16