formação de agentes de desenvolvimento para o território...

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Formação de Agentes De Desenvolvimento Para O Território Do Alto Sertão Piaui-Pernambuco: Um Novo Conceito De Sustentabilidade. AUTORES: Lúcia Marisy Souza Ribeiro de Oliveira – Doutora em Desenvolvimento Sócio-ambiental, Professora Adjunta I da Universidade Federal do Vale do São Francisco. Luciana Souza de Oliveira – Doutoranda em Desenvolvimento Sócio-ambiental. Professora do CEFET – Centro Federal de EnsinoTecnológico de Petrolina –Pe. Andrews Rafael Bruno de Araujo Cunha – Aluno do curso de graduação em Psicologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco Victor Tomaz Marques – Aluno do curso de graduação em Psicologia da Universidade Federal do Vale do São francisco. Thais Pereira de Azevedo – Aluna do curso de graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal do Vale do São Francisco. RESUMO Este estudo teve por objetivo avaliar o impacto da atuação dos Agentes de Desenvolvimento Sustentável (ADS) nas transformações sociais, políticas, econômicas e culturais nos municípios Acauã, Paulistana e Jacobina no Piauí e Afrânio, Dormentes e Santa Filomena em Pernambuco, que integram o Projeto de Desenvolvimento Territorial do Alto Sertão, implantado no ano de 2004 pelo Governo Federal com a finalidade de reduzir a fome e a pobreza da população com atividades geradoras de trabalho e renda. A hipótese formulada para investigação foi a da formação dos Agentes de Desenvolvimento Sustentável como ferramenta básica para promoção do desenvolvimento das comunidades e da consolidação do território, na medida em que respondem às inquietações dos agricultores, potencializando os seus escassos recursos e transformando possibilidades em oportunidades de melhoria da sua qualidade de vida. O eixo teórico- metodológico da pesquisa foi a análise das redes sociais. As categorias desenvolvimento territorial, capacitação profissional, capital social, capital humano, parcerias intersetoriais, consórcio interestadual, meio ambiente e desenvolvimento sustentável se constituíram em ferramentas preferenciais de análise, para responder aos questionamentos formulados. A amostra para este estudo foi do tipo "estratificada não proporcional”. Foram entrevistados 24 ADS e 40 agricultores familiares. Para interpretação dos dados coletados foram utilizados os métodos quanti-qualitativos. Pelo uso do método qualitativo foi possível analisar o discurso dos entrevistados e o entendimento

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Formação de Agentes De Desenvolvimento Para O Território Do Alto

Sertão Piaui-Pernambuco: Um Novo Conceito De Sustentabilidade.

AUTORES:

Lúcia Marisy Souza Ribeiro de Oliveira – Doutora em Desenvolvimento Sócio-ambiental,

Professora Adjunta I da Universidade Federal do Vale do São Francisco.

Luciana Souza de Oliveira – Doutoranda em Desenvolvimento Sócio-ambiental. Professora do

CEFET – Centro Federal de EnsinoTecnológico de Petrolina –Pe.

Andrews Rafael Bruno de Araujo Cunha – Aluno do curso de graduação em Psicologia da

Universidade Federal do Vale do São Francisco

Victor Tomaz Marques – Aluno do curso de graduação em Psicologia da Universidade Federal do

Vale do São francisco.

Thais Pereira de Azevedo – Aluna do curso de graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental da

Universidade Federal do Vale do São Francisco.

RESUMO

Este estudo teve por objetivo avaliar o impacto da atuação dos Agentes de Desenvolvimento

Sustentável (ADS) nas transformações sociais, políticas, econômicas e culturais nos municípios

Acauã, Paulistana e Jacobina no Piauí e Afrânio, Dormentes e Santa Filomena em Pernambuco,

que integram o Projeto de Desenvolvimento Territorial do Alto Sertão, implantado no ano de 2004

pelo Governo Federal com a finalidade de reduzir a fome e a pobreza da população com atividades

geradoras de trabalho e renda. A hipótese formulada para investigação foi a da formação dos

Agentes de Desenvolvimento Sustentável como ferramenta básica para promoção do

desenvolvimento das comunidades e da consolidação do território, na medida em que respondem

às inquietações dos agricultores, potencializando os seus escassos recursos e transformando

possibilidades em oportunidades de melhoria da sua qualidade de vida. O eixo teórico-

metodológico da pesquisa foi a análise das redes sociais. As categorias desenvolvimento territorial,

capacitação profissional, capital social, capital humano, parcerias intersetoriais, consórcio

interestadual, meio ambiente e desenvolvimento sustentável se constituíram em ferramentas

preferenciais de análise, para responder aos questionamentos formulados. A amostra para este

estudo foi do tipo "estratificada não proporcional”. Foram entrevistados 24 ADS e 40 agricultores

familiares. Para interpretação dos dados coletados foram utilizados os métodos quanti-qualitativos.

Pelo uso do método qualitativo foi possível analisar o discurso dos entrevistados e o entendimento

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da sua postura global diante dos problemas que lhe foram colocados. Esses subsídios somados às

evidências quantitativas permitiram o aprofundamento da complexidade dos fenômenos, suas

contradições e seu relacionamento dinâmico com o contexto.

1- INTRODUÇÃO

O Projeto Desenvolvimento Territorial do Alto Sertão Piauí-Pernambuco, é o resultado do esforço

coletivo de transformação da realidade social dos municípios nele envolvidos e remonta ao projeto

piloto “Fome Zero” desenvolvido nos anos 2003/2004 no município de Acauã-Piaui pela EMBRAPA

Semi-Árido de Petrolina-Pernambuco, com o apoio do CIRAD – Centre de Coopération

Internationale em Recherche Agronomique pour le Développement de Montpellier – França e da

FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations, com o objetivo de desencadear

ações emergenciais e estruturantes capazes de elevar o IDH – Índice de Desenvolvimento

Humano daquela população, apontada pelo IBGE naquele momento como um dos piores do Brasil.

Um zoneamento agro-ecológico do município foi feito de forma participativa, possibilitando a

tipificação dos produtores e definindo as ações a serem executadas, sempre buscando o

fortalecimento do sistema de produção, do melhor aproveitamento da água de chuva, do

processamento de produtos animal e vegetal, mas principalmente capacitando os atores locais

através do CAT – Campos de Aprendizagem Tecnológica onde, pela demonstração prática, era

possível se comprovar a viabilidade das inovações propostas. O trabalho avançou e, novos

saberes foram incorporados à capacitação, como o sentimento de pertencimento ao meio rural, a

valorização da identidade cultural e o fortalecimento dos capitais social e humano, na perspectiva

de um novo olhar sobre o campo. Na visão de Jean Philippe Tonneau, o idealizador da proposta, o

campo como um lugar bom para se viver, trabalhar e ser feliz.

Para tanto, um grupo de cinqüenta e cinco jovens foi por ele e a sua equipe preparada para serem

Agentes de Desenvolvimento Sustentável das suas comunidades, atuando voluntariamente como

multiplicadores das idéias inovadoras de convivência com o semi-árido.

De tão bem sucedida, a experiência buscou novos parceiros e alargou o seu campo de atuação,

marcando presença hoje nos municípios de Afrânio, Dormentes e Santa Filomena em Pernambuco

e Paulistana e Jacobina no Piauí. Uma segunda formação de ADS capacitou sessenta e cinco

sujeitos aprendizes das várias comunidades que integram o Território do Alto Sertão, desta vez por

docentes da UNIVASF – Universidade Federal do Vale do São Francisco e pesquisadores da

EMBRAPA Semi-Árido, respeitando-se a cultura local.

A opção pela formação de agentes locais, como mecanismo de sustentabilidade, decorreu da

compreensão de que, como afirma Lacki (2002), “entre os agricultores familiares, a ineficiência do

fator de produção mais abundante que é a mão de obra, incide negativamente na produtividade

dos demais fatores que geralmente são escassos, como a terra, os animais, os insumos, as

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máquinas”, apresentando-se a educação como a ferramenta com maior potencial para empoderar

as suas famílias, por contemplar valores como cidadania, autonomia, solidariedade, democracia e

respeito ao meio ambiente.

No dizer de Demo (1998:49):

“Quando a educação está fora do contexto imediato de vida, ela não

consegue tornar-se uma atividade auto-sustentada de interesse

comunitário, e está fortemente propensa à regressão, porque

esquecemos o que não usamos. É mister, pois, que o conteúdo

pedagógico tenha também a característica de utilidade pública. Caso

contrário, praticaríamos o pedagogismo, no sentido de dissociarmos

a educação do contexto sócio–econômico, político e social”.

Existem fortes evidências de que há uma práxis própria da educação rural, onde as relações

sócio-culturais e políticas são definidas a partir dela, o que induz à compreensão de que, valorizar

essa cultura rural constitui um paradigma importante para o enfrentamento das classes

hegemônicas. Só conhecendo a sua realidade, pode o homem nela intervir, transformando-a.

Trata-se de um novo modo de promover o desenvolvimento, onde as próprias comunidades

encontram formas de suprir as suas necessidades investindo na sua vocação, buscando o

intercâmbio externo através da cooperação (OLIVEIRA & OLIVEIRA, 2007). É o que tem sido

chamado de capital social, cujos valores apreendidos formam um ambiente propício à melhoria da

qualidade de vida de todos.

O atual cenário mundial privilegia o conhecimento, exigindo do trabalhador que ele saiba tomar

decisões e atue coletivamente. Na região semi-árida do nordeste, a agricultura segundo estudos

da FAO (1999) e do Banco Mundial (2000), por muito tempo ainda será a principal fonte de

ocupação e renda, embora novas formas de utilização do espaço rural estejam acontecendo,

porque o rural ultrapassa o agrário. Na visão de Abromovay (1998), grande parte dos agricultores

pobres só poderá reproduzir-se tornando-se pluriativa, ou seja, explorando as várias dimensões da

propriedade, daí a importância de se trabalhar a nova ruralidade, partindo de um enfoque territorial,

participativo entre os vários atores. Nessa perspectiva, os Agentes de Desenvolvimento

Sustentável assumem grande importância nas comunidades, porque são eles que ajudam os

agricultores a identificar os recursos e as oportunidades de desenvolvimento existentes no seu

meio, orientando-os a transformar as potencialidades em oportunidades de trabalho e renda, daí a

necessidade da investigação em questão, cujos objetivos foram: a) avaliar a relação entre as

transformações sociais, econômicas, políticas e culturais do território Alto Sertão Piauí-

Pernambuco e a atuação dos ADS junto às comunidades que o integram; b)constatar o papel

assumido pelos ADS no incentivo à construção de iniciativas que reduzam a pobreza e a exclusão

social da população rural; c) avaliar a influência dos ADS para assegurar a permanência dos

agricultores no território; d) identificar as políticas públicas, concepções e princípios adequados ao

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balizamento da identidade rural; e) diagnosticar as ações necessárias à tomada de decisões pelo

Fórum de Desenvolvimento Territorial.

2– METODOLOGIA

O interesse em conhecer mais profundamente o assunto, decorreu da observação de que

mudanças estavam ocorrendo entre os agricultores familiares das comunidades rurais integrantes

do Território do Alto Sertão Piauí-Pernambuco, tanto na adoção de inovações tecnológicas de

convivência com o semi-árido, como nas relações de trabalho por eles estabelecidas, com

reflexos positivos na renda e, tornava-se necessário verificar se tais mudanças tinham relação

direta com a atuação dos Agentes de Desenvolvimento formados para apoiá-los nos seus

sistemas produtivos, mas, sobretudo, para, com bases científicas, replicar em outras situações o

modelo, com as adaptações convenientes a cada contexto, respeitando-se a cultura e as tradições

locais.

Inicialmente, a pesquisa bibliográfica se fez orientada pelo intuito de avaliar a relevância do tema

dentro da problemática mais geral do desenvolvimento sustentável no mundo contemporâneo. A

intenção de desenvolver uma análise globalizante que fosse capaz de situar os agentes de

desenvolvimento no todo dentro do qual era definida a sua presença – o território do Alto Sertão

Piauí-Pernambuco – exigiu que o processo de investigação seguisse um caminho qualitativo. Foi

necessário pensar os ADS nos aspectos da sua subjetividade, a fim de que fossem

compreendidas não apenas a sua práxis efetiva, mas também as suas potencialidades como força

social de mudança. Para tanto, considerou-se o princípio da totalidade do objeto deste estudo com

a realidade social, levando-se em conta as informações, as mudanças nas mentalidades, nos

comportamentos, nos valores, que foram se concretizando ao longo do tempo, bem como a

identificação das contradições internas da realidade.

A opção por este caminho metodológico justificou-se pois, pela oportunidade de se considerar não

só o sistema de relações no qual os ADS estavam inseridos, mas também as representações

sociais que constituem a vivência do seu cotidiano, da situação vivida no mundo do significado,

das ações e das relações com a sociedade.

A segunda parte da investigação, constou da realização de entrevistas, com o auxílio de dois

formulários, envolvendo 24 ADS e 40 agricultores, vinculados à amostra tomada para estudo. O

roteiro da entrevista com os ADS constou de um item introdutório no qual foram solicitados dados

pessoais dos entrevistados. No segundo item abordou-se aspectos sócio-econômico-culturais

envolvendo atividades produtivas, dados da propriedade, dados familiares, renda, assuntos do

seu interesse e formas de obtenção de informações; o terceiro item - impacto da formação na vida

dos ADS - buscou investigar os conhecimentos por eles adquiridos, expectativas, mudanças, uso

de tecnologias e a inter-relação com as redes sociais que se formaram no território; no item quatro

- atividades dos ADS junto aos agricultores - buscou-se conhecer a forma de estabelecimento de

contatos, atuação, dificuldades e as expectativas quanto aos resultados desse trabalho. O roteiro

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da entrevista com os agricultores nos itens 1 e 2 coletou as mesmas informações do estudo

realizado com os ADS. No item três avaliou-se os serviços prestados pelos ADS aos agricultores,

a qualidade do atendimento, renda, o impacto dos benefícios governamentais na sua qualidade de

vida e a adoção das tecnologias de convivência com o semi-árido.

Na trajetória percorrida analisou-se os dados em sua historicidade, tentando identificar as

ideologias, utopias ou visão de mundo que lhes davam suporte, pois segundo Lövy (1985:15),

“não existem princípios eternos, nem verdades absolutas; todas as teorias, doutrinas e

interpretações da realidade têm que ser vistas na sua limitação histórica”.

O eixo teórico-metodológico da pesquisa foi a análise das redes sociais, buscando-se a

compreensão do fenômeno estudado pela ruptura com o antagonismo dos conceitos de indivíduo

e de sociedade já que, segundo Simmel (1993:39), a organização da sociedade é um processo

contínuo de troca, que pode provocar mudanças sociais na medida em que, pela interação dos

sujeitos, novos elementos vão sendo incorporados às suas ações e reações, determinando

comportamentos diferenciados.

As redes são sistemas compostos representados por sujeitos sociais conectados por algum tipo

de relação e, a sua construção, traz como conseqüência, o fortalecimento do capital social, cujas

evidências apontadas nos estudos de Granovetter (1973); Marques (2000); Durston (2002) e

Hanneman (2005), pode ser mais um recurso em favor do desenvolvimento territorial e da

inclusão social, especialmente nas comunidades rurais. As redes, portanto, são importantes

canais para a veiculação de informações e conhecimento.

As categorias desenvolvimento territorial, capacitação profissional, capital social, capital humano,

parcerias intersetoriais, consórcio interestadual, meio ambiente e desenvolvimento sustentável se

constituíram em ferramentas preferenciais de análise para responder ao problema que norteou a

pesquisa.

Para a interpretação dos dados coletados buscou-se a análise quanti-qualitativa por considerá-la

adequada a esta pesquisa, uma vez que:

“As duas dimensões não se opõem, mas se inter-relacionam como duas

fases do real num movimento cumulativo e transformador,de tal maneira

que não podemos vê-las uma sem a outra nem uma separada da

outra”(Gamboa, S.S & Santos Filho, 1995:106).

A análise dos dados não se constituiu numa fase isolada das etapas anteriores do processo de

investigação. Ao contrário, foi um momento em que todas as etapas se interligaram.

“Evidentemente, essas fases não se completam numa seqüência linear, mas se interpelam em

vários momentos, sugerindo apenas um movimento constante no confronto teoria-empiria” (Lüdke

& André, 1986:23).

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Na análise estatística, os dados foram submetidos ao Softwere SAS – STATISTICAL ANALYSIS

SYSTEM, onde as variáveis foram registradas nas colunas e as observações nas linhas. A

associação entre as variáveis foi feita com o emprego do Teste de Qui-quadrado, considerando-se

o nível de significância (p<0,05).

3- AGENTES DE DESENVOLVIMENTO COMO SUJEITOS COLETIVOS

A pesquisa que avaliou o impacto dos ADS nas transformações sociais, políticas e culturais dos

municípios que integram o Território do Alto Sertão Piauí-Pernambuco, desenhou o seguinte perfil

daquela população:

Figura 01 – Idade dos ADS

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3 3

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2

4

6

8

10

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AN

TID

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E

19 – 25

26 – 30

31 – 35

36 – 40

41 – 45

46 – 50

Como pode ser observado na figura 01, 66,7% dos ADS são jovens, com idade entre 19 e 30

anos, já que essa atividade por ser voluntária, demanda tempo para ser exercida e não agrega

valor a sua renda, o que também pode justificar o fato de 54,1% deles serem solteiros, embora

45,9% possuam filhos.

Na zona rural, as informações sobre métodos anti-conceptivos ainda são reduzidas, contribuindo

para que mulheres muito jovens engravidem seguidamente, às vezes com mais de um parceiro,

penalizando os filhos a uma vida de carência, pouca escolaridade, alimentação deficitária e

exclusão social (Oliveira,1998).

Conforme a figura 02, entre os ADS que constituem um segmento diferenciado no território, 45,8%

possuem até 8 anos de escolaridade, embora tenham acumulado muitos saberes práticos

importantes para a sua sobrevivência. Os que concluíram o ensino básico (45,9%) e aqueles que

estão em processo de conclusão (8,3%), demonstraram nas suas falas que a elevação da sua

qualidade de vida se dará pela educação, capaz de transformar em produtividade, progresso

tecnológico e competitividade as condições que hoje lhes são dadas. Está claro para eles que a

mudança da sua realidade não virá de fora, mas de dentro da própria comunidade, onde eles

próprios terão de aprender a fazer diagnósticos, elaborar, executar, monitorar e avaliar projetos,

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negociar interesses e incentivar todos a buscarem a sua emancipação, o que não é fácil, já que a

educação que receberam não contribui para a formação do sujeito coletivo, o empreendedorismo,

enfatizando fortemente as práticas para o assalariamento e a competição individual.

Figura 02 – Nível de Escolaridade dos ADS

1

10

2

11

0

2

4

6

8

10

12

QU

AN

TID

AD

E

Ensino Básico – 1ª à 4ªsérie

Ensino Básico – 5ª à 8ªsérie

Ensino Médio Incompleto

Ensino Médio Completo

Dos 23 ADS entrevistados, (95,8%) são vinculados a instituições associativistas, o que não

significa que tenham plena consciência de como devem estas funcionar e qual o seu papel

enquanto associado no sentido de fortalecê-las. 63,7% deles ocupam ou já ocuparam a

presidência ou a vice-presidência das instituições às quais estão vinculados e não se observa

grandes transformações nas suas estruturas operacionais capazes de se refletirem no

desempenho global dos associados.

Conforme Bogardus (1964) a finalidade das associações não é “meramente fazer negócios, mas

recriar comunidades, estimulando novos processos de ajuda mútua e novos métodos de

organização e trabalho”. A educação para a coletividade, portanto, torna-se cada vez mais um

imperativo no território do Alto Sertão Piauí-Pernambuco, para criar princípios e valores que

construam efetivamente o associativismo. É interessante observar que 97,7% das reflexões dos

ADS sobre o associativismo o consideram como o instrumento mais forte de empoderamento e de

barganha para as populações do campo. Dos 24 entrevistados, apenas 01 não reconhece a

associação como ferramenta capaz de operar transformações na vida da comunidade.

A produção de pequenos animais, conforme mostra a figura 03, constitui a atividade principal dos

ADS, seguida da agricultura de sequeiro para subsistência. Esta opção deve-se à carência de

água no território e ao tamanho das propriedades que em média não ultrapassa a 30 hectares, ao

fato de somente 10 deles possuírem a posse da terra e só recentemente terem eles adquirido uma

melhor formação para a convivência com o semi-árido.

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Obs.: Mais de uma resposta por entrevistado.

Com os conhecimentos adquiridos na formação para ADS sobre captação de água “in situ”,

silagem, fenação, curva de nível, construção de barragens e outros, conforme Figura 04, já se

observa mudanças no seu sistema produtivo e no dos seus familiares, com reflexos positivos na

produtividade e na renda.

Figura 03 - Atividades produtivas dos ADS

19%

16%

14%13%

12%

9%

9%

8% Agricultura de Sequeiro

Ovinocultura

Caprinocultura

Avicultura

Bovinocultura

Suinocultura

Prestação de Serviço

Outros

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Obs: mais de uma resposta por entrevistado.

O importante nesse processo é que os saberes práticos do mundo do trabalho e da cultura local se

articula com os conhecimentos socialmente produzidos, para transformar a realidade dos

agricultores do território. Como diz Arroyo (1982):

“temos que optar entre continuar tratando o homem do campo como um

carente crônico que precisa ser alimentado, curado, informado, integrado,

educado, ou passar a tratá-lo como um cidadão trabalhador, historicamente

excluído dos direitos básicos, que vem tomando consciência dessa

exclusão, e se organizando na reivindicação dos seus direitos”.

Embora a grande maioria (91,6%) possua renda inferior a um salário mínimo, há uma expectativa

de ampliação da mesma através do acesso ao crédito fornecido pelo Pronaf e da utilização das

metodologias e das tecnologias de trabalho aprendidas na formação.

Pela análise dos seus discursos, conforme figura 05 a partir da formação, a sua concepção sobre

o semi-árido mudou completamente, bem como a forma de trabalhar a terra. Hoje eles sabem que

esse ecossistema é rico e oferece oportunidades dignas de sobrevivência, bastando apenas

conhecê-lo e respeitar as suas limitações.

Figura 04 - Conhecimentos adquiridos pelos ADS no curso de

formação

9

4

4

4

6

6

6

7

7

9

10

13

13

0 2 4 6 8 10 12 14

Outros

Agroecologia e adubação orgânica

Barreiro de Salvação

Ração animal

Planejamento e produção em área de sequeiro

Fenação

Amoniação

Manejo de solo

Manejo de rebanho

Sal proteinado

Barragem subterrânea

Silagem

Curvas de nível

QUANTIDADE

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6

8

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14

16

18

Qu

anti

dad

eFigura 05 - O que mudou na concepção dos ADS sobre o semi-árido

O semi-árido é rico eprecisamos aprender aconviver com ele

Que a caatinga ofereceoportunidades desobrevivência

Que a caatinga é frágil eprecisa de cuidadosespeciais

Mesmo com a tecnologia oslucros na caatinga sãolimitados

A forma de trabalhar a terra

Obs.:Mais de uma resposta por entrevistado.

A despeito do baixo rendimento dos ADS, todos alegam ter melhorado a sua qualidade de vida

após o curso, pela compreensão que passaram a ter sobre alimentação, habitação, organização

no trabalho, relações interpessoais e, sobretudo, sobre o ser sujeito político de direitos,

responsável pela sua história e pelo seu destino.

Diferentemente dos ADS, a grande maioria dos agricultores (67,5%) está na faixa etária de 30 a

50 anos, 85,0% são do sexo masculino, como mostram as figuras 06 e 07, e possuem baixa

escolaridade, podendo encontrar no segmento 15,0% de letrados, embora com informações

valiosas sobre o território, as culturas tradicionais, contribuindo de forma significativa com os

técnicos e especialistas das instituições que ali atuam com saberes práticos, que orientam as

estratégias de trabalho tornando-as mais eficazes.

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5

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8

2

4

1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Qua

ntid

ade

Figura 06 - Faixa etária dos agricultores

20 – 25

26 – 30

31 – 35

36 – 40

41 – 45

46 – 50

51 – 55

56 – 60

61 – 65

34

6

0

5

10

15

20

25

30

35

Qua

ntid

ade

Figura 07 - Sexo

MASCULINO

FEMININO

Na tradição sertaneja, a agricultura se constitui em geral atividade masculina, cabendo às

mulheres o trato dos pequenos animais e a comercialização dos produtos nas feiras livres, além

dos cuidados com os filhos, a família e a casa. Mesmo quando ela se torna assalariada, os seus

papéis tradicionais são conservados a eles se somam as novas funções requeridas pelo

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assalariamento, com reorganização do tempo e do espaço e adaptação do corpo aos

instrumentos de trabalho.

Esse fato traz a tona, segundo Oliveira (1998:43) a crueldade da invisibilidade do trabalho

feminino realizado na esfera doméstica, que por não resultar em valor de troca não remunerado e,

por não ser remunerado, deixa de ser importante no contexto da própria família, colocando

injustamente a mulher numa posição de inferioridade diante do principal grupo a que pertence.

Desse modo, o que está em questão é a própria representação do modo social e, sobretudo, a

hierarquia e o poder no mundo do trabalho. Trata-se, portanto, de desigualdades, em cujas raízes

estão as diferenças na construção de práticas masculinas e femininas, geradas na esfera da

produção e da reprodução a cerca dos trabalhos que se caracterizam como sendo de homem e de

mulher.

Quase todos, 92,5% são vinculados a associações de produtores rurais, instituições quase

sempre frágeis que não interferem de forma a diferenciá-los dos que não estão a elas associados.

Na zona rural, as associações e cooperativas deveriam ser fortes o suficiente para ampliar o

poder de negociação dos agricultores, o que não ocorre, dado o desconhecimento para eles do

que pode representar para a sua vida as instituições.

Os capitais social e humano precisam ali ser fortalecidos para que a sua permanência no campo

adquira dignidade. Para Zapata (2000), a ampliação do acesso a informação e ao conhecimento

através de processos contínuos de capacitação, promove mudanças de comportamento,

transformando as pessoas em agentes produtivos, atores sociais e sujeito da sua existência.

Também a dimensão social passa a ser parte do desenvolvimento a partir das idéias de Putmam

(1996), para quem, quanto maior a capacidade das pessoas se associarem em torno de valores e

interesses comuns, melhores serão as condições de qualidade de vida.

Nessa perspectiva, a atuação dos ADS junto aos agricultores, embora ainda muito sutil, pode vir a

ser uma importante ferramenta para alavancar as transformações que assegurarão a sua

sustentabilidade no campo. Analisando a figura 08 verifica-se que as representações sociais dos

agricultores sobre o associativismo estão sempre relacionadas com o poder político e a

possibilidade de ser beneficiarem de financiamentos governamentais. O empoderamento coletivo

do segmento e as mudanças dos seus sistemas produtivos, não são por eles mencionados como

força dessa prática.

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Figura 08 - Percepção dos agricultores sobre a importância do associativismo para o desenvolvimento do teritório

14%

16%

11%

57%

2%

Articulação com a política eo poder local

Possibilidade de ampliaçãode conhecimentos

Mecanismo de organização edesenvolvimentocomunitário

Facilidade na aquisição debenefícios oriundos dogoverno

Nenhum impacto na vida doagricultor

Obs: Mais de uma resposta por entrevistado

A ovinocaprinocultura e a avicultura, seguidas da bovinocultura e suinocultura são as atividades

produtivas que dão sustentação econômica aos agricultores no território. A agricultura de sequeiro

é uma prática para a subsistência familiar, como mostra a figura 09.

Obs: Mais de uma resposta por entrevistado.

Figura 09 - Atividades produtivas dos agricultores

29

33

31

33

35

24

10

12

6

0 10 20 30 40

Caprinocultura

Ovinocultura

Suinocultura

Bovinocultura

Avicultura

Agricultura de Sequeiro

Produção de alimentos

Prestação de serviços

Outros

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Retomando a discussão sobre as práticas coletivizadas, constata-se no território, uma cultura de

produção de doce de leite e queijo de coalho que apresenta-se como alternativa economicamente

viável para as famílias, caso estas tomassem a iniciativa de se agruparem em associação ou

cooperativa para a aquisição de equipamentos e uso de práticas coerentes com as exigências dos

órgãos públicos responsáveis pela higiene e saúde alimentar da população.

O Fórum de Desenvolvimento Territorial que ali se instalou como espaço permanente de

discussão das questões relevantes para as comunidades tem trazido à tona este assunto, sem

muito sucesso. A perda de autonomia individual no fazer cotidiano, parece intimidar as famílias,

cujos prejuízos são enormes quando autuadas pela fiscalização.

Trata-se, portanto, de não percepção por eles de um outro conceito de desenvolvimento, que

segundo Sen (2000), é um processo que fortaleceu a liberdade daqueles envolvidos na busca dos

seus objetivos individuais. Na mesma linha de raciocínio Franco (2000) defini o desenvolvimento o

local “como fenômeno pelo qual tornam-se dinâmicas as potencialidades locais por meio de

interação de fatores humanos, sociais, econômicos, físicos e ambientais”. Para tanto as

comunidades devem utilizar as suas competências e se especializar nos campos em que têm

vantagem competitiva em relação a outras regiões. E isto é o que está faltando no território.

Embora sejam pequenas as propriedades, conforme aponta a figura 10, 82,5% possuem a posse

de terra, o que representa algo de muita relevância para eles. A gravidade do assunto é que esta

terra cada vez mais tem que sustentar maior número de filhos, que não conseguem renda através

de assalariamento, tão pouco, conseguem adquirir a posse de uma nova terra. A figura 11 mostra

que 50% dos agricultores possuem de 03 a 05 filhos e a renda com a propriedade quase não

ultrapassa a 01 salário mínimo. As aposentadorias rurais e os benefícios sociais concedidos pelo

Governo Federal, representam um diferencial na qualidade de vida das famílias, em cujas falas

deixam claro que fazem três refeições diárias, compram remédios, vestuários e objetos

domésticos e lhes propiciam prazer como rádio, televisão, móveis, bicicletas e até motos.

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Figura 10 - Agricultores que possuem o título da terra

82,5%

17,5%

POSSUEM

NÃO POSSUEM

2

12

20

6

0

5

10

15

20

Qu

anti

dad

e

Figura 11 - Número de filhos

NENHUM

01 À 02

03 À 05

MAIS DE 05

O rádio e a televisão são os grandes veiculadores de informações (30,6% e 17,1%,

respectivamente), influenciando diretamente nas opiniões que passam a ter sobre todos os

assuntos.

Sobre os ADS’s, 87,5% são por eles atendidos e a percepção que tem sobre seu trabalho é muito

positiva, conforme a Figura 20. Com eles, aprenderam tecnologias de convivência com o semi-

árido, especialmente silagem (32,1%) e sal proteinado (12,0%), cujos usos impactaram

positivamente o seu sistema de produção com bom reflexo no aumento da renda (30,1%), além do

aprendizado para melhor aproveitamento dos recursos humanos e naturais da propriedade e do

tempo na realização das tarefas.

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Na sua visão, com um pouco mais de apoio financeiro poderão, com os conhecimentos adquiridos

sobre a convivência o semi-árido aprimorar a propriedade e melhorar a qualidade de vida.

4-CONCLUSÕES

A análise do discurso dos entrevistados concluiu por parte dos ADS que o curso cujo objetivo foi

prepará-los para atuar junto aos agricultores, impactou positivamente na sua formação,

contribuindo para transformações na sua alimentação, na engenharia habitacional e na sua

organização para o trabalho. A ausência de política pública de remuneração pelos seus serviços,

apresentou-se como a maior dificuldade para uma ação mais efetiva de atendimento aos

agricultores, tendo em vista os gastos com transporte para as visitas e os prejuízos com a sua

ausência na própria roça. No que se refere aos agricultores, 55,5% deles consideram a assistência

técnica fornecida pelos ADS muito boa, especialmente quando comparada a outras

disponibilizadas por outras instituições. Com eles os agricultores aprenderam a fazer silagem

(32,1%), fenação (10,7%), sal proteinado (12%), além de manejo de rebanho, curva de nível,

manejo de solo e elaboração de projetos, o que proporcionou a 38,1% aproveitar melhor os

recursos da propriedade, a 30,1% aumentar a renda e a 14,3% administrar melhor o seu tempo na

propriedade. Tais dados confirmam a hipótese inicialmente levantada de que os Agentes de

Desenvolvimento Sustentável contribuem para a promoção do desenvolvimento das comunidades,

consolidando o território como espaço de coletividade e de união de forças em prol da gestão

participativa, criando as condições locais para a promoção das transformações sociais e

econômicas sem violar as vocações naturais de cada espaço.

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Figura 12 - ADS em capacitação pela EMBRAPA Semi-Árido

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