rotina do laboratÓrio de patologia da … · faculdade de odontologia do cÂmpus de araÇatuba –...

7
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DO CÂMPUS DE ARAÇATUBA – UNESP DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL ROTINA DO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA DA FOA / UNESP MACROSCOPIA E INCLUSÃO EM PARAFINA MICROTOMIA E COLORAÇÃO MICROSCOPIA (HISTOPATOLOGIA) CITOLOGIA ESFOLIATIVA

Upload: vantram

Post on 20-Sep-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DO CÂMPUS DE ARAÇATUBA – UNESP DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL

ROTINA DO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA

DA FOA / UNESP

MACROSCOPIA E INCLUSÃO EM PARAFINA

MICROTOMIA E COLORAÇÃO

MICROSCOPIA (HISTOPATOLOGIA)

CITOLOGIA ESFOLIATIVA

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DO CÂMPUS DE ARAÇATUBA – UNESP DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL

01- ROTINA DO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA DA FOA / UNESP:

MACROSCOPIA E INCLUSÃO EM PARAFINA

MACROSCOPIA: Consiste na análise visual de peças cirúrgicas advindas de biópsias.

Procedimento: A peça é retirada com cuidado do recipiente e verificado se foi bem fixada com solução

apropriada, geralmente o FORMOL a 10% tamponado com fosfato de sódio. Caso não esteja bem

fixada, é imersa em formol novamente para fixação complementar. A peça é então mensurada em 3

dimensões: comprimento, altura e largura, e descrita nas suas características de coloração, consistência,

formato e superfície. A seguir é seccionada para orientar a futura face de

corte durante o processo de inclusão (imersão) em parafina. Anota-se no

formulário a quantidade de fragmentos enviados para inclusão.

Antes da inclusão em parafina, porém, os fragmentos são acondicionados

em cassetes específicos para remoção do formol através de lavagem

durante 12 a 24 horas. Em seguida são desidratados por soluções

alcoólicas, diafanizados pelo xileno (ficam transparentes), e parafinizados

no aparelho denominado “histotécnico”.

NOTA: O tempo de fixação das biópsias bucais, que

geralmente são pequenas, costuma ser de 48 horas,

num volume ideal do formol equivalente a, no mínimo,

20 vezes o volume da peça.

INCLUSÃO EM PARAFINA: Consiste na confecção de blocos de parafina contendo as peças

advindas de biópsias, para posterior realização de corte histológico.

Procedimento: Os cassetes contendo os fragmentos da biópsia são mantidos em parafina líquida. As

etapas da inclusão são as seguintes:

1. No aparelho denominado “central de inclusão” existem fôrmas de

alumínio imersas em parafina. Escolha aquela que melhor acomode os

fragmentos a serem incluídos;

2. Acione o dispensador de parafina a fim de encher a fôrma

completamente;

3. Abra o cassete e verifique a face de corte dos fragmentos, que foi

definida durante a macroscopia;

4. Posicione os fragmentos dentro da fôrma, com a superfície de

corte voltada para baixo;

5. Arraste a fôrma cuidadosamente para a superfície fria da central

de inclusão para que ocorra uma parcial solidificação da parafina;

6. Posicione o cassete histológico em cima da fôrma e complete o

volume de parafina até transbordar;

7. Deixe o conjunto sobre a placa de resfriamento até que toda a

parafina esteja solidificada e o bloco solte facilmente da fôrma;

8. Encaminhe o material para a microtomia.

bloco de parafina

fôrma de alumínio

central de inclusão

histotécnico

mesa de macroscopia

cassetes histológicos

fôrmas de alumínio fôrmas de alumínio

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DO CÂMPUS DE ARAÇATUBA – UNESP DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL

02- ROTINA DO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA DA FOA / UNESP:

MICROTOMIA E COLORAÇÃO

MICROTOMIA: Consiste na realização de cortes histológicos do material de biópsia incluído em

parafina.

Procedimento: O bloco de parafina contendo o material biológico é previamente resfriado em caixa de

isopor com gelo, e depois posicionado no micrótomo. Ajusta-se no aparelho os micrômetros para a

espessura do corte histológico. Rotineiramente é regulado entre 3 a 5 μm.

Então é inserida a navalha descartável no micrótomo e desbastado o

bloco até o aparecimento de toda a superfície da peça. A seguir é

posicionado um cubo de gelo em contato com o bloco por 1 minuto para

então obter cortes seriados finos formando uma fita. A fita é

cuidadosamente colocada em banho-maria a 40-45 º C para distender os

cortes e separá-los com a ajuda de uma pinça. Os cortes são “pescados”

em lâminas de vidro e colocados em suporte de madeira para

permanecerem na estufa a 45ºC. Isto promoverá uma completa aderência

dos cortes à superfície das lâminas.

COLORAÇÃO POR HEMATOXILINA E EOSINA (HE): Consiste na coloração de rotina dos

cortes histológicos de biópsias.

Procedimento: Esta etapa pode ser realizada manualmente OU com aparelhos automatizados de

coloração (corador automático). As lâminas são posicionadas em um berço histológico e mergulhadas de

forma sequencial nas substâncias xileno e álcool com diferentes diluições para hidratação. A seguir são

banhadas nos corantes hematoxilina (cor azul) e eosina

(cor vermelha-laranja). Voltam então para as soluções de

álcool e xileno para desidratação, e finalmente são

“montadas” utilizando-se resina Permount e lamínula de

vidro, que consiste na aposição da lamínula sobre o corte

histológico. As lâminas são enviadas ao patologista para

fazer o exame microscópico (histopatologia) da

biópsia/necrópsia.

COLORAÇÃO PAPANICOLAOU: Consiste na coloração de rotina das citologias esfoliativas.

Procedimento: as lâminas recebidas da clínica (fixadas em álcool absoluto) são dispostas no berço de

coloração, e mergulhadas de forma sequencial nas seguintes substâncias: xileno, álcool, hematoxilina,

orange-G, EA-36, álcool e xileno. Finalmente são “montadas” utilizando-se resina Permount e lamínula

de vidro, que consiste na aposição da lamínula sobre as células coradas. As lâminas são enviadas ao

patologista para fazer o exame miscroscópico (citopatologia) das células esfoliadas.

berço histológico

banho-maria

micrótomo

corador automático

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DO CÂMPUS DE ARAÇATUBA – UNESP DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL

03- ROTINA DO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA DA FOA / UNESP:

MICROSCOPIA

MICROSCOPIA (ou histopatologia): Consiste no exame de uma amostra do material, disposta em

cortes histológicos corados por hematoxilina e eosina (HE), utilizando microscópio de luz.

Procedimento: Esta análise baseia-se nos aspectos morfológicos do tecido e das células. É um exame

complementar que visa auxiliar o clínico no diagnóstico da

alteração observada clinicamente. Primeiramente, analisa-se a

qualidade do material presente na lâmina e, posteriormente, os

tecidos e as alterações que podem estar presentes e que

caracterizam uma lesão ou condição patológica. Na avaliação

da qualidade, deve-se verificar se os cortes representam todo o

material recebido (verificar quantidade e tamanho dos

fragmentos anotados no exame macroscópico), se estão

íntegros, sem rasgos e sem dobras, se têm espessura adequada

para visualização das estruturas sem sobreposições, se estão no

plano de corte correto, e se a coloração está adequada, ou seja,

se está uniforme, sem manchas e na tonalidade adequada, evidenciando as morfologias e diferenciando

as estruturas acidófilas e basófilas. Após esta etapa, passamos à análise dos tecidos, verificando se são

condizentes com a região biopsiada, e se estão na quantidade e organização esperadas. Alterações das

estruturas teciduais e/ou celulares, presença de micro-organismos ou substâncias endógenas ou

exógenas, presença de tecido, mesmo que normais, em localização, quantidade ou arranjo fora do usual

são consideradas para que, juntamente com os dados clínicos e imaginológicos, possamos chegar a um

diagnóstico definitivo. Vale ressaltar que nem sempre pode se chegar a um diagnóstico definitivo. Isso

pode ser devido à falta de informações clínicas e/ou imaginológicas, à não representatividade da lesão

no material biopsiado, ou, ainda, quando as características histopatológicas não são patognomônicas da

lesão.

Aprofundamento dos cortes: Em algumas situações, é necessário fazer aprofundamento dos cortes, ou

seja, desgastar o bloco de parafina no micrótomo a fim de se confeccionar uma lâmina com um corte

mais da profundidade do tecido. São elas: quando o corte histológico inicial não apresenta as alterações

esperadas segundo as características clínicas relatadas; quando se observa uma alteração que se deseja

avaliar se é apenas pontual no tecido ou se se repete ao longo do fragmento; para uma interpretação

tridimensional de uma alteração observada na lâmina bidimensionalmente.

Necessidade de histoquímica: Histoquímica é a técnica de coloração do corte histológico na qual se

utilizam substâncias que têm ou não afinidade por determinadas estruturas teciduais / celulares, de

acordo com suas características químicas. Sabendo como as estruturas se coram com determinadas

substâncias, lançamos mão desta técnica quando necessitamos distinguir células ou estruturas de

morfologias semelhantes, mas que se diferem na forma como se coram.

Necessidade de imuno-histoquímica: A técnica imuno-histoquímica utiliza-se de anticorpos, que se

ligam a estruturas celulares / teciduais específicas, e de um sistema de amplificação e coloração deste

complexo antígeno-anticorpo. É utilizada para se detectar estruturas ou moléculas invisíveis à

microscopia óptica ou para identificar células / estruturas com alterações morfológicas ou semelhanças

entre si, que impossibilitam uma identificação apenas morfológica pela coloração de HE.

Laudo histopatológico: É composto pela identificação do laboratório, do paciente, do clínico

solicitante, das hipóteses diagnósticas clínicas, pela descrição das estruturas e alterações microscópicas,

e pelo diagnóstico histopatológico, quando possível. Quando não é possível, faz-se uma descrição dos

aspectos mais relevantes, podendo-se acrescentar uma nota com alguma sugestão de conduta para o

clínico.

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DO CÂMPUS DE ARAÇATUBA – UNESP DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL

04- ROTINA DO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA DA FOA / UNESP:

CITOLOGIA ESFOLIATIVA

CITOLOGIA ESFOLIATIVA: Consiste na observação de células descamadas advindas de epitélios de

revestimento, com o objetivo de averiguar a presença de células atípicas (questionar a malignidade da

lesão).

Procedimento: Antes de fazer a raspagem deve-se limpar a superfície da lesão caso contenha necrose,

sangue, restos de alimento, etc. A lâmina de vidro deve estar perfeitamente limpa, sem poeira, gordura

ou marcas digitais.

1. Coletar material com escova para coleta (“cytobrush”) ou espátula usando a borda lateral da mesma

(raspar firme, sem causar dor). Atentar à técnica de espalhar o material coletado na superfície da lâmina:

2. Conservar a lâmina em frasco com álcool absoluto (álcool 100) ou spray fixador de célula;

3. Identificar corretamente o frasco da citologia, que pode ser adquirido em farmácia ou loja

especializada (frasco para “exame Papanicolaou” ou “citologia cervical”);

4. Preencher o Formulário para Envio de Material (Requisição de Exame) por completo. Todos os

campos são obrigatórios, exceto na seções “Uso do Laboratório”, que deverão ficar em branco. O

paciente deve assinar o Termo de Consentimento no verso do Formulário.

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DO CÂMPUS DE ARAÇATUBA – UNESP DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DO CÂMPUS DE ARAÇATUBA – UNESP DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL