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ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

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Page 1: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS

Rafael Fighera

Laboratório de Patologia Veterinária

Universidade Federal de Santa Maria

Page 2: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ancilostomose canina

Etiologia principal:Etiologia principal: A. caninum* A. caninum*

Outras etiologias:Outras etiologias: A. ceylanicumA. ceylanicum e e U. stenocephala

Dimensões: 1-2 cm de comprimento

Hospedeiros definitivo: Hospedeiros definitivo: cães e outros canídeos selvagenscães e outros canídeos selvagens

Hospedeiros intermediário: Hospedeiros intermediário: não hánão há

Hospedeiros paratênico: Hospedeiros paratênico: não hánão há

Hospedeiros acidental: Hospedeiros acidental: humanoshumanos

Papel zoonótico direto do cãoPapel zoonótico direto do cão: alto: alto

*Ocasionais casos de infecção por A. brazilienseA. braziliense..

Page 3: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ancilostomose felina

Etiologia principal:Etiologia principal: A. tubaeforme →A. tubaeforme →

Outras etiologias:Outras etiologias: A. braziliense, A. caninum, A. ceylanicumA. braziliense, A. caninum, A. ceylanicum e e U. stenocephala

Dimensões: 1-2 cm de comprimento

Hospedeiros definitivo: Hospedeiros definitivo: gatos e outros felídeos selvagensgatos e outros felídeos selvagens

Hospedeiros intermediário: Hospedeiros intermediário: não hánão há

Hospedeiros paratênico: Hospedeiros paratênico: não hánão há

Hospedeiros acidental: Hospedeiros acidental: humanoshumanos

Papel zoonótico direto do gatoPapel zoonótico direto do gato: alto: alto

Page 4: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Localização taxonômica de AncylostomaReino MetazoaReino Metazoa

Filo NematodaFilo Nematoda

Classe ChromadoreaClasse Chromadorea

Ordem RhabditidaOrdem Rhabditida

Subordem StrongylidaSubordem Strongylida

Superfamília AncylostomatoideaSuperfamília Ancylostomatoidea

Família AncylostomatidaeFamília Ancylostomatidae

Subfamília AncylostomatinaeSubfamília Ancylostomatinae

Gênero Gênero AncylostomaAncylostoma

Page 5: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ciclo de vida básico dos ancilostomatídeos

Transmissão horizontal

eliminação de ovos nas fezes

evolução até L3

infecção passiva (IP) infecção ativa (IA)

penetração no intestino delgado ciclo de Looss → → músculos evolução até a forma adulta e espoliação do HD*

reprodução sexuada

eliminação de ovos nas fezes

PV= 2-8 dias (média de 5 dias) a 23º-30º C

L3

PPP: 14-26 dias pós-IP PPP: 14-26 dias pós-IP

*A expoliação inicia no 8*A expoliação inicia no 8oo dia PI. dia PI.

PPP: 30 dias pós-IA. PPP: 30 dias pós-IA. muscular do

intestino delgado

↓↓↓↓↓

←L4 nos alvéolos

L3

Page 6: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ciclo de vida básico dos ancilostomatídeos

migração até os músculos (esquelético e liso) hipobiose reativação da larva hipobiótica

L3

intestino delgado idem anteriorPPP: 30 dias pós-reativaçãoPPP: 30 dias pós-reativação

Duas semanas pré-parto*

Estresse por doença grave

Uso de corticosteroide

*

Page 7: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ciclo de vida básico dos ancilostomatídeos

migração até os músculos (esquelético e liso) hipobiose reativação da larva hipobiótica liberação na circulação placenta e glândula mamária

transmissão vertical

(transplacentária e transmamária) evolução até a forma adulta após o nascimento

doença clínica após 10-12 dias do nascimento

L3

até três semanas pós-parto e por três ninhadas

PPP: 16 dias pós-transmissão vertical PPP: 16 dias pós-transmissão vertical

intestino delgado idem anteriorPPP: 30 dias pós-reativaçãoPPP: 30 dias pós-reativação

Duas semanas pré-parto

Page 8: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ciclo de vida básico dos ancilostomatídeos

migração até os músculos (esquelético e liso) hipobiose reativação da larva hipobiótica liberação na circulação placenta* e glândula mamária**

transmissão vertical

(transplacentária* e transmamária**) evolução até a forma adulta após o nascimento

doença clínica após 10-12 dias do nascimento

L3

PPP: 16 dias pós-transmissão vertical PPP: 16 dias pós-transmissão vertical

intestino delgado idem anteriorPPP: 30 dias pós-reativaçãoPPP: 30 dias pós-reativação

*Ocorrência pouco provável para A. caninum.

**Não há evidências para A. tubaeforme, A. braziliense e U. stenocephala.

Duas semanas pré-parto

até três semanas pós-parto e por três ninhadas

Page 9: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Sinais clínicos

apatia

anorexia

diarreia (melena)

desidratação

dor abdominal

palidez das mucosas

edema subcutâneo

ascite

anasarca

Page 10: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ancilostomose agudaHemograma

Leucócitos totais (/mm3) 12.300(6.000-17.000)Neutrófilos seg. (60%-77%) 74%(3.000-11.500) 9.102Bastonetes (0%-3%) 1%(0-300) 123Linfócitos (12%-30%) 18%(1.000-4.800) 2.214Monócitos (3%-10%) 3%(150-1.350) 369Eosinófilos (2%-10%) 4%(100-1.250) 492Basófilos (raros) -(raros) -

Eritrócitos (x106/mm3)(5,50-8,50) 3,5Hemoglobina (g/dl)(12,0-18,0) 8,9Hematócrito (%)(37-55) 30VCM (fl)(60,0-77,0) 85,7CHCM (%)(32,0-36,0) 29,7

Policromasia: ++Anisocitose: ++Corpúsculos de Howell-Jolly: +Metarrubrícitos: 2/100 leucócitosCodócitos e torócitos: +

Page 11: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ancilostomose aguda

Painel bioquímico

PPT: 5,0 g/dl (6 - 8)Albumina: 2,2 g/dl (2,5 - 4,5)Globulina: 2,8 g/dl (2 - 3,5)

Ferro: 45 g/dl (30 - 180)CLF: 380 g/dl (165 - 418)

Page 12: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ancilostomose crônicaHemograma

Eritrócitos (x106/mm3)(5,50-8,50) 4,0Hemoglobina (g/dl)(12,0-18,0) 7,5Hematócrito (%)(37-55) 25VCM (fl)(60,0-77,0) 62,5CHCM (%)(32,0-36,0) 30,0

Codócitos e torócitos: +++

Leucócitos totais (/mm3) 15.000(6.000-17.000)Neutrófilos seg. (60%-77%) 76%(3.000-11.500) 11.400Bastonetes (0%-3%) 1%(0-300) 150Linfócitos (12%-30%) 20%(1.000-4.800) 3.000Monócitos (3%-10%) 1%(150-1.350) 150Eosinófilos (2%-10%) 2%(100-1.250) 300Basófilos (raros) -(raros) -

Page 13: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ancilostomose crônicaHemograma

Eritrócitos (x106/mm3)(5,50-8,50) 2,1Hemoglobina (g/dl)(12,0-18,0) 3,5Hematócrito (%)(37-55) 12VCM (fl)(60,0-77,0) 57,1CHCM (%)(32,0-36,0) 29,2

Codócitos e torócitos: +++Micrócitos: ++

Leucócitos totais (/mm3) 10.100(6.000-17.000)Neutrófilos seg. (60%-77%) 55%(3.000-11.500) 5.555Bastonetes (0%-3%) 1%(0-300) 101Linfócitos (12%-30%) 13%(1.000-4.800) 1.313Monócitos (3%-10%) 3%(150-1.350) 303Eosinófilos (2%-10%) 28%(100-1.250) 2.828Basófilos (raros) -(raros) -

Page 14: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ancilostomose crônica

Painel bioquímico

PPT: 4,0 g/dl (6 - 8)Albumina: 1,0 g/dl (2,5 - 4,5)Globulina: 3,0 g/dl (2 - 3,5)

Ferro: 12 g/dl (30 - 180)CLF: 712 g/dl (165 - 418) ALT: 180 UI/l (10 - 120)

Page 15: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ancilostomose crônica

Análise de líquido abdominal

Líquido incolor e límpido

Densidade: <1025

pH: alcalino

Proteína: <2,5 g/dl

Celularidade: <1.500 células/mm3

Predomínio de macrófagos

Ocasionais linfócitos e células mesoteliais

Raros neutrófilos

Page 16: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Ancilostomose

Diagnóstico definitivo

Exame parasitológico de fezesMétodo diretoFlutuação

Identificação do parasito na necropsia

Page 17: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Importância em saúde pública

Alta:Alta: A. caninum A. caninum (larva (larva migransmigrans cutânea) cutânea)

A. braziliense A. braziliense (larva (larva migransmigrans cutânea) cutânea)

BaixaBaixa:: A. tubaeforme A. tubaeforme (larva (larva migransmigrans cutânea) cutânea)

A. ceylanicum A. ceylanicum (larva (larva migransmigrans cutânea) cutânea)

U. stenocephala (larva (larva migransmigrans cutânea) cutânea)

Page 18: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Importância em saúde pública

Prevalência da infecção por ancilostomídeos em cãesPrevalência da infecção por ancilostomídeos em cães

Rio Grande-RS: 62%Rio Grande-RS: 62%

Lavras-MG: 58%Lavras-MG: 58%

Ribeirão Preto-SP: 42%Ribeirão Preto-SP: 42%

Rio de Janeiro-RJ: 35%Rio de Janeiro-RJ: 35%

Goiânia-GO: 13%Goiânia-GO: 13%

Page 19: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Lembrete!Outras causas de larva migrans cutânea em humanos

Bunostomum phlebotomum Bunostomum phlebotomum (bovinos)(bovinos)

Gnathostoma Gnathostoma spinigerum (cães e gatos)

Strongyloides stercoralis Strongyloides stercoralis (cepas adaptadas a cães e gatos)(cepas adaptadas a cães e gatos)

S. myopotami S. myopotami e e S. procyones S. procyones (castor e racum)(castor e racum)

Larvas de Larvas de GasterophilusGasterophilus spp. (equinos e asininos)* spp. (equinos e asininos)*

Larvas de Larvas de HypodermaHypoderma spp. (bovinos)* spp. (bovinos)*

*Miíase migratória cutânea.

Page 20: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Prevenção

Manter canis com pisos de fácil limpezaManter canis com pisos de fácil limpeza

Realizar limpeza diária dos canis (retirada das fezes)Realizar limpeza diária dos canis (retirada das fezes)

Realizar desinfecção semanal dos canis*Realizar desinfecção semanal dos canis*

Utilizar apenas água potável para bebidaUtilizar apenas água potável para bebida

Realizar banhos após passeio em locais lamacentosRealizar banhos após passeio em locais lamacentos

Realizar tratamento do ambiente em locais externos**Realizar tratamento do ambiente em locais externos**

Everminação periódica →Everminação periódica →

*Hipoclorito de sódio (1%).**Borato de sódio (0,5kg/m2).

Page 21: ANCILOSTOMOSE EM CÃES E GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

Everminação

Inicial (filhotes)Inicial (filhotes)15 dias, 30 dias e 2, 3, 4, 5 e 6 meses15 dias, 30 dias e 2, 3, 4, 5 e 6 meses

Periódica (adultos)Periódica (adultos)Semestral, trimestral ou anual (avaliar cada caso)Semestral, trimestral ou anual (avaliar cada caso)

Dose dupla Dose dupla Intervalo variável entre 10 e 30 dias*Intervalo variável entre 10 e 30 dias*

PrenhezPrenhezQualquer momento da gestação Qualquer momento da gestação

Dose duplaDose duplaIntervalo variável entre 10 e 30 dias*Intervalo variável entre 10 e 30 dias*

Repetição 10 dias pós-partoRepetição 10 dias pós-parto

*Em média 15 dias.