revista tn petróleo

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opinião PETRÓLEO I GÁS I BIOCOMBUSTÍVEIS Ano XIV • jan/fev 2013 • Nº 87 • www.tnpetroleo.com.br Combustíveis: 118 bilhões de litros em 2012 Desafios offshore vão além do pré-sal Estaleiro STX Promar é inaugurado em Suape Engenharia estratégica da confiabilidade & gestão de ativos produtivos, de Jorge L. Videira, da Reliasoft Brasil Ltda. Retrospectiva Conteúdo local e projetos de capital em E&P, por Marco Amaral Geração de eletricidade pelas ondas do mar, por Segen F. Estefen, Paula B. Garcia-Rosa, Eliab Ricarte, Paulo R. da Costa, Marcelo M. Pinheiro e Marcelo I. Lourenço A evolução do mercado livre de gás natural, por Rosane Menezes Lohbauer e Rodrigo Machado Moreira Santos Projetos de P&D ligados à remediação de áreas impactadas por petróleo , por Olívia Maria Cordeiro de Oliveira e Antônio Fernando de Souza Queiroz Aspectos aduaneiros do planejamento logístico por Paulo Cesar Rocha O GÁS DA TERRA Parcerias e investimentos movidos a gás Independentes tentam superar desafios A polêmica em torno do gás de xisto ESPECIAL: ONSHORE Entrevista exclusiva Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq Suporte local com padrão mundial 2012, o ano que não terminou

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Revista Brasileira de Tecnologia e Negócios de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis

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Page 1: Revista TN Petróleo

o p i n i ã o PETRÓLEO I GÁS I BIOCOMBUSTÍVEIS

Ano XIV • jan/fev 2013 • Nº 87 • www.tnpetroleo.com.br

Combustíveis: 118 bilhões de litros em 2012

Desafios offshore vão além do pré-sal

Estaleiro STX Promar é inaugurado em Suape

Engenharia estratégica da confiabilidade & gestão de ativos produtivos, de Jorge L. Videira, da Reliasoft Brasil Ltda.

RetrospectivaConteúdo local e projetos de capital em E&P, por Marco Amaral

Geração de eletricidade pelas ondas do mar, por Segen F. Estefen, Paula B. Garcia-Rosa, Eliab Ricarte, Paulo R. da Costa, Marcelo M. Pinheiro e Marcelo I. Lourenço

A evolução do mercado livre de gás natural, por Rosane Menezes Lohbauer e Rodrigo Machado Moreira Santos

Projetos de P&D ligados à remediação de áreas impactadas por petróleo , por Olívia Maria Cordeiro de Oliveira e Antônio Fernando de Souza Queiroz

Aspectos aduaneiros do planejamento logístico por Paulo Cesar Rocha

O GÁS DA TERRA

Parcerias e investimentos movidos a gásIndependentes tentam superar desafios

A polêmica em torno do gás de xisto

ESPECIAL: ONSHORE

Entrevista exclusiva

Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq

Suporte local com padrão mundial

2012, o ano que não terminou

Page 2: Revista TN Petróleo

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entrevista exclusiva

PRESENTE EM 22 ESTADOS BRASILEIROS e com filiais espalhadas por 59 mu-nicípios – incluindo as principais capitais –, a empresa, que tem investido cada vez mais em setores emergentes, como petróleo, gás e energia, vê na expansão de seu território de atuação um leque de oportunidades não apenas para a Sotreq, como também para todos os seus clientes e parceiros de atuação nacional. “Com o novo território nossa cobertura se expande para mais de 80% da costa brasileira, o que permitirá aos nossos clientes suporte equalizado em todas estas regiões”, afirma Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq.

TN Petróleo – O mercado brasileiro de óleo e gás ainda continua sendo uma prioridade? Por quê?Gustavo Sepúlveda – Nunca deixamos de dar prioridade ao mercado brasileiro de óleo e gás. Com 71 anos de atuação, a Sotreq atende clientes desse merca-do desde o início das atividades de exploração comercial de petróleo no país. A diferença é que nossos níveis de foco e investimento de recursos nessa área têm crescido muito nos últimos anos, alavancado sobretudo pelo volume crescente de negócios e demanda futura com que sempre trabalhamos para nos capacitar com antecipação. Há mais de 80 anos a Caterpillar fabrica motores que se tornaram referência mundial nos segmentos ligados à exploração e produção de óleo e gás, principalmente pela qualidade, robustez e confiabilidade exigidas e demonstradas nessas operações. Uma grande família de motores Caterpillar, comercializados e suportados pela Sotreq, equipam hoje no Brasil várias son-das de perfuração, plataformas de produção, sistemas de compressão de gás e outras aplicações em terra e no mar. A descoberta de grandes reservas de óleo no pré-sal e a enorme quantidade de equipamentos necessários à exploração, produção e apoio a essas operações, com exigência de conteúdo local crescente, vêm acelerando a demanda por mais motores, grupos geradores e seus sistemas auxiliares, o que tem nos levado a fazer mais investimentos.

Como foi o ano de 2012 para a companhia neste setor?Encerramos 2012 como um ano de resultados excepcionais. Isto

porque nós conseguimos superar não somente nossas metas numéricas, quando mantivemos o crescimento em faturamento da ordem de 40% sobre o ano anterior, mas também evoluímos a passos largos no que compete a nossos objetivos estratégicos. Nos mercados marítimo e de óleo e gás, nossos grandes projetos são de longa maturação, e nesse sentido 2012 foi excelente, pois encerramos o ano com ordens firmes que nos garantirão entregas até 2016.

Quais as principais soluções que a Sotreq têm fornecido para este mercado?

Com base na extensa linha de motores e grupos geradores Caterpillar e MaK, fornecemos equipamentos certificados e soluções customizadas para

A Sotreq consolidou sua posição no

mercado nacional com a expansão de seu

território de atuação, depois de assumir o

comando da Marcosa, empresa responsável pela comercialização

de máquinas, equipamentos e

serviços da Caterpillar no Nordeste.

por Maria Fernanda Romero

SUPORTE LOCALCOM PADRÃO MUNDIAL

Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq

ENCERRAMOS 2012

COMO UM ANO DE RE-

SULTADOS EXCEPCIO-

NAIS. ISTO PORQUE NÓS

CONSEGUIMOS SUPERAR

NÃO SOMENTE NOSSAS

METAS NUMÉRICAS,

QUANDO MANTIVEMOS O

CRESCIMENTO EM FATU-

RAMENTO DA ORDEM DE

40% SOBRE O ANO

ANTERIOR.

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offshore

Com produção crescente de petróleo e gás natural no Brasil, as petroleiras buscam tecnologias que aumentem o desempenho de seus programas exploratórios. Seja para recuperação de hidrocarbonetos ou mesmo para aumentar o ciclo de vida de instalações offshore, os investimentos focam o monitoramento de informações, novo design de equipamentos, construção de poços, caracterização de reservatórios, além de uma atenção especial às bacias maduras, que, no cenário global, representam a maior parte das bacias produtoras.

A exploração e produção offshore de petróleo e gás em águas profundas de-pendem cada vez mais de

tecnologias e soluções que garan-tam maior segurança e eficiência operacional e aumento da produti-vidade, seja no pós e pré-sal ou no Ártico. Razão pela qual a Petrobras anunciou, em julho de 2012, o Pro-grama de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos

(Proef), que visa recuperar a pro-dutividade da região que responde hoje por cerca de 80% da produção nacional e que demandará investi-mentos de mais de US$ 5,6 bilhões nos próximos anos.

Em um cenário mundial em que quase todas as bacias produtoras são maduras, aumentar o índice de recuperação de hidrocarbone-tos é um dos grandes desafios da indústria de óleo e gás. O tema se mostrou mais do que relevante na programação técnica da última Rio Oil & Gas, que trouxe o debate para distintos painéis. Na ocasião, Shell, Statoil e Petrobras – esta última representada por pesquisadores do Centro de Pesquisa Leopoldo Miguez de Melo (Cenpes) – apre-sentaram cases sobre revitalização de campos maduros offshore.

Apresentando projetos desen-volvidos no Mar do Norte, Trond Stokka Meling, vice-presidente Subsea e de Engenharia Marítima da Statoil, destacou o uso de dis-tintas tecnologias que possibilitou à empresa au-mentar de 30% para 50% o índi-ce de recupera-ção de petróleo em alguns cam-pos, nos últimos anos. “Apesar de alcançar esse número considerá-vel, nossa meta é chegar a 60%”, salientou, afirmando que isso de-mandará novos métodos, “como a sísmica 4D para monitoramento e melhor entendimento de reserva-tórios e maior eficácia na escolha dos locais para perfuração de no-vos poços”.

O ciclo de vida de instalações, como plataformas e equipamentos utilizados nelas, também está entre os desafios. “Além de renovar dese-nhos e produzir equipamentos mais leves, estamos atentos à questão da manutenção, que é fundamental

para ampliar a vida útil e reduzir os custos de produção.”

Recuperação alta em Bijupirá & Salema

Osman Tosun, gerente de De-senvolvimento dos campos Bijupirá & Salema, na Bacia de Campos, detalhou algumas tecnologias utili-zadas nessas concessões operadas pela Shell, a primeira companhia estrangeira a produzir petróleo no país. “Hoje produzimos 20 mil barris por dia em Bijupirá & Salema. Des-de o início de sua operação, considerando o projeto piloto, já foram extraídos 120 mi-lhões de barris”, assegura ele.

Mas os campos que, segundo Tosun, estão na metade de sua vida útil, já começaram a apresentar queda de produção, e os reserva-tórios se apresentaram mais com-plexos do que o imaginado. “Ha-via uma quebra de água nos poços além de outros problemas, como a mistura da água de formação e de injeção. Isso demandou observação e melhoria nos processos.”

Dentre as soluções adotadas pela petroleira para a perfuração de novos poços, está a sísmica 4D, que possibilita o monitoramento e reavaliação de informações. “Na fase de planejamento para 2013, junto com a Petrobras [que detém 20% da concessão], estamos ava-liando perfurar mais quatro poços”, explicou, visando atenuar a curva de declínio da produção.

Para o executivo, o conhecimen-to do reservatório é muito impor-tante. “Analisar o registro de poços abandonados, o comportamento do reservatório, a pressão. Tudo isso deve ser considerado na análise de um poço maduro”, afirma, afian-çando que a empresa já conseguiu

DESAFIOS OFFSHOREvão além do pré-sal

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por Karolyna Gomes

Unidades de produção offshore no BrasilCEARÁ: 9 fixas

POTIGUAR: 29 fixas

SERGIPE-ALAGOAS e CAMAMU e ALMADA: 26 fixas e 1 FPSO

ESPÍRITO SANTO: 2 fixas e 8 FPSOs (P-58 em 2014)

CAMPOS: 22 FPSOs (P-62 em 2014; P-63 em 2013), 2 FSOs, 1 FPU, 1 TLWP (P-61 em 2013), 17 semissub, 3 UMS/semissub, 14 fixas

SANTOS: 8 FPSOs (contato com a entrada de operação do Cidade de São Paulo, além de 8 replicantes e 4 para a Cessão Onerosa), 1 semissub, FSO e 2 fixas.

40 TN Petróleo 87 TN Petróleo 87 41 40 TN Petróleo 87

retrospectiva 2012

2012, O ANO QUE NÃO TERMINOU

Em um ano marcado pela posse de Maria das Graças Foster na presidência da Petrobras e queda das ações das maiores companhias petrolíferas brasileiras, muitos assuntos ficaram pendentes para 2013, como a decisão sobre a redistribuição dos royalties, que teve o veto da presidente Dilma e aguarda decisão final da Câmara dos Deputados. Também ficou para 2013 a décima primeira rodada de licitações, que depois de quatro anos será realizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em maio, deixando o mercado de petróleo e gás com a expectativa de que as coisas vão começar a andar no setor. por Rodrigo Miguez

DESCOBERTA DE ÓLEO LEVE E GÁS NO CAMPO DE GOLFINHO – No segundo dia do ano, a Pe-trobras descobriu óleo leve e gás após a perfuração do poço 4-GLF-31-ESS, informalmente denomina-do ‘Tambuatá’. Localizado a 74 km da costa, o poço está situado a 7 km do FPSO Cidade de Vitória, na porção leste do Campo de Golfi-nho, em a 1.520 m de profundida-de. O empreendimento faz parte do Projeto Varredura, direcionado ao programa de antecipação da produção em novas descobertas próximas a sistemas de produção já implantados, o Planóleo.

PETROBRAS VAI TER PRIMEI-RO TERMINAL OCEÂNICO – A Petrobras fechou contrato com a empresa Tanker Pacific Offshore Terminals (TPOT) para uma Uni-dade Offshore de Transferência e Exportação (Uote), orçada em US$ 500 milhões, com capacidade para armazenar dois milhões de barris de petróleo. A estrutura contará com um navio fixo, de grande porte, instalado a 80 km de Macaé, no Norte Fluminense, que poderá ser abastecida simul-taneamente por dois navios, e seu sistema de válvulas permitirá a reversão de fluxo do óleo entre os navios. O novo terminal será instalado em local com 70 m de

profundidade e seu sistema de boias permitirá que os navios fiquem atracados à embarcação fixa para receber o óleo.

ANGOLANA ANUNCIA DESCO-BERTA NO PRÉ-SAL DA BACIA DE CAMPOS - A Sonangol Star-fish descobriu indícios de petróleo no pré-sal da Bacia de Campos, no bloco C-M-622. A empresa informou à ANP que encontrou indícios de petróleo em dois re-servatórios com a perfuração de apenas um poço, o 6STAR24PRJS, nas profundidades de 4.700 m e 5.200 m, segundo informações da companhia. O poço foi denomina-do ‘Gaivota’.

Janeiro

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Responsáveis por algo em torno de 8,9% da produção nacional de petróleo e 23,7% do gás natural extraído

hoje, as bacias terrestres brasi-leiras acenam com um potencial inimaginável há pouco mais de 12 anos, quando começaram as licitações de blocos explorató-rios para empresas nacionais e estrangeiras, findo o monopólio do petróleo no Brasil.

Ainda que o pré-sal das bacias marítimas seja o grande atrativo para os investidores do mundo inteiro, o onshore brasi-leiro começa a ganhar desta-que com o início da produção de gás natural – ainda que em fase de testes – do campo de Gavião Real, na Bacia de Par-naíba, no Maranhão. Operado pela brasileira OGX, do grupo EBX, este campo já está apto a entrar em produção comercial menos de três anos depois do início das atividades da petro-leira nessa região, que hoje abriga blocos de majors como Petrobras e BP.

De acordo com a OGX, já foi concluída a etapa de co-missionamento da Unidade de Tratamento de Gás Natural (UTG) e a produção comercial se dará com a partida da Usina Termelétrica de Parnaíba (UTE Parnaíba), da MPX, empresa do mesmo grupo de Eike Batista. “O Complexo Parnaíba é um projeto inédito de produção de gás e geração de energia inte-grados”, frisa a companhia, que continua atenta a novas opor-tunidades de ampliação de seu portfólio, inclusive em novas fronteiras no Brasil. A previsão para este ano é dar continuida-de à campanha exploratória na Bacia do Parnaíba – pretendem perfurar mais dez poços.

Nos cálculos da OGX, a Bacia do Parnaíba tem reser-vatórios de 15 trilhões de pés cúbicos de gás, consagrando--se como uma nova fronteira exploratória tão importante por seu potencial de produção equivalente à metade do volu-me de gás que o Brasil importa hoje da Bolívia. Para a petrolei-ra, as bacias terrestres têm alto potencial de produção, além de formar um portfólio completo e diversificado.

A OGX obteve no ano passa-do a Licença de Operação para o início da produção e escoa-mento de gás natural nos dois campos. A produção do Cam-po de Gavião Real que estava programada para começar no quarto trimestre de 2012, ainda não teve início, já que a em-presa ainda aguarda a partida da UTE Parnaíba. O campo de Gavião Azul ainda está em fase de desenvolvimento.

A produção comercial de Gavião Real será destinada prio-ritariamente às termelétricas que serão construídas pela MPX em área próxima aos campos de gás. A companhia já possui Licença de Instalação para duas delas, com capacidade de geração de até 3.722 MW.

Segundo a empresa, a produ-ção bruta de gás poderá atingir até seis milhões de m3 de gás na-tural por dia em 2013, o que vai significar um aumento de 40%

na produção atual de gás natural em terra no Brasil.

Rodada terrestreA tão esperada 11ª rodada de

licitações da ANP, prevista para maio, reforça a expectativa de que o Brasil esteja entrando em uma nova onda onshore, com foco no gás natural e, obviamen-te, no petróleo. Isso porque boa parte dos blocos exploratórios que estarão sendo oferecidos deve se situar em bacias terres-tres, como sinalizou por diver-sas vezes a diretora geral da agência, Magda Chambriard, ao destacar o enorme potencial ‘ainda inexplorado’ de óleo e, principalmente, gás natural, nas bacias onshore brasileiras.

Já antecipando o cenário para os próximos anos, a diretora da ANP afirmou que irá dar priori-dade na oferta de blocos nas ba-cias terrestres na 12ª rodada de licitações, que deverá acontecer em 2014, devido principalmen-te ao grande potencial de gás natural nessas áreas. Segundo ela, se for descoberto um gran-de volume de reservas, o que é bem possível de acordo com os estudos da agência, os preços do gás natural no Brasil poderão ser reduzidos à metade.

O trabalho da agência nas bacias terrestres de nova fron-teira foi detalhado na Rio Oil & Gas 2012, no painel ‘Fron-teiras exploratórias terrestres no Brasil’, apresentado pela superintendente de Definição de Blocos da ANP, Eliane Peterso-hn. Segundo ela, levantamentos em áreas tão distintas quanto o Acre e o interior do Paraná, ou o interior da Bahia e a região amazônica do Mato Grosso já apresentam indicativos positivos da possibilidade de existência de óleo e gás.

especial onshore

O GÁS DA TERRA

por Rodrigo Miguez

287 mil bpd

PRODUÇÃO ONSHORE*

*novembro 2012, fonte: ANP

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Início da produção do campo de Gavião Real, na Bacia

do Parnaíba, acordo entre Petrobras e HRT-TNK para

desenvolver exploração e produção de gás natural na

Amazônia, atividades exploratórias na Bacia do São

Francisco e descobertas sinalizam uma novo momento do

onshore brasileiro. Sem falar nos levantamentos sísmicos e

estudos estratigráficos realizados pela Agência Nacional de

Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e atividades

exploratórias encomendadas por pequenas e grandes

petroleiras em bacias terrestres de Norte a Sul do país.

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Page 3: Revista TN Petróleo

CONSELHO EDITORIAL

Affonso Vianna Junior

Alexandre Castanhola Gurgel

André Gustavo Garcia Goulart

Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira

Bruno Musso

Colin Foster

David Zylbersztajn

Eduardo Mezzalira

Eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

Francisco Sedeño

Gary A. Logsdon

Geor Thomas Erhart

Gilberto Israel

Ivan Leão

Jean-Paul Terra Prates

João Carlos S. Pacheco

João Luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué Rocha

Luiz B. Rêgo

Luiz Eduardo Braga Xavier

Marcelo Costa

Márcio Giannini

Márcio Rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco Aurélio Latgé

Maria das Graças Silva

Mário Jorge C. dos Santos

Maurício B. Figueiredo

Nathan Medeiros

Paulo Buarque Guimarães

Roberto Alfradique V. de Macedo

Roberto Fainstein

Ronaldo J. Alves

Ronaldo Schubert Sampaio

Rubens Langer

Samuel Barbosa

Coffee Break

Congresso Brasileirode Oceanografia - CBO 2012

14 Conteúdo local e projetos de capital em E&P, por Marco Amaral

82 Estabelecendo uma cultura rigorosa de saúde e segurança, por Nick Stocker

83 Colaboração promove organização, redução de custo e riscos, por Marcus Granadeiro

84 Geração de eletricidade pelas ondas do mar, por Segen F. Estefen, Paula B. Garcia-Rosa, Eliab Ricarte, Paulo R. da Costa, Marcelo M. Pinheiro e Marcelo I. Lourenço

88 Um feliz encontro e as contradições do Brasil, por João Guilherme Sabino Ometto

108 A evolução do mercado livre de gás natural, por Rosane Menezes Lohbauer e Rodrigo Machado Moreira Santos

110 Projetos de P&D ligados à remediação de áreas impactadas por petróleo, por Olívia Maria Cordeiro de Oliveira e Antônio Fernando de Souza Queiroz

112 Aspectos aduaneiros do planejamento logístico, por Paulo Cesar Rocha

2 editorial 4 hot news 8 indicadores tn 60 eventos 68 perfil profissional 71 caderno de sustentabilidade 90 pessoas

96 perfil empresa 98 produtos e serviços 114 feiras e congressos 116 fino gosto 118 coffee break 120 opinião

Paço Imperialpara os Niemeyer

artigos

Ano XIV • Número 87 • jan/fev 2013Foto: Saulo Hideki, HRT e Ricardo Almeida

seções

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o p i n i ã o PETRÓLEO I GÁS I BIOCOMBUSTÍVEIS

Ano XIV • jan/fev 2013 • Nº 87 • www.tnpetroleo.com.br

Combustíveis: 118 bilhões de litros em 2012

Desafios offshore vão além do pré-sal

Estaleiro STX Promar é inaugurado em Suape

Engenharia estratégica da confiabilidade & gestão de ativos produtivos, de Jorge L. Videira, da Reliasoft Brasil Ltda.

RetrospectivaConteúdo local e projetos de capital em E&P, por Marco Amaral

Geração de eletricidade pelas ondas do mar, por Segen F. Estefen, Paula B. Garcia-Rosa, Eliab Ricarte, Paulo R. da Costa, Marcelo M. Pinheiro e Marcelo I. Lourenço

A evolução do mercado livre de gás natural, por Rosane Menezes Lohbauer e Rodrigo Machado Moreira Santos

Projetos de P&D ligados à remediação de áreas impactadas por petróleo , por Olívia Maria Cordeiro de Oliveira e Antônio Fernando de Souza Queiroz

Aspectos aduaneiros do planejamento logístico por Paulo Cesar Rocha

O GÁS DA TERRA

Parcerias e investimentos movidos a gásIndependentes tentam superar desafios

A polêmica em torno do gás de xisto

ESPECIAL: ONSHORE

Entrevista exclusiva

Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq

Suporte local com padrão mundial

2012, o ano que não terminou

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DDesenhos inéditos do arquiteto, além de móveis assinados pela dupla, enriqueceram ainda mais a mostra. O diretor do Paço e curador da exposição, Lauro Cavalcanti, informa que há trabalhos que nunca foram vistos, como desenhos sobre política, arquitetura e temas que ele, Oscar, adorava, como mulheres e o Rio de Janeiro. Três salas são ocupadas por Niemeyer pai.

Anna Maria Niemeyer, um caminho ocupa dois andares inteiros do prédio, onde estão cerca de 300 itens, entre obras de quase 60 artistas, documentos e projeções. A seleção do curador procurou ser abrangente, elegendo alguns artistas para salas individuais, como Jorge Guinle, lançado pela galerista em junho de 1980, Victor Arruda, Beatriz Milhazes, Eliane Duarte, Efrain Almeida, Jorge Duarte e Os-car Niemeyer. Esses artistas foram os que mais expuseram na galeria da Gávea ou que tiveram contato mais estreito com Anna Maria.

O curador contou com a consultoria de Hello Portocarrero e Leo-nor Azevedo, assessora de longa data da galerista para este evento.

por Orlando Santos

Paço Imperial para os Niemeyer Coisas do destino. Idealizada para ser uma homenagem à galerista e arquiteta Anna Maria

Niemeyer, falecida em junho de 2012, a exposição que se encontra no Paço Imperial

acabou ganhando a participação do seu pai, Oscar Niemeyer, que faleceu dias antes da

abertura do evento.

coffee break

ANNA MARIA NIEMEYER, UM CAMINHOPaço ImperialPraça XV de Novembro, 48Centro - Rio de Janeirode terça a domingo, das 12h às 18h Entrada franca

LISTA DOS ARTISTAS DA EXPOSIÇÃO (ORDEM ALFABÉTICA) Ana Elisa Niemeyer, Anna Maria Maiolino, Anna Maria Niemeyer, Beatriz Milhazes (6), Bet Katona, Caetano de Almeida, Camille

Kachani, Carlos Scliar, Carlos Zilio, Chico Cunha, Cristina Canale, Cristina Salgado, Delson Uchôa, Deneir, Edmilson Nunes, Efrain

Almeida, Eliane Duarte, Evany Fanzeres, Farnese de Andrade, Fatima Villarin, Firmino Saldanha, Francisco Galeno, Gastão Manoel

Henrique, Iclea Goldberg, Iole de Freitas, Ione Saldanha, Ivens Machado, Jadir Freire, Jeannette Priolli, João Carlos Goldberg, João

Magalhães, Jorge Duarte (2), Jorge Guinle (5), José Patríco, Katie Van Scherpenberg (1), Luciano Figueiredo, Luiz Alphonsus, Luiz

Ernesto, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Manfredo de Souzanetto, Marcos Cardoso, Marcos Coelho Benjamin, Mario Azevedo, Mario Cravo,

Mauricio Bentes, Monica Barki, Monica Sartori, Nelson Leirner, Niura Bellavinha, Oscar Niemeyer, Paulo Pasta, Quirino Campofiorito,

Ricardo Ventura, Rodrigo Andrade, Rosa Oliveira, Sante Scaldaferri, Toyota, Victor Arruda (3 e 4).

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Os trabalhos reunidos nessa exposição pertence-ram, em sua maioria, à coleção pessoal da galeris-ta; outros tiveram sua compra intermediada por ela e alguns foram cedidos pelos próprios criadores.

Esta é a única oportunidade de apreciar o ca-minho visual de Anna Maria em um mesmo local, já que sua coleção tomará destinos diversos. Em 35 anos, sua galeria exibiu 240 artistas em 365 mostras. Por limites de tempo e espaço, nem todos foram contemplados com obras em exposição, mas estão presentes em projeções. Há também uma sala destinada a itens documentais da história de Anna.

Obras de Oscar Niemeyer abrem o segundo an-dar – desperta a atenção do público um desenho de 1931, em que o arquiteto retrata a recém-nascida Anna. Nesta época, ele assinava seus trabalhos como Oscar Filho –, que termina com a instalação de Fatima Villarin.

Como conselheira de programação do Paço, Anna Niemeyer concebeu e realizou a mostra A caminho de Niterói, da coleção João Sattamini, com curadoria de Victor Arruda. A exposição foi es-sencial na mudança de patamar do centro cultural

no início dos anos 1990, e para alavancar o proces-so de construção do Museu de Arte Contemporâ-nea (MAC), em Niterói, através da demonstração da importância daquele conjunto de arte, até então desconhecido do público.

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suplemento especial

Responsável por 90% da produção de petróleo e 76,7% da de gás natural no Brasil, a chamada Amazônia Azul – o mar ao longo de 8,5 mil km da costa brasileira – e suas riquezas foram o centro dos debates do V Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO 2012), que recebeu um público de 2.100 pessoas.

racionalmenteUm mar a explorar

Exploração de petróleo em águas profundas, pesca, projetos de preservação, sistemas costei-

ros, segurança da navegação em por-tos foram alguns dos temas do CBO 2012, realizado pela primeira vez no Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 16 de novembro de 2012. O even-to, que acontece a cada dois anos, reuniu especialistas de instituições de ensino e pesquisa brasileiras e latino-americanas, profissionais liga-dos a órgãos ambientais e setoriais, iniciativa privada e organizações não governamentais.

Realizado no Centro de Conven-ções SulAmérica, o encontro visa estreitar as relações entre academia e iniciativa privada, com foco em um verdadeiro manancial de riquezas e conhecimento: o mar. As diversas atividades desenvolvidas ao largo

dos 8.000 km da costa brasileira, da pesca à exploração de petróleo e gás, foram temas de workshops, palestras, minicursos e apresentações de tra-balhos técnico-científicos.

“Realizar o CBO no Rio de Ja-neiro, que destaca a importância do oceanógrafo para o desenvol-vimento sustentável, é fundamen-tal, pois aqui se encontra um dos principais mercados para esses profissionais”, destacou a presi-dente da Associação Brasileira de Oceanografia (Aoceano), Maria Inês Freitas dos Santos.

Congresso Brasileiro de Oceanografia - CBO 2012

Cristina Pinho, gerente executiva de serviços da área de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, afir-mou que a ocea-nografia tem dado apoio a importan-tes trabalhos da companhia, como a perfuração, con-tingência, licen-ciamento ambien-tal e planos de emergência, nas bacias marítimas de Santos, Campos, Espírito Santo, Camumu-Almada, Jequitinhonha, Sergipe e Alagoas e Potiguar.

Mesmo com a crescente impor-tância do monitoramento marinho para mitigar impactos gerados pelas atividades econômicas desenvolvidas na costa, desenvolvendo uma atua-ção integrada da oceanografia com processos produtivos no país, espe-cialistas chamaram a atenção para uma melhor estruturação do governo, empresas privadas e academia.

Energia das marés pode abastecer plataformas

Nas unidades marítimas, a ener-gia elétrica é aproveitada para ilu-minação, sistemas de comunicação e equipamentos, como bombas e aque-cedores. Para produzir eletricidade, as plataformas dispõem de tecnolo-gias de última geração, como turbi-nas a gás e motores a diesel e, em alguns casos, motores a vapor. Mas tudo indica que o uso de energias alternativas pode entrar em campo.

A instalação de dispositivos offshore geradores de energia a partir das marés é uma possibilidade pal-pável para plataformas de petróleo ou em ilhas, afirma Segen Farid Es-tefen, professor titular de Estruturas Oceânicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, que ministrou a palestra “Energias renováveis e sustentabilidade nos oceanos”.

Segundo Segen, o Brasil está en-tre os principais players do setor de geração a partir das ondas e marés marítimas. “Ao contrário do que acon-

teceu na eólica, neste caso estamos na linha de frente. Estamos entre os 30 países no desenvolvimento e entre os dez que já desenvolveram protótipos para testes.”

Mesmo assim, ele reconhece que há muito a fazer. “Estamos no estágio da energia eólica de há 20 anos. A diferença é que o Brasil está dentro do processo como gerador da energia e não apenas como usuário”, disse. Para o professor, a energia dos mares ainda demanda estudos e aportes tecnológicos para se tornar compe-titiva, como fonte complementar às demais energias renováveis, de for-ma integrada.

De acordo com Rafael Malheiro, pesquisador da Coppe, há estudos em andamento para definir as áre-as apropriadas para instalação de unidades geradoras em todo o país. As características das regiões Sul e Sudeste permitem melhor utilização da energia a partir das ondas. Já no

Norte e Nordeste o melhor aprovei-tamento vem das marés. Uma das ideias para auxiliar nas definições é a edição de um atlas, com mapeamento das condições da costa.

Outra necessidade é a identifi-cação dos usuários, que podem ser, por exemplo, comunidades isoladas e carentes de energia, colônias de pes-cadores, unidades militares, portos, iluminação pública de praias, as pla-taformas de petróleo ou, ainda, o uso industrial que envolve até mesmo a dessalinização de água e seu uso na própria indústria ou na agricultura. “Com o pré-sal e a exploração em plataformas a até 200 km do litoral, a ideia de instalarmos fazendas ge-radoras de energia com as marés é extremamente apropriada”, defende.

Satélites detectam manchas de óleo causadas por fenômeno geológico

O projeto de detecção por saté-lites de manchas de óleo na super-fície marinha – chamadas exsuda-ções – foi apresentado por Fernando Pellon, gerente de geoquímica do Centro de Pesquisas e Desenvol-vimento Leopoldo Américo M. de Melo (Cenpes).

A tecnologia instalada na incu-badora da Coppe-UFRJ, denomina-da ‘modelagem inversa’, detecta as manchas e recria o caminho do óleo que, em geral, escapa por fissuras no leito do oceano, causadas quase sem-pre por pequenos terremotos, e chega até a superfície. “Nossa expectativa é boa porque existem vários satélites novos a serem lançados, aumentando a disponibilidade deles no espaço. A tendência é que o sensoriamento remoto de óleo no mar se aperfeiçoe cada vez mais”, explica Pellon.

Com o auxílio de dados de sa-télite é possível inferir se a man-cha é decorrente de vazamento de navio ou de plataforma de petró-leo. “No Golfo do México existe esse fenômeno permanentemente. Este trabalho tem sido importante para que possamos testar esses sensores para detecção de óleo e, com a colaboração das com-panhias detentoras dos dados, es

Números da CBO

Palestras: 27; Minicursos: 21;

Workshops: 18; Expositores:

36; Trabalhos científicos

apresentados: 1.370

por Karolyna Gomes Um mar a explorarracionalmente

74

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2 TN Petróleo 87

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É pagar pra ver!

Benício BizDiretor executivo da TN Petróleo

O ano se encerrou deixando uma sensação de muita coisa inacabada em 2012, no qual o país amargou um PIB pífio, em função, entre outros fatores, da desvalorização do real, o que criou a expectativa de que, em 2013, a agenda da economia e do setor de

petróleo e gás seja mais vigorosa. A começar pela definição da norma sobre a regulamentação para a execução das atividades de Certi-

ficação de Conteúdo Local. No dia 11 de janeiro, a ANP anunciou que vai promover uma audiência pública para gerar subsídios para a redação final da resolução que substituirá a de n. 36, de 13/11/ 2007, que estabeleceu as regras até agora vigentes – tal fato se deu um dia depois de a presidente Dilma Rousseff ter assinado a autorização para que a realização da 11ª Rodada de Licitações (e o cancelamento da oitava rodada, realizada em 2006 e suspensa pela Justiça).

Com isso, parece que finalmente vai se realizar o leilão engavetado por mais de quatro anos (o último aconteceu em de-zembro de 2008), apenas com blocos terrestres – fato inédito até então. Com menos da metade dos blocos arrematados (54 dos 130 ofertados) e a segunda menor arrecadação da história desde 1999 (R$ 89,4 milhões, inferior apenas ao da 5a rodada, em 2003, primeiro ano do governo Lula).

Como a rodada do pré-sal ainda não foi autorizada, embora esteja prevista para esse ano, a expectativa é de que boa parte dos blocos oferecidos nesse leilão seja em bacias terrestres e em novas fronteiras onshore e offshore. E deve atrair muitos interessados, até mesmo pela onda exploratória onshore dos últimos anos, capitaneada sobretudo pelos estudos e levantamentos feitos pela própria ANP e que indicam o grande potencial brasileiro para o gás, como veremos na reportagem de capa desta edição.

Um alento para o setor de óleo e gás, que ainda se ressente de licitações canceladas (as das sondas, entre outras), de projetos em avaliação que não resultaram em novas demandas e com o posicionamento da principal demandante do setor, a Petrobras, de usar seu poder de compra para negociar de forma mais dura preços e prazos.

A petroleira brasileira, por sua vez, fecha o ano sem acréscimos expressivos nas suas reservas e queda na produção de petróleo, a despeito dos recordes na extração de gás natural e da participação crescente do pré-sal, que já contribui com mais de 11% do volume total de óleo produzido no país. O gás foi o energético que gerou as boas notícias do ano, chegando a uma produção nacional recorde de 73,3 milhões de m3 em novembro de 2012.

Como o ano começa efetivamente apenas depois do Carnaval, não dá para fazer projeções ou especulações sobre o que nos reserva 2013. É pagar pra ver! E esperar que valha a pena, pois o Brasil precisa crescer, de for-ma sustentável, e não pontualmente.

editorial

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TN Petróleo 87 3

editorial

22/12/12 – Batimento de quilha do navio petroleiro Dragão do Mar

23/11/12 - Lançamento do navio petroleiro Zumbi dos Palmares 24/11/12 - Entrada da plataforma P-62 no dique seco

EAS: fazendo o futuro acontecer, em ritmo acelerado.Com uma planta naval de quarta geração, o Estaleiro Atlântico Sul demonstra a capacidade

ee a grandeza da indústria naval brrassilleeiirra, atuando simultaneamente na construção dennaavviiooss ppeettrrolleiiroos, nnaavvioss--ssoonnddaa ee ppllaattaaffoorrmmaass ddee ppeettrróólleeoo..

17/12/12 – Saída da plataforma P-62 do dique seco com todos os módulos instalados

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hot news

Indícios de hidrocarbonetos em Tupi Sul

Sapinhoá inicia produção comercial

A PetrobrAs detectou a presença de hidrocarbonetos através da perfuração na região do cluster de tupi, na bacia de santos, onde foram feitas as maiores descobertas do pré-sal até agora. A região em questão é denominada tupi sul. A des-coberta, notificada à ANP em

janeiro deste ano, foi no poço 4brsA1047rJs, em lâmina d’água de 2.182 m.

segundo a agência regu-ladora, a notificação indica ape-nas a presença de indícios de hidrocarbonetos, que pode não se constituir em uma acumula-ção comercial.

seguNdo A estAtAl, o ‘mega-campo’, com volume recuperável total estimado em 2,1 bilhões de barris de petróleo, de acordo com o cronograma do Plano de Negócios 2012-2016, estava previsto para ini-ciar produção no dia 13 de janeiro.

A unidade, do tipo FPso (unidade que produz, armazena e transfere petróleo), está ancorada a 2.140 m de profundidade, a 310 km da costa, e tem capacidade para processar, diariamente, 120 mil bar-ris de petróleo e 5 milhões de m3 de gás. o poço 1-sPs-55, o primeiro a ser interligado à plataforma, tem potencial de produção superior a 25 mil barris de petróleo por dia.

essa produção, entretanto, fica-rá restrita a cerca de 15 mil barris por dia, até que sejam concluídas as ações de comissionamento dos sistemas para processamento e reinjeção do gás natural, com duração prevista de 90 dias. o petróleo produzido, de média densidade (30º API) e de elevada qualidade, será escoado por navios aliviadores.

o escoamento da parcela do gás não utilizado para reinjeção no campo será feito pelo gaso-duto sapinhoá-lula-Mexilhão

até a unidade de tratamento de gás Monteiro lobato (utgCA), localizada em Caraguatatuba, no litoral paulista. outros dez poços (cinco produtores e cinco injetores) serão interligados à plataforma ao longo dos próximos meses. A previsão é que o pico de produção, de 120 mil barris de petróleo por dia, seja atingido no primeiro semestre de 2014.

o Plano de desenvolvimen-to do campo prevê, ainda, uma

segunda plataforma: o FPso Cidade de Ilhabela, cujo casco está em fase de conversão, e terá capacidade para 150 mil barris por dia de petróleo e 6 milhões de m3/dia de gás. A previsão é que entre em operação no segundo semestre de 2014.

o bloco bM-s-9 é operado pela Petrobras (45%), em parceria com a bg e&P brasil ltda (30%) e a rep-sol sinopec brasil s/A. (25%).

Com a entrada em operação do navio-plataforma Cidade de São Paulo, na manhã do dia 5 de janeiro, o campo de Sapinhoá, localizado no bloco BM-S-9, no pré-sal da Bacia de Santos, começou a produzir com oito dias de antecedência.

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Abemi de casa nova

Rômulo Almeida inicia operações

A AssoCIAção brasileira de enge-nharia Industrial (Abemi) inaugurou em dezembro de 2012 a nova sede da entidade, em são Paulo, em evento que reuniu cerca de cem convidados, entre diretores da entidade e executi-vos das empresas associadas. também prestigiaram a Abemi representantes da Petrobras, como a gerente executi-va da área Corporativa da diretoria de engenharia, tecnologia e Materiais (etM), renata baruzzi, e o geren-te geral etM-Corporativo/serviços técnicos, Paulo Fernando gomes de barros Cavalcanti.

A sede permanece na avenida Paulista, no mesmo prédio de número 2.006, mas agora a entidade ocupa o 15º andar do edifício. o novo espaço oferece infraestrutura completa para o desenvolvimento das ações da entidade, contando, entre outras funcionalidades, com auditório com capacidade para cem pessoas, três salas de reunião, sendo uma plenária para 30 pessoas.

em breve apresentação aos convidados, o presidente da Abemi, engenheiro Antônio Müller, desta-cou o crescimento da entidade em

números e rele-vância. “Hoje so-mos a principal representante da engenharia no setor de óleo e gás” , d isse , lembrando que Abemi conta hoje

com 140 associadas que, juntas, somam us$ 45 bilhões em recei-ta bruta. segundo o dirigente, o objetivo por trás da implantação da nova sede, mais ampla e com modernas instalações, é dar condi-ções para que todas as atividades possam ser realizadas em espa-ço único – sejam as reuniões dos grupos de trabalho e da diretoria, sejam as palestras e cursos para os profissionais das associadas.

Pelo déCIMo quArto ano consecutivo, a TN Petróleo e a T&B Petroleum estarão presentes no Pavilhão brasil da 44ª edição da offshore technology Confe-rence/ otC 2013, a se realizar nos dias 6 a 9 de maio, em Hous-ton (texas/ euA).

organizado pelo Instituto bra-sileiro de Petróleo, gás e biocom-bustíveis (IbP) e pela organização Nacional do Petróleo (onip), o espaço vai reunir em uma área de 550 m², cerca de 36 empresas dos mais diversos setores da cadeia

produtiva da indústria do petró-leo brasileira, além do IbP, onip, Agência Nacional do Petróleo, gás Natural e biocombustíveis (ANP), serviço de Apoio às Micro e Pequenas empresas (sebrae) e Federação das Indústrias do esta-do do rio de Janeiro (Firjan).

Há mais de dez anos marcan-do presença em Houston, nossa equipe estará lá para garantir a melhor cobertura jornalística da otC e registrar a participação brasileira na maior feira mundial de petróleo offshore.

o NAvIo de Produtos Rômulo Almeida foi entregue no último dia 17 de janeiro à transpetro. A embarcação, construída no esta-leiro Mauá, é a 4ª do Programa de Modernização e expansão da Frota (Promef) a iniciar as opera-ções. Com 183 m de comprimento e capacidade para 56 milhões de litros de combustíveis, o navio será usado para o transporte de deri-vados claros de petróleo, como gasolina e diesel.

este será o primeiro navio brasi-leiro com duas mulheres no coman-do. A paraense Hildelene lobato bahia, que será a comandante, foi a primeira mulher brasileira a atin-gir o posto mais alto da hierarquia da Marinha Mercante. A carioca vanessa Cunha será sua imediata.

Com investimento de r$ 10,8 bilhões na encomenda de 49 embar-cações, o Promef garantiu as bases para o ressurgimento da indústria naval brasileira, permitindo a aber-tura de novos estaleiros e a moder-nização dos estaleiros existentes. o brasil já tem a quarta maior carteira de encomendas de navios do mun-do. o setor, que chegou a ter menos de dois mil trabalhadores na virada do século, emprega hoje mais de 60 mil pessoas.

Brasil na OTC 2013

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hot news

Rolls-Royce adquire americana PKMJA rolls-royCe, empresa global de sistemas de energia, presente no brasil há mais de 50 anos, anunciou a compra da PKMJ technical ser-vices, empresa americana de enge-nharia voltada para o setor nuclear. Com essa aquisição, a rolls-royce

planeja ampliar suas operações nesse mercado, em fase de franca expansão por todo o mundo.

o p r e s i -dente da divi-são Nuclear da

rolls-royce, Lawrie Haynes, co-memorou o anúncio. “Nosso inves-timento na PKMJ representa um importante passo para a ampliação

de nossa participação no segmento nuclear para fins civis”, afirmou o executivo. “Continuaremos for-necendo serviços inovadores para nossos clientes, com o objetivo de manter as plantas nucleares sem-pre seguras e eficientes”, acres-centou.

Haynes destacou ainda que a PKMJ possui consistente portfó-lio de serviços e soluções voltado principalmente para os mercados americano e canadense. “Além dis-so, a companhia conta com os mais qualificados funcionários do ramo. A ideia é agregá-los ao nosso negócio”, assinalou.

o presidente da PKMJ, Paul to-bin, também comentou o negócio. “estamos muito satisfeitos com essa

aquisição, que nos fornecerá excelen-te possibilidade de melhorar ainda mais serviços que já são oferecidos aos nossos clientes. sabemos que a rolls-royce é uma companhia conhe-cida pela excelência de seus produtos e serviços, e temos orgulho de poder fazer parte dela”, disse.

A rolls-royce já apoia diversas etapas fundamentais do programa nuclear global e fornece consultoria para governos e operadores. Além disso, administra cadeias logísticas e garante suporte de engenharia para questões técnicas e de produção. o grupo também oferece sistemas de controle e instrumentação para se-gurança crítica para reatores em 20 países, localizados na europa, na América do Norte e na Ásia.

Karoon inicia perfuração do primeiro poço de exploração no BrasilA KArooN Petróleo e gÁs ltda. iniciou em 28 de dezembro de 2012 sua primeira operação de perfuração no brasil no poço Kangaroo, localizado entre os blocos s-M-1101 e s-M-1165, na bacia de santos, na costa de santa Catarina. o poço está sendo perfurado pela plataforma tipo se-missubmersível blackford dolphin. este é o primeiro de três poços de exploração que a empresa fará nos cinco blocos que possui no brasil: s-M-1101, s-M-1102, s-M-1037, s-M-1165 e s-M-1166.

os blocos da petroleira na bacia de santos estão localizados a 112 km da costa catarinense, a 400 m de profundidade e ocupam uma área de 865 km2. A bacia de santos tem se consolidado recen-temente como área de inúmeras descobertas de óleo e se torna uma região de cada vez maior interesse exploratório – em blocos com características semelhantes

aos da Karoon, foram descober-tos campos como os de Merluza, Mexilhão e Caravela.

A Karoon estima um poten-cial de até 400 milhões de barris de petróleo em cada um dos três poços brasileiros. esta primeira fase tem duração prevista entre seis e nove meses – em seguida, a Karoon dará início a um plano de avaliação da área, com base nas

informações levantadas nos poços estudados. Ao longo dos últimos três anos, a companhia já investiu mais de us$ 80 milhões no país e, ao longo do próximo ano, durante a fase mais intensa da exploração, irá coordenar o investimento de mais us$ 300 milhões na indústria brasileira de petróleo e gás.

Com sede no rio de Janeiro, a Karoon é uma empresa indepen-dente de exploração de petróleo e gás com atuação na América do sul. Hoje a empresa detém 100% da operação dos blocos da bacia de santos, entretanto, realizou recentemente um acordo com a canadense Pacific rubiales Corporation que adquiriu 35% de participação nos blocos s-M-1101, s-M-1102, s-M-1037 e s-M-1165. A subsidiária brasileira faz parte da Karoon gas Australia ltd., empresa com ações na bolsa aus-traliana que possui operações na Austrália, brasil e Peru.

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8 TN Petróleo 87

indicadores tn

“é uM CresCIMeNto bastan-te expressivo... diria até surpre-endente... para uma economia

que cresce em torno de 1,5%. Não me recor-do no passado de um PIb tão pequeno associado a um consumo

de combustíveis tão elevado”, admirou-se o presidente executi-vo do sindicom, Alisio Vaz.

de 2009 a 2012, o setor de combustíveis teve um cresci-mento de 20%, sendo que nesse mesmo período o óleo diesel teve aumento de 26%, e em 2012 o produto teve 55,8 bilhões de litros comercializados. Já o pano-rama de 2012 para o diesel s50 foi de crescimento gradativo nas vendas. Atualmente, o s50 tem 11,5% de participação na venda total de diesel no país, e as em-presas associadas ao sindicom vendem 97% do s50 nos postos.

segundo Alisio vaz, o lucro obtido com a venda do s50 pelos donos de postos é muito baixo, mas apesar disso o número de postos oferecendo o produto é mais do que suficiente para aten-der a demanda.

Combustíveis: 118 bilhões de litros em 2012Com crescimento de 6,3% em relação aos números registrados em 2011, o mercado de combustíveis no Brasil fechou 2012 com um volume de 118 bilhões de litros. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), o combustível mais consumido do país continua sendo o óleo diesel, com 47,1% de participação, seguido da gasolina (33,6%) e do etanol, que tem 8,2% do mercado.

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30%Venda de QUEROSENE DE

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por Rodrigo Miguez

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Com 40 bilhões de litros vendidos em 2012, uma alta de 12% em relação ao ano passado, a gasolina continua entre os combustíveis mais vendidos no país. um dos dados mais inte-ressantes do relatório do sindi-com foi o aumento expressivo de 17% no consumo de gasolina no Nordeste, devido sobretudo à compra de automóveis e ao crescimento do poder de consu-mo das classes C e média.

Na contramão da gasolina, o etanol vem sofrendo queda no seu consumo desde 2009. de 2011 para 2012, a redução foi de 10,4% e, nos últimos três anos, foi de 41%. Para simbolizar o momento ruim vivido por este biocombustível, em 2012 apenas três estados apresentaram van-tagem no consumo do etanol em relação à gasolina.

Para manter a população e a indústria sempre com combustí-veis disponíveis, o investimento das distribuidoras associadas ao

sindicom para os próximos anos deve se manter na ordem de r$ 1 bilhão por ano. Para Alisio vaz, os investimentos do país em lo-gística são fundamentais para o crescimento do mercado de com-

bustíveis. “o país precisa investir mais em logística como um todo, não só no setor de combustíveis, para melhorar o seu nível de competitividade. estamos próxi-mos do limite”, concluiu.

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Venda de combustíveis em 2012

118 bilhões de litros Fonte: Sindicom

Brasil cai em ranking de melhor sistema financeiro da América LatinaO BRASIL CAIu DuAS posições e per-deu a liderança para o Chile como o país com o sistema financeiro mais desenvolvido da América Latina, é o que informa o novo ranking Financial Development Report 2012, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial.

O estudo avalia sete ‘pilares’: ambiente institucional, ambiente de negócios, estabilidade financeira, ser-viços financeiros bancários, serviços financeiros não bancários, mercados financeiros e acesso a serviços finan-ceiros. Cada um deles é subdivido em pelo menos dois subitens.

O levantamento considera que o Brasil passou da 30ª para a 32ª colo-cação no ranking deste ano, enquanto

o Chile ganhou duas posições, subindo do 31º para o 29º lugar. No total, 62 economias do globo foram avaliadas. A queda do Brasil, de acordo com o estudo, pode ser atribuída a resultados mais fracos nos pilares de estabilidade financeira, mercados financeiros e acesso a serviços financeiros.

Entretanto, o país obteve colo-cações mais altas em termos de es-

tabilidade (24º lugar, 12 posições à frente dos Estados unidos e 19 acima do Reino unido) e de serviços não bancários (11º, superando Cingapura, Alemanha e França).

O estudo destaca, ainda, que o ambiente de negócios brasileiro permanece como o campo de ‘maior fraqueza’ do país. Nesse quesito, o Brasil ocupa a 49ª posição entre as 62 economias avaliadas, a pior colocação entre todos os ‘pilares’ analisados.

De acordo com o levantamento, o país continua sendo prejudicado pelo “seu sistema tributário, um alto custo para fazer negócios e uma disponibilidade de capital humano relativamente fraca”.

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Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 2012 representou

nova frustração com o crescimen-to da economia brasileira, que tinha expectati-va de crescer 4% – segundo o pró-prio ministro da Fazenda, Guido

Mantega, em previsão em janeiro daquele ano!

se a economia foi mal das pernas, o desempenho da indústria foi ainda mais decepcionante, com queda es-timada de 0,6% para o PIb industrial e de 2,0% para a indústria de trans-formação. Com isso, a participação do setor no PIb diminuiu ainda mais em 2012. segundo a Confederação, o baixo nível de investimento, a qua-lidade da regulação, o excesso de burocracia e a baixa qualidade da educação são algumas das razões para essa baixa produtividade da indústria nacional.

diferentemente do cenário de 2012, a CNI projeta para 2013 um desempenho da atividade econô-mica superior ao apresentado no ano passado, com expectativa de crescimento de 4% do PIb. No en-tanto, a organização exalta que essa melhora da economia somen-te será alcançada se as medidas de estímulo à competitividade, adota-das pelo governo, surtirem efeito, de forma a aumentar a utilização da capacidade instalada, ampliar a confiança dos empresários in-dustriais e, consequentemente, elevar o nível de investimento nesse segmento.

Assim como a CNI, a avaliação da Associação brasileira da Indústria de Máquinas e equipamentos (Abimaq) foi de que em 2012 a indústria andou de lado, com resultados muito ruins. o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) em 2012 foi de 75%, o pior resultado dos últimos 40 anos. Com isso, cerca de nove mil empre-gos foram cortados em 12 meses nas empresas, informa a Abimaq.

Até outubro, constatou-se que o faturamento bruto dos fabricantes nacionais de equipamentos recuava 2,3% em relação ao período equiva-lente de 2011. essa foi a primeira queda registrada nessa série desde

o tombo provo-cado pela crise, em 2009. Mas o presidente da Abimaq, Luiz Au-bert Neto, espe-ra dias melhores esse ano. “encer-ramos 2012 com

a esperança, mais uma vez, de que 2013 seja o ano da recuperação e do crescimento”, afirmou.

Para a engenharia industrial, 2012 foi um ano de atenção, prin-cipalmente a partir do segundo se-mestre, quando diversos projetos que movimentam a cadeia produtiva do segmento foram cancelados ou postergados. Áreas como minera-ção e energia elétrica, por exemplo, tiveram investimentos tímidos ao longo do ano.

de acordo com Antonio Müller, presidente da Associação brasileira de engenharia Industrial (Abemi), o setor de óleo e gás, de grande impor-tância para as empresas associadas,

já que 90% delas fornecem produtos e serviços para o setor, registrou bom ní-vel de atividades no primeiro semes-tre, mas a partir da segunda metade do ano, cortes de investimentos na área de refino deixaram as empresas em estado de alerta. A área é impor-tante, pois as empresas brasileiras têm amplo know-how e experiência em projetos de refino. Para manter o ritmo dos negócios, algumas empresas da engenharia industrial têm buscado oportunidades em projetos offshore, inclusive estabelecendo parcerias com companhias internacionais.

Para Müller, 2013 será de novo um ano de desafio para os setores que dependem de inves-timento intensivo, como a enge-nharia industrial. Mesmo assim, ele espera que seja um ano de resultados positivos.

Na opinião de Bruno Musso, superintendente da organização Nacional da Indústria do Petróleo

(onip), o último ano foi positivo para as empre-s a s o f f s h o r e , principalmente as que participa-ram das rodadas de negócios dos principais even-

tos que aconteceram no país, como rio oil & gas e a santos offshore, que geraram expectativa de negó-cios de mais de r$ 200 milhões. Para ele, o trabalho desenvolvido pela onip nas ações voltadas para o desenvolvimento de fornece-dores foi um dos fatores para o crescimento das empresas do setor de óleo e gás em 2012.

Com 2012 ruim, indústria mostra otimismo para 2013Com um Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1%, a indústria brasileira não tem muito o que comemorar de 2012, mas, apesar do resultado ruim no último ano, a visão geral é de que 2013 será um ano bem mais positivo. por Rodrigo Miguez

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TN Petróleo 87 11

O VALOR DE REFERêNCIA do barril do petróleo da Opep caiu em novembro, apesar do aumento de preços globais do produto no final do mês, ter fica-do uS$ 106,86 por barril. Segundo o relatório de dezembro divulgado pela Opep, o aumento da demanda mundial de petróleo foi de 0,8 mb/d, mantendo inalterada a avaliação da organização em novembro de 88,8 milhões de bar-ris por dia e confirmando a mesma expectativa de crescimento para 2013, alcançando demanda de 89,6 milhões de barris por dia.

Dados preliminares indicam que a oferta mundial de petróleo aumen-tou 0,33 mb/d em novembro a média 90,45 milhões de barris por dia, e a participação do petróleo da Opep na oferta mundial caiu para 34% em novembro, ante os 34,3% registrados no mês anterior.

O crescimento da oferta de pe-tróleo dos países não pertencentes à Opep ficou em 0,5 mb/d, exatamente como previsto no último relatório da organização. Esse aumento da ofer-ta baseia-se principalmente pelo já esperado forte crescimento dos Es-tados unidos e do Canadá, apesar de problemas em alguns países.

Para 2013, o aumento dessa oferta deve ser de 0,9 mb/d, o mes-mo valor anunciado pela Opep no mês de novembro. A oferta de GNL e óleos não convencionais fecharam 2012 em 5,7 mb/d, um ganho de 400 mil barris com relação a 2011. Para 2013, esse valor deve alcançar 6 mb/d, um crescimento de 300 mil barris em relação a 2012.

Já a Agência Internacional de Energia (AIE) elevou ligeiramente a sua previsão para a demanda mundial de petróleo em 2013, mas alertou que o ritmo lento de crescimento global deve manter a demanda relativamente fraca. Em seu relatório mensal, a AIE aumentou sua projeção para a deman-

da global no ano que vem em 110 mil barris por dia (bpd), para acima de 90,5 milhões de bpd.

A agência disse também que os mercados emergentes vão continuar a liderar o crescimento da demanda no próximo ano. De acordo com a agên-cia de energia, o cenário de demanda contida vem num momento em que a produção de países não pertencentes à Opep deverá crescer no ritmo mais rápido desde 2010. Além disso, a ex-pansão do petróleo de xisto nos EuA está impulsionando o crescimento da produção geral, que deverá subir para 54,2 milhões de bpd, segundo a agência. A nova previsão está 70 mil bpd acima da anterior.

Out

11

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10

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Jul1

2

Ago

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Set

12

Out

12

Nov

12

A Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu em dezembro manter em 30 milhões de barris diários seu teto oficial de produção para 2013. Em 2012, o preço médio do barril ficou em US$ 109,70, um ganho de US$ 2,32 em cada barril ou 2,15% sobre o ano de 2011.

Opep mantém meta de produção em 30 milhões de barris diários

Produção de países-membros da Opep e não membros – dezembro/10 a novembro/12

0

5

25

75

95

100

trathermic4

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013 15:07:20

Page 14: Revista TN Petróleo

12 TN Petróleo 87

indicadores tn

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil

Jun Jul Ago Set Out Nov

Bacia de Campos 1.584,1 1.569,1 1.551,9 1.471,8 1.589,2 1.605,9

Outras (offshore) 160,7 159,5 162,3 157,8 140,0 150,6

Total offshore 1.744,9 1.728,6 1.714,2 1.629,6 1.729,2 1.756,5

Total onshore 214,9 211,8 213,5 213,2 210,6 211,8

Total Brasil 1.959,7 1.940,4 1.927,7 1.842,8 1.939,9 1.968,3

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil

Jun Jul Ago Set Out Nov

Bacia de Campos 22.484,3 22.698,3 22.509,6 22.145,0 23.660,3 24.361,9

Outras (offshore) 21.659,8 21.337,8 21.875,8 22.229,7 22.837,7 21.860,4

Total offshore 44.144,1 44.036,1 44.385,4 44.374,8 46.498,0 46.222,3

Total onshore 16.127,9 15.498,7 15.738,3 15.968,4 15.927,3 15.956,9

Total Brasil 60.271,9 59.534,8 60.123,8 60.343,1 62.425,3 62.179,2

Jun Jul Ago Set Out Nov

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional

Exterior 147,6 147,0 147,2 148,5 150,8 119,3

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional

Exterior 16.314,0 15.695,1 15.485,5 17.215,5 16.741,0 16.395,1

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d)

Brasil+Exterior 2.583,4 2.554,3 2.544,2 2.472,2 2.581,8 2.575,2

Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural Período de 06/2012 a 11/2012

(*) Inclui gás injetado.

(**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

Indústria química tem déficit de R$ 28,1 bilhões em 2012NA dIvulgAção dos resultados de 2012 da indústria química, a Abiquim (Associação brasileira da Indústria química) mostrou que o quarto maior segmento da indús-tria de transformação do brasil en-cerrou o ano com déficit comercial de us$ 28,1 bilhões.

Já o faturamento líquido da in-dústria química brasileira terminou o ano em r$ 293 bilhões, número que representou uma expansão de 12,4% em relação a 2011. em dólares, porém, o número estima-do apresenta queda de 2,7%, para us$ 153 bilhões. As importações ficaram perto de us$ 43,1 bilhões, alta de 1,9% em relação ao ano

passado, enquanto as exportações caíram 4,4% no período, alcançan-do us$ 15,1 bilhões.

A baixa competitividade da indústria brasileira foi apontada como um dos principais fatores

do desempenho da cadeia do setor em 2012, segundo Marcos De Marchi, vice-presidente da associação. Para restabelecer a competitivi-

dade, as indústrias discutem com o governo uma tributação menor, incentivo à inovação e taxas de

juros e matérias-primas mais competitivas para impulsionar a cadeia. “tivemos avanços tanto nos juros como em incentivos à inovação, mas precisamos de um pacote maior neste sentido”, disse

de Marchi.o presidente

do conselho da Abiquim, Henri Slezynger, de-clarou que 2012 foi um ano difícil para a econo-mia mundial e

também para a indústria química, prejudicada principalmente pelo câmbio valorizado.

bovespa (%)

dólar comercial*

dow jones (%)

euro comercial *

08/nov/2012

*Valor de venda, em R$

07/jan/201308/nov/2012

07/jan/2013

07/jan/201308/nov/2012

07/jan/201308/nov/2012

2,0282,040

0,18-1,83

-0.38-0.94

2,652,60

Variação no período: 4.47%

Variação no período: 7.66%

Variação no período: -0.61%

Variação no período: 2.29%

Page 15: Revista TN Petróleo

TN Petróleo 87 13

Hidrelétricas pagaram R$ 2,2 bilhões em compensação financeira e royalties em 2012As usINAs HIdrelétrICAs gas-taram r$ 2,2 bilhões no ano passado com arrecadações de royalties e de compensação financeira pela utili-zação de recursos hídricos (Cfurh) para geração de energia elétrica a municípios, estados e união.

segundo a (Aneel ) fo ram r$ 1,726 bilhão a título de Cfurh e r$ 478,4 milhões em royalties, um acréscimo de 10% em relação aos r$ 2,005 bilhões gastos com as mesmas contas em 2011, refe-

rentes a 177 usinas hidrelétricas e 187 reservatórios.

FRASES 2012

“Existe a perspectiva de cres-cimento no mercado, com uma grande disponibilidade do pré-sal. Isso abre espaço para o gás complementar nossa matriz energética e de nos proteger-mos das oscilações do preço do petróleo... O mercado de açúcar continuará demandador, incen-tivando as usinas a exportarem o produto, o que pressiona o preço do etanol internamente.” Rosalino Fernandes, engenheiro e coordenador

do Comitê de GNV do IBP, sobre momento fa-

vorável para o GNV. Agência Brasil, 01/03/2012.

“Na Bacia do Parecis, em Mato Grosso, no rio Teles Pires, há 800 metros de rio borbulhando gás e, em certos pontos, se pode até gravar o som. Podemos deixar um Brasil desses para trás?” Magda Chambriard, diretora-geral da ANP.

Agência O Globo, 28/04/2012.

“A atividade econômica perdeu força em várias economias emer-gentes, notadamente Brasil, China e Índia. Em parte, isso reflete um ambiente externo mais fraco, mas a demanda doméstica também teve forte desaceleração.” Relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), que reduziu previsão de crescimento para o Brasil, para 2,5%, este ano, mas prevê expan-são de 4,6% na economia brasileira em 2013, divulgado em 16/07/2012.

“A produção de petróleo da Petrobras vai andar de lado neste e no próximo ano, quando começarão a entrar em operação grandes siste-mas de produção na Bacia de Campos. 2012 e 2013 serão para arrumação de casa.” Graça Foster, presidente da Petrobras. Valor

Econômico, 07/11/2012.

petróleo brent (US$)

petróleo WtI (US$)

petrobras

OGX BRASKEM

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ações ações ações ações ações ações ações ações ações

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08/novembro/2012

07/janeiro/201308/novembro/2012

07/janeiro/2013

07/jan/1308/nov/12

07/jan/13

07/jan/13

08/nov/12

08/nov/12

07/jan/1308/nov/12

07/jan/13

07/jan/13

08/nov/12

08/nov/12

-0,07 R$ 13,59

-1,44 R$ 14,39

-1,62 R$ 41,84

-1,66 R$ 37,20

-1,99 R$ 40,35

-0,75 R$ 36,06

-1,92 R$ 20,38

-0,63 R$ 21,26

-1,95 R$ 20,08

-0,57 R$ 20,61

112.07107.17

93.5385.18

1,00 R$ 5,05

-4,40 R$ 4,78

Variação no período: 4.66%

Variação no período: 10.00%

Page 16: Revista TN Petróleo

14 TN Petróleo 87

indicadores tn

Conteúdo local Com a criação da Lei n. 9478, em 1997, as atividades de exploração e produção (E&P) de petróleo no território brasileiro passaram a ser executadas mediante a ocorrência de contratos de concessão assinados entre a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e as empresas vencedoras das rodadas de licitação de blocos marítimos e terrestres. Dentre as cláusulas desse contrato encontra-se o Conteúdo Local que representa o compromisso com a aquisição de bens e serviços na indústria nacional.

e projetos de capital em E&P

Os contratos de concessão vêm evoluindo desde a primeira rodada (rodada zero) quando não houve compromissos de conteúdo local. Avançou pelos contratos das rodadas 1 a 4, quando os concessioná-rios assumiram compromissos mínimos globais com incentivos. os

contratos das rodadas 5 e 6 trouxeram uma mudança em relação aos ante-riores, pois além do compromisso mínimo global, para cada bloco integrante da área de concessão, o concessionário também ofertou compromissos para atividades específicas na fase de exploração e na etapa de desenvolvimento de produção. os incentivos até então existentes foram eliminados. Contudo, a partir da 7ª rodada de licitações, uma grande mudança no modelo de oferta foi estabelecida. Nesse novo modelo, vigente desde 2005, para o cumprimento do percentual global de conteúdo local contratado, torna-se obrigatória a realiza-ção dos percentuais de conteúdo local dos itens e subitens especificados na planilha de oferta, perfazendo assim um total de 76 ofertas por bloco.

Ainda com o advento da 7ª rodada de licitações e o surgimento do sistema de certificação de conteúdo local, a comprovação do índice de conteúdo local de determinado bem ou serviço só se torna possível através de um certificado de conteúdo local que passa a ser o documento comprobatório do atendimen-to aos compromissos dos concessionários quanto aos percentuais acordados nos contratos de concessão. essa nova regra entrou em vigor em 11/09/2008 após o fim da fase de transição, conforme estabelecido nas resoluções da ANP, e dessa forma, continua válida até o momento.

Ao concessionário deverá ser aplicada uma multa caso o percentual de conteúdo local realizado seja menor que aquele ofertado na licitação, cabendo à ANP a fiscalização desses compromissos. o modo como as sanções são apli-cadas no descumprimento da Cláusula de Conteúdo local variam de acordo com os contratos de cada rodada.

Certificação da ANPPara a comprovação dos compromissos assumidos nos contratos de conces-

são a partir de 2005 e nos de cessão onerosa a partir de 2010, a ANP implantou um sistema de certificação de conteúdo local com a finalidade de atender a política de conteúdo local do governo federal, definida por intermédio das dire-trizes emanadas pelo conselho nacional de política energética cuja coordena-ção é do Ministério de Minas e energia. o regulamento ANP n. 6/2007 define

Marco Amaral é consul-tor sênior da Aon Global Risk Consulting, no Rio de Janeiro. Engenheiro químico e de segurança, tem mais de 13 anos de experiência na área de gerenciamento de risco em segurança de proces-so, projetos de capital e risco de negócios em diversos segmentos de mercado, entre eles óleo e gás, mineração, logística.

Page 17: Revista TN Petróleo

TN Petróleo 87 15

os critérios e procedimentos para execução das atividades de certificação de conteúdo local especificamente em seu Anexo III – Cartilha de Conteúdo local.

Para a correta aplicação da metodologia de certifica-ção de conteúdo local é primeiramente necessário definir o objeto que será certificado, que pode ser um bem, isto é, equipamentos, máquinas, peças ou materiais; um servi-ço, neste caso devendo necessariamente a certificação se basear em cada contrato firmado entre o concessionário e o fornecedor; ou a combinação destes, devendo ser ava-liado em sua composição para que possa ser justificada a procedência dos componentes que integram esse objeto em questão. é importante observar que a certificação é baseada em custos e não é aplicada à empresa, como por exemplo, uma certificação Iso, e sim ao produto comer-cializado ou serviço prestado.

CL no negócio de E&Pem projetos de capital de e&P, o Conteúdo local re-

presenta um aspecto relevante na gestão desse tipo de projeto, pois pode representar um risco ao mesmo, com impactos sobre o prazo (cronograma), custo (Capex) e rentabilidade (fluxo de caixa).

de acordo com o Chaos report (2001), relatório elabo-rado com base em pesquisa conduzida pelo the standish group, os projetos avaliados atrasaram, em média, cerca de 222% além do planejado, e o custo médio foi 189% su-perior ao planejado no Capex. A não certificação de Con-teúdo local para os projetos de e&P, além das possíveis multas aplicadas, deverá fazer parte dessa estatística.

dessa forma, o Conteúdo local deve estar alinhado com as metas estratégicas da organização, uma vez que a certificação de Conteúdo local pode abranger:

a) seleção de tecnologia para o projeto.b) seleção de alternativas relacionadas ao escopo do

projeto, descartando-se aquelas que não conferem viabi-lidade técnica-econômica ou introduzem riscos.

c) Índices satisfatórios de Cl aos operadores, agrega-dos a preço, prazo e tecnologia, assegurando aos fornece-dores contratação preferencial, principalmente frente ao mercado internacional.

Assim como demais demandas regulatórias corre-latas ao escopo de projeto, a certificação de Conteúdo local faz parte do grupo de atividades do projeto rela-cionado ao desenvolvimento do escopo, no que tange fatores locacionais.

ExpectativasMuitos contratos de fornecimento de bens e serviços

possuem cláusulas específicas de Conteúdo local que, se descumpridas, podem ocasionar multas pecuniárias aos seus fornecedores. Por outro lado, por constarem em cláu-sula específica nos contratos de concessão entre ANP e operadores, os compromissos de Cl são repassados aos fornecedores na medida de suas capacidades.

Para que os fatores relacionados ao Conteúdo local em projetos de capital em e&P sejam devidamente inter--relacionados com as atividades do escopo e cronograma do projeto, bem como os recursos e custos sejam devi-damente carregados no cronograma do projeto, torna-se relevante entender os conceitos de cálculo do conteúdo local de um bem, um bem de uso temporal, serviço e/ou sistema (materiais, equipamentos, contratos, platafor-mas, etc.); reconhecer as principais questões referentes à certificação de Conteúdo local; identificar os principais itens de um projeto, construção e questões operacionais que podem fazer a diferença nos índices apurados, as-sim como desenvolver estratégias capazes de maximizar o alcance de metas de conteúdo local junto à cadeia de fornecedores da empresa.

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Page 18: Revista TN Petróleo

16 TN Petróleo 87

entrevista exclusiva

PRESENTE EM 22 ESTADOS BRASILEIROS e com filiais espalhadas por 59 mu-nicípios – incluindo as principais capitais –, a empresa, que tem investido cada vez mais em setores emergentes, como petróleo, gás e energia, vê na expansão de seu território de atuação um leque de oportunidades não apenas para a Sotreq, como também para todos os seus clientes e parceiros de atuação nacional. “Com o novo território nossa cobertura se expande para mais de 80% da costa brasileira, o que permitirá aos nossos clientes suporte equalizado em todas estas regiões”, afirma Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq.

TN Petróleo – O mercado brasileiro de óleo e gás ainda continua sendo uma prioridade? Por quê?Gustavo Sepúlveda – Nunca deixamos de dar prioridade ao mercado brasileiro de óleo e gás. Com 71 anos de atuação, a Sotreq atende clientes desse merca-do desde o início das atividades de exploração comercial de petróleo no país. A diferença é que nossos níveis de foco e investimento de recursos nessa área têm crescido muito nos últimos anos, alavancado sobretudo pelo volume crescente de negócios e demanda futura com que sempre trabalhamos para nos capacitar com antecipação. Há mais de 80 anos a Caterpillar fabrica motores que se tornaram referência mundial nos segmentos ligados à exploração e produção de óleo e gás, principalmente pela qualidade, robustez e confiabilidade exigidas e demonstradas nessas operações. uma grande família de motores Caterpillar, comercializados e suportados pela Sotreq, equipam hoje no Brasil várias son-das de perfuração, plataformas de produção, sistemas de compressão de gás e outras aplicações em terra e no mar. A descoberta de grandes reservas de óleo no pré-sal e a enorme quantidade de equipamentos necessários à exploração, produção e apoio a essas operações, com exigência de conteúdo local crescente, vêm acelerando a demanda por mais motores, grupos geradores e seus sistemas auxiliares, o que tem nos levado a fazer mais investimentos.

Como foi o ano de 2012 para a companhia neste setor?Encerramos 2012 como um ano de resultados excepcionais. Isto

porque nós conseguimos superar não somente nossas metas numéricas, quando mantivemos o crescimento em faturamento da ordem de 40% sobre o ano anterior, mas também evoluímos a passos largos no que compete a nossos objetivos estratégicos. Nos mercados marítimo e de óleo e gás, nossos grandes projetos são de longa maturação, e nesse sentido 2012 foi excelente, pois encerramos o ano com ordens firmes que nos garantirão entregas até 2016.

Quais as principais soluções que a Sotreq têm fornecido para este mercado?

Com base na extensa linha de motores e grupos geradores Caterpillar e MaK, fornecemos equipamentos certificados e soluções customizadas para

A Sotreq consolidou sua posição no

mercado nacional com a expansão de seu

território de atuação, depois de assumir o

comando da Marcosa, empresa responsável pela comercialização

de máquinas, equipamentos e

serviços da Caterpillar no Nordeste.

por Maria Fernanda Romero

SUPORTE LOCALCOM PADRÃO MUNDIAL

Page 19: Revista TN Petróleo

TN Petróleo 87 17

Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq

ENCERRAMOS 2012

COMO uM ANO DE RE-

SuLTADOS EXCEPCIO-

NAIS. ISTO PORQuE NÓS

CONSEGuIMOS SuPERAR

NãO SOMENTE NOSSAS

METAS NuMÉRICAS,

QuANDO MANTIVEMOS O

CRESCIMENTO EM FATu-

RAMENTO DA ORDEM DE

40% SOBRE O ANO

ANTERIOR.

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Page 20: Revista TN Petróleo

18 TN Petróleo 87

entrevista exclusiva

geração de energia e potência me-cânica que atendem às mais rígidas e complexas especificações, normas e exigências do mercado quanto a desempenho, eficiência, seguran-ça e emissões. Esses motores, que podem utilizar como fonte de com-bustível óleo diesel, óleo cru ou gás natural, são aplicados como grupos geradores principais, auxiliares ou de emergência em sondas de perfuração, plataformas de produção e outros diversos tipos de embarcações. Tam-bém fornecemos motores diesel para equipar sistemas de combate a incên-dio, motores de propulsão mecânica e propulsão diesel-elétrica para os mais diversos tipos de embarcações de apoio offshore.

Qual o grande diferencial na atuação da empresa?

Atualmente, temos em nossa unidade de Petróleo & Marítimo um quadro de técnicos e engenheiros de serviços que supera o número de 120 pessoas, dedicadas a estes

mercados, para suportar o atendi-mento à população de equipamentos Caterpillar e MaK que operam em nosso território. É que além do for-necimento de equipamentos e solu-ções relacionadas, a Sotreq é também responsável por suportar a operação desses equipamentos após a entrega, onde fornecemos peças sobressalen-tes, serviços e contratos aos nossos clientes nacionais ou internacionais.

Qual a perspectiva da empresa em relação aos próximos anos: aumen-to da demanda por seus produtos e serviços? Quais os produtos e serviços que vêm apresentando maior demanda?

Acreditamos que a demanda con-tinuará crescente, e isso se reflete não apenas em nosso orçamento já desenhado para 2013 mas também em nossas metas projetadas de médio e longo prazo. Quanto aos produtos com maior demanda, os grupos geradores

para aplicação de geração de energia principal (main power generation) são os com maior volume de pedidos nes-ses segmentos. Consequentemente, a demanda por serviços de suporte ao produto, manutenção e fornecimento de peças sobressalentes vem aumen-tando com a entrada em operação das novas embarcações e com a chega-da de outras, vindas do exterior, com equipamentos Caterpillar.

Você acredita que a ampliação do conteúdo nacional atrapalha a expan-são do setor ou fortalece a cadeia produtiva de óleo e gás no Brasil? Deve-se buscar um equilíbrio entre as metas para a expansão do setor versus a capacidade de entrega da indústria local. Acreditamos que a exigência de conteúdo local contribui para o crescimento de toda a cadeia produtiva da indústria de óleo e gás, mas os índices exigidos deverão ser aplicados de forma gradativa conforme a viabilidade daquele produto ser ou não fabricado no Brasil. Isso sob a ótica da escala de produção, cadeia local de for-necedores (supply chain), disponibilidade de mão de obra, além de outros entraves históricos do ponto de vista estrutural que convivemos no Brasil (carga tributária, custo de mão de obra, custo de insumos básicos, entre outros).

Escala de produção é então uma ques-tão chave? Qual o índice de nacionali-zação que a Sotreq fornece em média em seus equipamentos atualmente?

Nenhuma empresa brasileira ou qualquer outra estrangeira se sentirá atraída para efetuar altos investimentos em novas fábricas no Brasil se não houver uma escala mínima perene que

SOTREQ EM NúMEROSFiliais: 59Funcionários: cerca de 6.300Faturamento: de 2002 a 2011, o crescimento médio foi de 18% ao ano.

ACREDITAMOS QuE A EXI-

GêNCIA DE CONTEúDO

LOCAL CONTRIBuI PARA

O CRESCIMENTO DE TODA

A CADEIA PRODuTIVA DA

INDúSTRIA DE ÓLEO E GáS,

MAS OS íNDICES EXIGIDOS

DEVERãO SER APLICADOS

DE FORMA GRADATIVA.

Nova filial em Macaé

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TN Petróleo 87 19

Nesta edição.

suporte nacional com padrão mundial

justifique tais investimentos. A compe-titividade só vem com a produção em massa. Com base nisso, analisamos o mercado brasileiro e nossa respectiva participação nesse contexto, e, em 2011, a Caterpillar decidiu investir na linha de montagem de grupos geradores de alta rotação (Série 3500) montados no Brasil, na fábrica de Piracicaba. O resultado é que o nível de conteúdo local dessa linha de produtos já al-cança índices de até 65%, conforme a configuração do equipamento, e temos uma robusta carteira de pedidos que sustentam a continuidade da nossa produção. Entretanto, vale ressaltar que apesar da demanda crescente experi-mentada nos últimos anos, os novos leilões de concessão de áreas para exploração de fato precisam ocorrer no curto prazo. Isto se faz necessário para os níveis de escala necessários para o desenvolvimento sustentável da indústria nacional.

A Caterpillar realizou neste segmento de óleo e gás alguma ex-pansão de capacidade produtiva ou portfólio nos últimos dois anos? Em caso positivo, quais os resultados e metas alcançados com esse aumen-to? Em caso negativo, há planos de expansão de portfólio e capacidade produtiva? Por quê?

Sim. A fábrica da Caterpillar Bra-sil localizada em Piracicaba, interior de São Paulo, que já vinha produzindo os grupos geradores de alta rota-ção da linha 3500 para propulsão diesel-elétrica de barcos de apoio offshore, foi ampliada em mais 12.000 m² para acomodar também a produ-ção dos modelos de média rotação das famílias C280 e MaK CM32. Es-ses modelos, de maior porte, serão destinados a sistemas de geração principal das sondas que serão fa-bricadas no Brasil para operações em águas ultraprofundas do pré-sal.

Como primeiro resultado, já estare-mos entregando ao longo do primeiro semestre de 2013 os primeiros oito grupos geradores principais modelo C280-16, para a primeira sonda a ser construída pela Keppel FELS Brasil. Adicionalmente, já recebemos ordens para mais 40 unidades do mesmo modelo, com entregas escalonadas até 2016, que irão equipar mais cinco sondas de perfuração.

Quais os principais contratos em vigor no momento? O que está previsto para ser entregue em 2013 e 2014?

Além das entregas já mencionadas, para fornecimento de mais 40 grupos geradores para equipar outras cinco sondas de perfuração, continuamos com as entregas de motores Caterpillar e MaK para os mais diversos tipos de projetos. Para o mercado marítimo im-portantes contratos foram assinados, como o projeto da Transpetro com o

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20 TN Petróleo 87

entrevista exclusiva

Estaleiro Rio Tietê para o fornecimento, até 2015, de 40 motores de propulsão e 120 grupos geradores para os com-boios que farão o transporte de etanol e derivados de petróleo na hidrovia Tietê--Paraná. Os 12 rebocadores a serem construídos pela Wilson Sons, uma das maiores operadoras de serviços portuários, marítimos e logísticos do Brasil, serão equipados com nossos motores e grupos geradores. Ainda para a Wilson Sons, continuaremos com as entregas dos grupos geradores para seis embarcações que prestarão apoio à Petrobras na exploração de petróleo na Bacia de Campos até 2014. Também ressalto importantes contratos com o Grupo Bravante, Astromarítima e Brasil Supply, todos clientes estratégicos da Sotreq e com entregas de equipamen-tos distribuídas entre 2013 e 2014.

E na área de óleo e gás?Em óleo e gás, outros forneci-

mentos estão em andamento como os grupos geradores e os motores de bombas de incêndio para pla-taforma do tipo WHP da OSX e os motores para sistemas de combate a incêndio para o projeto dos oito cascos replicantes para o pré-sal, em construção pelo Estaleiro Eco-vix. Contudo, não podemos deixar de citar que em 2012 concluímos a entrega dos grupos geradores prin-cipais Caterpillar, modelo C280-8, que serão utilizados na modernização e atualização tecnológica de quatro sondas de perfuração da Petrobras, além da plataforma TLWP P-61, que foi construída pelo Estaleiro Keppel Fels, e recebeu da Sotreq sistema de geração principal e emergência.

Em julho de 2012, a Sotreq fechou uma parceria com a Vulkan para a comer-cialização de produtos nas áreas de petróleo e marítimo. O que vai mudar para a Sotreq?

Com relação ao tema, parte da nos-sa estratégia de longo prazo está ligada à expansão do nosso atual portfólio

de produtos e serviços para os mer-cados de petróleo e marítimo. Assim, a parceria com a Vulkan agrega valor aos nossos clientes e gera oportunida-de de ampliação do nosso escopo de serviços. Na prática, a Sotreq já fazia uso de componentes Vulkan em vários equipamentos Caterpillar, e com essa parceria a Sotreq passa não somen-te a comercializar os acoplamentos Vulkan, mas também responder por sua manutenção perante os clientes.

Na mesma ocasião, a Sotreq também anunciou a abertura de uma nova filial em Macaé, no litoral do Rio de Janeiro, que começaria a operar a partir de junho de 2013. Este prazo está mantido?

Nós revisitamos o projeto da nova filial em virtude de alguns movimen-tos que identificamos como novas oportunidades e necessidades do mercado, e devido a isto revisamos o cronograma. Assim, o início ope-racional da nova filial foi revisado para o segundo semestre de 2013. Estamos proativamente nos prepa-rando para atender o crescimento do mercado offshore. Já temos uma filial em Macaé, mas identificamos que a construção de uma nova e ampliada base seria necessário para atender a demanda crescente por nossos serviços e fornecimento de peças sobressalentes.

Poderia dar mais detalhes sobre o projeto desta unidade?

Planejada como base de apoio para as operações offshore da Bacia de Campos e centro de treinamento e qualificação técnica, a nova filial da Sotreq estará instalada em terreno de 25.000 m² localizado nas proximidades do Terminal Cabiúnas da Petrobras (Tecab). Nosso projeto inclui um centro de treinamento de padrão internacional, destinado a formar e capacitar não so-mente mão de obra qualificada para a Sotreq, mas também atender a demanda de nossos clientes. Nosso atual quadro

de técnicos e engenheiros de serviços dedicados aos mercados de petróleo e marítimo é de cerca de 120 funcioná-rios, e sabemos que se não investirmos fortemente na formação de mão de obra qualificada, não conseguiremos atender a demanda de serviços que projetamos para os próximos anos.

Ou seja, vocês também participam des-se esforço de qualificar mão de obra?

Não podemos simplesmente assistir ao cenário crítico de es-cassez de mão de obra e esperar das autoridades governamentais o preenchimento desta lacuna. Ad-miramos e parabenizamos muito a Petrobras pelas suas diversas iniciativas para formação de mão de obra qualificada no Brasil, e em uma escala menor a Sotreq segue o mesmo conceito. A questão da escassez de mão de obra qualifica-da é e continuará sendo obstáculo e enorme desafio para o setor, e acreditamos que compete aos prin-cipais players da área a tarefa de tentar resolver isso. A Sotreq, por exemplo, além dos seus centros de treinamento para capacitação profissional, desenvolve parcerias com diversas escolas técnicas, nos diversos segmentos que atuamos e em diferentes localidades. Sabemos que as operações offshore em águas cada vez mais profundas demandam desempenho máximo de todos os envolvidos. Nesse âmbito, em que operadores de sondas de perfura-ção, plataformas marítimas e bar-cos de apoio offshore dependem de acompanhamento técnico constante e imediato, a Sotreq oferece algo crucial: o suporte ao produto. Esse é um diferencial que será cada vez mais importante, com o avanço da exploração da camada do pré-sal. Nosso objetivo é manter o desempe-nho dos equipamentos Caterpillar e evitar a intervenção corretiva emer-gencial, além da indisponibilidade da embarcação (downtime).

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especial onshore

O GÁS DA TERRA

por Rodrigo Miguez

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Início da produção do campo de Gavião Real, na Bacia

do Parnaíba, acordo entre Petrobras e HRT-TNK para

desenvolver exploração e produção de gás natural na

Amazônia, atividades exploratórias na Bacia do São

Francisco e descobertas sinalizam um novo momento do

onshore brasileiro. Sem falar nos levantamentos sísmicos e

estudos estratigráficos realizados pela Agência Nacional de

Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e atividades

exploratórias encomendadas por pequenas e grandes

petroleiras em bacias terrestres de Norte a Sul do país.

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Responsáveis por algo em torno de 8,9% da produção nacional de petróleo e 23,7% do gás natural extraído

hoje, as bacias terrestres brasi-leiras acenam com um potencial inimaginável há pouco mais de 12 anos, quando começaram as licitações de blocos explorató-rios para empresas nacionais e estrangeiras, findo o monopólio do petróleo no brasil.

Ainda que o pré-sal das bacias marítimas seja o grande atrativo para os investidores do mundo inteiro, o onshore brasi-leiro começa a ganhar desta-que com o início da produção de gás natural – ainda que em fase de testes – do campo de gavião real, na bacia de Par-naíba, no Maranhão. operado pela brasileira ogX, do grupo ebX, este campo já está apto a entrar em produção comercial menos de três anos depois do início das atividades da petro-leira nessa região, que hoje abriga blocos de majors como Petrobras e bP.

de acordo com a ogX, já foi concluída a etapa de co-missionamento da unidade de tratamento de gás Natural (utg) e a produção comercial se dará com a partida da usina termelétrica de Parnaíba (ute Parnaíba), da MPX, empresa do mesmo grupo de eike batista. “o Complexo Parnaíba é um projeto inédito de produção de gás e geração de energia inte-grados”, frisa a companhia, que continua atenta a novas opor-tunidades de ampliação de seu portfólio, inclusive em novas fronteiras no brasil. A previsão para este ano é dar continuida-de à campanha exploratória na bacia do Parnaíba – pretendem perfurar mais dez poços.

Nos cálculos da ogX, a bacia do Parnaíba tem reser-vatórios de 15 trilhões de pés cúbicos de gás, consagrando--se como uma nova fronteira exploratória tão importante por seu potencial de produção equivalente à metade do volu-me de gás que o brasil importa hoje da bolívia. Para a petrolei-ra, as bacias terrestres têm alto potencial de produção, além de formar um portfólio completo e diversificado.

A ogX obteve no ano passa-do a licença de operação para o início da produção e escoa-mento de gás natural nos dois campos. A produção do Cam-po de gavião real que estava programada para começar no quarto trimestre de 2012, ainda não teve início, já que a em-presa ainda aguarda a partida da ute Parnaíba. o campo de gavião Azul ainda está em fase de desenvolvimento.

A produção comercial de gavião real será destinada prio-ritariamente às termelétricas que serão construídas pela MPX em área próxima aos campos de gás. A companhia já possui licença de Instalação para duas delas, com capacidade de geração de até 3.722 MW.

segundo a empresa, a produ-ção bruta de gás poderá atingir até seis milhões de m3 de gás na-tural por dia em 2013, o que vai significar um aumento de 40%

na produção atual de gás natural em terra no brasil.

Rodada terrestreA tão esperada 11ª rodada de

licitações da ANP, prevista para maio, reforça a expectativa de que o brasil esteja entrando em uma nova onda onshore, com foco no gás natural e, obviamen-te, no petróleo. Isso porque boa parte dos blocos exploratórios que estarão sendo oferecidos deve se situar em bacias terres-tres, como sinalizou por diver-sas vezes a diretora geral da agência, Magda Chambriard, ao destacar o enorme potencial ‘ainda inexplorado’ de óleo e, principalmente, gás natural, nas bacias onshore brasileiras.

Já antecipando o cenário para os próximos anos, a diretora da ANP afirmou que irá dar priori-dade na oferta de blocos nas ba-cias terrestres na 12ª rodada de licitações, que deverá acontecer em 2014, devido principalmen-te ao grande potencial de gás natural nessas áreas. segundo ela, se for descoberto um gran-de volume de reservas, o que é bem possível de acordo com os estudos da agência, os preços do gás natural no brasil poderão ser reduzidos à metade.

o trabalho da agência nas bacias terrestres de nova fron-teira foi detalhado na rio oil & gas 2012, no painel ‘Fron-teiras exploratórias terrestres no brasil’, apresentado pela superintendente de definição de blocos da ANP, eliane Peterso-hn. segundo ela, levantamentos em áreas tão distintas quanto o Acre e o interior do Paraná, ou o interior da bahia e a região amazônica do Mato grosso já apresentam indicativos positivos da possibilidade de existência de óleo e gás.

287 mil bpd

PRODUÇÃO ONSHORE*

*novembro 2012, fonte: ANP

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24 TN Petróleo 87

“se precisássemos apre-sentar sugestões de blocos nessas regiões para uma

rodada de lei-lões amanhã nós teríamos condições de fazê-lo”, afir-mou Eliane Petersohn. “Nós sabería-

mos identificar as áreas com maior atrativo para licitar.” dentre as novas fronteiras exploratórias visadas pela ANP, além do Acre e Parecis, está a bacia de Parnaíba, que será a primeira a produzir gás, nos campos gavião Azul (ainda em desenvolvimento)

e gavião real, sob concessão da ogX.

As áreas a serem ofertadas na rodada deste ano deverão ser apresentadas às petrolei-ras a partir de janeiro, depois de aprovadas pelo Conselho Nacional de Política econômi-ca (CNPe) e o governo federal – que em edições anteriores já retirou áreas de uma licitação publicada. o mercado acredita que o mais provável é que haja blocos marítimos e terrestres, para tornar o leilão mais atraente.

Na última rodada, realizada no final de 2008, somente com áreas terrestres, dos 130 blocos ofertados, 54 foram arrematados. dentre os blocos licitados esta-

vam regiões importantes, como Amazonas, Parecis, recôncavo e sergipe-Alagoas, que são os principais produtores de petróleo e gás natural em terra.

UrucuCom 459 bilhões de m3 de

reservas provadas de gás e uma produção de 73,3 milhões de m³ por dia (produção de novembro de 2012), as perspectivas da ANP para os próximos dez anos é de dobrar esses números, mos-trando otimismo, principalmente com relação às bacias terrestres, o principal alvo de investimento da agência. Atualmente, o gás natural tem uma participação de 10% na matriz energética

nacional. “As conces-

sões onshore são muito im-portantes para a Petrobras e trazem resulta-dos muito satis-

fatórios”, diz o gerente geral de reservas e reservatórios do e&P da Petrobras, Carlos Eugênio da Ressurreição.

Para se ter uma ideia da importância das bacias terres-tres para a produção de petróleo e gás natural do país, dos 20 campos com maior produção, os campos de leste do urucu e rio urucu aparecem entre os 20 campos com maior produção.

A produção terrestre de óleo e gás da Petrobras está concentrada nas bacias do solimões, Potiguar, sergipe/Alagoas, recôncavo, tucano sul e espírito santo. em no-vembro, a produção de óleo e gás em terra da empresa ficou em quase 214 mil barris.

de acordo com a Petrobras, em 2012 foram investidos r$ 2,9 bilhões nas bacias terrestres bra-

*Petróleo: óleo e condensado. Não inclui LGN (GLP e C5+)Fonte: ANP, novembro 2012

ALAGOAS142 mil bep e 45.800 m3 GN

SERGIPE957.200 bep e 8.600 m3 GN

CEARÁ34 mil bep

e 26 mil m3 GN RIO GRANDE DO NORTE1.601 mil bep e 22.700 m3 GN

BAHIA1.376 mil bep e 86.700 m3 GN

ESPÍRITO SANTO456 mil bep e 9.700 m3 GN

TOTAL5.623.500 bep*; 509.800 m3 GN

AMAZONAS1.058 mil bep

e 335.900 m3 GN

PRODUÇÃO ONSHORE NO BRASIL

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Ranking da produção onshore no Brasil

sileiras, sendo r$ 900 milhões em exploração e r$ 2 bilhões no desenvolvimento da produção.

Para manter os bons níveis de produção de óleo e gás, as em-presas estão investindo cada vez mais na revitalização de campos maduros onshore, o que vem registrando excelentes resulta-dos. A Petrobras, por exemplo, tem um fator de recuperação médio de seus campos de 30%. A companhia implanta desde 2003 uma estraté-gia para revitalização de campos maduros e utiliza técnicas como o aumento do nível de injeção de água, vapor e polímeros para recuperação dos campos, mas testa também a injeção de glicerina.

Investimentos em altao fato é que tanto as petro-

leiras, como a própria ANP, têm investido em pesquisas e em exploração de petróleo e gás na-tural em terra firme. A previsão da ANP é somar r$ 1,8 bilhão de investimento no Plano Plurianual de estudos de geologia e geofí-sica da ANP (PPA) – o qual está inserido no Plano de Aceleração

do Crescimento (PAC) – com previsão de estudar 22 bacias sedimentares até 2014.

Hoje, o foco da agência está nas bacias terrestres do soli-mões, Amazonas, Parnaíba, Parecis, são Francisco, Paraná e no Acre. de acordo com eliane Petersohn, embora a bacia dos Parecis ainda seja pouco conhe-cida, há boas perspectivas para

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Produção boe/dia Operadora Campo Cidade Estado

212.200 Petrobras Vários - -

1.060 Gran Tierra TLD-REC-T-155 Recôncavo BA

329 Starfish Sabiá Bico-de-Osso Bacia Potiguar RN

277 Petrosynergy Tabuleiro dos Martins Maceió AL

259 Partex Cardeal Bacia Potiguar RN

233 Starfish TLD-POT-T-749 Bacia Potiguar RN

230 Galp TLD-BT-Seal-13 Angelim AL

193 Panergy Morro do Barro Vera Cruz BA

185 Petrosynergy Canário Catu BA

118 W. Petróleo Fazenda Santo Estevão Alagoinhas BA

105 Recôncavo E&P Lagoa do Paulo Araçás BA

105 Recôncavo E&P Lagoa do Paulo Norte Itanagra BA

89 W.Petróleo Fazenda Rio Branco Catu BA

68 Petrosynergy Lagoa Pacas Roteiro AL

67 Starfish Aracuã Aracaju SE

62 Petrosynergy Trovoada Catu BA

51 Alvorada Bom Lugar Alagoinhas BA

46 uTC Periquito Bacia Potiguar RN

44 Petrosynergy Sul de Cururipe Cururipe AL

36 uTC Galo da Campina Bacia Potiguar RN

35 Santana Santana Catu BA

Fonte: ANP, novembro de 2012

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a região, o que leva a agência a investir r$ 400 milhões nessa área até o final do PPA. “estamos mudando a cara das bacias sedi-mentares brasileiras”, afirmou. “Na bacia do Acre, temos, do ou-tro lado, no Peru, uma área que está totalmente concedida para exploração e produção. é pro-vável que haja alguma coisa do nosso lado também”, concluiu.

o grande interesse de empre-sas como Petrobras, ogX, Hrt e bP nos campos terrestres já é o resultado desses investimentos feitos pela ANP, que garantiu a descentralização desses recursos para exploração para estados como o Acre que antes não vis-lumbravam receber esses inves-timentos, já que não se sabia da existência de gás natural e petróleo em suas áreas.

Ao mesmo tempo em que aparecem os resultados positivos das pesquisas realizadas e a des-coberta de novas reservas, uma cadeia de infraestrutura tem que ser preparada para o escoamen-to do petróleo e do gás natural, através de gasodutos, terminais e refinarias. Atualmente, a rede nacional de gasodutos já tem quase 9.500 km.

Vocação para o gásDIRETORA GERAL DA ANP, Magda Chambriard, diz que estudos geológicos mostram as bacias terrestres nacionais com vocação para a exploração e produ-ção de gás natural e também para o gás não convencional, como o gás de xisto. Ela reiterou mais uma vez, que os resultados obti-dos em 2012 pelos estudos efetuados pela agência, mostram o grande poten-cial de diversas bacias, entre as quais a do Acre, Parecis (MT), Parnaíba (MA/PI), e São Francisco, no lado da Bahia. “Se o Brasil conseguir ter sucesso em bacias dessa dimensão para explorar gás, poderemos ter uma revolução no nosso país. Seria muito bom”, exultou.

Segundo Chambriard, informações geológicas de que a agência dispõe sobre as bacias em novas fronteiras sinalizam que o Brasil tem chances de se tornar um produtor importante de gás não convencional (shale gas). Porém, o país ainda está longe de confirmar o tamanho das reservas desse tipo de gás. A ANP fez uma analogia com o “Barnett Shale” (região pioneira na produção de gás não convencional dos EuA) para fazer uma avaliação prévia.

“Se os estudos mostrarem que temos rochas com as mesmas características das encontradas naquela região, há a possibilidade de se ter produção de gás não convencional nas bacias do Parecis, Parnaíba e Recôncavo.

Magda Chambriard explicou que a ANP começou a realizar estudos na bacia do Paraná, que é maior bacia do país, com 1,3 milhão de km2. “É uma bacia difícil, porque tem uma camada de basalto que dificulta o imageamento dos possíveis horizontes produtores. Há estudos, respaldados pela ANP, que in-dicam potencial de 226 TCF (trilhões de pés cúbicos) de gás não convencional. Tudo isso, repito, são apenas possibili-dades que ainda devem ser confirma-das por mais estudos e perfuração de poços”, concluiu.

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28 TN Petróleo 87

Recentemente, Petrobras, HRT e sua sócia, TNK-Brasil, assinaram um protocolo de intenções com o objetivo de desenvolver estudos sobre a viabilidade técnica, econômica e ambiental de implementação do Projeto Solimões, que consiste na exploração do gás natural nas áreas de concessão próximas ao Campo do Juruá, da Petrobras, na Bacia de Solimões, no estado do Amazonas.

Parcerias e investimentos

movidos a gás

Nessa última, em fevereiro de 2012, a Petrobras descobriu uma nova acumulação de petróleo e gás, durante a

perfuração do poço de 3.295 m de profundidade, conhecido como leste do Igarapé Chibata, a 25 km da Pro-víncia Petrolífera de urucu. os testes realizados indicaram capacidade de produção diária de 1.400 barris de óleo de boa qualidade (41º API) e 45 mil m3 de gás, na Formação Juruá. A Petrobras é detentora de 100% dos direitos de exploração e produção na Concessão.

este foi o segundo sucesso explo-ratório no bloco sol-t-171, onde já está em andamento, desde 2010, o Plano de Avaliação da descoberta do Igarapé Chibata. somente na-quela região, a companhia produz, diariamente, 53 mil barris de óleo e 11 milhões de m3 de gás natural por dia, além de 1,3 mil ton/dia de glP.

Milton Franke, Ceo da Hrt o&g, destaca que esta iniciativa,

mais além do in-teresse das com-panhias petro-líferas, envolve melhorias para o estado do Amazo-nas e municípios (na forma de tri-butos) e, princi-

palmente, empregos e mais renda para a população. “os estudos estão

em andamento e demandam tempo. estamos com grupos dedicados ao projeto, com uma agenda regular de reuniões para detalhar ações de mercado, logística, tecnologias, etc. Até julho, pelo menos, estaremos nesta etapa. qualquer novidade, a Hrt irá comunicar ao mercado e à sociedade”, complementa o Franke.

As expectativas são boas, como confirmam os investimentos previs-tos pela Hrt e a tNK-brasil para 2013: u$ 266 milhões, dos quais 40% na aquisição de dados, espe-

cialmente sísmica 2d, e 60% na perfuração de poços.

o executivo frisa, no entanto, que não é possível ainda estipular um prazo para o início da produção. “dentro de um cronograma de traba-lho que visa a eficiência operacional, a Hrt tem demonstrado excelente performance. Acabamos de anunciar o resultado do poço 1- Hrt-10-AM, que mostrou muito boa vazão para gás (1.600.000m³/dia). Potencial este que, somado ao dos poços 1-Hrt-5-AM e 1-Hrt-9-AM (o último um

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dos melhores poços de gás onshore do brasil), comprova a extensão para o sul da capacidade de produção de gás dos blocos sol-t-191 e sol--t-192. e reforça as perspectivas exploratórias da companhia nesta região, onde estão também localiza-dos os blocos sol-t-214, sol-t- 215 e sol-t-216”, informa.

Franke destaca ainda que a Hrt, diante dos últimos resultados ob-tidos, está focada em novas aqui-sições sísmicas – para melhorar o conhecimento da extensa área que tem concessão – e no projeto de mo-netização do gás. “Haverá, a partir do segundo semestre, duas equipes sísmicas em campo concentradas em levantar dados que ajudarão no detalhamento dos blocos ao sul. uma vez interpretados esses dados, pla-nejaremos as perfurações de 2014, 2015”, avalia o Ceo, reafirmando: “Confiamos no potencial desta área para gás e óleo.”

Terra do gásdetentora de 21 blocos de ex-

ploração na bacia do solimões, na Amazônia, a Hrt é uma das empre-sas que vem investindo nas novas fronteiras exploratórias terrestres brasileiras. segundo estudos, a ba-cia do solimões tem a segunda maior reserva de gás do país e a segunda maior produção de óleo e condensa-do em áreas onshore.

o potencial petrolífero da região de solimões é estimado entre qua-tro e seis bilhões de barris de óleo leve e de 10 a 20 trilhões de pés cúbicos de gás natural. No brasil, a Hrt detém ainda participação em quatro blocos de exploração em bacias onshore, cobrindo uma área de cerca de 110 km2 nas bacias do recôncavo (bA), espírito santo (es) e rio do Peixe (Pb).

A companhia já havia realizado uma grande descoberta no poço1--Hrt-9, com potencial de produção de até três milhões de m3 por dia na estrutura. esta descoberta re-presenta um passo importante no projeto de monetização do gás na bacia do solimões.

Além das companhias nacionais, as empresas estrangeiras também já perceberam o potencial das bacias onshore brasileiras, e estão obten-do participação em blocos. A shell

tem hoje 11 concessões para e&P de petróleo e gás no brasil, sendo cinco onshore, todas na bacia de são Francisco, onde também é ope-radora, com 60% de participação em cada uma delas.

em abril, a shell concluiu a aquisição de quase 1.200 km de dados sísmicos 2d na bacia de são Francisco, em Minas gerais, visando identificar a existência de gás não convencional na região. este é o primeiro projeto onshore da empresa no brasil, que pre-tende perfurar o primeiro poço exploratório ainda no primeiro semestre deste ano.

lançado em 2011, o programa exploratório do são Francisco inclui cinco blocos em terra, arrematados na 10ª rodada de licitações da ANP. segundo a empresa, o investimento nos estudos sísmicos é consequência da importância que o gás alcançou para a shell e do aumento da deman-da mundial por energia.

Ainda de acordo com a shell, a nova rodada de leilões foi uma de-cisão positiva, tomada na direção do crescimento da indústria e do país. “esperamos que os novos leilões marquem a retomada da regulari-dade na realização de rodadas de licitação. A companhia irá olhar com muita atenção as áreas que vierem a leilão, seja no pré-sal, pós-sal ou em terra”, completou.

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30 TN Petróleo 87

Responsáveis por 0,1% da produção nacional de petróleo, os produtores independentes estão presentes sobretudo nos estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, e Sergipe), no Amazonas e no Espírito Santo. Hoje, a produção nacional de petróleo das empresas de pequeno porte é de 3.600 barris por dia, em 39 campos terrestres. Nos últimos dez anos, o valor investido por essas pequenas e médias companhias chega a R$ 1,6 bilhão.

tentam superar desafiosIndependentes

Durante a rio oil & gas, re-alizada no ano passado, o presidente da Associação brasileira de Produtores

Independentes de Petróleo e gás (Abpip), Alessandro Novaes, de-monstrou preocupação com o futuro dessas pequenas companhias. “se não forem tomadas medidas urgentes de incentivo, como uma nova oferta de blocos onshore nos próximos cin-co anos, os peque-nos e médios produtores de petróleo poderão parar as atividades”, afirmou.

segundo Novaes, os indepen-dentes pedem a sanção da proposta que permite a realização de leilões de concessões de exploração exclu-sivos para os independentes a cada seis meses. ele explica que a propos-ta já foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Nacional de Política energética (CNPe).

os pequenos e médios produto-res desempenham papel importante por serem agentes complementares à produção nacional. Ao manter o foco em bacias terrestres maduras, essas companhias se destinam à manuten-ção ou aumento do volume de óleo e gás extraído da terra. “esse segmento representa para o país uma impor-

tante ação no sentido da descentra-lização do investimento exploratório, hoje concentrado no sudeste e vol-tado para águas profundas”, afirmou Magda Chambriard, diretora-geral da ANP.

Com investimentos de mais de r$ 70 milhões desde o início da fase exploratória, a Alvopetro (antiga Al-vorada Petróleo), chegou a produzir cerca de 600 barris/dia no início de 2011, deixando a empresa entre os maiores produtores onshore do brasil.

todos esses recursos foram con-centrados na perfuração de poços e na aquisição sísmica 3d e 2d nos blocos que a empresa possui no re-côncavo baiano. recentemente, a

companhia foi adquirida pelo grupo canadense Fortress, o que fez a em-presa ter mais poder financeiro para obter novas tecnologias e investimen-tos em técnicas de exploração não convencionais. “A participação da empresa no próximo leilão da ANP dependerá da análise e estudos das áreas ofertadas. As potenciais oportu-nidades deverão estar em linha com o plano estratégico da companhia”, afirmou Carlos eduardo Freitas, di-retor superintendente da Alvopetro.

Para ele, o setor onshore brasileiro apresenta um grande potencial, com boas oportunidades a serem ainda exploradas, especialmente com o gás de xisto (shale gas) e o tight oil. Com o advento de acordos entre pequenas empresas com grandes companhias estrangeiras, essas independentes aumentaram seus investimentos na área de e&P, com o objetivo de im-plementar novas técnicas não con-vencionais. Apesar disso, há o lado dos outros produtores independentes que atuam somente no setor onshore e que continuam vivendo momento de grande dificuldade.

“Acreditamos que a contínua me-lhoria do ambiente regulatório e a im-plementação adequada das políticas governamentais para o o&g tendem a fortalecer e melhorar cada vez mais o setor onshore no brasil”, concluiu o executivo.

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BP: US$ 10 milhões em bacias onshoreA BP TAMBÉM reforça a aposta no onshore brasileiro com um proje-to de pesquisa de 10 milhões de dólares que envolve a colaboração de universidades – cinco brasileiras e três britânicas. A iniciativa, que tem por objetivo aprimorar o enten-dimento da formação da Bacia do Parnaíba, no Nordeste, vai combinar dados sísmicos de reflexão da cros-ta profunda, sismologia e estudos geológicos de campo.

Tendo início com a aquisição sís-mica, o projeto vai envolver estudan-tes das universidades Federais do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Brasília e, ainda, do Observatório Na-cional, bem como das universidades de Aberdeen, Cambridge e Oxford. “O Brasil e o Reino unido estão compro-metidos com o aprimoramento das nossas excelentes relações em ciên-cias, pesquisa e educação superior. Esse novo acordo vai fortalecer ainda mais nossos laços” disse David Willet-ts, ministro de Estado Britânico para universidades e Ciências. “Também vai abrir mais oportunidades para nossos cientistas, universidades e empresas de ponta para colaboração e aprendizado mútuo, desenvolvendo conhecimentos e competências em

nossos países.”“Acreditamos

que a Bacia do Parnaíba, ainda pouco explora-da, representa um excelente laboratório para entender bacias

cratônicas em geral e aprofundar o conhecimento sobre seus mecanis-mos de desenvolvimento”, disse o Dr. Mike Daly, vice-presidente exe-

cutivo da BP. “Os dados sísmicos adquiridos pela BP serão inter-pretados junto com outros dados geofísicos e geológicos, aumentando o conhecimento dos cientistas bra-sileiros e britânicos envolvidos no projeto, com o objetivo de criar uma visão geológica integrada e entender o potencial dos recursos petrolífe-ros da bacia.”

As bacias cratônicas são gran-des bacias terrestres subcirculares formadas durante longos períodos de tempo sobre espessa crosta continen-tal. Algumas têm produzido bilhões de barris de hidrocarbonetos, especial-mente no hemisfério Norte, mas a maioria ainda é pouco explorada. Indí-cios de petróleo e gás e os anúncios de recentes descobertas demonstram o potencial da Bacia do Parnaíba, mas esta ainda não é uma província de petróleo estabelecida.

A BP contratou a Global Geo-physical em uma base não exclusiva

para adquirir uma linha sísmica regional de 1.440 km através da

bacia, passando pelos estados do Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí e Ceará. Estes dados serão dis-ponibilizados para as universidades, que irão integrar

dados geofísicos e geológicos adi-cionais para a construção de um mo-delo que irá ajudar a compreender a evolução da bacia. “Isso demonstra o compromisso de longo prazo da BP com o Brasil, onde estamos pre-sentes em cinco bacias, a maioria delas fronteiras exploratórias”, disse Guillermo Quintero, presidente regional da BP Brasil. “Este projeto voluntário vem se somar ao extenso programa de exploração e avaliação que a BP está realizando no Brasil desde 2011 até 2014.”

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Apontado com o principal fator que garantiu a autossuficiência de gás natural dos Estados Unidos, o gás de xisto (shale gas) começa a ser olhado com mais atenção no Brasil, a despeito dos sérios problemas ambientais que causou naquele país, onde há inúmeros casos de contaminação do solo e de fontes de água pelos produtos que são utilizados na sua extração, que demanda também uso intensivo de água.

A polêmica em torno dogás de xisto

Os conhecidos grandes de-pósitos de gás de xisto só começaram a ser explora-dos quando foi desenvol-

vida uma técnica chamada ‘fratura hidráulica’ (fracting), que consiste em quebrar a rocha para liberar o gás que está ali preso, por meio da injeção de água em alta pressão juntamente com produtos químicos.

Na grande reserva de Marcellus shale, nos estados unidos, os técnicos utilizam também areia para manter as fraturas abertas para que o gás seja liberado constantemente. A pressão do gás faz com que a água e os produtos químicos retornem à superfície pelo próprio poço perfurado. especialis-tas reconhecem os riscos ambientais desse modelo de extração de gás, mas dizem que eles podem ser controla-dos a níveis seguros com a adoção de regulação adequada e uso de boas práticas na produção do gás de xisto. Porém, os resultados da produção de gás de xisto nos estados unidos para o meio ambiente parecem dar sinais de que o processo não é tão seguro e ambientalmente correto.

No brasil, a produção de gás de xisto ainda é muito pequena, mas com o boom mundial do shale gas, muitos especialistas já se preocupam com o aumento da exploração desse gás no país e suas consequências ambientais futuras. de acordo com relatório do departamento de energia dos estados

unidos, o brasil teria a oitava reserva mundial de gás de xisto (shale gas), com 226 tPCs (trilhões de pés cúbi-cos). os euA têm a segunda reserva mundial, com 862 tPCs, atrás da líder China, com 1.275 tPCs.

Atualmente, há gás de xisto em 48 estados americanos, sendo que o texas foi o primeiro a utilizar a téc-nica de perfuração com a injeção de água e produtos químicos no solo. A menina dos olhos dos americanos atualmente é a reserva da Marcellus shale, que cobre as regiões de Nova york, ohio, Maryland e virgínia do oeste. Para se ter ideia do avanço da produção desse gás no território americano, em 2002, o gás de xisto correspondia a 1% da produção total e hoje este número já subiu para qua-se 30%. As reservas atuais, segundo cálculos de especialistas, seriam sufi-cientes para abastecer os americanos por cem anos.

No brasil, a produção de xisto está restrita apenas a uma presença da Petrobras no Paraná, onde extrai pouco mais de 110 mil m3 por dia, um volume insignificante se compa-

rado com ao consumo diário de gás no brasil que é de 49 milhões de m3.

Hoje, segundo a ANP, as três prin-cipais bacias com premissas de ava-liação de exploração do gás de xisto são Parnaíba, Parecis e recôncavo. esta última, segundo a agência, tem bom potencial pelo seu histórico de produção (foi a primeira bacia produ-tora do país) e pela infraestrutura do entorno, com refinarias e uma fábrica de fertilizante. Mas as duas primeiras teriam um potencial total de reservas de quase 190 tCF (trilhões de pés cúbicos) – quase o total estimado pelo departamento de energia dos estados unidos.

Apesar disso, a agência lembra que há questões-chave na regulação da exploração do gás de xisto no país, principalmente no que diz respeito aos requisitos de licitação, prazos de contratos de concessão, programa exploratório mínimo, avaliação de riscos, conteúdo local etc.

Mas o principal desafio continua sendo o da segurança e do meio am-biente, fazendo com que as empresas interessadas tenham de cumprir re-quisitos máximos no que diz respeito aos projetos de poços, operações de fraturamento (fracking) e a coleta, tratamento e descarte correto de água. sem falar na enorme demanda de água dessas atividades, principal-mente em regiões onde a secular seca não dá trégua, como o Nordeste.

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Com produção crescente de petróleo e gás natural no Brasil, as petroleiras buscam tecnologias que aumentem o desempenho de seus programas exploratórios. Seja para recuperação de hidrocarbonetos ou mesmo para aumentar o ciclo de vida de instalações offshore, os investimentos focam o monitoramento de informações, novo design de equipamentos, construção de poços, caracterização de reservatórios, além de uma atenção especial às bacias maduras, que, no cenário global, representam a maior parte das bacias produtoras.

DESAFIOS OFFSHOREvão além do pré-sal

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por Karolyna Gomes

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A exploração e produção offshore de petróleo e gás em águas profundas de-pendem cada vez mais de

tecnologias e soluções que garan-tam maior segurança e eficiência operacional e aumento da produti-vidade, seja no pós e pré-sal ou no Ártico. Razão pela qual a Petrobras anunciou, em julho de 2012, o Pro-grama de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos

(Proef), que visa recuperar a pro-dutividade da região que responde hoje por cerca de 80% da produção nacional e que demandará investi-mentos de mais de US$ 5,6 bilhões nos próximos anos.

Em um cenário mundial em que quase todas as bacias produtoras são maduras, aumentar o índice de recuperação de hidrocarbone-tos é um dos grandes desafios da indústria de óleo e gás. O tema se mostrou mais do que relevante na programação técnica da última Rio Oil & Gas, que trouxe o debate para distintos painéis. Na ocasião, Shell, Statoil e Petrobras – esta última representada por pesquisadores do Centro de Pesquisa Leopoldo Miguez de Melo (Cenpes) – apre-sentaram cases sobre revitalização de campos maduros offshore.

Apresentando projetos desen-volvidos no Mar do Norte, Trond Stokka Meling, vice-presidente Subsea e de Engenharia Marítima da Statoil, destacou o uso de dis-tintas tecnologias que possibilitou à empresa au-mentar de 30% para 50% o índi-ce de recupera-ção de petróleo em alguns cam-pos, nos últimos anos. “Apesar de alcançar esse número considerá-vel, nossa meta é chegar a 60%”, salientou, afirmando que isso de-mandará novos métodos, “como a sísmica 4D para monitoramento e melhor entendimento de reserva-tórios e maior eficácia na escolha dos locais para perfuração de no-vos poços”.

O ciclo de vida de instalações, como plataformas e equipamentos utilizados nelas, também está entre os desafios. “Além de renovar dese-nhos e produzir equipamentos mais leves, estamos atentos à questão da manutenção, que é fundamental

para ampliar a vida útil e reduzir os custos de produção.”

Recuperação alta em Bijupirá & Salema

Osman Tosun, gerente de De-senvolvimento dos campos Bijupirá & Salema, na Bacia de Campos, detalhou algumas tecnologias utili-zadas nessas concessões operadas pela Shell, a primeira companhia estrangeira a produzir petróleo no país. “Hoje produzimos 20 mil barris por dia em Bijupirá & Salema. Des-de o início de sua operação, considerando o projeto piloto, já foram extraídos 120 mi-lhões de barris”, assegura ele.

Mas os campos que, segundo Tosun, estão na metade de sua vida útil, já começaram a apresentar queda de produção, e os reserva-tórios se apresentaram mais com-plexos do que o imaginado. “Ha-via uma quebra de água nos poços além de outros problemas, como a mistura da água de formação e de injeção. Isso demandou observação e melhoria nos processos.”

Dentre as soluções adotadas pela petroleira para a perfuração de novos poços, está a sísmica 4D, que possibilita o monitoramento e reavaliação de informações. “Na fase de planejamento para 2013, junto com a Petrobras [que detém 20% da concessão], estamos ava-liando perfurar mais quatro poços”, explicou, visando atenuar a curva de declínio da produção.

Para o executivo, o conhecimen-to do reservatório é muito impor-tante. “Analisar o registro de poços abandonados, o comportamento do reservatório, a pressão. Tudo isso deve ser considerado na análise de um poço maduro”, afirma, afian-çando que a empresa já conseguiu

Unidades de produção offshore no BrasilCeaRá: 9 fixasPotigUaR: 29 fixas SeRgiPe-alagoaS e CamamU e almada: 26 fixas e 1 FPSOeSPíRito Santo: 2 fixas e 8 FPSOs (P-58 em 2014)CamPoS: 22 FPSOs (P-62 em 2014; P-63 em 2013), 2 FSOs, 1 FPU, 1 TLWP (P-61 em 2013), 17 semissub, 3 UMS/semissub, 14 fixasSantoS: 9 FPSOs (contando com o Cidade de Paraty em maio de 2013, Cidade de Ilha Bela e Cidade de Mangaratiba em 2014), além de mais 8 replicantes e mais 4 para Ces-são Onerosa, uma semissub, um FSO e duas fixas.

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aumentar em 13 milhões a recupe-ração nos dois campos.

Testando tecnologiasAbordagens tecnológicas que

ajudam a otimizar o desempenho em campos maduros estão sen-do aperfeiçoadas pela Petrobras. segundo José Fagundes Neto, gerente geral para P&d em geo-engenharia e engenharia de Poço

da Petrobras/Cenpes, testes onshore pautam investimentos e m s o l u ç õ e s o f f shore . um deles é o con-trole de mobili-

dade da água através da injeção de polímeros – o que aumenta a viscosidade da água.

“Hoje temos uma experiência bem-sucedida com testes realizados onshore e a partir de 2013 imple-mentaremos em um campo offshore que tem um óleo pesadíssimo”, dis-se sem citar os projetos em questão. “A partir de sua conclusão disponi-bilizaremos a tecnologia em larga escala. o que deve acontecer em 2015”, afirmou, complementando que o grande desafio será encon-trar um polímero que mantenha a estabilidade, ao longo do tempo, da pressão do reservatório.

o mesmo modelo de testes se aplica à injeção de água para promover pulsação, o que cau-sará uma vibração nas gotículas de óleo, induzindo-as a seguir para os poços produtores. “o tes-te piloto será realizado onshore, e obtendo resultados positivos seguiremos para o offshore no início de 2014... Acreditamos que até o final de 2015 teremos uma carteira de tecnologias que vai nos permitir um aumento razoável nos fatores de recuperação.”

o monitoramento de informa-ções, através de sísmica 4d perma-

nente, é apresentado como um dos diferenciais em projetos futuros da petroleira. “trazemos duas novida-des: um sistema de monitoramen-to permanente dentro do poço, e outro no fundo do mar. Com isso pretendemos ter a informação do que pode ter mudado em curtos ou longos períodos”, explica Fagundes Neto. “Pretendemos ter simulado-res que nos permitam otimizar o uso dessas informações”, completa.

o primeiro teste com a tecno-logia dentro do poço será feito em 2013, no campo de Namo-rado. Já o sistema que monitora o fundo do mar estava previsto para ser instalado em dezembro de 2012 em Jubarte, e a primeira aquisição de dados está prevista para o primeiro trimestre deste ano. “dentro de nossas metas, pretendemos ter simuladores que atualizem dados automaticamen-te, considerando um histórico já adquirido. Hoje, só conseguimos ajustar dados da frente de água quando ela chega até o poço pro-dutor. Antes disso você está com-pletamente cego”, explica.

o equipamento já está sendo desenvolvido em parceria entre Petrobras, shell e CNg, e sua ver-são comercial poderá ser oferecida já em 2014.

Óleos pesados À medida que as reserva de

óleo convencional (leve) vão se exaurindo, cresce a importância da participação de óleos pesados para a matriz energética mundial.

Com características mais vis-cosas e densidade próxima da água, o óleo considerado pesado tem valores diferentes dependen-do da organização que o avalia: 22º API na avaliação da Agência Nacional de Petróleo, gás Natural e biocombustíveis (ANP), 19º API, na avaliação da Petrobras, e 25º API, na avaliação da organiza-

ção dos Países exportadores de Petróleo (opep).

A América do sul lidera o ranking das regiões com maior quantidade deste tipo de petró-leo, possuindo mais de 1 trilhão de barris – seguido pelo oriente Médio, com 971 milhões de bar-ris, e América do Norte, com 651 milhões de barris.

“estima-se que o crescimento global da participação desse tipo de óleo suba de 13% para 14% até 2015 e, até 2030, 16%”, afirma Eduardo Bordieri, gerente geral de Concepção e Implantação de

Projetos de óleo Pesado da Petro-bras. de acordo com ele, o ce-nário da estatal aponta que de 2002 a 2011 o óleo pesado re-

presentou cerca de 33% do mer-cado da companhia, e até 2016 haverá “manutenção dos níveis de contribuição observados nos últimos cinco anos”.

dentre as descobertas destaca-das pelo executivo estão Jubarte (com 17º API), Albacora leste e Marlim (com 20º API), Marlim leste (18º API), e Papa terra (14º API). Isso demonstra a amplitude de óleos pesados na costa brasi-leira, com grande concentração na região da bacia de Campos. “A Petrobras já trabalha com o hori-zonte de óleos pesados há bastante tempo”, afirma bordieri, citando, dentre os principais desafios, o desenvolvimento da produção em águas profundas, garantia de es-coamento, geração de energia e tratamento do óleo.

“um ponto fundamental é a produção prematura de água, gerando gargalos na planta de processo, onde é feita a separa-ção do óleo-água. outro ponto é a alta demanda de energia para

offshore

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a elevação do óleo e do gás, do reservatório, no fundo do mar, até a plataforma”, diz. “Há também questões de tratamento desse óleo, como a redução de quantidade de água, queda de emulsão, além do descarte de água dentro dos ní-veis da regulamentação ambiental, o que demanda equipamentos e tratamentos adequados”, afirma.

Nesse contexto, a abordagem da Petrobras é de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Os projetos são analisados caso a caso, para que sejam aplica-das as melhores alternativas para cada um. “Hoje consideramos vi-áveis os poços de longa extensão, grande diâmetro e multilaterais. Também consideramos o controle de produção de areia, injeção de água e elevação artificial do óleo”, afirma o executivo da Petrobras.

O aprimoramento para desen-volver e integrar tecnologias que facilitem a produção deste tipo de óleo de modo econômico levou a companhia a criar o Programa Tecnológico de Óleos Pesados Offshore (Propes), que até hoje recebeu investimentos de mais de R$ 200 milhões.

O Propes compreende 32 pro-jetos, dentre eles: tecnologias de reservatórios para óleos pesados e viscosos em ambiente offshore; poços horizontais com longo trecho horizontal em arenitos não conso-lidados; equipamentos para poços de grande diâmetro; elevação arti-ficial para óleos pesados e viscosos; escoamento e transporte de óleos; separação e tratamento; projeto integrado de produção e avaliação; unidades de produção e sistemas submarinos para óleos pesados; caracterização e pré-tratamento.

Statoil busca inovar em PeregrinoA operadora Statoil se prepara

para utilizar novos dispositivos de controle autônomo de afluência

para ajudar a melhorar a recupe-ração de petróleo no campo de Pe-regrino, que tem cerca de 14º API.

De acordo com o diretor de Produção da Statoil para o campo de Peregrino, Johan Mikkelsen, o primeiro dispo-sitivo utilizado para atrasar e reduzir impac-to do avanço da água em poços horizontais lon-gos deve ser ins-talado em 2013. “Nossa equipe identificou cerca de dez poços que

poderiam se beneficiar da tecnolo-gia, que tem potencial para adicio-nar cerca de 20 milhões de barris de reservas.”

Mikkelsen também destacou o potencial de injeção de polímero. “Acredito firmemente que esta tecnologia irá desempenhar um ótimo papel neste campo”, disse. A Statoil considera um projeto piloto de injeção de polímeros que pode trazer resultados em até quatro anos.

Peregrino produz cerca de 85 mil barris de petróleo por dia, e deve chegar a 100 mil após a con-

FPSO P-50 em Albacora Leste na Bacia de Campos

Plataforma fixa Peregrino na Bacia de Campos

desafios offshore vão além do pré-sal

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clusão do primeiro poço multilate-ral do campo.

Shell reforça projeto do BC-10Com um óleo que varia de 16º

API a 24º API, o bloco bC-10, co-nhecido como Parque das Conchas, iniciou sua produção em 2010, al-cançando um pico de produção de 93 mil barris por dia em sua primeira fase de desenvolvimen-to. Como se esperava, esses níveis caíram e o atual investimento é para que ele retome os níveis de produção alcançando cerca de 50 mil bpd com o desenvolvimento da segunda fase.

“A fase 2, aprovada em 2010, está em execução e tem o mesmo número de poços (11) perfurados na anterior, para um único reservatório (Argonauta o-North). Atualmente estamos desenvolvendo as perfu-rações – sete poços de produção e quatro injetores de água – e as instalações subsea. Nossa previsão é que até o fim de 2013 teremos a primeira produção de petróleo”, disse Álvaro Beloso, gerente de pro-

jetos da empresa, complementando que estão sendo realizadas sísmicas 4d para o melhor gerenciamento desses reservatórios. A empresa es-pera estabelecer uma produção de cerca de 35 mil bpd em Argonauta durante os cinco primeiros anos, antes de um novo declínio.

o bC-10, que está localizado na bacia de Campos, no litoral do espírito santo, a quase 110 km da costa, dispõe de sistemas inovadores de separação e bombeio submarinos de petróleo e gás. outra tecnolo-gia desenvolvida para este projeto é a de risers com flutuadores. “o petróleo leve flui naturalmente do reservatório até a plataforma. o pe-tróleo mais pesa-do, não. ele tem que ser puxado”, explica beloso. “Como ele tem quase a mesma densidade da água, é mais di-fícil de fluir e também de separar. o que fazemos é esquentar esse óleo antes que ele chegue ao separador.

quanto mais quente, mais fácil de separar da água e do gás.”

o executivo explica que a pri-meira parte do desenvolvimento do bC-10 pauta sua continuidade, e a empresa irá manter o design dos equipamentos que estão sendo acopladas à nova fase. “vamos uti-lizar cerca de dez bombas elétricas potentes no Parque das Conchas para bombear o óleo dos reserva-tórios até o FPso”, disse beloso, afirmando que o desenvolvimento desses equipamentos é o maior in-vestimento do projeto.

Apesar do bC-10 ter sido conce-dido na rodada Zero e não ter por-centagem mínima para conteúdo local, beloso explica que o projeto contempla boa quantidade de mão de obra brasileira, tanto na fase 1 como na fase 2. “Nós temos parcei-ros no brasil. eles são fornecedores de tubos e materiais para perfu-ração, empresas de serviço para produção, entre outras”, explica. “durante a fase 1, a shell foi capaz de entregar parte significativa dos contratos de equipamentos sub-

offshore

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marinos para empresas brasileiras atingindo, voluntariamente, 36% de conteúdo local.”

A shell já estuda uma terceira fase para o Parque das Conchas, que desenvolverá o campo de Massa, descoberto em 2010, jun-tamente com o campo Argonauta o-south, encontrado em 2003. “Ainda não temos informações precisas sobre o número de poços necessários ou a extensão da área. Mas se o projeto for aprovado, ire-mos conectar esse reservatório ao FPso”, finaliza. o campo possui petróleo ligeiramente mais leve, com 18º API, além de ter grandes características de viscosidade.

Pré-sal: aquisição de informa-ções é estratégia da Petrobras

“oportunidades de inovação tecnológica” – assim Carlos Tadeu Fraga, gerente executivo do Pré--sal da Petrobras, define os desafios

que essas reser-vas trazem para a estatal e seus parceiros.

Com 14 poços em produção des-de 2008 – oito na bacia de santos e sete na bacia de Campos –, a pro-dução do pré-sal superou, no final de 2012, 200 milhões de barris de petróleo. As reservas que farão com que o brasil seja o país com maior crescimento de produção dentre os países fora da opep até 2030, rece-berá da Petrobras investimentos da ordem de us$ 6 bilhões para ex-ploração e us$ 43,7 bilhões para o desenvolvimento da produção.

e para seguir com o desenvol-vimento, tirando projetos do papel, a estatal investe na estratégia bem--sucedida de Campos. “quando a gente caminha em direção à ba-cia de santos, as espessuras de sal

aumentam. em contrapartida, os volumes aumentam, o que nos dá a oportunidade de estar lidando com uma província muito importante”, afirma Fraga.

A lâmina d’água, que atinge mais de 2.000 m, e a profundidade final dos poços também crescem para o sul, e como o previsto, cres-cem os “prêmios”. somados, lula, Iracema, sapinhoá e os contratos de cessão onerosa somam cerca de 15 bilhões de barris equivalentes de volume recuperável. “Para con-tinuar com o sucesso que estamos tendo – com 73 poços exploratórios perfurados, somando Campos e santos, e 80% de sucesso –, nos-sa estratégia nada mais é do que a bem-sucedida experiência em Campos: adquirir informações e usá-las para definir sistemas mais complexos, desenvolvendo tec-nologia ao longo da trajetória”, afirmou o gerente.

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retrospectiva 2012

2012,Em um ano marcado pela posse de Maria das Graças Foster na presidência da Petrobras e queda das ações das maiores companhias petrolíferas brasileiras, muitos assuntos ficaram pendentes para 2013, como a decisão sobre a redistribuição dos royalties, que teve o veto da presidente Dilma e aguarda decisão final da Câmara dos Deputados. Também ficou para 2013 a décima primeira rodada de licitações, que depois de quatro anos será realizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em maio, deixando o mercado de petróleo e gás com a expectativa de que as coisas vão começar a andar no setor. por Rodrigo Miguez

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2012, O ANO QUE NÃO TERMINOU

DESCOBERTA DE óLEO LEVE E GÁS NO CAMPO DE GOLFiNHO – No segundo dia do ano, a Pe-trobras descobriu óleo leve e gás após a perfuração do poço 4-glF-31-ess, informalmente denomi-nado ‘tambuatá’. localizado a 74 km da costa, o poço está situado a 7 km do FPso Cidade de Vitória, na porção leste do Campo de gol-finho, a 1.520 m de profundidade. o empreendimento faz parte do Projeto varredura, direcionado ao programa de antecipação da produção em novas descobertas próximas a sistemas de produção já implantados, o Planóleo.

PETROBRAS VAi TER PRiMEi-RO TERMiNAL OCEâNiCO – A Petrobras fechou contrato com a empresa tanker Pacific offshore terminals (tPot) para uma uni-dade offshore de transferência e exportação (uote), orçada em us$ 500 milhões, com capacidade para armazenar dois milhões de barris de petróleo. A estrutura contará com um navio fixo, de grande porte, instalado a 80 km de Macaé, no Norte Fluminense, que poderá ser abastecida simul-taneamente por dois navios, e seu sistema de válvulas permitirá a reversão de fluxo do óleo entre os navios. o novo terminal será instalado em local com 70 m de

profundidade e seu sistema de boias permitirá que os navios fiquem atracados à embarcação fixa para receber o óleo.

ANGOLANA ANuNCiA DESCO-BERTA NO PRé-SAL DA BACiA DE CAMPOS – A sonangol star-fish descobriu indícios de petróleo no pré-sal da bacia de Campos, no bloco C-M-622. A empresa informou à ANP que encontrou indícios de petróleo em dois re-servatórios com a perfuração de apenas um poço, o 6stAr24PrJs, nas profundidades de 4.700 m e 5.200 m, segundo informações da companhia. o poço foi denomina-do ‘gaivota’.

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MPX E GE FECHAM ACORDO BiLiONÁRiO – A MPX, empresa de energia do grupo ebX, firmou um contrato de mais de us$ 1,2 bilhão com a ge para fornecimento e ma-nutenção de 19 turbinas a gás para sua usina termelétrica da bacia do Parnaíba, no Maranhão. As turbinas, de fabricação americana, serão ali-mentadas por gás natural da ogX Maranhão, na qual a MPX detém participação. do total contratado, já foram encomendadas sete turbinas, todas com capacidade de cerca de 170 megawatts (MW), por um valor total de us$ 500 milhões. A primeira delas já aportou em são luís (MA), e a sétima chega em dezembro. quatro começam a operar no início de 2013, somando 676 MW.

OGX ANuNCiA PRiMEiRO óLEO NO TESTE DE LONGA DuRAçãO (TLD) EM WAiMEA – A empresa brasileira de óleo e gás natural, ogX, responsável pela maior campanha exploratória privada no brasil, comu-nica a produção do seu primeiro óleo no teste de longa duração (tld) na acumulação de Waimea. o tld de Waimea marca o início da geração de caixa da empresa com a venda de duas cargas para a shell, que totali-zam 1,2 milhão de barris.

RECORDE DE PRODuçãO DE PETRóLEO – em janeiro de 2012 houve novo recorde na produção de petróleo no brasil e pelo segundo mês consecutivo foi superada a mar-ca de 2,2 milhões de barris diários. Foram produzidos cerca de 2,231 milhões de barris/dia (bbl/d) de pe-tróleo, o que representa um aumento de quase 5,1% na comparação com o mesmo mês em 2011. em relação a dezembro de 2011, o crescimento foi de 0,8%. o principal motivo do novo recorde de janeiro de 2012 foi o aumento da produção da P-56 no campo de Marlim sul.

A produção de gás natural no brasil atingiu quase 71,1 milhões de m³/dia (m³/d), um incremento de 7,3% frente ao mesmo mês em 2011 e de 0,3% se comparada ao mês an-

terior. A produção de petróleo e gás natural no brasil foi de cerca de 2,678 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d).

ANP iNVESTiGA VAzAMENTO DE óLEO NO RiO GRANDE DO SuL – A ANP iniciou investigação sobre o vazamento de óleo ocorrido

na monoboia do terminal da trans-petro de osório, em tramandaí (rs). A Agência foi notificada pela empre-sa ontem (26/1). o escritório regio-nal sul da ANP está acompanhando – juntamente com a Capitania dos Portos, Ibama e Fundação estadual de Proteção Ambiental Henrique luiz roessler (Fepam) – o trabalho

OS GRANDES NÚMEROS DE 2012 de barris de óleo

equivalente por dia (boe/d) foi a maior pro-dução registrada no país até então (janeiro).

foi o valor da multa aplicada pela ANP à Chevron, pelo acidente no campo de Frade, na Bacia de Campos, ocorrido em novembro de 2011.

foi o volume total de derivados importados pelo Brasil até novembro de 2012.

foi o valor pago pela Chevron, que se beneficiou do desconto de 30% previsto no Artigo 4 da Lei 9847 (Lei de Penalidades).

ou US$ 685 mi-lhões foi o prejuízo da Petrobras no segundo trimestre de 2012, o primeiro em uma década.

foi a maior produção do pré-sal até novembro de 2012.

2,678 milhões

R$ 50 milhões

147 milhões boe

R$ 35,1 milhões

R$ 1,346 bilhão

272,1 mil boe/dia

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de contenção que está sendo feito pela transpetro.

VAzAMENTO DE óLEO NA BACiA DE SANTOS – A Petrobras informou no último dia do mês que detectou um vazamento de cerca de 160 barris de pe-tróleo de um poço perfurado na camada pré-sal da bacia de santos, a cerca de 300 km do litoral do estado de são Paulo.

Na área, a estatal realiza um teste de produção com um navio-plata-forma, batizado de FPWso Dyna-mic Producer, alugada para realizar o teste de longa duração como de Carioca Nordeste, na região onde estão outras importantes descobertas do pré-sal como o campo de lula. A Petrobras informou que o poço es-tava em produção no momento do acidente, que provocou “um rompi-mento na coluna de produção”, ou seja, no duto perfurado na rocha por onde o óleo flui até a cabeça do poço.

Fevereiro

VAzAMENTO NO CAMPO DE BARRACuDA – No dia 14, na parte da manhã, a ANP tomou conheci-mento do vazamento de petróleo ocorrido na noite do dia anterior, na Plataforma P-43, que opera no Cam-po de barracuda. uma falha em uma tubulação ocasionou o vazamento de 5 m³ de petróleo para o mar, a cerca de 100 km da costa do rio de Janeiro. o Plano de emergência da Petrobras foi acionado, envolvendo o desloca-mento de embarcações para conten-ção e dispersão da mancha, além do monitoramento por sobrevoo.

PARCERiA ESTRATéGiCA – A Pe-trobras e a Weatherford assinaram um memorando de entendimentos para identificar projetos de Pesquisa e desenvolvimento, ligados à ativi-dade de exploração e produção de petróleo e gás, cujo desenvolvimento seja de interesse comum. Como as empresas signatárias deste memo-rando pretendem aprofundar sua atuação no âmbito do P&d, a Wea-therford está propondo associar-se às universidades brasileiras e aportar

técnicos especializados. Além disso, ela planeja implantar um Centro de tecnologia brasileiro, que atuará em articulação com suas facilidades de P&d no exterior.

PETROBRAS CONTRATA 26 SON-DAS PARA O PRé-SAL – A Petrobras aprovou a contratação de 21 sondas (tipo offline) com a sete brasil, pela taxa diária média de us$ 530 mil, e a contratação de cinco sondas (tipo dupla atividade) com a ocean rig, pela taxa diária média de us$ 548 mil, ambas pelo prazo de 15 anos. Com essa contratação, a companhia conclui o plano de contratação de 28

sondas de perfuração marítima, a se-rem construídas no brasil para aten-dimento do programa de perfuração de longo prazo, prioritariamente para utilização nos poços do pré-sal.

GRAçA FOSTER ASSuME PRESi-DêNCiA DA PETROBRAS – Com 32 anos de empresa, Maria das gra-ças silva Foster assumiu o posto de presidente da Petrobras. enge-nheira, ela ocupava desde 2007 a diretoria de gás e energia. em sua primeira entrevista coletiva no novo cargo, ela afirmou que sua prioridade será a área de explora-ção e Produção. dois dias depois,

Fevereiro

Primeiro óleo da OGX em Waimea

Graça Foster assume a presidência da Petrobras

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retrospectiva 2012

assumiram os novos diretores das áreas de exploração e Produção, José Miranda Formigli, e de gás e energia, José Alcides santoro.

POTENCiAL DE PãO DE Açú-CAR CONFiRMADO – A Petrobras comunicou a descoberta de nova acumulação de hidrocarboneto na camada pré-sal, ao sul da bacia de Campos, no poço Pão de Açúcar, no bloco bM-C-33. o poço descobridor está localizado em lâmina d’água de 2.800 m, a 195 km de distância da costa do estado do rio de Janeiro. A operadora da área é a repsol-sinopec brasil, que tem 35% de participação, em parceria com a statoil (35%) e a Petrobras (30%). o poço perfurado identificou uma coluna total de hi-drocarboneto de 480 m de espessura, com cerca de 350 m de reservatórios portadores. o teste de formação, feito numa seção parcial de um dos reservatórios (de cerca de 220 m), indicou uma produção de 5.000 barris de petróleo e 807.000 m3 de gás por dia. o poço Pão de Açúcar confirma o grande potencial do bloco bM-C-33, onde já foram descobertos os prospectos de seat e de gávea.

PETROBRAS DESCOBRE MAiS óLEO E GÁS NA AMAzôNiA – A Petrobras descobriu uma nova acumulação de óleo e gás na ba-cia do solimões, no bloco sol--t-171, no município de Coari, a 25 km da Província Petrolífera de urucu, no estado do Amazonas. A descoberta ocorreu durante a perfuração do poço 1-brsA-961--AM, informalmente conhecido como ‘leste do Igarapé Chibata’. Pelos testes realizados, a capa-cidade de produção diária deve ser de 1.400 barris de óleo de boa qualidade (41º API) e 45.000 m3

de gás, na Formação Juruá. este é o segundo sucesso exploratório no mesmo bloco, onde já está em andamento, desde 2010, o Plano de Avaliação da descoberta do poço 1-brsA-769-AM, informal-mente conhecido como Igarapé Chibata. Confirmada a viabilidade

econômica das descobertas, estas viabilizarão a criação de um novo polo produtor de petróleo e gás natural na bacia do solimões.

CONCLuíDA A PERFuRAçãO DO PRiMEiRO POçO NA CESSãO

ONEROSA, NA ÁREA DE FRANCO – A Petrobras concluiu a perfuração do primeiro poço após a assinatura do contrato de Cessão onerosa. os resultados obtidos comprovaram a extensão dos reservatórios de óleo localizados a noroeste do poço desco-

OS GRANDES NÚMEROS DE 2012

é o volume anual de investimentos em E&P no pré-sal, previsto pelo PN 2012-2016.

foi o preço médio do barril equivalente de petróleo impor-tado pelo Brasil em 2012.

foi o dispêndio total em importações de derivados pelo Brasil até novembro de 2012.

foi a perda da Pe-trobras em valor de mercado (a maior do ano no país), segundo a Economatica.

foi a perda da OGX em valor de mercado, de acordo com a Economatica.

foi o valor atualizado do plano de negócios da Petrobras para 2012-2016.

foi o valor alocado para a área de E&P da Petrobras no PN 2012-2016.

US$ 15,3 bilhões

US$ 118,93 (FOB)

US$ 16,89 bilhões (FOB)

R$ 36,7 bilhões

R$ 29,8 bilhões

US$ 236,5 bilhões

US$ 131,6 bilhões

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bridor da área de Franco, no pré-sal da bacia de santos. o poço deno-minado 3-brsA-944A-rJs (3-rJs--688A) e informalmente conhecido como ‘Franco NW’, está situado em lâmina d’água de 1.860 m, a 188 km da cidade do rio de Janeiro e a 7,7 km a noroeste do poço descobridor 2-ANP-1-rJs (Franco).

DECLARAçõES DE COMERCiA-LiDADE NO SuL DA BACiA DE SANTOS – A Petrobras apresentou no dia 17 à ANP a declaração de Comercialidade das acumulações de petróleo e gás nas áreas de tiro e sídon, localizados no sul da ba-cia de santos. essas acumulações receberam os nomes de ‘bauna’ e ‘Piracaba’, correspondentes às áreas de tiro e sídon, respectivamente, e ficam situados no bloco bMs-40. os volumes recuperáveis totais são esti-mados em 113 milhões de boe para o campo de bauna e 83 milhões de boe para o campo de Piracaba, am-bos contendo petróleo leve (34º API em bauna e 32º API em Piracaba), em reservatórios arenosos situados acima da camada de sal.

LuCRO LíquiDO DA PETROBRAS é DE uS$ 20,1 BiLHõES – A Pe-trobras apresentou os resultados consolidados do exercício de 2011 (4t11), mostrando que a companhia alcançou lucro de us$ 20,1 bilhões em 2011 (us$ 1,54 por Ads), com-parado ao lucro de us$ 20 bilhões em 2010 (us$ 2,03 por Ads), como resultado sobretudo da elevação da receita de vendas em 21%, que alcançou us$ 145.915 milhões em 2011. A receita foi impactada positi-vamente pelo crescimento de 2% na produção de petróleo e gás natural, aumento das vendas de derivados no mercado doméstico, maiores co-tações internacionais do petróleo e aumento dos preços da gasolina e diesel no mercado interno. o ebitda ajustado foi de us$ 37,3 bilhões em 2011, comparado a us$ 33,7 bilhões em 2010, e os investimentos de ca-pital aumentaram para us$ 43,16 bilhões em 2011, a maioria destinada

à expansão da capacidade futura de produção de petróleo e gás natural.

Março

DiRETORA-GERAL DA ANP TOMA POSSE NA PRESENçA DA PRE-SiDENTA DiLMA ROuSSEFF – A cerimônia de posse da diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, foi re-alizada no dia 21, no rio de Janei-ro, com a presença da presidente da república, dilma rousseff, no auditório da escola de guerra Na-val. A solenidade também contou com a participação dos ministros de Minas e energia, edison lobão; das Cidades, Aguinaldo ribeiro; da Co-

municação social, Helena Chagas; e do governador do rio de Janeiro, sérgio Cabral Filho, além de sena-dores, deputados e representantes do setor de petróleo e gás natural.

em seu pronunciamento, a presi-dente dilma rousseff elogiou a atua-ção da ANP e da nova diretora-geral na defesa da soberania nacional, das riquezas do país e do meio ambiente. “Parabenizamos a ANP pelo traba-lho que tem feito até agora, tanto na garantia da qualidade dos combustí-veis, quanto na área de exploração e produção de petróleo e gás natural. As exigências da Agência devem ser cumpridas. As empresas que aqui atuam devem saber que os protocolos

Março

Magda Chambriard assume a direção geral da ANP

Declaração de Comercialidade em Tiro e Sídon

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de segurança da ANP estão aí para serem cumpridos. Não há exceção”, afirmou a chefe da nação brasileira.

NOVOS PONTOS DE AFLORA-MENTO DE PETRóLEO EM FRADE – A ANP informa que foram identifi-cados novos pontos de vazamento de óleo no solo marinho, na concessão de Frade. A ANP, desde o início do evento, em novembro de 2011, vem acompanhando de perto os traba-lhos da Chevron brasil upstream ltda. No dia 15, técnicos da ANP constataram, através das filmagens submarinas, cinco pontos ao longo

de uma fissura de 800 m, de onde se observava o aparecimento de gotícu-las de óleo, em uma vazão reduzida. No dia 16, o presidente da Chevron foi convocado para prestar esclareci-mentos referentes aos novos pontos de vazamento. Na noite do mesmo dia, a ANP consentiu que a empresa interrompesse totalmente a produção do Campo de Frade.

PETROBRAS VAi iNVESTiR R$ 320,9 MiLHõES EM FORMAçãO DE RECuRSOS HuMANOS – A ANP autorizou a Petrobras a inves-tir r$ 320,9 milhões no programa

Ciência sem Fronteiras, do gover-no Federal. o pleito da empresa foi aprovado pela diretoria Colegiada da Agência no último dia 29 de fe-vereiro. os recursos serão destina-dos à concessão de cinco mil bolsas de estudo de graduação (2.754 de mestrado e 1.901 de doutorado), na modalidade sanduíche – em que o aluno estuda no exterior por até 12 meses e retorna ao país para conti-nuar o curso – e outras 345 bolsas de doutorado pleno, com duração de até 48 meses, entre 2012 e 2017.

o valor aprovado inclui despesas referentes a passagem aérea de ida e volta, em classe econômica, auxílio instalação, seguro saúde e despesas com taxas escolares no exterior. os alunos contemplados vão participar e desenvolver projetos relacionados à indústria do petróleo, gás natural, energia e biocombustíveis.

os recursos são provenientes da Cláusula de Investimentos em Pes-quisa e desenvolvimento (Cláusula de P&d), prevista nos contratos de concessão. ela determina que as em-presas petrolíferas concessionárias invistam em seus centros de pesquisa no brasil, ou em instituições de pes-quisa nacionais, 1% da receita bruta que obtêm nos campos de grande produção ou de alta rentabilidade (que pagam participação especial).

PETROBRAS COMEçA A PRODu-ziR EM CASCADE – A Petrobras iniciou a produção do campo de Cascade através do poço Cascade 4, interligado ao FPso BW Pioneer, localizado a aproximadamente 250 km da costa do estado da lousiana, em profundidade de água de 2.500 m, no golfo do México americano. é o primeiro FPso a produzir pe-tróleo e gás no setor americano do referido golfo. o navio-plataforma tem capacidade de processar 80 mil barris de petróleo e 500.000 m3 de gás por dia, e de estocar 500 mil bar-ris de petróleo.

SiNOPEC COMPRA 30% DA PE-TROGAL BRASiL – A galp energia e a sinopec concluíram a operação,

Petrobras: investimento de R$ 320,09 milhões em RH

Início da produção no Campo de Cascade no Golfo do México

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retrospectiva 2012

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anunciada em novembro de 2011, de aumento de capital da subsi-diária Petrogal brasil e de outras empresas relacionadas, responsá-veis pelas atividades de exploração e produção de petróleo da galp energia no brasil. A sinopec subs-creveu a totalidade do aumento de capital de us$ 4,8 bilhões da Petrogal brasil e de outras empre-sas relacionadas. Adicionalmente, a sinopec realizou um empréstimo acionista à Petrogal brasil, de us$ 360 milhões, que será utilizado para reembolsar empréstimos de acionistas da galp energia. Com a conclusão da transação, a galp energia fica com 70% da Petrogal brasil, enquanto a sinopec terá participação de 30%.

FMC E PETROBRAS ASSiNAM ACORDO PARA FORNECiMEN-TO DE TECNOLOGiAS PARA O PRé-SAL – A FMC technologies e a Petrobras assinaram um acordo para fornecimento de tecnolo-gias para o pré-sal. A princípio, o negócio envolve o fornecimento de 78 árvores de natal molhadas (ANM), que atuarão em profun-didades de 2.500 m. A receita ge-rada soma um valor aproximado de us$ 900 milhões.

SEGuNDO POçO PERFuRADO NA CESSãO ONEROSA – A Petro-bras perfurou o segundo poço após a assinatura do contrato de Cessão onerosa com a ANP, confirmando a descoberta de óleo de boa qua-lidade na área denominada ‘Nor-deste de tupi’, no pré-sal da bacia de santos. esse poço, denominado ‘1-brsA-976-rJs (1-rJs-691)’, está localizado a nordeste do campo de lula, em lâmina d’água de 2.131 m, e a uma distância de 255 km da cidade do rio de Janeiro.

NOVA DESCOBERTA DE PETRó-LEO NO PRé-SAL DA BACiA DE SANTOS – A Petrobras informa que comprovou a ocorrência de uma nova acumulação de óleo de boa qualidade no bloco bM-s-8, em

águas ultraprofundas no pré-sal da bacia de santos. A descoberta ocorreu durante a perfuração do poço 4-sPs-86b (4-brsA-971-sPs), informalmente denominado ‘Carca-rá’, localizado a 232 km do litoral do estado de são Paulo.

ANP AuTuA CHEVRON – A ANP autuou a Chevron no dia 14 por não atender notificação da Agência para apresentar as salvaguardas solicitadas para evitar novas exsu-dações na área do Campo de Frade. A Agência está acompanhando o vazamento desde o dia do inciden-

te, em 7 de novembro de 2011. téc-nicos da ANP estiveram no Centro de Comando de Crise da Chevron e determinaram a instalação de um coletor no novo ponto de vazamento identificado pela empresa.

Abril

AFLORAMENTO DE óLEO NO CAMPO DE RONCADOR – A ANP tomou conhecimento, na noite do dia 8, do vazamento de gotículas de óleo a partir do solo marinho do campo de roncador, operado pela Petrobras. roncador é vizinho do campo de

Abril

FMC assina com a Petrobras fornecimento de equipamentos

Campo de Frade: ANP autua Chevron

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Frade, operado pela Chevron, onde ocorreu um blowout em 7/11/2011. o ponto do vazamento no campo do roncador foi localizado a partir de inspeções submarinas com rovs (veículo operado remotamente), estando situado a cerca de 500 m da fronteira com o campo de Frade. Não havia identificação de mancha na su-perfície do mar. As amostras de óleo recolhidas a partir do vazamento no campo de roncador, analisadas por laboratório acreditado pela ANP, in-dicaram que o óleo não é proveniente de nenhum reservatório da bacia de Campos. os resultados apontam para um fluido de perfuração ou

completação comumente utilizado em operações de poço.

ESTALEiRO ENSEADA DO PARA-GuAçu FARÁ SONDAS – o esta-leiro enseada do Paraguaçu (eeP) assinou contrato com a sete brasil para a construção de seis navios--sonda para a perfuração de petró-leo, no valor de us$ 4,8 bilhões. A sete também assinou contrato com a Keppel para construção de cinco plataformas de perfuração.

ARGENTiNA CAçA DiREiTO DE EXPLORAçãO DA PETROBRAS – o governo argentino retirou da Petro-

bras o direito de explorar petróleo e gás natural na região de Neuquén, sob a alegação pelo governo local de que a empresa não estava investindo o suficiente na área. outras empresas como a repson-yPF e a canadense Argenta energia também tiveram retirados direitos de exploração na mesma província.

Maio

CONVERSãO DE NAViOS PARA O PRé-SAL – A Petrobras assinou no início de maio, contrato no valor de us$ 1,7 bilhão para conversão, no estaleiro Inhaúma, de quatro navios do tipo vlCC (very large Crude Carrier) nos cascos das futuras plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77, destinadas às áreas da Cessão one-rosa, no pré-sal da bacia de santos.

uNiVERSiDADE FEDERAL DA BAHiA iNAuGuRA LABORATóRiO COM APOiO DA PETROBRAS – A Petrobras e a universidade Federal da bahia (ufba) inauguraram o laborató-rio de Isótopos estáveis, que integra a rede de geoquímica. No laboratório, será realizada a caracterização isotópica de águas de formação em reservatórios para determinação de sua origem e evolução nos campos de petróleo. Além disso, essa caracterização servirá como ferramenta para o monitoramento dos variados as-pectos ambientais ligados à produção. A Petrobras investiu r$ 1 milhão em reforma de infraestrutura e aquisição de equipamentos e r$ 1,7 milhão em projetos de pesquisa e desenvolvimento.

João CânDIDo FAz SuA PRiMEi-RA ViAGEM PARA A TRANSPETRO – Primeiro navio construído para o Programa de Modernização e expan-são da Frota da transpetro (Promef), o João Cândido saiu para sua primeira operação, o transporte de petróleo produzido na bacia de Campos para o terminal Almirante barroso (tebar), em são sebastião (sP). Com 274 m de comprimento, o navio tem capaci-dade para transportar um milhão de barris de petróleo – quase a metade da produção diária nacional.

Maio

retrospectiva 2012

Início das obras da Cessão Onerosa no Estaleiro Inhaúma

Estaleiro Enseada Paraguassú irá construir navios-sonda

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DENúNCiA DE VAzAMENTO EM JuBARTE – A ANP e a Marinha do brasil informam que em sobrevoo realizado, no âmbito do termo de cooperação Marinha/ANP, para ave-riguar a denúncia sobre a existência de uma mancha de óleo no Campo de Jubarte, próxima à Plataforma P-57, até o momento os inspetores navais da Capitania dos Portos do espírito santo não avistaram qualquer man-cha. A ANP e a Marinha continuarão acompanhando a situação.

Junho

VALE ENTRA NO MERCADO DE BiODiESEL – A vale entrou no mer-cado de biodiesel com o início da ope-ração da usina que vai transformar óleo de palma em biocombustível. A maior produtora de minério de ferro do mundo vai investir us$ 500 milhões no pro-jeto para abastecer sua frota no país. Pelo cronograma, uma segunda planta industrial, para transformar o insumo em biodiesel, será instalada em 2015.

SHELL iNVESTE NO ESPíRiTO SANTO – o presidente da shell, An-dré Araújo, anunciou que a empresa vai investir us$ 2 bilhões nos próxi-mos anos no espírito santo, a fim de dar sequência aos projetos de explo-ração e produção da shell no estado.

BNDES LiBERA DiNHEiRO PARA ENERGiA EóLiCA – o bNdes dis-ponibilizou r$ 378 milhões para cinco parques de energia eólica, na bahia e no rio grande do Norte, que serão destinados à Força eólica do brasil, empresa controlada pela Neoenergia e pela Iberdrola.

PETROBRAS LANçA PLANO DE NEGóCiOS 2012-2016 – A Petro-bras apresentou o tão aguardado Plano de Negócios 2012-2016, no qual mostrou o planejamento para os próximos anos: vai investir us$ 236,5 bilhões, principalmente na área de exploração e produção, que terá us$ 131,6 bilhões à dis-posição. o valor é 5,25% maior do que o estimado no plano anterior

(2011/2015), que era de us$ 224,7 bilhões. Para a presidente da Petro-bras, graça Foster, as metas de pro-dução da companhia, agora com o novo plano de negócios, estão mais realistas. o novo plano enfatiza a recuperação da curva de produção de óleo e gás e o desenvolvimento dos negócios da Petrobras.

MAiS PETRóLEO NA CESSãO ONEROSA – A Petrobras descobriu petróleo de boa qualidade no terceiro poço perfurado na área da Cessão onerosa, localizado na área deno-minada ‘sul de guará’, no pré-sal

da bacia de santos. de acordo com o contrato, nessa área a Petrobras tem o direito de produzir até 319 milhões de boe. este poço descobridor, deno-minado ‘1-brsA-1045-sPs (1-sPs-96)’, está localizado na porção sul do Campo de sapinhoá, em lâmina d’água de 2.202 m, e a uma distância de 320 km do litoral do estado de são Paulo.

Julho

MAiS EFiCiêNCiA PARA A BACiA DE CAMPOS – A presidente da Petro-bras, graça Foster, lançou o Programa

Junho

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Lançamento do PN 2012-2016 pela Petrobras

BNDES financia energia eólica

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de Aumento da eficiência operacional da bacia de Campos (Proef), com o ob-jetivo de restaurar e consolidar o retorno da eficiência operacional da unidade de operações da bacia de Campos (uo--bC) a seus níveis históricos próximos de 90% e, com isso, garantir a entrega da curva de óleo prevista no cronogra-ma da companhia.

TECNOLOGiA E BATiSMO – A Pe-trobras e a universidade Federal do Amazonas (ufam) inauguraram três laboratórios destinados ao estudo de tecnologias de pavimentação asfáltica para a região amazônica. Além disso, a empresa também realizou o batismo da plataforma de perfuração auto-elevatória P-59, no canteiro de são roque do Paraguaçu, em Maragogi-pe (bA). A plataforma será alocada primeiramente no poço exploratório Peroá Profundo, localizado no campo de Peroá, na costa do espírito santo.

MAiS uM NAViO DO PROMEF é ENTREGuE – o navio de produtos Sérgio Buarque de Holanda foi entre-gue à transpetro. terceira embarca-ção do Programa de Modernização e expansão da Frota (Promef) a ini-ciar as operações, a embarcação tem 183 m de comprimento e capa-cidade para transportar 56 milhões de litros de combustíveis.

ANP CONCLui AS iNVESTiGA-çõES DO ACiDENTE NO CAMPO DE FRADE – A ANP informa que concluiu as investigações do aciden-te do Campo de Frade, ocorrido em 7/11/2011, decorrente da atividade de perfuração do poço 9-Fr-50dP--rJs pela Chevron brasil upstream Frade ltda. A Agência conclui que o acidente poderia ter sido evitado, caso a Chevron tivesse conduzido suas operações em plena aderência à regulamentação, em conformidade com as boas práticas da indústria do petróleo e com seu próprio manual de procedimentos. A empresa tem plena ciência do conteúdo do relatório e teve oportunidade de encaminhar registros e documentos complemen-tares, visando esclarecer alguns as-

pectos apontados na investigação da Agência.

Pelas 25 irregularidades consta-tadas no decorrer da investigação, a empresa foi regularmente autuada. de acordo com a lei 9.847/99, o li-mite da multa que pode ser aplicada é de r$ 50 milhões. uma vez que a investigação foi concluída, foi dado prosseguimento ao julgamento dos processos, com conclusão prevista para os próximos 30 dias.

PRODuçãO DO PRé-SAL BATEu RECORDE EM JuLHO – A produ-ção do pré-sal em julho foi de 172,8 mil barris/dia de petróleo e de 5,7 milhões de m3, totalizando 208,9 mil barris de óleo equivalentes por dia (Mboe/d), aumento de 9% em comparação ao mês passado, quando chegou a 191,2 Mboe/dia. Foi a maior produção proveniente dos reservató-rios do pré-sal, que ultrapassou pela segunda vez os 200 Mboe/d. A primei-ra fora em dezembro de 2011, com a produção de 200,6 Mboe/d.

A produção recorde foi oriunda de dez poços localizados nos cam-pos de Jubarte (um), lula (cinco), Caratinga e barracuda (um), Marlim leste (um), Marlim e voador (um) e barracuda (um). dos dez poços produtores do pré-sal, sete estão en-tre os 30 maiores. destaque para os poços do Campo de lula, dos quais três figuram entre os cinco maiores produtores, sendo o 7ll3drJs, o maior produtor em julho, com vazão média de 37,2 Mboe/d.

Agosto

PETROBRAS DESCOBRE PETRó-LEO E REGiSTRA PREJuízO NO SEGuNDO SEMESTRE – Petrobras anuncia descoberta de petróleo em águas profundas da bacia do Ceará. Conhecido informalmente como Pe-cém, o poço está localizado a cerca de 76 km do município de Paracu-ru, na costa do estado do Ceará, em profundidade de água de 2.129 m. o segundo semestre da Petrobras fechou com prejuízo de r$ 1,3 bilhão para a empresa, o pior resultado da

estatal desde o primeiro trimestre de 1999. segundo relatório da empresa, a alta do dólar foi determinante para o resultado negativo, por conta do endividamento e custos na moeda estrangeira.

SENADO APROVA RECONDuçãO DA DiRETORA-GERAL DA ANP – o Plenário do senado aprovou no dia 8, por 60 votos a 8, a recondu-ção da engenheira Magda Maria de regina Chambriard para o cargo de diretora-geral da ANP. Pela manhã, a indicação da diretora já havia sido aprovada pela Comissão de serviços de Infraestrutura (CI).

o líder do governo, senador edu-ardo braga (PMdb-AM), disse que Magda Chambriard é competente e vem fazendo um bom trabalho à frente da ANP. Para a senadora va-nessa grazziotin (PCdob-AM), o brasil vive um momento especial, com uma mulher na presidência da república, dilma rousseff, e outra na presidência da Petrobras, graça Foster, além de Magda Chambriard na direção da ANP. vanessa grazzio-tin registrou que Magda tem 32 anos de experiência no setor.

CONTRATOS PARA FPSO – A Ke-ppel Fels brasil acertou dois contra-tos no valor de us$ 950 milhões do consórcio Petrobras, guara bv e tupi bv, para a fabricação e integração de módulos topside para os FPsos P-66 e P-69.

iNOVA PETRO é LANçADO COM FOCO NA CADEiA PRODuTiVA – A Financiadora de estudos e Projetos (Finep) e o banco Nacional de de-senvolvimento econômico e social (bNdes) lançaram o programa Inova Petro, voltado para o desenvolvimen-to de fornecedores brasileiros para a cadeia produtiva da indústria de petróleo e gás natural, no valor de r$ 3 bilhões.

ASSiNATuRA DE CONTRATOS PARA CONSTRuçãO DE SONDAS DE PERFuRAçãO – A Petrobras fechou a contratação para construção

Agosto

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no estaleiro brasfels, em Angra dos reis, das sondas de perfuração com a empresa sete brasil com percen-tuais de conteúdo local entre 55% e 65%. essas sondas se destinam à perfuração de poços no pré-sal da bacia de santos e poderão operar em profundidade d’água de 3.000 m, com capacidade de perfurar poços de até 10 mil m.

NOVA DESCOBERTA DE PETRó-LEO NA BACiA DO CEARÁ – A Petrobras comprovou a ocorrência de petróleo em águas profundas da bacia do Ceará durante a per-

furação do poço 1-brsA-1080-Ces (1-Ces-158). Conhecido informal-mente como Pecém, o poço está localizado a cerca de 76 km do mu-nicípio de Paracuru, na costa do Ceará, em lâmina d’água de 2.129 m. A profundidade atual do poço é de 4.410 m e a perfuração prosse-guirá até 5.500 m.

DESCOBERTA DE PETRóLEO NA BACiA DE SERGiPE-ALAGOAS – A Petrobras comprovou a ocorrência de petróleo e gás de boa qualidade no bloco bM-seAl-10, em águas ultraprofundas da bacia de sergipe-

-Alagoas. esse bloco é parte da con-cessão seAl-M-499, operado pela Petrobras com 100% de participação. A descoberta ocorreu durante a per-furação do poço 1-brsA-1088-ses (1-ses-168), informalmente conhe-cido como Moita bonita e situado em lâmina d’água de 2.775 m.

setembro

PRESiDENTE APROVA A 11ª RODADA – A presidente dilma rousseff autoriza a realização da 11ª rodada de licitações de blo-cos exploratórios de petróleo, que deverá ocorrer em maio de 2013, em data a ser estabelecida pela ANP. os blocos a serem ofertados serão divulgados pela Agência nos próximos dias. A realização da 11ª rodada está condicionada à aprovação da lei dos royalties pelo Congresso Nacional.

CHEVRON PAGA MuLTA iNé-DiTA – A empresa Chevron bra-sil upstream Frade ltda quitou à ANP, no último dia 21, sem inter-por recurso, a multa imposta pela Agência de r$ 35, 1 milhões. Com isso, a empresa se beneficiou do desconto de 30% previsto no Arti-go 4 da lei 9847 (lei de Penalida-des). A multa é referente a 24 das 25 irregularidades encontradas pela Agência durante processo administrativo para apurar as cau-sas do vazamento de petróleo no Campo de Frade.

LiCENçA PARA O PARNAíBA – A ogX Maranhão obtém licença de operação (lo) autorizando o início da produção e escoamento de gás natural nos campos gavião real e gavião Azul, na bacia do Parnaíba.

GE O&G FECHA GRANDE CON-TRATO – A ge oil & gas fechou contrato de r$ 2,28 bilhões com a Petrobras para produção de 380 cabeças de poço e ferramentas de instalação para a exploração de poços.

Setembro

Batismo da plataforma P-59 em São Roque do Paraguaçu, BA

Navio Sérgio Buarque de Holanda entra em operação

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PETROBRAS iNiCiA PRODuçãO NO CAMPO DE CHiNOOk – A Pe-trobras deu no início do mês à produ-ção de petróleo e gás natural no campo de Chinook, no golfo do México, que está interligado ao FPso BW Pioneer, localizado a cerca de 250 km da costa do estado da luisiana (euA). esse é o primeiro FPso a produzir petróleo e gás no setor americano do golfo do México e a Petrobras é a primeira com-panhia a desenvolver um campo de petróleo no golfo do México utilizando essas tecnologias.

DESCOBERTA NO PERu – A repsol e Petrobras fizeram uma importante descoberta de gás nas formações Nia superior e Nia Inferior, no Peru, com estimativas 28,3 bilhões de m3 e 56,6 bilhões de m3, respectivamente.

CONCLuíDA PERFuRAçãO DE POçO EM ÁREA DA CESSãO ONE-ROSA – A Petrobras concluiu a per-furação do terceiro poço na Cessão onerosa. denominado ‘1-brsA-1045--sPs (1-sPs-96)’, o poço está loca-lizado na área denominada ‘sul de guará’, no pré-sal da bacia de santos. o poço descobridor 1-brsA-1045-sPs (1-sPs-96) está localizado ao sul do campo de sapinhoá, em profundidade de 2.202 m, a uma distância de 320 km do litoral do estado de são Paulo.

PETROBRAS iNiCiA PRODuçãO DO FPSO CIDADe De AnCHIetA – A Petrobras iniciou a produção de petróleo do poço 7-bAZ-02-ess, por meio do navio-plataforma Cidade de Anchieta, localizada no campo de baleia Azul, no complexo denomi-nado Parque das baleias, na porção capixaba da bacia de Campos. essa plataforma, do tipo FPso, destina--se exclusivamente à produção da camada pré-sal dos campos de baleia Azul, Jubarte e Pirambu.

STJ DERRuBA LiMiNAR CONTRA TRANSOCEAN E CHEVRON – A ANP conseguiu reverter, no superior tribunal de Justiça (stJ), no dia 28, decisão do tribunal regional Federal da 2ª região (trF-2) que determina-

va a suspensão, em todo o país, das atividades das empresas Chevron e transocean, devido ao acidente ocor-rido durante a perfuração de poço situado no Campo de Frade, bacia de Campos.

outubro

OGX é AuTORizADA A PERFuRAR NA BACiA DE CAMPOS – ogX ob-tém autorização para iniciar perfu-ração no bM-C-37 e bM-C-38, na bacia de Campos. em março, a ogX adquiriu 20% de participação adicio-nal de sua parceira Maersk oil nesses blocos, em águas rasas da bacia de Campos, e se tornou a operadora.

PETROBRAS, HRT E TNk-BRASiL FiRMAM PROTOCOLO PARA BA-CiA DO SOLiMõES – A Petrobras, a Hrt o&g e a tNK-brasil assinaram protocolo de intenções para a mone-tização do gás da bacia do solimões (AM), onde se concentra a segunda maior reserva do país. o objetivo é integrar esforços para avaliar a via-bilidade técnica, econômica, ambien-tal, financeira, jurídica, regulatória e tributária para a implantação da monetização do gás natural vincu-lado às concessões em áreas contí-guas ao Campo de Juruá, visando à elaboração de um modelo de negócio denominado Projeto solimões.

PLATAFORMAS REPLiCANTES EM RiO GRANDE – A Petrobras e seus parceiros (bg group, Petrogal e repsol sinopec) deram início, no estaleiro rio grande (rs), à coloca-ção dentro do dique seco do primeiro bloco para a construção do casco da primeira dentre as oito plataformas replicantes do tipo FPso que serão usadas em campos do pré-sal.

POçO DE EXTENSãO EM JúPi-TER CONFiRMA DESCOBERTA DE GÁS E CONDENSADO – os re-sultados preliminares da perfuração do poço 3-brsA-967A-rJs (3-rJs--683A), informalmente conhecido como Júpiter Nordeste, localizado a 7,5 km do poço descobridor da área

de Júpiter (1-brsA-559A), na bacia de santos, confirmaram a presença de gás natural e condensado, bem como a existência de um reservatório contínuo entre os dois poços.

o novo poço chega a 5.438 m, está situa-se no bloco bM-s-24, em águas ultraprofundas, em uma profundidade de água de 2.161 m, e distante 275 km do litoral do rio de Janeiro.

NOVA DESCOBERTA DE HiDRO-CARBONETOS EM ÁGuAS uLTRA-PROFuNDAS EM SERGiPE-ALA-GOAS – A Petrobras comprovou a ocorrência de hidrocarbonetos leves no bloco seAl-M-426, em águas ultraprofundas, da bacia de sergipe--Alagoas. esse bloco é parte da con-cessão bM-seAl-11, operado pela Petrobras com 60% de participação, tendo como parceira a Ibv brasil, com 40% de participação. A desco-berta ocorreu durante a perfuração do poço 1-brsA-1083-ses (1-ses-167), informalmente conhecido como Farfan e situado em águas em que a profundidade é de 2.720 m.

Novembro

WiLSON SONS iNAuGuRA EX-PANSãO DO TECON SALVADOR – o grupo Wilson sons inaugurou no dia 6 a expansão do terminal de Contêineres de salvador, um projeto que envolveu investimentos de r$ 180 milhões aplicados na ampliação de es-paço, dragagem do cais, aquisição de novos equipamentos e modernização da infraestrutura do terminal.

PETROBRAS CANCELA AFRE-TAMENTO DE CiNCO SONDAS – A Petrobras cancelou o processo de contratação para o afretamento de cinco sondas de perfuração para 3.000 m de lâmina d’água com o gru-po ocean rig. segundo a empresa, a decisão está baseada na redução de necessidade futura de sondas por conta da previsão de número menor de poços a serem perfurados no pré--sal da bacia de santos, em virtude da maior produtividade que vem sen-do obtida pelos poços nos projetos

retrospectiva 2012

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Novembro

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de desenvolvimento da produção naquela área.

DiLMA VETA MuDANçA DE RE-GRAS PARA OS ROyALTiES – A presidente dilma rousseff vetou o Artigo 3º do Projeto de lei aprova-do na Câmara dos deputados que muda as regras de distribuição dos royalties do petróleo de campos já em exploração. Além disso, ela assinou uma medida provisória (MP) na qual todos os royalties dos futuros contra-tos, incluindo os da área do pré-sal deverão ser destinados à educação.

CAMERON E SCHLuMBERGER FORMAM JOiNT VENTuRE – A Cameron e a schlumberger fecharam um acordo para formar uma joint venture que irá fornecer equipa-mentos e serviços para o petróleo submarino e mercado do gás. os equipamentos da onesubsea, como se chamará a nova empresa, vão per-mitir uma mudança radical na recu-peração de reservatórios subsea e gás por meio da integração e otimização de todo o sistema produtivo ao longo da vida do campo. A norte--americana Cameron terá 60% de participação na joint venture e a franco-americana 40%.

TRANSPETRO LANçA NAViOS – transpetro lançou o Zumbi dos Pal-mares, segundo navio do Programa de Modernização e expansão da Frota (Promef). uma semana depois, a em-presa lançou ao mar o navio Anita Garibaldi, primeiro de uma série de quatro petroleiros do tipo Panamax. Com 228 m de comprimento e capa-cidade para 650 mil barris, os navios Panamax serão usados para o trans-porte de petróleo e derivados escuros.

CONTRATAçãO DO FPSO PARA A ÁREA DE iRACEMA NORTE – A Petrobras assinou Carta de Intenção com a schahin Petróleo e gás s/A e a Modec Inc. para o afretamento do FPso que será utilizado no projeto de desenvolvimento da produção da área denominada Iracema Norte, no bloco bM-s-11, no pré-sal da bacia

de santos. o projeto contempla a interligação de 16 poços ao FPso, sendo oito produtores e oito injetores, e o início da produção é previsto para dezembro de 2015.

VENDA DE PARTiCiPAçãO NO BLOCO BS-4 – A Petrobras informa a alienação de sua participação de 40% na Concessão bs-4, situada na bacia de santos e que inclui os cam-pos de Atlanta e oliva, para a ogX Petróleo e gás Participações s/A. As duas empresas assinaram um acordo de cessão de direitos (farm-out) e a Petrobras receberá us$ 270 milhões pela operação.

dezembro

PETROBRAS FAz DESCOBERTA EM SERGiPE-ALAGOAS – A Pe-trobras descobriu nova acumula-ção de hidrocarbonetos leves em águas ultraprofundas da bacia de sergipe-Alagoas, na área de con-cessão bM-seAl-10, localizada no bloco seAl-M-424. o poço está localizado a 85 km do município de Aracaju, na costa de sergipe, em profundidade de água de 2.583 m. A perfuração foi concluída a 5.347 m de profundidade total. esta é a quarta descoberta importante de hi-drocarbonetos feita pela Petrobras,

Dezembro

Keppel Fels irá fabricar e integrar os módulos da P-66 e P-69

Início da operação do FPSO Cidade de Anchieta

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2012, o ano que não terminou

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este ano, em águas ultraprofundas daquela bacia.

RAízEN é APROVADA PELO CADE – o Conselho Administrativo de de-fesa econômica (Cade) aprovou o acordo entre Cosan e shell que cria a raízen, joint-venture para que atua no setor de açúcar e etanol, e na distribuição, comercialização e revenda de combustíveis. A raízen produz cerca de 2 bilhões de litros de etanol por ano, além de 4 milhões de toneladas de açúcar, sendo líder na moagem de cana no país. A em-presa comercializa ainda 1,5 milhão de MWh de energia elétrica ao ano.

EXPLORAçãO EM SAPiNHOÁ TEM LiCENçA CONCEDiDA – A Petrobras obteve a licença do Ibama para sapinhoá, uma das principais licenças ambientais aguardadas para a exploração do pré-sal da bacia de santos. A exploração de sapinhoá será feita pela plataforma Cidade de São Paulo, que deixou o estalei-ro brasfels, em Angra dos reis, no litoral do rio, com destino a santos.

NAViO JoSé De AlenCAR VAi AO MAR – A transpetro lançou ao mar o navio de produtos José Alencar, com 183 m de comprimento e capacidade para transportar 56 milhões de litros

de combustíveis, a embarcação é a última da série de quatro navios de produtos encomendados pelo Promef ao estaleiro Mauá.

ESTALEiRO ALiANçA BATizA E ENTREGA O CBo CoPACABA-nA – o estaleiro Aliança batizou e entregou à Cbo (Companhia bra-sileira de offshore), o navio Cbo Copacabana, um navio de apoio marítimo do tipo Psv 4.500 (Pla-tform supply vessel), para supri-mento a plataformas de produção de petróleo em alto-mar, que vai operar para a Petrobras.

ALiANçA OFFSHORE CORTA PRiMEiRA CHAPA DE AçO PARA uNiDADE DE CONSTRuçãO NA-VAL DA OSX – A Aliança offshore, unidade industrial do estaleiro Alian-ça em guaxindiba (são gonçalo/rJ) realizou o corte da primeira chapa de aço para a unidade de Constru-ção Naval da osX (uCN). A ope-ração marca o início da produção de blocos para o navio Plsv (Pipe layer support vessel) que o osX está construindo para o consórcio sapura-seadrill para atender contra-to de instalação de dutos submarinos com a Petrobras.

GOVERNO ANuNCiA iNVESTi-MENTOS DE R$ 56,8 BiLHõES NOS PORTOS – o governo fe-deral anunciou dia 6, r$ 54,2 bi-lhões a serem investidos no setor portuário brasileiro e mais r$ 2,6 bilhões para acessos hidroviários, ferroviários e rodoviários, além de pátios de regularização de tráfe-go. o programa de incentivo será concedido a 18 portos.

AkER SOLuTiONS FORNECE-RÁ NOVO PACOTE PARA NA-ViO-SONDA – A Aker solutions vai fornecer mais um pacote de equipamentos de perfuração para navios-sonda para o estaleiro Ju-rong para o mercado brasileiro. o contrato abrange pacotes com-pletos de equipamento topside e submarino (drilling riser e boP).

Lançamento do Anita Garibaldi no Estaleiro Mauá, RJ

Estaleiro Aliança entrega e batiza CBO Copacabana

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Março

A terceira edição do Rio Gas Forum discutiu o mercado de gás no brasil, e reuniu líderes da indústria mun-dial de gás, que puderam identificar oportunidades de investimento e parceria, além de compreenderem a estratégia e as prioridades da Pe-trobras no mercado.

realizada pela primeira vez, a Feira do Polo Naval reuniu representan-tes dos diversos setores da indústria naval brasileira para debater sobre os desafios e as oportunidades para um desenvolvimento sustentável e crescente da indústria naval nos próximos anos.

Abril

o Pre-Salt Tech 2012 teve como foco os desafios tecnológicos na explora-ção e produção no pré-sal no bra-sil, e reuniu especialistas da onip, ANP e grandes empresas como ge e Petrobras.

outro evento que movimentou o setor de óleo e gás em 2012 foi o iADC in-ternational Deepwater Drilling Con-ference & Exhibition que apresentou os rumos do mercado de drilling no mundo e as últimas inovações tec-nológicas desenvolvidas para o setor.

Maio

Mais uma vez, o brasil presente na OTC em Houston. o número de par-ticipantes no 30º ano da conferên-cia atingiu 89.400 pessoas, terceiro maior na história do evento e 14% maior do que o registrado em 2011. durante a otC, o conselho de ad-ministração do evento anunciou uma parceria com o Instituto brasileiro de Petróleo, gás e biocombustíveis (IbP) para a realização da OTC Bra-sil (foto), dos dias 8 a 10 de outubro de 2013 no rio de Janeiro, que será realizada de 6 a 9 maio de 2013, no reliant Park, em Houston.

os desafios da infraestrutura do setor de óleo e gás foram debatidos entre grandes empresários da indústria do petróleo no Accelerate Oil & Gas, que foi realizado nos dias 15 e 16 de maio, no rio de Janeiro.

Junho

um dos eventos mais aguardados do ano foi realizado no rio de Janeiro. Com muitas expectativas e poucos re-sultados ao seu final, a Conferência das Nações unidas sobre Desenvol-vimento Sustentável – Rio+20 (foto) mobilizou milhares de pessoas do brasil e do mundo, que se reuniram nos pavilhões do riocentro para falar

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sobre um futuro mais sustentável para todos os povos.

Agosto

Maior evento naval da América latina, o Navalshore 2012 (foto) teve recorde de participação com mais de 350 empresas expositoras e 17 delegações estrangeiras, no rio de Janeiro. em foco, a cadeia produtiva do setor naval e offshore e os estaleiros.

A terceira edição do Brazil Win-dpower, maior evento da área de energia eólica da América latina, reuniu autoridades, empresários e entidades de classe, dos dias 29 a 31, no Centro de Convenções sula-mérica, no rio de Janeiro. durante os três dias foram mais de três mil pessoas que visitaram estandes de empresas e participaram de pales-tras que discutiram o futuro de uma das fontes de energia mais compe-titivas do país.

setembro

30 anos de Rio Oil & Gas – realizou--se a edição que marcou os 30 anos de rio oil & gas, o maior evento de petróleo e gás da América latina. durante os quatro dias, as principais empresas do mercado mostraram seus produtos, anunciaram inves-timentos e parcerias. Além disso, os pavilhões do rio Centro ficaram lotados e as companhias ansiosas com o anúncio da realização da 11ª rodada de licitações da ANP.

o 19º encontro do Fórum interna-cional de Reguladores (iRF), coor-denado pela ANP, reuniu reguladores de petróleo offshore da Austrália, Canadá, México, Holanda, reino unido, dinamarca, Nova Zelândia, Noruega, estados unidos e brasil, para debater os incidentes recentes ocorridos nas plataformas e discutir questões importantes para melhorar segurança offshore.

A convite do IrF, organiza-ções representantes da indústria

– American Petroleum Institute (API), International organization for standardization (Iso), Inter-national oil and gas Producers Association (ogP) e International Association of drilling Contractors (IAdC) – apresentaram suas suges-tões para o aumento da segurança operacional no mundo.

outubro

dos dias 16 a 19 aconteceu a San-tos Offshore (foto), maior evento do setor da região, que reuniu mais de 12 mil pessoas, 200 expositores e movimentou mais de r$ 88 milhões nas rodadas de negócios realizadas no evento.

No dia 15 foi realizada a 24ª edição do Congresso Nacional de Trans-porte Aquaviário, Construção Na-val e Offshore – Sobena 2012 (foto), quando foram mostrados novos de-senvolvimentos técnicos em projeto, construção e operação de navios e estruturas oceânicas.

Novembro

Melhorar a competitividade de estaleiros e fabricantes de na-vipeças nacionais foi o foco da terceira edição do Naval Sum-mit, que aconteceu de 27 a 29, no rio de Janeiro, e reuniu as principais entidades do setor na-val brasileiro.

A quinta edição do Congresso Bra-sileiro de Oceanografia (CBO 2012) reuniu profissionais, pesquisadores, especialistas, empresas, indústria e academia para trocar experiências, discutir novas tecnologias e debater questões sobre as ciências do mar.

dezembro

o Congresso Nacional de Tecnologia e inovação para Projetos e Empreen-dimentos industriais e de infraestru-tura (Autec 2012) foi o primeiro evento no brasil que reuniu a comunidade de Projetos e empreendimentos Indus-triais/Infraestrutura para um amplo debate sobre como as tecnologias e inovações contribuem para os grandes desafios e demandas das áreas de óleo e gás, petroquímica, naval, papel e celulose, mineração e siderurgia en-frentarão nos próximos anos.

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O segundo polo naval de Pernambuco começa a operar em junho de 2013. O estaleiro é uma sociedade do STX OSV, braço europeu da gigante sul-coreana STX, e o grupo brasileiro PJMR.

Localizado em Ipojuca, no Com-plexo Industrial Portuário de suape (Pe), o estaleiro stX

Promar foi inaugurado no final de novembro de 2012. este é o segundo estaleiro viabilizado pelo Programa de Modernização e expansão da Fro-ta da transpetro (Promef) em Per-nambuco e vai construir oito navios gaseiros, a um custo total de r$ 917 milhões.

de acordo com o presidente do stX osv Promar, Miro Arantes, o investimento no estaleiro foi de r$ 300 milhões. “70% das obras já estão finalizadas e iremos iniciar nossas operações em junho de 2013”, infor-mou. o estaleiro terá capacidade de processamento de 20 mil toneladas de aço por ano.

os oito navios encomendados pela transpetro ao estaleiro serão usados para o transporte de gás li-quefeito de Petróleo (glP). são dois navios com 12 m² de capacidade, quatro com 7.000 m³ e dois com 4.000 m³. o primeiro navio construído pelo stX Promar será entregue a transpe-tro para início de operações em 2014.

Cada navio gaseiro finalizado ou totalmente produzido em Pernambu-co custa, em média, us$ 60 milhões. No pico de produção, quando estará cortando 20 mil toneladas de aço por ano, o stX Promar vai empregar dois mil trabalhadores. Atualmente, já têm carteira assinada na empresa cem pernambucanos, que estão pas-

sando por treinamento no estaleiro de Niterói.

segundo Arantes, este será o melhor estaleiro do grupo no brasil. toda a atividade tende a ser focada nele. “vamos manter nosso estaleiro de Niterói, que se destina a navios menores, mas em Pernambuco va-mos construir outros navios maiores”, explicou.

o executivo comentou ainda que o grupo está na disputa para cons-truir até quatro embarcações do tipo Pipe-laying support vesse (Plsv) para a Petrobras. o resultado da dis-puta deve ser divulgado em março.

Cada um desses navios custa cerca de us$ 250 milhões e são especiali-zados no lançamento e instalação no fundo do mar de linhas que conectam plataformas de petróleo aos sistemas de produção.

Qualificação de trabalhadoresA solenidade de inauguração

marcou também o início dos cursos de qualificação de trabalhadores para atuar no estaleiro. segundo a secretaria de trabalho, qualifica-

Estaleiro STX Promar é inaugurado em Suape

eventos

por Maria Fernanda Romero

Facilidades industriais

Área total: 250.000 m²Área coberta: 27.000 m²Linha de edificação: 150 m x 80 m, com um pórtico de 300 ton Cais de acabamento: 270 mDique flutuante: 150 m x 36 m (boca interna) e 41m (boca ex-terna), com capacidade para lançamento de embarcações de até 9.500 t e capacidade de lift de 16.000 t.

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ção e empreendedorismo (stqe), os cursos fazem parte do projeto Polo Naval, que tem por objetivo coordenar a qualificação e o enca-minhamento da mão de obra ne-cessária à construção e operação da indústria naval pernambucana. As ações buscam a formação profis-sional e o ingresso do trabalhador neste novo cenário produtivo do desenvolvimento local.

As primeiras turmas beneficia-rão 200 trabalhadores nos muni-cípios de Ipojuca, Jaboatão dos guararapes e Cabo de santo Agos-tinho. “Antes mesmo de iniciar a operação do estaleiro, em junho,

estamos levando pernambucanos para fazer treinamento no nosso estaleiro em Niterói”, comentou o presidente da stX osv Promar. A ideia da empresa é levar novas turmas de cem profissionais até entrar em funcionamento.

Parte importante e também já concretizada do projeto Polo Naval foi a assinatura do termo de como-dato pelo qual a empresa suape transferiu para o senai as insta-lações da escola de engenheiro Francisco C. e. vasconcelos. o espaço passará por reformas e se-diará grande parte das ações de capacitação do projeto.

Eduardo Campos, governador de Pernambuco e Sérgio Machado, presidente da Transpetro

Miro Arantes, presidente do STX OSV Promar

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A gigante francesa de TI, Dassault Systèmes, propõe uma nova fase no desenvolvimento de softwares além do tradicional segmento de PLM (sigla em inglês para gerenciamento de ciclo de vida de produtos). No 3DExperience Forum, realizado na Bélgica, ela destacou sua aposta na junção de soluções colaborativas, aplicativos de modelos em 3D, software de simulação e aplicativos de inteligência analítica. Um dos setores que mais se beneficia com essa decisão é o que mais cresce no Brasil: o offshore.

Detentora de 12 marcas, todas voltadas para o mercado de tecnologia, a dassault systèmes (ds),

líder mundial em design 3d, apre-sentou no final de 2012 sua nova plataforma – 3dexperience – que coloca o consumidor no centro do sistema, integrando os processos de negócio de companhias de diversos setores com o desenvolvimento de seus produtos.

A apresentação foi feita em evento internacional, o 3dex-perience Forum, realizado em novembro, que reuniu mais de 1.500 colaboradores em bruxe-las, na bélgica, para o qual a TN Petróleo foi uma das convidadas. Na ocasião, técnicos e parceiros puderam apresentar através de demonstrações as capacidades dos diversos programas aperfeiçoados com o que há de mais moderno em uma empresa impulsionada pela inovação.

entre os destaques, a possibili-dade de interagir em uma maquete digital da cidade de Paris em seus mínimos detalhes, desenvolvida com o máximo da capacidade dos programas 3d e dMu – para mo-delos virtuais e simulação –, e o projeto “Ice dream”, em que é feita a simulação de como seria trans-portar um iceberg até regiões do planeta com falta d’água.

Com projetos voltados para se-tores chave da economia mundial, como o de mineração, automotivo e aéreo – a francesa tem entre seus principais clientes a empresa bra-sileira de Aeronáutica (embraer) –, a dassault vem desenvolvendo tecnologia de ponta para o setor de óleo e gás, colaborando na produ-ção de equipamentos que desafiam a cadeia de fornecedores no brasil.

Na atual era digital, a tI tem renovado as possibilidades de pe-troleiras, e hoje é peça chave na obtenção e avaliação de dados, se-

gurança operacional de grandes empreendimentos offshore, ou mes-mo no desenvolvimento de equipa-mentos submarinos – questões de primeira importância para as em-presas exploradoras de óleo e gás no mundo. em um mergulho mais profundo, a tI assumiu a concep-ção de árvores de natal molhadas, manifolds, bombas multifásicas e separadores de óleo-água, gigantes que atuam fixados no fundo do mar.

o cenário encontrado atualmen-te é complexo, a exploração offshore chega a 7.000 m de profundidade, exigindo dos fornecedores soluções inovadoras para reduzir o volume de equipamentos nas plataformas, minimizar custos e aumentar a efi-ciência da produção.

Agenda de investimentos prioriza tecnologia

o brasil tem uma agenda de in-vestimento em infraestrutura para a indústria de petróleo bem ampla

Soluções 3D tem forte aplicação no setor offshore

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3DExperience Forum

por Karolyna Gomes, de Bruxelas

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para os próximos anos, a qual exige que país adote melhores práticas, garantindo a eficiência da imple-mentação dos projetos e conclusão no prazo das iniciativas previstas.

“esta é uma área crítica, que demanda altos investimentos e tra-balho em prol do risco zero”, diz Stéphane Declee, vice-presidente de energia, Processos e utilities da dassault systè-mes. e, para ele, a única forma de reduzir riscos e custos é usando tecno log ia de ponta, como a que a dassault produz. “Nossa plataforma pode ser utilizada em todas as etapas desse segmento”, afirma.

Atuando no país há mais de 15 anos, a demanda da companhia no setor é baseada em soluções para o segmento upstream, tentando resolver diversas questões em tor-no da geomática - atividade que integra todos os meios utilizados para a aquisição e gerenciamen-to de dados espaciais necessários como parte de operações científicas, administrativas, legais e técnicas

envolvidas no processo de produção e gerenciamento de informação –, modelo de reservatório e gestão, va-lidar projeto para sistemas offshore e melhorar o desempenho durante as operações de perfuração.

“Isso significa aumentar a extra-ção de petróleo durante a perfura-ção, reduzindo a água ou sedimen-tos”, explica Javier Barella, diretor de energia, Pro-cessos e utilities para a América latina da das-sault systèmes. “baseado nisso, o setor quer au-tomação em for-mato de platafor-mas, sistemas, fases de concepção e atividades de gerenciamento de projetos, que incluem treinamento de operadores e operação da plata-forma virtual.” Parte da solução ofe-recida para o upstream é baseada em determinar modelos melhores para o pré-sal e sua gestão, para uma produção otimizada.

A Petrobras anunciou investi-mentos de us$ 236,5 bilhões para o período de 2012-2016. levando-se em consideração que 53% desse

montante são destinados a e&P e que se considera que o custo da automação seja de 3% a 5% de todo projeto, o setor de tI pode ampliar seus ganhos. esses valores se re-ferem tanto aos projetos do pré-sal quanto do pós-sal – que consomem a maior parte dos investimentos.

“A dassault tem uma divisão para atender o setor de energia, onde a maioria de nossas marcas atua, como simulia, Catia, enovia e solidWorks - esta uma de nossas marcas com importantes ferramen-tas para o setor de óleo e gas no brasil”, diz.

Hoje, a Petrobras detém o maior número de licenças solidWorks, sendo o maior usuário o Centro de Pesquisa e desenvolvimento leo-poldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). sem falar nos fornece-dores globais de bens e serviços, como a Halliburton, schlumberger, baker & Hughes, tenaris-techint, entre outros.

“A maioria das soluções para o setor offshore baseia-se em si-mulia para gerenciar reservató-rios, ativos subterrâneos e dutos e simulam condições de perfura-ção”, complementa barella. outra

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Valéria Godoy assume diretoria-geral na América LatinaEM DEZEMBRO, Valéria Godoy assumiu a diretoria-geral da Dassault Systèmes para a América Latina. Graduada em Marketing, Valéria tem MBA Executivo pela FIA (uSP) com

especializações na Inglaterra, França e China. Ela vai liderar o crescimento e desenvolvimento dos negócios da companhia na região com a

abertura de novos focos de indústria, ampliação de sua atuação e de sua rede de canais, além de programas de desenvolvimento e apoio.

“A América Latina está pronta para um crescimento sustentado por um ambiente social e econômico estável e uma crescente classe média. Nosso objetivo é expandir parcerias com empresas e instituições que apoiam este crescimento por meio da criação de produtos e serviços na re-gião”, diz a nova diretora. A empresa vê o Brasil como um país chave para entrar no mercado latino-americano.

“Seja o projeto de uma linha de roupas ou a construção de um estádio olímpico, as soluções baseadas na plataforma 3DExperience vão facilitar a criação de modelos em 3D que podem ser testados e simulados, utilizando as melhores práticas de

mercado, bem como os mais avança-dos e inovadores modelos científicos. Por meio de uma simulação real, as empresas podem confirmar os planos de produto e passar para a produção com confiança e agilidade, oferecendo novos produtos e serviços de forma mais sustentável”, afirma.

A empresa também reforçará suas iniciativas acadêmicas na América Latina, ao mesmo tempo em que pretende impulsionar a inovação em toda a rede de ensino da região. Com iniciativas regionais acadêmicas, a empresa oferece vários níveis de par-ticipação para alunos interessados em ingressar em comunidades de futuros líderes de engenharia e design.

atuação da empresa é no ciclo de vida de plataformas. Na Ásia, con-tinente que demanda uma grande quantidade de energia, 70% das plataformas estão chegando ao fim de sua vida útil, de acordo com a companhia.

“o debate gira em torno de soluções que mantenham a pro-dução, estendendo a vida útil dos equipamentos. e estamos vendo com nossos clientes asiáticos que é possível aumentar o tempo de uso de plataformas em até dez

anos, sem comprometer a produ-ção. esse tempo é, a princípio, suficiente para planejar novas soluções”, afirma declee.

outra novidade que a com-panhia traz para o setor é a uti-lização da base de tecnologia de games para treinamento de operadores que atuam em pla-taformas. “esse trabalho evitará erro humano, responsável por 60% dos incidentes e problemas que ocorrem em plataformas”, segundo declee.

A dassault systèmes desenvol-veu uma solução completa vts (solução de treinamento virtual) mais ampla, realista e plenamente representativa, de alguns ativos das empresas. “esta é a representação completa da plataforma dos clientes com todos os detalhes, sistemas, subsistemas, peças e acessórios. esta solução está sendo usada por dois dos principais operadores de óleo e gás ao redor do mundo, mas, devido à fase de entrega, não po-demos citar o nome dos clientes ainda”, diz barella, completando que poderá divulgá-los como re-ferência nos próximos seis meses.

Com parceiras de peso como a empresa de engenharia baker & Hughes, a ds já ensaia aproxima-ção com a Halliburton, schlum-berger e Cameron. quer também estabelecer um canal colaborativo com o Cenpes, universidades do rio e de são Paulo, e, no México, com o Instituto Mexicano de Petró-leo (IMP). “esse mercado [óleo e gás], nas Américas, é maior do que a média da dassault systèmes, che-gando a quase 12%. e nos próximos três anos, planejamos crescer mais dois dígitos”, conclui barella.

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O Congresso Nacional de Tecnologia e Inovação para Projetos e Empreendimentos Industriais e de Infraestrutura (Autec 2012) reuniu no Rio de Janeiro a comunidade do setor de projetos e empreendimentos de infraestrutura para um amplo debate sobre os grandes desafios e demandas das áreas de óleo e gás, petroquímica e naval.

Inovação tecnológica para assegurar o crescimento sustentável de diver-sos setores do país. este foi o mote do Autec 2012, que reuniu repre-

sentantes das principais operadoras, empresas epecistas, do meio acadê-mico e provedores de tecnologias que buscam aliar tecnologia e gestão para as melhores práticas em automação de projetos. o encontro contou com ses-sões técnicas e painéis de executivos que falaram sobre a importância da inovação para o desenvolvimento dos grandes projetos do setor de petróleo e gás. o Autec 2012 teve ainda uma área de exposição na qual as princi-pais empresas do setor de tecnologia apresentaram suas soluções.

o primeiro dia do evento foi de-dicado aos debates sobre os desa-fios e as soluções tecnológicas para grandes empreendimentos. duran-te o painel ePC, Franco Ferraro, da Promon engenharia, afirmou que as universidades devem se aproximar mais da tecnologia e ajudar na for-mação e na capacitação dos jovens profissionais para lidarem com os sistemas de automação. segundo ele, a universidade é uma replica-dora de conhecimento. Já ricardo yogui, diretor associativo da Autec e moderador do painel, disse que hoje, no brasil, há poucas empresas epecistas investindo em inovação tecnológica e no desenvolvimento de novas ferramentas.

em outro painel, os principais nomes do mercado falaram sobre a interoperabilidade, que é a capaci-

dade que componentes dentro de uma infraestrutura de tI (tecnologia da Informação) têm de ‘conversar’ entre si. o que é de fundamental importância no desenvolvimento de projetos complexos, nos quais a troca de informações deve ser constante e de forma precisa para que não haja erros ou atrasos na entrega. segundo os especialistas, uma das grandes dificuldades nas empresas é o en-tendimento entre a área de tI e o setor de engenharia.

Para geraldo rochocs, diretor da radix, um dos problemas na implanta-ção de novos sistemas é onde e quando testá-los, já que sempre há muita coisa em jogo. “é complicado usar um novo sistema em empreendimentos de grande porte em andamento, pois a chance de erros é grande e atrapalharia os prazos a serem cumpridos”, comentou o diretor da radix, que entre outros projetos está trabalhando nas plataformas replican-tes da Petrobras. Para Marcelo bitten-court, da Petrobras, apesar do foco da companhia ser o óleo e gás, a empresa está aberta a propostas que possibilitem melhorar sua operacionalidade.

siddartha Freire, supervisor de sistemas de engenharia na Promon engenharia, falou sobre as vanta-gens na utilização de um mapa de integração de aplicativos em pro-jetos industriais (MIA). dentre as principais vantagens está o plane-jamento estratégico das empresas, pois elas podem com o MIA pensar as melhores formas de gerenciar os seus processos.

segundo Freire, com a nova tec-nologia, o número de homens/hora (H/H) trabalhando em uma unidade é bastante reduzido. Além disso, a gestão de materiais também fica faci-litada quando tudo dentro do projeto está interligado, agregando valor à companhia e aos empreendimentos.

Para o executivo da Promon, um dos desafios no desenvolvimento de tecnologias como essa é obter o apoio da direção da empresa para que seja realizado o investimento. “Mas aos poucos conseguimos mostrar o po-tencial da ferramenta e alcançar o que estava planejado”, completou.

Realidade virtual e simulação 4DA Hojuara As built 3d, uma das

patrocinadoras do evento, além de expositora, apresentou vários tra-balhos em sessões técnicas, entre os quais um case inovador de utili-zação do Mockup 3d em projeto de modernização do parque de refino da Petrobras, mais especificamente na refinaria Isaac sabbá (reman), localizada em Manaus (AM).

de acordo com André Costa, gerente comercial da Hojuara, o

Mockup 3d foi desenvolvido, a princípio, para atender uma de-manda do cliente Petrobras e tem um papel essen-cial no projeto de modernização do

parque de refino da petroleira. “A digitalização da planta industrial da refinaria permite que qualquer área seja visualizada virtualmente ou por meios eletrônicos, mesmo à distância”, afirmou.

de acordo com Costa, com os da-dos do levantamento 3d e topográ-fico foi possível desenvolver o plano altimétrico do local que, agregado ao programa de realidade virtual,

em óleo e gásInovação para projetos

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Autec 2012

por Rodrigo Miguez e Maria Fernanda Romero

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Walkinside, admite navegar por to-dos os ambientes da refinaria e fazer simulações ainda mais realísticas.

Através do levantamento tridi-mensional, a reman teve sua planta totalmente digitalizada, o que possi-bilita melhor planejamento das ati-vidades de engenharia; visualização remota das diversas áreas da refina-ria; antecipar resultados através de simulações virtuais, dentre outros.

utilizando metodologia especí-fica, a Hojuara fez a geração, ela-boração e publicação de truview virtual com Alta definição; Modelo 3d “Überlegen” topográfico Planial-timétrico e Modelo 3d detalhado com Acabamento visual ultra rea-lístico 3d.também foram gerados os seguintes produtos: Nuvem de Pon-tos, truview virtual, Modelo 3d to-pográfico Planialtimétrico, Maquete 3d em PdMs; Walkinside (software de realidade virtual). Atualmente, a reman é a única no brasil a ter toda sua área escaneada e digitalizada em três dimensões.

Após apresentar o trabalho re-alizado pela reman, André Costa participou da mesa-redonda sobre o uso de laser scanning, na qual os participantes puderam debater sobre as melhores práticas e aspectos rele-vantes para uma maior efetividade da aplicação dessa tecnologia nos projetos e empreendimentos.

Sistemas de engenhariaA Aveva participou do Painel de

tecnologia promovido pelo Autec 2012. A empresa, líder no forne-cimento de soluções para detalha-mento e gerenciamento de projetos de engenharia e informações, levou para a discussão a importância do uso de softwares de engenharia e

projetos para expandir a automa-ção, reduzir custos e impulsionar a produtividade.

o gerente técnico da Aveva no brasil e um dos debatedores, dou-glas serrano, demonstrou a impor-tância de soluções integradas que auxiliam as empresas em todos os seus processos: desde a concepção do projeto conceitual, passando pelos projetos básico (ferramentas de 2d) e detalhado (ferramentas de 3d), até a construção e gerenciamento da planta (softwares de gerenciamento e ferramentas Aveva enterprise so-lutions, como o Aveva Net e Aveva WorkMate).

uma das principais tendências neste sentido é a ferramenta Aveva Net, que possui o certificado Iso 15.926 e controla automaticamente links, avalia e disponibiliza todos os tipos de dados de engenharia e outros documentos, independentemente da aplicação e formato. sua capacidade de reduzir o tempo gasto manualmen-te na busca e reunião de informações gera uma considerável economia em produtividade, tomada de decisão e retrabalho pelas empresas.

Há dois anos, a Promon enge-nharia é uma das empresas que

utiliza o Aveva Net como o seu hub de Integração de Informações. A solução ofereceu a ela benefícios reais na definição e manutenção da integridade das informações em um ambiente de ePC.

TecnologiaA sisgraph, que também foi

uma das empresas patrocinado-ras do evento, participou de uma sessão técnica com seu diretor téc-nico de Process, Power & Marine, ricardo Fornari.

Na ocasião, o executivo apre-sentou as soluções smartPlant e smartMarine enterprise da Inter-graph para projeto, construção e operação, que são especialmente focadas nas indústrias de óleo e gás, química e petroquímica, naval, offshore e de mineração.

“A sisgraph vem destacando cada vez mais a sua participação nesse crescente setor estratégi-co no brasil e o Autec 2012 é um evento impor-tante para estar em contato com profissionais e empresas dessas áreas de atua-ção”, disse Fer-nando Schmiegelow, diretor de marketing da sisgraph, que integra o grupo Hexagon, líder mundial no fornecimento de tecnologias de projeto, medição e visualização. Presente desde 1980 no mercado brasileiro, a empresa comercializa e presta consultoria na implemen-tação e treinamento para todos os produtos da Intergraph na América latina, da qual é representante exclusiva no brasil.

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Graduada em Engenharia Química e com mestrados em Energia pela USP e em Engenharia Ambiental pela Ecole Polytechnique Federale de Lausanne (Suíça), Ieda Gomes, sócia-diretora da empresa de consul-toria Energix Strategy Ltd, baseada no Reino Unido, é uma baiana ar-retada que vem consolidando uma carreira internacional, vencendo os desafios com muita energia.

perfil profissional

A escolha da profissão se deveu ao interesse em cursar ciências exatas, gostar de química e pelas perspectivas do mercado de trabalho na ocasião, uma vez que estava sendo implantado o polo petroquímico de Camaçari (bA), demandando engenheiros

e outros profissionais qualificados. durante o curso de engenharia química, Ieda fez estágios nas áreas

de microbiologia e licenciamento ambiental e começou a se interessar pelo tema, diante da necessidade de promover um crescimento da indústria brasileira com base no uso racional de energia e no controle de emissões. “Como eu queria morar fora do brasil, para ampliar meus horizontes, comecei a contatar universidades inglesas e americanas, mas na Inglaterra e nos euA o ano acadêmico começava em outubro e eu teria de esperar dez meses após minha formatura (que foi em dezembro de 1977)”, revela.

em setembro daquele ano, a ecole Polytechnique Fédérale de lausanne, uma das mais conceituadas na europa, enviou um prospecto sobre o mestrado em engenharia Ambiental, a se iniciar em janeiro de 1978. “era muito mais conveniente em termos de datas. eu e mais duas colegas nos candidatamos, mas eles só aceitavam um candidato do brasil. Fizemos um sorteio interno e saiu meu nome, assim tive de aprender francês a jato, em três meses”, lembra Ieda gomes. quando terminou o curso, ela fez um estágio na suíça, na estação de tratamento de esgotos de roche, onde cuidava de um projeto de uso de biogás para co-geração.

o mestrado e o estágio abriram as portas para seu primeiro emprego, na Comgás (Companhia de gás de são Paulo), que estava iniciando um projeto inédito de biogás e precisava de um engenheiro para desenvolvê--lo. “li sobre o assunto em uma revista brasileira, enviei uma carta e currículo para o presidente da Comgás e fui imediatamente contratada quando voltei ao brasil, em 1979”, lembra Ieda gomes.

desde então, tornou-se responsável pela estação de produção de biogás do aterro sanitário da rodovia raposo tavares na zona oeste de

Conhecimento e liderança:a energia do sucesso

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por Maria Fernanda Romero

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são Paulo, um projeto financiado pelo extinto Conselho Nacional de Petróleo (CNP). “Cuidei também da modelagem da produção de biogás dos principais aterros sanitários de são Paulo”, conta Ieda, que no período 1979-1985, era uma das poucas experts em biogás no brasil.

Na trilha do óleo e gás – Foi pela Comgás que ela acabou entran-do definitivamente para o setor de óleo e gás, pois ocupou vários postos na empresa entre 1979 e 1995, quando assumiu a presidên-cia, onde ficou até 1998. Como su-perintendente de Planejamento, coordenou a entrada de gás natural em são Paulo, entre 1987-1988. Na superintendência de Assuntos Institucionais, participou da nego-ciação do contrato de gás boliviano e na criação da Abegás (Associação brasileira de empresas estaduais de gás Canalizado).

“A empresa tinha um excelente potencial de mercado, um produto, o gás natural, limpo, eficiente e de-sejado, mas não podia exercer ple-namente seu potencial por amarras burocráticas: não podia admitir ou demitir livremente, a maioria da diretoria vinha de indicações po-líticas, sem experiência ou com-promisso com uma boa gestão em-presarial; a lei de licitações e sua interpretação atrasava o processo de contratação de obras e serviços. Não se podia sequer contratar uma obra ‘chaves na mão’: tinha de li-citar os tubos, a construtora e as válvulas separadamente”, lembra a executiva.

“Creio que fiz um bom trabalho, porque conhecia o produto e o se-tor, tinha visão estratégica e lide-rança; era respeitada pelo mercado e pelos empregados”, avalia. “em 1997, a Comgás conseguiu seu pri-meiro lucro em quatro anos. Com isso estavam lançadas as condições para a bem-sucedida privatização,

que iniciei em 1997 e que foi con-cluída por meu sucessor no início de 1999”, comenta.

da Comgás ela foi para a petro-lífera britânica bP, onde trabalhou cerca de 14 anos, ocupando desde a função de country manager de uma joint venture, a Pan Ameri-can energy, à presidência da bP brasil, até ser transferida para a Inglaterra em 2002, quando se

tornou vice-presidente de novos mercados da bP solar.

Nessa posição, comandou a implantação do projeto offgrid (de conversão de energia solar em energia térmica) do Prodem (Programa de desenvolvimento de estados e Municípios) do Minis-tério de Minas e energia do brasil (MMe) e de um dos maiores pro-jetos mundiais offgrid, o sPots nas Filipinas. “A parte mais bonita desse trabalho com energia solar offgrid foi possibilitar a comuni-dades pobres, em locais remotos, o benefício da iluminação, refri-geração e água potável. em um projeto comunitário que fizemos no brasil, as pessoas queriam postes de luz para poder sentar em volta para conversar à noite com seus vizinhos.”

em 2004, Ieda foi nomeada vi-ce-presidente de New ventures da área de gás internacional da bPl, inicialmente para desenvolver ne-gócios de gNl, mais tarde também assessorando a área de e&P na en-trada em novos mercados gasíferos. trabalhou em novos projetos na Índia, Jordânia, Colômbia e omã, além de atuar em negociações de suprimento de gNl no oriente Médio, Ásia, europa e América latina. Foi membro do board da bP brasil de 2000 a 2011, quando foram definidos o posicionamento sobre a estratégia e o crescimento da empresa no brasil, que culmi-nou com a aquisição dos blocos da devon e em parcerias estraté-gicas com a Petrobras na Margem equatorial.

“eu era também a representante da bP junto a diversas entidades, como a International gas union e as conferências internacionais de gNl. em 2011, fiz um balanço de minha vida profissional e pessoal e resolvi que era chegada a hora de fazer algo radical. resolvi criar um espaço pessoal com mais liberdade e

Idade: 56 anos

Principal cargo: sócia-diretora da

empresa de consultoria Energix

Strategy Ltd.

Hobby: Viajar para lugares exóticos,

como já fez no Base Camp do

Everest, nos desertos da Namíbia

e de Omã, nas ruínas de Tikal

na Guatemala, no salar de uyuni

e altiplano boliviano. Gosta de

cozinhar, de jardinagem, de snorkel,

de caminhadas e pretende fazer o

caminho de Santiago de Compostela.

Música: Breakeven, com The Script e

Metáfora, com Gilberto Gil.

Filme favorito: Gladiador, de Ridley

Scott, e O fantasma da ópera, de Joel

Schumacher.

Livro: 1808, de Laurentino Gomes.

Um bom lugar para descansar: Na

serra de Santo Antonio do Rio

Grande, em Minas Gerais (embora

não descanse, estou sempre fazendo

alguma coisa).

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tempo para vir com mais frequência ao brasil, onde moram meus pais, e aos estados unidos, onde meu filho vive”, pontua a engenheira.

Conhecimento e equilíbrio – Ca-sada, com um filho e dois entea-dos, Ieda acumula 33 anos de uma carreira que considera bem-suce-dida, resumidos em pioneirismo, visão estratégica, um excelente networking no brasil e no exte-rior, padrões elevados de ética e governança corporativa, perse-verança, sensibilidade cultural. “Acredito que minha carreira tenha me possibilitado aprender, ensinar e desenvolver um conhecimento amplo do negócio de energia”, complementa. durante esses anos, Ieda teve seu trabalho reconhecido com a conquista do prêmio veuve Clicquot business Woman of the year em 2001-2002 e do prêmio tN em 2000.

Atualmente é sócia-diretora da consultoria energix strategy ltd, com base no reino unido, assessorando empresas no desen-volvimento de novos negócios e na contratação de suprimentos e precificação de gás natural e gNl, elaborando planos de desenvolvi-mento de recursos humanos em áreas estratégicas, como preços, mercados e suprimentos. Para ela, desenvolver uma oferta de servi-ços de âmbito mais estratégico e estabelecer parcerias com players no mercado brasileiro, conforme efetivou recentemente com a gas energy, é o principal desafio da empresa no momento.

Ieda mora no reino unido, mas vem muito ao brasil para dar pa-lestras e participar de encontros de negócios. segundo ela, a vida no exterior tem seus prós e contras quando comparada ao brasil: o cli-ma é muito instável, chove muito, mas por outro lado isso faz com que a ilha seja verdejante. “A vida

normal é muito menos burocrática e as relações são mais baseadas na confiança: resolve-se muita coisa por telefone e e-mail, sem precisar de firma reconhecida e CPF para tudo. Pode-se trocar de supridor de energia ou telefone com um simples telefonema; se compramos um produto e não gostamos, de-volvemos e recebemos o dinheiro de volta sem questionamentos. o sistema de transporte é bom, o índice de criminalidade é baixo, e é muito mais fácil viajar pelo mundo, pela oferta de operado-ras aéreas a custos razoáveis, a proteção ao consumidor existe e funciona”, resume.

entretanto, a executiva lembra que os impostos diretos são bem mais altos que no brasil e as regras fiscais mudam a cada ano, gerando incertezas no investidor de longo prazo. em termos comparativos, Ieda analisa que o brasil iniciou a privatização do setor energético com um modelo no qual se privile-giou o controle acionário por uma empresa ou grupo de empresas, enquanto que no reino unido se optou por um modelo pulverizado de acionistas, com maior transpa-rência e altos padrões de gover-nança corporativa.

de acordo com ela, no se-tor de gás britânico existe um único operador do transporte e distribuição de gás e um único operador do sistema de transmis-são elétrica, com regras claras de acesso aberto e onde os operado-res não têm propriedade sobre a molécula ou o elétron. No brasil esses sistemas ainda são muito verticalizados e o acesso não é garantido.

“No reino unido, todo o setor de gás e eletricidade é privado, com grande concorrência no su-primento e preços variando em função da oferta e demanda. As agências reguladoras funcionam

bem, buscando um equilíbrio en-tre o interesse do competidor e do investidor”, conclui.

Além de executiva da energix strategy, Ieda também é mem-bro do Conselho da Câmara de Comércio brasil-grã-bretanha desde 2005, independent chair (presidente não executiva) da british taekwondo, e foi coor-denadora da Força tarefa sobre Capital Humano da Internatio-nal gas union (Igu) no triênio 2009-2012.

Para ela, tempo é uma questão de planejamento e de se traba-lhar com uma equipe afinada, comprometida e que contribua para o sucesso do projeto. “Na época em que trabalhei na bP o equilíbrio entre vida pessoal e carreira estava bastante des-balanceado para o lado profis-sional, porque eu viajava inter-nacionalmente todos os meses, e morava bastante longe do es-critório. Não é possível ter tudo o tempo inteiro, mas você pode conciliar carreira e família desde que tenha clareza de como você vai equilibrar essas coisas, nem sempre perfeitamente, e traba-lhar com sua família para enten-der e compartilhar os momentos importantes”, aconselha.

quando questionada sobre realização profissional, Ieda diz que assim como o conceito de fe-licidade, a realização é algo mui-to relativo, formado de momentos e eventos que se alternam: “o que me interessa no momento é usar minha experiência, conheci-mento, visão estratégica e senso de negócios para contribuir para o desenvolvimento da indústria de energia, continuar sendo um role model para profissionais mais jovens e desenvolver um trabalho de estruturação junto a conselhos de administração de empresas”, finaliza.

perfil profissional

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Ano 4 • nº 25 • janeiro de 2013 • www.tnsustentavel.com.br

Ao comPleTAr quATro ANos, o caderno de susten-tabilidade dessa edição traz o melhor em sua vocação: tecnologia e negócios para o meio ambiente.

Hoje quando a sustentabilidade ganha lugar de des-taque na mente e nos corações das pessoas, não é tarefa muito fácil buscar o que nos interessa. Não é apenas infor-mação. O que nos importa é a sua utilidade e relevância na medida certa para ajudar a alavancar negócios e impulsio-nar o mercado. É isso que se pretende.

Na área de tecnologia, trouxemos dois exemplos que bem representam esse pensamento. O setor de aço entrega a sua maior premiação a uma iniciativa sustentável. O Swe-dish Steel Prize, prêmio concedido para projetos inovadores em novas aplicações utilizando aços de alta resistência, anunciou o vencedor de sua 14ª edição. O projeto con-templado com a premiação foi o Sistema de Manipulação de Sucata “Mi-slide”, criado pela empresa neozelandesa A-Ward Attachments Ltd. Sistema flexível e inovador que compreende duas unidades feitas de aço de alta resistência que comprime e embala sucatas metálicas. O carregamento direto da sucata para os recipientes resulta em grandes eco-nomias de custo e tempo. O risco de danos para os recipien-tes é reduzido graças à carga horizontal.

E a outra iniciativa vem da Centroprojekt que possui em seu portfólio de produtos destinados ao setor petrolífero o filtro de “cascas de nozes” utilizado para remoção de óleo. Essa tecnologia é uma revolução no tratamento de efluentes e vem sendo aplicada nas áreas produtoras de petróleo e re-

finarias. Devido à sua resistência mecânica e à propriedade de sua superfície, as cascas de nozes se tornaram vantajo-sas em relação aos tradicionais filtros de areia.

Ainda na área de tecnologia o artigo técnico, que aborda os novos investimentos e esforços que têm sido direcionados na busca de fontes alternativas de energia como objetivo de atender à crescente demanda de energia elétrica e diminuir a emissão de gases de efeito estufa, causados, entre outros motivos, pelo uso de combustíveis fósseis nos meios de produção tradicionais. Neste enfoque, a energia das ondas do mar apresenta-se como uma solução de fonte renovável de energia para ilhas ou países com grandes faixas costeiras.

E na área de negócios a boa e importante notícia fica por conta da matéria “Rio terá bolsa verde”. Por meio de uma plataforma online ágil e segura, desenvolvida espe-cialmente para a transação de ativos ambientais, a BVRio (Bolsa Verde do Rio de Janeiro) começa a desenvolver um mercado que vai permitir que proprietários rurais nego-ciem contratos de compra e venda de Cotas de Reserva Ambiental (CRAs). O mecanismo previsto pela legislação brasileira permite que excedentes de reserva legal sejam transformados em cotas e vendidos.

Portanto, prezados leitores, desejando que todos tenham um 2013 repleto de bons motivos para avançar em sua iniciativas sustentáveis, começando por estes belos exemplos do nosso primeiro caderno do ano.

Boa leitura e bom ano!

Lia MedeirosDiretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo

Sumário

72 74 81Congresso Brasileiro de Oceanografia – CBO 2012

Entrevista especial com Segen Estefen BVRio – Bolsa Verde do Rio de Janeiro

Novas ondas impulsionam cenário da energia no Brasil

Rio terá bolsa verdeUm mar a explorar racionalmente

Tecnologia e negócios

Editorial

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

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Entrevista especial com Segen Estefen, diretor de tecnologia e inovação da Coppe/uFRJ

Com um litoral de oito mil km de extensão, o Brasil tem todas as condições para se tornar uma potência na geração de energia de ondas e marés.

impulsionam cenário da energia no BrasilNovas ondas

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por Mehane Albuquerque

A PRIMEIRA EXPERIêNCIA de aprovei-

tamento dessa fonte limpa está sendo

realizada em Pecém, no Ceará, onde

foi projetada e construída pela Coppe /

uFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de

Pós-Graduação e Pesquisa de Engenha-

ria) — com financiamento da Tractebel

Engenharia, por meio do Programa de

Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico

da Agência Nacional de Energia Elétrica

(Aneel), e apoio do governo do Ceará — a

primeira usina-laboratório de ondas da

América Latina.

O engenheiro Segen Estefen, diretor de

tecnologia e inovação da Coppe e coordena-

dor do Programa de Engenharia Oceânica

da mesma instituição, diz que outras três

usinas de energia de ondas e marés em

caráter experimental serão construídas no

país e que as primeiras gerações em escala

comercial estão previstas para acontecer a

partir de 2020. Em entrevista ao Caderno

de Sustentabilidade, ele fala sobre os novos

projetos da Coppe e sobre os rumos desta

energia, cujas possibilidades de aprovei-

tamento são infinitas.

TN Petróleo – Há quanto tempo a Coppe desenvolve estudos sobre energia de ondas e marés?

Segen Estefen - Os estudos são relati-

vamente recentes, mas em 2001 ganharam

mais ênfase com a realização do Omae

(Congresso Internacional sobre Oceano,

Offshore e Engenharia ártica) no Brasil.

Dentro da programação do congresso há

um simpósio sobre energia renovável e

alguns trabalhos sobre aproveitamento

de energia de ondas para a geração de

eletricidade foram apresentados naque-

la edição do evento, principalmente por

pesquisadores europeus.

Na ocasião, um livro foi organizado pelo

Maurício Tolmasquim (hoje presidente da

Empresa de Pesquisas Energéticas / EPE)

e o grupo de trabalho da Coppe, do qual

eu já fazia parte, elaborou um capítulo

sobre energia de ondas. A partir daí,

as pesquisas começaram a se desen-

volver mais, com a produção de teses

de mestrado e doutorado voltadas para

o aproveitamento não só da energia de

ondas, mas também das marés.

A Coppe é pioneira nas pesquisas sobre o tema?

Algumas iniciativas sugriam também na

Fundação universidade Rio Grande (Furg),

no Rio Grande do Sul. Porém, o trabalho

mais consistente e contínuo para o desen-

volvimento de máquinas, o levantamento de

informações sobre os recursos disponíveis

para o aproveitamento dessa energia no

Brasil tem sido feito basicamente aqui na

Coppe, em função das instalações. Todo o

trabalho é focado no Laboratório de Tecno-

logia Submarina, e os testes são realizados

em cooperação com o Lab Oceano, que é

um grande laboratório de simulação das

condições de mar. Ao longo desses anos,

tivemos a publicação de trabalhos, teses de

doutorado e mestrado, além do registro de

patente. O conceito da usina de ondas que

desenvolvemos em Pecém tem patente

concedida nos Estados unidos e no Brasil

está sob análise do Inpi, devendo ser con-

cedida em breve também.

Qual é o potencial de geração de energia da Usina de Pecém?

A capacidade instalada é de 100 KW

(Kilowatts), mas ainda está em fase de tes-

tes. É uma usina pequena, pois foi criada

para ser um laboratório. Já realizamos

algumas gerações esporádicas e vamos

partir para uma geração mais contínua,

com o objetivo de aperfeiçoar o sistema.

Para avançar nessa área, o Brasil

precisa produzir conhecimento. Ninguém

consegue resultados promissores em pro-

jetos como esse da noite para o dia. No

mundo inteiro, essa tecnologia ainda está

em fase de evolução e trata-se de um pro-

cesso lento até que possa ser usada em

escala comercial.

Além de Pecém, existem outros projetos de implantação de usinas de ondas no Brasil?

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Nós trabalhalhamos por um Programa

Nacional de Energias Renováveis do Mar

(PNERM), que já foi proposto à Eletrobrás,

mas ainda não saiu do papel.

Atualmente há três projetos no CNPq

que versam sobre esse assunto, todos com

a participação da Coppe. O primeiro deles

é desenvolvido pela universidade Federal

do Maranhão — com a coordenação do

professor Osvaldo Saavedra — em coo-

peração com a uFRJ. É a da barragem do

Bacanga, um conceito de usina maremotriz

desenvolvido pelo Brasil no início dos anos

70, que nunca chegou a operar. Recente-

mente, uma tese de mestrado aprofundou

os estudos e propôs um novo projeto de

engenharia, pois a topografia mudou e

parte da encosta próxima ao reservatório

foi habitada. Isso inviabilizou o projeto

inicial, na profundidade em que foi plane-

jado — da ordem de cinco a seis metros.

Agora, essa usina poderá se tornar viável

para uma profundidade menor, de cerca

de dois metros.

O segundo projeto é no Pará, na foz

do rio Maracanã, onde a força da maré

empurra a correnteza do rio em sentido

contrário a uma velocidade de fluxo de

cerca de três metros por segundo. Essa

combinação do rio com a maré será apro-

veitada para implantação de uma turbina.

Por último, há um projeto em par-

ceria com Furnas e com a Sea Horse,

uma empresa de base tecnológica, para

a implantação de um sistema afastado

da costa. Esse projeto terá dois estágios.

O primeiro, inicial, prevê a instalação da

usina mais perto da costa, presa ao fundo

do mar a uma profundidade de cerca de

20 m. E o segundo estágio, estimado para

daqui a quatro anos — depois que forem

testadas as condições de geração mais

próximas à costa — prevê a instalação

da usina em alto-mar, utilizando para

isso a tecnologia offshore que o Brasil

já domina na exploração de petróleo.

Nesta etapa, a usina será totalmente

flutuante, podendo operar em qualquer

lugar, como os navios-plataforma, em

profundidades maiores.

Esse projeto em parceria com Furnas

está em fase de finalização do contrato e

a proposta é implantá-lo no litoral do Rio

de Janeiro, próximo a uma ilha que sirva

de apoio para as operações. A definição do

local depende ainda da avaliação do Ibama.

E como se daria a transmissão da energia produzida offshore para a rede em terra?

Dependendo dos avanços que o Brasil

tenha com o pré-sal em termos de distribui-

ção elétrica sob o mar — o que chamamos

de grid submarino — será possível viabili-

zar o aproveitamento das fontas offshore e

injetar a eletricidade gerada nele. Também

será possível gerar para abastecer cidades

próximas. Isso poderia ser interessante, se

levarmos em conta que 70% da população

brasileira vive no litoral.

Algum país já explora comercialmente a energia de ondas e marés?

Não. As que existem hoje na Europa

são protótipos. Existem usinas comerciais

de maré que, na verdade, são barragens.

Há uma na França desde 1966, similar à

de Bacanga; e outra na Coreia, inaugurada

em 2011. Esses reservatórios que utilizam

a força maremotriz são questionáveis, pois

geram impacto ambiental, modificam a

costa na foz dos rios, onde há muita vida

marinha. No caso da barragem do Bacanga,

no Maranhão, estamos aproveitando uma

estrutura que já existia antes, mas já sa-

bemos que não são modelos sustentáveis.

Existem conceitos interessantes de

aproveitamento maremotriz afastados da

costa, com a instalação em alto-mar de

reservatórios pré-fabricados.

Qual o prazo para o Brasil começar a explo-rar a energia de ondas e marés em escala comercial?

É preciso ter em mente que todas as

usinas aqui citadas são laboratórios de

pesquisa para o desenvolvimento de novas

tecnologias e aperfeiçoamento das já exis-

tentes. O que estamos tentando fazer aqui

na Coppe é avançar nas pesquisas, já que

o Brasil tem a possibilidade de desenvolver

máquinas que façam a conversão de ener-

gia, e de não ficar refém da importação de

equipamentos, como acontece hoje com a

energia eólica e com a solar, setores nos

quais o Brasil não tem capacitação fabril

e nem patente.

Estamos em uma fase pré-comercial,

em que há uma grande disputa tecnológica

de empresas e universidades em todo o

mundo para tornar essa energia comercial

a partir de 2020. Se não quisermos perder

a competitividade no cenário internacional,

teremos que viabilizar o uso em maior

escala da energia de ondas e marés, no

máximo em sete anos.

A experiência offshore, nesse aspecto,

será fundamental, pois poderá tornar o

Brasil líder nessa tecnologia. Este é um

grande diferencial que nós temos.

Qual o potencial brasileiro para a geração de energia de ondas e marés?

É de 114 GW (Gigawatts), sendo que

esse potencial se divide em teórico e

técnico. O técnico se refere à energia

aproveitável, que costuma ser de 1/3 do

total. Se nós conseguirmos gerar todo

esse potencial aproveitável, teremos uma

potência instalada em torno de 20 GW, o

que representa cerca de 20% de partici-

pação na matriz energética.

Mas estamos falando apenas de

geração na costa. Se incluirmos aí as

possibilidades de geração offshore que

vai depender da queda do custo dos

cabos elétricos, que são caríssimos —

teremos competitividade para a geração

em alto-mar e isso eleva o potencial

brasileiro de geração de energia a pa-

tamares incalculáveis.

Que tipo de equipamento é utilizado para mapear os locais que possuem maior po-tencial de energia?

O Brasil tem poucos instrumentos ins-

talados para medição, levantamento e co-

leta de dados. A Coppe possui ondógrafos,

mas não há ainda uma rotina de medições

constantes. uma das metas do projeto em

parceria com Furnas é justamente fazer

o monitoramento de forma contínua. Há

uma tese de doutorado que trata do uso

de imagens de satélites na avaliação e

mapeamento do potencial energético de

ondas e marés. Essa ferramenta poderá

ser de grande valia.

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Responsável por 90% da produção de petróleo e 76,7% da de gás natural no Brasil, a chamada Amazônia Azul – o mar ao longo de 8,5 mil km da costa brasileira – e suas riquezas foram o centro dos debates do V Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO 2012), que recebeu um público de 2.100 pessoas.

racionalmenteUm mar a explorar

Exploração de petróleo em águas profundas, pesca, projetos de preservação, sistemas costei-

ros, segurança da navegação em por-tos foram alguns dos temas do CBO 2012, realizado pela primeira vez no Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 16 de novembro de 2012. O even-to, que acontece a cada dois anos, reuniu especialistas de instituições de ensino e pesquisa brasileiras e latino-americanas, profissionais liga-dos a órgãos ambientais e setoriais, iniciativa privada e organizações não governamentais.

Realizado no Centro de Conven-ções SulAmérica, o encontro visa estreitar as relações entre academia e iniciativa privada, com foco em um verdadeiro manancial de riquezas e conhecimento: o mar. As diversas atividades desenvolvidas ao largo

dos 8.000 km da costa brasileira, da pesca à exploração de petróleo e gás, foram temas de workshops, palestras, minicursos e apresentações de tra-balhos técnico-científicos.

“Realizar o CBO no Rio de Ja-neiro, que destaca a importância do oceanógrafo para o desenvol-vimento sustentável, é fundamen-tal, pois aqui se encontra um dos principais mercados para esses profissionais”, destacou a presi-dente da Associação Brasileira de Oceanografia (Aoceano), Maria Inês Freitas dos Santos.

Congresso Brasileiro de Oceanografia - CBO 2012

Números da CBO

Palestras: 27; Minicursos: 21;

Workshops: 18; Expositores:

36; Trabalhos científicos

apresentados: 1.370

por Karolyna GomesFo

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Cristina Pinho, gerente executiva de serviços da área de exploração e Produção (e&P) da Petrobras, afir-mou que a ocea-nografia tem dado apoio a importan-tes trabalhos da companhia, como a perfuração, con-tingência, licen-ciamento ambien-tal e planos de emergência, nas bacias marítimas de santos, Campos, espírito santo, Camumu-Almada, Jequitinhonha, sergipe e Alagoas e Potiguar.

Mesmo com a crescente impor-tância do monitoramento marinho para mitigar impactos gerados pelas atividades econômicas desenvolvidas na costa, desenvolvendo uma atua-ção integrada da oceanografia com processos produtivos no país, espe-cialistas chamaram a atenção para uma melhor estruturação do governo, empresas privadas e academia.

Energia das marés pode abastecer plataformas

Nas unidades marítimas, a ener-gia elétrica é aproveitada para ilu-minação, sistemas de comunicação e equipamentos, como bombas e aque-cedores. Para produzir eletricidade, as plataformas dispõem de tecnolo-gias de última geração, como turbi-nas a gás e motores a diesel e, em alguns casos, motores a vapor. Mas tudo indica que o uso de energias alternativas pode entrar em campo.

A instalação de dispositivos offshore geradores de energia a partir das marés é uma possibili-dade palpável para plataformas de petróleo ou em ilhas, afirma segen Farid estefen, professor titular de estruturas oceânicas da univer-sidade Federal do rio de Janeiro (uFrJ) e diretor de tecnologia e Inovação da Coppe, que ministrou a palestra “energias renováveis e sustentabilidade nos oceanos”.

segundo segen, o brasil está en-tre os principais players do setor de geração a partir das ondas e marés marítimas. “Ao contrário do que acon-

teceu na eólica, neste caso estamos na linha de frente. estamos entre os 30 países no desenvolvimento e entre os dez que já desenvolveram protótipos para testes.”

Mesmo assim, ele reconhece que há muito a fazer. “estamos no estágio da energia eólica de há 20 anos. A diferença é que o brasil está dentro do processo como gerador da energia e não apenas como usuá-rio”, disse. Para o professor, a energia dos mares ainda demanda estudos e aportes tecnológicos para se tornar competitiva, como fonte complemen-tar às demais energias renováveis, de forma integrada.

de acordo com rafael Malhei-ro, pesquisador da Coppe, há estu-dos em andamento para definir as áreas apropriadas para instalação de unidades geradoras em todo o país. As características das regi-ões sul e sudeste permitem melhor utilização da energia a partir das

ondas. Já no Norte e Nordeste o me-lhor aproveitamento vem das marés. uma das ideias para auxiliar nas de-finições é a edição de um atlas, com mapeamento das condições da costa.

outra necessidade é a identifi-cação dos usuários, que podem ser, por exemplo, comunidades isoladas e carentes de energia, colônias de pes-cadores, unidades militares, portos, iluminação pública de praias, as pla-taformas de petróleo ou, ainda, o uso industrial que envolve até mesmo a dessalinização de água e seu uso na própria indústria ou na agricultura. “Com o pré-sal e a exploração em plataformas a até 200 km do litoral, a ideia de instalarmos fazendas ge-radoras de energia com as marés é extremamente apropriada”, defende.

Satélites detectam manchas de óleo causadas por fenômeno geológico

o projeto de detecção por saté-lites de manchas de óleo na super-fície marinha – chamadas exsuda-ções – foi apresentado por Fernando Pellon, gerente de geoquímica do Centro de Pesquisas e desenvol-vimento leopoldo Américo M. de Melo (Cenpes).

A tecnologia instalada na incu-badora da Coppe-uFrJ, denomina-da ‘modelagem inversa’, detecta as manchas e recria o caminho do óleo que, em geral, escapa por fissuras no leito do oceano, causadas quase sem-pre por pequenos terremotos, e chega até a superfície. “Nossa expectativa é boa porque existem vários satélites novos a serem lançados, aumentando a disponibilidade deles no espaço. A tendência é que o sensoriamento remoto de óleo no mar se aperfeiçoe cada vez mais”, explica Pellon.

Com o auxílio de dados de sa-télite é possível inferir se a man-cha é decorrente de vazamento de navio ou de plataforma de petró-leo. “No golfo do México existe esse fenômeno permanentemente. este trabalho tem sido importante para que possamos testar esses sensores para detecção de óleo e, com a colaboração das com-panhias detentoras dos dados, es

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peramos avançar no estudo para aplicações em outras áreas de in-teresse.”

Gestão ambiental portuária é pouco utilizada no Brasil

As práticas da gestão ambiental ainda são pouco utilizadas pelos portos brasilei-ros, embora sua adoção resulte e m m e l h o r e s c o n d i ç õ e s d e funcionamento das unidades,

segundo a professora Elisa He-lena Fernandes, da universidade Federal do rio grande (Furg), em

sua palestra sobre ‘gestão de se-gurança da navegação em portos’. A professora defendeu a mudança na mentalidade dos gestores dos portos, com vistas a qualificar e sistematizar as informações, o que permitiria a melhoria de todo o pro-cesso de gestão portuária.

elisa Fernandes afirmou que o ideal para a geração de informa-ções de qualidade é a combinação de dados físicos com a utilização de modelagens numéricas, sempre com divulgação, em tempo real, dos dados para os usuários. ela explica que o método de geração de modelos numéricos permite a observação e acompanhamento de dados ao longo do tempo, possibilitando a definição

de prognósticos e de simulações de impactos. “Permite a minimização dos impactos ambientais e a maxi-mização dos fatores de sustentabi-lidade ambiental.”

existe, no entanto, a necessi-dade de realização de testes de validação e calibração e, acima de tudo para a qualidade e con-fiabilidade dos dados utilizados na modelagem. os dados físicos, se tornados públicos online, podem facilitar as tomadas de decisão dos usuários, por exemplo, na hora de entrar em um porto. “é importan-te e facilita a operação saber, por exemplo, as condições de correntes marítimas, ou indicações de fluxos de enchentes e vazantes.”

Bons negócios na VII Feira Brasil OceanoOPORTuNIDADES DE NEGÓCIOS, networking e apresentação de no-vidades tecnológicas marcaram os quatro dias de exposição da VII Feira Técnico-científica Brasil Oceano, realizada simultaneamen-te ao V CBO. Os 40 expositores – entre empresas, instituições de ensino, ONGs e órgãos do governo que atuam na área de abrangência da oceanografia – trocaram experi-ências e mostraram aos estudantes e profissionais o que há de novo neste mercado.

“Estamos a recebendo nossos futuros gerentes e pesquisadores, que são os estudantes. No próximo evento já planejamos um estande maior e com mais equipamentos para mostrar”, disse Rodrigo Fonseca, da Seatronics do Brasil, especializada em aluguel e venda de equipamentos eletrônicos marítimos. “A qualidade de público é impressionante: direcionada, muito boa”, completou o vice-presi-dente da empresa Mark Teles.

Pela primeira vez na feira, a empresa OZ Engenharia, que expôs no estande do Parque Tecnológico da PuC, apresentou soluções para tratamento de água com tecnologia limpa. “Essa integração governo / universidade / empresa é essen-cial, pois um depende do outro

esse completam”, disse Fábio Rahmeier, da OZ.

Foi o mesmo caso da CSA / Ciên-cias Oceânicas. “A empresa veio para o Brasil este ano... participar de um evento dessa dimensão foi essencial para divulgarmos nosso trabalho. Estamos saindo com muitas perspec-tivas de negócios”, diz Flávio Molina, gerente de projetos em engenharia ambiental da companhia.

Rever clientes e parceiros é outra vantagem da feira, segundo Ivan Martins, gerente de divisão ambiental da Lunus, empresa de boias meteo-ceanográficas. “Tivemos também a

aproximação de novas empresas e pretendemos voltar”, disse.

O próximo CBO será realizado em 2014 na cidade de Itajaí, Santa Catarina,

segundo o presi-dente do evento, Carlos Leandro da Silva Jr., que acredita que se avançou muito na discussão em torno da criação do Instituto Nacional

de Pesquisa Oceanográfica. “Consegui-mos vislumbrar novas formas de ver e trabalhar a oceanografia”, concluiu.

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O prêmio, que tem entre seus ob-jetivos disseminar possibilida-des para desenvolver produtos

mais resistentes, leves e sustentáveis, percebeu o grande potencial desta iniciativa de baixo impacto ambiental e concedeu à companhia o primeiro lugar durante cerimônia realizada na suécia. A empresa, que é a primei-ra de seu país a ganhar o swedish steel Prize, recebeu, além do troféu, a quantia de 100 mil coroas suecas equivalentes a cerca de 30 mil reais.

“temos o prazer de anunciar nos-so primeiro vencedor da Nova Zelân-dia. A A-Ward através de seu projeto demonstra as vantagens de utilizar aço de alta resistência com uma solu-ção inovadora e bem planejada. esta iniciativa, além de melhorar de forma significativa a produtividade e o dia a dia de serviço, contribui e muito para a formação de uma sociedade mais sustentável”, assegura ramström Kg, presidente do júri e diretor técnico da ssAb, durante a cerimônia de entrega do swedish steel Prize.

A proposta vencedora da A--Ward utiliza um sistema flexível e inovador para manipular a sucata que compreende em duas unida-des feitas de aço de alta resistência que comprimem e embalam objetos metálicos em contêineres. Até che-gar ao resultado final, a empresa trabalhou durante dois anos para aperfeiçoar a concepção de seu sis-tema de manipulação de sucata de modo a permitir melhorar o manejo e transporte deste material.

elaborada a partir das chapas antidesgastantes Hardox, da ssAb, o sistema de carregamento direto da sucata para os contêineres resulta em grandes economias em termos de custo e tempo, além de diminuir o risco de danos para os contêine-res graças à sua carga horizontal.

somando a todas estas vantagens, o impacto ambiental deste invento é baixo, pois esse tipo de embalagem de sucata não precisa ser especial-mente fabricado, podendo ser utiliza-do o contêiner comum de transporte. o sistema de manipulação de sucata será vendido em todo o mundo para as empresas do setor de reciclagem e gestão de resíduos.

“o inovador e premiado produto pode ter vindo de uma de minhas ideias loucas, mas para transformá--lo em realidade, tive que me cercar de uma equipe de especialistas de altíssima competência”, diz simon Ward, diretor-gerente da A-Ward Attachments.

Com a presença de centenas de representantes internacionais dos setores de engenharia industrial, a cerimônia de premiação entregou o segundo lugar para a empresa tcheca borcard CZ e a sueca gremo.

Iniciativa sustentável recebe maior premiação do setor de aço

Sistema: Manipulação de Sucata “Mi-slide”Empresa: A-Ward Attachments Ltd (Nova Zelândia) Projeto: Sistema flexível e inova-dor que compreende duas unida-des feitas de aço de alta resis-tência que comprime e embala sucatas metálicas em recipientes. O carregamento direto da sucata para os recipientes resulta em grandes economias de custo e tempo. O risco de danos para os recipientes é reduzido graças à carga horizontal.

Dados do vencedor

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O Swedish Steel Prize, prêmio concedido para projetos inovadores em novas aplicações utilizando aços de alta resistência, anunciou o vencedor de sua 14ª edição. O projeto contemplado com a premiação foi o Sistema de Manipulação de Sucata “Mi-slide”, criado pela empresa neozelandesa A-Ward Attachments Ltd.

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A Centroprojekt possui em seu portfólio de produtos destinados ao setor petrolí-

fero o filtro de “cascas de nozes” utilizado para remoção de óleo. essa tecnologia é uma revolução no tratamento de efluentes e vem sendo aplicada nas áreas produ-toras de petróleo e refinarias. de-vido à sua resistência mecânica e à propriedade de sua superfície, as cascas de nozes se tornaram vantajosas em relação aos tradi-cionais filtros de areia.

Atualmente, sua aplicação principal tem sido no polimento de efluentes oleosos para posterior tratamento em reatores biológicos de membranas (Mbr), sensíveis à presença destes resíduos. devido a uma afinidade moderada entre a casca de noz e o óleo, este tipo de material oferece boa eficiência de remoção, da ordem de 90% a 95%, o que em geral significa ter um filtrado com teores menores que 5 ppm (partes por milhão) de óleo. outra vantagem é a fa-cilidade de limpeza do leito, no momento da contralavagem.

A regeneração (contralava-gem) do leito filtrante é feita preferencialmente impondo-se alta vazão de água de lavagem, fluidizando e arrastando seu enchimento (cascas de nozes)

para fora do vaso e através de um scrubber, onde, pelo movimento centrífugo, o óleo impregnado se destaca das partículas filtrantes, seguindo para o tratamento adequado ou ao início do processo. As carac-terísticas físicas das cascas de nozes permitem que elas circu-lem por bombas e tubulações sem prejuízo da integridade das partículas.

A Centroprojekt do bra-sil tem vasta experiência no segmento de petróleo, tendo fornecido diversas estações de tratamento de efluentes

(etes) para as mais importan-tes refinarias do país. A empre-sa possui uma completa linha de equipamentos e sistemas, selecionados de acordo com o tipo de atividade industrial, característica do efluente, além da viabilidade técnica e eco-nômica. entre as tecnologias oferecidas para o setor petrolí-fero, estão a ultrafiltração por membranas submersas (Mbr), o polimento de condensado e o misturador hiperbólico da Invent, que une a função de misturador e aerador num úni-co equipamento.

Cascas de nozes removem óleo de efluentes

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Tecnologia para pessoas e o meio ambiente

DETECÇÃO DE VAZAMENTOS PARA DUTOS

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Esta operação envolve a alienação das participações que a braskem detinha nas

duas empresas, sendo 54,2% do capital da Cetrel e 100% da utA, pelo valor de r$ 652 milhões, a ser ajustado pelo saldo de caixa líquido de 28 de dezembro de 2012. A integração desses ativos à odebrecht Ambiental, maior empresa privada brasileira nessa área de atuação, reforça seu compro-misso com o setor industrial e conso-lida sua relação com a braskem.

A Cetrel, que conta também com o governo da bahia e outras empresas entre os seus acionistas, começou a operar em 1978, junta-mente com as demais empresas do Polo Industrial de Camaçari (bA), oferecendo soluções nas áreas de tratamento de efluentes e resíduos, aproveitamento energético, inova-ção em materiais e monitoramento ambiental. A empresa atua desde a fase de produção até o pós-consu-mo, com o objetivo de maximizar os processos e oferecer soluções customizadas para a valorização e a transformação dos resíduos em matérias-primas para novos pro-cessos ou para retornarem à cadeia produtiva.

Já a unidade de tratamento de Água, localizada no Polo Industrial de Camaçari, é responsável pela produção de 30 milhões de m³/ano das águas desmineralizadas, clarificadas e potáveis.

especializada em soluções ambientais e presente em mais de 150 cidades por meio de sua subsidiária Foz, que detém ativos

de saneamento básico (água e esgoto), a odebrecht Ambiental também está à frente de operações industriais (utilities) e tratamento de resíduos de companhias como vallourec e sumitomo tubos do brasil (vsb), Klabin e Petrobras.

“essa operação nos permite sinergias comerciais e tecnológicas com os diversos ativos ambientais hoje consolidados na odebrecht Ambiental. Com a nossa expertise, visamos garantir o mesmo grau de confiabilidade que a braskem sempre ofereceu aos seus clientes no fornecimento de utilidades e no tratamento de resíduos”, afirma Fernando santos-reis, presidente da odebrecht Ambiental.

A braskem passa a ser cliente da odebrecht Ambiental, como já acontece na Aquapolo Ambien-tal, localizado no AbC paulista e maior projeto de produção de

água de reúso para fins indus-triais do hemisfério sul. Como os demais clientes da empresa, a braskem contará com garantia de fornecimento de águas industriais no longo prazo para manutenção dos seus crackers em operação.

“A braskem tem um plano de investimentos alinhado com sua estratégia de crescimento e maior competitividade. A venda

desses ativos, que estão fora do foco estraté-gico da empre-sa, reforça o seu compromisso com a higidez financeira e aju-da a viabilizar o

programa de investimentos”, diz Rui Chammas, vice-presidente de Petroquímicos básicos da braskem.

A Odebrecht Ambiental, empresa de soluções ambientais da Odebrecht, concluiu a aquisição da Cetrel e da Unidade de Tratamento de Água (UTA), antes controladas pela Braskem. A mudança de controle desses ativos potencializa as sinergias comerciais e tecnológicas com as operações da Foz e da área industrial da Odebrecht Ambiental. Além disso, está alinhada com a estratégia da Braskem de concentrar seus investimentos no setor petroquímico.

Odebrecht Ambiental adquire participações da Braskem

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Por meio de uma plataforma online ágil e segura, desen-volvida especialmente para a

transação de ativos ambientais, a bvrio (bolsa verde do rio de Ja-neiro) começa a desenvolver um mercado que vai permitir que pro-prietários rurais negociem contra-tos de compra e venda de Cotas de reserva Ambiental (CrAs).

o mecanismo previsto pela legisla-ção brasileira permite que excedentes de reserva legal sejam transformados em cotas e vendidos. os compradores em potencial são donos de imóveis ru-rais que não têm o percentual exigido de reserva legal – entre 20% a 80% da propriedade, dependendo do bioma e do estado onde estão. “os produtores irão negociar contratos de compra e venda para entrega futura (CrAFs), fomentando o desenvolvimento deste mercado e dando mais transparência ao processo de formação de preços. As Cotas de reserva Ambiental são

uma opção a mais que eles terão para cumprir as suas obrigações am-bientais”, afirma Pedro Moura Cos-ta, presidente-exe-cutivo da bvrio.

Moura Costa afirma que a bvrio tem o obje-tivo de atender às necessidades e exigências contidas no novo

Código Florestal, que determina que todos os imóveis rurais são obrigados a manter uma reserva legal (rl), ou seja, área de vege-tação nativa. Criada há um ano, a bvrio é a primeira bolsa de ativos ambientais do país, conta com o apoio da secretaria de estado do Ambiente do rio de Janeiro e da Prefeitura do rio, mas não recebe repasses financeiros de nenhuma esfera do governo.

A etH bIoeNergIA obteve a certi-ficação internacional bonsucro para a unidade rio Claro, localizada no mu-nicípio de Caçu, em goiás. esta é a terceira planta da empresa a receber a certificação que atesta práticas susten-táveis e permite a exportação de deri-vados da cana-de-açúcar para países da união europeia e Ásia. o volume de cana certificado neste local é de mais de 737 mil toneladas. A meta da etH é certificar todas as nove unidades da empresa com o selo até 2014.

A certificação exige, ao mesmo tempo, o cumprimento das leis, o respeito aos direitos humanos e tra-balhistas, a garantia da sustentabi-lidade na produção, a preservação da biodiversidade e dos serviços do ecossistema, além de produtividade e melhoramento contínuo dos pro-cessos produtivos. o selo vale nos 27 países-membros da união europeia, que precisam elevar consideravel-mente o consumo de biocombustíveis

até 2020, reduzindo a emissão dos gases de efeito estufa e o impacto nas mudanças do clima.

Para luiz de Mendonça, presi-dente da etH, a sustentabilidade sempre esteve no centro da atuação da empresa, por meio de ações no sentido de zelar pela preservação do meio ambiente, pela conservação

da biodiversidade e pelo desenvolvi-mento das regiões onde a empresa tem operação. “Portanto, a certifi-cação bonsucro não só nos permite acessar mercados internacionais, como mostra que estamos operando o nosso negócio de forma correta em todas as nossas operações, desde a nossa fundação, em 2007”, finaliza.

A empresa busca outras certifi-cações para mercados internacio-nais. sete unidades da empresa já concluíram a certificação rFs2 (re-newable Fuel standard), registro do governo americano emitido pela en-vironmental Protection Agency (ePA) que atesta as práticas sustentáveis da empresa com base em padrões estabelecidos mundialmente e au-toriza a comercialização do etanol de todas as unidades da empresa para os estados unidos. de acordo com a etH, as unidades Costa rica (Ms) e Água emendada (go) serão certificadas até março de 2013.

Rio terá bolsa verde

ETH: certificação de práticas sustentáveis

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suplemento especial

de saúde e segurança

Em outubro de 2011, a população do planeta atingiu os 7 bilhões de habitantes, o que significa um aumento da demanda por energia. Precisamos dela para aquecer as nossas casas, para nos deslocarmos para o trabalho, para fazer nosso trabalho e alimentar nossas famílias. Também esperamos que alguém, em algum lugar, forneça essa energia para nós.

Estabelecendo uma cultura rigorosa

A indústria de petróleo e gás está sob pressão constante para asse-gurar o fornecimento da nossa demanda por energia, seja por meio da exploração e perfuração ou da execução de projetos. Para tal, a

indústria precisa encontrar formas inovadoras para conseguir acompanhar a crescente demanda energética – desenvolvendo novas tecnologias, re-solvendo problemas de forma eficiente e encontrando profissionais com as competências certas no momento certo.

No recrutamento de profissionais para o setor de petróleo e gás, isso significa que as universidades devem manter padrões elevados; as em-presas big oil devem gerenciar bem a sua reputação e atrair os melhores formandos; e operadoras e consultorias de engenharia devem trabalhar em parceria com consultorias de recursos humanos, para encontrar os profis-sionais mais qualificados.

Desafios Antes de considerar o importante papel que o processo de recrutamen-

to desempenha na criação de uma cultura forte de segurança, devemos pensar nos desafios em casos de “pior cenário” como, por exemplo, a eva-cuação em grande escala em um local de alto risco. em casos de crise, as empresas mais fortes não são aquelas que possuem os planos de emergên-cia mais abrangentes, mas sim as que conseguem se adaptar a uma situa-ção, pressentindo e respondendo a situações de emergência no momento em que elas acontecem.

os consultores da Nes global talent vêm percebendo um aumento na demanda por profissionais dedicados à gestão de crises desde que ocorreu o vazamento de óleo no golfo do México.

Características como disciplina, foco em resolução de problemas, co-municação, responsabilidade, coordenação, consciência da situação, tra-balho em equipe e liderança são necessárias para que uma equipe possa gerenciar situações de emergência. os pensadores estratégicos precisam responder a todos os porquês e saber antecipar resultados ao mesmo tem-po em que acompanham o desenrolar dos eventos.

Porém, mesmo com essas características e habilidades, o treinamento e a prática são necessários para a criação de equipes de gestão de incidentes plenamente capacitadas. Isso porque, com informações limitadas, as deci-sões tomadas podem significar a diferença entre a vida e a morte.

situações hipotéticas podem ser utilizadas para exercícios práticos de situações de emergência, mas é impossível prever as circunstâncias exatas de cada crise. Portanto, o treinamento deve aliar elementos como avaliação de incidentes anteriores e exercícios práticos.

Para o segmento de exploração e perfuração é formada uma combi-nação de atividades estratégicas, táticas e operacionais. estas devem ser praticadas simultaneamente em conformidade com os processos e proce-dimentos de emergência. os serviços militares e de emergência podem fornecer orientação sobre as melhores práticas.

empresas que oferecem soluções de mão de obra para o setor de petró-leo e gás devem ter um conhecimento profundo da cultura de segurança e saúde das empresas para as quais dão suporte. Assim, poderão agregar, em vez de diminuir, valor a uma cultura que já está estabelecida.

Nick Stocker é dire-tor regional da NES Global Talent para a América Latina. Ofi-cial da Marinha Real das Forças Britânicas por mais de nove anos, tem MBA da Henley Management College no Reino unido e extensa experiência na América Latina.

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promove organização, redução de custo e riscos

ColaboraçãoA Ferramenta de Colaboração é uma tecnologia que avançou bastante no setor de engenharia na última década, mas ainda está muito aquém do que pode ser aproveitada. É uma tecnologia que nasceu com a internet, em geral através da nuvem, em uma modalidade que hoje chamamos de ‘software como um serviço’ ou SaaS (do inglês, Software as a Service).

Sendo um dos pioneiros deste mercado sempre tive dificuldade de definir e explicar a tecnologia. ela contém muitos recursos de ge-renciamento de documentos, mas não é exatamente um sistema

ged/edMs. Possui a capacidade de automatizar o gerenciamento de processos, porém não é um sistema de bPM. tem recursos como wiki, blog e fórum de discussão, contudo não é uma simples intranet. depois de muitos anos no mercado cheguei à conclusão que a melhor defini-ção é a de que se trata de uma plataforma para desenvolver o gerencia-mento de processos, documentos e comunicação na nuvem.

quando se fala em nuvem associada ao modelo de comercializa-ção como serviço, abre-se um leque muito grande de possibilidades, podendo ser aplicado desde a uma pequena empresa até aos maio-res projetos de infraestrutura do país. tudo depende do porte, da qualidade do serviço e da segurança contratada.

Começando pelo setor de óleo e gás, o grande potencial da aplicação neste segmento está na organização do grande volume de informação desestruturada que é trocada e gerada durante a gestão contratual. esta organização traz benefícios em termos de redução de custos e redução de riscos contratuais, principalmente quando a parametrização tem uma equipe de advogados para auxi-liar na melhor maneira de se organizar e estruturar os documentos, dados e troca de informações.

No setor de infraestrutura, em geral, o conceito de Colaboração também se iniciou com a gestão de documentos de projeto, mas, neste caso, o foco foi muito mais o controle da comunicação, pois os proces-sos já estavam formalizados. Nestes casos, os objetivos são: redução de custo, ganho de agilidade e maior qualidade na prestação do ser-viço prestado. outra aplicação forte da tecnologia está na gestão das inspeções e vistorias, pois tudo acontece online, com recursos para garantir mais transparência e garantias, reduzindo os riscos.

No cenário atual, em que faltam engenheiros no mercado, há muitos problemas contratuais e as previsões são extrapoladas, com riscos amplificados, não seria o momento de se pensar nesta fer-ramenta? A Colaboração facilita os processos e a comunicação nos projetos de infraestrutura, trazendo mais produtividade, transparên-cia e resultados assertivos.

Marcus Granadeiro é presidente da Cons-trutivo.com, empresa de fornecimento de solução para gestão e processos de ponta a ponta para o mercado de engenharia, com

oferta 100% em nuvem e na modalidade de serviço (SaaS).

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Geração de eletricidade

Novos investimentos e esforços têm sido direcionados na busca de fontes alternativas de energia como objetivo de atender à crescente demanda de energia elétrica e diminuir a emissão de gases de efeito estufa, causados, entre outros motivos, pelo uso de combustíveis fósseis nos meios de produção tradicionais. Neste enfoque, a energia das ondas do mar apresenta-se como uma solução de fonte renovável de energia para ilhas ou países com grandes faixas costeiras.

pelas ondas do mar

Desde a crise do petróleo de 1973, diferentes tecnologias de conversão de energia das ondas em energia elétrica foram propostas e testadas em modelos de escala reduzida ou escala real, em laboratórios de pesquisas e em condições

de mar real, principalmente nos países da europa. Hoje, a tecnolo-gia encontra-se em estágio pré-comercial, com alguns protótipos em teste em desenvolvimento no mundo. em Falcão (2010) os principais avanços desta tecnologia e a variedade de sistemas propostos são revisados.

As tecnologias disponíveis até o momento são baseadas, em sua grande maioria, nos seguintes princípios de conversão de energia (Falcão, 2010): 1) Coluna de Água oscilante, quando o movimento das ondas pressuriza ar no interior de uma estrutura, forçando a passagem do mesmo através de uma turbina de Wells acoplada a um gerador elé-trico; 2) Corpos oscilantes, quando o movimento de um flutuador, sob a ação das ondas, pode ser convertido diretamente em energia elétrica por um gerador linear, ou indiretamente através de um circuito hidráu-lico intermediário, onde ocorre pressurização de água (ou óleo), que acionará turbinas ou motores acoplados a geradores.

Como exemplos destas tecnologias destacam-se alguns protóti-pos que tiveram suas operações testadas: as centrais da Ilha de Pico (Portugal) e limpet (reino unido), e os sistemas Wave star energy (dinamarca) e Pelamis (reino unido). outros países que têm reali-zado pesquisas nessa área são estados unidos, Austrália, Noruega, suécia e China, entre outros.

o projeto de um sistema de conversão de energia das ondas é uma tarefa multidisciplinar, com atividades relacionadas a diferentes áreas de pesquisa, como por exemplo, análise de potencial energético disponível, desenvolvimento e projeto estrutural de máquinas, uso eficiente de materiais, estudo da interação entre o dispositivo e as ondas e dos parâmetros que garantem a geração de energia elétrica.

Neste trabalho, apresenta-se uma visão geral do desenvolvimento do conversor hiperbárico de energia das ondas da Coppe/uFrJ, des-

Segen F. Estefen (foto), Paula B. Garcia-Rosa, Eliab Ricarte, Paulo R. da Costa, Marcelo M. Pinhei-ro e Marcelo I. Lourenço fazem parte do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe/uFRJ.

Os autores agradecem à empresa Tractebel Energia, que no âmbito do Programa de P&D da Aneel financiou a implantação do protótipo brasileiro de energia das ondas. O apoio do Governo do Ceará, que disponi-bilizou a área de instalação no quebra--mar do Porto de Pecém, decisivo para a viabilização do projeto, assim como a participação da Universidade Federal do Ceará, que contribuiu em diversas fases da implantação do protótipo.

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de os primeiros testes com modelos em escala redu-zida até a instalação do protótipo em escala real no Porto do Pecém no estado do Ceará. A análise do clima de ondas do local de instalação do protótipo, a análise estrutural mecânica e os estudos relacio-nados à otimização da conversão de energia e ao fornecimento de eletricidade para locais remotos serão brevemente discutidos e revisados.

Conversor hiperbárico o conversor hiperbárico de energia das ondas

foi desenvolvido pela Coppe/uFrJ, com tecnologia totalmente nacional. o princípio de funcionamento do sistema consiste na movimentação de flutua-dores, pela ação das ondas do mar, que através de braços de alavancas acionam bombas hidráulicas. As bombas aspiram e comprimem água, tratada e armazenada em um reservatório na própria insta-lação, e através de uma tubulação alimentam um acumulador hidropneumático interligado a uma câmara hiperbárica. então, a água do acumulador é liberada sob alta pressão através de uma agulha móvel, para acionar o conjunto composto por uma turbina Pelton e um gerador elétrico. A Figura 1 ilustra um esquema de funcionamento do sistema.

A utilização da câmara hiperbárica atua como um pulmão de gás de alta pressão e possibilita a simulação de elevadas quedas d’água. Assim, este subsistema funciona como um estabilizador de pressão para a água que é bombeada de forma intermitente pelo movimento dos flutuadores.

Modelos em escala reduzidaNos períodos entre 2001 e 2007, o conceito de

conversão de energia do conversor hiperbárico foi

demonstrado através de testes experimentais com modelos em escala reduzida. Modelos em escala 1:6.5 e 1:10 foram testados no laboratório labocea-no, da Coppe/uFrJ, sob a ação de ondas incidentes regulares, com alturas e períodos que representam a costa do nordeste e do sul do brasil.

Particularmente com relação à costa do Nordes-te, os parâmetros consideram as características do mar local do Pecém, localizado a 60 km de Fortale-za. em (ricarte et al., 2007), uma análise de dados de ondas do local foi realizada a partir de dados obtidos em um programa de monitoramento condu-zido pelo INPH durante cinco anos (INPH, 1997-2003). os dados foram registrados por um ondógra

Altura (Hs)

Período (T)

Freq

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%)

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04 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 20

0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5

45

40

3530

25

20

15

10

50

Freq

uênc

ia (

%)

Figura 1 – Conversor hiperbárico. Esquema de conversão de energia.

Figura 2 – Ocorrência de altura de onda (Hs) e período (T) no porto do Pecém.

Energia das ondas

Ondas do marFlutuador

Braço articulado

Bomba hidráulica

Plataforma de sustentação

Acumuladorhidropneumático

Câmarahiperbárica

Conduto forçado

Turbina Pelton

Gerador elétrico

Unidade de bombeamento

Unidade de geração elétrica

Energiaelétrica

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86 TN Petróleo 87

fo Waverider directional fundiado cerca de 3 km da costa em uma profundidade média de 17 m.

Análises iniciais do mar local do Pecém mos-tram a predominância de ondas pequenas entre 1 m e 2 m de altura significativa (Hs), embora ondas maiores até 2,5 m também sejam observa-das, conforme ilustra a Figura 2a. No entanto, uma distribuição homogênea é observada, apresentando uma regularidade na altura de onda significativa com uma média anual de 1,4 m. os períodos de onda são relativamente curtos, entre 5s e 9s (Figura 2b), porém se observa a ocorrência de períodos longos (12s-20s), que coincidem com as estações de inverno no Atlântico Norte e às tempestades associadas nesse local.

essas características do mar local do Pecém foram úteis para a elaboração do projeto inicial de máquinas do conversor hiperbárico e dos testes do modelo em escala reduzida.

A partir dos testes em escala reduzida 1:6.5, a potência hidráulica do conversor (potência pro-porcional à vazão de saída do acumulador vezes a pressão do sistema) foi obtida considerando diferentes valores de pressão, conforme apresen-tado na Tabela 1 (estefen et al., 2007). os resul-tados obtidos indicam que para cada condição de onda, existe um valor ótimo de pressão do sistema que resultará em maior absorção de energia. em garcia-rosa et al. (2009) são discutidas as condi-ções para máxima absorção de energia do conver-sor hiperbárico. Para condições de ondas regulares e período natural do flutuador tN igual ao período da onda incidente t, verifica-se que o valor ótimo de pressão é determinado de acordo com a seguin-te expressão:

pc =0.25 Fp /Ap, onde Fp é a força exercida pelo pistão no flutua-

dor e Ap é área da bomba.

Protótipo em escala realum protótipo do conversor hiperbárico em

escala real com dois módulos de bombeamento está instalado no porto do Pecém. A Figura 3 ilustra uma foto do local com a planta piloto. um compo-nente estrutural, denominado skid, é utilizado para

fixar os componentes principais da usina ao plano da base e ao quebra-mar no local. o braço mecâ-nico é articulado no skid por um eixo e um sistema de rolamento.

os ensaios realizados em laboratório demons-traram a capacidade do conversor em gerar eletri-cidade. No entanto, para o modelo em escala real, a estrutura dos módulos de bombeamento, isto é, flutuadores, braços, eixos, bombas e skids, é sujeita a condições severas de carga causadas pelo peso dos componentes, alta pressão e cargas ambien-tais devido às ondas e ao vento local. Assim, uma análise estrutural desses componentes foi realizada em (estefen et al., 2010) com objetivo de projetar a estrutura e definir o material utilizado na fabricação dos componentes, de acordo com as condições locais de ambiente, condições de operação esperadas e fatores recomendados de segurança. Modelos de elementos finitos, considerando não linearidades geométricas, foram desenvolvidos utilizando progra-mação numérica para a análise dos componentes.

dois tipos de materiais foram selecionados e os componentes fabricados em ferro fundido e aço. As seguintes propriedades do material foram conside-radas nas análises numéricas: densidade de 7.860 kg/m³ para os dois materiais, módulo de elastici-dade de 210 gPa para o aço e 172 gPa para o ferro fundido, com respectivos coeficientes de Poisson de 0.3 e 0.27, e limite de elasticidade de 350 MPa para o aço e 345 MPa para o ferro fundido.

o braço tem 22 m de comprimento e foi concebido como uma viga-caixão composta de painéis refor-çados conectado com um flange robusto. A viga foi projetada para suportar a flexão horizontal causada pela resistência à onda transversal, enquanto que o flange proporciona resistência à flexão vertical devido à carga de bombeamento. o projeto do flutuador

Pressão (pc) Potência máxima obtida

Potência máxima (escala real)

550 psi 33 W 23.5 kW

800 psi 17.4 W 12.2 kW

Tabela 1 – Potências máximas obtidas por flutuador (modelo em escala 1: 6.5).

Figura 3 – Conversor hiperbárico. Protótipo em escala real no Porto do Pecém.

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baseou-se em placas curvas de baixa espessura com reforços radiais internos, que permitem o balance-amento da condição de lastro necessário. o flutua-dor tem um diâmetro externo de 10 m e dimensão vertical (pontal) de 2 m. Como a conexão do braço mecânico deve ser tão baixa quanto possível para aumentar a estabilidade, foi projetada uma seção cô-nica central combinada com uma rampa. A bomba, instalada na região interna do skid, é basicamente dividida em três componentes: a base, o pistão guia e acessórios de montagem, com comprimento total de 1.630 mm. o peso aproximado de todo o segmen-to é de 1,9 tonelada com um diâmetro interno de 750 mm. utiliza-se ferro fundido na base da bomba e as outras partes são fabricadas em aço. Mais detalhes sobre a análise estrutural podem ser encontrados em estefen el at. (2010).

A unidade de geração elétrica do protótipo está instalada em uma construção abrigada próxima ao acumulador e a câmara, como ilustrado na Figura 3. esta unidade é composta por uma turbina Pelton, um disco de inércia e um gerador síncrono de 125 kvA (Figura 4). A escolha da potência do gerador está diretamente relacionada ao clima de ondas local e a potência máxima estimada para dois mó-dulos de bombeamento.

Na primeira etapa de operação do conversor hiperbárico, considera-se o fornecimento de ele-tricidade local, onde o sistema deverá atuar como um sistema isolado. Neste contexto, o sistema de energia elétrica deve ser mantido no estado normal de operação, mesmo diante de variações na demanda da carga, e às variações nas ondas inci-dentes, onde a qualidade no suprimento de ener-gia elétrica deve atender requisitos com relação a limites de variações de frequência e de tensão e ao nível de confiabilidade (Kundur, 1994). Para isso, são utilizados controladores de tensão e frequência

no gerador síncrono. essas estratégias de controle estão relacionadas à qualidade de energia suprida pelo conversor. Por outro lado, podem ser imple-mentadas estratégias de intertravamento relativas à segurança de todo o sistema, e podem ser consi-deradas outras técnicas de controle para otimizar a absorção de energia.

Foi apresentada aqui uma visão geral do desenvolvimento do conversor hiperbárico de energia das ondas. A caracterização do clima de ondas do local, onde o protótipo em escala real está instalado, foi utilizada para verificar o con-ceito e a capacidade de geração de eletricidade do conversor, através de testes com modelos em escala reduzida, e para realização de uma análise estrutural, com objetivo de projetar a estrutura para suportar as cargas de bombeamento e as car-gas ambientais locais. Além disso, para melhorar o desempenho e confiabilidade do sistema, podem ser consideradas estratégias de controle em cada uma das etapas de conversão de energia.

Figura 4 – unidade de geração elétrica do protótipo.

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Referências

Page 90: Revista TN Petróleo

88 TN Petróleo 87

contradições do BrasilNeste momento em que a acentuada perda de competitividade ameaça a viabilidade econômica da indústria brasileira, colocando em risco também as suas vertentes social e ambiental, é interessante conhecer melhor a visão sobre sustentabilidade do canadense Maurice Strong, uma das maiores autoridades mundiais no assunto.

um feliz encontro e as

Daí o significado dos entendimentos mantidos pela Fe-deração das Indústrias do estado de são Paulo (Fiesp), por meio de seu departamento do Meio Ambiente e de seu Conselho superior do Meio Ambiente, que congrega

numerosos especialistas em ecologia, para a troca de informações e experiências, incluindo uma palestra dele realizada na sede da entidade em são Paulo.

Maurice strong, inicialmente empresário do setor petrolífero, foi idealizador da primeira Conferência das Nações unidas para o Meio Ambiente, realizada em estocolmo, na suécia, em 1972. de-pois, desempenhou a função de secretário-geral dos dois grandes eventos correlatos que se seguiram: a eco-92, no rio de Janeiro, em 1992, e o encontro da oNu em Joannesburgo, na África do sul, em 2002. Atualmente, ele é consultor do governo chinês na área de desenvolvimento sustentável. Professor honorário da universidade de Pequim, seu histórico inclui passagens na liderança de insti-tuições como o Pnuma (Programa das Nações unidas para o Meio Ambiente) e serviços para a diretoria do banco Mundial e o World business Council for sustainable development. Atuou, ainda, em renomadas universidades, como no Center for International deve-lopment of Harvard (euA), e em vários institutos de pesquisa.

A interação de strong com a Fiesp é um feliz e oportuno en-contro, somando a experiência de um dos grandes especialistas mundiais no tema com lideranças e empresários industriais do país que tem as mais concretas soluções potenciais ante os desafios da sustentabilidade. o brasil, a despeito da conjuntura mercadológica desfavorável que afeta hoje sua manufatura, premida pelos conhe-cidos ônus dos impostos, encargos trabalhistas, juros, burocracia e infraestrutura precária, aos quais se somam o problema do câmbio e o crescente assédio de exportadores, tem a maior área agricul-tável disponível do planeta, condições inigualáveis de produzir biocombustíveis, tecnologia ímpar para sua utilização em larga

João Guilherme Sabino Ometto é engenheiro (EESC/uSP), presi-dente do Conselho de Administração do Grupo São Martinho, vice--presidente da Federação das Indústrias no Estado de São Paulo (Fiesp) e coordenador do Comitê de Mudanças Climáticas da entidade.

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escala, clima e solo favoráveis ao cultivo em todo o ano, indústria avançada e quase 200 milhões de consumidores. Como nenhuma outra nação, portanto, temos capacidade de fornecer energia limpa e renovável e alimentos, harmonizando tudo com a preservação ambiental. é a resposta que o mundo precisa!

Nesse contexto, é enriquecedor o olhar do especialista canadense sobre as práticas que vêm sendo desenvolvidas e aplicadas em países com liderança industrial no mercado internacional. é particularmente importante compartilhar a expe-riência da China, onde, desde a década de 1980, ele tem atuado em auxílio aos atores públicos e privados na construção dos parâmetros de sus-tentabilidade econômica e socioambiental. Note--se que a nação asiática, a despeito dos grandes problemas ecológicos que ainda permeiam sua produção, apresenta os maiores avanços em tec-nologias sustentáveis.

dr. strong tem participação direta nesse processo de mudanças, inimaginável há alguns anos. Assim, a sua abordagem sobre um dos mais

relevantes temas da atualidade permitirá uma reflexão sobre as boas oportunidades do brasil. Para aproveitá-las, porém, seria pertinente que as autoridades ficassem atentas a algumas lições de outros países, que nos ajudariam a vencer as contradições que continuam mitigando nosso imenso potencial de conquistar o desenvolvimen-to sustentável.

Consultor e professor Maurice Strong

INFORMAçãO DE QuALIDADE.

Na ponta dos seus dedos

A tecnologia da informação se aperfeiçoa em ritmo acelerado. Não basta ser rápido na trans-missão dos fatos; é preciso ser eficaz, saber onde prospectar a informação e ser ágil ao transfor-má-la em notícia.

www.tnpetroleo.com.br

Page 92: Revista TN Petróleo

90 TN Petróleo 87

pessoas

Milton ocupa atualmente o cargo de Consultor na Gerência Executiva que é responsável pelos ne-

gócios internacionais da Petrobras na América Latina. De julho de 2005 até janeiro de 2012, ocupou o cargo de diretor presidente da Petrobras México.

Milton ingressou na Petrobras em 1977 e ocupou diversos cargos nas áreas de negócios internacio-nais, engenharia, comunicação e marketing, bem como nas subsi-diárias de Petrobras BR (Petrobras Distribuidora), Interbrás (trading) e Braspetro (E&P).

Graduado em Engenharia Quí-mica pela Universidade Federal de Rio de Janeiro em 1977, ele se especializou em Engenharia de Processamento de Petróleo (UFRJ – 77) e em Engenharia Econômica

e Administração Industrial (UFRJ – 78). Em 1986, obteve seu título de Master em Engenharia de Produ-ção (PUC-Rio) e em 1995, o MBA em Marketing (Coppead-UFRJ).

Desde 2008 Milton representa a Petrobras na Arpel (Associação de Empresas de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da América Latina e Caribe) como diretor, após ter ocupado a presi-dência do Conselho de Diretores, em dois períodos de 1998 a 2002 e de 2008 a 2012.

Despedida à altura – No dia 13 de dezembro do ano passado, na Sociedade Hípica Brasilei-ra, no Rio de Janeiro, acon-teceu a despedida de Álvaro Teixeira. Compareceram ao evento cerca de 150 pessoas entre funcionários, amigos, e

inúmeras personalidades do setor de petróleo.

Álvaro Teixeira tem uma traje-tória profissional que praticamente se confunde com a evolução da indústria do petróleo no Brasil. Graduado em Engenharia Civil em 1957, pela antiga Escola Nacional de Engenharia da Universida-de do Brasil, recebeu em 1959 o grau de Geólogo de Petróleo, da Universidade da Bahia, em curso de pós-graduação conveniado com a Petrobras e a Universidade de Stanford, dos EUA.

Em 1960 iniciou atividades na Petrobras em ‘geologia de poço’ na Bacia de Sergipe-Alagoas, passan-do, em 1965, a chefiar a “geologia de subsuperfície” da antiga RPNE (Região de Produção do Nordeste).

Em 1967 foi transferido para a Divisão Central de Exploração,

IBP conta com novo secretário executivoApós 19 anos à frente da Secretaria Executiva do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Álvaro Teixeira passa o cargo para Milton Costa Filho.

Ao lado, Wafik Beydoun, da Total; Vania Teixeira, esposa de Álvaro, Milton Costa Filho e Álvaro. Abaixo, com Benício Biz.

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A palavra dos amigos

no Rio de Janeiro, onde chefiou as equipes de interpretações das bacias brasileiras.

Em 1972 passou para o qua-dro da recém-criada subsidiária internacional Braspetro, sendo designado para a função de ge-rente residente em Madagascar, em projeto de joint venture com a Chevron. De retorno ao Rio em 1975, assumiu a gerência de Geologia e, de 1983 a 1987, a di-retoria de Exploração e Produção da empresa.

Retornou à holding em 1987 para, como superintendente adjunto, gerenciar os programas de treinamento de nível superior da Petrobras.

De 1989 a 1993, foi secretário--geral da Arpel (Assistência Recíproca Petroleira Estatal Latino-americana), organização internacional com sede em Mon-tevidéu, Uruguai, que congregava as empresas petroleiras estatais da América Latina e Caribe.

Sua trajetória no IBP, onde entrou como secretário executivo em 1994, foi marcada pela criação do mais importante fórum de E&P no Brasil, a Comissão de Regu-lamentação de E&P de Petróleo, reunindo praticamente todas as empresas operadoras atuantes no país, discutindo temas de extrema relevância como a regulação do setor, as melhores práticas, rela-cionamentos éticos e responsáveis, atuação consciente junto ao meio ambiente etc., apoiando-se em uma forte base técnica para supor-te de suas ideias.

“Álvaro foi um dos gurus na minha carreira profissional quando pude contar com alguns anos a mais de sua experiência, além do companheirismo e lealdade, não existindo um só momento em que eu houvesse me decepcionado. No lado humano, cito a ocasião em que precisei de muitos doadores de sangue para minha esposa e ele, apesar de nunca ter sido doador, o Álvaro prontamente se ofereceu. Estava muito próximo da idade limite, mas foi assim mesmo e agora, além de amigo e guru, de certa forma faz parte também da histó-ria de minha família. A boa notícia é que ele vai continuar ativo e vamos poder continuar contando com sua valiosa experiência e agradável companhia.” (Alberto Machado, diretor executivo da Abimaq / Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) “Além de um grande companheiro, Álvaro fez um excelente trabalho ao longo da sua brilhante trajetória profissional e prestou um inestimável serviço à indústria de petróleo e gás, no particular e ao Brasil também. Nós da Abpip sempre que precisamos da sua experiência e ajuda, fomos atendidos prontamente, o que permitiu realizarmos várias ações conjuntas com o IBP, contando sempre com seu empenho”. (Anabal Santos Jr, secretário executivo da Abpip / Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás)

“Importante dizer que sempre fomos recebidos e acolhidos não apenas na instituição que dirigiu por tantos anos, mas pela pessoa que sempre teve uma palavra de apoio e um abra-ço afetuoso. Obrigada, Álvaro, pelas oportunidades, confiança, respeito e apoio de sempre em nosso trabalho.” (Lia Medeiros, diretora de Novos Negócios da TN Petróleo) “Álvaro é um ícone do IBP e do setor de petroléo e gás no Brasil. Um incansável defensor do desenvolvimento da indústria e das questães a ela inerentes. Em especial, gostaria de agradecer pelos anos de parceria e super apoio ao Consulado Geral do Canadá em tantas feiras, eventos e iniciativas. Foi uma honra para o Canadá poder contar com o IBP nestes anos todos de gestão do Álvaro.” (Nadine Lopes, gerente de Negócios da área de óleo e gás do Consulado do Canadá) “Com mais de 50 anos de atividade na indústria de petróleo – com ênfase e embasa-mento na mais atrativa e desafiante atividade: exploração e produção – os resultados acumulados pelo Álvaro são para deixar qualquer um muito orgulhoso. Seu continuado aperfeiçoamento nas atividades que exerceu e sua participação e envolvimento na área competitiva internacional muito contribuíram para seu desempenho na Petrobras e no IBP. E seu papel, quando da abertura do mercado de E&P no Brasil, fundamental para a mobilização e a condução do IBP, tradicionalmente voltado para o downstream da in-dústria, para a atuação no desenvolvimento e apoio nas novas atividades ao seu encargo. Estou certo que continuará contribuindo, de algum modo, para o desenvolvimento da indústria de petróleo no Brasil.” (Wagner Freire, consultor e ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras) “Álvaro é um dos grandes batalhadores da indústria do petróleo no Brasil. Ele conhece como poucos este setor. Espero que continue contribuindo e participando dos assuntos ligados à indústria mesmo afastado do dia a dia do IBP.” (Renato Cordeiro, gerente do setor de óleo e gás para o UK Trade & Investment / UKTI no Brasil, baseado no Consulado Britânico do Rio de Janeiro) “Seja pela sua atuação no IBP, pelo seu companheirismo e relevância na parceria com a Onip, pela sua solidez profissional e de caráter, Álvaro merece todas as homenagens. Nossa sorte é que sabemos que ele estará por perto e atuante, continuando a contribuir para o setor com sua incomparável experiência.” (Eloi Fernández y Fernández, diretor geral da Onip) “Conhecimento, gentileza e cordialidade são marcas que todos admiram e que estão presentes na personalidade do Álvaro Teixeira, que tanto agregou valor ao IBP.” (Julio Bueno, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro)

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A OSX, empreSA do Grupo eBX prove-dora de soluções integradas para a indús-tria naval e offshore, anunciou que Ricardo Abi Ramia assume o cargo de diretor de engenharia, Fretamento, Desenvolvimento e Operações da companhia, função que vinha sendo acumulada por Carlos edu-ardo Sardenberg Bellot, que permanece como diretor-presidente da OSX.

Com mais de 25 anos de experiên-cia no setor, ricardo Abi ramia ocu-pava o cargo de gerente executivo de

produção da OGX desde 2009. O exe-cutivo participou de diversas conquis-tas da OGX, como o início da produção de petróleo da companhia na Bacia de Campos e o projeto de produção de gás na Bacia do parnaíba.

O novo diretor da OSX ingressou na petrobras em 1987, onde atuou como coordenador e gerente na Bacia de Campos até 1999, quando foi transferi-do para a Houston, Texas, como gerente de operações. Ao longo de sua carreira

na multinacional brasileira, ocupou também os cargos de gerente de Ativo de produção, gerente geral da Unidade de Negócio de exploração e produção do rio de Janeiro e gerente executivo de Desenvolvimento de Negócios da Área Internacional da petrobras. Abi ramia é formado em engenharia elé-trica pela Universidade Federal do rio de Janeiro e pós-graduado em enge-nharia de petróleo pela Universidade da petrobras.

RenAtA BARuzzi Lopes foi eleita presidente do Centro de excelência em epC (Ce-epC) durante Assem-bleia Geral realizada em dezembro e 2012, no rio de Janeiro. Na oca-sião, os associados escolheram os novos diretores da organização para o exercício de 2013 e 2014.

A nova presidente ocupa o cargo de gerente executiva da área Corpo-rativa da Diretoria de engenharia, Tecnologia e materiais da petrobras. renata tem entre seus principais desafios auxiliar as empresas que contratam e fornecem bens e servi-ços para a cadeia epC (engineering, procurement and Construction) na busca contínua da excelência e da produtividade para atuar nos mer-cados nacional e internacional.

O atual presidente, Antonio muller, da Tridimensional enge-nharia, foi escolhido vice-presiden-te. “estamos muito satisfeitos com a decisão dos associados. Tenho certeza de que renata Baruzzi vai usar todo o seu conhecimento para fomentar o desenvolvimento, de forma sustentada, do setor epecista no país”, disse muller.

em 2012, o Ce-epC desenvolveu uma diversificada carteira de pro-jetos para reforçar a integração da engenharia nos empreendimentos de epC e consolidar um modelo de contrato de referência para empresas

do setor. promoveu ainda cursos de capacitações e workshops nas áreas de comissionamento e produtividade, com organizações consideradas ben-chmark em suas áreas de atuação.

“em 2013, consolidaremos nossa parceria com o Construction Indus-try Institute (CII), reforçando assim a linha que mantivemos durante este ano de promoção das melhores práticas da indústria de engenharia, suprimentos e construção”, desta-cou o engenheiro Danilo Gonçalves, diretor executivo do Centro. “Nesse sentido, manteremos a linha sinali-zada em nosso evento sobre produti-vidade em ação, no qual apostamos na sinergia entre as melhores práti-cas locais e internacionais.”

Além do CII, o Centro de exce-lência em epC, vai ampliar as par-cerias com organizações internacio-nais como Fiatech, do Texas (eUA) e a COAA (Construction Owners of Association of Alberta), do Canadá.

De acordo com Gonçalves, o Ce-epC vai estreitar o relacio-namento com entidades de ensi-no no mercado local. “Com isso, vamos gerar projetos específicos e manter a tarefa de divulgar e disseminar práticas de valor para nossa comunidade tanto da cadeia epecista como entre as operadoras de petróleo e gás.”

O executivo destacou que em 2013, o Ce-epC se empenhará para ampliar a participação das empresas associadas nas atividades do centro, pois elas são as nossas maiores be-neficiárias.

Gerente executiva da Petrobras assumirá presidência do CE-EPC

OSX tem novo diretor de engenharia, fretamento e desenvolvimento

Composição da nova diretoria

José A. de Figueiredo, Petrobras;

Guilherme Kuhner, Statoil do Brasil;

Antonio Guimarães, Shell do Brasil;

Carlos A. Aguiar Teixeira, IBP; José

Rodrigues de Farias Filho, UFF;

Alfredo Laufer, UFRJ; José Octa-

vio de Alvarenga, Promon; Saulo V.

Rocha Silveira, Odebrecht; Mauricio

Mendonça Godoy, Toyo-Setal; Marcelo

Bonilha, Ebse; Luís Mendonça, Onip.

Danilo Gonçalves, diretor executivo

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A Agilent technologies in-formou que seu conselho Diretivo indicou o executivo Ron Nerse-sian como presidente mundial da Agilent e seu principal executivo operacional. o novo presidente, que tomou posse imediatamente após a indicação, ocupava antes a vice-presidência executiva da em-presa desde novembro de 2011.

nersesian, 53 anos, será res-ponsável pelas divisões de Análi-ses Químicas, Biociências, Medi-ção eletrônica da Agilent, sendo que os presidentes dessas áreas passam a se reportar a ele. ner-sesian continuará a reportar para William sullivan, ceo da Agilent technologies.

em 1984, nersesian ingressou na hewlett-Packard co, a empre-sa predecessora da Agilent. Desde então, ocupou várias posições

de gerenciamento, incluindo a presidência da divisão de medi-ção eletrônica, de 2009 a 2011. nersesian é bacharel em enge-nharia elétrica pela Universidade de lehigh, com MBA pela escola

stern de negócios, da Universida-de de new York.

“Ron é um líder global em-presarial fora do comum”, afir-mou sullivan. “ele transformou a divisão de medição eletrônica quando esteve à sua frente, apresentando resultados recordes tanto em mercados atuais quanto emergentes. no último ano, Ron apresentou importantes resultados para o aumento de lucratividade da divisão de biociências e análi-ses químicas, mesmo enfrentando um cenário econômico adverso”, acrescentou sullivan. “A indica-ção de Ron como presidente é uma oportunidade para Agilent aproveitar a capacidade de um executivo com um histórico excep-cional de crescimento, melhoria dos custos e retorno do capital investido”, completou.

Ron Nersesian é o novo presidente global da Agilent Technologies

o engenheiRo José Luiz Marcusso tomou posse em janeiro como gerente geral da Unidade de operações de exploração e Produ-ção do espírito santo, em subs-tituição ao geólogo luiz Robério silva Ramos, que estava à frente da Unidade desde junho de 2009.

“estou chegando para inte-grar essa equipe e prosseguir com a história de sucesso da Uo-es. Alta eficiência é a nossa obrigação e vamos continuar mostrando aos parceiros que trabalhamos com competência. contem comigo para contribuir com esse time vencedor”, discur-sou Marcusso, que nos últimos seis anos estruturou e comandou a Uo-Bacia de santos.

o diretor de exploração e Produção, José Formigli, destacou a importância da unidade capixa-ba para a companhia. “A Unidade

do espírito santo tem curvas de produção ascendentes, com muitas oportunidades. As atividades de terra estão com resultados muito bons e tenho certeza de que o belo trabalho do Robério terá continui-dade com Marcusso.”

em seu discurso de despedida, luiz Robério agradeceu à equipe. “tive oportunidade de conviver e fazer parte de momentos impor-tantes na história da Unidade e o

meu sentimento é de alegria por isso. A Uo-es tem papel cada vez mais significativo na Petrobras”, afirmou o geólogo, que assume agora a gerência geral da Unida-de de operações de exploração e Produção de sergipe e Alagoas (Uo-seal).

o gerente-executivo do e&P sul-sudeste, erardo gomes Barbo-sa Filho, também esteve em Vitória prestigiando a cerimônia.

Marcusso deixa UO-BS e assume UO-ES

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o esCrItórIo tAuIl & Chequer Advogados associado a Mayer brown llP anunciou a promoção de três de seus advogados ao quadro de sócios. os profissionais são Caio Cos-sermelli, da área de Mercado de Capitais, Luiz Gustavo Bezerra, responsável pela área Ambiental e Paula Magalhães, também da prática de Mercado de Capitais e de Fusões & Aquisições.

“Além das habilidades jurí-dicas de alto nível e da inques-tionável experiência em seus segmentos de atuação, cada um demonstrou liderança, tino co-mercial, excelência na prestação de serviços e compromisso com o trabalho em equipe e com os diferenciais do escritório. eles já deram contribuições significati-vas e, agora como sócios, desem-penharão um papel importante no contínuo desenvolvimento de nossa capacidade de oferecer soluções globais para as neces-sidades jurídicas e comerciais de nossos clientes”, completou Chequer.

Ainda durante o ano de 2012, o escritório contratou dois novos sócios. Victor Galante, ex--associado, retornou ao time de societário e Fusões & Aquisições após um ano trabalhando na vale s/A como advogado para projetos internacionais. Maurício Tanabe, ex-sócio do tozzini Freire tei-xeira e silva Advogados, passa a liderar a prática trabalhista e Previdenciária do tauil & Che-quer Advogados.

Com a iniciativa, desde o dia 1º de janeiro de 2013, o escritó-

rio passou a ter 19 sócios.

Caio Cossermelli possui ex-periência na assessoria a instituições intermediárias e emissores em inúmeros IPos no brasil, colocações pri-vadas e follow--ons, ofertas de dívida e operações de M&A. Além disso, Caio representa instituições financeiras e clientes cor-porativos em operações de financiamen-to e assuntos correlatos, in-cluindo proje-tos de infra-estrutura. ele é experiente em operações internacio-nais, como empréstimos e emissões de títulos e valo-res mobiliários envolvendo

múltiplas jurisdições. Caio foi associado do Cleary gottlieb steen & Hamilton em Nova york e do Machado, Meyer, sendacz e opice Advogados.

luiz gustavo bezerra, líder da prática ambiental, concentra sua atuação na assessoria jurídi-co-ambiental de grandes corpo-rações nacionais e internacionais de diferentes setores, incluindo, energia, indústria química, exploração florestal, agribusi-ness, infraestrutura, mineração, imobiliário e construção nas mais diversas regiões do brasil. ele tem ampla experiência em negociações com órgãos gover-namentais brasileiros, incluindo órgãos ambientais e Ministério Público Federal e estadual. luiz gustavo atua na consultoria preventiva e avaliação de riscos jurídico-ambientais, solução de conflitos, além de participar de operações financeiras e de fusões e aquisições.

ele é professor de direito Am-biental e direito Ambiental In-ternacional na universidade do estado do rio de Janeiro (uerj) desde 2008 e tem vários artigos publicados no brasil e no exte-rior. luiz gustavo também presta consultoria a clientes em assun-tos de infraestrutura, energia, direito ambiental internacional e europeu, mudanças climáticas e sustentabilidade.

Paula Magalhães assesso-ra compradores, vendedores, assessores financeiros e com-panhias alvo no processo de fusões e aquisições, tendo tam-bém assessorado companhias, acionistas vendedores e asses-sores financeiros no processo de abertura e fechamento de capital e em ofertas públicas de aquisição em geral.

Tauil & Chequer Advogados tem cinco novos sócios

Newsletter TN PetróleoDiariamente, na tela do seu computador, as informações do setor naval e offshore. Assine em www.tnpetroleo.com.br

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No dIA 7 de JANeIro de 2013, tomou posse a nova diretoria da sociedade brasileira de geolo-gia (sbg), da regional rio de Janeiro e espírito santo, para o período 2013-2015.

A sbg-rJ passou a ser presi-dida pelo geólogo Marco latgé, da Petrobras, e terá na composi-ção da diretoria e do Comitê Au-ditor representantes da universi-dade do estado do rio de Janeiro (uerj); da universidade Federal Fluminense (uFF); universi-dade Federal do rio de Janeiro (uFrJ); da universidade Federal do espírito santo (uFes); do de-partamento de recursos Minerais e da Companhia de Pesquisa de recursos Minerais (CPrM).

entre os objetivos da nova gestão estão: dar continuidade ao

fortalecimento da geologia nos estados, buscando sua inserção definitiva na sociedade brasileira, além de fortalecer a participação da sbg-rJ nos fóruns de decisão, junto às entidades governamentais e não governamentais, com foco no papel da geologia e do geólogo

junto à sociedade, em especial na questão dos desastres naturais.

Nova diretoria da SBG toma posse

Indústria naval brasileira. Um setor em expansão.

Acompanhe, acessando www.portalnaval.com.br

Com um mar de oportunidades em sua proa e após anos de estagnação, o mercado naval brasileiro volta a ser uma realidade. De 2000

para cá, com os programas de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam) e o de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da

Transpetro, a indústria da construção naval brasileira saltou de dois mil para 80 mil empregos diretos e indiretos, serão 146 embarcações

de apoio marítimo e 49 navios, com um índice de 65% de conteúdo nacional no setor de navipeças. Participe!

Copyright 2010, Benício Biz Editores Associados | 55 21 3221-7500

Diretoria

Diretor-presidente: Marco Latgé (Petrobras)Diretor Vice-presidente: Hernani Chaves (uERJ)Diretor secretário: Flavio Erthal (DRM-RJ)Diretor financeiro: Nely Palermo (uerj)Diretor de Programação Técnico--Científica: João Larizzatti (CPRM)Diretor adjunto Estado do Espírito Santo: Paulo de Tarso Fortes

Comitê auditor:Eliane da Costa Alves (uFF)Kátia Leite Mansur (uFRJ)Rene Rodrigues (uerj)

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Com mais de 15 anos atendendo o setor industrial brasileiro, a victoria qualidade está longe de acomodar-se na busca por soluções inovadoras para seus clientes e não economiza em

investimentos para isso. dentre uma ampla cartela de serviços ofe-recidos pela empresa, ganham notoriedade o alpinismo industrial, a identificação positiva de materiais (PMI) e a inspeção industrial atra-vés do ultrassom Phased Array, alternativas cada vez mais utilizadas no mercado nacional por aliarem rapidez e economia aos trabalhos.

difundido em larga escala na europa e estados unidos, o acesso por cordas a áreas de difícil alcance vem sendo descoberto também pelos setores industrial e predial brasileiros. em lugar de andaimes ou outras estruturas grandes, pesadas e caras, a corda e equipamen-tos bem menores fazem escalar a agilidade de serviços como a pin-tura de um prédio ou a manutenção de um aparelho industrial, por exemplo. troca-se a trabalhosa logística de equipamentos enormes e de alto custo pela simplicidade da escalada por cordas, que possibili-ta o acesso a praticamente todos os locais de difícil alcance.

A prática do alpinismo industrial é regulamentada pelo Irata (Industrial rope Access trade Association), órgão de abrangência internacional que certifica profissionais e empresas para atuarem no setor. em todo o mundo, pouco mais de 200 empresas consegui-ram a certificação do Irata, e no brasil uma das únicas empresas certificadas é a victoria qualidade. “A certificação veio como forma de reconhecimento de um trabalho que respeita todas as normas de segurança e que investe muito em material de ponta e treinamento humano”, afirma leonardo ribeiro Castro, engenheiro de operações da victoria qualidade.

o pioneirismo e a eficiência da victoria qualidade na presta-ção deste serviço garantiram à empresa a participação ativa em grandes empreendimentos nacionais, como na refinaria de urucu, onde presta apoio a Petrobras com serviços de manutenção, res-gate em espaço confinado e em altura, além de serviços de solda-gem e caldeiraria. também em contrato firmado com a Petrobras, a victoria atua nas refinarias refap e recap, realizando serviços de medição de espessura de equipamentos e medição completa de torres por alpinismo.

SEMPRE À FRENTETécnicas apuradas e constantes investimentos dão à Victoria Qualidade destaque na prestação de serviços de alpinismo industrial, identificação positiva de materiais e ensaios não destrutivos com o ultrassom Phased Array

perfil empresa – Victoria Qualidade

Rua Carlos Alberto Santos 227, PortãoCEP 42700-000Lauro de Freitas-BA+55 (71) 3287.0024www.victoriaqualidade.com.br

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Para os serviços de identificação positiva de materiais – PMI – a victoria dispõe de equipa-mentos da mais alta tecnologia. o serviço visa à confirmação do material utilizado em toda a ca-deia produtiva do cliente, desde o recebimento e expedição de materiais, até a análise de mate-rial em equipamentos já construídos. os equi-pamentos usados aliam portabilidade e precisão laboratorial, o que rende alta produtividade e resultados extremamente confiáveis este tipo de ensaio não destrutivo minimiza riscos futuros e garante um rígido controle da qualidade dos materiais utilizados em todas as fases de obras e produção industrial.

outro serviço muito demandado pelos clien-tes da victoria qualidade é a inspeção através do equipamento de ultrasson Phased Array. A técnica é um tipo de ensaio não destrutivo que emprega os princípios físicos do ultrassom para inspecionar tubulações, soldas e equipamentos industriais.

segundo Alberto de souza Castro, diretor exe-cutivo da victoria qualidade, o uso do ultrassom Phased Array permite o registro de toda a inspe-ção, possibilitando uma melhor rastreabilidade dos resultados. Além disso – observa Alberto – a técnica pode substituir grande parte das inspeções por ra-diografia, evitando interdições das áreas analisadas e a paralisação dos serviços.

A victoria qualidade vem utilizando o Phased Array na inspeção de materiais como o aço carbo-no, o inox e a baixa liga, aplicando a técnica para inspecionar juntas soldadas de topo entre chapas e tubos, dutos, conexões, soldas estruturais, eixos e trilhos ferroviários e outras estruturas. “A prati-cidade do equipamento e a rapidez do serviço são vantagens que conquistam a preferência da maio-ria dos clientes pelo uso deste tipo de ultrassom”, afirma o diretor administrativo da victoria, José Alves ribeiro Neto.

Aliando cuidado com a preparação de técnicos e aplicando recursos no que o mercado tem de mais inovador em equipamentos e materiais, a victoria é hoje referência em serviços de alpinismo industrial, PMI e de inspeção por ultrasson Phased Array, técnicas relativamente novas em um mercado que muda constantemente por conta da rapidez com que as tecnologias se desenvolvem.

A ousadia da empresa em tomar a frente na ca-pacitação para a prestação de serviços como estes confirma a política da victoria de acompanhar o crescimento do setor e o compromisso de sempre fazer o seu trabalho bem feito. Fo

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A brAvANte entregou no final de novembro do ano passado, no rio de Janeiro, a segunda embarcação totalmente dedica-da ao combate a derramamen-tos de óleo no mar produzida no brasil. o projeto, que tem a parceria da rolls-royce, foi construída no estaleiro são Miguel (rJ), e somou inves-timentos da ordem de r$ 71 milhões, com mais de 70% de conteúdo local.

o Mar limpo III faz parte da frota de navios que serão finali-zados pela companhia até 2014 (Mar limpo IV, V, VI e VII), o que dará qualidade, agilidade e segurança às operações de va-zamentos, seja nas áreas do pós ou pré-sal. o navio será opera-do diretamente pela equipe da própria bravante.

o Mar limpo III reúne o es-tado da arte em equipamentos para atuação em vazamentos no oceano, como radares capazes de detectar derramamentos de óleo em um raio de 2 km, mostrando inclusive a espessu-ra da mancha, e um sistema de posicionamento dinâmico que dá inteligência às ações no mar.

o navio foi o primeiro oil spill recovery vessels (osrv) produzido no país, sendo o único projetado exclusivamente para esta função. A embarca-ção conta com um skimmer com capacidade de drenar 250 mil litros de resíduos por hora, além de tanques para o arma-zenamento de até 750 mil litros de material coletado – a em-barcação drena o equivalente a 250 caixas d’água de 1.000 litros cada por hora. outra fer-ramenta importante é o work-

boat a bordo, que permite se aproximar da mancha de óleo e cercá-la com rapidez, impe-dindo que o derramamento se expanda – um investimento de cerca de r$ 2,4 milhões. outra importante ferramenta são os firefights, com alcance para extinguir focos de incêndio em líquidos inflamáveis. A constru-ção do navio levou 22 meses, e atende a todos os padrões internacionais de qualidade, economia, conforto e susten-tabilidade – todos os resíduos produzidos durante a operação são tratados. Com uma tripu-

lação de 12 pessoas, o Mar limpo III conta com becape dos principais equipamentos, o que garante ainda mais segurança às operações.

Para Renato Nascimen-to, Ceo da bravante, o Mar

limpo III é um marco da capacidade da indústria naval do brasil. entregar um equipamen-to de acordo

com todas as certificações internacionais e com o que há de mais atual em tecno-logia, respeitando ainda as exigências de conteúdo local, é mostrar que o país está apto aos gigantescos desafios que estão por vir. “o estaleiro são Miguel está orgulhoso de ter finalizado mais um projeto da série Mar limpo dentro dos prazos e dos orçamentos. entregar um navio com tanta complexidade, e com recursos inéditos no país, é a prova de que estamos preparados tanto tecnológica como profissio-nalmente para dar conta das demandas que cada vez serão mais intensas na crescente indústria do petróleo e gás”.

o executivo destaca que este osrv está sendo entre-gue com menos dois meses de tempo na produção, e que este período deverá ser o mesmo gasto para construir os de-mais navios que começarão a renovar a frota nacional. Para a construção do navio, o grupo bravante gerou, entre empre-gos diretos e indiretos, três mil postos de trabalho.

produtos e serviços

Bravante

Bravante entrega o OSRV Mar Limpo III

Especificações técnicas

PSV (Plataform Supply Vessel – Carrying of pipes and deck cargo, Liquid cargo Fuel Oil and Fresh Water); OSRV (Oil Spill Recovery Vessel – Flash point below 60 degr. C); Oil Spill Dispersing;External Fire Fighting IMO Class I;Dynamic positioning DP-1; Clean Class and Confort DesignComprimento total: 61,70 m;Boca: 14,0 m;Calado: 5,0 m.Notação de classe: Det Norske Veritas (DNV) +1A1, SF, E0, OIL-REC, Fi-Fi I, DYNPOS AuT (DP1), Clean Class.

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A Hrt AssINou em novembro con-trato de farm-out com a companhia galp energia referente à cessão de 14% de participação sobre os direitos exploratórios em três licenças explo-ratórias de petróleo (Pels) no offsho-re da Namíbia – denominadas Pel 23, na bacia de Walvis e Pels 24 e 28 na bacia do orange. A companhia continuará como operadora dessas licenças e dará início à campanha de perfuração no primeiro trimestre de 2013. de acordo com os termos acordados, a galp energia irá carre-gar parte dos custos das operações da Hrt, inerentes à perfuração de poços pioneiros, até determinado limite. está previsto no programa de exploração a perfuração de três poços exploratórios, em prospectos já identificados e definidos, com foco em dois prospectos na Pel 23 e um prospecto na Pel 24.

segundo a Hrt, os prospectos apresentam potencial de volumes relevantes tanto para óleo quanto para gás, com maior tendência para óleo. As três Pels ocupam uma área de 37.744 km2 em lâmina d’água que varia entre 180 m e 2.500 m. Ambas as bacias de Walvis e orange estão localizadas em uma nova fronteira exploratória, em uma província de hidrocarbonetos emergente, com po-tencial para descobertas significati-vas de óleo e gás natural, em vários prospectos já identificados.

A Hrt conduziu o maior pro-grama de levantamento sísmico 3d na costa da Namíbia, o qual abrangeu as áreas onde os três po-ços serão perfurados. A qualidade desses dados sísmicos é um fator relevante na redução do risco ex-ploratório. os objetivos principais desses prospectos combinados pos-

suem recursos recuperáveis brutos estimados em cerca de 8 bilhões de bbl (estimativa média não ris-cada) com Pos [Probabilidade de sucesso] na faixa de 20% a 30%.

“estamos honrados de ter a galp energia como parceira nesses ati-vos de excelente qualidade, o que possibilitará à Hrt aliar à sua cam-panha exploratória a experiência

de uma grande companhia que tem excelente performance na busca por hidro-carbonetos em projetos explora-tórios em áreas de fronteira, tanto no

pré-sal brasileiro quanto em águas profundas da costa oeste africana”, comentou Marcio Rocha Mello, diretor-presidente da Hrt.

HRT

HRT assina farm-out com a Galp Energia

Pentair

Pentair é o novo nome da Tyco Valves & ControlsA tyCo vAlves & CoNtrols, líder mundial na fabricação de válvu-las, atuadores e controles, anunciou que agora se chama Pentair valves & Controls.

Parte da Pentair ltd., a Pentair valves & Controls, continuará a ofe-recer produtos, serviços e soluções superiores de gerenciamento de fluxo para clientes do mundo todo. beneficiando-se do maior alcance global da Pentair, o extenso portfólio de válvulas, atuadores e controles da empresa será disponibilizado em uma gama mais ampla de aplicações e indústrias do que nunca, incluindo óleo e gás, energia, mineração, pro-dutos químicos, alimentos e bebidas e construção.

Com um portfólio de mais de 60 marcas de confiança, a Pentair val-ves & Controls leva infraestrutura vital a comunidades do mundo todo, usando o conhecimento local com-

binado com o suporte de uma rede global. Por meio de parcerias com os clientes, a empresa oferece soluções para os desafios reais do mercado, mantendo as operações funcionando em segurança, minimizando o tempo de inatividade e melhorando o de-sempenho do ciclo de vida.

segundo David Dunbar, presi-dente da Pentair valves & Controls, a junção das empresas tyco Flow

Control e Pentair ltd. é o come-ço de um futuro brilhante, não só para o negócio das organizações, mas também para os clientes. “esta-mos empenhados

em continuar a oferecer os melho-res produtos, experiência técnica e serviços, para fornecer soluções completas aos nossos clientes do

mundo todo, independentemente da aplicação”, disse.

Randy Hogan, diretor executivo da Pentair, acrescenta: “é nosso espírito comum desenvolver no-

vas soluções que contribuam para ambientes mais seguros e mais s a u d á v e i s n o nosso mundo em constante trans-formação, bem como atender a

uma ampla variedade de necessi-dades industriais.” e acrescentou: “só o que mudou foi o nome; vamos continuar a fornecer os mesmos produtos e serviços de antes, per-manecendo focados nas necessida-des de nossos clientes e mantendo nossa posição como o fornecedor líder mundial de soluções de con-trole de fluxo.”

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produtos e serviços

Transpetro

Transpetro lança ao mar navio Anita GaribaldiA trANsPetro e o estaleiro Mauá, em Niterói (rJ), lançaram ao mar no final de novembro, o navio Anita Garibaldi, primeiro de uma série de quatro petro-leiros do tipo panamax a serem batizados em homenagem a mu-lheres que ajudaram a construir a História do brasil. “em um tempo em que as mulheres ocu-pam posições de destaque no ce-nário brasileiro, como a primeira

presidenta do nosso país, dilma rousseff, e a primeira presidenta da Petrobras, gra-ça Foster, nada mais justo do

que homenagear a garra, a força e a luta das nossas mulheres”, disse, em seu discurso, o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, que repre-sentou a presidente da compa-nhia no evento.

o navio foi transferido ao cais do estaleiro, onde passará por acabamentos finais, antes da entrega à companhia para início das operações.

Com 228 m de comprimen-to e capacidade para 650 mil barris, os navios panamax serão usados para o transporte de petróleo e derivados escuros. o Anita Garibaldi é a sétima em-barcação do Programa de Mo-dernização e expansão da Frota da transpetro (Promef) lançada ao mar. três navios do programa – Celso Furtado, João Cândido e Sérgio Buarque de Holanda – já iniciaram as operações. outros três navios – Rômulo Almeida, José Alencar e Zumbi dos Pal-mares – estão em fase final de

construção. o suezmax Zumbi dos Palmares foi lançado ao mar no último dia 23, no estaleiro Atlântico sul (eAs), em Per-nambuco.

“o lançamento ao mar do Anita Garibaldi comprova que a indústria naval brasileira saiu definitivamente da inér-cia. em menos de uma sema-

na, dois navios construídos por brasileiros foram lançados ao mar para os acabamentos finais. Navios que, em breve,

se juntarão à nossa frota para carregar as riquezas deste país”, afirmou o presidente da transpetro, Sergio Machado.

o navio tem como madrinha rosa Cristina da silva Carvalho de Azevedo, técnica de enfer-magem e trabalho da transpe-tro. logo após o lançamento da embarcação, o estaleiro Mauá realizou o batimento de quilha do segundo navio da série de quatro panamax encomendados pelo Promef.

Com encomenda de 49 na-vios e cem embarcações hidro-viárias, o Promef garantiu as bases para o renascimento da indústria naval brasileira. três novos estaleiros foram viabili-zados pelo programa: estaleiro Atlântico sul e stX Promar (Pe), rio tietê (sP).

Atualmente, o brasil possui a quarta maior carteira de enco-mendas de navios do mundo. A in-dústria naval brasileira, que tinha menos de 2 mil trabalhadores na virada do século, hoje emprega mais de 60 mil pessoas.

quem foi? – Anita garibaldi (1821-1849) nasceu Ana Maria de Jesus Pinheiro, em santa Catarina, em 1821. Aos 14 anos, casou-se, pela primeira vez, com o sapateiro Manoel du-arte de Aguiar. Com 18 anos, conheceu o italiano giuseppe garibaldi, à época com 32 anos, durante a revolução Farroupi-lha. Anita decide seguir gari-baldi e sobe em seu navio para lutar na guerra. Participou de diversas batalhas, combatendo ao lado de giuseppe, com quem se casou e teve quatro filhos. recebeu o título de “Heroína de dois mundos”, por ter partici-pado de batalhas no brasil e na Itália. Morreu aos 27 anos, em ravena, na Itália.

Especificações técnicas

Tipo: petroleiro panamaxPorte bruto: 72.900 toneladas de porte bruto (TPB)Comprimento total: 228 m; boca: 40 m; calado: 12 m; altura: 48,3 m; velocidade: 15 nósTransporta: petróleo e derivados escuros Capacidade: 90,2 milhões de litrosCaracterística: navio shallow draft (calado reduzido)

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A MAersK oIl estÁ inves-tindo r$ 1,2 milhão em um projeto de pesquisa que será desenvolvido pelo departa-mento de geologia da univer-sidade Federal do rio grande do sul (uFrgs). Para a exe-cução desse projeto, denomi-nado ‘estudo integrado sobre reservatórios produtores da bacia de Campos’, foi montado um laboratório nas dependên-cias da uFrgs. A iniciativa faz parte do programa de Pesquisa e desenvolvimento (P&d) da Agência Nacional do Petróleo, gás Natural e biocombustíveis (ANP), conforme a cláusula de Participação especial (Pe) da lei do Petróleo.

o objetivo do projeto é o es-tudo dos reservatórios arenosos, componentes de significativos intervalos rochosos portado-res de petróleo, similares aos reservatórios dos campos de Polvo, Peregrino, Papa-terra, Maromba, entre outros da bacia de Campos. A pesquisa busca compreender a sequência de deposição de rochas, as diferen-tes características das rochas--reservatórios e como elas se encontram distribuídas em sub-superfície, no tempo geológico

e em área. “este projeto é muito importante para a nossa com-panhia, pois o investimento em pesquisa é fundamental para o desenvolvimento tecnológico do setor de óleo e gás. Além disso, a formação de mão de obra por meio do treinamento e com o contato com profissionais da in-dústria do petróleo são uns dos principais objetivos dos projetos de Pesquisa e desenvolvimento (P&d)”, ressaltou Paulo Mene-zes, gerente de exploração da Maersk oil.

segundo o Prof. luiz Fer-nando de ros, coordenador do Projeto, além do aspecto acadêmico, o estudo vem ao en-contro dos anseios da indústria,

no que diz respeito à redução dos riscos envolvidos na ex-ploração de petróleo e outros recursos naturais estratégicos. “Nossa expectativa é de que os resultados obtidos auxiliem na otimização das operações da Maersk e que, ao mesmo tempo, a pesquisa possibilite o treinamento de estudantes da uFrgs em técnicas modernas de exploração de hidrocarbone-tos”, conclui de ros.

A equipe da uFrgs, junto à Fundação luiz englert, terá o prazo de um ano para apre-sentar considerações, ideias e conclusões a respeito dos reservatórios areníticos da bacia de Campos.

Maersk

Maersk Oil investe R$ 1,2 milhão em P&D na UFRGS

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Etapas da construção de um navio – segundo a tradição da indústria naval mundial, a construção de um navio tem cerimônias que marcam etapas fundamentais das obras: o corte da primeira chapa de aço, o ba-timento de quilha, o lançamento ao mar e a entrega ao armador.

é importante ressaltar, sobretudo, a diferença entre o lançamento ao mar e a entrega ao armador:

lançamento ao mar – depois de concluída a edificação do casco, o navio é batizado e lança-do ao mar, para os acabamentos finais. o lançamento libera o dique para o início das obras de uma nova embarcação. o navio em construção é transferido para o cais do estaleiro.

No cais, são feitas as obras de acabamento, as interligações dos vários sistemas e os últimos testes em equipamentos. Antes

da entrega, o navio é geral-mente levado de novo ao dique, para a limpeza do casco. Por fim, são feitas as provas de mar – viagens de curta duração que testam o desempenho geral da embarcação.

entrega – após a conclusão de todas as obras e testes, o na-vio é certificado por uma socie-dade classificadora independen-te e entregue ao armador, para o início das operações.

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Renner Protective Coatings

AspenTech

Proteção antichamas

Nova versão de software

A reNNer ProteCtIve CoA-tINgs, presente no mercado de tintas industriais e anticorrosivos no brasil e no exterior, lança um sistema de pintura intumescente, o stofire. A proteção já é muito utilizada em países da europa e estados unidos, pois reduz consideravelmente as perdas em acidentes que envolvam cons-truções em chamas. o sistema não altera a aparência da obra, servindo, inclusive como camada de acabamento. em situações em que a temperatura da estrutura ultrapassa os 200ºC, a tinta se expande até 200 vezes sua es-pessura normal, formando uma grossa camada de proteção. esta barreira pode resistir ao calor

extremo de 30 a 120 minutos, possibilitando eficaz ação de resfriamento.

o stofire é uma proteção passiva, ou seja, independe de uma ação de acionamento hu-mano ou mecânico para funcio-nar. diferente de outros métodos reativos, como um extintor, por

exemplo, a proteção intumes-cente passa a proteger a obra assim que aplicada.

Mesmo não sendo uma exigência legal, muitas cons-trutoras já aderiram à proteção passiva, pois verificam nela um diferencial que agrega seguran-ça e valor à obra. segundo dados apurados pela renner Protecti-ve Coatings, só na América do sul são mais de dez mil obras que contam com o stoFire. são shoppings, agências bancárias, universidades, centros educa-cionais, supermercados, revenda de veículos, hospitais, cinemas e estações de metrô, nos quais circulam grande número de pes-soas todos os dias.

A AsPeN teCHNology (Aspentech) fornecedora líder de software e serviços para as indústrias de processos contínuos lançou, em janeiro, a nova versão do software Aspenone v8, com um aprimoramento da ferramenta Aspen PIMs, solução indicada para o planejamento de plantas de refino que já se tornou um case de sucesso da empresa.

também traz uma versão inédita do Aspen Hysys, de modelagem sólida de funciona-mento (adquirida da solidsim no início deste ano), integrado com o Aspen Plus; e ainda o novo Aspen PIMs Platinum, versão colaborativa do gerenciador de demandas, com inovações no controle de processo avançado, energia e análise econômica.

Com o novo produto, usuários novos e ocasionais se tornam proficientes mais rápido, e os usuários experientes podem fa-zer mais com a nova ferramenta, o que é crítico para as empresas do setor que enfrentam proces-sos de desenvolvimento da força

de trabalho e uma escassez de competências. As melhorias na usabilidade e visualização no As-penoNe v8 também permitem que os usuários colaborem mais facilmente, diminuindo o tempo dos projetos e aumentando a produtividade.

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Armco Staco

Armco Staco vai produzir tubos de polietileno de grandes diâmetros no BrasilA finlAndesA KWH Pipe Group concedeu em dezembro de 2012 à brasileira Armco staco licença exclusiva para fabrica-ção e comercialização dos tubos Weholite no Brasil. A linha de produtos, desenvolvida pela KWH Pipe na década de 1980, abrange tubos, conexões e peças especiais de Polietileno de Alta densidade (Pead).

dentre as características ex-clusivas dos tubos Weholite com paredes estruturadas de Pead está sua capacidade de alcan-çar diâmetros internos de até 3.500 mm. A Armco staco pla-neja comercializar inicialmente estruturas de até 3.000 mm de diâmetro interno. Os tubos são amplamente utilizados em todo o mundo para condições de serviço de baixa pressão/gravidade na condução de água potável, águas pluviais, esgotos e diversos ou-tros líquidos. As peças especiais Weholite são projetadas para aplicações, como caixas de visita, tanques de retenção e até mesmo unidades de tratamento de esgo-to familiar para regiões remotas.

As paredes lisas dos tubos Weholite proporcionam melho-res índices de vazão compa-radas com aço, ferro fundido ou concreto. Com diâmetros extremamente grandes, os tubos são utilizados também para canalização de líquidos a con-

sideráveis distâncias. Os tubos de Pead com paredes leves e estruturadas são produzidos por extrusão contínua e fornecidos em qualquer medida que possa ser transportada, o que facili-ta sua rápida instalação. suas propriedades de resistência à corrosão asseguram longa vida útil. economia é um importante atributo da linha de tubos Weho-lite. As juntas são soldadas por extrusão e atendem a rígidas normas de estanqueidade.

de acordo com Fernando Beltrão, geren-te de Vendas de produtos de construção da Armco sta-co, a parceria

introduz o Brasil em um seleto grupo de países que detém a

tecnologia inovadora na fabri-cação, projeto e instalação de tubos e conexões em Pead com grandes dimensões. “O domínio desta tecnologia amplia os con-ceitos para utilização de tubos Pead em obras de saneamento, drenagem, mineração, assim como em projetos de contenção de enchentes e reuso de águas provenientes das chuvas, dentre outras aplicações, mantendo-se as características já consagradas de alta resistência mecânica e durabilidade dos tubos fabri-cados com polietileno de alta densidade”, explica.

Os tubos Weholite serão fabricados pela Armco staco em sua recém-construída uni-dade industrial de Resende (RJ). O produto estará dispo-nível ao mercado a partir do segundo semestre de 2013.

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Líder Aviação

Líder Aviação lança curso para formar pilotos offshoreA lÍder AvIAção, empresa bra-sileira com 54 anos em atividade, acaba de desenvolver um curso para formação de pilotos de helicópte-ros, para trabalhar em operações offshore – voos para transporte de trabalhadores do continente para plataformas de petróleo em alto-mar. realizada em parceria com a bristow Academy, a iniciativa busca suprir a escassez de mão de obra especia-lizada, decorrente do crescimento do setor de aviação no brasil e da indústria do petróleo.

Com duração de 12 meses, o cur-so desenvolvido pela líder ocorrerá no centro de treinamento da bristow, em titusville, Flórida. Para se inscre-ver no processo seletivo, o candidato precisa ter ensino médio completo e

será avaliado quanto às capacidades físicas e psicológicas, além da fluên-cia em inglês.

o programa inclui módulos teóricos e aulas práticas. Ao final do curso, o aluno estará habilita-do para ser piloto privado (PP) e comercial (PC). Aqueles que obti-verem rendimento mínimo de 85% estarão aptos a participar do pro-cesso seletivo da líder.

d e a c o r d o com o d i re tor de recursos hu-manos da líder, Guilherme Me-dina, o investi-mento no curso – que é de cerca

de us$ 100 mil (cerca de r$ 204 mil) – poderá ser recuperado em curto espaço de tempo. Além disso, o diretor ressalta que o aquecimen-to do mercado de aviação no país oferece alta empregabilidade para a profissão. “o objetivo do progra-ma é garantir o melhor resultado para os estudantes e torná-los aptos para o mercado de trabalho com o melhor custo/benefício e tempo”, afirma Medina.

Argentera

Assessoria especializada abre mercadoCoM deZ ANos de mercado, atuan-do inicialmente em consultorias téc-nicas, a Argentera oil & gas passou a ser uma ‘business developemnt com-pany’ desde 2010. A empresa utiliza seu conhecimento e experiência no setor para orientar multinacionais que querem iniciar operações no brasil.

“Partimos da premissa de ajudar empresas de fora, mas o que tem acontecido é que companhias bra-

sileiras que estão migrando para o setor de óleo e gás também nos procuram para assessorá-las. e empresas que já atuam nesse se-tor também estão

buscando nossa ajuda. Isso é algo que não esperávamos, mas está acontecendo”, afirma o diretor da Argentera o&g, Antônio Caruso, acrescentando que as empresas daqui encontram as mesmas di-ficuldades apresentadas pelas es-trangeiras.

entre os clientes da companhia estão: a norte-americana oil Fild Improvement, a indiana godrej & boyce e a inglesa, baseada em Cin-gapura, Intership. “tomamos o cui-dado de não representar empresas concorrentes. este é um de nossos princípios básicos: só representamos uma empresa por setor”, esclarece. o executivo não quis citar o nome da recente companhia brasileira que fará parte de seu portfólio ainda este ano por conta de questões contratuais.

Com parcerias internacionais e conectada aos principais centros – Houston, londres, Cingapura e Índia –, a Argentera amplia suas possibili-dades no mercado. “Nós entendemos que trabalhar em parceria traz ótimos resultados. temos contato direto com uma empresa da Noruega... muitas vezes eles têm o cliente e nós temos a demanda. Isso abre mercados.”

Caruso afirma que, hoje, muitas empresas estão interessadas em pro-duzir no país, como as que fabricam equipamentos de poços – perfuração e completação. “estamos assessorando

muitas empresas que querem produ-zir aqui, porque terão que desenvol-ver conteúdo local.” segundo ele, as empresas estrangeiras observam no brasil a possibilidade de crescimento de longo prazo, principalmente pelo pré-sal, que é a ‘menina dos olhos’ do mercado. “o pré-sal é uma realidade, mas não será desenvolvido de imedia-to como se imaginava. e nem pode, porque existem barreiras técnicas a serem vencidas. é aí que as empre-sas se interessam, na parceria desse desenvolvimento tecnológico. Hoje, quem nos procura tem o objetivo de se estabelecer no brasil.”

Atualmente a Argentera está par-ticipando dos editais de fornecimento de flotéis (ou hotéis flutuantes para plataformas offshore) da Petrobras para a revitalização da bacia de Campos. “Já percebemos que a Pe-trobras está interessada em revitali-zar a tecnologia utilizada em campos completados e que não tinham as possibilidades atuais. Nossas em-presas estão acompanhando esse movimento”, assegura.

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Freudenberg

Freudenberg adquire o Vector Technology Groupo gruPo AleMão Freudenberg, com sede em Weinheim, e a empresa norueguesa de Private equity Hi-tecvision, com sede em stavanger, firmaram um contrato de compra de 100% das ações em circulação do vector technology group, um dos principais projetistas e fabricantes de soluções inovadoras de vedação e produtos diferenciados de veda-ção sob encomenda para o segmento de upstream do setor de petróleo e gás. A aquisição está condicionada à aprovação das autoridades antitruste da Noruega, uma vez que a vector também é daquele país.

“Como parte da nossa estratégia global de expansão, a Freudenberg pretende fortale-cer os seus negó-cios no setor de petróleo e gás”, declarou Moh-sen Sohi, porta--voz do board da Freudenberg. vamos continuar a crescer no seu campo de atuação por meio de uma estratégia combi-nada de aquisição e constituição e de

crescimento orgânico”, agregou. se-gundo ele, a vector possui alto nível de especialização técnica, sobretudo no segmento offshore, e tem uma cultura similar à da Freudenberg, com foco na inovação contínua.

A vector fornece produtos de metal patenteados e exclusivos para conexão de alta integridade, com tecnologia de vedação com metal para uso em plataformas offshore de petróleo e gás, instalações flutuantes de produção, tanques de armazena-mento e descarga, colunas submari-nas, giradores, aplicações para linhas de fluxo e manifolds e para refinarias e instalações petroquímicas. solu-ções que minimizam peso e espaço, que afetam diretamente o custo total do projeto, o tempo de instalação e o custo de manutenção. Atualmen-te, os produtos são fabricados para pressões de trabalho de até 15.000 PsI e apresentam um histórico com-provado de aplicações em condições adversas, nos quais fadiga, flexões e tensões elevadas são as principais considerações.

“A vector nos possibilita a opor-tunidade de expandir a nossa ex-

periência em desenvolvimento de produtos projetados para aplicações específicas”, declara richard t. sch-midt, presidente e diretor presidente da Freudenberg oil & gas. “Isso nos torna um parceiro ainda mais es-tratégico para os nossos clientes do segmento de upstream do setor de petróleo e gás.”

“tornar-se parte importante da Freudenberg oil & gas é uma etapa importante da nossa evolução. os nossos produtos inovadores comple-mentarão as competências básicas da Freudenberg relacionadas à ciência de materiais, controle de processos e excelência de fabricação”, declarou Catherine bjaarstad, diretora pre-sidente da vector, que continuará a liderar a empresa depois da in-tegração.

A aquisição coloca a Freudenberg oil & gas mais próxima do seu obje-tivo de ser líder global em tecnologia de vedação no mercado de upstream de petróleo e gás. Criada em 2011 ela atualmente é constituída por sete empresas adquiridas, todas elas com experiência em vedação no setor de petróleo e gás.

Esab

Esab lança novos inversores multiprocessosA esAb trAZ PArA o mercado os no-vos conjuntos inversores para soldagem multiprocesso Warrior 500i e Warrior 400i. os equipamentos foram desenvol-vidos para ampla gama de aplicações, nos mais diversos segmentos indus-triais – construção naval e offshore, transporte, óleo e gás, energia, reparo e manutenção e fabricação geral.

Projetadas a partir das demandas de soldadores as novas Warrior são extremamente robustas e fáceis de usar. seu painel frontal é intuitivo e seu display proporciona leitura em qualquer ambiente, inclusive enso-larados. Ademais, controles simples permitem ajustes rápidos e fáceis, mesmo com uso de luvas.

eficiente e de desempenho ex-cepcional, a Warrior proporciona soldagem muito suave e estável, com excelente abertura de arco e acabamento. solda com arames sóli-dos e tubulares de 0,8 mm a 2,0 mm, utilizando Co2 ou mistura como gás de proteção, com ampla gama de eletrodos revestidos e tIg, além de goivagem com eletrodos de até 10 mm. são mais de 500 A num ciclo de trabalho de 60%.

os equipamentos possuem também classificação de prote-ção IP23 para maior proteção do soldador e do equipamento, possibilitando a utilização em ambientes severos.

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Hellmann

Usiminas

Hellmann Worldwide Logistics intensifica participação em Óleo e Gás

Aço para maior coluna de exploração do pré-sal

A AleMã HellMANN Worldwide logistics, especializada em serviços logísticos para os setores automotivo,

de saúde, maríti-mo e de energias alternativas, in-formou que quer intensificar sua participação no setor de óleo e gás brasileiro.

Há 13 anos no brasil, o grupo possui escritó-rios nas principais capitais e con-sidera muito importante suas ati-vidades no país. “se você quer ser um player na América do sul, tem

de estar no brasil”, ressaltou Jost Hellmann, sócio administrativo e principal executivo da Hellmann. segundo ele, a companhia acre-dita ser estratégico criar uma rede mundial de operações, entretanto se considera ainda uma empresa

familiar e não tão grande – no seu entender, é a maior vantagem da Hellmann no mercado. dentre seus principais clientes do setor no rio de Janeiro, estão: grupo ebX, veo-lia Water, stX osv, quip, technip e tug brasil.

A empresa começou em 1871, com Carl Heinrich Hellmann en-tregando pacotes em osnabruck, na Alemanha. A Hellmann chegou ao brasil por meio de uma parceria com o grupo Metropolitano, que tem sede em Alphaville, são Paulo. Atual-mente, está presente em 54 países e possui cerca de dez mil funcionários em todo o mundo.

No FINAl de 2012, a usimi-nas foi parte de uma importante operação de exploração do pré-sal a partir do fornecimento de aço para a tenarisConfab, responsá-vel pelo fornecimento de tubos para a indústria energética. o aço da siderúrgica, produzido com a tecnologia ClC e que atende a demandas específicas desse mer-cado, foi aplicado na maior coluna de revestimento de superfície (surface casing) da história de ex-ploração petrolífera no brasil, com 1.650 m, dos quais 50 m estão na camada do pré-sal.

Para o projeto, a usiminas forneceu cerca de 400 toneladas de chapas grossas ClC que foram utilizadas na produção de tubos.

“Nesta operação, o principal desafio da companhia foi garantir a integridade estrutural da coluna, possível com o domínio da tecno-logia, que permite a produção de chapas de alta resistência me-cânica e com espessura supe-rior, necessárias para atender as

demandas específicas dos equipa-mentos do pré-sal”, afirma rinaldo Machado, gerente geral de vendas para Construção e Infraestrutu-ra da usiminas. Com o dobro de extensão em relação às colunas aplicadas em poços típicos, que giram em torno de 800 m, a coluna fornecida foi instalada em lâmina d’água superior a 2000 m.

desde que anunciou in-vestimentos da ordem de r$

539 milhões na tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas ClC, em 2010, a usiminas já forneceu mais de 23 mil toneladas de chapas com espessuras acima de 17 mm, em sua maioria destinada para aplicações severas, que requerem aços de alto conteú-do tecnológico, nos mercados de exploração e condução de petróleo e gás natural.

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Faça Parte Da Transformação Da Indústria Brasileira De Gás

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gás naturalA evolução do mercado livre de

A Lei n. 11.909/09 (Lei do Gás) introduziu no cenário energético as figuras do Autoprodutor, do Autoimportador e do Consumidor Livre de gás natural, abrindo caminho à competição na comercialização (no atacado) e acabando com o monopólio das distribuidoras no fornecimento de gás. Este mercado, no entanto, tem encontrado dificuldades em decolar, sendo que hoje poucos agentes estão aptos a comprar e/ou vender livremente gás natural.

O decreto n. 7.382/2010, que regulamentou a lei do gás, definiu a atividade de comercialização de gás natural como a “compra e venda de gás natural, realizada por meio da celebração de contratos negociados entre as partes e regis-

trados na ANP”. Além dos contratos, os agentes que anseiem realizar a atividade de comercialização também deverão se registrar naquela agência (art. 66).

A ANP, por sua vez, somente regulamentou as figuras do auto-produtor, do autoimportador e do agente vendedor, dispondo sobre as condições de registro e autorização dos agentes, no final de 2011, mais de dois anos após a edição da lei e um ano após o decreto.

os estados também demoraram a regulamentar a questão – com exceção do rio de Janeiro, que já vislumbrava o Consumidor livre em 2008, antes mesmo da publicação da lei do gás –, sendo que ainda hoje poucos deles contam com legislação/regulação específica. dentre os que regulamentaram o tema, podemos destacar os estados de são Paulo, espírito santo e Amazonas, que editaram resoluções ou decretos no ano de 2011. outros estados, como Minas gerais e bahia, estudam normas para a publicação.

o Consumidor livre foi definido na legislação federal como o “consumidor de gás natural que, nos termos da legislação estadual aplicável, tem a opção de adquirir o gás natural de qualquer agente produtor, importador ou comercializador”. o enquadramento do Con-sumidor livre, contudo, depende de legislação estadual, não havendo parâmetros preestabelecidos, diante da competência constitucional-mente atribuída aos estados-membros para explorar os serviços locais de gás canalizado.

No estado de são Paulo, por exemplo, o consumo mínimo men-sal para que um consumidor migre para o mercado livre de gás é de

Rosane Menezes Lohbauer é sócia do escritório Madrona Hong Mazzuco Brandão – Sociedade de Advogados (MHM).

Rodrigo Machado Moreira Santos é associado do escritório Madrona Hong Mazzuco Brandão – Sociedade de Advogados (MHM).

gás natural

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300.000 m³, com base na média mensal do ano imediatamente anterior à efetivação. Apesar de existirem mais de 200 Consumidores Livres em potencial naquele estado, ainda não foi solicitada nenhuma migração. Em relação à autorização para atuar como Comercializador, somente duas empre-sas obtiveram a outorga da agência reguladora até o momento. Já no Rio de Janeiro o usuário deve consumir 100.000 m³/dia para se tornar livre, o que implica um número muito reduzido de potenciais Consumidores Livres no estado.

Outro obstáculo para o crescimento do merca-do, ao menos em relação ao seu tempo de matura-ção, é a exclusividade na comercialização de gás natural por parte das distribuidoras, por determi-nado período de tempo.

Em São Paulo, a Gás Brasiliano, concessionária responsável pela distribuição no oeste do esta-do, possui exclusividade para a comercialização por um período de 12 anos para cada um de seus sistemas de distribuição, ou por um período de 20 anos contados da data da assinatura do Contrato de Concessão (10/12/1999), o que ocorrer primeiro. Na maior parte dos sistemas a exclusividade encerrará somente em 2019. Por outro lado, a exclusividade contratualmente prevista da Comgás, que atua na área metropolitana da Capital e que congrega o maior número de potenciais Consumidores Livres, já se encerrou em 31 de maio de 2011.

Deve-se, ainda, lembrar que a atividade de comercialização de gás natural pode ser dividida em dois âmbitos territoriais: (1) a comercialização em âmbito nacional, quando o agente vendedor utiliza-se unicamente dos chamados gasodutos de transporte, não adentrando as áreas de concessão das distribuidoras; e (2) a comercialização em âm-bito regional, quando o agente vendedor negocia com Usuários Livres ligados à rede de distribuição da concessionária estadual. Assim, o agente ven-dedor que se dedique à comercialização no âmbito nacional, não se submete à legislação/regulação dos estados, podendo vender gás, por exemplo, às distribuidoras. No entanto, caso este agente opte por vender a Consumidores Livres, deverá requerer autorização em cada um dos estados onde negocie, a fim de viabilizar suas atividades. Por outro lado,

qualquer agente que comercialize gás, ainda que exclusivamente no âmbito estadual, deverá reque-rer autorização à ANP.

É evidente que, por si só, a dualidade de com-petências entre estados e União já é uma impor-tante razão para a demora na evolução do mercado livre de gás natural. O setor de energia elétrica não enfrenta esta dificuldade e, talvez por isso, se desenvolveu com relativa rapidez. No entanto, pode-se afirmar com certa segurança que o merca-do livre de gás possui um enorme potencial, princi-palmente em vista do alto custo da energia elétrica no Brasil e das promessas de aumento de oferta (pré-sal, gás amazônico). Ainda, a baixa de preço do GNL no mercado internacional pode incentivar a construção de novas estações de regaseificação (atualmente temos somente duas), viabilizando uma maior importação deste insumo.

Assim, é importante que as atenções se vol-tem para este mercado, pois a sua maturação pode levar um pouco de tempo, mas certamente virá e todos os agentes que estiverem prepara-dos para tanto irão se beneficiar com a compe-titividade no setor.

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Projetos de P&D

As atividades relacionadas à indústria do petróleo atingem atualmente suas mais elevadas conquistas, em todos os setores envolvidos (exploração, produção, transporte, refino e armazenagem).

ligados à remediação de áreas impactadas por petróleo

Na busca acelerada da exploração e produção do petróleo, à custa do aumento do consumo do óleo e seus derivados, criaram-se duas posições antagônicas: uma de um poder econômico de primeira grandeza, abrangendo a produção e

comercialização do petróleo; e outra ligada ao meio ambiente, tendo como foco os inúmeros possíveis acidentes relacionados com as mais variadas utilizações desse bem mineral.

é notório também o desenvolvimento de processos tecnoló-gicos que visam à remediação do meio ambiente impactado por esta atividade. os possíveis desastres causados pelos derrames de petróleo têm motivado as agências governamentais, o setor privado e universidades em todo o mundo a formular modelos empíricos que previnam esses acidentes. As propostas têm sido no sentido de serem utilizados diferentes cenários, abrangendo inclusive planos diferenciados de contingência e, mais além, para a recuperação do ambiente contaminado.

A contaminação por derramamento de óleo pode se dar em áreas onshore ou offshore. No entanto, nas zonas offshore esses incidentes se tornam mundialmente preocupantes uma vez que favorecidos por condições hidrodinâmicas locais ou regionais, ocasionam o avan-ço da pluma de contaminação para os ecossistemas costeiros mais sensíveis. Além disso, se tornam uma ameaça a estas zonas, sendo imprescindível, portanto, uma tomada de decisão rápida e adequada, a partir de alternativas tecnológicas de remediação, viáveis e cientifi-camente testadas.

o óleo derramado em ambientes aquáticos sofre diversas trans-formações imediatamente após entrar em contato com a água, e certamente causa extremo desequilíbrio, sobretudo à biota. em função da interação de processos físicos, químicos e biológicos, o intemperismo desse óleo ocorre de maneira eficaz. A partir do conhecimento mais aprofundado destas interações, podem ser con-duzidas pesquisas relacionadas com a remediação e a recuperação desses ambientes impactados.

Olívia Maria Cordeiro de Oliveira é geóloga, doutora em Geoquímica Ambiental/uFF, atual-mente é vice-diretora do Instituto de Geociências da uFBA e vice-coor-denadora do Pospetro/ufba. É líder do grupo de pesquisa Remediação de áreas Impactadas por Petróleo e coordenadora de projetos de pesquisa nesta temática.

Antônio Fernando de Souza Queiroz é geólogo, doutor em Geoquímica Ambiental/Geoquímica de Manguezais pela uni-versidade Louis Pasteur de Estrasburgo-França e coordenador do Pospetro/ufba. Coordenador de projetos de pesquisas que relacionam estu-dos petrolíferos e minimização de impactos ambientais nesse setor e líder do Grupo de Estudo de Manguezais da Bahia.

pesquisa e desenvolvimento

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Assim, diversos projetos relacionando ques-tões da indústria do petróleo e o meio ambiente se encontram em desenvolvimento pelo grupo de Pesquisa da universidade Federal da bahia “remediação de áreas impactadas por petróleo”, credenciado junto ao CNPq. esse grupo inserido na pós-graduação em geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente (Pospetro)/Igeo/ufba vem desenvolvendo projetos que têm como característica geral aplicar estudos geoquímicos. As pesquisas em andamento se baseiam em processos relacionados com testes de remediação em nível laboratorial e de bancada, com vistas a promover procedimentos de recupera-ção de áreas afetadas.

os mencionados projetos buscam ainda solu-ções para a recuperação destas áreas muitas vezes a partir da inter e muldisciplinaridades das temá-ticas abrangidas, quais sejam a geoquímica, o pe-tróleo e o meio ambiente, indissociadamente. Para tanto, essa equipe de Pesquisadores vem atuando fortemente e acumulando experiências, contando com uma estrutura construída ao longo de mais de dez anos de existência, período no qual vem se concentrando para produzir importantes processos tecnológicos / biotecnológicos.

Alguns projetos atualmente em desenvolvimen-to pelo referido grupo de pesquisa e pelo Pospetro

têm a finalidade de gerar produtos e processos inovadores e eficazes, a partir de biotecnologias (biorremediação e fitorremediação) e geotecnolo-gias (dispersantes naturais a partir de minerais), para remediação de áreas costeiras impactadas pela indústria do petróleo. essas investigações científicas visam a atender as necessidades nota-damente das regiões Norte e Nordeste deste país. No entanto, buscam ainda a continuada capacita-ção e complementação da infraestrutura laborato-rial, para estarem sempre atualizados, de modo a acompanhar a constante evolução tecnológica, tão necessária na área.

estudos de diagnóstico ambiental de áreas passíveis de acidentes desta natureza também se fazem muito necessários na definição de valores de referência de qualidade para indicadores de poluição tanto orgânica como inorgânica. essas pesquisas tentam estabelecer concentrações natu-rais/atuais, e permitir a utilização desses resultados na avaliação da qualidade de matrizes (sedimento, água e biota) de áreas potenciais a sofrerem impac-tos por atividades petrolíferas. os resultados dos trabalhos em andamento vêm permitindo auxiliar no gerenciamento de áreas em avaliação, e contri-buindo para a minimização de riscos em todos os níveis ambientais.

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Aspectos aduaneiros Ao final do século XX, a logística destacou-se como parte de um processo de profundas mudanças econômicas, iniciado por um conjunto de avanços tecnológicos em diversas áreas e ao qual se convencionou chamar de globalização. Tal fenômeno revela-se um processo de profundas mudanças econômicas que alteraram os padrões de geração de riquezas.

do planejamento logístico

A globalização é dividida por baumann, no livro o Brasil na econo-mia global em três estágios: a) quebra dos paradigmas do mundo das finanças; b) fortes impactos nas formas tradicionais de comer-cialização; c) mudança nos padrões da ordem produtiva, resul-

tando em uma transformação estrutural em todo o mundo.Nesse ambiente em que as empresas precisam atender a demandas

mais competitivas, numa escala crescente, e mercados tornam-se mais exi-gentes a cada dia, a logística desponta como peça fundamental no alinha-mento de estratégias competitivas globais. um instrumento essencial para redefinir arquiteturas produtivas, racionalizar o uso de recursos e integrar processos decisórios, com o objetivo de aumentar de forma significativa a competitividade das empresas atuantes no cenário mundial.

dentro desta perspectiva, pode-se dizer que a logística agregou os va-lores “tempo” e “lugar” às operações comerciais vinculadas a projetos de manutenção ou produção, traduzidos em diminuição do tempo de dispo-nibilidade do produto para os processos de produção. Assim, deixou de representar simples operações de transporte para se transformar em um sofisticado sistema que controla suprimentos; entregas; transporte; gestão de estoques; tratamento de rejeitos e resíduos na logística reversa; e ser-viços de pós-venda.

Com o advento da globalização, o sucesso de um planejamento lo-gístico depende, naturalmente, de aspectos associados aos despachos procedidos pelas aduanas, uma vez que o fator tempo, nesta etapa, pode ser comprometido, por razões diversas. um planejamento logís-tico também deve considerar as possibilidades de solução que podem proceder de diversos países, culminando com a forma dos despachos de internação. A adoção de regimes aduaneiros especiais desempenha igual importância nas decisões logísticas.

o planejamento logístico significa, portanto, o processo de gerir es-trategicamente a obtenção, movimentação e armazenamento de insumos, componentes e produtos prontos, para que a rentabilidade seja viabilizada por meio da entrega efetiva dos pedidos em relação a seus custos, de forma a não comprometer prazos referentes a processos produtivos – objeto de contrato com seus clientes. Assim, é de fundamental importância que as empresas conheçam trâmites aduaneiros envolvidos em suas operações. Pois cada vez mais a competitividade esbarra em problemas ligados à adu-

Paulo Cesar Rocha é engenheiro industrial, mestre em Engenharia de Transportes, Economia e Finanças Internacionais. Autor de vasta literatura na área, incluindo o livro Regulamento aduaneiro anotado com textos legais transcritos (em sua 16ª edição). Atualmente, é consultor tributário, de comércio exterior, legislação aduaneira e de implantação de projetos na área de energia na LDC, onde ocupa o cargo de diretor executivo.

logística

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ana, o que compromete a disponibilidade dos insumos para o processo produtivo.

uma questão muito relevante relacionada ao plane-jamento logístico refere-se à tomada de decisão quanto ao tipo de regime aduaneiro a ser adotado, quando for aplicável, e ao acompanhamento do transporte e arma-zenamento de mercadorias e sua liberação aduaneira:

a) o tipo de regime aduaneiro influencia a contrata-ção do transporte e do armazenamento, afetando dire-tamente custos e produção;

b) o acompanhamento do transporte e do armaze-namento consiste no provimento de informações que possam evitar atrasos e contratempos na operação;

c) a necessidade, as características, as exigências e a urgência de cada item importado/exportado deman-dam um tipo específico de regime aduaneiro.

Portanto, a tomada de decisão quanto ao regime aduaneiro não pode se basear unicamente em custos e benefícios diretos. Pois, muitas vezes, dificuldades burocráticas tornam um regime aduaneiro inadequado para determinada mercadoria, mesmo que, a princípio, ele seja o de menor custo.

o acompanhamento de transporte e o armazena-mento de mercadorias representam ações de comuni-cação e informação de dados que devem ser verificados para que o transporte, o armazenamento e o despacho das mercadorias não sofram contratempos. desta for-ma, a eficácia do planejamento logístico, atingindo os resultados compatíveis aos tempos atuais, exige a plena compreensão da aduana, dos seus trâmites, dos regimes especiais e suas respectivas aplicabilidades.

Alguns aspectos são obrigatórios na elaboração de um planejamento logístico, como:1. se a condição de entrega é na fábrica/fornecedor, de-vem ser examinadas as questões ligadas ao transporte e à documentação até o local de embarque.2. Já se a condição de entrega é no local de embarque, não existem as preocupações do item anterior.3. se a condição de entrega é com frete e seguro por conta do vendedor, deve haver a preocupação com o local de desembarque (incluindo terminal a ser utili-zado). uma escolha inadequada pode levar a custos incorridos pelo comprador desnecessariamente.4. se a condição de entrega é no estabelecimento do comprador, não há preocupações maiores; a não ser as relacionadas nos itens seguintes:deve-se ter a garantia de documentação correta e de acordo com leis dos países em que a mercadoria transi-tar. Muitos podem ser os atrasos decorrentes de docu-mentação inexata.A escolha do regime aduaneiro implica uma prévia análise do conjunto de regimes aduaneiros, e deve ser feita considerando-se aquele que possibilite: maior rapidez na circulação das mercadorias, maior econo-mia de impostos e taxas, menor custo de transporte e armazenamento, suspensão de impostos, segurança

das mercadorias no transporte/armazenamento/entre-ga, aproveitamento de incentivos fiscais e creditícios, despacho aduaneiro nos próprios locais de produção ou próximo deles.5. deve ser verificada a infraestrutura necessária ao transporte de determinadas mercadorias. escolha ina-dequada de pontos de desembarque pode aumentar muito os custos de transporte.6. deve-se ter cuidado também em relação aos custos com uso de contêineres. Muitas vezes, o custo de de-murrage, ou de transporte de contêineres vazios, pode ser evitado com um bom planejamento.

um bom planejamento de logística deve levar em conta custos globais da operação. devem ser verifi-cados, além dos custos diretos, custos no transporte e custos indiretos decorrentes do mau planejamen-to, incluindo lucros cessantes e custos em virtude de acréscimos devidos a decisões mal adotadas. daí a fundamental importância da avaliação dos aspectos aduaneiros envolvidos na logística ao longo deste planejamento.

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Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou [email protected]

feiras e congressos

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11 a 14 - BrasilBrasil OffshoreLocal: Macaé - Rio de JaneiroTel.: (21) [email protected]

22 a 24 - índiaPetroWorldLocal: MumbaiTel.: +44 (0) 1992 656 [email protected] www.petroworldindia.com

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5 a 7 - Brasil4º Rio Gas ForumTel.: +44 20 7978 [email protected]

24 a 26 - BrasilRio PipelineLocal: Rio de JaneiroTel.: (21) [email protected]

19 a 21 - ChinaCIPPE 2013Local: PequimTel.: 0086-10-58236560 [email protected]

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fino gosto

por Orlando Santos

Já se disse, com muita propriedade – e essa afirmação ganha um peso maior quando chega o verão –, que a cerveja, assim como o vinho, é parceira dos homens há milênios.

Verão é a estação da

‘loura gelada’por Orlando Santos

eexistem gravuras de Adão e eva com canecas de cerveja nas mãos. Narram os historiadores que, ao ser expulso do Paraíso, o casal foi sentenciado a ganhar o pão de cada dia como o suor do próprio rosto. e ganhar o pão, naquele contexto, significava, confor-me a bíblia, praticar a agricultura. ou seja, eles passa-ram a produzir os grãos que fazem tanto o pão quanto a cerveja. Aliás, por apresentarem o mesmo valor nutricional, a cerveja era chamada de “pão líquido”.

A temporada de calor reforça essa identificação do homem com a tradicional bebida no seu dia a dia, em especial na saída da praia ou nos tradicionais happy hours do Centro do rio, mais especificamente

na sua parte histórica, no entorno da Praça Xv. Além disso, crescem em números aqueles que se aventu-ram a saborear e degustar as cervejas importadas que ocupam as prateleiras de algumas e poucas boas casas do ramo, no Centro da cidade.

Na realidade, duas delas ocupam lugar de destaque há cinco anos. Na rua do Carmo, 50, é fácil encontrar o Il Piccolo Caffè, uma casa cerve-jaria escondida com o nome que lhe deu origem, do café expresso, e que agora abriga mais de cem marcas de cervejas nacionais e importadas, com destaque para a alemã Paulaner, a mais solicitada. Como entrada a casa oferece bolo de carne feito à

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moda alemã ou um variado mix de quatro salsichas. À frente no ranking da casa está a Anne Maria, de origem germânica.

Já na Av. Nilo Peçanha, 44, loja A, o pedestre que passar apressado nem vai notar que atrás de uma placa modesta (O Botequim do Príncipe), se esconde, na realidade, como está afixado na sua entrada, a melhor carta de cerveja do lugar, incluindo mais de 200 marcas nacionais e importadas. Ao contrário do Il Piccolo, que se esconde atrás de um pequeno espaço e uma fachada revestida de azulejos brancos e azuis, o Botequim do Príncipe é uma casa de grandes dimen-sões e que abriga, anexa, uma galeteria.

Na entrada, as cervejas nacionais e importadas ocupando grandes prateleiras introduzem o cliente ao interior da casa, para no fim do dia, ou mesmo na hora do almoço, saborear sua bebida preferida, seja ela nacional ou importada. Para compensar a falta do quibe de cordeiro, que o fornecedor deixou de entregar, as cervejas podem ser acompanhadas por costelas de cordeiro ou linguiças caprichadas – garante um dos sócios, Marcos Aragão. O Botequim fica na Nilo Peçanha, 44, ao lado da Policlí-nica Geral do Rio de Janeiro, também no Centro.

As louras brasileirasEm recente evento internacional realizado em

Nuremberg, na Alemanha, para focar a arte cervejeira tradicional, o Brasil trouxe seis medalhas. A Bierland, de Blumenau (SC), ganhou ouro com a Imperial Stout e prata para a Bock; Rauchbier e Schwarzbier, da Bam-berg, de Votorantim (SP), ganharam prata; e medalhas de bronze foram conquistadas pela curitibana Bier HoffNigra e a Eisenbahn Weizenbock, de Blumenau.

As cervejas artesanais brasileiras foram analisadas por 54 jurados de 12 países, que examinaram 575 cerve-jas inscritas, de 28 países. Este evento é considerado a terceira maior competição mundial do segmento.

Um brinde, então, às nossas louras !

A LITERATURA DA CERVEJA• Atlas mundial da cerveja, o guia essencial da cerveja ao redor do mundo, Nova Fronteira• Vamos falar de cerveja, um guia completo, Marco Zero • O livro da cerveja, Globo Editora • O livro da cerveja, Nova Fronteira• Cerveja: Guia ilustrado, Jorge Zahar • Larousse da cerveja, Larousse Brasil • Como fabricar cerveja, Icone • Guia da cerveja, Dinap • Cerveja: Guia dos estilos, Centro Brasileiro de Cultura Cervejaria/7 Letras • O catecismo da cerveja, Senac-SP

Maturada com cacau belga, a Petroleum, produzida pela cer-vejaria Wäls, de Belo Horizonte, encorpada escura, de excelente qualidade, pode ser saboreada no centro do Rio, no Botequim do Príncipe. A Petroleum é aberta através de pressão, com rolha especial, tipo espumante.

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Ddesenhos inéditos do arquiteto, além de móveis assinados pela dupla, enriqueceram ainda mais a mostra. o diretor do Paço e curador da exposição, lauro Cavalcanti, informa que há trabalhos que nunca foram vistos, como desenhos sobre política, arquitetura e temas que ele, oscar, adorava, como mulheres e o rio de Janeiro. três salas são ocupadas por Niemeyer pai.

Anna Maria niemeyer, um caminho ocupa dois andares inteiros do prédio, onde estão cerca de 300 itens, entre obras de quase 60 artistas, documentos e projeções. A seleção do curador procurou ser abrangente, elegendo alguns artistas para salas individuais, como Jorge guinle, lançado pela galerista em junho de 1980, victor Arruda, beatriz Milhazes, eliane duarte, efrain Almeida, Jorge duarte e os-car Niemeyer. esses artistas foram os que mais expuseram na galeria da gávea ou que tiveram contato mais estreito com Anna Maria.

o curador contou com a consultoria de Hello Portocarrero e leo-nor Azevedo, assessora de longa data da galerista para este evento.

por Orlando Santos

Paço Imperial para os Niemeyer Coisas do destino. Idealizada para ser uma homenagem à galerista e arquiteta Anna Maria

Niemeyer, falecida em junho de 2012, a exposição que se encontra no Paço Imperial

acabou ganhando a participação do seu pai, Oscar Niemeyer, que faleceu dias antes da

abertura do evento.

coffee break

ANNA MARIA NIEMEyER, UM CAMINHOPaço ImperialPraça XV de Novembro, 48Centro - Rio de Janeirode terça a domingo, das 12h às 18h Entrada franca

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LISTA DOS ARTISTAS DA EXPOSIÇÃO (ORDEM ALFABéTICA) Ana Elisa Niemeyer, Anna Maria Maiolino, Anna Maria Niemeyer, Beatriz Milhazes (6), Bet Katona, Caetano de Almeida, Camille

Kachani, Carlos Scliar, Carlos Zilio, Chico Cunha, Cristina Canale, Cristina Salgado, Delson uchôa, Deneir, Edmilson Nunes, Efrain

Almeida, Eliane Duarte, Evany Fanzeres, Farnese de Andrade, Fatima Villarin, Firmino Saldanha, Francisco Galeno, Gastão Manoel

Henrique, Iclea Goldberg, Iole de Freitas, Ione Saldanha, Ivens Machado, Jadir Freire, Jeannette Priolli, João Carlos Goldberg, João

Magalhães, Jorge Duarte (2), Jorge Guinle (5), José Patríco, Katie Van Scherpenberg (1), Luciano Figueiredo, Luiz Alphonsus, Luiz

Ernesto, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Manfredo de Souzanetto, Marcos Cardoso, Marcos Coelho Benjamin, Mario Azevedo, Mario Cravo,

Mauricio Bentes, Monica Barki, Monica Sartori, Nelson Leirner, Niura Bellavinha, Oscar Niemeyer, Paulo Pasta, Quirino Campofiorito,

Ricardo Ventura, Rodrigo Andrade, Rosa Oliveira, Sante Scaldaferri, Toyota, Victor Arruda (3 e 4).

os trabalhos reunidos nessa exposição pertence-ram, em sua maioria, à coleção pessoal da galeris-ta; outros tiveram sua compra intermediada por ela e alguns foram cedidos pelos próprios criadores.

esta é a única oportunidade de apreciar o ca-minho visual de Anna Maria em um mesmo local, já que sua coleção tomará destinos diversos. em 35 anos, sua galeria exibiu 240 artistas em 365 mostras. Por limites de tempo e espaço, nem todos foram contemplados com obras em exposição, mas estão presentes em projeções. Há também uma sala destinada a itens documentais da história de Anna.

obras de oscar Niemeyer abrem o segundo an-dar – desperta a atenção do público um desenho de 1931, em que o arquiteto retrata a recém-nascida Anna. Nesta época, ele assinava seus trabalhos como oscar Filho –, que termina com a instalação de Fatima villarin.

Como conselheira de programação do Paço, Anna Niemeyer concebeu e realizou a mostra A caminho de niterói, da coleção João sattamini, com curadoria de victor Arruda. A exposição foi es-sencial na mudança de patamar do centro cultural

no início dos anos 1990, e para alavancar o proces-so de construção do Museu de Arte Contemporâ-nea (MAC), em Niterói, através da demonstração da importância daquele conjunto de arte, até então desconhecido do público.

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feiras e congressosopinião de Jorge L. Videira, economista, com MBA engenharia (UFRJ) e em Marketing (USP). É diretor comercial para a América do Sul da Reliasoft Brasil Ltda.

CONFIABILIDADE & GESTÃO DE ATIVOS PRODUTIVOS

Engenharia estratégica da

Esse tipo de engenharia e gestão nasceu nos EUA, nos anos 1990, para estudar cientificamente a confiabilidade, utilizando modelos matemáticos complexos aplicados na aviação militar americana e, posteriormente, em projetos aeroespaciais da Nasa e projetos de submarinos nucleares.

A engenharia da Confiabilidade é uma dis-ciplina da engenharia industrial, aplicada para conhecer o comportamento de vida de produtos, processos, equipamentos e

sistemas de forma a assegurar que estes executem sua função, sem falhar, por um período de tempo e em condição de uso específica. A metodologia é bas-tante flexível e pode ser aplicada em diversas áreas, como engenharia e desenvolvimento de produtos, processos produtivos, qualidade, manutenção, ges-tão de ativos e linhas de produção. Pode ser aplicada à produção desde a de um simples liquidificador até submarinos nucleares, como aqui citado.

Na América do sul, ela chegou em 1998, através da subsidiária brasileira da corporação americana reliasoft Corporation, com sede no estado do Ari-zona, na cidade tucson, com operações na Índia, China, Polônia, rússia, Austrália e brasil. Pioneira e líder mundial nesta disciplina, tendo como e tem entre seus clientes a Nasa, boeing, us Air Force, us Navy, vale e Petrobras, e as 500 maiores corpo-rações listadas na Fortune.

esta disciplina ainda está incipiente na América do sul, sendo utilizada com timidez, isto é, somente algumas ferramentas são empregadas por algumas corporações de excelência mundial sediadas aqui, mas com negócios em várias partes do mundo, seja na área de óleo & gás, siderurgia, Mineração, Portos etc.

Além de proporcionar alta confiabilidade nos processos produtivos em geral e de produtos com qualidade, suas ferramentas tecnológicas possi-

bilitam substancial redução de custos em geral, elimina os desperdícios em todo o processo (como o de sobressalentes) e nos sistemas e subsistemas de produção, inclusive assegurando maior segurança das plantas onde esta metodologia é implantada – existem vários cases, comprovando estes benefícios em âmbito mundial.

A competitividade e a disponibilidade de quase 100% dos ativos produtivos, devido à con-corrência em um mercado cada vez mais globa-lizado, exige hoje grande esforço sobre os custos invisíveis nas corporações que podem chegar a milhões de dólares anuais com a falta de estudo científico/matemático de seus processos operacio-nais, de como produzir melhor, com mais eficácia, ter maior disponibilidade dos sistemas produtivos, quanto e o que produzir, etc. estas são questões discutidas dia a dia nas corporações, podendo ser em muito facilitadas com a aplicação de tecno-logias de última geração já disponíveis aqui na América do sul. basta querer utilizá-las, como fazem as maiores e mais bem-sucedidas corpora-ções de excelência no mundo, seja na China, nos euA, na Índia ou na europa.

No brasil (e América do sul como um todo), com certeza existem grandes/médias corporações que poderiam estar alinhadas com as de primei-ro mundo; mas ainda existe relutância e falta de conhecimento para o que há de mais moderno em competitividade, redução de custos, desperdícios em processos produtivos e gestão dos ativos produ-tivos de um modo geral.

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