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opinião A energia descriminada, de Antonio E. F. Muller, presidente da Abdan (Associação Brasileira do Desenvolvimento das Atividades Nucleares) 224 bilhões de dólares em investimentos Ano XII • mai/jun 2010 • Número 72 • www.tnpetroleo.com.br Entrevista exclusiva John Forman, vice-presidente da HRT Oil & Gas De volta ao Eldorado O outro Brasil do petróleo – Parte 3 Wärtsilä: com força total Lançado ao mar primeiro navio fluminense do Promef Primeiro porta-contêineres construído no Brasil A hora do pré-sal e dos pequenos produtores de petróleo e gás, por Haroldo Lima Modalidades de transporte e escoamento de óleos não convencionais, por Clenilson da Silva Sousa Junior A evolução do licenciamento ambiental das atividades de E&P, por Maria Alice Doria CADERNO DE SUSTENTABILIDADE Michelin Challenge Bibendum: mobilidade sustentável Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade: diálogo necessário Conferência Internacional do Instituto Ethos 2010 Mais de 2 milhões para Piatam V Revista Brasileira de TECNOLOGIA e NEGÓCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis ESPECIAL: PLANO DE NEGÓCIOS DA PETROBRAS 2010-2014

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Revista Brasileira de Tecnologia e Negócios de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis

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A energia descriminada, de Antonio E. F. Muller, presidente da Abdan (Associação Brasileira do Desenvolvimento das Atividades Nucleares)

224 bilhões de dólares eminvestimentos

Ano XII • mai/jun 2010 • Número 72 • www.tnpetroleo.com.br

Entrevista exclusiva

John Forman, vice-presidente da HRT Oil & Gas

De volta ao Eldorado

O outro Brasil do petróleo – Parte 3

Wärtsilä: com força total

Lançado ao mar primeiro navio fluminense do Promef

Primeiro porta-contêineres construído no Brasil

A hora do pré-sal e dos pequenos produtores de petróleo e gás, por Haroldo Lima

Modalidades de transporte e escoamento de óleos não convencionais, por Clenilson da Silva Sousa Junior

A evolução do licenciamento ambiental das atividades de E&P, por Maria Alice Doria

CADERNO DE SUSTENTABILIDADEMichelin Challenge Bibendum: mobilidade sustentável

Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade: diálogo necessário

Conferência Internacional do Instituto Ethos 2010

Mais de 2 milhões para Piatam V

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ESPECIAL: PLANO DE NEGÓCIOS DA PETROBRAS 2010-2014

de 2 anosde 9 funcionários

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sumário edição nº 72 maio/jun 2010

entrevista exclusiva

Produtores independentes – parte 3

especial: PN 2010-2014

28 Cessão onerosa e capitalização da Petrobras

36 Vivendo no paraíso38 Produção independente de óleo

e gás beneficia economias regionais39 Banho de água fria40 A hora do pré-sal e dos pequenos

produtores de petróleo e gás, por haroldo Lima

43 Trajetória de muita energia

com John Forman, vice-presidente da hrT oil & Gas

De volta ao Eldorado

Petrobras vai investir uS$ 224 bilhões até 2014

O outro Brasil do petróleo

Wärtsilä: com força total

14

42

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30

entrevista exclusiva

14 TN Petróleo 72 TN Petróleo 72 15

EldoradoJohn Forman Milne Albuquerque Forman,

vice-presidente da HRT Oil & Gas

É negro e não dourado o ouro que a HRT Oil & Gas pretende explorar na região amazônica, que já foi chamada de Eldorado brasileiro em tempos politicamente mais obscuros. “A Bacia de Solimões tem um potencial muito bom”, afirma o geólogo paraense John Forman Milne Albuquerque Forman. “Sou de Santa Maria de Belém do Grão Pará. Você não vê minha cara de índio?”, brinca o vice-presidente da mais jovem companhia petrolífera do país, ao falar sobre os 21 blocos na Bacia do Solimões, que somam cerca de 48 mil km², cujo controle foi adquirido pela HRT no segundo semestre do ano. por Beatriz Cardoso

“Por que o PoTeNcial é muiTo bom? Geologia é uma coisa curiosa, pois traba-lha com correlações. Se refletirmos sobre a evolução geológica e lembrarmos que os continentes um dia foram conectados, vamos ver que essa bacia tem correlação com a região norte da África. e o que temos lá? Petróleo e gás em grandes quantidades”, diz o executivo, horas antes de começar o período de silêncio exigido pela comissão de Valores mobiliários (cVm) para qualquer empresa que vai abrir seu capital.

o ex-diretor da agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e biocom-bustíveis (aNP) aposta em uma ca-pitalização bem sucedida, a despeito de ocorrer na mesma época de pro-cesso similar na Petrobras. “Somos detentores da segunda maior área sob concessão no brasil. com apenas um terço das nossas reservas avaliadas, já temos mais de 2 bilhões de bar-ris”, destaca Forman. “Sem falar no potencial dos três blocos em águas

profundas, no offshore da Namíbia”, acrescenta o geólogo especializado em geologia de mineração e mestre em ciências pela universidade de Stan-ford, califórnia (eua).

estas primeiras concessões inter-nacionais da HrT estão próximas ao campo de Kudu, onde já foi descoberto 1,3 trilhão de pés cúbicos (TcFs) de gás natural. e a empresa já assegurou mais dois blocos no país africano ao adquirir a lábrea Petróleo, que tem participação de 10% em quatro con-cessões em terra. reafirmando sua aposta em áreas nas quais, a despeito dos riscos, o potencial é inegável, a HrT pretende intensificar suas ope-rações esse ano, a todo gás!

TN Petróleo – Vai começar o período do silêncio exigido para a capitaliza-ção da HRT. Qual a expectativa da empresa?

John Forman – quando a HrT o&G foi criada, no ano passado, já havia a

ideia de que ela deveria caminhar para um iPo (sigla para a expressão em in-glês initial Public offering que significa a abertura do capital de uma empresa no mercado acionário, quando ela emi-te um volume de ações equivalentes ao seu valor de mercado ou parte do mesmo), em função do posicionamento de nossos investidores. Trabalhamos para estarmos prontos para essa ca-pitalização em julho, quando vamos avaliar se o mercado está ou não com apetite para este iPo.

Quais os grandes atrativos da HRT O&G que favorecem essa abertura de capital praticamente na mesma época da capitalização da Petrobras?

Temos importantes ativos na bacia de Solimões, a maior bacia produtora onshore do país (e a segunda maior em gás), e ativos offshore na cos-ta da Namíbia. (A HRT tem 40% do controle das concessões adquiridas na Namíbia, sendo o restante dividido entre

SomoS deTeNToreS da

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De volta ao

20 TN Petróleo 72 TN Petróleo 72 21

como era de Se eSPerar, a área de exploração e produção (E&P) receberá mais da metade dos in-vestimentos previstos pelo Plano de Negócios da Petrobras para o perío-do de 2010 a 2014 (PN 2010-2014): ficará com US$ 118,8 bilhões, que representa 53% do total de US$ 224 bilhões de recursos que serão alocados para projetos no Brasil e no exterior.

O montante é 14% superior aos investimentos estimados no plano anterior (2009-2014). A segunda maior receita ficou com a área de abastecimento (que engloba, além de refino, transporte e comerciali-zação), que vai receber US$ 73,6 bilhões, equivalentes a cerca de 33% do total.

Os investimentos em novos projetos somam US$ 31,6 bilhões (pouco mais de 14% do total), sen-do que o E&P vai receber 62% (US$ 19,7 bilhões), ficando a área de gás e energia com 21% (US$ 6,5 bilhões) e o abastecimento, com 16% (US$ 5,1 bilhões).

No PN 2010-2014, houve uma redução de US$ 17 bilhões de re-

tirada e redefinição de outros pro-jetos e foram agregados 155 novos empreendimentos. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou que, no total, 686 projetos de grande porte integram o plane-jamento atual, para o período de 2010 a 2014. No plano anterior, com investimentos para o perío-do de 2009 a 2013, a previsão era executar 531 projetos do mesmo porte – cada um com mais de US$ 25 milhões.

Produção revistaNo PN 2010-2014, a meta de

produção no Brasil e exterior para 2014 é de 3,907 milhões de barris

de óleo equivalente por dia, o que corresponde a um crescimento anual de 9,4% nesses quatro anos, toman-do como base o projetado para 2010, de 2,723 milhões de barris.

Do total previsto para 2014, no Brasil serão extraídos 2,980 milhões de barris de petróleo, sendo 152 mil barris de reservas do pré-sal. Outros 623 mil barris serão de gás extraído no país e os 304 mil barris restantes, de óleo e gás retirados de reservas no exterior.

Para 2020, a estatal espera atin-gir uma produção de 5,382 milhões de barris de óleo equivalente por dia, o que corresponde a um avan-ço anual de 7,1% sobre a expecta-tiva para 2010. Desse montante, o Brasil contribuirá com 3,950 mi-lhões de barris de óleo (dos quais 1,183 milhão de barris do pré-sal) e o equivalente a 1,109 milhão de barris de gás natural. No exterior, a produção de óleo e gás deverá somar 323 mil barris no final dessa década.

Segundo Gabrielli, a redução de 318 mil boe na projeção de produ-ção total para 2020, em comparação com a do plano anterior, se deve à revisão das metas internacionais, em função da revisão dos investi-mentos futuros para adequação à atual estratégia de E&P da Petro-bras. “As metas apresentadas levam em consideração apenas os atuais projetos da carteira e não consi-deram o potencial de produção proveniente da Cessão Onerosa,

Petrobras vai investir

A Petrobras manteve seu plano de investimen-tos bem próximo do volume que havia sido anunciado em março, sendo que projetos no Brasil consumirão a maior fatia – US$ 212,3 bilhões – do volume total de recursos, cabendo aos empreendimentos da estatal no exterior 5% – US$ 11,7 bilhões. O volume anunciado, em torno de 20% superior ao PN 2009-2013, representa uma média de investimentos de US$ 44,8 bilhões por ano.

US$ 224 bilhões até 2014 por Maria Fernanda Romero

pn 2010-2014

Plano de Negócios da Petrobras 2010-2014

Total do investimento: US$ 224 bilhõesInvestimentos no Pré-salPeríodo 2010-2014 (US$ 33 bi)

US$ 118,8*

US$ 73,6

US$ 17,8

US$ 5,1

US$ 2,5 US$ 3,5

US$ 2,8

*US$ 33 bi no Pré-salRTC (30%)

E&P (53%)

G&E (8%)

Petroquímica (5%)

Distribuição (1%) Biocombustíveis (2%)

Corporativo (1%)

US$ 75,2 bi no Pós-sal

Infraestrutura

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Desenvolvimento

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independentes – parte 3

O pré-sal ronda a atividade petrolífera em Sergipe desde a descoberta, em 1963, do campo de Carmópolis, a 60 km ao norte da capital.

brasildo petróleo

Produtores Independentes – Parte 3 (final)

o outro

30 TN Petróleo 72

por Cassiano Viana

Este campo, situado no pré-sal, embora terrestre, é o mar-co da indústria pe-troleira no estado, ainda que as pr i-

meiras descobertas de indícios de hidrocarbonetos tenham sido feitas dois anos antes, no campo terrestre de Riachuelo, a 40 km de Aracaju.

Mas foi apenas com a des-coberta, em 1968, do campo de Guaricema, localizado na foz do rio Vasa Barris, que Sergipe se consagraria como um estado pio-neiro na exploração offshore de petróleo no Brasil.

Trinta e nove anos depois, em 2007, com a instalação do poço de Piranema, no litoral sul, os ser-gipanos viram a produção local mais do que dobrar, passando de

30 mil para quase 76 mil barris de petróleo por dia.

Apesar da tradição no culti-vo da cana-de-açúcar, laranja e coco, a exploração do petróleo é hoje uma das mais importantes atividades geradoras de recursos

e desenvolvimento, sendo respon-sável por cerca de 16% do Produto Interno Bruto (PIB) de Sergipe.

Lá, também, a Petrobras – se-gunda maior geradora de ICSM (Imposto sobre Operações rela-tivas à Circulação de Mercado-

Para chegar à ilha fluvial onde estão os poços de carapitanga, é preciso descer o canal do Pomonga, braço do São Francisco.

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TOTAlTOTAlWärtsilä: com força

O ano de 2010 está sendo especial para a Wärtsi-lä. Não só pelas comemorações dos 20 anos da

empresa no Brasil, mas também pelos contratos de peso que já fechou até agora. Um deles, para

a construção da maior usina ter-melétrica (UTE) de sua trajetória, na região de Suape (PE), onde está um dos maiores complexos industriais e portuários do país. O outro, para fornecimento dos módulos principais de potência para a P-63, unidade de produ-ção que irá operar no campo de

Papaterra, no sul da Bacia de Campos.

Além disso, a finlandesa reno-vou contratos de fornecimento de peças e manutenção de motores na UTE Santana da Eletronor-te, na cidade de Santana (AP) e anunciou, no dia 10 de maio, seu primeiro presidente brasileiro,

A empresa comemora duas décadas de Brasil anunciando dois grandes contratos, nas áreas offshore e de energia térmica, e com um brasileiro no comando. por Cassiano Viana

Robson Campos. O executivo, de 39 anos, que está na Wärtsi-lä desde 1990, primeiro ano de operações da multinacional no Brasil, substitui Tomas Haka-la, transferido para os Estados Unidos para assumir a vice-presidência de Serviços para as Américas.

Logo, é com propriedade que Robson Campos aponta como marcos dos primeiros anos da companhia o fornecimento de motor para o porta-aviões Minas Gerais e a construção da Usina de Cogeração do Parque Gráfico do jornal O Globo, obra pionei-ra de engenharia e de geração, com uma planta extremamente sofisticada e que não existia similar no Brasil naquela época. “Ninguém pensava em gerar a

própria energia. Esse foi um dos primeiros projetos de cogeração no Brasil e um dos únicos que fun-cionam com a mesma eficiência desde o início”, afirma o executi-vo. “A empresa apostou no Brasil e bancou o risco durante sete anos, antes de obter os primei-ros resultados positivos no país. As vendas maiores começaram apenas em 1997”, lembra.

Segundo Campos, existe uma Wärtsilä antes e depois de 1998, quando a companhia assinou o contrato para a construção da termelétrica Rio Negro, em Ma-naus, a primeira de uma série de grandes e modernas unidades de geração térmica na época. “Foi o nosso primeiro contrato de turn key e de operação e manutenção integrada. A partir dele, passa-

mos a ser um player conhecido no mercado”, frisa.

“Em decorrência dessa termelétrica, abrimos, em 1998, uma nova frente na região Norte, uma filial em Manaus que hoje é tão grande e importante quanto a sede, no Rio de Janeiro. Já é uma referência na região.”

A Lei do Petróleo promoveu o aquecimento das atividades da empresa no Brasil. “O mercado da Wärtsilä foi durante muito tempo mais focado na indústria naval, mas está ocorrendo um shift (uma mudança de foco) para a área de petróleo e gás muito forte, visando atender as demandas offshore.”

Energia para Suape

Há muitas razões para comemorar essas duas déca-das de Brasil. Com o início das operações das UTEs Viana (ES), Geramar I e Geramar II, localiza-das em Miranda do Norte (MA), em janeiro, a empresa finlandesa ultrapassou a marca de 1,0 GW de potência instalada no âmbito de operações no Brasil.

As UTEs Geramar I e II pro-duzirão, juntas, um total de 330 megawatts de potência elétrica para a rede nacional, enquanto a UTE Viana ficará responsável por suprir 174 megawatts, energia suficiente para o abastecimento de 400 mil residências. Além da construção, a operação e manu-tenção das três UTEs também ficarão a cargo da Wärtsilä, que até o final de 2010 concluirá mais três unidades, uma em Campina Grande (PB) uma em Maracanaú (CE) e outra em Linhares (ES).

O anúncio do contrato para a construção da termelétrica, para a Energética Suape II, com valor estimado em 200 milhões de euros (US$ 250 milhões), foi feito em maio. Localizada no municí-

energia e indústria naval

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eventos

Diálogo necessário

Caderno de Sustentabilidade

Liderança em Classificação e Certificação Offshoree-mail: [email protected] Tel: + 55 21 2276-3535

CONSELHO EDITORIAL

Affonso Vianna junior

Alexandre Castanhola Gurgel

André Gustavo Garcia Goulart

Antonio ricardo Pimentel de oliveira

Bruno musso

Colin Foster

david zylbersztajn

eduardo mezzalira

eraldo montenegro

Flávio Franceschetti

Francisco Sedeño

Gary A. Logsdon

Geor Thomas erhart

Gilberto israel

ivan Leão

jean-Paul Terra Prates

joão Carlos S. Pacheco

joão Luiz de deus Fernandes

josé Fantine

josué rocha

Luiz B. rêgo

Luiz eduardo Braga xavier

marcelo Costa

márcio Giannini

márcio rocha melo

marcius Ferrari

marco Aurélio Latgé

maria das Graças Silva

mário jorge C. dos Santos

maurício B. Figueiredo

Nathan medeiros

roberto Alfradique V. de macedo

roberto Fainstein

ronaldo j. Alves

ronaldo Schubert Sampaio

rubens Langer

Samuel Barbosa

50 Primeiro porta-contêineres construído no Brasil

52 Rio debate o pré-sal

56 ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico – Gigante do aço

58 Gas Summit 2010 – O futuro do gás na América Latina

62 IAEE’S 2010 – Rio realiza conferência mundial do setor de energia

102 Modalidades de transporte e escoamento de óleos não convencionais, por Clenilson da Silva Sousa Junior

108 A evolução do licenciamento ambiental das atividades de E&P, por Maria Alice Doria

05 editorial 06 hot news 10 indicadores tn 46 eventos 66 perfil profissional 71 caderno de sustentabilidade

90 pessoas 92 produtos e serviços 110 fino gosto 112 coffee break 114 feiras e congressos 115 opinião

Lançado ao mar primeiro navio fluminense do Promef

artigos Ano XII • Número 72 • maio/jun 2010Fotos: Agência Petrobras, com arte TN Petróleo

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A energia descriminada, de Antonio E. F. Muller, presidente da Abdan (Associação Brasileira do Desenvolvimento das Atividades Nucleares)

224 bilhões de dólares eminvestimentos

Ano XII • mai/jun 2010 • Número 72 • www.tnpetroleo.com.br

Entrevista exclusiva

John Forman, vice-presidente da HRT Oil & Gas

De volta ao Eldorado

O outro Brasil do petróleo – Parte 3

Wärtsilä: com força total

Lançado ao mar primeiro navio fluminense do Promef

Primeiro porta-contêineres construído no Brasil

A hora do pré-sal e dos pequenos produtores de petróleo e gás, por Haroldo Lima

Modalidades de transporte e escoamento de óleos não convencionais, por Clenilson da Silva Sousa Junior

A evolução do licenciamento ambiental das atividades de E&P, por Maria Alice Doria

CADERNO DE SUSTENTABILIDADEMichelin Challenge Bibendum: mobilidade sustentável

Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade: diálogo necessário

Conferência Internacional do Instituto Ethos 2010

Mais de 2 milhões para Piatam V

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nº 72

ESPECIAL: PLANO DE NEGÓCIOS DA PETROBRAS 2010-2014

suplemento especial

78 TN Petróleo 72 TN Petróleo 72 79

necessárioFórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, promovido pela Atitude

Brasil, reuniu cerca de 1,8 mil pessoas de diversas nacionalidades, das mais

variadas áreas do conhecimento, para discutir a cultura da paz, o respeito social,

ambiental, econômico e social. por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

Escolhida para receber a terceira edição do III Fórum Internacio-nal de Comunicação e Sustentabilidade, realizado entre os

dias 19 e 20 de maio, a cidade do Rio de Janeiro não foi a única a ter acesso ao conteúdo desse im-portante evento, que reuniu 1.800 pessoas: os debates sobre temas das mais distintas áreas de co-

nhecimento foram transmitidos, através da internet, gratuitamente, para universidades e instituições da América Latina, Europa, África e Ásia, em tempo real, via webcast.

O fórum promoveu o debate entre os setores público, privado e a sociedade civil, sobre o concei-to e a prática da sustentabilidade, tendo como ponto de partida os quatro princípios da Carta da Terra: Democracia, não violência e paz;

Integridade Ecológica; Respeitar e Cuidar da Comunidade da Vida e Justiça Social e Econômica.

“A comunicação é fundamen-tal para promover mudanças de conduta na sociedade e aproxi-mar o discurso na prática. Para praticarmos a sustentabilidade, basta que todos adotem pequenas atitudes como não consumir mais do que precisa; praticar a caro-na solidária, consumir produtos

necessárioDiálogo

Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade

orgânicos; eco-nomizar água e energia, entre outros”, enume-ra Marta Rocha, da Atitude Bra-sil, organizadora do fórum.

Redes sociais As redes sociais da internet, e

outras plataformas virtuais, foram apontadas ferramentas importan-tes no combate as desigualdades e como mecanismo de disseminação da sustentabilidade. Em um de-bate do qual participaram Lucian Tarnowski, do BraveNewTalent.com; Gilberto Puig, gerente de co-municação da Petrobras; Genival Oliveira (Gog), escritor e composi-tor; Débora Garcia, gerente de con-teúdo e novas mídias da TV Futura; Vincent Defourny, representante da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) no Brasil; e a Nobel da Paz, Rigoberta Menchú.

Todos, por unanimidade, reafir-maram o poder gerado pela inter-net. Símbolo de uma nova geração e nomeado Jovem Líder Global, pelo Fórum Eco-nômico Mundial, o inglês Lucian Tarnowski, de 26 anos, é o empre-endedor por trás do Brave New Talent, platafor-ma na internet que conecta cerca de cem mil jovens de 140 países a potenciais empregadores através da rede social.

Ele apontou a comunicação como uma das grandes promotoras de mudanças nesse novo cenário de urgência da sustentabilidade, ressaltando que os veículos voltados para essa questão estão principal-mente nas redes sociais. “Os blogs e plataformas virtuais como twitter

e orkut são formas de comunicação muito potentes”, assegurou Tarno-wski, acrescen-tando que esse tipo de iniciativa facilita o acesso à informação e à educação.

O inglês de-fendeu a capaci-dade dos meios sociais na hora de introduzir uma “mudança funda-mental” na estrutura pouco sus-tentável do mundo atual e, assim, romper a brecha que divide países desenvolvidos e em vias de desen-volvimento. Para ele, as redes so-ciais deram uma importância maior para as mobilizações da sociedade. “Comunicação é informação com uma relação. Podemos tornar nosso futuro diferente através da comuni-cação e do aumento do diálogo entre os povos”, finalizou ele, apontando a nova geração de jovens como a ‘geração da mudança’.

O representante da Organi-zação das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, o belga Vin-cent Defourny, apontou as redes sociais como fator de multiplica-ção de possibilidades de comuni-cação, que tem papel importante na mobilização social. “Podemos acreditar na força da comunicação, acreditando que podemos mudar e ter um mundo mais sustentável ‘contaminando’ outras pessoas”.

Doutor em comunicação, De-fourny também acredita que a in-ternet e as redes sociais são funda-mentais para a disseminação das ações de sustentabilidade. “Pode-mos tornar nosso futuro diferente através da comunicação e do au-mento do diálogo entre os povos”, completou ele, pontuando que as redes sociais deram maior destaque às mobilizações da sociedade.

O gerente de Relacionamento – Comunicação Institucional da

as empresas e os meios de comunicação têm um papel fun-

damental e importante para o desenvolvimento sustentável.

(...) a consciência social é que mudará o mundo. a diferença

não vai seguir sendo os espectadores, mas os construtores:

é preciso arriscar!

Rigoberta Menchú, Prêmio Nobel da Paz de 1992

46 TN Petróleo 72 TN Petróleo 72 47

primeiro navio fluminense do Promef

Um duplo evento marcou o lan-çamento ao mar do navio-tanque Celso Furtado, no final de junho,

construído no Estaleiro Mauá, em Niterói, no Rio de Janeiro, para a Transpetro, braço logísti-co da Petrobras. No mesmo dia em que a primeira embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) construída no Rio foi batizada, houve também o batimento de quilha do segundo dos quatro navios de produtos, para trans-porte de derivados de petróleo, encomendados ao Estaleiro Mauá pelo Promef, simbolizando o início da montagem.

O navio tanque foi batizado de Celso Furtado em homena-gem ao economista paraibano que participou da criação da Superintendência do Desenvol-vimento do Nordeste (Sudene) e lançou os fundamentos do mais recente ciclo de desenvolvimento do país.

A Transpetro resolveu ho-menagear sua força de trabalho

escolhendo como madrinha Giovana da Silva Almeida de Morais, funcionária do quadro de marítimos, que hoje é ime-diata do NT Pedreiras, também da companhia transportadora da Petrobras. “É uma honra ter sido escolhida madrinha para repre-sentar os marítimos. Meu sonho é ser, no futuro, comandante de um dos novos navios do Promef”, declarou Giovana.

A solenidade no Mauá segue o cronograma de lançamentos previsto para este ano, que se iniciou no dia 7 de maio, no Estaleiro Atlântico Sul (PE), com o lançamento do Suezmax NT João Cândido. “Este lançamen-to tem um significado histórico muito grande, já que foi aqui

mesmo, na Ponta D’Areia, onde começou a ser consoli-dada a tradi-ção brasileira de construir navios. Estamos

retomando esta tradição”, frisou o presidente da Transpetro, Ser-gio Machado.

Durante coletiva aos jorna-listas, no dia anterior ao lança-mento, o presidente do Estaleiro Mauá, Domingos D’Arco, infor-mou que apesar do navio Celso Furtado já estar bem equipado, a embarcação só será entregue no dia 15 de dezembro.

Os estaleiros do estado do Rio, maior e mais tradicional polo naval do país, já contam com 16 navios encomendados pelo Promef, que somarão R$ 2,2 bilhões em investimentos. O pro-grama vai criar pelo menos 50 mil empregos no estado, sendo 10 mil diretos e 40 mil indiretos.

Ele é o primeiro encomen-dado a um estaleiro fluminense pelo Sistema Petrobras a ser lançado em 13 anos: o último

O navio de produtos, para transporte de derivados claros de petróleo, que recebeu o nome do economista Celso Furtado, é o segundo do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a ser lançado ao mar.

eventos

lançado ao mar

por Maria Fernanda Romero

CARACTERíSTICAS TéCNICAS

Navio destinado ao transporte de produtos claros derivados de petróleo (diesel, gasolina, querosene de avia-ção, nafta, óleo lubrificante)

Comprimento: 190 m

Boca moldada: 32,2 m

Calado de projeto máximo: 12,5 m

Capacidade: 48.000 tbd, equivalente a 54.000 m³

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TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos,

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ENVIO DE RELEASESSugestões de temas ou envio de matérias devem ser feitos via fax: 55 21 3221-7511

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A CoPA do muNdo ACABou para o Brasil, que tem pela frente outro de-safio no setor de óleo e gás, com as mudanças que vêm sendo efetivadas no marco regulatório que ajudou a consolidar a indústria brasileira nes-sa área.

o primeiro semestre de 2010 também acabou e somente agora a cadeia produtiva do petróleo e gás conhece as linhas gerais do plano de investimentos da Petrobras para o quinquênio 2010-2014, que prevê a alocação de uS$ 212,3 bilhões em recursos no país – e uS$ 11,7 bilhões em empreendi-mentos da estatal no exterior.

o plano explicita um dos gran-des pleitos da cadeia produtiva de petróleo, ao prever a colocação dos investimentos junto ao mercado for-necedor doméstico, com uma taxa de conteúdo local de 67%, com um nível de contratação anual interna em tor-no de uS$ 28,4 bilhões.

o que se espera é que as enco-mendas sejam concretizadas e não mais postergadas e que esse conteú-do local permeie toda a cadeia produ-tiva, efetivamente, e não se restrinja a apenas determinados segmentos, que respondem por produtos e serviços de menor valor agregado.

o plano da estatal foi anunciado entre a aprovação, pelo Senado Fe-deral, do Projeto de Lei que autoriza a cessão onerosa e a capitalização da Petrobras (dia 10 de junho), e a sanção da mesma pelo presidente da repúbli-ca, Luiz inácio Lula da Silva – que até o fechamento dessa edição ainda não havia deliberado sobre o projeto de lei relacionado ao sistema de partilha e a distribuição dos royalties.

A cessão onerosa foi sancionada sem um artigo relacionado à licitação de áreas marginais, como era espera-do pelos produtores independentes de petróleo, igualmente importantes para a consolidação e a diversificação de players nesse setor, como veremos na terceira e última reportagem da série sobre essas valentes empresas.

A força dos independentes vem crescendo, como demonstram os novos players que surgiram nos últi-mos dois anos. É o caso da hrT óleo & Gas, gerida por ex-petroleiros, e que promete redescobrir petróleo na Amazônia – como o leitor vai confe-rir na entrevista exclusiva de john Forman, vice-presidente da jovem companhia, e que foi concedida algu-mas horas antes do início do período de silêncio exigido pela Comissão de Valores mobiliários (CVm) à empresa, que está abrindo seu capital.

É com esse cenário que iniciamos o segundo semestre do ano, esperan-do ver acontecer muitos dos projetos e encomendas que já estavam pro-gramados, mas que não têm se ma-terializado da forma como o mercado previa ou o cronograma da Petrobras estabelecia.

esta, aliás, pode finalmente dar a arrancada final rumo a 2011, mesmo sem ainda ter feito sua capitalização, postergada para setembro em função de alguns aspectos técnicos relacio-nados à cessão onerosa – afinal, par-te desses recursos são para pagar a conta dessa cessão, ainda que isso possa ser feito por meio de títulos públicos.

o ano finalmente começou. Sem mais desculpas.

Sem mais desculpas

Filiada à

editorial

Benício Bizdiretor executivo da TN Petróleo

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Maior fornecedora de soluções de bombas para aplicações industriais, comerciais, municipais e residenciais em mais de 140 países, a iTT corpo-ration instala-se no Brasil por meio da aquisição da canberra Pumps do Brasil, expandindo sua presença no setor de bombas na região da américa Latina.

ela agora passa a ter uma base ins-talada de 20 mil bombas que atende a clientes dos setores de química, celulo-se e papel, e o mercado da indústria de bombas em geral. as condições finan-ceiras da transação não foram reveladas. a aquisição tem como base a longa expe-riência da iTT corporation no país, com produtos voltados para as necessidades da crescente base industrial, assim como as necessidades de água potável e trata-mento de águas servidas.

“a canberra, com sua grande base instalada e sólida reputação no mercado de processos industriais, representa um grande complemento para nossa presen-

ça atual no Brasil, e vai fortalecer nosso portfólio global de 3,4 bilhões de dó-lares em tecnologia de fluidos,” disse Gretchen Mcclain, presidente da iTT fluid and Motion control. “esta aqui-sição é mais um exemplo da estratégia da iTT de se basear em nosso principal negócio e utilizar nossa sólida posição financeira para crescermos em economias globais como o Brasil.”

“a aquisição da canberra vai dar su-porte à expansão da iTT nas indústrias de óleo, gás e mineração no Brasil, que exigem bombas e válvulas para serviços pesados. além disso, vamos introduzir a tecnologia de ponta da iTT ao portfólio atual da canberra para melhor atender nossa base de clientes brasileiros”, diz Bob Pagano, presidente de Processos

industriais de iP da iTT. “os produtos da iTT, Goulds, flygt, Vogel, Lowara, flowtronex e Sanitaire, estão instalados em muitas regiões do Brasil e da amé-rica Latina.” a canberra opera uma fábrica em Salto (SP), e emprega 90 pessoas.

Johnny Sepulveda, gerente geral da iP no Brasil, adiantou que a canberra Pumps será integrada às operações da iTT no Brasil, incluindo as instalações ad-ministrativas e de produção existentes em São Paulo. “nossas capacidades atuais e novas em termos de manufatura, enge-nharia, testes e montagem para nossos produtos no país vão nos permitir atender aos pedidos mais rapidamente e oferecer um serviço melhor aos clientes de toda a região. a iTT também vai introduzir um suporte pós-vendas, como reparos, reposição de peças, serviço e manuten-ção, assim como soluções adicionais que reduzem o custo total de propriedade dos equipamentos”, acrescentou.

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Petrobras cria nova unidade de E&P

ITT compra a Canberra Pumps do Brasil

iTajaí, no LiToraL de Santa catarina, sedia agora a mais nova unidade de negócios da Petrobras: a Unidade de operações de explo-ração e Produção do Sul (Uo-SUL), criada em função do acréscimo do vo-lume de atividades da Uo-Bacia de Santos (Uo-BS). com o objetivo de distribuir melhor a responsabilidade pela gestão das operações de explo-ração e produção da Bacia de Santos, que se estende de cabo frio (rj) a florianópolis (Sc), a estatal instalou oficialmente a unidade no dia 2 de julho, em cerimônia discreta.

a Uo-SUL responderá pela pro-dução das áreas de Tiro e Sídon, ain-da em fase de teste de longa duração (TLd), produzindo atualmente 17 mil barris por dia de petróleo leve, e pelo desenvolvimento da produção dos campos marítimos de cavalo-marinho, caravela, estrela-do-mar e Tubarão. atualmente, encontra-se em fase final de contratação um sistema definitivo de produção para Tiro e Sídon, com capacidade de produção

de 80 mil barris por dia, com entrada em operação prevista para 2012.

em terra, na Bacia do Paraná, ela responderá pelo desenvolvimento da produção do campo de Barra Bonita. na área de atuação da Uo-SUL tam-bém estão sendo desenvolvidas ativi-dades exploratórias, incluindo blocos localizados na Bacia de Pelotas, de onde são esperados resultados para permitir a continuidade e o cresci-mento da produção da área.

a criação da Uo-SUL tam-bém permitirá à Uo-BS maior direcionamento aos projetos e à produção dos polos Uruguá-Tam-baú, Mexilhão, Merluza e centro (pré-sal) da Bacia de Santos, cuja coordenação das operações con-tinuará a ser efetuada a partir de Santos (SP).

a cerimônia contou com as participações do gerente executivo de exploração e Produção cor-

porat ivo, josé jorge de Moraes junior, represen-tando o diretor de exploração e Produção; Gui-lherme estrella, do gerente geral da Uo-BS; José

Luiz Marcusso, além de outros executivos da companhia, autori-dades e empresários da região.

na ocasião, foi apresentado o novo gerente geral da Uo-BS, nilson rodrigues cunha.

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A PArTir de um ProjeTo inovador, a Pe-trobras construiu dois terminais de regasei-ficação de GNL, um no Terminal de Pecém, em São Gonçalo do Amarante (Ce), e outro na Baía de Guanabara, no rio de janeiro. A regaseificação é realizada a bordo de navios. em operação desde janeiro de 2009, os termi-nais têm, juntos, capacidade para processar 21 milhões de m³/dia de gás natural.

A regaseificação é feita a bordo dos na-vios Golar Winter e Golar Spirit, afretados da multinacional Golar LNG. os dois navios operavam como transportadores de GNL e foram adaptados, especialmente para os projetos da Petrobras, para, além de trans-portar, armazenar e regaseificar o gás na forma líquida. Na prática, os navios funcionam como reservatórios de gás natural e podem ser considerados o coração do projeto GNL Petrobras. A lista da KPmG cita o projeto como Golar/Petrobras FLNG.

uma das inovações do projeto GNL Petrobras é a transferência de gás natural liquefeito entre os navios - supridor e rega-seificador - por meio de braços criogênicos, capazes de suportar temperatura de 162° C negativos.

o potencial de replicação deste projeto, globalmente, foi a principal razão apontada pelos julgadores para incluí-lo nesta lista, divulgada no fim de junho, e que relaciona apenas um projeto por área da infraestrutura. os cinco principais critérios para a escolha dos projetos foram sua replicação, viabili-dade, complexidade, inovação e impacto na sociedade.

“o projeto fornece uma alternativa viável economicamente para conectar facilidades de regaseificação ao mercado”, explica o documento da KPmG, informando que “a tecnologia frequentemente referenciada como unidade de regaseificação e Armazenamento Flutuante (FSru) deverá ser desenvolvida globalmente”.

Mais P&D para o setor

a fMc TechnoLoGieS, líder em soluções tecnológicas para a indústria de petróleo e gás, e a Universidade federal do rio de ja-neiro (Ufrj) assinaram, no dia 6 de junho, o termo para construção do centro de Tecnologia da fMc no Parque Tecnológico do rio, na cidade Universitária. o tempo de contrato entre a companhia e a uni-versidade será de 20 anos.

a empresa possui três unidades industriais – duas no rio de janei-ro e uma em Macaé. esse será o primeiro centro de pesquisa da empresa no Brasil, que vai ocupar uma área de cerca de 20 mil m². a companhia tem ainda mais dois centros de tecnologia, em houston (eUa) e na noruega.

a companhia irá investir cerca de r$ 70 milhões no projeto, que vai empregar perto de 300 engenheiros dedicados ao desenvolvimento de projetos e pesquisa de tecnologias submarinas para exploração de pe-tróleo e gás no país, principalmente para o pré-sal e o pós-sal. a unidade contará com centros de pesquisa & desenvolvimento (P&d), laboratórios de testes e qualificações, instalações para testes de integração e protótipos em escala real.

“o posicionamento estratégico da Ufrj, próximo ao aeroporto, e a interação com os universitários foram pontos fundamentais para a escolha da universidade para a implantação do centro de Tecnologia da fMc”, afirmou Paulo couto, vice-presidente de Tecnologia da fMc Brasil.

já Maurício Guedes, diretor do Parque Tecnológico do rio, disse que a entrada da fMc é mais um passo da Ufrj para se tornar um centro de excelência tecnológica. “estamos de-senvolvendo aqui um polo de criação de tecnologias para a exploração do pré-sal”, completou.

o início das obras do centro de Tecnologia está previsto para ainda este mês e, até o fim do primeiro se-mestre de 2011, o empreendimento deve estar em pleno funcionamento. além da fMc, Schulmberger e Baker hughes também terão centros de pesquisa no Parque Tecnológico.

a cerimônia contou com as se-guintes presenças: aloísio Teixeira, reitor da Ufrj; Maurício Guedes, diretor do Parque Tecnológico do rio; john Gremp, presidente mundial da fMc Technologies; nelson Leite, presidente da fMc Brasil; e Paulo couto, vice-presidente de Tecnologia da fMc Brasil.

FMC e UFRJ assinam acordo para Centro de Tecnologia no Parque Tecnológico do Rio

GNL da Petrobras está entre os principais projetos de infraestrutura do mundo

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coM oS SeGUidoS fracaSSoS da petrolífera britânica em tentar cessar o vazamento, fica cada vez mais claro que a empresa não estava preparada para uma tragédia dessa magnitude. os números assustado-res da quantidade de óleo despejado só aumentam. as últimas estimativas são de que estejam sendo jogados no mar cerca de 100 mil barris por dia, o que corresponde a 16 milhões de litros.

diversas tentativas foram feitas para fechar o poço, mas, até agora, a BP conseguiu realizar apenas medi-das paliativas, que estão resultando em uma coleta de quase 20 mil barris por dia – muito pouco em relação ao que é liberado no mar.

o desastre fez empresas do mundo todo se mobilizarem para

ajudar na contenção do óleo, como a Petrobras, que enviou uma equi-pe de especialistas em segurança e meio ambiente aos estados Unidos. a equipe é formada por 20 pessoas, entre funcionários da companhia e profissionais da Marinha, for-ça aérea e do Ministério do Meio ambiente.

no início deste mês, a empresa de Taiwan, TMT Group, enviou a embar-cação Whale (baleia – foto), que possui 275 m de extensão e pode recuperar até 500 mil barris de petróleo por dia, equivalentes a 80 milhões de litros. o funcionamento do barco consiste em sugar a água com petróleo, filtrar o óleo e expelir a água. Porém, a solução definitiva para o caso deve ser uma nova perfuração ao lado do poço origi-nal, para este, enfim, ser lacrado.

a BP pagou pelo desastre uma multa de US$ 75 milhões, máximo de indenização determinado pela legislação dos estados Unidos, mas, após esse acidente, os parlamentares americanos querem que este valor seja aumentado. a companhia britâ-nica já gastou mais de US$ 3 bilhões para reparar os danos ambientais causados pelo vazamento, o que cor-responde ao pagamento aos estados afetados e aos custos pagos pelas autoridades federais.

o desastre no Golfo do México acendeu o sinal vermelho para a questão do investimento cada vez maior em segurança e automação que as companhias petrolíferas de-vem fazer, sobretudo as empresas que vão explorar o óleo na camada pré-sal, no litoral sul e sudeste do Brasil.

a distância de 300 km da costa e a extensão das reservas devem ser um alerta, para que a segurança nas pla-taformas seja a mais perfeita possível, e para que erros e acidentes como o que aconteceu em águas norte-ame-ricanas não ocorram por aqui.

Mais do que uma questão econô-mica, o desastre da BP é uma questão ambiental, principalmente. ainda não se tem um estudo para deter-minar como ficará a vida marinha e das aves daquela região, mas pelas imagens reveladas para todo o mun-do, de animais agonizando, cobertos de petróleo, as perspectivas são as piores possíveis.

British Petroleum (BP) não consegue fechar poço, que continua jor-rando milhões de litros de petróleo no mar do Golfo do México há três meses, e amarga sua pior desvalorização e quebra de reputação.

oS memBroS dA ASSoCiAção inter-nacional dos Nego-ciadores de Petróleo (AiPN) se reuniram em Londres, de 20 a 23 de junho, no 2010 model Contracts Workshop, para discutir os modelos de contratos do setor de gás e petróleo no mundo. o contrato pa-drão da AiPN é, hoje, ferramenta indispen-sável para as companhias de petróleo que

atuam em escala global, contribuindo para a celeridade e eficiência das negociações e as oportunidades de negócios.

A advogada brasileira Marilda Rosado, diretora da entidade internacional e uma das mais importantes especialistas do se-tor de petróleo e gás no Brasil, foi co-chair do evento, além de conduzir as sessões nos três dias de seminários e debates, em parceria com Sam dunkley, advogado da BG em Londres.

essas sessões ajudam a atualizar e revisar contratos para Acordo de

operações Conjuntas (joAs); Contrato internacional de Perfuração; contra-tos de aquisição sísmica; de compra e vendas de GNL; Acordo internacional de intercâmbio de dados; e Acordo de interesse mútuo em Área internacional, entre outros.

marilda rosado – sócia do escritó-rio doria, jacobina, rosado e Gondi-nho Advogados Associados – acredita que uma oportunidade como essa, encontro de trabalho e troca de expe-riências, é essencial para a atualiza-ção em relação a algumas das grandes questões da indústria do petróleo, presentes nos inúmeros contratos que serão focalizados.

Especialista brasileira em Direito Petrolífero participa de reunião em Londres

No fundo do poço

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de ACordo Com o professor de economia da escola de Administração de empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-eaesp), evaldo Alves, o desempenho do Paraná, que teve a maior alta (7,7%), pode ser explicado pelo fato de “estar próximo dos centros consumidores e por ter problemas de infraestrutura em menor escala do que outros estados do Centro-Sul, além de contar com empresas que investiram mais em produtividade, sobre-tudo aquelas que se instalaram na região mais recentemente”. já São Paulo teve o desempenho negativo (-0,9%).

“o estado de São Paulo sofre de um processo de esvaziamento há longo tempo. este mecanismo provoca, frequentemente, a saída de empresas mais eficientes por conta dos custos de instalação, aluguel, gastos de deslocamento elevados e alta carga tributá-ria”, ressalta o professor.

Com relação ao desempenho da produção industrial para os próximos meses, Alves acre-dita que “apesar da crise sistêmica que atinge a maioria dos países, a economia brasileira vai manter um desempenho fora destes padrões, na medida que possui parceiros comerciais, como a China e a Índia, que estão enfrentando a crise de forma mais positiva. Neste contexto, o desempenho da indústria brasileira não será exuberante, mas nem por isso similar ao de um período de recessão.”

O Brasil será bem-vindo, diz diretor da OpepA orGANizAção doS PAÍSeS exportadores de Petróleo (opep) confirmou, em seu relató-rio mensal divulgado no início de junho, que a demanda de petróleo crescerá 1,12% em 2010 na comparação com 2009. o cálculo da organização está estimado na fabricação de 85,37 milhões de barris diários (mbd) – os mesmos cálculos do mês passado.

Segundo a organização, não há espaço para aumento da oferta de petróleo devido ao forte crescimento das provisões de seus concorrentes, pelo alto nível das reservas nos países consumidores e a incerteza causada pela crise na zona do euro.

A opep prevê que a demanda europeia em 2010 retroceda 4%. As economias emer-gentes devem puxar os negócios, diante da contração das nações industrializadas.

No Brasil para participar da Conferência da Associação internacional de economia da energia, a iAees rio 2010, o diretor-geral para a Arábia Saudita da opep, Majid Al-

Moneef, afirmou que a entrada de nosso país na entidade é praticamente certa. “A decisão depende exclusivamente do Brasil”, disse.

“Ainda não hou-ve convite formal.

o Brasil ainda não tem grande potencial de produção de óleo e gás, mas terá em alguns anos e será bem-vindo”, afirmou, em re-ferência às descobertas das reservas na camada do pré-sal.

em Londres, o Brent para julho subia uS$ 2,12, para uS$ 74,42. o vencimento de agosto se encontrava em uS$ 75,09, com incremento de uS$ 2,09. em Nova York, o WTi para julho aumentava uS$ 74,59, ampliação de uS$ 2,60. o contrato de agosto marcava uS$ 75,54 – alta de uS$ 2,48.

Petrobras adquire Gas Brasiliano Distribuidora

Por meio da subsidiária Petrobras Gás S/A (Gaspetro), a Petrobras assinou contrato de aquisição de 100% da participação que a eNi detinha na Gas Brasiliano distribuidora (GBd), que opera na região noroeste do estado de São Paulo e atende a consumidores industriais, comerciais, residenciais e de transporte.

Com um mercado de 375 municípios, a entrada da Petrobras nesta região é funda-mental nos planos da companhia, que agora passa a ter participação em 21 das 27 dis-tribuidoras de gás natural do país.

“essa região é estratégica para a Pe-trobras porque está no caminho do Gaso-duto Bolívia-Brasil e perto das estações de compressão de gás de Paulínia e Taubaté”,

afirmou Graça Fos-ter, diretora de Gás e energia da Petro-bras.

o volume de gás vendido no ano pas-sado pela GBd foi de 529 mil m³ por dia, mas o compromisso

da empresa, que a Petrobras manterá, é de aumentar esse volume para 1,2 milhão de m³ por dia até 2012.

Brasil afeta estimativa da AIE jÁ A AdmiNiSTrAção de informação de energia, órgão dos estados unidos, reduziu a estimativa para o crescimento da produção de petróleo de países de fora da opep neste ano em 160 mil barris por dia em relação à sua previsão anterior, em meio a um panorama pessimista para o Brasil.

em sua nova estimativa mensal, a Aie afirmou esperar agora que a produção de petróleo não opep suba 500 mil bpd neste ano, para uma média de 50,86 milhões bpd. Segundo o órgão, “um panorama mais pessi-mista para o crescimento da oferta no Brasil e na Ásia Central é a fonte primária da revisão para baixo, embora essas duas áreas (junto com os euA) ainda constituam a maior parte do crescimento da oferta esperada para os países de fora da opep em 2010”.

A menor produção brasileira é resultado de uma reavaliação da produção dos campos estabelecidos no país, explicou a agência. os

Desempenho industrial não será exuberanteA produção industrial, em maio, em comparação com o mês anterior, cresceu em seis dos 14 locais pesquisados pelo IBGE, de acordo com levantamento divulgado no dia 6 de junho

BP: prudência é a palavra-chave

“Não ViemoS Aqui para condenar a BP pelo incidente”, afirmou, no final de junho, o secre-tário-geral da opep, Abdalla Salem el-Badri, no final da reunião anual da organização com a união europeia. “Não posso admitir que a BP nos tenha dado má reputação”, disse. “É preciso esperar pela conclusão das investiga-ções para determinar as verdadeiras causas do derrame de crude. É preciso reconsiderar as ações legais e retirar a proibição para a instalação de novas plataformas na zona onde ocorreu o desastre”, ponderou.

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aumentos projetados de produção neste ano serão compensados por mais declínios em campos maduros no méxico, reino unido e Noruega, considera a Aie.

A Aie reduziu também a estimativa para o crescimento da demanda mundial por petróleo em 2010 em 70 mil barris por dia em relação à sua previsão anterior. Segundo a Agência, a previsão é que a demanda mundial suba 1,5 milhão de bpd neste ano, em relação a 2009.

Setor de aço mantém produção crescenteA Produção BrASiLeirA de aço bruto, em maio, foi de 2,9 milhões de toneladas, representando elevação de 5,5% em rela-ção a abril e de 50,8% quando comparada com o mesmo mês em 2009. em relação aos laminados, a produção de maio, de 2,3 milhões de toneladas, representou alta de 5,2 % na comparação com o mês anterior e de 42,4% quando comparada com maio do ano passado.

Com esses resultados, a produção acumu-lada em 2010 totalizou 13,5 milhões de tonela-das de aço bruto e 10,8 milhões de toneladas de laminados, o que significou aumento de

56,9% e 64,5%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2009.

quanto às vendas internas, o resultado de maio de 2010 foi de 2 milhões de toneladas de produtos – elevação de 12,7% sobre o mês anterior. quando comparado com igual período de 2009, registra-se alta de 55,3%. As vendas acumuladas em 2010, de 8,8 mi-lhões de toneladas, mostram crescimento

de 57,5% com relação ao mesmo período do ano anterior.

As exportações de produtos siderúrgicos em maio de 2010 atingiram 654,8 mil tone-ladas, no valor de 419,6 milhões de dólares. Com esse resultado as exportações em 2010 totalizaram 3,5 milhões de toneladas e 2 bi-lhões de dólares, representando aumento de 28,9% em volume e de 21,5 % em valor,

Produção de países-membros da Opep e não-membros – jun/08 a maio/10

o reSuLTAdo FiCou 2,1% acima do volume registrado no mesmo mês de 2009, quando foram produzidos 2.546.553 boed, e se manteve no mesmo nível do volume total extraído em abril de 2010 (2.598.463 boed).

Considerando apenas os campos no Bra-sil, a produção média de petróleo e gás alcan-çou 2.351.993 boed. esse volume representa um aumento de 1,8% em relação ao mesmo mês de 2009 e mantém-se estável em relação ao volume produzido em abril deste ano, de 2.356.843 boed.

A produção exclusiva de petróleo dos campos nacionais chegou a 2.020.152 barris diários. esse resultado reflete um crescimento de 1,5% em relação ao mesmo mês de 2009, quando foram produzidos 1.989.322, e foi 0,6% menor do que a do mês anterior (2.032.620 barris/dia), refle-tindo estabilidade nos níveis de produção.

o volume de petróleo e gás natural dos campos situados nos países em que a Pe-trobras atua chegou a 247.138 boed em maio, indicando um crescimento de 4,5% sobre o

mesmo período em 2009. Contribuíram para o resultado a entrada em produção de novos poços nos campos de Akpo e de Agbami, ambos na Nigéria. quando comparado com abril de 2010, o volume apresentou um aumento de 2,3%, graças ao aumento da de-manda pelo gás boliviano e ao incremento da eficiência operacional no campo de Agbami.

A produção de gás natural dos campos nacionais atingiu 52 milhões 759 mil m³

diários em maio, ficando estável em relação ao mês anterior e ao mesmo mês de 2009.

A produção de gás natural no exterior foi de 16 milhões 214 mil m³, registrando um decréscimo de 4,8%, quando compa-rado com maio de 2009, e um aumento de 5,8% em relação ao volume de abril deste ano. Contribuíram para o resultado positivo a maior demanda pelo gás boliviano.

A produção média de petróleo e gás natural da Petrobras no Brasil e no exterior em maio foi de 2.599.131 barris de óleo equivalente diários (boed).

Petrobras: produção de maio cresce

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quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

No que se refere às importações, regis-trou-se em maio volume de 494,5 mil tone-ladas (uS$ 433 milhões) totalizando, desse modo, 2,3 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos importados em 2010, 149,1% acima do mesmo período do ano anterior.

o consumo aparente nacional de produ-tos siderúrgicos em maio foi de 2,5 milhões de toneladas, totalizando 11 milhões de tone-ladas em 2010. esses valores representaram elevação de 63,6% e 70,5%, respectivamente, em relação a igual período de 2009.

Preço do barril despencaNo diA 30 de juNho os preços do barril de petróleo despencaram no mercado inter-nacional, quando a instituição de pesquisas Conference Board revisou para baixo o in-dicador de perspectivas para a economia chinesa, que aumentou 0,3% em abril, e não 1,7%, previsão anterior.

Com isso, em Nova York, o barril do WTi para agosto terminou o dia valendo uS$ 75,94 – uma queda de uS$ 2,31. o contrato para setembro recuou uS$ 2,33, a uS$ 76,57. em Londres, o barril do Brent de agosto fechou a uS$ 75,44, baixa de uS$ 2,15, enquanto o vencimento de setembro perdeu uS$ 2,23, a uS$ 75,78.

Nada comparado ao início do mesmo mês, quando o barril de petróleo caiu mais de 4%, para uS$ 71,51. A queda foi a maior em termos porcentuais desde 4 de fevereiro, quando o valor do barril recuou 5%.

No início de julho, os preços futuros de petróleo caíram 3,5%, deslizando para a maior baixa de três semanas. o petróleo light e sweet para agosto na bolsa mercantil de Nova York foi estabelecido em r$ 2,68, para r$ 72,95 por barril, o menor preço desde 8 de junho, e a maior queda em um único dia desde 4 de junho.

Para os analistas, essa é uma conse-quência da lentidão aparente da recuperação econômica dos estados unidos e da China, os grandes consumidores mundiais de petróleo. Com isso, é provável que a opinião no mer-cado continue a ser negativa, sem qualquer notícia econômica positiva.

“Uma das premissas para ser membro da Opep é ser um grande ex-portador de petróleo. O Brasil ainda não é. Mas será em alguns anos, e será bem-vindo.” Majid Al-Moneef, diretor-geral para a Arábia Saudita da opep, em entrevista após palestra no iAees rio 2010 international Conference. – 08/06/2010 – Estadão

“Não contempla.” Sérgio Machado, presidente da Transpetro, sobre o fato de não haver previsão para a terceira fase do Programa de modernização da Frota (Promef) no Plano de Negócios 2010-2014. – 23/06/2010 – O Globo

“A Petrobras não tem problema de caixa para realizar seus investimen-tos deste ano. Ela está anunciando a necessidade de capitalização por uma questão de estrutura de capital para aumentar sua alavancagem e a possibilidade de levantar novas dívidas no futuro.” José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras. – 24/06/2010 – O Globo

“É preciso esperar pela conclusão das investigações para determinar as verdadeiras causas do derrame de petróleo. É preciso reconside-rar as ações legais e retirar a proibição para a instalação de novas plataformas na zona onde ocorreu o desastre.” Abdalla Salem El-Badri, secretário-geral da opep, sobre o acidente com a BP, na reunião anual da orga-nização com a união europeia. – 28/06/2010 – Agência EFE

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) (dezembro/2009 a maio/2010)

Dez Jan Fev Mar Abr MaioBrasil+Exterior 2.551,4 2.525,8 2.560,5 2.556,0 2.598,6 2.599,8

Frases

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil (dezembro/2009 a maio/2010) Dez Jan Fev Mar Abr MaioBacia de Campos 1.677,5 1.647,6 1.688,9 1.688,3 1.702,3 1.686,9Outras (offshore) 89,7 109,3 85,7 93,6 117,8 120,1Total offshore 1.761,1 1.756,9 1.774,6 1.781,9 1.820,1 1.807,0Total onshore 220,0 215,9 212,9 211,9 212,5 213,1Total Brasil 1.987,1 1.972,8 1.987,6 1.993,8 2.032,6 2.020,2

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil (dezembro/2009 a maio/2010)

Dez Jan Fev Mar Abr MaioBacia de Campos 26.572,5 25.212,0 26.386,8 25.817,3 26.067,5 26.490,4Outras (offshore) 8.742,1 8.686,1 9.687,1 9.057,1 9.821,4 10.527,9Total offshore 35.314,6 33.898,0 36.074,0 34.874,4 35.889,0 37.017,7Total onshore 15.666,3 15.650,1 15.541,7 15.259,4 15.658,4 15.740,9Total Brasil 50.980,9 49.548,1 51.615,7 50.133,8 51.547,4 52.758,6

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional (dezembro/2009 a maio/2010)

Dez Jan Fev Mar Abr MaioExterior 50,3 147,7 151,4 149,6 151,4 151,7

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional (dezembro/2009 a maio/2010)

Dez Jan Fev Mar Abr MaioExterior 15.859,0 15.912,4 16.454,7 16.530,5 15.323,9 16.214,5

Produção da Petrobras de óleo, LGN e gás natural

(*) inclui gás injetado.(**) em 2003 inclui os dados da Petrobras energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

TN Petróleo 72 13

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entrevista exclusiva

14 TN Petróleo 72

EldoradoJohn Forman Milne Albuquerque Forman,

vice-presidente da HRT Oil & Gas

É negro e não dourado o ouro que a HRT Oil & Gas pretende explorar na região amazônica, que já foi chamada de Eldorado brasileiro em tempos politicamente mais obscuros. “A Bacia de Solimões tem um potencial muito bom”, afirma o geólogo paraense John Forman Milne Albuquerque Forman. “Sou de Santa Maria de Belém do Grão Pará. Você não vê minha cara de índio?”, brinca o vice-presidente da mais jovem companhia petrolífera do país, ao falar sobre os 21 blocos na Bacia do Solimões, que somam cerca de 48 mil km², cujo controle foi adquirido pela HRT no segundo semestre do ano. por Beatriz Cardoso

“Por que o PoTeNCiAL É muiTo Bom? Geologia é uma coisa curiosa, pois traba-lha com correlações. Se refletirmos sobre a evolução geológica e lembrarmos que os continentes um dia foram conectados, vamos ver que essa bacia tem correlação com a região norte da África. e o que temos lá? Petróleo e gás em grandes quantidades”, diz o executivo, horas antes de começar o período de silêncio exigido pela Comissão de Valores mobiliários (CVm) para qualquer empresa que vai abrir seu capital.

o ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis (ANP) aposta em uma ca-pitalização bem sucedida, a despeito de ocorrer na mesma época de pro-cesso similar na Petrobras. “Somos detentores da segunda maior área sob concessão no Brasil. Com apenas um terço das nossas reservas avaliadas, já temos mais de 2 bilhões de bar-ris”, destaca Forman. “Sem falar no potencial dos três blocos em águas

profundas, no offshore da Namíbia”, acrescenta o geólogo especializado em geologia de mineração e mestre em ciências pela universidade de Stan-ford, Califórnia (euA).

estas primeiras concessões inter-nacionais da hrT estão próximas ao campo de Kudu, onde já foi descoberto 1,3 trilhão de pés cúbicos (TCFs) de gás natural. e a empresa já assegurou mais dois blocos no país africano ao adquirir a Lábrea Petróleo, que tem participação de 10% em quatro con-cessões em terra. reafirmando sua aposta em áreas nas quais, a despeito dos riscos, o potencial é inegável, a hrT pretende intensificar suas ope-rações esse ano, a todo gás!

TN Petróleo – Vai começar o período do silêncio exigido para a capitaliza-ção da HRT. Qual a expectativa da empresa?

John Forman – quando a hrT o&G foi criada, no ano passado, já havia a

ideia de que ela deveria caminhar para um iPo (sigla para a expressão em in-glês initial Public offering que significa a abertura do capital de uma empresa no mercado acionário, quando ela emi-te um volume de ações equivalentes ao seu valor de mercado ou parte do mesmo), em função do posicionamento de nossos investidores. Trabalhamos para estarmos prontos para essa ca-pitalização em julho, quando vamos avaliar se o mercado está ou não com apetite para este iPo.

Quais os grandes atrativos da HRT O&G que favorecem essa abertura de capital praticamente na mesma época da capitalização da Petrobras?

Temos importantes ativos na Bacia de Solimões, a maior bacia produtora onshore do país (e a segunda maior em gás), e ativos offshore na cos-ta da Namíbia. (A HRT tem 40% do controle das concessões adquiridas na Namíbia, sendo o restante dividido entre

De volta ao

TN Petróleo 72 15

SomoS deTeNToreS dA

SeGuNdA mAior ÁreA

SoB CoNCeSSão No

BrASiL. Com APeNAS

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reSerVAS AVALiAdAS,

jÁ TemoS mAiS de

2 BiLhõeS de BArriS.

entrevista exclusiva

16 TN Petróleo 72

Universal Power, com 40%, e Acarus Investments, com 20%). Trabalhamos muito nesse primeiro período da cria-ção da companhia e conseguimos identificar recursos e reservas em volumes bastante superiores àqueles que conhecíamos quando criamos a empresa. Significa dizer que temos um potencial, em termos de ativos, muito maior que há seis meses. Na realidade, estamos trabalhando com potenciais que são pelo menos cinco vezes maiores do que o que tínha-mos no ano passado, considerando a Namíbia, uma aquisição recente. os pontos ‘negativos’ ou de risco são os humores (ou rumores) de mercado (risos). mas vá que os humores do mercado coincidam com os nossos e teremos um iPo bem sucedido. Temos a indicação de que existem muitos in-vestidores interessados na companhia, em função do nosso potencial. então, estamos razoavelmente confiantes de que vamos ter sucesso.

Mas essa questão da capitalização de Petrobras, a reforma do marco regulatório, de alguma maneira não vai impactar esse processo? E as eleições?

Claro que sempre há esta preocu-pação. A Petrobras vai fazer a coloca-ção dela, de um volume expressivo de recursos, da ordem de uS$ 25 bilhões. Somos bem mais modestos. Como va-

mos fazer uma colocação de recursos bem inferiores, acreditamos que isso não será, necessariamente, um fator negativo. quanto às eleições, hoje é muito mais tranquilo. Acho que não vamos ter maiores problemas. Com relação à conjuntura internacional, entendemos que há um cenário bas-tante preocupante, na europa, sobre-tudo, onde alguns países estão tendo problemas. mas os estados unidos estão sinalizando uma recuperação razoável. Penso que quando há um cenário negativo em regiões de grande importância, as áreas de investimentos iniciais, como nós, ficam muito mais favorecidas.

Os emergentes, neste momento pa-recem ser a melhor opção...

Sim, porque quem tem recursos precisa realocá-los em áreas com maior possibilidade de retorno, onde haja uma perspectiva de crescimento, e não onde há recessão ou baixo de-sempenho econômico. As mudanças no marco regulatório tampouco nos afetam... nossos ativos estão fora das áreas de interesse. Temos 51% de 21 blocos na Bacia do Solimões e esta-

mos em dia com nossos compromissos em relação à ANP.

Como está a campanha exploratória?qual o grande ativo da hrT? Sua

capacidade técnica! Temos aqui um grupo de primeiríssimo nível, em âmbito nacional, mundial. essa ca-pacidade técnica de analisar os dados já existentes e avaliá-los da melhor maneira possível, reprocessando da-dos de sísmica, reinterpretando da-dos de perfurações, nos levou a uma perspectiva de recursos e reservas maiores do que as previstas. e essa não é simplesmente a nossa opinião, pois todas as nossas expectativas são certificadas pela deGolyer & macNau-ghton, que estima em 2,1 bilhões as nossas reservas potenciais (sendo 1 bilhão no Solimões). e a certifi-cação se refere a apenas um terço dos blocos sob concessão. Por isso, digo que podemos chegar a cinco vezes mais esse volume com a Namí-bia. em função da nossa capacidade técnica e profissional, conseguimos melhorar muito o nível de dados e informações, e com isso, obtivemos a certificação positiva daquilo que estamos pretendendo.

Vocês não fizeram novas aquisições sísmicas?

Não, apenas reprocessamento: aplicamos processos mais modernos para reprocessar dados antigos. Com isso, obtivemos resultados muito me-lhores, as definições aparecem muito mais claras. Fizemos um trabalho de geoquímica, que é o dNA da empre-sa. ela fornece uma resposta que a sísmica não dá. A sísmica dá a es-trutura, mas não diz exatamente se tem petróleo ou não. A geoquímica diz se tem petróleo. então, juntando os dois, conseguimos fazer um estudo muito mais eficaz do ponto de vista de identificação de prospectos.

Vivemos hoje um dos mais graves acidentes ambientais offshore na área

FizemoS um TrABALho de

GeoquÍmiCA, que É o dNA dA emPreSA. eLA ForNeCe umA reSPoSTA que A

SÍSmiCA Não dÁ. A SÍSmiCA dÁ

A eSTruTurA, mAS Não diz

exATAmeNTe Se Tem PeTróLeo ou Não. A GeoquÍmiCA diz Se Tem PeTróLeo.

TN Petróleo 72 17

de volta ao eldorado

de petróleo no Ocidente – o caso da BP no Golfo do México. No âmbito onshore, não é diferente. E sabemos que a preservação da Amazônia con-tinua sendo um dos principais focos dos grupos ambientalistas do mundo inteiro. Vocês não temem arriscar todas as fichas em uma área que é um verdadeiro tabu?

Não. e discordo disso, pois, fe-lizmente, a Petrobras tem uma longa história de operação na Amazônia sem incidentes: ela opera o campo de urucu há mais de 20 anos, com imenso sucesso e sem nenhum pro-blema ambiental.

Mas foi uma luta implantar os gaso-dutos que viabilizariam o escoamento de gás, não?

isso é outra questão, e não am-biental. No meu entender, a questão ambiental foi utilizada como forma de postergar a construção dos gasodutos. mas não devido aos impactos ambien-

tais e sim porque não atendiam os in-teresses imediatos de certos grupos, naquela ocasião. Portanto, não acredito que vamos enfrentar grandes dificulda-des. Problemas e restrições existem. mas reitero que o histórico da Petrobras na região mostra que é possível fazer a exploração de óleo e gás com o devido respeito ao meio ambiente.

Quando começam as atividades de perfuração? Elas dependem do re-sultado do IPO?

Não. Levantamos recursos sufi-cientes para trabalharmos até meados do ano que vem. isso não nos aflige. o iPo é muito mais uma decisão que tem a ver com a vocação, o dNA da empresa.

E o que dá para fazer até meados do ano que vem?

Todos os trabalhos de superfí-cie, geoquímica; estamos contra-tando exploração sísmica. Vamos

voltar um pouco, para começar do início. Fizemos o reprocessamento de todos os dados que existiam e identificamos novos dados – temos um volume bastante razoável de dados em alguns dos blocos, que só precisavam ser reprocessados. em outros, estamos contratando a sísmica. ou seja: uma vez identifi-cada a presença do hidrocarboneto, precisamos da sísmica para ter um detalhamento das estruturas. Temos algumas áreas já identificadas. É importante lembrar que esta região foi intensivamente explorada pela Pe-trobras há 30 anos. Tanto que urucu produz óleo há 20 anos. A produção atual de óleo e gás é em torno de 100 a 120 mil bpd. Antes do gasoduto, o gás era reinjetado no reservató-rio. hoje, está suprindo a região de manaus, ajudando a desenvolver o mercado de gás. mas precisamos entender que, no século passado, o grande desafio da Petrobras era

Nesta edição.

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entrevista exclusiva

18 TN Petróleo 72

reduzir a dependência de petróleo e atingir o mais rápido possível a autossuficiência. Com a desco-berta do primeiro campo gigante na Bacia de Campos, ela concentrou suas atividades lá. e com sucesso: atingimos a autossuficiência graças à Bacia de Campos, ainda que outras bacias tenham dado uma contribui-ção importante. mas Campos é que fez a diferença.

A HRT, desde o início, tem destacado o potencial de outras bacias, inclu-sive onshore, onde a Petrobras não foi adiante devido à concentração na Bacia de Campos...

exatamente. essas bacias ter-restres acabaram sendo deixadas de lado nesse processo exploratório. quando houve a modificação da lei do petróleo, a Petrobras teve a opção de escolher áreas nas quais ela queria continuar explorando. e ela correta-mente optou pelas áreas offshore, a despeito do grande potencial de ou-tras, como a do Solimões. dentro dos blocos controlados pela hrT e a Petra, com poços já perfurados. isso porque, há 30 anos, perfurar e encontrar gás no meio da Amazônia não era um bom negócio. era fechar e desistir. hoje, temos outra leitura para diversas áreas onde já há até poços perfurados: há áreas com vocação para o óleo leve, óleo com gás associado e condensa-

do, que é uma riqueza espetacular, e outras que são mais propensas a gás não associado.

Ou seja: há muito mais por baixo da floresta amazônica, certo?

A nossa visão é que a Bacia de Solimões tem um potencial muito bom. e por que muito bom? A geologia é uma coisa curiosa; ela trabalha com correlações. Se refletirmos sobre a evolução geológica e lembrarmos que os continentes um dia foram co-nectados, vamos ver que a Bacia do Solimões tem correlação direta com a região norte da África. e o que temos lá? Petróleo e gás em grandes quan-tidades! É uma região com grande produção e reservas consideráveis, que chegam à ordem de 200 bilhões de barris. Falando um ‘palavrão’ geo-lógico, Solimões e norte da África são bacias paleozoicas com evoluções geológicas semelhantes.

Da mesma maneira que se fala do pré-sal em Angola?

exatamente. esse é um enten-dimento da geologia. e é o que nos

levou à Namíbia. A hrT, repito, é uma empresa com um conhecimento apu-rado do potencial de petróleo e gás nas bacias do Atlântico Sul. Angola vem sendo um sucesso imenso e, agora, Nigéria. ocorre que a indús-tria petrolífera é conservadora: as empresas maiores preferem entrar onde há grandes volumes ou poten-cial de petróleo já identificado. Sendo uma empresa modesta, dentro dos padrões mundiais de oil companies, fomos onde não havia tanta compe-tição: a Namíbia. Por quê? Por que acreditamos na interpretação que temos dos dados do pré-sal, com relação àquele país. Somos cons-cientes não só do nosso potencial, mas também da nossa capacidade financeira.

Você falou que já existem áreas com poços. É possível recuperá-los?

Sim. mas faremos isso mais adian-te, pois uma vez que são blocos explo-ratórios, temos compromisso com a ANP de fazer novos poços. depois de cumprido o que está programado na primeira etapa, poderemos trabalhar no sentido de reativar poços.

Qual a previsão de perfuração de poços no Solimões?

Temos que perfurar pelo menos um poço em cada bloco. dos 21 blocos que operamos, o período exploratório de 13 vai até janeiro de 2011. os oito restantes já entraram no segundo período, em março desse ano. então, temos atualmente o compromisso de fazer pelo menos oito perfurações nos próximos dois anos. No próximo ano, vamos analisar o que fazer com os outros 13 – se devolvemos ou as-sumimos o compromisso de perfurar poços.

E na Namíbia? Como está este pro-cesso?

essas concessões de petróleo, no mundo, são semelhantes. há um pro-grama exploratório mínimo, dividido

em 2014 TeremoS CoNdição de Ter umA Produção

mAiS SiGNiFiCATiVA de óLeo e GÁS.

mAS o Primeiro óLeo Pode ACoNTeCer

jÁ No Próximo ANo, em um BLoCo

No eSPÍriTo SANTo No quAL TemoS PArTiCiPAção, em PArCeriA

Com A CoWAN.

TN Petróleo 72 19

em três fases: a fase inicial é geologia e geofísica, interpretação de dados existentes; a segunda é de coleta de novos dados; e a terceira fase é quando você tem o compromisso de perfurar. estamos na primeira fase na Namíbia, interpretando os dados disponíveis, coletados no passado, e que nos permitem identificar o po-tencial daqueles campos.

Vocês pretendem ir a novos leilões no Brasil?

uma das razões de fazermos o iPo, para levantar mais recursos, é justamente ter condições de participar de novos leilões.

Qual a previsão de produção do pri-meiro óleo da HRT O&G?

estamos imaginando que em 2014 teremos condição de ter uma produção mais significativa de óleo e gás. mas isso pode acontecer já no próximo ano, se lembrarmos que a hrT recente-

mente adquiriu a Lábrea Petróleo, que era detentora de dois blocos na Namí-bia, e participação de 10% em quatro blocos onshore no Brasil, nas bacias do espírito Santo, recôncavo e rio do Peixe, em parceria com a Cowan, onde já foram notificadas descobertas de petróleo em dois poços, enquanto um terceiro está sendo perfurado. No bloco do espírito Santo já constatamos a presença de hidrocarbonetos, existe um potencial de uma pequena produ-ção dentro de um ano, ano e meio. mas prefiro dizer, em 2014, pretendemos ter uma produção mais robusta, com mais significado, para termos um fluxo de caixa positivo.

E a aposentadoria?Foi adiada mais uma vez. Primeiro,

quando estava fazendo consultoria e aceitei o convite para integrar a ANP, onde fiquei por quatro anos. depois, voltei para a consultoria, e, nesta al-tura, percebi que queria me divertir

mais. Criar uma empresa de petróleo era uma boa opção.

Ou seja: a aposentadoria não ia ser tão saudável, assim? O risco é que é bom?

o risco é a possibilidade de criar coisas novas. Passei a vida criando coi-sas, inclusive a Nuclebrás, que era uma coisa nova na época em que assumi. Na petroquímica, trabalhei durante o pe-ríodo da privatização e na consequente expansão das plantas industriais, que iam sendo adquiridas pelo processo de privatização. Criar é trabalhar com um nível de motivação maior. Pelo menos para mim. Tem gente que adora rotina. Se me perguntar se eu queria ser uma pessoa envolvida em rotina eu sempre respondo que não. Não gosto de rotina. o bom para mim é este processo contínuo de desafios cada vez maiores... Afinal, ainda sou um menino, ainda que aos 72 anos (risos).

de volta ao eldorado

20 TN Petróleo 72

Petrobras vai investir

uS$ 224 bilhõesaté 2014 por Maria Fernanda Romero

pn 2010-2014

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TN Petróleo 72 21

Como erA de Se eSPerAr, a área de exploração e produção (e&P) receberá mais da metade dos in-vestimentos previstos pelo Plano de negócios da Petrobras para o perío-do de 2010 a 2014 (Pn 2010-2014): ficará com US$ 118,8 bilhões, que representa 53% do total de US$ 224 bilhões de recursos que serão alocados para projetos no Brasil e no exterior.

o montante é 14% superior aos investimentos estimados no plano anterior (2009-2014). a segunda maior receita ficou com a área de abastecimento (que engloba, além de refino, transporte e comerciali-zação), que vai receber US$ 73,6 bilhões, equivalentes a cerca de 33% do total.

os investimentos em novos projetos somam US$ 31,6 bilhões (pouco mais de 14% do total), sen-do que o e&P vai receber 62% (US$ 19,7 bilhões), ficando a área de gás e energia com 21% (US$ 6,5 bilhões) e o abastecimento, com 16% (US$ 5,1 bilhões).

no Pn 2010-2014, houve uma redução de US$ 17 bilhões de re-

tirada e redefinição de outros pro-jetos e foram agregados 155 novos empreendimentos. o presidente da Petrobras, josé Sergio Gabrielli, afirmou que, no total, 686 projetos de grande porte integram o plane-jamento atual, para o período de 2010 a 2014. no plano anterior, com investimentos para o perío-do de 2009 a 2013, a previsão era executar 531 projetos do mesmo porte – cada um com mais de US$ 25 milhões.

Produção revistano Pn 2010-2014, a meta de

produção no Brasil e exterior para 2014 é de 3,907 milhões de barris

de óleo equivalente por dia, o que corresponde a um crescimento anual de 9,4% nesses quatro anos, toman-do como base o projetado para 2010, de 2,723 milhões de barris.

do total previsto para 2014, no Brasil serão extraídos 2,980 milhões de barris de petróleo, sendo 152 mil barris de reservas do pré-sal. outros 623 mil barris serão de gás extraído no país e os 304 mil barris restantes, de óleo e gás retirados de reservas no exterior.

Para 2020, a estatal espera atin-gir uma produção de 5,382 milhões de barris de óleo equivalente por dia, o que corresponde a um avan-ço anual de 7,1% sobre a expecta-tiva para 2010. desse montante, o Brasil contribuirá com 3,950 mi-lhões de barris de óleo (dos quais 1,183 milhão de barris do pré-sal) e o equivalente a 1,109 milhão de barris de gás natural. no exterior, a produção de óleo e gás deverá somar 323 mil barris no final dessa década.

Segundo Gabrielli, a redução de 318 mil boe na projeção de produ-ção total para 2020, em comparação com a do plano anterior, se deve à revisão das metas internacionais, em função da revisão dos investi-mentos futuros para adequação à atual estratégia de e&P da Petro-bras. “as metas apresentadas levam em consideração apenas os atuais projetos da carteira e não consi-deram o potencial de produção proveniente da cessão onerosa,

A Petrobras manteve seu plano de investimen-tos bem próximo do volume que havia sido anunciado em março, sendo que projetos no Brasil consumirão a maior fatia – US$ 212,3 bilhões – do volume total de recursos, cabendo aos empreendimentos da estatal no exterior 5% – US$ 11,7 bilhões. O volume anunciado, em torno de 20% superior ao PN 2009-2013, representa uma média de investimentos de US$ 44,8 bilhões por ano.

Plano de Negócios da Petrobras 2010-2014

Total do investimento: US$ 224 bilhõesInvestimentos no Pré-salPeríodo 2010-2014 (US$ 33 bi)

US$ 118,8*

US$ 73,6

US$ 17,8

US$ 5,1

US$ 2,5 US$ 3,5

US$ 2,8

*US$ 33 bi no Pré-salRTC (30%)

E&P (53%)

G&E (8%)

Petroquímica (5%)

Distribuição (1%) Biocombustíveis (2%)

Corporativo (1%)

US$ 75,2 bi no Pós-sal

Infraestrutura

e suporte(2%)

Exploração %(13 )

Desenvolvimento

da produção (78 )%

US$ 0,8

US$ 4,3

US$ 27,8

Art

e: T

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22 TN Petróleo 72

nem outros projetos do novo marco regulatório”, complementa.

Desafios tecnológicosno âmbito do plano, a empresa

destinou investimentos para a su-peração de desafios tecnológicos, segurança operacional e recursos humanos. na área de segurança, meio ambiente e saúde (SMS) se-rão investidos US$ 3,3 bilhões, US$ 2,9 bilhões na área de tecnologia da informação e telecomunicações (Tic) e US$ 5,2 bilhões em pes-quisa e desenvolvimento (P&d), totalizando um investimento de US$ 11,4 bilhões

a Petrobras anunciou também que dos US$ 224 bilhões de inves-timentos previstos no seu plano de negócios 2010-2014, US$ 58 bilhões terão que ser captados no mercado. Segundo o presidente da estatal, esse valor compreende o que a Pe-trobras espera obter no processo de capitalização com a oferta pública de ações em andamento.

Gabrielli informou que a neces-sidade de captação aumentou em 152% em relação ao plano anterior, quando a Petrobras previa uma captação de US$ 23 bilhões. Mas pontuou que deverá ser mantida a alavancagem líquida, dentro da média de até 35%. “a realização de uma oferta pública de ações deverá manter a estrutura de ca-pital e indicadores equilibrados; contudo a Petrobras deverá conti-nuar buscando financiamento em várias fontes de recursos no Brasil e no exterior”, informa nota oficial da Petrobras.

Segundo a companhia, para chegar a estes valores, foram con-

siderados como premissa uma taxa cambial de r$ 1,78, ante os r$ 2,00 que serviam de base no plano an-terior. o preço do barril para 2010 está na faixa de US$ 76, passando para US$ 78 em 2011 e US$ 82 nos anos seguintes. a geração opera-cional após dividendos, estimada no novo plano é de US$ 155 bilhões para o período, ante US$ 149 bi-lhões no plano anterior.

Exploração e refinode acordo com Gabrielli, os re-

cursos previstos para a área de e&P serão para garantir a descoberta e apropriação de reservas, maximizar a recuperação de petróleo e gás nas concessões em produção, além de desenvolver a produção do pré-sal da Bacia de Santos e intensificar o esforço exploratório nas outras áreas do pré-sal e em novas fronteiras no Brasil e no exterior.

“Temos muito que fazer aqui no país, com o aumento da explora-ção de petróleo, principalmente na área do pré-sal, além do aumento do nosso foco na área de biocom-

bustíveis, como o etanol”, afirmou Gabrielli.

o incremento da produção será sustentado pelo desenvolvimento das áreas do pós-sal, através da instalação de grandes projetos nos ramos de atuação da empresa. adi-cionalmente, contempla os inves-timentos nas áreas já concedidas do pré-sal, que devem ter maior participação na curva de produção no período pós-2014.

neste contexto, está planejada a entrada em operação de cerca de três sistemas de produção por ano, em média, além da média de reali-zação de três testes de longa dura-ção por ano nas áreas do pré-sal.

AbastecimentoGabrielli afirmou que foi man-

tida a estratégia da estatal em ex-pandir a capacidade de refino, com o montante de US$ 73,6 bilhões até 2014 de investimentos previs-tos para a área de abastecimento (que abrange refino, transporte e comercialização). o executivo apontou que com os investimentos

pn 2010-2014

Realizado 2009 Meta 2010 Previsão 2014 Previsão 2020

Produção de óleo e gás natural – Brasil1 1.971 2.100 2.980 3.950

Produção de óleo e gás natural – Total 2 2.525 2.723

Carga Fresca Processada - Brasil (Mil bpd) - 2.300 3.200

Metas Corporativas - Indicadores

1– mil boe/dia 2– mil bbl/dia

1.831

3.907 5.382

(Brasil + Exterior)

o presidente José Sergio Gabrielli e os diretores da Petrobras durante apresentação do PN 2010-2014.

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TN Petróleo 72 23

a Petrobras terá uma capacidade de refino de 2,260 milhões de barris por dia em 2014, um aumento de 23,4% em relação à capacidade atual, de 1,831 milhão de barris por dia. no mesmo período, a deman-da de combustíveis deverá crescer 21,9%, passando dos atuais 1,933 milhão de barris para 2,356 mi-lhões de barris.

“estamos aumentando nossa participação em refino juntamente com a demanda doméstica”, afirma ele. o uso da capacidade instalada de refino da Petrobras passa de 92% no primeiro trimestre deste ano, com aumento expressivo no consu-mo de combustíveis do país.

além da ampliação de unidades existentes, estão previstas no plano a entrada em operação da refinaria abreu e Lima, em Pernambuco, das refinarias Premium i e a primeira fase do complexo Petroquímico do rio de janeiro (comperj), que teve seu projeto básico alterado com

a inclusão de uma refinaria com capacidade de processar 165 mil barris de petróleo por dia, para pro-dução, principalmente, de diesel.

após 2014, estão previstas a segunda etapa do comperj, com capacidade de 165 mil barris por dia para a produção de produtos petroquímicos básicos, e a refinaria Premium ii. com isso, a Petrobras espera processar 3,2 milhões de bar-

ris em 2020, ante um consumo espe-rado de 2,8 milhões de barris.

Gás e energiao segmento de gás-química

será o foco dos investimentos em gás e energia da Petrobras até 2014. essa é a grande novidade da área no Pn 2010-2014. o setor de gás e energia da estatal ficará com 8% ou US$ 17,8 bilhões, dos quais US$ 2,7 bilhões serão destinados para o gás natural liquefeito (GnL), US$ 5,7 bilhões para o gás-químico e US$ 4,1 bilhões para geração de energia elétrica.

Gabrielli informou que os in-vestimentos na área serão direcio-nados para consolidar a liderança da Petrobras no mercado brasileiro de gás natural. durante a citada coletiva, o executivo informou que a Petrobras pretende realizar in-vestimentos para a transformação química do gás natural, estando prevista a construção de três fábri-

2.980 mil bpd

2.100 mil bpd

1200

1600

2000

2400

2800

2010 2011 2012 2013 2014

Mil bpd

Mexilhão

GNA

GNA/35.000bpdUruguá/TambaúCidade de Santos

Tupi PilotoFPSO Cidade de

100.000 bpdAngra dos Reis

TLD Tupi NE -BW30.000 bpd

Tiro Piloto SS-1130.000 bpd

Aruanã TLDFPSO Cid. Rio das Ostras

15.000 bpd

TLD 4Dynamic Producer

30.000 bpd

TLD 3Dynamic Producer

30.000 bpd

TLD 2Dynamic Producer

30.000 bpd

JubarteFPSO P-57180.000 bpd

Tiro/SidonFPSO

100.000 bpd

AruanãFPSO

100.000 bpd

GuaiamáFPSO

100.000 bpd

Parque das BaleiasFPSO P-58180.000 bpd

RoncadorFPSO P-62Módulo 4

100.000 bpd

TLD 1BW Cid. São Vicente

30.000 bpd

TLD GuaráDynamic Producer

30.000 bpd

Cachalote eBaleia Franca

FPSO Capixaba100.000 bpd

Marlim SulSS P-56Módulo 3

100.000 bpd

RoncadorSS P-55Módulo 3

180.000 bpdPapa-TerraTLWP P-61FPSO P-63150.000 bpd

Antecipação deBaleia Azul

FPSO Espadarte100.000 bpd

TLD 5 - BW30.000 bpd

TLD 7 - BW30.000 bpd

TLD 10 - BW30.000 bpd

TLD 9 - BW30.000 bpd

Guará Piloto FPSO120.000 bpd

TLD 8Dynamic Producer

30.000 bpd

TLD 11Dynamic Producer

30.000 bpd

TLD 11Dynamic Producer

30.000 bpd

Tupi NE PilotoFPSO

120.000 bpd

TLD 6Dynamic Producer

30.000 bpd TLD 10 - BW30.000 bpd

Aumento da produção no período: novas unidades instaladas

Obs.: duas plataformas ( e ) de 30 mil bpd por unidade no Teste de Longa Duração (TLD) no pré-salBW Cidade São Vicente Dynamic Producer

Projetos de óleo pesado Projetos do Pré-sal Projetos de GNA

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petrobras vai investir US$ 224 bilhões até 2014

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cas de fertilizantes para a produção de nitrogenados (amônia e ureia) em sinergia com outros ativos da Petrobras no segmento. “o ciclo de investimento em infraestrutura na nossa carteira tende a diminuir até 2014, e tende a aumentar os investimentos em gás-química”, afirmou Gabrielli.

Segundo o presidente da Pe-trobras, a mudança no perfil dos investimentos da estatal decorre do fato de a demanda de gás no Brasil depender fortemente do despacho das térmicas, o que é influenciado

pelo nível de água nos reservató-rios das hidrelétricas. “a mudança reflete adequação da nossa carteira de investimento às características de flexibilidade do mercado brasi-leiro e que permitem maior valor adicionado para o gás”, disse. com os investimentos no segmento gás-químico, Gabrielli destacou que o Brasil se tornará autossuficiente em amônia, no período, mas ainda dependerá da importação de ureia para atender a demanda interna.

Distribuição e petroquímicao segmento de distri-

buição da estatal receberá US$ 2,5 bilhões, para ga-rantir a liderança da Pe-trobras distribuidora, com meta de 40% de participa-ção no mercado nacional em 2014, e atuação na dis-tribuição de derivados no exterior.

já os investimentos da estatal em petroquímica deverão somar US$ 5,1 bilhões (5%) nos próximos cinco anos. e o de distri-buição receberá US$ 2,5

bilhões. Tais investimentos estão focados na ampliação da produção de petroquímicos e de biopolíme-ros, preferencialmente por meio de participações societárias, so-bretudo no Brasil, de forma inte-grada com os outros segmentos da Petrobras.

Biocombustíveiso segmento de biocombustíveis

(que abrange produção, logística e comercialização) receberá inves-timentos de US$ 3,5 bilhões, um aumento de mais de US$ 1 bilhão em relação ao plano anterior.

a estratégia no segmento de etanol foi redirecionada para a aquisição de participações com o objetivo de se tornar um importante player no mercado, assegurando o domínio tecnológico para a produ-ção sustentável de biocombustíveis,

afirma a estatal.Miguel Ros-

setto, presiden-te da Petrobras Biocombustível, informou que a companhia, juntamente com

pn 2010-2014

403

769

937

1.187

826

1.016

1.155

452338

0

1.000

2.000

3.000

Mil bpd

1.933

2.356

1.831

2.260

ReplanRevamp

U200+PAM33 mil bpd

2010

2020

Obs.: Comperj passou a ser uma nova refinaria. Em 2014, a previsão é de exportar 966 mil bpd

3.196

2.794

2009 20142010

Gasolina Diesel Outros Carga Processada

ClaraCamarão

2010

Refinaria doNordeste

230 mil bpd(2013)

Comperj(1º trimestre)165 mil bpd

(2013)

Premium I(1ª fase)

300 mil bpd(2014)

Premium I(2ª fase)

300 mil bpd(2016)

Premium II300 mil bpd

(2017)

Comperj(2º trimestre)165 mil bpd

(2018)

Aumento da capacidade de refino para alcançar a maior demanda de derivados

dentro do PN 2010-2014 – Valor previsto US$ 36,8 bi

US$ 36,8

Refino (50%)

US$ 21,3

Qu lidade docombustível (29%)

a

US$ 8,1

Melhoriaoperacional (11%)

US$ 4,42

Ampliaçãoda frota (6%)

US$ 2,21

Destinação do óleonacional (3%)

US$ 0,73

Internacional (1%)

Previstos para a área de Abastecimento:

US$ 73,6 bi no PN 2010–2014

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Confiabilidade na monitoração de corrosão A monitoração da corrosão e erosão é um aspecto crítico para a garantiada integridade dos ativos. O sistema Rightrax da GE Inspection Technologies é indicado para diversas aplicações em upstream, midstream e downstream e monitora a corrosão por ultrassom de forma não intrusiva.

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suas parceiras, tem atualmente capacidade de processamento de 24 milhões de toneladas de cana, com previsão de produção de 890 milhões de litros de etanol na safra 2010/11. Volume que deve mais que dobrar até 2014, para 2,6 bilhões de litros – e que deve posicionar a estatal como responsável por cerca de 5% da produção nacional.

ele lembrou o anúncio, feito na manhã do dia da coletiva, sobre a parceria estratégica com o Grupo São Martinho S/a para o incremen-to da produção de etanol em Goiás, região centro-oeste do Brasil. o acordo prevê a constituição de uma nova sociedade, denominada nova fronteira Bioenergia S/a, que con-trolará a Usina Boa Vista.

Por meio de aporte de r$ 420,8 milhões, a Petrobras Biocombustível passará a deter 49% das ações da nova sociedade. os recursos apor-tados serão destinados à expansão

da produção da nova sociedade, em especial da Usina Boa Vista, locali-zada em Quirinópolis (Go).

com os investimentos já rea-lizados e a realizar, ela terá sua capacidade de moagem ampliada dos atuais 2,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para 7 milhões de toneladas na safra 2014/15.

Segundo o presidente da Pe-trobras Biocombustível, Miguel rossetto, esta parceria representa mais uma aliança estratégica na consolidação da estatal como rele-vante produtor de etanol. “a parce-ria com a São Martinho é mais uma aliança para o desenvolvimento da produção em Goiás, apresentando importantes sinergias com outros ativos do Sistema Petrobras.”

Projetos internacionaisa estatal reduzirá os inves-

timentos da área internacional, pois continuará dando ênfase ao

petrobras vai investir US$ 224 bilhões até 2014

PN 2010-2014 – os desafios da engenharia e da tecnologia

• Simplificação e padronização – re-dução da complexidade dos projetos e uso de soluções padronizadas

• Competitividade e sustentabilida-de – utilizar padrões e métricas internacionais de engenharia nos projetos nas instalações industriais

• Conteúdo Nacional – contribuir para a consolidação do Brasil como um polo fornecedor de bens e serviços de engenharia com padrões interna-cionais de competitividade

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26 TN Petróleo 7226 TN Petróleo 72

aumento da produção de petróleo no país e à descoberta de novas reservas.

apesar do maior direcionamen-to dos investimentos no mercado doméstico, o presidente da Petro-bras informou que na área inter-nacional serão investidos US$ 11,5 bilhões, com foco no desenvolvi-mento da exploração e produção no Golfo do México (cascade, chi-nook, Saint Malo e Tiber), costa oeste da África (nigéria) e no Peru. os investimentos na área interna-cional foram reduzidos de US$ 16 bilhões para US$ 11 bilhões.

Cadeia produtivaPara o gerente de novos inves-

timentos e infraestrutura da fede-ração das indústrias do estado do rio de janeiro (firjan), Cristiano Prado, os enormes investimentos

da Petrobras re-presentam uma opor tunidade única de desen-volvimento para o Brasil e não pode ser desper-diçada. “nesse

sentido, é preciso que redobre-mos nossos esforços, em termos de política industrial, para garantir que a cadeia produtiva que atende o setor possa participar de forma competitiva nesse processo. com isso, maximizaremos os empregos e a renda gerados a partir deles, am-pliando o seu efeito multiplicador e seu impacto”, afirma Prado.

“os mais de 600 projetos previs-tos no plano de investimentos da

Petrobras, válido para o período de 2010 até 2014, com investimentos de US$ 212,3 bilhões no Brasil, darão um impulso significativo para o desenvolvimento da infra-estrutura, para o crescimento da economia e para o fortalecimento da capacidade tecnológica e fabril da indústria brasileira”, afirmou Paulo Godoy, presidente da abdib. “Vale registrar o desafio que será um plano de in-vestimento desse porte, e por isso é fundamental agir para anga-riar o funding necessário” (ou seja, a consolida-ção financeira das dívidas de cur-to prazo num período adequado à maturação do investimento e sua amortização).

o presidente do Sindicato na-cional da indústria da constru-

ção e reparação naval e offshore (Sinaval), Ario-valdo Rocha, vê com otimismo a divulgação dos números de in-vestimentos do

Plano de negócios da Petrobras. “a construção de navios e platafor-mas é um setor de ciclo longo de produção e trabalha antecipando a demanda”, destaca. “o setor es-perava com atenção o novo Plano de negócios e constatou que os projetos de construção de navios petroleiros, navios de apoio marí-timo, plataformas de produção de

petróleo e sondas de perfuração prosseguem conforme planejado”, complementa rocha.

Para o diretor executivo da área de petróleo, gás, bioenergia e pe-troquímica da associação Brasi-

leira da indústria de Máquinas e equipamentos (abimaq), Al-berto Machado Neto, o Pn apre-senta um nível de investimentos

inédito para uma companhia de petróleo: US$ 212 bilhões em um único país, em cinco anos.

o dirigente da abimaq desta-ca que um dos pontos mais im-portantes é a obrigatoriedade de conteúdo local mínimo. “fato que a indústria de bens de capital vê com bons olhos. entretanto, para que os números apresentados ve-nham a retratar a real situação da participação da indústria nacional, cabem algumas considerações”, pontua Machado.

Segundo ele, os números que vêm sendo divulgados pela Petro-bras relativos a contratações efe-tuadas no mercado interno (em torno de 75%) não perpassam, efe-tivamente, toda a cadeia de su-primento. “o valor apurado pela indústria representa um patamar bem mais baixo, inferior a 30%”, pontua. “não é que os 75% este-jam errados, mas uma coisa é o investimento que a Petrobras faz no Brasil – que pode ser na aqui-sição de um produto importado já internado, serviços, obras civis,

pn 2010-2014

materiais etc. – e outra coisa, bem diferente, é o que as fábricas locais de equipamentos estão produzindo aqui e fornecendo.”

alberto Machado frisa que, se não forem devidamente explicados, os percentuais divulgados (75%) podem dar a impressão de que está tudo resolvido e de que nada mais precisa ser feito, uma vez que já estaríamos com 75% e o plano novo requer menos que isso. “a realidade é bem diferente: estamos até mesmo correndo um sério risco de desindustrialização do país de-vido, principalmente, a fatores fora do poder de decisão da indústria e da própria Petrobras, tais como: apreciação do real, tributos e taxas de juros muito acima dos pratica-dos em outros países, que acabam por reduzir a competitividade do produto nacional.”

ele pondera que uma dificul-dade adicional é a terceirização das compras, ou seja, quando a Pe-trobras contrata pacotes fechados com uma empresa e essa empre-sa fica encarregada das compras das partes desses pacotes. “nas compras que ela executa direta-mente, o conteúdo local alcança percentuais mais elevados que nas terceirizadas. É preciso que sejam criados mecanismos que permitam

à Petrobras exigir dos principais contratantes terceirizados os mes-mos percentuais que pratica em suas compras diretas.”

o diretor da abimaq salienta que para a Petrobras atingir os ob-

jetivos explicitados em seu plano de negócios é preciso que a es-tatal, a indústria e, sobretudo, o governo, adotem medidas urgentes que possibilitem a real inclusão da indústria local de bens de capital nesses investimentos.

“o Brasil não pode perder a oportunidade de alavancar seu desenvolvimento. o petróleo pode promover um desenvolvimento maior por meio da instalação de um parque fabril de alto nível tec-nológico do que, simplesmente, posicionar o país como um exporta-dor de petróleo ou mesmo de com-bustíveis, matérias-primas de baixo valor agregado”, conclui.

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petrobras vai investir US$ 224 bilhões até 2014

28 TN Petróleo 72

pn 2010-2014

A ProPoSTA AuTorizA a união a ceder onerosamente à Petrobras o exercício das atividades de pesquisa, exploração e produção de petróleo e gás natural em determinadas áreas do pré-sal, limitado ao volume máximo de 5 bilhões de barris de óleo equivalente, além de autorizar que a união possa subscrever ações do capital social da Petrobras.

o projeto de lei foi aceito sem al-terações em relação ao texto aprova-do pela Câmara dos deputados e, por isso, foi encaminhado para sanção presidencial para depois ser converti-do em lei.

Também foi aprovado o novo regi-me de partilha de produção que regu-lará a exploração e produção em áreas do pré-sal e em áreas estratégicas. esse regime foi aprovado através do projeto que unificou os projetos de lei referentes à criação do Fundo Social e do regime de partilha de produção. o regime aprovado garante à Petrobras o papel de operador único, com parcela mínima de 30%, podendo ainda a esta-tal participar dos processos licitatórios visando aumentar sua participação nas áreas. o novo regime contempla ainda a possibilidade de cessão direta à Pe-trobras de até 100% de novas áreas, sem licitação.

do Projeto de Lei aprovado pelo Congresso Nacional foi vetado pelo Presidente da república o § 4º do Art. 1º, que previa a possibilidade do pagamento da Cessão onerosa devido pela Petrobras com áreas sob contra-tos de concessão relativos a campos terrestres em desenvolvimento ou em produção.

Preocupação – Com re lação à cap i ta l ização da Petrobras , os investidores estrangeiros se mostram p re o c u p a d o s . d e a co rd o co m

reportagem publicada no The New York Times, o mercado internacional es tá re t icente em re lação aos planos do governo brasileiro em transformar a gigante do petróleo em um instrumento para a construção de uma política social.

Segundo o periódico, desde que o governo lançou a notícia da capi-talização da Petrobras, há cerca de um ano, as ações têm caído bastante no ibovespa (30% somente este ano, mais que o dobro das rivais exxon mobil e Shell).

Insatisfação – em nota à imprensa, a Associação Brasileira dos Produtores independentes de Petróleo e Gás (Abpip) lamentou o veto do presidente da república ao dispositivo de apoio ao segmento independente, incluído no projeto de capitalização da Petrobras.

Segundo o dispositivo, a Petrobras teria a alternativa, e não a obrigato-riedade, de utilizar os seus campos marginais para compensar a união por parte da cessão de reservas no pré-sal. Para isto, poderia utilizar até 100 milhões de barris de reservas de campos terrestres, que correspondem apenas a 2% do volume da cessão onerosa.

de acordo com a Abpip, a manu-tenção do segmento independente es-barra na escassez de oferta de áreas

para exploração e produção. diante de reservas limitadas e poucas perspec-tivas de ampliá-las, as independentes estão impossibilitadas de implementar logística própria ou consorciada de tratamento, escoamento e comerciali-zação de hidrocarboneto. “dessa for-ma, o sucesso financeiro do negócio fica comprometido. esvai-se também a oportunidade de desenvolvimento regional por meio da atuação de pe-troleiras de pequeno e médio portes”, apontou o presidente da Abpip, oswal-do Pedrosa.

CESSãO ONEROSAImpactos no curto prazo (2010-2016)•Investimentosemavaliação–

da ordem de alguns bilhões de dólares.

•Processosdeunitizaçãocomas concessões.

•Inclusãodasáreasdacessãoonerosa nos projeto de desen-volvimento do pré-sal.

•Elevaçãodanecessidadederecursos críticos: financeiros, materiais e humanos.

Impactos no longo prazo (após 2016)•Investimentosemdesenvol-

vimento das áreas da cessão onerosa – da ordem de deze-nas de bilhões de dólares.

•Desafiostecnológicoselogísticos semelhantes aos projetos em andamento.

CAPITALIzAçãO• Desalavancagem – Permitirá

a Petrobras buscar novos financiamentos sem compro-meter o Grau de investimento (investment grade).

• Entrada de recursos na estatal – montante advindo do exercício de preferência dos minoritários.

Cessão onerosa e capitalização da PetrobrasNo dia 10 de junho, foram aprovados o projeto de lei referente à cessão onerosa e à capitalização da Petrobras no Senado Federal.

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independentes – parte 3

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O pré-sal ronda a atividade petrolífera em Sergipe desde a descoberta, em 1963, do campo de Carmópolis, a 60 km ao norte da capital.

Brasildo petróleo

Produtores Independentes – Parte 3 (final)

o outro

por Cassiano Viana

Este campo, situado no pré-sal, embora terrestre, é o mar-co da indústria pe-troleira no estado, ainda que as pr i-

meiras descobertas de indícios de hidrocarbonetos tenham sido feitas dois anos antes, no campo terrestre de riachuelo, a 40 km de aracaju.

Mas foi apenas com a des-coberta, em 1968, do campo de Guaricema, localizado na foz do rio Vasa Barris, que Sergipe se consagraria como um estado pio-neiro na exploração offshore de petróleo no Brasil.

Trinta e nove anos depois, em 2007, com a instalação do poço de Piranema, no litoral sul, os ser-gipanos viram a produção local mais do que dobrar, passando de

30 mil para quase 76 mil barris de petróleo por dia.

apesar da tradição no culti-vo da cana-de-açúcar, laranja e coco, a exploração do petróleo é hoje uma das mais importantes atividades geradoras de recursos

e desenvolvimento, sendo respon-sável por cerca de 16% do Produto interno Bruto (PiB) de Sergipe.

Lá, também, a Petrobras – se-gunda maior geradora de icSM (imposto sobre operações rela-tivas à circulação de Mercado-

Para chegar à ilha fluvial onde estão os poços de Carapitanga, é preciso descer o canal do Pomonga, braço do São Francisco.

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rias e Prestação de Serviços de Transporte interestadual e inter-municipal e de comunicação) – explora campos de petróleo e gás natural em terra como no mar.

a menor das unidades fede-rativas brasileiras posiciona-se

hoje como o terceiro maior pro-dutor independente de petróleo no país (excluindo a Petrobras), com dez campos em atividade nas mãos de companhias priva-das: BT-Seal-13, BT-Seal-16, BT-Seal-18, BT-Seal-20, BT-Seal-22,

carapitanga, cidade de aracaju, foz do Vaza Barris, harpia e Ti-gre. e tem ainda a maior mina de potássio da américa Latina, loca-lizada no município de rosário do catete, explorada pela Vale.

Grandes expectativas descoberto pela Petrobras em

1983, o campo de carapitanga fica no município de Brejo Gran-de, distante 145 km de aracaju. os poços ficam na ilha da cruz, uma ilha fluvial próxima (10 a 12 km) da reserva Biológica de Santa izabel. Para chegar à ilha é preciso descer o canal do Pomon-ga, braço do São francisco.

o campo – que entrou em operação no mesmo ano de sua descoberta e teve, até 1989, uma produção acumulada de 48 mil m³ (301,9 mil barris) de óleo de 36° aPi e 8,2 milhões m³ de gás. os reservatórios, a 1.500 m de

independentes – parte 3

Campos marginais reativados Produção (m³)

Campo UF Contrato Operadora Total Média/Mês

Tigre SE 2005 Severo Villares 8917 297Vaza Barris SE 2005 Ral Engenharia 1375 115Carapitanga SE 2005 Silver Marlin/Engepet 238 26Cidade de Aracaju BA 2005 Pioneira/Alvorada 1843 66Bom Lugar BA 2005 Pioneira/Alvorada 4723 169Araçás Leste BA 2005 Egesa Engenharia 756 34Jiribatuba BA 2005 Pioneira/Alvorada 935 67Sempre Viva BA 2005 Orteng Equip/Delp/Logos 753 42Morro do Barro BA 2005 ERG/Panergy 874 42Riacho Velho RN 2006 Genesis 2000 485 40Chauá RN 2006 Sóllita Eng. e Construção 97 24Rio Ipiranga ES 2006 Cheim Transportes 4297 269Crejoá ES 2006 Koch Petróleo do Brasil 1127 63

profundidade, tem volumes origi-nais in situ de 197 mil m³ (1,239 milhão de barris) de petróleo e 21,1 milhões m³ de gás natural, estimados pela Petrobras quando ela detinha essas áreas.

os blocos foram arrematados em 2007 pela Silver Marlin. no entanto, quem opera a área é a sergipana engepet, que participa do prospecto desde o início, ainda na fase de construção e estrutu-ração do empreendimento. a em-presa ficou conhecida inicialmen-te pelo seu Sistema Pneumático de elevação tipo BPZ, sistema de bombeamento desenvolvido em parceria com a Petrobras, com características semelhantes ao processo de gaslift e com capa-cidade de realizar operações em grandes profundidades.

a produção atual, feita por surgência intermitente (aflora-mento natural), é de cerca de 12 a 15 bbl/dia e 200 nm³/dia de gás que é ventilado em um dispersor na estação de produção. “estamos em fase final da manutenção do compressor que fornecerá gás comprimido para o sistema de elevação artificial BPZ. após a entrada do sistema a expectativa é produzir em torno de 60 bbl/dia de óleo e 2.000 nm³/dia de gás, que será aproveitado pela Brasil Gnc”, revela Francisco Bezerra, coordenador de engenharia da engepet.

Segundo ele, o aumento da produção irá depender da facili-dade da venda do óleo (Petrobras,

Univen ou daxoil) e da solução técnica e economicamente do des-carte de água. Toda produção da engepet é hoje transportada para a Univen, em São Paulo. “Gasta-mos cerca de r$ 40 mil por ano só em frete para comercializar nossa produção. Se entregás-semos em recife, por exemplo, esse custo cairia para mil reais. a rentabilidade do campo seria outra”, avalia.

outra alternativa para solucio-nar o problema da comercializa-ção da produção seria através da criação de uma ePe que viabili-zasse uma estação de tratamento cujo investimento entre r$ 500 mil a r$ 1 milhão. “isso criaria a possibilidade de vender para Petrobras, pois estaríamos com o óleo adequado às exigências da mesma e reduziria custo de frete. Para a venda a outras empresas, possibilita termos um preço me-lhor por bbl”, afirma.

o campo de carapitanga será operado pela ePG Brasil Ltda, quando da autorização da agência nacional de Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (anP) para transferência do cam-po. e no Maranhão, o consórcio que será responsável pelo cam-po é a oeste de canoas Petróleo e Gás Ltda. os dois consórcios têm como sócios a engepet e a Perícia engenharia.

Tartarugaoutro campo em produção em

Sergipe é Tartaruga. descober-to pela Petrobras em outubro de 1994, Tartaruga está localizado no povoado Lagoa redonda, mu-nicípio de Pirambu, cerca de 70 km ao norte de aracaju.

o primeiro poço do campo foi perfurado nos anos 1970. exis-tem sete poços perfurados dentro do campo, sendo um no mar e seis em terra, destes, cinco estão www.sh.com.br

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abandonados e um com tampão temporário. Um deles é produtor e outro está aguardando licença ambiental para começar a produ-zir. ambos são poços direcionais. a cabeça do poço está em terra, mas o objetivo (fundo do poço) está no mar.

o bloco foi arrematado na rodada Zero. Tartaruga foi um campo antes pertencente à Pe-trobras que passou o direito de exploração à UP Petróleo, opera-dora desde 1999. a companhia foi a primeira petroleira estrangeira a produzir petróleo no Brasil.

o campo possui apenas um poço produtor no momento e está produzindo em média 360m³/mês de petróleo com um BSW de 2%.

o óleo produzido é de 41º aPi. “a reserva é grande e como só existe um poço produzindo não temos certeza o seu tamanho, mas o poço hoje produtor (1-SeS-107d) produz desde 1994 e continua surgente”, conta oscar auma-ri, diretor de operações da UP Petróleo.

a UP Petróleo tem interesse em desenvolver o campo perfu-rando mais poços, mas conseguir licenças em uma área tão pró-xima a uma reserva Biológica não é fácil.

o campo está localizado em uma região de alta sensibilidade, próximo à reserva ambiental de Santa isabel, área de desova de tartarugas marinhas, e também

em zona de transição, avançando por um trecho de mar.

estar tão próximo de uma área de proteção ambiental como uma rebio (reserva Biológica) faz com que se passe por muita burocracia para se conseguir licenças, bem como suas condicionantes. “a úl-tima licença para perfuração de dois poços levou cinco anos para ser emitida. isso atrasa bastante nosso projeto de explorar o cam-po”, diz. “Mas estamos atuando a mais de dez anos na localidade e nunca tivemos nenhum acidente ambiental. a UP Petróleo é uma empresa que sempre prezou pelo meio ambiente e segurança, mas mesmo assim a burocracia é bas-tante grande.”

Reservatório quase intactoarrematado na Sétima rodada

de Licitações da anP, pela pau-lista Severo Villares, o Bloco Ti-gre está situado na porção emersa da Bacia de Sergipe-alagoas, no município de Pacatuba, litoral norte de Sergipe, a 70 km da ca-pital aracaju. o polígono do Blo-co Tigre totaliza 20,03 km².

dois campos petrolíferos con-tíguos, denominados Tigre (TG) e Ponta dos Mangues (PdM), integram o bloco de concessão, onde foram perfurados 20 poços: dez deles na área do antigo cam-po de Ponta dos Mangues (cinco poços produtores) e dez no antigo campo de Tigre (seis poços pro-dutores).

em 1969 foi descoberto o cam-po de Ponta dos Mangues, e, em 1971, o Tigre. a área produziu de 1969 até 1989, e registra uma produção acumulada, em ambos os campos, de 66,7 mil m³ (420 mil barris) de óleo de 21º aPi a 41º aPi e 9,7 milhões m³ de gás. os volumes originais in situ de óleo e gás estimados são da or-dem de 648 mil m³ (cerca de 4,0

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em Tartaruga os poços são direcionais. A cabeça do poço está em terra, mas o objetivo (fundo do poço) está no mar.

milhões barris) e 28,3 milhões m³, respectivamente.

a Severo Villares iniciou suas atividades como concessionária e operadora em janeiro de 2006. durante a fase de avaliação, que teve duração de dois anos, foram reabilitados e equipados dez po-ços para produção e um prepara-do para injeção/descarte da água produzida.

resultados preliminares dos Testes de Longa duração apon-taram para a viabilidade técnico-econômica do Bloco Tigre. Para desenvolver o projeto de reativa-ção do campo foram construídas duas estações (Tigre e Ponta dos Mangues) e implantados os res-pectivos sistemas de coleta, sepa-ração, armazenamento, medição e transferência do óleo, tratamento e descarte da água produzida.

a retomada da produção pela Severo Villares teve início em

outubro de 2007 e já foram pro-duzidos cerca de 9.500 m³ (cerca de 60 mil barris) de óleo leve com aPi médio de 35º. a produção média diária é de 60 a 70 barris. a empresa possui contrato de co-mercialização com a Petrobras desde janeiro de 2008.

com a certeza de que os re-servatórios da região estão vivos e passando muito bem, obrigado, a petroleira vem desenvolven-do novos estudos objetivando aumentar as possibilidades do campo, dentre os quais se inclui

a aquisição, reprocessamento e reinterpretação de dados geofí-sicos (sísmica 3d e gravimetria), análise e controle estratigráfico/estrutural e modelagem geológi-ca dos reservatórios.

os resultados da interpretação sísmica 3d indicam alto poten-cial geológico para perfuração de novos poços e expansão das reservas. “Trabalhamos com a possibilidade de perfuração de no mínimo seis novos poços”, a-firma Claudio Goraieb, da Severo Villares.

Segundo Goraieb, a existên-cia de 20 poços já perfurados no bloco (11 produtores) com res-pectivos dados geológicos e geo-químicos, além da boa resolução sísmica 3d, são fatores que con-tribuem para a melhor avaliação do prospecto, reduzindo assim o risco exploratório e aumentando a chance de sucesso.

36 TN Petróleo 72

É impossível, visitando os campos em Sergipe – todos eles emoldura-dos em um magnífico cartão-postal natural –,

escapar ao questionamento: qual o nível de comprometimento e preo-cupação das petroleiras com o meio ambiente? afinal, além da ocorrên-cia de tartarugas marinhas, esta é uma região de proteção de outras importantes classes de animais e vegetais.

no litoral norte de Sergipe, a costa dos Manguezais abriga uma região de praias inexploradas, como a de Ponta dos Mangues, no município de Pacatuba. o pantanal de Pacatuba, o pantanal nordes-tino, tem 40 km², sendo a maior área alagada do nordeste. a re-gião abriga mais de cem espécies de aves e animais ameaçados de extinção, como o jacaré-de-papo-amarelo.

outra praia, a de Pirambu, dis-tante 76 km da capital, com 45 km

abriga uma das bases do Projeto Ta-mar – um dos principais centros de estudos das tartarugas marinhas e de recuperação e manutenção das espécies – e a reserva ecológica de Santa isabel.

com uma área de 2.776 hecta-res, a reserva foi criada em 1988 com o objetivo de proteger ecos-sistemas costeiros compostos de dunas fixas e/ou móveis, mangue-zais e lagoas temporárias e per-manentes.

Segundo francisco Bezerra, da engepet, durante a operação do campo de carapitanga não existi-rá descarte na área do campo. os fluidos (óleo e água) serão enviados para nossa estação de carregamento e colocados em caminhões próprios para envio do petróleo a uma refi-naria, e a água produzida ou con-taminada com óleo, para empresa autorizada em descarte de efluentes líquidos.

os resíduos sólidos comuns (comida, papel, etc.) serão enca-

minhados em invólucro próprio para a coleta de lixo do município e os resíduos sólidos contaminados com óleo serão armazenados em embalagens próprias e encami-nhados para o mesmo destino da água produzida.

“Temos um contrato com em-presa especializada que faz o mo-nitoramento ambiental da área em volta do campo, fazendo análises da água dos rios e canais, bem como inspeção para identificar qualquer resíduo de óleo e iden-tificar se tem origem em nossa ati-vidade ou não”, explica.

Segundo Bezerra, toda a insta-lação (estação de produção e esta-ção de carregamento) é monitorada por um sistema supervisório, que recebe dados dos diversos instru-mentos e sensores instalados, per-mitindo identificar com rapidez qualquer anomalia nas instalações, possibilitando ação dos operadores para que não ocorra qualquer inci-dente. “operamos desde 2008 sem

paraísoVivendo no

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qualquer incidente. Todas as nossas atividades são acompanhadas pelo órgão ambiental estadual. assim, é plenamente possível termos a atividade de exploração de petró-leo e gás convivendo com áreas de proteção ambiental”, frisa.

Benefício para todosoutrora operados pela Petro-

bras, Tigre e Ponta dos Mangues são campos contíguos e consi-derados como um único campo, para efeito de bloco de concessão e licenciamento ambiental. a área tem uma densidade populacional relativamente alta, sobretudo ao longo dos acessos, incluindo os povoados de Tigre e junça.

os dois campos abrangem áreas de coqueirais, pastagens nativas, campos de dunas e áreas alagadi-ças, em parte situadas no entor-no da reserva Biológica de Santa isabel, administrada pelo instituto chico Mendes.

Por tratar-se de uma região de grande suscetibilidade ambiental, os aspectos ligados ao meio ambien-te e à segurança operacional são considerados prioritários no desen-volvimento das atividades de explo-ração e produção de petróleo.

“a retomada das atividades de produção foram realizadas com a adoção de todas as medidas neces-sárias para prevenir a ocorrência de acidentes e minimizar os im-pactos decorrentes das operações”, comenta claudio Goraieb.

como forma de controle, pre-venção e mitigação dos impactos aos recursos naturais, e também proporcionando melhorias do ponto de vista socioeconômico, a petroleira vem desenvolvendo programas ambientais de educa-ção e comunicação social, controle de poluição e monitoramento da qualidade da água e do solo, com impactos muito positivos sobre a comunidade local.

os comerciantes também am-pliaram seus negócios para atender as demandas da empresa e seus prestadores de serviços. a asso-ciação de artesanato e apicultura do povoado contou com o apoio da empresa para a construção da sede própria. a empresa também mantém uma artesã profissional para dar aulas para pessoas da comunidade, agregando valor ao produto e facilitando a divulgação e a comercialização das peças. en-genheiros ambientais, psicólogos e

pedagogos qualificados e treinados realizam palestras periódicas de conscientização e apoio às comu-nidades locais.

“É possível compatibilizar a atividade produtiva com o meio ambiente. o fato de a área estar localizada no entorno de uma re-serva biológica, obrigatoriamente, implica maior responsabilidade e cuidados redobrados por parte da empresa, mas não é um fator im-peditivo”, avalia. “Por outro lado, a atividade em si passa a ser uma forma de aliviar a pressão sobre a área da reserva, uma vez que são criadas novas possibilidades de trabalho e emprego para as comu-nidades locais que, muitas vezes, se veem obrigados a buscar seu sustento dentro da reserva.”

reSuLTAdo de SuCeSSiVAS pes-quisas iniciadas em 1955 pelo corpo técnico da recém-criada Petrobras, em 1963, foi descoberto, na Fazenda mercês, em Carmópolis, o maior campo terrestre do país em volume recuperável de óleo do Brasil.

estão em operação, hoje, 47 anos depois, em Carmópolis, mais de mil po-ços, responsáveis por 80% da produção da unidade de Produção em Sergipe. Sua produção atual é de 42 mil barris por dia e com os investimentos previs-tos para os próximos anos – a Petrobras

planeja alocar uS$ 700 milhões na modernização das estações e revitaliza-ção do campo –, a produção alcançará a marca de 54 mil barris por dia.

Carmópolis – 47 anos em produção

A Associação de Artesanato e Apicultura do povoado de Tigre contou com o apoio da Severo Villares para a construção da sede própria.

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O trabalho utiliza o muni-cípio baiano de Mata de São joão, como estudo de

caso, já que naquela área o pe-tróleo é produzido por um único pequeno operador. e revela que a produção em pequenos campos com acumulações marginais no município responde por cerca de 40% do Produto interno Bruto (PiB) da cidade.

Segundo o responsável pelo estudo, o professor Doneivan

Ferreira, doutor em economia do petróleo, os da-dos são prelimi-nares e ainda não é possível quanti-ficar o benefício da atuação desse

grupo de petroleiras além do registrado em Mata de São joão. Mas, um modelo conceitual já permite ensaios que apontam para resultados ainda mais ex-pressivos em outros municípios, como em catu e São Sebastião do Passé, no recôncavo Baiano.

“a participação de produtores independentes nesse nascente nicho de mercado faz algumas pequenas economias girarem.

os indicadores sociais ainda es-tão sendo trabalhados e apontam para correlações interessantes. no momento, estamos estabele-cendo correlações com emprego e renda municipal”, diz o espe-cialista.

a atuação da Petrorecôncavo em Mata de São joão sozinha respondeu por 14,4% do total de imposto sobre Serviço (iSS) arrecadado pelo município em 2009, enquanto as empresas fornecedoras contratadas por ela movimentaram 3,4% do iSS. dessa forma, ao todo, a atua-ção da petroleira foi capaz de responder por 18% da tributação, cerca de r$ 3 milhões.

entre as contratações diretas e indiretas de um independente, é possível destacar os serviços de transporte, básicos (como energia), comércio varejista, construção civil, hospedagem, alimentação, além da compra de produtos industrializados. a chegada das petroleiras de pequeno e médio portes ainda geram investimento em infra-estrutura e serviços públicos, a exemplo da construção e reforma de estradas, acesso à telefonia,

ampliação das instalações e da capacidade da rede de energia elétrica e saneamento básico. em alguns casos, a perspectiva de firmar contratos de longo prazo promoveu a formalização de algumas atividades.

a pesquisa da Ufba iden-tificou, particularmente, em Mata de São joão, a presença de 20 segmentos fornecedores: diretamente para a exploração e produção de óleo e gás (20 em-presas); materiais de construção (cinco); materiais e acessórios industriais (45); outros metalúr-gicos (oito); informática (18); ma-terial elétrico (12); consultorias e assessorias (seis); construção civil (oito); equipamento eletroe-letrônico (seis); veículos e peças (22); produtos químicos (nove); artigos plásticos (três); trei-namentos empresariais (sete); comércio e serviços básicos (29); transporte (17); instituições financeiras (cinco); serviços de saúde (quatro); outros serviços técnicos (oito); máquinas e equi-pamentos (15); e outros (32).

ainda segundo a Ufba, as pe-quenas petroleiras apresentam vantagem socioeconômica sobre

independentes – parte 3

Produção independentede óleo e gás beneficia economias regionais

Estudo elaborado pelo Instituto de Geociências (Igeo) da Universidade

Federal da Bahia (Ufba) demonstra que a atividade independente de

petróleo e gás natural, destinada exclusivamente ao segmento de

exploração e produção, vem gerando impacto positivo na região Nordeste

do país. Nos próximos meses, a pesquisa será estendida até onde atuam

as independentes, no Nordeste e Espírito Santo. por Maria Fernanda Romero

TN Petróleo 72 39

as empresas de maior porte por vários aspectos, como a contratação de bens e servi-ços localmente, próximo do local de atuação, e o incenti-vo à cadeia produtiva. devido à escala de seus negócios, as grandes operadoras promo-vem concorrências globais ou contratam nos grandes centros urbanos, onde estão suas sedes, enquanto as independentes são obrigadas a desenvolver uma rede de fornecimento regional.

a presença de petroleiras de pequeno e médio porte em bacias terrestres brasileiras foi idealizada pelo governo exatamente como um fator de desenvolvimento regional, a partir da abertura de merca-do, em 1997, tomando como exemplo o sucesso de outros países.

no entanto, a manuten-ção do segmento esbarra na escassez de oferta de áreas para exploração e produção. este tem sido tema de intenso debate, estimulado pela associação Brasileira dos Produtores in-dependentes de Petróleo e Gás

(abpip) no congresso. apro-veitando a discussão sobre um novo marco regulatório para o setor, esse grupo de petroleiras espera garantir o desenvolvi-mento de políticas públicas que permitam ampliar seus investi-mentos. os gestores municipais

começam a perceber que poços parados e campos subutiliza-dos representam oportunidades latentes ou desperdiçadas para suas economias locais.

“apenas a iniciativa polí-tica permitirá que áreas cujas reservas condizem com o perfil do segmento independente sejam repassadas para as petroleiras

de menor porte, seja via con-tratação das independentes como operado-ras, seja pela liberação direta dessas áreas

para que sejam leiloadas”, afirma o presidente da abpip, Oswaldo Pedrosa.

o outro brasil do petróleo

• 18associadas

• Produçãomédiade1,5milbpd

• Atuaçãoembaciasterrestresdosestados de Alagoas, Bahia, espírito Santo, Sergipe e rio Grande do Norte

• De2005a2009,jáinvestiram r$ 2 bilhões, além do comprometido com a ANP na assinatura do contrato de concessão

Abpip em números

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eSTA rePorTAGem jÁ eSTAVA dia-gramada, quando, no dia 30 de junho, era sancionado o projeto de lei para a capitalização da Petrobras. ocorria, ali, o veto ao artigo que permitiria à estatal entregar à união campos marginais como compensação de parte da cessão onerosa de reservas no pré-sal.

o veto foi solicitado pelo mi-nistério de minas e energia, sob o argumento de que o uso desses campos deveria fazer parte de uma política energética a ser estabe-lecida pelo Conselho Nacional de Política energética (CNPe), e não de um projeto de lei.

“essa atitude contraria a trajetória de estímulo ao investimento e diver-sificação do setor, que vinha sendo perseguida desde 1997, a partir da aber-tura do mercado. o veto não se alinha, também, com a resolução n. 10/2008 do CNPe, que prevê o desenvolvimento da pequena indústria petrolífera em áre-as fora do pré-sal”, diz a nota divulgada pela Associação Brasileira dos Produto-res de Petróleo e Gás (Abpip), institui-ção que reúne os pequenos produtores de petróleo no Brasil.

Se o artigo fosse sancionado, os campos marginais liberados pela Petrobras poderiam ser novamente

leiloados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustí-veis (ANP).

No documento divulgado pela Ab-pip, os produtores independentes fri-sam que a manutenção do segmento tem esbarrado na escassez de oferta de áreas para exploração e produção, o que, na visão das pequenas com-panhias, limita a implementação de logística própria ou consorciada para tratamento, escoamento e comerciali-zação do petróleo produzido.

“dessa forma, o sucesso finan-ceiro do negócio fica comprometido. esvai-se também a oportunidade de desenvolvimento regional por meio da atuação de petroleiras de pequeno e médio porte”, diz a nota.

Banho de água fria

40 TN Petróleo 72

Não tenho dúvidas de que o nosso país será muito beneficiado com a exploração dessas novas reservas, acelerando seu cres-cimento, investindo em setores estratégicos como educação,

ciência e tecnologia, desenvolvimento sustentável e combate à pobreza. nos próximos anos, tenho certeza, veremos o Brasil se transformar em grande produtor de petróleo e gás e grande exportador de produtos derivados dessa produção, fortalecendo ainda mais sua indústria.

Sem dúvida, estamos na hora do pré-sal, mas também no momen-to decisivo para a consolidação do segmento de pequenos e médios produtores de petróleo e gás. como a TN Petróleo mostrou em suas últimas edições, um punhado de empresas vem lutando nos últimos anos para manter e ampliar sua produção de petróleo e gás. Seja na Bahia, em Sergipe, alagoas ou no rio Grande do norte, essas companhias representam a oportunidade de emprego e melhorias para algumas das regiões mais pobres do país e, ao mesmo tempo, são muito im-portantes para a indústria nacional, em especial a focada em fornecer equipamentos para o setor de petróleo e gás, que encontram nessas pequenas e médias empresas uma chance de diversificar sua atuação. as vendas da indústria para essas empresas, segundo levantamento da associação Brasileira dos Produtores independentes de Petróleo e Gás (abpip) já somam r$ 2 bilhões desde 2003.

desde essa época venho alertando para a importância de termos no Brasil um segmento de pequenas e médias empresas no setor de petróleo e gás. em 2005 e 2006, a anP realizou as duas rodadas de Áreas com acumulações Marginais. novas rodadinhas não foram realizadas porque a anP não dispõe de novas áreas, contudo elas existem. na Bahia, segundo pesquisa feita pela Universidade federal da Bahia (Ufba), elas somam entre 1,6 mil e 1,8 mil poços subutilizados ou praticamente parados.

não podemos desperdiçar o petróleo e o gás que ainda se encontram nesses campos onde a exploração já não é economicamente atrativa para as grandes empresas. estados Unidos e canadá têm, respectiva-mente, 7 mil e 1.500 empresas de pequeno porte, que são responsáveis pela criação de mais de 300 mil postos de trabalho e uma produção de 2 milhões de barris de petróleo por dia.

A hora do pré-sal e dos pequenos produtores de petróleo e gás

Haroldo Lima é diretor geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis – ANP.

independentes – parte 3

Com a maior parte do marco regulatório do pré-sal já aprovado pelo Congresso, o Brasil está prestes a entrar de vez em uma nova era de sua história econômica.

no Brasil ainda estamos longe disso. em janeiro de 2010, 23 pequenas e médias empresas produzi-ram juntas cerca de 1,7 mil barris por dia. É menos de 1% da produção nacional, hoje. no entanto, está comprovado que cada emprego criado em uma dessas empresas de petróleo e gás corresponde a criação de dez novos postos de trabalho de prestadores de serviço na área. repito, os campos marginais estão localizados, em sua maioria, em áreas pobres do nordeste brasileiro.

atualmente, todo o esforço feito para criar o seg-mento de pequenas e médias empresas está amea-çado. as empresas enfrentam dificuldades imensas, como por exemplo, a engepet, em Sergipe, que é obrigada a mandar o seu petróleo para a Univen, em São Paulo, a mais de 3.000 km de distância, já que a unidade da Petrobras que fica a pouco mais de 200 km não o compra, argumentando falta de capacidade, embora opere com ociosidade. em vez de gastar cerca de r$ 4 mil por ano com frete, a engepet gasta r$ 40 mil.

a falta de novas áreas impede que essas empre-sas ampliem sua produção e façam novos investi-mentos. a continuar assim, no médio prazo, a falta

de horizonte vai sufocar a maioria delas, fazendo aumentar o número de poços e campos marginais ociosos. outra empresa tem planos para perfurar novos poços em seu campo, mas tem adiado o inves-timento diante da falta de definição sobre o futuro para o segmento.

não podemos desperdiçar essa oportunidade. caso as pequenas e médias empresas não consigam se firmar, quem vai perder serão os moradores de Mata do São joão, na Bahia, ou da cidade de Brejo, em Sergipe. nessas cidades já foram abertos res-taurantes, pousadas e outros prestadores de serviço que ali se instalaram para atender a necessidade da empresa que explora o campo marginal. Muitas outras cidades ainda não tiveram essa chance porque os poços lá existentes continuam fechados.

como disse no início deste artigo, estamos na hora do pré-sal, que vai modificar a realidade brasileira. Mas também estamos no momento decisivo para os menores produtores de petróleo e gás, que já estão melhorando a vida de muitos brasileiros no interior do nordeste. o Brasil precisa dos dois: do macro em petróleo – o pré-sal; e do micro – os pequenos e médios produtores de óleo.

42 TN Petróleo 72

TOTALTOTALWärtsilä: com força

O ano de 2010 está sendo especial para a Wärtsi-lä. não só pelas comemorações dos 20 anos da

empresa no Brasil, mas também pelos contratos de peso que já fechou até agora. Um deles, para

a construção da maior usina ter-melétrica (UTe) de sua trajetória, na região de Suape (Pe), onde está um dos maiores complexos industriais e portuários do país. o outro, para fornecimento dos módulos principais de potência para a P-63, unidade de produ-ção que irá operar no campo de

Papaterra, no sul da Bacia de campos.

além disso, a finlandesa reno-vou contratos de fornecimento de peças e manutenção de motores na UTe Santana da eletronor-te, na cidade de Santana (aP) e anunciou, no dia 10 de maio, seu primeiro presidente brasileiro,

A empresa comemora duas décadas de Brasil anunciando dois grandes contratos, nas áreas offshore e de energia térmica, e com um brasileiro no comando. por Cassiano Viana

energia e indústria naval

TN Petróleo 72 43

robson campos. o executivo, de 39 anos, que está na Wärtsi-lä desde 1990, primeiro ano de operações da multinacional no Brasil, substitui Tomas haka-la, transferido para os estados Unidos para assumir a vice-presidência de Serviços para as américas.

Logo, é com propriedade que robson campos aponta como marcos dos primeiros anos da companhia o fornecimento de motor para o porta-aviões Minas Gerais e a construção da Usina de cogeração do Parque Gráfico do jornal O Globo, obra pionei-ra de engenharia e de geração, com uma planta extremamente sofisticada e que não existia similar no Brasil naquela época. “ninguém pensava em gerar a

própria energia. esse foi um dos primeiros projetos de cogeração no Brasil e um dos únicos que fun-cionam com a mesma eficiência desde o início”, afirma o executi-vo. “a empresa apostou no Brasil e bancou o risco durante sete anos, antes de obter os primei-ros resultados positivos no país. as vendas maiores começaram apenas em 1997”, lembra.

Segundo campos, existe uma Wärtsilä antes e depois de 1998, quando a companhia assinou o contrato para a construção da termelétrica rio negro, em Ma-naus, a primeira de uma série de grandes e modernas unidades de geração térmica na época. “foi o nosso primeiro contrato de turn key e de operação e manutenção integrada. a partir dele, passa-

mos a ser um player conhecido no mercado”, frisa.

“em decorrência dessa termelétrica, abrimos, em 1998, uma nova frente na região norte, uma filial em Manaus que hoje é tão grande e importante quanto a sede, no rio de janeiro. já é uma referência na região.”

a Lei do Petróleo promoveu o aquecimento das atividades da empresa no Brasil. “o mercado da Wärtsilä foi durante muito tempo mais focado na indústria naval, mas está ocorrendo um shift (uma mudança de foco) para a área de petróleo e gás muito forte, visando atender as demandas offshore.”

Energia para Suape

há muitas razões para comemorar essas duas déca-das de Brasil. com o início das operações das UTes Viana (eS), Geramar i e Geramar ii, localiza-das em Miranda do norte (Ma), em janeiro, a empresa finlandesa ultrapassou a marca de 1,0 GW de potência instalada no âmbito de operações no Brasil.

as UTes Geramar i e ii pro-duzirão, juntas, um total de 330 megawatts de potência elétrica para a rede nacional, enquanto a UTe Viana ficará responsável por suprir 174 megawatts, energia suficiente para o abastecimento de 400 mil residências. além da construção, a operação e manu-tenção das três UTes também ficarão a cargo da Wärtsilä, que até o final de 2010 concluirá mais três unidades, uma em campina Grande (PB) uma em Maracanaú (ce) e outra em Linhares (eS).

o anúncio do contrato para a construção da termelétrica, para a energética Suape ii, com valor estimado em 200 milhões de euros (US$ 250 milhões), foi feito em maio. Localizada no municí-

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pio pernambucano de cabo de Santo agostinho, a nova planta será alimentada com combustível derivado do petróleo e terá capa-cidade de 380 megawatts. “este será o maior empreendimento do mundo na história da Wärtsilä.”

com previsão de início das operações para janeiro de 2012, a unidade fará parte do becape das grandes usinas hidrelétricas no sistema interligado nacional, compensando as oscilações da geração hidrelétrica. o contrato para construção em regime turn key está avaliado em 200 milhões de euros.

“esse não foi um projeto fácil de conquistar, mas a credibili-dade que construímos dentro do Brasil nesses últimos anos torna a Wärtsilä uma referência na área de energia”, comenta Jorge Alcaide, gerente da área de energia da empresa. em 20 anos, a companhia vendeu a

similares brasileiras um total de 22 plantas elétricas, com uma capacidade conjunta superior a 2 mil megawatts.

Naval e offshore

já o segundo grande contra-to desse ano, com o consórcio Quip – formado pelas empresas Queiroz Galvão e Ultratec-iesa – inclui o fornecimento de três módulos principais de potência para a P-63, primeira unidade fPSo a utilizar motores a gás para produzir mais de 100 me-gawatts de potência (suficiente para abastecer uma cidade de 400 mil habitantes).

a Wärtsilä será respon-sável também pelo comissio-namento, start-up e supervisão operacional do equipamento.

“Sempre fornecemos motores e geradores. esse é um contrato

muito mais abrangente: não estamos mais fornecendo equipamentos e sim módulos”, destaca He-lionidas Pires,

diretor da área de Ship Power da Wärtsilä.

os módulos de potência estarão prontos para a instalação em julho de 2011 e a produção de petróleo está prevista para começar em 2013. a unidade irá operar no novo campo de Papa-terra, localizado a cerca de 110 km da costa do rio de janeiro, no sul da Bacia de campos.

a companhia conquistou ainda o contrato para forneci-mento de 12 motores principais e 16 auxiliares para 12 navios da Vale, em construção na china, no estaleiro rongsheng. cada graneleiro, considerado o de maior porte entre os existentes atualmente, terá capacidade de carga para 400 mil toneladas. o primeiro dos 12 navios tem entrega prevista para o início de 2011, sendo o restante previsto para ser entregue até o final de 2012.

Futuro promissor

“o Brasil passa por uma fase de crescimento real. Temos uma área considerável, um PiB robusto e uma massa de habi-tantes muito grande. Quem se posiciona na interseção desses três componentes são Brasil, estados Unidos e china”, avalia robson campos. “Um país de dimensões continentais como o nosso precisa de infraestrutura. esse é hoje o nosso negócio, se levarmos em consideração que para tudo é preciso energia.” Por

o Brasil passa por uma fase de crescimento real. Temos uma

área considerável, um PiB robusto e uma massa de habitan-

tes muito grande. quem se posiciona na interseção desses

três componentes são Brasil, estados unidos e China. Por

isso mesmo, o país é hoje um dos focos da Wärtsilä.

Robson Campos, presidente da Wärtsilä Brasil

energia e indústria naval

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isso mesmo, o Brasil é hoje um dos focos da Wärtsilä. “a finlân-dia vê hoje o Brasil como um dos mercados mais importantes do mundo”, destaca.

e como se posiciona a sub-sidiária brasileira dentro dos negócios do grupo? “a Wärtsilä no Brasil posiciona-se como a segunda maior em número de pessoas e a primeira em volu-me de negócios. respondemos hoje por 10% do faturamento global do grupo. Levando em consideração que estamos em 70 países, se imaginarmos que um país corresponde a 10% desse número, esse é um patamar bem significativo.”

o executivo brasileiro desta-ca que até bem pouco tempo as operações da multinacional no Brasil eram avaliadas junto com as operações em outros países da américa Latina. “hoje o foco no país é tão grande que somos analisados em separado.”

“o potencial de investimentos e de oportunidades não tem fim”,

diz o presidente da subsidiária. “não conseguimos hoje, vislum-brar um sinal de que o mercado vai deixar de crescer nos pró-ximos dez anos, por exemplo. acreditamos no Brasil. Queremos comemorar os cem anos. Vamos continuar investindo”, reitera, frisando que dois investimentos demonstram o comprometimento e a aposta no país. “Vamos dobrar de tamanho no rio de janeiro no ano que vem e abrir um novo hub no nordeste, na região de Sua-pe”, informa. “e, mais importan-te, somos uma das 25 melhores empresas para se trabalhar no Brasil”, comemora.

um doS PriNCiPAiS fabricantes mundiais de equipamentos para a produção de energia elétrica e de ma-quinaria de propulsão naval, fundada em 1834 no município de Tohmajärvi, leste da Finlândia, e com sua sede na capital helsinque, a Wärtsilä chegou ao Brasil em 1990.

A companhia, que nos últimos cinco anos passou de 150 para 500 funcionários, opera, além da matriz e do centro de serviços no rio de janeiro, um outro centro de serviços em manaus.

A empresa projetou e construiu 22 usinas no país, as quais, juntas, geram mais de 1500 mW para 14 cidades brasileiras. Na área naval, a companhia tem base instalada aqui com capacidade superior a 800 mW em mais de 200 navios e embarca-ções. No ramo de Serviços, a empresa está presente na operação e manu-tenção de 15 usinas, além de atuar diretamente nos navios que operam com motores Wärtsilä.

1987 – Assinatura de contrato com a ishibras Shipyard para a fabricação dos motores Wärtsilä Vasa 22 no Brasil. o acordo com a ishibras foi cancelado em 1990.

1990 – Fundação da Wärtsilä diesel do Brasil.

1991 – A empresa consegue seu pri-meiro pedido na área naval, o forne-cimento de conjuntos geradores para a marinha.

1996 – Venda de sua primeira usina no Brasil, a hermasa.

1997 – Assinatura de seu primeiro contrato de operação & manutenção para o jornal O Globo.

1997 – A empresa se torna Wärtsilä NSd, depois da aquisição da New Sulzer diesel, e o nome da empresa no país passa a ser Wärtsilä NSd do Brasil.

1998 – Abertura da filial em manaus, Am.

1998 – Venda de maior usina baseada em hFo, até aquele momento, da história da Corporação: a rio Negro.

2000 – o nome da empresa passa a ser Wärtsilä Brasil Ltda.

2000 – inauguração da primeira ofici-na no Brasil no rio de janeiro.

2001 – realocação das operações de Service e Ship Power em São Cristóvão (rj).

2003 – Concentração das operações de Power Plants, Service e Ship Power no mesmo prédio em São Cristóvão.

2003 – inauguração da segunda ofici-na no Brasil, desta vez em manaus.

2005 – Venda de três usinas em manaus: Gera, manauara e rio Amazonas.

2005 – Assinatura de contrato com a Nuclep para início da produção do motor 2-stroke no Brasil, 15 anos

após a última grande produção brasileira de motor a diesel.

2006 – inauguradas as três usinas vendidas em 2005 para manaus.

2007 – A área de Power Plants se muda para um novo escritório no Centro do rio de janeiro devido ao aumento de pessoal, o que impos-sibilitou a acomodação de todos em São Cristóvão.

2008 – Assinatura de contrato para a construção de usinas no maranhão, Ceará, Paraíba e espírito Santo.

2008 – inauguração da Wärtsilä Land & Sea Academy, em manaus.

2009 – Wärtsilä assina contrato para aconstrução da uTe Linhares (eS) - primeira usina Termoelétrica a Gás Natural do país

2010 – Assinatura dos contratos para a construção de Suape e do FPSo P-63 e comemoração dos 20 anos da empresa no Brasil.

Trajetória de muita energia

Linha do Tempo – A Wärtsilä no Brasil

wärtsilä: com força total

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primeiro navio fluminense do Promef

Um duplo evento marcou o lan-çamento ao mar do navio-tanque Celso Furtado, no final de junho,

construído no estaleiro Mauá, em niterói, no rio de janeiro, para a Transpetro, braço logísti-co da Petrobras. no mesmo dia em que a primeira embarcação do Programa de Modernização e expansão da frota (Promef) construída no rio foi batizada, houve também o batimento de quilha do segundo dos quatro navios de produtos, para trans-porte de derivados de petróleo, encomendados ao estaleiro Mauá pelo Promef, simbolizando o início da montagem.

o navio tanque foi batizado de celso furtado em homena-gem ao economista paraibano que participou da criação da Superintendência do desenvol-vimento do nordeste (Sudene) e lançou os fundamentos do mais recente ciclo de desenvolvimento do país.

a Transpetro resolveu ho-menagear sua força de trabalho

escolhendo como madrinha Giovana da Silva Almeida de Morais, funcionária do quadro de marítimos, que hoje é ime-diata do nT Pedreiras, também da companhia transportadora da Petrobras. “É uma honra ter sido escolhida madrinha para repre-sentar os marítimos. Meu sonho é ser, no futuro, comandante de um dos novos navios do Promef”, declarou Giovana.

a solenidade no Mauá segue o cronograma de lançamentos previsto para este ano, que se iniciou no dia 7 de maio, no estaleiro atlântico Sul (Pe), com o lançamento do Suezmax nT João Cândido. “este lançamen-to tem um significado histórico muito grande, já que foi aqui

mesmo, na Ponta d’areia, onde começou a ser consoli-dada a tradi-ção brasileira de construir navios. estamos

retomando esta tradição”, frisou o presidente da Transpetro, Ser-gio Machado.

durante coletiva aos jorna-listas, no dia anterior ao lança-mento, o presidente do estaleiro Mauá, domingos d’arco, infor-mou que apesar do navio Celso Furtado já estar bem equipado, a embarcação só será entregue no dia 15 de dezembro.

os estaleiros do estado do rio, maior e mais tradicional polo naval do país, já contam com 16 navios encomendados pelo Promef, que somarão r$ 2,2 bilhões em investimentos. o pro-grama vai criar pelo menos 50 mil empregos no estado, sendo 10 mil diretos e 40 mil indiretos.

ele é o primeiro encomen-dado a um estaleiro fluminense pelo Sistema Petrobras a ser lançado em 13 anos: o último

O navio de produtos, para transporte de derivados claros de petróleo, que recebeu o nome do economista Celso Furtado, é o segundo do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a ser lançado ao mar.

Lançado ao mar

por Maria Fernanda Romero

CARACTERíSTICAS TÉCNICAS

Navio destinado ao transporte de produtos claros derivados de petróleo (diesel, gasolina, querosene de avia-ção, nafta, óleo lubrificante)

Comprimento: 190 m

Boca moldada: 32,2 m

Calado de projeto máximo: 12,5 m

Capacidade: 48.000 tbd, equivalente a 54.000 m³

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havia sido o nT Livramento, finalizado em 1997 pelo estaleiro eisa, e que levou dez anos para ser concluído, em meio a uma grave crise do setor. a indústria naval brasileira, que havia sido a segunda maior fabricante mun-dial nos anos 1970, praticamente desapareceu dos radares a partir dos anos 1980.

a presidente em exercício da Petrobras, Graça foster, desta-cou a decisão governamental de investir na indústria nacional. “não posso deixar de lembrar o quanto a decisão de ampliar o conteúdo nacional foi fundamen-tal para que a indústria de bens e serviços, especialmente na ca-deia de petróleo e gás, resgatas-se sua posição. o rio de janeiro precisava retomar sua tradição.”

Nova era com a encomenda de 49

navios do Promef, um dos princi-pais projetos do Pac (Programa

de aceleração do crescimento), os estaleiros foram moderniza-dos e surgiram novas unidades, como o estaleiro atlântico Sul, em Pernambuco. hoje, cinco anos após o lançamento da fase i do Promef, o Brasil já possui a quarta maior carteira mundial de encomendas de petroleiros.

em todo o país, a construção dos 49 novos navios da Transpe-tro previstos na primeira fase vai gerar cerca de 200 mil empre-gos, entre diretos e indiretos. já foram licitadas 46 embarcações, das quais 38 foram contratadas, e as três últimas estão em fase final de licitação. com o Promef, a expectativa é de que a frota da Transpetro, hoje de 52 navios, chegue a mais de cem embarca-ções em 2014.

dos 49 navios contratados, pelo menos 16 serão construídos no rio de janeiro. a indústria naval fluminense tem fortalecido sua posição no cenário nacional,

impulsionada pelo Promef, com demanda e oferta equilibradas, mão de obra qualificada e com-petitividade.

Segundo dados do Sindi-cato nacional da indústria de construção e reparo naval e offshore (Sinaval), o rio de janeiro concentra mais de 50% da capacidade produtiva do país, em condições de processar 288 mil toneladas de aço por ano.

Mais de 40% do total de em-pregos diretos gerados no setor estão no estado, que conta hoje com quase 25 mil trabalhado-res. antes da criação do Promef, a indústria brasileira de cons-trução naval empregava cerca de dois mil trabalhadores em todo o Brasil. hoje, esse núme-ro já supera 46 mil. “o parque naval que estamos inauguran-do neste país tem que estar preparado para competir com o mundo inteiro. não tenho dúvidas de que a decisão do presidente Lula nos conduzirá por este caminho”, declarou Pe-dro Brito, ministro da Secretaria especial de Portos, destacando o restabelecimento da indústria naval brasileira em bases mais competitivas.

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CoNSiderAdo o emPreeNdimeNTo pioneiro na indus-trialização do Brasil, o atual estaleiro mauá foi o primeiro a ser aberto na América Latina. Pertencente a irineu evange-lista de Sousa, o Barão de mauá, o estaleiro era chamado de Ponta d’Areia, graças à sua localização em Niterói, localiza-ção esta mantida no município até os dias de hoje.

o estaleiro chegou a construir mais de 70 navios a va-por e a vela para navegação de cabotagem no país. em 1890, no entanto, suas atividades foram praticamente encerradas, e a frota que operava no Brasil era estrangeira em quase sua totalidade.

embora a atividade principal fosse o estaleiro de cons-trução naval, o estabelecimento produziu grande quantidade e variedade de máquinas e equipamentos, tais como caldei-ras, máquinas a vapor, engenhos, bombas, tubos, máquinas e peças fundidas em geral, postes de iluminação, estruturas de pontes e de galpões etc., e também veículos ferroviários. Ponta d’Areia era o maior estaleiro da América do Sul, com uma força de trabalho que chegou a mil operários em 1857.

em 2000, o grupo jurong, Cingapura, assumiu o arren-damento do estaleiro mauá, sob a razão social mauá-jurong S/A. As linhas de produção foram retomadas com a constru-ção de módulos para plataformas e mantendo a atividade de reparo naval. No ano passado, foram construídas no estaleiro a jaqueta e os módulos da plataforma de mexilhão, que já está instalada na Bacia de Santos, prestes a entrar em operação.

durante coletiva do lançamento do Celso Furtado, o atual presidente do estaleiro, domingos d’Arco indicou que já fo-

ram investidos cerca de r$ 23 milhões na modernização do mauá. Segundo ele, nenhuma modernização foi necessária para executar a construção dos quatro navios do Promef, destacando que os investimentos foram feitos na aquisição de novos equipamentos e em uma linha de panelização (jun-ção das placas de aço a estruturas internas e reforços na construção de embarcações), abrindo espaço para o esta-leiro receber encomendas do exterior. d’Arco adiantou que os novos equipamentos já estarão disponíveis para as obras do terceiro e quarto navios do Promef.

o executivo informou, ainda, que a segunda embarcação do Promef já está com 70 dos 204 blocos prontos, e o lan-çamento deve ocorrer em abril do ano que vem.

O mais antigo estaleiro do BrasilO Estaleiro Mauá, que construirá quatro navios de produtos do Promef, está localizado em Ponta D’Areia, em Niterói, região onde nasceu a indústria naval brasileira no século XIX pelas mãos do Barão de Mauá.

FACILIDADES DO ESTALEIRO MAuá, HOJE

área total: 180.377 m²área coberta: 69.140 m²Carreira longitudinal: 1 de 223 m x 41 m, atendida

por 2 guindastes de 100 tonDique seco: 167 m x 22,50 mCábrea: capacidade de içamento de 2.050 ton e altura

de lança de 100 mCais: 2 (Cais i, 350 m; Cais ii, de 306 m), atendidos por

4 guindastes de 15, 20 e 30 tonPorte máximo: 70.000 TPBCapacidade de processamento de aço/ano: 36.000 ton

estabelecimento de Fundição e estaleiro de Ponta d’Areia, em 1846

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Encomendado pela empresa de logística Log-In, o primeiro navio

porta-contêineres construído no Brasil foi feito pelo Estaleiro Eisa,

com verbas do Fundo da Marinha Mercante (FMM), e entrará em

operação no primeiro trimestre de 2011.

PRIMEIRO PORTA-CONTÊINERES

construído no Brasil

por Maria Fernanda Romero

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Jacarandá é o nome do primeiro porta-contêineres brasilei-ro, lançado ao mar no dia 27 de maio, no rio de janeiro.

Trata-se do primeiro do lote de cinco navios porta-contêineres e dois graneleiros que estão sendo construídos pela eisa para a Log-

in, integralmente financiados com recursos do fundo da Ma-rinha Mercante (fMM) e tendo como agente financeiro o Banco nacional de desenvolvimento econômico e Social (BndeS).

na ocasião, foi realizado também o batimento de quilha do primeiro graneleiro da Log-in, que investiu cerca de r$ 1 bilhão na construção de navios. de acordo com a empresa, o último navio-contêiner brasileiro havia sido construído em 1995. “após concluída a entrega da

encomenda pelo estaleiro, a capacidade final da Log-in saltará dos atu-ais 10.000 TeUs (contêineres de 20 pés ou

equivalente) para 13.500 TeUs”, informa o diretor-presidente da empresa, Mauro Dias.

a cerimônia de lançamen-to contou com as presenças do vice-presidente da república,

José Alencar, do governador carioca Sérgio cabral, o minis-tro dos Trans-portes, Paulo Sérgio Passos, o presidente do

Sindicato nacional da indústria naval (Sinaval), ariovaldo ro-cha, representantes dos governos estaduais e municipais, além de empresários e executivos do se-tor. a madrinha da embarcação, uma tradição no setor naval, é d. Mariza campos Gomes da Silva, esposa de josé alencar.

no lançamento, alencar disse que a inauguração do Jacarandá marca mais um passo no renasci-mento da indústria naval brasi-leira. Segundo o vice-presidente da república, a reativação da in-

dústria naval é importante não só pela geração de empregos, mas também para estimular o trans-porte de cargas por via aquática dentro do território nacional.

“a navegação de cabotagem no Brasil é de uma importância muito grande para a economia como um todo. o transporte ma-rítimo é muito mais econômico e o Brasil possui, de graça, essa es-trada maravilhosa, que são quase 8 mil km de costa atlântica. o Brasil deveria ter, há mais tempo, desenvolvido a indústria naval”, constatou o político.

de acordo com o ministro dos transportes, Paulo Sérgio Passos, a indústria naval empregava 30 mil pessoas antes da crise do setor, entre a década de 1990 e o início desta. “no auge da crise, a indústria passou a empregar apenas duas mil pessoas. hoje empregamos mais de 45 mil”, apontou Passos.

CARACTERíSTICAS TÉCNICAS

Comprimento total: 218,45 m

Comprimento entre perpendiculares: 207,50 m

Boca: 29,80 m

Calado de verão: 11,60 m

Altura total acima da quilha: 51,50 m

Peso: 10.000 ton

Capacidade de transporte: 2.800 contêineres de 20 pés (cerca de 38 mil toneladas)

Substitui 2.800 caminhões

o navio emite até 80% menos ga-ses do efeito estufa na atmosfera

PORTE BRuTONo calado de verão: 37.800 TPB

Arqueação bruta: 28.400 TAB

CLASSIFICAçãO ABSClasse: A1, Contêiner Carrier, e,

mAS, ACCu, APS, ShCm, NiBS.

Classificadora: ABS (American Bureau of Shipping)

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durANTe o LANçAmeNTo do Jacaran-dá, o diretor-presidente da Log-in, mau-ro dias, registrou que a empresa teve crescimento de 35% na movimentação de cargas por navegação de cabotagem no primeiro trimestre deste ano, compa-rando o igual período de 2009.

de acordo com dias, tendo em vista a estimativa de crescimento da econo-mia brasileira em 2010, o mercado está aquecido e tem boas perspectivas de crescimento. “o mercado de cabota-gem no Brasil ainda tem muito a cres-cer, já que funciona como um eficiente substituto do transporte rodoviário de longa distância”, complementa.

Carteira de embarcações da Log-In4 navios de operação regular de cabo-tagem; 2 navios de operação eventual afretados (mas com acréscimo na ca-pacidade); 3 navios construídos, mas atualmente operados pelo grupo TBS.

Log-In registra alta de 35% na movimentação de cargas

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Segundo Heller Redo Barroso, do escritó-rio heller redo Bar-roso advogados, que presidiu a mesa do primeiro congresso

Pré-Sal Brasil 2010, muitas compa-nhias estão investindo no Brasil e a tendência é que esse número cres-ça ainda mais. “com a descoberta do petróleo na camada pré-sal, empresas de todo o mundo estão se instalando no país, inclusive companhias de países que nunca investiram no Brasil”, afirmou o advogado.

Para se ter uma ideia do volu-me de investimentos, a Petrobras já

tem em sua pro-gramação para atender à indús-tria a compra de 500 árvores de natal molhadas (anM), 30 ma-nifolds, além de

23 outros projetos que estão em desenvolvimento pela empresa. além da Petrobras, a national oilwell Varco (noV) anunciou que vai construir uma fábrica no nordeste.

durante a mesa de abertura do evento, o secretário de estado de desenvolvimento do espírito Santo (Sedes), Márcio Félix, falou da gui-

nada que o estado deu nos últimos anos, passando a ser o segundo maior exportador de petróleo do país, com expectativa de chegar a 300 mil barris por dia ainda este ano. ele lembrou ainda que a pri-meira produção do pré-sal foi feita em 2008, no campo de jubarte, no litoral sul do espírito Santo.

além disso, o estado produz 15 milhões de m³ de gás por dia, fornecendo o produto por meio do Gasoduto da integração nor-deste-Sudeste (Gasene) para

Rio debate o pré-sal Os desafios do pré-sal, as novas tecnologias e os investimentos que serão

feitos para a exploração do petróleo desta região foram o foco do primeiro

congresso Pré-Sal Brasil 2010, realizado no Rio de Janeiro, reunindo empre-

sas e organizações do setor de óleo e gás. por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

eventosPré-Sal Brasil 2010

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estas regiões do país. dentre os in-vestimentos que estão sendo feitos no setor estão o terminal de apoio às atividades offshore da Petrobras em anchieta, no valor de r$ 800 milhões, e a base de apoio multi-cliente para o setor metalmecânico marítimo em Vila Velha, onde serão desembolsados r$ 300 milhões.

além disso, félix salientou a questão dos royalties do pré-sal no espírito Santo, dizendo que o desenvolvimento capixaba não é lastreado pelas participações go-

vernamentais. ele apresentou aos participantes do evento o fundo para redução das desigualdades regionais e o fundo estadual de recursos hídricos (fundágua). “essas formas pioneiras de apli-cação dos recursos distribuem a riqueza e disseminam o desenvol-vimento, fazendo com que todos os municípios capixabas se sintam produtores”, explicou.

o secretário explicou que o fundo para redução das desigual-dades regionais transfere aos mu-

nicípios 30% do produto da arreca-dação proveniente da compensação financeira dos royalties do petróleo e gás natural. já o fundágua inclui um programa de pagamento por serviços ambientais, com recur-sos provenientes dos royalties do petróleo e compensações do setor hidrelétrico.

o episódio do desastre ambien-tal no Golfo do México, quando foram despejados no mar milhões de litros de petróleo após a explo-são de uma plataforma da British

PArA TrATAr dA queSTão do fi-nanciamento na camada pré-sal, re-presentantes do Banco Nacional de desenvolvimento econômico Social (BNdeS) e da Caixa econômica Fe-deral (CeF) estiveram presentes no evento e indicaram que serão os prin-cipais canais federais de financiamen-to da cadeia produtiva do pré-sal.

os bancos devem mapear as ne-cessidades dos fornecedores da Pe-trobras e propor soluções financeiras. Ao apresentar o apoio do BNdeS ao segmento de petróleo e gás, Wagner Bittencourt, diretor de infraestrutura do banco, apontou r$ 340 bilhões em investimentos só no setor, e lembrou a criação de um núcleo específico para óleo e gás, unificando as operações do banco para o segmento.

Bittencourt destacou que a capa-cidade de produção do setor preci-sa realmente aumentar, mas não se pode esquecer da competitividade e do conteúdo nacional, que, segundo ele, são questões importantíssimas para a indústria brasileira. mas, o que surpreendeu, de fato, foi a entrada da Caixa, financiadora de pessoas físicas, na estratégia financeira para o pré-sal. Apesar do crédito habitacional ser um dos focos da CeF, pouco se fala de sua atuação em cadeias de valores como financiamento a empresas da constru-

ção civil e do setor de saneamento. “A partir de um pedido do ministro Gui-do mantega, começamos a estruturar uma ideia que já havia circulado inter-namente, que era a de criar uma su-perintendência para Petróleo e Gás”, revelou julio Cesar Costa, gerente de negócios da CeF.

Segundo o executivo, a recém-criada divisão da Caixa ganhou o nome de Superintendência Petrobras/BN-deS e terá como função adotar parce-rias estratégicas que viabilizem a ca-deia produtiva. “Criamos um grupo de trabalho em conjunto com Petrobras e BNdeS para mapear as necessidades dos fornecedores da estatal e propor soluções financeiras”, afirmou Costa.

dentre elas, a busca por financia-mento no mercado de capitais (nacio-nal e internacional), o estreitamento de parcerias com entidades como Abimaq (Associação Brasileira de máquinas e equipamentos) ou Sinaval (Sindicato da Construção Naval), um convênio com o Fundo de marinha mercante (Fmm) e até mesmo a utilização de Fundos de investimentos de tercei-ros. em parceria com o banco modal, a CeF administrará um Fundo de in-vestimento e Participação (FiP) – uma espécie de private equity – para ala-vancar companhias do setor. A ideia é investir uma média de r$ 50 milhões a r$ 100 milhões por empresa, adquirin-do de 20% a 35% de participação nas empresas que estejam dentro do perfil para o private equity.

outra medida da Caixa é um novo modelo de aprovação de crédito ba-seado no cadastro que a Petrobras faz de potenciais fornecedores. “Para que uma empresa preste serviço à Petro-bras, ela precisa cumprir uma série de exigências. Nos utilizaremos deste cadastro e aplicaremos um rating, com o objetivo de dar maior flexibilidade e agilidade na aprovação de crédito”, ex-plicou Costa. o setor deve investir r$ 340 bilhões somente no triênio 2010-2013. o BNdeS deve financiar ou es-truturar 60% disto.

BNDES e CEF serão os principais canais federais de financiamento do pré-sal

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Petroleum (BP), foi muito lembrado por todos os participantes. a se-gurança nas plataformas que irão explorar os campos do pré-sal é fundamental, principalmente devi-do à distância de 300 km da costa onde estão localizadas as reservas, o que dificulta ações preventivas em caso de acidente.

o deputado Brizola neto ressal-tou a importância de o Brasil ter me-canismos de segurança para evitar desastres como esse. já Armando Guedes, presidente do conselho empresarial de energia da federa-ção das indústrias do rio de janeiro (firjan), lembrou que o investimen-to em treinamento é essencial. “É muito importante que haja progra-mas de treinamento constantes, pois nessa área de óleo e gás não pode ter erros”, afirmou.

Presente no Brasil há quase um ano, a aveva, um dos principais fornecedores mundiais de enge-nharia de projeto e soluções de ge-

renciamento de informações para plantas de energia, indústria na-val e marítima, também participou do evento e afirmou que pretende abrir outros escritórios no país até o final deste ano.

Segundo o consultor de negó-cios da empresa, dennis coli, a aveva veio ao país não só pela des-coberta do pré-sal, mas também por interesses estratégicos em minera-ção e plantas de refino. o execu-

tivo revelou que a empresa, que possui escritório no rio de janei-ro há quase um ano, pretende abrir outros até o final de 2010.

“Queremos abrir outros escritórios em São Paulo e um no nordeste. não definimos ainda em que lugar do nordeste, mas provavelmente em recife, natal ou Salvador”, apontou.

Também atenta a toda movi-mentação de óleo e gás no Brasil, a Ge oil & Gas, fornecedora de equipamentos e serviços de alta tecnologia para a indústria do setor, que planeja expandir sua rede de pesquisa global, revelou que irá investir cerca de US$ 200 milhões em um centro de tecnologia e pes-quisa, focado inicialmente em óleo e gás, no Brasil.

a unidade será a primeira da empresa na américa Latina, que já conta com quatro centros ao redor do mundo (Global research cen-ter, Grc, em inglês) nos estados Unidos, alemanha, índia e china. de acordo com fernando Martins, vice-presidente da Ge oil & Gas para a américa Latina, o novo cen-tro, que contará com aproximada-mente 300 engenheiros, ainda não tem local definido, mas indicou Minas Gerais, campinas (SP) e rio de janeiro como algumas possibi-lidades para a instalação.

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Maior investi-mento privado nos últimos 15 anos no Brasil, a siderúrgica da ThyssenKrupp

em parceria com a Vale, que detém 26,87% do empreen-dimento, irá incrementar em 40% as exportações brasileiras de aço. ao todo, 5 milhões de toneladas de placas de aço serão vendidos e enviados para outros países anualmente. o projeto do complexo siderúrgico, que ocupa uma área de 9 km², equivalente ao dobro da área ocupada pelos bairros de ipanema e Leblon,

engloba ainda dois alto-fornos, aciaria, um porto, uma coqueria e uma térmica.

o ceo da ThyssenKrupp, ekkehard Schulz, ressaltou a importância da fábrica para o crescimento da economia do rio de janeiro e da região de Santa

cruz, que já começa a se desen-volver, com a abertura de peque-nas e médias empresas. além disso, estão sendo contratados 3.500 trabalhadores para essa fase inicial de operações, com preferência para os moradores da região próxima à indústria.

Com investimentos de US$ 8,2 bilhões e geração de mais de 30 mil empregos, a ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico é inaugurada no Rio de Janeiro.por Rodrigo Miguez

ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico

GIGANTE DO AçO

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“a economia local continuará sendo prioridade nas aquisições de produtos e serviços durante esta etapa, estimadas em r$ 250 milhões anuais”, disse Schultz.

a capacitação profissional de moradores de Santa cruz e municípios vizinhos está sendo realizada pela empresa em par-ceria com o Senai, que capacita cerca de 1.800 alunos. além disso, a ThyssenKrupp cSa está construindo o centro de forma-ção Profissional de itaguaí, que poderá atender 2.864 alunos e oferecerá cursos voltados para processos industriais e, de forma complementar, as áreas de admi-nistração, comércio e serviços.

o governador do rio de janeiro, Sérgio cabral filho, afirmou que desde o início do projeto, em setembro de 2004, vem fazendo um grande esforço tributário, através de incentivos e isenções fiscais, para que a siderúrgica fosse viabilizada. ele ressaltou ainda que o estado vive um momento único de investi-mentos no setor, com o Porto do açu, na região de itaboraí, que vem inclusive atraindo a atenção de investidores chineses e ita-lianos para também construírem indústrias no local.

o presidente da Vale, roger agnelli, lembrou que o rela-cionamento da empresa, com a companhia alemã vem desde 1952. a empresa será a res-ponsável pelo fornecimento do minério de ferro utilizado pela ThyssenKrupp cSa, por meio de um contrato de 15 anos. “o nosso papel é fomentar o cresci-mento da produção siderúrgica no Brasil, gerando riqueza e desenvolvimento sustentável. a TKcSa é a concretização dis-so”, afirmou agnelli.

o empreendimento con-ta ainda com tecnologia que

garante níveis mínimos de impacto ao meio ambiente, com a redução de emissões que totalizam 1,7 milhão de toneladas anuais de co2. além disso, a siderúrgica será autos-sustentável energeticamente, já que foi construída uma usina termelétrica com capacidade instalada de 490 MW e acionada a partir dos gases produzidos durante o processo de produção. o excedente dessa produção de energia, cerca de 200 MW, será vendido para o Sistema interligado nacional a partir de 2011.

FASE DE CONSTRuçãOInvestimento: 5,2 bilhões de eurosEmpregos: 30 mil diretos e 140 mil

indiretosEquipamentos e serviços: r$ 10 biAquisições e contratações: mais de

r$ 5 bilhões no estado do rio de janeiro

Conteúdo local: 60% a 70%

FASE DE OPERAçãOEmpregos: 3.500 diretos e 14 mil

indiretosEquipamentos e serviços: r$ 250

milhões em compras anuaisExportação: 40% de aumento nas

exportações brasileiras de aço

INSTALAçõESárea: 9 milhões de m², com acesso

direto à baía de SepetibaCapacidade instalada: 5 milhões de

toneladas de placas de aço/anoCoqueria: 1,9 milhão de toneladas/ano

de coqueTerminal portuário: próprio para

escoamento de 5 milhões de toneladas anuais de placas de aço e recebimento de 4 milhões de toneladas anuais de carvão

Geração de energia: usina terme-létrica própria com capacidade instalada de 490 mW, movida com gases e vapor produzidos durante a fabricação do aço

ThyssenKrupp CSA em números

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Maior produtor de gás no país, o rio de janeiro tem a previsão de in-vestimentos de cerca de US$ 70

bilhões nos próximos dois anos. a estimativa é do secretário de de-senvolvimento econômico e ener-gia do estado do rio de janeiro, julio Bueno, o qual afirmou que a infraestrutura do estado está sendo melhorada e ampliada para atender a crescente demanda dos setores de óleo e gás natural.

Júlio Bueno abriu a sétima edi-ção do Gas Summit Latin america, realizado pela primeira vez no rio de janeiro, entre os dias 24 e 26 de maio. o evento reuniu espe-cialistas de toda a américa Latina para debater questões importantes sobre o mercado, configurando-se ainda como um ambiente muito favorável à troca de informações e novos negócios em toda a cadeia produtiva do gás natural.

o secretário reconheceu que a participação do gás nas cidades do estado ainda é pequena: dos 92 muni-cípios, apenas 32 têm rede pública de distribuição de gás natural, mostran-do que a expansão da infraestrutura é essencial para que o produto chegue

a outras regiões. “o gás natural é muito importante para a economia do rio de janei-ro”, afirmou julio Bueno, lembrando o grande número

de veículos que utilizam o Gás na-tural Veicular (GnV) no rio: 600 mil carros, principalmente táxis.

“Tivemos uma escassez, quando inclusive o rio foi bastante atingido, mas agora retomamos à abundância do setor”, observou ele, ao fazer uma breve retrospectiva do setor de gás no país nos últimos anos. Segundo Bueno, as questões mais

importantes e pertinentes no mo-mento quanto ao mercado de gás são: a gestão do mercado frente ao cenário de abundância, que já está surgindo também diante das desco-bertas do pré-sal; a infraestrutura que será demandada devido a essa abundância e que facilitará os pro-cessos de gás; e principalmente a questão dos preços do mercado, que são muito influenciados pelo fato de o Brasil ter um agente econômico dominante – a Petrobras.

Mesmo não sendo um grande produtor, São Paulo tem papel signifi-cativo no cenário de gás do Brasil. o estado tem o segundo maior mercado da américa do Sul, sendo o principal

na América LatinaO futuro do gás A importância e o crescimento da indústria e do consumo de gás natural

na América Latina, onde há importantes reservas de gás, incluindo as des-

cobertas na camada do pré-sal no Brasil, foram os temas centrais do Gas

Summit Latin America 2010, realizado no Rio de Janeiro.

eventosGas Summit 2010

por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

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consumidor do insumo no país, es-pecialmente o setor industrial, que necessita usar o gás boliviano. o consumo da indústria paulista au-mentou a partir desse ano, com a melhora na economia dos estados Unidos, que estimulou o crescimen-to da produção de equipamentos. Um fator interessante em São Paulo refere-se ao setor químico, que subs-tituiu quase que em sua totalidade o consumo de óleo combustível, muito poluidor, pelo gás natural.

A importância do mercado secundário

o mercado secundário de gás no Brasil, que reúne os leilões de

curto prazo, é ferramenta im-portante para a comercialização de gás natural no país, na opinião do gerente exe-cutivo de mar-keting e comercialização da área de Gás e energia da Petrobras, Antonio Eduardo Monteiro de Castro. ele frisou que a iniciativa dos leilões não é uma opção da estatal, mas uma necessidade do mercado.

Segundo ele, a criação do mer-cado secundário de gás natural no país foi possível devido aos inves-

timentos realizados pela Petrobras para aumentar a produção nacio-nal de gás natural, diversificar as fontes de suprimento a partir dos terminais de regaseificação de gás natural liquefeito (GnL) em Pecém, no ceará, e na Baía de Guanabara, no rio, e ampliar a infraestrutura de transporte.

“os investimentos nesse merca-do secundário aumentam a oferta de gás natural e a flexibilidade no atendimento aos segmentos termelétrico e não termelétrico. os leilões recuperam a competi-tividade do gás”, indica antonio. o gerente diz ainda que o mercado secundário é uma consequência

Por CoNTA do CreSCeNTe aumento da frota de veículos utilizando o óleo diesel como combustível, e as implica-ções de natureza ambiental e de depen-dência da importação desse combus-tível, têm surgido diversas iniciativas para sua substituição.

Segundo Rosalino Fernandes, pre-sidente da Associação Latinoamericana de GNV (ALGNV), neste cenário a principal alterna-tiva ao diesel tem sido o gás natural. “o gás natural é utilizado de for-ma comercial há mais de 20 anos, embora no Brasil as tentativas de sua utilização tenham enfrentado barreiras, de natureza operacional e financeira”, aponta o executivo.

entretanto, ele explica que a partir de experiências realizadas no exte-rior, o uso do gás natural em veículos

pesados já vem sendo empregado há mais de 20 anos, especialmente por conta dos benefícios resultantes do seu uso, como a redução em 40% das emissões poluentes causadas pelo diesel, causando especial impacto na saúde da população exposta aos seus efeitos. “o ruído causado também a partir dos motores a diesel pode ser reduzido em até 50%, como tem sido comprovado em experiências no exte-rior e testes de laboratórios feitos no Brasil”, complementa.

de acordo com Fernandes, esses benefícios têm importante amplitude social e econômica, especialmente do ponto de vista da saúde pública, para motivar uma profunda reflexão, seguida de discussões sobre o tema. o execu-tivo apontou ainda como principais be-nefícios dessa substituição: o aumento da segurança energética nacional e a redução de ruídos e riscos ambientais.

“Consideramos o gás natural como grande alternativa para a redução das

emissões. No caso brasileiro, o au-mento da oferta de gás vai trazer gran-des oportunidades para esse mercado, mas será necessário criar políticas de estímulo eficientes do governo para se expandir e aproveitar isso”, diz Ales-sandro depetris, responsável pela ho-mologação de veículos da iveco.

Fernandes indica ainda que, na América Latina como um todo, o pano-rama do GNV é positivo: na capital pe-ruana, Lima, a construção de um siste-ma exclusivo de circulação de ônibus para transporte urbano, totalmente a gás, conhecido como BrT (Bus rapid Transit) está em fase final.

Na Colômbia, o sistema de ônibus a gás já funciona há cerca de três anos em Bogotá. “há esforços também na Argentina e no Chile. então, podemos dizer que está indo bem o desenvol-vimento do GNV na América Latina”, afirma.

entre os temas que foram abor-dados estiveram as experiências na América Latina sobre o uso em GNV de veículos pesados, apresentação do kit de conversão diesel-gás em de-senvolvimento pela indústria e a sua performance, e a visão da fabricante de motores sobre a nova tecnologia, análise de normatização do GNV em veículos pesados no Brasil.

GNV em veículos pesados como substituto do dieselO terceiro e último dia do Gas Summit Latin America 2010 contou com um grande debate sobre o uso do gás natural veicular (GNV) em veículos pesados como substituto do diesel. De acordo com os participantes, a substituição reduz as emissões de gases poluentes e é uma alternativa viável, tecnológica e econômica.

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racional da estrutura do mercado de gás brasileiro, e não uma opção da Petrobras.

o primeiro leilão eletrônico de gás natural do ano, da Petrobras, teve venda de 6,87 milhões de m³/dia. a oferta total foi de 22 milhões de m³/dia por um prazo de seis me-ses. o início de entrega aconteceu no dia 1º de abril, quando 16 distri-buidoras de gás natural participa-ram e arremataram volumes.

antonio comentou que este ano o uso das usinas termelétricas de gás natural foram grandes devido ao alto consumo de energia no início do ano, por causa das altas tempe-raturas no país. ele lembrou que no primeiro trimestre de 2009 houve maior retração no mercado de gás.

Bolívia: perspectivas positivaso diretor nacional de Gás na-

tural da Yacimentos Petrolíferos fiscales Bolivia-nos (YPfB), Jor-ge Sosa, afirmou que a companhia tem investimen-tos previstos de US$ 8,5 bilhões até 2015, sendo

61% da empresa estatal boliviana e 39% de capital privado.

a perspectiva de ampliação do mercado boliviano para os países vizinhos é positivo. Segundo ele, a expectativa é aumentar o volume cedido à argentina de 5 para 27 milhões de m³ por dia, de forma

progressiva. há ainda um compro-misso com a Petrobras de exporta-ção de 31,5 milhões de m³.

Pelo fato de o gás ser uma fon-te de energia finita, a produção do produto nos campos do pré-sal será importante para o país. “a produção de gás do pré-sal irá repor a atual que encontrará o seu declínio natural”, afirmou antonio eduardo Monteiro de castro, ge-rente executivo de Gás e energia da Petrobras.

Segundo o executivo da em-presa, o consumo de térmicas não é elevado no país, tanto que no ano passado houve excedente na oferta de gás natural. de acordo com ele, o uso das térmicas va-ria muito de um ano para o outro, dependendo do cenário nacional. antonio de castro afirmou que este ano foi atípico, com temperaturas muito elevadas e que resultaram na necessidade do uso das usinas térmicas por causa do alto consumo de energia.

de olho no GnL (Gás natural Liquefeito) brasileiro, a Gas Trans-boliviano (GTB), responsável pelo lado boliviano do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), estuda entrar no mercado brasileiro de processa-mento de gás natural, como parte de uma estratégia de diversificação na atuação, contou, durante o even-to, o presidente da transportadora, christian inchauste.

a ideia é atuar em conjunto com a Petrobras na exportação de GnL

para o mercado europeu. a lique-fação do gás natural seria feita no Sudeste brasileiro, podendo ser tanto numa planta de liquefação em terra como em um navio com capacidade para processar o gás, informa o gerente de comercializa-ção da GTB, alfonso canedo.

a empresa informou que pla-neja também entrar com força nos mercados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, cujas economias cresceram entre 20% e 30% na úl-tima década. o foco seria fornecer gás para a UTe cuiabá (580 MW) e os mercados petroquímico e veicu-lar. a empresa boliviana olha com interesse para UTes de São Paulo. a ideia é entrar como sócia nos pro-jetos, incluindo futuros gasodutos na região centro-oeste.

no setor petroquímico, a em-presa está em fase de conversas preliminares com a Braskem para entrar como sócia da empresa bra-sileira no projeto de US$ 2 bilhões na fronteira entre Porto Suarez e cuiabá. com capacidade para produzir 30 milhões de m³/dia de polietilenos, o projeto demandaria 700 mil t/ano de gás natural, que seriam fornecidas via Gasbol.

o executivo espera que o con-trato de venda de gás entre o Brasil e a Bolívia seja revisto em 2019, quando termina o atual. a GTB confia que o volume acertado seja de 24 milhões de m³/dia, contra os 30 milhões de m³/dia atuais. a ideia é que a Bolívia destine 6 milhões de m³/dia ao mercado interno e o restante ao mercado internacional. “a oferta de gás natural no Brasil deverá crescer muito nos próximos anos com o início das atividades no pré-sal. Vamos ter que ser mais agressivos”, conta o executivo.

Equador e Colômbia: gás como complementação

o segundo dia do Gas Sum-mit foi dedicado a workshops, nos

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quais os representantes das com-panhias de gás latinoamericanas falaram sobre o papel deste insumo na economia do continente, em tempos de fontes renováveis de energia.

na opinião de Pablo cisneros, gerente-geral da Petroenap, em-presa mista que reúne a Petroecu-ador e a chilena enap (empresa nacional del Petróleo), a função do gás natural é de complementar a matriz de energia, sendo mais uma opção energética.

ele afirmou ainda que o GLP foi um grande erro no equador. Para Pablo cisneros, o Gás na-tural Liquefeito (GnL) é uma opção melhor do que o Gás na-tural concentrado (Gnc), pois a logística de transporte é mais simples e o armazenamento ocu-pa menos espaço.

Para suprir a demanda de gás no equador, a Petrocomercial está

construindo uma planta de lique-fação de 200 toneladas por dia em Manchala, na costa do Pacífico, onde as operações irão começar em novembro deste ano. “É necessário gerar políticas que promovam o uso do gás, através de incentivos tributários para equipamentos e máquinas. isso é importante para a produção de energia renovável, aumentando, assim, a eficiência energética”, disse cisneros.

Sobre o cenário colombiano, o gerente de novos negócios da Promigas, jairo castro, informou que o consumo de gás natural no país é muito bom, apesar das pou-cas reservas existentes. “embora nossas reservas sejam limitadas temos uma boa penetração no país, onde temos cinco milhões de usuários”, afirmou.

jairo castro disse que o país está investindo no incremento da exploração. em 2008, este volume

chegou a mais de US$ 400 milhões. do total de 6 mil km de gasodu-tos na colômbia, a empresa possui 2.200 km. de acordo com os dados apresentados no workshop, mais de 45% dos habitantes têm acesso ao gás natural.

além disso, assim como no rio de janeiro, houve um boom na con-versão de veículos da gasolina para o gás. as conversões começaram com os ônibus, mas, hoje, os táxis também rodam com GnV.

Mas para que o setor energético evolua da forma como os governos desejam, é necessário investir, e muito. Segundo Maurício Garron, executivo principal de energia da corporación andina de fomento (caf), até 2030 será preciso re-alizar gastos de US$ 1,4 trilhões, ou aproximadamente US$ 70 bi-lhões anuais. dentro destes núme-ros consideráveis, o setor gasífero precisará de US$ 26 bilhões.

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Os desafios do setor de energia foram debatidos duran-te a iaee’S rio 2010 international conference, que

foi realizada em junho, no rio de janeiro. organizada anualmente pela international association for energy economics (iaee), a con-ferência, na sua 33ª edição, reuniu os mais influentes representantes

governamentais, corporativos e acadêmicos envolvidos com o tema. o objetivo do evento foi o avanço na aplicação da economia na esfera da energia e no conhecimento das propostas internacionais.

Berlim, Wellington, istambul e São francisco foram as últimas sedes da conferência, que recebeu delegações de todo o mundo. no rio de janeiro, cidade que venceu cingapura na disputa para sediar

o evento, estiveram reunidos toma-dores de decisões em meio a uma ampla discussão em torno do tema central “futuro da energia: desa-fios globais, soluções diversas”.

o encontro foi considerado uma oportunidade única de en-contrar no Brasil representantes de governo e da indústria, técni-cos e acadêmicos com o poder de influenciar as decisões mundiais nos segmentos de petróleo, gás,

setor de energia A urgência por definições de um novo perfil de produção e consumo de energia em

todo o planeta motivou o debate entre renomados especialistas nacionais e inter-

nacionais durante a 33ª edição do IAEE International Conference. O evento reuniu

mais de 500 especialistas de 49 países nos segmentos de economia e política da

energia. Foram 12 mesas temáticas, 68 sessões paralelas, durante as quais foram

apresentadas 325 pesquisas de ponta.

IAEE’S 2010

por Maria Fernanda Romero

Rio realiza conferência mundial do

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eletricidade e fontes alternativas de energia. a sustentabilidade socio-ambiental também foi um assunto predominante nas discussões sobre o futuro do setor.

Segundo Edmar Almeida, pro-fessor do instituto de economia da Ufrj, um dos organizadores do iaee´s rio 2010 internatio-nal conference, o tema do semi-nário reflete a nova agenda de pesquisa e reflexão da comunidade de economia da energia. “neste seminário, especialistas nas mais diversas questões de energia se de-dicaram a refletir sobre a necessária transição do setor energético para um novo cenário de baixo nível de emissões de carbono”, revela.

foram 12 mesas temáticas e 68 sessões paralelas, com a apresenta-ção de 325 pesquisas de ponta em economia da energia. as palestras foram realizadas por representantes do governo brasileiro, dos eUa e de outros países, dirigentes da opep, da international energy agency (iea) e da international energy associates, especialistas das uni-versidades de oxford, Stanford, american, rice, Vienna, Bergen, Sherbrooke, Montpellier, Grenoble, Berlim, USP e Unicamp, e dirigen-tes de companhias de energia e petróleo, a exemplo da Petrobras e da norueguesa Statoil. o evento contou com 30 conferencistas inter-nacionais e 250 outros especialistas de 49 países, que vieram ao Brasil para mostrar os seus trabalhos.

“o evento aconteceu em um momento em que o setor de energia está em evidência com aconteci-mentos que estão repercutindo em todo o planeta. durante as discus-sões, foi possível perceber a diver-sidade de análises, o que ajudou a enriquecer o debate internacional”,

afirmou Helder Queiroz, pesqui-sador do Grupo de economia da energia do insti-tuto de economia da Universidade federal do rio de

janeiro (Ufrj) e coordenador do programa da conferência. no Bra-sil, a organização da conferência contou com a parceria do instituto Brasileiro de Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (iBP) e da as-sociação Brasileira de estudos em energia (aB3e), além do apoio do instituto de economia da Univer-sidade federal do rio de janeiro (Ufrj), do núcleo interdisciplinar

de Planejamento energético da Unicamp (nipe), do Ministério de Minas e energia e da associação Brasileira de Grandes consumi-dores industriais de energia e de consumidores Livres (abrace).

durante o evento, o diretor ge-ral da energy information admi-nistration (eia), a agência ameri-cana de planejamento energético, apresentou projeções, com uma das principais promessas de cres-cimento da produção de petróleo até 2035, e indicou que o Brasil figura como destaque em produ-ção de petróleo em relatório dos estados Unidos. o país apareceu pela primeira vez no relatório de longo prazo da US.

A diSCuSSão SoBre o acidente da petrolífera britânica British Petroleum (BP), de gigantes proporções no Golfo do méxico, não passou no iAee’s rio 2010 international Conference. o pre-sidente do united States Association

for energy eco-nomics (uSAee), Joseph Dukert, opinou que o acidente provavel-mente não poderia ser evitado. “este evento abre a possibilidade de

um novo futuro para a exploração em águas profundas no mundo todo.” Para dukert, tecnologia e regulação irão merecer atenção especial dos gover-nos daqui para a frente.

Na opinião do presidente do international energy Associates (ieA), herm Franssen, caso não haja um aumento na taxa de investimentos em inovações tecnológicas, a produção mundial de petróleo terá uma severa redução em 2020. “o desenvolvimento de novas tecnologias é o ponto chave no setor energético, tanto para encon-trar maneiras de reduzir a demanda quanto para aumentar a produção”, afirmou o executivo.

durante a palestra “especulações no mercado de Petróleo, a vice-presi-

dente do Federal reserve Bank (Banco Central dos euA) em dallas, Mine Yücel, apontou que o vazamento poderá afetar o preço da commodity no

futuro. A especialista em mercado futuro de petróleo afirma que o efeito do acidente nos preços dependerá da resolução do governo americano sobre o tempo de suspensão de novas perfurações na região do Golfo do méxico. “o acidente, com certeza, tornará o custo de produção mais caro e a regulação mais rigorosa.”

mine destacou também os efeitos da crise europeia no mercado de petróleo e derivados. A avaliação da economista do Fed é de que, enquanto durar a crise, o consumo será afetado. esse pode ser um dos fatores que es-tão contribuindo para manter a cotação do barril do tipo WTi na casa dos uS$ 70. em compensação, o crescimento da economia de países como China e Índia estaria influenciando o preço para cima, avalia mine.

Golfo do México em discussão

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o Brasil figura ao lado do ca-zaquistão e da rússia liderando o crescimento da produção no grupo de países que não integram a orga-nização dos Países exportadores de Petróleo (opep), com uma produção de cerca de 6 milhões de barris por dia (bpd) em 2035, um incremento de 4 milhões de bpd sobre a produ-ção atual. esse volume aproxima-se do adicional proveniente da arábia Saudita (5 milhões de bpd), cuja produção passará de cerca de 10 milhões de bpd para em torno de 15 milhões de bpd.

além do aumento da produção de petróleo, newell destacou tam-bém o etanol e o biodiesel como responsáveis por elevar o país a um patamar de destaque no cenário energético mundial.

com relação à regulação mundial do setor de energia, o presidente do iaee, einar hope, criticou a influência política na área de regulação, observada nos governos mundiais atualmente. “este é o principal erro que um país pode cometer no estabele-cimento de normas para o setor energético”, afirmou o economis-ta norueguês, que participou do painel desafios da regulação de energia no futuro, no iaee’s rio 2010 international conference, no rio de janeiro.

Segundo ele, a regulação tem se concentrado erroneamente nos ministérios e não nas agên-cias mundo afora, o que pode pôr em risco a independência do se-tor, necessária para balizar a re-lação entre consumidor, governo e empreendedor. “o foco precisa estar nas necessidades da socie-dade para evitar monopólios e a exposição das normas às revisões governamentais”, salientou.

durante debate sobre inovação e economia da indústria nuclear, o presidente da eletronuclear, othon Pinheiro, revelou que as regiões

Sul e centro-oeste poderão rece-ber centrais nucleares. Segundo ele, a eletronuclear está avalian-do a possibilidade de construir centrais nucleares nas regiões. o estudo foi encomendado pelo Ministério de Minas e energia (MMe), que pretende estender o projeto de construção de quatro a oito usinas por todas as regiões do país, com exceção do norte, infor-mou o executivo.

a eletronuclear ainda está ana-lisando onde serão construídas duas usinas na região nordeste e deve apresentar as opções entre quatro estados (alagoas, Bahia, Sergipe e Pernambuco) para o ministério em até três meses. o MMe, por sua vez, encaminhará as propostas para o congresso, ao qual caberá aprovar o local. “em minha opinião, a escolha deve se-guir critérios sociais. Uma central como essa é um fator de desenvol-vimento”, disse Pinheiro.

a definição sobre o número de centrais nucleares que serão instala-das depende do crescimento do país, segundo o presidente da eletronu-clear. ele acredita que se a economia crescer acima de 4,5% ao ano, até 2030, será necessária a construção das oito usinas. o projeto prevê que cada central poderá comportar até seis usinas no futuro.

no que se refere à energia elétrica, o presidente da empresa de Pesquisa energética (ePe), Maurício Tolmasquim, defendeu a exploração da bacia hidrográ-fica da amazônia como forma de garantir o acesso à energia. apesar de concentrar 59% do po-tencial de geração hidrelétrica no Brasil, a amazônia só teria 0,5% de seu bioma afetado caso sejam construídas as usinas que estão em projeto na região, segundo Tolmasquim.

a preocupação com o desma-tamento da amazônia foi uma das

questões levantadas por especialis-tas estrangeiros que participaram do primeiro painel do evento, no qual foi debatido o tema “o futuro da energia: novas políticas ener-géticas e tecnologias.”

“o argumento da destruição da floresta amazônica não é verdadei-ro, pois as políticas governamentais estão acompanhando a conscien-tização sobre a necessidade de se preservar o meio ambiente”, disse Tolmasquim. Prova disso, de acor-do com ele, é a redução da área desmatada para a construção dos reservatórios de usinas e a obri-gatoriedade de reflorestamento de áreas afetadas.

Tolmasquim citou a constru-ção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, e de usinas no rio Tapajós, ainda em análise, como alternativas de geração elétrica de baixo impacto socioambiental. o executivo lembrou que o reser-vatório de Belo Monte foi reduzido de 1,1 mil km², previsto no projeto original, para 550 km².

a energia proveniente de fonte hídrica é a espinha dorsal da matriz brasileira, que corresponde a 78% da capacidade instalada total de 103.6 gigawatts.

em entrevista a jornalistas, Tol-masquim informou sobre a pos-sibilidade de o governo realizar leilões para a construção de redes de gasodutos. a ePe irá mapear neste ano a demanda por gás para avaliar a necessidade de amplia-ção da atual rede de transporte. o estudo deve ser concluído no ano que vem.

o presidente da ePe destacou ainda a necessidade de redução da carga tributária no setor ener-gético para melhorar a compe-titividade da indústria nacional, embora tenha ressaltado que qual-quer transformação depende da aprovação da reforma tributária no congresso.

eventos

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coM 50 PÁGinaS, a publicação In-formações gerais e Boas Práticas Abieps, traz re-lações de normas técnicas da aBnT e das portarias do inmetro, que os fabricantes, pres-tadores de ser-viços e donos de estabelecimentos precisam conhecer para promover instalação segura e de acordo com a legislação em vigor.

“Queremos orientar empreende-dores e prestadores de serviços a fa-zer escolhas seguras e conscientes na

hora de montar um estabelecimento, fornecendo informações sobre o fun-cionamento e uso dos equipamentos, e as regras pertinentes para cada um dos processos de instalação nos estabelecimentos”, explica Volnei Pereira, presidente da abieps.

os fatores que devem ser obser-vados na hora de montar um posto de multisserviços e como se dá a ins-talação de equipamentos básicos de abastecimento de combustíveis de acordo com legislação, são os princi-pais tópicos abordados no livro.

respondendo às principais ques-tões relacionadas à montagem e fun-cionamento de um estabelecimento, e

orientando fabricantes e instaladores do setor a adequarem seus produtos e serviços, a obra celebra os nove anos de atuação da abieps e sua consoli-dação no mercado de combustíveis, que hoje conta com 125 associados em todo o território nacional, além de participar ativamente na discussão e elaboração de normas técnicas que regulam o setor e capacitação de pro-fissionais para o mercado com regras cada vez mais exigentes.

o guia será distribuído gratui-tamente aos associados da abieps e aos profissionais do setor que so-licitarem o material à instituição. Segundo Volnei Pereira, presidente da instituição, o livro é um guia téc-nico de boas práticas para o setor de combustíveis, que serve de referên-cia para o varejo e a indústria.

durante a cerimônia de lança-mento do livro, no rio de janeiro, que reuniu representantes de sin-dicatos do setor de varejo e da dis-tribuição de combustíveis, de órgãos públicos e profissionais do segmento, Volnei apontou que a abieps preten-de lançar outras edições do guia nos próximos anos.

Guia para revendedor de combustíveisA Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos para Postos de Serviços (Abieps), que representa mais de 500 empresas ativas do setor em todo o país, lançou um guia de referência para que empre-endedores possam montar um posto-modelo de combustíveis. A publicação traz todas as regras para que os empreendedores pos-sam fazer instalação de qualidade e de acordo com as leis vigentes.

por Maria Fernanda Romero

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perfil profissionalMaurício Fragoso

pelo marFascínio

Carioca, 36 anos, Maurício da Rocha Fragoso sempre teve profundo

fascínio pelo mar. O que explica sua profissão: é oceanógrafo formado

pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) com mestrado

em Oceanografia Física pelo Instituto Oceanográfico de Universidade

de São Paulo (Iousp).

por Cassiano Viana

e eLe conSeGUiU Ver UM eLo importante entre o mar e as ciências exatas, que o levou a fazer um doutorado em Modelagem computacional em engenharia ambiental pelo instituto alberto Luiz coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de engenharia (coppe), da Universidade federal do rio de janeiro (Ufrj).

Um passo importante para criar seu próprio negócio: ele é um dos fundadores da Prooceano, empresa brasileira que atua na área de planejamento, monitoramento, soluções para emergências em operações offshore e licenciamento ambiental –, onde trabalha principalmente com modelagem numérica hidrodinâmica e previsão oceanográfica.

Trocando em miúdos: modelagem numérica hidrodinâmica é a simulação das correntes, ondas, marés dos oceanos, rios ou lagos, utilizando programas de computador especialmente desenvolvidos para isso. já a previsão oceanográfica é o análogo à previsão de tempo, mas para o oceano, ou seja, é prever como irão se comportar as correntes, ondas e marés no oceano, assim como se faz para a atmosfera.

“a oceanografia é uma ciência bastante ampla, nela são estu-dados aspectos diversos sobre o oceano, desde os organismos que habitam o mar, até os mecanismos físicos que o influenciam, como ondas, marés e correntes”, explica.

“desta forma, para um jovem que se interessa por ciência e pre-tende manter abertas as possibilidades de atuação, a oceanografia é bastante atraente”, avalia. “além disso, sempre tive uma relação

TN Petróleo 72 67

de proximidade e fascínio com o mar, portanto, como oceanógra-fo, pude aliar o aspecto profis-sional ao pessoal.”

Vocação para P&D – nos úl-timos 13 anos, Maurício fra-goso trabalhou em projetos de pesquisa e desenvolvimento em cooperação com instituições como coppe/Ufrj, centro de Pesquisa da Petrobras (cenpes), instituto de estudos do Mar almirante Paulo Moreira (iea-PM) da Marinha do Brasil, e no Laboratório de Modelagem de Processos Marinhos e atmosfé-ricos (Lamma).

em 1996, depois da gradua-ção e pouco antes de ingressar no mestrado, fragoso trabalhou em uma empresa que presta serviço a Petrobras como tercei-rizado, no setor de oceanografia do cenpes. após a conclusão do mestrado, atuou em dois labo-ratórios de pesquisa da Ufrj, o Lamma, e o Laboratório de Métodos computacionais em engenharia (Lamce) da coppe.

“nesse período, tive a opor-tunidade de me envolver em diversos projetos, entre eles o centro de Monitoramento de derramamento de Óleo no Mar (cemom) no qual fui o respon-sável pelo setor de modelagem oceânica e previsão do transpor-te de óleo no oceano.” finan-ciado pela agência nacional do Petróleo, Gás natural e Biocom-bustíveis (anP), o projeto tinha como objetivo a detecção e a previsão de manchas de óleo no mar, com foco na Bacia de campos.

nos projetos dos quais par-ticipou no ieaPM da Marinha do Brasil, estudou as corren-tes no entorno das instalações portuárias da Marinha. e para a Prefeitura do rio realizou a

previsão numérica das corren-tes das praias cariocas. Para a Petrobras, estudou as correntes na Baía de Guanabara.

Na onda – na Ufrj, o ocea-nógrafo trabalhou em diversos laboratórios, sendo procurado por muitas empresas para con-sultoria na área de modelagem numérica, principalmente de transporte de óleo. a partir de então, ele e alguns pesquisado-res perceberam que havia uma carência de serviços nessa área e que uma empresa nesse setor poderia suprir tal demanda.

“em 2004, defendi minha tese de doutorado e outros pes-quisadores estavam terminando seus compromissos acadêmi-cos”, conta. “achamos então que era a oportunidade de tentar nos lançar no meio empresarial e abrimos a Prooceano.”

no início, o foco da empresa era somente modelagem numéri-ca para atender as demandas de licenciamento ambiental. “nesses seis anos conseguimos aumentar o escopo de serviços, a carteira de clientes e consequentemente o faturamento da empresa de forma exponencial”, destaca.

dentre as áreas de serviço em que a companhia passou a atuar, ele destaca a modelagem numérica para emergência, me-dição de correntes com boias de

deriva, tanto para situações de emergência, como vazamentos de óleo e ações de busca e res-gate no mar, o monitoramento das correntes durante atividades oceânicas e a análise de condi-ções extremas para subsídio às operações offshore.

Projetos de ponta – hoje, a Prooceano está envolvida em diversos projetos, mas dois deles em especial podem ser mencio-nados. o primeiro é o Projeto Baía de Guanabara, desenvolvi-do em conjunto com a BG Brasil, o Projeto Grael e o Lamce/Ufrj. nele, a cada semana cinco derivadores oceânicos monitora-dos por satélite são lançados na água para estudar as correntes e seus parâmetros físico-químicos. os dados oceanográficos gera-dos podem ser acompanhados em tempo real na internet e livremente utilizados por quem se interessar, tanto para fins científicos, quanto práticos.

além disso, um modelo nu-mérico de previsão de correntes será implementado e irá, com o auxílio dos dados coletados pelos derivadores, antecipar as condições da circulação das cor-rentes da Baía de Guanabara. as informações sobre as correntes auxiliarão ainda os trabalhos de coleta de lixo flutuante na baía, já que os resíduos tendem a se-guir as suas trajetórias, além do combate às emergências, como um possível vazamento de óleo, e à poluição.

outro projeto interessante, com envolvimento da Prooce-ano, é o interception, reali-zado em conjunto com várias instituições de pesquisa (inpe, UfPr, UfSM, furg e USP) com fomento do cnPq. Seu objetivo principal é estudar as interações entre o oceano, a zona costeira

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e a atmosfera em microescala na região da ilha decepção, ar-quipélago das Shetland do Sul, antártica.

Sustentabilidade na prática – Segundo o oceanógrafo, uma das principais virtudes em se trabalhar com o meio ambien-te é poder elaborar e, muitas vezes, colocar em prática ações que de alguma forma podem ajudar na sua preservação e no seu uso de maneira responsável e sustentável.

“esse desafio de equilibrar crescimento industrial e preser-vação ambiental é um grande motivador”, afirma. “É claro que quero, por exemplo, que meu filho possa desfrutar das praias brasileiras, assim como tive oportunidade de fazer até hoje, mas também desejo que o Brasil tenha uma indústria cada vez mais forte para que ele possa

viver em um país com maiores oportunidades”, avalia. “Saber que meu trabalho pode de al-guma forma contribuir para que esse equilíbrio seja alcançado, é bastante gratificante.”

Mas, aponta ele, é claro que esse é um desafio constante e que algumas vezes acontecem alguns revezes, como o que está ocorrendo agora no Golfo do México. “catástrofes como esta, em um primeiro momen-to, trazem desânimo e sen-

sação de derrota, mas após o choque inicial, aumenta ainda mais a certeza de que as ações em relação ao ambiente devem ser cada vez mais responsáveis e criteriosas e o impulso tanto da opinião pública, quanto dos órgãos reguladores acabam resultando em melhorias e evidenciam que as pesquisas em relação ao ambiente são fundamentais para evitar essas catástrofes e mitigar suas con-sequências.”

Longe do mar, o oceanógrafo dedica o tempo livre à família, ao futebol e à música. “Procuro me divertir com os ensinamen-tos que meu filho rafael de 4 anos (e já um vascaíno roxo) me proporciona. as peladas de quinta à noite são sagradas. e quando posso, ainda abuso dos ouvidos alheios tocando bate-ria ou outros instrumentos de percussão.”

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O Brasil acerta ao investir em infraestrutura de Eurimilson João Daniel, vice-presidente da Sobratema.

ESPECIAL RETROSPECTIVA 2009ESPECIAL RETROSPECTIVA 2009ESPECIAL RETROSPECTIVA 2009

O ano em que superamos a crise

Ano XI • nov/dez 2009 • Número 69 • www.tnpetroleo.com.br

Entrevista exclusiva

Paulo Mendonça, diretor geral da OGX

O x do Oil & Gas

Nesta edição: Canadá e Brasil

Canadá: cada dia mais próximo

Os bons ventos da energia

CNaval: de olho no futuro

Unicamp: polo inovador de tecnologia para exploração do pré-sal

Tempo de descobertasEventos refletem expansão do setorIndependentes se articulam

2009? Brasil: País do Futuro!, por Marilda Rosado

‘Vaga’ de investimentos, por Heller Redo Barroso

Prominp, PNQP e formação de mão de obra especializada, por Joaquim Passos Maia

Pré-sal e ‘áreas estratégicas’, por Alexandre R. Chequer e Bruno Triani Belchior

Geração eólica: contornos jurídico-regulatórios devem ser aprimorados, por Ana Karina Esteves de Souza e Hilton Silva Alonso Junior

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Cobertura

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Indústria naval: os próximos passos de Alceu Mariano, presidente da Sobena – Sociedade Brasileira de Engenharia Naval

ESPECIAL: PRODUTORES INDEPENDENTES

O outro Brasil do petróleo

Ano XII • jan/fev 2010 • Número 70 • www.tnpetroleo.com.br

Entrevista exclusiva

Armando Comparato Jr, presidente da Prysmian América do Sul

O Brasil é ótimo

E o tombo não foi tão grande assim

SMS: a indústria já entende essa mensagem

Forship: gestão regulatória

FMC: produção submersa

Bahia: onde tudo começouCadeia produtiva baianaInovação para campos maduros

Pequenos produtores, pequenos municípios e grandes esperanças, por Doneivan F. Ferreira

A cara e a cruz: situação do parque supridor na Bahia, por Nicolás Honorato Cavadas

Campos maduros e o governemnt take, por Thereza Aquino e Mauricio Aquino

Sustentabilidade acontece quando se olha para o futuro, por Otavio Pontes

A importância da logística enxuta nas corporações, por Aldo Albieri

Demanda e produção de petróleo: a necessidade de gestão, por Ronald Carreteiro

As oportunidades do mercado internacional de gás e óleo pós-crise, por Eduardo Sausen Mallmann

Como atingir a excelência operacional, por Ailtom Nascimento

Nas águas turbulentas do ISS, por André L. P. Teixeira, Bianca de S. Lanzarin e Tiago Guerra Machado

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O futuro do aço brasileiro de Gabriel Aidar Abouchar, diretor de Mineração e Siderurgia da Abemi

ESPECIAL: TECNOLOGIA SÍSMICA

Brasil: um território inexplorado

Ano XII • mar/abr 2010 • Número 71 • www.tnpetroleo.com.br

Entrevista exclusiva

Tomaso Garzia Neto, presidente da Projemar

Engenharia é o nosso negócio

O outro Brasil do petróleo – Parte 2

Festa para o Almirante Negro

Golfo do México: horizonte sombrio

Licença ambiental para o Estaleiro do Paraguaçu

Novos desafios à regulação: a sobrevivência dos independentes, por Marilda Rosado

O marco brasileiro, por Marcio Silva Pereira

Acidente ambiental, por Maurício Green e Carlos Boeckh

O contrato de partilha de produção: considerações sobre o regime tributário, por Gonçalo Falcão

A economia brasileira e o apagão de talentos, por Alfredo José Assumpção

Sistema óptico aprimora medição de tensões residuais em dutos enterrados, por Armando Albertazzi Gonçalves Jr. e Cesar Kanda

Royalties do petróleo e tributação: ou um ou o outro, por Danny Warchavsky Guedes e Caroline Floriani Bruhn

Mercado de biocombustíveis carece de regulação, por Liliam Fernanda Yoshikawa e Hilton Silva Alonso Junior

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Ethos

Ano2•nº10•julhode2010•www.tnsustentavel.com.br

Poder Ter A LiBerdAde de ir e vir sem causar

danos ao meio ambiente e às pessoas e ter a capa-

cidade de falar e ser compreendido são dois bens muito importantes conquistados pela humanidade, porém...

A partir do momento que o homem ancestral passou de nômade para sedentário talvez ele tenha dado o primeiro

passo para tornar o mundo insustentável.

Foi o sedentarismo que trouxe para esse homem o sentido de acumulação e de propriedade. A partir do momento

que começou a plantar e produzir seus excedentes, criou também a necessidade de fincar o pé num lugar que pudesse

chamar de seu.

A locomoção precisou ser cada vez mais rápida para dar conta desse ir e vir, encurtando o período de distanciamento

da propriedade e ao mesmo tempo demandando a melhoria na comunicação, pois quando falhava o entendimento, nada

como algumas boas pedradas para resolver o impasse! mudou muita coisa hoje?

A 10ª edição do michelin Challenge Bibendum, realizado pela primeira vez na América Latina, trouxe para o centro do foco

uma discussão que já se ouvia em pontos isolados ao redor do planeta. questões como o fornecimento de energia, emissões

de gases de efeito estufa, segurança rodoviária e poluição urbana. Vejam onde conseguimos chegar! Ainda bem que na mesma

velocidade com que criamos tudo isso, temos mentes brilhantes de pensadores e pesquisadores que nos ajudarão a minimizar

esses impactos e recriar um modelo com o uso de tecnologia e inovação, no qual evoluir sem destruir será normal!

e toda essa evolução só é capaz de acontecer porque as formas de comunicar e disseminar as boas novas crescem

a cada dia mais e mais. Foi o que pudemos constatar no evento diálogo Necessário, que reuniu cerca de 1,8 mil pessoas

de diversas nacionalidades, das mais variadas áreas do conhecimento, para discutir a cultura da paz, o respeito social,

ambiental e econômico.

o caderno, que traz também a cobertura da Conferência internacional do instituto ethos 2010 e outras matérias de

interesse, nos mantém juntos, interligados e hiperconectados para que não percamos mais nada do que vem acontecendo

nesse setor. um abraço a todos e até a próxima conexão!

Lia Medeirosdiretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo

Sumário

72 78 84 Michelin Challenge Bibendum Fórum Internacional de Comunicação e

Sustentabilidade

Mobilidade sustentável

Diálogo necessário

Conferência Internacional do Instituto Ethos 2010

Liberdade e comunicação Editorial

suplemento especial

72 TN Petróleo 72

Mobi l idadeOs desafios da mobilidade rodoviária para se tornar mais segura, mais eficiente e acessível à população foram o foco das discussões da 10ª edição do Michelin Challenge Bibendum, realizado pela primeira vez na América Latina. O evento internacional, que ocorreu no Riocentro (RJ), tratou das questões de fornecimento de energia, emissões de gases de efeito estufa, segurança rodoviária e poluição urbana.por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

Cerca de cinco mil participantes, entre montadoras, forne-cedores de energia, universidades, insti-tuições governamen-

tais e onGs, e 450 jornalistas de 40 países estiveram presentes na 10ª edição do Michelin challenge Bi-bendum, evento realizado no rio de janeiro, pela primeira vez no conti-

nente sul-americano. o Michelin foi criado em 1998 para comemorar o centenário do Bibendum – mascote e símbolo da marca.

o objetivo do Michelin chal-lenge Bibendum é conquistar mais apoio para que sejam colocadam em prática soluções de uma mobi-lidade rodoviária sustentável. essa primeira edição latina, realizada entre 30 de maio e 2 de junho, foi

a oportunidade para a indústria au-tomotiva e diversos outros setores vinculados ao transporte no Brasil mostrarem seus esforços em prol de uma mobilidade sustentável, inserida em novas realidades eco-nômicas e de mercado pós-crise.

de acordo com a Michelin, o objetivo é promover o encontro e a discussão dos desafios enfrenta-dos no mundo dos transportes. “a

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filosofia do chal-lenge Bibendum é identificar os problemas atuais e apontar as pos-síveis soluções, a fim de colocá-las em prática”, ex-plica Patrick Oliva, vice-presidente corporativo de desenvolvimento Sustentável do Grupo Michelin, reafirmando que a empresa se compromete a reduzir em 50% a resistência à rodagem dos pneus.

de acordo com o executivo, em 2030, quando a frota mundial deve dobrar, segundo expectativa do World Business council for Sus-tainable development (WBcSd), os pneus Michelin terão seu im-pacto no meio ambiente reduzido à metade. Para atingir tais metas, o grupo investe 4% do seu fatura-mento anual em pesquisa e de-senvolvimento, sempre focados na mobilidade sustentável.

a necessidade de renovar o transporte rodoviário após a crise que afetou o mundo, a preparação

para um avanço significativo no segmento da mobilidade rodoviária e agir de maneira coerente para enfrentar o desafio de limitar as emissões de co2 até o ano de 2015 foram os destaques dentre os vários assuntos debatidos nessa edição.

Veículos limposdiferente de todos os Salões de

automóvel do mundo, nos quais o

público apenas observa os veículos expostos, no challenge Bibendum os convidados puderam observar e testar diversas novidades do setor automobilístico, em carros ecolo-gicamete corretos e sem nada a dever em termos de desempenho aos veículos a gasolina.

ao todo foram expostos 30 protótipos de automóveis movi-dos a diferentes tipos de energia:

“Como um doS mAioreS forne-cedores mundiais de combustíveis e lubrificantes para os transportes, estamos fazendo o possível para ajudar nossos clientes a usarem menos combustível e a emitirem menos gás carbônico. Chamamos a nossa resposta estratégica para o desafio do transporte sustentável de ‘mobilidade mais inteligen-te’”, explicou o vice-presidente executivo de B2B e Lubrificantes da Shell, Tan Chong Meng, re-conhecendo que a indústria exerce papel fundamental para a redução das emissões no transporte.

Como parte dessa proposta, a Shell investe em inovações em três áreas chaves: produtos mais inteligentes, uso mais inteligente e infraestrutura mais inteligente. en-tre as inovações da mobilidade mais inteligente, há o Shell FuelSave, uma nova fórmula de combustível lançada recentemente pela Shell, que ajuda os motoristas a economi-zarem até um litro de combustível por tanque, com base num tanque cheio de 50 litros.

A Shell também lançou este ano o programa FuelSave Partner, uma nova solução de gerenciamen-to de combustível para frotas de transporte comercial que ajuda as empresas a gerenciarem o con-sumo e permite que economizem

até 10% de combustível e emitam menos Co2.

durante o evento, Chong meng anunciou ainda a última inovação na carteira de soluções de ‘mobili-dade mais inteligente’ da empresa, a Shell ecobox®. A novidade é uma alternativa às embalagens tradicionais de plástico, permitin-do levar óleo até os clientes de forma mais eficiente, ao mesmo tempo que reduz o desperdício de plástico em 80%.

“dando ênfase ao fornecimento de combustíveis e lubrificantes mais inteligentes para nossos clientes e promovendo o uso mais eficiente de recursos, podemos alcançar melhorias cada vez mais expressivas que resultarão num impacto em escala significativa a longo prazo”, concluiu o executivo.

A ‘mobilidade mais inteligente’

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LÍder iSoLAdA No merCAdo de combustíveis do Brasil, a Petrobras distribuidora também vem buscan-do se posicionar como empresa sustentável. Sua imensa rede de postos de serviços – nos quais comercializa, além de derivados de petróleo e gás natural veicular (GNV), etanol e biodiesel – tem sido diversificada em função da susten-tabilidade no transporte.

daí sua participação no Chal-lenge Bibendum, durante o qual forneceu 20 mil litros de combustí-veis como etanol, gasolina Podium, diesel Podium e diesel B100, além de abastecer caminhões com o biodiesel B30. Além disso, todos os veículos movidos a eletricidade presentes no evento foram abaste-cidos no eletroposto da Br mon-tado na parte externa do centro de convenções.

o eletroposto vem atender uma demanda de veículos elétricos que, segundo pesquisas, registra um crescimento estimado em 50% ao ano. Atualmente, as motos elétri-cas já formam uma frota de 300 unidades no país, das quais 180 no rio de janeiro, onde circulam duas

dezenas de automóveis com a mes-ma característica ou híbridos.

o empreendimento foi projetado exclusivamente para o abasteci-mento de veículos elétricos a partir da energia solar, que é captada por um conjunto de 28 módulos reuni-dos em painéis fotovoltaicos que gera 184 volts em corrente contínua,

cuja potência é convertida por um inversor em energia trifásica alter-nada de 220 volts.

A energia resultante deste processo é oferecida nos pontos de recarga de motos e carros em tomadas de 110 ou 220 volts. em geral, uma recarga completa permi-te uma autonomia média de 40 km para a moto e 60 km para um carro elétrico, sendo que o consumo gira em torno dos 1,2 kWh.

dentre as novidades divul-gadas no evento pelo gerente de Tecnologia e GNV da Petrobras

distribuidora, Paulo da Luz Costa, está o projeto pioneiro de aquecimen-to da água da lavagem de veículos por

meio de energia solar em um posto da Br na Barra da Tijuca. A água aquecida fica armazenada em um reservatório térmico para 2,5 mil litros e sai a uma tempera-tura de 45o, produzindo um efeito desengordurante, o que reduz pela metade o uso de detergente.

ele mostrou também a bomba com mídia, uma novidade que a Br está lançando em dois postos no rio de janeiro e que pretende implantar em mais 180 postos pelo país. Nela, além de abastecer, o cliente pode visualizar as principais notícias do dia, informações úteis ao usuário a respeito do combustí-vel e de como economizar na hora de abastecer. “este projeto é uma evolução no segmento e um dife-rencial competitivo da companhia, que tem o pioneirismo como marca principal”, afirmou o gerente da Br distribuidora.

A Br participou do estande da Petrobras, que era totalmente sus-tentável, com revestimento de papel reciclado e iluminação com lâmpadas de led, que gastam menos energia.

Eletroposto BR

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hidrogênio, eletricidade, energia solar, álcool e híbridos. os que mais chamaram a atenção foram o audi r8 vermelho, com ‘jeito’ de ferrari, e o Peugeot BB1, tido como o futuro dos carros urbanos, compacto, moderno e limpo. além do test drive, todos os automóveis, com suas diferentes tecnologias voltadas para a mobilidade sus-tentável, participaram de um rali de regularidade para comprovar suas performances.

Pensando na diversidade da mobilidade urbana, também esta-vam expostas bicicletas elétricas, a grande sensação do evento.

Tecnologia nacionala abertura da 10ª edição do Mi-

chelin challenge Bibendum contou com a presença de diversas auto-ridades nacionais e estrangeiras, entre os quais o presidente da re-pública, Luiz inácio Lula da Silva, o prefeito e o governador do rio de janeiro, eduardo Paes e Sérgio cabral, respectivamente, além do ceo da Michelin, Michel rollier.

o presidente chegou ao evento no ônibus a hidrogênio desenvolvi-do pelo laboratório de hidrogênio da coppe/Ufrj (Universidade fe-deral do rio de janeiro), o primeiro deste tipo no país, com tecnologia 100% nacional. com autonomia de 300 km, o veículo coletivo é perfei-to para rodar nas grandes cidades, o que deverá acontecer no segundo semestre deste ano, na Zona Sul do rio e no campus da Ufrj na cidade Universitária.

rollier afirmou que a escolha do Brasil para sediar esta edição do evento deveu-se ao histórico de pio-neirismo do país em novos combustí-veis, mais sustentáveis, como o etanol e o biodiesel. Para ele, a união de construtoras e montadoras por uma mobilidade urbana limpa e segura é fundamental para o desenvolvimento sustentável das cidades.

eduardo Paes pontuou os inves-timentos que começam a ser feitos pela prefeitura carioca para a reali-zação da copa do Mundo de 2014 e das olimpíadas de 2016 na cidade. dentre as obras de mobilidade por ele destacadas estão os corredores exclusivos para ônibus, o Transca-rioca e o Transoeste, além do que servirá ao Bus rapid Transit (BrT). Paes afirmou ainda que o rio sempre foi centro de debates relacionados à sustentabilidade e ao meio ambiente, como a eco-92, e que daqui a três anos sediará a rio+20.

Carros elétricos dão o primeiro passo

a produção de carros elétricos é um sinal do surgimento da consciên-cia mundial quanto à importância da mobilidade sustentável. a afirmação foi feita pelo presidente Lula, que indicou a utilização de motores flex como o grande precursor das mu-

danças do cenário automobilístico brasileiro. Lula apontou que 100% dos carros produzidos no país já têm o motor, e cerca de 60% destes têm pre-ferência quanto ao uso de etanol.

Lula informou que o Brasil está trabalhando para a renova-ção de sua frota de caminhões e que já encontra grandes resulta-dos devido ao finame, agência de financiamento a máquinas e equipamentos do Banco nacional de desenvolvimento econômico e Social (BndeS).

Quanto à situação brasileira em mobilidade urbana sustentável, ele afirmou que nunca o país esteve numa situação tão favorável quanto a que vive agora. “há muitas déca-das não se investia numa política de mobilidade urbana, mas a reali-dade e a necessidade de sediarmos a copa do Mundo de 2014 e as olimpíadas de 2016 nos motivaram a isso”, apontou.

A GiGANTe FrANCeSA Air Liquide aposta no uso do hidrogênio como combustível sustentável e limpo vol-tado para a mobilidade rodoviária. No michelin Challenge Bibendum 2010, a multinacional foi a única fornecedora de hidrogênio, com duas estações de abastecimento do gás que atenderam os quatro veículos movidos por hidrogênio que participaram do rali e dos testes realizados no local.

“o evento foi uma boa oportu-nidade para aumentar a conscien-tização dos cidadãos sobre o uso de hidrogênio como portador de energia mais limpa e preservador do meio ambiente”, afirmou marcelo Fioronelli, diretor geral da Air Liqui-de no Brasil.

há 50 anos pesquisando hidro-gênio para o desenvolvimento de tecnologias limpas para a ‘mobi-lidade urbana’, a empresa possui

grandes projetos, como o programa francês horizon hydrogène energie (h2e), no desenvolvimento de células de combustível através de sua subsidiária, Axane; e o projeto europeu hyChain-minitrans.

Apesar de o hidrogênio ainda ser uma tecnologia cara ao país e ainda depender de fontes não renováveis, Fioronelli conta que a Air Liquide já possui 40 postos ex-perimentais, instalados em centros de pesquisas e universidades, e já comercializa baterias a hidrogênio.

Abastecendo com hidrogênioFo

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suplemento especial

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o PreSideNTe muNdiAL da multi-nacional francesa michelin, Michel

Rollier, indicou no evento, que com a nova fábrica no município de itatiaia (rj), o Brasil será a nova plataforma de exportações

da michelin para a América do Sul. há mais de 30 anos instalados no país, a michelin pretende, com a nova fábrica, dobrar suas vendas da América do Sul e multiplicar seus pontos de venda no Brasil.

A unidade será uma das mais modernas do grupo e fabricará pneus de última geração com altos desempenhos e baixo consumo de combustíveis. rollier revelou que o empreendimento já está em construção no país e o primeiro pneu fabricado deverá estar pron-to em 2012.

de acordo com Jean-Philippe Ollier, presidente da companhia na América do Sul, a nova fábrica con-ta com investimentos de cerca de

r$ 400 milhões. ollier afirmou que esse projeto faz parte da estratégia do Grupo michelin de se desenvol-ver em países com grande poten-cial, sobretudo, ele é uma demons-tração da confiança da michelin no estado e no país.

o executivo francês disse que a produção de pneus para caminhões da michelin no Brasil já está no mesmo nível de 2008, com aumento de 50% sobre o mesmo período de 2009, ano de forte redução, nos contratos de fornecimento às mon-tadoras e de 20% a 25% nas vendas para o mercado de reposição. Para o ano de 2010, a empresa prevê um faturamento no Brasil 20% a 25% maior do que o de 2009.

o Ceo michel rollier apontou o Brasil como prioridade estratégica

do grupo, junta-mente com China e Índia. de acordo com ele, tais paí-ses têm potencial de crescimento impensável em mercados mais

amadurecidos, como o europeu e o americano, não só pelo volu-me populacional em si, mas pela quantidade de consumidores ainda desprovidos de veículos.

“No Brasil, há uma relação de 120 veículos para cada mil habitan-tes. Na europa ocidental, essa re-lação é cinco vezes maior. Por essa comparação, é possível entender o potencial desse mercado. Com a nova fábrica, poderemos alcançar a liderança no segmento de pneus de turismo (passeio). essa meta nunca foi atingida porque não tínhamos justamente capacidade instalada para isso”, indicou rollier.

em razão da crise econômica do ano passado, a produção da fábrica da michelin em Campo Grande (rj) teve os desembol-sos previstos para expansão da capacidade no Brasil suspensos. entretanto, segundo jean-Philippe ollier, a fábrica já começará a produzir este ano. mesmo com a aceleração dos projetos, a michelin não alterou o valor dos seus inves-timentos previstos para o mercado brasileiro, um programa que prevê desembolso total de uS$ 1 bilhão no período de 2006 a 2012.

Michelin mais forte no Brasil

em busca de soluções sustentá-veis para o tráfego e o meio ambien-te no Brasil, a cPfL energia está engajada atualmente em projetos de veículos elétricos, que permi-tirão à empresa contribuir para a popularização do uso desses carros em larga escala nas ruas, reduzindo consideravelmente a emissão de co2 nas cidades brasileiras.

São quatro as iniciativas viáveis da empresa para a nossa realidade no segmento: Palio Weekend (parce-ria com fiat e itaipu), moto elétrica (em conjunto com a Unicamp), aris (veículo elétrico projetado pela edra em parceria com a cPfL) e Th!nk city (carro de passeio produzido na noruega). com essas soluções, to-

das expostas no evento, a eficiência energética é três vezes maior em re-lação às que utilizam combustíveis tradicionais e a emissão de gases poluentes é zero.

empenhada, nos últimos anos, no desenvolvimento de energias alternativas aos veículos de com-bustão interna, a Light apresentou também no challenge Bibendum, o carro híbrido, modelo Toyota Prius, que gasta apenas 4,3 litros a cada 100 km rodados na cidade, sendo considerado um dos automóveis mais econômicos do mercado. além disso, o mix de consumo da energia da bateria e do motor à combustão permite reduzir em 89% as emissões de gases na atmosfera.

Quem também apresentou novi-dades foi a Scania, com seu ônibus urbano K270, de piso baixo, movi-do a etanol. o Brasil é o primeiro país das américas a ter um ônibus rodando com este combustível. o objetivo do projeto é sensibilizar a sociedade para a importância do uso do etanol no transporte público, capaz de reduzir em até 90% a emis-são de gases do efeito estufa.

Para o abastecimento de todos esses veículos, a Petrobras montou postos na parte externa do centro de convenções, onde foram dispo-nibilizados 20 mil litros de com-bustíveis como etanol, gasolina Po-dium, diesel Podium e diesel B100. além disso, os veículos movidos a

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Julho11 a 15 – Suiça20ª Conferência Mundial da Saúde da uIPESLocal: GenebraTel.: 41 (0)21 345 15 15Fax: 41 (0)21 345 15 [email protected]

27 a 29 – BrasilFIBOPS – I Congresso Internacional de Boas Práticas SocioambientaisLocal: São PauloTel.: (55 11 3257-9660)www.fibops.com.br

Agosto18 a 21 – BrasilExpo Energia Renovável 2010Local: São PauloTel.: (55 11) 2509-2199 Fax: (55 11) [email protected]

Setembro19 a 22 – Portugal13th International IEEE ConferenceLocal: Ilha da MadeiraTel.: +1 732 981 0060Fax: +1 732 562 6380 [email protected]://itsc2010.isr.uc.pt/site/

Novembro9 a 11 – BrasilFIMAI/SIMAI 2010Local: São PauloTel/Fax: 55 (11) [email protected] • www.fimai.com

Feiras e Congressos

eletricidade foram abastecidos no eletroposto da estatal.

de acordo com o gerente de Tec-nologia e GnV da rede de postos da Petrobras distribuidora, Paulo da Luz costa, a subsidiária está de-senvolvendo o projeto pioneiro de aquecimento da água da lavagem de veículos por meio de energia solar no posto da Br na Barra da Tijuca, no rio de janeiro.

Países desenvolvidos devem ter emissão zero em transporte até 2050

durante o painel ‘cenários de energia, clima e transporte’, o vice-presidente executivo de B2B e Lubrificantes da Shell, Tan chong Meng, disse que os países desenvolvidos devem avançar em direção a sistemas de transportes com emissão zero até 2050. Segun-do ele, o consenso alcançado no Painel intergovernamental sobre Mudanças climáticas (iPcc) em copenhague foi que para que o limite para as mudanças climáticas se torne insuportável é preciso al-cançar dois graus acima dos níveis pré-industriais. e, para ele, estar abaixo desse patamar deve se tor-nar o objetivo da sociedade.

ainda de acordo com o executi-vo, o desenvolvimento e a adoção de novas tecnologias se mostram como importante etapa do desa-

fio. “nossas pesquisas mostraram que no século XX os novos tipos de energia levavam 30 anos para captar 1% do mercado, devido ao tempo necessário para aperfeiçoar métodos de produção e desenvol-ver capacidade humana e indus-trial suficiente. a princípio, seria possível acelerar o processo de adoção de novas tecnologias, no entanto seria necessário o apoio dos governos. com o objetivo de dois graus em mente, os países devem usar todas as ferramentas que têm a seu dispor em termos de economia, regulamentação e educação.”

o diretor geral da exxonMo-bil Química, elcio a. Giusti, afir-mou que nos últimos cinco anos, a exxonMobil investiu mais de US$ 1,5 bilhão em atividades que au-

mentam a eficiência energética e reduzem as emissões de gases do efeito estufa. as iniciativas incluem tecnologias que aumentam a efi-ciência dos automóveis, tais como revestimentos internos de pneus que os mantêm cheios por mais tempo, óleo para motores com no-vas tecnologias que visam econo-mia de combustível e plásticos mais leves para uso em autopeças.

“além disso, a empresa pesqui-sa o aprimoramento dos motores de combustão interna, já desenvolveu um filme separador avançado para baterias de lítio em veículos elétri-cos híbridos e financia pesquisas inovadoras referentes ao aperfei-çoamento do uso da energia solar, dos biocombustíveis e da captura e armazenamento de carbono”, destacou o executivo.

suplemento especial

78 TN Petróleo 72

necessárioFórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, promovido pela Atitude

Brasil, reuniu cerca de 1,8 mil pessoas de diversas nacionalidades, das mais

variadas áreas do conhecimento, para discutir a cultura da paz, o respeito social,

ambiental, econômico e social. por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

Escolhida para receber a terceira edição do iii fórum internacio-nal de comunicação e Sustentabilidade, realizado entre os

dias 19 e 20 de maio, a cidade do rio de janeiro não foi a única a ter acesso ao conteúdo desse im-portante evento, que reuniu 1.800 pessoas: os debates sobre temas das mais distintas áreas de co-

nhecimento foram transmitidos, através da internet, gratuitamente, para universidades e instituições da américa Latina, europa, África e Ásia, em tempo real, via webcast.

o fórum promoveu o debate entre os setores público, privado e a sociedade civil, sobre o concei-to e a prática da sustentabilidade, tendo como ponto de partida os quatro princípios da carta da Terra: democracia, não violência e paz;

integridade ecológica; respeitar e cuidar da comunidade da Vida e justiça Social e econômica.

“a comunicação é fundamen-tal para promover mudanças de conduta na sociedade e aproxi-mar o discurso na prática. Para praticarmos a sustentabilidade, basta que todos adotem pequenas atitudes como não consumir mais do que precisa; praticar a caro-na solidária, consumir produtos

necessárioDiálogo

Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade

TN Petróleo 72 79

orgânicos; eco-nomizar água e energia, entre outros”, enume-ra Marta Rocha, da atitude Bra-sil, organizadora do fórum.

Redes sociais as redes sociais da internet, e

outras plataformas virtuais, foram apontadas ferramentas importan-tes no combate as desigualdades e como mecanismo de disseminação da sustentabilidade. em um de-bate do qual participaram Lucian Tarnowski, do BravenewTalent.com; Gilberto Puig, gerente de co-municação da Petrobras; Genival oliveira (Gog), escritor e composi-tor; débora Garcia, gerente de con-teúdo e novas mídias da TV futura; Vincent defourny, representante da Unesco (organização das nações Unidas para a educação, ciência e cultura) no Brasil; e a nobel da Paz, rigoberta Menchú.

Todos, por unanimidade, reafir-maram o poder gerado pela inter-net. Símbolo de uma nova geração e nomeado jovem Líder Global, pelo fórum eco-nômico Mundial, o inglês Lucian Tarnowski, de 26 anos, é o empre-endedor por trás do Brave new Talent, platafor-ma na internet que conecta cerca de cem mil jovens de 140 países a potenciais empregadores através da rede social.

ele apontou a comunicação como uma das grandes promotoras de mudanças nesse novo cenário de urgência da sustentabilidade, ressaltando que os veículos voltados para essa questão estão principal-mente nas redes sociais. “os blogs e plataformas virtuais como twitter

e orkut são formas de comunicação muito potentes”, assegurou Tarno-wski, acrescen-tando que esse tipo de iniciativa facilita o acesso à informação e à educação.

o inglês de-fendeu a capaci-dade dos meios sociais na hora de introduzir uma “mudança funda-mental” na estrutura pouco sus-tentável do mundo atual e, assim, romper a brecha que divide países desenvolvidos e em vias de desen-volvimento. Para ele, as redes so-ciais deram uma importância maior para as mobilizações da sociedade. “comunicação é informação com uma relação. Podemos tornar nosso futuro diferente através da comuni-cação e do aumento do diálogo entre os povos”, finalizou ele, apontando a nova geração de jovens como a ‘geração da mudança’.

o representante da organi-zação das nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco) no Brasil, o belga Vin-cent Defourny, apontou as redes sociais como fator de multiplica-ção de possibilidades de comuni-cação, que tem papel importante na mobilização social. “Podemos acreditar na força da comunicação, acreditando que podemos mudar e ter um mundo mais sustentável ‘contaminando’ outras pessoas”.

doutor em comunicação, de-fourny também acredita que a in-ternet e as redes sociais são funda-mentais para a disseminação das ações de sustentabilidade. “Pode-mos tornar nosso futuro diferente através da comunicação e do au-mento do diálogo entre os povos”, completou ele, pontuando que as redes sociais deram maior destaque às mobilizações da sociedade.

o gerente de relacionamento – comunicação institucional da

As empresas e os meios de comunicação têm um papel fun-

damental e importante para o desenvolvimento sustentável.

(...) A consciência social é que mudará o mundo. A diferença

não vai seguir sendo os espectadores, mas os construtores:

é preciso arriscar!

Rigoberta Menchú, Prêmio Nobel da Paz de 1992

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Petrobras, Gilberto Puig (foto de abertura), também reconheceu a importância das novas plataformas de comunicação nas empresas. “a falta de comunicação é a origem da falta de sustentabilidade”, as-segurou Puig, acrescentando que sociedades e empresas “devem mi-grar para as redes sociais porque a comunicação bilateral tradicional já não serve”.

o segundo dia do fórum foi marcado por palestrantes com opi-niões fortes com relação à comuni-cação e sustentabilidade. Tia dag, a fundadora da casa do Zezinho, instituição paulista de assistência a crianças carentes, afirmou que o caminho da sustentabilidade pas-sa pelo cuidado com as crianças, que são os futuros adultos que irão sustentar o mundo.

na ocasião, foram abordados ainda aspectos socialmente críticos da comunicação e a necessidade de

democratizar os meios. o escritor e compositor, Ge-nival Oliveira, o Gog, falou sobre o mov imento hip-hop e fez um questionamento:

atualmente há comunicação entre as teias sociais? Segundo ele, a ética e a percepção têm de ser os

principais fundamentos da comu-nicação e, para tanto, é essencial discutir o que é informação e o que é notícia. “acredito que hoje em dia a comunicação está vol-tada para o que é notícia, esque-cendo-se da informação – que é o que vai, efetivamente, instruir as pessoas, contribuindo para a mudança de fato no nosso cenário insustentável”.

o rapper carioca MV Bill fa-lou da importância do hip-hop como veículo de comunicação e

transmissor de informação. ele l e m b r o u q u e iniciou sua vida musical quando percebeu que poderia passar uma mensagem,

uma informação para milhares de pessoas ao mesmo tempo. “o hip-hop foi muito importante para a minha formação como comunica-dor”, afirmou. MV Bill disse ainda que os livros são outra forma pri-mordial para a disseminação de conteúdo e que, ao cuidar do meio ambiente, as pessoas e o governo estão tomando conta também das pessoas que moram nele.

Uma das palestrantes mais aguardadas do fórum, a prêmio nobel da Paz de 1992, rigoberta

Menchú, destacou a importân-cia da participação das institui-ções privadas na formação de um mundo melhor. “as empresas e os meios de comunicação têm um papel fundamental e importante para o desenvolvimento susten-tável”, lembrou a líder indígena da Guatemala.

rigoberta criticou a perda da “dimensão social” nas atividades dos governos, empresas e meios de comunicação. ativista pelos direi-tos humanos, ela advertiu sobre a necessidade de reagir diante dos efeitos da crise global. “há um excesso de materialismo que de-vemos combater. e os meios de co-municação podem fazer muito por isso”, assegurou ela, defendendo, ainda, a comunicação “a serviço do espírito humano, da sociedade e das pessoas”. Para Menchú, é necessário que haja mais reflexão, individual e coletiva, pois sustenta-bilidade é mudança de consciência (social, material e espiritual). e concluiu: “a consciência social é que mudará o mundo. a diferença não vai seguir sendo os espectado-res, mas os construtores: é preciso arriscar!”

o professor da Universidade do estado do rio de janeiro (Uerj) e um dos autores da carta da Ter-ra, Leonardo Boff, afirmou que é

possível produ-zir itens desde que se respeite os ecoss i s te -mas. Para ele, a sustentabili-dade tem força para manter um

novo mundo por muitos anos. “o modelo atual de mundo que esta-mos vivendo foi construído com a devastação da natureza, mas a sociedade já está buscando so-luções para que tenhamos uma relação melhor e sustentável com a natureza”, disse Boff.

Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz 2006, também esteve presente em um dos debates do Fórum internacional de Comunicação e Sustentabilidade

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um doS PoNToS ALToS do fórum foi a participação do ambientalista e em-preendedor estoniano Rainer Nolvak, empresário estoniano protetor da natu-reza, ideólogo do Clean up day (dia da Limpeza) e presidente do conselho do Nature Fund Ferréz, na estônia. Foi um dos organizadores do Let’s do it 2008, ação cívica com 50 mil voluntários que praticaram a limpeza da estônia – país com menos de 1,5 milhão de habitantes – em apenas um dia. em função do projeto Clean up day, rainer foi o ganhador do prêmio de Voluntário do Ano na estônia.

Nolvak anunciou oficialmente que um projeto intitulado Limpa Brasil, em parceria com a Atitude Brasil, pretende fazer uma faxina geral do rio de janei-ro em 24 horas, com a ajuda de 150 mil voluntários, 50 empresas, 12 institui-ções públicas e um financiamento de parceiros em torno de r$ 3,8 milhões. o Limpa Brasil tem como objetivo lim-par o rio de janeiro, com 6 milhões de habitantes, também em apenas um dia.

de acordo com o último censo do iBGe (instituto Brasileiro de Geografia e estatística), a quantidade diária de lixo ur-bano coletado no Brasil é de 228.413 to-neladas, o que representa 1,25 kg diários por cada um dos cerca de 183 milhões de habitantes. Nolvak frisou que é necessário conscientizar os cidadãos sobre a impor-tância de manter um consumo responsável e a necessidade de reduzir a produção de resíduos, especialmente no Brasil. “espe-ramos que o Limpa Brasil seja itinerante e que atue em diferentes cidades brasileiras. A proposta não é só limpar a cidade, mas criar uma cultura comportamental em re-lação ao lixo”, informou rainer.

No mundo moderno, a produção de lixo aumentou numa escala conside-rável, causando graves problemas ao ambiente e à saúde pública. Todas as etapas desse processo, que englobam desde a formação do lixo até sua desti-nação final, exigem soluções conjuntas entre os governos e a sociedade. As cidades cresceram desordenadamente

nas últimas décadas, prejudicando os ecossistemas naturais e gerando im-portantes danos ecológicos.

“Precisamos, com urgência, de um plano de ação e gestão ambiental para salvarmos nossas cidades. educar a população, criar uma coleta seletiva de lixo, de reciclagem, implantar políticas públicas e econômicas são indispensá-veis para mudarmos esta triste realidade e caminharmos para uma cidade susten-tável, que respeite a biodiversidade e o direito à vida do planeta”, explica marta rocha, do Atitute Brasil.

Projeto Limpa Brasil

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A onG Gaia decidiu inovar e mais uma vez contribuir para um mundo susten-tável. a instituição, que tem entre seus

parceiros Petrobras, Shell, Grupo Votorantim, Braskem, eletrobrás furnas, citi, diversas onGs, uni-versidades e Governo em suas ins-tâncias municipal, estadual e fede-ral, promoveu no mês de maio, em São Paulo, um evento comemorativo aos seus 20 anos de atividade. de-nominado ‘Parcerias para a susten-tabilidade’, o encontro proporcionou aos participantes e parceiros uma oportunidade para a reflexão sobre

os papéis dos diversos setores para o desenvolvimento sustentável.

durante o encontro, os gestores da instituição abordaram o histórico dos últimos anos, cenários e expec-tativas para o futuro, gerando um importante momento de reflexão. “instituímos o Gaia com o desejo de construir uma instituição feliz, que consiga integrar a missão pessoal de cada colaborador com a missão da entidade, pois acreditamos que isso se reflete no trabalho externo, oferecendo melhores serviços aos projetos e assim contribuindo para uma sociedade melhor”, explicou o superintendente executivo do Gaia, Edison Carvalho.

Segundo carvalho, no encontro os participantes foram divididos em grupos e convidados a refletir sobre questões acerca da atuação dos três setores da economia (governamen-tal, privado e não governamental) e quais os desafios e oportunidades enfrentados por cada um. Também foi sugerido um debate sobre sus-tentabilidade, apontando prós e contras de se agir local e/ou glo-balmente.

cada grupo elegeu um re-presentante para apresentar aos demais resumidamente as con-siderações. Vale citar que todas as anotações apresentadas foram sistematizadas pelo Gaia, gerando um documento enviado a todos os participantes e disponibiliza-do para consulta pública. “Se nós pensarmos em todas as demandas sociais e conseguirmos estabelecer uma estratégia para um plano de ação intersetorial, nossa possibili-dade de sucesso será muito maior”, concluiu edison carvalho, que dis-se, no final do evento, ter ficado

com a sensação de missão cum-prida e objetivos alcançados.

Satisfeita com sua participação no encontro, a coordenadora

Gaia completa 20 anos e muda sua sedeA premiada organização não governamental, sem fins lucrativos, o Gaia (Grupo

de Aplicação Interdisciplinar à Aprendizagem), que atua no desenvolvimento

sustentável, comemorou seus 20 anos de atuação com um evento sobre ‘Parcerias

para a sustentabilidade’ e anunciou que o atual local de funcionamento já não

comporta a equipe toda reunida – em julho, a instituição terá nova sede.

por Maria Fernanda Romero

TN Petróleo 72 83

de relacionamento institucional da Braskem, Érica Machado, afir-mou ter sido um momento espe-cial. “nós, como empresa, temos essa busca constante de estar in-tegrando com o terceiro setor e in-fluenciando o primeiro setor em busca de solução para melhorar a qualidade de vida das pessoas no planeta. esse momento de parada para refletir, para mim e os demais

representantes da Braskem foi mui-to importante”, frisou.

com um quadro de colabora-dores que ultra-passa o número de cem profis-sionais, a atual sede no bairro de jardim cha-padão, em cam-pinas (SP) já não

comporta a equipe toda reunida. Prevista para o início de julho, a mudança da sede do Gaia para um novo endereço marca mais um avanço na história da onG. o novo local – uma casa no bairro Taquaral em campinas – é bem mais amplo e contemplará toda a reestrutura-ção de Ti e implementação da área de gestão do conhecimento.

“este é um momento para o qual vínhamos nos preparando nos últimos anos. a ida para um espaço maior sela nossa busca constante pela profissionalização dos processos e, ainda, nosso ideal de futuro, que é a internacionali-zação dos serviços oferecidos pela instituição”, explica Maíra Souza, gerente executiva do Gaia.

Promover/Programa de Mobilização e Viabilização Socioambiental – capacita representantes da pes-ca artesanal, de organizações governamentais e não governamentais, para elaborarem e captarem recur-sos para projetos socioambientais. o programa é uma iniciativa da Shell Brasil em parceria com o Gaia e também auxilia na identificação dos potenciais da comunidade, apoia a atuação em rede e promove o desenvolvimento sustentável da atividade pesqueira. desde 2007, quando teve início, o Promover já capa-citou mais de 120 pessoas em municípios do rio de janeiro e espírito Santo, resultando em cerca de 30 projetos elaborados.Futuro em Nossas Mãos – promove a inclusão produ-tiva de jovens, em sintonia com seu interesse e neces-sidade de desenvolvimento, por meio de capacitação profissional. A ação é uma iniciativa da Votorantim me-tais e do instituto Votorantim e coordenada pelo Gaia. o monitoramento das ações comprova que, em algumas regiões de atuação do projeto, o índice de empregabi-

lidade chega a 50% do total de jovens formados. esse dado mostra a efetividade do projeto, que em menos de seis anos já formou mais de oito mil jovens, em cer-ca de 70 municípios brasileiros, se consolidando como prática de sucesso no estímulo ao empreendedorismo e formação profissional juvenil.Parque da Amizade – marca um avanço no conceito de áreas verdes de lazer no Brasil. São 300 mil m² tra-balhados em Paulínia (SP), desde sua concepção até seu funcionamento, sob o tema desenvolvimento sus-tentável. o projeto é iniciativa da Braskem em parceria com a Prefeitura de Paulínia, e coordenado pelo Gaia. o projeto tem como proposta promover o equilíbrio e harmonia nos desempenhos econômico, social e am-biental, desde a construção sustentável e o atendimento aos padrões internacionais de acessibilidade para ido-sos e pessoas com deficiência locomotora e/ou visual, até as atividades de formação e desenvolvimento da co-munidade do entorno, atuando nos campos da cultura, inclusão social, meio ambiente e lazer.

Alguns projetos do Gaia

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84 TN Petróleo 72

A conferência deste ano trouxe depoi-mentos emociona-dos sobre a neces-sidade de se ter um olhar generoso em

relação aos direitos das próximas gerações. com o tema ‘o mundo sob nova direção’, o evento buscou mostrar alternativas viáveis para a construção de uma economia mais solidária e inclusiva.

Para Oded Grajew, presidente do ethos, existem sinais claros de

que estão ocor-rendo mudanças indesejáveis no mundo, e estas prec i sa m ser percebidas e in-corporadas na busca de novos

caminhos, o que significa traba-lhar para fortalecer os conheci-mentos e caminhos para uma nova etapa do processo civilizatório. “na Polônia do pré-guerra os sinais da tragédia estavam no ar. alguns souberam ler estes sinais e bus-caram caminhos para sobreviver. outros não acreditaram que as pessoas poderiam ser tão cruéis e não sobreviveram”, contou oded.

durante a abertura do evento, Simon Zadek, membro do conselho internacional do ethos e executivo

da accountabi-lity, disse que o Brasil tem uma posição impor-tante no cenário global da susten-tabi l idade por sua capacidade

inovadora, principalmente em se-tores estratégicos como biocombus-tíveis, e por estar na vanguarda em temas como o combate às mudan-ças climáticas. Para ele, o Brasil tem vantagens que precisam ser aproveitadas na construção de uma economia de baixo carbono, como o perfil renovável de boa parte da energia utilizada no país.

ideias simples para um futuro melhor, foi o que se percebeu na terceira edição da Mostra de Tec-nologias Sustentáveis, realizada paralelamente à conferência. Pro-jetos como o lixo que vira energia, a terra retirada de rios assoreados se transformando em pavimento, os resíduos orgânicos da alimentação que passam a existir como adu-bo na composteira eram algumas das ideias expostas nos estandes.

Um olhar para o futuro com a esperança de que a atual geração consiga resolver

alguns dos problemas urgentes que ameaçam a qualidade de vida na Terra. Este

foi o clima de uma das mais importantes reuniões sobre sustentabilidade realizadas

anualmente em São Paulo, a Conferência Internacional do Instituto Ethos, ocorrida

em maio. Um dos pontos altos do evento foi o debate sobre o pré-sal e sua relação

com a sustentabilidade.

Conferência Internacional do Instituto Ethos 2010

por Maria Fernanda Romero

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TN Petróleo 72 85

a exposição retratou ideias que em vez de criar, refazem laços, dando outras destinações e trazendo be-nefícios para toda a cadeia.

Sustentabilidade no pré-salPré-sal, royalties, investimen-

tos na cadeia de valor da Petrobras e visão de sustentabilidade. estes foram os temas mais requisitados durante as mais de duas horas de debates entre o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e jornalistas du-rante a conferên-cia internacional ethos 2010.

Gabrielli par-ticipou do debate ‘como o pré-sal pode contribuir para a sustentabilidade’ e mostrou o quanto o Brasil está à frente do resto do mundo em relação à reno-vabilidade de sua matriz energéti-ca. “enquanto o mundo ainda usa 87% de energias fósseis, a matriz brasileira já usa 46% de energias vindas de fontes renováveis”, disse o presidente da Petrobras. o executivo esclareceu as vanta-gens energéticas do Brasil, único país no mundo a ter 5% de biodie-sel em todo o diesel que consome recurso renovável – com meta de atingir 7% em 2013, 51% da frota interna dos carros movidos a etanol – e ampla oferta de energia hidre-létrica, bem menos impactante do que as termelétricas a carvão.

Segundo Gabrielli, a estatal está investindo no desenvolvimen-to de fontes alternativas, mas, so-bretudo, os estilos de vida é que precisam ser modificados. desta forma, será possível reduzir e uti-lizar energia e produtos derivados do petróleo com mais eficácia e inteligência.

ele explicou que, nos próximos 20 anos, a empresa deverá dobrar a oferta de petróleo no Brasil, o que

significará grandes investimentos em infraestrutura e equipamentos para prospecção, transporte e refi-no de petróleo, o que vai gerar um importante movimento na econo-mia do país, uma vez que é opção da empresa que 65% de todos as compras para suprir essas neces-sidades sejam feitas aqui.

o presidente da Petrobras res-saltou que ainda não existe uma fonte de energia com todas as van-tagens do petróleo e que o pré-sal permitirá ao país aumentar sua produção de 1,8 milhão de barris diários para quase 4 milhões em 2020. os recursos gerados ficarão em um fundo Social, gerido por dois conselhos, incluindo represen-tação da sociedade civil, do qual

se investirá apenas o rendimento, mantendo-se o principal acumula-do. a utilização deste fundo para benefício dos brasileiros será de responsabilidade de seus gestores, sob supervisão de toda a socie-dade.

além disso, a empresa priori-zará fornecedores nacionais para toda a cadeia de suprimentos en-volvidos na refinação do petróleo, estando previstos a construção de cinco novas refinarias no país e o repasse de tecnologia para empre-sas nacionais. isto, na sua visão, fortalecerá a competitividade bra-sileira neste campo. em resposta a todos os questionamentos feitos, ele ressaltou os amplos programas sociais, ambientais e culturais que

durANTe o eVeNTo, foi lançado o desafio de orientar mudanças empresariais direcionadas para uma nova economia inclusiva, verde e responsável, por meio da criação e aplicação de um novo índice.

Abrindo as apresentações, Simon zadek, sênior fellow na harvard university e também colaborador deste projeto, levan-tou pontos importantes ainda não contemplados pelos indicadores. de acordo com ele, atualmente não existem avaliações que deem conta do impacto da cadeia de suprimentos, nem que apontem o melhor modelo de negócios ali-nhados com a sustentabilidade.

“A maior parte dos índices se concentra em empresas lista-das em bolsa e deixa de captar iniciativas que não aparecem, de empresas menores e não lista-das.” Ainda assim, os índices de sustentabilidade estão se aperfei-çoando e se multiplicando, desde a criação do primeiro, em 1999, o

dow jones Sustainability indexes. “os índices são provocativos, no sentido de mostrar direções de mudanças e quais os próximos

passos. Além disso, são in-clusivos porque são elaborados com participa-ção pública”, afirmou Sonia Favaretto, dire-

tora de sustentabilidade da Bm&F Bovespa.

da mesma maneira, utilizando-se de construção em conjunto, o instituto ethos está dando início à elaboração de um novo indicador, que carrega em seu cerne a preo-cupação de ser objetivo e mostrar de fato quais empresas estão sendo importantes em termos éticos, ambientais e sociais. “esta conversa de hoje já está trazendo reflexões que nos ajudarão neste processo”, concluiu Paulo itaca-rambi, vice-presidente executivo do ethos.

Ethos quer criar novo índice de sustentabilidade empresarial

suplemento especial

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a Petrobras apoia e desenvolve ao mesmo tempo que gera empregos, recolhe impostos e traz divisas para o país, sendo responsável por 22% de toda a exploração de petróleo em águas profundas.

Uma das preocupações dos jor-nalistas e da plateia foi o aumento das emissões de gases estufa, tan-to pelo uso como pela exploração dos 4,5 bilhões de barris que a agência nacional de Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (anP) diz ser o potencial das novas re-servas. Gabrielli explicou que a Petrobras está trabalhando para neutralizar as emissões de parte desse processo com a injeção de co2 nos poços para aumentar a pressão e facilitar a exploração de óleo e gás. alertou, no entan-to, que as questões relacionadas ao uso dessa energia devem ser respondidas pela sociedade, que faz uso intensivo de petróleo e que ainda não conseguiu desenvolver

alternativas capazes de substituir plenamente essa matéria-prima. “a Petrobras produz petróleo; não é responsável pela demanda”, ex-plicou.

outra questão importante é o uso das riquezas geradas pela exploração das reservas do pré-sal. Para ele, esses recursos de-vem ser investidos em educação, saúde, ciência e tecnologia, e não utilizados para o pagamento de despesas correntes do governo. “É um recurso finito, deve ser empre-gado para elevar o patamar de de-senvolvimento do Brasil”, disse.

Perguntado sobre a qualida-de dos combustíveis oferecidos ao mercado nacional, Gabrielli explicou que a empresa está in-vestindo US$ 13,2 bilhões até 2013 para atender à melhora nas especificações de seus produtos. Mas lembrou que a qualidade do combustível é apenas parte do problema da poluição urbana e

da emissão de particulados. “em torno de 44% da frota de carga circulante no Brasil tem mais de 20 anos, e um motor antigo polui cerca de dez vezes mais do que um novo”, explicou.

o debate com Gabrielli estabe-leceu as bases de um novo diálogo sobre o uso de petróleo e a sus-tentabilidade no Brasil. ele conta que a empresa é uma das maiores apoiadoras de projetos sociais, am-bientais e culturais no país. no en-tanto, é uma empresa que produz petróleo e que, apesar de todos os investimentos que realiza na pesquisa e produção de energias alternativas, não vê como a socie-dade possa prescindir nem desta energia nem das riquezas que os novos campos vão proporcionar. “a questão da sustentabilidade não passa apenas pela produção, mas tem uma vertente fundamen-tal nos usos que a sociedade faz dessa energia”, explica.

AS emPreSAS dA CidAde de São Paulo contam, a partir de agora, com uma iniciativa que vai tornar ainda mais articulados e eficientes os investimentos sociais e ações desenvolvidos por essas organizações no município. o movimento Nossa São Paulo e o instituto ethos lançaram o Fórum empresarial de Apoio à Cidade de São Paulo, no último dia da Conferência internacional 2010 do instituto ethos. o Fórum tem como objetivos sensibilizar, mobilizar e assessorar as empresas para que atuem pelo desenvolvimento justo e sustentável da capital paulista. A iniciativa já conta com a partici-pação de 21 empresas.

“Nosso problema é desperdiçar esforços, é atuar de forma isolada, e o Fórum busca uma forma inteligente de agir”, destacou o

vice-presidente executivo do ins-tituto ethos, Paulo itacarambi. “o poder público certamente não tem orçamento infinito para realizar tudo o que precisa em São Paulo” e o Fórum oferece a oportunidade para as empresas saberem o que “já realizam e o que pode ser feito (pela cidade)”, destacou oded Grajew, do movimento Nossa São Paulo e presidente do ethos.

maurício Broinizi, secretário executivo do Nossa São Paulo, explicou que o Fórum permitirá às empresas planejar as ações com base no que já está previsto no plano de metas da Prefeitura de São Paulo (Agenda 2012), ao mesmo tempo que vão contar com indicadores e pesquisas sobre a cidade já elaborados pelo Nossa São Paulo e por outras organiza-ções. “A ideia é que, com indica-

dores e dados de orçamento, a gente visualize as necessidades, as prioridades”, acrescentou.

Para apoiar a articulação dessa rede empresarial de apoio a São Paulo e potencializar as ações das empresas participantes, as duas organizações lançaram também um site do Fórum, que reúne as boas práticas já desenvolvidas e também permitirá a troca de experiências de forma virtual. No mesmo evento, o ethos lançou o Grupo de Trabalho empresas e desenvolvimento Territorial Sus-tentável, que tem como objetivo criar ações coordenadas entre empresas, sociedade civil e go-vernos para promover o desenvol-vimento sustentável das cidades. Nove empresas já assinaram a agenda de compromissos que vai nortear o GT.

Fórum reúne empresas pelo desenvolvimento social

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A Braskem está prestes a tornar-se líder mundial na produção de biopolí-

meros ao colocar em operação em meados do próximo semestre sua primeira planta industrial de eteno verde, possibilitando a produção de 200 mil t/ano de polietileno a partir do etanol de cana-de-açúcar. agora a compa-nhia dá mais um passo no seu compromisso com a sustentabili-dade ao lançar o selo I m green. o objetivo é criar valor e iden-tificar todos os seus polímeros produzidos a partir de matérias-primas renováveis.

o selo foi elaborado para ser simples e direto na comunica-ção com os diversos públicos e concebido para proporcionar aos clientes mais valor ao seu pro-duto. “com a criação do selo es-tamos estendendo os benefícios da aplicação de uma resina de fonte renovável para o consumi-dor final, que enxerga e valoriza os produtos com componentes renováveis”, explica rui cham-

mas, vice-presidente da Unidade de Polímeros.

esta iniciativa reforça o compromisso da Braskem com a criação de valor por meio do desenvolvimento sustentável para a cadeia produtiva do setor, seus clientes e a sociedade, cada vez mais exigentes em adotar práticas que visem contribuir para a redução dos gases do efeito estufa.

“Para cada tonelada de po-lietileno verde produzido são se-questradas até 2,5 toneladas de co2”, destaca jorge Soto, diretor de desenvolvimento Sustentável da Braskem. “o plástico de fonte renovável é parte do compro-misso da Braskem com a cadeia produtiva e toda a sociedade na busca por soluções sustentáveis.”

o desenvolvimento do selo, que é autorreferenciável e não apresenta barreiras culturais, vem para realçar a identidade de produtos que têm em sua es-sência a relação com a natureza, além de transferir valor para a

marca e para o consumidor que busca inserir em seu dia a dia a prática do consumo sustentável.

além do polietileno verde o selo I m green identificará outras resinas que a Braskem venha a desenvolver a partir de fontes predominantemente renováveis. até o início de operação da nova planta de eteno utilizando etanol como matéria-prima, a compa-nhia definirá junto a seus clien-tes as condições para que eles também possam estampar o selo em seus produtos, especialmente o conteúdo mínimo de resina verde em sua composição.

Desenvolvido para atender ao mercado mundial, o selo I’m green nasce para distinguir os produtos que levam em sua composição o plástico verde da Braskem.

Selo para produtos de

fontes renováveisBraskem

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suplemento especial

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Nesta nova fase, o proje-to será executado pela Universidade federal do

amazonas (Ufam) e coexecutado pela Universidade do estado da amazonas (Uea), pelo instituto de Pesquisa nacional da amazô-nia (inpa) e pelo instituto Piatam.

Para a finep, a escolha do Piatam se justifica diante dos ex-celentes resultados do Projeto ao longo de dez anos de atuação na amazônia: seis teses de doutora-do e 28 dissertações de mestrado foram publicadas com resultados das pesquisas realizadas nas nove comunidades ribeirinhas nas quais o projeto atua.

com o início do novo ciclo, o Piatam vai funcionar como

uma rede, garantindo maior integração entre as diferentes áreas da pesquisa. o maior aporte foi dado ao subprojeto ‘desenvolvimento humano e relações ambientais no médio rio Solimões’, que irá desenvol-ver pesquisas voltadas para a implementação de tecnologias sociais que induzam a melho-ria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas. Se-gundo o coordenador do Piatam V, o professor carlos edwar, atividades desse tipo já vinham sendo desenvolvidas. ele cita como exemplo as máquinas de desfibrilar malva e juta: “as máquinas foram desenvolvidas em conjunto com os ribeirinhos

e o modelo deu tão certo que a Secretaria de Produção rural do amazonas resolveu replicar a máquina para outros locais do estado.”

além dos estudos socioeco-nômicos, o Piatam V também desenvolverá os subprojetos: aperfeiçoamento dos sistemas de informações e indicadores Piatam; espacialização e visua-lização georreferenciada dos sistemas de informação visual; Qualidade de água e recursos aquáticos; Gestão e relações institucionais da rede Piatam. nesta fase, que irá durar cerca de dois anos, estarão envolvidos 67 profissionais, entre pesquisa-dores, alunos e técnicos.

O Projeto Piatam (Inteligência Socioambiental Estratégica da Indústria do Petróleo na

Amazônia) acaba de ter seu quinto ciclo de financiamento aprovado pela Financiadora

de Estudos e Projetos (Finep). Com o novo aporte de R$ 2.005.587,78, o projeto

dará continuidade às pesquisas científicas com o objetivo de monitorar os impactos

socioambientais do transporte do petróleo e gás, no rio Solimões, entre Manaus e Coari.

Mais de 2 milhões para

Piatam V

Piatam V

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APóS quATro ANoS como diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Nel-son Narciso Filho deixou o cargo no último dia 21 de junho, quando expirou seu mandato na instituição. Sem a renovação do contrato com a agên-cia, Nelson parte novamente rumo à iniciativa privada.

enquanto esteve na ANP, Narciso comandou as superintendências de desenvolvimento e Produção, Gestão e obtenção de dados Técnicos e re-fino e Processamento de Gás Natural, entre outras importantes áreas da agência.

Com anos de experiência no setor de óleo e gás, o engenheiro mecânico

com pós-gradua-ção em Adminis-tração industrial e e n g e n h a r i a econômica já es-teve diretamente envolvido durante sua carreira em

negociações de alto nível técnico e comercial com a criação de unidades de negócios e formação de equipes em empresas como halliburton, ABB, Vetco Gray and hughes WKm no Bra-sil e no exterior.

LuiSANGeLo CoSTA ACABA de in-gressar na Aker Solutions como o

novo gerente de desenvolvimento de Negócios da divisão Process Systems, onde será responsá-vel pelo relacio-namento com os

clientes e prospecção de novos ne-gócios da divisão no Brasil. Com dez anos de experiência no setor de óleo & gás, Luisangelo atuou nos últimos anos como gerente comercial sênior da Chemtech.

“estou muito entusiasmado em fazer parte de um grupo de gran-de reconhecimento internacional e atuação consolidada no mercado. No Brasil, a Aker Solutions está em franco crescimento e possui ótimas perspectivas comerciais. espero po-der contribuir com essa nova fase da empresa no Brasil”, disse Lui-sangelo.

o setor de Process Systems da Aker Solutions sofreu outra importante

mudança. ronaldo ribeiro, presidente da área no Brasil se desligou da em-presa, indo para seu lugar, André And r i o l o , que ocupava a função

de Gerente de Projetos da compa-nhia. A área de Process Systems é responsável pelo desenvolvimento de tecnologias de processo top side, como sistemas de remoção de sulfato, reclamação de meG, entre outras.

em 2010, A APoLo TuBuLArS inaugura uma nova fase. Com a complementação da sua planta industrial em 2008 e a entrada de seus produtos no mercado

de oCTG, a empresa está hoje muito mais madura e pronta para atender os mercados nacional e internacional.

Carlos Eduardo de Sá Baptista, renomado executivo do setor de tubos de aço, na presidência da Apolo Tubulars desde sua inauguração, foi chamado ao Conselho do Grupo Peixoto de Castro para assumir a área Aço. em seu lugar, entra Eduardo Valle, para alavancar esta nova fase.

depois de atuar na Brasco Logística offshore e White martins, eduardo traz sua expertise à Apolo Tubulars para garantir ainda mais confiabilidade aos produtos, investindo sempre em qualidade, segurança e tecnologia de ponta.

o novo Ceo destaca o atendimento aos clientes como importante ponto a ser trabalhado e já planeja ações que projetam ainda mais a Apolo Tubulars no segmento de pe-tróleo e gás, visando sua consolidação no mercado como fabricante de produtos de alta qualidade e pronta para

atender aos mais rigorosos requerimentos da indústria.A Apolo Tubulars foi criada a partir de uma joint venture entre Apolo

Tubos e equipamentos, subsidiária do Grupo Peixoto de Castro e a u.S.Steel, provedora de tecnologia e produtos tubulares com mais de cem anos de experiência. É uma empresa focada na produção de tubos de aço de alta qualidade, soldados por indução de alta frequência (hiFW), para a indústria de petróleo e gás.

Nelson Narciso Filho deixa diretoria da ANPLuisangelo Costa: da Chemtech para a Aker Solutions

Novo CEO da Apolo Tubulars

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pessoas

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produtos e serviços

ocorre QUe o aMBienTe offshore no qual esta infraestrutura está locali-zada é altamente corrosivo e agressivo para os sistemas de pintura utilizados na proteção das estruturas e equipamentos de aço carbono.

adicione-se a isso a grande difi-culdade e o custo bastante elevado da manutenção nestas condições e teremos como resultado a grande preocupação dos profissionais de manutenção com o desempenho em longo prazo dos sistemas de pintura anticorrosiva de equipamentos e estruturas de aço que operam nestes ambientes inóspitos.

o substrato comumente encontra-do em instalações costa afora e regiões costeiras é aço carbono preparado por hidrojateamento a uma ultra alta pressão devido à quase impossibilidade de se efetuar jateamento abrasivo em equipa-mentos que não podem parar.

apoiada por testes acelerados de la-boratório, a international Paint, marca de revestimentos e tintas industriais de alta performance da divisão Marine & Protective coatings da akzonobel, con-cluiu que os esquemas de pintura que apresentam melhor desempenho nestas condições são os à base de tintas epóxi

tolerantes a superfícies seguidas por aca-bamentos polissiloxanos (dependendo da situação).

alguns produtos da international Paint para situações de manutenção e reparos em um dos ambientes mais inóspitos:Interseal® 670HS – Epóxi Low VOC To-lerante a Superfícies – anticorrosivo para manutenção versátil: primer-acabamento, altos sólidos, baixo Voc, alta espessura, tolerante a superfícies (inclusive hidroja-teadas), indicado para serviços de imer-são ou exposição atmosférica e possui certificação para tanques de água potá-vel. Tal produto pode ser aplicado com praticamente qualquer método, desde uma simples trincha até uma sofisticada máquina airless 80:1.

Interzone® 954 – Epóxi de Extraordi-nária Resistência e Proteção – espe-cialmente desenvolvido para suportar as condições extremas características dos ambientes offshore. Voltado para as zonas de variação de maré, áreas com elevado grau de corrosividade, áreas sujeitas à imersão permanente, convés principal/ro-tas de fuga. Pode ser aplicado em demãos de até 500 micrômetros de espessura,

inclusive sobre substratos hidrojateados ainda úmidos e continua seu processo de cura mesmo depois de imerso em água doce ou salgada.

Interzone® 485 – Epóxi Ultra Alta Es-pessura de Excepcional Resistência a Danos Mecânicos – revestimento epóxi de resistência excepcional ao impacto e à abrasão, praticamente imune aos danos mecânicos e à corrosão. É aplicado em espessuras ultra elevadas de até 3.000 micrômetros de espessura (3mm) sobre substratos preparados por jateamento abrasivo ou hidrojateamento a Ultra alta Pressão. o interzone® 485 é usado quan-do se necessita de proteção duradoura em estruturas submersas ou enterradas (com ou sem proteção catódica) além, obviamente, das áreas sujeitas à intensa abrasão e desgaste, tais como carga e des-carga, manuseio de ferramentas pesadas, helidecks, convés principal, etc.

Interfine® 878 e 979 – Polisiloxanos Acrílicos com Excepcional Retenção de Brilho e Cor – os acabamentos de alto desempenho interfine® também fazem parte do pacote de produtos para manutenção offshore de inter-

national Paint . a estrutura quími-ca com característi-cas inorgânicas dos acabamentos é al-tamente resistente aos raios ultravio-leta, o que propicia um desempenho bem maior do que os acabamentos poliuretano con-vencionais no que se refere à retenção de brilho e cor.

Importância da manutenção no mercado de óleo e gás

Os colossais investimentos feitos na exploração e produção de petróleo e gás são concebidos para produzir energia por muitos anos e não podem ser comprometidos por uma manutenção inadequada dos ativos de infraestrutura, que pode gerar um encurtamento inaceitável de sua vida útil

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o inSTiTUTo MaUÁ de Tecnologia (iMT) teve, recentemente, mais um cre-denciamento pela agência nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (anP). dessa vez, foi a divisão de Mo-tores e Veículos do centro de Pesquisas da Mauá que, com mais de 20 anos de experiência na área de motores de com-bustão, está formalmente apta a realizar Pesquisa e desenvolvimento (P&d) na área de energia. com o credenciamento, essa divisão da Mauá está habilitada a obter recursos da Petrobras para o fi-nanciamento de projetos de pesquisas tecnológicas.

de acordo com o gerente da quali-dade da divisão de Motores e Veículos do centro de Pesquisas da Mauá, enge-nheiro Cláudio Luiz Foltran Rodrigues, o credenciamento re-presenta mais um objetivo alcançado pela divisão para agregar mais qua-lidade aos inúmeros serviços prestados e ampliar ainda mais seus projetos na área de motores. “com esta conquista, poderemos efetuar pesquisas tecnológicas, na área de atua-ção da divisão de Motores e Veículos, em conjunto com as concessionárias, que rea-lizam prospecção em campos de petróleo e gás natural no território nacional, para desenvolver produtos ou soluções na área energética”, afirma.

os serviços credenciados referem-se basicamente a pesquisas e desenvolvi-mento de motores de combustão e seus componentes em bancos dinamométricos, desenvolvimento de equipamentos de motores a pistão para biocombustíveis e outros combustíveis alternativos, além de avaliações do desempenho de veículos automotores e seus componentes.

a busca do credenciamento pela anP surgiu quando a própria Petrobras procurou a instituição para realizar o desenvolvimento de combustíveis. “em

função dessa consulta, verificamos que iríamos necessitar de um investimen-to inicial para a execução do projeto, e os recursos para o desenvolvimento em pesquisas só poderiam ser liberados pela agência após o credenciamento”, relembra o gerente. após meses com uma série de avaliações técnicas e audito-rias, a divisão está formalmente apta a desenvolver projetos de pesquisa para a Petrobras – desde que estejam de acordo com seus interesses tecnológicos e com a qualidade técnica exigida –, podendo vir a financiar totalmente o desenvolvimento dessas pesquisas.

depois de obter o credenciamento, a divisão volta suas atenções para projetos que contribuam para o desenvolvimen-to tecnológico da indústria nacional de gás, petróleo e biocombustíveis e já está acertando os detalhes para a realização de uma pesquisa tecnológica com com-bustíveis ‘alternativos’ para a Petrobras. “estamos em negociações com a estatal para a realização de pesquisas na área de combustíveis. as conversas já estão adiantadas e em breve teremos boas no-tícias”, pontua rodrigues.

Pesquisa & Desenvolvimento – a Mauá possui outros três laboratórios creden-ciados pela anP, cada um aprovado para serviços específicos: o Laboratório de engenharia Química e alimentos e o Laboratório de Micro-ondas são certi-ficados em serviços tecnológicos para o desenvolvimento de produtos e processos, respectivamente para as áreas de energia e refino. já o Laboratório de engenharia Bioquímica também está habilitado para atuar na área de energia, mas, além disso, poderá realizar serviços voltados para o desenvolvimento de produtos e processos para monitoração, manejo e conservação do meio ambiente.

o iNSTiTuTo mAuÁ de TeCNoLoGiA é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, cujo objetivo principal é promo-ver o ensino técnico-científico, visando a formação de recursos humanos altamen-te qualificados, que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico do país. Fundado em dezembro de 1961, o imT, com campi em São Paulo e São Caetano do Sul, mantém duas unidades: Centro universitá-rio e Centro de Pesquisas.

o Centro universitário oferece cursos de graduação em Administração, design do Produto e engenharia, além de cursos superiores de tecnologia em Gestão Ambiental e em Gestão da Tecnologia da informação. Na pós-graduação são ofere-cidos cursos de aperfeiçoamento, especia-lização e mBA nas áreas de Administração, Gestão e engenharia, e desenvolve-se um programa de mestrado em processos químicos e bioquímicos.

o Centro de Pesquisas dispõe de um quadro de técnicos e engenheiros e, há mais de 40 anos, desenvolve tecnologia para atendimento de necessidades da in-dústria, além de proporcionar estágios aos alunos do Centro universitário, que assim complementam sua formação profissional.

Excelência certificada

50 anos de geração de conhecimento

Instituto Mauá tem o quarto laboratório credenciado pela ANP

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Expansão de açoCom faturamento de R$ 200 milhões e meta de crescer 15% em volume de transações em 2010, a Neolider anuncia startup para disputar mercado de aço inox e aço carbono.

Neolider

produtos e serviços

o creSciMenTo doS MercadoS de aço inox e de aço carbono está dando im-pulso a novas estratégias expansionistas. depois de passar dois anos reavaliando sua posição no mercado e seus novos rumos, a empresa inoxforte, no mercado de aço inox e aço carbono há quase 30 anos, iniciou o ano passado com planos ambiciosos. Uniu-se a outro grande con-corrente, a inbranox, dando origem à neolider, que surge posicionada entre as dez maiores empresas de aço carbono e aço inox do país.

com um faturamento de r$ 200 mi-lhões e muito apetite para alcançar a liderança absoluta do setor, a empresa iniciará este ano a construção de um mo-derno centro de distribuição de 111 mil m² em uma área estratégica de São Paulo, próxima ao rodoanel. “a nova estrutura facilitará não somente a distribuição in-terna dos produtos manufaturados, como perfis, tubos, chapas, barras e conexões de aço carbono e aço inox, mas também a logística de importação, uma vez que se encontra a 30 minutos do porto de Santos”, diz Antonio Carlos Ferreira (foto), presidente da neolider.

atualmente, a empresa dispõe de uma central de 45 mil m² no município paulista de São Bernardo do campo, às margens da rodovia dos imigrantes, além de uma planta de 8 mil m² próxima ao Polo Petroquímico de camaçari, na Bahia, e uma no recife, de 3 mil m². “o nordes-te cresceu muito no ano passado, algo em torno de 7,5%, sobretudo por conta da indústria petroquímica. já o Sudeste registrou alta de 4,5% e agora estamos ainda mais preparados para atender às demandas”, afirma o executivo.

finalizada no último mês de feverei-ro, a consolidação das estruturas física e humana da empresa, que agora conta com 300 funcionários, sendo 70 somente da

equipe comercial, trouxe como principais benefícios a redução de custo operacio-nal, atendimento especializado e mais inteligência e agilidade na logística. e, segundo o presidente da empresa, ou-tras novidades virão por aí. “em breve, lançaremos um diferencial estratégico e exclusivo no mercado, que garantirá aos nossos clientes um nível ainda maior de satisfação”, garante.

Combustível do desenvolvimento – con-siderado estratégico para a economia e o desenvolvimento do Brasil, o aço é utilizado na cadeia de processos produ-tivos de diversas indústrias de base. no setor de papel e celulose, por exemplo, no qual o país vem registrando bom nível de produtividade e, no mundo, já ocupa o sétimo lugar entre os maiores produ-tores desta comoditie, sendo o primeiro em celulose de fibra curta, o aço está presente em todas as fases de produção, proporcionando alta resistência mecâ-nica e química, além de contribuir para elevar a produtividade nas indústrias. na área de medicamentos, na qual o Brasil se posiciona como um dos cinco maiores consumidores do mundo, a utilização do aço inox contribui de forma abrangente, pois não permite nenhum tipo de con-taminação, favorecendo assim a melhor relação custo/benefício.

em razão da versatilidade do mercado siderúrgico, o aço está presente, ainda, nos setores automotivo, da construção civil, engenharia, equipamentos e outros. o Brasil é uma das principais potências mundiais em minério, além de ser dono de uma das maiores reservas desse produ-to, fundamental para o desenvolvimento interno de sua economia.

com forte atuação nos estados de São Paulo, Pernambuco e Bahia, a neolider faturou r$ 200 milhões em 2009, apos-tando na expansão de suas atividades nos mercados do Sudeste e nordeste, onde cresceu 4,5% e 7,5%, respectivamente. a companhia é uma das maiores empre-sas de aço carbono e aço inox do país, focada na distribuição de produtos ma-nufaturados, como tubos, chapas, barras e conexões de aço carbono e aço inox, utilizados em diversas aplicações das indústrias química e siderúrgica.

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oS uSuÁrioS dA SoLução AdP expert que atuam no setor offshore contam ago-ra com mais uma funcionalidade. Trata-se do Controle de embarcados, novo módulo que permite ao departamento de recursos humanos administrar com mais precisão e agilidade o embarque e desembarque de funcionários que trabalham nas operações em alto-mar.

Com o uso da inovadora ferramenta, parametrizada com exclusividade pela AdP – um dos maiores fornecedores de serviços de recursos humanos do mundo, com 60 anos de experiência, – é possí-vel, por meio do registro das datas de embarque e desembarque, contabilizar automaticamente os dias de trabalho e de folga de cada empregado, de forma a gerar subsídios para o cálculo da folha de pagamento.

A ferramenta dis-põe de outros recur-sos referentes à mo-vimentação da força de trabalho, como o registro da transfe-rência do funcionário de uma embarcação para outra e alerta para desembarque de empregado com período de férias vencido. A integração com outro módulo do AdP ex-pert, o Webreport, permite ao usuário gerar relatórios por movimentações de embarque e desembarque, tipo de movimentação e tipo de embarcação.

“o Controle de embarcados é resulta-do da constante preocupação da AdP em desenvolver ferramentas que atendam às demandas específicas de nossos clientes.

Cada setor da economia tem sua peculiari-dade e nossas soluções devem sempre ir ao encontro dessas necessidades, contribuindo efetivamente para a gestão dos recursos humanos”, declara Daniel de Abreu, diretor de Tecnologia e Produtos da AdP (Automatic data Processing, inc.), presente no Brasil desde 1966.

Sediada em Nova jersey (euA), a empre-sa atende a cerca de 570 mil organizações em mais de 50 países e, por meio de suas soluções, perto de 31 milhões de pessoas recebem seus salários. A companhia emprega 45 mil funcionários e é líder de mercado na América do Norte, europa, América Latina e países da costa do Pacífico. Também é uma das poucas empresas americanas a receber a classificação AAA da Standard & Poor’s e da moody’s. Seu faturamento no ano fiscal de 2009 foi de quase uS$ 9 bilhões.

a ProTUBo finaLiZoU com êxito a negociação de um contrato de quatro anos com a cameron para fornecimento de matéria-prima (tubos), serviço de cladea-mento e fabricação de curvas para aten-der, inicialmente, ao projeto denominado anM Global, que tem uma encomenda da Petrobras de 138 árvores de natal mo-lhada (anM). a cameron assinou com a Petrobras em setembro de 2009 um con-trato no valor de US$ 480 milhões para o fornecimento dessas peças.

“este contrato nos enche de orgu-lho e responsabilidade, pois se trata do primeiro em que efetuaremos o cla-deamento dos tubos nas instalações da Protubo com a tecnologia cladtek, produzido e inspecionado por brasilei-ros”, explica o diretor de operações e planejamento, Carlos Tavares. o cla-deamento, que é uma tecnologia iné-dita no Brasil, consiste no revestimento de tubos de aço com ligas metálicas resistentes à corrosão.

o executivo informou que a cameron efetuou uma auditoria técnica aprovando os processos e as instalações da empresa. “atualmente, estamos na fase de compra dos tubos para atender este grande pro-jeto que esperamos seja o primeiro de muitos nesta nova modalidade de for-necimento”, finaliza. Tal fornecimento da cameron corresponde ao primeiro de três lotes colocados em concorrência pela Petrobras, totalizando 306 anMs.

a fase das qualificações ocorreu no final de junho, quando a Protubo ha-

via qualificado o seu primeiro ePS (especificação de Procedimento de Soldagem) para re-vestimento de tubos por soldagem com inconel (Weld cla-dding overlay). “o

ePS foi criado e qualificado para atender o nosso cliente cameron, em seu contra-

to com a Petrobras. o ePS qualificou a faixa de metal de base entre aPi 5L Gr. B e aPi 5L Gr. X52, espessura nominal a partir 15,88 e diâmetro a partir de 5”, para aplicação de inconel 625”, explica o engenheiro eduardo Menezes, coor-denador da engenharia da Qualidade. “Também tivemos sucesso na qualificação de seis operadores, depois de um longo treinamento que incluiu aulas práticas e teóricas sobre o processo de soldagem e ainda aulas de inglês.”

Controle de embarcados

Contrato inédito

Novo módulo da ADP Expert atende à demanda das empresas do segmento offshore

Protubo fecha contrato de quatro anos com a Cameron para fornecimento de produtos e serviços, incluindo o cladeamento, tecnologia inédita no Brasil

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produtos e serviços

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Solução preventiva

eSTUdoS MoSTraM QUe, tal como aconteceu com a plataforma america-na deepwater horizon, mais de 50% dos acidentes ocorridos em instala-ções offshore fixas são causados por incêndio (33%) e explosão (28%) (Ver Mendes, F.M., “Uma metodologia para análise computacional de incêndios em instalações offshore”, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Coppe).

falhas estruturais nas plataformas, decorrentes de problemas na manuten-ção, são muitas vezes as causas iniciais de incêndios e explosões que podem ser evitadas por uma tecnologia desen-volvida no Brasil.

o c4d, software desenvolvido pela Phdsoft, disponibiliza uma nova tecno-logia aplicada à gestão de integridade, e permite visualizar a estrutura de plataformas offshore e acompanhar o histórico dos reparos realizados e fazer projeções de degradação e reparos com base nas inspeções efetuadas ao longo do tempo, reduzindo custos e riscos de acidentes como o ocorrido na platafor-ma operada pela BP.

“falhas estruturais são responsá-veis por grande parte dos megavaza-mentos de petróleo e o uso do c4d permite que a manutenção preventiva seja eficaz, e que a estrutura não che-

gue a apresentar problemas que levem a desastres como o do Golfo do México, ou ainda como a que causou a poluição da costa da frança e espanha há alguns

anos”, diz Duperron Marangon, ceo da Phdsoft.

Controle – ao permitir o acompanha-mento da integridade do ativo através de informações reunidas em um único modelo numérico, o c4d desenvolveu um novo conceito para controle, que

vem sendo aperfeiçoado há 15 anos em parceria com a Petrobras e Transpetro. na deepwater horizon, as primeiras investigações apontam que o acidente foi provocado exatamente por falta de controle no processo de documentação da manutenção.

o c4d reúne informações como localização e a data das degradações observadas e dos reparos executados, bem como apresenta a simulação de sua progressão e, assim, torna possível avaliar, ao longo dos anos, a qualidade e as consequências de serviços realiza-dos e a adequação dos procedimentos e materiais aplicados. Sem o uso do c4d, estes dados estariam dispersos em um número muito grande de planos, croquis e relatórios em papel.

Simulador – em outra frente de atuação que também poderia ter ajudado a evitar o acidente com a deepwater horizon, a Phdsoft foi responsável pela construção do simulador de lastro e plataformas de petróleo MPMS (Multi Purpose Marine Simulator), único no Brasil, em uma joint venture com a escocesa Pisys, ficando também responsável pela manutenção e assistência técnica.

com 12 toneladas, o MPMS reproduz, com exatidão, a cabine de comando de uma plataforma de petróleo, e simula os movimentos e ruídos de inúmeras situações, desde ações cotidianas como a limpeza de um tanque até acidentes e operações emergenciais, como no caso ocorrido no Golfo do México.

centenas de funcionários já par-ticiparam do treinamento que dura uma semana. em geral, a turma é dividida em dois grupos e enquanto uns estão dentro do simulador, os outros ficam na sala de observação, acompanhando o desempenho e analisando as estratégias e ações tomadas frente aos comandos dos instrutores.

instalado no núcleo de Treina-mento offshore (nTo) engenheiro nelson Stavale Malheiro, no centro de Tecnologia euvaldo Lodi, do Senai-rj, o MPMS é fruto de um acordo entre o Sistema firjan com a aset (aberdeen Skills and enterprise Training Limited), instituição esco-cesa de treinamento especializado para as indústrias de petróleo, gás e naval, entre outras.

Tecnologia brasileira pode reduzir riscos de acidentes com a plataforma Deepwater Horizon

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Senai-RJ – Núcleo de Treinamento Offshore

Treinamento de excelência

Para aTender ÀS neceSSida-deS das empresas de petróleo e gás no Brasil, o Serviço nacional de aprendizado industrial (Senai), em parceria com a Petrobras, inaugurou há três anos o núcleo de Treinamen-to offshore (nTo). além da parceria com a Petrobras, o projeto conta com a participação da aset (aberdeen Skills & enterprise Training), importante centro de treinamento, localizado em aberdeen, na escócia, e a empresa de Ti Pisys, responsável pela transferên-cia de tecnologia e o know-how para o desenvolvimento dos treinamentos.

com uma área de 650 m², o nTo está instalado no centro de Tecnologia euvaldo Lodi, no rio de janeiro, e pos-sui três importantes e modernos simula-dores, nos quais técnicos, engenheiros e gerentes de operação offshore podem realizar treinamentos de situações coti-dianas à área.

as três áreas de treinamento vêm assegurando a melhoria na qualidade do serviço prestado pelas empresas que

estão no país, além de baratear o custo desse curso, que sempre foi feito fora – sendo que os instrutores são treinados em aberdeen.

o primeiro simulador que se vê na entrada do nTo é o MPMS (Multi Purpose Maritime Simulador), um Simulador Marítimo Multifuncional que permite testar a estabilidade de uma plataforma e todos os contratem-pos que podem nela acontecer. Para se ter uma ideia do que representa este aparelho para a indústria offshore brasileira, só existem dois desses no mundo – o outro fica na escócia.

dos quatro simuladores similares no mundo, o centro de Treinamento em atmosferas explosivas (centro ex), do núcleo de Treinamento offshore, é o mais moderno. alinhado com as nor-mas e programas de Segurança, Meio ambiente e Saúde (SMS) das empresas e de normas internacionais, o local oferece cursos de treinamento para instalação, manutenção e inspeção de equipamentos elétricos e de instrumen-

tação em áreas classificadas, ou seja, com possibilidade de explosões.

o grande objetivo é capacitar os profissionais das plataformas de petróleo, para que estejam preparados para enfrentar possíveis problemas que possam acontecer em alto-mar, já que são locais com alto risco devido ao óleo e o gás, produtos inflamáveis.

já o simulador de processo ambtrei tem foco no treinamento individual do profissional, que irá solucionar problemas de operação da planta, como o processamento do petróleo e a sepa-ração de óleo e gás. exatamente como um centro de controle de plataformas, o sucesso do simulador foi tanto, que desde a plataforma P-43 os centros de comando possuem as mesmas caracte-rísticas do ambtrei.

além de funcionar como um centro de referência de treinamento no setor offshore, o nTo é também um local de reciclagem dos funcionários, não apenas da Petrobras, como de outras empresas. a estatal brasileira tem contrato de sete anos renováveis por mais sete para os simuladores MPMS e ambtrei e de cinco anos e meio para o centro ex. Segundo Guilherme Garcia, coordena-dor do núcleo de petróleo do núcleo de Treinamento offshore, há a previsão da chegada de um novo simulador, de software, em agosto.

Núcleo de Treinamento Offshore completa três anos e se destaca no apoio e qualificação de profissionais do setor de petróleo e gás.

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Renner Herrmann

Romi

Tintas de alta performance

Romi atinge a marca de 150 mil máquinas produzidas

eSPeciaLiZada eM desenvolvimento e produção de tintas de alta performance para manutenção industrial e marítima, a renner Protective coatings apresenta tecnologia de ponta voltada para a produ-ção de torres eólicas durante a all about energy, realizada em fortaleza entre os dias 30 de junho e 2 de julho.

com conceito inovador e sistema de secagem rápida, os produtos da linha eólicas oferecem, além de alto nível de proteção anticorrosiva, possibilidade de finalização do trabalho em até oito ou 11horas. com isso, proporciona otimiza-ção de custos e prazos mais curtos para a disponibilização do equipamento.

durante a feira, uma equipe técnica especializada neste mercado estará dis-ponível para apresentar soluções com-patíveis e personalizadas para cada tipo específico de projeto.

Produtos – o rezinc PeZ 870 é um primer epóxi rico em zinco que oferece elevado

grau de proteção catódica. É indicado para as partes interna e externa de es-truturas e de outros equipamentos que necessitam alta proteção anticorrosiva. Possui rápida secagem, o que permite dar continuidade ao trabalho com outras demãos de produtos e manuseio em me-nor prazo. Para a demão intermediária, a renner Protective coatings recomenda o oxibar dfc 707 ou o oxibar Pfc 533.

o oxibar dfc 707 é um epóxi du-pla função de alta espessura formulado

com fosfato de zinco de rápida secagem e acabamento semibrilho, recomenda-do para finalizar o sistema interno das torres. o oxibar Pfc 533 é um epóxi de alta espessura que contém fosfato de zinco e óxido de ferro micáceo na sua formulação. Para uma proteção completa, recomenda-se o rethane fhS 651, que é um poliuretano de altíssima durabilidade e excelente retenção de brilho e cor, indi-cado para o acabamento da parte externa de estruturas, já que também possui alta resistência à abrasão.

além destes produtos atenderem às normas iSo 12944, possuem diferenciais exclusivos da marca renner Protective coatings – referência internacional na produção de anticorrosivos e tintas de manutenção. em um processo tradicio-nal de preparo destas torres, a aplicação de tintas e anticorrosivos pode demorar alguns dias. com o sistema de pintura sugerido, este trabalho pode ser finalizado em até 11 horas com o uso do oxibar dfc 707, e oito horas com o uso do oxibar Pfc 533, minimizando custos de estocagem e secagem. desta forma, disponibiliza o equipamento em um curtíssimo prazo de tempo.

a roMi, eMPreSa BraSiLeira do setor de máquinas-ferramenta e máqui-nas para processamento de plásticos, acaba de atingir a marca de 150 mil máquinas produzidas nas suas uni-dades fabris. Para comemorar o fato, a empresa, que este ano completa 80 anos de atuação, realizou evento na Unidade fabril 16, em Santa Bárbara d’oeste, para a entrega simbólica do equipamento.

Trata-se de um centro de Usina-gem Vertical romi d 800, entregue na presença de diretores e colaboradores, aos representantes da empresa ZhS indústria e comércio Ltda, compradora, bem como do BndeS, que financiou a compra do equipamento.

durante a cerimônia, o diretor-pre-sidente da romi, Livaldo Aguiar dos Santos, destacou que “o crescimento

da romi está diretamente relacionado a um sólido e ético conjunto de valores, baseado em princípios empresariais que se aliam à criatividade e à inovação para formar conceitos fundamentais que regem nosso dia a dia”.

Santos ressalta ainda a importância das pessoas, que, como fonte constante de geração de ideias, motivam investi-mentos permanentes em capacitação, treinamento e qualificação profissional.

“nestes 80 anos, passaram pela romi mais de 25 mil colaboradores, mui-tos dos quais com 30, 40 e 50 anos de dedicação, e hoje nos transformamos em 2.800 colaboradores, atuando no Brasil, itália, alemanha, inglaterra, frança, espanha e estados Unidos, compartilhando uma única cultura voltada para a inovação e qualidade”, completa Santos.

Presente no mercado internacional desde 1944, a romi é a maior fabricante brasileira de máquinas-ferramenta (tor-nos e centros de usinagem) e máquinas para plásticos (injetoras e sopradoras). Suas instalações totalizam mais de 140 mil m² de área construída, distribuídos em nove plantas localizadas nas cida-des de Santa Bárbara d’oeste – sede da empresa –, Grugliasco e Pont canavese, na região de Turim, itália.

A Renner Protective Coatings, empresa do grupo Renner Herrmann, apresenta produtos direcionados à otimização da produção e proteção anticorrosiva de torres eólicas na feira All About Energy, em Fortaleza (CE).

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Rolls-Royce

Nova turbina a gás

A roLLS-roYCe, emPreSA global de sistemas de energia, está lançando o mais recente modelo de sua família de turbinas industriais rB211, a h63. Trata-se de uma turbina de 44mW que gerará pelo menos mais 30% de potência, de forma mais eficiente que os modelos anteriores.

desenvolvida e fabricada utilizando tec-nologia dos motores aeronáuticos do Grupo, a h63 proporcionará significativos benefícios operacionais e ambientais para os clientes.

A h63 dará a seus operadores 11mW de potência adicional, maior eficiência quanto a combustível e flexibilidade opera-cional. Combinadas, essas três caracterís-ticas gerarão para seus proprietários um lucro de uS$ 2 milhões, proveniente da renda adicional de uS$ 7 milhões derivada da maior geração.

Além disto, a h63 fornecerá mais potência e benefícios para os clientes, tanto na geração de energia elétrica quanto na indústria de petróleo e gás, permitindo melhorias que incluem um aumento da potência acima de 13%.

Anunciando o novo desenvolvimento na feira e conferência Power-Gen europe, em Amsterdam, Steve richards, diretor do Produto rB211 da rolls-royce, declarou: “o rB211-h63 integra a confiabilidade e robustez de nossas atuais turbinas a gás rB211 com a comprovada tecnologia dos motores aeronáuticos rolls-royce Trent para criar a próxima evolução da família de turbinas industriais a gás rB211. Combi-nando as melhores características dos mo-tores rB211 e Trent, podemos entregar um motor projetado para operação confiável, facilidade de manutenção e instalação rápi-da, que ao mesmo tempo possui maiores níveis de eficiência e potência.”

e acrescentou: “Com versões do rB211 agora disponíveis numa faixa de potência de 29mW a possíveis 50mW e modelos industriais do Trent gerando de 51mW a 64mW em ciclo simples e até 107mW em ciclo combinado, a rolls-royce dispõe de uma ampla linha de turbinas a gás de alta eficiência para atender aos requisitos ope-racionais dos clientes em situações de pico ou de carga básica normal.”

os recentes avanços na produção de gás natural levam a maioria dos analistas

a projetar que haverá um amplo suprimen-to de gás natural a preços razoáveis por um bom tempo. Aliado ao fato de que esse combustível emite menos dióxido de carbono do que outros combustíveis fósseis, isso significa que operadores de energia elétrica num ambiente com limitações de carbono deverão levar em consideração estações de geração que utilizem gás.

A rolls-royce é um importante fornecedor da estatal brasileira Petrobras, particularmente no setor de petróleo e gás. desde 2001, a Petrobrás encomen-dou 27 pacotes de geração de energia acionados por turbinas a gás rB211 para serviço offshore. quando todos os 27 pacotes estiverem operacionais em 2010, os motores rolls-royce instalados nas plataformas estarão fornecendo energia para produzir mais de 40% de todo o petróleo no Brasil.

Maior potência – ocupando o mesmo espaço dos modelos atuais rB211-GT61 e rB211-G62, a nova turbina a gás, quando operando com o sistema de combustão tipo Wet Low emissions (WLe), terá uma potência de 44mW em condições iSo, o que representa um aumento de 11 mW. usando um sistema dry Low emissions (dLe), a potência é de 38mW.

Combine-se a isso uma nova turbina rT63 de alta velocidade e alta eficiência, e os operadores se beneficiarão de uma turbina a gás com eficiência de 41,5% em ciclo simples, a melhor na faixa de potên-cia de 35mW a 45mW.

introduzindo a tecnologia do com-provado Trent aeronáutico, a h63 tem a capacidade de melhoramentos adicionais, incluindo aumento de até 13% na potência.

o melhor desempenho desse motor é tornado possível pelo uso da engenharia comprovada do rB211 somado à tecnologia do Trent 60. essa tecnologia inclui pás de

rotor da turbina de alta pressão e stators e rotores do compressor intermediário.

Para aplicações de acionamento mecâ-nico, a rolls-royce está também desenvol-vendo um novo compressor de gasodutos de alta velocidade, com pressão máxima de 3.220 psig. o rFBB-30 será capaz de abrigar até cinco estágios com uma eficiên-cia de 88%, e será combinado com a nova turbina rT63.

A nova turbina a gás h63 chegará ao estágio de carga total em dez minutos a partir de uma partida a frio, e será capaz de mudar de combustível líquido para gás e vice-versa em todos os níveis de potência, sem qualquer interrupção na carga.

Além disso, seu baixo peso, projeto com-pacto e pequeno espaço ocupado a tornam uma máquina ideal para estruturas offshore como embarcações FPSo (Floating Produc-tion, Storage and offloading), nas quais pode ser usada para aplicações tanto de geração de energia como de acionamento mecânico.

o gerador de gás do rB211-h63 está sendo desenvolvido por engenheiros da rolls-royce em montreal (Canadá), mount Vernon (ohio, euA) e no reino unido, em Ansty, próximo a Coventry. A montagem final e os ensaios do primeiro motor acontecerão em montreal, em novembro do ano corrente.

o desenvolvimento da turbina rT63 de dois estágios está correndo em paralelo com o programa do motor. o pacote resul-tante será fabricado, montado e testado nas instalações da empresa em mount Vernon (ohio, euA). os ensaios do pacote deverão ser completados no início de 2011.

Novo modelo da Rolls Royce, que utiliza tecnologia de motores

aeronáuticos, proporciona mais benefícios operacionais devido à sua potência.

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Líder Aviação

Helicópteros para o pré-sal

o início daS oPeraçõeS está pre-visto para este mês. este é o terceiro he-licóptero de grande porte que compõe a frota própria da Líder, a maior da américa Latina.

o S-92 é o maior do segmento execu-tivo, com quase 20 m de comprimento e capacidade para atender a 21 passageiros, incluindo dois pilotos e um comissário de bordo. Possui autonomia de voo de cinco horas, a melhor dentre os helicópteros da categoria. Seu valor de mercado é US$ 27 milhões. as aeronaves estão equipadas com aviônicos de última geração, que atendem às exigências específicas para operação em plataformas pré-sal.

em março deste ano, a empresa assinou contrato com a Petrobras para operação em plataformas do pré-sal, para operar com três Sikorsky S-92. as duas são parceiras desde 1972, quando hou-ve o início dos trabalhos de suporte de óleo e gás (offshore) nas regiões norte e nordeste do Brasil. a exploração do pré-sal apresenta exigências específicas, em função da distância das plataformas, principalmente as localizadas na Bacia de Santos.

“Quando falamos sobre o alcance das aeronaves, as exigências nunca foram tão extremas, chegando até a 220 milhas náuticas (396 km). a Líder aviação é a única empresa no Brasil, com infraestru-tura implantada para viabilizar uma ope-

ração deste porte”, afirma o presidente da Líder, Eduardo Vaz. as operações se darão a partir do aeroporto de jacare-paguá, onde a Líder mantém o maior e mais bem equipado hangar do estado do

rio de janeiro, capaz de acomodar até seis helicópteros S-92 conjuntamente, proporcionando um ganho em produtivi-dade e segurança único no mercado.

fundada em Belo horizonte (MG) há 51 anos, a Líder aviação é hoje a maior empresa de aviação executiva da américa

Latina. com cerca de 1.600 colaboradores, ela está presente em 21 aeroportos em todo o país, com 23 hangares e 22 bases de atendimento aeroportuário. a empresa é líder de mercado em todos os segmentos em que atua, e possui uma frota de 53 helicópteros e 30 aviões.

a companhia é a única da américa Latina certificada com o iS-Bao inter-national Standard for Business aircraft operations e foi ainda a primeira em-presa no mundo a ser certificada com iSo 9001:2000 na área de atendimento aeroportuário.

Possui cinco Unidades de negócios: operações de helicópteros, fretamento e Gerenciamento de aeronaves, Manuten-ção de aeronaves, Vendas de aeronaves e atendimento aeroportuário; além de ofe-recer um completo portfólio de produtos e serviços, que inclui venda de seguros aeronáuticos e treinamento em simula-

dores de voo na empresa cae Simuflite, e um centro de Treinamento de Pilotos e Mecânicos.

É representante exclusiva no Brasil da hawker Beechcraft corporation (hBc), líder mundial em fabricação, design, vendas e suporte de produtos e serviços para aviação executiva e missões espe-ciais. Sediada em Wichita, Kansas (eUa), com 75 anos de experiência, possui uma rede mundial com mais de cem centros de serviços próprios e autorizados. esta sólida parceria entre a Líder aviação e a hBc oferece ao mercado brasileiro a mais completa e moderna linha de aeronaves executivas, com modelos a jato (hawker 4000, hawker 900XP, hawker 750, ha-wker 450XP, hawker 400XP, Premier ii e Premier ia), turboélices (King air 350er, King air 350i, King air B200GT e King air c90GTx) e a pistão (Baron G58 e Bo-nanza G36).

A Líder Aviação acaba de receber mais dois helicópteros Sikorsky S-92, para operação em plataformas do pré-sal da Petrobras.

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a Sociedade cLaSSificadora aBS assinou um convênio com a coppe (Ufrj), criando o centro Brasileiro de Tecnologia offshore. em evento rea-lizado no rio de janeiro, os represen-tantes das duas entidades informaram que a pesquisa a ser desenvolvida será conduzida com o intuito de estudar uma gama variada de assuntos na área da indústria de óleo e gás.

engenheiros do aBS irão trabalhar em parceria com a indústria local, estudantes e pesquisadores da Uni-versidade, bem como representantes do centro de Pesquisa e desenvolvi-mento da Petrobras (cenpes), e outras entidades de importância na indústria de óleo e gás.

com a criação deste centro, a aBS se compromete na formação de estudantes e pós-graduandos de engenharia naval e no programa de

engenharia oceânica por meio do cus-teio de bolsas de estudo e pesquisa no Brasil e, especificamente, financiando

alunos da Universidade federal do rio de janeiro na pesquisa de engenharia para a área de energia.

Edra investe em nova unidade de fabricação de tubos

Edra

American Bureau of Shipping – ABS

Expansão de qualidade

ABS e Coppe criam Centro Brasileiro de Tecnologia Offshore

a edra, deSde 1974, é pioneira na fabricação de materiais em plástico re-forçado em fibra de vidro/PrfV. investe na construção de uma nova unidade fa-bril com 6.000 m² numa área de total de 141.000 m² em ipeúna/ SP; atualmente fabrica tubos e conexões para água, es-goto e produtos químicos, reservatórios, tanques de transporte para água e produ-tos químicos, estações de tratamento eTe/eTa; peças especiais para estações de tratamento de afluentes; e tubos Pead.

“esta nova Unidade atenderá, den-tro dos prazos estabelecidos, toda a de-manda do mercado interno e externo” afirma o diretor comercial ciro Zanatta. com capacidade de fabricação de 1.200 km/ano de tubos, a edra vem crescendo continuamente e investindo cerca de 12 milhões na nova unidade, para transfor-mar, em média, 6.000 ton/ano de matéria-prima; tem como objetivo atender as exigências do mercado sucroalcooleiro,

saneamento básico, industrias, platafor-mas e navios.

Pioneira na fabricação de tubos, a empresa se destaca como a primeira

neste setor a adquirir a certificação de Qualidade iSo 9001. as tubulações edra são fabricadas conforme as nor-mas aWWa, aSTM, nBS e nBr, acom-panhando com melhor custo-benefício, aliando qualidade, leveza, confiabilida-de e tradição

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Clenilson da Silva Sou-sa Junior é professor de química Analítica do ins-tituto Federal de educa-ção, Ciência e Tecnologia do rio de janeiro (iFrj) e do Programa de mobilização da indústria do Petróleo e Gás (Prominp) dos cursos da área de Gestão da qualidade. especialista em qualidade, é químico industrial (2005) pela universidade Federal Fluminense (uFF); mestre em Ciências (2008); doutorando do Programa de Pós-graduação em Processos químicos e Bioquímicos da universidade Fe-deral do rio de janeiro (uFrj).

Existem previsões econômicas de que, para o ano 2025, o óleo pesado seja a principal fonte de energia fóssil no mundo. a busca da so-nhada autonomia no setor petrolífero no Brasil passa por encontrar

métodos para explotar, produzir, transportar, escoar e refinar esses óleos. Para isso, é essencial entender que a maior dificuldade de manuseio e pro-cessamento dos óleos ultrapesados leve à necessidade de se estabelecer uma integração de ações e tecnologias, que vão desde a movimentação desses óleos no reservatório, transporte rumo à refinaria, e por fim seu tratamento e refino.

o termo ‘ultrapesado’ ou ‘extrapesado’ é utilizado junto com o óleo pesado, embora seu uso não tenha tanta importância atualmente. o óleo ultrapesado é definido como tendo uma viscosidade maior de 10.000 cP e grau aPi abaixo de 10 (em média), ou seja, mais pesado que a água. outra definição de óleo ultrapesado é a de uma mistura viscosa que ocorre na-turalmente, rica em hidrocarbonetos de cadeia mais longa que o pentano, que pode conter compostos de enxofre e que, no estado natural não é re-cuperável numa taxa econômica pelo poço produtor. este tipo de petróleo flui nas condições naturais de afloramento na superfície, à temperatura ambiente e sob pressão atmosférica (Trevisan, 2003).

Transporte de petróleoos campos petrolíferos, por serem localizados distantes dos terminais

e refinarias de óleo e gás, tornam necessário o transporte da produção por meio de embarcações, caminhões, trem e tubulações (oleodutos e gasodu-tos). desse modo, o transporte do óleo cru se torna um aspecto fundamen-tal da indústria do petróleo e exige um grande investimento financeiro e tecnológico do setor.

no Brasil, o transporte e a logística de óleo, gás e derivados é feito pela Petrobras Transporte S/a (Transpetro), que atua desde o armazenamento até o transporte marítimo e dutoviário. atualmente existem no país 47 ter-minais e cerca de 11,5 mil km de dutos (oleodutos e gasodutos) que são administrados pela Transpetro (Transpetro, 2008).Modal hidroviário – entende-se por transporte hidroviário ou aquaviário aquele que se utiliza de uma via aquática para a navegação, seja essa interior, costeira (cabotagem) ou destinada a percursos de longo curso cru-zando os oceanos.

A ocorrência de óleos não convencionais vem aumentando sensivelmente e caminha para a

necessidade de maiores investimentos na exploração das jazidas e, consequentemente, para o

desenvolvimento de novas tecnologias. Por mais que se tenham feito esforços para a produção

de petróleo a mais de 2.000 m de profundidade, as empresas também precisam encontrar

formas de aproveitar o óleo viscoso jacente.

logística

Modalidades de transporte e escoamento de

óleos não convencionais

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o transporte de cabotagem é realizado pelas em-barcações ao longo da faixa costeira. É comum para o transporte de petróleo e derivados a utilização de na-vios de grande capacidade, conhecidos como navios-tanque, chegando a transportar cargas de 35, 45, 60 e até 90 mil toneladas.

Um navio-tanque ou petroleiro é um tipo particular de graneleiro, utilizado para o transporte de petróleo bruto e derivados. o navio-tanque pode movimentar em uma única operação grandes quantidades de derivados e óleo bruto, o que faz com que o custo do metro cúbico

transportado seja bem inferior ao dos demais tipos de transporte (ferroviário, rodoviário e dutoviários).

Quando se fala em um petroleiro de 500 mil tonela-das, tem-se a falsa ideia de que essa embarcação tenha esse peso. no entanto tal indicação refere-se ao porte, ao peso máximo de carga que o navio suporta antes de ser posta em risco a sua flutuabilidade. o peso em si do navio é determinado, entre os profissionais, por des-locamento, uma vez que, segundo o princípio de ar-quimedes, qualquer corpo imerso em água desloca um volume de água correspondente ao seu próprio peso.

a maioria dos petroleiros de grande porte é incapaz de atracar em portos convencionais, tendo que utilizar terminais específicos construídos em alto-mar ou efe-tuar transferências para navios menores, denominados lifters. atualmente, a frota brasileira é composta por 52 navios, de acordo com a Tabela 1.Modal ferroviário – dentre as características do trans-porte ferroviário, destaca-se a capacidade para a movi-mentação de grandes volumes com elevada eficiência energética, principalmente a médias e grandes distân-cias. além disso, quando comparado ao transporte ro-doviário, apresenta maior segurança, registrando me-nor índice de acidentes, e também de furtos e roubos (anTT, 2003).

de acordo com a agência nacional de Transportes Terrestres (anTT, 2008), a malha ferroviária brasilei-ra, composta de 29,7 mil km de extensão, é a maior da américa Latina em termos de carga transportada, che-gando a 162,2 bilhões de toneladas. no ano de 2000, havia um total de 15 ferrovias operando e, em 2002, somavam apenas 11. ao longo dos anos, a maior atua-ção das ferrovias no transporte de derivados de petró-leo tem sido nas regiões Sul (aLL), Sudeste (ferroban e fca), nordeste (fca) e centro-oeste (fca). em 2002,

Tabela 1 – Distribuição da frota marítima utilizada no transporte de petróleo e derivados no Brasil

Classificação Quantidade

Navios aliviadores, para escoamento da produção de petróleo em alto-mar

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Navios para o transporte de petróleo e produtos escuros

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Navios para produtos escuros e claros (óleo diesel e gasolina)

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Navios para produtos 18

Navios gaseiros, para transporte de gás liquefeito de petróleo

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unidade flutuante de transferência e estocagem de petróleo

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Total 52Fonte: Transpetro, 2008.

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a maior quantidade de derivados de petróleo transpor-tada por ferrovias foi por meio da aLL, que atende a região Sul do país.

Modal dutoviário – a estrutura de abastecimento de petróleo e derivados interliga através de várias modalidades de transporte três pontos distintos: fontes de produção, refinarias e centros de consu-mo. destes três pontos apenas as refinarias podem ter a sua posição definida por estudos estratégicos. os oleodutos tornaram-se um meio de transporte preferencial tanto para atender ao abastecimento das refinarias como suprir a necessidade dos gran-des centros consumidores.

dentre os meios de transporte terrestre, rodoviário, fer-roviário e dutoviário, têm-se este último como o mais eco-nômico para grandes volumes e de alta eficiência energéti-ca, pois somente a carga se move (ribeiro et al., 1996).

duto é a designação genérica de instalação consti-tuída por tubos ligados entre si, destinada à movimen-tação de petróleo e seus derivados (oleodutos), e gás natural (gasodutos). Quando um oleoduto é utilizado para transporte de diversos tipos de produtos ele tam-bém pode ser chamado de poliduto (anP, 2004).

a capacidade de transporte dos oleodutos varia e depende do diâmetro do tubo, que oscila entre 10 cm e

um metro. os oleodutos de petróleo cru comunicam os depósitos de armazenamento dos campos de extração com os depósitos litorais ou, diretamente, com os depó-sitos das refinarias.

os dutos são considerados um dos meios de trans-porte de petróleo e derivados mais seguros do mundo, levando o petróleo aos navios petroleiros, terminais e refinarias. Podem ser classificados como dutos de transferência ou transporte de acordo com a função desempenhada nas operações. Sendo assim, dutos de transporte têm vários clientes como destino, e dutos de transferência interessam somente a uma mesma enti-dade, ou, eventualmente, a duas entidades distintas (da Silva, 2004).

os dutos de escuros, principalmente de petróleo, são em geral de bitolas (diâmetros) maiores, devido a alta viscosidade destes produtos, ao fato de quase sem-pre interligarem terminais diretamente a refinarias, tendo um fluxo bastante grande e constante. alguns dutos de petróleo chegam a ser aquecidos para dimi-nuir a viscosidade e minimizar a deposição de parafina (integrante do petróleo) em sua parede interna.

na atualidade há no mundo mais de 1.500.000 km de dutos dedicados ao transporte de cru e de produtos acabados, dos quais 70% são usados para gás natural, 20% para cru e os 10% restantes para produtos acaba-dos (opep, 2005).

Segundo Mingueis et al. (2006), os estados Unidos têm a rede mais densa de oleodutos no mundo. na eu-ropa existem cinco grandes linhas de transporte de pe-tróleo que, partindo dos terminais marinhos de Trieste e Gênova no litoral norte da itália, Lavera no litoral sul da frança, rotterdam na holanda (Países Baixos) e Wilhelnshaven na costa da alemanha, levam o petróleo às refinarias do interior. esta rede é de 3.700 km, uma extensão pequena se comparada aos 5.500 km do oleo-duto da amizade que parte da bacia do Volga-Urales (600 km para o leste de Moscou) e que fornece petróleo para a Polônia, alemanha, hungria e outros países da europa central.

Malha dutoviária brasileirano Brasil, a primeira linha de que se tem registro foi

construída na Bahia, com diâmetro de 5 cm e 1 km de extensão, ligando a refinaria experimental de aratu ao Porto de Santa Luzia e que recebia o petróleo dos savei-ros-tanques vindos dos campos de itaparica e joanes, com início de operação em maio de 1942.

a história oficial dos oleodutos no Brasil teve seu início com o conselho nacional do Petróleo, que, em 1946, teve a atribuição de analisar o projeto dos oleo-dutos entre as cidades de Santos e São Paulo, com possibilidade de seguir até campinas. em outubro de 1953, com a edição da Lei 2.004, a criação da Petrobras foi autorizada pela União com o objetivo de executar as atividades do setor de petróleo no Brasil. a partir des-

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Figura 1 – Número de oleodutos no Brasil, por décadas

Figura 2 – Evolução do transporte via oleodutos nos anos de 2001 a 2007

Fonte: Agência Nacional de Transportes Terrestres, 2009.

logística

TN Petróleo 72 105

sa data, toda atividade de movimentação de petróleo e derivados ficou a cargo desta empresa.

na década de 60, entrou em operação o primeiro duto de grande extensão no país, o oleoduto rio/Belo horizonte, transferindo produtos refinados provenientes da refinaria duque de caxias (reduc) para Belo hori-zonte, com diâmetro de 18” e 365 km de extensão.

a década de 70, período do chamado “milagre brasileiro” no âmbito da economia, caracterizou-se pela execução de importantes obras na área de dutos, dentre as quais a construção dos oleodutos São Se-bastião/Paulínia, São Sebastião/Guararema/Paulínia, Paulínia/Barueri e Guararema/São josé dos campos, além do oleoduto angra dos reis/caxias. Uma gran-de obra da década foi a do oleoduto São Sebastião/Paulínia, com diâmetro de 24” e 226 km de exten-são. o oleoduto opasa, responsável pelo escoamento

dos derivados da refinaria de Paulínia (replan) para a Grande São Paulo entrou em funcionamento em 1972 (Petrobras, 2007).

a década de 1980 caracterizou-se pela constru-ção de um grande número de gasodutos, ampliando o aproveitamento do gás natural produzido no espírito Santo e principalmente na Bacia de campos, litoral do rio de janeiro. em 1986 entrou em operação o gasoduto Guamaré/cabo, denominado “nordestão”, com um diâmetro de 12”, e uma extensão de 423 km, suprindo os estados da Paraíba e de Pernambuco de gás produzido no rio Grande do norte.

nos anos 90, os rápidos avanços de informática deram um grande impulso nos sistemas de controle e de aquisição de dados nos oleodutos e gasodutos, tais como o sistema Scada (Supervisory Control and Data Aquisition), permitindo o acompanhamento e a super-

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Figura 3 – Presença da Petrobras no Brasil e América do Sul

modalidades de transporte e escoamento de óleos não convencionais

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visão das operações em tempo real. nos projetos dos novos dutos, foram utilizados ainda outros equipamen-tos e sistemas avançados da informática como o GPS (Global Positioning System) e o GiS (Geographic Infor-mation System), permitindo levantamentos e mapea-mentos com a ajuda de satélites.

na Figura 1, é possível observar que 121 oleodutos iniciaram operação nas décadas de 1950 (9), 1960 (10), 1970 (47), 1980 (19) e 1990 (36). o ano de 2004 apre-sentou o recorde de material transportado por oleodu-tos, de acordo com a Figura 2. Segundo dados da Pe-trobras, referentes ao ano de 2008, sua produção média de 1,8 milhões de barris por dia (aproximadamente 83% em alto-mar) e 44 milhões de m³ de gás natural. conta com uma malha de 15.772 km de dutos, sendo 50% de oleodutos e 50% gasodutos. desse total, a Transpetro opera 9.067 km de dutos (70% oleodutos), dos quais aproximadamente 4.550 km são dutos de transporte e representam uma capacidade nominal de 302.559.260 m³/ano – dados referentes ao início de 2010.

o presidente da república federativa do Brasil, ex-celentíssimo senhor Luiz inácio Lula da Silva, inaugurou no dia 26/03/2010, em itabuna (Ba) o Gasoduto da inte-gração Sudeste nordeste (Gasene), o maior em extensão construído no Brasil nos últimos dez anos e o principal empreendimento para expansão da malha de transporte de gás do país entre 2003 e 2010, período em que a rede de gasodutos passou de 5.451 km para 9.129 km.

construído pela Petrobras, os 1.373 km do Gase-ne serão operados remotamente pela Transpetro, por meio do centro nacional de controle operacional. o gasoduto tem a capacidade de transportar 20 milhões de m³/dia de gás natural e cumpre a função estratégi-ca de integrar as malhas de transporte de gás natural das regiões Sudeste e nordeste. o gasoduto Sudeste-nordeste supre o déficit na oferta de gás para a região nordeste e aumenta a possibilidade de distribuição do gás da Bolívia e das áreas produtoras – bacias de cam-pos, Santos e espírito Santo (Transpetro, 2010).

em 2006, a Transpetro movimentou 328 milhões de m³ através dos seus oleodutos de transporte e de trans-ferência. a movimentação apresenta concentração nas regiões Sudeste e São Paulo/centro-oeste, com um vo-lume nacional de 24,1% e 58,8% respectivamente.

no Brasil, as instalações de refino e, consequente-mente, a malha de dutos, encontram-se principalmente próximas à linha da costa, onde se localizam os portos e há maior concentração populacional, nos grandes centros consumidores. Pela proximidade com o oceano atlântico, tratam-se das regiões nas quais há maior exploração. a Fi-gura 3 apresenta as instalações da Petrobras na américa do Sul, nas quais se nota também a participação em ativi-dades nos países vizinhos, como argentina e Bolívia.

a mesma figura também apresenta os dutos opera-dos pela Transpetro, as quatro regiões de sua gestão, e expressa sua representatividade na malha dutoviária de

transporte da Petrobras. Pela observação do mapa Pre-sença da Petrobras no Brasil e américa do Sul, constata-se a grande participação da Transpetro na malha duto-viária de transporte da Petrobras. a Transpetro é hoje responsável por grande parte dos dutos da Petrobras, e sua gestão subdivide-se em quatro grandes regiões geo-gráficas abrangendo todo o território nacional.

Transporte dutoviário de óleos ultraviscososPor suas características desfavoráveis, o transpor-

te dos óleos pesados e ultrapesados, desde os campos de produção até as plantas de processamento e refino, encontra maior dificuldade. há dificuldades também para a viabilização da exploração desses óleos. dentre as alternativas mais utilizadas, estão o transporte por caminhões ou tubulações com aquecimento; porém, es-ses métodos são de alto custo e aplicáveis somente para curtas distâncias. Para o deslocamento eficiente por dis-tâncias consideráveis, é necessário o uso de oleodutos. entretanto, a maioria desses dutos tem especificações de viscosidade menor que 100cP, o que não condiz com a natureza dos óleos pesados e ultrapesados, que exi-gem dutos com maior espessura ou diâmetro interno (aL-rooMi et al., 2004).

dentre as técnicas principais de transporte por dutos, tanto para campos petrolíferos offshore quanto onshore, se destacam:a) Preaquecimento do óleo a uma temperatura que

permita que o fluido chegue ao seu destino sem a necessidade de altas pressões de bombeio isolando termicamente a tubulação;

b) aquecimento do óleo pela injeção de um fluido aquecido por uma linha concêntrica ao oleoduto ou por aquecimento elétrico;

c) Geração de emulsões de óleo em água;d) redução da viscosidade pela diluição em frações

mais leves de óleo;e) injeção de água formando um anel envolvendo o

óleo (core flow).

A. Preaquecimento e isolamento térmico – este méto-do foi pouco aplicado em campos offshore no mundo. Muitas destas linhas são utilizadas para evitar a for-mação de hidratos ou para facilitar o bombeio de óleos excessivamente viscosos. o isolamento térmico é obti-do ao se aplicar um material isolante externamente à tubulação e revestindo-o como uma luva metálica ou plástica, mantendo sua integridade (Trevisan, 2003).

B. Aquecimento externo – os motivos pelos quais se uti-liza o método de aquecimento externo são a manutenção da temperatura do óleo em situações de baixa vazão e o reaquecimento da tubulação em caso de resfriamento.

Uma técnica para a aplicação deste método é a ins-talação de uma linha concêntrica ao duto. em uma das seções, interna ou anular, escoa-se o óleo, enquanto na

logística

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outra injeta-se um fluido aquecido. outra técnica seria o aquecimento elétrico, que é aplicado de diversas formas. Porém, os métodos de aquecimento externo, por seu alto preço, são aplicados geralmente em linhas curtas; segun-do Visser (1989), as únicas aplicações offshore se encon-tram na indonésia, para o transporte de óleos muito vis-cosos. a foto acima apresenta um exemplo de duto com aquecimento externo, existente no alasca para movimen-tação de óleo, pertencente à malha Trans-alaska.

C. Emulsões de óleo em água – a formação de uma emulsão de óleo em água também tem a intenção de reduzir a viscosidade do fluido, para transportá-lo mais facilmente. esta técnica consiste em misturar os dois fluidos com a ajuda de um surfactante, que tem a princi-pal função de garantir a estabilidade da emulsão, já que os dois fluidos têm a tendência de se separarem natu-

ralmente. as frações de mistura podem variar de acordo com a necessidade ou com as características do óleo.

D. Diluição em frações mais leves – esse método, que consiste na diluição do óleo pesado em óleos mais le-ves reduzindo sua viscosidade, apenas se torna econo-micamente viável quando existe um campo produtor de óleo leve próximo ao de óleo pesado, já que o pre-ço do primeiro é maior e, dependendo da quantidade necessária, não justifica a utilização do método (olie-mans, 1985).

a Petrobras vem adotando esta técnica no campo de fazenda alegre, rio Grande do norte, onde se di-lui o óleo produzido de 13ºaPi com frações mais le-ves, provenientes de outros campos próximos de sua central. a PdVSa, estatal venezuelana de petróleo, também adota esta técnica com o óleo ultrapesado de grau aPi 8 extraído da bacia do orenoco, diminuindo a viscosidade do petróleo para obter, ao final, um óleo com grau aPi 16 (PdVSa, 2006).

E. Core Flow – esse método consiste na injeção de água junto ao escoamento de óleo, de forma a criar uma seção anular de água que permanece em contato com as paredes da tubulação. isso faz com que a queda da pressão seja reduzida drasticamente, pois a viscosi-dade do óleo pesado é alta (Trevisan, 2003).

esta técnica foi estudada por Vanegas (1998), a fim de verificar o escoamento bifásico óleo pesado-água, dando ênfase ao padrão anular, verificando sua eficiên-cia do ponto de vista do gradiente de pressão. a redu-ção da perda de carga foi de até 93 vezes em relação ao escoamento monofásico de óleo, sendo estimada uma correlação para prever a queda de pressão a partir das vazões, das propriedades e das frações volumétricas dos líquidos.

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Referências

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modalidades de transporte e escoamento de óleos não convencionais

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Após audiências com a anP, o TcU, por sua vez, propôs uma auditoria conjunta na anP e no ibama (instituo Brasileiro do Meio ambien-te e recursos naturais renováveis) para apurar o relacionamento

entre a indústria do petróleo, representada pela anP, e o órgão ambiental, representado pelo ibama, na busca de um planejamento conjunto em nível regulatório e da implementação de políticas públicas.

Pouco tempo depois, chamou a atenção dos players da indústria petrolífera a impossibilidade de duas empresas, vencedoras da licitação realizada pela anP, em que arremataram dois blocos na bacia Sergipe-alagoas, perfurarem poços para início da execução do Programa exploratório Mínimo (PeM). Tal impossibilidade decorreu da alta sensibilidade ambiental da área, o que ensejou o órgão ambiental a negar a licença de perfuração necessária ao início das operações.

o problema daí decorrente não foi apenas o prejuízo com o valor do bônus de assinatura e das garantias ofertadas para a concessão dos blocos, o que mais tarde foi devolvido, mas, também, todo o investimento prévio realizado pela empresa para a participação na licitação e aquisição dos blocos.

diante da complicada situação que emergia, no ano de 2002, a Quarta rodada, a anP firmou parceria com o ibama e o Ministério do Meio ambiente (MMa) para adoção de um critério ambiental no momento da definição dos blocos a serem ofertados, considerando a sensibilidade da área.

em etapas posteriores foram aperfeiçoadas a relação entre a anP e o ibama. entretanto, identificou-se outro problema: o prazo para início da execução do PeM ficava prejudicado em razão da demora na obtenção das licenças ambientais necessárias, o que, em alguns casos, poderia inviabilizar a pesquisa do potencial das áreas licitadas.

Seguindo a tendência e em razão da problemática que surgia, a Procura-doria da anP (Proge), a partir da reunião n. 340 de março de 2005 passou a aceitar o embasamento da cláusula de força maior quando demonstrado nexo causal entre a demora na obtenção das licenças ambientais e o atraso da execução do programa exploratório mínimo.

É, portanto, nesse breve contexto, na atuação conjunta do órgão ambiental com a agência reguladora da atividade, que se situa o licenciamento ambiental das atividades de e&P offshore, o qual, em razão de suas peculiaridades, se diferencia do licenciamento ambiental tradicional em que existem somente as licenças prévia, de instalação e de operação. no caso de e&P offshore, as licenças ambientais demandarão estudos específicos.

meio ambiente

Há aproximadamente uma década foi verificado aumento significativo na conscientização social quanto à preservação do meio ambiente. Foi então, que em 1999 o TCU (Tribunal de Contas da União) realizou uma auditoria para analisar a possível omissão da ANP (então Agência Nacional do Petróleo) no tocante à matéria ambiental.

A evolução do licenciamento ambiental das atividades de E&P

Maria Alice Doria é sócia responsável pela área ambiental do escritório doria, jacobina, rosado e Gondinho Advogados Associados.

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o conama (conselho nacional de Meio ambiente) editou a resolução n. 23/94 para tratar especialmente do licenciamento ambiental de atividades de exploração de Petróleo e Gás. e, dez anos depois, editou a resolução conama n. 350/04, a qual regulamenta o licenciamento ambiental específico das atividades de aquisição de dados sísmicos marítimos e em zonas de transição.

desta feita, toda atividade de exploração e produção em que haja sísmica, deve ser submetida ao licencia-mento ambiental prévio, junto ao órgão competente para tal, de acordo com a localização dos blocos a serem licenciados, observado o que determina as resoluções ns. 23/94 e 350/04.

em matéria de competência para proceder ao licen-ciamento ambiental, a resolução do conama n. 237/97 regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental e prevê que no caso das atividades a serem desenvolvidas no mar territorial, a competência para o licenciamento será do ibama. Portanto, a regra é a competência am-biental do ibama para o licenciamento das atividades de e&P offshore no Brasil.

Vale destacar a título de exemplificação que, conforme previsto na resolução 350/04, a atividade de aquisição de dados sísmicos deve ser precedida de licenciamen-to próprio, exigindo o estudo ambiental de Sísmica (eaS) e o relatório ambiental de Sísmica (raS), que basicamente é a síntese do eaS. chama-se Licença de Pesquisa Sísmica (LPS) a licença para a realização dos estudos sísmicos de determinada área.

Seguindo-se a obtenção da LPS, poderá, então, o concessionário requerer a licença prévia para perfuração (LPper), e seguindo-se, após o atendimento dos requi-sitos necessários, deverá ser obtida a Licença prévia de produção para pesquisa (LPpro), autorizando a pesqui-sa da viabilidade econômica da jazida. Por fim, para o início efetivo da produção, será necessária a licença de instalação seguida da licença de operação.

com efeito, a cada rodada de licitações, o ibama, em conjunto com a anP, revisa e atualiza as diretrizes ambientais a orientar a atividade.

ocorre que, com o significativo aumento da demanda por licenças na atividade de e&P de Petróleo e Gás e,

diante da impossibilidade logística de atendimento efi-ciente por parte do órgão ambiental federal, o ibama, no intuito de diminuir o prazo para a outorga das licenças ambientais, em 2006 introduziu alterações no procedi-mento de licenciamento para facilitá-lo, tais como:•implementaçãodolicenciamentoporárea,oquepor

óbvio torna o processo de licenciamento mais ágil e eficiente com a avaliação do impacto conjunto da atividade;

•licenciamentoconjuntodasatividadesdeperfuraçãode poços de desenvolvimento com a atividade de pro-dução;

•estabelecimentodenormasediretrizesparaimplan-tação de novos campos;

•agendadetrabalhoestabelecidanofinaldoanoentreo ibama e o iBP, possibilitando um melhor conheci-mento dos processos produtivos, logísticos, analíticos e administrativos; entre outras.

essa reestrutura possibilitou o aumento no número de pareceres emitidos e na concessão das licenças.

em conclusão, ainda que a indústria do petróleo es-teja se desenvolvendo, é forçoso notar uma preocupação constante tanto do órgão ambiental, no caso o ibama, como da anP e da sociedade, de um aprimoramento dos métodos para o licenciamento das atividades de e&P offshore, especialmente considerando os desafios ambientais que advirão com o pré-sal e o crescimento da indústria do petróleo no Brasil, de modo a compatibi-lizar maior segurança aos investidores estrangeiros e a proteção e preservação do meio ambiente, na incansável busca pelo desenvolvimento sustentável.

há que se ter em conta que a exploração no pré-sal representa um grande desafio não apenas para a indústria como também para os órgãos licenciadores e fiscalizadores, pois estamos falando de perfurações a serem feitas numa profundidade de cerca de 5.000 m (o poço da BP que desde abril está despejando óleo na costa dos eUa está a uma profundidade de cerca de 1.800 m), e todas as dificuldades e eventuais problemas deverão ser previstos e estimados nos Planos individuais de emergência (Pei), exigidos por lei em cada fase de licenciamento.

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o reSTaUranTe conTinUa o MeSMo, no mesmo endereço, resis-tindo ao tempo, perto de completar meio século. e a clientela permanece fiel, porque o ambiente é agradável, a comida é bem feita e o serviço im-pecável. Bons restaurantes, aliás, seguem à risca a combinação desses três fatores, responsáveis pela sua presença em edificações até centenárias, que ainda hoje estão de portas abertas na cidade.

o Mosteiro não é exceção. Plantado no centro do rio, defronte ao Mosteiro de São Bento, a casa é uma honrosa referência gastronômica da boa e tradicional culinária lusitana, com pratos brasileiros mesclando o seu cardápio. Por isso, continua sendo o preferido por empresários, executivos e personalidades que trabalham em suas imediações. o bom gosto predomina em todo o espaço, com as paredes tal qual uma galeria de arte, exibindo quadros de artistas contemporâneos.

foi nesse ambiente clássico e confortável que o Mosteiro recebeu pela segunda vez, recentemente, uma visita ilustre: o presidente Luiz inácio Lula da Silva, convidado pelo ministro da Saúde, josé Gomes Temporão. assim, ele foi rever o restaurante criado pelo pai do ministro

RESTAuRANTE MOSTEIROrua São Bento, 13 – Centro, rio de janeiroTels.: (55 21) 2233-6478 / (55 21) 8162-2242

fino gosto

O bom e velho

MOSTEIROpor Orlando Santos

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no ano de 1964. Um dos pratos de resistência do cardápio – lascas de bacalhau, camarão VG guisado com arroz e brócolis – é o de pre-ferência do presidente Lula e que acabou sendo aprovado por toda a sua comitiva.

no cardápio, outro prato re-quisitado é o lombo de bacalhau à moda do Porto (grelhado, com bró-colis, batatas cozidas, azeitonas, pi-mentões e cebolas grelhadas). Mas a lista de sugestões assinadas pelo baiano Vanildo jesus Machado, há 30 anos como chef do Mosteiro, é bem ampla, e para agradar ao pa-ladar de quem gosta da comida de sua terra, a moqueca de bacalhau à Mosteiro (com azeite de dendê, tomate, cebola, pimentão e leite de coco) não deixa a menor dúvida de que é um prato português com ingredientes da boa terra.

figura ainda, com destaque, o prato com o nome da casa, o Mos-teiro: bacalhau grelhado com bró-colis, cebola, ovo e batatas cozidas. a lista de peixes e frutos do mar (em anexo) completam o cardápio, enriquecido ainda com as suges-tões de arroz de pato à Mosteiro, com carne de ave desfiada com azeitona e paio. a espaçosa e ele-gante casa, de ambiente clássico, abriga, confortavelmente, perto de 200 clientes.

hoje, aos 87 anos, José Tem-porão, pai do ministro da Saúde, todo dia comparece ao Mosteiro para acompanhar de perto todas as providências relacionadas à atividade da casa. há dois anos

ele conta com o auxílio do neto, Marcelo Temporão, sobrinho do ministro, que largou a advocacia para ajudar o avô. os dois coman-dam a casa desde as primeiras ho-ras da manhã, negociando com os fornecedores (três peixarias de con-fiança) e outros. a casa tem uma brigada de mais de 20 empregados, entre o pessoal da cozinha, maîtres e garçons – o chef Vanildo, que com os demais posou na foto com o presidente Lula, é o mais antigo funcionário da casa.

a visita do presidente Lula ao Mosteiro serviu para relem-brar que todos os presidentes da república já estiveram ali, além de governadores de estado. o que mais frequentava era carlos Lacerda, responsável, aliás, por um fato curioso envolvendo outro restaurante português, o antiqua-rius, com menos anos de vida que o Mosteiro. Segundo conta um dos sócios do antiquarius, carlos Peri-co, foi o governador carlos Lacerda quem o convenceu a mudar-se de mala e cuia de Portugal para o rio, deixando para trás a pousada Santa Luzia na cidade de elvas, no alen-tejo, e que abrigava um misto de antiquário e restaurante. Qualquer semelhança com o antiquarius do Leblon é mais que coincidência.

assim como todos os restau-rantes do centro do rio próximos a zona portuária, o Mosteiro teve

entre os seus primeiros clientes e durante muito tempo os diretores de empresas marítimas, muitas de-las já desaparecidas. o restaurante Berlin, na Visconde de inhaúma, já extinto, e também dessa época, abrigava clientes com este perfil, assim como os demais.

O LEGADO LuSITANO – que está em toda parte do rio, seja no futebol, no co-mércio, no nome dos bairros e de forma marcante na culinária, com a enorme variedade de restaurantes portugueses com forte referência na arquitetura, ganha uma exposição, que conta com o apoio do restaurante português Ca-sual retrô, do chef Santos. A exposição está no espaço Cultural Correios e mostra bem isso. Com o título de Cidade Brasileira: Portuguesa com Certeza, a exposição reúne um rico material iconográfico, confirmando a relação e as influências entre Brasil e Portugal, com suas transformações e semelhanças urbanas, arquitetônicas e comportamentais. No terceiro andar dos Correios, esta história comum entre os dois países está bem documentada e leva o visi-tante a percorrer essas mudanças com a inspiração dos poemas de Fernando Pessoa, Camões e Chico Buarque de holanda, projetados numa tela gigante.

Centro Cultural Correios•RuaViscondedeItaboraí,20•Centro•Atéodia18dejulho

Chorizo mosteiro

Polvo grelhado com arroz e açafrão

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TheaTro Municipal

coffee break

Valeu a pena esperar. Depois de dois anos e meio de obras, tendo sido 19 meses fechado ao público, o Theatro Municipal no Centro do Rio reabriu as portas, exibindo a beleza e o esplendor do seu projeto original, após passar por uma minuciosa restauração.

por Orlando Santos

O nOvO

As obras es-tavam ini-cialmente previstas para terminar no dia 14 de julho

do ano passado, data do centená-rio do teatro (1909), mas só agora foi possível entregá-lo à cidade em toda sua plenitude.

a reabertura ocorreu com a vanguarda da ópera Il Trovatore, do italiano Giuseppe Verdi, assi-nada pela diretora Bia Lessa, com a presença do presidente Luiz inácio Lula da Silva e outras au-toridades. agora, no mês de julho, quando faz 101 anos, o Theatro será aberto durante todo o dia 14 com espetáculos gratuitos e apre-

sentações dos corpos artísticos e de artistas convidados.

Para cumprir a tarefa de re-cuperar a edificação, confiada à Secretaria de cultura do estado, foi montada uma verdadeira orquestra de especialistas nas mais diversas áreas: douramento, madeira, restauração de pinturas artísticas, vitrais, mosaicos, cerâ-

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micas, cobertura de cobre, infra-estrutura, acústica, iluminação e procedimento de prevenção e combate a incêndio. ao todo, 915 profissionais (350 restaura-dores e 565 da construção civil) trabalharam sob a coordenação da presidente da fundação do Theatro Municipal, carla ca-murati. Segundo especialistas, trabalho de tal envergadura só encontra similar nos países mais desenvolvidos do mundo. Todo este processo contou com a parti-cipação e o acompanhamento do instituto do Patrimônio histórico e artístico nacional (iphan) e do instituto estadual do Patrimônio cultural (inepac).

o teatro ganhou 219 mil fo-lhas de ouro de 23 quilates vindas

da alemanha, que renovaram o brilho do teto, e 57 toneladas de cobre. Mais de 600 lumi-nárias foram restauradas, assim como 36 pinturas murais artísticas.

o douramento externo e parte do interno ficou sob a responsabilidade da empresa francesa ateliers Gohard, a mes-ma que realizou douramentos no Palácio de Versailles, na cúpula Les invalides e na cobertura da Ópera de Paris. em 1909 foram os artífices franceses que fizeram o douramento da edificação.

a campanha de mobilização empreendida pelo Governo do estado para recuperar, restaurar e modernizar todo o acervo e dependências do Theatro contou com apoio de empresas de porte como a Petrobras, eletrobras, Bn-deS, TV Globo, Vale e embratel.

a cidade voltou a exibir em toda a sua beleza um dos seus monumentos mais amados.

1894 – o autor teatral Arthur Azevedo lança campanha para a construção de um espaço para ser sede de uma companhia municipal, a ser criada nos moldes da Comédie Française.

1903 – o prefeito do rio Pereira Pas-sos lança o edital do concurso para a apresentação de projetos para a construção do Theatro municipal.

1905 – o prédio começa a ser ergui-do, com a colocação da primeira das 1.180 estacas de madeira de lei sobre as quais se assenta o edifício. A decoração do edifício foi feita por importantes pintores e escultores da época, como eliseu Visconti, rodolfo Amoedo e os irmãos Bernardelli. já os vitrais e mosaicos ficaram a cargo de artesãos europeus.

1909 – Após quatro anos e meio de obras, tempo recorde, é inaugurado pelo pre-sidente Nilo Peçanha, o Theatro muni-cipal do rio de janeiro, que tinha capa-cidade para 1.739 espectadores.

1934 – A capacidade da sala é aumenta-da para 2.205 lugares. Posteriormente, com algumas modificações, chegou-se ao número atual de 2.361 assentos.

1975 – Acontece a primeira obra de restauração e modernização de suas instalações, que foram concluídas em 15 de março de 1978. No mesmo ano foi criada a Central Técnica de Pro-dução, responsável pela execução dos espetáculos da casa.

1996 – inicia-se a construção do edifí-cio Anexo, com objetivo de desafogar o teatro dos ensaios para os espetá-

culos, que, com a atividade intensa da programação ficou pequeno para abrigar os corpos artísticos. Com a inauguração do prédio, o Coro, a or-questra e o Ballet ganharam novas salas de ensaio e mais espaço.

2008 – É iniciada a segunda e mais completa obra de restauração e mo-dernização do Theatro municipal, para as comemorações do seu cen-tenário. o monumento contou com a recuperação do telhado, da arquitetu-ra externa e interna e das instalações prediais.

2010 – Com um ano de atraso, o Thea-tro municipal do rio de janeiro é rei-naugurado, com a fachada totalmente recuperada, com destaque para a águia no topo do monumento, toda folheada a ouro.

Linha do tempo Theatro Municipal do Rio de Janeiro

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feiras e congressos

Julho20 a 22 – CanadáOil Sands and Heavy Oil TechnologiesLocal: CalgaryTel.: +1 713 963 6251Fax: +1 713 963 [email protected]

7 a 9 – EUACOGA Rocky Mountain Energy Epicenter ConferenceLocal: Denver, ColoradoTel.: 303 861 0362Fax: 303 861 [email protected]

13 a 14 – EuAIADC Lifiting & Mechanical Handling Conference & ExhibitionLocal: Houston, TexasTel.: 713 292 1945Fax: 713 292 [email protected]

Agosto3 a 05 – Brasil Postos & Conveniência 2010Local: BrasíliaTel.: 55 21 [email protected]

3 a 05 – Nigéria SPE Nigerian Annual ConferenceLocal: AbujaTel.: 972 952 9393Fax: 972 952 [email protected]

19 a 20 – EuASummer NAPE ExpoLocal: Houston, Texas Tel.: 817 306 7171Fax: 817 847 [email protected]

22 a 26 – EuA The Oil & Gas ConferenceLocal: Denver, ColoradoTel.: 303 296 8834Fax: 303 293 [email protected]

22 a 26 – AustráliaASEG/PESA Conference & ExhibitionLocal: SydneyTel.: +08 9427 0838Fax: +08 9427 [email protected]

24 a 27 – NoruegaOffshore Northern Seas (ONS) Local: Stavanger Tel.: +47 51 849040 • [email protected]

24 a 25 – EuA NPRA Cat Cracker SeminarLocal: Houston, TexasTel.: 202 457 0480Fax: 202 457 0486www.npra.org

25 a 28– LituâniaIAEE European ConferenceLocal: VilniusTel.: +370 37 401 952Fax: +370 37 351 [email protected]

31 de agosto a 2 de setembro – EuAOGMT – Oil & Gas MaintenanceLocal: Nova OrleansTel.: (918) 831-9523Fax: : (918) [email protected]

Setembro12 a 16 – CanadáWEC – World Energy Congress Local: MontrealTel.: + 1 (514) 397-1474Fax: : +1 (514) 397-9114www.wecmontreal2010.ca

13 a 16 – BrasilRio Oil & Gas ExpoLocal: Rio de JaneiroTel.: 55 21 2112-900Fax: 55 21 [email protected]

19 a 22 – ItáliaSPE Annual TechnicalLocal: Florença Tel.: 972 952 9393Fax: 972 952 [email protected]

20 a 21 – EuANPRA Environmental ConferenceLocal: San Antonio, Texas Tel.: 202 457 0480Fax: 202 457 [email protected] www.npra.org

27 de set a 1o de out – ItáliaIPLOCA ConferenceLocal: Veneza Tel.: +41 22 306 02 30Fax: +41 22 306 02 [email protected]

Outubro4 a 6 – QatarPower-Gen Middle EastLocal: DohaTel.: +44 (0)1992 656 610Fax: : +44 (0)1992 656 [email protected]

5 a 7 – Brasilusinagem 2010Local: São Paulo Tel.: +55 11 3824-5300 Fax: +55 11 [email protected]/eventos2010/usinagem/index.html

5 a 8 – CasaquistãoKazakhstan International Oil & GasLocal: Almaty Tel.: +44 0 207 596 5000Fax: +44 0 207 596 [email protected]/2010/

10 a 13 – EuANPRA Q&A and Technology ForumLocal: BaltimoreTel.: +1 (202) 457 0480Fax+1 (202) 457 0486 [email protected] • www.npra.org

11 a 14 – BarémPetchem Arabia Annual MeetingLocal: ManamaTel.: +44 0 1242 529 090Fax: +44 0 1242 529 [email protected]

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou [email protected]

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A energia

É o país que mais utiliza a energia renová-vel através de geração de origem hidro e biomassa. investe em usinas eólicas e térmicas convencionais. É um país líder mundial de energia limpa, porém, hoje,

infelizmente, inicia um processo de utilização de energia que irá impactar esta liderança: geração elétrica utilizando como combustível hidrocarbo-netos. fator este que poderá ser atenuado com a tecnologia discriminada no Plano decenal de 2019, recentemente colocado para avaliação pública, “a tecnologia nuclear”.

como é de conhecimento dos órgãos de planeja-mento do setor elétrico, e frequentemente mencio-nado pelo Ministério de Minas e energia, a partir de 2025/2030 não existirá mais disponibilidade de aproveitamentos hídricos de porte para geração de energia elétrica, pois, pela avaliação das autorida-des existem disponíveis hoje 260.000 MW hídricos, com cerca de 90.000 MW já aproveitados, 90.000 MW em desenvolvimento e os restantes em terra indígenas de impossível aproveitamento. Portanto, para o atendimento de energia elétrica de base existem duas possibilidades: a geração de energia elétrica através de usinas termelétricas utilizando como combustível urânio ou carvão.

a tecnologia de geração de energia utilizando carvão é altamente poluente, acrescentando grande quantidade de co2 ao meio ambiente e, sem dúvi-da, com as pesquisas que estão sendo desenvolvi-das para queima limpa, no futuro poderá ser uma solução.

a solução do Brasil para atender o Sistema in-tegrado nacional, com energia de base, em futuro

próximo é a geração nucleoelétrica, utilizando combustível nacional, que é o urânio, não neces-sitando de importação de qualquer outro combus-tível, e sem depender de oscilações no preço do mesmo.

o Brasil possui a sétima reserva mundial de urânio, equivalente conforme mencionado recentemente, a 7 bilhões de barris equivalen-tes de petróleo, significando, segundo dados da anP, em torno de 50% da reserva de petróleo brasileiro conhecida nesta presente data.

Quando o Brasil iniciou a implantação de geração nucleoelétrica com a cons-trução da Usina de angra dos reis, Unidade i, a coreia também iniciou com Kori 1 o seu programa nuclear – este país possui 20 usinas em operação, gerando 18.400 MW, seis usinas em construção de 6.800 MW, exportou há pouco quatro usinas com tecnologia própria – e o Brasil, que possui urânio e tecnologia completa do ciclo, só agora inicia sua terceira usina. no mundo, apenas três países possuem tecnologia completa do ciclo e urânio. São eles: rússia, estados Unidos e Brasil.

acorda Brasil! Vamos utilizar energia brasileira que atenda

o seu crescimento sustentável e ambientalmente amigável. existem 12 mil anos-reator sem nenhum acidente e, como mostrado no estudo apresentado pelo Paul Scherrer, do instituto da Suíça, com base

descriminada

de Antonio E. F. Muller, presidente da Abdan (Associação Brasileira do Desenvolvimento das Atividades Nucleares).

O Brasil é um país abençoado, pois possui oportunidade de utilizar todos os tipos de tecnologias para geração de energia elétrica, garantindo a sustentabilidade de maneira ecologicamente correta.

opinião

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em análise de todos os acidentes na indústria no período de 1969 a 1996 que inclui os acidentes de Three Mile island e chernobyl, contemplando 13.914 acidentes industriais severos, incluindo 4.290 da indústria de geração elétrica, foi cons-tatado que para cada Terawatt/ano de geração de eletricidade ocorre o seguinte:•fatalidadesmundiaisportecnologia:oitopara

nuclear, 85 para gás natural, 342 para carvão, 418 para óleo, 884 para hidro e 3.289 para gás lique-feito.

É importante ressaltar que o fator de disponibi-lidade mundial médio de uma usina nuclear é su-perior a 90%. no Brasil, angra ii atingiu em 2009 o fator de 92%, enquanto as outras tecnologias de usinas térmicas possuem um fator médio inferior, como mencionado no Plano 2019:•óleodieselecombustível:de5%a8%;•usinasagás:27%;•carvãomineral:50%;•eólica:30%.

São também ressaltados no Plano 2019 que os reduzidos fatores de capacidade, em especial para as termelétricas a óleo diesel e combustível, contri-buirão para as baixas emissões de gases de efeito estufa, efeitos estes que mostram mais um fator positivo para as nucleares, pois estas não emitem gases poluentes.

então, mais uma vez, por que não considerar uma energia brasileira, segura e amigável do ponto de vista ambiental?

o que alegam os opositores a esta energia é o gerenciamento do combustível queimado e dos rejeitos de média e baixa atividade. não preten-do aqui abordar em detalhe este tema, porém, no

mundo o tratamento de rejeitos vem ocorrendo de maneira muito profissional e competente; e além destes fatores as quantidades são pequenas, bem como o combustível queimado em alguns países (por exemplo, o japão) estão sendo processados e aumentando assim a disponibilidade de combustí-vel para as usinas. Por exemplo, os estados Unidos, que possuem em operação 103 reatores de geração elétrica, gerando cerca de 2.000 t de rejeitos por ano que podem ser armazenados em almoxarifados de porte médio, tais como os de angra dos reis (rj). É um rejeito que não polui e é totalmente controlado.

o Plano 2030 contempla quatro, seis ou oito unidades nucleoelétricas de 1.000 MW, porém para o Brasil ter sucesso na implantação destas unida-des é mandatório ser considerada a solução nu-cleoelétrica no Plano 2019, apresentando de modo claro as atividades a serem consideradas no Plano no período, para atender os requisitos necessários ao Sistema integrado nacional, em 2025/2030.

em recente publicação, o operador nacional do Sistema elétrico (onS) ressaltou a necessidade de pelo menos 1.000 MW térmicos no período de 2014-2018. esta demanda poderia ser atendida em 2018 através de uma usina nuclear e, para tanto, são necessárias providências imediatas.

Se desejarmos ter, no futuro, uma solução sustentável e ambientalmente correta para o Brasil, temos que incluir no Plano 2019 todas as ações necessárias, para conseguirmos, após angra iii, que uma outra usina esteja em operação no período de 2018-2020, atendendo assim as necessidades de energia elétrica de base para o Sistema interligado nacional a partir de 2025/2030.

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