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sumário edição nº 102 jul/ago 2015

nossasredessociais

Cobertura especial Brasil Offshore

Superação é apalavra-chave dosetor de óleo e gás

Entrevista exclusiva

Especial construção naval

PNG Petrobras 2015-2019

comEdmar Almeida,diretor do Institutode Economia da Universidade Federal doRio de Janeiro (UFRJ)

Indústria naval nãoquer ficar à deriva

“O custo da mudançaé menor no contextode crise”

Choquede realidade

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18 TN Petróleo 102 TN Petróleo 10219

entrevista exclusiva

Com essas palavras, o professorEdmarAlmeida, diretordo Instituto de Economiada Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), defende a necessidadeimediata de o governo federal e a Petrobras aproveitarem o momento parafazer ajustes importantes no setor de óleo e gás brasileiro, pois este vive osefeitos das crises externa e interna.

NO CONTEXTODE CRISE”

“O custo da mudança é menor

“ACREDITOQUETODAcriseéumagrandeoportunidadepararevisitaraspremissasda regulaçãoepolíticasetorial,bemcomoo planejamento

dasempresas.Não podemosdesper-diçara oportunidadedeabriro de-batesobreas questõesconsideradascláusulaspétreasdonosso planeja-mentoeregulação.Precisamostercoragemparadiscutire aprimorartudoaquiloqueseja necessárioparavoltaraocrescimentosustentável”,destacaoeconomistanesta entre-vistaexclusivaàTNPetróleo .

TN Petróleo –Hoje, o setorde óleoe gásresponde por13% do PIBbrasileiro. Oaumento da capaci-dade produtiva e operacional daPetrobrase de suasparceirasvemalavancando a produção nacional,que, de acordo com o boletim daAgência Nacional de Petróleo, GásNatural e Biocombustíveis(ANP),em maio deste ano alcançou a mar-ca de 2,998milhõesde barrisdeóleo equivalente (boed). Ao mesmotempo, a Petrobrasvive a maiorcrise de sua história, com impactosem todo o setor, obrigando-a

a reverseu plano de investimentos.Como avalia o cenário atual dosetore sua crescente participaçãona economia brasileira?

EdmarAlmeida– Aquestãodaparticipaçãodosetordo petróleonoPIB ébastantecontroversa.Aestimativade13% incluiaparticipa-çãodiretadessa indústriabemcomodeoutrossegmentosque integramacadeiaprodutiva depetróleo.Oscálculosoficiaisdo InstitutoBrasilei-rodeGeografia eEstatística(IBGE)nãovalidamonúmerode13%.Detodaforma,o queéimportanteressaltaréque osegmentodeóleoegás apresentouumcrescimentomuitomaiorque orestantedo setorindustrialnoBrasil nosúltimosanos.Osinvestimentosdosetor depetró-leorepresentamumaparcela muitoimportantedetodoo setorindustrialnoBrasil. Porisso,contribuiuparaalavancarocrescimentoindustrial,apartir dascompraslocais debenseserviços.A crisedecorrentedaquedadospreçosdo petróleoeasdificuldadesdaPetrobras,tantoeconômicascomopolíticas,acres-centamvetornegativoao jádifícil

cenáriodaeconomiabrasileira,emparticularaosetor industrial.Vejoumcenáriodesafiadorde ajustesnãosomentena áreadepetróleo,

masemtoda aeconomiabrasileira.Esteprocessodeajustes econômi-cosestáapenas iniciando.

Ecomo o Brasil, a Petrobrase opré-sal e estão inseridosno con-texto mundial?

OBrasilé aprincipalfronteiradeexpansãoda indústriadepetróleomundialforados EstadosUnidosedaOrganizaçãodos PaísesExporta-doresdePetróleo(Opep).Porestarazão,omundo dopetróleoestáacompanhandocommuitaatençãooqueestá acontecendoaqui. Oscontratosassinadosentreas ope-radorasea ANPapontampara umaexpansãodaproduçãobrasileira depetróleodosatuais2,4 paracercade2,8milhões debarris/diaem2020.Setal coisaacontecer,oóleoadicionalqueo Brasilcolocaránomercadopodeterum forteimpactonoequilíbriodomercadointerna-cionaldepetróleo.O Brasildeverásetornarum exportadorimportante.

porFelipe Salgado

EdmarAlmeida, diretordo Instituto de Economiada Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

F o

t o s :

L a

é r c

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o u r e n ç o

Paraisso,deverá buscarespaçonummercadoexternocadavez maisdisputado–lembrandoqueo paísaindatemcomo vantagemumgran-demercadointerno.Alémdo mais,apresençade empresaschinesas,acrescenteaproximaçãodaPetrobrascomaChinaeaapostadaShellnoBrasilrepresentampassosimportan-tesparaa maiorinserçãobrasileiranomercadointernacional.

Em março, a oferta excedente depetróleo no mercado global aliadaà retração do consumo derrubou opreço do energético ao maisbaixo

patamarem seisanos. Naquelemomento,a inviabilidade econô-mica do pré-sal parecia iminente.Entretanto,a produção brasileiracresceu 17% no primeiro trimestrede 2015 em comparação com omesmo período de 2014,em funçãodo pré-sal. A dimensão dasreser-vase alta produtividade de seuspoçosfazem a aposta valera penamesmo com o preço do petróleo emtorno de US$ 60?

Acreditoquesim.Compoçosapresentandoumaprodutividadeentre20milaté 40milbarris diários,opré-salé rentável.Aquestãomaior

nãoparecesera rentabilidade,masadisponibilidadedecapitalparainvesti-mentos,nocontextodepreçosbaixosdacommodity.Todasasempresasestãofazendoajustes,poisestavaminvestindocombasenumaprevisãodefluxodecaixa quenãoexistemais.Alémdisso,como níveldeendivida-mentojáelevado,o ritmodoinvesti-mentovaiserditado peladisponibili-dadedecaixada Petrobras.

Independentementedopreçodopetróleo, muitosinvestidores consi-deramqueacompradecertosativosnoBrasilrepresentaaoportunidade

ACRISE DECORRENTEDAQUEDADOS

PREÇOSDO PETRÓLEOEAS DIFICULDADES

DAPETROBRAS,TANTOECONÔMI CAS

COMOPOLÍTICAS,ACRESCENTAMVETOR

NEGATIVOAO JÁDIFÍCILCENÁRIODA

ECONOMIABRASILEIRA,EMPARTICULARAOSETORINDUSTRIAL.

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DIANTE DA MANUTENÇÃO DO PREÇO BAIXO DOPETRÓLEO, CRISE ECONÔMICA NOS PRINCIPAIS

PAÍSES DO OCIDENTE, DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL,PERCALÇOS POLÍTICOS INTERNOS, DENÚNCIAS DECORRUPÇÃO E ALTO NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO, APETROBRAS ANUNCIA SEU PLANO DE NEGÓCIOS EGESTÃO 2015-2019 DE US$ 130,3 BILHÕES. UM VOLUMEDE INVESTIMENTOS 37% (US$ 90,3 BILHÕES) INFERIORAO DO PLANO ANTERIOR, DE US$ 220,6 BILHÕES –DOS QUAIS US$ 37,1 BILHÕES FORAM UTILIZADOS EM2014 E US$ 13,8 BILHÕES REFERIAM-SE À CARTEIRADE PROJETOS EM AVALIAÇÃO.

por Felipe Salgado

PNG Petrobras 2015-2019

CHOQUEDE REALIDADE

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eventos

O painel de abertura tevea presença do senador José Serra (PSDB-SP),autor do Projeto de Leique pretende alterar

o marco regulatório do pré-sal, ti-rando da Petrobras a obrigação daparticipação mínima no consórciode exploração e sua responsabili-dadepelacondução eexecuçãodas

atividades relacionadas ao projeto.Inesperadamente,apalestradeSerrafoi interrompida pela manifestaçãodeumgrupode petroleirosque,insa-tisfeitoscomapropostade mudançada lei, estenderam faixascontráriasà posição defendida pelo senador eo impediram defalar.

Porummomento,os integrantesdaplateiaseviramdiantedeumpalco

dedisputapolítica.Foiquandoo pre-feito de Macaé,Aluízio dos San-tos ,tomouapala-vrae,reconhecen-do a legitimidadeda expressão dos

manifestantes, pediu queelestam-bémrespeitassemodireitoreservado

Apontada como a terceira maior conferência internacional da indústria do petróleoe gás, a 8 a edição da Brasil Offshore reuniu importantes players do mercadooffshore na principal porta de acesso para uma das bacias mais importantes dopaís – a de Campos – que responde por cerca de 80% da produção nacional.Com 50 mil visitantes, 700 empresas expositoras, 56 empresas internacionais erepresentantes de 38 países, a feira ocupou 45.000 km² do centro de exposição.Sinal de que a cadeia de fornecedores do setor quer reagir e superar a crise.

do setor de óleo e gás

Cobertura Especial Brasil Offshore

aoconvidadodeexporas suasideiase motivações. “A manifestação foifeita.Agoraprecisamosouviroqueaindústriatemadizer aqui”,afirmou Aluízio,pedindoacompreensãodosparticipantes.

AssimteveinícioaBrasilOffsho-re2015.

Imersão nosnegóciosRealizada entre os dias 23 e 26

de junho, a conferência trouxe umalento para o setor. Isso porque aRodada de Negócios, a cargo daOrganização Nacional da Indús-tria do Petróleo (Onip), reuniu20 empresas âncoras – Alphatec,Nuclep, Delp, FMC, Sotreq, OilStates, Shell Materiais, QueirozGalvão, UTC, Schlumberger, Te-ekay, Subsea 7, Wärtsilä Brasil,Shell Serviços, Techint, GE Óleoe Gás, Expro, Halliburton, Trans-petro e Petrobras UO-BC – e 113fornecedores. Em dois dias foramrealizadas 400 reuniões.

Igor Tavares ,diretordeEnergiada Reed Exhibi-tions AlcantaraMachado, umadas empresas or-ganizadoras daBrasil Offshore,

destaca quenesta edição houveumacréscimo deaproximadamente 3%dosprofissionaisemcargosde dire-toria e com maiores qualificações.

“Houve um ganho considerável noperfildosvisitantescommaispoten-cialdecompra epoderd edecisão”,enfatiza ele.

Somado o poder de compra dopúblico visitante com o montanteda Rodada de Negócios, a BrasilOffshore 2015 gerou expectativade negócios de R$ 600 milhões,que ao longo de 24 meses poderáchegar a R$ 1 bilhão. Para o prefei-to de Macaé, a realização da Bra-sil Offshore comprova a força domercado interno na realização denegócios. “Isso mostra que, apesardo cenário complexo, de incertezase de toda a pressão que o mercadovive, existe uma onda de otimismono médio e longo prazo, e mostra,principalmente, que a indústria na-cionalquerreagiresuperara crise.”

Um levantamento realizadomostrou que 91% das reuniões fo-ram avaliadas pelas âncoras comosendoacimada média,comótima eboa expectativa denegócios.

Para o vice-presidenteda Reed,Paulo Octávio Pereira de Almei-da , a realização da Brasil Offshorecomprova a força do mercado inter-no na realizaçãode negócios e aativação de con-tatos e conteúdopara a gestão dasempresas diantedo cenário atual.“Afeira teveumaagenda positiva emostrou qualida-de em produtos, serviços e públicovisitante, complementou.

Novidadesno conteúdo A8ªBrasilOffshoreteveopatrocí-

niomasterdaPetrobrasedoGovernoFederal,alémdasempresasTechnip,Caixa, UL do Brasil, Tenaris, AkerSolutions,OneSubsea,MRM,Mobil,PrefeituradeConceiçãodeMacabu,DassaultSystèmes,EstaleiroBrasa,Chromalox,Technoheat,V.V.HoldingandConsultingeVianaOffshore.

SUPERAÇÃO É APALAVRA-CHAVE

Área total: 45 mil m 2 Visitantes:50 mil

Empresas: 700Países: 38

por Felipe Salgado

36 Obras seguem adiante emestaleiros tradicionais

38 Há condições de ‘navegabilidade’para a indústria avançar

52 Petrobras: participação técnica

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não quer ficar à deriva

por Beatriz Cardosoe Felipe Salgado

INDÚSTRIA NAVAL

Depois da onda de encomendas do setoroffshore, que alavancou sua retomada ea posicionou entre as maiores no rankingmundial, a indústria naval brasileira enfrentaa crise das ‘águas paradas’, sem perspectivade novas demandas para assegurar umaescala de produção sustentável.

especial: construção naval

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Coffee Break

Fino Gosto CONSELHO EDITORIAL

Affonso Vianna Junior

Alexandre Castanhola GurgelAntonio Ricardo Pimentel de OliveiraBruno MussoColin Foster

David ZylbersztajnEduardo MezzaliraEraldo Montenegro

Flávio FranceschettiGary A. Logsdon

Geor Thomas ErhartGilberto Israel

Ivan LeãoJean-Paul Terra PratesJoão Carlos S. Pacheco

João Luiz de Deus FernandesJosé FantineJosué RochaLuiz B. Rêgo

Luiz Eduardo Braga XavierMarcelo Costa

Márcio GianniniMárcio Rocha Melo

Marcius FerrariMarco Aurélio Latgé

Maria das Graças SilvaMário Jorge C. dos Santos

Maurício B. FigueiredoNathan Medeiros

Paulo Buarque GuimarãesRoberto Alfradique V. de Macedo

Roberto FainsteinRonaldo J. Alves

Ronaldo Schubert SampaioRubens Langer

Samuel Barbosa

69 Invenção vs inovação: começamos a inovar no setor elétrico ,por Doneivan F. Ferreira

72 Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade “Gestão de prioridades” , por Wanderlei Passarella

82 Vcone, tecnologia de ponta para medição de gás úmido ,por Heraldo Batinga

88 Diminuindo a lacuna entre as aspirações e a excelência ,por José de Sá

4 editorial 6 hot news 10 indicadores tn 50 eventos 54 perfil profissional 59 caderno de sustentabilidade

artigos

Ano XVI • Número 102 • jul/ago 2015Foto: Depositphotos/TN Petróleo

seções

Invenção vs inovação: começamos a inovarno setor elétrico,porDoneivan

F. Ferreira | Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: “Gestão deprioridades”,por Wanderlei Passarella | Vcone, tecnologia de ponta para medição de gás úmido,por Heraldo Batinga | Diminuindo a lacuna entre as aspirações e a excelência,por José de Sá

O P I N I Ã O

A RT I G O S

PNG Petrobras 2015-2019 Choque de realidadeCobertura especial Brasil Offshore:

Superação é a palavra-chavedo setor de óleo e gás

20 anos da flexibilização do monopólio do petróleo,deLuizCezarQuintans,advogadoassociadoaoGIvo Advogados,multiespecialistaemdireitodopetróleo,tributárioeempresarial.

ENTREVISTAEXCLUSIVAEdmarAlmeida,diretordo Instituto de Economiada

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

“O custo da mudança é menorno contexto de crise”

AnoXVI• julho/agosto2015•Nº 102•www.tnpetroleo.com.br

ESPECIAL:CONSTRUÇÃO NAVAL

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não quer ficar à derivaINDÚSTRIA NAVAL

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EE também o restauranteBerbigão, queatravessou a pontepara tornar-seum dosespaçosmais bem-sucedidosda culináriaespecializada em frutosdo mar –situa-sena rua do Catete, em frenteao Museu daRepública.

É em Niteróique está o mercado do peixeSão Pedro, visitado diariamentepor noveentredezdosmaisafamadoschefsdo Rio,em busca depescados frescos.

Agora, chegou a vezdo Parador Bistrô,quehá maisde uma década ésucesso naterra deAraribóia, fincar suasraízesno outrolado da baía da Guanabara. E trazcomo comandantes, além do dono,LuisFelipe Gouvea, uma dupla para lá decarismática e eficiente: aex-jornalista Karine Rodrigues eo chef RamonJunior .

fino gosto

A cidade que foi capital fluminense antes da fusão com o Estado da Guanabara,mostra que tem muito a oferecer aos cariocas. Vem de Niterói uma dasmelhores cervejas artesanais produzidas no país, a Noi, com três variações!

por Orlando Santos

PARADOR BISTRÔRuadoOuvidor,60

(entradapelaruado Carmo)Telefone:(21)2507-2273

desegundaa sexta,das11:00hàs 19:00h

PARADOR BISTRÔ,o sabor de Niterói no Rio

Karineestá na supervisão operacional da casaeRamon comanda aspanelas, à frentede dezauxiliares. Com simpatia, atenção ea excelênciadeuma boa casa, elesvêm fidelizando osclientescariocas. São osprincipais responsáveispelo suces-so quea casa, com pouco maisdequatro meses defuncionamento, já conquistou.

Aideia,inclusive,éavançarcoma criaçãodenovosrestaurantesParador,depoisdestabem-sucedidafilial.Equandose perguntaaKarineeRamono quemaisvemporaí,eles,sem falsamodéstia,respondemcomaalegrianorosto:“Nós dois”...quesejambem-vindos!

OParadorBistrô/Rioestá localizado,oficialmente,naruadoOuvidor60,lojaE,Centro,masaentradaépelaruado Carmo,defronteàlateral doantigoedifíciodaSulAmérica– este,porsinal,depoisde inteiramen-tereformado,abriga,no térreo,oUniko,de tradicionalculináriaitaliana,eo caféGaleriaExpress.

Àssextas-feiras, o Parador/Rio oferece durante

todo o dia, dosesduplas deespumante, ea partirdas17h, osclientes são brindadoscom generosasdosesduplas dechopp. Um público essencialmen-tejovem frequenta o local na maior partedo dia,incluindo a hora do almoço eno happy our elestomasconta da casa.

Ochef Ramon éum craqueem váriasespeciali-dades, masseu forte, além dosrisotos, éo arroz derabada, queàs sextas-feirasatrai muitoscomensais.Na realidade, a área ondeestá o Parador estavaperdendo suasreferências gastronômicasgraçasao abre/fecha deoutros estabelecimentos. Agora, aárea ganhou aresde revitalização com a chegadado Parador. Oqueé muito bom para o polo gastro-nômico já instalado no entorno da Praça XV, emespecial pelosqueleva m a grifeBelmonte, do em-presário Antonio Rodrigues, ou o Caisdo Oriente,e, maisrecentemente o Bar do Gengibre, ao ladodoscentros culturaisexistentes na área (CCBB,Casa França Brasil eo Centro Cultural Correios).

Aarquitetura do Parador é assinada por RicardoCampos, queassim como o espaço deIcaraítemum quêdebistrô parisiense. Olocal é uma boaopção para quem aprecia boa comida eambienteagradável, com seu cardápio originalmentecriadocom a consultoria do chef Daniel Pinho.

Aadvogada Elisabete Barbirato, por exemplo,provou eadorou o arroz com rabada, queelecon-siderou muito bom ebem diferente da rabada comagrião queéser vido em muitosrestaurantes. Detão satisfeita, ela prometeu levar seuscolegasdoFórum, situado nasproximidades do Parador, paraexperimentar a criação deRamon.

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O

No aniversário de 450 anos do Rio de Janeiro, dois símbolos da cidade, o CineOdeon e a Casa Cavé, reaparecem no cotidiano dos cariocas como bons exemplosde um processo de preservação cultural dos patrimônios históricos – marcaregistrada de uma sociedade que procura cuidar dos seus valores para as atuaise futuras gerações. É assim que caminha a humanidade em várias cidades domundo e o Rio, certamente, não será diferente.

Osdois voltam a ocupar a vida do carioca depoisdealgumas obras, semperda da identidade: o CineOdeon, com suasfunçõesculturaisamplia-das; a Casa Cavé, por retornar ao antigo endereço, com lustresevitraisfrancesesoriginaisnossalões quejá foram frequentadospor muita genteimportante, como escritoresepolíticos da belleépoquecarioca.

Um duplo presentequemexecom o coração da gente!

ODEON GANHANOVAS FUNÇÕES Aberto no início do século passado, o Odeon éo único dosoito cin-

emasquefuncionavam no Centro do Rio, equederam origem ao nomedo lugar deCinelândia. Revitalizado edepoisde reformaspontuais, ocinema já exibeem sua fachada a nova marca: o espaço setornou CentroCultural Luiz Severiano Ribeiro.

O espaço alternará sua programação cinematográfica com out-ras atividades com conteúdo audiovisual, como óperas, peças, balé e

porOrlando Santos

coffee break

CINEODEONCENTROCULTURAL

LUIZSEVERIANORIBEIROPraçaFloriano,7-Cinelândia

Centro–RJTel.:(21)2461-0201

www.kinoplex.com.br/cinemas/centro-cultural-lsr-odeon/45

CASACAVÉRuaSetedeSetembro,133

Centro-RJTel.:(21)22242520

www.casacave.com.br

Bruno Barbey, Rio, carnaval, 1980. Coleção particular

shows musicais, além de outroseventos. Sua reabertura é con-siderada um presente do referidoGrupo para o Rio em seu an-iversário de 450 anos de fundação,mas também marca o início dascomemorações dos 90 anos de in-auguração do cinema – coisa queacontecerá no ano que vem.

Segundo Luiz SeverianoNeto , a diversificação deprogramação foia forma encontrada para manter vivoestemonumento tão importantepara a vida da cidade,evitando o seu desaparecimento. Oprédio encontra-sebem próximo deoutrospatrimôniosculturais, comoo Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional eo MuseuNacional deBelasArtes, eainda do antigo cinema

Vitória, situado à rua Senador Dantas, hojeabrigandoa Livraria Cultura.

DE VOLTAAO ANTIGO ENDEREÇO ACasa Cavé voltou a ocupar o mesmo endereço

de1860, no casarão artnouveau, com lustresevitraisfranceses, ondefuncionou por 140anos – na esquinadasruas Setede Setembro eUruguaiana – erecebeupersonalidadesda vida pública brasileira, incluindo oex-presidenteJuscelino Kubitschek.

Em outubro do ano passado, quatro famíliasdeorigem portuguesa, sóciasno empreendimento (quecarrega o nomede seu fundador, o francêsAugusteCharlesFelixCavé), decidiram reto-mar asatividadesno edifício antigo,abandonado o endereço provisóriona mesma rua Uruguaiana.

Além dastradicionaisreceitasportuguesas, como o bacalhau eo pastel debelém, einumeráveisdoces, a Cavéoferecepratos típicosdePortugal quasedesconhecidosnasterrasda ex-colônia; além deopções desanduich-ese carnes. “Toda a comida éfeita na hora eémuitosaudável, não oferecemosfrituras. Atéo pão éfeitoaqui”, explica o chefedecozinha, AlfredoGalhões .

ACasa Cavéhavia se mudado em 2000por impos-sibilidadede sereformar o prédio tombado como pat-rimônio histórico do Rio. Segundo o arquiteto AndréRodrigues, responsável pelo novo projeto, houveocuidado demanter ascaracterísticasdo prédio origi-nal. “No interior, além doslustrese vitrais, mesasecadeirastambém são originais”, explicou o arquiteto,explicando queasúnicasobras realizadasforam a am-pliação da cozinha ereposição denovo telhado, poisooriginal estava deteriorado.

Cine Odeone Casa Cavé,

ícones cariocas resgatados F

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92ícones cariocasresgatados

o sabor deNiterói no Rio

ParadorBistrô,

Cine Odeone Casa Cavé,

74 pessoas 76 produtos e serviços 90 fino gosto 92 coffee break 94 feiras e congressos 95 opinião

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4 TN Petróleo 102

editorial

Rua Buenos Aires, 2/406Centro – CEP 20070 022Rio de Janeiro – RJ – BrasilTel/fax: 55 21 [email protected]

DIRETOR EXECUTIVOBenício Biz - [email protected]

DIRETORA DE COMUNICAÇÃOLia Medeiros (21 98241-1133)[email protected]

EDITORABeatriz Cardoso (21 99617-2360)[email protected]

EDITOR DE ARTE, CULTURAE GASTRONOMIAOrlando Santos (21 99491-5468)

REPÓRTERFelipe Salgado (21 98247-8897)[email protected] Albuquerque (21 98629-8185)[email protected]

RELAÇÕES INTERNACIONAISDagmar Brasilio (21 99361-2876)[email protected]

DESIGN GRÁFICOBenício Biz (21 99194-5172)[email protected]

PRODUÇÃO GRÁFICA E WEBMASTERFabiano Reis (21 2224 1349)[email protected]ércio Lourenço (21 2224 1349)[email protected]

REVISÃOSonia Cardoso (21 3502-5659)

[email protected] COMERCIALJosé Arteiro(21 99163-4344) [email protected]

Rodrigo Matias(21 2224 1349)[email protected]

ASSINATURAS(21)2224 [email protected]

CTP e IMPRESSÃOWalprint Gráfica

DISTRIBUIÇÃOBenício Biz Editores Associados.

Filiada àANATECOs artigos assinados são de total responsabilidadedos autores, não representando, necessariamente,a opinião dos editores. TN Petróleo é dirigida aempresários, executivos, engenheiros, geólogos,técnicos, pesquisadores, fornecedores ecompradores do setor de petróleo.

Toquem as sirenes de nevoeiro!

Benício BizDiretor da Benício Biz Editores

TN PetróleoTAGS

#102

Foi nisso que pensei ao ler o noticiário sobre os resultados dotão aguardado leilão de áreas offshore do México, depois de

quase oito décadas de monopólio: apenas dois blocos foram ar-rematados, dos 14 oferecidos pelo governo mexicano, no leilão

realizado dia 15 de julho. Abaixo de todas as expectativas, poisse esperava que 30% a 50% dos blocos (quatro a sete áreas)fossem arrematados no leilão, depois do sucesso do leilão deáreas marítimas no Golfo do México, realizado pelo governo dosEstados Unidos em março e que arrecadou US$ 539 milhões.

O fiasco deste leilão contraria as previsões dos espe-cialistas do setor de óleo e gás, que alardeavam o risco de o Brasil ficar sem novosinvestimentos por conta da grande atratividade do leilão mexicano. Diante da falta devisibilidade (ou previsibilidade) sobre o futuro do setor, creio que é hora de ligarmosas sirenes para ver se encontramos o rumo nesse denso nevoeiro que paira sobre aindústria de óleo e gás.

No Brasil, temos um Plano de Negócios e Gestão, apresentado de forma quasetelegráfica, que não nos permite visualizar o que será feito nos próximos anos e de queforma a Petrobras pretende manter o nível de produtividade com menos unidades (oito,no comparativo dos dois planos, entre o período de 2015 e 2010) e investimentos reduzi-díssimos em infraestrutura e suporte operacional na área de E&P – que caiu de US$ 3,6bilhões para US$ 600 milhões ao ano.

A visibilidade também é ruim no cenário internacional, com a Organização dosPaíses Exportadores de Petróleo (Opep) mantendo os altos níveis de produção – e oIrã retornando ao mercado depois do fim das sanções ao país, e mesmo assim se elecumprir o acordo limitando o enriquecimento e estoque de urânio. Com os preços dopetróleo em baixa há mais de um ano, continuam em rota descendente as atividades deexploração e produção não convencional de hidrocarbonetos, fato que eleva os EstadosUnidos à condição de maior produtor.

Não está fácil prever o que vai ocorrer na 13ª rodada da Agência Nacional do Pe-

tróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) – mesmo depois de a entidade promoveruma audiência pública sobre o evento no dia 9 de julho. Marcada para 7 e 8 de outubro,o leilão deverá ter um total de 266 blocos, distribuídos em dez bacias sedimentares,incluindo Sergipe-Alagoas, onde a Petrobras pretende iniciar produção nos próximosanos, e nas do Espírito Santo e Campos, que vêm tendo produção crescente devido aopré-sal (que poderá ter a segunda licitação em 2016).

Mais difícil ainda manter-se na rota do desenvolvimento econômico nas águasrevoltas da Operação Lava-Jato e sob o denso nevoeiro da incerteza. Ainda que com assirenes ligadas, precisaremos de pessoas competentes na ponte de comando para fazeressa nau chamada Brasil aportar com segurança na próxima década, pois uma coisa écerta: Avante! Temos de seguir em frente!

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hot news

Acordo de automação e sistemasde segurança no setor de gás

A HONEYWELL PROCESS Solu-tions (HPS) anuncia um acordo defornecimento de tecnologias de au-tomação e sistemas de segurançaque ajudarão a companhia FreeportLNG Development, L.P (FreeportLNG) a expandir seu terminal degás natural liquefeito (GNL), no su-deste do estado norte-americano do

Texas, reforçando-o no patamar dereferência mundial e garantindo suasoperações de exportação.

Essa expansão vai proporcionar àFreeport LNG uma capacidade extrade exportação de 13,9 milhões detoneladas anuais. A expectativa écomeçar os processos em 2018. Oterminal da companhia é um dos dezterminais de importação e expor-tação de GNL que serão novos ouexpandidos, com aprovação do órgãoamericano do setor, o Federal EnergyRegulatory Commission.

A HPS será a principal contra-tante de automação integrada (I--MAC) para este projeto de expan-são. Sob esta condição, a divisão daHoneywell será responsável pelaconcepção, fornecimento e insta-lação de sistemas de automação,instrumentação, controles e segu-rança. A abordagem unificada seráfundamental para ajudar o projetoa atingir suas metas operacionais e

o sucesso dos negócios no primeirodia de inicialização das atividades.

“As capacidades de expansão doI-MAC que a Honeywell traz parao projeto – e, especificamente, osnossos serviços de projeto Leap –ajudarão a Freeport LNG a iniciara ampliação do terminal de formamais rápida e dentro do orçamentoprevisto”, declara Pieter Krynauw ,vice-presidente de Projetos e Au-tomação de Soluções da HPS. “As

nossas recentes tecnologias e a capa-

cidade de entregade projetos e ser-viços especializa-dos, criarão umainfraestrutura al-tamente integra-da para aumentara rentabilidade daplanta”, explica.

O terminal, localizado na ilhade Quintana, perto da Freeport, noTexas, terá três novas unidades deprocessamento, ou trens, como partede uma expansão de mais de US$ 13bilhões, adicionando as capacidadesde pré-tratamento de gás e lique-fação. A Honeywell fornecerá suaautomação e experiência de controle,além da sua abordagem única, no

projeto de consultoria e execução afim de apoiar a transformação da Fre-eport LNG focada na exportação dogás natural liquefeito, tudo isso paradar sequência às recém exploradasoportunidades do mercado interno.

A Honeywell irá além do papeltradicional de automação ao incluirum escopo amplo de produtos, servi-ços e consultoria que agregam valorao longo de todo o ciclo de vida doprojeto e da capacidade operacional

do empreendimento.

As entregas do projeto incluemuma série de tecnologias inovado-ras e patenteadas da Honeywell,entre elas, o Leap, serviços deexecução de projetos, o ExperionPKS Orion com DSA Sistemas de Arquitetura Distribuída, ExperionSecurity Integrator, FTE EthernetTolerante a Falhas, Universal Pro-cess and Safety I/O, gerenciamentode segurança, incêndios e sistemasde gás, a rede OneWireless, Digital Video Manager (DVM), simula-dor de treinamento de operaçõesUnisim, software de gerenciamen-to avançado de alarme e PHD dehistórico de dados.

Ao alavancar essas so luçõesintegradas, a Honeywell reduzi-

rá os riscos e minimizará atrasospotenciais de cronograma para aFreeport LNG e o time de enge-nheiros, aquisição e construção(EPC) durante o início da expansãoda unidade. A empresa é parceirados diretores da Freeport LNG porquase uma década, com o objetivode conduzir a otimização da cadeiade fornecimento visando a obten-ção da produção e a entrega dascargas que atendam ao Plano de

Entregas Anual.

Terminal de gás natural liquefeito da Freeport LNG usará as soluções da HPS no procesde expansão da capacidade para quase 14 milhões de toneladas anuais no Texas.

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A WÄRTSILÄ, LÍDER global emsoluções energéticas de ciclode vida completo para merca-dos marítimos e de geração deenergia, concluiu a aquisição daL-3 Marine Systems Internatio-nal (MSI), empresa alemã queatua no segmento de sistemas deautomação e de navegação paramercados offshore e marítimo.Com a operação, que tem valoraproximado de 285 milhões deeuros, a Wärtsilä passa a ter 19,2mil funcionários em 76 países.

Para a multinacional finlande-sa, a carteira de produtos e serviçosda L-3 MSI representa uma adição

estratégica ao portfólio, uma vezque os sistemas elétricos e deautomação (E&A) desempenhamum papel cada vez mais impor-tante na operação eficiente dosnavios modernos. A sinergiaentre as duas empresas irá pro-porcionar novas oportunidadesde mercado. “A aquisição daL-3 MSI marca um importantemovimento, não apenas para a Wärtsilä, mas para todo o setor

marítimo. Acombinação detecnologia dasempresas nodesenvolvimen-to de produtos,sistemas e solu-ções integradas

irá melhorar a eficiência opera-cional para armadores e ope-radores em todo o mundo”, dizLuiz Barcellos, diretor de ShipPower da Wärtsilä Brasil.

Com sede em Hamburgo, na Alemanha, a L-3 MSI tem umavasta experiência no forneci-mento de automação, navegação

e sistemas elétricos, bem comotecnologia de posicionamentodinâmico, sonar e tecnologia decomunicações submarinas paravários tipos de navios e insta-lações offshore. O portfólio daempresa engloba as marcas SAMElectronics, Valmarine, LyngsøMarine, Dynamic Positioning &Control Systems, Jovyatlas Eu-roatlas, Elac Nautik, Funa, GAInternational e APSS.

Embarcaçãofinanciada pelo Brasilé entregue em SantaCatarina

A EMBARCAÇÃOBRAM HERO, finan-ciada pelo Fundo da Marinha Mercante(FMM), foi entregue em 24 de junho. Dotipo PSV (Platform Supply Vessel), des-tina-se ao apoio a atividades de extraçãode petróleo no mar. ABram Hero foiconstruída no estaleiro Navship, locali-zado no polo naval de Itajaí-Navegantes,em Santa Catarina e possui 92,60 m decomprimento e 6,35 m de calado máximoe 18,29 m de boca moldada.

A obra foi financiada pelo FMM, pormeio do Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES) e doBanco do Brasil, no âmbito do Programade Aceleração do Crescimento (PAC) ecorresponde à quinta embarcação de

uma série de sete PSVs construídosno estaleiro.O FMM é gerenciado pelo Ministé-

rio dos Transportes e já desembolsou,até maio deste ano, R$ 28,7 bilhões nofomento ao transporte aquaviário e àindústria naval. O Fundo tem contribuídopara a renovação e o crescimentoda frota brasileira, o fortalecimen-to da indústria naval, o aumento dotransporte por hidrovias, cabotageme apoio marítimo à exploração de pe-tróleo no país.

Wärtsilä conclui aquisiçãoda L-3 Marine Systems InternationalFortalecimento da posição da empresa na indústriade sistemas elétricos e de automação.

PSV com 59% de fabricaçãonacional tem investimento deR$ 12,2 milhões.

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hot news

Raízen realiza primeiro transporte de biodieselde Rondonópolis para o Sudeste

A RAÍZEN REALIZOU, de formapioneira no mercado, o primeirotransporte de biodiesel de Rondo-nópolis (MT) para Paulínia (SP) pelomodal ferroviário. A partir de agora,a companhia pode escoar biocombus-tível para o Sudeste e, utilizando alogística reversa, levar derivados depetróleo para o Centro-Oeste. Cercade 50 milhões de litros de produtoserão transferidos das rodovias paraa ferrovia anualmente. A primeiraoperação com o novo modelo acon-teceu no último dia 11.

A companhia é a primeira distri-buidora no país a realizar a operaçãovia ferrovia na região, proporcionan-do maior eficiência no transporte eainda a redução de circulação de cer-ca de 50 caminhões. Segundo LuizRenato Gobbo, diretor de Operaçõesda Raízen, a expectativa é que a ope-ração fomente a competitividade dos

produtores de biodiesel no Centro--Oeste e proporcione importante re-dução de custos na cadeia logística.

“Uma ferrovia próxima às regiõesprodutivas evita que as cargas sejam

escoadas unica-mente pelo modalrodoviário, quetem custos opera-cionais maiores. A nova operaçãofortalece umavantagem com-

petitiva de Rondo-nópolis, que é a intermodalidade, efoi possível devido ao know-how e àinfraestrutura de alta tecnologia daRaízen, nas cadeias produtivas e a

logística do segmento de combustí-veis, junto aos esforços envolvendoas iniciativas públicas e privadas”,ressalta Gobbo.

A operação marca mais umavez a posição de vanguarda daRaízen na área de logística – aempresa foi pioneira a usar o mo-

dal ferroviário no transporte debiodiesel, quando escoou o bio-combustível entre os terminais deEsteio (RS) e Araucária (PR), naregião Sul, em 2011.

Operação pioneira favorece redução de preços do biocombustível no

Centro-Oeste e maior eficiência logística.

A RAÍZEN DISTRIBUI, a partir de junho,a Shell V-Power Racing, gasolina dealta octanagem. O combustível estarádisponível em cerca de 200 postos dascidades de São Paulo, Rio de Janeiro e

Porto Alegre.A Shell V-Power Racing é recomen-dada para carros que requerem um com-bustível premium de alta octanagem,mas pode ser usado por qualquer veículomovido a gasolina. Dentro do portfólioda marca Shell no Brasil, trata-se docombustível que apresenta o maior de-sempenho e que foi desenvolvido paraajudar os motores a desempenhar seupotencial máximo.

A Shell V-Power Racing é o produto

Shell com maior octanagem no merca-

do brasileiro – são91 IAD. O produtofoi formulado como FMT (FrictionModification Te-

chnology) da Shell– tecnologia desen-volvida em parceriacom a Escuderia

Ferrari – e foi criado para atuar ime-diatamente no motor reduzindo o atritoem áreas que entram em contato como combustível, ajudando a recuperar apotência perdida no processo.

“A Shell V-Power Racing é a nossagasolina de maior performance desen-volvida pela Ferrari e pelos cientistas

da Shell. Com uma octanagem maior

do que uma gasolina comum e umaformulação única de ação dupla cria-da para limpar ativamente o motor esuas peças vitais, a Shell V-PowerRacing foi feita para ajudar o carro a

desempenhar o seu potencial máximo”,explicaSarina Arnold, cientista decombustíveis da Shell, envolvida nodesenvolvimento da Shell V-PowerRacing no Brasil.

Com a chegada Shell V-Power Ra-cing, a família V-Power passa a repre-sentar uma oferta completa para os con-sumidores. A partir de agora, os postosShell oferecem, além da V-Power Racing,a gasolina aditivada (Shell V-Power Ni-tro+) e o exclusivo Shell V-Power Etanol,

o único etanol aditivado do Brasil.

Raízen apresenta a nova gasolina da marca Shell: Shell V-Power Racing

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A PRUMO DIVULGOU que a empre-sa norte-americana Edison Chouestexerceu as duas últimas opções deaumento de sua área, localizada noTerminal 2 (T2) do Porto do Açu. Estasopções de expansão, estabelecidasno contrato assinado em abril do anopassado, venciam em outubro de 2015e foram antecipadas pelo cliente.

Além das opções exercidas, a em-presa também decidiu contratar mais40 m de cais para sua área. Com isso,a área total da Edison Chouest noPorto do Açu passa a ser de 597.400

m², com 1.030 m de frente de cais. No

local, a empresaestá construindouma unidade com15 berços paraatracação, alémde um estaleiropara reparo desuas próprias em-barcações – mas

que pode atender terceiros no futuro. A previsão é que a unidade movi-mente 10.800 embarcações por ano.

“O início da operação e o anún-cio da Petrobras no Açu criaram uma

dinâmica diferente em nossas con-

versas. A Edison Chouest é a líder nosetor de apoio offshore e a visão queela teve sobre o porto há mais de umano mostra por que ela está à frentedo mercado. É mais uma prova de queo Porto do Açu será o principal polopara o setor de O&G”, diz EduardoParente , presidente da Prumo.

Com a ampliação da Chouest,que está investindo R$ 950 milhõesna sua unidade, o canal do Termi-nal 2 conta agora com mais de 3 kmde cais ocupados, o que representacerca de 70% da área molhada, in-

cluindo as áreas reservadas.

Centro de pesquisa atraído pela Rio Negóciostem primeira patente aprovada

A RIO NEGÓCIOS comemora aaprovação da primeira patentepara a indústria bioenergética de-senvolvida no Centro de PesquisaGlobal da GE no Rio de Janeiro.O Instituto Nacional de Proprie-dade Intelectual (Inpi) aprovouo primeiro pedido de patente daGE para uma solução que reduz ocusto da produção do etanol de se-gunda geração (etanol celulósico),permitindo que a indústria recupe-re mais de 25% do total de enzimasusadas no processo. O pedido foiaprovado após um tempo recordede análise no Inpi: 18 meses.

Para receber o Centro dePesquisa Global da GE, um in-vestimento de US$ 500 milhões,o Rio de Janeiro competiu commais de 160 concorrentes e foireconhecida como a cidade como ambiente mais propício parasua instalação. “Nunca tivemos

dúvidas do valor que o Centro dePesquisa da GE geraria ao país. Além dessa primeira patente,os pesquisadores aguardam a

aprovação demais dez. O de-senvolvimentode patentes queatendam aosdesafios do se-tor de Energia

é fundamentalpara fortalecerum dos mais fortes vetores dedesenvolvimento de um país”,

declarou Marcelo Haddad , pre-sidente da Rio Negócios.

O projeto foi desenvolvidonuma colaboração entre pesqui-sadores brasileiros e a matriz doCentro em Niskayuna, em Nova York. A ideia é atender a demanda

local e usar as tecnologias da GEpara apoiar o desenvolvimento dopaís e de toda a região em diversossetores estratégicos..

Mais dez patentes já estão em processo de aprovação.

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Edison Chouest amplia área no Porto do Açu e unidadepassa a ser a maior base de apoio offshore do mundoCom 1.030 m de cais, previsão é de que a base movimente 10.800 embarcações/ano

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indicadores tn

MAIS DA METADE (56%) dosexecutivos do setor de óleo e gáspretende realizar fusões e aqui-sições nos próximos 12 meses(60% esperam fechar pelo menosdois negócios), é o que indicao ‘12ª Oil & Gas Global CapitalConfidence Barometer’, estudosemestral da Ernst & Young (EY).

A pesquisa global revela queapetite por fusões e aquisiçõesno setor se recuperou acentuada-mente ao longo dos últimos seismeses, conforme as implicaçõesda queda do preço do petróleoforam digeridas.

Praticamente todos os entre-vistados (99%) esperam que omercado de óleo e gás melhoreou permaneça estável ao longodos próximos 12 meses e 97%expressaram confiança seme-lhante na economia global. “Em2014 as transações atingiram amaior alta em cinco anos, maso primeiro trimestre de 2015foi um dos mais silenciosos nosúltimos anos. A queda súbita eacentuada no preço do petróleo

forçou mui-tas empresasa adotar umintenso foco naoperação inter-na – cortandoagressivamenteos gastos e cus-

tos. Oportunidades de fusões e

aquisições foram adiadas porcausa da incerteza sobre asperspectivas do preço do petró-leo. Agora, com o aumento daconfiança na economia global,essas oportunidades de aqui-sição estão crescendo e devemser concretizadas”, afirmaLuiz Claudio Campos, sóciode transações corporativas doCentro de Energia e RecursosNaturais da EY.

Hoje, 74% das empresas deóleo e gás em busca de negóciosestão considerando ofertas demenos US$ 250 milhões, repre-sentando uma grande oportuni-dade para transações no middlemarket. E 85% dos executivosde óleo e gás esperam que o

valuation gap entre comprado-res e vendedores permaneçaem níveis superáveis, o queirá incentivar o fechamento denegócios em curto prazo.

Na maior parte dos últimostrês anos, o crescimento ocu-pou a agenda estratégica dasempresas do setor. Agora, o foco

está na otimização do portfólio egestão de riscos no atual am-biente econômico. A pesquisaindica que 63% dos executivosde óleo e gás estão dedicadosem reduzir custos e melhorar aeficiência operacional, enquan-to planejam aquisições para opróximo ano.

“Inovação e complexidadeestão definindo um novo cenáriode fusões e aquisições no setorde óleo e gás. Apesar do otimis-mo com a economia aumentaro apetite por oportunidades, osdesafios persistem. Incertezasgeopolíticas e volatilidade dospreços das commodities conti-nuarão a influenciar as decisõesde negócios”, finaliza Campos.

O FRACO DESEMPENHO daeconomia do Brasil vai continuara influenciar os resultados dasempresas brasileiras, pelo menosaté meados de 2016. Tal cená-rio coincidirá com incertezaspolíticas, inflação e deterioraçãoda confiança de investidores.Essa é a avaliação da agência declassificação de risco, Moody’s,

em relatório, divulgado no dia 16de julho.

A agência espera que o ProdutoInterno Bruto (PIB), soma de todosos bens e serviços produzidos nopaís, tenha queda de 1,8%, em 2015,e crescimento de 1% em 2016.

Para a agência, a investigaçãoda Operação Lava-Jato levou osinvestidores a ficarem mais cau-

telosos em relação às empresasnão financeiras do Brasil, limi-tando o acesso das mesmas aosmercados globais.

A agência também consideraque a confiança do consumidor e opoder de compra deterioraram-se,influenciados pelo aumento dasdívidas das famílias, alta de juros,inflação e desemprego.

EY: Fusões e aquisições no setor de óleoe gás devem crescer no próximo ano

Moody’s: Fraco desempenho da economiabrasileira afetará empresas em 2016

De acordo com o estudo, o apetite por novos negócios cresceumuito ao longo do último semestre.

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PROUD

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A carteira de produtos e serviços da L-3 MSI representa uma adição estratégica ao portfólio daWärtsilä, uma vez que os sistemas elétricos e de automação (E&A) desempenham um papelada vez mais importante na operação eciente dos navios modernos. A sinergia entre as duasmpresas irá proporcionar novas oportunidades de mercado.

WARTSILA.COM

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indicadores tn

O MERCADO GLOBAL de petróleo

deve ser mais equilibrado no próxi-mo ano à medida que a China e ospaíses emergentes aumentem seuconsumo e enquanto a oferta de pe-tróleo não convencional da Américado Norte e outras regiões cresçamais vagarosamente, disse em seurelatório a Organização dos PaísesExportadores de Petróleo (Opep).

A demanda mundial por petróleodeve aumentar em 1,34 milhão debarris por dia (bpd) em 2016, acimado acréscimo de 1,28 milhão de bpdneste ano. Esse crescimento devesuperar qualquer aumento da ofertade países não membros da Opep ede petróleo ultraleve como o con-densado, aumentando o consumo depetróleo bruto da organização. “Issoimplicaria melhora para um merca-

do mais equilibrado”, afirmam oseconomistas da entidade.

A Opep espera que a demandapelo seu próprio petróleo cresçaem 860 mil bpd em 2016, passandopara 30,07 milhões de bpd. No en-tanto, a entidade cortou a estimativada demanda por seu petróleo neste

ano em 100 mil bpd para 29,21 mi-lhões de bpd.

Os preços do petróleo estão hojena metade dos praticados há umano, com o Brent cotado a menosde US$ 58 o barril, abaixo do picode 115 dólares o barril registrado em junho de 2014.

Opep eleva produção de petróleo e contribui paraoferta excessiva apesar de elevação da demanda

O ÍNDICE DE Competitividade Mun-dial 2015 (World Competitiveness Ye-arbook / WCY), divulgado pelo Inter-national Institute for ManagementDevelopment, IMD, e pela FundaçãoDom Cabral, apontou a perda de es-paço do Brasil no cenário competitivointernacional, com a queda de posi-ções pelo quinto ano consecutivo.O país ocupa agora a 56ª colocação noranking geral, caindo duas posiçõesem relação a 2014. Neste ano, o Brasilestá à frente apenas da Mongólia, Cro-

ácia, Argentina, Ucrânia e Venezuela.É sua pior posição em toda a históriado ranking.

“Os resultados não surpreendem,uma vez que a atual conjuntura doBrasil limita nosso dinamismo egera pessimismo entre os agenteseconômicos”, avalia Carlos Arruda ,coordenador do Núcleo de Inovaçãoe Empreendedorismo da FundaçãoDom Cabral e responsável pela coletae análise dos dados do ranking noBrasil. “Para avançarmos em termos

de competitivida-de, não há comofugir da velha re-ceita de investi-mentos de longoprazo em educa-ção, logística, ci-ência e inovação,aliada a reformas

institucionais que eliminem bu-rocracias e criem agilidade, flexi-bilidade e transparência do setorpúblico. E precisamos com urgência

traduzir tudo isso em ganhos reaisde produtividade”, destaca Arruda.“O Brasil caiu nos resultados gerais

do ranking global sobretudo por causada desaceleração de sua economia,impactando diretamente no cresci-mento real do PIB. Seu desempenhoem governança também deixou a de-sejar no critério de finanças públicas.É importante notar que todos os fatoresde competitividade são afetados nega-tivamente por opiniões de executivosmenos otimistas, em especial com in-

dicadores relacio-nados às práticasde gestão, saúdee meio ambien-te”, afirma ArturoBris, do IMD.

A des ac ele -ração interna doBrasil influenciou

de modo negativo sua capacidadecompetitiva. O crescimento do Pro-duto Interno Bruto (PIB) de apenas0,1% em 2014, em contraste com a

expansão da economia mundial de2,3%, colocou o Brasil na 55ª posiçãono quesito Crescimento real do PIB,um dos indicadores analisados den-tro do subfator Economia Doméstica,do pilar Desempenho da Economia. A previsão de contração de 1% doPIB em 2015, somada às dificuldadesem controlar o déficit fiscal e a taxade inflação, cuja previsão é chegara 8,2% este ano, também contribuiupara a má avaliação do desempenhoda economia.

Brasil perde no ranking mundial de competitividade

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PELO MUNDOEUA: Graçasàs fontes nãoconvencionais(shale gas/

oil), pela primeira vez o paísconseguiu aumentar sua ofertaem mais de 1 milhão de barrispor dia (bpd) durante três anosconsecutivos. Assim, os EUAtornaram-se o maior produtor depetróleo do mundo, ultrapassan-do a Arábia Saudita e a Rússiapela primeira vez desde 1975.O Departamento de Energia dos

Estados Unidos informou queos estoques de petróleo no paíssubiram em 384 mil barris nasemana encerrada em 3 de julho,para 465,763 milhões de barris.

ARÁBIASAUDITA:Em junho,o maior

exportador mundial de petró-leo produziu 10,56 milhões debpd ante 10,333 milhões de bpdem maio, superando o recordeanterior fixado em 1980. Entre-tanto, o país foi destronado pelaRússia e por Angola como omaior fornecedor da commoditypara a China

IRÃ: Osiranianos que-rem dobrar

suas expor-tações de pe-tróleo bruto logo após as suspen-sões de sanções internacionais,de acordo com seu vice-ministrodo petróleo para planejamento esupervisão, Mansour Moazami. Opaís está se esforçando para con-vencer outros membros da Organi-zação dos Países Exportadores dePetróleo (Opep) para renovar seusistema de cotas.

RÚSSIA: Opaís destro-nou a ArábiaSaudita como

principal fornecedor da Chi-na. E outra grande novidade:o petróleo russo foi compradonão em dólares mas em yuans(moeda da República Popularda China). A debilidade da eco-nomia russa precisa do apoioda China e o comércio entreos dois países tornou-se umaferramenta eficaz para a coo-

peração estratégica e políticaentre eles.

CHINA:O segun-do maiorconsumidormundial de

petróleo bruto – representandocerca de 11% da procura glo-bal este ano –, tornou-se ummercado-alvo chave para osgrandes exportadores, incluin-do a Rússia, Arábia Saudita eIraque. Embora produza pe-tróleo bruto, as necessidadesda economia chinesa mais queduplicam sua capacidade deprodução.

MÉXICO:O Méxicoestá abrin-

do o mono-pólio maisantigo da história do petróleo.A reforma do setor energéticomexicano vem em um momentode crise da indústria petrolífe-ra mundial. No primeiro leilão,apenas dois dos quatorzeblocos exploratórios ofereci-dos à iniciativa privada foramleiloados, bem abaixo dasexpectativas do governo.

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16 TN Petróleo 102

indicadores tn

A PRODUÇÃO INDUSTRIALcresceu em nove dos 14 locaispesquisados pelo Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística(IBGE) em maio. O resultadointerrompeu três meses consecu-tivos de redução no setor. Dadosdivulgados indicam que asmaiores altas foram registradasno Ceará, com 3,6%; Amazonas,2,6%; em Pernambuco 1,4%; eMinas Gerais, 1,3%. Tiveram

resultados positivos em maio:Santa Catarina (0,7%), EspíritoSanto (0,6%), São Paulo (0,5%),Paraná (0,3%) e Rio de Janeiro(0,2%).

Houve redução na produção noNordeste, com queda de 2,2%. NaBahia, a queda foi de 1%. Reduçãotambém no Rio Grande do Sul(1,6%), Pará (1,5%) e Goiás (0,6%).

No acumulado de janeiro amaio, a produção industrial caiu

em 13 dos 15 locais pesquisadospelo IBGE. Em oito, a quedafoi superior à média nacional(- 6,9%): Amazonas (17,3%), RioGrande do Sul (11,5%), Bahia(10,9%), Ceará (9,4%), Paraná(8,8%), São Paulo (8,6%), MinasGerais (7,4%) e Santa Catarina(7,4%).

Nesses locais, o menordinamismo foi influenciado porfatores relacionados à diminui-

Produção industrial cresce em locaispesquisados pelo IBGE em maioAvanço interrompe três meses seguidos de queda.

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

Bacia de Campos 2.191,7 1.560,8 1.520,8 1.506,4 1.476,7 1.436,2

Outras (offshore) 393,2 391,0 394,6 436,3 444,1 462,9

Total offshore 1.997,4 1.951,8 1.915,4 1.942,7 1.920,7 1.899,1

Total onshore 194,3 194,7 192,9 191,5 190,2 188,7Total Brasil 2.191,7 2.146,5 2.108,2 2.134,2 2.111,0 2.087,8

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

Bacia de Campos 26.829,4 26.688,8 26.323,5 25.396,3 25.336,1 24.687,6

Outras (offshore) 30.475,8 29.806,6 30.499,7 30.921,2 31.069,3 32.008,6

Total offshore 57.305,3 56.495,4 56.823,2 56.317,5 56.405,4 56.696,2

Total onshore 17.253,4 17.472,4 17.220,4 17.052,7 17.187,8 17.190,1

Total Brasil 74.558,7 73.967,8 74.043,6 73.370,2 73.593,3 73.886,2

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional

Exterior 97,6 100,4 101,9 102,2 101,4 101,9Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional

Exterior 14.646,0 15.016,3 14.924,4 14.832,5 15.326,7 15.424,8Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d)

Brasil+Exterior 2.844,5 2.800,4 2.763,7 2.785,2 2.765,5 2.745,2

3.1343.007

1.01-1.82

0.67-0.03

3.453.40

Variação no período: -8.55%

Variação no período: -7.23%

Variação no período: 4.71%

Variação no período: 0.78%

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TN Petróleo 102 17

FRASES

“Dada a reduzida participaçãodas requerentes no mercadonacional, aliada à presençadominante da Petrobras nos dois

mercados analisados, é razoávelsupor que a participação da Shellno segmento de exploração nãolhe confira, no Brasil, possibili-dade de exercício unilateral depoder de mercado” Conselho Administrativo de Defesa Econô-mica (Cade),aprovando em seu parecer aaquisição da britânica BG Group pela Shellno Brasil, 08/07/2015, Diário da União.

“O rebalanceamento que teve

início com a queda inicial depreços do petróleo em 60%, háum ano, ainda está em curso.Os movimentos recentes suge-rem que este processo vai seestender até 2016.” Relatório da Agência Internacional de Energia(AIE),07/07/2015.

“As implicações da revolução do

petróleo e gás de folhelho são

profundas”Bob Dudley,diretor executivo da BP,

10/06/2015, Relatório Energy Outlook 2035

da BP.

“Tentaremos maximizar nossacapacidade de exportação depetróleo para a Europa e res-taurar nossa fatia de mercadode 42% a 43% por cento nomercado europeu de antes daimposição das sanções”Mohsen Qamsari,diretor de assuntos inter-nacionais na Companhia Nacional Iraniana dePetróleo, 14/07/2015, Reuters.

“Para a indústria, a projeção éde chorar: ela volta para o nívelde meados de 2013 só no iníciode 2020”Francisco Lopes Fonte:ex-presidente doBanco Central e sócio da Macrométrica,14/07/2015, Valor Econômico.

ção na fabricação de bens decapital (voltados para equipa-mentos de transportes – tratorpara reboques e semirreboques,caminhões e veículos para

transporte de mercadorias).Registraram também redução osbens intermediários (autopeças,derivados do petróleo, produtostêxteis, siderúrgicos, de metal,petroquímicos básicos, resinastermoplásticas e defensivos agrí-colas); bens de consumo durá-veis (automóveis, eletrodomésti-cos da “linha branca” e da “linhamarrom”, motocicletas e móveis);e bens de consumo semi e nãoduráveis (medicamentos, produ-

tos têxteis, vestuário, bebidas,alimentos e gasolina).

Os estados do Espírito Santo(18,0%) e Pará (6,8%) registraramtaxas positivas no acumulado no

ano, influenciados pelo desem-penho do setor extrativo. A taxa anualizada (indi-

cador acumulado nos últimos12 meses) teve recuo de 5,3%em maio de 2015, mantendo atrajetória de redução iniciada emmarço de 2014 (2,1%). Em ter-mos regionais, 11 dos 15 locaispesquisados mostraram taxasnegativas, em maio de 2015, e 12apontaram menor dinamismo emcomparação ao índice de abril.

R$14,64

R$

20,12

R$12,65

R$13,78

R$

16,98

R$14,21

R$13,27

R$

18,50

R$12,60

R$11,82

R$

15,36

R$12,90

58.1566.27

52.2060.24

Variação no período: -12.91%

Variação no período: -13.91%

Variação no período: -11.18%

Variação no período: -7.51%

Variação no período: -2.71%

Variação no período: -16.03%

Variação no período: -13.32%

Variação no período: -10.49%

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18 TN Petróleo 102

entrevista exclusiva

Com essas palavras, o professor Edmar Almeida, diretor do Instituto de Economda Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), defende a necessidad

imediata de o governo federal e a Petrobras aproveitarem o momento parafazer ajustes importantes no setor de óleo e gás brasileiro, pois este vive osefeitos das crises externa e interna.

NO CONTEXTODE CRISE”

“O custo da mudança é menor

“ACREDITO QUE TODA crise é umagrande oportunidade para revisitaras premissas da regulação e políticasetorial, bem como o planejamentodas empresas. Não podemos desper-diçar a oportunidade de abrir o de-

bate sobre as questões consideradascláusulas pétreas do nosso planeja-mento e regulação. Precisamos tercoragem para discutir e aprimorartudo aquilo que seja necessário paravoltar ao crescimento sustentável”,destaca o economista nesta entre-vista exclusiva àTN Petróleo.

TN Petróleo – Hoje, o setor de óleoe gás responde por 13% do PIBbrasileiro. O aumento da capaci-dade produtiva e operacional daPetrobras e de suas parceiras vemalavancando a produção nacional,que, de acordo com o boletim daAgência Nacional de Petróleo, GásNatural e Biocombustíveis (ANP),em maio deste ano alcançou a mar-ca de 2,998 milhões de barris deóleo equivalente (boed). Ao mesmotempo, a Petrobras vive a maiorcrise de sua história, com impactos

em todo o setor, obrigando-a

a rever seu plano de investimentos.Como avalia o cenário atual dosetor e sua crescente participaçãona economia brasileira?

Edmar Almeida – A questão daparticipação do setor do petróleo

no PIB é bastante controversa. Aestimativa de 13% inclui a participa-ção direta dessa indústria bem comode outros segmentos que integrama cadeia produtiva de petróleo. Oscálculos oficiais do Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE)não validam o número de 13%. Detoda forma, o que é importanteressaltar é que o segmento de óleoe gás apresentou um crescimentomuito maior que o restante do setorindustrial no Brasil nos últimos anos.Os investimentos do setor de petró-leo representam uma parcela muitoimportante de todo o setor industrialno Brasil. Por isso, contribuiu paraalavancar o crescimento industrial,a partir das compras locais de bense serviços. A crise decorrente daqueda dos preços do petróleo e asdificuldades da Petrobras, tantoeconômicas como políticas, acres-

centam vetor negativo ao já difícil

cenário da economia brasileira, emparticular ao setor industrial. Vejoum cenário desafiador de ajustesnão somente na área de petróleo,mas em toda a economia brasileira.Este processo de ajustes econômi-

cos está apenas iniciando.E como o Brasil, a Petrobras e opré-sal e estão inseridos no con-texto mundial?

O Brasil é a principal fronteirade expansão da indústria de petróleomundial fora dos Estados Unidos eda Organização dos Países Exporta-dores de Petróleo (Opep). Por estarazão, o mundo do petróleo estáacompanhando com muita atençãoo que está acontecendo aqui. Oscontratos assinados entre as ope-radoras e a ANP apontam para umaexpansão da produção brasileira depetróleo dos atuais 2,4 para cercade 2,8 milhões de barris/dia em2020. Se tal coisa acontecer, o óleoadicional que o Brasil colocará nomercado pode ter um forte impactono equilíbrio do mercado interna-cional de petróleo. O Brasil deverá

se tornar um exportador importante.

porFelipe Salgado

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TN Petróleo 102 19

Edmar Almeida,diretor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

F o

t o s :

L a é r c

i o L o u r e n ç o

Para isso, deverá buscar espaçonum mercado externo cada vez maisdisputado – lembrando que o paísainda tem como vantagem um gran-de mercado interno. Além do mais,a presença de empresas chinesas, acrescente aproximação da Petrobrascom a China e a aposta da Shell noBrasil representam passos importan-tes para a maior inserção brasileirano mercado internacional.

Em março, a oferta excedente depetróleo no mercado global aliadaà retração do consumo derrubou o

preço do energético ao mais baixo

patamar em seis anos. Naquelemomento, a inviabilidade econô-mica do pré-sal parecia iminente.Entretanto, a produção brasileiracresceu 17% no primeiro trimestrede 2015 em comparação com omesmo período de 2014, em funçãodo pré-sal. A dimensão das reser-vas e alta produtividade de seuspoços fazem a aposta valer a penamesmo com o preço do petróleo emtorno de US$ 60?

Acredito que sim. Com poçosapresentando uma produtividadeentre 20 mil até 40 mil barris diários,

o pré-sal é rentável. A questão maior

não parece ser a rentabilidade, mas adisponibilidade de capital para investi-mentos, no contexto de preços baixosda commodity. Todas as empresasestão fazendo ajustes, pois estavaminvestindo com base numa previsãode fluxo de caixa que não existe mais.Além disso, com o nível de endivida-mento já elevado, o ritmo do investi-mento vai ser ditado pela disponibili-dade de caixa da Petrobras.

Independentemente do preço dopetróleo, muitos investidores consi-deram que a compra de certos ativos

no Brasil representa a oportunidade

A CRISE DECORRENTEDA QUEDA DOS

PREÇOS DO PETRÓLEOE AS DIFICULDADES

DA PETROBRAS,TANTO ECONÔMICAS

COMO POLÍTICAS,ACRESCENTAM VETOR

NEGATIVO AO JÁDIFÍCIL CENÁRIO DA

ECONOMIA BRASILEIRAEM PARTICULAR AOSETOR INDUSTRIAL.

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entrevista exclusiva

especial de se posicionar em ummercado que continuará a ser grande.Do ponto de vista geológico, o país ébastante atrativo, como demonstra aaquisição da BG pela Shell, em vistado pré-sal. Mas também existem quei-xas acerca dos entraves regulatóriose a falta de transparência das regras.Como vê essa questão?

Certamente existe um espaçoenorme para melhorar o ambiente denegócios do setor petrolífero brasilei-ro. Desde 2008, o governo concentrousua energia em aprovar e implementaro marco regulatório do pré-sal. Nesteperíodo, não houve espaço políticopara discutir outros desafios regula-tórios para investir no setor. Váriasbarreiras identificadas não foram de-batidas de forma aberta e transparentepelo governo, que, nos últimos anos,considerou algumas questões comocláusulas pétreas. Não estavam emdiscussão. Com isso os problemas seacumularam. A meu ver, as principaisquestões que precisam ser debatidase aprimoradas urgentemente são: apolítica de conteúdo local, o Repetro,as rodadas de licitação, a política depreços dos derivados praticada pelaPetrobras e a barreiras existentesem relação à comercialização do gás

natural. Estes temas precisam ser

debatidos de forma mais transparentepara se identificar os aprimoramentosnecessários e viáveis.

A única forma de a Petrobras cum-prir a exigência legal de participaçãode 30% nos consórcios do pré-salseria através do aumento do seu en-dividamento. Com uma dívida líquida

de R$ 332,5 bilhões, a companhiatem capacidade financeira para su-portar a lógica do regime de partilha?

Acredito que não tem capacida-de, nem necessidade. A Petrobrasé a companhia petrolífera de capitalaberto que detém o maior volume depetróleo descoberto no mundo nosúltimos anos. Se somarmos as re-servas da Petrobras com os recursos já descobertos por ela sob regimede concessão ou já anunciados pelaANP, na área sob regime de partilha,chega-se ao volume fabuloso de 40bilhões de barris. Para monetizarestas jazidas, ela precisaria investircerca de US$ 400 bilhões somenteno usptream. Se considerarmos que aPetrobras precisa também investir emoutras áreas de negócios, chegamos àconclusão de que ela tem uma agendade investimentos hercúlea. Para darconta do petróleo que tem, terá que

fazer um enorme esforço para mudar

radicalmente sua estratégia e portfóliode negócios atuais, focando no ups-tream. Ou seja, não faz mais sentido,nem para a Petrobras nem para oBrasil, a cláusula de operadora única

no pré-sal. É importante considerarque a área do pré-sal não tem apenasreservatórios gigantescos, com enor-me produtividade. Existem áreas que aPetrobras não se interessaria nem setivesse recursos para investir. Entãopor que forçá-la a investir em áreasde menor qualidade se ela tem outrasopções melhores? Por estas razões éimportante revisitar a questão da ope-radora única de forma objetiva e prag-mática. Não devemos ver esta questãocomo mais uma cláusula pétrea.

Os investidores depositaram confian-ça nas ações da Petrobras, esperan-do que a administração zelasse pelosinteresses da companhia para trazerretorno sobre o capital. Entretanto, aPetrobras se tornou a petroleira maisalavancada e endividada do setor.Qual a sua opinião sobre os recentesesforços da empresa para restaurar a

confiança do mercado?É fundamental restaurar a confian-ça dos investidores na Petrobras. Nãoserá possível enfrentar os desafiosatuais quanto a investimentos semcontar com recursos do mercadofinanceiro. A receita para restaurara confiança é simples: os investido-res querem ver sinais claros de quea gestão da empresa vai focar nonegócio do petróleo (que já é muitoarriscado). Os fatos revelados pelasinvestigações da Lava Jato e toda dis-cussão política recente deixaram claroque a gestão anterior da Petrobrasnão estava focada no negócio. O con-trolador da empresa impôs uma agen-da política que distanciou a gestão dabusca de eficiência e rentabilidade.

O que sinaliza a eleição do pre-sidente da Vale, Murilo Ferreira,para a presidência do Conselho de

Administração da estatal?

É FUNDAMENTALRESTAURAR A CONFIANÇA

DOS INVESTIDORESNA PETROBRAS.

NÃO SERÁ POSSÍVELENFRENTAR OS DESAFIOS

ATUAIS QUANTO AINVESTIMENTOS SEM

CONTAR COM RECURSOSDO MERCADO FINANCEIRO.

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“O custo da mudança é menor no contexto de crise”

A eleição do novo conselho trazum sinal positivo. O fato de não serum ministro de Estado é sinal de quepoderemos ter um conselho maisfocado na agenda do negócio. Vejo de

forma muito positiva a mudança derumo. Mas para recuperar a credibili-dade, será necessário que a diretoriae o conselho demonstrem ao mercadouma nova postura. De toda forma, éimportante lembrar que se demoramuito a construir a credibilidade, suaperda pode ocorrer de forma muitarápida. Portanto, a recuperação daconfiança é um longo processo.

Sem o selo de boa pagadora, diantede tantas dúvidas sobre sua capa-cidade de honrar compromissos, aPetrobras e o Banco de Desenvol-vimento da China (CDB) assinaramum contrato de financiamento quetotaliza até agora US$ 5 bilhões.Como avalia os interesses da China?

Vejo positivamente. A Petrobrasprecisa se aproximar da China egarantir acesso a esse mercado. AChina tem recursos para investir e aPetrobras tem o petróleo. Assim, os

interesses são complementares. Nomomento é uma opção interessante,até a empresa melhorar sua condi-ção econômica para poder ter umacesso mais favorável no mercadointernacional de capitais.

Na primeira investida da Petro-bras no mercado internacionalde capitais após a deflagração daLava Jato, a companhia emitiu 2,5bilhões de dólares em um bônus decem anos, pagando um rendimentode 8,45% ao investidor. No momen-to que a empresa precisa aumentara geração de capital, faz sentidoemitir mais dívida?

A Petrobras está emitindo porqueprecisa. Ela tem de investir e ainda

rolar uma dívida gigantesca. Então,precisa buscar recursos onde elesestiverem. Os juros de 8,45% sãoelevados. Por isso é fundamental umajuste econômico na empresa para

estancar o crescimento da dívida einiciar o processo de restauração daconfiança dos mercados.

Uma questão importante refere--se à redefinição do núcleo centralde negócios da Petrobras. Em suaopinião, como a estatal deve sereposicionar: como companhia inte-grada de óleo e gás ou produtorade energia (inclusive renováveis)?

Em minha opinião esta é aquestão mais importante que aempresa deverá enfrentar nospróximos anos. O governo federale Petrobras terão que buscar umanova visão de futuro. A empresaestá realizando alguns ajustes queapontam para uma maior concen-

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22 TN Petróleo 102

entrevista exclusiva

tração dos negócios no upstream.Entretanto, o movimento recentefoi um imperativo do contexto atual.Não foi fruto de um debate políticomais amplo sobre qual Petrobras

queremos no futuro. Esse debateprecisa ser feito porque é necessá-rio criar um ambiente político quelegitime mudanças mais estruturais.Por exemplo, hoje a Petrobras temtodo o refino e é responsável pelosuprimento de derivados no país.Ela não tem autonomia política paradefinir um novo papel no downstre-am. Esta discussão tem de envolvero governo e o congresso. O mesmose aplica à área de gás. Ou seja,é importante que haja um debatepolítico responsável e objetivo so-bre a Petrobras do futuro. Acreditoque esse momento é oportuno parainiciar tal debate. O que falta é ummaior interesse dos atores políticospor esse tema. Temos de superaro debate sobre corrupção e iniciaruma discussão mais qualificadasobre a Petrobras.

A 13ª Rodada de Leilões está pre-vista para ocorrer em outubro desteano, ofertando 266 blocos explora-tórios fora do polígono do pré-sal.Do total, 182 estão localizados embacias terrestres e 84 nas baciasmarítimas de Sergipe-Alagoas,Jacuípe, Espírito Santo, Campos,Camamu-Almada e Pelotas. Serãoofertadas ainda 11 áreas inativascom acumulações marginais. Seráum novo alento para o setor? Ouuma indicação de que as rodadasde licitação podem ter maior regu-laridade daqui para a frente?

Creio que esta rodada temum papel muito importante nessemomento de crise profunda quevivemos. Demonstra que o gover-no não está imobilizado diante dosproblemas e que o setor não pa-rou. Acho importante que o Brasilvolte a ser considerado uma opção

para investimentos em explora-

ção. O país ficou muito focado nopré-sal e perdeu muito espaçona atração de investimentos nasoutras áreas, o que foi muito ruimpara a cadeia de fornecedores.

O relatórioEnergy Outlook 2035 daBP aponta que a demanda por gásnatural terá o crescimento maisacelerado dentre os combustíveisfósseis. No Brasil, a sua produçãoem março alcançou 95,4 milhõesde m³/dia, registrando um aumentode 15% em relação ao mesmo períodode 2014. O campo de Lula, naBacia de Santos, é o líder nacionalna produção do hidrocarboneto.Mas em terra, o suprimento de gásno país demanda investimentose planejamento. O que falta paraacompanharmos essa revoluçãoenergética?

A indústria de petróleo brasi-leira está voltada para o ambienteoffshore. O investimento na explo-ração onshore no Brasil representauma pequena fração do volume alo-cado no offshore. A razão principal

para isso é que o risco geológico émais elevado e não existe uma po-lítica de promoção do investimentoonshore. Boa parte de nossasbacias terrestres têm vocação parao gás natural. A rentabilidade doinvestimento em exploração e pro-dução de gás natural é menor doque a do petróleo. Assim, é naturalas empresas focarem nas baciasoffshore, onde o potencial geológi-co é maior para o petróleo.

Como mudar esse quadro?Para reverter essa lógica e en-

trarmos na trajetória da revoluçãoenergética é necessária uma políti-ca clara de incentivos aos inves-timentos na exploração em terra.É necessário reconhecer a maiordificuldade e menor rentabilidadedo investimento onshore e traba-lhar numa agenda de incentivos – e

eles podem ser de ordem tributária,

regulatória e de financiamento àsempresas voltadas para esse seg-mento. Mas é importante um enga- jamento do governo, de forma maisassertiva, no debate sobre os não

convencionais. O não convencionalestá sendo proibido no Brasil semque tenha havido uma discussãomais ampla com a sociedade sobreo tema dos impactos ambientais.Proibir sem debater é ruim pratodos. Eu não acredito no boomdo gás convencional se o Brasilproibir o não convencional. Nósainda temos um grande potencialpara o convencional, mas creio queos esforços sobre o convencionale o não convencional devem andarem paralelo.

Em sua opinião, o que pode seraprimorado nas regras da políticade Conteúdo Local para estimu-lar a competitividade da indústriabrasileira de óleo e gás? Quais sãoos maiores entraves que o setorenfrenta no país?

A primeira coisa, a meu ver, é

acabar com o comprometimentocom conteúdo local como crité-rio de leilão: as metas devem serreguladas por outros instrumentose não ser inseridas no contrato.O Ministério de Minas e Energia(MME) poderia estabelecer metasmínimas para todas as empresasvia instrumento regulatório (por-taria ou resolução). As empresaspoderiam apresentar plano deconteúdo local para apreciação daANP. Ou seja, a empresa poderiaelaborar o plano de compras locaiscom base numa avaliação concretada situação do mercado. Esta seriaa regra para novos contratos. Paraos contratos antigos, é necessáriobuscar soluções para viabilizar ocumprimento dos contratos atuaissem que as empresas tenham quepagar multas exorbitantes queacabem criando uma percepção de

risco elevado que afaste investido-

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TN Petróleo 102 23

res do setor. Para isso é necessárioaprimorar a regulação do conteúdolocal buscando-se flexibilizar algunsaspectos da cartilha de conteúdolocal de difícil aplicação no contexto

atual. Também é preciso rever a re-gulação da fiscalização do conteúdolocal para viabilizar a aplicação dewaivers quando não houver dispo-nibilidades de produtos e serviçosno mercado brasileiro em condiçõesaceitáveis. Entretanto, é necessárioque a aplicação deste mecanismoocorra num contexto transparente enão discricionário.

Essa queda substancial do preço dopetróleo em um espaço de tempotão curto obriga a indústria brasi-leira a buscar eficiência?

Com certeza. A busca de efici-ência deve ser a palavra de ordempara todos neste momento. Aque-les que não conseguirem ganhardinheiro num contexto de barril aUS$ 50 têm um negócio baseadoem premissas equivocadas. O pre-ço do petróleo sempre foi volátil

e continuará a ser. É importantelembrar que há poucos anos obarril de petróleo a 50 dólaresera considerado um bom preçopela indústria e fornecedores.Portanto, a indústria e a cadeia defornecedores devem ser capazesde ajustar seus custos e suas ex-pectativas de retorno para o atualcontexto do mercado petrolífero.

Como avalia o Plano de Negócios2015-2018 divulgado recentementepela Petrobras? Em sua opinião, deque forma o corte de investimentospoderá comprometer o setor depetróleo e gás?

A Petrobras precisa cortarinvestimentos para reduzir seuendividamento. A queda do preçodo petróleo, aliada à desvalorizaçãodo real, colocou-a numa rota dedesequilíbrio econômico grave. Na

minha opinião, o plano de negócios

reduz o risco de uma crise finan-ceira na Petrobras. Mas tambémtraz sérios desafios para o setor depetróleo e gás no Brasil: a reduçãodos investimentos tende a impactar

fortemente a cadeia de fornecedo-res do segmento de exploração eprodução, o qual se preparou paraum cenário de grandes investimen-tos. Enfim, toda esta mobilização derecursos está ameaçada. É naturalque se busquem alternativas paraevitar uma grande desmobilizaçãono setor. Ademais, sem a Petrobraspara puxar investimentos nas áreasde Abastecimento, Gás e Energia, ePetroquímica, será imprescindívela formulação de uma política paraatrair novos investidores. Entre-tanto, a única política setorial até omomento foi salvar a Petrobras (oque já é muito importante).

Quais são as oportunidades e li-ções que não podemos desperdiçarnessa crise?Uma lição importante é que omercado de petróleo é volátil. O fato

de os preços terem ficado em umpatamar de cem dólares por tantotempo levou muita gente a apostarequivocadamente numa estabilida-de dos preços na elaboração dosseus planos de negócios. Quem fezisso está em apuros agora! Então,a lição é que o negócio do petróleonão pode abrir mão da prudência eeficiência. Toda crise é uma grandeoportunidade para revisitar aspremissas da regulação e políticasetorial, bem como as premissasdo planejamento das empresas. Ocusto da mudança é menor numcontexto de crise. Portanto, não po-demos desperdiçar a oportunidadede abrir o debate sobre as questõesconsideradas cláusulas pétreas donosso planejamento e regulação.Precisamos ter coragem para discu-tir e aprimorar tudo aquilo que sejanecessário para voltar ao cresci-

mento sustentável.

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não quer ficarINDÚSTRI

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à deriva

por Beatriz Cardosoe Felipe Salgado

NAVAL

Depois da onda de encomendas do setoroffshore, que alavancou sua retomada ea posicionou entre as maiores no rankingmundial, a indústria naval brasileira enfrentaa crise das ‘águas paradas’, sem perspectivade novas demandas para assegurar umaescala de produção sustentável.

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A tempestade quese abateu sobre osetor de petróleo,em função dosbaixos preços doóleo no mercado

global e da crise da Petrobras noâmbito local, acabou por deixar aindústria naval com o sentimentode que pode ficar à deriva.

Os efeitos da operação Lava--Jato, que apura atos de cor-rupção que vêm ‘sangrando’ aPetrobras, e a revisão do planode negócios da estatal, que reduzo volume de investimentos emUS$ 90 bilhões em relação ao

ano anterior, já se refletem noíndice de emprego no setor.Pela primeira vez em 15

anos, a construção naval registraqueda no emprego: de dezembrode 2014 a junho de 2015 já sãomenos 14 mil empregos. No finalde junho, os estaleiros brasileirosapresentavam 68 mil pessoasdiretamente empregadas.

Não estão incluídos os cer-ca de dois mil funcionários doEstaleiro Eisa Petro Um, antigoMauá, símbolo da tradição dosetor que há pouco mais de 40anos (na década de 1970) vi-veu um apogeu similar ao dosúltimos anos.

“As dificuldades existem paraserem superadas”, afirmou o pre-sidente do Sindicato Nacional daIndústria da Construção e Repa-ração Naval e Offshore (Sinaval),

Ariovaldo Rocha, citando a frasedo Barão de Mauá, que implan-tou o primeiro estaleiro brasileiroem Ponta d’Areia, em Niterói(RJ), em 1851 – e que leva seunome até hoje.

“Na crise, a empresa sereorienta, como dizem os ad-ministradores. O que podemosafirmar é que existe um mer-cado, incluindo o segmento deconstrução de navios para trans-

porte na costa brasileira, onde

a participação de embarcaçõeslocais é mínima”, pontua Rocha,frisando: “Este foi um dos perío-dos mais vibrantes e dinâmicosda indústria.”

Mar revolto Ainda que essa indústria

tenha ciclos, como pontuou o di-rigente do Sinaval, não pode sertratado como cíclico o conjuntode fatores que impactou o setornaval brasileiro, no auge da ondade contratações de plataformasoffshore, petroleiros e embarca-ções de apoio.

O que ‘escureceu’ o horizontedessa indústria e que ameaçalevar a pique alguns estaleirosé uma violenta tempestade emalto-mar, formada a partir dealgumas intempéries econômicase políticas, externas e internas.

A crise financeira de 2008, quese alastrou pelo mundo ociden-tal a partir dos Estados Unidos,pareceu apenas uma nuvem aoBrasil do pré-sal e da retomadado setor naval.

Os primeiros sinais visíveisda tempestade que se apro-ximava surgiram há menosde dois anos, com a queda dopreço do petróleo, devido aoaumento da produção da Or-

ganização dos Países Exporta-

dores de Petróleo (Opep) – quevem lançando anualmente nomercado internacional mais deum milhão de barris acima doseu próprio ‘piso’.

A operação Lava-Jato foi otrovão que ribombou e alertouque não dava mais para escaparda tormenta. Foi quando todospareceram se dar conta das nu-vens carregadas no ar, alimenta-das pela recessão nos principaismercados e o desaquecimentoglobal da economia, assim comopelos percalços fiscais, financei-ros e políticos do país.

A onda provocada pelo boomda indústria de óleo e gás,na qual ‘surfaram’ políticos eempresários, e que agora sequebra com violência, ameaçaarrastar os projetos e empreen-dimentos conduzidos por quem

não tinha tradição nem experi-ência nessa indústria de ciclos,como é a naval.

Neste cenário turbulento, adivulgação do plano de negó-cios e gestão da Petrobras, oPNG 2015-2019, acabou porter dois efeitos antagônicos. A revisão dos investimentosprojetados pela estatal para ospróximos cinco anos, incluindoo atual, de US$ 130,3 (US$ 90 bi

especial: construção naval

Ariovaldo Rocha, presidentedo Sindicato Nacional daIndústria da Construção eReparação Naval e Offshore(Sinaval)

NA CRISE, A EMPRESA SEREORIENTA, COMO DIZEM OSADMINISTRADORES. O QUEPODEMOS AFIRMAR É QUEEXISTE UM MERCADO, IN-CLUINDO O SEGMENTO DECONSTRUÇÃO DE NAVIOSPARA TRANSPORTE NA COSTABRASILEIRA, ONDE A PARTI-CIPAÇÃO DE EMBARCAÇÕESLOCAIS É MÍNIMA.

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Indústria naval não quer ficar à deriva

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abaixo do último plano, de US$220,6 bi, dos quais US$ 37 biforam aplicados durante o anode 2014) é vista pelos analistascomo necessária para reduzir onível de endividamento e asse-gurar a continuidade de projetosestratégicos para atingir as me-tas de produção. Deverá servircomo ‘bússola’ para orientar osplayers do setor e dos diversossegmentos da cadeia produti-va de óleo e gás, incluindo osfornecedores de embarcaçõesmarítimas e offshore.

O presidente do Sinavalconsiderou positiva a decisão deconcentrar a prioridade de inves-timentos no segmento de produ-ção de petróleo e gás em áreasde maior capacidade de ofere-cer retorno. “Os investimentos

anunciados para o novo plano

de negócios deverão manter asencomendas de plataformas deprodução de petróleo, navios pe-troleiros, embarcações de apoiomarítimo e sondas de perfuraçãoque garantem a operação nosestaleiros brasileiros, emboracom redução da demanda geral”,pontua Rocha.

No entanto, ele salientaque a questão não se restringeaos investimentos da petrolei-ra, pois há outros fatores quedependem de uma ação políticamais efetiva. “É preciso destra-var (agilizar) a concessão dosfinanciamentos com recursosdo Fundo da Marinha Mercante(FMM). Os agentes financei-ros, responsáveis pelo risco dasoperações, aumentaram o rigordas garantias a armadores e

estaleiros”, afirma o dirigente.

Rocha ainda defende que seavalie melhor “os critérios paraa concessão dos aditivos legíti-mos nos contratos de construçãonaval em função dos aumentosde preços, variação da inflaçãoe da correção cambial”, lem-brando que os estaleiros geramgrande volume de empregos nosdiversos estados e apresentam“uma integração com grandesempresas internacionais, parti-cipando de cadeias mundiais deprodução”. “Esse é um patrimô-nio de grande relevância parao desenvolvimento brasileiro,portanto, deve ser preservado”,adverte Rocha.

Impacto nas encomendas Ainda que possa servir de

bússola em meio a essa tem-

pestade, o plano de negócios,

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015*

Total 14.442 19.600 29.125 33.277 40.500 56.112 59.167 62.036 78.136 82.472 68.000* Fonte: Sinaval, junho 2015

Contratação de mão de obra no setor

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especial: construção naval

somado aos outros aspectoseconômicos e políticos, produzimpactos diretos no setor naval, já identificado por diversasfontes dessa indústria. Princi-palmente no que diz respeito àperspectiva das encomendas,ainda que a maior parte dos in-vestimentos seja em produção e,consequentemente, na implan-tação de sistemas definitivos,com plataformas offshore.

Na apresentação à imprensa,a Petrobras informa que até 2020estão previstas 21 plataformasde produção, como apontadoantes, incluindo Iracema Norte,

que deve extrair seu primeiroóleo nos próximos meses. Noentanto, houve uma reduçãono volume de unidades ainda aserem contratadas: das mais de20 previstas no plano anterior,a petroleira indica apenas cinconovas contratações.

Nas contas do setor, os oitocascos de FPSOs replicantes(unidades offshore que produ-zem, estocam e fazem escoamen-to por meio de navios aliviado-res) foram reduzidos a seis e dosquatro que seriam convertidospara a cessão onerosa, pelo me-nos um deles será feito na Ásia,onde se dará a integração demódulos em cascos lá construí-dos. Também já estão contrata-das junto a estaleiros asiáticosas plataformas de Tartaruga Verde e de Libra.

A redução do número deplataformas vai causar impactodireto na demanda por naviosde apoio marítimo. Existe aesperança de que a definição daPetrobras em relação à contrata-ção de sondas poderá melhoraressa perspectiva. Fontes dessesetor acreditam que a Petrobrasnão deve mexer na tarifa diáriapaga por navio em operação (emtorno de US$ 460 mil). O que é

Cascos FPSO Estaleiro Quantidade Comentários Observações

Construção(replicantes)

Estaleiro RioGrande (RS) 5

P-66 (entre-gue); P-67,P-69, P-70,P-71.

P-68, P-72 eP-73 serãoconstruídasno exterior

Conversão(cessão one-rosa)

Inhaúma –(Rio Grande/RS)

2 P-74 ; P-76

P-75 e P-77serão cons-truídas noexterior

Total 7 RJ

Módulos Estaleiro Quantidade Comentários Observações

Construção eintegração

Brasa(Niterói/RJ) 2

FPSO Cidadede Saquare-ma.

Construção eintegração demódulos.

Integração

BrasFELS(Rio de Ja-neiro/RJ)

3

FPSO Cidadede Itaguaí.

FPSO P-66.FPSO de Tar-taruga Verdee Mestiça.

EBR (Rio deJaneiro/RJ) 1 P-74 RJ

Integra –ConsórcioMendesJunior-OSX(Rio de Ja-neiro/RJ)

1 P-67 e P-70

Há informa-ções de queo contratofoi cedidoao epecis-ta ChinaOffshore OilEngineeringCorporation(COOEC).

Techint-Tech-nip Angra dosReis (RJ)

1

P-76Integração demódulos noParaná.

QGI – Quei-roz Galvãoe Iesa (RioGrande/RS).

2 P-75P-77

Petrobrasconfirmou, nofinal de junhode 2015, aconstrução

das duasplataformasP-75 e P-77com o Con-sórcio QGI,formado porno municípiode O contratoestava pen-dente desdefevereiro.

Total 10

Unidades offshore contratadas

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especial: construção naval

O ECONOMISTACarlos Campos Neto,pesquisador de infraestrutura econô-

mica do Instituto de Pesquisa Econô-mica Apl icada(Ipea), afirma queembora o setor na-val brasileiro tenhavocação offshore,é possível buscaroportunidades emoutros segmentos.“O ressurgimento

dessa indústria no Brasil, que se encon-trava absolutamente deprimida entre osmeados dos anos 1980 e o inicio dosanos 2000, deve-se, sem dúvida, aosprogramas e às encomendas oriundas dosetor de petróleo e gás”, pontua o pesqui-

sador. Mas, como ele mesmo lembra, noestudo feito pelo Ipea, os pesquisadores

já chamavam a atenção para a pouca di-versificação do mercado naval brasileiro.“A vocação offshore é uma caracterís-

tica, talvez, irreversível. Pode-se ter algumdesenvolvimento de embarcações paracabotagem, apoio portuário e transportefluvial, mas o grande mercado será o depetróleo e gás”, avalia. Ainda assim, eleacredita que há espaço para diversificar.“A grande demanda, presente e futura, temorigem na indústria do petróleo. Portanto,nossa vocação é offshore. É nesse seg-mento que estamos nos tornando com-petitivos, como na produção de barcosde apoio, plataformas e módulos. Temostodo o pré-sal a ser explorado, além de

novas descobertas em águas profundasna região Nordeste”, observa.

“Porém, não podemos deixar de ex-plorar segmentos secundários, como oda construção de navios para cabotagem,

que é um mercado que vem crescendofortemente, assim como o de embarca-ções para transporte fluvial, que apre-sentam demanda ascendente e com boasperspectivas”, pontua. Ele avalia, contudo,que, com exceção do setor offshore, ne-nhum outro tem demanda suficiente parasustentar este setor industrial.

Programas estratégicos – Campos Netoestá ciente de que os problemas políti-cos e de caixa envolvendo a Petrobras,incluindo as denúncias de corrupção,estão atingindo frontalmente a opera-cionalização dos principais programasque alavancaram a indústria naval atéaqui, e que terão graves repercussõessobre a própria sobrevivência do setor.

Dentre as inciativas elencadas, eledestaca o Programa de Renovação da Fro-ta de Apoio Marítimo (Prorefam), criadoem 1999, e que a partir de 2003 ganhounovo impulso, com a encomenda de maisde duas centenas de barcos de apoiooffshore. “Muitos desses barcos exigem

o desenvolvimento de tecnologia embar-cada nos vários equipamentos de bordo”,salienta. O outro pilar da retomada é oPrograma de Modernização e Expansão daFrota da Transpetro (Promef), responsávelpela encomenda de 49 navios petroleiros,dos quais 11 já foram entregues.

“Os outros dois programas são os deconstrução de sondas de perfuração e deplataformas de produção, em sua grandemaioria FPSOs”, explica, e lembra queos investimentos inicialmente previstos

pelo Ipea para os quatro programas en-volviam recursos da ordem de R$ 130bilhões. “Espero que esses programassejam redimensionados, mas mantidosoperacionais. Até porque o país conti-nua precisando do petróleo que está nofundo do mar e que precisa ser explo-tado”, assegura Campos Neto, e conclui:“Quero crer que as autoridades públicasnão permitirão que bilhões de reais queforam investidos no ressurgimento daindústria naval brasileira, de novo, setransformem em cinzas.”

Vocação offshore

Tipo Estaleiro Quantidade Cliente

PSV (PlatformSupply Vessel)

Aliança(Niterói/RJ) 2 Grupo CBO

São Miguel(São Gonçalo/RJ) Bravante

Detroit(Itajaí/SC) 4 Starnav

Keppel Singmarine(Navegantes/SC) 2 Cliente não

revelado

Eisa (estaleiro emrecuperação)(Rio de Janeiro/RJ)

2 Brasil Supply

AHTS (Anchor HandlingTug Supply Vessels)operações de manuseiode âncoras, reboque

e suprimento

Oceana(Navegantes/SC) 4 Grupo CBO

MPSV (Multi-PurposeSupport Vessel)embarcação multitarefa

Navship(Navegantes/SC) 8 Bram Offshore

OSV (Offshore SupportVessel)

Wilson Sons(Santos/SP) 4

Dois paraterceiros e doispara a empresa

PLSV (Pipe Lay SupportVessel) – de lançamentode dutos

Vard Niterói(Niterói/RJ) 2

DOF – TechnipEntregas:2016 e 2017

Total 32

Barcos de apoio marítimo contratados

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Indústria naval não quer ficar à deriva

visto como uma notícia boa, poispoderá garantir a construção de19 navios-sondas no país.

Em relação aos navios pe-troleiros, as garantias exigidaspelos agentes financeiros doFMM, apontadas por Rocha,criam dificuldades para o pros-seguimento das contratações denavios petroleiros para a Trans-petro no Estaleiro Atlântico Sul(EAS-PE) e Eisa Petro Um (RJ),que fechou as portas por tempoindeterminado.

“Temos trabalhado direta-mente com o governo federal,mas não conseguimos avan-

çar no sentido de solucionar oproblema de financiamentos junto aos respectivos agentes. A exceção é o Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômi-co e Social (BNDES)”, apontouRocha. Segundo o dirigente,há uma demora de mais de 90

dias na resposta dos bancos emrelação aos pedidos de financia-

mento. “E boa parte das respostasé negativa. Em 40 dias, o BNDESconsegue informar se tocará ounão o projeto. É melhor fazer issodo que ficar sentado em cima doprojeto, enrolando”, acrescentou.

Em evento realizado recen-temente, a chefe do Departa-

mento de Gás, Petróleo e CadeiaProdutiva do BNDES, Priscila

Branquinho das Dores, afirmouque já foram desembolsadosR$ 16,7 bilhões para o setor na-val – dos quais R$ 1,5 bilhão esteano. Do total, 54% foram destina-dos a embarcações de apoio, 23%para navios petroleiros e 23%para estaleiros e plataformas.

Estaleiro Vard

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32 TN Petróleo 102

No entanto, por força da ope-ração Lava-Jato, os agentesestão mais e mais cuida-dosos ao dar o sinal verde

para a liberação dos recursos. Deacordo com o Sinaval, os agentesfinanceiros aumentaram o rigor emrelação às garantias exigidas aos ar-madores e estaleiros. As instituiçõesfinanceiras negam que haja qual-quer mudança de comportamento.

O Banco do Brasil alega que to-

das as operações de crédito de pes-soa jurídica – de quaisquer portes esegmentos de mercado – são anali-sadas caso a caso e as decisões sãotomadas em colegiado. “As análisesde crédito de cada projeto seguemem normalidade, assim como a libe-ração de recursos do Fundo da Ma-rinha Mercante (FMM). Enquantono primeiro trimestre de 2014 foramliberados R$ 223 milhões, no primei-ro trimestre de 2015 este númeroaumentou 29,5%, para R$ 289 mi-lhões”, informa o BB.

A dificuldade em receber em-préstimos para dar continuidade àconstrução de oito navios petrolei-ros da Transpetro, subsidiária delogística da Petrobras, foi a alegaçãodada pelo Estaleiro Eisa Petro-Um (oantigo Mauá) para fechar as portas.Quem fez a encomenda afirma estar“rigorosamente” em dia com todas

as obrigações contratuais com o es-

taleiro, uma sociedade de propósitoespecífico controlada pelo SynergyShipyard. O empréstimo destinava--se a cobrir o compromisso de com-pra de materiais e equipamentos

feitos junto a fornecedores.

No comunicado aos funcionários,a empresa afirma estar atravessan-do uma crise financeira cada vezmais profunda. “Ela (a crise) estámotivada tanto no desequilíbrio eco-

nômico dos contratos atuais, como

Segundo o Sinaval, mais além do impacto das demandas reduzidas, os estaleiroprecisam concluir o que já foi contratado. E, para isso, precisam da liberação drecursos dos bancos estatais que atuam como agentes financeiros do Fundo daMarinha Mercante (FMM), administrado por um departamento na estrutura dMinistério dos Transportes. Os principais agentes financeiros do fundo são o BancNacional Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil (Ba Caixa Econômica Federal (CEF).

ESTALEIROS EM CRISE,mesmo de carteira ‘cheia’

especial: construção naval

Estaleiro Mauá

Estaleiro Rio Grande

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Indústria naval não quer ficar à deriva

na indefinição na liberação dos con-tratos para construção de mais oitonavios”, lê-se no comunicado.

Sete Brasil

O que provocou maior impactono setor, no entanto, foi a crise de-flagrada pelo envolvimento da SeteBrasil em um dos maiores escânda-los de corrupção do setor petrolíferoe naval. A empresa, que tem a Petro-bras entre seus acionistas, foi criadaem 2010 para ser a operadora desondas, responsabilizando-se pelasencomendas e posterior afretamentoà estatal.

A empresa viu sua reputaçãonaufragar no mar de denúncias,passando a ser vista com reservaspelos agentes financeiros, como oBNDES, que no final do ano pas-sado decidiu não liberar a primeiraparcela de US$ 5 bilhões de emprés-timo já aprovado, no valor total deUS$ 21 bilhões. Depois de recorrera empréstimos de curto prazo, paraatenuar a crise financeira, a empresaacabou por suspender o pagamento

aos fornecedores – os estaleiros aosquais havia encomendado um totalde 29 sondas, das quais 28 para aPetrobras e uma para oferecer nomercado externo.

Em março deste ano, o Stan-dard Chartered Bank, que fez umdos empréstimos de curto prazo,entrou com pedido de execução degarantias por falta de pagamento.Em abril, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, antecipou umapossível redução na contratação desondas junto à Sete Brasil, alegandoque talvez não houvesse necessida-de de 28 unidades no médio prazo.

O executivo da estatal afirmouter sido feito, inclusive, um me-morando de entendimentos parase ‘ redesenhar’ esse planejamentode sondas e ainda a reorganizaçãodas SPEs (empresas proprietáriasdas sondas, que têm a participação

da Sete Brasil, da Petrobras e de

empresas privadas). A ideia era darpreferência às unidades em constru-ção mais avançada.

Menos sondasNa revisão do Plano de Negó-

cios para 2015-2019, a Petrobras nãoexplicita quantas sondas pretendecontratar até 2020. Estima-se quedez a 13 delas tenham sido ‘abor-tadas’. O que agravaria ainda mais

a situação da Sete Brasil, uma vez

que ela já teria pago parcelas das29 sondas encomendadas, inclusivedaquelas que podem ter ‘soçobrado’nas águas turbulentas da crise daPetrobras.

De acordo com os dados reuni-dos pela Ivens Consult InformaçãoEstratégica, a continuidade opera-cional da Sete Brasil depende deobtenção de financiamentos comrecursos do FMM, em negociação

com o BB, CEF e BNDES.

Setor de atuação Tipo Quantidade Aplicação

ÓLEOE GÁS

Navios de apoiomarítimo 32

Suprimentos a platafor-mas de petróleo e serviçosde instalação submarina.

Sondas deperfuração** 19 Perfuração do leito mari-

nho em águas profundas.

Petroleiros 29 Transporte de petróleo ederivados.

Plataformas deprodução 17

Processamento e armaze-namento do petróleo produ-zido nos campos offshore.

Gaseiros 8 Transporte de gás natural.

PORTUÁRIO Rebocadoresportuários* 13 Posicionamento de navios

nos berços de atracação.

CABOTAGEM

Barcaças eempurradores* 148 Comboios de transporte

fluvial.Navios porta--contêineres 3 Transporte na costa bra-

sileira.CABOTAGEM E

LONGO PERCURSOGraneleiros 1 Transporte de minério debauxita.

Total 279

* Estimativa**Considera a redução anunciada no número de sondas a serem construídas

Carteira de encomendas dos estaleiros em operação no Brasil

Estaleiro Tipo de navio Local Quantidade

Eisa Petro Um Navios de produtosPetroleiros Aframax Niterói (RJ) 7

Estaleiro AtlânticoSul

Petroleiros Suezmax eAframax Suape (PE) 14

Vard Promar Gaseiros 8

Total 29

Promef – Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro

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34 TN Petróleo 102

especial: construção naval

Pelos cálculos da consultoria, apartir de dados obtidos junto à SeteBrasil, e outras fontes – incluindo aimprensa –, os contratos com esta-leiros para a construção de sondassomam pagamentos no valor de US$6,9 bilhões, 31% do total contrata-do de US$ 22,2 bilhões. Neste totalestão incluídos pagamentos paraempresas de projetos e a aquisiçãodos principais equipamentos.

Segundo o presidente da estatal,seria dada preferência a unidadescom obras mais adiantadas. Duassondas têm entrega prevista para2015: a primeira, da Jurong, o NS

Arpoador , para julho, e outra daBrasfels, batizada de Urca , para ofim do ano. Mas o fato é que não setem, até agora, informação oficial dequantas sondas seriam descartadas

nos planos futuros da Petrobras.

Internacionalização à vistaO impasse em torno das enco-

mendas e do que pode vir a acon-tecer com a Sete Brasil escureceude vez o horizonte dos estaleiros,muitos deles com uma carteiraabrangendo navios petroleirospara a Transpetro e plataformaspara a Petrobras. É o caso do pri-meiro empreendimento naval deporte implantado em Pernambuco,o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), quetem como acionistas as brasileirasCamargo Corrêa e Queiroz Galvãoe as japonesas Ishikawajima (IHI)e Japan Marine United (JMU), que juntas têm um terço do controle.

Com dívidas crescentes com for-necedores, o estaleiro está ‘à deriva’,uma vez que os sócios locais ‘afun-dam’ na Operação Lava-Jato. E os

parceiros japoneses não se sentem

tranquilos para investir ainda maisdinheiro em um empreendimentoque tem tantos percalços e cujo re-torno não parece tão certo agora. A Sete Brasil, por outro lado, uma

das principais empresas arrola-das na investigação de corrupção,tampouco tem linha de crédito parahonrar as dívidas com o estaleiro –além de contestar os valores devidosinformados pela EAS.

Se escapar de uma possível re-cuperação judicial, o Atlântico Sulterá de fazer uma série de ajustesfinanceiros, até mesmo porque assondas, que começam a escapar desuas mãos, representavam 60% dasreceitas futuras. O volume restanterefere-se aos 14 navios petroleiros(Suezmax e Aframax) que têm emcarteira, encomendados pela Trans-petro como parte do Programa deModernização e Expansão da Frotada Transpetro (Promef).

Não muito longe, ainda no Nor-deste, outro estaleiro enfrenta pro-blemas similares, como é o caso doEnseada, na Bahia, com seis sondas

na carteira, mas que foi obrigado ademitir quase sete mil pessoas nosúltimos oito meses.

O estaleiro, que também tem trêssócios sendo investigados no âmbitoda Lava-Jato – Odebrecht (35%),OAS e UTC (cada uma com 17,5%)–, vem sendo suportado pelo sócio japonês, a Kawasaki Heavy Indus-tries (com 30%). Fora do contrato daSete Brasil, quatro sondas em cons-trução terão como operadora a OOG(Odebrecht Oil & Gas), com contratodireto de serviços com a Petrobras. As outras duas teriam como opera-doras a Etesco-OAS, sendo que estaúltima está vendendo seus ativos.

A empresa espera receber a linhade financiamento de R$ 600 milhões, já aprovada pelo FMM, mas que ain-da não foi liberada pelas instituiçõesrepassadoras – BB e CEF. A empresatambém tem em carteira contratos

com a Petrobras no valor de US$ 1,7

Estaleiro Atlântico Sul

Estaleiro Inhaúma

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TN Petróleo 102 35

bilhão, para conversão em FPSOs,no Rio de Janeiro, de quatro cascosde navios VLCCs.

União de esforços

O Governo tenta evitar que osestaleiros fechem as portas deixandonão apenas credores e fornecedoresfuriosos como também uma massade desempregados. Em maio, o Mi-nistério de Minas e Energia (MME)coordenou uma verdadeira força--tarefa para tentar equacionar essaquestão, mobilizando o Fazenda,BNDES, BB, CEF e Petrobras.

As soluções apontam justamen-te para a internacionalização, umavez que buscam formas de manterativos os estaleiros que contam comparticipação acionária de empresas japonesas, como o KHI, o EAS e o Es-taleiro Rio Grande (ERG), na cidadegaúcha de Rio Grande, que tem comoacionistas o grupo Engevix (envolvidona Lava-Jato), com 70%, e o consórcio japonês JB Minovix (30%), que reú-ne a Mitsubishi Heavy Industries eestaleiros japoneses.

Representantes dos três gruposnipônicos foram recebidos pelo mi-nistro Eduardo Braga e este reiterouos compromissos do governo bra-sileiro com a política de conteúdolocal, afirmando que essa posiçãovai assegurar a manutenção dasdemandas de sondas e outras em-barcações junto aos estaleiros. Teriaintegrado o grupo um representantedo Japan Bank for InternationalCooperation (Jbic), banco de de-senvolvimento japonês.

O ERG tem uma carteira de pesoabrangendo três navios sondas (NS).Um deles, o NS Cassino , com o cascoem construção na China (Cosco), commais de 50% concluído. O segundo,o NS Curumim , está no corte de cha-pas, com menos de 15% concluído.O estaleiro pode perder uma sonda,ainda não iniciada, com a reduçãodas encomendas destes equipamentos

pela petroleira brasileira.

Também está sob a responsabili-dade do ERG a construção dos cas-cos de cinco plataformas replicantes,do tipo FPSO (Floating, Production,Storage and Offloading), dois dos

quais já entregues e sendo integra-dos em outros estaleiros. A P-66, noBrasfels, no Rio de Janeiro, de ondedeverá sair para o campo de LulaSul, em 2017.

E a P-67, para o campo de LulaNorte (previsto para 2018), saiu doestaleiro gaúcho em maio rumoà Unidade de Construção Naval(UCN) do Porto do Açu, no nortefluminense, onde será realizada aintegração dos módulos pelo Integra(Mendes Junior-OSX/Rio de Janei-ro/RJ). Com os mesmos problemas,esse consórcio já teria repassadoo contrato para a chinesa ChinaOffshore Oil Engineering Corpo-ration (Cooec).

Os outros três cascos estão previs-tos para serem entregues nos próximosanos: a P-69, para o campo de LulaOeste, que deverá produzir somenteem 2020; a P-70, para Iara Horst; e

P71, para Iara Nordeste. A construçãoe integração dos módulos das trêsunidades estava a cargo da Iesa Óleoe Gás, que teve o contrato rescindidopela Petrobras em novembro de 2014,abrangendo outras três unidades. Ainda não há informações oficiaissobre os resultados da nova licitação,feita em janeiro deste ano.

Asiáticosmade in Brazil Mas estão no PN outros três

replicantes que deverão ter seuscascos construídos no exterior: oda P-68, que será utilizada na pro-dução dos campos de Lula ExtremoSul, e da área de cessão onerosa Sulde Tupi, a partir de 2017; e os doiscascos das áreas de cessão onerosaNordeste de Tupi (P-72) denominadaSépia, prevista para 2019, e Entornode Iara (P-73).

Esta última área, na declaração

de comercialidade, foi dividida

em cinco campos: Norte e Sul deSururu; Norte e Sul de Berbigão;e Oeste de Atapu. Os cinco estãointerligados aos ativos sob regimede concessão, batizados de Suru-

ru, Berbigão e Atapu. No novo PNda Petrobras não fica claro tambémqual unidade fará a produção de umou mais campos, indicando apenasque quatro replicantes devem entrarem operação nos anos de 2018 e19, para produzir óleo nessas áreas.

O ‘jovem’ estaleiro gaúcho, comoos dois do Nordeste, também se en-contra em situação complicada peloenvolvimento do sócio majoritário,Engevix, nas denúncias de corrup-ção. O consórcio japonês lideradopela Mitsubishi não parece dispostoa soltar mais recursos no empreen-dimento sem ter um parceiro comcondições mais sólidas.

Quem surge no cenário, maisuma vez, é outro epecista asiático,a já mencionada chinesa Cooec, quetambém estaria avaliando a possi-bilidade de investir nesse projeto,mesmo tendo em mãos contratos de

outro consórcio em crise (Integra),também já mencionado antes. Os japoneses têm preferência no casode a Engevix vender parte ou a to-talidade de suas operações. Maspodem não estar propensos à par-ticipação de um grupo com interes-ses maiores no país, pois a Cooec éuma subsidiária da China NationalOffshore Oil Corporation (CNOOC),que detém 10% do rico campo deLibra, único ainda em exploraçãosob regime de partilha e com projetopiloto previsto para 2020 ainda semlicitação. Outras plataformas serãonecessárias para explotar o vastoreservatório desse ativo.

Os três estaleiros nordestinospodem vir a se tornar ativos asiáti-cos na costa brasileira, produzindoembarcações com capital japonês ouchinês, mas made in Brazil , na rotada internacionalização que está sendo

aberta pela crise no setor naval.

Indústria naval não quer ficar à deriva

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36 TN Petróleo 102

Obras seguem adiante emestaleiros tradicionais

O es ta le i ro con t ro ladopelo grupo Keppel Fels,de Cingapura, tem emcarteira um total de seis

sondas e contrato para integraçãode módulos de três plataformas deprodução: além do FPSO P-66, jámencionado, é responsável poresta etapa da construção do Cida-de de Itaguaí , que deve começara operar em Iracema Norte até ofinal do ano, e ainda pelo FPSO,que vai produzir óleo dos camposde Tartaruga Verde e TartarugaMestiça, na porção sul da Bacia

de Campos.Esta será a primeira produçãocompartilhada, uma vez que o re-servatório de Tartaruga Mestiça seestende de um setor sob o contra-to de concessão BM-C-36 (100%da Petrobras) até uma área nãocontratada no polígono do pré--sal, embora esteja na camadado pós-sal. O início da produçãofoi mantido para 2017 pelo PN2015-2019.

Das seis sondas semissubmer-síveis, com projeto detalhado daprópria controladora, os principaisequipamentos já foram adquiridosou contratados, entre os quais opacote de perfuração da NationalOilwell Varco (NOV), de posicio-namento dinâmico (Kongsberg),de geração de energia e thrusters(Caterpillar/Flow Service), contro-le do sistema elétrico e integração

(GE), todas elas com plantas de

fabricação no Brasil. O aço foi ad-quirido da brasileira Usiminas eda chinesa Tianjin.

Entrega no prazo A construção prossegue, apesar

dos atrasos da Sete Brasil e há in-formações de que a Keppel Fels vai

bancar até o final as duas sondas

em estágio avançado e com cascoconstruído na sede, em Cingapura.

De acordo com levantamentosda Ivens Consult, até maio a sondaUrca , com casco construído em Cin-gapura, já tinha concluído quase 90%da integração no estaleiro fluminen-se, com mais de 18 mil toneladas de

chapas de aço já cortadas. A previsão

Nem todos estão enfrentando os mesmos problemas, principalmente aqueleestaleiros que têm no comando acionistas com forte experiência nessesetor da indústria, com uma dinâmica não comparável a nenhum outra áreda economia. É o caso do Brasfels, em Angra dos Reis (RJ) e do JurongAracruz (EJA), em Aracruz (ES).

especial: construção naval

Estaleiro Brasfels

Estaleiro Jurong Aracruz

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Indústria naval não quer ficar à deriva

de entrega é 2016. Uma segundaunidade, Frade , também teria cercade 60% da construção concluídos edeve começar a operar em 2017. Asduas, dentro do cronograma.

Para 2017 também está previstauma segunda sonda, a Bracuhy , comcasco em construção na China, commais de um terço já executado. É pre-ciso esperar a chegada do casco paraestimar se o cronograma vai ou nãoser mantido. O mesmo vale para asoutras três sondas contratadas, ain-da em início da construção. Do totalcontratado, a Brasfels recebeu poucomenos que um terço, em dólares.

Sem paralisaçõesQuem tem o maior número de

sondas encomendadas junto a umúnico estaleiro é o Jurong Aracruz(EJA), no Espírito Santo, controladopela SembCorp Marine, que se es-truturou para atuar como uma com-panhia integrada de soluções parao setor naval e offshore.

Em crescimento contínuo nosúltimos cinco anos, o grupo de Cin-

gapura também deu prosseguimentoaos trabalhos dos navios-sonda con-tratados e com projeto detalhadopela própria Jurong.

O pacote de perfuração de outranorueguesa, a Aker Solutions (quetambém tem fábrica ano Brasil), po-sicionamento dinâmico e controledo sistema elétrico da Kongsberg, egeração de energia e thrusters, dasuíça ABB e da filandesaWärtsilä.

Usiminas e Bulk Trade fornecem oaço dessas embarcações que estavamem diferentes níveis de construção até

maio passado. Com cascos construí-dos em Cingapura, dois navios-sondadevem ser entregues já no próximoano: o NS Arpoador , com mais de82% construídos (em torno de 23 miltoneladas de chapas aço fabricadas),com superestrutura e torre de per-furação em construção no EJA; e oNS Guarapari , com cerca de 62% dasobras concluídas, devendo chegarainda este ano ao estaleiro capixaba.

Das outras quatro embarcações,duas já foram iniciadas: o mega-bloco de vante do NS Cambury já está concluído em estaleiro naIndonésia, o que configura mais de36% da obra. Já o NS Itaoca temapenas cerca de 17% em constru-ção. Pelo levantamento feito pelaIvens Consult, até maio o EJA ha-via recebido cerca de 35% do totalcontratado, em dólares.

Tipo Estaleiro Quantidade Cliente

PSV (Platform SupplyVessel)

Aliança(Niterói/RJ) 2 Grupo CBO

São Miguel(São Gonçalo/RJ) Bravante

Detroit(Itajaí/SC) 4 Starnav

Keppel Singmarine(Navegantes/SC) 2 Cliente não

reveladoEisa (estaleiro emrecuperação)(Rio de Janeiro/RJ)

2 Brasil Supply

AHTS (Anchor HandlingTug Supply Vessels)

operações de manuseiode âncoras, reboquee suprimento

Oceana(Navegantes/SC) 4 Grupo CBO

MPSV (Multi-PurposeSupport Vessel)embarcação multitarefa

Navship(Navegantes/SC) 8 Bram Offshore

OSV (Offshore SupportVessel)

Wilson Sons(Santos/SP) 4

Dois paraterceiros e doispara a empresa

PLSV (Pipe Lay SupportVessel) – de lançamentode dutos

Vard Niterói(Niterói/RJ) 2

DOF – TechnipEntregas:2016 e 2017

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38 TN Petróleo 102

HÁ CONDIÇÕES DE ‘NAVEGABILIDApara a indústria avançar

especial: construção naval

De acordo com o cenáriodo primeiro semestre de2015, divulgado pelo Si-naval no dia 14 de julho, os

dez maiores fundos de investimentosoberanos dos países somam US$5,3 trilhões em ativos, sendo US$1,8 trilhão da China. Além de qua-tro fundos chineses, há também depaíses como Noruega, Cingapura emembros da Opep.

“A maior parte dos recursos temorigem na exploração de óleo e gás,indicando compreensão da opor-tunidade que o Brasil representa.

Muitos desses países já estão inves-tindo aqui com empresas parceiras efornecedoras da Petrobras. As fusõese aquisições já começaram”, informao documento.

“Portanto, não deve surpreendera chegada dos investidores interna-cionais, quando Governo e empresá-rios apresentam limitações de caixa. A grande maioria já está investindoaqui, por meio de empresas que ope-ram no mercado como parceiras e for-necedoras da Petrobras”, reitera Ro-cha. Ele observa que as reservas depetróleo a explorar exigem serviços eequipamentos muito especializadose que na construção naval brasileirase encontram ativos de grande valorque estão no radar dos investidores.

De acordo com a Ivens Consult,a expansão do imobilizado na áreade exploração e produção mostra adimensão do mercado para forne-

cedores da indústria da construção

“O mercado existe, gera negócios e desencontros. A indústria da construção navacom honrosas exceções, sofre com a questão da baixa produtividade”, reconhece opresidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha. “Como as condições de demanda são reais, atatenção dos investidores. Existe ampla liquidez nos mercados financeiros internacionaiacrescenta o dirigente.

Estaleiro Local Tipo Quant. Comentários

Estaleiro

Rio MaguariPA - Belém Barcaças 20 Diversos clientes

EstaleiroBibi SP - Santos

Balsas simplese autopropul-soras

5 Diversos clientes

EstaleiroRio Tietê

SP - Araça-tuba

EmpurradoresBarcaças

2080

Cliente: Transpe-tro 20 comboiospara transporte deetanos na hidroviaTietê-Paraná.Entregas prejudica-das pela estiagemque provocou aperda de navegabi-lidade no Tietê.

Easa AM - Ma-naus

EmpurradoresBarcaças

320 Diversos clientes

Total 148 Estaleiro Local Tipo de navio Quant. Cliente

Wilson Sons SP - Santos Rebocadores portuários 11 –

Detroit SC - Itajaí Rebocadores portuários 2 Starnav

Total 13

2014* 2013* Crescimento

Imobilizado 360.368 296.846 63.522

Em operação 263.794 212.914 50.880

Em construção 96.574 83.932 12.642Fonte: Balanço 2014 da Petrobras*Em R$ milhões

Evolução do imobilizado na área de negócios de E&P

Encomendas: navegação fluvial e apoio portuário

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TN Petróleo 102 39

Indústria naval não quer ficar à deriva

naval (plataformas de produção enavios petroleiros aliviadores) e daindústria subsea (cabeças de poço,dutos submarinos, manifolds) e dosprestadores de serviços. Para a con-sultoria, a expectativa diante doscampos de petróleo em desenvolvi-mento é de prosseguimento dessesinvestimentos, pois eles representam

o efetivo esforço no aumento da pro-dução de petróleo.

Outros setores para ‘navegar’Mais além do setor offshore, há

oportunidades que não devem sermenosprezadas por essa indústrianos segmentos de navegação fluviale apoio portuário. Impulsionados pe-las demandas do transporte fluvial(grãos e minérios) e de expansão dos

portos, os segmentos de rebocadoresportuários e comboios fluviais estãoaquecidos, com boa perspectiva demercado.

O Sinaval destaca a demanda doagronegócio, refletida nos númerosdos investimentos de grandes corpo-rações. É o caso da norte-americanaCargill, que obteve de financiamentono valor de R$ 78 milhões com re-cursos do Fundo Constitucional do

Fonte:Clarksons (tipos selecionados)Julho 2015

Navios(principais tipos) Unidade

Navios petroleiros– petróleo bruto 939

Navios produtosderivados 383

Navios químicos 255Graneleiros 1.726Gaseiros 380Porta-contêineres 414

Subtotal 4.097

Navios deapoio marítimo –

PSV 397AHTS 248PLSV 18MPSV 75

RSV e apoio amergulhadores 25

Subtotal 763Navios sonda 36FPSO 21Total geral 4.917

Carteira mundialde encomendas

País USD bilhão Origem

Noruega 880 Gov. Pension FundUAE – Abu Dhabi 773 Abu Dhabi Invest. Authority

Arábia Saudita 757 SAMA – Foreign Holdings

China 653 China Invest Corporation

Kuwait 548 Kuwait Invest. Authority

China 547 Safe Invest. Company

China – Hong Kong 400 Hon Kong Monetary Authority

Cingapura 320 Gov. Singapure Invest. Authority

Qatar 256 Quatar Invest. Authority

China 236 National Social Security Fund

Total

Ativos de fundos internacionais

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Tradição, simplicidade eeficiência em Comércio Exterior

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40 TN Petróleo 102

OS RECURSOS DO Fundo da Ma-rinha Mercante (FMM) vêm sendoaprovados. A dificuldade está na li-beração dos recursos pelos agentesfinanceiros, pois estes exigem maisgarantias depois do maremoto daOperação Lava-Jato. No final de abril,o conselho diretor do fundo aprovouR$ 1,81 bilhão para um total de 247projetos da indústria naval.

Desse total, R$ 1,26 bilhão irá paranovos projetos, incluindo a construçãode oito embarcações de apoio offshore,que somam R$ 1,054 bilhão. Tambémestão incluídos recursos para 47 no-

vas embarcações e modernização de 87

balsas graneleiras,todos para navega-ção interior.

O conse lhotambém aprovouprior idades deapoio financeiro (novalor de R$ 550,7

milhões) para projetos reapresentadosem função de alterações, suplementaçãoou novo prazo para contratação em até120 dias, envolvendo 104 embarcaçõese um estaleiro.

Em maio, foi aprovada suplemen-tação de recursos de financiamento

de construção naval para a Log-In

em um total de R$ 188,4 milhões,incluindo as quatro embarcaçõesem construção no Estaleiro Ilha S/A(Eisa). “Os recursos aprovados pre-cisam da contratação junto aos agen-tes financeiros autorizados. Após aaprovação pelo agente financeiro osvalores serão liberados conforme evo-lução do cronograma físico-financeirodas obras contratadas”, afirmaVitalJorge Lopes, diretor-presidente e deRelações com Investidores da Log-In.

As empresas devem tratar da contrata-ção dos financiamentos junto aos agentesfinanceiros do fundo: BNDES, BB, CEF,Banco do Nordeste ou Banco da Amazônia(Basa), instituições que estão mais cuida-

dosas na liberação de tais recursos.

Financiamento existe

Norte, através do Banco da Amazô-nia. Os recursos são destinados àconstrução de 20 balsas ao estaleiroRio Maguari, para escoamento degrãos pelo Norte do país – este mi-grará parcialmente da BR-163 parao rio Tapajós, no Pará, e dali para oterminal portuário da Cargill, emSantarém.

Bunge e Amaggi também anun-ciaram no ano passado a formação da joint venture Navegações Unidas Ta-pajós (Unitapajós), com investimentode R$ 300 milhões em 90 barcaças ecinco empurradores.

Fora da costa, o Easa (Estaleiros Amazônia) informa uma carteira deencomendas que o manterá ocupadonos próximos cinco anos com a cons-trução de comboios (balsas e empur-

radores) para transporte de grãos nashidrovias Tapajós e Madeira.

“O aumento das operações denavios nos portos brasileiros comexpansão de terminais privativose especializados promove umademanda estável de rebocadoresportuários, movimentando a rede defornecedores de motores, sistemaselétricos e sistemas de comando edireção”, informa o documento pu-blicado pelo Sinaval, apresentandoa carteira de encomendas de naviosde apoio marítimo para este fim.

Um estudo da Conferência das

Nações Unidas sobre Comércio eDesenvolvimento (Unctad, siglaem inglês), apresenta a frota denavios brasileiros com um total de346 unidades de médio e grande

porte. Essa frota verde-amarelaoferece uma capacidade de trans-porte de 20 mil toneladas, cercade 1% de participação no total daoferta mundial de transporte marí-

timo. “Muito modesto para um paíscom 8.000 km de costa”, assinala Ariovaldo Rocha. A análise dessafrota mostra que 2,7 mil toneladasé a oferta em navios de bandeirabrasileira; 16,7 mil toneladas é aoferta nos navios de bandeira es-trangeira, afretados principalmentepela Transpetro.

Ainda que em crise no Brasil,a indústria continua em expan-são no mundo. A carteira mundialtotal de encomendas conta com8.174 empreendimentos. Entreos principais construtores estãoa China (2.397), Japão (918), Co-reia do Sul (840) e Brasil (279).Os estaleiros coreanos continuamliderando a construção de navios--sonda, plataformas tipo FPSO eunidades flutuantes de gás naturalliquefeito (GNL).

De acordo com o levantamento

do Sinaval, “os estaleiros da Eu-ropa se organizam para aumentara participação no mercado de na-vios especiais, de cruzeiros, parao segmento offshore”.

especial: construção naval

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42 TN Petróleo 102

TN Petróleo – O setor de óleo egás soma 15% do faturamento deR$ 72 bilhões anuais da indústriade máquinas e equipamentos.Entretanto, cerca de seis milempregos de fornecedoras para o

setor de óleo e gás foram cortadosdesde o início do ano passado,de acordo com dados reveladospela Abimaq. Em sua opinião,quais seriam os caminhos a seremtomados diante desse cenário?

Alberto Machado – O quemais nos preocupa é que, até omomento, não se percebe nenhumsinal de recuperação e nem aomenos algum movimento nessesentido. Pelo contrário, o cenáriotem piorado com novas informa-ções que estão surgindo, como, porexemplo, o pedido de recuperação judicial de diversas contratantesde grande porte, fato que tende aocasionar um “efeito dominó” noselos seguintes da cadeia de valor. Acreditamos que seja necessáriorestabelecer a credibilidade emtodo o processo – do planejamentoà execução e respectivos pagamen-tos –, divulgando novos planos,estabelecendo novas modalida-

des de contratação e definindodiretrizes claras de aplicaçãopara uma política industrial quepermita utilizar todo o potencial defornecimento local. É de funda-mental importância que a indústriaconsiga sobreviver até que o ritmode investimentos, tão necessárioao desenvolvimento de nosso país,seja retomado. Torna-se necessá-rio também buscar soluções paraa inadimplência de empreiteirasque atualmente vêm prejudicando

diversos fabricantes de máquinas eequipamentos.

O presidente da Abimaq, CarlosPastoriza, disse que “a indústriade máquinas e equipamentosfechou 2014 com a maior crise dasua história”. No fechamento doano, foi apontado um faturamentobruto real de R$ 71,19 bilhões,uma queda de 13,7% ante 2013.De acordo com a entidade, essa éa terceira queda consecutiva defaturamento anual no setor. Para

Pastoriza, a solução para sair dociclo vicioso em que se encontra aindústria de máquinas é necessá-rio um choque de competitividadesistêmica. Você concorda? Comose daria esse choque?

Sem dúvida. Como já temsido comentado nos mais diversosfóruns, a indústria de máquinas eequipamentos praticamente não seapropriou da demanda crescentedecorrente dos investimentos daPetrobras nos últimos dez anos. A

causa principal é justamente a faltade competitividade sistêmica daindústria brasileira, cujas principaisdeficiências todos conhecemos eestão completamente fora do poderde decisão dos empresários. Osdados estatísticos levantados pela Abimaq demonstram com clarezaque a indústria tem ainda boa mar-gem de ociosidade a ser utilizada,pois, em média, opera com menosde 70% de sua capacidade instala-da, em um único turno. Contudo,como as carteiras de contrato estãominguando dia a dia, tememos quemuitas empresas não tenham fôle-go para aguardar a crise amainar e,certamente, quebrarão antes.

Da metade do ano passado paracá, com os projetos entre Petro-bras e empreiteiras suspensos,algumas máquinas que já estavamencomendadas foram abandona-das, enquanto novas encomendaspraticamente zeraram – produtosfeitos sob encomenda para a Pe-trobras, especiais para cada proje-to, prontos, embalados e parados,não servem para mais ninguém.Para quem vender? O que fazer

com esses bens de capital?Existem dois conjuntos de má-quinas e equipamentos prontos, to-talizando, em um primeiro levanta-mento que fizemos, cerca de R$ 300milhões dos quais R$ 200 milhõescorrespondem a produtos entreguese não pagos e R$ 100 milhões rela-tivos a materiais prontos, porém nãoentregues. Como já foi comentadoaqui, esses produtos foram fabrica-dos sob projeto e não são passíveisde utilização em outras aplicações.

Setor de máquinas ainda está ociosoAlberto Machado, diretor da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamen(Abimaq), em breve entrevista, fala sobre o cenário naval e o impacto quesse setor vem tendo em relação ao segmento, afirmando que “ainda há boamargem de ociosidade a ser utilizada, pois essa indústria vem operando, emmédia, com menos de 70% de sua capacidade instalada, em um único turno

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O melhor modo de recuperar partedo prejuízo dos fabricantes seriaaproveitar todos os equipamentosque já haviam sido contratadosantes, quaisquer que sejam osdetentores dos novos contratos de

EPC a serem firmados, sejam elesnacionais ou estrangeiros.

Segundo nota divulgada peloSinaval (Sindicato Nacional daIndústria da Construção e Re-paração Naval e Offshore), nãohá crise na construção naval. Deacordo com o comunicado, “asdemissões relacionadas à pa-ralisação de obras no Comperj,incluindo montagem e constru-ção de equipamentos, atingemempresas que contratam trabalha-dores metalúrgicos, o que explicainformações divulgadas peloSindicato dos Trabalhadores, noestado do Rio de Janeiro”. Tal de-claração corresponde à realidadedos fatos? Você poderia descrevero cenário atual?

Os dados oficiais de quedisponho são aqueles relativos aosetor de máquinas e equipamen-tos mecânicos conforme já citadoaqui. Não temos acesso a outrosdados senão àqueles divulga-

dos pelo Sinaval. Entretanto,não acreditamos que o setor deconstrução naval consiga pas-sar incólume à crise do setor depetróleo e gás, haja vista que osestaleiros de grande porte têm, naquase totalidade de suas carteiras,contratos vultosos com os mesmosatores que, no momento, estãono epicentro da crise que hoje seabate sobre a indústria nacional.Cabe ressaltar que alguns estalei-ros estão operando normalmentee até mesmo admitindo pessoal,mas não é essa a regra geral.

A indústria de materiais e equipa-mentos seria afetada por um possí-vel retrocesso do setor naval? Vocêdeclarou em matéria veiculada no jornal O Globo (23) que a crise

deixou de ser conjuntural para serestrutural. Por quê?

Se for confirmado o retrocessodo setor naval, a indústria de mate-riais e equipamentos decerto seráafetada, apesar de, até o momento, o

conteúdo local em máquinas e equi-pamentos ainda estar muito aquémde nossa capacidade de atendimen-to. A crise passou a ser estruturalporque não vemos solução dentrodos paradigmas atuais. Não dá maispara continuarmos a fazer mais domesmo. Uma recuperação do setorpassa por modificações significa-tivas nas práticas e procedimentosem vigor, necessitando, em algunscasos, até de alterações no arca-bouço legal do setor. Maximizaçãodas compras diretas pela Petrobras,desmembramento de grandes em-preendimentos em pacotes menoresque sejam acessíveis para empresasde menor porte, foco em projetos deengenharia básica nacionais, entreoutros, seriam alguns dos caminhosa serem tentados.

Conteúdo local deve ser revistoO INSTITUTO BRASILEIRO de Pe-tróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP),

que reúne as principais empresas dosetor, lançou em maio um estudo emque propõe ao Governo a mudançada atual política, com foco na questãodas multas para empresas que nãocumprem exigências mínimas, incen-tivos tributários e melhores condiçõesde financiamento às empresas fomen-tadoras da cadeia local de equipamen-tos e serviços.

Segundo o IBP, com estimativa demovimentar até 2020 mais de US$ 412bilhões, a indústria de bens e serviçosde óleo e gás ainda tropeça na falta decompetitividade no preço e no prazo.Nos últimos três anos, o descumpri-mento das regras gerou multas deR$ 315 milhões, pelos dados da ANP.Somente no último ano foram R$ 278milhões em multas aplicadas pelaagência reguladora. A maior parte é

questionada judicialmente, sobretu-

do pela Petrobras, responsável por42% do total de multas aplicadas. Epor isso o IBP considera que este éo momento ideal para “aprimorar” apolítica de conteúdo local com foco no“incremento da capacidade e competi-tividade internacionais”.

“A regra do conteúdo local éparte do contrato de concessões paraexploração e produção de petróleonos limites de terra e mar brasileiro.Os resultados obtidos na atração deinvestimentos internacionais são ine-gáveis. Hoje, temos parte da demandaatendida em empresas locais. Por-tanto, a regra deve prosseguir comoformulada: fazer no Brasil tudo o quepode ser fornecido de forma com-petitiva”, salienta Ariovaldo Rocha,do Sinaval. Mas ele reconhece que énecessário fazer alguns acertos.

O economista Carlos CamposNeto, pesquisador de infraestrutura

econômica do Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada (Ipea), tam-bém acredita na necessidade de se

aprimorar regras. “A adoção dessapolítica exige ajustes constantes aolongo de sua implementação, mas nãosua extinção. Como política pública,sou francamente favorável à adoçãode exigência de conteúdo local deforma a dinamizar a indústria nacionalprodutora de peças e equipamentosde apoio à indústria naval”, diz ele.

Campos Neto afirma que o paísnão pode perder a oportunidade dedesenvolver a indústria local nessecenário de expansão da exploraçãode óleo e gás. “Especificamente comrelação à indústria naval, deve-sedestacar que nos países onde ela sedesenvolveu houve políticas de apoioe proteção ao seu surgimento e forta-lecimento. A grande discussão é sa-ber em qual momento o poder públicodeve passar a reduzir suas políticasde apoio (subsídio) na medida emque a indústria se torne competitiva”,

conclui o economista.

Indústria naval não quer ficar à deriva

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PNG Petrobras 2015-2019

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DIANTE DA MANUTENÇÃO DO PREÇO BAIXO DPETRÓLEO, CRISE ECONÔMICA NOS PRINCIPAPAÍSES DO OCIDENTE, DESVALORIZAÇÃO CAMBIAPERCALÇOS POLÍTICOS INTERNOS, DENÚNCIAS CORRUPÇÃO E ALTO NÍVEL DE ENDIVIDAMENTOPETROBRAS ANUNCIA SEU PLANO DE NEGÓCIOSGESTÃO 2015-2019 DE US$ 130,3 BILHÕES. UM VOLUMDE INVESTIMENTOS 37% (US$ 90,3 BILHÕES) INFERIOAO DO PLANO ANTERIOR, DE US$ 220,6 BILHÕES DOS QUAIS US$ 37,1 BILHÕES FORAM UTILIZADOS E2014 E US$ 13,8 BILHÕES REFERIAM-SE À CARTEIRDE PROJETOS EM AVALIAÇÃO.

porFelipe Salgado

CHOQUEREALIDADE

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46 TN Petróleo 102

Ainda que repita ummovimento globaldas p r inc ipa i spetroleiras, quevêm reduzindo

investimentos, oPN não é somente efeito comotambém causa: representa umchoque de realidade para o paíscomo um todo.

A revisão do PNG da Petrobras,que vinha mantendo uma linhaascendente no volume de investi-mentos, reflete não apenas todosos fatores já mencionados (aosquais devemos somar preços dederivados abaixo dos praticadosno mercado internacional) comotambém uma mudança na posiçãoda estatal, vista, até então, quasecomo uma cornucópia brasileira:não só distribuía frutos na área so-cial e cultural, como foi pródiga emações que alavancaram a cadeiaprodutiva de A a Z – ainda queem diferentes níveis. Pior: comouma fonte de ganhos para aquelesque viram no boom da indústria

brasileira de petróleo uma opor-tunidade, não de negócios, massim para tirar vantagens políticase financeiras.

“Vão-se os dedos, ficam osanéis”, diz o dito popular. É o quea Petrobras tem de fazer agora parase recompor financeiramente e re-conquistar a credibilidade perdidadevido às denúncias de corrup-ção de executivos e gerentes dapetroleira, fazendo-a enfrentar omaior nível de endividamento desua história. Tal situação a obrigoua reduzir de US$ 44,1 bilhões paraUS$ 26 bilhões o volume médioanual de investimentos previstospara este e os próximos anos (aindaque, no ano passado, tenha realiza-do apenas US$ 37 bilhões).

A estatal revisou seus desin-vestimentos para o biênio 2015-2016, que passaram de US$ 13,7

para US$ 15,1 bilhões (aumento

de 10%). No biênio 2017-2018, acompanhia vai empenhar esfor-ços na reestruturação de negócios,desmobilização de ativos e desin-vestimentos adicionais no valortotal de US$ 42,6 bilhões. Soma-dos aos US$ 37 bilhões realizadosem 2014, esse montante é superioraos US$ 90 bilhões de diferen-ça entre o PN atual e o anterior.Na conciliação dos dois planos, aatualização do câmbio e a infla-ção (-US$ 28 bilhões) e o atraso epostergação de projetos (-US$ 22

bilhões) são os dois fatores quemais pesaram na revisão dos in-vestimentos planejados.

Foco em E&PCom 83% (US$ 108,6 bilhões)

dos investimentos previstos peloPNG 2015-2019 no Brasil e noexterior, o E&P deverá ter papelfundamental na redução do en-dividamento da Petrobras nospróximos anos, a despeito dospreços atuais do petróleo e daredução no número de projetos. A estatal apos ta parte de suasfichas na alta produtividade dospoços do pré-sal para garantir arentabilidade e a redução de suaalavancagem.

A monetização de reservas dopré-sal, um dos maiores atrativosda estatal e do mercado brasileiro,é um dos principais recursos que

a companhia tem para reduzir seu

endividamento, assim como atrairinvestidores. Por isso, nada me-nos que US$ 89,4 bilhões serãoalocados no desenvolvimento daprodução de petróleo e gás no Bra-sil, que ficou com 82% da fatia dosinvestimentos. Um índice maiorque o planejado antes, que era de73% (correspondendo a US$ 112,5bilhões, com uma média anual dequase US$ 18 bilhões).

Com vários campos a desenvol-ver, tanto sob regime de concessãocomo de partilha, além da cessão

onerosa, os quais somam grandevolume in situ em reservas aindanão contabilizadas oficialmente,a empresa optou por reduzir osinvestimentos em exploração, quereceberá US$ 11 bilhões até 2019(pouco mais de US$ 2 bilhões porano), cerca de 10% dos investi-mentos totais em E&P. Menosda metade dos US$ 23,4 bilhõesque a Petrobras planejava gastarem campanhas exploratórias en-tre 2014-2018 (e que equivalia a15% do total e uma média de 4,7bilhões por ano).

O corte maior foi na fatia derecursos alocados para suporte aprodução, que ficou com US$ 3bilhões (US$ 600 milhões por ano),menos de 3% do total do volumede investimentos previsto para oE&P. Recursos inferiores à médiaanual prevista de US$ 3,6 bilhões

no PNG 2014-2018 para infraes-

PNG Petrobras 2015-2019

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trutura e suporte, totalizando maisde US$ 18 bilhões. O objetivo des-se investimento pesado era, entreoutros fatores, resgatar o índice deeficiência operacional da compa-nhia na Bacia de Campos, assuntoque sequer entrou na pauta danova diretoria na apresentaçãodo PNG atual

A revisão das perspectivas ope-racionais obrigou a companhia a

abrir mão da meta de produção até2020, que caíram de 5,2 para 3,7milhões de barris de óleo equiva-lente por dia (boed) – uma reduçãode quase 30%. A meta de produçãode óleo caiu de 4,2 para 2,8 milhõesde boed (quase 35% a menos queo projetado antes).

Novas unidadesO aumento da produção está

associado às 21 novas plataformasoffshore que deverão ser instala-das nas bacias de Campos e San-tos, além da P-61, que começou aoperar em março, completando o

sistema de produção de Papa-Terra,no extremo sul da Bacia de Cam-pos, juntamente com o FPSO P-63.

O ativo é operado pela Petrobras(62,5%) em parceria com a Chevron(37,5%).

No início de julho, o FPSOCidade de Itaguaí ancorou naárea de Iracema Norte do campode Lula, no pré-sal da Bacia deSantos. Com capacidade paraproduzir 150 mil bpd e comprimir8 milhões de m³ de gás naturalpor dia, a unidade deve produzirainda neste terceiro trimestre. A Petrobras é a operadora, com65%, associada à BG (compradapela Shell), com 25%, e a Petro-gal Brasil S/A (10%).

Dos outros 20 sistemas previs-tos para entrar em operação nospróximos anos, cinco ainda nãoforam licitados. Os três primeirosserão, ainda no próximo ano, na

Bacia de Santos: dois em Lula eum no campo de Lapa, antiga áreade Carioca, além do Teste de Lon-ga Duração (TLD) de Libra, sobregime de partilha, que ganharáo piloto definitivo em 2020 (uni-dade ainda não foi licitada). Já em2017, a Petrobras pretende produ-zir o primeiro óleo do pós-sal emregime compartilhado, por meioda PPSA, uma vez que parte doreservatório de um campo avançapara a área do polígono do pré-sal,ainda não licitada.

A produção em áreas da cessãoonerosa também será iniciada em

E&PUS$ 108,6 bilhões

Desenvolvimentoda Produção

Exploração

89,4 11,3 4,9 3,0

Investimentosno Exterior

SuporteOperacional

US$ 12,8 bilhões

ABASTECIMENTO

Manutenção eInfraestrutura

RNEST

Outros

BRDistri-buidora

8,8 1,4

1,3 1,3

US$ 6,3 bilhõesGÁS & ENERGIA

Gasodutos

Energia elétrica

5,0

0,9 0,3Plantas de

Gás Química(Nitrogenados)

0,1 Regás - GNL

The Art of BroadSeis TM

The ideal pre-salt exploration solution

cgg.com/broadseis-art

Choque de realidade

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(Abimaq), referindo-se ao planode desinvestimentos, que inclui avenda de ativose participaçõesem empresas,

para aumentara geração decaixa, reduzir oendividamen-to, otimizar oportfólio e dar continuidade aosprojetos em andamento.

Dentro desse novo plano, a di-retoria executiva da Petrobras auto-rizou a elaboração de estudos paraanalisar alternativas de abertura decapital e/ou atração de um sócioestratégico para a BR Distribuidora.Caso a abertura de capital venha aocorrer, dar-se-á através de ofertapública secundária de ações dasubsidiária na Bolsa de Valores.Outra medida anunciada recente-mente foi a assinatura do contratoentre a Petrobras e a PetroRio (novamarca da HRT Participações emPetróleo S/A) referente à venda daparticipação de 20% da estatal nas

concessões dos campos de Bijupiráe Salema, na Bacia de Campos,atualmente operados pela anglo--holandesa Royal Dutch Shell, porUS$ 25 milhões.

Desestruturação da cadeiade fornecedores

Com uma estimativa de 13% daparticipação (direta e indireta) dosetor de óleo e gás no PIB brasi-leiro, a cadeia de fornecedores debens e serviços preparou-se paraum cenário de grande expansãono setor. Agora, com a redução de37% dos investimentos previstosem relação ao plano anterior, ha-verá impactos negativos sobre aindústria local. A queda vertiginosado preço do petróleo, aliada às di-ficuldades econômico-financeirasda Petrobras, trazem sérios desafiospara a cadeia de fornecedores do

segmento de E&P.

Analistas indicam que osinteresses da empresa foramcolocados acima dos interessesnacionais, e que continuaremosvulneráveis quanto à oferta de

petróleo, combustíveis, ener-gia e insumos para fertilizan-tes. Afinal, o que acontece coma Petrobras afeta todo o setorde energia no país. Então, umanova agenda de governança daestatal reflete aspectos políti-cos, econômicos, regulatórios,técnicos e institucionais.

Uma nova política setorialResponsável pela importação

e comercialização de gás e deten-tora de grande parte das usinastérmicas instaladas no país, aPetrobras exerce um papel es-truturante no cenário energéticonacional. Ela vende para suasusinas gás importado a preçosmais baixos, compensando oprejuízo com os lucros na vendade energia. Sem ela para puxarinvestimentos nas áreas de Abas-

tecimento, Gás e Energia, e Pe-troquímica, será imprescindívelreformular uma política setorialpara atrair investidores.

Contudo, alguns entraves di-ficultam a atratividade e confian-ça no ambiente de negócios, naopinião de analistas. Na área de Abastecimento, por exemplo, aPetrobras teve enorme dificuldadeem alinhar os preços dos deri-vados no Brasil com o mercadointernacional nos últimos quatroanos. Eis aí um fator de risco parao investidor que queira partici-par de um empreendimento nessesegmento. Daí a necessidade deo Governo estabelecer uma novapolítica de preços para os deriva-dos. Se isso não for feito, poderáhaver queda dos investimentos,desestruturação das cadeias pro-dutivas e aumento da dependên-

cia externa do país.

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eventos

O painel de abertura tevea presença do senador José Serra (PSDB-SP),autor do Projeto de Leique pretende alterar

o marco regulatório do pré-sal, ti-rando da Petrobras a obrigação daparticipação mínima no consórciode exploração e sua responsabili-

dade pela condução e execução das

atividades relacionadas ao projeto.Inesperadamente, a palestra de Serrafoi interrompida pela manifestaçãode um grupo de petroleiros que, insa-tisfeitos com a proposta de mudançada lei, estenderam faixas contráriasà posição defendida pelo senador eo impediram de falar.

Por um momento, os integrantes

da plateia se viram diante de um palco

de disputa política.Foi quando o pre-feito de Macaé,Aluízio dos San-tos, tomou a pala-vra e, reconhecen-do a legitimidadeda expressão dos

manifestantes, pediu que eles tam-

bém respeitassem o direito reservado

Apontada como a terceira maior conferência internacional da indústria do petróle gás, a 8a edição da Brasil Offshore reuniu importantes players do mercadooffshore na principal porta de acesso para uma das bacias mais importantes dopaís – a de Campos – que responde por cerca de 80% da produção nacional.Com 50 mil visitantes, 700 empresas expositoras, 56 empresas internacionais representantes de 38 países, a feira ocupou 45.000 km² do centro de exposição.Sinal de que a cadeia de fornecedores do setor quer reagir e superar a crise.

do setor de óleo e gás

Cobertura Especial Brasil Offshore

SUPERAÇÃO É APALAVRA-CHAVE

porFelipe Salgado

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ao convidado de expor as suas ideiase motivações. “A manifestação foi

feita. Agora precisamos ouvir o que aindústria tem a dizer aqui”, afirmou Aluízio, pedindo a compreensão dosparticipantes.

Assim teve início a Brasil Offsho-re 2015.

Imersão nos negóciosRealizada entre os dias 23 e 26

de junho, a conferência trouxe umalento para o setor. Isso porque aRodada de Negócios, a cargo daOrganização Nacional da Indús-tria do Petróleo (Onip), reuniu20 empresas âncoras – Alphatec,Nuclep, Delp, FMC, Sotreq, OilStates, Shell Materiais, QueirozGalvão, UTC, Schlumberger, Te-ekay, Subsea 7, Wärtsilä Brasil,Shell Serviços, Techint, GE Óleoe Gás, Expro, Halliburton, Trans-petro e Petrobras UO-BC – e 113fornecedores. Em dois dias foram

realizadas 400 reuniões.

Igor Tavares ,diretor de Energiada Reed Exhibi-tions AlcantaraMachado, umadas empresas or-ganizadoras daBrasil Offshore,

destaca que nesta edição houve umacréscimo de aproximadamente 3%dos profissionais em cargos de dire-

toria e com maiores qualificações.

“Houve um ganho considerável noperfil dos visitantes com mais poten-cial de compra e poder de decisão”,enfatiza ele.

Somado o poder de compra do

público visitante com o montanteda Rodada de Negócios, a BrasilOffshore 2015 gerou expectativade negócios de R$ 600 milhões,que ao longo de 24 meses poderáchegar a R$ 1 bilhão. Para o prefei-to de Macaé, a realização da Bra-sil Offshore comprova a força domercado interno na realização denegócios. “Isso mostra que, apesardo cenário complexo, de incertezase de toda a pressão que o mercadovive, existe uma onda de otimismono médio e longo prazo, e mostra,principalmente, que a indústria na-cional quer reagir e superar a crise.”

Um levantamento realizadomostrou que 91% das reuniões fo-ram avaliadas pelas âncoras comosendo acima da média, com ótima eboa expectativa de negócios.

Para o vice-presidente da Reed,Paulo Octávio Pereira de Almei-

da, a realização da Brasil Offshorecomprova a força do mercado inter-no na realizaçãode negócios e aativação de con-tatos e conteúdopara a gestão dasempresas diantedo cenário atual.“A feira teve umaagenda positiva e mostrou qualida-de em produtos, serviços e públicovisitante, complementou.

Novidades no conteúdo A 8ª Brasil Offshore teve o patrocí-

nio master da Petrobras e do GovernoFederal, além das empresas Technip,Caixa, UL do Brasil, Tenaris, AkerSolutions, One Subsea, MRM, Mobil,Prefeitura de Conceição de Macabu,Dassault Systèmes, Estaleiro Brasa,Chromalox, Technoheat, V. V. Holding

and Consulting e Viana Offshore.

Área total: 45 mil m2 Visitantes:50 mil

Empresas: 700Países: 38

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52 TN Petróleo 102

eventos

A con fe rênci a re al iza da emparalelo pelo Instituto Brasilei-ro de Petróleo e Gás Natural (IBPO)e da Society Petroleum Engine-ering (SPE) mobilizou centenas

de profissionais que assistiram apalestras sobre temas relevantes,entre os quais a revitalização decampos maduros e as tecnologiasdisponíveis para ampliar a vidaútil desses ativos.

Também foram destacadasas opor tunidades oferecidashoje pela Bacia de Campos, emprodução desde os anos 1980 eque vem sendo revitalizada pelaexploração de reservatórios no

pré-sal, além do que vem sendoexplotado há mais de três décadasno pós-sal.

Durante o evento, realizou-sea etapa final da competição aca-

dêmica promovida pela SPE, oStudent Paper Contest, concursoregional de artigos científicos dealunos de graduação, mestrado edoutorado com trabalhos sobre te-mas relacionados ao setor de óleoe gás. “O vencedor viajará paraHouston, nos Estados Unidos,para concorrer no evento global,com as despesas pagas pela SPE”,diz o presidente da seção Macaéda SPE, Guilherme Castro .

O inédito Es-paço do Conhe-cimento Offsho-re, montado nomeio da feira e

com uma progra-mação gratuita to-dos os dias, trouxe

expositores/parceiros especializadosà frente de palestras sobre novas tec-nologias e produtos e serviços.

A Reed Exhibitions também apre-sentou uma novidade, o PremiumClub Plus – Clube dos Compradores.O objetivo é estreitar o relacionamen-to com os principais compradoresindicados pelos próprios expositorese atrair um público ainda mais qua-lificado para as próximas edições.Os convidados são visitantes commaior influência ou poder de com-pra, com cargos acima da gerência.Nessa edição, o clube contou com1.371 credenciados que puderamincrementar os negócios oferecidospelos expositores.

Competitividade para a indús-

tria-chave regionalPara atrair novos investimentos,a cidade de Macaé quer ampliar oacesso às empresas interessadas emestabelecer negócios no município.

Enquanto algumas empresas jáatuam na região e querem ampliarsuas bases, outras demonstram in-teresse em entrar no mercado. Esseé o caso da empresa alemã Dräger,presente em mais de 195 paísese com uma filial em Macaé paraatender a demanda por serviços naárea de segurança offshore (DrägerSafety). Nessa divisão do grupo,segmentada em quatro áreas (óleoe gás, mineração, indústria químicae bombeiro), a atividade petrolíferaé responsável pela maior parte dofaturamento da empresa.

Em seu portfólio, ela mostra pos-suir serviços de assistência técnicapara calibração e manutenção pe-

riódica de detectores de gases em

COM REPRESENTANTES em todasas sessões plenárias da ConferênciaInternacional da Indústria de Petró-leo e Gás, com palestras e debates,a Petrobras fez uma participaçãotécnica na Brasil Offshore, da qual foia patrocinadora master.

A conferência teve como temacentral ‘Perspectivas para a re-vitalização de campos maduros’,

abordando diversos aspectos, comopoços e reservatórios, perfuração,completação, operação e manuten-ção, entre outros.

SegundoMarcelo Bata-lha, gerente geral da Unidadede Operações de Exploração eProdução da Petrobras na Baciade Campos, a Brasil Offshoreoferece grandes oportunidadespara trocas de experiências entreos atores do arranjo produtivo deóleo e gás. “O evento traz em sua

conferência umtema bastanteaderente à rea-lidade da região.O intercâmbiode conhecimen-tos entre osprofissionaisda indústria do

petróleo é fundamental para que

a operação em campos maduroscontinue trazendo bons resultadosnos cenários nacional e interna-cional”, apontou.

No estande montado no pavilhãoprincipal, os visitantes puderamconhecer melhor as tecnologias daempresa premiadas na OffshoreTechnology Conference (OTC), maiorevento do mundo dedicado à área deexploração e produção de petróleo nomar, ocorrido em maio deste ano, nosEstados Unidos.

Petrobras: participação técnica

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plataformas offshore, certificaçõesInmetro (Instituto Nacional de Me-trologia, Normalização e QualidadeIndustrial) parahomologação dos

equipamentos eserviços de loca-ção. “Se algumaempresa precisarparar para reali-zar manutenção(Shut Down), temos capacidade paraatender a demanda por mais equipa-mentos”, garante o gerente de Óleoe Gás da Dräger, Adriano Morelli .

Oferta ampliadaPrestes a completar 74 anos no

mercado nacional, a empresa brasilei-ra Sotreq, revendedora de máquinas,peças, serviços esistemas Cater-pillar, pretendevender ao merca-do alguns diferen-ciais competitivos,como atesta Gus-tavo Sepúlveda ,

diretor de Power Systems: “Vemos afeira muito voltada para operações,suporte e produto. Isso é extrema-mente positivo”, afirmou.

A empresa anunciou recentemen-te um novo contrato com o grupo CBO(Companhia Brasileira de Offshore)para a venda de equipamentos Cater-pillar para o navio de apoio do tipoPlatform Supply Vessel (PSV4500).

Em construção no estaleiro Aliança, no Rio de Janeiro, o PSVserá afretado pela Petrobras paraatender a demanda no suporte àexploração offshore de petróleo egás, especialmente nos campos dopré-sal. Serão entregues, em agosto,quatro grupos geradores Caterpillar,modelo 3512C de 1700 ekW @ 690 V, para aplicação diesel-elé tricoem embarcação PSV. Também foivendido um grupo gerador Cater-pillar modelo C18, para operação

em modo “porto/emergência”.

Há poucos meses, a Sotreq ad-quiriu 50% da Radix Engenharia eSoftware, grupo que oferece serviçosde TI em automação. “Esse inves-timento foi estratégico porque per-

mitiu o alinhamento e complemen-taridade de valores e competênciasentre as duas empresas. Sendo aRadix especializada em soluções eminovação e tecnologia, esse aporteagrega valor na oferta de nossosserviços e gera eficiência e produ-tividade para as nossas própriasunidades”, afirma o diretor.

Comunicação garantidaParticipando pela primeira vez

na Brasil Offshore, a Motorola Solu-tions apresentou serviços e soluçõesde radiocomunicação que garantemuma comunicação segura entre asoperações onshore e offshore, devi-do ao alto alcance de cobertura e astecnologias que suportam operaçõesem ambientes críticos.

“Em 2014, a empresa participouda Rio Oil & Gas e, como o eventotrouxe bons re-

sultados – umavez que tivemosa oportunidadede apresentar osnossos produtose serviços para aindústria –, deci-dimos dar continuidade participandodeste ano da Brasil Offshore”, es-clareceu o presidente da MotorolaSolutions no Brasil, Paulo Cunha .

Patrocinadora centenária Presente em 104 países – no Bra-

sil desde 1999 –, a multinacionalamericana UL, que tem entre seusclientes do setor de petróleo em di-versos países a WEG, STAHL, Emer-son, Wayne e Dover, entre outros,incluiu o patrocínio da Brasil Offsho-re em sua agenda de comemoraçãodos cem anos. “Este é um ano mui-to importante para a UL. Estamos

promovendo uma celebração nos

principais even-tos mundiais”,explica OtávioCosta , gerentede vendas da UL,

mul t inacionalamericana líderglobal em ins-peções, ensaios e certificação deprodutos.

“Estamos expandindo os serviçosoferecidos para aumentar a presençano Brasil e faz todo sentido estarmosaqui. Tudo o que aconteceu de maispositivo na indústria do petróleo na-cional nos últimos anos passou porMacaé em algum momento”, desta-ca. Ele acredita que a demanda porcertificação de equipamentos paraa indústria de petróleo vá crescersignificativamente nos próximos anosem função do aumento das atividadesde exploração e produção, sobretudona região do pré-sal.

“Após os incidentes recentes devazamentos de óleo, a atividade pe-trolífera, pelos riscos operacionaisenvolvidos, passou a ser ainda mais

monitorada”, observa Costa. “Comisso, o setor se concentrou na me-lhoria contínua da segurança, justa-mente por entender que um alto nívelde integridade é decisivo para asoperações e para o bom andamentodos negócios, pois gera benefícioscomo o aumento da competitividade,redução de custos e valorização damarca, por exemplo.”

Acreditada pelo Inmetro, a em-presa atua em todo o processo decertificação, incluindo ensaios, au-ditorias e treinamento. E tambémauxilia seus clientes no processode desenvolvimento de produtos,orientando o fabricante quantoaos requisitos necessários à cer-tificação. “Nosso principal foco éajudar a indústria a produzir equi-pamentos seguros e confiáveis”,explica. “Toda nossa história seresume a isso: segurança e con-

fiabilidade.”

Superação é a palavra-chave do setor de óleo e gás

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Essa parece ser a melhor definição para o catarinenseDalton Schmitt, natural de Itajaí,por muitos considerado um carioca. Equívoco natural para quem conhece o empresáriopois ele deve a ausência de qualquer sotaque denunciador de um ‘barriga verde’ ao fatde ter apenas 8 anos quando começou a peregrinação por escolas de Santa Catarinae do Rio de Janeiro, terminando a vida escolar nos Estados Unidos. Dalton exerceu amais diversas funções em diferentes atividades e perambulou por alguns países antesde começar a ‘navegar’ nesse setor, há cerca de quatro décadas. “Sempre gostei detrabalhar, de fazer e criar negócios... e curtir a vida”, confessa o executivo que há umano é diretor comercial da Farol Apoio Marítimo, empresa brasileira de navegação (EBcriada em 2010. Considerando os quase 8.000 km de costa e uma indústria offshoreem franca expansão, Dalton afiança que o país tem um mercado altamente promissormesmo diante do cenário crítico atual. “Não somente em apoio marítimo, que deverter forte expansão no final dessa década, como também em cabotagem.”

perfil profissional

ELE É PÉSSIMO PARA DATAS, mas conhece, como poucos, pratica-mente todo mundo que atua no setor de apoio marítimo, sobretudo nosegmento offshore, atividade que praticamente viu ‘nascer’ no paísna década de 1970, quando a Petrobras começou a ‘buscar’ petróleonas águas da Bacia de Campos, no norte fluminense.

Dalton também é um grande contador de histórias e causos – al-guns impublicáveis – desse setor no qual se orgulha de ter se ‘forma-do’. Isso porque, apesar dos esforços da família de assegurar a melhore mais rígida instrução em colégios religiosos e, depois, nos EstadosUnidos, Dalton acabou abandonando o curso de Administração daNew York University no último ano... Foi quando decidiu se ‘douto-rar’ em negócios na universidade da vida.

Desde então, o irrequieto Dalton não parou mais. Membro da ABS, uma das principais classificadoras do mundo, ele soma maisde 45 anos de desenvolvimento de negócios, no Brasil e no exte-rior, como executivo ou dono de empresas que criou, entre idas evindas de países das três Américas e de outros continentes, comoNigéria e Kuwait (África), Noruega, Grécia, Alemanha e Espanha,na Europa, além da Ásia.

Experiência que é destacada pela Farol, criada em 2010 com umaproposta diferenciada de serviços de apoio marítimo “amparada pelacapacitação, conhecimento e experiência de sua equipe”. Para Dal-

ton, integrar a empresa criada por um grupo de velhos amigos é mais

Navegando

NA ESCOLA DA VIDA

por Beatriz Cardoso

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B i a C a r d o s o

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uma aventura a ser vivida compaixão, a despeito de ‘percalços’na saúde – é assim que o fu-mante inveterado chama os doiscânceres e as pontes safenas.

Do internato para o mundo – Aos 71 anos, Dalton demonstraa mesma inquietude do meninoque os pais decidiram internarem um colégio alemão, presbi-teriano, localizado em Brusque(SC), a 35 km de Itajaí. Porpressão da avó materna, cató-lica, ele foi transferido para oColégio Santo Antonio, em Blu-menau, da ordem franciscana.Mas, como toda a família haviaestudado em instituições jesuí-tas, a avó acabou por convencero filho a seguir a tradição: eledeixou para trás as delícias dapraia de Cabeçudas, no bairroonde foi criado, em Itajaí, paraestudar em uma centenáriainstituição jesuíta: o ColégioCatarinense, em Florianópolis.“Era um regime duro”, lembra.

Em 1959, o pai decide levá-lopara o Rio de Janeiro, onde tor-nou-se interno do tradicionalíssi-mo Colégio Marista São José, naTijuca (Usina). “Por isso pensamque sou carioca”, diz, rindo,Dalton. Criada em 1905, em 110anos de atividades a instituiçãoteve como alunos o empresárioRoberto Irineu Marinho, o téc-nico Mário Jorge Lobo Zagalloe o ex-reitor da Universidadede Brasília, Cristovam Buarque,entre outros.

Ele não ficou muito tempona antiga capital da República,que perdeu seu status com ainauguração de Brasília. No Rio,o espírito irrequieto e boêmiode Dalton acabou levando o paia medidas drásticas: internou ofilho em um tradicional LaurelCrest Academy, na cidade de

Bristol, em Connecticut (EUA).

Desvios do caminho – Conclu-ídos os estudos, para alegria dopai ele decide fazer Administra-ção de Empresas em outra insti-tuição secular, a New York Uni-versity (criada em 1831). É dessaépoca a primeira experiência naárea marítima, uma vocação fa-miliar, que vem de algumas gera-ções dos Schmitts. E, assim, eleestagiou na Moore-McCormackLines, empresa norte-americanade navegação que construiu doisluxuosos navios, o SS Brasil eo SS Argentina , para realizarcruzeiros aos exóticos tendo pordestinos a América do Sul, entreos anos 1950 e 60.

Além de vários estágiosdurante o período universitário,Dalton fez um curso similar ao

do CPOR (Centro de Preparação

de Oficiais da Reserva) que re-sultaria em sua convocação parao Vietnã. “Eu não queria ir etampouco desejava voltar ao Bra-sil. Meu pai, por meio de ami-

gos, conseguiu que me dessemum passaporte oficial. Acabeisendo contratado pelo consuladobrasileiro”, lembra, sem deixarde achar graça.

O que o pai não imaginava éque ele queria ficar nos EstadosUnidos para casar com uma bra-sileira. “Ele soube, foi lá conver-sar comigo, tentando me con-vencer a concluir os estudos”,lembra. Com o retorno do paiao Brasil, ele casou e continuoufazendo o que mais gostava: de-senvolver novos negócios. “Gra-ças a Deus sempre aproveitei asoportunidades para trabalhar ecurtir a vida. Não me arrependode nada”, afirma Dalton, quevoltaria às salas de aula anosdepois, no Brasil, para fazer ocurso de General Management,na Pontifícia Universidade Cató-

lica (PUC-Rio).E foi trabalhar em uma em-presa de construção, para, logodepois, cair de novo na estrada,ou melhor, na rota marítimapara a Europa, onde percorreriaalguns países – sempre ‘fazendonegócios’, mas sem uma ativida-de definida, terminando o péri-plo em Nova York. “Até então, eunão trabalhava para nenhumaempresa específica, mas realiza-va negócios em áreas de comér-cio exterior e navegação, setoresque demandavam bom conhe-cimento de inglês e de mercadointernacional”, explica.

Navegar é preciso – Na décadade 1970, ele daria passos deci-sivos para entrar no mercadode navegação, ao negociar umbarco offshore de uma petroleira:

nada menos que a Zapata Oil

Casado? Tem filhos? ViúvoTrês filhos e dois netos (com umterceiro a caminho).Quais livros você está lendo? Está

lendo, ou melhor, acabando de ler O Xda questão, que conta a história de EikeBatista, escrita por Roberto D’Ávila.Qual seu livro de cabeceira? Revistasde notícias.O que gosta de fazer nas horasde folga? gosta de fazer de tudorelacionado ao mar – velejar, sair delancha, pescar e reformar o deque dacasa de Búzios, onde fica o veleiro eoutras embarcações.

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perfil profissional

Corporation, criada em 1953 porGeorge Bush e um sócio. Com oapoio de um diretor da Zapata,ele começou o negócio, fundan-do, em março de 1976, sua pri-

meira empresa, a Apex MarineService S/A, no Panamá, quemanteria por quase duas déca-das (fechou as portas em 1995).

“Foi meu primeiro barco deapoio”, diz o executivo. Nosanos seguintes, ele traria sete ouoito barcos, todos com bandeiraestrangeiras, para operar paraas petroleiras internacionais,que vinham atuar no Brasil apartir de 1975, com a criaçãodos contratos de riscos com du-ração de 14 anos.

Em 1977, ele fundou no Brasila Seamar Serviços de ApoioMarítimo, uma das primeiras dopaís, mantida até 1985. Nesseperíodo, fez os primeiros contra-tos com a Petrobras, que com adescoberta de Garoupa, em 1974,no pós-sal da Bacia de Campos,começaria a produzir, em 1977,

com o campo de Enchova. Dessaforma, Dalton participaria daconsolidação da maior baciaprodutora do Brasil.

Aprendizado contínuo –“Eramais fácil trabalhar como estran-geiro do que como brasileiro porcausa da burocracia do cadastro.Mas logo depois, cadastrei a em-presa na Petrobras”, lembra. Naépoca, o porto mais próximo era ode Vitória, no Espírito Santo. Eletambém atuaria em outras regiõesda costa do país, que começavam,pouco a pouco, a ser prospecta-das pela petroleira brasileira. “Foitudo um grande aprendizado”,observa o empreendedor.

Ele nunca mais saiu dessesetor, ainda que, vez por outra,tenha feito incursões em outrasatividades. “Em 1982, abri uma

empresa de computação, com

um amigo da IBM e outro queentendia de software”, conta.E criou também outra empre-sa, a Brasmix, para controle deprocessos. “Cheguei a vender

para o exterior. Trabalhava emtrês turnos. Passei por todas ascrises do país”, recorda, semdeixar de rir.

Schmitt diz que o serviço deapoio marítimo offshore, aindanascente no país, acompanhandoa evolução da indústria petrolí-fera, não era fácil, pois se tratavade um mercado em consolidação,mas havia menos burocracia.“Operávamos com uma tripula-ção de cinco a sete pessoas, maisdo que em outros países. Por issofazíamos um camarote extra”,conta. Segundo ele, o reparoera simples porque os motoreseram menores. “Isso nunca foiproblema, pois naquela épocanão havia restrições e tudo eraimportado: barcos, motores eoutros equipamentos.”

Mercado em expansão – A sóli-da experiência em apoio maríti-mo, consolidada nesse período,fez dele um profissional de valorno mercado – mercado este quecomeçaria a mudar no final dosanos 1990. Em março de 1997,ano em que seria promulgadaa chamada Lei do Petróleo, queextinguiu o monopólio estatalna exploração e produção dehidrocarbonetos no país, ele foiconvidado a integrar os quadrosda Astromarítima, uma das pio-neiras na prestação de serviçosde apoio marítimo nas ativida-des de exploração e produção depetróleo na plataforma conti-nental brasileira.

A empresa, que a partir de1980 contratou a construção de19 embarcações de suprimento(supply vessel), com financia-

mento do Fundo de Marinha

Mercante (FMM), começava aampliar sua frota e atividades.Razão pela qual incorporouaos seus quadros o experienteempresário, que preferia atuar

por conta própria. Ele entroucomo diretor Comercial e deOperações, cargo que ocupa-ria até abril de 2006, quandoassumiu a presidência da AstroInternacional S/A.

Na área comercial, condu-zia todas as negociações comos estaleiros na parte de novasconstruções no Brasil e no exte-rior, assim como nas negociaçõescontratuais junto a petroleiraslocais e estrangeiras. Comodiretor operacional, tratava detodos os assuntos referentes àoperação das embarcações debandeira brasileira, bem comoas estrangeiras que operavamno Brasil, tendo a Astromarítimacomo a EBN (empresa brasileirade navegação).

Sob seu comando estavamas bases e superintendências

operacionais de Itajaí (SC), Riode Janeiro (RJ), Vitória (ES) e Aracaju (SE). “Onde houvesseembarcações trabalhando paraa Petrobras”, diz ele. Dalton foiresponsável pela operação daembarcação do tipo Oil SpillRecovery Vessels, a OSRV AstroUbarana (navio que atua na con-tenção e recolhimento de óleoem derramamentos), no contra-to com a Petrobras Colômbia etambém na Argentina, a serviçoda estatal.

Em 2006, tornou-se diretor--presidente da empresa, que naépoca incluía a Astro Operações,CBR (Companhia Brasileira deRebocadores), a Astro Offshoree a própria Astromarítima. Eraresponsável pela empresa comoum todo, incluindo a políticade qualidade, meio ambiente

e segurança, reportando-me

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diretamente ao conselho de ad-ministração. Em 2010, assumiua presidência da Astro Interna-cional S/A., criada para atenderà demanda do mercado nacio-

nal de apoio offshore, princi-palmente para clientes que vêmoperar no Brasil.

Novos rumos – O executivopermaneceu ali até bem poucotempo, quando decidiu seguirnovos rumos, mas sempre naárea de apoio marítimo, mer-cado que viu crescer de formamais acelerada nos últimosanos. “Houve uma grande evo-lução em mais de três décadase operação offshore no país”,salienta ele. “Tanto do mercadocomo da própria regulamenta-ção, no Brasil e no exterior. Hojehá maior preocupação com a

questão ambiental e de seguran-ça”, diz o membro da ABS.

Danton, por estar desde 2014‘fazendo negócios’ na Farol Apoio Marítimo, considera oBrasil um país com forte vocaçãooffshore mas que atravessa umacrise inimaginável há algunsanos. “Não que já não houvessetudo o ocorre hoje. Apenas osvolumes financeiros são muitomaiores. Entrou muita gente de

fora nessa área”, comenta, sementrar em detalhes. Talvez umaalusão ao fato de as empreiteirasterem ‘descoberto’ o setor navalna última década...

“Dentro de alguns anos,quando superarmos essa crise,teremos um mercado aindamaior”, avalia Dalton. Paraaqueles que pensam em entrarnesse mercado, mas ainda têmdúvidas quanto ao potencialdo setor, ele é taxativo: “Comum país com quase 8.000 kmde costa e atividades de explo-ração e produção de petróleose espalhando de norte a sul, oapoio marítimo é um grande ne-gócio”, conclui Dalton Schmitt.E continua pensando em fazernegócios nessa área por maistempo. Talvez, quem sabe?, nacabotagem, que vê como outrosegmento promissor.

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Ano 4 • nº 40 • julho de 2015 • www.tnsustentavel.com.br

Sumário

60 66 67Tecnologia nacional Plástico verdeEntrevista com Gérard Moss

Itaipu assina acordo paradesenvolver protótipo de bateriade lítio nacional

Prysmian expande linha decabos sustentáveis com oPlástico Verde da Braskem

O que é prioridade?

Lia Medeiros, diretora do Núcleode Sustentabilidade da TN Petróleo

liamedeiros@ tnpetroleo.com.br

Editorial

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

O ambientalista voadorque luta pela preservação

das águas no Brasil

JÁ SABEMOS QUE Plutão, o planeta anão, tem uma superfície maior do que o previsto epor conta disso também tem mais gelo e um pouco menos de água. Uma notícia não muito em tempos de escassez em que já estamos buscando alternativas para além do nosso planetazul (até quando?) para esse e outros tantos problemas. E essa mesma água, ou a falta delcontinua a nos preocupar mais que inspirar para as nossas matérias.

Mas, para o ambientalista e nosso entrevistado Gerard Moss, nem tudo está perdido. Ele eà frente de um projeto de educação ambiental chamado Rios Voadores, que pretende educ jovens amazonenses sobre a importância de mais essa riqueza da Amazônia, que é o vapd’água formado a partir da evaporação dos rios locais. Imperdível!

Alinhado com essa temática de valores e prioridades, Wanderlei Passarela nos brinda cmais um artigo sobre desenvolvimento humano com o título “Gestão de Prioridades”. Seguele promover essa gestão é crucial para alinhar esforços, dar um norte à equipe e permitque as coisas mais importantes não fiquem de lado na escolha sobre o que deve ser feito organização.

Criação de valor também é tema do artigo de Doneivan F. Ferreira, que afirma que um objetivos do inovador é a criação de valor. Criar para trazer mudanças à sociedade.

Visto isso, podemos então respirar um pouco mais aliviados. As prioridades parece estmudando (ainda que lentamente) de lado e trazendo pra frente a busca da melhoria da sobrvivência da vida (nossa vida), aqui mesmo, pertinho, em nosso planeta ainda, sim, azul.

Boa leitura e até a próxima!

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A Amazônia é a maior usina geradora natural de água doce do planeta. Entrecortada porios que formam uma imensa malha hídrica, da qual o Amazonas é a principal artéria, posstambém grande reserva potável subterrânea. Mas isso não é tudo. A floresta é responsávepor produzir grande parte da umidade que equilibra o regime de chuvas em outras regiõesdo país, especialmente no Sudeste. As árvores amazônicas lançam diariamente na atmosfertoneladas de vapor d’água que percorrem milhares de quilômetros, levadas por correntesaéreas de vento, através de rotas nunca antes traçadas.

GÉRARD MOSS,o ambientalista voador que luta pelapreservação das águas no Brasil

suplemento especial

INTRIGADO EM CONHECER o ca-minho percorrido por toda aquela águaem suspensão, o aviador e ambientalis-ta suíço Gérard Moss resolveu seguiras correntes de umidade pelo céu doBrasil, em um projeto com a parceriado Instituto Nacional de PesquisasEspaciais (Inpe), e patrocínio da Pe-

trobras: Rios Voadores. Os dados que

coletou ao longo de mais de seis anosem trabalho de campo, compõem ummodelo computacional que auxilia nacompreensão da dinâmica do climabrasileiro – hoje marcado por secascada vez mais severas em algumasregiões, e enchentes sem precedentesem outras – e da umidade produzida

pela Amazônia nesse contexto.

Antes de pesquisar os “rios aé-reos”, Moss participou de um projetoigualmente estratégico – Brasil das Águas – coletando informações paraum inventário completo sobre a situa-ção dos rios brasileiros. A bordo de umhidroavião e de barco, ele percorreu,da foz à nascente, milhares de quilô-

metros de cursos d’água, recolhendo

RIOS VOADORES

por Mehane Albuquerque Ribeiro

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amostras, registrando imagens e in-teragindo com os habitantes.

O ambientalista que passou avida voando sobre diferentes países,no começo buscava apenas aven-

tura. Mas depois de testemunhar adegradação do meio ambiente emsuas formas mais gritantes, acabou seaproximando da ciência, tornando-seum pesquisador de campo com umahabilidade extra: pilotar aeronavespequenas em condições extremas,o que lhe permite chegar a locaisisolados e de difícil acesso.

Apesar de ter visto as paisagensmais exuberantes do planeta, foino Brasil que resolveu morar coma mulher Margi – companheira nasexpedições – e fixar residência logoque chegou por aqui, no início dosanos 1980.

Em entrevista ao Caderno deSustentabilidade , Gérard Mossfala de suas aventuras aéreas pelomundo, da paixão pelo Brasil e pela Amazônia, e do seu envolvimento empesquisas científicas. Fala, também,sobre a segunda etapa do projeto

Rios Voadores, voltada para a educa-ção ambiental. Nesta fase, realizadainicialmente junto a escolas da redepública de ensino de Manaus, o ob- jetivo é capacitar professores paraconscientizar os jovens da região so-bre a importância da preservação dafloresta para o país e para o equilíbriodo clima em todo o planeta.

“Procuramos mostrar que a Ama-zônia, além de todas as riquezasvisíveis que produz, nos dá outra,invisível, e talvez mais valiosa: ovapor d’água”, diz.

Você e a Margi viajaram o mundo,porém acabaram se fixando no Bra-sil. Por que o Brasil? O que fez comque vocês resolvessem ficar?

Gérard Moss – Eu e a Margi nosencontramos em Búzios, Região dosLagos fluminense, há pouco mais de25 anos. Ela chegou ao Brasil primeiro,

em 1979. Eu cheguei em 1982. O que

mais me chamou a atenção foi o povobrasileiro. O calor humano que eu nãovi nem em Hong Kong, onde moreiantes, ou na Europa, menos ainda. Apartir do momento em que conhece-

mos mais o país e o comparamos comoutros, confirmamos nossa opinião deque era o melhor lugar para morar.Entre 1989 e 1992, eu e ela demosa volta ao mundo de avião. Depoisdisso, decidimos ficar no Brasil. Sãopoucas as pessoas que têm a sorte deconhecer 60 países para poder esco-lher o lugar que mais gosta.

Como vocês se envolveram em cau-sas ambientais?

A primeira volta ao mundo quefizemos foi em um avião de pequenoporte, voando em baixa altitude, auma altura que eu chamo de ‘hu-mana’, pois a gente vê claramenteas belezas – e quanto mais aprecia,mais ama a natureza – mas tambémvê o estado de destruição da terra.E a nossa vontade de fazer algumacoisa para mudar isso foi crescendo. A partir daí, ao longo dos anos, temos

inventado projetos que sempre casamcom a aviação, que é o meu xodó, coma ciência, a pesquisa, a descoberta.

Você passou de mero observador aambientalista...

Sim. Todas as pessoas que amama natureza, no fundo, são ambienta-listas. No nosso caso, não nos con-tentamos em ficar só observando.Pensamos de fato em tentar ‘fazer adiferença’. Especialmente, em rela-ção ao tema ‘água’.

Quando começou o seu interessepela água e por quê?

Em muitos países da África e da Ásia a falta de água é flagrante. Masé um problema do mundo inteiro,cada vez mais crescente. Ainda noinício dos anos 2000, eu notei quepoucas pessoas no Brasil se davamconta ou percebiam a importância

estratégica da água que possuem;

que o Brasil, antes de carnaval efutebol, é um ‘país de água’; que opapel que o Brasil vai desempenharno mundo, no futuro, vai se basearna quantidade de água que possui e

na maneira como vai administrá-la.O projeto Brasil das Águas sur-giu, então, da ideia de que o Brasilé, em essência, um ‘país de água’.Começamos a pesquisar a situaçãodos rios brasileiros, mas ao mesmotempo tentamos mostrar às pessoasque elas devem ter orgulho de ain-da possuir grandes reservas estra-tégicas de água limpa. O avião foi asolução mais eficiente encontradapara percorrer esse território enorme.Levamos 14 meses voando pelo país,cobrindo uma distância equivalente aduas vezes e meia a volta ao mundo,para coletar água de diferentes rios epesquisar mais de mil pontos.

Essa foi a primeira vez que vocêscolaboraram em pesquisa científica?

Foi a segunda. A primeira vez foiem uma pesquisa de âmbito maisglobal, quando fizemos a primeira

volta ao mundo, a bordo de um mo-toplanador Ximango , fabricado pelaEmbraer. Essa viagem teve três obje-tivos. Primeiro, testar o desempenhoda aeronave da Embraer em condi-ções adversas. Segundo, transmitirimagens para a televisão (fizemosuma parceria com a TV Globo e coma Embratel, e enviamos as primeirasimagens ao vivo na história da tele-visão brasileira, feitas a bordo de umavião em voo). E o terceiro objetivo,de cunho científico, medir o teor deozônio em diferentes altitudes e locais.

Sobrevoando o Brasil de alto a baixo,qual foi o crime ambiental mais ater-rador que vocês testemunharam?

Sem dúvida, as queimadas emgrande escala, na região sul da Amazônia. Sobre o desmatamento,eu gostaria de ressaltar que o maisdeprimente é que, a cada voo que

faço, sem exceção – e eu voo o tempo

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suplemento especial

inteiro sobre a Amazônia – tem umpedaço de mata faltando, que viroufumaça, ou que virou pasto. Isso éterrível, porque quando vemos o des-matamento de perto, ele deixa de ser

apenas uma estatística que tomamosconhecimento todos os meses pelonoticiário e se torna uma realidadetriste, impactante. Ao mesmo tempo,é um motivo a mais para mim e aMargi continuarmos batalhando paraalertar o povo brasileiro, pois ele ain-da não se deu conta da importânciade preservar a floresta.

Em relação aos rios, o que maischamou sua atenção durante ossobrevoos?

Nem sempre a degradação é vi-sível. Mas alguns rios, como o Igua-çu, no Paraná, por exemplo, quandonasce, perto de Curitiba, já é total-mente poluído. A água das represasexistentes ao longo do seu curso écompletamente verde. É uma visãohorrível. Como sobrevoei, pousei enaveguei por milhares de rios, o quemais me chamou a atenção é que o

mundo já não tem os rios que o Brasiltem. A Europa, por exemplo, não pos-sui mais rios naturais. O Brasil tem o Araguaia e o Guaporé, onde a genteainda consegue navegar da nascenteaté a foz. Percorri mais de 2,5 milquilômetros de voadeira nesses rios,conhecendo de perto um tesouro queo país tem de sobra: biodiversidade.Por isso o projeto Brasil das Águas foitão importante para mostrar o quantoo Brasil ainda tem de água boa. Masisso não pode ser visto a olho nu,nem do alto.

Nos primeiros dois anos de pes-quisa, usamos um hidroavião. Masdepois, em alguns rios seleciona-dos, fizemos as medições indo porterra e por água. Percorremos 8 milquilômetros de voadeira em poucomais de um ano. Coletando materialcientífico, de um lado, e trabalhandocom educação ambiental junto aos

ribeirinhos, de outro.

Percebemos que os habitantesdas margens do São Francisco ou do Araguaia, muitas vezes não sabiamde onde vem o rio e para onde elevai. Foi uma grande emoção para nós

projetar em um telão, ou às vezes naparede da igreja de algum vilarejo,as imagens aéreas dos rios em todaa sua extensão e beleza. Tambémmostramos a essas pessoas o quantoelas são importantes para o Brasil,ao preservarem as águas. Foi umprojeto simples, sem muita tecno-logia, mas que nos tocou bastante,especialmente durante a fase de maiscontato com a população.

Como surgiu o projeto Rios Voado-res e por quê?

O projeto começou em 2006. Tevedois pontos de partida. O primeiro, éque há anos sobrevoando a Amazô-nia, eu sempre via pequenas nuvensse formarem sobre as árvores, depoisda chuva. E fiquei curioso em saberpara onde ia esse vapor d’água, equal a quantidade. O segundo pontode partida foi um encontro, na mes-

ma época, com o professor Antonio

Nobre, do Inpe. Nós nos conhece-mos em um evento, a bordo de umnavio, e eu aproveitei a sabedoriadeste cientista, que estava ali bemperto, para perguntar sobre o vapor

d’água. Ele, então, me disse: essevapor é como um rio voador. E memostrou a expressão em um trabalhodo José Marengo, da década de 1980,onde ele se referia ao fenômeno... eviramos parceiros.

Liguei, então, para o Marengo eperguntei se podia usar o termo paradar nome ao projeto. Ele respondeuque sim, e o convidei para participartambém. Foi uma presença impor-tante, pois ele teve a ideia de usarisótopos para definir as origens dovapor d’água e isso foi fundamentalpara a pesquisa.

A primeira fase da coleta de dadoscomeçou em 2007, durou três anos,e foi feita de avião. A partir de 2011,passamos a utilizar um balão de arquente. Foi uma mudança importan-te, sobretudo para estudar as origensdo vapor d’água. Coletando amostrasde avião, mesmo a certa altitude, o

deslocamento de ar produzido pela

RIO ARAGUAIA

RIO JURUÁ COM NUVENS DE VAPOR

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aeronave causava interferência noresultado. Precisávamos garantiramostras mais puras. Aí usamos obalão por dois anos. Voávamos bemperto das copas das árvores, encos-

tando nos galhos, tocando as folhas,percebendo o funcionamento daquiloque chamamos de ‘bomba biótica’,sentindo o cheiro da floresta. Às vezeso silêncio era total, quebrado apenaspelo som do maçarico.

Foi um período mágico. Em mi-nhas palestras costumo dizer que, seeu pudesse levar duzentos milhõesde brasileiros para um passeio debalão na Amazônia, o problema dodesmatamento estaria resolvido.

Você acompanhou a trajetória dessascorrentes, desde sua formação atéo destino final. Como foi a expe-riência?

O projeto, incialmente, fazia acoleta de vapor d’água em todo opaís. Segundo o professor AntonioNobre, os rios voadores transpor-tam diariamente para o sudeste, amesma quantidade de água que o

maior rio do mundo em vazão, que éo Amazonas. Mas além das coletas,eu queria seguir uma dessas cor-rentes aéreas. E fiz isso com a ajudadas equipes do Inpe e do Centro dePrevisão de Tempo e Estudos Climá-ticos (CPTEC), que me passavam asinformações necessárias. Isso foi em2009. Eu ficava em terra aguardando,com muito entusiasmo e com o aviãopronto para partir, um telefonema dopessoal do Inpe, avisando onde haviaum rio voador. Eu, então, decolavacorrendo para não perdê-lo. Mas porvárias vezes, não deu certo. Até euchegar ao local, já havia se dissipado.

Porém, no dia 4 de fevereiro de2008, decolei de Belém, no Pará, econsegui, pela primeira vez, acom-panhar um rio voador. Fiz a rota deSantarém, Manicoré, Porto Velho, Vilhena, Cuiabá, Pantanal, e depoisde sete dias cheguei a São Paulo,

seguindo a mesma massa de ar, com

todos os indicadores meteorológicosconfirmados. Durante a viagem, nãoparei de coletar amostras e depois de

aterrissar, revelamos os resultadospara a imprensa, que estava espe-rando. A quantidade estimada devapor d’água que chegou a São Paulonaquele dia foi a mesma de um rioSão Francisco. Se fosse possível co-letar toda a água daquele rio voador,o total equivaleria ao consumo deSão Paulo por 152 dias.

É importante ressaltar que umidadeé diferente de chuva. Vapor d’água é umpotencial de chuva. E os paulistanosnão sabiam que na cidade, a 100 kmdo litoral, várias vezes durante o ano,o vapor d’água não vem do Atlântico,mas da Amazônia, a muitos e muitosquilômetros de distância dali.

Pesquisas têm demonstrado queexiste relação entre o desmatamentona Amazônia e as secas que vêmse agravando nos últimos anos noBrasil. Em seus voos mais recentes,

observou alguma redução no volume

de vapor d’água transportado pelascorrentes aéreas?

Não observamos de avião, exata-mente. Monitoramos à distância osrios voadores em 40 cidades do Bra-

sil, há cerca de quatro anos. É claroque é um histórico muito pequenopara uma conclusão definitiva, mas oque observamos nesse curto períodofoi que nos anos de 2013 e 2014,quando começou o agravamentodessa seca terrível no Sudeste, aquantidade de rios voadores em al-gumas cidades, como Brasília, BeloHorizonte e Uberlândia, foi bem me-nor. Em Brasília, a redução chegoua 50%. Então, não temos ainda umaconclusão, mas parece existir umarelação entre a quantidade de riosvoadores que chega ao Sudeste e afalta de chuva.

Os dados da pesquisa estão sendoestudados pelo Inpe?

Sim. O Inpe é um grande parceiroe atualmente me tirou do circuitoda pesquisa de campo. Antes, euprecisava voar centenas de horas

coletando amostras. Agora, não. Asmodelagens computacionais desen-volvidas permitem, à distância, sa-ber tudo sobre o deslocamento dasmassas de vapor d’água. Hoje é fácillocalizar e acompanhar a trajetóriade um rio voador só pelo computador,sem precisar de avião.

Em sua opinião, a construção degrandes hidrelétricas na Amazônia,que provocam o desmatamento deáreas extensas e alteram a dinâmicados rios, pode estar contribuindopara o agravamento da seca no Su-deste e das enchentes em Rondôniae no Acre?

Bem, é importante ressaltar queeu não sou cientista, mas sei que odesmatamento nesses casos é sempreanunciado como sendo menor do quede fato é. Particularmente, acho muitoperigoso fazer retenção de água em

terrenos planos como os da Ama-

A AMAZÔNIA PRECISASER VALORIZADA, NÃO

SÓ PELO PRÓPRIO POVOAMAZÔNICO, MAS PORTODOS OS BRASILEIROS.O QUE VAI ACONTECER

NA AMAZÔNIA NOS PRÓ-XIMOS ANOS IRÁ AFETARDIRETAMENTE AS ECONO-MIAS E O BEM-ESTAR DA

POPULAÇÃO.MUITO MAIS DO QUE JÁ

ESTÁ ACONTECENDOHOJE NO SUDESTE.

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suplemento especial

zônia. Já vi de avião vários trechos– perto de Jirau, por exemplo – quenão iriam ser alagados a princípio,mas foram. O maior problema é que,quando se calcula o custo-benefício

de uma hidrelétrica, nunca é incluídoo valor de um rio natural. Nunca secoloca na equação a perda da biodi-versidade, a perda de uma espéciede peixe que sustenta centenas defamílias locais. O preço de um peixeque vive naturalmente em um riocomo o Araguaia – e eu amo esserio – é inestimável. Daqui a pouconão vai existir mais. Só vai ter peixecriado em cativeiro. De acordo coma nossa pesquisa, o Araguaia é o riobrasileiro com maior biodiversidade,com alto índice de fictoplantons ebacterioplanctons.

Sobrevoamos recentemente aárea do Teles Pires e do Juruena, quesão limpos, em uma região belíssima,e vimos as obras das hidrelétricas.É horrível constatar como uma bar-ragem pode afetar a saúde de umrio. E quando nos damos conta deque no Brasil ainda há grandes rios

naturais, seria importante, ao plane- jar a construção de uma hidrelétricadesse tamanho, que calculassem aperda de biodiversidade. Temos quepreservar os rios naturais. Na Europa, já não existem. É uma riqueza que oBrasil precisa guardar para as futurasgerações. Não podemos cometer osmesmos erros que os europeus.

A população brasileira está vivendoas consequências de uma crise hí-drica e energética jamais vistas. Emsua opinião, um colapso das águasestá perto de acontecer? O que fazer,no curto prazo, para evitar?

Em uma cidade como São Paulo,acredito que não falta muito paraocorrer um colapso. Fiquei surpresopelo fato de as autoridades não teremproposto um racionamento logo noinício. Estive conversando com umcolega australiano e ele me disse

que, se na Austrália os reservatórios

ficassem abaixo de 50%, seria con-siderado situação de emergência,haveria uma mobilização total parareverter isso. Em São Paulo, os re-servatórios chegaram a quase zero e

não fizeram nada. Isso é muito grave.Falta a consciência de que talveztenhamos que racionar água no fu-turo, para sempre. O consumo só vaiaumentando, e a oferta diminuindo. A situação que enfrentamos, a essaaltura, não vai se reverter tão rápido.

O racionamento deveria ter co-meçado há dois, três anos. Só assimas pessoas dariam valor à commodityágua. Ao mesmo tempo, há também ofato de que São Paulo perde de 30% a35% de água tratada em vazamentosnas tubulações. Isso é crime. Comoconvencer o consumidor a economi-zar ou propor um racionamento, sea Sabesp joga fora bilhões de litrosde água todos os dias e todo mun-do sabe disso? Então, a má gestão éoutro fator de agravamento da criseque precisa ser solucionado comurgência.

O projeto Rios Voadores entrou emsua segunda fase, de educação am-biental. Como tem sido o trabalhode capacitação de professores naAmazônia e como os jovens amazo-nenses reagem ao saber que, alémde todas as riquezas conhecidas, afloresta onde moram também expor-ta vapor d’água – bem imensurável– e contribui para o equilíbrio doclima do país?

A Amazônia precisa ser valorizada,não só pelo próprio povo amazônico,mas por todos os brasileiros. O que vaiacontecer na Amazônia nos próximosanos irá afetar diretamente as eco-nomias e o bem-estar da população,muito mais do que já está acontecen-do hoje no Sudeste.

Nessa segunda fase do projeto,nós usamos os Rios Voadores comouma espécie de fio condutor paratratar de assuntos relacionados. Nos-

so objetivo é fazer o jovem pensar:

se existe toda essa água circulandono ar, de onde vem, para que serve,para onde vai?

Trabalhamos com dados simples,mas que impactam as pessoas. Nin-

guém na Amazônia se dá conta, porexemplo, de que uma árvore de gran-de porte, com mais de 20 metros dealtura, pode evaporar uma toneladade água por dia. São 20 bilhões detoneladas, ou 20 trilhões de litrosde água que a bacia amazônica co-loca diariamente na atmosfera. Issodá uma ideia da importância que a Amazônia tem para o clima, para aeconomia e para o bem-estar do país.

O Rios Voadores começou naregião Sudeste, que é a receptorado vapor d’água, porque queríamosque as pessoas desses estados sou-bessem como e o quanto estão sendobeneficiadas pela Amazônia, que é aregião doadora. O amazonense, quena outra ponta é o foco desta segundafase do projeto, tem bastante cons-ciência da necessidade de preservara floresta, e se sente orgulhoso emdar essa contribuição ao país. Todos

eles sabem que se a floresta acabar,o Brasil também acaba.Usamos exemplos simples para

sensibilizar os alunos, e fazemosprojeção de vídeos de animaçãopara complementar o aprendiza-do. Para crianças de 6 a 10 anos,produzimos um livro chamado Riosque voam. Para o público de 10 a16, o método usado é um poucomais complexo. Falamos mais sobreeconomia e sobre a situação globaldo Brasil. É muito gratificante che-gar a uma sala de aula e perguntaraos alunos: vocês acham que os riosvoam? A maioria responde que não. Aí, nós mostramos o contrário e elesficam fascinados.

Desde 2010, o projeto Rios Voado-res de educação ambiental capacitou3,8 mil professores, e atingiu direta-mente um total de 150 mil alunos.Meu sonho é alcançar a meta de um

milhão de crianças.

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Banco Mundial incentiva uso de bicicletascomo meio de transporte na América Latina

WWF-Brasil lança estudos que apontam os desafios eoportunidades às energias alternativas renováveis no país

As bicicletas estão cada vezmais adaptadas à realidade

dos latino-americanos, dian-te das horas intermináveisdesperdiçadas no trânsito, do trans-porte público muitas vezes deficientee em meio à busca por uma vida maissaudável. Cerca de 450 milhões depessoas vivem nas cidades da Amé-rica Latina, e a maioria delas enfrentadiariamente os engarrafamentos ea poluição atmosférica decorrentesda motorização crescente: 70% dasemissões de CO 2 das grandes cidadesprovém de carros e motos.

A América Latina já conta com 12cidades que, juntas, oferecem umarede de mais de 12 mil bicicletaspúblicas, ajudando a incrementarseu uso. Cidades argentinas, comoRosário e Córdoba, contaram como apoio direto do projeto de trans-porte sustentável e qualidade do ar

do Banco Mundial. Entretanto, en-quanto cidades como Bogotá e Riode Janeiro contam com o recorde dequilômetros de ciclovias, não existemredes institucionalizadas na maioriados países da América Central.

Com o sistema Bike no Rio, maisde 5,6 milhões de deslocamentos jáforam feitos em bicicleta, segundodados da Secretaria Municipal doMeio Ambiente, o que significauma economia de mais de 2.000toneladas de CO 2. Em São Paulo

foi inaugurado no último domingo(28) a ciclovia da avenida Paulis-

ta, de acordo com a Companhiade Engenharia de Tráfego (CET),a administração municipal atualinaugurou 233,9 km de cicloviasdesde junho de 2014 – a meta é al-cançar 400 km até o final da gestão.Mais bicicletas, menos carros – EmBuenos Aires, o impacto da bicicletavem sendo crucial para que os deslo-camentos pela cidade não sejam umfator de estresse ou perda de tempo.Cerca de 180.000 pessoas usama bicicleta como meio principalde seus deslocamentos diáriosou como complemento de outrasopções, como o metrô, trens ouônibus. Assim, se o automóvel éo meio de transporte mais inefi-ciente, mais caro e mais desigual,a bicicleta é o oposto – é econômicae gera relações mais igualitárias.

O WWF-Brasil lançou no dia29 de junho dois estudos:um sobre energia eólica eoutro sobre energia solar

fotovoltaica, que fazem parte da série‘Potencial de energias alternativaspara o Brasil: oportunidades e desa-fios’. Estes estudos podem auxiliaro Brasil no melhor aproveitamentode seu potencial energético a partir

de fontes renováveis alternativas.Há três anos, o Brasil tem acionadosistematicamente usinas termelétri-cas (UTEs) movidas a combustíveisfósseis, devido à baixa dos reser-vatórios das hidrelétricas que sãoresponsáveis por cerca de 70% dageração elétrica no país, incidindono aumento de gases de efeito estufae nos custos de geração de energia.

“Existem alguns entraves eco-nômicos e políticos que dificultamum maior avanço das energias solar

e eólica, mas complanejamento edecisões mais as-sertivas, o Brasilpode avançar deforma significa-tiva no melhoraproveitamentode todo este po-

tencial energético e garantir maiordiversificação da matriz elétrica bra-sileira, o que traria maior segurançaao sistema e maiores benefícios eco-

nômicos e socioambientais”, afirmaAndré Costa Nahur , coordenador doPrograma de Mudanças Climáticase Energia do WWF-Brasil.

Segundo os estudos, embora estasfontes estejam em estágios de desen-volvimento bastante distintos, todastiveram um impulso inicial com arealização de leilões exclusivos parapromovê-las. O leilão exclusivo de ener-

gia eólica em 2009 contribuiu para darum impulso à expansão desta fonteque hoje é uma das alternativas reno-váveis que mais cresce no Brasil. E aenergia solar fotovoltaica, que está emum estágio inicial de desenvolvimento,deu um primeiro passo importante coma realização do 6º Leilão de Energiade Reserva em outubro passado, queresultou na contratação de 889,7 MWem projetos de energia solar fotovol-taica, dando início ao seu processo deinclusão na matriz elétrica nacional.

Crise energética retrata a falta de investimento em fontes alternativas mistas e complementa

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suplemento especial

Itaipu assina acordo para desenvolverprotótipo de bateria de lítio nacional

Em apenas dois anos o Brasil já terá condições de produ-zir a primeira bateria deíons de lítio com tecnologia

nacional. O anúncio foi feito no dia28 de maio, em Foz do Iguaçu (PR),

pela diretora financeira executivade Itaipu, Margaret Groff, duran-te a assinatura de um acordo decooperação global entre a ItaipuBinacional, Fundação Parque Tec-nológico Itaipu (FPTI) e a empresainglesa Mira Limited, uma das maisimportantes consultorias mundiaisdo ramo de pesquisa de veículoshíbridos e elétricos.

Também participaram da ceri-mônia, no Edifício das Águas, odiretor-geral brasileiro de Itaipu,

Jorge Samek, o diretor-geral daMira do Brasil, Armando Canales, eo diretor-superintendente da FPTI,

Juan Carlos Sotuyo. A parceria tem como objetivo

final a instalação, no Parque Tecno-lógico Itaipu (PTI), de um centro deexcelência para pesquisa de bateriade lítio, inédito no Brasil. Inicial-mente, já a partir da assinatura, nosprimeiros três meses, serão feitosestudos de prospecção junto à in-dústria nacional, para definição domodelo de bateria a ser adotado.

Produção em escala pela indústria – Escolhido o modelo, a parceriadesenvolverá o primeiro protóti-po, o qual poderá ser levado paraprodução em escala pela indústrianacional. “Hoje, a bateria de lítioé usada sobretudo em veículos enas telecomunicações. Queremos

desenvolver aquino PTI uma ba-teria escalável,que poderá serutil izada tan-to em veículoselétricos comoem sistemas de

armazenamento de energia”, an-tecipou Margaret Groff .

“Outra proposta é criar no Bra-sil uma rede de serviços de altacomplexidade na área de bateria...porque hoje, se você compra umabateria de lítio no exterior, muitasvezes tem de mandar esse produ -to para fazer manutenção forado país. Queremos prestar essesserviços aqui, e não no exterior”,reforçou ela.

Pioneirismo per-mitiu parceria– Para Arman-do Canales , aaproximação daMira com Itai-pu foi natural.“Achamos que

trabalhar em conjunto com Itaipue o PTI, que são pioneiros no Brasilno desenvolvimento de veículoselétricos e híbridos, e também naárea de armazenamento de energia,representa o perfeito casamento decompetências para a criação dessecentro de excelência.”

Jorge Samek disse que a par-ceria representa um passo im-

portante paraa região, queestá se tornan-do um celeiro detecnologia comgente capaci -tada em todasas áreas. “Isso

comprova que os recentes inves-timentos no oeste do Paraná, es-pecialmente em universidades ecentros de pesquisa, já começama apresentar resultados impor-tantes”, afirmou. Segundo ele, aparceria com a Mira, uma gigan-te da tecnologia, faz parte desseprocesso. “Se o mundo é global,nossa cabeça também tem queser global”, comentou.

Protótipo poderá ficar pronto em dois anos, preveem parceirosAcordo envolve Itaipu, Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPe empresa inglesa Mira.

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Prysmian expande linha de cabos sustentáveiscom o Plástico Verde da Braskem

Brasil recebe primeira frota de ônibus a hidrogênio

Alinhada às principaisfrentes de desenvolvi-mento de tecnologiassustentáveis, a Prysmian,

maior fabricante mundial de caboselétricos e de telecomunicações,expande a sua linha de cabos Afumex Green, com o novo com-ponente Afumex Green 1kV (1.000 Volts). Referência em segurança

e qualidade, o lançamento utiliza,em sua isolação, o Plástico VerdeI’m green™ da Braskem, maiorpetroquímica das Américas e lídermundial na produção de biopolí-meros. Desenvolvido a partir dacana-de-açúcar, o material é reno-vável e capaz de capturar CO 2 emseu processo produtivo.

“A preocupação com sus-tentabilidade está no DNA daPrysmian. Com este lançamento,aumentamos nossa gama de pro-dutos verdes. Inovamos ao apre-sentar, há três anos, o primeirocabo ecológico do mundo, o Afu-mex Green 750V. Agora, com aextensão da linha para o Afumex

Green classe detensão 0,6/1kV,seguimos comnosso com-promisso desempre ofere-cer ao merca-do inovaçõestecnológicas no

segmento de fios e cabos. O pró-ximo passo é ampliar o uso dopolietileno de origem renovávelpara famílias de cabos de con-cessionárias para distribuição deenergia em redes aéreas e sub-terrâneas”, declara Humberto

Duplat Paiva, diretor comercialda Prysmian.

Os cabos Afumex Green 1kVatendem às exigências das nor-mas (NBR5410 e NBR13570) parainstalações elétricas em locaiscom grande concentração de pes-soas e, até mesmo, em ambientesconfinados, uma vez que não pro-paga chama em caso de incêndios

e tem baixa emissão de fumaçae gases tóxicos. Além disso, sãoutilizados para energizar máqui-nas, equipamentos e iluminaçãoem geral, sendo aplicáveis emestádios, aeroportos, shoppings,escolas, edifícios comerciais eresidenciais, entre outros.

Para apresentar ao mercadoo novo Afumex Green, a Prys-mian investiu R$ 10 milhões emPesquisa & Desenvolvimento eem equipamentos para produção. A nova geração dos cabos seráproduzida nas fábricas de Soro-caba e Santo André (SP), a partirde maio, e será destinada a todaa América do Sul.

O estado de São Paulo recebeuno dia 15 de junho a primei-

ra frota brasileira de ônibusa hidrogênio para transporte urba-no no país e da América do Sul. Ostrês coletivos, livre de emissão depoluentes, fazem parte de projetodirigido pelo Ministério de Minas eEnergia (MME).

Os veículos inaugurados nãoemitem poluentes, utilizando apenasvapor d’água que é eliminado peloescapamento dos ônibus. Os ônibustambém apresentam 45% de energiarenovável – contra 14% do resto do

mundo –, colocando o país em umaposição de destaque mundial. Alémdo Brasil, os únicos países capazesde desenvolver e operar ônibus comtal tecnologia são Alemanha, Canadáe Estados Unidos.

Representando a futura geração

da mobilidade sustentável, os cole-

tivos já em circulação foram estam-pados com imagens de três pássaros

da fauna brasileira, o ararajuba, osabiá-laranjeira e o tuiuiú.O projeto foi coordenado pelo

Programa das Nações Unidaspara o Desenvolvimento (Pnud),Empresa Metropolitana de Trans-portes Urbanos (EMTU), AgênciaBrasileira de Cooperação (ABC),direção do Ministério das Minas eEnergia, e recursos do Fundo Glo-bal para o Meio Ambiente (GEF) eda Agência Brasileira de Inovação(Finep).

Família Afumex Green cresce incluindo cabos da classe de ten0,6/1kV (até 1.000V).

Projeto representa o futuro da mobilidade sustentável no país.

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Braskem economiza R$ 154 milhõescom tratamento e reúso de água

Com investimentos de mais deR$ 250 milhões em projetosde eficiência hídrica des-de 2002, a Braskem, maior

petroquímica das Américas e lídermundial na produção de biopolíme-ros, figura hoje como uma das com-panhias de referência na gestão derecursos naturais do setor químicoem todo o mundo.

O consumo de água da empresa éseis vezes inferior à média da indús-tria química internacional, segundodados do International Council ofChemical Associations (Icca). NaBraskem, o índice de consumo deágua em 2014 foi de 2,16 m 3 por tone-lada, enquanto a média da indústriaquímica mundial é de 25,9 m 3 portonelada. O aporte realizado desde

a criação da companhia, em 2002,resultou em uma economia acumu-lada da ordem de R$ 154 milhões naredução de custos com tratamentode efluentes líquidos e na demandapelo recurso hídrico.

“O crescimento populacionale econômico ocorrido nos últimos50 anos triplicou o consumo deágua no planeta – apenas 2,5% dototal de água existente na Terra sãoaproveitáveis para o uso. Precisa-mos ainda considerar que questõesde inviabilidade técnica e econô-mica podem fazer com que essapequena parcela do insumo natural

seja desperdiça-da”, diz JorgeSoto, diretor deDesenvolvimen-to Sustentávelda Braskem. “Porisso, a empresatem na eficiên-cia hídrica um

de seus objetivos prioritários deatuação”, explica.

Como fruto desse compromis-so, a empresa atingiu indicadoresimportantes. O índice de geraçãode efluentes líquidos diminuiu 34%nos últimos 12 anos, representandouma redução acumulada de R$ 154milhões, principalmente com trata-mento de efluentes

Incentivo à inovação – A utiliza-ção consciente de água conta comos resultados de dois grandes pro- jetos de reúso em andamento naBraskem. Um deles é o Aquapolo,criado em 2010 e que abastece oPolo Petroquímico do ABC, em SãoPaulo. Este projeto é responsávelpelo tratamento de água prove-niente de esgoto para utilizaçãoem fins industriais. Outra inicia-tiva, inaugurada em dezembro de2012, é o Água Viva, fruto de umaparceria entre a Braskem e a Cetrel.Com um investimento superior a R$20 milhões, a iniciativa possibilita

reduzir também o uso de energiaelétrica com a substituição de méto-dos antigos de tratamento de águafluvial e efluentes por um processoúnico de reaproveitamento.

Entre 2011 e 2014, o percentualde reúso total de água (provenientede chuva, efluente industrial e es-goto doméstico tratados) aumentouem 55%. Entre 2013 e 2014, foramreutilizados 38,7 milhões de m 3 deágua, liberando para as cidades oconsumo de um volume equiva-lente a 15 mil piscinas olímpicas,suficientes para suprir o consumoanual de uma cidade de cerca de500 mil pessoas.

Em Duque de Caxias (RJ), umprojeto de reúso e redução de águadesenvolvido por um colaborador

será responsável por reduzir, a par-tir deste ano, o consumo de 22,6mil m3 de água e promover o reúsoanual de um volume de 40,1 milm3 desse insumo. Idealizada em2013, a iniciativa consiste no re-aproveitamento de água utilizadaem processos produtivos, que antesera descartada como efluente, parauso nas torres de resfriamento dasplantas. A implementação do pro- jeto resultou em uma economia deR$ 291 mil por ano. O percentualde água economizada destinado aoreúso equivale ao consumo diáriode mais de mil pessoas.

Desde 2006, o espaço é reconhecido como área de preservaçãoambiental da Mata Atlântica e pelo trabalho de educação com criançda comunidade.

A SUA CONTRIBUIÇÃO

NOS AJUDA AAJUDÁ-LOS.w w w . m s f . o r g .

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INVENÇÃOVS INOVAÇÃO:

começamos a inovarno setor elétricoA definição de inovação é diferente daquilo que a maioria das pesspensa. Inovação envolve a criação de novas ideias, processos oprodutos que, quando colocadas em prática, resultam efetivamente emudanças positivas. Ou seja, uma inovação vai além de uma invençã

requer a implementação (ser colocada em prática) e a criação de usistema de valor (ser colocada no mercado).

A história tem alguns ícones da inovação que mudaram orumo da humanidade. Por exemplo, John Davison Rocke-feller, Henry Ford, Thomas Alva Edison, os irmãos Orvillee Wilbur Wright e Steve Jobs. Esses célebres empreende-dores foram capazes de tornar uma ideia em um modelo

inovador de negócio. É importante aqui definir o caráter especial des-sas pessoas. Existem muitos inventores brilhantes. No entanto, semuma visão de modelo de negócio, eles serão mais um entre milhões.

Rockefeller não foi o primeiro descobridor do petróleo; ele criouum modelo inovador de negócios controlando a produção, processa-mento e distribuição. Ford não foi o inventor do automóvel; ele criouum modelo inovador de produção em massa e um modelo para tornarseu produto acessível a milhares de pessoas. Edson não foi o grandeinventor do sistema de geração de energia elétrica – no caso, não eranem ao menos o melhor (vide a história de Nikola Tesla e a “guer-ra” entre alternating current e direct current ); no entanto, ele inovouao criar um modelo viável de geração centralizada e distribuição deeletricidade ( utilities ). Os irmãos Wright não foram os inventores do

avião e também não foram os primeiros a decolar e manter um aviãomotorizado no ar: tecnicamente eles são reconhecidos por inovar comum sistema de controle para dirigibilidade; eles inovaram mesmo foina negociação de suas patentes, percentual na nova empresa e royal-ties por aviões vendidos. Steve Jobs não inventou o computador ouo telefone, mas criou um modelo inovador de microcomputador comsistema operacional amigável (Macintosh) e um audacioso modelo defornecimento de novidades eletrônicas ao mercado.

Insisto em mostrar que invenção e inovação são coisas bem dife-rentes. Criar valor é o objetivo do inovador. Criar para trazer mudan-ças à sociedade. Grandes modelos inovadores resultam na interrup-ção e destruição de modelos tradicionais de mercado. A história está

Doneivan F. Ferreiraé diretor do InstitutoCapital Intelectual (C3i) epesquisador do CNPq.

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A bateria PowerWall armazena energia e abastece a casa em momentosmais oportunos

Conjunto de baterias para neceesidades especiais (ex. prédios)

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repleta de brilhantes inventores e autodidatas comcapacidade de desenvolver pesquisas sistematiza-das. Eles sempre estiveram entre nós. No entanto,não eram capazes de desenvolver seus negócios...inclusive Santos Dumont (é por isso que seu nomenão foi listado acima).

Cenário atual – O mundo encontra-se em umagrande encruzilhada, discutindo como resolver

seus problemas de oferta de energia e pressãoda sociedade resultante da preocupação com im-pactos ambientais. Além disso, existe uma partedo mundo que precisa se desenvolver e carecede oferta de energia (leia-se África). Lembroque mesmo no Brasil existem cerca de 260mil domicílios sem acesso à eletricidade. Semenergia não há renda, desenvolvimento, infraes-trutura, saúde, educação etc. Desenvolver essasregiões não é apenas uma obrigação moral,é uma questão de segurança para a socieda-de como um todo. Todavia, o preço do longo e

sistemático descaso do resto do mundo carregaconsigo enorme custo ambiental. Como exem-plo do impacto ambiental resultante do rápidodesenvolvimento de países não industrializados,observem o preço ambiental sendo pago com aChina e a Índia.

Elon Musk – Elon Musk é engenheiro e inven-tor norte-americano, nascido em 1971. Ele émais conhecido como o grande empreendedorpor trás das empresas SpaceX, Tesla Motors,SolarCity e PayPal. E se destaca dos milhõesde empreendedores mundiais pelas seguintescaracterísticas: capacidade de elaborar modelosconceituais com variáveis técnicas (a invenção)e econômicas (viabilidade e mercado); assumirgrandes riscos, apostando seu legado, fortuna e

tempo com paixão e comprometimento total.Musk tornou-se bilionário com o bem-suce-dido modelo de pagamento via internet PayPal. Arriscou sua fortuna e reputação em um modelode transporte de suprimentos e astronautas paraa Estação Espacial Internacional (SpaceX), oque reduziu o custo da atividade, até então sófeita pela Nasa e Rússia, em 320%. Muitos ochamaram de louco pretencioso. Musk investiuno empreendimento de seus primos, a Solar-City, criando o maior provedor de serviços deenergia solar do mundo. Outro empreendimentode destaque é uma linha de carros elétricos dealta performance (< 650 hp) com a promessa deabastecimento gratuito ilimitado de sua empresaTesla Motors.

A criação de um caminho alternativo paraa sociedade: a grande inovação – No iníciode maio de 2015, Elon Musk anunciou quesua empresa Tesla Motors viabilizou um novomodelo mundial de energia descentraliza-da e descarbonizada. Seu modelo envolve a

captação de energia por painéis fotovoltaicose sistema de armazenamento e gerenciamen-to de eletricidade, o PowerWal. Ou seja, eleuniu sistemas mais eficientes de captação deenergia fotovoltaica de sua experiência com aSolarCity e um sistema de bateria recarregávelde lítio com controle térmico líquido, fruto desua experiência com a Tesla Motors. Seu mo-delo inovador torna cada usuário em gerador epõe em risco o modelo tradicional de geraçãocentralizada, transmissão e distribuição inau-gurado por Thomas Edison.

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O PowerPack é um conjunto de baterias maiores fabricadas parafornecer energia até mesmo para indústrias e serviços

A Tesla Gigafactory 1, localizada em Reno, Nevada (EUA), foi projetada

para fabricar baterias de íons-lítio

O anúncio da Tesla inclui:1. Fornecimento imediato do PowerWall por US$3,500.00 e US$ 3.000,00 (10 kWh e 7 kWh). OPowerWall é um painel medindo 1,3 m x 0,86 mx 0,18 m, pesando 100 kg, que pode ser fixado naparede interna ou externa de uma residência.O sistema pode acrescentar até nove unidadespara aumento de capacidade.2. Sistemas para condomínios, shoppings etc.3. Gigafactory, suprindo 50 GWh em áreas estratégicas.4. Tudo em open source, ou seja, não há co-brança de royalties ou proteção de propriedadeintelectual. Todos podem ter acesso à tecnologiapara criar melhorias ou novos produtos.

Os impactos esperados são de grandes propor-ções. Tenham em mente que, hoje, a matriz elétricamundial depende em cerca de 80% de termelétricas

para gerar energia por queima de combustíveisfósseis. A eletricidade é transmitida por milhões dequilômetros de linhas de alta tensão e distribuídapor um emaranhado de redes elétricas municipaise rurais. Com isso, a geração de energia elétricacentralizada é uma das maiores responsáveis pelolançamento de CO 2 na atmosfera. Elon Musk acabade dar um passo efetivo para a descarbonizaçãoda matriz energética mundial. Isto é um marcohistórico!

Todos os que nasceram antes de 1985 se lem-bram dos telefones fixos e orelhões. O brasileiroprecisava comprar uma linha fixa caríssima, a qualdemorava a ser instalada. Algumas pessoas viviamdo aluguel de linhas particulares para terceiros.Nos últimos anos, o modelo de telefonia mudoudrasticamente deste modelo de telefones fixos comlinhas aéreas e subterrâneas para o sistema detelefonia móvel (celular). Alguns países asiáticosnem passaram pela experiência da telefonia fixa eimplementaram diretamente a telefonia móvel.

O mesmo está prestes a acontecer com o modelode fornecimento de energia elétrica. A Tesla pode

fornecer energia em lugares remotos, onde nuncahouve uma central geradora, redes de transmissãoou distribuição. O sistema apresentado pode suprirmetrópoles, fábricas, prédios, shopping centers etc.Pode também reduzir ou cancelar o uso de gerado-res com motores a combustão.

Conclusão – Enquanto o mundo esperava a viabi-lização técnica e econômica da fusão nuclear (nãoconfundir com fissão nuclear), Elon Musk conse-guiu viabilizar o uso do melhor e mais convenientegerador de fusão nuclear: o Sol. Painéis solares

geram a energia localmente e o PowerWall armazenae gerencia seu uso. O mundo já começou a pensarnesta inovação e em seus potenciais impactos. Podemacreditar... os impactos serão significativos e inter-romperão inúmeros modelos de negócios tradicionais.

Nossa tarefa não é simples, mas temos cami-nhado bem na formação de um grupo de Pesquisa,Desenvolvimento e Inovação, com foco na criaçãode soluções que mudem modelos tradicionais. Àsvezes, diante dos pequenos sucessos alcançados

enquanto lutamos contra um modelo brasileiro quedesestimula a iniciativa privada, o empreende-dorismo e a inovação, temos a breve sensação deestarmos progredindo em nossa missão de inovar.Elon Musk vive em um sistema oposto ao brasilei-ro, onde existe atratividade, valorização, estímuloe incentivo à criatividade e à inovação. Apesardas significativas diferenças entre os ambientes, épossível olhar para a paixão e comprometimentodeste visionário e tê-lo como exemplo de empreen-dedorismo inovador. E assim devemos prosseguir...querendo inovar.

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suplemento especial

Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade

“GESTÃO DE PRIORIDADEEm nosso último artigo, na edição n. 100, assinalamos que umdos pilares para a reabilitação da coesão entre líderes e equipesé a Gestão de Prioridades.

Temos observado que esse é um dos pontos que os executivosmenos prestam atenção e menos investem no seu desenvol-vimento. Por outro lado, a Gestão de Prioridades é crucialpara alinhar esforços, dar um norte à equipe e permitir que as

coisas mais importantes não fiquem de lado na escolha sobre o quedeve ser feito. Negligenciá-la pode significar uma perda de efetivida-de individual e de grupo.

Se, por um lado, a priorização é simples, pois envolve o julgamentoe o bom senso em distinguir quais são as coisas realmente importantesa serem feitas e o que vem em primeiro lugar, por outro, sua execução écomplexa, pois depende de disciplina – algo que é mal compreendido,discriminado e colocado como impossível por muitas pessoas. Ao men-cionar a palavra ‘disciplina’, em salas de aula ou em palestras, podemossempre ver as expressões faciais das pessoas: bocas viradas de lado,cenhos franzidos, olhar distante, etc.

Stephen Covey já escreveu brilhantemente sobre a priorização,em Firsts things, first . Ali, a distinção entre o que é urgente e o queé importante é a chave para se escolher as prioridades de ação. Noquadro abaixo, e com nossa versão de suas conclusões, exprimimosum resumo dessa visão:

O segredo para a efetividade é colocar na frente as urgências impor-tantes, deixar de lado o que não é urgente nem importante, pensar se épossível delegar ou mitigar as urgências não importantes, se concentrarao longo do tempo nas coisas importantes e não urgentes. Aí está a chavedo desempenho. Essas coisas importantes são procrastinadas, pois nãosão urgentes, e acabam nunca sendo feitas. Mas são elas que fazem adiferença no longo prazo e não deveriam sair do radar, sendo constante-mente revisitadas e tendo tempo dedicado a elas.

Pois para focar nesse último quadrante, do importante/não urgente,é preciso disciplina. E aí mora o problema... Afinal o que é disciplina?

Wanderlei Passarellaé mestre em Adminis-tração de Empresas ebacharel em Economiapela FEA-USP, e tambémengenheiro mecânico pelaEscola Politécnica da USP.pós-graduado na Abordagem TransdisciplinarHolística, pela Unipaz/FSJT. Atualmente dirige a Synchron Participa-ções e é coach de executivos. Foi diretorpresidente da GPC Química S/A e da PetroflexS/A. Também foi diretor geral da MenashaMaterials Handling South America e exerceucargos gerenciais na Nitroquímica (Grupo

Votorantim) e Ipiranga Química.

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A disciplina é uma arte, um sentimento, um atributoou uma virtude? É importante frisar que disciplinanão é um conjunto de regras. As regras vêm de forapara dentro. Elas procuram conformar um compor-tamento, com recompensas e punições, tal qual nomovimento em contraposição à verdadeira motiva-

ção, que é interior. A disciplina, ao contrário, vemde dentro para fora. Ela não é aprisionadora, comoas regras, mas libertadora, porque nos leva a con-quistar aquilo que está em nossa alma, se tivermosa convicção e a firme vontade de nos dedicarmosàquilo que almejamos. Assim, a disciplina é umavirtude e pode ser cultivada.

Ela é uma virtude que é a base para a transforma-ção pessoal. Sem ela não há como evoluir, se transfor-mar. A disciplina, então, para nosso propósito, é umavirtude interna que facilita a cada pessoa o cumpri-mento de suas obrigações, é um autodomínio, e é acapacidade de utilizar a liberdade pessoal, isto é, apossibilidade de atuar livremente, superando os con-dicionamentos internos e externos que se apresentamna vida cotidiana.

Os mestres do espírito, de todos os matizes, sem-pre asseveraram que a disciplina é mandatória paraa transformação pessoal. Os autores de Feitas paradurar , um clássico da administração de empresas,Collins e Porras escreveram que só há três coisas afazer na empresa se a gestão objetivar a perenidade:“pensamento disciplinado, processos disciplinados epessoas disciplinadas”. Assim, a convergência entrediversos gurus é plena: apenas a disciplina lhe permi-

te evoluir e criar seu caminho para plenos resultados.De novo, é importante frisar a distinção entre o que

vem de dentro e o que vem de fora. Regras vêm defora, algo que tenta te moldar a certos comportamentos.Embora necessárias para estabelecer limites e mostraraté onde vão direitos individuais, elas não são transfor-madoras. Apenas a disciplina o é, pois vem de dentro,é interior. Nasce da vontade de se superar, de produzirmelhor, de conquistar certos atributos. Nada surge doacaso. Para trabalhar e estudar é preciso disciplina.

E a disciplina existe tanto para se fazer algo comopara não se fazer. Para se fazer algo, é óbvia a neces-

sidade da disciplina. Mas para não se fazer, é maisdifícil o entendimento. Não fazer é contemplar, medi-tar, deixar a intuição nos guiar. Deixar que os pensa-mentos se acalmem e não gritem incessantemente,impedindo o seu centro de se manifestar, de te mostrarideias inovadoras.

O não fazer também significa deixar que outros fa-çam. É a arte de o líder agir de forma não centralizado-ra, permitindo que as coisas sejam feitas a seu tempo ea seu modo, confiando que sua equipe esteja preparadapara realizar as contribuições importantes, necessáriase suficientes. Se, por outro lado, um líder não acreditarno não fazer, ele irá querer interferir em tudo, exigir

que quase todas as decisões passem por ele, impedirque os outros cresçam por assumirem responsabili-dades e as consequências plenas das suas escolhas.Dessa maneira não haverá “espírito de grupo”.

Mas o não fazer não significa ficar de braçoscruzados. Pelo contrário, significa um trabalho maior

de acompanhar tudo a distância, de estar ligado noque está acontecendo para poder aprender, ensinar,participar como ouvinte e como mentor. O verdadeirolíder faz e não faz! O grande líder, além de prepa-rado na arte de fazer, de saber o que e como fazer(pois investiu em suas competências) também sele-ciona e prepara as pessoas que estão com ele paraque possam se habilitar ao mesmo. E, então, com aspessoas preparadas, ele pode investir no não fazer.No acompanhamento do todo. Ele pode investir paraque a inteligência do grupo possa fluir. E aproveitara capacidade do grupo, que sempre é maior do que asoma das partes.

A síntese entre fazer e não fazer repousa na capa-cidade do líder integral em trabalhar com os outros.Equilibrar sua ação própria com a ação de seu grupo.Não é “delargar”. Delargar é um termo que o meioempresarial inventou para designar quando um chefe,ao invés de delegar atividades, ele simplesmente largaa mão... Portanto, essa síntese entre fazer e não fazer éo oposto de “delargar”.

O não fazer exige uma disciplina. A disciplina deestar aberto ao mundo e aos outros. É uma verda-deira disciplina interior, porque necessita de todo oser. E também necessita do entendimento profundo

de que estamos interconectados e de que muitasdecisões se baseiam no que está na intuição coleti-va, e não na cabeça de apenas um indivíduo. É umadisciplina porque requer o exercício da humildade dequem a pratica, necessita da presença no dia a dia,para se estar participando sem se estar no centro dasações.

A boa notícia é que, apesar das incertezas edúvidas de muitos, a disciplina pode ser desenvol-vida em uma equipe. Duas coisas são cruciais paraisso: o exemplo e a dedicação do líder; e o estabe-lecimento de processos de trabalho, com métodos,

pontos de checagem e discussão periódica dosavanços e retrocessos. Portanto, saber instituiressa cultura de priorização é uma ciência, poisdepende de processos testados, mas também éuma arte, porque necessita da vontade e da visãohumana do líder. A resposta para nossos malesestá em nós, pessoas. Melhores resultados depen-dem da atitude de pessoas e assim também o écom a Gestão de Prioridades.

Finalmente, nossa conclusão: Capacitar e desen-volver profissionais e líderes, com ciência e com arte,são o caminho para superar as dificuldades da priori-zação de tarefas e da efetividade!

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DOIS ESTUDANTES BRASI-LEIROS de engenharia químicaforam os vencedores do prêmioanual UniSim Design Challenge,da Honeywell (NYSE: HON)Process Solution. No projeto daUSP, premiada pela segunda vezconsecutiva, foi utilizado um sof-tware de simulação para mostrarcomo os poluentes podem ser

removidos de água contaminada.Mariana Kaori KobayashiCunha, aluna de EngenhariaQuímica da Escola Politécnica(Poli-USP), e Herbert SenzanoLopes, estudante de mestradoda Universidade Federal doRio Grande do Norte (UFRN),desenvolveram uma solução quemostra como é possível tratara água usada na exploração depetróleo e gás e reutilizá-la dediferentes formas, incluindo oconsumo humano. Os alunosforam orientados pelo professorGalo Carrillo Le Roux, da USP.

Mariana e Herbert apresen-taram a proposta vencedora du-rante o Honeywell Users Group(HUG) Americas Symposium,maior encontro anual de clientese parceiros da indústria de pro-cessos, que aconteceu em San

Antonio, nos Estados Unidos.Herbert Senzano Lopes tambémfoi o vencedor da edição 2014,com seu projeto Recuperação degás expandido para geração deeletricidade.

Com o UniSim Design R430,Mariana, Herbert e Le Roux de-terminaram como tratar a águacontaminada com compostos tó-xicos – tais como benzeno, tolue-no, etilbenzeno e xilenos (BTEX)

– por meio de um processo delimpeza utilizando o oxigênio doar e a energia gerada em proces-sos de produção. Usando a solu-ção Supercritical Water Reactor(SCWR), os compostos tóxicosforam convertidos tornando aágua potável para seres humanose o meio ambiente.

O prêmio UniSim De-sign Challenge permite queos estudantes de engenharia

proponham soluções para osproblemas mundiais enfrentadospelos fabricantes de processosque utilizam o software UniSimDesign Suite da Honeywell, quedesenha e modela projetos eminstalações do mundo todo.

“No Brasil temos um nú-mero crescente de campos deexploração de petróleo onshoree offshore que produzem muitosbarris de água contaminada por

dia. Isso foi a força central portrás do projeto”, conta a estudan-te Mariana Kobayashi. “Ao usar osoftware UniSim, fomos capazesde resolver efetivamente um dosmaiores problemas ambientaisdo setor de upstream”, explica.

A solução UniSim DesignSuite fornece um modelo deprocesso interativo que permiteaos engenheiros criar projetosestacionários e dinâmicos, além

de ser utilizado extensivamentepara desenho de plantas, mo-nitoramento de desempenho,solução de problemas, melhoriasoperacionais, planejamento denegócios e gestão de ativos. Osmodelos UniSim Design po-dem ser aplicados em soluçõesde treinamento e otimizaçãoavançada fornecidos por UniSimOperations, UniSim Optimiza-tion, e UniSim Competency.

Estudantes brasileiros vencem prêmio internacionalde engenharia química da HoneywellProjeto da Universidade de São Paulo (USP) conquista a primeira colocação

UniSim Design Challenge; Herbert Lopes, da UFRN, é bicampeão do prêmio

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Da esquerda para a direita: Mariana Kaori Kobayashi Cunha ,Andrew D’Amelio, vice presidentede vendas da Honeywell Process Solutions nas Américas eHerbert Senzano Lopes.

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ABB

ABB e o gás natural liquefeito: Transformandoo ‘encanamento flutuante’ do futuro

AS SOLUÇÕES DA ABB para

navios transportadores de GNL,seus batedores quebradores degelo e uma ampla variedade deoutras classes de navios tambémincluem sistemas de suporte e ser-viços diagnósticos remotos paraaumentar segurança, eficiênciae confiança, garantindo que nãoafundem o “encanamento de gásnatural flutuante do futuro” e asoportunidades que este promete.

A solução de energia avançadadesenvolvida pela área de marineda ABB para transportadores deGNL é baseada no portfólio de ge-radores, quadros de distribuição,transformadores, acionamentos depropulsão de velocidades variáveise motores altamente confiáveis daempresa. Estes componentes sãocombinados com sistemas de pro-teção e gerenciamento de energiaavançados especificamente desen-

volvidos para esses tipos de navios.

Demanda crescente, fornecimentoelevado – e exportações em ascen-são – Nos últimos 30 anos, o con-sumo global de gás natural maisdo que dobrou para 113 trilhões depés cúbicos, uma tendência que irácontinuar. Até 2035, a produção degás natural liquefeito responderápor 16% do consumo de gás, prevêo relatório Energy Outlook da BP.

Os Estados Unidos se tornarãogrande exportador de gás, trans-portando 6 trilhões de pés cúbicosaté 2040, de acordo com a Agên-cia de Informação de Energia dosEstados Unidos [U.S. Energy In-formation Agency]. Além disso,

as ações do Japão e da Alemanhapara reduzir a dependência daenergia nuclear após o acidentede Fukushima em 2011, associa-das às relações entre países quepossam representar desafios paragasodutos convencionais, suge-rem que o papel de navios de GNLno comércio de gás internacionalse intensificará. O comércio degás natural é um mercado muitodinâmico que exige soluções de

transporte flexíveis. Espera-se queo transporte marítimo de gás au-mente ao longo da próxima década.

Desafios e oportunidades – Porexemplo, empresas de energiaprocurando transportar GNL pela

Rota do Mar ao Noroeste do Árticoentre a Europa e a Ásia estão sevoltando para a ABB para fornecertransportadores equipados com osistema de propulsão Azipod ca-pazes de carregar até 170.000 m 3 de gás natural liquefeito. Equipa-dos com turbochargers, geradores,transformadores, acionamentose três Azipods da ABB, estes na-vios do futuro terão capacidadede quebrar gelo permitindo-lhes

Levar gás a mercados, especialmente de regiões remotas, exige transporte seguro eeconômico. Navios construídos para carregar com segurança gás natural liquefeito(GNL) resfriados a 163º Celsius negativos têm cada vez mais importância. A AB já é a maior fornecedora de sistemas de propulsão elétrica, incluindo seus Azipodde padrão industrial para navios transportadores de GNL como aqueles operandonas águas do Ártico entre a Europa e a Ásia.

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viajar sem escolta, mesmo atravésde gelo denso, reduzindo custos,acelerando tempos de entrega emantendo a segurança.

E de sua ponte de comandoem Billingstad, Noruega, a ABBoferece serviços de diagnósticoremoto para transportadores deGNL para ajudá-los a permane-cerem em curso, mesmo quandoalgum imprevisto ocorrer. Um en-genheiro da ABB está disponível24 horas por dia, sete dias porsemana via conexão por satélite,caso um problema surja.

Soluções de derramamento –

Conforme grandes transportadoresde GNL proliferam, surgem desa-fios. Por exemplo, derramar GNLem tanques durante tempestadespoderia danificá-los, se gerencia-dos de modo inadequado. A ABBoferece a Octopus Advisory Suite,um pacote de monitoramento de

movimento, previsão e suporte àdecisão que melhora a disponibi-lidade e segurança para naviosvariando desde transportadoresde GNL até navios de cruzeiroem operações sensíveis ao cli-ma. Ideal para transportadores deGNL, Octopus inclui prevençãode derramamento.

Eficiência e limites de emissãoestimulam o interesse no GNL –Outros navios também se voltarampara o combustível GNL e para apropulsão elétrica da ABB à fren-te de novos limites de emissão dedióxido de enxofre que até 2020

podem efetivamente banir o óleocombustível pesado no Mar Báltico,Mar do Norte, costas dos EstadosUnidos e do Canadá e no Caribe.

No ano passado, a ABB forneceua propulsão elétrica para o primei-ro barco de passageiros a GNL domundo, o barco de 218 m Viking

Grace . Também a bordo está o sis-tema de monitoramento Emma da ABB, para reduzir o consumo decombustível em seu trajeto entreTurku, Finlândia, e Estocolmo, Su-écia. Os motores do Viking Grace estão equipados com turbochargersda ABB, para aumentar a energiae a eficiência ao transportar 2.500passageiros e 500 carros entreportos.

Modelo para a marinha – O GNLtambém irá energizar um quebradorde gelo bicombustível para ser entre-gue à Agência Finlandesa de Trans-porte [Finnish Transport Agency] em

2016. A Finlândia queria o primeiroquebrador de gelo a GNL do mundocomo um modelo para a indústria na-val, contratando a ABB para fornecera infraestrutura de energia elétrica ea propulsão Azipod para um navioescoltar outros através do Golfo deBótnia pelos próximos 50 anos.

• 25 years of nance & accounting experience• Previous work with Shell, Eni, Petronas & Mubadala

• Over 17 years of legal experience in Brazil’s oil & gas sector• Currently provides extensive regulatory assistance with the PSC

COURSE OBJECTIVES:■ Review current international accounting standards and

developments that impact JVs for both operatorand non-operators

Learn how to structure your accounting procedures underthe PSC and successfully identify which costs arerecoverable

■ Undertake a legal assessment of Brazil’s current unitisation

provisions and gain clarity into the treatment of costs ■ Analyse Brazil’s detailed taxation laws and the impact they

have on your accounting calculations

■ Be better positioned to evaluate, implement, monitorand oversee your oil and gas projects and understand thekey nancial risks involved

ACCOUNTING PROCEDURES FOR PETROLEUM CONTRACTS – PSCs - JOAs - TAX - IFRS31 AUGUST - 03 SEPTEMBER 2015 | RIO DE JANEIRO, BRAZIL

C O UR

S E L E ADE R

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Alan MayoDirector

Maltway Training Consultants

Luis MenezesPartner

Villemor Amaral Abvogados

Paulo Fernando MeloTax Partner

RSM Brasil

ACCREDITEDB A C

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BG Brasil e Senai Cimatec

BG Brasil e Senai Cimatec inauguramsupercomputador

A BG BRASIL E SENAI CIMA-TEC inauguraram no dia 27 demaio o supercomputador maisrápido da América Latina noCentro de Supercomputação paraInovação Industrial do Senai Ci-matec, em Salvador (BA). Idea-lizada pela companhia de óleoe gás, em parceria com o Senai/ Fieb, a supermáquina é capaz deprocessar mais de 400 trilhões deoperações por segundo (TFlops) eintegra um programa de P&D emgeofísica, com investimento totalde até R$ 60 milhões.

Batizado de Cimatec Yemo- ja (Iemanjá, em iorubá), o su-percomputador é parte de umainiciativa revolucionária emprocessamento de dados sísmi-cos. Neste projeto, também estásendo inaugurado um centro deexcelência de nível internacionalem computação.

“A complexidade dos camposdo pré-sal nos impulsiona a buscarsoluções cada vez mais inovadoras.

O supercompu-tador é, definiti-vamente, parte

desse esforço enos auxiliará nasatividades da in-dústria de óleo egás. Nosso obje-

tivo é produzir inovação no Brasil,fomentando conteúdo local de basetecnológica, globalmente competi-tivo”, ressalta Nelson Silva , CEOda BG na América do Sul.

O projeto dará prioridade aoestudo e otimização da tecno-

logia chamada Full WaveformInversion (FWI) para o proces-

samento de dados sísmicos 3De 4D de dimensões industriais. A iniciativa será conduzida peloconsórcio International Inver-sion Initiative, liderado pela BGBrasil. Serão colaboradores naspesquisas a Universidade Federaldo Rio Grande do Norte (UFRN),além da Universidade de BritishColumbia (Canadá) e o ImperialCollege London (Inglaterra), asduas últimas referências mun-diais em FWI.

“Este projeto ilustra o ambientede inovação no Brasil, que esti-mula parcerias em pesquisas derelevância global. O supercompu-tador é uma infraestrutura estraté-gica que permitirá à BG e gruposde pesquisa de ponta resolveremgrandes desafios da indústria re-lacionados a imageamento de re-servatório e processamento de da-dos. Isso tem sido possível através

do investimentoda Cláusula de

PD&I da Agên-cia Nacional dePetróleo, GásNatural e Bio-combus t íve is(ANP), e de in-

vestimentos dos governos estadu-al e federal”, acrescenta RichardMoore, CTO do BG Group.

O Cimatec Yemoja utiliza pro-cessadores Intel Xeon e XeonPhi™ e o sistema SGI® ICE X™.De acordo com o diretor regionaldo Senai-Bahia, Leone Peter An-drade, a utilização de softwares demodelagem computacional deman-da conhecimento especializado emuito tempo de desenvolvimento.“O Centro de Supercomputação,com sua capacidade de escala,adquirirá os principais softwarese ofertará às empresas soluçõesadequadas às suas necessidadestecnológicas”, avalia.

produtos e serviços

Instalada em Salvador (BA), a supermáquina vai revolucionar oprocessamento de dados sísmicos e apoiar o desenvolvimento do pré-sal

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produtos e serviços

Edra

Wirex

Material resiste à corrosão e tem durabilidade maior que o aço convencional

Tubos e conexões da Edra substituemmetal em plataformas offshore

Wirex Cable lança linha de cabos paraaplicações offshore

UMA DAS GRANDES demandasdas plataformas offshore do setorpetroquímico são os custos de manu-tenção com a troca das tubulações econexões de aço corroídas pela água

do mar, o que acontece a cada cin-co anos. A Edra desenvolveu tubosFRP capazes de resistir a situaçõesseveras – como corrosão por águasalgada e fogo – e capaz de dissiparcargas elétricas.

Com maior resistência, o FRPdiminui o tempo de paralisaçõespara manutenções nas plataformas,o custo da manutenção é menor e,além disso, é de fácil instalação, temresistência química, longevidade,baixa transmissão térmica e baixo

peso. Estas são algumas das carac-terísticas únicas dos produtos daempresa, que passam por rigorosostestes no campo da Edra e em insti-tuições independentes.

Essas características são essen-ciais para a segurança das platafor-mas offshore, e por isso os produtos doportfólio da Edra – tubos, acessórios,

flanges e liners – ganham espaço nomercado como vetor de competitivi-dade e segurança de processo.

As tubulações são oferecidas emdiâmetro de até 32 polegadas, com

pressão de 20 kgf/cm2

em platafor-mas de petróleo e navios, em siste-mas de drenagem de efluentes, con-dução de água potável, água salgada,transportes de produtos químicos,linhas de incêndios e água de lastro.

Todos os processos da Edrasão ancorados em normas técni-cas nacionais e internacionais,incluindo a ISO 9001. A empresapossui também o CRCC Petrobrase o certificado Type Approval, emi-tido pela DNV GL.

A FIM DE GARANTIR a segurançanas instalações offshore, a WirexCable S/A oferece a linha de cabos Wirex.Marine para aplicação emplataformas de petróleo e naviosem geral. Os cabos Wirex.Marinesão fabricados com materiais retar-dantes à chama e isentos de halogê-nios, que minimizam a emissão defumaça e gases tóxicos em caso deincêndio. Além disso, a linha Wirex.Marine inclui os cabos com carac-

terísticas especiais: fire-resistant(FR) e mud-resistant (MR), paraaplicações específicas.

Os cabos navais são destinadosa circuitos de iluminação e potênciaem baixa e média tensão; circuitos decontrole, sinalização e instrumenta-ção. Os cabos são oferecidos com cer-tificações Type Approval emitidas porduas das mais importantes sociedadesclassificadoras internacionais: Bureau

Veritas (BV) e Det Norske Veritas--Germanisher Lloyds (DNV-GL).

Com foco na segurança de pes-soas e equipamentos, a Wirex de-senvolveu os cabos Fire Resistant,que garantem o funcionamento doscircuitos mesmo sob condições defogo, permitindo que equipamentos

e sistemas de segurança continuemoperativos. Sua principal aplicaçãoé em circuitos de segurança, taiscomo: alarme, detector de fumaçae fogo, iluminação de emergência,bombas anti-incêndio, entre outros. A barreira de fita de mica entre ocondutor e a isolação garante a pro-teção do produto sob condições defogo de acordo com os requisitos daIEC60331-21 (90 minutos).

Para utilização em plataformas e

sondas de perfuração, a Wirex utilizaum composto do tipo Mud Resistant,indicado para instalações em quese requer máxima proteção contraa lama com resíduos gerados noprocesso de perfuração de poços depetróleo. O composto da coberturaem SHF2 mud-resistant atende ànorma IEC 60092-360 e aos requi-sitos do ensaio de resistência à lamaprevisto na NEK 606.

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produtos e serviços

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Schneider Electric

Tuper

Schneider Electric apresenta novoscontroladores para máquinas industriais

Tuper investe em linha própria para revestimento de tubos

A SCHNEIDER ELECTRIC,especialista global em gestão deenergia e automação, lança nomercado brasileiro a Linha deControladores Lógicos Programá-veis (CLP) M221, M241 e M251,Eles melhoram o desempenho demáquinas nas indústrias. A novalinha é ideal para Integradores deSistemas e fabricantes de máqui-nas em geral.

“A Schneider Electric investeem pesquisa e desenvolvimento denovas tecnologias para moderni-zar e otimizar linhas de produçãoindustriais. Nossa missão é tornarmais eficiente a gestão de ener-gia e automação, oferecendo aosnossos clientes possibilidade dedesenvolverem suas atividadescom custo reduzido e melhores

resultados”, afirma André Marino,

vice-presidentena SchneiderElectric.

Com aspectomultifuncional,o ControladorLógico M221tem Ethernetpadrão embuti-

da em seu núcleo oferece acessoremoto para manutenção imediatae facilidade na visualização de suamáquina. Conta com 640 Kb dememória RAM e 2 Mb de flash, esua capacidade de processamentopode chegar até a 0.2 µs por ins-trução. O CLP M221 também estádisponível em formato book.

O M241 é um controlador pro-gramável de automação que aten-de aplicações de alto desempenho.

São cinco portas de comunicação

capazes de oferecer alta perfor-mance para as máquinas. Aindaoferece acesso ilimitado para oequipamento via Ethernet. Odispositivo permite que as páginasde visualização sejam projetadasdiretamente dentro do SoMachinee armazenadas no servidor webdo PLC. Esse procedimento reduztanto o tempo de instalação, quan-to o custo da máquina.

Já o M251 se encaixa per-feitamente em casos de estrutu-ras modulares e distribuídas. Ocontrolador programável aumentaa flexibilidade da arquitetura dopainel sem alterar o espaço interno.O equipamento permite conexãocom sistemas SCADA, MES e ERPpor meio de cabos Ethernet padrãoe WI-Fi, podendo ser acessado até

mesmo de um celular ou tablet.

COM CAPACIDADE para revestir42 mil toneladas de tubos por ano,a nova unidade já está em operaçãoe garante à empresa mais compe-titividade, qualidade e melhoresprazos de entrega.

Única empresa de capital 100%nacional entre as grandes fabri-cantes instaladas no Brasil a pro-duzir tubos de aço API reconhe-cidos pela indústria internacionalde petróleo, a Tuper conta agoracom uma linha própria exclusivapara o revestimento de tubos. Cominvestimento de cerca de UD 5milhões e 35 novos empregos di-retos, a unidade instalada em SãoBento do Sul (SC) tem capacidade

para revestir 42 mil toneladas detubos por ano.

Os primeiros 570 m de tubosrevestidos pela Tuper foram en-tregues ao cliente SC Gás paraaplicação nas obras do Gasodu-to Serra Catarinense. De acordocom o diretor Industrial da Tuper, Jailson Planca, a linha própria

de revestimentos permite que aempresa seja a responsável portodas as etapas do fornecimento.“Com isso, ficamos mais compe-titivos, ampliamos a garantia dequalidade e conseguimos melho-

res prazos de entrega, pois todoo processo é feito internamente”,assegura o executivo.

Além do fornecimento para o mer-cado interno, a Tuper vislumbra novosnegócios com o exterior e mantémseu foco nas exportações para os paí-ses da América do Sul. Com proteçãoanticorrosiva, os tubos revestidos sãoutilizados principalmente na condu-ção de óleo, gás e derivados, água eaplicações industriais e civis.

Lançamento da Linha de Controladores Lógicos Programáveis M221, M241 e possibilita alta performance e flexibilidade no controle de máquinas.

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Heraldo Batingaé en-genheiro mecânico comMBA em gestão de petró-leo e gás pela FGV, ocupaatualmente a função degerente de Engenharia deAplicação na Hirsa Sistemas; trabalha há 37anos no setor de Petróleo e Gás, tendo atuadonas áreas de Projeto de Caldeiraria, Tubula-ção Industrial e Instrumentação e Controle.

VCONE, TECNOLOGIA DE PONpara medição de gás úmido

A medição de gás úmido é um assunto que vem ganhando mais emais importância para a indústria nos últimos anos. Como exemplpodemos citar o desenvolvimento de campos marginais de óleo e gáque são economicamente viáveis com a medição direta do gás úmidoou no gerenciamento de poços, provendo em tempo real informaçõesobre vazão de produção ou em testes de poços.

Este artigo detalha a tecnologia do elemento deprimogênio Vconepara este tipo de aplicação. Testes realizados em laboratórios derenome como SWRI, CEESI e NEL e aplicações práticas demons-tram a boa performance dessa tecnologia.

Desenvolvido no começo dos anos 1980 pela Mccrometer, empresacom mais de 40 anos no mercado de vazão, o Vcone é resultado de umesforço de pesquisa e desenvolvimento que resultou em um medidorpreciso, inovador e confiável, já consolidado com mais de 5.500 unidadesem operação no Brasil e no mundo nas mais diversas aplicações. No casoda medição de gás úmido, os testes demonstram a performance superiordo Vcone quando comparado a outros elementos de mesma tecnologiadeprimogênia.

Assim como acontece com os outros medidores por diferencial depressão em medição de gás úmido, o líquido na corrente gasosa induza um erro positivo geralmente chamado de “over-reading” do medidor,porém no Vcone estes valores possuem alta repetibilidade, sendo possívelestimar este percentual de erro positivo e corrigi-lo.

Vcone – O Vcone é um medidor de vazão do tipo pressão diferencial. Eleopera com o mesmo princípio físico dos medidores deprimogênios (ex.placa de orifício, Venturi, etc.) com vantagens, usando o teorema da con-servação de energia de um fluido em movimento através de uma tubula-ção. Um cone, posicionado no centro do tubo de medição, interage com ofluido em escoamento, modificando o perfil de velocidade e criando uma

região de baixa pressão imediatamente a jusante do cone.O diferencial de pressão (dp) entre a pressão estática da linha a mon-tante e a região de baixa pressão criada após o cone, pode ser medidoatravés de um transmissor de pressão diferencial conectado nas tomadasdo Vcone. O dp pode então ser incorporado à equação de Bernoulli paraa determinação da vazão do fluido. Este medidor é um inovador dispo-sitivo de dp que mede vazão com precisão, cobrindo grande range deNúmero de Reynolds para uma variedade de fluidos líquidos e gasosossem necessidade de trecho reto a montante ou a jusante. O Vone pode serconstruído dos mais diversos materiais para atender as áreas industrial ede petróleo. Devido à sua geometria (poderíamos chamar de venturi in-vertido), possui baixa perda de carga permanente se comparado a outroselementos deprimogênios.

medição de gás úmido

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Princípio de operação – O Vcone é um elemento de-primogênio e, como tal, sua teoria de medição da va-zão se fundamenta em leis físicas conhecidas, ou seja,considera a equação da continuidade e a equaçãode Bernoulli da conservação de energia em um tubofechado que demonstra que a uma vazão constante, a

pressão é inversamente proporcional ao quadrado davelocidade do fluido dentro do tubo. [1] Em resumo, apressão diminui à medida que aumenta a velocidade.Observe a Figura 1: quando o fluido se aproxima docone sua pressão é (P1), ao passar pela região anularentre o cone e o tubo esta restrição gera um aumentode velocidade e consequentemente a diminuição dapressão a jusante do cone (P2). As pressões P1 e P2são medidas através de transdutor de pressão diferen-cial (o centro do cone possui um furo interno ligadoa P2). O diferencial de pressão (Dp), criado pelo Vcone, aumenta e diminui exponencialmente com avelocidade do fluxo, ou seja, com a vazão (Equação 1).Quanto maior for o estreitamento da seção transversal,maior será o diferencial de pressão criado para umamesma vazão; temos aí a razão beta, que é um impor-tante conceito que relaciona a área de passagem coma área total do tubo. Veja a Figura 2 para a relação betano Vcone comparado com a relação beta na placa deorifício. Podemos também observar na Equação 1, a in-clusão de um coeficiente de correção C, que transformaadequadamente a equação teórica para o uso prático,levando em consideração todos os elementos de escoa-mento real. Este coeficiente é chamado de Coeficientede descarga Cd e é definido como: Cd = vazão real /

vazão teórica. A Mccrometer chama este coeficiente deCf – Coeficiente de fluxo, uma vez que não usa valoreshistóricos de C ditados por norma como na placa deorifício e sim valor levantado em laboratório para cada Vcone, informado em certificado próprio.

Para fluidos compressíveis, temos a inclusão dofator de expansão Y na fórmula da vazão (Equação 2)para compensar o fato da mudança na massa específicado gás devido à queda de pressão ao passar pelo cone.Inicialmente era utilizada a fórmula para cálculo de Ydada pela ISO 5167, contudo a Mccrometer solicitouao National Engineering Laboratory (NEL) da Escócia,um dos mais conceituados laboratórios de vazão nomundo, um rigoroso estudo para a determinação dofator de expansão para o Vcone. A nova equação entãofoi desenvolvida e apresentada em agosto de 2001 naConferência Internacional de Medição de Vazão queaconteceu na Escócia (Equação 3).

Modificação do perfil de velocidade – O cone cen-trado no tubo obriga que o fluido que se move pelocentro da tubulação flua ao redor do cone. Esta geo-metria apresenta muitas vantagens se comparada aostradicionais medidores concêntricos de Dp. A formado cone foi analisada e testada por mais de dez anos

para se obter a melhor performance em diferentescircunstâncias.É necessário entender o conceito de perfil de fluxo

desenvolvido dentro de um tubo para compreender odesempenho do Vcone. Se o fluxo em uma tubulaçãolonga não está sujeita a obstruções ou perturbações,se considera um perfil bem desenvolvido (Figura 3).Se traçarmos uma linha perpendicular a este fluxo, avelocidade em cada ponto desta linha será diferente.

A velocidade será zero na parede do tubo, máximano centro e novamente zero na parede oposta. Isto sedeve à fricção que se cria com a passagem do fluido.Como o cone está colocado no centro do tubo, este

Figura 1. Tomadas de Alta e Baixa

Figura 2. Comparação entre a Relação Beta no Vcone e placa

Equação 2. Equação da vazão para fluido compressível

Equação 3. Equação do Fator de Expansão (NEL)

Equação 1. Equação da vazão para fluidos incompressíveis

onde:D = diâmetro do duto

β = raio betag c = conversãoΔ P = pressão diferencial

ρ = densidadeC f = coeficiente de fluidez

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interage diretamente com o “núcleo de alta velocida-de” do fluxo. O cone força o núcleo de alta velocidadea misturar-se com o fluxo de menor velocidade quepassa mais perto da parede.

Outros medidores de Dp possuem aberturas cen-trais e não interagem com este núcleo de alta veloci-

dade. Esta é uma importante vantagem do Vcone embaixas vazões, pois continua interagindo com o núcleode alta velocidade, produzindo Dp em vazões em queoutros medidores já não produzem. Outro ponto im-portante desta interação é que o perfil de velocidadevai se tornando “flat”, ou seja, as velocidades tendema se tornar constantes ao se aproximarem do cone(Figura 4), dispensando, portanto, trechos retos ouretificadores de fluxo.

Para medição de vazão de gás seco a performancedo Vcone é bem documentada, seja por uma varie-dade de testes realizados, inclusive teste no SWRI deacordo com o API 5.7,[2] pela infinidade de aplicaçõesexistentes ou pela Aprovação de Modelo para Transfe-rência de Custódia já obtida em vários países.

Escoamento multifásico/gás úmido – No escoa-mento Multifásico, os problemas são complexosporque as propriedades de dois ou mais fluidosdevem ser consideradas e porque a diferença dospadrões de escoamento depende das condições deoperação e arranjo da tubulação (tubo na hori-zontal, vertical, etc.). Sabemos que o escoamentomultifásico não está ligado apenas ao estado damatéria (líquido/gasoso), podemos ter um escoa-mento multifásico líquido-líquido, contudo aqui

estamos verificando um escoamento líquido-gás,ou seja, com uma interface.

As características acima mencionadas provocam oaparecimento de perfis de escoamento denominadospadrões de escoamento multifásico. As denominaçõesdestes padrões variam um pouco dependendo do au-

tor ou organização, porém os perfis indicados na Figu-ra 5 são os mais usuais para escoamento em tubulaçãohorizontal, a saber: Padrão tipo Bolha, Estratificado,Ondulado, Tampão, Semigolfada, Golfada e Anular.

O padrão de escoamento Anular é o que se verificano escoamento de gás úmido, ou seja, o gás viajando emalta velocidade ao centro e o líquido escoando pela pare-de interna do tubo. Observando o tubo transversalmente,temos um anel de líquido que, devido à gravidade, temespessura maior na base. Observam-se bolhas dispersasno líquido e líquido atomizado na corrente gasosa. Como aumento da vazão, o filme líquido tende a diminuirde espessura e o gás a carrear mais gotículas; estamosentrando em outro padrão de escoamento chamadoNévoa (Mist ou Spray). Nesta condição, todo líquido seencontra atomizado, viajando na mesma velocidade dogás. Este perfil é também muito encontrado na indústriaem escoamento de gás úmido.

Uma pergunta que se impõe seria em que pontotermina um escoamento multifásico propriamente ditoe começa um escoamento de gás úmido. Alguns auto-res consideram “wet gas” um escoamento multifásicocom uma fração de líquido de até 5% em volume,outros chegam até 10% (GVF=90%). Atualmente, umatendência é usar como referência o chamado “Lo-ckhart-Martinelli parameter”, que será discutido maisà frente, estabelecendo-se um limite de 0,35 para esteparâmetro, o que corresponde a um volume líquido de

Figura 3. Perfil de velocidade desenvolvido

Figura 5. Tipos de perfis de escoamentoFigura 4. O Vcone dispensa trechos retos ou retificadores de fluxo

medição de gás úmido

Flattened profile causedby the V-Cone

Irregular profile causedby a disturbance upstream

Flow direction

Bubble flow

Stratified flow

Wavy flow

Plug flow

Semi-slug flow

Slug flow

Annularflow

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7% e 12% para pressões de cerca de 4 Bar e 100 Bar,respectivamente. O API “Multi-phase report no. 2566” já define desta maneira; a Asme conforme o “Wet gastechnical report” na última edição, tende a concordarcom o API e a ISO tem ideia de adotá-lo.

O Vcone no gás úmido – A Mccrometer tem feitosubstanciais pesquisas do efeito que o gás úmidoexerce na medição com o Vcone desde meados dadécada passada, inicialmente no Southwest ResearchInstitute (SWRI)-Texas e recentemente com mais pro-fundidade nos dois maiores centros de pesquisa nesteassunto que são o Colorado Engineering ExperimentStation (CEESI) e o National Engineering Laboratory(NEL) na Escócia. Todos os resultados obtidos tiverama mesma orientação no sentido de demonstrar a apli-cabilidade do medidor para esta condição.

Tradicionalmente, as placas de orifício têm sidoutilizadas para medição de gases úmidos, contudo,ultimamente, esta aplicação com placas tem sidovirtualmente abandonada nos Estados Unidos emfunção do conhecimento adquirido em pesquisas quemostram que o acúmulo de líquido na placa resultaem escoamento não estável. O líquido tende a atraves-sar o orifício em “slugs”, e o resultado final destasgolfadas é uma leitura instável de delta P.

Isto pode ser observado na Figura 6, fotografiatirada no SWRI em teste de placa de orifício subme-tida a vazão de gás úmido realizado em 1997. Emcontraponto, a Figura 7 mostra um Vcone submetidoàs mesmas condições de teste, em que a geometria do

mesmo possibilita a passagem do líquido sem acúmu-lo, não interferindo na leitura do diferencial de pres-são. Observe que o padrão de escoamento é Anular.

Esta mesma geometria inovadora possibilita outracaracterística que vale a pena ser registrada queé a capacidade “autolimpante” do Vcone, quandoaplicado a gases úmidos e sujos. Observe a Figura8, resultado de teste realizado na Marathon Oil GasMetering Station, o acúmulo de partículas na placade orifício após três meses de operação com gásnatural úmido (H2S + parafina), este acúmulo se ve-rificou nas faces a montante e a jusante, comprome-tendo o dimensional da placa além do entupimentodas tomadas de pressão.

A Figura 9 mostra um Vcone wafer (outra cons-trução do Vcone) que foi montada na mesma linhada placa. Após nove meses de operação foi observadoalém da limpeza do mesmo, a estabilidade dimen-sional da borda do cone, o que em última análise setraduz em exatidão e prolongamento do período entre

inspeções. É óbvio que nem o cliente nem o BLM,órgão americano responsável pelo recolhimento de“Royalty” ficaram satisfeitos e todas as placas foramsubstituídas por Vcones. [4]

Outros usuários do Vcone na aplicação de gásúmido, por exemplo, na saída de separadores, se-riam: Halliburton Reservoir Services, Oseberg-A,Brown&Root, ABB/Statoil, Norsk Hydro, Troll, Saga,Chevron, Shell, etc.

Assim como acontece com os outros medidores pordiferencial de pressão em medição de gás úmido, olíquido na corrente gasosa induz a um erro positivogeralmente chamado de “over-reading” do medidor,porém no Vcone estes valores possuem alta repetibili-

dade. Uma vez informada a vazão de líquido, a vazãode gás e suas massas específicas, é possível estimar opercentual deste erro positivo no Vcone.

Os testes demonstraram que o “over-reading” éfunção do chamado Lockhart-Martinelli Parameter,denotado por X (na verdade temos também umapequena influência da velocidade do gás [Númerode Froud] e pressão, contudo X é o fator mandatório).Este número adimensional é na verdade a relação en-tre a inércia superficial do líquido e a inércia superfi-cial do gás e é calculado pela Equação 4 abaixo:

O gráfico a seguir mostra claramente a tendêncialinear desta relação. Todos os testes realizados no NELe no CEESI demonstram esta tendência, portanto a

Figura 6. Teste no SWRI com placa de orifício

Figura 7. Teste no SWRI com o cone

Equação 4. Lockhart-Matinelli Parameter

Figura 8. Placa após três meses de testeFigura 9. Vcone após nove meses de teste

Onde: X = Lockhart-Martinelli Parameter = Vazão mássica do gás (oper. ) = Vazão mássica do líquido (oper.) = massa especifica do gás

= massa especifica do líquido

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Mccrometer pode oferecer fatores de correção para ouso industrial na medição da vazão de gases úmidos.

No caso do Vcone, foi desenvolvido o chamado“Steve correlation”. O Dr. Richard Steven, pesquisadorda Mccrometer, apresentou em 2002 um trabalho [5] de testes realizados no NEL onde foram desenvol-vidas correlações, dentre elas a correlação abaixo(Equação 5), neste caso para uma relação beta de0.5 em um Vcone de 6”. Na equação, mg é a vazãomássica do gás corrigida, mg(tp) a vazão aparenteno medidor e o termo do denominador o fator decorreção. Esta correção traz a medição para umaincerteza de +/- 2%.

Devemos observar que os erros são acumulativos.Uma vez que temos uma incerteza de +/- 0.5% em gásseco para o Vcone, e utilizando a regra da raiz qua-drada da soma dos quadrados, teremos uma incerteza

final de aproximadamente 2,1%, ou seja, {[(0.02)^2]+[(0.005)^2)]}^0.5=0.0206.

Os gráficos (Figuras 10 e 11) dos testes realizadosno NEL demonstram claramente isto. No primeiroverificamos a tendência linear de crescimento do over--reading contra X, e os resultados após a correção (6”,

beta de 0.55 a 3 pressões). No segundo gráfico temosos resultados corrigidos em escala ampliada onde,fora alguns pontos espúrios, constatamos a incertezade +/- 2,1%.

No sistema de medição de vazão, o chamadoelemento terciário, ou computador de vazão, já possuiincorporado o algoritmo de cálculo do Vcone em setratando de gás seco – para gás úmido já temos fabri-cante com algoritmo desenvolvido para esta aplicação,baseado nas correlações acima discutidas.

medição de gás úmido

Figura 10. Tipos de perfis de escoamento

Equação 5. Steven Correlation

Figura 12. Percentual de erro após correção

Figura 13. Loop de teste do NEL

Figura 11. Resultados antes e após o uso do fator de correção

NEL Wet Gas V-Cone Meter Data0.55 Beta, 60 Bar

0.55 Beta V-Cone MeterNew Wet Gas Correlation

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Referências1. MCCROMETER, “Vcone technical brief”, p. 1-2, 2M/3-00/k24517-16 rev. 2.4, 2003.2. SWRI Testing of V-Cone Meters in Accordance with API 5.7 Report. 2004.3. SHEN JS et al. “A Performance Study of a V-Cone Meter in Swirling Flow”, North Sea Flow MeasurementWorkshop 1995, Paper no. 20.4. LAWRENCE PA, “ Wellhead Metering Using Vcone Technology”, p. 8-10, McCrometer 2000.5. STEWART D & STEVEN R et al. “Wet Gas Metering with V-Cone Meters”, North Sea Flow MeasurementWorkshop 2002, Paper no. 4.2.6. TING VC. “Effect of Orifice Meters Orientation on Wet Gas Flow Measurement Accuracy”, presented at the SPEGas Technology Symposium, Calgary, Canada, June 28-30, 1993.

Agradecimentos - Ao Dr. Richard Steven e ao Dr. Robert Peters, ambos da Mccrometer/EUA, e ao Sr. Roy Williams,da Nuflo-Barton do Canadá pelo envio de notas técnicas.

Embora os loops de teste do NEL e do CEESIutilizados nos testes do Vcone tenham significativasdiferenças, os resultados encontrados no CEESI forambem similares aos mostrados aqui do NEL. Os testesforam realizados para diâmetros e betas específicos.

Tradicionais recomendações para medido-

res deprimogênios como ISO 5167, AGA3, etc.,oferecem detalhada especificação, requisitos deinstalação e cálculo, contudo se aplicam a esco-amentos estáveis, homogêneos e monofásicos. [6]

Continuadas pesquisas são necessárias para ocompleto entendimento do efeito do gás úmido emmedidores deprimogênios, porém já temos condi-ção de avaliar muitas instalações com o intuito deminimizar erros onde as medições de gás úmidosão consideradas como gás seco. Não precisamos

ressaltar a importância deste assunto, pois todossabemos os valores monetários envolvidos nastransferências de grandes volumes de gás queacontecem todos os dias.

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José de Sá é sócio da

Bain & Company.

Diminuindo a lacuna

entre as aspiraçõese a excelênciaDecerto nenhum executivo do setor de energia gostaria de abrir o jornal pela manhã e encontrar sua empresa em manchetes envolvendoacidentes. Perfeitamente compreensível, porém em contraste com os

crescentes desafios operacionais que a exploração de óleo e gás emáguas profundas têm criado, ao mesmo tempo em que investidorespressionam constantemente por ganhos de eficiência nas operações.

Neste cenário, como então uma empresa do setor de energia podebuscar melhorias operacionais e ainda mitigar os acidentes? Ambição para melhorar é um começo, contudo, uma vez que asempresas de energia, em sua maioria, são grandes e complexas

organizações, elas precisam de uma abordagem sistemática: um sistemade gestão de excelência operacional (OEMS). Colocado em prática pelaprimeira vez há mais de 20 anos pela Exxon, após o derramamento de óleoem Valdez, a prática da empresa passou a ser um modelo para outras com-panhias petrolíferas internacionais e nacionais.

Colocar um OEMS em prática não garante desempenho superior, éapenas um primeiro passo. Alcançar totalmente os ganhos da melhoria naperformance depende de quão bem a empresa incorpora o sistema, desdea linha de frente até o backoffice, e como os funcionários reagem com asmedidas dia após dia. Em outras palavras, não se refere apenas à criaçãode novos sistemas e sim a como ensinar às pessoas uma nova forma detrabalhar e melhorar continuamente.

Mas então, o que é um OEMS?É mais do que apenas um manual operacional. É um conjunto de regras

que descreve como a empresa pretende atingir a excelência operacional.Os melhores exemplos são focados, simples e implacavelmente aplicados.

Um bom OEMS:• Define expectativas globais para operações.• Define a linguagem comum que todos na organização podem usar parafalar sobre as operações e as suas aspirações.• Compartilha práticas e comportamentos bem-sucedidos com toda a or -ganização.• Mapeia responsabilidades do topo até a linha de frente.• Promove a melhoria contínua.

Um bom OEMS está alinhado com os objetivos de negócios. Por exem-plo, se a principal meta é reduzir os riscos operacionais, então a priori-

dade deve ser o desenvolvimento de sistemas que permitam o controle e

eficiência

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gestão de riscos. Se, por outro lado, o objetivo é me-lhorar a eficiência operacional, então o OEMS devepriorizar os sistemas relacionados à manutenção e in-versões. Em qualquer caso, o foco deve ser em áreasgeográficas ou operacionais que possuem uma gran-de oportunidade de melhora.

A maneira mais eficaz para a implantação de umagrande mudança é por meio da comunicação diretado patamar gerencial para sua equipe. O ideal é quea maioria dos funcionários conheça os detalhes doOEMS pelo seu próprio gerente ou alguém de seutime. Durante todo o processo, é importante verifi-car se há recursos suficientes para que as metas doOEMS sejam atingidas, fazendo todo o esforço ren-der uma boa chance de sucesso. É preciso manter ascomunicações simples, descrevendo o que vai mudare o que vai permanecer igual. É indicado criar incen-tivos para incorporar os OEMS em operações diáriase premiar aqueles que atingirem os seus objetivos deforma rápida e destacada. Os objetivos do sistemadevem ser mensuráveis.

Mas há algumas armadilhas comuns que ameaçam osucesso de uma boa implementação. Vamos a elas:• Concentrar-se nas regras em vez da aplicação – Al -gumas empresas gastam muito tempo preparando omanual e não desenvolvem o suficiente para garantir oseu cumprimento. As empresas bem-sucedidas se con-centram mais na implementação para tirar o máximoproveito do esforço.• Prestação de contas pouco clara – Quando as pessoasnão são responsabilizadas pela implementação das re-

gras descritas no sistema, elas têm menos incentivospara mudar o comportamento.• A linha de frente que não compreende as razões parao programa – Uma reação comum é que as equipes delinha de frente reivindiquem que sua situação é di-ferente, de modo que eles não tenham que aplicar oOEMS na forma prescrita. Alinhamento e comunica-ção são fundamentais.

Cair em qualquer uma dessas armadilhas pode im-pedir o progresso de uma empresa em direção à ex-celência operacional. Mas evitá-las pode gerar recom-pensas tangíveis e substanciais.

Tomemos o exemplo de uma grande empresa deenergia que, como parte de seu OEMS, estava à procu-ra de ideias para melhorar a forma de conduzir estudosde engenharia. A empresa percebeu que seu processode aprovação foi engolido pelo número de estudos emanálise. Em uma avaliação mais próxima, descobriu-

-se que muitos dos estudos em processo de aprovaçãonão tinham sido analisados no início de seu desenvol-vimento, para verificar se de fato eram necessários.Como parte do seu novo OEMS, a empresa colocouuma equipe multifuncional que identificou os primei-ros desafios para os estudos, para garantir que eleseram necessários. E compararam estudos que aguarda-vam aprovação com aqueles já concluídos, percebendoque perto de 10% deles eram redundantes, tendo sidoultrapassados por um estudo ou projeto anterior. O im-pacto da mudança reduziu o acúmulo de projetos emcerca de 20% e o ingresso de novos estudos em 25%.

Assim que uma empresa embarca na jornada paraconstruir a excelência operacional em seus processos,ocasionalmente, o entusiasmo inicial gera questõesmuito abrangentes para resolver. A empresa não podese atolar na construção do manual. Uma pesquisa detrês a quatro meses sobre as áreas é o suficiente paraobter uma imagem clara da diferença entre a realida-de e o ideal. Comece por poucos setores, nos quaisé possível mostrar um grande impacto em apenas al-guns meses. A empresa provavelmente terá um curtoperíodo de lua de mel para demonstrar o sucesso ou orisco de ver o esforço perdido.

E, embora seja importante encontrar esses ganhos

rápidos, a empresa não pode declarar vitória cedo de-mais. A implementação de um OEMS é um processode três a cinco anos, mas as recompensas de excelên-cia operacional valem a jornada. Como os executivosde petróleo e gás sabem, as empresas estão sob umapressão sem precedentes para melhorar sua gestão am-biental, segurança e desempenho financeiro em meio acrescentes custos, operações em ambientes mais desa-fiadores e o aumento da competitividade. A excelênciaoperacional não é apenas mais uma aspiração elevada;está se tornando uma necessidade neste mercado cadavez mais exigente.

Na ponta dos seus dedoswww.tnpetroleo.com.br

A tecnologia da informação se aperfeiçoa em ritmoacelerado. Não basta ser rápido na transmissão dosfatos; é preciso ser eficaz, saber onde prospectar ainformação e ser ágil ao transformá-la em notícia.

INFORMAÇÃO DE QUALIDADE.

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EE também o restaurante Berbigão, queatravessou a ponte para tornar-se um dosespaços mais bem-sucedidos da culináriaespecializada em frutos do mar – situa-se

na rua do Catete, em frente ao Museu daRepública.

É em Niterói que está o mercado do peixeSão Pedro, visitado diariamente por noveentre dez dos mais afamados chefs do Rio,em busca de pescados frescos.

Agora, chegou a vez do Parador Bistrô,que há mais de uma década é sucesso naterra de Araribóia, fincar suas raízes no outrolado da baía da Guanabara. E traz como comandantes, além do dono,Luis Felipe Gouvea, uma dupla para lá de carismática e eficiente: aex-jornalista Karine Rodrigues e o chef Ramon Junior .

fino gosto

A cidade que foi capital fluminense antes da fusão com o Estado da Guanabara,mostra que tem muito a oferecer aos cariocas. Vem de Niterói uma dasmelhores cervejas artesanais produzidas no país, a Noi, com três variações!

porOrlando Santos

PARADOR BISTRÔRua do Ouvidor, 60

(entrada pela rua do Carmo)Telefone: (21) 2507-2273

de segunda a sexta,das 11:00h às 19:00h

PARADOR BISTRÔo sabor de Niterói no Rio

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Karine está na supervisão operacional da casae Ramon comanda as panelas, à frente de dezauxiliares. Com simpatia, atenção e a excelência deuma boa casa, eles vêm fidelizando os clientes ca-riocas. São os principais responsáveis pelo sucessoque o lugar, com pouco mais de quatro meses defuncionamento, já conquistou.

A ideia, inclusive, é avançar com a criação de novosrestaurantes Parador, depois desta bem-sucedida filial.E quando se pergunta a Karine e Ramon o que maisvem por aí, eles, sem falsa modéstia, respondem com aalegria no rosto: “Nós dois”...que sejam bem-vindos!

O Parador Bistrô/Rio está localizado, oficialmente,na rua do Ouvidor 60, loja E, Centro, mas a entrada épela rua do Carmo, defronte à lateral do antigo edifícioda Sul América – este, por sinal, depois de inteiramen-te reformado, abriga, no térreo, o Uniko, de tradicional

culinária italiana, e o café Galeria Express. Às sextas-feiras, o Parador/Rio oferece durantetodo o dia, doses duplas de espumante, e a partirdas 17h, os clientes são brindados com generosasdoses duplas de chopp. Um público essencialmen-te jovem frequenta o local na maior parte do dia,incluindo a hora do almoço e no happy our elestomas conta da casa.

O chef Ramon é um craque em várias especiali-dades, mas seu forte, além dos risotos, é o arroz derabada, que às sextas-feiras atrai muitos comensais.Na realidade, a área onde está o Parador estavaperdendo suas referências gastronômicas graçasao abre/fecha de outros estabelecimentos. Agora, aárea ganhou ares de revitalização com a chegadado Parador. O que é muito bom para o polo gastro-nômico já instalado no entorno da Praça XV, emespecial pelos que levam a grife Belmonte, do em-presário Antonio Rodrigues, ou o Cais do Oriente,e, mais recentemente o Bar do Gengibre, ao ladodos centros culturais existentes na área (CCBB,Casa França Brasil e o Centro Cultural Correios).

A arquitetura do Parador é assinada por Ricardo

Campos, que assim como o espaço de Icaraí temum quê de bistrô parisiense. O local é uma boaopção para quem aprecia boa comida e ambienteagradável, com seu cardápio originalmente criadocom a consultoria do chef Daniel Pinho.

A advogada Elisabete Barbirato, por exemplo,provou e adorou o arroz com rabada, que consi-derou muito bom e bem diferente da rabada comagrião servida em muitos restaurantes. De tão sa-tisfeita, ela prometeu levar seus colegas do Fórum,situado nas proximidades do Parador, para experi-mentar a criação de Ramon.

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No aniversário de 450 anos do Rio de Janeiro, dois símbolos da cidade, o CinOdeon e a Casa Cavé, reaparecem no cotidiano dos cariocas como bons exemplode um processo de preservação cultural dos patrimônios históricos – marcaregistrada de uma sociedade que procura cuidar dos seus valores para as atuaise futuras gerações. É assim que caminha a humanidade em várias cidades domundo e o Rio, certamente, não será diferente.

Os dois voltam a ocupar a vida do carioca depois de algumas obras, semperda da identidade: o Cine Odeon, com suas funções culturais amplia-

das; a Casa Cavé, por retornar ao antigo endereço, com lustres e vitraisfranceses originais nos salões que já foram frequentados por muita genteimportante, como escritores e políticos da belle époque carioca.

Um duplo presente que mexe com o coração da gente!

ODEON GANHA NOVAS FUNÇÕES Aberto no início do século passado, o Odeon é o único dos oito

cinemas que funcionavam no Centro do Rio, e que deram origemao nome do lugar de Cinelândia. Revitalizado e depois de reformaspontuais, o cinema já exibe em sua fachada a nova marca: o espaçose tornou Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro.

O espaço alternará sua programação cinematográfica com out-ras atividades com conteúdo audiovisual, como óperas, peças, balé e

porOrlando Santos

coffee break

CINE ODEONCENTRO CULTURAL

LUIZ SEVERIANO RIBEIROPraça Floriano, 7 - CinelândiaCentro – RJ

Tel.: (21) 2461-0201www.kinoplex.com.br/cinemas/

centro-cultural-lsr-odeon/45

CASA CAVÉRua Sete de Setembro, 133

Centro - RJTel.: (21) 2224 2520

www.casacave.com.br

Bruno Barbey, Rio, carnaval, 1980. Coleção particular

Cine Odeone Casa Cavé,

ícones cariocas resgatados

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shows musicais, além de outros

eventos. Sua reabertura é con-siderada um presente do referidoGrupo para o Rio em seu an-iversário de 450 anos de fundação,mas também marca o início dascomemorações dos 90 anos de in-auguração do cinema – coisa queacontecerá no ano que vem.

Segundo Luiz Severiano Neto , a diversificação deprogramação foi a forma encontrada para manter vivoeste monumento tão importante para a vida da cidade,evitando o seu desaparecimento. O prédio encontra-sebem próximo de outros patrimônios culturais, comoo Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional e o MuseuNacional de Belas Artes, e ainda do antigo cinema Vitória, situado à rua Senador Dantas, hoje abrigandoa Livraria Cultura.

DE VOLTA AO ANTIGO ENDEREÇO A Casa Cavé voltou a ocupar o mesmo endereço

de 1860, no casarão art nouveau , com lustres e vitraisfranceses, onde funcionou por 140 anos – na esquinadas ruas Sete de Setembro e Uruguaiana – e recebeupersonalidades da vida pública brasileira, incluindo oex-presidente Juscelino Kubitschek.

Em outubro do ano passado, quatro famílias de

origem portuguesa, sócias no empreendimento (quecarrega o nome de seu fundador, o francês AugusteCharles Felix Cavé), decidiram reto-mar as atividades no edifício antigo,abandonado o endereço provisóriona mesma rua Uruguaiana.

Além das tradicionais receitasportuguesas, como o bacalhau eo pastel de belém, e inumeráveisdoces, a Cavé oferece pratos típicosde Portugal quase desconhecidosnas terras da ex-colônia; além de opções de sanduichese carnes. “Toda a comida é feita na hora e é muitosaudável, não oferecemos frituras. Até o pão é feitoaqui”, explica o chefe de cozinha, Alfredo Galhões.

A Casa Cavé havia se mudado em 2000 por im-possibilidade de se reformar o prédio tombado comopatrimônio histórico do Rio. Segundo o arquiteto An-dré Rodrigues, responsável pelo novo projeto, houveo cuidado de manter as características do prédiooriginal. “No interior, além dos lustres e vitrais, mesase cadeiras também são originais”, diz o arquiteto,explicando que as únicas obras realizadas foram a am-pliação da cozinha e reposição de novo telhado, pois ooriginal estava deteriorado.

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hot news

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 2224-1349 ou webmaster-tn @ tnpetroleo.com.br

feiras e congressos

10 a 12 - Brasil7TH CCPSLocal: Rio de Janeiro, RJTel.: + 55 21 2112-9080Email: eventos@ ibp.org.brwww.7ccps.com.br

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27 a 29 - BrasilOTC Brasil 2015Local: Rio de Janeiro, RJTel.: + 55 21 2112-9080Email: otcbrasil@ ibp.org.brwww.ibp.org.br

27 a 30 - CingapuraGastech 2015Local: CingapuraTel.: +44 (0) 203 772 6091Email: info@ gastech.co.ukwww.dmgenergyevents.co.uk

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Setembro

Agosto

Outubro

17 a 20 - África do SulNGV 2014 South AfricaLocal: Johannesburgo, África do SulTel.: + 54 11 4300 6137Email: info@ ngv2014southafrica.comwww.ngv2014southafrica

Novembro

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opiniãode Luiz Cezar Quintans,advogado associado ao G Ivo Advogados, multiespecialista emdireito do petróleo, tributário e empresarial. Professor e autor de diversos livros jurídicos.

20 anos da

do monopólio do petróleoFLEXIBILIZAÇÃOEm novembro próximo celebraremos os 20 anos da promulgação da Emenda Constituc(EC) n. 9, de 9 de novembro de 1995 (DOU de 10/11/1995), que deu nova redação a177 da Constituição Federal, em especial, ao seu parágrafo primeiro, admitindo que a possa contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades de pesque de lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos.

Naquele momento, constitucionalmente falando,perdia a Petrobras o privilégio de atuar sozinhano mercado nacional, dando origem à flexibiliza-

ção do monopólio. No entanto, a EC n. 9⁄95 em si nãoera suficiente para operacionalizar a também chamada“relativização” do monopólio. Havia a necessidade deuma lei para a regulamentação do tema. Desse modo,em 6 de agosto de 1997, surgiu a Lei n. 9.478, mais co-nhecida como “Lei do Petróleo”, que consagrou o regi-me de concessão, que é o modelo regulatório aplicadoem 50% dos contratos de petróleo no mundo.

Muitos fatos transcorreram ao longo desses 20anos. A 1ª Rodada de Licitações ocorreu em 1999.Desde então, as licitações foram promovidas ano aano. Todavia, a partir de 2006, com a suspensão da8ª Rodada de Licitações da ANP, confirmado o seucancelamento em 2012, as questões regulatórias vol-taram a ter influências políticas mais fortes. Na se-quência, a 9ª Rodada de Licitações excluiu 41 blocosimportantes, poucos dias antes do leilão. Na 10ª Ro-

dada as ofertas de blocos no certame foram apenasem terra (onshore) e depois disso o país ficou quasecinco anos sem rodadas de licitação, porque no anode 2010, ou seja, apenas 13 anos depois da instituiçãodo modelo de concessão, o governo instituiu mais doismodelos regulatórios criando a cessão onerosa (Lei n.12.276/2010) estabelecendo um contrato exclusivocom a Petrobras; e o modelo de partilha da produção(Lei n. 12.304/2010), que se caracteriza pela proprie-dade do óleo como sendo da União, possibilita a recu-peração dos custos de exploração (cost oil, em médiaem 30% é recuperado) e partilha o lucro em óleo (pro-fit oil) entre a União e os partícipes do contrato.

Somando-se o tempo desperdiçado e o cancela-mento de uma das rodadas, o Brasil perdeu quase seisanos de atividades de pesquisa e de lavra das jazidasde petróleo e gás natural.Esse vazio está fazendo falta agora! – Vários outrosfatores estão influenciando negativamente a atividade,tais como a não sinalização de outros leilões no chama-do “Pré-sal Jurídico”; o evento “Operação Lava-jato”que forçou o enfraquecimento do poder de investir daPetrobras; e ainda os próprios defeitos regulatórios doregime de partilha da produção. A reunião dessas ques-tões e seus efeitos reflexos nos demais partícipes da in-dústria, em especial, nos fornecedores, nos faz constatar,hoje, uma indústria do petróleo enfraquecida.

O Pré-sal Jurídico foi uma invenção regulatóriaque se tornou legal. Definiu uma determinada área,conhecida como “polígono do Pré-sal”, para a explo-ração e produção de petróleo e gás exclusivamentepelo regime de partilha da produção, com exceção doscontratos preexistentes de concessão e do contrato de

cessão onerosa. Não se reclama trabalhar com um re-gime jurídico novo ou diferente – todas as empresasinternacionais e também a Petrobras estão acostuma-das aos regimes existentes no mundo. O problema éque nos contratos brasileiros de partilha da produçãoforam criadas duas situações distintas, em relação aoscontratos no mundo, a saber:• A criação do operador único, sem possibilidades decessão de seus direitos de operadora. Isso obrigou aPetrobras a participar de todo e qualquer bloco que sejaleiloado no polígono do Pré-sal. Para não falar que represen-ta afronta aos princípios da livre iniciativa e da livre concor-rência, em termos empresariais, força a empresa a ter que

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ANUNCIANTES DA EDIÇÃO

ABB - Pág. 11

ABS - Pág. 3

Aerodinâmica - Pág. 21

API – American Petroleum

Institute - Pág. 1

Cashco - Pág. 31

CGG - Pág. 47

China Brasil - Pág. 49

Costa Porto - Pág. 39

CWC School for Energy - Pág. 77

Drager – 2ª Capa

Fluxcon - Pág. 12

Gerdau - Pág. 5

Inchcape Shipping - Pág. 15

Marintec 2015 - Pág. 29Médico Sem Fronteiras - Pág. 68

Navium - Pág. 87

OTC Brasil – 3ª Capa

PhdSoft - Pág. 7

Presserv - Pág. 21

RHMed - Pág. 23

Rio Pipeline 2015 - Pág. 41

Status Offshore - Pág. 37

Vallourec - 4ª Capa

Wärtsilä - Pág. 13

A impressão e o papel que o seu anúncio merece! Anuncie.21 2224-1349 • www.tnpetroleo.com.br

opinião

Invenção vs inovação: começamos a inovarno setorelétrico,porDoneivanF. Ferreira | Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: “Gestão de

prioridades”,porWanderlei Passarella | Vcone, tecnologia de ponta para medição de gás úmido,por Heraldo Batinga | Diminuindo a lacuna entre as aspirações e a excelência,por José de Sá

O P I N I Ã O

ARTIGOS

PNG Petrobras2015-2019Choque de realidadeCobertura especial Brasil Offshore:Superação é apalavra-chavedo setorde óleo e gás

20anosdaflexibilizaçãod omonopóliodopetróleo,deLuizCezarQuintans,advogadoassociadoaoGIvoAdvogados,multiespecialistaemdireitodopetróleo,tributárioeempresarial.

ENTREVISTAEXC LUSIVAEdmarAlmeida,diretordo Instituto de Economiada

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

“Ocustodamudançaémenornocontextodecrise”

AnoXVI•julho/agosto2015•Nº102• www.tnpetroleo.com.br

ESPECIAL:CONSTRUÇÃO NAVAL

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não quer ficar à derivaINDÚSTRIA NAVAL

ter recursos, tanto para o bônus de assinatura quantopara operacionalizar cada bloco, na proporção de suasquotas, considerando uma quota mínima de 30%. Semfalar na afeição societária ( affectio societatis ) que nãoexiste, por ser imposta a parceria com o consórcio ven-cedor e com a PPSA, mesmo que a Petrobras não gos-

te dos parceiros ou não tenha feito parte do consórcioque deu o lance vencedor. Esse tipo de imposição legalquebra qualquer planejamento financeiro e bagunça obudget de qualquer empresa.• Foi criada uma empresa 100% nacional para fazerparte do regime de partilha, a chamada PPSA. Em ter-mos regulatórios e na prática, nos contratos de partilhada produção no mundo, se encontra realmente umaNOC (National Oil Company) presente nos contratos,mas, o que não se vê costumeiramente é a empresa fa-zer parte do Comitê que executa e opera a Exploraçãoe Produção, compondo o Comitê Operacional com 50%dos votos, nomeando o presidente do comitê que tam-bém detém o poder de veto em quaisquer questões eainda o voto qualificado ou de minerva, em caso deempate nas questões operacionais. Nem na China,nem na Indonésia, nem na Nigéria existem essas re-gras. As decisões, em caso de empate, ou são decididaspelo que deliberar o Contratado ou, no máximo, porarbitragem. Nem em Angola, país que o legislador bra-sileiro resolveu copiar para incluir a NOC no ComitêOperacional, as questões são decididas pelo presidentedo Comitê. Lá, em caso de empate, as partes resolvemtambém por arbitragem. E ainda há um contrassenso jurídico porque mesmo a PPSA fazendo parte do co-

mitê que decide tudo sobre a operação, a lei tratou deexcluir sua responsabilidade pela execução, direta ouindireta, das atividades de E&P.

Basicamente, essas duas condições motivaram abaixa atratividade do 1º Leilão do Pré-sal, que teveapenas um consórcio concorrente, o qual arrematou o

bloco pelo lance mínimo vencido pela Petrobras (40%)e mais quatro concessionários: Shell (20%), Total (20%),CNPC (10%) e CNOOC (10%).

Passados apenas 20 anos da flexibilização, que naprática são 16 anos (a primeira rodada ocorreu em 1999)e considerando os quase seis anos sem atividades, tive-mos apenas dez anos de intensa atividade não mono-polizada. É muito pouco tempo para que as empresaspossam se desenvolver. O Brasil precisa de mais roda-das e muito mais negociações. É preciso que as regrasnão se alterem de modo drástico, especialmente, emcurtos espaços de tempo. Enfim, é preciso que as em-presas criem raízes, criem negócios e relações fortes,de modo a não serem desestimuladas a sair ou repatriarinvestimentos. As empresas de petróleo têm condiçõesde gerar emprego, renda e movimentar a economia, deforma que os fornecedores possam também se desenvol-ver e, consequentemente, agregar inovação, tecnologia,investimento, emprego, renda. Essa filosofia é que é averdadeira política para Conteúdo Local.

Esperamos que sejam revistas as regras do “Pré-sal Jurídico”, a periodicidade das rodadas, as políticas deConteúdo Local e em especial as políticas sobre os regi-mes jurídicos praticados no Brasil, de forma que possa-mos retomar o crescimento da indústria do petróleo.

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Vallourec. Soluçõescompletas para o mercadode óleo e gás.

www.vallourec.com/br