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opinião A urgente e necessária expansão da malha dutoviária brasileira, de Guilherme Pires de Melo, diretor da Abemi, e diretor de Operações da Techint para o Brasil FINANCIAMENTO Ano XII • jul/ago 2010 • Número 73 • ESPECIAL ROG • www.tnpetroleo.com.br Entrevista exclusiva Marcelo Taulois, country manager da Aker Solutions do Brasil e presidente da divisão Subsea Estamos preparados para ir mais fundo Siderurgia: aço para o pré-sal Coque: petróleo verde A nova odisseia viking A integração entre o virtual e o real Asfalto em expansão Avaliação de impactos ambientais na indústria petrolífera, por Ricardo Alves de Souza Proteção das novas tecnologias, por Saulo Murari Calazans Pré-sal: concessão, partilha e poderes de decisão dos contratados, por Antonio B. Sarmento O novo ambiente de negócios, por Ronald Carreteiro A crise financeira e as lições deixadas pelo setor petrolífero, por Sergei Beserra O preço da capitalização da Petrobras, por Cláudio A. Pinho Pré-sal e mudança do regime de custeio do Estado brasileiro, por Maucir Fregonesi Junior CADERNO DE SUSTENTABILIDADE Revista Brasileira de TECNOLOGIA e NEGóCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis ISSN 1415889-2 9 771415 889009 3 7 0 0 0 ESPECIAL: O DESAFIO DO

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Revista Brasileira de Tecnologia e Negócios de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis

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A urgente e necessária expansão da malha dutoviária brasileira, de Guilherme Pires de Melo, diretor da Abemi, e diretor de Operações da Techint para o Brasil

FinAnciAMenTO

Ano XII • jul/ago 2010 • Número 73 • ESPECIAL ROG • www.tnpetroleo.com.br

entrevista exclusiva

Marcelo Taulois, country manager da Aker Solutions do Brasil e presidente da divisão Subsea

Estamos preparados para ir mais fundo

Siderurgia: aço para o pré-sal

Coque: petróleo verde

A nova odisseia viking

A integração entre o virtual e o real

Asfalto em expansão

Avaliação de impactos ambientais na indústria petrolífera, por Ricardo Alves de Souza

Proteção das novas tecnologias, por Saulo Murari Calazans

Pré-sal: concessão, partilha e poderes de decisão dos contratados, por Antonio B. Sarmento

O novo ambiente de negócios, por Ronald Carreteiro

A crise financeira e as lições deixadas pelo setor petrolífero, por Sergei Beserra

O preço da capitalização da Petrobras, por Cláudio A. Pinho

Pré-sal e mudança do regime de custeio do Estado brasileiro, por Maucir Fregonesi Junior

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* No dia 15 teremos um brinde delançamento de novas soluções

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* No dia 15 teremos um brinde delançamento de novas soluções

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sumário edição nº 73 jul/ago 2010 esPecial RiO Oil & Gas

entrevista exclusiva

siderurgia

especial: Financiamentos

32 R$ 130 milhões para novas tecnologias36 À procura de empresas inovadoras

42 Rio de Janeiro terá três novas siderúrgicas

com Marcelo Taulois, country manager da aker solutions do Brasil e presidente da divisão subsea

Estamos preparados para ir mais fundo

O desafio do financiamento

Aço para o pré-sal

Coque: petróleo verde

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entrevista exclusiva

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gue será utilizado para exportação de gás no campo de Jubarte. Com-parados ao primeiro equipamento, os manifolds produzidos recentemente possuem não somente dimensões muito maiores, mas também contam com sistemas de controle submari-nos bem mais complexos.

Como se desenvolveram as ANMs no Brasil?

A Aker Solutions acompanhou a evolução do mercado de ANM no Brasil, e já forneceu equipamentos

de 150, 300, mil, 2 mil e, inclusive, uma ANM horizontal para operar em lâmina d’água de até 3 mil m de pro-fundidade. Para o pré-sal, a pressão suportada por esses equipamentos passou de 5 mil PSI para 10 mil PSI, a temperatura varia de 0 a 135 graus e o nível de exposição a H2S e CO2 aumentou significantemente. Para atender a estas condições, nosso grande desafio é selecionar materiais que viabilizem o projeto economicamente. Já fornecemos ANMs para 180 graus e 15 mil PSI,

mas, se usássemos estes compo-nentes aqui no Brasil, não seríamos competitivos. Temos um forte grupo de engenharia de materiais atuando especificamente neste desenvolvi-mento, com apoio de universidades locais. Não precisamos de uma ANM “Rolls Royce”, mas sim de uma que atenda as normas técni-cas, com custo adequado e fabrica-da com o melhor grau de qualidade possível para minimizar problemas em campo. Este é o foco para o desenvolvimento de produtos na

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Um dos principais provedores de tecnologia subsea e de produtos e serviços para

a indústria de óleo e gás, o grupo Aker Solutions vem expandindo sua atuação no

Brasil, onde hoje já operam nada menos que 13 de suas unidades de negócios –

nove delas com bases ou plantas fabris locais – de quatro divisões distintas globais .

Há mais de 40 anos no país, e com 15 anos de fornecimento local para a indústria

petrolífera brasileira, o grupo norueguês já consolidou vários marcos tecnológicos

na área de exploração e produção offshore. por Beatriz Cardoso

TANTO QUE ACABOU conquistando os primeiros contratos exclusivos da Petrobras para fornecimento dos sistemas subsea dos projetos pioneiros de desenvolvimento do pré-sal, nos campos de Tupi, Guará &Tupi-Nordeste, todos na Bacia de Santos. “Nosso know-how tecno-lógico para desenvolver equipa-mentos subsea para ambientes em águas profundas, de alta pressão e temperatura (HT/HP), foi fundamen-tal para que pudéssemos oferecer soluções diferenciadas para a Petrobras”, comemora o engenheiro Marcelo Taulois, country manager da Aker Solutions do Brasil. No co-mando da operação brasileira desde 2004 – cargo que acumula com a presidência da divisão Subsea no Brasil, assumida em 2001, quando voltou ao país –, Taulois afirma que o Brasil é prioridade para a compa-nhia. “Temos chamado muito a aten-ção do grupo. Nosso planejamento estratégico tem visão para alcançar 2017 e, desde 2007, implementamos um programa de investimentos no

Brasil a fim de atingir este objeti-vo.” Encomendas não faltam: basta ver a quantidade enorme de partes de equipamentos que ocupam toda a planta industrial da Aker Solu-tions, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná, incluindo as vias e jardins: toda a área externa da empresa é um grande armazém a céu aberto, aguardando apenas entrar na linha de montagem ou o caminhão que irá transportar os equipamentos ao seu destino final – o fundo do mar, a 1.500 m, 2.000 m e até 3.000 m de profundidade.

TN Petróleo – Qual o balanço que você faz desses últimos dez anos, desde que voltou ao Brasil para assumir a divisão subsea?

Marcelo Taulois – O mercado de óleo e gás cresceu e evolui muito no país desde que começamos a produzir os primeiros equipamen-tos aqui, a partir de 1995, na planta fabril que usávamos até então para atender a indústria de papel e celu-lose. No ano seguinte já estávamos

qualificados como fornecedores subsea da Petrobras. E em 1997 entregamos a nossa primeira árvore de natal molhada (ANM). Desde então, já entregamos 166 ANMs e temos outras 94 encomendadas, além de outras 61 em negociação, que integram um lote de ANMs licitado pela Petrobras, para o qual oferecemos o melhor preço.

E manifolds?O primeiro manifold foi contra-

tado em 1999, para o campo de Ma-rimbá. Onze anos depois, em 2010, entregamos mais duas unidades, e estamos prestes a concluir o quarto equipamento. Os dois manifolds entregues este ano contemplam as novas especificações da Petrobras, e vão compor o sistema de produção de óleo do campo de Albacora (Bacia de Campos). Cada um dos manifodls tem cerca de 300 toneladas, 7,5 m de largura, 18 m de comprimento, 5 m de altura, e capacidade para operar em 1.000 m de profundidade. O quarto equipamento a ser entre-

para ir mais fundoEstamos preparados

ENCOMENDAS NÃO FALTAM: BASTA VER A QUANTIDADE

ENORME DE PARTES DE EQUIPAMENTOS QUE

OCUPAM TODA A PLANTA INDUSTRIAL DA AKER

SOLUTIONS, NA REGIÃO METROPOLITANA DE

CURITIBA, NO PARANÁ.

Marcelo Taulois, country manager da Aker Solutions do Brasil e presidente da divisão Subsea

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Em torno de US$ 82,5 bilhões é o volume de investimentos neces-sários ao desenvolvi-mento da produção do pré-sal no período

de 2014 a 2020, de acordo com o estudo “Perspectivas de desenvol-vimento do setor de petróleo e gás no Brasil”, divulgado no início de junho pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esse volume de recursos é necessário para assegurar que a produção na-cional de petróleo e gás no Brasil chegue a 3,9 milhões de barris por dia em 2020, dos quais 46% deve-rão ser extraídos do pré-sal.

Mais além dos desafios tecno-lógicos, a pergunta que paira no ar é como assegurar os recursos

financeiros necessários para a Pe-trobras seguir adiante na explo-ração do pré-sal e garantir que os grandes contratos se desdobrem para a segunda, terceira e até a quarta geração de fornecedores, como pontuou o diretor Financei-ro e de Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, em novembro do ano passado, na con-ferência ‘O pré-sal e a indústria brasileira’.

De boa vontade o inferno está cheio. Dinheiro é outra questão. É primordial ter recursos não só para investir na expansão de capacida-de de produção e de refino, como

também em pesquisa e desenvol-vimento. Mais ainda: é preciso que a indústria nacional tenha também competitividade.

Levando em consideração que o índice de nacionalização de en-comendas da Petrobras subiu de 57% para 75%, um salto de US$ 18 bilhões, em seis anos – em 2009, do total de US$ 31,2 bilhões inves-tidos pela Petrobras em projetos no país, US$ 23,5 bilhões foram encomendados à indústria local, bancos e fundos de investimentos têm pela frente um cenário promis-sor, se quiserem ter uma participa-ção efetiva nessa grande virada da indústria nacional.

Além das possibilidades e linhas de financiamento via Finep (Fi-nanciadora de Estudos e Projetos)

O desafio doFINANCIAMENTO

por Cassiano Viana

As instituições financeiras têm papel estratégico a cumprir no cenário atual brasileiro, pois deverão assegurar os recursos necessários para atender a demanda crescente do setor de óleo e gás e, consequentemente, dar suporte à expansão da cadeia de fornecedores, que precisa de investimentos e quali-ficação para ter a competitividade exigida por essa indústria.

financiamentos

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siderurgia

Os US$ 224 bilhões do Plano de Negócios da Petrobras – US$ 30,9 bilhões destinados ao pré-sal e US$ 77,3 bilhões ao pós-sal – têm impactos significativos em todas as cadeias produtivas do país. Mas é, provavelmente, no setor siderúrgico que são mais visíveis os efeitos do anúncio de tamanhos investimentos.

Açoparao pré-salpor Cassiano Viana

OS PROJETOS ATUAIS da Petro-bras, sem incluir o desenvolvimen-to da camada pré-sal, demandarão 4 milhões de toneladas de aço até 2015, na forma não apenas de cas-cos de navio, plataformas, sondas, mas também tubos e outros equi-pamentos.

Somente em tubos para condu-ção, os ativos atuais da Petrobras

exigirão 911,94 mil toneladas de aços carbono, inox e ligas, no maior volume da previsão de demanda da estatal. Plataformas consumirão 832 mil toneladas enquanto cascos de navios mais 656,85 mil tonela-das. Já o pré-sal irá demandar algo em torno de 1,9 milhão de tonela-das de aço de 2009 a 2017. Mas, obviamente, esse número pode, e deve, aumentar.

Serão necessárias também 680 mil toneladas de aço para suprir a demanda da construção das 49 embarcações do Programa de Mo-dernização e Expansão da Frota Nacional de Petroleiros (Promef).

Com isso, as siderúrgicas na-cionais, que já atendem a indústria de petróleo e gás, estão investindo em novas tecnologias, revendo pro-cessos e a própria infraestrutura de produção existente. Tudo isso para ampliar a participação no setor de óleo e gás brasileiro.

A demanda para a exploração do pré-sal vai garantir, por exem-plo, escala para o desenvolvimento de diversos produtos de aço inoxi-dável no Brasil.

“O pré-sal vai representar ou-tras escalas de produção. É uma oportunidade de consolidação do

aço inoxidável no setor de óleo e gás no Brasil”, afirma Paulo Ro-berto Magalhães Bastos, diretor-presidente da Ar-celorMittal Inox

Brasil, durante o 65º Congresso Internacional da Associação Bra-sileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), realizado no Rio de Janeiro, no final do mês de julho.

“São tecnologias já conhecidas, utilizadas em outros mercados e que agora poderão ser trazidas para o Brasil, onde, antes, não tí-nhamos escala para produção”,

explica. Segundo Bastos, os aços ferríticos, mais resistentes à corro-são, já estão sendo utilizados nas refinarias, que agora processam óleos com teor corrosivo mais ele-vado que no passado. “O pré-sal também deve aumentar a demanda por aços duplex”, prevê.

Maior produtor nacional de aços planos do país, com 7 milhões de toneladas, a Usiminas espera elevar em 3 milhões de toneladas a capacidade de produção de aços planos nos próximos dois anos, atingindo 10 milhões de toneladas anuais.

“Temos uma previsão de inves-timentos de R$ 10 bilhões. Desses, 4 milhões serão direcionados para a área de petróleo e gás, viabili-zando, dentre outros projetos, uma nova linha de laminação a quente, que irá entrar em meados de 2011, e a inauguração, em agosto, de processo de resfriamento acelera-do – parceria com a Nippon Steel que vai permitir produzir aço da mais alta tecnologia com ampla utilização no pré-sal, ampliando a produção de chapas grossas, em 2012”, enumera o vice-presidente de negócios da companhia, Sér-gio Leite de Andrade. “Estamos

trabalhando não só na produção do aço, no pro-cessamento do m i nér io, mas na transforma-ção deste (corte, conformação e

solda). Esse crescimento garantirá o suprimento para as necessidades da cadeia de óleo e gás”, afirma.

Já a Gerdau, líder na produção de aços longos nas Américas e um dos maiores fornecedores de aços longos especiais no mundo, tem, no Brasil, capacidade de produ-zir até 2 milhões de toneladas por ano nas unidades de Charquea-das, Pindamonhangaba e Mogi das

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O AQUECIMENTO DAS ATIVIDADES do setor siderúr-

gico provocado, em grande parte, pela expansão acelerada

das indústrias naval e de petróleo e gás, está levando

a Petrobras a investir pesado em unidades específicas

para gerar um derivado de hidrocarboneto pouco desco-

nhecido do público em geral: o coque verde de petróleo,

comercializado sob a sigla CPV.

Utilizado como combustível sólido, em substituição ao

carvão metalúrgico e ao antracito, que são importados, o CVP, do qual se extrai ainda carbono

para agregar mais resistência ao aço, terá sua produção atual, de 2,9 milhões de toneladas

por ano, mais do que dobrada até 2016 pela Petrobras.

Quando as refinarias Premium I e II, a RNEST e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro

(Comperj) entrarem em operação vão agregar nada menos que 5,8 milhões de toneladas

por ano ao mercado nacional – que hoje é de 9 milhões t/ano.

Isso porque esse derivado do petróleo faz, literalmente, um círculo virtuoso, pois, extraído

do petróleo, vai alimentar a indústria siderúrgica e ‘retornar’ às origens na composição do

aço utilizado não apenas no poço como também nas plataformas, nos navios aliviadores e

petroleiros, nas refinarias e dutos marítimos e terrestres, assim como em inúmeros equi-

pamentos utilizados na cadeia produtiva de óleo e gás.

Petróleoverdepor Beatriz Cardoso e Maria Fernanda Romero

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A integração entre o virtual e o real

Liderança em Classificação e Certificação Offshoree-mail: [email protected] Tel: + 55 21 2276-3535

CONSELHO EDITORIAL

affonso Vianna Junior

alexandre castanhola Gurgel

andré Gustavo Garcia Goulart

antonio Ricardo Pimentel de Oliveira

Bruno Musso

colin Foster

David Zylbersztajn

eduardo Mezzalira

eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

Francisco sedeño

Gary a. logsdon

Geor Thomas erhart

Gilberto israel

ivan leão

Jean-Paul Terra Prates

João carlos s. Pacheco

João luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué Rocha

luiz B. Rêgo

luiz eduardo Braga Xavier

Marcelo costa

Márcio Giannini

Márcio Rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco aurélio latgé

Maria das Graças silva

Mário Jorge c. dos santos

Maurício B. Figueiredo

Nathan Medeiros

Roberto alfradique V. de Macedo

Roberto Fainstein

Ronaldo J. alves

Ronaldo schubert sampaio

Rubens langer

samuel Barbosa

57 No mar dos negócios62 Da teoria à prática64 Olhos e ouvidos no mar67 Na superfície da tecnologia70 incubadas norueguesas

no Brasil

82 Asfalto em expansão90 Forship: a engenharia do comissionamento96 Indústria em obras100 Prévia ROG 2010 – Brasil capital do petróleo na América Latina110 STX Brazil lança ao mar o Skandi Amazonas

152 Avaliação de impactos ambientais na indústria petrolífera, por Ricardo Alves de Souza

160 Proteção das novas tecnologias, por Saulo Murari Calazans

162 Pré-sal e mudança do regime de custeio do Estado brasileiro, por Maucir Fregonesi Junior

166 Pré-sal: concessão, partilha e poderes de decisão dos contratados, por Antonio B. Sarmento

168 O novo ambiente de negócios, por Ronald Carreteiro

172 A crise financeira e as lições deixadas pelo setor petrolífero, por Sergei Beserra

174 O preço da capitalização da Petrobras, por Cláudio A. Pinho

7 editorial 8 hot news 12 indicadores 114 eventos 132 perfil profissional 137 caderno de sustentabilidade

158 pessoas 176 produtos e serviços 182 fino gosto 184 coffee break 186 feiras e congressos 187 opinião

A nova odisseia viking

artigos

e mais:

Ano XII • Número 73 • jul/ago 2010Fotos: Agência Petrobras

seções

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A urgente e necessária expansão da malha dutoviária brasileira, de Guilherme Pires de Melo, diretor da Abemi, e diretor de Operações da Techint para o Brasil

FINANCIAMENTO

Ano XII • jul/ago 2010 • Número 73 • ESPECIAL ROG • www.tnpetroleo.com.br

Entrevista exclusiva

Marcelo Taulois, country manager da Aker Solutions do Brasil e presidente da divisão Subsea

Estamos preparados para ir mais fundo

Siderurgia: aço para o pré-sal

Coque: petróleo verde

A nova odisseia viking

A integração entre o virtual e o real

Asfalto em expansão

Avaliação de impactos ambientais na indústria petrolífera, por Ricardo Alves de Souza

Proteção das novas tecnologias, por Saulo Murari Calazans

Pré-sal: concessão, partilha e poderes de decisão dos contratados, por Antonio B. Sarmento

O novo ambiente de negócios, por Ronald Carreteiro

A crise financeira e as lições deixadas pelo setor petrolífero, por Sergei Beserra

O preço da capitalização da Petrobras, por Cláudio A. Pinho

Pré-sal e mudança do regime de custeio do Estado brasileiro, por Maucir Fregonesi Junior

CADERNO DE SUSTENTABILIDADE

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ESPECIAL: O DESAFIO DO

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virtual real

A tecnologia que entusiasma os

amantes dos filmes e vídeos em

3D – terceira dimensão – vai

muito além das salas de cinema

e das mostras. Empresas como

a brasileira Absolut Technologies

vêm mostrando como o 3D pode

ser uma poderosa ferramenta

de integração e colaboração em

setores que fazem uso intensivo de

tecnologia, como as companhias

de petróleo e gás, em que as

salas de realidade virtual revelam,

literalmente do poço ao posto,

passando pelos laboratórios e

escritórios administrativos, como

funciona essa complexa indústria.

A integração entre o

e otextos e fotos: Beatriz Cardoso

tecnologia 3D

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COM MAIS DE CEM SALAS de realidade virtual espalhadas pelo Brasil afora – mais de 30 na Petro-bras –, em companhias nacionais e estrangeiros de distintos setores (petróleo, aeronáutica e automoti-vo) e em universidades e centros de pesquisa, a Absolut Technolo-gies dispensa apresentações.

No entanto, essa empresa 100% nacional, criada em 1998 pelo engenheiro alemão Hans Ulmer e a brasileira Lucymeire Ferraz, em uma incubadora tec-nológica da Universidade Fede-ral da Bahia (Ufba), passa até despercebida para quem chega ao grande casarão de esquina,

na cidade de Lauro Freitas (BA), onde funciona um dos maiores showrooms de realidade virtual da América Latina.

É nesse município da região metropolitana de Salvador que o casal de empresários Hans e Lucymeire comanda a empresa que já virou uma multinacional

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queza que não encontram em terra firme, mas sim nas profundidades do mar sobre o qual aprenderam a navegar: o petróleo offshore.

O ouro negro, principalmente as grandes jazidas encontradas na camada do pré-sal, tem acirrados apetites não somente da cadeia de fornecedores da Noruega como também dos principais países da Europa, onde o Mar do Norte, a principal bacia produtora daque-le continente, vem dando sinais inequívocos de maturidade, com

a caída da produção local. Atenta a esse novo cenário, companhias aéreas da região já criaram até um programa de fidelidade para os via-jantes desse setor da economia, altamente globalizado.

A Noruega e os noruegueses não fazem por menos. Os negó-cios com o Brasil nas áreas offsho-re e naval, principalmente, vêm crescendo na mesma proporção em que aumenta o interesse da cadeia produtiva daquele país no mercado brasileiro. Tanto que,

hoje, o Brasil, ainda que distan-te do Ártico, divide com essa re-gião de extremos as atenções das principais empresas norueguesas do setor petrolífero e naval, tor-nando-se a nova rota econômica da Noruega, que produz hoje em torno de 2,34 milhões de barris/dia – um pouco acima da média brasileira – e ainda é o terceiro maior exportador de petróleo do mundo, embora já tenha ultrapas-sado o seu pico de produção. Daí a busca por novos horizontes.

O Brasil é o alvo principal de uma verdadeira cruzada viking

que está começando nesse final da primeira década do sé-

culo XXI, praticamente mil anos após o fim da era desses

guerreiros nórdicos que colonizaram regiões remotas como

a Groenlândia e Islândia e descobriram

as Américas – mais precisamente a cos-

ta leste do atual Canadá. Com o mesmo

ímpeto e a milenar vocação marítima de

seus ancestrais, empresários noruegueses

querem estabelecer com o Brasil uma

nova rota comercial. Mas desta vez com

mercadorias de altíssimo valor agregado

para um mercado estratégico: bens e serviços de tecnologia

de ponta para a indústria offshore de óleo e gás. A primeira

parada dessa nova odisseia viking é a Rio Oil & Gas 2010,

na qual o Pavilhão da Noruega abriga nada menos que 24

empresas nórdicas. Número que pode dobrar e até triplicar

considerando que outras delegações daquele país já desem-

barcaram, sem alarde, no Rio Janeiro. Todos estão de olho na

indústria petrolífera brasileira que, impulsionada pelos bons

ventos do pré-sal e dos investimentos da Petrobras, navega

em águas cada vez mais profundas.

A nova odisseia viking

por Beatriz Cardoso. A jornalista viajou à Noruega a convite da Innovation Norway e da Flying Blue

Petroleum, um programa de fidelidade da Air France/KLM exclusivo para o mercado de óleo e gás

Uma rota que vem direto da região do círculo polar ártico para a costa bra-sileira, abaixo da linha do Equador,

está se tornando cada vez mais frequente entre empresários e es-pecialistas do setor de petróleo e gás e da indústria naval noruegue-sa. Estimulados pela explosão da indústria petrolífera e pela reto-mada do setor naval e offshore, os

noruegueses estão consolidando mais uma ousada rota comercial para terras distantes, assim como fizeram seus antepassados, que acabaram por descobrir a Améri-ca – foram os primeiros a pisar no Canadá – e estabelecer as raízes de uma vocação para o comércio transoceânico que perdura há mais de 200 anos.

Se no passado essa rota era feita pelos navios-dragões – o drakar, como era chamada a rápida embar-

cação que atravessava oceanos e penetrava fiordes e rios, continentes adentro –, hoje essa nova ‘invasão’ nórdica, mais amigável e com ga-nhos e oportunidades para os dois lados, é realizada em modernos navios e aviões.

Assim como no passado, são as riquezas que existem em horizontes mais longínquos que estão atrain-do os descendentes dos vikings para cenários mais tropicais. Só que dessa vez eles miram uma ri-

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Rua do Rosário, 99/7º andarCentro – CEP 20041-004

Rio de Janeiro – RJ – BrasilTel/fax: 55 21 3221-7500

[email protected]

DIRETOR EXECUTIVOBenício Biz

[email protected]

DIRETORA DE NOVOS NEGÓCIOSLia Medeiros (21 8241-1133)

[email protected]

EDITORABeatriz Cardoso (21 9617-2360)

[email protected]

EDITOR DE ARTE, CULTURA E VARIEDADES

Orlando Santos (21 9491-5468)

REPÓRTERESCassiano Viana (55 21 9187-7801)

[email protected]

Maria Fernanda Romero (55 21 8867-0837) [email protected]

Rodrigo Miguez (21 9389-9059)[email protected]

RELAÇÕES INTERNACIONAISDagmar Brasilio (21 9361-2876)

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DESIGN GRÁFICOBenício Biz (21 3221-7500)

[email protected]

PRODUÇÃO GRÁFICA E WEBMASTERLaércio Lourenço (21 3221-7506)[email protected]

Marcos Salvador (21 3221-7510)[email protected]

REVISÃOSonia Cardoso (21 3502-5659)

DEPARTAMENTO COMERCIALJosé Arteiro (21 9163-4344)

[email protected]

Cristina Pavan (21 9408-4897)[email protected]

Lorraine Mendes (21 8311-2053)[email protected]

Bruna Guiso (21 7682-7074)[email protected]

ASSINATURASRodrigo Matias (21 3221-7503)

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CTP e IMPRESSÃOWalprint Gráfica

DISTRIBUIÇÃO Benício Biz Editores Associados.

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores,

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ENVIO DE RELEASESSugestões de temas ou envio de matérias devem ser feitos via fax: 55 21 3221-7511

ou pelo e-mail [email protected]

O anúncio de que a China é a se-gunda maior economia do mundo não surpreendeu ninguém, uma

vez que aquele país e a Índia continua-ram crescendo mesmo em um cenário de crise internacional que, assim como o Brasil, dentro do Bric, demonstrou rápi-da capacidade de recuperação, enquanto que a Rússia (o R do grupo) foi o país que teve restabelecimento mais lento.

Surpreendeu mais o crescimento do Brasil no primeiro semestre do ano, chegando a 8,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior alta regis-trada em um se-mestre desde o início da atual série his-tórica, iniciada em 1996. É bem verdade que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nesse segundo trimestre já indica uma desaceleração da economia, após a forte expansão dos três primei-ros meses.

O setor de aço também sinaliza um superaquecimento da produção e da de-manda, e, embora a produção industrial tenha registrado uma queda, a cadeia de fornecedores de bens e serviços da in-dústria de óleo e gás tem mantido o nível de produtividade.

Todos de motores aquecidos por con-ta da expansão acelerada desse setor, im-pulsionada pelo plano de investimentos da Petrobras, que reserva mais de US$ 212 bilhões em investimentos para as distin-tas áreas desta atividade, com destaque para exploração e produção – com forte demanda no segmento naval – e o refino.

É esse mercado em franco cres-cimento que recebe o segundo maior evento do setor de petróleo do planeta, a Rio Oil & Gas 2010, que esse ano tem recorde de participantes – mais de 1.500 expositores – e de congressistas, assim como trabalhos inscritos e número de sessões técnicas.

Nos cinco dias do evento, a indús-tria mundial de petróleo terá seus olhos voltados para o Riocentro, no Rio de Ja-neiro, onde todos vão conferir as tecno-logias e tendências desse mercado, que tem na exploração e produção do pré-sal um cenário único de oportunidades.

Empresas, investidores e especia-listas das mais distintas áreas da ciência também vão observar quais as soluções existentes e aquelas que precisam ser desenvolvidas para que a indústria pe-trolífera possa atuar de forma sustentá-vel nessa nova fronteira exploratória.

Daí a preocupação da Benício Biz Editores em trazer para essa ROG, além de edições especiais da TN Petróleo e da T&B Petroleum, a versão atualizada do primeiro Guia do Estudante, específico do setor de petróleo, além de dois ma-pas técnicos: da plataforma de Mexilhão e das atividades offshore nas bacias de Santos, Campos e Espírito Santo.

A internacionalização desse evento, confirmada por algo em torno de 300 em-presas distribuídas em 12 pavilhões interna-cionais ou que vão participar em delegações e missões econômicas, reflete também a posição de destaque que o Brasil tem hoje no cenário mundial de petróleo e gás.

Some-se a isso a megaoferta de pa-péis da Petrobras, que vai emitir até 4,3 bilhões de ações e ainda ADRs (recibos de ações) no exterior, com a expecta-tiva de movimentar algo em torno de US$ 74,5 bilhões – superando a maior oferta de ações da história, da Nippon Te-legraph and Telephone (NTT), que levantou US$ 36,8 bilhões – também atrai os olha-res dos investidores internacionais, que veem o país como uma verdadeira ‘bacia’ de oportunidades – ou um ‘reservatório’ em potencial de grandes negócios.

Façam seus lances!

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editorial

Benício BizDiretor executivo da TN Petróleo

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A EPC/EngEnhAriA Projeto Consultoria S/A está animada com a perspectiva de crescimento e já vê sinais dessa movimentação. A empresa acaba de assinar dois contratos para o desenvolvimento de projetos no Complexo Petroquí-mico do rio de Janeiro (Comperj), empreendimento da Petrobras em itaboraí que prevê investimentos em torno de US$ 8,38 bilhões. O complexo ocupará uma área equi-valente a seis mil campos de fute-bol. A EPC Engenharia pretende dobrar o faturamento até 2012.

Com os maiores investimentos da história do país anunciados no setor de óleo & gás, empresas de projetos em engenharia veem oportunidades de crescimento inéditas no Brasil. Somente pela Petrobras, foram anunciados US$ 224 bilhões para viabilizar o pré-sal, sendo US$ 118 bilhões focados em exploração. É o maior plano de

expansão já previsto pela indústria brasileira. Ao todo, são 686 proje-tos, sendo que o mercado nacional será responsável por 67% dos con-tratos, o equivalente a um gasto de US$ 28,4 bilhões ao ano.

Diante destas perspectivas promissoras, a EPC/Engenharia irá desenvolver para a Alusa Enge-nharia o projeto de detalhamento da unidade de hidrocraqueamento Catalítico (hCC) do Complexo Petroquímico do rio de Janeiro (Comperj), além de desenvolver o projeto em regime Turn Key de distribuição de energia elétrica para a gel Engenharia, responsá-vel pelo abastecimento de água e a distribuição de energia elétrica do complexo.

A EPC está fornecendo projeto de engenharia multidisciplinar detalhada, gerenciamento de serviços de engenharia, assistência técnica para obra e montagem e

comissionamento da Unidade de hCC, que será a primeira unidade do país a realizar o processo quí-mico de quebra de petróleo usando hidrogênio em alta pressão. Esse

procedimento garante produ-tos finais mais nobres e diver-sificados do que os obtidos por meio da quebra do petróleo com altas temperatu-

ras, sistema utilizado atualmente no Brasil.

De acordo com o vice-presiden-te Comercial e Marketing da EPC, Dhenisvan F. Costa, por ser uma planta inédita no país, será um grande desafio para a EPC, para a Alusa e para a Petrobras. “O traba-lho em equipe vai ser fundamental para o bom desempenho desse empreendimento”, explicou.

Os TUBOs De FeRRO FUNDiDO dúctil serão aplicados na rede de incêndio e na adução de efluentes. O carregamento foi iniciado em maio e o término está previsto para agosto. até o momento foram utilizados 85 caminhões Truck, que saíram de Barra Mansa (RJ), onde está localizada a fábrica da saint-Gobain canalização, rumo ao comperj, em itaboraí (RJ).

a adutora do comperj levará água da estação elevatória de imunana, em são Gonçalo (RJ), até a estação de Tratamento de Água (eTa) de Porto das caixas, também em itaboraí, e poste-riormente ao comperj. serão 8 km de adutora de água bruta, da estação elevatória de imunana até a eTa, e 4 km de adutora de água tratada, da eTa ao complexo Petroquímico.

após o tratamento da água, a vazão de 250 l/s será dividida no intuito de atender a duas necessidades: 50 l/s para abasteci-mento das obras do comperj e 200 l/s para o abastecimento da população da região. “Para nós da saint-Gobain, que estamos lançando o produto para a linha industrial, ter um fornecimento dessa monta para um cliente que preza pela alta qualidade e per-

formance demonstra a aplicabilidade de nos-sos materiais para a indústria, funcionando ainda como motivador para investirmos ainda mais nesse mercado”, afirma Gustavo siquei-ra, diretor comercial e de Marketing da saint-Gobain.

Trata-se do primeiro fornecimen-to da saint-Gobain canalização para o comperj, quando a nova linha industrial da empresa estará levando a água que possibilitará a futura construção de todas as unidades petroquímicas no complexo.

hot news

Saint-Gobain Canalização fornecerá tubos industriais para o ComperjTrata-se do primeiro negócio da empresa com o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A Saint-Gobain Canalização entregará 12 km de tubos industriais (DN 300 e DN 600).

Desenvolvimento de projetos de engenharia Com os maiores investimentos da história do país anunciados

no setor de óleo e gás, empresas de projetos em engenharia veem oportunidades de crescimento inéditas no Brasil.

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TrêS MESES APóS o vazamen-to de petróleo no poço da British Petroleum (BP) no golfo do Méxi-co, considerado o maior desastre ambiental da história dos Esta-dos Unidos, o Brasil elabora um programa de ação para acidentes no pré-sal. A proposta do governo é de que a Agência nacional do Petróleo, gás natural e Biocom-bustíveis (AnP), o instituto Brasi-leiro do Meio Ambiente (ibama) e a Marinha elaborem, juntos, o primeiro Plano nacional de Con-tingência para evitar catástrofes durante a exploração de petróleo em alto-mar.

Atualmente, a Petrobras elabo-ra os programas de contingência para cada uma das plataformas, mas agora o governo adotará um plano em nível nacional, com a atuação conjun-ta dos órgãos fiscalizadores e do meio ambien-te, segundo o diretor-geral da AnP, Haroldo Lima. Para Lima, o Brasil tem um dos sistemas de segurança e fisca-lização mais avançados do mun-do. Entretanto, eles certamente deverão ser aperfeiçoados devido ao vazamento da BP.

Entretanto, o executivo alerta que o Brasil deve acelerar os pro-jetos de exploração de petróleo no pré-sal e também no pós-sal, com o risco de a matéria-prima perder valor no futuro próximo com o maior uso de fontes alternativas de energia, precipitado pelo acidente nos EUA.

Lima se declarou um defensor não só da aceleração da produção de óleo no pré-sal, como no pós-sal e também nas bacias terrestres, para permitir o desenvolvimento do país e ajudar na redução da pobreza e da desigualdade. “Te-mos que nos adiantar para evitar que a gente fique com um mico”, apontou.

O plano brasileiro começou a ser esboçado depois do vazamento de 1,3 milhão de litros de petróleo na Baía de guanabara, em janeiro de 2000, mas está parado há dois anos e meio no Ministério do Meio Ambiente.

a cPFl eNeRGia iNFORMOU que iniciou a operação na Usina Baldin, em Pirassununga (sP), da primeira termelétrica da companhia movida à biomassa do bagaço da cana-de-açúcar. a unidade tem 45 megawatts (MW) de potência instalada e uma capacidade de exportar 30 MW, o suficiente para abastecer o consumo residencial de uma cidade do porte de araraquara (sP), com 200 mil habitantes. Foram R$ 103,5 milhões investidos na planta, parceria entre a cPFl Bioenergia, controlada pela holding cPFl energia, e a Baldin.

segundo a cPFl, os testes nos equipa-mentos para colocar em operação e expor-tando para o sistema, chamados de “comis-sionamentos”, foram concluídos no último dia 24 de agosto. Desde então, a unidade opera comercialmente. No empreendimento, a cPFl Bioenergia ficou responsável pela aqui-sição e instalação das turbinas, geradores, subestação, linha de transmissão, caldeira e casa de força.

a Baldin, além da área da usina, é res-ponsável pelo fornecimento do bagaço da cana. em março, a cPFl anunciou parceria com o Grupo Pedra agroindustrial para inves-timentos de R$ 366 milhões em três projetos de geração à biomassa, nas usinas paulistas da Pedra, em serrana, ipê, em Nova inde-pendência, e Buriti, em Buritizal. a potência instalada totaliza 145 MW, sendo 50 MW da Buriti, 25 MW na ipê e 70 MW da Pedra. Dos 145 MW gerados nas três unidades, 88,63 MW serão exportados para a cPFl no período de safra. as térmicas à biomassa de Buriti em ipê devem entrar em operação em junho de 2011 e a da Pedra em abril de 2012.

CPFL inicia operação de sua primeira termelétrica à biomassa

Plano nacional contra vazamentoO vazamento de óleo no poço da British Petroleum (BP) no Golfo do México, nos Estados Unidos – que completou três meses até ser parcialmente contido – provocará mudanças profundas nos sistemas de segurança utilizados pela indús-tria de petróleo no mundo todo. E no Brasil as mudanças já se iniciaram com o anúncio da elaboração do primeiro plano nacional de contingência para conter vazamentos de petróleo em alto-mar, como nos campos do pré-sal.

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a TecNOlOGia cRiaDa pela asel-Tech teve grande impulso no seu aprimoramen-to na parceria com a UsP e com o apoio da Fundação de amparo à Pesquisa do estado de são Paulo (Fapesp). a empresa fornece para a Petrobras, exporta o software para empresas do equador, chile, arábia sau-dita e se prepara para atender o mercado norte-americano.

Paulo seleghim Júnior, professor da UsP e responsável pelo projeto, explica que a instituição trabalhou com a asel-Tech no desenvolvimento de um software e construíram, juntas, um sistema de dutos com 1,5 km para aperfeiçoar a tecnologia desenvolvida e fazer simulações para visitantes do Brasil e do exterior. “O duto tem sensores acústicos e de vazão que enviam sinais para o processador na sala de controle”, esclarece ele.

Os sensores podem ser instalados a cada 30 km, em dutos de qualquer comprimento. as leituras das varia-

ções de pressão e vazão são captadas por uma unidade eletrônica capaz de realizar cálculos complexos. “a eletrô-nica desenvolvida utiliza algoritmos de inteligência artificial (redes neurais) para distinguir o ruído provocado por uma bomba daquele de um vazamento”, esclarece Julio alonso, ceO e diretor da asel-Tech. essas informações chegam em segundos à mesa do operador desse sistema, em qualquer lugar do mundo, e este dispõe de informações mais apura-das para tomar a decisão de interromper o transporte nos dutos.

O sistema de Detecção de Vazamento da asel-Tech foi qualificado pela PRci (Pi-peline Research council internacional), en-tidade dos eUa que funciona como órgão orientador de práticas de segurança para empresas de petróleo. Foram avaliadas 40 tecnologias para detectar vazamentos em dutos e apenas duas foram aprovadas: uma delas é a tecnologia desenvolvida pela asel-Tech e UsP/são carlos. “isso nos dá um grande respaldo para entrar no mercado norte-americano. No Brasil, são 15 mil km de dutos da Petrobras. Nos eUa são 600 mil km”, especifica alonso.

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A gigante da energia independente

A gDF SUEz EnErgy international e a britânica international Power (iP) criaram a new international Power, empresa que será a maior produtora independente de energia mundial e também em volume de faturamento, com posições relevantes em países em crescimento na América Latina, na América do norte, no reino Unido, no Oriente Médio, na Ásia e na Austrália.

no Brasil, a gDF Suez é a maior empresa privada de geração de energia elétrica, por meio da sua geradora Trac-tebel Energia S/A, com parque predo-minantemente hidrelétrico. A Tractebel Energia detém cerca de 7% da capacidade instalada brasileira.

na efetivação da transação, parte dos ativos da gDF Suez Energy internatio-

nal será transferida para a international Power com 4,4 bilhões de euros de dívida líquida. O capital da nova sociedade fi-cará dividido em 70% para a gDF Suez e 30% para os acionistas da iP.

A new interna-tional Power, forma-da pela combinação das duas empresas, terá capacidade de produção de energia de mais de 66.000 MW e Ebitda supe-rior a 1,680 milhão de libras, sendo que o grupo gDF Suez passará a controlar mais de 100.000 MW de capacidade ins-talada no mundo. A empresa fechou um

lucro líquido de 3,6 bilhões de euros no primeiro semestre de 2010 com um fatu-ramento de 42,3 bilhões de euros.

O presidente da gDF Suez no Brasil, Maurício Bahr, afirma que a estratégia de negócio do grupo para o país continuará a mesma. “A international Power não tinha ativos na América Latina. A combinação das duas empresas não mudará em nada a estratégia do grupo de ser um ator que prioriza os projetos de geração de energia limpa e renovável, a exemplo da hidrelé-trica Jirau, em construção no rio Madeira, que entrará em operação comercial no primeiro trimestre de 2012”, comenta. A composição acionária da Tractebel Ener-gia, assim como a gestão do gDF Suez no Brasil, se manterão inalteradas.

GDF Suez Energy International e International Power se unem para criar a líder mundial na produção de energia independente, com um portfólio balanceado de ativos tanto em presença geográfica como em mix de fontes de geração (com baixa emissão de carbono), e capacidade total de produção de mais de 66.000 MW

Brasil exporta sistema detector de vazamento em dutosO Departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia da Universidade de São Paulo (USP/São Carlos) exporta um sistema pioneiro com base em tecnologia acústica e de balanço de massa, capaz de detectar vazamento em dutos das empresas de petróleo

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O BRasil DeVe assisTiR nos próximos meses a uma nova onda de fusões e aquisi-ções em toda a cadeia petrolífera – mas com personagens conhecidos. avaliação da ernst & Young sobre as perspectivas da indústria brasileira de petróleo mostra que boa parte dos negócios realizados ocorrerá entre for-necedores de bens e serviços já presentes no mercado nacional.

carlos alberto de assis, sócio de ser-viços de assessoria da ernst & Young es-pecializado em riscos, lembra que o setor deve receber investimentos diretos de até Us$ 190 bilhões até 2013, considerando os da Petrobras, petroleiras e empresas da ca-deia de fornecedores de bens e serviços. “a definição do marco regulatório do pré-sal, qualquer que seja, traz um cenário de maior segurança jurídica”, avalia o executivo. “a dimensão das reservas e as perspectivas de lucratividade apresentadas, inevitavelmente colaboram para atrair interessados.”

a maior parte dos analistas vê um ree-quilíbrio do mercado de petróleo neste ano, com uma ampla capacidade de reservas ca-paz de atender aos aumentos da demanda. Os preços subiram significativamente, e essa tendência deve se manter com o aquecimento do setor. “a recuperação do preço do petróleo, para aproximadamente Us$ 60-80 o barril, significa que aumentou o número de projetos que se tornaram economicamente viáveis. É o caso dos projetos de exploração em águas profundas, que demandam investimento de capital de grande escala”, explica assis.

Projetos dessa natureza favorecem uma abordagem colaborativa. Já é possível ob-servar essas tendências no mercado com a associação da Petrobras a uma série de empresas para o desenvolvimento de suas descobertas em águas profundas da costa brasileira, nas bacias de campos e santos.

essa percepção reforça a expectativa de mais acordos entre empresas do setor neste semestre, inclusive com o investimento em novas regiões. “a exemplo do que já observa-mos no primeiro semestre, os negócios serão menos numerosos, mas deverão envolver um volume maior de recursos”, explica assis.

a avaliação é de que, a partir deste mo-mento, os negócios serão realizados em duas

etapas: na primeira, por meio de associações entre as empresas estrangeiras e a Petrobras, com o objetivo de explorar as reservas do pré-sal. Depois, uma segunda frente de ne-gócios será aberta por meio de parcerias e fusões, tanto por fornecedoras estrangeiras quanto nacionais, em busca de adequação aos padrões nacionais de conteúdo local. Gargalos – Retornando de um encontro com um grupo de 60 investidores norte-ameri-canos interessados em investir no pré-sal, assis revelou que, mais do que o marco re-gulatório, a principal preocupação fora do país é com antigos problemas estruturais. Gargalos logísticos, falta de mão de obra qualificada e a complexidade da tributação são alguns dos principais pontos de atenção para os estrangeiros. “são as perspectivas de crescimento da economia local e de lu-cratividade propiciada pelo pré-sal que os mantêm interessados”, conclui.

Produção Petrobras a PRODUçãO MÉDia DiÁRia de petróleo e gás natural da Petrobras no Brasil e no exte-rior em julho foi de 2.580.932 barris de óleo equivalente (boed). esse resultado ficou 3,3% acima do volume registrado no mesmo mês de 2009, quando foram produzidos 2.498.116 boed, e foi 0,7% maior do que os 2.563.193 boed produzidos em junho de 2010.

considerando apenas os campos no Bra-sil, a produção média diária de petróleo e gás alcançou 2.335.861 boed, com um aumento

de 3,6% em relação aos 2.254.409 extraídos no mesmo mês de 2009, e de 0,9% quando comparado ao volume produzido em junho de 2010. a produção exclusiva de petróleo dos campos nacionais chegou a 2.005.010 barris/dia, e foi 3,4 % superior aos 1.937.587 bar- ris/dia produzidos em julho de 2009.

Na comparação com o mês anterior (ju-nho de 2010), o aumento da produção de petróleo de julho foi de 1,4%. esse aumento de 27.217 barris na produção média diária foi consequência do início de operação da pla-taforma FPsO Cidade de Santos, nos campos de Uruguá e Tambaú (Bacia de santos) e da entrada de novos poços no FPsO Capixaba (foto), no Parque das Baleias, no mar do es-pírito santo (Bacia de campos). Também con-tribuiu para o aumento o retorno à produção da plataforma P-43, no campo de Barracuda (Bacia de campos), que no mês de junho se encontrava em manutenção programada.

a produção de gás natural dos campos nacionais atingiu 52.601.000 m³ diários em julho, mantendo-se nos mesmos níveis em relação ao mês anterior e ao mesmo período de 2009.

O volume médio de petróleo e gás natural extraídos dos campos situados nos países onde a Petrobras atua no exterior chegou a 245.071 barris de óleo equivalente por dia em julho, representando um aumento de 0,6% em relação ao mesmo mês em 2009. contribuiu para o resultado a entrada em produção de novos poços nos campos de

Fusões e aquisições em petróleo e gás devem se acelerar com o pré-salInvestimento direto será de US$ 190 bilhões até 2013; fornecedores de bens e serviços já presen-tes no Brasil devem ser principal alvo das companhias estrangeiras. O diagnóstico foi feito pela consultoria da Ernst & Young.

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akpo e de agbami, ambos na Nigéria. Quando comparado com junho de 2010, o volume apresentou uma redução de 1,2%, devido a questões operacionais em akpo.

a produção de gás natural no exterior foi de 16.047.000 m³, registrando um acrésci-mo de 1,1% em relação a junho de 2010, em função de maior produção na argentina. Já em comparação com o mesmo mês do ano passado, houve uma redução de 6,7%, em decorrência de menor produção na argentina, estados Unidos e Venezuela..

Opep: crescimento da demanda e furacões

em seu relatório mensal divulgado em agosto, a Organização dos Países exporta-dores de Petróleo (Opep) elevou a previsão do crescimento da demanda global por pe-tróleo, neste ano, de 100 mil barris por dia para 1 milhão de barris por dia. a agência internacional de energia (aie) também au-mentou sua previsão da demanda global por petróleo em 80 mil barris diários em 2010. Os 12 membros da organização respondem por cerca de 40% dos 86 milhões de barris consumidos globalmente por dia.

segundo a Opep, a china e outras na-ções asiáticas serão responsáveis pelo maior crescimento da demanda por petróleo em

2010. No entanto, o consumo norte-ameri-cano deve se expandir moderadamente em 300 mil barris por dia. a organização alerta que a economia mundial está enfrentando crescentes obstáculos que vão desacelerar o crescimento futuro.

Boa parte da demanda extra por petróleo em 2010 deve ser absorvida pela oferta de países que não integram a Opep, prevista para subir cerca de 800 mil barris por dia, devido à produção maior do que a esperada pela

Rússia, que atingiu recorde de produção em julho, além de estados Unidos e china.

segundo o cartel, embora o desastre na plataforma Deepwater Horizon, nos eUa, tenha prejudicado de forma significativa a exploração de petróleo no Golfo do México, a produção no país está prevista para subir 300 mil barris por dia ainda neste ano. No entanto, a Opep alerta que os riscos conti-nuam a existir, dada a previsão de uma ativa temporada de furacões.

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Produção de países-membros da Opep e não-membros – ago/08 a jul/10

O BaRRil DO PeTRóleO que será usado para a capitalização da Petrobras vai custar em média Us$ 8,51. O valor foi anunciado no dia 1º setembro pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Neste dia, foi enviado um aviso ao mercado com valores e condições da capitalização da estatal. O valor da cessão onerosa dos cinco bilhões de barris será de Us$ 42,533 bilhões, o equivalente a R$ 74,807 bilhões.

O processo de capitalização terá um índice mínimo de nacionalização de 37% para o período exploratório. Na fase de implantação, o mínimo passa para 55% e o médio para 65%. a capitalização terá um retorno de 8,83% ao ano.

“esta é, certamente, a maior operação dessa natureza na história do país”, afir-mou Mantega. O processo será restrito aos atuais acionistas. se sobrarem, os papéis vão ao mercado.

a capitalização da Petrobras – que demorou um ano para sair do papel – está

prevista para acontecer no dia 30 de setem-bro. O governo poderá ceder à estatal até 5 bilhões de barris de petróleo em áreas ainda não concedidas. De acordo com Mantega, os 5 bilhões de barris serão retirados de seis campos e mais um de reserva para o caso

de não serem suficientes para completar o contrato. Os campos são: Tupi sul, Florim, Tupi nordeste, Peroba (definido como de re-serva), Guará, Franco e iara. O maior campo é o de Franco, com 3,1 bilhões de barris.

O valor de Us$ 8,51 por barril refere-se à média dos campos de petróleo. O campo de Franco, que deverá fornecer cerca de 3,1 bilhões de barris, terá o valor mais alto:

Us$ 9,04. O menor valor será o do petróleo extraído do campo de iara: Us$ 5,82.

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, lem-brou que a escolha da área de Franco

para fazer a capitalização reflete o melhor conhecimento exploratório que existe no momento. “Não teremos nenhum risco em relação ao volume (de petróleo)”, disse.

Barril de petróleo para capitalização vai custar em média US$ 8,51

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Cai o lucro da PDVSA a PeTROleiRa esTaTal venezuelana Petró-leos de Venezuela (PDVsa) divulgou em julho a queda de 54% no lucro líquido em 2009. a queda nos preços do petróleo, além de cortes na produção da Opep, grupo do qual o país é membro, fez os lucros da empresa recuarem de Us$ 9,49 bilhões, em 2008, para Us$ 4,39 bilhões no ano passado. “Foi um ano difícil”, afirmou Rafael Ramírez, presidente da em-presa e ministro de energia do país.

segundo o relatório anual da companhia, a Venezuela produziu 3,012 milhões de bar-ris de petróleo bruto por dia em 2009, em comparação com 3,260 milhões de barris por dia em 2008. O preço da cesta de exportação da Venezuela caiu de Us$ 86,49, em 2008, para Us$ 57,01 o barril, no ano passado. em termos de volume, as exportações caíram de 2,90 milhões de barris, em 2008, para 2,68 milhões de barris por dia, em 2009.

a receita operacional total caiu de Us$ 126,36 bilhões para Us$ 75 bilhões em 2009, também em razão da queda nos preços do petróleo.

EUA foi o maior comprador as eXPORTações De PeTRóleO vene-zuelano para os estados Unidos somaram Us$ 15,815 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que representa um aumento de 35,9% em relação ao mesmo período de 2009, quando os preços do cru sofreram fortes quedas.

Um relatório da câmara Venezuelana americana de comércio e indústria (Venam-cham), aponta que dos Us$ 16,352 bilhões vendidos pela Venezuela aos estados Unidos, 96,7% correspondem a negócios do mercado petroleiro. Por outro lado, a Venezuela impor-tou dos estados Unidos um total de Us$ 4,932 bilhões no primeiro semestre de 2010.

Os estados Unidos, principal comprador do petróleo venezuelano, foi abastecido, em média, com 1,4 milhão de barris diários em 2009, o que situa a Venezuela em quinto lugar entre seus fornecedores de cru, segundo dados de Washington.

a Venezuela é o maior produtor de petró-leo da américa do sul, e as exportações desta commodity representam aproximadamente 90% de sua renda em divisas.

“Foi uma tragédia horrível pela qual, enquanto dirigente da BP na oca-sião, sempre me sentirei profundamente responsável, sem considerar de quem foi a culpa.” Tony Hayward, ceO da BP, que deixará suas funções de presidente em 1º de outubro, sobre o acidente da Deepwater Horizon. 27/07/2010 – Isto é Dinheiro

“Realmente [algumas plataformas na Bacia de Campos] estavam com problemas de conservação... Estavam na fase em que esperavam as pa-radas pré-programadas (...) Todas as decisões de continuar as operações foram tomadas porque temos certeza de que estas unidades precisam de mais conservação, mas não ameaçam a integridade física dos nossos trabalhadores.” José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. 17/08/2010 – Agência Estado

“O regime de concessão vai continuar operando. Devemos realizar essa Rodada ainda neste ano.” Márcio Zimmermann, ministro de Minas e energia. 18/08/2010 – Valor Online

“Não chegamos a um consenso em relação ao preço do barril. Todos os comunicados sobre a capitalização da Petrobras serão feitos daqui para a frente por meio de fato relevante. Tudo que sair na imprensa sobre este assunto será especulação.” Guido Mantega, ministro da Fazenda, durante o 7º Fórum de economia da Fundação Getúlio Vargas. 30/08/2010 – Agência Estado

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) (janeiro a junho/2010)

Jan Fev Mar Abr Maio JunhoBrasil+Exterior 2.525,8 2.560,5 2.556,0 2.598,6 2.599,8 2.563,2

Frases

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil (janeiro a junho/2010) Jan Fev Mar Abr Maio JunhoBacia de Campos 1.647,6 1.688,9 1.688,3 1.702,3 1.686,9 1.648,4Outras (offshore) 109,3 85,7 93,6 117,8 120,1 115,4Total offshore 1.756,9 1.774,6 1.781,9 1.820,1 1.807,0 1.763,8Total onshore 215,9 212,9 211,9 212,5 213,1 214,0Total Brasil 1.972,8 1.987,6 1.993,8 2.032,6 2.020,2 1.977,8

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil (janeiro a junho/2010)

Jan Fev Mar Abr Maio JunhoBacia de Campos 25.212,0 26.386,8 25.817,3 26.067,5 26.490,4 26.015,2Outras (offshore) 8.686,1 9.687,1 9.057,1 9.821,4 10.527,9 11.908,8Total offshore 33.898,0 36.074,0 34.874,4 35.889,0 37.017,7 37.924,0Total onshore 15.650,1 15.541,7 15.259,4 15.658,4 15.740,9 15.706,4Total Brasil 49.548,1 51.615,7 50.133,8 51.547,4 52.758,6 53.630,4

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional (janeiro a junho/2010)

Jan Fev Mar Abr Maio JunhoExterior 147,7 151,4 149,6 151,4 151,7 154,6

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional (janeiro a junho/2010)

Jan Fev Mar Abr Maio JunhoExterior 15.912,4 16.454,7 16.530,5 15.323,9 16.214,5 15.878,1

Produção da Petrobras de óleo, LGN e gás natural

(*) inclui gás injetado.(**) em 2003 inclui os dados da Petrobras energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras Fo

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TN Petróleo 73 15

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Page 18: TN Petróleo 73

entrevista exclusiva

16 TN Petróleo 73

Um dos principais provedores de tecnologia subsea e de produtos e serviços para

a indústria de óleo e gás, o grupo Aker Solutions vem expandindo sua atuação no

Brasil, onde hoje já operam nada menos que 13 de suas unidades de negócios –

nove delas com bases ou plantas fabris locais – de quatro divisões distintas globais .

Há mais de 40 anos no país, e com 15 anos de fornecimento local para a indústria

petrolífera brasileira, o grupo norueguês já consolidou vários marcos tecnológicos

na área de exploração e produção offshore. por Beatriz Cardoso

TaNTO QUe acaBOU conquistando os primeiros contratos exclusivos da Petrobras para fornecimento dos sistemas subsea dos projetos pioneiros de desenvolvimento do pré-sal, nos campos de Tupi, Guará &Tupi-Nordeste, todos na Bacia de santos. “Nosso know-how tecno-lógico para desenvolver equipa-mentos subsea para ambientes em águas profundas, de alta pressão e temperatura (HT/HP), foi fundamen-tal para que pudéssemos oferecer soluções diferenciadas para a Petrobras”, comemora o engenheiro Marcelo Taulois, country manager da aker solutions do Brasil. No co-mando da operação brasileira desde 2004 – cargo que acumula com a presidência da divisão subsea no Brasil, assumida em 2001, quando voltou ao país –, Taulois afirma que o Brasil é prioridade para a compa-nhia. “Temos chamado muito a aten-ção do grupo. Nosso planejamento estratégico tem visão para alcançar 2017 e, desde 2007, implementamos um programa de investimentos no

Brasil a fim de atingir este objeti-vo.” encomendas não faltam: basta ver a quantidade enorme de partes de equipamentos que ocupam toda a planta industrial da aker solu-tions, na região metropolitana de curitiba, no Paraná, incluindo as vias e jardins: toda a área externa da empresa é um grande armazém a céu aberto, aguardando apenas entrar na linha de montagem ou o caminhão que irá transportar os equipamentos ao seu destino final – o fundo do mar, a 1.500 m, 2.000 m e até 3.000 m de profundidade.

TN Petróleo – Qual o balanço que você faz desses últimos dez anos, desde que voltou ao Brasil para assumir a divisão subsea?

Marcelo Taulois – O mercado de óleo e gás cresceu e evolui muito no país desde que começamos a produzir os primeiros equipamen-tos aqui, a partir de 1995, na planta fabril que usávamos até então para atender a indústria de papel e celu-lose. No ano seguinte já estávamos

qualificados como fornecedores subsea da Petrobras. e em 1997 entregamos a nossa primeira árvore de natal molhada (aNM). Desde então, já entregamos 166 aNMs e temos outras 94 encomendadas, além de outras 61 em negociação, que integram um lote de aNMs licitado pela Petrobras, para o qual oferecemos o melhor preço.

E manifolds?O primeiro manifold foi contra-

tado em 1999, para o campo de Ma-rimbá. Onze anos depois, em 2010, entregamos mais duas unidades, e estamos prestes a concluir o quarto equipamento. Os dois manifolds entregues este ano contemplam as novas especificações da Petrobras, e vão compor o sistema de produção de óleo do campo de albacora (Bacia de campos). cada um dos manifodls tem cerca de 300 toneladas, 7,5 m de largura, 18 m de comprimento, 5 m de altura, e capacidade para operar em 1.000 m de profundidade. O quarto equipamento a ser entre-

para ir mais fundoestamos preparados

Marcelo Taulois, country manager da Aker Solutions do Brasil e presidente da divisão Subsea

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TN Petróleo 73 17

gue será utilizado para exportação de gás no campo de Jubarte. com-parados ao primeiro equipamento, os manifolds produzidos recentemente possuem não somente dimensões muito maiores, mas também contam com sistemas de controle submari-nos bem mais complexos.

Como se desenvolveram as ANMs no Brasil?

a aker solutions acompanhou a evolução do mercado de aNM no Brasil, e já forneceu equipamentos

de 150, 300, mil, 2 mil e, inclusive, uma aNM horizontal para operar em lâmina d’água de até 3 mil m de pro-fundidade. Para o pré-sal, a pressão suportada por esses equipamentos passou de 5 mil Psi para 10 mil Psi, a temperatura varia de 0 a 135 graus e o nível de exposição a H2s e cO2 aumentou significantemente. Para atender a estas condições, nosso grande desafio é selecionar materiais que viabilizem o projeto economicamente. Já fornecemos aNMs para 180 graus e 15 mil Psi,

mas, se usássemos estes compo-nentes aqui no Brasil, não seríamos competitivos. Temos um forte grupo de engenharia de materiais atuando especificamente neste desenvolvi-mento, com apoio de universidades locais. Não precisamos de uma aNM “Rolls Royce”, mas sim de uma que atenda as normas técni-cas, com custo adequado e fabrica-da com o melhor grau de qualidade possível para minimizar problemas em campo. este é o foco para o desenvolvimento de produtos na

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entrevista exclusiva

18 TN Petróleo 73

aker solutions no Brasil e para os campos do pré-sal.

Essa expansão da Aker Solutions tem se acelerado nos últimos dez anos...

sem dúvida. eu diria que crescemos umas oito vezes nessa década. em 2001, tínhamos duas áreas de negócios instaladas no país: a subsea (Divisão subsea) e a MH service (da Divisão de Pro-ducts &Technologies). Hoje, temos 13 áreas de negócios operando no país, pertencentes às quatro divisões de negócios do grupo: subsea, Produtos & Tecnologias, energia & Desenvolvimento e Pro-cesso & construção. Do total, nove estão instaladas no país. algumas áreas começaram pequenas e agora estão em franco desen-volvimento, como a de Drilling, composta pela divisão MH, Drilling Risers e Wirth. Hoje, esta área de negócio tem uma estrutura bem grande, incluindo a fábrica de risers de perfuração, em Rio das Ostras (Norte Fluminense). No Brasil, passamos de 200 funcio-nários em 2001 para mil em 2010, dos quais 600 estão na matriz da empresa e 300 na base de servi-ços, em Rio das Ostras, além de equipes no escritório de vendas, desenvolvimento de negócios e engenharia, no Rio de Janeiro. Desde 2009, já contratamos mais de 300 pessoas.

Qual o nível de investimentos feitos no país?

Nos últimos três anos, que foi o grande boom do mercado, investi-mos mais de 120 milhões de reais no país. com isso, conseguimos dobrar nossa capacidade produtiva esse ano: no segmento subsea, somos capazes de produzir até 5,5 aNMs equivalentes por mês (cerca de 66 aNMs por ano). Nosso intuito sempre foi produzir equipamentos

com alta qualidade e desenvolver fornecedores locais. estes últimos investimentos refletem nosso inte-resse em desenvolver a indústria de óleo e gás no Brasil. Tanto que, hoje, temos cerca de 1 bilhão de reais em carteira, abrangendo aNMs, siste-mas de risers de perfuração, insta-lação de equipamentos submarinos, sistemas de processos top side, de perfuração, entre outros.

Como a Aker Solutions está distri-buída no Brasil?

em curitiba está localizada a matriz da empresa, onde são produ-zidos os equipamentos submarinos (aNM, manifolds, Plem e Plets, que são equipamentos menores utiliza-dos em sistemas subsea). em Rio das Ostras localiza-se a nossa base de serviços, onde são realizadas manutenções em equipamentos, além da fábrica de risers de perfura-ção (a única do país, inaugurada em 2008). Temos uma fábrica de coluna

de riser de perfuração que usa uma conexão diferente da flangeada. a nossa conexão é como a baioneta de uma lente de máquina fotográfica: leva apenas 12 segundos para ser feita. essa tecnologia não requer ferramenta nenhuma. Já fornecemos quatro colunas de riser de perfura-ção no país – as colunas podem ter de 2 a 3 mil metros, integradas por diversas peças (risers) de 50 a 75 pés cada uma. a base de Rio das Ostras ainda vai abrigar o primeiro centro de treinamento para simu-ladores de perfuração do país, que utilizará tecnologia de ponta, em 3D, para reproduzir toda a estrutura de uma plataforma de perfuração e as centenas de operações que ela realiza. Nessa base, também funcio-nam diversas unidades de negócio da companhia, como a unidade de sistemas de perfuração, instalação de equipamentos submarinos, ser-viços para sistemas de ancoragem e carregamento e descarregamento offshore, além de manutenção de equipamentos submarinos. No Rio de Janeiro e em são Paulo, temos escritórios de desenvolvimento de negócios e engenharia.

Todas são voltadas para o setor offshore?

a grande maioria sim. Porém, no segmento onshore, a aker solutions possui unidades de negócio em são Paulo, Recife e Belo Horizonte, onde atuamos em parceria com empresas locais e desenvolvemos projetos de engenharia nas áreas de Petroquímica e Mineração. como exemplo, posso citar que a aker solutions está concluindo o projeto de engenharia básica e detalhada para a planta de ácido tereftálico (PTa) que está sendo construída no Recife. essa planta pertence à Petroquímica de suape e será o mais importante polo integrado de poliéster da américa latina. a uni-dade Metals, no chile, em parceria

NOs úlTiMOs TRês aNOs, QUe FOi O

GRaNDe BOOM DO MeRcaDO, iNVesTiMOs Mais De 120 MilHões

De Reais NO PaÍs. cOM issO, cONseGUiMOs

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PRODUZiR aTÉ 5,5 aNMs eQUiValeNTes POR Mês

(ceRca De 66 aNMs POR aNO).

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TN Petróleo 73 19

com uma empresa brasileira em Belo Horizonte, desenvolve projetos na área de metais, como cobre, aço, entre outros. a chemetics, com base no canadá, produz sistemas de enge-nharia e equipamentos para indús-trias químicas, de fertilizantes, papel e celulose e tratamento de água.

Qual a estratégia para os próximos anos?

Vamos manter e desenvolver todas essas operações no Brasil. Temos planos para desenvolver o mercado de umbilicais no Brasil, mas somente se houver deman-da. Neste meio tempo, estamos qualificados para oferecer este produto a partir de nossas fábri-cas fora do Brasil. esta é uma área que temos grande interesse em expandir no Brasil.

O pátio cheio da fábrica mostra que vocês estão com muitos con-

tratos em carteira, incluindo o do pré-sal...

em 2008, tivemos a felicida-de de ganhar o primeiro contrato global da Petrobras, de 45 árvores, no valor de Us$ 223 milhões. com este contrato, confirmamos nossa visão de investir no país, defini-da em 2007. Depois, obtivemos o contrato dos primeiros sistemas de desenvolvimento do pré-sal, para os campos de Tupi, Guará & Tupi Nordeste (veja Box carteira de projetos). No projeto piloto de Tupi, o primeiro equipamento submarino desenvolvido especificamente para a camada pré-sal, estamos utilizan-do nosso know-how tecnológico em equipamentos de alta pressão e alta temperatura (HT/HP) com enge-nharia 100% feita no Brasil. isso foi fundamental para que pudéssemos oferecer soluções diferenciadas para a Petrobras. O projeto piloto de Tupi abrange nove árvores de

natal verticais, sendo oito já enco-mendadas, para operar em lâmina d’água de 2.500 m, com sistemas de controle submarinos, dois con-juntos completos de ferramentas, acessórios e ferramentas. Todas as árvores de natal do pré-sal licitadas até agora, são nossas. Por conta própria, estamos buscando a qualificação desses equipamentos para 3 mil metros, embora não haja essa exigência da Petrobras.

Vocês também fizeram uma apos-ta ousada com o Skandi Santos. Como foi o desenvolvimento desse projeto?

a aker solutions tem duas divisões operando no Brasil com instalações marítimas. Já fize-mos trabalhos para a statoil no campo de Peregrino com o barco BOa Deep c e, em Rio das Ostras, estamos presentes com a opera-ção de instalação de equipamen-

estamos preparados para ir mais fundo

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entrevista exclusiva

20 TN Petróleo 73

tos submarinos, com o skandi santos, que completou este mês sua 50ª instalação desde março. O skandi santos é um conceito com o qual já estávamos traba-lhando fora do Brasil, discutido há anos no mercado internacio-nal. Mas ninguém tinha coragem de fazer. a Petrobras teve: fez um estudo, lançou um edital no mercado, definindo as especifi-cações do barco. antecipamo-nos, montando uma empresa e dedicando tempo a esse projeto. em 2007 ganhamos a concorrên-cia dessa embarcação, projetada e construída para a instalação de equipamentos submarinos, que já está sendo operada pela Petrobras em um contrato de cinco anos. O skandi santos, que realiza serviços hoje feitos por sondas de perfuração, pode reduzir o tempo de operação e otimizar os custos. Dependendo do tipo de equipamento, podemos ter um ganho de 50% no prazo de instalação. como desce-mos os equipamentos de forma contínua, e não com risers, não precisamos parar a operação. entregamos o barco quase oito meses antes do prazo contratual. Já temos outro em construção na Noruega, que estará disponível em dezembro para o mercado.

Qual o índice de conteúdo nacional que vocês vêm assegurando nesses contratos?

Temos um índice de naciona-lização de 70% na produção de árvore de natal molhada (aNM), 50% em manifold, e 15% a 20% em drilling, mas este índice vai aumen-tar nos próximos cinco anos com a contratação das 28 sondas.

Qual a importância do Brasil hoje nos negócios do grupo, tendo em vista o programa de investimentos da Petrobras e o potencial do pré-sal?

as atividades realizadas no Brasil sempre tiveram significativa importância para a aker solutions: o Brasil tem chamado a atenção do grupo, principalmente após a desco-berta do pré-sal e dos novos campos exploratórios. Tanto que a compa-nhia definiu duas áreas prioritárias para focar seu desenvolvimento estratégico: águas profundas, onde se encontram as reservas do Brasil, e ambiente de condições climáticas severas, como o Ártico e a Rússia. estamos preparados para os grandes desafios que vêm pela frente! Para

os próximos anos, vamos continuar investindo em nossa estrutura, na ampliação de nosso parque fabril, em pesquisa e desenvolvimento e na qualificação de profissionais.

Quais são os fatores críticos para as operações do grupo no Brasil?

Há três pontos importantes. O primeiro diz respeito a condições contratuais mais apropriadas para o mercado. Hoje operamos sob as normas da cFM 2005 (condições de Fornecimento de Material), que regem o relacionamento entre a Petrobras e o mercado fornecedor. entidades de classe, como a asso-ciação Brasileira de infraestrutura e indústrias de Base (abdib), da qual fazemos parte, estão trabalhando junto à Petrobras na confecção da nova cFM 2010. O foco é certificar que todo risco do contrato seja bem definido e limitado. Nossa empresa já deixou de participar de projetos nos quais entendemos que o risco era muito alto. limitando os riscos, também vai permitir que o fornece-dor revise níveis de contingências, podendo assim, reduzir seu custo, em alguns casos. a Petrobras está com o draft da cFM 2010 pronto. esperamos que algumas conces-sões sejam feitas nesta cFM, ou seja, esclarecendo questões como a definição de um limite total de ex-posição do contrato, o entendimento da abrangência do dano direto, defi-nição de uma cláusula específica de poluição, e danos a terceiros, entre outros pontos. Temos confiança que estas questões serão equacionadas na cFM de 2010.

Quais os outros pontos: fornecedo-res ou mão de obra?

O segundo ponto é a capacita-ção dos nossos fornecedores. Hoje, temos um grupo de 18 funcionários, que estão na rua, fazendo desen-volvimento e acompanhamento em fornecedores. eles não só inspe-

as aTiViDaDes RealiZaDas NO BRasil seMPRe

TiVeRaM siGNiFicaTiVa iMPORTâNcia:

O PaÍs TeM cHaMaDO a aTeNçãO DO GRUPO,

PRiNciPalMeNTe aPós a DescOBeRTa

DO PRÉ-sal e DOs NOVOs caMPOs eXPlORaTóRiOs.

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TN Petróleo 73 21

cionam a entrega do produto, como também participam do processo de qualificação da empresa. O proble-ma é que não há muitas empresas para desenvolver, e as que temos já estão com sua capacidade limitada. essa é uma situação muito crítica. empresas como a aker solutions têm fôlego para fazer investimento a longo prazo. Nossos fornecedores locais e menores, não. como resol-ver isso? Tentamos fazer acordo de longo prazo, nas mesmas condições que temos com a Petrobras, mas eles não têm caixa para suportar isso, demandam adiantamentos, pois as linhas de crédito têm juros muito altos. Precisamos de mais apoio do governo na criação de linhas de financiamento para apoiar os fornecedores, com juros mais baixos e prazos mais estendidos. O que já existe, via Finame, BNDes e outros, não basta. Hoje temos muitos fornecedores, que veem o

mercado crescer, mas têm medo de investir.

E o terceiro ponto?É o mais crítico: mão de obra

com experiência. Hoje, investimos de três a cinco anos para treinar um engenheiro recém-formado e dois anos para um técnico. e nós não temos todo esse tempo! Procu-ramos em outras áreas, como a au-tomotiva, contratamos gente muito boa e colocamos para trabalhar junto a um profissional mais expe-riente. contratamos 300 pessoas desde janeiro do ano passado até março desse ano: é quase um por dia. Praticamente dobramos o nú-mero de contratações. e para estes recém-contratados, demos muito foco na aplicação da cultura dos valores da empresa e na aprendi-zagem dos nossos processos de trabalho. Hoje, a média de idade dos funcionários da divisão subsea

é de 33 anos, e na engenharia, temos dez anos de experiência no mercado de óleo e gás.

Como resolver isso? Temos programas de trainee há

quatro anos: contratamos, a cada seis meses, cerca de dez a 15 enge-nheiros. Passamos nove meses com eles: três meses treinando-os na fá-brica, depois mais três meses para aprenderem a usar as ferramentas de engenharia e, no final, ainda três meses rodando a empresa. O pro-grama tem muito sucesso, está no seu quarto ano. estamos fazendo a mesma coisa com o pessoal que sai do senai (serviço Nacional da indústria) e do cefet (centro Federal de educação Tecnológica): temos 12 contratados a cada seis meses. estamos investindo muito em treinamento: se pegarmos a folha de pagamento, excluindo os encargos, investimos 4% do valor

estamos preparados para ir mais fundo

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entrevista exclusiva

22 TN Petróleo 73

da nossa folha atual em treina-mento de pessoal. Fazemos parte de um programa da comissão de infraestrutura do senado, no qual apoiamos uma proposta de lei que gere um incentivo fiscal a empresas que investem em treinamento além de certo patamar. além disto, esta-mos procurando apoio de entidades como a aNP e universidades para desenvolvermos ainda mais estes programas de treinamento.

E os desafios tecnológicos?em certas áreas da exploração

e produção, entendo que os avanços

tecnológicos, principalmente na área de engenharia de poço, são desafiadores. Na área submarina não vejo isso, pois já desenvolve-mos produtos para condições mais extremas. O desafio é adaptar esta tecnologia e criar soluções econo-micamente viáveis às condições do mercado brasileiro, que atendam a necessidade técnica do pré-sal, assegurando que os projetos sejam entregues no prazo e com muita qualidade. Por fim, é vital que as empresas garantam retorno aos investimentos feitos pelos nossos acionistas.

O preço do equipamento no Brasil caiu muito, em decorrência da própria exigência da Petrobras e devido ao volume de encomendas. essa queda de preço vai ter que se refletir em busca por eficiência na cadeia de fornecimento. Tenho certeza que na área submarina tanto a aker solutions como outros fornecedores estão muito bem pre-parados para atender a Petrobras e os novos operadores no Brasil. Teremos muitos desafios, mas não vejo nenhum fator limitante para atingirmos as necessidades do mer-cado brasileiro e do pré-sal.

PROjeTO 45 ANM (2008)Valor: UsD 223 milhõesEscopo do contrato: 45 árvores de natal molhadas, seis conjuntos completos de ferramentas, acessórios e so-bressalentes – Cliente: Petrobras

PROjeTO TuPI (2008/2009)Valor: € 45 milhõesEscopo do contrato: nove árvores de natal verticais para operar em lâmina d’água de 2.500 m, sistemas de con-trole submarinos, dois conjuntos completos de ferra-mentas, acessórios e ferramentas – Cliente: Petrobras

PROjeTO GuARá & TuPI – Ne (ABRIL 2010)Valor: UsD 300 milhõesEscopo do contrato: 40 árvores de natal verticais para operar em lâmina d’água de 2.500 m, sistemas de con-trole submarinos multiplexados e 17 conjuntos comple-tos de ferramentas – Cliente: Petrobras

PLETS PARA P-55Valor: confidencialEscopo do contrato: três Plets, dois Jumpers rígidos, ferramentas e acessórios. dois conjuntos de Plet 12”, umconjunto de ilT 12”, ferramentas e acessórios – Clientes: Petrobras e subsea 7

SISTeMA ReMOçãO SuLfATO (SRu) 2010Valor: UsD 41 milhõesEscopo do contrato: dois sistemas de remoção de sulfa-to, além de equipamentos associados para a P-58 e P-62 – Cliente: Petrobras

RISER DE PERFURAÇÃOValor: confidencial Escopo do contrato: alpha star: 125 juntas para opera-ções em 2.700 m de profundidade, cinco pup joints e fer-ramentas de apoio – Cliente: Queiroz Galvão óleo e Gás

SkAndi SAntoS – BARCO PARA INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS SUBMARINOSValor: confidencialContrato: Duração de cinco anosEscopo do contrato: serviços de completação e interven-ção em poços offshore, através de embarcação capaz de instalar equipamentos submarinos com grande otimiza-ção de tempo e custo – Cliente: Petrobras

PLANTA PTAValor: confidencialContrato: Duração de três anosEscopo do contrato: engenharia básica e detalhada para o projeto da planta de PTa da Petroquímica suape, com-pras e suprimentos no exterior, além de apoio técnico na construção – Cliente: Petrobras

carteira de projetos

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24 TN Petróleo 73

O desafio doFiNaNciaMeNTO

por Cassiano Viana

As instituições financeiras têm papel estratégico a cumprir no cenário atual brasileiro, pois deverão assegurar os recursos necessários para atender a demanda crescente do setor de óleo e gás e, consequentemente, dar suporte à expansão da cadeia de fornecedores, que precisa de investimentos e quali-ficação para ter a competitividade exigida por essa indústria.

financiamentos

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Em torno de US$ 82,5 bilhões é o volume de investimentos neces-sários ao desenvolvi-mento da produção do pré-sal no período

de 2014 a 2020, de acordo com o estudo “Perspectivas de desenvol-vimento do setor de petróleo e gás no Brasil”, divulgado no início de junho pelo instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (ipea). Esse volume de recursos é necessário para assegurar que a produção na-cional de petróleo e gás no Brasil chegue a 3,9 milhões de barris por dia em 2020, dos quais 46% deve-rão ser extraídos do pré-sal.

Mais além dos desafios tecno-lógicos, a pergunta que paira no ar é como assegurar os recursos

financeiros necessários para a Pe-trobras seguir adiante na explo-ração do pré-sal e garantir que os grandes contratos se desdobrem para a segunda, terceira e até a quarta geração de fornecedores, como pontuou o diretor Financei-ro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa, em novembro do ano passado, na con-ferência ‘O pré-sal e a indústria brasileira’.

De boa vontade o inferno está cheio. Dinheiro é outra questão. É primordial ter recursos não só para investir na expansão de capacida-de de produção e de refino, como

também em pesquisa e desenvol-vimento. Mais ainda: é preciso que a indústria nacional tenha também competitividade.

Levando em consideração que o índice de nacionalização de en-comendas da Petrobras subiu de 57% para 75%, um salto de US$ 18 bilhões, em seis anos – em 2009, do total de US$ 31,2 bilhões inves-tidos pela Petrobras em projetos no país, US$ 23,5 bilhões foram encomendados à indústria local, bancos e fundos de investimentos têm pela frente um cenário promis-sor, se quiserem ter uma participa-ção efetiva nessa grande virada da indústria nacional.

Além das possibilidades e linhas de financiamento via Finep (Fi-nanciadora de Estudos e Projetos)

TN Petróleo 73 25

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26 TN Petróleo 73

– agência de fomento do Ministé-rio de Ciência e Tecnologia (MCT) –, do Banco nacional de Desen-volvimento Econômico e Social (BnDES) e, no caso da indústria naval, do Fundo da Marinha Mer-cante (FMM), outras luzes surgem no fim do túnel. É preciso fazer uso de todas as alternativas, principal-mente daquelas que nasceram com foco no setor de óleo e gás.

Política de governono início desse ano foi criada

uma divisão especial na Caixa Eco-nômica Federal (CEF), a Superin-tendência Petrobras/BnDES, que tem como principal missão adotar parcerias estratégicas que viabili-zem a cadeia produtiva. A ideia é que, juntos, Caixa e BnDES sejam os principais canais federais de fi-nanciamento à cadeia produtiva do

pré-sal. A parceria visa promover maior desenvolvimento das cadeias produtivas, com sustentabilidade e agilidade, “dando sustentação às políticas públicas do governo”, sublinhou, na ocasião, a presiden-te da CEF, Maria Fernanda Ramos Coelho.

As duas ins-tituições devem mapear as ne-cessidades dos fornecedores da Petrobras e propor soluções finan-ceiras. Ao apresentar o apoio do BnDES ao segmento de petróleo e gás, Wagner Bittencourt, diretor de infraestrutura, destacou r$ 340 bi em investimentos somente no setor, e lembrou a criação de um núcleo específico para óleo e gás, unificando as operações do banco

para o segmento. Para Bittencourt, a capacidade dessa cadeia produ-tiva tende realmente a aumentar, mas sem perder de vista a compe-titividade e o conteúdo nacional, questões importantíssimas à in-dústria brasileira.

A Caixa, financiadora de pes-soas físicas, entrou para valer na estratégia financeira para o pré-sal. Apesar de o crédito habitacional ser um dos focos da instituição, pouco se fala de sua atuação em cadeias de valores como financiamento a empresas da construção civil e do setor de saneamento.

A recém-criada Superintendên-cia Petrobras/BnDES terá como função adotar parcerias estratégi-cas que viabilizem a cadeia pro-dutiva. Com sede no rio de Ja-neiro, mas com atuação nacional, contando com a rede de agências da Caixa, a nova divisão envolve todas as subsidiárias da Petrobras e fornecedores – enfim, toda a cadeia produtiva da estatal.

“A Caixa tem uma missão de contribuir com o desenvolvimento do país. De ser parceiro estratégi-co do estado brasileiro e a partir daí criar soluções de crédito para atender a demanda das empresas do setor”, observa Julio Cesar Cos-ta, gerente de negócios da CEF.

“identificando as oportunidades do pré-sal e dos investimentos da Petrobras, cria-mos um grupo de trabalho em conjunto com a

estatal e o BnDES para mapear as necessidades dos fornecedores da es-tatal e propor soluções financeiras.”

Entre elas, a busca por finan-ciamento no mercado de capitais (nacional e internacional), o estrei-tamento de parcerias com entida-des como a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abi-

financiamentos

Volume de recursos x Entidades

BNDeS** R$ 1,9 bilhão

Caixa Econômica Federal R$ 110 milhões Criatec*

R$ 100 milhões

Finep R$ 130 milhões

*idealizado pelo BNDes, o criatec é um Fundo de investimentos de capital semente, destinado à aplicação em empresas emergentes inovadoras. Tem como objetivo obter ganho de capital por meio de investimento de longo prazo em empresas em estágio inicial (inclusive estágio zero), com perfil inovador e que projetem um elevado retorno.

**BNDes – a área aprovou no setor de óleo e gás R$ 1,9 bilhão. estão em análise, enquadrada e em consulta financiamentos que somam R$ 9,9 bilhões e outros R$ 5,5 bilhões estão em perspectiva.

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28 TN Petróleo 73

maq) ou o Sindicato da Constru-ção naval (Sinaval). Ou ainda um convênio com o Fundo de Marinha Mercante (FMM) e até mesmo a utilização de Fundos de investi-mentos de terceiros.

Em parceria com o banco Mo-dal, a CEF administrará um Fun-do de investimento e Participação (FiP) – uma espécie de private equity – para alavancar compa-nhias do setor. A ideia é investir uma média de r$ 50 milhões a r$ 100 milhões por empresa, adqui-rindo de 20% a 35% de participação nas empresas que estejam dentro do perfil para o private equity.

Outra medida da Caixa é um novo modelo de aprovação de cré-dito com base no cadastro que a Petrobras faz de potenciais forne-cedores. “Para que uma empresa preste serviço a Petrobras, ela pre-cisa cumprir uma série de exigên-cias. Utilizaremos este cadastro e aplicaremos um rating, com o objetivo de dar maior flexibilidade e agilidade na aprovação de crédi-to”, explica. O setor deve investir r$ 340 bilhões somente no triênio 2010-13. O BnDES deve financiar ou estruturar 60% disto. “Temos realizado vários encontros buscan-do ouvir o mercado para saber da Petrobras e BnDES as possibilida-des de parceria e convergência de atuação e os órgãos institucionais do setor, como o Prominp e asso-ciações”, destaca.

Financiamento compartilhadoO BnDES tem como uma de

suas prioridades fortalecer o de-senvolvimento da indústria na-cional. O aumento do índice de nacionalização das encomendas da Petrobras é uma política de go-verno e está associado ao trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Prominp, que conta também com a participação do BnDES. “Como re-sultado desse trabalho, estão sendo

Petróleo e gás (exploração) – apoio a investimentos relacionados à avaliação da possibilidade de ocorrência de reservas comerciais de hidrocarbonetos, do seu volume e de outros parâmetros técnicos, além de gastos com per-furações de poços e gastos correlatos, com exceção daqueles com poços de produção ou injeção;

Petróleo (desenvolvimento, produção e refino de petróleo) – apoio a pro-jetos de desenvolvimento e produção de campos de óleo, bem como de campos marginais e maduros; e instalação, ampliação e modernização de refinarias;

Gás Natural (desenvolvimento, produção e processamento de gás natural) – apoio a empreendimentos para aumento da oferta nacional de gás natural, visando a atender à significativa expansão da demanda;

Transporte e distribuição de petróleo, gás natural e biocombustíveis – apoio a projetos para expansão da infraestrutura de transporte e de distribuição de petróleo, gás e biocombustíveis;

Projetos de eficiência energética – apoio a projetos de eficiência energética que contribuam para a economia de energia, aumentem a eficiência global do sistema energético ou promovam a substituição de combustíveis de ori-gem fóssil por fontes renováveis;

Aquisição de bens de capital – apoio à aquisição de bens de capital associa-da a planos de investimentos apresentados ao BNDes;

Leasing de bens de capital – apoio à aquisição de máquinas e equipamentos destinados a operações de arrendamento mercantil, associada a planos de investimentos apresentados ao BNDes;

Importação de bens de capital – apoio à importação de máquinas e equipa-mentos sem similar nacional, associada a planos de investimentos apre-sentados ao BNDes;

Micro, pequenas e médias empresas – apoio a planos de investimentos apre-sentados ao BNDes por micro, pequenas e médias empresas;

Capital de giro associado – apoio à parcela de capital de giro associado a projetos de investimentos apresentados pelo BNDes.

Valores disponibilizadosem petróleo e gás, os investimentos alcançam R$ 78,2 bilhões e os finan-

ciamentos em carteira no Banco, R$ 39,6 bilhões. compõem esses valores investimentos em petroquímica, refinarias e gasodutos. Para combustíveis renováveis, os investimentos são de R$ 2,8 bilhões e os financiamentos do BNDes, de R$ 2 bilhões.

Na área de logística, estão projetos em rodovias, ferrovias e marinha mer-cante, com investimentos totais de R$ 39,6 bilhões e financiamentos de R$ 25,7 bilhões. entre eles, investimentos na segunda etapa do programa de concessão de rodovias federais; construção das ferrovias Transnordestina e Norte-sul; implantação do estaleiro atlântico sul (Pe); e construção de 23 navios-tanque para o transporte de petróleo (Promef 1).

Fonte: BNDes. Disponível em: http://www.bndes.gov.br/siteBNDes/bndes/bndes_pt/areas_de_atua-cao/infraestrutura/Petroleo_Gas_Natural/index.html

As linhas de financiamento do BNDES direcionadas ao setor

financiamentos

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TN Petróleo 73 29

Centro Tecnológico

no Brasil.

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30 TN Petróleo 73

mapeados os segmentos industriais que apresentam maior potencial de desenvolvimento e o BnDES está disponível e tem recursos su-

ficientes para finan-ciar os investimentos em capacitação, im-plantação, expansão e desenvolvimento tecnológico dessa indústria”, afirma Lucia Weaver, chefe

do Departamento de gás, Petróleo e Cadeia Produtiva do BnDES.

A área aprovou no setor de óleo e gás r$ 1,9 bilhão. Estão em análise, enquadrada e em consulta financia-mentos que somam r$ 9,9 bilhões e outros r$ 5,5 bilhões estão em perspectiva. Dentre os principais projetos contratados em 2009 estão o apoio ao plano de investimento da empresa para os anos de 2009 a 2011 da Companhia de gás de São Paulo (Comgás) e o apoio ao inves-timento para expansão da produção de gás do campo de Manati, para o rio das Contas.

Segundo Weaver, existe, porém, um desafio que consiste na estrutu-ração financeira dos grandes proje-tos que envolverão quantias vulto-sas e a capacidade financeira dos principais investidores nacionais e estrangeiros. “Essa estruturação deverá contemplar o compartilha-mento dos financiamentos entre

BnDES, bancos comerciais e or-ganismos internacionais de crédito (as ECAs /Export Credit Agencies) bem como formas de mitigar os riscos dos projetos”, pontua.

As operações de financiamento podem se dar de forma direta, na qual o BnDES contrata e libera recursos diretamente para o em-preendedor (financiamento acima de r$ 10 milhões, nos casos gerais, linha Finem) ou indireta, em que um agente financeiro credenciado assume o risco de crédito da opera-ção perante o BnDES (operações de menor porte, em geral nas li-nhas Finame, BnDES Automático e Cartão BnDES).

Existe, ainda, a possibilidade de apoio via renda variável, dire-tamente pela BnDESPAr ou via fundos de investimento em que a BnDESPAr seja cotista (geralmen-te em empresas de menor porte ou em fase inicial de operação). A ope-ração de renda variável (através de participação acionária ou de debên-tures conversíveis em ações) tem como objetivo apoiar empresas com perspectivas de rápido crescimento, foco em governança corporativa e compromisso de abertura de capital no momento adequado.

“naturalmente, existe a pos-sibilidade de se combinar formas de apoio direto do BnDES para um mesmo cliente”, explica We-

aver. Segundo ele, as operações de financiamento, dependendo da característica do projeto apoiado, podem apresentar diferentes estru-turas em que as garantias pessoais dos acionistas e as garantias reais, comumente exigidas em operações de financiamento, terão maior ou menor relevância.

“De forma geral, a grande difi-culdade das empresas é a obtenção de classificação de risco mínima para operação com o BnDES ou seus agentes financeiros, bem como a disponibilidade de garan-tias para a operação”, avalia Lucia Weaver. “Empresas de menor porte, ou que sejam pouco intensivas em capital têm maior dificuldade de apresentar formas eficazes de mi-tigação de risco de crédito.”

Fundos de Investimentos Os fundos de investimento, as-

sim como o mercado de capitais em geral, podem ser uma interessante alternativa para obtenção de recur-sos, em especial para empresas que estejam em fase inicial de seus ne-gócios, ou que tenham dificuldade na apresentação de garantias e mi-tigantes de risco de crédito. “A Bn-DESPAr, ao longo dos anos, vem incentivando a indústria de fundos de investimento e promovendo a criação de fundos com focos es-pecíficos”, comenta Lucia Weaver, acrescentando que atualmente a BnDESPAr é cotista de diversos fundos, em vários setores da eco-nomia, incluindo petróleo e gás. “Os fundos de investimento têm um papel relevante na economia e o BnDES acredita que é muito importante a complementaridade entre as diversas fontes de recursos de longo prazo para empresas a fim de aumentar a taxa de inves-timento da economia brasileira”, conclui a chefe do Departamento de gás, Petróleo e Cadeia Produ-tiva do BnDES.

financiamentos

construção do casco da plataforma P-51 no dique da Brasfels em angra dos Reis, RJ

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as Fornecedor mundial de soluções em revestimentos de alta performance e de proteção contra fogo para o mercado Offshore.

Venha nos visitar na Rio Oil & Gas nos dias13 a 16 de Setembro Pavilhão 4 - Estande Z30Consulte-nos para mais informações: [email protected]

e e todos os produtos mencionados são marcas registradas, ou licenciadas da AkzoNobel. AKZONOBEL 2010.

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O primeiro edital prevê investimento de r$ 100 milhões no desenvolvi-

mento de projetos realizados em sistema de cooperação entre empresas da cadeia do setor de Petróleo & gás (P&g) e institui-ções de pesquisa científica e tec-nológica que ofereçam soluções para os desafios tecnológicos gerados ou ampliados a partir das descobertas de reservas na camada do pré-sal.

na fase inicial, as empresas interessadas enviaram até o dia 16 de agosto uma carta de mani-festação de interesse. O resul-tado foi divulgado no dia 09/09. Após esta etapa, será a vez de as iCTs detalharem o projeto em formulário próprio, que estará disponível no site da Finep a partir do dia 05/10.

A ideia é atender toda a ca-deia produtiva do setor de P&g. Esta chamada vai priorizar seis segmentos: válvulas, conexões/flanges, umbilicais submarinos,

caldeiraria, construção naval e instrumentação/automação.

Já a segunda chamada, prevê investimentos de r$ 30 milhões e vai apoiar a criação, adequação e capacitação de laboratórios de iCTs para atender às demandas dos fornecedores da cadeia de P&g.

nesse caso, serão três linhas de apoio para laboratórios de en-saios de desempenho de válvulas e acessórios de tubulação, de pro-dutos de segurança SiS-SiL

e de qualificação e análise de um-bilicais. Os recursos são do Fundo nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FnDCT), de natureza não reembolsável.

nas duas chamadas, o valor mínimo das propostas deverá ser de r$ 1 milhão, incluindo as bolsas de estudo e pesquisa.

Cenário atrativoO cenário atual é bastante

atrativo para toda a cadeia de

R$ 130 milhõespara novas tecnologias

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançou no início de julho duas chamadas públicas no total de R$ 130 milhões para a área do pré-sal. Os recursos serão aplicados na execu-ção de projetos de Instituições de Pesquisa Científica e Tecno-lógica (ICTs), públicas ou privadas, sem fins lucrativos.

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Valor empenhado

Execução orçamentária do CT-Petro

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R$ 130 milhões

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34 TN Petróleo 73

fornecedores de bens e serviços para o setor de P&g, com opor-tunidades de ganho de escala e de abertura para novos negócios e também para novas empresas. “Para dinamizar essa cadeia, aumentar sua competitividade e privilegiar os investimentos internos temos sim o desafio de viabilizar o acesso a finan-ciamento a empresas de todos os portes; por outro lado, existe também o desafio de melhorar

a estrutura de gestão dessas empresas, pois o financiamento por si só não garante o resul-tado esperado”, avalia Simone

Pinto Paiva, secretária técnica do Fundo Setorial CT-Petro.

“A Finep entende que a inovação e o desenvolvimen-to tecnológico são estratégias importantes para aumentar a competitividade da indústria brasileira e dispõe de programas

variados que podem atender desde empresas nascentes até grandes”, afirma. Além disso, explica, por meio dos Fundos Setoriais, em especial do CT-Petro, a aproximação entre as empresas e as instituições de pesquisa científica e tecnoló-gica vem sendo cada vez mais estimulada na busca de soluções para os desafios tecnológicos demandados pelo setor de P&g.

Quinze redes de pesquisa foram financiadas pelo CT-Petro desde 2001, que abordam os mais variados temas de desen-volvimento tecnológico para o setor de P&g e que já receberam, através da Finep, mais de r$ 80 milhões. Em 2009, foi lançado um novo edital no valor de r$ 25 milhões, ampliando a atuação dessas redes e criando outras com foco específico nas deman-das industriais; o resultado final será publicado em breve. “neste ano lançamos chamadas no valor total de r$ 130 milhões com foco específico nos desafios do pré-sal. nos dois últimos editais de Subvenção (2008 e 2009) apoiamos quatro projetos que também poderão contribuir para esses desafios”, diz Simo-ne Pinto. Um deles é o projeto da Lupatech, Válvula Esfera Sub Sea, uma empresa que também já contou com outros financiamentos da Finep. Ou seja: o balcão de financiamen-tos já está em pleno vapor.

Newsletter TN PetróleoDiariamente, na tela do seu computador, as informações do setor naval e offshore. Assine em www.tnpetroleo.com.br

financiamentos

construção do prédio e construção de loop de óleo e de gás do centro de Tecnologia em Dutos (cTDUT) e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras da lupate-

ch são exemplos de projetos financiados pela FiNeP

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Participando, Crescendo, Investindo no Brasil

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www.technip.com

A Technip cresce com o país. Em breve, mais dois navios de bandeirabrasileira se integrarão a nossa frota de instalação e construçãosubmarina. Estamos aumentando a capacidade de nossa fábrica emVitória para produção de linhas flexíveis para o Pré-Sal e investindona ampliação do Porto de Angra dos Reis. Participamos da engenhariabrasileira e construção das plataformas P-51, P-52 e P-56 e estamosdesenvolvendo os projetos FLNG, P-58 e P-62.

Para realizar suas atividades, a Technip conta com 2.300 profissionais no Brasil

Um centro de engenharia no Rio de JaneiroUma fábrica de tubos flexíveis em VitóriaUma base operacional em MacaéNavios de instalação e construção submarinaEquipes no Porto de Angra dos Reis, um centro logístico para apoio a projetos

[email protected].: +55 (21) 2139-7000

Engenharia, Tecnologias e Gerenciamento

de Projetos para a indústria de Óleo e Gás

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36 TN Petróleo 7336 TN Petróleo 73

Com recursos do BnDES (Banco nacional de De-senvolvimento Econômico

Social) e do Banco do nordeste, o Criatec é um fundo de inves-timentos de capital ‘semente’, voltado para empresas emergen-tes inovadoras, em estágio inicial (inclusive estágio zero), com perfil inovador e que projetem elevado retorno.

A meta do Criatec, instituído em maio de 2007, é bem auda-ciosa: injetar recursos em 50 empresas em um prazo de quatro anos. Além do investimento de até r$ 1,5 milhão, o fundo participa da gestão das empre-sas, dando suporte estratégico e gerencial, ajudando na seleção e formação da equipe, definin-do metas e acompanhando os resultados. “não investimos em fábricas, nem em processos já dominados. investimos na fron-teira do conhecimento e em mer-cados nos quais esteja ocorrendo alguma ruptura de paradigma. O pré-sal, por exemplo”, expli-ca o economista José Arnaldo Deutscher, sócio da Antera, ges-tora do fundo.

Com gestores regionais em Belém (PA), Fortaleza (CE), recife (PE), Campinas (SP), rio de Ja-

neiro (rJ) e Florianópolis (SC), o Criatec atualmente investe em 19 empresas. há mais seis em fase fi-nal do processo de investimentos.

Após a consolidação do processo, ocorre a venda da participação do Criatec para um investidor estratégico (um grande cliente da empresa, por exemplo) ou financeiro (um fundo de inves-timento em médias empresas, por exemplo). A venda da participa-ção (saída do Criatec do em-preendimento) acontece em um período que pode variar de dois a dez anos após o investimento.

Mais do que uma boa ideiaSegundo Deutscher, inovação

não é apenas uma boa ideia. “É preciso ter profundidade tec-nológica, empreendedorismo e

proximidade com o mercado”, avalia. no setor de óleo e gás, atualmente quem recebe recur-sos do fundo é a Subsin, empresa proveniente da incubadora do Exército, no rio de Janeiro, dedi-cada à inspeção e integridade de equipamentos de alto valor, com uso de robôs e sensores de ultrassom, demandados pelas indústrias de petróleo & gás, química, petroquímica e papel & celulose. “O lógico é estimular a competência da cadeia produ-tiva. Se ela é eficiente, grandes empresas, como a Petrobras, só têm a ganhar”, avalia. “grandes empresas são como transatlân-ticos, possuem uma dificuldade grande de realizar movimentos não programados. A inovação está na pequena empresa.”

iNOVaDORasÀ procura de empresas

Nasce o Criatec, um fundo de investimentos para empresas em fase embrionária.

Fundo Criatecfinanciamentos

Recursos do criatec ampliam os horizontes de atuação da subsin, permitindo que a empresa transforme seus protótipos desenvolvidos em produtos e serviços que atendam à demanda existente no merca-do por tecnologias inovadoras

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siderurgia

Os US$ 224 bilhões do Plano de Negócios da Petrobras – US$ 30,9 bilhões destinados ao pré-sal e US$ 77,3 bilhões ao pós-sal – têm impactos significativos em todas as cadeias produtivas do país. Mas é, provavelmente, no setor siderúrgico que são mais visíveis os efeitos do anúncio de tamanhos investimentos.

Açoparao pré-salpor Cassiano Viana

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TN Petróleo 73 39

OS PROJetOS AtuAiS da Petro-bras, sem incluir o desenvolvimen-to da camada pré-sal, demandarão 4 milhões de toneladas de aço até 2015, na forma não apenas de cas-cos de navio, plataformas, sondas, mas também tubos e outros equi-pamentos.

Somente em tubos para condu-ção, os ativos atuais da Petrobras

exigirão 911,94 mil toneladas de aços carbono, inox e ligas, no maior volume da previsão de demanda da estatal. Plataformas consumirão 832 mil toneladas enquanto cascos de navios mais 656,85 mil tonela-das. Já o pré-sal irá demandar algo em torno de 1,9 milhão de tonela-das de aço de 2009 a 2017. Mas, obviamente, esse número pode, e deve, aumentar.

Serão necessárias também 680 mil toneladas de aço para suprir a demanda da construção das 49 embarcações do Programa de Mo-dernização e Expansão da Frota nacional de Petroleiros (Promef).

Com isso, as siderúrgicas na-cionais, que já atendem a indústria de petróleo e gás, estão investindo em novas tecnologias, revendo pro-cessos e a própria infraestrutura de produção existente. Tudo isso para ampliar a participação no setor de óleo e gás brasileiro.

A demanda para a exploração do pré-sal vai garantir, por exem-plo, escala para o desenvolvimento de diversos produtos de aço inoxi-dável no Brasil.

“O pré-sal vai representar ou-tras escalas de produção. É uma oportunidade de consolidação do

aço inoxidável no setor de óleo e gás no Brasil”, afirma Paulo Ro-berto Magalhães Bastos, diretor-presidente da Ar-celorMittal inox

Brasil, durante o 65º Congresso internacional da Associação Bra-sileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), realizado no rio de Janeiro, no final do mês de julho.

“São tecnologias já conhecidas, utilizadas em outros mercados e que agora poderão ser trazidas para o Brasil, onde, antes, não tí-nhamos escala para produção”,

explica. Segundo Bastos, os aços ferríticos, mais resistentes à corro-são, já estão sendo utilizados nas refinarias, que agora processam óleos com teor corrosivo mais ele-vado que no passado. “O pré-sal também deve aumentar a demanda por aços duplex”, prevê.

Maior produtor nacional de aços planos do país, com 7 milhões de toneladas, a Usiminas espera elevar em 3 milhões de toneladas a capacidade de produção de aços planos nos próximos dois anos, atingindo 10 milhões de toneladas anuais.

“Temos uma previsão de inves-timentos de r$ 10 bilhões. Desses, 4 milhões serão direcionados para a área de petróleo e gás, viabili-zando, dentre outros projetos, uma nova linha de laminação a quente, que irá entrar em meados de 2011, e a inauguração, em agosto, de processo de resfriamento acelera-do – parceria com a nippon Steel que vai permitir produzir aço da mais alta tecnologia com ampla utilização no pré-sal, ampliando a produção de chapas grossas, em 2012”, enumera o vice-presidente de negócios da companhia, Sér-gio Leite de Andrade. “Estamos

trabalhando não só na produção do aço, no pro-cessamento do m i nér io, mas na transforma-ção deste (corte, conformação e

solda). Esse crescimento garantirá o suprimento para as necessidades da cadeia de óleo e gás”, afirma.

Já a gerdau, líder na produção de aços longos nas Américas e um dos maiores fornecedores de aços longos especiais no mundo, tem, no Brasil, capacidade de produ-zir até 2 milhões de toneladas por ano nas unidades de Charquea-das, Pindamonhangaba e Mogi das

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40 TN Petróleo 73

Cruzes, além de outros 2 milhões e toneladas em plantas nos Esta-dos Unidos e na Espanha. “isso permite que pos-samos absorver com alguma folga os desafios do pré-sal no Brasil”, afirma o dire-tor-executivo de aços especiais da gerdau, Joaquim Bauer.

A gerdau Açominas forneceu mais de 22 mil toneladas de Perfis para as obras do dique seco do rio grande do Sul, o primeiro de gran-de porte do país e que será utiliza-do para a construção e manutenção de plataformas de exploração de petróleo e gás da Petrobras.

Desafios do porte do Mar do Norte ou Golfo do México

no entanto, o pré-sal trará de-safios para o parque siderúrgico. Para além da questão da capacida-de de produção, há também, obvia-mente, os desafios tecnológicos.

“Levando em consideração a maior quantidade de gás carbôni-co nas reservas do pré-sal, a gran-de preocupação da Petrobras é a corrosão dos materiais”, diz o ge-rente de Tecnologia de Materiais do Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobras, Carlos Cunha Dias henriques. “O aço que será usa-do no pré-sal será aquele de boa resistência à corrosão e boa resis-tência mecânica”, avisa.

De qualquer forma, o setor si-derúrgico tem passado por gran-des transformações, vivenciando um período de ajustes, princi-palmente no que diz respeito às matérias-primas.

“Para não morrer na praia, é preciso acompanhar a evolução da indústria do petróleo e, espe-cificamente, da Petrobras, nossa maior cliente, e que tem a mania de encontrar óleo em profundida-des cada vez maiores”, brinca ro-berto Jourdan de Aquino, diretor de Operação da Divisão Flexível da Technip Brasil. “na maioria das vezes, é estratégico, inclusive, antecipar, estar um passo à frente das demandas tecnológicas da pe-troleira”, frisa, acrescentando que a otimização de escala e de pro-dução são outras palavras-chaves para a indústria siderúrgica.

“Os desafios do pré-sal são tão importantes, históricos e impac-tantes quanto aqueles vivenciados

em outros tem-pos, no Mar do norte e no gol-fo do México”, des taca Juan Carlos González Sánchez, diretor de Pesquisa e

Desenvolvimento de Produto da Tenaris/Confab. “Para garantir a tecnologia – ponto crucial –, man-temos e participamos de progra-mas de pesquisa e desenvolvimen-to em parceria com universidades

e centros de pesquisa dentro e fora do Brasil”, diz.

Para Marcelo Almeida Cunha Ferreira, superintendente de

Pesquisa e De-senvolvimento da Vallourec & Mannesmann/V&M do Brasil, além de confiá-veis, os produtos pre c i sa m ser

entregues no prazo e terem alta performance. “Pensando nisso, constituímos em 2008 um projeto específico para o pré-sal, com um orçamento na casa de 1 milhão de Euros anuais. A ideia é responder com produtos e serviços na ve-locidade em que é demandada”, diz. “Estamos expandindo nossa linha de produtos. E preparados para fornecer cada vez mais so-luções.”

O grupo tem investimentos de r$ 800 milhões, incluindo nesse número a compra de nova prensa, quando o estado da arte que entrou em operação há pouco mais de um ano permitirá a produção de peças forjadas e aço duplex.

“É preciso dar uma resposta rápida ao mercado. O negócio de petróleo é global. O pré-sal é um grande momento, mas os grandes fabricantes de equipamentos for-mal um mercado global. Esse é o nosso direcionamento”, afirma Celso Antonio Barbosa, gerente de Tecnologia, P&D da Villares Metals.

Para Paulo Augusto Filho, vice-presidente de tecnologia da FMC Technologies, o principal desafio tecnológico para o pré-sal será o grande volume de poços que de-verão ser perfurados. “As soluções para reduzir a corrosão serão a peça-chave no desenvolvimento dos produtos, com a utilização de aço forjado com revestimento de ligas de níquel em larga escala.”

siderurgia

Parque produtor de aço: 27 usinas, sendo que 12 integradas (a partir do minério de ferro) e 15 semi-integra-das (a partir do processo de ferro gusa com a sucata), administradas por oito grupos empresariais.

Capacidade instalada: 42,1 milhões de t/ano de aço bruto

Produção de aço bruto: 26,5 milhões de ton

Produtos siderúrgicos: 25,7 milhões de tonConsumo aparente: 18,6 milhões de tonNúmero de colaboradores: 116.409Saldo comercial: Us$ 1,9 bilhões –

7,5% do saldo comercial do país 15º exportador mundial de aço (expor-tações diretas)

Quinto maior exportador líquido de aço (exp - imp): 6,5 milhões de ton

Exportação: para mais de cem países

Dados de mercado

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Gerenciamento de integridade em interface 4D

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Segurança operacional para estruturasoffshore e refinarias de forma interativa

Detecta áreas críticas com um modelo 3D

Evita acidentes, perdas de vida e poluição

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Avaliação de defeitos segundo a API 579Automatiza a realização da avaliação de progressão de danos e vida remanescente quanto a mossas, perda uniforme de espessura, sulcos, bolhas, fluência, perda pitiforme, delaminações, trincas.

reparodelineado

medições deespessura

região depintura

documentoanexado

trincas

ReparoExecutado

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42 TN Petróleo 73

O RiO De JAneiRO vAi ganhar três novas siderúrgicas nos próximos anos. As novas unidades ampliarão a capacidade de produção de aço do estado. Somadas a outros dois pro-jetos já em andamento, deverão ser investidos r$ 20 bilhões no setor.

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado de Desenvolvimento Eco-

nômico, Energia, indústria e Servi-ços, Julio Bueno, na abertura do seminário ‘Pers-pectivas e condi-cionantes do de-senvolvimento do setor siderúrgico

do estado do rio de Janeiro’, reali-zado no final de julho, no auditório da Firjan.

O maior empreendimento é uma siderúrgica da Ternium, holding de aços longos da multinacional Te-chint, no Complexo do SuperPorto do Açu, que terá capacidade para produzir cerca de 5,6 milhões de toneladas de placas de aço por ano. Mais dois projetos – cujos investido-res pediram sigilo – estão em nego-ciação nas cidades de Barra Mansa e Quatis, na região do Médio Paraíba. Juntos, estes dois empreendimentos deverão somar mais de 1,5 milhão de

toneladas/ano de aço à capacidade atual de produção do estado.

Segundo Julio Bueno, outro pro-jeto, já licenciado, será erguido pela Companhia Siderúrgica nacional (CSn) no Porto de itaguaí, na re-gião Metropolitana, com previsão de produção de 3 milhões de toneladas/ano de aço. As cinco novas usinas siderúrgicas deverão dobrar a ca-pacidade da produção fluminense, passando de 14,17 milhões de to-neladas/ano para 29,27 milhões de toneladas/ano. Com isso, estima o secretário, o rio de Janeiro passará a ocupar o primeiro lugar no ranking da produção de aço no Brasil, que atualmente é de Minas gerais.

A Ternium deverá anunciar ofi-cialmente dentro de um mês a ins-talação da siderúrgica no Comple-xo do Açu, que está em construção pelo grupo EBX, de Eike Batista, no recém-aprovado Distrito industrial de São João da Barra, no litoral norte fluminense.

O empreendimento, que deve-rá receber investimentos de US$ 5 bilhões, se somará à siderúrgica da estatal chinesa Wuhan iron and Steel (Wisco) e do grupo EBX, que também se instalará no Porto do Açu. Anunciada oficialmente em abril deste ano, a usina da Wisco

receberá investimentos de US$ 5 bilhões (70% da Wisco) e prevê ini-ciar a operação em três anos, com capacidade para produzir 5 milhões de toneladas de aço/ano.

“Com os novos projetos, o rio de Janeiro passará a ter a maior capa-cidade de produção do país. Aliás, desconfio que o estado já ocupa esta posição com a entrada em operação da CSA”, afirmou o secretário, refe-rindo-se à Companhia Siderúrgica do Atlântico, inaugurada em junho, em Santa Cruz, na zona oeste cario-ca, com capacidade para produzir 5 milhões de toneladas de aço/ano e investimento de US$ 13,2 bilhões da Vale e da alemã ThyssenKrupp.

Bueno lembrou ainda que, em 2009, a siderurgia fluminense tam-bém ganhou uma planta integrada do grupo Votorantin, em resen-de, no Médio Paraíba. A unidade recebeu investimento de US$ 550 milhões e tem capacidade para pro-dução de 1,2 milhão de toneladas/aço de laminados e 1 milhão de to-neladas/ano de aço longo.

O seminário, organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Eco-nômico, em parceria com a Univer-sidade Federal do rio de Janeiro (UFrJ), reuniu executivos das em-presas siderúrgicas, representantes de entidades de fomento e pesquisa e especialistas no setor. Em pauta, temas como mercado, logística, con-dicionantes ambientais, locacionais, fiscais e financeiros, além do incen-tivo à Pesquisa, Desenvolvimento e inovação (PD&i).

Rio de Janeiro terá três novas siderúrgicas

Base PaRa a FORMUlaçãO de políticas públicas para o setor mineral brasileiro nos próximos 20 anos, o Plano de Geologia, Mineração e Transformação Mineral 2030 (Plano GMT 2030) do Ministério das Minas e energia (MMe) foi apresentado pelo diretor de Tecnologia e Transformação do MMe, Fernando Freitas lins, dentro da programação do 65º congresso internacional da aBM.

em fase final de elaboração, o Plano GMT 2010-30 estima que a produção brasileira de minério de ferro vai atingir 1 bi-lhão de toneladas anuais daqui a 20 anos. O volume estimado é 150% superior às cerca de 400 milhões de toneladas pro-duzidas no ano passado. Já a produção de aço deverá cres-cer 288,67%, passando das 26,5 milhões de toneladas do ano passado para 103 milhões de toneladas em 2030.

segundo lins, o último plano de governo para o setor foi feito em 1994. Desde então, o mundo mudou, passando por um boom mineral, principalmente a partir de 2003, grande parte provocada pelos crescimentos econômicos excepcio-nais de países superpopulosos como china e Índia, entre outras nações em desenvolvimento.

Plano MineralGoverno prevê a produção de 1 bi de toneladas de minério em 2030

siderurgia

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O AQUECIMENTO DAS ATIVIDADES do setor siderúr-

gico provocado, em grande parte, pela expansão acelerada

das indústrias naval e de petróleo e gás, está levando

a Petrobras a investir pesado em unidades específicas

para gerar um derivado de hidrocarboneto pouco desco-

nhecido do público em geral: o coque verde de petróleo,

comercializado sob a sigla CPV.

Utilizado como combustível sólido, em substituição ao

carvão metalúrgico e ao antracito, que são importados, o CVP, do qual se extrai ainda carbono

para agregar mais resistência ao aço, terá sua produção atual, de 2,9 milhões de toneladas

por ano, mais do que dobrada até 2016 pela Petrobras.

Quando as refinarias Premium I e II, a RNEST e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro

(Comperj) entrarem em operação vão agregar nada menos que 5,8 milhões de toneladas

por ano ao mercado nacional – que hoje é de 9 milhões t/ano.

Isso porque esse derivado do petróleo faz, literalmente, um círculo virtuoso, pois, extraído

do petróleo, vai alimentar a indústria siderúrgica e ‘retornar’ às origens na composição do

aço utilizado não apenas no poço como também nas plataformas, nos navios aliviadores e

petroleiros, nas refinarias e dutos marítimos e terrestres, assim como em inúmeros equi-

pamentos utilizados na cadeia produtiva de óleo e gás.

Petróleoverdepor Beatriz Cardoso e Maria Fernanda Romero

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Nem só de derivados de alto valor agregado, como o die-sel, a gasolina de alta octa-

nagem, os modernos lubrificantes ou o querosene de aviação (QAV) vivem as refinarias da Petrobras, que vão ficar com a maior fatia dos investimentos programados para a área de abastecimento da estatal, para 2010-2014 – US$ 73,6 bilhões, equivalentes a 33% do total de US$ 224 bilhões anunciados em junho.

Dos quase US$ 73 milhões que serão aplicados no país (apenas 1% dos investimentos do Abastecimen-to será para projetos no exterior), principalmente na expansão, mo-dernização e melhoria operacional do parque de refino, uma parcela vai para a construção de unidades de coqueamento retardado (UCr) em refinarias já existentes e tam-bém nos novos projetos.

A Petrobras está acelerando a produção de coque verde de petró-leo, iniciada há quase 40 anos pela

estatal, em uma unidade localizada na refinaria Presidente Bernardes – Cubatão (rPBC), no estado de São Paulo. A meta é expandir essa produção, hoje concentrada em cin-co refinarias, para um total de sete plantas de refino em atividades.

Expansão da produçãoAtualmente, a produção da Pe-

trobras, que atende a pouco mais de 30% do mercado brasileiro – em torno de 9 milhões de t/ano – é ge-rada em sete UCrs de cinco refina-rias: duas na refinaria do Planalto Paulista (replan), em Paulínia (SP), que tem uma produção atual de 1,44 milhão de t/ano; outras duas na rPBC, que somam 500 mil t/ano; uma na refinaria de Duque de Caxias (reduc), em Duque de Ca-xias, na Baixada Fluminense (rJ), que produz 450 mil t/ano; uma na refinaria gabriel Passos (regap), na divisa dos municípios de Betim e ibirité (Mg), produzindo em tor-no de 360 mil t/ano; e uma unida-de na refinaria Alberto Pasqualini (refap), em Canoas (rS), com uma produção de 150 mil t/ano.

nos planos da Petrobras está prevista a entrada em operação de novas UCrs na refinaria henri-que Lage (revap) em São José dos Campos (SP) – ainda esse ano –, e na refinaria Presidente getúlio Vargas (repar), localizada na cidade de Araucária, na região metropoli-tana de Curitiba (Pr), programada para entrar em operação em 2012. A refinaria paulista deverá agre-gar até o final desse ano mais 600 mil toneladas anuais à produção da Petrobras, que será incrementada com 500 mil toneladas da refinaria paranaense, em 2012.

Também terão unidades de co-queamento os dois grandes em-preendimentos da área de refino da Petrobras já em construção: o Complexo Petroquímico do rio de Janeiro (Comperj), em itaboraí

(rJ), que deverá produzir 700 mil t/ano de CVP a partir de 2013, com a entrada em operação do primeiro ‘trem’ desse projeto (que terá duas plantas completas de produção, como duas refinarias contíguas); e a refinaria Abreu e Lima (rnEST), em Suape (PE), projetada para pro-duzir também 1,8 milhão de t/ano desse derivado já em 2013.

Ainda que não tenham saído do papel, outros dois megaprojetos da Petrobras para essa década também vão dar uma contribuição significa-tiva para a estatal ampliar sua pro-dução: a refinaria Premium i, que será construída no Maranhão, está programada para gerar 2,2 milhões de t/ano de CVP, e a Premium ii, no Ceará, 1,1 milhão de t/ano.

Somando tudo, serão nada menos que 6,9 milhões de toneladas anuais de coque a mais saindo do parque de refino da Petrobras, que alcançará um total de 9,8 milhões t/ano até o final da década, quando se estima que o mercado nacional chegue a 14 milhões de toneladas anuais de coque verde de petróleo.

Demanda crescente“A expectativa da Petrobras é de

atender 70% do mercado domésti-co”, destacou Marcelo Fernandes Bragança, gerente de Marketing e

Comercialização de Combustíveis Sólidos da Petro-bras Distribuido-ra, durante a 3ª Coaltrans Brasil, realizada entre os dias 17 e 18

de junho, no rio de Janeiro.O evento, que se realiza a cada

dois anos no Brasil (e desde 2006 é o único país da América Latina a abrigar esse congresso interna-cional), passa despercebido para a maior parte da cadeia produtiva de petróleo e gás. nem por isso perde em peso ou na presença de

CVP eM eXPANSãO NA PeTROBRAS*

1ª Unidade - 1972 RPBc (Tecnologia lummus)

2ª Unidade - 1986 RPBc (Tecnologia Petrobras - Transferência kellog)

3ª Unidade - 1994 Regap (Tecnologia Petrobras)

4ª Unidade - 1999 Replan (Tecnologia Petrobras)

5ª Unidade - 2006 Refap (Tecnologia Petrobras)

6ª Unidade - 2008 Reduc (Tecnologia Petrobras)

7ª Unidade - Previsão 2010 Revap (Tecnologia Petrobras)

8ª Unidade - Previsão 2012 Repar (Tecnologia conoco)

9ª Unidade - Previsão 2013 RNesT (Tecnologia Petrobras)

* Não estão sendo consideradas as unidades do comperj e das refinarias Premium i e ii

coque

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ilustres, pois atrai a participação tanto das empresas produtoras de coque de petróleo e o metalúrgi-co (proveniente do carvão) como dos grandes consumidores desse insumo, como a indústria do aço, e ainda o segmento de logística e transportadores marítimos.

A Coaltrans deste ano reuniu desde companhias brasileiras como a Petrobras, Vale, Usiminas, MPX (do grupo de Eike Batista) a re-presentantes de grandes conglo-merados e companhias de países vizinhos aos mais distantes, como rússia, Índia e China, que junto com o Brasil foram o Bric, ou ainda Austrália, Japão, entre outros. O Banco nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (Bn-

DES) também participou, desta-cando os investimentos no setor.

Os dois dias de debates, sempre com o auditório cheio de um hotel carioca, revelam a importância que um dos principais insumos do setor siderúrgico (coque) tem na ampla cadeia produtiva que vai desde a pelotização do minério à confecção do aço, e que, por sua vez, será utilizado nos mais diversos seg-mentos – da infraestrutura e in-dústria pesada e de equipamentos ao setor naval.

O Coaltrans Brazil debateu os grandes desafios que o mercado mundial já enfrenta, com o con-sumo crescente de carvão e outras fontes de carbono (como o coque verde de petróleo) pelo setor si-

derúrgico, que tem elevado a pro-dução de aço para atender a de-manda aquecida por esse insumo. Somente a China no ano passado importou mais de 100 milhões de toneladas de carvão.

no Brasil, o aumento de 81% na capacidade das usinas de aço brasileiras deu ao setor um papel de destaque na área metalúrgica. Torna o país também mais vulnerá-vel a essa disputa por esse insumo energético, uma vez que depende ainda das importações de coque metalúrgico e antracito (que é a forma de carvão mais pura em teor de carbono).

Soma-se a isso o fato de que, além da cadeia produtiva de petró-leo e gás, alavancada pelas desco-

eXisTeM DOis TiPOs principais de cVP: o esponja e o agulha (shot coke). O primeiro é obtido a partir de óleos residuais de destilação a vá-cuo, quando a carga da unidade pode também ser transformada em óleos combustíveis e asfalto.

com baixo teor de enxofre e re-duzido índice de cinzas, o coque ver-de de petróleo (petroleum coke ou pe-tcoke) é um combustível fóssil sólido, derivado do petróleo, de cor negra e forma aproximadamente granular ou tipo ‘agulha’, e que se obtém como subproduto da destilação do petróleo (no fundo da coluna de destilação), num processo designado cracking térmico. este produto representa cerca de 5% a 10% do petróleo total que entra na refinaria.

cerca de 75% do coque de pe-tróleo produzido no mundo são con-sumidos na forma de combustível. Os principais consumidores, nesse caso, são as próprias refinarias de petróleo, que dão preferência por utilizar internamente um combustí-

vel de baixo valor comercial, maxi-mizando a produção e comercializa-ção de outros produtos de valor mais elevado.

O surgimento de cVP se dá em 1860, quando se produz a primeira forma sintética do carbono a partir do petróleo. a produção comercial se daria de forma pioneira, no início do século XiX, em uma refinaria da Pensilvânia, que visava obter quero-sene iluminante – sendo que na épo-ca se utilizava uma fornalha aqueci-da a lenha e a carvão.

esta tecnologia foi empregada até 1880, e em alguns casos o pro-cesso era interrompido antes da

formação do coque, para obtenção de óleos lubrificantes pesados. em 1920, foi patenteado um sistema de destilação que consistia em um tubo passando por uma fornalha, segui-do de uma coluna de fracionamento para obtenção de correntes leves.

ao contrário do coque de petró-leo, que necessita do processo de refinamento do petróleo, o coque metalúrgico é derivado do carvão, tendo um teor de cinza mais alto que o cVP. ele é usado principalmente na indústria de processamento de ferro e aço. Mais de 90% do total de coque metalúrgico produzido são utilizados nas operações de forno de explosão, sendo a china a maior produtora mundial de coque metalúrgico.

No processo de produção do co-que metalúrgico um mix de carvões minerais metalúrgicos (no caso do Brasil são 100% importados) é leva-do à coqueria, onde é submetido a temperaturas elevadas na ausência de oxigênio. Já o cVP é um sólido friável e poroso, mas semelhante, em aspecto, ao carvão mineral, que pode ser substituído no mix que vai para a coqueria a fim de produzir o coque metalúrgico.

O que é o coqueFo

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50 TN Petróleo 73

bertas no pré-sal ter uma demanda enorme de aço, o país terá ainda um consumo extra em decorrência das obras de infraestrutura pre-vistas para os próximos seis anos – tanto as que estão programadas no Plano de Aceleração do Cres-cimento (PAC) como aquelas que foram acordadas com entidades internacionais para o país sediar a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016.

A hora e a vez do coquehá outros fatores que concorrem

também para o aumento da deman-da por coque, como, por exemplo, a exigência cada vez maior por com-bustíveis – inclusive os derivados de petróleo – que tenham menos teor de enxofre e menor emissão de partículas. Tanto automotivos como industriais, como é o caso do gás natural e do coque.

Ao investir pesado na melhoria das refinarias brasileiras para que produzam derivados com menos enxofre (que é medida em par-tes por milhão, daí a sigla PPM para medir o teor de enxofre dos combustíveis, com o diesel 50), a Petrobras também buscou formas

de otimizar o processamento de petróleo, de forma a gerar uma diversidade maior de produtos de melhor qualidade.

Até mesmo porque a produção de derivados claros (como gaso-lina e diesel), a partir do proces-samento de petróleos nacionais, com elevados teores de frações

pesadas e com baixos teores de enxofre, favoreceu o investimento em unidades de conversão como as de coqueamento retardado (UCr) – o que acabou por gerar mais coque verde de petróleo.

isso porque, pelo método de-senvolvido e utilizado pela Petro-bras na maioria de suas UCrs, o CVP é um coproduto do refino que é obtido a partir de óleos residuais de destilação a vácuo, carga que pode também ser transformada em derivados como gLP (gás li-quefeito de petróleo), nafta, diesel e ainda asfalto.

O CVP produzido no parque de refino da Petrobras tem, entre outros atributos, baixo teor de en-xofre e reduzido índice de cinzas, o que torna o produto “topo de li-nha” para a indústria de alumínio e potencial substituto do carvão em aplicações siderúrgicas.

Em apenas 20% da produção mundial de CVP é similar à das re-finarias da Petrobras. insolúvel em água, esse CVP tem ainda elevado teor de carbono fixo, estabilidade química (não explosivo, não reativo e com alto ponto de ignição) e bai-xo teor de cinzas e de compostos voláteis.

Enquanto o CVP é produzido nas refinarias, o coque utilizado na calcinação é fabricado em duas empresas nas quais a Petrobras também tem participação, a Pe-trocoque e a Coquepar, através da Petroquisa.

A aplicação do coque verde de petróleo, que tem esse nome por apresentar uma cor esverdeada (é um combustível sólido, similar a outros minerais como o carvão), nos diferentes segmentos da in-dústria, é feita de acordo com a combinação dessas característi-cas com o processo industrial uti-lizado. Daí ter uma ampla gama de aplicações no setor industrial: siderurgia (sinterização, pelotiza-

CARACTERíSTICAS DO CVP DA PETROBRAS

• Carbono fixo: mínimo 87%; típico 89% (em peso – base seca)

• Enxofre: máximo 1%; típico 0,7% (em peso – base seca)

• Matéria volátil: máximo 12%; típico 10% (em peso – base seca)

• Poder calorífico: entre 8.200 e 8.600 kcal/kg

CONSuMO APAReNTe (%)cimento .......................................47,5 siderurgia .................................. 14,4 calcinação ....................................2,2 Distribuição ..................................0,8 cal ..................................................7,2 Pelotizaçao ...................................3,6 carbetos .......................................2,5 carboníferas (coque metalúrgico) ..1,8Outros ...........................................0,5

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coque

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ção, alto-forno, fabricação de coque metalúrgico); abrasivos (carbeto de silício); pelotização; produção de cal; ferro-gusa; ligas de ferro; carboníferas; cerâmica; cimenteira; termelétricas a carvão; fundição; calcinação; gaseificação; secagem de grãos; indústria química; ferti-lizantes; papel e celulose; vidro; argila expandida; secadores indus-triais; magnesita calcinada.

Foco na siderurgia“O mercado consumidor de

CVP vem aumentando em rit-mo superior ao do crescimento do país, na medida que vem se consolidando sua utilização por parte sobretudo da indústria side-rúrgica, em substituição ao car-vão metalúrgico e ao antracito”, destaca Marcelo Bragança, da Br. Daí a previsão da Petrobras do mercado chegar 14 milhões de toneladas em 2020.

A subsidiária da estatal é hoje responsável pela comercialização de dois terços da produção total de coque da companhia, utilizan-do sua capilaridade para atingir o mercado consumidor nas diversas regiões do país. Segundo Marce-lo Bragança, o foco prioritário na comercialização do CVP é o seg-mento industrial, especialmente o siderúrgico.

“Atendemos também aos seg-mentos de ligas de ferro, carbeto de silício, pelotização, cimento, cal, entre outros”, complementa o gerente de Marketing e Comercia-lização de Combustíveis Sólidos, que, com mais esse produto espera ampliar seu portfólio de clientes, principalmente no setor siderúrgi-co. Segundo ele, o CVP concorre diretamente com o carvão vegetal nacional, além do CVP de alto teor de enxofre, do carvão metalúrgico e do antracito, que são importados.

Ele aposta em uma participação maior a Br no mercado brasileiro e coque, em função do próprio au-mento da produção por parte da companhia-mãe. “Devemos triplicar o volume de coque comercializado pela Br até 2016”, avalia Marcelo Bragança. “Temos a infraestrutura e a logística mais adequada, além da força de vendas, para atender a uma grande carteira de clientes industriais, que são os principais consumidores de CVP.”

Ele observa que além dessa si-nergia favorecer ao próprio sistema Petrobras – uma vez que assegura a retirada do produto nas refinarias, evitando a redução de carga na planta – favorece também o cliente. “Como a Br garante o fornecimen-to o produto de acordo com a de-manda mensal de cada consumidor, evitamos que ele imobilize recursos em estoque de produto importado”, conclui Bragança.

petróleo verde

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52 TN Petróleo 73

a nova odisseia viking

por Beatriz Cardoso. A jornalista viajou à Noruega a convite da Innovation Norway e da Flying Blue

Petroleum, um programa de fidelidade da Air france/KLM exclusivo para o mercado de óleo e gás

Uma rota que vem direto da região do círculo polar ártico para a costa bra-sileira, abaixo da linha do Equador,

está se tornando cada vez mais frequente entre empresários e es-pecialistas do setor de petróleo e gás e da indústria naval noruegue-sa. Estimulados pela explosão da indústria petrolífera e pela reto-mada do setor naval e offshore, os

noruegueses estão consolidando mais uma ousada rota comercial para terras distantes, assim como fizeram seus antepassados, que acabaram por descobrir a Améri-ca – foram os primeiros a pisar no Canadá – e estabelecer as raízes de uma vocação para o comércio transoceânico que perdura há mais de 200 anos.

Se no passado essa rota era feita pelos navios-dragões – o drakar, como era chamada a rápida embar-

cação que atravessava oceanos e penetrava fiordes e rios, continentes adentro –, hoje essa nova ‘invasão’ nórdica, mais amigável e com ga-nhos e oportunidades para os dois lados, é realizada em modernos navios e aviões.

Assim como no passado, são as riquezas que existem em horizontes mais longínquos que estão atrain-do os descendentes dos vikings para cenários mais tropicais. Só que dessa vez eles miram uma ri-

noruega

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TN Petróleo 73 53

queza que não encontram em terra firme, mas sim nas profundidades do mar sobre o qual aprenderam a navegar: o petróleo offshore.

O ouro negro, principalmente as grandes jazidas encontradas na camada do pré-sal, tem acirrados apetites não somente da cadeia de fornecedores da noruega como também dos principais países da Europa, onde o Mar do norte, a principal bacia produtora daque-le continente, vem dando sinais inequívocos de maturidade, com

a caída da produção local. Atenta a esse novo cenário, companhias aéreas da região já criaram até um programa de fidelidade para os via-jantes desse setor da economia, altamente globalizado.

A noruega e os noruegueses não fazem por menos. Os negó-cios com o Brasil nas áreas offsho-re e naval, principalmente, vêm crescendo na mesma proporção em que aumenta o interesse da cadeia produtiva daquele país no mercado brasileiro. Tanto que,

hoje, o Brasil, ainda que distan-te do Ártico, divide com essa re-gião de extremos as atenções das principais empresas norueguesas do setor petrolífero e naval, tor-nando-se a nova rota econômica da noruega, que produz hoje em torno de 2,34 milhões de barris/dia – um pouco acima da média brasileira – e ainda é o terceiro maior exportador de petróleo do mundo, embora já tenha ultrapas-sado o seu pico de produção. Daí a busca por novos horizontes.

O Brasil é o alvo principal de uma verdadeira cruzada viking

que está começando nesse final da primeira década do sé-

culo XXI, praticamente mil anos após o fim da era desses

guerreiros nórdicos que colonizaram regiões remotas como

a Groenlândia e Islândia e descobriram

as Américas – mais precisamente a cos-

ta leste do atual Canadá. Com o mesmo

ímpeto e a milenar vocação marítima de

seus ancestrais, empresários noruegueses

querem estabelecer com o Brasil uma

nova rota comercial. Mas desta vez com

mercadorias de altíssimo valor agregado

para um mercado estratégico: bens e serviços de tecnologia

de ponta para a indústria offshore de óleo e gás. A primeira

parada dessa nova odisseia viking é a Rio Oil & Gas 2010,

na qual o Pavilhão da Noruega abriga nada menos que 24

empresas nórdicas. Número que pode dobrar e até triplicar

considerando que outras delegações daquele país já desem-

barcaram, sem alarde, no Rio Janeiro. Todos estão de olho na

indústria petrolífera brasileira que, impulsionada pelos bons

ventos do pré-sal e dos investimentos da Petrobras, navega

em águas cada vez mais profundas.

a nova odisseia viking

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54 TN Petróleo 73

Brasil é prioridade“O Brasil é um dos focos prio-

ritários da indústria norueguesa do setor offshore e naval”, afirmou Kjell Giæver, gerente de proje-

to da Petroartic, associação de companhias do norte da norue-ga e da região do Mar de Barents, no extremo nor-te do planeta.

A afirmação foi feita antes do almo-ço para um pequeno grupo de jorna-listas brasileiros, em um restaurante escondido em um dos fiordes da cidade de Bodo, em junho, quando o sol da meia-noite já começava a tornar as noites bem curtas.

A presença de brasileiros na-quelas paragens é fruto de uma ousada estratégia da innovation norway (in), organização criada em 2003 com o objetivo de divulgar a expertise da indústria daquele país, visando sua internacionali-

zação. Além de promover missões econômicas e comerciais de em-presas norueguesas a países cha-ves, como o Brasil, a organização levou jornalistas para conhece-rem de perto instalações de alguns grupos tradicionais no setor de óleo e gás, que já atuam no mer-cado brasileiro, como os grupos Aker, STX, Ulstein e rolls royce Maritime, assim como potenciais fornecedores.

“A cooperação é a base da nos-sa indústria, que já se posiciona como uma grande liderança na área offshore, pela experiência consolidada na região ártica, uma verdadeira arena para o desenvol-vimento de novas tecnologias sub-sea”, complementou Kjell giæver, interessado em uma aproximação com o Brasil com grandes desafios subsea a serem superados na ca-mada do pré-sal – região tão com-plexa quanto a do Ártico.

Diante do interesse cada vez maior dos noruegueses no Brasil,

a in, presente em 32 países, in-cluindo um escritório brasileiro que responde por toda a América Latina, incrementou suas ações para reforçar os laços entre os dois mercados e estabelecer uma rota segura para pequenas e médias empresas norueguesas se aven-turarem no hemisfério Sul. “O mercado brasileiro sempre foi de grande relevância para a noruega. Porém, é inegável que nos últimos anos tal interesse vem crescendo em importância devido ao grande volume de investimentos realiza-dos e previstos para o mercado in-terno. Enquanto outros mercados parecem estar mantendo ou até mesmo diminuindo o volume de investimentos, o Brasil apresenta plano consistente de crescimento e números invejáveis a serem investi-dos”, destacou reidun Beate Olsen, diretora da in para o Brasil.

Segundo ela, a indústria no-rueguesa fornecedora de equipa-mentos e serviços de petróleo e

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gás, e offshore encontra no país um ambiente favorável para ge-ração de negócios. “Com o cres-cente aquecimento e volume de investimentos da indústria de óleo e gás no Brasil, o escritório da in no rio de Janeiro tornou-se refe-rência em serviços neste mercado. O Brasil é hoje considerado como mercado prioritário pelo governo norueguês”, pontuou.

razão pela qual, nos últimos anos a in vem prestando serviços de consultoria, oferecendo relató-rios de mercado e buscando par-ceiros locais, além de dar suporte ao estabelecimento de empresas norueguesas no Brasil. “Ademais, é crescente o número de delegações que vêm para o Brasil com o obje-tivo de conhecer melhor as opor-tunidades disponíveis no mercado, aprender como fazer negócios no país e descobrir os desafios que precisarão ser vencidos para que a empresa seja bem sucedida.”

A grande missão é posicionar a indústria norueguesa como o melhor parceiro comercial para a indústria brasileira em seus di-ferentes nichos. E com possibili-dade de estabelecer uma via de mão dupla, favorecendo também a internacionalização de empresas brasileiras.

“O objetivo principal das par-cerias tem sido atender a demanda local. no entanto, é possível prever que, após a consolidação dessas parcerias, as empresas brasileiras que oferecem um padrão competi-tivo internacionalmente serão favo-recidas. Um ambiente de confiança entre a empresa norueguesa e o parceiro brasileiro tende a gerar resultados positivos para ambas as indústrias”, acrescentou.

Marco nas relações Aferir essas oportunidade é

um dos motes dos expositores do estande da in, representantes

de empresas e delegações que desembarcaram no Brasil para participar da rio Oil & gas. “É a maior delegação da noruega na

história da rOg”, comemora Rena-ta Costa Prado, gerente de projetos da in para América Latina, que desde 2004 vem trabalhando para aumentar a presença norueguesa nessa feira. E vem obtendo suces-so: o número de participantes do Pavilhão da noruega passou de 11, em 2002, para 55 em 2008.

“no momento em que o Brasil passa a ser visto como priorida-de pela indústria da noruega, a tendência é que a participação norueguesa cresça ano a ano”, observa renata Prado, lembrando que muitas empresas da norue-ga já estabelecidas no Brasil têm estandes próprios. “A presença do ministro de Petróleo e Energia da noruega, Terje riis-Johansen, no Pavilhão da noruega, é uma prova incontestável da importância do mercado brasileiro. Por isso, acre-ditamos que a rOg 2010 será um marco nas relações entre os dois países”, complementa.

Diante do aumento crescente de investimentos da indústria de óleo e gás, a despeito da crise financeira que atingiu os principais mercados. O Brasil consolidou-se como um dos mercados mais interessantes e com maiores oportunidades para a cadeia produtiva norueguesa”, conclui renata Prado, que levou a trupe brasileira de jornalistas para conhecer a indústria viking, entre 5 e 13 de junho desse ano.

na programação, visitas a ins-talações nas cidades de Bergen, o cluster de tecnologia subsea da noruega (cuja capital, Oslo, tam-bém foi fundada na era viking), Ålesund, a capital naval do país

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nórdico, harstad, Bodø, Fiskeboel e Svolvær – capital de Lofoten, pa-raíso de espécies marinhas, aci-ma do círculo polar ártico, quase a caminho do mar de Barents (não longe da fronteira com a rússia). O que se constata nas empresas espalhadas pelos belos fiordes e cidades daqueles extremos é que, para eles, o pré-sal e o Brasil são uma nova fronteira de negócios.

Investimentos além-marMaior prova disso é a parcela

de investimentos que o governo da noruega prevê para o Brasil nos pró-ximos anos, de acordo com a intsok (norwegian Oil and gas Partners), organização criada em 1997 por in-dústrias norueguesas em parceria com o governo, para dar suporte

à internacionalização da indústria local de petróleo e gás. A entidade representa cerca de 300 parceiras, incluindo os ministérios de Petróleo e Energia, Comércio e indústria e de relações Exteriores, petroleiras, fornecedoras de bem e serviços e organizações profissionais como a Associação de Armadores norue-gueses e a Federação das indústrias norueguesas, entre outras.

Entre 2010-2013, a intsok esti-ma que o volume de investimentos totalize US$ 419 bilhões no setor offshore de mercados prioritários. O Brasil está incluído nesse grupo, ao lado da China, golfo do Méxi-co, rússia, reino Unido, e Angola. O diretor da intsok para o Brasil e Canadá, rune norseng, não re-vela quais os valores efetivos para

o Brasil, mas afirma que o país é foco dos mais ambiciosos projetos da indústria norueguesa.

E do governo também. Tanto que, recentemente, o Eksport Fi-nans, banco de fomento à exporta-ção local, anunciou que vai finan-ciar a compra de equipamentos produzidos na noruega para as 28 sondas de perfuração licitadas pela Petrobras. “não há limite para os empréstimos: entraremos com o dinheiro necessário”, destacou Lai-la Johnsen, vice-presidente sênior do Eksport Finans.

O titular do financiamento será o consórcio vencedor de cada pa-cote de sete sondas, que utilizará como garantia o contrato com a estatal brasileira. “Queremos pro-mover as exportações para o Brasil. Estamos conversando também com o BnDES e o Banco do Brasil so-bre possível parceria”, destacou a executiva do banco.

A participação da noruega, que já tem grandes fornecedores, como Aker Solutions e nOV, ficará dentro dos 30% de conteúdo estrangeiro permitido na licitação. O modelo já foi usado em concorrências ante-riores: nos últimos dois anos, foram liberados US$ 550 milhões para esse tipo de operação. O volume deve ultrapassar US$ 1 bilhãso até o fim de 2010, já que os contratos fechados se referem a projetos em andamento.

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No mar dos negóciosFiel à sua vocação, a maior parte das empresas norueguesas vem desenvolvendo soluções de alta tecnologia principalmente para as atividades offshore, o que abrange desde sistemas subsea até embarcações de todos os tipos, incluindo tecnolo-gias relacionadas à integridade de dutos marítimos. Ou seja: negócios com um vínculo direto com o mar, ambiente no qual a Noruega consolidou rara expertise.

Ser uma das petroleiras com maior volume de operações offshore nas águas geladas

do Mar do norte não é o único di-ferencial da Statoil, que está prestes a completar 40 anos de operações e tem um dos recordes de produção naquela região, no campo de Sta-tfjord: cerca de 850 mil barris de petróleo. graças às mais avançadas tecnologias que vêm sendo aplica-das pela petroleira norueguesa, o campo descoberto em 1974 e que deveria entrar em declínio esse ano, produz gás e teve sua vida útil au-mentada para 2018.

A empresa também tem na plata-forma continental norueguesa – um enorme abismo no fundo do mar e a maior barreira de corais do mundo

em águas profundas – um desafio tão instigante quanto o do pré-sal para continuar a explorar o petróleo e gás natural do campo de Kristin, uma das grandes descobertas nessa região inóspita. A quase 5 km de profundidade, a partir do leito do mar, o reservatório tem uma pressão de 911 bares e uma temperatura de 170°. Mas o volume das reservas compensa tal desafio: 43 milhões de m³ de gás natural e 240 milhões de barris de condensados.

É com essa expertise que a petro-leira nórdica pretende seguir adiante em suas operações no Brasil, de olho em novas oportunidades, mesmo após a venda de parte de seus ativos de exploração. Quem garantiu isso foi o vice-presidente de Estratégia

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as Relações eNTRe Brasil e Norue-ga estão cada vez mais estreitas, a pon-to de, hoje, o maior grupo de P&D da Noruega, o sintef, que atua nas áreas de saúde, química e novos materiais, construção e infraestrutura, Ti, indús-tria naval, petróleo e energia, entre outros, ter um verdadeiro laboratório avançado no país: a Marintek do Brasil.

subsidiária da empresa norue-guesa do Grupo sintef, ela chegou ao Brasil há três anos. No entanto, há mais de 20 anos é parceira da Petrobras e de algumas empresas brasileiras, que já conheciam a expertise consolidada em décadas de pesquisa e inovação pelo instituto de Pesquisa em Tecno-logia Naval e Oceânica da Noruega, conhecido apenas pelo nome de Marin-tek. Tanto que em 26 agosto, durante a Offshore Northern seas/ONs expo & conference, realizada na capital offsho-re norueguesa, stavanger, e que reuniu cerca de 42 mil pessoas, o grupo sin-tef e a Petrobras firmaram um acordo de cooperação em P&D em engenharia naval, de materiais, de petróleo e meio ambiente.

sediada no Rio de Janeiro, a única base da Marintek em toda a américa latina (e segunda das américas, pois o outro escritório é em Houston, eUa), presta serviços de pesquisa, desenvol-vimento e consultoria técnica avançada em engenharia naval, oceânica e de ma-teriais. “Os projetos são desenvolvidos

em estreita parce-ria com a indústria de petróleo e gás, bem como a de construção naval, de equipamentos, metalúrgica e de materiais”, destaca Lilia Nicolli, geren-

te da Marintek do Brasil.Hidrodinâmica, engenharia estru-

tural e tecnologia de materiais são al-gumas das competências da empresa, que criou softwares de alto desempe-nho que são considerados como pa-drão pela indústria do petróleo e gás. “Todos os nossos softwares são veri-ficados por meio de testes em tanques de provas, e em outros laboratórios de hidrodinâmica e estrutura”, destaca a gerente da filial brasileira, na qual uma equipe local qualificada atua com o su-porte dos laboratórios e pesquisadores da matriz norueguesa e da subsidiária norte-americana.

lilia afirma que a expectativa é de forte expansão das operações no país. “O Plano de Negócios da Petro-bras é bastante ambicioso, e, por outro lado, os desafios são cada vez maio-res”, observa, frisando que a visão da Marintek é justamente ser a parceira preferida dos setores naval e offshore quando estes tiverem que enfrentar as tarefas mais desafiadoras. “Já esta-mos nos preparando para esse cenário

promissor no Brasil. Temos um quadro próprio de pesquisadores no Rio, que deverá crescer nos próximos anos.”

ela acredita que a experiência adqui-rida pela indústria offshore norueguesa poderá ajudar a Petrobras a superar os desafios na área do pré-sal, que vão mais além da tecnologia. “a saga do pe-tróleo na Noruega começou há 40 anos, quando o país passou por uma série de mudanças que o levaram não somente a se tornar um exportador de petróleo – e o mais elevado Índice de Desen-volvimento Humano (iDH) do mundo –, mas também de tecnologia nessa área. certamente há muitas experiências, tanto positivas como negativas, que poderiam ser aproveitadas.” e lembra que a Marintek ficou conhecida inicial-mente pela indústria naval e offshore brasileira pelos vários testes de mo-delos de navios e plataformas feitos. No entanto, ela vem se destacando em várias outras áreas, como as relacio-nadas à redução do impacto ambiental do transporte marítimo, segurança e logística. “No Brasil, fazemos ainda análises globais estáticas e dinâmicas de risers e de sistemas de ancoragem, análises locais de dutos flexíveis e de umbilicais, simulação de instalação de dutos, análises de tensão e fadiga de componentes submarinos, análises de fratura de dutos, entre outras”, pontua a gerente. Tudo isso é feito, como na Noruega, em fina sintonia não somen-te com as empresas mas também com centros de pesquisa e universidades. “No Brasil, temos parcerias com uni-versidades e institutos de renome, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o instituto de Pesqui-sa Tecnológica (iPT) e a Pontifícia Uni-versidade católica do Rio de Janeiro (PUc-Rio)”, finaliza lilia Nicolli.

Marintek: P&D no BrasilCriada pelo Sintef por um dos maiores grupos de pesquisa e desen-volvimento dos países nórdicos, a Marintek criou uma subsidiária no Brasil para trabalhar nas áreas de engenharia naval, oceânica e de materiais, em parceria com as indústrias naval e de petróleo.

internacional da companhia, ivan Sandrea, durante a iAEE’s rio 2010 international Conference, realizada na capital carioca.

A venda à estatal chinesa Sino-chen de 40% do campo de Peregri-no, na Bacia de Campos, por US$ 3 bilhões, de acordo com Sandrea foi uma decisão da companhia de tra-

balhar com um sócio. O fato é que a Statoil, que tem participação em 11 blocos na costa brasileira, incluin-do os da Bacia de Santos, estuda a possibilidade de comprar partici-pações em blocos exploratórios na costa brasileira, independente das mudanças no marco regulatório, em função do pré-sal.

Parceira de pesonos novos desafios que ela

está disposta a assumir, a petro-leira norueguesa poderá contar com a parceria de uma tradicional fornecedora da Petrobras: a Aker Solutions, que realiza operações no Brasil de 13 divisões do grupo, nove das quais instaladas no país. A em-

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presa, que vem consolidando uma bela trajetória na cadeia produtiva de óleo e gás no Brasil a despeito de ter iniciado suas operações no país em outro setor (papel e celulose), é um exemplo de ação bem sucedida de internacionalização.

na planta fabril instalada na re-gião metropolitana de Curitiba (Pr), a Aker vem amealhando sucessivas conquistas, entre as quais os contra-tos dos primeiros sistemas subsea completos, licitados pela Petrobras para os projetos de desenvolvimen-to do pré-sal, nos campos de Tupi, guará e Tupi nordeste. Contratos que somam 49 árvores de natal mo-lhadas (AnM) e superam a cifra de US$ 360 milhões – uma fatia ex-pressiva da carteira de encomendas da Aker, que gira em torno de r$ 1 bilhão. Um excelente retorno para os r$ 120 milhões investidos pela empresa no Brasil nos últimos três anos, que asseguraram à fábrica

brasileira capacidade para produzir até 5,5 AnMs equivalentes por mês (cerca de 66 AnMs por ano).

“Estamos utilizando no projeto piloto de Tupi, primeiro equipamen-to submarino desenvolvido especi-ficamente para a camada pré-sal, todo o nosso know-how tecnológico em equipamentos de alta pressão e alta temperatura (hT/hP), com engenharia 100% feita no Brasil”,

destaca Marcelo Taulois, country manager da Aker Solutions do Brasil (Veja entrevista nessa edição). Se-gundo ele, nos próximos cinco anos a empresa pretende aumentar ainda mais seu índice de nacionalização, que chega a 70% na produção de AnM, 50% em manifold, e de 15% a 20% em drilling. Ele espera que esse índice aumente em função da contratação das 28 sondas pela Pe-

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trobras, que serão financiadas pelo banco norueguês.

O moderno dracar

Mais além de equipamentos subsea, a empresa aposta também em serviços integrados, a bordo de um projeto pioneiro que deu cer-to: o Skandi Santos, cujos valores do contrato de operação feito pela Petrobras não são divulgados por nenhuma das partes. A embarca-ção, um projeto liderado pela Aker Solutions, em parceria com as no-rueguesas norskan e DOF, construí-do pela STX Europe, é o primei-ro Offshore Service Construction Vessel (OSCV) do mundo. Ou seja: navio de operações submarinas, que vai substituir as plataformas de perfuração usadas nas instalações dos equipamentos subsea. E está operando no Brasil.

A embarcação, que revela o mesmo estilo arrojado dos antigos dracares usados pelos vikings para navegar por mares afora, tem 120 m de comprimento, 23 m de largura e está equipado com um guindaste com capacidade de elevar uma carga de 250 toneladas. Além disso, dentro do navio, as cargas são movimenta-das no convés principal, através de um sistema de trilhos, ao invés de suspensos por um guindaste.

Uma das vantagens do Skandi é poder descer o equipamento de forma contínua, já que possui um

carretel de içamento capaz de ins-talar módulos de até 125 toneladas, a uma profundidade de 2,5 mil me-tros. “A concepção do projeto é fruto da experiência da Aker Solutions no desenvolvimento e instalação de equipamentos submarinos e da necessidade da Petrobras em ter um barco especializado em instalação, manutenção e intervenção submari-nas”, afirma Taulois, comemorando o fato de o Skandi ter feito, entre março e agosto, nada menos que 50 instalações a serviço da Petrobras.

De acordo com Taulois, depen-dendo do tipo de equipamento, é possível ter um ganho de 50% no prazo de instalação, uma vez que o Skandi desce os equipamentos de forma contínua, e não com risers, não precisando, portanto, parali-sar a operação. “Já temos outro em construção na noruega, que esta-rá disponível em dezembro para o mercado”, anunciou ele.

Dique cheioTrata-se do Skandi Aker, que

está sendo construído nas instala-ções da sul-coreana STX Europe, em Âlesund, o cluster naval mais ao norte da noruega. O vice-presiden-te da STX norway Offshore Design, Eric haakonsholm, não escondia a empolgação com a visita de jor-nalistas ao estaleiro, que trabalha a pleno vapor para atender tantas demandas.

Em sua mesa, o projeto do Skan-di Aker, que está fazendo tanto su-cesso, embora não seja o único do estaleiro, que em 2009 entregou 12 embarcações, incluindo o Skandi Santos. Até o final do ano, o STX prevê a saída de mais nove, inclu-sive o navio que Taulois espera ver em operação até o final do ano.

Para garantir participação no mercado offshore brasileiro, que exige índice de conteúdo nacional cada vez maior, o grupo sul-coreano que controla o STX Europe adquiriu o controle do antigo estaleiro Pro-mar, em niterói. Surgiu, assim, o STX Brasil, que com a empresa-mãe tem uma parceria tecnológica com a PJMr – sócia dos estaleiros Atlântico Sul – para construção do estaleiro Promar, no Complexo industrial Por-tuário de Suape, em Pernambuco.

O projeto, que receberá in-vestimento de cerca de US$ 100 milhões no período de três anos, deve contar com financiamentos e recursos governamentais, cujos valores ainda não foram divulga-dos. Até o momento, os contratos da Transpetro com a Promar/STX Brasil perfazem um total de 25 navios-tanque encomendados este ano, ante 13 unidades fechadas no ano passado, dentro do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), da Transpetro.

A operação brasileira ganha for-ça: atualmente, o número de empre-gados no país é em torno de 1.500, pouco abaixo dos quase 1.700 fun-cionários na noruega – ficando na românia a maior força de trabalho, com cerca de 5,3 mil pessoas. Mas esses números podem mudar a posi-ção da STX Brasil, após a instalação do estaleiro pernambucano.

Na maré da concorrênciaSe ‘o mar não está para peixe’ em

outras regiões do mundo, no Brasil, ele ‘fervilha’ de oportunidades com a retomada acelerada do setor naval,

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por conta de um propulsor de alta potência – a indústria de petróleo e gás. Nessa onda, buscam uma in-serção maior no mercado brasileiro outros estaleiros do cluster naval, que abriga, além da STX, a britânica Rolls Royce Marine e as noruegue-sas Ulstein, Farstad e Havyard, entre outras, além de pequenas empresas que desenvolvem tecnologias e siste-mas de informação para tornar mais segura a operação de embarcações marítimas e offshore.

Todas vêm ampliando suas atua-ções no mercado, com foco no Brasil. A Ulstein, que já atua no país através da Ulstein Marine Services (Ulstein Belga Marina e Ulstein South Ame-rica), estará entregando até 2012 nada menos que quatro embarca-ções para o mercado brasileiro.

Uma das novidades da empresa, destaca Lars Stâle Skoge, gerente de Marketing e Vendas do grupo, é um projeto de um supply vessel que busca atender às necessidades brasileiras. “A Ulstein é reconhecida pelas inovações que traz à indús-tria naval, mais notadamente no desenvolvimento de um novo tipo de proa”, observa.

No projeto, que se chama X-BOW, a proa, em formado invertido, faz com que o navio tenha mais es-tabilidade em mar grosso, cortando melhor as ondas, e perdendo pou-ca velocidade. “Mais estabilidade significa também conforto para a tripulação”, explica. Além disso, a melhor hidrodinâmica proporcio-nada pelo casco reduz o consumo de combustível e o sistema de pro-pulsão diesel-elétrica minimiza as emissões, tornando a embarcação um modelo de projeto sustentável. Dos 78 navios em carteira, já entre-gues ou em construção, nada menos que 62 são para o setor offshore – e destes, 37 são X-BOW.

Esse mesmo apelo ambiental está presente nos navios da Fars-tad Shiping, produzidos nos últimos

três anos, também com sistema de propulsão elétrica a diesel em seus motores, além de conversores catalí-ticos, que podem reduzir em até 95% a emissão de óxido de nitrogênio (Nox), um dos responsáveis pelas mudanças climáticas. A empresa, que atua no Brasil por meio da Fars-tad Brasil S/A (uma joint venture entre a subsidiária BOS Navegação, baseada em Macaé, no Norte Flumi-nense) e a Petroserv, vem crescendo no mercado local. O país, que res-pondia por cerca de 16% das opera-ções do grupo, hoje tem 24,7%.

Ancorado no petróleoHá duas décadas a fabricante

de navios Havyard prospecta o mercado brasileiro, sendo vencido pela burocracia e barreiras tarifárias na década de 1990. Há dois anos, a empresa norueguesa chegou a anunciar que estava em negocia-ção com governos estaduais para aferir os benefícios que teria em se instalar no país.

Mais uma vez, o barco não foi ao mar. O que deverá ocorrer no próxi-mo ano, quando a empresa pretende aportar na costa brasileira, ancorada nas promissoras perspectivas de uma indústria naval superaque-cida – e um mercado offshore em expansão acelerada. “Sem dúvida o país oferece muitas oportunidades para o setor, com a forte demanda do setor de óleo e gás”, reconhece o CEO da Havyard, o capitão Geir Joahn Bakke.

O executivo afirma já ter aluga-do, inclusive, a área para se instalar no já tradicional reduto dos estalei-ros fluminenses: às margens da baía da Guanabara. Bakke não se assus-ta com as exigências da Petrobras em relação à fabricação, no país, de grande percentual de equipamentos em todos os seus projetos. “A nossa estratégia com essa instalação no Rio visa justamente ter um bom índice de conteúdo local.”

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Além de universidades nacionais, algumas delas com mais de cem anos,

a Noruega criou um sistema de faculdades estatais para descen-tralizar a educação e facilitar o acesso ao ensino superior. As 25 faculdades desse sistema oferecem programas técnico-pro-fissionais que não são disponibi-lizados nas universidades, com duração média de dois a quatro anos.

É o caso da Ålesund Univer-sity College, que, por estar no cluster naval, tem seu programa voltado para esse segmento, havendo uma fina sintonia entre

a instituição e as empresas do setor, que vão acabar absorvendo a mão de obra local. “Buscamos investir na formação diferen-ciada, de forma a estimular a inovação”, observa o professor Hans Petter Hildre.

Isso implica desenvolver e utilizar as mais modernas tec-nologias desde as salas de aula, como é o caso dessa instituição que dispõe de um moderno simulador de operações offshore que contribui não somente para o desenvolvimento de projetos de engenharia e design de embar-cações, mas também contribui para prover o mercado de ferra-

mentas de TI para treinamento e qualificação de profissionais que vão atuar no setor.

Ele segue o mesmo padrão do simulador existente hoje no Fundão, campus da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro, que abriga diversas instituições de pesquisa, como o da Petrobras (Cenpes) – e a outros que serão instalados com o apoio inclusive de empresas norueguesas. Atra-vés de projetos e tecnologia 3D, o simulador e outras ferramentas similares disponíveis na Ålesund University College possibilita a ‘imersão’ do aluno em uma cabi-ne de comando de uma embar-

As instituições de pesquisa e universidades da Noruega também são uma ‘fábrica’ de soluções para o mercado brasileiro de óleo e gás, pois não somente estão formando novos profissionais para o setor, com aulas práticas em empresas, mas também gerando tecnologias de ponta para reduzir os riscos nas operações offshore.

DA teoriA à práticA

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cação, realizando uma operação offshore, como a descarga de equipamentos em uma platafor-ma em alto-mar.

Brasileiros a bordoNão longe dali, no cluster

subsea, dois brasileiros dão seus primeiros passos no setor de petróleo na Bergen University College. Alinne Dias Chamun e Antônio Ferreira Júnior, de 24 anos, vieram da Grande Vitória, no Espírito Santo, para a fria e chuvosa Bergen (aclamada como a cidade que mais chove na Europa) estudar na instituição e aperfeiçoar o inglês.

No último ano do curso de engenharia do petróleo, da Uni-versidade de Vila Velha (UVV), Alinne se empolgou com o que viu. “Eu vim mais para aper-feiçoar meu inglês, mas apren-di muito vivendo também no

mundo corporativo”, confessa. Para ela, o Brasil deveria copiar esse modelo, buscando maior

interação entre as empresas e as universida-des, para que os estudantes possam ter uma ideia de como funciona uma empresa.

Antônio, que estuda as dife-renças e pontos em comum na legislação do setor de petró-leo no Brasil e

na Noruega, foi mais além da parte regulatória, dedicando uma atenção especial a alguns equi-pamentos subsea, como o blow out preventer (BOP). “Aqui vimos o que estava em manutenção no

Golfo do México quando houve aquela explosão que causou o derramamento de petróleo”, lem-bra. “Se ele estivesse instalado, não haveria esse vazamento”, analisa o jovem estudante.

Na realidade, ambos se empol-garam com as aulas práticas em empresas como Aker Oil Services, que faz a manutenção dos gigan-tescos equipamentos subsea que viabilizam a produção de petróleo em grandes profundidades: mani-folds e árvores de natal molhadas, entre outros. “Visitamos diversas empresas e aprendemos, acima de tudo, a trabalhar em equipe, pois desde o início trabalhamos em dupla”, afirmam, já sonhando com as oportunidades que o mercado mundial de petróleo e gás oferece. Depois do curso na Noruega, am-bos se sentem preparados para o que der e vier... em qualquer parte do mundo.

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Perto de alcançar 50 anos, a VESCON, primeira fabricante de válvulas tipo esfera brasileira e pioneira na fabricação de produtos para a linha de completação de poços de petróleo

está se preparando para os desafios que o mercado está impondo aos fabricantes da cadeia de óleo e gás.

Em 2009 e este ano, a VESCON realizou dois importantes for-necimentos de válvulas tipo esfera: um para o projeto de UBA-RANA, no Rio Grande do Norte (aproximadamente 2.000 válvulas com revestimento orgânico), e 690 válvulas para dois módulos da Plataforma P-55.

Na linha de completação de poços de petróleo a Vescon possui em carteira grandes contratos de fornecimento para a PETROBRAS, que somados representam R$ 70.237.000,00 para consumo nos próximos três anos, podendo ser aditados por igual valor e período.

Para atender seus compromissos e aproveitar as diversas opor-tunidades que estão surgindo, a VESCON está realizando um sig-nificativo investimento para atualização tecnológica do seu parque fabril. No segundo semestre de 2010 começará a receber máqui-nas de última geração que ampliarão sua capacidade produtiva, refletindo também em ganhos expressivos para redução do ciclo de fabricação.

Preocupada com a tradicional longa vida útil de suas válvulas, existem válvulas fabricadas há 30 anos em atividade nas plataformas e nos campos de petróleo, a VESCON decidiu rever a qualificação de

alguns fornecedores que não estão acompanhan-do as transformações impostas pela demanda do “Pré-Sal”.

Devido à sua forte tradição no desenvolvi-mento de produtos, di-versos produtos estão sendo projetados se-guindo orientação dos clientes e tendências do mercado, alguns destes já devem atender as especificações técnicas das novas plataformas P-58 & P-62, que estão sendo licitadas. Todas esta-rão alinhadas com a manutenção do elevado índice de percen-tual de conteúdo local dos produtos VESCON. Para se ter idéia, já foram certificados 15 equipamentos, com média de índice de nacionalização de 98%, e outros 35 estão sendo certificados.

A VESCON continua buscando atender melhor o merca-do oferecendo qualidade com conteúdo nacional!

A Vescon prepara sua fábrica para os desafios do Pré-sal

www.vescon.com.br

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Olhos e ouvidosno mar

A vocação marítima secular dos noruegueses vai mais além da concepção, projeto

e construção naval, como já ficou demonstrado pela expertise que eles consolidaram no desenvolvi-mento e fabricação de equipamen-tos e sistemas subsea para grandes profundidades – até 3.000 m –, altas temperaturas e pressão.

Cada vez mais a cadeia produtiva do setor de óleo e gás busca a inova-ção para gerar produtos e serviços que garantam a continuidade das atividades dessa indústria que nunca para e, acima de tudo, a segurança operacional para reduzir os riscos ambientais, humanos e patrimoniais em todas as etapas da prospecção offshore de hidrocarbonetos.

Uma vez em operação, tudo o que compõe um sistema de produ-ção de petróleo e gás natural deve ser monitorado continuamente e so-frer manutenção preditiva e preven-tiva para que não haja paralisações desnecessárias ou incidentes que possam ganhar proporções catas-tróficas – como o que foi visto no Golfo do México, com a explosão de uma plataforma e vazamento de milhões de barris de petróleo.

A mesma atenção que as empre-sas de petróleo dedicam aos seus reservatórios – fonte de sua riqueza

e razão de ser de uma petroleira –, para evitar que o processo de produ-ção (extração) de óleo e gás impacte ou cause danos àquela formação, também é dedicada aos equipamen-tos que realizam as mais diversas atividades no fundo do mar.

Da cabeça de poço às platafor-mas e seus módulos de processa-mento, passando pelos sistemas subsea (árvores de natal molhadas,

manifolds, risers e umbilicais, du-tos de transporte), todo e qualquer equipamento que integre essa ver-dadeira planta industrial submersa, assim como a unidade de produção que fica na superfície do mar, é mantido sob observação 24 horas por dia por meio dos mais distintos mecanismos e sistemas, que usam a mais avançada tecnologia para garantir uma operação segura.

Várias pequenas e médias empresas norueguesas investem pesado em tecnologias inovadoras

para monitorar e assegurar a integridade dos sistemas subsea, os quais estão sujeitos às mais

severas condições operacionais – seja em águas profundas no Ártico ou na costa brasileira,

na região do pré-sal.

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Ter ‘olhos e ouvidos’ no fundo do mar é o sonho de qualquer pe-troleira que tem seu maior ativo em áreas offshore. É também o grande desafio da ClampOn e da Naxys, duas empresas norueguesas que investem em P&D para desenvolver sistemas de monitoramento subsea, utilizando as mais distintas tec-nologias. Instaladas na região de Bergen (o cluster subsea), embora jovens, as duas companhias vêm mostrando que é possível ‘ouvir’ e ‘ver’ o que acontece com os pesa-dos equipamentos que ficam sub-mersos por anos a fio, produzindo petróleo e gás.

Sensores inteligentesCriada em 1994, a ClampOn

– termo em inglês que significa ‘braçadeira’, sistema usado no monitoramento de dutos –, não se restringiu ao sentido do pró-prio nome, criando sensores ul-

trassônicos inteligentes para mo-nitoramento de partículas (areia), corrosão e erosão, detector de PIG e detector de vazamento de qual-quer instalação submersa, sendo usados também em ambien te topside (nas pla-taformas).

A empresa, que testou seu primeiro protó-tipo no Mar do Norte, em um campo da BP, e rea-lizou sua primeira venda em 1996, para a Texaco, fechando o ano de 1998 com um faturamento de US$ 4 milhões, acabou por conquistar o mercado offshore.

No ano passado, a ClampOn, com 75 empregados, obteve o quá-druplo de faturamento – US$ 16 milhões (85 a 90% em exportações) –, com vendas para cerca de 40 companhias em 38 países e uma

média de 900 sensores/ano instala-dos e um total de oito mil sensores espalhados por todo o mundo.

A despeito da longa distância – mais de 11.000 km, em linha reta, desde Bergen –, o Brasil é hoje um mercado crucial para a empresa, segundo Jarl Gill, gerente de Vendas da ClampOn. “Fornece-mos para a Petrobras desde 1998, tendo participado em mais de 50 projetos da petroleira no Brasil e no exterior, dentre os quais Mexilhão, Marlim Leste, Marlim Sul, Ronca-dor, Albacora, Cascade-Chinook (Golfo do México)”, contabiliza o executivo.

Também no Brasil, a companhia norueguesa tem seus equipamentos instalados nos projetos de Perdido e Bijupirá-Salema (Shell), Peregrino (Statoil/Anadarko) e Frade (Che-vron), entre outros. Muitos desses negócios foram costurados na Rio Oil & Gas, evento do qual a Clam-

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pOn participa desde 1998, quando fez sua primeira venda para a Petro-bras, com um sistema de detector de PIG para o campo de Pampo.

A inserção no mercado brasilei-ro também é facilitada pela Mac-nor/Maritime Cluster of Norway, empresa de representações e servi-ços da área naval e offshore criada em 2002, que abre caminhos para um grupo de empresas noruegue-sas, tradicionais fornecedoras de equipamentos e líderes no mercado mundial. Por meio de uma afiliada local, Macnor Service, a represen-tante dá suporte pós-venda, desde o acompanhamento da instalação até o comissionamento do equipa-mento, por meio de uma equipe de técnicos e engenheiros treinada e certificada em cada uma das quase 20 representadas.

comunicação por hidrofones Pelos mesmos caminhos da ino-

vação seguiu a Naxys, empresa no-rueguesa que surgiu no ano 2000 com uma novíssima tecnologia de sensores acústicos – Acustic Leak Detector (ALD) – para detecção de vazamentos de sistemas subsea. Jens Abrahamsen, diretor da Naxys, ressalta que se trata de sensores não intrusivos (ou seja, que não neces-sitam ser introduzidos ou inseridos em um duto, bomba ou outros tipos de equipamentos), que podem ser utilizados em profundidades de até 3.000 m por até 25 anos.

O sistema é composto por mi-crofones (hidrofones) montados em grupos dentro de uma espécie de gaiola, colocada próximo ao local/equipamento que se deseja inspe-cionar. Por meio da captação de sons provenientes do equipamen-to, e que se propagam na água, o sistema é capaz de detectar um vazamento de óleo por um orifício minúsculo, do tamanho do bico de uma caneta, em grandes pro-fundidades.

Verdadeiros ‘ouvidos’ de sis-temas subsea, essa tecnologia de ponto, que chegou há cerca de três anos no mercado offshore, vem conquistando petroleiras e fabri-cantes de equipamentos subma-rinos para a indústria de petróleo e gás. Com menos de uma década de vida, a Naxys, que em 2005 foi comprada pelo grupo Borge, já tem suas soluções aplicadas em várias bacias pelo mundo afora.

Com essa tecnologia que já é uma referência de inovação na área de detecção de vazamentos, o foco da Naxys é o Brasil, onde a norue-guesa já se associou à Asel-Tech, que é líder em soluções detecção de vazamento em dutos. Diferente de outras parcerias, foi a brasileira que tomou a iniciativa de procurar a empresa norueguesa, ao saber que ela possuía uma sistema de detecção que poderia complemen-tar a solução desenvolvida e apli-cada com sucesso pela Asel-Tech em inúmeros projetos espalhados por todo o país.

Com 23 anos de atividade, a empresa paulista, que nasceu vol-tada para a área de automação, na última década decidiu focar no setor de óleo e gás, criando tecno-logias e soluções diferenciadas, principalmente na área de detecção de vazamentos em dutos. “Toda a linha de de-tecção de vaza-mento de dutos foi desenvolvida a partir de 2004, dentro da Asel- Tech”, destaca, com orgulho, o diretor e fundador da empresa, Julio Alonso.

“São tecnologias próprias, que começamos a desenvolver em casa, a partir de 2004”, complementa. Uma mudança de rumo alinhada com as transformações no cenário brasileiro, que desde o início dos

anos 2000 tem tido sua malha de dutos e gasodutos mais do que tri-plicada, em função do aumento da produção não só de óleo e deriva-dos, mas também de gás natural.

Nessa nova visão, a empresa, na busca por soluções integradas que revelem o estado da arte nesse segmento, tem aberto caminho para parceiros estratégicos. “Procuramos desenvolver tecnologia própria, buscando no mercado, quando ne-cessário, novos parceiros, tanto em termos de equipamentos, produtos, como de serviços, que agreguem valor às nossas soluções”, salien-ta o executivo, que ouviu falar da Naxys dentro da Petrobras.

“Mas ninguém sabia dizer ao certo o que ela fazia. Fui até a No-ruega e vi que somando as nossas expertises, poderíamos oferecer soluções integradas: a Asel-Tech, trabalhando de dentro para fora (dos equipamentos), e a Naxys, no caminho inverso, uma vez que o sistema deles capta os sons propa-gados na água”, revela Alonso.

Segundo ele, o uso dessa tec-nologia pode evitar uma série de eventos, desde uma paralisação inesperada que pode comprometer todo o sistema subsea, a um vaza-mento ou outro tipo de ocorrência, que pode se desdobrar em um aci-dente de graves proporções.

“Pelo som captado pelo equipa-mento, é possível saber se um duto marítimo está sendo arrastado pela correnteza ou outro fator, se há al-gum tipo de vazamento de fluido. As informações são repassadas em tempo real (via um umbilical) para um operador, que pode antecipar ações ou fazer estudos preventivos para evitar que todo o sistema seja impactado por aquela ocorrência.”

Com olhos e ouvidos no fundo do mar, a indústria da Noruega está estabelecendo uma via de mão-dupla com as empresas brasileiras, nas águas da parceria.

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Na superfície datecnologia

Os desafios que o setor de pe-tróleo e gás natural tem pela frente não se restringem

apenas aos obstáculos a superar para explorar e produzir petróleo em cenários cada vez mais hostis, como o pré-sal brasileiro – ou, no caso da Noruega e outros países daquela região, o Ártico. Dizem respeito também à forma como as empresas estão se preparando para atuar, cada vez mais, com um grau maior de segurança, em busca da perfeição, para evitar acidentes ou que os impactos de suas operações tenham efeitos desastrosos na vida humana, no meio ambiente, nos negócios da companhia e até na economia de um país.

A realização de atividades de E&P de petróleo nos pontos mais extremos do continente, na zona costeira do norte da Noruega, acima do círculo polar ártico, desenvolvi-das principalmente pela Statoil, se dá segundo severas normas e algu-mas das mais rígidas exigências internacionais no que diz respeito à prontidão para derramamento de óleo na zona costeira.

Com o intuito de promover a melhoria contínua de processos e soluções, assim como desenvolver tecnologias inovadoras para atender a essa questão, envolvendo sobre-tudo o setor privado, a Innovation Norway, o Conselho de Pesquisas da

Noruega, e o Siva, órgão governa-mental de desenvolvimento indus-trial, criaram o programa Arena.

A iniciativa prevê apoio finan-ceiro de longo prazo e suporte de especialistas para promover o desenvolvimento de clusters em-presariais regionais, com o objeti-vo de reforçar a interação entre a indústria, as instituições de P&D, universidades e o setor público, e incentivar a inovação.

Um cluster formado por esse programa, com foco especial na indústria de petróleo e gás, é o Arena Preparedness and Protec-tion, integrado por 11 empresas da região de Lofoten e Vesterålen (atualmente em análise para ativi-dade petrolífera). Também fazem parte desse cluster várias institui-ções de P&D, como o grupo Sintef,

a Norwegian University of Science and Technology (Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega), o National Institute of Technology, entre outros.

O cluster tem ainda parceiros do setor público, como o Norwegian Coastal Administration, agência na-cional de gestão costeira, segurança marítima e comunicação; o Norwe-gian Defense Operating Headquar-ter, quartel general operacional que administra e coordena todas as ope-rações militares nacionais e interna-cionais, inclusive a Guarda Costeira e a vigilância na Noruega.

O objetivo principal do grupo é criar e implementar soluções para dar resposta rápida a um derra-mamento de petróleo, a partir do desenvolvimento de novos equipa-mentos e tecnologias, assim como

Nem sempre é no fundo do mar, seja em águas rasas ou profundas, que se realizam algumas das mais importantes operações da indústria offshore: quando há uma falha ou incidente no sistema – do poço à plataforma –, é fundamental contar com recursos tecnológicos que possam minimizar os impactos que eles possam vir a causar no meio ambiente.

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aprimoramento da organização e gestão de operações. A meta é es-tabelecer novos padrões de segu-rança para que se possa ir mais além do mercado local.

“Uma pesquisa abrangente realizada em 17 regiões do mun-do indicou o Brasil como uma das quatro mais relevantes para a Arena Preparedness & Protec-tion. Por isso, fomos ao Brasil para identificar o interesse do mercado em nossos produtos e serviços”, observou Rune Finsveen, gerente de projetos do cluster. “Caso seja identificado suficiente potencial, o cluster considerará a possibilidade de se estabelecer no Brasil.”

Mais além das barreirasO mercado brasileiro já entrou

na rota de negócios de empresas como NorLense, Arctic Protec-tion, Seaworks, Mercur Maritime, Norwegian Petro Services e SMV Hydraulic, entre outras que inte-gram o cluster. Mas, por enquanto, apenas o grupo NorLense, fabri-

cante de barreiras de contenção e outros sistemas utilizados em ações de contingenciamento, além de serviços nessa área, aportou, e com sucesso, na costa brasileira.

A empresa norueguesa, sediada em Fiskebol, no belíssimo arquipé-lago de Lofoten, uma das mais belas paisagens da Noruega, desenvolve e oferece, em parceria com diver-sos fornecedores locais, soluções completas para sistemas de barreira para derramamento de óleo.

No Golfo do México estão em operação vários sistemas criados pela NorLense, que hoje é reco-nhecida mundialmente por sua expertise no desenvolvimento de uma nova geração de barreiras offshore, especialmente projeta-da para ondas maiores e correntes mais fortes. Não é à toa que as bar-reiras produzidas por essa empresa familiar já se tornaram peça-chave de contingenciamento em qualquer petroleira do planeta.

Isto inclui a Petrobras, que uti-liza as soluções da NorLense em

quase todos os nove Centros de Defesa Ambiental (CDAs), espalha-dos pela costa brasileira e também na Amazônia, e que têm por tarefa garantir uma resposta rápida e a máxima proteção a suas unidades operacionais em caso de emergên-cia, complementando os planos de contingência locais dos terminais, refinarias e demais unidades da estatal.

Os mais importantes equipa-mentos dos CDAs são justamente as barreiras de contenção e absor-

VárIas emPresas dO cluster já par-ticiparam de delegações e missões eco-nômicas ao Brasil, para apresentar-se ao mercado, a maior parte com soluções relacionadas à segurança e contingen-ciamento, respaldadas na experiência consolidada no ártico e que querem re-plicar na costa brasileira.

Como a mercur maritime, que pres-ta serviços de construção e montagem e fornece produtos para as indústrias offshore, marítimas e em terra. em coo-peração com a Ingenium, realiza estudos de pré-engenharia, design, produção e instalação de ferramentas e equipamen-to – incluindo de limpeza de praias no caso de derramamento de óleo.

a jovem arctic Protection, fundada em 2008, fornece soluções de prontidão para todas as operações de perfuração na plataforma continental norueguesa que envolvam risco, assim como para

operações internacionais similares. Já a Norwegian Petro services oferece consultoria e serviços com ênfase no planejamento, treinamento e exercícios em preparo para derramamentos de óleo próximos à costa.

No mesmo nicho está a Poseidon Consulting, que disponibiliza simuladores de treinamento marítimo, equipamentos e serviços relacionados. especializada no campo da economia, da administra-ção para contratação, do gerenciamento de projetos, levantamentos, serviços, consultoria com treinamento marítimo, capacitação e desenvolvimento institu-cional, a empresa tem certificação IsO fornecida pelo dNV e o achilles Certifi-cate of Qualification para fornecedores da indústria petrolífera na Noruega e na dinamarca.

Já a seaworks é especializada em serviços relacionados a cabos subma-

rinos, mapeamento de leito marinho offshore, tratamento de resíduo es-pecial e transporte de contêineres e carga em geral. a empresa possui três landing crafts (comprados da marinha real da Noruega), para utilização em operações próximas à costa após aci-dente ou em exercícios.

a companhia de mecânica, es-pecializada em hidráulica e manu-tenção de motores, smV Hydraulic, desenvolve e produz molinetes espe-ciais para armazenamento e manejo de barreiras offshore, enquanto que a Vacumkjempen Nord-Norge criou um equipamento de vácuo específico para a remoção e transporte de mas-sas contaminadas.

Todas atuam alinhadas com um conceito que permeia as ações e ino-vações do grupo: artic Protection. Pode valer para o pré-sal brasileiro!

proteção do ártico... e da costa brasileira

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ção de óleo, com uma média de 20 mil m lineares (20 km) que podem rapidamente ser deslocados para combater emergências em qual-quer parte do país.

Mercado aquecidoTrond Hansen, gerente de Ex-

portações da empresa da família, mostra, na prática, como é fácil utilizar os equipamentos de con-tenção no caso de derramamento, promovendo simulação nas águas geladas do mar, em frente à fábrica, que fica incrustada nas margens do arquipélago.

A despeito da participação de barcos da guarda costeira e de he-licópteros, além de embarcações da própria NorLense, o que chama a atenção de todos é a facilidade com que um único operador desenro-la a enorme barreira de 2,5 m de diâmetro de um carretel gigante, posicionado na margem. Em alto-mar, lembra Trond, isso é feito das próprias embarcações que atuam nas operações de contingenciamento.

A barreira é puxada por um pequeno barco, operado também por um único homem. “Com dois homens podemos estender uma barreira com rapidez, para evitar que o óleo se espalhe e atinja o continente”, observa o executivo. O simulado confirma: em menos de 20 minutos, uma verdadeira ‘parede’, parte dela submersa (o óleo fica na superfície, devido à diferença de densidade em relação à água), se estende por mais de 400 m na enseada de Fiskebol.

O equipamento demonstrado é um dos maiores do mundo. E está presente no ‘acervo’ da Petrobras, que vem demandando à NorLense, através de uma parceira estratégica no Brasil, a Alpina, quilômetros e quilômetros de barreiras para garantir suas operações, que avan-çam em águas mais profundas e distantes da costa brasileira.

Trond desconversa quando per-guntado sobre as principais carac-terísticas ou o volume de demandas da estatal brasileira. Mas se sabe que seu celular, sempre ligado,

já atendeu liga-ções de técnicos da Petrobras, nos mais improváveis horários (o fuso horário é de cin-co horas a mais, na Noruega, em

relação ao Brasil), pedindo orienta-ções ou novos equipamentos.

O sucesso da NorLense está respaldado também em parcerias estratégicas, com as quais amplia o alcance de suas soluções, como as potentes bombas de sucção capazes de aspirar toneladas de petróleo ra-pidamente para o interior de tanques em embarcações – mostrada com empolgação por Trond Hansen.

Com diversas soluções já desen-volvidas para a Petrobras, a empresa norueguesa tem intensificado suas relações com a estatal, para a qual está equipando embarcações es-peciais para contenção e captura de óleo, buscando atender a uma demanda cada vez mais aqueci-da devido ao acidente no Golfo do México e à explosão de relatos de incidentes que não são registrados por países produtores de petróleo.

Atenta ao novo cenário, a em-presa já havia criado uma subsidiá-ria, a NorLense Beredskap, que vem disseminando as competências da empresa no desenvolvimento de soluções de contingenciamento, assim como treinando seus clientes no uso dessas ferramentas. “Além dos equipamentos, oferecemos su-porte em gestão de situações de crise e contratação de pessoal, pro-movemos seminários em diferen-tes níveis e treinamento”, explica Trond, personagem conhecida na rota Fiskebol-Oslo-Rio de Janeiro. Com escalas, mas sem barreiras!

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Latin America’s Energy Challenge: Sustainable and Responsible Economic Development

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INCuBadas NOrueguesas no Brasil

Em menos de três anos diversas empresas do segmento de óleo & gás

e de energia já utilizaram a organização como ponto de partida para o desenvolvimento dos seus negócios, como a Aibel, Odim, Remora, Marintek, SN Power, Solstad, sendo que as três últimas já se estabeleceram por conta própria.

Os contratos da incubadora, de um ano de vigência, podem ser renovados por igual período, totalizando assim o tempo máxi-mo de dois anos de permanência da empresa. “Como uma forma de incentivo e encorajamento, às primeiras empresas que tiveram interesse no NBIO foi concedido um período de permanência de até cinco anos”, explica Flávia Ambrosano, coordenadora da NBIO, que funciona no mesmo prédio do consulado geral da Noruega e do IN.

Atualmente estão presentes na NBIO as seguintes empresas: Vector, Novenco, SPT Group, Noreq, Bassoe, Scana, Resman, Metizoft, PTC, IKM e Inocean. “Ao optarem pela NBIO e por terem um suporte da IN e da Intsok, o processo de estabeleci-mento e o início das atividades

no país se torna menos burocráti-co e complicado para as empre-sas”, observa.

Diante do volume de investi-mentos previstos pela Petrobras para os próximos anos, as empre-sas estão buscando novas oportu-nidades de negócios e também o fortalecimento das relações comerciais entre a Noruega e o Brasil. “O Brasil é visto como um país com excelentes perspectivas de crescimento econômico, es-tabilidade institucional e muitas oportunidades no segmento de óleo e gás. A tendência é que a participação das empresas no-rueguesas no mercado brasileiro aumente significativamente”, acredita Flávia Ambrosano.

Por ser um modo bastante viável e econômico para as em-presas se inserirem no mercado e iniciarem as suas atividades no país, a incubadora tem sido mui-to procurada. “Há uma lista de espera de empresas que preten-dem se alocar no NBIO e, para que seja possível atender a esta demanda existe uma grande pos-sibilidade de expansão”, informa a coordenadora.

Flávia Ambrosano reconhece que a exigência de conteúdo lo-cal vem determinando ações por

parte dos fornecedores estrangei-ros de equipamentos e serviços para o mercado brasileiro. “As empresas norueguesas passaram a considerar como parte de sua estratégia de entrada no merca-do do Brasil a busca de parceiros locais ou até mesmo o estabeleci-mento de uma filial brasileira.”

Essa tendência está refletida na procura de empresas pela incubadora. “Hoje, estamos operando com sua capacidade máxima, com todas as empresas estabelecidas legalmente no Bra-sil ou em processo de estabele-cimento”, destaca. Uma vez ins-taladas, empresas fornecedoras de equipamento tendem a buscar parceiros locais para produção, ou até mesmo desenvolvem sua própria estrutura de fabricação. “Uma vez estabelecidas no Bra-sil, essas empresas vêm gerando oportunidades para profissionais do país, pois os noruegueses, em sua maioria, preferem um funcio-nário com conhecimento local do mercado para representá-las.”

tecnologia para operações offshore

Na área de produtos e ser-viços integrados, um dos desta-ques é a Resman, que oferece so-

Facilitar o ingresso de empresas norueguesas no mercado

brasileiro é um dos objetivos da incubadora NBIO (Norwegian

Business Incubator Offices), criada pelo Innovation Norway e

estabelecida no Rio de Janeiro em 2007.

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luções de monitoramento sem-fio contínuo de poços e reservatórios de petróleo com a utilização de tecnologia de marcadores inte-ligentes, já instaladas em vários poços de petróleo no Mar do Norte, Golfo do México, Austrá-lia, Alaska e Canadá.

“A tecnologia Resman permite verificar se todas as zonas estão produzindo durante o start up, construir um perfil de produção durante meses ou anos, além de localizar com precisão onde a água está entrando no poço e fornecer dados para melhorar a alocação de produção”, explica Roberto Birkeland, gerente-geral da Resman no Brasil.

Anuncia que há expectativa de um laboratório próprio no Brasil, em futuro breve, para atender a demanda de análises químicas. “Acreditamos que o Brasil será palco de grande

quantidade de operações na área de petróleo nas próximas décadas.”

Já a Vector, fabricante de conectores compactos e solu-ções compactas em vedação, tanto para aplicações em su-perfície quanto para aplicações submarinas, com forte atuação internacional na indústria de óleo e gás, tem planos de criar uma identidade própria no Bra-sil, para prestar melhor suporte aos clientes locais.

“Tudo isto está atrelado às oportunidades criadas pelas novas descobertas e desafios do pré-sal, a realização do volume de investimentos anunciado pe-las grandes operadoras atuando no Brasil e aos requisitos legais e governamentais”, frisa Vicente Allevato, gerente-geral da Vector no Brasil. “O Brasil é uma das regiões mais promissoras no atual mundo de negócios e a Vector não está indiferente a isto: a empresa acredita no potencial

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e no poder de realização deste mercado.”

Outra companhia jovem, criada em 2002, e que che-gou esse ano à NBIO é a PTC (Petroleum Technology Com-pany), fabricante de sistemas e equipamentos premium para produção de petróleo com alta produtividade, integridade e confiabilidade. “Excedemos as normas internacionais vigen-tes, criando equipamento que operam sem falhas durante toda a vida útil dos poços, minimizando os riscos de intervenção por falhas destes produtos”, assegura Roberto Nogueira, gerente de vendas e operações da PTC do Brasil.

Devido ao seu portfólio de projetos e produtos de sistemas de elevação artificial de petróleo (produção de petróleo), a PTC foi convidada a se estabelecer no país pela Petrobras, em 2009, para cumprir uma programação de testes de qualificação e se tornar fornecedor oficial da mes-ma. “Este programa está sendo concluído e já temos fornecido equipamentos e participado de alguns processos de compra”, revela o executivo.

Segundo ele, as expectativas são muito grandes para forne-cimentos de equipamentos de gás lift, Jet pumps e injeção de químicos para cenários espe-ciais offshore (pré-sal), em que altíssima confiabilidade e per-formance são indispensáveis. “Tanto que a estruturação de um centro de serviços no país e fabricação local estão nos pla-nos da empresa para o próximo ano”, conclui.

Na área naval, quem ali-menta boas expectativas é a Inocean, companhia dedicada à inovação na arquitetura naval. Criada em 1996, o grupo hoje é formado por subsidiá-rias que “fornecem ideias, talentos e so-luções para a indústria maríti-

ma no mundo, desde unidades de produção FPSOs, semi-subs e outros tipos de em-barcação em atividade no

Brasil, Golfo do México, Áfri-ca e Mar do Norte”, de acordo com o fundador da companhia, Jon Erik Borgen.

A Inocean já está trabalhando na engenharia da P-63, FPSO que será instalado no campo de Papa Terra, na Bacia de Cam-pos. “Somos responsáveis pela engenharia estrutural, documen-tação técnica e desenhos para a conversão do navio tanque ULCC BW Nisa em um FPSO”, diz o executivo. Além disso, já prestou serviços para a OGX e Wellstream. “Nosso foco princi-pal é o mercado de FPSOs, nossa principal competência e uma grande oportunidade no Bra-sil, levando em consideração a futura demanda por esse tipo de embarcação.”

Com um total de 700 empre-gados, e subsidiárias no Reino Unido, Ásia, Tailândia, Canadá, Espanha, Austrália e Cazaquis-tão, a IKM está na NBIO desde dezembro do ano passado, oferecendo serviços de comple-tação mecânica e comissiona-mento atuando desde a fase de

testes ao pré-comissionamento e inspeções.

“Como todas as subsidiárias internacionais do grupo IKM, a IKM Testing Brasil é uma companhia local que conta com treinamento e suporte interna-cional mas com a visão de gerar uma importante contribuição para a economia do país”, afirma Stephen Kingsnorth, diretor de negócios internacio-nais da IKM Testing.

Do mesmo modo, a Noreq e o Bergen Group Dreggen estabe-leceram uma joint venture, na NBIO, para suprir o mercado brasileiro de equipamentos e ser-viços offshore requeridos pelas indústrias de gás e de petróleo. Criada em 1987 por um grupo de engenheiros egressos da Munck Offshore e localizada em Bergen, a Bergen Group Dreggen fornece guindastes com capacidade de 500 – 400 toneladas, tecnologia de içamento e serviços de enge-nharia para a indústria offshore norueguesa e internacional. Já a Noreq é uma empresa especia-lizada em tecnologias e equipa-mentos de salvatagem, incluindo o sistema Turcos, de torpedo salva-vidas, que já é visto como um novo padrão de segurança para plataformas marítimas e grandes embarcações.

“Achamos excitante duas empresas norueguesas se unirem para entrar no mercado brasileiro. O Brasil é uma área em crescimento e, obviamen-te, esperamos ter sucesso, o que é perfeitamente possível com nossos produtos”, destaca Wellington de Barros, gerente de vendas da companhia.

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virtual reala integração entre o

e otextos e fotos: Beatriz cardoso

tecnologia 3D

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A tecnologia que entusiasma os

amantes dos filmes e vídeos em

3D – terceira dimensão – vai

muito além das salas de cinema

e das mostras. Empresas como

a brasileira Absolut Technologies

vêm mostrando como o 3D pode

ser uma poderosa ferramenta

de integração e colaboração em

setores que fazem uso intensivo de

tecnologia, como as companhias

de petróleo e gás, em que as

salas de realidade virtual revelam,

literalmente do poço ao posto,

passando pelos laboratórios e

escritórios administrativos, como

funciona essa complexa indústria.

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COM MAIS DE CEM SALAS de realidade virtual espalhadas pelo Brasil afora – mais de 30 na Petro-bras –, em companhias nacionais e estrangeiros de distintos setores (petróleo, aeronáutica e automoti-vo) e em universidades e centros de pesquisa, a Absolut Technolo-gies dispensa apresentações.

No entanto, essa empresa 100% nacional, criada em 1998 pelo engenheiro alemão Hans Ulmer e a brasileira Lucymeire Ferraz, em uma incubadora tec-nológica da Universidade Fede-ral da Bahia (Ufba), passa até despercebida para quem chega ao grande casarão de esquina,

na cidade de Lauro Freitas (BA), onde funciona um dos maiores showrooms de realidade virtual da América Latina.

É nesse município da região metropolitana de Salvador que o casal de empresários Hans e Lucymeire comanda a empresa que já virou uma multinacional

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da realidade virtual no mercado real. Hans, que trabalha com essa tecnologia desde a época da facul-dade, não imaginava que iria ter tanto sucesso em um negócio pouco conhecido no Brasil, quando saiu da incubadora para emancipar a empresa criada com o objetivo de desenvolver e implantar soluções de realidade virtual em meios corpo-rativos e instituições de pesquisa. “Realmente começamos do nada, com uma proposta que era extremamente inovadora, até mesmo para a univer-sidade”, lembra Hans Ulmer.

A ousada aposta do casal deu certo. A Absolut Technologies as-sina os projetos de mais de uma centena de salas de realidade virtual no Brasil, de diferentes portes, características e finali-dades, em empresas como Fiat, Volkswagen, Petrobras, Devon e em instituições sérias como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Campi-

nas (Unicamp), Pontifícia Univer-sidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e o Centro de Pesquisa Leopoldo Miguez – sem falar na Agência de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A empresa baiana – afinal, nas-ceu em um campus universitário de Salvador – também ultrapas-sou as fronteiras, desenvolvendo e implantando projetos de ponta em outros países. E nas mais dis-tintas organizações: desde o meio acadêmico, como as universidades de Iowa (Estados Unidos), Hong Kong (China) e Talca (Chile), às grandes corporações, como a Mo-torola na Colômbia, a Repsol/YPF, na Argentina, ou a estatal Petrole-os Mexicanos, entre outras.

Na sede de cerca de 800 m², em Lauro Freitas, Hans e Rosymeire comandam uma equipe multi-disciplinar de quase 40 pessoas, que trabalha desde o projeto de concepção ao desenvolvimento e

montagem de sistemas, instalação e manutenção de estruturas de vi-sualização e realidade virtual – das mais simples salas colaborativas às complexas cavernas digitais, onde é possível imergir na reali-dade virtual.

ingresso na universidadeFoi depois de um primeiro

trabalho para a Mercedes Benz, que utiliza sistemas de realidade virtual em 3D no desenvolvimento de projetos de novos modelos de carros, que a Absolut entrou no mercado universitário. Mais preci-samente, na Escola Politécnica da USP, na qual a empresa participou da construção da primeira caver-na digital do país, inaugurada em abril de 2001.

O projeto, coordenado pelo La-boratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Poli-USP, que recebeu recursos da Financiadora de Es-tudos e Projetos (Finep) e investi-dores privados, envolvendo, além da Absolut, solução integrada da SGI e cabos doados pela empresa Furukawa, foi aclamado na época como o primeiro laboratório lati-no-americano para total imersão em realidade virtual. E um dos mais sofisticados do mundo para pesquisa, aplicações científicas e treinamentos em áreas como medicina, arquitetura e diversas atividades industriais.

A TN Petróleo foi a primeira mídia do setor de petróleo e gás a divulgar o projeto da Caverna Digital – nome originado da si-gla inglesa Cave (Cave Automa-tic Virtual Environment) –, uma sala formada por paredes e chão forrados por telas especiais, em que são feitas as retroprojeções de imagens geradas por computador em altíssima resolução. Um siste-ma complexo de realidade virtual, que permite exibir as simulações tridimensionais criadas em com-

O laboratório Caverna digital – nome originado da sigla in-

glesa Cave (Cave automatic Virtual environment) – é um

dos maiores desse tipo, existindo apenas três outros com

tamanho superior em todo o mundo

Hans Ulmer, presidente da absolut Technologies

tecnologia 3D

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putador de forma ampliada, em tamanho próximo do natural.

“É um dos maiores laborató-rios desse tipo, existindo apenas três outros com tamanho superior em todo o mundo”, disse na época Hans Ulmer. A realidade virtual dava seus primeiros passos no Brasil, embora já existissem mais de 160 laboratórios desse tipo no mundo no princípio da década, de acordo com o professor e doutor Marcelo Knörich Zuffo, coordena-dor executivo do núcleo de Reali-dade Virtual do LSI e de comuni-cação visual e mídias eletrônicas interativas.

O laboratório brasileiro come-çou a ser construído em agosto de 2000, com a participação de pro-fessores e alunos de pós-graduação da Poli-USP e estagiários do LSI do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos.

Depois do laboratório da USP, a Absolut ganhou o passaporte para a internacionalização ao ser contatada, pelo telefone, para de-senvolver parte de um projeto na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, que havia descoberto a empresa pela internet. Ela acabou fazendo quase o projeto inteiro, e só não se instalou por lá devido aos altos investimentos necessários para dar esse passo.

A caverna brasileira mostrou ao mercado que a tecnologia dis-ponibilizada pela Absolut possi-bilitava a criação de protótipos virtuais, assim como pesquisas científicas nas mais diversas áreas do conhecimento humano: medici-na, design, exploração petrolífera, aeronáutica e exploração espacial, arquitetura e urbanismo, biologia, automobilística, petroquímica e indústria em geral.

Descobrindo o petróleoSão esses os mercados com os

quais a Absolut trabalha, tendo mais

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de cem clientes em carteira. Mas foi sem dúvida a indústria de petróleo e gás que melhor entendeu a dimen-são dessa ferramenta e as vanta-gens que oferecia não somente no desenvolvimento de novas soluções e na pesquisa, como também para reforçar a integração e a colaboração no ambiente corporativo.

“De 2001 a 2010, mudou a utili-dade das salas de visualização. No início eram exclusivamente ambien-tes 3D. Hoje, elas são mais colabo-rativas, possibilitando a interação não somente com outras unidades da companhia, mas também com fabricantes, fornecedores, clientes, que têm acesso às imagens e infor-

mações em qualquer lugar em que estejam”, observa Hans Ulmer.

Em dez anos, a empresa instalou mais de 30 sistemas em diferentes unidades da Petrobras em todo o país, entre os quais a famosa holos-pace, na sede da petroleira, e a sala de visualização Galileu, no Cenpes, ambas no Rio de Janeiro. Boa parte das instalações são as chamadas salas interativas – as Interactive Colaborative Environment (ICE).

Com infraestrutura e tecnolo-gia, essas salas, que podem ter diferentes níveis de sofisticação tecnológica, dispõem de recursos audiovisuais, como equipamentos em alta definição e recursos 3D, que tornam as reuniões mais di-nâmicas e produtivas, além de pos-sibilitar a integração de diversos ambientes, em diferentes unidades da empresa, por videoconferência, em tempo real.

Esse sistema foi instalado pela Absolut também em empresas do setor automotivo, nas plantas da Fiat em Betim (MG), e da General Motors e da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP). O ICE da Fiat, chamado de Latin Ame-rica Style Center, é a única área de design da companhia italiana fora da Europa; levou seis meses para ser implantado e consumiu um milhão de euros.

Outro case da empresa é o sis-tema de videowall, integrado por pequenos blocos modulares de displays que, em conjunto, per-mitem ao usuário construir com facilidade walls com imagens em alta definição e bordas quase im-perceptíveis. Os videowalls são constituídos a partir de monitores ou cubos com resolução nativa a partir de HD.

Ideal para monitoramento e controle em tempo real, essa tec-nologia está instalada em algumas unidades da Petrobras, entre elas a área de Abastecimento da Pe-

além dO ICe, das salas imersivas (cavernas digitais) e do videowall, a

absolut Technologies desenvolveu outras soluções para reforçar a inte-gração em ambientes corporativos. são elas:powerWall – solução de projeção 3d em tela grande plana de conteúdo

com alta resolução de imagens, permitindo total interação entre os usuários e o conteúdo. disponível em versão estéreo ativo e estéreo passivo, isto é, com um ou mais canais de projeção, o PowerWall é customizável e compatível com interfaces de realidade virtual, geren-ciadores de imagem e sistemas de automação.

easy 3D – Compacto, simples e de baixo custo, o sistema atende as necessidades do mercado por um projeto pequeno, mas com projeção 3d. de fácil instalação, com a tecnologia plug-and-play, é compatível com diversos conteúdos, como o Cad 3d, gIs, vídeos 3d, entre outros. Basicamente, a solução é composta por tela 3d de até 2,40 m de altura, projetores com filtros integrados, gabinete integrado, suporte universal para projetores e filtros e duto para cabeamento.

rci (remote colaborative interface) – solução de colaboração que asso-cia robustez a agilidade, eficiência e segurança. dispõe de recursos de última geração, como a projeção de várias imagens simultâneas: telas de computador, documentos digitalizados, videoconferência, e de outros aparelhos que estão dentro ou fora da sala, pelo recur-so picture-in-picture. adequadas à necessidade e ao porte de cada empresa, o rCI integra fontes de dados, áudio e vídeo pelas diversas salas em diferentes unidades da empresa ou ao redor do mundo. O rCI pode ser dividido de acordo com a necessidade do cliente: small (entre computadores); middle (entre computadores e monitor); e Top (entre computadores, monitor e projeção de grande escala).

Salas colaborativas

tecnologia 3D

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trobras, no Rio de Janeiro. Com o auxílio desse sistema é possí-vel monitorar todos os processos, assegurando maior agilidade na tomada de decisões, assim como no processamento de dados, ge-renciamento de crises, alarmes, controle de rede, entre outras fun-cionalidades.

Para atender às demandas de clientes como Petrobras, Fiat e ou-tros, a Absolut não somente investiu na qualificação de seu pessoal e na criação de soluções próprias, obri-gando, muitas vezes, o fornecedor de um determinado tipo de equi-pamento a desenvolver um novo produto. “Além de construir junto com a empresa, já houve situações em que demandamos uma solução específica. Foi o caso de um filtro desenvolvido a nosso pedido para equipamentos da Sony que utili-zamos em nosso sistema. Fomos a primeira empresa a fazer testes,

junto com a Sony e uma parceira alemã, que inventou os filtros. Le-vamos pessoas daqui para a Ale-manha e ficamos duas semanas fazendo testes, junto com técnicos da Petrobras, que queria ver como funcionava”, lembra Hans Ulmer.

tecnologia amigávelAs soluções desenvolvidas pela

Absolut têm como um de seus gran-des atributos o fato de ser fácil de operar. “Antes, essas salas precisa-vam de um operador. Hoje, com tudo automatizado, não é mais um ele-fante branco: qualquer pessoa pode operar a sala. Isso já se tornou uma coisa normal. Entrou no dia a dia, no fluxo de trabalho. E uma coisa que procuramos fazer é entender esta rotina, para apoiá-la e fortalecê-la, com a tecnologia de áudio e vídeo”, pontua Hans Ulmer.

“Nós oferecemos muito além da revenda de projetores e outros

produtos; a Absolut Technologies vende inteligência tecnológica que transforma uma sala corporativa, tornando-a mais funcional, colabo-rativa e com recursos de realidade virtual”, frisa o executivo. O pri-meiro passo para a construção de uma verdadeira sala colaborativa é a análise de todo o sistema já existente no cliente, como equi-pamentos, cabeamento, espaço e identificação das necessidades. Além disso, todo o sistema é inte-grado, de modo que funcione de forma simplificada com o máximo de tecnologia.

Ainda assim, tais sistemas abrangem projetores de alta de-finição, tevês de plasma, moni-tores 3D e equipamentos de vi-deoconferência que demandam manutenção adequada, com ações corretivas e preventivas para com-pleto funcionamento do ambiente colaborativo.

a integração entre o virtual e o real

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80 TN Petróleo 73

A equipe técnica especializada, no Rio de Janeiro e em Salvador, formada por engenheiros elétri-cos e mecânicos e técnicos em ele-trônica e estrutura mecânica, dão atendimento diferenciado pelo site abs-tech.com e pelo telefone. Além disso, existe a garantia de troca de peças e instalação de produto igual ou superior, enquanto o mesmo é substituído ou está no conserto.

A empresa oferece, ainda, ser-viço preventivo dos equipamentos:

sem esses cuidados, corre-se o ris-co de degradação do sistema e per-da de qualidade. Quando ocorrer, o defeito pode ser mais grave, já que, muitas vezes, é resultado do acúmulo de pequenos problemas que poderiam ter sido detectados e corrigidos. Outro benefício pro-porcionado pela ação preventiva é a usabilidade correta dos produtos instalados: como os profissionais da Absolut realizam visitas perió-dicas aos clientes, o conhecimento

é mantido mesmo com a troca ou entrada de funcionários.

Mais uma competência que a empresa baiana vem consoli-dando no mercado: hoje, ela tem contratos de manutenção dos sis-temas de áudio e vídeo da Petro-bras, assim como da Repsol e da HRT, outra brasileira que utiliza essa tecnologia em diferentes ati-vidades.

A expectativa de Hans Ulmer com tantos nichos de mercado, que vão muito além do setor de óleo e gás, é crescer esse ano pelo menos uns 30% – o dobro do registrado em 2009, quando, a despeito da crise deflagrada em 2008, a empresa teve um incremento de 15% nos seus negócios. E estamos falando de tecnologia de alto custo. Para Ulmer, 2010 será um marco para a popularização da tecnologia 3D. “Com o 3D, as imagens são mais reais, ricas e com detalhes. Já em 2010, 5% das vendas dos televi-sores serão de tevê 3D.” Por isso mesmo, o executivo está olhando com carinho para o segmento de entretenimento. Afinal de contas, foi lá que o 3D ganhou tanta po-pularidade.

a aBsOluT TeCHNOlOgIes Fez parte do projeto seleção Brasileira de Inovações, uma das 11 iniciativas da Financiadora de estudos e Projetos (Finep), órgão do ministério da Ciência e Tecnologia, apresentadas na Casa Brasil, em Joanesburgo (áfrica do sul), de 14 de junho a 11 de julho. a empresa forneceu soluções para a projeção demonstrativa das trans-missões em super high definition 4K 3d (4096X2160), o que permitiu aos torcedores que não estavam nos estádios assistir às partidas como se ali estivessem. esse projeto foi desenvolvido em parceria com a universidade mackenzie e o Centro de Pesquisa e desenvolvimento em Telecomunica-ções e TI (CPqd).

Com a supervisão de Keith Collea, produtor de filmes hollywoodianos como Homem de Ferro 2, foi filmado o jogo da final do Campeonato gaúcho de 2010, entre grêmio e Internacional. O clássico do futebol brasileiro, popular-mente conhecido como ‘gre-Nal’, serviu de experimentação para a primeira filmagem de 4K 3d no mundo. e é este filme que foi apresentado pela primeira vez em 3d com resolução de 4096X2160 durante a Copa na áfrica.

Show em 3D no futebol

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gerando empregos e proporcionando educação

e qualidade de vida para os brasileiros. O nosso

compromisso é construir um Brasil melhor.

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expansãoAsfalto em

asfalto

Os números do setor no Brasil em 2009 comprovam isso. No ano passado, foram consumidos aproximadamente

2 milhões e 145 mil toneladas de asfalto, cuja maior produtora na-cional é a BR. A estatal tem 26% e a Ipiranga 14%, mas, como esta última faz parte do grupo Petro-bras, a BR alcança um percentual de 40% do mercado asfáltico.

A previsão, segundo a Associa-ção Brasileira das Empresas Distri-buidoras de Asfaltos (Abeda), é de que o consumo para 2010 deverá ficar em 2,5 milhões de toneladas de asfalto, sendo que o consumo de emulsões asfálticas deve ser de 30% desta quantidade. Hoje, existem mais de 60 fábricas de emulsões asfálticas e asfaltos modificados no Brasil, sendo o Sudeste o maior produtor e consumidor de asfal-to. Só a BR possui 15 plantas de

emulsões, depois da incorporação das unidades da Ipiranga Asfaltos. Atualmente, 61% de todo o asfalto produzido no país vem da região Sudeste.

No ranking dos principais con-sumidores do produto, em primeiro lugar está o governo (federação, estados e municípios), com 90%, seguido das concessionárias de rodovias, com 6%, e a construção civil, com apenas 4% de participa-ção no consumo asfáltico.

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A malha rodoviária brasileira sempre foi conhecida pelas péssi-mas condições de suas rodovias, com asfaltos que não proporcionam se-gurança ao usuário. Um dos motivos dessa constatação é a escolha equi-vocada dos investimentos em trans-portes nos últimos 50 anos, quando a construção de rodovias foi priorizada em detrimento das ferrovias.

Em países com dimensões con-tinentais como o Brasil, o correto seria que a carga fosse transporta-

da por ferrovia ou hidrovia, mas, ao contrário, o principal modal brasileiro é o rodoviário, por onde passam 58% das cargas, segundo o Ministério dos Transportes, geran-do aumento de preço dos produtos ligados à produção das emulsões asfálticas.

Os números da condição das estradas no Brasil impressionam. Segundo dados do Dnit, ligado ao Ministério dos Transportes, 1.368.190 km (79,9%) de toda a ma-lha não são pavimentados – apenas 212.600 km (12,4%) possuem pavi-mentação. O restante encontra-se na categoria “Planejada”, na qual estão previstos pontos de passagem para o atendimento a uma deman-da potencial de tráfego.

Para Luciana Dantas, chefe do laboratório de asfalto do Instituto de Pesquisas Rodoviárias (IPR), ligado ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), entre as razões das condi-ções ruins das estradas no Brasil está a dificuldade de se fazer cum-prir o que está nas Normas, razão pela qual a condição final do pavi-mento não alcança um padrão de

qualidade desejável e apresenta defeitos prematuramente.

Os investimentos em pavimen-tação de estradas no Brasil ainda estão ligados, infelizmente, à po-lítica. No período eleitoral, a de-manda por asfalto no país cresce substancialmente. Segundo a Abe-da, em ano de eleições, a demanda cresce 20%. Em julho de 2009, o consumo foi de 203.163 toneladas. Já este ano, em plena época de eleições, aumentou para quase 283 mil toneladas. Além disso, eventos importantes como a Copa do Mun-do, em 2014, e as Olímpiadas, em 2016, irão inflar ainda mais esse mercado, que movimenta R$ 3,5 bilhões por ano.

investimentosDe acordo com informações

da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), serão investidos R$ 48,4 bilhões nas rodovias. Estudos do Plano Nacio-nal de Viação (PNV) mostram que a situação das rodovias federais é muito melhor do que nas estradas estaduais e municipais, as mais pre-cárias. Nas federais, 52,1% está as-

Com apenas 12,4% de estradas pavimentadas e uma imensa demanda reprimida, o mercado de asfalto no Brasil vive um período de franca expansão, com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, além, é claro, das eleições deste ano. por rodrigo Miguez

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faltada; nos municípios, o panorama encontrado é de impressionantes 92,2% de rodovias sem asfalto.

Para repor anos de falta de in-vestimentos nas ruas da cidade, a secretaria de Obras da prefeitura do Rio de Janeiro está realizando o maior programa de fresagem e recapeamento do país, o “Asfalto Liso”. Ao todo serão restaurados 182 corredores de tráfego, em um prazo de 26 meses, durante o qual serão investidos R$ 475 milhões. Dentre as avenidas que já ganha-ram nova camada de asfalto estão a Presidente Vargas e a Estrada do Galeão, na Ilha do Governador, que dá acesso ao Aeroporto Inter-nacional Tom Jobim.

Nessas duas importantes vias da cidade foi implantada a geo-grelha polimérica antirreflexão de trinca, um tipo de asfalto tecnolo-gicamente superior aos outros, que aumenta a durabilidade, permite rápida restauração e preserva a estrutura existente. Além desse, também está sendo usado o asfalto modificado com polímero.

Segundo o secretário de obras da prefeitura do Rio, Alexandre Pin-to, em algumas ruas foi constatado que havia até quatro camadas de asfalto, prejudicando a qualidade do piso, quase sempre com ondulações e buracos. A expectativa da prefei-tura é que a nova camada asfáltica tenha durabilidade de dez anos.

Outro fator que também contri-bui para o crescimento da demanda de asfalto são os investimentos fei-tos pelas concessionárias de rodo-vias que já colocaram nas estradas brasileiras R$ 19 bilhões desde o início do Programa de Concessões, em 1995, segundo dados da Asso-ciação Brasileira de Concessioná-rias de Rodovias (ABCR).

COmO FOrma de aperfeiçoar os produtos asfálticos e os profissio-nais que atuam nessa indústria, a Petrobras possui dois importantes projetos: o Programa asfalto na universidade (Proasfalto) e o Centro de excelência em asfalto. O Proas-falto foi criado em parceria com a associação Brasileira das empresas distribuidoras de asfaltos (abeda) para aprimorar a capacidade dos futuros engenheiros civis na execu-ção de projetos e obras de pavimen-tação asfáltica.

Para isso, o programa rea-liza cursos de atualização para professores em universidades de todo o país. assim, os alunos tornam-se mais bem preparados e especializados para o mercado da pavimentação.

Para Laura Motta, coordena-dora do Proasfalto, professora da universidade Federal do rio de Janeiro (uFrJ) e autora do livro Pa-vimentação Asfáltica, o resultado do programa tem sido muito positivo e surpreendente, além de ter servido

como um incentivo aos estudos de pavimentação feitos pelos alunos, que criaram uma rede de conhe-cimento que permitiu a troca de experiência entre eles.

“depois da criação do Programa asfalto na universidade, aumentou muito o interesse dos alunos pela área de pavimentação, principal-mente pelo fato de o mercado de trabalho neste setor estar bastante aquecido”, afirmou laura motta. ainda segundo ela, o livro Pavimen-

tação Asfáltica tem sido aplau-dido por emprei-teiras, usinas, técnicos e todos os envolvidos com o setor, já que há uma

carência crônica de livros técnicos nesta área no país.

Já o Centro de excelência em asfalto (Ceasf), criado para buscar o aumento do nível da pavimen-tação e manutenção de estradas e no uso em geral dos asfaltos,

desenvolve pavimentos de bai-xo custo e alto desempenho. No Ceasf, os profissionais trabalham para identificar causas de proble-mas em pavimentação, desenvolver pesquisas sobre novas tecnologias de aplicação dos produtos, sobre o asfalto em si ou sobre as formas de sua produção e manuseio, bem como a integração de todos os seg-mentos responsáveis pela qualida-de final das estradas. além disso, são feitos projetos estruturantes de desenvolvimento tecnológico para serem utilizados na produção de asfaltos da Petrobras.

excelência no Asfalto

asfalto

Governo (Federação, estados e Municípios) ......................90%

concessionárias de rodovias ........................... 6%

industrializadores ...............4%

GrANDeS coNSUMiDoreS De ASFALto

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A empresa CCR, que tem a concessão de estradas importantes como a Via Dutra e o Rodoanel, em São Paulo, já investiu cerca de R$ 5 bilhões na implantação de novos trechos, manutenção e conservação de pavimentos. Para Décio Rezende de Souza, diretor de obras da CCR Engelog, o grande desafio do setor de infraestrutura é a manutenção da qualidade do pavimento, principalmente devido ao enorme número de veículos pe-sados que trafegam pelo país.

“A participação de veículos de grande porte, como caminhões, está entre 30% a 50%, dependen-do do trecho da rodovia. Para se fazer uma comparação, as grandes rodovias nos Estados Unidos apre-

sentam tráfego de veículos pe-sados da ordem de 10%”, afirmou Décio.

Mas não são apenas as ro -dovias que vêm

gerando demanda na indústria as-fáltica nacional. Aeroportos como o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e Confins, em Minas Gerais, pos-suem pistas de pouso revestidas com camada porosa de atrito, um revestimento asfáltico superficial com macrotextura aberta e carac-terísticas drenantes que propor-cionam uma superfície antiderra-pante e que evita a ocorrência de aquaplanagem. Assim, os índices de

atrito do pavimento ficam nos níveis aceitáveis em quaisquer condições meteorológicas.

Segundo dados da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aero-portuária (Infraero), estão sendo aplicados R$ 440 milhões no aero-porto de Guarulhos, em São Paulo, no sistema de pista e no pátio, e na pista de táxi. Já a ampliação do pá-tio e da pista de táxi do Aeroporto de Curitiba irá receber investimen-tos de R$ 31,5 milhões.

GargalosPara o pre-

sidente da Abe-da, Eder Gomes Vianna, a falta de planejamento e de um progra-ma consistente

das obras faz com que se acumule o consumo dos materiais betumi-nosos, principalmente nos períodos eleitorais. Isto inibe investimentos das empresas em tancagem, logís-tica de transportes e nas refinarias, pois a indústria fica sem a certeza de uma continuidade da demanda por parte dos governos, que de-veriam fazer esses investimentos anualmente.

“Se houver vontade política, planejamento, seriedade, garan-tindo a existência dos recursos, certamente a indústria da pavi-mentação poderá acelerar investi-mentos e aparelhar seus parques, com equipamentos mais modernos e mão de obra mais qualificada. Por outro lado, os fabricantes de equipamentos também se sentirão seguros para atender a demanda”, afirmou Eder Vianna. “É preciso haver uma cronologia de obras ao longo do período, não as concen-trando apenas em momentos po-líticos”, completou.

Outro grande gargalo da indús-tria asfáltica é a falta de mão de obra qualificada em todos os ní-

rO aC am rr Pa aP TO ma PI Ce rN PB Pe al se Ba mg es rJ sP Pr sC rs mT ms gO dF

extensões pavimentadas por estado

Fonte: associação Brasileira das empresas distribuidoras de asfaltos

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

0

Km

(10

00)

consumo anual de asfalto

Fonte: associação Brasileira das empresas distribuidoras de asfaltos

tone

lada

s (m

ilhão

)

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*

2,0

1,551,63

1,16

1,4 1,44

1,85

2,17 2,14

2,5

1,71,8

1,6

asfalto

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McSeNGeNHAriA

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veis. Por isso, a Abeda, a Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor) e a Petrobras se juntaram e criaram o Instituto Pavimentar, uma associação que tem por objetivo qualificar mão de obra de níveis básico e médio. Além disso, a Abeda e a Petrobras criaram o programa Proasfalto, voltado para a atualização de professores univer-sitários na área da pavimentação asfáltica (veja mais no box).

A questão da logística na distribuição do asfalto no Brasil é primordial para a indústria. O transporte desse insumo por rodo-vias, além de ser mais demorado, faz o valor do frete ficar mais caro e, consequentemente, o preço fi-nal do asfalto será maior. Muitas vezes, o asfalto também leva dias até chegar ao seu destino final.

O fato, por exemplo, de grande parte da produção se concentrar no Sudeste se deve à localização das refinarias, o que facilita o transpor-te do produto para essas regiões,

mas, ao mesmo tempo, dificulta o envio do asfalto para os demais estados do país, principalmente no Norte e Nordeste, onde há grande concentração de investimentos, mas péssimas estradas.

Soluções tecnológicasPara melhorar as condições das

rodovias brasileiras, a indústria vem investindo em pesquisas de soluções tecnológicas para que as empresas do setor entreguem produtos cada vez melhores para

os usuários. Os exemplos positivos desse interesse nas boas soluções resultaram na obtenção de asfaltos modificados por polímeros elasto-méricos, asfaltos modificados por borracha moída de pneus inserví-veis, emulsões asfálticas modifi-cadas por polímeros elastoméricos visando serviços de microrrevesti-mento a frio e tratamentos superfi-ciais, ligantes esses que possuem alto desempenho.

Outro foco de abordagem das pesquisas do setor passou a ser as misturas mornas, em que as emissões de gases e queima de óleos combustíveis pelas usinas de asfalto diminuíram, contribuindo para a preservação do meio am-biente e das condições de saúde e segurança das pessoas envolvidas no processo de aplicação do as-falto. Já o Instituto de Pesquisas Rodoviárias está trabalhando no monitoramento da qualidade dos ligantes asfálticos entregues pela Petrobras para as obras do Dnit.

HOJe, muITOs esTudOs são vol-tados para a reutilização de mate-riais na pavimentação, diminuindo a quantidade de química na massa asfáltica e contribuindo com o meio ambiente. dentro do programa de revitalização das avenidas do rio de Janeiro, a prefeitura está utilizando um asfalto ecológico, reciclado a partir do asfalto antigo que é retira-do durante a fresagem das pistas.

“O emprego deste novo asfalto ajuda na sustentabilidade da cidade, já que não vamos precisar aumentar o consumo de pedra, além de ser um importante fator na saúde do operário que coloca o asfalto, pois o revestimento não é aplicado com temperaturas elevadas. além disso, esta mistura também facilita a execução do serviço e proporciona

melhor acaba-mento”, afirmou o secretário mu-nicipal de Obras, Alexandre pinto.

No início de agosto, a prefeitura reabriu

a unidade de reciclagem da usina de asfalto engenheiro luiz Paes, a única das cinco fábricas da cidade com esta finalidade. Com investi-mentos de r$ 150 mil, a unidade vai reaproveitar o asfalto retirado da fresagem das vias da cidade.

a planta carioca terá capacida-de de reciclar até 100 toneladas de asfalto por hora, que serão usadas na conservação de rotina da cidade e nos recapeamentos que não es-tão incluídos no programa asfalto

liso – a produção deste tipo de asfalto é 30% mais barata. a pre-feitura tem planos de instalar uma segunda unidade de reciclagem de asfalto no bairro de Campo grande, na zona Oeste.

O grupo CCr, que administra várias concessões de rodovias, também adota há vários anos, na recuperação de suas estradas, a reciclagem de pavimentos, que diminui a exploração de pedreiras, e o asfalto borracha, que tem em sua composição 18% a 20% de pneus usados. Para se ter uma ideia, este percentual de borracha resulta na utilização de 1.250 pneus velhos em cada quilômetro de recapeamento de uma rodovia de pista simples, contribuindo para a preservação do meio ambiente.

sustentabilidade no asfalto

asfalto

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O que até bem pouco tempo era visto como um conjunto de atividades executadas

nas fases finais de construção e montagem de um projeto industrial, para garantir

que seus sistemas operacionais sejam instalados e testados em conformidade com

os requisitos de desempenho do cliente, hoje constitui um processo de gestão que

permeia a implantação de um empreendimento, desde o conceito básico até a entrega

do mesmo para o seu operador. Essa verdadeira engenharia de comissionamento vem

sendo consolidada no país pela brasileira Forship Engenharia, que, atenta às demandas

e à complexidade de plantas industriais do setor de petróleo e gás – seja uma refinaria,

uma plataforma, um navio de perfuração ou uma unidade petroquímica – inovou esse

processo e criou uma cultura de gestão de excelência no setor.

COMIssIONAMENTOA engenharia do

Dar a partida em uma unidade industrial não é tarefa simples, mesmo quando o empreendimento já foi concluído. Do

mesmo modo que, para uma via-gem aérea, é necessário fazer uma checagem de todos os instrumen-tos do avião antes de liberá-lo para voo, colocar em funcionamento uma refinaria de petróleo, uma plataforma de produção ou uma planta petroquímica, assim como uma siderúrgica ou uma termelé-trica – para não ficarmos apenas no mundo do petróleo – demanda uma série de ações para entrar em operação comercial.

Poucos sabem quão complexo é o processo que antecede o apertar de um simples botão que simboliza a partida em uma planta indus-trial. Enquanto no caso do avião temos uma leve percepção desse

processo, ao ouvirmos o diálogo do piloto com o copiloto checando os instrumentos, em uma unidade industrial, como uma plataforma ou refinaria, isso é praticamente impossível.

Até mesmo porque, diferente-mente de uma viagem de avião, esse tipo de planta industrial ‘de-cola’ para ‘voos’ muito mais longos, sem escalas: plataformas, siderúr-gicas, refinarias e outras unidades similares foram projetadas para funcionar anos a fio. Paradas, só as programadas, para manutenção, e quase sempre sem paralisação total da produção ou da planta, que dispõe de várias unidades e, muitas vezes, de um equipamento similar ou igual ao que está sendo aferido ou consertado. O grande desafio é justamente assegurar que a unidade opere de acordo com sua capacidade projetada, sem inciden-tes ou panes, evitando as paradas

de emergência. Enfim, garantir a plena operabilidade dessa planta industrial.

DNA da empresaEssa busca da quase perfeição

abrange todas as fases do empre-endimento, sendo o processo de comissionamento considerado hoje como estratégico para o setor, pois implica também redução de custos, tempo e riscos.

“O comissionamento deixou, efetivamente, de ser apenas uma parte final do C do EPC (da sigla em inglês de Engineering, Procure-ment e Construction), que abrange desde a elaboração do projeto e detalhamento à compra de equi-pamentos, além da contratação de serviços, a construção propriamen-te dita e a entrega do empreendi-mento ao cliente, em condições imediatas de operabilidade, para se tornar uma importante ferra-

comissionamento

por Beatriz cardoso

Page 93: TN Petróleo 73

TN Petróleo 73 91

menta de apoio à gestão de todo o processo EPC”, afirma o enge-nheiro Fábio Fa-res, presidente da Forship.

Criar a nova cultura que ajudou a configurar o co-missionamento como uma engenha-ria de gestão foi o caminho natural de uma empresa que tinha isso em seu DNA. “A Forship foi fundada tendo como objetivo principal preencher a lacuna existente no processo de comissionamento de plantas indus-triais”, lembra o executivo.

Uma lacuna que, segundo ele, era expressa, ainda que não expli-citamente, pela máxima “obra não se termina, se abandona” – chavão que, mesmo quando não empre-gado, estava no inconsciente das equipes de engenheiros, técnicos e operadores – há a responsabilidade premente de entregar os sistemas operacionais e a unidade ao cliente final, o operador da planta, “em condições efetivas de operar”, sa-lienta Fares.

Daí os investimentos pesados da Forship no desenvolvimento de uma engenharia de comis-sionamento. “Fomos mais além, criando metodologia e ferramentas próprias de gestão com o objetivo de aprimorar a qualidade e tornar mais produtiva a capacidade de execução das atividades de teste, calibração, inspeção, preservação, partida, pré-operação e manuten-ção, entre outras que estão no es-copo de serviços de comissiona-mento”, complementa.

o X da questãoA operabilidade é um dos pontos

chaves de toda essa engenharia, pois de nada serve um projeto terminado que ainda não esteja apto a entrar em operação – na realidade, não está pronto. O comissionamento visa

justamente asse-gurar que na hora da decolagem, o empreendimento vá alçar voo, e não se restringir a manobras na pista.

“Esse processo, como já disse-mos, abrange uma série de ativi-dades realizadas sobre o que cha-mamos de objetos comissionáveis, que desempenham uma função operacional específica na planta industrial”, observa Antonio Pra-tes, diretor de Engenharia da For-

A Forship consolidou em uma década expertise no comissionamento de grandes projetos, como plataformas de produção de petróleo, refinarias e termelétricas.

Page 94: TN Petróleo 73

92 TN Petróleo 73

ship. “Sendo o objetivo primordial do comissionamento a entrega dos sistemas operacionais, percebemos a necessidade e conveniência de se criar uma definição específica de operabilidade para sintetizar a condição na qual o sistema está apto a ser entregue: quer dizer, que aquele (sistema) reúne as con-dições esperadas de desempenho, confiabilidade e rastreabilidade das informações”, explica.

“A operabilidade é a síntese do comissionamento”, complementa Fares. Mais do que isso, tem sido também o segredo do sucesso da Forship, que é líder reconhecida em comissionamento no cenário nacional. Maior prova disso é que, recentemente, uma grande opera-dora fez uma concorrência especí-fica de comissionamento para um determinado projeto e convidou 11 empresas. Apenas três, além da Forship, apresentaram proposta, mas com orçamentos incompatí-veis ao escopo do trabalho (duas, com um orçamento extremamente baixo, totalmente inviável para a realização do serviço; a terceira apresentou um custo estratosféri-co), sendo desclassificadas. “Ga-nhamos sem entrar no ringue”, brinca o dirigente da Forship, que apresentou a melhor proposta em termos de custo e serviço. Ficou evidenciado que os concorrentes sequer entenderam a questão.

inovar é precisoA liderança conquistada pela

Forship na área de comissionamen-

to vem sendo consolidada por meio da preocupação constante com a própria operabilidade de seus ser-viços. Ou seja: ela efetivamente faz do desenvolvimento contínuo do comissionamento uma verdadeira obra de engenharia. “Tivemos co-ragem e capacidade para inovar os conceitos de comissionamento, desenvolvê-lo e praticá-lo como dis-ciplina de engenharia, em substi-tuição à velha e equivocada forma de considerá-lo como simples con-junto de atividades pós-construção”, afirma Fares.

A partir do correto entendimen-to do que é o comissionamento e da necessidade permanente de aprimorá-lo, a Forship tem inves-tido continuamente no desenvolvi-mento desta disciplina e na capa-citação para executar esse serviço complexo de forma competitiva e eficaz. “Investimos não somente na formação de recursos humanos téc-nicos e gerenciais, por meio de um programa de treinamento intensi-vo e abrangente, mas também no desenvolvimento de metodologia, ferramentas e métodos de gestão”, reitera o executivo.

Baseada no tripé conceitual engenharia-gestão-execução, a empresa conseguiu acelerar o pro-cesso de criação de know-how, de-senvolvendo o primeiro software de gestão de comissionamento de uma empresa privada brasileira e o primeiro no mundo em ambiente WEB, o HMSWeb.

“O know-how consolidado nesse processo e a capacidade de geren-

ciar o grande volume de informações geradas pe-los serviços que presta-mos em larga escala nos permitiu, desde 2002, inovar a forma de con-tratação do comissiona-mento”, informa o diretor de Engenharia, Antonio Prates. “A Forship foi a

primeira empresa nacional capaz de cotar o conjunto de serviços de comissionamento por preço global (lump sum), como alternativa às tradicionais formas por preço uni-tário da mão de obra ou de serviços específicos de testes, inspeções etc., atendendo assim a uma demanda de nossos clientes”, complementa.

A Forship não somente de-senvolveu uma nova disciplina como cuida de atualizar conti-nuamente os conceitos, métodos e ferramentas aplicáveis a esse serviço de engenharia altamente especializada. “Buscamos agre-gar valor ao processo de comis-sionamento, fazendo-o cumprir também o papel de ferramenta de garantia de qualidade e de apoio à gestão e integração do empre-endimento como um todo, dada sua intensa e sensível interface com os demais processos como o planejamento, engenharia de projeto, suprimento, construção & montagem e operação & manu-tenção”, observa Fábio Fares.

O objetivo é a maximização do resultado do cliente, seja ele operador ou epecista. “Entende-mos ser esta a condição que jus-tifica nossa existência e assegura a sobrevivência e longevidade da Forship enquanto empresa”, frisa o dirigente. “Assim, temos ajudado nossos clientes a organizar uma so-lução corretamente dimensionada para realizar um comissionamento eficaz e que seja um instrumento poderoso de apoio à gestão do em-preendimento.”

comissionamento

Page 95: TN Petróleo 73

parceira do epecistaSempre que contratada no

momento adequado, a empresa atua desde a fase de concorrên-cia, analisando informações de projeto e requisitos contratuais, para desenvolver uma solução competitiva de organização do processo de comissionamento. “Definimos o escopo completo de fornecimento, estimamos o HH (homem-hora) necessário para a gestão e execução das ativida-des, elaboramos os histogramas de pessoal, material e serviços e avaliamos criteriosamente o custo para a realização do pro-cesso completo”, detalha Antonio Prates. Para ele, é dessa forma que a Forship tem dado uma re-levante contribuição ao mercado, no sentido de difundir esse co-nhecimento, “mesmo quando não estamos diretamente contratados para executá-lo”, completa.

Nos projetos contratados pelo EPC, a grande contribuição da Forship como subcontratada é justamente a sua expertise em engenharia e sistema de gestão do comissionamento, para cuidar dos aspectos de operabilidade que é preciso conferir à planta em construção. “Uma vez que os aspectos construtivos cons-tituem os principais desafios e os maiores custos das obras, a construtibilidade necessaria-mente assume o papel de prota-gonista do projeto, atraindo para si a prioridade das atenções”, pontua Fábio Fares.

Ele observa que, sem o co-missionamento ocupar o papel do coadjuvante indispensável à entrega do empreendimento, os projetos reduzirão suas chances de atendimento do prazo, quali-dade e custo previstos e perde-rão a oportunidade de mitigar os

riscos inerentes. “Nossa função é zelar pelo foco na operabilidade da planta, durante todo o ciclo de vida do empreendimento – condição essencial para viabilizar a entrega dos sistemas e da planta ao cliente (o operador), cumprindo as metas do contrato.”

O executivo ressalta que em projetos que não são turn key e nos quais a empresa é diretamente contratada pelo operador, há ênfa-se maior do aspecto ‘integração’ no conteúdo dos serviços oferecidos, uma vez que inexiste a figura de um EPC responsável pelo proje-to, cabendo este papel ao próprio operador. E dá como exemplo de projetos nesse formato a implemen-tação do ciclo combinado da UTE Luís Carlos Prestes, da Petrobras, em Três Lagoas, e a construção das plataformas de perfuração Danny Adkins e Jim Day, da Noble, em Cingapura.

a engenharia do comissionamento

epc

Page 96: TN Petróleo 73

94 TN Petróleo 73

“NOS ORGULHAMOS dessa tra-jetória corajosa, que nos colocou na liderança do mercado, com uma atuação diferenciada. Fomos a primeira empresa de comissio-namento a obter certificação ISO 9000 para Engenharia e Gestão do Comissionamento e incorpora-mos os padrões do PMI® (Project Management Institute, principal associação mundial sem fins lu-crativos em gerenciamento de projetos, atualmente com mais de 500 mil associados em 185 países) para fazer a gestão corporativa e dos projetos”, frisa Fares.

O executivo acredita que a Forship deu uma importante contribuição para a evolução das soluções de comissionamento em-pregadas especialmente – mas não unicamente – no setor de óleo e gás. No entanto, na avaliação dele, algumas grandes operado-ras e epecistas ainda não possuem cadastros específicos para a disci-plina, o que faz com que as boas intenções resultem em frustração e repetição de erros do passado, e o comissionamento acaba não cumprindo o papel adequado.

“A maioria dos epecistas está ciente da importância de estruturar uma solução de comissionamento, até porque já experimentaram per-das e situações de falta de controle – ou mesmo o caos, principalmente na fase final do empreendimento,

em decorrência de fatos triviais que poderiam ter sido evitados a um custo muito inferior ao tama-nho da perda”, salienta o presiden-te da Forship.

Mesmo assim, de acordo com ele, uma solução recorrente entre os epecistas tem sido o uso dos pro-fissionais da área de engenharia de projeto para a produção da do-cumentação do comissionamento, sendo a gestão do processo absor-vida pela própria equipe de ge-renciamento do empreendimento, reforçada pela alocação de gerente e coordenadores específicos para o comissionamento. “As atividades de campo neste contexto são exe-cutadas, em parte, pelas equipes de montagem e complementadas por meio da contratação de mão de obra por taxa horária ou de serviços específicos. Esta tem sido talvez a solução mais comumente emprega-da, e não raro há falhas recorrentes, posto que engenharia de projeto não é engenharia de comissiona-mento”, afirma Fábio Fares.

Ele lembra que, além disso, nas fases de maior demanda para a equipe de comissionamento o projeto de engenharia encontra-se praticamente encerrado, estando sua equipe em fase de realocação para um novo projeto. “O geren-ciamento do empreendimento, que normalmente tem de enfrentar os desafios do tripé ‘engenharia-

suprimento-construção’, que dá nome ao EPC, dificilmente conse-gue absorver, de forma organizada, a demanda muito particular do processo de comissionamento por uma gestão especializada.”

O executivo observa que, iro-nicamente, a razão alegada pelos epecistas que têm insistido neste tipo de organização é de origem econômica: ou seja, acredita-se que aproveitar recursos já mobilizados para o empreendimento e comple-mentar a equipe de comissiona-mento com uma subcontratação de baixo custo torna possível cumprir o contrato de forma econômica e dentro do orçamento.

“A questão é que, ao se adotar esta estratégia, o comissionamento perde eficácia e produtividade e, consequentemente, sua capacidade de cumprir a função de reduzir – e em alguns casos, evitar – perdas financeiras no empreendimento, significativamente maiores do que a pretendida economia”, alerta Fá-bio Fares. “Além disso, a gerência do empreendimento perde ainda a noção do custo real do comissio-namento, impedindo o epecista não somente de orçá-lo correta-mente, mas também de consolidar o know-how para realização do processo.”

Qualificaçãoespecífica

Em pouco mais de dez anos, a Forship acumulou quase

uma centena de contratos, em mais de 70 plantas industriais

para mais de 50 clientes, sendo aproximadamente metade

operadores e metade epecistas, dentro e fora do Brasil.

comissionamento

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TN Petróleo 73 95

consolidadaUma indústria

Estão previstos mais de R$ 30 bilhões em investi mentos na construção de novos petroleiros, graneleiros, porta-contâineres, embarcações de apoio, plataformas e navios-sonda.

Previsão de 300 mil empregos diretos e indiretos.

Conteúdo local de 75% na compra de produtos e novos equipamentos.

Modernização e ampliação das instalações aumentando a capacidade de processamento de aço por ano em mais de 600 mil toneladas.

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Indústria naval brasileira: construindo, desenvolvendo

e transportando o Brasil de hoje e amanhã!

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Page 98: TN Petróleo 73

96 TN Petróleo 73

Pesquisa sobre o setor de manutenção revela que os investimentos da indústria aumentaram 50% nos últimos dois anos

obrasindústria em

segundo pesquisa Mapa da Manuten-ção, realizada pela Associação Brasi-leira de Manuten-ção (Abraman), a

indústria da manutenção deverá movimentar mais de R$ 120 bi-lhões em 2010. O levantamento – feito a cada dois anos pela As-sociação – foi realizado com as maiores empresas do país. Foram consultadas companhias dos se-tores de papel e celulose, petróleo e gás, siderúrgico, saneamento, metalúrgico, petroquímico, têxtil, energia, transporte e automotivo.

Segundo a pesquisa, o investi-mento atual é 33% maior do que na última edição da enquete, realiza-da em 2008, quando as empresas revelaram um aporte de R$ 90 bi-lhões na área. O crescimento está diretamente ligado ao aumento da produção e a investimentos para evitar paradas não programadas e acidentes ambientais.

Do total dos investimentos, as empresas deverão gastar, de acor-do com a composição histórica dos

custos de manutenção, 33% com material, 31% com pessoal próprio e 27% com serviços contratados. Contudo, outro aspecto chama a atenção: o aumento da rotativida-de do pessoal de Manutenção. O turnover (relação entre admissões e demissões, ou a taxa de substi-tuição de trabalhadores antigos por novos) passou de 2,39%, na edição de 2008, para 3,7% na úl-tima pesquisa. Esse aumento de-corre da redução do quantitativo do pessoal próprio das empresas, provavelmente em consequência dos efeitos da crise econômica, que se verificou em 2008 e 2009, e da pequena variação – de 41,39% para 40,15% – da relação entre o pessoal contratado e do total de

executantes dos serviços de ma-nutenção.

Ainda segundo a sondagem, para 44% das empresas ouvidas, a idade média de equipamentos e instalações varia de 11 a 20 anos. No entanto, 31% das companhias têm ativos entre novos e com até dez anos de utilização. Apenas 25% das indústrias que respon-deram à pesquisa afirmaram pos-suir máquinas e plantas com idade superior a 21 anos.

Sem intermediários“A pesquisa é bianual, pois é

um setor que não muda com veloci-dade tão grande. As mudanças são sutis. É importante destacar que as empresas declararam na pes-

manutenção

por Beatriz cardoso e cassiano Viana

Page 99: TN Petróleo 73

quisa um aumento da manutenção corretiva e a redução da preditiva, permanecendo o nível da preven-tiva”, avalia José Eduardo Loba-to, presidente da Abraman.

“Em contra-partida, verifi-cou-se discreto aumento na indis-ponibilidade devido à manutenção, embora a disponibilidade operacio-nal dos equipamentos, que mede o valor médio do tempo em que os ativos físicos estiveram aptos para produzir, tenha ficado em 90,27%. Esse número está dentro dos pa-drões internacionais”, explica.

O presidente da Associação ob-serva que o custo da manutenção permanece em 4,14% em relação ao Patrimônio Imobilizado e ao Faturamento Bruto das empresas. “Esse dado está acima da média mundial, que fica em 4,12%”, a-firma.

A última sondagem também revela a tendência, percebida des-de 2005, do crescimento do nível hierárquico da Gerência de Ma-nutenção. “Isso significa ênfase na Gestão e, por consequência, a necessidade cada vez maior de pessoal especializado (conheci-

mento, capacidade e competência) na condução da gestão da manu-tenção nas companhias”, avalia. A pesquisa mostra que 51,28% das empresas demandam mão de obra com maior grau de especializa-ção, além de exigir cada vez mais a capacitação do profissional de manutenção em mais de uma es-pecialidade.

O estudo mostra que os inves-timentos em manutenção aumen-taram, em relação ao ano passa-do, 30 bilhões de reais. Será que o equipamento está quebrando mais? “Não. O que acontece hoje é que as plantas precisam estar 100% do tempo funcionando. Parar significa perder produção, perder dinheiro. Logo, requer investimen-tos em manutenção”, avalia.

Segundo Lobato, as indústrias do petróleo, petroquímica, side-rúrgica, papel e celulose são as grandes alavancadoras dos custos de manutenção. “Na indústria do petróleo você trabalha com o hi-drocarboneto em alta temperatura e pressão. Se ocorre um vazamen-to, ou qualquer problema no equi-pamento, o dano é estratosférico. Não estamos falando em fazer um dano pequeno no ativo, uma ocor-rência pode destruir o ativo inteiro de uma companhia. E destrói tudo,

4,26

4,474,47

140.000

120.000

100.000

80.000

60.000

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120.060

3,893,89

3,563,56

1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009Anos

custo anula da manutenção com base no piB (milhões de reais)

4,14

custo total da manutenção pelo faturamento bruto (% - esquerda)

custo anual da manutenção em milhões de reais (direita)

Page 100: TN Petróleo 73

98 TN Petróleo 73

até a credibilidade e a reputação da empresa”, afirma.

O dirigente explica que, en-quanto na década de 1980, uma petroleira realizava uma parada a cada três anos, hoje elas ocorrem a cada seis anos. “No meio do cami-

nho, acontece o que chamamos de pit stop. No entanto, mais de seis anos não dá, por questão de legis-lação. Mas o período de seis anos está muito bom. E é uma excelente marca. Hoje temos plantas mais bem controladas, sabemos onde

estão os defeitos e como reduzir os riscos.”

A sondagem completa será apre-sentada no 25º Congresso Brasileiro de Manutenção, que acontece entre os dias 13 e 17 de setembro em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul.

VIsaNdO PrOmOVer a troca de experiências entre os profissionais e empresas do setor, a abraman realiza, no período de 13 a 17 de setembro de 2010, no Funda-parque, em Bento gonçalves (rs), o 25º Congresso Brasileiro de manutenção.

a programação técnica conta com painéis, palestras e apresentação de trabalhos técnicos abordando temas como gestão, métodos e técnicas de trabalho, progresso tecnológico e as modernas técnicas de gerenciamen-to e execução, melhoria da qualidade, produtividade, segurança, preservação ambiental e racionalização de custos na manutenção.

Participam neste ano, como palestrantes, profissio-nais da Petrobras, Chesf, Converteam, Braskem, arce-lormittal e usinas de açúcar guarani, dentre outras.

simultaneamente ao Congresso será realizada a tradicio-nal expoman – exposição de Produtos, serviços e equipa-mentos para manutenção, com estandes de diversos setores, das empresas de engenharia e de manutenção industrial até fabricantes de máquinas e equipamentos, passando por prestadores de serviços para os mais diversos segmentos.

manutenção

coNGreSSo ABrAMAN

“turnover” anual do pessoal da Manutenção

Ano rotatividade anual (% médio)

2009 3,70

2007 2,39

2005 1,98

2003 2,32

2001 2,46

1999 2,45

1997 2,22

1995 2,75

Page 101: TN Petróleo 73

TN Petróleo 73 99

Edison Chouest OffshoreToday ECO is the largest offshore vessel operator in Brazil

Bram Offshore (vessels): PSVs, AHTS, FSVs, RSVs, MPSVs, OSRV, OCVs, PLSVs and WSVs

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ISLAND ENFORCER

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100 TN Petróleo 73

capital do petróleoBrasil

na América Latina

prévia rio oil & gas 2010

“Do petróleo ao biocombustível: integrando co-nhecimento e ampliando os limites” é o tema desse ano da Rio Oil & Gas Expo and Conferen-ce, o principal evento do setor na América La-

tina. Mais de 1.500 empresas confirmaram a participação no evento que está em sua 15ª edição e será o maior da história até hoje.

por cassiano Viana

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TN Petróleo 73 101

Dentre os exposito-res estão petrolei-ras como Petrobras, Shell, Repsol e Che-vron, fornecedores como GE, Hallibur-

ton, Aker Solutions, Schlumberger, Technip, representantes da indús-tria naval como os estaleiros Ke-ppel Fels Brasil e Mauá, além de órgãos representativos do setor e dos diversos segmentos ligados à atividade de petróleo, gás e bio-combustíveis.

Realizada a cada dois anos no Centro de Convenções do Rio-centro – maior centro de feiras e exposições da América Latina, com cerca de 100 mil m² de área –, desde sua primeira edição, em 1982, a feira e conferência vêm colaborando na consolidação do Rio de Janeiro como “capital do petróleo”, já que o estado con-centra 80% de todo o óleo pro-duzido no país, além de 50% da produção de gás.

A Rio Oil & Gas é uma impor-tante vitrine para as empresas nacionais e estrangeiras apre-sentarem seus produtos e servi-ços, bem como a conferência dá a oportunidade de discussão sobre os principais temas relativos às inovações tecnológicas. Os nú-meros do evento demonstram que esta é uma excelente oportunida-de de negócios. Em 2008, a feira contou com 1.200 expositores de 23 países e foi visitada por 39 mil pessoas. Fora os cinco mil dele-gados e 705 trabalhos técnicos apresentados.

“A Rio Oil & Gas já se conso-lidou no calendário industrial mundial como um evento que atrai as principais empresas, o melhor da tecnologia e as dis-cussões de maior interesse no setor”, diz João Carlos de Luca, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Bio-

combustíveis (IBP) e do comitê organizador do evento.

programação técnica: o Brasil no mundo

A ROG desse ano terá um con-gresso ampliado: além de aumentar em 50% o número de painéis em relação à edição passada, a confe-rência também cresceu em número de sessões técnicas e sessões pôs-

teres. Na visão do presidente do Comitê Técnico da Rio Oil & Gas, Carlos Eugenio Resurreição, o evento carecia de maior força

nos artigos e painéis. “Estamos procurando dar maior ênfase ao congresso, mantendo o sucesso da feira. Queremos que o congresso esteja também entre os melhores do mundo, assim como a feira da Rio Oil & Gas já é reconhecida”, explica.

Resurreição diz ainda que o Comitê Técnico pretende trazer

referências inter-nacionais para a conferência. Embora todos os temas discutidos no congresso fa-çam referência à indústria nacio-

nal, a intenção é sempre fornecer

uma visão mundial do processo. “Fortalecendo aí o Brasil dentro do mundo”, completa.

O comitê técnico recebeu 1.098 sinopses de trabalhos de 29 países. A conferência será dividida em seis blocos temáticos: Exploração e Produção, Abastecimento, Gás, Responsabilidade Socioambiental, Perspectivas Jurídicas e Econômi-cas e Biocombustíveis.

O capital humano é um dos temas de destaque no evento deste ano. “De 1980 a 2002, no mun-do todo, não se contratava para a indústria do petróleo devido ao preço baixo do barril. Quando o mesmo começou a subir, houve

uma necessida-de grande de mão de obra para acompanhar o crescimento dos investimentos em exploração e produção ” ,

observa Anelise Lara, coordena-dora do bloco temático de E&P da conferência, destacando que a atração de novos talentos para a indústria depende do preço do barril de petróleo.

rodada de NegóciosComo nas edições anteriores,

a Rio Oil & Gas 2010 terá uma Rodada de Negócios, reunindo os grandes compradores do mercado

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102 TN Petróleo 73

energia e indústria naval

de petróleo, gás e biocombustíveis e as pequenas e médias empresas fornecedoras de bens e serviços para o setor, tanto nacionais como estrangeiras.

Promovidas pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e seus parceiros, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Agência Brasileira de Promoção de Ex-portações e Investimentos (Apex-Brasil ), as duas rodadas realiza-

das na Rio Oil & Gas 2008 foram consideradas um sucesso.

Em sua estreia na feira, a Rodada Internacional, que reu-niu 43 empresas fornecedoras brasileiras, deixou encaminha-dos US$ 287 milhões em expor-tações de bens e serviços para as petroleiras Pemex (México), Petroecuador (Equador), Pan American (Argentina), Tecna e Repsol (Argentina), Ecopetrol (Colômbia), Petrolera Monter-

rico (Peru), Petrobras Colômbia e Petrobras Argentina.

A expectativa de negócios da tradicional rodada nacional alcançou R$ 176 milhões, su-perando com folga o obtido na edição anterior, em 2006, quando foram gerados R$ 100 milhões em expectativas de negócios. Ao todo, 23 âncoras e 197 ofertantes participaram de 800 encontros promovidos nos dois dias de ro-dada em 2008.

a edIçãO 2010 da rIO OIl & gas terá este ano 12 pavilhões internacionais: reino unido, Noruega, França, eua, Holanda, dinamarca, China, argentina, Bélgica, alemanha, Canadá e Itália.

O Canadá marca forte presença nes-ta edição com a participação de 35 em-presas, associações setoriais e agências dos governos federais e das províncias – a maior delegação canadense já pre-sente nesse evento. Na edição de 2008, o Pavilhão do Canadá contou com a par-ticipação de 11 empresas.

de acordo com o cônsul geral do Canadá no rio de Janeiro, charles Larabie, o aumento do interesse das

empresas canadenses no mercado brasilei-ro é fruto de várias iniciativas de desen-volvimento de negó-cios e investimentos promovidos pelo Con-sulado do Canadá, e seus parceiros, para

aproximar as empresas canadenses e brasileiras. “apenas neste último ano, organizamos três missões de negó-cios no setor em ambos os países, o que demonstra maiores possibilidades de desenvolvimento de parcerias entre Brasil e Canadá”, diz.

além do setor privado, a presença canadense incluirá membros do Con-sulado geral do Canadá no rio de Ja-neiro, da Export Development Canada EDC, dos governos das províncias de

alberta, New Brunswick, Newfoun-dland & labrador e de Ontário, bem como representantes de associações do setor e de diversas esferas do go-verno federal e provincial: a associa-ção de Tecnologias Offshore/Onshore da Nova scotia (Otans); a agência de Oportunidades da Costa atlântica do Canadá (acoa) e o departamento de energia da Nova scotia.

“a presença do reino unido na rio Oil & gas de 2010 será uma das maiores já registradas”, afirma steve graham, cônsul comercial britânico no rio de Janeiro. “além do pavilhão britâ-nico organizado pelo energy Industries Council (eIC), teremos quatro missões comerciais visitando a feira simulta-neamente. No total, serão cerca de 70 companhias britânicas em busca de oportunidades no mercado brasileiro”, contabiliza graham. “Isso é fruto con-creto do crescimento do Brasil no setor de petróleo e gás, em especial após o anúncio das descobertas no pré-sal.”

a França participará da rio Oil & gas com um espaço de 270 m² e 33 empresas francesas do setor. Na edição anterior, o pavilhão da França contou com 150 m² e reuniu 20 empresas. “este ano tivemos um crescimento de 65% em relação à edição de 2008”, diz michel Curletto, chefe do setor de Petróleo, gás e Cons-trução Naval da embaixada da França no Brasil. “grande parte deste crescimento está relacionado à saída espetacular do Brasil da crise econômica que se iniciou

no final de 2008. Temos a convicção de que a Petrobras agiu como uma podero-sa locomotiva, os mercados e a econo-mia brasileira”, avalia.

O pavilhão da França é caracteri-zado por empresas que desenvolvem soluções com alto grau de tecnologia. Por exemplo, a Bardot group, em fase de assinatura de um contrato para es-tabelecer uma JV com uma empresa brasileira, desenvolve componentes submarinos, em polímeros e materiais compósitos, tais como boias de subsu-perficie suportando profundidades de até 3.000 m.

a Cls, que recentemente assinou alguns contratos com a uN-BC e o Cenpes, para trazer informações em tempo real sobre as condições meteo-oceânicas, prevê sua implantação ain-da em 2010.

a Cybernetix, empresa de alta tecno-logia, desenvolve robôs híbridos, misto de auV com rOV, permitindo atividade contínua, durante semanas, de inspe-ção e reparo em águas ultraprofundas. O robô permanece no fundo do mar, conectado às instalações submarinas, durante semanas. a empresa desen-volve também soluções de monitoração remota de riser, permitindo ao operador ter informações em tempo real sobre temperatura, pressão e vazão de hidro-carbonetos transportados pelos risers.

Para finalizar o ano de 2010, a mis-são econômica do rio de Janeiro trará para o Brasil uma delegação de empre-sas do setor de construção naval, que visitará os maiores estaleiros implan-tados no Brasil – como o eas, mauá, eisa, sTX, Keppel, entre outros.

presença internacional

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O Pavilhão 1 do Riocentro – onde é feito o credencia-mento dos visitantes – é a

entrada principal da Rio Oil&Gas. Nele estão localizados os estan-des de empresas como a brasileira OGX, ABB, Tyco, Porto Suape, BN-DES, Firjan e do Centro de Tecno-logia em Dutos (CTDUT).

“Esse é um momento de trans-formações e grandes desafios. O crescimento da produção de petró-leo e gás exigirá maior escoamento e distribuição. Atualmente, com a inauguração do Gasoduto Rio de Janeiro-Belo Horizonte, o Gasbel II, contamos com uma rede de 22 mil km de dutos em operação. Esse número deve crescer, levando em considera-ção que deve-remos alcançar algo em torno de 3,9 milhões de barris por dia em 2020”, avalia Raimar van den Bylaardt, presidente do Conselho Executivo do CTDUT.

Vale a pena conferir também os estandes da Veolia, Clariant, McCoy, Asel-Tech e da revista TN Petróleo, já no caminho para o Pavilhão 5, onde são realizadas as conferências. A Clariant Oil &

Service, uma das principais forne-cedoras de produtos químicos para a indústria petrolífera, tanto para exploração como para processos industriais, traz várias novidades para essa feira. A empresa, que tem ampla capacidade produtiva local, também está investindo em pesquisa e desenvolvimento de no-vas soluções para cenários mais complexos, como o pré-sal.

Participante do evento há mais de dez anos, a TN Petróleo faz, mais uma vez, a cobertura comple-ta da Rio Oil & Gas 2010, receben-do seus parceiros em um estande próprio, no qual vai distribuir as edições especiais da TN Petróleo e da T&B Petroleum e do Guia do estudante – obra de referência para quem está prestes a entrar no mer-cado de trabalho.

No Pavilhão 2 estão localizados estandes das regionais do Sebrae do Rio de Janeiro, Alagoas, Espí-

rito Santo, Rio Grande do Norte, Paraná, Sergipe, Ceará, Bahia e Minas Gerais, além de pavilhões internacionais, como os da China, Alemanha e da Dinamarca.

Vale a pena conferir, ainda no mesmo pavilhão, as novidades apre-sentadas pela Metalcoating, da Ca-meron e SH Estruturas Tubulares. Especializada em tecnologias de aplicação de revestimentos orgâni-cos anticorrosivos, a Metalcoating traz para o evento diversas soluções – entre elas, novas tecnologias de proteção anticorrosiva e anti-incrus-tante à base de polímeros orgânicos, que aplicados termicamente sobre substratos metálicos, conferem aos mesmos novas propriedades e ca-racterísticas funcionais, tornando-os aptos a serem utilizados em severas condições operacionais de tempe-raturas e pressão, mesmo em pre-sença de altas concentrações de CO2, H2S e CH4.

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Quatro pavilhões abrigam a indústria mundial

estande da TN Petróleo, localizado no Pavilhão 1, número C37.

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“São soluções ideais para as ati-vidades de exploração e produção nos campos da área do pré-sal, que apresentam ambiente altamente cor-rosivo, principalmente em função das altas concentrações de CO2 exis-tentes”, lembra Gilson Gama, geren-te comercial da Metalcoating.

Converteam, Eagle Burgmann, GE, Parker, Queiroz Galvão, Sotreq, Vescon e Wärtsilä são algumas das empresas que expõem no Pavilhão 3, onde também estão instalados os estandes do IBP, da Financia-dora de Estudos e Projetos (Finep), Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rede Pedro/RS, Câmara Americana de Comércio (Amcham), além do Pavilhão Canadá e o estande da Shell Brasil.

Uma das mais antigas fabrican-tes de sistemas de controle de posi-cionamento dinâmico/DP, sistemas

de controle para embarcações, sis-temas de perfuração e sistemas de propulsão a diesel e energia elétri-ca, a Converteam apresenta longa história de investimentos e realiza-ções no país. Com atuação global, o grupo de origem francesa gerencia uma rede de engenharia, fabrica-ção, treinamento e serviços que se expande pelo Brasil, em segmentos como: naval, offshore, petróleo & gás e processos, além de atuar em outros mercados, como siderurgia, manuseio de materiais e mineração, energia e tratamento de água.

A empresa é responsável pelo projeto de upgrade da plataforma da Petrobras P-23, desde o design, testes, comissionamento, ensaios no mar, ao treinamento e suporte de longo prazo, tudo isso condu-zido por especialistas locais. “So-mos únicos enquanto empresa de engenharia e fabricação para Fo

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este tipo de pro-jeto no Brasil”, afirma João de Deus, presiden-te da Converte-am Brasil e CEO América do Sul.

A presença da Converteam no país inclui es-critórios, instalações de fabrica-ção e centros de serviço em várias regiões: Belo Horizonte, Betim, Macaé, Vitória, Parauapebas e, mais recentemente, um novo es-critório no Rio de Janeiro. “Nossa capacidade local de produção in-clui inversores de frequência de baixa e média tensão, conversores CA/CC, painéis de baixa e média tensão, sistemas de automação e CCMs para perfuração”, detalha João de Deus.

No Pavilhão 4 – o principal e o mais concorrido da Rio Oil&Gas, devido ao megaestande da Petro-bras – estão a ABS, Aker Solutions, Apolo Tubulars, Aveva, FMC Tech-nologies, Global Industries, MCS Engenharia, Ocean Design, Proje-mar, Rolls Royce, Sew Eurodrive, Technip, Techint, Tenaris Confab, UTC e V&M. Também é lá que ex-põe o Estaleiro Mauá, grupo Lupa-tech, Protubo, Keppel Fels Brasil, Usiminas Mecânica, Schlumberger e Weatherford, além do Pavilhão da Noruega.

A expectativa da Protubo, que completa 35 anos, é muito grande em comparação aos anos anteriores, devido aos empreendimentos rela-cionados à exploração e produção dos campos de pré-sal e ao vigoroso plano de investimento da Petrobras para o período 2010-2014.

A Protubo vem se preparando para esta demanda investindo pe-sado em pessoal e equipamentos. A empresa dispõe de um setor de engenharia (materiais, soldagem e detalhamento de projeto) para ampliar o atendimento aos clientes

e quatro máquinas de curvamento por indução, para curvar tubos de até 38” de diâmetro.

Com vistas a ampliar o escopo de fornecimento, a Protubo está desenvolvendo parcerias com em-presas do exterior para adquirirmos tecnologia de ponta para a fabrica-ção de spools e também no cladea-mento de tubos e peças com ligas resistentes à corrosão. O serviço de cladeamento, com tecnologia da Cladtek é uma realidade com o início de produção do cladeamento de tubos, que serão transformados em curvas para atender o contrato de quatro anos que a empresa fir-mou com a Cameron.

Este contrato visa atender, ini-cialmente, o projeto denominado ANM Global, que tem uma enco-menda da Petrobras de 138 árvo-res de natal molhadas (ANM). A Cameron assinou com a Petrobras, em setembro de 2009, um contrato no valor de US$ 480 milhões para o fornecimento dessas peças.

Devido à ocupação de todos os quatro pavilhões do Riocentro e para atender o grande interes-se dos expositores, os organi-zadores criaram uma área adi-cional com tendas. Nas tendas anexas aos Pavilhões 3-4, estão

o Pavilhão da França e os estan-des da Sonangol, Sinopec, ITT e KPMG. O Pavilhão 5, como sempre, é destinado à progra-mação técnica do evento.

TeCNOlOgIa, infraestrutura e expertise de mercado. Com investimentos nessas três frentes, a V&m do BrasIl (VmB), uma das principais fornecedoras de tubos de aço sem costura no país, amplia seu leque de serviços de atendimento a clientes. as novidades serão apresentadas no estande da empresa na rio Oil & gas 2010.

até 2011, a empresa oferecerá ao mercado novos acessórios tubulares Premium, para completação de poços petrolíferos on shore e off shore com a tecnologia V & m Tube alloy. Outra novidade da VmB para o setor de Óleo e gás em 2011 é a instalação de uma linha de produção de tubos de perfuração (drill pipes) na usina Barreiro, em Belo Horizonte (mg), com know-how Vam drilling.

a FleXOmarINe aPrOVeITa a rio Oil & gas 2010 para apresentar o mango-te projetado para operar em sistemas de carretéis em FPsOs.

a ideia é armazenar os mangotes quando eles não estiverem em opera-ção de carga/descarga de petróleo em alto-mar e, no momento, é a principal “coqueluche” da indústria e&P offshore, sobretudo para os novos FPsOs proje-tados para o pré-sal, quando a operação é complexa e exige características di-ferenciadas em relação aos mangotes convencionais. Com o recolhimento com carretéis, os mangotes são enroladas, aumentando a vida útil do equipamento.

O desenvolvimento do projeto foi ini-ciado em dezembro do ano passado. O protótipo passou por teste dinâmico em são Paulo, na unidade da Flexomarine em Tupeva, onde foram simulados cinco anos de operação em carga máxima.

Feito para o pré-sal

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V&M do Brasil apresenta novos serviços

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A GLOBAL INDUSTRIES in-formou, em uma reunião com acionistas, no início de agosto, a assinatura de um contrato com a Petrobras, por um prazo mínimo de 270 dias, para prestação de serviços de design, engenharia, procurement, fabricação, insta-lação e pré-comissionamento de dutos, a ser realizado na área de Ubarana, Rio Grande do Norte.

O projeto terá como embarcação principal a DLB Iroquois, barca-ça de construção e lançamento de dutos, com o suporte de uma embarcação de mergulho. O escopo de trabalho prevê operações em Paracuru, Forta-leza, Guamaré e Natal, com o lançamento de duas linhas de 12 polegadas e uma linha de 20 polegadas, em profundida-

des variando entre 15 m e 30 m, incluindo toda a logística e fabricação de equipamentos.

A DLB Iroquois já trabalhou no Brasil, tendo sido muito bem su-cedida, em outro projeto para a Petrobras. No momento ela está finalizando um trabalho para a Petroleos Mexicanos (Pemex) no México e navegará para o Brasil em seguida.

A volta da DLB Iroquois

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propulsãoA VOITH TURBO, divisão do Grupo Voith que desenvolve e fornece tecnologia de ponta em componentes e sistemas relacionados a acionamentos, apresenta inovações em propul-são naval desenvolvidas para os próximos anos.

A mais recente área de atua-ção dos propulsores da Voith Turbo é o mercado de barcos de apoio a plataformas offshore. Ten-do em vista esse novo segmento, uma das novidades de peso que a divisão naval da empresa, se-diada no Rio, é o novo sistema de propulsão com foco na aplicação offshore em navios sondas e pla-taformas de perfuração, chamado Voith Radial Propeller.

Trata-se de uma propulsão que gira 360 graus ao redor de seu eixo vertical possibilitando direcionar o empuxo em todas as direções com segurança e agi-lidade. Ela está disponível nas potências de 4.5 MW e 5.5 MW, além de possuir a vantagem de ser desmontada debaixo d’água, o que reduz o tempo de manu-tenção a bordo.

Como diferencial em rela-ção aos propulsores azimutais

tradicionais em que somente o nozzle é inclinado, o projeto do Voith Radial Propeller prevê uma inclinação de 8° do eixo da hélice em relação aos pontões de uma plataforma ou ao casco do navio sonda. A inclinação no eixo da hélice faz com que o empuxo gerado pelo propulsor ganhe em magnitude e eficiência, uma vez que este sofre muito menos in-terferência do casco e de outros propulsores.

“Estamos muito empolga-dos com o lançamento do novo

propulsor Voith Radial, uma vez que podemos construí-lo no Brasil com até 80% de conteúdo local utilizando as instalações da

Voith Turbo em São Paulo, manten-do a qualidade sem perder compe-titividade” afirma André Araujo, gerente da divisão naval da Voith Turbo no Brasil, que conta que a empresa é a primeira a fabricar este tipo de propulsor no país.

inovações em

Voith Turbo apresentará na Rio Oil & Gas novo propulsor Voith Radial Propel-ler, para aplicação offshore em navios-sondas e plataformas de perfuração, e anuncia novo escritório na Alemanha, especializado no desenvolvimento de projetos de embarcações.

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StX Brazil lança ao mar o Skandi Amazonas

Com projeto tipo STX NOD-428, desen-volvido pela STX Norway Design, a embarcação entregue pelo STX

Brasil foi construída com o apoio e estímulo dos governos federal e estadual do Rio de Janeiro, financiamento do Fundo da Marinha Mercante (FMM) e do Ministério dos Transportes, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A propulsão é híbrida diesel-mecânica-elétrica, com um total

de 22.360 Kw e quatro grupos geradores de 2.000 Kw cada um. A velocidade é de 17,5 nós, com calado de 5,4 m. O calado máximo é de 7,8 m. “O lança-mento ao mar do Skandi Amazo-nas é mais uma etapa concluída na construção deste gigante, que será a maior e mais potente embarcação de manuseio de âncoras e reboque do Brasil”, afirma Waldemiro Arantes, pre-sidente do estaleiro STX Brazil Offshore AS.

“Com contrato de afretamen-to já aprovado com a Petrobras, temos a certeza de que o obje-

tivo da STX de desenvolver um projeto que atenda aos exigentes requisitos dos campos petrolí-feros brasileiros foi atingido, e que temos um produto específico para atender à crescente deman-da por este tipo de embarcação”, complementou.

Além do Skandi Amazonas, o STX Brazil tem em car-teira o Skandi Iguaçu, tam-bém da Dof, com lança-mento ao mar previsto para

Encomendada pelo armador Dof Navegação, o Skandi Amazonas é o maior e mais potente navio de reboque, suprimento e manuseio de âncoras já cons-truído no Brasil. A embarcação, construída no estaleiro sTX Brazil, presta-rá serviços à Petrobras em operações de apoio marítimo a plataformas de petróleo, na Bacia de Campos.

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por Maria Fernanda romero

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o primeiro trimestre de 2011. Outros dois barcos de apoio encomendados pela Deep Sea Supply e Siem Consub devem ser lançados, respectivamen-te, até o final do segundo e do terceiro trimestres de 2011.

Desenvolvendo serviços de construção de embarcações de apoio offshore às unidades de perfuração, sondagem e produção da bacia petrolífe-ra brasileira, o estaleiro STX Brazil Offshore fica localizado na Ilha da Conceição, Niterói, em ponto estratégico na Baía de Guanabara, com uma área de 80 mil m². Possui cerca de 1.500 funcionários próprios e 300 subcontratados.

O STX Brazil Offshore especializou-se na construção de embarcações de apoio marítimo de altíssima complexidade e so-fisticação tecnológica, realizando a maior parte dos seus contratos em sua área industrial.

Atualmente, o estaleiro possui outros dez navios contratados; destes, sete AHTSs para a Nor-skan Offshore Ltda, dois PSVs para a Siem Consub e um PSV

para a Deep Sea Supply, totali-zando cerca de US$1,4 bilhão.

Mais uma encomenda entregueNo dia 3 de agosto, o estalei-

ro STX Brazil Offshore entregou a embarcação Skandi Vitória, também encomendada pelo ar-mador Dof Navegação. Este foi o primeiro navio de lançamento de dutos flexíveis (pipe layer vessel) construído no Brasil, e o navio mais caro já construído no país. Contando-se sofisticados equipa-mentos nele instalados, o custo total chega a US$ 290 milhões.

A embarcação é a primeira do estilo ‘lançadora de tubos’ feita no país e está dotada de uni-dades robóticas tipo ROV, com capacidade de atuação em profundidade superior a 2.000 m.

A embarcação prestará ser-viços à Petrobras em operações de lançamento de dutos flexíveis em profundidades de até 2.000 m com auxílio de submarinos operados remotamente (ROV), interligando os poços de óleo e gás às plataformas de produção e aos navios FPSO, viabilizando o

tipo: aHTs (anchor Handling Tug supply); tração estática (Bollard pull): 300 t; porte bruto: 4.600 t; comprimento total: 95,00 m; Boca moldada: 24,00 m; pontal: 9,80 m; calado máximo: 7,80 m; Velocidade: 17,5 nós com calado de 5,40 m; propulsão: híbrida diesel-mecânica-elétrica (22.360 Kw total); Grupos diesel geradores: 4 x 2.000 Kw cada um; Sociedade classificadora: dNV

características técnicas

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escoamento da produção dos no-vos campos petrolíferos do país, em especial os do pré-sal.

Com projeto tipo STX NOD-254 produzido pela STX Norway Design, empresa de projetos navais do grupo STX Europe, foi inicialmente con-

cebido como embarcação de construção submarina (OSCV/Offshore Sub Sea Construc-tion Vessel), sendo convertido durante a fase de construção em Pipe Layer com projeto de-senvolvido em parceria com a empresa francesa Technip.

“A entrega do pipe layer Skandi Vitória não é apenas mais um desafio vencido pelo STX Brazil, mas um verdadeiro marco que demonstra o nível e a qualidade da construção naval brasileira. Com sua entrega, retribuímos a confiança que a DOF e a Technip depositaram no estaleiro, e mais uma vez mostra-mos a capacidade de inovação e tecnologia, sempre presentes em nossos projetos”, conta o pre-sidente do estaleiro STX Brazil Offshore AS.

O executivo complementa, ainda, dizendo que acredita que o futuro do Brasil, com o desen-volvimento e a exploração das reservas do pré-sal, contará com o apoio de embarcações com este perfil, e o estaleiro está investin-do alto para atender a demanda que surgirá.

O Skandi Vitória será operado pela Techdof, joint venture entre a Dof e a Technip, já estando contratado pela Petrobras. Os serviços de lançamento de dutos devem se iniciar em setembro.

O PsV CBO ANA LUISA foi batizado e entregue à CBO – Companhia Bra-sileira de Offsho-re – no dia 26 de agosto de 2010, em cerimônia no próprio estaleiro. O CBO Ana Luisa é o 18º navio da frota da CBO, e em setembro de 2010 inicia operações para a Petrobras. a madrinha do navio foi a sra. ana lui-sa Fischer marcondes Ferraz.

O presidente da CBO e do estaleiro aliança, Luiz Maurício portela, informa que o CBO Ana Luisa foi construído no estaleiro aliança, com incentivos do governo federal e estadual e financia-

mento do Fundo de marinha mercante (Fmm), do ministério dos Transportes, concedido através do BNdes.

“a CBO responde ao desafio de atender a demanda da Petrobras na produção de petróleo offshore com um programa de investimentos no valor de us$ 828,8 milhões, sendo 90%, us$ 745,9 milhões financiados pelo BNdes com recursos do Fundo de marinha mercante (Fmm)”, informa luiz maurício Portela.

Os investimentos são destinados à construção de 19 navios de apoio ma-rítimo, à expansão do estaleiro alian-ça, em Niterói (rJ) e à implantação da unidade industrial CBO Offshore, em são gonçalo (rJ), com obras em an-damento.

Na etapa atual a CBO está cons-truindo no estaleiro aliança sete no-vos navios de apoio marítimo. além do CBO Ana Luisa, outros três navios

têm entregas programadas, sendo um em setembro de 2010 e dois no primeiro trimestre de 2011. Os pró-ximos quatro que serão construídos se referem ao lote de 19 navios do financiamento atual.

tipo: Pipe layer Vessel; Armazenamento de dutos: 2 carrosséis – 2.000 t e 750 t; torre de Lançamento Vertical (VLS): 350 t de tração; Guindaste offshore: 250 t; posicionamento dinâmico: dP 3; comprimento total: 152 m; Boca moldada: 27 m; pontal (convés principal): 12 m; calado máximo: 8,5 m; Acomodações: 120 pessoas; propulsão: diesel-elétrica (2 x 2.500 Kw azimu-tal); Grupos diesel geradores: 4 x 2.895 Kw e 2 x 3.860 Kw (19.300 Kw total); Sociedade classificadora: dNV

Skandi Vitória

Aliança entrega o pSV cBo Ana Luisa

comprimento total: 76,7 m; comprimen-to lpp: 68,2 m; Boca: 17,0 m; pontal: 7,0 m; calado máximo: 5,9 m; porte bruto: 3.450 t; Mcp (motor principal): 2 x 3.150 BHP; impelidores laterais: 4 x 800 BHP; Velocidade: 14 nós

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114 TN Petróleo 73

A busca pela exce-lência na gestão em Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) passou a ser meta

estratégica para as empresas que pretendem garantir partici-pação em um mercado cada vez mais competitivo e regido por uma sociedade a cada dia mais exigente.

Para aquelas que atuam em áreas que envolvem altos riscos tecnológicos, como os setores naval e de petróleo e gás, isso se deve à constatação de que a fal-

ta de prevenção representa uma parcela significativa das causas básicas dos maiores acidentes industriais, protagonizados por este segmento ao longo das últi-mas décadas.

A Protection Offshore trouxe para o âmbito nacional questões ambientais e atuais que têm ocorrido no Golfo do México, de modo a discutir sobre como devemos nos preparar para um acidente nestas proporções e quais as lições que podemos retirar daí.

Com o tema ‘A importância do SMS nas operações offsho-

re’, a agenda do evento esteve pautada em três segmentos: saúde, meio ambiente e segu-rança. Durante os três dias, as palestras tiveram como foco as normas internacionais utiliza-das nos processos de extração, importação e exportação do petróleo.

Organizada pelo IBP (Insti-tuto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e pela Reed Exhibitions Alcântara Machado, a conferência contou com a par-ticipação de representantes do governo, agências reguladoras e indústria.

sMsno setor offshore

A explosão e o afundamento da plataforma Deepwater Horizon, da britânica British Petroleum (BP) no Golfo do México, que aconteceu no dia 20 de abril deste ano, continuam acirrando a discussão sobre os perigos e impactos da extração de petróleo. O debate sobre a importância do sMs (segurança, meio ambiente e saúde) nas operações offshore, em mais uma edição da Protection Offshore, realizada em julho, em Macaé (RJ), mostra que o tema, mais do que oportuno, é e será sempre uma prioridade.

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por Maria Fernanda romero e rodrigo Miguez

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A importância da prevenção de acidentes e o desenvolvi-mento de tecnologias e inovação neste processo foi unanimidade entre os palestrantes na confe-rência de abertura do evento. O professor e consultor René Mendes afirmou em sua pales-tra que os riscos na indústria do petróleo aumentam na medida que se elevam os investimentos em novas explorações. “Os ris-cos estão aumentando porque a exposição a estes riscos também cresceram”, disse.

Para o coordenador de res-ponsabilidade social do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Carlos Victal, a liderança em SMS, foi a grande expectativa da Protection Offshore deste ano. “Essa temática é focada princi-palmente na cadeia de valor dessa indústria. A liderança em SMS tem que ser um exemplo que venha da alta administração das empresas e permeie toda a sua estrutura no sentido de disseminar essa cultura e se tor-nar imprescin-dível na gestão das atividades offshore”, afir-mou Victal.

Eric Hen-derson, diretor da Reed Exhibitions, que parti-cipou da abertura do encontro, fez questão de fazer um paralelo da importância do tema com o vazamento de óleo ocorrido no Golfo do México. “O acidente da BP reforça a importância do nos-so evento e mostra como não se deve perder de vista a questão do SMS na indústria de petróleo

e gás, principalmente no setor offshore”, afirmou Henderson.

investimentos contínuosNa ocasião, Sebastião Bene-

dito Machado, gerente de Enge-nharia de Produção da unidade de operações da Petrobras na Bacia de Campos, lembrou dos investimentos em SMS apresen-tados no plano de negócios da empresa para 2010-2014. “Na área de SMS serão investidos US$ 3,3 bilhões, US$ 2,9 bilhões da área de tecnologia da infor-mação e telecomunicações (TIC) e US$ 5,2 bilhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D), totali-zando um investimento de US$ 11,4 bilhões”, apontou o executivo.

Essa política de investimen-tos em SMS da Petrobras foi mostrada por Jair de Oliveira Fi-lho, gerente da plataforma P-32, que falou sobre os dez anos sem acidentes com afastamento da companhia. Ele disse que todo mês há um check list dos pro-blemas a serem reparados nas plataformas.

Dentre as ações de preven-ção de acidentes está a realiza-ção de simulados de emergência constantes e o planejamento dos treinamentos dos funcionários.

“Criou-se uma cultura de segu-rança dentro da empresa, para que as pessoas internalizassem a ideia de segurança como um valor a ser seguido”, afirmou Jair.

A Petrobras também esteve representada pelo coordenador técnico do Programa Petrobras Mosaico, Hugo Zecchin de Sou-za. O oceanógrafo abordou a ati-vidade pesqueira na Protection Offshore e esclareceu as várias dúvidas existentes em torno do assunto. E, ainda, apresentou o Plano de Compensação da Ativi-dade Pesqueira (PCAP).

De acordo com a Política Nacional de Educação Am-biental, o PCAP é determinado pelo licenciamento emitido pelo órgão ambiental – Ibama – para atividade de pesqui-sa sísmica ou qualquer outro empreendimento da indústria petrolífera que crie uma área de exclusão.

Nesta edição da Protection Offshore, a questão da responsa-bilidade social ficou focada nas discussões sobre licenciamento e fiscalização ambiental e com-pensação pesqueira. O grande personagem da sessão técnica sobre responsabilidade social foi a água. O tema foi abordado

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com palestras sobre captação e aproveitamento de água da chuva em instalações industriais e a visão socioambiental na preservação de nascentes do rio Macaé.

Visando ampliar a partici-pação das pequenas empresas fluminenses nas encomendas da indústria de petróleo e gás, a Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo) e o Sebrae/RJ (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, do Rio de Janeiro), realizaram, simultaneamente à Protection Offshore, uma rodada de negócios – que tem apresen-tado resultados significativos, aproximando as micro e pequenas empresas dos grandes compradores nacionais, identificando oportunidades de negócios, firmando parcerias e expandindo mercados.

Segundo os organizadores, para esta edição, houve grande interesse das empresas fornece-doras do setor de petróleo e gás, integrantes do Cadastro Onip e Sebrae. Este ano, a rodada ge-rou uma expectativa de negócios

de R$ 34 milhões nos próximos 12 meses. Foram agendadas 176 reuniões e participaram da ro-dada 75 empresas fornecedoras. As empresas-âncora deste ano foram: Shell, UTC, Global, Tran-socean, Wellstream e Lupatech.

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eventos

Desde a criação do OIMS, o desempenho da empresa em saúde, segurança e meio ambiente melhorou de forma significativa. “Desde 2000

reduzimos o afastamento do trabalho a 12% ao ano, em média. Continuamos a liderar o setor com baixa taxa de incidentes e doenças ocupacionais. Houve também diminuição dos riscos ao meio ambiente como, por exemplo, reduções constantes de emissões de gases do efeito estufa”, revela Patricia Burlini, especialista em saúde, segurança e meio ambiente da ExxonMobil.

Patricia conta que a certifica-dora Lloyd’s Register Quality As-surance (LRQA) reconheceu que o OIMS atende a todos os requisitos de saúde ocupacional internacional e especificações do sistema de gestão de segurança (OHSAS 18001:2007) e nas especificações para geren-

ciamento ambiental de sistemas da International Organization for Stan-dardization (ISO 14001:2004). “Todos os funcionários e contratados têm como responsabilidade desempenhar suas atividades de maneira segura. O OIMS se tornou verdadeiramente parte da nossa cultura”, completa a executiva.

Biocombustível e carbonoEspecificamente na área ambien-

tal, a ExxonMobil investiu mais de US$ 1,5 bilhão nos últimos cinco

anos em atividades que melhoram a eficiência dos combustíveis e reduzem a emissão de gases do efeito estufa. Um dos importantes avanços foi a aliança com a Synthetic Genomics Inc. (SGI) para pesqui-sar a produção de biocombustíveis a partir de algas fotossintéticas.

“Essas algas produzem bio-óleo que pode ser transformado em biocombustível com estrutura se-melhante à do petróleo e seus derivados. Acreditamos que estes biocombustíveis venham a ser compatíveis com a atual tecnologia de transporte e infraestrutura”, explica Patricia.

Reduzir de modo expressivo a liberação de gases na atmosfera é também uma das prioridades da ExxonMobil. A nossa empresa trabalha com tecno-logias de gerenciamento de carbono que poderão desempenhar um papel importante no emprego futuro e generalizado da captura e armazenamen-

sMsum valor essencial

Redução de incidentes e doenças ocupacionais, melhor gerenciamento de riscos

operacionais e implantação da cultura de responsabilidade compartilhada. Estes

são os principais resultados do sistema de Gerenciamento da Integridade das

Operações (OIMs) implantado há 18 anos na ExxonMobil.

por Maria Fernanda romero e rodrigo Miguez

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to de carbono (Carbon Capture Storage/ CCS). A empresa atua ativamente na avaliação e adoção do CCS em escala mundial.

A ExxonMobil está no Brasil há 98 anos e atual-mente conta com cerca de 1.500 funcionários. “Aqui, como em todo o mundo, nos comprometemos a realizar nossos negócios de maneira a proteger funcionários, contratados, cliente e público, mediante o aperfeiço-amento do desempenho em segurança, saúde e meio ambiente”, conclui.

Schlumberger: cultura consolidadaA importância do SMS também está presente na

cultura da Schlumberger, gigante da área de serviços para a indústria de petróleo. A per-formance de SMS está diretamente relacionada à qualidade de vida e o principal objetivo nesta questão é a prevenção de perdas. Segundo Ca-role Ledez, gerente de SMS Brasil da Schlumberger, o fundamental dessa cultura é acreditar que to-das as perdas, de pessoas, propriedades e processos resultam de uma falha gerencial e são evitáveis.

A executiva aponta que a empresa considera o SMS como uma responsabilidade gerencial, que re-quer comprometimento, liderança e envolvimento. “A natureza do negócio da Schlumberger e o ambiente em que trabalhamos fazem com que as questões de SMS estejam integralmente ligadas ao nosso cotidia-no, estando concentradas em cada decisão e ação que tomamos. Nossa cultura proativa em SMS deve ser entendida, compartilhada e praticada por todos os funcionários como parte integrante de nossa rotina”, explica Carole.

Sempre atenta às demandas de SMS, a empresa investe pesado em treinamento em programas de aprendizado, tais como direção defensiva, saúde, ma-lária, HIV/Aids, prevenção de acidentes, treinamento em cuidado com o meio ambiente, dentre outros. Em uma estimativa de horas de treinamento em SMS no Brasil, Carole indica cerca de 109 mil horas de treinamento oferecidas por ano pela empresa aos funcionários e contratados.

cidadania globalEm 2004, a Schlumberger formalizou essa consci-

ência com a criação do programa Cidadania Global. Este programa está baseado em comportamento éti-co, forte liderança, desenvolvimento de diversidade cultural, desenvolvimento de pessoas e comprometi-mento com saúde, segurança e meio ambiente. “Nosso

programa está focado em seis preocupações globais específicas que, com a combinação das forças corpo-rativas, conhecimento tecnológico e valores culturais, podemos oferecer o maior impacto como empresa e cidadãos. As seis preocupações são clima, meio ambiente, segurança na direção, malária, HIV/Aids e educação”, informa Carole.

Além disso, no Brasil e em outros países do mundo, a Schlumberger desenvolve o projeto Seed (Schlumberger Excellence in Education Development), que é um programa educacional de voluntariado sem fins lucrativos, voltado para as comunidades desprivilegiadas do entorno da empresa. O Seed capacita funcionários – volun-tários e educadores, incluindo professores, pais e outros mentores – para que eles possam com-partilhar seus aprendizados com alunos de 10 a 18 anos de idade.

A metodologia Aprender Fazendo (learn while doing/LWD) do Seed baseia-se no conhecimento so-bre ciências e tecnologia de nossos voluntários para engajar os alunos em questões globais, como água, energia e mudanças climáticas. “No Brasil contamos com o projeto em escolas no Rio de Janeiro, Macaé, Catu e Aracaju”, conclui a gerente.

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eventos

A QUALIFICAçãO CONTINUA sen-do uma das prioridades da pauta do dia da cadeia de fornecedores de bens e serviços da indústria de óleo e gás – de A a Z –, que quer disputar, em me-lhores condições de competitividade frente aos concorrentes internacionais, o potencial de US$ 28 bilhões anuais de contratações no país, dentro do plano de negócios da Petrobras para o período de 2010 a 2014.

Por isso mesmo, o setor de petró-leo e gás tem buscado a parceria de um importante aliado para promover a melhoria de gestão da cadeia de fornecedores de bens e serviços: a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), que disponibiliza para o mercado o Modelo de Excelência da Gestão (MEG), utilizado desde o Prêmio MPE Brasil até o Prêmio Nacional à Qualidade.

A própria direção da Petrobras, que teve apenas uma de suas áreas premiada com tal distinção, a de Abastecimento, já procurou o apoio da fundação para buscar formas de disseminar a cultura da excelência e promover seminários e workshops que multipliquem os esforços para qualificar a cadeia de fornecedores, frente à uma demanda crescente e acelerada de bens e serviços, que

devem atender a níveis mínimos de conteúdo nacional.

Daí a importância do Seminário em Busca da Excelência (Sebe), que vem sendo realizado pela FNQ, o Serviço de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário (Sebrae), Mo-vimento Brasil Competitivo (MBC) e a Gerdau e a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) – mesmo gru-po que criou o MPE Brasil, Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas.

O evento, que está programa-do para acontecer em nove estados esse ano, reúne diversos gestores de MPEs e aborda as melhores práticas de gestão de organizações de todo o país, reconhecidas pelos prêmios de qualidade.

A Federação do Comércio do Es-tado do Rio de Janeiro (Fecomércio) abrigou o evento realizado na capital carioca, no dia 29 de julho, reunindo empresários, líderes organizacionais, representantes do terceiro setor e de micro e pequenas empresas – entre os quais alguns vencedores do MPE Brasil. Durante o evento, técnicos da FNQ fizeram palestras sobre a implementação do modelo e a evo-lução das empresas que o adotam, principalmente em relação ao seu

grau de competitividade, o que gera renda e empregos e amplia a com-petitividade nacional.

No ano passado, esses seminá-rios foram realizados em dez estados do país, reunindo mais de mil em-presários interessados em conhecer e entender melhor as práticas de gestão que podem contribuir para o aprimoramento das suas atividades, tornando suas empresas mais com-petitivas. O objetivo desse ano é ter o dobro de público: a meta é apresen-tar modelos de gestão para cerca de 1.800 pessoas em todo o país.

“Estamos realizando o evento em estados nos quais há mobilização ou programas de gestão da qualidade, e

que têm solicitado este tipo de refor-ço para disseminar essa prática”, des-taca Carlos Adria-no Vianini, gestor de Comunicação e Marketing da FNQ, que partici-pou do seminário carioca.

De acordo com Carla Camara Acuña, coorde-nadora da FNQ, essa cultura da qualidade está

bem arraigada no estado fluminen-se, principalmente no setor público, citando como exemplo a Petrobras e a Companhia Municipal de Lim-peza Urbana (Comlurb). “Descobri isso há alguns anos, quando visitei o Rio: a Comlurb utiliza o modelo de excelência da gestão da FNQ. O que falta é essa mobilização nas empresas privadas, pois pudemos ver que as públicas já estão bem avançadas.”

Os dois destacam a importância de mobilizar o setor privado e, no caso da indústria de petróleo e gás natural, assim como o setor naval, que vem se expandindo de forma acelerada, a cadeia de fornecedores de setores que têm tal peso na economia. Carla Acuña lembra que a própria Petrobras procurou a FNQ, há menos de dois anos, preocupada com essa questão.

EXCELêNCIAA melhoria de gestão da cadeia de fornecedores de bens e serviços da Petrobras é um dos grandes desafios da indústria brasileira, que tem um importante aliado na Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), que está intensificando os seminários regionais que difundem o modelo de excelência que é referência das principais premiações do país no setor

por Beatriz cardoso e cassiano Viana

Seminário em Busca da excelência

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“A Petrobras destacou que tem um desafio muito grande pela fren-te, principalmente na exploração do pré-sal, necessitando de fornecedores capacitados, que possam atender a essa demanda, com um alto padrão de qualidade”, observa Carla Acuña. “A Petrobras reuniu vários parceiros, não só a fundação, para implementar um programa gigante de qualifica-ção de sua cadeia de fornecedores”, acrescenta Carlos Adriano Vianini.

O grande desafio, para o qual a Petrobras está mobilizando várias instituições, como as que apoiam os Sebe e outras iniciativas similares, é levar o modelo de excelência da ges-tão, que a fundação preconiza, para estes fornecedores e ajudá-los sua na implementação. “Hoje temos uma parceria com o Sebrae, no prêmio MPE, que mobiliza o país inteiro. O Rio de Janeiro é um estado que par-ticipa ativamente. Mas, assim como em todo o país, o maior número de inscritos continua sendo do comér-cio, e não da indústria”, observa a coordenadora da FNQ.

Adriano Vianini destaca que a grande importância desse modelo de gestão está no fato de ser uma ferra-menta que dá uma visão sistêmica do todo, desde a prática de gestão ao planejamento do futuro da empresa, e também a forma de ela se relacionar com as partes, gerando valor para a sociedade. “É fundamental que haja capacitação do capital humano, uma qualificação adequada, uma gestão empresarial que suporte tudo o que está por vir. Até mesmo para organi-zar a casa, pois a empresa sabe que o desafio maior está no futuro. E ela precisa ter um sistema de gestão que integre tudo isso, e ser mais e mais competitiva. Quando vai se buscar excelência, tem que ser competitiva. Em todos os sentidos. Desde o pro-duto até a relação com a sociedade”, frisa o gestor da FNQ.

Segundo Carla Acuña, o grande desafio é buscar o equilíbrio entre a qualidade e a quantidade. “Porque a indústria terá de fornecer produtos com qualidade, dentro dos prazos, mas em uma quantidade muito maior – o

pré-sal e a indústria do petróleo como um todo, vão demandar um volume muito maior de bens e serviços. O pro-blema está em manter esse padrão de qualidade, mesmo tendo de produzir em maior quantidade”, pontua a co-ordenadora, afirmando que algumas empresas já vislumbram isso.

Ambos observam que não apenas as grandes companhias, mas também as pequenas e médias, têm condi-ções de atingir os mais altos níveis de excelência em gestão, utilizando as ferramentas e o modelo dissemi-nado pela FNQ. “Várias empresas que já se destacaram nas premiações têm, inclusive, mudado de patamar, pois ganharam competitividade e cresceram”, destacam.

Adriano Vianini observa que em-bora os seminários estejam sendo realizados apenas em nove estados, a FNQ tem estado presente em to-das as regiões do país, por meio do Sebrae Nacional. “A fundação conta com uma rede de parceiros que leva esse modelo de gestão de excelência

para todos os estados. Com o Sebrae, estamos em 27 estados, levando os programas estaduais de qualidade para 22 deles. Não precisamos de um canal direto de comunicação: o nosso intuito é gerar conhecimento para estes parceiros, mobilizando a cadeia produtiva. O Sebrae conse-gue chegar mais na pequena e micro empresa”, conclui gestor.

Criada em 1991, a Fundação Na-cional da Qualidade é uma institui-ção sem fins lucrativos cujo objetivo é disseminar amplamente os Fun-damentos da Excelência em Gestão para organizações de todos os setores e portes, contribuindo com o aperfei-çoamento da gestão, o aumento da competitividade das organizações e, consequentemente, com a melhoria da qualidade de vida do povo brasi-leiro. A instituição é responsável pela organização, promoção e avaliação do Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ), que reconhece anualmente as melhores práticas de excelência em gestão do país.

A esTATAl vem reAlizANdo oficinas de trabalho para consolidar uma rede de melhoria de gestão da cadeia de for-necedores de bens e serviços, dentro de uma ação organizada em conjun-to com o ministério do Planejamento (mP), Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) e movimento Brasil Competitivo (mBC). em uma reunião realizada em abril, o presidente da Petrobras, José sergio Gabrielli de Azevedo, destacou que essa rede tem o “papel fundamen-tal de trazer à discussão o processo de gestão das empresas que constituem a cadeia de fornecedores da empresa”, contemplando uma política industrial orientada pela demanda e com redução de riscos. segundo ele, a rede não visa apenas a troca de ideias entre os elos dessa cadeia, mas sim gerar “um pro-grama executivo de ação que alcance, além das entidades que fazem parte da

rede, o público-fim, as empresas e os segmentos que vão se estruturar”, a partir das demandas da Petrobras.

segundo Gabrielli, é preciso estimu-lar a gestão e a sustentabilidade na cadeia de fornecedores da empresa, ampliando a sua competitividade para atendimento às demandas planejadas. A rede atenderá tanto às necessidades de fornecedores já estruturados quanto às dos subfornece-dores (de insumos, peças, serviços etc.) e dos que precisarão de associações e inovações para crescer.

Utilizando os recursos disponíveis e minimizando os riscos, empresas e segmentos poderão criar atividade econômica e atender às necessidades da Petrobras. “Não há receitas pron-tas, soluções únicas. A necessidade de trabalhar em rede é vital para com-preender a diversidade de problemas existentes”, afirmou Gabrielli.

Esforço estratégicoPetrobras mobiliza entidades para ajudar na melhoria da gestão da cadeia de fornecedores de bens e serviços

eventos

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eventos

O combate à venda ilegal de Gás LP e as maneiras de fazer com que as empresas ganhem cada vez mais a

confiança dos clientes foram os principais assuntos abordados no 1º Encontro Nacional de Gás LP (Ena-gás), realizado em Campinas (SP). O presidente do Sindicato Nacio-

nal das Empre-sas Distribuido-ras de Gás LP (Sindigás), Sér-gio Bandeira de Mello, lembrou na abertura do evento que o ní-

vel do serviço das companhias é tão bom, que elas não constam na lista de maiores reclamações do Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon).

Com a presença das principais empresas do setor de venda e distri-buição do popular “gás de cozinha”, a abertura do evento contou também com Robson Carneiro, presidente da Sergipe Gás (Sergás), Durval de Barros, superintendente de Comu-nicação Institucional da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocom-bustíveis (ANP) e de José Ricardo Bastos, do Procon de São Paulo.

Para Robson Carneiro, a inte-gração cada vez maior da ANP com os sindicatos do setor de Gás LP é fundamental para a melhoria dos

serviços prestados pelas empre-sas e, também, para o sucesso do programa de combate aos pontos ilegais de venda de botijões.

A expectativa dos membros do setor, que movimenta R$ 19 bilhões ao ano e gera 350 mil empregos diretos e indiretos, é que a sua participação na matriz energética brasileira, que atualmente é de 3,4%, ultrapasse 4,5% em 2020. Segundo a Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), será possível alcançar a autossuficência em 2015.

Após a mesa de abertura foi ini-ciada a palestra “Entendendo o de-sejo do consumidor de Gás LP”, na qual o presidente da empresa Coper-

nicus Marketing, Alberto Cerquei-ra, apresentou a pesquisa inédita, realizada em de-zembro de 2009, sobre o perfil do cliente. De acor-do com o estudo,

a grande maioria dos consumidores compra o botijão uma vez por mês.

Já com relação à origem do gás, nas classes A e B, 67% compram no revendedor legalizado; nas classes C, D e E, esse número cai para 52%. Sobre a fidelidade do consumidor com seu fornecedor, a pesquisa mostrou que o públi-co é fiel. Apenas 12% mudam de fornecedor.

Além do preço médio de R$ 38, a agilidade, a confiança e qualida-de do serviço prestado são alguns dos principais motivos alegados pelos consumidores do Gás LP. Para Alberto Cerqueira, a grande disponibilidade – quase de 24 ho-ras – dos fornecedores informais (muitos são vizinhos de rua dos compradores) e a falta de acesso em algumas regiões do país, como o Centro-Oeste e o Norte, influen-ciam na hora da compra do gás no revendedor ilegal.

Programa Gás LegalPara acabar com o comércio

clandestino de botijões de gás, o Sindigás, com apoio da ANP, rea-liza ações em diversos estados do Brasil, para conscientizar a popula-ção a não comprar nas revendas ir-

Com um mercado que gera 350 mil empregos e vende 33 milhões de botijões de gás

por mês, representantes das maiores empresas do setor no país marcaram presença

no 1º Encontro Nacional de Gás LP

Gás LP em debatepor Rodrigo Miguez

1º Encontro Nacional de Gás LP

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regulares. Segundo Sérgio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás, o informal só quer saber de vender o produto, sem se preocupar com a sua qualidade ou a segurança do usuário.

“O informal não realiza presta-ção de serviço alguma, como au-xílio ao consumidor ou a troca de equipamentos como a mangueira, que deve ser substituída a cada cinco anos”, afirmou. Segundo dados, 35.492 revendas estão ca-dastradas, e há 2.420 ainda em

processo de cadastramento. Já os informais caíram de 150 mil para 80 mil, com as ações de combate aos estabelecimentos irregulares em todo o país. Para Sérgio, o en-volvimento das autoridades locais é essencial para a erradicação do comércio ilegal de Gás LP. “É pre-ciso haver um choque de ordem nos ilegais”, disse.

Segundo Rubem Mesquita, di-retor de planejamento e marketing da SHV Gás Brasil, o prejuízo que a venda ilegal de gás causa para

a economia do país, somente com o não recolhimento de imposto de renda, é de aproximadamente R$ 50 milhões por mês.

Com relação à segurança, o presidente do Sindigás afirmou que o produto não tem risco al-gum, rebatendo as críticas de que o Gás LP seria inseguro. “O botijão de gás é tão seguro que fica ao lado de um fogão aceso”, afirmou. O 1º Enagás teve a participação de 400 pessoas durante os três dias de evento.

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eventos

investimentos em energia nu-clear, gestão de grandes cen-trais hidrelétricas, energias renováveis, financiamento de projetos de energia e susten-tabilidade estiveram na pau-

ta do dia da conferência do Energy Summit, que esse ano acrescentou à sua programação um seminário sobre gestão tecnológica, além de uma exposição, a Energy Trends Expo. “Além dos tradicionais deba-tes, o evento reforçou sua vocação para ser palco de novos negócios com essa exposição, que trouxe

novidades em equipamentos e soluções tecno-lógicas para o setor ”, destaca Tatiana Munhoz, gerente de Proje-tos da IBC, que promoveu o evento, entre os dias 3 e 5 de agosto.

Como já havia sido anunciado na semana anterior ao evento pelo presidente da EPE, Mauricio Tol-masquim, os resultados de estudos do órgão público sobre o consumo

de energia para esse ano sinali-zam um cresci-mento de 7,2%. Um índice que poderá ser re-visto e chegar a 7,5%, de acordo

com o diretor de estudos econômi-cos e ambientais da EPE, Amilcar Guerreiro, durante a palestra de abertura do Energy Summit.

Guerreiro destacou que esse crescimento é significativo diante da acomodação no consumo que

Novos investimentos e ações efetivas das operadoras de energia são necessários para fazer frente ao crescimento de 7,2% no consumo nacional esse ano, segundo projeção da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Essa foi uma das questões debatidas durante o 11º Energy Summit, tradicional encontro dos líderes do setor energético brasileiro, realizado no Rio de Janeiro. Promovido pela IBC, o evento reuniu representantes dos governos federal, estaduais e municipais, empresas de energia, investidores e representantes de associações e de grandes consumidores para discutir o futuro do mercado energético.

mercado de energiaO futuro do

por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

11º Energy Summit

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está ocorrendo em outras partes do mundo, com exceção, é claro, da China, que continua a crescer em ritmo acelerado e demandan-do mais e mais energia. Ele lem-brou que, mesmo com a redução no índice de natalidade, o Brasil adiciona 14 milhões de pessoas à população por década, gerando demanda quase igual por habita-ção – em torno de 13,7 milhões de unidades residenciais.

“Tudo isso requer energia. Te-mos de respeitar o ambiente, mas possibilitando a instalação de novas hidrelétricas, pois o Brasil ganha o equivalente à população do Chile a cada dez anos”, declarou. Este ano é considerado atípico, devido à retração de 2009, de acordo com Guerreiro, que afirmou que o país se prepara para um aumento em torno de 5% da demanda de energia a cada ano.

O executivo defendeu as térmi-cas movidas a óleo. “Mesmo que elas sejam caras e agressivas ao ambiente, não podem ainda ser descartadas na composição de nossa matriz energética. A EPE conta com térmicas a óleo e quer a definição das novas centrais nu-cleares.” Guerreiro revelou ainda haver preocupação com o arma-zenamento de energia, o que an-tes era feito de forma barata, nos grandes lagos das usinas.

O diretor de Estudos Econô-micos e Ambientais da EPE afir-mou que o Brasil terá, em 2019, 52% da energia gerada com base em itens renováveis, contra uma média mundial de 15%. E disse que o gasto para geração extra de energia, até 2019, será de R$ 200 bilhões – chegando a R$ 1 trilhão, considerando o petróleo.

Guerreiro acredita que não ha-verá mudança drástica nas regras do setor energético no caso de vitória da oposição nas eleições presidenciais de outubro. Para o executivo, há uma tendência de respeito aos contratos, principal-mente na área de energia elétrica. “Nas áreas mais sensíveis, a rota está dada. Ninguém acredita que vá haver um grande rompimen-to”, frisou Guerreiro, lembrando que o atual governo conseguiu realizar algumas mudanças de regras, mas sem alterar os con-tratos firmados. “Esse é um ponto comum e espero que seja manti-do. É um ponto de estabilidade importante”, acrescentou.

Em defesa do atual modelo, o executivo ponderou que hoje as empresas entram nos leilões de energia para disputar empreendi-

dUrANTe o eveNTo, a ePe adiantou que estabeleceria uma parceria com a eletronuclear para desenvolver es-tudos preliminares de seleção de locais para a instalação de usinas nucleares. o estudo feito dentro dessa parce-ria, formalizada no dia 11 de agosto, no rio de Janeiro, complementará uma pesquisa inicial de áreas para insta-lação de novos projetos da eletronuclear, exclusivamen-te na região Nordeste.

os levantamentos estarão centrados em locais que pode-rão receber as novas usinas nucleares nas regiões sudeste, sul e parte do Centro-oeste. os estados pesquisados serão espírito santo, minas Gerais, rio de Janeiro, são Paulo, Pa-raná, santa Catarina, rio Grande do sul, Goiás e mato Grosso do sul. segundo a ePe, outras unidades poderão ser con-templadas no estudo, mediante aditivo contratual.

segundo o presidente da ePe, Mau-ricio Tolmasquim, a parceria com a ele-tronuclear será muito importante para a execução dos estudos de planejamento relacionados à expansão da geração nuclear no país. “Como o potencial hi-drelétrico brasileiro, que atualmente é a nossa prioridade, começa a se esgotar dentro de aproximadamente 20 anos, a energia nuclear passa a ser uma boa opção para a expan-

são do parque gerador nacional, complementada por fontes alternativas como a eólica e a biomassa”, avalia.

o valor total do acordo é de pouco mais de r$ 3,3 milhões, sendo que a participação estimada da ePe na execução dos trabalhos é de até r$ 1,280 milhão. o prazo de vigência é de 24 meses, podendo ser prorrogado.

À parte o novo estudo, a eletronuclear continua na dependência da liberação, até o final deste ano, de um fi-nanciamento de r$ 5 bilhões a 6 bilhões do Banco Nacio-nal de desenvolvimento econômico e social (BNdes). os recursos estão destinados à construção da usina de Angra 3, que terá capacidade para 1.350 mW. do total de r$ 9 bilhões previstos para serem investidos na usina, o BNdes deverá responder com aportes entre r$ 5 bilhões e r$ 6 bilhões. o preço de energia de Angra 3 foi definido em r$ 148,65/mWh por uma portaria do ministério de minas e energia (mme).

“se não tivermos a confirmação deste financiamento, teremos que re-ver as contas e tomar novo emprés-timo, porque os recursos já estão acabando”, disse Leonam Guimarães, assistente da diretoria da eletronu-clear, que não gostaria de precisar renovar o empréstimo-ponte de r$ 250 milhões, que contraiu da eletrobras, com juros bem mais altos. A expectativa é que a usina nuclear de Angra 3 entre no sistema até 2015.

Parceria energética

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mentos já com licenças ambientais prévias e deixam os certames com contratos fechados, que facilitam a obtenção dos financiamentos. “Esses foram avanços importantes que viabilizam a expansão”, afir-mou Guerreiro.

Ainda segundo o executivo, a EPE deve concluir até o final do ano os estudos de áreas prováveis do Sul e Sudeste do país que pode-riam abrigar uma central nuclear. Conforme acordo feito com a Eletro-nuclear, a pesquisa vai dar subsídios para o planejamento de projetos no longo prazo e ainda na definição da localização das próximas centrais nucleares. Após a Central Nuclear do Nordeste, a previsão do gover-no é que sejam construídas novas usinas no Sudeste.

Menos tributos Carlos Faria, presidente da

Associação Nacional dos Con-sumidores de Energia (Anace), demonstrou total inconformismo com o fato de o Brasil ser ‘líder mundial’ em tri-butação da ener-

gia, que juntamente com os encar-gos financeiros, representam 47% do custo final desse insumo. “Isso é um absurdo. Com um sobrecusto de quase 50% na energia, não é de se espantar que indústrias brasi-leiras procurem instalar fábricas em outros países para fugir desse ônus”, declarou Faria, frisando que o ICMS, um dos principais tributos aplicados, é um dos mais altos do país no estado do Rio de Janeiro.

Segundo o dirigente da Anace, a sociedade deve se mobilizar para reduzir essa tributação, defenden-do também a extinção da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que arrecada recursos junto às con-cessionárias de energia elétrica do

sistema interligado, para financiar o óleo diesel da geração termelétri-ca das áreas isoladas (sobretudo na região Norte do país), não atendi-das pelo serviço de eletrificação.

Faria rebateu o diretor da EPE, afirmando que as termelétricas mo-vidas a óleo combustível são muito caras e devem ser evitadas. “Hoje, com todo o sistema integrado, a CCC pode ser extinta, o que daria um alí-vio de cinco pontos percentuais no valor pago pelos consumidores indi-viduais e às empresas”, aponta.

Os recursos da CCC são admi-nistrados pela Eletrobras e cabe à Agência Nacional de Energia Elé-trica (Aneel) fixar os valores das cotas anuais da conta de consumo de combustíveis, recolhidas mensal-mente nas contas de luz pelas dis-tribuidoras de energia elétrica. Em relação à energia eólica, o executivo elogia a realização do primeiro lei-lão e o anúncio do segundo, mas pontua que ela deveria ser plena-mente disponível no mercado e não apenas mantida como reserva.

“A Anace é totalmente favorável ao uso intensivo de energia nuclear e considera que, além de Angra 3, a construção de novas usinas já deveria ter sido aprovada e ter um calendário definido, de conheci-mento geral.” Em relação à redu-ção dos reservatórios, Faria que, afirmou que embora seja um fator de risco, a principal preocupação da entidade continua sendo a carga tributária. “Isso tende a ampliar o Custo Brasil e tirar competitividade da indústria nacional. Além da irre-alidade cambial, que também joga o país para baixo na comparação com o resto do mundo, pode-se acrescentar”, conclui.

Tecnologia a favor da energiaO seminário ‘Gestão tecnológica

de energia’, que ocorreu em parale-lo aos debates do Energy Summit, reuniu cases de empresas nacionais

e estrangeiras que mostraram as vantagens da incorporação de tec-nologia para a melhor rentabilidade e confiabilidade no sistema de gera-ção e distribuição de energia.

A empresa Critical Software, que atua no setor de geração, dis-tribuição e transmissão de ener-gia, além de projetos de eficiência energética, e no monitoramento e captura de dados da geração de energia, fez uma apresentação so-bre o gerenciamento de parques geradores e de ativos de energias. Um dos pontos destacados foi a im-portância do smart grid no controle das informações sobre a produção de energia, em especial em fazen-das eólicas e nas pequenas centrais hidrelétricas (PCH).

No caso da energia eólica, os grandes desafios são os custos de manutenção dos aerogeradores, que sofrem com a fadiga e com os efeitos das condições atmos-féricas. Segundo dados do setor, são necessárias até cinco inter-venções por ano nas pás. Por isso, o monitoramento das turbinas é necessário para se obter, com ante-cedência, os dados sobre o estado de funcionamento do equipamento, reduzindo, assim, os custos de ma-nutenção. Outro fato muito comum que danifica as pás é a condição atmosférica: em fazendas eólicas do Rio Grande do Sul, ocorre, com frequência, a presença de gelo. Com o gerenciamento das condi-ções externas, é possível prever e antecipar medidas para reduzir esses gastos.

Já a companhia ABB mostrou as vantagens das modernizações tec-nológicas das usinas hidrelétricas para a melhoria da confiabilidade do seu funcionamento. Fábio Nug-nezi, gerente geral de geração de energia e águas da ABB, lembrou que hoje existem ainda em opera-ção usinas inauguradas em 1910 e que precisam, claro, passar por

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uma renovação tecnológica, que inclui a automação.

Uma das soluções levadas pela ABB ao Energy Summit foi o retrofit, quando se mantém toda a estrutura, trocando apenas o equipamento antigo por um novo. Nugnezi afirmou também que o gerenciamento através da automa-ção é importante para a integração dos sistemas dentro de uma usina: assim, ela irá funcionar com mais eficiência, já que os dados serão coletados e o conhecimento sobre a sua operação será maior.

Outros cases destacados foram o de tecnologia de solar cooling, apresentado por Marcos Teixeira, gestor de projetos do programa de energia da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GTZ), e o de sis-temas de dessulfurização de gases com tecnologia Semi-Dry para plan-tas termelétricas a carvão mineral, apresentados em conjunto por Paulo Bade, da MPX e Marcelo Ozawa, gerente de tecnologia da Enfil.

Diversificação necessáriaA Companhia Operadora do

Mercado Energético (Coomex), maior comercializadora de energia independente do país (em volume de negócios), que em maio deste ano inaugurou seu primeiro projeto na área de geração, está empolgada com o atual cenário energético.

A empresa, que atua na comer-cialização de energia, gerencia-mento de ativos e serviços espe-cializados de energia, vê grandes oportunidades para os próximos anos nos dois segmentos: geração e consumo. Fundada em novembro de 2005, a empresa vem organizando leilão atrás de leilão, tendo como matéria-prima os megawatts (MW)

gerados a partir do processo pro-dutivo do açúcar e do álcool.

O presidente da Coomex, José Manoel Amorim, acredita que há

muito espaço para a colocação de novos projetos de geração, citando como exemplo a central geradora hidrelétrica (CGH) Santo Expedi-to, em Santa Maria do Oeste, no Paraná. A CGH Santo Expedito, que tem apenas 1MW de potên-cia instalada, é o pontapé inicial da empresa para diversificar sua atuação. A obra pertence à holding Fênix Geração Hidráulica (FGH), na qual a Coomex tem 51% de par-ticipação.

Segundo Amorim, há um am-biente propício aos projetos, com demanda crescente, preços aces-síveis que remuneram facilmente os empreendimentos e arcabou-ço regulatório de contratação de energia cada vez mais favorável a contratos de longo prazo. “Nós vemos a perspectiva de ativos de produção independente e, princi-palmente, de geração distribuída, como grande oportunidade para investimentos. Ou seja: oportuni-dade de diversificação de investi-mentos e da própria matriz, com empreendedores tradicionais do setor ampliando a oferta de me-gawatts/ hora”, afirma.

O executivo da Coomex pontua que a evolução do segmento de geração começou a se acelerar há três anos, com o primeiro leilão de fontes alternativas, mas tende a manter este crescimento para os próximos anos. “Este intenso cres-cimento vai continuar, ainda mais

na área de geração distribuída, que é a de médio e pequeno porte”, complementa.

Destacando a prática da em-presa em promover a capacitação contínua de seus funcionários, o executivo, que também é conse-lheiro da Associação Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel) falou sobre a iniciativa da instituição de qualificar os operadores de energia, visando a melhoria da qualidade nessa atividade.

De acordo com Amorim, o pro-jeto tem o objetivo de capacitar o operador e fazer com que ele te-nha condições de liderar qualquer ação de comercialização no mais alto nível ético, profissional e pro-cessual, para melhorar o ambiente comercial e diminuir o risco ope-racional nas empresas. Ele obser-va que o curso será voltado para profissionais de comercialização e de geração, ligados a operadoras e outras áreas afins.

O primeiro curso deve ser reali-zado em setembro, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. “A expectativa é que o curso seja feito em três módulos, sendo o primeiro o de operador; o segundo, de gestor de carteira de contratos; e, o último, de es-pecialista de comercialização de energia. Embora se inicie em São Paulo, o objetivo é que se estenda mais tarde aos demais estados”, afirma Amorim.

Após o curso, a Abraceel preten-de fazer a certificação das comer-cializadoras, para atestar a adequa-ção dos sistemas e da governança na condução das operações, de forma a criar um ambiente mais seguro no mercado livre.

eventos

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perfil profissionalRobson Campos

Ouroda casaPrimeiro presidente brasileiro da finlandesa Wärtsilä, líder no mercado de motores

de geração de energia e propulsão marítima, Robson Campos comemora 20 anos

na companhia. Está na Wärtsilä desde 1990, primeiro ano da finlandesa no Brasil.

Começou como office-boy e, após um período de seis meses em outra empresa,

retornou para assumir o desafio de consolidar a posição da companhia no país.

por Cassiano Viana

A HISTóRIA PROFISSIONAL de Robson Campos se confunde com a da Wärtsilä, que está no Brasil desde 1990. Casado, pai de dois filhos, nascido e criado no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, sua trajetória é um verdadeiro caso de sucesso. Aos 40 anos, é o primeiro brasileiro a assumir a presidência da companhia na qual começou como office-boy, enquanto estudava direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no campus do Centro da cidade.

“Prestes a fazer o vestibular, eu estava em dúvida entre fazer direi-to ou economia, pois sempre tive muita facilidade com matemática”, recorda o executivo que entrou aos 19 anos na Faculdade de Direito e uma semana depois, começou como office-boy na Wärtsilä.

Isso aconteceu logo nos primeiros momentos após do anúncio do Plano Collor, conjunto de reformas econômicas e planos para estabilização da inflação, criados durante a presidência de Fernando Collor de Mello e que combinava liberação fiscal e financeira com medidas radicais.

“Quem viveu aquela época sabe que foi uma fase muito ruim, de es-cassez de empregos. Com a morte de minha mãe, meu pai teve de cuidar sozinho dos três filhos e de minha avó. Tudo o que eu pedi foi para terminar o segundo grau... e, depois, que ele não se preocupasse, eu começaria a trabalhar”, recorda. “A primeira oportunidade de emprego foi na função de boy em uma empresa que estava se estabelecendo no país.”

Desvio de rumo – O estudante de direito não imaginava que chegaria tão longe. Em 1992, dois anos depois de entrar na companhia finlandesa, ele foi promovido a assistente financeiro. “Isso foi me levando para longe do direito.” Três anos mais tarde, com apenas 25 anos, assumiu o primeiro cargo de gerência, da área de controladoria financeira da companhia.

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“Na primeira promoção, eu me casei”, lembra. “Tranquei a facul-dade por um ano, depois voltei e me formei, em 1996. Como eu era o único advogado, acabei exercendo, em paralelo, a função de jurídico da empresa.”

“Lidava muito com a parte financeira no início da carreira. No mercado da Wärtsilä, lidamos com contratos complexos, inves-tidores financeiros e fundos de investimentos. Ter essa bagagem e o conhecimento de como funciona o mercado é fundamental para o meu trabalho hoje”, avalia.

A partir daí, foi uma questão de tempo para que o executivo come-çasse a assumir novas posições. Em meados de 1998 – ano de nascimen-to da primeira filha –, acumulou a função de controller com a da ge-rência da Sociedade de Propósito Específico Wärtsilä Rio Negro, em Manaus (AM), quando conduziu a implementação da maior planta a óleo do mundo na época, a Usina Rio Negro, com uma capacidade de 156 MW.

“A vida em Manaus foi uma experiência interessante, pessoal e profissionalmente. Viver em um lugar diferente, desbravar um pouco o norte do país, na época uma me-trópole menor do que é hoje”, diz. “Fui muito bem recebido em Ma-naus e me relaciono muito bem com as pessoas de lá. Fiz muitos amigos e vou com bastante frequência para a cidade com fins pessoais, além dos profissionais”, afirma.

O único problema foi o peso adquirido nesse período. “Ganhei vinte quilos! Cheguei a 112! É ób-vio que eu vinha num crescente. Mas desconto muito o estresse, a ansiedade, em comida. Em 2007, iniciamos um novo projeto, um grupo de trabalho para trabalhar nos leilões de energia, e comecei a fazer uma dieta. Eu queria mudar de vida nessa época”, lembra.

Enquanto dobrava o tamanho da empresa, a quantidade de ca-pacidade instalada da Wärtsilä, ele perdia 22 quilos... e ganhou seu maior hobby: a corrida rústi-ca. “Hoje, corro a meia maratona. Minha vida mudou muito com a corrida.”Com toda energia – De volta, em 2000, assumiu a área financeira de projetos de Energia da Wärtsilä.

Como conhecia bem a prática da área financeira, mas lhe faltava a base teórica, no mesmo ano pas-sou a cursar a pós-graduação na área de Finanças Corporativas no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec).

Em 2003, aos 32 anos, assu-miu a diretoria regional da área de Energia para o Mercosul e li-derou o departamento de energia, levando a empresa a um cresci-mento significativo. Em três anos, o Departamento contabilizava seis gerentes e 34 colaboradores res-ponsáveis por vendas, gerencia-mento de contratos, gerenciamen-to de projetos e logística. A área foi responsável pela implantação de 11 termelétricas distribuídas no Brasil.

“Tivemos de montar uma es-trutura para acompanhar o cresci-mento do mercado de energia no país. Hoje, a área no Brasil respon-de por cerca de 10% do faturamen-to global da empresa”, diz.

Para Robson, outro momen-to importante em sua trajetória profissional foi a conclusão de projetos na Argentina e no Uru-guai, sendo o mais marcante a construção da primeira terme-létrica do Uruguai. A usina, de 80 MW, nasceu de um acordo fir-mado com as construtoras Teyma Uruguay e Saceem, que incluía a construção, fornecimento de equipamentos e serviços de ope-ração e manutenção.

Em outro momento de 2009, foi convidado para assumir a direção executiva e profissio-nalizar a gestão da Eletricidade do Brasil, empresa geradora de energia com sede em Recife (PE), e que tem seis usinas termelétri-cas, cinco no Nordeste e uma no Amazonas, onde foi responsável por toda a área de operações e novos negócios. Depois de sete meses, em maio desse ano, voltou

Idade: 40

Formação: Advogado

Primeiro trabalho: atendente no Bob’s. Na Wärtsilä, office-boy

Principais cargos ocupados: gerente de Controladoria, diretor de de-senvolvimento e serviços Finan-ceiros, diretor regional de energia, responsável pelo mercosul, vP da eletricidade do Brasil s/A e presi-dente da Wärtsilä

Horas médias de trabalho/dia: 12h

Hobbies: correr e cavalgar

Sonho de consumo quando criança: Autorama

Sonho de consumo hoje: moto Ya-maha v-max

Músicas: Halo, Beyoncé, e Velocidade da Luz, revelação

Um bom lugar para descansar: Fazenda do serrote, em santo Antonio do Aventureiro, mG

Um filme: A Lista de Schindler, steven spielberg

Livros: qualquer um do ruben Fonse-ca e A cura de Schopenhauer, de irvin d. Yalon

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perfil profissional

Informação de qualidade

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Indústria naval: os próximos passos de Alceu Mariano, presidente da Sobena – Sociedade Brasileira de Engenharia Naval

ESPECIAL: PRODUTORES INDEPENDENTES

O outro Brasil do petróleo

Ano XII • jan/fev 2010 • Número 70 • www.tnpetroleo.com.br

Entrevista exclusiva

Armando Comparato Jr, presidente da Prysmian América do Sul

O Brasil é ótimo

E o tombo não foi tão grande assim

SMS: a indústria já entende essa mensagem

Forship: gestão regulatória

FMC: produção submersa

Bahia: onde tudo começouCadeia produtiva baianaInovação para campos maduros

Pequenos produtores, pequenos municípios e grandes esperanças, por Doneivan F. Ferreira

A cara e a cruz: situação do parque supridor na Bahia, por Nicolás Honorato Cavadas

Campos maduros e o governemnt take, por Thereza Aquino e Mauricio Aquino

Sustentabilidade acontece quando se olha para o futuro, por Otavio Pontes

A importância da logística enxuta nas corporações, por Aldo Albieri

Demanda e produção de petróleo: a necessidade de gestão, por Ronald Carreteiro

As oportunidades do mercado internacional de gás e óleo pós-crise, por Eduardo Sausen Mallmann

Como atingir a excelência operacional, por Ailtom Nascimento

Nas águas turbulentas do ISS, por André L. P. Teixeira, Bianca de S. Lanzarin e Tiago Guerra Machado

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nº 70

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O futuro do aço brasileiro de Gabriel Aidar Abouchar, diretor de Mineração e Siderurgia da Abemi

ESPECIAL: TECNOLOGIA SÍSMICA

Brasil: um território inexplorado

Ano XII • mar/abr 2010 • Número 71 • www.tnpetroleo.com.br

Entrevista exclusiva

Tomaso Garzia Neto, presidente da Projemar

Engenharia é o nosso negócio

O outro Brasil do petróleo – Parte 2

Festa para o Almirante Negro

Golfo do México: horizonte sombrio

Licença ambiental para o Estaleiro do Paraguaçu

Novos desafios à regulação: a sobrevivência dos independentes, por Marilda Rosado

O marco brasileiro, por Marcio Silva Pereira

Acidente ambiental, por Maurício Green e Carlos Boeckh

O contrato de partilha de produção: considerações sobre o regime tributário, por Gonçalo Falcão

A economia brasileira e o apagão de talentos, por Alfredo José Assumpção

Sistema óptico aprimora medição de tensões residuais em dutos enterrados, por Armando Albertazzi Gonçalves Jr. e Cesar Kanda

Royalties do petróleo e tributação: ou um ou o outro, por Danny Warchavsky Guedes e Caroline Floriani Bruhn

Mercado de biocombustíveis carece de regulação, por Liliam Fernanda Yoshikawa e Hilton Silva Alonso Junior

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A energia descriminada, de Antonio E. F. Muller, presidente da Abdan (Associação Brasileira do Desenvolvimento das Atividades Nucleares)

224 bilhões de dólares eminvestimentos

Ano XII • mai/jun 2010 • Número 72 • www.tnpetroleo.com.br

Entrevista exclusiva

John Forman, vice-presidente da HRT Oil & Gas

De volta ao Eldorado

O outro Brasil do petróleo – Parte 3

Wärtsilä: com força total

Lançado ao mar primeiro navio fluminense do Promef

Primeiro porta-contêineres construído no Brasil

A hora do pré-sal e dos pequenos produtores de petróleo e gás, por Haroldo Lima

Modalidades de transporte e escoamento de óleos não convencionais, por Clenilson da Silva Sousa Junior

A evolução do licenciamento ambiental das atividades de E&P, por Maria Alice Doria

CADERNO DE SUSTENTABILIDADEMichelin Challenge Bibendum: mobilidade sustentável

Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade: diálogo necessário

Conferência Internacional do Instituto Ethos 2010

Mais de 2 milhões para Piatam V

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nº 72

ESPECIAL: PLANO DE NEGÓCIOS DA PETROBRAS 2010-2014

Sempre, sempre, sempre...

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para a Wärtsilä para assumir a presidência.

“O fato de conhecer a empresa há muito tempo me dá segurança para agir. Entendo bem o mercado, estou alinhado com a política da companhia e conheço a cabeça e o espírito dos meus colegas.”

O segredo é flexibilidade – Muita coisa ficou do curso de direito. “Principalmente o conhecimento de como funciona a administra-ção pública, a regulação e as leis que regem a economia em geral. O mercado de energia, que é a área que mais conheço, é essen-cialmente financeira e legal. Em geral, nossos clientes na área de energia são, por exemplo, fundos de investimentos e bancos que re-conhecem no setor oportunidades de investimentos.”

Em nenhum momento sentiu preconceito por não ser enge-

nheiro. “Depois de tanto tempo na Wärtsilä, ninguém descobre, na primeira hora, no Brasil ou lá fora, que eu não sou engenhei-ro”, diz. “Quase sempre causa surpresa, mas nunca senti pre-conceito.”

Apesar de todo mundo dizer que o carioca tem dificuldade de sair do Rio – “Pude comprovar isso por duas vezes, mas nunca achei que a mudança seria defini-tiva, sempre achei que mais cedo

ou mais tarde eu voltaria. Mas eu sou tranquilo, profissionalmente, vou para onde me mandarem, me adapto muito fácil, vivo mui-to bem.” Mesmo na Finlândia? “Mesmo na Finlândia.”

Como todo bom canceriano, fora do trabalho, a família e os fi-lhos – uma filha de 12, e um filho de 8 – fazem o seu sentido da vida. “Você trabalha mais, tem motivos mais concretos para viver”, des-taca.

Praia, parques, passeios na La-goa, atividades ao ar livre. No final de semana, só não vale ficar em casa. Mas o final de semana típico come-ça na sexta-feira, com o jantar com amigos. “Temos um grupo gourmet e a cada mês um dos integrantes recebe em sua casa e cozinha para os amigos. Além da corrida, a culi-nária é outro hobby que eu tenho, mas que, infelizmente não pratico tanto quanto gostaria.”

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Petrobras e KL Energy Corporation

Ano 2 • nº 11 • setembro de 2010 • www.tnsustentavel.com.br

A Noção de FeliCidAde, atrelada à ideia de abundância, gera um

grande equívoco na sociedade, levando as pessoas ao consumo

desmedido e, consequentemente, ao desperdício.

o relatório ‘estado do mundo – 2010’, lançado recentemente pelo

Instituto Akatu e o Worldwatch Institute (WWI), que tem por objetivo

promover a reflexão sobre os graves problemas do mundo em que

vivemos, mostra que, além de excessivo, o consumo é desigual: em

2006, os 65 países com maior renda e que somam 16% da população

mundial foram responsáveis por 78% dos gastos em bens e serviços.

somente os norte-americanos (apenas 5% da população mundial)

respondem por 32% do consumo global. essa desigualdade é a fonte

de muitos conflitos relacionados ao acesso à água, alimento, moradia

e tantos outros bens essenciais à vida humana.

o que se busca é encontrar o caminho da reflexão e colocar

na pauta do dia o que se entende por ‘valores’. seria mais fácil se

as pessoas entendessem que a felicidade pode ser muito mais uma

forma de olhar o que se chama de ‘bens’ do que a própria obtenção

dos mesmos.

o medo da escassez gera o desejo de acumulação. Com isso,

a ameaça de escassez se torna real, porque não estamos sabendo

consumir e, principalmente, partilhar. e as verdadeiras oportunidades

de ganho estão na colaboração, e não na competição.

No relatório, a educação é apontada como responsável por “rom-

per com o padrão do consumismo, sugerindo que todos os aspectos

da educação terão de ser pautados pela sustentabilidade. Hábitos,

valores, preferências – todos são, em grande medida, formados na

infância. durante a vida, a educação pode ter um efeito transformador

sobre quem aprende. Portanto, explorar essa instituição poderosa

será essencial para redirecionar a humanidade para culturas de

sustentabilidade.”

iniciativas como as da Bayer, que recentemente promoveu a

sétima edição do Programa Bayer Jovens embaixadores Ambien-

tais, parceria mundial com o Programa das Nações Unidas para o

meio Ambiente (Pnuma), assim como a parceria entre a Amyris

e a Br, que visa incentivar o desenvolvimento de combustíveis

renováveis, como o diesel de cana, nos asseguram de estarmos

no caminho certo.

segundo ricardo Abramovay, professor titular da Faculdade de

economia da Universidade de são Paulo (FeA-UsP) e presidente do

Conselho Acadêmico do instituto Akatu, “o mundo não é feito apenas

de números e preços: ele é composto de outros fatores importantes

como as pessoas e as fontes de recursos”. e é com eles que devemos

querer conviver pacificamente.

daí a importância de incentivar a existência de empresas que

almejem ter uma posição de destaque no futuro, pautando o seu

modelo de negócios na sabedoria. esta é a categoria de empresas à

qual queremos, todos, ter orgulho de pertencer.

Lia Medeirosdiretora do Núcleo de sustentabilidade da TN Petróleo

Sumário

140 146 150 Bayer e Nações Unidas Aplysia

Programa internacional de meio ambiente

Qualidade em prol do meio ambiente

Petrobras investe US$ 11 milhões em parceria para produzir etanol

Vamos praticar a reflexão?

Editorial

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suplemento especial

138 TN Petróleo 73

O Instituto Akatu e o Worldwatch Institute (WWI), organização com sede em Washington (EUA), lançaram no dia 30 de junho a versão em português do relatório ‘Estado do Mundo – 2010’. O documento é uma das mais importantes publicações periódicas mundiais sobre sustentabilidade. por Maria Fernanda Romero

Produzido pelo WWI, o ‘Estado do Mundo’ traz anualmen-te um balanço com números

atualizados e reflexões sobre as questões ambientais. Este ano, em parceria com a WWI, o Akatu fez a tradução do documento para o por-tuguês. O estudo traz anualmente um balanço com números e refle-xões sobre as questões ambientais. Neste ano, o tema é ‘Transformando culturas – do consumismo à susten-tabilidade’ e aborda as mudanças no consumo, sob a ótica da economia, negócios, educação, mídia e movi-mentos sociais.

Um dos dados que mais chama a atenção no relatório é que ele aponta que apenas um sexto da humanidade consome 78% de tudo que é produzido no mundo. E conclui “sem uma mu-dança cultural que valorize a sustenta-bilidade em vez do consumismo, nada poderá salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.

Editado há 28 anos e em cerca de 30 idiomas, o ‘Estado do Mundo’ é publicado no Brasil desde 1999 pela Universidade Livre da Mata Atlântica (UMA), representante do WWI no país. Neste ano, o Akatu foi convidado para a parceria devido ao tema abordar especificamente sus-tentabilidade e consumo.

“Ao longo de sua existência, o Akatu vem se estabelecendo como

referência no Bra-sil em abordagem de questões refe-rentes ao compor-tamento de con-sumo, razão pela qual recebemos essa honrosa res-ponsabilidade do

Worldwatch Institute”, afirma Helio Mattar, diretor-presidente do Insti-tuto Akatu.

“Este relatório proporcionará o acesso a informações abrangentes a respeito de uma vida mais saudá-vel ambiental e socialmente, para

toda a sociedade”, comenta Eduardo Athayde, diretor do WWI.

Para o dire-tor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, o ‘Es-

tado do Mundo’ é uma ferramenta primordial de consulta para todos aqueles que têm alguma intenção de cooperar com a preservação do planeta. “O relatório é um choque de realidade. Um material que im-pulsiona a todos os que têm acesso a ele a agirem em benefício da Terra”, conclui Mattar.

Durante o lançamento do anuário, em São Paulo, Ricardo Abramovay,

professor titular da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e presidente do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu, revelou que já usa o relatório há muitos anos. “Em minhas aulas, cito dados dos relatórios sobre o es-tado do mundo para que meus alu-nos – que são os futuros economistas – saibam que o mundo não é feito apenas de números e preços: ele é composto de outros fatores impor-tantes como as pessoas e as fontes de recursos.”

Na ocasião, o professor também chamou a atenção para o cuidado que se deve ter ao discutir o con-sumo. Para ele, nem sempre as ele-vações dos padrões do consumo, sobretudo nos países mais pobres, significam mais impactos negativos sobre o uso dos recursos. “A troca do fogão a lenha por um que funcione a gás implica em impactos ambientais menores”, exemplificou.

Mattar concluiu recomendando a leitura do documento, que considera

‘primordial’ para todos aqueles que têm alguma inten-ção de cooperar com a preservação do planeta.

O Relatório – Segundo dados do relatório, na úl-

que é produzido NO MUNDO78% de tudo

UM SExTO da humanidade consome

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tima década a humanidade aumen-tou seu consumo de bens e serviços em 28%. Somente em 2008, foram vendidos no mundo 68 milhões de veículos, 85 milhões de refrigerado-res, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de celulares.

Para produzir tantos bens, é preciso usar cada vez mais recursos naturais. Entre 1950 e 2005, a pro-dução de metais cresceu seis vezes, o consumo de petróleo subiu oito vezes e o de gás natural, 14 vezes. Atualmente, um europeu consome em média 43 quilos em recursos na-turais diariamente – enquanto um

americano consome 88 quilos, mais do que o próprio peso da maior parte da população.

Além de excessivo, o consumo é desigual. Em 2006, os 65 países com maior renda, que somam 16% da população mundial, foram res-ponsáveis por 78% dos gastos em bens e serviços. Somente os ameri-canos, com apenas 5% da população mundial, abocanharam uma fatia de 32% do consumo global. Se todos vivessem como os americanos, o planeta só comportaria uma po-pulação de 1,4 bilhão de pessoas. Atualmente já somos quase sete

bilhões, e projetam-se nove bilhões para 2050.

A pior notícia é que nem mes-mo um padrão de consumo médio, equivalente ao de países como Tai-lândia ou Jordânia, seria suficiente para atender igualmente a todos os habitantes do planeta. A conclusão do relatório não deixa dúvidas: sem uma mudança cultural que valorize a sustentabilidade e não o consu-mismo, não haverá esforços gover-namentais ou avanços tecnológicos capazes de salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudan-ças climáticas.

ECONOMIA E NEGóCIOS – No âmbito da economia e negócios, um dos aspetos fortemente recomen-dados é a “reavaliação do papel das grandes corporações”. o documento considera o poder de alcance do setor: “em 2006, as cem maiores companhias transnacionais empre-gavam 15,4 milhões de pessoas com um volume de vendas de Us$ 7 tri-lhões – o equivalente a 15% do pro-duto mundial bruto”. e conclui que “um sistema econômico sustentável dependerá de convencer as com-panhias, por meio de um conjunto de estratégias, de que a condução de seus negócios seja efetuada de maneira sustentável”.

No âmbito social, empresarial e pessoal, a compreensão e a adoção de práticas de sustentabilidade são limitadas. mudar uma organização costuma ser um processo ainda mais longo do que o da mudança pessoal.

muito se pode aprender com empresas que foram além das mu-danças superficiais para abraçarem plenamente a sustentabilidade e que, assim, determinaram mudanças pro-fundas em sua cultura organizacio-nal. Para essas companhias, a sus-tentabilidade tem papel fundamental como um conjunto de valores que integram a prosperidade econômica, a gestão ambiental e a responsabili-dade social, ou seja: lucro, planeta e pessoas.

Para alcançar esse nível de mu-dança, os líderes devem apresentar

visões arrojadas e devem envolver suas organizações em discussões di-versas, mais profundas, sobre o obje-tivo e a responsabilidade da empresa em oferecer valor verdadeiro para os clientes e a sociedade. Além disso, o engajamento de toda a empresa é essencial.

EDUCAçãO – segundo o relatório, uma pesquisa anual com alunos de primeiro ano de faculdades nos estados Unidos investigou durante mais de 35 anos as prioridades de vida dos alunos. No transcorrer desse tempo, a importância atribuída a ter boa situação financeira aumentou de pouco mais de 40% para quase 80%, enquanto a importância atribuída à construção de uma filosofia de vida plena de sentido diminuiu de 75% para pouco mais de 45%. e “este não é um fenômeno apenas americano”, ressalta o documento.

Para romper com o padrão do consumismo, todos os aspectos da educação terão de ser pauta-dos pela sustentabilidade. Hábitos, valores, preferências – todos são, em grande medida, formados na in-fância. e durante a vida, a educação pode ter um efeito transformador sobre quem aprende. Portanto, explorar essa instituição poderosa será essencial para redirecionar a humanidade para culturas de sus-tentabilidade.

Nenhum sistema educacional é isento de valores, pois todos ensinam

e são orientados por um determinado conjunto de ideias, valores e compor-tamentos, quer seja o consumismo, comunismo, crenças religiosas, ou sustentabilidade.

Quanto mais a sustentabilidade puder estar integrada aos siste-mas escolares atuais, maior será o número de pessoas que interna-lizarão estes ensinamentos desde a infância. dessa forma, as ideias, valores e hábitos se tornarão “na-turais”. A partir de então, a edu-cação funcionará como ferramenta poderosa para criar sociedades sustentáveis.

MíDIA – A maior parte da mídia ainda reforça o consumismo, mas existem esforços no mundo todo para que seu vasto poder e alcance seja utilizado para promover culturas sustentáveis. segundo o relatório, 83% das resi-dências no mundo têm aparelhos de televisão e 21 em cada cem pessoas têm acesso a internet.

Por meio de ações publicitárias globais, o setor de água engarrafa-da, por exemplo, ajudou a criar a im-pressão de que água na garrafinha é mais saudável, mais saborosa e está mais na moda do que a boa e velha água ‘da torneira’, mesmo quando estudos demonstram que algumas marcas de água engarrafada são menos seguras do que a da rede e custam de 240 a dez mil vezes mais. A indústria de água engarrafada movimenta hoje Us$ 60 bilhões e vendeu 241 bilhões de litros de água em 2008, mais que o dobro da quan-tidade vendida em 2000.

ALGUMAS DAS CONCLUSõES DO RELATóRIO

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Realizado desde 1998, o Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais já premiou quase 400 jovens de 19 países. Primeira empresa a fazer uma parceria mundial de longo prazo com a Pnuma na área da juventude e do meio ambiente, a Bayer destina cerca de 1,2 milhão de euros por ano à instituição internacional.

por Maria Fernanda Romero

Jovens que participam ativa-mente de projetos de defesa do meio ambiente podem se tornar

embaixadores ambientais do Brasil, se tiverem seus projetos selcionados na 7ª edição do Programa Bayer Jo-vens Embaixadores Ambientais, uma parceria mundial entre a empresa alemã e o Programa das Nações Uni-das para o Meio Ambiente (Pnuma), encerrado dia 27 de agosto.

Os vencedores dos quatro me-lhores projetos irão representar o Brasil no Encontro Internacional de Jovens Embaixadores Ambientais na Alemanha, em novembro deste ano. O programa possibilitará o intercâmbio com os vencedores de outros 18 países da América Latina, Ásia, África e Europa, além de pa-lestras e visitas a instituições com as melhores práticas ambientais da

Alemanha. Todas as despesas da viagem serão pagas pela Bayer.

Para tomar parte no programa, os jovens precisam ter entre 18 e 24 anos de idade, falar inglês e parti-cipar ativamente de projetos que atuem em defesa do meio ambien-te. O projeto pode ser um empreen-dimento próprio ou conduzido por intermédio da iniciativa privada, de associações, entidades e/ou Or-ganizações Não Governamentais (ONGs). Também é necessário que o jovem esteja regularmente matri-culado no ensi-no médio, cursos universitários ou de pós-gradua-ção reconhecidos pelo MEC.

“Nosso pro-grama tem como

objetivo reunir e incentivar jovens engajados em causas socioambien-tais, permitindo um intercâmbio internacional e o conhecimento das melhores práticas. Os proje-tos podem ser desde atividades realizadas no bairro, em pequenas comunidades, até iniciativas maio-res, presentes em várias cidades”, conta Leandro Conti, diretor de comunicação corporativa do Grupo Bayer e principal responsável pelo programa no Brasil.

A escolha dos vencedores será feita por uma comissão formada por profissionais com conheci-mentos em projetos socioambien-tais. Os critérios de avaliação são: contribuição do projeto para a pre-servação do meio ambiente, nível de participação do estudante, re-sultados obtidos ou esperados e a possibilidade de sua replicação em maior escala. Os oito projetos com as notas mais altas serão classifi-cados para a fase final e visitados por profissionais da Bayer. Os jo-vens serão entrevistados. A análise seguirá o mesmo critério, e quatro projetos serão os vencedores.

Alfabetização ecológicaNo ano passado, a catarinense

Thayrine Andressa Pereira Leite, de 19 anos, foi a escolhida, com o

Bayer e Nações Unidas selecionam jovens para

programa internacional de meio ambiente na Alemanha

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dieGo AmArAl, JoGAdor do time masculino da escola de Futebol da Bayer, foi eleito o artilheiro da Copa Nike, totalizando seis gols. o garo-to de 18 anos foi selecionado para compor um grupo dos 22 melhores jogadores da competição no estado do rio de Janeiro. estes jovens se juntarão a outros 22 melhores atletas do campeonato da Nike disputado em são Paulo.

o grupo de 44 jovens, escolhi-dos entre mais de dois mil rapazes, se reuniu em são Paulo para uma bateria de treinamentos, em que serão selecionados os quatro melhores. estes vencedores irão para a inglater-ra e disputarão dez vagas com outros 96 jogadores de todo o mundo para passar aproximadamente um ano trei-nando na Nike Academy. esta é uma grande chance para estes campeões estarem mais perto do mundo dos profissionais.

A iniciativa faz parte do con-curso cultural A Chance, que é promovido pela empresa esportiva e escolherá talentos do futebol no mundo inteiro, entre jovens com idades de 18 a 20 anos.

A escola de Futebol da Bayer foi vice-campeã da Copa Nike, que teve a participação de 64 equipes no estado do rio de Janeiro. diego é meio-campo do time juniores e está no projeto desde 2004, quando tinha 12 anos. ele é filho de um colabo-rador de uma empresa prestadora de serviço do Parque industrial da Bayer, em Belford roxo. o jogador reside no mesmo município, na Bai-xada Fluminense, e está em fase de conclusão do ensino médio.

Além disso, frequenta regular-mente o curso técnico de montagem

e manutenção de microcomputadores, oferecido pelo projeto. Craque no futebol, já foi convidado a integrar outros times, inclusive profissionais, mas acabou retornando à escola de Futebol da Bayer. “em outros clubes fui dispensado, pois a pressão era muito grande, e os técnicos não querem entender se você está bem ou não. Aqui tenho mais oportunidades e orientações quando não me sinto tão bem preparado”, afirma diego.

o projeto reúne mais de 250 me-ninos e meninas da Baixada Flumi-nense, entre 11 e 19 anos, e oferece aos alunos aulas de reforço escolar em matemática e português, oficinas de redação, aulas de inclusão digital e, para os que estão concluindo o ensino médio, há ainda o curso técnico de montagem e manutenção de microcomputadores. desde sua criação, mais de três mil jovens já passaram pelo projeto.

projeto Convívio: Vivências Lúdico-Reflexivas no Processo de Alfabeti-zação Ecológica. A iniciativa tem por objetivo a conscientização e o ensinamento de questões socio-ambientais às crianças de dois a dez anos, por meio de atividades práticas e artísticas como trilhas, gincanas, desenhos, músicas, poe-mas, entre outras compatíveis com cada faixa etária.

Dos 12 aos 17 anos, os partici-pantes são convidados a serem vo-luntários no processo de educação dos mais novos. As atividades são realizadas no sítio pertencente ao colégio Salesiano, em Itajaí, Santa Catarina, onde a jovem estudou. Thayrine ingressou no projeto aos 14 anos como aprendiz, quando foi convidada pela coordenadora por seu interesse no assunto. Pouco tempo depois, começou a atuar como monitora na parte prática. Atualmente, está cursando En-genharia Ambiental na Univali, em Itajaí.

“A experiência que pude adquirir, somada à possibilidade de conhecer projetos ambientais de outros seg-mentos foram fundamentais para minha formação pessoal e profissio-nal. Foi maravilhoso compreender como os jovens de várias partes do mundo são dotados de ideias criati-vas e fazem a diferença no país onde vivem”, afirmou Thayrine.

De acordo com Thayrine, o Programa Bayer Jovens Embai-xadores Ambientais é um incen-tivo para que estas ideias sejam reconhecidas e, assim, multipli-cadas pelo jovem embaixador. Além disso, sua participação abriu oportunidades no início de sua carreira, já que atualmen-te ela é estagiária na Secretaria do Meio Ambiente do Balneário Camboriú. O contato com os ou-tros participantes também está incluso nas melhores recordações e contribuições da viagem.

Escola de Futebol da Bayer revela craqueJovem jogador foi selecionado entre mais de dois mil atletas para disputar vaga em treinamento internacional. O projeto Escola de Futebol da Bayer é mantido pela empresa em Belford Roxo (RJ) e completa 17 anos em 2010.

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Comparando com o mesmo perí-odo do ano passado, a empresa passou de uma dívida líquida

de R$ 227,1 milhões para um caixa líquido de R$ 65,9 milhões. O Lucro Líquido do período foi de R$ 2,5 mi-lhões e o Lucro Líquido Ajustado foi de R$ 3,8 milhões. O Ebitda foi R$ 9,4 milhões, e o Ebitda Ajustado foi de R$ 10,8 milhões, enquanto no último trimestre foi de R$ 12,6 milhões. Já a receita líquida do segundo trimestre foi de R$ 107,9 milhões.

Fato positivo que marcou o pe-ríodo, o contínuo investimento na melhoria da eficiência industrial nas unidades da Brasil Ecodiesel pro-porcionou, no primeiro semestre de 2010, ganhos da ordem de 1,5% na redução do consumo do óleo vegetal e de 10,7% no consumo de metanol para a produção de biodiesel.

Por outro lado, com a suspensão do Selo Combustível Social das usi-

nas de Itaqui (MA) e Iraquara (BA), o volume contratado com a Petrobras para entrega no segundo trimestre de 2010 foi reduzido de 69 mil m³ para 45 mil m³. Ainda assim, a empresa entregou 4,7% a mais do que o contratado, to-talizando 47.119 m³. No segundo trimestre de 2010 (2T10), tanto as vendas quanto o faturamento da Bra-sil Ecodiesel apresentaram redução em relação ao trimestre anterior, na ordem de 23,9% e 26,3%, respecti-vamente. Essas reduções foram con-sequência direta da suspensão do Selo e da não-homologação de 24 mil m³ do 17º Leilão, ocasionando uma perda estimada de faturamento próxima a R$ 60 milhões no segundo trimestre de 2010.

Crescimento acima da médiaDesde a adoção da política de

mistura obrigatória, a produção de biodiesel no país apresentou um crescimento de 69,2% entre o 2T09 e o 2T10, enquanto a Brasil Ecodiesel apresentou, para o mesmo período, um crescimento de 123,9%. “Para aumentarmos ainda mais essa pro-dução, é fundamental que a empre-sa viabilize maior integração com a cadeia de matéria-prima de forma a reduzir os seus custos e melhorar sua competitividade. Com esse ob-jetivo temos trabalhado para colocar as unidades de esmagamento de São Luís Gonzaga (RS) e Iraquara (BA) para funcionar e firmado parcerias estratégicas no setor da soja. Tudo isso faz parte do nosso redireciona-mento estratégico”, afirma Mauro Cerchiari, presidente da empresa.

Empresa comemora entrada no Ibovespa e no IBrx50

No mercado de capitais, a notícia é a entrada da empresa no Ibovespa e no IBrx50, fato de grande importância e que contribuiu para o crescimento do interesse por parte dos investidores institucionais nas ações da Brasil Eco-diesel. Em agosto, a BM&Fbovespa divulgou a primeira prévia das cartei-ras teóricas dos índices que irão vigo-rar de setembro a dezembro de 2010. A empresa aumentou sua participação no índice de 0,941% (carteira de maio a agosto/2010) para 1,005% (1º prévia – setembro a dezembro/2010).

Pioneira e uma das principais produtoras de biodiesel do país, a Brasil Ecodiesel continua a por pautar suas ações de acordo com o novo direcionamento estratégico da empresa, implantado em junho do ano passado, e conseguiu reduzir seu endividamento de R$ 65,8 milhões (1T10) para R$ 65 milhões (2T10). Além disso, a receita líquida da empresa no segundo trimestre foi de R$ 107,9 milhões, e o lucro líquido, R$ 2,5 milhões.

por Maria Fernanda Romero

Brasil Ecodiesel mantém redirecionamento estratégico

Brasil Ecodiesel

Setembro13 a 15 – BrasilSimpósio Internacional sobre SustentabilidadeLocal: Salvador, BATel.: 0800-284-3220 [email protected]/eventos/sustentabilidade

19 a 22 – Portugal13th International IEEE ConferenceLocal: Ilha da MadeiraTel.: +1 732 981 0060Fax: +1 732 562 6380 [email protected]://itsc2010.isr.uc.pt/site/

Outubro20 a 21 – BrasilSem. Inter. sobre Remediação e Revitalização de Áreas ContaminadasLocal: São PauloTel/Fax: 55 11 [email protected]/seminario

Novembro9 a 11 – BrasilFIMAI/SIMAI 2010Local: São PauloTel/Fax: 55 (11) [email protected]

23 – BrasilSUSTENTÁVEL 2010 – Encontro sobre Rede de Mercados Inclusivos: uma oportunidade de negócios0Local: Salvador, BATel/Fax: 55 21 [email protected]/sustentavel

Feiras e Congressos

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A Petrobras, por meio da Petrobras America, fechou parceria para desenvolvimento conjunto

com a KL Energy Corporation (KLE), líder no desenvolvimento e comercialização de produtos

energéticos de segunda geração à base de celulose, para a otimização da tecnologia da KLE

de processamento de etanol celulósico para a utilização de bagaço de cana-de-açúcar como

matéria-prima. A parceria visa tornar viável a produção de etanol a partir do insumo em escala

industrial. Caso os testes sejam bem-sucedidos, a Petrobras pretende instalar uma usina

utilizando a tecnologia no Brasil.

A última geração do processo da KLE traz importantes me-lhorias em comparação com a

primeira geração da tecnologia, im-plementada em 2008 na unidade de demonstração da empresa localizada em Upton, estado de Wyoming (EUA). A unidade utiliza resíduos de madeira como matéria-prima, e pode ser otimi-zada para trabalhar com vários outros tipos de matérias-primas.

A Petrobras investirá US$ 11 mi-lhões para adaptar as instalações de demonstração da KLE para utilizar o bagaço e validar, por meio de testes, o processo para a produção de etanol celulósico.

A Petrobras e a KLE desenvolve-rão um projeto de usina de etanol celulósico em escala industrial, que deverá ser totalmente integrado a uma usina de cana-de-açúcar pertencente ao Grupo Petrobras, no Brasil. A usi-na está programada para entrar em funcionamento em 2013.

O contrato, cujo prazo inicial é de 18 meses, prevê exclusividade mútua na área de desenvolvimento de eta-nol celulósico a partir do bagaço de cana, e oferece à Petrobras a opção de obter uma licença para utilizar a tecnologia da KLE nos ativos do Grupo Petrobras.

Com este investimento, a Petrobras busca desenvolver mais uma alterna-tiva para produção de biocombustíveis e produtos químicos renováveis e sus-tentáveis, de forma complementar às

iniciativas em andamento, como por exemplo as pesquisas com microalgas para produção de óleo.

Segundo Miguel Rossetto, pre-sidente da Petrobras Biocombustível, “a Petrobras vê o etanol celulósico

como uma tecno-logia promissora para aumentar a produção de eta-nol em cerca de 40% sem majorar a área plantada, além de melhorar a sustentabilida-

de de suas usinas. O contrato com a KLE irá acelerar esse esforço de desenvolvimento”.

“O Brasil é líder mundial na pro-dução de biocombustíveis compe-titivos de biomassa, e acreditamos que o bagaço de cana seja uma ma-téria-prima adequada para o nosso processo. A KLE pretende estar na vanguarda do mercado emergente de etanol celulósico no Brasil ”, disse

Peter Gross, presidente da KL Energy Corporation.

De acordo com João Norberto Noschang Neto, gerente de gestão tecnológica da Petrobras Biocombus-tível, a estatal já desenvolve projetos de etanol de 2ª geração desde 2004 e, com a parceria com a KLE, a Petrobras irá acelerar esse desenvolvimento.

“Com o bagaço resultante da pro-dução do etanol a partir da cana-de-açúcar, será possível produzir mais 40% do combustível”, apontou o executivo, durante coletiva à imprensa. Norberto afirmou que o processo trará vantagens para o meio ambiente, uma vez que será possível produzir maior quantida-de de etanol sem que seja necessário plantar mais cana-de-açúcar.

Norberto discriminou ainda que dos U$ 11 milhões investidos, US$ 6 milhões serão para a adaptação da unidade. O restante será para pagar os royalties de propriedade intelectual à KL Energy, caso os testes realizados tenham êxito.

Petrobras investe US$ 11 milhões em parceria para produzir etanol

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suplemento especial

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Feito a partir do etanol da cana-de-açúcar, o bioplástico começa a ganhar espaço no mercado brasileiro.

O plástico é, de longe, um dos principais objetos encontra-dos nos lixões e aterros sa-

nitários de todo o Brasil. Copinhos de plástico e garrafas PET, juntos, levam mais de 700 anos para se decomporem no meio ambiente. Para se ter uma ideia, são produ-zidos por ano cerca de 10 milhões de garrafas PET no Brasil e apenas uma pequena parte deste material é destinado ao local correto: a re-ciclagem.

Para ajudar a diminuir os efeitos do despejo de material plástico que é feito de derivados do petróleo, no meio ambiente, empresas estão in-vestindo na produção de plástico a partir do etanol da cana-de-açúcar, uma fonte renovável. O plástico ‘ver-de’ é feito por meio de um processo que transforma a cana-de-açúcar em plástico polietileno de alta densidade (HDPE), um tipo comumente usado para embalar produtos. A embala-gem derivada da cana permanece 100% reciclável. Além disso, para cada tonelada de plástico de cana produzida são retiradas até 2,5 to-neladas de CO2 da atmosfera.

A companhia petroquímica Braskem está aplicando altos recur-sos no desenvolvimento do polietile-no de fonte renovável. Esta é parte de uma estratégia da companhia para ser líder mundial nos chamados polímeros “verdes”. Com investi-mentos de R$ 500 milhões, a fábri-ca, localizada no Polo de Triunfo, no Rio Grande do Sul, será inaugurada em setembro e terá capacidade de produzir 200 mil toneladas anuais destes polímeros.

Para ajudar na identificação de seu plástico de cana-de-açúcar, a petroquímica lançou o selo I’m Gre-en (Sou verde). O logotipo poderá ser usado por indústrias de embala-gens que utilizarem o plástico como matéria-prima, como a Procter & Gamble (P&G), que vai comprar o plástico feito da cana da compa-nhia para produzir embalagens de xampu no Brasil. O projeto piloto acontecerá no mundo todo durante os próximos dois anos, com vários outros produtos, que chegarão às prateleiras em 2011.Inovação sustentável – “Usar plás-tico derivado da cana-de-açúcar representa outro passo no compro-metimento da P&G com o meio am-biente e com o desenvolvimento de produtos que apresentem inovações sustentáveis”, afirma Len Sauers, vice-presidente Global de Susten-tabilidade da P&G. “A P&G está fa-zendo progressos significativos em relação ao meio ambiente ao traba-lhar com parceiros externos. Juntos, estamos desenvolvendo soluções

criativas e sustentáveis baseadas em ciência”, completou.

A PHB Industrial também está investindo na produção de um plás-tico biodegradável que tem como matéria-prima a cana-de-açúcar. O biocycle é um biopolímero com ciclo de vida totalmente sustentá-vel, pois devolve para a natureza os componentes usados no início da fabricação.

O processo consiste na trans-formação da cana em sacarose e fibra. Depois, a sacarose é trans-formada no biopolímero, o poli-hidroxibutirato (PHB), através do processo de fermentação. Esses produtos quando descartados em ambiente natural e com presença de bactérias e fungos, associados à temperatura e umidade, são trans-formados novamente em gás carbô-nico e água, ou seja, não impactam o meio ambiente.

É possível aplicar o biocycle em produtos como: peças automotivas, embalagens de cosméticos, brin-quedos, tubetes para crescimento de eucalipto, copos e talheres, calçados, cartões de crédito, dentre outros.

Outra grande companhia que está investindo em embalagens feitas com este tipo de plástico é a Coca-Cola. A empresa lançou a plant bottle, garrafa PET que utiliza 70% de petróleo e 30% de materiais à base de cana-de-açúcar. Segun-do a empresa, além dos benefícios ambientais, a expectativa é de que, em 2010, a produção inicial das garrafas plant bottle resulte na re-dução de uso de mais de cinco mil barris de petróleo.

Plástico açucarado

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por Rodrigo Miguez

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Parte do programa de recursos humanos da empresa, o projeto de capacitação de funcionários das revendas é reconhecido por sua metodologia inovadora, com a missão de preparar o vendedor da empresa para um melhor atendimento ao cliente. Em 2009, foram mais de duas mil revendas treinadas.

A UlTrAGAz, reCoNHeCidA por suas iniciativas nas áreas de qualidade, segurança, saúde, meio ambiente e responsabilidade social, acaba de conquistar o Top social 2010, como uma das dez melhores práticas sociais de 2009.

Com o Programa de Capacitação para Funcionários revenda Ultragaz – especialista em Atendimento, um dos projetos da área de recursos humanos, a empresa consagrou-se vitoriosa da premiação realizada pela Associação dos dirigentes de vendas e marke-ting do Brasil.

o treinamento o especialista em Atendimento consistiu na cria-ção de uma metodologia inovadora, com a missão de treinar o vende-dor da empresa para um melhor atendimento ao cliente e aprimorar o reconhecimento da atuação da Ultragaz como empresa sustentável.

Para isso, foi criado um material em 3d, interativo, utilizando per-sonagens criados por computação gráfica e, como parte do conteúdo, foram abordados conhecimentos específicos, focados em segurança e com as principais dúvidas dos consumidores.

o ponto principal do treinamen-to, no entanto, ocorreu com uma dinâmica interativa de valorização e motivação dos participantes. outro passo rumo à implementação do

programa foi o treinamento dos miT (multiplicadores internos de Treinamento).

o sucesso da ação se traduz em números. em 2009, foram mais de duas mil revendas treinadas, das 4.200 existentes, com cerca de 15 mil horas de atividades. Uma mostra do aproveitamento do programa foi o resultado extremamente positivo obtido pelos participantes. dos 7.181 funcionários treinados, 85% obtive-ram de 90% a 100% de aproveita-mento nos testes finais.

A gerente de recursos huma-nos da Ultragaz, Rosane Lima, afirma que o diferencial da empre-sa está na excelência do serviço é prestado. “Por isso, a nossa vantagem competitiva depende de um revendedor especialista, que amplie e conquiste cada vez mais a confiança e a simpatia do consu-midor”, explica.

Especialista em atendimento – des-de a criação da Academia Ultragaz revenda, universidade corporativa para seus revendedores exclusivos, a empresa é destaque na gestão estratégica do conhecimento, edu-cação corporativa e aprendizagem organizacional, permitindo uma gestão mais eficaz do negócio e uma fidelização no relacionamento com a rede e desta com o consumi-dor final. Com a missão de capa-citar sua rede, a Ultragaz ajuda o revendedor a ter uma gestão eficaz do seu negócio.

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suplemento especial

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Empresa com sede em Vitória (ES) e atuação em todo o Brasil, a Aplysia é uma das únicas do país creditada pelo Inmetro a fazer ensaios ecotoxicológicos, que avaliam os efeitos ambientais de um efluente industrial no mar e nos rios.

Uma empresa de tecnologia precisa avaliar se os dejetos de seu processo produtivo

lançados no mar ou em um rio vão causar danos ao meio ambiente. Para isso, contrata um laborató-rio especializado na realização de testes ecotoxicológicos e faz a análise.

Mas o que dá a ela a garantia de que o teste corresponde à realida-de? A resposta a essa pergunta está diretamente ligada à ISO 17025, norma internacional que estabelece padrões que devem ser utilizados por laboratórios de ensaios que pre-zam pela qualidade.

“A norma estabelece critérios a serem cumpridos em todo o pro-cesso de avaliação, que garantem a qualidade do trabalho e a com-petência técnica”, explica Tatiana Furley, diretora da Aplysia, empre-sa que realiza ensaios de ecotoxici-dade e que acaba de ser acreditada pelo Inmetro na ISO 17025.

Segundo ela, a Aplysia é o único laboratório de serviços am-bientais do Espírito Santo e um dos poucos do país a conquistar a acreditação. “A conquista demonstra nossa busca por sistemas de qua-lidade efetivos e atesta nossa ca-pacidade em produzir resultados tecnicamente válidos, facilitando a interpretação do cliente”, ressalta.

Testes fundamentaisTatiana explica que verificar a

toxicidade de um efluente produ-

zido por uma indústria é funda-mental para evitar que ele con-tamine o meio e cause danos aos organismos vivos presentes no mar, no rio ou em outro corpo receptor que funcione como destino final do material.

Os testes funcionam assim: são recolhidas amostras do efluente para serem diluídas em laborató-rio em diferentes proporções. Em todas elas, são colocados orga-nismos-teste que vivem naquele ambiente no qual o efluente é lan-çado (tipos específicos de ouriço, peixe e um crustáceo, sensíveis à toxicidade).

Os organismos ficam na água durante um período previamente determinado, e são feitos testes para avaliar se tiveram, ou não, um desenvolvimento normal. A partir deste resultado, consegue-se concluir se o efluente oferece

risco ao meio ambiente e em que proporção, norteando as ações das indústrias.

“O trabalho é minucioso. Temos que estar atentos a itens que vão desde a luminosidade do ambiente, simulando o período de dia e noite, até a questão da calibração dos equipamentos, que deve ser feita em laboratórios também acredita-dos pelo Inmetro, e da temperatura do lugar. Tudo isso pode influir no resultado e, por isso, é preciso con-trole e precisão”, afirma Tatiana Furley.

Segundo ela, todo esse processo é rastreável, o que dá ao cliente a possibilidade de levantar qualquer dado de qualquer etapa do ensaio realizado depois da avaliação con-cluída. “São ferramentas de contro-le, previstas pela ISO 17025, que trazem confiança e credibilidade ao processo”, considera.

Qualidade em prol do meio ambiente

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Com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de produ-tos renováveis, a Petrobras

Distribuidora participa da inicia-tiva por meio do abastecimento dos veículos testados com o diesel Amyris (AMD 10), desenvolvido e produzido exclusivamente pela Amyris do Brasil S/A. O combus-tível da empresa de capital norte-americano se equipara aos padrões dos combustíveis derivados do pe-tróleo, mas com o diferencial de ter emissão reduzida de poluentes em mais de 80%. O produto é feito a

partir de um processo de fermen-tação do bagaço da cana por meio de tecnologia detida.

O diesel de cana será testado em seis ônibus da Viação Santa Brígida – uma das principais com-panhias de transporte de passagei-ros de São Paulo – dos quais três circularão com mistura de 10% de diesel Amyris e 90% de diesel da BR. Os outros três ônibus circula-rão somente com diesel comercial, para fins de referência.

Os primeiros ônibus com die-sel de cana circularão durante seis

meses em linhas com grande fluxo atendidas pela Viação Santa Brí-gida com total monitoramento da SPTrans. Este programa representa um passo importante no cumpri-mento das metas determinadas pela lei municipal de mudanças climáticas 14.933/2009, que prevê a redução gradual do uso de com-bustíveis fósseis, com eliminação total até 2018. O encerramento dos testes está previsto para o mês de dezembro de 2010.

A Petrobras Distribuidora é a responsável pelo abastecimento dos primeiros ônibus movidos a óleo diesel proveniente de cana-de-açúcar (AMD 10), desenvolvido pela parceira Amyris do Brasil S/A.

Amyris e BR abastecem ônibus movido a diesel de cana-de-açúcar

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suplemento especial

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Além de ser o principal combustível utilizado nos meios de transporte, é a partir do petróleo que se pode obter os plásticos, fibras sintéticas, asfalto, lubrificantes, tintas, fertilizantes e uma infinidade de outros

produtos presentes no nosso dia a dia.Por outro lado, inerentemente a qualquer atividade antrópica (industrial

ou não), todo o seu ciclo de vida – desde a exploração até o uso como com-bustível – envolve riscos e impactos ambientais, conforme se pode constatar ao longo das últimas décadas e, mais recentemente, no acidente envolvendo o descontrole de um poço petrolífero no Golfo do México.

No Brasil, como a exploração e produção do petróleo se dão em sua quase totalidade no mar a centenas de quilômetros da costa e em grandes profundidades – a ser reforçado pelo uso das reservas descobertas no pré-sal, tem-se que as potenciais interferências mais importantes estão voltadas para a vida marinha e para setores socioeconômicos que compartilham o uso do espaço marítimo, por exemplo, as atividades turísticas e pesqueira – sobretudo a artesanal.

É na análise e balanceamento dos benefícios e ônus de uma atividade humana, como a petrolífera, que se dá a aplicação da Avaliação de Impactos Ambientais (AIA).

A AIA surgiu no início da década de 1970, a partir da política nacional de meio ambiente dos EUA (National Environmental Policy Act/Nepa), juntamente como outras leis e regulamentações sobre segurança industrial e controle ambiental nos principais países industrializados, fruto de insatis-fação da sociedade após alguns acidentes de grande repercussão.

Existem inúmeras definições na literatura especializada para Avaliação de Impactos Ambientais. Basicamente, a AIA pode ser entendida tanto como um processo quanto como um método. Como processo, é um conjunto de procedimentos concatenados de maneira lógica, com a finalidade de anali-sar a viabilidade ambiental de projetos, planos e programas, e fundamentar uma decisão a respeito (Sanchéz, 2006). Como método, é um mecanismo estruturado destinado a coletar, analisar, comparar, organizar e apresentar as informações e os dados sobre os prováveis impactos ambientais de uma atividade (Moreira, 1985), ou seja, visa identificar, prever e interpretar as consequências de determinada ação humana sobre o meio ambiente.

A AIA pode ser aplicada em diferentes níveis de análise. Em sua ori-gem, voltava-se quase que exclusivamente para projetos de engenharia. Atualmente, seu campo de aplicação inclui planos, programas e políticas

É notória a importância da indústria petrolífera considerando-se o petróleo como a principal matéria-prima energética do planeta, tendo garantido à história humana níveis incomparáveis de prosperidade, conforto e, principalmente, mobilidade – e nos permitido substituir o uso de outros recursos, como a madeira e o óleo de baleia, utilizados como fonte de energia até então.

Avaliação de IMPACTOS AMBIENTAIS na indústria petrolífera

Ricardo Alves de Souza é formado em engenha-ria Química pela UFrJ e pós-graduado em Química Ambiental pela Uerj. Atua há cerca de dez anos em gestão ambiental de projetos de exploração e produção de petróleo e gás natural. leciona no mBA em Gestão de sms na indústria do Petróleo (Funcefet) e na Universidade Corporativa Petrobras.

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(sob a forma de Avaliação Ambiental Estratégica/AAE, consolidada a partir da década de 1980) e bens e ser-viços (sob a forma da Avaliação do Ciclo de Vida/ACV, consolidada na década seguinte).

No Brasil, o processo de AIA foi institucionalizado como instrumento da Política Nacional de Meio Am-biente (Lei 6.938/81), juntamente com um instrumento complementar e inter-relacionado básico para a sua implementação, qual seja: o “licenciamento ambiental” de atividade utilizadora de recursos naturais e conside-rada efetiva ou potencialmente poluidora, que exija um estudo ambiental contemplando a avaliação dos impactos ambientais (daí o termo “estudo de impacto ambiental” ou, simplesmente, EIA).

Deve-se destacar que o objetivo da AIA não é indu-zir o tomador de decisão na escolha da alternativa de projeto de menor dano ambiental, mas, sim, favorecer a inclusão da variável ambiental desde a fase conceitual de um projeto de engenharia. Desta forma, para uma atividade ser sustentável, num sentido holístico, deve apresentar um projeto não apenas tecnicamente possível e economicamente viável, mas também, ambientalmente responsável e socialmente includente.

A rigor, considerando a dimensão dinâmica dos pro-cessos naturais e sociais, “impacto ambiental” seria a mudança de um parâmetro ambiental, em determinado período e em determinada área, que resulta de dada

atividade, comparada com a situação que ocorreria se tal atividade não tivesse sido iniciada (Warthern, 1988, ver Figura 1).

Os impactos ambientais de um projeto devem ser iden-tificados, previstos e interpretados, discriminando suas diversas características (conforme estabelece a Resolução Conama n. 01/86), tais como: natureza (positivos/benéficos e negativos/adversos), ordem (diretos e indiretos), espacial (local e regional), temporal (temporários e permanentes) e de momento (imediatos e a médio e longo prazo), além de reversibilidade e cumulatividade (Figura 2).

Enquanto que a previsão dos impactos ambientais informa sobre a “magnitude” (ou intensidade, de forma

Início da atividade

Condição do ambiente “com a atividade”

Condição do ambiente “sem a atividade”

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Tempo

Impacto ambiental

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Figura 1: Conceito de impacto Ambiental

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absoluta) e abrangências espacial e temporal do grau de alteração do ambiente impactado, a partir de indicadores de impacto representativos da qualidade ambiental, a interpretação discorre sobre a “importância” (ou o significado, daí a origem do termo “significância”) de tais alterações, priorizando-as para a adequada gestão ambiental (Figura 3).

As definições clássicas de “magnitude” (no sentido de extensão, intensidade ou grandeza de um impacto) têm induzido diversos estudos ambientais da área petro-lífera a aplicá-la como a conjugação das características espaciais e temporais do impacto, dentre outras.

Esta forma de aplicação pode ser conveniente se considerarmos: 1) a notória dificuldade em se prever as condições futuras de um ambiente (com e sem uma determinada ação humana) e 2) o fato de, às vezes, um impacto poder ser mais facilmente avaliado a partir do seu aspecto ambiental (o que geralmente pode estar associado à sua dimensão espacial). Complementarmen-te, tal forma de aplicação ainda reduziria uma suposta subjetividade da avaliação deste atributo.

Todavia, a suposta proporcionalidade direta da magnitude com a abrangência temporal e espacial (quanto maior a área e a duração de impacto, maior a sua magnitude), numa análise mais cautelosa, pode não ser necessariamente correta, conforme atenta Sanchéz

(2006) ao afirmar que “frequentemente os impactos locais são intensos (de grande magnitude), ao passo que os impactos regionais são difusos e de baixa mag-nitude”, com a ressalva de que “impactos de escala regional poderão, em certos casos, ser considerados mais importantes que aqueles que se manifestam ape-nas localmente”.

De fato, diversos autores (Duinker & Beanlands, 1986; Thompson, 1988; Canter & Canty, 1993; Erickson, 1994; Sadler, 1996; Coneza Fdez.-Vitoro, 1997; Glasson et al., 1999; Espinosa, 2002) corroboram o entendimento sobre a natureza absoluta da “magnitude” ao sugerirem-na para a determinação da “importância” de um impacto ambiental, juntamente com diversos outros atributos (abrangência espacial, duração e reversibilidade, além das características do ambiente modificado, dentre outros) – de que se subentende que a magnitude não deva ser a conjugação destes mesmos atributos (pois se o fosse, ter-se-ia uma redundância metodológica).

Sanchéz (2006) aponta, ainda, a complexidade na avaliação do atributo “magnitude” ao destacar que sua determinação demanda um entendimento detalhado das relações ecológicas e das interações sociais.

Na prática, considerando o elevado grau de incerteza na previsão da evolução do meio ambiente sem a im-plantação de um empreendimento, pode-se simplificar o problema comparando a situação do ambiente pós-empreendimento com a situação diagnosticada antes da implantação do mesmo, de forma qualitativa e baseada em julgamento técnico-profissional (incluindo um juízo de valor e sua inevitável subjetividade).

Para isto, deve-se assumir como premissa que nem todos os impactos são passíveis de previsão quantitativa e que nem todos são suficientemente importantes para serem quantificados (Sanchéz, 2006), não se ignorando ou relegando a uma importância secundária determi-nado impacto apenas porque ele seja essencialmente qualitativo (Enk e Hornick, 1980; Harmn, 1980 apud Farah, 1993).

Em que pese a grandes dificuldades práticas e te-óricas de se aplicar tal conceito em sua plenitude, pode-se considerar não apenas possível como desejável e razoável trabalhar com critérios de forma a abordar as modificações nas características dos fatores ambien-tais em relação à sua integridade (meio físico), função ecológica (meio biótico) ou função socioeconômica (meio antrópico).

Enquanto a “magnitude” é decerto o atributo com maior dificuldade para ser determinado, por exigir necessariamente uma equipe técnica competente e experiente tanto nos aspectos quanto na dinâmica ecológica e socioeconômica, a “importância” é o prin-cipal atributo de uma AIA uma vez que, ao permitir classificar os impactos mais relevantes dos demais, encerra o objetivo fundamental de uma AIA: apontar para o gestor os elementos de um projeto que deverão

Início do projeto Término do projeto

Impactoimediato

Impacto de médio prazo

Impacto irreversível

Impacto reversívelImpacto

temporário

Cenáriotendencial

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Tempo

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Figura 2: Características dos impactos ambientais

Identificação

Quais serão as possíveis consequências ambientais futuras de uma ação humana?

Qual a magnitude, abrangência e duração das consequências ambientais identificadas?

Qual o significado dessas consequên-cias ambientais? Qual a importância?

Julgamento de valor

InterpretaçãoAplicação de métodos científicos

Previsão

Figura 3: Fases da AiA (como método)

suplemento especial

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ser objeto de mobilização de recursos com o intuito de evitar, reduzir ou compensar os impactos ambien-tais adversos, além de valorizar ou potencializar os impactos benéficos.

Basicamente, a importância de um impacto ambiental pode ser determinada a partir de uma abordagem téc-nica, na qual os atributos que caracterizam os impactos são agregados por meio de algum procedimento racio-nal (ponderal ou matricial, por exemplo), ou de uma abordagem colaborativa, em que o julgamento de valor sobre o que é importante resulta da interação entre as partes interessadas, a partir de técnicas participativas (Lawrence, 2007).

Além da magnitude, indubitavelmente o atributo mais fundamental para a determinação da importância de um impacto ambiental, outros atributos podem (e devem) também ser considerados, tais como os mais sugeridos pela literatura: duração, abrangência espacial, reversibilidade e, ainda, a “sensibilidade ambiental” (atributo que expressa as características do ambiente a ser impactado). A Figura 4 exemplifica uma forma simples de se combinar os atributos magnitude, rever-sibilidade e sensibilidade ambiental por meio de uma matriz (agregação do tipo matricial).

Na etapa final de uma avaliação, os resultados são consolidados numa chamada “Matriz de Avaliação de Impactos”, ou simplesmente “Matriz de Impactos Am-

bientais”, na qual se indicam claramente os aspectos e impactos ambientais classificados por fase da atividade/empreendimento e os componentes ambientais afetados, além dos atributos de avaliação.

Para a identificação e avaliação de impactos ambien-tais, podem ser aplicadas técnicas clássicas consagradas pelo estado da arte, tais como:• Matrizes de interações;• Redes de interações;• Mapas de sobreposição (overlay mapping) com a uti-

lização de SIG;• Modelos de simulação (modelos matemáticos);• Projeção de cenários;• Estudos de caso;• Experiência (julgamento) profissional.

Não sendo nenhuma técnica necessariamente a mais adequada para todos os casos, convém que as mesmas sejam combinadas considerando:• o tipo e o porte do empreendimento/atividade em

análise; • a natureza e a conveniência da técnica; • a importância relativa esperada para o impacto;• a experiência da equipe com a técnica;• os recursos disponíveis – custo, informação, tempo e

pessoal. Por envolver diversas áreas das ciências ambientais

e de engenharia, é fundamental que a equipe técnica

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156 TN Petróleo 73

de AIA seja composta por profissionais em quantidade suficiente e com notória e comprovada especialização e competência relativas aos aspectos e impactos ambien-tais da atividade/empreendimento em análise, além da figura de um coordenador para mediar as discussões entre os especialistas das diversas áreas e garantir o pleno atendimento do escopo de avaliação.

De fato, não há receitas universais para AIA, devendo as metodologias ser adaptadas ou mesmo criadas ao pro-blema que se pretende resolver, dentro de seu contexto.

Uma análise crítica das metodologias de AIA dos estu-dos ambientais indica, no entanto, uma falta de rigor aos requisitos básicos para este tipo de avaliação, quais sejam: reprodutibilidade, transparência e representatividade.

De modo geral, as avaliações são excessivamente subjetivas, com critérios pouco claros e julgamentos baseados em simples apreciação pessoal com discutível fundamentação ou justificativa (muitas vezes com base em referências bibliográficas fora de contexto).

Pode-se, ainda, observar o estabelecimento incoerente de medidas mitigadoras e compensatórias em relação à importância do impacto. Nesse sentido, a definição de indicadores ambientais (tanto da fase preditiva da AIA quanto os de monitoramento pós-implantação – em tese, deveriam ser iguais) também deve respeitar a importância do impacto avaliado.

Observa-se também a falta de entendimento do es-copo de uma AIA de projeto. A análise aprofundada de

alternativas tecnológicas e locacionais, de impactos cumulativos e sinérgicos, impactos indiretos e de grande abrangência espacial, apresenta óbvias limitações no âmbito de uma AIA de projeto, sendo mais apropriada e eficaz no contexto estratégico da AAE (Avaliação Am-biental Estratégica), cuja mitigação requer uma ação governamental coordenada – muito além, portanto, das atribuições e competências institucionais de empresas proponentes de projetos (Sanchéz 2008).

Somando-se a tudo isso a inexistência de uniformiza-ção de conceitos, nomenclaturas e critérios de avaliação têm-se avaliações incoerentemente díspares para proje-tos similares impossibilitando, desta forma, a desejável comparação entre os mesmos.

Contudo, tais metodologias têm sido evidentemente objeto de constante aperfeiçoamento, visando à melhoria contínua do entendimento e aplicação dos conceitos com o transcorrer das discussões nos próximos anos envol-vendo órgãos ambientais, empreendedores, academia e consultores especializados.

Considerações finaisA gestão ambiental de uma atividade deve ser

realizada a partir de um conjunto de medidas técni-cas e gerenciais para evitar, mitigar ou compensar impactos previamente identificados e avaliados, de modo a assegurar a conformidade de requisitos legais e não legais.

Nesse sentido, a AIA é a base da gestão ambiental de atividades utilizadoras de recursos naturais e con-sideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, sendo importante instrumento para manter a qualidade ambien-tal aceitável em atendimento às necessidades humanas atuais sem comprometer as necessidades futuras.

Por fim, espera-se uma ampliação do debate sobre a definição de critérios para “impacto significativo”, a uniformização de metodologias (requisitos mínimos) e a regulamentação da AIA em nível estratégico (Avaliação Ambiental Estratégica).

Canter l.W., Canty G.A. 1993. impact significance determination – basic considerations and a sequenced approach. Environmental Impact Assessment Review, oklahoma. Coneza-vitoria, v.F. 1997. Guia metodologica para la evaluación del impacto ambiental . ediciones mundi-Prensa, madrid, españa (3 ed.). duinker & Beanlands, 1986. The significance of environmental impacts: an exploration of the concept. Environmental Management v.10: 01, p. 1-10. espinosa G. & richards B. 2002. Fundamentals of environmental impact Assessment inter-American development Bank – idB.Farah, P.m.C. 1993. instrumentos metodológicos para avaliação do impacto ambiental de empreendimentos de geração hidrelétrica. dissertação de mestrado, PPe/Coppe/UFrJ, 256p.Glasson J, Therivel R, Chadwick A. 1999. Introduction to Environmental Impact Assessment . UCl Press, london.Lawrence D.P. 2007. Impact significance determination – Designing an approach. Environmental Impact Assessment Review , v.27, issue 8, November 2007, p.730-754.moreira, i.v.d. 1985. Avaliação de Impacto Ambiental - AIA . Feema, rio de Janeiro.munn re. environmental impact Assessment, Scope 5, e ed., The scientific Committee on Problems of the environment (scope), Toronto, 1979.sadler B. 1996. environmental Assessment in a Changing World: evaluating Practice to improve Performance. Final report, international study of the effecti-veness of Environmental Assessment, Canadian Environmental Assessment Agency, International Association for Impact Assessment, Ottawa, Canada.sánchez l. e. 2006. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos . são Paulo: oficina de Textos.sánchez l. e. 2008. Avaliação Ambiental Estratégica e sua aplicação no Brasil . instituto de estudos Avançados da Universidade de são Paulo.Thompson M.A. 1988. Determining Impact Significance in EIA: A review of 24 Methodologies. Journal of Environmental Management, london.Wathern, P. 1988. An introductory guide to EIA. In: P. Wathern (ed.). Environmental Impact Assessment: Theory and Practice . Unwin Hyman, Boston, MA.

Referências bibliográficas

Magnitude

Baixa

Média

Alta

Reversibilidade

Reversível

Reversível

Reversível

Irreversível

Irreversível

Irreversível

Sensibilidade ambiental

Baixa

Pequena

Pequena

Pequena

média

média

média

Pequena

média

média

média

média

Grande

média

média

média

Grande

Grande

Grande

Média Alta

Figura 4: exemplo de matriz de importância

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A PeTroleirA sHell anunciou, no começo de agosto, que seu novo presidente é o engenheiro químico, André Araújo, que está na empresa desde 1984

o executivo André Araújo assu-me a presidência da shell Brasil no rio de Janeiro, acumulando em sua função anterior de Assessor sênior de Assuntos Governamentais para os eUA, Canadá e América latina. Gilbert landsberg, que estava no cargo interinamente, reassume sua função de vice-presidente de Assun-tos externos.

André começou na shell em 1984, na divisão de Químicos, tendo depois desempenhado diferentes funções na área até se tornar diretor de Quí-micos para a América latina, antes de se mudar para a inglaterra, em 1999. em londres, foi membro do time do Centro de excelência, que fez de Químicos a primeira área de negócios da shell a operar como um negócio global.

em junho de 2002, André voltou para o Brasil como diretor comer-

cial da Companhia de distribuição de Gás Natural de são Paulo (Comgás),

liderando os pro-cessos de cresci-mento da empre-sa. em setembro de 2007, se mu-dou para Haia, na Holanda, para assumir o cargo

de assessor regional sênior para a América do sul/Central e Caribe do Grupo de Assuntos Corporativos.

No final do ano passado, An-dré se mudou para Washington dC (eUA), para se tornar membro da equipe de relações governamentais globais, assumindo a função de as-sessor sênior para os eUA, Canadá e América latina, trabalhando junto ao diretor regional e à rede de presi-dentes das empresas shell em cada país da região.

André Araújo tem 49 anos, nas-ceu no rio de Janeiro, é engenheiro químico pela Universidade Federal do rio de Janeiro (UFrJ) e possui mBA pelo ibmec-sP.

o esCriTório mello mArTiNs e As-sociados acaba de implantar seu núcleo de direito ambiental, dirigido pelo advo-

gado Alexandre Parigot de Souza, especialista com 14 anos de experiência no segmento.

o núcleo de direito ambiental do mello martins presta consultoria e asses-soria jurídica e técnica em licenciamento ambiental,

estudos e relatórios de impacto Ambiental (eiA/rima), saúde ocupacional e segurança industrial, audiências públicas, nas rela-ções com agências reguladoras e órgãos ambientais e em incidentes envolvendo poluição ambiental. Atua nas áreas de in-fraestrutura, petróleo, gás, biocombustíveis, transportes, construção civil, saneamento básico e agronegócios, entre outras, com assessoria preventiva e no contencioso.

Alexandre Parigot de souza, diri-gente do núcleo, atua na condução de negociações públicas e privadas, pro-cedimentos administrativos perante o ministério Público e autoridades do governo, e em projetos para diversas indústrias e segmentos de serviços nos estados Unidos, méxico, Argentina, Bo-lívia, Colômbia e no Brasil.

“Nosso núcleo de meio ambiente está muito confiante nos investimentos anun-ciados para o setor. Temos um plano de negócios no qual consignamos esforços e investimentos para atender as demandas de e&P onshore e offshore anunciadas, contemplando um capítulo especialmente dedicado à indústria do petróleo e energia (fontes alternativas ou tradicionais). ou-tra área de destaque na qual apostamos é a de conciliação da prática de maritime safety com o environmental legal com-pliance às normas brasileiras de meio ambiente”, conta Parigot.

o escritório também realiza análises e estruturação de projetos de energias renováveis que visem atender ao Pro-tocolo de Kyoto e ao Protocolo de mon-treal, com possibilidade de geração de Créditos de Carbono. o mello martins representa clientes em tribunais nacio-nais e cortes internacionais.

APós CiNCo ANos trabalhando no Bu-reau veritas como coordenador de todas as atividades de vendas no setor de petróleo e gás, o engenheiro Marcius

Ferrari assumiu o cargo de gerente geral para a divisão de válvulas e sistemas de medição da Cameron Brasil. será o responsável por todos os produtos e ati-vidades da área de válvulas e medições de produtos da recém-criada divisão de soluções de Gerenciamento de Fluxo da Cameron.

marcius começou a carreira como ofi-cial de engenharia da marinha mercante. em 1985, se juntou à CBv, que foi adquirida

pela FmC, em 1997. ocupou cargos de ges-tão em Contratos, engenharia e vendas e estava atuando como gerente de Negócios de sistemas subsea, até que se associou à Kvaerner Produtos Petrolíferos, em 2000, como chefe de vendas de marketing e de-senvolvimento de Negócios.

em 2005, assumiu a responsabili-dade pela gestão comercial do Bureau veritas, onde coordenou todas as ativi-dades de vendas no setor de petróleo e gás. marcius é membro da society of Petroleum engineers (sPe), formado em engenharia mecânica pela Universidade souza marques, e tem pós-graduação em engenharia de petróleo e mestrado em engenharia do petróleo, pela Pontifícia Universidade Católica do rio de Janeiro (PUC-rio).

Novo presidente da Shell BrasilMello Martins cria núcleo de direito ambiental

Novo gerente geral na Cameron

pessoas

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dePois de PAssAr dois anos na Protubo, Wendell ramada retornou para o Bureau veritas, onde já havia trabalhado anteriormente também por dois anos. Com mais de dez anos no mercado de óleo e gás, quando tam-bém atuou na Petrobras, Wendell assumiu a coordenação da área de comunicação e marketing do Bureau veritas, em que será responsável por todas as ações de comuni-cação interna e com o mercado, bem como pela gestão da marca do grupo no Brasil.

“É sem dúvida um dos maiores desafios de minha carreira, visto a importância de trabalhar uma marca com mais de 180 anos de história num mercado altamente competitivo como é o do Brasil, e em uma empresa que vem crescendo anos após ano. Como conheço o Bureau veritas e muitos dos profissionais que aqui estão, acredito que alcançaremos sucesso nesse desafio”, disse Wendell.

o PArAeNse WADy Charone Júnior é o novo presidente da eletronorte. o engenheiro eletri-cista está ocupando a presidência deixada pelo também paraense Jorge Nassar Palmeira, falecido no começo de agosto.

Charone ocupa desde março de 2005 a diretoria de Produção e Comercialização da eletronorte. Funcionário da empresa desde 1986, Charone Júnior tem pós-graduação e mestrado em sistemas elétricos de potência. Antes de ir para Brasília, ele ocupou o cargo de gerente da divisão da regional de Transmissão do Pará.

Graduado em engenharia elétrica pela Universidade Federal do Pará, Charone já marcou como primeiro compromisso à frente da presidência sua participação na formatura da primeira turma de engenharia elétrica, do novo Campus da Ufpa em Tucuruí, no dia 26 de agosto. “Consideramos este um grande evento. A eletro-norte participou ativamente para que este campus fosse implantado. este projeto faz parte do nosso Plano de inserção regional. Tucu-

ruí tem vocação para se tornar uma cidade universitária e a eletronorte está trabalhando para que isso acon-teça”, revelou o

novo presidente.ele destacou também como

uma das conquistas da empresa a inauguração das eclusas do rio Tocantins, com previsão de ocorrer no mês de setembro. “este é um empreendimento que vai trazer mui-to retorno para o estado do Pará. É um empreendimento que vai viabi-lizar uma economia significativa no transporte de mercadorias para o estado e para todo o país. estou or-gulhoso por saber que vamos poder entregar um empreendimento de tamanha importância para o Pará”, enfatizou.

Wady Charone lembrou que assumir a presidência da eletronorte aumenta a responsabilidade de seu trabalho, já que assume no lugar de Jorge Nassar Palmeira, outro paraen-se que desenvolveu um trabalho de fortalecimento da empresa.

Wendell Ramada volta para o Bureau Veritas

Eletronorte tem novo presidenteserGio mello iNiCioU sUA carreira no próprio Bureau veritas em 1982 como engenheiro de aprovação de projetos. em 1989 assumiu a chefia do departa-

mento, tendo sido convidado em 1993 para atuar na sede da companhia, em Paris, na divisão marítima. retornou ao Brasil em 1996, onde assumiu a divisão industrial e

passou a diretor adjunto do Bureau ve-ritas Brasil em 1999. em 2005 voltou à sede, na posição de vice-presidente para a área de óleo & Gás do Grupo.

ocupou sucessivamente em 2008 e 2009 as posições de responsável pe-las linhas de negócio de industria e do Projeto Global de Gerenciamento de integridade de Ativos (Aim). sergio é engenheiro naval formado pela UFrJ (1981) e também possui mBA executivo pela Coppead (1999).

“É um grande desafio, nesse mo-mento importante da vida de nosso país, estar à frente da organização comercial de uma empresa como o Bureau veritas, pois a relevância de nossa atividade na busca de melho-res padrões de qualidade, segurança, meio ambiente e responsabilidade social junto a nossos clientes, traz uma grande responsabilidade, que eu assumo com muito orgulho e entu-siasmo”, conta sergio mello.

Classificadora apresenta novo diretor comercial de óleo e gásSergio Mello assumiu a diretoria comercial para a divisão de óleo e gás da sociedade classificadora Bureau Veritas. O executivo será responsável pelas atividades comerciais, marketing e comunicação do setor do grupo no Brasil.

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Saulo Murari Calazans é agente de Propriedade industrial e advogado do escritório dannemann siemsen.

Para exemplificar os desafios considerados estão: a instabilidade da ca-mada de sal, com grandes riscos de aprisionamento por um colapso indesejado do poço e a lentidão no avanço da coluna de perfuração

em meio às resistentes rochas carbonáticas, onde está armazenado o óleo.Apesar dos inegáveis avanços técnicos do setor no Brasil, que permiti-

ram uma série de recordes de produção em águas profundas, é fato que as tecnologias em geral empregadas nas camadas pós-sal não são capazes de alcançar resultados satisfatórios no pré-sal. Apesar de não haver a necessi-dade de começar do zero, é fundamental a criação de equipamentos mais modernos, habilitados a superar esses obstáculos. É justamente em função desses desafios que a indústria se desenvolve.

É notório ainda que os níveis de sofisticação necessários demandam al-tos investimentos como forma de se alcançar as características desejadas. Investimentos que acabam sendo feitos tendo em vista o elevado grau de retorno esperado.

Outro fator de inegável relevância ao se falar de produção na região do pré-sal, especialmente com relação à Bacia de Santos, reside na carência de uma infraestrutura que viabilize o estabelecimento de uma região pro-dutora, dotada de elementos, tais como: força de trabalho especializada; suporte em terra; suprimentos; armazenamento; transporte; dentre mui-tos outros. Diferentemente da Bacia de Campos, onde já existem todas as instalações que viabilizam a produção local, as atividades nos blocos do pré-sal dependerão de novas instalações que sejam capazes de dar vazão ao desenvolvimento upstream.

Tal realidade se verifica, por exemplo, no teste de longa duração no Campo de Tupi, que vem sendo realizado numa locação a cerca de 300 km de distância da costa, em que o tempo de viagem de helicóptero é de cerca de duas horas. Ainda há poucas aeronaves à disposição da Petrobras que possuam tamanha autonomia para uma viagem direta de tanto tempo.

Uma possível solução para a questão da distância, ainda em estudo, seria a redução do número de profissionais que trabalham embarcados nas plataformas, com a adoção de tecnologias de operação remota, a partir de centros de controle onshore. É claro que se tal solução fosse simples, já teria sido empregada em outras locações. Não é simples, nem barata e tampouco viável no curto prazo. Para tanto, novos investimentos em tecno-logias de ponta são requeridos também nesta área.

Existe um ditado japonês segundo o qual as dificuldades são como as montanhas, pois

só se aplainam quando avançamos sobre elas. Pois é justamente a superação das

dificuldades para se produzir petróleo em escala comercial, nas camadas do pré-sal,

que poderá representar o caminho da consolidação do Brasil como uma das novas

potências econômicas do mundo no século XXI.

propriedade industrial

Proteção das novastecnologias

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Não há qualquer exagero em se afirmar que o mon-tante de investimentos privados em novas tecnologias deve estabelecer um novo patamar de representativida-de da indústria na economia. Sem tais investimentos, a produção comercial das áreas do pré-sal ficaria ape-nas no campo da abstração. Por essas razões, e tendo em vista o já citado grau de dificuldade para que esses desafios sejam vencidos, é fundamental que o retorno financeiro para os grupos envolvidos seja expressivo, até mesmo como forma de incentivo ao engajamento de empresas em atividades que ainda são consideradas de alto risco.

É nesse cenário que profissionais de áreas como engenharia de petróleo, naval, geologia, computação, e outras, buscam o pioneirismo com o propósito de pro-porcionar os mais modernos equipamentos que sejam capazes de superar as dificuldades apresentadas. O mercado de trabalho está consideravelmente aquecido, e a principal demanda é por jovens talentos com inicia-tiva, visão ampla e, sobretudo, muita criatividade para superar os desafios e propor novas soluções que sejam viáveis para os problemas já conhecidos.

Diante de tudo isso, surge a questão: Como lidar com essas novas tecnologias de forma a garantir o devi-do retorno financeiro e, ainda, potencializar os lucros?

A forma mais conhecida de retorno a todos os inves-timentos feitos, evidentemente após os lucros auferidos com o negócio em si, se materializa na exclusividade legal a que têm direito os pioneiros que criarem as no-vas tecnologias capazes de superar os desafios técnicos colocados. Espera-se, portanto, um aumento expres-sivo na quantidade de pedidos de patentes nas áreas de exploração e produção de petróleo, como é comum acontecer em ambientes de alta concorrência.

A patente, título outorgado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), confere a exclusivida-de temporária, de 20 anos, para exploração comercial de um invento àquele que o desenvolveu e requereu a proteção junto ao órgão.

Diferentemente do que pode ser entendido por al-guns empresários, o mero desenvolvimento de uma tecnologia e sua colocação no mercado não garante ao seu criador qualquer direito de exclusividade na sua exploração comercial. É fundamental que sejam toma-das todas as medidas cabíveis no sentido de se obter a patente, de forma a afastar pretensões alheias aos interesses da empresa desenvolvedora de se fazer uso daquela nova tecnologia sem uma autorização formal.

Além disso, e ainda dentro do espírito dos retornos aos investimentos feitos, a patente é tida como ativo móvel de seu titular, podendo servir como fonte de ren-da adicional, já que é passível de cessão a terceiros, ou ainda, de ser licenciada mediante o pagamento de royalties.

Os contratos envolvendo o licenciamento de no-vas tecnologias são cada vez mais comuns e comer-

cialmente interessantes, posto que ganham tanto o licenciante, já que recebe um pagamento pelo fruto das pesquisas e desenvolvimentos realizados, quanto o licenciado, já que pode fazer uso legal, e exclusivo em determinados casos, de tecnologias patenteadas, sem que tenham sido investidos os recursos para seu desenvolvimento.

Por último, e não menos importante, as bases de pa-tentes constituem relevante fonte de informações tec-nológicas. A maior parte das empresas requer patente para suas criações e o acesso a esse acervo é público, disponível em mecanismos simples de consultas na internet. Tais documentos se prestam tanto a fornecer informações valiosas para a pesquisa e o desenvolvi-mento de novos produtos e processos, bem como a per-mitir um acompanhamento próximo das atividades dos concorrentes.

Não é por outra razão que, mundo afora, as empre-sas mais respeitadas em todos os segmentos da indús-tria sempre fizeram uso do sistema de patentes, com particular relevância naqueles momentos de maior de-manda por novas tecnologias.

No Brasil, a quantidade de pedidos de patentes requeridos a cada ano aumenta gradualmente, como pode ser observado nas estatísticas do Inpi (www.inpi.gov.br). Resumindo, inovar sem proteger pode signifi-car perda de dinheiro.

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royalties

Maucir Fregonesi Junior é advogado e sócio do setor Tributário do es-critório siqueira Castro – Advogados em são Pau-lo, especialista em direito Tributário, planejamento tributário, tributação internacional e contencioso tributário e autor entre outros livros, do recente Sistema Tri-butário Nacional: doutrina, prática e reforma, lançado em maio de 2010.

Acabou vencendo a tese nacionalista que, sob o lema d’O Petróleo é Nosso, culminou na implantação do monopólio estatal da explora-ção, do refino e da distribuição do petróleo, sob a tutela da empresa

Petróleo Brasileiro S/A, criada em 1953 com a Lei n. 2.004.O monopólio estatal do petróleo foi quebrado com a Emenda Constitu-

cional n. 9/95 que, ao alterar a redação do parágrafo 1º do artigo 177, veio dispor que a União Federal poderia contratar não apenas empresas esta-tais, mas também privadas, para a realização das atividades de pesquisa, lavra, refino, importação e exportação do petróleo e seus derivados, nos termos da lei.

A recente descoberta do petróleo da camada do pré-sal, além de inau-gurar uma nova fase do produto na economia do país, traz também outro debate acirrado no Congresso Nacional e em alguns setores organizados da sociedade civil. Trata-se da tentativa de redistribuir, entre todos os es-tados da federação – e não apenas àqueles em cujo território o produto é extraído – os royalties que vierem a ser auferidos com a exploração do petróleo da camada do pré-sal.

A polarização do debate em torno da redistribuição, ou não, dos royal-ties da exploração econômica do petróleo da camada do pré-sal, deixa de lado outro tema que poderia ser trazido à baila nesse momento singular da história econômica brasileira: em que medida a receita do petróleo do pré-sal poderia contribuir para a reformulação do regime de custeio do Estado brasileiro, hoje profundamente baseado na cobrança de tributos?

De fato, se o aproveitamento econômico das imensas jazidas de pe-tróleo da camada do pré-sal pode vir a proporcionar ingresso de receitas jamais visto com a exploração de riquezas naturais nacionais, parece-nos evidente que a utilização racional de tais receitas, viabilizado inclusive sob um adequado regime jurídico de exploração, poderia contribuir para minimizar nosso oneroso Sistema Tributário Nacional.

Hoje, para o custeio das despesas públicas, o Estado tem a seu dispor vários instrumentos, definidos conforme a orientação de sua política eco-nômico-financeira, as condições do mercado como um todo, ou os recursos próprios de que dispõe.

O petróleo sempre suscitou debates acalorados, tanto na sociedade civil quanto no

cenário político. Na década de 1930, quando era ainda incerta a existência de petróleo

no subsolo brasileiro, travou-se um embate entre os chamados nacionalistas, que

queriam garantir o monopólio estatal do petróleo, e aqueles que defendiam a atuação

de empresas estrangeiras em sua exploração, com base na alegada superioridade

tecnológica de tais empresas, à época, na pesquisa, lavra e exploração.

Pré-sal e mudança do regime de custeio do estado brasileiro

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Dentre esses vários instrumentos, interessa-nos mais a análise das receitas públicas que se originam 1) do desempenho de atividade econômica pelo Estado; 2) da exploração de seus recursos naturais; e 3) da cobrança de tributos, com base no seu poder de império. As duas primeiras referem-se ao que a Doutrina chama de ‘re-ceitas originárias’, e a terceira, de ‘receitas derivadas’.

De fato, na lição de Aliomar Baleeiro, em seu livro Uma introdução à ciência das finanças, as receitas originárias compreendem as rendas provenientes dos bens e empresas comerciais ou industriais do Estado, que os explora à semelhança dos particulares. Trata-se, pois, de receitas oriundas do desenvolvimento de ati-vidades econômicas – industriais, comerciais ou agro-pecuárias, por exemplo – pelo próprio Estado, ou da exploração direta ou indireta do patrimônio estatal.

Nesse caso, o próprio Estado dedica-se ao exercício de determinadas atividades econômicas, inclusive por meio de pessoas jurídicas por ele controladas. O lucro que vier a auferir com o resultado de tais atividades constitui para ele receitas próprias.

Do mesmo modo, o Estado é detentor de patrimô-nio, cuja exploração econômica também poderá viabi-lizar a arrecadação de rendas necessárias ao custeio de suas despesas. É o caso de exploração, por empresas privadas, de atividade de monopólio estatal, mediante

o pagamento ao Estado de uma contraprestação pecu-niária – preço público.

Além disso, diretamente ou por meio de terceiros, o Estado pode dedicar-se à exploração de seus recur-sos naturais, como petróleo, gás natural ou minério. A exploração de recursos naturais por empresas privadas dá ensejo ao pagamento de royalties ao Estado, ou de determinada exação. Se o próprio Estado atuar nesse negócio, sua renda corresponderá ao produto da co-mercialização interna ou da exportação desses recur-sos naturais.

Percebe-se, assim, que, no caso das receitas origi-nárias, o Estado executa atividade econômica típica de Direito Privado, como qualquer particular. E a natureza da remuneração recebida pelo Estado com o exercício dessa atividade varia segundo seu regime jurídico, po-dendo qualificar-se como preço público, royalties ou simplesmente receita.

Diversamente, há receitas que integram o patrimô-nio público mediante o chamado exercício do poder de império. O Estado, no exercício de sua autoridade so-berana, cobra dos particulares o pagamento de deter-minada prestação pecuniária. São as chamadas receitas derivadas, que compreendem, entre outras, os tributos.

Feitas essas considerações, é certo que a cobrança de tributos tem sido a fonte de receita mais importante

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164 TN Petróleo 73

royalties

ao Estado brasileiro. A exploração econômica do pe-tróleo da camada do pré-sal, todavia, possibilita que se rediscuta a natureza do Sistema Tributário de um país que, segundo se projeta, será um dos maiores produto-res de petróleo do mundo.

O petróleo da chamada ‘camada do pré-sal’, como se tem divulgado, ocupa uma extensa área entre o lito-ral dos estados do Espírito Santo e Santa Catarina. Tra-ta-se de uma reserva de cerca de 90 bilhões de barris de petróleo leve, o que coloca o Brasil com a provável quarta reserva mundial desse produto.

Sendo assim, a exploração do petróleo da camada do pré-sal, pelo menos com base no que dizem especialistas da matéria, abre um novo capítulo da história brasileira: de país profundamente dependente da importação do produto até os anos de 1980, atinge a autossuficiência em poucos anos, e agora vive a perspectiva de se tornar grande exportador desse recurso mineral.

Ora, se a exploração do petróleo da camada do pré-sal traz novas e grandes perspectivas à economia bra-sileira em geral, e às finanças do Estado em particular, parece-nos plausível que também se inclua, ao lado de todo o debate atual acerca da definição do regime ju-rídico de exploração desse petróleo, a possibilidade de se propor uma reestruturação efetiva do modelo atual de geração de receitas públicas.

Nessa senda, a propícia discussão da reestruturação do modelo atual de receitas públicas impõe a necessi-dade de se reavaliar o Sistema Tributário Nacional bra-

sileiro, uma vez que profunda e largamente centrado na utilização do tributo para fins meramente arrecada-tórios, isto é, como instrumento de geração de receita para o custeio das despesas públicas.

Quero dizer com isso que é o caso de se refletir se a oportunidade de geração de receita com a explo-ração econômica do petróleo da camada do pré-sal não possibilitaria pelo menos alguma minimização de nosso oneroso Sistema Tributário Nacional atual, responsável por um impacto sobre os contribuintes que varia entre 35% e 40% do Produto Interno Pro-duto (PIB). E os benefícios, acredito, poderiam ser incomensuráveis. A começar pela própria Reforma Tributária. O impasse sempre gerado nas propostas de uma efetiva simplificação do nosso Sistema Tribu-tário Nacional ocorre, em larga medida, pelo receio de perda de receita pelas unidades que compõem nosso Sistema Federativo.

O repasse efetivo, em sede constitucional, pela União Federal aos Estados e Municípios, de recei-tas oriundas da exploração do petróleo da camada do pré-sal, talvez pudesse viabilizar a criação de um úni-co tributo sobre a produção e o consumo, a exemplo de quase todos os países, simplificando de vez nosso Sistema Tributário Nacional. Note-se, porém, que es-tamos falando do repasse de receita, e não da partilha de royalties devidos aos estados em cujo território se encontra as jazidas do petróleo, cujo debate se realiza atualmente no Congresso Nacional. Além disso, a efe-tiva desoneração do faturamento das pessoas jurídicas poderia contribuir para a geração de mais empregos, maiores investimentos e receita, pública e privada.

O leitor desatento pode achar que a ponderação aqui feita confunde-se com os devaneios de um tributarista de plantão. Ora, se com as jazidas de petróleo da camada do pré-sal o Brasil pode tornar-se um dos países com as maiores reservas desse recurso natural, sua exploração econômica poderá também colocar o Brasil como um de seus grandes comerciantes, a exemplo de outros países, como a Arábia Saudita. E quem alguma vez, em conver-sa com investidores no Oriente Médio, ouviu críticas de que o regime tributário saudita é complexo e excessiva-mente oneroso ao exercício da atividade econômica?

O Brasil, de todos os demais países emergentes, pa-rece ser aquele que melhor reúne condições favoráveis a investimentos estrangeiros. Temos regimes político e econômico consolidados, baseados na democracia, na livre iniciativa e na economia de mercado, e somos culturalmente inseridos na civilização ocidental. Em um ambiente propício como esse a investidores estran-geiros ávidos por segurança jurídica, pode-se imaginar quão positivo não seria a simplificação efetiva de nos-so Sistema Tributário Nacional, levada a efeito com a garantia de que não faltará receita para o custeio do Estado brasileiro, em face da exploração econômica do petróleo da camada do pré-sal.

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A abrangência dessas normas no desempenho das operações nem sem-pre se ajusta a certas proposições dos projetos de lei do governo em discussão na Câmara e no Senado. De fato, a abordagem das diferentes

possibilidades contidas na complexa interação que se estabelece entre as partes de um contrato para exploração e produção de petróleo parece não fazer parte das cogitações dos autores dos projetos e emendas das leis do pré-sal em debate no Congresso.

A posição da Petrobras como operadora exclusiva do pré-sal não significará que a estatal se investirá automaticamente de poderes de decisão absolutos, ainda que seu comando se estenda além dos 30% de direitos mínimos que lhe são outorgados por lei. É evidente que a Petrobras se verá diante de algumas alternativas, desde a questão do volume de investimentos até a gigantesca rede de operações que deverá conduzir, ou, no mínimo, coordenar, passando pelas dificuldades naturais em todo negócio quando surgem divergências estratégicas e opções técnicas quase sempre divergentes.

Mas, além dessas hipóteses, apenas preliminares, mas já suficientes para provocar tensões nos comitês operacionais de deliberação, é impor-tante levar em consideração o fator determinante representado pelos sócios financeiros, cujo peso específico torna extremamente crítico o poder que lhes advém de sua maior ou menor fração no aporte dos recursos a serem investidos nas operações.

Também é necessário lembrar que, em qualquer regime contratual, seja concessão ou partilha, as relações entre as partes e seu comportamento no dia a dia do projeto seguem métodos de trabalho específicos. Em geral, essas regras são objeto de entendimentos privados, fora do controle dos órgãos reguladores, como tem sido usual em relação aos contratos de concessão com a ANP.

No sistema das concessões – por equívoco resultante da inexperiência e impertinência de alguns dos proponentes de textos e emendas para a lei 9.478/97 – foi inserida a exigência de um contrato de consórcio, quando mais de um concessionário fosse titular do contrato. Flagrante confusão, com a participação de estrangeiros nas licitações de serviços públicos reguladas pela lei 8.666/93 e suas alterações, da qual não escapam os projetos atuais de partilha.

Além de inócuo, o consórcio modelado pela Petrobras, e adotado como obrigatório pela ANP, não cobriria o mínimo dos requisitos já consolidados pela indústria do petróleo na estruturação das parcerias de um projeto de exploração e produção. O destino natural desses consórcios tem sido (e

meio ambiente

As regras que estabelecem a forma de tomada de decisões nas operações de exploração e produção de petróleo poderão ter consequências bem mais surpreendentes do que muitos imaginariam.

Pré-sal: concessão, partilha e poderes de decisão dos contratados

Antonio B. Sarmento é sócio de Tauil & Chequer Advogados associado a Mayer Brown LLP.

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continuará a ser) o total esquecimento nas gavetas dos consorciados, e sua substituição por um modelo de ne-gócio amplamente empregado pela indústria do petróleo em sua experiência mundial.

Consagrado pelo uso, e conhecido como Joint Opera-ting Agreement/JOA, esse contrato foi precipitadamente endossado pela Petrobras desde as primeiras parcerias negociadas antes da aprovação da Lei 9.478/97 e cons-tituídas a partir de 1998, sem uma avaliação criteriosa da eventual inadequação do mesmo ao contexto da lei e ao contrato de concessão aprovado pela ANP, já que, por sua origem, o JOA está impregnado de conceitos estranhos ao direito romano-germânico.

Elaborado na vertente americana da common Law, o JOA não compartilha muitas das peculiaridades do direito civil. Não havendo a Petrobras se preparado para o oferecimento oportuno de um documento alternativo e eficaz, a investidura do JOA como manual de trabalho das associações formadas para contratar com a ANP foi consequência anunciada, já que era prática corrente na cultura jurídica das empresas que acorreram ao chamado das licitações.

É certo que o JOA é um detalhado regulamento das atividades operacionais básicas, permitindo que estas ocorram sem maiores questionamentos quanto aos atos que o operador pode ou deve praticar em contrapar-tida aos direitos e às prestações exigidas dos demais

associados. O JOA confere amplo poder ao operador, porém submetido a limitações que refletem a primazia do principal financiador do projeto (com frequência também operador) e à percepção das partes em relação aos riscos do negócio e sua disposição para assumi-los, fundadas em conceitos econômicos e no estado da arte das tecnologias de exploração.

Daí porque a participação obrigatória da Petrobras nos contratos de partilha e sua posição como operador exclusivo, cumulada com o voto de qualidade atribuído à nova empresa Pré-sal por meio da presidência do comitê de operações, estatuído no art. 25 do projeto de lei do governo, implicar restrições severas ao sistema de decisão em operações conjuntas, já consagrado pela indústria do petróleo.

É fácil prever que essas exigências produzirão obs-táculos à atração de investidores sérios, domésticos ou estrangeiros, cuja transposição não será obtida sem ampla revisão dos impedimentos legais ao processo de decisão. Junto com a controvertida distribuição dos royalties, a questão das decisões operacionais se tornará um complicador adicional para as dificuldades inerentes aos contratos de partilha, suscetível de determinar atraso imprevisível nos projetos do governo, fora as questões de compatibilidade jurídica do sistema proposto com o modelo republicano federativo, capazes de afetar todo o conjunto.

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168 TN Petróleo 73

Os avanços da teleinformática, as pesquisas tecnológicas e a demanda por qualidade estão pulverizando paradigmas herdados de perío-dos de estabilidade. No novo ambiente de negócios, a inovação e a

capacidade de adaptação às novas regras do jogo empresarial tornam-se requisitos imperativos para qualquer empresa, independente de seu porte, participar do cenário competitivo.

MacrotendênciasO mundo está sendo mudado por forças incontroláveis, ocasionadas

sobretudo pela transformação telemática que não mais permite adotar ati-tudes passivas, conduzindo o contexto empresarial para a interatividade. Isso já está produzindo e produzirá impactos em todos os segmentos da sociedade, comércio, serviços, agricultura e indústrias, e deverá criar um mercado eletrônico gigantesco que transformará radicalmente a maneira de as pessoas trabalharem, comprarem, se comunicarem e se divertirem. E tudo isso está sendo moldado pelo impacto de macrotendências irrever-síveis, abaixo comentadas.Flexibilidade: as indústrias estão repensando a forma como devem operar.

Para competir no mundo da rápida mudança da era da tecnologia de in-formação, as empresas procurarão, cada vez mais, substituir suas formas tradicionais de negócios por novas concepções que redefinirão a imagem e o papel que exercerão no ambiente global de negócios.

Agregação de valor: em ambiente de elevada competitividade, os consumi-dores têm alternativas variadas e, na falta de atendimento diferenciado e valor agregado ao produto, o seu critério de decisão é o preço.

A homogeneidade cede lugar à diversidade: negócios serão viabilizados por uma grande variedade de tecnologias, estilo de vida e ideias, oriundas de culturas diferentes.

Estado provedor transforma-se em Estado direcionado para resultados: as cidades e as instituições do governo serão reestruturados segundo a forma privada de negociação (organizações ágeis e enxutas) e orientadas para a busca de resultados. Com o acirramento de suas crises fiscais, os governos serão forçados a buscar novas soluções para cumprir as suas obrigações, abrindo espaço para empreendedores e para a competência.

Prevenção e autopreservação: a frequência e a proximidade de ocorrência de algo perigoso incutem nas pessoas uma demanda por cautela e pre-venção. Enfrentar o problema com soluções tradicionais exigiria aumento

As revoluções gerenciais e tecnológicas têm impactado de forma inimaginável o ambiente de negócios, tornando dramática a luta pela postura estratégica de sobrevivência das instituições em todo o mundo.

o novo ambiente de negócios

gestão

Ronald Carreteiro é engenheiro, ex-diretor de gás natural e alter-nativos energéticos da

Petrobras distribuidora; é membro do Conselho

de Tecnologia da Firjan.

Page 171: TN Petróleo 73

de tributos, o que as populações não desejam mais pagar, face ao volume de impostos já existentes.

A competição viverá com cooperação: quanto maior a economia global, mais complexo e dispendioso será o contexto de negócios e mais intensamente a coo-peração surgirá, como instrumento estratégico da competição. Mais e mais, as nações contribuirão para que as empresas busquem escala em outros mercados, com o intuito de melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos.

A customização: as mudanças determinam e a tecnologia permite o atendimento customizado. O movimento inicial que gerou fusões e aquisições está mudando, norteado pelo atendimento segmentado, à procura de nichos e personalizações.

Automação: apesar da grande barreira ainda existen-te – as máquinas só fazem o que foi programado –, a automação já está se tornando uma ferramenta fun-damental. Grandes inovações e melhor compreensão do relacionamento homem máquina favorecem à au-tomação. A visão de um mundo automatizado parece estar próxima.

Visão multidisciplinar A empresa brasileira teve revelada sua fragilidade

ao enfrentar a competição internacional, logo após a abertura da economia experimentada no início da dé-

cada de 1990. Esta fragilidade teve aspectos agravados pela tomada de consciência do cidadão-consumidor, em um mundo em que a qualidade passou a ser um valor intrínseco a qualquer produto ou serviço.

Desta forma, o novo ambiente de negócios exige capacitação e permanente conectividade com cenários internacionais. A empresa atual precisa ter visão multi-disciplinar, para aproveitar as oportunidades de mercado pelo uso de seus pontos fortes. Analisar de forma sistê-mica as tendências e os dilemas que se apresentam são novas atribuições impostas por este novo ambiente.

TendênciasSão afirmativas que configuram o futuro das orga-

nizações. Observe-as:• a velocidade da tecnologia será cada vez maior;• as áreas de pesquisa e desenvolvimento serão cada

vez mais importantes para gerar capacitações inova-doras;

• as organizações serão cada vez mais coerentes com a busca das pessoas pelo aprendizado permanente;

• sobreviverão as empresas mais ágeis e mais capazes de se adaptarem às mudanças;

• o verdadeiro driving force da mudança não será a tecnologia, mas os seres humanos;

• as pessoas serão definitivamente a verdadeira diferen-ciação competitiva das empresas.

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170 TN Petróleo 73

ReflexõesSão afirmativas que representam pensamentos e

uma análise geral do contexto futuro das empresas. Observe-as:• os sistemas de informática não serão os instrumentos

para compartilhar o conhecimento. Tal assertiva sig-nifica que a capacidade de agir está efetivamente nas pessoas e não nas máquinas;

• o sucesso irá depender do relacionamento interpes-soal;

• as empresas não são um bom lugar para trabalhar.

DilemasSão afirmativas que representam os pontos sobre

os quais ainda não há um pensamento mais concreto, restando dúvidas conceituais. Analise-as:• o que irá prevalecer: as mudanças tecnológicas ou a

gestão de pessoas?;• as questões psicológicas geradas pela turbulência e

pelo fim do emprego tradicional ultrapassarão os níveis suportáveis pelos seres humanos?;

• até que ponto os objetivos econômicos darão lugar a propósitos mais nobres, incluindo valores éticos e morais?

A empresa do futuro – agregando valoresAs grandes corporações tendem a um movimento

trasnacional e sua evolução caminhará certamente na direção da construção de países virtuais trasnacionais.

Aos pequenos negócios nesta nova ordem mundial caberá a garantia da geração do emprego e da renda, na for-mação de cadeias fornecedoras das grandes empresas.

Todos os atores da comunidade empresarial, incluindo os empresários, executivos e os empregados, devem ter consciência da responsabilidade social que as empre-sas irão assumir neste novo cenário. Antes e acima de tudo, a empresa do terceiro milênio abandonará o cunho

burocrático passivo e adotará os padrões da competiti-vidade ativa; ela estará inteiramente focada e motivada para maximizar, de forma dinâmica, o encantamento de seu cliente atual e futuro e, também, aperfeiçoar a capacidade humana de criar e operar sistemas, produtos e processos.

A empresa tenderá a um aprimoramento do nível de nobreza das relações humanas que a compõem: desconfiança, vaidade e inveja cederão espaço para o desenvolvimento dos fatores fundamentais de sucesso do próprio negócio. Este movimento terá forte conse-quência na estruturação da necessidade do controle a partir do momento em que a confiança nas pessoas aumentará.

As empresas serão grandes redes, em que um peque-no percentual dos seres humanos a elas ligados terão ainda uma relação de dependência. A organização virtual será uma realidade dominada e o aparato tecnológico permitirá completa interação e comunicação on line, as-sim como a robótica abrirá caminhos para uma absoluta customização e personalização da produção.

Nova noção de competitividadeA competitividade é construída a partir da competi-

tividade das empresas. Se estas são frágeis e defasadas tecnologicamente, há um comprometimento para com o futuro, uma vez que a competitividade é a base para o nível de vida de uma nação.

Estão superadas as visões tradicionais que definiam a competitividade como apenas uma questão de preço,

Sentimentos de Hoje Sentimentos Futuros

solidão solidariedade

dispersão integração

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gestão

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custos e taxas de câmbio. A competitividade hoje é tra-tada como sendo determinada por fatores endógenos e exógenos à empresa.

É adequada a noção de que o desempenho empre-sarial depende do resultado de fatores situados no con-texto macroeconômico em que as empresas operam. E, portanto, empresas e nações estão inexoravelmente envolvidas e comprometidas.

A competitividade deve ser compreendida como a capacidade da empresa em formular e implementar estratégias que lhe permitam conservar de forma per-manente sua posição de mercado.

O desempenho competitivo de uma empresa está condicionado a um complexo conjunto de fatores. Entre-tanto, alguns deles precisam estar dominados: estratégia e gestão, capacidade para inovação, capacidade para a produção e talentos humanos. E outros fatores dependem da estrutura do país.

O mapa da competitividade é composto por dois polos: o poder estrutural mundial e o desenvolvimento nacional/regional. A competitividade estaria definida num espaço entre dois polos cujo pano de fundo é dado pelas tendências mundiais da globalização, da trans-nacionalização e da regionalização. Do lado do polo do poder estrutural mundial, a estrutura da competitivi-dade se manifesta através das fontes de poder atuando num contexto, mediado pela negociação. Do lado do

desenvolvimento nacional/regional, a competitividade é medida pelos subsistemas de inversões, das inovações e, também, das negociações.

No Brasil, o Ecib (Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira), coordenado pelo MCT (Minis-tério de Ciência e Tecnologia), apresenta a definição de competitividade e a divide em fatores internos à empresa, fatores estruturais e fatores sistêmicos. Os fatores estruturais são aqueles sobre os quais a em-presa tem pouca influência, ou seja, a concorrência, a configuração do setor e as características dos mercados. Já os fatores sistêmicos são aqueles que constituem as externalidades para a empresa e dependem do contexto e das políticas nacionais.

A noção de competitividade que está em construção tem como pressuposto básico a ideia de que: 1) as fontes de competitividade mudaram no processo da globalização de capital e regionalização de mercado e, 2) o instrumen-tal de análise baseado nos pressupostos neoclássicos dos fundamentos da competitividade perderam seu poder explicativo na realidade atual.

Assim, o novo ambiente de negócios e a formalização de uma nova noção têm como fulcro os novos determi-nantes da competitividade no mundo contemporâneo, no qual nações e empresas se confundem e se interligam na busca de melhores condições de vida para as empresa e para seus cidadãos.

o novo ambiente de negócios

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172 TN Petróleo 73

A crise financeira global de 2008 afetou direta e particularmente o setor de petróleo. A sequência de aumentos no preço do barril, iniciada em 2003 quando superou a barreira dos US$ 40, estabilizando-se em

meados de 2008 e fixando-se em um valor muito mais elevado, permitiu a viabilização econômica de muitos projetos, dentre os quais iniciativas como a perfuração em águas profundas, pré-sal, aplicação de novas técnicas para recuperação mais efetiva de reservatórios e a implantação de projetos de energia renovável.

Como reflexo da crise, ocorreram restrições imediatas na concessão de novos créditos e elevações nos custos de capitalização das empresas, com-binadas com uma queda brusca nas receitas. Impulsionado em parte por uma bolha especulativa, o preço por barril atingiu um pico de US$ 145,29 (no fechamento da Nymex em julho de 2008), despencando para menos de US$ 50 em apenas cinco meses.

Isto forçou as empresas a cortar drasticamente seus custos operacionais, para recuperar o equilíbrio nos fluxos de caixa. Logo em seguida, precisa-ram rever suas carteiras de investimentos, tornando ainda mais palpáveis os efeitos da crise.

A Agência Internacional de Energia (IEA na sigla em inglês) estima que desde outubro de 2008 até abril de 2009 houve uma redução de 21% nas verbas de capital de investimento pelas empresas do setor mundial de exploração e produção, passando de cerca de US$ 475 bilhões para US$ 375 bilhões.

Uma das áreas mais severamente afetadas foi a de financiamento de projetos de construção de infraestrutura midstream, que abarca oleodutos e instalações de gás natural liquefeito (GNL), alguns dos quais apresentam os maiores riscos para o setor.

Também foram prejudicados os projetos de refinarias, com sete adia-mentos e dois cancelamentos. Em termos de energia renovável, a queda foi de 38%, devido à significativa redução nos preços dos combustíveis de origem fóssil.

Na América Latina, o nível do corte nos investimentos foi moderado, inferior a 10%. A região se caracteriza pela concentração do acesso às re-servas na mão das empresas de petróleo estatais (NOC na sigla em inglês), que apresentaram um corte médio de 7,5%.

Entretanto, apesar das ‘supercorporações’ (supermajors) apresentarem variações, oscilando entre -3% e 4% sem nunca superar 7%, as estatais che-garam a exceder os 10%, enquanto as empresas internacionais de menor porte, cujos cortes chegaram a 36,7%.

Podemos inferir que essas variações no replanejamento de investimento são frutos diretos da maior facilidade de acesso ao crédito. No entanto, fica

crise de 2008

Em um ambiente de negócios caracterizado pela incerteza, a otimização dos processos

que adotem as melhores práticas é um fator chave para o desenvolvimento sustentável das

operações conduzidas pelas empresas do setor.

A crise financeira e as lições deixadas pelo setor petrolífero

Sergei Beserra é diretor para o setor de petróleo e gás da sAP latin America.

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claro também que um dos fatores importantes para estes baixos níveis de variação é o amadurecimento no que se refere às práticas de gestão, exercidas já há muito tempo por estas grandes corporações – e as pequenas variações entre as empresas de petróleo estatais de-monstram que este amadurecimento também já vem alcançando este setor.

Esta crise constitui um momento propício para a revisão de estratégias, modelos de negócios e práticas de gestão. A SAP identificou os principais problemas e preparou uma carteira de soluções para dar respostas a um cenário que exige a aceleração e consolidação de certas práticas, para estabelecer uma via sustentável para os negócios.

As empresas necessitam de maior agilidade e con-fiança na qualidade de informações nos seus processos decisórios, sistemas que façam uma integração end-to-end, capacidade de simulação em tempo real, que permitam maior visibilidade e controle financeiro das suas operações, dos seus riscos financeiros, incluindo o atendimento dos novos requisitos de segurança, saúde e meio ambiente. Com este propósito, são fornecidas as funcionalidades descritas a seguir:• Gestão do caixa e da tesouraria. Proporciona uma

projeção mais acertada dos fluxos de caixa e riscos financeiros, tornando possível um controle mais efetivo sobre as atividades da tesouraria.

• Serviços financeiros compartilhados. Capacidade para implementar as melhores práticas em processos de escala global, sem perder o controle sobre os custos operacionais, proporcionando portais funcionais para os gerentes das unidades de negócios e controles so-bre contratos tipo SLA (em nível de serviço) para os serviços internos.

• Cadeia de valor financeiro. Automatização dos proces-sos financeiros com base na aplicação das melhores práticas, englobando operações de faturamento, contas

a receber, contas a pagar, pagamentos e aprovações de crédito.

• Administração de associações efetivas de risco com-partilhado. Sincronização dos processos básicos de negócios da empresa e sua racionalização para as fun-ções de produção, gerenciamento de terrenos, controle de emissões e finanças das empresas de exploração e produção de petróleo.

• Administração do desempenho financeiro e operacional. Transparência e visibilidade financeira dos processos operacionais, de exploração e produção, de refino e de gás e energia, promovendo a sincronização das atividades inerentes à definição e execução das suas estratégias.

• Administração de riscos e cumprimento das normas legais da indústria com riscos inerentes com a explo-ração de recursos naturais. O procedimento permite o monitoramento das iniciativas de cumprimento de normas aplicadas como resposta ao volume crescente de obrigações legais fixadas para o setor pelas diversas autoridades reguladoras, governos e nações.

• Aceleração dos fechamentos de demonstrativos finan-ceiros em termos globais. Mais qualidade dos relatórios financeiros, graças à disponibilidade de informações seguras e confiáveis com custos menores.

Por fim, o processo de recuperação da crise já se iniciou, refazendo o patamar econômico existente em 2008, na pré-crise. No entanto, já estamos presenciando uma nova crise no mercado comum europeu. Os cenários projetados apresentam um nível alto de incertezas e grau crescente de competitividade.

As lições aprendidas com a crise são muito úteis se aplicadas à reformulação dos processos financeiros e controle de riscos, em relação aos indicadores estraté-gicos, à reavaliação e ao estabelecimento de prioridades para as áreas que precisam de melhorias, para reforço da sustentabilidade dos negócios.

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174 TN Petróleo 73

Um dos primeiros aspectos a se analisar na regulação que prevê a capitalização da Petrobras e a cessão onerosa é a titularidade do petróleo. No regime de concessão estabelecido pela Lei 9.478/97 a

propriedade do produto da extração é da empresa ou consórcio vencedor do leilão.

Um dos principais motivos argumentados pelo Governo para mudar o marco regulatório para o sistema de partilha da produção seria que a ti-tularidade do petróleo ficaria com ele (Governo), todavia a lei sancionada prevê no §1º do artigo 1º que a titularidade seria da Petrobras.

Como a Petrobras segue o regime jurídico das empresas privadas – por força do artigo 173, §1º, II da Constituição Federal – conceder a pro-priedade do petróleo para ela afronta o princípio constitucional da livre iniciativa.

Outro ponto polêmico é que a Lei sancionada quer fazer crer que a “dispensa de licitação” pelo simples fato de estar determinada em lei da-ria a legitimidade necessária à Petrobras para assinar a cessão do pré-sal.

Esse argumento é falacioso e esconde uma inconstitucionalidade. O instituto jurídico da dispensa de licitação determina que alguns serviços podem ser contratados sem licitação. Os exemplos disso são os de caráter emergencial. Os 5 bilhões de barris de petróleo são mais do que um sim-ples serviço, eles equivalem a 30% das reservas atualmente conhecidas no país, o que representa por si mesmo um mercado exploratório.

Após a emenda constitucional 9/95, que flexibilizou a exploração do monopólio do petróleo, a Petrobras não pode ter qualquer privilégio, nem negocial, mesmo que por lei. Esse é o entendimento do Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.273-9, que analisou a quebra do monopólio.

capitalização

Os pontos polêmicos da Lei n. 12.276, sancionada em 30 de junho pelo Presidente da República, prevê a capitalização da Petrobras e a cessão onerosa de 5 bilhões de barris de petróleo na área do pré-sal.

CAPiTAlizAçãoo preço da

da Petrobras

Cláudio A. Pinho é advoga-do. Professor. mestre em direito econômico pela Universidade Federal de minas Gerais. membro do instituto dos Advogados Brasileiros. vice-presiden-te da Comissão de direito Constitucional da Federação interamericana de Advogados. ex-membro da Comissão Na-cional de estudos Constitucionais do Con-selho Federal da oAB. ex-vice-presidente da Comissão de Petróleo e Gás da American Bar Association.

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Assim, é inconstitucional o tratamento privilegiado sem que houvesse uma emenda constitucional privile-giando a Petrobras nesse particular, tal como acontecia antes da emenda constitucional 9/95.

Direito dos minoritáriosA capitalização da Petrobras será feita com títulos

públicos. No entanto a Lei 12.276 nada fala sobre os acionistas minoritários. Por força do artigo 171 da lei das sociedades anônimas (Lei 6.404/76), os acionis-tas mesmo minoritários terão direito de preferência na subscrição de ações, na mesma proporção de sua participação no capital social.

Como a União integralizará com títulos públicos, abre-se a possibilidade dos minoritários também subs-creverem o aumento de capital com títulos públicos. Como a lei nada fala, o Judiciário poderá ser acionado para assegurar este direito legalmente previsto.

Também há dúvidas quanto à precificação da cessão. O § 3º do artigo 1º da lei sancionada prevê que o paga-mento do direito de exploração dos 5 bilhões de barris de petróleo vai ser precificado pelo “valor de mercado”.

Como a lei também prevê que a cessão deverá ser assinada no prazo de 12 meses, por força do artigo 8º, resta saber: esse valor de mercado é do barril de ven-

da ou do que se chama “barril enterrado”? Qual será a data da cotação do petróleo para fins de valoração? A data da Lei? A data da assinatura?

Não podemos nos esquecer que se imaginarmos a diferença de 1 dólar que seja por barril cedido estaremos falando num efeito de 5 bilhões de dó-lares em um único contrato. Faltou transparência neste ponto e a lei é omissa. Resta aguardarmos para ver se vai sair algum decreto regulamentando a questão.

Por último, há as questões ambientais na identi-ficação e delimitação da área. O Governo demonstra muita preocupação em colocar a capitalização da Petrobras na ordem do dia e, mesmo em pleno cenário de desastre do Golfo do México, a questão ambiental foi negligenciada e ficou omissa.

A senadora Marina Silva, relativamente à área ce-dida, apresentou uma emenda legislativa que previa que deveriam “ser promovidos estudos técnicos que apontem obrigatoriamente todas as informações de cunho ambiental, necessárias ao prévio diagnóstico quanto à vulnerabilidade ambiental das áreas” cedi-das. Essa emenda foi rejeitada, pois isso certamente atrasaria a assinatura do contrato de cessão. A área ambiental é preterida mais uma vez.

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176 TN Petróleo 73

AS OPORTUNIDADES SUBSTANCIAIS que existem no mercado de petróleo e gás do Brasil são muito apropriadas para o portfólio e especialidade de uma com-panhia internacional e líder em serviços em campos petrolíferos, como a Expro. A companhia já emprega mais de 200 pes-soas no Brasil e está planejando aumentar sua presença operacional em novas e maiores instalações em Macaé (RJ) em 2011, o que irá mais tarde aumentar a sua presença e capacidades nesta fasci-nante região.

Com a maior parte do petróleo de fácil extração já retirado das reservas em terra e das reservas em águas rasas, explora-ção e produção em águas profundas se tornaram o enfoque principal para muitas operadoras da indústria mundial de petró-leo e gás. Ambientes em águas profundas, tais como o Brasil, trazem novos desafios em termos de avanços tecnológicos.

Líder de mercado em tecnologia de assentamento de landing strings, com um histórico de realizações em regiões de águas profundas no mundo inteiro, incluindo na África, no Golfo do México e no Brasil, os investimentos e as rea-lizações da Expro no desenvolvimento de tecnologia submarina reforçam sua atuação em águas profundas.

Garantir operações seguras se torna mais desafiador à medida que o ambiente de águas profundas apresenta condições de operação mais difíceis em termos de pres-são e temperatura, e exige confiabilidade máxima nos equipamentos. Por exemplo, manter o controle do poço através dos pro-cessos de comissionamento e intervenção é vital, e sistemas temporários de segurança submarina (posicionamento de colunas) são implementados com esta finalidade.

Para se adequar aos desafios destas operações em águas profundas, a Expro desenvolveu sua linha de tecnologia em Montagem de Assentamento de Coluna Expro (Expro Landing String Assembly /Elsa), incluindo os sistemas de monobo-re Elsa High debris (HD) e Elsa pressão alta (HP), assim como Elsa dual bore (DB), todos usados em conjunto com os controles Express 7 eletroidráulico

(EH) para atender as necessidades especi-ficas encontradas em ambientes de águas profundas.

“Os produtos e serviços de geren-ciamento de fluxo de poço da Expro complementam as necess idades do Brasil,” disse Hank Glansbeek, gerente de Desenvolvimento Comercial / Técnico da Região – Expro América Latina. “Nossa habilidade para completar poços subma-

rinos usando nossa ampla tecnologia, a qual é apropriada para trabalhos em águas profundas, é a solução ideal para o mercado brasilei-ro”, diz o executivo, que entrou para a Expro em 1993. Ele

é veterano da indústria de gás e petróleo, com larga experiência em teste offshore e de poço, tendo desempenhado posições administrativas no Reino Unido e no Golfo do México.

“Por enquanto, introduzimos apenas uma pequena parte de nosso portfólio de produtos completo no Brasil, mas conti-nuamos a desenvolver novas tecnologias e trazer novos produtos frequentemente. Esperamos diversas novas oportunidades conforme o nosso portfólio de produtos e serviços aumenta no mercado local”, observa.Tecnologia submarina – A Expro, que também tem reputação global estabeleci-da como líder de mercado na produção e fornecimento de tecnologia em conectores e medição submarina, está aumentando continuamente a sua presença no país, para ampliar o nível de serviços e asse-gurar uma equipe de alto nível para dar suporte aos clientes.

A empresa estará introduzindo em breve um sistema inovador que irá pro-mover uma mudança no modo como os

operadores podem acessar e intervir nos poços submarinos. “O AX-S da Expro, sis-tema de intervenção em águas profundas, é uma das mais importantes e inovadoras tecnologias que a indústria submarina já viu”, afirma o executivo. Os métodos atuais para manutenção de poços em geral requerem o uso de plataformas para ser posicionados acima dos poços enquanto o trabalho é realizado, o que é uma atividade que consome tempo e recursos.

AX-S proporciona solução para in-tervenção de poços submarinos segura, sem dutos e controlada remotamente, que é implementada a partir de um barco. O sistema, que será lançado este ano, é a primeira tecnologia em intervenção que pode ser operada de forma eficiente em profundidades superiores a 10.000 ft. (3.000 m), permitindo que os operadores aumentem de modo significativo as taxas de produção e recuperação final de poços submarinos.

A Expro, que está no Brasil desde 1995, com a aquisição da PowerWell Services em 2006 aumentou considera-velmente a área de projeção, fornecendo para a companhia capacidades de teste de poço e submarinas e um forte negócio de aluguel de equipamentos. Isto pro-porcionou para a empresa uma ampla base comercial e permitiu a introdução de produtos e serviços adicionais.

“Estamos mudando de um modelo comercial que evoluiu com vendas de equipamentos para um que nos permite sermos capazes de oferecer o que os nos-sos clientes precisam, o que quer que seja necessário”, disse o executivo.

Presença reforçada no BrasilExpro quer oferecer um pacote completo de soluções para o maior país da América Latina

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A CATERPILLAR, FABRICANTE de equi-pamentos para construção e mineração, motores a diesel e gás natural e turbinas industriais a gás, anunciou planos para ampliar sua presença industrial no Brasil de forma a se posicionar para melhor atender a demanda crescente dos clientes em toda a América Latina. Os estudos para a escolha do local para a construção da nova fábrica estão em fase avançada e fazem parte da estratégia de manufatura global de longo prazo da Caterpillar no mundo. A expectativa é de que a locali-zação da nova unidade seja anunciada no fim do próximo trimestre.

A nova fábrica produzirá retroesca-vadeiras e carregadeiras de pequeno porte, produtos atualmente fabricados pela Caterpillar em sua unidade de Pi-racicaba (SP). O início da produção na nova fábrica permitirá que a Caterpillar aumente sua capacidade de produção dos demais produtos em Piracicaba.

“A decisão estratégica de expandir as operações no Brasil possibilitará que a Caterpillar atenda a demanda dos nossos clientes, considerando, particularmente, a

forte recuperação da economia ocorrida na região no último ano”, declara Luiz Carlos Calil, presi-dente da Caterpillar Brasil. “Além disso, a fábrica de Piracicaba lidera, de forma con-sistente, o desenvol-

vimento e a implantação do Sistema de Produção Caterpillar (CPS), que resultou na construção de uma reputação de qua-lidade e excelência de manufatura dentro da organização Caterpillar.”

A construção da nova unidade indus-trial deverá se iniciar no final de 2010 ou co-

meço de 2011, levando-se em consideração as aprovações finais do local selecionado. “Para que a Caterpillar se mantenha na liderança de mercado, é essencial conti-nuarmos a investir em nossas operações nos mercados emergentes para apoiar nossos clientes”, diz Rich Lavin, presidente de Grupo da Caterpillar com responsabilidade pelos mercados emergentes.

A atual unidade de produção da Ca-terpillar no Brasil, sediada em Piracicaba, produz carregadeiras de rodas, motoni-veladoras, retroescavadeiras, tratores de esteiras, escavadeiras, compactadores, carregadeiras subterrâneas de mineração, grupos geradores e uma variedade de componentes.

Caterpillar planeja nova fábrica no BrasilA nova fábrica aumentará a capacidade industrial da empresa na América Latina, tendo como base seus mais de 50 anos de história no Brasil.

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Estação de compressão de gás natural em Pernambuco

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A WHiTe mArTiNs vAi CoNsTrUir, em Ca-ruaru (Pe), uma unidade de compressão de gás natural para atender à crescente demanda de indústrias da região por um combustível mais econômico e de menor impacto am-biental. o gás natural será fornecido pela Copergás, que construiu um gasoduto de 150 km de extensão para trazer o combustível do recife. A previsão é de que a unidade inicie suas operações em outubro de 2010.

Na estação, o gás natural será compri-mido e enviado para clientes por meio de carretas. o primeiro contrato de fornecimento foi fechado com a Acumuladores moura, fa-bricante de baterias automotivas da América do sul. A empresa, situada em Belo Jardim, a cerca de 60 km de Caruaru, vai usar o Gás

Natural Comprimido (GNC) em substituição ao Gás liquefeito de Petróleo (GlP) e ao óleo combustível usados em seu processo industrial.

outra indústria da região que também se beneficiará com o GNC é a Galvanisa. o gás natural será usado nos queimadores da cuba de galvanização, que a empresa instalará em sua unidade, situada em Carpina, cerca de 100 km de Caruaru.

“o potencial da região é muito grande, dado o crescimento da economia local e a existência de importantes indústrias”, a-firma marcelo rodrigues, diretor executivo da White martins. “essas empresas podem se beneficiar com o uso do gás natural, que tem vantagens sobre outros combustíveis,

como maior economia e menor impacto am-biental”, diz.Gasoduto – A White martins também partici-pou da obra do gasoduto que irá levar o gás natural do recife para Caruaru. A empresa, por meio de seu Grupo de serviços industriais, foi contratada para realizar o serviço de secagem dos dutos, uma das etapas finais da obra.

Para essa operação, a companhia uti-lizou nitrogênio, que foi bombeado para dentro do gasoduto, de forma a retirar a água usada em testes hidrostáticos, que verificam a existência de vazamentos. o nitrogênio em forma líquida (mantido em tanques criogênicos a uma temperatura de -180o C) é vaporizado e injetado no duto, promovendo a sua secagem.

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Nova base offshore no Rio de JaneiroClassificada entre as 30 maiores empresas mundiais em movimentação de cargas por meio de guindastes, a Locar Guindastes e Transportes Intermodais inaugurou em agosto um terminal marítimo no Rio de Janeiro, que servirá como base de suas operações offshore.

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produtos e serviços

PERCEBENDO A NECESSIDADE de maior intermodalidade em seus servi-ços, a Locar, que há dois anos entrou no ramo marítimo, inaugurou no Rio de Janeiro sua primeira base offshore, que promete intensificar as atividades da empresa no setor. O terminal, de 25 mil metros, localizado na Ilha do Gover-nador, é um dos projetos previstos no orçamento de R$ 300 milhões em in-vestimentos programados pela empresa para 2010 com o objetivo de ampliar e diversificar seus negócios.

“Estávamos com nossas embar-cações paradas e hoje, com essa base offshore própria conseguiremos reto-mar e agilizar nossos serviços. Preten-demos abrir outras bases offshore para dar apoio às nossas operações no país,

mas a do Rio de Janeiro será a maior e a principal”, afirma Julio Eduardo Simões, diretor presidente da Locar.

Durante a inauguração, a em-presa fez o batismo de duas novas embarcações, que custaram um total de R$ 20 milhões: o barco de apoio Locar II e o rebocador Locar VII, adquiridos, respectivamente, do es-taleiros Erin, de Manaus, e do SRD, de Angra dos Reis.

O Locar II é um barco Line Handling, equipado com propulsão azimutal, característica técnica que permite maior mobilidade nas mano-bras. Considerado o mais moderno da atualidade, ele dá apoio ao manuseio de cabos, amarração e suprimento de plataformas. Já o Locar VII conta com

propulsão em três motores e com siste-ma de corte nozzlle (tubulação).

“Vamos terminar o ano com 13 embarcações, sendo que já temos dez prontas. Lembro ainda que todas as nossas embarcações são feitas no Brasil, e praticamente 70% dos equipa-mentos são nacionais”, revela Simões.

Para içamentos e movimentação de materiais pesados a determinadas alturas, a Locar conta com uma ‘balsa guindaste’, composta por um guindas-te de 350 toneladas e balsa de 2.500 toneladas de carga. Tal equipamento é preparado para suporte ao içamento de cargas especiais para a indústria offsho-re, bem como instalações marítimas.

Para o transporte intermodal de cargas de grandes dimensões e pesos, a empresa conta com uma segunda bal-sa oceânica de carga de 75 m x 25 m, com capacidade para 3.500 toneladas.

Na ocasião da inauguração de sua base offshore, a Locar também apresen-tou o maior guindaste telescópico do mundo sobre pneus: o LTM 11.200, ad-quirido por R$ 15 milhões, da Liebher. O equipamento possui nove eixos, 100 m de lança (além de 100 m de lan-

ça complementar) e tem capacidade para levantar 1.200 t de carga.

“Este guin-daste é a primeira máquina do Brasil com essa capaci-dade; é a maior máquina rodoviá-

ria de 1.200 toneladas do mundo. Ela é própria para operações de movimenta-ção de cargas nas refinarias, petro-químicas, papel e celulose e energia eólica. Temos projeto para montá-lo em Santa Catarina, mas ainda aguardamos contratos”, finaliza o executivo.

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TN Sustentável no Twitter. Siga-nos em http://twitter.com/tnsustentavel

Primeiros “x BOW” construídos no Brasil receberão equipamentos WEGOs quatro navios de apoio a plataformas da Petrobras que estão sendo construídos pela CBO receberão propulsão elétrica e sistema de gerenciamento de energia da WEG.

WEG

A FABRICANTE DE motores elétricos WEG fechou acordo com a Companhia Brasileira de Offshore (CBO), para fornecimento do pacote elétrico dos quatro navios de apoio a plataformas que a empresa ganhou em recente lici-tação da Petrobras, realizada em 2009. O contrato possui em seu escopo os geradores do grupo-diesel, motores de propulsão principal e lateral, todos os painéis elétricos – incluindo os variado-res de velocidade refrigerados à água tipo regenerativo – transformadores de distribuição e o sistema de gerencia-mento de energia.

“Estas serão as primeiras embar-cações com design Ulstein ‘X BOW’ a serem construídas no Brasil. Dos qua-tro navios, dois serão do tipo PSV 3000, e dois 4500”, explica Marcos Menezes, chefe do departamento naval e tração elétrica da WEG.

A WEG foi acionada para participar do projeto por oferecer a mais comple-ta linha de produtos brasileiros para a indústria Naval e Offshore. Além do fornecimento dos equipamentos, a empresa também ficou responsável pela integração dos demais sistemas do navio e pela manutenção dos produtos.

“A exigência do projeto por propul-são diesel elétrica fez com que buscás-semos um parceiro capaz de oferecer alta tecnologia. E a WEG é a empresa que além de nos atender tecnicamente, vai nos dar suporte na manutenção da embarcação depois que ela entrar em operação”, enfatiza Alfredo Naslausky, diretor da CBO.

Outro fator que levou a CBO a optar por produtos WEG foi o fato de os equipamentos serem produzidos

no Brasil, uma política que vem sendo adotada desde o início da renovação de sua frota

“Quando a WEG resolveu trabalhar com a área marítima nós não apostáva-mos que a empresa dedicaria tamanha atenção ao setor, pois esse era apenas mais um segmento, perto de todo o universo que ela atende. Mas ela surpreendeu e está mostrando para o mercado que essa decisão foi planeja-da e veio para ficar”, declara Alfredo Naslausky.

Os painéis elétricos WEG estão sen-do fabricados de acordo com o design do projetista, para atender aos altos níveis de exigência da CBO. Com a utilização dos azimutais com passo fixo, os varia-dores de velocidade – equipamentos de-senvolvidos especialmente para atender às necessidades navais, principalmente no que diz respeito aos níveis dos ruídos harmônicos – acionarão os motores de propulsão principal do navio. Assim que concluídos, os equipamentos seguirão para o Estaleiro da Aliança, onde os navios estão sendo construídos.

“A conquista desse contrato solidi-fica ainda mais a presença da WEG no

mercado marítimo e mostra que a empresa está cada vez mais prepa-rada para atender às necessidades desse segmen-to, que possui características bem específicas

e exige profissionais qualificados que entendam estas aplicações”, acrescenta Menezes.

Há mais de 30 anos no mercado, a CBO é uma empresa de navegação do setor de apoio marítimo às platafor-mas de petróleo, com capital 100% nacional. Sediada no Rio de Janeiro, a empresa faz parte do Grupo Fischer, um conglomerado brasileiro que atua em diversos segmentos e países. Atualmente possui uma frota de 17 embarcações de apoio, que hoje ope-ram na costa brasileira, além de oito outras oito em construção.

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produtos e serviços

TN Petróleo no Twitter. Siga-nos em http://twitter.com/tnpetroleo

Shell desenvolve fluidos de perfuração para operações em águas ultraprofundasCom a mudança no perfil de exploração do Brasil com o pré-sal (para águas ultraprofundas) e maior preocupação ambiental no mercado, assuntos relacionados à segurança e meio ambiente ficaram no foco do noticiário sobre o setor de E&P, mas na indústria de petróleo o tema sempre foi prioridade.

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produtos e serviços

É O CASO DOS FLUIDOS de perfura-ção da linha Neoflo, desenvolvidos pela Shell para operações em águas ultrapro-fundas, e que garantem benefícios ao meio ambiente por serem biodegradá-veis em condições aeróbicas e anaeró-bicas e terem baixo grau de toxicidade na água, além de um desempenho de operação melhor ou equivalente ao de outros óleos.

“O Brasil se configurou como um mercado-chave quanto às vendas desse produto por conta das descobertas no pré-sal”, afirma Vladimir Martín, gerente de desenvolvimento da área comercial de Químicos de campos de petróleo – Shell Chemical LP.

Os produtos Neoflo funcionam como óleos à base de fluidos de perfuração sin-téticos usados em operações de perfura-ção da área de exploração e produção. Eles circulam no poço durante o processo

de perfuração para resfriar e lubrificar o poço, além de ajudar a remover “detri-tos” — ou o material desenterrado. Fo-ram desenvolvidos para diversos tipos de aplicações, incluindo descarregamento marítimo, terrestre e operações sem des-carregamento.

Há três linhas do produto que são oferecidas para atender às diferentes va-

riações do ambiente de perfuração. Cada uma possui um per-fil diferente e pode ser selecionada de acordo com condi-ções específicas de operação, regula-mentação e perfor-mance. Os primei-

ros produtos Neoflo foram lançados em meados de 1990 com um nome comercial diferente (Neodene).

“O Neoflo oferece diferentes benefí-cios”, avalia Martín. “Primeiro, está de acordo com os mais altos padrões ambien-tais. Segundo, oferece alta performance em diferentes situações. Terceiro, a Shell continua desenvolvendo pesquisas para aperfeiçoar os produtos da linha e oferecer suporte técnico de excelência aos seus clientes. Por fim, os investimentos nas instalações de produção nos colocam em uma forte posição para oferecer produtos confiáveis.”

A série de produtos Neoflo 1 é biode-gradável sob condições aeróbicas e anae-róbicas. “Isso significa que, mesmo nos níveis de oceano com pouco oxigênio, os produtos ainda conseguem ser biodegra-dáveis”, explica. Eles também possuem baixa toxicidade aquática e não contêm hidrocarbonetos aromáticos polinuclea-res. Assim, causam impacto mínimo no ambiente aquático quando descarregados durante as operações de perfuração. Os produtos Neoflo 1 estão de acordo com os padrões da Agência de Proteção Am-biental dos Estados Unidos no Golfo do México.

Segundo Martín, os produtos Neoflo também oferecem excelente performance operacional se comparados a outros flui-dos, principalmente em ambientes mais desafiadores. “Quando os comparamos a fluidos à base de óleos e à base de água, percebemos que os fluidos com base sin-tética aumentam a estabilidade do furo da sonda, permitem que o processo de perfuração seja mais rápido e diminuem o desperdício”, comenta.

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Turbinas GE para Parque das Baleias e RoncadorA GE Oil & Gas fechou contrato de US$ 160 milhões com subsidiária europeia da Petrobras, para o fornecimento de turbinas a gás para geração de energia e equipamentos de compressão.

GE Oil & Gas

CoNTrATo FeCHAdo em meados de ju-lho pela Ge oil & Gas e a PNBv/Petrobras Netherlands Bv, subsidiária da Petrobras, no valor de Us$ 160 milhões, prevê o forne-cimento de turbinas a gás para geração de energia e equipamentos de compressão para duas FPso da estatal.

Previstas no Plano de Negócios da Pe-trobras, as duas unidades serão instaladas ao norte do campo de Parque das Baleias, no es-pírito santo, e no campo de roncador, na Bacia de Campos. Quanto entrarem em operação, em 2013, segundo previsões da petroleira, estas unidades vão agregar mais 360 mil barris de petróleo por dia, à produção nacional.

“Com a alta tecnologia da Ge, conse-guimos projetar um equipamento com pe-sos e dimensões reduzidos, o que permite melhorar o desempenho e a eficiência de ambas as plataformas marítimas. estamos

muito satisfeitos em estreitar ainda mais a nossa parceria com esta grande empresa”, disse Joe mastrangelo, vice-presidente da Turbomachinery, Ge oil & Gas.

de acordo com o contrato, a Ge oil & Gas deverá fornecer oito conjuntos gera-dores compostos de turbinas a gás 31.1 mW PGT25+ e 12 conjuntos de motocompressores (lP ou HP) para as duas plataformas com uma pressão de descarga de 200 bar para reinjeção de gás natural.

A companhia irá fornecer geradores e motores elétricos para os projetos P-58 & P-62 ambos fabricados no mercado brasi-leiro, contribuindo para o conteúdo local dos projetos. Além disso, a empresa prestará supervisão técnica para a instalação, início das operações e treinamento de suporte para as plataformas. os equipamentos serão fabri-cados em Florença, na itália, sendo que todos

os testes de plena carga e de desempenho serão realizados no centro de produção da Ge em Florença e massa, ambos na itália.

A Ge oil & Gas é reconhecida por ser uma importante fornecedora global de equipa-mentos para unidades de produção offshore. Nos últimos dez anos, a empresa forneceu turbinas a gás, compressores e equipamen-tos adicionais para projetos em terra firme e flutuantes de produção, armazenagem e descarga em países do mundo todo, como Angola, Brasil, Canadá, China, Nigéria, No-ruega, África do sul e reino Unido.

Com este contrato, a empresa continua a expandir a sua presença em todo o setor de petróleo e gás da América latina, com mais de mil turbinas a gás e compressores instalados em toda a região. Além disso, a empresa já inspecio-nou mais de 50 mil km de dutos para petróleo, gás, água e produtos de refino na região.

Duke Energy

Lucro líquido de R$ 59,7 milhões

A AMERICANA DO SETOR energético, Duke Energy International, obteve o lu-cro líquido de R$ 59,7 milhões, 266,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Os melhores preços nos contratos bilaterais e maior geração de energia em decorrência da hidrologia favorável também foram fatores que pro-piciaram os resultados positivos.

Além disso, o desempenho da empre-sa reflete maior faturamento e redução na despesa operacional, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Já as despesas operacionais reduziram 34,1% em relação a 2009, efeito da revisão dos valores da TUSD-G.

“Temos registrado excelente resultado financeiro ao longo do ano de 2010, e isso reflete nossa operação cada vez mais só-lida no Brasil. A empresa tem caixa para

seguir com suas operações, e também para avaliar novos projetos, o que temos feito ao longo des-te ano. Queremos crescer e contribuir para ampliar a capa-cidade de geração do país”, afirma Ar-mando Henriques, presidente da Duke Energy no Brasil.

A Duke indicou que sua receita operacional bruta no tri-mestre foi de R$ 233,9 milhões, cresci-mento de R$ 21,1 milhões ou 9,9% em relação ao mesmo período do ano ante-rior. Neste trimestre, a empresa gerou 3.300.624 MWh (excluindo-se a partici-pação da CBA na geração de energia nas usinas Canoas I e II), que é 43,2% a mais

em comparação com o mesmo período do ano anterior.

A empresa informou também que re-gistrou decréscimo de 3,7% nas deduções da receita operacional pela redução do ICMS como efeito da mudança da legis-lação no estado de São Paulo. A dívida líquida, representada pelos empréstimos e financiamentos e debêntures, deduzidos os recursos em caixa e equivalentes de caixa, totalizou R$ 419,9 milhões, sendo 27,1% inferior aos R$ 576 milhões regis-trados no mesmo período ano anterior.Debêntures – Em 16 de julho passado, a Duke Energy International realizou a segunda emissão pública de debêntures simples, não conversíveis em ações, em operação coordenada pelos bancos San-tander e BTG Pactual. A emissão foi no valor de R$ 500 milhões e os recursos cap-tados foram destinados ao pré-pagamento imediato do saldo devedor da dívida da companhia com a Eletrobrás e ao paga-mento da primeira amortização da sé- rie 1 da primeira emissão de debêntures da empresa em setembro próximo.

Refletindo maior faturamento e redução de despesas, Duke Energy obteve um lucro líquido de R$ 59,7 milhões no trimestre – 266,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

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QUEM AINDA NãO TEVE a oportunidade de conhecer o novo menu do Cipriani para esta temporada, não deve perder tempo e reservar já sua mesa no elegante e charmoso restaurante instalado à beira da legendária piscina do Copacabana Palace, e entrar em contato com as criações do homem que está chefiando a cozinha, de forma inovado-ra, desde o começo deste ano.

De tão criativa, sacudiu a crítica de gastronomia de O Globo, a jornalista Luciana Fróes, que, sempre comedida em suas avalia-ções gastronômicas, não hesitou, depois de um jantar no Cipriani e de provar algumas criações de Nicola Finamore, em dar-lhe a sua cotação máxima (cinco garfos), o que significa que a casa recebeu a menção de excelente.

fino gosto

Criações do chef

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Quem já experimentou, gostou. E saiu de lá convencido de

que se trata, realmente, de uma novidade gastronômica

neste inverno/veranico do Rio.

Finamorepor Orlando Santos

Nhoque de manjericão

sartu de arroz

Taglioline com vongole e pinole

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Nada mal para quem, como Nicola, tem apenas alguns meses à frente do Cipriani e é o respon-sável pela mudança radical do cardápio. Tarefa nada fácil para o sucessor de Francesco Carli, que depois de 12 anos à frente da cozinha do restaurante, con-ferindo nos últimos tempos um caráter de brasilidade aos pratos, misturando clássicas criações italianas com ingredientes brasi-leiros, largou a chefia e foi ser o diretor-executivo de toda a parte de alimentação do famoso hotel.

Em seu lugar entrou o citado Nicola Finamore. Saíram as pupu-nhas e mandioquinhas, e entra-ram os polvos prensados e tantas outras criações. Mais italiano impossível. Mas quem não aprecia a boa culinária da Itália? Agora é só esperar o verão para ver o que o chef Nicola será capaz de apron-tar. A julgar pelo menu de inverno, não há o que temer.

O CiprianiDesde a sua fundação, em

1994, o Cipriani é frequentado por pessoas ilustres, gente da socieda-de do Rio e de outras regiões do país, personalidades estrangeiras, pois o lugar é uma combinação perfeita do ato de comer bem com um espaço elegante e agradável, à beira da piscina.

E tudo de muito bom gosto. Logo à entrada, o restaurante

exibe um exuberante arranjo de flores, que combina com o ambiente interno, decorado com pinturas de Dominique Jardy, que retratam o Rio anti-go. O serviço utiliza talheres de prata italiana, taças de cristal e toalhas de puro linho. Como ingrediente principal, a alta gastronomia. Resta apenas entregar-se às mãos competen-tes do italiano Nicola.

Os pratosO menu de inverno assina-

do pelo chef e elogiadíssimo pela crítica de gastronomia do Rio/Show começa pelas entra-das. Entre as mais interessan-tes estão o polvo prensado ao vinagrete de frutas cítricas e a salada de endívia, a terrine de galinha d’angola e pista-che de Bronte ao leve molho de cereja. De prato principal, risoto com xadrez de vieiras ao pesto genovês ou nhoque de berinjela ao molho de tomate e manjericão? Fica difícil esco-lher entre as diversas e sabo-rosas criações do festejado e inovador menu.

O cardápio reserva ao clien-te uma informação no mínimo inusitada: “Pedimos gentilmente que não utilizem telefone celular dentro do restaurante.” Nada mais prosaico, num mundo cada vez mais tecnológico.

soBre NiColA FiNAmore – italiano da Cidade de villa santa maria, na região do Abruzzo, Nicola Finamore, 43 anos, vem de temporadas em hotéis e restaurantes da itália, dos estados Unidos, do Japão e do Uruguai, sendo esta sua única experiência no continente como chef executivo do st. Tropez, no Conrad Hotel resort & Casino, em Puntal del este.

Flunte em espanhol e ainda arranhando o português, Finamore se diz totalmente adap-tado, embora sinta falta dos dois filhos, de quatro e de dois anos, que moram na itália.

Até agora, sua maior preocupação é ser apresentado às frutas brasileiras e aos sa-bores do Norte e Nordeste. Com os legumes locais demonstra mais intimidade, citan-do sem dificuldade as incursões que vem fazendo com a batata baroa, que colocou em alguns pratos do cardápio nas versões sauté e noisette.

RESTAURANTE CIPRIANIAvenida Atlântica, 1702 (Hotel Copacabana Palace). Telefone: 21 2545-8747.www.copacabanapalace.com.br

ESPECIALIDADES DA CASACarpaccio com molho clássico CiprianiTalharim verde Cipriani gratinado ao presuntoNhoque de berinjela ao molho de tomate e manjericãolagostim à Carlina com arroz ao curry

MENU DEGUSTAçãOmedalhão de queijo de cabra e crudités de legumes ao vinagre balsâmico da modenaCannellone gratinado recheado de abobrinhaPequena porção de peixes grelha-dos com chicória vermelhaBavarese de morango

VINHOSChandon, Brutsauvignon Blanc reserve 2007 – viña Carmenmuller Thurgau 2007, elena Walckzibibbo, Cantine rallo

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Sergio rodrigueS

o designer dos Trópicos

Sergio rodrigueS

o designer dos Trópicos

coffee break

A enciclopédia Delta Larousse o define como o criador do móvel

moderno no Brasil, citando sua criação famosa, a poltrona mole,

um marco no mobiliário nacional. Embora tenha sido o primeiro

móvel brasileiro a receber prêmio no exterior, o designer e

arquiteto Sergio Rodrigues tem como marca registrada a

simplicidade – característica, aliás, das grandes figuras humanas.

por Orlando Santos

É o CoNJUNTo dA oBrA desse ArTisTA que a Caixa Cultural, no Centro do Rio, vai apresentar até setembro, com curadoria de Marta Micheli e Verônica Rodrigues, filha do designer, sob o título de Sergio Rodrigues – Um designer dos Trópicos. “A mostra traz ao público um lado pouco conhecido do processo criativo do artista, além de móveis famosos, como a poltrona mole, criada em 1957 e que teve uma versão premiada no famoso Concorso Internazionale Del Mobile”, em Cantú (Itália), em 1961.

Com cerca de 70 obras expostas, o percurso sugerido na mostra per-meia e se confunde com histórias do artista e do Brasil, sob o ponto de vista de Sergio Rodrigues, e apresenta pontos bastante lúdicos e pouco

Sergio Rodrigues – Um designer dos TrópicosCaixa Cultural rio de Janeiro – Galeria 3Av. Almirante Barroso, 25 – Centro (estação do metrô Carioca)Tels.: 2544-4080 / 2544-1099 / 2544-7666visitação: de 10 de agosto até 19 de setembro de 2010, de terça a sábado das 10h às 22h; domingo, das 10h às 21h.

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ortodoxos, expondo o móvel por detrás de sua origem, seu contexto e sua história.

Juntamente com Lúcio Costa (urbanismo), Oscar Niemeyer (ar-quitetura) e Roberto Burle Marx (paisagismo), o moveleiro Sergio Rodrigues, como gosta de ser cha-mado, veio completar, com seu es-tilo essencialmente brasileiro, o interior das edificações da capital brasileira.

Em constante atividade e reno-vação, até os dias de hoje a obra de Sergio Rodrigues está presente em importantes empreendimentos no Rio de Janeiro, desde a antiga Manche-te ao moderno Hotel Fasano, entre outros estabelecimentos comerciais, institucionais e residenciais.

A PolTroNA mole – A história da criação da poltrona mole foi lem-brada recentemente pelo designer Sergio Rodrigues em entrevista ao suplemento Eu, do jornal Valor. Tudo começou quando o fotógrafo Otto Stupakoff pediu que ele crias-se um sofá, que depois virou poltro-na, na qual Otto pudesse se jogar,

quando necessitado de descanso. E foi assim que a mais impactan-te e conhecida criação de Sergio Rodrigues veio ao mundo.

A poltrona é constituída por uma almofadona presa engenho-samente por tiras de couro numa sólida armação de madeira, de jaca-randá no início (anos 1960) e hoje de madeira certificada. É vendida atualmente por preços bem acima de R$ 10 mil, sem dificuldade em encontrar compradores, bem dife-rente dos primeiros tempos.

O próprio Otto não tinha dinheiro para comprar a peça solicitada, e só conseguiu tê-la porque Sergio a ven-deu a preço de custo. Mas, no início, não foi moleza encontrar mercado

para a hoje cobiçada peça, que só se tornaria uma coqueluche da decora-ção após a premiação italiana.

A poltrona DIZ, preferida da mulher de Sergio Rodrigues, Vera Beatriz, e que esteve exposta em 2009 na exposição Design Con-temporâneo Rio França, no Centro Cultural dos Correios, é um dos destaques da exposição na Caixa Cultural. Segundo Vera, esta é a poltrona dura... mas confortável.

A mostra reserva ainda uma surpresa para quem visitar a ex-posição: um móvel inédito criado por Sergio Rodrigues. Mais um atrativo para não deixar de ir a essa exposição que vai até 19 de setembro.

Nascido em 1927, no rio de Janeiro, na rua Joaquim Na-buco, entre Copacabana e ipanema, sergio rodrigues é um carioca da gema. em 1947, entrou na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil e, recém-formado, em 1952, participou da equipe que se encarregava do projeto do Centro Cívico, em Curitiba (Pr). Trabalhou em são Paulo, na Forma. Um ano depois, voltou ao rio e fundou a oca, um misto de loja, galeria de arte e estúdio que, em pouco tempo, se tornou ponto de encontro da inteligência carioca.

em 1956, abriu uma fábrica, no rio de Janeiro, batizada de Taba. Além de mobiliário para vários ministérios em Brasília, recebia encomendas do go-verno para mostrar a cara do móvel brasileiro fora do país. o projeto mais significativo foi para a embaixada do Brasil em roma, em 1959.

Na década de 1960, sergio desen-volveu um sistema de pré-fabricação

em madeira tendo, a convite da UNB, montado diversas uni-dades em Brasília, e mais de 200 módulos em todo o país.

Já em 1961, inscreveu-se com a poltrona mole no iv Concurso internazionale del móbile em Cantú, na itália, sa-grando-se vencedor entre 438 concorrentes de 27 países. logo após, em 1974, a poltrona mole passou a integrar a coleção de design do moma museu de Arte moderna de Nova York. em 1989, o conjunto de sua obra recebeu o prêmio lápiz de Plata, da Bienal de Arquitetura de Bue-nos Aires. em 1993, participou da mostra Convegno Bra-

sile, em Brescia, na itália.em 2004, recebeu do itamaraty a

condecoração rio Branco, em Brasília. No mesmo ano, foi tema da exposição individual na galeria r 20th Century, em Nova York, que foi repetida em 2009, devido a seu sucesso. Na mesma épo-ca, foi homenageado na Galeria espas-so, na mesma cidade.

o brilho da poltrona mole foi tanto que, por um período, ofuscou o reconhe-cimento de outras criações, até mais im-pactantes por suas soluções de design.

ArTisTA CArioCA

Poltrona KILIN

Poltrona DIZ

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feiras e congressos

Setembro12 a 16 – CanadáWEC – World Energy Congress Local: MontrealTel.: + 1 (514) 397-1474Fax: : +1 (514) 397-9114www.wecmontreal2010.ca

13 a 16 – BrasilRio Oil & Gas ExpoLocal: Rio de JaneiroTel.: 55 21 2112-900Fax: 55 21 [email protected]

19 a 22 – ItáliaSPE Annual TechnicalLocal: Florença Tel.: 972 952 9393Fax: 972 952 [email protected]

20 a 21 – EUANPRA Environmental ConferenceLocal: San Antonio, Texas Tel.: 202 457 0480Fax: 202 457 [email protected] www.npra.org

27/09 a 1o/10 – ItáliaIPLOCA ConferenceLocal: Veneza Tel.: +41 22 306 02 30Fax: +41 22 306 02 [email protected]

Outubro4 a 6 – QatarPower-Gen Middle EastLocal: DohaTel.: +44 (0)1992 656 610Fax: : +44 (0)1992 656 [email protected]

5 a 7 – BrasilUsinagem 2010Local: São Paulo Tel.: +55 11 3824-5300 Fax: +55 11 [email protected]/eventos2010/usinagem/index.html

5 a 8 – CasaquistãoKazakhstan International Oil & GasLocal: Almaty Tel.: +44 0 207 596 5000Fax: +44 0 207 596 [email protected]/2010/

10 a 13 – EUANPRA Q&A and Technology ForumLocal: BaltimoreTel.: +1 (202) 457 0480Fax+1 (202) 457 0486 [email protected] • www.npra.org

11 a 14 – BarémPetchem Arabia Annual MeetingLocal: ManamaTel.: +44 0 1242 529 090Fax: +44 0 1242 529 [email protected]

11 a 14 – CingapuraDownstream Asia 2010 Local: ManamaTel.: +44 0 1242 529 090Fax: +44 0 1242 529 [email protected]

19 a 20 – BrasilEndutos Local: Rio de JaneiroTel.: +55 11 5586 3197Fax: +55 11 5581 [email protected]

25 a 29 – BrasilSobena 2010–Exponaval Local: Rio de JaneiroTel.: +55 21 [email protected] www.sobena2010.org.br

Novembro1 a 3 – Emirados Árabes Unidos2nd World Refining Technology Summit 2010Local: Abu DhabiTel: 0091 98 1102 6635Fax: 0091 98 1102 [email protected]/wrts2010

1 a 5 – Africa do Sul17th Africa Oil WeekLocal: Cidade do CaboTel: 0044 20 7434 9944Fax: 0044 20 7439 8975http://www.petro21.com/events/index.cfm?id=498&tc=AU

2 a 3 – CasaquistãoOilTech Mangystau 2010Local: AktauTel: 00971 4433 2972Fax: 00971 4438 [email protected]/2010

3 a 4 – Estados UnidosOffshore Communications 2010 Local: HoustonTel: 001 301 354 1778Fax: 001 301 340 [email protected] www.offshorecoms.com/

08 a 10 – TurquiaNatural Gas Distribution Turkey 2010 Local: AnkaraTel: 00971 4 364 2975Fax: 00971 4 364 [email protected]

29/11 a 2/12 – Espanha11th Annual World LNG Summit 2010 Local: BarcelonaTel: 0044 20 7978 0000Fax: 0044 207 978 0099http://world.cwclng.com/ [email protected]

30/11 a 3/12 – MônacoDOT Manaco 2010 Local: MônacoTel: 0044 0 1992 656 647Fax: 0044 0 1992 656 [email protected]

Dezembro12 a 15 – EgitoProduction Optimization North Africa 2010Local: CairoTel: 00971 4 364 2975Fax: 00971 4 363 [email protected] www.productionoptimizationafrica.com

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou [email protected]

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malha dutoviária brasileira

Ocupando a 16º posição no ranking mundial, o Brasil tem malha dutoviária inferior até mesmo à de países com ex-tensão territorial menor, como México (40 mil km), Argentina (38 mil km) e

Austrália (32 mil km) e está distante dos mais de 400 mil km dos norte-americanos e dos 800 mil km de dutos existentes na União Europeia.

É verdade: houve incrementos, em especial no caso dos gasodutos, que praticamente dobraram de extensão em relação ao início da década, chegan-do aos atuais 10 mil km. A expansão foi motivada pelo Plangás (Plano de Antecipação da Produção de Gás), que proporcionou a plena utilização, em várias regiões do Brasil, de recursos oriundos de novas descobertas e do gás associado na Bacia de Campos, antes queimado nas plataformas.

Essa ampliação na malha de gasodutos estava alinhada ao objetivo estratégico do governo de equilibrar a matriz energética nacional, asseguran-do a alternativa de geração térmica durante os pe-ríodos de seca, com a redução no volume de água dos reservatórios usados para geração hidrelétrica. Ademais, contribuiu para proporcionar a segurança necessária para a utilização de gás para fins in-dustriais e produção de fertilizantes nitrogenados, entre outros usos.

Todos os avanços, porém, não mudam o fato de que malha atual ser deficiente e apresentar gar-galos na distribuição de gás no sul do país. Mais

do que isso, que a expansão continue a ser executada de forma ciclotímica, o que gera prejuízos logísticos e instabilidade para a indústria dutoviária.

No primeiro semestre de 2010, por exemplo, o seg-mento passou pelo fundo do vale, com grande ociosidade na fabricação de tubos e na execução de obras. Na me-lhor das situações, algumas empresas conseguiram compensar parcialmente a ociosidade no Brasil com encomendas e projetos no exterior, mas a maioria amargou perdas e redução de volume.

Plano de Negócios da PetrobrasNão à toa é grande a expectativa de que o Plano

de Negócios 2010-2014 da Petrobras reative os investimentos no setor. O plano foi divulgado no final de junho e prevê a aplicação de recursos da ordem de US$ 5,3 bilhões, encerrando o ciclo de investimentos na ampliação da malha de transporte de gás natural.

Um ponto muito importante – não apenas para o setor de dutos, mas para toda a cadeia produtiva de óleo e gás – e que foi reafirmado no Plano de Negócios da Petrobras, diz respeito à manutenção

A urgente e necessária expansão da

de Guilherme Pires de Melo, diretor de Petróleo e Gás da Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial), e diretor de Operações da Techint para o Brasil.

Com a inauguração recente do Gasoduto Rio de Janeiro-Belo Horizonte, o Gasbel II, o Brasil atingiu 22 mil km de dutos em operação, entre gasodutos, minerodutos e dutos submarinos. Ainda é pouco para um país continental e com produção de peso nos setores do petróleo e da mineração, principais demandadores desse tipo de transporte.

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da política de conteúdo nacional, que estabelece nas contratações da empresa percentuais mínimos de aquisição de bens e serviços do Brasil. A manutenção dessa política é de vital importância para o desenvolvimento de fornecedores nacionais, incluindo aí a revitalização da indústria de constru-ção naval brasileira.

Transporte de etanolAtualmente, um dos focos de interesse da indús-

tria de tubos são os dutos para transporte de etanol. Existem, até o momento, três projetos de implan-tação desses sistemas: o da PMCC, cujo traçado vai de Uberaba (MG) a Paulínia (SP); o CentroSul, que ligará o Mato Grosso ao litoral paulista; e o da Uniduto, de Serrana (SP) a uma monoboia a ser instalada no Guarujá (SP). Além de discussões relativas à otimização dos respectivos traçados, encontra-se em curso a definição dos projetos básicos e a conclusão dos estudos necessários para o licenciamento ambiental (que recentemente foi outorgado ao projeto do PMCC).

Se para o segmento de dutos esses projetos representam oportunidades de negócios, para o país a formação de infraestrutura de escoamento do etanol produzido no interior do país para os merca-dos consumidores interno e externo é fundamental.

Limpo e renovável, o combustível é transportado em caminhões (leia-se, queimando-se diesel) que trafegam na congestionada e deteriorada rede viária brasileira. Essa situação, no mínimo contra-ditória, necessita de correções, principalmente em um país com planos de liderar o mercado mundial de biocombustíveis.

Pré-salA indústria de fabricação de dutos instalada no

Brasil já responde pelo fornecimento de grande parte das demandas do país – o índice de conteúdo nacional da atividade ultrapassa 90% – e tem sido capaz de superar desafios, como a construção dos dutos do sistema Urucu-Manaus e do Gasduc III (inaugurado em fevereiro, é o maior gasoduto em diâmetro da América do Sul, com 38 polegadas, ou 96,5 centímetros).

Para os projetos do pré-sal está prevista a insta-lação de dois mil quilômetros de dutos submarinos. Embora não tenham sido divulgados os valores de investimentos previstos pelas empresas para atendimento dessa demanda, já se observa upgrade não só na capacidade produtiva, como também na qualidade e sofisticação dos produtos e certificação para as condições de alta pressão e baixas tempera-turas do pré-sal.

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